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Gostaríamos de ressaltar em primeiro lugar que não se trata de um certificado, mas sim de
uma Declaração de conclusão de curso, onde a mesma não está amparada em nenhum momento
no anexo VIII nem mesmo em todo o edital, justamente pelo fato de que uma declaração não tem
valor legal como título/certificado, pois possui uma validade imputada a ela e que está exposta na
linha mais abaixo da declaração, onde estipula o prazo de 40 dias a contar a partir de 06/03/2022.
Toda declaração ou serve como complemento de algo legítimo, ou serve para justificar algo
que ainda está em execução, porém o regramento de datas estabelecidas no cronograma e o item 7
do anexo VIII, não podem ser transpassados, pois diz que:
16/03/2022 • Protocolo dos documentos para avaliação de títulos, diretamente na área do candidato.
“7. Uma vez enviados os títulos, não serão aceitos acréscimos, modificações e/ou substituições de documentos.
Logo, o que foi postado não pode ser substituído e o que foi postado, é algo sem valor,
vencido e é o complemento de algo legítimo que não foi e nem pode ser mais postado nem aceito
pela banca.
Ou seja, no dia em que foi divulgado o resultado definitivo da primeira etapa do processo, já
havia passado 4 dias da validade da referida declaração, por tanto, não tendo valor algum nem por
se tratar de uma declaração, nem por estar vencida a sua validade, por conseguinte, a banca não
poderia ter aceito como título nem mesmo ter colocado o candidato na posição 42 na lista definitiva.
Outro detalhe muito interessante a isso, é que analisado em quase todos os certificados
realizados após o dia 02/02/2022, que é a data de publicação do edital e a banca mesmo assim
reconheceu títulos iniciados após esta data, descumprindo o item 10.4 do anexo VIII que diz:
“10.4 Somente serão computados os títulos de Capacitação/Treinamento realizados até 8 (oito) anos que antecedem
a publicação deste Edital;”
A carga horária dos cursos de aprendizagem assim como os de ensino escolar, estão de uma
forma, ou em um todo, embasados em leis, portarias, resoluções, normas e estatutos inseridos desde
a Constituição Federal, Ministério da Educação, Ministério da Marinha, Conselho Nacional de
Educação, secretarias estaduais e municipais e também em concordância principalmente com a CLT
e órgãos de classes profissionais de engenharia, medicina, pedagogia e outras, sendo que numa
escala hierárquica, uma não pode infringir a outra. Portanto é necessário entender que existe um
limite máximo de ensino diário em que um aluno e o profissional de ensino possa estar disponível e
diretamente ligado e apto a ensinar e aprender.
Esse limite entende-se por 8 horas diárias de trabalho ou estudo, ainda obedecendo um
intervalo entre períodos que vai de 15 minutos, quando até 6 horas de ensino/trabalho e de 1 ou 2
horas quando de 8 horas de ensino/trabalho, ainda também um descanso de no mínimo 11 horas
entre jornadas de ensino/trabalho, isso está com mais clareza nos artigos 66 e 71 da CLT que diz:
Art.66 – Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas
para descanso.
Art.71 – Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão
de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou
contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º – Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos
quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
Vale ressaltar que existem inúmeros certificados com datas que se sobrepõem umas com as
outras, sabendo que o aluno não pode estar em dois cursos ao mesmo tempo, lei da física, por tanto
o calculo de horas/dias de aula em cada certificado cairia para um máximo de 4 horas/dia para cada
curso, sem contar que temos dados e até mesmo áudios de diretores de escolas profissionalizantes,
em que estipulam as aulas teóricas das 19:30 às 22:00 horas, sendo 2,5 horas por dia.
Conforme postado pelo candidato acima, o mesmo concluiu 3 cursos de 20 horas cada em 3
dias de aula, ou seja, em 72 horas disponíveis estudou 60 horas na escola, algo totalmente
descabível e até mesmo desumano. Mesmo sabendo que o máximo aceitável seria algo em torno de
24 horas no total, ou seja, 8 horas para cada certificado.
O fato é que mesmo sem olhar para as horas de aula e levando em conta somente as horas de
descanso obrigatório, a conta também não fecha, pois em 72 horas menos 22 horas de interstício e
menos 3 horas de intervalo nos três dias, isso daria no máximo 47 horas de curso dividido para 3
certificados.
Em contato com a escola SIGMA PROFISSÕES, que supostamente forneceu a declaração
acima, foi nos passado que não existe certificado de 20 horas, somente certificados de 60 horas por
equipamento. Logo, existe a possibilidade de a declaração, mesmo sem valor algum, não descreva a
verdade, possibilitando a classificação e enquadramento nos artigos 298, 299 e 304 do código penal.
“Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro.”
“Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigações ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:”
“Art. 304 – Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:”
Certos do cumprimento das regras e que não seja ferido nenhum princípio constitucional, é o
que desejamos.