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O Autor
Richard Fowler passou quatro anos na Força Aérea dos Estados Unidos trabalhando na reparação e manutenção de equipa-
mentos de rádio e de navegação. Ele lecionou eletricidade e eletrônica por 30 anos – um ano em uma escola técnica pública e
29 anos em três universidades. O autor tem o grau de doutor em educação pela Universidade do Texas A&M (1965) e publicou
dois livros-texto, dois manuais de laboratório e um capítulo em um anuário profissional.
CDU 621.3.025:621.317.7
Revisão Técnica
Antonio Pertence Júnior MSc
Mestre em Engenharia pela Universidade Federal de Minas Gerais
Engenheiro Eletrônico e de Telecomunicações pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Pós-graduado em Processamento de Sinais pela Ryerson University, Canadá
Professor da Universidade FUMEC
Membro da Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo
Versão impressa
desta obra: 2013
2013
Obra originalmente publicada sob o título
Electricity: Principles and Applications with Simulation CD-ROM, 7th Edition
ISBN 0073222798 / 97800773222790
Original edition copyright © 2008, The McGraw-Hill Companies,Inc., New York, New York 10020. All rights reserved.
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Agradecimentos
Sem ajuda, apoio e incentivo de muitas pessoas, este livro Victor Cerniglia
nunca teria se materializado. Um profundo agradecimento é Pearl River Community College (MS)
dedicado para Arla, minha esposa, quem revisou e digitou Kenneth P. DeLucca
todo o manuscrito original para a sétima edição. O autor Millersville University (PA)
agradece os editores, o coordenador do projeto e a equipe
da McGraw-Hill por seu trabalho habilidoso e preciso na pu- Jeffrey A. Priddy
blicação deste livro. Finalmente, o autor é grato pelas ideias, New Castle School of Trades (PA)
sugestões e críticas fornecidas pelos seguintes profissionais Fred D. Rogers
que revisaram o texto para esta edição: Northeast Alabama Community College (AL)
Tom H. Barrick Ernest Shaffer
Wichita Technical Institute (KS) San Diego Electrical Training Trust (CA)
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Apresentação
A série Habilidades Básicas em Eletricidade, Eletrônica e cer o melhor material de aprendizagem possível. Isso inclui
Telecomunicações da McGraw-Hill foi projetada para for- apresentações animadas de PowerPoint, arquivos de circui-
necer competências de nível básico em uma ampla gama tos para simulação, um gerador de avaliações com bancos de
de ocupações nos campos da eletricidade e da eletrônica. questões correlacionados, sites dedicados aos estudantes e
A série consiste de materiais didáticos coordenados e pro- professores e informações básicas sobre instrumentação de
jetados especialmente para estudantes voltados para uma laboratório. Todos esses elementos estão coordenados de
carreira. Um livro-texto, um manual de experimentos e um forma adequada e foram preparados pelo autor.
manual do professor oferecem suporte a cada uma das A ampla aceitação da série Habilidades Básicas em Eletri-
áreas principais abordadas na série. Todos esses materiais cidade, Eletrônica e Telecomunicações e as respostas po-
focam teoria, prática, aplicações e experiências necessárias sitivas dos usuários confirmam a solidez no conteúdo e no
para aqueles que se preparam para entrar no mercado e projeto de todos os componentes, bem como sua eficácia
seguir carreiras técnicas. como ferramenta de ensino e de aprendizagem. Os pro-
Há duas considerações fundamentais na preparação de uma fessores encontrarão os textos e manuais de cada uma das
série como essa: as necessidades dos estudantes e as neces- áreas de estudo estruturados de forma lógica, em um ritmo
sidades do empregador. Esta série satisfaz essas necessida- adequado e organizado segundo objetivos modernos. Os
des de uma maneira eficaz. Os autores e os editores recorre- estudantes encontrarão um material de leitura agradável,
ram às suas extensas experiências técnicas e didáticas para interessante e bastante ilustrado. Eles também encontrarão
interpretar de forma precisa e atender as necessidades do uma grande quantidade de exercícios para autoavaliação,
estudante. As necessidades das empresas e indústrias foram itens de revisão e exemplos para auxiliá-los na determina-
identificadas através de entrevistas pessoais, publicações da ção de seus próprios progressos.
indústria, relatórios do governo sobre tendências ocupacio- Os sucessos inicial e contínuo dessa série, em grande parte,
nais e relatórios de associações de indústrias. decorrem da sabedoria e da visão de Gordon Rockmaker, que
Os processos empregados para produzir e aprimorar a série foi uma combinação mágica de editor, escritor, professor, en-
estão em andamento. As mudanças tecnológicas são rápidas genheiro eletricista e amigo. Gordon se aposentou, porém
e o conteúdo foi revisto de modo a focar as tendências atuais. ainda é nosso amigo.
Igualmente, aprimoramentos na didática foram definidos e Finalmente, os editores agradecem os comentários e suges-
implementados tendo como base as experiências em sala de tões dos professores e alunos que utilizam essa série.
aula, feedback e comentários dos estudantes e professores
que utilizam a série. Um grande esforço foi feito para ofere- Charles A. Schuler, editor da série
Habilidades básicas em eletricidade, eletrônica e telecomunicações
Novas edições nesta série:
Fundamentos de Eletricidade: Corrente Contínua e Magnetismo, 7.ed., Richard Fowler
Eletrônica: Princípios e Aplicações, 7.ed., Charles A. Schuler
Eletrônica Digital: Princípios e Aplicações, 7.ed., Roger L. Tokheim
Fundamentos de Comunicação Eletrônica: Modulação, Demodulação e Recepção, 3.ed., Louis E. Frenzel Jr.
Fundamentos de Comunicação Eletrônica: Linhas, Micro-ondas e Antenas, 3.ed., Louis E. Frenzel Jr.
Apresentação
viii
Prefácio
A sétima edição de Fundamentos de eletricidade, volumes 1 Destaques
e 2, emprega a mesma filosofia de ensino e de aprendizagem
Alguns destaques deste livro incluem:
utilizada nas edições anteriores. Presume-se que o estudante
tem pouco ou nenhum conhecimento dos princípios e teorias • Problemas para formação de pensamento crítico
da eletricidade. O domínio do material neste texto ajudará o • Exemplos resolvidos
estudante que deseja um primeiro trabalho em alguma ocu-
• Figuras que facilitam o entendimento da teoria
pação que exija a compressão de elementos básicos de eletri-
cidade. Além disso, tal domínio propiciará ao aluno adquirir • Seção sobre divisores e reguladores de tensão
o conhecimento e as habilidades necessárias para prosseguir • Seção sobre o método das tensões de nó
em estudos mais avançados em eletricidade e eletrônica.
• Inclusão de matrizes e determinantes
O texto foi escrito de modo a facilitar a leitura do estudante e
• Regra de Cramer
permitir uma clara compreensão dos conceitos elementares
de eletricidade e dispositivos elétricos básicos. Os conceitos • Fotografias ilustrando campos magnéticos
são explicados e desenvolvidos em sentenças simples e cur- • Seção sobre potência em circuitos trifásicos
tas, ao invés de uma única sentença longa e complicada. Nun-
• Indutores de montagem em superfície
ca se presume que algum conceito é intuitivamente óbvio.
• Motores CC sem escovas
A matemática utilizada ao longo do livro é simples. Qualquer
ferramenta matemática além de aritmética simples é cuida-
dosamente explicada e ilustrada com exemplos antes de ser Características de aprendizagem
empregada para resolver problemas de circuitos elétricos.
Os capítulos, e as seções dentro de um capítulo, estão or-
Embora equações simultâneas, matrizes e determinantes
ganizados de modo que as leis, os princípios, as regras e as
sejam introduzidos no Capítulo 6, eles são definidos e expli-
fórmulas necessárias para o entendimento completo de um
cados em detalhes antes de serem efetivamente utilizados.
conceito tenham sido cuidadosamente explicadas antes de
De modo similar, os elementos de trigonometria usados em
o conceito ser introduzido. Assim, termos, conceitos e ideias
circuitos de corrente alternada (CA) são completamente ex- desenvolvidos no Capítulo 1 são necessários para o completo
plicados e ilustrados com exemplos antes de serem aplica- entendimento dos novos conceitos apresentados nos capí-
dos na solução de circuitos CA. tulos restantes. Aqueles desenvolvidos no Capítulo 2 são ne-
Os capítulos 1 a 7 (que constam no volume 1) são dedicados cessários para os capítulos subsequentes e assim por diante.
aos fundamentos da corrente contínua e magnetismo, e os A exceção é o Capítulo 6, que pode ser estudado em qual-
capítulos 8 a 15 deste livro focam em temas usualmente asso- quer momento após o Capítulo 5 ou mesmo omitido sem
ciados com a corrente alternada e instrumentos de medição. interromper a continuidade dos capítulos restantes.
Todos os diversos exemplos resolvidos (problemas de cir- Recursos para o estudante
cuitos) ao longo do texto são organizados para enfatizar a im-
No ambiente virtual de aprendizagem estão disponíveis vá-
portância de se utilizar uma abordagem sistemática, passo a
rios recursos em português para potencializar a absorção de
passo, na solução de problemas. É também enfatizada, ao lon-
conteúdos. Para cada capítulo, é oferecido um conjunto abran-
go de todo o livro, a importância de se manter o controle das
gente de questões e problemas de revisão, além de um
unidades, quando dados conhecidos são inseridos em uma
resumo dos principais conceitos abordados. Os resumos
fórmula. Os estudantes são encorajados a obter uma primeira
auxiliam o estudante a identificar os pontos fracos e reforçar
aproximação da resposta de um problema antes de aplicar a
os pontos fortes.
matemática detalhada (e precisa) necessária para determinar
a resposta exata. Isso pode ajudar a detectar erros grosseiros Os problemas para formação de pensamento crítico
de matemática que algumas vezes passam despercebidos. estimulam o raciocínio. Essas questões requerem que o estu-
dante expresse suas próprias ideias e convicções ou desen-
As palavras-chave, que podem ter um significado técnico
volva procedimentos para a solução de problemas que não
e outro não técnico, são cuidadosamente definidas quando
foram especificamente abordados no capítulo.
utilizadas pela primeira vez. Depois disso, elas nunca são uti-
lizadas com seu significado não técnico.
Em cada capítulo, é disponibilizada uma série de exercícios Recursos para o professor
para teste dos conhecimentos. Essas questões e proble- Na Área do Professor (acessada pelo ambiente virtual de
mas funcionam como um reforço positivo para o estudante aprendizagem ou pelo portal do Grupo A) é disponibilizada
conhecer e identificar áreas que precisam de estudos adicio- uma ampla seleção de informações para o professor, como
nais. As respostas são fornecidas ao final de cada capítulo, apresentações em PowerPoint com aulas estruturadas (em
onde também é incluída uma lista das novas fórmulas português).
apresentadas. A revisão dessa lista ajuda o estudante a re- O Manual do Instrutor (em inglês) traz uma lista de compo-
lembrar as fórmulas necessárias para solução dos problemas nentes e equipamentos necessários para executar experimen-
de revisão. tos de laboratório. Também estão disponíveis vídeos com-
Ambiente virtual de aprendizagem: www.grupoa.com.br/ plementares, banco de testes e respostas das questões de
tekne revisão e problemas do livro-texto (em inglês).
Prefácio
x
Segurança em eletricidade
Circuitos eletroeletrônicos podem ser perigosos. Boas prá- Ao contrário, as altas tensões são capazes de forçar corren-
ticas de segurança são necessárias para evitar os choques tes através da pele produzindo choques potencialmente
elétricos, os incêndios, as explosões, os danos mecânicos e danosos. Um fluxo de corrente de 100mA ou mais pelo
os prejuízos decorrentes do uso impróprio de ferramentas. corpo humano normalmente produz um choque elétrico
Em eletricidade, talvez o maior risco para as pessoas seja o fatal. Portanto, o perigo de choque fatal aumenta em ten-
choque elétrico. Uma corrente elétrica da ordem de 10mA sões maiores. Assim, os profissionais que lidam diariamente
circulando através do corpo humano pode paralisar a vítima com a alta tensão devem receber treinamento adequado e
e torná-la incapaz de se soltar de um condutor vivo ou com- utilizar os equipamentos de segurança apropriados para a
ponente que a eletrocuta, colocando sua vida em risco. Dez função.
miliampères é uma intensidade de corrente muito pequena, Quando a pele humana está molhada ou cortada, a situação
corresponde a somente dez milésimos de um ampère. Uma fica ainda pior, pois a resistência corporal ao choque diminui
descarga em uma lâmpada de flash de uma câmara foto- drasticamente. Quando isso acontece, até mesmo tensões
gráfica pode produzir correntes 40 vezes maiores que esse moderadas podem causar choques sérios. Técnicos experien-
valor!* tes conhecem bem isso e também sabem que equipamentos
Baterias são seguras para serem manuseadas porque a resis- como os de baixa tensão podem possuir um ou dois circuitos
tência do corpo humano (a partir da pele) é normalmente internos de alta tensão. Em outras palavras, eles não prati-
alta o suficiente para manter o fluxo de corrente muito bai- cam dois métodos de trabalho diferentes quando trabalham
xo. Por exemplo, tocar nos dois polos de uma pilha de 1,5V com tais circuitos: um método para o circuito de baixa e ou-
produz um fluxo de corrente na faixa dos microampères (1 tro para o circuito de alta tensão do equipamento. Ao contrá-
microampère é um milionésimo de um ampère). Esta quanti- rio disso, eles seguem procedimentos de segurança que os
dade de corrente é muito pequena para ser sentida por uma protegem durante todo o tempo, no circuito de baixa ou no
pessoa. circuito de alta tensão. Eles nunca presumem que os disposi-
tivos de proteção estão funcionando. Eles nunca presumem
que um circuito está desligado mesmo que a chave esteja na
* N. de T.: Como você verá no Capítulo 3 (Volume 1 de Fundamentos de Eletri- posição desligada (OFF). Eles sabem que a chave pode estar
cidade), é a lâmpada de flash da câmara fotográfica que consome a corrente danificada e colocá-los em risco.
que necessita da fonte de ignição para produzir o clarão que todos conhe-
cemos. Essa mesma fonte de ignição não produziria um clarão tão intenso Até mesmo um sistema de baixa tensão e alta capacidade de
em outros tipos de lâmpadas, por exemplo, numa lâmpada incandescente corrente, como os sistemas elétricos automotivos, podem ser
residencial, visto que esta se apresenta como outro tipo de carga para a fonte, um tanto perigosos. Curto-circuitar partes em funcionamen-
o que, como veremos, produz outro valor de corrente. Pelo mesmo raciocínio, to de sistemas elétricos de um carro com uma aliança ou anel
você verá no Capítulo 3 que uma bateria de carro de 12V / 40A não repre-
de dedo pode causar queimaduras severas – especialmente
senta nenhum risco de choque elétrico para os seres humanos em condições
normais, visto que os 40A não podem ser consumidos pelo corpo humano quando o anel ou a aliança é a ponte entre os pontos onde
(em condições normais) a partir de uma fonte de 12V. ocorre o curto.
Na medida em que for adquirindo conhecimento e experiên- tipo de chave que desliga automaticamente a energia
cia, você aprenderá procedimentos de segurança específicos elétrica enquanto a porta estiver aberta ou o painel esti-
para lidar com a eletricidade e a eletrônica. Entretanto, en- ver fora do lugar).
quanto isso: 9. Mantenha as ferramentas e os equipamentos de teste
1. Sempre siga os procedimentos de segurança em eletri- limpos e em boas condições de uso. Ao primeiro sinal
cidade. de deterioração, substitua os isoladores das pontas de
2. Consulte o manual do equipamento sempre que pos- prova e de terminais isolados em circuitos.
sível. Frequentemente, ele contém todas as instruções 10. Alguns dispositivos elétricos, como os capacitores, são
de segurança de que você precisará ao trabalhar com o capazes de armazenar carga letal. Eles podem guardar
equipamento. Leia e cumpra as instruções dispostas em tais cargas por longos períodos de tempo. Você deve ter
materiais apropriados de segurança em eletricidade. certeza de que estes dispositivos estão descarregados
3. Investigue antes de agir. antes de trabalhar nos circuitos em volta deles.
4. Quando tiver dúvida, não aja. Pergunte ao seu profes- 11. Nunca remova os aterramentos de equipamentos que
sor, supervisor ou técnico imediatamente superior. necessitam estar ligados ao terra.
12. Utilize somente um tipo de extintor de incêndio para
Regras gerais de segurança para a equipamento elétrico e eletrônico. Água conduz corren-
te elétrica e pode danificar severamente o equipamen-
eletricidade e a eletrônica to. Extintores de dióxido de carbono (CO2) ou do tipo
Práticas de segurança protegerão você e os seus colegas de halogenado são usualmente os preferidos. Extintor de
trabalho. Discuta-os com os outros colegas e consulte seu espuma podem ser úteis em alguns casos. Extintores
professor caso não compreenda algum ponto específico. comerciais são classificados de acordo com os tipos de
1. Nunca trabalhe (especialmente com eletricidade) se chamas para os quais são efetivos. Use somente aquele
você estiver cansado ou sob efeito de remédios que te indicado para o tipo de ambiente de trabalho onde o
fazem ficar sonolento. equipamento está.
2. Nunca trabalhe em ambientes com luz insuficiente ou 13. Siga as instruções quando estiver usando solventes e
inadequada. outros químicos. Eles podem ser tóxicos e/ou inflamá-
veis ou, ainda, podem danificar certos tipos de mate-
3. Evite trabalhar em ambientes úmidos ou com sapatos e
riais, como os plásticos. Sempre leia e siga as Fichas de
roupas molhados.
Segurança dos Materiais Químicos (também conhecidas
4. Utilize sempre as ferramentas, os equipamentos de segu- como MSDS – Material Safety Data Sheet).
rança e os dispositivos de proteção aprovados para uso.
14. Alguns materiais usados na eletrônica são tóxicos.
5. Evite o uso de anéis, alianças, braceletes, correntes ou Exemplos incluem os capacitores de tântalo e os tran-
itens similares de metal quando estiver trabalhando sistores com encapsulamento a base de óxido de berilo.
com circuitos elétricos expostos. Estes dispositivos não devem ser quebrados ou esfolia-
6. Nunca presuma que um circuito está desligado. Verifi- dos, e você deve sempre lavar suas mãos sempre após
que-o com um instrumento para certificar-se de que ele seu manuseio. Outros materiais, como isoladores térmi-
Segurança em eletricidade
xii
Profissionais de eletricidade e eletrônica usam conheci-
mentos de segurança ainda mais especializados
16. Use roupa de proteção e luvas de segurança quando Circuitos e equipamentos devem ser tratados com respeito.
manusear dispositivos de alto vácuo, como os tubos de Aprenda como eles trabalham e o modo adequado de traba-
raios catódicos e telas de LCD ou touch screen. lhar com eles. Pratique segurança sempre: sua saúde e sua
17. Não trabalhe no equipamento antes de conhecer os vida podem depender disso.*
procedimentos de segurança adequados e estar ciente
Segurança em eletricidade
xiii
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Sumários resumidos
Fundamentos de eletricidade: corrente alternada e instrumentos de medição é o segundo volume do livro de Fowler. Além
deste, está disponível o título Fundamentos de eletricidade: corrente contínua e magnetismo. Para conhecer os assuntos
abordados em cada um deles, apresentamos os sumários resumidos a seguir.
VOLUME 1
capítulo 1 CONCEITOS BÁSICOS
ÍNDICE
VOLUME 2
capítulo 8 CORRENTES E TENSÕES ALTERNADAS
capítulo 10 CAPACITÂNCIA
capítulo 11 INDUTÂNCIA
capítulo 12 TRANSFORMADORES
capítulo 13 CIRCUITOS RLC
capítulo 14 MOTORES ELÉTRICOS
capítulo 15 INSTRUMENTOS E MEDIDAS
CRÉDITOS DAS FOTOS
ÍNDICE
Sumários resumidos
xvi
Sumário
VOLUME 2
capítulo 8 CORRENTES E TENSÕES ALTERNADAS 207
Terminologia CA 208 Vantagens da corrente alternada 220
Tipos de formas de onda CA 209 Corrente alternada trifásica 220
Caracterizando a corrente alternada 210 Fórmulas e expressões relacionadas 230
A onda senoidal 214 Respostas 231
Gerador CA 217
xviii
CRÉDITOS DAS FOTOS C1
ÍNDICE I1
Sumário
xix
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capítulo 8
Correntes e tensões
alternadas
A maior parte da energia elétrica no mundo é transmitida e distribuída na forma de tensões
e correntes alternadas. Nossas casas e indústrias são ambas alimentadas por eletricidade
CA. Obviamente, esses são a maior parte dos consumidores de energia elétrica.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Diferenciar as várias formas de correntes alternadas e contínuas.
Explicar e usar as relações entre tempo e frequência.
Descrever quatro maneiras de expressar a amplitude de uma corrente alternada.
Entender como uma onda senoidal pode ser gerada.
Entender a diferença entre, e a relação entre, graus mecânicos e elétricos.
Ilustrar como tensões alternadas trifásicas são produzidas.
Explicar as características e aplicações das conexões delta e estrela em sistemas CA.
Explicar as vantagens de sistemas trifásicos em relação a sistemas monofásicos.
Terminologia CA 4
A forma de onda mostrada na Figura 8-1(a) poderia repre- significa que a corrente nunca tem seu sentido invertido. Em
sentar a tensão através do resistor no circuito da Figura outras palavras, a Figura 8-1(a) é a forma de onda de uma ten-
8-1(b). Nesse caso, os valores indicados no eixo vertical esta- são ou corrente contínua pura. A amplitude da tensão ou cor-
riam em volts. A forma de onda mostra que a tensão cresce rente muda apenas quando o circuito é ligado ou desligado.
rapidamente para seu valor máximo (4 V), quando o circuito
Outras formas de onda típicas são mostradas na Figura 8-2.
é energizado. A tensão permanece nesse valor máximo até
A CORRENTE CONTÍNUA FLUTUANTE na Figura 8-2(a) é o tipo de
o circuito ser aberto (desenergizado). Quando o circuito é
corrente produzida em um transistor amplificador. A forma
aberto, a tensão através do resistor cai rapidamente para
de onda pulsante da Figura 8-2(b) representa o tipo de cor-
zero.
rente (ou tensão) produzida por um carregador de bateria.
A forma de onda da Figura 8-1(a) poderia também represen- Observe que a CORRENTE CONTÍNUA PULSANTE se reduz a zero pe-
tar a corrente circulando pelo circuito da Figura 8-1(b). A úni- riodicamente, o que não acontece no caso da corrente contí-
ca coisa que mudaria seria a unidade dos valores indicados nua flutuante. A Figura 8-2(c) mostra outro tipo de corrente
208
onda seno. Portanto, é muito importante frisar que essas fór- grande variedade de formas de onda.
209
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 3. Falso ou verdadeiro? Uma forma de onda CC pulsante retorna
periodicamente ao eixo zero.
1. Falso ou verdadeiro? O eixo vertical do gráfico de uma forma
4. Falso ou verdadeiro? Uma corrente contínua flutuante “flutua”
de onda (de alguma grandeza elétrica) é usualmente caracte-
periodicamente acima e abaixo da linha zero de referência.
rizado em unidades de tempo.
5. Uma ___________ é produzida quando valores de tensão e
2. Falso ou verdadeiro? O eixo horizontal do gráfico de uma for-
tempo são plotados em um gráfico.
ma de onda (de alguma grandeza elétrica) é usualmente ca-
racterizado em unidades de potência. 6. Três tipos típicos de corrente alternada são ___________,
___________ e ___________.
210
1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo 4º ciclo
2
Corrente (ampères)
1
2
0,75
0,25 0,5
Tempo (segundos)
Figura 8-4 Ciclo, período e frequência. A forma de onda tem um período de 0,25s e completa 4 ciclos por segundo.
História da eletrônica
EXEMPLO 82
Heinrich Hertz
Em 1887, o físico alemão Heinri- Qual é o período de uma onda senoidal de 2 MHz?
ch Hertz demonstrou a propaga-
ção de ondas eletromagnéticas Dados: f 2 MHz
(EM) a partir de um protótipo Encontrar: T
experimental, que permitia
transmitir e receber ondas EM
Conhecido:
entre pequenas distâncias.
Solução:
Em sua homenagem, o hertz
(Hz) é a unidade padrão para Resposta: O período é 0,0000005s ou 0,5 s.
medição de frequência (1Hz
equivale a um ciclo completo
por segundo). Se expressarmos os dados do Exemplo 8-2 em potências de
10, a solução é:
Solução:
211
Especificando a amplitude Valor
A AMPLITUDE de uma forma de onda CA pode ser especificada instantâneo
do 6º intervalo
de diferentes maneiras, como ilustrado na Figura 8-5. Essas
maneiras de se especificar a amplitude são apropriadas tanto
para tensão como para corrente.
Para formas de ondas simétricas, o VALOR DE PICO (Vp) (tam-
bém chamado valor máximo) do semiciclo positivo e do se-
miciclo negativo são iguais. Assim, o VALOR DE PICO A PICO (Vpp)
0
é duas vezes o valor de pico. Para uma tensão CA senoidal
6º intervalo
podemos escrever (a) Método de determinação do valor médio
VPP ⴝ 2 VP
Muitas das formas de onda presentes em circuitos eletrôni-
cos não são simétricas. Tais formas de onda podem ser es-
pecificadas em termos do valor de pico ou do valor de pico a A A A B B B
pico. Quando o valor de pico for especificado, deve-se indicar 0,637
se ele se refere ao pico positivo ou negativo (como a onda A B
não é simétrica, o pico positivo é diferente do pico negativo).
O VALOR MÉDIO (VMED) de uma forma de onda é a média arit-
mética de seus valores. A determinação da média aritmética
de uma forma de onda é ilustrada na Figura 8-6(a). O valor 0
instantâneo da forma de onda é determinado em instantes (b) Significado do valor médio
de tempo com intervalos igualmente espaçados no eixo ho- Figura 8-6 Valor médio de uma forma de onda. A soma das
rizontal. Após, todos os valores instantâneos são somados e áreas A e B é igual à soma das áreas A e B.
Valor efetivo ou rms o resultado é divido pelo número total de intervalos. Quanto
Valor médio menor for o tamanho dos intervalos, mais precisa é a estima-
1,0
tiva do valor médio de uma forma de onda. A Figura 8-6(b)
0,707 fornece uma ideia complementar do significado do valor
0,637
médio de uma forma de onda. A área da forma de onda aci-
Corrente alternada e instrumentos de medição
Pico a pico
Pico
ma do valor médio é igual às áreas “faltantes” abaixo do valor
médio. No caso da Figura 8-6(b), a área A (área da forma de
onda acima do valor médio, à esquerda) é igual a A (área
0
da parte “faltante” da forma de onda à esquerda). De modo
similar, a área B é igual à área B.
Para uma onda senoidal, a relação entre o valor de pico e o
valor médio* está indicada na Figura 8-5. Para tensão, a rela-
ção pode ser escrita como
1,0 VMED ⴝ 0,637 VP
Figura 8-5 Parâmetros de uma onda senoidal. A amplitude de * N. de T.: O valor médio da onda senoidal indicado na Figura 8-5 considera
uma onda senoidal pode ser especificada em qualquer uma das apenas um semiciclo da onda. Caso sejam considerados os dois semiciclos
quatro maneiras indicadas na figura. (positivo e negativo), o valor médio da onda senoidal é nulo.
212
Ou, resolvendo para Vp, a relação é A
2 A (eficazes)
Vp 1,57 Vmed
20 V CA
A relação entre os valores de pico e médio da tensão é usada (valor 10
quando analisamos circuitos que convertem uma tensão CA eficaz)
para uma tensão CC pulsante.
Conhecido:
(b) A potência dissipada é 40 W
Figura 8-7 Valores eficazes de corrente e tensão. Uma corrente
Solução:
contínua com valor igual ao valor eficaz de uma corrente alter-
nada causa a mesma dissipação de potência em um resistor.
213
Correntes e tensões alternadas são geralmente especificadas
EXEMPLO 85
em termos de valores rms. Desse modo, é prática bastante
Qual é o valor de pico associado a uma tensão com valor comum assumir que um dado valor de corrente CA está em
eficaz de 127 V? unidades rms, mesmo que um subscrito não seja incluído
(por exemplo, p, pp, med ou rms). Por exemplo, a tensão nas
Dados: Vrms 127 V tomadas de nossas casas é especificada como 127 V ou 220 V
Encontrar: Vp (dependendo do estado brasileiro e do tipo de instalação
Conhecido: Vp 1,414Vrms elétrica). Esse é o valor rms da tensão.
Solução: Vp 1,414 127 V
179,6 V
Resposta: O valor de pico da tensão é 179,6 V.
7. A unidade básica de frequência é o ___________ e sua abre- 14. Determine os seguintes parâmetros para uma onda senoidal
viatura é ___________. de 28 V e 400 Hz.
1. Da velocidade do condutor.
A onda senoidal
2. Da densidade do fluxo.
Corrente alternada e instrumentos de medição
214
N N N
Polo Condutor Polo Polo
Sentido do
movimento
Fluxo
magnético
S S S
Polo Polo Polo
LEMBRE-SE
N N
...o e • no centro dos condutores nas figuras 8-8 e 8-9 indi-
cam o sentido da corrente, como explicado no capítulo anterior.
215
Sentido do
movimento Sobre a eletrônica
do condutor
Sentido
do fluxo
Faróis HID e faróis de halogênio
Os novos faróis HID* geram luz a partir de um arco criado entre
dois eletrodos dentro de uma lâmpada preenchida com gases.
Comparado com os faróis de halogênio, os HIDs produzem uma
intensidade de luz três ou mais vezes maior, abrangem uma
distância cerca de duas vezes maior, consomem aproximadamen-
te dois terços menos energia e possuem vida útil até três vezes
Sentido maior. Além disso, esses faróis tornam mais visíveis os refletores
da corrente
embutidos nas faixas das rodovias.
tensão é induzida no condutor. A corrente produzida por Isso é feito na Figura 8-12 para cada uma das 12 posições do
essa tensão está fluindo para fora da página, como indicado condutor na Figura 8-11. No gráfico da Figura 8-12, pode-se
pelo ponto (•) no condutor. À medida que o condutor gira da observar que a onda senoidal alcança seu valor máximo (pico)
posição 3 para a posição 4, o ângulo no qual o condutor corta em 90° e 270° e que seu valor é nulo nos ângulos 0° (360°)
o fluxo aumenta. Na posição 4, o condutor se move perpen- e 180°. Quando graus são utilizados para especificar o eixo
dicularmente às linhas de fluxo. Nessa situação, o condutor horizontal de uma forma de onda, eles são chamados GRAUS
corta o máximo de fluxo por unidade de tempo. Portanto, ELÉTRICOS. Uma alternação (semiciclo) de uma onda senoidal
temos um máximo na tensão induzida (Vp), conforme ilustra contém 180 graus elétricos; um ciclo tem 360 graus elétricos.
a Figura 8-11(b), e o pico positivo da onda senoidal é pro-
A vantagem de se especificar o eixo horizontal em graus
duzido. À medida que o condutor continua seu movimento
(em vez de segundos) é que os graus elétricos são indepen-
passando pelas posições 5 e 6, menos fluxo é cortado. Isso
acontece porque a direção do movimento do condutor ten-
de novamente a ter uma componente paralela ao fluxo. No
* N. de T.: A sigla inglesa HID – High Intensity Discharge – significa Descarga
instante de tempo em que o condutor chega à posição 7 (ou de Alta Intensidade.
216
Densidade de fluxo uniforme
Polo N
Condutor rotativo
Volts
4 4
5 3 3 5
6 2 6
2
7 1
1 7 1
8 12
8
9 11 12
10
9 11
Volts
10
Tempo necessário para
uma revolução (360º)
Polo S
dentes da frequência. Um ciclo tem 360° independente- ficado em segundos (ou unidades de tempo), os valores são
mente de sua frequência. No entanto, o tempo necessário diferentes para cada frequência. Assim, podemos concluir
para um ciclo completo (isto é, o período) é totalmente de- que a utilização de graus elétricos é bastante conveniente
pendente da frequência. Quando o eixo horizontal é especi- e prática.
Na Figura 8-11, o número de graus elétricos é igual ao núme-
ro de GRAUS MECÂNICOS, isto é, o condutor gira 360 graus me-
cânicos para produzir 360 graus elétricos da onda senoidal.
Essa relação de um para um entre graus mecânicos e elétri-
cos não é geral. Na realidade, a maior parte dos geradores CA
Gerador CA
capítulo 8
217
N
6
5 7
2 6
S 4 8 S
Condutor
3 1
2
1 3 5 7 1
Sentido
de rotação
N
4 8
(a) Campo magnético de quatro pólos (b) 720 graus elétricos por revolução
Figura 8-13 Graus elétricos e mecânicos. Os graus mecânicos e elétricos de um gerador não precisam ser necessariamente iguais
(em geral, não são iguais!).
As partes elétricas essenciais de um GERADOR CA estão ilus- em torno de um núcleo de aço-silício chamado ARMADURA. O
tradas na Figura 8-14(a). No desenho, para fins didáticos, enrolamento da armadura é composto de diversas bobinas
apenas uma espira de fio (condutor) é mostrada. Em um ge- (bobinas da armadura).
rador real, temos uma bobina com muitas espiras. Essa bo- Na Figura 8-14 temos uma espira, formada pelos conduto-
bina é chamada de ENROLAMENTO. O enrolamento é enrolado res ab e cd, que se move através de um campo magnético. A
Carga
S
Espira Sentido
b
Corrente alternada e instrumentos de medição
condutora da corrente S
a
Sentido
de rotação Escova 1
c N
d
Anel coletor 1
N
218
tensão induzida na parte superior (condutor ab) da espira se Em um gerador, o enrolamento rotativo consiste de bobinas
soma à tensão induzida na parte inferir (condutor cd) da es- com várias espiras. A tensão induzida em cada espira de uma
pira. Ambas as tensões forçam a circulação de uma corrente bobina soma-se com a tensão induzida em outra espira. As-
no mesmo sentido através da carga. A Figura 8-14(b) mostra sim, a tensão de saída de um gerador depende:
os condutores superior (ab) e inferior (cd) da espira e o senti- 1. Do número de espiras nas bobinas rotativas (armadura).
do da corrente utilizando a simbologia já apresentada ante-
riormente*. Esse esboço mostra novamente que as tensões 2. Da velocidade na qual as bobinas giram.
(e correntes) induzidas nos condutores da espira girante se 3. Da densidade de fluxo do campo magnético.
reforçam mutuamente.
Observe na Figura 8-14(a) que o condutor inferior cd está
sempre em contato com o ANEL COLETOR 1. Esse anel sempre
Frequência do gerador
gira sobre a ESCOVA 1. Adicionalmente, observe que a escova A velocidade na qual as bobinas do gerador giram influencia
1 é positiva em relação à outra escova, quando a espira está a frequência bem como a tensão de saída de um gerador. A
na posição ilustrada. Ela permanece positiva até que a espira frequência da onda senoidal produzida por um gerador é de-
gire mais 90°. Depois disso, ela se torna negativa à medida terminada por (1) o número de PAR DE POLOS MAGNÉTICOS e (2)
que o condutor inferior cd começa a se mover em direção ao a velocidade de rotação das bobinas (revoluções por minuto
polo sul. A escova 1 permanece negativa nos próximos 180°, do eixo do gerador).
enquanto o condutor cd estiver sob a influência do polo sul. Um gerador de dois polos (um par de polos), como aquele
Após, ela se torna novamente positiva, enquanto o condutor ilustrado na Figura 8-14, produz um ciclo para cada revolu-
cd começa a se mover em direção ao polo norte. Assim, a po- ção. Se esse gerador está girando a 60 rotações por minuto
laridade dos terminais de um gerador CA se inverte a cada (rpm), que corresponde a 1 rotação por segundo (rps), a fre-
180 graus elétricos. quência é 1 Hz (um ciclo por segundo). Um gerador de qua-
Na Figura 8-14 o campo magnético do gerador é criado por tro polos girando a uma velocidade de 60rpm produz uma
um ímã permanente. Em muitos geradores, o campo mag- onda senoidal com frequência de 2 Hz. A seguinte fórmula
nético é criado por um eletroímã. As bobinas que criam o define a frequência de saída do gerador de acordo com sua
eletroímã são chamadas de BOBINAS DE CAMPO. As bobinas de velocidade de rotação e número de par de polos:
campo são alimentadas por uma corrente contínua de modo
que a polaridade do campo gerado é sempre a mesma. Tam-
bém, em muitos geradores de grande porte os condutores
Usando essa fórmula, a frequência é dada em hertz.
(espiras) não giram. Ao invés disso, eles são mantidos fixos
e o campo magnético é girado em torno deles. O resultado
219
superior), minimizando as perdas elétricas. Quando essas
Vantagens da corrente linhas se aproximam das cidades, os níveis de tensão são re-
alternada duzidos (utilizando-se um transformador) para alguns milha-
res de volts (geralmente 13.800 V). Utilizando esse nível de
Uma das grandes vantagens dos sistemas em corrente al-
tensão, a energia elétrica é distribuída na cidade através das
ternada é a facilidade de se elevar (ou abaixar) os níveis de
chamadas redes de distribuição.
tensão CA por meio dos transformadores*. Essa é a principal
razão pela qual a energia elétrica é transmitida (e distribuída) Outra vantagem da corrente alternada é que os motores
na forma de corrente alternada. A energia elétrica produzi- CA são menos complexos que os motores CC. A maioria dos
da nas usinas é transmitida através de linhas de transmissão motores de corrente alternada podem ser construídos sem
que operam em altas tensões (da ordem de 500.000 V ou escovas e comutadores. Isso reduz de forma significativa a
quantidade de manutenção necessária no motor CA.
220
Sobre a eletrônica
A força do vento
A força do vento pode ser utilizada como
uma fonte de eletricidade. Seu aproveita-
mento ocorre por meio da conversão da
energia cinética de translação em energia
cinética de rotação, com o emprego de tur-
binas eólicas, também denominadas aero-
geradores, para a geração de eletricidade,
ou cataventos (e moinhos), para trabalhos
mecânicos, como bombeamento d’água
(Energia eólica, Aneel – www.aneel.gov.br.).
O estudante pode consultar o site a Agência
Nacional de Energia Elétrica (www.aneel.
gov.br) para maiores informações sobre a
geração de energia eólica, o potencial eólico
brasileiro e os custos envolvidos.
221
Fase 1 Fase 2 Fase 3
8,66
6,43 V
5 V
3,42 V
Tensão (volts)
90
60 150 260
0
8,66
10 V 9,85 V
222
Linha 1
Fase 1 Fase 2
Fase 2
5V 5V
Para
Linha 2 uma
carga
Fase 3 trifásica
10 V
Fase 1 Fase 3
Linha 3
Figura 8-17 Conexão delta do gerador. As tensões de linha são iguais às tensões de fase.
Apesar das três tensões se cancelarem dentro da malha con- tensões senoidais geradas, as correntes de duas fases quais-
tínua (fechada), cada fase dispõe de uma tensão individual. quer estão defasadas de 120°.
Observe que a tensão senoidal produzida pela fase 1 do ge- Observe na Figura 8-18 que nem a polaridade da tensão nem o
rador está completamente disponível entre as linhas 1 e 3. sentido da corrente estão indicados. Isso porque em um siste-
De modo similar, a tensão senoidal da fase 2 está disponível ma CA a polaridade da tensão e o sentido da corrente se inver-
entre as linhas 1 e 2 e a tensão da fase 3 está disponível entre tem periodicamente. Nas discussões ao longo desse livro as-
as linhas 2 e 3. Assim, as três fases podem alimentar uma car- sumiremos que os valores de tensão e de corrente são valores
ga com um total de três linhas (ou três fios). eficazes ou rms, a menos que existam informações contrárias.
Observe ainda na Figura 8-17 que a tensão entre duas linhas Lembre-se dos seguintes aspectos principais sobre uma co-
quaisquer é exatamente igual à tensão da fase correspon- nexão DELTA BALANCEADA ou equilibrada:
dente. Em outras palavras, as TENSÕES DE LINHA são iguais às
correspondentes tensões de fase. Para uma conexão delta: 1. Não há corrente circulando nos enrolamentos das fases
até uma carga ser conectada.
Vlinha Vfase
2. As tensões de linha e de fase são iguais.
na carga. As correntes de linha não são iguais às correntes de um defasamento angular). Para uma conexão estrela:
fase, pois cada linha drena corrente associada a duas fases di-
ferentes. Também é importante ressaltar que, assim como as Ilinha Ifase
223
Gerador 1,732 A Carga
10 V 10 V 10 10
1A 1A 1A 1A
1,732 A 1A
10
10 V
1A
1,732 A
Figura 8-18 Correntes em um sistema trifásico conectado em delta. As correntes de linha são vezes maiores que as correntes
de fase.
No entanto, observe na Figura 8-19 que as tensões de linha O PONTO DE REFERÊNCIA para as três tensões de fase é o pon-
são vezes maiores que as tensões de fase. Para uma co- to central da estrela na Figura 8-20(a). Definido esse ponto
nexão estrela: de referência, as tensões lidas da forma de onda na Figura
8-20(b) têm significado. Em 30°, a tensão de ambas as fa-
ses 1 e 3 vale 0,5 V em relação ao ponto central da estrela.
A tensão entre duas linhas é a composição de duas tensões Nesse mesmo ângulo, a fase 2 vale 1 V negativo, também
de fase*. Como as duas tensões de fase são defasadas de 120 em relação ao ponto central da estrela. Esses valores de
graus elétricos, não podemos simplesmente adicionar os tensão e as polaridades correspondentes estão indicados
valores de pico de tais tensões (caso contrário, poderíamos no diagrama da Figura 8-20(a). Considerando essa figura,
imaginar que Vlinha 2 Vfase, o que não é verdade). Na reali- observe que as TENSÕES INSTANTÂNEAS das fases 1 e 2 estão
dade, a tensão de linha resultante corresponde à soma das em série entre as linhas 1 e 2 (imagine um fio condutor
duas tensões de fase em cada instante de tempo. conectando essas duas linhas). Essas duas tensões (fases 1
A adição de tensões de fase para obter as tensões de linha e 2) estão se somando nesse instante e podem, então, ser
é um processo um pouco complicado devido aos diferen- adicionadas. Juntas elas produzem 1,5 V entre as linhas 1 e
tes pontos de referência utilizados para as tensões de fase. 2. Considerando a Figura 8-20(b), observe que as tensões
A Figura 8-20 vai ajudá-lo a compreender melhor os pontos das fases 1 e 2 em 30° tem polaridades opostas. No en-
Corrente alternada e instrumentos de medição
de referência e a adição de tensões de fase. A Figura 8-20(b) tanto, quando conectadas em uma configuração estrela,
mostra que a fase 1 vale 0,5 V em 30° elétricos. Mas, o que as duas tensões têm seus efeitos somados. Observe ainda
“0,5 V” significa? Nada, a menos que tenhamos um ponto na Figura 8-20(a) que as fases 1 e 3 em série têm um efeito
de referência. subtrativo. As tensões instantâneas dessas fases se anulam
de modo que a tensão (instantânea) resultante entre as li-
nhas 1 e 3 é zero.
224
1A
Fase 1
10 V 10 V
1A 1A
17,32 V
Fase 3 Fase 2 10 V 10 V
10 V 10 V 1A 1A
1A 1A
1A
17,32 V 17,32 V
1A
Figura 8-19 Sistema trifásico conectado em estrela. As tensões de linha são maiores que as tensões de fase.
linha, é necessário escolher um ponto de referência. A sele- da tensão de linha entre as linhas 1 e 2. Essa forma de onda
ção desse ponto é arbitrária. Vamos escolher a linha 1 como o é ilustrada na Figura 8-21(a) juntamente com as formas de
ponto de referência. Então, podemos plotar a forma de onda onda das tensões das fases 1 e 2. A tabela na Figura 8-21(b)
Linha 1
Ponto de referência
para a tensão de linha
entre as linhas 1 e 2
Fase 1
0,5 V Ponto de referência
para tensão de fase 1,5 V 0V
individual
Fase 2
1V
Fase 3 Linha 2
0,5 V
1,5 V
0,5
Volts
0
30
1
capítulo 8
225
seria totalmente invertida. Ela começaria em 0,866 V, e não
1,732 Tensão de linha (linha 2 em 0,866 V. Nesse caso, a TENSÃO DE LINHA estaria adiantada
em relação à linha 1)
Fase 1 da fase 1 de um ângulo de 30°.
Fase 2 Em resumo, as principais características do sistema trifásico
1,0 BALANCEADO (equilibrado) conectado em estrela são:
0
fase.
3. As tensões de linha e de fase são defasadas de 30°.
1,0 Se o valor de uma das cargas resistivas na Figura 8-19 for al-
terado, todas as correntes de linha e as tensões na carga tam-
bém serão alteradas. Se uma das cargas resistivas tiver seu
valor reduzido, então todas as correntes de linha aumentam
1,732
e a tensão através da resistência reduzida diminui, enquanto
Graus elétricos (intervalos de 30º)
a tensão através das duas resistências não modificadas au-
(a) menta. Os efeitos de se aumentar o valor de uma das resis-
tências da carga são exatamente o contrário daqueles indi-
Graus Valores instantâneos (volts) cados para uma diminuição da resistência.
elétricos Fase 1 Fase 2 Linha
0 0 0,866 0,866
30 0,5 1 1,5 Sistema estrela a quatro fios
60 0,866 0,866 1,732 A Figura 8-22 ilustra um sistema ESTRELA A QUATRO FIOS (tam-
90 1 0,5 1,5
bém chamado de sistema trifásico a quatro fios ou simples-
120 0,866 0 0,866
150 0,5 0,5 0 mente sistema a quatro fios). Na figura, o símbolo do gerador
180 0 0,866 0,866 para cada fase foi substituído pelo símbolo de uma bobina. O
210 0,5 1 1,5 símbolo da bobina representa uma das fases em um gerador
240 0,866 0,866 1,732 trifásico. Essa é a maneira mais tradicional de se representar
(b) um gerador trifásico.
Figura 8-21 Adicionando as tensões de fase em um sistema O quarto fio do sistema a quatro fios vem do ponto central
estrela para obter as tensões de linha. comum (PONTO CENTRO-ESTRELA) de conexão das bobinas de
Corrente alternada e instrumentos de medição
226
Linha 1
Fase 1 127 V
127 V
Neutro 220 V
Fase 3 Fase 2
127 V 127 V 220 V
127 V
Linha 2
Terra
127 V 220 V
Linha 3
Figura 8-22 Sistema estrela a quatro fios. O sistema a quatro fios fornece 127 V fase-neutro (cargas monofásicas), 220 V fase-fase
(cargas bifásicas) e 220 V de tensão de linha para cargas trifásicas.
alteram significativamente as tensões fornecidas***. Com uma corrente monofásica, a potência requerida do ge-
rador segue as variações da corrente. Assim, a potência na
* N. de T.: A tensão entre uma linha qualquer e o neutro é também conhecida carga ligada ao gerador vai de zero até um valor máximo e
como tensão fase-neutro. volta a zero novamente em cada alternação (semiciclo da
** N. de T.: Como já mencionado anteriormente, a tensão entre linhas ou sim- onda senoidal). Com correntes trifásicas, pelo menos duas
plesmente tensão de linha é também conhecida como tensão fase-fase. Re-
fases estão fornecendo corrente (e, portanto, potência) em
pare que 127 ⬇ 220 V.
qualquer instante de tempo. Desse modo, a potência forne-
*** N. de T.: Quando se afirma que uma carga desequilibrada não altera as ten-
capítulo 8
227
A maioria dos motores CA pode dar partida apenas se o infinita e não permite o fluxo de corrente. Quando a tensão
campo magnético se comporta como se estivesse girando. no anodo é positiva em relação ao catado, o diodo tem resis-
Com sistemas CA monofásicos, esse campo magnético gi- tência praticamente nula e permite a circulação de corrente.
rante é criado por meio da utilização de circuitos auxiliares Assim, considerando uma tensão CA monofásica e o circuito
no motor. Depois que o motor partir, esse circuito auxiliar é retificador de MEIA ONDA ilustrado na Figura 8-23(b), a corrente
desconectado por uma chave operada mecanicamente. Em flui somente no sentido indicado nessa figura. Observe que
um motor trifásico, o campo girante é criado como resultan- apenas um semiciclo da tensão de entrada (o semiciclo posi-
do da combinação dos campos magnéticos pulsantes defa- tivo) produz um pulso de saída.
sados gerados pelas correntes trifásicas CA que circulam nos A Figura 8-24 compara as formas de onda de saída de um
enrolamentos das fases. Nenhuma chave interna (ou me- retificador trifásico de meia onda e de um retificador mono-
canismo para operá-la) é necessária com o motor trifásico. fásico de meia onda. As formas de onda de saída estão sobre-
Também é importante ressaltar que, de maneira similar ao postas às formas de onda de entrada. Observe que no caso
descrito no parágrafo anterior para os geradores, os motores do retificador monofásico uma tensão CC pulsante é produzi-
trifásicos fornecem um conjugado no eixo mais uniforme, da. Já no retificador trifásico uma tensão CC flutuante é pro-
pois pelo menos duas fases estão sempre produzindo cam- duzida e esta se reduz para apenas 50% do seu valor de pico.
pos magnéticos.
Uma tensão CA também pode ser retificada utilizando um
Tensões/correntes alternadas podem ser convertidas para circuito chamado retificador de onda completa de modo a se
tensões/correntes contínuas por um processo conhecido obter uma saída CC mais suave. A Figura 8-25 compara as
como RETIFICAÇÃO. O diodo retificador de silício, ilustrado na formas de onda de saída de retificadores monofásico e tri-
Figura 8-23(a) é um dispositivo bastante popular utilizado fásico de onda completa. Observe que a saída do retificador
para retificar tensões CA. Um diodo retificador permite o trifásico nunca se reduz abaixo de 0,866 do seu valor de pico.
fluxo de corrente apenas em um sentido. Considerando um Também, pela Figura 8-25 fica claro que o sistema trifásico
diodo ideal, quando a tensão no anodo é negativa em rela- produz uma saída CC com muito menos flutuação que o mo-
ção ao catado, o diodo apresenta resistência praticamente nofásico*.
Símbolo Dispositivo
(a) Diodo retificador de silício
Corrente alternada e instrumentos de medição
0 0
Tensão de entrada Circuito Tensão de saída
(b) Entrada e saída de um circuito retificador monofásico de meia onda
Figura 8-23 Um circuito retificador monofásico de meia onda produz um pulso de saída CC para cada ciclo da entrada CA.
228
100,0
50,0
Tensão (V)
0
50,0
100,0
0 10,0 m 20,0 m 30,0 m 40,0 m 50,0 m
Tempo (s)
(a)
100,0
50,0
Tensão (V)
50,0
100,0
0 10,0 m 20,0 m 30,0 m 40,0 m 50,0 m
Tempo (s)
(b)
Figura 8-24 Comparação das saídas de retificadores monofásico e trifásico de meia onda. (a) Forma de onda de saída do retifica-
dor trifásico (vermelho) para três ciclos de uma entrada trifásica com 200 Vpp. (b) Forma de onda de saída do retificador monofásico
(vermelho) para três ciclos de uma entrada monofásica com 200 Vpp.
te de linha.
46. Que tipo de saída CC um retificador monofásico de meia onda
39. Na conexão ___________, a corrente de linha é ___________ fornece?
vezes maior que a corrente de fase.
229
100,0
50,0
Tensão (V)
0
50,0
100,0
0 10,0 m 20,0 m 30,0 m 40,0 m 50,0 m
Tempo (s)
(a)
100,0
50,0
Tensão (V)
50,0
100,0
0 10,0 m 20,0 m 30,0 m 40,0 m 50,0 m
Tempo (s)
(b)
Figura 8-25 Comparação das saídas de retificadores monofásico e trifásico de onda completa. (a) Forma de onda de saída do
retificador trifásico com uma entrada trifásica de 200Vpp. (b) Forma de onda de saída do retificador monofásico com uma entrada
monofásica de 200 Vpp.
Corrente alternada e instrumentos de medição
230
Respostas
1. F 19. F 30. Número de espiras nas 36. três
2. F 20. V bobinas da armadu- 37. delta
3. V 21. F ra, intensidade dos 38. estrela
4. F 22. 1440 polos (ou seja, do fluxo 39. delta,
5. forma de onda 23. armadura magnético resultante) 40. estrela, comum ou
6. onda quadrada, onda 24. anéis coletores e velocidade na qual a centro-estrela
senoidal, onda dente de 25. 50 Hz armadura gira 41. estrela,
serra 26. O fluxo cortado por 31. Número de polos mag- 42. neutro
7. hertz, Hz unidade de tempo. néticos e rotações por 43. Quando as cargas
8. hertz 27. 6000 rpm minuto da armadura ligadas em cada fase
9. ciclo 28. A polaridade do campo 32. As tensões alternadas não são iguais (ou seja,
10. alternação, semiciclo magnético e o sentido são mais fáceis de serem no caso de uma carga
11. frequência de movimento do con- elevadas e abaixadas e trifásica desequilibrada).
12. rms dutor. os motores CA apresen- 44. 127 – fase-neutro (cargas
13. f 29. Campo magnético tam menores complexi- monofásicas); 220 V – fa-
14. 2,5 ms; 25,2 Vmed; 79,2 Vpp uniforme, velocidade dades de construção e se-fase (cargas bifásicas);
15. 9,42 A(pico) constante de rotação do manutenção. 220 V – tensão de linha
16. 5,656 A condutor e rotação em 33. 120 (cargas trifásicas).
17. 100 Hz um círculo perfeito. 34. 49 V 450 ~380 V
18. V 35. delta, estrela 46. Pulsante.
231
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capítulo 9
Potência em circuitos CA
A forma mais comum de potência elétrica é aquela produzida por correntes e tensões
alternadas. Em muitos circuitos CA, as ondas de corrente e tensão não sobem e caem juntas
(ou seja, no mesmo passo). Na realidade, em muitos circuitos, a corrente e a tensão estão
defasadas. Desse modo, antes de determinar a potência em circuitos CA, precisamos
aprender algumas novas técnicas de análise de circuitos.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Entender relações de fase em circuitos CA.
Usar diagramas fasoriais para representar correntes e tensões de um circuito CA.
Aplicar relações de um triângulo retângulo para determinar os ângulos de fase de
circuitos elétricos.
Usar funções trigonométricas para determinar as correntes/tensões resistivas e
reativas.
Entender a relação entre potência ativa e potência aparente.
Explicar a importância do fator de potência de um sistema elétrico de distribuição.
e tensão variam com o tempo. Em qualquer instante de tem-
Potência em circuitos resistivos po, a potência é igual à corrente naquele instante multipli-
CA cada pela tensão naquele instante. Como ilustrado na Figura
9-1(b), o produto da corrente e da tensão instantâneas é a
Quando uma carga ligada a uma fonte CA contém apenas
potência instantânea. O gráfico de todos os valores de po-
resistência, a corrente e a tensão estão EM FASE. Em fase sig-
tência instantânea produz uma forma de onda de potência.
nifica que as duas formas de onda (de corrente e de tensão)
Observe que a forma de onda de potência é sempre positiva
alcançam o pico positivo, o zero e o pico negativo no mesmo
para circuitos com tensão e corrente em fase. Isso acontece,
instante de tempo. A corrente na Figura 9-1 está em fase com
pois, como a corrente e a tensão estão em fase, no semiciclo
a tensão. A CARGA RESISTIVA na Figura 9-1(a) pode representar
negativo a potência positiva é resultado do produto de uma
um aquecedor elétrico, um ferro de passar roupa ou um for-
corrente negativa por uma tensão também negativa. Fisica-
no. Assim como em circuitos CC, a potência é o produto da
mente isso significa que a carga resistiva está convertendo
corrente pela tensão. Em circuitos CA, os valores de corrente
energia elétrica em energia térmica (calor) durante todo o
ciclo. Para circuitos em fase, isto é, circuitos resistivos, pode-
mos escrever:
Carga
3,1 V I 1,2 A onde I e V são os valores rms de corrente e tensão, respecti-
resistiva
vamente.
Suponha que um técnico efetue a medição da tensão CA se-
noidal através de um resistor de modo que ele possa deter-
(a) Circuito resistivo CA
minar a potência dissipada. Se o técnico medir a tensão com
um VOM ou DMM* e usar o valor indicado na fórmula ,
Potência
a potência calculada estará correta, pois qualquer um desses
medidores indica o valor rms da grandeza medida. Entretan-
to, se a tensão é medida com um osciloscópio (detalhado no
Apêndice I), que exibe valores de pico a pico da tensão, e o
técnico se esquecer de converter Vpp para Vrms, a potência cal-
culada será maior por um fator de 2,8 2,8 7,84.
Corrente alternada e instrumentos de medição
270 360
0
90 180 Sobre a eletrônica
Corrente
Flashes luminosos
Tensão Os flashes luminosos muito acima das nuvens de tempestade são
causados por moléculas de nitrogênio tornando-se agitadas pela
colisão com elétrons. Durante o processo, uma descarga elétrica
envia pulsos de energia para cima e causa pequenas alterações
no campo elétrico da atmosfera.
(b) Formas de onda de corrente, tensão e potência
* N. de T.: Veja o Capítulo 3 do Volume 1 do livro Fundamentos de Eletricidade
Figura 9-1 Potência em um circuito resistivo CA. para medidas elétricas.
234
sa uma defasagem de 90° entre a corrente e a tensão, isto é, ela
EXEMPLO 91
causa um deslocamento de fase entre essas duas grandezas. A
Qual é o valor da potência absorvida pela carga resistiva na reatância de um capacitor, que é chamada REATÂNCIA CAPACITIVA,
Figura 9-1(a)? adianta a corrente em relação à tensão. Na Figura 9-2(a) a ten-
são é nula no instante de tempo zero. Porém, nesse instante, a
Dados: V 3,1 V corrente já alcançou seu valor máximo. Desse modo, podemos
I 1,2 A
dizer que a corrente está adiantada de 90° da tensão.
Encontrar: P
Os indutores possuem uma REATÂNCIA INDUTIVA associada. O
Conhecido: P VI
efeito da reatância indutiva é atrasar a corrente de 90° da
Solução: P 1,2 A 3,1 V 3,72 W
tensão. Na Figura 9-2(b), a tensão já alcançou seu pico positi-
Resposta: A potência absorvida é 3,72 W. vo, quando a corrente está apenas cruzando o eixo horizon-
tal e começando a assumir valores positivos.
Cargas contendo apenas capacitâncias ou apenas indutân-
EXEMPLO 92
cias geram um defasamento entre a corrente e a tensão
Um resistor de 400 é ligado a uma fonte CA de 100 V . exatamente igual a 90°. Por outro lado, uma carga contendo
Qual é a potência absorvida? uma combinação de resistência e reatância gera um defa-
samento inferior a 90°, como ilustrado nas Figuras 9-2(c) e
Dados: V 100 V
9-2(d). O valor exato do defasamento é determinado pelas
R 400
quantidades relativas de resistência e reatância (quanto mais
Encontrar: P
resistência, mais próximo de zero é o ângulo).
Conhecido: P V2/R
Solução:
Corrente Tensão
Tensão
Corrente
Resposta: A potência absorvida é 25 W.
Potência em circuitos CA
corrente e tensão defasadas Corrente Tensão
Um circuito CA pode conter uma carga que não é puramente Tensão
resistiva. A carga pode conter também uma reatância. RE- Corrente
ATÂNCIA é o nome dado à oposição à circulação de corrente
causada por capacitores e indutores em circuitos CA senoi-
dais. Como e porque os capacitores e indutores fornecem
essa reatância será discutido nos capítulo seguintes deste
livro. Nesta seção, vamos estudar apenas o efeito da reatân-
cia (e, então, dos capacitores e indutores) na potência em
capítulo 9
circuitos CA.
(c) Capacitância e (d ) Indutância e
Apesar da reatância também se opor a circulação de corrente resistência resistência
em circuitos CA, ela é diferente da resistência. A reatância cau- Figura 9-2 Defasamento entre V e I em circuitos CA.
235
Um bom exemplo de carga combinada (resistência rea- que, quanto maior é o deslocamento de fase entre corrente e
tância) é um motor elétrico. Os enrolamentos do motor con- tensão, menor é a potência ativa absorvida da fonte. Para um
têm tanto indutância como resistência. Quando um pequeno deslocamento de fase de 90° (circuito puramente capacitivo
motor CA não tem carga ligada em seu eixo (motor a vazio), ou puramente indutivo), nenhuma potência total ou líquida
o defasamento é de cerca de 70°. Quando o motor está fun- (portanto, nenhuma energia) é absorvida da fonte.
cionando com carga, ele se comporta mais como uma resis- Uma vez que reatâncias capacitivas e/ou indutivas geram um
tência e o deslocamento de fase se reduz para aproximada- defasamento de 90° entre tensão e corrente, podemos con-
mente 30°. Obviamente, em um circuito puramente resistivo, cluir que as reatâncias não absorvem potência ativa da fonte.
o deslocamento de fase entre tensão e corrente é 0°. Somente as resistências consomem potência ativa. Portanto,
Para circuitos nos quais ocorre DESLOCAMENTO DE FASE, o cál- em circuitos com cargas combinadas podemos tirar algu-
culo da potência não é mais uma simples tarefa de multipli- mas conclusões interessantes (veja a Figura 9-4). Primeiro, a
car corrente e tensão. Na Figura 9-3, são apresentados três parte resistiva da carga é aquela que absorve potência ativa.
exemplos de deslocamento de fase e a potência resultante. Além disso, na parte resistiva, a corrente e a tensão estão em
Observe que em alguns casos a corrente e a tensão têm sinais fase e a potência é simplesmente P VI. Segundo, a reatân-
opostos. Isso gera uma potência negativa na parte do ciclo cia (ou parte “reativa” da carga) não absorve potência ativa.
em que isso acontece. Mas o que significa essa potência ne- Na reatância a corrente e a tensão estão defasadas de 90°
gativa? Significa que a carga não está absorvendo potência completos. Terceiro, o defasamento angular entre a tensão
da fonte durante esse intervalo de tempo (no qual a potência total e a corrente total é determinado pelas quantidades re-
é negativa). Ao contrário, a carga está retornando potência lativas de resistência e reatância.
para a fonte nessa parte do ciclo. Assim, a potência real ou Precisamos de uma maneira para determinar qual parte da
ativa usada pela carga é a diferença entre a potência posi- corrente e da tensão totais estão associadas com a resistên-
tiva e a potência negativa. Observe também na Figura 9-3 cia da carga. Assim, podemos determinar a potência real
Potência Potência
Corrente
Tensão Tensão
(vermelho)
(verde)
30 Corrente
Corrente alternada e instrumentos de medição
Potência Potência
Corrente
Tensão Corrente Tensão
60 90
236
Tensão e corrente na
parte resistiva da carga
Parte resistiva
da carga
(P IV )
Parte reativa
da carga
(nenhuma potência ativa)
ou ativa absorvida por qualquer combinação de carga com associada à parte reativa da carga. Faremos isso utilizando
qualquer deslocamento de fase. Portanto, vamos agora apre- o conceito de fasores e algumas relações do triângulo retân-
sentar uma maneira de dividir a corrente e a tensão em duas gulo.
parcelas: uma associada à parte resistiva da carga e outra
Potência em circuitos CA
Fasores anterior de fasores, você pode ver que fasores e vetores são
bastante similares. Em eletricidade e eletrônica, o termo fa-
Desenhar formas de onda senoidais para mostrar a amplitu- sor é usado para enfatizar o fato de que a posição da linha
de e a defasagem entre duas grandezas elétricas é um pro- muda com o tempo à medida que a onda (de corrente ou de
cesso lento e tedioso. Uma maneira muito mais simples de tensão) percorre um ciclo de 0 a 360°. O fasor na Figura 9-5
mostrar a amplitude e a fase de uma determinada grandeza representa uma corrente com amplitude de 10 A e ângulo
é a utilização de fasores. de 60°. Por convenção, a referência de 0° elétricos está loca-
Um FASOR é uma linha cujo SENTIDO define o ângulo de fase lizada no semieixo horizontal à direita. A Figura 9-6 mostra
capítulo 9
em graus elétricos e cujo comprimento define a AMPLITUDE os fasores associados a duas tensões, que estão defasadas
da grandeza elétrica. Provavelmente, você já estudou VETO- de 45°. Nessa figura, os dois fasores devem usar a mesma
RES nas aulas de física e de matemática. A partir da definição escala uma vez que ambos representam tensão. Por conve-
237
90 tido anti-horário, o fasor V2 na Figura 9-6 está atrasado do
I 10 A fasor V1, que é o fasor de referência. Como V2 está defasado
de 45° de V1, podemos concluir da Figura 9-6 que V2 está
atrasado em relação a V1 de 45°.
Um FASOR DE TENSÃO e um FASOR DE CORRENTE estão ilustrados
10 unidades
na Figura 9-7. Dado que corrente e tensão são duas grande-
60 zas diferentes, esses dois fasores podem usar escalas diferen-
180 0
tes para suas amplitudes. O diagrama fasorial mostra que a
corrente está adiantada da tensão de 45°. A potência resul-
tante para essa corrente e essa tensão pode ser determinada
decompondo-se o fasor de corrente em dois fasores menores
(similar quando decompomos um vetor em suas duas com-
ponentes x e y). Um desses fasores menores representa a cor-
rente na parte resistiva da carga. Esse fasor está em fase com
270
o fasor de tensão. O outro fasor menor representa a corrente
Figura 9-5 Representação do fasor associado a uma onda na parte reativa da carga. Nesse caso, o fasor está 90° defa-
senoidal. sado da tensão. Os dois fasores menores (componentes da
corrente) são separados por 90°.
niência, um fasor de um grupo é tipicamente desenhado A ideia de decompor um fasor em dois fasores menores é
sobre a linha de 0° (semieixo horizontal à direita). Esse fasor ilustrada na Figura 9-8. Nessa figura, estamos usando veto-
torna-se, então, a referência à qual os outros fasores estão res, pois a posição e a amplitude não variam com o tempo.
Um vetor de 500 newtons (N) representa a força exercida
relacionados.
sobre uma mola no sentido nordeste. No primeiro caso [Fi-
Lembre-se de que os fasores estão se movendo com o tem- gura 9-8(a)], a força é produzida por uma pessoa puxando
po. Por convenção, presume-se que os fasores giram no a mola no sentido nordeste com uma força de 500 N. No
sentido anti-horário. Quando mostramos V1 na linha de 0°, segundo caso [Figura 9-8(b)], uma pessoa puxa para o norte
significa que paramos seu movimento nesse instante. Obvia- com 300 N de força e outra pessoa puxa para o leste com
mente, o movimento de V2 também é parado nesse mesmo 400 N. O resultado líquido é uma força de 500 N apontando
instante de tempo. Assim, a relação de fase entre V1 e V2 não para o nordeste. O efeito sobre a mola é o mesmo em am-
é alterada. Uma vez que o movimento de fasores é no sen- bos os casos.
Corrente alternada e instrumentos de medição
90 90
I 5A
nt s
rre e
e
co dad
de uni
5
4 unidades
45
180 0 180 0
45 V1 4 V V 10 V
2 unidades
V2 2 V 10 unidades de tensão
270 270
Figura 9-6 Tensões defasadas. A amplitude e o deslocamento Figura 9-7 Relação de fase entre corrente e tensão representa-
de fase podem ser mostrados utilizando fasores. da por meio de fasores. I está adiantada de V de 45°.
238
500N de força no 90
sentido nordeste
Norte
Linha 2 IT 5 A
IX
Linha 1
36,9
180 0
IR V
Leste 4A
Mola
Ponto fixo
(a) Vetor de força original
270
Norte 500 N
força resultante Figura 9-9 Análise gráfica de um fasor.
300 N de força
239
9-9 corresponde à parcela resistiva da corrente, que está em calcular a potência, quando uma corrente total de 5 A está
fase com a tensão. É essa a parcela da corrente usada para adiantada de 36,9° da tensão.
al
tot
te Corrente
rren reativa us
a
Co ten Cateto
o
Hip oposto
36,9 90
Corrente resistiva 90
Cateto adjacente
Figura 9-10 Triângulo retângulo formado por fasores de
corrente. Figura 9-11 Terminologia do triângulo retângulo.
240
diferenças possíveis entre triângulos retângulos com o mes- sultado da divisão do cateto oposto pelo cateto adjacente
mo ângulo são as dimensões de seus lados. Isso é ilustra- é uma constante para todos os triângulos retângulos que
do na Figura 9-12. Os triângulos ABG, ACF e ADE têm todos o têm o mesmo ângulo. Essa mesma afirmação pode ser feita
mesmo ângulo . Somente as dimensões de seus lados são para qualquer outra combinação de dois lados de um tri-
diferentes. ângulo retângulo (lembre-se de que a hipotenusa também
é um lado).
Para aqueles interessados em informações sobre As razões dos lados de um triângulo retângulo são chamadas
www radioamadorismo pesquise o termo na internet. Existem FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS. Três das mais comuns usadas em
atualmente diversos portais brasileiros dedicados ao eletricidade estão apresentadas na Figura 9-12. A razão entre
tema. o CATETO OPOSTO e o CATETO ADJACENTE é chamada TANGENTE do
ângulo , sendo abreviada por tg . A razão entre o cateto ad-
Observe na Figura 9-12 que os catetos e a hipotenusa cres- jacente e a hipotenusa é chamada COSSENO de , sendo abre-
cem proporcionalmente. Isto é, quando o comprimento da viada por cos . A razão entre o cateto oposto e a HIPOTENUSA é
hipotenusa é dobrado, os catetos adjacente e oposto tam- chamada SENO de , sendo abreviada por sen .
bém devem ser dobrados. Por exemplo, todos os lados do tri- Para cada valor possível de ângulo há um valor específico
ângulo ACF são duas vezes maiores que os lados correspon- para as funções seno, cosseno e tangente. Uma tabela do va-
dentes do triângulo ABG. Por sua vez, os lados do triângulo lor das funções trigonométricas para ângulos inteiros entre
ADE são quatro vezes maiores que os lados correspondentes 0 e 90° é fornecida no Apêndice G. Usando essa tabela (ou
do triângulo ABG. uma calculadora científica) e as fórmulas na Figura 9-12, po-
Uma vez que os lados de um triângulo retângulo crescem demos resolver facilmente problemas envolvendo triângulos
proporcionalmente, a razão entre os comprimentos de dois retângulos. Por exemplo, se conhecemos o ângulo e o com-
lados quaisquer permanece constante. Por exemplo, na Fi- primento da hipotenusa, podemos obter os comprimentos
gura 9-12, o lado BG dividido pelo lado AG é exatamente dos dois catetos.
igual ao resultado da divisão do lado CF pelo lado AF. O re-
EXEMPLO 93
D
Qual é o comprimento do cateto adjacente de um triângulo
retângulo se a hipotenusa tem 7 cm e o ângulo é 40°?
sa Hipotenusa 7 cm
nu Dados:
i p ote 40°
H C
Cateto Encontrar: Cateto adjacente
oposto
B Conhecido:
Potência em circuitos CA
Solução: A partir da fórmula do cosseno, temos:
cateto adjacente hipotenusa cos
A
G F E
Com uma calculadora científica ou uma tabela
Cateto adjacente
de funções trigonométricas (Apêndice G)
podemos determinar o valor de cos 40°:
tg cateto oposto BG CF DE
cateto adjacente AG AF AE cos 40° 0,766
sen cateto oposto BG CF DE Então,
hipotenusa AB AC AD
cateto adjacente 7 cm 0,766
cos cateto adjacente AG AF AE 5,362 cm
capítulo 9
hipotenusa AB AC AD
Resposta: O cateto adjacente tem 5,362 cm de compri-
Figura 9-12 Funções trigonométricas de um triângulo retân- mento.
gulo.
241
Em um circuito elétrico a hipotenusa pode representar a cor- Essa é a fórmula geral para cálculo da potência. Essa é a fór-
rente total e o cateto adjacente a parcela resistiva da corrente mula correta para todos os tipos de circuitos (circuitos pura-
(Figura 9-10). Nesse caso, mente resistivos e circuitos com defasamento entre corrente
e tensão). No caso particular de circuitos puramente resisti-
vos temos que 0° e, portanto, cos 1. Nesse caso, a
Vamos agora utilizar as funções de um triângulo retângulo fórmula anterior se reduz para a forma mais simples, ou seja,
para resolver um problema de eletricidade. P VI.
EXEMPLO 95
EXEMPLO 94
Um motor ligado em 220 V drena uma corrente de 12 A. A
A corrente em um circuito está adianta da tensão de 25°. A
corrente está atrasada da tensão de 35°. Qual é a potência
corrente total vale 8,4 A. Qual é o valor da corrente resistiva?
de entrada do motor?
Dados: 25°
Dados: V 220 V
IT 8,4 A
I 12 A
Encontrar: Corrente resistiva 35°
Conhecido: Encontrar: P
Conhecido: P VI cos
Solução: A partir da fórmula do cosseno, temos:
Solução: Do Apêndice G:
IR IT cos
cos 35° 0,819
Determinando o cosseno:
Então,
cos 25° 0,906
P VI cos
Então,
12 A 220 V 0,819
IR 8,4 A 0,906 2162 W
7,610 A
Resposta: A potência de entrada do motor é 2162 W.
Resposta: A corrente resistiva vale 7,61 A.
242
Tensão total (VT) vesse atrasada da corrente de 73° (pois a parcela de tensão
resistiva seria a mesma, considerando a corrente na refe-
rência 0°).
Tensão
reativa
Teste seus conhecimentos
I 17. Desenhe um triângulo retângulo que represente os vetores
Tensão resistiva
força mostrados na Figura 9-8.
(a) Diagrama fasorial
18. Desenhe um triângulo retângulo que tem 30°. Indique os
três lados e a medida em graus de cada ângulo.
Potência em circuitos CA
A potência que calculamos até agora é a POTÊNCIA ATIVA de
Encontrar: P
circuitos CA. Isto é, nós determinamos a potência real absor-
Conhecido: P VI cos vida pelo circuito. Isso foi feito levando-se em consideração o
Solução: cos 73° 0,292 defasamento entre a corrente total e a tensão total. Nós tam-
P 4 A 80 V 0,292 bém podemos determinar a potência ativa em um circuito
93,4 W
medindo-a com um WATTÍMETRO. Um wattímetro é construído
Resposta: A potência absorvida pelo circuito é 93,4 W. de modo que ele leva em conta qualquer diferença de fase
entre a corrente e a tensão do circuito.
No exemplo anterior a tensão está adiantada da corrente Conhecer a potência aparente em um circuito é, às vezes, tão
de 73°. Porém, a potência seria a mesma se a tensão esti- importante quanto conhecer a potência ativa. A potência
capítulo 9
243
mente. O módulo da POTÊNCIA APARENTE é determinado pelo Note que a única diferença entre as duas fórmulas é que
produto da tensão e da corrente, independentemente do ân- aquela para potência ativa inclui o termo cos . Combinando
gulo de fase*. Em um circuito contendo resistência e reatân- essas duas fórmulas temos:
cia, a potência aparente é sempre maior que a potência ativa.
O módulo da potência aparente é calculado pela fórmula:
S VI Essa relação torna mais fácil a determinação dos cos e,
assim, o defasamento entre a corrente e a tensão. Tudo o
A unidade básica da potência aparente é o VOLTAMPÈRE (VA)
que precisamos conhecer é a corrente, a tensão e a potência
para indicar que ela não é potência real ou ativa, cuja unida-
ativa. Todas essas três grandezas são facilmente medidas,
de é watts.
como mostrado na Figura 9-14. Com os valores medidos de
tensão e corrente, podemos calcular a potência aparente.
Então, com a potência ativa medida e a potência aparen-
LEMBRE-SE te calculada, podemos determinar o valor de cos . Depois
...um watt de potência ativa significa que energia elétrica é de determinado o valor de cos , podemos usar uma cal-
convertida em outra forma de energia em uma taxa de 1J/s. culadora, ou uma tabela de funções trigonométricas, para
calcular .
Solução: S 4 A 80 V 320 VA
Resposta: A potência aparente do circuito é 320 VA.
Usando uma calculadora ou a tabela do
Apêndice G, determinamos que o ângulo cujo
Observe atentamente as fórmulas para potência aparente e co-seno é 0,616 é 52°.
potência ativa: Resposta: A corrente e a tensão estão defasadas de 52°
( 52°).
244
Wattímetro Amperímetro
W A
Combinação
Voltímetro V Carga de resistência
Fonte de e reatância
potência CA
Figura 9-14 Medindo a potência ativa, a corrente e a tensão no circuito. A potência aparente é determinada pelo produto da
corrente pela tensão medidas. A potência ativa é indicada diretamente pelo wattímetro.
I resistiva I reativa IT 6 A
V 220 V
52
52
V 220 V
I reativa IT 6 A I resistiva
Potência em circuitos CA
30. A potência ___________ nunca é maior que a potência no circuito.
___________.
35. Falso ou verdadeiro? Um voltampère converte um joule por
31. A potência ativa, a corrente e a tensão medidas em um circuito segundo.
são 470 W; 3,6 A e 240 V, respectivamente. Determine , cos e S.
Fator de potência
A razão entre a potência ativa e a potência aparente em um O fator de potência é, portanto, uma maneira de indicar a
circuito é conhecida como FATOR DE POTÊNCIA (FP). Como essa porção da corrente e da tensão total que está associada à
capítulo 9
razão também fornece o valor do cosseno de , o fator de utilização de potência real ou ativa. Quando a corrente e a
potência é apenas outra maneira de especificar o cos . Ma- tensão estão em fase ( 0°), o fator de potência é 1; isto é,
tematicamente podemos escrever: a potência ativa é igual à potência aparente. Quando a cor-
245
rente e a tensão estão defasadas de 90°, o fator de potência
é 0; isto é, a potência ativa é nula. Assim, o fator de potência
de um circuito pode ser qualquer valor entre 0 e 1. Às vezes,
o fator de potência é especificado como uma porcentagem. A fábrica B consome a mesma potência ativa que a fábrica A
Nesses casos, o fator de potência pode variar de 0 a 100%. e, então, paga pela mesma quantidade de energia*. A fábrica
B, no entanto, requer a seguinte potência aparente:
EXEMPLO 99
246
Sistema de distribuição carga em cada fase. Quando a carga é puramente resistiva,
da concessionária de tudo o que precisamos para calcular a potência são as ten-
energia elétrica sões e correntes em cada fase. Quando as cargas por fase
são uma combinação de resistências e reatâncias, o ângulo
Linha de 4,16 kV Linha de 4,16 kV
também deve ser conhecido para cada fase ou a potência
(comprimento (comprimento
de 1 km) de 1 km) deve ser determinada com um wattímetro. Quando temos
uma carga balanceada, precisamos determinar a potência
para apenas uma das fases. A potência total é simplesmente
Fábrica B
três vezes a potência de uma fase individual.
Fábrica A
Carga: 601A Carga: 375 A
FP 0,6 FP 0,96
P 1,5 106 W P 1,5 106 W
Potência em circuitos CA
42. Qual das fábricas da Questão 41 está utilizando de modo mais Conhecido: Vlinha Vfase
eficiente os equipamentos e condutores de distribuição de
energia elétrica? Ilinha Ifase
43. Como o FP pode ser melhorado (aumentado) em uma indús- cos 1
tria que utiliza principalmente motores elétricos em suas ins-
talações?
PT 3 Pfase
Solução:
247
EXEMPLO 911 Solução:
Determine a tensão de fase de uma carga resistiva trifásica, A partir da “última fórmula conhecida” obte-
equilibrada, ligada em estrela, que drena 4 A de corrente de mos Vlinha:
linha e dissipa uma potência total de 3 kW.
Dados: PT 3 kW
Ilinha 4 A
Carga resistiva equilibrada
Conexão em estrela Finalmente, pela relação entre Vlinha e Vfase
Encontrar: Vfase temos:
Conhecido: Vlinha Vfase
Ilinha Ifase
PT 3 Pfase Resposta: A tensão de fase é 250 V.
cos 1
S VI
Respostas
1. reatância 11. V
2. resistência 12. F
3. reatância, resistência 13.
4. atrasada
5. indutiva
6. reatância 0
7. resistiva 280
8. 0,25 W
9. 2,5 W
10 V
10. V
248
14. 8A 21. oposto
22. cateto oposto
23. cosseno
45 24. 69 V
0 25. 1,7 A
26. 444,5 W
27. 2490 W
28. aparente
15. 10 V 29. potência aparente
30. ativa, aparente
5 31. 57°
cos 0,544
6A
S 864 VA
32. S 1018,2 VA
cos 0,766
IT 4,24 A
16. I 10 A 33. F
34. V
35. F
60 36. cos
37. cos ou FP
38. 1 ou 100%
Corrente
resistiva 39. 0,342 ou 34,2%
40. 81,9%
41. Fábrica X
17. 42. Fábrica Y
N 43. Inserindo um capacitor ou um banco de capacitores em
500
300 N
30 90
47. PT Pfase1 Pfase2 Pfase3
Hip
ote 48. Porque em uma conexão delta, Ilinha é vezes maior que
nu 60
sa Ifase e em uma conexão estrela Vlinha é vezes maior que
Potência em circuitos CA
Vfase.
19. (theta)
49.
20. adjacente
249
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capítulo 10
Capacitância
Os capacitores, dispositivos que possuem capacitância, são quase tão comuns quanto os
resistores em circuitos elétricos e eletrônicos. Eles são usados em motores elétricos, sistemas
de ignição de automóveis, flashes eletrônicos de máquinas fotográficas e na partida de
lâmpadas fluorescentes, apenas para citar algumas poucas aplicações.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Explicar a construção de capacitores e o propósito de cada parte.
Entender como os capacitores se comportam em circuitos CA e CC.
Entender porque os capacitores provocam um atraso de 90° da tensão em relação à
corrente.
Determinar os valores de reatância, tensão e corrente em circuitos capacitivos.
Escrever as especificações necessárias para comprar um capacitor.
Verificar defeitos em capacitores: capacitor aberto ou capacitor curto-circuitado.
Determinar o tempo necessário para carregar um capacitor em um circuito
resistor-capacitor (circuito RC).
Explicar a relação entre a capacitância e a queda de tensão em um circuito série de
capacitores.
Terminologia
A capacidade de armazenar energia na forma de cargas elé-
tricas é chamada CAPACITÂNCIA. O símbolo utilizado para re-
Bateria Capacitor
presentar capacitância é C. Um dispositivo projetado para
possuir um dado valor de capacitância é chamado capacitor.
Em sua forma mais simples, um capacitor é nada mais que
dois condutores separados por um isolante. A Figura 10-1
ilustra um capacitor consistindo de duas placas de alumínio Figura 10-2 Capacitor sendo carregado. A corrente cessa
(um condutor) separadas por um pedaço de poliéster (um quando o capacitor está completamente carregado.
isolante). Nos capacitores, os condutores são chamados PLA-
CAS e o isolante é chamado DIELÉTRICO.
as placas de uma pilha. Observe ainda que no processo de
carregamento do capacitor não há movimento de elétrons
de uma placa para outra através do dielétrico. Também é
Ação básica do capacitor importante notar que o movimento de cargas ilustrado na
Figura 10-2 corresponde à circulação de elétrons. Isso foi fei-
Um capacitor armazena energia quando cargas elétricas são
to apenas para facilitar a compreensão dos processos físicos
transferidas para suas placas pela ação de outra fonte de
envolvidos no carregamento do capacitor. A corrente con-
energia, por exemplo, uma bateria. Quando um capacitor é
vencional tem o sentido oposto ao indicado na Figura 10-2.
conectado a uma bateria, uma corrente flui pelo circuito até
o capacitor ficar carregado (Figura 10-2). Elétrons do termi- Devido às tensões opostas (tensão do capacitor e da bateria),
nal negativo da bateria movem-se através do fio de conexão a corrente cessa quando o capacitor está totalmente carre-
e se acumulam em uma das placas. Nesse mesmo instante, gado. As cargas opostas sobre as placas do capacitor criam
elétrons da outra placa condutora se movem pelo fio até o uma nova fonte de energia. A energia armazenada no ca-
terminal positivo da bateria. O resultado é que uma placa do pacitor produz uma tensão igual àquela da bateria (a fonte
capacitor termina com um excesso de elétrons (carga negati- original de energia). Dado que a tensão do capacitor é igual
va) e a outra placa termina com uma deficiência de elétrons e de polaridade oposta à tensão da bateria, existe um estado
(carga positiva). Essas cargas sobre as placas do capacitor re- de equilíbrio. Nessa situação, não há circulação de corrente
presentam uma fonte de tensão, assim como as cargas sobre em nenhum sentido.
Um CAPACITOR CARREGADO pode ser desconectado da fonte ori-
ginal de energia (a bateria) e usado como uma nova fonte
de energia. Se um voltímetro é conectado ao capacitor, ele
Corrente alternada e instrumentos de medição
Terminal de conexão
indicará uma tensão. Se um resistor é conectado ao capacitor
Condutor (placa) (Figura 10-3), uma corrente irá circular através do resistor. No
Isolante
(dielétrico)
Condutor (placa)
Capacitor Resistor
Terminal de conexão
Figura 10-1 Capacitor simples. As placas (condutoras) de um Figura 10-3 Um capacitor é uma fonte de energia. Um capaci-
capacitor são sempre isoladas uma da outra por meio de um tor força a circulação de uma corrente pelo resistor até que o se
dielétrico. descarregue completamente.
252
entanto, o capacitor tem uso limitado como uma fonte pri-
Placa positiva
mária de energia devido a duas razões principais:
1. Para seu peso e tamanho, a quantidade de energia que
ele pode armazenar é pequena comparada com a que
uma bateria pode armazenar.
2. A tensão disponível entre os terminais do capacitor di-
minui rapidamente à medida que a energia é removida
do capacitor.
Embora a quantidade de energia armazenada em um capa-
citor seja pequena, ele pode provocar um choque. O choque
pode ser bastante severo (até mesmo fatal) se o capacitor for
grande e estiver carregado com um nível de tensão elevado.
Assim, devemos tratar capacitores carregados como se trata
qualquer outra fonte de energia elétrica. Placa negativa
Quando um capacitor é carregado, estabelece-se um campo
Figura 10-5 Material dielétrico submetido a um esforço
elétrico entre as duas placas carregadas. As linhas na Figu-
(stress). A energia é armazenada no material dielétrico submeti-
ra 10-4 representam um campo elétrico do mesmo modo do ao esforço elétrico.
que as linhas entre dois polos magnéticos representam um
campo magnético. O campo elétrico exerce uma força sobre
qualquer carga dentro do campo. Uma partícula carregada Tensão nominal
negativamente, como um elétron, é atraída em direção à pla-
ca positiva do capacitor. O material dielétrico entre as placas Um material dielétrico, como o ilustrado na Figura 10-5, pode
do capacitor fica submetido a um esforço (stress) devido à suportar apenas uma certa quantidade de esforço antes que
força exercida pelo campo elétrico. Uma maneira de visua- os elétrons no material se libertem (sejam arrancados) dos
lizar esse esforço está ilustrada na Figura 10-5. Nessa figura, átomos de origem. Uma vez livres, esses elétrons ficam dis-
o campo elétrico modifica o caminho orbital do elétron, for- poníveis como portadores de carga. Assim, a placa positiva
çando-o em direção à placa positiva e afastando-o da placa do capacitor pode descarregar através do dielétrico para a
negativa. O caminho orbital modificado do elétron aumenta placa negativa. Isso pode danificar o dielétrico e estragar o
o nível de energia associado ao elétron. É dessa forma que o capacitor.
capacitor armazena energia. A intensidade do campo elétrico em um capacitor está re-
lacionada com a distância e com a tensão entre as placas.
Desse modo, um capacitor específico pode ser carregado
Placa carregada positivamente
apenas até atingir um dado limite de tensão antes que ocor-
ra a ruptura de seu dielétrico (ou seja, antes que elétrons
sejam arrancados dos átomos que compõem o dielétrico).
A máxima tensão a que um capacitor pode ser carregado é Capacitância
Material determinada pelo fabricante, sendo esse parâmetro parte da
dielétrico
especificação do dispositivo. A tensão nominal do capacitor
é geralmente especificada pelo fabricante como a TENSÃO DE
TRABALHO ou tensão de operação. Quando um capacitor é clas-
sificado em 100 V, ele pode operar nessa tensão por longos
capítulo 10
253
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 6. Falso ou verdadeiro? Elétrons viajam através do dielétrico de
uma placa para outra, quando o capacitor é carregado.
1. Um ___________ armazena energia na forma de cargas elé-
7. Onde está a energia em um capacitor carregado?
tricas.
8. Qual é o nome dado à tensão nominal do capacitor?
2. O símbolo, ou abreviação, para capacitância é ___________.
9. Porque os capacitores têm classificação de tensão?
3. Um capacitor tem duas placas e um ___________.
10. Quais dois fatores determinam a intensidade do campo elétri-
4. O ___________ em um capacitor carregado fica submetido a
co em um capacitor?
um esforço devido ao campo elétrico.
5. Falso ou verdadeiro? Um capacitor descarrega rapidamente
quando ele é desconectado da bateria que o carregou.
Qual é a capacitância de um capacitor que requer 0,5 C para ou 1 ⫻ 10 farad, são unidades mais convenientes. Ambas
carregá-lo com 25 V? são usadas extensivamente na especificação de valores de ca-
pacitores em circuitos eletrônicos. Em muitos casos, pode ser
Dados: Carga (Q) ⫽ 0,5 C
Tensão (V) ⫽ 25 V necessário converter de uma unidade para outra. Por exem-
plo, um fabricante pode especificar um capacitor de 1000 pF
Encontrar: Capacitância (C)
em uma lista de componentes de um dado equipamento.
Conhecido: Um técnico efetuando uma manutenção nesse equipamento
pode não ter um capacitor com a indicação de 1000 pF no
Solução: invólucro. No entanto, um capacitor equivalente com o valor
Resposta: A capacitância é 0,02 F. indicado em microfarads pode estar disponível. Nesse caso, o
técnico deve converter picofarads para microfarads multipli-
⫺6
cando o valor em picofarads por 10 . O resultado é:
1000 pF ⫽ 1000 ⫻ 10⫺6F ⫽ 0,001F
254
Para converter microfarads em picofarads, o processo inver-
6
História da eletrônica
so é usado. Divide-se o valor em microfarads por 10 para
Michael Faraday
obter o valor equivalente em picofarads. Uma vez que dividir
6 6 A unidade de medida para
por 10 é o mesmo que multiplicar por 10 , o processo de capacitância, o farad, é uma
conversão é feito da seguinte forma: homenagem ao físico e químico
0,001F 0,001 10 pF
6 inglês Michael Faraday, quem
descobriu o princípio da indução
1000 pF
eletromagnética.
que concorda com o resultado acima.
Em alguns casos, a capacitância também pode ser especifi-
cada em nanofarads (nF), que é 1/1.000.000.000 farad ou 1
9
10 farad.
255
A capacitância de um capacitor é diretamente proporcional 10-6(b)]. Como a DISTÂNCIA ENTRE AS PLACAS é dobrada, a quanti-
à área de suas placas. Se todos os outros fatores são manti- dade de dielétrico também dobra. No entanto, ao dobrar a dis-
dos constantes, dobrando a área das placas, dobra-se a ca- tância entre as placas, o valor do campo elétrico entre elas fica
pacitância [Figura 10-6(a)]. Isso porque, dobrando a ÁREA DAS dividido por 2. O efeito líquido é que a quantidade de energia
PLACAS, a área do material dielétrico também é dobrada. Para armazenada no capacitor, para uma dada tensão aplicada en-
uma dada tensão através do capacitor, a intensidade do cam- tre as placas, diminui. Assim, a capacitância também diminui.
po elétrico não depende da área das placas. Assim, quando A capacitância de um capacitor é também influenciada pelo
a área do dielétrico aumenta, a quantidade de energia ar- tipo de material dielétrico usado [Figura 10-6(c)]. Quando
mazenada no dielétrico aumenta e a capacitância também submetidos ao mesmo campo elétrico, alguns materiais
é incrementada. (Lembre-se: a capacitância é definida como sofrem maiores distorções moleculares (se polarizam)* que
a capacidade de armazenar energia.) outros. Em geral, aqueles materiais que sofrem as maiores
Vamos agora analisar o efeito da distância entre as placas. distorções armazenam mais energia. A capacidade de um
Mantendo os outros fatores constantes, o valor da capacitância material dielétrico se polarizar e armazenar energia é indi-
é inversamente proporcional à distância entre as placas [Figura cada por sua CONSTANTE DIELÉTRICA K. A constante dielétrica
Capacitância
aumenta
Capacitância
diminui
Ar
(K 1) Mica
(K 5)
Capacitância
aumenta
256
de um material é um número puro (isto é, ele não tem uni- Assim, para mica, K 5 (aproximadamente). Suponha que
dade). Essa constante compara a capacidade do material de todos os outros fatores (área das placas, distância entre as
se polarizar e armazenar energia sob a ação de um campo placas e temperatura) são os mesmos. Então, um capacitor
elétrico com a capacidade do ar de se polarizar e armazenar com dielétrico de mica tem cinco vezes mais capacitância
energia, quando submetido ao mesmo campo. Dado que que um capacitor usando o ar como seu dielétrico. A cons-
o ar é usado como referência, sua constante dielétrica K é tante dielétrica para os materiais frequentemente usados
igual a 1. A mica, geralmente usada como um dielétrico, tem como dielétricos varia de 1 para o ar até mais de 4000 para
uma constante dielétrica aproximadamente 5 vezes a do ar. alguns tipos de cerâmicas.
257
(a) Disco cerâmico (b) Variável
258
Invólucro de alumínio esse tipo de capacitor, deve-se sempre manter a mesma po-
Placa negativa larização de tensão que foi empregada no seu processo de
Placa positiva Separador
fabricação. Essa polaridade é sempre indicada no corpo do
capacitor. Relembrando, o invólucro de alumínio (que pode
estar envolvido em um tubo isolante) é geralmente conecta-
do à placa negativa. Ele nunca é conectado à placa positiva.
A ligação de um capacitor eletrolítico em polaridade reversa
provoca a circulação de correntes excessivamente elevadas
no capacitor. Tais correntes causam aquecimento e até mes-
mo a explosão do capacitor. Assim, os capacitores eletro-
líticos comuns têm seu uso limitado a circuitos de corrente
contínua (CC).
As placas em um capacitor eletrolítico são constituídas por
superfície de textura áspera para aumentar a área efetiva. O
dielétrico de óxido de alumínio é muito fino (aproximada-
mente 0,25 m de espessura), de modo que as placas estão
muito próximas. Esses dois fatores fazem a capacitância de
Vista da seção transversal
um capacitor eletrolítico ser muito elevada para seu peso e
Figura 10-8 Capacitor eletrolítico. O invólucro de alumínio é volume.
eletricamente conectado à placa negativa.
É importante salientar que um dielétrico de óxido está lon-
ge de ser um isolante perfeito. Comparado com outros ma-
létrico e com a placa de alumínio puro. O eletrólito é também teriais, ele tem uma resistência elétrica muito baixa (porém,
necessário na formação e na manutenção do óxido em uma bem mais elevada que a de um material condutor). Desse
das placas. modo, um número significativo de elétrons flui através do
O método usado para produzir os capacitores eletrolíticos dielétrico de uma placa para a outra. Essa pequena corrente
resulta na POLARIZAÇÃO das placas. Desse modo, ao utilizar através do dielétrico é chamada CORRENTE DE FUGA. Um capaci-
tor ideal teria uma corrente de fuga nula.
Gaze (saturada com eletrólito) Capacitores eletrolíticos especiais são fabricados para uso
Folha de alumínio Óxido de em circuitos CA. Esses capacitores são geralmente citados
alumínio em catálogos como capacitores eletrolíticos não polarizados
ou CA. Um capacitor eletrolítico CA é, na verdade, dois capa-
Folha de
alumínio
citores eletrolíticos encapsulados em um único invólucro (Fi-
gura 10-10). Os dois capacitores internos estão em série, com
seus terminais positivos conectados. Independentemente da
polaridade nos terminais de um capacitor eletrolítico CA, um
de seus capacitores internos estará corretamente polarizado. Capacitância
O capacitor polarizado corretamente limitará a corrente que
circula através do capacitor polarizado reversamente.
Muitos capacitores eletrolíticos não polarizados são projeta-
Placa positiva dos para uso intermitente apenas. Esses capacitores se aque-
cem excessivamente (e geralmente se rompem) se usados
capítulo 10
259
Invólucro Folha externa
Terminal conectado aqui
Dielétrico de
papel ou filme Terminal Placas de folha
Terminais conectado aqui
Figura 10-10 Capacitor eletrolítico não polarizado. Indepen- Figura 10-11 Construção do capacitor de papel ou filme.
dentemente da polaridade, um dos capacitores internos será
polarizado corretamente. tém a distância entre as placas tão pequena quanto possível
e produz um capacitor pequeno e compacto. Alguns capaci-
citores eletrolíticos de tântalo são menores, mais estáveis e tores metalizados possuem a propriedade de autorregene-
mais confiáveis que os capacitores eletrolíticos de alumínio. ração. Quando o capacitor é submetido a uma tensão bem
Além disso, os capacitores eletrolíticos de tântalo têm uma superior à sua tensão de trabalho, um arco elétrico pode
corrente de fuga menor (maior resistência do dielétrico) que surgir e romper o dielétrico ligando uma placa à outra. O
os capacitores eletrolíticos de alumínio. Contudo, os capacito- capacitor com a propriedade de autorregeneração vapori-
res eletrolíticos de tântalo são mais caros que os de alumínio. za a placa metalizada fina ao redor da área queimada (da-
nificada) do material dielétrico. Portanto, a parte danificada
do dielétrico não pode mais curto-circuitar as duas placas
Capacitores de papel e de filme metálicas do capacitor. Assim, o curto-circuito temporário é
Os CAPACITORES DE PAPEL e os CAPACITORES DE FILME são construí- solucionado.
dos usando uma técnica de enrolar folhas, ilustrada na Figura Os capacitores de papel e de filme usados em aplicações
10-11. Observe nessa figura que as duas placas de folha são industriais podem ser de valores elevados como várias cen-
deslocadas de forma que uma placa se estende para fora tenas de microfarads. Eles são geralmente especificados em
em cada extremidade. Os terminais do capacitor são, então, termos da potência aparente e da tensão nominal de traba-
conectados às extremidades do rolo completo. Após os ter- lho CC. Esses capacitores de alto valor são geralmente en-
minais estarem ligados, a montagem completa (placas, cone- capsulados em um invólucro metálico preenchido com um
xões dos terminais e dielétrico) é coberta com uma capa iso- óleo isolante especial. Já no caso de circuitos eletrônicos, os
lante protetora. Algumas vezes, a isolação é moldada entorno capacitores de papel e de filme têm, geralmente, um valor
inferior a 1 F.
Corrente alternada e instrumentos de medição
260
Terminal Cobertura isolante
(soldado Disco cerâmico
à placa) (dielétrico) Cerâmica
Placa
Disco metálico
(placa)
Blindagem Placa 1
Capacitores de uso específico
Solda Dielétrico
Até agora, classificamos os capacitores pelo tipo de material
dielétrico usado em sua fabricação. Eles também podem ser Placa 2
classificados por suas funções ou pelo modo como são co-
Capacitância
nectados em um circuito. Alguns dos nomes mais comuns
nessa classificação são: capacitor feed-through ou capacitor
de passagem; filtro; trimmer, padder e de sintonia – todos
três capacitores variáveis; e stand-off. Dielétrico
Solda
Padders, trimmers e capacitores de sintonia são todos capa- Blindagem Placa 1
citores variáveis. Eles são usados em circuitos de sintoniza-
capítulo 10
261
Placa Dielétrico
Sobre a eletrônica
Porca
Figura 10-15 Capacitor stand-off.
Capacitores de armazenamento
pacitor à massa do chassi. A outra placa é conectada a um de energia
terminal que serve como um ponto de ligação para outros Capacitores projetados para liberar sua energia armaze-
componentes eletrônicos. As radiofrequências que se pro- nada (descarga) durante um curto intervalo de tempo são
pagam através dos componentes conectados aos capaci- algumas vezes chamados CAPACITORES DE ARMAZENAMENTO DE
tores stand-off são desviadas para o chassi e efetivamente ENERGIA. Eles podem ser capacitores eletrolíticos ou não ele-
eliminadas. trolíticos. Durante a rápida descarga de uma dada energia
Os capacitores empregados em filtros são capacitores de alto armazenada, os terminais e cabos de conexão, bem como
valor usados para filtrar (“aplainar”) as pulsações em tensões as placas, devem conduzir uma corrente muito elevada. O
CC. Por exemplo, um FILTRO CAPACITIVO pode alterar a tensão material dielétrico, as placas e o invólucro (encapsulamen-
contínua pulsante na Figura 10-16(a) para aquela mostrada to) devem ser capazes de suportar o elevado esforço (stress)
na Figura 10-16(b). Muitos filtros capacitivos empregam ca- criado por essa descarga. Dessa forma, os capacitores de
pacitores eletrolíticos que são polarizados. Nesses casos, eles armazenamento de energia geralmente têm uma especifi-
devem ser usados em circuitos em que a polaridade da ten- cação do valor limite de corrente de pico (corrente de pico
são aplicada entre seus terminais nunca será invertida. nominal). Esse valor limite permite o cálculo do valor mí-
nimo de resistência através da qual o capacitor completa-
A maior parte dos filtros capacitivos emprega capacitores mente carregado pode ser descarregado. Exceder o limite
com valores entre 1 e 5000F. A tensão nominal pode variar de corrente de pico não provoca a destruição imediata do
de poucos volts a milhares de volts. capacitor. No entanto, o descarregamento sucessivo do ca-
pacitor com níveis de corrente superiores ao limite causará
a deterioração prematura do capacitor e/ou redução de sua
Corrente alternada e instrumentos de medição
vida útil.
Tensão
262
EXEMPLO 103
Dados: C 300 F
V 450 V
Encontrar: W
Conhecido: W 0,5 CV2
Solução: W 0,5 (300 106 F) 450 V 450 V
30,4 J
Resposta: O capacitor armazena 30,4 J de energia.
263
balho de 5 V, enquanto aqueles de até 50 F são limitados a capacitores – especialmente capacitores fisicamente peque-
cerca de 2,5 V. nos como aqueles nas Figuras 10-7(a) e (d). Para capacitores
fisicamente maiores, como aqueles nas Figuras 10-7(c), (e) e
(f), os valores e demais especificações são impressos no pró-
Código de capacitores prio encapsulamento (invólucro do capacitor). Os códigos
Diversos códigos alfanuméricos e códigos de cores são usa- mais usados, bem como os códigos de cores, estão listados
dos para identificar a capacitância e outras especificações de e explicados no Apêndice H.
264
com uma faixa colorida em volta da extremidade do capaci-
tor a partir da qual esse terminal se estende. Constantes de tempo do capacitor
O tempo necessário para um capacitor carregar ou descar-
regar é determinado pelos valores de resistência e capaci-
Capacitores em circuitos CC tância no circuito. Substituindo as unidades apropriadas e
equivalentes para resistência e capacitância, como foi feito
Quando a chave de um circuito CC contendo apenas um
logo abaixo, podemos mostrar que multiplicando resistência
capacitor é fechada, uma CORRENTE DE SURTO carrega o ca-
por capacitância temos uma nova grandeza com unidade de
pacitor. Uma vez terminado esse surto, não há mais circu-
tempo:
lação de corrente pelo circuito (Figura 10-19). O capacitor,
uma vez carregado, é “visto” pela bateria apenas como
uma chave aberta. Em termos práticos, nessa situação o
capacitor apresenta uma oposição infinita à circulação de
corrente.
A amplitude do surto de corrente na Figura 10-19 é contro-
lada pela resistência no circuito. Nesse circuito, resistência é
composta pela resistência dos fios e pela resistência interna
da bateria e do capacitor. Essas resistências são geralmente O intervalo de tempo obtido pela multiplicação da resistên-
muito baixas; portanto, a amplitude da corrente de surto cia pela capacitância do circuito é chamado CONSTANTE DE TEM-
pode ser muito elevada. Entretanto, essa corrente de surto PO, sendo abreviada por T. Assim, podemos escrever:
(considerando um valor muito baixo de resistência no cir- Constante de tempo (T) resistência (R) capacitância (C)
cuito) dura apenas um intervalo de tempo extremamente T RC
curto.
Se R e C estão nas unidades básicas, ohms e farads respec-
tivamente, T está na unidade básica de tempo, ou seja, se-
gundos.
Quando um capacitor está carregando, a constante de tem-
po representa o tempo necessário para o capacitor carregar
20V
com 63,2% da tensão disponível. Quando um capacitor car-
regado está descarregando, a constante de tempo represen-
ta o tempo necessário para o capacitor perder 63,2% de sua
(a) Circuito tensão disponível. A tensão disponível quando o capacitor
está carregando é a diferença entre a tensão na fonte e a ten-
Tensão são no capacitor. Quando o capacitor está descarregando, a
tensão disponível é a tensão entre os terminais do capacitor.
20V As curvas na Figura 10-20 ilustram o significado da constante
de tempo. A Figura 10-20(a) mostra que o capacitor carrega Capacitância
de 0 até 63,2% do valor de tensão da fonte em uma constan-
Corrente
te de tempo. Durante as próximas constantes de tempo, o ca-
0 pacitor carrega outros 63,2% da tensão disponível restante.
Tempo Assim, ao fim de duas constantes de tempo o capacitor está
86,5% carregado [63,2 (0,632 36,8) 86,5]. A porcen-
(b) Forma de onda
tagem de carregamento ao fim de algumas constantes de
capítulo 10
Figura 10-19 Carregamento de um capacitor em um circuito tempo adicionais está indicada na Figura 10-20(a).
CC. A corrente alcança seu valor máximo praticamente no
instante em que a chave é fechada. A tensão resultante através O intervalo de tempo necessário para que o capacitor se carre-
do capacitor aumenta mais lentamente. gue com 86,5% da tensão da fonte é uma função estritamente
265
100 95,0% 98,2% 99,3% 99,8%
86,5%
% da fonte de tensão
63,2%
50
1 2 3 4 5 6 7
Constantes de tempo
(a) Curva de carga
100
% da tensão do capacitor
5% (100 95)
1 2 3 4 5 6 7
Constantes de tempo
(b) Curva de descarga
Figura 10-20 Curvas universais de carga e descarga de um capacitor. Em termos práticos, após cinco constantes de tempo pode-
mos considerar o capacitor totalmente carregado ou descarregado.
da resistência e da capacitância do circuito. Podemos deter- A descarga de um capacitor é ilustrada na Figura 10-22. Ob-
minar o tempo exato calculando o valor de uma constante serve os valores de resistência e capacitância. Eles são os
Corrente alternada e instrumentos de medição
de tempo. Por exemplo, a constante de tempo para o circuito mesmos usados na Figura 10-21; portanto, a constante de
resistência-capacitância (circuito RC) da Figura 10-21 é: tempo ainda é 8 s. Quando a chave do circuito da Figura 10-
22 é fechada, o capacitor é carregado com uma tensão de
T RC 2 106 4 106 F
200 V. Quando a chave é aberta, o capacitor descarrega atra-
8s
vés do resistor. Após 8 s (uma constante de tempo), o capa-
O capacitor requer duas constantes de tempo para carregar citor terá descarregado 63,2% de sua tensão. A tensão entre
com 86,5% da tensão da fonte. Assim, são necessários 16 s os terminais do capacitor decrescerá, portanto, de 126,4 V.
para o capacitor na Figura 10-21 carregar com 86,5% da ten- Ele ainda terá 73,6 V restantes. Durante a próxima constante
são da bateria. de tempo, o capacitor descarrega 63,2% dos 73,6 V restantes.
O valor exato da tensão entre os terminais do capacitor após Assim, ele descarrega 46,5 V (0,632 73,6 46,5). Como
duas constantes de tempo depende do valor de tensão da ilustrado na Figura 10-22, haverá aproximadamente 27 V no
bateria. Se a tensão da bateria na Figura 10-21 é 10 V, a ten- capacitor após duas constantes de tempo (16s).
são no capacitor será 8,65 V. Se a bateria tem 100 V, teremos Observe as curvas na Figura 10-20 novamente. Note que
86,5 V no capacitor. um capacitor está praticamente carregado ou descarrega-
266
95
86,5
% da fonte de tensão
63,2
2M
4F
8 16 24
Segundos
Figura 10-21 Tempo de carga para um capacitor. Após 24s (três constantes de tempo), o capacitor está carregado com 95% da
tensão da fonte.
do após seis constantes de tempo. Em termos práticos, na Os circuitos RC e suas constates de tempo são largamente
análise e projeto de circuitos, é bastante comum considerar utilizados em circuitos eletrônicos. Por exemplo, eles são
um capacitor carregado ou descarregado após apenas cinco empregados para controlar a frequência de várias formas de
constantes de tempo. onda não senoidais.
Distribuição de tensão
Considere o circuito de capacitores em série ilustrado na Fi-
gura 10-23. Nesse circuito, a tensão da fonte CC é dividida en-
200 V 4 F 2 M
tre os capacitores em proporção inversa à suas capacitâncias.
O voltímetro nos terminais do capacitor de 1F indica uma
tensão duas vezes maior que a tensão indicada pelo voltíme-
tro nos terminais do capacitor de 2 F. Isso acontece porque
200 os capacitores em série devem receber a mesma quantidade
de carga. (Observe que há apenas um caminho para circula-
Tensão do capacitor (volts)
2 F V 33,3 V
Capacitância
73,6
100 V
27
1 F V 66,7 V
capítulo 10
8 16 24 32
Segundos
Figura 10-23 Distribuição da tensão CC entre os capacitores
Figura 10-22 Tempo de descarga para um capacitor. série. O menor capacitor apresenta a maior tensão.
267
ção da corrente de carregamento.) A mesma quantidade de Em algumas situações, capacitores são conectados em sé-
carga produz uma tensão menor em um capacitor de maior rie, pois a tensão nominal de trabalho de cada capacitor é
capacitância (em relação a um capacitor de menor capaci- menor que a tensão da fonte. Nesses casos, as capacitâncias
tância). Lembre-se que C Q/V; portanto, V Q/C. Se Q é dos capacitores devem ser tão próximas quanto possível.
o mesmo para ambos os capacitores, então quanto maior a Assim, a tensão da fonte será dividida igualmente entre os
capacitância, menor é a tensão. dois capacitores.
268
Corrente
Tensão
Sobre a eletrônica
A
⫺
⫺
Reatância capacitiva Capacitância
269
a corrente em um circuito. Assim, a unidade básica de rea- Rearranjando temos:
tância também é o ohm (). Por outro lado, diferentemen- Q CV
te de uma resistência, uma reatância não converte energia
elétrica em energia térmica (dissipação de calor). Vale men- Considerando os dados da Figura 10-25, a carga é:
cionar que é incorreto intercambiar os termos resistência e Q 1F 1V 1C
reatância. Ainda que essas duas grandezas sejam expressas Agora, determinamos o intervalo de tempo disponível para
na mesma unidade (ohms), elas estão associadas a aspectos transferir a carga da fonte para o capacitor. O tempo disponí-
físicos distintos. vel é aquele correspondente a um quarto de ciclo. O período
A reatância capacitiva é controlada basicamente por dois de uma onda de 1 Hz é 1 s. Assim, o tempo disponível para
fatores: a frequência da corrente (e da tensão) e o valor da transferência da carga para o capacitor é 0,25 s. Finalmente,
capacitância. Ainda, a reatância é inversamente proporcio- sabemos que:
nal a esse dois fatores. Se a frequência ou a capacitância é
dobrada, a reatância é reduzida para metade. Se a frequên-
cia ou a capacitância é reduzida para metade, a reatância
é dobrada. A razão pela qual a reatância é inversamente
proporcional à frequência e à capacitância é explicada na
discussão a seguir.
Um coulomb por segundo é um ampère; então, a corrente
A Figura 10-25 mostra um circuito com um capacitor e uma
média para o primeiro quarto de ciclo na Figura 10-25 é 4 A.
fonte. Nessa mesma figura estão indicados os valores da
Os quartos de ciclos restantes trabalham com a mesma quan-
tensão e da frequência da fonte e a capacitância do capa-
tidade de carga (1C) e no mesmo intervalo de tempo (0,25 s).
citor. Sabemos que a corrente no circuito é controlada pela
Assim, a corrente média no circuito da Figura 10-25 é 4 A.
reatância capacitiva. Se a reatância aumenta, a corrente de-
cresce e vice-versa. Assim, se determinarmos o que acontece Suponha agora que dobrássemos a frequência para 2 Hz. O
com a corrente no circuito, podemos inferir o que acontece novo período é 0,5 s e o tempo associado a um quarto de ciclo
com a reatância. Primeiro, vamos determinar a corrente do é 0,125 s. Como a tensão e a capacitância são as mesmas, a
circuito para a frequência, tensão e capacitância dados na Fi- carga também é a mesma. Por outro lado, a corrente aumenta:
gura 10-25. Então podemos alterar tanto a frequência como
a capacitância e verificar o que acontece com a corrente.
Para calcular a corrente primeiro determinarmos a quanti-
dade de carga necessária para carregar o capacitor com a
tensão da fonte. Isso pode ser feito com a fórmula básica
Corrente alternada e instrumentos de medição
0,25 s
270
Novamente, a corrente dobra de modo que podemos inferir
EXEMPLO 105
que a reatância para 2F é metade daquela associada à capa-
citância de 1F (mantendo-se a frequência constante). Qual é o valor da corrente que circula pelo circuito da Figura
O valor exato da reatância capacitiva pode ser calculado com 10-26?
a fórmula:
Dados: f 2 MHz
C 500 pF
V 20 V
onde a letra Grega “pi” () é uma constante adimensional Encontrar: I
igual a aproximadamente 3,14. Usando esse valor para pi, a Conhecido:
fórmula fica:
Solução:
seguintes fórmulas:
271
deve incluir um subscrito para reatância. Para capacitores, 1. A corrente e a tensão estão 90° defasadas.
a fórmula é: 2. O circuito não absorve ou dissipa energia líquida (a
energia absorvida em um quarto de ciclo é devolvida no
outro quarto de ciclo).
Dado que X e R têm a mesma unidade (ohms), Q é um parâ- Observe que o termo usado é capacitância e não capacitor. O
metro adimensional (ele é um número puro). Como X (e tam- termo capacitância é usado porque os capacitores apresen-
bém R, porém em menor extensão) varia com a frequência, Q tam imperfeições, como destacado a seguir, de modo que há
é dependente da frequência. Isso quer dizer que o valor de Q alguma dissipação de energia (perdas) mesmo que mínima.
é sempre dado para alguma frequência específica.
As perdas de energia em capacitores podem ser classifica-
Uma capacitância pura não dissipa energia. Ela apenas arma- das com PERDAS NA RESISTÊNCIA e PERDAS NO DIELÉTRICO. A perda
zena energia em um quarto de ciclo e devolve essa energia na resistência é causada basicamente pela corrente fluindo
para a fonte no quarto de ciclo seguinte. Como uma capa- através da resistência dos terminais de conexão e das placas
citância não dissipa energia, ela também não consome po- do capacitor. Também há uma corrente de valor bastante
tência (potência energia/tempo). Essa ideia é ilustrada reduzido fluindo através da elevada resistência do material
na Figura 10-27. Essa figura mostra a potência (ou energia dielétrico. Conforme ilustra a Figura 10-28, a resistência do
por unidade de tempo) absorvida da fonte como potência dielétrico aparece como uma resistência em paralelo com o
positiva e a potência devolvida para fonte como potência capacitor, enquanto a resistência dos terminais de conexão
negativa. Observe que a potencia negativa total cancela exa- e das placas aparece como uma resistência série. As perdas
tamente a potência positiva total. no dielétrico são resultado da contínua mudança do sentido
(polaridade) do campo elétrico no interior do dielétrico. A
cada mudança de polaridade, as moléculas do material dielé-
LEMBRE-SE trico se rearranjam de modo a se orientarem de acordo com
...já estudamos a forma de onda da Figura 10-27. Ela corres- o novo sentido do campo. Nesse processo, uma pequena
ponde à forma de onda de potência obtida no Capítulo 9 para parcela da energia elétrica é convertida em calor devido ao
uma corrente e tensão que estão 90° fora de fase. atrito no movimento de rearranjo das moléculas. Essa perda
no dielétrico é representada como uma pequena resistência
em série com o capacitor, conforme ilustra a Figura 10-28. Os
efeitos de todas essas resistências são geralmente combi-
Portanto, podemos tirar duas conclusões importantes sobre nados em uma única RESISTÊNCIA SÉRIE EQUIVALENTE (RSE). Um
um circuito que contém apenas capacitância: capacitor com uma RSE pequena tem uma pequena perda
de energia.
Corrente alternada e instrumentos de medição
Resistência do dielétrico
Potência
272
A quantidade relativa de perda de energia em um capaci- dissipação será um número (ou porcentagem) pequeno(a).
tor pode ser indicada por qualquer um dos seguintes três Para todos, mas principalmente para os capacitores de qua-
parâmetros: FATOR DE DISSIPAÇÃO (FD), FATOR DE POTÊNCIA (FP) lidade mais baixa, o fator de potência e o fator de dissipação
e FATOR DE QUALIDADE (Q). Todos esses parâmetros fornecem são basicamente iguais entre si. Em resumo, lembre-se que
aproximadamente a mesma informação. O fator de potência capacitores com pequenas perdas de energia possuem um
é a razão entre a potência ativa (P) e a potência aparente (S). elevado Q e baixos fatores de potência e de dissipação.
Em um capacitor, a potência ativa representa a energia dissi-
As perdas de energia em capacitores eletrolíticos de baixa
pada (perdida) por unidade de tempo e a potência aparente
representa a potência armazenada por unidade de tempo. Se qualidade podem ser consideráveis (1 a 10% da energia ar-
um capacitor tem perdas de energia bastante reduzidas, seu mazenada). No entanto, com capacitores não eletrolíticos
fator de potência é baixo (menor que 0,01 ou 1%). O fator de de alta qualidade as perdas podem ser tão pequenas que
qualidade (Q) é a razão entre a reatância e a resistência. Se podem ser ignoradas na maioria das aplicações. Neste livro,
um capacitor tem perdas de energia bastante reduzidas, R é assumiremos que os capacitores têm perdas de energia des-
pequeno e Q é elevado (maior que 100). O fator de dissipação prezíveis. Em termos de deslocamento de fase, isso significa
é o inverso do fator de qualidade. Em outras palavras, o fator que vamos tratar os capacitores não eletrolíticos como capa-
de dissipação é a razão entre a resistência e a reatância. Ob- citores ideais. Assim, assumiremos que a corrente e a tensão
viamente, se Q é tipicamente um número grande, o fator de estão defasados exatamente 90°.
273
Placa Observe que no exemplo anterior as capacitâncias foram
Dielétrico convertidas para a mesma unidade (F) antes da fórmula ser
Placa utilizada. Desse modo, a capacitância total (equivalente) é
obtida na mesma unidade das duas capacitâncias originais.
As reatâncias de uma conexão série de capacitores são adi-
cionadas. A reatância total pode ser calculada pela seguinte
fórmula:
(a) (b) (c)
XCT XC1 XC2 . . . XCn
Figura 10-29 Capacitores em série. A capacitância equivalente
em (c) é inferior à capacitância do menor dos dois capacitores
em (a).
EXEMPLO 107
Fórmula geral para capacitores em série: Determine a reatância total do circuito da Figura 10-30.
Dados: C1 2 F
C2 4 F
f 100 Hz
Dois capacitores em série: Encontrar: XCT
Conhecido:
Dados: C1 0,001F C1
C2 2000 pF 2 F
Encontrar: CT 100 Hz
Conhecido: 40 V
C2
Solução: 4 F
274
Em circuitos eletrônicos, os capacitores podem ser usados
como divisores de tensão CA. A vantagem de se usar capa-
citores ao invés de resistores é que os capacitores não dissi-
pam potência.
Capacitores em paralelo
Lembre-se que a lei de Ohm também é aplicável a circuitos
A capacitância total (equivalente) de capacitores em paralelo
contendo capacitores. Basta substituir R por C (vide exemplo
é obtida adicionando-se as capacitâncias individuais:
a seguir).
CT C1 C2 C3 etc.
A Figura 10-31 mostra que a conexão de capacitores em para-
EXEMPLO 108 lelo aumenta a área das placas. Suponha que os dois capaci-
tores da Figura 10-31(a) sejam aproximados um do outro até
Determine a corrente no circuito e a tensão através de cada
que as extremidades de suas placas se toquem. Nessa situa-
capacitor na Figura 10-30.
ção, os dois condutores de conexão [vide Figura 10-31(a)] po-
Dados: Do exemplo anterior: dem ser removidos. O resultado é um capacitor equivalente
XC1 796 ; XC2 398 ; XCT 1194 .
[Figura 10-31(b)] com uma área das placas maior. Uma área
de placas maior significa uma capacitância também maior.
Da Figura 10-30:
As reatâncias de capacitores em paralelo podem ser tratadas
VT 40 V como resistências em paralelo. As fórmulas são:
Encontrar: IT; VC1; VC2
Conhecido:
XCT Condutor de conexão
IT IC1 IC2
V IXC Placa
Solução: IT
Dielétrico
Placa
VC1
275
Fórmula geral para reatâncias em paralelo:
XC1
IC1
Duas reatâncias em paralelo:
EXEMPLO 109
Dado que o valor obtido para XCT é o mesmo em ambos os
Considere a Figura 10-32. Determine a corrente total, a casos, não cometemos nenhum erro matemático. Se quisés-
corrente que circula por C1, a capacitância total e a reatância semos determinar a corrente através de C2 na Figura 10-32,
total. poderíamos usar a lei de Kirchhoff das correntes (lembre-se
de que já determinamos os valores de IT e IC1):
Dados: C1 0,2 F
C2 0,3 F
f 1000 Hz
V 50 V
Encontrar: IT; IC1; CT e XCT
XCT
VC1 VC2
276
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 67. Para o circuito da Figura 10-33, determine as seguintes gran-
dezas:
62. A capacitância equivalente de um circuito formado por dois
a. XC2
capacitores, um de 2 F e outro 1F, vale 3 F. Os capacitores
estão conectados em série ou em paralelo? b. CT
63. Qual é a capacitância equivalente de um capacitor de 2000 pF c. VC1
e um capacitor de 0,002 F conectados em série? d. IT
64. Qual é a reatância total em 600 Hz de dois capacitores, um de 68. Para o circuito da Figura 10-34, determine as seguintes gran-
0,2 F e outro de 0,4 F, conectados em paralelo? dezas:
65. Se os dois capacitores na Questão 64 são conectados em série, a. XCT
qual é a reatância total?
b. IT
66. Qual é o valor de tensão necessário para produzir uma cor-
c. CT
rente de 0,03A em um capacitor que tem uma reatância de
4500 ? 69. Na Figura 10-34, qual capacitor conduz mais corrente, C1 ou C2?
Capacitância
C1
0,1F
800 Hz 2 MHz C1 C2
30 V 10 V 500 pF 1000 pF
capítulo 10
C2
0,3 F
Figura 10-33 Circuito para a Questão 67. Figura 10-34 Circuito para as Questões 68 e 69.
277
Até agora, tratamos da ação do ohmímetro quando temos O comportamento de um circuito é afetado ou não pelas ca-
um capacitor sem defeitos. Como o ohmímetro reage quan- pacitâncias parasitas dependendo do valor da capacitância e
do temos um capacitor com defeito? Se o capacitor está da frequência de operação do circuito. Por exemplo, a capa-
aberto (um terminal não está em contato com uma placa), citância entre dois condutores isolados paralelos de 5 cm de
não há deflexão do ponteiro do medidor. Se um capacitor comprimento é muito pequena. Em circuitos CC e na maior
está curto-circuitado, o ponteiro não retornará à indicação parte dos circuitos CA de baixa frequência, essa capacitância
de valor elevado de resistência. Isso significa que a corrente não teria efeito. No entanto, nas frequências utilizadas em
está circulando através do dielétrico ou que as placas estão um sintonizador de televisão, mesmo essa pequena capaci-
se tocando. Se o ohmímetro indicar 0 , dizemos que o ca- tância teria um efeito bastante pronunciado. De fato, se os
pacitor está completamente curto-circuitado (curto direto). condutores tivessem 6cm de comprimento ao invés de 5 cm,
Em geral, isso significa que as placas do capacitor estão em o sintonizador poderia não funcionar corretamente.
contato direto. Se o material dielétrico tornou-se contamina-
do ou deteriorado, o ohmímetro pode indicar alguns poucos
milhares de ohms. Nesse caso, diríamos que o capacitor está
parcialmente curto-circuitado, tem uma resistência de curto
Especificações de capacitores
elevada ou está com FUGA. Ao encomendar capacitores, devemos incluir as ESPECIFICA-
ÇÕES necessárias para garantir que receberemos o capacitor
Um capacitor pode passar pela verificação do ohmímetro e
desejado. As especificações mínimas para encomendar capa-
ainda assim não funcionar adequadamente em um circuito.
citores para uso geral são:
Vale lembrar que o teste do ohmímetro não determina se o
capacitor tem o valor correto de capacitância ou um Q sufi- 1. Capacitância.
cientemente elevado. Tanto o valor da capacitância como o 2. Tolerância.
valor de Q podem deteriorar à medida que o capacitor enve-
3. Tensão de trabalho CC.
lhece ou é submetido a constantes esforços. A condição real
ou verdadeira de um capacitor pode ser determinada apenas 4. Tipo (disco cerâmico, poliestireno, variável, etc.).
com um dispositivo específico para testes em capacitores, 5. Configuração dos terminais (axial ou radial).
que avalie esses fatores (valor da capacitância, fator de quali-
dade, dentre outros parâmetros). Se os capacitores são para circuitos em que o valor da capaci-
tância é crítico, então o coeficiente de temperatura também
deve ser especificado. Para condições ambientais extremas,
a faixa de temperatura de operação deve ser incluída nas
Capacitância parasita ou especificações. Quando o espaço disponível for limitado, o
tamanho e a forma do capacitor também devem ser espe-
indesejável
Corrente alternada e instrumentos de medição
cificados.
Quaisquer duas superfícies condutoras separadas por um
material isolante possuem uma capacitância associada. As-
sim, todo circuito elétrico e eletrônico possui alguma capa-
citância indesejável, conhecida como capacitância parasita.
Aplicações de capacitores
Por exemplo, capacitâncias parasitas existem entre: Os capacitores são utilizados com outros componentes para
realizar uma ampla variedade de funções. Por exemplo, os
1. Um condutor isolado e um chassi metálico.
capacitores são empregados:
2. Dois condutores em um cabo elétrico.
1. Em filtros de fontes de alimentação para suavizar uma
3. As espiras de uma bobina de fio. tensão contínua pulsante e transformá-la em uma ten-
4. Os terminais de entrada e saída de um transmissor. são contínua pura.
Uma lista completa dos locais onde podemos encontrar CA- 2. Em osciladores que convertem corrente contínua em
PACITÂNCIAS PARASITAS seria praticamente infinita! corrente alternada senoidal ou não senoidal.
278
3. Em filtros que separam sinais de baixa frequência de si- forma de onda. Uma vez que o capacitor tenha carregado até
nais de alta frequência. 80 V, a lâmpada dispara [Figura 10-35(b)]. A resistência inter-
4. Para acoplamento de amplificadores (para separar cor- na da lâmpada reduz para um valor baixo quando ela dis-
para. Isso permite que o capacitor descarregue rapidamente
rente alternada da corrente contínua).
através da baixa resistência. Quando o capacitor descarrega
5. Para correção de fator de potência (a corrente adiantada até a tensão crítica da lâmpada (cerca de 70 V), a lâmpada
dos capacitores compensa a corrente atrasada de uma desioniza. Então, o capacitor para de descarregar e começa a
carga indutiva). carregar novamente.
O circuito na Figura 10-35 ilustra como um capacitor funcio- O processo de carga e descarga descrito anteriormente con-
na em um sistema completo. Esse circuito é chamado OSCILA- tinua indefinidamente até durar a energia da bateria. Tal
DOR DE RELAXAÇÃO. Seu propósito é produzir uma TENSÃO DENTE processo produz uma forma de onda dente de serra contínua
DE SERRA a partir de uma tensão CC pura. A lâmpada de neon com 10 V de pico a pico. Observe na Figura 10-35 que a forma
no circuito dispara (ioniza) em 80 V e desioniza (apaga) em de onda é uma tensão CC flutuante. Ela varia de 70 a 80 V
70 V. Quando ela está ionizada (disparada), sua resistência é positivos em relação ao ponto de referência.
extremamente baixa; quando ela está desionizada, sua resis-
Suponha que quiséssemos separar a parte CA da forma de
tência é elevada.
onda dente de serra da parte CC (os 70 V). Podemos fazer
A Figura 10-35(a) mostra o fluxo de corrente quando a lâm- isso com outra combinação de capacitor e resistor, tal como
pada está desionizada. Nesse momento, o capacitor está car- C2 e R2 na Figura 10-36. Nessa figura, C2 acopla o dente de
regando e, dado que C1 carrega através de R1, a constante de serra (CA) a R2, enquanto bloqueia a tensão CC. É justamente
tempo é relativamente longa, como indicado no gráfico da isso que está explicito na seguinte afirmativa: “Um capacitor
80 V
R1
2,2 MΩ
70 V
150 V Tempo de
carregamento
C1 NE-2
0,1F
0
Tempo
Ponto de referência
(a) Lâmpada de neon desionizada
80 V
R1
2,2 MΩ Capacitância
70 V
150 V
Tempo de
descarregamento
C1 NE-2
0,1F
0
capítulo 10
Tempo
279
R1
C2
C1
R2
(a) O Circuito
80 V
0
70 V
0
(b) Forma de onda através de C1 (c) Forma de onda através de R2
Figura 10-36 Capacitor de acoplamento. O capacitor de acoplamento separa a corrente alternada da corrente contínua.
bloqueia corrente contínua e permite a passagem de corren- Embora esse circuito ilustre como um capacitor opera em
te alternada”. As linhas tracejadas na Figura 10-36 mostram um circuito completo empregando apenas os componentes
os caminhos de fluxo de corrente quando a lâmpada é dis- que já estudamos, ele é raramente utilizado em sistemas ele-
parada. Quando ionizada, a lâmpada conduz a corrente de trônicos modernos. Uma forma de onda dente de serra com
descarga para C1 e C2, assim como a corrente que circula por uma subida linear pode ser facilmente produzida com tran-
R1. A linha sólida mostra os caminhos quando a lâmpada está sistores e circuitos integrados (CIs).
desionizada. Observe que a corrente através de R2 é uma cor-
Corrente alternada e instrumentos de medição
280
Fórmulas e expressões relacionadas
Fórmulas para capacitância: Para capacitores em série: Para capacitores em paralelo:
Respostas
1. capacitor 22. 0,9 mC 43. negativa 59. 531
2. C 23. 16,667 F 44. cinco 60. 19,9 kHz
3. dielétrico 24. 400V 45. faixa colorida 61. 28,3 mA
4. dielétrico 25. V 46. O tempo necessário para 62. Paralelo.
5. F 26. F carregar ou descarregar 63. 1000 pF ou 0,001F
6. F 27. V um capacitor de 63,2% 64. 442
7. No material dielétrico. 28. F da tensão disponível. 65. 1990
8. Tensão de trabalho. 29. V 47. 0,11 s. 66. 135 V
9. Porque um valor muito 30. F 48. O capacitor de 5 F, pois 67. a. 663,5
elevado de campo elé- 31. metalizados V Q/C e ambos os b. 0,075 F
trico entre as placas do 32. variável capacitores recebem a c. 22,5 V
capacitor pode destruir 33. feed-through ou de mesma quantidade de d. 11,3 mA
o material dielétrico. passagem carga Q. 68. a. 53,0
10. A distância entre as 34. alumínio, tântalo 49. Produzindo uma tensão b. 188,4 mA
placas e a tensão entre 35. óxido que se opõe à tensão da c. 1500 pF
as placas. 36. de tântalo sólido fonte. 69. C2
11. farad 37. Ele drena uma corrente 50. Porque a tensão e a 70. Aproximadamente
12. F excessivamente elevada corrente estão 90° fora infinito.
13. 0,0047 da fonte resultando em de fase. 71. Não.
14. 3000 aquecimento do compo- 51. A corrente está 90° 72. Capacitância parasita.
15. 1 coulomb, 1 volt nente e, em alguns adiantada da tensão. 73. Capacitância, tolerância,
16. Área das placas, dis- casos, explosão. 52. O fator de qualidade é a tipo, arranjo dos termi-
tância entre as placas, 38. Mica, Cerâmico, Papel, razão entre a reatância e nais e tensão nominal.
material dielétrico, Filme (plásticos). a resistência. 74. bloqueia, deixa passar
temperatura. 39. Menores, mais estáveis e 53. Fator de dissipação, 75. O teste do ohmímetro
17. Temperatura. resistência do dielétrico fator de potência e fator não verifica o valor da Capacitância
18. Ela dobra. mais elevada (perdas de qualidade. capacitância ou o valor
19. Ela dobra. menores). 54. reatância capacitiva de Q.
20. A habilidade do material 40. Filtro capacitivo. 55. XC 76. O período seria reduzido.
em armazenar energia 41. Em aplicações que 56. resistência série equiva-
quando usado como die- exijam uma descarga lente
létrico em um capacitor. capacitiva muito rápida. 57. V
capítulo 10
281
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capítulo 11
Indutância
Muitos dispositivos elétricos e eletrônicos operam com base no princípio da indutância.
Portanto, é importante que você desenvolva uma sólida compreensão sobre indutância e
indutores.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Entender o que é indutância e os efeitos associados a ela.
Compreender a terminologia associada a indutância e indutores.
Identificar tipos comuns de indutores e escrever especificações completas para eles.
Entender por que indutâncias causam um atraso de 90° da corrente em relação à
tensão.
Compreender e usar as relações entre indutância, frequência e reatância.
Calcular grandezas elétricas em circuitos que contenham indutores conectados em
série e em paralelo.
Entender a razão de um indutor ter uma resistência e como isso controla o fator de
qualidade do indutor.
Compreender porque um indutor oferece maior oposição à circulação de uma corrente
CA que a uma corrente CC.
Campo magnético
Características da indutância crescente
Fluxo Condutor
INDUTÂNCIA é uma propriedade elétrica que está relaciona-
da à oposição à variação da amplitude da corrente em um
circuito. A letra “L” é o símbolo usado para representar a
indutância.
Dispositivos usados para fornecer indutância em um circuito
são chamados INDUTORES. Os indutores também são conheci-
Sentido da corrente
dos como bloqueadores (ou, em inglês, CHOKES*), REATORES ou
BOBINAS. De certa forma, esses três nomes descrevem o modo
⫹ Polaridade da tensão induzida ⫺
como uma indutância se comporta em um circuito. Uma in- (a) Fluxo e corrente crescentes
dutância (e, portanto, um indutor) “bloqueia” e restringe mu- Campo magnético
danças repentinas (bruscas) na corrente. A indutância reage decrescente
contra (resiste a) alterações na corrente, seja um aumento ou Fluxo Condutor
uma redução da corrente. Ainda, indutores são usualmente
feitos de bobinas de fio.
A indutância é o resultado de uma tensão sendo induzida
em um condutor. O campo magnético que induz a tensão no
condutor é produzido pelo próprio condutor.
Sentido da corrente
⫺ Polarity of induced voltage ⫹
...discutimos anteriormente como um campo magnético é Figura 11-1 Tensão induzida em um condutor. A polaridade
produzido em volta de um condutor conduzindo uma corrente da tensão induzida depende se a corrente está aumentando ou
diminuindo.
elétrica.
284
Corrente
Lei de Lenz e fcem
A tensão induzida em um condutor ou em uma bobina de-
vido ao seu próprio campo magnético é chamada FORÇA
CONTRA-ELETROMOTRIZ (FCEM).
LEMBRE-SE
...no Capítulo 2 do Volume 1 do livro Fundamentos de Eletrici-
dade, comentamos que força eletromotriz (fem) é outro nome
Figura 11-2 Bobina de várias espiras. Parte do fluxo produzido para tensão.
por uma espira enlaça todas as outras espiras.
bina, como ilustrado na Figura 11-2. Observe que agora o Uma vez que a força eletromotriz (fem) induzida está sempre
fluxo produzido por uma espira da bobina induz tensão não em oposição (ou contrariando) a ação da tensão da fonte, ela
apenas nela própria, mas também nas espiras adjacentes. é conhecida como força contra-eletromotriz ou fcem. A força
As linhas de fluxo fechadas mais longas na Figura 11-2 são contra-eletromotriz é algumas vezes chamada FORÇA ELETRO-
resultado dos campos magnéticos de todas as três espiras MOTRIZ INVERSA. O termo inversa implica que a tensão induzida
da bobina. Tais linhas são mais intensas que o fluxo criado tem efeito inverso, ou seja, está sempre “trabalhando contra”
por qualquer uma das espiras individualmente. Ainda, elas o esforço da fonte de tensão.
induzem uma tensão em cada uma das três espiras. A indu-
tância da bobina é muito maior que a indutância do condu- O conceito contido na lei de Lenz pode ser usado para expli-
tor retilíneo (como aquele da Figura 11-1) a partir do qual car como a indutância se comporta. A LEI DE LENZ estabelece
ela é feita. que a fcem sempre tem uma polaridade que se opõe à força
que a criou. Essa ideia é ilustrada na Figura 11-3, que mostra
esquematicamente um indutor e uma fonte de tensão CA.
Indutância própria Quando a tensão da fonte está crescendo, como ilustrado no
gráfico da Figura 11-3(a), a fcem se opõe à fonte. Quando a
A indutância de um indutor é chamada INDUTÂNCIA PRÓPRIA.
tensão da fonte está decrescendo [Figura 11-3(b)], a fcem au-
Esse nome é dado, pois o indutor induz uma tensão nele
xilia a fonte e tenta manter a corrente constante.
mesmo; isto é, seu próprio campo magnético variável induz
tensão em suas próprias espiras. No caso de um único condu-
tor retilíneo, o campo magnético variável induz uma tensão ⫺
Tensão
285
História da eletrônica energia do campo magnético é convertida novamente em
Heinrich Lenz energia elétrica no indutor. Assim, um indutor armazena
Em 1834, o físico Heinrich Lenz energia quando sua corrente aumenta e retorna (devolve)
estabeleceu sua lei sobre a pola- a energia armazenada quando sua corrente diminui. Uma
ridade das tensões induzidas. indutância não converte energia elétrica em energia térmica
(dissipação de calor). Apenas uma resistência elétrica é ca-
paz de converter energia elétrica em energia térmica ou ca-
lor. Assim, se um indutor com resistência igual a zero pudes-
se ser construído, a energia líquida absorvida (ou dissipada)
por ele seria nula. Em um sistema CA, para os dois quartos
de ciclo nos quais a corrente está aumentando (primeiro e
terceiro quartos de ciclo), o indutor absorve energia do sis-
tema. Para os outros dois quartos de ciclo (segundo e quar-
to), quando a corrente está diminuindo, o indutor devolve
a mesma quantidade de energia ao sistema. Repare, então,
Armazenamento e conversão de que nenhuma energia líquida é absorvida ou dissipada pelo
energia indutor.
Outra maneira de ver a indutância é em termos do armaze- Observe que a indutância armazena e depois retorna energia
namento e da conversão de energia. Quando uma corrente de modo muito similar à capacitância. Durante o primeiro
flui através de um indutor, um campo magnético é produzi- e o terceiro quartos de ciclo, a indutância converte energia
do. No processo de produção do campo magnético, o indu- elétrica em energia magnética e armazena energia (magné-
tor converte energia elétrica em energia magnética. Quan- tica), enquanto a capacitância armazena diretamente ener-
do a corrente aumenta, mais energia elétrica é convertida gia elétrica. Durante o segundo e quarto quartos de ciclo,
em energia magnética. Agora, o campo magnético asso- a indutância converte sua energia magnética armazenada
ciado ao indutor possui mais energia que antes da corrente novamente em energia elétrica e retorna essa energia para
ser aumentada. Quando a corrente através do indutor dimi- a fonte, enquanto a capacitância apenas retorna sua energia
nui, seu campo magnético também diminui. Nesse caso, a elétrica armazenada.
286
O NÚCLEO de um indutor é o material que ocupa o espaço in-
Unidade de indutância – o Henry terno formado pelas espiras do indutor.
A unidade básica de indutância é o HENRY. Essa unidade é A intensidade da corrente em um INDUTOR DE NÚCLEO DE FERRO
uma homenagem ao cientista norte-americano Joseph Hen- também influencia sua indutância. Isso de deve ao fato de
ry e sua abreviação é H. O henry é definido em termos do va- que as propriedades magnéticas do núcleo de ferro variam
lor da fcem produzida quando uma corrente com amplitude de acordo com a intensidade da corrente.
variável no tempo está circulando por um indutor. Um henry
de indutância produz 1V de fcem quando a corrente varia Finalmente, o valor da indutância é determinado pela fcem
com uma taxa de 1A/s. Essa definição de henry está ilustrada produzida por uma dada taxa de variação da corrente. Obvia-
graficamente na Figura 11-4. mente, o valor da fcem depende do quanto o fluxo interage
com os condutores da bobina.
Uma grande faixa de indutâncias é usada em circuitos elétri-
cos e eletrônicos. As indutâncias em circuitos de frequências Se todos os demais fatores são iguais, um indutor com nú-
muito elevadas são geralmente menores que 1H. Para cir- cleo de ferro tem mais indutância que um INDUTOR COM NÚ-
CLEO DE AR. Isso é devido ao fato de o ferro ter uma permea-
cuitos de baixa frequência, indutores com indutância supe-
rior a 5H são comuns. bilidade maior; isto é, o ferro tem uma maior capacidade de
conduzir fluxo magnético (em relação ao ar). Devido a essa
maior permeabilidade, há maior variação de fluxo e, assim,
maior fcem induzida, para uma dada taxa de variação da
Fatores que determinam a corrente.
3
História da eletrônica
Corrente
2 Joseph Henry
O físico norte-americano Joseph
Henry realizou diversas pesqui- Indutância
1
sas na área do eletromagnetismo
e descobriu os princípios que
0 tornaram possível o desenvolvi-
1 2 3
Segundos mento do telégrafo. A unidade
fundamental de indutância, o
1V de fcem henry, é uma homenagem a ele.
⫹ ⫺
capítulo 11
287
Corrente
(a)
Corrente
(b)
Figura 11-5 Efeito da distância entre as espiras. (a) Espiras muito espaçadas fornecem menos indutância que (b) espiras mais
próximas umas das outras.
tensão somente na espira que as produziu. Por outro lado, Quando os outros fatores são iguais, o indutor com o núcleo
à medida que as espiras se aproximam umas das outras, as de maior diâmetro terá a maior indutância. Isso ocorre, por-
linhas de fluxo das espiras adjacentes “se ligam” de modo a que basicamente todo o fluxo é conduzido através do núcleo
enlaçar toda a bobina, conforme ilustrado na Figura 11-5(b). de um indutor. Assim, um núcleo de maior diâmetro possui
Nesse caso, somente uma pequena parte das linhas de fluxo uma maior capacidade de condução, para uma densidade de
enlaça apenas a espira individual que as produziu. fluxo específica, em relação a um núcleo de menor diâmetro.
Tipos de indutores
Uma maneira de classificar os indutores é pelo tipo de mate-
rial usado para o núcleo do indutor. O núcleo pode ser de um
material magnético ou não magnético. Os símbolos para indu-
tores com esses materiais estão apresentados na Figura 11-6.
Os indutores também podem ser classificados como de valor
fixo ou variável. A Figura 11-7 mostra dois símbolos usados (a) Núcleo de ferro (b) Núcleo de ar
para indicar um INDUTOR VARIÁVEL. A forma mais comum de (magnético) (não magnético)
variar a indutância é por meio do ajuste da posição do mate- Figura 11-6 Símbolos para indutor de valor fixo.
288
Eixo de latão com rosca
Figura 11-7 Símbolos para indutor de valor variável. Cada Suporte da bobina
símbolo indicado pode ser usado para núcleos magnéticos e (papel ou plástico)
não-magnéticos.
Tarugo de ferrite
Núcleos de ferrite e pó de ferro cleo seria ferrite ou pó de ferro (ou ferro pulverizado). O sím-
A bobina apresentada na Figura 11-10(a) também pode ser bolo correto para esse indutor seria, então, aquele referente Indutância
um INDUTOR DE NÚCLEO DE FERRO. Nesse caso, o material do nú- a um indutor de núcleo de ferro [Figura 11-6(a)]. (Em alguns
diagramas esquemáticos, as duas linhas sólidas no símbolo
* N. de T.: O suporte da bobina é onde o fio é enrolado, dando sustentação do indutor de núcleo de ferro são substituídas por duas li-
mecânica ao indutor. Esse suporte pode ser um material isolante como, por nhas tracejadas para representar um núcleo de ferrite ou de
exemplo, no caso dos indutores variáveis em que é possível inserir um mate- pó de ferro.) A maioria dos indutores desse tipo tem indu-
rial (magnético ou não) no interior do suporte. Existem também indutores tâncias inferiores a 200mH. Eles são usados essencialmente
capítulo 11
construídos sem suporte, por exemplo, quando o próprio fio que forma as
em frequências superiores a faixa de áudio (som). A Figura
espiras é suficientemente rígido (vide indutores de núcleo de ar). Também
são comuns indutores em que o suporte é o próprio núcleo magnético, ou
11-10(b) mostra outro estilo de indutor enrolado sobre um
seja, os fios são enrolados diretamente no núcleo. núcleo de ferrite.
289
Núcleos toroidais
Os núcleos dos indutores discutidos anteriormente são todos
retilíneos. Nesses casos, as linhas (fechadas) de fluxo magné-
tico se estendem pelo núcleo e se fecham pelo ar. Com um
NÚCLEO TOROIDAL, as linhas fechadas de fluxo estão todas den-
tro do próprio núcleo. Os núcleos toroidais [Figura 11-10(c)]
têm a forma de uma “rosquinha”. Cada espira de fio é enro-
Figura 11-9 Indutor de núcleo de ar. lada através do centro do núcleo, como ilustrado na Figura
11-10(c). Indutores construídos com núcleos desse tipo são
chamados indutores toroidais. O núcleo toroidal é geralmen-
te feito de ferrite ou de pó de ferro. Um indutor toroidal pode
ter um valor elevado de indutância para seu tamanho (físico).
Indutores de montagem em
superfície
Os indutores de montagem em superfície (chip inductors) es-
(a) tão disponíveis na faixa de nH e H. A Figura 11-11 mostra
um indutor de montagem em superfície de 68 nH posicio-
nado no interior da extremidade de um grampo de papel
(clipe). Esse indutor tem aproximadamente 1mm de espes-
sura, 1,2 mm de largura e 2mm de comprimento. Observe na
Figura 11-11 que as extremidades de conexão são metálicas
de modo que o componente pode ser soldado diretamente
em uma placa de circuito.
Indutores moldados
(b)
Alguns indutores se parecem com resistores (Figura 11-12).
Esses indutores são encapsulados em um material para pro-
Corrente alternada e instrumentos de medição
(c)
Figura 11-10 Pequenos indutores para aplicações de alta
frequência. (a) Núcleo de material não magnético ou de ferrite Figuras 11-11 Indutor de montagem em superfície posiciona-
(magnético); (b) Núcleo de ferrite; (c) Núcleo toroidal. do na extremidade de um pequeno grampo (clipe) de papel.
290
Núcleos de ferro laminados
Praticamente todos os grandes indutores usados na frequên-
cia industrial (60 Hz, por exemplo) usam núcleos de ferro la-
minados. Esses indutores têm indutâncias variando em uma
faixa de 0,1 a 100 H.
Os núcleos laminados típicos usam laminações como aque-
las ilustradas na Figura 11-14. É fácil perceber por que essas
laminações são chamadas LAMINAÇÕES E E I (também é co-
mum a denominação núcleo EI). As lâminas (ou chapas) E são
empilhadas juntas uma a uma até atingir a espessura dese-
Figura 11-12 Indutores moldados. jada, assim como as lâminas I. O enrolamento é colocado na
perna central (Figura 11-15) do conjunto (ou pilha) de lâmi-
teger o enrolamento do indutor. Os INDUTORES MOLDADOS po- nas E. Após, o conjunto de lâminas I é posicionado através da
dem ter núcleo de ar, ferrite ou pó de ferro. extremidade aberta da pilha de lâminas E.
Como ilustrado na Figura 11-16, as chapas E e I formam dois
caminhos paralelos para o fluxo. A perna central da chapa E
Indutores blindados é duas vezes mais larga que as pernas de fora, pois ela con-
Em alguns casos, os indutores são blindados para protegê-los duz o dobro de fluxo. Para uma dada intensidade e taxa de
da influência de campos magnéticos externos. A blindagem variação da corrente, o indutor de núcleo de ferro laminado
é feita de um material magnético. A Figura 11-13 mostra as produz mais fluxo que os outros tipos de indutores. Por sua
partes básicas de um indutor blindado com suporte da bobi- vez, esse fluxo variável induz uma fcem. Essa é a razão pela
na ajustável. Essa figura não mostra as espiras (enrolamento) qual os indutores de núcleo de ferro laminado podem forne-
da bobina. As espiras estariam enroladas sobre o tubo cilín- cer grandes valores de indutância.
drico. O suporte de bobina mostrado na Figura 11-13 é o tipo
geralmente usado em placas de circuito impresso.
Alguns pequenos indutores, como aqueles mostrados na Fi-
gura 11-12, também são blindados. Nesses casos, as blinda-
gens são colocadas logo abaixo da moldura externa.
Indutância
capítulo 11
Laminação E Laminação I
Figura 11-14 Laminações E e I. Essas lâminas (chapas) são
empilhadas em várias configurações para formar núcleos para
Figura 11-13 Indutor blindado. dispositivos eletromagnéticos.
291
Laminação I induzida está associada a um dado valor de indutância. Ago-
ra, suponha que a corrente no indutor seja maior e que ela
varie de C para D na Figura 11-17. Apesar da variação total
entre C e D ser a mesma que entre A e B, o aumento corres-
pondente produzido no fluxo (C’ para D’) é muito menor. As-
sim, a fcem induzida adicional é menor, o que nos permite
inferir que a indutância em altas correntes também é menor
(lembre-se que, pela definição de indutância, a fcem é dada
pelo produto da indutância pela taxa de variação da corren-
te). Os pontos E e F na Figura 11-17 mostram o que acontece
quando o núcleo de um indutor está SATURADO. Uma vez que
a variação da corrente de E para F praticamente não produz
Laminação E Enrolamento
alterações no fluxo (e, portanto, praticamente não produz
Figura 11-15 Indutor com núcleo de ferro laminado. A bobina nenhuma fcem adicional), podemos inferir que há uma indu-
é encaixada sobre as pernas centrais das chapas em formato tância bastante reduzida*. Exceto para aplicações especiais,
de E.
os indutores nunca são operados na região de saturação da
curva de permeabilidade.
Enrolamento
Filtros chokes
Os indutores de núcleo de ferro laminado são muitas vezes
referidos como FILTROS CHOKES. Esses chokes são usados em
circuitos de filtro de fontes de alimentação em uma ampla
variedade de equipamentos elétricos e eletrônicos. A fonte
de alimentação é geralmente a parte do equipamento que
converte a corrente alternada para contínua. O circuito do fil-
tro, que inclui o indutor, suaviza a corrente contínua flutuan-
te e/ou pulsante até que ela fique próxima de uma corrente
contínua pura.
Existem basicamente dois tipos de filtros: o FILTRO SUAVIZADOR
Vista da seção transversal e o FILTRO OSCILANTE. No filtro oscilante, as chapas E e I são
prensadas bem juntas, de modo que existe um entreferro
Corrente alternada e instrumentos de medição
292
D'
B'
A'
A B C D E F
Intensidade de campo magnético (H )
Figura 11-17 Curva de permeabilidade. A permeabilidade diminui à medida que a intensidade de campo magnético aumenta.
tância seja menos dependente do valor da corrente, pois o ar indutores de núcleo laminado, a corrente nominal também
não satura tão facilmente como o ferro. indica o nível de corrente no qual a indutância foi medida.
Para níveis de corrente inferiores ao nominal, a indutância é
maior que o valor especificado pelo fabricante.
Bobinas de radiofrequência A tensão nominal indica o nível de tensão que o isolamento
Indutores usados em altas frequências são geralmente cha- do enrolamento do indutor pode suportar continuamente.
mados indutores de RF (ou, ainda, chokes ou choques de RF). Quando a tensão nominal é excedida, a ruptura do isolamen-
Como o rádio foi um dos primeiros equipamentos em que se to pode não ocorrer instantaneamente. Contudo, trabalhar
fez uso de indutores de alta frequência, eles ficaram conhe- com níveis de tensão superiores ao nominal certamente re-
cidos como indutores de radiofrequência ou simplesmente duz a vida útil da isolação do indutor. A especificação da ten-
indutores de RF. Um indutor de RF pode ter um núcleo de ar, são nominal é geralmente mais comum em indutores com
ferrite ou pó de ferro. Ele pode ser de valor fixo ou variável. núcleo laminado. Com esses indutores, o núcleo geralmen-
te está ligado fisicamente e eletricamente ao chassi de um
dispositivo elétrico. Porém, o enrolamento do indutor pode
estar a centenas de volts positivos ou negativos em relação
Especificações de indutores ao chassi, o que torna o problema de ruptura da isolação par-
Até agora vimos que uma das principais especificações de ticularmente crítico.
um indutor é seu valor (nominal). Os indutores também são
O FATOR DE QUALIDADE de um indutor se refere à razão entre
especificados em termos de sua resistência CC, corrente, ten-
sua reatância (indutiva) e sua resistência. Geralmente, é de-
são, fator de qualidade e tolerância.
sejável um indutor com fator de qualidade elevado. Man-
Indutância
A resistência CC especifica a resistência elétrica do fio no en- tidos todos os outros fatores constantes, quanto menor a
rolamento do indutor. Essa é a resistência que seria medida resistência CC, maior é o fator de qualidade do indutor. In-
com um ohmímetro conectado entre os terminais do indu- formações mais detalhadas sobre o fator de qualidade são
tor. Assim, essa resistência CC é algumas vezes chamada de fornecidas na pág. 299.
RESISTÊNCIA ÔHMICA.
Assim como todos os outros componentes, os indutores
capítulo 11
A corrente nominal de um indutor é importante, pois ela in- também têm tolerâncias do fabricante. Indutores de preci-
dica o valor de corrente que o indutor pode conduzir con- são podem ser obtidos com tolerâncias inferiores a ⫾1%. No
tinuamente sem sobreaquecimento do dispositivo. Com entanto, tais indutores são mais caros. Os indutores tipica-
293
mente empregados em produções em massa de dispositivos
elétricos e eletrônicos têm tolerância de ⫾10% ou superior.
R1
5V
100Ω
Indutores em circuitos CC
A Figura 11-18 compara o comportamento de um indutor
em um circuito CC puro com o comportamento de um resis-
tor no mesmo circuito. Com um resistor [Figura 11-18(a)], a 0,05A
Corrente
corrente atinge seu valor máximo praticamente no instante
Abertura
em que a chave é fechada. Quando a chave é aberta, a cor-
Fechamento da chave
rente é reduzida a zero com a mesma rapidez. Um indutor
da chave
em um circuito CC [Figura 11-18(b)] força a corrente a ter um
crescimento mais lento. Isso é devido à fcem produzida pelo Tempo
indutor. O tempo necessário para a corrente alcançar seu va- (a) Crescimento da corrente em um circuito resistivo
lor máximo depende dos valores de indutância e resistência
presentes no circuito. Com indutores com fator de qualidade
típico, esse tempo é bastante inferior a 1s. Após a corrente
alcançar seu valor de pico, a única oposição oferecida pelo L1
indutor é devido a sua resistência CC. Quando a chave na 5V 5H
e 100 Ω
Figura 11-18(b) é aberta, a fcem do indutor impede que a
corrente se reduza para zero imediatamente. Isso é feito pela
ionização do ar entre os contatos da chave à medida que a
chave abre. Quando a energia armazenada no campo mag-
nético do indutor é totalmente usada, o ar entre os contatos 0,05A
Corrente
294
circuito imediatamente antes da chave ser aberta. O golpe mica do indutor. Assim, a queda de tensão através do indu-
indutivo de um indutor pode ser muitos milhares de volts. tor é praticamente zero quando a corrente alcança seu valor
Ainda, o golpe indutivo é o princípio de operação da bobina máximo. Observe na Figura 11-20 que a tensão entre os ter-
de ignição de um automóvel. minais do indutor é máxima quando a corrente através dele
A relação entre a corrente e a tensão (fcem) em um indutor é mínima e está aumentando. Também, note que a tensão
é ilustrada na Figura 11-20. Considere que a resistência R no é mínima quando a corrente é máxima (regime permanente
circuito da figura é muito mais elevada que a resistência ôh- do circuito). Adicionalmente, observe que a corrente e a ten-
são resistivas crescem juntas.
VL VR
Tensão e corrente
IL ⫽ IR ⫽ IT
R
Tempo
Figura 11-20 Relação entre a corrente e a tensão em um indutor. A máxima tensão entre os terminais do indutor ocorre antes da
corrente alcançar seu valor máximo.
295
Assim, a fcem é maior quando a corrente está alterando seu
Indutores ideais em circuitos CA sentido (sinal).
Um INDUTOR IDEAL é um indutor que não tem resistência. Ele A reatância de um indutor pode ser calculada com a seguinte
não converte nenhuma energia elétrica em energia térmica fórmula:
(ou seja, não dissipa nenhuma energia) e tem um fator de
qualidade infinito. Nas discussões a seguir, vamos assumir XL ⫽ 2 fL ⫽ 6,28 fL
que temos indutores ideais. A reatância indutiva está em ohms quando a frequência está
em hertz e a indutância está em henrys.
Da fórmula anterior, podemos verificar que a reatância indu-
Reatância indutiva tiva é diretamente proporcional à frequência e à indutância.
A indutância, assim como a capacitância, controla a corrente Dobrando qualquer uma dessas duas grandezas, a reatância
do circuito sem dissipar potência. Portanto, a oposição ofere- também é dobrada. Essa relação de proporcionalidade faz
cida pelo indutor à circulação de corrente alternada (senoi- sentido se lembrarmos que:
dal) é também chamada reatância. Para distinguir a reatância
1. Quanto maior é a frequência, mais rapidamente a cor-
indutiva da reatância capacitiva, usamos o símbolo XL para
rente está variando. Portanto, mais fcem e mais reatân-
REATÂNCIA INDUTIVA.
cia são produzidas.
A reatância indutiva é resultado da fcem do indutor. O indu-
2. Para um mesmo valor de corrente, quanto maior for a in-
tor permite o fluxo de corrente CA apenas o suficiente para
dutância, maior é o fluxo gerado. Novamente, mais fcem
produzir uma fcem que é igual à (e com polaridade oposta
e reatância são produzidas.
à) tensão da fonte. Essa ideia é ilustrada na Figura 11-21.
Durante cada semiciclo da fonte (um gerador CA), a fcem do
indutor produz um semiciclo idêntico de tensão senoidal. Em EXEMPLO 111
qualquer instante de tempo as duas tensões (fonte e fcem)
são iguais. A razão para isso pode ser verificada consideran- Qual é a reatância de um indutor de 3H quando a frequên-
do a Figura 11-22, que mostra que a tensão está adiantada cia é 120Hz?
de 90° da corrente em um circuito indutivo (CA e senoidal). Dados: Indutância L ⫽ 3 H
Observe nesta figura que a corrente está mudando o sentido Frequência f ⫽ 120 Hz
de circulação no instante de tempo em que a tensão atinge Encontrar: Reatância indutiva (XL)
seu valor de pico. Quando o sentido de circulação da corrente
Conhecido: XL ⫽ 6,28fL
é invertido, duas coisas acontecem: (1) a polaridade da fmm
Solução: XL ⫽ 6,28 ⫻ f ⫻ L
e o sentido do fluxo são alterados, e (2) o fluxo se altera de ⫽ 6,28 ⫻ 120 Hz ⫻ 3 H
Corrente alternada e instrumentos de medição
Dados: L ⫽ 2,5 mH
Fique Calmo em Situações de Choque Elétrico f ⫽ 100 kHz
Um movimento brusco do trabalhador em resposta a um leve Encontrar: XL
choque elétrico pode resultar em ferimentos graves. Conhecido: XL ⫽ 6,28 fL
296
⫹ ⫹
Tensão
Tensão
⫺ ⫺
Ponto de referência
(a) Semiciclo positivo
⫺ ⫺
Tensão
Tensão
⫹ ⫹
Ponto de referência
(b) Semiciclo negativo
Figura 11-21 Tensões CA da fonte (esquerda) e do indutor (direita). A fcem do indutor se opõe à tensão da fonte.
Solução:
EXEMPLO 113
Dados: VL ⫽ 40 V
IL ⫽ 10 mA
Encontrar: XL Relação de fase entre V e I
Conhecido: A fcem senoidal do indutor na Figura 11-21 é produzida por
capítulo 11
297
Tensão Corrente VIcos e cos 90° ⫽ 0.) Assim, em uma indutância pura (indu-
tor ideal) temos corrente e tensão, porém não há conversão
líquida de energia (nenhuma energia líquida é absorvida da
fonte).
Do ponto de vista de energia, podemos dizer que, ao lon-
go de um ciclo CA, energia é transferida da fonte para o
indutor e depois do indutor de volta para fonte. Durante
o quarto de ciclo em que a corrente está crescendo [Fi-
Figura 11-22 Corrente e tensão alternadas em um indutor. A gura 11-23(a)], energia é absorvida da fonte (gerador). A
tensão está adiantada de 90° da corrente. energia do gerador é convertida em energia magnética
e armazenada no campo do indutor. Durante o próximo
variando. O único instante quando a corrente não está varian- quarto de ciclo [Figura 11-23(b)], a corrente está decres-
do é aquele em que ela alcança exatamente seu valor de pico. cendo e o campo do indutor começa a diminuir. A energia
Isto é, no instante em que a correte acabou de interromper armazenada no indutor é convertida novamente em ener-
seu crescimento e ainda não iniciou seu decrescimento. Nesse gia elétrica e retorna ao gerador. Como ilustrado na Figura
instante, temos uma taxa de variação da corrente efetivamen- 11-23(c), energia é novamente absorvida do gerador du-
te nula e, consequentemente, uma fcem igual a zero. A partir rante o terceiro quarto de ciclo. Novamente, essa energia
da Figura 11-22 (e da Figura 11-20) podemos perceber que retorna para o gerador no quarto quarto de ciclo [Figura
a TENSÃO ESTÁ ADIANTADA DA CORRENTE em um circuito indutivo. 11-23(d)]. Observe nas Figuras 11-23(b) e (c) que a polari-
Mais precisamente, a tensão está adiantada de 90° da corrente dade da fcem permanece a mesma. Também, observe que
em um indutor ideal (em um circuito CA senoidal). o campo magnético muda de decrescente para crescente.
Como explicado previamente, a polaridade da fcem não
muda [entre as Figuras 11-23(b) e (c)], pois a polaridade
Potência em um indutor do campo magnético também muda [entre as Figuras 11-
23(b) e (c)], quando o sentido de circulação da corrente é
O INDUTOR IDEAL não dissipa potência ativa, pois sua corren-
alterado.
te e tensão estão defasadas de 90°. (Lembre-se de que P ⫽
+ –
Corrente
Corrente
Corrente alternada e instrumentos de medição
– +
(a) Campo magnético aumentando (b) Campo magnético diminuindo
– +
Corrente
Corrente
+ –
(c) Campo magnético aumentando (d ) Campo magnético diminuindo
Figura 11-23 Potência em um indutor. Em dois quartos de ciclo (b e d), o indutor retorna para fonte sua energia armazenada.
298
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 41. Qual é a reatância de um indutor que tem uma queda de ten-
são de 50 V entre seus terminais quando uma corrente CA de
35. Um indutor ideal possui resistência? 0,5 A circula por ele?
36. Qual é a causa da reatância indutiva? 42. Em um indutor ideal, a tensão está ___________ da corrente
37. O símbolo para reatância indutiva é ___________. de ___________ graus.
38. A fórmula para cálculo da reatância de um indutor é 43. A potência consumida por um indutor ideal que drena 2 A de
___________. uma fonte CA de 20V é ___________.
39. Dobrando a frequência em um circuito indutivo, a reatância 44. Qual é o valor da indutância que tem uma reatância associada
___________. de 3600 ⍀, quando está ligada a uma fonte de 30 V e 400 Hz?
40. Determine a reatância das seguintes indutâncias nas frequên- 45. Qual é a frequência na qual um indutor de 3mH tem uma rea-
cias especificadas: tância de 4200 ⍀?
a. 6 H em 60 Hz.
b. 150 mH em 10 kHz.
c. 30 H em 250 MHz.
299
indutor apenas em termos de sua reatância. Quando o fator do condutor em altas frequências é maior que aquela
TIVA
de qualidade do indutor é maior que 5, a diferença entre sua medida por um ohmímetro.
reatância e sua impedância é menor que 2%. Assim, em ter- O efeito pelicular pode ser minimizado utilizando um FIO LITZ,
mos práticos, é bastante razoável usar a reatância ao invés que é um cabo com múltiplos condutores. Cada condutor em
da impedância em cálculos da corrente em um indutor. Tal um fio litz tem uma isolação bastante fina e um diâmetro ra-
aproximação é particularmente razoável quando você con- zoavelmente pequeno (da ordem de uma bitola 44 AWG). Es-
sidera que a indutância pode estar 20% acima ou abaixo do ses condutores pequenos e isolados são trançados para for-
seu valor nominal. mar um cabo bastante pequeno. Quando o fio litz é usado, os
condutores individuais são soldados juntos nas extremida-
des da bobina. Isso conecta todos os condutores em paralelo
Perdas de potência em indutores de modo que temos, efetivamente, um único fio fora do cabo
Já foi comentado que indutores reais dissipam potência de- de múltiplos condutores. Para um dado diâmetro geral, um
vido à sua resistência. No entanto, a resistência do indutor fio litz fornece uma maior área de superfície para condução
pode ser maior que a resistência medida por um ohmíme- de corrente que um condutor simples. Devido a essa maior
tro. Essa resistência mais elevada que a resistência medida área de superfície, um fio litz tem uma menor resistência em
é por causa de um fenômeno denominado EFEITO PELICULAR. altas frequências.
O efeito pelicular é causado pela tendência dos elétrons
Indutores de núcleo de ferro têm perdas de potência em seus
(corrente elétrica) circularem pela periferia do condutor à
núcleos assim como em seus enrolamentos. Há duas situa-
medida que a frequência aumenta (Figura 11-24). Quanto
ções em que o núcleo converte energia elétrica em energia
mais elevada é a frequência, mais pronunciado é o efeito
térmica (dissipação de calor – perdas). Primeiro, o campo
pelicular. Devido ao efeito pelicular, a região central do con-
magnético devido à corrente que circula pelo enrolamento
dutor não contribui para sua capacidade de condução de
induz uma tensão no núcleo do indutor. Essa tensão induzida
corrente (ou seja, é como se a área disponível para condu-
causa a circulação de uma pequena corrente, que gera calor
ção de corrente fosse diminuída). Assim, a RESISTÊNCIA EFE-
no núcleo. A segunda situação que causa perdas de potên-
cia no núcleo é a inversão periódica do sentido (polaridade)
Condutor
do campo magnético. Cada vez que a polaridade do campo
Elétrons sólido magnético inverte, tem-se um pequeno aquecimento do nú-
cleo devido à reorientação dos domínios magnéticos. Alguns
métodos para minimizar essas perdas no núcleo são discuti-
dos no capítulo sobre transformadores.
Corrente alternada e instrumentos de medição
300
as reatâncias individuais para encontrar a reatância total. As
Indutores em paralelo fórmulas para combinação de reatâncias indutivas em para-
INDUTORES EM PARALELO (sem indutância mútua) podem ser lelo têm a mesma estrutura que aquelas usadas para resis-
tratados assim como resistores em paralelo. As fórmulas usa- tências e indutâncias em paralelo:
das com resistores podem ser empregadas com indutores Método geral:
substituindo-se R por L. As fórmulas são:
Método geral:
EXEMPLO 117
EXEMPLO 116 Utilizando o primeiro método, determine a reatância induti-
va total para o Exemplo 11-6, quando a frequência é 20 kHz.
Qual é a indutância total (ou equivalente) de um indutor de
0,4 H conectado em paralelo com um indutor de 600 mH? Dados: LT ⫽ 0,24 H
f ⫽ 20 kHz
Dados: L1 ⫽ 0,4 H
Encontrar: XLT
L2 ⫽ 600 mH ⫽ 0,6 H
Conhecido: XLT ⫽ 6,28 fLT
Encontrar: LT
Solução: XLT ⫽ 6,28 fLT
Conhecido: ⫽ 6,28 ⫻ 20.000 Hz ⫻ 0,24 H
⫽ 30.144 ⍀
Solução: Resposta: A reatância indutiva total é 30.144 ⍀ ou
30,144 k⍀.
301
A fórmula de divisão de corrente usada com resistores e re-
Solução: XL1 ⫽ 6,28 ⫻ 20.000 ⫻ 0,4
⫽ 50.240 ⍀ sistências em paralelo pode ser usada com indutores e indu-
tâncias em paralelo. Se a corrente IL1 na Figura 11-25 não é
XL2 ⫽ 6,28 ⫻ 20.000 ⫻ 0,6
⫽ 75.360 ⍀ conhecida, ela poderia ser calculada com a fórmula de divi-
são de corrente nas seguintes formas:
ou
Como era de se esperar, os dois métodos utilizados nos
Exemplo 11-7 e 11-8 fornecem exatamente o mesmo re-
sultado.
Em circuitos com indutores em paralelo, a corrente total se
divide em proporção inversa à indutância de cada indutor
individual. A menor indutância conduz a corrente mais alta Indutores em série
(Figura 11-25). O valor exato da corrente em cada ramo do INDUTORES EM SÉRIE e REATÂNCIAS EM SÉRIE podem ser tratados
circuito pode ser determinado usando a lei de Ohm, bas- do mesmo modo que resistências em série. A fórmula para
tando trocar R por XL. As correntes indicadas na Figura 11- indutâncias em série é:
25 foram calculadas usando as reatâncias determinadas no
LT ⫽ L1 ⫹ L2 ⫹ L3 ⫹ etc.
Exemplo 11-8:
Para reatâncias indutivas em série a fórmula é:
XLT ⫽ XL1 ⫹ XL2 ⫹ XL3 ⫹ etc.
Novamente, a reatância total também pode ser determina-
da pela fórmula de reatância indutiva se a indutância total é
conhecida. Isto é,
XLT ⫽ 6,28 fLT
302
ca, ou seja, a tensão total da fonte é igual à soma das tensões
EXEMPLO 1110
em todos os componentes do circuito (no caso, indutores).
Encontre a reatância total para o Exemplo 11-9 sem antes
determinar a indutância total.
L1
3H A constante de tempo está em segundos quando L está em Indutância
7,5 V henrys e R está em ohms. Podemos mostrar que a constante
20 V
de tempo está em segundos substituindo as unidades bási-
60 Hz cas equivalentes na fórmula anterior. Sabemos que:
L2
5H
capítulo 11
12,5 V
e
303
86,5%
% da corrente final
63,2%
1 2 3
Constantes de tempo
(a)
% da corrente inicial
36,8%
13,5%
1 2 3
Constantes de tempo
(b)
Figura 11-27 Constantes de tempo de circuitos RL.
Assim,
EXEMPLO 1111
Dados: L ⫽ 10 H
R ⫽ 50 ⍀
Encontrar: T
Conhecido:
Solução:
304
É importante notar que T, considerando valores práticos Suponha que os eixos centrais de duas bobinas formem 90°
de R e L, é usualmente da ordem de frações de um segun- entre si, como mostrado na Figura 11-28(a). Nessa condição,
do. Mesmo se o resistor é retirado do circuito, a resistência uma parcela muito pequena do fluxo associado a uma bo-
ôhmica (CC) dos indutores mantém a constante de tempo bina corta as espiras da outra bobina. Dizemos que há um
pequena. baixo ACOPLAMENTO entre as bobinas (indutores). Por outro
lado, quando os eixos das bobinas são alinhados e os indu-
tores aproximados, como na Figura 11-28(b), o acoplamento
aumenta e temos uma indutância mútua elevada.
Evitando a indutância mútua
Quando os indutores são fisicamente separados, a indutân-
cia mútua é reduzida. Quanto mais distantes estão os induto-
res, menor é a indutância mútua e o acoplamento entre eles.
LEMBRE-SE Um indutor que é envolvido por uma blindagem magnética
...quando o fluxo magnético devido à corrente que circula por tem uma indutância mútua muito baixa com os indutores ao
um componente induz uma tensão em um segundo componente, seu redor. Isso ocorre porque o fluxo associado aos indutores
eletricamente isolado do primeiro, temos uma indutância mútua.
próximos é conduzido pela blindagem, que tem baixa relu-
tância (alta permeabilidade), ao invés de cortar as espiras do
indutor no interior da blindagem.
(b) Indutância mútua alta Para minimizar o problema citado anteriormente, RESISTORES
DE FIO NÃO INDUTIVOS especiais são produzidos. Nesses resisto-
Figura 11-28 Efeito da orientação do eixo das bobinas na
indutância mútua entre elas. res, metade das espiras de fio é enrolada no sentido horário
305
e a outra metade é enrolada no sentido anti-horário. Assim, resistores são geralmente usados em circuitos de alta potên-
em princípio, o campo magnético associado a uma metade cia, quando a carga no circuito deve ser independente da
das espiras cancela o campo devido à outra metade. Esses frequência.
a. Qual é a indutância total ou equivalente do circuito? 56. Determine a constante de tempo de um circuito composto por
indutor ideal de 30 H conectado em série com um resistor de
b. Qual é a reatância total? 60 ⍀ e com uma fonte CC de 10 V.
c. Qual é a corrente total? 57. Dois indutores, um de 4mH e outro de 6 mH, estão conecta-
d. Qual é a corrente através do indutor de 0,6 H? dos em série e ligados a uma fonte de 30V. Determine a tensão
53. Suponha que os indutores da Questão 52 são conectados em através do indutor de 4 mH.
série e não em paralelo. 58 Assuma que os indutores da Questão 57 estão conectados em
a. Qual é a indutância total? paralelo e não em série. Determine a corrente através do indu-
tor de 6mH se a corrente total IT é 10 mA.
b. Qual é a reatância total?
c. Qual é a corrente total?
d. Qual é a tensão através do indutor de 0,6H?
Constante de tempo:
Reatância indutiva:
XL ⫽ 6,28 fL
Corrente alternada e instrumentos de medição
Respostas
1. indutância 5. F 10. força eletromotriz 14. volt por ampère por
2. bloqueador (choke), 6. F inversa segundo
bobina, reator, indutor 7. F 11. elétrica, magnética 15. Aumenta.
3. V 8. L 12. henry 16. Usar um núcleo de per-
4. F 9. Lenz 13. H meabilidade mais alta
306
ou menor relutância; o sobreaquecimento do 42. adiantada, 90° 53. a. 0,9 H
aumentar o número de enrolamento. 43. zero b. 848 ⍀
espiras; reduzir a dis- 28. É a razão entre a 44. 1,43 H c. 17,7 mA
tância entre as espiras; reatância (indutiva) e a 45. 233 kHz d. 10 V
aumentar o diâmetro do resistência do indutor. 46. Indutor de núcleo de ar. 54. Orientando os eixos das
núcleo. 29. Um indutor projetado 47. 377 duas bobinas de modo
17. a. Veja a Figura 11-6(a). para ser usado em radio- 48. Impedância é a opo- a formarem 90° entre si,
b. Veja a Figura 11-6(b). frequências. sição à circulação de distanciando uma bobi-
c. Veja a Figura 11-7. 30. Núcleo de ferro lamina- corrente CA senoidal na da outra e blindando
18. F do. resultante da combina- (magneticamente) as
19. F 31. É a elevada fcem induzi- ção entre reatância e bobinas.
20. V da quando um circuito resistência. 55. Metade das espiras é
21. V indutivo é aberto. 49. O efeito pelicular. enrolada em um sentido
22. F 32. Circuito indutivo. 50. Fio litz é fio com múlti- e a outra metade é enro-
23. V 33. Sim. plos condutores usado lada no sentido oposto.
24. Núcleo de ferro lamina- 34. Sim. para minimizar o efeito 56. 0,5 s
do. 35. Não. pelicular. 57. 12 V
25. Tem a forma de uma 36. A fcem do indutor. 51. Correntes induzidas 58. 4 mA
rosquinha (“donut”). 37. XL no núcleo e inversão
26. Porque a perna central 38. XL ⫽ 6,28 fL periódica da polaridade
conduz duas vezes mais 39. dobra do campo magnético.
fluxo que as pernas de 40. a. 2262 ⍀ 52. a. 0,2 H
fora. b. 9425 ⍀ b. 188,5 ⍀
27. Porque uma corrente c. 47124 ⍀ c. 79,6 mA
muito elevada causaria 41. 40⍀ d. 26,5 mA
Indutância
capítulo 11
307
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capítulo 12
Transformadores
Os transformadores são indutores de múltiplos enrolamentos. Eles operam como base
no princípio da indutância mútua. Para um dispositivo relativamente simples, eles são
extremamente versáteis. Para se ter uma ideia, nosso atual sistema de transmissão e
distribuição não existiria sem os transformadores.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Desenhar o símbolo correto para cada tipo de transformador.
Entender e usar corretamente a terminologia de transformadores.
Entender como um transformador pode variar (elevar ou baixar) os níveis de tensão,
casar impedâncias e fornecer isolamento elétrico.
Entender quais são as causas das perdas no núcleo do transformador e como essas
perdas podem ser minimizadas.
Selecionar um transformador com as especificações que são apropriadas para a função
a ser desempenhada.
Conectar os enrolamentos de transformadores trifásicos em configurações delta ou
estrela.
Conectar os enrolamentos do transformador em série e/ou em paralelo para obter as
capacidades desejadas de tensão e de corrente.
Calcular as perdas do transformador.
Fluxo
Fundamentos dos
transformadores
Um transformador consiste de duas ou mais bobinas ligadas
entre si por meio do fluxo magnético (Figura 12-1). A varia-
ção do fluxo de uma bobina (o PRIMÁRIO) induz uma tensão
na outra bobina (o SECUNDÁRIO). Em outras palavras, as bobi-
nas estão acopladas ou ligadas entre si pela indutância mú-
Bobina do primário Bobina do
tua entre elas. secundário
Sem INDUTÂNCIA MÚTUA, um equipamento como o transfor-
mador não funcionaria. O valor da indutância mútua, assim
como o de indutância própria, é especificado em henrys. Corrente
alternada – +
Há 1H de indutância mútua quando 1V é induzido em uma + –
bobina devido a uma variação da corrente de 1A/s em outra
Fonte de potência Tensão
bobina. Suponha que a corrente no primário na Figura 12-1 do primário alternada
varie com uma taxa de 1A/s. Adicionalmente, suponha que
Figura 12-1 Ação transformadora. A bobina do primário é
a tensão induzida no secundário na Figura 12-1 é 3 V. Então,
ligada (acoplada) à bobina do secundário pelo fluxo magnético.
o transformador possui 3 H de indutância mútua.
magnéticos.
Os símbolos mostrados na Figura 12-2 não são os únicos que
você pode encontrar. Por exemplo, transformadores com nú-
cleo de ferro às vezes têm blindagem. Assim, para indicar um (d ) Autotransformador
transformador blindado com núcleo de ferro, o símbolo da (c) Blindado variável
Sobre a eletrônica
Lâmpada Eficiente
Um bulbo da Osram Sylvania (lâmpada automotiva) revestido
com titânio e sílica é 50% mais eficiente que bulbos padrão, pois (e) Múltiplos (f ) Secundário com tap
secundários (derivação) central
ele recicla e usa seu próprio calor.
Figura 12-2 Símbolos dos transformadores.
310
Os transformadores são dispositivos de “duas vias” (bidirecio-
Enrolamentos primário e nais). O enrolamento que o fabricante chama de secundário
secundário pode ser usado como o primário. Obviamente, uma fonte de
potência no primário com nível adequado de tensão deve
Um transformador é um dispositivo que transfere energia ser usada. Nesse caso, o enrolamento projetado como o pri-
elétrica (ou potência) do enrolamento primário para o enro- mário funciona como o secundário. É também importante
lamento secundário. Com exceção do autotransformador, não lembrar que o enrolamento secundário (originalmente pro-
há conexão elétrica entre o enrolamento primário e o enrola- jetado como primário) fornece potência no nível de tensão
mento secundário. O primário converte a energia elétrica em para o qual ele foi originalmente projetado. Por exemplo, o
energia magnética. O secundário converte a energia magnéti- transformador na Figura 12-3 pode ser usado para fornecer
ca de volta em energia elétrica. Podemos afirmar que os enro- um nível de tensão de 120 V no secundário a partir de uma
lamentos primário e secundário estão eletricamente isolados fonte de 20 V conectada no primário, conforme ilustra a Figu-
entre si, porém magneticamente conectados ou acoplados. ra 12-4. Como você pode perceber, rotular um enrolamento
Um transformador recebe potência de uma fonte. Essa fon- de “primário” e outro de “secundário” é algo de certa forma
te pode ser, por exemplo, um gerador de energia de 23 kV arbitrário*. A definição do “primário” e do “secundário” é ba-
da concessionária de energia elétrica ou a saída em 127 V de seada na utilização prevista do transformador, isto é, a fonte
uma tomada residencial comum. O enrolamento do trans- de potência primária prevista.
formador projetado para receber potência da fonte é, geral-
mente, chamado enrolamento primário.
Uma carga (Figura 12-3) absorve potência do enrolamento Coeficiente de acoplamento
secundário de um transformador. Portanto, o enrolamento A porção do fluxo que liga uma bobina a outra é chamado
secundário torna-se a fonte de potência para a carga. de COEFICIENTE DE ACOPLAMENTO. O coeficiente de acoplamento
A tensão no secundário não precisa ser igual à tensão no pri- pode variar entre 0 e 1. Quando todo o fluxo está acoplado
mário. Por exemplo, o primário do transformador na Figura (ou seja, todas as linhas de fluxo de uma bobina passam pela
12-3 é conectado a uma fonte de 120 V e o secundário forne- outra bobina), o coeficiente de acoplamento é 1. Algumas
ce uma tensão de 20 V à carga. vezes, o coeficiente de acoplamento é expresso como uma
Fonte Secundário
Primário V 20 V
primária Carga
120 V 20 V
120 V
Figura 12-3 Terminologia primário-secundário. O enrolamento primário recebe potência de uma fonte de potência.
311
porcentagem. Nesses casos, um acoplamento de 100% signi- (a relutância do ar é muito maior que a relutância do nú-
fica um coeficiente de acoplamento igual a 1. cleo de ferro).
Por outro lado, transformadores com núcleo de ar podem
ter coeficientes de acoplamento muito baixos. Nesse caso,
LEMBRE-SE os caminhos através do ar no entorno das bobinas não ofe-
...no capítulo anterior, discutimos maneiras de minimizar a recem mais relutância do que o caminho através do próprio
indutância mútua. Quando não existe indutância mútua, o núcleo do transformador. Portanto, muitas das linhas de flu-
coeficiente de acoplamento é 0. xo de uma bobina nunca se ligam com a outra bobina (ou
nunca “enlaçam” a outra bobina). Esse fluxo é chamado FLUXO
DE DISPERSÃO. Tal fluxo “dispersa” por caminhos através do ar
circundante. O acoplamento em um transformador de nú-
O acoplamento em transformadores com núcleos de ferro cleo de ar pode ser controlado pelo espaçamento entre as
laminado é muito próximo de 100%. Isso ocorre porque bobinas. Quanto mais espaçadas estão as bobinas, maior é a
praticamente todo o fluxo é concentrado no núcleo de dispersão do fluxo e menor é o coeficiente de acoplamento.
alta permeabilidade no qual as bobinas estão enroladas. A porcentagem de acoplamento também pode ser contro-
O núcleo de ferro provê um caminho completo de baixa lada pela orientação do eixo das bobinas. Quando os eixos
relutância para as linhas de fluxo. Desse modo, é muito pe- das bobinas são perpendiculares entre si, o coeficiente de
quena a dispersão de fluxo para o ar no entorno do núcleo acoplamento é próximo de zero.
312
Nessa fórmula, N é a abreviação para o número de espiras, o tamanho do transformador. Pequenos transformadores
e os subscritos “pri” e “sec” significam, respectivamente, pri- (potência nominal inferior a 10 W) podem ter sete ou oito
mário e secundário. Essa fórmula pode ser rearranjada para espiras por volt. Transformadores maiores (potência nominal
mostrar que: superior a 500 W) podem ter menos que uma espira por volt.
O conceito de espiras por volt é útil na modificação da ten-
são do secundário de um transformador, conforme mostra o
Nessa nova fórmula, a relação entre tensão e número de exemplo a seguir.
espiras explicita uma informação importante. Ela mostra
que a relação ESPIRAS POR VOLT é a mesma para o primário EXEMPLO 121
e para o secundário. Adicionalmente, as relações espiras
por volt de todos os enrolamentos do secundário em um Um transformador deve ser rebobinado para fornecer uma
transformador com múltiplos secundários são iguais. Assim, tensão de 14 V. O secundário atual do transformador tem
uma vez determinada a relação espiras por volt de um en- tensão nominal de 6,3 V e contém 20 espiras. Quantas espi-
rolamento qualquer, conhecemos as relações de todos os ras serão necessárias para o novo enrolamento secundário
fornecer a tensão de 14 V?
outros enrolamentos.
A Figura 12-5 irá ajudá-lo a compreender porque todos os Dados: O enrolamento secundário atual fornece 6,3 V
enrolamentos têm a mesma relação espiras por volt. Lem- com 20 espiras.
bre-se de que a fcem de uma bobina é sempre igual à tensão Encontrar: Número de espiras necessárias para o secun-
CA aplicada à bobina. Portanto, a fcem no primário na Figura dário fornecer 14 V.
12-5 deve ser 1V. Assim, 1V de fcem é induzido na bobina Conhecido:
do primário pelo fluxo no circuito. O fluxo, portanto, deve in-
duzir 0,25 V em cada espira do primário (4 espiras 0,25 V/
Solução: espiras por volt
espira 1V). Observe que o mesmo fluxo que produz a fcem
no enrolamento primário é conduzido através do núcleo do O transformador tem uma relação de 3,175
transformador e também atravessa as espiras dos enrola- espiras por volt. Como uma tensão de 14 V é
mentos do secundário. Portanto, cada espira no secundário requerida no secundário, então:
tem 0,25 V de tensão induzida. Se são necessárias 4 espiras N (novo secundário)
no primário para cada 1V, então 4 espiras no secundário tam- 3,175 espiras por volt 14 V
bém irão desenvolver 1V. 44,5 espiras ou 45 espiras
A relação espiras por volt usada para os enrolamentos de Resposta: O novo enrolamento de 14 V precisa de 45
espiras.
transformadores com núcleo de ferro laminado varia com
Secundário 1:
1 espira EXEMPLO 122
Fluxo
Transformadores
0,25 V
O projetista de um transformador calculou que o enrolamen-
to primário de 120 V terá 2,6 espiras por volt. Quantas espiras
serão necessárias para o enrolamento secundário de 400 V?
1V
Dados: Espiras por volt 2,6
Vpri 120 V
Vsec 400 V
Primário: Secundário 2:
Encontrar: Nsec
capítulo 12
4 espiras 2 espira
1V 0,5 V
Conhecido:
Figura 12-5 Espiras por volt. A relação de espiras por volt é a
mesma em todos enrolamentos.
313
12-6. Se o gerador, com potência de 10 MW, fosse conectado
Solução: espiras por volt diretamente às cargas, os condutores da linha de transmis-
são teriam que conduzir uma corrente de 500 A. Com um
Nsec 400 V 2,6 espiras por volt
1040 espiras transformador elevador na usina elétrica e um transforma-
dor abaixador em uma subestação elétrica próxima às car-
Resposta: O enrolamento secundário de 400 V precisará
de 1040 espiras. gas, as linha de transmissão conduziriam uma corrente de
apenas 25 A (considerando os níveis de tensão indicados na
Figura 12-6). (Esse exemplo assume que o fator de potência
Observe no Exemplo 12-2 que não precisamos calcular o é 1 e que não há perdas nem nos transformadores nem na
número de espiras no primário. Também, não precisamos linha de transmissão.)
conhecer a tensão do primário. Tudo o que precisamos co-
A Figura 12-6 também ilustra outra relação do transforma-
nhecer é a relação espiras por volt.
dor. Quando a tensão de um transformador é aumentada
Um dos principais usos de transformadores é alterar tensões a corrente é abaixada e vice-versa. A relação exata entre as
de um nível (valor) para outro. O exemplo a seguir nos mos- correntes no primário e no secundário depende do fator de
trará porque é necessário ser capaz de alterar os níveis de potência, da potência consumida pelo transformador e da
tensão. Geralmente é necessário transmitir a energia elétrica relação de tensão. Para um transformador ideal (sem perdas),
produzida em uma usina para o local onde ela é consumida a potência no primário é aproximadamente igual à potência
(cidades, por exemplo). Normalmente, a distância entre esses no secundário, quando o transformador alimenta uma carga
dois pontos (usina e consumidores) é de várias centenas de puramente resistiva (fator de potência unitário). Escrevendo
quilômetros. Devido aos custos, é desejável usar condutores isso como uma fórmula, temos:
com a menor bitola possível para interligar os dois pontos.
Por outro lado, a bitola necessária do condutor é diretamente Ppri ⯝ Psec
dependente do valor de corrente que irá circular pelo cabo. Dessa relação podemos obter a fórmula para relação de cor-
Então, devemos manter a corrente tão baixa quanto possível. rente:
Considerando um fator de potência unitário, a potência ativa
é igual ao produto da corrente pela tensão (P VI). Assim,
para uma dada potência fixa, quanto maior o nível de tensão,
menor será a corrente. No entanto, os geradores na usina e as Tal relação mostra que a corrente varia inversamente com a
cargas no ponto de consumo possuem tensões de operação tensão. Em outras palavras, um transformador elevador de
limitadas. A solução para esse problema é ilustrada na Figura tensão é, também, um transformador abaixador de corrente.
Corrente alternada e instrumentos de medição
Para as cargas
20 kV 400 kV 13 kV
400 kV e outros
500 A 25 A 770 A
25 A transformadores
(10 MW) (10 MW) (10 MW)
abaixadores
Linhas de transmissão
longas
Figura 12-6 Vantagem das linhas de transmissão de alta tensão. Quanto mais elevada é a tensão, menor é a corrente para uma
dada quantidade de potência a ser transmitida.
314
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 17. Quantas espiras serão necessárias para um secundário com
tensão de 40 V, se o primário de um transformador tem 5 espi-
13. Falso ou verdadeiro? Em um transformador abaixador, a ten- ras por volt e é projetado para operar com uma fonte de 12 V e
são no secundário é maior que a tensão no primário. 60 Hz?
14. Falso ou verdadeiro? A relação de espiras é igual à relação de 18. Qual é o uso mais comum de um transformador?
tensão em um transformador com acoplamento de 100%.
19. Por que a energia elétrica é transmitida em níveis de tensão
15. Falso ou verdadeiro? Com acoplamento de 100%, a relação es- tão elevados quanto possível?
piras por volt do primário deve ser menor que a relação espiras
20. Quando um transformador abaixa uma tensão, ele eleva ou
por volt do secundário.
abaixa a corrente?
16. Falso ou verdadeiro? A relação espiras por volt do primário é
geralmente maior para um transformador de 2 kW do que para
um transformador de 50 W.
Como energia é igual a potência multiplicada por tempo, a efi- 3. Perdas no cobre (I2R) ou nos enrolamentos.
ciência de transformadores é calculada em termos de potência.
A EFICIÊNCIA (ou rendimento) de um transformador (expressa
como uma porcentagem) é calculada pela seguinte fórmula: Perdas por histerese
As PERDAS POR HISTERESE são causadas pelo MAGNETISMO RESIDUAL,
isto é, o magnetismo que permanece no material após a força
magnetizante (intensidade de campo magnético H) ter sido
removida. Quando uma intensidade de campo H é aplicada
EXEMPLO 123 ao núcleo, os domínios magnéticos se alinham com o campo
aplicado. Se o sentido da corrente no primário for invertido
Qual é a eficiência de um transformador que requer 1880 W
de potência no primário para fornecer 1730 W de potência
(sendo, portanto, invertido o sentido do campo no núcleo),
os domínios também deverão inverter sua orientação. No
Transformadores
no secundário?
processo de inversão do sentido de orientação dos domínios,
Dados: Ppri 1880 W mesmo quando a intensidade de campo cai a zero (campo
Psec 1730 W nulo no núcleo), há uma orientação remanescente dos do-
Encontrar: Eficiência mínios (magnetismo residual). Assim, uma energia adicional
Conhecido: deve ser gasta para superar esse magnetismo residual. Essa
energia adicional, advinda da fonte ligada ao primário, produz
calor (aquecimento do núcleo). Em resumo, as perdas por his-
capítulo 12
Solução:
terese se referem à energia gasta para reduzir o magnetismo
residual a zero. Tais perdas ocorrem uma vez em cada semici-
Resposta: A eficiência do transformador é 92%.
clo, logo antes do núcleo ser magnetizado no sentido oposto.
315
Fonte de Transformador Carga
potência primária
1880 W Perdas de 1730 W
fornecidos potência 150 W consumidos
Figura 12-7 Eficiência de transformadores. Perdas de potência ocorrem porque o transformador converte parte da energia elétrica
em energia térmica (calor).
A CURVA DE HISTERESE (ou laço de histerese) na Figura 12-8 ilus- em suas vizinhanças. Como o próprio núcleo é um condutor,
tra graficamente as perdas por histerese. Quanto mais estrei- o fluxo magnético variável induz uma tensão no núcleo assim
ta for a curva de histerese, menores serão as perdas associa- como nas bobinas condutoras. A tensão induzida no núcleo
das. Portanto, o material do núcleo para transformadores e provoca a circulação de uma corrente (no núcleo) chamada
outros dispositivos magnéticos que operam com correntes CORRENTE PARASITA. Como o núcleo apresenta uma resistência
alternadas, devem ter uma curva de histerese a mais estreita elétrica, a circulação dessa corrente produz (dissipa) calor.
possível. Os núcleos de ferro laminado são feitos de aço-silí- A quantidade de calor devido à corrente parasita depende
cio. O aço-silício é uma liga que tem uma curva de histerese tanto do valor da corrente como da tensão induzida (P
estreita e, ainda, possui permeabilidade elevada. VI). Não existe nada que possamos fazer para reduzir o va-
As perdas por histerese aumentam com o crescimento da fre- lor da tensão induzida. Portanto, devemos reduzir as perdas
quência. Essa é uma das razões pelas quais transformadores por correntes parasitas reduzindo a corrente produzida pela
de núcleo de ferro laminado não são usados em aplicações tensão induzida. Isso pode ser feito aumentando-se a resis-
acima das frequências de áudio. tência do caminho através do qual a corrente parasita deve
circular. (Lembre-se, I V/R.) A resistência do núcleo, no pla-
no em que a corrente parasita circula, pode ser aumentada
Perdas por correntes parasitas por meio da LAMINAÇÃO do núcleo. Cada chapa (lâmina) do
O fluxo magnético variável (no tempo) no núcleo de um núcleo laminado é isolada com uma fina camada de óxido
transformador induz tensão em qualquer condutor localizado [Figura 12-9(a)]. O óxido tem uma resistência muito maior
que o resto do caminho de circulação da corrente, composto
pelo aço-silício. Observe na Figura 12-9 que a corrente para-
B sita teria que circular pelas camadas de óxido de modo a es-
tabelecer um caminho fechado através do núcleo. O circuito
equivalente [Figura 12-9(b)] para o núcleo mostra que a alta
Corrente alternada e instrumentos de medição
316
Óxido sobre a EXEMPLO 124
superfície de
cada lâmina Determine as perdas de potência em um transformador
que fornece 480 W de potência no secundário com uma
eficiência de 87%.
Rearranjando:
Tensão
induzida
no núcleo
Solução:
551,7 W
Pperdas 551,7 W 480 W
Resistência do óxido 71,7 W
de isolação
Resposta: A perda de potência no transformador é 71,7 W.
Transformadores
lamentos de um transformador. Essas perdas podem ser cal- proporção direta às reduções na carga. Assim, a corrente
culadas pela equação P ⴝ I R, onde R é a resistência ôhmica
2 no primário ainda causa perdas significativas no núcleo
ou CC das espiras do enrolamento. e no cobre, mesmo quando o secundário está levemente
carregado.
Obviamente, a perda no cobre pode ser minimizada pelo uso
de um condutor com área da seção reta (bitola) tão grande A Figura 12-10 apresenta uma tabela com dados que ilus-
quanto possível. Porém, a dimensão do condutor é limitada tram a variação da eficiência com a variação da carga. Esses
pela área da janela (abertura) do núcleo no qual o enrola- dados foram obtidos a partir de testes com um transforma-
capítulo 12
317
Potência no
primário (W)
Potência no
secundário
Eficiência
(%)
Transformadores com carga e a
7 3,8 54,3
vazio
11 7,3 66,4 Conforme já comentamos, um transformador operando a
18 12,8 71,1 plena carga tem maior eficiência (rendimento) que um trans-
53 45,5 85,8
71 62,0 87,3 formador operando com carga leve ou a vazio (sem carga).
Muitas outras diferenças também estão associadas à carga li-
Figura 12-10 Eficiência versus carga. O transformador é mais gada ao transformador. Isso ficará claro na discussão a seguir.
eficiente quando está operando com carga nominal (ou potên-
cia nominal).
Um transformador a vazio se comporta como um simples
indutor. Ele é visto pela fonte conectada ao primário como
uma carga predominantemente indutiva. Desse modo, a cor-
Teste seus conhecimentos rente no enrolamento primário está praticamente 90° defa-
sada da tensão [Figura 12-11(a)]. O ângulo não é exatamente
Responda às seguintes questões.
90° apenas devido às perdas no cobre e no núcleo (como es-
21. Quais são as causas da ineficiência (eficiência diferente de sas perdas geram aquecimento, elas podem ser modeladas
100%) de um transformador? como resistências). A corrente no primário de um transfor-
22. Determine a eficiência de um transformador que requer 180 W mador operando a vazio é chamada CORRENTE DE EXCITAÇÃO. Ela
de potência de entrada e fornece 150 W de potência de saída. é a corrente necessária para estabelecer o fluxo no núcleo. A
23. Quanto de potência um transformador requer da fonte para corrente de excitação pode ser bastante elevada e ainda as-
fornecer 750 W à carga se sua eficiência é 93%? sim não consumir muita potência (ativa). Isso acontece por-
24. Cite as duas causas de perdas de potência no núcleo de um
transformador.
25. As perdas no cobre ocorrem nos ___________ de um trans- Vpri
formador.
26. As perdas por histerese são devido ao ___________.
27. Quantas vezes o magnetismo residual deve ser superado no
núcleo de um transformador?
Ipri (a) ; (b) ; (c)
28. O que é uma curva de histerese?
29. De que são feitas as lâminas de um núcleo de ferro? Por quê? (a) Transformador a vazio
30. Para o núcleo de um transformador, qual curva de histerese é
ideal: uma estreita ou uma larga? Vpri
31. Qual é a relação entre as perdas por histerese e a frequência?
Corrente alternada e instrumentos de medição
Ipri
(c) Transformador a plena carga (carregado com potência nominal)
Figura 12-11 Relações de fase entre a corrente e a tensão no
primário. Quando operando a plena carga (assumindo uma
carga resistiva no secundário), a fonte no primário enxerga o
transformador basicamente como uma carga resistiva.
318
que a corrente e a tensão estão defasadas de praticamente
Encontrar: Eficiência
90° entre si. O valor de corrente de excitação necessária para
estabelecer o fluxo no núcleo é determinado essencialmente Conhecido:
pela reatância indutiva do enrolamento primário.
Ppri Vpri Ipri cos
Quando uma carga é conectada ao secundário de um trans- Solução: Utilizando uma calculadora ou a partir do
formador, tanto o módulo da corrente como o ângulo de Apêndice G, cos 30° 0,866. Então:
defasagem com a tensão () são alterados. Como indicado Ppri 240 V 3A 0,866
nas Figuras 12-11(b) e (c), o quanto essas grandezas (corrente
623,5 W
e ) variam depende da carga conectada ao transformador.
Para discussão que segue, vamos assumir que a carga ligada
no secundário é puramente resistiva. Assim, o transformador
está fornecendo potência para a carga.
Resposta: O transformador com uma carga de 550 W tem
A última linha da tabela na Figura 12-12 indica que com eficiência de 88,2%.
72 VA no primário, o transformador é visto pela fonte no
primário como uma carga quase puramente resistiva. A
potência aparente e a potência ativa (ou real) no primá- A carga conectada no secundário é refletida para o primá-
rio são praticamente iguais; o fator de potência (cos ) se rio pela interação das forças magnetizantes do primário e
aproxima de 1. Assim, o primário está fornecendo potência do secundário. Até agora não tínhamos mencionado uma
para a carga conectada no secundário. Em outras palavras, FORÇA MAGNETIZANTE DO SECUNDÁRIO. Porém, quando uma car-
a carga no secundário é refletida para o primário. Por sua ga é conectada ao secundário, uma corrente começa a cir-
vez, o primário absorve a potência requerida da fonte co- cular pelo seu enrolamento. Essa corrente no enrolamento
nectada a ele. secundário produz uma força magnetizante que tenta criar
um fluxo no núcleo do transformador. A polaridade dessa
força magnetizante do secundário é sempre oposta à força
EXEMPLO 125 magnetizante do primário (Figura 12-13). Evidentemente, o
núcleo não pode ter fluxos fluindo em sentidos opostos ao
Determine a eficiência de um transformador fornecendo
mesmo tempo. Uma das forças magnetizantes, do primário
550 W de potência no secundário quando a tensão e a
corrente no primário são, respectivamente, 240 V e 3 A e o
ou do secundário, deve dominar (prevalecer). A força magne-
ângulo de defasagem é 30°. tizante do primário sempre domina. É fácil perceber isso, pois
é o fluxo criado pela corrente no primário que induz tensão e
Dados: Psec 550 W; Vpri 240 V corrente no secundário. Se a força magnetizante no secundá-
Ipri 3 A; 30° rio aumenta, a corrente no primário aumenta para fornecer
Transformadores
Vpri Ipri Ppri Psec Aparente Spri
Cos (graus)
(volts) (ampères) (watts) (watts) (voltampères)
319
Núcleo Fluxo uma força magnetizante primária maior. É por isso que a cor-
rente no primário aumenta se a carga conectada no secun-
dário aumenta. Qualquer corrente no primário devido a uma
N carga resistiva conectada no secundário é uma corrente em
N
fase (resistiva) com a tensão (Figura 12-14). A corrente total
no primário é composta por essa corrente resistiva refletida e
pela corrente de excitação (que é predominantemente indu-
tiva). Quando o transformador está operando a plena carga,
S S
a corrente resistiva (devido à carga resistiva conectada no
secundário) domina. Assim, um transformador a plena carga,
alimentando uma carga resistiva no secundário, é visto como
(a) Um semiciclo
uma carga praticamente resistiva pela fonte de potência co-
nectada ao primário.
Núcleo Fluxo
V pri
S
S I de excitação I pri
N N
V pri
Sobre a eletrônica
Corrente alternada e instrumentos de medição
320
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 39. A corrente no primário é predominantemente resistiva quan-
do o secundário do transformador está ___________.
37. Descreva o que acontece com os parâmetros a seguir, quando
40. Falso ou verdadeiro? A carga resistiva no secundário de um
a carga de um transformador é alterada de vazio (sem carga)
transformador é refletida para o primário como uma corrente
para plena carga resistiva.
em fase com a tensão.
a. Ângulo .
41. Falso ou verdadeiro? A força magnetizante devido à corrente
b. Fator de potência (cos ). no secundário se opõe à força magnetizante devido à corrente
c. Forma como o transformador é visto pela fonte conectada no primário.
no primário.
38. A corrente drenada no primário por um transformador a vazio
(sem carga) é chamada ___________.
321
(a) Primeiro conjunto de quatro camadas (b) Segundo conjunto de quatro camadas
Lâminas I
Lâminas E
Lâminas I
Os TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA são projetados para operar dores também são usados para fornecer níveis baixos de
em frequências e tensões de linhas de transmissão e redes tensão alternada para circuitos de controle (relés, solenoides,
de distribuição (usualmente 50 ou 60 Hz e tensões de cerca etc.). Portanto, eles também são chamados de TRANSFORMA-
de 115 V até vários milhares de volts). Os transformadores de DORES DE CONTROLE.
maior potência são usados em subestações de transmissão Os transformadores projetados para operar em frequências
e distribuição. Os transformadores de menor potência são até 20 kHz são geralmente chamados TRANSFORMADORES DE
usados para retificadores e circuitos de controle em sistemas
Corrente alternada e instrumentos de medição
322
usados em dispositivos como receptores e transmissores de isolar eletricamente um equipamento ou circuito elétrico do
televisão e rádio. sistema de distribuição de energia. Um uso importante dos
transformadores de isolação é ilustrado na Figura 12-7. Mui-
Alguns equipamentos elétricos e eletrônicos (tais como equi-
tos dispositivos eletrônicos têm componentes montados
pamentos de processamento de dados e computadores) são
em um chassi metálico. Se qualquer um dos componentes
muito sensíveis a variações de tensão. Esses equipamentos
ou a fiação associada entra em contato acidentalmente com
são, geralmente, alimentados por um TRANSFORMADOR DE
o chassi (curto-circuito do componente e/ou do fio para o
TENSÃO CONSTANTE, pois a tensão fornecida pela rede elétrica
chassi metálico), este desenvolve uma diferença de poten-
pode variar muito. Um transformador de tensão constante
cial (tensão) em relação a terra. Dependendo de onde ocorre
fornece uma tensão estável no secundário, mesmo quando a
o curto-circuito, essa tensão pode ser tão alta quanto a ten-
tensão no primário é bastante instável. Tipicamente, a tensão
são de linha que alimenta o dispositivo. Um técnico próxi-
no primário pode variar de 95 a 130 V sem causar mais que
mo ao equipamento pode tocar acidentalmente seu chassi
1% de variação na tensão do secundário.
em uma dada situação em que, devido a um curto-circuito
Os TRANSFORMADORES DE ISOLAÇÃO têm tensões do primário e interno, existe uma diferença de potencial entre o chassi e
do secundário iguais. O propósito desses transformadores é a terra. Se isso acontece, o técnico completa o circuito e é
Tomada
120 V Caminho de corrente Chassi metálico
Sistema
de energia R1
120 V
Plugue CA 120 V
R2 L1
Curto-circuito
Secundário R1
Transformadores
120V
Primário
120 V
R2 L1
Curto-circuito
capítulo 12
323
submetido a um choque elétrico [Figura 12-17(a)]. O cho- Teste seus conhecimentos
que pode ser fatal se a resistência total do circuito, composta
basicamente pela resistência do corpo humano e resistência Responda às seguintes questões.
do caminho pela terra, é baixa. Inserindo um transformador 42. Porque as lâminas I e E são giradas a cada conjunto de cama-
de isolação [Figura 12-17(b)] o circuito que inclui o técnico das no núcleo do transformador?
é interrompido. Nesse caso, a corrente não pode mais fluir 43. Quais tipos de transformadores usam núcleos de ferro laminado?
do lado não aterrado da fonte de potência (secundário do 44. Cite os diversos tipos de transformadores de potência.
transformador) através do chassi e do técnico para a terra. 45. O transformador ___________ fornece uma tensão estável no
Ainda, o circuito contendo R1, R2 e L1 recebe tensão, corrente secundário, mesmo que a tensão no primário varie entre 95 e
e potência normais. 130V.
Um AUTOTRANSFORMADOR é um pouco diferente dos outros 46. O transformador ___________ tem a tensão do secundário
igual a tensão do primário.
transformadores que estudamos. Seu primário é parte do
47. O ___________ não fornece isolação elétrica.
secundário e vice-versa. Com um autotransformador eleva-
dor [Figura 12-18(a)], o secundário consiste do primário mais 48. Um transformador que fornece uma saída de tensão continua-
mente variável é usualmente um ___________.
algumas espiras adicionais. Essas espiras adicionais são en-
roladas de modo que a tensão induzida nelas é série aditiva
com a fcem do primário. Um autotransformador abaixador
é mostrado na Figura 12-18(b). Aqui, o secundário é apenas Casamento de impedância
uma fração do primário. A fcem desta fração do primário for- Vimos que os transformadores são usados para variar níveis
nece a tensão do secundário. de tensão e para isolação elétrica. O terceiro uso comum de
Sob muitos aspectos, um autotransformador se comporta de transformadores é no CASAMENTO DE IMPEDÂNCIA.
maneira similar a um transformador. Por exemplo, uma carga Antes de estudarmos como um transformador pode ser usa-
no secundário aumenta a corrente no primário e, também, do para casar impedâncias, vamos revisar rapidamente por-
a relação espiras por volt do primário e do secundário são que o casamento de impedâncias é desejável.
iguais. A grande diferença entre o autotransformador e ou-
tros transformadores é que ele não fornece isolação elétrica
entre o primário e o secundário.
LEMBRE-SE
Os TRANSFORMADORES VARIÁVEIS que operam na frequência in-
...em um dos capítulos iniciais, mostramos que, ao casar a
dustrial são normalmente autotransformadores com um se-
resistência de uma fonte CC com a carga, obtêm-se a máxima
cundário ajustável. Um terminal do secundário é conectado
transferência de potência.
a uma escova de carbono que pode ser ajustada para cima e
Corrente alternada e instrumentos de medição
Figura 12-18 Autotransformador. Parte da mesma bobina é Um transformador pode fazer uma carga (conectada no
usada para o primário e para o secundário. secundário) “parecer” para a fonte (conectada no primário)
324
maior ou menor que seu valor real. Se um transformador é potência de saída da fonte são idênticas nos dois circuitos.
do tipo elevador, a carga parece menor; se o transformador é O transformador efetuou o casamento da impedância de
abaixador, a carga parece maior. A Figura 12-19 ilustra como 1000 da fonte com a carga de 10 .
um transformador altera o valor aparente de uma carga. Para A impedância de 1000 que o primário parece ter é cha-
fins de cálculo, assume-se que o transformador na Figura 12- mada IMPEDÂNCIA REFLETIDA. Em outras palavras, a valor de
19(a) é ideal; isto é, tem 100% de eficiência, 100% de acopla- 10 no exemplo anterior é refletido para o primário como
mento e 0° de deslocamento de fase quando carregado. Se o 1000 . Poderíamos dizer que a impedância da carga vista
transformador não tem perdas, então a potência no primário pelo primário é 1000 e pelo secundário é 10 . Portan-
é igual à potência no secundário. Assim, para obter 0,1W de to, a relação de impedância do primário para o secundário
potência no secundário, o primário deve fornecer 0,1W. Isso é 100:1. Observe na Figura 12-19(a) que a relação de espiras
significa que, de acordo com os dados da Figura 12-19(a), o (e também a relação de tensão) é 10:1. Assim, a relação de
primário deve drenar 0,01A de corrente da fonte. Note que espiras ao quadrado é igual à relação de impedância. Tam-
esse é o mesmo valor de corrente que o resistor de 1000 bém, a relação de tensão ao quadrado é igual à relação de
no circuito equivalente da Figura 12-19(b) drena. Assim, ob- impedância. Se usarmos o símbolo Z para impedância, essas
serve que o transformador faz com que a fonte “enxergue” o relações podem ser escritas da seguinte forma:
resistor de 10 (conectado ao secundário) como um resistor
de 1000 . Também, observe que a tensão, a corrente e a
10:1
Fonte relação de espiras
EXEMPLO 126
1000
Uma carga de 8 deve ser casada com uma fonte que tem
10 V Carga
8000 de impedância interna. Qual deve ser a relação de
10 V 10 espiras do transformador?
0,01A 1V 1V
0,1W 0,1A Dados: Zsec 8
20 V 0,1W Zpri 8000
Solução:
Fonte
1000
Transformadores
10 V Carga Relação de espiras
1000
10 V
0,01A
20 V Resposta: O transformador deve ter uma relação de espi-
0,1W
ras de 31,6:1 (do primário para o secundário).
(b) Carga de 1000 sem o transformador É importante lembrar que, embora o casamento de impedân-
capítulo 12
325
enquanto a resistência interna da fonte dissipa 0,1W (P V2R cias específicas. Por exemplo, uma concessionária de energia
10 /1000 0,1W). Como mostrado no Capítulo 5, o au-
2
elétrica fornecendo megawatts para uma indústria está preo-
mento da resistência ou impedância da carga conduz a um cupada com a eficiência e não com o casamento de impedân-
aumento da eficiência, porém reduz a quantidade de potência cia. Por outro lado, na conexão de um microfone (que produz
entregue à carga. Por exemplo, se a carga na Figura 12-19(b) apenas alguns microwatts de potência) a um amplificador, a
é aumentada para 9000 , a eficiência aumenta para 90% e a eficiência não é importante, porém é fundamental o casamen-
potência na carga decresce para 36 mW. Se o casamento de to de impedância para transferir o máximo possível da saída
impedância é ou não desejável vai depender das circunstân- do microfone para a entrada do amplificador.
326
20 V
Motor CA
40 V Primário Secundário 120 V
440 V 120 V M 6,25A
20 V
FP 0,6
327
1
Enrolamentos série e paralelo
10 V
Alguns transformadores têm mais de um enrolamento, tanto
2
no primário como no secundário. Transformadores com MÚL-
3 V
TIPLOS ENROLAMENTOS podem ser conectados em série e em
paralelo para alterar as capacidades de tensão e de corrente. 10 V
Os enrolamentos do primário ou do secundário (ou de am- 4
bos) podem ser conectados em série ou em paralelo.
Figura 12-23 Determinação da polaridade correta para
uma conexão paralela. Se a ligação estiver correta, o medidor
indicará 0 V.
Enrolamentos em paralelo
Para conexões paralelas, os enrolamentos devem ter o mesmo
valor de tensão nominal. Antes de os enrolamentos serem co- indicará 0 V. Isso significa que os pontos 1 e 4 também pos-
nectados em paralelo, suas fases devem estar corretas. A fase suem a mesma polaridade. Se os enrolamentos vão operar
aqui se refere à polaridade instantânea do enrolamento. O ES- em paralelo, os pontos 1 e 4 podem ser conectados juntos.
QUEMA CORRETO (às vezes chamado de “faseamento” correto) de
Os pontos 2 e 3 formam um terminal de uma ligação paralela
ligação para conexão paralela é ilustrado na Figura 12-22. As dos enrolamentos e os pontos 1 e 4 formam o outro terminal.
polaridades mostradas são instantâneas. Observe que as ex- Se, por outro lado, o medidor na Figura 12-23 indica 20 V, os
tremidades negativas dos dois enrolamentos secundários são pontos 2 e 3 têm polaridades opostas. Então, para uma cone-
conectadas juntas, assim como as duas extremidades positi- xão paralela, os pontos 1 e 3 podem ser conectados juntos,
vas. Com essa polaridade dos enrolamentos, não há corrente assim como os pontos 2 e 4.
fluindo pelo secundário quando não há carga. Nenhum enro- Uma ligação incorreta (Figura 12-24) causa um curto-circuito
lamento pode forçar a circulação de corrente através do outro nos enrolamentos do secundário do transformador. A tensão
enrolamento, pois suas tensões são iguais e opostas. Observe de cada enrolamento auxilia o outro enrolamento na pro-
que nessa ligação a tensão de saída ainda é 10 V, porém a ca- dução da corrente no secundário. Essa corrente é limitada
pacidade de corrente dobrou de 3 para 6 A. apenas pela resistência dos enrolamentos do secundário.
Alguns fabricantes de transformadores indicam a polarida- Portanto, a corrente torna-se muito elevada. Se não houver
de (fase) dos enrolamentos pelos números dos terminais ou proteção contra sobrecarga, rapidamente o transformador
por código de cores. No entanto, quando a polaridade não estará danificado.
está indicada, o método mostrado na Figura 12-23 pode ser Alguns primários de transformadores têm dois enrolamentos
usado para determinar a polaridade correta dos enrolamen- idênticos de modo que eles podem ser alimentados a partir
tos. Se os pontos 2 e 3 da Figura 12-23 possuem a mesma
Corrente alternada e instrumentos de medição
10 V
3A
Secundário
Primário
10 V
120 V
6A
10 V
3A
Figura 12-22 Enrolamentos conectados em paralelo. A tensão
de saída permanece a mesma, porém a capacidade de corrente Figura 12-24 Curto-circuito causado por uma ligação paralela
aumenta. incorreta.
328
são conectados em paralelo. As polaridades corretas dos Dizemos que as tensões estão contrariando uma a outra.
enrolamentos do primário também podem ser determina- Novamente, observe que a corrente está limitada à menor
das usando o método da Figura 12-23. Apenas use um dos corrente nominal dos dois enrolamentos.
secundários como um primário temporário e aplique uma Em resumo, é possível obter quatro tensões a partir de dois
fonte de tensão apropriada a ele. A tensão aplicada ao se- enrolamentos secundários:
cundário pode ser qualquer valor igual ou menor que seu
valor nominal. 1. A tensão do secundário 1.
2. A tensão do secundário 2.
3. A soma das tensões dos secundários 1 e 2.
Enrolamentos em série
4. A diferença entre as tensões dos secundários 1 e 2.
Os enrolamentos do transformador podem ser conectados
em série de modo que eles se auxiliem ou se oponham, Dois enrolamentos primários são conectados em série para
como na Figura 12-25. Nessa figura, as marcações de pola- operação em tensões mais altas. Nesse caso, a conexão deve
ridade indicam as polaridades instantâneas para um semi- ser série aditiva. Caso contrário, o campo magnético de um
ciclo. Em uma configuração SÉRIE ADITIVA [Figura 12-25(a)], a enrolamento cancelaria o campo do outro e a corrente no
tensão de saída é a soma das tensões nos dois enrolamentos primário seria muito elevada. O enrolamento primário seria
do secundário. Observe, no entanto, que a capacidade de danificado imediatamente, a menos que ele fosse protegido
corrente está limitada à menor corrente nominal dos dois adequadamente contra sobrecargas. A ligação correta dos
enrolamentos, pois toda a corrente da carga flui através de enrolamentos do primário (tendo em conta as polaridades
ambos os enrolamentos do secundário. instantâneas) para configuração série aditiva pode ser fei-
ta como descrito para ligação paralela dos enrolamentos.
Quando conectados em uma configuração SÉRIE SUBTRATIVA
A conexão que resulta na máxima leitura do voltímetro é a
[Figura 12-25(b)], os dois enrolamentos produzem uma ten-
ligação correta para os enrolamentos do primário em con-
são que é igual à diferença entre as duas tensões individuais.
figuração série aditiva. A fonte deve ser ligada entre os dois
terminais onde o voltímetro estava conectado.
10 V
1A
17
Enrolamentos com tap
17 V
1A
deslocado do centro
7V Alguns transformadores têm tap (derivação) no enrolamento
2A
primário e/ou secundário deslocado do centro. Geralmente,
o enrolamento tem dois ou mais taps. Os taps estão normal-
(a) Conexão série aditiva
mente próximos a uma das extremidades do enrolamento.
Assim, a mudança de tap produz alterações relativamente
Transformadores
pequenas na tensão nominal do enrolamento.
10 V 3
1A 3V A tensão nominal para casas e escritórios é, em geral, 127 V
1A ou 220 V (dependendo da região do país). No entanto, a ten-
são real fornecida pela concessionária de energia pode va-
riar de área para área, assim como de acordo com a hora do
7V
2A dia. Por exemplo, considerando uma região em que a tensão
nominal seja 127 V, um transformador com taps no primá-
capítulo 12
(b) Conexão série subtrativa rio para 114 V, 127 V e 140 V (ou seja, 10% de 127 V) pode
Figura 12-25 Conexões de enrolamentos série aditiva e série
ser usado para aproximar ao máximo a tensão típica de uma
subtrativa. dada área.
329
Enrolamentos secundários com taps têm várias aplicações. Em transformadores de potência, secundários com taps são
Por exemplo, eles podem ser usados para ajustar as relações úteis para ajustar a taxa de carregamento de um carregador
de casamento de impedância em transformadores de áudio. de bateria ou a saída de um equipamento de solda a arco.
As tensões trifásicas podem ser variadas (elevadas ou abaixa- do fluxo na perna da fase 2 é oposto ao sentido do fluxo nas
das) usando um único transformador trifásico ou um banco outras duas pernas. Uma inspeção cuidadosa das Figuras 12-
composto por três transformadores monofásicos. O resulta- 27(c) e (d) mostra como o fluxo continua a se deslocar em
do final é o mesmo: as tensões das três fases são modificadas torno do núcleo.
(elevadas ou abaixadas).
Os enrolamentos do primário e do secundário de um trans-
A estrutura de um transformador trifásico é ilustrada na Fi- formador trifásico podem ser conectados em DELTA (triân-
gura 12-26. O fluxo na perna da fase 1 (ou perna 1) é igual ao gulo) ou em ESTRELA. O secundário não precisa ter a mesma
fluxo da fase 2 mais o fluxo da fase 3. O fluxo na perna da fase configuração (delta ou estrela) que o primário. A Figura
2 (ou perna 2) é igual ao fluxo da fase 3 mais o fluxo da fase 1, 12-28 mostra quatro formas possíveis de conexão de um
etc. Isso acontece porque o fluxo (assim como a corrente) de transformador trifásico. Os pontos na extremidade indicam
cada fase é defasado de 120°. o início de cada enrolamento. Considere novamente a Figura
A Figura 12-27 apresenta graficamente a ideia de como o 12-26. Observe que todos os enrolamentos são enrolados no
fluxo se divide em um núcleo de um transformador trifásico. mesmo sentido (anti-horário), considerando o terminal com
330
Primário Primário Primário
fase 1 fase 2 fase 3
1 5 9
2 6 10
3 7 11
4 8 12
ponto como início do enrolamento. A identificação do início Uma conexão incorreta de um secundário conectado em
dos enrolamentos é necessária para que a marcação da pola- delta também causa uma corrente elevada e destrutiva. A
ridade seja feita corretamente. Figura 12-29 mostra uma maneira rápida de verificar a cone-
Os diagramas na Figura 12-28 mostram uma maneira de xão em delta de um secundário. Se o voltímetro indicar 0V,
conexão dos enrolamentos para obter a polarização corre- os enrolamentos estão conectados corretamente tendo em
ta. Com uma conexão estrela, a polaridade correta também conta suas polaridades instantâneas. Nesse caso, as extremi-
pode ser obtida conectando-se todas as extremidades com dades dos enrolamentos às quais o medidor está conectado
ponto ao centro da estrela (ponto comum). Na conexão del- podem ser conectadas juntas para completar o delta. Se o
ta, todos os três enrolamentos podem ser invertidos; apenas medidor indicar uma tensão alta (duas vezes a tensão de
certifique-se de que dois terminais com ponto não estão co- fase), existe alguma conexão incorreta. Nesse caso, inverta
nectados juntos. Nos transformadores, o terminal com ponto a conexão dos terminais de cada enrolamento até que o me-
(início) de um enrolamento é identificado pelo fabricante. didor indique 0 V. Com alguns transformadores conectados
Transformadores
Essa identificação pode ser feita de várias formas. Alguns em estrela-delta, o método da Figura 12-29 pode não indicar
fabricantes usam uma faixa colorida para indicar o início do 0 V, mesmo quando as conexões estiverem corretas. Nesses
enrolamento. Outros usam um número em um diagrama na casos, o medidor indicará a menor leitura quando a ligação
placa e/ou próximo aos terminais do transformador. estiver correta.
Uma conexão incorreta dos enrolamentos do primário, em Um secundário conectado em estrela fornece tensões de
uma conexão delta ou em uma conexão estrela, provoca linha iguais, quando conectado corretamente. Se as ten-
uma corrente primária excessivamente elevada. Caso não sões de linhas são diferentes, inverta a ligação de um en-
capítulo 12
exista proteção contra sobrecarga, tal corrente pode danifi- rolamento de cada vez até que as tensões de linha estejam
car ou mesmo destruir os enrolamentos do primário. balanceadas.
331
Instante A
Fase 1
Corrente
Fase 2
Fase 3
(a) Tempo
Instante B
Fase 1
Corrente
Fase 2
Fase 3
(b) Tempo
Instante C
Fase 1
Corrente
Fase 2
Fase 3
(c) Tempo
Corrente alternada e instrumentos de medição
Instante D
Fase 1
Corrente
Fase 2
Fase 3
(d ) Tempo
332
Primário Secundário
(a) Delta-delta ( )
Primário Secundário
(b) Delta-estrela ( Y)
Primário Secundário
(c) Estrela-estrela (Y Y)
Secundário
Primário
(d ) Estrela-delta (Y )
Figura 12-28 Conexões delta e estrela.
LEMBRE-SE
Transformadores
...as relações entre tensões de fase e de linha e entre correntes
de fase e de linha foram estudadas no Capítulo 8. Essas
relações se aplicam para os transformadores trifásicos assim
como para os geradores trifásicos.
capítulo 12
Primário Secundário
Figura 12-29 Verificando a ligação delta do secundário. Quan-
do os enrolamentos estão conectados corretamente, o medidor
indicará 0 V.
333
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 69. O primário e o secundário de um transformador devem estar
conectados na mesma configuração?
66. Os enrolamentos dos transformadores trifásicos podem ser
70. O que acontece em uma conexão delta, cujos enrolamentos
conectados em ___________ ou em ___________.
estão ligados incorretamente?
67. Quando todos os inícios ou finais dos enrolamentos do pri-
71. Considere a Figura 12-26. Para uma configuração do primário
mário são conectados juntos, o primário está conectado em
em estrela, quais terminais devem ser conectados juntos?
___________.
68. Qual é a forma de conexão correta dos enrolamentos para uma
configuração delta?
Respostas
1. Dois indutores 8. Sim. 19. Para obter baixos 28. Uma curva obtida
acoplados através da 9. É um número que indica valores de corrente e, plotando-se a força
indutância mútua ou um a porção do fluxo no assim, utilizar fios de magnetizante no núcleo
dispositivo que transfere primário que enlaça a menor seção (bitola). (H) versus a densidade
potência (ou energia) bobina do secundário. Também, quanto menor de fluxo magnético (B)
entre circuitos eletrica- 10. Não. a corrente, menores são resultante.
mente isolados. 11. Transformadores e as perdas considerando 29. Aço-silício, pois ele tem
2. primário, secundário núcleo de ar. uma linha de transmis- uma alta permeabilida-
Corrente alternada e instrumentos de medição
3. 2 H 12. Variando a distância são real (com perdas). de e baixas perdas por
4. entre as bobinas do 20. Eleva. histerese.
primário e do secun- 21. Dissipação de energia 30. Estreita.
dário ou alterando a na forma de calor no 31. Às perdas por histerese
orientação do eixo entre núcleo e nos enrolamen- aumentam à medida
as bobinas do primário e tos. que a frequência cresce.
5. O primário converte do secundário. 22. 83,3% 32. Usando lâminas no
energia elétrica em 13. F 23. 806,5 W núcleo que possuem
energia magnética. O 14. V 24. Perdas por histerese e uma camada de óxido
secundário converte 15. F perdas por correntes ou isolante sobre a
energia magnética em 16. F parasitas. superfície.
energia elétrica. 17. 200 25. enrolamentos 33. Finas.
6. primário 18. Abaixa e elevar os níveis 26. magnetismo residual 34. São as perdas de potên-
7. secundário de tensão. 27. Duas vezes por ciclo. cia nos enrolamentos do
334
transformador. Tais per- 41. V 50. Ele permite a máxima 61. a. 3 V; 1,5 A
das podem ser minimiza- 42. Para evitar um gap de transferência de potên- b. 19 V; 1,5 A
das utilizando conduto- ar contínuo ao longo do cia da fonte para a carga. 62. Sim.
res de grande diâmetro núcleo e, assim, reduzir 51. Maior. 63. aditiva
para as bobinas. o fluxo disperso. 52. Impedância refletida 64. F
35. Um transformador de 43. Transformadores de significa a impedância 65. F
grande porte. potência e transforma- do secundário vista pela 66. delta, estrela
36. Quando está operando a dores de áudio. fonte conectada no pri- 67. estrela
plena carga. 44. Transformadores para mário do transformador. 68. O início de um enrola-
37. a. Decresce de aproxi- transmissão e distri- 53. 256:1 (primário pro mento (terminal com
madamente 90° para buição, retificação e secundário) ponto) deve ser conec-
aproximadamente 0°. controle. 54. 2560 tado ao final do próximo
b. Aumenta de aproxi- 45. de tensão constante 55. F enrolamento.
madamente 0 para 46. de isolação 56. F 69. Não.
aproximadamente 1. 47. autotransformador 57. V 70. Uma corrente excessiva
c. Altera-se de uma 48. autotransformador 58. V flui pelos enrolamentos.
carga indutiva para 49. Casamento de impe- 59. Tensões iguais e polari- 71. 1, 5 e 9; ou 2, 6 e 10.
uma carga resistiva. dância significa fazer a dades corretas.
38. corrente de excitação impedância da carga 60. À polaridade instantâ-
39. operando a plena carga igual à impedância da nea do enrolamento do
40. V fonte. transformador.
Transformadores
capítulo 12
335
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capítulo 13
Circuitos RLC
Nos capítulos anteriores, abordamos o uso de resistências, indutâncias e capacitâncias
individualmente em circuitos CA. Este capítulo trata dos resultados associados a uma
combinação de duas ou mais dessas grandezas em um único circuito.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Entender as relações entre resistência, reatância e impedância.
Desenvolver suas habilidades no uso de fasores para representar grandezas elétricas.
Adicionar tensões, correntes e grandezas defasadas de 90°.
Calcular a impedância (módulo e ângulo de fase) para circuitos RC, RL e RLC, quando
os componentes estão conectados em série ou em paralelo.
Calcular a frequência de ressonância, o fator de qualidade e a largura de banda de
circuitos LC.
Entender a finalidade e a operação de circuitos de seleção de frequências ou filtros.
Identificar e classificar filtros simples.
indutância, a corrente está atrasada da tensão. Quando o cir-
Impedância cuito contém todos os três componentes (R, C e L), a relação
A oposição combinada à circulação de corrente senoidal CA, de fase depende dos valores relativos de L e C.
devido à resistência e à reatância, é chamada IMPEDÂNCIA. O Circuitos contendo resistência e apenas um tipo de reatân-
símbolo para impedância é Z. Assim como resistências e rea- cia têm mais potência aparente do que potência ativa. O
tâncias, a impedância tem como unidade básica o ohm. fator de potência desses circuitos é menor que 1 (menor
Em um circuito que contém resistência e apenas um tipo de que 100%).
reatância (ou indutiva ou capacitiva), a corrente e a tensão Exemplos comuns de cargas elétricas e eletrônicas que pos-
não podem estar em fase, nem defasadas de 90° exatamen- suem impedância são motores, alto-falantes e fones de ouvi-
te. Se o circuito contém resistência e capacitância, a corrente do. Essas cargas particulares possuem tanto reatância induti-
está adiantada da tensão. Se o circuito contém resistência e va como resistência.
338
YT
nusa
ote Cateto
Hip oposto
Y1 Y1
Linha 1
cateto oposto Y
sen 1
hipotenusa YT
YT
Y1 Linha 2 cateto adjacente Y
cos 2
hipotenusa YT
YT √ Y12 Y22
Dados: Y1 6 A
Y1
Y2 8 A Circuitos RLC
Encontrar: YT
Conhecido:
YX YX Y1 Y2
Solução:
capítulo 13
Y2
Resposta: A corrente total é 10 A.
Figura 13-3 Adição de fasores defasados de 180°.
339
Y1 ser expandida substituindo Y1 Y3 por YX. O resultado é a
fórmula geral:
EXEMPLO 132
Dados: I1 5 A
I2 4 A
I3 8 A
Encontrar: IT
Y3 Conhecido:
(a) Solução:
Y2
Y2 I1 5 A
Corrente alternada e instrumentos de medição
YX YT
YT √YX2 Y22
(c) I2 4 A
340
Os três fasores podem representar tensão, corrente ou im- mente usado como a referência em um circuito série [Figura
pedância* (e as componentes da impedância: resistência e 13-6(b)].
reatância). A única condição é que todos os fasores tenham a Em qualquer circuito, sabemos que a tensão resistiva e a
mesma unidade, ou seja, volts, ampères ou ohms. corrente resistiva estão em fase. Isso significa que o fasor de
Agora que sabemos como adicionar fasores, podemos retor- tensão resistiva [VR na Figura 13-6(b)] está no mesmo sentido
nar aos problemas que envolvem impedância. Isto é, pode- que o fasor de corrente total IT. Também sabemos que a cor-
mos agora calcular corrente, tensão e impedância em circui- rente através de um capacitor é adiantada de 90° da tensão
tos contendo tanto reatância como resistência. entre seus terminais. Outra maneira de dizer isso é que a ten-
são é atrasada de 90° da corrente.
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões.
R
5. Considere a Figura 13-1(a). Se Y1 7 m e Y2 9 m, qual é o
comprimento de YT?
6. Qual é a força resultante na Figura 13-4(a) quando Y1 45 N,
Y2 25 N e Y3 30 N?
C
7. O teorema de ___________ mostra a relação entre os lados
de um triângulo retângulo.
(a) O circuito
Circuitos RC VR
IT
A menos que seja dito o contrário, assumiremos que os
componentes (R e C) usados nas análises que se seguem
são ideais; isto é, os resistores contêm apenas resistência
e os capacitores contêm apenas capacitância. Resistores
reais usualmente têm uma pequena indutância e capa-
citância, assim como capacitores reais têm uma pequena
resistência e indutância. Contudo, em baixas frequências
essas grandezas indesejáveis são tão pequenas que po-
dem ser ignoradas sem introduzir erros significativos nas
análises. VC VT
(b) Fasores de tensão
Circuitos RC série R
A Figura 13-6 mostra um CIRCUITO RC SÉRIE e os diagramas
que representam as tensões no circuito e a impedância, com- Circuitos RLC
posta pela parte resistiva (R) e pela parte reativa (XC). Em um
circuito série, há apenas um caminho para a corrente; assim,
a corrente capacitiva, a corrente resistiva e a corrente total
são a mesma corrente. Portanto, o fasor de corrente é geral-
XC Z
capítulo 13
* N. de T.: Rigorosamente, uma impedância não é um fasor. Porém, as opera- (c) Diagrama de impedância: R, XC e Z
ções envolvendo impedâncias podem ser realizadas do mesmo modo que as
Figura 13-6 Circuito RC série. Os fasores de tensão e o diagra-
operações envolvendo fasores. Apesar disso, evite associar uma impedância
a um fasor.
ma de impedância estão ilustrados para esse circuito.
341
A razão entre R e XC [na Figura 13-6(c)] deve ser igual à razão
entre VR e VC [na Figura 13-6(c)]. Isso pode ser demonstrado
LEMBRE-SE facilmente a partir da lei de Ohm:
...no Capítulo 9 (Potência em Circuitos CA), assumimos (por
convenção) que os fasores giram no sentido anti-horário.
Assim, o fasor de tensão capacitiva [VC na Figura 13-6(b)] é
Assim,
plotado 90° “atrás” do fasor de corrente.
Transpondo os termos:
Agora que temos os fasores VR e VC, podemos adicioná-los
para obter o fasor de tensão resultante VT (que correspon-
de à tensão da fonte). Observe que o fasor VT estabelece um
ângulo . Esse ângulo mostra o quanto a corrente da fonte Isso significa que o ângulo pode ser calculado utilizando as
IT está adiantada da tensão da fonte VT. Como podemos ver tensões e/ou a resistência e a reatância do circuito. Em outras
no exemplo da Figura 13-6, VC é maior que VR. Isso faz com palavras,
que o ângulo seja maior que 45° (ou seja, o circuito “é mais
capacitivo que resistivo”).
Também da Figura 13-6(b) podemos concluir que XC deve ser
maior que R. Essa conclusão é baseada nos seguintes fatos: Agora que já sabemos a relação entre impedância, resistên-
cia e reatância em um circuito RC série, vamos usá-la para
1. IR IC; resolver um problema de circuitos elétricos.
2. A lei de Ohm se aplica individualmente ao resistor e ao
capacitor;
3. A lei de Ohm estabelece que a tensão e a resistência ou EXEMPLO 133
a reatância são diretamente proporcionais, se a corrente
Determine a impedância do circuito na Figura 13-8.
é mantida constante.
Assim, se VC é maior que VR, então XC deve ser também maior Dados: C 1F
R 1000
que R.
f 100 Hz
O diagrama da Figura 13-6 mostra que a resistência e a re- Encontrar: Z
atância capacitiva também têm uma diferença angular de
Conhecido:
90° entre si*. Isso era esperado. As correntes no resistor e ca-
Corrente alternada e instrumentos de medição
e
Podemos verificar a consistência de nossa resposta muito
facilmente. Considerando novamente a Figura 13-7, note
* N. de T.: Aqui se evitou falar em diferença de fase, pois essa é uma termino-
que Z deve ser maior que R ou XC. Observe também que Z
logia associada a fasores. Lembre-se, impedância não é um fasor. deve ser menor que a soma aritmética de R e XC. Como 1880
342
é maior que 1592, mas menor que 2592, a resposta obtida Podemos verificar nossa resposta checando se a soma dos
parece razoável. fasores VR e VC é igual à tensão da fonte VT:
A impedância pode ser usada na lei de Ohm assim como a re-
sistência e a reatância. Por exemplo, a impedância e a tensão
da fonte podem ser usadas para determinar a corrente total. Uma vez que o valor calculado está de acordo com o valor
Após, a corrente pode ser usada para calcular as tensões in- dado, não cometemos nenhum erro em nossos cálculos.
dividuais. Vamos continuar nosso estudo do circuito da Figura 13-8 de-
terminando o ângulo e a potência.
EXEMPLO 134
EXEMPLO 135
Determine a corrente IT, a tensão no resistor VR e a tensão no
capacitor VC para o circuito da Figura 13-8. Para o circuito da Figura 13-8, encontre o ângulo e a
potência ativa total.
Dados: VT 40 V
R 1000 Dados: R 1000
XC 1592 VT 40 V
(do Exemplo 13-3) Z 1880
Z 1880 IT 21,3 mA
(do Exemplo 13-3)
Encontrar: eP
Encontrar: IT, VC e VR
Conhecido: Lei de Ohm Conhecido: , fórmulas de potência
Solução: Solução:
XC C Circuitos RLC
1F
Z
VT VC
Triângulo de
impedância 100 Hz R
40 V 1000
capítulo 13
Triângulo de tensão
Figura 13-7 Triângulos de tensão e de impedância. O ângulo
é o mesmo em ambos os triângulos. Figura 13-8 Circuito para os Exemplos 13-3, 13-4 e 13-5.
343
tanto, a potência dissipada pela resistência (PR) deve ser igual que acontece quando a frequência é reduzida para 50Hz.
à potência ativa total. Assim, Quando a frequência diminui, a reatância do capacitor
aumenta. Isso causa um crescimento da impedância e um
PT ⴝ PR IR VR 0,0213A 21,3 V
decréscimo correspondente da corrente total no circuito.
0,454 W
Menor corrente significa menor tensão entre os terminais
Esse valor concorda (a menos de erros de arredondamento) do resistor. Por outro lado, a tensão no capacitor aumenta,
com a resposta obtida no Exemplo 13-5. Lembre-se que PT pois o crescimento de sua reatância é proporcionalmente
PR para todos os circuitos. maior que o decréscimo da corrente. O resultado líquido
Também, no Exemplo 13-5 poderíamos determinar cos é que o circuito é mais capacitivo que antes. Como conse-
usando a razão entre as tensões. Tal razão fornece: quência, o ângulo aumentou e a potência ativa no circui-
to diminuiu.
Quando a frequência aumenta, os resultados [Figura 13-9(c)]
Novamente, a resposta concorda (a menos de erros de arre- são o oposto: o circuito torna-se mais resistivo, diminui e a
dondamento) com a resposta obtida no Exemplo 13-5. potência ativa aumenta.
Suponha que a frequência da fonte na Figura 13-8 fosse re- A Figura 13-10 ilustra o que acontece quando o capacitor
duzida. O que aconteceria com o ângulo , a impedância e na Figura 13-8 é alterado. Os diagramas da Figura 13-10(a)
a distribuição das tensões? A resposta a essa questão está mostram a situação com o capacitor original (1F). Quan-
ilustrada nas Figuras 13-9(a) e (b). Na Figura 13-9(a), estão do o valor da capacitância é reduzido [Figura 13-10(b)], os
ilustrados os diagramas de tensão e de impedância para efeitos são os mesmos de quando a frequência é diminuída.
o circuito operando em 100 Hz. A Figura 13-9(a) mostra o Isso acontece porque a reatância capacitiva é inversamente
VR R
VR R I
I
XC
XC Z
Z
VC VT
VC VT
(a) C 1F
(a) Diagramas de tensão e impedância para 100 Hz
VR VR R
R I
Corrente alternada e instrumentos de medição
I
XC Z XC
Z
VC VT VC VT
VR R VR R
I I
XC XC
Z Z
VT VT
VC VC
(c) Diagramas de tensão e impedância para 200 Hz (c) C 2 F
Figura 13-9 Efeitos da frequência f em Z, V e . Figura 13-10 Efeitos da capacitância C em Z, V e .
344
proporcional à frequência e à capacitância. Assim, a redução
da capacitância causa um aumento da reatância capacitiva Circuitos RC paralelo
e um aumento do ângulo . Já um aumento da capacitância
Em um circuito paralelo [Figura 13-12(a)], a tensão aplicada
conduz a uma redução da reatância capacitiva; consequente-
é a mesma em todos os componentes. Nesse caso, VR, VC e VT
mente (e dependendo do aumento da capacitância), o circui-
estão em fase. Portanto, o fasor de tensão é usado como o
to fica mais resistivo [Figura 13-10(c)].
fasor de referência [Figura 13-12(b)] na solução de circuitos RC
Um exemplo de como um circuito RC é utilizado é mostrado paralelo. Observe que a corrente capacitiva continua adian-
na Figura 13-11. O amplificador 1 substitui o gerador (fon- tada de 90° da tensão no capacitor. Assim, o fasor IC é dese-
te) da Figura 13-8. Em outras palavras, o amplificador 1 é a nhado 90° à frente do fasor de tensão [Figura 13-12(b)]. Já a
fonte que fornece a tensão através do circuito RC. A tensão corrente resistiva, como é sempre o caso, está em fase com
entre os terminais do resistor é a tensão de entrada do am- a tensão, isto é, o fasor IR está em linha com fasor VT (mesma
plificador 2. É desejável que o máximo possível da tensão de direção e sentido). A adição dos fasores IC e IR fornece o fasor
saída do amplificador 1 seja aplicado na entrada do ampli- IT (corrente total fornecida pela fonte). Como o circuito tem
ficador 2. Portanto, a reatância do capacitor deve ser baixa uma capacitância, a corrente da fonte está adiantada da ten-
em relação à resistência do resistor. Em termos práticos, a são da fonte.
resistência deve ser 10 vezes maior que a reatância. Isso faz
A impedância do circuito ilustrado na Figura 13-12(a) pode
com que a tensão no resistor [Figura 13-11(b)] seja aproxi-
ser determinada usando a lei de Ohm com VT e IT:
madamente igual à tensão da fonte (fornecida pelo ampli-
ficador 1). Também, podemos notar na Figura 13-11(b) que
o defasamento (ângulo ) é bastante reduzido, quando R é
elevado em relação a XC. Isso significa que a tensão de entra- Antes de calcular Z, devemos encontrar IT. O valor de IT pode
da do amplificador 2 está praticamente em fase com a saída ser determinado usando o teorema de Pitágoras. Expressan-
do amplificador 1.
Circuitos RLC
(a)
6,6
VR 1,49 V
VT 1,5 V VT
VC 0,17 V IR
capítulo 13
(b) (b)
Figura 13-11 Exemplo de utilização de um circuito RC. O Figura 13-12 Circuito RC paralelo. O fasor de tensão é o fasor
capacitor acopla os dois amplificadores com o mínimo de perda de referência (0°). Observe as relações entre os fasores de
de tensão ou deslocamento de fase. corrente.
345
do os lados do triângulo em termos das correntes (resistiva, Essa fórmula fornece os mesmos resultados que o método da
capacitiva e total), temos: lei de Ohm. Portanto, podemos utilizá-la para checar a res-
posta obtida no Exemplo 13-6:
Determine a impedância do circuito na Figura 13-12. Dado que os dois métodos forneceram o mesmo resultado (a
menos de erros de arredondamento), podemos assumir que
Dados: VT 60 V
não foram cometidos erros nos cálculos.
f 400 Hz
C 0,02 F Os efeitos da variação de f ou C em um circuito RC paralelo
R 27 k estão ilustrados na Figura 13-13. Observe que o efeito sobre
Encontrar: Z o ângulo é exatamente o oposto do observado em um cir-
Conhecido: Lei de Ohm cuito RC série. No caso do RC paralelo, um aumento de C ou
f causa uma redução na reatância, que resulta em uma im-
pedância menor, uma corrente mais elevada e um ângulo
maior. Obviamente, a redução de C ou f tem efeitos opostos
aos descritos anteriormente.
Solução:
O valor dos cos pode ser calculado a partir dos valores das
correntes ou das potências. As fórmulas são:
Sobre a eletrônica
Resposta: A impedância equivalente do circuito é aproxi-
madamente 16 k. Pescaria agradável
Barcos a gás ou a die-
Corrente alternada e instrumentos de medição
346
IC IT Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões.
b. VR
c. P
d. Z
347
circuitos RC série podem ser utilizadas para circuitos RL série;
Circuitos RL apenas substitua C por L e XC por XL. As fórmulas importantes
Apesar dos circuitos RL não serem tão comuns em eletrônica para os circuitos RL série são:
como os circuitos RC, eles são importantes. Suas característi-
cas e seu comportamento devem ser conhecidos para com-
preender, por exemplo, o funcionamento de motores CA e a
resposta de amplificadores em alta frequência.
Circuitos RL série
Em um CIRCUITO RL SÉRIE [Figura 13-14(a)], a tensão da fonte
EXEMPLO 137
está adiantada da corrente que circula pelo circuito. Isso está
ilustrado na Figura 13-4(b), em que VT está adiantado de IT (o Determine a impedância, a tensão entre os terminais da
fasor de referência). As mesmas fórmulas gerais usadas para indutância e o fator de potência para o circuito na Figura
13-14.
Dados: VT 50 V
f 50 kHz
L
L 10 mH
10 mH
50 V R 2700
50 kHz Encontrar: Z, VL e FP
R
Conhecido:
2700
(a) O circuito
Lei de Ohm
VL VT
Solução:
Corrente alternada e instrumentos de medição
VR
IT
(b) Fasores de tensão
XL Z
348
os seguintes efeitos: XL aumenta, Z aumenta, IT diminui, VR lamento pode ser representado por um pequeno resistor
diminui, VL aumenta e o ângulo aumenta. A reatância indu- em série com um indutor ideal [Figura 13-15(a)]. Dado que
tiva também é diretamente proporcional à indutância. Dessa o enrolamento principal tem uma baixa resistência e uma
forma, o aumento da indutância tem os mesmos efeitos que elevada reatância, sua corrente está bem atrasada da ten-
o aumento da frequência. são [Figura 13-15(b)]. O enrolamento de partida utiliza um
fio de menor diâmetro e tem menos espiras que o enrola-
A potência e o ângulo em um circuito RL série são determi-
mento principal. Portanto, o enrolamento de partida tem
nados do mesmo modo que em um circuito RC série. A dife-
mais resistência e menos indutância que o enrolamento
rença nos dois tipos de circuito é que a corrente está atrasada
principal. Isso faz com que a corrente no enrolamento de
da tensão em um circuito RL, enquanto que em um circuito
partida seja menos atrasada da tensão que a corrente no
RC a corrente está adiantada da tensão (compare as Figuras
enrolamento principal. Assim, as correntes nos dois enro-
13-6 e 13-14).
lamentos estão defasadas entre si [Figura 13-15(b)]. Essas
Muitos MOTORES CA monofásicos de baixa potência partem correntes defasadas geram o campo magnético especial
com base no princípio de deslocamento de fase entre dois necessário para partir o motor. Depois que o motor parte,
circuitos RL. Esses motores têm dois enrolamentos internos uma chave [Figura 13-15(a)] desconecta o enrolamento de
separados, um enrolamento principal e um enrolamento partida do circuito e o motor continua funcionando ape-
de partida (ou enrolamento auxiliar). O enrolamento prin- nas com o enrolamento principal. O capítulo sobre mo-
cipal utiliza um fio de maior diâmetro e, portanto, apresen- tores elétricos fornece os detalhes de como tais motores
ta um pequeno valor de resistência associado. Esse enro- operam.
R pequeno R elevado
60 Hz Enrolamento Enrolamento
120 V principal de partida
VT
Circuitos RLC
Ipartida
Iprincipal
capítulo 13
349
Circuitos RL paralelo
Um CIRCUITO RL PARALELO e seu diagrama fasorial estão apre-
sentados na Figura 13-16. Observe na Figura 13-16(b) que o
fasor de referência é VT e que a corrente resistiva (IR) está em
fase com VT, assim como no circuito RC série. Circuitos RL para-
lelo podem ser tratados de modo similar aos circuitos RC para- Note que essas fórmulas são as mesmas usadas na análise de
lelo. Há apenas duas diferenças entre os dois tipos de circuitos: circuitos RC paralelo, exceto que XL entra no lugar de XC.
1. A corrente no circuito RL está atrasada da tensão, en-
quanto que no circuito RC série a corrente está adianta-
EXEMPLO 138
da da tensão. [Compare as Figuras 13-12(b) e 13-16(b).]
2. Os dois circuitos têm respostas opostas à variação da Para o circuito da Figura 13-16, calcule a corrente total, a
frequência e à variação da indutância ou capacitância. impedância e a potência.
Em um circuito RL paralelo, quando há um aumento de f
Dados: VT 50 V
ou L, a impedância aumenta. Isso resulta em um decrés- f 50 kHz
cimo na corrente indutiva e na corrente total e, também, L 10 mH
em uma redução do ângulo . R 2700
As fórmulas a seguir são as principais e de maior utilidade Encontrar: IT, Z e P
nos cálculos envolvendo circuitos RL paralelos: Conhecido: Lei de Ohm
50 kHz L R Solução:
50 V 10 mH 2700
VT
IR
Corrente alternada e instrumentos de medição
IL IT
350
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 27. Determine a corrente e a potência para o circuito da Questão
26, quando a amplitude da fonte de tensão é 50 V.
23. Em circuitos RL a corrente total fornecida pela fonte está atra-
28. Altere o valor de R na Figura 13-16 para 2,2 k e determine IT e
sada ou adiantada da tensão da fonte?
Z.
24. Suponha que a indutância de um circuito RL série seja reduzi-
da. O que acontece com IT, VL e Z? 29. É necessário conhecer a frequência da fonte de tensão para
determinar a potência em um circuito RL paralelo? Explique.
25. Quando a frequência de um circuito RL paralelo é aumentada,
30. Cite quatro parâmetros que podem ser alterados na Figura 13-
o que acontece com Z e com o ângulo ?
16 (incluindo a direção da variação, ou seja, se é um aumento
26. Um indutor de 5 mH e um resistor de 1500 estão conectados ou redução do valor do parâmetro) de modo a aumentar a cor-
em série com uma fonte de tensão CA. Qual é a impedância rente IT.
desse circuito em 30 kHz?
351
Observe na Figura 13-18(a) que tanto a tensão no indutor utilizadas para circuitos RL e RC série. Essas fórmulas são: FP
como a tensão no capacitor são maiores que a tensão da cos R/Z e FP cos VR/VT. Para qualquer circuito
fonte. Se as tensões individuais excedem a tensão da fonte, resultante da combinação de componentes R, L e C, a fórmu-
então as reatâncias individuais excedem a impedância do cir- la geral FP cos P/S se aplica.
cuito. Isso é comum em circuitos RLC série. Observe no Exemplo 13-9 a seguir que XL é maior que XC, o
A impedância e tensão totais em um circuito RLC série po- que faz com que o circuito seja indutivo. Dessa forma, temos
dem ser calculadas com o auxílio das seguintes fórmulas: um fator de potência atrasado.
EXEMPLO 139
VC 20 V
VT 5 V Solução:
VR 3 V
(a)
Corrente alternada e instrumentos de medição
V L VC 4 V
Resposta: A impedância é 1368 e a tensão entre os
terminais do resistor é 7,3 V.
VT 5 V
VR 3 V
Suponha que a frequência da fonte na Figura 13-17(a) fos-
se reduzida para 25 kHz. Nesse caso, a reatância indutiva XL
valeria 50% do seu valor anterior e a reatância capacitiva
(b) XC seria o dobro do seu valor anterior (785 e 1274 , res-
Figura 13-18 Leituras de um voltímetro em um circuito RLC pectivamente). Nessa nova situação, o circuito seria capa-
série. Observe que as tensões no indutor e no capacitor em (a) citivo, IT estaria adiantada de VT e o fator de potência seria
excedem a tensão da fonte. adiantado.
352
Observa que a fórmula para determinação de cos é a mes-
Sobre a eletrônica ma usada para os circuitos RC e RL paralelos.
IC
IX IT
Circuitos RLC
50 kHz L C R
10 V 5 mH 0,005 F 1000
V
IR
capítulo 13
IL
(a) O circuito (b) Fasores de corrente
Figura 13-19 Circuito RLC paralelo.
353
O circuito RLC paralelo da Figura 13-19 e o circuito RLC sé- 13-17(b) que a corrente da fonte (corrente total) está atrasa-
rie da Figura 13-17 têm componentes (R, L e C) de mesmo da da tensão da fonte; portanto, o circuito RLC série é indu-
valor. Eles também possuem a mesma fonte em termos de tivo. Na Figura 13-19(b), a corrente da fonte está adiantada
tensão e frequência. Como esperado, o circuito paralelo tem da tensão da fonte; portanto, esse circuito paralelo (com os
impedância menor e drena mais corrente que o circuito série. mesmos componentes que o circuito série) é capacitivo. Nas
Uma inspeção dos diagramas fasoriais para os dois circuitos figuras 13-17 e 13-19, XL é maior que XC. Se XC fosse maior que
mostra outra diferença entre os circuitos RLC série e paralelo: XL, o circuito série seria capacitivo e o circuito paralelo seria
um deles é indutivo e o outro é capacitivo. Observe na Figura indutivo (Figura 13-20).
VL IC
VX VT IX IT
I V
VR IR
Corrente alternada e instrumentos de medição
VC IL
(a) XL maior que XC (série) (b) XL maior que
XC (paralelo)
VL IC
VR IR
I V
VX VT IX IT
VC IL
(c) XL menor (d ) XL menor que
que XC (série) XC (paralelo)
Figura 13-20 Circuito RLC capacitivo e indutivo. Os diagramas (b) e (c) correspondem a circuitos capacitivos.
354
de reatância versus frequência. A reatância XL1 de uma indu-
Ressonância tância específica L1, quando plotada em função da frequên-
Circuitos em que XL XC são chamados CIRCUITOS RESSONAN- cia, produz uma linha reta. A reatância XC1 de uma capaci-
TES. Eles podem ser circuitos RLC ou simplesmente LC e po- tância específica C1 produz uma linha curva. A frequência de
dem estar conectados em série ou em paralelo. Na maioria ressonância de L1C1 é a frequência em que as linhas XL1 e XC1
das vezes os circuitos ressoantes são circuitos LC; a única re- se cruzam.
sistência nesses circuitos é aquela associada às imperfeições Vimos que o circuito composto por L1 e C1 pode ser ressonan-
dos indutores (L) e capacitores (C). te em apenas uma frequência. No entanto, diversos outros
valores de L e de C podem produzir circuitos ressonantes na
mesma frequência que L1C1. Suponha que sejam usadas uma
Frequência de ressonância indutância maior e uma capacitância menor, tais como L2 e C2
Para um dado valor de L e de C, há apenas uma frequência na Figura 13-21. O circuito composto por L2 e C2 é ressonante
na qual XL é igual a XC. Essa frequência, chamada FREQUÊNCIA na mesma frequência que L1C1. Poderíamos também usar um
DE RESSONÂNCIA, pode ser calculada com a seguinte fórmula: valor de L menor e um valor de C maior e ainda obter a mes-
ma frequência de ressonância que L1C1 e L2C2.
Observe dois outros pontos na Figura 13-21. Se a indutância
Nessa fórmula, a frequência de ressonância fr está em hertz aumenta para L2 e a capacitância permanece igual a C1, a fre-
se a indutância está em henrys e a capacitância está em fa- quência de ressonância reduz para o ponto A. Por outro lado,
rads. A fórmula da frequência de ressonância é derivada das se a indutância permanece igual a L1 e a capacitância diminui
duas fórmulas de reatância. Por definição, a frequência de (isso é, XC aumenta) para C2, então a frequência de ressonân-
ressonância é aquela frequência na qual XL XC. Portanto: cia aumenta para o ponto B.
A relação entre a variação de L e/ou C e a variação resultante
em fr também é evidente pela análise da fórmula de frequên-
Resolvendo essa equação para f obtemos a fórmula para fr cia de ressonância. A partir dessa fórmula, podemos ver que
dada anteriormente. um aumento de L ou de C reduz fr. Reciprocamente, uma re-
A Figura 13-21 apresenta uma interpretação gráfica do con- dução de L ou de C aumenta fr.
ceito de frequência de ressonância. Essa figura é um gráfico
EXEMPLO 1311
Crescimento de f Qual é a frequência de ressonância de um circuito composto
por um indutor de 10 mH e um capacitor de 0,005 F?
XL2
Dados: L 10 mH
XL1 C 0,005 F
Crescimento de X
Encontrar: fr
Conhecido: Circuitos RLC
XC2 Solução:
XC1
fr de L2C1 fr de L1C1 e L2C2 fr de L1C2 O capacitor e o indutor no exemplo anterior poderiam ser
Figura 13-21 Gráfico de XL e XC versus f. Na frequência de conectados em série ou em paralelo. A frequência de resso-
ressonância, XL XC. nância é a mesma nos dois casos.
355
Circuitos ressonantes paralelo
Fluxo
Fonte Carga
O diagrama fasorial na Figura 13-22 mostra as principais crescendo
características de um CIRCUITO RESSONANTE PARALELO. Nesse
circuito, a corrente indutiva cancela exatamente a corrente
(a) Capacitor descarregando
capacitiva. Portanto, a corrente total e a corrente resistiva são
iguais. Isso significa que a corrente e a tensão da fonte estão
em fase, o ângulo é nulo e o fator de potência (cos ) é 1.
Assim, o circuito paralelo ressonante é puramente resistivo. Fluxo
Carga Fonte
decrescendo
A única corrente drenada da fonte de potência na Figura 13-
22 é a corrente que circula pelo resistor. Os ramos capaciti-
vo e indutivo têm correntes superiores fluindo por eles. Isso (b) Capacitor carregando
ocorre porque o indutor e o capacitor estão apenas trocando
energia entre si. Essa ideia é ilustrada graficamente na Figura
13-23, que mostra o capacitor e o indutor isolados do restan- Fluxo
Fonte Carga
te do circuito. Suponha que o indutor e o capacitor sejam iso- crescendo
lados do circuito no instante que o capacitor está totalmente
carregado [Figura 13-23(a)]. O capacitor, então, torna-se a
(c) Capacitor descarregando
fonte de energia e começa a descarregar através do indutor.
Isso produz um campo magnético no indutor, que armazena
a energia que está sendo transferida do capacitor. Após o ca-
Fluxo
pacitor se descarregar completamente, o campo do indutor Carga Fonte
decrescendo
começa a diminuir, como ilustrado na Figura 13-23(b). Agora,
o indutor é a fonte. Ele fornece a energia para recarregar o
capacitor como uma polaridade oposta à anterior. Depois (d ) Capacitor carregando
que o campo do indutor é reduzido a zero e o capacitor está Figura 13-23 Circuito tanque ressonante.
recarregado, o capacitor torna-se novamente a fonte. Ele
descarrega [Figura 13-23(c)] e novamente transfere energia
para o campo magnético do indutor. O ciclo é concluído, cente do indutor recarrega o capacitor. Após, o ciclo se inicia
como ilustrado na Figura 13-23(d), quando o campo decres- novamente com as condições mostradas na Figura 13-23(a).
O circuito LC paralelo discutido anteriormente (e mostrado
Corrente alternada e instrumentos de medição
356
IC
IR
V
100 kHz
IC
IR
(b) Forma de onda de saída de um circuito tanque real V
75 kHz
Figura 13-24 Formas de onda de um circuito tanque ideal e real. IX
IT
V
LEMBRE-SE 125 kHz IR
...o fator de qualidade Q é a razão XL/R. Assim, para um dado
valor de L e f, o parâmetro Q é inversamente proporcional a
IL
R. Portanto, um circuito com baixo Q terá um valor elevado
de resistência, que dissipará a energia do circuito tanque (c) XL maior que XC
em poucos ciclos. A frequência da forma de onda do circuito Figura 13-25 Circuito LC paralelo. A impedância (tensão divi-
tanque é determinada pelos valores de L e C. Ela pode ser dia pela corrente total) é máxima na ressonância.
calculada com a fórmula da frequência de ressonância.
alta qualidade (ou seja, baixa resistência), a corrente da fonte
é muito baixa e a impedância é ainda muito elevada.
Suponha que o circuito LC da Figura 13-23 é conectado a uma
Suponha que a frequência da fonte é inferior à frequência de
fonte CA [Figura 13-25(a)]. Adicionalmente, considere que a
ressonância do circuito LC, como na Figura 13-25(b). Então, XL
frequência da fonte é igual à frequência de ressonância do Circuitos RLC
é menor que XC e IL excede IC. A diferença entre IL e IC torna-se
circuito LC. Se L e C fossem componentes ideais, nenhuma cor-
parte da corrente demandada da fonte. O circuito é indutivo
rente seria exigida da fonte. Se nenhuma corrente flui da fon-
e o valor de sua impedância diminuiu em relação ao valor na
te, então podemos interpretar que a impedância do circuito
frequência de ressonância. A impedância pode ser calculada
seria infinita (ou seja, a oposição à circulação de corrente é tão
dividindo-se a tensão da fonte pela corrente da fonte.
elevada que a corrente é nula). Quando componentes reais
A Figura 13-25(c) mostra o que acontece quando a frequên-
capítulo 13
são usados, uma pequena corrente circula pela fonte. Essa pe-
quena corrente, juntamente com a tensão da fonte, fornece a cia da fonte é maior que a frequência de ressonância. O cir-
potência dissipada pela baixa resistência associada ao indu- cuito é capacitivo e sua impedância diminuiu em relação ao
tor e ao capacitor (componentes reais). Com componentes de valor na frequência de ressonância.
357
Em resumo, um circuito LC ressonante paralelo tem as se- queda de tensão (VR na Figura 13-27) em fase com a corrente.
guintes características principais: Essa tensão e a corrente no circuito representam a potência
1. Impedância máxima. dissipada pelas resistências associadas ao indutor e ao capa-
citor. A maior parte dessa potência é dissipada pela resistên-
2. Corrente da fonte mínima. cia associada ao indutor.
3. Ângulo de fase aproximadamente igual a 0°. As tensões entre os terminais do capacitor e do indutor em
4. Correntes indutivas e capacitivas elevadas. um circuito ressonante série são muito superiores à tensão
da fonte. A razão disso pode ser mais bem compreendida
com um exemplo prático. Considere um valor típico de 20
Circuitos ressonantes série para resistência de um circuito composto por um indutor e
um capacitor em série como na Figura 13-27(a). Então, a cor-
No circuito RLC série na Figura 13-26, a frequência da fonte
rente no circuito é:
é igual à frequência de ressonância do circuito. Isso signi-
fica que XL XC e VL VC. Como VL e VC estão defasadas de
180°, essas duas tensões se anulam. A queda de tensão to-
tal (ou líquida) no circuito é aquela através da resistência. Observe que essa corrente é a mesma que circula pelo indu-
A corrente e a tensão da fonte estão em fase e o circuito tor e pelo capacitor. A reatância do indutor (que, em um cir-
tem um fator de potência igual a 1. Ainda, como XL e XC cuito ressonante, é igual à reatância do capacitor) é:
se anulam, a corrente no circuito é limitada apenas pela
resistência.
Suponha que o resistor na Figura 13-26 seja retirado do cir-
cuito (ou simplesmente curto-circuitado) de modo a produ-
zir um circuito LC como o ilustrado na Figura 13-27 (a). Se L A tensão entre os terminais do indutor é dada por:
e C fossem componentes ideais, XL cancelaria XC e o circuito
VL IL XL 0,25A 672 168 V
ressonante série teria impedância nula. Em outras palavras,
teríamos um curto-circuito através da fonte. A corrente seria Assim, a tensão através do indutor (e através do capacitor)
limitada apenas pela resistência interna da fonte. As tensões é mais que 33 vezes (168V versus 5V) superior à tensão da
no indutor e capacitor seriam extremamente elevadas. No fonte.
entanto, como já sabemos, indutores e capacitores reais têm As Figuras 13-27(b) e (c) mostram os resultados de operação
certo valor de resistência. Essa resistência impede que o cir- de um circuito LC série abaixo e acima de sua frequência de
cuito ressonante série seja um curto-circuito. Ela causa uma ressonância. Quando operando abaixo de sua frequência de
ressonância, o circuito série é capacitivo, pois VC é maior que
Corrente alternada e instrumentos de medição
358
VL
1 mH VR
107 kHz I
5V
0,0022 F
VC
(a) XL XC (ressonância)
VL
1 mH VR
75 kHz I
0,0022 F VX
VT
VL
VT
VX
1 mH
125 kHz I
VR
0,0022 F
VC
(c) XL maior que XC
Até agora, utilizamos apenas diagramas (fasoriais e de im- A LARGURA DE BANDA (BW) de um circuito LC é expressa em
hertz. Ela corresponde à faixa de frequência na qual o circui-
pedância) para mostrar as características da corrente, tensão Circuitos RLC
e impedância de circuitos LC em diversas frequências. Uma to fornece 70,7% ou mais de sua resposta máxima. Suponha
visão mais completa do comportamento de circuitos LC pode que o circuito LC paralelo da Figura 13-28(a) é ressonante em
ser obtida com as curvas de resposta em frequência, ou sim- 500 kHz e tem uma impedância na ressonância de 100 k.
plesmente CURVAS DE RESPOSTA, ilustradas na Figura 13-28. Es- Adicionalmente, suponha que sua impedância caia para
sas curvas são construídas a partir do cálculo ou da medição 70,7 k em 495 kHz [f1 na Figura 13-28(a)] e em 505 kHz (f2
da corrente, tensão ou impedância em diversas frequências na Figura 13-28(a)]. Então, a largura de banda do circuito é
capítulo 13
acima e abaixo da ressonância. Uma vez determinados os 10 kHz (505 para 495). A largura de banda de um circuito sé-
valores para diversas frequências, eles são plotados em um rie pode ser determinada a partir de sua curva de corrente
gráfico. versus frequência [Figura 13-28(b)]. Os limites da largura de
359
Impedância
70,7%
Corrente
Tensão
ou
Largura
de banda
f1 fr f2 fr
Frequência Frequência
(a) Circuito LC paralelo
Impedância
70,7%
Corrente
Tensão
ou
Largura
de banda
fr f1 fr f2
Frequência Frequência
(b) Circuito LC série
Figura 13-28 Curvas de resposta de circuitos ressonantes.
360
VL cuito série. O circuito paralelo com fator de qualidade eleva-
do resulta no maior valor de Z [Figura 13-29(b)].
2. O FATOR DE QUALIDADE também determinada a largura de
VL banda do circuito ressonante.
Quanto maior é o fator de qualidade, mais estreita é a lar-
gura de banda. Uma largura de banda estreita (fator de
I I qualidade elevado) proporciona uma maior variação na im-
VR VR
pedância, em relação a uma banda mais larga, para deter-
minada variação na frequência. A Figura 13-30 mostra por
VC que um circuito com alto fator de qualidade fornece uma
Q baixo maior variação na impedância do que um circuito com bai-
xo fator de qualidade. Os diagramas fasoriais na Figura 13-
VC 30(a) são para dois circuitos LC paralelo operando na mes-
Q elevado ma frequência de ressonância. O circuito com Q baixo tem
(a) Circuito ressonante série resistência duas vezes maior que o circuito com Q elevado.
IC
IC IC
IC
V V
V V IR IT IR TT
IR IR
IL
Q baixo
IL Q elevado IL Q baixo
Z 100 k Z 50 k
IL (a) Na ressonância
Q elevado
(b) Circuito ressonante paralelo IC IC
Figura 13-29 Efeitos de Q na impedância do circuito em
ressonância.
361
Como Z V/I, o circuito com baixo fator de qualidade tam- com Q elevado produz uma largura de banda mais estreita
bém tem apenas metade da impedância do circuito com para circuitos LC série ou paralelo. Ainda, da Figura 13-31
fator de qualidade elevado. A Figura 13-30(b) mostra os podemos perceber que um circuito com fator de qualidade
resultados de um aumento da frequência, na mesma pro- elevado é mais seletivo que um circuito com fator de qua-
porção, em ambos os circuitos. Observe que a impedância lidade baixo.
para o circuito com fator de qualidade elevado caiu de 100 A frequência de ressonância, o fator de qualidade e a largura
para 35 k, uma variação de aproximadamente 65%. Para de banda são todos parâmetros inter-relacionados. A relação
a mesma variação na frequência, a impedância do circuito entre eles pode ser expressa pela seguinte fórmula:
com fator de qualidade baixo variou apenas cerca de 40%
(50 para 30 k).
O resultado da maior variação da impedância para o circui- Embora essa fórmula seja na realidade apenas uma aproxi-
to com fator de qualidade elevado da Figura 13-30 é ilus- mação, ela é precisa o suficiente para prever o comporta-
trado na Figura 13-31. Essa figura mostra que um circuito mento do circuito em casos práticos. Se o fator de qualidade
do circuito é 10 ou mais, o erro será menor que 1%.
O fator de qualidade de um circuito ressonante série tam-
bém pode ser obtido a partir da seguinte fórmula:
Q elevado
Impedância
Q baixo
Qual é o fator de qualidade de um circuito que é ressonante
em 100 kHz e tem uma largura de banda de 4 kHz?
362
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 49. Falso ou verdadeiro? Em um circuito ressonante, XL XC.
50. Falso ou verdadeiro? Em um circuito RLC ressonante série, R Z.
40. Na ressonância, é aproximadamente ___________.
51. Falso ou verdadeiro? Uma alta seletividade requer uma largura
41. A impedância máxima é fornecida por um circuito ressonante
de banda ampla (larga).
___________.
52. Determine a frequência de ressonância de um indutor de 5mH
42. Um circuito ressonante paralelo operando acima da ressonân-
e um capacitor de 0,03 F.
cia é ___________.
53. Qual é a largura de banda do circuito na Questão 52 se a resis-
43. Um circuito ressonante série operando abaixo da ressonância
tência total dos componentes é 5 ?
é ___________.
54. Qual é a largura de banda de um circuito LC pelo qual circu-
44. Para uma dada frequência de ressonância, a largura de banda
la 20 mA em sua frequência de ressonância fr 120 kHz, e
é controlada pelo ___________ dos componentes.
14,14 mA em 118 kHz?
45. A frequência de ressonância de um circuito pode ser aumenta-
da ___________ o valor de L ou C. 55. Qual é o fator de qualidade do circuito da Questão 54?
46. Um circuito LC paralelo é geralmente chamado de circuito 56. Como a seletividade de um circuito ressonante pode ser me-
___________. lhorada?
47. Falso ou verdadeiro? Há apenas uma combinação possível de L 57. Qual é o fator de qualidade de um circuito LC ressonante série
e C para cada frequência de ressonância. que produz 5V de VC quando a tensão da fonte é 0,1 V?
de saída. À medida que a frequência do sinal aumenta, o filtro uma pequena parte do sinal de alta frequência aparece nos
fornece mais oposição. O filtro promove uma maior queda do terminais de saída.
363
Fonte de
Filtro
múltiplas Entrada Saída Carga
passa-baixa
frequências
Entrada V
Saída V
Frequência Frequência
(a) Princípio de um filtro passa-baixa
R1
1k L1
C1
Tensão
Tensão
Entrada R1 Saída
Frequência Frequência
(a) Filtro RC
R1
Tensão
Tensão
Entrada L1 Saída
Frequência Frequência
(b) Filtro RL
Figura 13-33 Filtros passa-alta.
364
Filtros passa-faixa e rejeita-faixa
LEMBRE-SE
Você já está familiarizado com os FILTROS PASSA-FAIXA e REJEITA-
...XL 6,28 fL. Assim, o indutor L1 na Figura 13-33(b) tem
FAIXA. Eles são simplesmente circuitos LC série e paralelo. As
uma queda de tensão entre seus terminais elevada para sinais
frequências dentro da faixa de suas curvas de resposta são
de alta frequência (XL elevado) e uma queda praticamente
“passadas” ou “rejeitadas” (Figura 13-34).
nula para sinais de baixa frequência (XL baixo). Assim, um
circuito RL série pode ser utilizado como um filtro passa-alta. Observe na Figura 13-34 que um circuito LC paralelo pode ser
Note que nesse caso a tensão entre os terminais de L1 fornece utilizado como um filtro passa-faixa ou rejeita-faixa. O mes-
a saída do filtro. mo pode ser dito para os circuitos LC série. O fator determi-
nante é onde os terminais de entrada e saída são conectados
ao circuito.
Entrada Saída
Tensão
Tensão
Frequência Frequência
Entrada Saída
Entrada Saída
Circuitos RLC
Tensão
Tensão
Frequência Frequência
Entrada Saída
capítulo 13
365
Fórmulas e expressões relacionadas
Para todos os circuitos envolvendo combinações de R, C e L: Para todos os circuitos paralelo usando combinações de R, C e L:
Para todos os circuitos série usando combinações de R, C e L: Apenas para os circuitos RLC paralelo:
IT
Respostas
1. F 19. a. Aumenta. 30. Reduzir R, reduzir L, 49. V
2. reatância, resistência b. Permanece a mesma. reduzir f, aumentar VT 50. V
3. Z c. Permanece a mesma. 31. V 51. F
4. ohm d. Aumenta. 32. F 52. 12.995 Hz
5. 11,4 m 20. a. Aumenta. 33. F 53. 159 Hz
6. 29,15 N b. Aumenta. 34. 54. 4 kHz
7. de Pitágoras c. Diminui. 55. 30
8. adiantada d. Aumenta. 56. Pela redução de R, que
9. F 21. a. 11,9 k resulta no crescimento
35. IT
10. corrente b. 0,133 W de Q e numa largura
11. F c. 63,8° 36. a. O circuito série. de banda (BW) mais
12. 20° d. 4,52 mA b. O circuito paralelo. estreita.
13. Elas estão separadas por 22. a. 27,44 mA c. O circuito paralelo. 57. Q 50
90°. b. 27,44 V 37. 2480 ; 12,1 mA; 27,4 V 58. Passa-faixa; rejeita-faixa;
c. 753 mW 38. 1047 ; 58,4°; 37,7 mA passa-alta; passa-baixa.
14. e
d. 1458 39. Adiantado. 59. Passa-faixa e rejeita-
23. Atrasada. 40. zero faixa.
41. paralelo
Corrente alternada e instrumentos de medição
366
capítulo 14
Motores elétricos
O motor elétrico é um dos dispositivos elétricos mais comuns. Ele é extensivamente utilizado
em eletrodomésticos, automóveis, computadores, impressoras e indústrias em geral.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Classificar motores de acordo com a fonte de potência de alimentação, aplicação e
características especiais.
Entender as características nominais dos motores e usá-las na seleção de um motor
adequado para uma aplicação específica.
Identificar as partes de vários motores de indução de gaiola de esquilo.
Apreciar a versatilidade dos motores CA e CC.
Entender e enumerar várias maneiras de produzir o campo magnético girante
necessário para dar partida na maior parte dos motores de indução.
Entender as características especiais de cada tipo de motor monofásico.
Entender as características especiais dos principais tipos de motores CC.
Entender a operação de um motor CC sem escovas.
sem sobreaquecimento. Motores CA, CC ou universal podem
Classificação dos motores ser projetados para operar como motores de torque.
Os motores elétricos podem ser classificados em dois gran- Os motores podem ser agrupados de acordo com sua
des grupos, dependendo do tipo de fonte de potência ne- potência nominal. De acordo com padrões estabelecidos
cessária para operá-los: tensão contínua ou tensão alternada. por normas publicadas pela instituição norte-americana
As três principais categorias de motores, como mostrado na NEMA (National Electrical Manufactures Association – tra-
Figura 14-1, são o MOTOR CC, o MOTOR CA e o MOTOR UNIVERSAL. dução livre: Associação Nacional de Fabricantes Elétricos)
O motor universal é projetado para operar a partir de uma os motores podem ser classificados em motores de POTÊN-
fonte de potência CC ou CA. CIA INTEGRAL, motores de POTÊNCIA FRACIONÁRIA e motores de
A Figura 14-1 também lista vários dos tipos de motores dis- POTÊNCIA SUBFRACIONÁRIA. De acordo com a NEMA, motores
poníveis dentro das três principais categoriais de motores. com potência nominal inferior a 1/20hp são classificados
Alguns dos tipos de motores listados na tabela da Figura como motores de potência subfracionária e a potência é
3
14-1 podem ser ainda subdivididos. Por exemplo, existem usualmente expressa em mhp (1mhp 1 10 hp)**.
diversos tipos de motores de passo e inúmeros tipos de mo- Motores de potência fracionária incluem aqueles motores
tores polifásicos CA (especialmente trifásicos). com potência nominal de 1/20 a 1hp. Qualquer motor de
Os motores também podem ser classificados de acordo com potência superior a 1hp é um motor de potência integral.
sua aplicação ou características especiais. Alguns exemplos Vale ressaltar que no Brasil a unidade hp não é, em geral,
são: motorredutores, motores síncronos, motores de múlti- utilizada (a menos que se trate de um motor importado).
plas velocidades e motores de torque. Os motores são especificados em cavalos-vapor (cv, sendo
que 1cv 0,9863hp) ou em kW. Também, as denomina-
Um REDUTOR é um motor que tem um trem de engrenagens ções subfracionária e fracionária, apesar de utilizadas, são
embutido no corpo para reduzir a velocidade de saída do pouco comuns e denotam basicamente motores de peque-
eixo e aumentar o torque do eixo (conjugado). O motor em no porte.
um redutor, dependendo da aplicação a que se destina, pode
ser praticamente de qualquer tipo: CA, CC ou universal.
Os MOTORES SÍNCRONOS são motores CA nos quais a rotação do Teste seus conhecimentos
eixo está em exata sincronização com a frequência da fonte Responda às seguintes questões.
de potência. Esses motores podem ser monofásicos ou poli-
fásicos (geralmente trifásicos). 1. Baseado no tipo de alimentação, quais são as três categoriais
de motores?
Os MOTORES DE MÚLTIPLAS VELOCIDADES* são motores com duas 2. Falso ou verdadeiro? A velocidade de um motor de velocidade
ou mais velocidade fixas. As várias velocidades são obtidas variável é geralmente alterada pela seleção de um enrolamen-
Corrente alternada e instrumentos de medição
368
Corrente Contínua Corrente Alternada Universal
Série Fase dividida (Split-phase) Não compensado
Shunt (ou em derivação) Capacitor de partida Compensado
Composto Capacitor permanente
Ímã permanente Dois capacitores
Sem escovas Pólos sombreados
Passo Relutância
Histerese
Repulsão
Partida por repulsão
Partida por indução
Indução
Polos consequentes
Polifásico
Motores elétricos
Como regra geral, e de acordo com as normas, os motores REG. SERV. Contínuo Temp. Amb. 40º C IP 54
devem trabalhar dentro de limites de desempenho satisfa-
Y
tório para uma variação de tensão de ±10% da sua tensão
6 4 5
nominal. Portanto, um motor de 115 V pode ser operado a 6 4 5
plena carga com uma tensão de alimentação de 120 V e ain-
1 2 3 1 2 3
da assim permanecer abaixo de sua temperatura nominal
R S T R S T
máxima, desde que a tensão de alimentação não exceda
126,5 V por um longo período de tempo [126,5 V 115 V
capítulo 14
369
EXEMPLO 142 EXEMPLO 143
Se o motor do Exemplo 14-1 está funcionando a plena Considere a Figura 14-3. Assuma que a tensão do secun-
carga, ele poderia ser ligado a uma fonte de 210 V cuja dário mínima é 112 V e a máxima corrente solicitada por
tensão pode sofrer variações de longa duração de ±10%? um motor de 120 V é 12 A. Um cabo de bitola 12 AWG é
Por quê? adequado para alimentar o motor de 120 V?
Um motor CA típico de 230 V pode ser alimentado por um Para um dado motor, o conjugado com rotor bloqueado de-
sistema de 220 V, 230 V ou 240 V. Se a alimentação de 230 V pende da intensidade dos campos magnéticos de oposição
não estiver disponível, é preferível alimentar o motor em ou atração, que por sua vez depende da corrente nos enro-
240 V do que em 220 V. A tensão mais alta é preferível, pois, lamentos do motor. A corrente nos enrolamentos é função
em relação à operação na tensão nominal, uma tensão mais da tensão aplicada, da resistência e da reatância dos enrola-
alta:
1. Fornece um maior conjugado de partida ou conjugado
* N. de T.: Em respeito à obra em inglês, manteve-se a tabela original do
com rotor bloqueado. Apêndice D. Essa tabela indica os valores de resistência em “ohms por 1000
3. Solicita menos corrente com carga nominal. pés”. Repare que esses valores de resistência poderiam ser expressos na se-
guinte forma geral: “ohms/unidade de comprimento”. No Brasil, é bastante
4. Permite que o motor funcione “mais frio” (menor tempe- comum expressar os valores de resistência de fios/cabos em ohms/km. As-
ratura) com carga nominal. sim, os conceitos envolvidos na solução no Exemplo 14-3 não são alterados
se pensarmos que os parâmetros “ohms/1000 pés” ou “ohms/km” possuem os
5. Melhora o rendimento do motor com carga nominal. dois a mesma forma “ohms/unidade de comprimento”.
370
Terminais
do secundário
Primário
Trans-
formador
(fonte)
Fio terra
Terra 100 ft conectado à
Cabo com carcaça do motor
três condutores
(a) Representação ilustrativa
Resistência
da linha (condutores)
mentos. Como a resistência e a reatância são independentes Se uma tensão mais elevada produz uma corrente menor
da tensão, a corrente no enrolamento é diretamente propor- nos enrolamentos do motor na potência nominal, então as
2
cional à tensão aplicada ao motor. perdas no cobre (I R) também serão menores. Menos perdas
A potência mecânica disponível no eixo de um motor deve no cobre significa um menor aquecimento do motor, que
vir da fonte de potência elétrica conectada ao motor. Para funcionará “mais frio” (menor temperatura) e com melhor
um dado ângulo de fase, a potência absorvida da fonte é rendimento (menos perdas).
diretamente proporcional à tensão e à corrente. Portanto, Há uma desvantagem em operar um motor com uma tensão
a plena carga, menos corrente é solicitada para uma tensão superior à nominal. Em tensões mais elevadas, o motor ten-
mais alta. de a produzir um pouco mais de ruído.
Responda às seguintes questões. 9. Seria melhor operar um motor de 115 V em 110 V ou em 120 V?
Por quê?
5. O que significa a abreviatura ABNT? E NEMA?
10. Qual é a desvantagem de operar um motor em uma tensão 8%
6. Cite cinco características nominais dos motores elétricos. superior a sua tensão nominal?
7. Qual é a tolerância típica para a tensão nominal de um motor? 11. Um motor de 230 V, 18 A, deve ser operado a 25 pés de distân-
capítulo 14
8. Determine a tensão mínima e máxima na qual um motor de cia de uma fonte de alimentação de 220 V, cuja tensão varia
240 V deveria ser operado. entre ±5%. Qual é o fio de menor diâmetro que pode ser usado
para se evitar uma queda de tensão excessiva?
371
peratura padrão usada no projeto da maior parte dos moto-
Corrente Nominal res é 40°C. Se um motor opera dentro dos seus outros limites
de projeto, isto é, na frequência, potência e tensão nominais,
A corrente especificada na placa de identificação do motor
sua temperatura de operação também estará dentro dos
na Figura 14-2 é a CORRENTE NOMINAL. A corrente nominal é
limites de projeto, desde que a temperatura ambiente não
aquela solicitada da fonte pelo motor, quando ele está traba-
ultrapasse 40°C.
lhando à potência nominal e operando com tensão, frequên-
cia e temperatura nominais. Para motores de potência fracio- A máxima temperatura na qual um motor deve ser opera-
nária ou subfracionária, essa é usualmente a única corrente do depende do tipo de material isolante usado nos enrola-
especificada na placa de identificação. mentos do motor. Essa limitação de temperatura refere-se
ao ponto mais quente da isolação e não necessariamente ao
A CORRENTE DE PARTIDA ou CORRENTE DE ROTOR BLOQUEADO pode
enrolamento todo. Os materiais isolantes utilizados no motor
ser muitas vezes superior à corrente nominal. Por exemplo,
um motor de 1/3 cv com corrente nominal de 6 A, pode são agrupados em cinco classes apresentadas na tabela da
drenar uma corrente com o rotor bloqueado de 40 A. Essa Figura 14-4 (em conformidade com a NBR 7094). Cada classe
é a corrente solicitada pelo motor no instante de partida. A tem um limite de temperatura associado, que define a maior
elevada corrente de partida aumenta significativamente as temperatura que o material pode suportar continuamente
quedas de tensão instantâneas nos cabos de alimentação. sem que suas propriedades sejam afetadas e sua vida útil
seja reduzida.
A razão entre a corrente de partida e a corrente nominal pode
ser bastante elevada para motores de potência integral (se- A medição da temperatura do enrolamento com termôme-
gundo a NEMA, motores com potência superior a aproximada- tros e/ou termopares não é trivial, pois a temperatura não é
mente 1cv). De fato, tal razão é tão alta para diversos motores, uniforme, variando de um ponto para outro, de modo que
que a partida do motor deve ser efetuada em uma tensão re- não se sabe se o ponto de medição está próximo do ponto
duzida, ou então devem ser utilizados resistores série para limi- mais quente. Assim, o método usualmente empregado para
tar a corrente (durante a partida do motor). À medida que a ve- medição da temperatura de um enrolamento é através da
locidade do motor aumenta, a tensão é aumentada até o valor variação de sua resistência ôhmica com a temperatura. Tal
nominal ou os resistores série são removidos. Em geral, a placa variação é regida por uma lei física conhecida, o que faci-
de identificação do motor fornece a relação entre a corrente lita o estabelecimento de fórmulas adequadas para deter-
de partida e a corrente nominal (relação Ip/In na Figura 14-2). minação da temperatura. Vale salientar que esse procedi-
mento fornece uma média da temperatura e não somente
a temperatura no ponto mais quente, o que seria o correto.
Potência, temperatura e fator de Por outro lado, a temperatura do ponto mais quente do en-
rolamento deve ser mantida abaixo do limite da classe. A
serviço
Corrente alternada e instrumentos de medição
372
t ⴝ elevação Diferença entre
de temperatura o ponto mais Total:
Temperatura (média) quente e a Temperatura do
Classe de ambiente (método da temperatura ponto mais
isolamento (°C) resistência) (°C) média (°C) quente (°C)
A 40 60 5 105
E 40 75 5 120
B 40 80 10 130
F 40 100 15 155
H 40 125 15 180
Figura 14-4 Temperatura dos motores elétricos de acordo com a classe de isolamento.
enquanto que a isolação classe F permite uma elevação de A velocidade indicada na placa de identificação é a velocidade
temperatura de 115°C. do motor com carga nominal. Em condições de carga leve e a
Alguns motores são projetados de modo que eles podem vazio (sem carga), a velocidade do motor é maior que sua VE-
LOCIDADE NOMINAL. Quando a carga é superior à nominal, a velo-
fornecer uma potência superior à potência nominal, dentro
de condições estabelecidas por norma. Em outras palavras, cidade será inferior à indicada na placa (velocidade nominal).
eles têm limites conservadores que fornecem uma pequena Para motores CA, a frequência da fonte também é especifica-
margem de segurança para lidar com aumentos na potência da. No Brasil, a frequência das tensões (e correntes) nas redes
solicitada de um motor. Essa margem de segurança é especi- de distribuição é 60 Hz. Em muitos países europeus e latino-
ficada por um parâmetro denominado FATOR DE SERVIÇO (FS). -americanos utiliza-se a frequência de 50 Hz. Obviamente, em
O fator de serviço de um motor permite a determinação da cada localidade, os motores são projetados para operar de
potência máxima absoluta que um motor pode fornecer em acordo com a frequência disponível comercialmente. A maio-
regime contínuo. Ele é um número que pode ser multiplica- ria dos motores tem uma TOLERÂNCIA DE FREQUÊNCIA de ±5% da
do pela potência nominal do motor para obter a carga má- frequência de projeto, desde que alimentado com tensão no-
xima permissível, em regime contínuo. A potência adicional minal. Como a frequência dos sistemas de distribuição comer-
contínua determinada pelo FS deve ser usada apenas quan- ciais são, em geral, rigorosamente reguladas, a tolerância de
do se garante que a tensão e a frequência de operação são frequência é motivo de preocupação apenas nos locais onde
iguais aos valores nominais e a temperatura ambiente não é a energia é gerada localmente (por exemplo, um pequeno sis-
superior a 40°C. tema de geração próprio de energia tal como a cogeração).
O CONJUGADO (também chamado torque, momento ou biná-
EXEMPLO 144 rio) é a medida do esforço necessário para girar um eixo. As
unidades mais comuns no Brasil para especificar o conjuga-
Um dado sistema mecânico normalmente solicita 0,75 cv, do são o N m e o Kgf m. Como ilustrado na Figura 14-5, o
mas, em condições adversas, pode solicitar 0,90 cv. Um mo- conjugado é o produto da força pela distância em relação ao
Motores elétricos
tor de ¾cv com um fator de serviço de 1,25 pode ser usado
centro de rotação onde a força está aplicada. O conjugado
para o acionamento do sistema?
nas Figuras 14-5(a) e (b) é o mesmo, pois a força dobra quan-
Dados: Pnominal 0,75 cv do a distância é reduzida à metade.
FS 1,25
O CONJUGADO DE PARTIDA (ou conjugado com rotor bloqueado)
Pcarga 0,9 cv
de um motor é um fator importante em aplicações envolven-
Encontrar: Pmax (disponível do motor)
do cargas de alta inércia. Muitos tipos de motores, como os
Conhecido: Pmax Pnominal FS de repulsão e os de capacitor de partida, têm conjugados de
capítulo 14
Solução: Pmax 0,75 cv 1,25 partida que são muito superiores aos seus conjugados de
0,9375 cv
funcionamento. Em outros tipos de motores, como os de po-
Resposta: Um motor de ¾cv com FS 1,25 será suficien- los sombreados e os de relutância, o conjugado de partida é
te, pois Pmax é maior que Pcarga.
muito menor que o conjugado de funcionamento.
373
onde P é a potência em cv, C é o conjugado em kgf m ou
em N m e n é a velocidade em rotações por minuto (rpm). É
usual também especificar a potência do motor em kW. Nesse
caso, as fórmulas anteriores ficam:
Eixo do
Hélice motor
1N
EXEMPLO 145
Solução:
0,5 m
Em algumas aplicações, como na abertura de um portão elétri-
co, um motor opera apenas intermitentemente. Assim, alguns
(b) Conjugado 2 N 0,5 m 1 N m motores são especificados para regime intermitente ao invés
Figura 14-5 O conjugado é o produto da força pela distância de regime contínuo. Os motores em regime intermitente são
em relação ao centro de rotação onde a força está aplicada. especificados para operar por um intervalo de tempo específico
à potência nominal, seguido de um tempo de repouso suficien-
te para permitir ao motor atingir uma determinada temperatu-
O conjugado de um motor pode ser especificado para diferen-
ra (por exemplo, a temperatura do meio refrigerante). O REGIME
tes condições de funcionamento. Quando um motor vai ser
DE SERVIÇO de um motor é definido pela razão entre o tempo
usado para aplicações de cargas pesadas e de alta inércia, o
ligado e o tempo total (ligado desligado ou em repouso).
CONJUGADO MÁXIMO é importante. Esse é o maior conjugado de-
Corrente alternada e instrumentos de medição
374
ineficiência” do motor durante a sua vida útil do que cons- Teste seus conhecimentos
truir um motor mais eficiente.
Responda às seguintes questões.
O rendimento de um dado motor é função da carga conec-
tada a ele. Um motor é projetado para fornecer o RENDIMENTO 12. Cite duas especificações nominais de corrente para um motor.
MÁXIMO quando operando com carga ou potência nominal. 13. Qual das correntes citadas na Questão 12 tem o maior valor?
Com metade da carga nominal, o rendimento decresce tipi- 14. Falso ou verdadeiro? Em alguns motores, a partida é efetuada
camente para cerca de 10%. Na condição sem carga (a vazio), com tensão reduzida ou com elementos limitadores de corrente.
o rendimento é zero. 15. Falso ou verdadeiro? A potência nominal na placa de identifi-
cação do motor é a potência de partida.
Um das razões pelas quais o rendimento cresce com a carga é
16. Qual é a temperatura ambiente padrão utilizada na maior par-
que o fator de potência também cresce com a carga. Um mo-
te dos projetos de motores?
tor funcionando a vazio é muito indutivo, pois os enrolamen-
17. O que determina a temperatura máxima na qual um dado mo-
tos do motor são bobinas de fio enroladas em um núcleo de tor deve operar?
aço-silício. Quando funcionando a vazio, a potência é usada 18. Defina “elevação de temperatura admissível”.
apenas para suprir as perdas no cobre, as perdas no núcleo
19. O que é o fator de serviço de um motor?
e as perdas por atrito. Dado que a razão R/X é muito baixa, o
20. Deseja-se alimentar uma carga de 0,8 cv com um motor de ¾
FP também é muito baixo. Quando o motor está carregado, o cv. Qual deveria ser o fator de serviço mínimo para esse motor?
FP aumenta à medida que o motor torna-se menos indutivo.
21. Um motor de 2,5 cv tem um FS de 1,15. Sob condições ideais,
Com um fator de potência mais elevado, um dado valor de quanto de potência em regime contínuo o motor pode fornecer?
corrente entrega mais potência sem aumentar as perdas no 22. Falso ou verdadeiro? A velocidade nominal de um motor é sua
cobre. Assim, o rendimento aumenta. velocidade sem carga (a vazio).
23. Falso ou verdadeiro? A tolerância da frequência nominal de
um motor é normalmente ±1%.
EXEMPLO 146
24. Um braço de 0,5 m é conectado ao eixo de um motor. Quando
uma fonte de potência é aplicada ao motor, a extremidade do
Determine a eficiência de um motor que entrega 1,7 cv,
braço exerce uma força de 10 N. Qual é o conjugado com rotor
enquanto solicita 12 A de uma fonte de 220 V em um fator
bloqueado do motor?
de potência de 0,7.
25. Qual é a potência nominal de um motor que produz 9,25 N m
Dados: P 1,7 cv de conjugado em sua velocidade nominal de 1140 rpm?
I 12 A 26. Defina “conjugado máximo”.
V 240 V 27. Determine a eficiência de um motor de 2 cv que requer 2 kW
FP 0,7 para operar na potência nominal.
Encontrar: eficiência(%) 28. Falso ou verdadeiro? Para máxima eficiência, um motor deve
operar com cerca de 70% de sua potência nominal.
Conhecido:
29. Falso ou verdadeiro? O fator de potência de um motor é mais alto
P VI cos quando ele está operando a plena carga (potência nominal).
cos FP
Motores elétricos
1cv 736 W
Solução: Pentrada 12 A 220 V 0,7
1848 W
Carcaça do Motor*
As dimensões dos motores no Brasil são padronizadas de
acordo com a NBR 5432, que acompanha a norma Interna-
capítulo 14
375
tional Electrotechnical Comission – IEC 60072. Essas normas
tomam como base as dimensões básicas de montagem de
uma máquina elétrica e atribuem letras designando determi-
nadas distâncias tais como: altura do plano da base ao centro
da ponta do eixo (letra H); dimensão axial da distância entre
centros dos furos dos pés (letra B); diâmetro do eixo (letra
D), etc. Assim, para a carcaça (invólucro) do motor, temos
um número (NÚMERO DA CARCAÇA) e a esse número estão as-
sociados os valores de cada letra que designa uma dimensão
específica do motor. Apenas para se ter uma ideia, um motor
designado por 132M, de acordo com a ABNT, teria as seguin-
tes dimensões: H 132 mm; A 216 mm; B 178 mm; C
89 mm; K 12 mm; D 38 mm; E 80 mm (as demais Figura 14-6 A extremidade do eixo de um motor aberto com
proteção contra pingos de água.
letras, além das definidas anteriormente, estão associadas a
outras dimensões não detalhadas aqui). Aqueles estudantes
interessados em outros detalhes sobre a padronização de di- água até uma inclinação de 15° com a vertical, proteção con-
mensões de motores podem fazer uma pesquisa rápida na tra pingos na vertical e proteção contra pingos até uma incli-
internet em sítios de fabricantes de motores elétricos. Ape- nação de 60° com a vertical. Com relação à proteção contra
nas vale lembrar que quanto maior for o número que desig- penetração de corpos sólidos (por exemplo, poeiras e fibras),
na a carcaça do motor, maiores serão suas dimensões. Tam- podemos ter motores sem proteção e motores com proteção
bém é importante ressaltar que, para uma mesma potência, contra corpos sólidos estranhos de dimensões superiores a
podem existir motores com dimensões bastante diferentes. 1mm, 2 mm, 12 mm ou 50 mm (dependendo da classe de
Essa variação é resultado da utilização de materiais diferen- proteção). Como já comentado, a definição da classe de pro-
tes para o núcleo de máquina e para a isolação. Ainda, com teção de um motor aberto vai depender do ambiente onde
a evolução da tecnologia dos materiais, motores com invólu- ele vai operar.
cros cada vez menores estão sendo produzidos. Motores totalmente fechados (veja a Figura 14-7) são moto-
Dependendo do estilo do invólucro, os motores podem ser res que não permitem a troca livre de calor entre o ar circun-
classificados como MOTORES ABERTOS ou MOTORES TOTALMENTE dante e o ar no interior do invólucro. Embora esses motores
FECHADOS. Há vários tipos de invólucros diferentes dentro de não possuam aberturas, eles não são herméticos (ou seja,
cada uma dessas categoriais. não podem ser considerados estanques, pois existem folgas
nas partes constituintes do motor que permitem pequenas
Motores abertos (veja a Figura 14-6) têm carcaças com entra-
Corrente alternada e instrumentos de medição
376
entradas e saídas de ar). MOTORES TOTALMENTE FECHADOS SEM (dependendo da classe de proteção o motor pode, inclusi-
VENTILAÇÃO EXTERNA não possuem ventiladores externos para ve, operar imerso temporariamente ou permanentemente).
forçar o ar sobre superfície externa do invólucro. MOTORES TO- Também existem MOTORES A PROVA DE POEIRAS INFLAMÁVEIS, que
TALMENTE FECHADOS COM VENTILAÇÃO EXTERNA possuem um ven- impedem a entrada de quantidades significativas de poeiras
tilador externo preso ao seu eixo, que acelera a dissipação inflamáveis e evitam que poeiras explosivas localizadas nas
do calor através da carcaça. Um MOTOR COM INVÓLUCRO A PROVA proximidades ou na carcaça do motor sejam inflamadas.
DE EXPLOSÃO é totalmente fechado e projetado de modo que
Muitos motores totalmente fechados possuem aletas no ex-
uma explosão de um gás dentro do motor não irá causar a terior do invólucro para auxiliar na transferência de calor dos
explosão de um gás similar que está em volta do motor (ou enrolamentos do motor para o ar exterior. Grandes motores
seja, ele previne a transmissão da explosão para uma pos- totalmente fechados podem usar água ou ar canalizados,
sível atmosfera explosiva externa). Outros tipos de motores bem como trocadores de calor para auxiliar na refrigeração
totalmente fechados incluem MOTORES A PROVA DE ÁGUA, que do motor.
estão protegidos contra jatos de água em todas as direções
Motores elétricos
A Figura 14-9 mostra um estator de um motor de indução através da imersão do estator em uma cuba de verniz. Em
de potência fracionária, incluindo seus enrolamentos. Ob- alguns casos, nem são utilizadas cunhas; ao invés disso, os
serve que os polos de partida, além de se sobreporem, es- enrolamentos são mantidos no lugar por um verniz isolante
tão em cima dos polos principais. A Figura 14-10 (à esquer- forte.
da) ilustra uma lâmina simples de aço-silício de um núcleo A Figura 14-11 mostra um ROTOR EM GAIOLA DE ESQUILO (ou sim-
do estator com 36 ranhuras para sustentar as bobinas dos plesmente motor em gaiola). O rotor desse motor é chamado
enrolamentos do estator. Diversas lâminas como essa são rotor de gaiola de esquilo, porque a configuração dos con-
capítulo 14
empilhadas juntas para formar o núcleo do estator, como dutores inseridos no núcleo de aço-silício do rotor lembra a
mostrado à direita na Figura 14-10. Os enrolamentos do gaiola rotativa usada para exercitar esquilos mantidos em
estator são isolados do núcleo por ISOLADORES DE RANHURA cativeiro. O núcleo do rotor é um conjunto de discos lami-
377
Motores CA
Indução Síncrono
Relutância
Histerese
Ímã permanente
Monofásico Polifásico Monofásico Polifásico
nados, que tem ranhuras em volta da circunferência. Esses cuidadosa da Figura 14-11 mostra os ANÉIS CONDUTORES em
discos laminados são pressionados contra o eixo do rotor. Os cada extremidade do NÚCLEO DO ROTOR e as barras conduto-
condutores do rotor, constituídos por barras de cobre ou de ras conectadas entre os anéis. Se o núcleo de ferro fosse re-
alumínio, ocupam as ranhuras no núcleo e são curto-circui- movido, as barras condutoras e os anéis se assemelhariam à
tados nas extremidades por anéis condutores. Uma inspeção ilustração da Figura 14-12. Observe que as BARRAS DO ROTOR
são levemente INCLINADAS (não são paralelas ao eixo). Essa
inclinação permite que as barras cortem o fluxo magnético
Corrente alternada e instrumentos de medição
Polo de
partida
Polo
principal
Cunhas
378
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões.
Motores monofásicos
de um dente do estator antes de deixar o fluxo do dente ad-
jacente. Isso fornece um conjugado mais constante e reduz Para partir um motor de indução monofásico, devemos en-
as vibrações no motor. Não é necessário um material isolan- contrar um método para produzir duas fontes de força mag-
te para isolar as barras e os anéis condutores do núcleo do netomotriz que estão defasadas no espaço e no tempo. Isso
rotor, pois a tensão induzida nesses condutores é baixa e a cria campo magnético rotativo (campo magnético girante),
resistência deles é muito menor que a resistência do núcleo. que desenvolve um CONJUGADO ROTACIONAL no rotor.
A resistência do núcleo é elevada, pois cada lâmina é oxidada A Figura 14-13 ilustra porque o campo criado por uma única
de modo a isolá-la das lâminas adjacentes. Para muitos roto- força magnetomotriz não produz um conjugado rotacional
res, as barras e os anéis são encaixados no núcleo depois que para girar o rotor. Essa figura mostra que quando as bobinas
ele já está montado. do estator são excitadas por uma corrente alternada mono-
Motores elétricos
379
Núcleo do estator
× N
N N
Bobinas do estator
×
S S
S ×
N
N
S
S
×
Eixo do rotor
×
Anel condutor
×
N
N
Barra do rotor
S
×
S
N N N
×
S Fluxo
S
× S
Figura 14-13 Arranjo do estator e do rotor que não produz nenhum conjugado de partida.
380
Sobre a eletrônica
que todas as ranhuras têm suporte para as bobinas de am- Observe na Figura 14-14 que os centros dos polos para o en-
bos os ENROLAMENTOS PRINCIPAL e de PARTIDA. Em muitos moto- rolamento de partida estão posicionados equidistantes dos
res, algumas ranhuras têm suporte para apenas uma bobina, centros dos polos principais adjacentes. Assim, os polos de
do enrolamento principal ou do enrolamento de partida. partida estão deslocados de 90° mecânicos dos polos princi-
Ambos os enrolamentos na Figura 14-14(a) têm dois POLOS. pais para um motor de dois polos e 45° mecânicos para um
Um polo é um grupo de bobinas de fio, todas enroladas no motor de quatro polos.
mesmo sentido de modo que o campo magnético de cada Quando correntes defasadas fluem nos enrolamentos de par-
bobina se soma ao campo das outras bobinas no polo. Em to- tida e principal, um campo magnético girante é produzido.
dos os motores, exceto no MOTOR DE POLO CONSEQUENTE, polos A Figura 14-15 mostra como o campo magnético gira de 90°
adjacentes em um enrolamento têm polaridades magnéticas mecânicos, enquanto a corrente nos enrolamentos de parti-
opostas. A Figura 14-11 mostra que o polo superior produz da e principal varia de 90° elétricos. Na Figura 14-15(a), no
um polo norte magnético nos dentes do estator, enquanto instante t1, a corrente no enrolamento principal é zero; então,
o polo inferior está produzindo um polo sul magnético. Para o centro dos polos do campo magnético está no centro dos
produzir polaridades magnéticas opostas, as bobinas em um polos do enrolamento de partida. Como detalhado na Figura
polo são enroladas no sentido oposto das bobinas no polo 14-15(b), após 45° elétricos, o centro do campo está a meio
adjacente. Obviamente, as polaridades dos polos se inver- caminho entre os centros dos polos de partida e principal,
tem a cada semiciclo, quando o sentido da corrente através pois cada polo está contribuindo igualmente para o campo
Motores elétricos
das bobinas é invertido. magnético. Na Figura 14-15(c), apenas o enrolamento princi-
A Figura 14-14(b) ilustra uma maneira simplificada de mos- pal está produzindo fluxo; então, o campo é agora centrado
trar os enrolamentos de um estator de quatro polos. Nessa nos polos do enrolamento principal. Analisando as condições
ilustração, as bobinas individuais não são mostradas; ao in- para 45° (elétricos) após o instante t3 na Figura 14-15(c), po-
vés disso, um polo completo é indicado por um segmento demos perceber que o sentido da corrente no enrolamento
circular. Os quatro polos do enrolamento principal estão lo- de partida é invertido, de modo que a polaridade magnética
calizados mais distantes do centro do desenho. Os fios que dos polos de partida é invertida em relação àquela mostrada
capítulo 14
conectam os quatro polos em série são omitidos, assim como na Figura 14-15(b). Isso resulta no campo magnético sendo
os fios que conectam os enrolamentos à fonte de potência. girado de outros 45° mecânicos no sentido anti-horário.
381
Polo principal
Polo principal
Polo de partida
Polo principal
Corrente alternada e instrumentos de medição
A discussão baseada na Figura 14-15 supõe que as corren- campo é muito fraco, pois a corrente no enrolamento prin-
tes nos enrolamentos de partida e principal estão defasadas cipal é zero e a corrente no enrolamento de partida é muito
de 90° e que tais enrolamentos são idênticos, de modo que pequena. No instante t2, ambas as correntes estão próximas
a contribuição de cada um para o campo magnético tam- de seus valores máximos de modo que o campo magnético
bém é igual. No entanto, nenhuma dessas hipóteses precisa é muito intenso, se comparado com o campo no instante
ser atendida para produzir um campo girante. Desde que as t1. As correntes ilustradas na Figura 14-16 forneceriam um
duas correntes não estejam em fase ou defasadas de 180°, torque de partida muito fraco no motor. Quando as corren-
o campo irá girar. No entanto, uma análise da Figura 14-16 tes têm amplitudes iguais e estão defasadas de 90° (Figura
mostra que correntes com amplitudes diferentes e pouco 14-15), as variações na amplitude (intensidade) do campo
defasadas entre si produzem grandes flutuações na inten- magnético são minimizadas, pois uma corrente é máxima
sidade do campo girante. No instante t1 na Figura 14-16, o quando a outra corrente é nula. Tais relações entre as cor-
382
Fluxo Ienrolamento_partida
Ienrolamento_principal
t1
S N
S
t2
S N
t3 Motores elétricos
Figura 14-15 Campo magnético girante produzido por correntes defasadas nos enrolamentos de partida e principal.
capítulo 14
rentes (mesma amplitude e defasadas de 90°, como na Fi- A maneira como as correntes defasadas são obtidas em um
gura 14-15) fornecem um elevado conjugado de partida no motor de fase dividida está ilustrada na Figura 14-17. O dia-
motor. grama elétrico para esse motor é dado na Figura 14-17(a).
383
são da fonte. Em um motor de fase dividida, o diâmetro do
Ipartida
fio do enrolamento principal é tipicamente três ou quatro
Iprincipal vezes maior que aquele do fio do enrolamento de partida.
Também, o número de espiras nas bobinas do enrolamento
principal é tipicamente duas ou três vezes maior do que no
enrolamento de partida. Essa diferença nos enrolamentos faz
com que o enrolamento principal tenha menos resistência e
t1 t2 mais indutância do que o enrolamento de partida. O maior Q
Figura 14-16 Correntes que estão aproximadamente em fase do enrolamento principal resulta em uma corrente, nesse en-
produzem grandes variações no campo magnético girante. rolamento, atrasada de 20 a 30° da corrente no enrolamento
de partida, como ilustrado na Figura 14-17(c). Essas correntes
defasadas produzem o CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE necessário
Observe que os quatro polos do enrolamento principal es-
para partir um motor monofásico.
tão em paralelo com os quatro polos do enrolamento de
partida, enquanto a CHAVE DE PARTIDA está fechada. O circuito O campo magnético girante produzido pelo estator corta
equivalente para o estator é apresentado na Figura 14-17(b), as barras do rotor e induz nelas uma tensão, por AÇÃO GERA-
em que cada enrolamento é representado por sua resistên- DORA. Assim, o rotor tem duas tensões induzidas, uma por
cia equivalente e indutância ideal. Controlando o Q (isto é, ação geradora e outra por ação transformadora. No entanto,
a razão XL/R) em cada ramo paralelo, podemos controlar o como mostrado na Figura 14-13, a tensão da ação transfor-
defasamento entre as correntes dos ramos em relação à ten- madora não produz um fluxo desalinhado com o fluxo do
Enrolamento Enrolamento
Alimentação
principal de Rotor de partida
monofásica
4 polos de 4 polos
Chave
de partida
Corrente alternada e instrumentos de medição
Vfonte
Lprincipal Lpartida
Iprincipal
Ipartida
Vfonte
Rprincipal Rpartida
Ifonte
(b) Circuito equivalente para o estator (c) Diagrama fasorial das correntes do estator
Figura 14-17 Relação de fase entre as correntes nos enrolamentos principal e de partida em um motor de fase dividida.
384
estator. Assim, para nossas análises, a tensão induzida por Sentido do campo
ação transformadora pode ser ignorada. A máxima tensão girante no estator
por ação geradora é induzida nas barras diretamente sob o Fluxo no estator
fluxo do estator em movimento quando o fluxo está em seu
valor máximo. Como ilustrado na Figura 14-8(a), essa tensão
provoca a circulação de uma corrente nas barras do rotor e Rotor
a corrente resultante produz um campo que faz 90° com o
campo do estator. Obviamente, não podem existir dois ca-
minhos de fluxo formando 90° entre si, de modo que o FLUXO
RESULTANTE no rotor está orientado conforme mostrado na Fi- × × Fluxo produzido
× pela corrente no rotor
gura 14-18(b). O deslocamento do fluxo no rotor devido aos
campos cruzados também desloca os polos magnéticos no
rotor de forma que eles não estão mais alinhados com os po- (a) Fluxo devido à corrente produzida pela
los no estator. Assim, como ilustrado na Figura 14-18(c), um tensão induzida por ação geradora
conjugado rotacional é desenvolvido no motor. Observe que
esse conjugado faz com que o rotor gire no mesmo sentido
do campo girante.
Uma vez que a velocidade do rotor aumenta, o campo do es-
tator não tem mais que girar para que uma tensão (por ação
geradora) seja induzida no rotor. Os enrolamentos de partida
× ×
são removidos do circuito do motor pela abertura da chave
×
de partida quando o motor atinge cerca de 70 a 80% de sua
velocidade de operação. As barras do rotor em movimento
(b) Fluxo resultante no rotor
cortam o fluxo estacionário do estator à medida que esse flu-
xo aumenta e diminui senoidalmente (de acordo com a fonte
de alimentação CA). Os polos do rotor ainda estão desalinha-
dos com os polos do estator e o conjugado rotacional resul-
tante mantém o rotor girando desde que a carga conectada
ao eixo não exceda o conjugado máximo do motor.
N
Com o motor em funcionamento, o fluxo do rotor interage
com os enrolamentos do estator. Essa interação aumenta a
indutância efetiva do enrolamento principal e ajuda a redu-
zir a corrente solicitada pelo motor. Isso, juntamente com a S
Motores elétricos
× ×
minal) ser apenas uma fração da corrente de partida em um
×
motor de fase dividida.
O conjugado de partida (conjugado com rotor bloqueado) S
dos motores de fase dividida fracionários (potência inferior
a cerca de 1cv) varia de 130 a 200% do conjugado nominal
ou conjugado de plena carga. A Figura 14-19 mostra uma
curva de conjugado versus velocidade para um motor de
capítulo 14
fase dividida típico. O conjugado de partida do motor é cerca (c) Caminho do fluxo instantâneo no rotor e no estator
de 1,5 vezes maior que seu conjugado nominal. Observe na Figura 14-18 Desenvolvimento de conjugado rotacional em
curva que o conjugado aumenta à medida que a velocidade um motor.
385
onde ns é a velocidade síncrona em rpm, f é a frequência em
Conjugado nominal
100 hertz e 2p é o número de polos.
Velocidade (% da velocidade síncrona)
EXEMPLO 147
80
Determine a velocidade síncrona de um motor de 6 polos,
alimentado por uma fonte de 220 V e 50 Hz.
60
Dados: 2p 6
f 50 Hz
40 V 220 V
Encontrar: ns
Conjugado
20 de partida Conhecido:
Solução:
0
100 200 300 400 500
Conjugado (% do conjugado nominal)
Resposta: A velocidade síncrona do motor de 6 polos,
alimentado em 50 Hz, é 1000 rpm.
Figura 14-19 Curva de velocidade versus conjugado para um
motor de fase dividida típico.
Observe que a velocidade síncrona de um motor é indepen-
dente da tensão da fonte.
do motor aumenta até cerca de 60% da velocidade síncrona.
A Figura 14-10 mostra que o motor de fase dividida gira com
Acima de 60% da velocidade síncrona, o conjugado come-
uma velocidade inferior à síncrona quando está carregado.
ça a decrescer. A descontinuidade na curva é resultado do
Isso é verdade para todos os motores de indução. Com o con-
desligamento do enrolamento de partida, removendo-o do
jugado nominal (ou de plena carga), a maioria dos motores
circuito do motor.
de indução opera com 90 a 98% da velocidade síncrona. A
A velocidade síncrona de um motor de indução, de fase divi- diferença entre a velocidade síncrona e a velocidade nominal
dia ou qualquer outro tipo, é determinada pelo número de de um motor é denominada escorregamento. O escorrega-
polos no enrolamento principal e pela frequência da fonte mento de um motor, representado pela letra s, é usualmente
de tensão. A Figura 14-15 mostra que para um motor de dois expresso como uma porcentagem. A fórmula para calcular o
polos, o campo gira 45° mecânicos para cada 45° elétricos. escorregamento como uma porcentagem é:
Como o rotor pode girar com uma velocidade até no máximo
Corrente alternada e instrumentos de medição
386
Relé
Solução:
Motores elétricos
Tampa a chave de partida atuador que a corrente no enrolamento principal estará adiantada da
centrífugo corrente no enrolamento de partida. Então, o campo irá girar
no sentido anti-horário.
Sobre a eletrônica
capítulo 14
387
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 46. Para desenvolver o máximo conjugado de partida, as correntes
nos enrolamentos principal e de partida devem estar defasa-
38. Falso ou verdadeiro? É necessário um campo magnético rotati- das de ___________ graus.
vo no estator para desenvolver o conjugado de partida.
47. Falso ou verdadeiro? Em um motor de fase dividida, as corren-
39. Falso ou verdadeiro? A tensão induzida em um rotor estacioná- tes nos enrolamentos principal e de partida estão defasadas
rio por ação transformadora produz um conjugado rotacional de 90°.
no rotor.
48. Falso ou verdadeiro? O conjugado de partida de um motor de
40. Como são obtidas as duas correntes defasadas em um motor fase dividida é usualmente menor do que seu conjugado no-
de fase dividida? minal ou de plena carga.
41. Qual enrolamento em um motor de fase dividida: 49. Falso ou verdadeiro? A bobina de um relé usada em um motor
a. Tem a maior resistência. é conectada em série com o enrolamento de partida.
b. Tem o maior número de espiras. 50. Determine a velocidade nominal de um motor de 6 polos, 60
c. Usa o fio com menor diâmetro. Hz, se seu escorregamento é 4,16%.
d. Provoca o maior defasamento de sua corrente (em relação 51. Determine a velocidade síncrona de um motor de 8 polos,
à tensão de alimentação). 240 V, 60 Hz.
42. Defina o termo “polo” como ele é usado na discussão de motores. 52. Determine o escorregamento de um motor de 2 polos, 120 V,
60Hz como velocidade nominal de 3450 rpm.
43. Polos adjacentes no estator de um motor têm polaridade mag-
nética igual ou oposta? 53. A chave de partida geralmente abre quando a velocidade de
motor atinge entre ___________ e ___________ % da velo-
44. Em um motor de 6 polos, há ___________ graus mecânicos
cidade nominal.
entre os polos de partida adjacentes e ___________ graus
mecânicos entre o centro de um polo de partida e o centro do 54. Cite duas técnicas usadas para conectar e desconectar o enro-
polo principal mais próximo. lamento de partida em um motor.
45. Em um estator de 6 polos, o campo gira ___________ graus 55. Como podemos inverter o sentido de rotação em um motor de
mecânicos para cada 90 graus elétricos. fase dividida?
388
Capacitor eletrolítico CA
Chave de partida
tipos têm as mesmas características depois que a chave de vem ser especificados para regime contínuo. Usualmente
partida é aberta. O procedimento para inverter o sentido de utiliza-se um CAPACITOR DE FILME A ÓLEO. O valor da capacitân-
rotação é também o mesmo, isto é, devemos inverter as liga- cia é selecionado para fornecer um ângulo de defasagem
ções de algum dos enrolamentos. de 90° entre as correntes nos dois enrolamentos quando
389
O motor de capacitor permanente tem um fator de potência
maior, solicita menos corrente e é mais eficiente que outros
motores monofásicos. A corrente da fonte, como ilustrado
na Figura 14-24(b), é pequena, pois é resultado da soma de
dois fasores de corrente defasados de 90°. Na velocidade
120 V nominal, a corrente da fonte é defasada (em relação à ten-
Rotor
60 Hz
são da fonte) devido à corrente capacitiva no enrolamento
contendo o capacitor; isso aumenta o fator de potência. Com
2
menores correntes, as perdas no cobre (I R) são reduzidas e o
rendimento aumenta.
A Figura 14-24(c) mostra que o baixo valor de capacitância e
(a) Diagrama elétrico
a indutância efetiva reduzida dos enrolamentos causam uma
Ienrolamento diferença de fase entre as correntes nos enrolamentos muito
superior a 90°, sob condições de rotor bloqueado (durante
os instantes iniciais da partida do motor). Isso resulta em
Vfonte um conjugado de partida fraco. O conjugado de partida do
Ifonte motor de capacitor permanente é tipicamente 50 a 80% do
conjugado nominal ou de plena carga.
390
alto rendimento, baixo consumo de corrente, elevado fator
de potência e operação silenciosa.
Os motores monofásicos com dois capacitores são também,
às vezes, chamados de motores de capacitor de partida ou de
capacitor principal. Eles estão disponíveis para aplicações de
potência fracionária e de potência integral até cerca de 20 cv.
A velocidade do motor monofásico com dois capacitores
120 V
60 Hz pode ser variada apenas ao longo de uma faixa muito limita-
Rotor da. Se a velocidade diminui muito, a chave de partida fecha
e insere o capacitor eletrolítico novamente no circuito. Vale
salientar que o capacitor eletrolítico não é projetado para
operação contínua.
Motores elétricos
Capacitor chave de partida e que apenas um enrolamento é conectado
principal à fonte de alimentação.
a óleo
Ao invés de um ENROLAMENTO DE ESTATOR DISTRIBUÍDO, como
aqueles usados nos motores discutidos previamente, esse
240 V motor usa um ESTATOR DE POLO SALIENTE, como aquele apresen-
60 Hz Rotor
tado na Figura 14-28. Nessa figura, uma das principais bobi-
nas do polo foi removida para mostrar a bobina sombreada
capítulo 14
391
120V Bobinas
60Hz Rotor de sombra
392
Bobina
de sombra
Estator
tanto, alguns motores pequenos podem ser desmontados e DUAS TENSÕES, dois polos, pode funcionar em 110 V ou 220 V.
o estator pode ser invertido para produzir uma rotação no Quando o motor é operado em 110 V, as bobinas para um polo
sentido contrário. são conectadas em paralelo com as bobinas para o outro polo.
Para operação em 220 V, as bobinas dos dois polos são conec-
tadas em série. Assim, cada bobina recebe as mesmas tensão
Motor com partida a relutância e corrente, independentemente da tensão usada.
Às vezes, um motor tem um estator com polos salientes com Uma maneira comum de se construir um MOTOR DE DUAS VE-
forma geométrica similar à ilustrada na Figura 14-31. O lado LOCIDADES é enrolá-lo com dois enrolamentos principais e um
esquerdo desse polo tem mais relutância do que o lado direito enrolamento de partida. Por exemplo, um estator pode ter
devido ao maior gap de ar. Além disso, o fluxo no lado esquer- um enrolamento principal de quatro polos, um enrolamento
do atinge seu valor máximo antes do fluxo no lado direito. A principal de seis polos e um enrolamento de partida de quatro
razão disso é que o ar não causa o fenômeno de histerese; polos. Independentemente da velocidade (1725 ou 1150 rpm)
isto é, no ar, o fluxo está em fase com a força magnetomotriz. em que o motor deve operar, ele sempre parte como um mo-
No aço-silício, o fluxo está atrasado da força magnetomotriz. tor de quatro polos. Então, caso seja necessário que o motor
Dado que o fluxo na parte esquerda do polo viaja mais pelo ar,
ele está adiantado do fluxo na parte direita do polo. Portan-
to, o campo na Figura 14-31 viaja da esquerda para direita e
Estator
o rotor gira no sentido horário. Obviamente, o conjugado de
partida do MOTOR COM PARTIDA A RELUTÂNCIA é muito fraco.
Alguns motores usam uma combinação de bobina de som-
Motores elétricos
bra e relutância para obtenção de um maior conjugado de
Polo
partida. Um lado do polo tem um gap de ar extra e o outro Bobina
lado tem uma bobina de sombra. Um estator para um motor
desse tipo é apresentado na Figura 14-32. Gap de ar
Rotor
Motor de duas tensões e duas
capítulo 14
velocidades
Muitos motores são projetados para operar com dois níveis de Figura 14-31 Polo saliente em um motor de partida a relu-
tensão que têm uma relação 1:2. Por exemplo, um MOTOR DE tância.
393
Condutores
Eixo
394
Outros tipos de motores
LEMBRE-SE
...o princípio de operação de um MOTOR CC foi discutido no
capítulo sobre magnetismo (Capítulo 7 do Volume 1 do livro
Ro
Fundamentos de Eletricidade).
to
r
Estator
Em um motor CC com escovas, o enrolamento estacionário
é chamado ENROLAMENTO DE CAMPO e o enrolamento rotativo
(a) Conjugado provocado pelos polos não alinhados é chamado ENROLAMENTO DE ARMADURA. A parte rotativa do
motor, que consiste de eixo, núcleo de ferro, enrolamento e
COMUTADOR, é chamada de ARMADURA.
Motores elétricos
sai de sincronização.
395
de variação da carga. No entanto, a velocidade diminui um Polos de campo
pouco com o aumento da carga.
A velocidade da armadura é sempre tal que a soma da tensão
induzida (fcem) no enrolamento da armadura e da queda de Armadura
tensão IR (devido à resistência do fio da armadura) é igual
à tensão da fonte. Dado que a armadura usa um fio de diâ-
metro maior, sua resistência é bastante pequena. Assim, a
queda de tensão IR é muito pequena se comparada com a Figura 14-36 Motor CC série.
tensão induzida. À medida que a carga conectada ao motor
aumenta, o mesmo acontece com a corrente na armadura.
limitada apenas pela resistência dos enrolamentos, o que re-
Isso aumenta a queda de tensão IR e reduz a fcem necessária
sulta em um alto valor de corrente. Essa corrente, fluindo por
para, somada à queda IR, igualar a tensão da fonte. Portanto,
ambos os enrolamentos, produz polos fortes (intensos) na
se o fluxo do campo permanece constante, a armadura deve
armadura e no campo, de modo que o conjugado resultante
reduzir sua velocidade ou a soma da queda IR e da fcem ex-
é elevado. Obviamente, se a carga é muito grande (ou seja,
cederá a tensão da fonte. Apesar de o fluxo do campo variar
a corrente solicitada é elevada), os materiais magnéticos
levemente devido à interação entre o fluxo do campo e o flu-
podem saturar antes que seja desenvolvido um conjugado
xo da armadura, tal variação não é relevante, exceto quando
suficiente para girar o eixo do motor.
o motor é operado com um fluxo de campo muito fraco.
Com uma carga leve conectada ao eixo do motor série, uma
A corrente na armadura em qualquer motor CC é função da
pequena corrente é requerida para desenvolver o conjuga-
carga conectada ao motor. Quando a carga é aumentada, a
do necessário. No entanto, com uma pequena corrente no
corrente na armadura deve aumentar de modo que um fluxo
enrolamento de campo, o fluxo de campo é fraco, de modo
de armadura mais forte forneça um maior conjugado. Esse
que a armadura deve girar em uma velocidade elevada para
fluxo produzido pelo incremento da corrente é conhecido
produzir a fcem necessária para contrariar a tensão da fonte.
como fluxo de reação da armadura.
Com cargas grandes, a corrente é elevada, o fluxo de campo
A velocidade de um motor shunt pode ser controlada ao é mais forte e a armadura pode, portanto, girar muito mais
longo de uma faixa relativamente ampla (1:4), a partir do lentamente e ainda produzir a fcem necessária. Funcionando
controle da corrente de campo com um reostato série, como a vazio (sem carga), a velocidade de um grande motor série
ilustrado na Figura 14-35(b). A redução da corrente de cam- pode se tornar tão elevada que as forças centrífugas destro-
po (e, assim, do fluxo de campo) força um aumento da ve- em a armadura. Portanto, esses motores são usados somente
locidade da armadura a fim de produzir a fcem necessária. onde não existe (ou é remota) a possibilidade da carga se
Para uma dada carga, a corrente de armadura deve aumentar desprender do eixo do motor.
Corrente alternada e instrumentos de medição
396
Polo 1 Polo 2 tadores, o motor CC sem escovas tem um rotor de ímã per-
manente. Como ilustra a Figura 14-38, o estator é enrolado
com três conjuntos de bobinas chamadas fase A, fase B e fase
Polo 1 C. (Alguns motores sem escovas têm apenas duas fases; ou-
Armadura tros têm quatro.) Cada uma das três fases tem duas bobinas
Polo 2 conectadas em série para produzir um polo norte e um polo
sul (por fase). Na Figura 14-38, os polos das fases são deno-
minados A e A’ para fase A, B e B’ para fase B e C e C’ para fase
Figura 14-37 Motor CC composto. Parte do enrolamento de C. As três fases são conectadas em estrela pela interligação
campo está em série com a armadura e parte está em paralelo de uma das extremidades das bobinas A’, B’ e C’ em um ponto
com a fonte. comum e isolado (veja a Figura 14-39). Com a conexão estre-
la, duas das três fases serão energizadas quando uma fonte
Como esperado, o motor composto cumulativo tem caracte- CC é conectada a quaisquer duas das três extremidades livres
rísticas de velocidade e conjugado de partida em uma região da conexão estrela das fases (as extremidades livres da cone-
entre as características dos motores série e shunt. Devido à xão estrela são justamente as extremidades da bobinas que
parte série do campo, o motor composto tem um conjuga- não estão ligadas ao ponto comum). As bobinas de fase são
do de partida maior que o do motor shunt. Devido à parte enroladas de tal forma que uma corrente fluindo em direção
paralela do campo, a velocidade desse motor é menos de- ao ponto comum da estrela cria um polo norte no polo mar-
pendente da carga (em relação ao motor série). Ainda, mes- cado* da fase. Assim, o fluxo de corrente mostrado na Figura
mo sem carga (a vazio), a porção paralela do campo fornece 14-39(a) cria um polo magnético norte no polo C’ e um polo
fluxo suficiente para limitar a velocidade a um valor não des- sul no polo C. O fluxo de corrente para fora do ponto comum
trutivo para o motor. na Figura 14-39(a) cria um polo norte no polo A e um polo
sul no polo A’. Deve estar claro agora que as correntes de fase
mostradas na Figura 14-39(a) criam os polos magnéticos
Motor universal com as polaridades indicadas na Figura 14-38(a). Observe
cuidadosamente o sentido do fluxo da corrente na Figura 14-
O MOTOR UNIVERSAL tem o mesmo diagrama elétrico que um
39(b) e verifique que tal sentido produz os polos magnéticos
motor CC série. De fato, ele tem as mesmas características
indicados na Figura 14-38(e).
que o motor CC série e a armadura e o campo são bastante
similares, em termos de aparência, àqueles do motor série. A Figura 14-38 mostra que o rotor de ímã permanente com
seus polos magnéticos fixos segue a rotação dos polos no es-
O motor universal é projetado para operar igualmente bem
tator. Observe que as seis combinações de polos magnéticos
tanto com uma alimentação CA como com uma alimentação
mostradas nas figuras 14-38(a)-(f) produzem uma revolução
CC – por isso o nome “universal”. A operação de um motor
do rotor. Assim, cada nova combinação de polos avança o ro-
série com corrente alternada requer algumas pequenas al-
tor de 60° mecânicos.
terações no projeto do motor CC série. Por exemplo, o motor
universal usa lâminas finas no núcleo da armadura e nos po- As seis chaves na Figura 14-39 fornecem o controle neces-
Motores elétricos
los (núcleo) do campo para reduzir as perdas por correntes sário para produzir qualquer uma das combinações de po-
parasitas, quando operando em corrente alternada. laridade magnética apresentadas nas Figuras 14-38(a)-(f).
Das chaves (N) (localizadas na parte superior), apenas uma é
fechada por vez. O mesmo se aplica para as chaves (S) (locali-
Motor CC sem escovas zadas na parte inferior). Obviamente, as chaves (N) e (S) para
Os motores CC sem escovas (ou motores BLDC – Brushless a mesma fase não podem ser fechadas ao mesmo tempo,
DC) são construídos de uma forma diferente dos motores pois isso estabeleceria um curto-circuito através da fonte CC.
capítulo 14
397
Sensor de efeito Hall Sensor de efeito Hall
Uma bobina da fase C Uma bobina da fase C
A’ A’
S S
1 1
C B C B
S N S
N
2 2
N
S C’ N S C´
B’ B’
3
N N
A A
Fase B Fase B
Fase C Fase A Fase C Fase A
2 2
S
S N S
N C’ C’
B’ B’
3
3
S
A A
Fase B Fase B
Fase C Fase A Fase C Fase A
A’ A’
N
1 1
C B C B
S N S N
S
2 2
N
N
S N C’ C’
B’ B’ S
3
S
A A
Fase B Fase B
Fase C Fase A Fase C Fase A
Figura 14-38 Os polos do ímã permanente giram em torno do estator à medida que as bobinas de fase são energizadas e desener-
gizadas. Observe que as polaridades magnéticas das fases mudam à medida que o rotor gira no sentido horário.
398
Polo A
Fase A
A (N) B (N) C (N)
Polo A’
(a) As chaves estão ajustadas para energização das fases A e C com as polaridades magnéticas indicadas na Figura 14-38(a).
Polo A
Fase A
A (N) B (N) C (N)
Polo A’
(b) As chaves estão ajustadas para energização das fases A e B com polaridades magnéticas indicadas na Figura 14-38(e).
Figura 14-39 O ajuste das seis chaves determina quais fases são energizadas e as polaridades magnéticas dos polos.
As identificações ao lado das chaves na Figura 14-39 facili- gura 14-38(f), o nível lógico do sensor 2 é modificado para 0
tam a determinação das polaridades produzidas pelas várias logo antes do rotor estar em perfeito alinhamento com os
combinações de chaves fechadas, não sendo necessário tra- polos do estator. Isso produz o novo código 001 (o anterior
çar a corrente em cada caso. Por exemplo, para produzir o era 011), que é enviado para o controlador do motor. Esse
padrão de polos mostrado na Figura 14-38(c), precisamos de novo código (001) informa ao controlador que é hora de alte-
um polo sul em B e um polo norte em C. Portanto, devemos rar a combinação de polaridades dos polos magnéticos para
fechar as chaves B(S) e C(N). aquela ilustrada na Figura 14-38(a), a fim de manter o rotor
Os sensores na Figura 14-38 fornecem uma saída digital bi- em movimento. Essa é a forma de comutação usada no mo-
tor CC sem escovas.
Motores elétricos
nária; isto é, a saída alterna entre dois níveis de tensão CC.
Um nível de saída (nível baixo) representa um binário 0 (nível A Figura 14-40 ilustra como o controlador do motor recebe a
lógico 0) e o outro nível de saída (nível alto) representa um informação dos sensores e responde por meio da definição
binário 1 (nível lógico 1). Quando o polo sul de um ímã passa das condições do estator necessárias para manter o rotor em
pelo sensor, ele altera a saída do sensor para o nível lógico movimento. Observe na Figura 14-40 que o controlador envia
0, se ela estava em nível lógico 1. Reciprocamente, quando para os enrolamentos das fases um pulso CC gerado eletro-
um polo norte passa pelo sensor, ele altera sua saída para o nicamente. A largura desse pulso é determinada pelo tempo
nível lógico 1, se ela estava em nível lógico 0. A saída (0 ou 1) necessário para o rotor avançar o suficiente para gerar um
capítulo 14
dos três sensores de efeito Hall é um código binário de três novo código binário. (Esses pulsos substituem a bateria usa-
dígitos, que informa ao controlador eletrônico do motor qual da apenas para fins didáticos na Figura 14-39.) O controlador
ação tomar para manter o rotor girando. Por exemplo, na Fi- não usa chaves mecânicas para enviar os pulsos CC às diver-
399
Código binário de que resulta em um tempo mais longo para produzir um novo
saída dos sensores código binário e enviá-lo ao controlador.
de efeito Hall
Nem todos os motores CC sem escovas usam sensores de
Sensor 1 Sensor 2 Sensor 3 efeito Hall. A tensão induzida no enrolamento da fase não
energizada pode ser usada para controlar a comutação.
Controlador para um Em decorrência da eliminação das escovas e dos anéis comu-
motor CC sem escovas
tadores, o motor CC sem escovas possui diversas vantagens
Fase A Fase B Fase C em relação ao motor CC com escovas. Algumas vantagens são:
1. Pode operar em um ambiente limpo já que não há acúmu-
Pulsos CC de tensão lo de pó de carvão proveniente das escovas. Alguns deles
para as fases adequadas
do estator do motor são projetados para serem esterilizados em autoclave.
2. Possui operação mais silenciosa, especialmente em ve-
Figura 14-40 A saída dos três sensores controla a comutação
do motor. Quando o controlador recebe um novo código, ele locidades mais elevadas.
seleciona as fases adequadas a serem energizadas. 3. Pode operar em velocidades mais altas.
4. Reduz a interferência eletromagnética e elimina as faís-
sas combinações de fase possíveis. Ao invés disso, são usados cas devido a escovas e anéis comutadores.
dispositivos de estado sólido (semicondutores). Tais disposi-
5. Pode operar em ambientes que podem produzir vapo-
tivos não possuem partes móveis e, assim, não geram arcos
res explosivos e poeiras.
nem provocam a queima de contatos em cada operação.
6. Requer menos manutenção.
A velocidade de um motor CC sem escovas é controlada
pelo valor da tensão (e, portanto, da corrente) aplicada aos 7. Tem operação mais eficiente.
enrolamentos de fase. Uma tensão maior implica polos mag-
néticos mais fortes (intensos) para atrair os polos do rotor e
fazê-los avançar mais rapidamente. Assim, uma maior tensão Motores trifásicos
aumenta e uma menor tensão diminui a velocidade de giro O estator de um MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO tem um enrola-
(rpm) do motor. Em vez de controlar a tensão máxima do pul- mento separado para cada fase. Portanto, o estator tem um
so CC, muitos controladores de motor usam a modulação por campo magnético girante constante e, assim como o motor
largura de pulso (ou modulação PWM, sendo essa sigla da de capacitor permanente, não precisa de chave ou dispositi-
expressão inglesa Pulse Width Modulation) para controlar a vo de partida.
tensão aplicada às fases do motor. O PWM basicamente mo-
Corrente alternada e instrumentos de medição
400
Vmax
Tensão
0
0 Tempo
(a) Vmed Vmax durante o tempo do pulso.
Vmax
Vmed
Tensão
0
0 Tempo
(b) Vmed ⬇ 0,67 Vmax durante o tempo dos pulsos.
Vmax
Vmed
Tensão
0
0 Tempo
(c) Vmed ⬇ 0,5 Vmax durante o tempo dos pulsos.
Se um motor monofásico é reversível, as conexões de um dos Finalmente, os motores trifásicos estão disponíveis em uma
enrolamentos devem ser alteradas para obter a rotação re- faixa muito mais ampla de potências. Enquanto motores mo-
versa. O sentido de rotação de qualquer motor trifásico é in- nofásicos com potência superior a 10cv são pouco comuns,
vertido simplesmente alterando-se quaisquer duas das três motores trifásicos especificados em centenas de cavalos-
fases de alimentação. -vapor são frequentemente usados na indústria. Motores elétricos
401
81. Cite as principais diferenças entre os motores trifásicos e os 83 Em um motor CC sem escovas, quantos dos enrolamentos de
motores monofásicos. três fases estão energizados em qualquer instante de tempo?
82. Qual tipo de rotor um motor CC sem escovas utiliza? 84. Que tipo de sinal é produzido por um sensor de efeito Hall?
Escorregamento percentual:
Característica
Enrolamento auxiliar Chave de Potências Velocidade
†
Tipo de motor (ou de partida) partida disponíveis Reversível variável Síncrono
Corrente alternada e instrumentos de medição
402
Características dos motores CC
Característica
Tipo de Regulação de Conjugado Velocidade
motor CC velocidade de partida variável
Série Muito pobre Muito alto Não
Shunt Boa Moderado Sim
Composto Moderada Alto Não
cumulativo
Sem escovas Muito boa Moderado Sim
Respostas
1. CC, CA e universal. 12. Corrente nominal e 28. F 42. Um conjunto de espiras
2. F corrente de partida. 29. V todas enroladas no
3. F 13. Corrente de partida. 30. Pelo número da carcaça. mesmo sentido para
4. V 14. V 31. São motores que produzir um campo
5. ABNT – Associação Bra- 15. F possuem um ventilador magnético.
sileira de Normas Téc- 16. 40°C externo preso ao seu 43. Oposta.
nicas. NEMA – National 17. A classe de isolação eixo, que acelera a dis- 44. 60, 30
Electrical Manufacturers usada no motor. sipação do calor através 45. 30
Association (Associação 18. A elevação de tem- da carcaça. 46. 90
Nacional de Fabricantes peratura admissível 32. Motor aberto e motor 47. F
Elétricos). é a diferença entre a totalmente fechado. 48. F
6. Qualquer cinco das se- máxima temperatura de 33. F 49. F
guintes: tensão, corren- operação admissível e a 34. Não há conexão elétrica 50. 1150 rpm
te, potência, velocidade, temperatura ambiente. entre o rotor e a fonte de 51. 900 rpm
temperatura, frequência, 19. O fator de serviço potência. 52. 4,2%
conjugado, regime de especifica o fator 35. A tensão induzida pelo 53. 70, 80
serviço, fator de serviço (multiplicativo) pelo campo magnético 54. Uma chave operada por
ou rendimento. qual a potência nominal produzido pela corrente força centrífuga ou uma
7. ±10% pode ser excedida, sob no estator. chave operada magneti-
8. 216 V e 264 V condições específicas. 36. F camente.
9. 120 V, pois ele teria um 20. 1,07 37 F 55. Invertendo as conexões
conjugado de partida 21. 2,875 cv 38. V de qualquer dos enrola-
maior, solicitaria menos 22. F 39. F mentos (principal ou de
Motores elétricos
corrente funcionando 23. F 40. Fazendo o Q do en- partida).
com menor aquecimen- 24. 5 N m rolamento de partida 56. 90
to e seria mais eficiente 25. 1,5 cv muito menor que o Q do 57. 300 a 450%
com potência nominal 26. Esse é o maior conjuga- enrolamento principal. 58. Um capacitor eletrolítico
de saída. do desenvolvido pelo 41. a. Enrolamento de CA de regime intermi-
10. O motor produz mais motor, sob tensão e partida. tente.
ruídos em tensões frequência nominais, b. Enrolamento principal. 59. Maior conjugado de par-
capítulo 14
403
60. Conjugado de partida 64. Capacitor de regime de ar diferente em cada nores, mais leves, mais
muito baixo. contínuo. porção do polo. eficientes e mais fáceis
61. Motor de capacitor 65. F 70. Em direção à parte de alterar o sentido de
permanente. 66. salientes sombreada do polo. rotação. Eles também
62. Mais silencioso, maior 67. Baixo conjugado de 71. F fornecem um conjugado
FP, solicita menos partida, baixa eficiência 72. F constante.
corrente da fonte, maior e baixo FP. 73. F 82. Um rotor de ímã perma-
rendimento e capaci- 68. A bobina de sombra é 74. em gaiola nente.
dade de operação com uma espira simples feita 75. síncrono 83. Dois.
velocidade variável. de fio grosso de cobre 76. de armadura, de campo 84. Binário, ou digital, ou 0 e
63. Ela adiciona um capa- (muitas vezes uma tira 77. série, composto, shunt 1.
citor eletrolítico de alto de cobre) e alojada em 78. shunt, composto, série
valor em paralelo com o torno de uma parte do 79. série
capacitor principal para polo saliente. 80. Três.
fornecer um conjugado 69. O defasamento entre 81. Os motores trifásicos são
de partida ótimo. os fluxos devido ao gap mais silenciosos, me-
404
capítulo 15
Instrumentos e medidas
Em capítulos anteriores estudamos como usar medidores para medir grandezas elétricas.
Neste capítulo, vamos aprender como um medidor mede essas grandezas tais como
corrente, tensão, resistência, potência, frequência, capacitância e indutância.
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
Entender como um multímetro digital mede corrente, tensão e resistência.
Compreender como capacitância e indutância são medidas com um medidor digital.
Entender como um medidor de conjunto móvel analógico pode ser convertido em um
VOM.
Calcular valores de resistores shunt (derivador) e multiplicador.
Medir a potência em circuitos trifásicos com cargas balanceadas ou desbalanceadas.
Usar uma ponte para medir capacitância, indutância e resistência.
Calcular o efeito de carga introduzido pelos instrumentos na medição de corrente e
tensão.
Entender porque alguns ohmímetros são de leitura inversa e não linear.
Identificar vários tipos de medidores de conjunto móvel analógicos.
Entender como um wattímetro mede potência quando a corrente e a tensão não estão
em fase.
Suponha que um capacitor está carregando a uma taxa de
Multímetro digital 10 V/s, a frequência de referência é 10 Hz (T 1/f 0,1s) e
Um medidor digital mede indiretamente uma tensão des- a tensão desconhecida (a ser medida) é 4 V. A uma taxa de
conhecida pela medição do tempo gasto para carregar um 10 V/s, a tensão no capacitor atinge 4 V em 0,4 s. Ao fim desse
capacitor com uma tensão igual à tensão desconhecida. O intervalo de tempo, a frequência de referência terá produzi-
capacitor é carregado por uma fonte de corrente constante, do quatro ciclos. Assim, a contagem armazenada, e exibida,
de modo que o crescimento da tensão no capacitor é uma será 4 – o valor da tensão desconhecida.
função linear do tempo. A razão de o crescimento da tensão Embora a explicação anterior seja extremamente simplifica-
ser linear pode ser verificada considerando as fórmulas C da, ela é representativa da técnica usada em muitos medi-
Q/V e I Q/t, que, quando rearranjadas e combinadas, for- dores digitais. Obviamente, os circuitos exatos são bastante
necem V It/C. Como I e C são constantes, V é diretamente complexos, operam em frequências muito mais elevadas,
proporcional a t. têm uma resolução superior a 1V e fornecem múltiplas faixas
O display do medidor digital é conectado a um circuito que de medição e funções.
conta e armazena o número de ciclos que uma frequência de Um MULTÍMETRO DIGITAL (DMM) mede a corrente indiretamen-
referência produz no intervalo de tempo necessário para o ca- te com o circuito do voltímetro explicado anteriormente. A
pacitor carregar até a tensão desconhecida. Quando a tensão Figura 15-1 mostra como a corrente é medida. Como ilustra-
desconhecida e a tensão no capacitor são iguais, a contagem do, 1A fluindo através de um resistor de 1 produz uma que-
armazenada é exibida no display digital, o capacitor é descar- da de tensão de 1V, que é medida e exibida pelos circuitos
regado e o contador é reiniciado (zerado). Então, a tensão é do voltímetro. Pelo chaveamento simultâneo de resistores de
medida novamente e o valor indicado no display é atualizado. precisão e faixas de tensão do circuito do voltímetro, podem
Vamos analisar um exemplo para perceber como a contagem ser obtidas várias faixas de medição para corrente no multí-
de ciclos pode representar o valor de tensão desconhecido. metro digital.
1A
Terminais Circuito do
do medidor 1 voltímetro
Corrente alternada e instrumentos de medição
Fonte de
Resistência corrente Circuito do
desconhecida constante voltímetro
de 1mA
406
A Figura 15-2 ilustra como o circuito do voltímetro do DMM de 1V através do resistor, que é medida pelo circuito do vol-
pode ser usado para medir uma resistência desconhecida. Se tímetro, representa 1k. Várias faixas de medição de resis-
uma corrente constante de 1mA na Figura 15-2 provoca uma tência podem ser obtidas pela variação do valor da corrente
queda de tensão de 1V através de uma resistência desconhe- constante. Por exemplo, uma leitura de 1,50 representaria
cida, o valor dessa resistência deve ser 1k. Assim, a tensão 1,5 M se a corrente constante fosse 1A.
Instrumentos e medidas
Todos os medidores de conjunto móvel básicos têm uma COR-
RENTE MÁXIMA DE FIM DE ESCALA (ou fundo de escala). Essa é a cor-
rente da bobina necessária para defletir o ponteiro até o má- Sobre a eletrônica
ximo valor da escala. Existem medidores de conjunto móvel
com deflexão de fundo de escala tão pequena quanto 5A.
Cuidado com a queda de linhas de transmissão
Outra característica importante de um medidor de conjunto Uma corrente excessiva em uma linha de transmissão aérea pode
móvel é sua RESISTÊNCIA INTERNA. Medidores típicos têm resis- causar um sobreaquecimento dos cabos, expansão dos mesmos
tência apreciável devido ao fio de pequeno diâmetro usado e queda em galhos de árvore (ou, na maioria das vezes, apenas
na bobina. Em geral, quanto menor a corrente máxima de tocar os galhos). Dispositivos em pontos cruciais podem moni-
capítulo 15
fundo de escala, maior é a resistência interna. Um medidor torar a emissão de gases por transformadores superaquecidos.
Também, tiristores podem ser usados para redirecionar a corrente
típico de 1mA tem uma resistência menor que 100 . Um
de uma unidade com falha para outra fonte de potência.
medidor de 50A tem uma resistência superior a 900 .
407
A armadura na Figura 15-3 contém uma bobina de fio mui- mo campo magnético magnetiza as duas lâminas, ambas
to fino enrolada em torno de um quadro retangular leve, têm a mesma polaridade magnética. Consequentemente, há
que serve de suporte para a bobina. A bobina, o suporte e uma força de repulsão entre as duas placas. Uma das placas
o ponteiro giram em torno do ponto de pivô. Quando uma (a PLACA ESTACIONÁRIA) é presa ao suporte da bobina. A outra
corrente flui pela bobina, um campo magnético é produzido, placa (a PLACA MÓVEL) está presa no eixo ao qual está conecta-
como ilustrado na Figura 15-3. O campo magnético da bobi- do o ponteiro do medidor. Assim, a força magnética de repul-
na interage com o campo magnético do ímã permanente e são afasta a placa móvel da placa estacionária. Essa força é
gera uma força rotacional no sentido horário. Essa força rea- compensada pelo torque contrário devido às molas espirais
ge contra molas espirais, que estão presas ao eixo em torno ligadas ao eixo do medidor. Quanto maior é a corrente atra-
do qual a armadura gira. As extremidades do eixo repousam vés da bobina na Figura 15-4, maior é a força magnética de
sobre dois apoios de rubi ou safira sintética para manter o repulsão; assim, quanto mais a placa móvel gira, mais corren-
atrito o mais baixo possível. Esse arranjo é conhecido como te o ponteiro indica.
mecanismo de SUSPENSÃO POR PIVÔ.
O medidor de d’Arsonval é POLARIZADO. Se uma corrente com
sentido contrário flui pela bobina, um conjugado inverso é Ponteiro
aplicado à armadura. Esse conjugado inverso pode danificar
o medidor e o ponteiro se ele for muito elevado. Ainda que
o medidor de d’Arsonval seja polarizado, veremos adiante Mancal
como ele pode ser usado em medidores CA assim como em
medidores CC. Eixo do conjunto móvel
Placa estacionária
Placa móvel
Medidor de ferro móvel Suporte da bobina Polo N
Em um MEDIDOR DE FERRO MÓVEL, a bobina pela qual circula a
Bobina
corrente a ser medida é estacionária. O campo estabelecido
pela corrente na bobina magnetiza duas lâminas de ferro,
que se tornam ímãs temporários (Figura 15-4). Como o mes-
Terminais da bobina
Ímã
Corrente alternada e instrumentos de medição
permanente
N
Ponteiro Polo S
Mola de torque
contrário
Pivô
N
Campo criado
pela corrente
na bobina de Armadura
medição (bobina de fio)
S
S VISTA EM CORTE
Figura 15-3 Princípio do medidor de d’Arsonval. O campo Figura 15-4 Medidor de ferro móvel. Como o medidor não
magnético da armadura tenta se alinhar com o campo do ímã utiliza ímã permanente, ele responde a corrente alternada bem
permanente. como a corrente contínua.
408
O medidor de ferro móvel pode operar em corrente alterna-
da ou em corrente contínua. Quando a corrente alternada
inverte o sentido, as polaridades magnéticas de ambas as
placas se invertem simultaneamente. Portanto, a força de
repulsão é mantida durante todo o ciclo. Terminais da Terminais da
bobina móvel bobina estacionária
O medidor de ferro móvel tem duas deficiências: ele tem
uma ESCALA extremamente NÃO LINEAR e requer uma corrente
considerável para deflexão de fundo de escala (baixa sensi-
bilidade). Seu uso mais comum é como um amperímetro CA.
As vantagens do medidor de ferro móvel são sua fácil cons- (a) Conexões elétricas
trução e robustez.
Ponteiro
Conjugado
Medidor eletrodinâmico
O MEDIDOR ELETRODINÂMICO (Figura 15-5) usa DOIS CAMPOS MAG- Bobina
NÉTICOS em sua operação. Um campo é criado pela corrente estacionária
fluindo através de um par de bobinas estacionárias conecta-
das em série. O outro campo é produzido por uma corrente Fluxo da
fluindo através de uma bobina móvel presa ao eixo do medi- bobina móvel Bobina
móvel
dor. Se as correntes nas bobinas estão nos sentidos corretos,
o ponteiro gira no sentido horário. O conjugado rotacional Fluxo das
bobinas
na bobina móvel é causado por forças magnéticas opostas Bobina
estacionárias
estacionária
[Figura 15-5(b)] das três bobinas.
(b) Vista superior (bobina central seccionada)
Os sentidos dos campos magnéticos mostrados na Figura 15-
5(b) foram escolhidos arbitrariamente; todas as setas podem
muito bem ser invertidas. O mais importante é a polaridade Eixo
de uma bobina em relação às outras duas. (As duas bobinas Bobinas estacionárias
Ponteiro
estacionárias estão permanentemente conectadas de modo
que seus campos estão sempre se somando.) O medidor Bobina móvel
eletrodinâmico pode operar com corrente alternada, pois a
corrente alternada inverte seu sentido simultaneamente em
todas as três bobinas. O medidor eletrodinâmico também
Instrumentos e medidas
pode operar em corrente contínua.
Os medidores eletrodinâmicos têm SENSIBILIDADE MAIS BAIXA
que os medidores de d’Arsonval. Contudo, os medidores ele-
trodinâmicos podem ser muito precisos e são bastante está- Mola de torque
contrário
veis. A precisão do medidor eletrodinâmico não depende da
intensidade de um ímã permanente ou da permeabilidade
das partes de ferro. (c) Vista frontal
Embora o medidor eletrodinâmico seja usado para medição Figura 15-5 Medidor eletrodinâmico. Esse medidor usa dois
de corrente e tensão, seu uso mais comum é para medição campos magnéticos e pode responder tanto a corrente alterna-
capítulo 15
409
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 11. Um medidor de ferro móvel responde a corrente alternada,
corrente contínua ou a ambas?
6. Um medidor de conjunto móvel tem as seguintes três ca-
12. Qual dos medidores a seguir é o mais sensível: ferro móvel,
racterísticas importantes: ___________, ___________ e
d’Arsonval ou eletrodinâmico?
___________.
13. Qual é mais linear, o medidor de d’Arsonval ou de ferro móvel?
7. O tipo mais comum de medidor de conjunto móvel é o
___________. 14. Um medidor de ferro móvel usa um ímã permanente?
8. A força rotacional criada pelo campo magnético em um medi- 15. Um medidor eletrodinâmico responde a corrente alternada,
dor de conjunto móvel é contrabalanceada pela força rotacio- corrente contínua ou a ambas?
nal reversa de uma ___________. 16. O que provoca o conjugado rotacional em um medidor eletro-
9. Qual é a resistência interna de um medidor de conjunto móvel dinâmico?
que tem uma corrente de fundo de escala de 100A e uma 17. Quantas bobinas criam o campo magnético estacionário em
tensão de fundo de escala de 200 mV? um medidor eletrodinâmico?
10. Um medidor de d’Arsonval responde a corrente alternada, cor-
rente contínua ou a ambas?
Sentido da corrente
da bobina de medição
Retificador
CC pulsante através
CA a ser medida
0 0
410
tro analógico pode ser aumentada adicionado um shunt ao
EXEMPLO 151
medidor. Um SHUNT é um resistor de resistência muito baixa
conectado em paralelo com o medidor, conforme ilustrado Deseja-se estender a faixa de medição de um amperímetro
na Figura 15-7*. Os shunts são usualmente feitos de materiais de 1 mA, resistência interna de 80 , para 1 A. Determine
com baixos COEFICIENTES DE TEMPERATURA. Eles são geralmente a resistência e a capacidade de dissipação de potência do
resistores de precisão e baixa tolerância (2% ou menos). shunt requerido.
Um shunt estende a faixa de um amperímetro desviando Dados: Im 1 mA
a maior parte da corrente do medidor de conjunto móvel. Rm 80
Por exemplo, um medidor de 100A é convertido para um Encontrar: RS, PS
amperímetro de 1mA desviando 900A do medidor para o
Conhecido: ; VS Vm; Vm ImRm
shunt. Como mostrado na Figura 15-7, a corrente de 1mA (Icir-
cuito) divide-se no ponto de junção do medidor de conjunto IS Icircuito Im; PS ISVS
móvel e do shunt. Então, 100A (Im) circula pelo medidor de Solução: IS 1 A 0,001 A 0,999 A
conjunto móvel e provoca a deflexão máxima (de fim de es- Vm 0,001 A 80 0,08 V
cala) do ponteiro. Os outros 900A (IS) circulam pelo shunt.
Os shunts são geralmente colocados na mesma caixa que o
medidor de conjunto móvel. No entanto, para correntes CC PS 0,999 A 0,08 V
0,0799 W
elevadas (acima de 10A) normalmente utiliza-se um shunt
79,9 mW
externo. SHUNTS EXTERNOS, como o mostrado na Figura 15-8,
Resposta: A resistência do shunt deve ser 0,08 e sua
são construídos para trabalhar com correntes elevadas sem
dissipação de potência deve ser 79,9 mW.
que ocorra aquecimento excessivo e/ou alteração do valor
da resistência. Portanto, eles são normalmente maiores (em
geral, de 5 a 15cm de comprimento). entre os terminais com parafuso no shunt na Figura 15-8.
Quando esses shunts são usados, os cabos de ligação conec-
Os shunts externos têm valores nominais de corrente e de
tam esses terminais com parafuso a um medidor com tensão
tensão. Os valores nominais de corrente variam de 10A até
de fundo de escala igual à tensão nominal do shunt. O me-
milhares de ampères. Os valores nominais de tensão são usu-
didor pode ser digital ou analógico. Obviamente, a escala do
almente 50 ou 100 mV. A tensão nominal de um shunt espe-
medidor estará calibrada em ampères, mesmo que ele esteja
cifica o valor da queda de tensão no shunt, quando circula
respondendo a uma tensão. Os terminais maiores (parafusos
por ele sua corrente nominal. A tensão nominal é indicada
maiores) fornecidos em alguns shunts são parafusados no
circuito em que a corrente deve ser medida.
Medidor de conjunto móvel básico
I circuito
Instrumentos e medidas
Transformador de corrente
Im 100 A Na medição de valores elevados de corrente alternada, um
Is 900 A transformador de corrente (Figura 15-9) é usado. O TRANSFOR-
MADOR DE CORRENTE é essencialmente um TRANSFORMADOR DE
Shunt
Terminais do amperímetro
Figura 15-7 Amperímetro com shunt. O shunt estende a faixa
de medição do medidor de conjunto móvel básico.
capítulo 15
411
Condutor conduzindo a
corrente a ser medida (primário)
Núcleo toroidal
Amperímetro A
Secundário
412
A Figura 15-12 mostra um medidor do tipo alicate sendo usado
como acessório para medir a corrente em um grande condutor
sem interromper o circuito. O valor da corrente é indicado no
multímetro portátil ao qual o alicate acessório está conectado.
LEMBRE-SE
...um termopar é um dispositivo que converte energia térmica
em energia elétrica.
Medidor de
A
Instrumentos e medidas
metro, o núcleo toroidal é construído em duas partes (duas d’Arsonval
metades). As duas partes são fixadas em uma extremidade e Junção do
mantidas juntas por um mecanismo de mola. A outra extre- termopar
midade das duas metades pode ser separada para inserir o Elemento resistivo
condutor onde circula a corrente a ser medida.
Um alicate amperímetro pode ter uma leitura analógica ou
digital. Também, o alicate amperímetro pode ser um aces-
sório para uso com um multímetro ou ele pode ser uma
unidade separada que tem seu próprio display, sua fonte de
potência e assim por diante. Vários medidores do tipo alicate
capítulo 15
413
Portanto, o termopar aquecido produz uma corrente no cir- alternada são conhecidas como pontas de prova passivas
cuito do medidor de conjunto móvel. Quanto mais elevada é e operam com base no mesmo princípio do acessório tipo
a corrente através do elemento resistivo, mais quente fica o alicate (Figura 15-12) para um DMM. “Passivo” significa que
termopar. Quanto mais quente o termopar, maior é a tensão nenhum dispositivo eletrônico é usado e nenhuma fonte de
que ele produz e maior é a corrente circulando através do potência externa é necessária para operar a ponta de prova.
medidor de d’Arsonval. As pontas de prova de osciloscópio que podem medir cor-
rente contínua, ou ambas as correntes contínua e alternada,
são dispositivos ativos. Elas necessitam de uma fonte de po-
Ponta de prova de corrente tência externa para operar o dispositivo de efeito Hall usado
Outra técnica para medir corrente é usar uma ponta de prova para detectar o nível de corrente contínua no circuito. Pontas
de corrente e um osciloscópio. Pontas de prova para oscilos- de prova ativas geralmente usam circuitos eletrônicos exter-
cópio permitem a medição da corrente em um circuito sem nos para aumentar as capacidades da ponta. As pontas de
interromper a corrente. A ponta de prova apenas “abraça” um prova estão disponíveis para medição de correntes em faixas
condutor no circuito. As pontas de prova de corrente podem de frequência de corrente contínua (frequência 0 Hz) até gi-
ser usadas para medição de corrente alternada ou corren- gahertz (GHz) e amplitudes de alguns miliampères (mA) até
te contínua. As pontas que respondem apenas à corrente cerca de 20 kA.
múltiplas faixas?
Voltímetros analógicos
Um voltímetro consiste de um medidor de conjunto móvel Medidor de conjunto móvel básico
básico e um resistor MULTIPLICADOR conectado em série (Figu- Multiplicador (100A, 100 mV)
ra 15-14). A resistência do multiplicador pode ser determi-
nada usando RELAÇÕES DE CIRCUITO SÉRIE e a lei de Ohm, pois
a corrente através do multiplicador (Imt) é a mesma corrente
que circula pelo medidor de conjunto móvel (Im) e a tensão Terminais do voltímetro
no multiplicador (Vmt) mais a tensão no medidor de conjun-
Figura 15-14 O resistor multiplicador do voltímetro estende
to móvel (Vm) é igual à tensão entre os terminais do voltíme-
a faixa de medição de tensão do medidor de conjunto móvel
tro (Vt).
básico.
414
Assim como os shunts, os resistores multiplicadores têm bai- 50 A
xa tolerância e baixo coeficiente de temperatura. Diferente- Medidor de conjunto de móvel 3000
Instrumentos e medidas
de múltiplas faixas) não seria adequada para um voltímetro.
Qual é a resistência de entrada de um voltímetro de
Ela conectaria momentaneamente dois resistores multiplica- 10.000 /V na faixa de 20 V?
dores em paralelo. Nesse caso, a resistência equivalente dos
multiplicadores em paralelo seria menor que a resistência do Dados: Voltímetro de 10.000 /V
menor multiplicador. Isso poderia provocar a sobrecarga do Encontrar: Resistência de entrada na faixa de 20 V
medidor de conjunto móvel e danificar o instrumento. Conhecido: Resistência de entrada sensibilidade
faixa
Solução: Resistência de entrada (10.000 /V) (20 V)
Resistência interna do voltímetro 200.000
capítulo 15
415
A sensibilidade (ohms por volt nominal) de um voltímetro é tanto, sua resistência interna deve ser elevada em relação à
determinada pela corrente de fim de escala do medidor de resistência da carga.
conjunto móvel. Matematicamente, a relação é: Os multímetros digitais (DMM) têm a mesma resistência de
entrada para todas as faixas de tensão. Nas faixas mais bai-
xas, eles usualmente têm uma resistência de entrada maior
que os multímetros analógicos (VOM). No entanto, nas faixas
Portanto, a sensibilidade do voltímetro da Figura 15-15 é: superiores, o oposto é geralmente verdadeiro. Por exemplo,
um VOM de 100 k/V na faixa de 500 V tem 50 M de resis-
tência de entrada. Esse valor excede a resistência de entrada
da maioria dos multímetros digitais.
Observe que os voltímetros têm RESISTÊNCIAS INTERNAS ELEVA- Em geral, voltímetros CA têm uma sensibilidade muito me-
DAS e os amperímetros têm resistências internas baixas. Um nor que os voltímetros CC. Por exemplo, um multímetro
voltímetro não deve alterar significativamente a distribuição pode ter 20 k/V nominal nas faixas CC e apenas 5 k/V no-
de tensão (ou a carga) do circuito em que ele é usado. Por- minal nas faixas CA.
Sempre que um medidor é conectado a um circuito, as CA têm uma FAIXA DE FREQUÊNCIA NOMINAL*, além de todas as
correntes do circuito (e geralmente as tensões do circuito) outras características nominais que os medidores CC têm.
variam. Esse é o chamado efeito de carga provocado pelo A faixa de frequência nominal indica a faixa de frequência
medidor. Um EFEITO DE CARGA SIGNIFICATIVO ocorre quando as ao longo da qual o medidor é preciso. É importante que os
variações de corrente e de tensão excedem aquelas que po- medidores CA sejam usados apenas dentro de sua faixa de
deriam ser causadas pela tolerância dos componentes. frequência nominal. Em geral, os multímetros digitais têm
Em geral, os medidores CA tendem a ser mais propensos a uma faixa de frequência nominal muito maior que os multí-
“carregar o circuito” em relação aos medidores CC. Isso acon- metros analógicos.
tece porque os voltímetros CA geralmente têm menor resis-
tência de entrada que os voltímetros CC. * N. de T.: Essa faixa de frequência é também chamada de largura da banda CA
do multímetro. Significa a faixa de frequência em que podem ser realizadas as
O efeito de carga em circuitos CA é também causado pelas
medições de grandezas CA (corrente e tensão) dentro da precisão especifica-
REATÂNCIAS INTERNAS do medidor de conjunto móvel, do re- da pelo fabricante do instrumento.
416
Efeito de carga provocado pelo Efeito de carga provocado pelo
amperímetro voltímetro
O EFEITO DE CARGA DO AMPERÍMETRO em um circuito CC é ilustra- O EFEITO DE CARGA DO VOLTÍMETRO é muito mais comum que o
do na Figura 15-16. Na Figura 15-16(a), a corrente nominal efeito de carga do amperímetro. Ele pode ocorrer em circui-
no circuito é: tos série ou em circuitos série-paralelo. Ele não ocorre em
circuitos paralelo, pois o voltímetro é conectado através da
fonte de potência; isto é, ele está em paralelo com todas as
outras partes do circuito. Em geral, o efeito de carga do voltí-
Se o resistor está em qualquer de seus limites (superior ou metro ocorre em CIRCUITOS DE ALTA RESISTÊNCIA, tais como aque-
inferior) de tolerância, a corrente será apenas 1% maior les encontrados em diversos dispositivos eletrônicos.
ou menor (0,99 ou 1,01mA). Na Figura 15-16(b), um am-
Os circuitos na Figura 15-17 ilustram o efeito de carga do vol-
perímetro foi inserido no circuito. A corrente medida, se o
tímetro. Na Figura 15-17(a), a tensão da fonte é dividida em
medidor e o resistor fossem completamente precisos, seria
duas partes iguais por resistores de mesmo valor. No entan-
0,95mA. Note que essa corrente é diferente de 1mA; o me-
to, o voltímetro na Figura 15-17(b) indica apenas 2V através
didor causou um efeito de carga no circuito (ou “carregou”
de R2. Isso é um caso claro de efeito de carga provocado pelo
o circuito).
voltímetro. A resistência de entrada do voltímetro na Figura
Normalmente, um amperímetro não provoca um efeito de 15-17(b) (na faixa de 5V) pode ser calculada como a seguir:
carga significativo. Se o resistor na Figura 15-16 tivesse 10%
de tolerância, o efeito de carga não seria notado. Ainda, di- Resistência de entrada sensibilidade faixa
versos amperímetros de 1mA têm menos que 85 de resis- 1000 /V 5 V
tência interna. Em geral, o efeito de carga do amperímetro 5000 5 k
é mais importante em CIRCUITOS DE BAIXA TENSÃO E BAIXA RE-
Como mostrado no circuito equivalente da Figura 15-17(c),
SISTÊNCIA.
essa resistência de 5 k está paralelo com a resistência R2 de
5 k. Essas duas resistências de 5 k em paralelo têm uma
resistência combinada (ou equivalente) de 2,5 k. Portanto,
a queda de tensão em R1 é duas vezes maior que a queda em
R2 com o voltímetro conectado entre seus terminais.
1500
1,5 V 1% Se o voltímetro mostrado na Figura 15-17 fosse um voltíme-
tro de 20 k/V, o efeito de carga seria mínimo. A resistência
de entrada seria 100 k e a resistência equivalente do para-
lelo entre R2 e o medidor seria 4,76 k. Mesmo um resistor
Instrumentos e medidas
(a) A corrente esperada está entre 0,99 mA e 1,01mA
com tolerância de 5% poderia ter um valor inferior a esse
(5 k 5% 4,75 k, que é menor que 4,76 k).
A
Os fabricantes de equipamentos elétricos e eletrônicos ge-
1mA ralmente especificam as tensões em vários pontos em seus
85
circuitos. Usualmente, eles especificam a sensibilidade ou a
1,5 V 1500
1% resistência de entrada do medidor utilizado na determina-
ção dessas tensões. Ao usar um medidor diferente do espe-
cificado, os técnicos devem estar cientes do possível efeito
de carga do medidor e devem estar certos de que quaisquer
capítulo 15
(b) A corrente medida é 0,95 mA TENSÕES BAIXAS OBSERVADAS não são devido ao efeito de carga,
Figura 15-16 Efeito de carga do amperímetro. mas sim às falhas de componentes. Isso pode ser feito anali-
417
Solução: Rent 2000 /V 5 V 10 k
R1
3V
5 k
6V
R2
3V 5 k
Resposta: A tensão medida é 2,4 V.
(a) Tensões no circuito original
418
Sobre a eletrônica
Instrumentos e medidas
Essa resistência interna inclui a resistência do medidor de
conjunto móvel e ambos os resistores (R1 e R2). Suponha
que um resistor de 15 k seja conectado aos terminais do Esse valor corresponde a um quarto da corrente de fim de
ohmímetro, como na Figura 15-19(b). Agora, a resistência escala, ou seja, um quarto da corrente para deflexão máxima
total do circuito é 30 k (RT Rint Rx). A corrente através do medidor. Portanto, o ponto correspondente a um quarto
do medidor de conjunto móvel é reduzida à metade já que a da escala do ohmímetro deve indicar 45 k.
resistência dobrou: Os cálculos anteriores ilustram como a ESCALA DO OHMÍMETRO
É NÃO LINEAR. A primeira metade da escala abrange a faixa de
capítulo 15
419
100 A
15 k
45 k
0
Terminais
1,5 V
do ohmímetro
Figura 15-20 Escala não linear do ohmímetro.
R2 R1
Teste de isolamento
Figura 15-18 Circuito básico do ohmímetro. R1 é ajustado para
deflexão máxima de corrente, quando os terminais do ohmíme- Os materiais isolantes, que devem suportar elevados níveis
tro são curto-circuitados. de tensão, têm resistências extremamente elevadas. Eles
também devem ser capazes de resistir ao esforço elétrico
devido às altas tensões a que ficam submetidos. Um ohmí-
A faixa de medição do circuito do ohmímetro na Figura 15- metro comum não é adequado (nem confiável) para verificar
18 pode ser alterada por dois métodos. Primeiro, a tensão da a condição de isolação de um material que é submetido a
pilha e a resistência R2 podem ser aumentadas. Segundo, a altas tensões. Portanto, a isolação em alguns equipamentos,
corrente de fim de escala do conjunto móvel pode ser au- tais como transformadores e motores, é verificada com um
mentada utilizando um shunt e a resistência R2 pode ser re- MEDIDOR DE RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO ou MEGGER (ou, ainda,
duzida. O primeiro método aumenta a faixa do ohmímetro e Megôhmetro). Esses instrumentos testam a resistência de
o segundo método diminui a faixa. isolamento pela aplicação de uma tensão elevada ao isola-
mento e pela monitoração, por alguns instantes, da corrente
Teste seus conhecimentos de fuga resultante. Frequentemente, a tensão é aplicada en-
tre a terra (a carcaça ou chassi do equipamento) e a fiação do
Responda às seguintes questões. equipamento. O teste é realizado com uma tensão superior
46. Quais componentes são usados em um ohmímetro simples? à maior tensão a que a isolação é normalmente submetida.
47. Qual é a função do reostato em um ohmímetro? Procedimentos de teste de engenharia geralmente especifi-
48. Qual é a resistência de centro de escala de um ohmímetro que cam um método para determinação da tensão de teste. Por
tem 40 de resistência interna? exemplo, um dado equipamento deve ser testado em uma
49. Qual é a resistência interna de um ohmímetro devidamente tensão igual a duas vezes sua tensão de operação mais 500V.
ajustado para medição, que tem um medidor de conjunto mó- Em decorrências das altas tensões envolvidas, os medidores
vel de 3 mA e uma bateria de 9 V?
de resistência de isolamento devem ser utilizados com muito
50. Quais são os dois métodos para variação da faixa de medição
cuidado. Apenas os cabos de teste fornecidos (ou recomen-
Corrente alternada e instrumentos de medição
100 A
Pontas 100
de prova
0 0
Rx
15 k
1,5 V 1,5 V
5 k (max.) (resistor
12 k sendo
medido)
R2 R1 R2 R1
(a) 100 A (0) (b) 50 A (15 k)
420
de resistência de isolamento. Os cabos devem ser verificados uma relação definida entre as resistências do circuito. A razão
constantemente, examinando-se os eventuais sinais de de- R1 / Ru deve ser igual à razão R2 / R3. Portanto, para uma PONTE
terioração. As instruções e regras de segurança do fabricante BALANCEADA, podemos escrever:
devem ser estritamente seguidas ao utilizar um medidor de
resistência de isolamento.
Dessa fórmula obtemos Ru:
Ponte de Wheatstone
Um uso comum da ponte de Wheatstone (Figura 15-21) é Essa fórmula pode ser usada para determinar o valor da re-
para medição de resistências com grande precisão. Vamos sistência desconhecida Ru. Tudo o que devemos conhecer é a
ver como a ponte funciona para essa aplicação. razão R1 / R2 e o valor de R3.
O medidor de conjunto móvel usado na ponte é um MEDIDOR Quando a ponte de Wheatstone é usada, a resistência a ser
DE ESCALA COM ZERO CENTRAL. Quando a tensão ou a corrente é medida é conectada ao circuito e uma fonte de potência é
zero, o ponteiro do medidor está no centro da escala. O tipo aplicada. Após, a resistência R3 é ajustada para atingir o equi-
de medidor utilizado é chamado GALVANÔMETRO. Ele pode de- líbrio (corrente nula fluindo pelo galvanômetro). O resistor
tectar (medir) o fluxo de uma corrente de baixa intensidade, R3 é um reostato de precisão, calibrado. Seu valor pode ser
em qualquer sentido. lido a partir de um indicador preso ao seu eixo. Os resistores
O circuito da ponte na Figura 15-21 é balanceado (ou equili- R1 e R2 são resistores de precisão de valor conhecido. O valor
brado). Quando a ponte é balanceada, não há corrente fluin- de Ru é, então, determinado pelo produto do valor lido no
do através do medidor. Portanto, não há diferença de poten- indicador de R3 pela razão R1 / R2. A precisão com a qual a
cial entre os pontos A e B. A tensão através de R1 deve ser resistência Ru pode ser medida é determinada pela precisão
igual à tensão através de R2 e, obviamente, deve ser igual (tolerância) dos outros três resistores.
a . Observe também que, quando a ponte é balanceada, Quando a ponte não é balanceada, nenhuma das relações
de tensão, corrente e resistência discutidas anteriormente
e
são válidas. Pontes não balanceadas podem ser analisadas
onde é a corrente através de um resistor de valor desco- utilizando-se as técnicas abordadas no Capítulo 6 – Técnicas
nhecido. Devido a essas relações de tensão e corrente, existe de Análise de Circuitos.
EXEMPLO 155
Instrumentos e medidas
R1 R2 valor de Ru?
Dados: R1 10.000
R2 1000
A B R3 250
Encontrar: Ru
Ru Conhecido:
R3
Solução:
capítulo 15
421
Teste seus conhecimentos
Responda às seguintes questões. 54. O que determina a precisão de uma medida feita com uma
ponte?
51. Falso ou verdadeiro? A ponte de Wheatstone usa um medidor
55. Considere a Figura 15-21. Considere que R1 300 , R2
de escala com zero central.
600 e R3 2000 , quando a ponte está balanceada. Qual é
52. Falso ou verdadeiro? Em uma ponte balanceada, não há cor- o valor de Ru?
rente fluindo em nenhuma parte do circuito.
53. Considere a Figura 15-21. Quais resistores devem ter quedas
de tensão iguais quando a ponte está balanceada?
Wattímetro
A
V
Fonte de potência Carga
Multiplicador
Figura 15-22 Conexões do wattímetro. Para conjugado no sentido horário, as correntes instantâneas nas bobinas de corrente e na
bobina de tensão devem estar no mesmo sentido.
422
Conjugado no sentido horário de fase [Figura 15-23(b)], a situação muda. Agora, para uma
porção do ciclo, os campos magnéticos associados às duas
bobinas se somam e desenvolvem um conjugado no sentido
anti-horário. Isso reduz o conjugado líquido (ou resultante)
no sentido horário e, assim, reduz a potência indicada pelo
medidor. Quando a corrente e a tensão estão defasadas de
I 90° [Figura 15-23(c)], os conjugados horário e anti-horário são
V exatamente iguais. Nesse caso, o conjugado líquido é nulo e o
wattímetro indica uma potência igual a zero.
Os wattímetros possuem especificações para corrente e
(a) Em fase (FP 1) tensão máximas, assim como para potência máxima. Essas
especificações são necessárias para proteger as bobinas do
Conjugado no sentido horário medidor eletrodinâmico. Se a TENSÃO NOMINAL é excedida, a
bobina móvel esquenta muito. Excedendo a CORRENTE NOMI-
NAL do medidor, as bobinas estacionárias são sobrecarrega-
das. Vale ressaltar que, quando o fator de potência da carga é
I baixo, a corrente nominal pode ser excedida muito antes de
V o medidor indicar a potência de fim de escala.
Instrumentos e medidas
Figura 15-23 Como o wattímetro compensa o defasamento em uma das fases. Em muitas cargas trifásicas, esses pontos
entre a corrente e a tensão do circuito. de junção não são diretamente acessíveis. Em tais casos, a
potência pode ser medida utilizando-se dois wattímetros,
como descrito na próxima seção.
tensão e de corrente variam no mesmo instante*. Assim, os
campos magnéticos associadas às duas bobinas se subtra- CARGA DESBALANCEADA. O MÉTODO DOS DOIS WATTÍMETROS de me-
em e geram um conjugado no sentido horário durante todo dição da POTÊNCIA TRIFÁSICA é mostrado na Figura 15-25. Ele
o ciclo. No entanto, quando a corrente e a tensão estão fora funciona igualmente bem com ligações em delta ou em es-
trela e com cargas balanceadas ou desbalanceadas (desequi-
libradas).
capítulo 15
423
A Carga A
W W1
V
V Carga trifásica
Fase 1 Fonte (estrela ou delta,
trifásica balanceada ou
Fonte V
trifásica Fase 2 desbalanceada)
W2
A
Fase 3
A
(a) Carga conectada em estrela
W1
V
Carga
Carga trifásica
A Fonte (estrela ou delta,
Fase 1 trifásica balanceada ou
W V desbalanceada)
V
Fonte
trifásica Fase 3 W2
A
deflexão no sentido horário de ambos os medidores. Se isso 25(a) e que W1 deflete no sentido anti-horário. Assim, inver-
acontece, a soma algébrica das duas leituras é obtida sim- temos a conexão da bobina de tensão em W1. Isso fornece as
plesmente adicionando as duas leituras. Por exemplo, se um conexões mostradas na Figura 15-25(b). Agora, suponha que
medidor indica 2800 W e o outro indica 1600 W, a potência do W1 indique 300 W e W2 indique 2600 W. A potência total do
sistema trifásico é 4400 W (2800 W 1600 W). sistema é 2300 W (2600 W 300 W).
424
62. Dois wattímetros estão conectados a um sistema trifásico. Am- 63. Se o medidor com indicação de 2200 W da Questão 62 necessi-
bos são conectados com polaridade normal. Um medidor indi- tasse de inversão da polaridade das conexões, qual deveria ser
ca 2600W e o outro medidor indica 2200W. Qual é a potência o valor da potência trifásica?
do sistema trifásico? 64. Como é possível exceder a corrente nominal de um wattímetro
sem causar a deflexão do ponteiro além do fundo de escala?
Instrumentos e medidas
um período de tempo precisamente controlado.
425
R
Impedância S
Fonte de V desconhecida Fonte com V
60Hz frequência
(carga) ajustada Impedância
desconhecida
(carga)
A
V
Z
I
Figura 15-26 Determinação de uma impedância desconhe- (a) Com um único voltímetro
cida. Depois de medidas a corrente e a tensão, a lei de Ohm é
usada para calcular a impedância.
R V
de corrente deve ser preciso na frequência em que se deseja
medir a impedância. Também, o medidor de corrente deve Fonte com
frequência
ser capaz de medir correntes bastante baixas no caso de me- ajustada Impedância
dição de impedâncias elevadas. desconhecida
(carga) V
Método da resistência-equivalente
Uma técnica mais versátil para medição de impedância é (b) Com dois voltímetros idênticos
apresentada na Figura 15-27(a). Quando essa técnica é usa-
Figura 15-27 Técnica de medição de impedância. Quando as
da, a fonte (gerador) é primeiramente ajustada na frequência leituras dos voltímetros em (b) são iguais, a resistência de R terá
em que se deseja medir a impedância. Um nível qualquer o mesmo valor que a impedância desconhecida.
de tensão de saída é selecionado (dentro das especificações
nominais da carga). Após, a tensão nos terminais da carga
e a resistência no circuito série também devem ser iguais. Se
é anotada. Depois, a chave é deslocada para sua posição
R é um reostato calibrado, o valor da impedância pode ser
superior e a tensão através do resistor é medida. Se a ten-
lido diretamente em seu indicador. Se não, então a fonte de
são através de R é menor que a tensão através da carga, o
tensão é removida e o valor de R (que é igual a Z) pode ser
valor de R é aumentado. Se o oposto é verdadeiro, o valor
medido.
Corrente alternada e instrumentos de medição
426
V são mantidos constantes. A corrente I é mantida constan-
Medição de indutância e te carregando o capacitor a partir de uma fonte de corren-
capacitância te constante. A tensão V é mantida constante permitindo o
carregamento do capacitor até que a tensão entre seus ter-
Indutâncias e capacitâncias podem ser medidas de várias
minais seja igual uma tensão de referência estável. Assim, o
formas. A seguir, são apresentados dois métodos comuns.
tempo necessário para carregar o capacitor desconhecido é
uma função direta de sua capacitância. Na pág. 406 discuti-
Método digital mos como medir digitalmente o tempo contando os ciclos
produzidos por uma frequência de referência estável.
O circuito do voltímetro digital (pág. 406) pode ser usado
para medir uma indutância indiretamente pela medição da Quando a corrente, a tensão e a frequência de referência são
fcem induzida sob condições controladas. escolhidas convenientemente, o display digital pode exi-
bir a capacitância em microfarads ou picofarads. Quando a
corrente constante é 10 mA, a tensão de referência é 1V e a
LEMBRE-SE frequência de referência é 10 kHz, a leitura está em microfa-
rads. Por exemplo, com essas constantes, a leitura seria 10 se
...no capítulo sobre indutância (Capítulo 11), vimos que 1H
o capacitor demorasse 1ms para carregar (10 contagens por
de indutância produz 1V de fcem quando a corrente varia com
milisegundo 10.000 contagens por segundo 10 kHz).
uma taxa de 1A/s.
Calculando C com esses valores de t, V e I, temos:
Agora, suponha que o medidor de indutância digital force Método da ponte de corrente
a circulação de uma corrente que está crescendo com uma alternada
taxa de 1A/s através de um indutor de valor desconhecido.
O valor de um capacitor ou um indutor também pode ser de-
Adicionalmente, suponha que o circuito do voltímetro digital
terminado com uma ponte de corrente alternada (PONTE CA).
indique 2V entre os terminais do indutor. Aplicando a fórmu-
O circuito da ponte CA na Figura 15-28 é usado para medir o
la acima, podemos mostrar que esses 2V representam 2H de
valor do capacitor desconhecido Cu. Para usar a ponte, R1 e R3
indutância. Assim,
são ajustados para a menor indicação possível no voltímetro.
Haverá alguma interação entre R1 e R3; então, um e depois
o outro resistor deve ser ajustado várias vezes para obter a
Instrumentos e medidas
Em um medidor de indutância digital real, o nível de corrente leitura mínima do voltímetro. Quando ajustado adequada-
deve ser mantido bastante baixo. Assim, a queda de tensão mente, o medidor deve indicar basicamente 0 V.
ôhmica (devido à resistência do fio no indutor) é muito pe-
A finalidade de R3 é fazer com que as perdas resistivas em
quena se comparada com a fcem produzida pelo indutor.
C1 sejam iguais às perdas resistivas em Cu*. Se Cu tem um fa-
Um medidor de capacitância digital mede a capacitância in- tor de qualidade tão alto quanto C1, então R3 será aproxima-
diretamente utilizando o tempo que o capacitor gasta para damente 0 . Na verdade, R3 é necessário na ponte apenas
carregar com um valor específico de tensão sob condições quando são medidos capacitores de baixo fator de qualida-
controladas. de. Para nossa análise da PONTE PARA MEDIÇÃO DE CAPACITÂNCIA,
Combinando duas fórmulas fundamentais, I Q/t e C Q/V, vamos supor que capacitores de alta qualidade estão sendo
capítulo 15
427
Quando R1 e R3 estão ajustados para indicação mínima do
voltímetro, a ponte está balanceada. Sob condições balan-
ceadas, a razão entre R1 e XC1 é igual à razão entre R2 e XCu. R1 R2
Matematicamente, temos que:
1000 Hz V
R1C1 R2Cu
ou
Cu ( CR ( R
1
2
1
EXEMPLO 156
Lu R2
Na Figura 15-28, R2 2000 e C1 0,002F. Se a ponte
está balanceada para R1 1700 , qual é o valor da capaci-
1000 Hz V
tância Cu?
C
Dados: R2 2000
C1 0,002F R1
R1 1700 R3
Encontrar: Cu
Lu CR2R1
Conhecido:
Figura 15-29 Medinho L com uma ponte. A ponte está balan-
Solução: ceada (equilibrada) quando ajustes adicionais de R1 e R2 não
podem reduzir a tensão indicada pelo voltímetro.
Corrente alternada e instrumentos de medição
428
gerador é conhecida e Q XL/R 6,28 fL/R.) Muitas pontes
Conhecido: Lu CR2R1
de indutância tem o indicador de R3 calibrado diretamente
em valores de Q.
XL 6,28fL
EXEMPLO 157
Solução:
Suponha que a ponte na Figura 15-29 está balanceada
quando R1 2 k, R2 5 k, R3 500 k e C 0,01F.
Qual são os valores da indutância desconhecida e do fator
de qualidade?
Dados: R1 2 k
R2 5 k
R3 500 k
C 0,01F
f 1000 Hz Resposta: O valor da indutância desconhecida é 100 mH e
Encontrar: LeQ o fator de qualidade é 31,4.
Respostas
Instrumentos e medidas
1. V 7. d’Arsonval 17. Duas. associado à nova faixa
2. V 8. mola espiral 18. Medidor de d’Arsonval. antes de desconectar o
3. 1,2 M 9. 2000 19. Um dispositivo que per- circuito associado à faixa
4. O tempo necessário para 10. Corrente contínua. mite o fluxo de corrente anterior.
um capacitor carregar 11. Ambas. em apenas um sentido. 24. Baixa.
com uma tensão igual à 12. O d’Arsonval. 20. Baixo coeficiente de 25. Na medição de cor-
tensão desconhecida. 13. O d’Arsonval. temperatura e baixa rentes mais elevadas
5. Fontes de corrente 14. Não. tolerância de resistência. (da ordem de 10A ou
constante. 15. Ambas. 21. 9,9 mA. superior, dependendo
6. corrente de fundo de 16. A interação dos campos 22. a. 133,3 do medidor).
capítulo 15
escala, tensão de fundo magnéticos das bobinas b. 108 W 26. Pela capacidade de
de escala, resistência estacionárias e da bobi- 23. Uma chave comutadora corrente e pela queda
interna na móvel. que conecta o circuito de tensão.
429
27. Um transformador e tensões originais do aumenta a faixa do 65. F
usado em conjunto com circuito. ohmímetro. 66. V
um amperímetro para 41. Efeito de carga do voltí- 51. V 67. F
medir valores elevados metro. 52. F 68. A medição é realizada
de corrente alternada. 42. Medidores CA. 53. R1 e R2 e R3 e Ru. muito mais rapidamen-
28. Não. 43. Sim. 54. A tolerância dos resisto- te. Não é necessária a
29. O princípio do transfor- 44. a. Sim. res na ponte. mudança dos terminais
mador de corrente. b. Não. 55. 1000 . do medidor diversas ve-
30. Para medição de corren- c. Não. 56. Porque o medidor ele- zes durante a medição.
tes de alta frequência. 45. Um voltímetro de trodinâmico permite a 69. 15
31. térmica, elétrica 20 k/V na faixa de medição da potência ati- 70. Método digital e méto-
32. V 1000 V. va, independentemente do da ponte CA
33. F 46. Um medidor de conjun- do ângulo . 71. fcem
34. V to móvel, uma pilha, um 57. A estacionária ou bobina 72. Para que a queda de
35. F resistor de valor fixo e de corrente. tensão na resistência
36. 40 k/V um resistor variável. 58. As marcações são neces- seja muito pequena se
37. 333,133 k; 7,5 mW 47. O reostato ajusta o sárias para garantir que comparada com a fcem.
38. 5 M ohmímetro para leitura a corrente nas bobinas 73. t
39. Uma chave que abre de 0 (terminais curto- estacionárias estará no 74. A função é diminuir o Q
momentaneamente o -circuitados). sentido correto em rela- de C1 para igualar o Q de
voltímetro enquanto 48. 40 . ção à corrente na bobina Cu.
sua faixa de medição é 49. 3000 . móvel. 75. A indutância do indutor,
alterada. 50. A tensão da pilha e a 59. Potência ativa. a resistência do indutor
40. Efeito de carga é uma resistência R2 podem ser 60. 1200 W e o fator de qualidade
perturbação introduzida aumentadas. A corrente 61. 3795 W do indutor.
pelo medidor no circuito de fim de escala do con- 62. 4,8 kW 76. 0,0024 F
em que ele é inserido. junto móvel pode ser 63. 400 W 77. 9,6 mH
Tal perturbação se deve aumentada utilizando 64. A tensão pode estar 78. 15,1
à resistência interna um shunt, e a resistência abaixo do valor nominal
do medidor e provoca R2 pode ser reduzida. ou a carga pode ter um
alterações nas correntes O primeiro método baixo fator de potência.
430
Créditos das fotos
superior à direita): © Richard Fowler; p. 284: Cortesia de J.
Prefácio W. Miller Magnetics
Página x(esquerda): © Cindy Lewis; p. x(direita): © Lou
Jones
Capítulo 12
Página 313: Electric Power Research Institute; p. 315: Corte-
Capítulo 8 sia de J. W. Miller Magnetics
Página 204: © Bettmann/Corbis; p. 213: © Andy Sacks
Capítulo 13
Capítulo 9 Página 340: Elco, The Electric Launch Company
Página 232: B. Hathaway for Rod Millen Special Vehicles,
www.rodmillen.com
Capítulo 14
Página 371 (ambas): Cortesia de Reliance Electronic; p.
Capítulo 10 373 (todas): © Matt Meadows; p. 375: © Bob Daemmrich;
Página 248: ©Don Mason/Corbis; p. 251 (todas), 254: p. 380: © Matt Meadows; p. 383: North American Mallory
©Mark Steinmetz/Amanita Pictures; p. 255: High Energy Capacitor Company; p. 386 (esquerda): © Richard Fowler; p.
Corp. 386 (direita), 387: © Matt Meadows
Capítulo 11 Capítulo 15
Página 279: © Novisti/Sovfoto; p. 281: © Bettmann/Corbis; Página 407 (ambas): Simpson Electric Company; p. 408:
p. 283 (todas): © Mark Steinmetz/Amanita Pictures p. 283 Cortesia de Fluke Corporation. Reproduzido com permissão.;
(canto inferior à direita): © Matt Meadows; p. 283 (canto p. 413: Wolf H. Hilbertz
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Glossário de termos e símbolos
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
Alicate amperímetro Um amperímetro usado para medir corrente CA sem
interrupção física do circuito
Alternação Meio ciclo de um ciclo ou semiciclo
Ampère Unidade básica de corrente (coulomb por segundo) A
Ampère-espira Unidade básica de força magnetomotriz A⭈e
Ampère-espira por metro Unidade básica de intensidade de campo magnético A ⭈ e/m
Ampère-hora Unidade usada para mostrar a capacidade de armazenamento Ah
de energia de uma pilha ou bateria
Amperímetro Dispositivo usado para medir corrente
Átomo Blocos básicos de construção da matéria
Bateria Duas ou mais células idênticas a uma pilha interconectadas
juntas
Bobina Outro nome para um indutor
Campo elétrico Campo de forças invisível que existe entre cargas elétricas
Capacitância Habilidade de armazenar energia na forma de campo elétrico C
Capacitor Um componente elétrico que possui capacitância
Carga Dispositivo que converte energia elétrica em alguma outra
forma de energia
Carga Propriedade elétrica dos elétrons e prótons Q
Cavalo-vapor Unidade de potência (1cv = 736 W) cv
Célula Sistema químico que produz uma tensão CC
Célula primária Célula que não é feita para ser recarregada
Célula secundária Célula que pode ser recarregada
Choke ou Choque Outro nome para um indutor
Ciclo Aquela parte de uma forma de onda que não se repete
Circuito tanque Um circuito LC paralelo
Coeficiente de acoplamento Denota a porção de fluxo de uma bobina que enlaça uma
outra bobina
Coeficiente de temperatura Variação de uma dada grandeza por variação de grau Celsius
a partir de uma temperatura específica
Composto Material composto por dois ou mais elementos
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
G2
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
G3
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
grandezas elétricas
Multiplicador Resistor de precisão usado para estender a faixa de medição
de tensão de um medidor de conjunto móvel
G4
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
G5
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
G6
Termo Definição Símbolo ou Abreviação
G7
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Índice
O índice a seguir contempla os verbetes dos volumes 1 e 2 de Fundamentos de Eletricidade.
I2
Coeficiente de temperatura, 29–31, 255–256 induzida, 214–216 Coulomb (C), 17–18
Completamente curto-circuitado, 277–278 medição, 60–62 Coulomb, Charles Augustin, 18–19
Componentes de circuito, 65–104 motor, 371–372 Coulombs por segundo, 22–23
baterias e células, 65–68 no vácuo, 21–23 Cramer, Gabriel, 142–143
cabos, 93–96 ramo, 117–118 Cristais, 27–28
chaves, 88–93 transformador, 326–327 Curto total, 96–97
disjuntor, 101–103 unidade de medida, 22–23 Curto-circuito, 96–97
fios, 93–96 Corrente, bobinas de, 421–422 Curva de histerese, 316
fusíveis, 96–102 Corrente, fasor de, 237–238 Curvas de resposta, 359–361
lâmpadas miniaturas, 76–82 Corrente, fonte de, 169–172 Custo, 51–53
LED, 80–82 Corrente, ponta de prova de, 414 cv, 38–39
outros componentes, 102–103 Corrente, portador de, 18–19
resistores, 81–90. Veja também Resistor Corrente, transformador de, 411–412 D
Componentes SMD (Chip), 86–87 Corrente alternada (CA), 19–20, 207–249 d’ Arsonval, Jacques, 407–408
Composto, 6–7 amplitude, 211–212
Definições (glossário), G1–G7
Composto cumulativo, 396–397 capacitores, 268–274
Densidade de fluxo, 196–198
Composto diferencial, 396–397 ciclo, 209–210
Derivações não lineares, 82–83
Comutador de quatro segmentos, 201–202 forma de onda, 207–210
Descarga, 3–4, 11–12, 234–235
Condutância, 124–126 fórmulas relacionadas, 230
Descarga estática, 12–13
Condutor, 28–29 frequência, 209–210
Deslocamento de fase, 235–236
Condutor sólido, 93–94 gerador CA, 216–220
Desmagnetização, 189–191
Condutores paralelo, 184–186 hertz (Hz), 209–211
Diagrama esquemático, 44–45
Conexão delta, 221–225 indutores, 295–301
Dielétrico, 251–252
Conexão delta balanceada, 223–225 onda senoidal, 208–210, 214–218
Diferença de energia potencial, 24
Conexão estrela, 223–227 período, 209–210
Diferença de potencial, 24
Conexão estrela balanceada, 224–226 potência. Veja potência em circuitos CA
Diodo emissor de luz (LED), 80–82
Conexão internet regra da mão direita, 215–217
Diodo retificador de silício, 227–228
ABNT, 36–37, 96–97 terminologia, 207–208
Díodo zener, 132–133
IBEW, 7–8 valor eficaz, 212–213
Disjuntores magnéticos, 101–103
informações sobre carreiras, 186–187 valor rms, 212–214
Disjuntores térmicos, 101–102
radioamadorismo, 241 vantagens, 219–220
Dispositivos de efeito Hall, 203–204
Configuração Reed-Prince, 460 Corrente alternada senoidal, 208–209
Dispositivos de montagem em superfície
Conjugado (torque), 200–201, 372–375 Corrente alternada trifásica, 220–229
(SMD), 86–87
Conjugado de partida, 373–375 conexão delta, 221–225
Divisor de tensão, 131–133
Conjugado máximo, 373–375 conexão estrela, 223–227
Divisor de tensão resistivo, 133–135, 134
Conjugado nominal, 373–375 potência, 247–248
Divisor de tensão série, 131–132
Conjugado rotacional, 379–381 sistema estrela de quatro fios, 226–228
Divisor e regulador com zener, 133–134
Constante de tempo vantagens, 227–229
Divisores e reguladores de tensão, 131–134
capacitância, 264–265 Corrente contínua (CC), 19–20
DMM, 56–58, 405–407
indutância, 302–305 capacitores, 264–268
Dois níveis de subscrito, 105–106
Constante dielétrica, 256–257 indutores, 293–295
DPM, 54–56
Constantes de tempo do capacitor, 264–265 motor CC, 200–202, 395–400
Contato de base da lâmpada, 77–78 Corrente contínua flutuante, 208–209
Controle de velocidade de motor, 114–115 Corrente contínua pulsante, 208–209 E
Conversão de energia, 3–5 Corrente de curto-circuito, 176 Edison, Thomas, 44–45
Conversões de circuito equivalente, 281 Corrente de dispersão, 259–260 Efeito de carga, 416–419
Conversões entre unidades, 37–38 Corrente de excitação, 318–319 Efeito de carga do amperímetro, 416–418
Corrente, 18–19 Corrente de operação (nominal), 371–372 Efeito de carga do voltímetro, 417–418
circuito série, 106–107 Corrente de partida, 371–372 Efeito de carga significativo, 416–417
circuitos paralelo, 117–119 Corrente de rotor bloqueado, 371–372 Efeito Hall, 203–204
curto-circuito, 170–171 Corrente elétrica, 18–19. Veja também Efeito pelicular, 299–300
de fuga, 259–260 Corrente Efeito piezelétrico, 27–28
de operação, 371–372 Corrente induzida, 214 Efeito Seebeck, 27–28
de partida, 371–372 Corrente máxima de fundo de escala, 407–408 Eficiência (rendimento), 4–6, 32–34, 277–278
Índice
I3
Eletroímã, 198–199 fcem, 284–286 Fotovoltaica, 27–28
Eletrólito, 20–21, 259–260 fem, 24, 285–286. Veja também Tensão Frequência, 209–210
Eletromagnetismo, 184–187. Veja também Ferramentas. Veja Ferramentas comuns Frequencímetro de lâminas vibrantes,
Magnetismo e eletromagnetismo Filamento de tungstênio, 76–77 424–425
Elétron, 6–7 Filtro oscilante, 292–293 Funções trigonométricas, 241–246
livre, 9–10 Filtro suavizador, 292–293 Fusistor, 88–90
órbita, 7–8 Filtros, 363–365 Fusíveis, 96–102
valência, 9–10 Filtros chokes, 292–293 Fusíveis de ação média, 99–101
Elevadores, 123–124 Filtros passa faixa, 364–365 Fusíveis resetáveis, 100–102
Em fase, 233–234 Filtros passa-alta, 364–365 Fusível de ação lenta, 99–101
Emissão termiônica, 21–22 Filtros passa-baixa, 363–365 Fusível de ação rápida, 99–100
Energia Fio de cobre, 95–96 Fusível de painel, 97–100
cinética, 24 Fio esmaltado, 95–96 Fusível de tempo de atuação lento, 99–100
potencial, 24 Fio flexível, 93–94 Fusível de tempo de atuação médio, 99–100
potência, e, 31–32 Fio Litz, 95–96, 299–300 Fusível de vidro, 97–100
definição, 1–2 Fios, 93–96 Fusível do instrumento, 99–100
unidade de medida, 2–3 Fios de conexão, 95–96 Fusível miniatura, 97–100
Enrolamento, 218–219 Fios elétricos, 95–96 Fusível miniatura SMD, 97–100
Enrolamento compacto, 186–187 Fluxo, 180–181, 195–196 Fusível rabo de porco, 97–100
Enrolamento de campo, 395–396 Fluxo de dispersão, 277–278
Enrolamento de estator distribuído, 391–392 Fluxo magnético, 180–181, 195–196 G
Enrolamento de fase, 221–222 Fluxo variável, 194–195
Galvanômetro, 420–421
Enrolamento de partida, 379–381 fmm, 188–189, 195–196
Galvanoplastia, 20–22
Enrolamento do primário, 310–311 Fonte de corrente constante, 169–170
Gauss, Karl Friedrich, 196–197
Enrolamento principal, 379–381 Fonte de tensão, 162–165
Gerador elétrico, 27–28, 193–194
Enrolamento secundário, 310–311 Fonte de tensão constante, 115–116, 162
Gerador trifásico, 220–222
Enrolamentos com tap deslocado do centro, Fonte de tensão ideal, 115–116, 162
Giga, 37–38
328–329 Fontes de potência, 65–66
Glossário de termo e símbolos, G1–G7
Enrolamentos paralelo, 327–329 Força contra-eletromotriz (fcem), 284–286
Golpe indutivo, 294–295
Enrolamentos secundário com tap Força do vento, 220–221
Goreau, Thomas, 418–419
(derivação), 328–329 Força eletromotriz (fem), 24, 285–286. Veja
Grandezas elétricas, 47
Enrolamentos série, 328–329 também Tensão
calculando potência, 49–52
Equações simultâneas, 137–143 Força magnetizante, 195–196
custo da energia, 51–53
adicionando equações, 137–139 Força magnetizante do primário, 319–321
lei de Ohm, 47–50
Força magnetomotriz (fmm), 188–189,
definição, 137–138 medindo, 54–62
195–196
método da eliminação de variáveis, 137–141 medindo corrente, 60–62
Forma de onda, 207–210
método do determinante, 140–143 medindo resistência, 58–59
Forma de onda amortecida, 357
regra de Cramer, 142–143 medindo tensão, 58–61
Forma de onda dente de serra, 208–210
Espiras por volt, 312–313 Graus, 216–218
Forma de onda elétrica, 207–210
Estator de polo de saliente, 391–392 Graus elétricos, 216–218
Forma de onda trifásica CA, 221–222
Expoente, 34, 35 Graus mecânicos, 216–218
Forma magnetizante do secundário, 319–321
Expoente negativo, 35
Fórmula de divisor de tensão, 113–114
Extremidade referência, 221–222
Fórmula recíproca, 119–120 H
Fórmulas relacionadas Hall, Edwin H. 203–204
F associações de cargas, 135–135 Hidrômetro, 71–72
Farad, 253–254 capacitância, 281 Hilbertz, Wolf, 418–419
Faraday, Michael, 254–255 circuitos RLC, 365 Hipotenusa, 240
Faróis HID, 216–217 conceitos básico, 15 História da eletrônica
Fasor de tensão, 237–238 corrente e tensão alternadas, 230 Ampère, André Marie, 21–22
Fasores, 237–239, 338–341 grandezas elétricas e unidades, 39 Bohr, Niels, 11–12
Fator de dissipação, 272–273 indutância, 306–306 Coulomb, Charles Augustin, 18–19
Fator de potência (FP), 245–247, 272–273 leis básicas de circuitos, 62 Edison, Thomas, 44–45
Eletricidade
I4
Kirchhoff, Gustav R., 117–118 tipos de indutores, 288–293 Lâmpadas neon, 78–81
Lenz, Heinrich, 285–286 unidades de medição, 286–287 Lâmpadas pisca-pisca, 77–78
Maxwell, James Clerk, 198–199 Indutâncias em série, 302–303 Lanterna, 44–45
Ohm, Georg, 48–49 Indutor, 283–284. Veja também Indutância Largura de banda, 359–360
Seebeck, Thomas, 35 Indutor de núcleo de ferrite e pó de ferro, LED, 80–82
Sturgeon, William, 194–195 288–289 Lei de Kirchhoff das correntes, 118–119
Tesla, Nikola, 197–198 Indutor variável, 288–289 Lei de Kirchhoff das tensões, 107–108
Volta, Alessandro, 30–31 Indutores de alta frequência em miniatura, Lei de Lenz, 285–286
Watt, James, 37–38 290–291 Lei de Ohm, 47–50
Weber, Wilhelm Edward, 195–196 Indutores de montagem em superfície, Lenz, Heinrich, 285–286
Wheatstone, Charles, 146–147 290–291 Ligação covalente, 28–29
Hz, 209–211 Instituto de pesquisa em sistemas elétricos, Linhas de transmissão, 380–381
320–321 Lumens, 77–78
I Instrumentos e medidas, 405–430
Ímã, 179–180 amperímetro analógico, 409–414 M
Ímã de alnico, 187–188 capacitância, 426–429 Magnetismo, 179–180
Ímã natural, 179–180 efeito de carga, 416–419 Magnetismo e eletromagnetismo, 179–206
Ímãs permanentes, 187–189 indutância, 426–429 blindagem magnética, 191–192
Ímãs temporários, 187–189 medição de impedância, 425–426 bobinas, 185–187
Impedância, 299–300 medidor de frequência, 424–425 campo magnético, 179–180
Impedância refletida, 324–325 medidores de conjunto móvel, 407–410 condutores paralelos, 184–186
Indutância, 283–307 multímetro digital (DMM), 405–407 densidade de fluxo, 196–198
armazenamento e conversão de energia, ohmímetro analógico, 418–420 desmagnetização, 189–191
285–286 ponte de Wheatstone, 420–422 dispositivos de efeito Hall, 203–204
características, 283–286 potência trifásica, 423–424 eletroímã, 198–199
choke de RF, 292–293 teste de isolamento, 420–421 eletromagnetismo, 184–187
circuitos CA (indutor ideal), 295–299 voltímetro analógico, 414–417 fluxo, 180–181, 195–196
circuitos CA (indutor real), 298–301 wattímetro, 421–425 força magnetomotriz (fmm), 188–189,
circuitos CC, 293–295 Intensidade de campo, 195–196 195–196
constante de tempo, 302–305 Intensidade de campo magnético, 195–197 fórmulas relacionadas, 205
definição, 283–284 Interruptores de contato momentâneo, 90–91 ímãs temporários/permanentes, 187–189
especificações de indutores, 293–294 Íon, 9–11 intensidade de campo magnético, 195–197
fator de qualidade, 293–294 Íon negativo, 9–11 magnetismo residual, 190–191
fatores que determinam, 286–288 Íon positivo, 9–11 magnetismo/ímã, 184
fcem, 284–286 Ionizado, 19–20 magnetização de materiais magnéticos,
filtro choke, 292–293 Isolantes, 28–29 187–189
fórmulas relacionadas, 306–306 materiais magnéticos, 186–189
indutor blindado, 291–292 J motores CC, 200–202
indutor de núcleo de ar, 288–289 J, 2–3 permeabilidade, 197–198
indutor de núcleo de ferro, 288–289 Joule (J), 2–3 permeabilidade relativa, 197–199
indutor de núcleo de ferro laminado, Joule, James Prescott, 7–8 polos, 180–183
291–293 Joule por coulomb, 26–27 regra da mão direita, 184
indutor de núcleo toroidal, 290–291 Joule por segundo, 32–33 relé, 201–203
indutor moldado, 290–292 relutância, 190–192
indutor SMD, 290–291 saturação, 189–190
indutores paralelo, 300–302
K solenoide, 201–202
indutores série, 302–303 Kilo, 37–38 tensão induzida, 193–195
lei de Lenz, 285–286 Kilowatt-hora (kWh), 32–33, 38–39 unidades, 194–196, 205
material do núcleo, 288–289 Kirchhoff, Gustav R., 117–118 Magnetismo residual, 190–191
medição, 426–429 kWh, 32–33, 38–39 Magnetização de materiais magnéticos,
mútua, 284–285, 304–305, 309-310 187–189
parasita, 304–306 L Matéria, 6–7
perdas de potência, 299–301 Lâmina bimetálica, 77–79 Materiais ferro magnéticos, 186–187
própria, 284–285 Lâmina E, 291–292, 321–322 Materiais isolantes, 95–96
Índice
I5
Máxima transferência de potência, 115–117 Motores CC, 200–202, 395–400, 403 NF, 90–91
Maxwell, James Clerk, 198–199 Motores de indução, 377–378, 402. Veja Nó, 152–153
Medição de grandezas elétricas, 54–62 também Motores elétricos Normalmente aberto (NA), 90–91
Medição de impedância, 425–426 Motores de indução em gaiola de esquilo, Normalmente fechado (NF), 90–91
Medidas. Veja Instrumentos e medidas 377–394 Nós essenciais, 152–153
Medidor analógico de painel, 54–55 Motores de múltiplas velocidades, 367–368 Nós menores, 152–153
Medidor com escala de zero central, Motores de potência fracionária, 368–369 Núcleo, 6–7
420–421 Motores de regime intermitente, 373–375 Núcleos de transformador, 321–324
Medidor de d’Arsonval, 407–408 Motores de torque, 368–369 Número de carcaça, 375–376
Medidor de ferro móvel, 407–408 Motores de velocidade variável, 367–369 Nuvens de tempestade, 234–235
Medidor de frequência, 424–425 Motores elétricos, 367–404
Medidor de frequência digital, 424–425 características nominais, 368–375 O
Medidor de painel, 54–56 carcaça de motores, 375–377 Ohm, 29–30
Medidor de painel digital (DPM), 54–56 classificação de motores, 367–369 Ohm, Georg, 29–30, 47–49
Medidor eletrodinâmico, 408–409 conjugado, 373–375 Ohmímetro, 54–55, 277–278, 418–420
Medidor eletrodinâmico de conjunto móvel, corrente nominal, 371–372 Ohmímetro analógico, 418–420
408–410 de duas tensões, 393–394 Ohms por volt nominal, 415
Medidor termoelétrico, 412–413 de duas velocidades, 393–394 Onda quadrada, 208–210
Medidores analógicos, 407–408 eficiência, 373–375 Onda senoidal, 208–210, 214–218
Medidores de conjunto móvel, 407–410 fator de serviço, 372–374 Oscilador de relaxação, 278–280
Mega, 37–38 fórmulas e tabelas relacionadas, 402–403 Osciloscópio, 414
Meggers, 48–49 motor CC composto, 396–397, 403 Otis, 123–124
Método amperímetro-voltímetro, 425–426 motor CC sem escovas, 396–400
Método da resistência equivalente, 425–426 motor CC série, 395–397, 403
Método de análise de malhas, 143–153 P
motor CC shunt, 395–396, 403
circuitos de múltiplas fontes, 147–153 Papel abrasivo, 13–14
motor de capacitor de partida, 388–390, 402 2
circuitos de única fonte, 143–148 Perdas I R, 317–318
motor de capacitor permanente, 389–391,
comparação com outras técnicas, 173– Perdas na resistência, 272–273
402
175 Perdas no cobre, 317–318
motor de dois capacitores, 390–392, 402
Método de análise nodal, 152–159, 173–175 Perdas no dielétrico, 272–273
motor de fase dividida, 303–304, 379–389
Método de eliminação de variável, 137–141 Perdas por corrente parasita, 316–318
motor de partida a relutância, 393–394, 402
Método do determinante, 140–143 Perdas por histerese, 315–316
motor de polos sombreados, 391–393,
Método dos dois wattímetros, 423–424 Período, 209–210
402
Metro, 2–3, 54–55 Permeabilidade, 197–198, 292–293
motor monofásico, 379–381
μF, 254–255 Permeabilidade relativa, 197–199
motor síncrono, 394–395
Micro, 37–38 PF, 245–247, 272–273
motor trifásico, 399–401
Microfarad (μF), 254–255 pF, 254–255
motor universal, 396–397
Milli, 37–38 Pico, 37–38
motores de indução em gaiola, 377–394
Molécula, 6–7 Pico farad (pF), 254–255
placa de identificação, 369–370
Motor aberto com proteção contra pingos de Pilha de zinco-carbono, 72–75
potência, 371–372
água, 376–377 Placa, 251–252
temperatura, 371–374
Motor com invólucro a prova de explosão, Placa de identificação de motores, 369–370
tensão nominal, 368–371
376–377 Placa negativa, 20–21
velocidade, 372–374
Motor de fracionária, 368–369 Placa positiva, 20–21
visão geral, 402–403
Motor de potência integral, 368–369 Polaridade, 7–8, 107–109
Motores protegidos, 376–377 Polaridade direta, 26–27
Motor de potência subfracionária, 368–369
Motores síncronos, 367–395 Polaridade reversa, 26–27
Motor monofásico de dois capacitores,
Multímetro, 159–162 Polarização, 67–68
390–392, 402
Multímetro analógico, 55–57 Polarização reversa, 132–133
Motor redutor, 367–368
Multímetro digital (DMM), 56–58, 405–407 Polarizado, 26–27
Motor série CC, 395–397, 403
Motor totalmente fechado com ventilação Polo norte, 180–181
externa, 376–377 N Polo sul, 180–181
Motor totalmente fechado sem ventilação NA, 90–91 Polos, 180–183, 379–381
Eletricidade
I6
Pontas de prova do osciloscópio, 414 capacitores série, 274–275 Resistor térmico, 88–90
Pontas de prova passivas, 414 efeito de carga, 416–417 Resistor variável, 114–115
Ponte de indutância, 427–428 indutiva, 235–236, 295–298 Resistores ajustáveis, 83–84
Ponte de Wheatstone, 420–422 indutores paralelo, 300–301 Resistores com derivação, 83–84
Ponte para medição de capacitância, indutores série, 302–303 Resistores de filme, 86–87
427–428 Reatância indutiva paralelo, 300–301 Resistores de filme metálico, 86–87
Ponto de referência, 223–225 Reatância indutiva total, 300–301 Resistores de fios não indutivos, 304–305
Potência Reatância interna, 416–417 Resistores de montagem em superfície, 86–87
aparente, 243–245 Reatância total, 275–276 Resistores de potência, 85
associação de cargas, 105–106 Reatâncias em série, 302–303 Resistores SMD, 86–87
ativa, 243 Reator, 283–284. Veja também Indutância Ressonância, 354–363
CA, 207–208 Reator nuclear, 111–112 circuito ressonante paralelo, 355–358
cálculo, 49–52 Recifes de coral, 418–419 circuito série ressoante, 357–360
capacitância, 272–273 Rede resistiva, 88–90 curvas de resposta, 359–361
circuito CA. Veja Potência em circuitos CA Redes. Veja técnicas de análise de circuitos fator de qualidade, 360–363
definição, 31–32 Regime de serviço, 373–375 frequência de ressonância, 354–356
energia e, 31–32 Regra da mão de direita, 184, 215–217 largura de banda, 359–360
indutor ideal, 297–299 Regra de Cramer, 142–143 seletividade, 359–361
indutor real, 299–301 Regulação de tensão percentual, 132–133 Restaurador dinâmico de tensão (DVR), 80–81
máxima transferência de potência, 115– Relação de espiras, 312–313 Retificação, 227–228
116 Relação de impedância, 325–326 Rotor em gaiola de esquilo, 377–379
motor, 371–372 Relação de tensão, 312–313
transformador, 315–318, 326–327 Relé, 201–203
Relé magnético, 201–203
S
unidade de medição, 32–33
Secundário, 309–310
Potência 11–12, 34–37 Relutância, 190–192
Reostato, 82–83, 114–115 Seebeck, Thomas, 35
Potência em circuitos CA, 233–249
Repulsão de polos iguais, 180–182 Segurança
circuito CA resistivo, 233–235
Resistência, 28–29 bateria, 67–68, 71–72
circuitos defasados, 234–243
a quente, 78–79 lâmpada, 81–82
circuitos trifásicos, 247–248
circuitos paralelo, 118–123 Segurança de bateria, 67–68, 71–72
fasores, 237–239
circuitos série, 106–108 Seletividade, 359–361
fator de potência (FP), 245–247
de entrada, 415 Semiciclo negativo, 209–210
fórmulas relacionadas, 248
indutor, 293–294, 299–300 Semiciclo positivo, 209–210
funções trigonométricas, 241–246
indutor real, 299–300 Semicondutor, 28–30
potência aparente, 243–245
interna, 66–68, 407–408 Seno, 241
potência ativa, 243
medição, 58–59 Sensibilidade, 415–417
triângulo retângulo, 238–243
medidores de conjunto móvel, 407–408 Sensor de efeito Hall, 203–204
Potência trifásica, 423–424
ôhmica, 293–294 Série aditiva, 149–150, 328–329
Potenciômetro, 82–83
série equivalente, 272–273 Série subtrativa, 328–329
Potenciômetros múltiplos, 82–83
símbolo, 28–29 Shunt, 410–412
Potenciômetros plásticos condutivos, 86–87
voltímetro, 415 Shunt externo, 410–412
Precipitador de poeira, 13–14
Resistência efetivas, 299–300 Símbolo de terra comum, 45–46
Precipitadores eletrostáticos, 13–14
Resistividade, 30–31 Símbolos
Prefixos, 36–37
Resistor, 31–32, 81–90 glossário, G1–G7
Primário, 309–310
classificação, 81–83 símbolos e diagramas de circuitos, 44–47
Princípio de motores, 200–201
código de cores, 86–89 Símbolos de transformadores, 309–311
Princípio do gerador, 193–194
especiais, 88–90 Sistema de numeração de base 11–12, 34
Próton, 6–7
indutância, 304–305 Sistema estrela a quatro fios, 226–228
redes resistivas, 88–90 Sistema trifásico em delta, 221–225
Q símbolo, 44–45, 81–82 Sistema trifásico em estrela, 223–227
Q, 7–10, 17–18 tipos, 85–87 SMD, 86–87
Queda de tensão, 107–109 tolerância, 85 Solenoide, 201–202
Resistor de carbono, 85 Square mil, 94–95
R Resistor de filme de carbono, 86–87 Sturgeon, William, 194–195
Índice
I7
T Tesla, Nikola, 197–198 U
Teste de isolação, 420–421
T, 196–197 Unidades
Thevenizado, 165–166
Tangente, 241 capacitância, 253–254
Tolerância de frequência, 372–374
Tap central, 326–327 carga, 17–19
Tolerância do resistor, 85
Tarugo, 288–289 conversões, 37–38
Trabalho, 1–3
Técnicas de análise de circuito corrente, 22–23
Transformador, 309–335
comparação das técnicas de análise de cv, 38–39
características nominais, 325–328
circuitos, 173–176 densidade de fluxo, 196–197
casamento de impedância, 324–326
equações simultâneas, 137–143. Veja energia, 2–3
coeficiente de acoplamento, 310–312
também Equações simultâneas fluxo magnético, 195–196
com carga/a vazio, 317–321
fonte de corrente, 169–172 fmm, 195–196
corrente, 411–412
fonte de tensão, 162–165 indutância, 286–287
corrente nominal, 326–327
fórmulas relacionadas, 176 intensidade de campo magnético, 195–
eficiência (rendimento), 315–318
método de análise de malhas, 143–153. 196
elevador/abaixador, 312–313
Veja também Método de análise de malha kWh, 38–39
enrolamento com tap deslocado do centro,
método de análise nodal, 152–159, 173– magnetismo, 194–197, 205
328–329
175 potência, 32–33
enrolamentos paralelo, 327–329
teorema da superposição, 158–175 resistência, 29–30
enrolamentos série, 328–329
teorema de Norton, 172–176 tensão, 26–27
fórmulas relacionadas, 334
teorema Thevenin, 164–170, 173–175 trabalho, 2–3
fundamentos, 309–316
Tempo de atuação, 97–98 Unidades básicas, 2–3
magnetismo, 194–195
Tensão, 24–27 Unidades e submúltiplos de unidades,
núcleos, 321–324
CA, 207–208 36–38
perdas de potência, 315–318
capacitância, 252–254
potência aparente nominal, 326–327
capacitor (circuito CC), 266–268
potência nominal, 326–327 V
circuitos paralelo, 117–118 Valor de pico, 211–212
símbolos, 309–311
circuitos série, 107–111 Valor de pico a pico, 211–212
tensão 312–314, 326–327
definição, 24 Valor eficaz, 212–213
tipos, 321–324
dente de serra, 281 Valor médio, 211–212
trifásico, 330–334
fase, 221–222 Valor rms, 212–214
Transformador abaixador, 312–313
fontes de, 27–28 Varistor, 88–90
Transformador carregado, 317–321
gerador CA, 218–219 Veículos elétricos, 330–331
Transformador conectado em delta, 330–334
Hall, 203–204 Velocidade nominal, 372–374
Transformador conectado em estrela,
indutor, 293–294 Vida útil, 77–78
330–334
induzida, 193–195, 214 Volt, 26–27
Transformador de núcleo toroidal, 321–322
medição, 58–61 Volta, Alessandro, 30–31
Transformador elevador, 312–313
motor, 368–372 Voltampère, 244–245
Transformador sem carga (a vazio), 318–321
transformador, 312–314, 326–327 Voltímetro, 54–55, 414–417
Transformadores de áudio, 321–324
unidades de medição, 26–27 Voltímetro analógico, 414–417
Transformadores de controle, 321–324
Tensão corrente alternada, 207–208 Volt-ohm-miliamperímetro (VOM), 55–56
Transformadores de isolação, 321–324
Tensão de efeito Hall, 203–204 VOM, 55–56
Transformadores de núcleo de ar, 321–324
Tensão de trabalho CC, 253–254
Transformadores de núcleo de ferro, 321–322
Tensão dente de serra, 278–279
Tensão nos terminais da fonte com carga, 162
Transformadores de núcleo de ferro laminado, W
321–322 W, 32–33
Tensão nos terminais da fonte com circuito
Transformadores de potência, 321–324 Watt (W), 32–33
aberto, 162
Transformadores de radiofrequência, 321–324 Watt, James, 32–33, 37–38
Tensões baixas observadas, 417–418
Transformadores de tensão constante, Wattímetro, 54–55, 334, 421–425
Teorema da superposição, 158–159, 173–175
321–324 Watt-segundo, 32–33
Teorema de Norton, 172–176
Transformadores variáveis, 323–324 Wb, 195–196
Teorema de Pitágoras, 338–339
TRC, 22–23 Weber, (Wb), 195–196
Teorema de Thevenin, 164–170, 173–175
Triângulo retângulo, 238–243, 338–339 Weber, Wilhelm Edward, 195–196
Terminologia (glossário), G1–G7
Tubarão martelo, 352–353 Wheatstone, Charles, 146–147
Termistor, 88–90
Eletricidade
Tubarões, 352–353
Termopar, 27–28
Tubo de raios catódicos, 22–23
Tesla (T), 196–197
I8