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GARCIA DE ORTA

SERIE DE

VOL. 3 •
N." 2 •
1974

REVISTA DA

]UNTA DE INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS DO ULTRAMAR

LISBOA

Sala . .

EsI. _

Tab. _

N.O
CDU 59 (469-5) (05)

JUNTA DE INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS DO ULTRAMAR

GARCIA DE ORTA

SÉRIE DE ZOOLOGIA

Vol. 3 •
N.o 2 •
1974

CORPO EDITORIAL

A. J. F. CASTEL-BRANCO

E. MARQUES
J. F. L. DO ROSARIO NUNES

Preço de cada número 25$00

Os pedidos de assinatura, ou de número avulso, devem ser dirigidos ao Serviço de Publicações da

JUNTA DE INVESTIGAÇOES CIENTIFICAS DO ULTRAMAR, Avenida da Ilha da Madeira


'

(Restelo), Lisboa-3

Sala .
.

Tip. SILVAS. LDA.


EsI. _

Tab ..
.

JLo �
Estudos de parasitologia em
Moçambique (1971)
J. A. CRUZ E SILVA
Investigador do Centro de Zoologia da Junta de Investigações .Cíentífícas do Ultramar

(Recebido em 20-XI-1973)

TrabaJIhos realizados durante


uma rmssao de parasítología em Moçambi­

que em Ocupando-se essencialmente da profilaxia de algumas


1971 são referidos.
das helmíntoses dos animais domésticos com maior expressão económica
de Moçambique, são propostas medidas que devem eer tomadas no seio das explo­

rações pecuârias onde existem.

Research works carried out during a parasitology mission in Mozambique,


in 1971 are reported Dealing particularly with the prophylaxis of some of the
helminthiasis of the domestic animals with greater economic sígnírícance in

Mozambique, measures that should be adopted within the infected cattle areas are

proposed.

l-INTRODUÇÃO Continuação dos trabalhos sobre diagnós­


tico da fasciolose pela técnica de in­
Com a finalidade de darmos cumprimento ao tradermorreacção.
de trabalhos Palestras e conferências de dívulgação pa­
plano proposto pelo Ex.mo Sr. Direc­
tor do Centro de Zoologia e Chefe da Missão de rasitol6gica.
Estudos Zoológicos do Ultramar relativo à mis­
Mais tarde foi solicitada também a nossa
são a realizar em Moçambique em colaboração
colaboração na realização do estudo epizooto­
com a Direcção Provincial dos Serviços de Vete­
lógico da fasciolose bovina na propriedade de
rinária e o Instituto de
Investigação Veterinária
Mazeminhama (região de Machalele, concelho de
daquela província, aprovado por despacho de
N amaacha), em que esta doença é enzoótica e
S. Ex. a
O Subsecretário de Estado da Adminis­
atinge uma percentagem de morbilidade supe­
tração Ultramarina de 30 de Abril próximo pas­ rior 90 %, fim de da
a a se aquilatar possibili­
sado, deslocámo-nos a Moçambique durante o dade da sua erradicação.
período de 2 de Agosto a 2 de Setembro de
Foi considerado como período de tempo mí­
1971.
nimo para efectivação destes trabalhos uma
O referido programa incluía os seguintes tra­
deslocação a Moçambique por trinta dias.
balhos, a efectuar durante a permanência em
Assim 'partimos de Lisboa, 'por via aérea, no
Moçambique: dia 2 de Agosto de 1971, às 23 horas, tendo che­
gado a Lourenço Marques às 15 horas e 30 mi­
Realização de inquéritos helmintológicos nutos do dia 3.
na Estação Zootécnica da Chobela.
O regresso verificou-se no dia 2 de Setembro,
Observação dos animais da Ang6nia. às 10 horas, com chegada a Lisboa às 23 horas
Ensaios de medicamentos anti-helmínticos. e 35 minutos do mesmo dia.

Garcia de Orla, sër. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14 1


CRUZ E SILVA, J. A.-EstUdos de parasitolagia em Moçambique (1971)

Cumpre-nos referir que a execução deste ritórios de Portugal (nomeadamente na metrópole


plano de trabalhos foi possível graças à cola­ e em Cabo Verde, 'Onde conhecemos 'a sua exten­
boração do Instítuto de Investígação Veteriná­ são), julgamos que, em certas áreas 'Onde a
ria de Moçambique e da Dírecção Provincial dos doença é enzoótica, poderão ser tornadas medi­
Serviços de Veterinária com 'O Centro de Z'O'Ol'O­ das tendentes a erradicar doença 'OU, pelo me­
a

gia. Efectivamente, aquelas entidades, reconhe­ n'Os, a diminuir a percentagem de animais atin­
cendo 'O interesse dos trabalhos de helmíntología gidos,
propostos para a província, informaram 'O Ex.mo Segundo Regina M. Ramos Alves (1970) (1),
Secretário Provincial de Terr81S e Povoamentos no total de 395 563 bovinos abatidos n'Os mata­
de que, de acordo com a exposição do director douros Moçambique durante o período de
de
dû Centro de Zoologia, as despesas com a n'Ossa 1964-1968, 14741
fígados foram rejeitados por
deslocação poderiam 'ser suportadas pelos três fasciolose, 'O que représenta urna percentagem
'Organismos lnteressados, 'O que mereceu a con­ de 3,75,% no referido período.
cordância do Ex.mo Secretârío Provincial, por Não entrando em linha de conta com os pre­
despacho de 15 de Fevereiro de 1971. juízos ca usados pela fasciolose representados
pelo atraso de desenvolvimento d'Os animais, visto
2 DO PLANO DE TRABALHOS serem dífíceís de interpretar, sem se dispor de
-

EXEOUÇÃO
animais testemunhos, e atribuindo a cada fîgado
Para realização dos estudos planíficados pu­
rejeitado urn valor de 80$ a 100$ (2), concluí-se
demos contar com 'O espírito de boa colabora­
que as perdas representadas apenas pelas rejei­
ção do Dr. Armando Castelo Branco Gonçalves ções daquele órgão no período de 1964-1968 fo­
(chefe da Divisão de Parasitologia dû Instítuto ram superiores a 1 000 000$.
de Investígação Veterinária), da Dr.a Regina lÉ evidente que este prejuízo é relativamente
Maria Ramos Alves (segunda-assistente esta­
pouco ímportante no contexto económico de Mo­
giária do I. I. V. M.), do Dr. J'Oã'O Alves de Sá
çambique. Sendo, porém, a fascíolose um pro­
Branco dû Amaral e Paiva (director da Esta­ cesso parasítârío de distribuição limitada na
ção Zootêcníca da Chobela) dû Dr. Leonel da
,
província, portanto nitidamente regional, 'O pre­
Rosa Cardígos (director do Posto Z'O'Otécnic'O da juízo total t'Orna-se significative para as explo­
Angónia) e do Dr. Fernando Pinho Morgado rações pecuárias em que a doença evoluí de forma
(chefe da Repartição de Zooteenia da Direcção enzoótica, representando um prejuízo de 80$ a
d'Os Serviços de Veterinária).
100$ por cada bovino parasitado enviado para os
matadouros, além, evidentemente, das perdas
2.1 -

Estudo epizootológico da fasciolose dos causadas pelo menor desenvolvimento dos ani­
bovinos na propriedade da Sociedade mais.
Pecuária de Mazeminhama possibili­ F'Oi face
e em ao exposto e ao facto de termos
dade da sua erradicação observado que as infestações por Fasciola: gigan­
twa dos bovinos em Moçambique são em regra
A fasciolose d'Os bovinos é uma helmintose
moderadas que desde há anos temos vindo a
limitada a determinadas regiões de Moçambí­
encorajar os criadores das áreas em que a fas­
que, tais como os concelhos da Namaacha e da
cíolose existe no sentido de tomarem medidas
Angónia, nas quais atinge, porém, em algumas tendentes minorarem causados
índices de
a os prejuízos
explorações, morbilidade superiores
pela fascíolose 'Ou mesmo a erradicar totalmente
a 90 '% da totalidade d'Os animais.
a doença.
A fasciolose é causada por urn helminta de
Os 'Ovos do parasita atingem o intestino dos
localização hepática (Fasciola gigantioa, em M'O­ através das vias biliares, sendo eli­
hospedeiros
çambíque), que, em consequência das acções minados fezes. N'O meio
com as exterior, após
expoliativa, traumática, tóxica, perturbadora dos a eclosão, os míracídeos para continuarem a sua
metabolismos, etc., é responsável por atrasos de
evolução terão de encontrar 'o hospedeiro in-
desenvolvimento dos animais em que evoluí, cau­

sando ainda importante prejuízo pelo facto de


dos bovinos ínïestados (1) Alves, R. M. R. SubsídiVo para o Oonhecimento
fígados geral­
-

os serem _

00 Fascio'Ws6 Hepátm dos Bov$nos em Moçambique.


mente reprovados na totalidade devido às lesões
Relatório de estágio, Faculdade de Veterinária, Univer­
de esclerose que evidenciam. sidade de 1970.
Lourenço Marques,
Embora a fasciolose não tenha em Moçam­ (2) Valor calculado eau relação aos preços pratica­
bique a gravidade que se verifica noutros ter- dos em Moçambique.

2 Garcia de Orta, Sér. Zoal., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14


CRUZ E SILVA, J. A. -

Es,tudos de para;8itorogiia em M oçwmbique {1971}

termediário (um molusco aquático do género Percorrida toda a propriedade para estudo

Lymnaea) no período máximo de vinte e quatro das condições de infestação dos animais, loca­
horas, pois de outro modo sucumbem. lização dos críadouros de moluscos, possibilí­
dade de vedação das margens dos rios "

das
Nohospedeiro intermediário a evolução das e

espécies do género Fasciola corresponde a um represas e construção de bebedouros, concluí­


mos que o corntrôle da doença será possível em
processo de multíplícação assexuada. Após pas­
sagem por vários estados evolutivos formam-se
certos cercados, enquanto noutros se torna mais
finalmente as cercárias em número muito ele­ difícil nas condições actuais, principalmente pelo
vado (cada míracídeo pode dar origem a cerca facto de existirem na propriedade ruminantes

de 1000 selvagens reservatórios da doença (3) e ser one­


cercárias, no caso da espécie Fasciola
hepatica) o que significa que a partir de um só rosa a vedação das margens do rio Mazemi­
ovo de Fasciola spp. podem formar-se centenas nhama em certos locais.

de elementos infestantes), as quais abandonam Deste estudo foi elaborado, em colaboração


molusco para com os referidos colegas, pormenorizado esquema
o se enquistarem sobre as plantas
sob forma de metacercárias infes­ das medidas a pôr em prática para combate à
aquáticas, a

tantes. lÊ pela ingestão. destas formas, geral­ fasciolose, o qual é apresentado em anexo ao

mente com os vegetais em que se encontram presente relatório.


enquistadas, que os bovinos adquirem a para­
sitose.
2.2 -

Inquérito helmintológico na Estação Zoo­


Como é óbvio, o contrôle da parasitose está
técnica da Ohobela
relacionado com a luta contra o agente etioló­
gico hospedeiros definitivos e contra os mo­
nos
Pararealização deste inquérito deslocámo­
luscos hospedeiros intermediários, além, eviden­
-nos à Estação Zootécnica em epígrafe no dia 12
temente, de outras medidas complementares.
de Agosto, acompanhado do Dr. Armando Cas­
O tratamento de rotina dos animais permi­ telo Branco Gonçalves.
tirá suprimir ou, pelo menos, reduzir o número Recebidos pelo director da Estação, investi­
de ovos do parasita que atinge o meio exterior
gador Dr. João Alves do Amaral e Paiva, per­
e, portanto, as probabilidades de infestação dos corremos em seguida as zonas de pastagem do
moluscos serão nulas ou muito reduzidas.
gado bovino, ovino è"ea:prino, mantido em regime
Naspropriedades em que existem animais extensivo, os estábulos e outras instalações, bem
selvagens reservatórios da doença, o simples como o sector de criação e melhoramento de

tratamento dos bovinos não poderá conduzir ao suínos, a fim de colhermos elementos para a
contrôle da parasítose, realização do nosso estudo.
A Estação Zootécnica Central da Chobela
Nesses casos, o combate aos hospedeiros in­
situa-se a cercade 150 km de Lourenço Mar­
termediários deverá ser também encarado para
ques, junto à margem esquerda do rio Incomatí,
se colherem resultados válidos. Na ausência dos

transmissão da
no concelho de Magude, a 25° (Y de latitude sul
moluscos, a doença é impossível,
assim de moluscicidas deve
e a longitude este. A altitude é de 40 m.
32° 14' de
e a aplicação ser

criadouros viável.
Ocupa uma superfície de 3200 ha, aproxima­
feita nos em que isso seja
damente, e os terrenos que a compõem são
Como medidas complementares devem ser
essencialmente de duas categorias: aluvião junto
vedadas as margens dos rios e das represas de do rio, fazendo parte do respectivo vale; os res­
modo a impedir que os animais aproveitem as
tantes, também sedímentares, bastante argilo­
pastagens altamente infestadas dessas margens, sos, ricos em cal e muito compactos e duros
construíndo-se bebedouros em todos os cercados. quando secos, são conhecidos localmente por ter­
Como dissemos, foi solicitada a nossa cola­ ras de «mananga».
boração, através dos serviços Nos terrenos de «mananga», onde é apas­
oficiais, para rea­

centado o gado bovíno, as gramíneas naturais


lização de um estudo acerca da possibilidade de
erradicação da fascíolose na propriedade de Ma­
zeminhama. Assim, deslocámo-nos àquela pro­
(3) No decurso da nossa permanência em Mazemi­
priedade, com os Drs Armando Oastelo Branco
..
nhama tivemos de observar
oportunidade UIIIl mangul
Gonçalves e Fernando Pinho Morgado, nos dias (OephalophW3 'lWltalen.sis), aî abatido, fortemente para­
10 e 11 de Agosto. sitado por Fasciola gtgcmtica.

Garcia de Orta, se« ZooZ., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14 3


CRuz E SILVA, :1. A. -EstiUdo8 de parasitologiJa em Moçambique (1971)

que aí dominam são Themeâa triandra, Urochloa Assim, de acordo com as condições ecológi­
pullulans, U. mossambicensis, Panicum maxi­ cas da Estação Zootécnica da Chobela, as espé­
mum, Digitaria sp., Setaria sp., etc. cies parasitas dos bovinos O. pumctaia, O. pecti­
O estrato arbóreo e arbustivo é constituído nata, O. radiatum e H. plaoeri estariam adapta­
por Acacia subaflata, A. nigresoens, Oombretum das na região, facto confirmado por estudos

umberba, Sctero carua oajra, Zitphus mucronato, helmintológicos que desde 1966 vimos realizando
P s6udooadia zombe­ no Matadouro de Lourenço Marques com animais
Diorostaohst« glomerata,
eiaca, Ormocharpum trichooarpum, Azima te­ provenientes de todo o Sul do Save.
trachanta, etc. Reconhecendo, aliás, que a estrongilidose
As águas subterrâneas são salinas. Assim, o gastríntestínal dos ruminantes era processo noso­
gado é abeberado em bebedouros com água pro­ lógico de elevada incidência na região, o direc­
veninte do rio Incomati. tor da Estação Zootécnica da Chobela desde há
A temperatura média anual é de 23,40°C, a
anos que vem submetendo os animais a trata­
humidade relativa 71,0,% de mentos anti-helmínticos reguiJ..ares, cujos resul­
e a queda pluvial
tados são bem evidenciados pelo facto de tanto
648,7mm (4).
As
os bovinos ovinos da Estação revela­
como os
espécies responsáveis pela estrongilidose
rem desenvolvimento e estado sanitário que po­
gastrintestínal dos ruminantes, a mais grave
demos consíderar de muito bom.
helmintose dos animais domésticos existente em
Ficámos, na verdade, agradavelmente sur­
Moçambique, do ponto de vista económico, são
nesta província as seguintes: Haemonchus placei, preendidos com o que tivemos oportunidade de
H. contortus, Cooperia punotata, C. peotinata, apreciar na Estação da Chobela. Na sua notá­
vel acção, como director da Estação, com lar­
Trichostrongylus aœei, T. colubriformis, Oeso­
gos reflexos na produção animai da província
phagostomum radiatum; O. oolumbianum, Bu­
de Moçambique, o Dr. Amaral e Paiva tem de­
nostomum triçonooepiuüum, B. phlebotomum e
monstrado que os aspectos de natureza helmin­
Galygeria pachyscelis.
tológica não podem ser dissociados de todo um
Estudos epizootológicos e ecológicos realiza­
contexto em que devem ser incluídas medidas
dos na Ãfrica do Sul numa área semiárida em
de melhoramento zootécníco, de nutrição e sani­
que as pectinata, O. punctata, H. pla­
espécies C.
tárias obter resultados efec­
O. radiatum B. phleboiomum. eram pre va­
se se pretenderem
cei, e
tivamente válidos.
lentes nos bovinos, o que se verifica igualmente
em Moçambique, demonstraram que:
Entre as várias manadas e raças de bovinos
que tivemos oportunidade de observar, agra­
dou-nos sobremaneira manada da raça afri­
a
1) As formas livres das especies do gé­
bem cânder, que, só por si, é testemunho das poten­
nero Cooperia se adaptam a
cialidades de Moçambique no campo da produção
condições extremas de 'calor, frio e

pecuária e da notável acção desenvolvida pela


aridez;
Direcção dos Serviços de Veterinária e pelo Ins­
2) H. placei é mais sensível tempera­ a
tituto de Investigação Veterinária de Moçambi­
turas elevadas condições de ari­
e
que neste sector.
dez, mas é mais resistente ao frio;
No decurso da nossa estada na Chobela
3) O. radiatum é resistente ao calor e a
foram analisadas as várias medidas tendentes a
condições de secura, mas mais sen­
defender os animais das helmintoses, as quais
sensível ao frio;
não se afastam das que foram propostas no
4) B. ph"Wbotomum é muito sensível ao

frio e somente se encontra em


trabalho elaborado para a Estação Zootécnica
de Mazimechopes (vejam-se os resultados do
larga escalaquando as chuvas bem
distribuídas proporcionam humi­ Inquérito Helmintológico Realizado na Estação
Zootécnica de, Mazimechnpes, em colaboração com
dade adequada para o desenvolvi­
mento das formas larvares livres. o Dr. Armando Castelo Branco Gonçalves, e Vet.

Moçamb., 4 (2), 1971, 75-80).


Em relação aos suínos, a helmintose domi­
(4) Paiva, J. A. A. -
«Provas para
avaliação da ca­ nante é a ascaridose, que constitui problema de
pacidade alimentar da pastagem natural na Estação
Zootécnica Central de Chobela». Vet. Moçamb., 1 (1), importância na Estação. Em face das condições
83-89, 1968. de criação destes animais, a helmintose poderá,

4 Garcia de Orta, Sér. Zool., Ldsboa, 3 (2), 1974, 1-14


CRUZ E SILVA, J. A.-EBtudo8 de parœsitologi!a em Moçambique (1971)

porém, ser controlada com um programa de tra­ animais ter sido esvaziado por lapso antes da
tamentos regulares associados a medidas profi­ nossa chegada ao Matadouro.

lácticas. Como a realização deste trabalho terá de ser

Pelo uso dos anti-helmínticos altamente efi­ baseado necropsias de bovinos e de animais
em

cientes utilizados hoje contra Ascaris de outras espécies que não foi possível enviar
a espécie
suum, é possível evitar que as fêmeas adultas para o Matadouro durante a nossa permanência
dos parasitas se desenvolvam até atingir a ma­ em Moçambique, aguardamos nova deslocação
turidade sexual, e, assim, a infestação do local àquela província para completarmos o inquérito.
de criação pelos ovos não se verificará. No en­

tanto, como antes do início da terapêutica as


2.3 -

Observação dos animais do Posto Zootéc­


instalações de criação dos suínos se encontravam
nico da Angónia
já infestadas pela presença dos numerosos ovos

embrionados, altamente resistentes às condições Com a finalidade de se proceder à observa­


naturais e, portanto, com largo potencial infes­
ção dos bovinos do Posto Zootécnico da Angónia,
tante, haverá que proceder à desinfestação desses que temos vindo a seguír desde 1969 e onde está
locais. Os recintos de cimento ou de outros mate­ em CUIlSO um esquema de tratamento contra a
riais impermeáveis podem ser mantidos livres de
estrongilidose gastrintestínal e a fasciolose (in­
ovos infestantes, recorrendo-selavagens fre­ a
tegrado nos trabalhos que decorrem no Posto
quentes abundantes,
e de forma que os ovos sejam Zootécnico referentes ao melhoramento dos bo­
arrastados, ou a substâncias químicas com acção vinosAngones, partimos para Vila Coutinho no
avicida (por exemplo: pentaclorofenato de sódio dia 14 de Agosto, por via aérea, donde regres­
em solução aquosa a 1,%, na dose de 300 g a sámos a 18. Acompanhou-nos nesta deslocação o
350 g de substância activa por cada 10 m2 de Dr. Armando Castelo Branco Gonçalves, que tem
pavimento) .
colaborado nos trabalhos de índole parasitoló­
Nos casos em que os animais são criados gica realizados na Angónia desde o seu início.
sobre solo de terra e este se encontra forte­ Como referimos em relatórios anteriores,
mente infestado com ovos
suum, de Ascaris aquelas duas graves helmintoses dos bovinos
haverá que remover os suínos para terreno livre dominavam onoso-helmíntológíco dos
panorama
de formas parasitárias, procedendo à prévia bovinos do Posto Zootécnico da Angónia. Esses
desparasitação dos animais. O solo das primi­ processos eram a causa de importantes prejuí­
tívas instalações será então mobilizado de modo zos, representados não apenas pelos casos de

que os ovos infestantes sejam cobertos por es­ morte, mas, sobretudo, pela insuficiência de de­
pessa camada de terra. Os suínos poderão então senvolvimento e produção dos animais. Os bovi­
voltar a esse local, seguindo-se o esquema de nos jovens, princípalmente, 'eram atingidos' coro

tratamentos indicado para o caso das instala­ gravidade pela estrongilidose gastrintestinal (es­
ções de cimento. tampa [, figs. 1 e 2), doença que, mesmo na
Todos os animais a introduzir
exploração na hipótese de não ser mortal, deixava esses ani­
serão submetidos mais em estado de não poderem vir a tornar-se
prévia quarentena, durante
a

adultos de valor, aumentando também a sua


a qual se efectuarão, pelo menos, dois tratamen­
tos com trinta dias de intervalo. sensibilidade a outros processos mórbidos. Como
tivemos oportunidade de referir, o melhoramento
Comocomplemento dos trabalhos realizados
zootécnico dos bovinos da região não conduziria,
na Chobela foi programado o exame post mor­
em nosso entender, a resultados válidos se fosse
tem de alguns animais da Estação no momento
posto em execução em animais sujeitos a infes­
do seu abate no Matadouro Municipal de Lou­
tações como as que aí assinalámos.
renço Marques, para determinação das espécies
A razão das nossas palavras foi reconhecida
responsáveis pelas helmintoses aí existentes e Ex.rno Director do Instituto de
pelo Investigá­
respectivos índices de parasitismo.
ção Veterinária de Moçambique, de que depende
Numa primeira fase foram enviados para o Posto Zootécnico da
o Angónia, tendo sido posto
Matadouro 6 vacas holandês X indígena, 3 vacas em execução um esquema profiláctico e terapêu­
indígenas, 2 novilhos Brown Swiss 1 novilho tico por nós
e
proposto para combate à estron­
holandês, nos quais, infelizmente, não tivemos gilose gastríntestínal que incluía, entre outras
oportunidade de praticar necropsias helmintoló­ medidas, quatro desparasitações anuais (em Fe­
gícas em consequência de o tubo digestivo dos vereiro, Maio, Agosto e Outubro).
Garcia M Orta, sër. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14 5
CRuz E SILVA, J. A.-Estudos ela paraBlitologia em Maçœmbique (1971)

Aquando observação dos animais efec­


da os vermes gastrintestinais primeiramente
tuada em Agosto de 1970 verificámos que o com o produto Thibenzole e. ultimamente
esquema proposto resultara num incontestável com Bovieoæ, cujos resultados têm sido
êxito. Efectivamente, os bovinos evidenciavam excelentes (7).

grande diferença no estado geral e desenvolvi­


mento em relação ao início dos trabalhos
já e A fasciolose tinha menor gravidade nos ani­
não manifestavam quaisquer sinais de parasí­ mais da Angónia do quegas­ a estrongilidose
tismo por estrongilídeos e tricostrongilídeos gas­ trintestinal, mas, por outro lado, as medidas a
tríntestínaís, o que foi confirmado pelos resul­ pôr em prática para o seu combate são mais
tados das análises coprológícas e necropsías efec­ complexas do que contra a da estrongilidose.
Tendo-se apenas procedido até agora à destrui­
tuadas, que foram negativos na sua totalidade
(estampa II, fig. 1). ção dos hospedeiros intermediários com sulfato
de cobre, nos locais de abeberamento, e despa­
A observação deste permitiu confirmar
ano
rasitação dos animais mais gravemente parasi­
que os benefícios conseguídos com o tratamento tados por fascíolas, os resultados ainda estão
dos animais do Posto Zootécnico Se traduzem
longe de se considerarem satisfatórios.
em resultados práticos muito evidentes. Na ver­
Em face das observações que efectuámos na
dade, os resultados das análises parasítológícas
foram
Angónia cujos resultados foram, como disse­

negativos em relação à presença de Biron­ relativamente à pre­


mos, totalmente negativos
gylidea gastríntestínaís e os animais apresentam
sença de estrongilideos e trícostrongílídeos gas­
actualmente melhor desenvolvimento e corpu­ trintestinais -, consideramos que actualmente é
lência (estampa II, fig. 2), 'O que, é de justiça suficiente a desparasitação dos animais contra
salientar, se deve também
larga escala à em
a estrongilose gastrintestinal duas vezes por ano,
acção desenvolvida pelo Dr. Leonel Rosa Cardí­ nos meses de Outubro e de Maio, concentrando-se
gos, director do Centro, nos campos da nutrição, combate à fasciolose, de
os esforços futuros no
reprodução, sanidade e selecção. Como é evi­ modo tentar erradicação
a conseguir-se a sua nos

dente, a coordenação dos estudos de índole para­ efectivos do Posto Zootécníco.


sítolôgíca com o melhoramento zootécnico dos
animais conduziu a resultados que podem ser

eonsiderados de muito válidos.


2.4 -

Ensaios de medicamentos anti-helmínticos


Ainda recentemente, numa comunicação apre­
sentada nas VII Jornadas Médico-Veterinárias,
Em face dos notáveis progressos verificados
realizadas em Lourenço Marques, o Dr. Rosa
nos últimos anos no domínio da terapêutica das
Cardigos (5) afirmou:
helmintoses dos animais, numerosos produtos são
postos actualmente à disposição dos técnicos ve­
Em face do estudo realizado no Posto
terinários para combate às helmintoses.
por Cruz e Silva .& Castelo Branco (6),
Com a finalidade de se estudar a acção des­
com a parasitas Param­
identificação de
ses produtos temos vindo a realizar em Moçam­
phistomidae, Haemcmohus place», Bunos­
tomum phlebotomum, Cooperia punctata,
bique ensaios de medicamentos cujos resultados
foram já publicados. Com esses trabalhos pre­
Moniezia benedeni, Oesophagostomum ra­
tendemos colher conclusões acerca da acção anti­
diatum e Fasciola gigantica foi estabele­
-helmíntíca, tóxica e ovicida dos medicamentos,
cido um plano de desparasitação, que tem
a fim de podermos incluir nos trabalhos de
os
vindo a ser executado nos meses de Fe­
contra
desparasitação que temos vindo a efectuar, com
vereiro, Maio, Agosto e Outubro,
prévio conhecimento dos resultados na sua apli­
cação.
(5) Oardígos, L. R. «Contribuição o estudo
-

para
do efectivo bovino do Posto Zootécnico
algumas e con­

siderações sobre a bovínícultura na Ang6Irla». VII JO'1"­ (7) Cruz e Shlva, J. A. & Castelo Branco, A.­
nada.s Médico-Veterilnárias, Lourenço Marques, 1971, 10 p. «A estrongilidose gastríntestínal dos ruminantes em Mo­
(6) Cruz e Silva, J. A. & Castelo Branco, A.-«Inqué_ çambique -
Resultados de um ensaio para combate à
rito helmintológico no Posto Zootécnico da Angónía», helmíntose no núcleo bovíno do Posto Zootécnico da An_·
Vet. Moçamb., 3 (1), 1970, 17-29. g6nia». Vet. Moçœmb., 5 (2), 197.2, 6g-75.

6 Garcia da Orta, Sér, ZooZ., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14


CRuz E SILVA, J. A.-Estudos de pœraslÍitoZogi'a em Moçambique (1971)

Recentemente foram efectuados ensaios no 2.5 -

Oontlnnaçâo dos trabalhos sobre imunolo­


Brasil Disojen. (8), anti-helmíntico que
com o gia parasitária
evidencia uma qualidade ímpar no campo dos
No decurso da nossa missão deste ano com­
tratamentos contra os vermes parasitas: o seu
pletámos o trabalho sobre o valor da intrader­
poder residual. Injectado por via subcutânea,
este produto evidenciou, efectivamente, no de­ morreacção no diagnóstico da fasciolose dos bovi­

curso daqueles ensaios, uma acção residual que nos, que será publicado oportunamente.
se prolongou por cinco a oito meses. Ovinos e

bovinos dos estados de S. Paulo, Paraná e Rio 2.6 -


Palestras e eonferêneías sobre parasitolo­
Grande do Sul quando injectados com doses de gia
7,5 mg a 10 mg por quilograma de peso corpó­
reopermaneceram com contagens de ovos de Sempre que temos oportunidade e dentro da
nematóides pOT grama de fezes iguais finalidade maior das nossas deslocações ao ultra­
ou pró­
ximas de zero, durante aquele período, enquanto mar, seja, contribuir para se solucionar o
ou

animais testemunhos conviventes nos mesmos grave problema das helmintoses, incluímos pa­
mantiveram altas contagens du­ lestras e lições sobre parasitología no programa
pastos se com

rante muitos deles manifestando ver­ das nossas missões.


o período,
mínose clínica. Exames necroscópicos em ani­ Tivemos este ano ocasião de proferir uma

mais sacrificados revelaram estarem os animais palestra na Faculdade de Medicina da Universi­

tratados livres de dade de Lourenço Marques, no dia 27 de Agosto,


infestações gastríntestínaís
sobre a «Fasciolose animal e suas repercussões
por Strongylidea e R'hœbiasidea) enquanto os tes­
temunhos se apresentavam intensamente para­
na economia de Moçambique e em saúde pública»,
sitados. que foi acompanhada da exibição de um filme
Como é óbvio, a confirmar-se a eficiência e
sobre o assunto.

este Foi-nos grato reconhecer que a nossa expo­


longa acção residual do Disoien, produto
vern abrir novos horizontes no campo da tera­
sição despertou grande interesse entre o audi­
pêutica e profilaxia da' estrongilose gastrintes­ tório, constituído essencialmente por médicos,
tinal dos bovinos, que, como se disse, é a mais médicos-veterinários e estudantes das Faculda­
des de Medicina e de Veterinária.
grave e mais difundida das helmintoses dos
animais existente O contrôle No final estabeleceu-se um colóquio entre os
ern Moçambique.
desta doença ficaria limitado duas presentes, tendo sido analisada a extensão da
a aplicações
fasciolose em Moçambique e os meios em que
medicamentosas anuais em lugar das quatro que
estão indicadas deve assentar a luta contra a parasitose nesta
no caso de se utilizarem anti­
-helmínticos sem acção residual. Tal diferença província.
viria, pois, a reflectir-se de maneira acentuada
na economia das explorações pecuárias, pela me­ AGRADECIMENTOS
nor utilização de medíeamentos e de mão-de-obra.
Ao finalizar o presente relatório desejamos
exposto, iniciámos ern Moçambi­
Em face do
deixar aqui expresso o nosso melhor agradeci­
que, em colaboração com os Dm. Armando Cas­
mento aos Ex.mos Srs.:
telo Branco Gonçalves e Regina Maria Ramos
Alves, um ensaio comparativo da acção do Diso­ Director do Instituto de Investigação Ve­
fen e de um anti-helmíntico clássico de acção terinária de Moçambique, Doutor José
comprovada, com vista a confirmarmos a acção Nunes Petisca, pelo valioso contri­
residual do primeiro.
buto para realização da nossa missão;
O respectivo protocolo foi submetido à apre­
Director dos Serviços de Veterinária de
ciação dos Ex.mos Srs. Directores do Instituto
Moçambique, Dr. Fernando Cardoso
de Investigação Veterinária de Moçambique e do
Paisana, pelo interesse manifestado na
Centro de Zoologia, tendo merecido a aprovação realização dos nossos trabalhos e pe­
de ambos.
los meios materiais que nos facultou;
Director da Faculdade de Medicina da
(8) Rocha, U. F., Serra, R. G., Mendes, M. F. M., Ro­ Universidade de Lourenço Marques,
cha, C. A., Campos, M. S., Brocoli, J. O., Costa, J. & .

pela cedência do Anfiteatro de Ana­


Ribeiro, R. -
«O poder residual do 2,5-diiodo-para­
-nitrofenol tomia para realização da nossa pa­
(Disofem) no tratamento de nematodiases de
ovinos e bovinos». Bol. Indtust. An'im., 24, 1967, 105-110. lestra.

GOIrcm de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14 7


CRuz E SILVA, J. A.-E$tudo8 de parasitologia em Moçambique (1971)

Os nossos agradecimentos são ainda extensi­ 3 -

Cercados com bebedouros previstos:


os a todos colegas que contribuíram para o
os
14-B.
bom êxito da nossa missão, e cujos nomes fo­
ram indicados anteriormente. 4 �
Outros pontos de abeberamento:

Represa no 13-B �

Temporária.
Represa no 14-B -
Cortada pelo
ANEXO
ClaJude.
Bebedouros da sede da exploração,
PLANIFICAÇÃO DA LUTA CONTRA A FAS­
CIOLOSE NA SOCIEDADE PECUÁRIA
nas deslocações semanais aos ba­
nhos carracicidas e na altura das
DO MAZEMINHAMA
vacinações e de medidas de ma­

neio.
(Em. colaboração com os Drs. Armando Castelo
Outros Iocaís quando os touros do 15
Branco Gonçalves e Fernando Pinho Morgado)
vão para a cobrição das manadas.

MEDIDAS GERAIS A EXECUTAR


5 -

Manadas existentes:

1- Limpeza periódica dos bebedouros e depósi­ 14 -


Novilhos mais novos, castra­
tos e tratamento da água com sulfato dos.
de cobre, na razão de 1 para 1 milhão. l4 -

Novilhos mais velhos, castra­


No primeiro. tratamento usar 2 g para dos.
1000 I de água. 15 -

Reprodutores da casa.

A periodicidade dos tratamentos será 16 -

Reprodutores da venda.
determinada de acordo com o apareci­
mento de de 6 Locais onde foram encontrados espécimes
novos espécimes Lymnaea
-

naialensi». de Lymnaea natalensis:

2 -

Evitar que as manadas pastem nas margens


No depósito e bebedouros alimenta­
do rio Mazeminhama aonde chega a água, dos pelo mesmo, não se tendo en­
e bebam nos fundões, vedando as suas
contrado nos bebedouros do 13-C
margens e construíndo bebedouros. afastados
e 15-A, mais e alimen­
3 -

Enquanto não for possível efectuar este tra­ tados directamente do furo.
balho, manter sempre as mesmas mana­
Não foram encontrados pela
das nas zonas provavelmente infestadas
Dr.a Regina Ramos Alves espéci­
e tratá-las períodíeamente. de
mes Lymnaea natalensis infec­
Quando houver necessidade de trans­
tados.
ferência, efectuar o tratamento contra
a fasciolose dos animais a transferir 7 -

Medidas a tomar na zona I:

antes e depois da transferência (com


1- Lavagem do depósito e bebedou­
doze semanas de intervalo).
ros.
4 -
Tratar as manadas mantidas nas zonas lim­
2 -
Tratamento do depósito de 120m3
pas.
com sulfato de cobre com a

períodícidade necessária.
MEDIDAS A EXCUTAR POR ZONAS 3 -
Evitar que os bovinos consumam

os capins das margens do rio


ZONA I Mazeminhama nas deslocações
em que têm de passar pelo
1 -
Abastecimento de água: mesmo.

o 4 -
Tratamento das manadas 14, 15
Furo n. 1, na estrada de entrada da
e 16.
exploração.
5 -
Tratamento dos animais que tran­

2 -

Cercados servidos: sitam da manada 13 para a l4


ou 15, na altura da mudança,
13-B, 13-C, l4-A, l4-B, 15, 15-A, 15-B, 6 -

Tratamento dos touros no re­

15-C, 16-A, 16-B, Machamba. gresso da cobrição,

8 Garcila de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14


CRuz E SILVA, J. A. -Estudos de para8lÏtologia em Moçambique (1971)

ZONA IT 2 -

Tratamento dos três depósitos


com sulfato de cobre com a

1 -

Abastecimento de água: periodicidade necessária.


3 -
Evitar que as manadas·· desta
Bombagem existente no rio Palati.
zona venham à sede da ex­

ploração ao banho carraci­


2 -
Cercados servidos:
cida.

l-A, l-B, 2-A, 3-A, 3-B, 4-A, 4-B, 5-A, 4 -


Deslocação das manadas de me­

lhores vacas para esta zona,


5-B, 5-C, 6-B, 6-C.
como a n," 4, retirando a n.s 8.

3 -
Cercados com bebedouros previstos: 5 -
Isolamento da represa do 18-D,
represa do Javali e baixa do-
2-B, 18-D. 4-A, com arame farpado.
6 -

Construção do bebedouro pre­


4 -
Outros pontos de abeberamento: visto no 18-D.
7 -

Tratamento das manadas desta


Linhas de água temporárias, durante zona -1, 2, 3, 4, 5, 10 e 19.
a época das chuvas, no n.s l-A. 8 -
Tratamento dos animais das ma­
Represa do Javali n.s 2-A.
nadas que vêm de outra zona.
Fundão na linha de água do 4-A.
para esta-Novilhas que en­
Bebedouros da sede da exploração, tram no 19, vacas de refugo,
como na zona r, na altura das va­
do 6, 7, 8, selecção e que en­
cinações e de medidas de maneio.
tram no 10.
Bebedouros da sede da exploração,
manadas n.os 1 e 2, semanalmente

quando vão ao banho carracicida.


ZONA ID

5 -
Manadas existentes:
1 -
Abastecimento de água:
1- Vacas em reprodução.
2 Vacas Bombagem do fundão da sede, no rio
-
em reprodução
3 -
Vacas em reprodução. Mazeminhama.
8 -
Vacas em reprodução.
10 -
Vacas para matadouro. 2 -

Cercados servidos:
5 -
Novilhas em reprodução.
10, ll-A, n-e, selecção A, selecção B.
19 -
Novilhas mais velhas.

6 Locais onde foram encontrados 3 Cercados com bebedouros previstos:


espécimes
-
-

de LymrYlxrea mtalern8:is:
ll-C, 19-A, 19-B e 19-C.
Nos bebedouros e depósitos servidos
por esta estação de
bombagem, 4 -

Outros pontos de abeberamento:


com excepção do depósito do 4-B;
há dominância de Bulim:u8 no 5-B Fundão do rio Mazemínhama, atrás
da sede daexploração.
e 5-C, sendo raras as Lymnaea.
No do 3-A foram encontra­ Rio Mazeminhama, quando corre.
depósito
dos pela Dr. Regina Ramos Alves
a

espécimes de Lymnaea natale'Mi8 5 -

Manadas existentes:
infectados. Não se encontraram
7 -

Vacas, em cruzamento com


na represa do Javali, nem na re­
touros charoleses.
presa do 18-D.
9 -

Vacas, em cruzamento com

touros holandeses.
7 -
Medidas a tornar na zona TI:
11 -

Bois em engorda.

1 -
Lavagem dos depósitos e bebe-­ 11-A -

Reprodutores, com alimenta­


douros. ção suplementar.
Garcia iJe Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14 9
CRuz E sn,VA, J. A.-Estudos de parasitoZogia em MoçambiqU6 (1971)

Selecção -

Vacas com um só repro­ 2 -


Cercados servidos:
dutor.
6-A, 7-A, 7!-B, 8-A, 12-A, 12-B, 12-C,
Hospítal=-, Doentes vindos de todas
as manadas.
13-A, selecção C, selecção n Ga­
mula.
Maternidade -
Crias perdidas ou ne­

cessitando de alimentação suple­


3 -
Cercados com bebedouros previstos:
mentar, víndas de todas as mana­

das em reprodução. 17-A.


6-A, 7-B, 8-A, 12-A, 12-C, 13-A e

Diversas -

Temporariamente quando
vêm ao banho, às vacinações e a
4 Outros de abeberamento:
-

pontos
medidas de maneio.
Desmame -:- Crias separadas das mães Represa no 8-A, cortada.
aos 7-8 meses, vindas das mana­ Represa no 8-B.
das de reprodução. Represas no Scutuane, nos cercados
7-B, 12-A, 12-B, 12-C, cortadas
pelo GlaudJe.
6 -

Locais 'Onde foram encontrados espécimes Os da sede, nas deelocações semanais


de Lymnaea naiolensi«:
aos banhos carracicidas e nas va­

cinações e medidas de maneio.


Pela Dr.s Regina Ramos Alves, no

fundão atrás da casa e no depó­


5 -

Manadas existentes:
sito (infectados).

12 -

Vitelos desmamados.
7 -

Medidas a tomar na zona In: 13 -


N ovilhos,
17 -
Vitelas desmamadas.
1- Lavagem periódica do depósito 18 -
Novilhas de venda,
e bebedouros e tratamento
Selecção.
com sulfato de cobre.
2 -
Evitar que o gado beba no fun­
6 -

Locais onde foram encontrados espécimes de


dão atrás da sede da explora­
.

Lym:yw,ea; nataiensi«:
ção é no rio Mazeminhama.
3 -
Vedação do lado da propriedade No rio Mazeminhama no cercado 8-B

que confina com 'O fundão. e da bombagem perto dos


junto
cercados 6-A e 17-A.
4 -
Trat�ento das manadas que be­
Nos bebedouros alimentados por esta
bam exclusivamente n'Os bebe­
desta zona 9, 11, estação de bombagem não se en­
douros
-

contraram moluscos,
H-A, Hospital, Maternidade.
5 -

Tratamento das restantes sete,


7 -
Medidas a t'Omar nû zona IV:
selecção, quando se puder
assegurar abeberamento ex­
1- Lavagem dû depósito e bebedou­
clusivo em bebedouros tra­
ros e tratamento com sulfato
tados, de cobre.
2 -
Evitar que os animais novos be­
bam nos fundões do rio Ma­
ZONA IV zeminhama ; 12, 13, 17 e 18.
3 -
Manter as mesmas manadas nos

1 -
Abastecimento ge água: cercados confinantes com o

rio Mazeminhama -

Selec­
Bombagem do fundão do rio Mazemi­ ção A, no cercado da selecção
nhama, junto aos cercados 6-A e e 8-B.
17-A. 4 -
Tratar os animais transferidos
Fundões. no rio Mazeminhama.
para outras manadas e perio­
Fundões dû rio Scutuane. dicamente os de selecção.

10 ·Garcia de Orta, se-. Zool., LIsboa, 3 (2), 1974; 1-14


CRuz E SILVA, J. A.-Estudos de parWB4toZogi'a em. Moçambique (1971)

5 -
Construir os bebedouros no 6-A 5 -

Manadas existentes:
e 17-A, vedando o lado do rio
Mazeminhama nestes cerca­ 4 -

Vacas reprodução.
em

dos. 6- Vacas reprodução.


em

6 -
Vedar os lados do rio Mazemi­ 7 -

Vacas em reprodução fora das


nhama nos cercados da selec­ épocas de cobrição, em que
ção B e 8-B. vêm para a sede da explora­
ção.

ZONA V 6 Locais onde foram encontrados


-

espécimes
Lymnaea natalensiJ8:
1 -

Abastecimento de água:
No estado actual dos fundões não
Represa do Mucumbuza no cercado
se consídera com condições para
18.0. de
a existência de espécimes
Represas cortadas, com fundões, nos
nataletn8Í8.
Lqrmmaea
cercados 17�C, 18-A e 18-C.

7 -
Medidas a tornar na zona v:
2 -
Cercados servidos:

17-B, 17-C, 18-A, 18-B e 18.0. 1 -

Mudança da manada 4 para a


zona II e transferência da 8

3 -

Cercados com bebedouros previstos: para esta zona.

2 -
Tratamentos das manadas 6, 7
Por ora, nenhum.
e 8.
3 -

Verificação de possíveis reinfes­


4 -
Outros pontos de abeberamento:
tacões,
Os da sede nas deslocações semanais 4 -

Caso se verifiquem, passar a tra­


aos banhos e durante as medidas tamento periódico, ou quando
profilácticas e de maneio. transitem para zona limpa.

BIBLIOGRAFIA

Por conveniência da paginação as citações bíblíogrâfícas incluídas no texto são referenciadas em notas

infrapaginais.

GarCÙ1. de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14 11


CRUZ E SILVA, J. A.-Estudos de parMitologia em Moçambique (1971)

SOCIEDADE PECUARIA DO MAZEMINHAMA


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PLANTA TOPOGRAFICA
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DEPOSITO •
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DEPOSITO-BEBEDOURO-- 1m

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BE B E D O U R O S
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LOCAIS PESQUISADOS
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Garcia de Orta, se« Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, l-H 13


CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de paras<itologVa em Moçambique (1971) EST. I

Fig. 1- Estrongilose gastrintestinal num novilho de 22 meses. Angónia (Outubro de 1969)

(Segundo Cruz e Silva & Castelo Branco, 1970)

Fig. 2 -

Estrongilose gastrintestinal num novilho de 22 meses. Angónia (Outubro de 1969)


(Segundo Cruz e Silva & Castelo Branco, 1970)

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1�74, 1-14


EST. II CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitoloçia em Moçambique (1971)

Fig. 1- Manada de novilhos seis meses do início dos tratamentos. Angónia


depois
(Agosto de 1970)

(Segundo Cruz e Silva & Castelo Branco, 1972)

Fig. 2 Manada de novilhos de 1 2 anos, dezoito do início dos tratamentos.


depois
-

e meses

Angónia (Agosto de 1971)


(Segundo Cruz e Silva & Castelo Branco, 1972)

Garcia de Orta, Sér, Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 1-14


Estudos de parasitologia em
Moçambique (1972)

J. A. CRUZ E SILVA
Investigador do Centro de Zoologia. da. Junta. de Jnvestígacões Científicas do Uttramae

(Recebido em 2O-XI-1973)

Trabalhos realízados em Moçambique, em 1972, no âmbito, do, combate à

fasciolose, estrongilose gastrintestinal e à moníezíose dos ruminantes domésticos


são descritos. Sublinha-se a importância dos estudos sobre a patologia da fauna

selvagem, propondo-se o aproveitamento dos animais abatidos nas coutadas


turísticas de Moçambique para fins cíentífícos,

Research works carried out in Mozambique in 1972, for. the control of


fasciolas is, gastrintestinal strongylosis and moníeztosís of domestic ruminants
are reported. Importance of the studies on the pathology of the wild fauna is

discussed, being suggested the utilization of the game animals killed in the
touristic Game Parks of Mozambique for scíentíríc purposes.

INTRODUÇÃO o interesse manifestado pelos varios secto­


res ligados à pecuária deMoçambique pelo tra­
o Centro de Zoologia, através do Depar­
seu balho levado a cabo pelo Centro de Zoologia,
tamento de Parasitologia, está empenhado desde em face dos resultados já obtidos, bem como o

há anos na realização de trabalhos de parasito­ empenho que nos anima de contribuir para a

logia animal nos territórios ultramarinos. resolução do problema representado pelas doen­
A orientação do Centro de Zoologia neste ças parasitárias no ultramar, têm-nos encora­
domínio é o reflexo da importância das questões jado no sentido de urna mais ampla colaboração
de com as autoridades veterinárias de Moçambique.
parasitología no contexto económico, sanitá­
rio e social de todo o ultramar e, sobretudo, das A notável obra de fomento pecuário realizada

repercussões das doenças parasitárias no melho­ pelos Serviços de Veterinária de Moçambique


nos últimos anos, a qual se reveste de grande
ramento da pecuária ultramarina.

No âmbito da colaboração estabelecida entre projecção para aqueles Serviços, como nos foi
dado verificar aquando da missão a que se refere
o Centro de Zoologia, a Direcção Provincial dos
o presente relatório, bem merece, aliás, que não
Serviços de Veterinária e o Instituto de Inves­
sejam negados esforços na colaboração a pres­
tigação Veterinária de Moçambique, temo-nos
tar por todos domínio da inves­
aqueles que, no
deslocado anualmente a este Estado, com o
tigação aplicada, de
algum modo possam estar
objectivo de estudar algumas das
parasitoses de
ligados ao desenvolvimento das potencíalídades
maior incidência na sua economia pecuária e, de Moçambique no campo da produção animal.
ulteriormente, propor as medidas que se nos afi­
guram mais efectivas para o seu combate e N o prosseguimento dos trabalhos que, em
prevenção. colaboração com a Direcção Provincial dos Ser-
G<wcia de orta, sër. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30 15
CRuz E SILVA, J. A. -E8tudo8 de pOlras'itoZogiJa em Moçambique (1972)

viços de Veterinária e o Institute de Investigá­ EXECUÇÃO DO PLANO DE TRABALHOS


ção Veterinária de Moçambique, têm sido rea­
Do modo anteriores,
.

lizados nos anos anteriores, foi proposto pelo mesmo que nos anos

Ex.rno Sr. Director do Centro de Chefe pudemos contar com o


apoio da Direcção dos
Zoologia e

da Missão de Estudos Zoológicos do Ultramar Serviços de Veterinária e do Instituto de In­


o seguinte plano de trabalhos para 1972, apro­ vestigação Veterinária, a cujos directores, res­

vado por despacho de 22 de Março de S. Ex.


a
pecivamente DT. Fernando Cardoso Paisana e

O Ministro do Ultramar: Prof. Doutor José Nunes Petisca, apresentamos


o nosso melhor agradecimento, pelas facilidades

1 -

Continuação do inquérito helminto­ que nos concederam e sem as quais não seria
lógico na Estação Zootêcníca da possível levarmos a bom termo a execução dos
)

Chobela; nossos trabalhos.


2 -
Continuação dos estudos sobre anti­ Queremos também deixar aqui expresso o

-helmíntícos nas condições de Mo­ nosso reconhecimento aos Drs. Fernando Pinho

çambique; Morgado (chefe da Repartição de Zootecnia da


3 -
Verificação dos resultados obtidos . Direcção dos Serviços de Veterinária), Armando
com projecto para
o combate à José Rosinha (chefe da Repartição da Fauna
fasciolose dos bovinos na proprie­ dos mesmos Serviços), Leonel Rosa Cardigos
dade da Sociedade Pecuária de (director da Estação Zootécnica da Chobela),
Mazeminhama; Mário Martins Vara (chefe da Repartição Dis­
4 -
Estudo das condições para combate trital de Veterinária de Vila Pery) e Regina

à fasciolose dos bovinos noutras Maria Ramos Alves (da Divisão de Parasitolo­
áreas de enzootia; gia do Instituto de Investígação Veterinária),
5 -

Estudo das helmintoses dos animais pela valiosa colaboração prestada.


do Nacional da Goron­ Não pudemos, infelizmente, contar este ano
Parque
gosa, nomeadamente dos ruminan­
com o inestimável apoio do Dr. Armando Cas­

tes. telo Branco


Gonçalves, por se encontrar na

metrópole em gozo de licença graciosa.


Mais tarde foi solicitada também a nossa

colaboração nos ciclos de palestras levadas a


Estudos acerca da fasciolose em Moçambique
efeito pela Direcção Provincial dos Serviços de
Veterinária e integradas nas Exposições Pecuá­
A fasciolose dos bovinos tem sido mencio­
rias da Zambézia ede Vila Pery. nada em várias regiões de Moçambique. Travas­
Avaliou-se o tempo necessário para a exe­
refere dístomatose dos
sos Dias (1954) (1) a
cução deste programa em sessenta dias, e, assim, ruminantes no distrito de Lourenço Marques e
foi previsto o período entre 5 de Agosto e 5 de na Angónia.
Outubro para realização dos trabalhos. Ferreira de Abreu et al. (1960) (2) registam
Posteriormente foi solicitada superiormente, fasciolose
a em Nampula, Angónia, Beira, Tete,
pela Brigada Técnica de Fomento Agro-Pecuário Vila Pery e Lourenço Marques, indicando que a
de S. Tomé, a nossa colaboração no reconheci­ helmintose parece mais ou menos difundida por
mento dos heLmintas parasitas das
espécies pe­ todo o Estado.
cuárias daquela província, e, assim, antecipámos Ramos Alves (1970) estudo
Regina (3), após
o final dos trabalhos em Moçambique para o
dos da forma das formas
caracteres adulta,
dia 21 de Setembro, de modo que, no regresso
a Lisboa, nos pudéssemos deslocar a S'. Tomé,
(1) DIAS, J. A. T. S. -

«Panorama noso-parasítoló­
evitando a despesa correspondente a uma pas­
gico veterinârio de Moçambique». An. In.srt. Meld. Trop., 11
sagem por via aérea Lisboa-Luanda e volta.
(3-4), 1954, 605-634.
Em resultado do atraso verificado na exe­ E. F.
(2) ABREU, F., VALADAû, G., COSTA, M.
cução da campanha zoológica S. Tomé, que foia P. R. & SERRA, J. J. B. L. �
«Nosologia animal de Mo­

adiada para o mês de Novembro do ano corrente, çambique. Contribuição para o seu conhecimento». An.
Sm'V. Vet. Moçamb., 6, 1960, 135-168.
o nosso regresso a Lisboa verificou-se directa­
(3) ALvms, R. M. R. -
Subsídiio para, o Co-nheci­
mente no21, visto que, como dissemos
dia
m6'nlto da Faeoiolose Bovinos de
Hepática. âo« Moçambi­
havíamos, entretanto, estabelecido o final da mis­ ([WB (relatório de estâgio), Fac. de Vet., Univ. de Lou­

são em Moçambique para essa data. renço Marques, 1970.

16 Gœrcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-80


CRuz E SILVA, J. A.-Estudos de parasitologia em Moçambique> (19"12)

evolutivas do
hospedeiro intermediário, con­
e A importância da fasciolose
conjuntura na

sidera Fasciola gigantica a única espécie respon­ económica dos países que existe com elevada
em

sável pela fascíolose em Moçambique. A mesma incidência justifica, aliás, que esta doença seja
autora menciona que a parasitose se encontra motivo de preocupação das entidades responsá­
difundida por todo o Esta:do, com excepção dos veis pelo desenvolvimento da pecuária de Mo­
distritos da Zambézia e de Cabo Delgado. çambique.
Como tivemos oportunidade de referir em Efectivamente, tal processo patológico pode
1971, num trabalho sobre parasi­ os helmintas afectar gravemente os animais parasitados e
tas dos vertebrados
Moçambique (4), não de determinar severas perdas económicas que resul­
concordamos com as opiniões emitidas por Fer­ tam da elevada morbilidade que atinge geral­

reira de Abreu et al. e Regina Ramos Alves mente quase totalidade dos efectivos ovinos e
a

sobre a distribuição da fasciolose em Moçam­ bovinos das explorações em que a doença evolui.
No que respeita à mortalidade, ela verifica-se,
bique, visto que se baseiam apenas em registos
de matadouros. De reste,a percentagem média sobretudo, nos ovinos. A sua importância é
variável coin a fase da doença, a espécie res­
geral da infestação des bovinos abatidos em
ponsável e, na forma crónica, com a fase de
Moçambique (3,75 % no quinquénio de 1964 a
evolução. Nas regiões em que o agente respon­
1968, segundo Regina Ramos Alves) não é de
modo que se possa admitir a hipótese de que a sável é F. gigamtica (como em Moçambique) os

helmintose esteja espalhada por todo o Estado, casos crónicos da doença são relatívamente raros
sabida a sua larga morbilidade, que chega a nos ovinos, visto que grande parte dos animais
de quase 100 % atingidos morrem na fase aguda de parasitose,
atingir índices nas explorações
isto é, antes de as fasciolas adultas atingirem
em
que evolui.
os canais biliares.
Temos 'conhecimento, porém, de que a fascío­
Embora nos bovinos a doença seja clinica­
lose está actualmente em expansão em Moçam­
mente menos marcada do que nos ovinos, o seu
bique, facto 'que é explicado por razões ligadas
prognóstico económico é mesmo assim sempre
a algumas medidas de fomento pecuário toma­
grave em razão dos seguintes factores:
das recentemente no Estado. Com efeito, a rea­

lização de obras de hidráulica em certas regiões


Atrasos de desenvolvimento dos animais
e aimportação de animais, sobretudo de repro­
jovens.
dutores, de regiões com fasciolose são, em nosso
Emagrecímento.
entender, os factores responsáveis pela infesta­
Diminuição quantitativa e qualitativa da
ção dos bovinos em explorações onde a doença
secreção láctea, que se irá reflectir
não existia anteriormente. Como é óbvio, a exis­
quer no desenvolvimento dos vitelas,
tência dos respectívos hospedeiros intermediá­
rios tornou possível a evolução do parasita nas
quer produção de
na leíte dos animais

explorados com esta finalidade.


novas áreas de distribuição da parasitose.
Menor valor comercial das carcaças e re­
Impõe-se, portanto, que, a par do desenvolvi­
provação das dos animais hécticos e
mento zootécnico, sejam tomadas em considera­
caquécticos.
ção as medidas tendentes 'a evitar a introdução
Rejeição dos fígados lesionados.
da fasciolose em 'Outras regiões de Moçambique. Maior sensibilidade a outros processos pa­
Assim se evitará que
parasitose possa vir aa
tológicos.
atingir elevada
expressão no Estado, uma vez
que o hospedeiro intermediário de F. gigantica Como é óbvio,
os prejuízos representados por
(Lymnaea natalensis) se encontra largamente todos estes tipos de perdas são difíceis de cal­
espalhado de norte a sul de Moçambique ("), cular. Euzéby (1971) (�) refere, no entanto, os

seguintes valores, colhidos na bíbliografia, em


(4) SILVA, J. A. C. -

Contribuição o Estudo
relação a alguns deles:
para
ãoe Helmintes Parrasti;fuJs ôoe Ve7'tebrados de Moçambi­ Diminuição do crescimento ponderal e do ren­
que, Memórias da Junta Inv. Ultr., 61, 1971. dimento em carne: 3% a 5,%, 'segundo Olsen,
(5) AZEVEDO, J. F., CARMO, L., MEDEIROS, M.,
FARO, M. M. C., XAVIER, M. L., GANDARA, A. F. &
MORAIS, T. -
Mo'lus�os de Água Doce do Ultramar Por­ ('6) EuzmBY, J. -

«Les fascioloses hépato-bílíaíres


tuguês -III. MolusC08' £00 Moçambiquel, Estudos, Ensaios des ruminantes domestiques». Oak. MM. Vet.,4O (6), 1971,
e Documentos, Junta Inv. Ultramar, Lisboa, SS, 1961. 249-258.

GOIrcia de Orta, Sér. Zool-, Lisboa, 3 (2), 1974, 15 30 ..


17
CRUZ E SILVA, J. A. -

EstuiWs de parœsitologila em Moçambique (1972)

nos Estados Unidos; 8 %


segundo Neuhaus et al. territórios (nomeadamente na metrópole
(1965), 8 % a 10 % segundo Wetzel e 30 % e em Cabo Verde), visto os fígados rejeita­
segundo Federman (1960), na República Fede­ dos por fasciolose terem correspondido apenas
ral da Alemanha. Neste mesmo país, segundo a 3,75% dos animais abatidos no período de
Neuhaus, os bovinos atingidos por fasciolose 1964 a 1968, os prejuízos representados somente
crónica perdem em média 40 kg em relação a
pela reprovação desses órgãos foram calculados
indivíduos sãos da idade. Leinati (1962), por nós mais de 1 000 000$ período refe­
mesma em no

na Itália, observou que, após o tratamento, os rido (Cruz e Silva, 1971) (7).
bovinos evidenciavam ao fim de três meses ga­ Relativamente aos prejuízos representados
nhos de peso superiores a 17
relação aos kg em
pela reprovação de carcaças hécticas ou caquée­

animais não tratados; nas mesmas condições, tícas, não temos conhecimento de terem sido
Boch et al. (1970) obtiveram ganhos de peso de calculados quer para os casos de fasciolose bo­
27,5 kg por animal. Sazanov (1961) verificou que vina, quer para os de fasciolose ovina.
o crescimento ponderal varia na razão inversa Assim, as perdas totais ca usadas pela fas­
do número de metacercârías ministradas a vite­ ciolose dos ruminantes são muito imprecisas,
los submetidos infestação experimental.
a
variando, no entanto, de país para país, con­
Segundo o autor, as perdas anuais
mesmo soante as condições epizootológicas que condi­
por diminuição do crescimento ponderal e do cionam a sua existência. No entanto, segundo
rendimento em carne nos ovinos e bovinos são Euzéby, aqueles prejuízos foram calculados em

calculadas em 16 milhões de florins na Holanda cada ano, aproximadamente, em: mais de 250
e 180 milhões de marcos na Alemanha Federal. milhões de marcos na Alemanha Federal; 200
A
diminuição da
produção de leite em con­ milhões de florins na Holanda; 10 milhões de
sequência da fasciolose bovina é, segundo os Iibras esterlinas na República da Irlanda;
seguintes autores, citados por Euzéby (1971), da 3200000 dólares para a exploração ovina e 4 mi­
ordem de: 1 litro por dia (Leinatí, 1961): 6 % lhões de dólares para a exploração bovina nos
a 8 '% (Ross, 1970); 11 % a 13 % (Gordon); Estados Unidos; 625 francos por cabeça de gado
16 % (Wetzel); 20 '% a 40 % (Ershov, 1962). bovino no conjunto da França. Gordon, citado
Segundo este último autor, na Rússia a diminui­ por Euzéby, calcula que os prejuízos causados

ção da secreção láctea das vacas atingidas pela na rendibilidade das explorações pecuárias aus­
fasciolose constitui o factor de p.erdas indirec­ tralíanas atingem 20 '0/0 desta rendibilidade no

tas mais importantes, De reste, secreção láctea


a caso dos ovinos e perto de 50 % no caso dos
das fêmeas parasitadas não é afectada apenas bovinos.
quantitatívamente, mas também qualitatívamente, De acordo com os elementos estatísticos ex­
com diminuição de teor de matéria gorda e de postos, reconhece-se que o problema da fascia­
proteínas. lose deve ser encarado em Moçambique com o

Segundo Euzéby, o prejuízo representado relevo que a sua importância verdadeiramente


pela diminuição quantitativa e qualitativa da justifica. O actual esforço dos Serviços de Ve­
produção de leite nos Países Baixos é calculada terinária do Estado no sentido de estimular a

em mais de 100 milhões de florins por ano. melhoria qualitativa quantitativa e produ­ dos

Os
prejuízos representados pela reprovação tos de origem animal exige, com efeito, que se
de fígados lesionados são mais precisos. Assim, caminhe para a dupla finalidade de se impedir
a expansão da fasciolose em Moçambique e de
por exemplo, na Grã-Bretanha, Peters & Claphan
(1942) (citados por Euzéby) calcularam em mais se erradicar a doença ou, pelo menos, de se mini­

de 200 000 libras prejuízo anual


o résultante do mizarem as suas consequências nas zonas em que
não aproveitamento de fígados de bovinos e de actualmente existe.

ovinos; Fuhriman (1961) (idem) considera um Foi com este objectivo que nos deslocámos às
prejuízo de 5 milhões de francos suíços por ano zonas mais atingidas pela parasitose, a fim de
somente nos matadouros de Berna, Basileia e que, com as observações in loco, pudéssemos
estabelecer as normas a indicar para o combate
Olten; em França, Gielfrich (idem) calcula em
6 milhões de francos a incidência dos prejuízos à parasítose, Devemos, aliás, aqui referir que a
anuais por reprovação fígados, de unicamente
nos departamentos do Oeste. (7) SILVA, J. A. C. -

Estudos de Parasitologia em
Em Moçambique, onde a fasciolose bovina
Moçambique (1971)>>. Gwrcia. die Orta, Sér. zoot; 3 (2),
não tem a gravidade que se verifica noutros 1-14.

18 Garcia de Orla, sër. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRuz E SILVA, J. A.-Estudo8 de paras:ifologi'a em Moçambique (1972)

actual legislação comercialização do gado


sobre a Os espécimes do
género BuZînws existiam em

bovino e das suasem Moçambique com­


cames todos os criadouros, excepto no bebedouro na­

porta disposições de grande alcance em relação tural (identificado como criadouro n.s 9) e no

a fasciolose, as quais se nos afigura poderem vir


o
n. 11 (bebedouro artificial), enquanto espécimes
a ser decisivas para o combate à doença, assunto de Biompihajlaria sp. foram encontrados somente
que na devida altura abordaremos. nos criadouros identificados com os n."" 2, 5, 6,
No decurso da missão em Moçambique deslo­ 10, 11 e 12.
cámo-nos à propriedade da Sociedade Pecuária No criadouro natural apenas foram colhidos
de Mazeminhama (concelho de N amaacha), à espécimes de Lyrrvnaea natalensis.
propriedade do Chibanza (concelho de Magude), As dissecções efectuadas no Departamento de
à Quinta das Laranjeiras, à SOALPO (Vila Parasitologia do Institute de Investigação Vete­
Pery) e à Sociedade Agro-Pecuária do Revuè rinária pela Dr.s Regina Ramos Alves demons­
(Manica), explorações em que a fascíolose evo­ traram a existência de espécimes de Lymnaea
lui com elevada incidência ou em que foram natalensis Bwlinws sp, infestados por cercárias.
e

registados casos esporádicos da doença (Chi­ Os caracteres morfológicos e biológicos das cer­
banza), o que, com as anteriores visitas à An­ cárias encontradas nos espécimes de Lymnaea

gónia, nos permitiu colher elementos de grande natalensis correspondiam, porém, aos das
não
objectívidade para o nosso estudo. cercárias de Fasciola gigantioa, e assim, de'
Acompanhou-nos nas prospecções realizadas acordo com estas observações, os casos de fas­
a
nas duas primeiras explorações a Dr. Regina ciolose registados como proveníentes do Chi­
Maria Ramos Alves, cujo trabalho já realizado banza devem corresponder, em boa verdade, a
no âmbito do estudo da fasciolose em Moçam­ animais originários de uma outra propriedade,
bique muito honram o Instituto de Inv:estigação pertencente à mesma exploração pecuária.
Veterinária do Estado de Moçambique e a Fa­ Os próprios proprietários da exploração e o
culdade de Veterinária de Lourenço Marques, Dr. Leonel Rosa Cardigos tiveram, aliás, opor­
onde se licenciou. tunidade de nos referir que, efectivamente, a fas­
Na propriedade da Sociedade Pecuária de ciolose apenas tem sidodiagnosticada em animais
Mazeminhama está em curso um plano de luta dessa outra propriedade, o que v:em, portanto,
contra doença, apresentado em anexo no
a confirmar a hipótese formulada. Como, porém,
nosso relatório de 1971, em colaboração com os no Chibanza existe o molusco liymrnaea nata­

Drs. Armando Castelo Branco Gonçalves e Fer­ lensis em elevada densidade, a parasitose poderá
nando Pinho Morgado. A execução deste plano vir a atingir larga expressão nesta propriedade
foi prejudicada por dificuldades surgidas no mer­ se aí forem introduzidos animais parasitados e

cado moçambicano relativamente ao forneci­ não se tomarem medidas contra os moluscos.


mento de fasciolicidas. Em relação ao Chimoio, quando em 1966
Como estas dificuldades estão actualmente procedemos à colheita de elementos para ela­
superadas, aguardamos que todas as medidas boração do trabalho sobre os helmintas de Mo­
propostas venham a ser executadas, para então çambique atrás referido ficámos convencidos,
nos podermos pronunciar definitivamente sobre admitimos agora que erradamente, de que a fas­
os resultados obtidos. ciolose não existia verdadeiramente nessa região
No Chibanza as prospecções realizadas per­ e que os casos registados nos matadouros desse
mitiram-nos colher moluscos em todos os bebe­ concelho eram provenientes de áreas onde a

douros artificiais (em número de onze) e num


parasitose evolui de modo seguro (Angónia, Ro­
bebedouro natural (braço de rio) que normal­ désia). Esta nossa convicção baseava-se no rela­
mente seca na estação estival, mas que este ano tivamente reduzido número de animais com fas­
se manteve com água, apresentando ainda um. ciolose abatidos no Chimoio, nas informações de
ligeiro caudal aquando das nossas deslocações colegas que trabalharam na região e que nos
a essa propriedade. afirmaram não terem conhecimento de casos
Foram encontrados espécimes de Liym;naea locais da parasitose e na relativa proximidade
natalensis em todos os críadouros, excepto num das regiões da Angónía e de Untali (Rodésia),
deles, que identificámos com o n. 4 (bebedouro fascíolose bovina tem elevada
o
em que a ex­

artificial). Além de L. naialensis, foram encon­ pressão.


tradas duas outras espécies (Bulinus sp. e Biom­ A deslocação deste ano a Vila Pery e os ele­
phalaria sp.). mentos que nos foram fornecidos pelo colega
Garcia de Orta, Sér, Zoo!., Lisboa, 3 (2), 19'74, 15-30
19
CRuz E SILVA, J. A. -Est,ullos de parasUologm ern Moçambique (1972)

Mário Vara permitem-nos reconhecer que a fas­ de $50 por quilograma de carcaça, o que equi­
cíolose está 'agora francamente disseminada nas vale a cerca de 25$ por quilograma do fígado
explorações bovinas da região e que em 1966 ela reprovado (9).
já devia aí existir verdadeiramente. As prospecções na região de VHa Pecy foram
A introdução doença no Chimoio parece
da efectuadas no dia 4 de Setembro, tendo-nos acom­

ser, porém, relativamenterecente, pois em 1962 panhado o Dr. Mário Vara, chefe da Repartição
(ano a que remontam os primeira casos de fas­ Distrital de Veterinária.
cíolose bovina inscritos nos arquivos da Repar­ Tanto na Quinta das Laranjeiras (curral
tição Distrital de Veterinária de Vila Pery) n,> 32) como na SOALPO (curral n.s 37), onde
somente foram registados 77 casos da parasítose são exploradas, respectívamenre, cerca de 400
nos provenientes das explora­
animais abatidos cabeças de raça J errsey e cerca de 200 de raça

ções pecuárias da região. Em 1963 foram men­ holandesa, pereentagens de infestação por
as

cionados 147 casos, para, a partir desse ano, o F. gigarntica são muito elevadas, segundo nos
número de animais com fascíolose abatidos en­ informaram o colega Vara e os encarregados
trar regressão até 1967 (8), época em que a
em das explorações. Em ambas as propriedades tive­
incidência da doença voltou a uma fase nitida­ mos oportunidade de encontrar criadouros de
mente ascendente, com um máximo de 198 casos· Lymnaea 'YWitalensÏ8, junto às represas, mas, ao
registados: em 1969 (quadro I). contrário do que se verifica nas propriedades
De qualquer modo, seja qual for a data da do Sul do Save, não observámos moluscos nos

introdução da doença na região e a sua origem, bebedouros artificiais. Não temos ainda ideias
ínteressa agora essencialmente combater a fas­ defínitívas sobre o assunto, mas é possível que
ciolose nas explorações em que já existe e evitar esse facto esteja relacionado com o maior ou

que se estabeleça nas restantes. menor número de aves que frequentam os bebe­
Os criadores estão, aliás, motivados em rela­ douros artificiais e com a maior ou menor den­
ção ao combate à fasciolose, como tivemos oca­ sidade dos moluscos nos criadouros naturais (10).
sião de comprovar no decurso da Exposição Pe­ Quanto à região de Manica, as suas condi­
cuária do Chimoio, aquando da apresentação de ções geográficas, hidrográficas e climáticas, com
um filme sobre o assunto. a existência de
numerosas linhas de água que

A este interesse manifestado pelos criadores descem das elevações, são muito favoráveis à
não são alheias também as disposições legais evolução da fasciolose, Por outro lado, a sua
sobre a comercialização do gado bovino e das proximidade da região de Untali, onde a fas­
suas carnes. Com efeito, o aviso conjunto das ciolose por F. gigantica atinge índices médios de
Direcções Provinciais dos Serviços de Economía 30 % (ll), com os inevitáveis movimentos de
e de Veterinária, publicado no Boletim Oficial, gados, tornam crível a hipótese de que o para­
n.s 4, 3.a série, de 9 de Janeiro de 1971, esta­ sita se tenha aí estabelecido há mais tempo.

belece, no n,> 4.6, que o valor das miudezas a As prospecções levadas a cabo, em 5 de Se­

pagar ao apresentante corresponde a 1$ por qui­ tembro, na propriedade Mina André, da Socie­
lograma de carcaça, sendo de considerar a des­ dade Pecuária do Revuè, onde não exploradas

valorização de 1$ por quilograma no caso de cerca de 275 cabeças, com índices de fasciolose

rejeição total das miudezas ou de $50 por qui­ de 100,% (informação do Dr. Mário Vara), per­
lograma no caso da rejeição do fígado ou das mitiram-nos localizar criadouros de Innnncæa no»
restantes miudezas juntas. talensis, com elevadíssima densidade de moluscos,
Como um dos motivos mais fréquentes de

rejeição dos fígados de bovinos é a fasciolose, (9) o peso do fígado em relação ao peso da carcaça
reconhece-se assim que nos casos de reprovação é calculado 'em 2,01 %. Assim, num bovino com 200 kg

total da víscera em consequência da de peso limpo fLgado de 4,020 kg,


parasítose, 'e ern que o pesa. cerca

a rejeição desta víscera conduz a urna desvalorização da


e para além de outras perdas mais dificilmente
carcaça em 100$, o que corresponde, portanto, a 24$88
contabilizáveis, o apresentante sofre um prejuízo de
por quilograma fígado reprovado,
(10) Na Rodésia, os bovinos contraem, em elevada
(8) Saliente-se que, em 1965 e 1966,· o número de percentagem, a fascíolose nos bebedouros
artificl:ais, para
casos de fasciolose regístados em animais abatidos 'Pro­ onde os moluscos são transportados pelas aves que os
venientes da região foi apenas de 43 ·e 41, respectíva­ frequentam.
mente, o que terá contribuído para a opinião então for­ (11) ME'I'T'RICK, D. F.-«'Some trematodes and ces­

mulada de que a fasciolose aí não existia verdadeira­ todes from mammals o Central Africa». Rev. Biol.; 3
mente. (2-4), 1962, 149-170.

20 Garcia de Orta, Sér, Zool.) Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRUZ E SILVA, J. A. -Estudos de parasitowgiJa mn Moçambiq� (1972)

situados em locais muito


frequentados pelo gado tes moluscos. A sua distribuição verificava-se nas

(estampa I, fig. 1, estampa II, fig. 1, estampa m, colecções de água permanentes, vegetação com

figs. 1 e 2, e estampa IV, fig. 1). abundante, transparentes e com ligeira corrente.
A localização dos criadouros de Lymnaea Em certos pontos encontrámos também moluscos
natalensi« correspondía ao que está geralmente em linhas de água quase paradas, provenientes
descrito na bibliografia acerca da ecologia des- de águas de infiltração, mas em que eram asse-

QUADRO I

CaSQS de fasciolose bovina em animais provenientes de explorações da área da Repartição Dis·trital


de Veterinária de Vila Pery

Número de casos de fasciolose

Nomes

1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 Soma
(a)
---1----
---
--------------- --- -- --------------- ------

João Oliveira Amaral . 8 11 6 14 21 22 33 12 31 158


Manuel da SiJlr\ra Mendes " .. "
.
13 33 13 11 8 18 38 42 42 2 220
P.aulo Babíolakís " .. 9 6 15
João Ferreíra do Couto .
29 31 7 4 12 22 42 44 49 240
F. L. Simões & C.", L.da .
5 5
Dr. António Augusto Shlvestr.e Pedro 3 2 8 12 31 14 2 72
Roberto Zagarte Henriques .
1 2 19 1 23
Manussos Babíolakls .
3 3 6
Amêríco Rosa Abreu .. 3 3
Almeida Correia . 3 17 20
Manuel António Costa ..
2 4 6
F. Aímofrey .
25 10 35
António Rodrigues da SUva .
14 14
Socted31de Ag. de Penha.longa .
1 1
Sofia Bertha Link .
2 2
José Antunes Aguiar .
1 1 2
J. D. Bchildhaoer ..
2 2
Amaral Azevedo "
.
1 12 10 23
Sociedade Agro-Pecuária do Chimoio 21 21
Luís Carvalho .

6 1 7
João Baptista Afonso .

1 4 5
Albino Ferreira ..

2 10 13 32 30 36 19 24 166
Joaquim Víegas ..
3 3
Almerindo Fonseca do Carmo .

12 9 21
Abel Loureiro .. " " ..
6 6
Bernardino Pina .
1 1
Francísco Fiel ..
3 3
José Matias Júnior ..
2 2
José Almeida Ferreira (Manica) .
3 3
Francisco Torres .

2 6 8
António José Nunes .
2 2
Quinta das Laranjeiras .
26 18 44
Pedro Colette Gaspar ..
5 5
José Antunes .
2 2

Sociedade Agrícola do Cafumpe .


2 2
Manuel. Mateus .
8 8
Amaro Farinha ..
1 1
J. Ho.1dstock .
8 8
Am.tónio Augusto Violante ..
2 2
Exploração Heaeford do Barué . 4 4
Manuel EduaI1do Santos (Manica) 5 5
Sociedade Agro-Pecuãria do Revuè 9 9
Socl.edade Agro-Pecuáría do Z6nuè 6 6
--
---·1----
--- --
--------- -- ---------

Total .. 77 147 92 43 41 105 144 198 138 102 104 1191

(a) Até 31 de Outubro de 1972.

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 19'74, 15-30 21


CRuz E SILVA, J. A.-Estudos de para8itologm. em Moçambique (1972)

guradas limpidez e oxigenação conveníentes, por dos criadouros naturais e os vegetais flutuantes
renovação satisfatória. Essas linhas de água dos bebedouros artificiais (críadouros artificiais)
situavam-se, em certos casos, junto a caminhos ficam saturados de metacercárias. O uso inin­
percorridos pelos bovinos quando são conduzidos terrupto destas pastagens ou destes bebedouros
aos tanques carracídas (estampa [V, fig. 1). determina a manutenção permanente da infes­
Nas linhas de água com corrente mais forte tação dos bovinos e do meio ambiente e vice­
não encontrámos criadouros de Lymnaea nata­ -versa.

lensis. Efectivamnte e tal como é também refe­ A terapêutica precoce constituí a chave da
rido na bibliografia, as linhas de água com forte profilaxia contra a fasciolose, embora não cons­

corrente não constituem kabi;tat favorável para titua a única medida a pôr em execução. Ê pre­
os (estampa rv, fig. 2).
moluscos ciso lutar igualmente contra os moluscos hospe­
Do conjunto das observações realizadas em deiros intermediários, sendo esta indicação tanto

Moçambique e dos elementos informativos que mais importante quanto é certo que as formas
nos foram fornecidos podemos formular a con­ evolutivas das fasciolas se multiplicam activa­
clusão de que a fasciolose existe actualmente mente nas limneias.
na região ao sul do
Save, principalmente no. A luta contra os hospedeiros intermediários
distrito de Lourenço Marques (Namaacha, Ma­ é mais fácil no caso da fasciolose por F. gigan­
gude), no distrito de Vila Pery (concelhos do tica do que no da fasciolose por F. hepatica, em
Chimoio e de Manica), no concelho da Angó­ face da condição exclusivamente aquática de
nia e na região de Vila Cabral (12). Lymnaea natalensis.
A fasciolose está distribuída, pois, em Mo­ Assim, a sua destruição basear-se-á na mo­
çambique em zonas em que existiam ou foram dificação dos biótopos, de modo a tornar a vida
criadas as condições adequadas para o desen­ impossível aos moluscos, e na sua destruição
volvimento dos moluscos hospedeiros interme­ activa.
diários de F. gigantica, assim como para a sua Evidentemente que as recomendações relati­
vas às medidas de luta contra a fasciolose devem
infestação permanente.
Esta última condição está, como é óbvio, ser baseadas num estudo de ordem económica,
dos factores
criação à ani­ tendo em conta
diagnóstico
o exacto da doença
dependente ligados
mal, sobretudo dos bovinos, e da introdução e as condições topográficas e climáticas 'locais.
do parasita ou da sua existência prévia na A eficácia da luta contra a fasciolose bovina

região. em Moçambique depende, assim, da aplicação


O regime de criação bovina em Moçambi­ correcta e completa, em cada exploração, do que

que, em que geralmente o pastoreio dura todo o se segue:


ano, determina, nos biótopos favoráveis (zonas Explorações infestadas:
de enzootia), a manutenção permanente da in­ 1 estudo
-

Identificação e dos biótopos


festação (a partir dos bovinos parasitados) nos
dos moluscos ínterme­
hospedeiros
moluscos hospedeiros intermediários e no meio
diários;
ambiente. Os animais disseminadores dos ovos 2 -

Aplicação de medidas para eliminar


de F. gigantica criam as condições favoráveis as condições favoráveis ao desen­
à evolução do ciclo assexuado no hospedeiro volvimento dos moluscos e des­
intermediário, e, assim, quando as formas lar­ truição activa destes últimos, in­
vares abandonam os moluscos, as ervas vizinhas clusivamente nos bebedouros arti­

ficiais;
(12) Informações pessoais dos Drs. Armando CaB­ 3 -

Deselmintização planificada dos bovi­


telo Branco Gonçalves e Luís Filtpe Roberto e Sousa. conta estado
nos, tendo em o e a
Segundo este último colega, são abatidos em Vila Cabral
dinâmica da infestação;
muitos animais com fasciolose originãrios da Ang6nia,
4 -

Redução dos riscos de infestação dos


mas a doença evolui também em bovinos da
,região.
Em 1973, tivemos oportunidade de diagnosticar os animais, por intermédio de medi-
primeiros casos de fasciolose na Zambézia (região de Ile). .
das de maneio e outras, toma­
Introduzida em consequência de movimentos de gado das seio da Entre
no exploração.
proveniente da Angónía, a fasciolose adaptou-se, porém" estas medidas contam-se, essen­
àquela região, pois encontrámos numerosos exemplares de
cialmente, construção de bebe­
a
Lymnaea. nataloo:sw infestados por cercárías de F. gigan­
tioa. (Trabalho a publicar oportunamente em colabora­ douros vedação das margens
e a

ção com o Dr. Armando Castelo Branco Gonçalves.) dos criadouros de moluscos, evi-

22 Garcia de Orta, se« Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitologila em Moçambiqwe (1972)

tando-se que os bovinos se infes­ é muito aleatória no que respeita à aprovação


tem nas pastagens altamente in­ dos fígados.
festadas que os marginam (18). As lesões hepáticas provocadas pela infesta­
ção por Fasciola sp, são variáveis com a idade
do processo.
Explorações indem!Yl!es de josoio­ De tal facto, resulta a clássica descrição das
lose: lesões três fases, das
em a primeira
quais se
refere às alterações provocadas pela migração
1 Tratamento dos bovinos a introduzir das jovens fasciolas através do parênquima
-

na exploração, provenientes de até atingirem a sua localização defi­


hepático
áreas com fasciolose, com um anti­ nitiva (fase de invasão da doença). As duas
-helmíntico de reconhecida eficá­ fases referem-se às
seguintes principalmente
cia, pelo menos quinze dias antes lesões consequentes à chegada dos parasitas aos
da sua transferência; canais biliares e às lesões destrutivas do parên­
2 Isolamento destes bovinos na explo­ à substituição por tecido
-

quima hepático e sua

ração, mantendo-os em cercados cicatricial (fase de estado da doença).


limpos de moluscos, durante
pelo As lesões daprimeira fase, em casos de in­
menos doze semanas sujeitan­
,e
festações ligeiras, podem passar despercebidas.
do-os a novo tratamento quinze de elas
Todavia, em casos infestações maciças
dias antes de os juntar às mana­
atingem tal expressão morfológica que é fácil
das; compreender o desenlace fatal, tantas vezes ve­
3 -

Observação periódica dos animais, de rificado, sobretudo nos ovinos, como atrás refe­
modo a poder ser combatido pre­ rimos.
cocemente um eventual surto de O fígado, nestas circunstâncias, apresenta-se
fasciolose.
congestionado, friável e semeado de focos hemor­
rágicos e de trajectos sinuosos convergindo para
Os resultados negativos da luta
positivos ou os canais biliares. Estes focos têm uma cor va­

contra a fasciolose devem


periodicamente ser riável do vermelho-escuro colo­
esverdeado, ao

analisados de maneira objectiva pelos Serviços


ração atribuível não só à grande quantidade de
Veterinários, os quais devem também organizar sangue extravasado, misturado com proporções
campanhas de esclarecimento e mentalização dos variáveis de detritos de hepatocitos destruídos,
criadores no que se refere à necessidade de po­ mas também à abundância de eosinófilos que
rem em execução as medidas indicadas. A rea­ caraeterizam número de processos para­
grande
lização de ciclos de palestras, em que todos estes sitários.
assuntos sejam abordados, a exibição de filmes, As lesões do segundo e do terceiro períodos
etc., poderão constituir, em nosso entender, a são devidas processos de angiocolite, tradu­
aos

par das medidas legislativas já publicadas, ele­ zidos pelo aumento da espessura dos canais bi­
mentos ímportantíssimos, com vista à adopção encontra
liares, cuja parede se espessada em con­

progressiva, pelos criadores, das medidas de luta quência de uma reacção de esclerose. O lume
contra a fasciolose, Será, no entanto, necessário dos condutos biliares, cujo epitélio pode eviden­
esclarecê-los de que os tratamentos dos animais ciar uma inflamação catarral, outras vezes pro­
devem ser integrados em esquemas racionais de de natureza
cessos hiperplásica e noutros casos
da doença, realizando-os precocemente,
profilaxia ainda fenómenos degenerativos, associados a aci­
de modo a salvaguardarem o valor económico dentes de calcificação distrófica, está geralmente
dos animais e a impedir que eles constituam ele­
cheio de um líquido espesso de cor acastanhada
mentos disseminadores dos ovos do parasita. onde as fasciolas podem ser encontradas em
A terapêutica efectuada a curto tempo antes
grande número.
do abate dos animais, de modo a tentar obviar
Além dos fenómenos de angiocolite crónica
à desvalorização de $50 por quilograma de car­
já descritos, são igualmente características, pela
caça, além de ser uma medida qualquer sen­
sem
sua frequência, as lesões de esclerose hepática.
tido do ponto de vista da profilaxia da doença,
A
proliferação conjuntiva tem, muitos em

casos, localização perilobular, que dá ao órgão


constituir uma especial evidenciação da sua estrutura lobu­
(13) Os animais selvagens podem reserva­

tórios da doença. lar. Em muitas circunstâncias o tecido conjun-

Garcia de orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30 23


CRuz E SILVA, J. A.-Estudo8 de para8'itQlogiia em Moçambique (19"12)

tivo invade o lóbulo, podendo algumas vezes ter se obterem resultados realmente válidos na luta
posição períssupra-hepâtíea, contra esta parasitose.
Em está aumentado de Se se vier a verificar a colaboração de todos
alguns fígado
casos o

volume (esclerose hipertrófica) .


os interessados no combate à doença em Mo­
No seio do tecido çambique Serviços, técnicos, criadores -, o
-

conjuntivo, que vai ocupando


contrôle da doença poderá vir a ser conseguido
sucessivamente os espaços deixados pela destrui­
num futuro próximo, pelo menos ao nível das
ção do parênquima, formam-so grandes quanti­
explorações mais evoluídas.
dades de neocanalículos biliares, que originam
dos Assimo desejamos e assim espera a economia
compressão, degenerescêncía e necrose hepa­
toeitos vizinhos. de Moçambique.
No que diz respeito à regeneração do tecido

hepático destruído pela fasciolose, teremos igual­


mente de consíderar duas distintas. Conclusão do inquérito helmintológico na Esta
situações
As lesões das
eão Zoorecnica da Chobela
provocadas pela migração jo­
vens fasciolas são, facilmente repa­
em regra,
ráveis não só à custa de tecido conjuntivo de Aquando da missão de 1971 não nos foi pos­
síveí completar este inquérito por falta de
substituição, como inclusivamente pela regene"
elementos relativos a necropsiaa parasitárias
ração do próprio parênquima, cuja capacidade
regeneratíva está sobejamente demonstrada. praticadas nas espécies pecuárias existentes na
As jovens fascíolas, tendo atingido há pouco Estação, e, assim, deslocámo-nos este ano pol'
canais duas vezes à Chobela,
respectívamente 21 e a a
tempo os biliares, não tiveram ainda tempo
de lhe provocar as lesões características de angío­ 30 e 31 de Agosto. Acompanhou-nos na segunda

colite. deslocação a Dr.s Regina Ramos Alves.


Um tratamento fasciolícida realizado nesta necropsías parasitárias foram efectuadas
As

altura conduzirá à eliminação dos parasitas e


na própria Estação e no Matadouro de Lou­
lesões de esclerose renço Marques, nos dias 17 de Agosto e 19 e
evitará, consequentemente, as
20 de Setembro, em suínos, ovinos e bovinos aí
dos canais biliares. O processo regenerative pode,
sendo mínimos abatidos.
assim, processar-se, os vestígios
resultantes do processo Como dissemos em 1971, os efectivos bovi­
parasitário.
nos da Chobela são submetidos a tratamentos
Nas fases segunda e que, além
terceira, em
anti-helmínticos regulares, mormente no que diz
de um processo de esclerose hepática mais ou
menos importante, se desenvolveram concomí­ respeito à estrongilidose gastríntestínal, o que
justifica que a parasítose esteja conveníente­
tantemente lesões importantes de angiocolite,
mente controlada na Estação.
com aumento considerável de calibre dos canais
Com efeito, o actual director da Estação,
biliares, a parênquima é absolu­
regeneração do
Dr. Leonel Rosa Cardigos, quem tínhamos com
tamente impossível, mesmo que se proceda a uma
tido o grato prazer de trabalhar na Angónia e
desparasitação cem por cento eficaz. O tecido
a quem se fica a dever a magnífica obra aí rea­
conjuntivo cicatricial, uma vez formado em qual­
lizada no sentido do cO!YlJf;rô7Je, da helmintose nos
quer tecido, não desaparecerá e o fígado não
efectivos do Posto Zootécnico, está a
respective
constituí excepção a esta regra.
seguir na Chobela, neste aspecto, o critério que
Reconhece-se, assim, que o tratamento, em­
o Dr. Amaral e Paiva já há anos vinha a adoptar.
bora possa eliminar a totalidade dos parasitas,
Assim, os efectivos bovinos da Estação, cons­
não tem efeito sobre as lesões hepáticas, excepto tituídos por um total de 971 cabeças, haviam
na fase inicial da infestação. Os casos crónicos, sido desparasitados duas vezes, com tiabenda­
com lesões muitas vezes calcificadas de angío­ zol, no decurso do ano de 1972 (quadro n).
colite e esclerosehepática, não deixarão de con­
Os resultados obtidos, bem evidenciados pelo
duzir à rejeição dos fígados nos matadouros e
estado sanitário de todos os animais (fig. 2 da
à consequente desvalorização das carcaças. Isto,
estampa v e figs. 1 e 2 das estampas VI, vn e
além dos prejuízos já causados em vida dos ani­
vrn), foram controlados por intermédio das ne­
maâs, efectuadas Matadouro
cropsías parasitárias no

Há, pois, que pôr execução todas as me­


em de Lourenço Marques de métodos coproscó­
e

didas de profilaxia da fasciolose, único meio de picos realizados no Departamento de Parasito-


24 Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-80
CRuz E SILVA, J. A.-Estudos âe parasitologila em Moçarmbique (1972)

QUADRO II

Estação Zootécnica da Ohobela

Bovitnos

Novilhos Novilhos Vitelos Vitelos


Raças Touros Bois Vacas Totais
(machos) (fêmeas) (machos) (fêmeas)

Af,ricândeT ............................................. 6 6 95 25 25 35 28 220

Indigena ................................................ 7 15 74 22 37 21 31 207


Holandesa ............................................... 4 12 4 2 7 13 42
Brown SUti6s .......................................... 1 8 3 5 3 4 24
3/8 Hereford índígena ............................. 4 7 96 17 33 35 41 233

Hereford ................................................ 2 2

Sa.nta�gertruJdes ...................................... 3 2 8 3 3 19

Mestiço holandês .................................... 4 3 51 16 25 27 44 170

soma ........................ 31 31 338 87 135 131 164 917

Tratamentos:

21-3-1972 -

Desparasitação com Bomzole.


7-'71-1972 -

Idem.

Raça holandesa:
13-7-1972 -

Desparasitação com Bovieole.

logia do Instituto de Investigação Veterinária Corn efeito, além de se ter verificado mor­

de Moçambique. talidade nestes animais em consequência da


Do conjunto dessas observações, que incidi­ parasitose, os sobreviventes manifestavam nítido
ram sobre oito animais abatidos no Matadouro atraso de crescimento, emagrecimento e lã seca
de Lourenço Marques (necropsías parasitárias) e rude; alguns dos animais mais gravemente
e sobre as manadas da Estação (exames copros­

QUADRO III
cópicos), pudemos concluir, corn efeito, que o
Es�ão Zootécnica da Chobela
grau de parasitísmo era muito reduzido (14), o
Ovinos
que indica que o plano de desparasitação dos
bovinos da Chobela é de molde a manter os ani­ Borre- Borre-
Car- Ove-
mais praticamente livres de Str()rngylidea gas­ Raças goo gOS Totais
neiros lhas
(machos) (fêmeas)
tríntestínaís,
Nenhuma outra helmintose com importância
Persas ..................
5 31 16 14 66
clínica foi diagnosticada nos bovinos da Chobela,
Persas (P. C.) .
.... 3 42 15 33 93
nem foram encontrados moluscos hospedeiros 7 96 38 60
Landínas ............. 191
íntermedíârios de F. gigantica na área da Es­ Caraculo .............. 4 9 -

4 17

tação. Mes tiço-caraculo .. 4 42 30 54 129


--

Nos ovinos, cujos efectivos são de cerca de Soma ......... 23 220 99 165 507
quinhentas cabeças, iguaJmente sujeitos a trata­
mentos regulares (quadro m), foi registado no Tratamentos:
corrente ano um surto de monieziose, cujos efei­
11-2-1972 -

Desparasitação com Thiben-


tos se fizeram sentir com gravidade sobre os
zole.
borregos. 23-6-1972 N. a. A.
-

Desparasitação com

27-7-1972 -

Desparasitação com N. a. A.
( 14) Por íntermédío das, necropsías parasdëârtas ape­
10-8-1972 -

Desparasitação com Thiben-


nas foram colhidos espécimes adultes de Oeeophaçosto­
zole.
mwm. �twm. Os exames coproscópíoos qualítatívos e
22-8-1972 Desparasitação com
-
Lsnte»
quantitativos revelaram reduzido número de ovos de

espécies de Stroi1lJgylild.ea (menos de 200 ovos por grama). (borregos nascidos em 1972).
Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30 25
CRUZ E SILVA, J. A.-Est,uàos de paras'Ïtowgiia em Moçambique (1972)

atingidos encontram-se mesmo em estado, de Cardigos, visto que nos ovinos necropsiados
subcaquexia (estampa IX, figs. 1 e 2). apenas colhemos cestóides de localização hepá­
Embora certos autores recusem reconhecer tica (Stii/Jesia; hepæiio») (17). A ausência de cestói­
a patogenícídade dos anoplocefalídeos parasitas des intestinais, aquando das necropsias, indica,
dos ruminantes, nós próprios, temos tido ocasião como é óbvio, que a terapêutica específica insti­

de a verificar em numerosos casos (15), incluindo tuída pelo Dr. Rosa Cardigos foi eficaz e que os

o surto que atingiu os animais da Chobela. borregos, embora manifestassem ainda os sinto­
Assim, somos de opinião de que não é pos­ mas atrás referidos', estavam em fase de reeupe­
sível negar a existência de uma infestação/ ração.
doença nos ovinos parasitados por anoplocefa­ A infestação dos ovinos pelas espécies do
lídeos. Bastará, de resto, verificar a sensível género Moniezia; é possível durante todo o ano,
melhoria do estado geral dos animais, após a embora o facto de o
parasítismo ser evidenciá­
desparasitação, para que a patogenia dos para­ vel sobretudo nos animais jovens lhe confira uma
sitas não deixe quaisquer dúvidas, aparência sazonática. Corno se disse, os borre­
A receptividade da monieziose é função da gos evidenciam sintomas de parasitismo geral­
espécie e da idade dos animais. Os ovinos são, mente até aos 6 meses de idade. Mais tarde, os
muito mais vezes e mais severamente parasi­ animais tornam-se mais resistentes e a monie­
tados do 'que os bovinos (111) e no seio de uma ziose parece desaparecer da exploração, se bem
mesma espécie os jovens são muito mais gra­ que a infestação persista. A doença é assim
vemente afectados do que os adultos. Nos ovinos mantida de ano para ano pelos animais adultos
são quase sempre os borregos de menos de 6 portadores e pelos oribatídeos hospedeiros inter­
meses que são vítimas de surtos graves de mo­ mediários que albergam as formas larvares, as
nieziose. Os animais de mais idade podem es­ quais se mantêm viáveis no seu organismo du­
tar parasitados, não
apresentam em regra
mas rante toda a sua vida (a longevidade dos oriba­
sintomas, constituindo, assim, reservatórios da tídeos é, em média, de 12 a 18 meses; estes
doença para os jovens. minúsculos ácaros são, porém, muito sensíveis
A monieziose está quase sempre associada à a vários factores climáticos, particularmente à
estrongilidose gastrintestinal, como se verifica secura que os mata rapidamente).
na Chobela, assim torna-se difícil separar as
e O prognóstico clínico e económico da moníe­
duas parasitoses no que respeita ao determinismo ziose é grave nos animais jovens muito parasi­
da sintomatologia observada, tados, visto que, mesmo evoluindo sob a forma
As conclusões colhidas por intermédio das crónica, a infestação é responsável por atrasos
obervações necrópsicas de 16 ovinos (15 aba­ de crescimento. Nos anos favoráveis à evolução
tidos Matadouro de Lourenço Marques e 1 na
no da doença a mortalidade pode ser também ele­
Chobela) são de molde a confirmar a existência vada.
da estrongilidose gastrintestinal no efectivo ovino
Justifica-se, assim, que na Estação da Cho­
da Estação, embora o grau de parasitismo reve­ bela proceda ao tratamento siscemâtux: dos
se
lado fossé moderado em consequência dos tra­
borregos, íntegrando a terapêutica da moníe­
tamentos anteriormente executados (quadro m). ziose no esquema de tratamentos aí realizados
As espécies identificadas foram Haemonchus con­ regularmente. O medicamento utilizado pelo
tortus e Oesophagostomum cotumbianum:
Dr. Rosa Cardigos (Lintex) é quanto a nós o
Emrelação à moniezlose, o reconhecimento mais indicado, pois tem a vantagem de menor
da sua existência
na Estação baseia-se na histó­
toxicidade do que os arseniatos e boa eficácia,
ria pregressa, no exame clínico dos animais, no
podendo ainda ser associado ao tiabendazol sem
exame de material helmintológico colhido ante­ risco.
qualquer
riormente e no diagnóstico do Dr. Leonel Rosa
A
infestação dos borregos torna-se patente
do ponto de vista parasitário cerca de seis sema­
(15) Em Portugal metropolítano tivemos, ocasião de nas após a ingestão dos oribatídeos parasitados.
observar, 'em 'certas ,regiões ,e €ŒIl certos anos favorãveis,
à evolução dos parasitas, percentagens de mortalidade

superior a 50 % dos borregos (Varela & Cruz e Silva, (17) Os anoplocefalídeos l!ntestinais dos ruminantes
1962 e 1963). mads freqUJentes em Moçambique são Moniezia benedeni,
(16) A mener sensãbãlídade dos bovinos explica a não M. expamea e A vitelJina
centripunctata. Esta última espé­
existência de qualquer surto de paeasítose nos vitelas da cre associa-Soe frequentemente a M. eæpansa e M. ben'B­
Chobela. deni.

26 Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRuz E SILVA, J. A.-Estudos de parasitologia em Moçambiqwe (1972)

A parasitose pode, porém, ser clinicamente evi­ QUADRO IV

Estação Zootécnica da Chobela


denciável ba/stante mais cedo, e, assim,' é re­

comendável que se não aguarde o aparecimento OapT'Ï.noIS


de fragmentos de estróbilo dos parasitas nas

fezes ou a deterloração do estado geral dos ani­


Totais
mais para os tratar.
Em meio infestado, como é o caso da Chobela,
217
há, pois, toda a vantagem em efectuar, de forma
sistemática, um primeiro tratamento dos borre­
cabo do Tratamentos:
gos ao primeiro mês de vida.
seu

Em seguida, e pela razão acima exposta, os 18-3-1972 Thiben­


-

Desparasitação com

tratamentos devem ser repetidos com interva­ zote:


los de cerca de seis semanas, até que os animais 28-5-1972 Thiben­
-

Desparasitação com

ultrapassem a idade de grande receptívídade. eoie.


A profilaxia da monieziose baseia-se: 18-7\-1972 Thiben­
-

Desparasitação com

zole.
1) No diagnóstico da doença e seu tra­
10-8-1972 -

Desparasitação com Thiben­


tamento precoce, tendo em conta
zole.
que aterapêutica deve ser apli­
22-8-1972 -

Desparasitação com Di/en­


cada a todos os portadores de pa­
tan a 70.
rasitas, e não apenas aos jovens
22-8-1972 -
Desparasitação com Linteæ
com
parasitismo clinicamente ma­
(cabritos nascidos em 1972).
nifesto;
2) Na protecção dos cercados contra a

contaminação pelos ovos dos cestói­


ções de criação dos suínos na Chobela (estampa
des;
x, fig. 1) tornam estes animais muito facilmente
3) Na destruição dos hospedeiros inter­
receptivos parasitismo por Ascaris
ao suum.
mediários.
Chamamos, pois, a atenção para as indica­

Como é óbvio, as indicações 2 e 3 são muito ções incluídas no trabalho atrás referido, acres­

centando apenas que:


teóricas e, em regra, só a primeira pode ser
executada. No entanto, deve evitar-se a conta­ 1) O medicamento a escolher é o œdtpa,to de
piperazina dose de 0,20 g por quilograma de
na
mínação dos pelas fezes
parques dos animais
peso vivo (18). Com efeito, além da sua acção
após a terapêutica, procedendo aos tratamentos
sobre os parasitas adultos, a piperazina exerce
em recintos de solo impermeável, onde os ani­
também efeito tóxico sobre as larvas L2 saídas
mais devem mantidos enquanto se verificar
ser
das ovos infestantes e sobre as formas L4 e L5
a eliminação dos parasitas, ou recolhendo as
na fase de regresso intestino
delgado, mo final
ao
fezes dos animais tratados nos cercados e subme­
da migração larvar, podendo, assim, impedir as
tendo-as a esterilização pelo método biotérmico.
Embora os caprinos sejam em regra menos migrações larvares antes que estas se iniciem
e eliminar as formas intestinaís pré-imaginais
receptivos ao parasitismo do que os ovinos, as
antes de se tornarem adultos. Deste modo, além
indicações expostas para estes últimos devem ser
do seu efeito curativo, que provoca a eliminação
também seguidas no caso dos primeiros. Aliás,
rápida dos
parasitas adultos, a piperazina exerce
na Chobela, os caprinos são também sujeitos a
uma certa acção quimíopreventíva.
tratamentos regulares (quadro IV).
Relativamente aos suínos, o problema para­
2) A fim de evitar as infestações maciças,
muito nocivas para os hospedeiros, principal­
sitário dominante continua a ser a ascaridose ,
mente no caso dos leitões, torna-se necessário
embora os animais que necropsiámos no Mata­
tratar os animais jovens todos os meses pelo
douro de Lourenço Marques, no dia 17 de Agosto,
menos até à idade de 4 a 5 meses.
revelassem também parasítísmo gástrico por
Os adultos
portadores devem ser sujeitos a
Physocephalus seoxüaius.
No trabalho «Estudos deparasitologia em deselmíntízações profílâcticas regulares.
Moçambique (1971) », publicado nesta mesma
revista, indicámos os métodos de luta contra (18) O cítrato de piperazina pode também ser usado,
aquela parasitose, tendo em conta que as condi- na dose de 0,30 gjkg.

Gatrcia de Orta, Bér, Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30 27


CRuz E SILVA, J. A.-Estudos de paras1tologia em Moçambique (1972)

'

3) A ascaridose deve ser considerada uma o número de visitantes, que continua a subir
doença de prognóstico económico grave, tanto de modo notável, com um aumento de 20,31 %
pela mortalidade que pelos pode causar como em 1971, diz bem,do interesse que este
aliás,
atrasos de crescimento que provoca nos jovens. magnífico Parque Nacional tem despertado nos
Assim, impõe-se que as condições de exploração últimos anos nos meios turísticos nacionais e
dos suínos da Chobela sejam melhoradas, nomea­ estrangeiros.
damente no que diz respeito às instalações, de Também no têm tido lugar
plano cientifico
modo a se tornarem de mais fácil execução as ultimamente realizações que muito. beneficiarão
medidas de profilaxia da parasitose. o Parque Nacional da Gorongosa, no sentido de

uma melhor divulgação, a nível mundial, das


QUADRO V
suas realidades. A efectivação de reuniões cien­
Estação Zootécnica da. Chobela tíficas sob os auspícios de organismos ligados
Swíno8 à fauna selvagem e à conservação da Natureza,
os trabalhos de
bioecologia levados a cabo no
Leitões Leitões
Raças Porcos Porcas
(machos) (fêmeas)
Totais Parque e o projecto de estudo das doenças que
--

atingem a fauna selvagem, programado pela


Tamworth ............ 3 6 14 16 39 Direcção Provincial dos Serviços de Veterinária,
Large White ........ 4 11 12 19 46 em colaboração com o Instituto de Investigação
ÙJJIUJ,race 2 2 7 8 19 Veterinária de Moçambique, são realizações que
.............

9/8 L. R. Tann,w. ... 5 7 11 17 40


--

poderão trazer à Gorongosa projecção idêntica


Boma "
....... 14 26 44 60 144 à que outros parques obtiveram neste domínio.
No âmbito dos estudos
a realizar no Parque

Tratamentos: Nacional da Gorongosa, o conhecimento da fauna


Banminth.
helmintológica dos animais que constituem a
15-8-1972-Desparasitação com
sua população ocupa, em nosso entender, urna
(Foram desparasitados os animais no­

várias vezes, importância primordial, não só pelo interesse


vos com Dulo», e princi­
destes estudos a nível internacional, como ainda
palmente os mais fracos.)
pelo papel que eles podem vir a desempenhar no
projecto atrás 'referido e nos estudos epízooto­
Ensaios de medicamentos antí-helmíntíeos lógicos das respectívas helmíntoses, De resto, o
estudo da fauna helmíntológíca dos animais da

No decurso da nossa missão deste ano com­


Gorongosa sempre tem preocupado os respon­
sáveis pelo Parque, poís há já alguns anos
pletaram-se trabalhos de campo e de labora­
os
que temos vindo a receber lotes de helmintas
tório relativos à eficácia do rafoxanide na fas­
para identificação, coligidos orientação do sob a
ciolose bovinos por F. gigawtica.
nos
Dr. Romão, antigo director do Parque.
Este trabalho, levado a efeito em colaboração
Como é óbvio, um estudo deste tipo só pode
com os Drs.
Armando Castelo Branco Gonçal­
ser, porém, realizado a longo prazo, visto as,
ves e Regina Ramos Alves, está actualmente colheitas
fase de redacção para
parasitárias terem de ser efectuadas de
em ser entregue na re­
modo sistemático, incluídas num esquema em
vista Vet'errinária M oçambicoma.
que sejam realizados conjuntamente outros es­

tudos.

Estudo da fauna animais do Impõe-se, portanto, aquando do início


helmintológica dos que
Nacional da dos estudos das doenças que atingem a fauna
Parque Gorongosa
selvagem se considerem nestes trabalhos colhei­
A projecção do Parque Nacional da Goron­ tas sistemáticas dos helmíntas das várias espé­
cies das várias localizações, para o que
e se
gosa, quer no plano nacional, quer no inter­
não de deverá adestrar convenientemente o pessoal a
nacional, pára subir, graças às suas
condições naturais, à riqueza e colaborar no referido projecto.
privilegiadas
densidade da fauna, à beleza e variedade da
sua Durante a nossa estada na Gorongosa e em

sua paisagem, ao esforço dos Serviços de Vete­ consequência das limitações inerentes à orgâ-­
rinária no sentido do melhoramento das suas nica do próprio Parque, apenas nos foi possível
infra-estruturas às referências elogiosas que
e necropsiar urn búfalo adulto e urn elefante de
dele fazem todos os turistas que o visitam. cerca de 6 anos (este último foi abatido após um

28 Garcia de Orta, Sér. Zool-, Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRuz E SILVA, J. A. -Est,ud;o8 de parasitologiia em M(JÇ'ambique (1972)

addente em que estève envolvida a viatura de 1 gondonga;


um visitante). 1 ínhacoso:
Ambas as necropsías helmíntológicas foram 1 impala;
positivas e os resultados obtidos põem em evi­ 1 zebra;
dência 'O interesse em se iniciarem estes estu­
dos de modo sistemático, nos' animais abatidos além das seguintes espécies, munido de senhas
em. consequência de doença, de ferimentos ou por modelo F:
se tornarem perigosos para os visitantes.
2 senhas para elefantes;
Um 'Outro aspecto para o qual queremos cha­
2 senhas para búfalos;
mar a atenção neste trabalho diz respeito ao
1 senha para cada espécie existente na
estudo das possibilidades de aproveitamento dos
animais abatidos coutada.
nas coutadas com fins cientí­
ficos.
Com efeito, de acordo com as informações Reconhece-se, assim, que o aproveitamento
deste material, ao longo da época venatória, po­
que nos foram prestadas, não é colhido material
derá contríbuír para 'O alargamento dos conheci­
de estudo nos animais 'abatidos nas coutadas e
mentos no âmbito da patologia da fauna selvagem
áreaslivres, apenas sendo
aproveitados os tro­
de Moçambique e do papel que ela pode desempe­
féus os despojos.
e Ora, segundo 'O R'elatóri!o
nhar reservatório de doenças dos animais
como
Anual da; Direcçõo PrO'lJinciafl dûs Serviços de
domésticos e até do próprio homem.
Veterisuiría (19), foram abatidos nas coutadas
e áreas livres dos distritos da Beira e Vila Pery, Propomos, portanto, que este assunto seja
durante o ano de 1971, pelos turistas caçadores
considerado pelos Serviços de Veterinária de Mo­
çambique, dado o interesse que os estudos suge ..

que visitaram a provincia, 3208 animais de va­


ridos poderão vir a ter para a Junta de Investíga­
riadas espécies.
ções Científicas do Ultramar, para os Institutes
Situando-se as coutadas e as áreas livres
referidas de
de Investígação Veterinária, Médica e Científica
em Moçambique (dis­
vastas regiões
do Estado, para a Universidade de Lourenço
trito de Gaza, Beira e Vila Pery), o aprovei­

tamento, pelo menos em parte, dos animais Marques, etc.


abatidos constituiria uma riqueza científica de
inestimável valor, mormente numa época em que
PALESTRAS SOBRE ASSUNTOS
a fauna selvagem e a sua conservação são mo­
DE PARASITOLOGIA
tivos da preocupação de cientistas de todo o

Mundo.
Tal missões anteriores, tivemos este
como em.
Com as facilidades de transporte, cada vez

interesse crescente do turismo


ano oportunidade de colaborar, como dissemos,
maiores, e com o
em ciclos' de palestras levados a efeito no Estado ,
cinegético, não nos custa admitir que o número
acedendo amável convite da Direcção Provincial
a
de animais abatidos em. Moçambique tenha ten­
dos Serviços de Veterinária.
dência para aumentar de ano para ano.
Assim proferimos palestras nas Exposições
Cada turista munido de licença modelo I
Pecuárias da Zambézia e de Vila Pery, respecti­
(não residentes e exigindo a presença de caça­
vamente nos dias 7 de Agosto e 4 de Setembro,
dores guias) poderá abater nas coutadas de
subordínadas ao título «As coccidioses' e os seus
Safrique, no ano de 1973, o seguinte número de
problemas em avícultura».
animais (o número varia de coutada para cou­
Durante a Exposição Pecuária de Vila Pecy,
tada e é estabelecido anualmente por portaria):
e a solicitação do Ex.llnO Sr. Director dos Servi­

ços de Veterinária, abordámos também o tema


5 cabritos (de várias espécies); da fasciolose, com exibição de um filme sobre
2 porcos-bravos;
o assunto.
2 facocheros;
1 búfalo;
1 chango; AGRADECIMENTOS

Ao terminar o presente trabalho, queremos


(19) Rel:ató1'io Annml da Direcção ProvinCÙliZ OOS Ser­
viçolS' de Veterinárm Rekltiloo OJ 1971, Lourenço Mar­ deixar de novo aqui expresso o nosso agradeci­
ques', 1972. mento aos Ex.mos Srs. Directores dos Serviços
Gorcia de orta, Bér, Zool., Lisboa, 3 (2); 1974, 15-'30 29
CRUZ E SILVA, J. A. -Estudos, de p(J/f'(J)8'itologfa em Moçambique (1972)

de Veterinária e do Instituto de Investigação Institute de Investigação Veterinária de Meçam­


Veterinária de Moçambique, pelo valioso centri­ bique, da Estação Zootécnica da Chobela e da

buto para a realização desta missão. Repartição Distrital de Veterinária de Vila Pery,
Os nossos agradecimentos são ainda devidos bem como aos guardas do Parque Nacional da
a todos os colegas, cujos nomes foram já indica­ Gorongosa, a valiosa colaboração que nos pres­
dos neste trabalho, que nos auxiliaram no de­ taram.
curso da missão.
Ficamos muito reconhecidos também à Socle­ Nota. -

Os elementos constantes do quadro I

dade Pecuária de Mazeminhama e à direcção do foram-nos facilitados pelo Dr. Mário Vara, chefe
Matadouro de Lourenço Marques, pelas facilidades da Repartição Distrital de Veterinária de Vila
.

concedidas para a realização do estudo sobre Pery; os elementos relativos aos tratamentos dos
anti-helminticos. animais da Estação :Zootécnica da Chobela (qua­
Finalmente, queremos agradecer ao pessoal dros n a v) foram-nos fornecidos pelo Dr. Leo­
auxiliar do Departamento de Parasitologia do nel Rosa Cardígos, director da referida Estação.

BIBLIOGRAFIA

Por conveniência de paginação as citações bibliográficas incluídas no texto são refereneíadas em notas
infrapaginais.

Garcia de Orta, Sér. zoot; Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30

30
EST. I
CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasito-logta em Moçambique (1972)

1- Manica. Biótopo favorável ao desenvolvimento de limneias (Lymnaea nætalensie )


Fig.
(Original)

Garcia de Orta, ser. zooi., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


EST. II CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitologiJa em Moçambique (1972)

Fig. 1- Manica. Biótopo favoráveŒ ao desenvolvimento de limneias (Lymnaea


natalensis)
(Original)

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRUZ E SILVA, J. A.-Estudos de parasitologiJa em Iâoçumbique (1972) EST. III

Figs. 1 e 2 -
Manica. Numerosos espécimes de Lymnaea natolensis . Críadouros nas zonas

das I e II
estampas
(Originais)

Garcia de Orta, Sér.


Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30
EST. IV CRUZ E SILVA, J. A. Estudos de parasitologia em
Moçambique (1972)
-

Fig. 1 -

Manica. Pequena linha de água proveniente de infiltrações de rega,


onde se encontram numerosos moluscos Lymnaea natalensis

(Original)

Fig. 2 Manica. Linha de água, corrente onde não foram


forte,
-

com encontrados moluscos

(Original)

Garcia de Orta) Sér, Zool.) Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRUZ E SILVA, J. A.-Estudos de parasitolcqto. em Moçambique (1972) EST. V

Fig. 1- Chimoio. Braço de rio. Nas imediações foram observados espécimes


de Inrmmaea. nættûensis

(Original)

Fig. 2 -

Chobela. Bovinos da raça africânder. Para além dos aspectos zootécnicos, é de salientar
o magnífico estado sanitário dos animais

(Original)

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 19'74, 15-30


EST. VI CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de para,sitologiJa em Moçambique (1972)

Figs. 1 e 2 -

Chobela. Bovinos da raça africânder. Para além dos aspectos, zootécnicos,


é de salientar o magnífico. estado. sanitário do.s animais
(Originais)

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 19.74, 15-30


CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitologia em Moçambique (1972) EST. VII

Figs. 1 e 2 -
Chobela. Bovinos de raça indígena. 1!: de salientar a
magnífica conformação
e o estado sanitário dos animais
(Originais)

Garcia de
Orta, Sér, Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30
EST. VIn CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitolog1Ja em Moçambique (197'£)

Figs. 1 e 2 -

Chobela. Novilhos. Excelente desenvolvimento e estado sanitário

(Originais)

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitolog1ia em Moçambique (1972) EST. IX

Figs. 1 e 2 -

Ohobela. Borregos com moníeziose

(Originais)

Garcia de Orta, Sér. Zoot., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


EST. X CRUZ E SILVA, J. A. -

Estudos de parasitologi'a em Moçambique (1972)

Fig. 1 -

Chobela. Instalação de suinos com pavimento de terra solta, favorável à evolução de parasitoses

(Original)

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 15-30


Research on the mosquitoes of Angola
V -

On the bioecology of
Anopheles azevedoi Ribeiro, 1969

(Diptera, Culicidae)

H. RIBEIRO
Assistant-lecturer o·f the Instituto de Higiene Ei Medicina Tropical (Lisboa)

(Recebido em 1Õ-V-1974)

A. œzevediJi -

a member of the section listeri, series POIY'œmyzomy'Ïla -

is a
.

highly halophilic species;


extending along South
a narrow coastal belt of the
West Arid zoogeographic district of Chapin d'rom the latitude of Novo Redondo,
in Angola, southwards to, possibly, the Orange River mouth, in ,SW Africa.
The salt-content of the larval biotopes of A. azooedloi is always high or

very high (13.5-137.5,g/1 NœCl), though the optimum of salinity seem to be about
that of the sea-water. Natural sea-water pools but mainly (85 %) artificial
salt-water breeding-places, usually in salt-works, constitute the breeding-area of
this appreciably man-associated anopheline.
Adults are mainly exophílíc and 'bite man readly and, though dissections of

salivary glands for malaria parasites were negative in 109 females examined,
A. azeverlloti probably plays a secondary role in malaria transmission.

A. aJz6VeŒOO -

um membro da secção Di'ste:ril da série Par01YYl!lJzo1nyila -


é uma

espécie altamente halófila, estendendo-se ao longo de uma estreita faixa costeira


do distrito do Sudoeste árído de Chapin, a partir da latitude de Novo Redondo, em

Angola, para o sul, possivelmente até à foz do Orange, no SW Africano.


O teor em cloretos dos biótopos larvares de A. azevedJo.j é sempre alto ou

muito alto (13.5-137.5 gil mNa), ainda que a salinidade óptima pareça ser da
ordem da da água do mar. Poças naturais de água do mar, mas principalmente
(85 %) criadouros salinos artificiais, geralmente em salinas, constituem a área
de criação deste anofelíneo apreciavelmente associado ao homem.
Os adultos de A. az6V'8doi são principalmente exófilos, picando o homem
com facilidade e, ainda que pesquisa de esporozoítos nas glândulas salivares de
a

109 fêmeas examinadas tenha s-ido negativa, é provável que A. azevedloi desempe­
nhe um papel secundário na transmíssão do paludismo.

INTRODUCTION semblance between this species and the sympa­


tric A. listeri. Neverthless, 'Sorne basic informa­
All stages of A. aeeoedoi were described in tion concerning aeeæão: bioecology and distribu­
detail from material caught at Moçâmedes (1), tion could already be gathered wich remained
though no observations on the bioecology of the unpublished.
species were then included. In this paper, we present the now available
During field studies on A. aeeoeâoi, unusual data, is a first attempt towards the knowledge
díffícultíes were found owing to the close re- of this interesting Anopheline,
Garcia de Orta, se« Zaal., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38 31
RIBEIRO, H. -

Reeearch. on the mo8qwitoe.s of Angola -


V

DISTRIBUTION EARLY STAGES

Besides Moçâmedes, the type locality, A. aze­ A. aeeveâoi is highly halophilic species,
a

vedai was also found, aâong the sea-coast, at breeding along the sea-coast in either
long-stand­
Novo Redondo, Benguela, S. Nicolau, Mucuio,
ing sea-water pools influenced by major tides
Saco do Gíraul, Rocha Magalhães and Porto Ale­
(plate I, fig. 1) or man-made earth-holes infil­
xandre. Both early stages and adults are avail­ trated by sea-water, cannals (plate I, fig. 2) and
able from each locality, amounting to about a
salt-pans (plate II, fig. 1) in salt-works. In fact,
thousand specimens. More recently, a few larvae the breeding-area of A. azevedoi is markedly
were collected from rock-pools along the Curoca
man-dependant, 28 out of 33 studied breeding­
river at Foz do Muende and Cherugema, about
45 km and 65 km away from the coast,
places (85,%) being associated with human
by Profes­
activities.
sor J. C. Cambournac. Curiously enough, the
Typically, the
breeding-places of azevedoi
larvae were breeding again in strongly saline
water with of 38.4 are unshaded shallow clearwater pools with high
figures gil and 46.0 gj NaCl.
1 shows the known distribution of A. salt-content in wich filamentous algae are the
Map
aeeoedoi, though it seems probable, on pure zoo­ only macroscopic aquatic vegetation (plate I,
geographical grounds, that its range will extend fig. 2, to plate IV, fig. 2), though well shaded
southwards perhaps as far as the mouth of the larval biotopes were also found (pIate V, figs. 1

Orange River (map 2). and 2).

MAP 1

Known distribution of A. a.oovedoi

22 24

SOO Km

6 6

8 8

10 \f 10

.
l_
Novo
\ ....... ....,.,.
,
t
,
)
Mucuio
Saco G·lraul
Moçâmedes
Rocha Magalhl5C!
Por to AlQ)(ondrt

12

32 Garcia de Orta, Bër. Zoo�., Ldsooa, 3 (2), 1974, 31-38


RIBEIRO, H. -

Research on the m08qwitOO8 of Angola -

«­
The water temperature, measured in 20 breed­ that recorded by Senevet et al. (2) in a breeding'
ing-places, varied from 21°C to 29°C (mean place of A. multicolor (174 gil) in Algeria, where
25,5°C). this species bred never in pools at less than
The pH of the
breeding-water, in 28 larval 5 gil. According to these authors, however, A.
biotopes examined, varied from 6.0 to 10.0 (mean multicolor, «tout en tolérant de hautes concen­
6.8), 65,% of wich with pH 6.5-7.0. It seems, so, trations salines, se développe plus facilement dans
that aeeoedoi, though preferring a neutral or les eaux contenant moins de 20 g de sel par
even a slightly acid water, exhibits a greater litre». In that concerns A. aeevedoi, as it is in­
natural tolerance to alkalinity than to acidity. dicated in plate VI, fig. 1, and according to our
The salt-content of the breeding-water is al­ field observations, it seems that this species is
more associated with salinities approaching that
ways high. As it is shown in table 1, the lowest
of sea-water.
of our figures is 13.5 gil NaCl, 70,% of all breed­
ing-places exhibiting a salinity about that of the In relation to the marked halophily of A. aze­

sea-water (35-36 gil) or higher. In fact, it may vedoi, it seems probable that the absence of
be as high as 137.5 gil, almost 400 % sea-water palmate hairs and the general chaetotaxic reduc­
(table 1). tion in the larva, on one hand, and, on the other,
So far as we know, this figure is only sur­ the absence of floats in the egg, must be consid­

passed, in Ethiopian Anophelines at least, by ered as adaptational characters resulting from


the specialization of this Anopheline for breed­
ing in unusually dense water.
TABLE 1

of 88 As to the associated species, few mosquitoes


Salinity breeding-places
of A. aeeoeâoi are foundsharing biotopes with A.
the same

aeevedoi, this being the only Culicidae present


CINa (g/t) Locality in 64,% of the observations. The related species
A. liSteri was the only Anopheline associated
13.5 Moçâmedes
with A. aeeoedoi in its breeding-places (in 21 %
19.4 Moçâmedes
23.4 Porto Alexandre
of these), which was to be expected owing to
23.4 Moçâmedes the appreciable halophily of this sympatric
23.4 Moçâmedes
Anopheles (plate VI, fig. 1). Among Culicine
25.2 Porto Alexandre

27 Moçâmedes
mosquitoes, C. thalassius was found to be an
29.7 Saco do Giraul associated species in 27 '% of the breeding-places,
31.6 Moçâmedes followed by Aede8 natrOinius (24,%) and Ae. irri­
32.8 Moçâmedes tans and Ae. durbanensis, each of these in one
35.7 Moçâmedes
instance out of 33 larval biotopes of A. aeeoedoi
35.8 Moçâmedes
36.3 S. Nicolau examined.
36.3 Porto Alexandre
It is also to be noted that A. melas, with a
37.5 Mucuio

38 Moçâmedes
salinity range clearly falling within that of A.
38.6 Moçâmedes azeoedoi (plate VI, fig. 1) and sympatric with
39.7 Moçâmedes it in the area Lobito-Novo Redondo (about one

41 Rocha Magalhães
degree in latitude
apart) where both distribution
46.8 Porto Alexandre

52 Porto Alexandre
areas overlap, was never found as an associated
55 Porto Alexandre species. This seems to be due to that both species
60.3 Benguela have the same basic halophilic niche along the
60.8 Moçâmedes melas from Lobito northwards
seaboard, (3)
63.8 Porto Alexandre
and aeevedoi from Novo Redondo southwards.
66.7 S. Nicolau

73.1 Moçâmedes On the other hand, in that concernes the


79 Mucuio
sympatric freshwater A. gambiae, it was never
86 Moçâmedes
seen by us breeding in water with a salt-content
88.3 Moçâmedes
93.6 Moçâmedes higher than 7.6 gil (40 breeding-places exam­

112.9 Mucuio ined), much lower than the minimum found for
137,5 Mucuio
azeoedoi.

Garcia ele Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38 33


As it is mentioned above, filamentous green eggs hatched about 2 days after oviposition,
algae constantly
are associated with larval aze­ each of the first three larval instars lasted dur­

vedai, though it seems that larvae don't feed on ing 3-4 days, the forth instar larvae lived for
them. Under the microscope, these were seen to 4-5 days andl the adults emerged from pupae
belong to' various genera of Oedoqonales. A great about 3 days later, the cycle egg-adult being
variety 'Of Dùüomeae, mainly Poourales but also accomplîshed in about 18-22 days.
Centrales) are also constantly present in the No parasites were ever recordèd from both
breeding-water as well as in the digestive tract immature and adult specimens 'Of A. aeeoeâoi:
of larvae, The genera Nœoicuù», Pleuro'8igma and
Pinmuilaria were recognized, among many 'Others.
The genus Ur()lY/;(3'1'1UJ, among Ciliates, seems to ADULT STAGE
be the main
representative of the Protozoans.
It seemsquite probable that both the salt-con­ 'Adults of A. azevedJoi were never caught at
tent of the breeding-water per se 'and the amount more than 60 km away from the sea. Apart from
of thãs haloplankton present may act as limiting those reared from larvae in the laboratory, 336
factors on thebreeding-area 'Of A. (l,Z(JVedoi. Also adult aeeoeão; either when
caught were resting
with reference to the larval food, we shall note or biting man. The œta concerning these wild­
that eaníbalism seems to be a rare event in this
caught, specimens are given in table 2;
species, according to our observations 'On living As it be earth-holes
can seen, (plate VI,
larvae and the examination of the midgut of 1
fig. 2), rock-holes (plate vn, figs. e 2) and
mounted specimens. human habitation seem to be' the m'Ost favoured
In that concernes the development 'Of the which also include outdoor arti­
resting-places,
immature stages of A. azevedoi, our knowledge ficial shelters, bush (plate V'llII, fig. 1) and cow

IS still very unsatisfactory, though some general houses. A. azevedoi was seen entering human
observations could already be carried 'Out in the habitation late afternoon and at dusk,
during
field. The ovipositions of eight aeeceâo: females its exit being observed at
during early morning,
could be controled in our tent. laboratory, the 6.30-7.30.
number of eggs laid by batch varying between 48 of our wild caught
..
females (20 %) were

58 and 197, with a mean of 121 per batch. The taken when outdoor
biting man, mostly near

eggs floated in. the water surface side by side, resting-places where unfed aeecedot females
oposed ends touching. With the air temperature readly bit the writer and his team both at dusk
in 'Our tent oscillating' between 19"C and 27°C, and early night as in the early afternoon.

TABLE 2

na.ta OD wild caught adults of A.. azevedo:î

Resting Biting man

Capture
data Indoors Outdoors \ Indoors
-
Outdoors
Totals
Near resting- Near

I
Sex

\
Human Cow Earth arid Artificial Human
Bush places breed-
habitation houses rock holes shelterj, habitation
Holes Bush irig-places
--

Fua p aUF ua Fa

N 56 4 96 10 25 3 38 6 1 238
Females .. ... ...
..
.
... '"
--

% 23.4 .

1.7 40.2 4.2 10.4 1.3 15.9 2.5 0.4 71.1


--
--

N 77 -

15 5 -
- - - -
97
Males .. ...
... ...
... ... ... --

% 79.3 -

15.5 5.2 -
-
- - -
28.9
-- --

133 4 111 15 25 3 38 6 1 336

:\ I
Totals

I 1l.3\-U-I
... ... ...

39.6 1.2 33 4.5 7.4 0.9 0.3 100

F r-r- Fed. U -
Unfed. G -
Gravid.

34 Garcia œe Orta, Sër. Zewl., Lisboa, 3 ('2), 1974, 31-38


RIBEIRO, H� -
Researoh, om; rthB 'lWO'SqwitOB8! 0" Angoila; -
V

No evidence of other SOUTees for the blood other parts of its range after anti-malaria meas­

.
meals of azerveddi could be obtained and the UTes have been carried oult against A. gambiae
microscopic examinations of the midgut content and A. fU"YIJeStW3.
of freshly fed wild-caught females were compat­ On the other hand, if circumstances are fa­
ible with its human origin. in the where these vectors
vourable, even areas

As serological identification of the blood of stable malaria are present, A. aeeoeôo;


also
meals could not be carried out, we tried to may probably play a secondary role by outdoor
obtain some more information on the anthro­ transmíssâon.
pophily /zoophily of A. azevediai..
However, ail
OUT attempts to feed caged laboratory reared -

females on hens and rodents as weil as OIl ON THE SERIES PARAMYZOMYIA


human harm were unsuccessful. Neverthless,
tough irt is possibly of limited value, we could
A. azerve®i, with six other Anophelínes, be­
study the denticuíatíon in the maxilas of 58 fe­
longs to the series Pœramyz0111l!fÍa, one of the
males (plate VlIIJI, fig. 2). As it can be seen, the
recognized series within the subgenus Oellia.
maxilary ind!ex of A. aeevedo; -15.2 �
is simi­
In contrast with the subgenus Anopheles,
lar to that of A. melas (4, 5), a moderately
subgenus OelUa has evolved during the devel­
anthropophilic species, and significantly lower
than that of A. lilsteri
opment of savanna conditions in Mrica. More­
(5), mainly a zoophilic
over, in that concerns the series Paramyzomyia,
mosquito.
this general evolutive trend seems to have even

Though much more remains to be learnt about led to a close association with semi-arid biomes.
the resting and feeding habits of A. aeeoeù»,
In map 2, mainly adapted from Gillies .& De
according to the now available evidence it seems
Meillon (6), the probable limits of distribution
that this Anopheline is mainly an exophilic and
for all members of this series are indicated. As
exophagic species, exhibiting an appreciable de­ be seen, A. A.
it can azevedloi, listen and A.
gree of anthropophiíy, When considered as a
cinerous Ethiopian species while the other
are
whole, this species seems to be, in fact, mar­
four members are mainly or exclusively Mediter­
kedJIy man-dependant not only in the larval
ranean. A. aeeoeâo; is believed to occupy a
stages but also in that concernes the adults'.
narrow coastal belt along the South West Arid
Figs. í and 2 of the plate IX show the typical district of
zoogeographic Chapin (7) though,
landscape associated with A. a'Z6Vedoi, where at present, it was OI1ly found in the Angolan
the seaboard, halophilic communities, man and
part of this biome. A. CIÍJn'6ll'ffUS was never re­
salt-works are characteristically involved. corded from Angola.
While being a member of the series Param,y­
zamyia, A. aeeoeâo; is more closely related, both
RELATIO'N TO MALARIA
from ,the morphological as well as from the

biological viewpoints, to listeri and mUlticolor


No malaria parasites were found in 109 sa­ and must be included with these two in
species
livary glands dissected from
wild-caught azeve­ the listeri section of Gillies.& De Meillon, op. erit.
dOi females from Mueuío, during May/June, As characteristics
..
general biological common

1969. to members of this shall note their


section, we

Neverthless, considering the appreciable an­ marked tolerance to salt-water breeding, their
thropophily 'Of A. azeoedoi, its possible role in association with haloplankton and halophilic
malaria transmission cannot be disregarded. filamentous algae, their occurrence in dry bio­
On one hand, in some localized areas of the mes and their relative anthropo­ exophily and
driest part of its range, where azervedoi is the phily. Within the group, A. oseæâo; appears as
main man-biting Anopheline, it may probably an interesting specialized species closely asso­

become, under favourable eircunstances of breed ..... ciated with the seaboard halophilic biome where,

ing and climate, the local vector of (unstable) possibly, it is becoming more and more man­
malaria. This seems also liable to 'Occur in the dependant in the course of the last millenia.
.Garcia de Orta Sér. ZOIOil., Lisboa, 3 (2), 1974, 31 38
...

35
Research the mooqwiJtoes of Angola V
RIBEIRO, H. on -
-

MAP 2

Probable limits of distribution in the members of the series Pararrvyzomy'ÏJa

.,..

,,'
I: .'
I
I
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\ .....
I

'
...

•• azevedoi
.

AA omer-eus
CD hettenicus
hispaniola
)Ic>< list(ri
++ multicolor
00 turkhudi

AKNOWLEDGEMENTS The writer is gratly endebted to the Entomol­


ogy team of the Institute, namely Mr. C. A. Pires,
We want to thank Dr. V. M. R. Casaca, direc­ Mr. R. A. Capela, Mrs. T. C. Casaca, Mr. E. Vas­
tor of the Institute for Medical Research of An­ concelos, Mr. C. J. Bernardo, Mr. M. P. Wassua­
gola, for all the working facilities he kindly vava and Mr. E. Chivimbe, whose devoted coop­
gave to us. eration made possible this paper.

REFERENCES
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mosquitoes of 2 A. &
SENEVET, ANDARELLI, L., DUZER,
-

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Algér., 35, 1957,
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36 Garcia de Orta, Bér. Zoal., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


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Research on the mooqwi.toes of Angola -

3 -

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mosquitoes of Angola. VI The -

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GILLIES, M. T. & DE MEILLON, B. -


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ical notes». Garcia de Orta; (to be published). AnopheMrnae of Africa South of the Sahara», 2nd
4 -

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5 -

RIBEIRO, H.; CASACA, V. M. R. & COCHOFEL, Bull. Amer. Mus. NOJt. tue«, 65, 1932.

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


37
RIBEIRJO, H. -

Research. on the mosquitoes of Angola -

V PLATE I

Fig. 1 -

Abreeding-place of A. azecedoi influenced by major tides,


near salt-works, at Moçâmedes

Fig. 2 -

Sea-water cannal in salt-works, at Moçâmedes, larval biotope


of A. azeoedoi

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


PLATE II RIBEIRO, H. -

Research on the mosqu'ÍitoelS of Angola


--

Fig. 1 -

Pipetting larvae of A. azevedoi in salt-pans, at Mucuio. The salt-content


of the breeding-water was 137.5 gil (NaGl)

..
�'''-
."

Fig. 2 -

Prolific breed­

ing-place of A. azevedoi
in salt-works, at Rocha

Magalhães. Note the


masses of filamentous

algae

Gœrcia (]e Orta, Sér. zoot., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


Research the V PLATE III
RIBEIRO, H. -

on moequâtoee of Angola -

Fig. 1- Neglected cannaI in salt-works, at Moçâmedes, another breeding-place


of A. aeeoeâoi. Note the masses of filamentous algae

Fig. 2 -

Pipetting larvae of A. aeeceâoi in man-made earth-holes infiltrated

by salt-water, at Moçâmedes

Garcia de Orta) Sér, zooz., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


Research V
RIBEIRO, H. the mosquvtoes of Angola
-

on
PLATE IV
-

Fig. 1 -

Pool of brackish water, at Moçâmedes, another larval biotope


of A. azeoeâoi

-
......
_""""""", .

Fig. 2 -

Well infil­

trated by sea-water, at
Moçâmedes, another

breeding-place of

A. azevedoi

Gwrcia �e Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


RIBEIRO, H. -

Research. on the mosqustoee of Angola -

V PLATE V

Fig. 1 -

Shaded salt-water pool with masses of filamentous algae, at Porto

Alexandre, a larval biotope of A. aeeceâoi

Fig. 2 -

Shaded deep well infiltrated by sea-water, at Mucuio, another larval

biotope of A. aeeoedoi

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


PLATE VI RIBEIRO, H. _

Research. on t'he mosqwitoes of Ançota


_

iOO

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10.1,,,, 100.""'0 80·1·90 100.1-110 110.....150


0,1-10 �O.I-30
'0.1·"" 'Jo.Hlo qO.I·IOO HOH:tO 1SO.H'IO
10.I-lO :JO.l·�

SaLinity of broeding-ploces (CL No, gil)


1- curve of breeding-places salinity in A. azeoedoi, A. melas
Fig. Frequency
and A. listeri

Fig. 2 _

Cap tu ring
adults of A. azevedui
in earth-holes near

salt-works, at Mucuio

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 ('2), 1974, 31-38


RIBEIRO, H. -

Research on the mosquitoes of Angola


-

V PLATE VII

Fig. 1 -

Capturing adults of A. aeeoedoi from rock-holes (arrows) in the coastal

escarpment, at Mucuio

Fig. 2 -

Another view of the coastal escarpment, at Mucuio, showing a multitude


of rock-holes (arrows), favoured resting-places of A. aeeoeâoi

Garcia de Orta) se-. Zao-l., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


PLATE VIII RIBEIRO, H.
-

Research on the mosqwi,tO'es of Angola


-

Fig. 1- Capturing adult mosquitoes in bush, at Moçâmedes, another resting­


place of A. Azevedoi. Note the salt-works in the background

In M.l.: 1-$.2
C

N::: S8
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In

12.5 13S "4.5 i5.$ 165 {?,S


-t3 -4"4 �S' �6 -1'1 1�

Individual maxilary indices


Fig. 2 �
Frequency polygon of maxilary index in A. azevedoi from Muculo

Garcia de Orta, Sér. zooz., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


RIBElOO, H. -

Research on the mosqWÍ!toes ot Ango,la, -

V PLATE IX

Fig. 1 A general view of Mucuio, where azeveœoi the only Anopheline


-

was

we found. Note the sea at the far left, the salt-works at the far right, adjoining
the coastal escarpment, and the arid country

Fig. 2 �
The typical landscape associated with A. aeeoedoi is also illustrated

by this photograph, taken from the coastal escarpment, at Rocha Magalhães.


Note the salt-works at right, near the sea, and the desertic country

Garda œe Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 31-38


Carabídeos de Moçambique
M.a LUiíSA GOMES ALVES
Investigadora. do Centro de Zoologia. da. Junta. Jnvestígações Científicas do Ultra.mar
de
e colaboradora do Instituto de Investtgação Cientifica de Moca.mbique

(Recebido em 6-VII-1974)

A autora ocupa-se do estudo de uma colecção de caraoídeos de Moçambi­


que [Tribus Oamallmi (Oaw'somini), SariUnà, Panageiwi, AnthWnii, GrOlPhopterini,
Pterootichinli, Ohkrenàadl!ni, Ohk1ienionini, Ohklienimi, Oallís,tc>iœimÆ, Rhopaili01nælinri,
OodlÏni, AnisodaJctylín-i, Ha;rpaliml8, Stenalophi'nli, AmbDy.s'tcmini, Oyolos0rmtn4, Lebiimi,
Hexagonii'Wi, O�Zliurlnf, Zuphirimi, Hentwni1llÏl, Ort7llogcm;Vi1Vi; e Brac1Zlyn'ini] perten­
cente ao Museu Álvaro de Castro. Algumas das espécies estudadas não tinham
sido ainda citadas de iMoçambique.

The author studies a collection of carabidae from Mozambique [Tribus


Oara;bini (Oa"las.orrr1ÀInIÏ), Saritini,
Panagebvi., Grœphoprterint,. Ptero.srt'h­
Anthiini,
chi1llÏl, Ohlaenflolàinll, Ohlaenlf:ornMvi, OhllaleniimÆ, Oa;lZis,toidimi, RhapailomeZimi, OcxUni,
AnÆso!daotylini, Harpa;limÆl, StenlOlophi-m, Amblystcmini, OycZosomimli, LebVim, Heæa­
gominiJ, Oolliurini, ZuphWnd., Hellwonin'i, Orthogonimi and BraJChyni'Wi] belonging to
the Museum Alvaro de Castro, and being some species recorded, for the first

time, in this· territory.

Durante o período de permanência em Mo­ neo, etc.), muito há ainda para rever e muitas

çambique como colaboradora do Instituto de espécies para descrever.


Investígação Científica de Moçambique, dedicá­ Os caracteres utilizados na sistemática são
mos particular atenção ao estudo dos carabídeos variáveis, segundo os autores, e daí o apareci­
existentes no Museu Dr. Alvaro de Castro. mento de diversos sistemas de classífícação, por
Estes, provenientes, maioria,
na sua do Sul de vezes até contraditórios.
Moçambique, foram em grande parte coligidos Jeannel em Faune de France (1941-1942) e

pelos Drs. M. C. Ferreira e G. Ferreira, em di­ Faune Malgache (1946-1949) estabelece final­
versas campanhas efectuadas a sul do Save. mente uma sistemática mais racional de acordo
Das regiões do Centro e Norte os exemplares com a
filogenia da família.
são em menor número. O mapa anexo dará uma. Contudo, no nosso adoptámos o cri­
trabalho
ideia dos locais de colheita do material estudado. tério do Ooteopterorum: Cataw[jU8J Yunk, ex­
Da família Oarobuiae, sem dúvida uma das cepto nos grupos dos harpalídeos e chlaeniídeos,
mais extensas dos coleópteros, conhecem-se cerca em que seguimos as publicações de Basilewsky

de 25 000 espécies, distribuídas por um. milhar (1950-1951 e 1950-1955).


de géneros, cuja antiguidade remonta ao período O estudo da distribuição das espécies tem
secundário. contribuído para o conhecimento do processo
Embora diversos especialistas se tenham de povoamento da região Gondwaniana.
ocupado do estudo dos carabídeos africanos Entre os carabídeos, cuja importância econó­
(Alluaud, Burgeon, Jeannel, Basilewsky, Stra- mica é de ponderar no equilíbrio biológico da
Garcia de Orta, Bér. Zoot, Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 39
ALVES, M." Luisa Gomes -
OorobídetOO de Moçambiqwe

fauna e flora em virtude de serem quase todos FAM. CARABIDAE


carnívoros (predadores) , existem, no entanto,
alguns grupos fitógrafos e outros polífagos. SUBF AM. CARABINAE
Os predadores, de hábitos geralmente noctur­
nos, escondem-se durante o dia debaixo das Tribo Carabini (=Calosomini)
pedras, em troncos de árvores, dos restos de

vegetais, em abrigos esCUII'OS e húmidos. Con­ Caminara Motsch.

tudo, alguns caçam mesmo em pleno sol, nas


Bull. Soc. Nat. Mose., XXXVIII (IV), 1865, p. 303
praias, nas margens dos cursos de água ou
mesmo em locais mais secos (nébrias, cicinde­
las, notiófilos, etc.) .
Caminara chlorostictum Klug (= C. rwg08um de
Geer = Cha'T'1'YW8ta masieroe v. chlorostictum
Nem sempre a caça é específica, mas, pOT
vezes, existe uma certa predilecção por deter­ Klug)
minadas presas -
os cârabos atacam vermes e
Symb. Phys'J m, 1832, pl. 23, fig. 10.
moluscos, os calosomas, fréquentes nas regiões
quentes, dão preferência a larvas de borboletas MATERlrAL EXAM1INADO: Moçambique: Namaa­

(O. sycaphœnta importado foi dos Estados Uni­ cha (Ponduine), 12-2-1968 (001. Brochado).
dos como predador de Porthetria d'Ïi8par), e
outras espécies alimentam-se de xilófagos, pene­ OBSERVAÇÕES: Corpo negro-bronzeado, alon­
trando nas suas galerias. Os Canistinœe e Orto­ gado; escultura dos élítros triplóide homodínâ­
goniinae são muitas vezes termitófilos -

as suas mica, cujos elementos formam costelas salientes,


larvas devoram as rainhas. Entre os Leoonae separadas por estrias profundas; tegulação forte;
que vivem na folhagem das árvores e os Bra­ primárias com pontos grandes esverdeados (três
séries em cada élitro).
ohyninae há casos de verdadeiro parasitismo em

galerueíneos e girinideos e outros são mirme­ Comp.: 25-28 mm,

cófilos. Alguns Harpal'ÏJiUJJe e Zabrinae alimen­


tam-se de grãos e anteras, no estado adulto, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Colónia do Cabo,
devastando espigas de gramíneas e ínflorescên­ Natal, Beehuanalândía, Transval, Damaralândia
cias de umbelíferas; contudo; as larvas são car­ (Péringuey, 1896); Egipto, Núbia (Csiki, 1927i).
nívoras ou até polífagas.
Ctenosta Motsch.

Locais de colheitas Bull. Soc. Nat. Mose., XXXVIII (IV), 1865, p. 306

l-Beira. 21-Matola.
2-Bilene. 22 -Marracuene Ctenosta planicolle Chaud. ( = C. proceruo» Ha­
(Vila
3-Boane. Luísa). rold)
4-Carinde. 39-Maxixe.
5 40
Ann. Soc. enl. Fr., (4), IX, 1869, p. 369.
-

Changalane. -
Mucheve.
35 �
Chicungo. 41 -

Mung-ani (Beira).
6-Chigubo. 23 -Namaacha MATERIAL EXAMiINADO: Moçambique: Jangamo,
(pon-
36 -IChimela. duíne), 5/9,.1-1969 (cf e �); Vila Luísa, 6-11-1951;
7 Chitengo.
-
24 -

Nampula. Inharrime, 2-1-1971 (cf e � ); Lindela, � ,

8-Coguno. 25-Panda.
8-12-1964
2/5-1-1969 (col. Ferreira); Nampula,
9-Guijã. 26 -

Pessene.
lO-Inhaca. 27 -
Ponta do Ouro.
(cf e �) (cal. Quadros); Chitengo (�), 25-11-
11- Inhaminga. 28 -
Porto Henrique. -1965 ( col. Tello).
12-João Belo (Chai- 29 ___, Quelimane.
-Chai). 30,_...Rtbaué. OBSERVAÇÕES: Cor negra; escultura dos éli­
13 _
Lindela. 43 -

Rio Muar (N. rio troo heterodínâmica como em O. seneqalense, mas


14 Lourenço Marques. Save).
pontos umbílicados: élitros mais largos
_

sem e
15 -
Macovane. '42 - Rio Save (lagoa Zi­
protórax de forma mais hexagona'l.
16_Macuze. nave).
36 -

Malongotiba. 31- Sæbíé. Comp.: 33-371 mm.

Manhiça. 3'2 Salaman,ga.


.

17 -

18 Manhoca. 33 -

Vila Paiva de An­


_

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: De­


37 Mapalilo.
- drade.
34 Vilanculos.
lagoa Bay (Lourenço Marques); Zambézia (Vic­
38-Maputo.
-

19 44-Zavala. toria Falls) (Péringuey, 1896); Galla (Csiki,


Massangulo.
-

20 -
Massangena. 1927 segundo Gestro).

40 Garcial de Orta, Sé1'. zoot; Líeboa, 3 (2), 1974, 39-7.1


ALVES, M." Luísa Gomes �
C'arœbídJeos de Moçarmbique

ESTADO DE MOÇAMBIQUE

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Garcia de Orta, se-. Zool., Lisoboa, 3 (2), 1974, 39-74


41
ALVES, M." Luísa Gomes -

OarabúZe08 de Moça1nbique

Ctenosta senegalense Dej. (= O. mossœmbicense DrsT.RmU1ÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia, Trans­


Klug) val (Pérínguey, 1896); desde o Oeste do oceano
índico até Naírobi-Naguru-Gologolo, lago Níassa,
Speo, Gen. OQl.� V, 1831, p. 562.
Mashonalândia, Rodésia do Norte e Katanga
MATERTAL EXAMlINADO:Moçambique: Jangamo (Bãnnínger, 1938).
(d' e�), 5-1-1969 (col. Ferreira); Umbeluzi
(d'),3-1968 (col. Ferreira); Lindela (�), 2/10-1-
-1969 (col. Ferreira) ; Namaacha (Ponduine) �, Dlstichus Motsch.

7-1-1967 (col. Ferreira); Porto Henrique (�),


15,/16-3-1969 (col. Ferreira); Chigubo (Saúte) Étud. Ent., v, 1857, p. 96
(�), 11/19-2-1964 (col. R. Campos).
Distichus picicornis Dej. (= Tœeniolobus picicor­
OBSERVAÇÕES: Cor negra com reflexos acobrea­ rItÏI8 Dej.)
dos: escultura dos élitros heterodínâmiea (as
Spec. Gen. Ool.� v, 1831, p. 493 (Bcaritee).
terceárias formam costelas salientes); três sé­
ries de pontos umbilicados de cada lado, bri­
lhantes e de cor acobreada: metatrocanteres
MATERlIAL EXAMINADO: Moçambique: Umbe­
aeumínados nos dois sexos; protarsos dos ma­
luzi, 25-11-1949 3-1968; e Belo, 3-8-
Vila João
chos dilatados.
-1968 (col. Ferreira); Matola, 24-12-1967 (col.
Comp.: 23-29 mm.
Amorim).

Dr,STRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Espécie africana


de extensa distribuição geográfica desde o Sul DrSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal (Durban);
do Sara e Abissínia, África Oriental, Moçambi­ Moçambique: Ricatla; Senegal, Zanzibar, Ceilão,
Decão (Péringuey, 1896); índia Britânica, do
que, Madagáscar, Senegal e Cabo Verde (Jeannel,
1940). Senegal e Angola até à Somália e Natal (Bãnnín­
ger, 1938); Moçambique (Ferreira, 1963) ; Congo
Tribo Scatitîni ex-Belga (Basilewsky, 1953).

Subtribo Scaritina
Distichus bisquadripunctatus !Klug (=? Ta:ernio­

Mamboicus Bates lobus d.eprresS'U8 Boh.)


In Peter's Reise Mossamb. Zool.� v, 1862,
Ent. Monthly Mag., XXII, 1886, p. 190
.p.l58.
Mamboicus persimiIis (Pér.) (=Aristodaonws
persirruilis Pér.=Mœcrœelus perrsimilis Pér.) MATERlAL EXAMINADO: Moçambique: Umbe­

Trams. Bouth. Afr. Phil. Soc., Vl, 1896, luzi, 3-1968 (col. Ferreira).
p. 387.

OBSERVAÇÕES: Corpo preto, antenas e palpos


MATERIAL EXA.lV1lINADO: Moçambique: Mapalílo,
escurecidos; cabeça subquadrada com sulcos
1955 (col. Ferreira), e Songo, 1-1973 (col. Fer­
longítudinaís em toda a extensão do ápice ao
reira) .

pescoço; ângulo posterior do pronoto com um


denticulo; élitros planos, subparalelos, ângulo
OBSERVAÇÕES: Bânninger (1938) consídera
humeral agudo e base granulosa; terceíraínsers­
Mamboictus subgénero e persimilis Pér. uma
como
tria com quatro pontos setígeros equidistantes
ssp. de affrelus Bates, ambas da região do Tan­
e um menor no ápice.
ganhíca, mas perfeitamente distintas.
Comp.: 14 mm,
Os dois sulcos Iongttudínaís da cabeça, lon­

gos profundos, caracterizam o género ou sub­


e

género Mamboicus� cujo fácies é semelhante à DISTR'lBU1ÇÃO GEOGRÁFICA: Cafraria, Moçam­


de Ha;plotrachelus.
bique, Tanganhica, Galla Sul, Egipto, Sudão,
Comp.: 20 mm. Núbia e Somália Italiana (Bãnninger, 1938).
Garcia. de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 ('2), 1974, 39-74
ALVES, M." LuÍSa Gomes -
OaTabideos de Moçambique

Scarites. F. DIsTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Do Sudoeste Afri­


cano ao Natal, Moçambique, Tanganhica e da
Syst. Ent., 1775, p. 249 África Oriental Britânica até à Abissínia (Bãn­
ninger, 1938).
Scarites aestuans lKlug (= obtusangulus Chaud=
aeihiop« Chaud ssp. œestuasæ lKlug=sooega­ Scarítes molossus Klug
tensæ ssp. oeetuome !Klug)

Mcmatsber. A.kad. WÍ88. Berlin, 1853,


MATER'IAL EXAMlINADO: Muito abundante em
p.246.
Moçambique: Lourenço Marques, Manhoca, Vila
Luísa, Quelimane, Umbeluzi, Manhíça, Magude, MATERIAL EXAMiINADO: Moçambique, 1 cf ,

Mucufe, Gorongosa, Matola, Lindela, Jangamo, Mucheve, 9/10-11-1964 (col. Carvalho); 1 .�,
Chitengo, etc.
Z. C. Rio Save, 8-1963 (col. R. Quadros),

OBSERVAÇÕES: Genas pOUcO salientes; parage­ OBSERVAÇÕES: Espécie bem caracterizada pelo
nas angulosas anteriormente na margem interna aspecto ovóide dos élitros; dente do ângulo
(fig. 1, b); ângulo anterior do pronoto arredon­ do pronoto pouco saliente e arredon­
posterior
dado; ângulo posterior com um dentículo; pro­ dado; tíbias anteriores com um pequeno dentí­
tíbias com três a quatro dentículos anteriores à
culo antes da digitação (este carácter é bastante
digitação; élitros estriadas corn uma fiada de variável, chegando, haver
diferença
a
por vezes,
grânulos de um e de outro lado de cada estria; entre as duas
patas doexemplar); mete­
mesmo
metepísternas alongadas não muito granulosas písternas curtas e lisas (fig. 1, f); estrias dos
(fig. 1, c), genítâlia do cf (fig. 1, a). élitros profundas e ínterstrías sem granulação.
Oomp.: 24-35 mm. Paragena (fig. 1, e); genítâlia do cf (fig. 1, d).
Comp.: cf, 33 mm (sem mandíbulas); 36 mm
DISTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete (com mandíbulas); �,30 mm (sem mandíbulas) ;
(Klug, 1862) ; Mufo, Manhiça, Limpopo (Ferreira, 32 mm (com mandíbulas).
1963); Mashonalândía (Umtali); Tanganhica;
África Oriental Inglesa, Abíseínia (Bãnninger, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete
1938).
(:Klug, 1862) ; Delagoa, Zitungo (Ferreira, 1963) ;
Nota. -

Muito semelhante a Se. senega­ Mutuali (Alves, 1963). África Central e Orien­
lerz:si8 citado no mesmo trabalho de tal: Taborn e Zarubézia (Bulavaio) (Péringuey,
Bãnninger, do Senegal, Níger, Benué, 1896); Ngamilândia, Mashonalândia, Niassalân­
Uele, Léopoldville, !Kasai e Katanga. dia; !Katanga, Sudoeste do Tanganhica (Bãnnín­
ger, 1938); Kasenga, Meru a Bangwelo (Burgeon,
Scarites linearis Boh. ( = Sc. 8lfftegalensis ssp. 1935).
linearis Boh.)
Subgen. Scalophorites Motsch.

Boheman, Ins. Caffr., I, 1, 1848, p. 116.


Motsch., 1Uwdi. ootom., 6, 1857, p. 95

MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: 1 �,Chi­ Scarites (Scallophorites) nigrita Boh. (= Sc. ni­
gulo (Saúte), 11/19-2-1964 (col. R. Campos); gritus Boh.)
1 �, Umbeluz], 3-1968 (col. Ferreira).
Boheman, Ins. Caffr., I, 1, 1848, p. 118.

OBSERVAÇÕES: Genas salientes


(mais altas
MATERIAL EXAMINADO: Ouro,
Ponta do
que olho); tíbias anteriores com dois dentí­
o
23/26-3-1969 (col. J. Muianga.) : 1 � Lourenço
culos antes da digitação; pronoto com um dentí­
culo no ângulo posterior; élitros estriados;
Marques, 8-11-1954 (col. Ferreira); 2 cf cf,
Inhaca, 27-12-1951 e 11-1957 (col. Ferreira);
grânulos das inrterstrias ímperceptiveis: mete­
2 cf cf, rio Futi (Maputo), 1/8 e 16-12-1964 (col.
pisternas alongadas, quase lisas, bem como os
Lobão Tello); 1 cf cf Ricatla (col. Junot) e 2
lados do metasterno,
cf cf Ricatla, 30-12-1952 (col. Ferreira); cf e �
Comp.: 34-40 mm com mandíbulas; 30-35 mm Chimonzo, 12-2-1966 (col. Ferreira); 1 cf, Vila
sem mandíbulas. Luísa, 26-11-1953 (col. Cabral).
Garcia de Orta, Sér. ZooZ., Lisboa, 3 ('2), 1974, 39-74
43
ALVES, M.a Luísa Gomes -
OarOJb1deos (],e MO'çamb1:que

metepísterna, SCClIrites
genitál1a doô; b paragena; c
-

1- Scarites aeaPwan.8 Klug: a


-

Fig.
-

molossU8 Klug: Il -

genitâl1a do ô; B -

paragena; 1- meteplsterna. Searites (ScOJflo,phorites)

niJgrita Boh.: 9 e h -

genítãlías de ô ô; i -

par agena: j -

petepisterna

Garcia de Orta, Sér. Zool., Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74


44
ALVES, M.' Luísa Gomes -
OaJrabfdeOB de MoçamWique

"�
OBSERVAÇÕES: Genas muito salientes, com DrSTRllBU1ÇÃO GEOGRÁFICA: Natal (Péringuey,
SUICDS longitudinais; paragenas, fracamente den­ 1896); Moçambique: Mafambice (Alves, 1963).
teadas na margem interna (fig. 1, i) ; pronoto sem

dente ângulo posterior: metepístemas curtas,


no
Subtribo Clivinina
quase e brilhantes
lisas (fig. 1, j); protíbias
em alguns exemplares com um dentículo ante­
Pseudoclivina Kult
ríor ao terceiro denté da digitação; existindo,

contudo, um exemplar em que 'O terceiro dente Acta Soc. eni. Ceskoslov., XLIX, 1947, p. 30-43
da digitação é bífído: d'Ois dentículos posterio­
res arredondados em vez de um, corno é mais Gênero separado por lKult de OZivina devido
vulgar; terceira estria d'Os élitros com d'Ois a às metatíbias densamente pílosas, no lado in­
cineo pontos setígeros. Oenítália do macho com à presença de área
terno, e uma longitudinal
a extremidade anterior d'Os estilos bastante afi­
plana e p'OUC'O pubescente de um e de 'Outro lado
lada e comprida, mas de aspecto um POUC'O variá­ dos artículos 4-10 das antenas.
vel (fig. 1, g e h).
Comp.: 21-30 mm.
Pseudoelívina grandis Dej. ( = Olivina graJndis
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal (Maritz­ Dej.)
burg); Delagoa Bay (Lourenço Marques, Ri­
catla) (Pérínguey, 1896); Moçambique: Zitundc Spec. gen. 0'01.) 2, 1826, p. 478.

(Ferreira, 1963); S. Martinho do Bilene (Alves,


MATERIAL Moçambique: Marra­
EXAMlINADO:
1963); Transval (Bãnninger, 1938).
cuene, 2-3-1950; Impætuto, 3-10-1950; Changa­
? Paralletomorphus nitidulus
!Klug (= Scarite« ni­ lane, 6-11-1950; Maputo, 1967 (col, Ferreira).
tidulW8 !Klug=Distiohus nitidulnts Klug)
DrSTRIIBU1ÇÃO GEOGRÁFICA: Muit'O frequente
In Peter's Reise M08samb. Zool.) v, 1862,
em toda a África Negra do Senegal à Somali­
p. 158 (Scarites).
lândia, e do Chade ao Cabo (Basilewsky, 1953).
MATERTAL EXAMlINADO: Moçambique: lagoa Moçambique (Ferreira, 1963). Embora se eneon­
Zinave, 12-1969 (col. Quadr'Os); rio Chínízina, tre em sa vana, é sobretudo frequente nas regiões
1957 (col. G. Sousa) ; Quelimane, 30-5-1957
florestais, partíeularmente debaixo de excremen­
(col. Ferreira). tos secos, alímentando-se de larvas de diversos

OBSERVAÇÕES: :Êlitros alongados, paralelos coprófagos e saprófagos,


subcilíndricos; tíbias intermédias, com um único
dente; terceira ínterstría com um 'OU raramente
d'Ois pontos setígeros na extremidade posterior, Tribo Panageini
Comp.: 13mm e 14,5mm.
Tefflus Latr.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete
(Klug, 1862); S. Martinho do Bilene (Alves, Hist. Nat. Col. Eur., I, 1822, p. 87
Iconogr,
1963); íago Rodolfo; África Oriental Britânica
e lago Tanganhica, Katanga Oriental; Nordeste Subg. Süctotefflus Kolbe

da Rodésia, Niassalândia (Bãnnínger, 1938).


S'itzberrg. O6s. Natur]. Freun:de Be<rlm,
1903, p. 231
Subtribo Oxystomina

Scolyptus Putz.
Tefflus (Stictotefflus) carinatus Klug
Mém. Soc. Liège, XVIII, 1863, p. 421
Monatsberg Akad. Wi8s. Berrlin) 1853,
Scolyptus meridionalís Pér.
p. 247.
Trans. Sooth Afr. Phil. Boc., VI, 1896,
p.404. MATEIUAL EXAMINADO: Moçarnbí que : Mu­
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Macuze, cheve, 7/12-1963 (CDI. Carvalho) : Manhiça,
7-1957, e Quelimane, 22-2-1952 (001. Rocha). 6-2-1953 (col. Cabral); Lourenço Marques,
Comp.: 13-14mm. 6-2-1950 (col. Valério); Umbeluzi, 2-11-1963,
GarGÎa'àe Orta, Sér. Zool., Ldsboa, 3 (2), 1974, 39-74 45
ALVES, M.' Luísa Gomes -
Oarabídeo8 de Moçambique

Namaacha (Ponduine), 20-11-1966, Espungabera, com duas fiadas de pontos subtuberculados nas

1954; Jangamo, 9-1-1969, Chimelo, 12-2-1966, ínterstrias.

Songo,22-11-1972 (col. Ferreira). Comp.: 40-45 mm.

Comp.: 32-35 mm.


DrSTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Mazoe),
Salisbúria, Delagoa Bay (Rícatla, Lourenço
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia: Ma­
Marques] (Péringuey, 1896); Norte do Trans­
nica, Moçambique (Antioca) (Péringuey, 1896);
Rodésia do Sul (Csiki, 1929); Moçambique: Ga­ val, Moçambique (Csíki, 1929); Moçambique:
ruzo e Vila Machado (Alves, 1963).
Garuzo, Vila Pecy, Sikumba, Vila Machado, Mar­
racuene (Ferreira, 1963) e S. Martinho do Bilene

Tefflus (Stictotefflus) carinatus ssp. violaceus (Alves, 1963).


Klug
Craspedophorus Hope

MOIYlatsber. Akad. Wi.s8. Berlin, 1853, Col. Man., II, 1838, p. 165
p. 247.
Craspedophorns bonvouloiri Chaud. [=Eudema
MATERrAL Luam­ (Epic08mUS) bonvouloiri Chaud.]
EXAMINADO: Moçambique:
bala (Nova Guarda), 20-1/10-2-1966 (col. Bor­ BUll. Mooc., II, 1861, p. 366.
ralho).
MATERIAL EXAMINAW: Moçambique: Ponta
OSERVAÇÕES: Cor preta com reflexos violá­ do Ouro, 25-1-1969, e Porto Henrique, 3-4-1969
ceos: grossapontuação no vértice e lados da ( col. Ferreira).
ca:beça; pronoto hexagonal muito rugoso; éli­
tros str. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique (An­
menos convexos que na espécie s.
tíoca, Tembe) (Pérínguey, 1896); Natal, Trans- .

Comp.: 32 mm,
val e Moçambique (Csíki, 1929).

DISTRIrBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete Craspedophorus impictus Boh. [=Euilema (Oras-


(Klug, 1862), Namaeurra (Ferreira, 1963) e pedophorue) impictum Boh.]
.

Mutuali (Alves, 1963).


MATERrAL EXAMlINADO: Moçambique: Lindela,
Temus sir. Kolbe
4)10-1-1969 (col. Ferreira).
Subgen. s.

OSERVAÇÕES: Corpo negro; pronoto hexago­


Bitzber. Gee. NaturI. Freurvde Berlin,
nal ; intervalos dos é1itros moderadamente care­
1913, p. 23·2
nados.

Tefflus Comp.: 23 mm.


(Tefflus) megerlei delegorguei Guér.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia, Moçam­
Rev. Zool., 1845, p. 285.
bique (Lourenço Marques, Ricatla e Tembe)

MATERiAL
(Pêrínguey, 1896); Moçambique: Búzi e Beira;
Moçambique: Lourenço
EXAMlINADO:
Natal (Durban), Transval (Lydenburg); Rodé­
Marques, 30-5-1950
11-12-1952, Ricatla (001.
e
sia do Sul (Salísbúria, Umtali) (Péringuey,
Junod); Namaacha (Ponduine) 20-11-1966, ,
1926); Zanzibar (Csiki, 1929).
7-1-1967; 16-1-1967, 20-12-1966, 12-2-1968 e

29-11-1969) (col. Brochado e Ferreira); Porto


Psecadius Alluaud
Henrique, 8-3-1969 e 24/26-1-1969, Maxixe,
3-10-1971 (col. Ferreíra) : Inhamínga (Beira), Bull. Soc. ent. Fr., 1911, p. 61
23-10-1964 (col. R. Campos); Chongoene, 3-12-
Psecadius eximius Sommer
-1965 (col. Muianga); Marracuene, 26-11-1953
(col. Cabral). Ann. Soc. ent. 653,
Fr., 10 (2), 1852, p.
t. 2, fig. 1.
OBSERVAÇÕES: Cor negra, pronoto sub-hexa­

gonal (um pouco mais longo que largo); sem MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Inha­

pontuação grossa parte posterior da cabeça;


na minga,3-1969 (col. Teixeira); Mucheve, 9/10-11-
élitros ovóides convexos, fortemente carenadas 1964 (col. Carvalho).

46 Garcia de Orta, Bër. Zool., Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M.a Luísa Gomes OarabideolS de Moçarmbi.>qwe

OSERVAÇÕES: Corpo negro; pronoto hexago­ DISTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Lago N gami


nal (mais longo que largo); élitros convexos (Cha udoir, 1878); Natal
(Péringuey, 1896);
com costelas salientes pontuadas e cinco moo­ Transval, Cabo, Rodésia do Sul e Moçambique
chas arredondadas, amarelas em cada: ã pri­ (Beira) (Pêringuey, 1926); Bechuanalândia
meira mancha interna do quarto intervalo si­ (Csiki, 1929); Moçambique: Mutualí (Alves,
tuada atrás das manchas humerais. 1963) e Xínavane (Ferreira, 1963).

Comp.: 22 mm.

Epigraphus Chaud.
D.rsTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA: Própria de Moçam­
bique (vale do Punguè, Guenguère e Chinde) e Rev. Mag. Zool., 21 (2), 1869, p. 116
da parte sul da Africa Oriental Alemã (Lindi,
Lueulidi e Icuda) (Alluaud, 1911); Abissínia Epigraphus amplicollis Schaum.

(Csiki, 1929). Ann. Boe. ent, r-; 1 (3), 1853, p. 438.

Microcosmodes Strand (=Microcosmus auct.) MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Umbe­


luzi, 3-10-1968 (col. Ferreira).
Folia Zool. Hydrobiol. Riga, 9, 1936, p. 169

Microcosmodes diversopictus Basilew. OBSERVAÇÕES: Corpo IlJeig:ro coberto de fina


pubescência testácea; último artículo dos pal­
Bull. Soc. em. Fr.) 1949, p. 143.
pos securiforme; élitros com duas faixas tes­
táceas: anterior indo da quarta interstria até à
a
MATERIAL EXAM!INADO: Moçambique: Changa­ margem lateral e a posterior da quarta à oitava

lane, 29-11-1969 (col. Ferreira). íntersteías,

OBSERVAÇÕES: Cor
castanho-ferrugínea: ca­ Comp.: 12,5 mm.
beça pronoto
e com pontuação grossa; élitros com
duas manchas negras: a primeira mais ou menos DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal (Péringuey,
1896); Moçambique (Beira) (Pérínguey, 1926).
a meio,
ocupando as lnterstrias 3-8; a segunda,
cobrindo todo 'O ápice, desde a sutura à margem
lateral; patas e antenas ferrugíneae: estrias Tribo Anthiini
dos élitros profundas e fortemente pontuadas.
Termophilum Bas. (= Thermophila Hope)
Comp.: 7,5mm.
Bull. Soc. ent. Fr., 1950, p. 80
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Chi­
navane (Basílewsky, 1949).

Termophilum alternatum Bates

Microcosmodes laetiusculus Chaud. (=Micro­ Trans. E'nit. Soc. Landon) 1878, p. 190.
cosmus Iæetiusouùu« Ohaud.=M. aurantiacus
Chaud.) MATERIAL EXAM!INADO: Moçambique: Chi­

Ann. 800. eni, Belg.) 21, 1878, p. 143. tengo, 10/14-12-1965 (col. Tello).

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto OBSERVAÇÕES: Costelas prímâeías dos élitros


Henrique, 30-11-1967 (col. Muianga); Maputo mais sa:lientes que as secundárias, sendo estas

(C. de Elefante), 1/2-12-1967, Matola, 4-3-1968 e a margem externa elitral revestida por pubes­
( col. Ferreira). cência amarela.

Comp.: 42 mm.

OBSERVAÇÕES: Corpo negro, coberto 'Por uma


densa pubescência; antenas e palpos testáœos;
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:Moçambique:
mancha anterior dos élitros, atingindo em parte
Beira, Zambézia eíago Níassa, e Africa Orien­
a base; a posterior menor e sinuada (3-8 inters­
tal Alemã (Sternberg, 19071); Moçambique: Mu­
trías) .

tuali 1963),
(Alves, Mugugode e Massingire
Oomp.: 8-9 mm, (Ferreira, 1963).
Gœrcia de Orta, Sér. ZOiO�., Lísooa, 3 ('2), 1974, 39-74 47
ALVES, M.' Luísa Gomes -
Caraibfde0'8 de Moçœmbique

Termophilum biguttatum var. torva Pér. (=T. Termophilum cephalotes Guèr.


cephalote« var. torva Pér.) Rev. Zool., 1845, p. 285.
Trams. South. Ajric. Phi;l. Boc., 6, 1896,
p. 359, 364. MATERIAL EXAM:INADO: Moçambique: Porto

Henrique, 27-10.,1950, e A,lto das Amoreiras,


MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Boane, 29-12-1964 (col. Ferreira).
25-10-1965 (col. Cabral) ; Porto Henrique, 27-10-
-1950 (col. Ferreira); Umbeluzi, 9-12-1962 (col. OBSERVAÇÕES: Comprimento: 36 mm e 39 mm

Gabriel) .
(corn mandíbulas).

OBSERVAÇÕES: Semelhante a T. cephalotes, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal, Transval


mas sem a manchá de pêlos oval próximo da (Rustenburg), Alto Limpopo e Zambézia (Bula­
região humeral. vaio) (Péringuey, 1896).
Comp.: 34-39 mm (corn mandíbulas).
Termophilum homoplatum Lequien (=Anthia
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Tmnsval, Limpopo omopiæa Leq.)
e Moçambique (Libombo) (Pérínguey, 1896); Zool. t. 39.
Mag. ct, IX, 1832,
Changalane, Matola e Umbeluzi (Ferreira, 1963).
MATER!I.AL Moçambique: Queli­
EXAJ.\IIlNADO:

Termophilum burchelli Hope mane, Mogincual, Changalane, Mugogode (col.


Ferreira).
Anim. Kingd.� XIV, 1832, p, 270, t. 13, f. 1.

MATERIAL EXAMINADO: OBSERVAÇÕES: Pela diagnose de Péringuey


Moçambique: Chitengo,
(1896) pertencem à forma (s. str.) os exempla­
25-11-1965, rio Futi (Maputo, Massuane), 1/25-1-
res die estriação elítral nítida, cuja faixa mar­
-1965 (col. Tello); Ricatla (col. Junot); Vila
Luisa (Marracuene), 3-11-1953
(col. Cabral); ginal de pêlos brancos se proloega do ápice até
Amouca, 11-1-1971 (col. Ferreira) : lago Zinave
próximo da mancha supra-humeral.
(rio Save), 11-1969 (col. Quadros); Panda, Comp.: 34-39 mm.

4-1-1971 (col. Chitemeía).


DJJSTRffiUIÇÃO GEOGRÁFICA: Colónia do Cabo
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cafferlândia, Da­ e Ovampolândia (Pérínguey, 1896); Ambolândia,
maralândía, Transval, Natal, Moçambique, Zam­ e Sudoeste Africano (Csiki, 1929); Moçambique

bézia (Csiki, 1929); Moçambique: Mavalane, (Ferreira, 1963).


Ricatla, Luabo, Milanje, Zitundo e Vila Luísa
(Ferreira, 1963). Termophilum homoplatum v. algoensi Pér.

Trans. Sowth Afr. Phil. Boc., 4, 1892, p. 15.


? TermoPhilum burchelli var. nuda Sternberg
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto
MATERIAL Moçambique: Maputo
EXAMINADO:
Henrique (Maputo), rio dos Elefantes, Sala­
(Massuane), 1./26-1-1965, Salamanga, 8-1-1965
(col. Tetlo); Maputo (Zitundo), 15-11-1949 (col. manga, Marracuene, Matola, Massuane, Mucheve,

Sebastião) .
Namaacha, Vilanculos, Mugugode, Lourenço Mar­
ques e Chígute (col. Ferreira).
OBSERVAçõES: Semelhante a burchetli, sendo
a única diferença a falta dos pêlos 'amarelos nas OBSERVAÇÕES: Estriação dos élitros quase im­
interstrias perceptível; faixa marginal de pêlos brancos do
e na margem lateral.
Casos há, contudo, em que a pilosidade caiu ápice até meio do élitro. Forma de transição
completamente, tornando Impcssível a separação entre hamopéatum: (s, str.) e m.ellyi Brême.
das duas formas. 35-40
Comp.: mm.

Comp.: 42-48 mm.

DlrSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Médio


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Sicumba, Maputo Limpopo) e Moçambique (Lourenço Marques)
(Sul de Moçambique) (Sternberg, 1906). (Péringuey, 1896).
48 Garcia: de Orta, Sér. zoot; Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74
ALVES, M.' Luísa Gomes Oarœbídeoo de M oçœmbique

Termophilum massilicatum Guèr. (=A. fama­ (Salisbúria, Manica), Ovampolândia (Péringuey,


sinn Bert.) 1896); vale do Punguè (Bénard, 1924); Niassa,
África Oriental Alemã (Osíkí, 1929).
Rev. zo«; 1843, p. 285.

MATER'IAL EXAMJ[NADO: Anthia thoracica Thunberg (= Caro/bus thara­


Moçambique.
cica Th.)
Comp.: 40-45 mm.
Nov. Ins. Sp., m, 1784, p. 69.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Pérín­


MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Chi­
guey, 1896); 'I'ransval, Rodésia e Mashonaiân­
dia (Csiki, 1929). eungo (Marracuene) , Vila Luísa, Vilanculos,
Ríeætla, Guijá, N amaacha, rio dos Elefantes

[A. fornasi'nii: Moçambique (Delagoa (Maputo), Porto Henrique, rio Futi (Maputo) ,

Bay), Transval, Natal e Niassa (Csiki, Macovane, Govuro, Salamanga, Manhoca, Lou­
1929) ] renço Marques, S. Martinho dio Bilene,

Termophilum massilicatum unicolor Chaud. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Orange, Na­


tal, Transval, Zambézia, Lourenço Marques, Ri­
Bull. Soc. Nat. Mosc.) XXXIV, Ill, 1861, cada, Damaralândia, Ovampoíândía (Péringuey,
p.565.
1896).

MATER'IAL EXAMINADO: Moçambique. Cypholoba Chaud. (= Polyhirmar Chaud.)

OBSERVAÇÕES: Sem banda marginal de pêlos Bull. Soc. Nat. Mose., I, 1850, p. 43
brancos nos élitros.
40-43 ? Cypholoba cailliaudi aIgoensis Pér.
Comp.: mm.

Trwns. Sowth Afr. Phil. Boc., 7, 1896,


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Lou-' p. 351.
renço Marques e Rícatla (Péringu:ey, 1896), Mar­
raeuene, Chai-Chai e Morrumbene (Ferreira, MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Marra­
1963). cuene, 5-7-1965, Alto das Amoreiras, 29-12-1964,
Porto Henrique, 7/10-2-1968, Ohangalane, 13-11-
Anthia Web. -1965 (col. Ferreira); Búzi, 11-1969 (col. Qua­
dros); Movene, 26-1-1964; Lourenço Marques,
Observo ent., 1801, p. 17
2-11-1965 (col. Cabral); Maputo, 2-1954 (col.
TeUo).
Anthia circumscripta Klug (=A. fabricii cir­

cumscripiœ !Klug) OBSERVAÇÕES: Semelhante à ssp. ranzanii


Monatsb. Berl. Ac.) 1853, p. 245. Bertol, diferindo apenas na quarta costela dos
élitros, que é interrompida. Contudo, os exempla­
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Chitengo, res observados apresentam variações quanto
15-11-1965 (d), e 25-11-1965 (d) (coL Tello); ao tamanho desta costela. As genitálias dos d d'

Carínde, 8-1966 (d) (col. Carvalho). são semelhantes nas duas formas,

Comp.: 26-35 mm.

ÛBSERVAÇÕES: Disco do pronoto projectan­


do-se posteriormente, formando dois lóbulos; DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval; Moçam­
margem lateral com urna banda de pêlos brancos bique (Lourenço Marques, Ricatla) (Péringuey,
mais nítida nos d d que nas � �; élitros estria­ 1896).
dos, ínterstrias ligeiramente convexas; banda
marginal de pêlos brancos. Cyphobola cailliaudi planti Chaud.

Comp.: 41-48 mm (com mandíbulas). Bull. Soc. Nat. Mosc.) 34 (3), 1861, p. 569.

D:rSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Mucheve,


(Tete) (/Klug, 1862); Massinge, Bengo, S. Mar­ 10-1968 (col. Carvalho); Massinga, 2-4-1965
tinho do Bilene (Alves, 1954 e 1963); Zambézia (col. Ferreira).

Garcia elle Orta, Zéro Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 49


ALVES, M." Luísa Gomes -'-<
Oalrabídte08 00 Moçambique

ÜBSERVAÇÕES: iÊlitros com seis costelas contí­ (col. Ferreira); rio Save, 16-11-1965 (col. Qua­
nuas da base até quatro quintos do comprimento; dros).
intervalos alveolados com pubescência fulva;
banda sutural curta de pubescência acinzentada OBSERVAÇÕES: Muito semelhante a C. gracilis
e outra apical, urn pouco mais larga. laurentina; mas as fóveas das interstrias dos
32-35 élitros são mais profundas e alongadas, dando
Comp.: mm.
um aspecto mais rugoso.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Tongolândia, Mo­ Comp.: 19-20 mm,

çambique e Zambézia (Péringuey, 1896), Vila


Machado, Maputo e Lourenço Marques (Ferreira, DISTRJIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: 'Lou­
1963). renço Marques, Ricatla e Gaza (Péringuey, 1896)
e Umbeluzi (Ferreira, 1963).
Cypholoba cailliaudi ssp. ranzaníí Bertol

Nov. OO'YYllm. Ac. Bon., x, 1849, p. 386, pl. 8., Cypholoba graphípteroídes Guér. (=P. suturata
fig. 2. Perro segundo Dohrn, SteU. Ent. Zeit.)
-

1887, p. 172)
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: rio Futi Rev. zoa; 1845, p. 285.
(Maputo), 16-12-1964, Massuane, 1/25-1-1965, e
Salamanga, 8-1-1965 (col. Tello); Manhoca (Ma­ MATERlIAL EXAMINADO: Moçambique: Chauga­
puto), 24-7-1965 (col. Ferreira). lane, 6-11-1965, Boane, 25-11-1965, e Umbeluzi,
24-12-1965 (col. Ferreira); Mucheve, 9/10-11-
OBSERVAÇÕES: 1Ê1itros com sete costelas, atin­ -1964 (col. Carvalho); Namaacha, 2-1-1950 (col.
gindo quatro quintos do comprimento, à excep­ J. Valente).
ção da sexta, que é muito pequena (a quarta é
completa) ; uma pequena mancha sutural de pilo­ OBSERVAÇÕES: Pronoto com uma faixa
longi­
sidade acinzentada; pilosidade esparsa, posterior­ ·tudinal mediana de pêlos brancos, que prolonga
se
mente, e urna faixa marginal de pêlos acinzen­ pela sutura dos élitros até urn terço do compri­
tados. mancha transversal
mento; posteriormente uma

Comp.: 26-34 mm. em semicírculo, também de pêlos brancos. Os


alvéolos das interstrias são arredondados e niti­

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Manica) damente separados uns dos outros, formando

(Pérínguey, 1896); Moçambique: lnhambane duas séries em cada interstria.

(Klug, 1862), estrada de Zavala à vila João Belo 24-27


Comp.: mm.

(Alves, 1954), Manhiça,. Ricatla e Lourenço Mar­

ques (Ferreira, 1963). DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval, Zambé­


zia (Péringuey, 1896); Moçambique (Alves,
Cypholoba chaudoirí Pér.
1954, e Ferreira, 1963).
Trans. Bouch. Afr. Phil. Boo., IV, 1892, Nota. -
Csiki considera P. «ut urato»:
p.100. =
1eucosp4lota Bert.

MATERiIAL EXAMINADO: Moçambique e Lindela,


Cypholoba leucospilota semilaevis Chaud.
2/10-1-1969 (col. Ferreira).
Bull. Soc. Nat. Mosc.) 1861, p. 671.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval (Pérín­
guey, 1892); Bechuanalândia (Csiki, 1929). MATERIAL EXAM!INADO: Moçambique: rio Futi
(Massuane e Maputo), 1/8-12-1964 e 1/25-1-1965
Cypholoba gracilis scrobiculata Bertol (=Atrac­ (col. Tello).
tonotus galamaertsri Rousseau)

Berloloni Diari 8 Sc. OBSERVAÇÕES: Protórax subcordiforme, alon­


Oongr. Itol., 1847,
90. gado com uma faixa longitudinal de pêlos bran­
p.
cos ao centro; élitros estriados e foveolados com

MATERrAL EXAMINADO: Moçambique: Lindela, uma faixa sutural de pêlos brancos da base até
2/10-5-1969; Nacala, 8-1-1971; Ambuca, 4-1-1971 menos de metade do comprimento (na forma

50 Garcio: de Orta, Sér. Zool., Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M.' Luísa Gomes �
Oœrœbíde0'8 tW Moçwmbique

s. str. esta faixa é mais longa); no ápice urna OBSERVAÇÕES: Cabeça e tórax de um aver­

pequena mancha arredondada de pêlos brancos, melhado-metálico; élitros negros com uma faixa
situada entre a quarta e a sexta costelas; inters­ transversal de pêlos branco-amarelados, mais ou

trias com fóveas alongadas profundas


e diferen­ menos a meio, e outra apical.
tes das de O. graphipterroidJ68.
Comp.: 18 mm.

Comp.: 27-28 mm.

DISTRmu:rçÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Périn­


DISTRlIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Tongolânia e Mo­
guey, 1896); Uganda e África Oriental Alemã
çambique (Pérínguey, 1896); Ricatla, Ponta do
Ouro, Lourenço Marques (Ferreira, 1963) ; Panda, (Csiki, 1929); Moçambique: Vila Machado (Al­
S. Martinho do Bilene (Alves, 1963). ves, 1954); Tanganhica (Ferreira, 1963).

Cypholoba rotata Pér. Eccoptoptera lagenula Gerst.

Trans. South Afr. PhU. Boo., 1892, p. 101. Arch. f. Naturç., xxxm, I, 1866, p. 13

(Polyhi'f"YnO.,) .

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Vila


Paiva de Andrade, 29-9-1964 (col. R. Campos).
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Massan­

gulo, 7-1955, e Mapalilo, 7-1955 (col. Ferreira).


OBSERVAÇÕES: Pronoto alongado subcordi­
forme com urna faixa longitudinal mediana de
pilosidade branco-acinzentada; nos élitros urna OBSERVAÇÕES: Todo preto com desenho eli­
faixa sutural da base até próximo do meio, e uma tral semelhante a E. cupricollis e E. muiiûoules,
triangular apical de pubescência também acin­ mas os élitros muito menos convexos, lembrando
zentada. à primeira vista urna Polyhirma. Contudo, a es­

Comp.: 21-25 cm. cultura, a terminação dos élitros e a pilosidade


são como no género Eccoptoptera.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval e Zam­ Comp.: 19 mm.
bézia (Péringuey,. 1892), Moçambique (Ribauê,
Vila Mouzinho) e Rodésia do Sul (Ferreira,
DISTRmmçÃO GEOGRÁFICA: Mombaça (Gers­
1963).
taecker, 1873 Reisen in Ost-Afrika); África
-

? Oriental Alemã e Uganda (Csiki, 1929).


Cypholoba semisuturata ssp. tembena Pér.
(=P. iembena Pér.)
Trans. South Afr. Phil. Soo. Addenda, Eccoptoptera mutilloides Bert.

1896, p. 605. Memm. Ac. Botoqn«, VIn, 1857, p. 313.

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Changa­ MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Ricatla


lane, 13-11-1965, e Namaacha, 20-11-1966 (col.
(col. Junod); Mucheve, e 5-1968
9/10-11-1964
Ferreira).
(col. Carvalho) ; Chiango (Marracuene), 5-7-1965,
Ambuca (Panda), 4-1-1971, e Região do Sabié,
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique
10-6-1949 (col. Ferreira).
(Tembe) (Pérínguey, 1896) e Changalane (Al­
ves, 1954).
OBSERVAÇÕES: Distingue-se de E. crwprVcollis
Eccoptoptera Chaud.
por ter a cabeça e o pronoto pretos e a faixa api­
cal dos élitros não atingir a sutura.
Rev. Mag. Zool., 3, VI, 1878, p. 189
Comp.: 16-19 mm.

Eccoptoptera cupricollis Chaud.

Rev. Mag. Zool., (3), VI, 1878, p. 190. DISTRffiUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: De­
lagoa Bay (Lourenço Marques, Ricatla) (Pé­
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Mucheve, rínguey, 1896); Inhambane, Manhiça (Ferreira,
11/12-1969 (col. Carvalho). 1963).
Garda; de Orta, Sér. Zooz., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 51
ALVES, M.
a
Luísa Gomes �
OœraJbideœ de Moçœmb1iq'IW

Atractonotus Perroud OBSERVAçõES: Os dois artículos basais das


antenas, avermelhados, restantes, negros;
os
Ann. Soc. Linn. Lyon, I, 1846, p. 60
pronoto revestido por densa pubescência testá­
cea; élitros negros com três linhas longitudinais
Atractonotus mulsanti Perroud équidistantes, de pubescência; margem lateral

Ann. Boe. Linn. Luon; I, largamente pubescente e sutura glabra.


1846, p. 60.
Comp.: 13 mm.

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto

Henrique, 9-10-1965 (col. Ferreira) ; Savara (Mo­ DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique (Li­
rna), 12-10-1967 (col. Madureira). bombos) (Pêrínguey, 1896).

Cor preta, pronoto fusiforme Graphopterus lateralis Boh.


OBSERVAÇÕES:
seis costelas Iongitudinais: élitros ovais Ins. p. 96.
com
Cœffr., I, 1848,
alongados com sete costelas salientes e inters­
trias pontuadas'; duas manchas de pêlos brancos: MATERIAL EXAMINADO: Moçambique, 21-11-
a primeira no terço anterior, a outra, transver­
-1966, Boane, 25-11-1965 (col. Cabral).
S3i1 apical, atingindo a sutura e a margem la­
teral. OBSERVAÇÕES: Corpo coberto de pubescência
Comp.: 11,5 mm e 12 mm. avermelhada; antenas com os três artículos ba­
sais testáceos: tíbias também testâceas.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Orange, Zambé­ Comp.: 12-14 mm.

zia, Natal, Bechuanalândia (Csiki, 1929); Mo­


çambique (Alves, 1954). DISTRIBUIÇÃo GEOGRÁFICA: Médio Limpopo;
Transval; Natal, Damaralândía, Delagoa Bay
Tribo (Péringuey, 1896).
Graphopterini

? Graphopterus lineellus Pér.


Graphopterus Latr. (= Graphipterus)
Trans. South. Afr. Phil. Soc., VI, 1896,
Hist. Nat. Crust. Ins., 3, 1802, p. 83 p.311.

Graphopterus fasciatus distinctus Pér. MATERIAL EXAM!INADO: Moçambique: Mucheve,


Trans. South. Phil.
9/10-11-1964 (col. Carvalho).
Afr. Soc., x, 1898,
p.340.
OBSERVAÇÕES: Cor castanho-acinzentada: la­
dos do pronoto levemente serrados; protórax
MATERIAL EXAMINADO: Porto Henrique, 11-2-
coberto de pubescência testácea, mais esbran­
1968, Goba, 27-3-1965 (col. Ferreira); Na­
e
quiçada na margem lateral; margem externa dos
maacha, 1/2-2-1964, 3-10-1965 e 3-12-1967 (col. éli tros faixa de
com larga Vêlos acinzentados e
Madureira, Campos e Amorim). disco estreitas faixas
com quatro longitudinais
(também uma sutural), estando as duas primei­
OBSERVAçõES: Comp.: 11,5-14 mm.
ras a igual distância e as outras mais próximas
uma da outra e da margem externa.
DrSTRffiurÇÃO GEOGRÁFICA: Transval (Périn­
Comp.: 7-10,5 mm.
guey, 1898); Moçambique: Catuane (Alves,
1954).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Salis­
búria) (Péringuey, 1896).
Graphopterus insidiosus Pér.
Trans. Graphopterus tibialis Chaud.
Bouth Afr. Phil. Boc., 6, 1896,
p. 295, 311. Bun. Boe. Nat. Mosc., XLIII, 2, 1870, p. 330.

MATER!IAL EXAM!INADO: Moçambique: Na­ MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: lagoa


maacha, 20-11-1966 (col. Cabral). Zinave, 11-1969 (col, Quadros).

52 Garcia de Orta, Sér. Zaol., Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M.' Luísa Gomes �
Oaraibide08 de Moçambi:que

OBSERVAÇÕES: Distingue-se de G. VnsidiosU8 Piezia 8rullé

pelas linhas de pontuação dos élitros um


pouco
mais largas e por ter uma faixa sutural de pu­ Hist. Nat. Ins., IV, 1834, p. 272
bescência.

12 Piezia axillaris belrensís Burgeon


Comp.: mm.

Rev. Zodl. Bot. Ajr., xvrn, 1929, p. 202,


DISTRIBUIÇÃO GEOORÁFrCA: Ovampolândia, Mo­ fig. 4.
çambique (Ricatla) e Zambézia (Péringuey,
1896). MATERIIAL EXAMlINADO: 11-1965 (col.
Mucheve,
Carvalho).
Graphopterus tibialis heterus Burg.

Bull. Ann. Soc. eni. Belg.) 69, 1929, p. 297. OBSERVAÇÕES: Forma estreita e alongada
(lembrando P. spi1uilae, Bert.), cujo pronoto é
mais estreito que nas outras subespécies; banda
MATERIAL EXA.l\fiNADO: Moçambique: Goba,
sutural divergente (sobre a segunda costela);
27-3-1965, e Changalane, 6-11-1965 (col. Fer­
faixa discal transversal e outra apical alongada,
reira) .

comum sobre a sutura.

OBSERVAçõES: Considerada Comp.: 21 mm.


por Burgeon
(1929) como ssp. de pla!giatus Boh. No entanto,
Basilewsky (1956) coloca-a como raça geográ­ DISTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Beira
fica de tibialis. Elitros com três bandas longi­ (Burgeon, 1929).
tudínaís negras (a justassutural bastante larga
e a terceira bastante estreíta) , todas ligadas
Piezia axillaris damarensis Burgeon
posteriormente. Sutura e margem elitral com

pêlos amarelo-ocre. Rerv. Zool. Bot. Ajr., xvrn, 1929, p. 199,


fig. 1.
Comp.: 10-14 mm,

MATERiAL EXAMINADO: Moçambique: Porto


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
Moçambique: Ri­
Henrique; Changalane, 9/10-2-1968 (col. Fer­
catla, Delagoa Baye Lourenço Marques (Burgeon,
1929); Changalane: Maputo (Alves, 1954). reira).

OBSERVAÇÕES: Pronoto mais alongado com


Graphopterus velutinus canescens Chaud.
duas bandas longítudínaís de pêlos amarelados;
Bull. Soc. Nat. Mosc., 43 (2), 1870, p. 338.
nos élitros apenas pequena banda basilar
uma

de 2 mm de comprimento, também de pêlos ama­


MATERIIAL EXAMlINADO: Moçambique: Porto relados (ausência de bandas discais e apicaís) .

Henrique, 271-2-1965 9-10-1965 (col. Ferreira);


e
Comp.: 21 mm.
margem direita do rio Futi, 4-1-1965 (col. Tello).

OBSERVAÇÕES: Pubescência pronoto ama­ do DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Herero, Windhoek,


rela; a des êlítros constituída por pêlos curtos
Okahandya, 1Karibib, Sogosse e Bechuanalândia
escamiformes de cor acinzentada; os três pri­ (Burgeon, 1929); Moçambique: Porto Henrique
meiros artículos das antenas, a base do quarto (Alves, 1954).
e as tíbias, avermelhados.
Piezia axillaris fasoglica Thoms.
Comp.: 11-13 mm.

Arcana Nat.) 1859, p. 114.


DlLSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique (Lou­
renço Marque's, Ricatla) (Pérínguey, 1896); MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto
Beira (Burgeon, 1930); Porto Henrique (Alves, Henrique, 9/10-2-1968, e Changalane, 6-11-1965
1954); África Sudoeste Alemã (Csiki, 1929). (col. Ferreira).

Garcia de Orta, Sér. Zoo'l., Lísooa, 3 (2), 1974, 39-74 53


ALVES, M." Luísa Gomes -
CarOibidoo8 ae Moçannbiqwe

ÜBSERV AÇÕES: Difere de axillaris s. str. pela OBSERVAÇÕES: Cor preta; último artículo dos
presença de uma mancha de pilosidade apical palpos subcilindrico e truncado na extremidade;
curta e larga. protórax transverse: élítros largos, deprimidos,
Comp.: 21 mm. paralelos e levemente sínuados posteriormente;
nos élitros, pequena estria basal, situada entre a
Dela­
primeira e a segunda estrias; unhas simples;
DIsTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Fazoglou e
antenas, palpos e patas testáceos.
goa Bay (Burgeon, 1929).
Comp.: 15 mm.

Piezia pilosovittata Thoms.


DrSTRmUlçÃO GElOGRÁFICA: Moçambique: Tete
Arch. Ent., I, 1857, p. 395. (Klug, 1862); Ovampolândía (Péringuey, 1896);
Rodésia do Sul, Somália «Ferreira, 1963); Zam­

MATERIAL EX.AMIINADO: rio Futi bézia (Csiki, 1930).


Moçambique:
(Maputo) e rio dûs Elefantes, 1/25-1-1965 (col.
Tello). Tribo Chlaeniodini

Macrochlaenites Burgeon
DrSTRIBUlÇÃO GEOGRÁF.rCA : M o ç a m b i que: Bull. Ann. Soc. ent. 54
et Belg., LXXV, 1935, p.
Tembe (Pérínguey, 1896); Porto Henrique (Al­
ves, 1954); Natal (Csiki, 1929); Sandacca e Si­ Macrochlaenites lugens ssp. lugens Chaud.
kumba (Burgeon, 1929). Ann. Mus. Bto«. Nat. Genava, vm, 1876,
p.185.
Piezia spinolae Bertol (=aJgoensVs Per.)
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Matola,
Diar. 8 Oongr. So. tua; 1847, p. 90.
24 e 26-12-1967 (col. Amorim) ; rio Muar, 15-11-
-1964 (col. Quadros).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Lindela,
2/10-1-1963, e Ambuca (Panda), 4-1-1971 (col. OBSERVAÇÕES: Corpo negro, finamente orlado
Ferreira). de azul no pronoto e élitros; estes com interstrias
convexas e lisas; estrias
profundas, finamente
OBSERVAÇÕES: Distingue-se geralmente pelo pontuadas ..
anastomosado das costelas elitrais.
Comp.: 19-25 mm.

Comp.: 18-23 mm.


DrsTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Lou­

renço Marques, Ovampolândía (Pérínguey, 1896) ;


J)[STRlIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Lou­
Zanzibar, Madagáscar, Angola (Pérínguey, 1926) ;
renço Marques e Ricatla (Péringuey, 1896);
Sudão Anglo-Egípcio, Abissínia, Tanganhica,
Inhambane, Delagoa Bay, Mastene, Zandemela e
Congo ex-Belga, Rodésia do Norte, Moçambique
Nyaka (Burgeon, 1929); estrada de Zavale à
Vila João Belo (Alves, 1954).
(Delagoa Baye Rícatla) ; Natal (Basilewsky,
1950) (este autor duvida da existência desta
espécie em Madagáscar); Moçambique: S. Mar­
Tribo Pterostichini
tinho do Bilene e Vila Machado (Alves, 1963).

Subtribo Pterostichina
Tribo Chlaenionini

Chlaenionus Kuntzen
Rhathymus Gemm. et Harold

Deutsch. Ent. Zeitsch., 1913, p. 34


Cat. Col., 1, 1868, p. 334

Chlaenionus zanzibaricus ssp. coernleolimbatus


Rhathymus melanarius Klug (=Parastrigia me­
Pér. (=Rhizotrackelus giganteus Pér.)
lanam iKlug)
Trams. Bouth. Afr. Phtl. Boc., VII, 1896,
Monatsber. Acad. Wws. Berlin, 1853, p. 488, 492.
p. 248.
MATERIAL Moçambique: Matola,
EXAMmADO:

MATERTAL EXAM![NADO: Moçambique: Ohicua­ 24-12-1967, Umbeluzi, 3-12-1967, e Lourenço Mar­


lacuala, 10-1965. ques, 20-2-1968 (col. Amorim).

54 GarciaJ de Orta, sër. Zool., LIsboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M." Luísa Gomes e-« Oarabuieos cre lJloçamb1x]ue

OBSERVAÇÕES: Preto
os Iados do protó­
com OBSERVAÇÕES: Muito semelhante a St. ienes­
rax e as margens dos élitros
azul-violáceos; pro­ tratos, mas 'O corpo não brilhante e escuro, em
tórax com pontuação grosseira; extremidade vez de verde-metálico, e o pronoto um pouco

apical dos palpos maxilares testâcea: labro com mais largo; os dois primeiros artículos das ante­
uma larga impressão mediana arredondada. nas são testâceos, os restantes e os palpos, pre­
33 34 tos; maneha dos élitros de forma variável- oval
Comp.: mm e mm.
e sinuada.

Comp.: 13 mm.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Victo­
ria Falls) e Zanzibar (Bagamoyo) (Péringuey,
1896); Moçambique: Beira (Péringuey, 1926); D1STRmUlçÃO GEOGRÁFICA: Lago Ngami e

Salisbúria, Delagoa Bay, Lourenço Marques, Transval (Péringuey, 1926); Rodésia (Csiki,
Sudoeste Africano e Ovampolândia (Basilewsky, 1931) .

1950); rio Punguè (Ferreira, 1963).


Stenodinodes fasciger Chaud. ( = Ohlaeniu« fas­
Rhysotrachellus Boh,
ciqer Chaud.)
Ins. Caffr., I, 1848, p. 133 Coieopt. Nooit., 1883, p. 32.

Rhysotrachellus (s. str.) sulcatus F. (= buna­ MATERIAL EXAlIaINADO: Moçambique: Namaa­


culatu» Boh.=paykulli Crotch.) cha (Ponduine), 7-1-1967 (col. Madureira); Ma­
Ent. Syst., IV, 1794, App, 443 (Uarobus ), tola Rio, 11-11-1967, e 18�6-1968 (col. Amorim) ;

Umbeluzi, 27-3-1965, e Porto Henrique, 19-1-1968


MATERIAL ( col. Ferreira).
EXAMINADO: Moçambique: Lindela,
2/10-1-1969, e
Jangamo, 5/9-1-1969 (col. Fer­
reira). OBSERVAÇÕES: Cor verde-azulada com refIe­
xos violáceos; mancha elitral subapical testâcea,
estendendo-se da sutura à margem externa.
OBSERVAÇÕES: Cor negra, cabeça rugosa, pon­
tuada; pronoto com pontuações profundas e irre­ Comp.: 11-12 mm. ,

gulares; élitros estriados, nos quais a terceira,


a
quinta e a sétima estrias são mais elevadas; DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal, Delagoa
uma mancha amarela sinuosa aproximadamente Bay (Ricatla) e Ovampolândia (Péringuey, 1896);
a meio.
Orange, Rodésia do Sul (Csiki, 1931); Ruanda
Comp.: 17-18,5 mm. (Burgeon, 1937).

DrSTRmmçÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Natal e Stenodinodes fenestratus ( V'h1aernius


Chaud. =

Transval (Péringuey, 1896); Moçambique (Beira) bohemani var. fenestrotus Chaud.)


(Péringuey, 1926 Obtaenëu» suloatws F.);
-

Ann. Mus. Gen., 187�, p. 44.


Congo ex-Belga, Rodésia do Sul e Delagoa Bay
(Basilewsky, 1950); Mutuali (Alves, 1963).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Namaa­
cha (Ponduíne), 7-1-1967; Lindela, 2/5-1-1969
Tribo Chlaeniini (001. Ferreira).
Stenodinodes Kuntzen

OBSERVAÇÕES: Cabeça, pronoto e parte ante­


Mitt. Zool. Mus. Berlin, IX, 1919, p. 149
rior dos élitros ,verde-bronzeado-metálico; parte
Stenodinodes cribellatus Chaud. (= Lissauohenius posterior destes mais violácea; mancha elitral
cribellatus Chaud.) subapical testâcea mais ou menos arredondada,
estendendo-se da quarta à oitava interstrias; os
Ann. Mus. Vivo Génova, vm, 1876, p. 47.
três primeiros e os dois últimos artículos das

antenas são testáceos, os restantes, negros; pa­


MATEWAL EXAMINADO: Moçambique: Namaa­
tas e palpos, testáceos, por vezes escurecidos;
cha (Ponduine), 20-11-1966, Umbeluzi, 3-1968, e

Porto Henrique, 9-2-1968 (col. Ferreira) ; Matola parte inferior, negra iridiscente.

Rio, 1-11-1968 (col. Amorim). Oomp.: 12-12,5:m.m.


Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), '1974, 39-74 55
ALVES, M.' Luísa Gomes �
Cwrabideoo de Moçambique

DrSTRmmçÃO GEOGRÁFICA: Natal e Delagoa Pachydinodes Burgeon


Bay (Péringuey, 1896; Transval, Rodésia do Sul Ann. Mus. Congo Belg. Zool., ser. III, t. II, 1935, p. 229
e Moçambique (Lourenço Marques e Beira) (Pé­
rínguey, 1926); Moçambique; Mutuati, S. Marti­ Pachydinodes conformis Dej. ( = Ohla:erllÏus CQn­

nho do Bilene e Costa do Sol (Alves, 1963). [ormie Dej.)


Spec. Gen. Col., v, 1831, p. 630.
Stenodinodes pachydinodoides Bas. (= ChÙJJelnius
paohydirwides Basi.) MATERIAL Moçambique: Ponta
EXAMINADO:

Mem. Mus. Hi!s1t. t. xxvm, f. 3, 1949, do Ouro, 5-11-1967; Maputo (C. de Elefantes),
Na;t.�
p.136. 8-10-1967 (col. Ferreira).

MATERIAL Umbe­ OBSERVAÇÕES: Oar verde-metálica, brilhante,


E LOCALIDADES: Moçambique:
mais escura nos élJiJtros, que são pubescentes;
luzi, 3-1968, e Maputo (C. de Elefantes), 1/2-12-
-1967; Namaacha (Ponduine) 6-11-1966 (col.
,
palpos, antenas e patas, testáceoa; élitros estria­
dos com uma mancha testácea apical, em fonna
Muianga); Matola, 24-12-1967 (col. Amorim);
de vírgula.
Moamba, 12-3-1964 (col. Campos).
Comp.: 14 mm.

OBSERVAÇÕES: Cabeça e pronoto verde-bron­


zeado-metálicos, pouco brilhantes; êlitros quase DI'STRŒmçÃO GEOGRÁFICA: Senegal, do Natal
negros; manchá elitral subapical, amarela, niti­ à Núbia
e Senegâmbia (Péringuey, 1898);
damente sinuada (quarta à oitava ínterstrías) ; Moçambique: Sena (Pérínguey, 1926); África
patas e os três primeiros artículos das antenas, Central e Oriental (Csiki, 1931); Abissínia,
testáceos. Zululândia e Tanganhica (Basílewsky, 1953).
Comp.: 13 mm.
Baldochlaenius Bas.

DrSTRŒmçÃO GEOGRÁFWA: Eri.treia, Abissí­ Bull. et Ann. Soc. eni. Belg., 8S, I-II, 1950, p. 47

nia, Tanganhica, Rodésia do Sul e possivelmente


Baldochlaenius trapezicollis (Chaud.) ( = Ohlae ...

Congo ex-Belga (!Katanga_) 'fBasilewsky, 1949);


niws trapezicollis Chaud. = Ooâes rulipes,
Moçambique: Ribaué (Ferreira, 1963).
Boh.)

Stenodinodes perspicillaris Er. Bull. M08C.� n, 1856, p. 291.

Arch. f. No;turg.� :IX, 1843, p. 217. MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Namaa­


cha (Ponduíne) ,
20-11-1966 (col. Ferreira).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Matola,
11-2-1968 (col. Amorim); Umbeluzi, 3-1969; ÛBSERV AÇÕES: Cor negra, brilhante, patas,
Porto Henrique, 9/10-2-1968, e Namaacha (pon­
palpos e antenas, testâeeos: parte inferior iri­
duine) ,
4-12-1966 (col. Ferreira). descente.

Comp.: 12mm.
OBSERVAÇÕES: Negro-esverdeado, sem brilho;
os três primeiros artículos das antenas, testá­
DISTRIBmçÃO GEOGRÁFICA: Cabo e Natal (Pé­
ceos: élitros paralelos, estríados com uma man­
rínguey, 1896).
cha oval situada no terço posterior, ocupando
a quarta, quinta, sexta e sétima interstrias; parte Chlaenites Motschulzslky
inferior negra; patas testáceas com o ápice dos Bull. Acad, Sc. St. Petersb., II, 1860, p. 515
fémures e tíbias, bem como os tarsos, escuros.

14-15 ? Chlaenites capicola Chaud. (=Ohl. caijer


Comp.: mm.
Bohm. = laoustri« Chaud. = mendax Chaud.)
Dr'STRmmçÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Transval Bull. Soc. Nat. õâoso., 29 (3), 1856, 233,
(Pêringuey, 1896); Rodésia do Sui, Damaralân­ pl. 11.
dia, Angola e Somália (Péringuey, 1926); toda
a Ãfrica Meridional de Angola ao Cabo, Moçam­ MATERIAL EXAM!INADO: Moçambique: Zavala,
bique e Madagáscar (Basilewsky, 1958). 1968 (col. Quadros).

56 Garem de Orta, Sér. zoor., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M.n Luísa Gomes Oœraõiâeoe de Moçambique
-

OBSERVAÇÕES: Corpo verde-metálico, com os mancha prolongada até à segunda estria e que
élitros maís escuros que a cabeça e pronoto;
o na extremidade atinge a sutura. Inferiormente,
esta apresenta, por vezes, ao centro, reflexos negro, com o abdome estreitamente marginado
avermeihados: no exemplar observado não se de amarelo-pálido.
nota pubescência; élítros COIn orla testâcea uni­
Comp.: 13,5 mm.
forme em toda extensão da margem lateral,
a

atingindo a oitava estria; abdome escuro, iri­


DISTRffiUIÇÃO GEOGRÁFICA: A forma típica
descente, glabro e orlado de testáceo,
ocorre na Núbia, Sul do Egipto, Sudão e Eri­
Comp.: 17 mm.
treia. A ssp. sulootulus aparece em. toda a África

DIsTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval (Périn­


Oriental e Etiópia ao Cabo, Su­
Meridional, da

guey, 1896); Cabo, Natal, Orange, Zululãndia,


doeste Africano, parte de Angola e do Congo
Moçambique (Csiki, 1931)'; espécie largamente ex-Belga (Basdlewsky, 1956); Moçambique (Fer­
reira, 1963).
espalhada na África do Sul, Sudoeste Africano
e Rodésia do Sul (Basilewsky, 1958).

Subgen. Chlaenitidius Jeannel


Subgen. Chlaenioslenus Kuntzen

Mitt. ZOQIZ. Mus. 149 Fatun'6 ite l'ennpire [ramç., XI, .001. Carab., Reg.
Berrlin, IX, 1919, p.
Malgache, III, 1949, p, 802
(Lutsihnik autor da primeira descrição)

Chlaenites (Chlaeniostenus) cylindricolis Dej. Chlaenites (Chlaenitidius) validicornis Boh.


Spec. OOl'7 V, 1831, p. 637. (=Chlaeni'us vaMioorrnis Boh.)

MATERIAL Porto Ins. Caffr.) I, 1848, p. 154.


EXAMINADO: Moçambique:
Henrique, 1-12-1967\ (col. Ferreira).
MATERIAL EXAM'INAD.O: Moçambique: Porto
OBSERVAÇÕES: Espécie próxima de angusta­ Henrique, 30-11-1967 (001. Muianga) ; Songo à
tus e 0cmJ80mnW87 mas com os élitros mais alon­
luz, 22-6-1972 e 21-12-1972 (col. Ferreira).
gados e a orla marginal testâcea, alargando
posteriormente, sendo a margem anterior den­ OBSERVAÇÕES: Cabeça e pronoto com reflexos
teada.
esverdeado-avermelhados: é1itrœ com reflexos
Comp.: 15 mm. esverdeado-escuros: antenas, 'palpos e patas acas­
tanhados; élitros pontuados, estriados só com
DŒsTRffiUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Delagoa Bay
ligeira pubescência na margem externa; inters­
(Ricatâa) Zambézia e Natal (Péringuey, 1896);
,
trias quase planas.
da Abissínia ao Cabo e 'comum no Congo ex­

Umbeluzi Comp.: 13-14mm.


-Belga (Basílewsky, 1956) ; Xinavane e

(Ferreira, 1963).
DrSTRffiUIÇÃO GEOGRÁFICA: Bechuanalândia,
Ohlaenítes (Chlaeniostenus) sulcipennis Dej. ssp. Alto Limpopo, Norte do .Transval (Pérínguey,
sulcatulus Boh. 1896); antigo Congo Francês até ao Tanganhica,
África do Sul; Moçambique: Ribaué e Limpopo
I'M. Caffr'7 l, 1848, p. 146.
(Ferreira, 1963).
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Lourenço
Marques (Costa do SOl)., 10-12-1966 (col. Madu­ Trachychlaenites Kuntzen
reíra). Mitt. Zool. Mus. Berlin, IX, 1919, p. 151
Bull. et Ann. Soc. ent. Belg., 75, 1935, p. 48 (Burgeon,
OBSERVAÇÕES: Cabeça pronoto, verde-bri­
e
autor da primeira descrição)
lhante-acobreados: labro, antenas, palpos e patas,
amarelo-claros; cabeça e pronom quase lisos;
pronoto cordiforme, bastante estreitado poste­ Trachychlaenitis signatus Boh. (= Chlaenius
ríormente: élitros paralelos, mais largos que o signatus Boh. Ohl. apiatus !Klug)
=

pronoto, estríados; interstrías lisas, de um verde­ Insect. Caffr.) I, 1848, p. 139.


-escuro preto; estreita orla marginal tes­
quase
tâcea (ocupando as duas ínterstrías exteriores), MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto

que se dilata posteriormente, formando uma Henrique, 9/10-2-1968 (col. Ferreira).


Goroia de Orta, se« ZO'oZ., Lisboa, 3 ('2), 1974, 39-74 57
ALVES, M." Luísa Gomes -
Carabíd(;Jo8 de MoÇambique

OBSERVAÇÕES: Cabeça e pronoto de um verde­ DrsT'RmUIÇÃO GEOGRÁFICA:


Limpopo, Rio
-metálico; élitros escuros com uma mancha hu­ Ovampolândia, Damaralândia, Senegal e iKordo­
meral testáeea em forma de gancho voltado para fan (Pérínguey, 1896) e Rodésia do Sul (Pêrín­
dentro, três pequenas manchas na terceira, quarta guey, 1926).
e quinta interstrias (podem também aparecer
só duas) e uma apical também testácea. ChJaenius commistus Pér.

Comp.: 11-12,5 mm. Trans. South. Afr. Phu. Soc., 1896, p. 503.

DrSTRIBU1ÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Matola,


(Klug, 1862) ; Xinavane (Ferreira, 1963) ; Ovam­ 24-12-1967. (col.
Amorim); Porto Henrique,
polândia e Angola (Péringuey, 1896); Transval, 1-12-1967 (col. Ferreira); Chitengo, 25-11-1965
Rodésia, SUdoeste Africano e Jubalândía (Csikí, (col. Tello).
1931).

OB.SERVAÇÕES: As espécies oommistus Pér. e


Chlaenius Bonelli notabilis Laferlé são tão semelhantes que nos
Mem. Accad. Torino, XVIII, 1809, tab. Synopt. parece difícil a sua distinção. Nos seis exem­
plares que possuímos, três têm a mancha subapi­
Jeannel, 1949
(GarabUjueJJ Régicm de ta Mal­ cal nitidamente separada da banda sutural, dois

gache, p, 809), coneídera três subgén. dentro do têm-na ligada na quinta ínterstría e um faz a

gén. ChlœeniU8 Bonelli: Spiloohlaernirus n., Ocuba­ transição entre as duas formas. De resto, tudo
toidee n. e Plœtyc1ùa.ieniws. é semelhante quanto à cor, escuLtura e desenho

este autor, Chla:e1flJÏJu8 elitral.


Segundo a s. str, per­

tencem, sobretudo, espécies palerâcticas, encon­


Comp.: 12 mm.

trando-se cinco espécies em Madagáscar e não


existindo nenhuma na Áfrioo Intertropical. No
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal, Médio Lim­
entanto, Oh. senega.7.ensis Dej., talvez Ch. semini­ Matabele Bechuanalândía
popo, e (Pêringuey,
tidus Chaud. e Ch. laemcollis Chaud. são consi­
1896); Estado Livre (Bothavílle) : Transval,
deradas pelo aUJtor como Chiaenius s. str.
Sudoeste da Rodésia e Moçambique (Lourenço
Basilewsky refere-se posteriormente a várias
Marques) (Pêrínguey, 1926); Xinavane (Fer­
espécies de África' como pertencentes ao género
Ohlaeniu« sem indicação de subgénero. .
reira, 1963).
Na
bibliografía consultada não encontrámos
ChJaenius similatus Boh.
indicação de subgénero para as espécies commis­
tus Pér. e similatus Boh. Ins. Gaffr., I, 1848, p. 151.

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Jan­


? Chlaenius (s. str.) senegalensís Dej.
gamo, 5-1-1969 (col. Ferreira).
Spec. GOl., v, 1831, p� 635.

MATERIAL EXAMINÀDO': Namaacha


OBSERVAÇÕES: Corpo esverdeado, 'coberto de
(Ponduine),
1-6-1967 (col, Quadros); Lourenço Marques, pubescência amarelada; pronoto cordiforme ligei­
ramente orlado de testáceo; élitros orlados de
6-3-1960 (col. Barros) ; Porto Henrique, 7-2-1967,
testáceo (faixa estreita até três quartos do com­
e Umbeluzi, 3-1969 (col. Ferreira).
primento, alargando pcsteríormente em serrá};
antenas com os três primeiros artículos testá­
OBSERVAÇÕES: Ê da espécie senegalensis Dej.
ceos e os restantes peças bucais
escuros. Patas e
que os exemplares observados se aproximam

orla testácea marginal atinge testáeeas: abdome escuro, iridescente e ligeira­


mais; no entanto, a
mente orlado de testáceo.
a oitava
estria, não a sétima, mas o corpo é
e

pubescente, as interstrías granulosas, o pronoto Comp.: 11 mm.

subtrapezoidal, verde-metálico, bem como a ca­


beça; élitros verde-escuros; parte inferior escura
DrsTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal e Delagoa
e abdome orlado de testáceo.
Bay (Ricatla) (Pérínguey, 1896) e Cabo (Périn­
'

Comp.: 16-19 mm.


guey, 1926).

58 Garcia de Orta, ee-. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39c74


ALVES, M." Luísa Gomes -
Oarabídeo'8 dB Moçœmbique

Pseudochlaeniellus Jeannel lewsky, 1953); Ãfrica dio Su.J. (Zambézia) (Pêrín­


guey, 1898); Moçambique: S. Martinho do Bílene
Faune Emp. Fronç., XI cu. Carabiques Reg. Malg.,
III, 1949, p. 820 (Alves, 1963).

Pseudochlaeniellus paenulatus Erichson var. ? Tribo Callistoidini Bas.


(= OhlaerllÏ!1J..8 cribrioollis Pér.)
Callisto ides Motschulzsky
Arch. Naturge8oh.� 9 (1), 1843, p. 218. Bull. Soc. Nat. Mose., XXXVII, IV, 1864, p. 334.

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto


Callistoides fraternus Pér. (= Chlae'Yl!ÏfU;s frater­
Henrique, 30-11-1967 (col. Muianga). Pér.=Chl. var. frot€ll'nws Pér.)
nU8 pulohellus

ÜBSERVAÇÕES: Afaeta-se <hl. espé­ diagnose da Trone. Sawth Afr. Philos. Boo., ViI, 1892,
cie no que se refere à extensão da orla marginal p.20.
testâcea, que no exemplar observado não atinge
a. quinta ínterstria, mas apenas a oitava. Burgeon MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto

�1935) designa como var. um exemplar colhido Henrique, 15/16-3-1969 (col. Ferreira).
em Kabalo, cuja orla marginal amarela se limita

à nona interstria, tal como no exemplar de Porto OBSERVAÇÕES: Cabeça test âcea com uma

Henrique. manchá discal castanho-escura; pronoto testá­


ceo com duas bandas estreitas, longitudinais
Comp.: 8,5 mm.
castanhas, não atingindo a margem anterior;
escutelo, marginal e uma pequena mancha,
orla
DISTRIBUIÇÃO GI!}OGRÁFICA: Damaralândia,
Cabo e Natal (Péringuey, 1896) ; Rodésia do Sul
abrangendo a quinta e sexta ínterstrías, situada
no terço anterior do élitro e outra sutural, subapi­
e
Moçambique (Péringuey, 1896); Angola, Trans­
val
cal, abrangendo da. primeira à terceira inters­
e Beehuanalândia (Osiki, 1931); Sudoeste
trias, testáceos: disco dos élitros castanho­
Africano e Quénia (Basílewsky, 1958).
-escuro; patas testâceas,

Aleptocerus Laferti Comp.: 9mm.

Ann. Soc. ent. Fr., (2), IX, 1851, p. 213, 216.


DrSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Ovampolândía (rio
Cunene) e Zambézia (Salisbúria) (Péringuey,
Aleptocerus quadripustu1atus Dej. (= Umialicus
1896) .

epigrarphiiJius Pér.)
Speo. Gen. Col.� v, 1831, p. 620. Tribo Rhopalomelini (Jeannel)
Rhopalomelus Boh.
MATERIAL EXAMINADo: Moçambique: Jan­
Boh. Ins. Catfr., J, 1848, p. 165
gamo, 4/9-1-1961 (col. Ferreira).

Rhopalomelus angusticollis Boh.


OBSERVAÇÕES: Género caracterizado pela
forma do último artículo dos Ins. Caffr.� I, 1848, p. 167, T. 2, foG, 1-7.
palpos labiais, em

massa globosa ou sino, truncado no ápice e seme­

lhante nos dois Cor negra, opaca; élitros


sexos. MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Namaa­
cha (Ponduine), 7-1-1967
(col. Madureira), e
ligeiramente pubescentes com duas manchas
amarelas de cada lado: Porto Henrique, 24/26-1-1969 (col. Ferreira).
a primeira no terço ante­
rior, ocupando quinta e a a oitava interstrias,
segunda, subapical, menor, subovada, ocupando OBSERVAÇÕES: Corpo preto; labro alongado
a terceira e quinta ínterstrias, e bilobado; mento com um dente mediano, trun­
cado na extremidade, pronoto mais longo que
Comp.: 15-17 mm.
largo e mais estreito que a base dos élitros; estes
estriados com as ínterstrias convexas e subca­
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Espécie de larga
renadas ; tíbias médias e posteriores curvas.
distribuição no continente negro, do Senegal,
Congo Moçambique, não frequente (Basi- 28-30
a mas
Comp.: mm.

Garcia de Orta, Sér. Zoo�., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 59


ALVES, M." Luisa Gomes -
Oaraibídoos de Moçambique

Péringuey (1896) refere-se à emissão de um DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Espécie oriental


odor ofensivo e aparecimento
ao desta espécie do Tanganhica e de Moçambique: Chemba, Nova
em ninhos de formigas-brancas. Chupanga, Vila Pery, Caia, Buzi e Chibaba (Ba­
sílewsky, 1950); Ribaué (Ferreira, 1963).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal, Zambézia
(Salisbúria) (Péringuey, 1896) ; Transval e Rodé­
Dichaetochilus caffer Boh. (=o;tratus Klug=
sia do Sul (Osiki, 1931).
=8obrinus Pér.)

Tribo Oodini Ins. Caffr.) I, 1848, p. 1936 (Anisodacty­


Systolocranius Chaud. lus).
Bull. Soc. Nat. Mose., xxx, III, 1857, p. 23
MATERIIAL EXAMINADO: Moçambique: Chi­
Systolocranius elongatus Chaud.
tengo, 25-11-1965, e Umbeluzi, 3-1968 (cal. Amo­
Ann. 80c. ernt. rr., 2 (6), 1882, p. 332. rim).

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Lindela,


OBSERVAÇÕES: Muito semelhante a D. moestus,
9-1-1969 (col. Ferreira).
mas com as patas negras ou de um castanho

três pon­ muito escuro.


OBSERVAÇÕES: Cor preta; labro com

tos setígerœ; pronoto mais estreito 'e arredon­ 11-12


Comp.: mm.

dado, anteriormente: élitros paralelos (base da


mesma largura do pronoto) adelgaçados , no
DrSTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA: Muito frequente
ápice, pontuado-estríados; patas negras.
no Sudoeste do contínente africano: Níassalân­
Comp.: 15mm.
dia, Rodésia do Sul, Beehuanalândía, Natal e

Moçambique: Tete, Chemba, Tambara, lago Can­


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zanzibar e Zam­
garé, Chiramba, Baixo Punguè e Beira (Basi­
bézia (? Manica) (Péringuey, 1896); lago Niassa
lewsky, 1950), Matola e Catuane (Alves, 1954).
(Osiki, 1931); Moçambique, Tanganhica e Nias­
salândía (Basilewsky, 1949).
Dichaetochilus moestus moestus Chaud. (=Anf..
Os harpalíneos estão classíficados segundo a
sodactylus aW8:tralis Pér. H ar-palae eafferr
=

Revisão de P. Basilewsky (1950 e 1951). Boh.)

Rev. Mag. Zool.) 3, VI, 1878, p. 76 (Ani­


SUBFAM. HARPALINAE
sodaotylus) .

Tribo Anisodactylini

Dichaetochilus Basilewsl<y Porto


MATERiAL EXAMINADO: Henrique, 30-6-
Ark. f. Zool., 38 a, N.o 18, 1946, p. 7 -1967; Matola Rio, 14-1-1968 (col. Amorim);
Changalane, 6-12-1969; Umbeluzi, 3-10-1968;
Dichaetochilus approximatus Kolbe
Namaacha, 27-11-1966 (col. Ferreira).
Entom. Naoh.) xxm, 1897, p. 349 (Selena­
phonæ), OBSERVAÇÕES: Corpo preto e brilhante, apên­
dices bucais e patas testáceas.
MATERIAL EXAlMINAOO: Moçambique: Umbe­
luzi, 3-1968 (col. Ferreira). Comp.: 10-12,5 mm.

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Umbe­


DISTR.'IBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Esta ssp. tem uma
patas; antenas e face inferior de um negro-acas­ vasta distribuição geográfica, estendendo-se do
tanhado; estrias dos élitros lisas, quinta inters­
Médio Chari Angola e ao Cabo. Moçambique:
a
tria sem poros na extremidade; élitros planos,
Chemba, Nova Chupanga, vale do Punguè, Guen­
segmento anal com dois poros setígeros de cada
guère, Gorongosa, Tando do Sungué e Lourenço
lado nos dois sexos: pronoto transverso com a
Marques; Angola: Congulu (Basílewsky, 1950);
base mais estreita e os ângulos posteríores arre­
Moçambique: Matola, Gondola, Bandula e Chi­
dondados.
moio (Alves, 1954), Ribaué, Xinavane e Boane
Comp.: 15,5-17\ mm. (Ferreira, 1963).

60 Garcia de Orta, se« Zool., Lisboa, 3 (2), 1974. 39-74


ALVES, M." Luísa Gomes -
Oara;lJújeol'j de Moçambique

11- Tribo Harpalini OBSERVAÇÕES: Nos exemplares observados as

I -

Subtribo Selenophorina patas são completamente testâceas, e não negras


(joelhos, tíbias e tarses), como Basilewsky des­
Alluaud
crève na sua Revisão (1950, p. 102). No entanto,
Hyparpalus
a genitália do d' é muito semelhante ao desenho
Bull. Soc. ent. Fr., 1930, p. 162
de Basílewsky na mesma Revisão. Este autor,
a quem enviámos os exemplares, claseíficou-os
Hyparpalus tomentosus Dej. (=prolixus Putz ==
como conæioa:
porreotue Pér. magnicoítis Kolbe)
= =

Comp.: 15 mm.
Spec. Ool., IV, 1829, p. 168 (Hypalitkus).

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Queli­ DrSTRŒU[ÇÃO GEOGRÁFICA: Espécie existente,


mane, 7-1951 (col. Rocha), Lourenço Marques, por vezes, 'com bastante
frequência na África
2-12-1949, e Macuze, 7-1957 (col. Ferreira). Central, Uganda Tanganhica, Congo ex-Fran­
na e

cês, Congo ex-Belga, Moçambique (Inhambane),


ÛBSERVAÇÕES: De tamanho maior que H. hoto­ Angola e Rodésia do Sul (Basilewsky, 1950).
sericeus Dej. e pronoto sem orla marginal aver­

melhada. moestus
Hyparpalus Putzeys
Comp.: 12-17 mm.
Roo. Mag. zoa; 3, VI, 1878, p. 77 (Hypo­
l�thus).
DIsTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Espécie largamente
espalhada em todo o contínente africano desde MATERIAL EXAlVIlNADO: Moçambique: Jan­
a Mauritânia, Senegal e Guiné Portuguesa até
gamo, 5-1-1969 (col. Ferreira).
ao Cabo, Transval, Natal, Angola, Moçambique

e Sudoeste Africano (Basilewsky, 1950).


OBSERVAÇÕES: Parte superior negra, mais ou
menos brilhante, com reflexos irísados. Patas
Hyparpalus holosericeus Dej.
negras, tarsos testâceo-eseuros, Pronoto trans­
Spec. coi; IV, 1829, p. 171 (Hypolithus). versat

Comp.: 13-14 mm.


MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Jangamo,
5/9-1-1969, e Changalane, 29-11-1969, e Porto
17-12-1968
(col. Ferreira); Ribaué
DISTRŒUIÇÃO GEOGRÁFICA: África Oriental:
Henrique,
(Niassa), 1-1-1951 (col. Quadros); Matola, Abissínia, Quénia, 'I'anganhica e Congo ex-Belga
24-12-1967 (col. Amorim). (Nordeste) (Basilewsky, 1950).

OBSERVAÇÕES: Pronoto élitros negros, cober­


e
Platymetopus Dej. (= Dioryche Pér.)
tos de pubescência amarelada; pronoto com orla Spec. Col., IV, 1829, p. 4, 68
lateral avermelhada; antenas e patas testâceas.

Comp.: 9,5-12 mm. Platymetopus figuratus Boh.

Ins. Oaffr., I, 1848, p. 190.


DISTRmurçÃO GEOGRÁFICA:
harpalídeo lÊ O

mais espalhado em toda a África Tropical (oci­


MATERIAL EXAlVIlNADO: Matola, 11/22-2-1968
dental, central e oriental), desde o Senegal ao
Cabo e muito frequente em Madagáscar, Mo­
(col. Amorim) ;Namaacha, 29-11-1966 (col. Ca­
bral); Porto Henrique, 1/2-12-1967 (col. Fer­
çambique, Angola, Guiné Portuguesa e Sudoeste
Africano reira).
(Basilewsky, 1950).

conviva Kolbe ( tetricus Pér. OBSERVAÇÕES: Cabeça e pronoto castanho­


Hyparpalus = ==

==mozambicus Barker=apodemus' Alluaud) -escuro-esverdeados, sendo este último marginado


de ferrugíneo; élitros com faixas longitudinais
Kâfer D. O. Afrika, 1897, p. 348.
alternando outras amarelas
escuras com (mais
larga na sexta interstria), atingindo quase o
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Lindela,
2/5-1969 (col. Ferreira), e Namaacha, 1-10- ápiœ; corpo pubescente.
-1967 (col. Amorim). Comp.: 6-8,5 mm.
Garcia die Orta, Sér. Zool., Lísboa, 3 ('2), 1974, 39-74
61
ALVES, M." Luísa Gomes-.,- Oarabíd808 de MO'Çarmbique

DrSTRffiUIÇÃO GEOGRÁFICA: Abissínia, Quénia, DrSTRffiUiIçÃO GEOGRÁFICA: Nigéria, Camarões,


Congo ex-Belga, Angola, Rodésia do Sul; Mo­ Congo ex-Belga, Rodésia do Norte, Abissínia,
çambique: Nova Chupanga, perto de Chemba, Quénia, ilha de Mombaça, Uganda, Território
Canzize, vale do Punguè, Guenguère; Bechua­ do Tanganhica; Moçambique: Beira; Madagás­

nalândia, Transval, Sudoeste Africano (Basi­ car, ilha Faquhar (Basilewsky, 1950).

lewsky, 1950).
Xenodochus Andrews (n. nov. pro Xenodus)
Aulacoryssus Alluaud Ann. Mag. Nat. Hist., (11), VII, 1941, p. 317
Ann. Soc. ent. Fr., LXXXV, 1916, p. 63, 65
Xenodochus melanarius melanarius Boh.

Aulacoryssus (s. str.) vermiculatus Putz. (=aci­ Ins. Caffr.) r, 1848, p. 192 (AnÏ8odaotylus).
UUlatU8 Coq.=seohellarum Kolbe)
MATERiAL EXAMINADO: Moçambique: Umbe­
Rev. Mag. zo»; 3, VI, 1878, p. 80.
luzi, 3-1968 23-12-1964,
e Henrique, 30-11-
Porto
-1967 (col. Ferreira), Matola Rio, 14-1-1968 (col.
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Pessane,
Amorim), e Namaacha (Ponduine), 4-12-1966
2-2-1967 (col. Cabral), Malongotiva, 18-3-1967,
e Porto Henrique (à luz), 25/16-3-1969 (cal. Fer­
(col. Brochado).
reira) .

OBSERVAÇÕES: Corpo preto-brilhante com um

ligeiro reflexo esverdeado; uma única seda su­


ÜBSERVAÇÕES: Espécie bastante proxima de
A. acicuküus paooninu» Gerst., cuja separação pra-orbital, clipeal e protorácica (esta situada
se faz mais facilmente pela genitália do cf.
ligeiramente na metade anterior) ; pronoto trans­
versal com os ângulos posteriores arredondados
Em A. vermic.ulœtus (Basilewsky, 1950, fig. 171)
e forte pontuação basal; estrias dos élitros for­
a extremidade anterior do aedeœgus prolonga-se
temente pontuadas.
em ponta mais comprida e afilada que em A. aoi­

dulatus paooninU8. Comp.: 13,5-15 mm.

Comp.: 9-11 mm.


DTSTRffimçÃoGEOGRÁFICA: Rodésia, Trans­
val, Natal frequente em Moçambique: Tam­
e
DrSTRmU'IÇÃO GEOGRÁFICA: Muito frequente
bara, Ohemba, Inhacoro, Canzize e Caia (Basi­
na Africa Oriental Madagáscar. Eritreia, Abis­
e
lewsky, 1950) e Vila Machado (Alves, 1954).
sínia, Quénia, Tanganhica, Uganda, Congo ex­
-Belga, Rodésia do Norte, Moçambique (Nova 3 -

Subtribo Bradybaenina
Chupanga, Ohemba, Inhacoro, Vila Pery e Beira) ,

Natal, ilhas Mauricias, ilha Coëtivy e ilhas Sey­ Bradybaenus Dejean (= Calodromus Nietner)
chell€S (Basilewsky, 1950).
Spec. Col., IV, 1829, p. 4, 160

Aulacoryssus (Pseudosiopelus) simplex Putz.


Bradybaenus opulentus Boh. ( =
peeudoscalori»
(=subrrugulo8us Sch. =rugulifer Sch.) Bert.)
Rev. Mag. zoa; 3, VI, 1878, p. 80 (Biope­ Ins. Oa.ffr.) I, 1848, p. 194.
lus).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Lou­
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Umbe­ 3-1969
renço Marques, 23-4-1968, e Umbeluzi,
luzi, 3-1969 (col. Ferreira). (col, Ferreira), Matola, 6-11-1967 (col, Amorim),
e rio Save (lagoa Zinave), 12-1965 (col. Quadros).

OBSERVAÇÕES: A. simplex e A. 'V€'Y//U8tulus


são duas espécies tão próximas que a separação OBSERVAÇÕES: Corpo amarelo-palha; protórax
é difícil. subcordiforme, com ângulos posteriores agudos;
No exemplar observado parece-nos que a uma mancha transversal verde no bordo anterior
pontuação das interstrias, que é forte, não forma e outra na base, ligadas ou não por uma linha
linhas longitudinais salientes entre os espaços. média longitudinal; nos élitros uma faixa lon­
As manchas elitrais são semelhantes nas duas gitudinal da mesma cor, direita, do lado da

espécies. sutura e sinuosa do outro.

Comp.: 8mm. Comp.: 11-12 mm.

62 Garcia de Orta, Sér. Zool., Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M." Luísa Gomes -
Oarabidoo6 de Moçambique

DISTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Toda a África OBSERVAÇÕES: Todo o corpo testáceo; pro,"


Oriental e Austral (Basilewsky, 1950); Congo noto subcordiforme com os ângulos posteriores
ex-Belga, Quénia, Rodésia do Norte, Natal, agudos; nos êlitros urna mancha sutural oval,
Cabo, Sudoeste Africano e Moçambique: Inham­ ocupando quatro estrias e estendendo-se da base
bane (Klug, 1862), Maotas (Lourenço Marques) ao ápice ou a urna certa distância deste.
e S. Martinho do Bilene (Alves, 1963).
Comp.: 10,5-13mm.
Ooidius Chaudoir
DISTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Ovampolândia, Da­
Observo Kiew., 1847, p. 2
maralândía, Moçambique (Ricatla) e lago N'Garni
(Péringuey, 1896). Do Sudoeste Africano a Mo­
Ooidius dorsiger iKlug çambique: Nova Ohupanga, arredores de Tam­
Monatsber. Berlin Aoa. WÍ8s.) 1853, p. 249. bara, Ricatla, Delagoa Bay (Basilewsky, 1951);
S. Martinho do Bilene (Alves, 1963).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: rio Save,
16-11-1965 e 3-1966 (cal.
Maxixe, Quadros); 111- Tribo Stenolophini
3/10-1-1971, Lindela, 3/5-1-1969, e Ponta do I Subtribo
-

Stenolophina
Ouro, 18/19-1-1969 (col. Campos); Mucheve,
9-2-1964 (col. Carvalho).
Egadroma Motschulzs'ky (= Stenolophus auct. =

=Acupalpus' aucç.)
ÜBSERV AÇÕES: Todo o corpo testâceo, salvo
Étud. Entom., IV, 1855, p. 43
urna faixa sutural castanha (mais' ou menos

escura), que se estende da base ao ápice dos


Egadroma plagüerum Klug (=A. v1!tti;ger Klug)
élitros, ocupando as quatro primeiras estrias.
Monatsber. Akad. WÍ8s. Berlin) 1853, p. 249
Comp.: 11,5 mm. (Acwpalprus).

Nota. -

Num dos exemplares da Ponta MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto!


do Ouro não há vestígios desta faixa
Henrique, 71-10-1967 (cal. Ferreira).
escura e no outro ela é muito esba­
tida. Pronoto
OBSERVAÇÕES: ferruginoso, escure­

cido,por vezes" no disco; élitros negros com uma


DrSTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete banda longitudinal amarela, de extensão variá­
(Klug, 1862); Transval (Péringuey, 1896); Zan­ vel, ocupando por vezes quase todo o élitro.
zibar, Meru, Madagáscar e Sudoeste Africano
(Csiki, 1932); África Central e Austral, do Congo Comp.: 3,5-5 mm.

ex-Francês ao Congo ex-Belga (Ba­


Transval e
DISTRmurçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Tete
sílewsky, 1953); Moçambique: Mutuali (Alves,
(Klug, 1962); Africa Oriental, Central e Aus­
1963); Ribaué, Vila Pery, Chemba e Tambara tral (Basilewsky, 1951); Xinavane, Chiramba,
(Ferreira, 1963). Nova Chupanga, Guenguère, Vila Pery, Vila
Paiva de Andrade, Bengo e Lourenço Marques
Boeomimetes Pér.

Trans. South
(Ferreira, 1963).
Afr. Phil. Soc., VI, 1896; p. 253

v -
Tribo Amblystomini
Boeomhnetes ephippium Bah. (= Harpalus ephip­
pium Boh.)
Amblystomus Erlchscn
Oejvers. Yeteresk. Açad. Forhdl.) Stockh.,
Kiif. Mark. Brandbg., I, 1, 1837, p. 59
1860, p. 12 (Harpalus).
Amblystomus blandus Pé!'.
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Lou­
renço Marques, 7-3-1964 (col. Chitimela); Ma­ Trans. South. Afr. Phil. Boc., VIT, 1896,
tola, 25-12-1969 (cal. Amorim); Umbeluzi, 3-1968, p. 461 468. r-

Changalane, 29-11-1969, Jangamo, 4/9-1-1969,


Lindela, 2/5-1-1969, Marracuene, 16-6-1960, e MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto
Porto 30-11-1967 (cal. Ferreira) ; Ponta
Henrique, Henrique, 6-5-1967 e 19�1-1968; Maputo (C. de
do Ouro, 27-12-1969 (col. Muianga). Elefantes), 1/2-12-1967, e Missão de S. Roque
Garc1ia de Orta, s«. ZaoZ.) Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74 63
ALVES, M." Luísa Gomes -

Carabíàeos d8 Moçambique

(Ma-puto), 27-1-1968; Namaacha (Serra), 11-12- DrSTRIBUlÇÃO GEOGRÁFICA: Madagáscar, Zan­


-1967 (col. Ferreira). zibar, Seychelles e Almirantes (Csiki, 1932);
Comores, Coëtivy, Farquhar e Aldabra (Jeannel,
OBSERVAÇÕES: Estriola eseutelar no primeiro 1949).
intervalo(Amblygf;omtini); cabeça castanha, pro­
Cyclicus Jean.
noto castanho-avermelhado; élitros castanho­
-escuros com uma faixa amarela em forma de Cœrabiques de la région Malgache, III, 1949, p. 870
lira, ocupando o longitudinal
ramo quarta a

ínterstria; estriação dos êlitros completa. Cyclicus (Metacyclicus ) insignicollis Chaud.


4-5
( =
Tetraganoderus insignicollis Chaud.)
Comp.: mm.

Bull. Boe. Nat. Mosc., LI, II, 1876, p. 42.


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval (Pretó­
ria); Damaralândía (Péringuey, 1896); Rodésia
MATERIAL EXA..M!INADO: Moçambique: Inhaca,
do Sul, Mrica Oriental Portuguesa (Nova Chu­
11-1957 (col. Ferreira).
panga), Natal, Beehuanalândia (Basilewsky,
1951); Moçambique: Maputo, Porto Henrique,
Mufo e Vila Machado (Alves, 1954). OBSERVAçõES: Cor amarelo-palha, cabeça e
pronoto esverdeado-metálicos, irisados, pronoto
rectangular mais estreito que a base dos élítros:
Tribo Cyclosomini (=Tetragonoderini)
estes ovados com pequenas manchas castanhas
dispersas, e o bordo apical truncado.
Cyclosomus Latr.
In Cuvier Règne anim., ed. 2, II, 4, 1829, p. 394 Comp.: 6mm.

Cyclosomus basalis Kolbe


DIsTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal, África
Ent. Nachr., xxm, 1897, p. 349. Oriental, Zanzibar e Somália (Osiki, 1932); Ma­
dagáscar, Chade, Congo ex-Belga e Zambeze:
MATERIIAL EXAMINADO: Moçambique: Ponta Nova Ohupanga (Jeannel, 1949); Xinavane (Fer­
do Ouro, 1/5-11-1967. reira, 1963).

OBSERVAÇÕES: Cor testácea; mento com dente Tribo Lebiini


mediano; labro profundamente escavado no cen­
tro; pronoto trapezoidal, cujo disco é verde­ Subtribo Lebiina

-metálico; élitros suborbiculares com o bordo


apical arredondado; sutura elitral acastanhada; Lebistina Motsch.
a meio da quinta interstria uma pequena man­
Bull. Soc. Nat. Mose., XXXVII, II, 1864, p. 227
cha castanha e outra sínuada no terço posterior,

ocupando as segunda, terceira e quarta inters­ Lebistina subcruciata Fairm.


trias.
A.nn. Boe. Ent. Belg.� 1894, p. 314.
Comp.: 7mm.

DrSTR'IBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Csiki, MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Maputo,


1932). 7/10-12-1967.
Tetragonoderus Dej.
Gén. OBSERVAÇÕES: Cor amarelo-testácea; pronoto
Spec. Col., IV, 1829, p. 485
sem manchas negras; desenho elitral negro, cons­
bilunatus tituído por uma mancha eseutelar subquadrada,
Tetragonoderus Klug
duas humerais, uma faixa sutural com duas man­
Abhatnd. Kgl. Akad. Wis8. Berl., 1832-1833,
chas no terço posterior ligadas a esta, formando
p.135. uma cruz.

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Matola Comp.: 12 mm (na descrição dá apenas 9 mm).


Rio, 12-4-1968, Maputo, 12-12-1967, Porto Hen­
rique, 7-10-1967 (cal. Ferreira). DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: África do Sul

Comp.: 6-7 mm. (Ovampolândía) (Péringuey, 1896).


64 Garcia de Orta, Bér. ZooZ.) Lâsboa, 3 (2), 1974, 39-74
ALVES, M." Luisa Gomes- Oaralndeos de MoçamlJique

Lebisüna subcruciata Fairm. var. (determinada OBSERVAÇÕES: No pronoto O meio da base


'por P. Basilewsky) mais saliente que os ângulos posteriores; menta
com urn dente mediano; 'quarto articulo dos tar­
MATERlIAL EXAMINADO: Moçambique: Ponta
sos bilobado, garras pectinadas; último artículo
do Ouro, 25/26-2-1968. dos palpos, securiforme (Pheoeozeieus).
OBSERVAÇÕES: Pronoto com duas manchas Segundo Basílewsky (1953), as descrições
negras; élitros com as mesmas manchas negras de Péringuey são tão. íncompletas que a sepa­
existentes na forma s. str., mas sendo as poste­ ração das espécies é. quase impossível. O exem­
riores completamente destacadas da faixa sutu­ plar observado tem a cor testácea; élitros com
ral que é estreita. uma mancha castanha posterior (não atingindo

a extremidade), situada entre a sutura e a oitava


Camp.: 14 mm.
interstria (na sétima e oitava o seu comprimento
é menor); parte inferior testácea, sendo a base
Lebistina unicolor Putz.
dos segmentos abdominais e os dois últimos
Jorn.So.phy.l1ath.lA8boa,29, 1880,p. 30 escuros.

(Lebia).
Oomp.: 7 mm.

MATERlIAL EXAM!INADO: Moçambique: Porto

Henrique, 19-1-1968 (col Ferreira). DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Damaralândia e

Zambézia (Péringuey, 1896).


OBSERVAÇÕES: Antenas, palpos e patas negros
(coxas testâceas apenas extremidade api­
com a
Subtribo Catascopina (=Pericalina,
cal negra); todo o corpo amarelo-testâceo.
Thyreopterrina)
Comp.: 14 mm.

Thyreopterus Dej.
DrSTRIBU[çÃO GEOGRÁFICA: Angola (Csiki,
Spec. Gen. Col., v, 1831, p. 445
1933); Congo ex-Belga (Burgeon, 1937!); Mo­
çambique: Mugogode (Ferreira, 1963) e S. Mar­
tinho do Bilene (Alves, 1963). Thyreopterus maculatus Chaud. (= T. fla!oosigna­
tus Boh.)

Lebia Latr. Bun. Soo. Nat. Mosc., x, 1837, p. 12.


Hist. Nat. Crust. Ins., III, 1802, p. 85
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Mu­
Lebia cognata (Pér.) (=As:tata cognata Pér.=
cheve, 5/13-4-1965 (col. Ferreira).
=Poeci1othalis cogn.a;ta Pér.)

TrartJ8. SQUJth Afr. Philo«. Boc., x, 1898, OBSERVAÇÕES: Comprimento: 10 mm.

p.336.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Natal,
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Moamba,
12-3-1964 (cal. R.
Transval e Ovampolândia (Péringuey, 1896).
Campos).
Comp.: 9,5 mm. Lobodontus Chaud.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal (Malvern) Bull. Soc. Nat. Mose., xv, IV, 1842, p. 841

(Péringuey, 1898).
Lobodontus trisignatus Chaud.
Subtribo Physoderina
Bull. Soo. Nat. Mosc., xv, IV, 1842, p. 843.
Phloeozeteus Peyron
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Namaa­
Ann. Soc. ent. Fr., 3, IV, 1856, p. 715
cha (Ponduine), 20-11-i966 (col. Ferreira).
? Phloeozeteus umbraeulata Bah. (=Ph. umbra ...

culatiæ Boh.) OBSERVAÇÕES: Cabeça, pronoto e élitros, cas­

tanho-muito escuros, orlados de testáceo; nestes


Insect. Caffr., I, 1848, p. 56.
urna manchá rectangular humeral de um ama­

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Coguno, relo-testâeeo (da quarta à oitava interstrias) e


11-4-1964 (col. Campos). outra preapical da primeira à quarta ínterstrías

Garcia de Orla, se« Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 65


ALVES, M." Luísa Gomes -
Oarabiõeoe de Moçambique

(coalescendo na sutura). Ângulos posteriores do Angola: Benguela (Csiki, 1932). Sudoeste Afri­
pronoto agudos e recurvados. cano e lago N'Garni (Bechuanalândia e lKala­
7mm. hari, segundo Kuntzen) (Basilewsky, 1958).
Comp.:

Lipostratia picea Boh.


DISTRmu:rçÃO GEOGRÁFICA: Cabo e Natal (Pé­
ringuey, 1896); Quilimanjaro (Csiki, 1932); Ins. Ca/fr.) I, 1848, p. 40.
Guiné Francesa: Futa Djalon e Dalaba; África
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto
�do Sul, Rodésia, Congo Belga e Tanganhica
(Basílewsky, 1956). Henrique, 30-6-1967 e 1-12-1967 (col. Ferreira).

Subtribo Dromiina OBSERVAÇÕES: Cor castanho-avermelhado­


-escura; élitros alongados; último artículo dos
Cylindrocranius Chaud. palpos labiais securiforme; cabeça e pronoto
Rev. Mag. Zool., 3, VI, 1878, p. 152 profundamente pontuados; élitros estriados; in­
terstrias levemente pontuadas; unhas peetínadas:

Cylindrocranius castaneus Boh. quarto articulo dos tarsos fortemente escavado;


abdome castanho-escuro.
In8. Gaffr.) I, 1848, p. 41 (GaUida). 9mm.
Comp.:

MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Matola D1STRtBu:rÇÃO GEOGRÁFICA: N ataí, lago N'Garni


6/8-11-1967 (col. Amorim). (Péringuey, 1896); Rodésia (Csiki, 1932); Congo
ex-Belga (Burgeon, 1937).
OBSERVAÇÕES: Cor testâceo-ferruginea ; ca­
beça e pronoto com pontuação grossa e profunda; Stenocallida Jeannel

élitros paralelos, planos, estriados e interstrias Faune Emp. Franç., XI, col. Carab. rég. malg., 3,
.pontuadas: margem posterior obliquamente trun­ 1949, pp. 947-948
cada; quarto artículo dos tarses bilobado; unhas

pectinadas, Género africano que encerra todas as espé­


cies de Mrica, descritas como OaY;eida
(OaIlida),
Comp.: 8mm.
existindo duas espécies em Madagáscar (St. 00-
gustiJconis Boh. e St. hæemorrhoa Fairm.).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cafraria (Périn­
guey, 1896); Okahandja (Csiki, 1932). Stenocallida affinis Chaud. ( OalUda
=
affinris
Chaud.)
Subtribo Callidina
MATERrAL EXAMINADO: Moçambique: Mu­
Lipostratia Chaud. cheve, 12-1969 (col. Carvalho).
Ann. Soc. ent. Belg., XV, 1872, p. 101
OBSERVAÇÕES: Cabeça e pronoto testâceos ;
antenas negras com os três primeiros artículos
Lipostratia elongata Boh.
e a quarto testáceos; élitros de um verde­
base do
Ins. Oaffr.) I, 1848, p. 37 (OalUda). -metálico; patas testáceas com as articulações
escuras; abdome e peito avermelhados.
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Matola,
11-11-1967 (col. Amorim). Comp.: 11,5 mm.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Natal e


OBSERVAÇÕES: Cabeça preta; peSCOÇO, pronoto Zambézia (Péringuey, 1896); Moçambique (Fer­
e peito avermelhados; abdome e élitros verde-azu­
reira, 1963).
lado-metálicos; patas negras, à excepção dos fé­
mures, testáceos, apenas com o ápice negro. Stenocallida. capensis Chaud. ( = OaZliilxt capen­
Comp.: 10 mm. sis Ohaud.)

Obserct, Mem. Kiew) 1847, p. 11.


DlSTRtBmçÃo GEOGRÁFICA: Cabo, Limpopo, Mo­
çambique (Ricatla), Damaralândia, N amaqualân­ MATERIAL EXAM!INADO: Moçambique: Vi­
dia, Ovampolândia e Transval (Pêrínguey, 1896) ; lanculos, 3-4-1953 (col. Ferreira).

66 Garcia 00 Orta, Bër. Zool., Lísboa, 3 (2), 1974, 39-74


ALVES, M." Luísa Gomes Oarabuleoe de Moçambique
-

OBSERVAÇÕES: Cabeça, palpos, pronoto e observámos como Anomoiarus maculipennis.


patas testâceos: antenas escuras, salvo os dois Cabeça e disco do pronoto pretos; margem do
primeiros artículos; élítroa de um verde-azulado­ pronoto, élítros, patas, palpos e antenas testá­
-metálico, orlados na margem externa de testá­ ceos; nos élitros duas manchas negras sinuosas:
ceo; orla sutural testácea, alargando em forma a primeira no terço anterior, ocupando da se­
de triângulo até à base dos élitros; abdome tes­ gunda à quarta, sexta e sétima interstrias;
táceo. a segunda no terço posterior, estendendo-se da

9mm. sutura à oitava ínterstría,


Comp.:

DrSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Transval e


.
DlrSTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Que­
Bechuanalândia (Péringuey, 1896); Natal (Csiki, limane; Congo, Quénia e Angola (Dundo) (Mateu,

1932) ; Moçambique: Cafumpe e Gondola (Alves, 1970).


1963) .

Tribo Hexagoniini
Subtribo Cymindina Hexagonia Kirby

Cymindoidea Cast. Trans. Linn. Soc. Lond., XlV, 1825, p. 563

Ann. Soc. ent. Fr., I, 1832, p. 390


Hexagonia terminalis Gem. & Harold

marshalli Pér. Cat. ca, l,l, 1868, p. 86.


Cymindoidea (s. str.)
Trans. South. Afr. Phil. Soc., x, 1898, p. 326.
MATERlIAL EXAMIlN.ADO;: Moçambique: Namaa­
cha (Ponduíne), 7-1-1967 (col. Ferreira).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Umbe­
luzi, 24-12-1965 (col. Cabral).
OBSERVAÇÕES: Cabeça de um castanho muito
escuro, profundamente pontuada lateralmente;
OBSERVAÇÕES: Cabeça com pregas longitudi­
pronoto cordiforme, testâeeo-avermelhado: éli­
nais; antenas curtas de um testâceo-escuro, assim trosparalelos, testáceos, com urna mancha apical
como as patas; pronoto com pontuação rugosa
escura triangular, cujo vértice atinge aproxima­
e sulco longitudinal mediano, largo e profundo; damente um quarto do comprimento.
élitros negros com uma manchá antemediana,
sinuada e testácea. Comp.: 10,5 mm.

Comp.: 12 mm.
DrSTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique (Ri­
catla) e Senegal (Péringuey, 1896) ; Natal (Csiki,
DrSTRmUIçÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Salisbú­
1932); Guiné, Daomé, Obangui-Chari, Congo
ria) (Péringuey, 1898); Africa do Sul (Csiky,
Francês, Sudão Egípcio, Quénia e Congo ex-Belga
1932); Congo ex-Belga (Basilewsky, 1953); Mo­
(Basilewsky, 1948).
çambique: Mutuali (Alves, 1963).
Tribo Colliurini
Subtribo Anomotarina Habn.
Colliurís' Degeer
Fauna Japonieæ Carabidae Truncatip. Gr. Mem. Inst., IV, 1774, p. 79
Biogeogr. Soc. of [æpan, 1967, p. 338 Subg. Lasiocolliuris Liebke

Anomotarus maculipennis Mateu (= Oephaiota­ Rev. ZO'Ol. Bot. Afr., XX, 3, 1931, p. 284

rus maouJipennis Mateu)


Lasiocolliuris distincta Pér. (=L. pustulata Dej.)
Rev. Zool. Bot. Ajr., LXXXII, 1970, p. 151.
Trans. South Afr. Ph�l. so«, 1896, p. 152
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto (Casnunia).
Henrique, 7-10-1967 (col. Ferreira).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Porto
OBSERVAÇÕES: Descrito por Mateu sobre urn Henrique, 24/25-5-1969 (col. Muianga).
exemplar macho coligido em Quelimane, como
género novo designado por Oephaloiœrus. Basi­ OBSERVAÇÕES: COrpo negro-brilhante; sedas
lewsky, em 197i3, determinou o exemplar que eriçadas e longas na parte de trás da cabeça e no
Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 67
ALVES, M." Luísa Gomes -
Oara;bíaeo� de MoçambiqU6

pronoto; este, giboso, com pontuação rugosa: Tribo Dryptini


pontuação profunda nas estrias dos élitros e uma
Crypta Latreille
pequena mancha testácea de formá ovóide si­
Précis Caract. gin. Ins., 1796, p. 75
tuada entre a quarta e a quinta interstriae; extre­
midade dos fémures e tíbias escurecidas.
Drypta dilutipes Motsch. (=D. meùmarthra

Comp.: 6,2 mm. Chaud.)


Bull. Soe. Nat. Moso.} nr, 1864, p. 217.

DrSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia e Be­


OBSERVAÇÕES: Basilewsky (Bull. Ann. Soe.
ehuanalândía (Pérínguey, 1896); Africa Oriental
R. Belq., 1960, p. 164) considera três raças geo­
Alemã e Africa Central e do Sul' (Liebke, 1931).
gráficas bem caracterizadas:

Stenidía ,Brullé ,
a) dJilutipes Motseh. -
do Cabo à Niassa­
lândia e à Rodésia do Norte, atín­
Hist. Nat. Im. c«, IV; 4, 1834, p. 151
gindo O' Quénia, onde se encontra
sobre O' Elgon; no Congo só no

Stenidia fraterna Pér. Katanga;


Trams, Souih. Afr. Phil. Boc., 6, 1896, b) mossambicanà Bas. -

só em Moçam­
bique: Luabo e Lucitania (rio
p. 154-155.
Búzi) -
«forma
caracterízada, so­
bretudo, pela coloração das patas»;
MATERIIAL EXAMlINADO: Moçambique: Umbe­
fémures mais extensamente eseure­
luzi, 3-1969 (CDl. Ferreira).
eidos dístalmente: tíbias e tarsos
negros.
OBSERVAÇÕES: TDdD O' COrpO' testâceo-ferrugí­ O observado não tem
exemplar nem
-neo CDm brilho metálico; 'parte posterior da tíbias tarses negros,
nem mas sim
cabeça bastante estreitada; êlítros alongados, testâceos escuros, e é de CDr azu­

paralelos, profundarnente estriados,


lada, superior e inferiormente,

Comp.: 10 mm. Comp.: 8,5-10 mm.

e) ssp. cyanWra Burgeon forma pró­ -

Péringuey considerá esta


espécie muito pró­
xima de St. wYlMxilorr BrulL do Senegal, podendo
pria da parte oriental do Congo;
Kivu, Urundi e Tanganhica.
até tratar-se de uma simples variedade desta.

Drypta ruficollis Dejean


DrsTRlIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique (Ri­
catla) (Péringuey, 1896). Bpeo. gen. ca; v, 1831, p. 292.

MATERI[AL EXAM!INADO: Moçambique: Matola,


Stenidia quadricollis Chaud.
6-11-1967 (col. Amorim).
Bull. Soe. NOJ.t. Moso.} XIllV, r, 1872, p. 410.
OBSERVAÇÕES: Cabeça e élitros esverdeado­
MATERIAL EXAMlrNADO:' Moçambique: Massari­ -metâlícos: pronoto, patas, peças bucais e ante­
nas testâceos (escapo negro, só com O' primeiro
gena, 31-1-1964 a 9-2-1964 (eDI. Campos),
terço testáeeo, e fémures negros na parte distal) .

Comp.: 11 mm.
OBSERVAÇÕES: CDrpO 'tO'talmente 'testâceo:
cabeça de forma mais qúadranguíar que em
St. unicalar}
com pontuação forte e dispersa. DISTRIBUIÇÃOGEOGRÁFICA: Natal, Moçambique
e Zambézia (Péringuey, 1896); Senegal, Usam­
Comp.: 7mm. bara e Quilímanjaro (Csiki, 1932); espécie' de
vasta distribuição em toda a África intertropical,
DrSTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: N'Gamilândia (Pé­ do Senegal à Eritreia e do Chade ao Cabo; Congo
ringuey, 1896). ex-Belga e Tanganhica (Basilewsky, 1960).
68 Gl111'cÏai de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74
ALVES, M.a Luísa Gomes -
Oaraõiãeoe d8 Moçambique

Deserlda Basilews'ky OBSERVAÇÕES: Corpo preto; região apical dos


Bull. et Ann. Soc, R. Belg., 1960, p. 139 palpos levemente avermelhada; pronoto mais
longo que largo; élitros alargando para a parte
Deserida distincta var. plagiata Klug posterior com intervalos alternadamente conve­
Yahrb. Insectenkumde, I, 1834, p. 52. xos e carenados.

MATERIAL Umbe­ Comp.: 19-23 mm.


EXAMINADO: Moçambique:
luzi, 3-1968 (col. Ferreira).
D]STRlBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval e Zam­
OBSERVAÇÕES: Corpo testâceo, à excepção das bézia (Pérínguey, 1896); Norte da Bechuana­
bandas sutural e marginal dos
élitros, reunidas lândia (Csiki, 1932) ; Moçambique, Rodésia, Nias­
na base, que são verde-azulado-metálicas, bem salândia e Congo ex-Belga (Alto Katanga)
como o peito e o abdome. (Basilewsky, 1959).
Comp.: 9mm.
Subgim. Androchaetus Bas.
DIsTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cabo, Natal, Trans­
Rev. zo». Bat. Afr., LX, 1959, f. 3-4, p. 266
val, Moçambique, Abissínia e Senegal (Csiki,
1933); Baixo Congo, Kivu, Alto Katanga e Tan­ Triaenogenius (Androchaetus ) lugubris Sch.
ganhíca (Basilewsky, 1960). (= Meiladrorma. lwgu1Yri8 Schaum. H elluo =

grarulJis Boh.)
Tribo Zuphiini
se«. Ent. zee; 1863, p. 79.
Zuphium Latr.

Gen. Crust. Ins., 1, 1806, p. 198 MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: Beira,


ustum 8-11-1964 (col. Hardy); Porto Henrique, 26-1-
Zuphimn Klug.
-1968 (col. Ferreira).
Yaihrb. InsedenkUlYlilJe.7 I, 1834, p. 67.

MATERIAL EXAMJINADO: OBSERVAÇÕES: Cor preta; labro liso e alon­


Moçambique: Porto
gado; pronoto cordiforme; élitros paralelos; tar­
Henrique, 24/25-5-1969; Matoia Rio, 11-2-1968;
sos densamente pubescentes inferiormente,
Umbeluzi, 5-1968 e 3-1966 (col. Muianga).
Comp.: 24 mm e 27 mm.

OBSERVAÇÕES: Corpo testáceo-claro, à excep­


ção dos élitros, que são acastanhados, orlados de DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Transval, Zambé­
testáceo, com uma mancha transversal ligada à zia e Ovampolândía (Pérínguey, 1896); Congo
orla marginal. ex-Belga (Bur-geon, 1937); espécie largamente
9mm. espalhada na Mrica Oriental, da EritI1eia a Mo­
Comp.:
çambique, Tanganhica e Sudeste do Congo ex­
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Cafraria (Périn­ -Belga (Basílewsky, 1953); Sudoeste Africano,
guey, 1896); iÃfrica Sudoeste Alemã (Csiki, Rodésia e Quénia (Basilewsky, 1959); Moçam­
1932); Moçambique: S. Martinho do Bilene, bique: Mapalilo (Ferreira, 1963).
Umbeluzi e Mufo (Alves, 1963); Caniçado (Fer­
reira, 1963). Tribo Orthogoniini
Tribo Helluonini Neoglyptus' Bas'.

Triaenogenius Chaud. Expl. Parc Nat. Upemba, Mission de Witte, 1953,

Bull. Soc. Nat. 249 f. 10, p. 180


Mosc., LII, I, 1877, p.

vicinus Pér. Neoglyptus brevicornis Pér. ( =


Glyptus brevi­
TriaenQgenius carinulatus ssp.
oornis Pér.)
(= TrúJernogenius V'ÏCi'Y/iWS Pér.)
South Phil. 1896, Tr0/n8. SQUth
Afr. Phil. Soc., 1896, p. 290
Trans. Afr. Soc., 7,
p. 169-170. (Orthoqonius) .

MATERIAL EXAMlINAOO: Moçambique: Namaa­ MATERIAL EXA.'MINADO: Moçambique: Chitengo


cha (Ponduine) 7-1-1967 ('COL Ferreira); Palata
, (Gorongosa), 11-11-1965 (cal. Tello), e Matola,
(Maputo), 29-5-1965 (col. Cabral). 9-1969 (col. Amorim).

Garcia de.Orta, ëër. Zoot, Ldsboa, 3 (2), 1974, 39-74 69


ALVES, M.' Luísa Gomes -
Caralnàeo8 ae Moçambiqu.e

OBSERVAÇÕES: Cor castanho-avermelhada; an­ DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique


tenas curtas com os artículos intermédios moni­ (Chaudoir, 1876); Transval (Pérínguey, 1896);
liformes; tíbias intermédias encurvadas; élitros Cabo (Csiki, 1933); Angola: Dundo (Alves,

paralelos, arredondados posteriormente, estria­ 1963).


dos, sendo as interstrias irregularmente pon­
Brachynus VVeber
tuadas.
Observo Ent., 1801, p. 22
Comp.: 20 mm.

Brachynus algoensis Pér.


DISTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA: Zambézia (Bula­
Trans. Bouth Afr. PhU. Boc., 6, 1896,
vaio) (Pérínguey, 1896) ; Transval (Csiki, 1932);
Ribaué (Ferreira, 1963). p. 178-179.
Moçambique:

Tribo Brachynini MATERJIAL EXAMINADO: Moçambique: Panda,


Pheropsophus Sol. 6/16-10-1966 (col. Campos).
Ann. Soc. eni. Pr., II, 1833, p. 461
OBSERVAÇÕES: Cabeça, pronoto, patas e parte
inferior, salvo o abdome, testáceos; élítros casta­
Pheropsophus dregei Chaud.
nho-escuros, orlados de testáceo com uma man­

Ann. B'Oe. eni. Betq., 187'6, XIX, p. 39. cha supra-humeral ligada à base.

Comp.: 14 mm.
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique, 3-1968 e

3-1969, e Ponta do Ouro, 22/25-8-1969 (col. Fer­


DrSTRIBUIçÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Lou­
reira); Matola Rio, 1-11-1968 (col. Amorim);
renço Marques (Ricatla) (Péringuey, 1896).
rio Save (col. Quadros).

Brachynus distinctus Pér.


.
ÜBSERVAÇÕES: Cabeça, pronoto, patas e peito
testáceos; pronoto orlado de negro com uma Trams. Booth Afr. Phil. Soc., 6, 1896,
mancha triangular na base e outra na margem p. 178, 181.
anterior, também negra; élítros negros, orlados
de testâceo, com uma mancha humeral testácea, MATERJIAL EXAM!INADO: Moçambique: Zavala,
por vezes indistintas; costelas na extremidade 1968 (col. Quadros).
apical testâceas, bem como a margem posterior.
18-21 OBSERVAÇÕES: Cabeça, pronoto, patas região e
Comp.: mm.
mediana da face inferior, amarelo-testáceos: éli­
tros castanho-escuros, esparsamente pubeseentes,
DrsTRIBm:çÃo GEOGRÁFICA: Moçambique: Ri­
orlados de testâceo, com três manchas: uma
catla, Lourenço Marques (Péringuey, 1896);
Mafambice, Vila Machado e Benge (Alves, 1963); supra-humeral, ligada à base; outra arredondado­
-díscoidal, e outra apical bífida.
Mugugode (Ferreira, 1963); Cabo (Chaudoir,
1876). Comp.: 10 mm.

Pheropsophus haIteri Chaud. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Moçambique: Ri­


Bull. Bac. Nat. Mosc., x, m, 1837, p, 6
catla (Péringuey, 1896).
(Aptinus),
Brachynus natalícus Pér. (=B. armiger nata­
MATERIAL EXAMlINADO: Moçambique: Umbe­ lieus Pér.)
luzi, 3-1968 (col. Ferreira), e S. Martinho do Bi­ Trans. Booth Afr. Phil. Soc., 1896, p. 182.
lene, 22-11-1969 (col. Amorim).
MATERJIAL EXAM!INADO: Moçambique: Mungani
OBSERVAÇÕES: Cabeça, patas e pronoto tes­ (Beira), 19-8-1964 (col. Campos).
tâceos (este ligeiramente orlado de negro) ; peito
negro; élitros negros, orlados de amarelo no
OBSERVAÇÕES: Muito semelhante a B. a1'1'Y/JÏ­
ápice e na extremidade da sutura.
ger, contudo a banda dorsal anterior atinge a
Comp.: 17-18 mm. base e projecta-se mais em diagonal em direcção
70 Garcia de Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74
ALVES, M." Luísa Gomes -
Oarabideo8 de Moçamb1que

à sutura; a maneha discoidal tem a forma de (Ferreira e 1963); Sudoeste Africano


Alves,
crescente. (Csiki, 1933); espécie largamente espalhada em
toda a África Austral, frequente no Congo ex­
Comp.: 7,8 mm.
-Belga (Basilewsky, 1953).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Natal e Moçambi­
Styphlomerus Chaud. (= Styphromerus. Putz.)
que (Ricatla) (Péringuey, 1896).
Ann. Soc. ent. Belg., vol. XIV, 1876, p. 88

Brachynus leprieuri confluens Liebke

Mem. Soc. ent.


Styphlomerus postdilatatus Burgeon (= Styphro­
Belg.� 1934, p. 29.
merus po81tdiflatatus Burg.)

MATERIAL Moçambique:
EXAMINADO: Porto BWll. Soc. ent. Belg.� 83, 1947, p. 74-76.
Henrique, 24/25-5-1969 (col. Muianga).
MATERIAL EXAMINADO: Moçambique: a 80 km

OBSERVAÇÕES: A mancha longitudinal sutu­ norte do rio Save (rio Muar), 22-5-1963 (cal.
ral dos élitros
liga-se à mancha lateral situada Quadros).
abaixo do meio.
OBSERVAÇÕES: Cor testâcea, élitros com urna
Comp.: 5,5 mm.
mancha central castanha, sinuosa na margem
e prolongada da base ao ápice. Abdome testâceo­
DrSTRiIBUIçÃO GEOGRÁFICA : Noroeste da Ro­
-escuro,
désia, Kamballa, África Oriental Alemã e África
Oriental Portuguesa (Liebke, 1934); Moçambi­ Comp.: 9mm.
que (Alves, 1963).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: iÃfrica Oriental
Metabrachinus Jeannel
(Burgeon, 1947).
Faune Emp. Franç., XI, Col. Carab. rég. malg.,
III, 1949, p. 1094, 1100 Styphlomerus quadrimaculatus Dej.
Spec. gen. Oot., v, 1831, p. 421.
Metabrachinus armiger Dej.

Spec. ca; v, 1831, p. 418. MATERIIAL Moçambique: Porto


EXAMlINADO:

Henrique, 11/12-1967, 1-1968 e 3-1969, Ponta do


MATERiAL EXAMlINADO: Moçambique: Namaa­ Ouro, 15-3-1969, e Ohangalane, 29-11-1969 (col.
cha, 4-3-1967 (col. Ferreira). Ferreira).

OBSERVAÇÕES: Cabeça, pronoto, antenas e OBSERVAÇÕES: Cabeça e pronoto testâceos:


patas, amarelo-avermelhados; élitros castanho­ este com dois pontos negros, simétricos, no
-escuros com a banda dorsal amarelo-averme­ disco; pubescência do corpo densa e amarelada;
lhada, ligada à orla marginal, não atingindo a élitros castanhos com duas manchas testâceas:
base; mancha discoidal oblonga, situada entre a uma mancha supra-humeral e outra apical, ambas
segunda e a quinta interstrias; no ápice, junto ligadas à margem lateral, que é testácea.
da margem externa, a orla marginal forma uma
Comp.: 9-11 mm.
mancha arredondada.

Comp.: 8mm. DrSTR'IBUIçÃO GEOGRÁFICA: Senegal e Quili­


manjaro (Csiki, 1933); Gallaland, África Orien­
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Colónia do Cabo, tal Britânica e Alemã (Liebke, 1934); Madagás­
Natal, Transval (Péringuey, 1896); Moçambique car (Jeannel, 1949).

Garcw, de Orta, se« Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 71


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�" l,,,
Garcia. de Orta, Sér. ZooZ., Lisboa, 3 (2), 1974, 39-74 e I';no:; 1.1
.... :IIIULO 0'=
OJ '" If

r.:.<li?V4LHO
73
CRUZt}E SI.L\MljsJ. (lÍ\!lllCS EStudWtlf'lle Vãrdifuldgia­ cttU'ZEÊ �"A\i"lJ. (�. '!eS
P!lrlisitOlógy"> réSêa;cb'·l1'ri'­
el'fileM�mbique (1971) MÓz!itnbique (1971)

Gdf.ëid/ldi-eOr'fÍJif·ftér! :t'dfJl.', r1iS!:loâ!, $ (12)),. f9lf.'4l;, �., l1Sl1:44


Tr-àWilJiql()s:i<relillzadooJ,tlullantè<: uMãafiHss'iiÆ> dei.Il'a,J.!ãsito- J


IfèsCal'cwf w-ot'KSt:Cê�ITielÍ <dut èUdilring" » aexp·âtàS.itology.e
10già�'-éInAM�áln1biq''Ùè<;�m. 1971 são 'referidos. Ocupando­ ml..ssioh·1inA«Mezafu'biqùet1in 1971 are reported. Dealing
essencialmente da das helmin­ partlcularíy with ,the:.prophylaxis, of some of the helmin­
-se
profílaxía 4,e aãgumas
toses dos domésticos maior expressão thiasis of the· domestic animals with greater economic
�H�"1lais com

económica são propostas medidas significance in Mozambique, measures that should be


eIPu Moçambique, que
devem ser tpmadas no seio das explorações pecuárias adopted within the infected cattle' areas are proposed.

onde existem.
l,

/i) "

CDU 061.6:576.89(679) CDU 061.6:576.89(679)

Ct. ,r:', �
CRUZ E SILVA, {.A. E.studos de parasítologfa CRUZ E SILVA, J. A. Parasitology research in

em
Mj'çambique (1972) Mozambique (1972)
ni L' J l·T
Garcia de
O�tq:,. S!rso�O?'l, lt�sboa" 3 (2), 1974,p. 15-30 Garcuu ille Orta, Sér. Zool., Lisboa, 3 (2), 1974, p. 15-30

..
v' 1 .....

Trabalhos Moçambique, Research works carried out in Mozambíque in 1912,


realizados em. erp. 1972, no

âmbito do combate rascíolose, estrongílose gastríntes­


à. for the control of fasciolasis, gastríntestínal strongylosis
tinal e à mohi��iose" dO:S' rÙ�inantes domésticos são des­ and moníezíosís of domestic ruminants are reported.

critos. Sublinha-se a:
Úhpo'rtância dos estudos sobre a Impor;tance of the studies on the pa;thology of the wild
patologia da�'1faÛna selv"ageriJ., pr�pondo'-se aproveita­ o fauna is díscussed, being suggested the utilization of
mento aniihlJs �b;tldos nas coutadas
dos turísticas de the game animals killed in the touristic, Game Parks of

Moçambique Lp�r"'a fins ci�ntífic.o1i. Mozambique for scientif.ic purposes.


pZT" '.f i, 1}

CDU 595.771 (673) ODU 595.771 (673)

RIBEIRO, H:g" Èstudo dos mosquíeos de RIBEIRO, H .


Research on the mosqui­
.1.
Angola -
V -
Sobre a toes of Angola -
V -
On

bioecologia da «Anopheles the bioecology


«Anophe­ of
í
a.z e ve do » Ribeiro, 1969 les azevedoi» Ribeiro,
m. (<<Diptera», «Culicidae») 1969 (<<Diptera», Oulící­
c dae»)

Garcia de Orta, Sér, eo«; Lisboa, 3 (2), 1974, p. 31-38 Garoia de Orta, Sér. zs«, Lisboa, 3 (2), 1974, p. 31-38
I ' �
A. membro da secção listeri da série A. aeeoeâoi member of the section listetri, series
azooeãqii'"-'um a
-

ParamyzomyiJa -

é uma espécie altamente halófila, esten­ Paramryzomym is -

a highly halophilic species, extend­


dendo-se ao longo de uma estreita f'aíxa costeira do ing along a narrow coastal belt of the South West Arid
distrito do Sudoeste árido de Chapin, a partir da latitude zoogeographic dístríct of Chapin from the latitude of
de Novo Redondo, em Angola, para o
sul, possivelmente Novo Redondo, in Angola, southwards to, possibly, the
até à foz do Orange, no SIW Africano. O teor em cloretos Orange River mouth, in SIW Africa. The salt-content

dos biótopos larvares de A. azevedoi é sempre alto ou of the larval biotopes of A. azevedoi is always high or

muito alto (13.5-137.5 gil CINa), ainda que a satínídade very high (13.5-137.5 gil NœCl), though the optimum of
óptima pareça ser da ordem da da água do mar. Poças sælíníty seem to be about that of the sea-water. Natural
naturais de água do mar, mas príncípalmente (81Y %) sea-water pools but mainly (85 %) artificial salt-water
criadouros salinos artificiais, geralmente em salinas, breeding-places, usually in salt-works, constitute the
constituem a área de criação deste anofelíneo aprecia­ breeding-area of this appreciably man-associated anophe­
velmente associado ao homem. Os adultos de A. aeeoedoi line. Adults are mainly exophilíc and bite man readly
são principalmente exófilos, picando homem faci­
o com
and, though dissections of salivary glands for malaria
lidade e, ainda que a ,pesquisa de -esporozoítos nas glân­ parasites were negative in 109 f.emales examined, A. aze­

dulas salivares. de 109 fêmeas examinadas tenha sido vedoi probably plays a secondary role in malaria trans­
negatíva,é provável que A. azevedoi desempenhe um mission.
papel secundário na transmíssão do, paludismo.
(eí'ô)e8.ôí'a:ô.lôo UŒD (eí'ô)e8.ôí'a:ô.lôo UŒD

I IfI>'UIS8S'l .A oT, ,A"If..na ::II �UHO Bi'30IotiaB'IJlq sb aob.uia::ll .s; of, ,A"lfJI8 ::II �UHO
ti "Q!oIo.tillJl'lJlq
(IreI) supidmJlsoM (IreI) supidm�1II ma

'{goIoiias'IJlq JI -g.ahub Juo berrreo ax'Iow If:>'ISsasR -oftas'tsq sb oâaairrr .srrnr si.a.B'llib aobssiI.ss'I aodIsds'IT
-g.ailssG .berroqe-r S'IS Hel at supldrrraso'M» ni nolaaírn -obnsqccO .aobhsls'l osa Hel ms supidmsgoM ms .si-goI
-nlrnlsrí sIfj 10 srnoa 10 aixsI'ldqo'Iq eríf rírlw 'lhsIu:>ü'Isq -nlrnlerí asb esrrnrgíe sb .stxsltrorq sb ernemlatoneaee sa-
otrrronooe 'ISiSS1-g ríríw alarníns I>Hæmob sIf:! 10 aíastríí OAa89'Iqxs -rotsrn rrroo ao:>U89mob atsrntns aob aeaof
ed büroría i.sdi æ'Iuassm ,sllpidm.ssoM nt eonsotttrrgta sup asbíbem asraoqo-rq oãa ,sllpJdmsgoM ms aotmõnoos

.beaoqorq S1S asS'IS sUis:> ooi:>slai erír nlrífíw bsfqobs aarràuoeq asôgs'IoIqxs asb oísa on asbsrnor 'Isa rrrsvsb
.rnerelxe sono

(eí'ô)e8.ôí'a:ô.lôO mID (eí'ô)e8.ôí'a:ô.lôo UGD

nt 1f1>'LOOæ'I "Q!oIo.ti!!JI'IJlq .s; oT, ,A"lfJIa ::II �UHO l:Ii'3oIoiiaJl'lJlq sb aobma::ll .s: of, ,A"lfJI8 ::II �UHO
(Sre!) 6upidmJlsoM (Sre!) supidmflQoM ms

,�í'eI ai supidm.ssoM nt ruo berrrso .ax'Iow If!>'I.ssasR on ,!:í'eI ms ,911pidmsQoM me aobssiI.ss'I aodI.sds'IT
aiaolvgno-rfa l.s:aiiæiaMias'g .etaslotoas't 10 Io'rrrroo s,Ifj '101 -asiahias'g eaolrgnorfæ ,saoI01:>8s1 i!, efsdrrroo ob ortdrrrâ
.berroqer ,S1S arnnnlrrurr :>ij.asmob 'lo alaolsetnorn bas -asb oãa eootraëmob asrasatrrnrr BOb saotsetnorn B s Isrrrr

bIiw sill 10 '{goIoIfjsq. eM no aelbufa eríf lo s!>a.sj;IoqmI .Il s'ldoa aoburae aob .sJ:>nilhoqmi .s sa-.sdnHdu8 .sorrro
lo norfastíínr sríf bsias'g-gua -gnisd .beeauoatb ai sausl -srtevorqs o sa-obnoqo-rq .rrægsvlsa .smrar sb .srgoloasq
lo aX"I.sq smsD .otrahuor s·ill rtl bsI!ix alarnlas errisg eríf sb asoífarnrr asosfuoo asn aoblf.sda atarnlns aob ornem
.aeaoq-nrq :>l1UasÎ!>a '101 supidm.ssoM .aoolflfnsto anit .s'Isq supidm.sQoM

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-bnsrxs .aeloeqa alllríqoksr! 'lld>gid .s ai -

m\!:SI'I'Os.�l:)·UlG. -nedae ,.sIilõI.sd sdnsrrtarl.s eloèqae arrnr à -

m\!;..!Wos,\!:J«'.!}"I\I)q
óhA iasW Ifill08 sdi 10 :tIOO Isdasoo WO'I'I.s.a .s 'g.aoIs -gai ob s'Iis:tao:> sxi.sl siis'Iias .srrnr sb ognol os ea-obnsb
lo SÓlIiJjsI sill rnort aiqsrlD 10 hhiaib oidq£'I-gos-goos sÓ.lJmsI só 'IU'I.sq .s ,.aiq.srlD sb ohrrà siasoó1I8 ob o:thiaJb
sIfi ;ódiaaoq ,oi· ab'I.swIfi.IJoa ,sIo-g.!IÁ .ai ,0bnobsR ovoVI: si.asm1sviaeoq ,Illa o .s'Isq ,.sIo'gíIA ms ,0b.aobsJI ovoVI: sb
iasi.aoo-ilsa sdT .s!>Î'I1A we .ai ,Ifillom 'IsviR s'g.a.s'IO eo:ls'I'ob ms 'Iosi O .0as:>Ml:A we o.a ,s'gas'IO ob sol i!, 9:1£

'IO d'gid a'{swI.s ai iooo�s.n .À 10 æqoioid I.sV'Isi s·Ifi lo 110 otIs S'Iqms8 9 Î'oh�s..Il
.À sb as'IsV'IsI aoqojoid 20b
lo mllmi:tqo edi d'gllodi ,(IDIIlVí. I\'g a.í'&I-a.&I) If'giIf 'l'ISV sb.sbiniIU318 .s 6Up sbais ,(nVí.l'J I\-g a.HiI-a.&!) oils oiium
I.s'!ui.sVI: .'Isi.sw-.ssa eIfd lo isM iuods sd ai mssa 'l:ti.aiI£8 8.sQOQ ."Ism ob Sll'gS sb sb msb10 sb 'Isa sQs'J\Sq .smiiqo
'Isi.sw-iIsa I.sioilii'IS (*. aB) 'lI.aism iud aIooq 'ISiSW-SS8 (* (JB) sinsmI.sqio.ahq asm
,'Ism ob sll'gS sb ai.s'Iui.s.a
sIfi siuiiiaao:> ,ax'Iow-iI.sa .ai:
'{IIsu811 ,a9{)sIq--g.a.i:bss'ld ,a.saiI.sa íIl9 SiíISmI.s'IS'g ,ai.sb.i:'l:li'Is ao.aiIsa aO'IuobsÎ'I:>

-sIfqo.as bs:lsho!la.s-.a.sm 'lIdshs'lqqs. e.i:di lo sS'Is--g.aibss'Id -.sbs'Iqs osalIslo.as s:laso oilgru'I!> sb SS"IS s m9'u:l.i::lano:>

'{[b.ss'! asm siid b.as


:>.i:I.i:dqox9' 'lI.a.i:sm S'IS aiIlIbA .s.aiI Î'o.Ds(fl'ls,n .À sb 80:tIubs aO .msmod o.s obsi:!>oaa.s s:tasmI9'v
.sh.sIsm "Iol ab.a.sI'g '{'IsviI.sa io aaoi:t!>s8a.i:b d'glioM ,b.as -bsl mo!> msmod o obn.soiq ,aoIil:õxs sjnsmI.sqb.aÎ'Iq oila
-ss.n .À ,os.aimsxs, 8sI.smsl eOI .ai: svi:ts-gs.a S'ISW asilas'I.sq -ailI-g M.a aoiloso'Ioqas sb .s'ai:upaeq, sup sb.aJ.s· ,s sb.sbiI
s

-8íIS"Ii .sh.£lIsm .ai: 9'fo"I '{'I.sb.ao!>98 S· a'lsfq v;:Id\Sdo'Iq i'ob�:u' obi:a .sIfnsi 8sbs.aimsxs assmsl eOI sb oo'IsviIsa asIlio
. .aoi:aai:m mll srlasqmsaso s�n .À sup Isvsvo'Iq' 9 ,s.vU.s'gs.a
.0maibuIsq ob oilaaima.as'Ii .s.a ohsb.auosa Isqsq
CDU 595.762.12(679) CDU 595.762.12(679)

ALVES, M.o Luisa Gomes Carabídeos de Moçambi­ ALVES, M.a Luisa Gomes «Charabídae» of l\lozam­

que bique

Garcia de Orta, Sér, zoot; Lisboa, 3 (2), 1974, p. 39-74 Garcia die Orta, Sér. Zaol., Lisboa, 3 (2), 1974, p. 39-74

Estudo de
iNSTRUÇÕES
carabídeos
S AUTORES
of
uma colecção de existentes no Study a colectíon of «Charabidae» existing in the
Museu Alvaro de Castro. Museum Alvaro de Castro.

A Série de Zoulogia de Garda de Orta p blica artigos de Zoologia no sentido lato (Ma­
malogía, Ornitologia, Herpectologta, Ictiologia, E tomologia, Planctonología, Helmintologia, etc.)
sobre os territórios ultramarínos ou outras áreas com eles relacionadas, e ainda artigos de Zoolo­

gia fundamental ou anlícadc ("'rnO Apicultura, L ta Biológica, etc. Poderá também incluir peque­
nas notas zoológicas. nottclártc cíentifíco, recens es ou críticas bibliográficas.
Os artigos podem ser escrttvs cm portugu ,inglês, francês, espanhol, italiano ou alemão,
e compreenderão os seguíntc.s resumos: a) U na língua em que foram escritos os textos;

b) Outro em português; c} E: ainda outro em il glês (de preferência) ou francês no caso dos
arbgos escntos em lmgua duerente destas.
Os originais devem ser submetidos ao membro do Corpo Editorial: Emerita Marques­
Centro de Zoologia -

Rua da Junqueira, 14- Lisboa-S.

Os autores devem duplicado. dactílograrados a dois espaços e de


enviar os orlgtnaís em

um só lado, em formato A4. (210 primeira página deve ter o titulo do artigo, os
mm x 297 mm); a

nomes dos autores (sendo desejável no máximo dols apelidos ) e respectívos organismos e mora­
texto,
'das; a segunda página deve repetir o títuto e os autores, seguindo-se-lhes
os resumos,

etc.; devem ainda indicar a qual dos autores (sua morada completa e telefone) deverão ser

enviadas as provas para revisão e quantas separatas extra pretendem adquírtr (ver o último

parágrafo destas instruções).


As tabelas e figuras devem ser reduzidas a um apresentadas separada­
número minimo e

mente em tamanho maior, para permitir uma melhor repi leg�mdas das tabelas e das
oduçáo, As

figuras devem ser indicadas numa folha li P'Mt!) e claramente referenciadas. As tabelas e grá­

ficos devem preto sobre fundo branco (por exemplo a tinta-da-china negra sobre
ser traçados a

papel vegetal), suficientemente contrastados para pernuttr <H11" boa reprodução, e as fotografias
brtlhantc. Os quadros tabelas deverão ser ela­
devem ser também 'a preto e branco, sobre pétrel e

de molde maacha normal da revista


borados, sempre que possível, a permítüem pur.llcnção a na

Só em casos muito especiais poderão ser considerudas ri prudt;i'Oes a cores.

não
desejável que
l!: páginas de cada artigo, íucluíndo as gravuras e tabelas,
o número de

exceda, em princípio, 20 páginas dactüograrado (o cor-respcndente a cerca de 10 páginas impres­


Consíderar-se a
sas). No caso de o trabalho não poder ser reduzído Il. este tamanho, poderá: al
sua divisão em duas ou mais partes, Il. publicar C')!l'\O se fOBsI'm artigos índependentes: b) Scr
remetido para publicação noutra seriada mais adequada da Junta de Investigações Cientificas
do Ultramar; c) Ou, excepcionalmente, ser decídida pelo Corpo J<�ditorial a sua publicação como

um todo em Garcia de Orta.

As referências devem ser indicadas no texto po meio do nome do autor (sem iniciais dos
a menos estritamente necessárío pal':l di, ting IiI' dois autores com o mesmo
prenomes, que
sendo llc.:f,l d,.s referências no fim do traba­
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(artigo) VALE, J. Cardoso do & C(,.�.hi\, A p.i>cnça d,�-«Estudo


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F. MueH., de Angola». Gœrcu: ac Or til Llsboa., 17 \3" 1969,
307-314.

(Hvro) HOPPE, Fritz --


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Marquês de Pombal (17;;0·17'1:, Lisboa, AI'êncI -G(·1I11 do Ultra­
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mar, 1970, 528 p., bibliogr. numerosa.

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.lIo!a8im mu 9rlm�qmsa9b t��l\ .1>.. sup IsvAvo'Iq s ,svi:ls'gSíJ
.0mailiuI..sq ob o.saalma!Is'Ij :an ohAoolJosl.l lsqsq
INSTRUÇÕES AOS AUTORES

A Série de Zoologia de Garcia de Orta publica artigos de Zoologia no sentido lato (Ma­

malogia, Ornitologia, Herpectologia, Ictiologia, Entomologia, Planctonología, Helmintologia, etc.)


sobre os territórios ultramarínos ou outras áreas com eles relacionadas, e ainda artigos de Zoolo­

gia fundamental ou aplicada, cc·mo Apicultura, Luta Biológica, etc. Poderá também incluir peque­
nas notas zoológicas, noticiário científico, recensões ou críticas bibliográficas.

Os
artigos podem ser escritos em português, inglês, francês, espanhol, italiano ou alemão,
e compreenderão os seguintes resumos: a) Um na língua em que foram escritos os textos;
b) Outro em português; c) E ainda outro em inglês (de preferência) ou francês no caso dos
artigos escritos em língua diferente destas.
Os originais devem ser submetidos ao membro do Corpo Editorial: Emerita Marques­
Centro de Zoologia -
Rua da Junqueira, 14 -
Lisboa-3.
Os autores devem enviar os originais em duplicado, dactilografados a dois espaços e de
um só lado, em formato A4 (210 mm x 297 mm); a primeira página deve ter o titulo do artigo, os
nomes dos autores (sendo desejável no máximo dois apelidos) e respectívos organismos e mora­

das; a segunda página deve repetir o título e os autores, seguindo-se-lhes os resumos, texto,
etc.; devem ainda indicar a qual dos autores (sua morada completa e telefone) deverão ser
enviadas as provas para revisão e quantas separatas extra pretendem adquirir (ver o último
parágrafo destas instruções).
As tabelas e figuras devem ser reduzidas a um número mínimo e apresentadas separada­
mente em tamanho maior, para permitir uma melhor reprodução. As legendas das tabelas e das

figuras devem ser indicadas numa folha à parte e claramente referenciadas. As tabelas e grá­
ficos devem ser traçados a preto sobre fundo branco (por exemplo a tinta-da-china negra sobre

papel vegetal), suficientemente contrastados para permitir reprodução, fotografias uma boa e as

devem ser também ·a preto e branco, sobre papel brilhante. Os quadros e tabelas deverão ser ela­
borados, sempre que possível, de molde a permitirem a publicação na mancha normal da revista.
Só em casos muito especiais poderão ser consideradas reproduções a cores.

li: desejável que o número de páginas de cada artigo, incluindo as gravuras e tabelas, não
exceda, em princípio, 20 páginas dactilografadas (o correspondente a cerca de 10 páginas impres­
sas). No caso de o trabalho não poder ser reduzido a este tamanho, poderá: a) Considerar-se a
sua divisão em duas ou mais partes, a publicar como se fossem artigos independentes; b) Ser
remetido para publicação noutra seriada mais adequada da Junta de Investigações Científicas
do Ultramar; c) Ou, excepcionalmente, ser decidida pelo Corpo Editorial a sua publicação como

um todo em Garda de Orta.

As referências devem ser indicadas no texto por meio do nome do autor (sem iniciais dos

prenomes, a menos que estritamente necessário para distinguir dois autores com o mesmo

apelido) e pelo ano de publicação, sendo apresentada uma lista das referências no fim do traba­

lho, por ordem alfabética e conforme as normas portuguesas em vigor (NP-405 e NP-139). Exem­

plos: a) No texto: (Vale & Cunha, 1969) ou Vale & Cunha (1969); b) Na lista bibliográfica:

(artigo) VALE, J. Cardoso do & CUNHA, A. Proença da -


«Estudo

cromatográfico e químico do óleo essencial de Eucalyptus maideni


F. Muell., de Angola». Garcia de Orta, Lisboa, 17 (3), 1969,
307-314.

(livro) HOPPE, Fritz -

A Africa Oriental Portuoueso. no Tempo do


Marquês de Pombal (1"150-1777). Lisboa, Agência-Geral do Ultra­
mar, 1970, 528 p., bibliogr. numerosa.

As provas devem ser corrigidas e devolvidas ao respectivo membro do Corpo Editorial o

mais rapidamente possível. Para facilitar a correcção das provas, será enviado aos autores um

texto-exemplo com os vários sinais usados pelos revisores.


No caso de um só autor, este terá direito a 50
separatas gratuitas, e no caso de vários
autores estes terão em conjunto direito a 100 separatas gratuitas. Em qualquer dos casos, os

autores, ou os organismos da Junta a que estes pertençam, poderão encomendar qualquer número
de separatas extra.
SUMÁRIO

Estudos de parasitologia em Moçambique (1971) -


J. A. (Cruz
e Silva ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
... 1

Estudos de parasitologia em Moçambique (1972) -


J. A. Cruz
e Silva ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 15

Research on the
mosquitoes of Angola V On the bioecology -
-

of «Anopheles aeevedoi» Ribeiro) 1969 (<<Diptera», «Gulici-


dae» ) H. Ribeiro
-

... . .. ... ... ... ... ... ... ... ... . .. ...
... 31

Oarabideo« de Moçambique -
M.a Luísa Gomes Alves 39

A doutrina expressa nos artigos é da responsabilidade dos autores

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