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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Reprodução de Equinos

Maneio Reprodutivo das Éguas Geriátricas

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária

Sofia Manuela Mota da Silva

Orientador: Doutor Miguel Nuno Pinheiro Quaresma

VILA REAL, 2017


Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Reprodução de Equinos

Maneio Reprodutivo das Éguas Geriátricas

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária

Sofia Manuela Mota da Silva

Orientador: Doutor Miguel Nuno Pinheiro Quaresma

VILA REAL, 2017

iii
DECLARAÇÃO

NOME: SOFIA MANUELA MOTA DA SILVA

C.C.: 13863456

TELEMÓVEL: 914263666

CORREIO ELECTRÓNICO: SOFIASILVAMV@GMAIL.COM

DESIGNAÇÃO DO MESTRADO: MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA:


REPRODUÇÃO EQUINA: MANEIO REPRODUTIVO DAS ÉGUAS GERIÁTRICAS

ORIENTADOR: DOUTOR MIGUEL NUNO PINHEIRO QUARESMA

ANO DE CONCLUSÃO: 2017

DECLARO QUE ESTA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO É RESULTADO DA MINHA


PESQUISA E TRABALHO PESSOAL E DAS ORIENTAÇOES DO MEU SUPERVISOR. O
SEU CONTEUDO É ORIGINAL E TODAS AS FONTES CONSULTADAS ESTÃO
DEVIDAMENTE MENCIONADAS NO TEXTO, E NA BIBLIOGRAFIA FINAL. DECLARO
AINDA QUE ESTE TRABALHO NÃO FOI APRESENTADO EM NENHUMA OUTRA
INSTITUIÇÃO PARA OBTENÇÃO DE QUALQUER GRAU ACADÉMICO.

VILA REAL, ABRIL DE 2017.

SOFIA MANUELA MOTA DA SILVA

v
“As éguas não leem livros.”
Ana Luísa Costa

vii
AGRADECIMENTOS

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a todos os professores, técnicos,


auxiliares e demais funcionários, o meu obrigada.
Ao Doutor Miguel Nuno Pinheiro Quaresma, por ter aceitado ser meu orientador e por
toda a ajuda na construção desta dissertação, transmissão de conhecimentos, paciência e
horas de dedicação.
À Dra. Ana Luísa Costa, por todas chamadas de atenção, por todos os conhecimentos
transmitidos ao longo do estágio e por todas as vezes que exigiu mais de mim.
Ao Nuno Oliveira, pela responsabilidade que me deu.
Ao Dr. Gonzalo Marañon, ao Yago, à Ana, à Olga e à restante equipa do Horsepital
S.L., por me terem recebido, pelos conhecimentos transmitidos e por me darem apoio quando
eu mais precisei, e especialmente ao Dr. William Manley por me ter mostrado o caminho a
seguir.
À Dra. Madalena Roquete, à monitora Ana Casquilho, ao Engº. Francisco e à restante
equipa da Fundação Alter Real, por me terem recebido, pelos conhecimentos transmitidos e
pela oportunidade de participação em diversos eventos ao longo do estágio.
À Helen Burgess e restante equipa, por me terem dado a enorme oportunidade de
estagiar no Haras de la Gesse, e aos meus companheiros Berny, Bruno, Célia, Diogo, João,
Pedro, Poucachinho e Vitória, por disfarçarem as minhas saudades de casa.
À Aninha Costa, pelos momentos de diversão ao longo destes anos, mas
principalmente pela ajuda na superação dos momentos menos bons.
Às minhas amigas Carla, Lara, Mara, Joana, Raquel, Luísa, e seus respetivos
apêndices, por serem a família que eu escolhi.
Ao Bruno por sempre me carregar às costas mesmo quando lhe faltam as forças.
Aos cavalos Malcontent, Norval du Blondel e Calu, por terem sido as maiores paixões
da minha vida e os responsáveis por este sonho.
Aos meus pais, por tornarem esta aventura possível…

Obrigada.

ix
RESUMO
A indústria equina mundial não sobrevive sem um maneio reprodutivo eficaz e eficiente
dos cavalos, o que torna o médico veterinário numa peça fundamental na reprodução equina.
O cavalo vê frequentemente a sua componente reprodutiva adiada para estágios mais tardios
da sua vida devido à predileção pela performance desportiva. Além disso, é muito frequente
serem apresentados à reprodução animais subférteis e bastante expostos aos efeitos do
envelhecimento, o que dificulta bastante o trabalho do médico veterinário. A reprodução de
éguas geriátricas está a tornar-se numa prática cada vez mais comum, devido aos avanços
na medicina da reprodução. Por esse facto, torna-se importante compreender os efeitos do
envelhecimento nas éguas e saber como contornar esses efeitos.
O objetivo deste trabalho foi efetuar um estudo restrospectivo, comparando diferentes
parâmetros relacionados com a fertilidade em éguas de grupos etários diferentes. Para tal,
foram utilizados dois grupos de éguas, cada um com sete animais, e revistos 923 registos. O
primeiro grupo era constituído por éguas jovens (grupo 1) e o segundo grupo por éguas velhas
(grupo 2). O estudo foi divido em 3 componentes que englobaram: o acompanhamento
reprodutivo das éguas na componente prática do estágio; uma pesquisa bibliográfica
aprofundada do tema; e um estudo retrospetivo dos casos observados.
Verificou-se que os dois grupos de éguas ovularam pela primeira vez na mesma altura
do ano. Existiu uma tendência para um maior número de ovulações duplas em éguas do grupo
2 (p=0,061). O intervalo interovulatório nas éguas do grupo 1 foi de 16,8 dias e nas éguas do
grupo 2 foi de 21,4 dias (p = 0,206). A incidência de folículos anovulatórios foi de 0% no grupo
1, e 3,9% no grupo 2. A incidência da morte embrionária precoce foi de 0% no grupo 1 e de
17,4% no Grupo 2 (p = 0,251). A incidência da presença de líquido intrauterino foi
significativamente maior no grupo 2 (46,1%), do que no grupo 1 (25,8%) (p < 0,001). A taxa
de sucesso de recolha de embriões foi maior no grupo 1 (p = 0,272). Foram necessários em
média 3,9 ciclos reprodutivos para se obter um poldro de uma égua velha, comparando com
2,4 ciclos reprodutivos para as éguas mais jovens.
A partir destes resultados podemos concluir que embora a reprodução de éguas mais
velhas seja um desafio, com o tratamento correto e um maneio adequado, é possível alcançar
o sucesso, embora com uma clara tendência a este ser menor que nas éguas jovens.

Palavras-chave: ciclo reprodutivo, endometrite, égua, geriátrica, maneio, transferência de


embriões.

xi
ABSTRACT

The world equine industry does not survive without an effective and efficient
reproductive management of horses, which makes the veterinarian a key player in equine
breeding. The horse often sees its reproductive component being delayed for later stages of
its life due to the predilection for the sporting performance. In addition, sub-fertile animals are
frequently exposed to reproduction and are often exposed to the effects of aging, which makes
the veterinarian's work very difficult. Reproduction of geriatric mares is becoming an
increasingly common practice due to advances in reproductive medicine. It is therefore
important to understand the effects of aging on mares and how to circumvent these effects.
The goal of this work was to carry out a restrospective study that compares different
parameters related to fertility in mares. For this, two groups of mares were used, each with
seven animals, and 923 were reviewed and registered. The first group consisted of young
mares (group 1) and the second group was composed of old mares (group 2). The study was
divided in 3 components that included: the reproductive follow up of the mares in the practical
component of the internship; a bibliographical research of the theme; and a retrospective study
of the observed cases.
It was found that both groups of mares ovulated for the first time at the same time of
the year. There was a tendency to observe a higher number of double ovulations on the mares
of group 2 (p = 0.061). The interovulatory interval on the mares of group 1 was 16.8 days, and
on the mares of group 2 was 21.4 days (p = 0.206). The incidence of anovulatory follicles was
0% on group 1 and 3.9% on group 2. The incidence of early embryonic death was 0% on group
1 and 17.4% on group 2 (p = 0.251). The incidence of intrauterine fluid was significantly higher
on group 2 (46.1%) than on group 1 (25.8%) (p <0.001). The success rate of embryo collection
was higher on group 1 (p = 0.272). It took an average of 3.9 reproductive cycles to obtain a
foal from an older mare, compared to 2.4 reproductive cycles from the younger mares.
From these results we can conclude that although the reproduction of older mares is
a challenge, with the correct treatment and adequate management, it is possible to achieve
success, although with a clear tendency for worse results than in young mares.

Keywords: reproductive cycle, endometritis, mare, geriatric, management, embryo transfer.

xiii
ÍNDICE GERAL

I. NOTA PRÉVIA ................................................................................................................... 1


II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 5
1. Introdução................................................................................................................... 5
2. Anatomia .................................................................................................................... 6
3. Fisiologia .................................................................................................................... 7
3.1. Ciclo Reprodutivo .................................................................................................... 7
3.2. Influência Hormonal................................................................................................. 8
3.3. Sazonalidade........................................................................................................... 9
3.4. Comportamento Reprodutivo ..................................................................................11
3.5. Mudanças uterinas durante o ciclo éstrico ..............................................................12
3.6. Reconhecimento materno da gestação ..................................................................13
3. A Égua Geriátrica ......................................................................................................14
4.1. Doenças mais frequentes em éguas velhas ...........................................................15
4.2. Estratégias para melhorar a eficiência reprodutiva .................................................23
4.3. Tratamento da égua com fluido uterino ..................................................................28
4.4. O uso de técnicas reprodutivas assistidas ..............................................................33
III. OBJECTIVOS DO ESTUDO............................................................................................37
IV. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................39
1. Amostra .....................................................................................................................39
2. Dados Epidemiológicos………………………………..……………………………………40
3. Maneio do Efectivo ....................................................................................................40
4. Metodologia de Análise……………………………………………………………………...41
5. Análise estatística ......................................................................................................42
6. Parâmetros registados ...............................................................................................42
7. Limitações do Estudo.................................................................................................43
V. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................45
VI. CONCLUSÕES ...............................................................................................................57
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................59
VIII. ANEXOS………………………………………………………………………………………...67

xv
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS

Figura 1 – (A) Vista Dorsal e (B) Vista Lateral do trato reprodutivo da égua ......................... 6
Figura 2 - Níveis hormonais e correspondente atividade ovárica ao longo do ciclo éstrico ... 9
Figura 3 - Sazonalidade das éguas ao longo do ano ...........................................................10
Figura 4 – (A) Aspecto ecográfico do útero durante o estro (pregas endometriais). (B)
Aspecto ecográfico do útero durante o diestro .....................................................................13
Figura 5 - Ultrassonografia de um folículo com múltiplas partículas ecogénicas no lúmen
folicular .................................................................................................................................17
Figura 6 – (A) Fluído uterino de Grau II; (B)Fluído uterino de Grau III .................................29
Figura 7: Tipo de ovulação observada no Grupo 1 e no Grupo 2. .......................................48

Quadro 1. Casuística registada durante o estágio curricular. ................................................ 2


Quadro 2 – Dosagens e considerações sobre os antibióticos de utilização mais frequente
em terapia de endometrite. ...................................................................................................31
Quadro 3 – Dosagens e considerações sobre os antifúngicos de utilização mais frequente
em terapia de endometrite. ...................................................................................................32
Quadro 4 - Indicação, preparação e protocolo de terapias alternativas para endometrite
uterina ..................................................................................................................................33

Gráfico 1- Percentagem dos problemas observados no estágio curricular. .......................... 3

Tabela 1: Resumo das amostras recolhidas por égua/ano. .................................................45


Tabela 2: Momento da primeira ovulação por grupo de éguas/ano. .....................................46
Tabela 3: Comparação do intervalo interovulatório entre éguas novas e velhas. .................48
Tabela 4: Incidência da Morte Embrionária Precoce nos dois grupos de éguas...................50
Tabela 5: Taxa de sucesso de recolha de embriões e taxa de implantação………………… 54

xvii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AA – Anglo-árabe
AB - antibiótico
AF – antifúngico
CC – Condição Corporal
cm – centímetro
CL - corpo lúteo
DMSO – dimetilsulfóxido
Escherichia coli – E. coli
eCG - gonadotrofina coriónica equina
FSH - hormona folículo-estimulante
gr – gramas
GnRH - hormona libertadora de gonadotrofina
hCG – Gonadotrofina Coriónica Humana
HDLG – Haras de la Gesse
H2O2 – peróxido de hidrogénio
IA – inseminação artificial
IM – intramuscular
IV – endovenosa
IU - intrauterino
L – litro
LH - hormona luteinizante
LR - Lactato de Ringer
MEP - Morte Embrionária Precoce
mg - miligramas
ml – mililitro
NAC - N-acetilcisteína
PSA – Puro-Sangue Àrabe
PGE - Prostaglandina E
Pgf2α – Prostaglandina F2α
PSI - Puro-sangue Inglês

xix
PSL – Puro-sangue Lusitano
PR-HDLG - Pôle Reproduction do Haras de la Gesse
RAO - Obstrução Recorrente das Vias Aéreas Inferiores
SC - subcutânea
TE - transferência de embriões
UI - unidades internacionais
µg - microlitro
% - Percentagem

xx
I. NOTA PRÉVIA

A etapa final do curso de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária inclui a


realização de um estágio curricular e a elaboração de uma monografia baseada nas atividades
presenciadas. O meu estágio curricular teve a duração de nove meses e duas semanas,
sendo realizado em 4 entidades distintas. Os objetivos gerais do estágio foram a aquisição de
um conhecimento integrado e prático da realidade da clínica de equinos, aprendizagem e
treino de técnicas de diagnóstico, tratamento, capacidade de emissão de prognóstico de
evolução da doença; domínio da comunicação adequada entre médico e cliente,
desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipa, assim como um estudo e aquisição
de conhecimento mais aprofundado em Reprodução Equina.
A primeira parte do estágio foi realizada na Coudelaria Quinta Oliveira Lusitano Stud
Farm, localizada na Póvoa de Varzim (Portugal), tendo início a 1 de Junho de 2015 e término
a 28 de Agosto de 2015. As principais atividades desenvolvidas consistiram na reprodução de
equinos, destacando-se: o controlo reprodutivo por ecografia transrectal (avaliando-se a
presença de folículos no ovário e o seu tamanho, ecogenicidade uterina, presença de fluído
endometrial, previsão do momento da ovulação e momento de inseminação) e palpação rectal
(verificação da tonicidade uterina e avaliação da competência cervical), o diagnóstico de
gestação e o maneio do garanhão.
A segunda parte do estágio foi realizada no Horsepital S.L., localizado em Madrid
(Espanha), tendo inicio a 1 de Setembro de 2015 e término a 1 de Dezembro de 2015. As
principais atividades desenvolvidas e acompanhadas consistiram sobretudo na medicina
desportiva, de onde se destacaram os exames de claudicação (com recurso a testes de
esforço, raio-X e ecografia), a utilização da cintigrafia no diagnóstico de claudicações e
infiltrações intra-articulares; e cirurgia de equinos, de onde se destacaram as cólicas
cirúrgicas, ablação a laser do palato mole, neurectomia do nervo digital palmar, artroscopias,
remoção de fragmentos ósseos e castrações de cavalos criptorquídeos com recurso a
laparoscopia.
A terceira parte do estágio foi realizada na Fundação Alter Real, localizada em Alter
do Chão (Portugal), tendo início a 14 de Fevereiro de 2016 e término a 6 de Março de 2016.
As principais atividades desenvolvidas e acompanhadas consistiram sobretudo na reprodução
de equinos, de onde se destacaram: o controlo reprodutivo por ecografia transrectal e
palpação rectal, o diagnóstico de gestação, colheita de sémen, inseminação artificial
(utilizando sémen fresco e refrigerado) e transferência de embriões.
A última parte do estágio curricular ocorreu na Pôle Reproduction do Haras de la
Gesse, localizado em Boulogne-sur-Gesse, Toulouse, França. Este estágio teve início no dia

1
25 de Março de 2016 e término no dia 16 de Junho de 2016. As principais atividades
desenvolvidas consistiram sobretudo na reprodução de equinos, destacando-se: o controlo
reprodutivo de éguas dadoras e éguas recetoras, diagnóstico de gestação, colheita de sémen,
inseminação artificial (utilizando sémen fresco, refrigerado ou congelado), transferência de
embriões e auxílio nos partos. O tema desenvolvido na presente tese surgiu aquando do
acompanhamento reprodutivo de éguas mais velhas, que apresentam vários obstáculos para
atingir o sucesso reprodutivo.
A casuística dos casos observados durante o estágio curricular encontra-se descrita
no Quadro 1.

Quadro 1. Casuística registada durante o estágio curricular.

Casuística
Nº de Nº de
Ocorrências Ocorrências
Cirurgia Total = 36 Dermatologia Total = 14
Ablação do Palato Mole 5 Hipersensibilidade a 2
culicoídes
Artroscopia 3 Lacerações várias 4
Castração 7 Dermatofitose 8
Cólica Cirúrgica 9 Oftalmologia Total = 3
Herniorrafia 1 Úlcera da Córnea 3
Laparoscopia 4 Reprodutivo Total = 2619
Lavagem Articular 2 AB intrauterinos 92
Neurectomia do n. Digital 2 Colheita de Sémen 49
Palmar
Remoção de fragmentos 3 Cultura 13
ósseos
Digestivo Total = 47 Diagnóstico de Gestação 87
Cólicas Médicas 25 Exame Reprodutivo 2021
Dentística 18 Exantema Coital 5
Úlceras Gástricas 4 Flushing para Transferência 54
de Embrião
Locomotor Total = 95 Inoculação de embrião na 22
Receptora
Abcesso Subsolar 10 Inseminação Artificial 93
Cintigrafia 7 Lavagem Uterina 118
Claudicação 44 Monta Natural 47
Infiltração 31 Parto Assistido 17
Laminite 3 Parto Distócico 1
Neonatologia Total = 11 Outros Total = 221
Artrite Séptica 1 Desparasitação 144
Falha de Imunização 2 Eutanásia 5
Impactação do Mecónio 1 Exame em Ato de Compra 12
Infeção por Rodococcus equi 3 Identificação Animal 7
Problemas articulares 4 Vacinação 53

2
O maior número de casos observados foram os relacionados com problemas
reprodutivos, seguidos de problemas locomotores, digestivos, cirúrgicos, casos de
neonatologia, dermatologia e oftalmologia (Gráfico 1). Além destes, houve outros casos que
não se enquadram em nenhuma categoria específica, como foi o caso das desparasitações,
eutanásias, exames em ato de compra, identificação animal e vacinações.

Cirurgia
1,2%

Dermatologia
0,26%

Digestivo
Reprodutivo 1,5%
86,2%
Locomotor
3,13%

Neonatologia
0,24%

Oftalmologia
0,01%
Outros
7,27%

Gráfico 1- Percentagem dos problemas observados no estágio curricular.

O maneio reprodutivo da égua geriátrica foi o tema que se considerou ser mais
interessante de desenvolver na presente tese, dado o número de casos observados, e o facto
de ser um problema cada vez mais frequente e de grande importância para os criadores de
cavalos. Pretendeu-se assim desenvolver os conhecimentos sobre as doenças que mais
afetam as éguas geriátricas, os seus sinais clínicos, tratamento e prevenção.
.

3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1. Introdução

A indústria equina mundial é uma importante fonte geradora de valor económico


acrescentado e empregos. Esta indústria não sobrevive sem um maneio reprodutivo eficaz e
eficiente, daí a sua importância na produção de equinos (Tezza & Dittrich 2006).
Os equinos apresentam um baixo índice de fertilidade e são pouco prolíficos. Isto
porque a reprodução apenas se inicia aos 3 anos de idade, a gestação têm uma duração de
11 meses, e há apenas um produto por gestação, sendo relativamente comum a ocorrência
de mortes embrionárias precoces ou abortos. Em parte, a dificuldade de obter uma gestação
e de a levar a termo, deve-se à pouca ou nenhuma seleção para fertilidade na espécie, visto
que normalmente apenas os animais vencedores de competições são selecionados para a
reprodução, mesmo que sejam subférteis (Paradis 2002).
Idealmente, uma égua deveria entrar à reprodução a partir dos 3 anos de idade, sendo
saudável, ter um aparelho reprodutor funcional e boa conformação da vulva, bom instinto
maternal, boa genética e boa morfologia (Samper 2008). Acontece que éguas com um bom
desempenho competitivo, não são colocadas à reprodução até ao término das suas carreiras.
Apesar de nunca terem levado uma gestação a termo, são expostas igualmente aos efeitos
do envelhecimento, como a degeneração glandular e a fibrose uterina (Pycock 2006).
Há também o caso das éguas geriátricas, progenitoras de produtos excecionais, que
o proprietário insiste em continuar a reproduzir, mesmo que este se revele um já trabalho
quase impossível. Isto porque estes animais apresentam um pobre desempenho reprodutivo,
relacionado com vários fatores de envelhecimento tais como mudanças no funcionamento
ovárico, estado do útero, conformação perineal, fraca condição corporal, e outros fatores
como ciclos éstricos longos, corpos lúteos persistentes, folículos anovulatórios e estros
silenciosos (Madill 2002).
O maneio da égua geriátrica é desafiante e pode ser ao mesmo tempo frustrante. Será
função do médico veterinário fazer o correto controlo reprodutivo destes animais, escolher o
melhor momento para a beneficiação e tentar corrigir eventuais defeitos de conformação, de
modo a proporcionar as melhores condições possíveis para que ocorra a fecundação, e
posteriormente uma gestação a termo (Madill 2011). O tratamento dos animais deve ser
individual e de acordo com o seu valor monetário. O médico veterinário deverá dominar as
áreas de anatomia e fisiologia, e deve ser capacitado para trabalhar com técnicas avançadas
como a ultrassonografia, inseminação artificial e transferência de embriões (Tezza & Dittrich
2006).

5
2. Anatomia

O conhecimento da anatomia e fisiologia reprodutivas da égua é dos fatores mais


importantes para se conseguir um bom maneio reprodutivo, visto que ajuda a alcançar o
sucesso reprodutivo, minimizando perdas económicas para o criador (Samper 2009). O trato
reprodutivo da égua estende-se desde a posição dos ovários, ventralmente à 4º ou 5º vértebra
lombar e, caudalmente, através da cavidade pélvica, até à vulva (Habel 1953) (figura 1A e
1B). A funcionalidade destes órgãos está dependente das hormonas neuroendócrinas,
produzidas e secretadas pelo hipotálamo e hipófise (Brinsko & Blanchard 2011; Samper
2009).

A B

Figura 1 – (A) Vista Dorsal e (B) Vista Lateral do trato reprodutivo da égua (adaptado de Evans et al.
2002).

Os ovários têm uma posição anatómica variável, pois o mesovário permite um elevado
grau de movimento passivo. O ovário esquerdo situa-se caudalmente ao ovário direito e mais
perto do rim ipsilateral (Ginther 1979). Estes órgãos apresentam, nos equídeos, uma
depressão proeminente, denominada de fossa ovulatória, no bordo côncavo ventral. O bordo
convexo dorsal está incorporado no mesovário. O tamanho dos ovários varia entre os 7 e 8
cm, dependendo da fase do ciclo reprodutivo e da atividade folicular. O ovário é maior em
éguas mais jovens, e tende a ficar mais fibroso à medida que a égua envelhece. (Kainer 2011).
A égua, como qualquer outra fêmea equídea, é distinta de outras espécies pois as suas
camadas ováricas estão invertidas, ou seja, a zona medular é superficial e a zona cortical,
que contem os folículos (parênquima), é interna. O parênquima apenas atinge a superfície do
ovário na fossa da ovulação, consequentemente, pequenos folículos e corpos lúteos podem
ser vistos ecograficamente mas não conseguem ser detetados à palpação. Apenas folículos
grandes e salientes podem ser sentidos à palpação do ovário (Miro 2012).

6
Cada oviduto consiste num infundíbulo que se expande desde os extremos dos cornos
uterinos até à fossa da ovulação. Divide-se em ampola, que cobre a fossa da ovulação, e
istmo, que termina numa papila na extremidade do corno uterino (Dyce et al. 2009). Os cornos
uterinos, que estão localizados na cavidade abdominal. Tem uma configuração em “V” com o
mesométrio localizado dorsalmente. Divergem acentuadamente a partir do ligamento
intercornual e têm cerca de 20 a 25 cm, sendo assimétricos em éguas recém-paridas. O útero,
que tem cerca de 20 cm em éguas não gestantes, torna-se contínuo caudalmente e termina
na cérvix, que se situa cranialmente na cavidade pélvica (Kainer 2011). A cérvix possuí uma
parede muito espessa e é atravessada pelo canal cervical, que se estende desde o orifício
interno do útero até ao orifício externo localizado na vagina. A vulva deve ter uma posição
vertical sem nenhum desvio na sua orientação vertical, e os lábios vulvares devem coaptar
completamente, não permitindo a entrada de ar na vagina (Ginther 1979).

3. Fisiologia
3.1. Ciclo Reprodutivo

A égua é um animal poliéstrico sazonal, apresentando mais de um ciclo éstrico dentro


de um período do ano específico, com um intervalo interovulatório de 20 a 22 dias ( Samper,
2008, Brinsko & Blanchard, 2011). A sua atividade reprodutiva é regulada principalmente pelo
fotoperíodo, mas também por fatores nutricionais e climáticos. A atividade ovárica e o
crescimento folicular ocorrem em resposta ao aumento diário da luminosidade (Macêdo et al.
2014). Em condições naturais, as éguas ficam gestantes num dos dois primeiros ciclos após
o parto. Como a gestação dura, em média, cerca de 11 meses, as éguas tendem a parir cada
12 meses. A vantagem da época reprodutiva começar na Primavera torna-se clara: os poldros
nascem quando as condições ambientais são favoráveis (Crowell-Davis 2007).
O ciclo éstrico é definido como a sequência de alterações anatómicas e endócrinas
que preparam a égua para a ovulação e posterior gestação. Este pode ser dividido em estro
(fase folicular) que dura cerca de 5 a 7 dias, e diestro (fase lútea) que dura em média 15 dias.
O intervalo interovulatório é maior na Primavera e vai ficando mais curto entre Junho e
Setembro (Samper 2008).
No início do estro, sob a influência da hormona folículo-estimulante (FSH), ocorre a
maturação de um ou mais folículos. Estes folículos pré-ovulatórios começam a secretar
estrogénios, sendo estes os responsáveis pela égua manifestar os sinais de cio (Macêdo et
al. 2014). A ovulação irá ocorrer no terço final do estro e normalmente apenas um folículo
dominante (folículo de maior tamanho) ovula. Apesar de neste período a recetividade sexual

7
ser geralmente marcada, algumas éguas não apresentam sinais de cio, sendo neste caso
fundamentais os exames ecográficos para a deteção do estro. O estro silencioso ocorre mais
frequentemente no cio do poldro, entre o quinto e o décimo quinto dia após o parto, e em
éguas que estão em posições hierarquicamente inferiores (Romano et al. 1998).
Após a ovulação, ocorre a formação do corpo lúteo (CL) e inicia-se o período de
diestro, onde há um declínio acentuado dos estrogénios, contrabalançados pelo aumento dos
níveis sanguíneos de progesterona produzida pelo CL. Nesta fase a égua não mostra sinais
de cio. Caso ocorra a fecundação e reconhecimento materno da gestação, a vida do CL
prolonga-se. Caso contrário, o corpo lúteo sofre luteólise devido à influência da prostaglandina
F2α (PgF2α) produzida no útero por volta do dia 15 do ciclo (Samper 2009).

3.2. Influência Hormonal

O controlo endócrino do ciclo éstrico é feito pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal,


que por sua vez é controlado principalmente pelo fotoperíodo. Existem, no entanto, outros
fatores com influência no ciclo reprodutivo como a nutrição, temperatura, ambiente, condição
corporal, idade e raça do animal. A atividade reprodutiva sazonal é estimulada por dias longos.
Existe uma relação inversamente proporcional entre as horas de luminosidade e a produção
de melatonina. Quanto maior a produção de melatonina, maior o efeito inibidor na produção
da hormona libertadora de gonadotrofina (GnRH) (Palmer & Guillaume 1992).
Os dias longos provocam uma diminuição da produção da melatonina e aumento da
produção de GnRH por mecanismos de retroação. O aumento das concentrações de GnRH
provoca um efeito estimulante na produção de duas hormonas provenientes da hipófise
anterior: hormona folículo-estimulante (FSH), cuja função é a de promover o crescimento dos
folículos e controlar a síntese de estrogénios; e hormona luteinizante (LH), cuja principal
função é a de estimular a maturação do folículo dominante, e secundariamente promover a
formação e manutenção do corpo lúteo (Palmer & Guillaume 1992).
A libertação de FSH é bifásica: ocorre nos dias 9 a 12 do ciclo éstrico e 2 dias antes
da ovulação. O pico próximo da ovulação ocorre quando o estradiol produzido pelo folículo
dominante diminui. Isto permite a maturação do folículo pré-ovulatório e o arranque do
desenvolvimento de novos folículos (Ginther et al. 2004). O folículo pré-ovulatório é sensível
ao estímulo ovulatório desempenhado pelo padrão de libertação da LH e esta atinge o pico
de concentração dois dias após a ovulação. Depois da ovulação é formado o CL produtor de
progesterona que inibe a libertação de LH. A concentração plasmática de progesterona
aumenta rapidamente em 24 a 48h após a ovulação, atingindo um valor máximo entre os dias

8
4 a 7 do ciclo éstrico, e mantendo-se elevada até aos dias 14 a 15 do ciclo, na égua não
gestante. Se não ocorrer a fecundação, no final do diestro observa-se a produção de PgF2α
pelo endométrio, que posteriormente induz a luteólise. A partir dos dias 15 a 16 há um declínio
dos níveis de progesterona, que baixam para níveis inferiores a 1ng/ml (Macêdo et al. 2014).
A esquematização das alterações hormonais ao longo do ciclo éstrico pode ser vista na figura
2.

Figura 2 - Níveis hormonais e correspondente atividade ovárica ao longo do ciclo éstrico (adaptado de
Taylor-MacAllister & Freeman 2007).

De um modo geral as éguas entram em cio entre o dia 15 a 16 do ciclo éstrico, quando
a PgF2α produzida no endométrio induz a luteólise do CL. Aproximadamente 2 dias antes do
final do estro ocorre a ovulação e há formação CL, que apenas responde à prostaglandina
exógena quando está maduro, ou seja, 5 dias após a ovulação (Macêdo et al. 2014).

3.3. Sazonalidade

Diferentes espécies animais desenvolveram estratégias de reprodução sazonal de


modo a assegurar que a sua descendência nasça numa altura específica do ano, em que as
condições ambientais são mais favoráveis. Na égua, o ritmo circanual reprodutivo endógeno
é regulado principalmente por mudanças no fotoperíodo, que visa sincronizar o ritmo
endógeno com as estações do ano. O número de horas de luz são traduzidas num sinal
endócrino na glândula pineal, que secreta melatonina durante as horas de escuridão. Os dias
curtos estão associados a uma diminuição da secreção de gonadotrofinas e,
consequentemente, a uma diminuição da atividade folicular. O mecanismo que regula a
reduzida secreção de gonadotrofina, e presumivelmente a secreção reduzida de GnRH

9
durante o período de anestro, não é ainda completamente compreendido no caso das éguas.
Estudos recentes sugerem que o período de anestro pode ser o resultado direto de uma
inibição induzida por falta de estímulos: dias curtos, clima adverso e má nutrição. A presença
de estímulos como dias longos, condições climáticas e nutricionais favoráveis, a presença do
garanhão; vai estimular a secreção de gonadotrofinas e GnRH durante a época reprodutiva
(Nagy et al. 2000).
A época reprodutiva tem início na Primavera. Este facto está associado ao aumento
das horas de luz, temperatura e disponibilidade de alimento. A época reprodutiva ocorre de
Abril a Setembro no Hemisfério Norte (Hughes & Stabenfeldt 1975), sendo que de Fevereiro
a Abril se dá a transição de Primavera, e de Setembro a Novembro se dá a transição de
Outono. Nas fases de transição as éguas apresentam ciclos éstricos irregulares com elevada
incidência de folículos dominantes em regressão. Nos meses de Dezembro a Fevereiro a
égua encontra-se em anestro sazonal, embora algumas éguas ciclem durante todo o ano
(Cuervo-Arango et al. 2009). O anestro entende-se como uma falha na exibição do estro por
um longo período de tempo, acompanhado por um período anovulatório, onde os ovários se
tornam mais pequenos e inativos devido a estímulo gonadotrófico insuficiente (Thompson
2011). A sazonalidade das éguas ao longo do ano está descrita na figura 3.

Figura 3 - Sazonalidade das éguas ao longo do ano (adaptado de Taylor-MacAllister & Freeman 2007).

Várias associações de criadores estabeleceram que o dia de nascimento de todos os


poldros é o dia 1 de Janeiro no Hemisfério Norte, e que a época de reprodução oficial se
verifica de Fevereiro a Junho, o que resulta na mesma idade oficial para todos os poldros
nascidos na mesma época (Ginther 1979). Surgiu assim uma pressão económica nos
criadores e veterinários, para que estes consigam reproduzir as éguas o mais cedo possível
no ano, de modo a obter vantagem sob poldros nascidos mais tarde (Langlois & Blouin 1996).
Um estudo de 10 anos feito por Guerin e Wang (1994) mostra que existe uma diferença
significativa entre os anos e a altura em que ocorre a primeira ovulação. Os autores
concluíram que o início da atividade reprodutiva também está relacionada com as
temperaturas ambientais máximas e mínimas. As temperaturas máximas e mínimas nas

10
semanas imediatamente antes da primeira ovulação eram similares em todos os anos do
estudo. Dados de campo sugerem que a transição de Primavera é retardada devido ao tempo
frio (Nagy et al. 2000).
O efeito da nutrição e condição corporal também está descrita por diversos autores.
Um estudo feito por Niekerk e Heerden (1972) demonstrou que éguas que recebem alimento
suplementar sob a forma de concentrado, ovulam mais rapidamente após o anestro de
Inverno, do que as éguas que não recebem suplementação. O período anovulatório também
é mais curto em éguas que aumentam o seu peso no início da Primavera (Ginther 1974).
Segundo Henneke (1984) o espaço de tempo até que ocorra a primeira ovulação é
significativamente maior em éguas com uma condição corporal menor que 5 (numa escala de
1 a 9) comparando com éguas com uma condição corporal superior a 5.

3.4. Comportamento Reprodutivo

As poldras tem geralmente o seu primeiro estro no segundo ano de vida, mas em
condições naturais é pouco usual ficarem gestantes antes dos 3 anos de idade (Noakes 2009).
O comportamento de cio caracteriza-se pelo aumento do interesse no garanhão. A égua volta
os posteriores para o garanhão, exibindo uma postura característica de pélvis rebaixada. Esta
postura é acompanhada de um desvio lateral da cauda e exposição da região perianal, com
uma eversão rítmica do clítoris e libertação frequente de pequenas quantidades de urina com
um odor característico. A micção frequente vai provocar uma reação olfatória no garanhão,
traduzida pelo sinal de Flehmen (Crowell-Davis 2007; Mills & Nankervis 1999).
As éguas em cio exibem um perfil facial caracterizado por relaxamento dos músculos
da face, orelhas caídas para os lados e cabeça baixa. Em contraste, as éguas em diestro não
mostram interesse pelo garanhão, relincham agressivamente e podem dar coices caso este
se aproxime. A sua face expressa agressividade, caracterizada por tensão dos músculos
faciais, orelhas voltadas para trás e podem morder (Crowell-Davis 2007). Este comportamento
não deve ser confundido com o período de anestro, onde há igual desinteresse pelo garanhão,
mas a égua encontra-se num estado fisiológico diferente (Mills & Nankervis 1999).
Em contraste com outras espécies, as éguas mostram comportamento de cio logo no
seu primeiro ciclo éstrico, assim como no seu primeiro ciclo logo após o anestro sazonal e
depois do parto (cio do poldro). Na égua pós-parto, esta característica facilita a sua
beneficiação no cio do poldro (Crowell-Davis 2007).
Existem éguas que não mostram sinais de estro, tendo o chamado “estro silencioso”.
É frequente em éguas novas virgens, éguas com poldros recém-nascidos ou nas éguas que

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se encontram no fundo da hierarquia, caso vivam “a campo”. Contudo, até uma égua que
geralmente apresente sinais de cio pode ser afetada. Nestes casos, recorre-se ao uso de
ecografias para confirmar o estro e prever o momento da ovulação (Miro 2012).

3.5. Mudanças uterinas durante o ciclo éstrico

Ao longo do ciclo éstrico, o útero, vagina e endométrio passam por uma série de
mudanças devido aos diferentes ambientes endócrinos, que são facilmente distinguidas com
o auxílio de um exame clínico (Nagy et al. 2000). Estas mudanças são reguladas pela
interação do estrogénio e da progesterona com os seus recetores no endométrio, e a sua
expressão é muito influenciada pela fase do ciclo éstrico. Durante o estro, devido às altas
concentrações de estrogénios, há um engrossamento da parede uterina, com formação de
edema. Dá-se também o relaxamento da cérvix, que se acentua até ao final do estro, e nota-
se perda de tonicidade do útero e vagina. Há também um aumento da vascularização,
ativação e proliferação das glândulas endometriais. Estas mudanças anatómicas estão
relacionadas com a atividade folicular e com as mudanças de comportamento observadas
durante o estro (Lieux 1970).
O edema uterino pode estar associado a pequenas acumulações de fluídos no lúmen
uterino (Tunón et al. 1995). À ecografia transrectal, o edema uterino é facilmente distinguível
pois na égua forma-se uma imagem típica de “roda de carroça”, onde os “aros da roda” são
formados pelas pregas endometriais. Estas pregas tem diferentes ecotexturas, sendo as
áreas anecogénicas as porções edematosas, e as áreas ecogénicas o tecido denso central
(Aurich 2011) (figura 4A). O edema vai-se tornando cada vez mais pronunciado ao longo do
estro e começa a diminuir em média 48h antes da ovulação. A ecotextura das pregas
endometriais pode variar do grau 0 (não há evidência ecográfica de pregas endometriais) ao
grau III (pregas endometriais proeminentes). O grau IV refere-se a um edema de origem
patológica associado a endometrite (Carnevale & Olsen 2011).
Já durante o diestro, onde dominam as altas concentrações de progesterona, a
espessura da parede uterina e a atividade glandular diminuem. Há um aumento do tónus
uterino e dá-se o encerramento da cérvix (Kainer 2011). A ecotextura uterina deverá, nesta
fase do ciclo, ser homogénea e não deve haver edema presente (Tunón et al. 1995) (figura
4B).

12
A B

Figura 4 – (A) Aspecto ecográfico do útero durante o estro (pregas endometriais). (B) Aspecto
ecográfico do útero durante o diestro (adaptado de Evans et al. 2002).

3.6. Reconhecimento materno da gestação

Quando um ovócito é fertilizado, o embrião passa pela junção útero-tubárica e chega


ao útero entre 144 e 168 horas após a ovulação (Battut et al. 2010). Na égua, apenas os
oócitos fertilizados dão entrada no útero, sendo que os restantes ficam alojados na mucosa
do oviduto onde degeneram ao longo de meses (Flood et al. 1979). Isto deve-se ao facto de
o oócito fertilizado começar a secretar prostaglandina E (PGE) quando atinge o estádio de
mórula (a partir do dia 5 após a ovulação). A PGE têm um efeito relaxante nos músculos da
parede tubárica, auxiliando na progressão do oócito e permitindo a sua entrada no útero 24
horas depois do início da produção de PGE, já no estado de mórula tardia ou blastocisto inicial
(Weber 1991).
Após a chegada ao útero, o embrião movimenta-se continuamente ao longo do lúmen
uterino devido a contrações peristálticas do miométrio, até que se fixa e implanta ao dia 17 na
base de um dos cornos uterinos (Allen 2000). A mobilidade que se verifica até ao dia 17 serve
para assegurar que o sinal luteostático do reconhecimento materno da gestação alcance todo
o endométrio uterino. O reconhecimento materno da gestação é fundamental para evitar a
luteólise do CL primário e, consequentemente para manter a gestação (Brinsko & Blanchard
2011).

13
No dia 21 após a ovulação, o embrião torna-se visível ecograficamente, pode
distinguir-se o batimento cardíaco e começa a formação da corioalantóide, que eventualmente
se vai tornar na placenta definitiva (Allen 2000). A formação das taças endometriais começa
a partir do dia 25; ao dia 35 estas invadem o estroma endometrial e tornam-se visíveis ao dia
40, altura em que se tornam glândulas funcionais produtoras de gonadotrofina coriónica
equina (eCG). A secreção de eCG estimula o desenvolvimento folicular e consequente
acumulação de CL secundários, havendo uma elevação exponencial sérica de progesterona.
As taças endometriais atingem o seu tamanho e produtividade máxima aos dias 60 a 70 de
gestação, altura em que começam a degenerar até aos dias 100-120 de gestação (Clegg et
al. 1954). Nesta altura a placenta do tipo microcotilédone já está suficientemente desenvolvida
para produzir a concentração de progesterona necessária para manter a gestação. Uma
placenta microcotiledonária extensa e completamente funcional anexada a um endométrio
saudável e funcional é um pré-requisito essencial para uma gestação normal na égua. O
poldro nasce ao dia 336 a 340 após a ovulação (Allen 2000).

4. A Égua Geriátrica

Existem várias razões para reproduzir uma égua velha: pode ser devido à sua
performance, valor elevado dos seus poldros, obtenção de produtos de éguas de competição
aposentadas ou simplesmente devido a fatores sentimentais (Madill 2002). O envelhecimento
é um processo fisiológico e não deve ser encarado como doença, embora possa predispor a
mudanças que levam à doença. A senescência começa após o animal atingir o seu pico de
função fisiológica (Paradis 2002). Como as mudanças fisiológicas progridem a um nível
individual, não existe uma idade definida para um cavalo ser considerado geriátrico. No
entanto, na comunidade equestre, um cavalo é considerado geriátrico ao início dos 20 anos
de idade (Madill 2011).
A fertilidade permanece elevada até aos 12-15 anos de idade, altura que começa a
diminuir lentamente até aos 25 anos de idade, quando a taxa de partos por época reprodutiva
é geralmente nula (Badi et al. 1981; Vanderwall et al. 1989; Madill 2011). Um estudo realizado
por Hearn et al. (1993) em PSI, mostrou que as éguas com idades compreendidas entre os
15 e 26 anos tinham aproximadamente metade da probabilidade (0,56) de estarem gestantes
aos 14 e 20 dias após a ovulação, quando comparadas com as éguas mais jovens. São
precisos, em média, 4,6 ciclos reprodutivos para se obter um poldro de uma égua velha,
comparando com os 2 ciclos necessários para as éguas mais jovens (Vanderwall et al. 1989).

14
De um modo geral, a fertilidade diminui com a idade na maioria dos mamíferos pois o
número de folículos presentes no ovário ao nascimento é limitado. Este número diminuí à
medida que o animal passa pelos ciclos éstricos, mas também por atresia dos folículos, o que
resulta num declínio do número de ovócitos com a idade. No entanto, a redução da fertilidade
ocorre antes que este número atinja um nível crítico (Armstrong 2001).
As éguas mais velhas são menos férteis, requerem um maneio mais intensivo e uma
maior intervenção veterinária do que as éguas mais novas. As razões para tal podem ser a
entrada tardia na época reprodutiva, aumento do tempo do ciclo éstrico, resposta reduzida ou
deficiente a drogas indutoras da ovulação, fraca qualidade dos folículos, maior incidência de
infeções uterinas, endometrite persistente induzida pós inseminação ou monta natural,
mudanças degenerativas do endométrio e aumento das perdas embrionárias (Madill 2002).
Além dos problemas reprodutivos relacionados com a idade, estes animais apresentam maior
incidência de problemas gastrointestinais, músculo-esqueléticos, respiratórios e
endocrinológicos, o que afetam indiretamente a sua performance reprodutiva (Paradis 2002).

4.1. Doenças mais frequentes em éguas velhas


4.1.1. Alteração do ciclo éstrico

O ciclo éstrico é mais prolongado nas éguas mais velhas, podendo existir um aumento
de 4,3 dias em relação às éguas mais novas (Vanderwall et al. 1989; Carnevale et al. 1993).
O prolongamento do ciclo éstrico deve-se à maior duração da fase folicular, que
provavelmente está associada ao menor diâmetro dos folículos presentes na altura da
luteólise em éguas mais velhas. O intervalo da fase lútea é igual em éguas novas e éguas
velhas (Carnevale et al. 1993). Quando comparadas com éguas novas, a onda folicular que
promove o crescimento dos folículos, ocorre mais tarde nas éguas mais velhas. Também se
desenvolvem menos folículos (Ginther et al. 1993). A média de crescimento do folículo
dominante é significativamente menor em éguas mais velhas, que é cerca de 2,2mm por dia,
em contraste com 3,2mm por dia que se verifica em éguas mais jovens (Carnevale et al. 1993).
Quando ciclam, as éguas mais velhas tem tendência a entrar mais tarde na época
reprodutiva. As éguas com mais de 19 anos tem a primeira ovulação 2 semanas mais tarde
que éguas com menos de 13 anos de idade (Vanderwall & Woods 1990; Wesson & Ginther
1981).
A atividade ovárica pode cessar em algumas éguas mais velhas, enquanto outras
continuam a ciclar mesmo tendo mais de 20 anos de idade (Vanderwall & Woods 1990;
Wesson & Ginther 1981). Um estudo realizado por Vanderwall & Woods (1990) mostrou que

15
37% das éguas com mais de 24 anos não ovularam durante a época reprodutiva. Num outro
estudo realizado por Carnevale et al. (1994) verificou-se que apenas 50% das éguas com
mais de 20 anos apresentavam ciclos regulares durante a época reprodutiva, e 19% não
ovularam.

4.1.2. Falha na ovulação

Em alguns casos, ocorre a falha de ovulação de folículos dominantes. Esta falha pode
ter uma explicação fisiológica ou patológica. A falha na ovulação fisiológica ocorre nos
períodos de transição de Primavera ou Outono e em algumas éguas pós-parto, devido à baixa
atividade ovárica associada a esses períodos (McCue & Squires 2002). A falha patológica
ocorre em aproximadamente 8,2% dos ciclos éstricos durante a época reprodutiva, e resultam
num longo intervalo interovulatório. As causas podem ser estimulação hormonal insuficiente
(McKinnon 1997), produção insuficiente de estrogénio do folículo dominante (Pierson 1993),
ou hemorragia no lúmen do folículo pré-ovulatório (Ginther 1979). A incidência de folículos
anovulatórios aumenta com a idade e é uma causa de redução de fertilidade em éguas mais
velhas (Carnevale & Griffin 1993).
A incidência da falha da ovulação em éguas com mais de 16 anos é de 13,1%, cerca
de 3 vezes maior que os 4,4% descritos em éguas dos 6 aos 10 anos. O intervalo
interovulatório das éguas afetadas é de 38,5 dias e 43,5% das éguas que apresentam um
folículo anovulatório voltam a reincidir na mesma época reprodutiva, podendo-se perder vários
ciclos (McCue & Squires 2002).
A primeira indicação ecográfica de um folículo anovulatório é a deteção de partículas
ecogénicas no fluído folicular, quando o folículo ainda está tenso (figura 5). A maioria destes
folículos contêm sangue e são designados de folículos anovulatórios hemorrágicos. O fluído
hemorrágico folicular forma uma massa gelatinosa, que ecograficamente tem uma aparência
granular. O “Colour Doppler” ajuda na identificação de folículos anovulatórios, já que 85,7%
luteinizam e formam uma parede lútea grossa e altamente vascularizada (Ginther & Utt 2004).
O tratamento com prostaglandina induz a luteólise e o retorno ao estro. Os restantes 14,3%
de folículos anovulatórios não luteinizam e são estruturas pouco vascularizadas, onde o
tratamento com prostaglandina não tem efeito (McCue & Squires 2002).

16
Figura 5 - Ultrassonografia de um folículo com múltiplas partículas ecogénicas no lúmen folicular
(adaptado de McCue & McKinnon 2011).

4.1.3. Síndrome “Old Maiden Mare” (égua velha nulípara)

É comum que éguas com carreiras desportivas nunca fiquem prenhas até que sejam
aposentadas, altura em que há um crescente interesse em obter poldros destas mesmas
éguas. O maneio reprodutivo destas éguas é uma tarefa difícil, pois são mais suscetíveis a
endometrites pós-cobrição/inseminação artificial (IA). É por isso importante reconhece-las
para que seja instituído um maneio adequado e haja sensibilização dos proprietários para este
problema, pois muitos assumem que a fertilidade das éguas nulíparas velhas é igual à de
éguas jovens (Pycock 2006).
Muitas éguas nulíparas velhas possuem características reprodutivas comuns que se
assemelham a uma síndrome. Biópsias endometriais revelam mudanças glandulares
degenerativas e fibrose (endometrose), que são uma inevitável consequência do
envelhecimento, apesar de nunca terem estado prenhas (Ricketts & Alonso 1991).
Frequentemente possuem o cérvix anormalmente fechado não se observando o seu normal
relaxamento durante o estro. Também apresentam degeneração vascular endometrial
(LeBlanc 2003). Como resultado, são éguas que tendem a acumular fluido no lúmen uterino,
pois não o conseguem drenar corretamente (Pycock 1993). Em muitos casos este fluído não
apresenta crescimento bacteriano nem há presença de células inflamatórias. Caso a égua
seja inseminada, há uma maior acumulação de fluido no lúmen uterino devido à pobre
drenagem linfática, e baixa contração miométrica em conjunto com um cérvix não relaxado.
O volume de fluidos acumulados é variável e pode ir de alguns mililitros até um litro em casos

17
extremos. Apesar disso, geralmente as éguas afetadas que ficam gestantes, não tem
dificuldade em dilatar o cérvix aquando o parto (LeBlanc 1991).
O diagnóstico é difícil pois muitas éguas não mostram sinais de inflamação antes da
cobrição ou IA. Uma história de inseminações repetidas com acumulação de fluído será o
melhor indicador. O exame ecográfico é útil em detetar éguas com deficiências na normal
limpeza uterina. A presença de fluido livre intraluminal antes da cobrição ou IA sugere uma
maior suscetibilidade a endometrite persistente (Pycock & Newcombe 1996). A presença de
fluido no lúmen uterino durante o diestro é um indicador de inflamação uterina e está
associado à subfertilidade, devido à morte embrionária precoce e um encurtamento da fase
lútea (Newcombe 1997).
Quanto ao tratamento, o objetivo passa por auxiliar o útero na limpeza física dos
produtos inflamatórios que se formam normalmente após a monta natural ou IA (Pycock
1994). A administração de ocitocina é o método ideal de tratamento, pois é uma técnica não
invasiva e frequentemente fornece a total eliminação do fluído acumulado, por promover a
drenagem uterina (Allen 1991). A lavagem uterina com Lactato de Ringer (LR) também pode
ajudar na evacuação mecânica do conteúdo uterino, e deve ser feita antes da cobrição/IA e
idealmente 4 a 6 horas após a cobrição/IA (Knutti et al. 2000). Como o sémen congelado
provoca, por norma, reações inflamatórias endometriais mais acentuadas que o sémen fresco,
o seu uso deve ser evitado nestes animais (Kotilainen et al. 1994).

4.1.4. Endometrite

Uma defesa imunológica deficiente do trato reprodutivo pode provocar subfertilidade


ou esterilidade, temporária ou permanente. A manutenção de um ambiente uterino saudável
está dependente de barreiras físicas, um sistema imunológico eficiente e um sistema linfático
competente (Hafez & Hafez 2003). A idade das éguas, juntamente com os problemas
ginecológicos e obstétricos, são fatores conhecidos por causarem diminuição da competência
dos mecanismos naturais de defesa uterina, gerando maior suscetibilidade à endometrite. A
endometrite pode ser classificada em endometrite persistente pós-cobrição/IA ou aguda,
endometrite crónica, e endometrite crónica degenerativa ou endometrose (Hurtgen 2006). As
éguas geriátricas tem maior risco de sofrer destas 3 últimas condições.

Endometrite Persistente Pós-cobrição/IA ou Aguda


A inflamação uterina após cobrição/IA está descrita em várias espécies domésticas
(England et al. 2013). Os espermatozoides e, potencialmente, as bactérias introduzidas no

18
útero durante o coito ou IA estimulam uma resposta imune dominada por um rápido influxo de
neutrófilos polimorfonucleares para o lúmen uterino (Rozeboom & Troedsson 1999). Este
influxo ativa várias vias inflamatórias e promove a acumulação de fluído no útero (Woodward
et al. 2013). No entanto, esta inflamação é passageira e resolvida num curto período de tempo
(1 a 2 dias) em éguas saudáveis (Katila 1995).
O influxo de neutrófilos polimorfonucleares é uma reação fisiológica normal que visa
eliminar o excesso de espermatozoides e possíveis bactérias presentes no útero, tendo um
papel essencial na fertilidade. Contudo, se existir uma causa subjacente que resulta na
persistência da endometrite pós-coital/inseminação por um longo período de tempo (falha na
limpeza uterina), a inflamação transforma-se numa patologia clínica e requer o tratamento
adequado (Troedsson 2014).
Existe um aumento significativo da incidência e severidade de acumulação de fluído
no lúmen uterino em éguas mais velhas. Os fatores predisponentes são: útero largo e
descaído, incompetência cervical, drenagem linfática deficiente e diminuição das contrações
do miométrio (Pycock 2009). A inflamação persistente vai induzir a luteólise prematura e tem
efeitos deletérios no embrião assim que este chega ao útero, o que reduz potencialmente a
fertilidade (Troedsson 1999).

Endometrite Crónica
À medida que a idade e o número de partos aumentam, ocorrem mudanças
anatómicas que podem tornar uma égua subfértil. Estas mudanças incluem a fraca coaptação
dos lábios vulvares, que ocorre em éguas mais velhas ou em éguas de baixa condição
corporal; o enfraquecimento da musculatura abdominal com expansão do abdómen, que leva
a um afundamento do trato intestinal com deslocação do ânus cranialmente e, consequência
do afundamento do trato digestivo, os ligamentos suspensórios entre o reto e o trato
reprodutivo arrastam a vagina e o vestíbulo cranialmente, resultando numa fenda vulvar mais
horizontal e de eficácia reduzida em manter o selo vestibular (Pascoe 1978). Estas alterações
anatómicas predispõe a égua geriátrica a pneumovagina, contaminação bacteriana do trato
reprodutivo cranial e a urovagina, aumentando o risco de infeção uterina e diminuindo a taxa
de fertilidade (Pouret 1982).
A endometrite crónica é encontrada frequentemente em éguas com mais de 12 anos,
multíparas e com má conformação perineal. Também ocorre em éguas suscetíveis a
endometrite persistente pós-cobrição/IA, éguas com incompetência cervical e em éguas
dadoras de embriões (LeBlanc 2008). Ao contrário da endometrite aguda, em que há
acumulação de neutrófilos, a endometrite crónica caracteriza-se pela afluência de linfócitos
para o estroma endometrial (Vanderwall 2008). O tratamento adequado requer lavagens

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uterinas, aplicação de antibióticos intrauterinos e eventualmente reparação de efeitos
anatómicos (LeBlanc 2008).

Endometrite Crónica Degenerativa/ Endometrose


Com o aumento da idade da égua, independentemente se alguma vez esteve gestante
ou não, o endométrio sofre alterações degenerativas. Estas são progressivas e estão
associadas ao normal processo de envelhecimento e aos efeitos hormonais cíclicos. No
entanto, a estimulação continuada por parte de certos agentes, como sémen e
microrganismos, aceleram a progressão da endometrose. Geralmente, éguas até aos 9 anos
não apresentam alterações, éguas até aos 13 anos apresentam alterações moderadas, e
éguas com 15 anos ou mais possuem alterações moderadas a graves (Ricketts 2008).
A endometrose é diagnosticada pela observação após biopsia uterina de degeneração
glandular e dilatação glandular cística, observadas sob a forma de “ninhos” celulares rodeados
por lâminas de tecido fibroso (Inoue et al. 2000). Pode observar-se também fibrose
periglandular e, menos frequentemente, fibrose difusa. A observação de fibrose difusa é
indicadora de mau prognóstico (McCue 2008). Estas mudanças contribuem para a morte
embrionária precoce e morte fetal. A sua natureza progressiva mostra que éguas de 17 anos
de idade, ou mais velhas, são mais propensas de estarem afetadas por esta patologia
(Ricketts & Alonso 1991).
Também se observam alterações escleróticas, que estão associadas a repetitivas
perdas de gestação em éguas idosas (Immegart 2007). Pressupõe-se que a diminuição da
vascularização endometrial comprometa a contratilidade uterina, a resposta inflamatória após
cobrição/IA e o desenvolvimento fetal. Ao contrário do que ocorre no útero com endometrite,
em que a morte do embrião ocorre provavelmente devido à libertação de substâncias
citotóxicas pelos leucócitos, no útero fibrótico a morte embrionária ocorre devido à deficiência
no suporte trófico (Heuer et al. 1993). As éguas que apresentam um elevado grau de fibrose
podem ficar gestantes, mas tem uma enorme probabilidade de perder a gestação ou de
manter uma gestação prolongada com dismaturidade fetal. É uma patologia muito comum em
éguas que iniciam a sua vida reprodutiva numa idade avançada, e que devido às alterações
endometriais excessivamente marcadas para a sua idade, tornam muito difícil alcançar com
sucesso uma gestação (Schoon & Klug 1999).
Segundo Samper (2008), estas alterações endometriais não se verificam em éguas
idosas com partos anuais desde os 4 anos de idade, pois estas apresentam alterações
degenerativas em menor grau às consideradas normais para a sua idade. Esta diferença
deve-se provavelmente à interrupção da circulação de estrogénios devido à gestação, que

20
tem um efeito protetor na integridade endometrial. Ou seja, o maneio reprodutivo deve visar
também que se evite o descanso reprodutivo prolongado (Samper 2008).

4.1.5. Morte Embrionária Precoce

A morte embrionária precoce (MEP) refere-se às perdas de gestação que ocorrem até
ao dia 40 após a fertilização, antes da transição da fase embrionária para a fase fetal (Woods
et al. 1987). A incidência da MEP é de 5-15%, contudo em éguas com mais de 18 anos de
idade, esta incidência aumenta para 20-30% (McDowell et al. 1992). A maioria das perdas
ocorre nos primeiros dias após a fertilização. Estas perdas devem-se a problemas
frequentemente encontrados em éguas geriátricas, tais como: envelhecimento dos folículos,
anormalidades oocitárias, falha na fertilização, ambiente anormal do oviduto e atrasos no
desenvolvimento do embrião. As restantes perdas são devidas à falha da produção de
progesterona primária, à prostaglandina produzida no útero com endometrite que irá provocar
a luteólise, ou, quando é o caso, em éguas que apresentam um elevado grau de fibrose
uterina, pois não existe um suporte trófico suficiente para manter a gestação.(Brinsko et al.
1995).
À ecografia antes do dia 21 após a ovulação, a MEP diagnostica-se pelo
desaparecimento repentino da vesícula embrionária entre controlos ecográficos. Após o dia
21, o embrião já está mais desenvolvido e os sinais de MEP tornam-se mais evidentes: forma
irregular da vesícula embrionária (até ao dia 20 após a ovulação a vesícula embrionária tem
normalmente uma forma irregular), mobilidade prolongada da vesícula (após o dia 16),
presença de edema endometrial, vesícula mais pequena que o normal, perda do batimento
cardíaco, aumento da ecogenicidade do fluído embrionário e desenvolvimento anormal das
membranas embrionárias (Morris & Allen 2002).
A MEP deve ser diagnosticada o mais cedo possível para que se possa beneficiar a
égua novamente, se a perda de gestação ocorreu cedo o suficiente na época reprodutiva. A
deteção precoce é possível com a realização de exames ecográficos transretais a cada 10
dias entre os dias 14 e 40 de gestação. Caso se detetem sinais de morte iminente, a única
opção de tratamento existente é a administração de progesterona exógena para “tentar salvar”
o conceptus. Caso se queira eliminar o conceptus para cruzar a égua novamente, esta
eliminação deve ocorrer antes do dia 35 de gestação, de modo a evitar o desenvolvimento
das taças endometriais que se começam a formar e a produzir eCG a partir dessa altura. O
término da gestação antes que as taças endometriais se tornem funcionais é de extrema
importância pois após este período de tempo, muitas éguas não voltam à atividade cíclica

21
normal durante essa época, exibindo frequentemente anestros prolongados e estros
anovulatórios (Vanderwall 2011).

4.1.6. Deficiências em Progesterona

Alguns dos fatores que levam à morte embrionária são endócrinos e podem estar
relacionados com a baixa produção de progesterona, por insuficiência lútea primária ou por
luteólise induzida por alterações endometriais. Segundo McCue & McKinnon (2011) a
insuficiência lútea primária dá origem à diminuição da produção de progesterona pelo CL
primário e a falha do reconhecimento materno da gestação parece ser a maior causa de
insuficiência lútea. Segundo Pinto (2011), as baixas concentrações de progesterona
(<2ng/mL) estão associadas à morte embrionária precoce na égua. No entanto, esta patologia
é incomum, e na maior parte dos casos é provável que ocorra associada a processos
inflamatórios uterinos (que provocam a libertação precoce de prostaglandina e provocam a
luteólise do CL).
Não existe evidência significativa de que a falha na produção de progesterona seja
uma causa comum de perda embrionária, assim como também não se pode afirmar que este
seja um problema com maior incidência em éguas em idade avançada. Assim, é recomendada
a suplementação de 0,044mg/kg de progesterona exógena (altrenogest, Regumate ®), por
via oral, todos os dias, quando a égua tem um histórico de repetidas perdas de gestação,
após serem descartadas outras patologias, como a endometrite (Vanderwall 2011). Nesta
categoria também se incluem as éguas com vesículas embrionárias de tamanho normal, mas
com baixo tónus uterino, e éguas que apresentam edema uterino no dia do diagnóstico de
gestação (Madill 2011).
Em éguas gestantes, a placenta começa a produzir progesterona entre os dias 80 e
100 de gestação; depois do dia 100 produz progesterona em quantidade suficiente para
manter a gestação. O que significa que entre os dias 100 e 120 a suplementação exógena de
progesterona deve ser descontinuada gradualmente, pois não existe uma necessidade
fisiológica em administrar progesterona exógena após esse período (Vanderwall 2011).

22
4.2. Estratégias para melhorar a eficiência reprodutiva

Numa tentativa de melhorar o sucesso reprodutivo das éguas problemáticas, tem sido
estudadas ao longo dos anos várias técnicas e tratamentos hormonais, que quando utilizados
em conjunto, podem aumentar a eficiência reprodutiva destes animais (Squires 2008).

- Escolha do garanhão e tipo de sémen

A fertilidade de um garanhão, ou a taxa de fertilidade do seu sémen fresco, refrigerado


ou congelado são determinantes na taxa de gestação da égua. Este aspeto é muito importante
quando se trata da reprodução de éguas velhas subférteis, que quando cruzadas com um
garanhão subfértil, quase sempre é garantido um fraco resultado. Idealmente deve sempre
ser escolhido o garanhão com a maior taxa de gestação por ciclo. Esta escolha
frequentemente não acontece pois estas informações raramente são fornecidas e o
proprietário seleciona o garanhão que mais lhe interessa, tendo em conta o seu potencial
genético e não a sua taxa de fertilização (Allen et al. 2007).
O sémen fresco, geralmente, têm taxas de gestação por ciclo superiores ao sémen
refrigerado, e este por sua vez, têm taxas de gestação superiores ao sémen congelado (Jasko
et al. 1993; Loomis 2001). Na prática, com um bom maneio reprodutivo, atingem-se bons
resultados com todos os tipos de sémen em éguas férteis, e portanto o veterinário irá trabalhar
com o tipo de sémen escolhido pelo proprietário. No entanto, o uso de sémen congelado em
éguas geriátricas com história de infertilidade não é aconselhado, especialmente em éguas
cuja infertilidade está relacionada com problemas crónicos devido à endometrite pós-
cobrição/IA persistente. Isto porque a combinação da relativa baixa taxa de fertilização do
sémen congelado com a subfertilidade de uma égua geriátrica, piora as probabilidade de
fertilização. Além disso, foi demonstrado que o sémen congelado provoca uma maior reação
inflamatória, exacerbando o problema numa égua já suscetível à endometrite pós-cobrição/IA
persistente. Como por norma a IA se faz pós-ovulação a janela de tratamento da endometrite
pós-IA é reduzida (Madill 2011).

- Manipulação Hormonal

A manipulação do ciclo éstrico tem várias vantagens e as suas aplicações são muito
variadas. É possível induzir ciclos ovulatórios em éguas que estavam em anestro para que
tenham produtos mais cedo no ano, induzir a ovulação para uma melhor gestão reprodutiva,

23
assim como se pode eliminar os sinais de cio indesejáveis nas éguas em competição (Aurich
2011). É importante referir que a manipulação farmacológica do ciclo éstrico aumenta a
incidência de gestações gemelares (Veronesi et al. 2003).

Indução do Estro
Numa égua em diestro, ou fase lútea, o estro pode ser induzido com uma injeção
intramuscular de Pgf2α ou seus análogos, induzindo a lise do CL. Este tratamento só é
geralmente eficaz a partir do dia 5 após a ovulação, quando o CL está maduro. Espera-se que
a égua inicie uma nova fase éstrica 3 a 4 dias após o tratamento e que ovule entre 8 a 12 dias
após o mesmo. O número de dias para que ocorra a ovulação depende do estado de
desenvolvimento do folículo dominante na altura da administração da Pgf2α. Quando existe
um folículo pré-ovulatório no final da maturação, a ovulação pode ocorrer 48h após a
administração da Pgf2α. Caso exista um folículo de pequenas dimensões ou em atresia a
ovulação ocorre mais tarde (Douglas & Ginther 1975; Aurich 2011). Está descrito que em 10%
das éguas, a administração intramuscular de prostaglandina provoca alguns efeitos colaterais
incluindo sudorese, desconforto abdominal e diarreia. Estes efeitos podem surgir 20 minutos
após a administração mas não colocam em risco a vida do animal (Staempfli 2011).
As prostaglandinas sintéticas mais utilizadas na sincronização de cios são o dinoprost
e o cloprostenol (Estrumate ®), sendo que a primeira é uma prostaglandina natural e a
segunda é uma prostaglandina sintética análoga. A dose recomendada de dinoprost é de 9
µg/kg (5 – 10 mg por égua), e a de cloprostenol é de 0,55 µg/kg (250 µg por égua) (Bradecamp
2011).

Supressão do Estro
O estro pode ser suprimido com a administração oral diária de altrenogest (sintético
da progesterona, Regumate ®). Contudo, a ovulação nem sempre é inibida. O tratamento com
altrenogest também pode ser usado para adiar a ovulação durante um ou dois dias sem afetar
a fertilidade. Não foram detetados efeitos secundários mesmo em casos de tratamentos
prolongados com altrenogest (Squires 2008; Shideler et al. 1983).

Indução da Ovulação
Para uma correta indução da ovulação deve-se em primeiro lugar confirmar a presença
de um folículo pré-ovulatório e a presença de edema uterino. De seguida pode optar-se pela
administração de hCG (gonadotrofina coriónica humana) ou deslorelina (análogo da GnRH)
(Squires 2008). A administração IM ou endovenosa (IV) de 1500 UI a 5000 UI de hCG, em
éguas que apresentam comportamento de cio e um folículo igual ou superior a 35 mm, induz

24
eficazmente a ovulação num intervalo de 36 a 48 horas após o tratamento em 90% das éguas
(Wilson et al. 1990; Argo 2010). O hCG pode apresentar uma resposta diminuída devido aos
anticorpos neutralizantes formados, consequência da sua utilização frequente. As éguas mais
velhas também apresentam uma resposta diminuída ao hCG (Squires 2008). A falha da
ovulação nas 48 horas após o tratamento ocorre em 20% dos ciclos nas éguas de 16 – 20
anos, e em 26% em éguas com mais de 20 anos, comparado com 5 – 14% dos ciclos em
éguas com menos de 10 anos (Barbacini et al. 2000).
A colocação de um implante de deslorelina subcutaneamente na vulva, ou a injeção
IM de 1-2mg em éguas que exibam sinais de estro e um folículo igual ou superior a 30 mm,
induz eficazmente a ovulação num intervalo de 36 a 48 horas em 90% das éguas (Jöchle &
Trigg 1994; Argo 2010). Foi demonstrado que éguas tratadas com Ovuplant ® demoraram
mais tempo a retornar ao estro no ciclo seguinte, devido à regulação negativa das
gonadotrofinas hipofisárias (Farquhar et al. 2001). O tratamento com deslorelina é a opção
mais indicada para éguas velhas que apresentam baixa resposta ao hCG (Farquhar et al.
2001). De referir que existem outros análogos da GnRH, como é o caso da buserelina
(Receptal ®), e que podem ser igualmente utilizados.

- Previsão do momento da ovulação

Em reprodução, saber com alguma precisão quando vai ocorrer a ovulação, tem
grandes vantagens para o responsável pelo maneio reprodutivo. Os benefícios incluem a
redução do número de beneficiações por ciclo no caso de garanhões muito requisitados, maior
precisão na escolha da hora da IA no caso do uso de sémen refrigerado ou congelado, ou no
caso do uso de garanhões com sémen de baixa viabilidade, a redução do número de
cobrições ou IA em éguas com má capacidade de depuração uterina e suscetíveis a infeções,
e por fim, a maximização das doses de garanhões subférteis (Woods et al. 1990).
Embora já tinha sido demonstrado que éguas cruzadas com garanhões férteis ou
inseminadas artificialmente com sémen de boa qualidade, tem boas taxas de conceção
mesmo que a ovulação ocorra dias depois da beneficiação, sabe-se que estas aumentam
significativamente se a beneficiação ocorrer próxima da ovulação. Para que se consiga prever
a ovulação e saber quando utilizar o indutor da ovulação, é aconselhado que a égua seja
seguida ecograficamente a partir do início do estro. E no geral, assim que uma égua apresente
um útero com um bom edema e um folículo maior ou igual que 35 mm, pode ser administrado
um agente indutor da ovulação, como o hCG ou a deslorelina, que induzem a ovulação em 36
a 48 horas (Woods et al. 1990).

25
Como já foi referido, o cio termina normalmente cerca de 24h após a ovulação, embora
algumas éguas ovulem após cio ter terminado. A ovulação é o culminar de vários eventos
complexos que resultam no colapso do folículo pré-ovulatório e expulsão do oócito do folículo.
A realização de exames ecográficos com intervalos de 4 a 6 horas, durante o período de estro,
poderiam ajudar a prever o momento da ovulação com alguma precisão. Contudo não é
prático nem economicamente viável, devendo por isso o veterinário utilizar indutores da
ovulação para reduzir o número de ecografias necessárias e conhecer diferentes parâmetros
para prever a ovulação (McKinnon et al. 2011).
Normalmente, o útero diminui a tonicidade durante o estro, não existindo alterações
significativas na altura da ovulação (England 1996). No entanto, o grau de edema endometrial
e a quantidade de fluido presente no lúmen uterino, diminuí geralmente antes da ovulação,
embora nem sempre tal se verifique. O folículo pré-ovulatório torna-se mole à palpação 12
horas antes da ovulação em 40% das éguas (Miro et al. 2004), contudo, este parâmetro não
é suficiente, considerado isoladamente, para prever a ovulação (Ginther 1979). O folículo
dominante aumenta o seu tamanho cerca de 2,7mm por dia durante 7 dias, embora Palmer e
Driancourt (1980) refiram que este crescimento cessa entre 24 a 48 horas antes da ovulação.
Os folículos normalmente ovulam por volta dos 45mm, embora o diâmetro à ovulação possa
variar entre 35 e 65mm.
Os folículos pré-ovulatórios podem ter a sua forma alterada, de esférica para uma
forma cónica ou de pera, e os restantes folículos permanecem com uma forma esférica. Este
parâmetro pode verificar-se em 84% dos períodos pré-ovulatórios (Ginther 1979). Segundo
um estudo feito por Miro et al. (2004), a combinação de um folículo muito mole com um
diâmetro folicular igual ou superior a 45 mm está associado a uma probabilidade de 79% de
a égua ovular nas próximas 48 horas. Um aumento da espessura da parede folicular (formada
pela camada teca, lamina basal e camada granulosa) também é indicativo de ovulação
eminente (Bergfelt & Adams 2007). O aparecimento de uma camada anecoica na parede
folicular, dando origem a uma "parede dupla", ocorre poucas horas antes da ovulação.
Em relação às éguas mais velhas, vários autores referem uma associação entre a
idade e o aumento da incidência de ovulações múltiplas (Sanderson & Allen 1987) (Morel &
O’Sullivan 2001). Segundo um estudo realizado por Morel et al. (2005), a idade das éguas
afeta significativamente a frequência de ovulações múltiplas, sendo que a incidência é menor
quando as éguas tem uma idade entre 2 a 4 anos (20,7%), e é maior dos 17 aos 19 anos
(35,6%). Também segundo Veronesi et al. (2003), existe um aumento da taxa de ovulações
duplas quando as éguas são submetidas a programas de sincronização de cios, recorrendo
ao uso de Pgf2α e hCG. Pensa-se que a administração de Pgf2α durante a fase lútea possa

26
interferir com o complexo mecanismo de seleção de folículos e dominância folicular, levando
à presença de 2 folículos sensíveis à ação do hCG na altura da indução da ovulação.
A concentração de FSH, que estimula o aparecimento das ondas foliculares, começa
a baixar quando o folículo mais desenvolvido atinge um diâmetro de 13mm, e continua a baixar
durante vários dias (Ginther et al. 2002). Dá-se então o desvio folicular, onde o segundo maior
folículo tem o seu crescimento inibido devido às baixas concentrações FSH e também devido
à produção de Inibina pelo folículo dominante. Este mecanismo permite que apenas um
folículo se desenvolva o suficiente para ovular. No entanto, num estudo realizado por Jochle
et al. (1987), reportou que a injeção de Pgf2α ou um dos seus análogos, resulta num aumento
imediato das concentrações de LH e FSH em amostras sanguíneas recolhidas alguns minutos
após a administração de Pgf2α. Existe por isso a hipótese de que a Pgf2α pode interferir com
as ondas foliculares controladas pelo FSH, levando à formação de folículos dominantes
múltiplos.
Em éguas a gestação gemelar é rara e muito pouco provável de se levar a termo,
devido à competição entre as placentas pelo contato com o endométrio materno, o que resulta
numa insuficiência placentária para ambos os fetos (Ginther 1982). Normalmente ocorre morte
embrionária no início da gestação, ou o feto menos desenvolvido morre durante a segunda
metade da gestação, provocando o aborto (Ginther 1979). Por esse motivo, a dupla ovulação
deve ser monitorizada para que se possa prevenir uma gestação gemelar com o tratamento
apropriado. Esta pode ocorrer no mesmo ovário, ou pode ocorrer o desenvolvimento de um
folículo em cada ovário. A ovulação de ambos os folículos raramente é sincrónica, sendo
separada por várias horas ou até dias (Miro 2012).

- Momento ótimo de inseminação

Em cada ciclo em que uma égua é cruzada sem sucesso, existe um maior risco de
ficar infetada ou de desenvolver endometrite persistente não infeciosa, logo, a sua melhor
oportunidade de ficar gestante é o primeiro ciclo em que esta é cruzada (Squires et al. 2006).
Este deve ser o objetivo para todas as éguas, mas é especialmente importante em éguas
mais velhas com uma história de infertilidade relacionada com endometrite infeciosa ou
depuração uterina deficiente. Na opinião de Madill (2011) as éguas velhas não devem ser
cruzadas até que já se tenha observado a primeira ovulação da época, assegurando assim
que a beneficiação não ocorre na presença de um folículo de transição, e evitando uma
contaminação uterina desnecessária (Troedsson 2006).

27
Para o uso de sémen fresco a égua deve ser inseminada 24-48 horas antes da
ovulação (Argo 2010). No caso de sémen refrigerado, as taxas de conceção são mais altas
quando a inseminação ocorre nas 24 horas precedentes à ovulação. Relativamente ao sémen
congelado, como este tem, em média, uma viabilidade de 12 horas, a inseminação deverá
ocorrer imediatamente antes (até 6 horas) ou depois (até 6 horas) da ovulação, e a deposição
do sémen é feita na ponta do corno uterino. Segundo Madill (2011), como nenhum método
para prever a ovulação (palpação, ecografia, medições hormonais) é 100% fiável, éguas
destinadas a sémen congelado devem ser inseminadas logo após a ovulação de modo a
aumentar a taxa de sucesso.

4.3. Tratamento da égua com fluido uterino

A identificação da égua suscetível de acumular fluido uterino é difícil, pois o ambiente


uterino pode apresentar apenas mudanças subtis, não detetadas pelos métodos de
diagnósticos usuais. No entanto, uma história de repetidas inseminações infrutíferas por
época reprodutiva e/ou história de acumulação de fluidos uterinos após a beneficiação, são
os melhores indicadores da suscetibilidade à endometrite (Pycock 2007). O exame ecográfico
é o melhor e mais utilizado método de diagnóstico para detetar éguas com um problema de
depuração uterina. A presença de fluido livre intraluminal sugere fortemente a suscetibilidade
a endometrite persistente. As secreções endometriais e a formação de pequenos volumes de
fluido livre estão associadas com o mesmo mecanismo responsável pela normal formação do
edema em estro. Por vezes, o fluido intraluminal que se verifica antes da beneficiação é estéril
e não contêm neutrófilos (Pycock & Newcombe 1996). Mas após a beneficiação este fluído
pode funcionar como um meio de cultura para bactérias e pode ser espermicida (McKinnon et
al. 1993).
A quantidade de fluido presente a partir do qual este passa a ser clinicamente
significante não é clara, mas Brinsko et al (2003) concluíram que a presença de 2 cm de
profundidade, ou mais, de fluido acumulado durante o estro, é um fator de suscetibilidade. O
seu significado também depende da altura do estro em que é observado, por exemplo: a
acumulação de fluidos no início do estro pode não ser problemático, pois à medida que o estro
avança o cérvix relaxa e a égua pode eliminar os fluidos normalmente. Pequenas
acumulações de fluidos durante o estro não afetam as taxas de gestação, mas grandes
acumulações (> 2 cm em profundidade) são prejudiciais (Pycock & Newcombe 1996). No
geral, quando existem acumulações superiores a 1 cm de profundidade presentes durante o
estro, este fluído deve ser removido com a administração de ocitocina. Caso a profundidade

28
seja superior a 2 cm, o fluído deve ser drenado por lavagem uterina e é necessário investigar
a presença de células inflamatórias e bactérias. A visualização à ecografia de fluido
intrauterino 18 horas antes da beneficiação é sinal de uma depuração uterina defeituosa. A
visualização à ecografia de acumulação de fluídos durante o diestro é indicadora de
inflamação uterina associada à subfertilidade causada por MEP e fase lútea curta (Newcombe
1997).
O fluído no lúmen uterino é classificado quantitativamente e qualitativamente. O
volume de fluído é estimado e associado a um grau que varia de 1 a 4, com o auxílio da
ultrassonografia. O grau 1 corresponde a volumes muito pequenos ( < 2cm de profundidade),
o grau 2 refere-se a volumes superiores a 2cm de profundidade (figura 6A), o grau 3 refere-
se a uma considerável acumulação de fluido (figura 6B), e o grau 4 a uma excessiva
acumulação de fluído (McKinnon et al. 1998). O fluido intraluminal também é classificado de
acordo com o grau de ecogenicidade observado. Quando mais ecogénico for o fluído, maior
é a probabilidade de o fluido estar contaminado com detritos e células brancas (McKinnon &
McCue 2011).

A B
Figura 6 – (A) Fluído uterino de Grau II; (B)Fluído uterino de Grau III (adaptado de McKinnon & McCue
2011).

4.3.1. Lavagem uterina e o uso de ecbólicos

A chave para um tratamento eficaz é a identificação precoce de éguas afetadas e a


promoção do retorno de um ambiente uterino normal, com a evacuação de fluídos e produtos
inflamatórios (Troedsson et al. 1995). Éguas com história de retenção de fluidos uterinos,
éguas com acumulação de fluidos uterinos antes da inseminação e éguas suscetíveis a

29
endometrite persistente pós-cobrição/IA, devem ser examinadas ecograficamente 4 a 6 horas
após a inseminação, e deve ser realizada uma lavagem uterina caso exista fluído presente.
Éguas tratadas 4-6 após a inseminação tem taxas de gestação superiores a éguas que
apenas são tratadas 24 horas depois. A lavagem uterina é realizada com 2 a 3 litros de
solução salina ou LR, ou até que o efluente aparente estar limpo. A égua ser deve examinada
no dia seguinte e a lavagem deve ser repetida conforme necessário no máximo até 3 dias
após a ovulação (Madill 2011)
A utilização de ecbólicos também promove a rápida evacuação do fluído acumulado.
A ocitocina é a droga de eleição para o tratamento da endometrite persistente pós-cobrição/IA
e é geralmente administrada na dose de 20UI, por via IM ou IV. A desvantagem da ocitocina
é a sua curta duração de ação, o que se traduz num maior número de administrações (1 a
cada 4 horas) em éguas mais afetadas. A prostaglandina têm uma ação mais prolongada
(cerca de 5 horas) e é a hormona com efeito ecbólico alternativo. As doses estão
compreendidas entre 250 a 500 µg, e podem ser administradas pela via IM ou subcutânea
(SC) em intervalos de 12 a 24 horas. O seu uso após a ovulação pode diminuir os níveis de
progesterona e provocar a luteólise, e por esse motivo recomenda-se o seu uso apenas antes
da ovulação (LeBlanc 1997).

4.3.2. Antibióticos e Antifúngicos

A decisão da utilização de antibióticos (AB) para o tratamento de um problema


reprodutivo é influenciada por vários fatores como a duração da patologia ou infertilidade,
tratamentos prévios, história prévia e pressão do proprietário para a égua ficar gestante. O
ponto-chave para tratar a endometrite é a identificação da bactéria ou fungo causador da
infeção. A escolha do AB a utilizar deve ser baseada na cultura bacteriana e padrões de
sensibilidade, quando é possível realizar estes procedimentos; ou no organismo mais provável
de ser o causador da infeção, quando o proprietário se recusa a realizar estes exames
complementares. As bactérias mais frequentemente isoladas no trato reprodutivo das éguas
são: Streptococcus equi (Gram positivo), Escherichia coli (E. coli) (Gram negativo), Klebsiella
pneumonia (Gram negativo) e Staphylococcus aureus (Gram positivo), sendo as duas
primeiras as mais frequentes. Os fungos mais isolados são a Candida spp e Aspergillus spp
(Dascanio 2011).
Os antibióticos podem ser administrados antes ou após a cobrição/IA. Antes da
cobrição/IA devem ser administrados em éguas problema, éguas inseminadas repetidamente,
éguas que apresentam fluído uterino antes da inseminação, éguas com um edema uterino

30
excessivo e éguas suspeitas de terem uma infeção (enquanto aguardam resultados de cultura
e/ou citologia). Após a cobrição/IA devem ser administrados antibióticos a éguas com história
de infertilidade, éguas com fluido uterino, éguas suscetíveis a endometrite persistente pós-
cobrição/IA, éguas com história de aborto, ou como tratamento de rotina utilizando apenas
uma dose de AB, em caso de cobrição natural (Dascanio 2011). A duração do tratamento
varia conforme a gravidade das infeções sendo que em infeções leves, a administração do
AB escolhido deve ser de 3 dias; infeções moderadas, 5 dias; e infeções graves, 7 dias. A
avaliação da gravidade das infeções no entanto pode ser subjetiva (Dascanio 2011). Após a
ovulação, as éguas não devem ser tratadas por mais de 2 dias, para que não existam efeitos
negativos no CL devido à Pgf2α libertada em resposta à irritação endometrial provocada pelo
AB, e como o cérvix estará fechado por esta altura, haverá dificuldade na expulsão de fluídos.
A administração de AB também não deve ocorrer imediatamente antes ou após a inseminação
pois têm um efeito deletério nos espermatozoides (Blanchard et al. 2011). Em relação aos
fungos, além dos antifúngicos (AF), a lavagem uterina com uma solução iodada ou vinagre
diluído também é eficaz no tratamento das infeções fúngicas. O tempo de administração de
AF deverá ser sempre de 7 dias (Dascanio 2011). As dosagens dos AB’s e AF’s intrauterinos
mais frequentes podem ser vistas no quadro 2 e quadro 3.
Quadro 2 – Dosagens e considerações sobre os antibióticos de utilização mais frequente em terapia
de endometrite (adaptado de Dascanio 2011).

AB Dosagem Comentários Suscetibilidade


Bacteriana
Amikacina 1 a 2 gr Diluir com a mesma quantidade de Gram Negativo
bicarbonato de sódio a 8,7%
Ampicilina 1 a 3 gr Diluir em produto solúvel pois é Gram Positivo e E. coli
irritante quando concentrado
Ceftiofur 1 gr Gram Positivo e Gram
Negativo
Cloramfenicol 2 a 3gr Pode ser irritante Gram Positivo e Gram
Negativo
Gentamicina 1 a 3 gr Ácido: necessário diluir com a Gram Negativo
mesma quantidade de bicarbonato
de sódio a 8,7%
Neomicina 2 a 4 gr Gram Negativo
Penicilina 5 milhões Gram Positivo
de UI
Amoxicilina + Ácido 3 a 6 gr Diluir em 150 – 200 ml de solução Gram Positivo,
clavulânico salina Pseudomonas spp

31
Quadro 3 – Dosagens e considerações sobre os antifúngicos de utilização mais frequente em terapia
de endometrite (adaptado de Dascanio 2011).

AF Dosagens Considerações
Amfotericina 100 a 200 mg Diluir em 100 ml de solução salina; misturar bem
B
Clotrimazole 400 a 700 mg Comprimidos são geralmente esmagados e misturadas com
solução salina
Fluconazole 100 mg Pode ser necessário ajustar o pH para evitar um ambiente ácido
Miconazole 500 a 700 mg

4.3.3. Terapias Alternativas

Quando a terapia convencional (AB’s e AF’s) para resolver a endometrite crónica não
é eficaz, pode-se recorrer ao uso de terapias alternativas. Esta ineficácia pode ser devido a
vários fatores como a falha na correção dos defeitos anatómicos e a presença anormal de
mucos ou biofilme no útero (Lyle 2012). Os biofilmes bacterianos contêm populações
complexas de várias espécies bacterianas dentro de uma matriz de glicocálice que lhes
confere resistência aos AB’s. Mas alguns agentes mucoativos, como o dimetilsulfóxido
(DMSO) e a N-acetilcisteína (NAC), promovem a quebra das ligações presentes no exsudado
mucoso observado na endometrite crónica (Causey et al. 2000).
Os agentes quelantes, como o Tris-EDTA, potenciam os efeitos dos AB’s e AF’s,
alterando a integridade da parede celular, podendo ser utilizados contra bactérias resistentes,
especialmente aquelas que produzem um biofilme, como é o caso da E. coli e algumas
espécies de fungos (Lyle 2012). O uso de peróxido de hidrogénio (H2O2) diluído pode ser
eficaz contra infeções recorrentes provocadas por bactérias anaeróbias. A utilização de
vinagre branco destilado ou uma solução iodada no útero é eficaz contra infeções fúngicas. A
indicação, preparação e protocolo dos agentes mencionados encontra-se no quadro 4.
Contudo, uma terapia focada apenas na depuração física do útero pode estar
associada a falhas de tratamento, o que estimulou o interesse na modulação da resposta
inflamatória. A administração de glucocorticoides como a prednisolona ou a dexametasona
diminuem a inflamação (Margo et al. 2013). Foi observada uma melhoria significativa na taxa
de gestação, quando se administrou acetato de prednisolona (0,1mg/kg, q 12h), ao mesmo
tempo que se administra o hCG e até que se verifique a ovulação, em éguas com história de
endometrite persistente pós-cobrição/IA. Também são observadas melhorias quando se
administram 50mg de dexametasona IV, ao mesmo tempo da administração do hCG e logo

32
após a inseminação. Os glucocorticoides devem ser utilizados depois de excluída a hipótese
de a égua ter uma infeção. Ou, no caso de existir uma infeção, administrar juntamente com
AB’s. (Madill 2011).

Quadro 4 - Indicação, preparação e protocolo de terapias alternativas para endometrite uterina


(adaptado de Lyle 2012).

Agente Indicações Preparação Uso


NAC Inseminações 30 ml de NAC a 20% 24-36 h antes da inseminação;
repetidas; muco em 150 ml de solução após inseminação: lavagem +
anormal. salina. ecbólicos.
DMSO Endometrite crónica; Solução a 30%; 33 ml Colocar diariamente no útero
muco anormal (DMSO a 90%) + 64 ml até 5 dias durante o estro.
de solução salina
Tris-EDTA? Endometrite crónica 20 mg em 3,78 L de Após lavagem com LR, colocar
(Gram negativos), água estéril; 250 a 1000 ml no útero;
fúngica e em caso de Armazenar em local Realizar lavagem nos dias
resistência aos AB’s. escuro à temperatura seguintes.
ambiente.
H2O2 Endometrite crónica 20 ml de H2O2 a 3% Colocação no útero; só pode
em 60 ml de LR. ser utilizado durante o estro.
Vinagre Endometrite fúngica 10 ml de vinagre + 450 Colocar 500 ml no útero e
solução salina deixar por 5 minutos; Lavagem
com 1 a 2 L de solução salina;
Tratamento pode ser repetido
no mesmo estro
Iodopovidona Endometrite Crónica 1 a 5 ml de solução a Usar como solução de
10% de Iodo-povidona lavagem (1 L); Continuar a
em 1000 ml de solução lavagem com LR até que o
salina. líquido recolhido seja límpido.

4.4. O uso de técnicas reprodutivas assistidas

Quando se está a lidar com uma égua infértil, as técnicas reprodutivas assistidas
podem parecer financeiramente ineficazes. Mas a longo prazo podem revelar-se a terapia
alternativa que permite economizar mais dinheiro, desde que as associações de criadores
autorizem o seu uso. A abordagem de baixo custo numa égua com história de infertilidade

33
pode significar múltiplas beneficiações sem nenhum resultado. As técnicas de reprodução
assistida englobam a transferência de embriões (TE), transferência de oócitos, injeção
intracitoplasmática de espermatozoides, entre outras (Hinrichs & Choi 2005). Apenas a
primeira será aqui abordada.
A TE está indicada quando se pretendem obter poldros de éguas que estão em
competição; obter vários poldros da mesma égua no mesmo ano; obter poldros de éguas com
má saúde reprodutiva e obter poldros de éguas com problemas não relacionados com o trato
reprodutivo mas que as impedem de levar uma gestação a termo (Squires et al. 1985). A TE
é útil em éguas mais velhas, preferencialmente com uma história recente de boa fertilidade e
naquelas onde ocorre fecundação mas não conseguem manter a gestação. Éguas com
folículos anovulatórios; casos documentados ou suspeita de bloqueio ovidutal ou salpingite;
adesões uterinas ou em redor dos ovários e ovidutos; endometrite crónica ou piómetra;
grandes defeitos da cérvix; ou éguas com endometrite pós-cobrição/IA não responsiva a AB’s,
são fracas candidatas à TE (Hinrichs & Choi 2005; Coutinho da Silva 2008).
A maioria das éguas encaminhadas para um programa de TE são éguas velhas, com
história de infertilidade e incapazes de produzir um poldro, quer seja por cobrição natural ou
IA (Squires et al. 2003). A repetida falha na recolha de embriões em éguas inseminadas com
sémen de boa qualidade indica a necessidade de outra abordagem. Para que uma TE seja
bem-sucedida, o trato reprodutivo da égua dadora deve cumprir os seguintes requisitos:
 Ovários: produção de um folículo que resulta na ovulação de um oócito viável;
 Oviduto: transporte de gâmetas, suporte da fecundação e transporte do embrião para
o útero;
 Útero: promoção de um ambiente adequado que mantenha a sobrevivência do
embrião até que este seja coletado;
 Cérvix: capacidade de funcionar corretamente durante o estro e no início da gestação.
Em éguas velhas, está descrito uma taxa de sucesso de recolha de embriões de 30%,
em contraste com 60-70% da taxa de recolha em éguas mais jovens (Aguilar & Woods 1997).
Os embriões recolhidos de éguas mais velhas demonstram um atraso no desenvolvimento e
são mais pequenos comparados com os embriões recolhidos no mesmo dia de éguas mais
novas. Há também um atraso no transporte do embrião do oviduto para o útero. Por esta
razão, é aconselhado que a recolha de embrião seja agendada para o dia 9 após inseminação,
e não no dia 8, de modo a maximizar as taxas de recolha (Squires et al. 1999; Meadows et al.
2000).
Segundo Vogelsand e Vogelsand (1989), os embriões recolhidos de éguas mais
velhas (18-28 anos) resultam numa taxa de gestação de 56%, enquanto nas éguas novas (2-
8 anos) a taxa de gestação é de 70%. O que significa que numa égua dadora nova, a taxa de

34
recuperação de embriões sendo 70% e a taxa de gestação após a transferência para a
recetora sendo 70%, existe cerca de 50% de hipóteses de estabelecer uma gestação num
ciclo. Contudo, sendo 30% a taxa de recuperação de embriões em éguas mais velhas, e 56%
a taxa de gestação após transferência para a recetora, existe apenas 16,5% de hipóteses de
estabelecer uma gestação num ciclo. As gestações derivadas de embriões de éguas velhas
tem uma incidência de 9% de morte embrionária aos 50-60 dias de gestação (Squires et al.
1982). A morte embrionária deve-se a defeitos intrínsecos do embrião, que se encontra
atrasado no desenvolvimento quando é recolhido (Carnevale et al. 2000).
A decisão de referenciar uma égua para ET é uma tarefa multifatorial que depende de
várias variáveis, incluindo a causa de subfertilidade do animal, o valor do animal e a vontade
do proprietário em investir. Cabe ao médico veterinário alertar o proprietário sobre os riscos e
taxas de sucesso da ET, de modo a evitar a frustração do cliente e o descrédito na técnica
utilizada (Coutinho da Silva 2008).

35
III. OBJECTIVOS DO ESTUDO

O objetivo geral deste trabalho foi o de efetuar um estudo retrospectivo, onde foram
comparados alguns dos diferentes parâmetros relacionados com a fertilidade em éguas
jovens e éguas velhas. Para tal, foi dividido em três componentes principais:

 Acompanhamento reprodutivo das éguas na componente prática do estágio;

 Pesquisa bibliográfica aprofundada do tema;

 Estudo retrospetivo dos casos observados na Pôle Reproduction – Haras de la Gesse


(PR-HDLG), em Boulogne-sur-Gesse, Toulouse, França.

Pretendeu-se assim aprofundar os conhecimentos na área e, na medida das limitações do


tempo disponível e da amostra possível, contribuir para o conhecimento da problemática, e
soluções, no maneio reprodutivo de éguas geriátricas.

37
IV. MATERIAL E MÉTODOS

1. Amostra
1.1. Critérios de Inclusão
Este trabalho consistiu num estudo retrospetivo, baseado nos registos clínicos de 14
das éguas presentes à reprodução no PR-HDLG, situado em Boulogne-sur-Gesse, Toulouse,
França, de Fevereiro de 2014 a Julho de 2016, de um total de 43 éguas observadas. De entre
os animais com acompanhamento prolongado, foram selecionados os 7 animais mais jovens
e os 7 animais mais velhos. As fichas clínicas foram revistas para identificar os animais que
se encontram dentro de intervalos de idade específicas. Os animais admitidos no PR-HDLG,
seriam na sua maioria propriedade do HDLG, mas também eram admitidos animais de
clientes. Os dados clínicos, gentilmente cedidos pelo HGLG, foram recolhidos e registados
sob supervisão da médica veterinária responsável pelo PR-HDLG e analisados
retrospetivamente.

1.2. Caracterização da Amostra


Dos 14 equinos que compunham a amostra deste estudo, 8 eram da raça PSL
(57,14%), 3 eram da raça PSI (21,43%), e os restantes 3 animais eram da raça PSA (7,14%),
Oldenburg (7,14%) e AA (7,14%). Estes animais foram divididos em dois grupos, sendo cada
grupo constituído por 7 éguas. O Grupo 1 era constituído por éguas jovens, com idades
compreendidas entre os 3 e os 9 anos, sendo que 4 éguas eram da raça PSL, 2 da raça PSI
e uma da raça Oldenburg. O Grupo 2 era constituído por éguas velhas, com idades
compreendidas entre os 17 e os 27 anos, sendo que 4 éguas eram da raça PSL, e as restantes
3 pertenciam às raças PSA, PSI e AA. Exceto uma égua do Grupo 2, que pertencia a um
cliente, todos os animais utilizados neste estudo eram propriedade do HDLG.
Como anteriormente referido, os registos foram recolhidas ao longo de 3 anos, de 2014
a 2016 mas nem todos os animais foram acompanhados na totalidade dos 3 anos do estudo.
No total foram recolhidos 923 registos; 287 em éguas do Grupo 1 e 636 em éguas do Grupo
2. A idade média dos animais no momento da recolha dos registos era de 13,2 ± 7,5 (3 – 27)
anos. No grupo 1 a idade média era de 5,5 ± 1,6 (3 – 9) anos, e no grupo 2 de 19,5 ± 3,19 (16
– 27) anos. Para efeitos do presente trabalho não foram selecionados animais dentro do
intervalo de idades dos 9 aos 15 anos.

39
2. Dados Epidemiológicos

 Condição Corporal
A condição corporal (CC) foi medida na escala de 1 a 5, sendo que 3 em 5 foi
considerado o ideal para uma égua prestes a entrar na época reprodutiva. Uma CC de 2,5 era
considerada aceitável. A CC estava descrita nos 14 animais e variou de 2 a 3,5.
No Grupo 1, a CC variou entre 2,5 e 3, sendo todas as éguas consideradas com uma
CC saudável. No Grupo 2, a CC variou entre 2 e 3,5. A égua mais velha do grupo (27 anos),
que estava diagnosticada com Obstrução Recorrente das Vias Aéreas Inferiores (RAO),
apresentava dificuldades em melhorar a CC. As 3 outras PSL incluídas neste grupo
apresentavam uma CC de 3,5. As restantes 3 éguas apresentavam uma CC que variava entre
2,5 a 3.

3. Maneio do Efectivo

 Água
A todos os animais da amostra era fornecida água ad libitum.

 Alimentação
A informação relativa à constituição da dieta estava disponível para 13 animais. O 14º
animal pertencia a um cliente e não se tinha conhecimento completo do seu regime alimentar,
No entanto, durante a sua permanência nas instalações do PR-HDLG, teve acesso ao mesmo
regime alimentar que as éguas do HDLG.
Todas as éguas encontravam-se num sistema rotativo de pastagens, sendo apenas
estabuladas por um curto período de tempo, a cada ciclo éstrico, de modo a facilitar o
acompanhamento do seu período de estro. Quando estabuladas era fornecido feno 3x ao dia.
Relativamente ao fornecimento de alimento concentrado, este era condicionado conforme a
raça e estádio em que a égua se encontrava no momento:
 PSL – apenas recebiam alimento em forma de concentrado antes do início da época
reprodutiva sobre a forma de flushing (incremento). Durante o resto do ano
normalmente não recebiam alimento concentrado pois eram muito eficientes em
manter a sua CC e eram muito propensas ao aumento de peso;
 Oldenburgs – recebiam alimento concentrado antes do início da época reprodutiva
sobre a forma de flushing, que continuava durante a época reprodutiva. No final da
época reprodutiva deixavam de receber alimento concentrado, mas no início do

40
Inverno voltavam a receber alimento concentrado, pois pertenciam a uma raça que
perde CC rapidamente;
 PSI e AA – recebiam alimento concentrado durante tudo o ano, incluindo o flushing
antes do início da época reprodutiva;
 Éguas recetoras de embriões – recebiam o flushing antes da época reprodutiva e
normalmente continuavam a receber alimento concentrado até ao final da mesma;
 Éguas afilhadas - recebiam alimento concentrado no último terço da gestação e até
que o poldro tenha 3 meses, com incidência no último mês de gestação e nos 2
primeiros meses após o parto que é quando os poldros mamam mais frequentemente.
Quando a pastagem começava a perder qualidade era adicionado o feno no regime
alimentar. Sempre que a CC das éguas se reduzia para um nível abaixo do recomendado, era
adicionada luzerna à sua alimentação. A introdução da luzerna era feita apenas por períodos
breves, pois devido ao seu alto teor de proteína e uma razão de cálcio e fósforo muito
desequilibrada, poderia provocar laminites. O concentrado também era adicionado no regime
alimentar sempre que se verificava perda de CC e até que os valores normais estivessem
restabelecidos.

 Aptidão
As éguas admitidas no estudo tinham como finalidade serem dadoras de embriões
e/ou ficarem gestantes.

4. Metodologia de Análise

 Revisão dos registos médicos


As informações obtidas dos registos clínicos dos casos incluídos neste estudo
consistiram nos dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, dos exames complementares
de diagnóstico e tratamento dos casos observados. Os dados epidemiológicos recolhidos
abrangeram, a espécie, raça, a faixa etária, género e estado sexual, condição corporal, tipo
de alimentação e fornecimento de água. O tratamento incluiu o tipo e número de tratamentos,
tais como: administração de hormonas, administração de AB’s intrauterinos, lavagens uterinas
e colocação de implantes hormonais.
As decisões do tratamento foram a critério da médica veterinária responsável e
incluíram a consideração do valor relativo do animal, utilização pretendida, compromisso
financeiro do proprietário e preferência da Médica Veterinária.

41
5. Análise estatística

Para a organização e tratamento dos dados recorreu-se ao programa Excel do


Microsoft Office 2013 para o Windows 10 (Microsoft Corporation, USA). A análise estatística
dos dados foi efetuada com o programa informático IBM SPSS Statitics 20 (IBM, USA).
As associações entre todas as variáveis foram calculadas por análise univariável de
variância, com teste post-hoc de Bonferroni. A associação entre os parâmetros estudados era
considerada estatisticamente significativa quando p < 0,05.

6. Parâmetros registados

Recorrendo ao uso da palpação e ultrassonografia, e interpretando as ecografias


transretais nas éguas, foram registados os seguintes dados:
 Desenvolvimento folicular (onde era registada a presença ou ausência de folículos em
desenvolvimento, o seu tamanho e forma);
 Presença/ausência de CL
 Presença/ausência de edema uterino e grau de edema uterino (I a IV);
 Presença/ausência de liquido uterino e qual a sua quantidade (0 a 4) e ecogenicidade
(anecogénico, hipoecogénico ou hiperecogénico);
 Relaxamento da cérvix (F – fechada, 1 – largura de um dedo, 2 – largura de dois dedos,
3 – largura de 3 dedos, muito relaxada);
 Diagnóstico de Gestação (positivo ou negativo) aos dias 12 ou 14, 16, 28 e 45 dias
após a ovulação.
O aparelho ultrassonográfico utilizado neste estudo era um Aloka Prosound®.

Após a ecografia e interpretação dos dados fornecidos pela mesma, sempre que fosse
necessário, eram realizados os seguintes procedimentos que também fizeram parte do
estudo:

 IA com sémen fresco, refrigerado ou congelado;


 Monta Natural;
 Lavagem uterina com recurso a LR;
 Administração de antibióticos intrauterinos e qual o princípio ativo utilizado;
 Administração de antifúngicos intrauterinos e qual o princípio ativo utilizado;
 Tratamentos hormonais (Pgf2α, hCG, Deslorelina, Ocitocina);

42
 Recolha de embrião (positiva ou negativa);
 Implantação de embrião (positiva ou negativa).

7. Limitações do Estudo

Tal como qualquer estudo retrospetivo, a recolha de dados e a qualidade dos mesmos
está dependente do tipo de registos médicos que estavam disponíveis, podendo haver
enviesamento dos mesmos. O registo físico dos dados foi efetuado durante a observação
clínica das éguas da propriedade do HDLG, assim como éguas de clientes, quando estes o
permitiam. A amostra tinha um tamanho reduzido, dependente do número de éguas
disponíveis.

43
V. RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Número de amostras égua/ano (exames reprodutivos)

No ano de 2014 foram revistos 63 registos de 2 éguas do Grupo 1 (novas) e 222


registos de 5 éguas do Grupo 2 (velhas). No ano de 2015 foram revistos 75 registos de 5
éguas do Grupo 1, e 217 registos de 5 éguas do Grupo 2. No ano de 2016 foram revistos 149
registos das 7 éguas do Grupo 1, e 197 registos das 7 éguas do Grupo 2. Ao longo dos 3
anos, foram revistos um total de 287 registos de éguas do Grupo 1 e 636 registos de éguas
do Grupo 2, perfazendo um total de 923 registos (Tabela 1). A diferença do número de registos
entre os dois grupos deve-se ao facto de as éguas mais velhas (Grupo 2) necessitaram de
um maneio mais intensivo para atingirem resultados satisfatórios.

Tabela 1: Resumo da revisão de registos por égua/ano.

Égua Ano Total


2014 2015 2016
A (nova) 0 20 34 54
B (nova) 0 12 14 26
C (nova) 0 0 28 28
D (nova) 38 27 36 101
E (velha) 0 16 16 32
F (nova) 0 7 9 16
G (velha) 91 31 26 148
H (velha) 0 0 11 11
I (velha) 14 0 15 29
J (velha) 39 44 45 128
K (velha) 63 81 47 191
L (velha) 15 44 37 96
M (nova) 24 0 17 41
N (nova) 0 10 12 22
Total 284 292 347 923

45
2. Momento da primeira ovulação do ano

A primeira ovulação do ano ocorreu entre o início de Abril e o fim de Maio em todas as
éguas presentes no estudo, e em todos os anos de observação (Tabela 2). Em média, as
éguas velhas ovularam sempre mais cedo que as éguas novas, embora com uma diferença
de poucos dias. No geral, tanto as éguas novas como as velhas tiveram a sua primeira
ovulação aproximadamente na mesma altura do ano.

Tabela 2: Momento da primeira ovulação por grupo de éguas/ano.

Data da 1º Ovulação

Grupo Ano Total

2014 2015 2016

Novas 31/05/2014 (n=2) 16/04/2015 (n=5) 10/04/2016 (n=7) 10/04 (n=14)


Velhas 15/04/2014 (n=5) 11/04/2015 (n=5) 09/04/2016 (n=7) 12/04 (n=17)

Total 24/04/2014 (n=7) 14/04/2015 (n=10) 09/04/2016 (n=14) 15/04 (n=31)

As éguas mais velhas tem uma tendência a entrar duas semanas mais tarde na época
reprodutiva (Vanderwall e Woods, 1990; e Wesson e Ginther, 1981). Essa tendência não se
verificou neste estudo, não havendo diferenças significativas. No presente estudo, ao
contrário do anteriormente descrito, o grupo de éguas mais velhas teve a sua primeira
ovulação antes do grupo das éguas mais jovens, nos 3 anos do estudo. É importante referir
que no ano de 2015, duas éguas do grupo 2 tinham sido previamente sujeitas a um tratamento
de luz para que retornassem à ciclicidade mais cedo nessa época reprodutiva. No entanto, as
éguas em causa tiveram a sua 1º ovulação sensivelmente ao mesmo tempo que as restantes
5 éguas do grupo 2.
A atividade ovárica pode cessar em algumas éguas mais velhas, enquanto outras
continuam a ciclar mesmo tendo mais de 20 anos de idade (Vanderwall e Woods, 1990);
Wesson e Ginther,1981). Também segundo um estudo realizado por Carnevale et al. (1994),
apenas 50% das éguas com mais de 20 anos apresentavam ciclos regulares durante a época
reprodutiva, e 19% não ovulam. Neste estudo, todas as éguas do Grupo 2 ciclavam
normalmente, incluindo as éguas com mais de 20 anos de idade, o que contraria os autores
citados anteriormente.
Contudo, no que concerne os resultados do ano de 2014 do Grupo 1 estes não
estavam completos, visto que as éguas já se encontravam a ciclar normalmente, mas não

46
eram realizados os exames reprodutivos na altura expectável do início da época reprodutiva.
Tal deveu-se ao facto de o sémen do garanhão selecionado para ser cruzado com as éguas
em questão não se encontrar disponível no início da época reprodutiva. No ano de 2015 uma
das éguas do Grupo 1 esteve gestante e pariu em Junho, o que pode ter alterado a média da
primeira ovulação do ano.
Uma das razões pelas quais as éguas mais velhas estavam a ovular mais cedo que
as novas, e mostrando ciclicidade mesmo após os 20 de idade, pode ser explicado pelo
grande cuidado com a manutenção da CC destas éguas. De acordo com Niekerk e Heerden
(1972), e Ginther (1974), existe uma correlação positiva entre a CC, a ciclicidade e velocidade
de transição do anestro de inverno para o arranque da primeira ovulação. Como as éguas
mais velhas normalmente tem uma maior dificuldade em manter um peso adequado, a
alimentação é adaptada às suas necessidades.

3. Ovulação

Durante o estudo foram registadas 115 ovulações no total. No Grupo 1 foram


registadas 38 ovulações, sendo que duas (5,7%) foram ovulações duplas (1 lateral e 1 no
mesmo ovário) e 36 (94,7%) foram ovulações simples. As ovulações duplas no Grupo 1 eram
provenientes da égua M de 6 anos de idade, e ocorreram na mesma época reprodutiva. No
Grupo 2 foram registadas 77 ovulações, sendo que 14 (18,2%) foram ovulações duplas e 63
(81,8%) foram simples. Das 14 ovulações duplas, 5 foram provenientes da égua G, de 27
anos de idade, e todas foram laterais; 5 pertencem à égua J, de 20 anos de idade, sendo que
3 foram laterais e 2 no mesmo ovário. As restantes 4 pertencem à égua K, de 20 anos de
idade, sendo que 2 foram laterais e 2 no mesmo ovário (Figura 7). Os casos de ovulação
dupla no Grupo 2 não ocorreram no mesmo ano reprodutivo. Apesar da tendência a uma
maior observação de ovulações duplas em éguas velhas, esta não foi estatisticamente
significativa (p=0,061), provavelmente devido ao reduzido número da amostra.
Está descrita uma associação entre a idade e o aumento da incidência de ovulações
múltiplas (Sanderson e Allen, 1987; Morel e O’Sullivan, 2001). Também Morel et al. (2005),
realizaram um estudo que refere que idade das éguas afeta significativamente a frequência
de ovulações múltiplas, sendo que a incidência é menor quando as éguas tem uma idade
entre 2 a 4 anos (20,7%) e é maior dos 17 aos 19 anos (35,6%). No presente estudo a
incidência foi apenas de 5,3% nas éguas mais jovens, e 18,2% nas éguas mais velhas. Apesar
de os valores serem inferiores aos descritos e de não serem estatisticamente significativos,

47
existe uma grande diferença na taxa de ovulações nos 2 grupos do estudo, com mais do triplo
de taxa de ovulações duplas nas éguas velhas.
No entanto, sabe-se que a manipulação farmacológica do ciclo éstrico, recorrendo à
utilização de Pgf2α e hCG, também aumenta a incidência de ovulações duplas (Veronesi et al.
2003). A administração de Pgf2α durante a fase lútea pode interferir com o mecanismo de
seleção de folículos e dominância folicular, levando à presença de dois folículos sensíveis à
ação do hCG na altura da indução da ovulação (Jochle et al. 1987; Veronesi et al. 2003).
Neste estudo, todas as éguas eram manipuladas farmacologicamente e existiu um
aumento da incidência das ovulações duplas. Embora não sendo estatisticamente
significativo, concluiu-se que há uma tendência de aumento das ovulações duplas,
principalmente em éguas mais velhas, quando estas são manipuladas farmacologicamente.

Tipo de Ovulação Tipo de Ovulação


Grupo 1 Grupo 2

5,30%
(n = 2) 18,20%
(n = 14)

81,80%
94,70% (n = 63)
(n = 36)

Simples Dupla Simples Dupla

Figura 7: Tipo de ovulação observada no Grupo 1 e no Grupo 2.

4. Duração do ciclo éstrico

No presente trabalho não faria sentido realizar o cálculo da média da duração


fisiológica do ciclo éstrico, pois todas as éguas incluídas eram manipuladas
farmacologicamente, recorrendo ao uso de Pgf2α de forma a sincronizar os cios e ovulações.
No entanto, podemos comparar a resposta à Pgf2α nos dois grupos de éguas. Em média, o
intervalo interovulatório nas éguas do Grupo 1 (jovens), foi de 16,8 dias (n = 24), e nas éguas
do Grupo 2 (velhas) foi de 21,4 dias (n = 60). No geral, a média do intervalo interovulatório foi

48
de 20,1 ± 15,1 (13 – 135 dias) com n = 84 intervalos testados. A diferença do intervalo
interovulatório entre as éguas jovens e velhas não foi significativa (p = 0,206) (Tabela 3).

Tabela 3: Comparação do intervalo interovulatório entre éguas novas e velhas.

GRUPO Média Desvio Padrão N


Novas 16,8 3,06 24
Velhas 21,4 17,6 60
Total 20,1 15,1 84

O ciclo éstrico é geralmente mais prolongado nas éguas mais velhas, podendo existir
um aumento de 4,3 dias em relação às éguas mais novas, devido à maior duração da fase
folicular que se verifica nas éguas mais velhas (Vanderwall et al. 1989; Carnevale et al. 1993).
Neste estudo, a diferença do intervalo interovulatório entre as éguas jovens e velhas foi de
4,6 dias, o que vai de acordo ao descrito pelos autores citados anteriormente. No entanto, o
desvio padrão era muito grande, tornando esta diferença não significativa.
Uma justificação para o acentuado desvio padrão observado em ambos os grupos
poderá ser o facto de se ter agrupado éguas destinadas a TE ou a gestação a termo. O
encurtamento do ciclo éstrico verifica-se principalmente em éguas que se encontram num
regime de TE, devido ao uso de fármacos para sincronização de cios e indução da ovulação.
Éguas que se destinavam a ficarem gestantes, fizeram ciclos normais. Existe também a
questão do uso do hCG para indução da ovulação, e consequentemente, manipulação do
ciclo éstrico. Apesar de o hCG apenas ter um impacto mínimo de 1 a 2 dias na redução da
duração do ciclo éstrico, o mesmo não ocorre quando é administrada Pgf2α, pois esta pode
reduzir até 5 dias a duração do ciclo éstrico normal. Ou seja, quando estes dois fármacos são
utilizados em conjunto, a duração do ciclo éstrico pode ser encurtado entre 5 a 7 dias.

5. Incidência de falha na ovulação (novas vs. velhas) durante a época reprodutiva

Como já foi referido anteriormente, durante o estudo foram registadas um total de 115
ovulações. No grupo 1 foram registadas 38 ovulações, e no grupo 2 foram registadas 77
ovulações. Em toda a duração do estudo, nenhuma das éguas do grupo 1 apresentou folículos
anovulatórios e apenas 2 éguas do grupo 2 apresentaram episódios de folículos anovulatórios.
A égua G, de 27 anos de idade, apresentou 2 episódios de folículos anovulatórios, que se
mantiveram 76 e 135 dias, nos anos de 2015 e 2016, respetivamente. A égua K, de 20 anos

49
de idade, apresentou um episódio no ano de 2015, que teve a duração de 34 dias. A incidência
foi de 0% no grupo 1, e 3,9% no grupo 2.
A incidência da falha da ovulação em éguas com idades entre os 6 e os 10 anos é de
4,4%, e em éguas com mais de 16 anos é de 13,1%, ou seja, a incidência dos folículos
anovulatórios aumenta com a idade (Carnevale & Griffin 1993, McCue & Squires 2002). O
intervalo interovulatório das éguas afetadas é de 38,5 dias, e 43,5% das éguas que
apresentam um folículo anovulatório voltam a incidir na mesma época reprodutiva. Neste
estudo, a incidência foi de 3,9%, uma percentagem abaixo dos 13,1% indicados por McCue e
Squires (2002). Depois de resolvido o problema, as éguas não voltaram a reincidir no mesmo
ano. As percentagens abaixo das indicadas por McCue e Squires (2002) podem ser
explicadas por baixo número de éguas que foram utilizadas no estudo. Como apenas foram
registados folículos anovulatórios no grupo 2 (éguas mais velhas), os resultados deste estudo
vão de encontro ao constatado por Carnevale e Griffin (1993), que referem que a incidência
de folículos anovulatórios aumenta com a idade.
De referir que a égua G, de 27 anos, por ter uma idade bastante considerável, pode
ter deixado de ciclar normalmente, fazendo intervalos interovulatórios muito longos sem
qualquer relação à presença de um folículo anovulatório.

6. Incidência da Morte Embrionária Precoce

No Grupo 1 foram registadas 7 gestações que ultrapassaram os 40 dias e 7 embriões


recolhidos, que foram implantados nas recetoras e que também ultrapassaram os 40 dias de
vida. A incidência da MEP no grupo 1 foi de 0%. No Grupo 2 foram registadas 5 gestações,
mas uma das éguas apresentou um quadro de MEP aos 20 dias de gestação. Neste grupo
também foram recolhidos 18 embriões que foram implantados nas recetoras, mas 3 desses
embriões foram reabsorvidos. A incidência da MEP no grupo 2 foi assim de 20% para éguas
gestantes que perderam a gestação, e 16,6% em embriões implantados nas recetoras (Tabela
4). A incidência da MEP do Grupo 2 foi de 17,4% no total.

Tabela 4: Incidência da Morte Embrionária Precoce nos dois grupos de éguas.


MEP Dadoras Novas Dadoras Velhas
Dadoras 0% (n=7) 20% (n=5)
Recetoras 0% (n=7) 16,7% (n=18)
Total 0% (n=14) 17,4% (n=23)

50
A incidência geral descrita da MEP é de 5-15%, no entanto, em éguas com mais de
18 anos de idade, esta incidência aumenta para 20-30% ou mais (McDowell et al. 1992), o
que vai de acordo com os resultados obtidos. Neste estudo, o Grupo 2 (velhas) teve 17,4%
(4/23) de MEP enquanto o Grupo 1 (novas) não teve qualquer MEP (n=7). No entanto, esta
diferença não é significativa (p = 0,251), provavelmente devido ao tamanho reduzido da
amostra.
Nas éguas gestantes há o fator da qualidade do embrião e do útero da mãe. Quando
a isto se adicionam as variáveis decorrentes da TE, por um lado existe o risco da manipulação
do embrião (que provavelmente leva a que morra antes de sequer ser visto na ecografia) e
por outro a intenção é coloca-lo num útero que, no caso das éguas velhas, seja mais propício
ao bom desenvolvimento do embrião – ausência de endometrite e quistos.

7. Incidência de edema e de acumulação anormal de líquido uterino (novas e


velhas)

Grupo 1 Grupo 2
Com líquido IU 25,8% (n = 74) 46,1% (n = 293)
Sem líquido IU 74,2% (n = 213) 53,9% (n = 343)
Total Registos 287 636

Num total de 923 registos, foi detetado líquido IU em 367 (39,8%). No Grupo 1 (jovens)
foi detetado líquido IU em 25,8% dos registos (74/287), e no Grupo 2 (velhas) foi detetado
líquido IU em 46,1% dos registos (293/636). A incidência da presença de liquido IU foi
significativamente maior nas éguas velhas, 46,1% (293/636), do que nas éguas jovens, 25,8%
(74/287) (p < 0,001). O grau médio de edema uterino no Grupo 1 era 1,35 ± 1,6 (n=287), e no
Grupo 2 era de 1,18 ± 1,5 (n=636). O edema uterino era em média, maior nas éguas jovens
do que nas éguas velhas (p = 0,032).
Existe geralmente um aumento significativo da incidência e gravidade de acumulação
de fluído no lúmen uterino em éguas mais velhas, devido a vários fatores predisponentes tais
como: útero largo e descaído, incompetência cervical, drenagem linfática deficiente e
diminuição das contrações do miométrio. Estas alterações anatómicas predispõe a égua a
uma contaminação bacteriana do trato reprodutivo cranial, aumentando o risco de infeção
uterina e diminuindo a taxa de fertilidade (Pycock 2009). A endometrite crónica é encontrada
frequentemente em éguas com mais de 12 anos de idade, multíparas e com má conformação

51
perineal. Também ocorre em éguas suscetíveis a endometrite persistente pós-cobrição/IA e
em éguas dadoras de embriões (LeBlanc 2008).
Uma justificação possível para a presença de fluido uterino anormal nas éguas mais
jovens é o facto de se ter utilizado o sémen congelado nas inseminações. Este, devido às
suas características, causa uma maior inflamação, e consequentemente, uma maior
acumulação de líquido após a IA. Também o facto de algumas das éguas se destinarem a TE,
pode levar a uma disposição à endometrite. Além disso, as éguas novas também podem
apresentar uma má conformação que exige correção. Neste estudo, todas as éguas da raça
PSI, apresentavam má conformação que as colocava predispostas a endometrites, e por esse
facto eram sujeitas a cirurgias corretivas.

8. Incidência de endometrite pós-cobrição/inseminação (novas e velhas).

A incidência de endometrite pós-cobrição/IA nas éguas mais jovens (82%) não foi
significativamente menor que nas éguas mais velhas (92%) (p=0,153). No entanto, o grau de
acumulação de líquido era significativamente maior nas mais velhas (1,64 ± 1,20; n=73) do
que nas mais jovens (0,94 ± 0,734; n=34) (p=0,002). Isto levou a que nas jovens só foi
necessária lavagem uterina em 21% dos casos (7/34), enquanto que nas velhas foi necessário
realizar lavagens uterinas em 52% dos casos (38/73). Nas éguas mais velhas foi
proporcionalmente necessário fazer lavagem uterina com maior frequência (p = 0,002).
Quando houve lavagem uterina, o grau médio de acumulação de líquido no útero, era de 1,6
± 0,843 (0 a 4) para éguas jovens (n=10), e 2,36 ± 1,1 (0 a 4) para éguas velhas (n=75). As
éguas mais velhas precisaram de mais lavagens uterinas por ciclo (p = 0,039).
A inflamação uterina após cobrição/IA ocorre em várias espécies. Os espermatozoides
e possível introdução de bactérias no útero após o coito ou IA estimulam uma resposta imune
que ativa várias vias inflamatórias e promove a acumulação de fluído no útero (Woodward et
al. 2013). Normalmente, esta inflamação é passageira, mas quando existe uma doença
uterina subjacente que resulta na persistência da endometrite pós-coital/IA, a inflamação
torna-se numa doença clínica que requer o tratamento adequado. Sabe-se que há um
aumento significativo da incidência e severidade da acumulação de fluido uterino em éguas
mais velhas (Pycock 2009). Como a acumulação anormal de fluído uterino é um fator de
subfertilidade, torna-se necessária a administração de ocitocina e/ou a drenagem por lavagem
uterina. Éguas a partir dos 15 anos de idade aparentemente necessitam de mais que uma
lavagem para resolver a endometrite pós-IA, no entanto, a lavagem deve ser repetida
conforme necessário, seja para éguas jovens ou velhas (Madill 2011).

52
Como já foi referido anteriormente, o facto de as éguas serem jovens, não significa
que não tenham problemas anatómicos, como é o caso das éguas PSI que, devido à sua
anatomia, são mais propensas a apresentarem quadros de endometrite devidos a defeitos
anatómicos. Estes defeitos devem ser corrigidos cirurgicamente. Ainda assim, em apenas
21% dos casos no Grupo 1 (jovens), foi necessário recorrer ao uso de lavagens uterinas e
AB’s, em contraste com 52% dos casos no Grupo 2 (velhas). De qualquer forma, deve referir-
se que a acumulação de líquido uterino é uma reação inflamatória normal, que visa eliminar
o excesso de sémen, mas que deveria ser transitória. Nota-se por isso uma diferença muito
grande entre os dois grupos de éguas, pois o Grupo 1 teria uma anatomia mais correta e não
exposta aos efeitos do envelhecimento. Outro fator que poderá contribuir para a endometrite
pós-IA persistente será o facto de ser utilizado muito frequentemente sémen congelado, cujas
características provocam reações inflamatórias exacerbadas nas éguas, e também o facto de
serem éguas que se encontram num programa de TE.

9. Microrganismos mais frequentes presentas nas culturas uterinas

Num total de 115 ciclos éstricos acompanhados, apenas foram realizadas 11 culturas
recorrendo a lavagens de baixo volume. Das 11 culturas realizadas, 4 foram negativas; 1
detetou a presença de Klebsiella pneumonia; 2 detetaram a presença de Enterococcos; 2
detetaram a presença de E.coli + enterococos; e 2 detetaram a presença de Klebsiella
pneumonia + Streptococcus equi. Apenas foram realizadas culturas em éguas do Grupo 2.
As bactérias mais isoladas em culturas uterinas são Streptococcus equi, E. coli,
Klebsiella pneumonia e Staphylococcus aureus, sendo as duas primeiras as mais frequentes.
Os fungos mais isolados são a Candida spp e Aspergillus spp, contudo neste estudo não
foram isolados fungos (Dascanio, 2011). Neste estudo, apesar de o número de culturas
realizadas ser pequeno, pode ver-se que as bactérias isoladas são as mais frequentemente
encontradas nos centros de reprodução equina.
Apesar de serem frequentes os casos de endometrite, não se realizaram culturas por
rotina devido ao curto espaço de tempo em que é possível tratar farmacologicamente uma
endometrite com base no resultado do antibiograma, após cobrição/IA. Devido a esse facto,
recorria-se ao uso de um AB de largo espectro, sempre que uma égua apresentasse uma
acumulação considerável de líquido (não passível de ser eliminado com o uso de ecbólicos)
e/ou se o líquido apresentasse ecogenicidade aumentada. Caso contrário apenas era
realizada lavagem uterina com LR. As culturas apenas foram realizadas em éguas que já

53
apresentavam uma história repetida de problemas reprodutivos, com 3 ou mais tentativas de
IA sem sucesso, e com a utilização de sémen de boa qualidade.

10. Taxa de sucesso na recolha de embriões e implantação (novas e velhas)

No total, foram acompanhados 150 ciclos éstricos. Em 76 desses ciclos foi tentada a
recolha de embriões ao dia 8 do ciclo. Foram recolhidos 25 embriões das 76 tentativas, com
uma taxa de sucesso de 32,9% e uma taxa de implantação de 88%. Esta taxa de sucesso
corresponde aos dois grupos de éguas estudados e não reflete a taxa de sucesso do PR-
HDLG. No Grupo 1, foram recolhidos 7 embriões, havendo uma taxa de sucesso da recolha
de 41% (n=7/17), e uma taxa de implantação de 100%. No Grupo 2, foram recolhidos 18
embriões, havendo uma taxa de sucesso de 30,5% (n=18/59), e uma taxa de implantação de
83,3% (Tabela 5). A taxa de sucesso de recolha de embriões foi maior no Grupo 1,
correspondente às éguas mais jovens, que no Grupo 2, que correspondeu às éguas mais
velhas, mas não de uma forma estatisticamente significativa (p = 0,272).

Tabela 5: Taxa de sucesso de recolha de embriões e taxa de implantação nos grupos 1 e 2.

Recolha de Embriões Grupo 1 Grupo 2 Total


Taxa de Sucesso 41% (n=7) 30,5% (n=18) 32,9% (n=25)
Taxa de Insucesso 59% (n=10) 69,5% (n=41) 67,1% (n=51)
Taxa de Implantação 100% (n=7) 83,3% (n=15) 88% (n=22)

Segundo Aguilar e Woods (1997), a taxa de sucesso de recolha de embriões é de 30%


em éguas velhas, o que vai de acordo com os resultados obtidos neste estudo. Os mesmos
autores também referem que a taxa de sucesso de recolha de embriões em éguas mais jovens
fica entre 60 a 70%, ou seja, quase o dobro dos resultados obtidos neste estudo. Este facto
pode ser justificado pelo número reduzido da amostra e também pelo facto de ter sido utilizado
quase exclusivamente sémen congelado na inseminação de éguas destinadas a recolha de
embriões. O sémen utilizado nem sempre correspondeu aos níveis de qualidade exigidos, o
que pode ter influenciado negativamente os resultados. Além disso sabe-se a taxa de
fertilização do sémen congelado é relativamente baixa comparativamente com as taxas de
fertilização de sémen fresco e refrigerado. No caso das éguas mais velhas, os resultados
obtidos não ficaram abaixo das expectativas. Provavelmente porque, sabendo que estas
éguas têm um certo grau de subfertilidade, e que o uso de sémen congelado não está indicado

54
em programas de TE utilizando éguas subférteis e susceptiveis a endometrite, existe um maior
controlo e cuidado no seu maneio reprodutivo, nomeadamente a preferência pela utilização
de sémen fresco ou refrigerado, de maneira a obter melhores resultados.
Os embriões recolhidos de éguas mais velhas (18-28 anos) resultam numa taxa de
gestação de 56%, enquanto nas éguas novas (2-8 anos) a taxa de gestação é de 70%
(Vogelsand e Vogelsand, 1989). Os resultados obtidos no presente estudo foram no entanto
muito superiores ao expectável. A taxa de implantação foi de 100% no Grupo 1 e de 83,3%
no Grupo 2, sendo que 3 dos embriões foram reabsorvidos ou sofreram MEP na égua
recetora. O reduzido número da amostra pode ter influenciado os resultados. O que poderá
explicar os bons resultados é o facto de terem sido utilizadas éguas recetoras com idades
compreendidas entre os 4 e os 10 anos, com boa CC e úteros saudáveis. O sucesso da
implantação depende de várias variáveis que englobam a qualidade intrínseca do oócito, a
qualidade da técnica de recolha e implantação dos embriões e a escolha da recetora. As duas
primeiras variáveis tem influência no resultado final, mas não podem ser alteradas. No
entanto, na escolha da recetora mais adequada para receber o embrião, foi dada preferência
à recetora com boa saúde uterina, mais compatível com a altura do ciclo éstrico e de idade
mais jovem, de forma a obter melhores resultados.

11. Ciclos necessários para se obter uma gestação/embrião (novas vs. velhas)

Os embriões recolhidos de éguas mais velhas resultam numa taxa de gestação de


56%, enquanto nas éguas novas a taxa de gestação, nas recetoras, é de 70%. O que significa
que numa égua dadora nova, a taxa de recuperação de embriões sendo 70% e a taxa de
gestação após a transferência para a recetora de 70%, existe cerca de 50% de hipóteses de
estabelecer uma gestação num ciclo. Contudo, sendo 30% a taxa de recuperação de
embriões em éguas mais velhas, e 56% a taxa de gestação após transferência para a
recetora, existe apenas 16,5% de hipóteses de estabelecer uma gestação num ciclo
(Vogelsand e Vogelsand, 1989). Em média, são necessários 4,6 ciclos reprodutivos para se
obter um poldro de uma égua velha, comparando com os 2 ciclos necessários para as éguas
mais jovens (Vanderwall et al., 1989).
No presente estudo, os embriões recolhidos de éguas mais velhas, resultaram numa
taxa de gestação de 83,3%, e no caso das éguas mais novas, 100%. O que significou que
numa égua dadora nova, sendo a taxa de recuperação obtida de 41% e a taxa de gestação
após transferência para a recetora de 100%, obteve-se 40% de gestações por ciclo. No caso

55
das éguas mais velhas, como a taxa de recuperação de embriões foi de 30,5%, e a taxa de
gestação após a transferência para a recetora foi de 83,3%, obteve-se 25% de gestações por
ciclo. Foram necessários em média 3,9 ciclos reprodutivos para se obter um poldro de uma
égua velha, comparando com 2,4 ciclos reprodutivos para as éguas mais jovens. Existiu uma
diferença clara entre os dois grupos de éguas, e apesar as condições não sendo as mais
favoráveis para o grupo das éguas mais jovens (sémen congelado e sémen de má qualidade),
conclui-se que as éguas mais jovens necessitam de menos ciclos para obter uma gestação
ou embrião.

56
VI. CONCLUSÕES

É cada vez mais frequente serem presentes à reprodução éguas geriátricas e com
problemas de fertilidade. Este facto deve-se à pressão desportiva que os animais sofrem na
fase mais aconselhável ao seu cruzamento. Além de se revelar difícil o sucesso na reprodução
de uma égua subfértil, os médicos veterinários são ainda pressionados, por parte dos
proprietários, para obter resultados rápidos e eficazes, como os observados no maneio
reprodutivo de éguas mais jovens.
No entanto, sabe-se que as éguas mais velhas são menos férteis, requerem um
maneio reprodutivo mais intenso e uma maior intervenção veterinária do que as éguas mais
novas, como foi demonstrado por este estudo. Com o acompanhamento das éguas, foi
possível observar que apesar de tanto as éguas jovens como as éguas velhas apresentarem
o seu primeiro ciclo sensivelmente na mesma altura do ano, as éguas mais velhas fazem
ciclos éstricos mais longos o que diminui as hipóteses de se obter uma gestação ou um
embrião. As éguas mais velhas foram mais suscetíveis a casos de folículos anovulatórios e
de morte embrionária precoce. A incidência da presença de líquido uterino foi
significativamente maior nas éguas mais velhas, o que mostra que o seu maneio deve ser
mais intenso e tem de ser sujeitas a um maior número de tratamentos.
A taxa de sucesso na recolha de embriões foi menor em éguas mais velhas, assim
como a sua taxa de implantação. As éguas mais velhas tem uma maior tendência a apresentar
ovulações duplas, o que pode ser benéfico caso se encontrem inseridas num programa de
transferência de embriões.
Neste estudo foi demonstrado que, enquanto nas éguas jovens foram necessárias em
média 2,4 ciclos reprodutivos para se obter um poldro, no caso das éguas velhas foram
necessários 3,9 ciclos. Em virtude do que foi mencionado, cabe ao médico veterinário
consciencializar o proprietário de que o sucesso pode ser alcançado mas que os dois devem
trabalhar um conjunto para atingir um objetivo comum. De futuro, o proprietário deverá
escolher um bom garanhão, não só com valor desportivo, mas também com boas taxas de
fertilização, assim como o veterinário deverá utilizar todas as técnicas e terapias disponíveis
ao seu alcance.

57
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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66
VIII. ANEXOS

 Anexo 1

67
 Anexo 2
ÉGUA A
 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


25/3 MF MF F 0/+
7/4 MF MF F +++
13/4 36 MF F +++
15/4 36 MF F +++
17/4 45 MF F ++
18/4 49 MF F ++
19/4 49 MF F +/0 (~~) Oxy

12h 49 MF F +/0 (~~) Oxy

18h Ov MF F +/0 (~~) IA (sémen congelado)


20/4 CL MF F +/0 (~~) Oxy
1/5 CL 1 0 DG NEGATIVO
3/5 CL/MF MF 1 +
5/5 27/MF MF 1 ++/+++
7/5 34 MF 2 +++
8/5 42 MF ½ +++

16h 42 MF 2 +++
9/5 44 2 +++

17h 43 2 +++ (~~) Oxy + hcg


10/5 50 2 ++

16h 50 2 +

23h 48 2 +
11/5 49 def 2 +/0

15h Ov 2 +/0 IA (sémen congelado)


12/5 CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
23/5 CL 1 0 DG POSITIVO
27/5 CL 1 0 DG POSITIVO
8/6 DG POSITIVO (28 dias)
30/6 DG POSITIVO (50 dias)

68
 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


12/4 Nascimento
20/4 37 2/3 +++ (~~) Oxy
21/4 49 2/3 +++ (~~) Oxy
22/4 54 2/3 ++ (~~) Oxy

17h 54 2/3 ++/+ (~~) Oxy


23/4 54 2/3 +

16h Ov 2/3 + IA (sémen congelado)


24/4 CL 2 +/0 (~~) Oxy
1/5 CL 1 0 ET NEGATIVA
6/5 44 2 +++ (~~) Oxy
7/5 50 2/3 ++

17h 50 duro 2/3 ++

23h 51 sduro 2/3 ++/+ Hcg


8/5 51 pain 2/3 + (~~) Oxy

12h 51 pain 2/3 + (~~) Oxy

23h 51 pain 2/3 +/0


9/5 Ov 2/3 +/0 IA (sémen congelado)

17h CL 2/3 0 (~~) Oxy


17/5 CL 1 0 ET NEGATIVA, PG
21/5 39 2 ++ Culture (E.coli) + Oxy
22/5 41 2 ++/+++ Genta 2gr

17h 41 2 ++/+++
23/5 45 2 +++ (~~) Genta 2gr

16h 45 2 +++ (~~) Oxy

20h Ov 2 +++ IA (sémen congelado)


24/5 CL 2 + Liq + Lavagem + Genta 2gr
25/5 CL 2/1 0 (~~) Oxy
31/5 ET NEGATIVA + PG
4/6 46 2 ++/+++

17h 46 pain 2 +++

00h 46 pain 2 +++


5/6 Ov pain 2 + IA (sémen congelado)

16h CL 2 + Liq + Lavagem com Betadine


6/6 CL 2 +/0 (~~) Oxy

69
Égua B
 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


8/6 Nascimento
16/6 MF MF 2/3 ++
18/6 39 2/3 ++++
19/6 39 3 +++

17h 36 3 +++ Oxy


20/6 51 3 +++/++

16h 51 3 +++/++

23h 51 3 ++ (~~) Oxy


21/6 51 3 ++/+

17h 51 3 ++/+

23h 51 mole 3 +
22/6 50 3 +

16h 50 3 +

23h Ov 3 +/0 IA
23/6 CL 3 + Oxy
5/7 DG POSITIVO
9/7 DG POSITIVO
21/7 DG POSITIVO (29 dias)
7/8 DG POSITIVO

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


15/5 Nascimento
23/5 45 3 +++ Liq ++ Oxy
24/5 48 3 +++ (~~) Oxy
25/5 Ov 3 +++ Liq (~~) Oxy

30/5 PG
3/6 32 CL 2 ++
4/6 42 2 ++/+++ (~~) Oxy
+++
17h 45 dw 2 Oxy
5/6 50 pain 2 +++ (~~) Oxy

17h 50 pain 2 +++ Oxy

23h 50 sd 2 +++ Oxy


6/6 53 sd 2 +++

23h 53 sd 2/3 ++/+


7/6 52 2/3 ++/+

00h 52 2 +
8/6 Ov 3 +/0 IA (sémen congelado)

70
Égua C
 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


14/3 31 MFg 2 ++
15/3 30 MFg 2 +++
17/3 MFg MFg 2 ++
19/3 MFg/30 MFg 2 +
21/3 32 MF 2 +
22/3 37 MF 2 +/++

17h 41 MF 2 +/++
23/3 45 2/3 + Hcg

17h 43 2/3 +
24/3 43 def 2/3 +/0 IA (sémen fresco)
25/3 Ov 2 +/0 Oxy
1/4 CL MF 1 0 ET POSITIVA
5/4 CL 37 1 +/++
6/4 39 1 +/++
7/4 45 2 +/++
8/4 45 2 +/++

17h 48 2 +/++
9/4 46 2 +

12h Ov 2 +/0 IA (sémen congelado)


10/4 CL 2 0 (~~) Lavagem + Marbo + Oxy
11/4 CL 2/1 0 Oxy
21/4 CL 1 0 DG NEGATIVO
23/4 CL 1 0 DG NEGATIVO
25/4 MF MF 1 +
27/4 MF MF 1 0/+
29/4 36 MFs 1/2 0/+
1/5 42 1/2 0/+
2/5 CL 1/2 0
7/5 CL NS 1 0 PG
11/5 CL 31 1 +/++
12/5 40 1 +
13/5 41 2 ++/+++

18h 45 sd 2 +++ HcG


14/5 45 pain 2 ++

13h 45 pain 2 ++

17h 45 pain 2 ++/+

23h 45 pain 2 +
15/5 Ov 2 + IA (sémen congelado)

16h CL 2 + Liq + Lavagem com betadine


16/5 CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
28/5 CL 1 0 DG POSITIVO
1/6 DG POSITIVO

71
Égua D
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/5 Nascimento
10/5 34 3 + Liq+ Oxy
11/5 39 3 + (~~) Oxy
12/5 43 3 ++ (~~) Oxy

17h 43 3 ++ Oxy
13/5 49 3 ++ Oxy

18h 49 3 +++
14/5 50 3 ++ Hcg
15/5 50 3 +

17h 50 3 + IA (sémen congelado)


16/5 Ov 3/2 +/0 (~~) Oxy
24/5 CL 1 0 ET NEGATIVA + PG
29/5 47 1/2 +
30/5 NS 51 2 +/++

17h 52 2 ++ (~~) Oxy


31/5 51 2 ++

16h 51 2 ++

21h 51duro 2 ++/+


1/6 57 2 ++

16h 57 2 ++ Hcg
2/6 57 2 + IA (sémen congelado)
3/6 Ov 2 +/0 (~~) Oxy
11/6 CL 1 0 ET POSITIVA + PG
16/6 45 2 +/++

17h 46 2 ++/+++
17/6 45 2 ++ (~~)
18/6 45 def 2 +

12h Ov 2 + IA (sémen congelado)


19/6 CL 2 +/0 Oxy
21/6 CL 1 0 DG Negativo
3/7 NS 51 ½ +++

18h 51 2 +++
4/7 52 2 ++

16h 52dor 2 +

18h Ov 2 + IA (sémen congelado)


5/7 NS CL 2 +/0 (~~) Genta 2gr
6/7 CL 2/1 0 (~~) Oxy
DG NEGATIVO
20/7 48 2 +

17h 48 duro 1/2 ++

72
21/7 Ov 1/2 +/0
6/8 39 2 ++
7/8 39 35 2 ++ (~~) Oxy

18h 40 37 2 +
8/8 36 37 2 +
9/8 37 48 2 ++/+++

16h 37 48 2 ++

00h 35 50 2 ++ Hcg
11/8 35 48 2 ++ Oxy
12/8 34 52 2 ++

12h 34 52 2 ++

18h 34 Ov 2 + IA (sémen congelado)


13/8 34 CL 2 +/0 (~~) Marbo
14/8 33 CL 2/1 0 (~~) Oxy
25/8 DG NEGATIVO

73
 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


17/3 MF 32 F ++
2/4 MF CL 1 0 PG
7/4 NS 36 1/2 +
8/4 35 1/2 ++/+++
9/4 38 2 +++ hCg
10/4 44 2 +++
11/4 42 2 ++

13h Ov 2 + IA (sémen congelado)


19/4 CL 1 0 ET NEGATIVA + PG
24/4 43 CL ½ +++
++++
17h 44 CL 1/2 (~~) Oxy + Hcg
25/4 50 2 +++

15h 47 2 +++

23h 47 2 +++
26/4 47 2 ++

14h Ov pain 2 ++ IA (sémen congelado)


27/4 CL 2 + (~~) Oxy
4/5 CL 1 0 ET POSITIVA
8/5 36/CL NS 2 (~~) ++ Oxy
9/5 37 NS 2 +++

16h 38 NS 2 +++
10/5 44 2 +++

16h 44 duro 2 +++ Hcg


11/5 48 dw 2 +++

17h 48 dw 2 ++
12/5 48 2 +

17h 48 2 +

23h 48 2 +
13/5 Ov 2 + IA (sémen congelado)

16h CL 2 + (~~) Oxy


21/5 CL 1 0 ET POSITIVA
25/5 CL 44 1 +
13/7 MF CL/MF 1 0 PG
15/7 MF 40 1/2 +++
16/7 48 ½ +++

17h 48 1/2 +++


17/7 51 dw 2 ++

17h 51 dw 2 +++
18/7 51 dw 2 +++

17h 51 dw 2 +++
19/7 51 def 2 +++

74
12h Ov 2 ++ IA (sémen congelado)
20/7 CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
3/8 DG NEGATIVO

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


7/3 MF CL 1 0
14/3 MF MFg/CL 1 0/+
16/3 MF MF 1/2 ++
18/3 MF 35 1/2 +/++
19/3 36 1/2 +++
20/3 46 1/2 +++
21/3 51 dw 1/2 +++ Hcg
22/3 54 dw 2 +++

17h 54 dw 2 +++/++
23/3 Ov 2 ++/+ IA (sémen congelado)
24/3 CL 2/1 + (~~) Oxy
31/3 CL 1 0 ET NEGATIVA + PG
5/4 35 1 +/++
6/4 39 1/2 +++ (~~) Oxy
7/4 42 ½ +++ (~~) Oxy

17h 42 1/2 +++ (~~) Oxy


8/4 46 2 +++

17h 46 2 +++
9/4 54 hp 2 +++

16h 54 hp 2 +++

20h 53 2 +++/++ Hcg


10/4 53 2 ++/+

22h 53 def 2 ++/+

1h Ov 2 ++/+ IA (sémen congelado)


11/4 CL 2 ++/+ (~~) Oxy
19/4 CL 1 0 ET POSITIVA
23/4 34/CL 1 ++
24/4 36/33 1 ++
25/4 42/34 ½ ++/+++

16h 42 1/2 +++


26/4 46 2 +++ (~~) Oxy

17h 46 2 +++ Hcg


27/4 53 2 +++

17h 53 2 +++
28/4 50 2 +++

17h 53 2 +++/++

23h 53 2 ++

75
29/4 Ov 2 ++/+ IA (sémen congelado)

16h CL 2 ++/+ (~~) Lavagem + Marbofloxacina


30/4 CL 2 +/0 (~~) Oxy
11/5 CL 1 0 DG NEGATIVO
13/5 39 1 +
14/5 45 1 +++
15/5 48 2 +++

17h 49 2 +++

00h 50 dur 2 +++


16/5 54 2 +++

17h 47 hp 2 ++

23h 47 2 +++
17/5 54 sd 2 +++

16h 55 2 +++

23h 55 2 +++
18/5 55 dw 2 +++

17h Ov 2 ++ IA (sémen congelado)


19/5 CL 2 + Liq + Lavagem com Betadine + Oxy
20/5 CL 2 +/0 Oxy
31/5 DG POSITIVO
4/6 DG POSITIVO

76
Égua E
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


11/4 35 MFs 2 0/+ (~~) Oxy

13/4 38 MFs 2 + Oxy

17h 37 MFs 2 +
14/4 40 hp --- 2 ++ Liq Oxy

18h 40 hp --- 2 ++ Liq Oxy


15/4 40 --- 2 + (~~) Oxy + Hcg

17h 40 --- 3 + IA
16/4 40 MFs 3 + Oxy

17h 40 def --- 3 +/0 (~~) IA


17/4 Ov --- 3/2 +/0 Oxy
29/4 CL --- 1 0 DG Positivo (12 dias)
2/5 CL --- 1 0 DG POSITIVO
6/5 DG NEGATIVO
10/5 DG NEGATIVO
28/5 30 CL 1 0 PG
2/6 43 --- 2/3 + IA (sémen fresco) + Hcg
3/6 44 hard --- 3 + (~~) Oxy
4/6 46 --- 3 +/0 (~~) Oxy

17h 46 dw --- 3 +/0 IA (sémen fresco)


5/6 Ov --- 3 +/0 (~~) Oxy
17/6 CL --- 1 0 DG POSITIVO (12 dias)
21/6 --- --- --- --- DG POSITIVO (16 dias)
3/7 --- --- 1 0 DG POSITIVO (28 dias)

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


28/3 MFp MFp 1 0
1/4 --- MFg 1 ++
4/4 MF MF 2 ++ Liq
8/4 NS 35 2 0/+
10/4 --- 42 2 0/+
12/4 --- 47 2 + Liq Oxy
13/4 --- Ov 2 +/0
18/4 PG
22/4 --- 31 1/2 ++
23/4 --- 36 1/2 +++ Liq Cultura – Klebsiella
24/4 --- 40 1/2 ++++ (~~) Genta 2g
25/4 --- 39 2 + Hcg
Genta 2g + Oxy
16h --- 41 2 +
26/4 --- 41 def 2 + IA (sémen fresco)
27/4 --- Ov 2 +/0 (~~) Genta 2g
28/4 --- CL 2 0 Liq Oxy
4/5 --- CL 1 0 ET Positiva PG

77
Égua F
 2015

Data Ov. Esq Ov. Cérvix Útero Tratamentos


Dir
10/2 MF MF/CL 1 0
16/2 46 MF 2 +++

17h 46 MF 2 +++ HcG


17/2 46 MF 2/3 ++
Monta Natural!
17h 47 MF 2/3 ++/+
18/2 Ov --- 2 +/0 (~~) Oxy
2/3 CL --- 1 0 DG POSITIVO (12 dias)
6/3 DG POSITIVO (16 dias)
10/4 DG POSITIVO (51 dias)

 2016

Data Ov. Ov. Cérvix Útero Tratamentos


Esquerdo Direito

19/2 MF MF F 0 Abortou anteriormente


1/3 MF 54hp F ++/+ Monta Natural
2/3 MF 54 def F +/0 (~~) Oxy
3/3 --- Ov F +/0 (~~) Marbo + Sutura
4/3 CL 2/1 0 (~~) Oxy
16/3 CL 1 0 DG POSITIVO (13 dias)
19/3 CL 1 0 DG POSITIVO (16 dias)
31/3 CL 1 0 DG POSITIVO (28 dias)
19/4 1 0 DG POSITIVO (45 dias)

78
Égua G
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


15/2 --- --- 1 0 PG
18/2 --- 38 --- + Liq Oxy
19/2 NS 41 2 + Liq Oxy
20/2 --- Ov 2 0 Liq Oxy
3/3 --- CL 1 0 Liq
10/3 37 MF/30 1/2 ++ Liq Oxy
Hcg
11/3 39 MF/30 2 + (~~) Oxy

17h 39 MF/30 2 + IA (sémen fresco)


12/3 Ov 30 2 +/0 Liq Oxy
13/3 CL Ov 1 +/0 Liq Oxy
14/3 CL CL 1 0 (~~) Oxy
19/3 CL CL 1 0 Liq ET NEGATIVA + PG
24/3 CL CL 1 0 (~~) ½ PG
26/3 28/CL CL 1 0/+ Liq Oxy
27/3 30 CL ½ ++ (~~) Oxy

23h 30 CL 1/2 ++ (~~) Oxy


28/3 Ov --- ½ + (~~) IA (sémen congelado)

14h CL --- 1/2 + Liq + Lavagem 4l de LR + Genta 2gr


29/3 CL --- 1/2 + Liq +
30/3 CL --- 1 +/0 (~~) Oxy
5/4 CL/28 30 1 0 (~~) ET NEGATIVA
8/4 32/30 42 2 ++ Liq Lavagem + Oxy

17h 32/30 42 2 ++ IA (sémen congelado)


9/4 32/30 42 hp 2 + Lavagem
Genta 2 gr
Oxy

17h 32/30 42 def 2 + IA (sémen congelado)


10/4 30hp/30hp Ov 2 + Liq Lavagem + Genta 2gr
11/4 --- CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
18/4 --- CL 1 0 (~~) ET NEGATIVA
23/4 28/MF CL 1 0/+
24/4 28 CL 1/2 + (~~) Cultura
25/4 32 CL 2 ++ (~~) Oxy
26/4 38 27 2 ++ (~~) Lavagem + Dexametasona

18h 38 28 2 + IA Escorial (sémen fresco


27/4 34 def 32 2 +/0 Lavagem

16h 34 def 34 2 +/0

0h Very def 34 2 +/0 Liq Oxy


28/4 Ov 34 def 2 +/0 (~~)

17h CL Ov 2 +/0
29/4 --- CL 2/1 0
???? ET NEGATIVA
10/5 CL CL 1 0 PG

79
12/5 CL CL 1 0 (~~)
13/5 CL 28/CL 1/2 0/+ (~~)
14/5 25 30 1/2 + (~~) Oxy
15/5 30 35 2 ++ Liq Lavagem com Betadine

18h 30 35 2 +++ Liq Oxy


16/5 33 Ov pain 2 ++/+ Liq IA (sémen congelado) + Hcg

16h 33 CL 2 ++ Liq Lavagem


17/5 CL CL 2/1 +/0 Liq Oxy
18/5 CL CL 2/1 0 (~~) Oxy
24/5 CL CL 1 0 (~~) ET NEGATIVA
28/5 CL CL 1 0
30/5 CL CL 1 0 PG
1/6 CL CL 1 0
4/6 CL CL 1 0
8/6 CL CL 1 0
11/6 35 --- 1/2 0/+ Dexametasona
12/6 35 def --- ½ 0/+

16h 35 hp def --- 1/2 0/+ Dexametasona


13/6 35 def --- ½ +

16h Ov pain --- 1/2 + IA (sémen congelado)


14/6 CL --- 1/2 0/+ Lavagem com Betadine
15/6 CL --- 2/1 0 Liq ++ Lavagem + Oxy
16/6 CL --- 1 0 Liq Oxy
21/6 CL --- 1 0 ET negativa
25/6 CL --- 1 0
28/6 CL/20 --- 1 0
1/7 CL/20 NS 1 0
3/7 35 hp NS 2 ++ (~~) Dexametasona + Hcg

18h 35 hp def NS 2 + IA (sémen congelado)


4/7 35 def NS 2 +/0 Lavagem com Betadine

18h very def --- 2 +/0 Oxy


5/7 Ov --- 2 +/0 Lavagem
6/7 CL --- 2 0 Liq (~~) Oxy
13/7 CL --- 1 0 (~~) ET NEGATIVA
17/7 CL/23 23 1 0/+ Liq Oxy
18/7 27 27 1 0/+ Liq
19/7 26 32 2 +/++ Liq Oxy + Dexametasona
20/7 26 33 2 +/0 Liq Lavagem + Dexametasona

17h 30 34 2 + Dexametasona
21/7 32 def 36 2 +++ Liq Oxy + Dexametasona + Hcg

16h IA (sémen congelado)


22/7 Ov 38 2 +/0 Liq Lavagem com Betadine

17h CL 38 2 0 Liq Oxy


23/7 CL CL 2 0 (~~) Oxy
30/7 CL CL 1 0 (~~) ET NEGATIVA
4/8 NS CL 1 0 PG
6/8 29 CL 1/2 0/+ (~~) Oxy
7/8 34 CL 2 + (~~) Oxy

80
19h 36 CL 2 +
8/8 36 CL 2 ++ Oxy + Dexametasona + Hcg
9/8 36 hp CL 2 + IA (sémen fresco)
10/8 Ov --- 2 +/0 Oxy + Dexametasona
Liq +
11/8 CL --- 2/1 0 Liq ++ Oxy
18/8 --- --- --- --- ET POSITIVA
25/8 --- 39 2 ++ Liq + Oxy

17h --- 39 2 + (~~) IA (sémen fresco)


26/8 --- 39 2 + Liq Líquido Anecogénico; Oxy
4/9 --- --- --- (~~) ET NEGATIVA
16/9 40 --- 2 ++ Liq Oxy
17/9 Ov --- 2 + (~~) IA (sémen congelado)
25/9 CL --- 1 0 ET NEGATIVA + PG
30/9 CL --- 1 0 ½ PG
3/10 30 30 1 0
4/10 34 33 1 ++ (~~) Oxy
5/10 40 38 1/2 ++ (~~) Oxy
6/10 43 44 2 + (~~) Oxy
7/10 Ov 44 def 2 + (~~) IA (sémen congelado)

12h CL CL 2 + Liq Lavagem + Ceftiofur


8/10 CL CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
15/10 CL CL 1 0 ET NEGATIVA
20/10 CL CL 1 0 ½ PG

81
 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


17/2 MF MF 1 0 PG
5/3 NS 31/CL 1 0
11/3 NS 39 2 +++ Genta 2gr
Liq

18h --- 39 2 +++ (~~) Oxy


12/3 --- 39 2 +++ (~~) Oxy + Genta 2gr

17h --- 40 2 +++ Oxy

23h --- 40 2 +++ Oxy


13/3 --- Ov Pain 2 ++ (~~) IA (sémen congelado)

16h --- CL 2 + (~~) Oxy


14/3 --- --- --- --- Oxy
21/3 --- CL 1 0 ET NEGATIVA + PG
25/3 26 CL 1 0/+
27/3 --- CL 1 0/+ PG ½
31/3 --- CL 1 0
¾ --- CL? 1 0 (~~)
8/4 NS NS 1 0
14/4 NS NS 1 0
28/4 NS NS --- ---
6/5 --- --- 1 0
15/5 --- --- 1 0
1/6 --- --- 1 0
2/6 Colocação do PRID
9/6 NS NS --- 0
11/6 NS NS --- 0 Retirou-se o PRID + PG
15/6 NS NS --- 0 Receptal
17/6 NS NS
22/6 NS NS --- 0
17/7 NS NS 1 0
21/7 --- 24 F 0 Desrorelina
23/7 --- 33 F 0 (~~) Cultura - NEGATIVO
24/7 --- 38 F 0/+ (~~) Oxy
25/7 --- 40 F + (~~) Oxy
16h --- 40 F + (~~) Oxy
26/7 --- 38 F + (~~) Oxy

16h --- 39 F + (~~) Oxy

22h --- 39 F + (~~) Oxy

2h --- Ov F + IA (sémen congelado)


27/7 --- CL 2/1 +/0 Lavagem
Liq
28/7 --- CL 2/1 0 Liq Oxy
4/8 --- CL 1 0 ET NEGATIVA
10/8 --- CL 1 0
14/8 34 --- 2 +
15/8 35 --- 2 ++ (~~)

17h 35 --- 2 +++


16/8 Ov Pain --- 2 ++ IA (sémen congelado)

83
17h CL --- 2 + Lavagem
Liq +++
17/8 CL --- 2/1 + Lavagem
Liq + Oxy
23/8 CL --- 1 0 Liq ET NEGATIVA

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/3 27 --- F 0/+
7/3 40 --- F +++ Oxy
Liq Hcg

17h/23h 41 --- F ++ (~~) Oxy


8/3 41 DW --- F ++/+ Oxy
(~~)
16h IA (sémen fresco)
9/3 Ov --- 2 + Lavagem com 3l de LR + Marbo
Liq +++
Air
10/3 CL --- 2/1 +/0 Oxy
Liq + Sutura não definitiva
Air
17/3 CL --- 1 0 ET Negativa
21/3 CL --- 1 0 PG
24/3 CL --- 1 0
26/3 CL --- 1 0 PG
31/3 MFp --- 1/2 0/+
2/4 MFp --- 1/2 +/0
7/4 NS NS 1/2 0
13/4 NS NS 1 0
21/04 CL --- 2 +++
(~~)
26/04 PG
1/05 CL --- 1 0
6/05 CL --- 1 +
10/05 CL --- 1 0
16/05 --- --- 1 0
21/5 22 1 0
23/5 29 1 0 (~~) Oxy
25/5 34 dw 2 ++ Liq + Lavagem

12h IA (sémen fresco)


26/5 Ov 2 + Liq ++++ Lavagem com Betadine
u CL 2/1 0 Liq ++ Lavagem
3/6 CL 1 0 (~~) ET NEGATIVA
8/6 CL 1 0 (~~)
13/6 CL 1 0 (~~)

84
Égua H
 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


1/4 MF 36 2 +++ Cultura - Enterococos
Liq ++
2/4 --- 38 2 +++ Oxy
Liq + Genta 2g

17h --- 40 2 +++/++


3/4 --- 41 2 +++ Liq Genta 2g
4/4 --- 43 2 ++ Liq Deslorelina
Genta 2g
++/+
18h --- 43 2 Air
5/4 --- 47 2 + Oxy

18h --- 47 2 + (~~) IA (sémen fresco)


6/4 --- Ov 2 +/0 Lavagem
Liq +++ Marbo + Sutura
7/4 --- CL 2/1 +/0 Lavagem com Betadine
Liq ++
8/4 --- CL 2/1 0 (~~) Oxy
18/4 --- CL 1 0 DG Inclusivo
20/4 --- CL 1 0 DG Positivo

85
Égua I
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


29/5 CL NS 2 0
Liq
3/6 CL NS 1 0 PG
7/6 CL MFs 1/2 ++ / +++
8/6 CL MFs 2 +++
9/6 CL MF/30 2 ++/ +++
10/6 --- 35 2 + (~~) Oxy

18h --- 40 2/3 +/0 Monta Natural


11/6 --- 42 2/3 + (~~) Oxy
12/6 --- 42 2 +/0

17h --- 44 2 +/0 Monta Natural


13/6 --- Def 2 +/0 (~~) Oxy

17h --- Ov 2 +/0 Oxy


Liq
14/6 --- CL 2/1 0 (~~) Oxy
26/6 --- CL 1 0 DGestação Positivo (13 dias)
30/6 --- --- 1 0 DG + (17 dias)
14/7 --- --- --- --- DG +
4/8 DG +

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/3 20 MFs --- Muito Air
14/3 MFs MFs --- Air
24/3 34 30 F 0, Air
28/3 43 --- F +++ Lavage
Liq +++ Gentamicine 2gr
Air
29/3 49 --- 3 ++/+ Hcg + Lavagem
Liq ++ Genta 2g

17horas 46 --- 3 + (~~) Oxy


30/3 47def --- 2 + (~~) Monta Natural
31/3 Ovulou --- 2/1 +/0 (~~) Oxy
12/4 CL --- 1 0
14/4 CL/34 54 1/2 ++ (~~) Ceftiofur
15/4 CL/43 46 1/2 +++ Lavagem com Betadine
Liq +++
16/4 46 52 HP/Mou 2 +++ Hcg
Liq +++ Lavagem com Betadine

16horas 49 52 HP 2/3 ++ Monta Natural


17/4 50dw 48 3 +/0 (~~) Lavagem com Betadine
18/4 Ovulou 46 2 +/0 Lavagem com 4l de LR
Liq + Oxy
19/4 CL 46 2/1 +/0 (~~) Oxy
30/04 --- --- --- 0 DG Negativo
Liq

86
Égua J
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


17/3 MFs MFs F F
28/3 MFs MFs F F
11/4 MFb MFs F +
13/4 36/39HP 33 1 + (~~) Oxy
14/4 35/36hp 35 1 +
15/4 40/35 36 1/2 +
16/4 35/34 39 1/2 + (~~) Oxy
17/4 MFb 40 1/2 +
18/4 MFb 45 2 ++
19/4 47 2 ++

17h 50duro 2 ++
20/4 MFb 50 HP 2 +

17h MFb 51duro 2 + Hcg


21/4 51 def 2 +/0 IA (sémen congelado)

17h Ov 2 +/0 (~~) Oxy


22/4 CL 2/1 0 Oxy
29/4 38 CL 1 0 ET POSITIVA
3/5 37 hp hard CL 1 0 PG
5/5 MFs 30 1 0
7/5 30/30 30 1 +/++
8/5 37/30 34 ½ ++ OVUPLANT

21h 37/30 34 1/2 ++


9/5 40 38 2 +

21h 40 38 2 +

00h 44dw 40 2 +
10/5 40 39 2 +/0

12h 40 39 2 +/0 Monta Natural

16h 40 def Ov 2 +/0 Monta Natural


11/5 Ov CL 2 0 Genta 1gr
12/5 CL CL 2/1 0 Oxy; take ovuplant off
18/5 CL CL 1 0 ET NEGATIVA
22/5 CL CL 1 0 (~~) Oxy
24/5 MF MF 1 ++ (~~) Oxy
25/5 33 31 1 ++ (~~) Oxy
26/5 37 33 1/2 ++ (~~) Oxy
27/5 43 37 2 +

17h 43 37 2 +

21h 43 38 2 + Hcg
28/5 42 38 2 +/0

16h 42 38 2 +/0

00h 42 38 2 +/0

87
29/5 42 def Ov 2 0 Monta Natural

18h Ov CL 2 O Liq + Lavagem + Genta 2gr


30/5 CL CL 2 0 (~~) Oxy
6/6 CL CL 1 0 ET NEGATIVA
11/6 MF MF 1 0/+
13/6 34 38 1 +
14/6 35 39 1 +/++

16h 39 41 1/2 ++
15/6 41 45 2 +

16h 42 45 2 + IA (sémen fresco)


16/6 40 42 2 + (~~) Oxy + Hcg

17h 40 Ov 2 +/0 IA (sémen fresco)


17/6 Ov CL 2/1 0 (~~) Oxy
24/6 CL CL 1 0 ET POSITIVA (2)

 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


17/3 NS NS F 0
7/4 MFg MFg 1 +
15/4 MF 40/39 F +
16/4 MFp 41/35 F 0/+
19/4 47 F +
20/4 Ov F +/0
2/5 MFs CL/MFs 1 0 PG
4/5 30/30 1 +
5/5 35/34 1 +
7/5 38/38 ½ ++

17h 36/38 2 ++/+++


8/5 40/40 2 +++

17h 40/40 2 ++ Hcg


9/5 44/44 2 ++

16h 48/45 2 ++/+

00h 48/45 2 ++/+


10/5 48/45 2 +/0

12h Ov/Ov 2 +/0 IA (sémen congelado)

16h CL/CL 2 +/0 (~~) Oxy


11/5 CL/CL 2/1 +/0 Oxy
23/5 DG NEGATIVO
25/5 MF CL 1/2 +/++
27/5 35 1/2 ++
28/5 40/34 ½ +++ (~~) Oxy

17h 42/38 2 +++


29/5 45/36 2 ++

17h 45/36 2 ++ Hcg

88
30/5 45/36 2 +

16h 45/36 2 +

00h 47/45 2 +
31/5 Ov/Ov 2 + IA (sémen congelado)
1/6 CL/CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
12/6 DG NEGATIVO
14/6 CL/CL 1 0
16/6 30/CL MFg 1 ++
18/6 35/CL 35 2 +

17h 40 34 1 +
19/6 39 34 1 ++

17h 40 35 1/2 ++
20/6 51 36 2 ++

16h 46 36 2 ++

23h 46 36 2 ++ (~~) Oxy


21/6 46 36 2 ++

17h 46 36 2 ++

23h 46 36 2 ++/+ Hcg


22/6 46 36 2 ++/+

17h 46 36 2 +

23h Ov 36 2/3 + IA (sémen congelado)


23/6 CL 33 2/3 +/0 Genta 2 gr
24/6 CL 31 2/1 0 Oxy
5/7 DG?
7/7 34 1 0 DG NEGATIVO
9/7 36 1 +/++
10/7 38 1/2 +++
11/7 50 2 +++

16h 50 2 +++

23h 50 2 ++
12/7 50 2 +

16h 46 def 2 +

23h Ov 2 + IA (sémen congelado)


13/7 CL 2 +/0 Genta 2gr
25/7 DG NEGATIVO
1/8 51 2 ++ IA (sémen fresco)
2/8 50 2 ++/+ (~~) Oxy
3/8 50 2 + (~~) Oxy
4/8 Ov 2 0 (~~) Oxy
17/8 CL 1 0 DG negativo

89
 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


7/3 MFs MFs F F
18/3 MFs MFs F F
28/3 MFp MFp F 0
4/4 MFp MF 1 0
11/4 MFp MFg 1 0
18/4 --- 41 2 +++ Oxy
19/4 --- 46 2 +++ Oxy

17h --- 42 2 +++


20/4 --- 45 2 +++ (~~) Oxy
Genta 2g
+++ (~~)
17h --- 45 2 Oxy
21/4 --- 47 2 +++ Oxy
Genta 2g
17h --- 47 2 +++
22/4 --- 46 2 ++ Oxy
Hcg
17h --- 48 2 ++/+ Genta 2g

23h --- 48 2 + Oxy


23/4 --- 48 2 +

16h --- 48 pain 2/3 +

23h --- 48 pain 2/3 +

1h --- Ov 2/3 +/0 IA (sémen congelado)


24/4 Lavagem + Genta 2g
Liquido hiperecogénico
25/4 -- CL 2 0 Oxy
Liq + Liquido hiperecogénico
2/05 --- CL 1 0 ET Negativa + PG
6/05 CL 31 1 0/+
8/05 CL 42 1 0/+ PG
9/05 CL 42 1/2 ++/+++ Cultura: E. coli + Enterococcos
10/05 --- 43 ½ ++/+++ 2 gr de Gentamicina
(~~)
17h --- 45 duro 2 +++

11/05 --- 46 2 ++/+ 2gr de Gentamicina

17h --- 52 duro 2 +


21 h: Hcg
23h --- 52 duro 2 +
12/05 --- Ov 2 +/0 IA (sémen congelado)

16h --- CL 2 +/0 (~~) Lavage com Betadine


13/05 --- CL 2/1 +/0 (~~)
20/5 CL 1 0 ET NEGATIVA
24/5 CL/30 1 0
26/5 34/36 1/2 ++ Cultura Negativa
27/5 38/30 2 +++ Ceftiofur + H2O2

18h 38/30 2 +++

90
28/5 35/48 2 +++ Ceftiofur + H2O2

17h 46/30 2/3 ++ Hcg

23h 46 2/3 ++ Oxy


29/5 47 3 ++ (~~) Oxy

16h 48 sd 2/3 ++ (~~) Oxy

23h Ov 3 + IA (sémen congelado)


30/5 CL 2 + (~~) Lavagem com Betadine
31/5 CL 2 0 (~~) Oxy
6/6 40/CL 1/2 0 ET NEGATIVA
10/6 CL peq 1 0 PG
13/6 CL 1 0 PG

91
Égua K
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/3 --- CL 1 0 air Sutura não definitiva depois da IA
10/3 MFs MFs 1 0
14/3 MF CL/MF 1 0
17/3 MF CL/MF 1 0
24/3 MF CL/MF 1 0 PG
27/3 MF --- 1 0
30/3 MFs MFs 1 0/+
5/4 32 CL/NS 1/2 +++ Liq ++ Oxy
6/4 MFb --- 1/2 ++++ Liq
8/4 39 --- 1/2 ++++ (~~) Oxy
9/4 42 --- ½ +++ Liq + Genta 2 gr

17h 42 --- 2 ++++ Liq + Oxy


10/4 42 --- 2 +++ Liq + Oxy

18h 43 --- 2 +++ Liq + Oxy


11/4 43 --- 2 ++ (~~) Genta 2 gr

00h 43 def --- 2 ++ Oxy


12/4 Ov --- 2 ++ IA (sémen congelado)
13/4 CL --- 2 +/0 (~~) Oxy
20/4 CL/35 --- 1 0 ET POSITIVA + PG
24/4 CL NS 1 + ½ PG
27/4 CL NS 1 +
29/4 CL NS 1 + ½ PG
3/5 CL 43 ½ ++

17h CL 47 hard 2 ++
4/5 --- 47 2 +++ Liq + Oxy

12h --- 47 2 +++ Liq + Oxy

18h --- Ov 2 ++ IA (sémen congelado)


5/5 --- CL 2 ++ Liq + Lavagem
6/5 --- CL 2 +/0 Liq + Oxy
12/5 --- CL 1 + ET NEGATIVA
16/5 --- 37/CL 1 ++

16H --- 38/CL 1 ++/+++ (~~) Oxy


17/5 --- 43/CL 2 ++/+++ Lavage com Betadine
Liq ++
16h --- 43/CL 2 ++/+++ (~~) Oxy
18/5 --- Def 2 ++ Oxy

12h --- Ov 2 ++ IA (sémen congelado)

16h --- CL 2 ++ Liq + Lavagem + Genta 2 gr


19/5 --- CL 2 + (~~) Oxy
20/5 --- CL 2/1 +/0 (~~) Oxy
26/5 --- CL 1 0 ET POSITIVA
31/5 NS 40/CL ½ +++ (~~) Oxy

16h NS 42/CL ½ +++ (~~) Oxy

92
00h --- 43 hard 2 +++/++ Oxy
Liq +
1/6 --- 43 redondo 2 +++ Liq + Oxy
44
17h --- 2 +++
Ov
00h --- 2 ++ IA (sémen congelado)
2/6 --- CL 2 + (~~) Oxy
10/6 --- CL 1 0 ET NEGATIVA
14/6 32 CL 1 + (~~) Oxy
15/6 33 CL 2 + (~~) Oxy

16h 33 CL 2 + (~~) Oxy


16/6 39 --- 2 + (~~) Oxy

17h 42 --- 2 ++/+++

00h 44 --- 2 ++ Hcg


17/6 44 --- 2 +++ (~~) Oxy

17h 44 --- 2 +++ (~~) Oxy

00h 44 def --- 2 +++/++


18/6 Ov --- 2 ++ IA (sémen congelado)
+++ Liq ecogenico
17h CL --- 2 Lavagem + Marbo
19/6 CL --- 2/1 ++/+ Liq + Lavagem + Oxy
20/6 CL --- 2/1 + Liq + Oxy
26/6 CL --- 1 0 ET NEGATIVA
30/6 CL 31 1/2 +
1/7 MF 36 2 ++ (~~) Oxy

17h MF 36 2 ++ (~~) Oxy


2/7 MF 37 2 ++/+++ (~~) Oxy
++/+++ (~~)
17h MF 37 2 Oxy
3/7 MF 41 2 +++ (~~) Oxy + Hcg

18h MF 41 def 2 ++ IA (sémen congelado)


4/7 --- CL 3 ++ Liq +++ Lavagem

16h --- CL 3 ++/+ Liq + Lavagem + Marbo


5/7 --- CL 2 + (~~) Oxy
6/7 --- CL 2/1 0 Liq + Oxy
11/7 --- CL 1 0 (~~) ET POSITIVA
15/7 34 CL 1 +
16/7 38 --- 2 ++ Liq + Cultura

18h 38 --- 2/3 ++ Liq + Oxy


17/7 Ov --- 2/3 ++ IA (sémen congelado)

18h CL --- 2 ++ Liq ecogenico Lavagem + Genta 2 gr


18/7 CL --- 2/1 + Liq anecogen Lavagem + Oxy
24/7 CL 1 + ET NEGATIVA
28/7 CL/30 1 0/+
29/7 CL/35 NS 1 0/+ Liq + Oxy
30/7 CL/39 ½ + (~~) Oxy

93
17h CL/39 1/2 + (~~) Oxy
31/7 CL/Ov 1 + (~~) Oxy
5/8 PG
8/8 CL/MFs MFs 1 0/+
10/8 MF MF 1 + Liq +
11/8 MFg MFs 1 + Liq
12/8 31 MFs 1 +/++ (~~)
13/8 MF/35 2 ++ Liq +++ Lavagem

18h Ov 2 ++ IA (sémen congelado)


14/8 CL 2 ++ Liq + Lavagem com Betadine
15/8 CL 2/1 + Liq +
20/8 CL 1 0 ET NEGATIVA

 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


17/2 MF MFs 1 0 PG
5/3 30 MFs 2 +++
6/3 32 MFs 2 +++
7/3 36/30 MFs 2 +++

18h 37/30 MFs 2 +++ (~~) Oxy


8/3 39/30 MFs 3 ++ (~~) Oxy

18h 39/30 MFs 3 ++ (~~) Oxy

00h 39/30 MFs 3 ++ Hcg


9/3 39/30 MF 3 ++

00h 40 MF 3 ++
10/3 40 MF 3 ++/+

15h Ov MF 3 ++/+ IA (sémen congelado)


11/3 CL --- 2 + Liq ++ Lavagem + Genta 2gr
12/3 CL --- 2/1 + (~~) Oxy
18/3 CL --- 1 0/+ ET Negativa
23/3 MFs 36 2 +++ Liq + Genta 2 gr
24/3 MF 39 2 +++ Liq ++ Genta 2 gr
25/3 MF 40 2 +++ Liq ++ Lavagem + Ceftiofur + Dexametasona
21h Hcg
26/3 MF 40 2 ++ (~~) Oxy

12h MF 42 2 ++ (~~) Oxy

18h MF 42 2 ++ (~~) Oxy

00h MF 47 2 ++ (~~) Dexametasona


27/3 MF 47 def 2 ++ (~~) Oxy

11h MF Ov 2 ++/+ IA (sémen congelado)

17h MF CL 2 + Liq ++ Lavagem


28/3 --- CL 2/1 + Oxy
Liq +
anecoico

94
4/4 --- CL 1 0/+ ET Negativa
9/4 30 CL 1 + (~~) Oxy
10/4 35 MFs 1 ++ (~~) Oxy
11/4 37 MFs ½ +++ (~~) Oxy

17h 39 MFs 1/2 +++ Liq + Oxy


12/4 44 MFs ½ +++ Liq + Oxy

17h 45 MFs ½ +++ Liq + Oxy

23h 45 MFs 1/2 ++++ Liq + Oxy


13/4 Ov pain MFs 2 ++ (~~) IA (sémen congelado)
Lavagem + Ceftiofur
16h CL --- 2 + Liq
14/4 CL --- 2/1 +/0 Oxy
21/4 CL --- 1 0/+ ET Negativa + PG
25/4 30/CL CL 1/2 +/++ Cultura – Negativa!
26/4 31/CL CL 1 ++ (~~)
27/4 37/CL --- ½ ++ Liq + Oxy
Anecoico
16H 39/CL --- 2 ++ (~~) ½ PG + Acetylcisteine
28/4 38/CL --- 2 ++ (~~) Lavagem

17h Ov --- 2 ++ IA (sémen congelado)


29/4 CL/CL --- 2 + Liq +++ Lavagem + Ceftiofur
30/4 CL --- 2/1 +/0 Liq ++ Lavagem
1/5 CL --- 1 +/0 (~~) Oxy
6/5 CL --- 1 +/0 (~~) ET NEGATIVA
10/5 36/CL 30/29 1 +
11/5 CL 33/33 1/2 + (~~) Acetylcisteina
12/5 --- 36/35 2 + Liq ++ Cultura: Klebsiela + Streptococos
13/5 --- 37/36 2 +++ (~~) Genta + Penicilina

17h --- 35/Ov 2 +++ Liq ++ Lavagem


14/5 --- 35/CL 2 +++/++ Lavagem com Betadine
Liq ++
18/5 --- --- --- --- PG
21/5 --- Lut? 1 +

17h --- Lut? 1 +


22/5 --- 39/Lut? 1 +
23/5 --- Lut 1 +/0
25/5 --- Lut 1 0
30/5 --- --- --- --- PG
2/6 --- CL 1 + (~~) Oxy
3/6 MF CL/MF 1 + (~~) 5 ml de Receptal
4/6 MFs CL/MFs 1 0/+ PG + 5 ml de Receptal
6/6 MFs CL/MFs 1 0/+
8/6 MFs CL/MFs 1 0/+
10/6 --- --- --- --- PG
11/6 MF CL/MFs 1 +
13/6 29 CL/29 1 +/++ (~~) Oxy
14/6 33 CL/31 1/2 ++ Liq + Cultura: Klebsiela + Streptococos
15/6 37 CL/31 2 +++ Liq + Lavagem + Genta + Penicilina + Hcg

17h 38 36 2 ++++ Liq + Oxy


16/6 40 37 2 +++ Liq + Liquido anecoico

95
17h 40 def 36 2 ++ IA (sémen congelado)
17/6 Ov Ov 2 ++ Liq ++ Lavagem + Genta + Penicilina
18/6 CL CL 2 + (~~) Oxy
25/6 CL CL 1 0/+ Liq + ET POSITIVA (2)
29/6 MFs/CL 28/CL 1 ++ Liq +
30/6 MF/CL 30/CL 1 ++ (~~) Oxy
1/7 MF 34 --- +++ Liq + Lavagem
2/7 MF 35 ½ ++ Liq + Oxy

17h MF 39 2 + Oxy

23h MF 39 2 + Oxy
3/7 MF 35 pain 2 + (~~) Oxy

17h MF 35 pain 2 + (~~) Oxy

20h MF Ov 2 + IA (sémen congelado)


4/7 --- CL 2 + Liq + Lavagem + Genta + Penicilina
5/7 --- CL 2 +/0 Lavagem
Liq +++
6/7 --- CL 2/1 +/0 Liq + Oxy
11/7 --- CL 1 + ET NEGATIVA
15/7 33/31 CL 1/2 +++ (~~) Oxy
16/7 37/31 --- ½ +++ Liq ++ Lavagem + Marbo + Dexametasona

17h 37/31 --- 2 +++ Liq + Oxy + Deslorelina


17/7 36/38 --- 2 ++/+ Liq + Lavagem

17h 36/38 --- 2 ++/+ (~~) Oxy

23h 36/38 --- 2 ++/+ (~~) Oxy


18/7 Ov/def --- 2 + (~~) IA (sémen congelado)

16h CL/Ov --- 2 + (~~) Lavagem + Marbo


19/7 CL/CL --- 2 + Liq + Lavagem
20/7 CL/CL --- 2 +/0 Liq + Oxy
25/7 --- --- --- --- ET NEGATIVA
29/7 23 --- 1 + (~~) Oxy
31/7 32 --- 2 +/++ (~~) Oxy + Deslorelina
1/8 40 --- 2 ++ (~~) Oxy

18h 40 --- 2 + (~~) IA (sémen congelado)


2/8 Ov --- 2 + Liq ++ Lavagem com Betadine
3/8 CL --- 2 +/0 Liq ++ Lavagem
4/8 CL --- --- --- Oxy
10/8 CL --- 1 0/+ ET NEGATIVA
14/8 MFs MFs 1 ++ Liq + Oxy
15/8 29 MFs 1 ++ Liq + Oxy
16/8 32 --- 1 ++/+++ (~~) Oxy
17/8 36 30 2 +++ (~~) Oxy + Dexametasona
18/8 38 35 2 ++ (~~) Oxy

20h 38 35 2 ++ (~~) IA (sémen congelado) + Dexametasona


19/8 Ov Ov 2 + (~~) Oxy
27/8 CL CL 1 0 ET NEGATIVA

96
 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/3 MFs MFs --- ---
14/3 MFs MFs --- F
21/3 MFs MFs --- F
28/3 MFs MFs --- F
4/4 MFs MFs --- 0/F
11/4 34 30 2 ++++ Cultura – E.coli + Enterococos
Liq
12/4 36 33 2 ++++ Oxy
Genta 2g
17h 37 34 2 ++++
13/4 38 36 2 ++++ Liq Lavagem + Genta 2g

17h 40 36 2 ++++/+++
14/4 41 36 2 +++ (~~) Hcg
Genta 2g

17h 43 35 2 ++ (~~) IA (sémen fresco) + Dexametasona


15/4 45 32 2 ++ (~~)

17h 45 32 2 ++ (~~) IA (sémen fresco) + Dexametasona


16/4 Ov 30 2 + (~~) Oxy
24/4 CL MFp 1 0/+ ET Positiva
28/04 CL 33 1/2 +++ Lavagem
Liq Gentamicina + Penicilina
Oxy
29/04 --- 35/30 1/2 +++ Genta + Penicilina
Liq 23:30 Hcg
30/04 --- 35/29 2 +++ Lavagem
Liq + Oxy

17h --- 35/29 2 ++ (~~) IA (sémen congelado)


1/05 --- 39/33 2 ++ Lavage com Betadine
Pain Liq + Oxy

17 --- Ov/33 2 ++

2/05 --- CL 2 Liq + Lavagem


Oxy
3/05 --- CL 2 +/0 Oxy
Liq
9/05 --- CL 1 +/0 ET Positiva + PG
13/05 --- CL/31 1 ++/+++
(~~)
14/05 --- 33 1/2 +++ (~~) Oxy
15/05 --- 38 duro 2 +++ (~~) Oxy
16/05 --- Ov 2 Liq
21/5 PG
24/5 MF CL 1 0
26/5 30/30 CL 1 ++ (~~) Oxy
27/5 35/34 2 +++ Liq Oxy + Dexametasona + Desrorelina
28/5 35/34 2 +++ (~~) Oxy

16h 35/34 2 +++ (~~) IA (sémen fresco)


29/5 Ov/Ov 2 +/0 Liq ++ Lavagem com Betadine
30/5 CL/CL 2 +/0 Liq +++ Lavagem

97
6/6 CL/CL 1 +/0 Liq + ET NEGATIVA
10/6 CL/MF MF 1 + Liq +
11/6 CL/MFs 30 ++ Liq + Lavagem
12/6 MF 33 2 ++ Liq + Lavagem com Betadine + Oxy
13/6 38 2 +++ Liq + Lavagem

98
Égua L
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


28/3 NS NS F F
11/4 MFs MFs F ++ (~~) Oxy
14/4 MF MF F ++
18/4 MF MF F ++
21/4 MF MF 2 ++/+++
23/4 32/MF MF 2 ++/+++
24/4 39 MFs 1/2 ++ Hcg
25/4 39 ½ ++/+

17h 42 1/2 ++/+ IA (sémen fresco)


26/4 40 2 + (~~) Oxy

17h 40 2 + Liq + Lavagem


27/4 46 2 ++/+ Liq+ Lavagem

16h 42 2 ++/+ Oxy

00h 42 2 ++/+ Oxy


28/4 44 2 +/0 (~~) Oxy

18h 44 2 +/0 (~~) Oxy


29/4 44 2 + (~~) Oxy
30/4 Ov 2 +
5/5 PG
9/5 CL MF 1 0
11/5 CL NS 1 0 DG Inconclusivo
21/5 DG +
28/5 DG + (28 dias)
14/6 DG + (45 dias)

 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


23/4 Nascimento
28/4 MF MF 3 0 (~~) Oxy
3/5 MF 38 3 ++ (~~) Oxy
4/5 --- 40 3 ++/+++ Oxy

18h --- 40 3 +++ (~~) Oxy


5/5 --- 43 dw 3 +++ Oxy

17h --- 43 dw 3 +++ Hcg


6/5 --- 47 3 +++ Oxy

18h --- 45 3 ++
8/5 --- 47 3 ++

12h --- 47 3 ++

18h --- 47 3 ++/+


9/5 --- Ov pain 3 ++/+ IA (sémen congelado)

99
16h --- CL 3 ++/+ Oxy
17/5 MF CL 1 0 ET NEGATIVA
21/5 MFs CL/29 1 +
23/5 MFs 38 2 +++

17h --- 38 2 +++


24/5 --- 39 dur 2 +

16h --- 42 2 +

23h --- 42 def 2 ++/+ (?)


25/5 --- 42 2 +++

17h --- 44 2 +++


26/5 50 2 +++

17h 50 2/3 ++/+

23h 53 2/3 ++/+


27/5 53 2/3 +

14h 53 def 2/3 +

18h Ov 2/3 + IA (sémen congelado)


28/5 CL 2 +/0 (~~) Oxy
4/6 CL 1 0 ET NEGATIVA
8/6 36 2 ++
9/6 42 2 +++
10/6 48 2 ++

23h 48 2 ++/+ Hcg


11/6 55 2 ++/+

23h 55 2 ++/+
12/6 55 2 +

23h 55 2 +
13/6 55 def 2 +

12h Ov pain 2/3 + IA (sémen congelado)

16h CL 2/3 +
14/6 CL 2 +/0 (~~) Oxy
21/6 CL 1 0 ET NEGATIVA
25/6 NS NS 1 +
27/6 35 --- 2 ++/+++
28/6 40 --- 2 ++ (~~) Oxy

16h 40 dur 2 ++
29/6 40 2 ++

17h 42 2 ++ Deslorelina
30/6 42 def 2 + IA (sémen congelado)

16h Ov 2 + (~~) Genta 2 gr


1/7 CL 2 +/0 Oxy
8/7 CL 2 0 ET NEGATIVA
13/7 CL/32 MFs 2 0/+

100
15/7 37 MF 2 ++/+++
16/7 38 MF 2 +++ (~~) Oxy

17h 38 MF 2 ++ Oxy + Desloreline


17/7 45 2 ++

16h 45 2 ++

00h 45 2 ++
18/7 Ov 2 + IA (sémen congelado)

16h CL 2 +/0 Genta 2gr


19/7 CL 2 +/0 Oxy
26/7 CL 1 0 ET NEGATIVA
31/7 MFG 1 +
2/8 35/MF 1 +
3/8 41 2 +++ Deslorelina
4/8 40 2 +++

18h 40 2 ++ IA (sémen congelado)


5/8 Ov 2 + (~~) Oxy
13/8 CL 1 0 ET POSITIVA

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/3 MFs MFs F 0/+
14/3 MFg MFg F 0/+
17/3 MFg MFg F 0/+
21/3 MFp MFp 1 0
28/3 MFg MFg F ++/+++
31/3 MF MF F +++
5/4 MF MF F 0/+
11/4 MF MF F 0
18/4 MF MF 2 +++
20/4 30 MF 1/2 +++ (~~)
21/4 34 MF 1/2 +++ Oxy
(~~)
22/4 41 --- 2 +++ Oxy
(~~)
17h 39 --- 2 +++
23/4 45 --- 2 +++/++ Oxy
(~~)
16h 45 --- 2 ++
24/4 47 --- 2 ++ (~~) Oxy

16h 40 def --- 2 ++ IA (sémen fresco)


25/4 Ov --- 2 ++/+ Oxy + Sutura
Air
3/05 CL --- 1 0 ET Positiva + PG
8/05 32 Mf 1/2 +++
9/05 36 Mf 1/2 +++
10/05 39 --- 1/2 +++ (~~) Oxy
11/05 42 --- 1/2 +++ (~~)

++
17h 45 duro --- 2

101
12/05 44 Sd --- 2 ++/+

17h 44 def --- 2 ++/+

20h Ov --- 2 ++/+ IA (sémen congelado)


13/05 CL --- 2 ++/+ Oxy
(~~)
20/5 CL 1 0 ET NEGATIVA
25/5 MF 30/MF 1 +
27/5 39 1/2 +++
28/5 41 2 +++

17h 41 2 +++
29/5 Ov pain 2 ++ IA Pagão (sémen congelado)

16h Ov 2 ++ (~~) Oxy

102
Égua M
 2014

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


8/5 CL 2/1 +/0
27/5 NS CL 1 0
1/6 CL 1 0
8/6 MFs CL/MF 1 0/+
10/6 30 CL/MF 1/2 ++/+++
12/6 MF MF 2 ++/+++
15/6 MFs 39 1/2 +++
16/6 NS 42 2 ++ HcG
17/6 NS 47 2 +
18/6 Ov 2 +/0
24/6 PG
29/6 MFs 38 2 ++
30/6 48 2 ++ Hcg
1/7 48 def 2 + IA (sémen refrigerado)
2/7 Ov 2 +/0 (~~) Oxy
10/7 CL 1 0 ET NEGATIVA
14/7 30/30 1 ++/+++
15/7 39/37 2 ++ HCG
16/7 40/38 2 + IA (sémen refrigerado)
17/7 Ov/Ov 2 +/0 (~~) Oxy
25/7 CL/CL 1 0 ET POSITIVA
29/7 38 38 1/2 ++ Hcg
30/7 40 41dw 2 + IA (sémen refrigerado)
31/7 Ov Ov 2 +/0 (~~) Oxy
8/8 CL CL 1 0 ET POSITIVA

 2016

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


21/3 MFp MFp 0
28/3 MF MF 2 ++
30/3 MF MF F +++
4/4 MF MF 2 ++/+
10/4 MF MF F 0/+
17/4 MF MF F 0/+
21/4 MFg MFp F ++
24/4 40 2 +++
25/4 43 2 ++ Hcg
26/4 45 2 +/0 IA (sémen refrigerado)
27/4 Ov 2 +/0 (~~) Oxy
9/5 DG NEGATIVO
11/5 CL/MF MF 1 0
14/5 42 2 +++
15/5 42 duro 2 +++
16/5 49 2 +++
17/5 49 2 +++ Hcg
18/5 55 pain NS 2 +

12h 55 pain NS 2 + IA (sémen refrigerado)


19/5 Ov 2 +/0 Liq + Lavagem + Genta 2gr
20/5 CL 2/1 0 (~~) Oxy
31/5 MF MF 1 + DG NEGATIVO

103
Égua N
 2015

Data Ov. Esq Ov. Dir Cérvix Útero Tratamentos


3/3 MF MF F 0
10/4 32 MF F ++++ (~~) Oxy
13/4 40 MF 2F ++ (~~) Oxy

17h 40 MF 2F + hcG
14/4 43 MF 2 +/0

16h 43 MF 2 +/0 Monta Natural


15/4 Ov 2 +/0 Liq ecogénico Lavagem + Genta 1gr + Sutura
16/4 CL 2/1 0 (~~) Oxy
27/4 DG POSITIVO
1/5 1 0 DG POSITIVO (16 dias)
13/5 1 0 DG POSITIVO (28 dias)
29/5 1 0 DG POSITIVO (44 dias)

 2016

Data Ov. Esq Ov. Cérvix Útero Tratamentos


Dir
28/3 Nascimento
4/4 MF MF 3 +++ Oxy
(~~)
6/4 40 3 +++ Oxy
(~~)
7/4 44 3 +++
(~~)
8/4 46 3 +++ Oxy
(~~)
17h 46 3 hcG + Monta Natural
+++/++
9/4 48 3 ++ (~~) Genta 2gr

16h 51 3 ++/+ Oxy


10/4 44 3 ++/+

16h 52 3 ++/+ Monta Natural


11/4 Ov 3 ++ (~~) Sutura, Oxy
23/4 CL 1 0 DG POSITIVO (12 dias)
27/4 DG POSITIVO (16 dias)
9/5 DG POSITIVO (28 dias)
24/5 1 0 DG POSITIVO (43 dias)

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