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História da Reforma Sanitária e seus impactos na Política de Saude

A política de Saúde brasileira tem sua origem com intervenção estatal no seculo XX por
volta dos anos 30, até então era pautada na filantropia de uma prática liberal. E Segundo afirnar de
Braga 1985 a saúde aparece como “questão Social” na proeminência da economia capitalista
exportadora cafeeira, espelhando o desenvolvimento da divisão social do trabalho, a patir das novas
configurações de um trabalho assalariado, ou seja, do novo formato de exploração da força de
trabalho, tendo o trabalho como mercadoria.
As ações de assistência a saúde no Brasil tem forte influência do processo de
industrialização vivenciado nos países centrais europeus, e que mais tarde alcança os países
perifericos latinos americanos. Provocando uma redefinição do papel do Estado, o surgimento de
politicas sociais em resposta a reivindicaçoes dos trabalhadores assalariados. Ou seja, a política de
Saude é constituida e segmentada na emergencia das políticas sociais, onde eclode a sustentação
dos direitos sociais.
A política de saúde desta época era divida em duas linhas: a saúde pública, que tinha ações
mínimas para as populações urbanas e restritas para as populações do campo. E a saúde
previdenciaria ou medicina previdenciaria que surge com os IAP's(institutos de Aposentadorias e
Pensões) procura se espandir para outras categorias para se antecipar as reividicações das classes
trabalhadoras.
Nos anos 60 após o golpe militar de 01 de abril de 1964, onde se estaura o regime ditatorial
civil militar, as ações de saúde pública perdem força e espaço, para dar cabimento ao capital
privado em saúde. De 1964 a 1974 o Estado unifica a previdencia social no intuito de ampliar a
politica assistencial, burocrarizar e modernizar a maquina estatal para conseguir legtimar o sistema
ditatorial emerso no sistema capitalista vigente. Mas como como afirma Bravo ( p.7):
… não conseguiu, ao longo de dez anos, consolidar a sua hegemonia, precisou
gradualmente modificar a sua relação com a sociedade civil. Houve a necessidade de
estabelecer novos canais de mediação, que legitimasse a dominação burguesa e suas
consequencias politicas, economicas e sociais.
Surguindo assim, constantes tesões entre o estado e a classe empresarial médica, que não
encontravam uma mediação para espansão dos serviços de saúde e seu financiamento, sendo
realizadaas algumas reformas estruturais, e mesmo assim,não se consegue reverter a enfase da
politica de saúde, sendo tantas as contradições que o Ministério da saúde se viu obrigado a retomar
as medidas de saúde publica, mesmo de que formar limitadas.
No inicio dos anos 80 com o inicio da decadência do regime ditatorial, e primeiros passos
para redemocratização política do país, em meio a uma crise economica do capitalismo mundial que
espraiam ate os dias atuais, começa a surgir mobilizações sociais de resistencia e luta pela
democratização. E a saúde, estando diretamente relacionada a esse momento historico, não poderia
está neutra.
Nesta decada, a saúde dispôs da participação de novos atores sociais no planejamento
estrategico da condição de vida da sociedade brasileira. Ampliando as discusões sobre saúde e tendo
maior participação nos debades tomando proporções politicas sem perder sua condição técnica. E
para Bravo (p.8) destacam – se:
os profissionais de saúde, representados pelas suas entidades, que ultrapassaram o
corporativismo, defendendo questões mais gerais como a melhoria da situação saúde e o
fortalecimento do setor público; o movimento sanitário, tendo o Centro Brasileiro de
Estudo de Saúde (CEBES) como veículo de difusão e ampliação do debate em torno da
Saúde e Democracia e elaboração de contra-propostas; os partidos políticos de oposição,
que começaram a colocar nos seus programas a temática e viabilizaram debates no
Congresso para discussão da política do setor e os movimentos sociais urbanos, que
realizaram eventos em articulação com outras entidades da sociedade civil.

Construindo a partir daí uma proposta de saúde publica coletiva, de forma democratica que
atendesse as necessidades da população, com critérios tecnicos, mas levasse em considação a
demanda social. Não foi algo linear, consensuado sem embates politico, mas foi uma contrução a
pautada numa demanda coletiva, dentro de um processo contraditório participativo.
A proposta da Reforma Sanitária brasileira foi construída por muitas mãos, a partir de um
projeto idealizado pelo movimento sanitarista com propostas inovadoras, que tinha como princípio
a universalização da saúde, de carater igualitário, reconhecida como um direito social e de dever do
estado garanti – la. Que até então o acesso a saude era restrito e vinculado aos trabalhadores que
poderiam financiar. Para tal, foi necessario a reestruturação ou reordenamento da saúde sob uma
nova perspectiva, em que o processo decisorio fosse descentralizado e a gestão realizada de forma
democratica por conselhos de saude nas três esferas governamentais
Pode – se afirmar que o movimento sanitário brasileiro conseguiu colocar em pauta um
projeto alternativo que rompesse com a velha política de saúde de logica privatista. Projeto este que
ganhou força na 8ª Conferência Nacional de Saúde, a qual foi marco fundamental para articulação
da carta constituinte de 1988, onde o projeto de reforma sanitária brasileira, tomou forma e
ultrapassou a analise setorial de um sistema único e torna – se a maior conquista da historia da
Política de Saúde.

BRAVO, Maria Inês. Política de Saude no Brasil


http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto1-5.pdf

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