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1ª Edição: 2018
Inclui bibliografia
ISBN - 978-85-93530-14-2
MCM Publicações
Rua Santo Antônio, 230
Santo Onofre CEP: 75.388-769
Trindade - GO - Brasil
Tel. (62) 3505-7872
Eu tenho um pastor e um pai espiritual. É o pastor Neto. Seu nome
é Venâncio Gomes Neto e o de sua esposa é Ester Gomes. Durante seu
ministério na nossa cidade, São Luís de Montes Belos, nossa família co-
nheceu a Jesus. Sou profundamente grato a Deus pela sua vida!
José Rodrigues
Nota Editorial
Da mesma forma, alguém com o caráter de Jesus deve ter uma vida
verdadeira, porque a verdade está estabelecida em seu ser. Também não
precisa fazer esforço algum para ser justo, bom, fiel e íntegro. E não tem
dificuldades com o serviço. Perceba que cada uma das colunas ligadas ao
Senhor se manifesta naturalmente nessa pessoa, porque são fundamentos
no seu interior. Isso está arraigado, construído dentro do seu ser.
Quero citar uma história que conheço bem, pois, quando aconteceu,
já trabalhava com o pastor José. Em 1999, ele esteve na Índia e conheceu
de perto a realidade das meninas escravas sexuais. Esse contexto de injus-
tiça e sofrimento causou uma indignação muito grande no seu coração. O
detalhe é que, na época, a MCM não tinha a mínima condição de fazer
alguma coisa, financeiramente falando, em relação ao problema.
Omar H. Mendes
Diretor de ensino da MCM
Sumário
Capítulo 1 - A Sabedoria lavrou suas sete colunas...................... 17
Bibliografia................................................................................. 239
Introdução
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Capítulo 1
capítulo 1
A Sabedoria lavrou
suas sete colunas
“A Sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as
suas sete colunas.”
Provérbios 9:1
A Bíblia afirma que nós somos “moradas de Deus”. 1 Coríntios fala que
Ele mesmo, na pessoa do Espírito Santo, veio permanecer dentro do nosso
ser. Nos Evangelhos, Jesus indica que devemos ser construídos na rocha, na
pedra angular. Outro tipo de solo não sustentará uma obra do céu.
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A Ação da Cruz 3
F undamentos da construção
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A Sabedoria lavrou suas sete colunas
Então, a Sabedoria começou a edificar a sua casa. Ela fez uma obra na
sua morada, estabeleceu seus alicerces. Tendo definido os fundamentos da
construção, começou a lavrar as suas colunas. Estas são responsáveis por
manter a estrutura firme, promover estabilidade e determinar que tipo de
parede, piso e teto o edifício terá.
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A Ação da Cruz 3
“E Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas, outros para pastores e doutores. Querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a
edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade
da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à
medida da estatura completa de Cristo.”
Efésios 4:11-13
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A Sabedoria lavrou suas sete colunas
O processo da cruz
A imagem fala das feições e a semelhança tem a ver com o caráter. Por
isso, o trabalho do Espírito Santo é esculpir em nós a aparência de Jesus e
imprimir no nosso interior a sua essência. É impossível pensar no Mestre
como uma pessoa vulgar, de palavras torpes, de moral duvidosa, relaxado
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A Ação da Cruz 3
com seu físico ou obeso. Pelo contrário, Ele era um homem perfeito na
Terra. E é a essa perfeição que deseja nos levar.
Do texto que acabamos de ler, vamos nos ater ao trecho que diz que
“somos transformados”. A palavra “transformar”, ou “metamorphos”, no
grego, significa mudança completa de um formato em outro. É a raiz do
termo científico “metamorfose”, usado para descrever a transformação de
uma lagarta em borboleta. Esse processo leva tempo e gasta energia. É
algo doloroso para o inseto. Em determinado momento, ele nem é uma
coisa nem outra; é apenas um ser em um estágio ainda indefinido, cha-
mado crisálida, dentro de um casulo.
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A Sabedoria lavrou suas sete colunas
O homem ficou esperando que a outra asa se abrisse. Mas ela não se
abriu. Na metamorfose, a borboleta necessitava daquele esforço para de-
senvolvê-la. Ela precisava que seus fluídos corporais fossem jogados para
o membro, mas isso não aconteceu. Alguém resolveu ajudá-la no proces-
so. E agora aquele inseto viveria se arrastando pelo chão. Provavelmente
morreria logo e não cumpriria o propósito para o qual nasceu.
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A Ação da Cruz 3
Temos que ter cuidado com certas teologias que estão sendo ensina-
das, especialmente no Brasil, pois trazem conceitos meramente humanos.
Há muitos ministérios importantes que têm nos levado a olhar para bai-
xo, para o que é terreno. Devemos olhar para o céu! A nossa casa não é
aqui. O Espírito Santo está tentando imprimir em nós novos valores, que
são infinitamente superiores.
Nem mesmo a obra que estamos fazendo em seu nome é tão impor-
tante quanto o Senhor. A Bíblia nos dá exemplo contanto que, certa vez,
Jesus chegou a uma casa na qual gostava muito de ir, de Marta, Maria
e Lázaro, na cidade de Betânia. Estando lá, uma das irmãs trabalhou o
tempo todo para atendê-lo, bem como à sua comitiva. Nós conhecemos
bem essa história, que está descrita em Lucas 10.
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A Sabedoria lavrou suas sete colunas
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Capítulo 2
capítulo 2
Além da mediocridade
Irmãos, nós já experimentamos uma vida sem Ele, uma vida com Ele
e precisamos desesperadamente ter uma vida como a dEle. O nosso mo-
delo não nos faz extraordinários na fé. Os parâmetros humanos não nos
levarão para o céu. Se Deus se inquietou em nos ensinar um novo e vivo
caminho, então, que nos apeguemos a isso.
A verdade é que Jesus sobressaiu a todos de seu tempo não porque era
Deus, mas porque decidiu explorar a bênção de ser chamado “a imagem e
semelhança dEle”. Um privilégio que também eu e você possuímos. Mas
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Além da mediocridade
Sermos a sua imagem nos ensina que parecemos com o Senhor e não
apenas fisicamente. Foi nos dado o direito de sermos eternos. A seme-
lhança fala de termos uma conduta irrepreensível. O padrão moral de Je-
sus é altíssimo. O da justiça excede a tudo o que conhecemos como justo.
A medida do seu amor é infinita e a sua misericórdia dura para sempre.
Imagine como é difícil atingir a esse padrão. Mas, se a Bíblia diz que
é possível, fiquemos firmes em perseguir. Daniel, mesmo na Babilônia,
conseguiu; Abraão, errante pelos desertos, também; Davi se arrependeu de
suas mediocridades e conquistou o título de “homem segundo o coração de
Deus”; os apóstolos alcançaram. E eu e você também chegaremos lá.
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A Ação da Cruz 3
Esse tipo de pessoa não consegue amar nada e ninguém, além da-
queles que sejam de seu círculo íntimo. Aliás, em termos de amor, ele e o
homem comum praticamente empatam. É alguém que não age, apenas
reage na busca por aquilo que lhe dá prazer e saciedade de sentimentos.
É, por natureza, carente e suas relações pessoais são estabelecidas com
base nas suas necessidades e não na troca.
Quem vive na média cala-se a respeito do bem e das coisas boas que
cada um possui. Sabe difamar, mas não consegue reconhecer virtudes nas
pessoas. É capaz de admirar uma ação infame de um inimigo, mas “quei-
ma” de inveja se alguém elogia o seu melhor amigo.
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Além da mediocridade
Uma das pessoas que mais gosta de elogios é o medíocre. Quando faz
algo, raramente presta, mas levanta a bandeira, chamando a atenção de
todos para a sua obra. Se não for elogiado, fica machucado. Ele é o que
chamamos de “almático”, ou seja, alguém que vive à flor das emoções.
Sua maior caraterística é ser alguém sem ideais. Não tem sonhos e,
por isso, se firma no que é pequeno. Se, por exemplo, conseguir um bom
emprego, deve passar a vida inteira empenhado em não perdê-lo. Não irá
arriscar nada além daquilo. Se comprar uma bicicleta, ao invés de tentar
ter uma moto, passará todos os dias polindo a conquista.
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A Ação da Cruz 3
Até que, 25 anos depois de ter sentado praça, enfim, passou a ser
cabo. E um de seus amigos foi visitá-lo e o elogiou pela conquista. Ele
gabava-se de ter dormido pouco e conseguido a promoção. Duas décadas
e meia para elevar uma patente? Foi alguém que passou um terço de sua
vida acomodado por ter um sustento, sem buscar satisfação pessoal e cres-
cimento profissional. Esse é um bom exemplo de um homem medíocre.
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Além da mediocridade
Por sua vez, o “homem sábio” é aquele que vive acima da média da
sociedade. Ele é ávido por seus ideais e é inimigo da mediocridade. Suas
estruturas emocionais e físicas são constantemente preparadas para pros-
seguir, sem desistir daquilo que estabeleceu como meta na vida.
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A Ação da Cruz 3
J esus , um idealista
Jesus foi o mais nobre entre todos os homens já existentes. Tal como
é característico dos idealistas, não se ludibriou com os prazeres da socie-
dade de sua época. Ele não se amoldou às regras de conduta que feriam o
seu próximo, como no caso da mulher prestes a sofrer um apedrejamento.
Também não deixou de curar porque era sábado. E não deixou de amar
porque alguém era pecador.
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Além da mediocridade
O homem acima da média não deixa que seu espírito seja dominado
pelo ambiente em que nasceu. Sua nobreza independe de fatores exter-
nos. É diferente do que acontece com os medíocres, que costumam culpar
o seu nascimento, as circunstâncias e as pessoas por serem quem são.
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A Ação da Cruz 3
“O povo que andava em trevas viu uma grande luz e sobre os que
habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz...
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu e o principado
está sobre os seus ombros e se chamará o seu nome: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do
aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono
de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e
com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exér-
citos fará isso.”
Isaías 9:2,6 e 7
Jesus foi o Deus que virou gente, para nos ensinar que é possível uma vida
além da mediocridade. Sua pessoa é para ser admirada. Seus passos, para se-
rem seguidos. Sua conduta, para ser imitada. Sua resiliência, para nos inspirar.
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Além da mediocridade
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Capítulo 3
capítulo 3
Princípios de
restauração do caráter
No nosso processo de busca pelo Senhor é que o Espírito Santo irá nos
moldar e nos deixar parecidos com Jesus. Tudo depende da nossa disposição
de caminhar com Ele e permanecer. É um caminho de cruz pura e a carne
não gosta disso. Mas, se realmente queremos servi-lo, não temos opção.
“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após
mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;
A Ação da Cruz 3
Deixe-me contar uma história que pode ilustrar muito sobre isso. Há
alguns anos, eu e meu irmão tomamos um avião de pequeno porte para
viajarmos de Aruanã até São Luís de Montes Belos. A distância entre
uma cidade e outra, ambas em Goiás, é de mais ou menos 300 quilôme-
tros. Erámos uns cinco passageiros mais o piloto naquela aeronave.
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Princípios de restauração do caráter
Se você, caro leitor, quer chegar ao céu, que é o seu destino conquistado
por Jesus, precisa examinar sua bússola. Cuidado com o Cristianismo que
promete prosperidade e não cruz. Nosso Deus é extremamente abençoador,
mas certamente não está preocupado em que colecionemos bênçãos.
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A Ação da Cruz 3
D isposição de mudança
Quando temos total disposição de dizer para Jesus que queremos al-
cançar a plenitude dEle, recebemos uma graça especial para buscá-la. Na
verdade, é Deus quem faz, através do Espírito Santo. O Senhor conhece
nosso coração e, conhecendo, nos conduz. Não é necessário ficar ansioso.
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Princípios de restauração do caráter
ser moldados. Aquele que começou a boa obra irá terminar. O Senhor
jamais inicia algo que não tenha a intenção de concluir.
C orrer riscos
Por vezes, temos que tomar decisões não racionais nesse processo.
Na verdade, a fé sempre exige escolhas que estão longe do alcance de
nossa visão e fora do nosso controle. Ela precisa disso para se desenvolver.
Entenda isto: Na sua estrada, nunca haverá caminhos fáceis. Esqueça a
facilidade e continue dando passos. Após alguns anos, você perceberá o
quanto ficou mais semelhante a Jesus.
No ano de 2003, fui ao Tibete pela primeira vez. Lá, havia um obrei-
ro nativo cuidando de um trabalho com a cobertura da MCM (Missão
Cristã Mundial), organização que presido. Ele tinha se convertido fazia
algum tempo, mas nunca havia lido uma Bíblia. Na ocasião em que co-
nheci o rapaz, lhe dei alguns CDs com áudios do Novo Testamento. Ao
menos, poderia ouvir uma parte das Escrituras.
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A Ação da Cruz 3
uma carta de uma irmã de Curitiba (PR), que nada sabia da minha inten-
ção em relação aos livros. Ela dizia para que eu fosse prudente nas minhas
decisões, pois a MCM ainda não estava preparada para ficar sem mim.
Eu entendi aquilo como uma direção e obedeci. Mas orei e tomei a deci-
são de levar uma Bíblia apenas para o meu obreiro, na sua língua pátria. Uma
instituição chamada Missões Horizonte traduziu as Escrituras para a língua
tibetana. A história deles é muito linda e edificante. Sugiro que leia o livro
“Deus Chegou ao Tibete” (Editora Horizontes, 2006). Vai edificar a sua fé.
Comprei a Bíblia tibetana. Ela era bem grossa, parecida com um dicio-
nário. Eu a amarrei no fundo da mala e coloquei as roupas por cima, além de
algumas fitas K7 com canções de adoração em tibetano. Também coloquei
a minha versão em inglês das Escrituras na mala de mão. Estaria, então, en-
trando em um país que proibia o uso da Bíblia levando duas delas comigo.
Do Nepal para o Tibete não é muito distante. Não foi um voo demo-
rado. Ao chegar ao aeroporto, o avião taxiou e desci próximo ao desem-
barque. Nesse período de tempo, comecei a adorar. Não pedi que Deus
me guardasse por causa das duas Bíblias. Eu sabia que poderia ser preso,
mas não pedi nada. Só adorei a Jesus.
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Princípios de restauração do caráter
-las. Somente um anjo poderia ter feito daquela forma. Olhei aquilo e no
meu interior uma voz falou alto: “Eu sou o Senhor do Tibete!”.
Eu havia levado também aquelas fitas K7, que, por sinal, recebi de
um irmão tibetano, que já havia sido preso e torturado até conseguir sair
do Tibete para o Nepal. Ele foi o nosso primeiro obreiro lá. E selecio-
nou músicas tibetanas de adoração. Agora, aquela mulher achava aqueles
objetos no meio de minha roupa. Ela leu os títulos, olhou para mim e
perguntou, em inglês:
- Canções?
E respondi:
- Canções!
A mulher disse apenas uma palavra e eu respondi. Até então, ela esta-
va tensa, com o rosto fechado. Por que não fez nenhuma pergunta a res-
peito da Bíblia? Por exemplo: “O senhor lê nessa língua?”. Não mentiria,
pois não leio em tibetano. Se questionasse o motivo de ter as Escrituras
na língua do Tibete, não poderia dizer que era para o meu uso pessoal. Se
isso acontecesse, me envolveria em uma complicação séria.
Fazia uns cinco minutos que aquela mulher analisava tudo, mas, quando
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A Ação da Cruz 3
disse que eu poderia ir, o seu rosto se aliviou. Ela não sorriu, porém a tensão
desapareceu. Como oficial, estava para tomar uma decisão. Poderia me reter
para examinar aquelas questões, tanto as fitas de louvor a Deus quanto a Bí-
blia. Ou tinha a opção de me liberar. Foi o que fez. Quando vi o alívio no seu
rosto de paz, ouvi a voz lá dentro: “Eu sou o Senhor do Tibete!”.
Tenho visto muitos desses milagres nas nações. Eu vivi aquilo tudo
diante de mim. Não teria como uma Bíblia bem amarrada no fundo da
mala estar em cima da roupa e sem amassá-la. Depois de uma viagem de
centenas de quilômetros? Seria impossível. Estava vivendo aquela situa-
ção bem na minha frente.
Arrisque, dê passos de fé. Mas não ande sozinho. É preciso ter uma paz
100%. Iria levar quase 30 Novos Testamentos. Por causa de uma palavra de
sabedoria, retrocedi e corri somente o risco que Deus queria que eu corresse.
H onestidade
Vamos supor que durante 20 anos foram atados vários nós. Não estou
nem falando de pecados, mas de embaraços e situações pendentes. Ser
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Princípios de restauração do caráter
D isposição de cura
Curar não é confortável. Mas toda ferida que não se fecha sozinha
ou não é tratada pode virar um câncer. É muito mais vantajoso sermos
tratados, ainda que seja desconfortável, do que apodrecermos sem que
experimentemos uma vida saudável.
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A Ação da Cruz 3
de novo. Mas estamos falando de abrir mão de ter razão sempre, de re-
nunciar ao direito de possuir algo. Falamos do ato de obedecer, mesmo
quando não queremos. De nos calar quando não precisaríamos fazê-lo.
Ainda que seja doído para a carne e para a vontade, decisões como
as citadas no parágrafo anterior têm um valor que pode ecoar pela eter-
nidade. Para ilustrar a afirmação, vamos usar o exemplo da pérola, que é
a única pedra preciosa feita de sofrimento e morte. Para que a joia seja
formada, a ostra tem que morrer. Ela é um molusco comum, mas acaba se
tornando portadora de algo muito valioso.
É Jesus quem manda essas pessoas para que tratem nossas vidas.
Como a longanimidade será desenvolvida em nós? Como o amor de
Deus irá se aperfeiçoar? Como seremos transformados em pérolas de
alto valor? É preciso passar por esse tratamento, que podemos chamar de
“processo da irritação”.
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Princípios de restauração do caráter
Quanto mais você crescer no Senhor e o caráter dEle for sendo for-
mado em sua vida, mais será capaz de possuir relacionamentos duradou-
ros e profundos. Jesus criou relacionamentos e não instituições. Estas
afastam as pessoas, estabelecem um sistema de poder onde alguns man-
dam e outros obedecem e não geram amizades.
A bandonar a mentira
As mentiras são os lugares mais fáceis para onde corremos. Elas nos
dão sentimento de segurança e são as fortalezas de nossas mentes onde
nos escondemos. Muitas pessoas agem assim com Deus. No Éden, Adão
ainda não tinha descoberto as ramificações do pecado. Como não sabia
mentir, se escondeu.
Descubra se você está mentindo, deixe Jesus curar sua vida e tenha
liberdade plena na presença do Pai. Às vezes, as pessoas mentem porque
é mais seguro. Na realidade, elas têm a falsa sensação de segurança. Falar a
verdade pode até custar caro, mas nos levará a perfeição. Sugiro que você
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A Ação da Cruz 3
A valiar as fontes
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Princípios de restauração do caráter
"Em nada considero minha vida por preciosa para mim mesmo,
contanto que complete minha carreira e o ministério que recebi do
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A Ação da Cruz 3
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Capítulo 4
capítulo 4
Arrependimento e
confissão
Não quer dizer que nunca mais iremos pecar. Por causa da natureza
humana, ainda pecamos. Mas isso não deve ser uma prática em nossas
A Ação da Cruz 3
A rrependimento
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Arrependimento e confissão
A Bíblia declara, pela vida de Davi, que Deus não rejeita aquele que se
quebranta. A história do pecado desse rei é bem conhecida. Ele caiu em adul-
tério e depois, para esconder o seu erro, agiu de maneira vil, matando um
homem. Mas, ao ser confrontado pelo profeta Natã, tomou consciência do
que havia feito de errado, se quebrantou e se humilhou diante do Senhor.
Esse trecho bíblico confirma o que falamos sobre como Deus se move
em relação àquele que se quebranta. Mas também nos ensina que não é
pelas próprias atitudes que somos perdoados. Não há nada em nós mes-
mos que produza graça e misericórdia, atributos do Senhor que nos al-
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A Ação da Cruz 3
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Arrependimento e confissão
C onfissão
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos per-
doar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.”
1 João 1:9
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para
que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”
Tiago 5:16
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A Ação da Cruz 3
“Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor in-
dignamente será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se,
pois, o homem a si mesmo e assim coma deste pão e beba deste cálice.”
1 Coríntios 11:27 e 28
Um dos Salmos de Davi nos ensina como uma pessoa pode ficar do-
ente de morte por causa da falta de confissão. Mostra também como al-
guém é curado ao decidir confessar. Acompanhe o texto na íntegra:
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A Ação da Cruz 3
Quando era menino, brigava bastante. Era uma criança que vivia
brincando na rua. Tanto apanhava como batia muito, ao ponto de
chegar a minha casa até mesmo com o nariz machucado. Um dia levei
uma surra do Joaquim Perereca. Foi uma boa surra! Ele era chamado
assim porque tinha os braços muito compridos. Era mais forte e maior
do que eu, que era magrinho.
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Arrependimento e confissão
Esse episódio foi citado para mostrar que cada um de nós pode ter
passado por algum tipo de agressão. Fomos ofendidos, mas, por vezes, fo-
mos ofensores. Talvez alguém que esteja lendo este livro já tenha matado
uma pessoa. Até aqui, o crime pode estar somente entre a pessoa e Deus e
ninguém mais sabe. Pode ser que a história tenha a ver com aquele corpo
que apareceu no rio sem explicação e que, mesmo após investigação, não
tenham encontrado o autor. Ou quem sabe ainda existam os restos mor-
tais da vítima em um lugar secreto.
Em frente à nossa casa, havia uma mulher que fazia bolo de arroz e
entrei em um acordo com ela. Eu levantava cedo, colocava o tabuleiro na
cabeça e saia vendendo. Vendia tudo, para ver o filme. Quando não fazia
isso, vendia banana, caju. Mas, às vezes, quando chegava sábado, o dinhei-
ro não era o suficiente para comprar o ingresso.
Naquele tempo, ter uma revistinha nova do Pato Donald era “dinhei-
ro no caixa”. Fazíamos negociação de revistas na porta do cinema. E,
algumas vezes, quando não conseguíamos o valor necessário, suborná-
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A Ação da Cruz 3
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Arrependimento e confissão
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Capítulo 5
capítulo 5
Perdão, a decisão
necessária
ver livres. Alguém cheio de mágoas vive amargurado, mal humorado, des-
gostoso. A tendência é machucar quem convive mais próximo. Seu côn-
juge, seus filhos, seus irmãos geralmente são marcados negativamente por
suas atitudes. Essa pessoa tem dificuldade de fazer amigos, pois a família
até fica do lado, mas os outros não suportam e saem de sua vida.
Pedro quis ensinar alguma coisa a Jesus. Estava dizendo que já havia
dado o limite das faltas do irmão para com ele. Então, apontou sete vezes,
pois se tratava do dobro do que era costumeiro mais um. E esperava uma
resposta que fundamentasse toda a sua justiça própria. Mas o seu Mestre
respondeu de uma maneira que, assim acreditamos, o faça meditar até
hoje: “Não somente sete, mas 70 vezes sete!”.
Bem, 70 vezes sete totaliza 490 vezes. É bastante perdão para ser libe-
rado. E mais: No Evangelho de Lucas, capítulo 17, o escritor acrescenta
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Perdão, a decisão necessária
“Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdo-
ardes cada um a seu irmão.”
Mateus 18:35
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A Ação da Cruz 3
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Perdão, a decisão necessária
Por vezes, o ofendido nem convive com quem o ofendeu, mas só o fato de
alguém tocar no assunto já é motivo suficiente para desestabilizá-lo e deixá-
-lo impaciente. Em algumas situações, a ferida é tão profunda que uma única
lembrança pode estragar o dia e fazer com que a pessoa perca a calma.
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A Ação da Cruz 3
ao outro lado. Se o ofensor estiver bem ou mal, não importa. Se ele passar
por uma doença grave ou se estiver saudável, tanto faz. Não há disposição
ou ação do ofendido em interferir de alguma forma na sua vida.
A raiz de amargura
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Perdão, a decisão necessária
“Não vos priveis da graça de Deus e nem haja raiz de amargura que,
brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados.”
Hebreus 12:15
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A Ação da Cruz 3
Se você está lendo este livro e porventura tem dificuldades para per-
doar, repense as suas atitudes! Pode ser que para o seu caso ainda haja
chance. Faça como o salmista e peça a Deus para sondar-te. Deixe o
Espírito Santo entrar profundamente em sua alma. Decida resolver seu
passado e tenha a oportunidade de um novo recomeço.
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Perdão, a decisão necessária
O pai e a mãe de Corrie morreram nos campos. Eles eram reis negros,
de uma linhagem nobre e, mais do que isso, eram cristãos generosos e
tementes a Deus. Possuíam o hábito da oração e da leitura da Palavra e
foi esse o legado que deixaram para suas filhas. Foram pessoas que glori-
ficaram o nome de Jesus.
Juntamente com sua irmã, Corrie foi enviada para um campo de mu-
lheres, em que todos os dias havia uma revista dos soldados nazistas. Elas
eram obrigadas a passar nuas na frente daqueles homens. Estes as maltra-
tavam, faziam chacotas porque estavam muitas magras e feias, por causa
das péssimas refeições que faziam. Eram submetidas a muito serviço e
pouca alimentação.
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A Ação da Cruz 3
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Perdão, a decisão necessária
A purificação só vem pela confissão. Não tem outro jeito, nem para
nós nem para quem nos ofendeu. Acerte o passado e o presente. Ofereça
perdão e também perdoe. O caráter perdoador de Jesus é o nosso maior
exemplo. Façamos como Ele. Levemos nossas angústias para a cruz e nos
entreguemos para a morte de nossa justiça própria, para experimentar-
mos a alegria da ressurreição.
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Capítulo 6
capítulo 6
As crises revelam a
cura
“O crisol é para a prata e o forno para o ouro;
mas o Senhor é quem prova os corações.”
Provérbios 17:3
Por muitas razões, Deus permite que passemos por situações difíceis.
O objetivo com isso é provar nosso caráter. O quanto temos dEle preci-
sa ser colocado em avaliação. Algumas vezes, essas provações podem ser
simples, como, por exemplo, quando a esposa se esquece de colocar sal
no feijão. Em outros casos, podem ser sérias, como acidentes, doenças,
expectativas frustradas, problemas financeiros, confusão em algum rela-
cionamento importante, no ministério ou na profissão.
O Salmo 91, por exemplo, expressa uma crise em uma situação bem
adversa. Imagine ver várias pessoas caindo ao seu lado e todo mundo
sendo vencido, derrotado. A maneira como alguém se comporta revela o
seu real relacionamento com o Pai e o quanto responde a uma dificuldade
segundo a orientação bíblica.
Deus quer nos conduzir a uma condição em que nada mais nos aba-
la, nenhuma circunstância externa ou interna. Ele deseja nos levar a um
estágio em que podem “cair mil ao nosso lado e dez mil à nossa direita”,
como propõe o Salmo 91, de que falamos, mas permanecemos do mesmo
jeito, na mesma posição.
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As crises revelam a cura
Uma crise pode durar um segundo apenas ou até mesmo um ano, uma
semana ou um mês. A forma com que determinada situação é conduzida
irá permitir que Deus nos leve ou não a um crescimento. Dependendo de
como reagimos, Ele nos fará crescer ou decrescer.
Transferir a culpa não nos traz aprovação nos pontos em que estiver-
mos sendo provados. Do contrário, apenas nos faz permanecer naquele de-
grau por mais tempo. O Senhor dá muita importância à maneira com que
reagimos às situações no dia a dia. Ele permite que passemos por provações
bem delicadas, até de risco de morte, para que possamos ser testados se
realmente crescemos e se queremos continuar subindo na escada da fé.
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A Ação da Cruz 3
Dia após dia, somos incentivados pelo Evangelho midiático a que nos
tornemos supercrentes e usemos uma “fé mágica”. O nome de Jesus tem
se tornado um amuleto para que tudo dê certo. Mas, na prática, não é as-
sim que funciona. Temos a certeza bíblica de que passaríamos por aflições
e enfrentaríamos dias maus.
“Não serão envergonhados nos dias maus e nos dias de fome se fartarão.”
Salmos 37:19
Davi, por exemplo, passou por inúmeras crises antes de se tornar quem
deveria ser em Deus. 1 Samuel, a partir do capítulo 19, descreve uma delas.
Depois da heroica morte de Golias por suas mãos, foi perseguido pelo rei
Saul, passando a viver como fugitivo, errante pelo deserto e até em caverna.
A Bíblia fala que muitos homens que viviam em crise foram agrega-
dos a ele. Eram pessoas sem qualquer perspectiva de vida, segregados da
sociedade, muitos até entregues à marginalidade. Davi fez deles soldados
e, ao ensinar o ofício da guerra, lhes deu uma maneira de ganhar a vida.
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As crises revelam a cura
Davi demonstrou chateação por ter sido dispensado, mas não sabe-
mos se estava encenando ou se realmente estava magoado. O fato é que,
naquele momento, acabou poupado de lutar contra seu próprio povo. Era
um excelente guerreiro e tinha os melhores soldados. Talvez ele mesmo
quisesse ter pedido dispensa da guerra contra Israel, pois sabia o quanto
podia, com os seus homens, ser eficaz nesse tipo de confronto.
Contudo, essa possível crise de rejeição era mínima diante do que Davi
iria passar adiante. Ao chegar a Ziclague, ele se deparou com cenas terríveis.
E, para se recompor, precisou relembrar tudo o que era em Deus. Vejamos:
Como citamos antes, o dia mau é inevitável. E chegou para Davi e sua
tropa. Após uma rejeição, aqueles homens se depararam com uma cena
de total desolação. Suas tendas e cabanas estavam destruídas e seus ali-
mentos haviam sido roubados. Mas o pior de tudo estava no fato de suas
esposas e seus filhos terem sido sequestrados e levados por um bando de
homens inescrupulosos e violentos.
91
A Ação da Cruz 3
homem não se esqueceu disso. Tanto que a Bíblia diz que o futuro rei e
seus companheiros choraram até não terem mais força.
A primeira decisão de Davi foi parar de chorar. O choro tem seu mo-
mento e sua hora. Chega um ponto em que é preciso estancar as lágrimas e
seguir em frente. Entendendo isso, aquele homem chamou o sacerdote para
juntos consultarem a Deus. Ele foi buscar a maneira do céu para resolver a
situação delicada na qual estava envolvido. A resposta não foi outra senão
que deveria perseguir o inimigo e tomar de volta tudo o que lhes pertencia.
92
As crises revelam a cura
Tendo saído atrás do bando dos amalequitas, Davi e seus homens en-
contraram um servo egípcio, que fora deixado para trás. Eles lhe serviram
água e alimento e este os ajudou a encontrarem o inimigo. Aqui temos
mais um ensinamento, o de que, independente de nossas crises, podemos
exercer misericórdia com quem precisa.
93
A Ação da Cruz 3
U m sopro da P sicologia
94
As crises revelam a cura
95
A Ação da Cruz 3
É claro que isso varia a cada pessoa, mas é daí que surgem as pato-
logias psiquiátricas. Elas levam ao colapso dos sentidos, desencadeando
doenças como depressão, transtorno obsessivo compulsivo, síndromes do
pânico, de burnout e da ansiedade generalizada, entre outras.
96
As crises revelam a cura
U ma questão de fé
O detalhe é que não é sempre que Deus fala. Ele o faz quando quer e
não quando nós queremos ou decidimos. Não podemos obrigá-lo. O que
precisamos é ficar grudados às Escrituras, buscando seus princípios para as
situações que estamos vivenciando. Então, se o Senhor não falou em meio à
crise e não deu uma Palavra, acalme-se! Fique quieto e não tente se adiantar.
Não caia no mesmo erro de Abraão. Por ter uma crise de muitos anos
– que era o fato de não possuir herdeiro de sangue – ele decidiu solucio-
nar seu problema, gerando Ismael (Gênesis 16). Sua situação ficou mais
crítica ainda, tanto que repercute até hoje. Uma ação na alma, baseada nas
emoções e não na vontade de Deus, além de não trazer solução, faz com
que tudo fique muito pior.
Não seria bom se, no segundo seguinte a cada situação que você vi-
vesse, Jesus viesse e colocasse a mão? Mas não é assim que acontece. O
97
A Ação da Cruz 3
Senhor vem quando decide vir. E, por vezes, isso se dá quando menos se
espera. É Ele quem decide.
Toda vez, alguém era jogado primeiro nas águas e era sarado. Prova-
velmente aquele homem com problema de locomoção tinha inveja dos
outros. A cegueira era curada, o câncer era tirado, mas ele continuava lá,
ano após ano. O fato acontecia em Jerusalém, para onde Jesus sempre ia,
devido às festas. Será que, em uma de suas idas e vindas, chegou a ver o
moço doente lá? É possível que sim, mas não o curou. Até que resolveu
entrar naquela história.
João 5:8 e 9
Espere Jesus vir, espere-o falar. Uma coisa é certa: Ele sempre falará.
Mas no momento dEle. O Senhor é eterno, soberano e não podemos
forçá-lo a nada. Quando você estiver em uma situação em que precisa de
uma Palavra de Deus, o melhor a fazer é esperar!
98
As crises revelam a cura
Deus está nos treinando para que o sirvamos de uma forma muito
maior do que podemos imaginar. É preciso que passemos pelo seu trei-
namento! Quando Paulo foi preso e conduzido a Roma, entrou em um
navio e aconteceu uma grande tempestade. Chegaram a esvaziar tudo
para deixar a embarcação mais leve.
Há todos os indícios de que Lucas estava lá, pois foi ele quem narrou
o episódio com detalhes. Isso é relatado em Atos 27. Em certo momento,
chegou a falar: “Acabou toda a esperança”. Era como se dissesse: “Agora
não tem mais jeito. Nós vamos mesmo afundar”. Um dia você também
poderá viver uma situação assim – se já não viveu - e chegar a um ponto
em que não crê mais, talvez dizendo: “Acabou!”. Ou, pior: “Eu acabei!”.
Aliás, foi isso o que Jó disse em determinado momento de suas lutas, como
é sugerido no capítulo 7 do livro que leva seu nome: “Estou no fim. A sepul-
tura é o que mais desejo!”. Ele queria morrer, em função da crise que passava.
Em situações de profundas angústias, chegamos até mesmo a desejar a morte.
Deus poderia ter evitado a luta enfrentada no mar. É claro que Paulo
orou por conta daquela situação. É provável que Lucas e talvez outros
companheiros também o tenham feito. Mas a tempestade não acabou e o
navio foi destruído. Havia um propósito em tudo aquilo.
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As crises revelam a cura
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Capítulo 7
capítulo 7
Amor, o profundo
alicerce
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas
tenha a vida eterna.”
João 3:16
“Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas
em que Ele nos amou a nós e enviou seu Filho para propiciação
pelos nossos pecados.”
1 João 4:10
Jesus sabia que haveria um processo duro na Terra até chegar ao sa-
crifício. Precisaria ser examinado pelos sacerdotes e, como o cordeiro de
Levítico, deveria ser encontrado imaculado, sem defeito. Em Mateus 22,
vemos que Ele foi questionado pelos fariseus acerca de tributos, ressur-
106
Amor, o profundo alicerce
No verso 34 de Mateus 22, é dito: “Os fariseus, ouvindo que Ele fizera
emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar”. Aqueles homens
tentaram emboscar Jesus, ao fazerem uma pergunta aparentemente difí-
cil, como vemos no versículo 36: “Mestre, qual é o grande mandamento
na lei?”. A sua resposta, contudo, foi muito pontual:
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A Ação da Cruz 3
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Amor, o profundo alicerce
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A Ação da Cruz 3
Uma parábola contada por Jesus em Lucas 10:30-37 diz que certo
sacerdote ia passando por um caminho onde havia um homem machuca-
do. Ele deu a volta e foi embora. Depois, um levita viu o mesmo sujeito
e também se desviou dele. O que os levou a não cuidarem do ferido foi a
presunção de acharem que poderiam escolher a quem amar. Por isso, pre-
110
Amor, o profundo alicerce
Por isso, se você quer ser amável, faça apreciações positivas a respeito
das pessoas. Por mais improvável que seja. A samaritana, por exemplo,
vivia entregue à prostituição, mas, quando Jesus a encontrou, ouviu o ín-
timo dela dizer: “Um dia o Messias virá e me libertará!”. O Mestre não
passou de largo por aquela mulher. Ele tinha a cura que ela precisava. As-
sim somos nós. Deus nos aproximará de quem precisa de algo que temos.
Essa é a oportunidade de amar.
“Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a vida por nós e nós
devemos dar a vida pelos nossos irmãos”.
1 João 3:16
111
A Ação da Cruz 3
U m batismo de amor
Mas eu tinha ido para aquele país com uma Palavra baseada em Gê-
nesis 13:17: “Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua
largura; porque a ti a darei”. Tinha um comando e, àquela altura, ainda nem
havia ido ao centro da Somália. Fui, então, a esse ponto e orava muito, es-
pecialmente por chuva. Em um dos dias quase choveu, mas um vento forte
soprou as nuvens pra longe. Percebi que o céu espiritual lutava contra mim.
112
Amor, o profundo alicerce
Ali na Somália, aquelas ondas vinham sobre mim, uma após a outra.
Não sei quanto tempo a experiência durou, mas não foi menos de meia
hora. Deus não falou nada comigo. Ele só me visitou e me inundou com
seu amor. Realmente eu não poderia falar do tanto que o Senhor ama
cada pessoa sem viver o que vivi naquele dia.
113
A Ação da Cruz 3
amor lança fora todo medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele
que teme não é aperfeiçoado no amor”. Estamos falando de se arriscar.
Jesus arriscou tudo porque amou. E nos escolheu para fazer o mesmo e
também para sermos amados, assim como Ele é amado de seu Pai.
A história de A dam
114
Amor, o profundo alicerce
pais. Mas chegou um momento em que eles não foram mais levá-lo para
mim. E perdemos contato.
Como já pedi perdão para Deus por essa história, irmãos! O que fiz
por aquele menino? Eu me arrependo profundamente e devo continuar
me arrependendo. Deus me deu a oportunidade de conhecer a Ele através
da fraqueza de outro ser humano e deixei escapar a oportunidade.
Por outro lado, aquele padre, o autor do livro, me ensinou sobre Jesus
como poucas pessoas me ensinaram. Em sua obra, não lemos a respeito
de idolatria ou doutrinas católicas, mas uma mensagem mostrando como
o amor de Deus se manifesta através de alguém tão frágil. O sacerdote
entendeu o valor do silêncio na vida de quem não podia falar. Descobriu
o mistério que se revela na fraqueza, que é a dependência. Será que se-
ríamos mais gratos ao Senhor se dependêssemos mais dEle? Adam não
tinha medo de depender, pois nunca tinha sido independente.
Nós, o tempo todo, queremos ser fortes. Mas a história daquele jovem
nos ensina coisas que não ouvimos em congressos e é necessária uma vida
inteira para aprender. Às vezes, é preciso Deus levantar um homem que
nunca andou, jamais falou ou fez qualquer façanha para impressionar. Há
um grito do Senhor em Adam tentando nos mostrar que a manifestação
do amor é simples.
A sua condição fazia com que Adam não tivesse distrações ou gran-
des ambições. Portanto, não precisava praticar disciplinas espirituais para
se esvaziar de si próprio. Nesse aspecto, já era vazio e, por isso, sabia re-
ceber amor. Queremos tantas respostas e somos os poderosos donos de
nós mesmos que, de tão cheios, nos esquecemos do quanto precisamos
uns dos outros.
Por ser livre do mundo corriqueiro, Adam também era livre das agita-
115
A Ação da Cruz 3
A verdade é que Adam não tinha medo do sofrimento, que foi seu
companheiro, algo inerente à sua condição humana. Enquanto isso, nós
sequer suportamos sofrer, muito embora as adversidades façam parte da
vida. Quantos se perdem por causa de uma tempestade? Aquele jovem
aprendeu a lidar com a dor.
Além de não ter dificuldades com o sofrimento, Adam aceitava ser amado.
Sua história nos ensina que não podemos medir o amor de Deus com nossa
própria régua. Não podemos exigir que Ele nos ame como queremos. Aquele
jovem não buscava a preservação de sua imagem ou reputação. Aliás, nenhum
de nós precisa disso. Deveríamos deixar o Senhor cuidar dessas coisas.
Assuma sua identidade! Assuma que você é fraco, que não pode! As-
sim, não fará nada na força do seu braço. Um caminho para curar a falta
de amor é aprender a recebê-lo, ou seja, se deixar ser amado e também
amar. É uma troca. Aprenda a trocar!
“Não sei se estou pronto para conhecer Adam. Não sei se estou
pronto para cuidar dele. Eu acho que não estou! Mas as lições de
sua vida parecem torná-lo íntimo de quem quer conhecer a Deus e
permitir ser amado dEle”
José Rodrigues
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Capítulo 8
capítulo 8
Coluna da santidade, a
viga mestra i
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Coluna da santidade, a viga mestra I
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A Ação da Cruz 3
P rocesso da santificação
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Coluna da santidade, a viga mestra I
Os olhos, por sua vez, são a janela da alma. Eles despertam o desejo
dos outros sentidos. No nosso país, para santificar a visão, é preciso tomar
uma atitude muito forte, para não ver tudo o que aparece. Até os outdoors
de hoje são muito sensuais. Veja o que a Palavra fala:
Já o tato é o sentindo que mais se aflora pela ativação dos outros. Ele
é despertado quando se sente odores agradáveis, quando se vê algo atra-
tivo e quando se ouve palavras carinhosas, maliciosas ou convidativas. E
é nesse sentindo que muitos caem em pecados carnais. Veja o que Judas
mostra a esse respeito:
“Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarne-
cedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.
Estes são os que a si mesmos se separam, sensuais, que não têm o
Espírito.”
Judas 18 e 19
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A Ação da Cruz 3
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Coluna da santidade, a viga mestra I
125
A Ação da Cruz 3
Então, nos santifiquemos! Que triste será se passarmos uma vida in-
teira nos bancos das Igrejas e, ao final, diante do Trono Branco, sermos
rejeitados por não termos conseguido vencer a própria carne.
126
Coluna da santidade, a viga mestra I
libertas, precisam apenas levantar as mãos e aceitar Jesus que está tudo re-
solvido. Pela minha experiência e por aquilo que estudo, eu creio que não.
Vamos supor aqui que alguém passou por uma relação homossexual
na infância ou na adolescência, sofreu um abuso ou teve práticas sexuais
com animais. Essa pessoa se contaminou com demônios! A partir do
momento do contato, os anjos satânicos passaram a ter direito sobre ela.
Agora aceitou Jesus e é crente. Ainda assim, pode ser que esteja sofrendo
tendências para certos pecados ou desenvolvendo um círculo vicioso de-
les. É possível inclusive que tenha desenvolvido doenças físicas e psíqui-
cas por influências espirituais.
A Bíblia nos ensina que somos libertos pela Palavra. À medida que
nos entregamos a Deus, abandonamos o pecado e procuramos andar se-
gundo as Escrituras, nos santificando. Mas, se o dano causado em sua
alma foi de grande proporção, sugiro que você procure ajuda. Atualmente,
127
A Ação da Cruz 3
Certo dia, Jesus me revelou sua santidade. Eu passava por uma crise
ministerial e no meu coração havia muita dor. Aquilo era intenso e quase
insuportável. Estava sozinho no apartamento em que morava, em Goiânia.
Comecei a andar pelo quarto enquanto orava mais ou menos umas 18 horas.
O motivo pelo qual recebi aqueles dentes não ficou claro no momento.
128
Coluna da santidade, a viga mestra I
Mas o que ficou dessa experiência é que, muitas vezes, não seguimos a von-
tade de Deus. Em várias oportunidades, o Senhor já falou conosco e não
obedecemos, porque não tememos a Ele. Eu senti muito temor naquele
momento e fui inundado pela sua santidade. E é ela que atrai a sua glória.
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Capítulo 9
capítulo 9
Coluna da santidade, a
viga mestra ii
“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também san-
tos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede
santos porque eu sou santo.”
1 Pedro 1:15 e 16
Para quem é santo, morrer não é um problema. Ter uma vida pecaminosa
sim. Quem não teme pecar é porque nunca teve de fato uma experiência com
Deus. Quem brinca com o pecado jamais experimentou a glória manifesta
pela sua santidade. Quando provamos realmente a Jesus, pensamos duas ve-
zes antes de tropeçar, pois isso pode nos afastar dEle para sempre.
134
Coluna da santidade, a viga mestra II
O capítulo que fala sobre a santidade para que se veja a Deus tam-
bém diz que Esaú perdeu seu direito de primogenitura por ser profano.
Profanar é tornar impuro aquilo que estava separado para ser santo. Ele
quis satisfazer sua carne. Ao chegar cansado e com fome da caçada, se
deparou com seu esperto irmão, Jacó, que fez uma barganha e negociou
algo espiritual por um prato de lentilhas.
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A Ação da Cruz 3
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Coluna da santidade, a viga mestra II
Efésios 5, que acabamos de ler, ainda mostra como é possível ser santo.
Jesus já se entregou como Cordeiro imaculado. Seu sacrifício foi suficiente e
tudo o que precisamos é aceitá-lo e viver uma vida de cruz, nos lavando pela
Palavra. Ou seja, seguindo o que as Escrituras nos apontam como padrão.
137
A Ação da Cruz 3
O Senhor poderia ter matado Adão e Eva, já que havia dito que eles
morreriam se desobedecessem. Mas, ao invés disso, matou um cordeiro,
o que nos ensina que Deus não se importa com o que produzimos. Ele
está preocupado se somos purificados em Jesus. Somente o sangue do
Cordeiro pode exercer misericórdia e nos salvar de nossas desobediências.
“Se alguém constrói sobre esse alicerce, usando ouro, prata, pedras
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Coluna da santidade, a viga mestra II
139
A Ação da Cruz 3
Ter santidade pode ser descrito como o hábito de ser alguém de uma só
mente com Deus, de acordo com o que as Escrituras descrevem a seu res-
peito. É concordar com o julgamento do Senhor, odiando o que Ele odeia,
amando o que Ele ama e comparando tudo com o padrão de sua Palavra.
140
Coluna da santidade, a viga mestra II
Aquele que busca a santidade se esforça para ser como Jesus. Não
somente tem uma vida de fé no Senhor, mas dEle recebe paz e força para
o dia a dia. Trabalha para ter a mente de Cristo e ser conforme a sua ima-
gem, como está escrito em Romanos 8:29.
E não para por aí. Um homem santo busca pureza no seu interior.
Teme toda corrupção e impureza de espírito e tenta evitar as coisas que
possam levá-lo a se contaminar. Ele sabe que seu coração facilmente se
inflama e se aparta cuidadosamente da brasa da tentação.
Quem quer santidade busca o temor de Deus. Não estamos nos re-
ferindo à postura de um escravo, que somente trabalha para evitar a pu-
nição de ser descoberto sem fazer nada. Ao contrário, pensamos aqui no
comportamento de uma criança, que deseja viver e se locomover como se
estivesse sempre com o seu vigilante pai por perto, sabendo que ele a ama.
Por fim, um homem santo enche sua mente com coisas espirituais.
Tenta se concentrar inteiramente no que é do Alto, não se apegando ao que
é do mundo. Esforça-se por viver como alguém cujos tesouros estão no céu
e cuja permanência na Terra é a de um peregrino em viagem para casa. Sua
maior fonte de prazer está na comunhão com Deus, por meio da oração, da
leitura da Palavra e da reunião do seu povo. Ele dá valor a cada coisa, lugar
e relacionamento, fatores que o levam para mais perto do Senhor.
“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver.”
1 Pedro 1:15
141
Capítulo 10
capítulo 10
Coluna da verdade
Havendo uma poeira de mentira, não se pode chamar o que quer que
seja de verdadeiro. A verdade é algo que está na luz. É a manifestação do que
existe tal como é de fato, ou seja, de maneira real. Tem também a ideia de
“não esquecido”. Assim, podemos dizer que ela é aquilo que traz à memória
preceitos e valores que não podem morrer com o tempo, que são imutáveis.
Já o Santo Lugar não era para todos. Apenas os sacerdotes levitas ti-
nham acesso a ele. Para entrar, era preciso caminhar em santificação, con-
sagração e separação. Era necessário andar na verdade! Em seu interior,
estava a mesa com os pães da proposição, que representam a Palavra e
indicam que só podemos adentrar a esse nível por uma vida de meditação
e aplicação dela. Também estavam ali o altar do incenso, apontando para
a oração dos santos, sem a qual é impossível ter intimidade com Jesus, e o
candelabro, representando a luz do Espírito Santo.
146
Coluna da verdade
dentro de si, pois é só para os outros que essas coisas estão ocultas. O Senhor
é o Pai das Luzes, para quem tudo está desnudado. Então, deixemo-nos ser
invadidos pelo brilho dos princípios eternos e imutáveis da sua Palavra.
É por esse mesmo motivo que a Bíblia apresenta Jesus como o “Sim”
e o “Amém” (2 Coríntios 1:20). O último termo, aliás, é usado para defi-
147
A Ação da Cruz 3
Quando aquele complexo domiciliar foi entregue, tudo era bonito e sua
aparência era impecável. Centenas de pais e mães de famílias compraram
seus apartamentos, alguns ainda na planta. Pessoas sonharam, criaram expec-
tativas e se realizaram ao pegar a chave do lar. Elas, então, se mudaram para
dentro dos imóveis e os mobiliaram. Estavam tendo uma vida normal. Hou-
ve ali ceias de Natal, viradas de ano, aniversários e tantos outros momentos.
148
Coluna da verdade
149
A Ação da Cruz 3
Ainda assim, escolha fundamentar sua vida na verdade. Ela não entra
em ruínas. Quem não faz esforço não entra no Reino dos Céus, pois ele
é tomado por esforço. Não conhecemos seu passado, se você matou, se
roubou ou foi roubado, se foi abusado ou abusou de alguém, se traiu ou
foi traído. Nada disso importa. Venha para a luz!
Antes de encerrar sua carreira como homem na Terra, Jesus teve uma
conversa com seus discípulos. O teor era um real desejo de fazê-los en-
tender que podiam viver na verdade. Em João 15, Ele explicou que era
a videira verdadeira e que aqueles homens, se quisessem a eternidade,
deveriam estar em sua presença. Só havia uma forma de tê-lo e era per-
manecendo nEle. Assim, os frutos viriam e durariam até o tempo eterno.
150
Coluna da verdade
Como, então, estabelecer uma obra que dure para outras gerações?
Como construir algo que possa alimentar pessoas que virão após nós?
Nesse sentido, Jacó pode ser usado como referencial. Ele construiu em
Sicar uma fonte que saciou sua família, seu gado e seus servos. 2 mil anos
depois, Jesus e a samaritana beberam daquelas águas ( João 4:5-26). E,
em uma incrível experiência pessoal, 4 mil anos depois da construção, eu
também tive o privilégio de beber dali.
Certa vez, em uma viagem para Israel, fui até esse poço. Ele fica a 78
quilômetros de Jerusalém, em uma área bem montanhosa e atualmente
pertencente aos palestinos. Chegando lá, não me permitiram tirar foto-
grafias, mas me deixaram beber de sua água. Como é uma região desér-
tica, cheguei com muita sede. Na minha mente, era possível visualizar o
Mestre e a samaritana, que estavam naquele lugar ao meio-dia. Eu fui de
carro e cheguei sedento. Imagine, então, Jesus, que havia ido a pé.
Mas a questão é que bebi daquela água. Muitos turistas fazem a mes-
ma coisa. Gerações e gerações de famílias inteiras foram alimentadas por
aquela fonte. Milhares de animais e vegetais também. A mulher sama-
ritana falou para Jesus que os seus pais e os pais de seus pais tinham o
costume de beber dali. Jacó, portanto, conseguiu produzir um fruto que
dura pelo menos 4 mil anos.
No ocorrido, Rebeca, sua mãe, ajudou Jacó a fugir e prometeu que lhe
avisaria quando seu irmão se acalmasse. Mas ela nunca mandou um reca-
do de alívio para o filho fugitivo. Talvez a ira daquele que foi traído nunca
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A Ação da Cruz 3
tenha se aplacado. Até o dia em que o ofendido foi atrás do seu ofensor.
Sabendo que Esaú vinha ao seu encontro, enviou-lhe muitos presentes.
Desesperado, dividiu todo o povo e o gado, no intuito de que, se fosse
atacado, não lhe fosse tirado tudo de uma vez.
Dali por diante, o antigo Jacó, agora Israel, parou de fugir de Esaú.
Ele se deparou com o momento único de um encontro com o Senhor
e se deixou ser confrontado pelas verdades de sua história. Não negou
seu passado, mas se despojou dele, esperando viver o propósito que havia
para si. Lutou pela sua bênção até que seu caráter, nome e vida fossem
mudados. Então, percebendo que fora atendido, chamou aquele lugar de
“Peniel”, que significa “Vi Deus face a face e minha alma foi salva”.
Após ter uma conversa olho no olho com o Senhor e ver sua vida mu-
dada, Jacó saiu dali e se reconciliou com Esaú. Depois disso, comprou as
terras de Sicar e estabeleceu um poço. Porque um dia respondeu ao con-
fronto com a verdade, construiu uma fonte que durou milênios. Como já
152
Coluna da verdade
Aliás, no dia em que Jesus decidiu tomar daquela água, um novo con-
fronto aconteceu. Chegando ao poço ao meio-dia no poço, se deparou
com uma samaritana, de certo já com seus 40, 50 anos. Estava cansa-
do, devido à região ser montanhosa. Com sede, lhe pediu o que beber.
Grande foi o espanto da mulher, pois os judeus e os samaritanos não se
falavam. Mais do que isso, ele se vestia como um sacerdote e um homem
com esse cargo jamais se dirigiria a alguém como ela.
Aquela mulher estava descobrindo que Jesus sabia que não se sentia
saciada. O Senhor sabe que há uma sede em nós, colocada por Ele mes-
mo e que não é suprida em qualquer outra fonte. E nos fez assim. Todas
as nossas ansiedades têm a ver, na verdade, com os nossos desejos mais
profundos de que nos encontremos com o Mestre.
153
A Ação da Cruz 3
Jesus sabia que a samaritana vinha sendo escravizada pelos pecados se-
xuais. Aquela mulher tentava se suprir com uma vida entregue a relaciona-
mentos que não davam certo, porque no seu íntimo não era mesmo o que
procurava. No diálogo que acabamos de ler e que pode ser conferido na
íntegra no capítulo 4 de João, Ele estava lhe ensinando que aquilo que seu
espírito queria era se saciar em Deus. A estrutura de engano precisava ruir,
para que ela pudesse viver sua verdade: Alguém que tinha sede do Senhor.
O propósito estabelecido por Deus para a samaritana não era que fos-
se uma adúltera, mas uma evangelista. Tanto que ganhou dezenas de pes-
soas para Jesus no mesmo dia. Há uma verdade em cada um de nós, que
não é conectada ao pecado e sim à razão para o qual nascemos. Deixe-se
ser confrontado nas suas fraquezas, pois isso pode trazer para a superfície
quem realmente você é para o Senhor que te criou.
Sabe o que irá acontecer quando você se deixar ser confrontado? Ele
transformará sua vida em uma fonte viva, que jorra para eternidade. Ao
invés de buscar se saciar, será resposta para muitos perdidos, que clamam
pela água da vida. Não houve uma única pessoa que tenha se permitido
ser confrontada por Jesus que não tivesse sua história mudada.
“Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede,
porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que
salte para a vida eterna.”
João 4:14
155
Capítulo 11
capítulo 11
Coluna da justiça
de estabelecer ordem ou ter atitudes que deem ao próximo o que lhe corres-
ponde, restaurando-o em sua devida dignidade. Quando as Escrituras decla-
ram que Deus é justo não é porque Ele deva alguma coisa ao ser humano,
mas porque seu caráter o impele a trabalhar em favor dos que necessitam.
Para que a justiça seja estabelecida, é preciso que se tenha ética. É ela
que define o que é certo e errado. E busca a verdade. Estamos falando de
um conjunto de regras ou conceitos que balizam o comportamento dos in-
divíduos. Em cada cultura, existe um código ético diferente e uma maneira
própria de aplicar o que é o justo. Por exemplo, em alguns lugares, o homem
pode ter mais de uma esposa. Já no Brasil, a poligamia não é permitida.
160
Coluna da justiça
para produzirem algum mal à sua mente, ao seu corpo. Se houvesse arre-
pendimento e confissão, o sangue de Jesus viria e cobriria aquele pecado,
porque Ele próprio já recebeu a condenação na cruz. Quem confessa está
justificado, mas quem não se arrepende fica debaixo de um jugo.
Em Gênesis 6:3, está escrito que o Espírito de Deus não agirá para
sempre no homem. Na experiência do pastoreio, já vi inúmeras situações
em que as pessoas insistiram em viver sem repreensão. Elas prevaricavam
às escondidas e não esperavam o juízo de Deus. Conheço a história de um
pastor que foi queimado vivo. Ninguém entendeu aquela morte até uma
irmã jovem aparecer e trazer à luz um namoro. Eles ainda não haviam
tido relações sexuais, mas já tinham práticas pecaminosas.
161
A Ação da Cruz 3
Iremos abordar agora outro lado da questão “justiça”. Para tanto, vejamos
o que está escrito em Eclesiastes 8:11: “Porquanto não se executa logo o juízo
sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto
para fazer o mal”. O juízo precisa prevalecer, mas, para que isso aconteça de
maneira prática em nossa nação, é necessário que nossas leis sejam mudadas.
E stabelecendo justiça
Se a verdade não vier à luz, a justiça não poderá ser estabelecida e o juízo
não poderá ser manisfesto. E tão menos a graça de Deus poderá ser derra-
mada sobre nós. Perceba que uma situação está diretamente atrelada à outra.
162
Coluna da justiça
163
A Ação da Cruz 3
Devemos honra, por exemplo, aos tantos judeus que aqui viveram e
implantaram o comércio no Brasil Colônia. Negligenciamos o grito dos
escravos, das mães negras que tinham os filhos arrancados de seus seios,
do silêncio forçado nas lavouras. Não remimos ainda a terra banhada de
sangue dos indígenas nem devolvemos a eles a pátria que lhes pertencia
antes de serem expulsos pela ganância branca. Ainda não clamamos por
justiça pelas tantas pessoas torturadas e assassinadas pela Inquisição!
Se não formos nós, a Igreja, quem clamará por justiça perante Deus
em favor dessas pessoas? Pelo Espírito da Verdade, tudo isso precisa
vir para a luz. Jeremias 5:1 diz: “Dai voltas às ruas de Jerusalém e vede
agora; informai-vos e buscai pelas suas praças, a ver se achais alguém
ou se há homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e Eu lhe
perdoarei”. O Senhor está procurando os justos, pois quer estender seu
perdão sobre todo pecado oculto.
T sedacá
Tsedacá é uma prática judaica que muitos cristãos deveriam imitar. Ela
se refere ao ato de praticar auxílio ao próximo, ajudando-o em suas necessi-
dades, carências e aflições. Não tem a ver com dar esmolas ou fazer carida-
de. É sim um pensamento de que Deus nos dá o suficiente para vivermos
e, por isso, devemos compartilhar com os menos abastados. Desse ponto de
vista, ajudar quem necessita não está ligado à bondade, mas à justiça.
164
Coluna da justiça
O que achamos que Deus irá cobrar Naquele Dia? A quem Ele dirá:
“Tive fome e não me deste de comer”? Ou ainda: “Tive frio e não me ves-
tiste”? Pode ser que o Senhor diga que havia próximos a nós pequeninos e
não os enxergamos. Quando surgir uma oportunidade, pratique a justiça.
Se não houver ambiente para tanto, crie.
Outra definição para a prática da justiça está ligada ao zelo pelas ne-
cessidades básicas do ser humano, a começar com a garantia da digni-
dade, com alimentos, vestimentas, calçados. Prestar socorro e auxiliar no
atendimento de saúde também tem a ver com Tsedacá. Ajudar na mora-
dia e segurança de quem precisa é característica do homem justo. Enfim,
irmãos, podemos ainda oferecer reforço escolar a crianças necessitadas ou
mesmo promover iniciativas de corte de cabelo e banho a moradores de
rua. Esses são apenas exemplos de ações nas quais podemos nos envolver.
Mais uma situação a ser avaliada é que, assim como o “bom samari-
166
Coluna da justiça
tano” do texto bíblico de Lucas 10, não podemos escolher quem será o
nosso “próximo”. Algumas vezes, acontecerão situações nas quais Deus
provará nosso caráter na área da justiça. Na parábola em questão, tanto o
sacerdote quanto o levita escolheram não ajudar um moribundo, mas o
homem justo não tinha escolha. Você não tem escolha!
“Qual desses três parece que foi o próximo daquele que caiu nas
mãos dos assaltantes? Ele disse: O que usou de misericórdia para
com ele. Disse Jesus: Vai e faze da mesma maneira.”
Lucas 10:36 e 37
nidade que Deus nos deu de praticar a justiça. A moça nos agradeceu em
lágrimas e o frentista disse que nunca viu aquilo acontecer. Em nossos cora-
ções, a alegria era pelo fato de podermos servir a Jesus através da vida dela.
168
Coluna da justiça
No ano de 2012, uma jovem paquistanesa por nome Malala foi vítima
de um tiro na cabeça em um atentado por parte de um integrante do gru-
po extremista mulçumano Talibã. O motivo foi sua luta pelo direito de
continuar estudando. Deus a poupou da morte, com o propósito de que o
mundo visse o sofrimento de várias mulheres mulçumanas.
169
A Ação da Cruz 3
Em boa parte das vezes, os atos de justiça podem nos custar apenas
repartir tempo, dinheiro, recursos ou pessoas. Mas, em alguns casos, pode
custar tudo. Aquele que quer se parecer com Jesus precisa ter disposição
de entregar a totalidade de sua vida. Deus não espera isso de todos, mas
pode ser que de você Ele espere. Se esse é o seu caso, esteja disposto a
entregar-se por inteiro.
170
Coluna da justiça
Como todo cristão, o pastor Silvio contou que, por vezes, é tentado
a retroceder no seu chamado. Ele compartilhou que, em dado momento,
sentia-se vencido pelo Nepal, pensando que sua ida até ali não havia sido
relevante. Chegou a imaginar que seu objetivo não estava sendo cumprido
de maneira correta. Ainda por cima, depois de anos no campo, não tinha
patrimônio para deixar para seus filhos. Para mandar um deles estudar
fora, teve que vender o carro. Além disso, o sítio que tinha comprado e
onde edificou uma casa para a missão foi destruído por uma tempestade.
No auge daquela crise, o pastor Silvio e sua família foram até o Cam-
boja, para ajudarem no processo de repatriamento de moças cambojanas
que haviam sido traficadas para a Índia. Naquela nação, há outro casal de
missionários muito próximos. Em um hotel, ele conversava com o amigo
e abria o seu coração. Lembrou-se da grande quantidade de meninas que
são traficadas todos os anos e constatou que, ao longo de seu ministério
no Nepal, conseguiu resgatar e dar uma vida digna para apenas 400 delas.
Foi então que ouviu passos rápidos no corredor do hotel. Estava ali
um homem alto, de aproximadamente 30 anos, careca e obeso. Ele era
um estrangeiro no Camboja. Talvez fosse americano, australiano ou de
qualquer outro país ocidental. O detalhe é que desfilava de mãos dadas
com uma menina cambojana, uma mocinha de seus 12 ou 13 anos.
Estabelecer a justiça não tem a ver com o que sentimos e sim com
171
A Ação da Cruz 3
A Igreja foi chamada exatamente para dar de comer a quem tem fome
e de beber a quem tem sede. É sua incumbência calçar os descalços, cobrir
os nus, abrigar os órfãos e cuidar das viúvas. Ela tem as armas contra a
violência e a escravidão sexual de crianças, como acontece, por exemplo,
com o programa “Meninas dos Olhos de Deus”. Aliás, se você quiser
conhecer essa e outras iniciativas da MCM na prática dos atos de justiça,
nossa sugestão é que entre em nosso site (mcmpovos.com).
172
Capítulo 12
capítulo 12
Coluna da bondade
É por ser bom que Deus levantou Jesus para remir a humanidade
e, através desse sacrifício vicário, dar a chance de arrependimento. Suas
promessas quanto à desigualdade que acontece entre os homens irão se
cumprir quando Ele reinar sobre essa Terra. Se não fosse a bondade do
176
Coluna da bondade
A maneira que temos para nos relacionar com Deus hoje é espiritu-
almente. “Ele é Espírito e importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade” ( João 4:24). Em 1 Coríntios 2:11 e 12, é dito:
“Por que qual dos homens sabe as coisas do homem senão o espírito do
homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus
senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo,
177
A Ação da Cruz 3
178
Coluna da bondade
Dar pão para quem precisa é dispendioso, mas, de certa forma, fácil. Difí-
cil é perdoar o ofensor. Como exemplos, podemos citar um pai liberar perdão
para o assassino de seu filho, uma mulher perdoar seu estuprador ou uma
esposa aceitar de volta seu marido traidor. Foi isso o que o Pai manifestou na
cruz ao dar seu Filho por nós. Sem o Espírito de Deus, é impossível que se
manifeste esse tipo de bondade. Então, deixemos Ele nos ensinar!
L uz na escuridão
179
A Ação da Cruz 3
irá iluminar a sua escuridão através daquilo que revelar para você. E trará
clareza nos aspectos em que havia obscuridade. Se houver trevas em seu
coração, não será possível que Ele manifeste o quanto é bom.
Já quando Tiago falava das boas dádivas, como lemos há pouco, trou-
xe uma exortação aos seus irmãos em Cristo, incentivando-os a não ce-
derem ao pecado. E chamou a Deus de Pai das Luzes, ou seja, Criador
de todos os astros, do sol, da lua, das estrelas e dos planetas. Em seguida,
disse que somos as primícias da criação. Estava afirmando que o Senhor,
diante de tanto poder criativo, na sua bondade, nos fez semelhantes a Ele.
Não podemos desprezar tal privilégio em detrimento de desejos carnais.
Deus não tem responsabilidade com escolhas erradas nem com con-
sequências de pecados. Mesmo que julguemos que não esteja sendo bom
o suficiente conosco, Ele não erra. Pelo contrário, é pleno, desde a eter-
nidade. Aquilo que o Senhor tem proporcionado a nós está totalmente
ligado com uma plantação que fizemos tempos atrás. Nesse sentido, é
muito interessante a frase: “Você está no degrau da vida ao qual subiu!”.
180
Coluna da bondade
Caso não consigamos entrar na direção que o Senhor nos deu, co-
lheremos frutos amargos. Quem segue a sugestão da sua alma é inevita-
velmente direcionado pelo diabo. Por outro lado, quando fazemos aquilo
que Deus nos orienta, o fim é a vitória. Daí a necessidade de estarmos na
presença dEle em todo o tempo e todos os dias.
Essa postura deve ser adotada para que o Senhor possa se revelar e nos
direcionar, seja através da Palavra, do testemunho interior, do conselho de
uma liderança. A Bíblia fala, em Provérbios 11:14, que “na multidão dos
conselhos há sabedoria”. Temos que encontrar esse lugar de direção. Para
tanto, será necessário um esforço para que saiamos de situações de trevas.
181
A Ação da Cruz 3
“E viu Deus tudo quanto tinha feito e eis que era muito bom.”
Gênesis 1:31
Toda a criação de Deus foi baseada naquilo que Ele considerava bom.
Determinou que houvesse luz, separou as águas, expandiu a Terra e o
espaço sideral, limitou o que seria dia e noite, criou animais, vegetais e as
primícias da criação, o homem. Tudo isso foi feito em seis dias. No séti-
mo, o Senhor descansou.
Não nos referimos às boas obras que nos levem para o céu. Isso é
crendice. Estamos falando a respeito de ser excelente. Trataremos desse
assunto no capítulo de serviço, mas cabe aqui conversarmos sobre ser
bom em tudo. Se você é um pastor, que seja o melhor, à luz da Bíblia. Se
é um discípulo, também. Se é um estudante ou mesmo um profissional,
que se apresente como um padrão para os que vierem depois.
1 Timóteo 4:4 diz: “Porque toda criatura de Deus é boa e não há nada
que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”. Ou seja, é muito bom
quando as pessoas glorificam ao Senhor pela sua vida, o que está ligado
com o caráter da bondade. Porém, se você faz tudo de forma relaxada,
dando um mau testemunho, ninguém enxergará Jesus no seu dia a dia.
Diante disso, a pergunta que fica é: O seu trabalho é aceitável ou as pes-
soas o recusam?
Podemos analisar esse ponto por outro aspecto. Algumas vezes, você
pode ser muito bom em algo, mas tem um temperamento insuportável ou
um humor que ninguém aguenta conviver. Não era evidentemente o com-
portamento de Jesus. Os Evangelhos falam que Ele era querido entre os seus,
183
A Ação da Cruz 3
pois era um bom amigo, um bom líder, um bom pastor, um bom Mestre.
O Senhor era gentil. Aliás, uma das palavras gregas para definir bon-
dade é “cherostotes”, que significa “ternura, gentileza”. Quem quer que
Jesus seja glorificado através de sua vida precisa ser agradável com as
pessoas. Existe uma canção infantil que nos dá uma lição:
184
Capítulo 13
capítulo 13
Coluna da fidelidade
Mas a principal prova de que Deus é fiel foi a vinda do Messias para
188
Coluna da fidelidade
E xperimentando a fidelidade
189
A Ação da Cruz 3
Esse salmo é um dos mais importantes para os judeus. Ele foi lido
enquanto a ONU (Organização das Nações Unidas) votava a formação
do Estado de Israel, fato ocorrido em 29 de novembro de 1947. Naquela
época, não havia transmissão ao vivo pela TV e muito menos internet. Os
rabinos ficaram lendo o texto em questão o tempo todo, enquanto aguar-
davam notícias pela rádio. Aquele povo provou da fidelidade de Deus e
hoje vive em uma nação reconhecida e com território delimitado.
O oficial pediu que o acompanhasse até uma sala e lá fez todos os ti-
pos de ameaça. Disse que poderia me prender, me processar e que eu teria
que ficar preso até o processo chegar ao final. O que o sargento queria,
190
Coluna da fidelidade
191
A Ação da Cruz 3
Não haveria problema no fato dessas pessoas não irem. Algumas de-
las podem não ter identificação com nossa visão. É normal. Anormal é
ver cristãos se comprometerem e não cumprirem um trato. Não estamos
falando desse assunto porque temos mágoa. Não é nada disso. Mas tal
comportamento nos dá um diagnóstico do Evangelho no Brasil. Se os
pastores não cumprem a palavra, imagine os irmãos que estão debaixo de
sua autoridade. A Igreja de Atos tinha um caráter aprovado nessa área.
Veja a fidelidade descrita nas Escrituras:
Aquele povo havia sido discipulado e ganho para Jesus por Apolo, quan-
do este pregava o Evangelho. Porém, eram pessoas que não tinham sido ba-
tizadas no Espírito Santo. O Senhor conhecia o coração daqueles homens e
mulheres e sabia que precisavam disso para que fizessem o que lhes ordenou.
Aliás, ninguém nunca conseguirá avançar sem Ele. Talvez seja por essa razão
que precisamos de uma nova unção e um novo batismo. Sem o último, o
caráter de fidelidade não se manifesta e tudo fica muito normal.
192
Coluna da fidelidade
“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lança-
rá alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da
vida. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas: O
que vencer não receberá o dano da segunda morte.”
Apocalipse 2:10 e 11
Mais à frente, o Senhor fala que o vencedor não terá o nome riscado
do livro da vida. Se Ele diz que não irá riscar é porque isso seria possível.
Veja Apocalipse 3:5: “O que vencer será vestido de vestes brancas e de
maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; confessarei o seu
nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”. Apenas a pessoa que
193
A Ação da Cruz 3
alcançar a vitória terá garantida a salvação. Hoje, nenhum de nós tem essa
certeza. Então, é melhor nos santificarmos para sermos encontrados fiéis
no Tribunal de Cristo.
Bons exemplos disso são Rute e Noemi. A segunda, que era a matriar-
ca da família, chegou a declarar que Deus estava irado com ela: “Amargo
me é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do Senhor se des-
carregou contra mim” (Rute 1:13). Assim como ela, às vezes, temos essa
certeza, mas é preciso reconhecer que certas atitudes do Pai são para nos
consertar e nos colocar na direção correta. Hebreus 12:6 diz: “O Senhor
corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”.
194
Coluna da fidelidade
Voltando para a questão, Rute estava tomando uma atitude que to-
dos nós, mais cedo ou mais tarde, devemos tomar: Deixar tudo para trás.
Orfa, a outra nora de Noemi, não conseguiu abandonar a família, Moabe
e seus deuses. Ainda deu os primeiros passos, mas, na insistência da sogra
para que voltasse, ela não resistiu. Não resistiu à prova da sua fé.
195
A Ação da Cruz 3
Não havia contado sobre a minha oração para ninguém, nem para
minha esposa. Também não tinha dito o que aconteceu no avião à cole-
ga que me recebia. Mas Deus conheceu meu coração e sabia que estava
em profunda angústia. Quando você larga tudo e o ministério faz algum
sentido, ainda que seja difícil, existe um motivo para ficar. Naquele mo-
mento, eu não tinha nada e nada também o Senhor me oferecia. É em
situações assim que precisamos agir como Rute: “Não me instes para
que te abandone e deixe de seguir-te”. Quando o pensamento for o de
retroceder, permaneça nEle e fique lá.
Havia uma lei em Israel que indicava que as espigas que caíssem dos
cestos na hora da colheita deveriam ser destinadas para os pobres. E era
a essa condição que Rute se lançaria. Fortes indícios históricos, contudo,
apontam aquela mulher como filha de nobres em Moabe. Ela teria aberto
mão de um posto de princesa para conhecer um Deus verdadeiro.
196
Coluna da fidelidade
pois, submissão à sogra. Ser submisso vai além de ser obediente. Tem a
ver com não ter mais escolha. E é melhor mesmo que não se tenha essa
opção. Orfa, por exemplo, escolheu voltar e sua história deixou de ser
contada ali. Eva e Adão preferiram comer do fruto e trouxeram queda
para toda a humanidade. Rute, porém, só quis ficar e ser fiel. Deus, então,
deu-lhe um segundo casamento maravilhoso. E ela se tornou a avó do rei
Davi e uma das matriarcas do grande Rei Jesus.
Quando o Senhor te chamar, esteja preparado para ser fiel sem dar
desculpas. No episódio em que Jesus chamou seus discípulos pescadores,
não vemos que eles foram pagar seus cartões de créditos ou que espera-
ram até que os filhos entrassem na faculdade. Estavam dispostos a seguir
ao Mestre. Pedro estava pronto e, no momento em que foi chamado,
imediatamente largou a rede e abandonou o barco. Fidelidade é isso. É
apegar-se a Deus, crendo que, mesmo sem nada, está sendo dado início a
uma caminhada para a eternidade com Ele.
197
Capítulo 14
capítulo 14
Coluna do serviço
202
Coluna do serviço
Aprendemos isso com Jesus. Deu certo com Ele e com muitos que
passaram por nossa organização. Nós usamos essa ferramenta com res-
ponsabilidade e de forma dirigida também. O serviço revela o coração das
pessoas, expõe o quanto elas estão realmente dedicadas a dar sua vida pela
obra e nos dão a oportunidade de corrigir as motivações erradas.
É provável que Deus levante um ferreiro para forjar sua vida. Pode
ser um pastor, um líder, quem sabe até um chefe. Não se engane: Todo
obreiro que almeja ser aprovado será levado a níveis extremos de pressão!
A uniformidade do caráter que o Senhor deseja estabelecer em nós é para
que, quando formos lançados no propósito para o qual nascemos, nada
nos tire desse lugar ou da sua presença, nem fome, nem nudez, nem peri-
go, nem espada ou qualquer outra coisa, como segure Romanos 8:38 e 39.
203
A Ação da Cruz 3
Tivemos um aluno que nos marcou de uma maneira especial por sua
postura de servo. Ele foi enviado para fazer o treinamento e, na época, o
curso durava um ano e meio. No decorrer do processo, a Igreja que o enviou
o abandonou na base, parou de mandar a mensalidade e o sustento pessoal.
Mas aquele rapaz tinha um espírito nobre. Nas folgas da escola, carpia e
rastelava o terreno da MCM, além de procurar fazer reparos onde precisava.
Quem conhece nossa sede sabe que estamos falando de um lugar grande.
204
Coluna do serviço
Esse exemplo nos ensina que, mesmo que haja grandes expectativas
no nosso coração, Deus agirá conforme as respostas que damos para elas.
Uma pessoa que não extrai de si o nível que pode dar é um servo inútil,
como diz a Palavra. Nesse sentido, o nosso conselho é: Ofereça acima
do que é exigido, alcance e rompa seus limites. Avalie sua vida. Como já
citamos antes, você está exatamente no degrau da vida ao qual subiu.
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado,
dizeis: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer.”
Lucas 17:10
A s características do servo
205
A Ação da Cruz 3
Isso quer dizer que o seu Senhor irá submeter você a fazer coisas que
não quer e a ir para onde não deseja. Normalmente Deus pede para que
façamos algo contrário ao que queremos. Não é porque Ele seja sádico
ou não nos queira bem. É porque é soberano, eterno e conhece o que é
melhor para nós. Assim, prefere que passemos uma vida negando nossa
própria vontade para, Naquele Dia, não negar a nós.
206
Coluna do serviço
Por algum motivo, esse é o modo de Jesus fazer discípulos. Ele não
deseja nos humilhar por humilhar. O que quer é nos provar o quanto po-
demos nos submeter por amor do seu nome. O pastor Omar conta que,
na época dos “Encontros Tremendos”, viveu uma história interessante e
que ilustra bem o que estamos falando.
207
A Ação da Cruz 3
208
Coluna do serviço
A Bíblia diz, em Mateus 16:25, que aquele que perder sua vida pelo
Senhor achá-la-á. Então, o serviço ao qual nos dispomos aqui na Terra
é voluntário, ou seja, nos entregamos para morrer para nossas vontades.
Mas isso deve ser motivado pela herança que receberemos do Senhor no
céu. Há uma justa recompensa para cada boa obra que realizamos nesse
mundo e devemos estar cientes de que ela não é aqui.
A segunda milha
Depois de conviver um tempo com seus discípulos, Jesus lhes disse: “Vós
sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamarei de
servos” ( João 15:14 e 15). O texto deixa a impressão de que aqueles homens
alcançaram uma nova condição após alguma aprovação, como se tivessem
feito um curso. E entendemos que eles fizeram mesmo. Foram formados
servos e, por terem sido promovidos, seriam chamados de amigos.
Da mesma forma, Jesus conduziu seus discípulos a servirem por três in-
209
A Ação da Cruz 3
tensos anos. Depois de sua partida, permitiu que o Espírito Santo os tomasse
em Pentecostes e os levasse a outro nível de fé, de vida em Deus, de expan-
são do Cristianismo e de manifestação da glória divina. Este é o objetivo de
passarmos pelo estágio do serviço: Manifestarmos o Evangelho com poder.
O texto de Mateus 5:41 diz: “Se alguém te obrigar a andar uma mi-
lha, vai com ele duas”. William Barclay, um excelente estudioso da Bíblia,
interpretou e fez uma ampliação do sentido original da palavra “obrigar”:
“Se alguém extorquir de ti o serviço mais desagradável e humilhante, se
alguém te obrigar a fazer algo que invada seus direitos e que ele não te-
nha o direito de pedir, se fores tratado como uma vítima indefesa em um
país ocupado, não te ressente disso. Faze o que é pedido; faze ainda mais,
faze-o com boa vontade, porque este é o meu modo de fazer”.
210
Coluna do serviço
quele dia, o rapaz de quem falei pediu para ir junto e cedi. Pensei comigo:
“Vou falar de Jesus o trajeto inteirinho!”. E assim o fiz.
211
Capítulo 15
capítulo 15
Coluna da
integridade
Alcançar esse padrão não é fácil como parece. Não se trata apenas de
levantar a mão em um apelo do pastor. É uma luta intensa contra a carne,
contra a alma e contra o inferno. Paulo, várias vezes, citou em suas cartas
a agonia e o desespero. Ele desejou perder a própria vida para não perder
a Jesus. Ser íntegro pode nos custar tudo!
“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após
mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me.”
Mateus 16:24
Imagine o preço que o profeta Elias pagou. Ele foi a mando de Deus
entregar um recado e, após isso, passou a ser jurado de morte, tendo se
216
Coluna da integridade
217
A Ação da Cruz 3
Na minha experiência como obreiro, pastor, pai, enfim, no alto dos meus
80 anos de vida, completos em 2018, ano do lançamento deste livro, se al-
guém me perguntar qual é a maior dificuldade de crescer espiritualmente,
eu direi que é, sem dúvida, obedecer. É o ponto mais importante e difícil da
caminhada cristã. De modo geral, não sabemos corresponder a esse princípio.
218
Coluna da integridade
dar uma resposta mínima a um pedido também mínimo. Não foi uma
atitude de rebeldia, mas uma dificuldade em obedecer.
219
A Ação da Cruz 3
A integridade faz com que a pessoa perca tudo, mas se mantenha fiel
a Deus. Ela não negocia. Pelo contrário, cumpre fielmente uma ordem.
O íntegro não se deixa influenciar e não se preocupa com sua fama ou
reputação. Se tiver que escolher entre ser sincero ou perder sua posição
social, ele perde, mas mantém o caráter ileso.
Muitas vezes, não levamos a sério o que está escrito porque vivemos
sob a graça de Deus. Pecamos, confessamos, somos perdoados e, pasmem,
222
Coluna da integridade
Perceba que não estamos falando sobre ser alguém vaidoso ao extremo
ou narcisista e sim sobre cuidar do templo do Espírito Santo. É ser uma
pessoa que se alimenta bem, sem excessos, que faz exercícios físicos e que
dá atenção à saúde. Nosso corpo é um instrumento de Deus aqui na Terra.
Como alguém será vaso de honra na obra se viver doente ou enfadado?
223
A Ação da Cruz 3
Esopo, escravo grego que viveu 600 anos antes de Cristo, escreveu
algumas fábulas para levar as pessoas da época a reflexões sobre os com-
portamentos humanos. Algumas delas, eu conheci ainda adolescente.
Uma em especial se chama “Os Dois Alforjes” e diz que Júpiter, ao criar
os homens, colocou neles duas bolsas. A primeira, pendurada nas costas,
continha os defeitos de quem a carregava. A segunda, com as falhas dos
demais, ficaria na parte da frente, no peito. Então, era fácil enxergar as
debilidades de terceiros, mas impossível de ver os próprios erros. Logo
precisaríamos uns dos outros para conhecer as nossas deformidades.
Qual foi o segredo de Jacó? Como gerar uma obra que durará por
gerações sem se corromper? Como criar um fato novo que despertará
224
Coluna da integridade
Em 2007, a butanesa foi levar seu filho para estudar no Nepal. Ajudamos
a família com as passagens e eu os conheci. Confesso que, contemplando a
face daquela mulher, fiquei com vergonha do crente que tenho sido. Os pas-
tores que a receberam em sua chegada me contaram que, quando ela entrou
na casa, a glória de Deus encheu o lugar com muita intensidade. A tradutora
não falou nada, coisa alguma. Somente sua presença atraiu ao Senhor.
Não se preocupe com a sua reputação e sim com a sua integridade. Não
proclame o seu próprio nome, mas o de Jesus. Não invista os melhores anos
de sua vida naquilo que vai ficar aqui na Terra quando você partir. Faça uma
obra que durará para sempre! O Reino de Deus é construído dentro de pesso-
as. E Ele nos elegeu para que participemos dessa construção. Que privilégio!
225
Capítulo 16
(Conclusão)
capítulo 16 - Conclusão
Pedro, um homem
construído
Pedro deixou a cruz penetrar em todas as esferas da sua alma. Isso fez
dele um dos homens mais extraordinários do Cristianismo e não somente
na história da Igreja na Terra. Seus feitos ecoam pela eternidade. Ele está
relatado no Apocalipse juntamente com outros mártires. Tudo porque de-
cidiu que seria não quem podia ser, mas quem o Senhor propôs que fosse.
seguir ao profeta João Batista não foram suficientes para fazer com que se
devotasse a uma causa espiritual. Embora fosse um seguidor, não havia se
tornado de fato um discípulo.
231
A Ação da Cruz 3
É preciso dar toda a liberdade para que esse escultor possa entalhar Jesus
em sua vida e para que você se torne cada vez mais parecido com Ele. No sé-
culo passado, quando a perseguição na Rússia estava no auge, um evangelista
foi preso porque distribuía Bíblias, o que era totalmente proibido. Na cadeia,
os carcereiros e o diretor queriam matá-lo de uma forma diferente.
Em outra cela, estava um assassino frio. Ele era muito forte e ficava
sozinho. Quando o diretor da penitenciária queria que um detento mor-
resse, o jogava naquele espaço, onde era morto pelo perigoso bandido. O
próprio matador já sabia que era isso o que os responsáveis pela cadeia
queriam quando colocavam alguém junto dele. Então, colocaram o evan-
gelista lá. Foi quando começaram a conversar:
- Você já sabe o motivo pelo qual te colocaram aqui? Sabe que eu
vou te matar?
- Eu sei que quando os presos vêm para cá é para morrer. Sei que você
espera me matar. Mas vou te pedir algo: Preciso de três dias. Só me mate
daqui três dias – disse o evangelista.
- Mas por quê? - indagou o preso.
- Apenas mais três dias, me dê mais três dias - insistiu.
- Está bem. Você morrerá mesmo. Que diferença farão três dias? -
concluiu o outro.
232
Pedro, um homem construído
Entenda que é exatamente desse jeito que acontece com a sua vida.
Jesus abriu mão de tudo o que tinha para buscar você. O que Ele vem
buscar é uma boa pérola. E, para que ela seja formada, a ostra é submetida
a muita dor e sofrimento.
A s duas fogueiras
233
A Ação da Cruz 3
Que dia triste para Pedro! A Bíblia relata que aquele homem chorou
amargamente. Se pudesse, voltaria no tempo por alguns minutos, mas
não podia. Estava feito. Sua alma se amargurou tanto que as lágrimas
foram poucas para a frustação que ele mesmo promoveu. Encontrava-se
sem Jesus, sem ministério e sem direção!
Com suas emoções esmagadas pela situação, Pedro desistiu de ser pe-
dra. Sem Jesus, o sentido de sua vida acabara. E decidiu que voltaria a ser
pó. Para ele, a promessa de ser um grande ganhador de vidas fora embora
quando o galo cantou. Desolado, tomou sua velha rede, parada havia três
anos, e seu barquinho, dizendo: “Vou pescar!” ( João 21:3).
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Pedro, um homem construído
as redes do lado direito do barco!” ( João 21:6). Mas eles já tinham feito
aquilo a noite inteira e não tiveram resultado. Porque estavam na sua pró-
pria força, capacitação e inteligência, os pescadores deram o melhor que
tinham. Só que não conseguiram retorno algum.
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A Ação da Cruz 3
Naquele dia, naquele olhar, Jesus pediu a Pedro que amasse suas ove-
lhas como Ele próprio fazia. Quanto mais alguém ama, mais tem de Deus
e mais serve. Em relação ao amor, a Bíblia diz, em 1 Coríntios 13:7, que
ele “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. É isso, aliás, o que
mede o quanto temos do Senhor. O tanto que amamos é o quanto o dei-
xaremos entalhar a pedra.
O Espírito Santo está dentro de nós fazendo essa obra. O que fomos
ou somos não importa. O que importa é como ficaremos ao final de tudo.
Jesus passou três anos e meio discipulando pessoalmente a Pedro. Depois,
continuou moldando seu caráter. No decorrer de sua vida, esse discípulo
se expôs às maiores pressões. Já não era aquele homem assustado da pri-
meira fogueira. Tinha a convicção do “Eu te amo” da segunda.
Na sua velhice, Pedro foi preso por Nero. Seus braços ficaram levan-
tados, amarrados a um poste e suas pernas presas a correntes. Era naquela
posição que tinha que comer e fazer as necessidades fisiológicas. Além
de não poder tomar banho, em alguns dias da semana, o esgoto da cidade
passava por dentro do cárcere. Com isso, os prisioneiros ficavam com
fezes e urina até a cintura por horas. Mas, no decorrer de nove meses ali,
todos os presos e carcereiros se converteram ao Evangelho.
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Pedro, um homem construído
“Do lado do levante, tinha três portas, do lado do norte, três por-
tas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o
muro da cidade tinha doze fundamentos e neles os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro.”
Apocalipse 21:13 e 14
237
Bibliografia
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