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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO EM SISTEMAS DE GESTÃO
Orientador:
Prof. Emmanuel Paiva de Andrade, D.Sc.
Niterói
2018
Ficha Catalográfica
CDD 658
KATIA DE REZENDE MAIA CRUZ
BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Prof.Emmanuel Paiva de Andrade, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense – UFF
_________________________________
Profa. Denise Salles, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense – UFF
_________________________________
Prof. Elaine Toscano Fonseca, D.Sc.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho à base da minha vida, meu pai e minha mãe (in
memoriam) que sempre se orgulharam de tudo que fiz.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à todos que fizeram parte dessa jornada para que fosse possível completar
mais um capítulo da minha história de vida.
Em especial, agradeço à minha família, Tania, meu pai e sua esposa, meu irmão, minha
cunhada e meus sobrinhos pois me ausentei por diversas vezes e sempre tive o apoio que foi
base para ao fim deste trabalho.
Agradeço ao meu orientador Prof. Emmanuel, com quem aprendi muito. Uma
verdadeira biblioteca em pessoa que não canso de admirar e me surpreender.
Muito obrigada.
“A gente leva desta vida a vida que a gente leva.”
Pierre Schurmann
RESUMO
A questão da remuneração nas organizações, além dos desafios tradicionais como promover e
valorizar os talentos, saber em que medida os pacotes de remuneração atendem às necessidades
dos trabalhadores e se estão preparados para serem um diferencial na atração e retenção, traz o
desafio de refletir e tratar adequadamente as especificidades das diferentes gerações. Os
modelos tradicionais de remuneração têm foco no cargo e alguns modelos mais modernos têm
foco no indivíduo. Contudo, o objetivo deste trabalho é investigar se os componentes dos
pacotes de remuneração atuais, aplicados nas organizações, atendem às expectativas dos
trabalhadores das mais diversas gerações, incorporando suas aspirações. A metodologia
utilizada foi um estudo quantitativo, através de pesquisa de levantamento descritiva,
investigando as preferências e expectativas de 216 trabalhadores, no Brasil, com relação ao
atual pacote de remuneração. A coleta de dados foi feita através de questionário online e os
resultados obtidos revelam que há pouca diferença nas preferências entre as diversas gerações
e que os modelos de remuneração atuais não refletem às necessidades individuais. O resultado
deste estudo poderá sugerir diretrizes que possam subsidiar a elaboração de políticas de
remuneração.
1. Introdução.......................................................................................................................... 16
1.1 Contextualização............................................................................................................. 16
1.5 Aplicabilidade................................................................................................................. 20
4.4.3 Preferências e expectativas dos trabalhadores das diversas gerações com relação aos
componentes de remuneração ............................................................................................... 66
5. Conclusões ........................................................................................................................ 74
1. Introdução
1.1 Contextualização
A luta por melhores condições de trabalho e melhores salários não é de hoje e, segundo
Hobsbawm (2015), se intensificou com a Revolução Industrial entre os séculos XVIII e XIX,
pois segundo Lima (2014), foi “nessa época que surge a relação de emprego [...]” (LIMA, 2014,
p.65). No Brasil, Noronha (2009) destaca que o movimento de luta por melhores condições de
trabalho eclodiu após a abolição da escravatura. Entretanto, segundo dados do IBGE (2003), os
registros estatísticos sobre sindicalismo, trabalho e emprego surgiram após a Revolução de
1930. Porém, Mattos (2003) salienta que no início do século XX os trabalhadores buscaram os
sindicatos como maneira de lutar contra os patrões. Greves intensas e manifestações contra a
exploração à que estavam submetidos reforçaram o poder da classe trabalhadora. Segundo
Mattos (2003), os trabalhadores clamavam por “salários maiores, jornadas menores e condições
de trabalho melhores [...]” (IBGE, 2003; MATTOS, 2003, p.9).
Para Ricardo Antunes (1999), os anos 1960 representaram um marco nas relações do
trabalho, onde a classe operária já não mais aceitava o modelo de massa, repetitivo e sem
sentido, excluindo-a da organização do trabalho. Entretanto, apesar do fracasso nas diversas
tentativas de resistência ao trabalho e de instituir formas alternativas de ações coletivas que
enfraquessessem os sindicatos, os trabalhadores mostraram que “[...] não possuem apenas força
bruta, sendo dotados também de inteligência, inciativa e capacidade organizacional”
(ANTUNES, 1999, p.44).
A evolução das relações de trabalho tem exigido que os trabalhadores estejam cada vez
mais preparados, desenvolvendo novas habilidades e maior qualificação para as demandas
geradas. Com isso, os planos de remuneração passaram ao longo do tempo de simples
pagamento de salário, baseado no tempo de empresa, a planos mais complexos, considerando,
de acordo com o modelo da WorldatWork (2007), um conjunto de incentivos como salário,
bonificação baseada no atingimento de metas e objetivos, satisfação no trabalho,
17
Além disso, as diversas gerações, por terem vivenciado momentos históricos distintos
e, consequentemente, características específicas relacionadas à sua era, na relação do trabalho,
possuem diferentes desejos e aspirações com relação à expectativa de vida, equilíbrio trabalho
e vida pessoal, carreira, tempo de permanência na empresa, remuneração, entre outros.
Entretanto, os diferentes modelos de remuneração, apesar de alguns deles darem foco na
contribuição individual para a organização, não consideram diferenças entre gerações
19
são recorrentes nos discursos dos mais altos executivos das organizações as
afirmações de que as pessoas são o principal ativo da organização e que o sistema de
remuneração adotado pelas empresas tem por propósito atrair, satisfazer e reter os
melhores profissionais, além de gerar comprometimento e estímulo ao maior e melhor
desempenho (LIMA, 2014, p. 18).
Este estudo pretende contribuir para o debate em torno das questões relativas a gestão
de pessoas no que tange às praticas de remuneração, além de oferecer um instrumento de
reflexão para os profissionais de Recursos Humanos pois as formas de trabalho têm evoluido
com o advento de novas tecnologias e com os desafios impostos pela relação entre as diferentes
gerações nas organizações, porém, a maneira de remunerar ainda segue padrões de décadas
passadas.
1.5 Aplicabilidade
A pesquisa realizada neste trabalho também contribui para que os gestores das
organizações possam utilizar as políticas de remuneração, assim como as políticas de Recursos
Humanos, como uma ferramenta de atração e retenção. Segundo Bejtkovský (2012), em 2020
indivíduos das gerações Y e Z corresponderão a 50% da força de trabalho, portanto entender o
que é mais relevante para cada um dos trabalhadores com relação às recompensas financeiras e
não financeiras é, certamente, um diferencial competitivo.
A população alvo desse estudo é definida com sendo todos os trabalhadores do Brasil
com emprego formal. Entretanto, o tamanho total dessa população é extremamente grande, a
qual, segundo Sweeney et al. (2016), é considerada uma população infinita, o que inviabiliza
utilizar métodos de amostragem probabilística. Para a definição da amostra, foi utilizada, então,
uma amostragem por bola de neve, a qual será detalhada no capítulo 3 deste estudo.
É importante ressaltar que não é objeto deste estudo avaliar a assertividade e eficácia
dos pacotes de remuneração das empresas pesquisadas e sim avaliar, com base no resultado da
pesquisa, se os componentes de remuneração atendem às expectivas das diversas gerações
dentro das organizações.
22
2. Revisão da literatura
1
Tradução da autora.
23
uma alternativa que aumentasse a produtividade durou anos e foi Taylor que trouxe o conceito
de pagar por produtividade, ou seja, o trabalhador deveria produzir mais para poder manter um
padrão de remuneração (MILKOVICH e STEVENS, 1999; HIPÓLITO e DUTRA, 2012;
RUSSO et al., 2012).
Porém, esse conceito não foi bem aceito por todos, principalmente pelos trabalhadores
que percebiam este tipo de recompensa como exploratório, já que remuneração e produtividade
não caminhavam na mesma proporção.
Um outro fator marcante da época foi o crescimento dos trabalhos públicos assim como
a intervenção do governo e houve a criação de duas estatais muito significativas: a Cia. Vale
do Rio Doce, fundada em 1942, atualmente Vale, e Petrobrás, fundada em 1953. Segundo
Barreto (2007), o principal fator que motiva trabalhadores a buscarem empresas estatais não é
remuneração e sim estabilidade.
Nas décadas seguintes, após o golpe militar, os sindicatos novamente ganharam força
para lutar pelos interesses dos trabalhadores. Nesse período, marcado por uma era de
transformações, “a valorização das pessoas nas organizações, reflexo do pensamento
humanista, começou a ser notada [...]” (HIPÓLITO e DUTRA, 2012, p.23), apesar de
tardiamente no Brasil. Esse novo olhar da gestão de pessoas passou a reconhecer o
comportamento das pessoas e não somente as atividades a serem desempenhadas no cargo.
Porém, remunerar reconhecendo as expectativas individuais não era tarefa fácil e, apesar de
mecanismos de diferenciação salarial atrelados ao desempenho do trabalhador terem se
tornados mais fortes, ou seja, a meritocracia ganhou espaço, as metodologias de avaliação de
cargo começam a ser aplicadas mais amplamente e o peso relativo dos cargos em uma
organização continua a ser o direcionador da elaboração dos pacotes de remuneração.
Apesar desse cenário, onde a área de Recursos Humanos ainda está em transformação,
Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) indicam que há empresas já aplicando práticas mais modernas
de Recursos Humanos. E com a área de Remuneração não é diferente. Hipólito e Dutra (2012)
destacam que neste novo momento das organizações, as relações de emprego devem considerar
fatores de longo prazo. Foi nesta época que os pacotes de remuneração variável de longo prazo
passam a compor a remuneração executiva. Remuneração deixa de ser considerada um fator de
custo para ser considerada um fator estratégico (WOOD JR. e PICARELLI FILHO, 2004;
HIPÓLITO, 2006; HIPÓLITO e DUTRA, 2012).
Diversos autores como Wood Jr. e Picarelli Filho (2004), Hipólito (2006), Marras e Neto
(2012), Russo et al. (2012) e Lima (2014) enfatizam que o método tradicional de remuneração,
ou seja, o método funcional já não atende às novas formas de trabalho por ser um sistema
inflexível e burocrático. Neste contexto, surge em meados da década de 1990 a teoria de
remunerar por competência. Entretanto, segundo Wood Jr. e Picarelli Filho (2004, p.84) “a
maioria das empresas ainda aplica exclusivamente sistemas tradicionais de remuneração [...]”.
Como as características pessoais não são consideradas, para que seja possível definir a
remuneração é necessário ter uma descrição de cargo para que possa ser feita a avaliação do
cargo.
Hipólito e Dutra (2012), o trabalhador passa a ser valorizado pela capacidade de ocupar outros
cargos na organização. Nesta modalidade, segundo Lacombe (2011), a remuneração passa a
levar em consideração características individuais dos trabalhadores, ou seja, tem foco no
indivíduo e deixa de ser baseado nas atividades a serem desempenhadas em um único cargo,
sendo este, portanto, um fator periférico na análise. Hipólito e Dutra (2012) ainda destacam que
a abordagem de remunerar com foco no indivíduo parte “do pressuposto de que as pessoas, ao
serem capacitadas em habilidades necessárias pela empresa, terão diferenciais na agregação de
valor” (HIPÓLITO e DUTRA, 2012, p. 51).
Entretanto, Hipólito e Dutra (2012) destacam que ao longo do tempo percebeu-se que
esta modalidade fica restrita, com raras exceções, à cargos mais operacionais onde as
habilidades do trabalhador impactam diretamente os ganhos de eficiência. Marras e Neto (2012)
destacam que este modelo ainda é pouco utilizado no Brasil pois o indivíduo tem incremento
em sua remuneração a partir do “desenvolvimento progressivo de suas aptidões e da maneira
como as aplica na organização” (MARRAS e NETO, 2012, p.30).
nem executivos, de outra. Essa pouca diferenciação traz, na visão de Lawler III (2011) alto risco
dos componentes de remuneração não estarem sendo valorizados pelos trabalhadores, ou seja,
alguns indivíduos podem não considerar a remuneração como algo favorável.
Cardoso (2002) também ressalta que o equilíbrio externo deve ser cuidadosamente
avaliado, porém utilizando-se maneiras diferentes das pesquisas salariais tradicionais, as quais
são baseadas no que as organizações pagam pelo cargo. Segundo Wood Jr. e Picarelli Filho
(2004), a lógica da pesquisa de mercado deve ter foco na comparação das habilidades de
trabalhadores com processos de trabalho equivalentes. Entretanto, tanto Wood Jr. e Picarelli
Filho (2004) como Mitra et al. (2011) apontam que como o salário do indivíduo será
determinado com base sem suas habilidades, ou seja, quanto mais habilidades maior será sua
remuneração, deve-se ter cuidado ao aplicar este modelo de remuneração pois poderá haver
aumento da folha de pagamento. Outro ponto de atenção na aplicação deste modelo, segundo
Hipólito e Dutra (2012), é com relação a dificuldade de se determinar o valor das habilidades
para garantir equidade interna e externa.
Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) definem, então, que os objetivos de um sistema de
remuneração por habilidades são:
- remunerar com base nas habilidades desenvolvidas para o trabalho e não com base nas
atividades exigidas pelo cargo;
30
Hipólito (2006) traz a visão de que o aumento das demandas de mercado e das
expectativas dos clientes têm feito com que as organizações desenvolvam mecanismos que
fomentem o desenvolvimento de competências que gerem valor para a organização. Segundo
Hipólito (2006), os modelos de remuneração têm tido extrema importância nesse processo.
Wood Jr. e Picarelli Filho (2004) definem competências com base em três componentes
básicos, os quais, na visão de Hipólito e Dutra (2012, p.52) se traduzem no “conjunto de
capacidades humanas”:
A Figura 3 mostra que a definição das competências deve ter relação direta com às
necessidades da organização, agregando valor para o atingimento da estratégia.
Hipólito (2006) faz uma síntese das principais diferenças entre os novos padrões de
remuneração e as técnicas tradicionais onde:
organização. Hipólito e Dutra (2012) destacam que esse mecanismo estimula a melhoria
contínua para o atingimento dos objetivos desejados.
Neto (2004) enfatiza que remuneração variável não deve ser interpretada como parte da
remuneração que complementa ou substitui a remuneração fixa. Este componente deve ser
utilizado como alavancador de resultado na organização.
Lacombe (2011) destaca que as metas e objetivos devem ser definidos de maneira a
serem válidos, mensuráveis, compreensíveis, significativos e realistas. Doran (1981) define este
conceito utilizando um acrônomo, conhecido como SMART, conforme Figura 4.
Os estudos de Neto (2004) apontam que a maioria absoluta dos entrevistados em sua
pesquisa, indepentendemente de sexo, idade, nível hierárquico, nível de escolaridade, entre
outras características pessoais, tem preferência por planos de remuneração variável
comparativamente à remuneração fixa.
Apesar de cada vez mais as organizações estarem migrando do foco nos cargos para o
foco nas habilidades/competências, o modelo de remuneração a ser adotado deve ser aquele
mais adequado à sua realidade. Esta migração é um processo de amadurecimento pois o foco
por habilidades/competências pode trazer uma conotação mais subjetiva na hora de diferenciar
a remuneração entre um trabalhador e outro. O Quadro 1 mostra as principais diferenças entre
elas (CARDOSO, 2002; WOOD JR. e PICARELLI FILHO, 2004; HIPÓLITO, 2006).
36
Neste modelo, o trabalhador passa a valorizar outros componentes que são cruciais na
retenção na organização. Segundo Fischer (1998) desenvolvimento e crescimento profissional
são os principais anseios das pessoas. O trabalhador, portanto, deseja permanecer na
organização não apenas por causa do salário ou das recompensas financeiras, mas sim por um
conjunto de elementos que compõem sua proposta de valor. Esse conjunto de elementos
também é importante na atração de um candidato.
Duncan Brown (2014), menciona em seus estudos que as organizações ainda estão
agarradas à uma estratégia de remuneração de duas décadas atrás. O que se conclui dos pacotes
de remuneração atuais é que as organizações possuem práticas distintas de acordo com seu
estágio de maturidade e capacidade financeira. Entretanto, em uma mesma organização não há
variação dos pacotes oferecidos, ou seja, o mesmo conceito é aplicado à todos os trabalhadores,
independente de sexo, idade e nível hierárquico.
2
Tradução da autora.
41
Um dos desafios para estudos sobre as diversas gerações é que há muita divergência na
sua definição. Por isso, para efeito deste estudo, foi adotado a definição de Oliveira (2009) para
a abordagem do tema, ou seja, Baby Boomers de 1940 a 1960, Geração X de 1961 a 1980,
Geração Y de 1981 a 2000 e Geração Z a partir de 2001.
Almeida et al. (2013) descreve as características das gerações com base nas definições
de Oliveira (2009). Segundo os autores, a geração Baby Boomers foi fruto do pós guerra (2ª
Guerra Mundial), carregando em si os padrões das gerações anteriores como a rigidez e a
intolerância. De acordo com Gaspar et al. (2014), o nome Baby Boomers, é fruto do alto
crescimento da natalidade após o período da 2ª Guerra Mundial, quando os soldados voltaram
aos seus países. A palavra “Baby” é referente ao nascimentos dos bebês e a palavra “Boom”
referente ao aumento da população.
Aos poucos essa geração foi se rebelando contra o sistema. Principalmente, os das
classes mais favorecidas foram os mais reivindicadores. O comportamento dos jovens da
geração Baby Boomers teve duas classificações, “os rebeldes e os disciplinados” (OLIVEIRA,
2009, p.51). Os disciplinados foram criados pelos pais trabalhadores e militares, seguindo os
padrões impostos pela sociedade. Já os rebeldes não aceitavam a rigidez imposta pela cultura
militarista e lutaram por outros ideais. Cekada et al. (2012) aponta que esta geração é bastante
competitiva, de muita dedicação ao trabalho e esperam que os demais trabalhadores na
organização também tenham a mesma dedicação. O ingresso da mulher no mercado de trabalho,
também, foi uma característica marcante dessa geração, segundo Dante (2017).
Os filhos da geração baby boomers, segundo Almeida et al. (2013), são chamados de
geração X, a qual cresceu sob um meio de transformação na maneira de criar e educar. De
acordo com Reisenwitz e Iyer (2009) e Gaspar et al. (2014), a origem da nomenclatura dessa
geração deve-se à publicação, em 1991, do livro “Generation X: tales for na accelerated
cultures”, de Douglas Coupland, o qual descrevia suas próprias experiências. Segundo Gaspar
et al. (2014), em função do sucesso comercial do livro, a nomenclatura Geração X foi
“academicamente aceita e adotada” (GASPAR et al., 2014, p.7). Essa geração vivenciou
profunda transformação pois “os jovens passaram a conviver com o divórcio e a ausência dos
42
pais, devido ao trabalho” (ALMEIDA et al., 2013, p.37). Foram protagonistas de importantes
eventos como Woodstock, nos quais manfestaram seus desejos de liberdade.
Já a geração Y tem a origem da sua nomenclatura como sendo, segundo Gaspar et al.
(2014), a geração que sequenciou a Geração X, por isso a letra Y e é também conhecida como
Millenials. Esta geração foi marcada por mais mudanças, onde a separação dos pais tornou-se
mais presente. Segundo Almeida et al. (2013), os pais dessa geração têm criado seus filhos com
muito mais liberdade e flexibilidade. Sua capacidade de se conectar virtualemente é muito
maior do que qualquer indivíduo das gerações anteriores.
A agilidade desta geração faz com que sejam multitarefas e não gostem de atividades
rotineiras, chegando a demonstrar, segundo Oliveira (2009), superficialidade em asssuntos de
maior complexidade. São empreendedores, gostam de desafios e não se adaptam aos modelos
tradicionais, os quais predominam na maioria das organizações. Almeida et al. (2013) ainda
mencionam que esta geração tem necessidade de crescimeno rápido na organização, porém
“não cria fortes vínculos com a instituição e não espera permanecer na mesma por muitos anos,
a menos que esta lhe ofereça muitos atrativos; em consequência, a rotatividade tornou mais
complexa a tarefa de reter esses jovens talentos” (ALMEIDA et al., 2013, p. 40).
43
Sennet (2009) vai ainda mais longe quando se refere à rotatividade, destacando que nos
dias atuais, com “pelo menos dois anos de faculdade pode esperar mudar de emprego pelo
menos onze vezes no curso do trabalho, e trocar sua aptidão básica pelo menos outras três
durante os quarenta anos de trabalho” (SENNET, 2009, p.22).
De acordo com Smit, Stanz e Bussin (2015), “a estratégia correta de remuneração total
deve prover o valor correto à pessoa correta no momento correto pela razão correta”3 (SMIT et
al., 2015, p.1). Entretanto, segundo os autores, as políticas das empresas ainda são aprovadas e
trazem as características da geração baby boomers, negligenciando as necessidades e desejos
das demais gerações.
Segundo a Great Place to Work (2015), os pilares de remuneração total, tais como
equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estabilidade, alinhamento de valores, remuneração
e benefícios e oportunidades de crescimento são os fatores de retenção dos trabalhadores nas
empresas. Entretanto, as diversas gerações possuem preferências diferentes com relação a estes
pilares, conforme Gráfico 2.
3
Tradução da autora.
44
Smit et al. (2015) apontam que os principais fatores de retenção, em estudos realizados
na África do Sul, são remuneração, equilíbrio vida pessoal e trabalho, benefícios, carreira e
desenvolvimento e gestão de desempenho e reconhecimento. Segundo os autores, as diversas
gerações também têm diferentes preferências com relação à estes fatores, confirmando estudos
anteriores (VON BONSDORFF, 2011; MOORE e BUSSIN, 2012; BUSSIN e VAN ROOY,
2014; SCHLECHTER, 2014; SMIT et al., 2015; CHAWLA et al., 2017).
A Tabela 3 mostra a priorização que cada uma das gerações faz com relação aos
componentes de remuneração, segundo Smit et al. (2015).
Relação de
Geração Y Geração X Baby boomers
importância
Gestão de Gestão de
1 desempenho e desempenho e Salário
reconhecimento reconhecimento
Benefícios e Benefícios e
3 Salário
segurança segurança
Desenvolvimento e
Benefícios e
4 Salário oportunidade de
segurança
carreira
Facilitador na Facilitador na
Equilíbrio trabalho e
5 comunicação do comunicação do
vida pessoal
trabalho trabalho
Facilitador na
Equilíbrio trabalho e Equilíbrio trabalho e
6 comunicação do
vida pessoal vida pessoal
trabalho
Bussin e Van Rooy (2014), em estudos realizados na África do Sul, mostraram que as
gerações são remuneradas da maneira tradicional através de salário, benefícios e bônus.
Entretanto, existem diferenças nas preferências como mostra a Tabela 4.
Geração Preferências
Baby boomers Remuneração fixa e de longo prazo ao invés de remuneração
variável
Reconhecimento por tempo de casa
Desenvolvimento e oportunidade de carreira no formato de
treinamento informal
Geração X Maior equilíbrio entre remuneração fixa e variável
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal com horário de trabalho
flexível
Desenvolvimento e oportunidade de carreira sem uma preferência no
tipo de treinamento
46
3. Metodologia da pesquisa
Entretanto, Gray (2012) indica que essas duas direções não se excluem, conforme
resumo na Figura 8.
As pesquisas podem ainda ser classificadas, segundo Gray (2012), como estudos:
Além das classificações das pesquisas, há duas abordagens que as descrevem como
sendo de natureza quantitativa ou qualitativa. A abordagem quantitativa, de acordo com a
definição de Gray (2012), “ajuda a gerar perguntas de pesquisa e hipóteses; também usado no
fim do estudo, e contra o qual os resultados serão comparados”, já a abordagem qualitativa “[...]
não orienta nem dirige o estudo, e sim se torna um auxílio quando surgirem padrões dos dados”
(GRAY, 2012, p.105).
As pesquisas podem seguir uma abordagem quantitativa, qualitativa ou mista. Se o
estudo conduzido tiver como base a interpretação de determinado contexto ou a sensação de
pessoas em determinada situação, provavelmente os dados seguirão a abordagem qualitativa,
por exemplo (GRAY 2012; SEVERINO, 2017).
As dimensões do raciocínio indutivo ou dedutivo combinado com as abordagens
qualitativas, quantitativas ou mistas, definem a metodologia de pesquisa, conforme resumo da
Tabela 5.
Pesquisa-ação Pesquisa-ação
Avaliação Avaliação
Investigação heurística
Na primeira etapa da pesquisa, para a seleção da base bibliográfica foi realizada revisão
sistemática da literatura. Neste sentido, destaca-se que uma “revisão sistemática, assim como
outros tipos de estudo de revisão, é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a
literatura sobre determinado tema” (SAMPAIO, 2007, p.84).
Com a revisão da literatura, segundo Gray (2012), será possível identificar estudos que
já foram realizados anteriormente sobre o tema da pesquisa, levantar pontos que ainda não
foram tão estudados e avaliar metodologias utilizadas em trabalhos já realizados. Entretanto, a
revisão sistemática da literatura também sugere que se deva seguir um roteiro pré-definido,
como pode ser visto, por exemplo, na Figura 9.
Definição Consolidar
Escolha Pesquisar Avaliar as
da os
dos termos fontes fontes
pergunta resultados
A pesquisa bibliográfica para este estudo foi, então, realizada segundo as etapas
descritas anteriormente. A escolha dos termos permitiu buscar artigos relacionados à seguinte
pergunta: Os pacotes de remuneração atendem às expectativas das diferentes gerações?
A primeira parte desta etapa consistiu na busca de artigos que abordam temas
relacionando remuneração e gerações, nas bases Scopus e Web of Science, através do Portal de
Periódicos CAPES, utilizando-se a combinação de palavras, conforme Tabela 6.
Na segunda parte, foi feita busca ampla, sem filtros, nas bases Scopus e Web of Science,
e no Google Scholar, de artigos que abordavam temas sobre remuneração e gerações, não
necessariamente havendo relação entre eles. Em função do alto número de documentos
encontrados, foi feito o refinamento da busca, restringindo por data de publicação e
considerando-se as palavras-chave somente no título do artigo. A busca também foi limitada
aos artigos mais citados. A terceira parte teve como característica a leitura de livros clássicos
de ambos os temas.
Idioma Palavras-chave
os artigos a partir de 2012. Ainda havia a necessidade de mais um critério, onde nas definições
de busca avançada, foram filtrados apenas os artigos que continham as palavras-chave no título,
no caso dos artigos pesquisados pelo Google Scholar e ordenando pelos mais citados, no caso
dos artigos pesquisados pelas bases Web of Science e Scopus. Para este último filtro, como
ainda foi encontrado um alto número de artigos, foi limitado à 5 artigos com a palavra-chave
no título e aos 5 artigos mais citados.
Ao verificar o título desses artigos foi identificado que muitos eram relacionados à
temas, que não vão ao encontro das questões abordadas neste estudo, principalmente os que
foram buscados com a palavra “Compensation”. Por isso, artigos contendo a palavra
“Compensation” foram desconsiderados para o estudo.
Por fim, foram selecionados 108 artigos para a composição da base inicial de estudos,
sendo 51 artigos referentes ao tema de remuneração e 57 artigos referentes ao tema gerações,
12 livros clássicos no tema, teses, dissertações e consulta à sites da internet.
Para a definição da amostra, como a população alvo deste estudo é considerada como
infinita, segundo Sweeney et al. (2016), foi necessária a utilização de método de amostragem
não probabilística, pois segundo Vieira (2011), é inviável a utilização de técnicas de
amostragem probabilísticas para grandes populações. Sweeney et al. (2016) definem que, em
técnicas de amostragem probabilística, a população deve ser finita e “os elementos selecionados
a partir da população têm uma probabilidade conhecida de estarem incluídos na amostra”
(SWEENEY et al., 2016, p. 307). Porém, em técnicas de amostragem não probabilística,
“elementos são incluídos na amostra sem probabilidades preespecificadas de seleção ou que
sejam conhecidas” (SWEENEY et al., 2016, p. 307).
54
Portanto, a técnica utilizada neste estudo para a definição da amostra foi de amostragem
por bola de neve, onde foram alcançados 301 respondentes.
Nas etapas 3 e 4, após ajustes no questionário com base nas informações obtidas através
da pesquisa piloto, definiu-se enviar o link do questionário, por e-mail, à trabalhadores formais
da rede de relacionamento da autora, aos profissionais de Recursos Humanos que participam
do grupo de empresas GEB – Grupo Executivo de Benefícios, para que compartilhassem com
trabalhadores das empresas onde trabalham, assim como disponibilizá-lo através das redes
sociais Facebook e LinkedIn.
55
O coeficiente alfa de Cronbach foi aplicado para estimar a confiabilidade das questões
abordadas no quarto bloco do questionário. De acordo com Bonnet e Wright (2015), valores de
alfa abaixo de 0,65 não são aceitáveis e acima de 0,85 são excelentes. O coeficiente alfa de
Cronbach obtido foi de 0,77, ou seja, dentro dos valores aceitáveis de confiabilidade.
As técnicas estatísticas utilizadas para a análise dos dados obtidos foram definidas para
que se pudesse responder os objetivos determinados neste estudo. Portanto, foram utilizadas:
a) Estatística descritiva, onde uma das formas para apresentar os dados obtidos consiste na
utilização de gráficos;
b) Teste Q-Q plot que, segundo Leotti et al. (2012), é um dos métodos para avaliar a
normalidade de uma variável;
c) Análise de variância (Kruskal-Wallis). Segundo Marôco (2018), o teste Kruskal-Wallis
é apropriado quando a população não está normalmente distribuída. Este teste é “uma
alternativa não paramétrica à ANOVA” (MARÔCO, 2018, p. 316) ou é o teste adequado
para uma escala ordinal. Assim, segundo Marôco (2018), deve-se testar as hipóteses:
2
12 𝑘 𝑅𝑗
∑ − 3(𝑁 + 1)
𝑁(𝑁 + 1) 𝑗=1 𝑛𝑗
𝐻=
∑𝑔𝑖=1(𝑡𝑖3 − 𝑡𝑖 )
1−
𝑁3 − 𝑁
Onde:
𝑗𝑛
𝑅𝑗 = ∑𝑖=1 𝑟𝑖𝑗
d) Comparação múltipla das médias das ordens. Segundo Marôco (2018), o teste Kruskal-
Wallis não identifica quais populações diferem significativamente. Para identificar
quais populações “são significativamente diferentes é necessário proceder à comparação
múltipla das médias das ordens [...]” (MARÔCO, 2018, p.321). Assim, segundo Marôco
(2018), deve-se testar as hipóteses para todas as combinações possíveis de grupos 2 a 2:
|𝑅̅𝑖 − 𝑅̅𝑗 |
𝑇𝑟 = ~𝑡(𝑁 − 𝑘)
𝑁−1−𝐻 1 1
√𝑆𝑟2 ( 𝑁 − 𝑘 ) (𝑛 + 𝑛 )
𝑖 𝑗
Onde
𝑛𝑖 𝑛𝑗
1 1
𝑅𝑖 = ∑ 𝑟𝑙 𝑒 𝑅𝑗 = ∑ 𝑟𝑙
𝑛𝑖 𝑛𝑗
𝑙=1 𝑙=1
𝑘 𝑛𝑗
1 𝑁(𝑁 + 1)2
𝑆𝑟2 = (∑ ∑ 𝑟𝑖𝑗2 − )
𝑁−1 4
𝑗=1 𝑖=1
Observa-se que não houve respondentes da geração Z e não há clareza dos motivos.
Além disso, o número de mulheres respondendo o questionário foi bem mais representativo,
exceto para os respondentes Baby-Boomers, o que já era esperado para esta útlima geração, pois
está diretamente relacionado com a observação de Dante (2017), onde foi nesta geração que a
mulher começou a lançar-se ao mercado de trabalho.
Apesar do IBGE (2017) não considerar as mesmas faixas de idade que foram utilizadas
neste estudo para a classificação das gerações, podemos verificar que a distribuição dos
respondentes desta pesquisa está em linha com a distribuição da força de trabalho do Brasil no
último trimestre de 2017.
62
Outro fator importante para a análise é o grau de instrução dos respondentes, onde 95%
tem, pelo menos, nível superior completo o que facilita na compreensão dos conceitos e
políticas internas da empresa, conforme Gráfico 5. Além disso, apenas 9% dos respondentes
ocupam cargos operacionais ou são estagiários/jovem aprendiz, conforme Gráfico 6.
63
Os respondentes foram solicitados a classificar o tamanho das empresas, com base nos
critérios utilizados pela Great Place to Work (2018), sendo pequena (até 99 trabalhadores),
média (de 100 a 999 trabalhadores) ou grande (acima de 999 trabalhadores). Também foram
solicitados a apontar se a empresa possui políticas formais de remuneração e seu nível de
conhecimento sobre elas. Para a análise foi considerado o método de estatística descritiva,
obtendo-se as distribuições conforme Gráfico 7.
A maior parte dos respondentes pertence à empresas de grande porte e tem certo ou total
conhecimento sobre políticas de remuneração, sendo que apenas 6% dos respondentes não tem
conhecimento se há política de remuneração na empresa em que trabalham. Percebe-se que uma
boa parte (47%) das empresas de pequeno porte não possui políticas internas de remuneração e
65
benefício, portanto, precisam evoluir neste tema, como aponta Malta (2017) em seus estudos.
As empresas de maior porte possuem políticas internas mais estruturadas.
Testes de hipótese:
Ho: não há divergência, entre as gerações, quanto ao conhecimento das políticas internas
de remuneração
Rejeita-se Ho para Valor-p ≤ α,tendo sido obtido para esta análise Valor-p = 0,022,
donde concluí-se que há divergência, entre as gerações, quanto ao conhecimento sobre as
políticas internas de remuneração.
Como já mencionado neste estudo, Bussin e Van Rooy (2014) mostraram que as
gerações são remuneradas da maneira tradicional através de salário, benefícios e bônus, o que
percebe-se neste estudo.
4.4.3 Preferências e expectativas dos trabalhadores das diversas gerações com relação aos
componentes de remuneração
Testes de hipótese:
Ho: não há divergência, entre as gerações, quanto à preferência sobre cada um dos
componentes de remuneração
Rejeita-se Ho para Valor-p ≤ α. Para os componentes onde Ho foi rejeitado, foi utilizado
o método de comparação múltipla das médias das ordens pois, segundo Marôco (2018), o teste
Kruskal-Wallis não identifica quais populações diferem significativamente entre si.
Quadro 3 – Preferências dos trabalhadores das diversas gerações com relação aos componentes de remuneração.
Fonte: A autora.
O resultado encontrado nesta análise mostra que salário é o componente mais importante
para todas as gerações, o que foi demonstrado por Bussin e Van Rooy (2014), porém diverge
dos achados de Smit et al. (2015) que apontaram salário como sendo o componente mais
importante apenas para os Baby Boomers.
Entretanto, deve-se observar que apesar da geração Y ter apontado o salário fixo como
o componente de maior importância, com 46% dos respondentes o indicando com grau 1, neste
mesmo grau de importância, o segundo componente mais indicado foi Oportunidade de
crescimento na carreira/empresa. Portanto, também é necessário ter atenção à este importante
componente.
Este resultado difere do que foi identificado nos estudos de Neto (2004), onde a maioria
absoluta dos entrevistados em seus estudos preferem planos de remuneração variável ao invés
de remuneração fixa.
70
Para a análise dos dados foram utilizados métodos de estatística descritiva e o teste
Kruskal-Wallis para análise de variância, pois a amostra não segue uma distribuição normal.
Considerou-se um nível de significância α de 0,05. Testes de hipótese:
Ho: não há divergência, entre as gerações, quanto à expectativa sobre cada um dos
componentes de remuneração
Rejeita-se Ho para Valor-p ≤ α. Para os componentes onde Ho foi rejeitado, foi utilizado
o método de comparação múltipla das médias das ordens pois, segundo Marôco (2018), o teste
Kruskal-Wallis não identifica quais populações diferem significativamente entre si.
3 Benefícios 54%
4 Benefícios 54%
3 Benefícios 50%
5. Conclusões
Por outro lado, não deve-se deixar de dar atenção à componentes como oportunidade de
crescimento na carreira/empresa, o qual foi apontado, pela Geração Y, como sendo o segundo
item com grau 1 de importância. Mesmo os componentes de remuneração que não foram
apontados como sendo de maior importância, tais como horário flexível, programas de
qualidade de vida e incentivos financeiros, não devem ser desconsiderados, principalmente
pelos profissionais da área de Remuneração, pois bem trabalhados podem tornar-se um
diferencial competitivo nas organizações tanto na atração quanto na retenção dos profissionais
chave.
75
Com a análise da pesquisa realizada neste estudo, fica evidente que a maioria dos
componentes atuais praticados pelas organizações não atende às expectativas diversas gerações,
apesar da estrutura dos pacotes de remuneração praticada refletir à preferência apontada pelas
gerações. Percebe-se que há um alto grau de insatisfação com relação à esses componentes.
Além da pesquisa Survey, um estudo bibliográfico foi realizado com o intuito de trazer
o conhecimento teórico sobre os modelos e os componentes de remuneração, assim como
levantar as características principais das diversas gerações. Desta forma, os três objetivos
específicos desse estudo foram alcançados.
Como limitação, o estudo apresenta uma análise mais abrangente e menos aprofundada
sobre as expectativas de cada uma das gerações com relação aos componentes de remuneração.
Além disso, não houve respondentes da geração Z, a qual está ingressando no ambiente de
trabalho. Portanto, um desafio para estudos futuros é aprofundar a análise sobre a aplicação
desses componentes de remuneração, principalmente neste momento em que se vivencia
damasiada transformação no mundo do trabalho, porém onde ainda convivem trabalhadores das
diversas gerações.
76
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80
Convido você a participar desta pesquisa que está sendo conduzida por mim, estudante de
mestrado da Universidade Federal Fluminense. A pesquisa busca compreender e investigar se
os modelos dos pacotes de remuneração atuais, aplicados nas organizações, atendem às
expectativas dos trabalhadores das mais diversas gerações, incorporando suas aspirações.
A participação nesta pesquisa é voluntária e anônima. Suas respostas serão combinadas com
outras e nenhuma informação de identificação pessoal será revelada. Respostas honestas e
completas são cruciais para tornar confiável os resultados da pesquisa. A pesquisa levará cerca
de 5-10 minutos para ser concluída e permanecerá aberta até 27 de maio de 2018.
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