Proposta de Resolução Autoria: Nancy Capretz Batista da Silva
Leitura crítica: Nayara Christine Souza
Proposta de Resolução
No papel de professor especialista em ensino colaborativo na sala de aula de uma aluna
com paralisia cerebral no primeiro ano do ensino fundamental, você tem a tarefa de aproximar esta aluna dos demais alunos a partir de estratégias de promoção de interações e adaptação da comunicação por tecnologia assistiva. Muitas crianças com paralisia cerebral costumam apresentar distúrbios no desenvolvimento da fala e da linguagem, devido a perturbações dos órgãos fonológicos (músculos que controlam os movimentos da boca, das articulações e da respiração). Mesmo quando não pode falar, a criança pode compreender o significado das palavras, formar seu discurso interior e deve ter um interlocutor disposto a compreender as formas que usa como linguagem para poder responder às suas necessidades. A partir da sua avaliação, você sugere que os ajustes para diminuir os obstáculos físicos da aluna devem ser suficientes para que ela consiga se expressar, participando, portanto, mais efetivamente da vida escolar e social. As especificidades de um aluno com paralisia cerebral se referem à realização das atividades e na expressão de pensamento e não no conteúdo. Ele tem necessidades e desejos e se interessa por histórias, músicas, desenhar e brincar como as demais crianças. Para promover estratégias de aproximação e maior interação entre a aluna e os seus colegas de turma, você pode incentivar a aprendizagem cooperativa em que os alunos trabalham em grupo para alcançar objetivos estabelecidos com aqueles com mais dificuldades e os mais habilidosos. Você também pode apoiar o ensino por colegas, em que a partir das matérias e atividades, os alunos ensinam de forma alternada seus colegas. Você pode, ainda, estimular o apoio entre amigos, em que os colegas se envolvem em assuntos extraescolares para ajudar a aluna com deficiência física, como para sentar-se ou para companhia após a aula. Uma alternativa é o círculo de amigos, em que os alunos se preparam para conhecer e ajudar a nova colega com deficiência. Um grupo de alunos conversam para saber das experiências da aluna no novo ambiente e esse grupo pode mudar com o tempo com a inserção do restante da turma. Você e o professor devem facilitar, apoiar, orientar e aconselhar a criação dos laços de amizade e o apoio real entre os alunos. Para colaborar com este processo de socialização e com o processo de escolarização, você deve, também, providenciar tecnologia assistiva, especialmente, comunicação alternativa e ampliada. Desta forma, seu objetivo será fazer com que a aluna consiga comunicar-se com seus colegas, professor regular, você e toda a comunidade escolar e possa apresentar seu desenvolvimento educacional. Entre as medidas adaptativas de acesso ao currículo indicadas para alunos com deficiência física que não falam funcionalmente, está a comunicação alternativa e ampliada, com os sistemas de símbolos (linguagem codificada, com elementos representativos, desenhos lineares, combinando símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, com base na ortografia tradicional), ajudas físicas ou técnicas (tabuleiros e pranchas de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia eletrônica), entre outros. Um dos objetivos do trabalho dos professores deve ser possibilitar a expressão e registro de acordo com as possibilidades motoras da criança. Estratégias de adaptação dos instrumentos, como disponibilizar tamanho adequado e bem-posicionado do papel, permitem que o aluno execute movimentos de forma autônoma, mostrando e desenvolvendo sua capacidade, pensamento, linguagem e aprendizado. Você deve criar estratégias educacionais como: providenciar pranchas, cartões, vocalizadores e outros materiais de comunicação alternativa e ampliada (CAA); adaptar jogos, livros de história e outros materiais pedagógicos com simbologia gráfica e construir as pranchas para as atividades; ensinar o uso dos softwares de CAA para a aluna se expressar com computadores [e smartphones]. Em relação à comunicação, existem componentes de comunicação interpessoal, como: os sistemas de comunicação; os dispositivos de baixa tecnologia, tais como as pranchas de comunicação com palavras e imagens plastificadas com velcro; os dispositivos de alta tecnologia, como as pranchas de comunicação dinâmicas em tablets; os dispositivos de saída de voz gravada e sintetizada; as técnicas de seleção direta, de varredura e codificada; as técnicas para aumentar a velocidade de comunicação e de predição; as técnicas para ler e escrever; os amplificadores de voz. Existem, ainda, componentes para acessar o computador, como acionadores para controle, teclados alternativos, emuladores de teclados e de mouses, telas sensíveis ao toque e ponteiras de cabeça e boca. Há, ainda, componentes de telecomunicações, e de leitura e escrita, tais como os livros adaptados com símbolos gráficos e em audiolivro, softwares e recursos de leitura de tela e de fala sintetizada. Formas alternativas de comunicação incluem: uso de quadros de conversação (cadernos de signos, livros de comunicação, os quais são cadernos ou livros que contêm figuras correspondentes a substantivos, adjetivos, verbos, advérbios mais comumente utilizados na linguagem coloquial do cotidiano), uso de caixas de palavras com figuras, de máquinas de escrever, de computador, smartphones, entre outros. A comunicação inclui gestos, expressões faciais, posturas e movimentos corporais, figuras e diagramas, além da linguagem. Por causa das dificuldades de comunicação oral da aluna, sistemas alternativos baseados em sinais/símbolos pictográficos (semelhantes aos objetos representados), ideográficos (sugerem o conceito representado) e arbitrários (convencionados) se tornam uma forma viável de comunicação. Considerando limitações no uso tradicional das pranchas de comunicação e a crescente potencialidade da informática, os sistemas gráficos computadorizados de Comunicação Alternativa e Ampliada têm sido cada vez mais usados, dentro das possibilidades de alta tecnologia assistiva. Bons estudos!