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WBA0213_v2.

DEFICIÊNCIA FÍSICA E AEE

Proposta de Resolução
Autoria: Nancy Capretz Batista da Silva

Leitura crítica: Nayara Christine Souza


Proposta de Resolução

No papel de professor especialista em ensino colaborativo na sala de aula de uma aluna


com paralisia cerebral no primeiro ano do ensino fundamental, você tem a tarefa de
aproximar esta aluna dos demais alunos a partir de estratégias de promoção de interações
e adaptação da comunicação por tecnologia assistiva. Muitas crianças com paralisia
cerebral costumam apresentar distúrbios no desenvolvimento da fala e da linguagem,
devido a perturbações dos órgãos fonológicos (músculos que controlam os movimentos da
boca, das articulações e da respiração). Mesmo quando não pode falar, a criança pode
compreender o significado das palavras, formar seu discurso interior e deve ter um
interlocutor disposto a compreender as formas que usa como linguagem para poder
responder às suas necessidades.
A partir da sua avaliação, você sugere que os ajustes para diminuir os obstáculos físicos
da aluna devem ser suficientes para que ela consiga se expressar, participando, portanto,
mais efetivamente da vida escolar e social. As especificidades de um aluno com paralisia
cerebral se referem à realização das atividades e na expressão de pensamento e não no
conteúdo. Ele tem necessidades e desejos e se interessa por histórias, músicas, desenhar
e brincar como as demais crianças.
Para promover estratégias de aproximação e maior interação entre a aluna e os seus
colegas de turma, você pode incentivar a aprendizagem cooperativa em que os alunos
trabalham em grupo para alcançar objetivos estabelecidos com aqueles com mais
dificuldades e os mais habilidosos. Você também pode apoiar o ensino por colegas, em
que a partir das matérias e atividades, os alunos ensinam de forma alternada seus
colegas. Você pode, ainda, estimular o apoio entre amigos, em que os colegas se
envolvem em assuntos extraescolares para ajudar a aluna com deficiência física, como
para sentar-se ou para companhia após a aula.
Uma alternativa é o círculo de amigos, em que os alunos se preparam para conhecer e
ajudar a nova colega com deficiência. Um grupo de alunos conversam para saber das
experiências da aluna no novo ambiente e esse grupo pode mudar com o tempo com a
inserção do restante da turma. Você e o professor devem facilitar, apoiar, orientar e
aconselhar a criação dos laços de amizade e o apoio real entre os alunos.
Para colaborar com este processo de socialização e com o processo de escolarização,
você deve, também, providenciar tecnologia assistiva, especialmente, comunicação
alternativa e ampliada. Desta forma, seu objetivo será fazer com que a aluna consiga
comunicar-se com seus colegas, professor regular, você e toda a comunidade escolar e
possa apresentar seu desenvolvimento educacional.
Entre as medidas adaptativas de acesso ao currículo indicadas para alunos com
deficiência física que não falam funcionalmente, está a comunicação alternativa e
ampliada, com os sistemas de símbolos (linguagem codificada, com elementos
representativos, desenhos lineares, combinando símbolos pictográficos, ideográficos e
arbitrários, com base na ortografia tradicional), ajudas físicas ou técnicas (tabuleiros e
pranchas de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia eletrônica), entre outros.
Um dos objetivos do trabalho dos professores deve ser possibilitar a expressão e registro
de acordo com as possibilidades motoras da criança. Estratégias de adaptação dos
instrumentos, como disponibilizar tamanho adequado e bem-posicionado do papel,
permitem que o aluno execute movimentos de forma autônoma, mostrando e
desenvolvendo sua capacidade, pensamento, linguagem e aprendizado.
Você deve criar estratégias educacionais como: providenciar pranchas, cartões,
vocalizadores e outros materiais de comunicação alternativa e ampliada (CAA); adaptar
jogos, livros de história e outros materiais pedagógicos com simbologia gráfica e construir
as pranchas para as atividades; ensinar o uso dos softwares de CAA para a aluna se
expressar com computadores [e smartphones].
Em relação à comunicação, existem componentes de comunicação interpessoal, como: os
sistemas de comunicação; os dispositivos de baixa tecnologia, tais como as pranchas de
comunicação com palavras e imagens plastificadas com velcro; os dispositivos de alta
tecnologia, como as pranchas de comunicação dinâmicas em tablets; os dispositivos de
saída de voz gravada e sintetizada; as técnicas de seleção direta, de varredura e
codificada; as técnicas para aumentar a velocidade de comunicação e de predição; as
técnicas para ler e escrever; os amplificadores de voz. Existem, ainda, componentes para
acessar o computador, como acionadores para controle, teclados alternativos, emuladores
de teclados e de mouses, telas sensíveis ao toque e ponteiras de cabeça e boca. Há,
ainda, componentes de telecomunicações, e de leitura e escrita, tais como os livros
adaptados com símbolos gráficos e em audiolivro, softwares e recursos de leitura de tela e
de fala sintetizada.
Formas alternativas de comunicação incluem: uso de quadros de conversação (cadernos
de signos, livros de comunicação, os quais são cadernos ou livros que contêm figuras
correspondentes a substantivos, adjetivos, verbos, advérbios mais comumente utilizados
na linguagem coloquial do cotidiano), uso de caixas de palavras com figuras, de máquinas
de escrever, de computador, smartphones, entre outros.
A comunicação inclui gestos, expressões faciais, posturas e movimentos corporais, figuras
e diagramas, além da linguagem. Por causa das dificuldades de comunicação oral da
aluna, sistemas alternativos baseados em sinais/símbolos pictográficos (semelhantes aos
objetos representados), ideográficos (sugerem o conceito representado) e arbitrários
(convencionados) se tornam uma forma viável de comunicação. Considerando limitações
no uso tradicional das pranchas de comunicação e a crescente potencialidade da
informática, os sistemas gráficos computadorizados de Comunicação Alternativa e
Ampliada têm sido cada vez mais usados, dentro das possibilidades de alta tecnologia
assistiva.
Bons estudos!

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