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136.

O amigo dizia às pessoas: “Quem verdadeiramente se lembra do meu amado, se


esquece, nas circunstâncias de sua lembrança, de todas as coisas. E quem se esquece de
todas as coisas para se lembrar do meu amado, o meu amado o defende de todas as
coisas e lhe dá uma parte de todas as coisas.

143. Se vires um amante honrado de nobre vestimenta, honrado por vanglória, gordo
por comer e dormir, saibas que naquele vês danação e tormentos. E se vires um amante
pobremente vestido, desprezado pelas pessoas, pálido e magro por jejum e vigília,
saibas que naquele vês a salvação e bênção duradoura.

145. O amigo chorava por aquilo que tinha perdido. E ninguém o podia consolar porque
as suas perdas eram irrecuperáveis.

146. Deus criou a noite para que o amigo velasse e meditasse sobre as nobrezas de seu
amado. E o amigo pensava que a tivesse criado para descansarem e dormirem aqueles
que são atormentados pelo amor.

151. O amado vedou a palavra a seu amigo e o amigo consolava-se na visão do seu
amado.

158. O amigo entristeceu o amor por excesso de cogitações; o amado cantou, e o amigo
alegrou-se com aquilo que ouviu. E a questão foi qual dos dois segredos é maior ocasião
de revelação.

162. O amor e o desamor se encontraram em um jardim onde o amigo e o amado


conversavam secretamente. Então, o amor perguntou ao desamor com que intenção
tinha vindo àquele lugar.

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