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Universidade de Brasília – UnB/FUP

Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural – MADER


Disciplina: Fundamentos Interdisciplinares de Ciência, Tecnologia e Agriculturas.
Estudante: Jéssica Rodrigues Pereira

Resenha do texto: FEENBERG, Andrew. O que é a filosofia da tecnologia?


Racionalização subversiva: tecnologia, poder e democracia. In: NEDER, Ricardo T.
(org.). A teoria crítica de Andrew Feenberg: racionalização democrática, poder e
tecnologia. Brasília, CDS, 2009, p. 51-95.

A obra do filosofo Andrew Feenberg se inicia com a definição da filosofia da


tecnologia, entendido como a ¨autoconsciência da sociedade moderna, refletindo sobre o
que tomamos como garantido, especificamente a modernidade racional.¨ Nesta
concepção a filosofia da tecnologia já nasce crítica da modernidade tecnológica, em que
o autor apresenta que só o conhecimento técnico não e suficiente para nos ajudar. Nesta
linha Feenberg apresenta as teorias que se desenvolveram na modernidade, sendo elas a
instrumentalista, a determinista, a substantivista da tecnologia e a teoria crítica da
tecnologia. Esta última chamada teoria crítica da tecnologia, está concentrada a obra de
Feenberg, onde o autor propõe um outro olhar para a tecnologia na sociedade
apresentando as ideias e contradições que permeiam a filosofia da tecnologia.
Feenberg apresenta a filosofia da tecnologia sobre duas óticas, em uma
perspectiva histórica e em uma abordagem contemporânea, em que as duas abordagens
se encontram na discussão. Relatando que a filosofia da tecnologia se inicia com os
gregos, fundadores de toda tecnologia ocidental. O filosofo evidencia que a filosofia
grega antiga e a cultura possuem uma união entre a racionalidade técnicocientífica.
Notando que a ciência tradicional vai avançando e sendo substituída pela tecnociência,
surge então a crítica a sociedade moderna de base tecnológica. Para Feenberg a moderna
sociedade está em um mundo diferente do dos gregos. Os gregos viviam em harmonia
com o mundo, nós estamos alienados por nossa própria liberdade em definir nossos
propósitos como nos aprazem (FEENBERG, p.57). Apontando que com os avanços
técnicos da modernidade, a sociedade passou a abordar a tecnologia no mundo
mecanicamente e não teologicamente, tornando-se comum ver a sociedade moderna
fazendo avançados em prol de uma parte da sociedade que detém o controle por meio
do avanço tecnológico. Partindo do ponto que esses avanços tecnológicos elevaram a
desigualdade, além de gerar crises ambientais e humanas. Com esses apontamentos,
Feenberg apresenta alternativas modernas que se desenvolveram sobre a tecnologia e a
relação de cada uma delas, e como são importantes para a construção de sua Teoria
Crítica da Tecnologia.
Na análise do autor, e apresentado um quadro com as teorias da tecnologia
definidos ao longo de dois eixos, a saber: o primeiro eixo vertical apresenta duas
alternativas, ou a tecnologia e neutra de valor ou está carregada de valores. Seguindo o
filosofo, o quadro aponta quatro situações que se intersecionam com esse eixos. Sendo
eles: eixo A, as tecnologias deste eixo são consideradas como autônomas, apresentando
duas alternativas, sendo elas: tecnologia determinista, por exemplo a teoria da
modernização; e a tecnologia substantivista, que se trata por meios e fins ligados em
sistemas. E o eixo B, as tecnologias deste eixo apresenta o controle humano,
apresentando duas alternativas, sendo elas: o instrumentalismo, que apresenta a fé
liberal no progresso; e a teoria crítica da tecnologia que está concentrada a obra de
Feenberg. Na teoria crítica, a tecnologia não e vista como ferramenta, mas como
estrutura para estilos de vida (FEENBERG, p.63). Sendo perceptível que as
contradições estão presentes na tecnologia, fazendo se necessárias para a construção
social. A teoria elaborada pelo filosofo, apresenta ações sociais e políticas com a
possibilidade de reintegrar os valores, com o controle das pessoas sobre qual
desenvolvimento tecnológico queremos.

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