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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Disciplina da Filosofia e a Relação da Filosofia com as outras Ciências

Estefânia Ezaquiel Manuel – Código – 708212029

Curso: Licenciatura em Ensino de História

Disciplina: Filosofia

Ano de frequência: 2o turma: C

O Tutor. Mcs João António Tavares Guerra

Nampula, Agosto de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
Nota d
máxima Subtotal
o tutor

 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização 1.0
(Indicação clara do
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0
 Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do 2.0
discurso académico
(expressão escrita
Conteúdo
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica 2.0
nacional e internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
Formatação  Paginação, tipo e tamanho 1.0
Aspectos
de letra, parágrafo,
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 4.0
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

Introdução................................................................................................................................4

1. Disciplinas de Filosofia e a Relação da Filosofia com Outras Ciências..........................5

1.1. Contextualização..........................................................................................................5

1.2. Aspectos universais e particulares e importância da Filosofia.....................................6

1.3. Relação da Filosofia com Outras Ciências...................................................................7

1.3.1. Filosofia e Matemática.............................................................................................8

1.3.2. Filosofia e História...................................................................................................8

Conclusão..............................................................................................................................10

Referências............................................................................................................................11
Introdução

O presente trabalho com tema a disciplina de Filosofia e a relação com outras ciências, tem
por objectivo conhecer a filosofia escolar e descrever a sua relação com outras ciências
humanas ou sociais e naturais, por isso que, para que esta disciplina seja mais convincente
precisa-se compreender que a filosofia deve tornar-se livre em nós, ela deve tornar-se a
necessidade interna de nossa essência mais própria, de modo a conferir a essa essência a sua
dignidade mais peculiar. No entanto é preciso que venhamos a acolher em nossa liberdade
aquilo que deve se tornar livre em nós dessa maneira: Nós mesmos precisamos tomar e
despertar livremente o filosofar em nós.

Objectivo Geral: Conhecer a Disciplina de Filosofia.

Objectivos Específicos:

 Contextualizar a disciplina de filosofia;


 Descrever a filosofia no contexto escolar;
 Explicar a relação da filosofia com outras ciências.

Na elaboração do trabalho usou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica que teve como


vinculo a leitura e interpretação de artigo, teses/dissertações e livros de autores que abordam
acerca do assunto em destaque, o trabalho esta estruturado em introdução – a parte
introdutória que define os objectivos a serem alcançados, o desenvolvimento – que é o corpo
do trabalho.

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1. Disciplinas de Filosofia e a Relação da Filosofia com Outras Ciências

A disciplina filosófica, a transmissão do saber, a extrema riqueza dos conteúdos requerem


normalmente um tempo, uma certa duração ritmada, e mesmo o maior tempo possível: mais
do que um instante, um mês, um ano, mais do que o tempo de uma aula, sempre mais tempo.
[…]. De um lado, os alunos, os estudantes, como os professores, devem se dar a oportunidade,
ou em outras palavras, as condições da filosofia. Como em qualquer outra disciplina, isto
pode se estender das condições, sendo rápido, externas (o tempo, os lugares, os postos etc.) à
condição “interna” e essencial, ou seja, o acesso à filosofia enquanto tal. O mestre deve, a
esse respeito, iniciar, introduzir, formar, etc. o discípulo. […], (DERRIDA, 1986, p. 1316).

Se detalharmos essa exposição, é possível nos darmos conta de que ela equaciona, de
modo geral, um problema filosófico, ou um apanhado de incongruências, de desacordos, de
contradições que, tomando os professores de filosofia no ensino, bem como os
interessados nesse assunto.

1.1. Contextualização

A filosofia surgiu muito antes das ciências. Enquanto as ciências, como as conhecemos hoje,
datam do período da Modernidade, mais ou menos no século XVI, a filosofia teria surgido no
século VI a.C. O que há em comum entre essas duas áreas é a busca por um conhecimento
que seja válido, racional, que fuja do senso comum e que seja passível de validação, seja pela
razão (no caso da filosofia), seja pelas demonstrações e pesquisas empíricas (no caso da
ciência).

Nessa relação entre as duas áreas do conhecimento, é importante ressaltar que a filosofia é
uma espécie de “mãe” das ciências, por ser a primeira a questionar o conhecimento tradicional

e de senso comum em busca de respostas mais racionais. A filosofia é uma espécie de


conhecimento geral e fundamental sobre a racionalidade. Ela tenta entender, questionar e
fundamentar as mais diversas áreas do saber, tanto de maneira ampla e geral quanto de
maneira mais específica, debruçando-se, às vezes, ao fornecer fundamentos para uma
determinada ciência.

As regras, os fundamentos e os conceitos racionalmente organizados de uma determinada


ciência encontram-se no âmbito da “filosofia” daquela ciência. Por isso temos a filosofia da
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matemática, do direito, da educação, da história, da ciência, entre tantas outras “filosofias”.
Apesar de parecer que a filosofia entra apenas como uma palavra comum deslocada de seu
sentido original para designar os fundamentos encontrados por aquela ciência, há o trabalho
de filósofos (não necessariamente com graduação em filosofia) que se dedicam a buscar as
mais profundas raízes teóricas que amparam a constituição dessas ciências.

Pimenta e Ghedin (2002), acrescentam:


O saber docente se nutre da prática e das teorias da educação, sendo estas, de
fundamental importância na formação do educador, permitindo aos sujeitos
envolvidos, uma variedade de pontos de vista, gerando uma acção
contextualizada, oferecendo novos panoramas de análise que possibilitam a
compreensão dos diversos contextos vivenciados por eles (p. 8).

Assim, percebe-se que o papel da formação continuada do educador abrange os processos de criação,
envolvimento, reflexão e aprendizagem, à medida que capacita os sujeitos envolvidos para que estes
busquem uma postura de pesquisadores e transformadores. No actual contexto educacional, cumpre
perseguir uma “formação de educadores” que busque mudanças nas práticas educativas, de modo a
relevar sua formação na construção e reconstrução de saberes.

1.2. Aspectos universais e particulares e importância da Filosofia

A filosofia é ainda um saber universal, pois exprime preocupações e problemas que


preocuparam a Humanidade durante todos os tempos. A universalidade da filosofia pode ser
entendida em diferentes sentidos: No primeiro sentido, universalidade da filosofia quer dizer,
que todos os homens são filósofos; este sentido radica no facto de todo o homem ter razão.
Tal universalidade conduziu à distinção entre um filosofar espontâneo, presente, em todo o
homem, e um filosofar sistemático, específico dos filósofos; Em segundo sentido, mais
clássico, a universalidade da filosofia significa: a ciência do universal e do ser. Como afirma
Santo Tomás de Aquino: “a filosofia é sabedoria no sentido em que, conhecendo o universal,
ela conhece, através dele, todos os singulares que revelam desse universal”; Em terceiro
sentido, a universalidade da filosofia pode ser entendida como a construção de um sistema de
verdades universais. Foi este o projecto de Descartes que procurou encontrar um fundamento,
evidente e indubitável, a partir do qual dedutivamente construiu um sistema filosófico. Em
quarto sentido, pode-se falar da universalidade da filosofia porque alguns de seus problemas
são universais, isto é, referem-se à existência do homem. Tais problemas, apesar de serem

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formulados por um filósofo exprimem inquietações e esperanças que são próprias da
humanidade.

1.3. Relação da Filosofia com Outras Ciências

Por muito tempo as ciências formavam uma grande área do conhecimento chamada filosofia
Natural. Há aproximadamente dois séculos, tornou-se evidentes as distinções entre a Física, a
Química e as ciências Biológicas.

A filosofia é identificada com a ciência nas suas origens pré‐modernas. Lembramos que até a
Revolução Científica de cada positividade, todas elas eram partícipes da constituição da
própria filosofia. Inicialmente, na origem pré‐moderna das cientificidades, não havia distinção
entre as diferentes ciências e a filosofia, uma vez que esta era até reconhecida como a mãe das
mesmas. E isto perdurou, “salva uma ou outra excepção, até meados do século XIX”   
(SERRA, 2008, p. 4).

De fato, muitas ciências como a Física, a Química, a Biologia, a Sociologia, a Psicologia – e


muitas outras – só se desmembraram da filosofia há poucos séculos. Até aí, ciência e filosofia,
em linhas gerais, eram a mesma coisa. Isso até porque os próprios cientistas também se
reconheciam como filósofos e a ciência era vista como parte da mesma. A título de ilustração,
lembramos que Pitágoras e Platão, além de filósofos, também eram exímios matemáticos.
Aristóteles também era biólogo, físico e astrónomo. Descartes, Pascal e Leibniz também eram
matemáticos e físicos, apresentando grandes contribuições a essas e outras áreas do
conhecimento. Marx também inventou a economia política. Hoje, perde-se, em muito, essa
semântica não só, pois as ciências evoluíram muito, mas por sermos filhos de outra epistémê.

Koyré (1991 grifos do autor) também defende a importância de tais ‘andaimes do pensar’:

A história do pensamento científico nos ensina, portanto (pelo menos eu


tentarei sustentar isso): 1º Que o pensamento científico nunca foi inteiramente
separado do pensamento filosófico; 2º Que as grandes revoluções científicas
foram sempre determinadas por subversões ou mudanças de concepções
filosóficas; 3º Que o pensamento científico – falo das ciências físicas – não se
desenvolve in vacuo, mas está sempre dentro de um quadro de ideias, de
princípios fundamentais, de evidências axiomáticas que, em geral, foram
considerados como pertencentes exclusivamente à filosofia, (p. 204).

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Contudo, é muito meticuloso antes de iniciar a explanar a argumentação dessa tese. Isso, pois
a “evolução do conhecimento científico foi influenciada, e não entravada, pela evolução do
pensamento filosófico, isso só teria valor para o passado, e nada poderia nos ensinar a respeito
do presente e do futuro”. Mas contra argumenta que daí não poderíamos mais tirar lição
alguma da história, o que seria uma perda muito grande de saberes e informações. Esquece‐se
que a própria ciência moderna surge em oposição e luta contra os paradigmas anteriores.
Giordano Bruno chegou a dar a vida pela defesa da “ruptura do círculo”. Não apenas isso,
mas também foi um novo cenário filosófico em que houve “uma inversão do valor atribuído
ao conhecimento intelectual em relação à experiência sensível da descoberta do carácter
positivo da noção de infinito” que se teve as condições de possibilidade favoráveis para o
renascimento científico, (KOYRÉ, 1991, p. 204‐5).

Por isso mesmo, que a relação da filosofia e outras ciências pode extremamente difícil de
entender e fácil de entender para alguns, pois, a filosofia pode ser considerada como o
princípio de todas outras ciências, sejam elas humanas ou sociais (geografia, história,
sociologia, antropologia) e sejam elas naturais ou da natureza (matemática, biologia, física,
química), as contribuições da filosofia para com estas ciências e maior.

1.3.1. Filosofia e Matemática

No entanto não foram poucos os filósofos que se dedicaram ao estudo da matemática, no


sentido de legá-la maior racionalidade e enriquecer seus fundamentos. A parte da filosofia que
se dedicou de ampliar os horizontes da matemática foi a lógica, tanto que hoje o ápice da
lógica é a própria matemática. Em tempos outros pensava-se em uma matemática pura, coisa
que já não parece possível.

1.3.2. Filosofia e História

Há muito tempo existe o debate acerca da relação entre história e filosofia, na verdade, é
praticamente impossível datar ou estipular um período que marque o início dos
questionamentos sobre esta relação.

A história, inicialmente, era definida como um discurso dos acontecimentos


ocorridos nas sociedades no tempo passado, depois houve uma separação entre
história, definição próxima do que conhecemos hoje, com a poesia épica.
Segundo Dosse, foi por volta dos séculos XIX e XX que teve uma massiva
profissionalização da disciplina histórica, tomando como diálogo principal a
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conexão entre história e as ciências sociais. Deste modo, esse acontecimento não
tornou possível uma aproximação entre a prática da história com o pensamento e
reflexão realizados por filósofos sobre a história (DOSSE, 2012, p. 2).

Filosofia da história é o estudo do processo histórico e de seu desenvolvimento. Também


remete à reflexão sobre o conhecimento histórico, assim como às possibilidades e os modos
de obtê-lo. Ela se preocupa com questionamentos básicos a respeito da história e de
sua epistemologia. 

Esta ambição da história científica, de se separar da filosofia da história, de


aspirar à objectividade e de enfrentar a historicidade, tornou-se realidade? Existiu
de fato, esta história científica no século XIX, desvinculada de todo a priori e
“absolutamente objectiva?” Veremos que a história científica não podia escapar a
uma filosofia da história implícita. Os historiadores, mesmo procurando se
diferenciar de Hegel e dos iluministas estavam impregnados de filosofia da
história. O historiador é incapaz de abordar o material histórico sem
pressuposições, está impregnado, sem confessá-lo, de ideias filosóficas (REIS,
1999, p. 8- 9).

O historiador defende que a razão pode não ser apenas a razão universal herdada do
racionalismo histórico, dado que esta mantinha a sua importância no momento em que o autor
escreve, mas não era única nem exclusiva, importando, para perceber a importância da razão
na História, não renunciar à História da razão.

Contudo, o historiador deve ser um artista que escreve a história,


“estabelecendo ligações onde antes se viam descontinuidades”, buscando novas
interpretações e perspectivas, atribuindo novos significados aos acontecimentos
históricos nos diversos e múltiplos pontos do passado e do presente, mostrando
como se complementam e como são recíprocos um com o outro em seus pontos
(BARROS, 2013, p. 166-167).

O historiador confere um lugar de tal modo central às operações na Matemática, no plano


cognitivo e da experiência, que o leva a matizar uma sinonímia estrita e exclusiva com uma
perspectiva axiomática, alargando horizontes e defendendo a necessidade de uma dinâmica
construtiva.

A filosofia pode ser comparada tanto com a ciência, como foi apresentado, como também
com a arte, a religião.
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Filosofia e Arte – a arte tem como objecto o ser tal como a filosofia, tem como método
imaginação e criatividade; e filosofia e religião – o sagrado (a divindade) e tem como método
interrogação, reflexão e oração.

Conclusão

Concluímos por meio deste trabalho que há uma complexa relação entre a filosofia e a
ciência. Relação essa ocupada historicamente por distintos papéis: ora iguais, ora inversos –
no que tange a influência e subordinação de uma a outra. Na contemporaneidade, contudo, tal
complexidade ainda não é reconhecida por todos. Há os que defendem não haver espaço para
a filosofia no constructo científico a tal ponto de repeli‐la. Neste contexto, da relação
existente entre história e filosofia, o historiador defende que a razão pode não ser apenas a
razão universal herdada do racionalismo histórico, dado que esta mantinha a sua importância
no momento em que o autor escreve, mas não era única nem exclusiva, importando, para
perceber a importância da razão na História, não renunciar à História da razão.

A filosofia é ainda um saber universal, pois exprime preocupações e problemas que


preocuparam a Humanidade durante todos os tempos. A universalidade da filosofia pode ser
entendida em diferentes sentidos: No primeiro sentido, universalidade da filosofia quer dizer,
que todos os homens são filósofos; este sentido radica no facto de todo o homem ter razão.
Tal universalidade conduziu à distinção entre um filosofar espontâneo, presente, em todo o
homem, e um filosofar sistemático, específico dos filósofos; Em segundo sentido, mais
clássico, a universalidade da filosofia significa: a ciência do universal e do ser.

A filosofia e a ciência obedecem a critérios diferenciados na colocação dos problemas. Pois,


enquanto a ciência só coloca problemas que possam ser investigados através da experiência
(observação e/ ou experimentação), a interrogação filosófica não conhece limites, daí a
profundidade do saber filosófico. Tanto a filosofia como a ciência são saberes metódicos, mas
enquanto que na ciência todos os cientistas, dentro de uma mesma área, seguem o mesmo
método, em filosofia cada filósofo tem um método (a reflexão, a justificação lógico-racional,
etc.) adaptado às suas preferências pessoais e à sua visão do mundo

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Referências

KOYRÉ, Alexandre. (1991), Estudos de História do Pensamento Filosófico. Rio de Janeiro:


Forense Universitária.

BARROS, Roberto. (2013), Teoria da História: Os paradigmas revolucionários. Vol III.


Petrópolis, RJ: Editora Vozes.

DOSSE, François. (2012), A história. São Paulo: Editora Unesp.

SERRA, J. M. Paulo. (2008), Filosofia e ciência. Covilhã: LusoSofia:press.

PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Org.) (2002), Professor reflexivo no Brasil: génese e crítica
de um conceito. 2. ed. São Paulo: Cortez.

REIS, José Carlos. (1999), A história entre a Filosofia e a Ciência. São Paulo: Editora Ática.

DERRIDA, Jacques. (1986), Les antinomies de la discipline philosophique: lettre préface.


In: _____ et al. La grève des philosophes, École et philosophie. Paris: Éditions Osiris,

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