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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Evolução histórica do sistema político Moçambicano após a Independência

Estefânia Ezaquiel Manuel – Código – 708212029

Curso: Licenciatura em Ensino de História

Disciplina: Métodos de Investigação Científica

Ano de frequência: 2o Turma C

O tutor: Duanil João Sandulane Ferrão

Nampula, Setembro de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
Nota d
máxima Subtotal
o tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização 1.0
(Indicação clara do
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0
 Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do 2.0
discurso académico
(expressão escrita
Conteúdo
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica 2.0
nacional e internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
Formatação  Paginação, tipo e tamanho 1.0
Aspectos
de letra, parágrafo,
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 4.0
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4
1. Tema de Estudo ................................................................................................................... 5
1.1. Justificativa ......................................................................................................................... 5
1.1.1. Relevância social........................................................................................................... 5
1.1.2. Relevância científica (académica) ................................................................................ 5
1.2. Problema ............................................................................................................................. 6
1.3. Formulação de Hipóteses .................................................................................................... 7
1.4. Objectivos da pesquisa ........................................................................................................ 7
2. Quadro Teórico ................................................................................................................... 7
2.1. Evolução histórica do sistema político moçambicano após a independência ..................... 8
2.1.1. O período pós-independência........................................................................................ 8
2.1.2. Sistema político moçambicano ..................................................................................... 9
2.1.3. O período neoliberal.................................................................................................... 11
3. Procedimentos Metodológicos .......................................................................................... 12
3.1. Tipos de Pesquisa .............................................................................................................. 12
3.1.1. Quanto á natureza........................................................................................................ 12
3.1.2. Quanto aos seus objectivos ......................................................................................... 13
3.1.3. Quanto aos Procedimentos técnicos é Estudo de Campo ........................................... 13
3.1.4. Quanto a forma de abordagem do problema ............................................................... 13
3.2. Métodos............................................................................................................................. 13
3.2.1. Método de abordagem ................................................................................................. 13
4. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados .................................................................. 14
4.2. Instrumentos ...................................................................................................................... 14
Universo ................................................................................................................................... 15
Amostra .................................................................................................................................... 15
5. Cronograma de Actividades .............................................................................................. 15
Orçamento ................................................................................................................................ 16
Referências ............................................................................................................................... 17
Introdução

Ao longo do Estado Novo, a ideologia política e a historiografia nacional, imersas em


pressupostos fortemente nacionalistas, enalteceram o papel colonial português, difusor da fé
Cristã e dos «bons costumes», civilizador de povos anteriormente selvagens e organizador dos
territórios ultramarinos. A produção de discursos esteve fortemente condicionada pela
justificação de uma natural vocação colonial do país. A ausência de racismo nas províncias
ultramarinas portuguesas e a existência de sociedades multirraciais, perfeitamente integradas
num todo nacional, constituíram princípios divulgados pela propaganda do regime. Após a
independência de Moçambique produziram-se, neste país, novas interpretações da história que
vieram subverter um paradigma eurocêntrico2 e colonial. As novas análises passaram a
destacar os conflitos sociais entre colonizadores e colonizados, bem como os aspectos
políticos e económicos da acção colonial, nomeadamente as estratégias adoptadas pelo Estado
Novo na rentabilização económica de Moçambique, em proveito dos interesses da metrópole.

Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação


nacional. A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a luta
durante 10 anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho orientado para a
construção de uma sociedade socialista.

Em 1976 surgiram os primeiros indícios de desestabilização em Moçambique, cujo


desenvolvimento atinge a forma de uma guerra civil alargada a todo o país, sobretudo na
década de 80, opondo o governo e a RENAMO - Resistência Nacional de Moçambique. A
desestabilização provocada por estes conflitos internos é agravada por agressões militares que
a Rodésia faz a Moçambique, mais tarde transferidas para o regime de apartheid da África do
Sul. Apenas em 1992, com a assinatura do „Acordo Geral de Paz‟ entre a FRELIMO e a
RENAMO, cessam as hostilidades e inicia-se um processo de paz e reconciliação.

Para a elaboração deste trabalho aplicou-se a pesquisa bibliográfica que teve como vinculo a
leitura e interpretação de artigo, teses/dissertações e livros de autores que abordam acerca do
assunto em destaque, desde autores moçambicanos e outros internacionais que exerceram o
papel de apoio através de seus dizeres e pensamentos por eles escritos.

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1. Tema de Estudo: Evolução Histórica do Sistema Político Moçambicano após a
Independência

1.1.Justificativa

A escolha do tema: “Evolução Histórica do Sistema Político Moçambicano após a


Independência” surge a partir da curiosidade que vem crescendo na proponente desde que
começou a ter acesso dos livros, artigos que aborda acercas do tema, mas que ainda nunca
teve respostas.

O cenário começa em 2021 quando estava a fazer o primeiro ano do ensino de história desta
instituição universitária, quando ela se deparou com manuais e autores que abordam por
alguma maneira histórias diversificadas e sempre que estivesse a ler algum manual de história
da África ou mesmo em particular de Moçambique encontrava traços que discordava com
outros manuais, por isso que quis desenvolver um estudo relacionado com o tema, para obter
resposta. Surgiram várias questões mentais e possíveis de solucionar a partir de um estudo do
campo bem aprofundado, para perceber efectivamente.

1.1.1. Relevância social

Espera-se que a pesquisa traga um contributo significativo para a sociedade em geral na


medida em que adquiridos conhecimentos da evolução histórica nacional nos professores, nos
alunos e em geral que comporte a parte teórica e prática poderá proporcionara na percepção e
interpretação dos fenómenos e património históricos que ocorreram na sua comunidade de
residência e ajudar a comunidade a prever vários eventos discursivos.

1.1.2. Relevância científica (académica)

É importante na academia porque despertará algum interesse, servirá de suporte para os


futuros estudos nas áreas afim bem como providenciará um conhecimento, servirá de
referência e contributo nas universidades que leccionam cursos relacionados com História.

Espera-se que a pesquisa possa permitir o melhoramento do funcionamento das entidades


Governamentais e ONGS ligadas à História, como o Ministério da cultura e turismo e as
outras entidades e patrimónios que zelam pela história africana e que trabalham basicamente
pela evolução e identidade história.

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Em termos práticos, espera-se que este trabalho permita a mudança do comportamento por
parte dos professores de história das escolas a nível nacional de modo a dirigir os seus alunos
a um conhecimento real e papável contendo a práticas de forma a viver o que estudam
teoricamente na prática.

1.2.Problema

O país preserva aspectos históricos e geográficos, não somente através de suas construções
físicas, mas também pelo desenvolvimento socioeconómico, cultural e político, representados
em sua neste belo Moçambique, desde os museus, a história contado por alguns monumentos
e patrimónios culturais e históricos, a cultural e entre outros aspectos que merecem e
mereceram destaque na evolução histórica do nosso país. O estudo e o reconhecimento dessas
particularidades de forma prática, podem contribuir na aquisição de conhecimentos históricos
no aluno. Assim, é fundamental que a geração presente e as futuras gerações reconheçam
esses aspectos históricos e envoltórios não somente como meros repetidores, mas, exercendo
seu dever de cidadãos, compreendendo o seu lugar e reafirmando sua identidade.

No entanto para que a evolução histórica e política de Moçambique a pós independência pode
ser considerada uma história discordada por alguns, pois existem traços que discordam esta
evolução. Por isso que ainda parece que estamos a viver o colonialismo, enquanto que o país,
depois da independência (1975), o governo expandiu os cuidados primários de saúde às zonas
rurais e introduziu a educação nas componentes fundamentais dos programas de
desenvolvimento da sociedade. Pode-se lembrar que no tempo colonial e alguns anos após a
independência houve divisão das escolas, havia escolas para filhos do dirigente e escola para
os que não filhos de algum dirigente.

Nesse sentido, as narrativas biográficas escolares das três gerações de moçambicanos após a
independência, passando pelo período do socialismo até ao neoliberalismo actual, levam-nos a
questionar o que se ensina e como se ensina no espaço da instituição-escola. As vozes das três
gerações recriam a história da escola ao longo de quatro décadas em Moçambique, dialogando
com o período político, a aprendizagem e as críticas desenvolvidas face ao curriculum escolar,
revelando o curriculum “escondido”, onde se aborda o que não é declarado publicamente,
levando-nos ao entendimento da escola como um lugar de poder, transmissão de cultura e
construção da realidade.

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Assim sendo, formula-se a seguinte pergunta de Partida: quais são os factores da fraca
divulgação da evolução histórica do sistema político moçambicano após a independência?

1.3.Formulação de Hipóteses

Como expectativa de resultado esperados, isto é, suposta e provisórias respostas do problema


que, ao longo desta pesquisa terão que ser validados, para tal, tem-se algumas proposições que
são colocadas como prova de determinar a sua validade, assim, traçou-se as seguintes
hipóteses:

H1: a falta de uma descrição real história da luta contra o colonialismo português, pode ser o
factor da fraca divulgação da evolução histórica do sistema político Moçambicano.

H2: o défice de fontes orais que contam a verdadeira história do sistema político pós
independência, pode ser motivo do fracasso evolutivo e histórico do sistema político.

1.4.Objectivos da pesquisa

Geral: Analisar os factores que condicionam a fraca evolução histórica do sistema político
moçambicano após a independência.

Específicos:

 Identificar os factores que condicionam a fraca evolução histórica do sistema político


moçambicano após a independência;
 Descrever os factores que condicionam a fraca evolução histórica do sistema político
moçambicano após a independência;
 Propor métodos e formas de divulgação da história Moçambicana.

2. Quadro Teórico

Olhando a história contemporânea de Moçambique produzida no contexto doméstico, aquilo


que surpreende, talvez mais ainda do que a sua questionabilidade, é a sua escassez. Tal
situação, ao menos em parte, deve-se a uma herança colonial de difícil acesso da maioria da
população a algo mais do que o nível básico de ensino, em particular à ausência quase
absoluta de africanos no ensino superior no tempo colonial; a isto poderíamos associar a
inexistência de cursos universitários de história até às vésperas da independência. A influência

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desses factores estaria por detrás da escassez de historiadores e da fraca tradição
historiográfica, com a consequente ausência de uma historiografia substancial.

2.1.Evolução histórica do sistema político moçambicano após a independência

Após a independência, a empresa privada passou a ser representada como um local de


acumulação da burguesia, de exploração do trabalhador e de produção de desigualdades.
Neste cenário, o Estado procurou assumir-se como o motor da economia e colectivizou
grande parte dos meios de produção, constituindo empresas públicas e cooperativas de
trabalhadores. Porém, o aumento do desemprego ou a extrema dependência da economia
moçambicana em relação ao trabalho migratório e sazonal, tiveram como consequência a
repetição de práticas coloniais, ao nível do recrutamento laboral compulsivo, de deslocações
forçadas ou de restrições à mobilidade populacional. Estas práticas não deixaram de continuar
assentes em ideias modernas e puritanas, por exemplo ao nível da reprovação social do
“improdutivo”. No que respeita à produção de conhecimento, assistiu-se a uma alteração das
formas de análise, procurando-se reelaborar uma economia política de Moçambique no
contexto da África Austral. O fenómeno do trabalho passou a ser compreendido dentro de um
problema mais vasto, que era o das formas de acumulação do capitalismo sul africano e
colonial. Numa perspectiva marxista, os fenómenos sociais passam a ser interpretados num
contexto de antagonismo social, assente em contradições de classe e num cenário capitalista e
de exploração.

2.1.1. O período pós-independência

Após a independência de Moçambique, e na sequência da experiência na luta armada, o novo


discurso político passa a enfatizar a temática da “exploração colonial” e da necessidade de
“libertação do Homem e da terra”. Num contexto revolucionário e sob a preocupação de
construção de uma unidade nacional, os discursos políticos polarizaram o contexto de luta em
torno de dois grupos divergentes, estruturados num único pólo de contradição: colonizadores
e colonizados ou exploradores e explorados. O Estado afirmou-se como motor da economia e,
no seu terceiro congresso, a Frelimo definiu formalmente uma orientação marxista-leninista.
As Directivas Económicas e Sociais do Terceiro Congresso (cf Wuyts, 1981: 33) salientavam
que o desenvolvimento do sector Estatal iria constituir a base da formação de uma classe
operária forte, que “deverá assumir um elevado nível de consciência de classe e de
organização, de modo a desempenhar um crescente papel de direcção”. As unidades de

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produção abandonadas pelos anteriores proprietários foram nacionalizadas. De uma forma
geral, as grandes machambas foram transformadas em empresas estatais e, as mais pequenas,
em cooperativas, (Fijó, s/d, p. 333).

2.1.2. Sistema político moçambicano

No plano político, o apoio prestado pelo Estado moçambicano ao ANC constituiu uma clara
ameaça para o regime sul-africano que, em reacção, procurou enfraquecer economicamente o
novo estado independente, retirando partido da situação de dependência. Em 1975, a África
do Sul reduziu drasticamente o recrutamento anual de mineiros em Moçambique (First, 1998:
51-52; Newitt, 1997: 431), com consequências sobre o desemprego, já de si agravado com o
encerramento de inúmeras unidades económicas resultantes da partida de colonos. Neste
cenário, para a Frelimo, a migração do campo para cidade constituía um fenómeno que
colocava problemas para o desenvolvimento e para um moderno modelo de organização. Com
vista a reduzir a migração para as cidades e a atenuar o problema do desemprego, em 1979
introduziu-se a obrigatoriedade da guia de marcha nas cidades do país, passaporte interno
necessário para se deslocar, nas cidades e no campo (Quembo, 2012: 78).

Em 1983, com a Operação Produção, identificaram-se e deportaram-se para remotas zonas


rurais os considerados “improdutivos” que, na prática, constituíam todos aqueles que não
conseguissem provar que trabalhavam por conta de outrem, incluindo trabalhadores de
actividades informais. Sob um ideal de Homem Novo, imaginado a partir da experiência da
Frelimo nas zonas libertadas, representava-se o desemprego como o resultado da preguiça ou
de falta de vontade (Quembo, 2012: 67).

Através da figura Xiconhoca condenava-se activamente o absentismo,


os atrasos, a desobediência, a bebedeira, o desleixo e sonolência no
trabalho ou a falta de aprumo na apresentação pessoal. Apelando-se à
organização laboral, “produzir é [considerado] um acto de militância”
(Machel, 1976: 5, 8) e a produtividade “um termómetro da consciência
política”. As reivindicações de aumento de salário num cenário de baixa
produtividade eram vistas como um atentado à economia (Machel,
1976: 17).

Da mesma forma, o modelo colonial de gestão da mobilidade populacional e de organização


das cidades continha aspectos presentes na guia de marcha ou nos objectivos da Operação

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Produção. Por sua vez, a representação colonial do indígena preguiçoso, que deveria ser
corrigido através do recrutamento forçado, manteve alguma continuidade nas noções de
“improdutivo” ou de “parasita urbano” e de visões modernas18 e puritanas (inspiradas quer
nas anteriores missões cristãs, quer na experiência militar da Frelimo), que estiveram na base
dos processos de deportação forçada. O “desemprego” era visto como uma opção, resultante
da falta de vontade de trabalhar, pelo que os desempregados, vistos como “preguiçosos”,
tinham de ser obrigados a “produzir”, para o bem da sociedade (Quembo, 2017: 50). A
Operação Produção e a projecção de construção de cidades no campo (como em Unango, no
Niassa) não deixaram de apresentar continuidade com os projectos de constituição de
colonatos no planalto da província de Niassa (Quembo, 2012: 72).

Num cenário revolucionário, em que se procuraram alterar os modos de produção, torna-se


compreensível que, ao nível do ensino e da investigação, se tenham simultaneamente alterado
as formas de analisar o fenómeno trabalho. Criado em 1976, sob a direcção de Aquino de
Bragança e com a coordenação executiva de Ruth First, a acção do Centro de Estudos
Africanos (CEA) da Universidade Eduardo Mondlane exerceu um papel inovador ao nível das
ciências sociais, tendo atraído um conjunto de investigadores internacionais (entre os quais
vários sul-africanos pertencentes ao ANC), atraídos pelos objectivos de pesquisa assim como
pelas metodologias de análise. No CEA, assiste-se a um conjunto de alterações
paradigmáticas, onde se destacam a importância conferida à exploração capitalista e colonial;
à temática da luta de classes e de resistência ao capitalismo colonial; à organização do
trabalho nas empresas Estatais e cooperativas; assistindo-se a diversas inovações ao nível das
abordagens metodológicas.

Com a criação do Centro de Estudos Africanos, diversas questões relacionadas com o trabalho
passaram a ser entendidas dentro de um problema mais vasto, relacionado com as formas de
acumulação capitalista. As abordagens do CEA conferiram um especial enfoque à economia
política da África Austral, que passou a ser teorizada em termos de luta de classes,
destacando-se a unidade existente entre capitalismo e apartheid (Darch, 1981: 81). Como
explicava Darch (1981: 81) não se tratava de uma luta simplesmente académica. Era
essencialmente uma luta pelo conhecimento científico.

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2.1.3. O período neoliberal

A estagnação da economia, o aumento da dívida externa, a guerra e destruição de infra-


estruturas conduziram à derrocada do projecto socialista. Em 1984 inicia-se um novo período
histórico, na sequência do IV Congresso do Partido Frelimo, do pedido de adesão de
Moçambique ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e da implementação dos Programas de
Acção Económica, durante os quais se desenharam as condições de transição para a economia
de mercado. Os Planos de Reajustamento Estrutural adoptaram uma série de medidas como a
desvalorização do metical, a liberalização dos preços e do comércio, a reunificação dos
mercados paralelo e oficial, a redução de gastos públicos em subsídios ao consumo e às
empresas estatais ou a diminuição dos investimentos e custos nas áreas da saúde e educação
(Mosca, 2002: 138). Estas medidas constituíram a contrapartida do financiamento da crise por
parte do FMI e do Banco Mundial, por intermédio de projectos de desenvolvimento ou da
negociação da dívida. A transição para uma economia de mercado foi acompanhada por uma
revisão de diversas leis e por um aumento do diálogo com investidores privados, bem como
por uma reforma política, que se consagrou no fim do regime monopartidário, no aumento das
liberdades individuais e na realização de eleições multipartidárias.

ivatização de empresas públicas. Ao longo das décadas de 1980 e 1990 sectores industriais
inteiros – como o farmacêutico, plástico, vidro, têxteis, castanha de caju – foram à falência
(Coughlin, 2005: 122), tendo como consequência o aumento do desemprego. A redução da
capacidade do estado em oferecer serviços às comunidades e a contenção dos salários, entre
outras medidas, afectaram sobretudo os grupos sociais mais vulneráveis, que encontraram no
sector informal diversas oportunidades de sobrevivência. Por sua vez, muitos indivíduos com
um nível de formação médio, impedidos de ingressar no emprego formal ou na função pública
(devido às políticas de contenção do estado), viram-se na contingência de se tornarem
empresários, oscilando entre o sector formal e informal da economia, em função das
conveniências.

Não obstante as dificuldades burocráticas, as deficiências das infra-estruturas, a má formação


dos recursos humanos, entre outros obstáculos, a partir de finais da década de 1980 o número
de empresas constituídas não parou de crescer,34 atraídas por oportunidades de negócio,
frequentemente com o estado, e pela existência de baixos salários. A emergência do grande
empresariado nacional esteve intrinsecamente associado à respectiva proximidade com os
centros de decisão. Através de esquemas neopatrimoniais, diversas redes de poder
11
acumularam capital por intermédio de créditos mal parados, de desvios financeiros do
Orçamento Geral de Estado ou de processos fraudulentos como o caso do BCM e BPD.35
Constatando que entre 1987 e 1997 todos os membros da Comissão Política da Frelimo
estiveram directamente envolvidos na criação de actividades empresariais36 ou integraram
Conselhos de Administração, e analisando o processo de alienação de empresa estatais, Mira
(2011: 9-13) caracterizou de “centrífugo” o processo de privatização em Moçambique.
Temendo a mudança para uma economia de mercado, os membros da Frelimo no poder, que
viam na privatização uma oportunidade de aquisição de riqueza, não deixaram de influenciar
a orientação política do Governo, por intermédio daquilo que Pitcher (2003: 808) designou de
“preservação transformativa”. A ausência de capital inicial foi compensada por facilidades de
acesso ao estado, tendo a concorrência entre capital nacional e capital estrangeiro sido
disfarçada, em parte, por alianças transnacionais, nomeadamente entre as burguesias
estrangeiras e a “classe-Estado” (Tole, 1995: 223) moçambicana.

3. Procedimentos Metodológicos

Partindo da conjuntura de que, método é um procedimento ou caminho para alcançar


determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, pode-se dizer que o
método científico é um conjunto de procedimentos adoptados com o propósito de atingir o
conhecimento.

De acordo com TRUJILLO FERRARI apud PRODANOV E FREITAS (2013: 24), afirma
que, “o método científico é um traço característico da ciência, constituindo-se em instrumento
básico que ordena, inicialmente, o pensamento em sistemas e traça os procedimentos do
cientista ao longo do caminho até atingir o objectivo científico preestabelecido”.

3.1.Tipos de Pesquisa

3.1.1. Quanto á natureza

Para a produção deste trabalho usar-se-á a pesquisa de natureza básica, visto que a proponente
pretende demonstrar novos conhecimentos e úteis para uma melhoria na ciência histórica, à
minimizar o caso do défice da evolução da história do sistema político Moçambicano, tendo
em conta a sua importância para aprendizagem do aluno, no contexto social, económico,
científico, ambiental e cultural, esta pesquisa, Envolve verdades e interesses da evolução
histórica do sistema político Nacional.
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3.1.2. Quanto aos seus objectivos

Na realização deste projecto, usar-se-á a Pesquisa descritiva, com esta, a proponente tem
como finalidade descrever a importância da evolução histórica do sistema política pós
independência nacional. Que vai possibilitar a colecta de dados e descrição dos factos e
factores identificados, onde a proponente vai entrevistar, observar os historiadores nacionais,
professores e entre outros que poderão contribuir com esta pesquisa, que é o público-alvo
nesta pesquisa e por fim irá analisar amostra que vão estimular maior precisão e compreensão
do problema levantado, através desta cadeia a proponente trará, ou melhor, conhecimentos
sobre as causas e factores da ausência do trabalho de campo sobre a evolução histórica do
sistema político.

3.1.3. Quanto aos Procedimentos técnicos é Estudo de Campo

Esta pesquisa será desenvolvida a partir de colecta e análise dos dados que serão colhidos no
seio da comunidade de variados pontos de Moçambique. Neste caso a proponente do
problema vai colher informações sobre a importância conhecimento em relação a evolução
histórica do sistema político a partir de historiadores, veteranos da luta armada e da guerra
civil, por fim estudar o caso para esclarecer aspectos ligados a evolução histórica do sistema
político. Vamos perceber com a população alvo sobre a situação em estudo procurando
perceber os motivos deste défice dos trabalhos do campo no ensino de História.

3.1.4. Quanto a forma de abordagem do problema

E tem como abordagem Qualitativa, onde o ambiente natural é fonte directa para colecta de
dados, interpretação de fenómenos e atribuição de significados. Com esta abordagem
facilitará na colecta de dados relacionados ao problema ada importância do trabalho do
campo.

3.2. Métodos

3.2.1. Método de abordagem

A pesquisa será desenvolvida, através do método dedutivo, que Sugere uma análise de
problemas do Geral para o particular, através de uma cadeia de raciocínio decrescente.

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4. Técnicas e Instrumentos de Colecta de Dados

Na presente pesquisa usar-se-á as seguintes técnicas e instrumento para a colecta de dados:

4.1.Observação

Neste método a proponente ira usar este método para observar a evolução histórica através
dos museus e outros patrimónios que zela da história moçambicana, com finalidade de validar
a sua tese.

A observação será indispensável nesta pesquisa, principalmente a observação directa, irá se


usar para a colecta directa dos dados, onde vai facilitar observar as aulas dos professores a
leccionarem sem o uso deste método e procurar saber, se bem que conseguem atingir os seus
objectivos.

Entrevista

Usar-se-á a entrevista semi-estruturada que será direccionada aos professores, antigos


combatentes de guerra de libertação nacional e outras fontes orais seguras que viver desde a
luta até os dias de hoje, vai decorrer na forma de uma conversa entre o autor e os envolvidos,
questionando sobre o trabalho de campo como método do processo ensino aprendizagem de
geografia.

Questionário

O questionário, vai ser desenvolvido a partir da entrega de formulários contendo questões


previamente organizadas, que os alunos poderão responder.

4.2.Instrumentos

Quanto aos instrumentos pode-se citar os seguintes: Blocos de notas, gravador e canetas
ajudarão na colecta de dados através de anotações, estes vão facilitar no acto da entrevista
para melhor interpretar os resultados e computador que é indispensável na compilação e/ou na
produção do próprio trabalho.

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Pesquisa Bibliográfica

Será feita através leitura de livros, artigos e outras bibliografias que abordaram sobre o
assunto levantado, convista a provar a sua importância no seio dos alunos que são submetidos
no processo ensino e aprendizagem de história nacional.

Universo

Constitui universo desta pesquisa, todos os compatriotas Moçambicanos e os professores da


disciplina de história a nível nacional.

Amostra

Na realização desta pesquisa, a proponente usará a amostragem probabilística aleatória


representativa, onde através de alguns Moçambicanos observados directamente vão
representar o universo, cujos eles representado por um número determinado de 50 pessoas
nacionais, todos residentes e ambos homens e mulheres de 11 províncias, dos quais 10
professores da disciplina de história, 5 Antigos combatentes (veteranos de luta armada de
libertação nacional), 5 funcionários do Ministério de cultura e Turismo, 10 pessoas que
viveram a guerra de libertação nacional e 20 pessoas da população em geral, mas todos
residentes em Moçambique.

5. Cronograma de Actividades

É necessário delimitar o tempo para a realização de cada uma das partes propostas de um
projecto é chamado cronograma.
Assim sendo, a autora desenvolverá suas actividades de acordo com o cronograma abaixo:
Tabela 1: Esquema do projecto de pesquisa
Períodos
Actividades ou Fases da execução da pesquisa
O N D J F M A M
Escolha do Tema
Revisão de Literaturas
Colecta de Dados
Tabulação e apresentação de dados
Análise e discussão dos Dados
Conclusão da Analise dos resultados Obtidos
Redacção e Apresentação do Trabalho Científico
Fonte: elaborado pela autora, 2022.
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Orçamento

Esta pesquisa englobara um financiamento, para a sua realização, o financiamento há-de


servir para a aquisição de materiais/equipamentos e pagamento dos participantes como os
seguintes equipamentos: uma Máquina fotográfica, três blocos de notas, uma caixa de canetas,
e duas resmas de folhas A4, e o uso de equipamentos disponíveis.
Tabela 2: Orçamento em custo
Instrumento/Equipamento Quantidade Custo Total custo
Gravador 1 2000 2000
Máquina fotográfica 1 10.000 10.000
Impressão 1 7.000 7.000
Blocos de notas 3 50 150
Canetas 1 Caixa 450 450
Resma de folhas A4 2 260 520
Lanche 6.000
Total =============================================== 26.120mts
Fonte: elaborado pela autora, 2022.

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Referências

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