Tanto os católicos quanto os espíritas são unânimes em definir a parusia
como a vinda de Cristo no juízo final. Na verdade, tal definição, registrada nos dicionários, não suscita-ria discussões tão veementes não fosse, por exemplo, o fato de se encadear com a questão do resgate pela expiação, quer dizer, como responsabilizar o cego de nascença pela desgraça que o acomete?
E, no mesmo passo, como ficamos diante do aleijado? Questões como
estas afloram diariamente à boca, quer dos doutos, quer das pessoas parcimoniosamente instruídas. Este volume, muito breve na verdade, e de leitura agradabilíssima, passo a passo, vai respondendo, ou por outra, ajuntando um termo aqui, acrescentando uma ideia acolá, vai demonstrando que tanto o Velho quanto o Novo Testamento são ricos em reafirmar, com sua linguagem às vezes metafórica, estes três princípios fundamentais: a responsabilidade pessoal de cada um, o resgate pela expiação e a reencarnação.
Em suma: se, para Deus, o culpado não pode ser inocentado, como admi- tir--se que seja castigado com o pecado por ele cometido na pessoa de filhos e netos?