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CIÊNCIAS ECONÔMICAS
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
2365664507
Maceió, AL
2021.2
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Maceió, AL
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AGRADECIMENTOS
E, a todos aqueles que acreditam que nenhum caminho é impossível para aqueles
que perseveram.
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RESUMO
Poucas coisas são tão essenciais e ao mesmo tempo prazerosas ao ser humano
como o ato de alimentar-se. A segurança alimentar nutricional é objeto de políticas
públicas que visam a segurança alimentar e desenvolvimento econômico, social e
ambiental, como meio de atender as demandas alimentares da população que cresce
em ritmo acelerado. Com o crescimento das cidades e o aumento das distâncias,
cada vez mais será necessário encontrar soluções eficazes para fomentar a
produção, processamento, transformação, logística, transporte, distribuição até
chegar ao consumidor, assim como equacionar o aproveitamento dos resíduos. A
cultura inerente a economia linear já não atende, diante de um mundo que está perto
do colapso ambiental, pondo em risco a existência do planeta e de todos os seres
vivos. Na busca de soluções e alternativas viáveis, além de ser preciso mudar a forma
de pensar e viver um novo estilo de vida, menos excessivo, consumista e predatório,
também é necessário encontrar alternativas para o sistema de produção, para o qual,
muitos países, universidades, empresas e a sociedade, vêem a viabilidade da
Economia Circular, como modelo de produção e de consumo, com maiores
benefícios. A partir dos conceitos de cidade inteligente e cidade sustentável, esse
estudo debruça-se sobre a análise da “urban farm”, como matriz de produção de
alimentos, através do sistema "vertical farming" especialmente hortifrutigranjeiros e
outros que integram os hábitos de consumo alimentar diário, fundado no sistema
econômico de produção circular, para a produção e consumo de alimentos nos
centros urbanos, à luz do conceito de desenvolvimento ambiental, social e econômico
sustentável.
ABSTRACT
Few things are as essential and at the same time pleasurable to human beings as the
act of eating. Nutritional food security is the object of public policies aimed at food
security and economic, social and environmental development, as a means of meeting
the food demands of the rapidly growing population. With the growth of cities and the
increase in distances, it will be increasingly necessary to find effective solutions to
encourage production, processing, transformation, logistics, transport, distribution until
reaching the consumer, as well as considering the use of waste. The culture inherent
linear economy no longer serves, in the face of a world that is close to environmental
collapse, putting at risk the existence of the planet and all living beings. In the search
for viable solutions and alternatives, in addition to changing the way of thinking and
living a new, less excessive, consumerist and predatory lifestyle, it is also necessary to
find alternatives to the production system, for which many countries, universities,
companies and society see the viability of the Circular Economy as a production and
consumption model with greater benefits. Based on the concepts of smart city and
sustainable city, this study focuses on the analysis of the "urban farm", as a food
production matrix, through the "vertical farming" system, especially fruit and
vegetables and others that integrate food consumption habits daily, based on the
economic system of circular production, for the production and consumption of food in
urban centers, in light of the concept of sustainable environmental, social and
economic development.
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SUMÁRIO
1. Introdução ao tema 10
1.1 Metodologia da Pesquisa 15
3. Economia linear 29
5. Economia circular 52
9. Vertical Farming 85
10. Conclusão 92
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho acadêmico tem como objetivo propor soluções, aplicando conceitos das
ciências econômicas, no âmbito urbano, e, com fundamento nos conceitos de
sustentabilidade, economia circular, cidade inteligente e cidade sustentável,
recomendando a análise de medidas capazes de integrar conceitos de convívio
urbano, sustentabilidade e economia circular, de modo a contribuir com idéias
capazes de impulsionar, transformar e desencadear um esforço público-privado, a
partir de um conceito global, para construir uma economia circular para a produção,
distribuição e consumo sustentável de alimentos para atender a demanda regional no
âmbito das cidades.
Poucas coisas são tão essenciais e ao mesmo tempo prazerosas ao ser humano
como o ato de alimentar-se.
Com o crescimento das cidades e o aumento das distâncias, cada vez mais será
necessário encontrar soluções eficazes para fomentar a produção, processamento,
transformação, logística, transporte, distribuição até chegar ao consumidor, assim
como equacionar o aproveitamento dos resíduos.
10
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Além de ser preciso mudar a forma de pensar e viver um novo estilo de vida, menos
excessivo, consumista e predatório, também torna-se necessário buscar novas
possibilidades, alternativas e soluções viáveis. É necessidade premente encontrar
alternativas para o sistema de produção, para o qual, muitos países, universidades,
empresas e a sociedade, vêem com bons olhos a viabilidade da Economia Circular,
como modelo de produção e de consumo que envolve a partilha, o aluguel, a
reutilização, a reparação, a renovação e a reciclagem de materiais e produtos
existentes, em que o ciclo de vida dos produtos é entendida, evitando o descarte,
desperdícios e diminuindo o quanto possível os resíduos.
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A proposta do sistema urban farm aliado aos benefícios da economia circular para
produção de alimentos dentro dos limites territoriais locais da cidade, com tecnologias
que permitam o melhor aproveitamento espacial, beneficiando área degradadas,
imóveis e terrenos abandonados, em que a produção de determinados tipos de
alimentos, de consumo habitual e diário, como por exemplo, hortifrutigranjeiros, possa
ser levada a efeito através de fazendas urbanas, uma vez que, essa tecnologia
apresenta um modelo atraente com enormes benefícios a economia, a saúde, ao
meio ambiente e a toda cadeia produtiva alimentar e para a sociedade em geral.
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LUZ, Beatriz. (Org.). Economia circular Holanda: Brasil: da teoria à prática. 1ª ed. -- Rio de Janeiro:
Exchange. 4 Change Brasil, 2017.
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3
HARARI, Yuval Noah, Sapiens – Uma breve história da humanidade, L & PM Editores, Porto Alegre,
2019, pág. 179.
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(...)
Ocorre ser preciso repensar a economia sob o ponto de vista das novas aspirações
humanas e estímulos de ordem social, política e ambiental, mais condizentes com os
novos tempos, a moral e a ética contemporânea, sem deixar de olhar para o futuro
das próximas gerações.
4
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Da macroeconomia clássica à macroeconomia keynesiana. Luiz
Carlos Bresser-Pereira. Versão revisada em maio de 1976 de apostila publicada originalmente em abril
de 1968 abril, “Da microeconomia à macroeconomia keynesiana”.
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Essa ideologia culminou com o fluxo de metais preciosos que determinou duas
conseqüências importantes para o pensamento econômico. Primeira, o
desenvolvimento da idéia sobre moeda. Segundo, a possibilidade de elaboração da
concepção de acumulação de metais preciosos, base dos sistemas mercantilistas.
A adesão a esse fundamento levou os países a tentar assegurar cada vez mais
excedentes de exportações, pois a concepção era ter superávit sobre as importações
para ganhar ouro e prata através do comércio exterior.
Supunha-se que a ação do Estado fosse necessária para fazer com que o sistema
capitalista em desenvolvimento agisse de acordo com seus interesses.
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SMITH, Adam. ADAM SMITH. A RIQUEZA DAS NAÇÕES. INVESTIGAÇÃO SOBRE SUA
NATUREZA E SUAS CAUSAS. Com a Introdução de Edwin Cannan. VOLUME I. Apresentação de
Winston Fritsch. Tradução de Luiz João Baraúna. Editora Nova Cultural Ltda. Copyright © desta edição
1996, Círculo do Livro Ltda. Rua Paes Leme, 524 - 10º andar CEP 05424-010 - São Paulo – SP. Título
original: An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations. Direitos exclusivos sobre a
Apresentação de autoria de Winston Fritsch, Editora Nova Cultural Ltda. Direitos exclusivos sobre a
tradução deste volume: Círculo do Livro Ltda. Impressão e acabamento: DONNELLEY COCHRANE
GRÁFICA E EDITORA BRASIL LTDA. DIVISÃO CÍRCULO - ISBN 85-351-0827-0.
18
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(...)
(...)
19
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Em relação ao tratamento dispensado por Adam Smith, (...) começa sua análise
afirmando que:
6
Idem SMITH, Adam. ADAM SMITH. A RIQUEZA DAS NAÇÕES. INVESTIGAÇÃO SOBRE SUA
NATUREZA E SUAS CAUSAS, páginas 181-183.
20
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(...)
Essa idéia é negada por David Ricardo, que diverge, a ponto de “colocar isso em
dúvida”, sustentando que existem terras que podem não gerar renda alguma ao
proprietário. Para Ricardo prevalece o conceito de renda diferencial. Sustenta David
Ricardo em sua obra An Essay on Profits (1815):
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production as in agriculture’.
Em sua obra original David Ricardo elegantemente discorda dizendo não poder
concordar com MALTHUS quando este aprova a opinião de Adam Smith, pois,
Ricardo supunha que ambos devam ter se distanciado das opiniões mais consistentes
da doutrina dos Economistas, uma vez que Ricardo compreende que existe ao menos
um momento ou em cada etapa de seu aprimoramento, há uma parcela de capital
empregado na terra, apenas para os lucros do estoque, e que não rende nenhum
aluguel. Segundo Ricardo, o trabalho produtivo empregado nessas terras nunca
oferece de fato uma reprodução tão grande, como o mesmo trabalho produtivo
empregado nas manufaturas.
Para David Ricardo a noção da teoria da renda, a dele, desenvolvida à partir das
formulações de MALTHUS, constitui uma parte excedente, para o qual renda é “a
8
RICARDO, David. “An Essay on Profits”, David Ricardo, 1815, By David Ricardo, Esq.London: Printed
for John Murray, Albemarle Street, 1815 -
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mc000314.pdf -
(https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://livros01.livrosgratis.com.br/mc000314.p
df&ved=2ahUKEwiWudzmyan0AhWEILkGHaSVCOYQFnoECAQQAQ&usg=AOvVaw3oE0LY0g4UWP
7uPe9lkjyA).
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parte do valor do produto total que resta ao proprietário após o pagamento de todas
as despesas de qualquer espécie correspondente ao cultivo, incluindo-se nestas
despesas os lucros do capital empregado, calculados segundo a taxa usual e comum
dos lucros do capital agrícola no período de tempo considerado”.
Dessa forma, se o produto total for unicamente igual ao valor das despesas
necessárias ao cultivo, não pode haver nem renda, nem lucro.
Em favor da Teoria Clássica, por oposição aos monetaristas, pode-se reconhecer que
os economistas clássicos acentuavam o papel dos fatores reais, na determinação das
variáveis reais, como produção e o emprego.
9
Tradução livre: “Sempre que a taxa usual e ordinária dos lucros do estoque de produtos agrícolas e
todas as despesas relativas ao cultivo da terra, juntas, forem igual ao valor do produto, não pode haver
renda. Quando a soma do produto é igual ao valor das despesas necessárias para o cultivo, não pode
haver aluguel nem lucro” - Idem RICARDO, David. “An Essay on Profits”, David Ricardo, 1815, By
David Ricardo, Esq.London: Printed for John Murray, Albemarle Street, 1815 -
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mc000314.pdf -
(https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://livros01.livrosgratis.com.br/mc000314.p
df&ved=2ahUKEwiWudzmyan0AhWEILkGHaSVCOYQFnoECAQQAQ&usg=AOvVaw3oE0LY0g4UWP
7uPe9lkjyA)
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Aliás, o evento da grande depressão dos anos trinta do século passado expôs a
ineficiência dessas teorias para a solução de diversos problemas do capitalismo.
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Keynes não era comunista, não seguia a cartilha Marxista, nem era socialista. Ele
acreditava no sistema capitalista no qual vivia. Porém, observou que o sistema
econômico capitalista estava longe de assegurar automaticamente o pleno emprego e
o desenvolvimento econômico sem crises crônicas, de duração indefinidas, como
pretendia a teoria econômica vigente.
É importante seja feita a distinção sumária entre o papel exercido por Karl Marx e o de
John Maynar Keynes, ambos, frente a Teoria Econômica Clássica.
Karl Marx, nascido na Alemanha em 1818, morrendo na Inglaterra em 1883, foi crítico
da teoria clássica vigente, no sentido de condenar e destruir os fundamentos e o
próprio sistema capitalista. Co-autor do Manifesto do Partido Comunista, obra que
convida os operários a se rebelarem contra o sistema capitalista, o qual, segundo o
autor, é sistema que explora a condição da classe trabalhadora em benefício da
burguesia. Sua obra prima foi O Capital, através da qual Marx, desenvolve
importantes conceitos, como alienação, mais-valia e materialismo histórico, além de
dar as bases para a implantação do socialismo. Suas criticas demasiadamente
severas ao sistema capitalista fez com que sua teoria nunca fosse incorporada aos
Clássicos da Economia, mas, criou uma teoria econômica paralela.
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No caso, não era o sistema capitalista que era questionado, mas, a base conceitual
do laissez-faire. 11
10
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Da macroeconomia clássica à macroeconomia keynesiana.
Versão revisada em maio de 1976 de apostila publicada originalmente em abril de 1968 abril, “Da
microeconomia à macroeconomia keynesiana”. Páginas: 22 a 33.
11
SWEEZY, Paulo. “John Maynard Keynes” in Teóricos e Teorias da Economia, Rio de Janeiro: Zahar,
1965: 11 e 12.
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Tradução livre: “O regime em que vivemos tem, entre outras, uma falha fundamental: o desemprego
persistente que, é acentuado durante os períodos de depressão econômica, o que provoca graves
perdas nas forças produtivas, resultando na queda da qualidade de vida das massas (...) e nos oferece
uma solução que, nestes tempos, tem o mérito singular de ser compatível com a iniciativa privada e
com a liberdade do indivíduo”. PREBISCH, Raul. Introducción a Keynes. Fondo de Cultura Economica.
Ciudad Del Mexico. Ciudad Del Buenos Aires. Primera Edición 1947. Segunda Edición 1951.
13
Teoria Keynesiana. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=9CW7d-4URUY>. Acesso em
12 de setembro de 2021.
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John Maynard Keynes, sobre o qual foi tratado no título anterior, foi o maior dos
expoentes, mas não o único.
Os principais expoentes dessa doutrina, apenas para enumerar, são Milton Friedman,
Jacques Rueff e Maurice Allais, Friedrich August von Hayek, Walter Eucken, Wilhelm
Röpke, Alexander Rüstow e Alfred Müller-Armack (SANDRONI, 2005). 14
14
SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.
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Por fim, a Escola Schumpeteriana nasce em 1907, quando Joseph Alois Schumpeter
formulou grande parte das suas ideias e iniciou sua principal obra, A Teoria do
Desenvolvimento Econômico, publicada em 1912. Para Schumpeter, o elemento
motriz da evolução capitalista são as inovações e as novas fontes de combinações
das forças produtivas realizadas pelo empresário. São essas transformações que
geram novos equilíbrios em níveis mais elevados, produzindo prosperidade
econômica por meio de novas taxas de lucro e investimentos. Esse pensamento
construiu e expôs uma nova dialética do capitalismo, cujo sucesso, se afirma na
renovação contínua do sistema pelo mecanismo das destruições criadoras
provocadas pelas inovações da grande empresa, que é o motor do progresso.
3. ECONOMIA LINEAR
15
HUGON, P. História das doutrinas econômicas. 14. ed. São Paulo: Atlas, 1980; KISHTAINY, N. et al.
O livro da economia. São Paulo: Globo, 2013; RASMUSSEN, U. W. Economia para não-economistas: a
desmistificação das teorias econômicas. São Paulo: Saraiva, 2006.
16
HUGON, P. História das doutrinas econômicas. 14. ed. São Paulo: Atlas, 1980; KISHTAINY, N. et al.
O livro da economia. São Paulo: Globo, 2013; RASMUSSEN, U. W. Economia para não-economistas: a
desmistificação das teorias econômicas. São Paulo: Saraiva, 2006.
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Esse modelo linear, como abordado por alguns teóricos, tem origem em
ultrapassadas visões antropocentrista do mundo, que consideravam os recursos do
planeta tinham por finalidade prover os meios materiais para o benefício do bem estar
do ser humano, a despeito da complexidade dos ecossistemas que sustentam a vida.
O conceito de economia linear, até hoje é muito praticado e entendido por muitos
como bem sucedido, conforme exposto por TAYNARA MARTINS GONÇALVES e
ANA FLÁVIA DA FONSECA BARROSO, da área de engenharia de produção, da
Universidade Salgado de Oliveira, Campus Juiz de Fora, UNIVERSO, ao discorrer
sobre o tema no tratado acadêmico sobre “A economia circular como alternativa à
economia linear” 17, citando a obra de BEATRIZ LUZ (LUZ, 2017):
17
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/12561/2/EconomiaCircularAlternativa.pdf. Acesso em 10 de setembro
de 2021.
18
LUZ, Beatriz. (Org.). Economia circular Holanda: Brasil: da teoria à prática. 1ª ed. -- Rio de Janeiro:
Exchange. 4 Change Brasil, 2017.
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Por ser linear, se baseia intensamente na exploração de recursos naturais finitos que
são transformados nas indústrias em processos incutidos de intensas perdas
materiais e que fomentam um grande mercado de consumo de bens e serviços que
seguem padrões determinados por uma economia de consumismo e que, por fim,
resultam em grandes volumes de resíduos.
(...)
(...)
19
GONÇALVES, Taynara Martins e BARROSO, Ana Flávia da Fonseca, ambas da área de
engenharia de produção, da Universidade Salgado de Oliveira, Campus Juiz de Fora, UNIVERSO. “A
economia circular como alternativa à economia linear”.
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/12561/2/EconomiaCircularAlternativa.pdf. Acesso em 10 de setembro de
2021.
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(...)
(...)
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Antes, alimentada pela idéia de que progresso e promoção de bem estar são
sinônimo de crescimento econômico, essa economia fomenta a idéia de crescimento
ilimitado, a despeito da existência de limites ecológicos e prejuízos ambientais
creditados a esse modelo.
Por décadas, os críticos a esse modelo argumentaram que ele é predatório e não
respeita os limites ecológicos do planeta, e que caminhos alternativos são
necessários para se repensar a economia.
20
ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. Rumo à Economia Circular: O racional de negócio para
acelerar a transição. 2015. Disponível em: https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/publicacoes>.
Acesso em: 12 setembro de 2021.
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21
GONÇALVES, Taynara Martins e BARROSO, Ana Flávia da Fonseca, ambas da área de
engenharia de produção, da Universidade Salgado de Oliveira, Campus Juiz de Fora, UNIVERSO. “A
economia circular como alternativa à economia linear”. Anais do XI Simpósio de Engenharia de
Produção de Sergipe (2019)
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/12561/2/EconomiaCircularAlternativa.pdf. Acesso em 10 de setembro de
2021.
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A mesma instituição ainda adverte que o modelo linear também ocasiona perdas
energéticas. Diz:
22
ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. UMA ECONOMIA CIRCULAR NO BRASIL: Uma abordagem
exploratória inicial. 2017. Disponível em: https://www.ellenmacarthurfoundation.org/assets/downloads/
23
ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. Towards the circular economy: Economic and business
rationale for an accelerated transition. 2013.
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Não se coaduna mais com a visão mais moderna, as antigas estratégias das
empresas na economia linear orientadas a gerar valor através da maximização da
capacidade de produzir bens materiais, estimulando o consumo, adotando o uso do
conceito de obsolescência prematura dos produtos, gerando mais consumo e,
portanto, descarte de bens inutilizados com acumulo de lixo. O que poder ser
traduzido por valorização da era de produção em massa e consumo em massa que
permitiram o intenso crescimento econômico experimentado, as custas dos danos
ambientais hoje reconhecidos.
Não se pode negar que o modelo parecia funcionar bem enquanto havia recursos
abundantes, especialmente energia, até que advieram os primeiros sinais do
crescente esgotamento de reservas naturais e os choques de preços de recursos
naturais, provocando a necessidade de repensar o modelo que já se mostra inviável,
impondo pressões por mudanças no paradigma econômico, exigindo padrões de
produção mais refinados, conscientes, inteligentes e sustentáveis para evitar ou fazer
cessar os danos já experimentados.
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Tudo isso fez os setores econômicos pensarem que depender de novos recursos
adentrando na economia é mais custoso e cheio de incertezas do que estender a vida
daqueles recursos que já estão circulando na economia.
Por outra ordem de idéias, é preciso repensar a economia sob o ponto de vista das
novas aspirações humanas, estímulos de ordem social, econômica, política e
ambiental, mais condizentes com os novos tempos e com a moral e a ética
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HARARI, Yuval Noah, Sapiens – Uma breve história da humanidade, L & PM Editores, Porto Alegre,
2019, pág. 179.
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neoclássica, surgida no século XIX, à partir do trabalho de autores como Leon Walras,
Alfred Marshall, Stanley Jevons e Vifredo Pareto e Hecksher-Ohlin, afirma que as
primeiras escolas de pensamento demonstravam preocupação com as interações
entre desenvolvimento econômico e os recursos naturais, observando que “esta
preocupação foi em grande parte ‘abandonada’ pela teoria econômica neoclássica,
surgida no século XIX”, e, ainda sob a inspiração e apoio nas idéias de liberalização
econômica (laisse faire ou “mão invisível”), liberdade de comércio, divisão do trabalho,
alocação ótima de recursos através de mercados competitivos, e na crença de que a
liberdade no comércio internacional levaria à especialização dos diversos países em
exportar os produtos em cuja produção estes tivessem vantagens comparativas,
conceito introduzido pelo economista clássico David Ricardo, e mais tarde reafirmado
pelo modelo neoclássico Hecksher-Ohlin, defendia a idéia de que o livre e justo
comércio internacional resolveria as desigualdades econômicas entre as nações,
eliminando o subdesenvolvimento através da especialização mundial dos países
subdesenvolvidos, pela chamada “divisão do trabalho”, através da exportação de
“commodities”, esta foi a idéia dominante sobre comércio internacional na teoria
econômica até meados do século XX. Continuando, ANDRÉ CANELAS afirma que de
acordo com esta visão, desenvolvimento era sinônimo de crescimento
econômico. 25
25
CANELAS, André. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E
SUAS INTERAÇÕES COM AS POLÍTICAS ECONÔMICA, ENERGÉTICA E AMBIENTAL. Copyright
2004, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP. Trabalho Técnico Científico foi preparado para
apresentação no 3° Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, realizado no período de 2 a 5 de
outubro de 2005, em Salvador. Universidade Federal do Rio de Janeiro – PPE/COPPE/UFRJ. Página
2. http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0111_05.pdf. acesso 18 de setembro de 2021.
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Por outra ordem de idéias, já não satisfaz apenas a idéia do crescimento quantitativo
da economia, pois, pessoas e países, nos tempos atuais, almejam usufruir do
desenvolvimento qualitativo dos meios de produção, das liberdades e da qualidade de
vida. HERVAL KOBAYASHI FERREIRA NETO, no trabalho acadêmico
CRESCIMENTO ECONÕMICO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
POSSIBILIDADES? valendo-se das concepções do economista JOSEPH
SCHUMPETER, em sua obra TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
ensina a diferença entre crescimento e desenvolvimento. Diz HERBAL KOBAIASHI
FERREIRA NETO:
26
FERREIRA NETO, Herbal Kobaiashi. CRESCIMENTO ECONÕMICO E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: POSSIBILIDADES? CESUBE- Centro de Ensino Superior de Uberaba – MG. Fonte:
http://www2.fct.unesp.br/cursos/geografia/CDROM_IXSG/Anais%20-
%20PDF/Herval%20Kobayashi%20Ferreira%20Neto.pdf. Acesso em 21 de setembro de 2021.
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Portanto, pode-se concluir, que crescimento econômico não é muito mais que a
variação quantitativa do produto interno bruto, demonstrando um aumento quantitativo
em relação aos dados anteriores relativos a mesma quantificação, enquanto o
desenvolvimento envolve mudanças qualitativas no modo de vida das pessoas, das
instituições e das estruturas produtivas. Assim desenvolvimento é caracterizado pelo
processo de transformação de uma economia arcaica em uma economia moderna,
eficiente, juntamente com a melhoria do nível de vida da população.
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CANELAS, André. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E
SUAS INTERAÇÕES COM AS POLÍTICAS ECONÔMICA, ENERGÉTICA E AMBIENTAL. Copyright
2004, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP. Trabalho Técnico Científico foi preparado para
apresentação no 3° Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, realizado no período de 2 a 5 de
outubro de 2005, em Salvador. Universidade Federal do Rio de Janeiro – PPE/COPPE/UFRJ. Página
2. http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0111_05.pdf. acesso 18 de setembro de 2021.
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Assim, o conceito ainda deverá evoluir, também, além dos limites do ecossistema,
para efetivar os projetos humanos, venha ser utilizado de forma global incorporando
também a dimensão cultural, moral e ética da sustentabilidade.
Desafio de caráter político, além de técnico, pois está na base dos processos
decisórios em vários campos, como sociedade, economia e direitos.
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CANELAS, André. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E
SUAS INTERAÇÕES COM AS POLÍTICAS ECONÔMICA, ENERGÉTICA E AMBIENTAL. Copyright
2004, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás – IBP. Trabalho Técnico Científico foi preparado para
apresentação no 3° Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, realizado no período de 2 a 5 de
outubro de 2005, em Salvador. Universidade Federal do Rio de Janeiro – PPE/COPPE/UFRJ. Página
9. http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/IBP0111_05.pdf. acesso 18 de setembro de 2021.
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CARVALHO, Nathália Leal de, KERSTING Cristiano, ROSA Gilvan, FRUET Lumar, BARCELLOS
Afonso Lopes de. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL X DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
(SUSTAINABLE DEVELOPMENT X ECONOMIC DEVELOPMENT) - Artigo original - DOI:
105902/2236130817768 - Revista Monografias Ambientais - Santa Maria, v. 14, n. 3, Set-Dez. 2015, p.
109−117 - Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas – UFSM - ISSN 22361308 -
https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/download/17768/pdf. Acesso em 21 de setembro de 2021.
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dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.); (5) A elaboração de um sistema social
garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da
miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo,
os índios); (6) A efetivação dos programas educativos (MENDES, 2008). 31
30
Constituição Federal Vigente - de 05/10/1988
http://legis.senado.leg.br/norma/579494/publicacao/16434817 30/01/2020
31
MENDES, Marina Ceccato. Apud CARVALHO, KERSTING, ROSA, FRUET e BARCELLOS (2015) -
MENDES, Marina Ceccato. Desenvolvimento sustentável. Disponível em:
<http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt2.html>. Acesso em: 23 de setembro de 2021.
49
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
32
STRONG, Maurice. EXTRAÍDA DO PREFÁCIO EM SACHS, Ignacy. (1993), apud, SACHS, Ignacy.
ECODESENVOLVIMENTO, CRESCER SEM DESTRUIR. SÃO PAULO: VÉRTICE, 1986. Apud
FERREIRA NETO, Herbal Kobaiashi. CRESCIMENTO ECONÕMICO E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: POSSIBILIDADES? CESUBE- Centro de Ensino Superior de Uberaba – MG.
Fonte: http://www2.fct.unesp.br/cursos/geografia/CDROM_IXSG/Anais%20-
%20PDF/Herval%20Kobayashi%20Ferreira%20Neto.pdf. Acesso em 21 de setembro de 2021.
50
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
(...)
33
SACHS, Ignacy. ECODESENVOLVIMENTO, CRESCER SEM DESTRUIR. SÃO PAULO: VÉRTICE,
1986. Apud FERREIRA NETO, Herbal Kobaiashi. CRESCIMENTO ECONÕMICO E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: POSSIBILIDADES? CESUBE- Centro de Ensino Superior de
Uberaba – MG. Fonte: http://www2.fct.unesp.br/cursos/geografia/CDROM_IXSG/Anais%20-
%20PDF/Herval%20Kobayashi%20Ferreira%20Neto.pdf. Acesso em 21 de setembro de 2021.
51
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5 ECONOMIA CIRCULAR
O conceito de economia circular não pode ser compreendido como uma teoria que se
opõe aos princípios regentes da economia clássica na qual se fundamenta o conceito
de economia linear.
34
DE OLIVEIRA, Mariana Martins; LAGO, Adriano. Repensando a Cadeia Produtiva: Uma abordagem
com base no conceito de economia circular. Rethinking the Productive Chain: An approach based on
52
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O tema da economia circular está cada vez mais inserido no debate sobre a busca
por formas mais adequadas de se estabelecer as relações econômicas em um
planeta finito e permeado de relações e interconexões complexas e não lineares.
35
ECONOMIA CIRCULAR NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS BRASILEIRAS (...).
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:YibQZXjPJagJ:https://engemausp.submissa
o.com.br/22/arquivos/474.pdf+&cd=18&h… 1/16 . Acesso em: 12 de setembro de 2021.
53
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Esse novo modelo defende uma economia fundada num pensamento sistêmico, que
tem por princípio básico a noção de que a economia deve ser regenerativa e
restaurativa ao planeta, em termos dos fluxos de materiais e energia, que são
considerados os nutrientes técnicos e biológicos que compõem a economia. Assim, o
que antes era considerado resíduo em uma indústria, propõe-se seja reaproveitado na
mesma ou outra indústria como matéria prima.
36
ELLEN MACARTHUR FOUNDATION – EMF (2015). Rumo à Economia Circular: o racional de
negócio para acelerar a transição. Disponível em:<
https://www.ellenmacarthurfoundation.org/assets/downloads/Rumo-à-economia-
54
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Cabe ressaltar que a economia circular, tem por objetivo eliminar ou reduzir as
externalidades negativas, e, ao mesmo tempo, aumentar, equilibrar ou compensar
com externalidades positivas.
37
https://ecotaprs.com.br/construcao/cimento-sustentavel/ - 18 de outubro de 2019 - acesso em: 27 de
novembro de 2021.
55
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56
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
39
LUZ, Beatriz. (Org.). Economia circular Holanda: Brasil: da teoria à prática. 1. ed. -- Rio de Janeiro:
Exchange 4 Change Brasil, 2017.
40
https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/12561/2/EconomiaCircularAlternativa.pdf. Acesso em 10 de setembro
de 2021.
57
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Nesse passo, também é parte dos objetivos dessa nova perspectiva a gestão mais
eficiente, sustentável e valorizada dos recursos naturais existentes, concorrer para
atingir e manter melhores condições de saúde aos seres humanos, com benefícios
para o ambiente, para o crescimento econômico e para a população. A esperada
redução de custos e ganho de competitividade do sistema circular resulta em maior
geração de valor, o que permitirá o estímulo às novas fontes de investimento,
aumento da geração de empregos, maior eficiência operacional, crescimento
econômico, e, por fim, a conscientização da população, que fará sua parte
consumindo com mais cautela e consciência ambiental.
41
https://ecotaprs.com.br/construcao/cimento-sustentavel/ - 18 de outubro de 2019 - acesso em: 27 de
novembro de 2021.
58
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Substituir aterros e lixões, em vez disso, o destino dos resíduos serem reciclados,
quando possível for, ou a transformação dos resíduos orgânicos em adubo. Esse é
um cenário que pode se tornar realidade com a adoção da economia circular. O
modelo, por sua vez, traz grandes oportunidades estratégicas como a volatilidade no
preço das matérias-primas e limitação dos riscos de fornecimento, novas e melhores
relações com o cliente, efetividade na competitividade da economia e a contribuição
para a conservação do capital natural e atividades sustentáveis, que gera ganho de
valor na imagem da empresa e permite melhor ocupação do solo e a recuperação de
áreas degradas nas cidades.
59
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É importante dizer que, do ponto de vista político e jurídico, o Brasil, tem formalizada
a política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei – estatuto das cidades, plano diretor e outras
da competência legislativa dos municípios, tendo por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes (Artigo 182 da CF/88). O Plano Diretor é de fundamental importância,
conforme expressa disposição do parágrafo segundo do artigo 182 da carta magna,
pois, é a partir de suas definições que “a propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade”.
60
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Por outra ordem de idéias, a política e o direito admitem o uso de analogia, para dar
tratamento equivalente em situações semelhantes. Nesse sentido, é politicamente
defensável do ponto de vista político, jurídico e de governança em benefício do
desenvolvimento sustentável, adoção adaptada dos princípios e valores
contemplados na constituição federal para a Política Agrícola e Fundiária e da
Reforma Agrária (Artigos 184 a 187), assim como as mesmas garantias legais para
assegurar tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social, eis que a constituição (artigo
186) já afirma que “a função social é cumprida quando a propriedade rural
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos
em lei, aos seguintes requisitos do aproveitamento racional e adequado,
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente, observância das disposições que regulam as relações de trabalho, e,
a exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores”.
Essa idéia de política regulatória voltada para a prática da agricultura, como atividade
econômica desenvolvida nas cidades inteligentes e sustentáveis, tem parâmetros no
artigo 187 da Carta Constitucional, que, aplicado por analogia, afirma que:
61
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(...)
42
Artigo 187 da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em outubro de 1988.
62
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63
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as de mais baixa renda possam ter uma melhor qualidade de vida, partilha das
benesses resultantes do desenvolvimento social, ambiental e econômico, além
políticas eficientes para estimular formas eficazes de aproximação entre governantes
e governados, participação democrática e responsabilidade social.
64
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As cidades devem ser vistas como entidades dinâmicas e que evoluem, para as quais
– e sua população – não se esperam soluções estanques e definitivas, sempre
estarão exigindo atenção, estudos, novas soluções ou aperfeiçoamento de modelos
para atenderem as novas demandas da população. Em conclusão, as cidades
inteligentes e sustentáveis devem ser vistas como um organismo vivo e dinâmico.
Esse conceito de cidade não é para assegurar a sustentabilidade no presente, deve
se mostrar sustentável por muitas décadas de evolução, crescimento,
desenvolvimento e contínuo investimento, para preservarem-se assim também para
as gerações futuras, que deverão ser educadas para, continua e sucessivamente,
aprenderem, serem sábias, aperfeiçoarem e transmitirem o legado para as próximas
gerações. Por isso, fundamentalmente, sempre haverá um ingrediente moral, ético,
cultural e político no conceito de cidade inteligente e sustentável nos níveis social,
econômico e ambiental.
Por outra ordem de idéias, à luz do pensamento econômico, sem perder de vista que
na Escola de BRESSER-PEREIRA (1976) a Ciência Econômica “(...) é a ciência
social que estuda o comportamento do homem no processo de produção, circulação e
distribuição de bens escassos”. 43
43
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Da macroeconomia clássica à macroeconomia keynesiana.
Versão revisada em maio de 1976 de apostila publicada originalmente em abril de 1968 abril, “Da
microeconomia à macroeconomia keynesiana”. Páginas: 22 a 33.
65
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66
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Para atender aos objetivos das ciências econômicas, é preciso conhecer o resultado
do processo político e legislativo, que oferecem as ferramentas jurídicas que
permitem concretizar os conceitos de cidades inteligentes e sustentáveis através dos
chamados “direito de propriedade”, "direito de construir" equilibrando-o em face do
"interesse público".
44
ARAÚJO JÚNIOR, Edmar Augusto Santos de. Debate sobre a teoria da renda da terra no contexto
agrícola, urbano e atual no Brasil. Debate on the theory of land rent in the agricultural, urban and
current context in Brazil. Cad. Metrop., São Paulo, v. 22, n. 49, pp. 705-728, set/dez 2020
67
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Por sua vez, a função social da propriedade urbana será cumprida quando esta
atende adequadamente a ocupação das cidades, conforme as exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, em perfeita
harmonia com os objetivos propostos pela Constituição Federal de 1988, a qual o
artigo 182 aparece como componente dotado de eloqüente conteúdo:
68
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69
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social).
45
Fonte: A importância da agricultura: Frente a frente com uma grande meta. Disponível em:
https://www.slcagricola.com.br/nosso-desafio/
46
Fonte: Banco Mundial e Fraser Mackenzie. Disponível em: < https://www.slcagricola.com.br/nosso-
desafio/>
70
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71
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de redes pré-existente e aperfeiçoadas para esses novos fins. Essas redes são
compostas pelas empresas públicas e privadas, instituições governamentais,
entidades de apoio empresarial ou profissional, agências de fomento, centros de
pesquisa e desenvolvimento tecnológico, e, entidades da sociedade civil. Nesse
aspecto bastará ocorrer a mudança da lógica individualista para uma dinâmica de
integração em rede, assentada na economia circular, com a participação de agentes
de conexão, responsáveis pelo estímulo à cooperação, interação e troca de
experiências entre os demais atores” (COMINI; TEODÓSIO, 2012). 47
Segundo foi observado, ainda não há uma definição precisa para o que é agricultura
urbana, sendo o conceito relacionado a práticas de produção agrícola dentro de
cidades ou em seu entorno, que contribuem efetivamente com a oferta e ao acesso
de alimentos.
47
COMINI, G. M.; TEODÓSIO, A. S. S. Inclusive business and pov erty: Prospects in the Brazilian
context. RAUSP: Revista de Administração da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 3, n. 47, p.
410-421, jun/set 2012, apud Costa-Nascimento, Daniela Viegas da; Lobo, Daniele Daria; Macedo,
Roberta de Cássia; Costa, Danilo de Melo. DESENVOLVE: Fazenda urbana como prática da economia
criativa: uma experiência inovadora no contexto da cidade - Revista de Gestão do Unilasalle
(ISSN2316-5537) - http://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/desenvolve- Canoas, v. 10, n. 2, 2021 -
http://dx.doi.org/10.18316/desenv.v10i2.7438.
72
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48
MOUGEOT L. 1998. Farming inside and around cities. Urban Age: 18-21.
49
BELIK, Walter. Perspectivas para segurança alimentar e nutricional no Brasil. 2003.
50
KEPPLE, A. Relatório do produto 01: documento técnico contendo análise reflexiva sobre o conjunto
dos principais resultados dos estudos realizados pela SAGI a respeito dos programas de Segurança
Alimentar e Nutricional – PAA e Cisternas. Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome - MDS, Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação - SAGI, 2010.
73
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Entretanto, tudo concorre para que as cidades tenham uma grande oportunidade de
transformar essas demandas em oportunidades, independentemente de suas
características físicas, demográficas e perfis socioeconômicos. Ao adotar a economia
circular para a produção urbana de alimentos, as cidades podem ajudar a concretizar
benefícios sociais, ambientais, econômicos e de saúde significativos dentro e além de
suas fronteiras.
74
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Na verdade esse eventual conflito não poderá ser atribuído a existência de URBAN
FARM, eis que já existem conflitos sobre a renda da terra em alugueis, na
especulação imobiliária, etc.
A medida foi criticada pela oposição ao governo local e pelo setor imobiliário. Críticos da lei
afirmam que a medida afastará investidores interessados em construir na cidade, que
enfrenta uma escassez de moradias, e impedirá reformas para modernizar imóveis.
51
Berlim aprova teto para o valor de aluguéis – DW – 30/01/2020
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:RzgzBiioeWwJ:https://www.dw.com/pt-
br/berlim-aprova-teto-para-o-valor-de-alugu%2… 3/7
52
LEFEBVRE, h.(2001a) O Direito à Cidade. 5. ed. são Paulo: centauro.
53
ALMEIDA, Renan Pereira e MONTE-MÓR, Roberto Luís de Melo. Renda da terra e o espaço urbano
capitalista contemporâneo. Land rent and the urban space in contemporary capitalism. Brazilian Journal
of Political Economy 37 (2), 2017 • pp. 417-436. -
https://centrodeeconomiapolitica.org/repojs/index.php/journal/article/download/140/129,
75
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citando em APUD LEFEBVRE, h. (1999) A Revolução Urbana. belo horizonte: editora UFMG; e,
LEFEBVRE, h. (2001b) A Cidade do Capital. 2. ed. rio de Janeiro: dP&A.
76
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(...)
77
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
(...)
ARAÙJO JÚNIOR (2020), faz uma perfeita analogia entre a expectativa do dono da
terra auferir renda fundada no direito de propriedade ou posse da terra com aquele
que é titular do capital do qual resulta o direito a auferir uma soma à título de juros:
54
ARAÚJO JÚNIOR, Edmar Augusto Santos de. Debate sobre a teoria da renda da terra no contexto
agrícola, urbano e atual no Brasil. Debate on the theory of land rent in the agricultural, urban and
current context in Brazil. Cad. Metrop., São Paulo, v. 22, n. 49, pp. 705-728, set/dez 2020
78
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Não se cogita aqui, falar em expropriação do imóvel urbano, que até então
abandonado, em áreas degradas, ou, virtualmente sem utilização visando apenas a
especulação imobiliária, não cumpria a sua função social, nem contribuía para a
função social da cidade. Evidente que o proprietário de um determinado imóvel bem
localizado, em área nobre da cidade, tem o direito, respeitada a lei de zoneamento do
solo urbano, de instalar uma fazenda urbana em um prédio que até então cumpria a
função social da propriedade sendo alugado para escritórios. Isso é exercício do
direito de propriedade. Soluções que possam equilibrar-se entre o direito de
propriedade e o de explorar a terra, certamente podem evitar conflitos de interesses
de classes e conduzem a esperada paz social.
55
ARAÚJO JÚNIOR, Edmar Augusto Santos de. Debate sobre a teoria da renda da terra no contexto
agrícola, urbano e atual no Brasil. Debate on the theory of land rent in the agricultural, urban and
current context in Brazil. Cad. Metrop., São Paulo, v. 22, n. 49, pp. 705-728, set/dez 2020
79
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Adam Smith e David Ricardo, como foi exposto em capítulo anterior, e, nas lições de
57
AMANO e ALMEIDA (2020) oferecem fundamentos teóricos para a questão da
56
MÁRCIA DE CHIARA - Preço de aluguel da terra teve alta de 72% nas principais regiões agrícolas
do País nos 12 meses encerrados em dezembro de 2020 -
https://www.terra.com.br/economia/arrendamento-de-terras-acompanha-tendencia-e-ve-alta-de-
valores,af9d9fa2e9c0a9f74bb14a9a975c70d3imfyqt18.html. 11 de julho de 2021, 13h01. Acesso 2 de
dezembro de 2021 03:40:21 GMT.
57
AMANO, Fábio Henrique Florindo e ALMEIDA, Renan Pereira. Renda Fundiária Urbana e
Urbanização: notas a um resgate necessário. Urban Land Rent and Urbanization: notes on a
necessary revival. Renta de La Tierra Urbana y Urbanización: notas sobre un rescate necesario
https://revista.ivc.br/index.php/revistafoz/article/download/193/88. 2020 - São Mateus, ES.
80
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
81
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Por outro lado, em meios acadêmicos e empíricos práticos, têm sido discutidas novas
formas de por em prática a agricultura urbana, como exemplo, as fazendas urbanas
verticais. Localizadas em meio à cidade, as “urban vertical farms” podem economizar
em logística e transporte de alimentos, tornando sua produção ainda mais
sustentável.
.É evidente, que ainda não se tem um conceito universal adotado sobre “urban farm”,
o que não impede perceber que todos os estudos convergem sobre a importância de
se desenvolver projetos sustentáveis de fazendas urbanas, em face dos reconhecidos
benefícios das mesmas para a sociedade, dentre os quais podem ser destacados:
produção e distribuição de alimentos frescos com menores custos; aproveitamento
dos espaços urbanos, tornando-os produtivos; Melhoria da qualidade de vida urbana;
e, geração de empregos, dentre outros.
82
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Com base nas informações do gráfico deste capítulo (gráfico 1) não seriam poucos
aqueles que profetizam um futuro suscetível a presságios catastróficos e difundem
toda a sorte de teorias conspiratórias sobre a inevitável escassez de toda natureza,
especialmente de alimentos.
Outros, mais otimistas, que muitos acredita ser mais realistas, como ALEXANDRE
COUTINHO PAGLIARINI e FLÁVIO ADRIANO REBELO BRANDÃO SANTOS (2018),
que, citando DIAMANDIS e KOTLER (2012, p.27) tem posição contrária a essas
teses, sob a antítese de entender que o processo de desenvolvimento humano esteja
atrelado à tecnologia, cujos processos poderão desencadear melhores práticas
capazes de solucionar ou minimizar tais problemas. 58
Esses autores alegam que a sociedade não está em processo colapso acelerado,
mas, ao contrário está em fase de discreta, mas, crescente prosperidade através de
práticas e tecnologias inovadoras que poderão mudar sensivelmente a forma da
sociedade conduzir seus desígnios.
59
JOSEPH ALOIS SCHUMPETER (1907) , já sustentava ser a inovação o elemento
motriz da evolução, assim como a renovação contínua do sistema é o motor do
58
DIAMANDIS, Peter; KOTLER, Steven. Abundância:o futuro é melhor do que você imagina. São
Paulo: HSM Editora, 2012. Apud A UTILIZAÇÃO DA FAZENDA URBANA VERTICAL COMO MEIO DE
FOMENTAR A SUSTENTABILIDADE REVISTA DO INSTITUTO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E
CIDADANIA, Londrina, v. 3, n. 1, p. 209-225, jan/jun. 2018. Alexandre Coutinho Pagliarini e Flávio
Adriano Rebelo Brandão Santos.
59
SCHUMPETER, Joseph Alois. A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (1912).
83
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Sob essas percepções, a fazenda vertical aparece como uma excelente alternativa
para estabelecer o desenvolvimento sustentável na área urbana com instrumentos
cujo norte firme à proteção ao meio ambiente, ao desenvolvimento humano com a
difusão do emprego e a adoção da função social urbana no intuito que terrenos e
construções abandonadas tenham recuperadas as suas funções sociais da
propriedade e das cidades, gerando emprego, renda e tributos.
9. VERTICAL FARMING.
85
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Isso quer dizer que, no Brasil, os substratos da clássica teoria econômica, atualizada
e modernizada, ganharam corpo normativo e estrutura jurídica de grau elevado, tanto
no patamar superior das normas constitucionais, quanto no campo das normas
ordinárias regulamentares. Por exemplo, o arrendamento de um imóvel pode ser
60
PAGLIARINI, Alexandre Coutinho e SANTOS, Flávio Adriano Rebelo Brandão. UTILIZAÇÃO DA
FAZENDA URBANA VERTICAL COMO MEIO DE FOMENTAR A SUSTENTABILIDADE REVISTA DO
INSTITUTO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E CIDADANIA, Londrina, v. 3, n. 1, p. 209-225, jan/jun.
2018.
61
Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica - Art. 170. A ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II -
propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do
consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII -
redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos
em lei. Fonte: Constituição Federal Vigente - 0 de 05/10/1988 Page 78 of 100
http://legis.senado.leg.br/norma/579494/publicacao/16434817 30/01/2020
86
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
relacionado ao gênero locação de coisas, regido pelo Código Civil Brasileiro, LEI N°
10.406, de 10 de JANEIRO de 2002, nos artigos 565 a 578.
62
PAGLIARINI e SANTOS (2018 - página 212) lecionam que “a técnica das plantações
verticais começou na Segunda Guerra Mundial quando as tropas das Forças Armadas norte-
62
PAGLIARINI, Alexandre Coutinho e SANTOS, Flávio Adriano Rebelo Brandão. UTILIZAÇÃO DA
FAZENDA URBANA VERTICAL COMO MEIO DE FOMENTAR A SUSTENTABILIDADE REVISTA DO
INSTITUTO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E CIDADANIA, Londrina, v. 3, n. 1, p. 209-225, jan/jun.
2018.
87
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Qualquer espaço pode ser utilizado para aplicação dessa técnica. Assim, a escassez
ou abundância da luz solar passa a ser insignificante, haja vista que as plantações
verticais deverão ser projetadas para captar o máximo de luminosidade; da mesma
forma, solos inférteis não serão empecilhos para sedimentação desta tecnologia.
Quaisquer outros fatores climáticos também não oferecerão problemas. Por isso, foi
levado em consideração esse aspecto no discurso sobre a formação da renda da
propriedade urbana com produção agrícola.
63
DIAMANDIS, Peter; KOTLER, Steven. Abundância: o futuro é melhor do que você imagina. São
Paulo: HSM Editora, 2012.
64
DESPOMMIER, Dickson, The Vertical Farm: Feeding the World in the 21st Century. Chicago: ST
Martins Press, 2010.
88
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Essa tecnologia de produção atualmente tem merecido maior atenção dos meios
acadêmicos e está sendo mais bem estudada. Devido aos avanços tecnológicos em
andamento, com o auxílio do aspecto favorável do crescimento da eficiência elétrica,
houve um aumento no empreendimento de fazendas verticais globalmente.
Essa pesquisa tem como objetivo responder à questão: um sistema agrícola vertical
pode ter um custo economicamente viável na cidade de São Paulo? Sim, a resposta é
afirmativa. Esses resultados ajudam a demonstrar se a população de São Paulo
poderia usufruir de produtos produzidos localmente com esse método alternativo de
agricultura e se os agricultores podem se interessar em investir em fazendas verticais
no presente ou futuro próximo. 66
65
FGV EAESP - MPGI: Dissertações, Mestrado Profissional em Gestão Internacional -
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/28986. https://hdl.handle.net/10438/28986 - consulta:
20 de setembro de 2021.
66
https://hdl.handle.net/10438/28986 - FGV EAESP - MPGI: Dissertações, Mestrado Profissional em
Gestão Internacional - http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/28986.
89
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
67
CF/88: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes. (BRASIL, 1988)
2 Lei n° 13.465/2017: Art. 64. Os imóveis urbanos privados abandonados cujos proprietários não
possuam a intenção de conservá-los em seu patrimônio ficam sujeitos à arrecadação pelo Município ou
pelo Distrito Federal na condição de bem vago.
§ 1º A intenção referida no caput deste artigo será presumida quando o proprietário, cessados os atos
de posse sobre o imóvel, não adimplir os ônus fiscais instituídos sobre a propriedade predial e territorial
urbana, por cinco anos.
III - notificação ao titular do domínio para, querendo, apresentar impugnação no prazo de trinta dias,
contado da data de recebimento da notificação.
Art. 65. Os imóveis arrecadados pelos Municípios ou pelo Distrito Federal poderão ser destinados aos
programas habitacionais, à prestação de serviços públicos, ao fomento da Reurb-S ou serão objeto de
concessão de direito real de uso a entidades civis que comprovadamente tenham fins filantrópicos,
assistenciais, educativos, esportivos ou outros, no interesse do Município ou do Distrito Federal.
(BRASIL, 2017)
90
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imóvel arrecadado em prol da coletividade nos moldes dos artigos 64, §4º e 65 da
referida legislação. 68
Logo, é possível afirmar, com base num simples raciocínio lógico e aritmético, que a
construção de duzentas unidades seriam social, ambiental e economicamente
sustentáveis para abastecer de alimentos metrópoles do porte de São Paulo, Nova
Iorque, Londres e Tókio, por exemplo
68
PAGLIARINI, Alexandre Coutinho e SANTOS, Flávio Adriano Rebelo Brandão. UTILIZAÇÃO DA
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91
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10. CONCLUSÃO
71
Idem: Amaral, Cristiane de Avila.
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As cidades devem ser vistas como entidades dinâmicas e que evoluem, para as quais
não se esperam soluções estanques e definitivas, sempre estarão exigindo atenção,
estudos, novas soluções ou aperfeiçoamento de modelos para atenderem as novas
demandas da população.
Por isso, as concepções devem ser entendidas como algo mais abrangente do que a
aplicação inteligente de tecnologia nas áreas urbanas. A adoção de tecnologia deve
tornar as cidades mais sustentáveis, melhorando a qualidade de vida de sua
população e sua relação com o meio ambiente. Assim, sob esse prisma as
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Do ponto de vista econômico, o conceito Urban Farms deverá ser visto sempre como
modelo de negócio. Seja à partir de uma horta caseira ou comunitária, um jardim ou
uma tecnológica fazenda vertical, sendo importante reconhecer que são
empreendimentos, e estes devem ser planificados a médio e longo prazo, de maneira
a angariar e assentar bases econômicas de sustentação, tornando a agricultura
urbana sustentável (econômico, social e ambiental) e perene, concernente com as
premissas do empreendedorismo, como gerador de riqueza e competitividade.
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oferta constante de alimentos: baixo custo de produção, fácil acesso, menores índices
de agrotóxicos e quando possível, de maneira cooperada.
E mais, podem ostentar uma nova estética para as cidades e contribuir com o bem-
estar da população urbana.
Do ponto de vista técnico e econômico, qualquer espaço pode ser utilizado para
aplicação dessa técnica. Assim, a escassez ou abundância da luz solar passa a ser
insignificante. Quaisquer outros fatores climáticos também não oferecerão problemas.
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