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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

FLÁVIA MOUTINHO RODRIGUES SILVEIRA

Estudo dos métodos utilizados para determinação de contaminantes em cosméticos


labiais e análise dos aspectos regulatórios para comercialização

Lorena
2019
FLÁVIA MOUTINHO RODRIGUES SILVEIRA

Estudo dos métodos utilizados para determinação de contaminantes em cosméticos


labiais e análise dos aspectos regulatórios para comercialização

Monografia apresentada à Escola de


Engenharia de Lorena – Universidade de São
Paulo como requisito parcial para conclusão
da Graduação do curso de Engenharia
Química.

Orientador: Prof. Dra. Patrícia Caroline


Molgero Da Rós

Lorena
2019
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado


da Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Silveira, Flávia Moutinho Rodrigues


Estudo dos métodos utilizados para determinação de
contaminantes em cosméticos labiais e análise dos
aspectos regulatórios para comercialização / Flávia
Moutinho Rodrigues Silveira; orientador Patrícia
Caroline Molgero da Rós. - Lorena, 2019.
64 p.

Monografia apresentada como requisito parcial


para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia
Química - Escola de Engenharia de Lorena da
Universidade de São Paulo. 2019

1. Cosméticos labiais. 2. Batons. 3. Metais


tóxicos. I. Título. II. da Rós, Patrícia Caroline
Molgero, orient.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que sempre apoiaram e amaram incondicionalmente seus filhos e
fizeram de tudo para que pudessem conquistar tudo o que sempre almejaram.
Ao Alexandre, pela paciência, puxões de orelha e principalmente pelo carinho e
companheirismo.
Ao meu amigo Ariel, por me socorrer sempre que necessário, por ser um irmão de
alma e acreditar em mim, mesmo quando eu mesma não acreditava.
A minha amiga Lara, que tornou o final dessa jornada muito mais leve e divertido.
A Professora Patrícia Da Rós, pelo auxílio a este trabalho.
A todos que de certa forma, contribuíram para a realização deste trabalho
RESUMO

SILVEIRA, F. M. R.; Estudo dos métodos utilizados para determinação de


contaminantes em cosméticos labiais e análise dos aspectos regulatórios para
comercialização. 2019. 64 p. Monografia (Graduação em Engenharia Química) – Escola de
Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, 2019.

O surgimento dos cosméticos pode ser contextualizado juntamente com a história e a


evolução da humanidade. Existem registro de mais de 30 mil anos atrás, relatando o uso de
pinturas corporais. O uso de cosméticos também foi evidenciado no Egito e na Grécia
Antiga. Na Idade média, houve repressão do embelezamento voltando a ser estimada nos
séculos XVII e XVIII. Após a primeira guerra, com a emancipação feminina, observou-se
a necessidade de cosméticos industrializados, uma vez que as mulheres foram deixando de
produzir seus próprios cosméticos de forma caseira. Iniciou-se então, a produção cosmética
em larga escala. Sabe-se que se trata de um mercado que movimenta bilhões de dólares por
ano. É muito dinâmico e marcado por elevados investimento em inovações. Os cosméticos
são produtos destinados à higiene e cuidado pessoal, podendo ser constituídos por
substâncias naturais ou sintéticas. Dentro desta definição, encontram-se os batons. O batom
é um cosmético acessível e básico de custo geralmente baixo. São produtos cosméticos
destinados a modificar o aspecto natural dos lábios dando-lhes uma tez diferente e
apresentam cores variadas. De modo geral, sua formulação consiste na dispersão de
pigmentos com uma combinação de ceras, gorduras e óleos vegetais. Os pigmentos
inorgânicos utilizados nos batons são compostos principalmente por elementos metálicos
que nem sempre apresentam pureza desejada. Estes pigmentos apresentam-se, muitas vezes,
contaminados com metais pesados como chumbo, cádmio, cromo, arsênio, mercúrio,
alumínio, manganês e titânio. Os metais pesados podem ser bioacumulativos, oferecendo
grande risco à saúde humana. Por ser um produto diretamente aplicado nos lábios, seu uso
pode gerar impacto por absorção e ingestão de elementos metálicos. Neste contexto, a
análise de possíveis contaminantes na formulação de batons torna-se necessária e de suma
importância. Este trabalho consistiu em um estudo geral sobre cosméticos labiais,
caracterizando os componentes e formulações de batons, o processo de produção utilizado,
os testes de qualidade envolvidos. Foi realizada uma revisão sobre os principais
contaminantes encontrados em produtos labiais e suas respectivas concentrações, seguida
da comparação com a legislação federal para verificação do cumprimento dos aspectos
regulatórios frente à comercialização desses produtos no Brasil. Concluiu-se que o teor de
chumbo nos batons analisados é menor que os 20 ppm estabelecidos pela legislação para
contaminantes em pigmentos. Não foi possível relacionar o preço dos produtos
comercializados com o teor de contaminantes. O presente trabalho mostra que a base
legislativa é imprescindível para garantir concentrações seguras de impurezas metálicas em
cosméticos.

Palavras-chave: Cosméticos labiais. Batons. Metais tóxicos.


ABSTRACT

SILVEIRA, F. M. R.; Study of the methods used to determine contaminants in lip


cosmetics and analysis of regulatory aspects for commercialization. 2019. 64 p.
Monograph (Undergraduate in Chemichal Engineering) – Escola de Engenharia de Lorena,
Universidade de São Paulo, 2019.

The emergence of cosmetics can be contextualized along with the history and evolution of
humanity. There are records of more than 30 thousand years ago, reporting the use of body
paintings. The use of cosmetics was also evidenced in Egypt and Ancient Greece. In the
Middle Ages, repression of embellishment came back to value in the seventeenth and
eighteenth centuries. After the first war, with female emancipation, it was noticed the need
for industrialized cosmetics, since women were no longer producing their own cosmetics in
a homemade way. Large-scale cosmetic production was then initiated. It is known that this
is a market that moves billions of dollars a year. It is very dynamic and marked by high
investment in innovation. Cosmetics are products intended for hygiene and personal care
and may consist of natural or synthetic substances. Within this definition are the lipsticks.
Lipstick is an affordable and basic cosmetic of generally low cost. They are cosmetic
products designed to modify the natural appearance of the lips giving them a different
complexion and present varied colors. In general, its formulation consists in the dispersion
of pigments with a combination of waxes, fats and vegetable oils. The inorganic pigments
used in lipsticks are mainly composed of metallic elements that do not always have the
desired purity. These pigments are often contaminated with heavy metals such as lead,
cadmium, chromium, arsenic, mercury, aluminum, manganese and titanium. Heavy metals
may be bioaccumulative, posing a great risk to human health. Because it is a product directly
applied to the lips, its use can generate impact by absorption and ingestion of metallic
elements. In this context, the analysis of possible contaminants in the formulation of
lipsticks becomes necessary and of primary importance. This work consisted of a general
study on lip cosmetics, characterizing the components and formulations of lipsticks, the
production process used, the quality tests involved. Was realized a review on the main
contaminants found in lip products and their respective concentrations, followed by
comparison with the federal legislation to verify compliance with the regulatory aspects
regarding the commercialization of these products in Brazil. It was concluded that the lead
content in the analyzed lipsticks is lower than the 20 ppm established by the legislation for
contaminants in pigments. It was not possible to relate the price of the products marketed
with the content of contaminants. The present work shows that the legislative base is
essential to ensure safe concentrations of metallic impurities in cosmetics.

Keywords: Lip cosmetics. Lipsticks. Toxic metals.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Uso de cosméticos: no Egito antigo (a) e no período pós-guerra (b). ................ 22
Figura 2 – Gráfico da participação das companhias no setor de maquiagem no Brasil. ..... 26
Figura 3 – Exemplos de batons. ........................................................................................... 26
Figura 4 – Componentes presentes na formulação de um batom. ....................................... 27
Figura 5 – Estrutura química do principal triglicerídeo do óleo de rícino. .......................... 28
Figura 6 – Palmeira de onde é extraída a cera de carnaúba (a) e cera de carnaúba (b). ...... 30
Figura 7 – Arbusto de candelila (Euphorbia cerífera) (a) e cera de candelila (b). .............. 30
Figura 8 – Representação da cera de abelha. ....................................................................... 31
Figura 9 – Representação da Ozoquerita: antes do processamento (a) e após o processamento
(b). ........................................................................................................................................ 32
Figura 10 – Exemplos de pigmentos usados nas formulações de batons. ........................... 35
Figura 11 – Etapa de adesão aos moldes. A base fluída é vertida nos moldes para a formação
das balas. .............................................................................................................................. 38
Figura 12 – Realização de testes para avaliação de estabilidade e qualidade de um batom.
............................................................................................................................................. 39
Figura 13 – Concentração média de chumbo em amostras de batons de cores variadas. .... 54
Figura 14 – Concentração de chumbo dos batons comercializados no Brasil em relação aos
países em que foram fabricados. .......................................................................................... 55
Figura 15 – Comparativo entre teor de chumbo nas amostras e o preço dos batons
comercializados. .................................................................................................................. 55
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação dos cosméticos quanto à categoria que estão inseridos e o grau de risco
que apresentam. ..................................................................................................................... 20
Quadro 2 – Aspectos analisados em um batom pronto. ....................................................... 39
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Mercado mundial de cosméticos – ranking dos 15 maiores mercados de


cosméticos em 2016. ............................................................................................................ 24
Tabela 2 – Mercado por categoria de produto. .................................................................... 25
Tabela 3 – Permissividade de contaminantes em corantes e pigmentos, levando-se em
consideração a RDC nº 48/2006 e a RDC nº 44/2012. ........................................................ 46
Tabela 4 – Concentrações de chumbo em 40 batons analisados em triplicata. ................... 47
Tabela 5 – Concentração de chumbo nas amostras de batom em triplicata. ....................... 49
Tabela 6 – Valores das concentrações experimentais médias para as amostras de batons. . 50
Tabela 7 – Concentração de metais nas amostras pela análise de ICP-OES (ppm ou μg/g).
............................................................................................................................................. 51
Tabela 8 – Valores de concentração de Cd, Cr, e Pb obtidos para as amostras de batom lidas
em triplicata em ppm. .......................................................................................................... 52
Tabela 9 – Concentrações de contaminantes metálicos em amostras de batons. ................ 52
Tabela 10 – Resultado do ensaio de concentração de chumbo em batons lido em duplicata.
............................................................................................................................................. 53
LISTA DE SIGLAS

ABIHPEC Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos


Al Alumínio
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
As Arsênio
BHA Butilhidroxianisol
BHT Butilhidroxitolueno
CAS Serviço de Resumos Químicos
Cd Cádmio
Cr Cromo
DFT Fármacotoxicologia
DQ Departamento de Química
EAA Espectrometria de Absorção Atômica
EAAC Espectrometria de Absorção Atômica em Chama
EAAFG Espectrometria de Absorção Atômica em Forno Grafite
EUA Estados Unidos da América
FRX Fluorescência de Raio-X
Hg Mercúrio
HPPC Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
ICP-OES Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado
ICP-MS Espectrometria de Massa Com Plasma Indutivamente Acoplado
INCI Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos
INCQS Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
LQ Limite de Quantificação
Pb Chumbo
P&D Pesquisa & Desenvolvimento
ppm Partes por milhão
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
USP Universidade de São Paulo
UV Ultravioleta
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 18
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 19
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................... 20
4.1 Cosmetologia................................................................................................................. 20
4.2 A história da cosmetologia .......................................................................................... 21
4.3 Mercado de cosméticos brasileiro ............................................................................... 23
4.4 Cosméticos labiais ........................................................................................................ 26
4.4.1 Integrantes da formulação ....................................................................................... 27
4.4.1.1 Base líquida............................................................................................................. 28
4.4.1.1.1 Silicones ................................................................................................................ 29
4.4.1.2 Agentes de consistência .......................................................................................... 29
4.4.1.2.1 Óleos vegetais hidrogenados .............................................................................. 29
4.4.1.2.2 Ceras ..................................................................................................................... 29
4.4.1.3 Emolientes ............................................................................................................... 32
4.4.1.4 Aditivos estabilizadores ......................................................................................... 33
4.4.1.5 Conservantes........................................................................................................... 34
4.4.1.6 Antioxidantes .......................................................................................................... 34
4.4.1.7 Fragrâncias ............................................................................................................. 34
4.4.1.8 Pigmentos ................................................................................................................ 35
4.4.1.9 Agentes nacarantes ................................................................................................ 36
4.5 Processo de produção dos batons ............................................................................... 36
4.5.1 Controle de matérias-primas quanto ao cumprimento das especificações .......... 36
4.5.2 Fabricação do corpo branco..................................................................................... 36
4.5.3 Coloração do corpo branco ...................................................................................... 37
4.5.4 Adição de agentes nacarantes .................................................................................. 37
4.5.5 Adição de fragrância e de princípios ativos ............................................................ 37
4.5.6 Adesão aos moldes .....................................................................................................37
4.5.7 Acondicionamento em estojo.................................................................................... 38
4.6 Testes para avaliação da qualidade de produtos labiais .......................................... 38
4.7 Metais pesados .............................................................................................................. 39
4.7.1 Alumínio ..................................................................................................................... 40
4.7.2 Chumbo...................................................................................................................... 40
4.7.3 Cádmio ....................................................................................................................... 41
4.7.4 Cromo ........................................................................................................................ 41
4.7.5 Arsênio ....................................................................................................................... 42
4.7.6 Mercúrio .................................................................................................................... 42
4.8 Principais métodos de análise empregados em cosméticos labiais .......................... 42
4.8.1 Espectrometria de absorção atômica (AAS) .......................................................... 42
4.8.2 Espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES)
............................................................................................................................................. 43
4.8.3 Espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) ........ 44
4.8.4 Fluorescência de raio X (FRX) ................................................................................ 44
4.9 Legislação ..................................................................................................................... 45
5 DISCUSSÃO.................................................................................................................... 47
5.1 Exploração dos artigos selecionados .......................................................................... 47
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 57
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 58
16

1 INTRODUÇÃO

A cosmetologia pode ser definida como a ciência que estuda os cosméticos desde sua
composição e processo produtivo até pesquisas de inovação e comercialização. Para
Ribeiro (2010), consiste em uma ciência multidisciplinar que envolve conhecimentos em
física, química, biologia e ciências políticas. É uma ciência que vem se desenvolvendo
intensamente e sofrendo mudanças constantes para se adequar à evolução das necessidades
dos consumidores.
O surgimento dos cosméticos pode ser contextualizado juntamente com a história e
a evolução da humanidade. É uma ciência que sempre fez parte da vida do homem, desde a
pré-história até os dias de hoje (KUMAR, 2005). Existe registro de mais de 30 mil anos
atrás, relatando o uso de pinturas corporais. O uso de cosméticos também foi evidenciado no
Egito e na Grécia Antiga. Na Idade média, houve repressão do embelezamento que só
retornou nos séculos XVII e XVIII. Após a primeira guerra, com a emancipação feminina,
viu-se a necessidade de cosméticos industrializados, uma vez que as mulheres foram
deixando de produzir seus próprios cosméticos de forma caseira. Iniciou-se então, a
produção cosmética em larga escala.
Com a evolução tecnológica, esta área vem alcançando proporções maiores, atraindo
consumidores cada vez mais exigentes com a eficácia e qualidade dos produtos oferecidos.
De acordo com dados do Euromonitor (2018), o Brasil ocupa, atualmente, a quarta posição
mundial em consumo de produtos cosméticos. Pesquisas realizadas pela L’Oréal
Finance (2017) apontam que mercado de maquiagens tem se destacado como o mais
dinâmico, atuando tanto em segmentos profissionais e de luxo quanto de massa. Dentre os
produtos comercializados, o batom revelou-se como o protagonista do segmento.
O batom é um dos produtos mais consumido pelas mulheres no mundo. É composto
por uma mistura de ceras, óleos, antioxidantes, conservantes, perfumes e agentes de
coloração. Óxidos de ferro, zinco, cromo, titânio, costumam ser os mais utilizados na
pigmentação de batons (DRAELOS, 2001). Esse cosmético específico possui a função de
realçar e colorir os lábios, protegendo-os de queimaduras solares, promovendo ação
lubrificante ou disfarçando imperfeições indesejadas.
Dentre as principais matérias-primas constituintes dos cosméticos labiais,
encontram-se emolientes, umectantes, espessantes, conservantes, perfumes, agentes de
coloração, entre outras (HERNANDEZ; MADELEINE; FRESNEL, 1999). Os corantes e
pigmentos são os componentes que mais detêm elementos metálicos (HERNANDEZ;
17

MADELEINE; FRESNEL, 1999). As características como aparência e fixação dependem


diretamente dos componentes da formulação e de suas quantidades.
Segundo Gouvêa (2007), o processo de fabricação de batons pode ser dividido nas
seguintes etapas: (1) controle das matérias-primas quanto aos cumprimentos das
especificações; (2) pesagem, fusão e mistura das matérias-primas (com exceção de
componentes sensíveis ao calor como pigmentos e perfumes); (3) adição dos agentes
doadores de cor (4) adição dos agentes nacarantes e demais componentes, como perfumes,
antioxidantes e compostos ativos à massa sob lenta agitação e temperatura moderada; (6)
moldagem das balas – verter a massa no molde e em seguida resfria-lo; (7) acondicionamento
em estojo e flambagem das balas.
Os corantes utilizados nos batons são pigmentos orgânicos ou inorgânicos e devem
estar presentes na lista de corantes permitidos para produtos que entram em contato com a
mucosa (BRASIL, 2000). Vale ressaltar que, muitas vezes os pigmentos aparecem
contaminados por metais tóxicos. Por serem utilizados diretamente nos lábios, há a
possibilidade de absorção e ingestão desses metais, o que pode ocasionar sérios danos à
saúde.
Desta forma, o presente projeto teve como objetivo realizar um estudo geral sobre a
produção de cosméticos labiais; a influência dos possíveis contaminantes e quais são os
métodos mais eficientes utilizados para a determinação de metais tóxicos nas formulações
de batons. A realização deste estudo permitiu analisar e comparar dados por meio de uma
revisão bibliográfica que poderá auxiliar o consumidor que faz uso de cosméticos labiais.
Além disso, permitirá alertar para os riscos associados a possíveis problemas de saúde em
caso de contaminação por metais tóxicos, ressaltando os limites permitidos de contaminantes
pelas legislações específicas para este tipo de produto.
18

2 OBJETIVOS

O presente trabalho teve como objetivo investigar e identificar a presença de


elementos metálicos (dentre eles, os metais tóxicos) em formulações de batons. Abordou-se,
por meio de uma pesquisa bibliográfica as principais técnicas utilizadas para a identificação
desses metais. Os resultados foram comparados com a Lei federal, enfatizando a necessidade
da realização de ensaios de toxicidade para produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (HPPC).
19

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento desse trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica


sobre contaminantes metálicos em cosméticos labiais, bem como as principais técnicas
utilizadas para a determinação e identificação de metais pesados, além da análise dos
aspectos regulatórios para sua comercialização.
A metodologia adotada para o desenvolvimento deste trabalho inclui três etapas. A
primeira etapa é composta inicialmente por uma extensa pesquisa bibliográfica utilizando
bases de dados e sítios institucionais nacionais e internacionais disponíveis na internet, como
Medline, Pubmed, Scielo, Google Acadêmico e Biblioteca virtual da USP, assim como
revistas e periódicos indexados. Foram priorizados trabalhos que contemplem as palavras
chaves “batons” e “metais”.
Posteriormente, na segunda etapa, foram selecionados os trabalhos mais recentes e
com elevado número de citações para fins de coleta de dados referentes aos metais
encontrados em batons.
Finalmente, na terceira etapa, foi realizada uma comparação entre os trabalhos
selecionados com a legislação vigente, que expõe o máximo de contaminantes metálicos
permitidos em pigmentos e corantes, visando identificar se os batons comercializados no
país cumprem os parâmetros estabelecidos pela lei federal.
20

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Cosmetologia

A cosmetologia é a ciência que estuda os produtos cosméticos. Estende-se desde


pesquisas de novas matérias-primas, princípios ativos, desenvolvimento de formulações,
produção em pequena ou larga escala, controle de qualidade, legalização perante órgãos
regulamentadores e comercialização.
Com o avanço de novas técnicas e tecnologias, esta área vem recebendo
investimentos em ritmo acelerado e conquistando assim, consumidores cada vez mais
exigentes e preocupados com a eficácia e segurança dos produtos utilizados. Tem se
mostrado uma ciência multidisciplinar, apoiando-se desde a Química e Bioquímica até
Engenharia e Marketing.
Os cosméticos são abordados dentro de uma vasta classe, denominada produtos para
a higiene e cuidado pessoal, que são preparações constituídas por substâncias naturais ou
sintéticas, os quais podem ser empregados nas diversas partes do corpo humano como pele,
sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da
cavidade oral. Os principais objetivos do uso desses produtos compreendem as funções de
limpeza, melhoria do aspecto da pele do consumidor e/ou correção de odores corporais e ou
protegê-los ou mantê-los em bom estado (BRASIL, 2005). Segundo Brasil (2005), os grupos
de produtos estão podem ser classificados quanto à categoria e grau de risco, descritos no
Quadro 1.

Quadro 1 – Classificação dos cosméticos quanto à categoria que estão inseridos e o grau de risco que apresentam.
Categorias Grau de Risco
Produtos de higiene Grau 1 – Produtos com risco mínimo
Cosméticos Grau 2 – Produtos com risco potencial
Perfumes
Produtos de uso infantil
Fonte: Brasil (2005).

O risco dos produtos classificados como nível 1 são considerados como tendo um
risco mínimo. Ex.: maquiagem (pós compactos, bases líquidas, sombras, rímel, delineadores,
batons em pasta e líquidos), perfumes, sabonetes, shampoos, cremes de barbear, pastas
21

dentais, cremes hidratantes, géis para fixação de cabelos, talcos perfumados, sais de banho,
etc. Entretanto, os produtos de risco nível 2 são considerados como um risco mais acentuado.
Os produtos que fazem parte dessa classe de cosméticos são: xampus anticaspa, desodorantes
e sabonetes líquidos íntimos femininos, desodorantes de axilas, talcos antissépticos,
protetores labiais e solares, cremes depiladores, repelentes, tinturas para cabelos, sprays para
fixação e modeladores de penteados, clareadores de pelos, enxaguatórios bucais, esmaltes,
óleos para massagens, etc. (BRASIL, 2005).
Quanto às suas funções, a cosmetologia apresenta três principais: Função decorativa
(de caráter estético, promovendo aperfeiçoamento da região aplicada); função conservadora
(visando proteção da pele); função corretiva (para modificação ou correção de pequenas
estruturas ou alterações na pele, lábios ou outros locais).

4.2 A história da cosmetologia

A história da cosmetologia pode ser contextualizada juntamente com a história e


evolução da humanidade, quando o homem se reunia em grupos fazendo-se necessária a
diferenciação hierárquica onde os que ocupavam posições mais altas se enfeitavam com
garras e dentes de animais ferozes. Existe registro de mais de 30 mil anos atrás, em que, por
meio de pinturas rupestres, homens pré-históricos eram relatados utilizando pinturas
corporais, provenientes principalmente de terras e plantas, pois acreditavam que estas lhes
concederiam força e bons presságios. Também foram encontrados objetos semelhantes às
pinças e outros instrumentos para aplicação de pigmentos.
Murube (2013) descreve que na tumba de Tutankamon (1346-1327), encontrou-se
cremes e incensos para que o faraó mantivesse sua beleza após a morte.
Os salões de cabeleireiro originam-se da Grécia Antiga. Estudiosos utilizavam o local para
conversar sobre questões como política, economia e cotidiano, enquanto recebiam
massagens e outros tratamentos cosméticos (VITA, 2008).
Para os gregos a beleza era encarada como um presente e os possuidores desta, eram
vistos como abençoados e amados pelos deuses. Surgiram naquela época, os concursos de
beleza. Mulheres e homens participavam, sendo que os homens amarravam fitas para
destacar a parte do corpo que consideravam mais atrativas e para as quais mais gostariam de
chamar atenção. Fios loiros e ruivos eram incomuns e devido à admiração que causavam, os
gregos passaram a descolorir os fios utilizando preparos cosméticos. As mulheres gregas,
22

objetivando realçar a maçã do rosto e pigmentar os lábios, aplicavam misturas constituídas


por mercúrio que contribuíam com envenenamentos. Para que a pele aparentasse pálida,
como o padrão de beleza estabelecido na época, eram utilizados pós faciais que continham
chumbo e foram considerados responsáveis por diversas mortes prematuras (VITA, 2008).
Durante a idade média, o cristianismo como grande repressor do embelezamento e
banhos aristocráticos, desencadeou o período em que houve desaparecimento de
formulações cosméticas e hábitos de higiene, conhecido como “500 anos sem banho”. Neste
período, iniciou-se o uso de perfumes para disfarçar o cheiro desagradável causado pela falta
de hábitos de higiene (KADUNC, 2012).
Nos séculos XVII e XVIII, os hábitos de embelezamento não só retornaram, como
se tornaram indispensáveis para a nobreza europeia, porém de forma superficial, com o uso
de perucas e maquiagens, mantendo a escassez de banhos e aumentando consequentemente
a produção de perfumes, movimentando a economia francesa no reinado de Luís XIV. Após
a primeira Guerra, com a emancipação feminina, mulheres passaram a ocupar cargos antes
ocupados por homens e devido à escassez de tempo provocada pela divisão da jornada casa
e trabalho, viu-se a necessidade de produtos cosméticos industrializados práticos, já que
antes os cosméticos eram produzidos por elas mesmas em suas cozinhas, de forma artesanal.
A partir deste momento começaram a surgir empresas especializadas em cosméticos. A
Figura 1 ilustra uso de cosméticos: (a) no Egito Antigo e (b) no período pós-guerra.

Figura 1 – Uso de cosméticos: no Egito Antigo (a) e no período pós-guerra (b).

(a) Cosméticos no Egito Antigo (b) Cosméticos no período pós-guerra


Fonte: Incrível História (2018) e The Pin Up Handbook (2015).
23

4.3 Mercado de cosméticos brasileiro

Ao longo do século XIX, principalmente no período pós-guerra, iniciou-se a


produção em larga escala de produtos cosméticos. No Brasil, a indústria foi impulsionada
a partir de 1950, devido às políticas de incentivo que acabaram por trazer multinacionais
para o território nacional, como L’Oréal e Avon. Atualmente, este setor é composto por
grandes multinacionais e empresas nacionais de médio e pequeno porte, concentradas na
região sudeste do país (ANGONESE; MACHADO-DA-SILVA, 2010).
Em pesquisas realizadas pela ABIHPEC (2016), uma entidade privada sem fins
lucrativos cujo objetivo principal é o de reunir e representar os interesses da indústria
cosmética brasileira divulgou em seu site no ano de 2016 que o setor de HPPC vinha
crescendo de forma deflacionada nos últimos 20 anos, apresentando um crescimento
médio de aproximadamente 11,4% ao ano. O progresso econômico apresentado pelo
setor é explicado por motivações que vão desde a participação cada vez maior da mulher
no mercado de trabalho, aumento da expectativa de vida e aumento de participação das
classes D e E, devido ao aumento de renda, até o desenvolvimento de tecnologias de
ponta e maior investimento em inovação, aumentando a produtividade, favorecendo a
queda dos preços e atendendo progressivamente às necessidades dos consumidores.
Dessa forma, o Brasil, em 2016 se apresentava como o quarto maior consumidor
mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Com um faturamento
de $30,2 bilhões em 2016, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que ocupa a primeira
colocação, da China (segunda colocação) e do Japão (terceira colocação). O Brasil ocupa
ainda posições elevadas no ranking mundial para determinados tipos de produtos, sendo
o primeiro mercado em perfumaria e desodorantes; segundo em produtos para cabelos,
masculinos, infantil, produtos para banho, depilatórios e proteção solar; e terceiro em
cosméticos (EUROMONITOR, 2018).
A Tabela 1 mostra o ranking dos quinze maiores mercados de cosméticos em
2016.
24

Tabela 1 – Mercado mundial de cosméticos – ranking dos 15 maiores mercados de cosméticos em 2016.
Posição País Faturamento (R$ bilhões)
1 USA 80,0
2 China 50,7
3 Japão 32,1
4 Brasil 30,2
5 Reino Unido 17,9
6 Alemanha 16,5
7 França 14,4
8 Índia 11,7
9 Coréia do Sul 11,6
10 Itália 10,2
11 México 9,1
12 Rússia 8,9
13 Espanha 7,9
14 Canadá 7,6
15 Argentina 7,6
Fonte: ABIHPEC (2017).

Mesmo apresentando elevação no consumo, o setor enfrenta problemas. O aumento


da carga tributária, juntamente com a alta do dólar e crise política foram os principais fatores
que contribuíram para que no final de 2015 houvesse uma retração de aproximadamente 8%
no setor. A Balança Comercial Brasileira sofreu uma queda em relação ao ano anterior, tanto
nas exportações como as importações, de 15,1% e 25,2% respectivamente
(ABIHPEC, 2017). Com a contração do faturamento, a ABIHPEC acredita que a solução
consta em maiores investimentos em inovação, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D),
logística e serviços. Visto que o Brasil não apresenta estrutura de pesquisa como outros
países, que comportam empresas consolidadas e de maior porte, evidencia-se a necessidade
de maior incentivo público à pesquisa, promovendo assim, maior interação entre empresas
e instituições educacionais, de forma que os produtos nacionais possam aumentar sua
competitividade e concorrer com os produtos importados.
Visando a melhoria da imagem pessoal e consequente melhoria da qualidade de vida,
os estudos do SEBRAE (2016) apontam uma tendência de desenvolvimento no setor, com
25

enfoque em produtos “ambientalmente responsáveis” e de composição majoritariamente


natural.
O mercado de cosméticos apresenta-se dividido em cinco áreas, e a
representatividade de cada área no mercado mundial, em 2016, é exposta na Tabela 2.

Tabela 2 – Mercado por categoria de produto.


Categoria de produto Divisão mercado mundial
Cuidados com a pele 36,3%
Cuidados com o cabelo 22,9%
Maquiagem 18,2%
Fragrâncias 12,0%
Produtos de higiene 10,5%
Fonte: L’Oréal Finance (2017).

Segundo a L’Oréal Finance (2017), os produtos de maquiagem, representando 18,2%


dos cosméticos comercializados no mundo, apresentou crescimento recorde de 8,4%,
impulsionando o crescimento do setor. O mercado de maquiagens tem se destacado como o
mais dinâmico, atuando tanto em segmentos profissionais e de luxo quanto em de massa.
Dentre os produtos comercializados, o batom revelou-se como a “estrela” do segmento, com
um crescimento de 13,6% nas vendas. No ano de 2016 foram vendidos, mundialmente, 1,5
bilhões de produtos labiais.
Atualmente o Brasil se encontra em um panorama econômico desafiador devido à
retração financeira. Contudo, em 2017, mais de 2 milhões de consumidoras ingressaram na
categoria de maquiagem.
A Nielsen, empresa que oferece informações em pesquisas de mercado, informa que
dos 2 milhões de novas consumidoras, cerca de 61% encontram-se na faixa etária de 19 a 25
anos, compondo a geração Millenials (mulheres altamente conectadas que realizam mais
compras por impulso, sobretudo no meio on-line). O grande destaque desse segmento tem
sido impulsionado pela “geração selfie” e pelo rápido aumento do uso de redes sociais, cujos
focos são aparência, expressão pessoal e apresentação. Esse novo público feminino,
caracteriza as tendências de mercado influenciando as próximas gerações.
Dentre as empresas presentes no Brasil, as de maior representatividade no segmento
de maquiagens, são expostas na Figura 2.
26

Figura 2 – Gráfico da participação das companhias no setor de maquiagem no Brasil.

Avon Products Inc.


Botica Comercial Farmaceutica Ltda
20,20%
Natura Cosméticos S.A.
34,60%
The L’Oréal Group
12,70% Hinode S.A.
Vult Comercio de Cosmeticos Ltda

2,10% Grupo Silvio Santos (Jequiti)

2,80% 11,20% The Esteé Lauder Companies Inc


3,40% Outras marcas
3,80% 9,20%
Fonte: Própria autora.

4.4 Cosméticos labiais

Os cosméticos labiais, dentre eles o batom, integram o segmento de higiene pessoal,


perfumes e cosméticos. Dentro deste segmento, os batons são classificados como categoria
2 (cosméticos) e grau 1, sendo os protetores labiais com fotoprotetores classificados como
grau 2. De acordo com Draelos (1991), este cosmético possui diversas funções como realçar
a coloração dos lábios ou pigmentá-los. Devido sua composição graxa, forma uma película
protetora, que acaba por proteger os lábios de queimaduras solares, lubrificando-os e
disfarçando imperfeições indesejadas. A Figura 3 ilustra alguns exemplos de batons.

Figura 3 – Exemplos de batons.

Fonte: Fala Moda (2016).

Oliveira e Silva (2012) expõem que os batons são cosméticos desenvolvidos no


século XIX, pelo perfumista francês Rhocopis. Foi utilizado talco, óleo de amêndoas,
essências e pigmento vermelho. A partir de 1915, o batom passou a ser produzido em tubos
cilíndricos como atualmente (CHAUDHRI; JAIN, 2009).
27

A constituição de um batom distingue-se entre as empresas produtoras. A formulação


e a concentração dos componentes utilizados durante a produção são dependentes da
aparência, cobertura e fixação desejada. (BONO et al., 2006).

4.4.1 Integrantes da formulação

O batom é o produto para maquiagem mais consumido pelas mulheres no mundo.


Sua formulação é composta por uma mistura de óleos e ceras (geralmente cera de carnaúba),
conservantes, perfumes e pigmentos.
Os pigmentos inorgânicos mais utilizados são os óxidos de ferro, cromo, zinco,
titânio entre outros (DRAELOS, 2001).
Dentre as muitas matérias-primas que compõem um batom (orgânicas, tensoativas,
emolientes, umectantes, espessantes, hidratantes, conservantes, perfumes, entre outras), os
agentes colorantes são os que mais possuem elementos metálicos (HERNANDEZ;
MADELEINE; FRESNEL, 1999). A Figura 4 ilustra os componentes presentes na
formulação de um batom.

Figura 4 – Componentes presentes na formulação de um batom.

Fonte: Lab Muffin (c2019).


28

4.4.1.1 Base líquida

Óleo de rícino [CAS 8001-79-4] – INCI Name: Castor (Ricinus communis) Oil.
Nomes comerciais: Beraoil® V1500, óleo de mamona, óleo ricinoléico (Brandão, 1996). Sua
fórmula está representada na Figura 5.

Figura 5 – Estrutura química do principal triglicerídeo do óleo de rícino.

Fonte: Wikipedia (2018a).

O rícino consiste numa mistura de triglicerídeos, possuindo em sua composição de


85 a 95% de ácido ricinoléico e isorricinoléico. Este óleo, devido à hidroxila presente no
ácido, apresenta-se relativamente mais polar que outros óleos vegetais. Possui melhores
propriedades enquanto solvente e solubilizante. O óleo de rícino também é solúvel em álcool
e aprimora a sua capacidade de atuar como agente molhante, facilitando assim a mistura com
os pigmentos. É um óleo bastante viscoso, mesmo quando aquecido, contribuindo para que
seja um agente suspensor ideal para pigmentos cosméticos, retardando a sedimentação. O
caráter graxo confere brilho e emoliência à formulação. O uso deste óleo combinado com a
cera de abelha aumenta a viscosidade do sistema e previne o efeito de “sangramento” em
batons (deslocamento do cosmético através das linhas finas ao redor dos lábios).
29

4.4.1.1.1 Silicones

Polidimetilsiloxano [CAS 63148-62-9] – INCI Name: Dimethicone. Nome


comercial: Dow Corning® 200 Fluid, 10 cs. É um componente muito utilizado no setor de
cosméticos por contribuir na pigmentação homogênea, espalhamento melhorado, secagem
acelerada, efeito emoliente e por ser não oclusivo.
Polifenilmetilsiloxano [CAS 73559-47-4] – INCI Name: Phenyl Trimethicone.
Nome comercial: Dow Corning® 556 Fluid. É utilizado devido à melhoria em diversas
formulações cosméticas. Forma uma película fina invisível, permitindo assim a transpiração
natural da pele. É também utilizado como aditivo hidrofóbico.
Decametilciclopentasiloxano [CAS 541-0206] – INCI Name: Cyclomethicone.
Nome commercial: Dow Corning® 246 Fluid. Atua como portador, auxiliando no
espalhamento. Reduz a pegajosidade da mistura e lubrifica a formulação. Confere toque
sedoso, sem acúmulo de oleoso.

4.4.1.2 Agentes de consistência

4.4.1.2.1 Óleos vegetais hidrogenados

Os óleos vegetais são extraídos principalmente das sementes de plantas e frutas.


Auxiliam na proteção da pele evitando a perda excessiva de líquidos e permitindo a
respiração cutânea. Também normalizam e reforçam a estrutura do tecido, prevenindo
rachaduras e ressecamentos. O processo de hidrogenação torna os óleos mais saturados
contribuindo para solidificarem, tornando-os compostos interessantes na fabricação de
produtos que devam ser moldados.

4.4.1.2.2 Ceras

A cera usada nos batons é uma combinação de três tipos de cera, isto é, cera de abelha,
cera de candelila e a cera de carnaúba. A combinação é utilizada a fim de obter ponto de
fusão e dureza adequada à mistura, uma vez que estas características estão diretamente
ligadas à aparência e estabilidade do batom.
30

Cera de Carnaúba [CAS 8015-86-9] – INCI Name: Carnaúba (Copernica cerifera)


Wax. A cera de carnaúba (Figura 6) é uma importante cera vegetal, obtida através da
desidratação de folhas selecionadas e posteriormente transformada em pó. O pó é fundido,
coado e resfriado. Apresentando-se amorfa e dura. Possui ponto de fusão maior que outras
ceras (entre 78 °C a 90 °C).

Figura 6 – Palmeira de onde é extraída a cera de carnaúba (a) e cera de carnaúba (b).

(a) Palmeira Copernicia cerifera. (b) Cera de carnaúba.


Fonte: Wikipedia (2018b) e Fênix Ceras (c2013a).

A adição da cera de carnaúba à mistura de outras ceras proporciona aumento do ponto


de fusão, dureza, rigidez, brilho e diminui a pegajosidade. É utilizada para endurecer e dar
consistência aos cosméticos.
Cera de Candelila [CAS 8006-44-8] – INCI Name: Candelila (Euphorbia cerifera)
Wax. Esse tipo de cera pode ser obtido das folhas do arbusto de Candelila (Figura 7), por
um processo parecido com o da cera de Carnaúba. Essa cera pode ser usada na composição
de batons, cremes, pomadas, e etc.

Figura 7 – Arbusto de candelila (Euphorbia cerífera) (a) e cera de candelila (b).

(a) Euphorbia cerífera. (b) Cera de candelila.


Fonte: Cosmetic Innovation (2017) e Fênix Ceras (c2013b).
31

É uma substância dura, frágil e fácil de pulverizar. Possui cor de castanho-claro ao


amarelo, dependendo do grau de refinação e branqueamento. Apresenta-se insolúvel em
água e solúvel em solventes orgânicos. Possui as mesmas funções da cera de Carnaúba,
porém, apresenta um ponto de fusão menor. Sendo assim, endurece a mistura quando
associada às outras ceras, sem aumentar significativamente o ponto de fusão.
Cera de Abelha [CAS 8012-89-3] – INCI Name: Bee Wax. A cera de abelha
(Figura 8) é constituída por ácido cerótico e palmítico, que estabilizam a cor da bala.
Apresenta características isolantes e se funde entre 63 °C e 64 °C. É utilizada na mistura
com outras ceras duras, conferindo plasticidade, flexibilidade, minimizando a quebra durante
o uso. Sua presença na composição do batom, contribui para um leve encolhimento na
moldagem da bala, facilitando assim a desmontagem.

Figura 8 – Representação da cera de abelha.

Fonte: Keep Eco (2018) e Gran Velada (2018).

Cera de Ozoquerita [CAS 8021-55-4] – INCI Name: Ozokerite. É comumente


chamada de pez-mineral (Figura 9), é uma cera derivada do petróleo. Constituída de
hidrocarbonetos sólidos saturados e insaturados de elevada massa molecular, com
hidrocarbonetos líquidos e compostos oxigenados. Possui pouco odor e características
impermeabilizantes. Sua estrutura faz com que o óleo de rícino seja absorvido e retido na
estrutura. Endurece mais rapidamente a mistura final, porém, apresenta contração menor que
a cera de abelha. Recomenda-se não usar concentração superior a 10%, pois esta pode causar
o efeito de degradação da bala.
32

Figura 9 – Representação da Ozoquerita: antes do processamento (a) e após o processamento (b).

(a) Ozoquerita antes do processamento. (b) Ozoquerita após processamento.


Fonte: Wikipedia (2018c).

Cera sintética: C30-45 Alquil meticone [CAS mistura] – INCI Name: C30-45
Alkyl Methicone. Nome commercial: Dow Corning® MAS-C30. É obtida através da
modificação do polidimetilsiloxano com hidrocarboneto de elevada massa molecular. Esta
cera apresenta características de silicones e hidrocarbonetos. É emoliente e utilizada para
controle de viscosidade. Apresenta ponto de fusão próximo à 70 °C.

4.4.1.3 Emolientes

Emolientes são formulações semissólidas, viscosas e monofásicas, possuindo


combinações de água, óleos e gorduras destinadas hidratação e restauração da pele. Formam
um filme impermeável, retendo a umidade na pele. Atuam na epiderme por meio da sua
hidrofobicidade, impedindo a desidratação da pele. O termo deriva da sua ação de manter os
tecidos mais macios ou moles. São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação. Além de
atuarem dispersando os pigmentos e reduzindo o ponto de fusão da mistura, são responsáveis
nas formulações por consistência e aparência. Quando os emolientes são utilizados em
excesso, podem prejudicar a resistência estrutural da bala do batom.
Álcool oleílico [CAS 143-28-2] – INCI Name: Oleyl Alcohol. De nome comercial
Crodacol™ B-10. É um emoliente seco, não graxo, com boas propriedades de espalhamento.
É também utilizado como agente molhante e suspensor para pigmentos. Possui boa
solubilidade hidroalcoólica. Devido suas propriedades, é acrescentado aos batons conferindo
melhora no deslizamento durante à aplicação nos lábios.
Lanolina Anidra [CAS 8006-54-0] – INCI Name: Lanolin. De nome comercial
Lanolina Anidra USP. É uma cera, purificada e anidra obtida da lã da ovelha, formada
principalmente por ésteres de ácidos graxos de colesterol, lanosterol e álcoois graxos. Possui
consistência tenaz, untuosa, de cor amarela pálida, suave ao tato e com um leve odor
33

característico. Ao ser fundida, apresenta-se sob o aspecto de líquido amarelo límpido. Porém,
quando submetida à aquecimento prolongado ou elevadas temperaturas torna-se escura
liberando forte odor rançoso. É solúvel em álcool, clorofórmio, éter, acetona e benzeno. É
não solúvel em água.
Apesar de possuir propriedades emolientes, utilizada sozinha não é absorvida pela
pele. Quando misturada à óleos vegetais adequados obtém-se uma mistura emoliente que
penetra na pele e melhora a absorção de princípios ativos.
Atua também como coalescente para os demais componentes do batom.
Manteiga de Karité [CAS 68424-60-2] – INCI Name: Shea Butter (Butyrospermun
parkii). De nome comercial Lipex 512™. É uma gordura vegetal refinada e desodorizada. É
extraída do fruto de Karité, proveniente de uma árvore africana. É um triglicerídeo composto
por ácidos graxos oleico, esteárico e linoleico, apresentando alto teor de insaponificáveis.
Suas características conferem propriedades de absorção de radiações ultravioletas,
aumentando o fator de proteção solar em formulações cosméticas.
Apresenta também, excelentes propriedades umectantes e emolientes, conferindo
acabamento sedoso, macio e hidratante aos lábios.Segundo Engasser (2000), quando a
manteiga de Karité é utilizada em excesso, prejudica a fixação do batom aos lábios. Para
aumentar a adesão, utiliza-se maior quantidade de ceras, diminuindo a quantidade de
emolientes, conferindo dureza à bala. Em geral, quanto menor a quantidade de cera utilizada,
maior o deslizamento e o brilho da bala.

4.4.1.4 Aditivos estabilizadores

Segundo a legislação brasileira, portaria Nº 540 de 27 de outubro de 1997, do


Ministério da Saúde, estabilizante é a substância que torna possível a manutenção de uma
dispersão uniforme de duas ou mais substâncias imiscíveis. Sua adição favorece e mantém
as características físicas das emulsões e suspensões impedindo a separação dos diferentes
componentes da fórmula.
São substâncias que também facilitam a dissolução, aumentam a viscosidade dos
ingredientes, ajudam a evitar a formação de cristais que afetariam a textura (melhorando a
mesma) e mantêm a aparência homogênea do produto.
Quanto aos estabilizantes comumente empregados em batons, têm-se os parabenos
(ENGASSER, 2000; DOOLEY, 2007; TAGLIARI; STULZER, 2007; LAUFFER, 1972).
34

4.4.1.5 Conservantes

São substâncias que são adicionadas como ingrediente aos Produtos de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes com a finalidade de inibir o crescimento de microrganismos
durante sua fabricação e estocagem, ou para proteger os produtos da contaminação
inadvertida durante o uso (ANVISA, 2012).
Diversas condições devem ser levadas em consideração para a escolha do
conservante adequado; dentre elas, atoxicidade, eficácia em baixas concentrações, eficácia
no pH do processo produtivo, resistência à luz e calor, solubilidade na base da formulação e
interação com os outros componentes do batom.

4.4.1.6 Antioxidantes

Os antioxidantes são empregados para retardar a oxidação, visto que muitos dos
componentes são susceptíveis a este processo, o qual promove o desenvolvimento de odor
desagradável de ranço. Como exemplos, tem-se o BHA (butilhidroxoanisol), BHT
(butilhidroxitolueno), palmitato de ascorbila (ascorbyl palmitate) e tocoferóis (tocoferol),
principalmente na presença de lipídeos insaturados (ENGASSER, 2000; DOOLEY, 2007;
TAGLIARI; STULZER, 2007; LAUFFER 1972).
A concentração usada é escolhida de acordo com a susceptibilidade dos componentes
da formulação sofrerem oxidação. As reações de oxidação também podem ser iniciadas
através da incidência da luz ultravioleta. Portanto, é comum, nas formulações de cosméticos,
serem também adicionados agentes bloqueadores de UV.

4.4.1.7 Fragrâncias

São substâncias produzidas sinteticamente ou extraídos de flores folhas, frutas,


sementes, madeira e cascas de árvores, resinas vegetais e secreções de animais. Conferem
aroma ao produto e devem mascarar o odor graxo da base. Não devem irritar a mucosa labial
e nem provocar sensibilização da área aplicada. Devem ser estáveis e compatíveis com os
demais constituintes da base.
Segundo Korichi e Tranchant (2009), pode-se adicionar uma pequena quantidade de
fragrância, mascarando o odor das matérias-primas ou odor proveniente do armazenamento
do produto. A fragrância escolhida não deve ser forte a ponto de conflitar com outros
35

perfumes que o consumidor utilize concomitantemente e nem deve possuir sabor


desagradável. Diversos outros componentes podem ser encontrados nas formulações de
batons. Dentre eles, filtros solares, agentes hidratantes, vitaminas.

4.4.1.8 Pigmentos

Os pigmentos desempenham um papel essencial, pois fornecem aos batons as


modificações cromáticas necessárias captando a atenção e o interesse dos possíveis
consumidores. A Figura 10 mostra alguns exemplos de pigmentos.

Figura 10 – Exemplos de pigmentos usados nas formulações de batons.

Fonte: Power Corantes (c2017).

Os corantes utilizados nos batons são pigmentos orgânicos ou inorgânicos e devem


constar na lista de corantes permitidos para produtos que entram em contato com a mucosa
(BRASIL, 2000).
Entre os materiais colorantes inorgânicos estão os óxidos, os sulfetos, os carbonatos,
os cromatos, os sulfatos, os fosfatos e os silicatos de metais. Há ainda alguns materiais que
são usados em sua forma elementar, como o carbono, o ouro e o alumínio. (PEREIRA;
AMORIM; SILVA, 2007). Os agentes corantes estão presentes entre 2% e 10% e podem ser
de vários tipos. Os minerais como óxidos de ferro (vermelho, amarelo ou preto) são
empregados para dar a cor e os dióxidos de titânio para conferir cobertura, opacidade e
intensidade. Deve-se notar que os pigmentos de origem vegetal são raramente usados em
cosméticos porque a maioria deles é instável ao calor ou à luz. Devido à contaminação dos
pigmentos inorgânicos por metais tóxicos, deve-se respeitar as concentrações máximas
permitidas pelos órgãos regulatórios.
36

Após a adição de corantes pode ser necessário algum ajuste na composição do corpo
branco. Por exemplo, para um batom de alta cobertura, com grande concentração de
corantes, é necessário modificar a proporção dos óleos fluídos para compensar o efeito
pastoso e a redução do brilho da película depositada. Neste caso, é fundamental alterar a
escolha e proporção das ceras, ajustando a resistência à ruptura do batom
(PRUINÉRAS, 1994).

4.4.1.9 Agentes nacarantes

São substâncias importantes para manter a tez e a coloração do batom. Para


proporcionar um efeito nacarado ao produto depositado sobre os lábios, utilizam-se finas
partículas de mica recobertas de uma camada delgada de óxido de titânio, oxicloreto de
bismuto em pó, cristais de guanina, glitters e substâncias iridescentes (BRYCE, 1993).

4.5 Processo de produção dos batons

O processo produtivo de cosméticos labiais pode ser dividido em sete etapas


sucessivas.

4.5.1 Controle de matérias-primas quanto ao cumprimento das especificações

Os componentes utilizados devem ser fornecidos com as especificações sobre suas


propriedades físicas e químicas. Devem ser fornecidos também, o laudo de análise referente
ao lote fornecido e a ficha de segurança. Lotes cujas especificações forem consideradas
impróprias para a fabricação não são utilizados.

4.5.2 Fabricação do corpo branco

Os componentes da base são aquecidos e misturados. A mistura feita sob agitação


controlada é realizada devido à necessidade de incorporação de ingredientes à uma fase. A
agitação deve ser controlada, permitindo uma homogeneização total dos componentes e
impedindo a incorporação de ar, que pode afetar o aspecto e a durabilidade do produto
(PRUNIÉRAS, 1994). O controle da intensidade de agitação pode ser feito através da
variação de rotação, que é dependente da força e torque do agitador.
37

4.5.3 Coloração do corpo branco

Os pigmentos e corantes geralmente são moídos antes de serem incorporados à base.


A moagem de pigmentos é uma etapa importante no processo de fabricação de batom, e é
realizada antes da incorporação ao corpo. Proporciona uniformidade da cor da bala
(JELLINEK, 1970). Durante a moagem, o atrito das partículas com a superfície do moinho
pode liberar calor suficiente para prejudicar a formulação. Portanto, alguns desses
equipamentos precisam ser refrigerados.
Esta operação libera pós finos, que precisam ser devidamente recolhidos de modo a
evitar a dispersão no ar podendo causar problemas respiratórios aos operadores. Este
recolhimento é realizado por sistemas de coleta e exaustão acoplados aos equipamentos. Os
pós recolhidos são reciclados, reduzindo perdas e otimizando o processo. A mistura
colorante é adicionada à base e mantida sob leve agitação e aquecimento sob condições
preestabelecidas para o processo.
Durante a mistura da massa com os agentes de coloração é conveniente realizar
agitação lenta. A incorporação de ar proveniente da agitação acelerada promove o
aparecimento de orifícios na superfície da bala (LAUFFER, 1972).

4.5.4 Adição de agentes nacarantes

As substâncias nacarantes são importantes para conferir tonalidade e cor ao batom.


São adicionadas após a trituração e incorporação dos pigmentos e misturadas ao corpo
branco, mantendo-se o princípio de agitação lenta.

4.5.5 Adição de fragrância e de princípios ativos

Essa adição deve ser realizada após descartar a necessidade de ajustes no processo.
Para os ajustes, podem ser necessárias elevações de temperatura da massa colorida, podendo
levar à degradação da fragrância ou princípio ativo.

4.5.6 Adesão aos moldes

Para evitar a aderência das balas ao molde, em muitos processos realiza-se a


lubrificação dos moldes com óleo de silicone. A base fluida é vertida no molde, conforme
38

mostra a Figura 11. O molde é previamente aquecido a uma temperatura controlada de


aproximadamente 35 °C, evitando a formação de marcas de resfriamento (CUNNINGHAM,
1992). Em seguida, realiza-se o resfriamento das balas.
O resfriamento é normalmente realizado por choque térmico e no momento da
moldagem. Pode ser realizado pelo mergulho do molde em água gelada ou através da
passagem de ar ou nitrogênio líquido ou pela colocação do molde dentro de uma estufa a
vácuo em baixa temperatura. Esse procedimento é muito importante para manter a
homogeneidade, cor e o brilho desses produtos.

Figura 11 – Etapa de adesão aos moldes. A base fluída é vertida nos moldes para a formação das balas.

Fonte: Vende na Farmácia (2012).

4.5.7 Acondicionamento em estojo

Para evitar que as balas sejam deterioradas na manipulação, estas devem estar frias
quando retiradas dos moldes. Em seguida, são fixadas nos estojos. Devido ao sistema
complexo de cristalização dos batons, suas características máximas serão obtidas após 24
horas da moldagem adequada (GOUVÊA, 1993; PRUNIÉRAS, 1994). Para melhorar o
aspecto externo, o batom é flamejado. O produto então é embalado para distribuição (KIRK;
OTHMER, 1979).

4.6 Testes para avaliação da qualidade de produtos labiais

Os testes de qualidade (Quadro 2) são importantes, pois fornecem informações sobre


o prazo de validade do produto (RIBEIRO; KHURY; GOTTARDI, 1996). A estabilidade de
um cosmético labial, pode ser classificada e analisada segundo os aspectos expostos no
Quadro a seguir.
39

Quadro 2 – Aspectos analisados em um batom pronto.


Aspectos analisados em testes de estabilidade de um produto cosmético
Analisa cores, odores, consistência e viscosidade dos produtos
finais. São realizados testes de ponto de fusão, testes de ponto de
Físico amolecimento (GOUVÊA, 1993), teste de aquecimento
(DENAVARRE, 1988), resistência à ruptura e resistência ao
esmagamento.

Analisa pH e teor dos princípios ativos. São realizados testes de


Químico
estabilidade à oxidação (LAUFFER, 1972).
Analisa se há microrganismos presentes e a eficácia dos
conservantes. São realizados testes de tempo de estabilidade de
Microbiológico
consistência (submetendo o produto à ciclos de calor, frio e
calor/frio e ambiente).
Verifica a concentração de elementos tóxicos que podem estar
Toxicológico
presentes na formulação.
Fonte: Adaptado de Gouvêa (1993), Denavarre (1988) e Lauffer (1972).

Figura 12 – Realização de testes para avaliação de estabilidade e qualidade de um batom.

Fonte: Cosmoprof Asia Hong Kong (2016) e Coisas de Diva (2015).

Os componentes utilizados para a produção dos cosméticos labiais podem alterar,


durante a produção, pH, viscosidade, presença de contaminantes e etc.
Segundo Cannell (1993), os testes de estabilidade podem ser aplicados sempre que
houver necessidade da verificação de uma nova formulação, controle do primeiro lote de
produção, mudança de algum componente da formulação, obtenção de matérias-primas de
um novo fornecedor e alteração do processo de produção.

4.7 Metais pesados

Alguns metais, em pequenas quantidades, são necessários para um bom


funcionamento do organismo humano. Os metais como ferro, cobalto, cobre e zinco,
40

desempenham papel importante no metabolismo celular humano, e podem ser adquiridos


através de alimentos, por meio de uma dieta saudável. Porém, metais como Alumínio,
chumbo, cádmio, cromo, arsênio e mercúrio são considerados metais pesados e são
extremamente tóxicos para o organismo, mesmo em pequenas quantidades. Essa toxicidade
se deve principalmente à tendência de bioacumulação desses elementos no organismo. A
bioacumulação ocorre quando um organismo absorve uma substância tóxica a uma taxa
maior do que sua eliminação, ou seja, o risco está na quantidade, visto que em concentrações
elevadas, ou pequenas concentrações, mas em longo prazo podem causar efeitos nocivos
(MOREIRA; MOREIRA, 2004).

4.7.1 Alumínio

Nos produtos cosméticos, a base de mica é encontrada nos agentes colorantes. Este
apresenta o alumínio em sua composição natural (KUMAR; GUPTA, 2012). Para
Klaassen (2001) não é possível afirmar que elevadas concentrações de alumínio presentes
no tecido nervoso causam a doença de Alzheimer. Entretanto, a maior concentração pode
ser consequência desta doença, posto que ela diminui a eficácia da barreira
hematoencefálica, tornando-a vulnerável à entrada de alumínio no cérebro (KLAASSEN;
WATKINS, 2012).

4.7.2 Chumbo

O chumbo é um contaminante comumente encontrado no ambiente e aplicado em


diversos setores da indústria (SARYAN; ZENZ, 1994; SADAO, 2002). A intoxicação
causada por exposição direta ao chumbo ou por compostos que contenham o metal pesado é
perigosa, podendo causar danos à saúde e até mesmo a morte (KLASSEN, 1991).
A absorção do chumbo no organismo depende de uma série de fatores, dentre eles: o
tempo de exposição ao metal, idade e estados fisiológicos do indivíduo (SALGADO, 2003).
O chumbo pode compor os cosméticos devido à impureza das formulações utilizadas
(pigmentos e colorantes). Nos batons, a utilização de corantes vermelhos costuma ser mais
preocupante, pois os pigmentos vermelhos apresentam maior concentração de chumbo
(GONDAL et al., 2010). Os efeitos da absorção deste metal no organismo são
principalmente neurológicos, hematológicos e renais (KLAASSEN; WATKINS, 2012). Os
41

sintomas de envenenamento são compostos por fraqueza, vômitos, perda de apetite, náuseas
e convulsões.
A taxa de eliminação do chumbo do organismo é mais lenta que sua taxa de absorção,
classificando-o como bioacumulativo. Gondal et al. (2010) descrevem que ao ser absorvido
pelas células sanguíneas, o chumbo é disseminado para outros tecidos. É acumulado
preferencialmente no fígado, rins e sistema nervoso.

4.7.3 Cádmio

O cádmio pode ser encontrado como contaminante nos solos. Ocorrendo


principalmente pela precipitação e deposição deste metal presente na atmosfera. Pode
ocorrer também, através de resíduos de fabricação de cimento, queima de combustíveis
fósseis e sedimentos de esgotos (GUISARD, 2006; RAMIREZ; GIMENEZ, 2002;
LOUEKARI; MÄKELÄ‐KURTTO; JOUSILAHTI, 2008).
Este metal apresenta absorção dérmica, respiratória e gastrointestinal. Apresentando
efeitos no sistema nervoso, causando problemas visuais, olfativos e neuropatias, como
alterações de memória e cognitivas (KLASSEN, 2001; CALABUIG, 2010). Pode afetar o
metabolismo do cálcio, fósforo e vitamina D, influenciando na calcificação e remodelação
óssea, podendo levar às patologias como osteoporose e osteomalácia.
Os principais sintomas de intoxicação por cádmio são: vômitos, cólicas abdominais,
diarreias, possíveis lesões nos rins e pulmões. É bioacumulativo.

4.7.4 Cromo

O cromo em baixas taxas é considerado um elemento necessário para o organismo


humano. Atua no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios (GONDAL et al., 2010).
É encontrado naturalmente em rochas, animais, plantas, solo, poeiras e névoas vulcânicas
(ATSDR, 2000; WHO, 1988). Os resíduos de produção industrial, quando descartados
incorretamente, podem levar à contaminação do solo. A concentração do cromo no solo
dependerá do tipo de processo industrial existente na região (CANADIAN
ENVIRONMENTAL PROTECTION ACT, 1994). Por ingestão, os efeitos toxicológicos
mais comuns ocorrem nos rins e fígado, além de doenças gastrointestinais e convulsões,
podendo levar à morte (GONDAL et al., 2010).
42

4.7.5 Arsênio

Após absorção de arsênio, o metal é distribuído pelos órgãos e tecidos do organismo


humano (ATSDR, 2000). A exposição crônica é caracterizada por doses baixas, porém
constantes e pode levar à diversos problemas de saúde. A contaminação por este metal
apresenta como sintomas gastrintestinais: cólica abdominal, náusea e diarreia crônica.
Também são comuns os sintomas como perda de peso, perda de apetite, fraqueza e
anemia (MAZUMDER; SCHIFFERER, A.; CHOI, 1999). O arsênio, ao ser absorvido pela
pele, pode levar ao desenvolvimento de tumores. A intoxicação crônica pode levar à
neuropatia periférica (nas mãos, pés e até sensações dolorosas de na pele), caracterizada por
fraqueza, dormência e dor devido a danos nos nervos (KLAASSEN; WATKINS, 2012).

4.7.6 Mercúrio

É detectado em peixes na forma de metilmercúrio. Ingerindo o peixe contaminado,


pode levar à intoxicação humana. Esta é a forma mais grave deste metal segundo o nível de
toxicidade. Nos produtos de beleza, o mercúrio é incorporado na forma de timerosal
(conservante) (KUMAR; GUPTA, 2012). Sua absorção pode causar reações alérgicas,
dermatites de contato ou efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso central. Os sintomas
clínicos incluem parestesias (sensação de formigamento ou dormência), diastaxia (falta de
coordenação e equilíbrio), neurastenia (fraqueza cerebral), perda de visão e audição e
tremores (KLAASSEN; WATKINS, 2012).

4.8 Principais métodos de análise empregados em cosméticos labiais

4.8.1 Espectrometria de absorção atômica (AAS)

Do inglês Atomic Absorption Spectrometry (AAS), é um dos principais métodos


analíticos, utilizados para determinação qualitativa e quantitativa de metais. O metal pode
estar em solução ou apresentados em amostras sólidas (VOGEL et al., 2002).
O princípio fundamental deste método consiste na medida de absorção da
intensidade de radiação eletromagnética emitida dos elétrons pela fonte específica (cátodo
oco) do elemento químico a ser analisado (KRUG; ROCHA, 2006). O cátodo oco é
composto por um ânodo de tungstênio e um cátodo feito com o elemento a ser analisado.
43

Desta forma, ao sofrerem excitação por uma fonte de energia, os elétrons realizam
um salto quântico. E, ao devolveram a energia recebida para o meio (na forma de fóton de
luz), voltam para sua camada orbital de origem. A energia devolvida absorve a radiação
ultravioleta emitida pelo cátodo oco. Os outros elétrons presentes em solução não
pertencentes ao mesmo elemento constituinte do cátodo oco utilizado não serão capazes de
causar interferência, uma vez que absorverão apenas radiação com comprimento de onda
referente ao elemento químico do qual fazem parte (VOGEL et al., 2002).
Em condições ideais, a quantidade de radiação absorvida está diretamente
relacionada com a concentração de átomos no estado fundamental (KRUG; ROCHA, 2006).
A atomização pode ser realizada de formas diferentes: em chama (do inglês Flame
Atomic Absorption Spectrometry - FAAS) ou eletrotermicamente em forno de grafite (do
inglês Graphite Furnace Atomic Absorption Spectroscopy – GFAAS). A atomização em
chama é desvantajosa já que uma pequena porção de amostra é submetida à chama e percorre
rapidamente a trajetória da radiação, diferentemente do tubo de grafite, onde a amostra é
atomizada em sua totalidade e submetida à radiação por um período maior
(PERKINELMER, c2011).
Por apresentar melhor seletividade e sensibilidade que a atomização em chama, a
GFAAS é utilizada na determinação de baixas concentrações (µg/L) de elementos contidos
nos mais variados tipos de amostras. (WELZ; SPERLING, 1999).
Outras características que tornam a GFAAS utilizada em análises de rotina em larga
escala são citadas em Qiao, Vaeroy e Morkrid (1991) e Oshita et al. (2003) como: volume
amostral necessário menor que outros métodos; é possível realizar análise direta (sem
decomposição); caracterização simultânea; rapidez; entre outros.

4.8.2 Espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES)

A análise de espectrometria de emissão ótica com plasma de argônio, do inglês


Inductively Coupled Plasma - Optical Emission Spectrometry (ICP-OES), é uma técnica de
análise instrumental que tem por objetivo identificar e quantificar os elementos presentes na
amostra. Apresenta como princípio de funcionamento a medida da intensidade da radiação
emitida de um átomo ou íon. Ao passarem pelo plasma de Argônio, que possui uma
temperatura de cerca de 10.000 K (PERKINELMER, c2011).
Átomos ou íons sofrem excitação, e posteriormente, retornam ao seu estado
fundamental emitindo radiação com comprimentos de onda característicos de cada elemento
44

presente. (MONTASER; GOLIGLTLY, 1992). As intensidades de radiações emitidas são


mensuradas através de detectores de radiação específicos e então correlacionadas às
concentrações de cada elemento.
Segundo Meyers (2000), retornando ao estado fundamental, os átomos excitados
irradiam fótons com comprimentos de onda característicos de cada elemento. É possível
determinar a concentração de cada componente, uma vez que a totalidade de fótons emitidos
é proporcional à concentração do elemento na amostra.

4.8.3 Espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS)

Do inglês Inductively coupled plasma mass spectrometry (ICP-MS) é fundamentada


na quantificação de íons produzidos com a passagem do aerossol pelo plasma de argônio. O
aerossol é resultado da atomização da solução. É uma técnica sensível na qual a sensibilidade
é especifica para cada elemento, uma vez que é função de sua primeira energia de ionização
(MONTASER; GOLIGLTLY, 1992). Após serem formados, os íons são recolhidos e
direcionados ao sistema de separação do instrumento.
Este método dispõe de inúmeras vantagens quando comparado às outras técnicas de
espectrofotometria de absorção atómica. A mais importante é a eficácia na leitura de diversos
elementos com limiar de detecção na ordem de partes por trilhão (ppt) (MONTASER;
GOLIGLTLY, 1992). Contudo, apresenta algumas desvantagens como: concentrações
baixas de amostras (menos de 0,2% de sólidos dissolvidos), além de limpezas regulares em
cones de interface e lentes iônicas (PERKINELMER, c2013)

4.8.4 Fluorescência de raio X (FRX)

Em Melo Júnior (2007), a FRX é definida como um método de análise que se baseia
na utilização de um feixe de raios X com a finalidade de produzir excitação nos átomos da
amostra. Após a excitação, os átomos presentes geram radiação secundária conhecida como
“fluorescente”. A radiação secundária emitida é específica de cada elemento que é
constatada e mensurada pelo equipamento (JENKINS, 1999). Como a intensidade dos raios
X fluorescentes é função da concentração, a análise quantitativa pode ser realizada através
da quantidade e dos comprimentos de onda dos raios emitidos (BLEICHER; MELO;
SOBRAL, 2000).
45

É um método não-destrutivo, permitindo a utilização de amostras sem preparação


por processo químico. É necessário apenas a esterilização do equipamento, e em seguida, a
amostra é cortada e introduzida “in natura” (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2009).
É um método frequentemente utilizado no meio científico devido á diversas
características como: determinação de elementos de forma rápida, baixo custo operacional,
processo não-destrutivo sem necessidade de preparação da amostra, entre outras.
(BÖRJESSON; BERGGREN; GANNING, 2003; POTTS et al., 2003).

4.9 Legislação

A vigilância sanitária apresenta como principal objetivo a prevenção de agravos à


saúde. Age garantindo a qualidade de produtos e serviços mediante à aprovação de normas,
aplicação e fiscalização das mesmas.
Criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) é o órgão regulamentador responsável por garantir a qualidade e
segurança dos produtos cosméticos. O órgão é incumbido por definir e fiscalizar os limites
máximos de contaminantes permitidos em cosméticos comercializados no Brasil, sejam eles
de produção nacional ou importados.
Em 1976, A legislação brasileira apresentou a Lei nº 6.360 que era regulamentada
pelo decreto nº 79.094. O decreto definia que cosméticos labiais, como batons e lápis labiais,
não podiam conter mais do que 2 (dois) ppm de arsênico e nem mais do que 20 (vinte) ppm
de outros metais pesados (BRASIL, 1977).
Em 2006, a resolução RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) nº 48 aprovou o
regulamento técnico sobre a lista de substâncias não permitidas na formulação de produtos
de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Dentre os componentes proibidos estão o
Arsênio, Chumbo, Cádmio, Cromo e Mercúrio (BRASIL, 2006).
Posteriormente, foi divulgada a RDC nº 44 do ano de 2012, que expõe a lista de
corantes permitidos na formulação de produtos de higiene pessoal e cosméticos. Esta
resolução também estabelece os limites máximos para impurezas contidas nos corantes. Os
corantes orgânicos artificiais não devam apresentar impurezas acima de 3 ppm para arsênio,
20 ppm para chumbo e 100 ppm para outros metais pesados (BRASIL, 2012).
Porém, em de 14 de agosto de 2013, o decreto 8.077, revogou a Lei nº 6.360 que definia
os limites de contaminantes para batons e lápis labiais. Desta forma, o Brasil atualmente não
possui legislação para limite de metais pesados em cosméticos labiais (BRASIL, 2013).
46

Com base no decreto 79.094, na RDC nº 48/2006 e na RDC n° 44/2012, foi montada
a Tabela 3, que representa o limite de contaminantes permitidos para batons desde o ano de
2013 e será utilizada para avaliar a concentração dos metais encontrados nos batons
estudados neste trabalho.

Tabela 3 – Permissividade de contaminantes em corantes e pigmentos, levando-se em consideração a


RDC nº 48/2006 e a RDC nº 44/2012.
Substância Permissividade segundo a ANVISA
Arsênio Permitido como impureza até 3 ppm
Chumbo Permitido como impureza até 20 ppm
Cádmio Proibido
Cromo Proibido
Alumínio Permitido na forma de corante
Manganês Permitido na forma de corante
Titânio Permitido na forma de corante
Mercúrio Proibido
Outros metais Permitidos como impurezas até 100 ppm
Fonte: Própria autora.
47

5 DISCUSSÃO

5.1 Exploração dos artigos selecionados

Para este trabalho, foram analisados os resultados de 7 trabalhos de Pós-Graduação


(Dissertações de mestrado e Teses de Doutorado), totalizando aproximadamente 114
amostras de batons de marcas e preços diferentes. As amostras foram submetidas às
diferentes técnicas analíticas para a determinação da concentração de metais pesados. A
maioria dos trabalhos analisados citavam apenas as análises referentes à concentração de
chumbo. Os resultados obtidos foram tabelados de acordo com as características de cada
batom e comparados com a legislação vigente a fim de verificar se os batons comercializados
no Brasil estão de acordo com a regulamentação da ANVISA.
O trabalho realizado por De Sá (2014) teve como finalidade determinar possíveis
traços de metais em amostras de batons. Foram utilizados 40 batons, sendo todos eles
adquiridos na cidade do Rio de Janeiro e pertencentes a 22 empresas diferentes. As amostras
de batons foram encaminhadas para o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS). No INCQS, especificamente nos departamentos de química (DQ) e fármaco-
toxicologia (DFT), as amostras foram submetidas à espectrometria de absorção atômica com
forno de grafite (EAAFG) para a determinação da concentração de chumbo. Todas as
amostras testadas continham chumbo em diferentes concentrações e os resultados podem ser
visualizados na Tabela 4, em que os valores abaixo de 0,15 ppm não foram detectados pelo
aparelho. Os valores obtidos foram comparados com a legislação vigente que limita a
quantidade permitida de chumbo em pigmentos como 20 ppm, indicando estarem dentro do
limite estabelecido, conforme mostra a Tabela 4.

Tabela 4 – Concentrações de chumbo em 40 batons analisados em triplicata.


(continua)
Marcas Concentração de chumbo (mg/Kg ou ppm)
1 0,43 ± 0,09
2 < 0,15
3 < 0,15
4 < 0,15
5 < 0,15
6 0,15 ± 0,06
7 0,26 ± 0,01
48

Tabela 4 – Concentrações de chumbo em 40 batons analisados em triplicata.


(conclusão)
Marcas Concentração de chumbo (mg/Kg ou ppm)
8 0,34 ± 0,02
9 < 0,15
10 < 0,15
11 1,7 ± 0,1
12 0,16 ± 0,04
13 0,16 ± 0,06
14 < 0,15
15 < 0,15
16 < 0,15
17 < 0,15
18 < 0,15
19 < 0,15
20 0,35 ± 0,03
21 < 0,15
22 < 0,15
23 0,37 ± 0,03
24 0,27 ± 0,03
25 < 0,15
26 < 0,15
27 < 0,15
28 0,32 ± 0,06
29 0,16 ± 0,02
30 < 0,15
31 0,45 ± 0,02
32 < 0,15
33 < 0,15
34 < 0,15
35 0,47 ± 0,09
36 0,75 ± 0,07
37 0,35 ± 0,09
38 0,24 ± 0,09
39 0,40 ± 0,04
40 < 0,15
Fonte: Adaptado de De Sá (2014).
49

Soares (2012), desenvolveu um método para análise de batons, o qual foi utilizado
para analisar 22 amostras de batons de diferentes marcas e cores, produzidos em diversos
países. As amostras foram submetidas à espectrometria de absorção atômica com forno de
grafite (EAAFG), utilizando um espectrômetro de absorção atômica PerkinElmer AAnalyst
400, equipado com forno de grafite (HGA 800) e uma lâmpada de cátodo oco para Pb da
PerkinElmer. Dentre as 22 amostras investigadas, 21 apresentaram chumbo em sua
composição. A concentração do metal pesado variou de 0,27 a 4,45 ppm, sendo que as
maiores concentrações de chumbo foram evidenciadas em batons das cores vermelho e
marrom, conforme mostra a Tabela 5. Entretanto, todas elas encontram-se dentro do limite
estabelecido pela legislação (total de 20 ppm de metais pesados).

Tabela 5 – Concentração de chumbo nas amostras de batom em triplicata.


Amostra País de origem Cor Pb (ppm )
1 China Cor de boca cremoso 2,07 ± 0,06
2 China Cor de boca cintilante 2,36 ± 0,07
3 China Rosa cintilante 3,37 ± 0,13
4 China Vermelho cremoso 4,17 ± 0,10
5 China Vermelho cintilante 4,54 ± 0,05
6 China Marrom cremoso 3,18 ± 0,02
7 China Marrom cintilante 3,72 ± 0,10
8 Brasil Cor de boca cremoso 0,49 ± 0,05
9 Brasil Cor de boca cremoso 0,64 ± 0,05
10 Brasil Cor de boca cintilante 0,62 ± 0,16
11 Brasil Cor de boca cintilante 0,57 ± 0,02
12 Brasil Rosa cremoso 1,02 ± 0,02
13 Brasil Rosa cintilante 1,96 ± 0,05
14 Brasil Vermelho cremoso 1,88 ± 0,09
15 Brasil Vermelho cremoso 1,62 ± 0,05
16 Brasil Vermelho cintilante 1,72 ± 0,12
17 Brasil Marrom cremoso 1,52 ± 0,05
18 Brasil Marrom cintilante 1,46 ± 0,09
19 Taiwan Vermelho cintilante 3,64 ± 0,13
20 Estados Unidos Cor de boca cremoso 0,51 ± 0,10
21 Estados Unidos Cor de boca cintilante 0,27 ± 0,05
22 França Rosa cintilante < LQ*
Nota: * – limite de quantificação.
Fonte: Adaptado de Soares (2012).
50

No trabalho realizado por Batista (2017), foram realizados testes analíticos em 16


amostras de batons. Dentre as marcas analisadas estão Avon, Boticário, D’hellen, Frutilita,
Halet, Infinity, Luisance, Mary Kay, Natura, P&W, Revitart e T&G. Em seu trabalho foi
desenvolvida uma metodologia analítica utilizando a técnica de espectrometria de absorção
atômica com chama com decomposição por via úmida, para determinar as concentrações de
chumbo tanto em batons quanto em tintas para cabelos. Porém, devido à baixa sensibilidade
do método, a quantificação dos elementos na maioria das amostras tornou-se inviável.
Posteriormente, as amostras foram enviadas para UFSM (Universidade Federal de Santa
Maria), onde foram submetidas à espectrometria de absorção com forno de grafite. Os
resultados estão apresentados na Tabela 6 e cumprem os limites para metais pesados em
pigmentos e corantes.

Tabela 6 – Valores das concentrações experimentais médias para as amostras de batons.


Amostra País de origem Cor Pb Concentração média (ppm)
1 Desconhecido Marrom 7,2
2 Brasil Marrom 0,56
3 Brasil Vermelho 1,10
4 Brasil Vermelho 0,85
5 China Vermelho 0,32
6 Brasil Vermelho 0,22
7 Brasil Vermelho 0,02
8 Brasil Rosa 0,75
9 China Rosa 0,61
10 Brasil Rosa 0,48
11 Brasil Roxo 0,39
12 Desconhecido Vinho 1,87
13 Desconhecido Vermelho 0,35
14 Desconhecido Rosa 3,66
15 Desconhecido Rosa 0,16
16 Brasil Rosa 0,14
Fonte: Adaptado de Batista (2017).

Maehata (2016) realizou em seu trabalho de análise de 12 amostras de batons


pertencentes a quatro empresas distintas sendo 2 nacionais e 2 internacionais. As marcas não
foram informadas. Primeiramente foram realizadas análises por fluorescência de raios-x
51

(FRX) e posteriormente foram realizadas leituras por espectrometria de emissão óptica com
plasma indutivamente acoplado. Os resultados podem ser visualizados na Tabela 7. De
acordo com os resultados apresentados na Tabela 7, nota-se que foram encontrados diversos
elementos metálicos, porém, não foram detectados os considerados de elevada toxicidade,
como: chumbo (abaixo do limite de quantificação 2,50 ppm), arsênio e mercúrio. Foram
identificados outros elementos metálicos, de toxicidade considerável como o alumínio, o
cádmio e o cromo. Contudo, estes cumprem os limites para metais pesados como impurezas
em pigmentos e corantes.

Tabela 7 – Concentração de metais nas amostras pela análise de ICP-OES (ppm ou μg/g).
Amostra Cor Valor Al Pb Cd Cr
1 Vermelho Caro 562,50 <2,50 0,50 0,35
2 Rosa Caro 687,50 <2,50 0,30 0,62
3 Vermelho Caro 1.065,00 <2,50 0,40 0,52
4 Rosa Caro 1.942,50 <2,50 0,50 1,55
5 Vermelho Médio 86,50 <2,50 0,80 1,07
6 Rosa Médio 234,50 <2,50 0,25 0,82
7 Vermelho Médio 515,00 <2,50 0,40 0,52
8 Rosa Médio 507,00 <2,50 0,30 0,45
9 Vermelho Barato 8,27 <2,50 <0,25 0,30
10 Rosa Barato 687,50 <2,50 <0,25 0,25
11 Vermelho Barato 35,80 <2,50 <0,25 0,40
12 Rosa Barato 1.570,00 <2,50 <0,25 0,57
Fonte: Adaptado de Maehata (2016).

Batista (2015) apresentou em sua tese de doutorado a quantificação de metais em


amostras de cosméticos, dentre eles os batons. As técnicas utilizadas foram Espectrometria
de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado para determinar diversos metais e
Espectrometria de absorção atômica em forno grafite para Pb. Foram analisadas 9 amostras
de batons de 3 marcas diferentes e 3 cores (cobre, rosa e vermelha), produzidas em países
distintos (EUA, Brasil e China). As amostras foram adquiridas no comércio local, com preço
variando entre R$ 5,0 a R$ 40,0. Os aparelhos utilizados foram um ICP OES (iCAP 6000,
Thermo Scientifc, Waltham, MA, EUA) e GF AAS (iCE 3000 Series, Thermo Scientifc,
Waltham, MA, EUA). Os elementos identificados e quantificados estão expostos na
Tabela 8, ressaltando que todos cumprem os limites da legislação vigente para metais
52

pesados como impurezas em pigmentos e corantes. Não foi possível estabelecer padrão entre
as cores e a concentração dos metais.

Tabela 8 – Valores de concentração de Cd, Cr, e Pb obtidos para as amostras de batom lidas em triplicata
em ppm.
Amostra País de origem Cor Cd Cr Pb
1 China Vermelho <LQ* <LQ* <LQ*
2 Brasil Vermelho <LQ* <LQ* 0,11±0,01
3 EUA Vermelho <LQ* <LQ* <LQ*
4 China Rosa <LQ* 0,3±0,1 0,55±0,05
5 Brasil Rosa <LQ* 1,2±0,2 0,43±0,03
6 EUA Rosa <LQ* <LQ* <LQ*
7 China Laranja <LQ* 0,20±0,03 0,3±0,1
8 Brasil Laranja <LQ* 0,7±0,2 0,50±0,07
9 EUA Laranja <LQ* 3,8±0,2 0,22±0,02
Nota: * – limite de quantificação.
Fonte: Adaptado de Batista (2015).

Marta, Oliveira e Rocha (2017) realizaram perante a técnica de espectrometria de massa


com plasma indutivamente acoplado a determinação do teor de elementos metálicos
encontrados em batons. Amostras de 0,3 g de 19 batons de marcas distintas foram pesadas e
analisadas. Em algumas amostras foram identificadas quantidades dos elementos cádmio,
cromo e mercúrio, que perante a RDC nº 48/2006 são proibidos, porém, estão no limite de 100
ppm de outros metais segundo a RDC n° 44/2012 como contaminantes em pigmentos e
corantes. Para os outros elementos analisados, todas as amostras apresentaram níveis abaixo do
máximo permitido de impurezas metálicas em pigmentos e corantes, conforme mostra a Tabela 9.

Tabela 9 – Concentrações de contaminantes metálicos em amostras de batons.


Elemento Concentração mínima (μg/g) Concentração máxima (ppm)
As <0,01 0,080
Pb 0,010 0,2
Cd <0,01 0,03
Cr <0,01 2,5
Hg <0,01 0,2
Al <0,01 4500
Fonte: Adaptado de Marta, Oliveira e Rocha (2017).
53

Em 2017, o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)


analisou 15 batons de marcas, cores e países de fabricação diferentes. As amostras passaram
por análises instrumentais para a determinação de Pb. Foram realizados os métodos de
Espectrômetro de Massas com Plasma Indutivamente Acoplado, realizado pelo Labin e
espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado e espectrometria de
absorção atômica com forno de grafite realizada pelo INCQS. Em duas amostras, o teor de
chumbo foi menor que o limite de detecção (< 0,15 mg/kg). O estudo demonstrou que há
uma tendência na comercialização de batons com teor de chumbo máximo inferior a 5 ppm
(INMETRO, 2017). A Tabela 10 mostra que todas as amostras apresentaram contaminante
metálico abaixo do limite imposto pela legislação.

Tabela 10 – Resultado do ensaio de concentração de chumbo em batons lido em duplicata.


Amostra País de Origem Preço (R$) Concentração de Pb (ppm)
1 Brasil 14,39 0,45 ± 0,04
2 Brasil 46,00 0,18 ± 0,06
3 Brasil 11,50 1,49 ± 0,07
4 China 6,50 2,03 ± 0,05
5 Canadá 73,00 <0,15
6 Brasil 26,90 0,32 ± 0,06
7 Brasil 11,12 0,40 ± 0,06
8 Brasil 39,99 0,26 ± 0,05
9 China 28,90 1,11 ± 0,57
10 Brasil 21,65 <0,15
11 Brasil 31,90 0,29 ± 0,04
12 EUA 39,90 0,56 ± 0,06
13 França 45,00 0,24 ± 0,07
14 Brasil 26,90 0,16 ± 0,06
15 Brasil 16,95 4,33 ± 0,05
Fonte: Adaptado de INMETRO (2017).

Dentre as cores selecionadas para todos os estudos analisados, os tons mais escuros
apresentaram o maior teor de chumbo. A Figura 13 representa o gráfico da concentração
média de chumbo em função das cores investigadas. A tonalidade marrom apresentou a
54

maior quantidade do metal pesado analisado, seguida das tonalidades vermelha, rosa, cor de
boca, laranja e roxa. Este resultado se deve à maior quantidade de pigmentos em tonalidades
mais escuras. Os batons de cores laranja e roxo, apesar de possuírem maior quantidade de
pigmentos que os batons de cores rosa e cor de boca, tiveram poucas amostras analisadas,
comprometendo assim a média do teor de chumbo.

Figura 13 – Concentração média de chumbo em amostras de batons de cores variadas.

3,5
Concentração de Chumbo em ppm

2,5

1,5

0,5

0
Cores de Batons
Cor de Boca Rosa Vermelho Marrom Laranja Roxo

Fonte: Própria autora.

Os diversos trabalhos permitiram a comparação entre as cores dos batons e a


concentração do teor de chumbo. A Figura 14 mostra a concentração de chumbo em amostras
de batons produzidos em diversos países, tais como China, Brasil, EUA e França. Pode-se
observar que as amostras com maior concentração de chumbo foram de batons produzidos
na China. A contaminação dos batons pode ser devida ao uso de matéria-prima já
contaminada aliada à um controle não satisfatório durante os processos de fabricação. As
amostras importadas da França e dos Estados Unidos apresentaram as menores
concentrações do metal. Com os resultados obtidos, verificou-se a importância de controle
de qualidade rigoroso frente à produtos importados.
55

Figura 14 – Concentração de chumbo dos batons comercializados no Brasil em relação aos países em
que foram fabricados.
2,5
Concentração média de Chumbo

2
em ppm por batom

1,5

0,5

0
Países em que foram produzidos
China Brasil EUA França

Fonte: Própria autora.

De acordo com resultados apresentados pelo estudo exploratório dos trabalhos


selecionados para o desenvolvimento deste trabalho verificou-se que não é possível
relacionar o preço de um batom com a quantidade de metais pesados em sua formulação. A
Figura 15 mostra a concentração de chumbo nas amostras de batons em decorrência do preço
que o produto é comercializado no Brasil.

Figura 15 – Comparativo entre teor de chumbo nas amostras e o preço dos batons comercializados.
50

45

40

35
Preços dos batons (R$)

30

25

20

15

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Concentração média de chumbo (ppm)
Fonte: Própria autora.
56

Nota-se que, mesmo os batons de preço menor (entre R$ 5,00 a R$ 15,00)


apresentaram menor concentração de chumbo. Por outro lado, nos batons de preço
intermediário (entre R$ 15,00 a R$ 20,00) foram detectados os maiores teores de chumbo
nas amostras. Embora não se possa garantir que o preço dos produtos esteja ligado à
qualidade do mesmo, nota-se uma tendência dos batons comercializados apresentarem um
nível de chumbo menor que 5 ppm e que em sua maioria, as amostras apresentaram
concentração máxima de 1 ppm do mesmo metal (INMETRO, 2017).
57

6 CONCLUSÃO

Como os batons são frequentemente envolvidos em polêmicas em mídias eletrônicas


e tendo suas formulações questionadas devido à contaminação com metais pesados, torna-
se necessária uma atenção especial em sua fiscalização.
De forma geral, a maioria dos estudos sobre à presença de metais em cosméticos
analisam apenas o teor de chumbo.
De acordo com as análises dos trabalhos estudados, o teor de metais tóxicos nos
batons apresentou-se bem abaixo do limite de 20 ppm imposto pela legislação para
contaminantes em pigmentos e corantes. Entretanto, deve-se considerar que há o risco
associado da utilização de diversas maquiagens concomitantemente. Este trabalho
considerou apenas o risco relacionado ao uso de batons, não levando em consideração a
frequência e nem o uso de outros produtos em conjunto.
Foi possível observar que dentre as análises efetuadas para batons de mesmos valores
e tipos, os de coloração vermelha e marrom apresentaram maior concentração de elementos
metálicos que a maioria de coloração rosa e cor de boca.
Vale ressaltar que não é possível relacionar preço com concentração de metais nos
batons, visto que, em alguns trabalhos batons de alto custo apresentaram maior concentração
de contaminantes que batons de baixo custo. Contudo, uma menor concentração de
impurezas metálicas indica a qualidade superior de um batom.
É importante destacar também que a base legislativa é imprescindível para garantir
concentrações seguras de impurezas metálicas em cosméticos. Porém, pode se mostrar
omissa e negligente, não assegurando a integridade da segurança e saúde de seus
consumidores. No ano de 2013 houve um retrocesso legislativo quando o decreto 8.077
revogou a Lei nº 6.360 que definia os limites de contaminantes metálicos para batons e lápis
labiais. É necessário estimular pesquisas sobre estes produtos, principalmente levando em
consideração a quantidade de contaminantes, a frequência de uso, o uso conjunto com outras
maquiagens e o risco real perante à saúde humana.
58

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