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AO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , ________ , residente e domiciliado na
________ , ________ , ________ , na Cidade de ________ ,
________ , ________ , vem por seu Procurador, requerer

A AVERBAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO E CONCESSÃO


DA APOSENTADORIA

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS REQUISITOS

O Requerente, após alcançar os requisitos legais, requer por meio


deste pedido administrativo, o benefício previdenciário da aposentadoria,
conforme dados abaixo:

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 Idade: ________ conforme documentos que junta em
anexo;

 Meses de contribuição : ________ , conforme


________

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Diante da demonstração do cumprimento integral aos requisitos


legalmente exigidos, requer o deferimento do presente pedido, conforme
fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DA APOSENTADORIA ESPECIAL

A aposentadoria é direito constitucional previsto na CF e teve


recentemente seus critérios alterados, conforme expressa previsão dada pela EC
103/2019:

Art. 19. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição a


que se refere o inciso I do § 7º do art. 201 da Constituição
Federal, o segurado filiado ao Regime Geral de Previdência
Social após a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional será aposentado aos 62 (sessenta e dois)
anos de idade, se mulher, 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, se homem, com 15 (quinze) anos de tempo de
contribuição, se mulher, e 20 (vinte) anos de tempo de
contribuição, se homem.

§ 1º - Até que lei complementar disponha sobre a redução de


idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e
8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida
aposentadoria:

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I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional
ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou
25 (vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nos arts. 57 e
58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, quando
cumpridos:

a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de


atividade especial de 15 (quinze) anos de contribuição;

b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de


atividade especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou

c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade


especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição;

II - ao professor que comprove 25 (vinte e cinco) anos de


contribuição exclusivamente em efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio e tenha 57 (cinquenta e sete) anos de
idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem.

Idade e tempo de serviço que são perfeitamente atendidos.

No presente caso, se trata de serviço de forma ininterrupta em


________ por ________ anos, conforme ________ indicando o preenchimento
dos requisitos à aposentadoria especial, conforme passa a dispor.

AUSÊNCIA DE PPP DA ATUALIDADE

Cabe destacar que a ausência de PPP específico ao período

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________ não pode ser objeção ao deferimento do pedido, uma vez que o
segurado esgotou todas as vias para obtenção do PPP sem êxito, obtendo apenas
o PPP atual para as mesmas atividades.

Afinal, considerando que a empresa em que o segurado estava


vinculado sequer existe, esta impossibilitado de ter acesso a qualquer documento
por parte dela, sendo inexigível a contemporaneidade do PPP para o
reconhecimento da atividade especial, conforme precedentes sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE


SEGURANÇA. ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE
ESPECIAL. RUÍDO. POSSIBILIDADE. APOSENTADORIA
ESPECIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. PAGAMENTO
DE PARCELAS DESDE A IMPETRAÇÃO. JUROS DE
MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. REMESSA OFICIAL
CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA. APELAÇÃO
AUTÁRQUICA CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.
- Os Perfis Profissiográfico Previdenciário - PPP
apresentados constituem prova hábil e idônea para o
enquadramento requerido. - A falta de contemporaneidade
não tem o condão de afastar a insalubridade, pois os
Perfis Profissiográfico Previdenciário identificam, nas
mesmas condições ambientais de trabalho, níveis de
pressão sonora superiores aos limites de tolerância
previstos na norma previdenciária. É certo, ainda, que em
razão dos muitos avanços tecnológicos e da intensa
fiscalização trabalhista, as circunstâncias em que o labor era
prestado não se agravariam com o decorrer do tempo,
mormente nas linhas de produção das indústrias têxteis, em
razão dos altos níveis de ruído proveniente dos teares.
Precedentes. - Presentes os requisitos para a concessão da
aposentadoria especial. (....) - Apelação do INSS conhecida e

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parcialmente provida. (TRF3 - Acórdão Apreenec -
Apelação/remessa Necessária - 366247 / Sp 0000252-
28.2016.4.03.6109, Relator(a): Des. Ana Pezarini, data de
julgamento: 05/12/2018, data de publicação: 04/02/2019, 9ª
Turma, #65905271) #5905271

"A jurisprudência desta Corte destaca a desnecessidade


de contemporaneidade do PPP ou laudo técnico para
que sejam consideradas válidas suas conclusões, tanto
porque não há tal previsão em lei quanto porque a evolução
tecnológica faz presumir serem as condições ambientais de
trabalho pretéritas mais agressivas do que quando da
execução dos serviços. Precedentes.- O § 3º do art. 57 da
Lei 8.213/91 exige a comprovação de que a exposição aos
agentes nocivos se deu em caráter permanente, "não
ocasional nem intermitente".- É necessário destacar que a
ausência da informação da habitualidade e permanência no
PPP não impede o reconhecimento da especialidade." (TRF
3ª Região, OITAVA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL -
2253519 - 0007010-08.2016.4.03.6114, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI, julgado
em 26/11/2018, e-DJF3 Judicial 1 DATA:10/12/2018 ,
#05905271)

PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. RECURSO


ADESIVO. REMESSA OFICIAL TIDA POR INTERPOSTA.
APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL.
EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. AGENTES
QUÍMICOS. HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS.
COMPROVAÇÃO. LAUDO EXTEMPORÂNEO.
IRRELEVÂNCIA. TERMO INICIAL. (...). III - No que tange à
atividade especial, a jurisprudência pacificou-se no sentido

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de que a legislação aplicável para sua caracterização é a
vigente no período em que a atividade a ser avaliada foi
efetivamente exercida. IV -(...). VI - Em que pese o laudo
técnico das condições de ambiente de trabalho acostado
aos autos ter sido expedido posteriormente à data do
requerimento administrativo, tal situação não fere o
direito da parte autora de receber as parcelas vencidas
desde o requerimento administrativo, primeira
oportunidade em que o Instituto tomou ciência da pretensão
do segurado, eis que já incorporado ao seu patrimônio
jurídico, devendo prevalecer a regra especial prevista no art.
49, b c/c art. 54 da Lei 8.213/91. (...) VII - O fato de o laudo
pericial judicial ter sido elaborado posteriormente à
prestação do serviço não afasta a validade de suas
conclusões, vez que tal requisito não está previsto em lei
e, além disso, a evolução tecnológica propicia condições
ambientais menos agressivas à saúde do obreiro do que
aquelas vivenciadas à época da execução dos serviços.
VIII - A correção monetária e os juros de mora deverão ser
calculados de acordo com a lei de regência, observando-se
as teses firmadas pelo E.STF no julgamento do RE 870.947,
realizado em 20.09.2017. (...)(TRF-3 - Ap:
00411658520174039999 SP, Relator: JUÍZA CONVOCADA
SYLVIA DE CASTRO, Data de Julgamento: 13/03/2018,
DÉCIMA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:21/03/2018, #95905271)

Ademais, ao verificar os processos ________ verifica-se claramente


o reconhecimento de atividade especial para a mesma empresa, evidenciando o
direito do autor.

Desta forma, ausente qualquer possibilidade de obtenção do PPP

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contemporâneo ao período requerido, das empresas específicas em que o
segurado esteve vinculado, outra alternativa não resta, se não a necessária
aceitabilidade de laudos recentes que junta em anexo e confirmação em prova
testemunhal/pericial a produzir.

DAS INFORMAÇÕES CONSTANTES NO PPP

Não obstante a inexistência no PPP de que a exposição fosse


habitual e permanente, esta deve ser presumida, uma vez que o PPP é exigível
exclusivamente para a prova da exposição ao agente nocivo, não sendo exigido
em lei que seja prevista a informação de habitualidade e permanência, conforme
precedentes sobre o tema:

"É necessário destacar que a ausência da informação da


habitualidade e permanência no PPP não impede o
reconhecimento da especialidade.- Isto porque o PPP é
formulário padronizado pelo próprio INSS, conforme disposto
no §1º do artigo 58 da Lei 8.213/91. Assim sendo, é de
competência do INSS a adoção de medidas para reduzir as
imprecisões no preenchimento do PPP pelo empregador.
Como os PPPs não apresentam campo específico para
indicação de configuração de habitualidade e permanência
da exposição ao agente, o ônus de provar a ausência desses
requisitos é do INSS." (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA,
ApReeNec - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA -
2112034 - 0000450-76.2012.4.03.6183, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI, julgado
em 05/11/2018, e-DJF3 Judicial 1 DATA:22/11/2018)

Portanto, não subsistem motivos à recusa do PPP apresentado,


devendo ser reconhecido o período ________ como atividade especial.

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DA ACEITABILIDADE DE LAUDO DE ATIVIDADES SIMILARES

A ausência de laudo específico da atividade desenvolvida pelo


segurado não pode impedir o acesso ao benefício, devendo ser utilizado para este
fim laudo de atividade semelhante, sob pena de nulidade da sentença, conforme
orienta o Superior Tribunal de Justiça:

"Mostra-se legítima a produção de perícia indireta, em


empresa similar, ante a impossibilidade de obter os
dados necessários à comprovação de atividade especial,
visto que, diante do caráter eminentemente social atribuído à
Previdência, onde sua finalidade primeira é amparar o
segurado, o trabalhador não pode sofrer prejuízos
decorrentes da impossibilidade de produção, no local de
trabalho, de prova, mesmo que seja de perícia técnica".
(REsp 1.397.415/RS, Rel. Ministro Humberto Martins).

Este entendimento foi pacificado na jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL.


CERCEAMENTO DE DEFESA ACOLHIDO. PERÍCIA
INDIRETA POSSIBILIDADE. SENTENÇA ANULADA.- (...) In
casu, verifica-se que o requerente para comprovar as
condições agressivas, requereu a produção de prova
pericial indireta, tendo em vista que a empresa Nuclear Ind.
Elétrica Ltda encerrou suas atividades.- Na réplica, também,
esclarece a impossibilidade da perícia no local de trabalho,
por estar o estabelecimento extinto, sendo cabível a perícia
indireta ou por similitude.- A prova pericial prevista no Código
de Processo Civil é um meio de prova lícito, sendo certo que
é possível a realização de perícia indireta, quando
impossível a realização de perícia no próprio ambiente

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de trabalho do segurado.- A produção da prova técnica
(perícia indireta), requerida na petição inicial e,
posteriormente, em réplica à contestação, torna-se
indispensável para a comprovação do efetivo exercício
da atividade em condições agressivas.- Sentença
anulada, para retorno dos autos à Vara de origem para
regular instrução do feito.- Apelação da parte autora
provida. (TRF 3ª Região, 9ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO
CÍVEL - 5000523-19.2017.4.03.6140, Rel. Desembargador
Federal GILBERTO RODRIGUES JORDAN, julgado em
25/06/2019, e - DJF3 Judicial 1 DATA: 03/07/2019)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. TEMPO


DE SERVIÇO ESPECIAL. PERÍCIA TÉCNICA INDIRETA. I -
(...) - O uso de EPI não descaracteriza a especialidade do
labor, nos termos da Súmula n.º 9 da Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais
Federais. V - O encerramento das atividades das
empresas e/ou dos setores em que o demandante
exerceu suas funções nos referidos períodos não tem o
condão de inviabilizar a realização da prova técnica
pericial, eis que nas hipóteses em que a parte autora não
disponha de documentos aptos a comprovar sua sujeição
contínua a condições insalubres e a única forma de aferir
tal circunstância se resumir a elaboração de perícia
indireta, como no caso em apreço, deverão ser admitidas
as conclusões exaradas pelo perito judicial com base em
vistoria técnica realizada em empresa paradigma, isso
com o intuito de não penalizar o segurado pela não
observação de dever do empregador. VI - Laudo Pericial
Técnico demostrando a exposição à agentes químicos e ao
agente físico ruído acima dos limites de tolerância, de acordo

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com a legislação à época vigente. VII - Exclusão de parte dos
períodos reconhecidos como especiais, em razão da falta de
comprovação da atividade nocente. Laudo Pericial contempla
apenas períodos posteriores a 28/04/1.995. VIII - Concessão
da aposentadoria especial, a partir da data da citação. IX -
Apelação parcialmente provida. (TRF-3 - Ap:
00039791720154036113 SP, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL DAVID DANTAS, Data de Julgamento:
19/02/2018, OITAVA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3
Judicial 1 DATA:05/03/2018, #15905271)

Portanto, devem ser considerados os laudos ________ que


comprovam a exposição idêntica àquela suportada pelo segurado, equiparando-se
para todos os fins.

ATIVIDADE NÃO PREVISTA NO ROL DE SEGURADOS ESPECIAIS

O simples exercício de atividade com EXPOSIÇÃO A ________


confere o direito à aposentadoria especial, independente de previsão legal da
categoria, uma vez que a jurisprudência tem entendido que o rol das atividades e
agentes nocivos referenciados nos respectivos decretos são meramente
exemplificativos.

Trata-se de reconhecimento devido ao direito à aposentadoria,


conforme recente posicionamento do STJ:

PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE


INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. ATIVIDADE
ESPECIAL. VIGILANTE, COM OU SEM USO DE ARMA DE
FOGO. SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997. ARTS.
57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E
AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO.

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


AGENTES PREJUDICIAIS NÃO PREVISTOS. REQUISITOS
PARA CARACTERIZAÇÃO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE,
NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE (ART. 57, § 3º., DA
LEI 8.213/1991). INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO
INTERPOSTO PELO SEGURADO PROVIDO. 1. Não se
desconhece que a periculosidade não está expressamente
prevista nos Decretos 2.172/1997 e 3.048/1999, o que à
primeira vista, levaria ao entendimento de que está excluída
da legislação a aposentadoria especial pela via da
periculosidade. 2. Contudo, o art. 57 da Lei 8.213/1991
assegura expressamente o direito à aposentadoria especial
ao Segurado que exerça sua atividade em condições que
coloquem em risco a sua saúde ou a sua integridade física,
nos termos dos arts. 201, § 1º. e 202, II da Constituição
Federal. 3. Assim, o fato de os decretos não mais
contemplarem os agentes perigosos não significa que
não seja mais possível o reconhecimento da
especialidade da atividade, já que todo o ordenamento
jurídico, hierarquicamente superior, traz a garantia de
proteção à integridade física do trabalhador. 4.
Corroborando tal assertiva, a Primeira Seção desta Corte, no
julgamento do 1.306.113/SC, fixou a orientação de que a
despeito da supressão do agente eletricidade pelo Decreto
2.172/1997, é possível o reconhecimento da especialidade
da atividade submetida a tal agente perigoso, desde que
comprovada a exposição do trabalhador de forma
permanente, não ocasional, nem intermitente. 5. Seguindo
essa mesma orientação, é possível reconhecer a
possibilidade de caracterização da atividade de vigilante
como especial, com ou sem o uso de arma de fogo,
mesmo após 5.3.1997, desde que comprovada a
exposição do trabalhador à atividade nociva, de forma

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permanente, não ocasional, nem intermitente. 6. In casu,
merece reparos o acórdão proferido pela TNU afirmando a
impossibilidade de contagem como tempo especial o
exercício da atividade de vigilante no período posterior ao
Decreto 2.172/1997, restabelecendo o acórdão proferido pela
Turma Recursal que reconheceu a comprovação da
especialidade da atividade. 7. Incidente de Uniformização
interposto pelo Segurado provido para fazer prevalecer a
orientação ora firmada. (Pet 10.679/RN, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 22/05/2019, DJe 24/05/2019, #55905271)

Nesse mesmo sentido é o entendimento da TNU, pedido de


uniformização abaixo colacionado.

PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO


INTERPOSTO PELO INSS. APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. RECONHECIMENTO DO
TEMPO ESPECIAL. MOTORISTA SUJEITO À
PERICULOSIDADE. PERÍODO POSTERIOR AO DECRETO
2172/97. QUESTÃO DE ORDEM 13 DA TNU. INCIDENTE
NÃO CONHECIDO.(...). 4. O incidente de uniformização foi
admitido na origem. 5. Verifico que a decisão recorrida deu
provimento ao pedido de reconhecimento do labor especial
com fundamento no entendimento da TRU da 4ª Região,
segundo o qual "É devido o reconhecimento da natureza
especial da atividade que expõe a risco a integridade física
do trabalhador em razão de periculosidade, mesmo após a
edição do Decreto 2.172/97". Assim, concluiu a Turma de
origem que: "No caso, o autor desenvolvia a atividade de
motorista de caminhão de gás liquefeito, o que é considerada
atividade perigosa pela NR-16. Para demonstrar o exercício

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


da atividade e a exposição ao agente periculoso, o autor
juntou aos autos formulário DSS-8030 e laudo de empresa
similar, que contempla a atividade por ele desenvolvida, em
semelhantes condições. Sendo assim, restou demonstrado o
exercício de atividade especial pelo autor no período de
01/10/1996 a 30/01/1998. (...) É bem verdade que o Superior
Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.306.113/SC
(DJ 7-3-2013), de que foi relator o Sr. Ministro Herman
Benjamin, submetido ao regime de recursos repetitivos,
definiu que as atividades nocivas à saúde relacionadas
nas normas regulamentadoras são meramente
exemplificativas, podendo o caráter especial do trabalho
ser reconhecido em outras atividades desde que
permanentes, não ocasionais e nem intermitentes. Em
conseqüência, considerou o agente eletricidade como
suficiente para caracterizar agente nocivo à saúde, deferindo
a contagem especial mesmo depois da edição do Decreto
2.172/97. (...) Em face de todo o exposto, e nos termos da
fundamentação, tenho que o pedido nacional de
uniformização de jurisprudência formulado pelo INSS deve
ser conhecido e improvido, porquanto entendo que é
possível o reconhecimento de tempo especial prestado
com exposição a agente nocivo periculoso em data
posterior a 05/03/1997, desde que laudo técnico (ou
elemento material equivalente) comprove a permanente
exposição à atividade nociva, independentemente de
previsão em legislação específica". (PEDILEF nº 5007749-
73.2011.4.04.7105. Relator: Juiz Federal Daniel Machado da
Rocha. DJ: 11/09/2015). - grifei. 8. Sendo assim, com
ressalva de entendimento pessoal, tem-se que a TNU
uniformizou a matéria em sentido contrário à pretensão do
INSS, cumprindo a aplicação da Questão de Ordem 13 deste

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


colegiado, uma vez que a decisão impugnada se encontra no
mesmo sentido da jurisprudência uniformizada. 9. O voto,
então, é por não conhecer do incidente de uniformização.
(PEDILEF 50000672420124047108 01/04/2016 - Rel. JUÍZA
FEDERAL SUSANA SBROGIO GALIA, #05905271)

Nesse sentido, vejamos o que diz duas súmulas importantes, uma do


extinto TFR e outra da TNU:

Súmula 198 do TFR - "Atendidos os demais requisitos, é


devida a aposentadoria especial se a perícia judicial constata
que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre
ou penosa, mesmo não inscrita em Regulamento. "

Súmula 70 da TNU -" A atividade de tratorista pode ser


equiparada à de motorista de caminhão para fins de
reconhecimento de atividade especial mediante
enquadramento por categoria profissional. "

Desta forma, uma vez apresentada prova inequívoca da exposição a


agentes nocivos, devem ser consideradas as demais provas da referida
exposição, para fins de reconhecimento como atividade especial.

ATIVIDADE ESPECIAL MESMO DIANTE DA EFICÁCIA DO EPI

Conforme entendimento majoritário dos tribunais, a eficácia do


Equipamento de Proteção Individual - EPI não descaracteriza o tempo de
serviço especial para aposentadoria, no caso de o segurado estar exposto ao
agente nocivo ruído.

Ou seja, ausente motivação suficiente para desconsiderar o período


de exposição ao agente nocivo, mesmo que dispondo de EPIs eficazes, devem

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


ser consideradas a existência de atividade especial, conforme posicionamento
pacificado no STJ:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. EQUIPAMENTO


DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI. VERIFICAÇÃO DA
EFICÁCIA PARA AFASTAR A INSALUBRIDADE DA
ATIVIDADE LABORAL. IMPOSSIBILIDADE DE
REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO
DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. TEMPO ESPECIAL. RUÍDO.
LIMITE DE 90DB NO PERÍODO DE 6.3.1997 A 18.11.2003.
DECRETO 4.882/2003. LIMITE DE 85 DB. RETROAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE À
ÉPOCA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. 1. A análise da
eficácia do Equipamento de Proteção Individual - EPI para
determinar a eliminação ou não da insalubridade da atividade
laboral exercida pelo segurado, implica necessário exame do
conjunto fático-probatório dos autos, o que encontra óbice no
enunciado da Súmula 7/STJ. 2. O Supremo Tribunal
Federal fixou o entendimento de que a eficácia do
Equipamento de Proteção Individual - EPI não
descaracteriza o tempo de serviço especial para
aposentadoria, no caso de o segurado estar exposto ao
agente nocivo ruído. 3. O Superior Tribunal de Justiça
sedimentou o entendimento de que a configuração do tempo
especial é de acordo com a lei vigente no momento do labor.
4. O limite de tolerância para configuração da especialidade
do tempo de serviço para o agente ruído deve ser de 90 dB
no período de 6.3.1997 a 18.11.2003, conforme Anexo IV do
Decreto 2.172/1997 e Anexo IV do Decreto 3.048/1999, não
sendo possível aplicação retroativa do Decreto 4.882/2003,
que reduziu o patamar para 85 dB, sob pena de ofensa ao
art. 6º da LINDB (ex-LICC). 5. Recurso Especial parcialmente

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conhecido e, nessa parte, provido. (REsp 1585467/SP, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 05/04/2016, DJe 25/05/2016, #75905271)

Nesse sentido segue a jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. TEMPO


DE SERVIÇO ESPECIAL. PERÍCIA TÉCNICA INDIRETA. I -
(...) - O uso de EPI não descaracteriza a especialidade do
labor, nos termos da Súmula n.º 9 da Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais
Federais. V - (...) - Concessão da aposentadoria especial, a
partir da data da citação. IX - Apelação parcialmente provida.
(TRF-3 - Ap: 00039791720154036113 SP, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL DAVID DANTAS, Data de
Julgamento: 19/02/2018, OITAVA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:05/03/2018, #75905271)

Portanto, deve ser considerado o período na íntegra do serviço


prestado sobre atividade especial, conforme laudos que junta em anexo.

DA EXIGÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO SOMENTE A PARTIR DA EDIÇÃO DO


DEC.2.172/97.

Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a exigência


de comprovação de efetiva exposição aos agentes nocivos, estabelecida no § 4º
do art. 57 e §§ 1º e 2º do artigo 58 da Lei nº. 8.213/91, este na redação da Lei nº.
9.732/98, só pode ser aplicada ao tempo de serviço prestado após sua vigência, e
não retroativamente.

Se a legislação anterior não estabelecia os meios de prova às


condições de exposição a agentes nocivos, não pode ser aplicada a situações

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pretéritas, especialmente por exigir condições superiores à concessão de um
direito.

Portanto, devem ser aceitas as provas da exposição do segurado a


agentes nocivos ao período anterior à edição do Decreto 2.172/97.

Do enquadramento de categoria como prova suficiente para o


reconhecimento da atividade especial

Até até 28 de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032,


de 28 de abril de 1995 bastava ao segurado, para o reconhecimento da atividade
especial, comprovar seu enquadramento em uma das categorias profissionais ou
o exercício de uma das atividades relacionadas nos anexos dos Decretos
53.831/64 e 83.080/79, não havendo qualquer necessidade de fazer prova efetiva
das condições prejudiciais à saúde ou à integridade física.

Assim, considerando a documentação que junta em anexo, o


segurado era enquadrado como ________ , sendo suficiente para o
reconhecimento da atividade especial de ________ a ________ .

Nesse sentido, confirma a jurisprudência do STJ:

"De fato, anteriormente à edição da Lei n° 9.032/95, o


reconhecimento do tempo de serviço especial se dava pelo
simples enquadramento atividade exercida no rol do Decreto
53.831/64 e do Decreto 83.080/79, independentemente,
portanto, da produção de laudo pericial comprovando a
efetiva exposição a agentes nocivos, sem perder de vista que
o rol das atividades ali inscritas é considerado meramente
exemplificativo pela jurisprudência assente do E. STJ,
podendo, assim, ser também considerada especial a
atividade mesmo que não conste no regulamento. Somente

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


com a superveniência da Lei n° 9.032/95, passou-se a exigir
a comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos por
meio dos formulários SB-40 e DSS-8030, cuja
regulamentação, contudo, somente ocorreu com o Decreto n°
2.172, de 5 de março de 1997, data a partir da qual faz-se
mister, também, a apresentação de laudo técnico para a
comprovação da atividade especial." (STJ - AREsp: 1256803
RJ 2018/0048446-5, Relator: Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, Data de Publicação: DJ 27/03/2018,
#95905271)

Motivos suficientes a configurar o período ________ como atividade


especial, uma vez que enquadrado na categoria ________ , conforme documentos
que junta em anexo.

DO DIREITO À APOSENTADORIA ESPECIAL PELO CONTRIBUINTE


INDIVIDUAL

O Autor, conforme narrado, exerceu por ________ anos a atividade


de ________ , período que deve ser considerado para o cômputo da
aposentadoria especial, pois exercido em ambiente nocivo à integridade física do
trabalhador.

O Decreto 3.048/99 dispõe em seu Art. 64 que:

"a aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência


exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador
avulso e contribuinte individual, este somente quando
cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção,
que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco
anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física."

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


Ocorre que ao condicionar o contribuinte individual ao vínculo de
uma cooperativa, a lei contraria a intenção constitucional de proteção ao
trabalhador, tratando-se de norma INCONSTITUCIONAL.

Nesse sentido, a jurisprudência é pacífica ao admitir o


reconhecimento do tempo especial e o direito à aposentadoria para o contribuinte
individual, mesmo quando não vinculado a cooperativa:

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO. (...) APOSENTADORIA ESPECIAL.
AGENTES NOCIVOS. COMPROVAÇÃO. MECÂNICO.
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECONHECIMENTO DA
ESPECIALIDADE. CONSECTÁRIOS LEGAIS. LEI
11.960/09. IMPLANTAÇÃO IMEDIATA DO BENEFÍCIO. 1.
(...) 4. A atividade especial exercida pelo contribuinte
individual admite reconhecimento, em que pese a
omissão dessa categoria do rol de segurados
contribuintes para o custeio da aposentadoria especial e
desde que comprovado o efetivo exercício de atividades
nocivas, nos termos da legislação. 5. A limitação do art. 64
do Decreto nº 3.048/1999 excede sua finalidade
regulamentar, considerando que o art. 57 da Lei nº
8.213/1991 não faz qualquer distinção entre os
segurados beneficiados. 6. Diferentemente de quando
presente a figura do empregador, ao qual compete a entrega,
substituição, treinamento e fiscalização do uso do EPI, o
contribuinte individual é o responsável pela higidez das
próprias condições de trabalho, inclusive no que se refere ao
correto uso de EPIs. 7. Inexistindo EPI efetivamente eficaz
para neutralizar os efeitos dos hidrocarbonetos, que podem
entrar em contato com a pele, provocando prejuízos à saúde
do trabalhador, a falta de uso do EPI pelo contribuinte

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022


individual não tem o condão de afastar a especialidade do
período. 8. (...) Determinada a imediata implementação do
benefício, valendo-se da tutela específica da obrigação de
fazer prevista (...) nos artigos 497, 536 e parágrafos e 537,
do CPC/2015, independentemente de requerimento expresso
por parte do segurado ou beneficiário. (TRF4 5018133-
48.2013.4.04.7001, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR
DO PR, Relator FERNANDO QUADROS DA SILVA, juntado
aos autos em 28/03/2018, #45905271)

Nesse sentido, a Súmula nº 62 da TNU - Turma Nacional de


Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, publicada em
03/07/2012, ou seja, posterior à redação do Decreto 3.048, previu:

"O segurado contribuinte individual pode obter


reconhecimento da atividade especial para fins
previdenciários, desde que consiga comprovar
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade
física".

Portanto, demonstrada a exposição a agentes nocivos, mediante a


apresentação de apresentado o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), deve
ser implementada imediatamente a aposentadoria especial ao Autor.

Diante do exposto, REQUER seja deferido o presente pedido, para


fins de averbação do tempo referido, e imediata implementação da Aposentadoria
ao requerente.

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

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________

ANEXOS:

1. Cópia do RG e CPF

2. NIT (PIS/PASEP)

3. CTPS - Carteira de Trabalho

4. Comprovante de residência

5. Título de eleitor

6. Extrato do CNIS

7. Demais prova do alegado

#5905271 Sun Oct 16 15:11:49 2022

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