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Constança Vicente de Andrade Ramos

Nº8, 11ºB

Autor: Virginia Woolf


Título: Mrs Dalloway
Editora: Livros do Brasil
Lugar e data: janeiro de 2015
1. Mrs Dalloway trata-se de um romance;
2. O seu tema principal é o amor e o drama que existe nas relações
das personagens. Também são retratadas diversas aventuras vividas
por estas.
3. Personagens principais:

Clarissa Dalloway: Uma mulher de média idade, nos seus 50 anos.


Elegante, egoísta, fútil, sensual e romântica.

Septimus: Jovem, nos seus 30 anos, poético, inteligente,


mentalmente instável e doente.

4. A história passa-se toda num único dia, em junho, numa quarta-


feira do ano de 1923 em Westminster, Londres.

5.

A personagem principal do livro, Clarissa Dalloway, é uma mulher de meia-


idade, nos seus 50 anos. Clarissa é uma dama da sociedade inglesa, muito
tradicional, que em si não possui nada de particular e especial, pelo
contrário. Ela não tem nenhum talento artístico, intelectual e não sabe
falar de política. É uma mulher com muito poucas qualidades, mas, no
entanto, é bastante preocupada com a sua posição na sociedade, dando
festas e recebendo diversas pessoas em sua casa para poder manter a sua
boa postura e fazer prevalecer a sua boa imagem.
O enredo da história começa numa quarta-feira, de manhã. Clarissa sai de
casa para comprar flores para a festa que vai dar na noite do mesmo dia.
Conforme Clarissa vai caminhando pelas ruas de Westminster,
conseguimos ter o acesso total a tudo o que se passa por dentro da sua
cabeça. Com o desenrolar da história, conseguimos perceber que talvez,
por dentro da cabeça desta mulher tão fútil, frívola e ignóbil não existam
apenas coisas inúteis e ignorantes também.
Para alem de sabermos o que vai na cabeça de Clarissa enquanto esta
caminha, conseguimos saber o que vai na cabeça de quem se cruza com
ela. Uma dessas pessoas que eventualmente se cruza com Clarissa
durante essa caminhada pelo centro da cidade de Londres, vem a ser
Septimus Warren Smith, um veterano da primeira guerra mundial,
acompanhado pela sua mulher Lucrezia. Embora esta personagem e
Clarissa nunca chegaram a conversar e não se conhecerem por completo,
Septimus vai assumir um papel de protagonista na mesma história.
Paralelemente, enquanto acompanhamos o dia de Clarissa Dalloway e
conhecemos as outras personagens, também acompanhamos o dia de
Septimus, apesar destas personagens terem histórias de vida e
personalidades completamente diferentes.
Septimus lutou na primeira guerra mundial ao qual perde o seu melhor
enquanto este também lutava. Sofre de traumas emocionais (stress pós-
traumático) desencadeado pela guerra e depois de alguns anos desta ter
acabado, começam a ser notáveis as perturbações geradas pela doença.
Como naquela época a ciência não era tao desenvolvida, não se conseguia
fazer um diagnóstico certo a Septimus, fazendo com que toda a gente à
volta dele pensasse que ele estava simplesmente a enlouquecer.
Septimus começa a pensar no seu próprio suicídio e avisa toda a gente
que vai acabar por o cometer. Começa também a ter delírios, no qual fala
com os mortos, entre eles o seu melhor amigo ex combatente. Com tudo
isto a acontecer a Septimus, a sua mulher Lucrezia fica desesperada com a
sua situação. Tenta então levar o marido a diversos psiquiatras para o
tentar curar das suas perturbações e impedir que tenha um horrível
desfecho.
Quando Clarissa chega a casa, descobre que o seu marido Richard, tinha
sido convidado para almoçar com Lady Bruton, e faz com que esta fique
com ciúmes. No entanto, na mente de Clarissa existe outra coisa que a
perturba ainda mais. Uma visita de Peter Walsh, o seu primeiro amor, ao
qual se recusara a casar há quase 30 anos.
Durante o almoço, Richard é informado que Peter está de volta da India, o
que fez com que um sentimento de ameaça tomasse conta dele. Por conta
disto, Richard compra flores a Clarissa, porém este tem dificuldade em
expressar os seus sentimentos, então, entrega-lhas sem um «amo-te».
Do outro lado da história, Septimus e a sua mulher viajam até uma casa de
repouso, recomendada por Sir William Bradshaw, o seu novo psiquiatra.
Ao chegarem, Septimus é deixado sozinho numa sala de espera, e durante
o tempo em que não tem ninguém à sua volta, começa a ter novas
alucinações com o seu falecido amigo e a reconhecer que nunca mais
conseguiria sentir nada na vida. É então que aproveita e atira-se da janela
em que se encontrava.
O passado continua imerso numa névoa de incerteza e presente na
história de Clarissa. Tudo o que tinha passado, ainda não tinha realmente
passado. Continua a haver os olhares e as meias palavras. Diversas
memórias sobrevoavam na cabeça de Clarissa. Uma delas é Sally Setton, a
sua melhor amiga da juventude, no qual partilhavam um sentimento
estranho de amor. Peter Walsh tinha ciúmes de Sally, uma rapariga que na
altura era extremamente elegante, sensual e que fumava.
A noite aproximava-se e a festa também. Peter Walsh voltava do parque,
dirigia-se a casa de Clarissa pois também tinha sido convidado. Durante o
tempo em que estivera no parque, Clarissa não saía da sua cabeça, só ela
importava, e sempre foi assim. Apesar dos longos anos que passou na
India, Peter nunca esquecera Clarissa.
Já na festa, Clarissa é surpreendida pela presença de Sally. Está diferente,
com cinco filhos, fazendo com que ganhasse uma figura bastante
maternal. Tudo o que lembrava a Clarissa da antiga Sally era unicamente o
fum o do tabaco que ela continuava a fumar.
Entretanto, Peter envolve-se numa conversa com Richard e Sally,
recordando-se dos velhos tempos, emocionado e com uma lágrima no
canto do olho.
Clarissa viu toda a sua vida a passar diante dos seus olhos num só dia,
naquele dia. O dia em que se questionou verdadeiramente da sua
existência. A festa terminou, mas Clarissa não voltou, não era mais ela que
estava ali.

1. O título do livro é Mrs Dalloway simplesmente pelo facto de ser o


nome da personagem principal e é escolhido o seu nome de casada
para dar a entender que é uma mulher pertencente à sociedade.
2. Sempre tive interesse em ler um romance de Virginia Woolf então
optei por escolher este. Também acho relevante apresentar este
livro pelo facto de falar sobre preconceito e irrelevância, temas
falados nas aulas de português.
3.
4. Num romance em que se prenuncia a doença, a velhice e a ideia de
que alguém vai morrer, não é a vida, mas a festa que se contrapõe à
ideia da morte. A festa, os detalhes da festa, o vestido que Clarissa
escolhe pra aquela noite, elementos aos quais se agarra Clarissa,
dessa maneira agarrando-se a uma ilusória concretizante e
tentando ignorar as marcas da nossa passagem, da vida que se
escorre: os dias, as horas, tudo o que foi e que está para sempre
acabado. Que a nossa vida pode ser resumida e vista num só dia.

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