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COLÉGIO TIRADENTES DA PMMG - BARBACENA

ENSINO FUNDAMENTAL II TURMA: 802


ATIVIDADE REVISIONAL DE PORTUGUÊS
Profª Nathália

A liberdade e o consumo
Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados
pela liberdade de dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertação dos escravos?

No plano intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças, desde Platão e


Sócrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant, Stuart
Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a inevitável ação
restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transformam em direitos do
cidadão? Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da filosofia, mas
não foram as únicas a galvanizar controvérsias.

Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria já não sofre agressões a essas
liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista desencadeou descomunais energias
físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atraído
(corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.

O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota,
fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem direito de mover-se
livremente?

O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as


angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemente supridas que
satisfazem a liberdade do consumo (não faz muitas décadas, nas prateleiras dos nossos
armazéns ora faltava manteiga, ora leite, ora feijão). Não houve ideal comunista que
resistisse às tentações do supermercado. Logo depois da queda do Muro de Berlim,
comer uma banana virou ícone da liberdade no Leste Europeu.

A segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou bicicleta, o que conta é a


sensação de poder sentar-se ao veículo e resolver em que direção partir. Podemos até
não ir a lugar algum, mas é gostoso saber que há um veículo parado à porta, concedendo
permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Alguém já disse que a Vespa e a
Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo.

A terceira liberdade é a televisão. É a janela para o mundo. É a liberdade de escolher os


canais (restritos em países totalitários), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou
estar tão perto das notícias quanto um presidente da República – que nos momentos
dramáticos pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de reis, heróis,
criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em apresentadores de TV.

Uma ”liberdade” recente é o telefone celular. É o gostinho todo especial de ser capaz de
falar com qualquer pessoa, em qualquer momento, onde quer que se esteja. Importante?
Para algumas pessoas, é uma revolução no cotidiano e na profissão. Para outras, é
apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação, por boba que
seja.
Há ainda uma última liberdade, mais nova: a internet e o correio eletrônico. É um
correio sem as peripécias e demoras do carteiro, instantâneo, sem remorsos pelo
tamanho da mensagem (que se dane o destinatário do nosso attachment megabáitico) e
que está a nosso dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com sua
cacofonia de informações, excessivas e desencontradas, onde se compra e vende,
consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.

Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por objetos de consumo as


discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos atos que levaram à sua
preservação em múltiplos domínios da existência humana. Mas assim é a nossa
natureza, só nos preocupamos com o que não temos ou com o que está ameaçado. Se há
um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência de nossas liberdades
consumistas marca a vitória de havermos conquistado as outras liberdades, mais vitais.
Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de
muitos. E, se o filósofo Joãozinho Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos, mas
por não poder desfrutá-los.

Cláudio de Moura Castro

1- O primeiro parágrafo do texto e) ”…que a distância não mais


apresenta: CERCEIA a comunicação…”- impede.
a) uma série de perguntas que são 3- ”Como conciliar a liberdade com a
respondidas no desenrolar do texto; inevitável ação restritiva do Estado?”;
b) uma estrutura que procura destacar os nesse segmento do texto, o autor afirma
itens básicos do tema discutido no texto; que:
c) um questionamento que pretende a) o Estado age obrigatoriamente contra
despertar o interesse do leitor pelas a liberdade;
respostas; b) é impossível haver liberdade e
d) um conjunto de perguntas retóricas, governo ditatorial;
ou seja, que não necessitam de c) ainda não se chegou a unir os
respostas; cidadãos e o governo;
e) umas questões que pretendem realçar d) cidadãos e governo devem trabalhar
o valor histórico de alguns heróis juntos pela liberdade;
nacionais. e) o Estado é o responsável pela
2- O item abaixo que indica liberdade da população.
corretamente o significado da palavra 4- ”O primeiro templo da liberdade
em maiúsculas no texto é: burguesa é o supermercado. Em que
a) ”…mas não foram as únicas a pesem as angustiantes restrições do
GALVANIZAR controvérsias.” – contracheque, são as prateleiras
discutir; abundantemente supridas que
b) ”…comer uma banana virou um satisfazem a liberdade do consumo…”;
ÍCONE da liberdade no Leste o segmento destacado corresponde
europeu.”- fantasia; semanticamente a:
c) ”…consomem-se filosofia e a) as despesas do supermercado são
pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”; muito pesadas no orçamento doméstico;
grosseria; b) os salários não permitem que se
d) ”…cafajestes compre tudo o que se deseja;
METAMORFOSEADOS em c) as limitações de crédito impedem que
apresentadores de TV.” – desfigurados; se compre o necessário;
d) a inflação prejudica o acesso da
população aos bens de consumo; b) Ainda haviam pedaços de granizo na
e) a satisfação de comprar só é serra gaúcha.
permitida após o recebimento do c) Faz muitos anos que o IBGE não vem
salário. aqui.
5- O item em que NÃO está presente d) Bateu três horas no relógio da escola.
uma crítica do jornalista é: e) Fui eu que abriu a porta para o agente
a) “Foi atraído (corrompido?) pelas do censo.
tentações da sociedade de consumo.” 9- Assinale a frase em que há erro de
b) “…vive sob o manto da lei (ainda concordância verbal:
que capenga)…” a) Um ou outro escravo conseguiu a
c) “…de ver um programa imbecil ou liberdade.
um jogo,…” b) Não haviam dúvidas sobre a
d) “…consomem-se filosofia e necessidade da imigração.
pornografia, arte e empulhação.” c) Faz mais de cem anos que a Lei
e) “O primeiro templo da sociedade Áurea foi assinada.
burguesa é o supermercado…” d) Há problemas nos seus documentos.
6- Observe a frase ”Não houve ideal e) Mais de um aluno daquela turma foi
comunista que resistisse às reprovado.
tentações…”. Se colocássemos ideal no 10- A concordância do verbo está
plural, quantas outras palavras correta em:
sofreriam alteração? a) Soava seis horas no relógio da matriz
a) uma quando eles chegaram.
b) duas b) Apesar da greve, diretores,
c) três professores, funcionários, ninguém
d) quatro foram demitidos.
e) nenhuma c) Haviam muitas ciladas em seu
7- “Os esgotos ………. grandes caminho.
causadores de poluição, pois ao não d) Fomos nós quem resolvemos aquela
receberem o tratamento adequado, questão.
liberam à natureza diversos poluentes e) Vossa Excelência enganastes vossos
que ………. a deterioração dos rios, eleitores.
lagos e oceanos. É no esgoto, também, 11- “É provável que ……. vagas na
que se ………. bactérias, vírus e larvas academia, mas não ……. pessoas
de parasitas, considerados nocivos.” interessadas: são muitas as formalidades
De acordo com a norma-padrão da a ……. cumpridas.”
Língua Portuguesa, no que se refere à a) hajam – existem – ser
concordância verbal, as lacunas do texto b) hajam – existe – ser
devem ser preenchidas, correta e c) haja – existem – serem
respectivamente, com: d) haja – existe – ser
a) são considerado – provoca – e) hajam – existem – serem
encontram 12- Indique a alternativa correta:
b) é considerado – provoca – encontram a) Tratavam-se de questões
c) são considerados – provocam – fundamentais.
encontram b) Comprou-se terrenos no subúrbio.
d) são considerados – provoca – c) Precisam-se de datilógrafas.
encontra d) Reformam-se ternos.
e) é considerado – provocam – encontra e) Aqui, se obedecem aos severos
8- Indique a opção correta: regulamentos.
a) Os Alpes é a maior cordilheira da 13- Indique a alternativa correta:
Europa. a) Filmes, novelas, boas conversas, nada
o tiravam da apatia. c) os discursos
b) É cinco horas da tarde. d) uma questão
c) Da cidade à praia é dois quilômetros e) devemos
d) Vossa Senhoria fará uma bela 18- A alternativa onde a concordância
viagem. está equivocada é:
e) O fazendeiro com os peões levantou a) Consertam-se televisores.
a cerca. b) Precisa-se de técnicos em eletrônica.
14- “A apuração dos dois crimes c) Os pais, os avós, os vizinhos,
………… até que se ………… provas ninguém percebeu a criança saindo.
decisivas.” d) Eu e você compraremos os ingressos
a) vai continuar, encontrem amanhã.
b) vão continuar, encontre e) Algum de vós conseguireis a bolsa de
c) vai continuarem, encontrem estudo?
d) vai continuar, encontrarem 19- Assinale a alternativa em que a
e) vai continuando, encontrassem concordância ficaria incorreta se o
15- “Já ………. anos, ………. neste verbo destacado fosse colocado no
local árvores e flores. Hoje, só ………. plural.
ervas daninhas.” a) Já chegou o palestrante e seu
a) fazem, haviam, existe assistente.
b) fazem, havia, existe b) Uma manada escapou das jaulas.
c) fazem, haviam, existem c) Não foram nós quem decidiu a data
d) faz, havia, existem do jogo.
e) faz, havia, existe d) A maioria das
16- A alternativa aceitável é: questões apresentava dificuldades.
a) Mais de cem interessados na vaga e) A alegria e o
enviaram currículo. contentamento marcou sua vida.
b) Precisa-se de motoristas experientes. 20- Observe:
c) Canoas localizam-se no Rio Grande I – Os Estados Unidos não divulgou a
do Sul. notícia.
d) Telefone, computador, fax, tudo II – Não fomos nós que atrapalhamos a
auxilia o homem. reunião.
e) Os Lusíadas tornaram Camões III – Os Sertões reconstitui a trágica
famoso. história de Canudos.
17- “Além disso, as regras de como IV – O aluno, o professor, funcionário,
devemos nos comportar sexualmente ninguém viu o diretor.
prevalecem em todos os discursos, o Estão corretas:
que se torna uma questão velada de a) apenas I
repressão.” O b) I, II
verbo prevalecer concorda com o c) I, III, IV
termo: d) II, III, IV
a) as regras e) todas
b) nos

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