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Mozarildo Monteiro Cavalcanti

Resumo: La cultura y el capital social:

¿cómplices o víctimas del “desarollo”?

Gilbert Rist

Gilbert Rist traz em seu texto um olhar sobre as relações


entre o desenvolvimento econômico e conceitos
socioantropológicos como a diversidade cultural e a confiança
mútua, ambas criadoras de laços culturais.

Defende também a hipótese que a introdução de dimensões


culturais e a noção de capital social ao discurso do
desenvolvimento, é meramente uma reafirmação de um mesmo
objetivo, uma vez que são conceitos interdependentes, que levam a
ampliação da lógica de mercado através de outros meios.

Embora não se espere exaurir a densidade de conhecimentos


do texto de Rist, cabe nesse resumo abordar alguns dos seus pontos
de maior destaque, afim de proporcionar uma noção geral sobre
suas teorias, ainda que não muito aprofundada.

O autor inicia seu texto a falar dos meados dos anos 70, onde
estratégias agressivas em nome do desenvolvimento falhavam em
produzir resultados significativos, e o embate entre a cultura e o
desenvolvimento crescia, uma vez que vários aspectos culturais se
desviavam de ditas estratégias de desenvolvimento e de seus
objetivos.

No entanto, foi exatamente nessa época que, segundo o


autor, surgiu uma nova sensibilidade, sob influência conjunta da
crítica da sociedade ocidental e das denúncias de etnocídio
praticado em nome do desenvolvimento.
A partir disso, a UNESCO se manifestou, afirmando que dali
em diante, seria necessário tomar em conta a cultura dos povos para
que fosse possível assegurar o desejado desenvolvimento.

Sobre tal manifestação, Rist propõe que sejam analisadas as


consequentes surgidas de textos teóricos e práticas laborais e
sociais pelos percutores do desenvolvimento.

Entra-se então no principal ponto do texto, que vai tratar do


“desenvolvimento cultural”. Para tanto, é necessário que se
conceitue a cultura a que Gilbert Rist se refere aqui. Para ele:

“El término “cultura” puede entenderse, en efecto, de dos


maneras diferentes, según se tome la acepción estrecha
o la acepción amplia. En su sentido estrecho, la cultura
se aplica a las atividades y produtos del espíritu humano,
mientras que en su sentido amplio (o antropológico), se
refire al conjunto de relaciones que los membros de uma
sociedad dada mentienen entre sí, así como a las
relaciones que mantienen com la naturaliza y lo sagrado
y las prácticas que de allí derivan.” (RIST, 2000)

Em síntese, o sentido estrito se refere a “alta cultura” que se


expressa na literatura, nas artes, e nos museus, já o sentido amplo
o autor traz como sendo aquilo que está coberto pelos ministérios
da cultura.

Voltando-se para o conceito antropológico, a cultura é o


hábito coletivo, o conjunto de disposições duradouras que são
produzidas no decorrer da história e determinam práticas regulares
e, ao mesmo tempo, se ajustam constantemente às novas
circunstâncias que a sociedade enfrenta.

De tal conceito se extrai que as sociedades são


determinadas pela sua cultura, enquanto ainda determinantes da
mesma cultura, por isso, não pode ser vista como tirana imutável
totalitária, uma vez que toda sociedade passa por conflitos,
causados por aqueles que quebram os ordenamentos culturais em
busca de poder.

Conclui o autor ainda sobre a cultura esclarecendo que:

“Por ende, la cultura no constituye una instancia ubicada


em posición de exterioridad respecto del mundo social –
aunque a menudo se siente como tal y se impone por “la
fuerza de las circunstancias”-, sino que se construye y se
tranforma sin cesar a través de la complejidad de las
relaciones sociales.” (RIST, 2000)

E foi em razão dessa ideia de cultura definida pela sociedade


e mutável pelo tempo e pelas circunstâncias, que a UNESCO decidiu
por promover uma nova postura de desenvolvimento, que se
adaptasse as particularidades culturais, ainda moldando o social a
aceitá-lo, não conflituosamente, em junto a ONU, proclamaram a
década mundial do desenvolvimento cultural.

Ainda que não caiba aqui abordar tudo de que trata Rist, vale
destacar que a obra também aborda temas importantes como o
desenrolar das propostas de desenvolvimento cultural, e seus
resultados e o desenvolvimento da noção de capital social e suas
implicações para o desenvolvimento cultural e social, assim como o
seu valor econômico, ainda que não diretamente monetário.

Além disso, seu último tópico aborda ainda os “modelos


virtuais e as realidades sociais”, e vem defender que a embora o
aculturamento das políticas de desenvolvimento sejam mais
eficazes e menos danosas, não se pode deixar enganar palas
intenções que as motivam, que são puramente a maior eficiência
econômica, sem a dificuldade das revoltas sociais.

RIST, Gilbert. La cultura y el capital social: ¿cómplices o víctimas


del “desarollo”?. 2000.

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