Segundo o Aurélio a palavra escolha significa: “ato ou efeito de escolher, preferência, eleger, opção, discernimento, capacidade de avaliar, selecionar uma coisa entre duas ou mais opções” (FERREIRA, 2004, p. 792). A partir do momento em que somos responsáveis por nossas vidas, devemos tomar muito cuidado com o que decidimos. Decisões são escolhas que fazemos, porém, jamais poderemos escolher as consequências dessas decisões. As escolhas que tomamos ontem refletem diretamente no que enfrentamos hoje e amanhã. 1.1 As escolhas que fazemos não devem ser baseadas apenas na aparência (Gn 13.10-11). Quando olhamos para este texto bíblico, percebemos que o único critério que Ló usou para fazer a escolha de onde ele passaria morar, foi exatamente o que os olhos dele conseguiram ver: “E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada […] era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito [...]” (v. 10). Sobre a riqueza de Sodoma ver Ezequiel 16.49,50. Ló não usou o recurso da oração para ser orientado por Deus (Jr 33.3). 1.2 Quando erramos em nossas escolhas não sofremos sozinhos (Gn 14.11-12). Foi exatamente isso que aconteceu com Ló; o texto mostra que ele foi raptado com toda sua família, seus criados e tudo que tinha. Toda sua família estava pagando por uma decisão que Ló tomou sozinho. A lei da semeadura não falha, colhemos exatamente o que plantamos. A lei da semeadura e da colheita rege tudo o que fazemos em nossa vida. O conceito bíblico de semear e colher se refere às consequências de nossos atos (Jó 4.8; Os 10.13; Gl 6.8), pois: “o que semear a perversidade colherá males” (Pv 22.8), e “o que semeia justiça recebe galardão seguro” (Pv 11.18). Por mais simples que seja a escolha, não devemos fazê-la com base apenas na aparência do que estamos vendo, mas devemos pedir orientação a Deus (Mt 7.7-11). II - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA AMBIÇÃO Em nossas decisões nos deparamos diante de dois pontos importantíssimos: a) agradar a Deus, escolhendo aquilo que Ele tem de melhor para nossas vidas ou, b) simplesmente, agradar a nós mesmos, nossa carne, nosso desejo e escolher aquilo que achamos ser bom para nossa vida. Por isso, são as nossas escolhas e nunca a sorte que determinam nosso destino. “A cobiça e ambição foi o motivo da contenda entre Abrão e Ló […] Ló, sua família e seus trabalhadores queriam muito mais do que haviam conquistado até então […] a contenda tinha sua raiz na ambição e cobiça de Ló”. (CABRAL, 2002, p. 52). Notemos: 2.1 O materialismo de Ló fez com que escolhesse Sodoma (Gn 13.10,11). Uma cidade próspera e muito rica, com sistema de irrigação já estabelecido, situada próximo a uma grande campina, fértil em vegetação, no entanto, essa escolha, aparentemente boa, levou Ló a ficar exposto à impiedade dessa cidade por causa do seu materialismo. Abraão e Ló tinham a mesma raça (Gn 11.31), estavam sujeitos ao mesmo ambiente, mas com caráter bem diferente e escolhas totalmente opostas (Gn 13.8,9). III - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA PRECIPITAÇÃO Observando os perigos das más escolhas, podemos ter base que nos ajudam a perguntar o que Deus quer ou o que Ele não quer que façamos. Vejamos as escolhas precipitadas de Ló: 3.1 Aproximou-se do pecado. “… e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma” (Gn 13.12). Ló não se apercebeu que seus objetivos o estavam aproximando do pecado estabelecido em Sodoma. O cristão precisa ter sabedoria para não fazer negócios que o aproxime do pecado (1Jo 2.15-17). Ló foi terrivelmente influenciado pelos costumes de Sodoma e Gomorra e toda sua família foi prejudicada. “A escolha de Ló é típica do crente carnal, cuja concupiscência o envolve […]. A escolha materialista e egoísta converteu-se em morte e destruição.” (CABRAL, 2002, p. 53). 3.2 Aproximou-se de homens ímpios e maus. “Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor” (Gn 13.13). É lamentável o número de crentes que se encontram em situações delicadas e deprimentes por haverem-se aliado a pessoas totalmente avessas aos princípios divinos. O coração de Ló já estava em Sodoma muito antes de seu corpo mudar-se para lá. Sem dúvida, ele se apaixonou pelo mundo quando foi para o Egito com Abraão (Gn 13.1, 10), e jamais superou essa paixão mundana, pois, seu coração estava em Sodoma (Tg 4.4). (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120 – grifo nosso). CONCLUSÃO Ló sofreu como resultado de sua escolha, e as consequências que enfrentou por sua escolhas foram: Guerra (Gn 14.11); sequestro (Gn 14.12); opressão e castigo por parte dos homens de Sodoma (2Pe 2.7-8); perda de toda a riqueza material (Gn 19.15-16,24-25); a morte de sua esposa (Gn 19.17,26); a vergonha do incesto com suas filhas (Gn 19.30-36). Todas estas coisas aconteceram apesar do fato de que o próprio Ló era um homem justo (2Pe 2.7- 8). Perdeu totalmente seu testemunho, ao passo que nem sua própria família aceitava um conselho seu, pois suas filhas aceitaram o padrão moral de Sodoma (Gn 19.14).