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AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS PRECIPITADAS


Texto: (Gn 13.7-18)

I - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA NA APARÊNCIA


Segundo o Aurélio a palavra escolha significa: “ato ou efeito de escolher,
preferência, eleger, opção, discernimento,  capacidade de avaliar, selecionar
uma coisa entre duas ou mais opções” (FERREIRA, 2004, p. 792). A partir do
momento em que somos responsáveis por nossas vidas, devemos tomar muito
cuidado com o que decidimos. Decisões são escolhas que fazemos, porém,
jamais poderemos escolher as consequências dessas decisões. As escolhas
que tomamos ontem refletem diretamente no que enfrentamos hoje e amanhã. 
1.1 As escolhas que fazemos não devem ser baseadas apenas na
aparência (Gn 13.10-11). Quando olhamos para este texto bíblico,
percebemos que o único critério que Ló usou para fazer a escolha de onde ele
passaria morar, foi exatamente o que os olhos dele conseguiram ver: “E
levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem
regada […] era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito [...]” (v. 10).
Sobre a riqueza de Sodoma ver Ezequiel 16.49,50. Ló não usou o recurso da
oração para ser orientado por Deus (Jr 33.3). 
1.2 Quando erramos em nossas escolhas não sofremos sozinhos
(Gn 14.11-12). Foi exatamente isso que aconteceu com Ló; o texto mostra que
ele foi raptado com toda sua família, seus criados e tudo que tinha. Toda sua
família estava pagando por uma decisão que Ló tomou sozinho. A lei da
semeadura não falha, colhemos exatamente o que plantamos. A lei da
semeadura e da colheita rege tudo o que fazemos em nossa vida. O conceito
bíblico de semear e colher se refere às consequências de nossos atos (Jó
4.8; Os 10.13; Gl 6.8), pois: “o que semear a perversidade colherá males”
(Pv 22.8), e “o que semeia justiça recebe galardão seguro” (Pv 11.18).
Por mais simples que seja a escolha, não devemos fazê-la com base apenas
na aparência do que estamos vendo, mas devemos pedir orientação a Deus
(Mt 7.7-11).
II - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA AMBIÇÃO
Em nossas decisões nos deparamos diante de dois pontos importantíssimos: a)
agradar a Deus, escolhendo aquilo que Ele tem de melhor para nossas vidas
ou, b) simplesmente, agradar a nós mesmos, nossa carne, nosso desejo e
escolher aquilo que achamos ser bom para nossa vida. Por isso, são as nossas
escolhas e nunca a sorte que determinam nosso destino. “A cobiça e ambição
foi o motivo da contenda entre Abrão e Ló […] Ló, sua família e seus
trabalhadores queriam muito mais do que haviam conquistado até então […] a
contenda tinha sua raiz na ambição e cobiça de Ló”.  (CABRAL, 2002, p. 52).
Notemos:
2.1 O materialismo de Ló fez com que escolhesse Sodoma
(Gn 13.10,11). Uma cidade próspera e muito rica, com sistema de irrigação já
estabelecido, situada próximo a uma grande campina, fértil em vegetação, no
entanto, essa escolha, aparentemente boa, levou Ló a ficar exposto à
impiedade dessa cidade por causa do seu materialismo. Abraão e Ló tinham a
mesma raça (Gn 11.31), estavam sujeitos ao mesmo ambiente, mas com
caráter bem diferente e escolhas totalmente opostas (Gn 13.8,9). 
III - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA PRECIPITAÇÃO
Observando os perigos das más escolhas, podemos ter base que nos ajudam a
perguntar o que Deus quer ou o que Ele não quer que façamos. Vejamos
as escolhas precipitadas de Ló: 
3.1 Aproximou-se do pecado. “… e Ló habitou nas cidades da campina, e
armou as suas tendas até Sodoma” (Gn 13.12). Ló não se apercebeu que
seus objetivos o estavam aproximando do pecado estabelecido em Sodoma. O
cristão precisa ter sabedoria para não fazer negócios que o aproxime do
pecado (1Jo 2.15-17). Ló foi terrivelmente influenciado pelos costumes de
Sodoma e Gomorra e toda sua família foi prejudicada. “A escolha de Ló é típica
do crente carnal, cuja concupiscência o envolve […]. A escolha materialista e
egoísta converteu-se em morte e destruição.” (CABRAL, 2002, p. 53).
3.2 Aproximou-se de homens ímpios e maus. “Ora, eram maus os homens
de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor” (Gn 13.13). É lamentável o
número de crentes que se encontram em situações delicadas e deprimentes
por haverem-se aliado a pessoas totalmente avessas aos princípios divinos. O
coração de Ló já estava em Sodoma muito antes de seu corpo mudar-se para
lá. Sem dúvida, ele se apaixonou pelo mundo quando foi para o Egito com
Abraão (Gn 13.1, 10), e jamais superou essa paixão mundana, pois, seu
coração estava em Sodoma (Tg 4.4). (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120 – grifo
nosso). 
CONCLUSÃO
Ló sofreu como resultado de sua escolha, e as consequências que enfrentou
por sua escolhas foram: Guerra (Gn 14.11); sequestro (Gn 14.12); opressão e
castigo por parte dos homens de Sodoma (2Pe 2.7-8); perda de toda a riqueza
material (Gn 19.15-16,24-25); a morte de sua esposa (Gn 19.17,26); a
vergonha do incesto com suas filhas (Gn 19.30-36). Todas estas coisas
aconteceram apesar do fato de que o próprio Ló era um homem justo (2Pe 2.7-
8). Perdeu totalmente seu testemunho, ao passo que nem sua própria família
aceitava um conselho seu, pois suas filhas aceitaram o padrão moral de
Sodoma (Gn 19.14).

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