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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI – UNIVATES

ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CARTA-RESPOSTA

Allan Magno Costa Teixeira

Lajeado, 07 de outubro de 2022


Olá querido colega, após a leitura do texto “A ambiguidade do processo de
avaliação escolar da aprendizagem” estou lhe escrevendo esta carta para
debatermos um pouco sobre o assunto:

O texto focaliza a prática escolar atravessada pela vida, cuja dinâmica produz
marcas e delineia percursos. Incorpora a pluralidade como característica central da
dinâmica da prática pedagógica e sai da visão unidimensional que caracteriza o
pensamento hegemônico, reconstruindo assim o saber do docente sobre a avaliação.
Esteban (2013) propõe a reflexão sobre a necessidade de uma escola pública
de qualidade, destacando ser esse o maior desafio para a construção de uma
sociedade democrática. Discute-se a imposição de uma única forma de conhecer
desconsiderando os saberes das classes populares, gerando assim o fracasso
escolar.
A avaliação tem estreita relação com a interpretação que o professor faz das
respostas dadas, especialmente significativa no caso das crianças que
chegam à escola portando estruturas de compreensão diferentes daquelas
aceitas pela norma estabelecida (ESTEBAN, 2013).

Neste contexto pode-se dizer que o resultado do exame por si só é suficiente


para determinar se um aluno será aprovado ou não em uma disciplina. No entanto, do
ponto de vista psicológico e pedagógico, os resultados dos testes por si só são
insuficientes para analisar os processos de ensino e aprendizagem, pois não podem
avaliar quais conhecimentos foram utilizados para responder as questões propostas.
Portanto, não se pode afirmar se o processo de ensino e aprendizagem atingiu as
metas pré-estabelecidas.
A discussão sobre o fracasso escolar se relaciona cada vez mais com a ideia
de qualidade da qualidade da educação (ESTEBAN, 2013). Necessidade de
instrumentos e parâmetros fiáveis para determiná-la. Nível Macro (distribuição de
recursos na educação) nível Micro (o trajeto do aluno na escola).
A avaliação vai se distanciando do processo ensino aprendizagem,
ressaltando sua função de controle social. Ao invés de elevar o nível de ensino, cada
vez mais ignora a heterogeneidade dos alunos, levando à homogeneidade,
rebaixando o que é diferente e tornando-se uma universalização da memorização e
repetição do que foi aprendido.
Neste contexto é necessário deixar de lado o conceito positivista que só
considera o resultado e partir para uma avaliação que também considere o processo.
No âmbito da escola, o processo de reconstrução só pode desenvolver-se plenamente
se os professores são convidados a participar desta redefinição das relações.
A necessidade de redefinir o significado da avaliação educacional é
impulsionada pela constatação de que vivemos em um mundo pluralista composto por
territórios híbridos, sujeitos multiétnicos e múltiplas culturas. Sentimos a necessidade
de superar o conflito entre caos e ordem e abraçar a sala de aula como um lugar onde
o caos e a ordem reinam simultaneamente.

Referências

Esteban, Maria Teresa. O que sabe quem erra? / Maria Teresa Esteban. - [2.ed.]. -
Petrópolis, RJ : De Petrus et Alii , 2013. 200p. ISBN 978-85-61593-65-0.
Carta – Resposta:
A atualidade nos leva a um desafio ainda maior para a educação. A
universalização e garantia do acesso à educação a todos tornou em evidência a
necessidade de avaliarmos como estão sendo conduzidos e melhorados os processos
de ensino e aprendizagem, uma vez que, o aluno não é um ator mediano e igual em
todos os sentidos do processo de ensino e aprendizagem. A peculiaridade de cada
uma das pessoas está relacionada a questões regionais, culturais e sociais. Temos
que levar em consideração os fatores do indivíduo para adequar o modelo de ensino.
Hoje percebemos que adequar a forma de ensinar irá garantir a continuidade
e a sustentabilidade do processo de ensino formal. Através das redes sociais
identificamos que até mesmo as crianças aprendem de maneira autônoma diversos
tipos de atividades e conteúdos através de plataformas virtuais. É muito comum uma
criança aprender a jogar games virtuais apenas assistindo vídeos tutorias na internet.
Como também, muitos jovens aprendem a trabalhar com as mídias digitais apenas
assistindo vídeos na internet. Percebemos que essas pessoas sentem se motivadas
e engajadas ao ponto de que elas vão em busca do conhecimento e não o esperam
de maneira passiva.
A forma de ensino tradicional tem que ser adaptada a essa nova característica
do aluno. Temos que elaborar atividades de ensino que estão inseridas dentro do
contexto social dos alunos. O processo de ensino e seus instrumentos tem que fazer
sentido ao aluno e estarem retratando a realidade e o meio em que esses discentes
se encontram. Os recursos pedagógicos devem ser adaptados de forma que sejam
atrativos e despertem nos alunos o sentimento de engajamento e instigue os a ir atrás
desse conhecimento cada vez mais voraz e intenso.

NOTA DA CARTA: 9,5.

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