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F7 Enfrentamento A Violencia Contra A Mulher Compressed
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Mulher
GRATUITA
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a
7
Violência:
uma perspectiva
psicossocial
LIS ALBUQUERQUE MELO
Copyright © 2020 by Fundação Demócrito Rocha
Raymundo Netto
Gerente Editorial e de Projetos
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Joel Bruno
Designer Instrucional
Leila Paiva
Coordenadora de Conteúdo
Raymundo Netto
Coordenador Editorial
Andrea Araujo
Editora de Design e Projeto Gráfico
Miqueias Mesquita
Designer
Daniela Nogueira
Revisora
Carlus Campos
Ilustrador
Luísa Duavy
Produtora
Fernando Diego
Analista de Marketing
Referências 111
Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar
(Triste, louca ou má, Francisco El Hombre) #FICAADICA
Você conhece a versão feminista que
Doralyce e Silvia Duffrayer fizeram para a
música “Mulheres”, de Martinho da Vila?
Vale a pena conferir!
1
APRESENTAÇÃO
A
violência doméstica e familiar de subjetivação individuais e coletivos. No
contra mulher constitui um tema presente texto, adota-se a compreensão de
complexo, envolvendo muitos que os seres humanos são constituídos por
elementos para explicar, enten- dimensões biológicas, mas também histó-
der, enfrentar, prevenir, cuidar etc. Neste ricas, sociais, culturais e políticas, que
módulo, o tema em questão é abordado se interrelacionam, nos processos de sub-
desde as contribuições da Psicologia. jetivação. A violência, nessa perspectiva,
Não se trata, no entanto, de um texto espe- é considerada não como algo natural, mas
cífico para psicólogas/os, mas sobre com- entendida como processos sociais, engen-
preensões psis sobre o tema. drados em contextos sociais e históricos.
A Psicologia é uma ciência e uma pro- Abordar a questão da violência do-
fissão ampla e diversa, com variadas abor- méstica e familiar contra mulher desde
dagens teóricas e campos de atuação, que uma perspectiva psicossocial significa
trabalham especialmente com processos dizer que se pretende compreender rela-
A
violência é um conceito polissê-
mico, complexo e multicausal
(MINAYO; SOUZA, 1997). Isso quer
dizer que há vários significados e
ções entre sujeitos e processos de violên- sentidos envolvidos no tema da violência
cias, em que estão envolvidos aspectos e que esta não apresenta uma única cau-
objetivos e subjetivos, em construção. sa ou razão de existir, mas inclui vários
Pensar no sentido da construção abre possi- fatores para sua ocorrência, constituindo-
bilidades de desconstruir e transformar. Ou -se em uma questão complexa. Sendo as-
seja, de pensar estratégias para enfrentar as sim, é necessário compreendê-la de forma
violências, erradicá-las, cuidar de pessoas aprofundada, crítica e problematizada, a fim
em situação de violência, considerando os de evitar o risco de, simplificando, contribuir
contextos que dão base às violências. para sua normalização e perpetuação.
A proposta deste módulo se inicia com Trata-se de um fenômeno construído
uma discussão sobre as relações entre vio- socialmente e ao longo da história, estan-
lências, gênero e saúde. A violência domésti- do presente nas relações sociais, políticas
ca e familiar contra mulher é abordada com e culturais (MINAYO, 2006). Segundo defi-
foco nas contribuições da Psicologia. Em nição apresentada pela Organização Mun-
seguida, será discutido o cuidado integral à dial da Saúde (OMS) em 2002, a violência
mulher em situação de violência doméstica consiste no “uso intencional da força ou
e familiar, o que inclui falar sobre políticas poder em uma forma de ameaça ou efeti-
públicas e sobre as redes de enfrentamento vamente, contra si mesmo, outra pessoa
e de atendimento, destacando-se o papel ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou
psi na rede e a importância do atendimen- tem grandes probabilidades de ocasionar
to não revitimizante. Por fim, são tecidas lesão, morte, dano psíquico, alterações do
algumas considerações, com os destaques e desenvolvimento ou privações” (SACRA-
desafios da discussão em questão. MENTO, REZENDE, 2006).
O
enfrentamento da violência do- Nas Referências Técnicas (CFP, 2013) é
méstica e familiar contra mulher apresentada uma distinção entre rede de
demanda uma rede de atenção enfrentamento à violência contra mu-
integral, baseada na promoção lher e rede de atendimento à mulher ví-
e garantia de direitos fundamentais, contan- tima de violência. A primeira consiste em:
do com perspectivas de várias disciplinas e
Atuação articulada entre as instituições e
com a atuação articulada de vários setores: serviços (governamentais, não governa-
saúde, assistência social, justiça, segurança mentais e da sociedade civil) para o de-
pública, educação, trabalho e renda etc. senvolvimento de estratégias efetivas de
Para que essa ampla articulação se con- prevenção e de políticas que garantam
cretize, é preciso que existam políticas o fortalecimento das mulheres e de seus
direitos, a responsabilização dos autores
públicas que objetivem responder às
de violência e a assistência qualificada às
injustiças sociais, nas quais a violência mulheres em situação de violência.
doméstica se encontra. As políticas pú-
blicas são instrumentos do Estado, e não
de governos temporários, tendo caráter
permanente na defesa, na promoção e na
garantia dos direitos fundamentais e no de-
senvolvimento das potencialidades de todo
cidadão. (CFP, 2013)
REFERÊNCIAS
BUENO, P. R.; CURY, V. E. Atendimento a Mulheres em Situação de
Violência: A Experiência de Profissionais de um Creas. Estudos e Pesquisas
em Psicologia, v. 20, n. 3, p. 919-939, set./dez. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para atuação
de psicólogas (os) em Programas de Atenção à Mulher em Situação de
Violência. Brasília: CFP, 2013. Disponível em: www.cfp.org.br
SANCHEZ, R. N.; MINAYO, M. C. de S. Violência contra crianças e adolescentes:
questão histórica, social e de saúde. In: LIMA, Cláudia Araújo (Org.). Violência
faz mal à saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.
MINAYO, M. C. S. Violência e saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006. Disponível
em: http://books.scielo.org/id/y9sxc/pdf/minayo-9788575413807.pdf
MINAYO, M. C. de S.; SOUZA, E. R. de. Violência e saúde como um campo
interdisciplinar e de ação coletiva. História, Ciências, Saúde, Manguinhos,
v. 4, n. 3, p. 513-531, 1998.
SACRAMENTO, L. T.; REZENDE, M. M. Violência: lembrando alguns conceitos.
Aletheia, n. 24, p. 95-104, 2006.
ILUSTRADOR
CARLUS CAMPOS
Artista gráfico, pintor e gravador, começou
a carreira em 1987 como ilustrador no jornal
O POVO. Na construção do seu trabalho, aborda
várias técnicas como: xilogravura, pintura,
infogravura, aquarelas e desenho. Ilustrou
revistas nacionais importantes como a Caros
Amigos e a Bravo. Dentro da produção gráfica
ganhou prêmios em salões de Recife, São Paulo,
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
APOIO PATROCÍNIO
REALIZAÇÃO