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CUIABÁ
2018
Ana Paula Barcelos dos Santos
CUIABÁ
2018
SUMÁRIO
1 Introdução.............................................................................................................1
3 Conceitos contemPorÂneos.................................................................................1
4 SINTÉTICO X aUTÊNTICO..................................................................................2
4.2 Ecletismo..........................................................................................................3
5 High-tech...............................................................................................................5
6 Desconstrutivismo................................................................................................9
7.4 Rosehouse.....................................................................................................19
8 Conclusão...........................................................................................................26
9 Referências Bibliográficas:.................................................................................28
Lista de Ilustrações
Figura 11 - Croqui esquemático da planta do Toyota Office. Arq. Frank Gehry, 1978-
1979.............................................................................................................................10
Figura 17 - Ripas.........................................................................................................14
Figura 25 - Sesc Arsenal, Cuiabá, 1989-2002. Arq. Ernesto Galbiatto; Anna Regina
Feuerharmel; Gabriel Francisco de Mattos.................................................................18
Figura 26 - Fachada Prédio Comercial na Av. Dom Bosco. Arq. Luis Claudio Bassam
.....................................................................................................................................19
Figura 27 - Vista RoseHouse, Chapada dos Guimarães-MT. Arq. Luis C. Bassam. .19
Figura 28 - Vista Ministério Público, Sede das Promotorias de Mato Grosso. Arq.
Alexsandro Reis..........................................................................................................20
Figura 29 - Jardim Interno Ministério Público, Sede das Promotorias de Mato Grosso
.....................................................................................................................................21
3 CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS
Conceituar a arquitetura contemporânea com exatidão parece-nos labiríntico. Tendo
em vista que, mesmo sendo atual, ela considera os movimentos passados sem os
negar, e, simultaneamente, também expressa vontade de avançar, de seguir
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Movimentos Modernos na Arquitetura, tradução livre.
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adiante. Trata-se de uma arquitetura que, advém de certa inspiração no passado
recente da modernidade, acompanhando também uma arquitetura progressiva, de
modo a considerar a inovação tecnológica para sua concretização.
Para Charles Jencks (1985, p. 373): “Uma das motivações mais fortes do pós-
modernismo é projetar dentro dos gostos da comunidade enquanto ainda inovando e
mantendo o controle.".
4 SINTÉTICO X AUTÊNTICO
4.1 A questão da imagem pela questão da superficialidade das
fachadas
O pós-modernismo compõe-se de uma diversidade de abordagens que, ao se
afastarem do seu movimento antecessor, possuem em comum uma linguagem de
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código duplo - uma parte moderna e a outra parte sendo algo a mais. Tal pretensão
geral pelos arquitetos pós-modernistas mostrava o interesse destes em utilizar uma
tecnologia atual e ainda dialogar com um público em particular.
De acordo com Frampton e Tschumi, citados por Duarte (2010), a partir de 1960,
são claramente observadas transformações geradas na imagem dos centros
metropolitanos, a qual obteve sua proliferação acelerada através da fotografia.
Nesse seguimento, o ambiente foi reduzido a uma pura mercadoria, em que a
superficialidade da fachada provoca uma colisão entre os espaços externos e
internos, abordando, assim, a aproximação da arquitetura ao cenográfico (Figura 1).
4.2 Ecletismo
O ecletismo trata-se de um dos aspectos a se destacar na pós-modernidade, apesar
de ter sido considerado irrelevante por muitos arquitetos e pouco estudada por
intelectuais da área contemporânea, a prática arquitetônica do ecletismo possui uma
relevante importância histórica e cultural. O ecletismo possui tendência a se
relacionar com o pós-modernismo, todavia, ele não possui o “tempero” deste último,
que seria o uso da sátira e da ironia na arquitetura. Segundo o arquiteto e urbanista
Dr. Silvio Colin (2010), tendo em vista que se trata de uma arquitetura popular, em
que, ao contrário do pós-modernismo (como na arquitetura intelectualizada
abordada através do código duplo), o arquiteto e o cliente estão em busca do
mesmo resultado.
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isto aconteça faz-se necessário considerar novas perspectivas, afinal, nem tudo faz
parte de uma diversificada metrópole e de seu tempo acelerado, de modo a não se
poder refutar o tempo atual e o seu conteúdo com as raízes do passado.
Dessa maneira, Frampton e Tschumi citados por Duarte (2010) tratam da visão
crítica acerca do regionalismo sentimental, em que devem ser realizadas
abordagens de modo a analisar as transformações através de uma percepção crítica
da realidade presente. Dessa maneira, cada local em particular possui as suas
singularidades, as quais podem estar no clima, na topografia, na luz, entre outros.
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Figura 1 - Arquitetura da cidade de Las Vegas, Nevada (EUA)
Fonte: http://www.rabstol.net/oboi/usa/8676-las-vegas-nochu.html
5 HIGH-TECH
O modernismo tardio, denominado high-tech, utilizou como base os artifícios
modernistas de construção, o que o difere do modernismo é o destaque que dá para
coisas que, até então, eram ocultadas, como pode-se observar no edifício Pompidou
(Figura 2), com suas tubulações coloridas (Figura 3). Charles Jencks (1985, p. 380)
faz uma comparação com as estruturas expostas no high-tech como sendo o
exoesqueleto da edificação, que, até então, fazia-se questão de cobri-lo com “pele”.
Fonte: http://www.ascensores-montacargas.com/centro-pompidou-condenado-accidente-1117/
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Figura 3 - Tubulações Coloridas do Centro G. Pompidou
Fonte: © NJIT
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Figura 4 - Corte esquemático Pompidou
Fonte: ArchDaily
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Figura 6 - Paper House, Japão, 1995, Arq. Shigeru Ban
Nesse parâmetro, pode-se citar exemplos que não se adequam ao conceito, criando
espaços incondizentes com o bioclima do lugar ou até mesmo sem pensar na
incidência do sol em determinados períodos. Montaner (2016) analisa o pavilhão de
oficinas do Instituto de Tecnologia de Kanagawa desta forma (Figura 8), ele diz que
o autor do projeto, Junya Ishigami, teve intensões bem claras em relação a
representatividade do edifício e sua relação subjetiva com a natureza, como os
pilares ligados com a representação de uma floresta de bambus (Figura 9), e a
intensão de transparência para que se pudesse observar a natureza já existente,
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podendo destacar também, a dinamização do espaço interno para que fosse flexível
a mudanças.
Figura 8 - Pavilhão de Oficinas do Instituto de Tecnologia de Kanagawa, Japão. Arq. Junya Ishigami,
2004-2008
Entretanto, para o autor, o edifício não parece ter sido pensado para o bioclima e
nem para interações mais fervorosas no interior, dificultando o conforto térmico do
local e possibilitando o choque auditivo entre as atividades.
6 DESCONSTRUTIVISMO
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Dentre as vertentes citadas por Jencks da arquitetura pós-moderna, o
desconstrutivismo pode ser considerado o mais destoante no que diz respeito à
ortogonalidade da forma. A aparente inquietação que as obras causam ao
observador com bases distorcidas, somadas aos elementos estruturadores da
edificação (paredes, janelas, cobertura e vigas) em deslocamento ou distorção,
fazem de uma construção desconstrutivista algo notável, quando diz respeito ao
convencional.
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Figura 11 - Croqui esquemático da planta do Toyota Office. Arq. Frank Gehry, 1978-1979
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Figura 12 - Vista BioMuseo, Panamá. Arq. Frank Gehry, 2000 - 2014
Fonte: www.spicyvanilla.com.br
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Figura 14 - Planta Baixa, BioMuseo
Fonte: ArchDaily
Fonte: www.spicyvanilla.com.br
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7 ANALISE DE OBRAS NA REGIÃO DE CUIABÁ
Ao estabelecer uma análise sobre arquitetura contemporânea, principalmente no
cenário cuiabano, o observador deve estar disposto a se deixar levar por mais de
uma vertente. Graças a pensadores como Charles Jencks (1985), Rafaelle Raja
(1986), Josep Montaner (2016) dentre outros, a análise associativa de obras
modernas a conceitos também modernos se tornou algo real, ainda que pouco
difundido entre a sociedade. Entretanto, a abstração dos conceitos contribui a
diferentes opiniões a respeito da mesma obra.
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Figura 17 - Ripas
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Figura 19 - Planta Baixa Fórum de Cuiabá
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Figura 21 - Interior Fórum de Cuiabá
Entretanto, é importante ressaltar que 10 anos após sua inauguração houve uma
reforma onde foram inseridas coberturas acima dos jardins, gerando assim um
singelo efeito estufa no ambiente, fazendo o prédio que outrora era climaticamente
agradável ser mais difícil para permanecer longos períodos (Figura 22, Figura 23 e
Figura 24).
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Fonte: Acervo Constructalia
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7.2 Antigo Arsenal de Cuiabá
A exemplo de adaptação entre o contemporâneo e o antigo, tem-se o restaurante de
Galbiatto e o antigo arsenal de guerra de Cuiabá (1819-1832). O arquiteto
supracitado foi responsável pelo projeto de intervenção no espaço arquitetônico do
arsenal, interessado em juntar através da cobertura do restaurante, situado no pátio
interno da construção, o passado e o presente (Figura 25). Afim de preservar a
ortogonalidade e imponência do espaço, Galbiatto concebeu ao seu projeto uma
marquise em vai-e-vem sutil, mas que leva o observador a prestar atenção em seu
entorno, sem destituir de ambas as obras suas respectivas importâncias históricas,
portanto, não há aqui agressividade de um projeto em relação ao outro. Ao contrário:
a sensação que se dá é de enaltecimento por parte do moderno, em relação ao
antigo (CASTOR, 2010)
Figura 25 - Sesc Arsenal, Cuiabá, 1989-2002. Arq. Ernesto Galbiatto; Anna Regina Feuerharmel;
Gabriel Francisco de Mattos
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Figura 26 - Fachada Prédio Comercial na Av. Dom Bosco. Arq. Luis Claudio Bassam
7.4 Rosehouse
A Rosehouse, situada em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, também traz
fortemente a distorção dos elementos estruturadores. Aparentemente inspirado no
neoplasticismo da casa Schröeder, de Gerrit Rietveld, o arquiteto Luiz Bassam
compõe sua obra em planos com geometrias pouco convencionais, os diferenciando
através de cores fortes e sobreposição. Além disso, o uso de diferentes formas por
fechamento, como o cubo vazado cartesiano cobrindo o telhado de uma água,
reforça a leitura desconstrutivista da edificação (Figura 27).
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7.5 Ministério Público – Sede das Promotorias de Mato Grosso
O Ministério Público, situado no Centro Político Administrativo (CPA) em Cuiabá,
MT, é uma obra do arquiteto Alexsandro Reis, construída em 2008. Percebe-se em
sua fachada envidraçada a busca pela grandiosidade e simetria, sugerindo atributos
de luxo e poder por parte do edifício, remetendo, assim, ao ecletismo, através da
pretensão por características da arquitetura clássica grega, não abrangendo o cunho
irônico do ecletismo pós-moderno (Figura 28).
Figura 28 - Vista Ministério Público, Sede das Promotorias de Mato Grosso. Arq. Alexsandro Reis
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Figura 29 - Jardim Interno Ministério Público, Sede das Promotorias de Mato Grosso
Figura 30 - Escola dos Servidores da Magistratura de Mato Grosso. Arq. Paulo Molina, 2001-2008
Fonte: http://www.tjmt.jus.br/noticias/49464#.WqGNtejwbIU
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ar quente acumulado no ambiente. Além de tirar proveito da própria topografia,
através de uma sala no subsolo, a qual possui uma abertura que acompanha a
declividade do terreno. O arquiteto e urbanista José Antônio Lemos dos Santos
designa essa construção como um feliz exemplo do tardo-modernismo dentro da sua
vertente High-tech. Vale ressaltar que a escola também possui características
sustentáveis, e de regionalismo crítico, como já apontadas acima.
Figura 31 - Fachadas Cenográficas da Orla do Porto, Cuiabá. Arq. Paulo Crispim e Marcela Carbonieri
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Figura 32 - Casarão do Centro Histórico de Cuiabá
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Figura 33 - Projeto de ampliação do Aquário Municipal. Arq. Paulo Crispim e Marcela Carbonieri
Fonte: http://www.folhamax.com.br/cidades/obras-do-novo-aquario-municipal-estao-lentas/113569
Fonte: https://turismomt.wordpress.com/tag/museu-do-rio-cuiaba-e-aquario-municipal/
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Figura 36 - "Cubo D'agua", Pequim, China
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Figura 38 - Interior do Cartório do 6° Ofício, Cuiabá
8 CONCLUSÃO
Os pós-modernistas são, basicamente, arquitetos responsáveis pela convergência
dos movimentos precedentes em uma adaptação a realidade presente, assim, é
errôneo definir um conceito em específico para o contemporâneo, tendo em vista
que se trata de uma arquitetura com diferentes definições difundidas por diferentes
autores, além de possuir também uma diversidade de abordagens.
Obras como a Orla do Porto e o Cartório do sexto ofício, estão longe de apresentar a
sátira almejada pelo ecletismo. Assim, a superficialidade em suas fachadas permite
considerá-las como simples reproduções, devido a sua decoração inspirada em
tendências anteriores. Nesse contexto, pode-se citar até mesmo o Ministério
Público, por ser uma obra que retoma valores clássicos sem uma análise crítica,
sem uma busca feliz em dialogar sua arquitetura com as particularidades locais.
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Escola dos Servidores Públicos de Cuiabá, que atende ao anseio climático da região
e evidencia as inovações tecnológicas nele presente.
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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BLAKE, Peter. A fantasia da função. [S.l]: Coisas da arquitetura, 2010. Disponível
em: <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/11/11/a-fantasia-da-funcao/>.
Acesso em: 24 fev. 2018.
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<http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/16/materia/173819/t/
evolucao-da-arquitetura-de-cuiaba> Acesso em: 24 fev. 2018.
SANTOS, José Antonio Lemos. Jóias da arquitetura em Mato Grosso. Blog do José
Lemos, 18 abr 2017. Disponível em:
<http://blogdojoselemos.blogspot.com.br/2017/03/joias-da-arquitetura-em-mato-
grosso-14.html> http://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.012/887/pt.
Acesso em: 07 mar. 2018.
SUBIRATS, Eduardo. Desaprendendo com Las Vegas. Arquitextos, ano 01, maio
2001 Disponível em:
<http://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.012/887/pt>. Acesso em: 07 mar.
2018.
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