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Língua Portuguesa

Questões comentadas do CESPE/UnB


Prof. Fernando Pestana – Aula 04

AULA 04: PONTUAÇÃO


Salve, salve, meus alunos inquietos!

É isso aí, a aula de hoje é Pontuação! Tudo a ver com a aula


passada de Sintaxe. “Ahn?! O Pest enlouqueceu de vez... Desde quando
pontuação tem a ver com sintaxe, Pestana? Eu aprendi, desde criancinha,
que vírgula é uma pausa.” Meu nobre, calma! Vamos falar das duas
coisas, mas especialmente sobre vírgula, a pausa nem é tão importante
assim, mas a sintaxe... hmmm... tudo a ver. Você vai descobrir ao longo
do curso se estou “viajando” ou não. Relax.

Vou dizer mais! A aula de hoje também tem uma relação muito
grande com o objetivo discursivo do falante. Você já deve ter ouvido falar
que ‘uma vírgula muda tudo’, não é?

Veja a Campanha dos 100 anos da ABI


(Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula, aquele sinal incômodo que às vezes sobra, às vezes falta, e


outras vezes muda o sentido do texto.

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.


Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.


23,4.
2,34.

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Pode ser autoritária.


Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.


Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Este, juiz, é corrupto.
Este juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.


Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.


Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Isto serve para nos lembrar que vírgula não é problema de gramática,
mas de informação.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Lembre-se: a Pontuação, principalmente a vírgula, está ligada


diretamente ao seu conhecimento de análise sintática. Você precisará
reconhecer o sujeito, o verbo, os complementos e os adjuntos. Precisará
também dominar orações. Seus conhecimentos de sintaxe devem estar
afiadíssimos! Precisarei disso. Conto contigo!

Veja este link interessante (☺) assim que puder:

http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/

Há muitas confusões causadas por esse sinalzinho, não é?

Chega de prosa… Vamos à aula em si, porque pontuação no CESPE


é de lei!

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Dessa vez, preferi colocar as questões sem gabarito e depois as


questões com gabarito. Caso seja esta a preferência de formato do meu
material, avisem; caso contrário, volto ao modelo antigo. Ah! A
queridinha do CESPE é a vírgula. Não se esqueça disso!

Boa resolução para você! Lembre-se: julgue a questão com CERTO


(C) ou ERRADO (E).

As últimas questões são atualíssimas!!! Divirta-se!!!

CESPE/UnB – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO –


2011

Fragmento de texto

(...)
Tanto na menor como na maior felicidade, porém, há sempre algo que faz
que a felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou melhor,
em palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o
tempo que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica.
(...)

1- No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos dois-pontos


apresenta uma explicação do que o autor entende por “maior felicidade”
(l.6).

CESPE/UnB – EBC – GESTOR DE ATIVIDADE JORNALÍSTICA - 2011

Fragmento de texto

(...) “Pode parecer uma difícil realidade agora, mas, na Idade Média, os
monges escreviam em conjunto os livros para a posteridade”, observou.

2- Na linha 11, a vírgula que antecede “observou” poderia ser substituída


por travessão, sem prejuízo para o sentido original e para a correção
gramatical do texto.

CESPE/UnB – EBC – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR (exceto


Advocacia) – 2011

Fragmento de texto

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(...) Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido
pelos estudiosos da comunicação: a proliferação demasiada de
determinados espaços acaba por apagá-los por si mesmos. (...)

3- A substituição dos dois-pontos empregados logo após “comunicação”


(l.8) pelo vocábulo pois alteraria o sentido original do texto.

CESPE/UnB – BRB – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


– 2011

Fragmento de texto

(...) Em meio à turbulência financeira, essas nações também ganharam


voz e importância no contexto geopolítico que culminou com a ascensão
do G-20 (...)

4- Na linha 9, para dar mais destaque ao complemento da forma verbal


“ganharam”, duas vírgulas poderiam ser inseridas no período: uma antes
e outra depois da expressão “voz e importância”.

CESPE/UnB – EBC – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR (Advocacia) –


2011

5- Dadas as propriedades do trecho “Eram as redes sociais, o produto


mais moderno da engenhosidade humana, usadas para modernizar
sociedades atrasadas” (l.19-21), manteriam a correção gramatical, o
padrão de formalidade e, ainda, as relações semânticas entre os termos
as seguintes propostas de reescrita desse trecho: O produto mais
moderno da engenhosidade humana eram as redes sociais usadas para
modernizar as sociedades atrasadas; Usado para modernizar sociedades
atrasadas, o produto mais moderno da engenhosidade humana eram as
redes sociais.

CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO (LETRAS) – 2011

Fragmento de texto

(...) Assim, a interação é vista como processo social que dá aos atores
que interagem não apenas um papel de agentes de reprodução, mas de
reinventores da vida social.

6- Na linha 19, a ausência de vírgulas logo depois de “atores” e de


“interagem” (l.19) indica que há outros atores que não interagem.

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CESPE/UnB – CORREIOS – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 2011

Fragmento de texto

(...) Para apreciar o valor e o significado dessas indicações, é preciso


entender as principais razões que levavam o padre a interessar-se pelo
tempo (...)

7- O emprego de vírgula logo após o vocábulo “indicações” (L.10) é


obrigatório.

CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO (TAQUIGRAFIA) –


2011

Fragmento de texto

(...) Abri uma página ao acaso e li uma frase que dizia ser um sinal de
fraqueza, e não de virtude, ir agachar-se sob o túmulo a fim de escapar
dos golpes do destino. (...)

8- Caso se omitisse a vírgula empregada imediatamente antes da


conjunção “e” (l.15), a correção gramatical e a coerência do texto seriam
preservadas.

Fragmento de texto

(...) a vida depende da vontade de outrem, a morte, da nossa. (...)

9- No trecho “a morte, da nossa” (l.11), a vírgula foi empregada para


indicar a omissão do vocábulo “vontade”.

Texto

Nicolau meteu-se na política. Em 1823, vamos achá-lo na


Constituinte. Não há que dizer ao modo por que ele cumpriu os deveres
do cargo. Íntegro, desinteressado, patriota, não exercia de graça essas
virtudes públicas, mas à custa de muita tempestade moral. Pode-se dizer,
metaforicamente, que a frequência da câmara custava-lhe sangue
precioso. Não era só porque os debates lhe pareciam insuportáveis, mas
também porque lhe era difícil encarar certos homens, especialmente em
certos dias. Montezuma, por exemplo, parecia-lhe balofo, Vergueiro,
maçudo, os Andradas, execráveis. Cada discurso, não só dos principais
oradores, mas dos secundários, era para o Nicolau verdadeiro suplício. E,
não obstante, firme, pontual. Nunca a votação o achou ausente; nunca o
nome dele soou sem eco pela augusta sala. Qualquer que fosse o seu
desespero, sabia conter-se e pôr a ideia da pátria acima do alívio próprio.
Talvez aplaudisse in petto o decreto de dissolução. Não afirmo; mas há

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bons fundamentos para crer que o Nicolau, apesar das mostras
exteriores, gostou de ver dissolvida a assembleia. E se essa conjetura é
verdadeira, não menos o será esta outra: que a deportação de
alguns dos chefes constituintes, declarados inimigos públicos,
veio aguar-lhe aquele prazer. Nicolau, que padecera com os discursos
deles, não menos padeceu com o exílio, posto lhes desse um certo relevo.
Se ele também fosse exilado!

Machado de Assis. Verba testamentária. In: J. Gledson. 50 contos de Machado de Assis.


São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 168 (com adaptações).

10- Na linha 19, o autor emprega o sinal de dois-pontos para introduzir


mais uma especulação do narrador a respeito do ponto de vista de
Nicolau acerca do fato ocorrido após a dissolução da assembleia.

Fragmento de texto

(...) Do terreno das controvérsias religiosas, a ideia de tolerância passou


pouco a pouco para o terreno das controvérsias políticas, ou seja, do
contraste entre as formas de religião moderna que são as ideologias. (...)

11- A expressão “ou seja” (L.8) está isolada por vírgulas no texto por ser
de valor meramente explicativo.

Fragmento de texto

(...) As espécies que não foram capazes de uma reação imediata tiveram
pouca probabilidade de deixar uma progênie que passasse adiante seus
lentos genes de atuação. (...)

12- Caso a oração “que não foram capazes de uma reação imediata” (l.9-
10) fosse isolada por vírgulas, a coerência textual seria prejudicada.

CESPE/UnB – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA – 2011

Fragmento de texto

13- Seria mantida a correção gramatical do texto caso fosse introduzida


vírgula imediatamente após o trecho “rapazes vestidos de preto (...)
capuzes ou capacetes” (l.2-3), isolando-o do restante da oração, já que
esse trecho somente insere informação acessória sobre os manifestantes.

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CESPE/UnB – CORREIOS – ANALISTA DE CORREIOS (LETRAS) –


2011

Fragmento de texto

(...) Na Universidade de Oxford, terminou os estudos da língua grega —


idioma dominado apenas por eruditos. (...)

14- Caso o adjunto adverbial “Na Universidade de Oxford” (L.13) seja


deslocado para o final do período em que ocorre, não será necessário
ajuste na pontuação, bastando, para se manterem a correção gramatical
e o sentido do texto, as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas.

Fragmento de texto

(...) De acordo com Lévy, a sociedade passou por três etapas: as


sociedades fechadas, voltadas à cultura oral; as sociedades civilizadas,
imperialistas, com uso da escrita; e, por último, a cibercultura, relativa à
globalização das sociedades. (...)

15- Nas linhas 16 e 17, seriam preservadas a correção gramatical bem


como a coerência e a clareza entre as ideias, caso se substituíssem os
sinais de ponto e vírgula, que separam os termos de uma enumeração,
por vírgulas.

Fragmento de texto

(...) “Você não acha que, daqui um tempo, todo mundo vai depender de
tecnologias digitais para gerenciar a vida?” É claro que sim. Quem disser
que não estará reproduzindo o discurso daquelas pessoas que eram
contrárias às linhas férreas, por exemplo. (...)

16- Além de manter a correção gramatical e a coerência das ideias do


texto, a inserção de uma vírgula logo após “não” (l.3) tornaria mais clara
a relação entre as ideias expressas no período, pois eliminaria a
ambiguidade que nele ocorre.

Fragmento de texto

“É impossível pensar o mundo contemporâneo sem reconhecer-lhe uma


das características mais marcantes e fundamentais: este é o período
histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já
experimentadas pela humanidade, tanto em amplitude quanto em
profundidade. (...)”

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17- Na linha 3, o sinal de dois pontos introduz explicitação para o que é
referido como “uma das características mais marcantes e fundamentais”
(L.2-3).

CESPE/UnB – FUB – MÉDICO – 2011

18- Estaria correto o emprego de vírgulas para isolar a expressão “em


geral” (L.38): o que seria, em geral, preferível à contemplação.

CESPE/UnB – CNPQ – ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JR. –


2011

Fragmento de texto

(...) Da mesma forma, a condição natural do homem — o estado de


natureza dos pensadores políticos clássicos e dos juristas — foi repensada
de forma inteiramente nova. (...)

19- Os travessões empregados nas linhas 18 e 19 têm a função de isolar


um trecho de valor explicativo que apresenta outra forma de nomear a
“condição natural do homem” (L.18).

CESPE/UnB – TJ/ES – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 2011

20- No trecho “Mas a violência armada, gerando sofrimentos e perdas


desproporcionais, persistirá, onipresente e endêmica — ocasionalmente
epidêmica —, em grande parte do mundo” (L.34-36), estariam mantidos
o sentido e a correção gramatical do texto caso fosse suprimida a vírgula
que precede a expressão “em grande parte do mundo”.

CESPE/UnB – PC/ES – PERITO CRIMINAL ESPECIAL – 2011

21- A colocação de vírgula logo após o vocábulo “pessoa” (... a


expectativa de que qualquer pessoa pode-se tornar vítima...) prejudicaria
a correção gramatical e o sentido do texto.

22- A retirada da vírgula logo após o vocábulo “presos” (Quando são


presos, os criminosos respondem...) acarretaria, segundo a prescrição
normativa, erro gramatical ao texto.

CESPE/UnB – TRE/ES – ANALISTA (ANÁLISE SISTEMAS) – 2011

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23- De acordo com a prescrição gramatical, na linha 17 (A começar pela
representação política, que envolve, no mínimo, premissas...), o emprego
da vírgula que antecede a expressão “no mínimo” torna obrigatório, no
texto, o emprego da vírgula que a sucede.

CESPE/UnB – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011

24- No trecho "Em meados do século XX, esses exercícios caíram em


desuso nas escolas" (L.23-25), a vírgula está empregada como marca de
estilo e pode ser omitida sem que haja prejuízo para a correção
gramatical do período.

CESPE/UnB – BRB – ESCRITURÁRIO – 2011

Fragmento de texto

(...) Hoje, o sistema financeiro de um país é controlado pelo seu banco


central, que tem a função de emitir dinheiro, captar recursos financeiros e
regular os bancos comerciais e os industriais.

25- Emprega-se a vírgula logo após a expressão “emitir dinheiro” (l.15)


para separá-la de outras de mesma função sintática que compõem uma
enumeração.

26- A vírgula empregada logo depois de “Nessa época” (Nessa época,


diversos países europeus...) isola adjunto adverbial de tempo antecipado.

CESPE/UnB – CBM/ES – OFICIAL BOMMBEIRO MILITAR


COMBATENTE – 2011

27- O travessão depois de VLTs (... outras cidades do Nordeste, que já


estudam implantar VLTs — que circulariam sobre...) pode ser substituído
por vírgula sem prejuízo para a correção do texto.

28- A vírgula empregada logo após o trecho “Quando havia um incêndio


na cidade” (Quando havia um incêndio na cidade, os bombeiros eram
avisados...) é opcional, podendo ser suprimida sem prejuízo para a
correção gramatical do texto.

CESPE/UnB – FUB – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – 2011

Fragmento de texto

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(...) Depois de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo
mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que...
(...)

29- Na linha 12, a supressão da vírgula não prejudicaria a correção do


texto, devido à presença do travessão, que também é sinal indicativo de
pausa.

CESPE/UnB – PREVIC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2011

Fragmento de texto

30- A substituição do ponto final (L.1) por dois-pontos e a do travessão


(L.3) por vírgula, com a devida alteração de maiúscula e minúscula,
mantêm a correção gramatical do texto.

CESPE/UnB – TRE/ES – TÉCNICO – 2011

31- O segmento “o mais abundante dos gases-estufa” (Por exemplo, as


emissões de CO2, o mais abundante dos gases-estufa, caíram 1,3%...)
está entre vírgulas por constituir aposto explicativo.

Fragmento de texto

32- Na linha 10, as vírgulas logo após “Tocantins”, “Maranhão”, “Ceará” e


“Pernambuco” justificam-se por isolarem termos de mesma função
sintática componentes de uma enumeração.

CESPE/UnB – STM – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – 2011

Fragmento de texto

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(...) A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais
aeroportuários — que aflora nos momentos de pico de viagens e a
qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões-chave — já foi
prevista há muito tempo. (...)

33- A omissão do trecho isolado por travessões não acarretaria prejuízo


para a correção gramatical do texto.

CESPE/UnB – PC/ES – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 2011

Fragmento de texto

(...) Para o autor de Além do Bem e do Mal, os homens são, por natureza,
desiguais e apenas a sociedade, com sua moral de rebanho, com sua
religião baseada na compaixão, é que fez que eles se tornassem iguais.
(...)

34- No trecho "com sua moral de rebanho, com sua religião baseada na
compaixão" (L.19-20), a vírgula é empregada para separar elementos que
exercem a mesma função sintática na oração.

Texto

35- Em “um maneirista da própria sombra” (L.5) e “chegou lá” (L.11), as


aspas são empregadas com a função de realçar ironicamente as
expressões.

CESPE/UnB – MPE/PI – ANALISTA MINISTERIAL – 2012

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36- Preserva-se a correção gramatical do texto ao se substituírem os


dois-pontos, após a expressão “ou seja” (... o sistema nervoso causaria
uma pane nos outros órgãos, ou seja: chegamos a um ponto em que...),
por vírgula.

CESPE/UnB – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

37- Na linha 37 (... para o entendimento de uma forma particular de


comunicação — ... —, o estudioso deve reconstruir...), é obrigatório
o emprego da vírgula após o travessão.

CESPE/UnB – IRBr – DIPLOMATA – 2012

Fragmento de texto

É certo que, de modo geral, toda obra literária deve ser a expressão, a
revelação de uma personalidade.

38- Sem alteração da informação expressa no primeiro período do texto,


a expressão adverbial “de modo geral” poderia ser deslocada, com as
vírgulas, para imediatamente depois da locução verbal “deve ser” ou,
eliminando-se as vírgulas que a isolam, para imediatamente após o
núcleo nominal “personalidade”.

CESPE/UnB – TCDF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – 2012

39- Justifica-se o emprego da vírgula logo após “mas” (... representaram


profundas mudanças para a sociedade da época, mas, do ponto de vista
político, assistiu-se a uma concentração ainda maior...) para enfatizar o
sentido de contraste introduzido por essa conjunção, razão por que a
supressão desse sinal de pontuação não acarretaria prejuízo gramatical
ao texto.

CESPE/UnB – PC/CE – INSPETOR – 2012

40- A vírgula após “Ora” (... os dirigentes políticos sonham com


estabilidade. Ora, as formas de governo utilizadas pelos impérios
fascinam por sua resistência... ) pode ser suprimida sem prejuízo para a
correção gramatical e para o sentido original do texto.

41- Sem que haja prejuízo para o sentido original do texto, “Isso” (... o
fato de o império absorver povos diferentes faz que alguns de seus
componentes desejem destacar-se do conjunto. Isso explica por que os

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impérios perduram...) pode ser corretamente substituído por o que,
desde que se substitua o ponto que antecede esse pronome por ponto e
vírgula.

42- Com os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o ponto após


“passados” (Pensar o império não significa ressuscitá-lo dos mundos
passados. Trata-se de considerar a multiplicidade...) pode ser substituído
por dois-pontos sem que haja prejuízo para a correção gramatical e o
sentido original do texto.

Fragmento de texto

“... outras formas de soberania que respondam melhor a um mundo


caracterizado ao mesmo tempo pela desigualdade e pela diversidade.”

43- Na linha 33, caso se insira, antes de “caracterizado”, o segmento que


é, será necessário, para a manutenção da correção gramatical e do
sentido do período, o emprego de vírgula após “mundo”.

CESPE/UnB – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2012

Fragmento de texto

“A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista disse:


...”

44- O emprego da vírgula após “quartel” é facultativo.

GABARITO COMENTADO DAS QUESTÕES

CESPE/UnB – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO –


2011

Fragmento de texto

(...)
Tanto na menor como na maior felicidade, porém, há sempre algo que faz
que a felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou melhor,
em palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o
tempo que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica.
(...)

1- No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos dois-pontos


apresenta uma explicação do que o autor entende por “maior felicidade”
(l.6).

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Os dois-pontos servem para abrir uma explicação ou enumeração,


normalmente. Só que nesse caso, eles não introduzem uma explicação do
que o autor entende por “maior felicidade”, mas sim encabeçam uma
oração que explica o “algo” em: “... há sempre algo que faz que a
felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou melhor, em
palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o
tempo que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica.”

Safo?

Saiba mais sobre os dois-pontos:

Os dois-pontos (:) marcam uma supressão de voz em frase ainda não


concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para:

• abrir uma citação (discurso direto)

Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas


suas perguntas que pelas respostas.”

• abrir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou


uma oração subordinada substantiva apositiva

Ex.: Amanda tinha conseguido finalmente realizar seu maior


propósito: seduzir Pedro, que, por sua vez, amara duas
pessoas: Magda e Luana.

Em nosso meio há bons profissionais: professores, jornalistas,


médicos...

• abrir uma explicação após as expressões ‘por exemplo, isto


é, ou seja, a saber, como’, etc.

Ex.: Adquirimos várias aulas, a saber: a do Pestana, a do Heber, a


do Fabiano, etc.

• marcar uma pausa entre orações coordenadas (normalmente


a relação semântica entre elas é de oposição, explicação ou
consequência)

Ex.: Ele já leu muitos livros: é um homem considerado culto.

Há certas pessoas muito generosas: visam a uma rápida


ascensão.

Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela.

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• marcar a invocação em correspondências

Ex.: Prezados senhores:

Importante: só há letra maiúscula após os dois-pontos se a palavra for uma expressão


em que se exija a letra maiúscula, como topônimos, antropônimos, siglas, etc.; em
citações também a letra maiúscula pode vir após os dois-pontos; ainda é usada a letra
maiúscula após ‘nota:’ ou ‘obs.:’.

GABARITO: E.

CESPE/UnB – EBC – GESTOR DE ATIVIDADE JORNALÍSTICA - 2011

Fragmento de texto

(...) “Pode parecer uma difícil realidade agora, mas, na Idade Média, os
monges escreviam em conjunto os livros para a posteridade”, observou.

2- Na linha 11, a vírgula que antecede “observou” poderia ser substituída


por travessão, sem prejuízo para o sentido original e para a correção
gramatical do texto.

A oração ‘observou’ poderia ser separada por travessão, pois trata-se de


uma oração de narrador (também chamada de
interferente/intercalada/equipolente). Encontramos esse tipo de oração
frequentemente nas narrações. Ela é sempre separada por vírgula ou
travessão. Exemplo: “Senhor, disse ele, preciso falar-lhe algo.” No lugar
das vírgulas, como já dito, cabem travessões, sem problemas.

Saiba mais sobre os travessões:

O travessão (—) é um sinal bastante usado na narração, na descrição, na


dissertação e no diálogo, portanto, figura repetida em qualquer prova; é
um instrumento eficaz em uma redação. Pode vir em dupla se vier
intercalado na frase. Veja seus usos:

• indica a mudança de interlocutor no diálogo (discurso direto)

Ex.: — Que gente é aquela, seu Alberto?


— São japoneses.
— Japoneses? E... é gente como nós?
— É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles
são amarelos.
— Mas então não são índios?
(Ferreira de Castro)

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• coloca em relevo certos termos, expressões ou orações;
substitui nestes casos a vírgula ou os dois-pontos

Ex.: Maria José sempre muito generosa — sem ser artificial ou


piegas — a perdoou sem restrições. (oração adverbial modal)

Um grupo de turistas estrangeiros — todos muito ruidosos —


invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados.
(predicativo do sujeito)

Os alunos — amigos meus do site Estratégia Concursos — vão


passar este ano. (aposto explicativo)

Só não se inventou a máquina de fazer versos — já havia o


poeta parnasiano. (orações coordenadas assindéticas
(conectivo implícito))

A decisão do ministério foi a seguinte — que todos se unissem


contra o mosquito transmissor da dengue. (oração substantiva
apositiva)

O Brasil — que é o maior país da América do Sul — tem


milhões de analfabetos. (oração adjetiva explicativa)

Meninos — pediu ela — vão lavar as mãos, que vamos jantar.


(oração intercalada)

Ela é linda — linda! (travessão usado como mero realce)

A vírgula pode vir após um travessão se houver necessidade dela. Em outras


palavras, toda vez que vier uma questão trabalhando travessões intercalados e
vírgula após eles, por favor, faça o seguinte: ignore a existência dos travessões e do
que está dentro dele, ok? Se houver necessidade de vírgula, use-a após o último
travessão. Veja um exemplo:
Quando João a viu chorando — ele lamentou muito tal fato, pois a amava —,
não conseguiu conter seu próprio choro.

Se você ignorar os travessões e a oração interferente dentro deles, o período ficará


assim:
Quando João a viu chorando, não conseguiu conter seu próprio choro.

Esta vírgula aí está, pois a primeira oração é uma subordinada adverbial iniciando
período (sempre separada por vírgula, portanto). Tal regrinha vale também para os
parênteses, ou seja:

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Quando João a viu chorando (ele lamentou muito tal fato, pois a amava),
não conseguiu conter seu próprio choro.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – EBC – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR (exceto


Advocacia) – 2011

Fragmento de texto

(...) Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido


pelos estudiosos da comunicação: a proliferação demasiada de
determinados espaços acaba por apagá-los por si mesmos. (...)

3- A substituição dos dois-pontos empregados logo após “comunicação”


(l.8) pelo vocábulo pois alteraria o sentido original do texto.

Haveria alteração de sentido, porque a conjunção ‘pois’ introduz uma


ideia explicativa, o que não é o caso. Note que, após os dois-pontos, há
um aposto (a proliferação demasiada de determinados espaços acaba por
apagá-los por si mesmos), que esclarece “outro (processo) já muito
conhecido pelos estudiosos da comunicação”.

Mesmo que o aposto seja explicativo, nunca é iniciado por uma conjunção
explicativa, como ‘pois’. Devido a isso, a substituição proposta não cabe.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – BRB – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


– 2011

Fragmento de texto

(...) Em meio à turbulência financeira, essas nações também ganharam


voz e importância no contexto geopolítico que culminou com a ascensão
do G-20 (...)

4- Na linha 9, para dar mais destaque ao complemento da forma verbal


“ganharam”, duas vírgulas poderiam ser inseridas no período: uma antes
e outra depois da expressão “voz e importância”.

O que a banca sugere é esta reescritura: “Em meio à turbulência


financeira, essas nações também ganharam, voz e importância, no
contexto geopolítico que culminou com a ascensão do G-20.”

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Aí eu te pergunto: “Pode isso? Ou seja, vírgula separando o complemento
de seu verbo?”

Espero que sua resposta seja um sonoro NÃO!

A regra é clara: não se separa sujeito de seu verbo por vírgula nem se
separa complemento de seu verbo por vírgula. Portanto, as vírgulas não
procedem, implicando incorreção gramatical.

Saiba mais sobre as vírgulas:

Antes de mais nada, sobre vírgula (,), é bom reiterar que seu
conhecimento de sintaxe precisa estar ‘em dia” para que entenda o que
vou dizer agora. Ok?

Existe um livro do sensacional professor Celso Pedro Luft chamado


A Vírgula (é isso mesmo, são mais de 80 páginas só desse assunto).
Basear-me-ei principalmente nele para elucidar as questões pertinentes à
vírgula. Além disso, não posso deixar de consultar outros bons gramáticos
no assunto, como Bechara, Celso Cunha e Sacconi. Conto com a ajuda
também do virtuoso dicionário Michaelis. Você está em boas mãos, meu
nobre!

Neste livro ele (Luft) diz que a vírgula não tem a ver com prosódia,
mas com sintaxe. Estou insistindo nisso porque logo no início ele diz que
algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas feitas na fala. A
vírgula, na escrita, não necessariamente é uma pausa na fala, tampouco
é usada para pausar quando se lê um trecho virgulado.

Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em que


situações gerais não se usa a vírgula. Perceba que vou falar de sintaxe
agora (especificamente de sujeito, verbo, complemento e adjunto
adverbial (ordem direta)). Há algumas regras gerais que informam:

A vírgula não pode ser usada entre o Sujeito (S) e logo após seu
Verbo (V)

Todos os alunos do site Estratégia Concursos, entenderam a explicação.

Obs.:

1- Em orações substantivas com função de sujeito iniciadas por QUEM, a vírgula entre tal
oração e o verbo da principal é facultativa, segundo alguns autores, como Sacconi:
“Quem lê sabe mais” ou “Quem lê, sabe mais”.

2- Se o sujeito vier após o verbo (antes do complemento ou depois dele), a vírgula é


facultativa: “Entenderam, todos os alunos, a explicação” ou “Entenderam todos os

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alunos a explicação” / “Entenderam a explicação, todos os alunos” ou “Entenderam a
explicação todos os alunos”.

A vírgula não pode ser usada entre o Verbo (V) e logo após seu
complemento (C) (objeto direto, indireto (em forma de oração,
inclusive) e o predicativo do sujeito)

Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor sobre vírgula.

Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula.

Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a vírgula.

Os alunos precisam de, que os professores os ajudem.

Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação.

Obs.:

1- Alguns verbos de ligação que se tornam intransitivos quando vêm acompanhados de


adjunto adverbial de lugar não são separados por vírgula deste adjunto: “Os alunos
ficaram, em casa” (errado) / “Os alunos ficaram em casa” (certo).

2- Se o complemento vier deslocado da sua posição original, a vírgula deverá ser


colocada: “Toda aquela explicação do professor sobre vírgula, os alunos entenderam” /
“De uma explicação detalhada sobre vírgula, os alunos precisam” / “Satisfeitos com a
explicação, os alunos ficaram.”

A vírgula é facultativa entre o complemento de um verbo (C) e


logo após um adjunto adverbial (ADV)

“Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula, ontem à noite”


ou “Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula ontem à
noite”.

Obs.:

1- Um advérbio só, como o não ou o nunca antes do verbo, jamais é separado por
vírgula: Eu não vou mais errar esta questão. / Nunca errarei esta questão.

2- Se o adjunto adverbial de curta extensão (normalmente uma ou duas palavras)


estiver deslocado em qualquer posição na frase, a vírgula será facultativa também: “De
fato estes alunos são mais interessados” ou “De fato, estes alunos são mais
interessados”. Celso Cunha diz que a vírgula é facultativa entre o adjunto adverbial
(mesmo não sendo de curta extensão) no início da oração e logo após o verbo: “Por
cima daquele prédio(,) formavam-se muitas nuvens”. Esta questão de curta ou longa
extensão às vezes é subjetiva. Portanto, na hora da prova, marque a melhor opção.

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A vírgula não pode ser usada entre o núcleo do sujeito (NS) e
algum complemento nominal (CN) ou adjunto adnominal (ADN)
ligado a ele

Todos os alunos, do site Estratégia Concursos entenderam a explicação.

A vírgula não pode ser usada entre o núcleo do objeto (NO) e


algum complemento nominal (CN) ou adjunto adnominal (ADN)
ligado a ele

Convidamos todos os alunos, do site Estratégia Concursos para a festa.

A vírgula não pode ser usada entre a locução verbal de voz


passiva (LVP) e o agente da passiva (AGP)

Todos os alunos foram convidados, pelo site Estratégia para a festa.

Resumindo, na ordem direta, não se pode usar vírgula nestes casos


principais:

1) S, V
2) V, C
3) NS, CN ou NS, ADN
4) NO, CN ou NO, ADN
5) LVP, AGP

Normalmente as questões de concursos relativas à vírgula tratam


do que eu acabei de falar. As pontuações erradas acima são bizarrices de
grande porte! Se aparecer isso na prova — atenção! — não titubeie,
acerte e seja feliz!

“Pestana, e se houver um termo ou uma oração intercalada entre o


sujeito e o verbo, ou entre o verbo e o complemento, ou entre o
complemento e o adjunto adverbial? Como fica a posição da vírgula?”
Bem, normalmente as vírgulas são colocadas entre termos que
interrompem a estrutura S V C A. Exemplo:

Sujeito , ... , Verbo + Complemento + Adjunto Adverbial

O professor do Estratégia, Fernando Pestana, ministra aulas de


Português

Estamos diante de um aposto explicativo.

Sujeito + Verbo , ... , Complemento + Adjunto Adverbial

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Eu estudei, Pestana, toda a aula ontem, ok?

Estamos diante de um vocativo.

Sujeito + Verbo + Complemento , ... , Adjunto Adverbial

O professor explicou Português, que é minha matéria preferida,


ontem.

Estamos diante de uma oração subordinada adjetiva explicativa.

E se o adjunto adverbial estiver antes do sujeito, entre o sujeito e o


verbo ou entre o verbo e seu complemento, dependendo de sua extensão,
a vírgula poderá ser usada assim:

Adjunto adverbial, Sujeito + Verbo + Complemento


Sujeito, Adjunto Adverbial, Verbo + Complemento
Sujeito + Verbo, Adjunto Adverbial, Complemento

Bem, se você compreender todas as informações anteriores, terá


“meio caminho andado”, pois tais questões são recorrentes na sua prova.

Há outras virgulações certamente. Vejamos as vírgulas que são


usadas dentro do período simples e dentro do período composto.

A Vírgula dentro do Período Simples

Alguns exemplos foram retirados do Manual de Redação da Presidência da


República.

• separa termos de mesma função sintática; enumeração

Ex.: Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a


serem observadas na redação oficial.

Devemos observar a simplicidade, a clareza, a objetividade, a


concisão na redação oficial.

• separa aposto explicativo

Ex.: Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.

• separa vocativo

Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.

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• separa predicativos do sujeito deslocados

Ex.: Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte.

O condenado, sereno e tranquilo, esperava sua morte.

Obs.: Por uma questão estética ou de clareza de pensamento, a pausa marcada pela
vírgula antes de um predicativo do sujeito em sua posição original, ou seja, após o
verbo, é conveniente: “Minha filha passou em um grande concurso, avessa a todas as
palavras derrotistas”.

• separa termos (objeto direto ou indireto, normalmente)


deslocados de sua posição normal na oração

Ex.: As explicações, o professor procurou lhes dar?

Obs.: Se o objeto estiver no início da oração e vier depois um objeto pleonástico, a


vírgula pode não figurar: Aos amigos(,) ninguém lhes dá a devida atenção.

• separa termos repetidos

Ex.: Aquele aluno era esforçado, esforçado.

Ele estava cansado, cansado de dar dó.

• separa os adjuntos adverbiais (vírgula facultativa)

Ex.: A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.

Os clientes serão atendidos, das oito às duas, pelo próprio


gerente.

• separa as expressões explicativas, retificativas, concessivas,


etc., como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com efeito,
data venia...”

Ex.: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
ou seja, de fácil compreensão.

As Nações Unidas decidiram intervir no conflito, ou melhor,


iniciaram as tratativas de paz.

A Vírgula dentro do Período Composto

• marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos)

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Ex.: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os


particulares. (A vírgula indica a elipse do verbo regulamenta.)

Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002,


Ronaldo. (em 2002, Ronaldo ganhou a Copa do Mundo)

• separa orações coordenadas assindéticas

Ex.: Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as


ideias na cabeça...

• não separa as orações coordenadas sindéticas aditivas (as


orações iniciadas por E são separadas se a conjunção vier
ligando orações com sujeitos diferentes)

Ex.: Muitos policiais estão envolvidos em corrupção e continuam a


se envolver cada vez mais.

Muitos policiais estão envolvidos em corrupção, e os políticos


não deixam para menos.
Obs.:

1- Neste último exemplo, alguns gramáticos, incluindo Bechara, dizem que a vírgula é
facultativa: “Muitos policiais estão envolvidos em corrupção(,) e os políticos não
deixam para menos”.

2- O e, às vezes seguido de ‘não’ ou ‘sim’, com valor adversativo (=mas) e


conclusivo/consecutivo (=portanto) são separados por vírgula, segundo alguns
gramáticos: “Ele sempre chega atrasado, e nunca leva bronca do patrão.” / “Ela foi
prorrogada, e não anulada.” / Eles violaram a lei, e foram presos.

3- Se tal conjunção vier repetida (polissíndeto), a vírgula é obrigatória: “Muitos policiais


estão envolvidos em corrupção, e tramas obscuras, e conluios, e todo tipo de intrigas
escusas”. Qualquer polissíndeto vem separado por vírgula: “João, ou Maria, ou Pedro,
ou José são personagens bíblicos.” A vírgula antes do e pode realçar o sentido da frase
que vem após ela: “Fiz, e faria de novo!”

4- Quando elementos que têm mesma função sintática aparecem unidos pelas
conjunções e, nem e ou, não se usa vírgulas, a não ser que as conjunções apareçam
repetidas: “Tenho muito cuidado com meus filhos e filhas” / “Ou você, ou sua esposa
deve comparecer à reunião de pais.”

5- Alguns gramáticos, em seus exemplos de oração coordenada sindética aditiva com


“não só... mas também”, separam por vírgula: “Não só trabalho de manhã e à tarde,
mas também estudo à noite.” Mas isso é controverso, logo podemos dizer que faculta.

6- A conjunção e pode vir entre vírgulas se as vírgulas forem usadas para outras
estruturas na oração: A casa, muito antiga, e, além dela, o edifício, moderníssimo,
formavam visível contraste. (as duas primeiras vírgulas são para o predicativo do sujeito
deslocado; a terceira e a quarta vírgula são usadas para a expressão intercalada; as
duas últimas separam o predicativo do sujeito)

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• separa as orações coordenadas sindéticas adversativas

Ex.: O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas


se arrependeu dias depois.

Obs.:

1- O mas nunca pode ser deslocado na oração, mas as outras conjunções adversativas
(porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante...), quando deslocadas
por qualquer parte da oração, são separadas por vírgula: “A maioria das pessoas julgam
indiscriminadamente; eu, porém, não o faço (eu não o faço, porém)”

2- Segundo alguns gramáticos, o mas pode vir antecedido ou não de vírgula; a vasta
maioria, entretanto, usa a vírgula: “O dono de uma empresa demitiu 60% dos
empregados(,) mas se arrependeu dias depois.”

• separa as orações coordenadas sindéticas alternativas (com


ou... ou, ora... ora, quer... quer)

Ex.: Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora
decide fazer justamente o avesso.

• separa as orações coordenadas sindéticas conclusivas

Ex.: Os atores fizeram um grande espetáculo, por isso toda a


plateia os aplaudiu efusivamente.

Obs.: As conjunções coordenativas conclusivas, se deslocadas para qualquer parte da


oração, são separadas por vírgula sempre: “Os atores fizeram um grande espetáculo;
toda a plateia, portanto, os aplaudiu efusivamente (toda a plateia os aplaudiu
efusivamente, portanto).”

• separa as orações coordenadas sindéticas explicativas

Ex.: Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso.

Obs.: O pois deslocado (após o verbo) e entre vírgulas é conclusivo: “Esse assunto não
tem importância; devemos, pois, retirá-lo da pauta”.

• separa as orações subordinadas substantivas deslocadas


(facultativa)

Ex.: Que vocês estudam a Língua Portuguesa(,) todos já sabemos.

Obs.: As orações subordinadas substantivas apositivas podem ser separadas por vírgula:
“Dos alunos eu só quero isto, que eles estudem mais.”

• separa as orações subordinadas adjetivas explicativas

Ex.: O homem, que é razoável, saberá evitar uma terceira guerra.

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Obs.:

1- Esta frase significa que todo homem é razoável, e, por essa razão, saberá evitar uma
terceira guerra. Caso retirássemos as vírgulas, estaríamos afirmando que nem todos os
homens são razoáveis a ponto de saber evitar uma terceira guerra, mas somente
aqueles que são razoáveis saberão evitar uma terceira guerra.

2- As orações subordinadas adjetivas restritivas não são separadas por vírgula, mas
alguns gramáticos (como Bechara) dizem que uma vírgula pode vir no fim dessa oração,
principalmente quando os verbos das orações do período estão próximos: “O sol que
através das folhas se filtra(,) desenha no ar colunas amarelas de poeira.”

• separa as orações subordinadas adverbiais

Ex.: Quando comprei o material, gostei muito.

Obs.: A vírgula é facultativa, segundo Ulisses Infante, Mauro Ferreira e William R.


Cereja, quando as orações principais das adverbiais vierem à frente das subordinadas:
“Gostei muito(,) quando comprei”. Rocha Lima e tantos outros gramáticos dizem que a
vírgula deve separar as subordinadas adverbiais e nada mais acrescentam. Nada falam
sobre o facultar da vírgula nesse contexto.

• orações intercaladas (de narrador)

Ex.: Você, apesar de ser melancólico, me diverte.

O mercado financeiro, creio eu, deve beneficiar os pobres.

• separa orações reduzidas de gerúndio, particípio ou infinitivo

Ex.: Chegando a carta, avise-me.

Terminada a palestra, rompeu com risos e aplausos.

Ele, antes de ser homem, foi uma criança.

Obs: As reduzidas de gerúndio, quando aditivas, dispensam as vírgulas: A mulher foi


trabalhar voltando cedo para casa (e voltou para casa cedo).

Situações extras

• isola o nome do lugar nas datas

Ex.: Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.

• separa o paralelismo de provérbios

Ex.: Ladrão de tostão, ladrão de milhão.

Casa de ferreiro, espeto de pau.

• após a saudação em correspondência (social e comercial)

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Ex.: Com muito amor,

Respeitosamente, (...)

• a vírgula antes do etc. é controversa, mas a maioria dos gramáticos


sugere o seu uso

Ex.: Eu adquiri um livro, um cd, um computador(,) etc.

• depois do sim ou do não usados em respostas, segundo a maioria dos


gramáticos

Ex.: Sim, senhor! Não, senhor!

• facultativa quando uma conjunção inicia um período

Ex.: Você deve estudar. No entanto(,) não exagere.

• Antes de como abrindo uma enumeração, explicação ou exemplificação


(equivalendo a ‘por exemplo’)

Ex.: O Rio de Janeiro sempre lançou excelentes jogadores, como (por exemplo)
Zico, Romário e Ronaldo.

GABARITO: E.

CESPE/UnB – EBC – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR (Advocacia) –


2011

5- Dadas as propriedades do trecho “Eram as redes sociais, o produto


mais moderno da engenhosidade humana, usadas para modernizar
sociedades atrasadas” (l.19-21), manteriam a correção gramatical, o
padrão de formalidade e, ainda, as relações semânticas entre os termos
as seguintes propostas de reescrita desse trecho: O produto mais
moderno da engenhosidade humana eram as redes sociais usadas para
modernizar as sociedades atrasadas; Usado para modernizar sociedades
atrasadas, o produto mais moderno da engenhosidade humana eram as
redes sociais.

A primeira reescritura (O produto mais moderno da engenhosidade


humana eram as redes sociais usadas para modernizar as sociedades
atrasadas) dá a entender que há mais de uma rede social, mas que se
está falando apenas das usadas para modernizar as sociedades atrasadas.
Para que a ideia fosse igual à original, seria necessário o uso de uma
vírgula ou travessão; veja: “O produto mais moderno da engenhosidade
humana eram as redes sociais, usadas para modernizar as sociedades
atrasadas” ou “O produto mais moderno da engenhosidade humana eram
as redes sociais — usadas para modernizar as sociedades atrasadas”.
Agora assim a ideia não é de restrição, e sim de explicação, como no
texto original. Na segunda reescritura não vejo problemas.

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Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04

Esta questão de vírgula antes de orações subordinadas adjetivas dá o que


falar. Por exemplo: Minha sogra que morreu já foi tarde (aqui o cara tem
mais de uma sogra, mas ele está falando apenas daquela que foi tarde;
restrição) / Minha sogra, que morreu, já foi tarde (aqui o cara tinha
apenas uma sogra; explicação). Fica esperto!

GABARITO: E.

CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO (LETRAS) – 2011

Fragmento de texto

(...) Assim, a interação é vista como processo social que dá aos atores
que interagem não apenas um papel de agentes de reprodução, mas de
reinventores da vida social.

6- Na linha 19, a ausência de vírgulas logo depois de “atores” e de


“interagem” (l.19) indica que há outros atores que não interagem.

Olha aí! Acabei de falar sobre orações subordinadas adjetivas (restritivas


e explicativas) e o uso da vírgula alterando o sentido. Esta questão trata
justamente disso. Quando se diz “... os atores que interagem...”,
entendemos que se está restringindo o ente atores, ou seja, está-se
falando sobre um tipo de atores, os que interagem, logo deduzimos que
há outros atores que não interagem. Se colocássemos as vírgulas, a
oração adjetiva passaria a ser explicativa, o que acarretaria o sentido.
Neste caso (... os atores, que interagem,...), todos os atores interagem,
não só alguns.

Veja outro exemplo deste tipo:

Os jornalistas que defendem a liberdade de expressão sofrem represálias.


— apenas os que defendem a liberdade de expressão sofrem, os demais
não.

Agora:

Os jornalistas, que defendem a liberdade de expressão, sofrem


represálias. — todos sofrem repressão, porque todos defendem a
liberdade de expressão.

Sacou?

GABARITO: C.

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CESPE/UnB – CORREIOS – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 2011

Fragmento de texto

(...) Para apreciar o valor e o significado dessas indicações, é preciso


entender as principais razões que levavam o padre a interessar-se pelo
tempo (...)

7- O emprego de vírgula logo após o vocábulo “indicações” (L.10) é


obrigatório.

Sim, a vírgula é obrigatória, pois a oração subordinada adverbial


(desenvolvida ou reduzida; no contexto, reduzida: Para apreciar o valor e
o significado dessas indicações,...) está antes da principal. A polêmica
ocorre quando a oração adverbial está depois da principal. Alguns
gramáticos modernos (conheço três) dizem que é facultativo o uso da
vírgula quando a adverbial vem depois da principal.

“O que fazer na prova, Pest?” Seria bom que o edital trouxesse referência
bibliográfica, mas, como isso não ocorre, precisamos olhar opção por
opção, buscando a melhor alternativa. Esta polêmica foi questão de prova
recente do TRE/PR (banca FCC). Portanto, tudo pode acontecer. Fiquemos
de prontidão para não vacilar.

Safo?

GABARITO: C.

CESPE/UnB – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO (TAQUIGRAFIA) –


2011

Fragmento de texto

(...) Abri uma página ao acaso e li uma frase que dizia ser um sinal de
fraqueza, e não de virtude, ir agachar-se sob o túmulo a fim de escapar
dos golpes do destino. (...)

8- Caso se omitisse a vírgula empregada imediatamente antes da


conjunção “e” (l.15), a correção gramatical e a coerência do texto seriam
preservadas.

Quando “e sim” ou “e não” tiver valor adversativo (mas, porém,


contudo...), haverá vírgula antes de tal expressão. Simples assim.
Portanto a vírgula não pode ficar omissa.

GABARITO: E.

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Fragmento de texto

(...) a vida depende da vontade de outrem, a morte, da nossa. (...)

9- No trecho “a morte, da nossa” (l.11), a vírgula foi empregada para


indicar a omissão do vocábulo “vontade”.

A vírgula serve para marcar, normalmente, a elipse verbal, que é o que


está de fato acontecendo. Veja de novo o trecho, reescrito: “a vida
depende da vontade de outrem, a morte depende da nossa”.

Ficou claro? Não foi o vocábulo ‘vontade’ elíptico, mas a forma verbal
‘depende’.

GABARITO: E.

Texto

Nicolau meteu-se na política. Em 1823, vamos achá-lo na


Constituinte. Não há que dizer ao modo por que ele cumpriu os deveres
do cargo. Íntegro, desinteressado, patriota, não exercia de graça essas
virtudes públicas, mas à custa de muita tempestade moral. Pode-se dizer,
metaforicamente, que a frequência da câmara custava-lhe sangue
precioso. Não era só porque os debates lhe pareciam insuportáveis, mas
também porque lhe era difícil encarar certos homens, especialmente em
certos dias. Montezuma, por exemplo, parecia-lhe balofo, Vergueiro,
maçudo, os Andradas, execráveis. Cada discurso, não só dos principais
oradores, mas dos secundários, era para o Nicolau verdadeiro suplício. E,
não obstante, firme, pontual. Nunca a votação o achou ausente; nunca o
nome dele soou sem eco pela augusta sala. Qualquer que fosse o seu
desespero, sabia conter-se e pôr a ideia da pátria acima do alívio próprio.
Talvez aplaudisse in petto o decreto de dissolução. Não afirmo; mas há
bons fundamentos para crer que o Nicolau, apesar das mostras
exteriores, gostou de ver dissolvida a assembleia. E se essa conjetura é
verdadeira, não menos o será esta outra: que a deportação de
alguns dos chefes constituintes, declarados inimigos públicos,
veio aguar-lhe aquele prazer. Nicolau, que padecera com os discursos
deles, não menos padeceu com o exílio, posto lhes desse um certo relevo.
Se ele também fosse exilado!

Machado de Assis. Verba testamentária. In: J. Gledson. 50 contos de Machado de Assis.


São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 168 (com adaptações).

10- Na linha 19, o autor emprega o sinal de dois-pontos para introduzir


mais uma especulação do narrador a respeito do ponto de vista de
Nicolau acerca do fato ocorrido após a dissolução da assembleia.

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De fato os dois-pontos, no contexto, servem para introduzir uma
especulação (conjetura), a saber, “que a deportação de alguns dos chefes
constituintes, declarados inimigos públicos, veio aguar-lhe aquele prazer.”

GABARITO: C.

Fragmento de texto

(...) Do terreno das controvérsias religiosas, a ideia de tolerância passou


pouco a pouco para o terreno das controvérsias políticas, ou seja, do
contraste entre as formas de religião moderna que são as ideologias. (...)

11- A expressão “ou seja” (L.8) está isolada por vírgulas no texto por ser
de valor meramente explicativo.

A expressão “ou seja” e tantas outras de valor explicativo, retificativo,


exemplificativo são separadas obrigatoriamente por vírgula: isto é, a
saber, ou melhor, ou por outra, digo mal, aliás, quer dizer, enfim, em
suma, a propósito, por exemplo...

GABARITO: C.

Fragmento de texto

(...) As espécies que não foram capazes de uma reação imediata tiveram
pouca probabilidade de deixar uma progênie que passasse adiante seus
lentos genes de atuação. (...)

12- Caso a oração “que não foram capazes de uma reação imediata” (l.9-
10) fosse isolada por vírgulas, a coerência textual seria prejudicada.

Esta é a terceira questão em que se trabalha o uso da vírgula antes de


orações adjetivas. Como já sabemos, se a vírgula for colocada, a ideia é
de explicação/generalização. Se a vírgula não for colocada, a ideia é de
restrição/limitação. Portanto, se na frase “As espécies que não foram
capazes de uma reação imediata tiveram pouca probabilidade de deixar
uma progênie que passasse adiante seus lentos genes de atuação” as
vírgulas forem colocadas para separar a oração subordinada adjetiva (em
itálico), a ideia será de que todas as espécies não foram capazes de uma
reação imediata, o que não é o caso, pois a ausência das vírgulas marca
uma restrição, ou seja, apenas algumas espécies (as dos tipos que não
foram capazes de uma reação imediata) tiveram pouca probabilidade de
deixar uma progênie...

Foi?

GABARITO: C.

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04

CESPE/UnB – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA – 2011

Fragmento de texto

13- Seria mantida a correção gramatical do texto caso fosse introduzida


vírgula imediatamente após o trecho “rapazes vestidos de preto (...)
capuzes ou capacetes” (l.2-3), isolando-o do restante da oração, já que
esse trecho somente insere informação acessória sobre os manifestantes.

Não é possível colocar a vírgula entre “rapazes vestidos de preto (...)


capuzes ou capacetes”, pois tal expressão é o sujeito do verbo
‘caminham’. Segundo a regra básica de vírgula, não se separa o sujeito
do seu verbo.

GABARITO: E.

CESPE/UnB – CORREIOS – ANALISTA DE CORREIOS (LETRAS) –


2011

Fragmento de texto

(...) Na Universidade de Oxford, terminou os estudos da língua grega —


idioma dominado apenas por eruditos. (...)

14- Caso o adjunto adverbial “Na Universidade de Oxford” (L.13) seja


deslocado para o final do período em que ocorre, não será necessário
ajuste na pontuação, bastando, para se manterem a correção gramatical
e o sentido do texto, as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas.

Seguindo a sugestão de reescritura, temos: “Terminou os estudos da


língua grega — idioma dominado apenas por eruditos na Universidade
Oxford.”

O sentido mudou, pois parece que o idioma só é dominado pelos eruditos


de Oxford, o que não é o caso. Além disso, se escrevemos uma expressão
intercalada, deve ela vir entre travessões (vírgulas ou parênteses):
“Terminou os estudos da língua grega — idioma dominado apenas por
eruditos — na Universidade Oxford.”

Agora sim.

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
GABARITO: E.

Fragmento de texto

(...) De acordo com Lévy, a sociedade passou por três etapas: as


sociedades fechadas, voltadas à cultura oral; as sociedades civilizadas,
imperialistas, com uso da escrita; e, por último, a cibercultura, relativa à
globalização das sociedades. (...)

15- Nas linhas 16 e 17, seriam preservadas a correção gramatical bem


como a coerência e a clareza entre as ideias, caso se substituíssem os
sinais de ponto e vírgula, que separam os termos de uma enumeração,
por vírgulas.

Claro que não! O ponto e vírgula (ou ponto-e-vírgula) deve ser usado
para separar orações coordenadas extensas que apresentam
discriminações ou explicações sem sua estrutura. Portanto, a escrita
original não deve ser mudada.

Veja mais sobre ponto e vírgula:

O ponto e vírgula (;) é usado para marcar uma pausa maior do que a da
vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza do texto — pouco usado
hoje em dia, mas frequente nos concursos. Por isso fique esperto!

Não há mistérios; entenda quando se deve usar (percebeu que eu


usei um agora?). O ponto e vírgula serve para:

• separar orações coordenadas assindéticas, normalmente


entre trechos já separados por vírgula

Ex.: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e


alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.

• separar vários itens de uma enumeração (frequente em leis)

Ex.: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes
princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na


escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
(...)
(Constituição da República Federativa do Brasil)

• separar orações coordenadas cuja conjunção ‘implícita’ é


facilmente percebida

Ex.: Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à


aula de hoje. (= Comeu muito na festa, exageradamente, por
isso não conseguiu ir à aula hoje.)

• separar orações coordenadas adversativas e conclusivas com


conectivo deslocado (ou não)

Ex.: Ficarei com ela; (porém) não posso, porém, pagá-la à vista.

Vencemos; fiquemos, pois, felizes com nossa conquista!

GABARITO: E.

Fragmento de texto

(...) “Você não acha que, daqui um tempo, todo mundo vai depender de
tecnologias digitais para gerenciar a vida?” É claro que sim. Quem disser
que não estará reproduzindo o discurso daquelas pessoas que eram
contrárias às linhas férreas, por exemplo. (...)

16- Além de manter a correção gramatical e a coerência das ideias do


texto, a inserção de uma vírgula logo após “não” (l.3) tornaria mais clara
a relação entre as ideias expressas no período, pois eliminaria a
ambiguidade que nele ocorre.

A maioria dos gramáticos entende que a vírgula não pode separar em


hipótese alguma o sujeito (independente de ser oracional) do seu verbo.
Portanto, se o sujeito é “Quem disser que não”, a vírgula não cabe após
ele, pois logo depois vem o seu verbo (neste caso, uma locução verbal, o
que dá no mesmo), a saber: “estará reproduzindo”

Na boa, fico com aqueles gramáticos que dizem ser possível a inserção de
uma vírgula após sujeito oracional iniciado por pronome indefinido, pois a
vírgula depois de ‘não’ tornaria o texto de fato mais claro, pois, sem as
vírgulas, parece que ‘não’ é um advérbio de negação modificando a
locução verbal. Com a vírgula, saberemos que o ‘não’ é de fato um mero
substantivo no contexto, análogo ao vocábulo anterior ‘sim’.

Bem, o CESPE/UnB não viu assim, viu da maneira mais tradicional


possível, ou seja: NÃO se separa o sujeito do seu verbo por vírgula. Ponto
final.

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
GABARITO: E.

Fragmento de texto

“É impossível pensar o mundo contemporâneo sem reconhecer-lhe uma


das características mais marcantes e fundamentais: este é o período
histórico no qual se opera a mais radical das revoluções já
experimentadas pela humanidade, tanto em amplitude quanto em
profundidade. (...)”

17- Na linha 3, o sinal de dois pontos introduz explicitação para o que é


referido como “uma das características mais marcantes e fundamentais”
(L.2-3).

Este deveria ser seu raciocínio:

“No mundo contemporâneo, qual é uma das características mais


marcantes e fundamentais? É esta: vivemos em um período histórico no
qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas pela
humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade”.

Portanto, os dois-pontos introduzem uma oração de valor apositivo, que


esclarece qual é essa ‘uma das características mais marcantes’.

Ficou claro? Maravilha! ☺

GABARITO: C.

CESPE/UnB – FUB – MÉDICO – 2011

18- Estaria correto o emprego de vírgulas para isolar a expressão “em


geral” (L.38): o que seria, em geral, preferível à contemplação.

A expressão “em geral” é um adjunto adverbial deslocado; a preferência


entre os gramáticos é pela vírgula, mas muitos dizem que, se o adjunto
adverbial for de curta extensão, a vírgula é facultativa. Portanto, seria tão
correto colocar a vírgula quanto ignorá-la.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – CNPQ – ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JR. –


2011

Fragmento de texto

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
(...) Da mesma forma, a condição natural do homem — o estado de
natureza dos pensadores políticos clássicos e dos juristas — foi repensada
de forma inteiramente nova. (...)

19- Os travessões empregados nas linhas 18 e 19 têm a função de isolar


um trecho de valor explicativo que apresenta outra forma de nomear a
“condição natural do homem” (L.18).

A afirmação está perfeita, pois o termo entre travessões é um aposto


explicativo.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – TJ/ES – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 2011

20- No trecho “Mas a violência armada, gerando sofrimentos e perdas


desproporcionais, persistirá, onipresente e endêmica — ocasionalmente
epidêmica —, em grande parte do mundo” (L.34-36), estariam mantidos
o sentido e a correção gramatical do texto caso fosse suprimida a vírgula
que precede a expressão “em grande parte do mundo”.

A expressão intercalada “onipresente e endêmica” deve vir separada por


vírgulas, mesmo que se siga a ela outra expressão intercalada separada
por travessões ou parênteses. Quem diz isso é o Bechara. Ele deixa claro
que pode haver vírgula após travessões ou parênteses.

Portanto, o certo é não retirar a vírgula após o último travessão, pois ela
separa a expressão intercalada “onipresente e endêmica”. Veja sem os
travessões para ficar mais fácil de perceber: “Mas a violência armada,
gerando sofrimentos e perdas desproporcionais, persistirá, onipresente e
endêmica, em grande parte do mundo.” Percebeu que a vírgula deve ser
mantida? Maravilha!

GABARITO: E.

CESPE/UnB – PC/ES – PERITO CRIMINAL ESPECIAL – 2011

21- A colocação de vírgula logo após o vocábulo “pessoa” (... a


expectativa de que qualquer pessoa pode-se tornar vítima...) prejudicaria
a correção gramatical e o sentido do texto.

Prejudicaria a correção gramatical, pois não se separa o sujeito do seu


verbo.

GABARITO: C.

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
22- A retirada da vírgula logo após o vocábulo “presos” (Quando são
presos, os criminosos respondem...) acarretaria, segundo a prescrição
normativa, erro gramatical ao texto.

Sem dúvidas, pois as orações subordinadas adverbiais antes das


principais são sempre separadas por vírgula!

GABARITO: C.

CESPE/UnB – TRE/ES – ANALISTA (ANÁLISE SISTEMAS) – 2011

23- De acordo com a prescrição gramatical, na linha 17 (A começar pela


representação política, que envolve, no mínimo, premissas...), o emprego
da vírgula que antecede a expressão “no mínimo” torna obrigatório, no
texto, o emprego da vírgula que a sucede.

Sim. A expressão “no mínimo” está intercalada. Qualquer expressão


intercalada deve ficar entre vírgulas, exceto quando for um adjunto
adverbial de curta extensão; neste caso, a vírgula é facultativa.

Não obstante, já que foi usada vírgula antes da expressão intercalada “no
mínimo”, deve-se usar a vírgula após ela, a fim de marcar a intercalação.

Resumindo: “A começar pela representação política, que envolve, no


mínimo, premissas...” ou “A começar pela representação política, que
envolve no mínimo premissas...”.

Ainda há uma preferência pelas vírgulas devido à ênfase dada à


expressão.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2011

24- No trecho "Em meados do século XX, esses exercícios caíram em


desuso nas escolas" (L.23-25), a vírgula está empregada como marca de
estilo e pode ser omitida sem que haja prejuízo para a correção
gramatical do período.

Esta é uma questão polêmica, pois o adjunto adverbial deslocado pode


ser considerado por alguns como de curta extensão, o que tornaria a
vírgula facultativa. Já caíram questões desse tipo em provas militares,
como a prova da EFOMM. Adjuntos adverbiais deste tamanho não foram
separados por vírgula sem que isso acarretasse transgressão gramatical.
No entanto, seguindo a regra de que adjunto adverbial deslocado deve vir
separado por vírgulas, fiquemos com ela. Creio que o que me pende a

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Questões comentadas do CESPE/UnB
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marcar a afirmação como ERRADA é o fato de a banca dizer que a vírgula
é usada por uma questão de estilo, quando, na verdade, é usada por uma
questão sintática. Ou seja, a vírgula é usada para indicar que houve
inversão sintática dos termos da oração, isto é, que a ordem da oração é
indireta/inversa. Se fôssemos escrever na ordem direta, assim ficaria:
“Esses exercícios caíram em desuso nas escolas em meados do século
XX”. Se a vírgula fosse colocada antes do adjunto adverbial agora, aí sim
seria questão de estilo, pois o lugar do adjunto adverbial é no fim da
oração, sem estar separado por vírgula.

GABARITO: E.

CESPE/UnB – BRB – ESCRITURÁRIO – 2011

Fragmento de texto

(...) Hoje, o sistema financeiro de um país é controlado pelo seu banco


central, que tem a função de emitir dinheiro, captar recursos financeiros e
regular os bancos comerciais e os industriais.

25- Emprega-se a vírgula logo após a expressão “emitir dinheiro” (l.15)


para separá-la de outras de mesma função sintática que compõem uma
enumeração.

De fato há uma enumeração. Veja: “... que tem a função de 1) emitir


dinheiro, 2) captar recursos financeiros e 3) regular os bancos comerciais
e os industriais.”

Segundo a regra, termos ou orações coordenadas (em enumeração) são


separados por vírgula. Caberia também uma vírgula no lugar do ‘e’, ou
seja: “... que tem a função de 1) emitir dinheiro, 2) captar recursos
financeiros, 3) regular os bancos comerciais e os industriais.”

É só uma possibilidade, não uma regra! Beleza? ;-)

GABARITO: C.

26- A vírgula empregada logo depois de “Nessa época” (Nessa época,


diversos países europeus...) isola adjunto adverbial de tempo antecipado.

Perfeita. Autoexplicativa!

GABARITO: C.

CESPE/UnB – CBM/ES – OFICIAL BOMMBEIRO MILITAR


COMBATENTE – 2011

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Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04

27- O travessão depois de VLTs (... outras cidades do Nordeste, que já


estudam implantar VLTs — que circulariam sobre...) pode ser substituído
por vírgula sem prejuízo para a correção do texto.

As orações subordinadas adjetivas explicativas podem vir separadas por


vírgula(s) ou travessão(ões). Normalmente os travessões e os parênteses
fazem as vezes da vírgula. É o que aqui ocorre: “... outras cidades do
Nordeste, que já estudam implantar VLTs — que circulariam sobre...”
ou “... outras cidades do Nordeste, que já estudam implantar VLTs, que
circulariam sobre...”

GABARITO: C.

28- A vírgula empregada logo após o trecho “Quando havia um incêndio


na cidade” (Quando havia um incêndio na cidade, os bombeiros eram
avisados...) é opcional, podendo ser suprimida sem prejuízo para a
correção gramatical do texto.

Jamais! Oração subordinada adverbial antecipada é sempre separada por


vírgula!

GABARITO: E.

CESPE/UnB – FUB – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – 2011

Fragmento de texto

(...) Depois de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo


mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que...
(...)

29- Na linha 12, a supressão da vírgula não prejudicaria a correção do


texto, devido à presença do travessão, que também é sinal indicativo de
pausa.

Jamais! O travessão não anula nem cobre a função da vírgula, ela deve
aparecer após o travessão SIM!!! Ignore os travessões para ficar mais
claro o obrigatório uso da vírgula: “Depois de dois anos no papel de
professor de escola pública, esses jovens ingressam quase que...”. A
vírgula deve ser colocada para separar o adjunto adverbial deslocado.

Não erre isso na prova, hein!!! Se você errar, eu vou à sua casa brigar
com você!!! ☺

GABARITO: E.

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Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04

CESPE/UnB – PREVIC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2011

Fragmento de texto

30- A substituição do ponto final (L.1) por dois-pontos e a do travessão


(L.3) por vírgula, com a devida alteração de maiúscula e minúscula,
mantêm a correção gramatical do texto.

O que a banca sugere é esta reescritura correta: “O Censo trouxe a


público uma boa notícia: a esperança de vida ao nascer alcançou, em
2009, os 73 anos e dois meses, um aumento de 3 meses em relação ao
ano anterior.”

Os dois-pontos introduzem um esclarecimento (um aposto). A vírgula


idem.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – TRE/ES – TÉCNICO – 2011

31- O segmento “o mais abundante dos gases-estufa” (Por exemplo, as


emissões de CO2, o mais abundante dos gases-estufa, caíram 1,3%...)
está entre vírgulas por constituir aposto explicativo.

Perfeito. O aposto explicativo é um termo de valor substantivo que


esclarece um termo anterior. Sempre separado por vírgulas, travessões
ou parênteses.

GABARITO: C.

Fragmento de texto

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
32- Na linha 10, as vírgulas logo após “Tocantins”, “Maranhão”, “Ceará” e
“Pernambuco” justificam-se por isolarem termos de mesma função
sintática componentes de uma enumeração.

Perfeita. E autoexplicativa! ☺

Todos os termos separados por vírgula têm a mesma função sintática:


adjunto adverbial.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – STM – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – 2011

Fragmento de texto

(...) A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais


aeroportuários — que aflora nos momentos de pico de viagens e a
qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões-chave — já foi
prevista há muito tempo. (...)

33- A omissão do trecho isolado por travessões não acarretaria prejuízo


para a correção gramatical do texto.

De fato não, pois os termos e expressões separados por travessões são


considerados acessórios, sendo assim a frase não depende destes termos
para ter sentido completo.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – PC/ES – CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR – 2011

Fragmento de texto

(...) Para o autor de Além do Bem e do Mal, os homens são, por natureza,
desiguais e apenas a sociedade, com sua moral de rebanho, com sua
religião baseada na compaixão, é que fez que eles se tornassem iguais.
(...)

34- No trecho "com sua moral de rebanho, com sua religião baseada na
compaixão" (L.19-20), a vírgula é empregada para separar elementos que
exercem a mesma função sintática na oração.

Ambas as expressões exercem função sintática de predicativo do sujeito


(a sociedade). Como estão coordenadas, devem ser separadas por
vírgula. Simples assim!

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Prof. Fernando Pestana – Aula 04
GABARITO: C.

Texto

35- Em “um maneirista da própria sombra” (L.5) e “chegou lá” (L.11), as


aspas são empregadas com a função de realçar ironicamente as
expressões.

As aspas da primeira expressão servem para marcar uma citação de


Eusébio. As aspas da segunda expressão servem para marcar um registro
coloquial/informal, ou seja, tem função estilística: Escritor que nunca
''chegou lá'' = Escritor que nunca teve sucesso.

Saiba mais sobre as aspas:

As aspas (“ ”) duplas e simples (‘ ’), segundo o conceituado doutor em


Letras da UERJ José Carlos de Azeredo, são empregadas igualmente; as
simples, porém, são usadas comumente em citações fragmentadas ou
dentro de citações. Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo
frequentemente o uso das aspas. Resumindo, elas são empregadas:

• antes e depois de citações textuais

Ex.: Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em


uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam
para a comunicação quotidiana". (ou ‘o gramático...
comunicação cotidiana’).

• para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos,


gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04

Ex.: O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação


de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.
(Veja)

Não me venham com problemática, que tenho


a “solucionática”. (Dadá Maravilha)

O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que


desejava.

Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd” (Jornal Meia Hora)

Anderson Silva “passou o carro” no adversário.

• para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes


com objetivo irônico ou malicioso

Ex.: Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.

Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!

Se ela fosse “minha”...

• quando se citam nomes de mídias, livros, etc.

Ex.: Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.

“Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.

Quanto à posição das aspas

Se o fim da citação, assinalado por ponto, ponto de interrogação ou ponto de


exclamação ou reticências coincidir com o término da frase, as aspas são colocadas
após esses pontos; não se usa após isso nenhum sinal de pontuação.

A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritou na final entre Brasil e Espanha: “Gol!!!”

Sacconi já acha que é necessária a colocação de um ponto ao fim do período. Logo,


a frase acima ficaria: A torcida, aos 45 do segundo tempo, gritou na final entre
Brasil e Espanha: “Gol!!!”.

Quando não fizerem parte da citação, o ponto de interrogação e o ponto de


exclamação deverão vir depois das aspas:

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Conheces a famosa frase “Penso, logo existo”?

GABARITO: E.

CESPE/UnB – MPE/PI – ANALISTA MINISTERIAL – 2012

36- Preserva-se a correção gramatical do texto ao se substituírem os


dois-pontos, após a expressão “ou seja” (... o sistema nervoso causaria
uma pane nos outros órgãos, ou seja: chegamos a um ponto em que...),
por vírgula.

A expressão explicativa “ou seja” pode vir entre vírgulas tranquilamente.


Na verdade, isso é regra.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – 2012

37- Na linha 37 (... para o entendimento de uma forma particular de


comunicação — ... —, o estudioso deve reconstruir...), é obrigatório
o emprego da vírgula após o travessão.

A vírgula é obrigatória depois do último travessão porque antes deles há


um adjunto adverbial deslocado. Ignore os travessões e ateste: “... para
o entendimento de uma forma particular de comunicação, o estudioso
deve reconstruir...”.

GABARITO: C.

CESPE/UnB – IRBr – DIPLOMATA – 2012

Fragmento de texto

É certo que, de modo geral, toda obra literária deve ser a expressão, a
revelação de uma personalidade.

38- Sem alteração da informação expressa no primeiro período do texto,


a expressão adverbial “de modo geral” poderia ser deslocada, com as
vírgulas, para imediatamente depois da locução verbal “deve ser” ou,
eliminando-se as vírgulas que a isolam, para imediatamente após o
núcleo nominal “personalidade”.

Se for colocada a expressão adverbial ‘de modo geral’ após


‘personalidade’, ela passará a ser uma expressão adjetiva, o que

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
modificará o sentido do substantivo ‘personalidade’, e não da oração
inteira, como o faz na posição do trecho original.

GABARITO: E.

CESPE/UnB – TCDF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – 2012

39- Justifica-se o emprego da vírgula logo após “mas” (... representaram


profundas mudanças para a sociedade da época, mas, do ponto de vista
político, assistiu-se a uma concentração ainda maior...) para enfatizar o
sentido de contraste introduzido por essa conjunção, razão por que a
supressão desse sinal de pontuação não acarretaria prejuízo gramatical
ao texto.

A vírgula após o ‘mas’ não é colocada para ele, mas sim para separar a
expressão adverbial deslocada ‘do ponto de vista gramatical’.

GABARITO: E.

CESPE/UnB – PC/CE – INSPETOR – 2012

40- A vírgula após “Ora” (... os dirigentes políticos sonham com


estabilidade. Ora, as formas de governo utilizadas pelos impérios
fascinam por sua resistência... ) pode ser suprimida sem prejuízo para a
correção gramatical e para o sentido original do texto.

Com a retirada da vírgula, parecerá que a palavra denotativa de situação


‘ora’, também chamada modernamente de marcador discursivo, se torna
uma conjunção alternativa. De qualquer modo, a retirada da vírgula
provoca, sim, mudança de sentido.

GABARITO: E.

41- Sem que haja prejuízo para o sentido original do texto, “Isso” (... o
fato de o império absorver povos diferentes faz que alguns de seus
componentes desejem destacar-se do conjunto. Isso explica por que os
impérios perduram...) pode ser corretamente substituído por o que,
desde que se substitua o ponto que antecede esse pronome por ponto e
vírgula.

A expressão “o que”, iniciada por um pronome demonstrativo com função


apositiva não pode ser separada por ponto e vírgula, só por vírgula. Logo,
a única reescritura possível é esta: “... o fato de o império absorver povos
diferentes faz que alguns de seus componentes desejem destacar-se do
conjunto, o que explica por que os impérios perduram...”.

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GABARITO: E.

42- Com os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o ponto após


“passados” (Pensar o império não significa ressuscitá-lo dos mundos
passados. Trata-se de considerar a multiplicidade...) pode ser substituído
por dois-pontos sem que haja prejuízo para a correção gramatical e o
sentido original do texto.

Os dois-pontos servem para separar orações coordenadas que mantém


uma relação de sentido entre si, logo não há erro em reescrever o trecho
assim: “Pensar o império não significa ressuscitá-lo dos mundos
passados: trata-se de considerar a multiplicidade...”.

GABARITO: C.

Fragmento de texto

“... outras formas de soberania que respondam melhor a um mundo


caracterizado ao mesmo tempo pela desigualdade e pela diversidade.”

43- Na linha 33, caso se insira, antes de “caracterizado”, o segmento que


é, será necessário, para a manutenção da correção gramatical e do
sentido do período, o emprego de vírgula após “mundo”.

Com o acréscimo de “que é”, cria-se uma oração adjetiva restritiva, que
não é separa por vírgula, logo a afirmação não procede. Veja como ficaria
a reescritura: “... outras formas de soberania que respondam melhor a
um mundo QUE É caracterizado ao mesmo tempo pela desigualdade e
pela diversidade.”

GABARITO: E.

CESPE/UnB – STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2012

Fragmento de texto

“A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista disse:


...”

44- O emprego da vírgula após “quartel” é facultativo.

Quando um objeto direto ou indireto está deslocado para o início da frase,


a vírgula é facultativa.

GABARITO: C.

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Língua Portuguesa
Questões comentadas do CESPE/UnB
Prof. Fernando Pestana – Aula 04
Meus nobres, estamos sempre juntos!

Felicidades!

Pestana
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