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PRINCÍPIOS DA RESTAURAÇÃO DO

TESTEMUNHO DO SENHOR
1 – ALTAR
Romeu Bornelli

Boa noite irmãos. Graça e paz do Senhor.


Muito bom rever vários rostos já conhecidos, e
conhecer outros novos. Espero que tenhamos mais tempo
nesses dias de nos tocarmos, nos conhecermos melhor. É
um grande privilégio para mim, realmente é, encontrar
mais e mais irmãos que compõe essa família amada do
Senhor.
Eu queria nos lembrar, antes de iniciarmos, que nós
temos uma promessa do Senhor, João cap. 6, verso 44 e 45,
o Senhor Jesus estava falando com aqueles discípulos a
respeito do pão da vida e se dirigindo, especificamente, aos
fariseus, e no cap. 6 do Evangelho de João, no verso 44, Ele
diz: João 6:44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me
enviou, não o trouxer (ou não o atrair); e eu o ressuscitarei
no último dia. E logo no verso seguinte ele cita uma
expressão do Velho Testamento que diz assim: João 6:45
Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por
Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido
e aprendido, esse vem a mim. Queria então recordar os
irmãos nessa noite, que o fato de nós nos reunirmos, como
também nosso irmão orava ao Senhor agora há pouco, não
é, realmente não é uma atitude que parte de nós, por mais
que achamos que seja. Na verdade, de alguma maneira,
nós respondemos a um convite do Senhor. Então, quando o
povo de Deus se coloca junto, nós precisamos ter bem
claro, diante de nós, o que é que está para acontecer nesse
tempo. Nós vamos reunir para adorá-lo, nós vamos nos
reunir para tocá-lo, nós vamos nos reunir para melhor
conhecê-lo, nós vamos nos reunir para compartilhar a sua
palavra. Então irmãos, de maneira nenhuma é algo comum
o povo de Deus se reunir. Os irmãos sabem muito bem, que
em períodos difíceis da vida igreja, especialmente nos
períodos de perseguição, de aflição, os irmãos então, de
alguma maneira maior, especial, foram acordados para
essa grande verdade, o quanto é sublime o reunir do povo
de Deus. E muitos vieram a conhecer a sublimidade disso,
o valor profundo disso, quando perderam isso, porque
foram impedidos muitos deles, politicamente, por regimes
políticos, de se reunirem. Então que nós nunca
consideremos algo comum, nós nos reunirmos como igreja,
porque não é algo comum. É algo espiritual. O Senhor nos
reúne para ele mesmo. Nós não estamos aqui interessados
propriamente uns nos outros. Nós valorizamos uns aos
outros. Nós não estamos aqui focados uns nos outros. Nós
estamos aqui para Ele, por Ele. Estamos aqui movidos por
Ele mesmo e desejosos de vê-Lo, do contrário não há outro
motivo no nosso reunir.
E relacionado a isso eu gostaria também de nos
lembrar que nós temos dois maravilhosos instrumentos – se
posso dizer assim - dados pelo Senhor, para que o reunir
do povo de Deus tenha significado. O primeiro deles está
nas nossas mãos. Irmãos, homens e mulheres derramaram
o seu sangue, para que nós tivéssemos uma cópia da
palavra escrita de Deus. Houve um tempo durante o
reinado da chamada Maria sanguinária, Maria I da
Inglaterra, quando ela ordenou, durante aquele seu período
de regência, que cada família, ano de 1600 e alguma coisa,
no final do século XVII, cada família que tivesse na sua casa
um exemplar da Bíblia, o pai de família daquela família,
deveria ser decapitado e parte do seu sangue seria
recolhido em uma bacia e a Bíblia da família seria
mergulhada naquele sangue. Sabe o que é que isso diz
para nós? Isso diz para nós que Satanás odeia a palavra de
Deus e tudo o que ele quer é uma palavra, uma Bíblia
fechada, tanto no sentido literal, quanto no sentido
espiritual, porque onde não há visão, o povo se corrompe
(Provérbios 29:18). Então nós temos esse maravilhoso
instrumento, preservado pelo Senhor através de sangue de
servos e servas, para que tivéssemos em nossas mãos essa
cópia escrita, da palavra que é soprada por Deus mesmo,
como Paulo para Timóteo, escritura soprada por Deus
mesmo (2 Timóteo 3:16) e útil para a nossa correção para
o nosso ensino, nossa educação, e o propósito final, para
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra, para que através dela, nós
sejamos conformados à imagem do amado Filho de Deus.
Então não é uma coisa comum, nós trazermos de casa esse
nosso livro, esse livro e então podermos abri-lo e
compartilhar a palavra de Deus e segundo instrumento,
esse livro seria um livro selado para nós se nós não
tivéssemos esse outro Consolador, aquele que quando o
Senhor o prometeu naqueles capítulos memoráveis de João
13 a 17, Ele disse que seria um igual a Ele, da mesma
qualidade que Ele, aquele alom parakletos, um Consolador
da mesma qualidade que Eu, como se Ele dissesse: Ele sou
Eu. Eu estou do lado de vocês. Ele estará em vocês e Ele
vos guiará - foi a promessa do Senhor - a toda a
verdade, porque Ele não falará por Si mesmo, mas Ele
falará tudo que tiver recebido de mim e o Senhor disse: Ele
me glorificará. (João 16:13 quando vier, porém, o Espírito
da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará as coisas que hão de vir.)
Então irmãos nós estamos hoje prontos para juntos
orarmos ao Senhor e agradecendo a ele, porque nós temos
essas duas maravilhosas provisões: nós temos a palavra de
Deus, nós temos o Espírito de Deus. E quando a palavra de
Deus, com o Espírito de Deus, são colocados juntos, o que
nós temos é a palavra viva de Deus. Lembra do Livro de
Hebreus? A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante
que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto
de dividir alma de espírito. È isso que nós precisamos. Nós
temos um ser tão misturado! Tantas vezes nós achamos
que estamos agradando e servindo ao Senhor. Nós estamos
é atropelando tudo, porque nós precisamos que a palavra
de Deus separe o que é da alma, do que provém dela, tem
fonte nela, tem origem nela, e o que é do espírito, tem
fonte nele, e tem origem nele. Do contrário não podemos
ter um caminhar espiritual, nem como indivíduos e nem
como igreja. Mas nós podemos contar com esses
instrumentos: o espírito e a palavra, porque ela então é
viva e eficaz e penetra até o ponto de dividir alma de
espírito, juntas e medulas. Ela é apta para discernir e o
sentido é examinar, julgar, discernir os pensamentos e os
propósitos do coração. Graças ao Senhor. Então irmãos, o
ajuntamento do povo de Deus é sublime e por isso no Velho
Testamento era chamada de Santa Convocação. Santas
convocações. Vocês se lembram?
Vamos então orar ao Senhor para que esse
ajuntamento seja uma santa convocação, para que o
Espírito de Deus, usando a palavra de Deus, possa então
abrir o que Ele deseja do coração do Senhor nessa noite.
Vamos então orar.
Senhor. Tu nos sondas e nos conheces. Pedimos ao
Senhor que nessa noite, nós realmente experimentemos
como povo teu, reunido nesse lugar, a realidade espiritual
por trás dessa reunião. Senhor, nós pedimos a Ti,
esperamos tanto em Ti, para que o Teu espírito nos ajude
nessa noite. Sem Ele nada podemos fazer, nada temos a
dar. Também te pedimos que o Senhor use a tua palavra
escrita inspirada por Ti mesmo, que ela seja aberta aos
nossos corações pelo Espírito, e como uma palavra viva e
eficaz, julgue os nossos corações, penetre dividindo alma e
espírito, comunique a nós a mente do Senhor, para que nós
sejamos conformados à tua imagem. Senhor nos
oferecemos a Ti nessa noite. Nós realmente não
consideramos algo ocasional nós estarmos aqui, sabemos
que o Senhor nos convidou pela Tua soberana misericórdia,
nós pudemos responder a Ti, e estarmos aqui. Senhor, use
esse tempo. Trabalhe o que está no Teu coração. Tenha
liberdade de fazer isso em nossas vidas. Prepara o nosso
coração como um solo adequado para aquilo que tu
mesmo desejares semear na nossa vida nessa noite.
Pedimos ao Senhor que cuide desse ambiente para nós. Nós
sabemos da oposição do teu inimigo e do nosso inimigo.
Nós pedimos que o Senhor nos guarde Senhor, para que
não haja distração, para que não haja interferência, naquilo
que o Senhor deseja cumprir no meio de nós nessa noite.
Guarda-nos da cilada do maligno. Nós nos entregamos a Ti,
nós esperamos em Ti, nós olhamos só para Ti. Em nome de
Jesus, amém.

Nossa intenção para esses dias em que estaremos


juntos, é compartilharmos alguns princípios a respeito da
restauração do Testemunho do Senhor. E de que forma
isso então foi dividido em alguns itens a serem
desenvolvidos nessas noites e manhãs em que estivermos
juntos em lugares diferentes conforme os irmãos
programaram. Nós então iremos gastar esse tempo todo
focados nesse assunto, a Restauração do Testemunho do
Senhor. Entendo que esse é um assunto muito grande,
ocupa mesmo as Escrituras todas. Desde que o homem
caiu em Gênesis 3, o Senhor está a restaurar. Esse é um
assunto de Gênesis 3 a Apocalipse 22, mas nós vamos,
claro, mencionar alguns pontos que eu entendo sejam
profundamente significativos, nesse processo de
restauração de recuperação, do que o Senhor deseja na
sua igreja. Então hoje, nós vamos abrir um pouco sobre o
significado central do Altar, o que é que ele tipifica, o que
ele representa nesse desejo de restauração do Senhor para
com o seu testemunho. Qual o lugar do Altar, o que é que
ele significa, o que é que representa? Nós vamos procurar
destacar três aspectos básicos, claros, importantes, que eu
penso, nós precisamos refletir seriamente e não apenas
refletir como indivíduos. Nós precisamos refletir como
igreja. Nós temos passado um tempo de extrema
necessidade, de que nós retornemos aos princípios da
palavra de Deus, do contrário nós nunca teremos a
recuperação da glória do testemunho do Senhor. Irmãos,
isso não é algo opcional. Isso é algo necessário. Durante
esses dias, quando estivermos tocando em alguns pontos,
principalmente hoje nesse período inicial, nós iremos ver
como que o Senhor usou Esdras de uma forma tão
especialmente relacionada à sua palavra, como é citado
tanto no livro dele Esdras, como no livro de Neemias, o
lugar que Esdras teve, nessa brecha para restauração do
testemunho do Senhor, especificamente usando a sua
palavra, a revelação da palavra, a palavra renovada, a
palavra trazida de volta. O Senhor usou de maneira tão
especial Esdras, para nos deixar claro um assunto: não
teremos possibilidade alguma de termos recuperação da
glória de Deus na sua casa, a não ser que nós tenhamos um
grupo consistente de irmãos e irmãs que retornem às
Escrituras, e orem ao Senhor para que abram essas
Escrituras a eles, para que então possam andar segundo a
luz que têm recebido, em obediência àquele que é o
cabeça da igreja, do contrário nós continuaremos sendo um
corpo convulsivo, um corpo que faz muito movimento, mas
que não responde à ordem da cabeça. Irmãos, o nosso
Senhor não está interessado em convulsão no seu corpo.
Ele está interessado em movimentos ordenados e muitas
vezes a ordem Dele para o seu corpo é: pára. Deita,
descansa, medita. Pensa, reconsidera. Somos muito
focados em obra, obra, obra. Nós colocamos o fazer na
frente do ser, nos colocamos o externo na frente do interno
e dessa maneira o Senhor nunca irá recuperar o seu
testemunho, porque irmãos, todas as vezes que nós
colocamos o fazer na frente do ser, nós invertemos o que o
Senhor deseja. Compreende isso irmão? Todas as vezes que
nós colocamos o carisma na frente do caráter, invertemos o
que o Senhor quer fazer. Nós tendemos a dar ênfases a
carismáticos. O Senhor dá ênfase a caráter. O caráter é a
base do carisma e irmão, para formar caráter é preciso
tempo. Um caráter não é formado de um dia para o outro.
Há necessidade de termos uma história de discipulado com
o Senhor para que possamos refletir o seu caráter e é isso
que Ele quer fazer com todos nós. E uma terceira inversão.
Primeiro, nós colocamos fazer na frente de ser, colocamos
carisma na frente de caráter e também colocamos poder na
frente de santidade. Mas na palavra de Deus, santidade é a
base do poder. Você não encontra nenhum versículo no
Velho Testamento que diz: “meu povo, seja poderoso,
porque eu sou poderoso”. Mas você encontra que diz:
“sede santos, porque Eu, o Senhor seu Deus, sou Santo”.
Então irmãos, que o Senhor nos ajude a recuperar essas
ênfases que tem sido tão distorcidas, tão negligenciadas,
tão perdidas e por isso não é de admirar que nós de modo
geral, como igreja, vivamos tanta confusão. Então que o
Senhor nos ajude, a seriamente, termos um movimento de
retorno às Escrituras Sagradas, para que o Senhor recupere
a sua glória na sua casa.
Então nós vamos passar por alguns temas, vamos
procurar tocar na questão dos propósitos de Deus na
recuperação do testemunho do Senhor ligado à família,
recuperação do testemunho do Senhor ligado à igreja,
recuperação do testemunho do Senhor ligado ao serviço
cristão. De modo geral nós vamos tocar nesses três temas
em especial durante esses dias. Família, a igreja, o serviço
ou ministério cristão. Hoje, eu queria compartilhar essa
fundamentalidade dessa centralidade do altar, o que ele
tipifica, para que então vejamos que ele é a base de tudo o
que o Senhor quer fazer em termos de restauração. Ele é o
fundamento, Ele é a base. Queria que então nós fôssemos à
palavra de Deus, em primeiro lugar no livro de Esdras.
Esdras cap. 1. Antes de lermos qualquer texto aqui em
Esdras, enquanto você mantém a sua bíblia aberta, eu
queria primeiro mostrar uma diferença que eu acho
necessária para os irmãos. Há uma diferença entre o
trabalho do Senhor para edificar a sua igreja e o trabalho do
Senhor para restaurar o testemunho na sua igreja. Vou
citar o primeiro elemento de diferença. Quando o Senhor
disse em Mateus cap. 16, e foi ele quem em primeiro lugar
usou essa palavra para Ele tão sagrada, tão especial, ele
usou com o pronome pessoal junto. Ele falou para Pedro. Eu
edificarei a minha igreja (Mateus 16:18). Então irmão,
morda a língua, quando você usar a expressão minha
igreja, porque você não tem igreja. Só Ele tem igreja. Morda
a língua quando você usar a expressão “eu vou para a
minha igreja”, porque igreja não é um lugar geográfico.
Igreja é uma realidade espiritual, porque o Senhor quando
usou esse nome Ele disse: é minha igreja. Só Eu tenho
igreja e Eu a edificarei, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. Então tenhamos cuidado quando
tocamos essa realidade chamada igreja, porque isso está
no cerne do coração do nosso Senhor. Então, quando o
Senhor iniciou o processo de edificar a sua igreja, “Eu a
edificarei”, o que é que Ele fez? Se você examinar Mateus
16 com cuidado, você vai ver que tem quatro grandes
revelações ali e se a minha memória está boa, seis anos
atrás, eu estive com os irmãos no Retiro, onde nós
compartilhamos essas quatro revelações de Mateus 16:
Cristo, a Igreja, a Cruz e o Reino. Essas são as quatro
maiores revelações de todo o Novo Testamento. Você pode
fazer um quadro de quatro colunas, Cristo, a Igreja, a Cruz
e o Reino, e você coloca todos os versículos do Novo
Testamento debaixo dessas quatro colunas, porque todos
tem a ver com esses quatro elementos. Cristo, é claro
primeiro, a centralidade de Cristo, quem Ele é? Tu és o
Cristo o Filho do Deus vivo. É a primeira confissão em
Mateus 16: Cristo. Depois, o Senhor olha para Pedro e diz
assim: E tu és um bem aventurado, porque não foi carne
nem sangue quem te revelou, mas o Pai que está no céus, e
sobre essa rocha – que é Ele mesmo- eu edificarei a minha
igreja. Agora entrou o assunto da igreja. E depois na
seqüência você vai ver o caminho pelo qual o Senhor
edificaria a sua igreja. Imediatamente depois dele falar
sobre a igreja, já inicia dizendo assim, o Evangelista Mateus
registrando: desde esse tempo, não antes, primeiro havia
a necessidade da revelação de Cristo, quem Ele é, e Ele
então iria falar, em seguida, da sua igreja. Desde esse
tempo, começou, porque essa foi a primeira vez. Antes ele
não tinha falado desse assunto, e desde esse tempo,
começou Jesus a falar aos seus discípulos que lhe era
necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas, e
ser morto, ressuscitado no terceiro dia. E ele fala três vezes
a partir de Mateus 16, ou seja, nos seis últimos meses, no
ministério terreno do Senhor Jesus, foi o tempo no qual ele
falou três vezes sobre a cruz. Ele não falou nos três
primeiros anos. Falou nos seis últimos meses. Do monte da
Transfiguração, que está logo aí no 17, até o Gólgota, entre
um monte e outro monte – transfiguração e o Gólgota - o
Senhor menciona a cruz três vezes. Desde esse tempo
começou a falar Jesus a seus discípulos que lhe era
necessário. Não havia outro caminho. Então ele introduz a
cruz, a revelação da cruz, como único caminho pelo qual
Ele poderia edificar a sua igreja, mas não só isso. Se você
continuar em Mateus 16, você vai ver que Ele diz também:
se alguém – agora ele abandona o assunto da cruz Dele e
vem para o assunto da cruz nossa - e se alguém quiser ser
meu discípulo, vir após mim, a si mesmo se negue, tome a
sua cruz e siga-me, porque quem quiser preservar a sua
vida, perdê-la-á, mas quem perder a sua vida, por minha
causa, de fato a achará. Não é? Ele mostra qual o caminho
para a edificação da igreja no que concerne a Ele - Ele teria
que ir á cruz – não tinha outra opção - Pai se possível for,
afasta de mim esse cálice, Ele orando três vezes - mas não
se faça a minha vontade, mas a Tua vontade, porque não
havia outro caminho, porque Deus de forma justa deveria
tratar justamente, com o pecado injusto, na pessoa justa do
seu Santo Filho. Então a cruz, no que concerne ao Senhor
Jesus, e logo em seguida a cruz no que concerne a nós. Se
nós queremos ter a expressão real da vida da igreja, a cruz
tem que trabalhar nas nossas vidas. Não tem outra opção.
Nós não podemos cooperar na edificação da igreja com os
nossos talentos. Tudo o que temos de natural não serve.
Precisa ser passado pelo altar, pela cruz, princípio que nós
vamos procurar examinar um pouco mais hoje, para que
então o Senhor possa recuperar, em ressurreição, possa
usar como material que tem lugar na sua casa.
Compreende a importância disso irmão? Compreende
como é amplo este princípio? Quanto tem sido trazido de
maneira, de modos de tudo quanto é coisa do mundo para
dentro da igreja para cooperar na edificação. Ou será que
não. Será que eu estou enganado? Será que é só lá em São
Lourenço que acontece isso? Nós temos importado
maneiras do mundo, estilos do mundo, psicologia do
mundo, técnicas psicológicas do mundo, música do mundo
para cooperar na edificação da igreja - maneira de ser do
mundo, vestindo como o mundo, para não ficarmos muito
distantes do mundo. Não é? Parece Isaque o filho de
Abraão. Você sabe que Abraão foi para o Egito, foi
repreendido pelo Senhor e Isaque não foi mas ficou na
fronteira. Lembra? Nós queremos estar o mais próximo
possível do Egito, sem cair nele, para poder falar para os
egípcios: Nós somos mais ou menos iguais a vocês.
Venham para cá. Mas esse não é o propósito. É o processo
do Senhor. Quando o Senhor foi julgar Sodoma, Ele não
falou com Ló que estava misturado com eles. Ele falou com
Abraão que estava bem distante, para colocá-lo em uma
posição de brecha e de intercessão. Compreende irmão?
A única maneira de influenciarmos o mundo é ficarmos bem
longe dele, bem separados dele. O Senhor Jesus quando
orou pelos seus discípulos e por nós em João 17, disse:
Santifiquei-os João 17:17 Santifica-os na verdade; a tua
palavra é a verdade. 18 Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo. Esse é o processo
do Senhor. E nós precisamos recuperar isso. Como? Tendo
um retorno consistente, na visão do Senhor, na sua palavra
sobre o que é a igreja. Quais são as suas fundações para a
igreja? Ou será que a igreja é alguma coisa que acontece?
Não. Ela não é uma coisa que acontece. É uma casa que
tem fundamentos da qual Deus é o arquiteto e edificador.
Então nós precisamos retornar às escrituras de forma
consistente para podermos fornecer lugar no coração, na
vida, na mente, no espírito, para que o Senhor no use, em
cooperação com Ele para restauração do seu testemunho.
Me perdoe o longo parêntese, mas o que eu queria dizer é
que a maneira do Senhor de edificar a sua igreja, ela é em
certa medida, diferente da sua maneira de recuperar a sua
igreja, o seu testemunho. Então para iniciar a edificação da
sua igreja sabe o que é que Ele faz? É dar vida. Não tem
jeito da igreja ser edificada com mortos. Nós estávamos
mortos nos nossos delitos e pecados e Ele nos deu vida,
juntamente com Ele. Efésios 2:4 Mas Deus, sendo rico em
misericórdia, por causa do grande amor com que nos
amou, 5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu
vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, 6 e,
juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar
nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7 para mostrar, nos
séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em
bondade para conosco, em Cristo Jesus. Mas quando esse
povo que já tem vida Nele se extravia, não tem que dar
vida para quem já tem vida. Mas Ele tem que aplicar a sua
palavra e os seus princípios, para recuperar aqueles que se
extraviaram de relação com ele em vida. Então a
edificação segue um caminho em certa medida, diferente -
não em toda medida - e a restauração segue um outro
caminho. Por isso que quando nós abrimos Esdras, eu quis
então colocar isso de início, você vai ver o caminho da
restauração. Você sabe que essa palavra aparece aqui,
veja por favor no cap. 2 de Esdras, com bastante clareza,
no versículo 68. Veja lá. Esdras 2:68 Alguns dos cabeças
de famílias, vindo à Casa do SENHOR, a qual está em
Jerusalém, deram voluntárias ofertas para a Casa de Deus,
para a restaurarem no seu lugar. Você vai encontrar
muitas vezes em Esdras essa expressão casa do Senhor,
porque o tema de Esdras é Casa do Senhor, o tema de
Neemias, a cidade de Deus. A casa de Deus em Esdras, a
cidade de Deus em Neemias. Casa tem a ver com glória,
cidade tem a ver com governo. Por que é que o Senhor
restaura a sua casa? Para que Ele tenha o seu governo. Por
que é que o Senhor lida conosco com graça? Graça é o
ponto final? Não. Graça é o ponto inicial, porque o Senhor
deseja pela graça nos introduzir no seu governo. Onde que
o Senhor tem o seu testemunho? Apenas nos dando a sua
graça? Não. O Senhor só tem o seu testemunho entre nós,
se nós formos um povo que vive debaixo do seu governo.
Então o assunto casa e cidade eles se inter relacionam.
Casa-glória. Cidade-Governo. Esdras cap. 2:68 é uma das
vezes que a expressão casa do Senhor é mencionada e aí
diz assim: a qual está em Jerusalém. Esses cabeças de
família deram voluntárias ofertas para a casa de Deus,
agora veja e expressão, para a restaurarem. Esse é o
assunto de Esdras, Neemias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
Restauração. Ester inclusive, que entra nessa brecha, pois
a história de Ester está entre os capítulos 6 e 7 de Esdras. É
ali que entra, na cronologia, a história de Ester. Aquele livro
deveria estar ali no meio, entre o 6 e 7 de Esdras. Esses
seis livros estão relacionados com a restauração.
Mas irmãos, vamos agora para o foco do que eu queria
compartilhar nessa noite: a centralidade do altar, na
recuperação do testemunho do Senhor. Volte comigo no
cap. 1 de Esdras. 1 ¶ No primeiro ano de Ciro, rei da
Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por
boca de Jeremias, despertou o SENHOR . Agora vá ao
versículo 5. 5 ¶ Então, se levantaram os cabeças de
famílias de Judá e de Benjamim, e os sacerdotes, e os
levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou,
para subirem a edificar a Casa do SENHOR, a qual está em
Jerusalém. Despertou para fazerem o quê? Subirem a
edificar a casa do Senhor. No versículo 2, você vai ver a
referência à casa, no 4, também. Todo foco é a casa, mas
estou chamando a atenção dos irmãos para o verso 1 e
para o verso 5, para essa expressão: cujo espírito Deus
despertou, para nós vermos onde começa a restauração e
termos cuidado com esse ponto inicial. A restauração
começa onde o propósito inicial começou. Quem deseja
restaurar o seu testemunho em sua casa, foi aquele quem
concebeu a sua casa. E quem concebeu a sua casa foi Ele
mesmo. O próprio Senhor: Eu edificarei a minha igreja.
Então veja o que é que está acontecendo aqui no cap. 1.
Não está dizendo simplesmente que voluntários se
ofereceram. Vamos tomar bastante cuidado com essa nota.
Está dizendo que em primeiro lugar que quando se cumpriu
a palavra pela boca de Jeremias, que aquele povo iria para
o cativeiro e ficar lá setenta anos, porque eles seriam
disciplinados, e me lembro que eu já comentei com os
irmãos qual era o propósito disso, e o propósito é que em
Jerusalém eles queriam ídolos e não o Senhor Deus, e então
o Senhor Deus tratando, tratando e falando com eles e eles
não respondendo, o Senhor Deus tomou uma decisão:
querem ídolos? É ídolos que vocês vão ter. Vão para a terra
deles. E lá em Babilônia havia, segundo a história, em
torno de dois mil ídolos diferentes. Você poderia trombar
com ídolos em todas as esquinas. Você poderia orar para o
ídolo que você quisesse, do deus que você quisesse.
Poderia escolher á vontade. Eram duas mil velas. Ele
abandonaram o Sol, e escolheram para o lugar Dele duas
mil velas. Então o Senhor entregou à disciplina aquele povo
durante setenta anos. Mas quando os propósitos
disciplinares de Deus se completaram, Ele toma uma
atitude em primeiro lugar e é o que nós estamos lendo aí.
Ciro faz a confissão, que o Senhor despertou o seu espírito.
Por que é que nós sabemos que ele faz essa confissão?
Porque está escrito aí e logo em seguida você vê o que ele
diz: Deus, o Deus do céu, Ele me encarregou.
Impressionante, porque esse era um imperador pagão. Foi o
primeiro imperador persa logo que o império babilônico foi
conquistado, Ciro o grande, Ciro o persa e então ele diz:
Deus me encarregou. Você sabe que cem anos antes dele
nascer, Isaías o cita pelo nome em Isaías cap. 44, que Jeová
iria suscitar o seu pastor, Ciro, cem anos antes dele nascer.
Ele é chamado pelo nome em Isaías 44:28. E então, o
Senhor Deus diz: ele será o meu libertador. Ele trará o meu
povo e cem anos depois é o que acontece. De alguma
maneira Ciro é comunicado dessa palavra de Isaías, talvez
por Daniel. E então ele tem uma compreensão de que ele
seria um vaso e ele responde a esse propósito do Senhor.
O Senhor usa quem quer. Então quando Ciro responde a
isso, o Senhor despertou o espírito de Ciro, e o verso 5
agora 5 ¶ Então, se levantaram os cabeças de famílias de
Judá e de Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, com
todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a
edificar a Casa do SENHOR, a qual está em Jerusalém. Onde
que a restauração começa? Onde o propósito começou.
Irmãos, o coração do Senhor arde para que Ele tenha
testemunho na terra. Você já percebeu que o livro de
Daniel não chama o Senhor de Deus do céu e da terra?
Você já percebeu que o livro de Daniel o chama o Senhor
de apenas de Deus do céu? Sabe por que? Porque o povo
estava cativo na Babilônia e o lugar de testemunho do Deus
do céu na terra era Jerusalém. Era o templo, era onde
estava a Shekina, a glória de Deus e agora estava
queimada à fogo, destruída. Compreende? Como se Deus
não tivesse mais lugar para colocar os pés mais na terra.
Ele não tem mais seu santuário, Ele não tem mais a sua
habitação, como se Ele se recolhesse ao céu, o Deus do
céu. Mas irmãos a Sua intenção é ter um testemunho na
terra, Dele mesmo. Quando Ele ordenou o seu santuário lá
em 25:8, Ele disse assim. Farão para mim um santuário
para que Eu possa habitar no meio deles. Eu quero ser o
Deus deles. Eu quero que ele seja o meu povo, porque o
desejo central do coração do nosso Deus é união, é ser
nosso Deus, e nós sermos o seu povo. Ele nunca irá
abandonar esse desejo. Então quanto o povo de Deus
extravia, qual o desejo do coração de Deus? Trazê-lo de
volta, porque o seu povo foi redimido para Ele mesmo.
Irmão, por isso o livro de Esdras, Neemias, as epístolas,
escritas às igrejas de certa forma extraviadas. A de Corinto
estava extraviada, a de Colossenses estava extraviada. Os
Gálatas estavam extraviados. Por isso Paulo é tão forte
com eles. Então, quando olhamos para esses livros, seja o
Novo ou no Velho Testamento, o que é que nós vemos?
Nós ficamos admirando Esdras, admirando Paulo? Nós
vemos o coração de Deus pulsando em Esdras, Neemias,
Zorobabel, Paulo, Pedro, Lucas, João - não é? - desejo de
restaurar o seu testemunho, aqueles que Ele chamou para
ser o seu Deus e que eles fossem o seu povo. Então não
percamos a beleza desse primeiro passo da restauração.
Sabe por que é que nós estamos aqui? Se estamos
realmente em função Dele e focados Nele, é porque Ele tem
despertado o nosso espírito. Graças a Deus irmãos.
Entenda que você não está respondendo a convite
humano. Você tem sido despertado por Ele. Esse é o
primeiro passo. Você precisa saber o que é que Ele quer
agora. E para isso nós precisamos de um retorno
consistente à palavra. Conhecer os princípios da
restauração, o que essencial e o que é periférico, o que é
que significa realmente o Cristo ser o cabeça da sua igreja
e governar sobre nós, o que é que seria a posição Dele
como Sumo Sacerdote, os princípios de fundação da casa
do Senhor, e são vários, são muitos fundamentos.
Precisamos conhecê-los. E não é conhecê-los na cabeça,
academicamente, se não vamos para o seminário. Nós
precisamos conhecê-lo como vida, revelação e nos
colocarmos debaixo desse Senhor para que Ele seja
praticado no nosso meio. Do contrário nós vamos nos
satisfazer com um conhecimento intelectual e isso pode nos
tornar duas vezes piores, de muitas maneiras. E melhor
não conhecermos a verdade do que a conhecermos e não a
obedecermos. Tiago já nos diz isso lá no seu livro. (Tiago
1:23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não
praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num
espelho, o seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se
contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era
a sua aparência.) Tornai-vos praticantes e não somente
ouvintes. Então, graças ao Senhor esse primeiro passo vem
Dele. É Nele essa origem. Qual o próximo passo? Vamos lá
para Esdras 3. Vire uma página da sua Bíblia e você vai ver
o primeiro e essencial ponto e agora aqui eu quero tirar
algumas lições do Novo Testamento para nós sobre essa
questão do altar.
Cap. 3:3 de Esdras é muito significativo. Diz a
palavra, e vou resumir para os irmãos compreenderem a
história, quando quase cinqüenta mil pessoas, que é o
número relatado na lista de Esdras 2, quando ela termina,
quase cinqüenta mil pessoas responderam com esse
espírito despertado, como nós lemos no início, Deus
despertou, e quase cinqüenta mil responderam a esse
chamado do Senhor. Por que? Irmão, de novo, nos fala
muito este contexto aqui, para nós, igreja do Senhor hoje. O
que é que aquele povo foi fazer no deserto, uma terra
assolada, não tinha nada lá, não tinha templo, não tinha
porta, não tinha altar, nada. Uma cidade queimada a fogo,
inimigos ao redor e logo no cap. 4 de Esdras você já vai ver
os inimigos inquietando o povo no edificar, inimigos
estavam lá; feras, é uma região deserta exposta a feras. O
que é que esse povo foi fazer lá? E não é só isso. Temos
que considerar mais um item aqui, importante – eles
deixaram um lugar de prosperidade. Eles diziam: “aqui em
Babilônia está tão horrível. Vamos para Jerusalém porque
teremos alguma chance”. Pelo contrário, em Babilônia
estava muito bom, naturalmente falando. O que é que eles
tinham em Babilônia. Em primeiro lugar eles criaram a idéia
de Sinagogas. Sinagoga nunca foi uma intenção do Senhor.
Não veio de Jeová, não veio do cabeça, não veio do Senhor.
Sinagoga foi uma criação da mente religiosa do homem no
cativeiro. Eles selecionavam dez cabeças de família e dez
cabeças de família podiam se reunir para ter culto,
adoração. Eles tinham a Torá, eles podiam ler a Lei,
tinham os Salmos, então podiam cantar. Olhe quanta coisa
boa!! Uma reunião perfeita. Tem a Lei, a Torá, vamos ler a
palavra do Senhor, tem os Salmos e por isso vamos cantar.
Eles podiam fazer as suas orações, podiam aplacar toda
consciência religiosa que eles tinham. Só não tinham o que
era mais importante. O que é que eles não tinham? O Altar,
os sacrifícios, porque eles sabiam muito bem que altar,
habitação do Senhor, o templo, o santuário, não poderia ser
edificado em outro lugar, a não ser em Jerusalém.
Conclusão: aqueles que voltaram, voltaram exclusivamente
despertados pelo nome de Deus, vontade de Deus, e glória
de Deus. Percebem a importância disso? Por isso esses
livros são tão maravilhosos. Não tinham outro motivo,
senão o nome de Deus, a vontade de Deus, a glória de
Deus. Então agora nós começamos a nos checar, quais
motivos nós temos. Será que são os mesmos? Será que
nós temos sido aqueles que se ofereceram ao Senhor em
primeiro lugar porque foram despertados por Ele e então
rendem glória a Ele, porque podíamos estar em “n”
lugares, mas temos estado junto ao povo de Deus,
respondendo àquela luz que Ele nos tem dado e então em
primeiro lugar, glórias a Ele porque Ele tem despertado. Em
segundo lugar, qual o motivo que segue esse
despertamento? Nós fomos despertados para quê? Para o
nome, glória e vontade de Deus, ou para edificar alguma
coisa particular? Ou para termos o nosso movimento, ou
para termos a nossa igreja, para termos a nossa obra, seja
lá o que for? E nós precisamos de cuidado em relação a
isso e muito e muito, porque quando nós olhamos para a
história da cristandade hoje, o que nós vemos é isso:
impérios particulares, obras particulares, pessoas
centralizadas, homens que governam e alguns para
disfarçar que o governo é de um homem só, colocam mais
dois ou três do lado dele. Não é? Essa é a infeliz verdade.
Verdade vista em muitos lugares. Irmãos nós precisamos
nos arrepender diante do Senhor. Todos nós, porque esse
caminho é único para todos nós. É o único para mim, é o
único para os irmãos, é o único para todos, porque na igreja
só há um único cabeça e nós precisamos aprender a ouvi-
lo, responder ás ordens Dele e o que Ele deseja para a sua
igreja, e recuperar a sua palavra. Nossas melhores
intenções não tem lugar na sua igreja. Não bastam, não
servem e eu penso que isso coloca um “não” muito
grande na nossa face e por isso que nós temos dificuldade
de lidar com isso, porque o não é muito grande. Sem mim,
nada e esse nada pesa muito em nós. Não é? A declaração
que o Senhor dá para nós, na nossa cara é: você é inútil.
Sem mim, nada podeis fazer.( João 15:5) Mas, por outro
lado a declaração que Ele dá para nós é: eu pela graça, te
fiz um cooperador, e quero trabalhar tanto em você, em
primeiro lugar, porque caráter vem primeiro, como também
eu quero trabalhar através de você. Graças a Deus, nós
temos esse lugar de pedras no santuário. Nós, que éramos
cacos de telha, perdidos na poeira do mundo, nós fomos
feitos pedras vivas do santuário do Deus altíssimo. Esse é
um privilégio maravilhoso. Pedro exulta tanto com isso
quando ele escreve aquela epístola e diz assim: 1 Pedro 2:5
também vós mesmos, como pedras que vivem, sois
edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a
fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus
por intermédio de Jesus Cristo. Um sacerdócio santo,
ministrando a Ele. Que maravilha. Primeiro Ele nos
despertou. Em segundo lugar, a centralidade do Altar e
agora então vamos entrar em mais detalhes sobre isso.
Eu queria abordá-lo de três maneiras e em
primeiríssimo lugar o Altar sempre - porque o Espírito
Santo não se confunde na tipologia bíblica. Ele nunca usa
tipos de duas maneiras. Sempre, sempre e sempre, o Altar
no Velho Testamento tipifica a cruz no Novo Testamento. É
muito óbvio, porque o Altar era o lugar onde os sacrifícios
eram oferecidos. Todos aqueles sacrifícios eram figuras do
precioso Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Em
primeiro lugar o Altar fala da centralidade da pessoa
gloriosa, da obra gloriosa do Senhor Jesus. Percebe qual é
o primeiro item a ser recuperado no testemunho da glória
do Senhor na sua casa? É a centralidade da pessoa e obra
de Cristo. Se Cristo não é central, se Cristo não tem a
primazia, se Ele não tem a preeminência, se Ele é
reconhecido mais do que só pela confissão da boca, se Ele
não é reconhecido na prática da Assembléia como aquele
que é o único cabeça e que tem então direitos de governá-
la e que a nossa responsabilidade não é fazer nada mas é
ouvi-lo, clara a direção dele, para que então algo seja feito,
então nós estamos negando a centralidade do Altar.
Mantemos apenas a confissão, mas não mantemos a
realidade. Percebe a diferença? A centralidade da pessoa
gloriosa e da obra gloriosa de Cristo. Agora, observe que
ainda no cap. 3 parte final, você vai ver que vai se falar dos
fundamentos do templo. Os fundamentos são lançados logo
a seguir depois do Altar. Muito interessante. Nem um
fundamento real, genuíno sólido, não é atividade humana
convulsiva, como eu disse não, é fundamento bíblico,
espiritual, de Deus para a sua casa, pode ser lançado antes
que o Altar esteja no seu lugar. Percebe aí a conexão.
Nunca haverá uma fundamentação adequada, genuína, a
não ser que primeiro o Altar seja firmado sobre as suas
bases. Esdras 3:3. Firmaram o altar sobre as suas bases, e
ainda que estivessem sobre o terror dos outros povos -
está vendo os inimigos aí? – ainda que eles estivessem sob
o terror de outros povos, eles ofereceram sacrifício ao
Senhor. Que interessante, não é irmãos? Maravilhoso. Esse
povo aprendeu que se eles tivessem uma relação acertada,
correta com Deus no Altar eles não precisariam temer as
suas costas, os seus inimigos, como já disse outras vezes
para os irmãos. Essa é uma atitude anti estratégica.
Nenhum comandante, nenhum estrategista tomaria uma
atitude dessa, uma tolice. Se você vai para um deserto
exposto a feras e a inimigos, a primeira coisa que você vai
fazer é se proteger, se não vai morrer todo mundo. Não é?
Então qual o primeiro item a ser edificado? O muro. Vamos
lá edificar os nossos muros e depois voltamos a atenção
aqui para dentro daí vamos edificar o Altar, vamos edificar
a casa. Eu se estivesse lá, faria isso, mas não o Espírito
Santo na sua maneira. Primeiro o Altar. O último são os
muros. Os muros só vem com Neemias. Primeiro o Altar,
depois os fundamentos, depois a casa, depois o sacerdócio
e depois os muros. Essa é a ordem. Altar, fundamentos,
casa sacerdócio, muros. Essa foi a ordem e essa é a ordem
que o Espírito segue espiritualmente falando na
recuperação hoje, da sua igreja, porque foi Ele quem
estabeleceu essa ordem. Essa ordem não é apenas literal.
Ela é tipológica. Então irmãos, do que é que o Altar nos
fala? Em primeiro lugar da centralidade da Pessoa e Obra
de Cristo. Irmão, o primeiro passo que nós precisamos dar
consistentemente à palavra para a recuperação do
Testemunho do Senhor é irmos à escritura e examinarmos
as verdades a quem o Senhor Jesus é. Irmão, me entenda
com cuidado. Eu não estou sendo crítico, mas entenda
então com cuidado. Seja gentil comigo. Eu tenho muita
reserva, quando nós começamos a nos ocupar demais com
eventos futuros, com o tamanho, quanto mede o gafanhoto
do Apocalipse. E nós deixamos de ver com clareza aquilo
que é central que o Senhor quer recuperar entre nós. Não é
que Apocalipse não seja a palavra do Senhor. Apocalipse é
a palavra do Senhor acima de tudo. Não é um livro de
profecia em primeiro lugar. O livro de Apocalipse abre
dizendo que ali está a palavra e o testemunho do Senhor.
Há muito do Senhor Jesus no Apocalipse. Mas o nosso
problema é que nos vemos pouco do Senhor Jesus no
Apocalipse e vemos muito da besta, do gafanhoto, da ira,
da trombeta e etc e etc. E começamos a inquirir, a indagar,
a investigar, e vamos nos artigos, nos documentos, e
perdemos um tempo enorme de especulação na grande
maioria das vezes ao invés de vermos Cristo no Apocalipse.
Cristo e a sua noiva a sua igreja. Então irmãos, nós
precisamos ser cuidadosos com relação a isso. Isso não
significa que você vai jogar Apocalipse fora, mas significa
que você pode pedir ao Espírito Santo que abra os seus
olhos para que você veja Cristo, porque irmão pouca
importa se a igreja vai ser arrebatada antes, no meio ou
depois da grande tribulação. O que importa é que nós
estaremos com Ele. Junto com Ele. Se Ele estivesse no
inferno era lá que nós deveríamos querer estar, porque o
inferno deixaria de ser inferno e se Ele não estiver no céu, é
o último lugar onde nós deveríamos desejar ir, porque não
ia ter nada nesse céu, se Ele não estivesse lá. Então irmãos
a centralidade de Cristo nas escrituras, a centralidade de
Cristo na palavra, é o que nós mais precisamos para a
recuperação do Testemunho do Senhor. Irmãos nós temos
procurado a ajudar irmãos em outros lugares, a gastarem
tempo meditando sobre Cristo, Cristo mesmo. Procure
Cristo nos Evangelhos, veja a centralidade de Cristo nas
epístolas, veja Cristo no Novo Testamento, no Velho
Testamento, porque a centralidade da pessoa e obra de
Cristo é o elemento mais fundamental para recuperação do
Testemunho do Senhor. Não haverá glória sem isso. A igreja
não precisa de academicismo, intelectualismo,
especulação, de filosofia, nem de nada. Nós precisamos da
revelação fresca e viva de Cristo, representada pelo Altar.
Cristo pessoa, Cristo obra. Nunca separe essas duas coisas.
Ele não é Cordeiro intacto de Deus. Ele é o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo. Vemos a beleza de
Cristo e a beleza da cruz. Paulo quando entrou naquela
assembléia de Corinto tão confusa, logo no cap. 2 de 1ª
Coríntios 2, ele diz assim: 1 Coríntios 2:2 Porque decidi
nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado. Porque a pessoa e a obra são inseparáveis.
Cristo sem a cruz, não é o Cristo de Deus. Cruz sem Cristo é
vazia, não é nada. Então Cristo e a sua cruz, sua pessoa e
a sua obra. Então examine as Escrituras com esse foco,
peça ao Espírito Santo que te ajude. Quem sabe deixe
alguns livros de lado e volte para a Bíblia mesmo. Peça
que o Senhor abra os seus olhos para que você veja Cristo
nas Escrituras. Irmãos, se nós não formos um povo
apaixonado por Cristo mesmo, nunca haverá recuperação
do Testemunho do Senhor. Nós podemos traçar algumas
estratégias, podemos estabelecer caminhos, mas não será
recuperada a glória, o vigor do Testemunho do Senhor.
Então o Altar em primeiro lugar, fala que Cristo é central,
que tudo que está no coração de Deus tem a ver com o seu
Filho, que a sua igreja só pode se focar, quando se foca
Nele, e não em si mesmo. Irmão, quanta pregação hoje é
pregação da igreja? E algumas são muito evidentes aos
nossos olhos. Outras são mais sutis. O que nós
propagamos de alguma forma em muitos círculos o que
vivemos, é o nosso nome, é o nosso nome, é a nossa
maneira, é o nosso reunir. Nós não entendemos que
quando a nossa mensagem de alguma maneira é Cristo, a
maneira da igreja, a prática da igreja, outras questões
assim, nós estamos colocando a lua na frente do sol. Cristo
é o sol. A igreja não é nada sem o sol. A lua é um espelho
apenas. Ela reflete a glória do sol. Você olha para ela e
você admira o sol nela. Essa é a igreja. Mas quando nós
pregamos a igreja, seja em que aspecto for, sua prática, a
sua maneira, sua obra, nós colocamos a lua na frente do
sol. E o resultado para nós, é um eclipse, trevas. Nós
ficamos zonzos, sem referência, porque a igreja passou a
ser o assunto central. Igreja não é o assunto central. A
centralidade da pessoa e obra de Cristo. Então irmão, você
quer um exercício espiritual fundamental para a sua vida?
Tanto pessoal quanto para a sua cooperação na edificação
do Testemunho do Senhor? Vá à palavra procurando Cristo.
Medite sobre Cristo. Peça ao Espírito Santo para abrir os
seus olhos para você ver Cristo como você nunca viu. Ou
você acha que já viu tudo? Você acha que Ele não é
expresso nesse livro de uma maneira assustadora? Ele é.
Ele é expresso aqui de uma maneira assustadora,
assombrosa. Vá comigo por favor, em Colossenses cap 1.
Olhe só essa oração de Paulo irmão. Queria que você
notasse um termo que é usado aqui. Eu acho tão incomum
registrar orações, não é? Você alguma vez já fez isso? Já
escreveu uma carta para alguém e colocou uma oração no
meio da carta? Paulo fez isso algumas vezes. Ele escreveu
a oração dele no meio da carta aos Colossenses, escreveu
duas orações para os Efésios. Acho que ele queria nos
ajudar em algo. Ele queria nos ajudar a ver como se ora, o
que é que deve ser central nas orações, quais são as
prioridades da oração. Oh Senhor, tem piedade do meu
vizinho que ontem caiu e quebrou a perna e fez isso;
Senhor abra aquela porta, fecha essa outra. Amém, nós
podemos orar sobre todas as assuntos. O nosso Senhor não
se entristece conosco não. Mas todos esses assuntos são
secundários. Há uma oração que em primeiro lugar toca o
céu, porque toca os propósitos do Senhor. Então essas
orações nós vemos duas vezes em Efésios 2, e uma em
Colossenses. Em Colossenses Paulo ora assim em 1:9. 9 ¶
Por esta razão, também nós, desde o dia em que o
ouvimos, (ele está se referindo a Epafras que é citado logo
ali em cima no versículo 7, porque Paulo não conheceu os
Colossenses, essa igreja não foi fundada por ele, e sim por
Epafras, que é o cooperador dele e dele diz) não cessamos
de orar por vós (veja agora como que ele ora) e de pedir
que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade,
(Que maravilha, não é? Ele não está falando assim:façam.
Ele diz assim: ouçam, ouçam, ouçam. Transbordem de
pleno entendimento da sua vontade, ou seja, Cristo é o
único cabeça da igreja. Só Ele pode edificar a igreja, só Ele
tem a maneira, a palavra, o assunto. Então, transbordeis de
pleno conhecimento da Sua vontade. Aí ele diz mais: em
toda sabedoria e entendimento intelectual. Não. Em todo
entendimento espiritual. É isso que está escrito aí? ) em
toda a sabedoria e entendimento espiritual; Percebe?
Percebe que é uma questão de revelação? Há necessidade
de que o Espírito Santo intervenha e abra os nossos olhos e
tire escamas, porque irmãos, nós podemos realmente não
ser servos. Talvez não sejamos servos, mas talvez sejamos
meio servos. Lembra daquela cura interessante naquele
segundo cego lá de Marcos? Ele cura dois cegos. O Senhor
cura dois cegos em Marcos. Um deles Ele cura em duas
etapas. Você imagina que não viu nada e recebe o primeiro
toque do Senhor e consegue ver luz, vultos, até mesmo
homens como árvores andando. Já está bom demais, não
está? Para quem nunca viu nada. Então o Senhor
perguntou a ele: o que é que você vê? Ele responde: vejo
os homens, como árvores, os vejo andando. Para ele talvez
estivesse maravilhoso. Quem sabe desse um jeito de
apertar o olho, melhorar um pouco e ver mais claramente.
Mas o Senhor não estava mais satisfeito, porque Ele não se
satisfazia com nada que não seja plenitude. Por isso Paulo
usou essa palavra epignosis, transbordeis de pleno
conhecimento da sua vontade. Mas é um conhecimento
espiritual. Então ele diz: sabedoria e entendimento
espiritual. Então o Senhor toca aquele servo de novo, e aí
na segunda vez o cego diz assim: agora vejo claramente.
Irmãos, é isso que o Senhor deseja para nós. Se nós já
somos um povo que já viu algo, amém. Mas saiba que o
Espírito Santo quer nos dar um segundo toque, para que
nós possamos dizer: agora vejo, Senhor. E agora eu quero
entrar nessa brecha, ouvir a Ti, junto com meus irmãos, em
submissão aos meus irmãos, quero ouvir a Ti, e quero
responder docilmente, passo a passo, calmamente, a cada
entendimento que o Senhor der a nós, que temos então
visto ao Senhor de uma maneira mais clara. Irmão, para a
sua alegria, Ele não vai fazer só com você. A nossa alegria é
que quando nós nos engajamos nessa carreira cristã, e
corremos essa carreira olhando firmemente para Jesus, é
que nós temos aquele olho bem fixo no alvo, mas você
sabe que o corredor dá uma olhadinha para o lado - não
é? – para saber onde é que estão os outros. Então quando
você olha para o lado, você encontra companheiros de
carreira que estão com o mesmo foco, um foco absorvente.
Eles estão com aquelas roupas levinhas, deixaram a
bagagem de lado, estão se desembaraçando de peso,
desembaraçando de pecado que tenazmente assedia. Estão
correndo levinhos, rápidos. Quando você olha para o lado
você vê um aqui e outro lá. Você tem companheiros de
carreira. Sabe o que é que você deve fazer quando os
encontra? Imediatamente você tem que se submeter a eles.
Se você não se submeter a eles, você perde a carreira. A
carreira cristã só pode ser ganha em submissão. Efésios 5
antes de entrar em princípios específicos sobre marido
mulher, pais e filhos, senhores e servos, coloca um
princípios fundamental em Efésios 5:21 sujeitando-vos uns
aos outros no temor de Cristo. Isso é fundamental na
carreira cristã. Mas irmãos, de modo geral nós temos
perdido isso, pois nós achamos que de alguma maneira a
submissão pode restringir a liberdade do espírito na vida do
irmão. Saiba que não, porque quem estabeleceu a
submissão foi o Espírito Santo e Ele está colocando para
nosso caminho de cuidado, caminho de proteção. Tratando-
se de profetas, falem dois ou três e os outros julguem. Esse
é o princípio da submissão. Por exemplo, na reunião do
povo de Deus, porque a submissão é o único caminho para
avançar seguro na carreira cristã e cumprir o propósito de
Deus. Então o Altar, em primeiro lugar, fala da centralidade
da pessoa e da obra de Cristo. Todas as verdades
referentes à glória da casa de Deus, que vai ser vista em
Esdras, vem depois. Vamos colocar essa verdade de outro
modo. Primeiro tem que haver uma verdadeira apreciação
da pessoa e obra de Cristo, antes de haver uma
introdução genuína nas verdades a respeito da casa de
Deus, você não pode ver a casa primeiro e o Altar depois.
Você tem que ver o Altar primeiro, para que os seus olhos
sejam abertos para ver a casa depois. Percebeu irmão?
Muito importante. Esta é a ordem do Espírito Santo.
Segundo ponto a respeito do Altar, que entendo esse
aspecto tipológico do Altar. Primeiro lugar, centralidade da
pessoa e da obra de Cristo. Em segundo lugar, o Altar não
é apenas aquele lugar onde os animais eram oferecidos
tipificando Cristo, mas o Altar é naqueles lugares onde
todas as ofertas voluntárias eram oferecidas para o agrado
e para a satisfação de Deus, tipificando o próprio ofertante.
Por isso ele colocava a cabeça sobre o animal antes de
oferecê-lo, como que uma identificação, com aquele animal
que seria oferecido e é por isso que Paulo, em Romanos 12
fala assim: eu vos rogo – um clamor, ele implora – pelas
misericórdias de Deus. Sabe o que é que significa isso?
Significa Romanos 1 até 8, tudo lá o que ele fez, quando
nós éramos aqueles iníquos, injustos, perversos como
Romanos 1, 2 e 3 descreve. Ele nos justificou, santificou,
até mesmo glorificou e então Paulo diz assim: eu vos rogo,
pelas misericórdias que Deus demonstrou a vocês,
apresenteis os vossos corpos - lembra? - como um
sacrifício. Olhem aí o Altar de novo. Agora não está falando
da cruz de Cristo. Agora está falando da nossa posição no
Altar: como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto - melhor palavra ali é serviço - é o
serviço que vocês devem fazer. Você não acha interessante
a palavra original ali ser serviço? Acho que culto é uma
palavra fraca, conforme foi traduzindo por João Ferreira. A
palavra no original é serviço espiritual e não culto racional.
Está dizendo: sabe qual é o primeiro serviço que você dever
fazer a Deus? Não é sair fazendo, fazendo e fazendo. É se
oferecer para ser queimado inteiro. Esse é o teu serviço.
Apresente o seu corpo como sacrifício vivo, santo e
agradável. Isso vai subir às narinas Dele como cheiro suave,
porque você está se oferecendo. Você não está dizendo:
Senhor eu quero ser um trabalhador Teu. Não. Você está
dizendo: Senhor, eu reconheço que o Senhor me comprou
para que em primeiríssimo lugar, o Senhor tenha, em mim,
um lugar de descanso, o Senhor tenha no meu coração um
lugar de prazer. Você compreende vida cristã assim? Para
isso o Senhor nos chamou. Sabe onde isso fica mais
lindamente claro na minha maneira de ver? Em João 12, a
unção de Maria de Betânia, quando Maria quebra aquele
vaso de alabastro e derrama aquele perfume de nardo
puro, preciosismo na cabeça do Senhor e aquele ativista
trabalhador, chamado Judas, olha para aquilo e se
escandaliza. Ele era um dos doze. Ele diz: que desperdício.
Então o Senhor fala com relação à ação daquela mulher. Ela
fez isso para mim, ela fez isso porque ela vê quem Eu sou.
E diz a palavra em João 12 que quando ela faz isso irmão,
observe os detalhes, e por que é que você precisa ver
Cristo com cuidado na palavra. Quando você lê João 12,
você vai ver que está escrito assim: e encheu-se toda a
casa do perfume do bálsamo. Percebeu? Você deseja que a
casa do Senhor seja cheio com o perfume do seu bálsamo?
Então quebre a sua vida a Ele. Não é a serviço Dele. É a Ele.
Nosso irmãos Watchman Nee, depois de 20 anos naquela
prisão comunista, quando no final da sua vida, ele vai falar
um pouco do seu testemunho, ele diz assim: Senhor, eu
faria, passaria tudo isso de novo, não por causa da Tua
igreja, nem por causa dos teus filhos, nem por causa da Tua
obra, mas por Ti mesmo, por Ti mesmo. Irmãos, o objetivo
do Evangelho é nos levar, como Maria de Betânia, a nos
derramarmos aos pés do Senhor. Nós perdemos a
genuinidade da caminhada, porque nós começamos a olhar
para outras coisas, quem sabe até mesmo para a igreja,
quem sabe para obras, quem sabe para coisas, quem sabe
para o mundo? E nós perdemos o foco da vida cristã. João
12. O nardo puro, derramado aos pés do Senhor. Nós
somos para Ele. Então irmãos, Altar fala do lugar onde nós
nos oferecemos. Ofereçais os vossos corpos. Isso para Deus
é um sacrifício vivo, santo e prazeroso e agradável e é o
vosso serviço espiritual. E o verso 2 mostra qual seria o
resultado. A única maneira de não nos conformarmos com
este século, nem com os seus ditames é se nós vivermos
uma vida de Altar na nossa relação com o Senhor, porque
logo o verso 2 de Romanos 12 diz: e não vos conformeis
com este século. Preste atenção porque esse “e não vos
conformeis”, vem depois do “oferecei vossos corpos”.
Percebe? É essa consagração que faz toda essa diferença.
Então esse é o segundo significado do altar.
Irmãos. Cristo tem primazia nas nossas vidas? Ele é
primaz nas nossas vidas? Aquela repreensão que aquela
igreja de Éfeso ouviu, igreja número um no meio das sete,
e o um sempre vai estabelecer o princípio mais importante
e por isso é o número um e então quando o Senhor fala a
Éfeso Ele está falando ao número um na intenção Dele
para com a igreja. O que é que Ele quer recuperar na sua
igreja como número um? Amor. Amor a Ele mesmo. Tenho
porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. E a
palavra lá significa primazia de amor. De alguma maneira
eles colocaram coisa, de algum modo, como primaz em
lugar do Senhor, embora mantivessem a sua boa doutrina,
sua ortodoxia, provaram falsos apóstolos, acharam
mentirosos, tinham labor, tinham perseverança - se você
ler a carta você vai ver - tinham tudo menos o mais o
importante. Abandonaram o seu Altar pessoal,
abandonaram a primazia do amor. Quando isso acontece a
ruína é certa. Então esse é o segundo aspecto do Altar. O
terceiro, vou concluir então com esse. Irmão, o Altar
também fala, se ele aponta para a cruz, ele também fala do
trabalho subjetivo da cruz em nós. Nós sabemos que a cruz
do Senhor Jesus foi um fato. Na cruz Ele cumpriu a nossa
redenção. Na cruz Ele lidou com os nossos pecados, na cruz
Ele nos salvou, na cruz Ele cumpriu o propósito de Deus
acima de tudo, se oferecendo ao Pai. Agora Ele nos diz: se
alguém quer vir após mim, como meu discípulo, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Então o que é
que significa isso? Significa o trabalho da cruz. Eu não
quero entrar em detalhe sobre ele especificamente, eu
quero citar quatro textos para os irmãos no Evangelho para
nos ajudar a entender essa operação prática e não o
conceituar. É muito difícil nos conceituarmos as coisas
espirituais muitas vezes. Mas o trabalho da cruz é aquele
oferecimento voluntário - tem um “c” bem grande antes
dessa Cruz - sofrer não é ser trabalhado pela cruz. Há
muitas pessoas que quanto mais sofrem piores ficam, mais
amargas, mais murmurantes, mais absorvidas consigo
mesmas, mais cheia de autocomiseração, quanto mais
sofrem piores ficam. Sofrimento, não transforma ninguém.
Ou seja, quando o Senhor nos chamou a tomar a cruz, Ele
não disse que nós simplesmente deveríamos aceitar
resignadamente os sofrimentos. O trabalho da cruz é mais
do que isso. Inclui sofrimento. Não é igual a sofrimento.
Percebe? Exemplo Jó. Quando o Senhor foi trabalhar Jó,
tirá-lo de uma esfera de conhecimento de Deus que ele
tinha, e o próprio Deus dá testemunho dele, da retidão dele
- ele tinha algo do conhecimento de Deus - o Senhor
queria transportá-lo para uma esfera bem mais elevada de
conhecimento de Deus, como ele diz no final - eu o
conhecia só de ouvir falar, mas agora meus olhos te vêem -
imediatamente depois ele diz: e eu, meus olhos vêem a Ti,
e quanto a mim, eu me arrependo. E eu me abomino. Sabe
qual o resultado de vermos quem Jesus é? Esse. Nós vamos
nos arrepender, e nós vamos nos abominar. Sabe o que é
que significa a palavra abomino no hebraico? Ela é uma
palavra ligada a idolatria, sempre. Quando Jó falou eu me
abomino, sabe o que é que ele disse? Eu me reconheço um
adorador de mim mesmo. Eu me reconheço um idólatra. Eu
amava a minha glória, amava o fato de que viúva nenhuma
passava fome na minha porta. Eu amava o fato, que
quando eu saía na praça, os jovens se retiravam e os
príncipes, os maiorais do povo, punham a mão na boca,
pois agora quem ia falar era o grande Jó. Um monte de
sabedoria. Ele se orgulhava disso. Se orgulhava da sua
glória. Até que ele passou pelo trabalho da cruz, lá no Velho
Testamento, mesmo princípio. Então ele foi sendo
quebrado, quebrado, entra no redemoinho de Deus, duas
rodadas, entra em pé e sai de ponta cabeça, tem dois
redemoinhos nos cap. 38 e 40, e quando ele termina
aqueles redemoinhos, ele fala: agora eu Ti conheço de ver.
Antes era só de ouvir falar. Então eu olho para mim, me
arrependo e me abomino, porque eu era um amante de
mim mesmo. Um adorador de mim mesmo. Irmãos, isso é
sempre o resultado do trabalho da cruz. Maravilhoso. Nós
precisamos disso, do contrário o Senhor não pode se
alegrar em nós e nem nos usar no que concerne ao seu
propósito, porque nós seremos edificadores de algo que nós
entendemos ser do Senhor. Mas não necessariamente que
seja algo do Senhor.
Então o último aspecto do Altar fala do trabalho da
cruz. O trabalho da cruz é que é a palavra de Deus, mais o
sofrimento. Agora sim. Jó não apenas sofreu. Jó sofreu,
sofreu, mas no cap. 38, Deus intervém. Na verdade um
pouco antes. Eliú intervém. Ele foi o último a falar porque
ele era o mais novo. Os mais velhos que deveriam ser os
mais sábios, eram os mais tolos. Bildade, Zofar. Eles
falaram primeiro. Eliú foi o último e ele representa o falar
do Espírito Santo. E depois Deus entra no meio, intervém e
fala do redemoinho. Então, quando Jó ouviu a palavra de
Deus, o seu sofrimento teve sentido e significado. O que é
trabalho da cruz? O trabalho da cruz é sofrimento, mais a
palavra. Quando o Senhor fala conosco em meio ao
sofrimento, então nós podemos tomar a cruz, nós deixamos
de dar coice contra a cruz. Isso significa pessoas,
circunstâncias, os arranjos da providência de Deus na nossa
vida. Uma vez nosso irmão Watchman Nee, de novo,
citando uma irmã do século passado, antes da reforma,
chamada Madame Guyon (1648-1717) se referindo a ela,
diz assim: “nós precisamos hoje, aprender a ajoelhar e a
beijar a mão que trata conosco”, assim como fazia Madame
Guyon. Um dos escritos dessa irmã, se chama
“Experimentando as profundezas de Jesus Cristo”. Sabe
por que ela experimentou as profundezas de Jesus Cristo?
Porque ela conhecia o caminho da cruz. Ela orou ao Senhor
pedindo que tratasse com a sua vaidade. Ela era uma dama
muito bonita. Sabe o que é que aconteceu daí alguns
meses? Ela foi acometida de varíola. Cuidado quando você
orar. Deus leva a sério, mas Ele tem o caminho certo para
tratar adequadamente com cada um de nós. Talvez a
beleza externa, a vaidade dessa irmã, fosse um deus, com
“d” maiúsculo. Então o Espírito Santo com a sua mão de
amor sabia que no caso dela, para lidar com ela esse seria
o caminho e foi assim que Ele agiu. Nosso Senhor não fez
diferente com o jovem rico. Fez? Quando Ele olhou para
aquele jovem rico disse: ‘Vai e vende tudo o que tens. Dá
aos pobre, depois vem e me segue’. Duro não é? Mas
irmãos, o trato do Senhor depende do tamanho do Deus do
nosso coração. Ele tem uma mão que rege esses traços
conosco e são sempre dóceis. E sabe qual o resultado final?
Leia o livro de Jó. Porção dobrada, porque a causa dos
nossos cansaços somos nós mesmos. A causa do nosso
descanso é Ele. É conhecê-lo, é viver Nele. Então Ele sabe
disso. Nós não sabemos. Então Ele lida conosco para que
nós sejamos mudados de cativeiro. Na verdade aquela
expressão de Jó, lá no final do capítulo, “mudou o Senhor a
sorte de Jó”, é outra tradução infeliz, porque a idéia original
é “mudou o Senhor o cativeiro de Jó”. E não a sorte. Ele
não era alguém azarado que se tornou sortudo. Mas ele era
cativo dele mesmo, e agora ele se tornou cativo do Senhor,
do seu amor. Então, mudou o Senhor o cativeiro de Jó. Os
irmãos percebem que é isso que Ele quer fazer conosco?
Irmãos, nós somos cativos de nós, e por isso vivemos uma
vida tão triste, tão frustrada tantas vezes. O Senhor diz que
quando nós tomamos o jugo dele, que também fala do
trabalho da cruz, nós aprendemos Dele que é manso e
humilde de coração. Resultado: nós encontramos descanso
para as nossas almas. Esse é o resultado do trabalho da
cruz.
Então queria citar para os irmãos para concluirmos
quatro referências no Evangelhos que nos mostram na
minha maneira de ver, com muita clareza, o quê o trabalho
da cruz, subjetivamente falando deseja fazer em nós. Em
primeiro lugar a cruz fala da centralidade da pessoa e obra
de Cristo. Em segundo lugar do nosso altar pessoal, a
nossa devoção pessoal, nosso viver para Ele, atitude de
Maria de Betânia. Em terceiro lugar a centralidade do Altar
fala do trabalho da cruz em nós para que a igreja seja
edificada, porque ela não pode ser edificada com o que eu
sou, e nem com o que você é. Ela só pode ser edificada
com o que Cristo é. Então Cristo tem que ser formado em
nós e como que Cristo é formado em nós? Pelo trabalho da
cruz. Compreende? Então vamos ver quatro referências.
Vamos em Mateus, cap. 10, a primeira referência.
Irmãos, há uma chave comum nessas quatro referências
que vão então uni-las e a chave é que nos quatro textos
você vai encontrar a seguinte expressão: quem ama a sua
vida perde. Mas quem perder a sua vida por minha causa,
achá-la-á. Essa é a chave, nas quatro vezes, nos quatro
textos. Então você reúne essas quatro menções, e então
como eu disse para os irmãos, ela fornece um quadro muito
precioso a respeito do significado subjetivo do trabalho da
cruz. O que é que o Senhor quer fazer conosco através do
trabalho da cruz. Em primeiro lugar, vamos ler Mateus 10, a
partir do verso 34. Mateus 10:34 Não penseis que vim
trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Forte a
palavra do Senhor. 35 Pois vim causar divisão entre o
homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e
sua sogra. Lembra Hebreus 12 que diz: a palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais cortante que qualquer espada de
dois gumes. O Senhor disse que Ele veio trazer espada e
fazer divisão. E lá diz que a sua palavra é viva e eficaz e
mais cortante que uma espada e penetra até o ponto de
dividir. Está vendo? Porque a palavra falada é igual à
palavra viva, que é o próprio Cristo. A palavra falada ou a
palavra escrita é um reflexo Dele mesmo: as minhas
palavras são espírito e são vida (João 6:63) e aqui Ele está
falando sobre Ele mesmo. Ele é a palavra, com “P”
maiúsculo. Então Ele veio causar divisão porque Ele é
espada, como está bem claro aí no final do verso 34. 35
Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a
filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. 36 Assim, os
inimigos do homem serão os da sua própria casa. 37
Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é
digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que
a mim não é digno de mim; 38 e quem não toma a sua
cruz e vem após mim não é digno de mim. Está vendo aí o
aspecto subjetivo? Não está falando da cruz Dele. Ele está
falando nós tomarmos a cruz. E agora a chave que vai
aparecer nos quatro textos. 39 Quem acha a sua vida
perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa
achá-la-á. Ou seja, uma troca de vida. Os irmãos já sabem
que a palavra no original são psquê e zoé. Psiquê se refere
à nossa vida, vida natural, humana. Zoé, se refere à vida
incriada, que não tem começo e não tem fim, vida que só
um ser possui nesse universo: Deus. Vida divina, vida
eterna, vida que só Ele possui. Como é que nós podemos
ser substituídos de uma vida para outra? Pelo trabalho da
cruz. No caso específico aqui, do quê que o trabalho da
cruz vai nos separar? Vamos colocar da seguinte forma:
Afeições naturais. O Senhor não pode obter testemunho de
glória na sua casa se na sua casa nós não formos separados
de afeições naturais. Vamos tentar explicar isso para que
você não fique confuso? A palavra de Deus nos ordena a
honrarmos o nosso pai e a nossa mãe. Aqui não está
dizendo para você odiar seu pai. E de novo há uma infeliz
tradução deste texto em outro Evangelho que usa a palavra
odeia. “Odeia seu pai”, mas o que eu estou dizendo não é
isso. A palavra no original é amar menos. Ele está
requisitando a primazia do amor para Ele, acima de
qualquer outra relação humana, como está bem claro aí.
Quem ama o seu pai ou sua mãe, m a i s do que a mim,
não é digno de mim. O que Ele requisita é primazia de
amor, sabe por que? Porque o Senhor é ciumento? Não. É
porque Ele sabe algo que nós precisamos saber. Quando a
relação com Ele é colocada em um lugar central da nossa
vida, e o trabalho da cruz lida com as nossas afeições
naturais, e a afeição pelo Senhor é colocada em um lugar
central na cidadela do nosso coração, as outras relações
assumem o seu devido lugar. Graças a Deus irmão. Você
não precisa ficar desesperado atrás de psicólogo. As
relações da sua vida podem assumir um devido lugar se
Cristo for o centro das suas afeições. Sabe o que é que a
psicologia faz? Ela vai tentando trabalhar a alma para alma,
alma para alma. E o cachorro? Ele corre atrás do rabo
tentando morder o tempo todo, porque o único trabalho
que pode mudar a personalidade humana, é um trabalho
que tenha cunho espiritual, porque ali está o cerne da vida
humana, e não na mente, na alma, na psique, mas sim no
espírito. Então nenhum trabalho do espírito e da palavra,
que não alcance o espírito humano não muda nada na vida
da pessoa, muda comportamentalmente, mas não muda no
sentido que o Espírito de Deus deseja mudar, no sentido de
formar Cristo em nós e não formar um cidadão melhor,
porque a igreja não é uma entidade filantrópica, mas é a
casa de Deus, coluna e baluarte da verdade, para nós
sermos conformados como Cristo é o chamado de Deus.
Então em primeiro lugar compreenda a cruz nos separando
das afeições naturais. Vou citar um exemplo. Acho que
seria melhor nós lermos, para ficar bem claro esse assunto.
2ª Coríntios cap. 5. Acho que esse texto nos ajuda muito
nessa questão. De 14 a 17. 2 Coríntios 5:14 Pois o amor de
Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por
todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos,
para que os que vivem não vivam mais para si mesmos,
mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16 ¶
Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos
segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a
carne, já agora não o conhecemos deste modo. 17 E,
assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Sabe o que
viver em função das afeições naturais? É viver para si
mesmo. Quando nós acalentamos as afeições naturais,
vivemos em função de afeições naturais, permitimos que
afeições naturais nos governem, que afeições naturais
determine a nossa jornada com o Senhor, que afeições
naturais determine a nossa convivência na vida da igreja,
aí a vida da igreja se torna um ambiente social, onde você
vai porque gosta, porque se dá bem, porque as pessoas lá
são legais, porque tem o seu mesmo nível social, seja lá
que bobagem outra for, porque essa, não é a casa de Deus.
A casa de Deus é algo espiritual, onde afeição natural não
entra. Nós somos membros uns dos outros. Em Cristo não
há grego nem judeu, nem escravo nem livre. Mas nós
somos um em Cristo Jesus. Olhe como Paulo lida com esse
assunto aqui. “Assim que” – olhe o verso 16 - Por que
assim que? Porque a base do que ele colocou está lá no
verso 14 e 15. O amor de Cristo nos constrange. Ele morreu
e morreu para que? O que é que diz o verso 15? Para que
não vivamos para nós. Aí o verso 16 diz: 16 ¶ Assim que,
nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a
carne; conclusão - daqui por diante. Olhe que expressão
irmão. A ninguém conhecemos segundo a carne. Muito
claro. Se você tem o privilégio, como eu tenho tido a
tantos anos de ter um pai e uma mãe cristãos, que
privilégio, mas uma coisa é certa, não os conhecemos
segundo a carne quando então nós estamos em Cristo. Nós
podemos ter comunhão no espírito, podemos nos exortar
no espírito e aí não entra pai e mãe. Eu sou filho e posso
exortar meu pai, com todo esse respeito da ordem de Deus
na criação. Posso fazer isso para ajudá-lo. Ou a minha mãe.
Por que? Porque nós somos um em Cristo. A relação que
prevalece não é a relação da carne e sangue, mas é a
relação em Cristo. Compreende isso irmão? Então a
ninguém conhecemos segundo a carne. Agora examine
você mesmo, nos seus relacionamentos - irmãos - o
quanto que afeições naturais interferem na nossa jornada
cristã, eu penso que poucos de nós sabem avaliar
adequadamente. Poucos de nós sabem avaliar. Quanto que
afeições naturais interferem para impedir que casais
avancem no seu relacionamento conjugal é uma
enormidade. Os irmãos não imaginam a enormidade, por
causa de afeições naturais. Muitas vezes, vínculos não
rompidos. O casal não consegue se relacionar
adequadamente por vínculos não rompidos, por afeições
naturais com outros. Não se relacionam adequadamente
um com o outro, muitas vezes por afeição natural. Então
afeição natural é um dos assuntos que o Senhor através do
trabalho da cruz deseja ordenar nas nossas vidas. Quando
Ele assume o centro das nossas afeições, todas as outras
afeições entram no seu devido lugar. Nós não teremos
preferência, por exemplo, no corpo de Cristo. Nós não nos
comportaremos como os Corintos (1 Coríntios 1:12): eu sou
de Paulo, eu prefiro o Apolo, eu prefiro Cefas, e aqueles
outros diziam assim: eu prefiro Cristo. Isso é tão espiritual,
não é? Mas sabe por que é que Paulo colocou também
como uma crítica para esse grupo, porque se não fosse não
estaria lá? Sabe por que é que ele criticou o grupo do “eu
sou de Cristo”? Sabe por que? Pense um pouco. Porque
esse grupo não deveria ter dito isso. Se eles entenderam
que havia um dano tão grande no corpo de Cristo, alguém
ou um grupo dizendo de preferências, aquele grupo não
deveria dizer que eles eram de Cristo. Então faça o que
vocês quiserem pois nós somos do grupo de Cristo. Se eles
entendessem o corpo de Cristo, o que eles deveriam dizer
era: não irmãos, não irmãos. Não irmãos. Nós somos de
Cristo. E não eu sou de Cristo. Percebeu a diferença?
Irmão. Você, está equivocado. Você não é de Paulo. Você
não é de Apolo. Nós somos de Cristo e é o que Paulo vai
fazer. Claro. Quando ele olha para esse divisão, ele fala
assim: Paulo foi crucificado por vós? Vocês foram batizados
em nome de Paulo? Lembra quando ele fala para eles? É
assim que ele corrige. Ele foca em Cristo. Mas aquele
grupinho diz: deixe aqueles sectários para lá, nas suas
seitas, paulinas, cefalinas e apolinas. Nós somos cristinos.
Você vê o erro disso? Deixaram de ver a unidade do corpo
de
Cristo e então poder ajudar aqueles irmãos dizendo: nós
todos somos de Cristo. Então irmãos, quanto a cruz precisa
trabalhar nas nossas afeições naturais, do contrário nós não
vamos a lugar nenhum no corpo de Cristo. Vamos ter
nossos cuidados, nossos melindres, nossas delicadezas,
nossas preferências e etc, tudo aquilo que não confere com
o avanço da obra do Senhor.
Em segundo lugar, Mateus cap. 16. Não vamos ler
nada, para que nós avancemos um pouco mais, o tempo
está ficando muito alongado. Vou só citar o texto de
Mateus 16, quando o Senhor fala da cruz para Pedro e o
que é que ele fala? Senhor, não suceda isso contigo. Você
consegue ler aquele versículo melhor do que isso, não
consegue? Aquele versículo está escrito, na verdade,
assim: Senhor, tem piedade de nós. Não suceda isso
conosco. Sabe por que? Porque eles eram doze irmãos.
Onde o mestre fosse, eles estariam atrás. Eles tinham
deixado barco, pai, rede, tudo e tinham seguido a Ele. E o
destino Dele, seriam o destino deles. Então quando Pedro
falou: Senhor, tem compaixão de Ti, ele está dizendo:
Senhor, tem compaixão de nós. Se o seu mestre ia para
cruz, para onde eles iriam? E o Senhor deixou bem claro
depois que Ele falou da cruz, não é? Se alguém quer vir
após mim, a si mesmo se negue e tome a sua cruz e siga-
me. Ele nunca escondeu, Ele nunca foi político. Mas Pedro
tinha uma mente - e agora nós vamos focar aqui o segundo
aspecto do que o trabalho da cruz quer nos separar, quer
nos livrar, auto compaixão. Irmãos, nós temos muito mais
auto compaixão do que nós imaginamos. Se nós fôssemos
honestos, nós queríamos fazer um circulo ao redor de nós
de consoladores. Igual Jó teve aqueles amigos quando ele
estava sofrendo. Nós temos uma terrível auto compaixão.
Sabe qual um outro resultado dela? Quando nós
começamos a sofrer, nós questionamos tudo, até Deus.
Quando os hebreus começaram a sofrer, leia o livro, você
vai ver que o autor de Hebreus, lembra aqueles irmãos de
alguma coisa interessante, curiosas. No cap. 6 ele lembra
aqueles irmãos, que Deus não era injusto, para ficar
esquecido do trabalho deles e do amor que evidenciaram
para com os santos, para porque serviram e ainda serviam
aos santos. Porque que o autor disse que Deus não era
injusto para ficar esquecidos do vosso trabalho. É porque
quando começamos a sofrer, a primeira idéia que vem na
nossa mente é: ‘Deus não é justo comigo. Por que eu estou
passando isso? Deus não me trata de maneira justa’. É o
caso dos hebreus que estavam sofrendo muito. Sabe o que
mais quando questionamos quando sofremos? Amor de
Deus. Isso no cap. 12. Quando entra o autor de Hebreus
no cap. 12 ele vai dizer: vocês sabem por que é que estão
sofrendo? Porque Deus disciplina e açoita a todos os que
recebe por filho. É prova de que vocês não são bastardos,
filhos ilegítimos, mas vocês são filhos. Ele açoita e disciplina
a quantos ama. Sabe qual o propósito? Para que sejais
participantes da sua santidade. Então se a cruz não te livrar
da auto compaixão, vamos atrasar e muito, o trabalho do
Senhor na nossa vida, e na vida da assembléia. E esse é o
assunto aqui de Mateus 16, quando o Senhor trata com
Pedro ali do verso 21 a 23.
A próxima referência que usa essa chave, e também
me permito aqui só citar para os irmãos, na passagem de
Mateus 16, aonde que está essa chave. Está no verso 25.
Olhe que é repetida aquela expressão. Quem quiser salvar
a sua vida, perdê-la-á. Quem perder a vida por minha
causa, achá-la-á. Está vendo que o assunto é o mesmo. Não
é? Em Mateus 10, afeições naturais. Mateus 16, auto
piedade, auto compaixão. Agora em Lucas 17, vai aparecer
de novo. Observe Lucas 17:33. De novo a chave. Quem
quiser preservar a sua vida, perdê-la-á e quem a perder, de
fato a salvará. Agora vamos olhar o contexto, começando
no verso 26. Não vamos ler para ganharmos tempo. Depois
do verso 26, você vai ver o Senhor dizendo que como foi
nos dias de Noé, seria nos dias do filho do homem. Vamos
ter cuidado com o texto. Ele vai dizer assim: nos dias de
Noé, casavam-se e davam-se em casamento. O que mais
que eles faziam nos dias de Noé? Comiam e bebiam. Tem
alguma coisa ilícita nisso? Não. Depois ele vai citar o
exemplo de Ló, verso 29. Também nos dias de Ló, o que
ele diz nos dias de Ló? Comiam, bebiam, compravam,
vendiam, plantavam e edificavam. Tem alguma coisa ilícita
aqui? Não. Mas lembram do que Paulo disse em 1ª
Coríntios 10:16, ele diz assim. Todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas me convém. E logo em seguida essa
expressão ainda é mais importante aqui para esse
contexto. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma delas. Sabe do que o
trabalho da cruz vai nos separar se nós formos submissos
ao trabalho da cruz? Em uma palavra irmão: do amor ao
mundo. De que amor ao mundo venha nos dominar. O
Senhor usou essa expressão na parábola do semeador
quando Ele falou dos espinhos, dos cuidados do mundo e a
fascinação das riquezas. Sufocam a palavra e ela fica
infrutífera. Esse é o assunto tratado. É tratado de uma
maneira muito bonita como tudo na palavra de Deus e nós
não estamos tendo tempo para entrar em detalhes, mas se
você ver aí a contraparte, você vai ver que Noé entra e Ló
sai. Observou isso com cuidado? Noé entra e Ló sai. Nós
sabemos que arca é uma figura de Cristo, interpretado lá
em Pedro. Pedro diz que a arca tipificava Cristo na qual
foram salvas oito pessoas. Então quando Noé entra, sabe o
que é que isso fala? Na medida em que a cruz vai
trabalhando em nós, nós vamos rumando à plenitude de
Cristo, tipificado pela arca e a contraparte, nós vamos nos
distanciando das raízes do mundo. Trigo. Quanto mais o
trigo cresce, mais a sua espiga fica cheia, seus grãos
amadurecem, a sua cabeça dobra, usa espiga dobra e as
suas raízes se destacam do solo. Essa é a natureza do trigo.
Ele cresce para Deus e crescer para Deus é se desarraigar
do solo e dobrar a sua cabeça. Isso é crescer para Deus.
Como que o joio cresce. Quanto mais cresce, mais ereto e
mais soberbo e mais as suas raízes entram no solo. Por
isso o Senhor disse que ele separaria o trigo do joio e então,
quando o assunto do amor ao mundo é tratado aqui em
Lucas 17, fica muito evidente. Irmãos, aqui nós não temos
apenas dois personagens. Temos três e o terceiro é o sino.
O primeiro é Noé, o segundo é Ló. Então Noé entrando, no
que então tipologicamente seria a plenitude de Cristo, e Ló
saindo, no que se refere às amarras do mundo, mas tem o
terceiro personagem aí, que está lá no verso 32. A corneta
de Deus. Lembrai-vos da mulher de Ló. Por que é que ela é
a trombeta nesse versículo? Porque ela demonstrou o seu
amor ao que deixou para trás, quando ela então, lá naquela
colina, vira os seus olhos para trás, e se torna uma estátua
de sal, porque de alguma maneira o seu coração estava
focado naquilo que o Senhor abominava em Sodoma e em
Gomorra. Então ela se tornou aquela estátua como
testemunho. Essa é a exortação usada aqui pelo próprio
Senhor Jesus. Então, só o trabalho da cruz pode nos separar
do amor ao mundo. Irmãos, esqueça de achar que você
pode lidar com o mundo. Esqueça. A sutileza, o engano, o
poder de sedução do mundo é muito maior do que as
nossas forças. Esqueça que você pode lidar com ele. Você
não pode. Você precisa encontrar lugar junto ao Senhor,
permitir que a cruz trabalhe profundamente em sua vida. O
trabalho do Espírito de Deus, da palavra de Deus e das
circunstâncias. Essa é a cruz. Você toma a cruz, através da
palavra de Deus, do Espírito de Deus e das circunstâncias e
o trabalho da cruz, vai te separar do amor ao mundo,
porque vai te mostrar que o mundo sim, é desejável, mas
que Cristo é muito melhor. Só o trabalho da cruz pode fazer
isso e por último, a última referência. João cap. 12 e aqui
nós vamos terminar. A chave, de novo, está no verso 25.
Quem ama a sua vida a perde, mas aquele que odeia a sua
vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna. Qual o
contexto dessa chave? O contexto agora é maior. Em João
11, o Senhor havia ressuscitado a Lázaro. A palavra diz no
cap. 12 que muitos judeus iam visitar Lázaro ressuscitado e
voltavam crendo em Jesus, por causa do que Ele fez a
Lázaro. Então veja a glória disso. Jesus ressuscita Lázaro,
judeus iam visitar Lázaro e voltavam crendo, tudo tão
glorioso, mas ainda não acabou. Jesus entrou em Jerusalém
aclamado: Hosana! ao que vem em nome do Senhor.
Bendito o rei de Israel. Ele entra aclamado como rei.
Glorioso. Terceiro ponto. Tem um último, o quarto ponto.
Os gregos que nunca se interessaram por Ele, agora
demonstram interesse. Procuram Felipe e dizem para
Felipe: queremos ver a Jesus. Você vê a cena de glória?
Lázaro ressurreto, judeus crendo, o Senhor aclamado como
aquele Hozana, ao que vem em nome do Senhor, rei de
Israel, entra em Jerusalém aclamado. Imagine o coração
dos discípulos. Todos com taquicardia. Agora Ele está vindo,
está entrando em Jerusalém e vai reinar. Vai ter o trono
central e seis de cada lado. Não é assim? Então os gregos,
chegam para Felipe e dizem: queremos ver Jesus. Felipe
fica empolgado e vai procurar André. Agora eles vão ver o
que é sabedoria com S maiúsculo. O filho de Deus. Agora
eles vão ver que Sócrates era senão um tolo. Platão era
também um tolo. Eles vão ver quem é a sabedoria. Isso é
o que deve ter passado no coração deles. Eles vão
comunicar para Jesus, aquela dupla, Felipe e André. É o que
o texto diz em João 12. Lá diz assim que eles comunicaram
a Jesus. Sabe o que é que aconteceu na hora em que eles
comunicaram? João 12:23. Respondeu-lhes Jesus. É
chegada a hora de ser glorificado o filho do homem. Esse
foi o enfarte final. Não tinha mais nada para acontecer. Vai
ser glorificado o Filho do homem. Mas logo em seguida no
verso 24, em realidade eu vos digo. Se o grão de trigo
caindo na terra não... Ah! Agora a esperança morreu. Se o
grão de trigo caindo na terra não morrer, ele vai ficar só.
Que maravilha meus irmãos. O nosso Senhor está dizendo:
se Eu assentar nesse trono de Jerusalém, se Eu assentar
nesse trono dos gregos, mostrar que a minha sabedoria é
“a” Sabedoria, com “S” maiúsculo, eles vão ficar
impressionados comigo, vou ser um rei e tanto, vou ensinar
para eles o que é a verdadeira sabedoria e na hora em que
eles morrerem eles vão todos para o inferno. Não é? Porque
o grão de trigo caindo na terra não morrer ele vai ficar só.
Só. Mas se Ele morrer, vai produzir muito fruto. O propósito
eterno de Deus de conquistar uma família, de alcançar uma
família de muitos filhos, semelhantes ao seu Filho, só podia
ser concretizada, se o grão caísse em terra e morresse, e
não se ele se assentasse no trono de Jerusalém, e nem no
trono da sabedoria grega. E foi isso que o Senhor falou
para eles. Eu não vim para assentar em trono nenhum. Vim
para morrer, porque se eu não morrer eu fico só. Se eu
morrer, muito fruto. Por isso João inicia dizendo que Ele é o
unigênito, que ninguém jamais viu a Deus, que Ele é o
unigênito que expressa quem Deus é. Paulo em Romanos
vai dizer que porque Ele foi semeado na morte,
ressuscitado, Ele é agora o primogênito entre muitos
irmãos. Graças a Deus e o Senhor tinha isso tão claro diante
Dele e então Ele apresentou na frente dos seus discípulos e
sabe então qual é a lição central aí? O trabalho da CRUZ.
Somente o trabalho da cruz pode nos separar do amor à
glória pessoal. Amor à glória pessoal. Irmãos, tudo o que
nós buscamos de nós mesmos é trono, evidência.
Provérbios diz que o homem é provado pelos louvores que
recebe. Nós temos um desejo insano no nosso coração que
já tem seis mil anos, que vem lá do Éden: desejo de ser
Deus, desejo de receber glória. Quem primeiro teve esse
desejo foi Lúcifer e foi julgado com mais um terço de anjos
que queria assumir uma posição que tocava ao Criador,
sendo criatura. Paulo quando vai escrever algumas
orientações a irmãos com relação a governo na casa de
Deus, ele diz assim: que no governo da casa de Deus, 1
Timóteo 3:6 não seja neófito, para não suceder que se
ensoberbeça e incorra na condenação do diabo, porque a
condenação do diabo foi por causa da soberba e então ele
diz: cuidado em como vocês lidam na casa de Deus com
essa questão de governo. Só para citar um exemplo. Mas é
claro que isso toca muitas outras esferas e toca a todos
nós. A única coisa capaz de nos separar de busca de glória
pessoal, é o trabalho da cruz. O Espírito, a palavra e a
circunstância, abrindo os nossos olhos para vermos quem
Jesus é.
Eu queria terminar, citando para os irmãos um texto
de Filipenses, que traduz isso, para mim, de uma maneira
tão significativa, esse resultado desse trabalho da cruz.
Filipenses 3:3. Paulo está falando sobre uma verdadeira
circuncisão, a cruz. É uma faca. Sabe o que é que a cruz
deseja fazer em nós? Despojar a carne. Despojar o ego.
Não é essa a figura da circuncisão no Velho Testamento?
Não é? Lembra que o povo quando cruzou o Jordão com
Josué, era um povo não circuncidado, os irmãos se
lembram? E Josué circuncida o povo depois do Jordão. Está
certo isso? E você se lembra como que se chama o lugar
que eles foram circuncidados? Gilgal. Sabe o que é que
significa Gilgal? Despojamento. O povo foi circuncidado em
Gilgal. Por isso quando Paulo escreve aos Colossenses, ele
fala em despojamento do corpo da carne, que é a
circuncisão de Cristo. Colossenses, cap. 2. Filipenses
quando trata desse assunto, diz assim: Filipenses 3:3
Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a
Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não
confiamos na carne. Três marcas agora. Primeira: nós que
adoramos a Deus no Espírito. Olha que maravilhoso
resultado do trabalho da cruz. Nos tornar realmente
adoradores de Deus no nosso espírito. Não adoradores de
nós mesmos, de coisas. Adoramos a Deus no Espírito.
Segunda marca: nos gloriamos em Cristo Jesus. Esse era o
segredo da vida espiritual de Paulo como ele vai falar no
cap. 4 de Filipenses, porque ele aprendeu a viver contente
em toda e qualquer situação. Esse era o segredo. Ele
aprendeu que os valores e os recursos dele não estavam
nele, mas estavam em Cristo. E se estavam em Cristo,
eram intocáveis, imperturbáveis. Tudo o que ele tinha
estava em Cristo. Ele não precisava ter justiça. A justiça
dele era Cristo. Não tendo justiça própria como ele diz aí
em Filipenses 3 logo na frente. Ele não precisava ter poder,
nenhum tipo de poder. Cristo, em Cristo, ele tinha poder
para operar com apóstolo. Ele não precisava de sabedoria.
Ele escreveu para os Corintos que Cristo se nos tornou da
parte de Deus sabedoria, justiça, santificação, redenção.
Percebe isso irmão? Há muita diferença. Às vezes quando
nós nos convertemos, achamos que esses valores estão em
nós. Cristo nos tornou santos, Cristo nos tornou justos...
não. Esses valores estão todos Nele. Continuam Nele. Só
que Ele foi dado a nós. Um dom. Então nós viemos a
participar de tudo o que Ele é, tudo o que Ele tem à vista de
Deus. Então ele diz: gloriamos em Cristo Jesus e por último,
muito interessante essa marca: e não confiamos na carne.
É assim um salto tão grande, não é? Ele vai lá do alto para
baixo. Adoramos a Deus no espírito, gloriamos em Cristo
Jesus. Ele deveria colocar outra marca que tocasse essa
esfera, mas a próxima marca que ele vai colocar, toca uma
esfera bem baixa: ele vai dizer que não confiamos na carne.
Essas três coisas operam juntas. Se o trabalho da cruz não
for fundo em nós, nós não adoramos Deus no Espírito.
Adoramos a nós e coisas. Nós não nos gloriamos em Cristo;
gloriamos em nós e no que somos, no que fazemos e somos
aqueles que confiam em si mesmos, confiam na carne.
Resultado: o Senhor não pode obter nenhum lucro. Primeiro
lugar nenhum prazer nas nossas vidas. Em segundo lugar,
nenhum lucro, em que concerne a nos usar como
cooperadores. Somos inúteis, a não ser que toda a carne
seja silenciada diante do Senhor. Sua igreja não pode ser
edificada. Então irmãos, esse assunto é realmente grave.
Não é a toa que ele vem como ponto número um lá em
Esdras. É o primeiro item da recuperação do Testemunho
do Senhor. Nós não temos para onde correr, se nós
queremos glória na casa de Deus. Nós temos que nos voltar
para a centralidade da pessoa e da obra de Cristo, para o
significado do nosso altar pessoal como Maria de Betânia e
para a centralidade do trabalho da cruz nas nossas vidas.
Ofereça-se ao Senhor para que Ele pelo Seu Espírito use a
palavra na sua vida como uma faca afiada. Irmão, se você
não tivesse ninguém com quem compartilhar a palavra,
você ainda meditaria nela? Ou você medita para falar para
os outros? Você afia a espada para enfiar na barriga dos
outros. Então que o Senhor nos ajude a termos uma visão
diferente, clara, lúcida, do contrário o Senhor não poderá
obter o seu testemunho. De jeito nenhum, porque são
princípios da restauração do Senhor. Então se o Senhor
permitir nós vamos entrar em algumas aplicações dessa
restauração, em termos de relacionamento da família, em
termos de relacionamento na igreja, em termos da questão
do serviço ou do ministério cristão. Estejamos então, diante
do Senhor, todos nós em oração para que o Senhor nos dê
um céu aberto nesses dias. Que Ele possa mostrar algo
vivo, algo impactante aos nossos corações, e não tenhamos
apenas mais cinco dias de informação, mas estejamos
mesmo dispostos aos seus pés a reconsiderar nossas vidas,
nossos caminhos em todos os sentidos. Amém?
Vamos orar.
Senhor entregamos a Ti, o que o Senhor quis depositar
nos nossos corações essa noite e também entregamos
nossos próprios corações a Ti para que ele seja um solo
adequado, para que tudo aquilo que o Senhor tem desejo
em nós não seja perdido. Nos ajude a guardar, a reter com
firmeza a Tua palavra e Senhor expressamos a Ti o nosso
prazer, a nossa alegria em sermos Teus, e pedimos a Ti que
complete o que o Senhor começou em nós. Não nos deixe
uma casa inacabada, um trabalho pela metade, mas
produza em nós algo que satisfaça, que alegre, que traga
descanso ao Teu coração. Nós te pedimos em nome de
Jesus. Amém Senhor.

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