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ÍNDICE
120331 1
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
n CONSIDERAÇÕES GERAIS
CONJUNTO DO PLATÔ
PEDAL DA EMBREAGEM
DISCO DA EMBREAGEM
ÁRVORE PRIMÁRIA
DA TRANSMISSÃO
CABO DA EMBREAGEM
MECANISMO DE
DESACOPLAMENTO
VOLANTE DO MOTOR
2 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
A construção do sistema de embreagem pode ser simplificada conforme mostrado na figura abaixo.
O volante do motor está conectado ao motor, e o disco da embreagem, à transmissão.
Quando o pedal da embreagem é pressionado, o volante do motor e o platô se desacoplam e o disco
perde o contato com o volante. Conseqüentemente, a embreagem não efetuará nenhuma transfe-
rência de torque.
PLATÔ
VOLANTE DO MOTOR
TRANSMISSÃO
MOTOR
DISCO DA EMBREAGEM
Quando o pedal é solto, o platô pressiona novamente o disco da embreagem contra o volante do
motor e o disco fica pressionado entre o volante e o platô. Portanto, o torque do motor é transmitido
para a transmissão.
Os sistemas de embreagem podem ser subdivididos em duas seções principais: o conjunto da em-
breagem e o mecanismo de acionamento da embreagem.
Guia Técnico 3
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
n CONJUNTO DA EMBREAGEM
VOLANTE
DO MOTOR
ÁRVORE DE
MANIVELAS
ÁRVORE PRIMÁRIA
DA TRANSMISSÃO
CARCAÇA DA EMBREAGEM
4 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
n VOLANTE DO MOTOR
O volante do motor é essencialmente uma massa conectada à árvore de manivelas que garante a
rotação suave do motor. Além disso, como parte do sistema de embreagem, ele constitui a superfície
de contato entre o disco e a embreagem. O volante do motor e o platô, instalado junto a ele, retêm o
disco da embreagem entre eles de modo que o motor e a transmissão possam ser acoplados.
VOLANTE DO MOTOR
Guia Técnico 5
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
n DISCO DA EMBREAGEM
O disco da embreagem está instalado no estriado da árvore primária da transmissão e possui faces
de contato fixadas por rebites na região externa de cada um de seus lados. Essas faces se acoplam
às superfícies de contato do volante e do platô através do atrito, permitindo a transferência de torque
do motor.
ÁRVORE PRIMÁRIA
DA TRANSMISSÃO DISCO DA EMBREAGEM
Quando a embreagem é acoplada, uma placa amortecedora, localizada entre as faces de contato,
se deforma, endireitando levemente para garantir o acoplamento suave e sem choque súbito.
As molas amortecedoras (ou borrachas amortecedoras) também são fixadas no cubo da embrea-
gem de modo que o choque resultante de mudanças bruscas no torque do lado da transmissão, ou
do lado do volante do motor, possa ser absorvido.
PLACA AMORTECEDORA
MOLA AMORTECEDORA
FACE DE CONTATO
CUBO DA EMBREAGEM
6 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
n CONJUNTO DO PLATÔ
O conjunto do platô está fixado por parafusos ao volante do motor e, portanto, o volante e o platô
giram juntos. O disco da embreagem fica posicionado entre esses dois componentes.
Os componentes principais do conjunto do platô são a carcaça da embreagem, a mola diafragma e
o platô.
O platô é mantido dentro da carcaça da embreagem através de conexões na parte externa da mola
diafragma, e esta está conectada à tampa em locais mais próximos de seu centro.
Quando a borda interna da mola diafragma é forçada para dentro pelo rolamento da embreagem, a
borda externa se articula nos pontos de fixação da carcaça da embreagem, afastando o platô do
volante do motor e do disco.
MOLA DIAFRAGMA
CARCAÇA DA EMBREAGEM
Quando o rolamento não está aplicando pressão à mola diafragma, ela força o platô na direção do
volante. O disco é mantido firmemente entre o volante e o platô para que o torque do motor possa ser
transferido para a transmissão sem que haja perda.
CARCAÇA DA EMBREAGEM
PLATÔ
DISCO DA EMBREAGEM
GARFO DA EMBREAGEM
Guia Técnico 7
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
O conjunto do platô Honda, que inclui carcaça da embreagem, mola diafragma e platô, não pode ser
desmontado.
8 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
A embreagem é operada pelo motorista através de seu pedal. Quando ele pressiona o pedal, a força
correspondente é transmitida ao mecanismo de desacoplamento do conjunto da embreagem. A
seqüência de operações que envolvem esse procedimento é mostrada abaixo.
Esse movimento é transmitido para o garfo através do cabo ou da linha hidráulica da embreagem.
A embreagem é desacoplada.
O motorista pode ajustar a pressão aplicada à mola diafragma e ao platô. Isso significa que ele
também pode controlar o escorregamento entre o disco e suas superfícies de contato de modo que
a embreagem possa ser acoplada suave e gradativamente.
Guia Técnico 9
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
Quando o pedal é pressionado, o cabo da embreagem puxa a haste. O eixo e o garfo da embreagem
giram, empurrando o rolamento contra a mola diafragma e desacoplando a embreagem.
ROLAMENTO DA EMBREAGEM
EIXO DA EMBREAGEM
GARFO DA EMBREAGEM
10 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
CILINDRO MESTRE
PEDAL DA EMBREAGEM
AMORTECEDOR DE CILINDRO
PULSAÇÃO DA EMBREAGEM SECUNDÁRIO
GARFO DA EMBREAGEM
Guia Técnico 11
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
Cilindro Mestre
TAMPA DO RESERVATÓRIO
MANGUEIRA DO RESERVATÓRIO
RESERVATÓRIO
CONJUNTO DO PISTÃO
HASTE DE ACIONAMENTO
BATENTE
PINO DO PEDAL
FORQUILHA
CUPILHA
12 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
RESERVATÓRIO
PISTÃO
PARA O CILINDRO
SECUNDÁRIO
Quando o pedal da embreagem é solto, o pistão retorna à sua posição original através da mola de
retorno, abrindo novamente a válvula. O fluido transferido para o cilindro secundário pode retornar
ao cilindro mestre e, se necessário, mais fluido pode ser fornecido a partir do reservatório.
RESERVATÓRIO
MOLA DE RETORNO
Guia Técnico 13
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
Cilindro Secundário
O fluido hidráulico transferido para o cilindro secundário a partir do cilindro mestre aplica pressão ao
pistão do cilindro secundário. A haste de acionamento, conectada a esse pistão, é empurrada para
fora e, então, aciona o garfo da embreagem.
CORPO DO CILINDRO
SECUNDÁRIO BUJÃO DE SANGRIA
MOLA DO CILINDRO
SECUNDÁRIO
TAMPA DO BUJÃO
DE SANGRIA
RETENTOR A
DO PISTÃO
RETENTOR B
DO PISTÃO
COIFA
PISTÃO DO CILINDRO
SECUNDÁRIO
HASTE DE
ACIONAMENTO
14 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
Rolamento da Embreagem
ALOJAMENTO DA EMBREAGEM
ROLAMENTO DA EMBREAGEM
GARFO DA EMBREAGEM
Garfo da Embreagem
A finalidade do garfo da embreagem é manter o rolamento em posição e apoiá-lo. Ele está conectado
ao cabo da embreagem, ou à haste de acionamento do cilindro secundário, em uma de suas extre-
midades. Quando o movimento do pedal é transmitido ao garfo através do cabo ou da haste de
acionamento, o garfo gira e empurra o rolamento contra a mola diafragma.
Guia Técnico 15
T101 Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento
n PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO
VOLANTE
DO MOTOR
CARCAÇA DA
DISCO DA MOLA EMBREAGEM
EMBREAGEM PLATÔ DIAFRAGMA ROLAMENTO
DA EMBREAGEM
GARFO DA
EMBREAGEM
O volante do motor está conectado à árvore de manivelas. Como o conjunto do platô está fixado a
esse componente, o volante e o platô giram juntos durante o funcionamento do motor.
O disco da embreagem, instalado no estriado da árvore primária da transmissão, está localizado
entre o volante do motor e o platô.
Quando o pedal está solto, ou seja, quando a embreagem está acoplada, o platô é empurrado
firmemente na direção do volante através da mola diafragma, localizada dentro da tampa da embre-
agem. Isso retém o disco entre os dois componentes de acionamento: o volante e o platô.
Esses três componentes giram juntos nessa condição, permitindo a transferência da rotação do
motor à transmissão.
CARCAÇA DA EMBREAGEM
DISCO DA EMBREAGEM PLATÔ
GARFO DA EMBREAGEM
16 Guia Técnico
Sistema de Embreagem – Construção e Funcionamento T101
Quando a embreagem está sendo acoplada, a liberação suave do pedal faz com que o disco deslize
gradativamente para entrar em contato com o volante e o platô. Portanto, a rotação do motor é
transferida para a transmissão de forma suave e gradativa.
Guia Técnico 17
GUIA TÉCNICO T111
ÍNDICE
n INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 2
n MARCHA A RÉ .......................................................................................................... 4
130231 1
T111 Transmissão Manual – Fundamentos
n INTRODUÇÃO
Sendo a única fonte motriz de um veículo, o motor deve ser capaz de atender a uma vasta gama de
condições de funcionamento, desde a partida até a condução em altas velocidades. A principal
função da transmissão é garantir que isso seja possível.
Suponha que o seu veículo apresente somente a 1a marcha. Ele não poderia ser dirigido em altas
velocidades e, mesmo em baixa e média velocidades, sua operação seria extremamente barulhenta.
Por outro lado, se existisse somente a 5a marcha, a condução em baixas velocidades não seria
possível. A transmissão é quem deve garantir que o motor possa produzir uma quantidade suficiente
de torque e a velocidade adequada para lidar com todas as situações possíveis que possam existir
durante a condução do veículo.
As funções básicas da transmissão são:
n Transferir a potência do motor para a coroa do diferencial.
n Fornecer torque suficiente para a partida, condução em subidas, aceleração, freio-motor, etc.
n Proporcionar a capacidade de conduzir o veículo em baixas e altas velocidades.
n Alterar a direção de rotação das rodas.
A rotação do motor é transmitida para a árvore primária da transmissão através da ação da embreagem.
A árvore primária aciona a árvore secundária através de um conjunto de engrenagens que são
selecionadas pelo motorista através da alavanca de câmbio.
A engrenagem de saída, ou pinhão do diferencial, instalada na árvore secundária transfere o movi-
mento para a coroa do conjunto do diferencial.
Este, por sua vez, transmite o movimento para os semi-eixos esquerdo e direito. Finalmente, os
semi-eixos giram as rodas direita e esquerda, respectivamente.
EMBREAGEM
ÁRVORE PRIMÁRIA
ÁRVORE SECUNDÁRIA
SEMI-EIXO
COROA
2 Guia Técnico
Transmissão Manual – Fundamentos T111
A verdadeira função da alavanca de câmbio é alterar o tamanho das engrenagens, ou seja, o número
de dentes da engrenagem motora (engrenagem da árvore primária) e da engrenagem movida (en-
grenagem da árvore secundária).
Quando uma engrenagem maior é acionada por uma engrenagem menor, a rotação é reduzida na
engrenagem movida, enquanto o torque é aumentado na proporção inversa.
Considere uma situação onde uma engrenagem motora com 10 dentes se liga a uma engrenagem
movida com 40 dentes.
Esta configuração proporcionaria somente um quarto de volta das rodas para cada rotação completa
do motor, embora, na realidade, o conjunto do diferencial, localizado após a transmissão, ainda
influencie a rotação final das rodas.
• Rotação diminui
• Torque aumenta
Esta perda de rotação é compensada pelo aumento correspondente do torque de saída, o que torna
esta relação de marchas mais adequada para as saídas dos veículos ou conduções em aclives.
Por outro lado, quando uma engrenagem pequena é acionada por uma engrenagem maior, o resul-
tado será uma diminuição no torque e um aumento na rotação. Caso uma engrenagem motora com
40 dentes acione uma engrenagem movida com 10 dentes – situação contrária à mostrada acima -
cada rotação do motor faria com que as rodas girassem 4 vezes mais. Conseqüentemente, este tipo
de relação é mais adequado para a condução em altas velocidades.
Guia Técnico 3
T111 Transmissão Manual – Fundamentos
n MARCHA A RÉ
DO MOTOR
ENGRENAGEM DA
ÁRVORE SECUNDÁRIA
COROA
PARA OS SEMI-
EIXOS (RODAS)
(EM 1ª MARCHA)
Quando o motorista move a alavanca de câmbio para a posição de marcha a ré, uma outra engrena-
gem – a engrenagem intermediária da ré – se engrena entre as árvores primária e secundária,
fazendo com que a engrenagem da árvore secundária gire na direção oposta.
Como resultado, o veículo se movimenta em marcha a ré.
ENGRENAGEM INTERMEDIÁRIA DA RÉ
4 Guia Técnico
Transmissão Manual – Fundamentos T111
n COMPONENTES PRINCIPAIS
ENGRENAGEM
INTERMEDIÁRIA DA RÉ
ALOJAMENTO DA
EMBREAGEM
CONJUNTO DA
ÁRVORE PRIMÁRIA
CONJUNTO DA ÁRVORE
SECUNDÁRIA
CARCAÇA DA TRASMISSÃO
Guia Técnico 5
T111 Transmissão Manual – Fundamentos
ÁRVORE SECUNDÁRIA
GARFO DE MUDANÇA
DA 3ª E 4ª
GARFO DE MUDANÇA DA 1ª E 2ª
HASTE DE MUDANÇA
6 Guia Técnico
Transmissão Manual – Fundamentos T111
Normalmente, tanto na árvore primária como na secundária são utilizados 4 a 5 pares de engrena-
gens helicoidais de engrenamento constante, com diferentes relações de marchas, em conjunto com
um par de engrenagens reversoras, além de sincronizadores que asseguram o engate suave das
engrenagens.
Esses pares de engrenagens helicoidais são projetados de forma que uma das engrenagens está
sempre fixa à árvore, enquanto a outra gira livremente enquanto a marcha não é selecionada.
A engrenagem que gira livremente é travada na árvore através do movimento da luva sincronizadora
resultante da ação da alavanca de câmbio.
Assim, a potência rotacional do motor é transmitida para a árvore secundária.
Uma mudança de marcha mais suave torna-se possível através do mecanismo sincronizador,
fixado a cada par de engrenagens.
SINCRONIZADOR
ÁRVORE PRIMÁRIA
ÁRVORE SECUNDÁRIA
Guia Técnico 7
T111 Transmissão Manual – Fundamentos
Engrenagem Intermediária da Ré
A função dos conjuntos dos braços e garfos de mudança é selecionar e acoplar as engrenagens de
acordo com o movimento da alavanca de câmbio.
O movimento da alavanca é transmitido para o conjunto dos braços de mudança através da ação da
haste ou dos cabos de mudança.
A seguir, o conjunto dos braços de mudança aciona o garfo de mudança apropriado e este desliza
uma luva sincronizadora de modo que a engrenagem específica seja fixada a seu eixo.
8 Guia Técnico
GUIA TÉCNICO T121
ÍNDICE
140232 1
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
n CONSIDERAÇÕES GERAIS
n CONSTRUÇÃO BÁSICA
CONVERSOR DE TORQUE
UNIDADE DE CONTROLE HIDRÁULICO
CONJUNTO
DE ÁRVORES
2 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
O conversor de torque apresenta outro papel importante para o funcionamento do veículo, atuando
de forma a multiplicar o torque do motor em uma determinada faixa de operação.
No entanto, não se pode lidar adequadamente com todas as situações possíveis utilizando somente
a multiplicação do torque gerada pelo conversor de torque. Por isso, mudanças adicionais no torque
de acionamento são feitas através do conjunto de árvores de acordo com as condições de condu-
ção.
Além disso, o conjunto de árvores também efetua a mudança de marcha necessária quando o veícu-
lo precisa ser conduzido em marcha a ré.
A unidade de controle hidráulico converte a carga do motor, a velocidade do veículo e outras variá-
veis similares em sinais hidráulicos, e controla a mudança de marchas do conjunto de árvores de
acordo com as pressões hidráulicas correspondentes, além de realizar o controle do acionamento
da embreagem do lock-up do conversor de torque.
n CONVERSOR DE TORQUE
PLACA DE ACIONAMENTO
EIXO DO ESTATOR
Guia Técnico 3
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
BOMBA
TURBINA
ESTATOR
EMBREAGEM UNIDIRECIONAL
MOTOR TRANSMISSÃO
FLUIDO
O conversor de torque é um tipo de acoplamento viscoso. Assim, ele efetua a transferência de torque
através da ação do fluido em seu interior.
Acoplamento Viscoso
A
B
4 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
Referindo-se novamente ao exemplo do diagrama anterior, o fluxo de ar que passa através do ven-
tilador “B” ainda possui uma considerável quantidade de energia. Se fosse utilizado um duto para
redirecionar esse fluxo de ar para a parte traseira das pás do ventilador “A”, então a rotação desse
ventilador receberia uma assistência e seu torque seria, conseqüentemente, aumentado.
Esse é o princípio em que se baseia o funcionamento do conversor de torque.
Se compararmos o exemplo acima com a condição de um conversor de torque real, veremos que a
bomba exerce o papel do ventilador “A”, a turbina exerce o papel do ventilador “B” e o estator, o papel
do duto.
FLUXO DE FLUIDO
Guia Técnico 5
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
Conversor de Torque
BOMBA TURBINA
ESTATOR
O fluido que saiu da turbina é guiado pelo estator de volta para a parte traseira das palhetas da
bomba. Lá, ele empurra a parte traseira das palhetas e fornece assistência à rotação da bomba. O
conversor de torque utiliza esse método como um meio de multiplicação do torque.
Se a rotação da turbina aumentar, a direção do fluido descarregado desse componente irá se alterar
de forma correspondente. Quando isso acontece, a quantidade de fluido redirecionada pelo estator
para acelerar a bomba diminui, levando assim a uma redução do efeito de multiplicação do torque.
BOMBA TURBINA
ESTATOR
6 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
BOMBA TURBINA
ESTATOR
ROTAÇÃO
FAIXA DE ACOPLAMENTO
FAIXA DO
CONVERSOR
EFICIÊNCIA DE TRANSMISSÃO
RAZÃO DE TORQUE
EFICIÊNCIA DE TRANSMISSÃO
PONTO
ACOPLAMENTO
DE STALL
PONTO DE
Tsaída
Pentrada
Tentrada
Psaída
RAZÃO DE TORQUE
RAZÃO DE VELOCIDADES
Nsaída
Nentrada
Guia Técnico 7
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
Quando a razão de velocidades de rotação é igual a zero (ou seja, o que é chamado de “ponto de
stall”), a turbina não estará girando e a razão de torque atingirá seu valor máximo de 2.
A razão de torque então diminui conforme a razão de velocidades de rotação torna-se progressiva-
mente maior, atingindo o valor igual a 1 no ponto de acoplamento.
O estator passa a girar livremente além deste ponto para evitar reduções adicionais da razão de
torque.
Note que, por causa das perdas mecânicas e de outras existentes no acoplamento viscoso, a razão
de velocidades de rotação nunca pode atingir um valor igual a 1, o que significa que a bomba e a
turbina nunca poderão girar exatamente na mesma rotação.
A curva de eficiência de transmissão é determinada pelo formato do conversor de torque.
A partir do ponto de acoplamento, essa característica torna-se uma linha reta; no entanto, também
devido às perdas que ocorrem dentro do acoplamento viscoso, a eficiência de transmissão não pode
atingir um valor de 100%.
Mecanismo de Lock-up
Conforme detalhado na seção anterior, uma eficiência de 100% não pode ser atingida com o conversor
de torque. Quando veículos equipados com transmissão automática são comparados com veículos
dotados de transmissão manual, esse fator é uma das razões para o consumo de combustível rela-
tivamente maior dos primeiros. A fim de que o efeito negativo desse fator possa ser limitado de algum
modo, os veículos com transmissão automática são equipados com mecanismos de lock-up.
O mecanismo de lock-up é uma embreagem controlada hidraulicamente. Em certas condições pre-
determinadas, essa embreagem se acopla de modo que o torque do motor possa ser transferido
diretamente para a transmissão sem a interferência do conversor de torque.
Como resultado dessa ação, uma eficiência de transmissão de 100% pode ser atingida nessas oca-
siões.
8 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
CARCAÇA DO
PLACA DE CONVERSOR DE TORQUE
ACIONAMENTO
BOMBA
EMBREAGEM
DO LOCK-UP ESTATOR
TURBINA
Guia Técnico 9
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
n CONJUNTO DE ÁRVORES
De modo geral, os conjuntos de árvores das transmissões automáticas Honda são similares aos
utilizados nas transmissões manuais. Atualmente, as transmissões de quatro velocidades são as
mais utilizadas.
ENGRENAGEM DA 4ª
DA ÁRVORE PRIMÁRIA
EMBREAGEM DA 4ª
ENGRENAGEM DA 1ª
EMBREAGEM DA 2ª DA ÁRVORE PRIMÁRIA
ENGRENAGEM DA 3ª EMBREAGEM DA 1ª
DA ÁRVORE PRIMÁRIA
EMBREAGEM DA 3ª
10 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
DISCOS DA EMBREAGEM
No entanto, no caso da marcha a ré de certos modelos, é utilizada pressão hidráulica para acionar
um garfo seletor de modo que a árvore secundária e sua engrenagem da ré possam ser acopladas.
Guia Técnico 11
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
ALAVANCA DA TRAVA DE
ESTACIONAMENTO
ALAVANCA DA
VÁLVULA MANUAL
VÁLVULA MANUAL
ALAVANCA DE CONTROLE
12 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
A pressão hidráulica é utilizada de várias formas dentro da transmissão automática para controlar
sua operação.
Essa pressão é alimentada pela bomba de ATF, que é acionada pelo eixo estriado da carcaça do
conversor de torque.
A unidade de controle hidráulico recebe sinais hidráulicos relativos à operação desejada pelo moto-
rista, condição atual do veículo e outros fatores.
Esses sinais são convertidos para a forma hidráulica por dispositivos e válvulas específicas antes
de serem enviados à unidade de controle hidráulico.
As válvulas dentro da unidade de controle atuam em resposta aos sinais hidráulicos, alterando as
passagens ao longo das quais o fluido circula.
Por exemplo, aplicando-se pressão na passagem para a embreagem da 2ª enquanto se libera a
pressão da passagem da embreagem da 1ª, é possível mudar suavemente da 1ª para a 2ª marcha.
Todas as outras operações de mudança de marcha podem ser efetuadas de modo similar.
Guia Técnico 13
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
CORPO DE VÁLVULAS
DO LOCK-UP
14 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
n VÁLVULA DIFERENCIAL
Um dos componentes mais utilizados numa unidade de controle hidráulico é a válvula conhecida
como válvula diferencial. Quando a pressão hidráulica é aplicada a uma válvula diferencial, a diferen-
ça entre as áreas nas quais essa pressão é aplicada fará com que a válvula atue numa direção
específica.
Por exemplo, se uma pressão uniforme for aplicada à válvula do seguinte diagrama, a válvula irá se
mover para a esquerda devido ao fato de que a área exposta é maior no lado direito do que no lado
esquerdo.
Por outro lado, a válvula iria se mover para a direita se a diferença entre as áreas fosse similar à
mostrada no diagrama abaixo.
Guia Técnico 15
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
VÁLVULA DE CONTROLE
DE ORIFÍCIO DA 2ª
VÁLVULA DE ALÍVIO
VÁLVULA MANUAL
A detecção da carga do motor é efetuada utilizando-se a válvula “A” do acelerador, a qual se move
em sincronia com a abertura e o fechamento da borboleta de aceleração. A pressão hidráulica cor-
respondente ao grau de abertura da borboleta (ou seja, a pressão “A” do acelerador) é gerada.
16 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
A válvula governadora regula a pressão da linha de acordo com a velocidade do veículo. Dessa
maneira, quando a velocidade do veículo é baixa, a válvula governadora se abre apenas um pouco.
Quando a velocidade do veículo é alta, a abertura da válvula aumenta. Assim, a pressão da linha é
modificada para a pressão da válvula governadora, que representa a velocidade atual do veículo.
PARANDO O VEÍCULO
EM ALTA VELOCIDADE
A pressão da válvula
governadora aplicada à
válvula de mudança é
descarregada dentro da
transmissão.
Guia Técnico 17
T121 Transmissão Automática – Fundamentos
PRESSÃO DA LINHA
PRESSÃO DA VÁLVULA
GOVERNADORA
PRESSÃO DO ACELERADOR 2ª
3ª 4ª
Em tal situação, a pressão da linha indicada na parte superior do diagrama é primeiramente aplicada
à embreagem da 1ª, fazendo com que a engrenagem da 1ª se acople.
Devido à condição de equilíbrio entre [pressão do acelerador + força da mola] e [pressão da válvula
governadora] dentro da válvula de mudança 1-2, a passagem é aberta e o fluido hidráulico pode fluir
para a válvula de mudança 2-3.
18 Guia Técnico
Transmissão Automática – Fundamentos T121
Dentro da válvula de mudança 2-3, a passagem para a embreagem da 2ª está fechada e a passa-
gem para a válvula de mudança 3-4 está aberta; conseqüentemente, o fluido hidráulico flui para a
válvula de mudança 3-4 sem acionar a embreagem da 2ª.
Além disso, a passagem da válvula de mudança 3-4 para a embreagem da 4ª está fechada enquanto
a passagem para a embreagem da 3ª está aberta. Como resultado, a pressão da linha será aplicada
à embreagem da 3ª e a engrenagem da 3ª será acoplada.
De acordo com essa situação, apesar de ambas as engrenagens da 1ª e 3ª estarem acopladas, o
torque somente será transferido pela engrenagem da 3ª, uma vez que a engrenagem da 1ª da árvore
secundária está configurada para girar livremente nessa ocasião, devido à ação da embreagem
unidirecional.
Nessa condição, se o pedal do acelerador fosse subitamente pressionado, o aumento resultante da
pressão “A” do acelerador faria com que as válvulas se movessem para a direita, de modo que a
engrenagem da 1ª ou da 2ª seriam selecionadas.
Todas as outras marchas são selecionadas de modo similar ao que foi detalhado acima.
A transmissão automática utiliza um fluido conhecido como “fluido da transmissão automática” (ou
ATF). Esse fluido atua como fluido hidráulico dentro do conversor de torque e da unidade de controle
hidráulico, e também como lubrificante para o conjunto de árvores. Além disso, o ATF é enviado para
todos os componentes da transmissão automática através de uma bomba de ATF.
Como seu nome sugere, a transmissão automática controlada eletronicamente (E-AT) combina a
operação de uma transmissão automática com o controle eletrônico. Em tal configuração, os sinais
de abertura da borboleta de aceleração e de velocidade do veículo – que convencionalmente são
comunicados através de pressões hidráulicas – são detectados eletricamente.
Esses e outros sinais são utilizados pelo módulo de controle da transmissão (TCM) para determinar
como as válvulas solenóides da unidade de controle hidráulico devem ser controladas. Dessa ma-
neira, é possível efetuar um controle muito mais preciso da transmissão.
Além disso, modelos mais avançados podem determinar o tipo de estrada no qual o veículo está viajan-
do (ou seja, se ela é plana ou inclinada, etc.) e controlar a velocidade de forma correspondente.
Guia Técnico 19
T131
GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos
ÍNDICE
I INTRODUÇÃO À CVT
A CVT funciona em faixas mais baixas de relações para melhor aceleração e frenagem do
motor. A posição “L” também é usada como freio do motor enquanto a PCM utiliza a faixa
mais baixa de relações da CVT para aumentar a potência de subida.
Volante do Motor
Polia Movida
Árvore de
Entrada
Correia Metálica
Polia Motora
Embreagem à Frente
Freio da Ré
Engrenagem Planetária
2 GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos - T131
I EXIGÊNCIAS DE FUNCIONAMENTO
I Permitir ao motor ficar em marcha lenta enquanto o veículo está parado e a transmissão
em “D”.
I Permitir ao veículo acelerar quando parado, principalmente se estiver numa subida íngreme.
I Fornecer uma sucessão de relações de saída, para permitir ao motor usar seu torque
máximo.
Como uma T/A convencional, se houver uma falha no sistema, a luz D4 pisca, para informar
ao motorista e armazena o DTC no PCM. Durante uma falha, a CVT ainda pode ser acionada
com segurança.
A CVT não usa um Conversor de Torque, ao invés disso ela usa a Embreagem de Partida
para esta função. Isto demanda um PCM para controlar a pressão do óleo da Embreagem
de Partida, o que torna necessário efetuar a Calibração da Embreagem de Partida, para
PCM obter o controle apropriado.
Embreagem de Partida
Volante do Motor
GUIA TÉCNICO 3
CVT – Fundamentos - T131
I CONTROLE DE VELOCIDADE
As Polias Motora e Movida estão conectadas através da Correia Metálica. Juntas, as polias
têm as seguintes funções:
I Elas mantêm pressão lateral suficiente na correia, para evitar que ela deslize, o que pode
danificar a correia e as polias.
Correia Metálica
Polia Motora
Polia Movida
4 GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos - T131
A polia motora é montada no mesmo eixo da Árvore de Entrada e fica travada na Árvore de
Entrada nas posições de marcha à frente.
I Na posição de marcha à ré, a Polia Motora gira na direção oposta à posição de marcha à
frente.
I A Polia Motora empurra a correia, acionando a Polia Movida, que aciona a Embreagem
de Partida.
I A Polia Movida está montada diretamente na Árvore da Polia Movida.
I Cada polia tem uma lateral fixa e uma móvel.
I A Correia Metálica está localizada entre as duas laterais de cada polia.
I Cada polia tem molas que aplicam pressão ao lado móvel, forçando-a em direção ao lado
fixo.
I O sistema hidráulico aplica pressão hidráulica variada em cada polia.
I A relação da polia muda pela força da mola e pressão do fluido aplicados, para alterar
efetivamente o diâmetro de cada polia.
I A relação da polia muda com a rotação do motor, para variar as relações de transmissão.
Relações da Polia
Para obter diferentes relações, os diâmetros efetivos das polias mudam em relação à força
hidráulica e à força da correia metálica sobre as faces móveis das polias.
Correia Metálica
Polia Movida
GUIA TÉCNICO 5
CVT – Fundamentos - T131
(Continuação)
Polia Movida
6 GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos - T131
Engrenagem Solar
Coroa
Pistão da Embreagem à Frente
Pistão do Freio da Ré
Freio da Ré
GUIA TÉCNICO 7
CVT – Fundamentos - T131
(Continuação)
Marcha à Frente
Coroa
Coroa
Engrenagem
Solar (estriada
na Árvore de
Engrenagem Solar Entrada)
(estriada na
Árvore de Entrada)
Engrenagem
Planetária
Engrenagem
Planetária
Marcha à Ré
Freio da Ré
Polia Motora
Engrenagem
Planetária Coroa
Suporte da Engrenagem
engrenagem Solar
Planetária Engrenagem
(travada) Planetária (gira ao
redor do interior da
Engrenagem
coroa)
Solar
Coroa Coroa
8 GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos - T131
I FLUXO DE TORQUE
Posição “P”
Posição “N”
A potência do motor transmitida pelo volante do motor aciona a árvore de entrada, porém a
pressão hidráulica não é aplicada à Embreagem à Frente e Freio da Ré. A potência não é
transmitida à Árvore da Polia Motora. A pressão hidráulica também não é aplicada à
Embreagem de Partida.
Freio da Ré
Árvore da Polia Motora
Volante do Motor
Árvore de
Entrada
Embreagem à
Engrenagem Park
Frente
Embreagem de Partida
Trava da Posição Park
GUIA TÉCNICO 9
CVT – Fundamentos - T131
(Continuação)
Engrenagem Solar
Embreagem à Frente
Coroa do Diferencial
10 GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos - T131
(Continuação)
Engrenagem Solar
Coroa
Embreagem à Frente
Coroa do Diferencial
GUIA TÉCNICO 11
CVT – Fundamentos - T131
I DICAS DE SERVIÇO
Vista Geral
O procedimento permite ao PCM armazenar um sinal básico do sensor MAP, que indica que
ele está aplicando a pressão correta à embreagem de partida – suficiente para uma leve
movimentação do veículo mas não tanto que faça o motor morrer.
Se a memória do PCM for zerada, tanto após a substituição da bateria, remoção do fusível
de segurança ou desligamento da força para manutenção, você deve executar uma
Calibração da Embreagem de Partida. Também se for feita a manutenção na Embreagem
de Partida (p.e. remoção, substituição), a calibração deve ser feita para ajustar a CVT ao
sistema de controle.
Observação:
Se a Calibração da Embreagem de Partida não for feita após a manutenção acima, pode
ocorrer mau funcionamento, tais como estes:
I Queda na rotação do motor e/ou motor morre (em qualquer posição de condução)
I Oscilação nas rotações do motor (em qualquer posição de condução)
I Vibração ao acelerar após uma parada.
A calibração pode ser feita mais de uma vez, para aumentar o desempenho da Embreagem
de Partida.
12 GUIA TÉCNICO
CVT – Fundamentos - T131
(Continuação)
Condição do Tipo de
Modelo
Veículo Procedimento
Civic 1996
Tipo A
Parado com o Civic 1999
motor em marcha Jazz/Fit 2002
lenta Tipo B Civic Híbrido 2003
Civic 2001
Tipo C Jazz/Fit 2002
Ao dirigir
Civic Híbrido 2003
Observação:
A Calibração da Embreagem de Partida deve ser feita em qualquer condição (mau tempo,
tempestade etc.). Se a calibragem for feita na chuva, o equipamento elétrico tipo limpadores
de pára-brisa cria uma carga elétrica. Neste caso, você deve fazer a Calibração da
Embreagem de Partida enquanto estiver parado com o motor em marcha lenta.
ATF
A CVT, principalmente nas superfícies da correia e das polias, é muito suscetível a sujeira.
Os componentes se danificam rapidamente por impurezas no ATF, portanto deve-se tomar
muito cuidado com a limpeza ao trabalhar na transmissão, incluindo quando é aberta uma
passagem na transmissão. Isto inclui trocas de ATF, remoção do filtro do ATF, remoção da
mangueira do radiador do ATF e substituição do semieixo.
Somente ATF-Z1 genuíno Honda deve ser usado. O uso de ATF inadequado pode degradar
o desempenho da CVT, causando vibração ou ruído ao acelerar após uma parada. O ATF-
Z1 genuíno Honda permite uma proteção antivibração, bem como saídas e mudanças mais
suaves em baixas temperaturas.
GUIA TÉCNICO 13