Você está na página 1de 4

Licenciatura em História

Disciplina: História das Sociedades Africanas

Plano de Aula Países Africanos – Libéria

Localização no interior da África

A Libéria é uma república presidencialista, localiza-se na África Ocidental. Faz


fronteira, ao norte, com Serra Leoa e Guiné; a leste, com a Costa do Marfim; e a sul e
oeste com o Oceano Atlântico.

Área por quilômetros quadrados:

111.369 quilômetros quadrados (Km²)

População

4.809.768, dados levantados em julho de 2018.

Língua Oficial/ Línguas Regionais

 Mais do que línguas indígenas 30 são faladas na Libéria. No entanto, estas são
faladas por apenas uma pequena porcentagem da população liberiana;
 Inglês como língua oficial. O inglês liberiano é uma variedade de inglês falado na
Libéria. Existem várias variedades da língua falada no país, incluindo o inglês Kru
Pidgin, a língua liberiana Kreyol, a língua Merico e o inglês caribenho.
 A língua Mel de Kissi;
 A língua Maninka;
 A língua mande de Loma;
 Kpelle, o povo Kpelle da África fala essa língua;
 A língua Dan;
 O Bandi, também conhecido como a língua Gbandi;

Capital

A cidade de Monróvia, na província de Montserrado, possui 939.524 habitantes.

Religiões

 Crenças tradicionais: 42,2%;


 Cristianismo: 40% (independentes: 15,6%, Protestantes - 12,2%, outros - 14,4%);
 Islamismo - 16%;
 Sem religião - 1,5%;
 Bahaísmo - 0,3%

Economia

A economia do país sofre com as consequências das guerras civis de 1989 a 2003,
as quais desencadearam a falta de investimentos internacionais e a destruição da
infraestrutura do país.

A agricultura é o setor que mais capta mão de obra. Essa atividade se baseia no
cultivo de arroz, mandioca, café e cacau. O país tem na borracha, madeira e ferro os
principais produtos de exportação. Outro aspecto importante para a economia nacional
são os recursos financeiros oriundos dos registros de navios com a bandeira liberiana,
nos quais os proprietários desses navios são atraídos graças a um regime fiscal
vantajoso.

Os habitantes da Libéria sofrem com vários problemas socioeconômicos. O


desemprego atinge grande parte da população; a fome e a desnutrição castigam os
habitantes. A cada mil nascidos na Libéria, 93 morrem antes de completar um ano de
idade; a maioria dos habitantes vive com menos de 1,25 dólares por dia, ou seja, abaixo
da linha de pobreza.

Contexto Histórico
A Libéria assume em 1945, o status de Estado independente, porém, na prática,
continuava a ser uma neocolônia dos Estados Unidos. As riquezas do país eram
dominadas pela comunidade americano-liberiana, a pequena oligarquia no poder exercia
uma discriminação frente à maioria dos cidadãos, ela os desprezava.
No exterior, a Libéria, não possuía qualquer contato com o anticolonialismo
circundante. No plano econômico, o país estava no limiar da falência e, permanecia
dependente dos Estados Unidos, por meio de um imperialismo econômico.
William Vacanarat Shadrach Tubman, assumindo a presidência em 1944,
mobilizou algumas mudanças frente essa situação de dependência neocolonial.
Adotando uma política econômica de liberação de barreiras e rompendo como o
domínio da Firestone Rubber Company (Empresa Norte Americana de produção de
borracha), Tubman conseguiu atrair, investidores estrangeiros. Isto provocou uma
diversificação das atividades econômicas que, estenderam-se ao planejamento e à
construção de portos artificiais na cidade de Monróvia, à extração do minério de ferro
em Bomi Hills, nas montanhas Nimba e de igual forma em outras regiões e, à criação de
indústrias de pequeno porte, como a produção de cimento. Em 1966, a exportação do
minério de ferro, atingiram 112 milhões de dólares, contra 30 milhões tocantes à
exportação da borracha. Em 1978, a Libéria tornara-se a maior produtora de minério de
ferro da África. Esta evolução provocou a construção de uma malha rodoviária que
acelerou a abertura rumo ao interior. Segundo Liebenow, esta ascensão produziu “uma
transformação radical do modo de vida das populações tribais que, até recentemente,
encontravam-se estreitamente ligadas a uma economia de subsistência. Tubman
empreendeu a ampliação do comércio exterior, abrangendo mais destinatários. Lá, uma
vez mais, este fluxo apresentou certo sucesso, pois que a parte relativa às exportações
liberianas, dirigidas aos Estados Unidos, passou de 90%, em 1950, para
aproximadamente 60% em meados dos anos 1970; no tocante às importações, elas
regrediram de quase 70% a menos de 50% entrementes.
Tubman prosseguiu uma política de integração, unificando nacionalmente os
domínios político e social, objetivando a eliminação da racialização da oligarquia
americano-liberiana e a massa autóctone da população. Tomando emprestadas as suas
próprias palavras: “Falta-nos destruir todas as ideologias que tendem a dividir-nos. Nós
devemos esquecer o americano-liberialismo e engajarmo-nos todos em uma nova era de
justiça, de igualdade, de honestidade e de igualdade de oportunidades para todos, de
qualquer região do país da qual proviessem e de qualquer que fosse a sua tribo, o seu
clã, o seu elemento, a sua crença ou o seu status econômico.” Tubman deu, ele próprio,
o exemplo, adotando um nome africano, vestindo- -se à moda africana com o tradicional
traje e encorajando a arte e a dança autóctones. Ele integrou progressivamente
liberianos autóctones instruídos à administração local e, em 1966. Tubman afastou
aqueles incompetentes ou corrompidos. Ademais, ele estendeu à população autóctone o
direito de ser representada no Parlamento e participar das eleições legislativas, ele
modificou a composição da Câmara de Representantes para nela incorporar liberianos
em maior número provenientes do interior. Tornou-se, além disso, regra nomear
autóctones qualificados a postos apropriados. No plano social, estabelecimentos de
ensino foram em maior número colocados ao dispor da população das comunidades
interioranas, notadamente graças à abertura, pela Igreja Episcopaliana, com o apoio das
missões metodista e luterana de Gbarnga, do Cuttington College, mais de 150
quilômetros no interior das terras, ao passo que estas mesmas igrejas criavam escolas
primárias em outros distritos.
Muito se realizou na Libéria durante o período considerado. Em 1960, contudo, o
resultado ainda não era satisfatório. A vida no país continuava a ser dominada pela elite
americano-liberiana e a política de integração e unificação nacional não progredira
entrementes de forma suficiente. Obviamente, a economia conhecera um notável
revigoramento e influxo de crescimento, mas, este crescimento não se acompanhara de
um real desenvolvimento e a dependência vis -à -vis do capitalismo internacional
inclusive acrescera-se, em razão da subserviência das políticas de exploração dos
recursos minerais aos interesses dos investidores estrangeiros. Em suma, em 1960, a
Libéria ainda trilharia um longo caminho, ainda que fora para reduzir o seu atraso
comparativamente aos novos Estados independentes da África. Infelizmente, no curso
das duas posteriores décadas, nem Tubman e tampouco o seu sucessor chegariam a
realmente impor as mudanças necessárias, quadro este que se desdobrou no golpe de
Estado militar, em 12 e 13 de abril de 1980, evento a constituir-se em ponto de inflexão
e marco do fim de uma era, aquela do True Whig Party

Você também pode gostar