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3.

Soluções para atenuar os contrastes de desenvolvimento

Página 57 do manual

A importância da ajuda ao desenvolvimento

Documento 1
Motivações, objetivos e obstáculos ao sucesso das ajudas ao desenvolvimento
A ajuda ao desenvolvimento constitui um dos vértices do triângulo capaz de assegurar o sucesso do
combate à pobreza e da promoção do desenvolvimento.
No entanto, coexistem interesses, prioridades e estratégias diferenciadas, que determinam diferentes
tipos de motivações para participar na ajuda ao desenvolvimento: de ordem histórica, uma vez que
grande parte dos países em desenvolvimento foram colónias de alguns dos principais países doadores;
de ordem económica, pois os países em desenvolvimento são importantes fornecedores de matérias-
primas e um mercado significativo para os produtos produzidos nos países desenvolvidos; de ordem
humanitária, para dar resposta a inúmeras situações de crise (secas, inundações, sismos, etc.) que
agravam as condições de vida e as oportunidades de sobrevivência das populações dos países em
desenvolvimento; de ordem estratégico-política, porque a ajuda ao desenvolvimento permite aos
países doadores o alargamento da sua esfera de influência, geradora de eventuais benefícios futuros.
Relativamente aos seus objetivos, enunciam-se os principais: prestar assistência temporária às
populações afetadas por catástrofes naturais ou por desastres induzidos pela ação humana (guerras
civis, desertificação, etc.), ajudar a melhorar as condições de vida das populações dos países em
desenvolvimento, através da coparticipação em projetos de grande envergadura (construção de
infraestruturas económicas, sociais, etc.) e fornecer os meios financeiros que permitam aos países em
desenvolvimento fazer face aos compromissos resultantes de elevados níveis de endividamento
externo que foram acumulando ao longo do tempo.
Existem fatores de bloqueio e de distorção, quer nos países recetores (desvio de parte da ajuda em
benefício de minorias privilegiadas e corruptas, afetação da ajuda à realização de despesas militares,
dificuldades de transporte e de comunicação como obstáculos à distribuição da ajuda, incapacidade
técnica e administrativa para gerir e aplicar os recursos provenientes da ajuda, risco de criação de
situações de dependência face à ajuda, etc.) quer nos países doadores (os projetos financiados nem
sempre correspondem às necessidades dos países recetores, imposição de ajuda vinculada a projetos
concretos, critérios políticos e interesses económicos na base da afetação e distribuição da ajuda,
consumo de parte substancial dos recursos financeiros da ajuda com os salários e honorários de
técnicos e consultores externos, etc.) que colocam em questão a eficácia da ajuda. Daí que seja
necessário repensar a ajuda ao desenvolvimento no sentido de a tornar eficaz: capaz de resolver
problemas básicos e imediatos, de incentivar a autonomia e autossuficiência, de apostar na formação e
capacitação dos agentes locais, de permitir atenuar as desigualdades no acesso a recursos e a boas
condições de vida entre populações de diferentes países e regiões.
Fonte: LOPES, Carlos M. – Quem ajuda quem?, Janus, 2003 (disponível em http://janusonline.pt)

Exercícios
1. Lê o documento 1.
1.1. Refere uma motivação da ajuda ao desenvolvimento de ordem:
a) histórica;
b) económica;
c) humanitária;
d) estratégico-política.
1.2. Enumera os principais objetivos da ajuda ao desenvolvimento.
1.3. Organiza numa tabela os obstáculos ao sucesso da ajuda ao
desenvolvimento gerados pelos países:
a) doadores;
b) recetores.

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