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Como Trabalhar no dia a dia

Baralho ou Tarot?
Tarot é o nome que se dá ao tradicional Tarot contendo 78 cartas.

Porém em algumas regiões da França e com alguns tutores mais


antigos é muito comum, serem chamados "Tarot Lenormand",
pois acredita-se que qualquer instrumento divinatório com
cartas seja designado "Tarot". Então perdoem me os mais
tradicionais, quando refiro-me ao baralho como Tarot, é apenas um
costume que tive com os tutores nesses anos.

Respeito ao óraculo
Devemos inicialmente, ter em mente que o baralho é um método
de autoajuda, e não devemos profaná-lo, fazendo a ele,
perguntas irrelevantes ou de futilidades, um bom exemplo disso é
"devo trair meu marido", está pergunta profana o baralho, pois é
algo que você deve decidir por si, dentro da sua moral e costumes. O
Baralho é um bom conselheiro, mas não devemos ficar
escravizados de seus conselhos, devemos sempre lembrar, que
seu uso terapêutico, o ajuda a ter mais firmeza em suas decisões,
mas ele não deve ser o mestre de sua vida e tomar as decisões
que cabem a ti, tomá-las Lembre-se de respeitá-lo e agradecê-lo
ao fim de cada consulta ou auto-consulta, mantê-lo limpo e bem
guardado.
Respeito a outros oraculistas
Devemos ser cientes que, cada oraculista, muitas vezes vê em de
outras escolas, e métodos de aprendizado, não existe certo ou
errado, "Verdadeiro/Real método", e sim aquele que cada um
aprendeu, e funciona para si e seus demais (Pois o oráculo,
sempre ira funcionar, independente de cada escola seguida),
lembre-se de respeitar seus colegas oraculistas, e pegar deles,
aquilo que lhe for útil e coerente.

Concentração e Corte do Baralho

É importante que você, esteja relaxado no momento em que for


fazer um atendimento, ou uma leitura para um consulente,
lembre-se, sua energia influência na leitura, então, não faça a
leitura irritado ou com pressa. Tenha o seu método de
relaxamento, uma respiração, um chá, uma reza, meditação, o que
mais lhe é agradável fazer, para conectar-se ao divino e sentir-se
em paz, para ai sim, iniciar o seu trabalho junto ao baralho.

O Corte

É importante sempre embaralhar muito bem o baralho antes de


iniciar uma leitura, o corte deve ser feito da maneira que você achar
melhor, não existe maneira certa de onde tirar as cartas para
iniciar uma tiragem, você pode pegar do meio do baralho, em cima,
em baixo, sequencial, a resposta será dada independente da
ordem de tiragem do baralho.
As cartas devem ser dispostas com seus símbolos abaixados,
sendo revelados apenas no momento que você começar a leitura.

Seu consulente deve fazer o corte e embaralhamento, e o


cartomante deverá organizar as cartas na disposição correta de
cada método de tiragem, dentro da ordem de tiragem do
consulente.

Como perguntar ao baralho


As perguntas devem ser simples e concisas, não precisam vir de
uma história que vem da infância do consulente , até o momento
atual, precisam ser objetivas, então temos como exemplo

"Devo procurar uma mudança de emprego, dentro de 2 meses"

"Ficarei desempregado?"

"Estou noiva, e estamos tendo problemas financeiros, nosso


casamento ira ocorrer neste ano ainda?"

Etc...

Fique sempre muito claro, que é importante, que o consulente lhe


passe informações, pois isso ajuda na melhor interpretação das
cartas, por exemplo, se o consulente procura um novo trabalho, é
importante saber se ele está tendo dificuldades nesse trabalho
atual.

Se a pessoa procura um novo amor, se ela já está em um


relacionamento ou "rolo"...

O Oraculista não é um "adivinho", precisamos de informações para


poder sim, darmos uma melhor resposta baseado nas cartas que
teremos em nossas mãos.

O que evitar?

Você, como oraculista, deve ter o bom senso de saber dizer ao seu
consulente o que não se deve perguntar, pois determinadas
coisas, não são parte do direito sair dizendo as pessoas, como por
exemplo, uma pergunta sobre morte, não lhe cabe o direito de
responder algo que está na mão do criador, então tenha em
mente, que perguntas sobre

Morte

Traição

Desejo de vingança (do seu consulente para com os outros)

Devem ser banidas, pois, traição necessita de diálogo, uma


pessoa, que está em um relacionamento, aonde acontece esse
tipo de dúvida, deve ser resolvido dentro de sua casa, com
diálogo, se isso não ocorre, a pessoa já tem problemas graves o
suficiente para que você lhe responda algo, que lhe traga mais, e que
novamente não lhe é de seu direito.

Não invente, não adicione informações que você não sabe, apenas
para criar clientela, isso a longo e a curto prazo, lhe gera apenas
carga astral a qual você não tem necessidade alguma de ter. Seja
verdadeiro, e responda apenas aquilo que você realmente saiba e
que esteja descrito no baralho.

Um fundamento muito importante na Bruxaria é, aquilo que


fazemos de mal, volta x 7 a nós mesmos, então, saiba realmente o
que a pergunta que você está respondendo, é realmente necessária,
dentro das leis do criador, e se lhe cabem o direito de respondê-la

É muito importante que não façamos um desserviço aos oráculos,


que a muito são ridicularizados, respeitando-o e trazendo como
resposta coisas verdadeiras, e não invencionices para termos
status como grandes oraculistas, o trabalho do oráculo é auxiliar, e
não criar falsas esperanças, afim de deixar-nos famosos.

Limpeza do Baralho

Normalmente, é comum, termos 2 baralhos, uma para a /o


consulente em geral, e o nosso pessoal.

O nosso Baralho pessoal, após consagrado, é imantado com nossa


energia a cada vez que o utilizamos, o deixando cada vez mais
sintonizados com nós mesmos, ele é normalmente utilizado
apenas por nós, sem que ninguém mais o utilize.

Agora, quando nós utilizamos o baralho para trabalhos com


consulente diversa, é muito importante limpar o baralho, a fim
que não tenha energias demais acumuladas nele, essa limpeza
deve ser feita de uma maneira muito simples, um copo com sal
grosso e água, deixe seu baralho (completo, fora da caixa) em
cima desse copo (cuidado para não deixar seu baralho cair nele! ),
e você deve pedir que a força daqueles elementos (água e o sal),
limpem seu baralho e descarreguem toda a energia dos
consulentes que ali podem ter acumuladas. Deixe de um dia para
o outro, se você quiser, deixe uma vela branca próximo (cuidado para
não atear fogo em nada), pedindo que a chama da vela ajude a
purificar aquela limpeza.

Meu costume, é de fazer isso uma vez por semana, mas você deve
fazer quando sentir necessidade.

Luciana Kluki

Artista plástica e Terapeuta alternativa.

Estudou Petit Lenormand e Tarot tradicional na França e no Brasil, com


variados Tutores e métodos. Aprendeu que o mais importante do oráculo, é
respeitar o método de cada um, entendendo que, tudo que é guiado pelo
Lenormand, ira funcionar, inevitavelmente, a energia do oraculo nunca "da
um ponto sem nó"

Faço consultas com Petit Lenormand, via skype, caso tenha interesse, você
pode entrar em contato comigo, via Facebook :
https://www.facebook.com/carrocacigana

Ou pelo e-mail : lucianakluki@gmail.com

Curso: Petit Lenormand (Baralho Cigano)

Eadeptus http://eadeptus.com.br/
Método Francês

Ferradura
7 Cartas - Tiradas aleatoriamente pelo consulente

Devem ser dispostas pelo oraculista da forma descrita acima, deverão ser tiradas de
uma única
vez, a qualquer ordem de embaralhamento feito pelo consulente.

Essa tirada pode ser feita para perguntas com validade de até 6 meses ao máximo.

A leitura deve ser feita da seguinte maneira

Carta número 1 - Momento atual do consulente

Carta número 2 - Momento da pergunta, o exato momento em que o consulente está lhe
consultando

Carta número 3 - Elementos que levaram a evolução do motivo da pergunta

Carta número 4 - Conselho do baralho para resolução da questão

Carta número 5 - Como o consulente deve agir sobre sua pergunta

Carta número 6 - Obstáculos (seja você mesmo, ou terceiros) e/ou adversidades que
podem
surgir no trajeto
Carta número 7 - Vitória final, como será o desfecho da pergunta

2 Triângulos
7 Cartas, devem ser dispostas pelo oraculista da forma descrita acima, deverão ser
tiradas de
uma única vez, a qualquer ordem de embaralhamento feito pelo consulente.

A validade dessa pergunta pode ser determinada pelo consulente, por exemplo 3
meses, 6
meses, 12 meses.

Deverá ser lida da seguinte maneira:

Em sua ordem numérica, partindo de baixo para cima, mas iniciando sempre de carta
número 1

Carta número 1 - Representa o seu consulente, quem ele é.

as cartas inferiores - 5-6-7 - São as cartas desfavoráveis ao consulente, lembre-


se, toda a leitura
deve ser feita, correlacionando com a carta número que representa o seu consulente
então
teremos

Cartas desfavoráveis as consulente, baseado em sua pergunta

5-6-7

São cartas negativas, momento que o consulente precisa pensar em seus obstáculos
(que podem
ser internos ou externos)

O Triangulo superior (Cartas 2-3-4) São as cartas favoráveis o que o consulente tem
para reverter
sua atual situação.

LEMBRE-SE essa tirada deve ser feita, como a ordem descrita (disposição de cartas,
seguindo a
numeração de sua ordem)

MÉTODO BRASILEIRO
3 cartas
Passado/Presente/Futuro

Baralho deve ser embaralhado pelo consulente e o mesmo, deve dispor as cartas na
ordem mais
relevante, as perguntas, podem ser feitas para períodos de até 12 meses.

Deve ser lido, primeiramente

Carta número 1 - Baseando se no passado, tendo como base a pergunta do consulente

Carta número 2 - Presente, o momento atual ao qual ele se refere em sua pergunta

Carta número 3 - O que pode mudar em sua atual/passada situação

Pergunta e Resposta
Baseando em 3 cartas que se correlacionam, você deverá encontrar uma única resposta
ao seu
consulente

Baralho deve ser embaralhado pelo consulente e o mesmo, deve dispor as cartas na
ordem mais
relevante, as perguntas, podem ser feitas para períodos de até 12 meses.

Baseando-se na ordem que o consulente predispôs as cartas, o oraculista, ira ler e


interpretar as
cartas, trazendo uma resposta para a pergunta do consulente.

4 Cartas

Baseando-se em 3 cartas + 1 para conselho para trazer a ajuda ao consulente


O consulente ira fazer sua pergunta, e dispor de 3 cartas em cima da mesa, o
oraculista ira
responder sua leitura diante das 3 cartas que estão dispostas, e ao terminar essa
leitura, devera
então pedir o conselho do baralho, onde nosso consulente, ira pegar mais uma carta
do baralho,
e dispor a mesa, essa quarta carta, ira ser lida como um conselho do baralho, para
a "solução" da
pergunta feita pelo consulente.

Luciana Kluki

Artista plástica e Terapeuta alternativa.

Estudou Petit Lenormand e Tarot tradicional na França e no Brasil, com


variados Tutores e métodos. Aprendeu que o mais importante do oráculo, é
respeitar o método de cada um, entendendo que, tudo que é guiado pelo
Lenormand, ira funcionar, inevitável mente, a energia do oráculo nunca "da
um ponto sem nó"

Faço consultas com Petit Lenormand, via skype, caso tenha interesse, você
pode entrar em contato comigo, via Facebook :
https://www.facebook.com/carrocacigana

Ou pelo e-mail : lucianakluki@gmail.com

Curso: Petit Lenormand (Baralho Cigano)

Eadeptus http://eadeptus.com.br/
 

Mlle Lenormand: Profetisa ou feiticeira?
Ronald Decker, Thierry Depaulis e Michael Dummet

Gostaria de partilhar com todos os estudantes, profissionais, pesquisadores e apaix
onados, a
tradução do capítulo 6, Mlle Lenormand: Prophet or Sorcerer? do livro A Wicked Pack 
of Cards 
The Orignis of the Occult Tarot, de Ronald Decker, Thierry Depaulis e Michael Dumme
t  St.
Martin’s Press – New York – 1996, três das maiores referências mundiais na história 
das cartas.

O texto é a biografia mais completa e fidedigna de Mlle. Lenormand, trazendo inform
ações
importantes sobre sua vida, sua forma de trabalho e as ferramentas que utilizava no 
seu ofício,
bem como a relação de seu nome com baralhos como o Grand Jeu, Petit Lenormand e out
ros.

Esse texto é muito importante para compreendermos a história do baralho Petiit Leno
rmand e até
que ponto ele, realmente, estaria ou não, ligado à Mlle Lenormand.

Além disso, teremos a oportunidade de conhecer a vida da Sibila dos Salões e de com
o construiu
a sua imagem e fama através de inteligentes e ousadas formas de marketing pessoal, 
valendose
de plágios e inverdades, tornando difícil separar de si, a realidade da fantasia.

De qualquer forma, sua fama é inegável: foi a mais célebre e famosa cartomante da h
istória!

Tradução e apresentação de Alexsander Lepletier

Mademoiselle Lenormand

“Mlle Lenormand, a célebre mística francesa, marcou profundamente a história, de fo
rma que a
mera referência à sua passagem seria supérflua. Basta dizer que foi Mlle. Lenormand 
que previu
para Napoleão sua fenomenal ascensão e sua posterior queda repentina. Mlle Lenorman
d foi
uma das grandes profetisas vivas, tendo sido reconhecida pela nobreza da Europa.” É 
dessa
forma que um baralho de 52 cartas, fabricado pela The United States Playing Card Co
mpany of
Cinccinati, chamado Gypsy Witch, é apresentado em seu folheto.

O nome de Mlle Lenormand é, provavelmente, mais conhecido que o de Etteilla e seus
discípulos. Não só foi a vidente mais popular das primeiras décadas do século XIX, 
como se
mantém como a adivinha mais célebre de todos os tempos. Sua popularidade parece dev
erse
bastante aos seus escritos, nos quais diz ter estado com pessoas famosas e ter ser 
tornado a
confidente da Imperatriz Josefina, de quem publicou as alegadas “memórias secretas”
. Embora
sejam praticamente esquecidos hoje em dia, Mlle. Lenormand escreveu quatorze livros
, nenhum
sobre suas teorias do Tarô ou métodos de cartomancia, e sim sobre sua carreira e su
as ligações
com pessoas importantes. Sua preocupação não era a de popularizar uma teoria ou sis
tema
práticos, mas propagar a crença em seus poderes como uma sibila.

Senhorita Lenormand
 

Retrato de MarieAnne Lenormand

Apesar disso, seu nome ainda é associado a um estranho conjunto de cartas, o Grand 
Jeu de
Mlle. Lenormand, ainda produzido pela Grimaud, a principal empresa francesa fabrica
nte de
cartas. Embora esse baralho, bastante popular, tenha 54 cartas, sendo 52 cartas “no
rmais” e
duas figuras extras, ele tem sido confundido, algumas vezes, com um baralho de Tarô
, como
deixam claro os títulos de dois livros recentes: Le Tarot de Mlle Lenormand (Paris, 
1989), de
Dicta e Françoise, e Votre Personalité Révélée par Le Tarot de Mlle Lenormand (Pari
s, 1992) de
Carole Sédillot. O mesmo acontece com uma derivação da tradição Lenormand, o “Petit
Lenormand”. Nesse caso, o baralho é composto de 36 cartas e ainda é produzido no pa
íses
germânicos, onde parece ser uma especialidade local.

É fácil compreender que o Grand Jeu de Mlle. Lenormand e seus primos alemães não tê
m
relação alguma com o tarô. Que os últimos não têm nada a ver com Mlle. Lenormand se

claramente explicado e mostraremos que a sibila não era tão interessada em previsõe
s através
de cartas. MarieAnne Lenormand (17721843) é, finalmente, a figura mais proeminente 
de uma
época que assistiu os últimos magos fora de moda darem lugar aos modernos oraculist
as que
parecem ter proliferado sob o reinado de Napoleão (180415).

O começo de Mademoiselle Lenormand

Apesar de clamar às “altas ciências”, a primeira principal ocupação de Etteilla, qu
e era prever o
futuro com as cartas, teve suas raízes na sociedade francesa. Embora uma lei puniss
e “pessoas
fizessem da adivinhação e prognósticos ou interpretação de sonhos” seu ofício, Pari
s estava
cheia de cartomantes durante os primeiros anos do século XIX. Uma notícia de 1804 d
iz: “A
polícia repreende leitores de cartas (“ tireurs de cartes”) em vão, pois surgem nov
os todos os
dias.” Os arquivos de polícia revelam muitas dessas pessoas a quem Éloïse Mozzani e
videncia
num dos mais bem documentados capítulos de seu livro (Mozzani, 1988, capítulo XV, L
es tireurs
des cartes sous Napoléon). Cidadão “Irénée” anunciava, em 1802, que ele continuava 
a ler
cartas, oferecendo explorar o passado, descrever o presente e prever o futuro graça
s aos seus
estudo da arte da Necromancia. Ele tinha, ainda, segredos exclusivos, como ler a cl
ara de um
ovo e a borra do café, além vender águadecolônia. Detido, Irénée confessou se chama
r Bonier.
Outra busca policial feita no apartamento de uma mulher chamada Gilbert, no mesmo, 
ano,
revelou que ela possuía três baralhos, incluindo um que se chamava “Thot”’. Um home
m
chamado Lyonnais predizia o futuro na rue de Bucy. Quando a polícia chegou, apreend
eu “dois
baralhos contendo figuras estranhas, cada um”.

Madame Lacoste, a mulher Grangou, o cidadão Meyer, Mademoiselle Virignie, os Somone
ts,
Madame Lebrun, a viúva Chevalier, sob o pseudônimo de “Madame Renard” – Madame Rapo
sa
– são somente alguns poucos nomes dentre os muitos praticantes citados por Mozzani 
que foram
detidos e presos por curtos períodos pela polícia durante os anos de 18019. Mlle Le
normand era
exatamente do mesmo tipo, exceto por ter escrito muitos livros. Isso fez uma grande 
diferença.

Embora tenha enchido seus livros com episódios de sua vida e as pessoas com quem en
controu
e, embora muitas obras tenham sido publicadas ao longo de sua carreira (há, pelo me
nos, seis
biografias, sem mencionarmos notas em dicionários), não é fácil delinear a vida rea
l de Mlle
Lenormand. Muitas de suas afirmações são ilegítimas, muitas de suas biografias são 
forjadas,
reconhecidas ou não. Logo após sua morte em 1843, três livros foram publicados. O p
rimeiro
deles, La Sibylle de XIXe siècle, consiste no que pretende serem profecias feitas p
ela própria
Mlle Lenormand, escrito pouco antes de sua morte, com um comentário sobre elas e um
a
pequena biografia da autora (a biografia é anônima).

O autor do comentário intitulase Hortensius Flamel, um pseudônimo, obviamente. O no
me
Flamel é claramente emprestado do célebre suposto alquimista do século XVI, Nicolas 
Flamel,
mas o primeiro nome soa estranho. A identidade de Hortensius Flamel tem sido sujeit
a a muita
discussão; devemos deixar nossas considerações sobre o assunto até o próximo capítu
lo.
Parágrafos inteiros da biografia, incluídos no livro, são repetições, palavra por p
alavra, de uma
carta anteriormente publicada numa revista semanal chamada Le TamTam (nº 29 de 915 
de
julho de 1843). Essa carta foi enviada ao editor por um senhor chamado Monsieur Alb
oise e
alega ser baseada em documentos não publicados vindos de Alençon, local de nascimen
to da
sibila.

Alboise – JulesÉdouard Alboise (ou Alboize) du (ou de) Pujol (180554) – foi um cola
borador
permanente da revista, como é indicado na página principal. Ele era um dramaturgo,
administrador de teatro, autor (sempre como colaborador) de pobres vaudevilles e su
perficiais
romances de época. De acordo com a nota sobre “Lenormand” no Nouvelle Biographie Gé
nerale
(Vol. 29, 1859), Alboise du Pujol era um parente de Mlle Lenormand, que teria casad
o com sua
sobrinha e herdado papéis particulares a partir dos quais planejava publicar um “Me
morial”.
Porém, sua morte, como foi dito, impediuo de realizar o projeto.

Logo após, em 1843, Francis Girauld, um poeta obscuro, publicou Mademoiselle Lenorm
and: sa
biographie, ses prédictions extraordinaires, ao qual ele adicionou uma “introdução 
filosófica nas
ciências ocultas”, apresentando a história da adivinhação, leitura de mãos, cartoma
ncia com os
Tarôs Egípcios e o Jogo de Picket “como explicado pelas profetisas do século XIX”. 
A capa alega
que é a única biografia “oficial”. A introdução e explicação da cartomancia com o T
arô são
plagiados de Julia Orsini, Le Grand Etteilla ou l’art de tirer les cartes, publicad
os em Lille em
1838, enquanto a biografia é amplamente derivada de “La Sibylle du XIXe siècle” par
a os
primeiros anos e dos escritos de Mlle Lenormand.

Ainda no mesmo ano, uma voz cética foi erguida por Louis Du Bois num folheto de 20 
páginas
intitulado De Mademoiselle Lenormand et de ses deux biographies, récemment publiées 
(“Sobre
Mlle Lenormand e suas duas biografias recentemente publicadas”, Paris 1843). Basead
o no livro
de Girault, o autor ataca, impiedosamente, a veracidade de Mlle Lenormand e suas af
irmações
de ter feito profecias acertadas, sem oferecer evidências sólidas. Du Bois, que se 
denominava
bibliotecário da École centrale de l’Órne (i.e. o departamento do qual Alençon é a 
capital), abre
seu panfleto declarando que MarieAnne Lenormand não nasceu em 1772, como afirmado, 
tanto
por Girault, como em La sibylle de XIXe siècle, mas a 16 de setembro de 1768, porém
, mais uma
vez, sem citar qualquer evidência.

Dois anos depois, NarcisseHonoré Cellier du Fayel, “professeur à l’Àthénée royal, d
irecteur du
jornal Le génie des Femmes,publicou La vérité sur Mademoiselle Lenormand (Cellier d
u Fayel,
1845), contando como conheceu Mlle Lenormand em seus últimos anos. Embora, primeira
mente
cético, foi convencido pelos seus talentos, tornandose um amigo íntimo. Sua descriç
ão é mais
plausível que as anteriores e soa honesta a maioria das vezes.

Logo apareceram biografias em dicionários como o Dictionnaire des sciences occultes 
de Abbé
Migne, (1855), no Nouvelle Biographie Générale depuis les temps plus reculés jusqu’
à nos jours
(Vol. 29, 1859) de FirminDidot, e na nova edição de Biographie Universelle Ancienne 
et Moderne
(Vol. 24, c.1860), de Michaud. Elas refletem opiniões muito diferentes: as ferozes 
notas de Collin
de Plancy são equilibradas pela biografia mais complacente assinada por L. Boyeldie
u d’Auvigny
no dicionário de Lecanu. Porém, Lecanu, ansioso por mostrar distanciamento, acresce
ntou
comentários críticos. A Nouvelle Biographie oferece uma nota favorável pela Ed. de 
Manne, mas
a Biographie universelle é duramente crítica sob a caneta de Du Bois.

Mademoiselle (Senhorita) Lenormand

A Senhorita (Mlle.) Lenormand, além da prática da cartomancia, publicou vários livr
os.

Outra parte não tão grandiosa foi pesquisada, em 1911, por Alfred Marquiset em seu 
La célèbre
Mademoiselle Lenormand. Marquiset é bastante sarcástico, mas bem divertido. Porém, 
seu livro
é o mais bem documentado até agora. Ele usou arquivos policiais bem como dedicatóri
as e
manuscritos. O livro mais recente sobre Mlle Lenormand, Mademoiselle Lenormand: la 
reine de
la voyance (1990), de Dicta Dimitriads, não traz informações reais, sendo fortement
e
romanceado e usando, ainda, as mesmas histórias confusas e supersticiosas como fize
ram
Flamel, Girauld e outros, de forma a apresentar sua heroína de forma bajuladora. Nã
o é surpresa
que a biografia de Marquiset não seja nem mencionada!

MarieAnne Lenormand nasceu em Alençon, na Normandia, em 27 de Maio de 1772. Até mes
mo
sua chegada ao mundo é cercada de controvérsia. Como vimos, um de seus muitos biógr
afos
mantém que ela nasceu a 16 de setembro de 1768. Algumas décadas mais tarde, Ed. de 
Manne
apresentou a sua data completa de nascimento, contradizendo Du Bois. Pesquisas rece
ntes nos
livros paroquiais de Alençon confirmaram que MarieAnneAdelaïde Lenormand nasceu e f
oi
batizada no mesmo dia, 27 de maio de 1772. Seu pai, JeanLouisAntoine Lenormand era 
um
comerciante de tecidos e morreu no ano seguinte. Sua mãe, MarieAnne Gilbert, com qu
em
JeanLouis Lenormand casara em 1767, teve outro marido em 1774, Isaac Rosay–
Desfontaines.
Infelizmente, ela faleceu em 1777, deixando MarieAnne órfã aos 5 anos de idade. Isa
ac Rosay
casouse de novo e mais outra vez em 1779, pois a segunda faleceu. Dessa forma, Mari
eAnne
Lenormand era uma estranha para os seus pais legais.

De acordo com a carta de Alboise para a Le TamTam, reproduzida por Flamel e Girauld
. Marie
Anne deixou Alençon, indo para Paris, Não é certo se ela se juntou ao seu padrasto, 
Isaac
RosayDesfountaines, que tinha se estabelecido lá e aberto uma loja na rue du Colomb
ier, ou
outro comerciante – talvez com a indicação de Isaac – ou, ainda, se ela foi simples
mente atraída
pela capital e saiu sem planos. Uma vez em Paris, é dito que reencontrou um conterr
âneo,
JacquesRené Hébert, que se tornaria famoso entre 1790 e 1794 com o seu Le Père Duch
ese, o
mais bruto e violento jornal do período revolucionário. Ela se apaixonou por ele? N
ão há nada
certo, mas não é provável que tenham sido amantes uma vez que a última confidente d
e Mlle
Lenormand, N.H. Cellier du Fayel, revela que ela morreu “em sua pureza natural de
nascimento”.

Nada muito confiável pode ser estabelecido sobre os anos seguintes. De acordo com D
imitriadis,
que não só confia em Flamel e Giraud, mas acrescenta muitos detalhes ainda desconhe
cidos,
MarieAnne Lenormand estava vivendo em precárias condições quando decidiu deixar Par
is para
ir para Londres e visitar o célebre Dr. Gaal, com quem se encontrou em setembro de 
1789.
Entretanto, Du Bois e Cellier apontaram que Gaal não só era desconhecido naquela ép
oca, como
nem tinha deixado sua terra natal, a Alemanha. Além disso, ele não tinha exposto em 
francês
suas pesquisas sobre crânios até 1808. Mesmo sendo uma profetisa, não seria razoáve
l que a
jovem Mlle Lenormand tenha ouvido falar das teorias de Gaal em 1789! Também é uma
extravagante superstição que ela tenha viajado sozinha para outro país aos dezesset
e anos.

MarieAnne Lenormand nos diz que em 1793 ela era secretária de Monsieur d’Amerval de 
la
Saussotte. Numa longa nota nos seus Souvenirs prophétiques d’une sibylle, ela expli
ca como
d’Amerval de La Saussotte, um opositor da realeza, planejou ajudar a rainha Marie-
Antoinette a
escapar da prisão. MarieAnne se juntou ao plano, mas somente teve sucesso em encont
rarse
com a rainha na prisão. Maria Antonieta, ela conta, tinha um baralho para ler a sor
te.
Infelizmente, como mostra Alfred Marquiset, tudo nessa história é uma farsa. Mlle L
enormand
usou a moldura de um caso real – o “Caso dos Cravos” – e, simplesmente, mudou os no
mes,
colocando o seu no lugar de um homem chamado Gonse e acrescentando alguns detalhes.

A seguir, encontramos MarieAnne sendo detida na companhia de François Flammermont e
Louise Gilbert. De acordo com um documento arquivado reproduzido por Cellier du Fay
el em
1845, eles foram sentenciados à prisão e multados em 10 livres no dia 20 de Floréal 
do ano II (9
de maio de 1794) por serem “diseurs de bonne fortune” (leitores da sorte). O ato me
nciona que
eles usavam “convites” e “cartas”. Todavia, Alfred Marquiset mostrou dúvidas quanto 
a esse
documento que foi publicado somente em 1845 e “deve ter vindo direto da fábrica Len
ormand”.
No seu livro de 1814, Mlle Lenormand queixouse de ter sido presa “sob o terrível si
stema do
Terror” (ou seja, 1794); mas ela explica a sua estadia na prisão por “ter pregado u
ma
contrarrevolução”!

A primeira evidência documentada que temos de Mlle Lenormand é nada mais que um jor
nal
diário chamado Le mot à l’orreille, ou le Don Quichotte des dames (“A palavra no ou
vido, ou Don
Quixote das senhoras”), cuja primeira edição apareceu no dia 11º Vendémiaire, ano V
I (2 de
outubro de 1797). Era uma gazeta simples, cheia de humor e notícias do Conseil des 
CinqCents
(Parlamento). A única alusão à divinação é a “previsão” do tempo na sua quinta ediç
ão. Le mot à
l’oreille não parece ter tido muito sucesso: depois de oito edições, Mlle Lenormand 
desistiu.
Todavia, é interessante ler que ela é “editoraproprietária” – na verdade ela se col
oca como
‘rédactrice’, o que nos leva a crer que ela escreveu todos os artigos  e que seu en
dereço seja
“1153 rue de Tournon, Faubourg SaintGermain”.

É provável que esse seja o atual nº 5 da mesma rua. Embora a rue de Tournon não ten
ha
mudado desde aqueles dias — muitos dos edifícios são do final do século XVIII — a n
umeração
atual só foi introduzida em 1805. Antes disso, eram usados sistemas diferentes base
ados em
todo o distrito envolvendo números altos. É verdade que JacquesRené Hérbert tinha s
eu
negócio lá até 1792. Foi inferido que MarieAnne Lenormand foi a sucessora de Herber
t em sua
loja, mas não temos indícios reais de sua situação durante a revolução. Cellier du 
Fayel cita que
ela só se estabeleceu em 1799 (embora saibamos que ela já havia se estabelecido lá 
desde
1797), acrescentando que o número 1153 rue de Tournon se tornaria o número 9. Para
Marquiset, ela viveu no número 9 “por volta de 1798”, mudandose depois para o númer
o 5. Mas,
numa carta que Mlle Lenormand enviou à Imperatriz no dia 28 de novembro de 1804, el
a ainda
dá o endereço como “rue de Tournon nº 1153, fabourg SaintGermain”. A situação se to
rna
complicada com o arranjo das premissas: nº 5 e nº 7 de um prédio com três lojas e u
ma entrada
principal. Uma vez numerado ‘5’, a localização na rue de Tournon permaneceria o end
ereço da
célebre sibila até seus últimos dias.

Lenormand e Robespierre

Lenormand atende Robespierre, um dos líderes da Revolução Frances (17891799)

Já era Mlle Lenormand popular? Não há evidências, a não ser em seus próprios escrit
os. Ela
realmente leu a sorte para o conde de Provença, que se tornaria o Rei Luís XVIII, b
em como para
Mirabeau, general Hoche, Camille Desmoulins, Danton, SaintJust, Marat, Barras, Robe
spierre,
Talleyrand, o ator Talma e, por último, mas não pior, Joséphine de Beauharnais? Lou
is du Bois
demonstrou que isso seria logicamente impossível para muitos deles, já em 1843. Cel
lier du
Flamel duvidou de qualquer celebridade. Para ele, MarieAnne Lenormand viveu humilde
mente
até 1800.
Alfred Marquiset ofereceu uma boa reconstrução hipotética da ascensão de Mlle Lenor
mand: “O
primeiro lugar em que fez suas tentativas foi nos barcos das lavadeiras, sempre apa
ixonadas
uma “necromancia”. Por alguns centavos elas a alimentava com maravilhosas esperança
s e elas
não resistiriam a contar aos seus clientes tais maravilhas. Passo a passo, ela cheg
ou aos
comerciantes, então à burguesia e às mulheres do mundo através de suas criadas. Daí 
até a alta
sociedade só era preciso mais um passo. Encontrandose com pessoas de alto nível, Ml
le
Lenormand aprimorou sua educação preocupandose com o conhecimento específico que
precisaria para o seu ofício. Desenvolvendo sua astúcia normanda, ela pôde arrumar 
relações
secretas em todos os lugares e deslumbrar, frequentemente, com suas revelações, ten
do pago
para isso de seu próprio bolso”.

A vidente de Joséphine

No dia 2 de maio de 1801, MarieAnne Lenormand foi convidada a ir até La Malmaison, 
a
residência de Joséphine de Beauharnais, numa aldeia a oeste de Paris. MarieJosèphe-
Rose
Tascher de La Pagerie, a primeira esposa de Napoleão Bonaparte, nasceu na Ilha da M
artinica
em 1763. Ela se casou com Alexandre de Beauharais em 1779, então, depois da morte d
e
Beharnais em 1794, casou com Bonaparte em 1796. Como o convite foi anônimo, Mlle
Lenormand não tinha a menor ideia de quem encontraria. Foi pela sua arte da quiroma
ncia que
ela identificou Joséphine – a quem, aparentemente, não reconhecera, apesar dos seus 
primeiros
contatos durante o Terror. Não somente estava ela diante da esposa do primeiro côns
ul, como o
próprio Napoleão Bonaparte estava lá. O único problema é que nossa única fonte diss
o é o
próprio livro de Mlle Lenormand, “Les Oracle sibyllins…” de 1817.

Lenormand e Josephine

Lenormand faz pevisões para Josephine, esposa de Napoleão Bonaparte

É incerto que ela tenha mesmo se tornado parte das relações de Joséphine, uma vez q
ue Alfred
Marquiset cita um cartãopostal de 28 de novembro de 1804 na qual Mlle Lenormand dir
igese à
Imperatriz como uma “sybille [sic para sybille] française”, “implorando humildement
e à Sua
Majestade Imperial para em sua bondade concederlhe um grande favor: o 'livro do des
tino’
disselhe ‘que receberia um pequeno trabalho de sua digníssima pessoa”.

Mais uma vez, é difícil separar o que é verdade e o que pura invenção. Mademoiselle 
Ducrest,
que visitava Joséphine de Beauharnais frequentemente, concorda que ela tinha inclin
ações para
superstições e adivinhação. Alfred Marquiset também se refere à Duquesa d’Abramtès 
e à
‘Mademoiselle Avrillon’, ambas dando evidência de que Josephine teria consultado Ml
le
Lenormand, diretamente ou através de um mensageiro. Todavia, historiadores provaram 
que as
duas últimas foram forjadas como muitas outras memórias no período Napoleônico. O q
ue é
óbvio é que MarieAnne Lenormand se aproveitou bastante da situação. Não só contou s
obre
seus alegados encontros com Joséphine com riqueza de detalhes em muitos de seus liv
ros,
como ainda publicou Mémoires Historiques et secrets de l’imperatrice Joséphine, Mar
ieRose
Tascher de La Pagerie, em duas edições, 1820 e 1827, orgulhandose de ter sido confi
dente e
conselheira de Joséphine.

Relatos mais sérios evidenciam grandes contrastes. Um documento policial relata: “h
á multidões
na Lenormand, a famosa leitora de cartas da rue de Tournon”, e acrescenta que Mette
rnich, o
estadista austríaco, então embaixador em Paris, visitoua em 1808. JacquesBarthélémy
Salgues, no seu Des erreurs et des préjugés répandus dans la société (“Dos erros e 
preconceitos
na sociedade”) foi forçado a confessar que “longas filas de carruagens” esperavam e
m frente à
“famosa senhorita L.R.”, significando Lenormand. Então, Mlle Lenormand estava em vo
ga e rica.
Parece que ela comprou uma casa de campo em Migneaux (perto de Poissy, Yvelines), p
or volta
de 1802 e, provavelmente, mais tarde, um apartamento na rue de la Santé, em Paris. 
Talleyrand,
Mme de Staël e Talma podem têla consultado.

Mas há um lado negro. No seu L’hermite de la chausée d’Antin, VictorÉtienne Jouy co
nta: “Há
uma sibila moderna em Paris cuja reputação e sustento se baseiam somente na creduli
dade
infantil das mulheres da melhor sociedade…”, “é no centro de Paris, na rue de Tourn
on, no
enigmático letreiro do Bureau de Correspondence générale”. Os arquivos policiais re
velam que
ela era constantemente detida e presa. Em dezembro de 1803 ela foi mandada para a p
risão no
“Madelonnetes” por sua “sala de estar ser um antro de conspiradores”. Os relatos po
liciais
multiplicaram. Em setembro de 1804 contase que “Mlle Lenormand, que reside na rue d
e
Tournon engana tolos todos os dias”.

O grande assunto de 1809 foi o divórcio de Napoleão de Joséphine. Mlle Lenormand fo
i detida
em 15 de dezembro como consta nos relatórios policiais. “A mulher Normand [sic], qu
e ganha a
vida lendo a sorte, foi presa. Quase todo o tribunal costumava consultála sobre atu
alidades. Ela
fez horóscopos para as pessoas mais importantes e ganhava mais de 20.000 francos po
r ano
com o ofício”. Mas temos outra testemunha: a própria MarieAnne Lenormand. Ela usou 
um livro
de 602 páginas (Les souvenirs prophétiques d’une sibylle…), publicado em 1814, para 
nos dizer
porquê e como ela foi para cadeia por alguns dias em 1809. Ela foi interrogada sobr
e seus
clientes, técnicas e previsões e, então, liberada. A verdadeira razão da sua detenç
ão, ela conta,
foi por ter previsto o divórcio de Napoleão de Joséphine e tentado impedilo. Desde 
então, a
polícia pareceu deixála em paz.

Lenormand recebe ordem de prisão

A cartomante Lenomand recebeu várias ordens de prisão

Em 181213, Mlle Lenormand tinha uma livraria na rue du PetitLionSaintSulpice (ou Pe
tit
BourbonSaintSulpice, a rua próxima, depois da Tournon), que deve ter comprado de um 
antigo
livreiro, Fréchet, em cerca de 1810. Foi nesse endereço que ela publicou seus prime
iros livros.

Le souvenirs prophétiques foi publicado “à Paris, chez l’autir, rue de Tournon, nº 
5, et à son
magasin de librairie, rue du PetitBourbonStSulpice, nº1 ("pode ser adquirido com o 
autor,… e
em sua livraria… "). O livro foi editado por Lenormant, um editor que não tem qualq
uer relação
com MarieAnne. A gravura mostra a chegada dos policiais na sala de consultas de Mll
e
Lenormand. Um prefácio (Petit avanttout) apresenta o livro que é organizado como um
a história
sequencial: primeiro, Ma vision, então Le réveil ("O despertar"), Le depart, ("A pa
rtida"), Premier
interrogatoire ("Primeiro interrogatório"), Deuxième interrogatoire, seguido pelos 
onze dias de sua
prisão, algumas “reflexões”, “uma palavra no ouvido”, o “billet doux”, uma viagem a
o inferno, uma
Description de l’île d’Elbe e, por último, mas não menos importante, algumas 282 pá
ginas de
notas!

Como podem imaginar, não precisamos resumir esse livro sufocante cujo propósito era 
mostrar o
quão brilhante ela se comportou e o quão ridícula foi à polícia e, é claro, promove
r sua arte e
previsões. Nesse fluxo de situações falsas e digressões históricas, ainda assim con
seguimos
pegar algumas das técnicas divinatórias da sibila. Em “Le rèveil” (pp.89) ela lista 
alguns de seus
instrumentos, os quais explica em generosas notas: O espelho flamejante de Luca Gau
rico, as
trinta e três varetas gregas, sua “cabale de 99 de Zoroastre”, sem mencionar seus g
rimórios, sua
varinha divinatória, seu precioso talismã… Mas a primeira pergunta dos policiais é 
sobre leitura
de cartas: “Vou faites le cartes (26)?” (“Você lê as cartas?”). Na sua resposta ela 
lhe oferece uma
leitura. Mas a promissora nota 26 é decepcionante. Estranhamente, Mlle Lenormand in
sere um
conto popular conhecido como “A história de Grenadier Richard”, onde um soldado ass
iste uma
missa com um baralho de cartas na mão e, quando repreendido, explica que cada carta 
tem um
significado bíblico. No segundo interrogatório, ela é, mais uma vez questionada sob
re as cartas.
MarieAnne Lenormand encontra uma oportunidade de nos contar a origem das cartas de 
jogar
na sua nota número 31, referindose ao Abbé de Longuerue e a Jacquemin Gringonneur.
Surpreendentemente, não há uma nota sequer sobre o tarô em toda a obra!

O livro foi um evento único. Reviews apareceram no Le Nain Jaune de 20 de março de 
1815 e no
Le Journal des Débats, onde Hofman, seu editor, publicou uma série de artigos em ag
osto e
começo de setembro de 1815. MarieAnne Lenormand respondeu no Le Courrier de 20 de
setembro.
A volta dos Bourbons

MarieAnne Lenormand sempre alegou ser da realeza. Não só tinha simpatia pela famíli
a real em
1793 como, é claro, previu a Restauração de 181415 (mas não previu os “Cem dias de
Napoleão”!). Era de se esperar que, depois de um pequeno livro celebrando o anivers
ário da
morte de Joséphine, ela publicou La sibylle au tombeau de Louis XVI (A sibila no tú
mulo de Louis
XVI, Paris, 1816), onde ela se encontra com um anjo que lhe narra a batalha de Wate
rloo através
de um generoso vasto relato!… Logo depois, em 1817, Les oracle sibyllins foi public
ado. Esse
volumoso livro é a continuação do seu Souvenirs prophétiques e no mesmo estilo, ela 
tenta
provar que previu a queda de Napoleão. Nós sabemos que o imperador gostava de ler a
s obras
de Mlle Lenormand, mas que não acreditava na bizarra visão que tinha. Ela revela um 
pouco de
sua técnica e, particularmente, seu método de leitura de cartas. Ela, claramente, u
sa um jogo de
piquet, ex. baralho de 32 cartas. Ela cortava três vezes e dispunha as cartas em oi
to montes.
Então, começava a leitura. Apesar de citar as cartas que tirou para a leitura, ela 
não tem
problemas em descrever seus significados!

Algumas linhas à frente ela dá mais explicações: “O Rei de Espadas, junto com o 8 d
e ouros,
significa que um homem habilidoso parou julgamentos, se possível, o avanço de uma d
oença…
Felizmente, o 9 de copas, que está no topo, diz que verá, rapidamente, o fim de sua
s cruéis
preocupações” (pp. 1512). Como se pode ver, seu sistema é bem simples, sem nenhuma 
teoria
elaborada. Uma grande revelação nos espera na página 159: O uso de cartas de tarô – 
escrito
tharots, na época – é, finalmente, mencionado por Mlle Lenormand. Como sempre, ela 
é bem
vaga: “O Louco, que estou tirando de sua mão significa que seus projetos são insust
entáveis”, diz
ela (p.159). E então: “Mas eu vejo o Diabo ao lado da Morte” (p. 160). Nenhum signi
ficado é
dado, mas uma vez que o consulente bateu em sua mesa e derrubou suas “78 cartas de 
tharot”,
podemos supor que não foram boas notícias. Os nomes das cartas de tarô mencionadas 
por Mlle
Lenormand não podem ser encontradas no Grand Etteilla I, onde são chamadas,
respectivamente: Folie, Force majeure e Mortalité. Fol, Diable e Mort são nomes clá
ssicos no tarô
de Marselha.

Outras técnicas divinatórias são mencionadas no resto do livro: économancie (ex.: p
revisão com
uma bacia de água fresca com folhas de louro e verbena, mais sal!), o aço eléctre (
que "só tem
na Europa"), os nove pontos do livro de Thoth (sem qualquer explicação), leitura de 
mãos, é claro
(com uma grande nota 14), onomancia, com a clara do ovo, chumbo derretido etc. Ela 
lista o que
trazia consigo: “meus diferentes tharots, meu grande grimório, minhas famosas chave
s [de
Salomão], Cornélius Agrippa, minhas varas gregas, meu espelho mágico, o tratado dos 
sonhos,
segundo Joseph, minha famosa varinha divinatória, 9 dracmas de chumbo fresco, sete 
pedaços
de cera…, borra de café, o anel cigano” (p. 337). Isso é, no mínimo, a parafernália 
de uma
feiticeira. Nenhum método cartomântico é apresentado, mas há uma descrição de como 
Mlle
Lenormand usa as suas varas gregas: “Pego minhas 33 varas gregas e jogoas aqui e al
i, numa
área triangular, porém tiro, com cuidado, o terrível Agamenon e seus seguidores, fa
zendo isso de
novo, sete vezes” (p. 196).

Em outubro, uma nova oportunidade foi dada à Mlle Lenormand para aumentar sua fama
“internacional”. Para lutar contra Napoleão, o Czar Russo, o Imperador Austríaco e 
o Rei da
Prússia uniramse, em 1815, no que foi conhecido como “SainteAlliance”. Em outubro e
novembro de 1818 reuniuse um congresso em Aachen para decidir o futuro da França. M
arie
Anne Lenormand decidiu ir lá por sentir sua presença necessária. Para impressionar 
os
monarcas a quem iria aconselhar, alugou uma carruagem, deixando Paris em grande ost
entação.
Mas foi parada na fronteira pela alfândega belga. O estranho equipamento que funcio
nários da
alfandega encontraram na bagagem de Mlle Lenormand levantou suspeitas, então ela fo
i enviada
para Tournai e, então para Mons, para que se descobrisse quais eram os seus planos.
Aparentemente, nada perigoso, pois a liberaram três dias depois. Depois do congress
o, foi para
Bruxelas onde, ela nos conta, foi fervorosamente recebida.

Pelo menos todos esses eventos foram assunto para um novo livro que ela própria pub
licaria no
ano seguinte, embora esteja datado 1818: La sibylle au congès d’AixlaChapelle em 18
18, sendo
seu título feito, claramente, a partir do L’observateur au congrès, ou Relation his
toriques et
anecdotiques du Congrès d’AlaixlaChapelle em 1818 (“O observador no congresso, ou
considerações históricas e pessoais do Congresso de Aachen", Paris, A. Eymery, 1818
”). O
último livro foi escrito pelo jornalista CharlesMaxime de Villemarest e dá conta da 
tão comentada
presença de Mlle Lenormand em Aachen, descrevendo como ela, em primeira mão, espalh
ou
rumores e situações de pessoas bem informadas (pp.1512). O livro da própria Mlle Le
normand,
por outro lado, é mais um guia turístico, contando como ela foi para Bélgica – sob 
domínio da
Holanda, então – foi parada pela alfândega e, finalmente, chegou a Achen, da qual o
ferece uma
descrição completa, emprestada, em grande parte, do Guide des étranger, de J.B. de 
Bouge ou
Itinéraires de la ville d’AixlaChapelle (Guia do estrangeiro ou Passeios na cidade 
de Aachen,
Bruxelas, 1806). Ela fala muito pouco sobre ter encontrado pessoas importantes lá, 
mas dedica
uma grande parte à descrição de um encontro com um profeta chamado Muller. Muller, 
tendoa
convidado a ir à Bruxelas, possibilita que ela termine o livro com um tour pela cap
ital belga.

Tarôs também são usados nesse livro. O índice traz um capítulo promissor intitulado 
Y atil
quelque de philosophique dans les Tharots? (“Há algo filosófico no Tarô?”). Pelo me
nos iremos,
aqui, saber o que Mlle Lenormand achava do tarô. Ela nos preparou para isso: Aciona
ndo sua
“grande cabale”, ela divide suas figuras egípcias (“mês tableaux égyptiens”) em nov
e (p. 51). Ela
comenta que, embora um baralho pareça algo frívolo, é merecedor de atenção filosófi
ca. Mais à
frente, ela descreve os utensílios familiares que a cercavam e menciona os tarôs, “
figuras
emblemáticas e hieroglíficas” (p. 193). Depois de termos aguentado uma descrição co
mpleta de
Aachen, chegamos agora, tremendo de emoção, ao centro da contribuição de Mlle Lenor
mand
para a teoria do tarô. Decepcionantemente, o capítulo é somente a descrição de seu 
quarto no
Hôtel de Bellevue. A única frase que ela dedica ao tarô é seguinte: “mês tarots m’o
ffrent de
singulières réflexions” (‘minhas cartas de tarô me oferecem algumas curiosas reflex
ões’)!

Uma das obrasprimas de Mlle Lenormand foi, certamente, Mémoires historiques et secr
ets de
l’impératrice Joséphine, MarieRose Tascher de La Pagerie, première épouse de Napole
on
Bonaparte; orné de cinq gravures, portrait et facsimilé (Paris, 1820, 2 vol.), onde 
ela conta a vida
da primeira esposa de Napoleão. Não será surpresa se você ouvir dizer que a heroína 
da história
é, na realidade, Mlle Lenormand no seu papel de confidente e conselheira da imperat
riz. Ela não
deixa de mencionar e destacar seus grandes méritos e visões históricas. Alguns mese
s antes,
um “Prospecto” da assinatura anunciava o livro, alardeando “o luxo da tipografia, a
s finas
gravuras”. Os compradores podiam assinar “au magasin de libraire, rue du Petit-
BourbonSt
Sulpice, nº 1”. Essa seria a última menção da livraria de Mlle Lenormand, pois nenh
um dos dois
volumes dá esse endereço. Os livros seguintes não o mostram.

Mem,óris históricas e secretas da Imperatriz Joséphine

"Memórias históricas e secretas da Imperartriz Joséphine"

Reprodução do busto da Imperatriz no www.fr.wikipedia.org

O Mémoires historiques et secrets… rapidamente levou a reações negativas. J.M. Desc
hamps,
secretária particular de Joséphine, protestou com uma carta bastante sólida no Le C
urrier
Constitutionnel and Le Courrier Français de 8 de novembro de 1820. Na La Gazzete de 
France
de 4 de dezembro de 1820, Colnet mostrou que a obra era uma confusão de erros. Embo
ra ela
tente apresentar Joséphine de forma positiva, os admiradores de Napoleão chamaram d
e traição.
O julgamento de Marquiset é duro: “é um romance cruel”, “quase tudo é falso na obra
” e, mais,
“além desses anacronismos, o Mémoires é essencialmente a história de Napoleão sem
imaginação e equivocadamente contada”. Historiadores modernos não são menos crítico
s. Eles,
geralmente, tomam a obra de Mlle Lenormand sobre Joséphine como puramente um logro. 
Para
Pr. Jean Tulard eles são “inteiramente apócrifos”.

Apesar disso, o Mémoires historiques deve ter tido algum sucesso e pode ter sido o 
primeiro
bestseller publicado por Mlle Lenormand. Chegou à segunda edição aumentada com as ú
ltimas
palavras de Napoleão em Saint Helena. Sua fama cruzou fronteiras: Mémoires historiq
ues foi
traduzido para o alemão em 1822 sob o título: Historische und geheine Denkwürdigkei
ten der
Kaiserin Josephine… ersten Gemahlin Napoleon Bonaparte…, traduzido por August von
Blumröder e publicado pela Sondershausen. Finalmente, uma tradução para o inglês, f
eita por
Jacob M. Howard apareceu nos Estados Unidos, em 1847, em Chicago e na Filadélfia,
simultaneamente: Historical and secret memoirs of the empress Joséphine (MarieRose 
Tascher
de La Pagerie), firt wife of Napoleão Bonaparte. Translated from the French by M. H
oward. Foram
reeditados várias vezes em 1848, 1850, 1852, 1854 e mais tarde, até a virada do séc
ulo.

Parece que Mlle Lenormand se sentiu humilhada com a reação sarcástica da imprensa
parisiense. Em 25 de fevereiro de 1821 ela deixou Paris e se estabeleceu em Bruxela
s. Os
clientes vieram, rapidamente, consultar seus oráculos. Mas a polícia foi igualmente 
rápida em
prendêla e Mlle Lenormand foi detida em 18 de abril de 1821. Após prestar depoiment
os e
passar por revistas, ela foi indiciada por fraude e levada a julgamento em Louvain. 
Em 7 de junho
ela foi sentenciada a 1 ano de prisão e multada em 3 florins. Ela entrou com recurs
o contra a
sentença, sendo novamente levada a julgamento perante a corte de Bruxelas. A senten
ça de
prisão foi retirada e Mlle Lenormand multada em 15 francos que se recusou a pagar. 
Livre, Mlle
Lenormand deixou Bruxelas em 15 de agosto de 1821.

Toda essa história deu origem a um novo livro. Souvenirs de la Belgique foi publica
do em 1822,
“à Paris, chez l’auteur, rue de Tournon, nº 5, et MM. les principaux libraire de la 
capitale”. Marie
Anne Lenormand contanos duas memórias de “100 dias de má sorte”, aos quais acrescen
ta
suas “notas históricas e políticas”. O livro foi ilustrado com um retrato da autora 
em sua prisão em
Bruxelas. Como nas obras anteriores, há notas de rodapé e finais; há, até mesmo, no
tas de
rodapé para as notas finais! As 415 páginas são salpicadas com lições de história, 
digressões de
fatos, e citações em francês, latim e até inglês (sem qualquer referência). É uma n
arrativa
fantasiosa do que aconteceu do começo ao fim. No seu obsessivo desejo de provar que 
estava
certa, ela anexa 80 páginas de documentos autênticos (declarações de testemunhas, m
inutas de
audiências, memorandos que foram publicados em defesa de sua posição).

Todas as “vítimas” mencionaram cartas comuns e de tarô usadas para previsões. Como 
em seu
Sibylle au congrès d’Aixlachapelle, Mlle Lenormand evita responder perguntas direta
s sobre o
tarô. No capítulo intitulado Mon interrogatoire (“Meu interrogatório”), onde ela re
porta perguntas e
respostas à sua maneira, um consulente pergunta: “O que esses tharots, que parecem 
ter
hieróglifos, significam?” (p.39). Mas sua reposta tem a ver com quiromancia!

De volta a Paris, MarieAnne Lenormand dedicouse a escrever uma pilha de livros, os 
quais
aparecem em várias listas em suas obras publicadas. Em outubro de 1824, logo após a 
morte de
Louis XVIII, ela publicou uma visão do “anjo protetor da França no túmulo de Louis 
XVIII”, no qual
previu um longo e feliz reinado de Carlos X – que foi deposto pela Revolução de 183
0. A morte
do Czar Alexander I, em 1825 inspirou um novo canto na obra de Catherine II em seu 
túmulo. Ela
oferece uma assinatura de quarenta e quatro obras adicionais suas, entre as quais f
oram
anunciados, mas nunca apareceram, suas próprias memórias e livros sobre o filho de 
Joséphine,
Eugène de Beauharnais e sobre a Rainha Guilhermina.

De acordo com Dicta Dimitriadis, Mlle Lenormand viajou para Londres, de novo, em 18
22 e
juntouse a uma sociedade chamada “Membros of Mercurii” e chegou a dirigir uma revis
ta
intitulada “The Straggling astrologers of the 19th century”, em 1824. Tudo isso é c
ontradito por
uma carta de Mlle Lenormand em 20 de janeiro de 1823 para Messrs. Truttel e Würtz,
comerciantes de livros, em Paris, negociando a venda de três dúzias de cópias de se
u
“Souvenirs de la Belgique” por 178 francos e esperando aumentar os negócios com ele
s durante
“esse ano, 1823”. É difícil imaginar como ela poderia viver em Londres entre 1822 e 
1824,
quando estava publicando seu Souvenirs de la Belgique (1822), em Paris, e então, L’
ange
protecteur de la France ao tombeau de Louis XVIII (1824)! Como era de se esperar, e
la nunca
fez alusão a essas maravilhosas aventuras em suas publicações posteriores.

Seus últimos anos

Depois da Revolução de julho de 1830, um monarca novo, mais liberal, ocupou o trono 
francês.
Contrariamente às suas previsões, seis anos antes, Carlos X foi expulso da França e 
seu primo
LouisPhilippe se tornou rei da França. MarieAnne Lenormand era monarquista, mas par
ece ter
sido apoiadora dos antigos Bourbons. Sua fama estava minguando, também, apesar do a
poio de
Guizot, um dos mais influentes ministros do governo e Émelie de Girardin, uma dos p
rincipais
nomes da imprensa. Ela, também, converteu NarcisseHonoré Cellier du Fayel, um prósp
ero
advogado que queria encontrarse com a “charlatã”. Cellier du Fayel foi convencido p
or seus
oráculos e, em pouco tempo, tornouse seu confidente e biógrafo.

Na sua Biografia de 1843, Francis Girault nos conta como, em 1835, chegou à sala de 
consulta
de Mlle Lenormand uma mulher velha e pobre, desconhecida por ela. A mulher confesso
u ser a
viúva de FouquierTinville, o sinistro promotor público da Revolução Francesa que fo
i
guilhotinado em 1795. Claro que ela teve muito o que falar e seus escritos secretos 
eram de
grande interesse para a sibila. Mas essa vem a ser outra farsa: como lembra Alfred 
Marquiset,
Mme FourquierTinville morrera sete anos antes!

A veia literária de MarieAnne Lenormand ainda não tinha se esgotado. Entre 1831 e 1
833,
quatro últimos livros foram lançados pela sua "fábrica" e muitos outros foram anunc
iados.
Publicado em janeiro de 1831 e dedicado, L’ombre de Henri IV au palais d’Orléans (“
A sombra de
Henri IV no palácio de Orleans [ex.: o PalaisRoyal]”.) uma mistura chata de visões, 
diálogos e
aulas de histórias e notas de rodapé para mostrar o quão precisa era a sua previsão 
de eventos
de 2022 de dezembro e que deveriam ter aparecido em 20 de dezembro de 1830. Se tive
ssem,
poderíamos, finalmente, ter testado as extraordinárias profecias de Olivarius, de 1
542. Philippe
DieudonnéNoël Olivarius, ela nos conta em suas notas de rodapé (2), página 16, escr
eveu 919
previsões até 1982. Ela se orgulha de ter comprado esse único manuscrito que foi ca
çado “em
todas as bibliotecas”. O próprio Papa maravilhouse. Cinco livros são reproduzidos e
m L’ombre
de Henri IV (pp. 1828), com notas explicando o significado de “algumas velhas expre
ssões
francesas”.

Lenormand na prisão

Essa não foi a primeira vez que Mlle Lenormand falou sobre esse mago desconhecido. 
Ela já
tinha publicado uma de suas previsões em 1820, no “Mémoires historiques et secrets…
”. De
acordo com ela, é Napoleão quem é mencionado na profecia de Olivárius para Marie-
Anne em
1814. Mais livros foram publicados nos próximos livros: um em “Le petit homme rouge 
au
château des Tulieries” (julho, 1831), outro em “Manifeste des dieux sur les affaire
s de France”
(janeiro, 1832) e os livros 8 a 10 foram apresentados no último livro publicado por 
Mlle
Lenormand, “Arrêt suprême des dieux de l’Olympe”, data em 28 de fevereiro de 1833.

O ridículo “estilo literário antigo” dos textos de Olivarius é tão obviamente forja
do que Alfred
Marquiset dedicou um apêndice inteiro para revelar esse “attrapenigaud” (charlatani
smo,
impostura). Ele não só mostra que não há qualquer verdade nas afirmações de Lenorma
nd, mas
que o logro foi desenvolvido por outros escritores. Henri Dujardin, L’oracle pour 1
840 (Paris,
1839), diz que conhece três pessoas chamadas Olivarius, das quais, um deixou um liv
ro, “Petri
Joannis Olivarii Valentini de prophetia et spiritu profético liber”, publicado em B
asel, em 1543, a
ser encontrado na Biblioteca Real sob inventário número Z 985. Você se surpreenderi
a se
ouvisse que essa referência é falsa? Um dos outros dois Olivarius foi Philipe-
DieudonnéNoël,
cujo texto é, atualmente, apresentado como um livro publicado em 1544 e intitulado 
“Prévisions
d’un solitaire”, e um terceiro escreveu o celebrado “Prophétie d’Orval” (outra prof
ecia forjada que
foi publicada pela primeira vez no Journal des villes et des campagnes de 20 de jun
ho de 1839).
Eugène Bareste deu mais crédito ao Olivarius em seu popular “Prophéties: La fin des 
temps,
avec une notice”, do qual foram publicadas quatro edições, em 1840.

Le petit homme rouge au château des Tuileries; La vérité à HolyRood; Prédictions et
c ("O
pequeno homem vermelho no castelo de Tuileries"; "A Verdade em HolyRood"; "Previsõe
s” etc),
publicados em julho de 1831, introduzem um novo profeta: o Petit Homme Rouge (O Peq
ueno
Homem Vermelho). Em 1831, MarieAnne Lenormand nos conta que uma velha e curvada
mulher apareceu no castelo de Tuileries laçando maldições contra os Bourbons. Ela e
ra a
encarnação da República de 1793. O Petit Homme Rouge estava lá e replicou. Sua long
a fala
revelou que era o organizador de todos os eventos passados desde 1789. Por que Loui
s XVI
perdeu o trono? Porque Blondinet (“loiro”), por entendermos ser esse seu nome, deci
diu que o rei
não mais poderia reinar. Quem protegeu Napoleão? O pequeno homem vermelho, é claro! 
Os
leitores dos Oráculos Sibilinos de Mlle Lenormand repararam que o pequeno homem ver
melho
tinha sido mencionado na obra (p.340).

De fato, MarieAnne Lenormand não inventou o Petit Homme Rouge. Provavelmente, ela t
eve a
ideia a partir de um curto folheto contra Napoleão, publicado em 1814 e intitulado 
“Le petit
homme rouge”. As seis páginas descrevem a última assembleia de Napoleão encontrand
ose
nas Tuilleries e a chegada de um pequeno homem vermelho, um gênio aterrorizante, um 
‘homem
de fogo’, cujo contato queimava quem o tocava. Essa criatura infernal estava lá par
a levar
Napoleão para o Inferno. O Petit Homme Rouge fez outra aparição algum tempo depois 
do livro
de Mlle Lenormand. Messrs de Pixérécourt, Brazier e Carmouche escreveram uma peça c
om o
mesmo nome: Le petit homme rouge, folieféerie romantique em quatre actes et vaudevi
lles,
imitée du genre anglais (Vaudeville de quatro atos loucos e extravagantes, em estil
o inglês),
apresentada no Théâtre de la Gaieté, em março de 1832. A música era de Alexandre Pi
ccini.
Aventuras foram publicadas, anonimamente, em 1843 sob o título Memoirs et prophétie
s du petit
homme rouge, par une sybille [sic], depuis la SaintBarthélemy jusqu’à la nuit des t
emps. Como
veremos mais tarde, Paul Christian iria ressuscitálo num livro publicado em 1863: L
’homme
rouge des Tuileries.

Novas revelações e previsões foram publicadas em 1832 com o Manifeste des dieux sur 
les
affaires de France: apparition de S.A.R. la feue Mme la duchesse douairière d'Orléa
ns (Marie
LouiseAdélaïde de BourbonPentièvre), descendante de Louis XIV à son fils Louis-
Philippe Ier,
roi des Français, Révélations (Manifesto dos deuses sobre os negócios franceses: ap
arição de
S.A.R a última viúva de Orléans, descendente de Luis XIV, para seu filho Louis-
Philippe I, Rei da
França. Revelações), publicado em 21 de janeiro de 1832 por Mlle Lenormand, “editeu
rlibraire” e
Dondey Duprey père et fils, que foram os tipógrafos de parceiros de Mlle Lenormand 
desde 1824.
Embora amparados por mais páginas das profecias de Olivarius, essas recomendações f
oram
publicadas em fevereiro de 1833 sob o título Arrêt suprême des dieux de l’Olympe em 
faveur de
Mme la duchesse de Berry et de son filleul le duc d’Aumale d’Orleans (Henri Eugène-
Philippe
Louis).(Decreto supremo dos deuses do olimpo em afilhado, duque de Aumale-
Orléans...) “Essa
pequena brochura [ela nos avisa na contracapa da folha de rosto] foi anunciada para 
19 de
novembro de 1832. Amigos não oficiais me fizeram retirar a promessa de adiar essa p
ublicação
até 28 de fevereiro de 1833. “Já basta, disse um deles, que você foi capaz de preve
r o
nascimento do Duque de Bordeaux, o nobre heroísmo de sua mãe”. É certo: Mme a Duque
sa de
Berry será resgatada de Blaye”.

MarieCaroline, Duquesa de Berry tentou incitar algumas províncias contra Louis-
Philippe, em
1832; ela foi detida e presa em Blaye, perto de Bourdeaux. Porém, uma vez mais Mlle
Lenormand não previu o fim burlesco dessa ventura fadada ao fracasso. Ela não soube 
que a
duquesa estava, secretamente, grávida – não de seu marido legítimo, uma vez que o D
uque de
Berry tinha sido assassinado em 1820. Em 1833, alguns meses após o livro ser public
ado, a
Duquesa de Berry deu a luz a uma filha inesperada que escandalizou muitas pessoas e
desacreditou a causa Legitimista por muitos anos. Poderia, muito bem, ter desacredi
tado Mlle
Lenormand uma vez que esse seria o seu último livro.

Todavia, muitos outros escritos estavam sendo preparados. Na lista onde registra se
us trabalhos
publicados, MarieAnne Lenormand anuncia alguns novos livros por vir: “Les mystères 
de Blaye”,
“Jeanne d’Arc au Louvre”, com o horóscopo da Duquesa de Berry, “La sibylle à Londre
s”, “Louise
Wilhelmine de Prusse, ou les infortunes d’une grande reine”, com o qual já nos depa
ramos,
“Anecdotes historiques, politiques, etc. sur la reine d’Angleterre” (Caroline-
AmélieElisabeth de
Brunswick); “Particularités secretes sur la princese Caroline d’Anglaterre, premièr
e épouse de
S.A.R. le prince de SaxeCobourg”, o qual jamais nos consolaremos de ter perdido, e, 
por último
o há muito esperado “Mémoires historiques, politiques, souvenirs, confessions, corr
espondances
secretes de Mlle Lenormand”, cujos dez volumes, infelizmente nunca apareceram.
O renome de Mlle Lenormand, embora, provavelmente, em declínio, ainda chamava a ate
nção
de alguns leitores da sorte. Em 1838, uma Mlle Brunet distribuía panfletos onde se 
apresentava
como discípula de Mlle Lenormand. MarieAnne manifestouse, imediatamente, na la Gazz
ete
des Tribunaux, lembrando seus leitores que ela não tinha alunos. Então, foi um simp
les adepto
que publicou, em 1842, Le rèvèlateur du destin ou Livre merveilleux des bramines, p
our connaître
le présent, le passé et l’avenir, par um apdete de Mlle Lenormand (“O revelador do 
destino, ou o
Maravilhoso livro dos Brâmanes, de forma a saber o presente, passado e futuro, por 
um adepto
de Mlle Lenormand"). Uma simples coleção de oráculos no catálogo da Bibliothèque Na
tionale
atribuída a Aguste Martres

O fim chegou em 25 de junho de 1843. MarieAnne Lenormand faleceu em seu apartamento 
na
rue de la Santé. Seu funeral, em 27 de junho, foi extraordinário. A igreja foi cobe
rta com enfeites,
o carro fúnebre foi puxado por quatro cavalos enfeitados e seguido por cem pessoas! 
Não restam
dúvidas que essa cerimônia barroca foi cuidadosamente preparada. Foi um acontecimen
to
importante no mundo da adivinhação: a terra tremeu e tudo saiu do lugar. A jogada d
e Mlle
Lenormand reviveu o interesse em sua carreira e deu aos jornais boas razões para cr
ônicas
sarcásticas. Um longo artigo, por Jules Jain, apareceu no sério Journal des Débats 
(de julho de
1843), outro por Léo Lespès, no seu concorrente Le Constitutionnel (suplemente de 1
6 de julho).
Le Charivari, Le Globe e, pelo menos, outros três publicaram artigos sobre sua vida
. Antes de
julho acabar, foram publicadas biografias que analisamos no começo do capítulo. A l
enda se
cristalizou e um exército de “alunos”, “adeptos” ou discípulos foram rápidos em se 
rivalizar.

A sucessão de Mlle Lenormand

O único herdeiro dos bens de Mlle Lenormand foi o seu sobrinho de 37 anos, Michel-
Alexandre
Hugo, um segundo tenente da infantaria, filho de sua irmã mais nova, MartheSophie. 
Sua
fortuna foi estimada em 500.000 francos, mas, na verdade, eram somente 120.000, dos 
quais
perto de 80.000 foram deixados como heranças pessoais e mais em várias reivindicaçõ
es
concedidas pelo tribunal. Na edição de 16 de julho, o jornal parisiense Le Charivar
i publicou um
pequeno artigo sobre a sucessão de Mlle Lenormand, concluindo que ela não tinha nen
hum
sucessor (a), porém um grande número de senhoras leitoras da sorte dividiriam a suc
essão entre
si. O artigo mostra espanto com o número de profissionais, então, atuando em Paris, 
que
estabelecia em cerca de 50, que divulgavam seus serviços nos jornais e quem presumi
a serem
todas mulheres. Ele escolhe três para descrever separadamente. A primeira, Mme Clém
ent,
descrevia os anúncios como “uma encantadora adivinha cuja jovem reputação se equipa
rava à
de Mlle Lenormand”.

Que ela alegava ter previsto o futuro de MarieLouise, segunda Imperatriz de Napoleã
o e de sua
própria queda, isso já sabemos; se assim fosse, ela não poderia ser tão jovem. Ela 
se
especializou em previsões, por meio de cartas, de desastres grandes e pequenos, ves
tia manto
preto e capuz vermelho e viveu, segundo o artigo, no andar térreo sob um notário. I
nfelizmente,
não é dado o seu endereço, mas em 25 de julho, um mês depois da morte de Mlle Lenor
mand,
Mme Clément reivindicou a sucessão instalandose no mesmo apartamento térreo na rue 
de
Tournon, 5, onde a famosa sibila fez suas consultas por muitos anos. Em seu livro, 
publicado
alguns anos mais tarde, Mlle Lelièvre nos conta como o sobrinho de Mlle Lenormand,
encontrando entre suas coisas, uma carta escrita a ela por Mlle Lelièvre, com bons 
comentários
acerca do destinatário, escreveu para lhe oferecer uso do apartamento e seu conteúd
o; ele
ofereceu, também, convencer os clientes de sua tia a serem transferidos para ela, d
izendo que
seria a única capaz de ser sua sucessora. Mlle Lelièvre recusou, sabendo que precis
ava de mais
estudos e consciente de que nem o apartamento de Mlle Lenormand, nem a sua mobília 
lhe
concederiam o talento requisitado. De olho em Mme Clément, ela declara que consider
aria isso
puro charlatanismo. Evidentemente, o tenente Alexandre Hugo, então, descobriu Mme C
lément e
fezlhe a mesma oferta, que foi prontamente aceita.

As duas outras senhoras descritas pelo Charivari foram Mme Albin e Mme Melchior, am
bas tendo
a borra de café como seu oráculo de preferência. Mme Albin era especializada em con
sultas para
previsão de casamentos, heranças e outros eventos felizes. Mlle Melchior era idosa 
e dedicava
as manhãs às tarefas domésticas, deixando o fim da tarde para fazer encorajantes pr
evisões por
20 sous a consulta, para sua pobre clientela.

Antes de julho de 1843 terminar, a editora LangeLévy publicou La sibylle du XIXe si
ècle, de
Flamel, já mencionado. Num prefácio, o editor, escrevendo sob o nome de A. Gallus, 
esclareceu
que, após quarenta e oito horas da morte da sibila, ele recebeu um pequeno caixão d
e um
remente anônimo. A carta que o acompanhava dizia que, alguns meses antes, Mlle Leno
rmand,
de quem ele era um amigo próximo, confioulhe o caixão, instruindolhe a publicar as 
profecias
manuscritas contida nele após sua morte. Gallus, revelando a crença de que o remete
nte era um
dos executores testamentários de Mlle Lenormand, explica que publicaria essas grand
es
profecias de forma célere. Ele não pondera porque um executor procederia de forma t
ão
clandestina, nem revela os passos que deu para verificar a autenticidade do manuscr
ito, mesmo
pela comparação de caligrafia. Ao invés disso, ele convidou Hortensius Flamel, “o c
élebre autor
de Le Livre rouge”, para escrever um comentário.

A publicação, como um todo, traz os sinais de uma farsa. Flamel pode, possivelmente
, ter feito,
ele mesmo, as profecias; mais provavelmente ele pode ter sido colocado como um cúmp
lice. As
profecias, duas por página, variam em precisão, uma vez que são muito vagas ou muit
o obscuras
para se provarem erradas. Que o reino se tornaria um Império, pela segunda vez, se 
provou
correto em poucos anos; que as pessoas viajariam pelo ar demorou mais ainda para se 
verificar.
Que a Suíça seria invadida por todos os lados e deixaria de existir, em pouco tempo
, foi um tiro
fora do alvo; igualmente que a Cruz substituiria o Corão em Constantinopla.

O breve comentário de Flamel é superficial e composto, em grande parte, por general
idades.
“Certas pessoas possuem o poder de prever o futuro, e Mlle Lenormand o tinha em alt
o nível;
suas previsões eram invariavelmente precisas”. Que comentário mais claro poderia se
r feito
sobre profecias já, totalmente, explícitas? Só o último parágrafo do comentário rev
ela um motivo
a mais para a publicação. “Quando ouvimos falar da morte de Mlle Lenormand, nos per
guntamos
se uma nova estrela brilharia nos céus proféticos para substituir a que acabara de 
perecer.
Olhamos e um raio luminoso nos alcançou. Como Arquimedes, o que introduz as ciência
s
ocultas, eu gritei, “Eureca”. Mme Clément é a nova perita que erguerá, para nós, os 
véus que
cobrem o futuro”. É de se duvidar que Flamel tivesse o menor interesse no assunto, 
mas o editor
estava, certamente, interessado em reforçar a alegação de Mme Clément à sucessão. O
comentário de Flamel é seguido por uma biografia de Mlle Lenormand, anônima, que ve
rificamos
ter sido baseada na carta de Alboise de Pujol para o Le TamTam, publicada um mês an
tes. A
partir dela, ficamos sabendo que ela começava suas consultas perguntando para o con
sulente
detalhes pessoais, incluindo sua data de nascimento, as iniciais de seu nome de bat
ismo e local
de nascimento, sua cor, animal e flor favoritos e o animal que mais detestava. Tamb
ém tomamos
ciência das variedades técnicas divinatórias das quais se valia. No meio da biograf
ia, é colocada
uma breve menção a Mme Clément: “Não nos esqueçamos de dizer que já nesse tempo, um
a
sibila igualmente famosa, uma estrela dos céus proféticos, proferia seus oráculos e 
leituras do
futuro. Na Alemanha, Mme Clément previu o futuro de grandeza da Imperatriz Marie-
Louise”. A
repetição da frase sobre a nova estrela, sugere que Flamel teve alguma participação 
na
composição da biografia, que termina com mais um elogio a Mme Clément: “A última si
bila não
está morta. Aqui está outra que surge, não menos ilustre, não menos formidável: é a 
pitonisa de
Delfos, é Mme Clément. Seu tripé está erguido, seu livro do destino, aberto; suas c
artas, prontas.
A ela pertence o reino do futuro.”

“Nunca vimos Mme Clément”, continua o autor, “mas ouvimos muito a seu respeito; e o 
que
ouvimos foi tão extraordinário que seria preciso um volume inteiro para contar… É n
a caverna da
sibila falecida, na mesma casa onde Mlle Lenormand viveu que a profetisa do momento 
faz suas
maravilhosas previsões. O passado é de Mlle Lenormand”, conclui seu biógrafo, “o fu
turo
pertence a essa estrela profética, Mme Clément. Assim com as sibilas, como com os r
eis: a sibila
morreu, vida longa à sibila”.

Os louvores extravagantes de Mme Clément podem sugerir algum grau de conluio entre 
o
tenente Hugo e os autores dessa ilegítima obra pósmorte, uma vez que o sucesso de M
me
Clément seria importante para Hugo como beneficiário do aluguel. A suspeita pode se
r
equivocada; e a motivação para a vasta promoção de Mme Clément permanece obscura.

Pouco depois, no mesmo ano, foi publicada a biografia de Mlle Lenormand por Francis 
Girault
plagiada de várias fontes. Girault publicou como apêndice algumas ligações com Alex
andre
Hugo. Primeiro, uma carta datada de 22 de julho de Hugo para os editores, Breteau e 
Pichery,
referindose ao livro de Flamel, denunciando as profecias com os mais fortes termos 
como
“falaciosas” – um julgamento com o qual Du Bois, posteriormente, concordou – e acus
ando
Breteau e Pichery de publicálas. Os editores acusados, evidentemente, não viram raz
ão para
resposta, mas Girault respondeu, entregando o manuscrito de sua biografia a Hugo, n
a rue de
Tournon, 5, negando qualquer responsabilidade pelo livro de Flamel da sua parte ou 
de Messrs
Breatrau e Pichery. Em sua resposta de 29 de julho, Hugo se desculpou por sua falsa 
acusação
e aceitou a obra de Girault como a biografia oficial de sua tia.

Mlle. Lenormand na leitura das cartas

Mlle. Lenormand não preparou sucessoras

Ilustração e legenda adicionada pelo editor do site Clube do Tarô

A esperança de Mme Clément em se tornar tão famosa quanto Mlle Lenormand foi frustr
ada e se
LangeLévy esperava que ela publicasse, com eles, algum livro que escrevera, frustra
ramse
também, por ela têlos publicado por sua conta. Em 1844 ela produziu um livreto de 6
4 páginas,
Le Corbeau sanglant, ou l’Avenir dévoilé (“O Corvo Sangrento, ou o Futuro Revelado”
). O título
se refere, explica Mme Clément, à técnica divinatória romana de examinar as entranh
as de um
corvo. A capa traz o endereço da autora, como própria editora, e como “a casa ocupa
da por Mlle
Lenormand, rue de Tournon, 5”. O frontispício é uma gravura litografada de Mme Clém
ent, uma
bela senhora usando um cocar de aparência Asteca, do qual seu cabelo cai em cachos. 
O
método divinatório que explica segue diretamente a tradição de Etteilla, as cartas 
que usava
sendo as do jeu égyptien ou de Thot (o tarô de Etteilla numerado de 1 ao Louco, com 
78 cartas).
Ela afirma ser clara ao explicar seu sistema, mas não consegue. A tiragem é simples
: as treze
primeiras cartas são viradas e lidas, então dezenove e, finalmente, vinte e uma. As 
cartas lidas,
são, a cada momento, devolvidas ao maço que é reembaralhado antes de ser tirado o p
róximo
conjunto de cartas. É dada uma lista se significados das 78 cartas, baseada em Ette
illa, porém,
sem qualquer referência à sua posição invertida. Embora o instrumento seja o baralh
o de Etteilla,
o coração de Mme Clément está na astrologia. As cartas numeradas do naipe de ouros 
são
identificadas com símbolos “cabalísticos” dos planetas, a cabeça e cauda do dragão 
e a parte da
fortuna, aos quais são associadas 12 previsões de acordo com as 12 “casas” (signos) 
zodiacais
em que estiverem. Mme Clément, volta, na segunda parte do livro, ao que acredita se
r mais
interessante para o público, um horóscopo para homens e mulheres de acordo com o mê
s que
nasceram, seguido de uma descrição de vários temperamentos (fleumático, sanguíneo e
tc) e de
como ler a personalidade pelas características físicas.

Certamente não há, aqui, uma grande sibila: somente uma praticante inexperiente.

Em 1852, Mme Clément publicou outro livreto, Le Flambeau de l’avenir (“A Tocha do f
uturo”), do
mesmo tamanho, ainda da rue de Tournon, 5, denominado “a antiga livraria de Mlle Le
normand”.
Abaixo do nome da autora está inscrito algo meio patético: “a sucessora de Mlle Len
ormand”. A
mesma gravura de Mme Clément meio borrada, forma o frontispício. É interessante res
saltar que
Mme Clément usa, repetidamente, o termo de Etteilla “cartomancia” e, embora o livro 
seja
supostamente sobre a técnica de “cartomancia”, não há virtualmente nada nele sobre 
o uso de
cartas. Tal inconsequência só leva à suspeita de que a pobre senhora não está em se
u juízo
perfeito. Sob o “sistema” principal ela diz que se deve, primeiro, perguntar ao con
sulente para
que se conheçam detalhes pessoais do mesmo como o que gosta e o que não gosta (a pr
ática
atribuída à Mlle Lenormand). Ela passa, imediatamente para o segundo “sistema”, que 
não é
sistema nenhum além de um discurso confuso sobre a astrologia e as virtudes cardina
is,
aludindo às obras do “grande Thot”. Ela termina com citações históricas de previsõe
s acertadas.

Em 1847 havia um livro interessante publicado, fora do meio literário cartomântico: 
Justifications
des sciences divinatoires (“Justificativas das ciências divinatórias”) por Mlle A. 
Lelièvre. O
catálogo da Bibliothèque Nacionale apresenta o nome do autor como um pseudônimo de 
Marc
François Guillois, mas essa atribuição é, praticamente, um absurdo. Pseudônimos ou 
supostos
pseudônimos são, para bibliotecários, como atribuições de obras de arte a artistas 
individuais são
para historiadores da arte: eles os investigam religiosamente, mas, quando não há e
vidências
sólidas, eles irão se valer do mais inconsistente fundamento para uma identificação
. Guillois foi o
autor de textos políticos publicados em 1795, 1797, 1801, 1816 e 1831; não há motiv
os para que
se suspeite dele como autor de obras sobre artes divinatórias em 1847. Além disso, 
não é
apenas uma questão de pseudônimo. O livro de Mlle Lelièvre é dedicado à condessa Ma
rie
d’Adhémard com expressões da mais profunda gratidão por sua ajuda e amizade, conten
do um
amplo conteúdo autobiográfico, dando nomes a várias pessoas como Monsieur Saint-
Prix, que,
em 1830 tomoua como aluna no ThéâtreFrançais e tratoua como uma filha (p.49). O liv
ro seria
completamente inútil se tudo isso fosse fictício, mas o endereço da autora está imp
resso na
capa, de forma que seria fácil identificar qualquer farsa. Não há motivo para não a
ceitar Mlle
Lelièvre, como um escritor posteriormente o fez, como uma sibila genuína escrevendo 
sob seu
próprio nome.

A maior preocupação do livro é recontar como Mlle Lelièvre veio, em 1840, a adotar 
a profissão
de leitora da sorte. Embora Mme Clément em momento algum seja mencionada, denegrir 
suas
alegações de ser a sucessora de Mlle Lenormand é, claramente, algo secundário. A au
tora conta
(p.66) como uma amiga sua pede à Mlle Lenormand para tomar Mlle Lelièvre como sua p
upila,
mas Mlle Lenormand responde dizendo que não tem alunos. Entretanto, ela permite que 
Mlle
Lelièvre tire as cartas em sua presença. Numa nota de rodapé, Mlle Lelièvre diz, “T
enho diante
de mim uma carta tirada por uma certa senhora” – certamente, Mme Clément – “afirman
do ser
ela a única discípula de Mlle Lenormand. Ela é, meramente, a única a ter reivindica
do o título
com o intuito de enganar as pessoas. Essa senhora não é mais discípula de Lenormand 
que eu
e, talvez, menos”. Já foi dito como, após a morte de Mlle Lenormand, seu sobrinho o
fereceu o
apartamento de sua tia à Mlle Lelièvre e ela rejeitou a proposta. O livro foi reedi
tado no ano
seguinte com um novo título Prophéties de la nouvelle sibylle. Não é apropriado, um
a vez que o
livro não contém profecias, mas é obviamente feito para conter a alegação implícita 
de ser a
verdadeira sucessora de Mlle Lenormand; ela descreve, ingenuamente, como sonhou que 
Mlle
Lenormand lhe disse “Você me substituirá e seu nome fará o meu ser esquecido”.

Mlle Lelièvre praticava quiromancia e cartomancia, a última tanto com baralho comum
, como com
os tarôs egípcios de Etteilla. Seu livro não contém nenhuma instrução para essas ar
tes, depois
de uma longa seção autobiográfica, ele consiste em uma série de casos falando sobre 
previsões
bemsucedidas, efetuadas por várias técnicas divinatórias. A seção de cartomancia re
pete as
fantasias contidas no livro de Frédéric de la Grange, Le grand livre du destin que 
foi publicado
dois anos antes sobre a história da arte. Marie Ambruget e Fiasson aparecem na obra
, como na
obra de la Grange. Sua história sobre o Duque de Orleans, Mariette e Brivazac, é at
ribuída a
“memórias secretas”. Mlle Lenormand, estamos seguros disso, tinha o livro de Thot s
empre sob
seus olhos; nesse caso, Mlle Lelièvre a imita.

De acordo com Éloïse Mozzani, Mlle Lelièvre morreu em 1849. É muito difícil dizer q
ue tanto ela
quanto Mme Clément provaram ser a real sucessora de Mlle Lenormand. Outas cartomant
es
fizeram similares alegações com fundamentos menos consistentes. Mme Lacombe, que mo
rreu
em 1846, trabalhava no número 1 da rue Boucher, estabeleceuse ocupando o lugar de M
lle
Lenormand, enquanto em 1848, Mme Morel divulgavase numa publicidade impressa como
“amiga íntima e discípula de Mlle Lenormand”, o que nunca foi. Entretanto, não nos 
surpreende
que em 1854, Mme Eugénie Bonnejoy Pérignon revelou a escolha de Mlle Lenormand de u
m
sucessor, concedido após sua morte, e que deveria ser provado que não seria nenhuma 
das
senhoras que se afirmavam como tal, mas um homem. Ele era Edmond; porém sua históri
a está
reservada para o próximo capítulo.

Mlle Lenormand era, realmente, uma “cartomante”?

MarieAnne Lenormand constantemente se denominava sibila ou “profetisa” (pythonisse) 
e
costumava sustentar seus livros em suas visões e profecias. Quando se permitia fala
r sobre suas
técnicas divinatórias ela evocava um impressionante catálogo de instrumentos mágico
s: o
espelho flamejante de Luca Gaurico, as trinta e três varas gregas, a “cabale de 99 
de Zoroastre”,
alguns grimórios, uma varinha divinatória, seus preciosos talismãs, o aço électre, 
as chaves de
Salomão, o anel cigano, a(s) flecha(s) de Abaris, uma lupa mágica etc. As cartas nã
o foram
esquecidas, mas não foram, obviamente, colocadas em primeiro lugar. Tarô, sempre es
crito
como tharots, não é frequentemente mencionado. Quando elas o usam, é como os outros
instrumentos, de forma confusa e nebulosa, geralmente, qualificada como “misterioso
”, “mágico”
etc., o que lhe permite manter tudo muito vago.

Entretanto, vários relatos – registros policiais e publicações literárias – revelam 
que ela usava
tarôs e cartas comuns como todos os “tireuses de cartes”. Os documentos que foram u
sados
para acusála em Bruxelas, em 1821, e que ela obsequiosamente reproduz no final do s
eu
Souvenirs de la Belgique, dizem todos que ela recebia seus clientes com cartas comu
ns e
tharots, dependendo do que pudessem pagar.

Cartas de jogar usuais no século 19 na Europa
 

Exemplo de cartas de jogar na Europa, durante o século 19, utilizáveis por Mlle. Le
normand.

Ilustração das cartas e legendas adicionadas pelo site Clube do Tarô.

No seu L’hermite de la chaussée d’Antin (Paris, 1813), Victor Étienner Jouy explica 
como ela
operava: “passado, presente e futuro serão expostos juntos sob seus olhos graças a 
um simples
baralho. Entretanto, devo dizer que essas cartas são muito maiores que as outras, d
ecoradas
com hieróglifos tarotées em forme d’hiéroglyphes]. A feiticeira as embaralha, medit
ando de forma
edificante, e as combina através das habilidosas combinações de Etteilla”. Outro re
lato
inesperado é dado pelo Barão Karl August von Malchus (17701840). Embora sendo um
economista e estar longe de acreditar em leitura da sorte, Malchus consultou Marie-
Anne
Lenormand entre 1810 e 1814. Se suas memórias, que foram publicadas pela primeira v
ez no
Die Geheimwissenschaften de Carl Kieserwetter (Leipzig, 1895) não foram forjadas, t
emos aqui
uma ótima descrição do ritual da sibila.

Malchus confirma que ela começa com perguntas para extrair detalhes pessoais do con
sulente e,
então, começa a jogar as cartas. Por estar familiarizado com diferentes padrões de 
cartas como
eram usadas nos países de língua alemã, Karl August von Malchus ficou impressionado 
com o
número de cartas usados por Mlle Lenormand e oferece uma descrição detalhada delas.
Tarokkarten, alle deutsche Karten [“cartas normais alemãs” antigas, por exemplo, co
m naipes
alemães], Whistkarten [significando, provavelmente, cartas francesas modernas], Kar
ten mit
Himmelskörperen bezeichnet [“cartas com corpos celestes”], mit nekromantischen Figu
ren etc. A
sibila insistia em que se cortasse com a mão esquerda e, surpreendentemente, mistur
ava cartas
de baralho diferentes! Por exemplo, 25 cartas de um baralho de tarô, 6 de outro, 10 
de um
terceiro. “Ela separava as cartas escolhidas e as dispunha na mesa de acordo com um
a ordem
específica; todas as cartas de cima eram colocadas ao lado”. Ela continuava com a l
eitura de
mãos.
Pode causar surpresa o relato de “corpos celestes” e “figuras necromânticas”, por s
er algo
parecido com o que observamos no “Grand jeu de Mlle Lenormand”. Como Malchus morreu 
em
1840, não pode ter visto o “Grand jeu” que só foi publicado em 1845. Porém, muitos 
tipos de
cartas divinatórias foram publicadas, somente em 1845 e muitos tipos de cartas divi
natórias
foram produzidas desde o começo do século XIX. A maioria continha alegorias emprest
adas do
Grand Etteilla. Um baralho chamado “Petit Necromancien” foi produzido por Robert em 
cerca de
1810.

Podemos considerar Lenormand uma seguidora de Etteilla? A reposta é não. Não só o s
eu
método é simples e vago, como seu uso constante de um baralho de 32 cartas indica q
ue ela não
seguia Etteilla. Suas alusões ao tarô são tardias (nenhuma antes de 1817), sendo es
quivas e
nada claras. Vimos que ela não usava o Grand Etteilla uma vez que as três cartas qu
e cita em
“Les Oracle Sibyllins”, em 1817, não apresentam nomes típicos que Etteilla lhes atr
ibuía, mas sim
os que são atribuídos ao tarô de Marselha. Outro fato notório é Mlle Lenormand nunc
a menciona
Etteilla em nenhum de seus livros! Contudo, alude a Moult, Nostradamus, Cagliostro, 
a quem
dedica longas notas, Nicolas Flamel, o Conde de SaintGermain e Mesmer, sem falar de 
pessoas
“mais sérias” como Lavater ou Gaal. Não há uma só palavra sobre Etteilla ou seus di
scípulos,
nenhuma alusão às suas teorias. Court de Gebelin também não é mencionado.

Entre as 248 notas de seu Souvenirs prophétiques (1814), ela tem uma nota sobre Her
mes a
quem lista com outros “cabalistas” [!] na página 268. Sua nota nº238 (pp. 5823) dá,
simplesmente, uma breve apresentação de numerologia, porém é referida como “Science 
des
Signes”. Provavelmente, o que se pretende aqui é o opus magnum de D’Odoucet, mas é
impossível de se verificar se a citação pertence a algum dos três volumes. Há uma e
nigmática
alusão ao Livro de Thot em Les oracles sibyllins (p.176): Mlle Lenormand diz que el
a segue par
les dixneuf points du livre de Thot (“pelos dezenove pontos do Livro de Thot”) para 
a qual não dá
qualquer explicação. E, vimos que V.E. Jouy, descrevendo negativamente suas atuaçõe
s
negativamente, alude às “habilidosas combinações de Etteilla”. Mas isso é, provavel
mente,
alguma confusão feita pelo escritor.

O nome de Mlle Lenormand também está ligado a um baralho cartomântico especialmente
projetado, o Grand Jeu de Mlle Lenormand, ainda editado pela Grimaud, a principal p
rodutora de
cartas. Baseado num baralho de 52 cartas, ele inclui duas cartas extras representan
do um
homem e uma mulher, significadores dos consulentes. Como Prof. Detlef Hoffmann obse
rvou, as
cartas não seguem nenhum sistema identificável, sendo assim, “um dos complicados ba
ralhos
divinatórios”. Cada uma das 52 cartas mostra uma cena central (“grand sujet”) cerca
do por
símbolos diferentes. No canto superior esquerdo, há uma miniatura de uma carta norm
al, no
canto direito superior, uma letra aparece com um tema geomântico abaixo; entre eles 
há uma
constelação celeste. Na parte esquerda inferior duas figuras são separadas por uma 
flor.

O Grand Jeu Lenormand
 

Cartas do "Grand Jeu", mais um jogo associado à cartomante Lenormand

Ilustração e legenda adicionadas pelo site Clube do Tarô.

Esse baralho de cartas “astromitológicoherméticas” apareceu pela primeira vez, dois 
anos
depois da morte de Lenormand. Era vendido com uma coleção de 5 livros sob o título 
genérico
de Grand jeu de sociètè et pratiques secretes de Mlle Lenormand (“O grande jogo da 
sociedade e
práticas secretas de Mlle Lenormand”), por Mme la comtesse de.... O editor dá seu e
ndereço –
mas não o seu nome – como 46 rue Vivienne.

O primeiro volume, Explication et application des cartes astromytholhermétiques, av
ec de
nombreux exercices sur les fleurs, les animaux et d’um double dictionnaire de fleur
s
emblématiques, é uma explicação das cartas com muitos exercícios de flores, animais
, cores e
talismãs, junto com um tratado de geomancia e um dicionário de flores emblemáticas. 
Sua capa
promete “um baralho de 54 cartas coloridas”. Uma publicidade colocada no fim do ter
ceiro
volume diz que as cartas foram impressas em litografia colorida por Engelmann e Gra
f, a célebre
companhia que introduziu a litografia na França e foi pioneira na sua aplicação com 
cores, da
qual esse livro está entre seus primeiros exemplares.

A coleção continua com a parte 2: Astrologie ancienne et moderne contenant toutes l
es tables
nécessaires pour dresser toutes sortes de thème, en quel lieu et pour quel que ce s
oit; suivi d’um
traté des nombres cabalistiques (“Astrologia antiga e moderna contendo todas as tab
elas
necessárias para desenhar todos os tipos de mapas em qualquer lugar, para qualquer 
um,
seguida de um tratado sobre números cabalísticos”). Parte 3: Traité complet de chir
omancie
ancienne et moderne; suivi d’um petit traité de physiognomonie et craniologie, d’ap
rés Lavater et
Gall (“Tratado completo de quiramancia antiga e moderna; seguido por um pequeno tra
tado sob
fisiognomonia e craniologia, segundo Lavater e Gall”), publicado atualmente “au dép
ôt du Grand
jeu de société”. Parte 4: Le jeu de la fortune, ou response des dieux, déesses, dem
idieux et
héros de l’antiquité aux questions qui leur sont adressées sur les destinées humain
es (“O jogo da
sorte ou resposta dos deuses, deusas, semideuses e heróis da antiguidade para quest
ões às
quais são perguntados sobre destinos humanos”). Parte 5: Les oracles de douze sibyl
les, ou
solutions par les nombres aux questions proposées (“Oráculos das doze sibilas, ou s
oluções para
perguntas propostas por números”), todos publicados em 1845.
Essa “obra imensa”, “bem escrita e arranjada”, é, supostamente para ser colecionada 
pela
“femme d’esprit”, de quem o nome deve permanecer oculto. As explicações das cartas 
são vagas
reminiscências do Petit Etteilla, mas atribuem vários significados para diferentes 
assuntos. Em
qualquer caso, eles não correspondem à menor alusão encontrada nos escritos de Mlle
Lenormand. Além disso, é claro que ela usava um baralho de 32 cartas. Os volumes se
guintes
trazem indícios óbvios de uma obra apócrifa: nem seu estilo nem sua terminologia te
m qualquer
relação com qualquer tema de Mlle Lenormand. O volume 1 foi reeditado por Breteau e
m 1865.
Era vendido com a nova edição das cartas “astromitológicasheméticas”, impressas em 
litografia
de crayon por Bertatus e coloridas à mão.

O Grand jeu de Mlle Lenormand fez surgir uma cópia adiantada: por volta de 1850 a e
ditora de J.
F. Aug. Reiff publicou um baralho de 55 cartas cujos títulos das cartas têm a marca 
Wahsage
Karten der berühmten Mlle Lenormand (“Cartas divinatórias de Mlle Lenormand”). As c
artas são
arranjadas de forma diferente: a cena central está na parte inferior da carta e fig
uras pequenas
aparecem no centro. As constelações foram omitidas.

Baralhos mais recentes surgiram por volta de 1850 sob o nome de “Petit Lenormand”. 
Sua
composição de 36 cartas aponta para países germânicos ao invés da França, onde tal
composição não era usual desde o século XVII; sua iconografia simples não tem nada 
a ver com
o “Grand jeu de Mlle Lenormand” nem com os métodos de leitura de cartas próprios de 
Mlle
Lenormand. As miniaturas de cartas que, por vezes, substituem as marcas francesas n
a parte
central superiora, mostram padrões de naipes típicos da Alemanha e França. Cada car
te tem
somente um símbolo: um anel, um navio, um coração etc. Fabricantes de carta alemães
,
austríacos e, até mesmo, belgas e suíços fabricavam e ainda fabricam esses “Petit L
enormands”.
Incrivelmente, esse tipo de cartas nunca foi produzido na França.

Jogo de Kaspar

Cartas do "Jogo da Esperança" de J. Kaspar Hechtel, impressas em Nuremberg,

no final do séc. XVII. Todas as ilustrações do posterior "Petit Lenormand"

já estão presentes neste jogo: o Cavaleiro, o Navio, a Casa, o Urso, o Anel, etc.

Veja mais detalhes em O Jogo da Esperança, um jogo que virou oráculo

Ilustração e legenda adicionadas pelo site Clube do Tarô. Fonte : www.lenormand-
museum.de.

Detlef Hoffman mostrou que seu protótipo pode ter, claramente, vindo de um lindo ba
ralho de
cartas peculiares chamado Das Spiel der Hofnung  Le jeu de l’esperance (“O jogo da
esperança”), publicado por volta de 1800 por G.P.J. Bieling de Nuremberg. Surpreend
entemente,
ele não é um baralho divinatório, mas um jogo de tabuleiro! O folheto que o acompan
ha [Das
Spiel der Hofnung (sic), mit einer neuen Figurenkarten von 36 illum. Blättern. Zwit
e verbesserte
Auflage], ex. O jogo da esperança, com novas cartas ilustradas (feitas) de 36 ilumi
nuras. A
segunda edição, ampliada, descreve as regras: as cartas devem ser arranjadas para f
ormar um
quadrado de 36x36 em ordem numérica. Dois dados são usados e cada jogador move seu 
peão
de acordo com os dados até a trigésima sexta carta. Como nos jogos de tabuleiro, há 
casas que
de sorte e azar. Todavia, nas últimas linhas do texto dizem que “com as mesmas cart
as podese
fazer um divertido jogo de adivinhação”. É um sistema simples de pergunta/resposta 
usando
somente 32 cartas dispostas em 8 fileiras de 4 cartas. As cartas são gravadas e bel
amente
coloridas à mão. Cada uma possui duas cartas em miniatura: uma de naipes alemães
conhecidos como “padrão Ansbach” e o a outra do assim chamado “padrão bávaro-
parisiense”
(naipes franceses). Os símbolos e números são os mesmos nos baralhos posteriores.

* * *

No final, a carreira de Mlle Lenormand provou ser muito bemsucedida. Seu moderno se
nso de
publicidade e seu uso da mídia do momento – livros circunstanciais, artigos da impr
ensa, mesmo
os adversos, sem falar da grandiosidade de seu funeral – concederamlhe fama univers
al. A
única coisa que lhe interessava era deixar seu nome para posteridade. Nenhuma teori
a ou
mensagem. Ela não criou ou inspirou a criação de qualquer baralho de cartas divinat
órias.
Escreveu muitos livros, porém, todos focados em suas visões e encontros históricos. 
Ela mal
sabia o que era o tarô e nunca mencionou Court de Gebelin, Etteilla ou seus seguido
res. Mas os
anos não eclipsaram seu nome: ela permanece a maior cartomante de todos os tempos.

Contato com o tradutor:

Alexsander Lepletier: www.lenormando.blogspot.com

Informações retiradas do website: http://www.clubedotaro.com.br/             
Os Naipes
Os Naipes ajudam a complementar sua leitura, então é importante, utilizá-los, nesse
tópico,
estaremos abordando o significado e as palavras chaves de cada Naipe, é importante
que o
Oraculista, esteja sempre pesquisando e estudando sobre os naipes, afim de estar
aumentando
seu vocabulário e palavras chaves, trazendo consigo, mais informações para trazer
ao seu
consulente, uma tiragem mais precisa.

Paus: Fogo - Criatividade, agir, espiritual, energia, força, Animo, inspiração, Pai
(gerador)

Espadas: Ar - Racional, teórico, pensador, inteligente (teórico), poder da fala,


maturidade,
equilíbrio - Principio masculino e feminino

Ouros : Terra - TUDO que for material, realização, esforço, estudo, inteligência e
prática.

Copas: água - Tudo ligado a sentimentos, criação artística, amores e afetos,


prazeres e paixões,
sentimentos profundo, mistico, sensibilidade

A corte

Toda a corte ligada ao rei é sinal de Poder, ação, iniciativa

Rei de espadas - intelecto e justiça, comunicação, visualização e planejamento

Rei paus - coragem, empreendedor, ação dinâmica

Rei de ouros - determinação, materialização de tudo que deseja


Rei de copas - Autoritarismo, responsabilidade, generosidade, carisma e magnetismo

Rainha - está sempre ligado ao lado feminino/emoções e sentimento

Rainha de espadas - Mulher de ação, racional, poderosa, desapegada e libertadora

Rainha de paus- Praticidade, inteligência e reservada, assertiva e intensa, firme


de muitas vezes
dura demais, verdades ditas de maneiras duras e que precisam ser aceitas, sem
desculpas.

Rainha de copas - Proteção/acolhimento, sentimentalista e intuitiva, compaixão,


perdão

Rainha de ouros - afetiva porém muito prática e pés firmes no chão, Autoritária,
independente,
materialista

Valete está sempre ligada a jovialidade, liberdade, coragem,


independência

Valete de espadas - falta de experiencia mas sabe se comunicar muito bem, tem bom
jogo de
cintura, sabe usar as palavras

Valete de Paus- Coragem, impulsivo, firme em suas escolhas, extremamente


determinado

Valete de copas- Conciliados, idealista, sem compromissos, liberto a fazer o que


gosta, sem
amarras.

Valete de ouros - Negócios, empreendimentos, quer ter sua própria independência,


sem
amarras

Naipes (Obs: Lenormand exclui 2/3/4 e 5)

Espadas
ÁS- Desenvolvimento progressivo, inteligência, coragem, precisão e clareza

6- ligado a atividades mentais, empreendimentos, ideias que renovem o seu mental,


indecisões,
falta de iniciativa (ter iniciativa)

7- entendimento, altruísmo, "jogo de cintura", coragem

8- evolução interior, olhar para dentro de si

9- Se livrar de amarras, apego, falso julgamento, angustias

10- Equilíbrio e harmonia de seus sentimentos, infortúnios, dificuldades (não


permanente, mas
ciclo lento)

Paus

ÁS- energia material, a fim de realizações - Criatividade, virilidade, dinheiro

6- Disciplinar instintos e impulsos - agir com cuidado

7- Sucesso através de seus atos, autoconfiança, determinação

8- preguiça, nova fase, novo ciclo, boa energia porem precisa vencer seu abatimento
e
passividade mental.

9- Saber o momento de tomar suas decisões, astucia, flexibilidade, saber vencer


seus obstáculos

10- força de vontade, saber defender tudo aquilo que você conquistou, descontrole,
opressão,
disfarce, alto controle.
Ouros

ÁS- Saber expressar tudo aquilo que você quer de maneira espontânea, equilíbrio,
exito, felicidade,
vitalidade, cuidado com o orgulho e ego

6- equilíbrio interior, compartilhar, generosidade, bondade, saber dar sem receber


nada em
troca, e/ou ser grato por tudo que recebeu.

7- equilíbrio interior a fim de harmonizar-se e tornar-se alguém melhor, sabedoria,


se abrir,
saber tomar decisões.

8- portas se abriram, a fim de ter o inicio de um novo ciclo (em todos os sentidos
seja negativo
ou positivo), saber os seus caminhos

9- Se renovar, autossuficiência, sucessos

10- Se especializar, esforço intelectual - pois isso ajuda o nosso desenvolvimento


em todos os
sentidos- sábio experiente

Copas
ÁS- Realização, saber olhar intimamente seu interior, alegria

6- meditar sobre o que está lhe ocorrendo, tomar medidas, não olhar para trás.

7- força, hora de criar suas raízes, colha seus frutos, saber que o que você
cultivou pode ser
repassado

8- abandonar sua passividade focar no emocional, saber olhar interiormente, aceitar


que certas
coisas precisam ser mudadas, apego

9- Você em harmonia com o mundo, novos horizontes se abrindo, concretização de


projetos e
sonhos

10- Ser fiel a si mesmo, relações (em todos os sentido) feliz e harmonioso.
Significado das cartas e suas palavras chaves
É muito importante que o oraculista entenda o significado de cada carta, de seus
símbolos, e
esteja sempre ampliando suas palavras chaves (que podem variar de acordo com a
escola
aprendida de cada tutor), as palavras chaves e significados aqui atribuídos, foram
descritos pelas
minhas guias espirituais, Pomba Gira Rainha Cigana da estrada e Cigana Esmeralda.

1- O Cavaleiro - noticias a caminho, qualquer tipo de noticia, esta chegando em um


período
rápido de tempo.

Palavras Chave : Desenvolvimento Positivo, Progresso, acontecimento rápido


2 - Trevo - Boa sorte em todos os sentidos. Você pode apostar naquilo que você quer
executar, seja o
que for.

Palavras Chave: Alegria, Boa sorte, alegria de viver

3 - Navio - Chegada de viagem, chegada de qualquer coisa em um espaço longo de


tempo, e isso
também poderá ser uma coisa demorada, mas que chegará ao seu destino.

Palavras Chave: Viagem, Negócios (internacional ou fora da sua cidade), esperança


4- A casa- segurança, o seu lugar mais seguro, o lugar onde você pode confiar, onde
seu coração
está, é onde será sua morada (espiritual)

Palavras Chaves: estabilidade, segurança, uma casa real, seu corpo/Sua mente

5- Árvore - tem raízes fortes, e pode gerar frutos, aprenda a ver na arvore as
qualidades de força
e geração de fruto que pode ser o que você procura, ou tudo aquilo que você gera
dentro e fora de
você. (tem relação com saúde, e o ciclo que a vida anda)

Palavras chave: Ser forte, gerar frutos, saúde, a vida


6- Nuvens- todo o caminho pode ter nuvens, porem saiba clarear sua mente, limpando
essas
nuvens, tirando os pensamentos que não funcionam.

As nuvens são pensamentos que você precisa clarear

Palavras chaves: falta de clareza, insegurança, escute seu interior, empatia,


confusão, período
nebuloso/mente nebulosa

7- A serpente - Sabedoria, saiba agir na surdina, espreitar, também pode ser sinal
de falsidade,
mas é mais voltado a falsidade de "falsos" boatos. A serpente também é relacionada
a uma
figura feminina. uma pessoa venenosa. A serpente é associada a sabedoria, pois a
serpente
troca de pele uma vez por ano, isso renova o seu ser, o que as vezes precisamos
fazer.

Palavras chave: Sabedoria, Complicações, uma mulher, renovação (De atitudes)

8- O caixão - Renovação em todos os sentidos, a morte de um ciclo para um recomeço.

Palavras chave: renovação, novo ciclo, morte de um ciclo (qualquer tipo)

9 - As flores - Alegrias nascendo, trazendo a nós novas esperanças, um convite para


ser feliz
Palavras chave: cortesia, gratidão, generosidade, convites

10 - A foice - Corte brusco, o fim de uma colheita, pois você colhe aquilo que
plantou. Fim de
relações, saiba ver o lado positivo dessa carta, pois todo fim da colheita, vem
para que novas
sementes e raízes sejam plantas, firmadas e crescidas.

palavras chave: advertência, Corte brusco, fim de qualquer tipo de


relação/situação.
11 - O açoite - Sofrimento, saber por fim em uma situação, saber lhe dar com
pessoas e
situações que lhe transmite sofrimento. Saber por um fim em uma situação, seja como
for.
(normalmente gera um pouco de sofrimento e deixa marcas)

Palavras chave: Disputa, sofrer por uma situação que já se conformou, conformismo,
sofrimento,
algo não dará certo

12- Pássaros- saiba ser livre, saiba que não se deve aprisionar ninguém, saiba
conviver em
grupo, e saber que as pessoas vem e vão por, desacordos por algum motivo, saiba
crescer com a
liberdade, mas acima de tudo, saiba que não se pode aprisionar, nada, e que você é
responsável
pelos seus atos.

Palavras chave: sentimento liberdade, se libertar, agitação, disputa


13 - Criança- inocência, saiba ver sua inocência e a dos outros ao seu redor. Saiba
distinguir quando
você está correto, ou quando esta sendo apenas birrento. Olhe dentro de sí, e
aprenda com a sua
criança interior, lembre-se de quem você era.

Palavras chave: inocência, dependência, pureza, felicidade, birra, infantilidade.

14- Raposa - Seja esperto, saiba ser inteligente e astuto como uma raposa. Cuidado
com pessoas
que abusam da esperteza para criar situações favoráveis a si.

Palavras chave: Truques inteligentes, astucia, inteligencia em demasia


15- O urso- Amigos falsos, e pessoas falsas. Normalmente ligada a falsidade. No
lado positivo,
saiba ter força de um urso, mas tome cuidado com sua agressividade.

Palavras chave: uma pessoa, inveja, força, resistência, alerta em confiar em


demasia,
agressividade

16- As estrelas - Espiritualidade, saiba ouvir aquelas "voz" que fala ao seu
coração, tenha
mais fé nas situações e em você mesmo. Acredite mais em você. Seus sonhos podem ser
realizar

Palavras chave: espiritualidade, confiar em si, fé, clareza


17 - A cegonha - geração, seja de uma situação, ideia e ou gravidez/intenção de
gravidez, ou
chegada de uma criança em qualquer sentido (padrinho/adoção etc). Situação que pede
por
mudança.

Palavras chave: gravidez, mudança, geração/gestação, situação/sentimentos,


inquietude

18- Cão - Fidelidade, saiba ser fiel a ti mesmo, e aos outros, levar a vida com
leveza e alegria,
crer e ter amizades solidas e sinceras. Mas Tome cuidado com o amor exacerbado, não
torne-se
cego de amor.
Palavras chave: amizade, fidelidade (em todos os aspectos)

19- A torre- Momento de introspecção, saiba recolher-se, enfrentar a situação que


você se colocou,
saiba a diferença de descer as escadas e cair de uma janela, seja sábio com seus
pensamentos,
não tome decisões afobadas, pense por você mesmo.

Palavras chave: solidão, introspecção, olhar interiormente

20- O jardim - Reunião de trabalho/amigos/familiares, procure um tempo para ir de


encontro
com a natureza e um pouco de descontração ao céu aberto, isso ajuda a tomar as
decisões
corretas. Converse sobre o que lhe atormenta, indica que uma boa conversa, ajuda em
qualquer
situação; está carta nunca será associada a solidão, a sim você e outro alguém ou
outros.

Palavras chave: publico, grupos, reuniões, saber conversar com outras pessoas

21- A Montanha - Saiba ver se os problemas que você tem enfrentado não é de sua
própria
origem, veja se você não se tornou a montanha que não deixa você sair do lugar que
coloca
obstáculos a sua própria frente para lhe desanimar, saiba reconhecer que você
também erra, e que
nem sempre os outros são responsáveis por aquilo que você traça. Por outro lado, a
montanha
pode representar um grande obstáculo, e até mesmo pessoas que lhe atrapalham o
caminho.

Palavras chave: bloqueio (mental), obstáculos, dificuldades, desanimo


22- Os caminhos - Aquilo que você procura só você saberá e poderá decidir, o
momento de tomar
uma decisão.

Palavras chave: tomar uma decisão, procurar novas possibilidades, decidir por si.

23 - Os ratos - Cuidado com os gastos- procure poupar um pouco mais, os ratos


guardam
migalhas para não lhe faltar no inverno rigoroso. Mas tome cuidado com a
mesquinharia, saiba
distinguir o fútil do necessário.

Palavras chave: economizar, tomar cuidado com acúmulos, momento de resguardo


24 - O coração - Não existe mais alegria que o amor, então ame.

Palavras chave: felicidade, amor.

25- O Anel- alianças podem ser formadas, o circulo representa o infinito, seja em
um
relacionamento ou em negócios Boa oportunidade surgindo.

Palavras chave: alianças, casamento/compromisso, boas oportunidades, obrigações


26 - O Livro - Sabedoria, saiba analisar a situação, pense bem antes de agir,
torne-se sábio mas
não se torne refém de uma longa história, algumas decisões necessitam de sabedoria
rápida.
Saiba ser discreto, e saber ficar com a boca calada e guardar os seus segredos.

Palavras chave: sabedoria, descrição, segredos

27 - A carta - Noticia chegando, normalmente ligado a coisas judicias


(emprego/processo/compra de imoveis etc). Pode se associar a compra de bens
viagens/carro.

Palavras chave: novidades, ler cuidadosamente, vá com calma e cuidado


28- O Homem (O Cavalheiro) - Ligado a imagem masculina, tudo depende da pergunta,
então
pode ser um homem,pai/amigo/namorado. A figura masculina em geral, a energia mais
racional,
mais dura, menos emotiva aos olhos da sociedade.

Palavras chave: Figura masculina, dureza, racionalidade, confie em si.

29- A mulher (A Dama) - Pode ser uma mulher (mãe/esposa/amiga etc). Ligado a
energia
feminina, cuidadora/sensível/acolhedora etc

Palavras chave: Figura feminina, Tudo voltado ao sentimento feminino (negativo e


positivo),
confie em si.
30- Lirio - Os lírios representam tristeza, desolação, passageira. Sentimento de
paz. Dentro do
simbolismo da flor, temos a cor branca que representa paz, o feminino, ligado a
sexualidade
(pode ser para ambos os sexos), é ligada a família, por ser um simbolo de
feminilidade, logo a
sexualidade é algo fortemente ligado a inicio de uma família

Palavras chave: desolação, harmonia, inocência, sensualidade e formação de família

31- O Sol - Alegria, saiba ver sua força, sua luz interior, aquilo que lhe abriga.
Ao mesmo tempo
que remete ao seu orgulho e vaidade, saiba ver como são suas atitudes, é uma ótima
carta a alto
estima, e planos darem certo. E em seu negativo, remete pessoa orgulhosa, e que
gosta de
passar por cima dos outros.

Palavras chave: Alto estima, alto astral,sucesso, criatividade, orgulho e ego


exagerado.
32- A Lua - A sensibilidade da mãe, a clareza, e a calmaria, foque no seu lado
emocional. Ao
mesmo tempo que pode ser ilusões (em todos os sentidos), e sua preguiça.

Palavras chave: Clareza, calmaria, ilusões, nervosismo, reconciliar-se

33- A Chave - A provedora de todos os caminhos aberto ou fechados, tudo depende


apenas de
uma chave, e que você é o dono dela.

Palavras chave: segurança, destino em suas mãos, sob seu controle, alto controle,
ser dono de
seu destino
34- peixes - águas tranquilas que te levam a todos os lugares, ou águas turbulentas
que

vão mexer com o espirito e sentimentos. Tranquilidade e fúria, espiritualidade e


falta de fé;

Carta ligada diretamente ao dinheiro em movimento

Palavras chave: Dinheiro, confusão, lamentações.

35- A Ancora - O que te prende em seus caminhos (de forma negativa), o que lhe
atravanca e
não te deixa ir para frente. O que lhe faz sentir seguro e confiante, firme que
nada poderá lhe
derrubar.

Palavras chave: cuidado em estagnar, estabilidade, segurança, confiança e força

36- A cruz - A grande vitória, não importa por quantos maus caminhos tens passado,
a sua
determinação vai vencer tudo. Ninguém carrega fardo tão pesado que não possa
carregar, sua
vitória é garantida, tenha fé.

Palavras chave: aprendizado, vitória, fé, determinação.

Imagens do deck:
Luciana Kluki

É Artista plástica e Terapeuta alternativa.

Estudou Petit Lenormand e Tarot tradicional na França e no Brasil, com variados


Tutores e
métodos. Aprendeu que o mais importante do oráculo, é respeitar o método de cada
um,
entendendo que, tudo que é guiado pelo Lenormand, ira funcionar, inevitável mente,
a energia
do oráculo nunca "da um ponto sem nó"

Faço consultas com Petit Lenormand, via skype, caso tenha interesse, você pode
entrar em contato
comigo, via Facebook : https://www.facebook.com/carrocacigana

Ou pelo e-mail : lucianakluki@gmail.com


Tradução Livretos de instruções comuns
entre 1846 a 1950

Mlle. Lenormand,

A FAMOSA

CARTOMANTE

Instruções para o jogo

Embaralhe as cartas, faça 5 pilhas, as 4 primeiras de 8, e a quinta de 4


cartas. Distribua a primeira pilha em uma fila, da esquerda para a
direita, da mesma forma para a 2 ª, 3 ª e 4 ª pilha, coloque as 4 cartas
restantes por baixo no meio, como no exemplo :
********
********
********
********
****
A pessoa pra quem as cartas são jogadas é representada por: n° 29 se
ela é uma senhora (mulher ou moça, n° 29 quando é um homem ou
uma criança).
Você deve olhar especialmente para estes números,
Porque o local onde estão determina sua fortuna ou infortúnios. O
significado de todas as outras cartas vai depender destas 2, e quanto
e mais próximas ou distantes n°28 ou n°29, mais importantes elas são
para o destino da pessoa que está se consultando.

Explicação das 36 cartas

1.Cavaleiro : A chegada de um período bom; bem próximo ele aponta


sua cidade/bairro ou um estrangeiro. Esta carta anuncia a fortuna, se
não estiver rodeada por cartas com significados ruins.
2.Trevo : trará sorte, rodeada de nuvens são um prenúncio de muitas
tristezas, mas perto da carta que representa a pessoa, a tristeza não
vai durar por muito tempo e haverá um bom final.
3.Navio: indica riqueza, adquirida pelo empreendedorismo ou
herança. Uma vez que seja colocada muito perto da pessoa pode
indicar viagem.
4.Casa Bom resultado em tudo que faz. Mesmo que a situação atual
da pessoa seja infeliz, ela pode ter esperança de um futuro melhor.
Quando esta carta está no centro da distribuição por baixo da
pessoa, ela tem que estar atenta sobre as pessoas que o cercam.
5. Árvore Longe da pessoa que indica boa saúde, várias árvores
juntas não há dúvida de que os seus desejos serão cumpridos e você
terá um belo futuro.
6.Nuvens; se o lado claro aponta para a pessoa é um bom sinal, o
outro lado indica que algo desagradável está chegando.
7.Cobra um sinal de infortúnio, a distância indica o impacto da
mesma, mas a hipocrisia, a traição e a perda a seguirão.
8.Caixão; próximo a pessoa indica doença perigosa irreversível, a
morte ou a perda de todo o seu dinheiro. Longe da pessoa, esta carta
é menos perigosa.
9.Bouquet prediz boa sorte em todos os aspectos.
10.Foice; prenúncio de grande perigo, só pode ser evitado se
cercada por boas cartas.
11 Chicote indica discordância na família, com que você tem que
lidar, tristeza em sua casa, a discórdia no casamento, doença de
longa duração.
12 Pássaros prevê problemas irreversíveis de lidar, mas apenas por
um curto período de tempo. Se a carta está muito longe da pessoa
significa viagem.
13 Criança você está em boa companhia e você está cheio de
bondade para todos.
14. Raposa Bem perto da pessoa, você tem que ficar de olho nas
pessoas que o cercam, porque há alguns que querem enganá-lo.
À distância, não haverá perigo.
15 Urso Indica boa sorte, mas avisa para evitar pessoas invejosas.
16 Estrelas garante bom resultado em tudo o que você fizer, mas
cercado pelas nuvens prevê uma sequência de acontecimentos
tristes.
17. Cegonha perto da pessoa esta ave significa que você vai se
mudar para outra casa / residência, muito longe isso será adiado.
18. Cachorro Muito perto, ela significa uma verdadeira e duradoura
amizade (para sempre), longe e cercada pelas nuvens, você não deve
confiar nos que o chamam "meu amigo" - traição.
19 Torre dá esperança para tornar-se muito velho, mas cercado por
nuvens vai prever doenças e até mesmo a morte, dependendo das
circunstâncias.
20 Jardim / Floresta Você será apresentado a um grupo grande e
numeroso de pessoas. Muito perto da pessoa garante uma amizade
duradoura, embora esteja ciente de falsos amigos.
21 Montanha perto da pessoa, você deve temer um inimigo
perigoso, longe você pode contar com amigos poderosos.
22 Caminhos com nuvens indica má sorte, quando esta carta está
longe da pessoa há uma chance de que você evitar o perigo.
23 Ratos é um sinal de roubo, se a carta está perto, você vai receber
de volta o que foi roubado, se longe a perda será irreversível.
24 Coração É um símbolo de alegria, felicidade e harmonia.
25 Anel, para o lado direito da pessoa indica um casamento rico e
feliz, distante e no lado esquerdo da pessoa, dois entes queridos vão
se divorciar.
26 Livro indica um segredo, a distância irá determinar a importância
do segredo.
27 Carta sem nuvens é um prenúncio para a felicidade que vem de
longe. Se as nuvens escuras cercam a pessoa, os seus dias serão
distorcidos pela dor.
28 Homem A carta mais importante do baralho, indicando a boa ou
má sorte daquele para quem se está jogando.
29 Mulher é igualmente importante, o seu lugar na distribuição será
decisivo, além da sagacidade do cartomante ao espalhar as cartas.
30 Lírios aponta uma vida feliz; rodeada por nuvens haverá luto em
sua casa. Quando esta carta está em cima da pessoa, ela indica a
virtude, sob a pessoa que você deve duvidar de sua virtude.
31 Sol perto da pessoa vai iluminá-lo e a sorte vai crescer; longe, ela
vai esfriar tudo... o desânimo em tudo que faz.
32 Lua próximo da pessoa, é um sinal de grandes honras, longe pode
ter um aspecto de tristeza.
33 Chave perto da pessoa, um bom resultado em um determinado
caso, longe o sentido será invertido.
34 Peixes prevê grande riqueza e bom comércio no mar, longe da
pessoa indica que mesmo o melhor plano irá falhar. (como um
naufrágio)
35 Âncora um sinal favorável para o comércio no mar, grandes
vantagens e fidelidade no amor; longe vai levar a visões equivocadas
da mente, ou o amor com espírito livre.
36 Cruz é sempre um mau prenúncio e sinal desfavorável. Quando
muito perto da pessoa, a má sorte não vai durar por muito tempo.
Exemplo
Quando a pessoa que vai ler a sorte é uma senhora, e a distribuição é
como mostrado abaixo:
9 32 3 16 31 5 30 22
12 4 24 28 29 13 1 2
19 21 20 15 33 18 23 34
14 10 25 27 17 35 26 11
8 6 7 36

Nós podemos fazer essa previsão :


O sol n ° 31 , que está brilhando em cima de sua cabeça, vai garantir-
lhe uma felicidade estável porque a estrela n ° 16 está do seu lado
direito e ilumina você . Esta estrela é responsável pelo fato de você
ter conseguido tudo o que você conseguiu, e pelo o fato de que você
tem um casamento feliz. Seu marido , n ° 28 no seu lado direito tem
muita virtude e a criança n ° 13 no seu lado esquerdo confirma o
amor mútuo , unindo vocês . O lírio e o buquê , que estão em cima de
você , n ° 30 e n ° 9 , são a prova de boas ações . Além disso, o
cavaleiro n ° 1 , é o escolhido para fazer o seu louvor ainda maior , ele
traz uma mensagem de seus verdadeiros amigos queridos.
N ° 2,3,24,4,5,32,27,18,26,21,20,15 e 34 que o cercam , marcam as
suas boas obras e são evidência de mais sorte no futuro. Até agora
você foi protegida, apesar de caluniadores que queriam prejudicá-la
trazendo desvantagens. Esta é a prova de que a virtude sempre
vencerá . Por um tempo maus espíritos tentaram perturbá-lo , cartas
de n ° 14,12,35 e 23 me dizem isso . Eles tentaram de tudo para
tornar tudo miserável para você, mas suas blasfêmias foram abafadas
pela opinião pública. N ° 19 prevê uma velhice feliz , como
recompensa pela coragem em todo o seu sofrimento. Você
sobreviveu n ° 11, a discórdia em sua casa. N ° 17 indica que você vai
mudar em breve para outra residência. N ° 10 prevê algum tipo de
má sorte, que você vai evitar , devido à ajuda de
N ° 25 e a chave , n ° 33 , que está a seus pés. Geralmente você vai
sentir que tudo o que pode ser desagradável para você, vai ficar bem
longe. O caixão , as nuvens , a serpente e a cruz (n ° 8,6 e 36) todos os
sinais ruins estão longe de você. A providência confirmou a sua sorte
e você será recompensada por sua virtude. Apesar do mundo mau e
corrupto , você tem que confiar sempre na providência que irá
protegê-la . Ela não vai te abandonar . Sua fé é a coisa mais feliz que
você pode desejar, e eu estou feliz por informá-la e desvendar essas
cartas.
http://www.lenormand-museum.de/wahrsage-kartenspiel-der-
beruehmten-wahrsagerinn-mlle-lenormand-in-paris.html

http://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection_object_details/
collection_ima
ge_gallery.aspx?partid=1&assetid=1494981&objectid=3159788

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