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posto que elem ento essencial da econom ia da obra de arte no seu caráter de
produto da imaginação: trata-se do /«sólito, que carrega con sigo e desperta
no leitor, o sentim ento do /«verossím il, /«côm odo, /«fam e, /«congruente,
/'«p ossível, /«finito, /«corrigível, /«crível, /«audito, /«usitado, /«form al.
(COVIZZI, 1978, p. 26, grifos da autora)
expressão artística. Ocorre uma fecundação recíproca entre o mundo em crise e sua
linguagem, estourando em ambos o nexo causal” (COVIZZI, 1978, p. 26). Se há um mundo
em crise há também uma linguagem na mesma situação. Temos uma crise de valores “porque
a realidade convencionada, seus conceitos e representações não são mais aceitos sem dúvida”
(COVIZZI, 1978, p. 27). Assim, a realidade é transfigurada através da arte em uma irrealidade
que a contém, e as produções artísticas contemporâneas enfatizam a irrealidade escamoteando
o real para que possamos vê-lo melhor.
Para Covizzi (1978, p. 27), há “um alto grau de estranheza expresso em notável parte
da ficção, principalmente a partir do século XX”. A singularidade, que é própria da
informação estética, é cada vez mais enfatizada nesse século: a informação estética
“transcende a semântica (referencial) no que diz respeito à surpresa, à improbabilidade, à
imprevisibilidade da ordenação dos signos” (MAX BENSE apud COVIZZI, 1978, p. 27). Ela
não coloca os signos à serviço de uma ordem pré-estabelecida, mas ordena-os como lhe
convém de forma a surpreender quem lê a narrativa. Para os formalistas russos, por exemplo,