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ATUALIDADES PARA O TJ-DFT


PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES

Aula 01 - Política

Olá, pessoal, estão animados nossa aula de hoje? Espero que sim
pois hojee veremos um dos temas mais interessantes de todo o nosso curso e
que vem despencando nas provas de atualidades!
Como vocês mesmo devem imaginar falar de política implica falar de
muitas coisas do nosso cotidiano, mas, para fins de prova alguns temas são
muito mais recorrentes do que outros e é justamente desses temas que vamos
tratar aqui hj, ok?
Pois bem, iniciaremos nossa aula falando sobre um dos aspectos
políticos mundiais que mais tem estado na mídia nos últimos meses: os vários
conflitos que se estendem pelo mundo afora. Esse é um dos assuntos mais
fortes do ano de 2012 e por isso não podemos de forma alguma, deixar de
estudá-lo, por mais chato que alguns alunos o julguem. Eu entendo que temos
uma grande dificuldade de compreender esse assunto, afinal a realidade é
muito distinta da nossa, não é mesmo? No entanto, ignorar esse aspecto
político mundial seria correr o risco de perder valioooosos pontinhos na
prova... e esse risco nós não podemos correr!!
Na segunda parte da nossa aula, abordaremos alguns importantes e
atuais aspectos políticos nacionais, ok?
Então simbora trabalhar esses assuntos. ;-)

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Primavera Árabe

Bem, amigos, infelizmente esse é um dos assuntos mais famosos do


momento, pois, apesar de ter tido inicio em 2011 ainda hoje, o caos que se
instalou parece não ter fim e basta um filme, mal produzido, para ser o
estopim de novas revoltas nos países árabes.
Mas afinal o que é essa tão falada “Primavera Árabe”?
Bem, ela pode ser entendida como sendo um conjunto de
manifestações realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritários e
centralizadores que ocorrem em diversos países do Oriente Médio. O fenômeno
continua ativo no norte de África e no Oriente Médio e, mesmo que muitos
insistam em afirmar que a Primavera já passou, não é isso que vemos nos
noticiários, não é mesmo?
Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as
conquistas da Primavera Árabe, que colocou a democratização entre os
principais assuntos de uma região que parecia condenada a seguir como um
santuário de regimes autocráticos intocáveis. Muitas ditaduras já caíram e
outras tantas sofrem com a pressão popular exigindo seu fim.
O fato é que o fenômeno está mais vivo do que nunca,
principalmente em alguns países como a Síria. Mas acredito que grande
questão aqui é, o que afinal eu devo saber sobre todos esses inumertos
movimentos árabes que não param de acontecer?
Bem, pessoal, pra não nos determos aqui na historicidade de cada
conflito com a complexidade que cada um deles tem, acredito que a melhor
forma de otimizar nosso aprendizado sobre o que realmente é importante
para o concurso eu proponho que comecemos então a fazer questões, que tal?
A partir delas vou entrando e me aprofundando na teoria necessária para eu
compreenda um pouco melhor aquela situação, ok?

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Assim, pessoal, o que vemos é que todas as revoltas que têm


eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mídia nos últimos meses são os
elementos dessa primavera, que não tem nada de florida, não é mesmo?

2(CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo não vai acabar em


2012. “Que pena!”, dirão os cínicos. Mas, para aqueles que são, em
variados graus, mais otimistas, 2012 será um ano de atos de
equilibrismo. A Primavera Árabe vai tornar-se outro verão.
SUU KYI, A. Um senso de equilíbrio. The economist/ Revista Carta Capital, São Paulo:
Confiança. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev. 2012, p.86.

A expressão Primavera Árabe, empregada no texto, refere-se aos


levantes políticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

(A) norte da África


(B) sudeste da África
(C) sudeste da Ásia
(D) nordeste da Ásia
(E) centro-sul da Europa
Comentários
A assertiva correta é a letra A. Em 2010, um jovem tunisiano ateou fogo ao
próprio corpo em protesto contra as condições de vida em seu país. O protesto
se espalhou por toda a Tunísia, levando o presidente Zine el-Addine Ben Ali,
que estava no poder desde 1987, a fugir para Arábia Saudita apenas dez dias
depois. Este ato foi o início de uma série de protestos que seria mais tarde
chamado de Primavera Árabe. Apenas como lembrete: a Tunísia fica no norte
da África e sua capital é Túnis.

4(ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de


2011, podem ser classificados como históricos, seja pelo impacto que
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causaram, seja pelas repercussões que ainda podem se desdobrar por


muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera Árabe, cujo
ponto de partida foi o solitário gesto de um homem comum ao se
imolar, representou o caminho sem volta dos países árabes em direção
à democracia laica ocidentalizada.

O inicio da questão está perfeito, no entanto, ela se torna errada no momento


em que afirma que o gesto solitário do homem comum representou um
caminho sem volta em direção a democracia laica ocidentalizada. Ainda que
estejam se dirigindo a uma democracia, ainda não podemos entendê-la como
uma democracia nos moldes do ocidente, tampouco laica, como nós
conhecemos, não é mesmo? Cuidado com o etnocentrismo, pois ele pode nos
conduzir ao erro numa questão dessas, ok? Portanto, é preciso ter claro que o
elemento democracia não existe apenas nos moldes laicos e ocidentais, como
conhecemos, não!! Portanto, a resposta está errada!

5 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera Árabe caracterizou-se


por uma série de manifestações e revoltas populares contra os
regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e do Oriente
Médio. Acerca desse processo político e de suas consequências, julgue
os itens seguintes:

a)Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra civil não


declarada que já causou a morte de milhares de pessoas.

A assertiva está errada. Na Tunísia, já ocorreram eleições e não há mais


guerra civil, apesar de ter sido o país que marcou o início da Primavera Árabe,
em dezembro de 2010. Em agosto de 2012, recomeçaram os protestos no
país, contra os islamitas do partido An-Nahda. Desta vez não existe um
pretexto evidente, mas as razões profundas para o descontentamento são as
mesmas: os problemas sociais e a miséria da maioria da população. Até agora,
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a Tunísia era considerada a vitrine da Primavera Árabe. Ao contrário da Líbia,


do Egito, do Iêmen e da Síria, a sua revolução decorreu quase sem
derramamento de sangue, mas não é se deve excluir que os atos de protesto
social e a grande cisão entre os órgãos de poder, coloquem a Tunísia à beira
de uma nova revolução, que já não será nada pacífica.

b)Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio de uma


nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.

A assertiva está errada. Israel possui uma democracia representativa com um


sistema parlamentar, já contando, portanto, com representação proporcional e
sufrágio universal. Além disso, Israel tem uma das mais altas expectativas de
vida do mundo e é considerado um país desenvolvido, sendo membro da OCDE
e da ONU.
c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a
destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a divisão do
território do país entre os diversos grupos rebeldes.

A assertiva está errada. Nem mesmo a morte do ditador conseguiu acalmar a


revolta popular líbia, e o país continua vivendo uma intensa instabilidade
política. Em setembro de 2012, o embaixador e outros três americanos foram
mortos no local, vitimas do crescimento de grupos islamitas radicais.

d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na convocação de


eleições livres e democráticas no 1.º semestre de 2012.

A assertiva está errada. As eleições legislativas ocorridas em maio na Síria,


foram uma tentativa do regime conseguir alguma credibilidade, apesar
violência que permeou todo o processo. Estas foram as primeiras eleições
"multipartidárias" em meio século na Síria, onde o regime do presidente
Bashar al-Assad enfrenta desde março de 2011 um movimento de contestação
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reprimido com violência. Entretanto não podemos classificar essas eleições


como tendo sido livres tampouco democráticas, não é mesmo? A oposição
considerou "absurda" uma eleição que teve inúmeras críticas por ser uma
tentativa do regime para ganhar legitimidade.

e)No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo candidato da


Irmandade Muçulmana, uma organização política de inspiração
religiosa.

A assertiva esta correta! Apesar de ter sido a primeira eleição livre de toda
história do país ela foi vencida pelo candidato de uma organização política de
inspiração religiosa. É bom lembrar, pessoal, que até 2005, as eleições no
Egito eram indiretas, com o presidente escolhido pelo Parlamento e ratificado
por consulta popular, tida como claramente fraudulenta pela oposição e por
observadores internacionais.

A) Crise na Tunísia
Bom, para entendermos essa crise aqui nossa historinha terá que
retornar a 17 de dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano ateou fogo no
próprio corpo ao ser repreendido por policiais que o impediam de vender
vegetais, sem permissão, em uma banca de rua.
Essa revolta é uma das mais importantes de ser compreendida, pois
ela foi o verdadeiro estopim de todas as outras, que só ocorreram após o gesto
desse jovem, o que desencadeou uma onda de protestos em todo o país,
clamando por maior liberdade política e reclamando do desemprego.
A Tunísia é um país do Norte da África de maioria muçulmana (99%
da população), que se destacava como um importante destino turístico e
exemplo de prosperidade no mundo árabe. No campo político, todavia, o país
era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha ao país
um regime de caráter autoritário.

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Dessa forma, se no campo econômico a Tunísia vinha conseguindo


desenvolver-se progressivamente, no campo político-social surgiram condições
para a revolta da população: liberdades políticas restritas, desemprego e
corrupção da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o país,
exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.
Como forma de tentar manter-se no poder, Ben Ali anunciou diversas
reformas, dentre as quais citamos:
I – criação de um comitê especial com a atribuição de investigar a corrupção;
II – promessa de criação de 300.000 empregos;
III – combate à inflação (alta dos preços);
IV – permissão à liberdade de imprensa e ao amplo acesso à Internet;
V – aprofundamento da democracia.
Mesmo com o anúncio dessas reformas os protestos continuaram e
Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente.
Por fim, vale destacar que outros países árabes da região do Norte da
África, como Líbia e Egito, também possuíam regimes ditatoriais, o que gerou
a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses países movimentos parecidos
com o da Tunísia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como
veremos a seguir. Mas antes veremos questões que abordaram esse assunto!

6) (IBFC/Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /2011


/adaptada) “O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou
em 14 de janeiro de 2011 após um mês de violentos protestos contra o
governo. Ele estava há 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um
líder árabe foi deposto por força de movimentos populares.”
Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex líder tunisiano,


julgues os itens subsequentes:

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a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter


ateado fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender
frutas e legumes em uma barraca de rua.

A assertiva está correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a cabo a


autoimolação ateando fogo em seu próprio corpo. A ação foi feita em frente a
um prédio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de
mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que
poderia ter sido uma manifestação pontual tornou-se uma onda de protestos
que duraram mais de mês, levando o ex - líder da Tunísia a renunciar ao
governo e deixar o país.

b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga


Árabe, principal instituição política supranacional do mundo islâmico.

A assertiva está incorreta. A Tunísia é membro da Liga Árabe desde 1958,


portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a não adesão
do país à Liga incorre em erro.

c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela


fraude ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.

A assertiva está errada. As eleições presidenciais que reelegeram pelo quinto


mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e não em 2010. No
final do mês de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleições livres para
a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. Já no que se refere a
dezembro de 2010, este foi o mês que teve início os protestos contra o
desemprego, a inflação e a corrupção naquele país.

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d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político


ditatorial, o que gerou insatisfação popular e, consequentemente, os
protestos que derrubaram o presidente.

A assertiva está errada. A Tunísia não era o único país islâmico que vivia uma
ditadura e nem o único que derrubou o governo. Outro exemplo e que está na
pauta do dia dos noticiários do mundo é a Líbia, portanto, esta afirmativa está
incorreta.

7) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-


SP/2011/adaptada) Em relação aos desdobramentos e consequências
dos protestos tunisianos a outros países da África do Norte e do
Oriente Médio, julgue os itens subsequentes:

a)A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,


resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim
como seu colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.

A assertiva está incorreta. Embora o Marrocos e o Saara também tenham


apresentado grandes manifestações populares, o governo não caiu. O rei
marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detém há 12 anos. Ele
também é o foco das manifestações no Saara, pois seu governo comanda a
região, não aceitando a sua independência e autodeterminação. Nesse sentido,
quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regiões
tiveram o mesmo resultado da Tunísia, ela torna-se incorreta. É interessante
relembrar que no Marrocos, as eleições de novembro elegeram maioria de
islâmicos moderados, bastante abertos a negociações com a monarquia.

b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na


Tunísia foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de

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uma onda de protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi,


resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.

A assertiva está correta. Como já foi dito nos comentários da questão anterior,
o caso da Líbia também resultou no fim da ditadura de Muammar Kadhafi. Em
fevereiro de 2011 estouraram algumas manifestações na Líbia contra o
governo de Muammar Kadhafi, essas manifestações se estenderam até agosto,
havendo contínuos combates. Neste mesmo mês, os rebeldes conseguiram
cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a deixar o poder. Um de
seus filhos, Seif AL Islam, foi capturado e enviado para o Tribunal Penal
Internacional, no qual responderá por crimes contra a Humanidade. Ao final de
agosto de 2011, os rebeldes conseguiram dominar Trípole, promovendo a fuga
do ex-ditador. Convém lembrar que o ex-ditador líbio foi morto no dia 20 de
outubro de 2011, e não foi apenas a população da Líbia que comemorou sua
morte. Em vários países também aconteceram manifestações comemorativas
com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda falaremos mais sobre esse tema!)
Por outro lado, também no Egito foram promovidos protestos contra o
presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011
manifestações populares exigindo a renúncia do presidente egípcio, depois de
18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou
entregando todo poder ao Exército. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi
aliado do governo norte-americano e coordenou a política com mãos de ferro,
combatendo grande oposição em seu país. Mas, a pressão popular fez com ele
deixasse o governo.
Em junho de 2012 foi eleito Mohamed Mursi, apoiado pela Irmandade
Mulçumana, com 51,73% dos votos. Mas nem tudo são flores. Nas últimas
semanas, tanto a oposição quanto o governo levaram multidões às ruas,
principalmente no Cairo. Houve episódios de enfrentamento e violência,
inclusive diante do palácio presidencial, na periferia do Cairo, que deixaram
mortos. Os problemas começaram quando Mursi assinou decretos que lhe
atribuíram "superpoderes", pois eximiram as decisões dele de exame judicial, e
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se agravaram quando ele acelerou a finalização da nova Constituição numa


assembleia dominada por seus aliados islâmicos.
Assim sendo, pessoal, tanto o caso da Líbia quanto o caso do Egito
são análogos ao da Tunísia e, portanto, esta assertiva está correta.

c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela


Liga Árabe a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.

A assertiva está incorreta. Como podemos verificar nos comentários das


opções anteriores, as manifestações não foram abafadas em outros países.

d)As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a


Palestina, onde os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se
uniram contra o domínio israelense.

Esta assertiva era considerada errada, pois quando foi realizado o referido
concurso, a aproximação entre essas duas facções ainda não havia ocorrido,
todavia, atualmente ela já seria entendida como correta.
Portanto, vamos dar uma atenção a mais pra isso aqui, ok?).
No início do mês de fevereiro de 2012, o Hamas e o Fatah, assinaram
um compromisso formal para constituir um governo interino unificado na
Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com o objetivo de organizar eleições
parlamentares e presidenciais nas regiões ainda este ano. Essa
aproximação complicou, ainda mais, as negociações
de paz entre palestinos e israelenses, pois a união dos dois grupos dá indícios
de uma luta contra Israel, o que põe fim às negociações de paz.
De todo modo, é bom lembrar que o Hamas é o mais importante
movimento fundamentalista islâmico na Palestina o qual controla a região da
Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistência contra Israel. Por
outro lado, o Fatah é uma organização política e militar que luta pela libertação
dos povos da Palestina, sendo a maior facção da OLP (Organização para
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Libertação da Palestina). No entanto, o Fatah é menos radical que o Hamas e


atualmente prega a reconciliação e negociações com Israel.
A diferença de posicionamento dos dois grupos ainda não havia
permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro de
2011, o líder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, líder
do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliação entre ambos os
grupos e outras facções palestinas, formando assim um governo unificado cuja
composição ficou conhecida em fevereiro deste ano.
Dessa forma, depois de vários dias de negociações no Cairo, Egito, o
esforço promovido no sentido de sanar as divergências que levaram à divisão,
em 2007, entre Gaza e a Cisjordânia e ao colapso do conselho legislativo
palestino, parece ter surtido efeito. Após um contato bilateral entre
representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes facções
reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem à formação de um
governo de unidade nacional e organização das eleições gerais previstas para
maio deste ano.
Este anúncio de união entre os dois grupos foi um indicativo do
regresso do Hamas à Organização de Libertação da Palestina (OLP),
reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino.
Em novembro de 2012, as facções rivais palestinas Fatah e Hamas
afirmaram que decidiram terminar com anos de disputas em uma
demonstração de solidariedade pela crise de Gaza.
"A partir daqui, anunciamos com outros líderes (de facções) que
estamos acabando com a divisão", afirmou Jibil Rajoub, do Fatah, grupo do
presidente palestino Mahmoud Abbas, a uma multidão de cerca de mil pessoas
que se reuniram para um protesto em Ramallah, a capital política da
Cisjordânia.
No início de dezembro deste ano, foi noticiado que os governos
palestinos do Hamas, em Gaza, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), cuja
maioria é formada pelo Fatah, na Cisjordânia, permitirão pela primeira vez

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desde 2007 os festejos do outro grupo em seus respectivos territórios, em um


novo gesto em direção à reconciliação definitiva entre ambas as formações.

B) Crise no Egito
O Egito é um país árabe situado no Norte da África, bem próximo ao
Oriente Médio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme
podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos países mais
populosos da África, cuja maior parte da população (cerca de 90%) professa a
religião islâmica sunita.

A República do Egito foi estabelecida em 1953, sendo que ,em 1956,


foi declarada a total independência do país em relação ao Reino Unido (que
colonizou a região). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a
Península do Sinai (território egípcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o
Egito e a Síria tentaram recuperar territórios perdidos para Israel na Guerra
dos Seis Dias, respectivamente, a Península do Sinai (território egípcio) e as
Colinas de Gola (território sírio). Apesar de não terem obtido sucesso militar na
empreitada, considera-se que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitória política

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para o Egito, que lhe permitiu recuperar em 1979 o território da Península do


Sinai como contrapartida à paz com Israel.
Em 1981, assumiu a presidência do Egito Mohamed Hosni
Mubarak, que permaneceu no poder até o início de 201. Aliás, esse foi o
grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder
durante 30 anos, sendo seu governo um regime de caráter fortemente
autoritário.
Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que há diminuição cada vez
maior do espaço para regimes antidemocráticos. Sendo assim, no início de
2011, centenas de milhares de pessoas foram às ruas para manifestar seu
desagrado ao governo de Mubarak, exigindo sua retirada do poder. Os egípcios
clamavam pela implantação de uma democracia verdadeira, na qual não haja
eleições fraudulentas. O presidente Mubarak tentou, sem sucesso, fazer
algumas concessões, como a nomeação de um vice-presidente (primeiro em
30 anos). Além disso, foram tomadas medidas de caráter repressivo, como
toque de recolher, bloqueio de telefone e Internet (todas sem sucesso para
conter o ímpeto dos egípcios). Depois de 18 dias de intensos protestos contra
seu governo,no dia 11 de fevereiro de 2011, Hosni Mubarak renunciou
entregando todo poder ao Exército. No início de dezembro de 2011, a Junta
Militar, que governou o país depois da queda do ditador, anunciou a formação
de um Conselho Consultivo para ajudá-la no processo de transição. Já em
fevereiro de 2012, a mesma Junta anunciou que as eleições presidenciais
acontecerão até o final de maio.
Em razão de sua posição geográfica privilegiada, o Egito é um país
fundamental à geopolítica do Oriente Médio. E é justamente por isso que a
situação do país causa preocupação na comunidade internacional. O regime de
Mubarak, embora de caráter autoritário, estava alinhado com os objetivos dos
EUA no Oriente Médio, reconhecendo o Estado de Israel. Além disso, o Canal
de Suez, importante passagem entre a Europa e Ásia, é de posse egípcia.
O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de
Mubarak, assumisse o poder no Egito, a Irmandade Muçulmana e que, como
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consequência disso, ocorressem mudanças no posicionamento político do país.


A Irmandade Muçulmana tem como objetivos principais a luta contra a
intervenção ocidental e a implantação, no Egito, da Sharia (lei islâmica). Por
outro lado, os EUA também não podiam se posicionar a favor de um regime
ditatorial, já que se autointitulam defensores da democracia.
A posição oficial do governo norte-americano foi emitida pelo porta-
voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA: "O presidente disse que
agora é o momento de incitar uma transição pacífica, ordenada e substancial,
com negociações confiáveis e inclusivas." Esse posicionamento é mantido até o
presente momento, mas a comunidade internacional (incluindo aí os EUA)
permanece atenta ao andamento e desenvolvimento da política no Egito.
As primeiras eleições parlamentares do Egito foram marcadas por
manifestações contra o governo militar e perduraram durante o período
eleitoral. Os partidos islâmicos mostraram sua força e obtiveram a maioria dos
votos.
Assim, finalmente, neste ano, aconteceu a eleição presidencial do
Egito. Vamos entender esse processo. A eleição aconteceu em duas etapas:
com primeiro e segundo turno ocorridos em maio e junho, respectivamente.
De acordo com o sistema eleitoral, se nenhum dos candidatos obtivesse a
maioria absoluta dos votos (50%+1), um segundo turno seria realizado em 16
e 17 de junho. Foi exatamente o que aconteceu, com a não confirmação de
resultado conclusivo no primeiro turno, foi eleito no segundo turno, com 51,73
dos votos
Mohammed Mursi, apoiado pela Irmandade Muçulmana. Mursi
prometeu trazer "estabilidade, segurança, justiça e prosperidade" ao Egito,
depois de um ano de tantos tumultos. Apesar disso, essa promessa ainda não
foi cumprida, uma vez que a crise no Egito perdura até os dias de hoje.

8) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011/adaptada) A


explosão de revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de

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Hosni Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser
este um dos poucos países árabes que não se democratizaram
plenamente ao longo do século XX.

A assertiva está errada. O que invalida a questão é dizer que o Egito é um dos
poucos países árabes que não se democratizaram. Quando, na verdade, o
Egito é mais um entre os vários países árabes que viviam em ditaduras, as
quais, inclusive, têm atualmente passado por processos desestabilizadores.

9) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011/adaptada) Ativistas


egípcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para
organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes
entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da
polícia egípcia no centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e
um policial – morreram.
(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)

Os protestos no Egito tinham como principal causa o regime repressivo


do presidente, no poder há três décadas.

A assertiva está correta. Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2011


várias foram as notícias sobre os protestos feitos no Egito contra o governo de
Hosni Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981.
Os motivos alegados para a organização das manifestações são variados, como
vimos anteriormente, entre eles podemos citar: as queixas de altos índices de
desemprego, o autoritarismo do governo, os elevados níveis de corrupção, a
violência policial, as leis de exceção, o baixo salário mínimo, a falta de
moradia, a falta de liberdade de expressão e as más condições de vida. O
principal objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de
Mubarak.
Segundo a informação de ativistas, os protestos vinham sendo planejados e
organizados há mais de 1 ano, usando como meio de comunicação a internet.
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Também foi pela internet, principalmente usando as redes sociais, que as


manifestações eram divulgadas pelo mundo.

C) Crise na Líbia
A Líbia é um país localizado no norte do continente africano fazendo
fronteira com a Tunísia e o Egito, dentre outros países. Conforme vem sendo
exaustivamente noticiado pela mídia, o norte da África está sendo palco de
uma onda de manifestações contra governos ditatoriais, como os dois que
vimos acima, Tunísia e Egito.
No dia 15 de fevereiro de 2011, a população líbia desencadeou suas
manifestações diante da prisão do advogado humanitário Fethi Tarbel, que
representava a família de mais de 1200 detentos mortos em um massacre
promovido pelo governo líbio em 1996, representado por Muammar Kadhafi.
“Pai da África, irmão líder, guia da revolução”. Esses foram apenas
alguns dos títulos que Muammar Kadhafi atribuiu a si mesmo para se solidificar
no governo líbio desde 1969 quando depôs, num golpe militar, a monarquia
que governava o país.
Todas as manifestações vistas no Oriente Médio e na África, incluindo
as ocorridas no Iraque, Irã, Sudão e Angola, foram surpreendentemente
superadas pela rapidez e violência dos eventos ocorridos na Líbia. Tal fato
causa certa surpresa, uma vez que, apesar do governo ditatorial, esse país
possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, superior,
inclusive, ao brasileiro. A distribuição de renda é satisfatória, o índice de
alfabetização é o terceiro melhor do continente e o de pobreza está entre os
mais baixos de todos os países periféricos. Então volta a surpresa: porque se
erguer contra um governo que lhes proporciona uma qualidade de vida
relativamente boa?
A população na Líbia é formada por mais de 140 tribos diferentes,
algumas das quais sempre desfrutaram de muitos privilégios no governo de
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Kadhafi – que sempre fez questão de mantê-las o menos coesas possível. Do


mesmo modo, para evitar qualquer tipo de motim contra seu governo, o
ditador manteve um exercito frágil e com pouca articulação nacional, fazendo
dos soldados líbios mais leais aos seus líderes tribais do que aos seus generais.
Essa tática de desmembramento social parece ter funcionado durante
muito tempo. Porém, nesse momento, apesar da diversidade tribal e da
fragilidade das instituições líbias, a população parece ter chegado ao seu limite
diante das arbitrariedades do governo Kadhafi, sempre marcado por violência e
imposição.
Dentre as inúmeras ações vinculadas à figura desse líder, estão
algumas das mais covardes das últimas décadas, como o ataque a uma
discoteca em Berlim que era frequentada por soldados americanos, o
assassinato de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique (1972) e o
atentado ao avião da Pan Lam na Escócia, em 1988. A participação nesses
eventos conferiram a Muammar Kadhafi um lugar de destaque na lista dos
“patrocinadores do terrorismo”, onde permaneceu até 2006 – quando suas
relações com o Ocidente finalmente foram normalizadas.
Essa normalização só ocorreu depois de a Líbia aceitar algumas
imposições da comunidade internacional, como assumir as responsabilidades
sobre os atentados aéreos ocorridos em 1988, entregando os responsáveis à
justiça britânica. Além disso, o país teve que abandonar o programa nuclear
que desenvolvia, indenizando às famílias de vitimas e reabrindo o país às
transnacionais.
Assim, amigos, a onda de protestos e violência que assomaram a
Líbia ocorreu exatamente no que podíamos classificar como o melhor momento
vivido pelo país no cenário internacional. Essa crise envia ao mundo a
mensagem de que, independente das boas relações econômicas, a maior busca
da humanidade ainda é pela liberdade! Cabe destacar também que as
condições sociais da população líbia, marcadas pela falta de liberdade, também
motivaram a revolta popular.

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As revoltas e protestos na Líbia se transformaram em uma verdadeira


guerra civil, com os rebeldes sofrendo repressões das Forças Armadas. A
sociedade internacional passou a exigir um cessar-fogo imediato no país. Tais
exigências não foram respeitadas e o governo líbio continuou com as violentas
repressões aos rebeldes.
No dia 17/03/2011, o Conselho de Segurança da ONU aprovou
uma resolução que determinou uma zona de exclusão aérea na Líbia.
Assim, o objetivo da ONU era utilizar da força aérea para proteger os civis e
conter o exército de Muammar Kadhafi. Por meio dessa Resolução, a ONU se
comprometeu a adotar todas as medidas necessárias para proteger a
população civil. Entre os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, 10
votaram a favor da Resolução e 5 se abstiveram (dentre eles o Brasil).
Embora diante da pressão estrangeira para que saísse do governo,
Kadhafi continuou os ataques às cidades dominadas pelos rebeldes até que foi
morte em outubro de 2011 – gerando comemorações tanto entre o povo líbio
quanto nos EUA – onde as manifestações oficiais diziam que uma nova era
nascia para o povo líbio depois da morte do ditador. O mesmo pôde ser
verificado na Inglaterra e outros países europeus, notadamente, na França a
grande maioria dos meios de comunicação foi enfático ao dizer que seu país
teve participação ativa na luta contra Kadhafi e que sua morte representava
um novo começo para a Líbia.
Muito do desenrolar dessas histórias lhes devem parecer um pouco
similar, não é mesmo? Intervenção internacional em país Árabe sempre acaba
nos remetendo ao Iraque, mas é importante percebermos a diferença dessas
situações, ok?
Vejamos o tratamento deste assunto em provas!

10) (IBFC/Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011/adaptada)


Muammar Gaddafi é considerado um dos piores ditadores do mundo.
Ele não hesitou em usar as Forças Armadas em repressão aos

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protestos iniciados em fevereiro de 2011. Em relação ao ditador


descrito anteriormente, julgue os itens subsequentes:

a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após


golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.

A assertiva está incorreta. O ex-presidente da Tunísia, que deixou o país no


início deste ano, era Zine Al-Abdine Ben Ali, ele governou o país por 23 anos.
Entrou no poder em 1987 depois de derrubar, “sem derramamento de
sangue”, a presidência vitalícia de Habib Burguiba e estabeleceu as bases da
liberalização econômica tunisiana. Aplicou uma política social de solidariedade,
criando fundo especial para os mais pobres. Tendo o apoio, principalmente, da
classe média – que se desenvolvia em seu governo – conseguiu controlar as
ações das oposições, principalmente de esquerda e islamitas, controlando, com
mãos de ferro, os sindicatos e a imprensa. Grandes potências ocidentais
limitavam as críticas ao seu governo pelo fato de ele ser considerado uma
barreira capaz de frear a força dos islamitas. Foi reeleito pela 5ª vez em 2009,
despertando grandes manifestações das oposições contra seu governo,
manifestações que foram acirradas com a autoimolação do jovem Mohammed
Bouazizi, 26 anos. Os protestos eram contra o desemprego, a corrupção e a
inflação e levaram o ditador a sair da Tunísia em janeiro deste ano.

b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o


poder na Líbia.
A assertiva está correta. Em fevereiro de 2011 estouraram algumas
manifestações na Líbia contra o governo de Muammar Kadhafi. Os primeiros
pontos de confronto foram em Trípole, capital do país, e Benghazi, sua
segunda maior cidade. Ainda em fevereiro os rebeldes conseguiram dominar
Benghazi e instauraram o Conselho Nacional de Transição.
Como vimos acima, o desenrolar dos acontecimentos desembocaram na morte
do ex-ditador. Hoje, o país tem como governo de transição o chanceler Ashour
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Ben Khayil que afirmou que espera que as relações internacionais da Líbia
possam se regularizar e que a economia volte a ter o investimento
internacional, principalmente para ajudar na reconstrução nacional.

c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi


do poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até
as novas eleições, marcadas para novembro de 2011.

A letra C está incorreta. Na verdade, as manifestações feitas no Egito durante


os meses de janeiro e fevereiro de 2011 foram contra o governo de Hosni
Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981. O principal
objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de Mubarak.
No dia 11 de fevereiro de 2011, depois de 18 dias de protestos, o presidente
Hosni Mubarak renunciou ao governo. O poder foi transferido para o Conselho
Supremo das Forças Armadas que dirigirá o país até o resultado das eleições
dos deputados que serão realizadas em três turnos, com previsão para o
primeiro turno em 28 de novembro de 2011. Portanto, embora traga algumas
informações corretas, a afirmativa não diz respeito ao governo de Muammar
Gaddafi, sendo assim, está incorreta.

d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi


vem, através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo
que é considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de
ditadura.

A assertiva está errada. Kadhafi entrou no poder na Líbia em 1969 depois de


liderar o Movimento dos Oficiais Livres que expulsou o rei Idriss do poder.
Desde então o ditador manteve-se no poder, sem passar por eleições.

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D) Crise na Síria
Essa é uma das crises que tem atingido os mais diversos países do
mundo nos mais diversos setores: político, econômico e social. O próprio mês
de abril deste ano vem concentrando muitos debates sobre esse conflito em
diferentes regiões do planeta:Turquia, Rússia, Nova York e até o Brasil.
Isso ocorre porque cada um desses países se sente atingido de algum
modo pelo desenrolar do conflito. Para termos uma ideia, nesse momento,
temos mais ou menos 24 mil sírios tentam se refugiar no país vizinho: a
Turquia, gerando um grave problema social nesse país.
Do mesmo modo, mesmo estando a milhares de quilômetros da
região do conflito, a economia brasileira também acabou se “ferindo”. Pois é,
pessoal, mesmo estando do outro lado do Atlântico, nossa balança comercial
sentiu um baque de mais de 180 milhões de dólares que foram perdidos em
vendas devido à continuidade do conflito. :- /
Sei que muitas vezes olhamos para esses conflitos como algo bem
distante e que não interfere em nada na nossa realidade, não é mesmo? No
entanto, o que vemos na prática é uma situação muito mais complexa e que
pode afetar sim, o nosso cotidiano.
Atualmente, a Liga Árabe tem cumprido a missão de monitoramento
na Síria para conter a onda de violência que assola o país desde março de
2011 - quando manifestantes iniciaram protestos contra o regime de Bashar
AL-Assad, que respondeu com repressão violenta. Assim, já faz mais de um
ano que o país enfrenta forte crise política e social e que a comunidade
internacional tenta, sem sucesso, promover acordos entre o governo sírio e a
oposição. De todo modo, uma coisa os dois lados têm em comum, pois mesmo
as forças de oposição, não aceitam interferência militar estrangeira no país.
A Liga Árabe traçou ainda um plano para acabar com a violência na
Síria, entre as medidas estão: fim de todas as ações violentas, permissão de
entrada de jornalistas no país e libertação dos detidos durante os protestos
contra o regime do presidente Bashar AL-Assad. A Liga seria responsável,
ainda, pela entrega de relatórios internacionais informando sobre o andamento
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da implantação do plano no país. Além disso, a Liga é responsável por mediar


o diálogo entre o governo sírio e a oposição, para chegar a acordos.
A ONU iniciou um processo para discutir uma resolução contra a Síria,
mas essa proposta foi rejeitada pela Rússia e pela China. Principalmente
porque a Rússia é a maior aliada da Síria no Conselho de Segurança da ONU e
porque a resolução proposta pelo organismo não previa punições contra os
grupos opositores ao regime sírio.
Para finalizar e ajudá-los a compreender um pouco mais do assunto
vou falar da Liga Árabe, ok?
A Liga Árabe é uma organização de estados árabes, fundada em
1945, no Cairo. O objetivo principal da Liga é reforçar e coordenar os laços
econômicos, sociais, políticos e culturais entre seus membros. Além disso, a
Liga Árabe também media disputas entre seus membros.
Historicamente, a Liga foi formada sob estímulo do Reino Unido, que
objetivava conseguir aliados na guerra contra a Alemanha nazista (Segunda
Guerra Mundial). Posteriormente, o estreitamento das relações econômicas
entre os países árabes acabou fortalecendo a iniciativa de formação da Liga,
além de promover o desenvolvimento de movimentos nacionalistas pan-
árabes, reforçando ainda mais os laços culturais e religiosos que ligam os
países árabes.
Em setembro de 1944 foi feita uma reunião no Cairo (Egito) e dela
saiu o Protocolo de Alexandria, que propunha a formação da Liga dos Estados
Árabes.
A Liga passou, então, a defender a independência dos estados
árabes, fornecendo apoio à Síria e ao Líbano para independência do domínio
francês, fortalecendo, assim, o estreitamento entre seus membros.
O órgão é formado por um Conselho, como órgão supremo da Liga,
sendo formado por um representante de cada Estado-membro e tendo direito
a um voto, independente do tamanho do país e do número de habitantes. Em
seguida vem o Conselho de Defesa Conjunta, responsável pela adoção de
medidas que visam à manutenção da defesa dos membros da Liga. Existe
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também o Conselho Econômico e Social, responsável pela prosperidade


econômica e social dos membros.
Por fim, existe o Secretariado Geral, que é o órgão administrativo e
executivo da Liga, este órgão gere, de maneira geral, o funcionamento da Liga.
Os sete membros fundadores foram: Líbano, Egito, Iraque, Síria,
Jordânia, Arábia Saudita e Iêmen. Atualmente, a Liga conta com 22 membros
e mais 4 países observadores. Os membros, além dos 7 acima referidos são:
Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados Árabes Unidos,
Bahrein, Catar, Omã, Mauritânia, Somália, Palestina, Djibouti, Comores. E
como observadores: Eritreia (desde 2003), Brasil e Índia (desde 2006) e
Venezuela (desde 2007).
Como essa é a crise do momento vamos ver algumas questões sobre
ela que foram cobradas neste ano.

11(CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos


recentes conflitos ocorridos na Síria.

a) A crise política da Síria é movida basicamente por questões


religiosas, muito em virtude de a Síria ser o único país árabe cuja
maioria da população é cristã.

A assertiva está errada. Fique atento, pessoal, e não caiam no erro de achar
que só a religião move os conflitos árabes. No caso da Síria, ditadura do atual
governo e o desemprego são causas do conflito.A população da Síria é de 90%
de mulçumanos e apenas 10% é cristã.

b) Ao contrário de outros países da região, a Síria é uma ditadura


militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsável pela
introdução da sharia, a lei islâmica, razão pela qual foi instaurada a
revolta das minorias religiosas do país.

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A assertiva está errada. Antes de qualquer coisa é importante sabermos que a


Sharia é um conjunto de leis (morais e espirituais) que regem a vida do
muçulmano sendo a combinação de diversas fontes, incluindo o Alcorão (o livro
sagrado dos muçulmanos). Entretanto, a Sharia não foi introduzida pelo atual
governante sírio e não pode ser considerada causa das revoltas atuais.

c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se


politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-árabe e de
oposição a Israel.

A assertiva está correta. Realmente, amigos, para legitimar seu poder, tanto o
atual governante como seu pai, se utilizaram, durante quatro décadas, tanto
do autoritarismo político quanto da ideologia pan-árabe, mas afinal, vocês
sabem o que é essa ideologia?
O Pan-arabismo é um movimento político que tende a reunir os países
de língua árabe e de civilização árabe numa grande comunidade de interesses.
Assim, ele busca unificar as populações e nações árabes do Oriente Médio e
possui estreita vinculação com o nacionalismo árabe.

d)Um dos aliados do governo Sírio é a Rússia, grande fornecedora de


armas para esse governo.

A assertiva está correta. A Rússia é um dos maiores apoiadores da Síria. A


Rosoboronexport, companhia de armas russa, continua a enviar armas a Síria,
mesmo sendo criticada internacionalmente.

E) Sudão do Sul
O mais novo país do mundo surgiu no dia 09 de janeiro de 2011,
denomina-se Sudão do Sul e já está envolvido em conflitos com Sudão que
registrou no final de agosto de 2011 uma queixa formal contra seu vizinho,

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acusando-o de gerar distúrbios nas suas fronteiras. Como é um conflito ainda


muito recente, não há muito que ser trabalhado, mas fica a recomendação
para que estejamos sempre de olho nessa região, ok?
Todavia, pessoal, é importante a gente ter uma ligeira noção sobre a
situação desse país que comporta as maiores reservas de petróleo do país
(cerca de 75%). Todavia, toda a infraestrutura está no Norte, o que gera uma
inegável necessidade de cooperação entre os dois Estados.
Mas foi em janeiro de 2005, quando foi assinado o Tratado de
Naivasha, que o governo do Sudão decidiu conceder autonomia à região sul,
na tentativa de colocar um fim à Segunda Guerra civil sudanesa.
A Segunda Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1983 e
1995, opondo o Norte do Sudão e os rebeldes do Sul. A motivação desse
conflito foi eminentemente religiosa. O governo muçulmano do Norte tentou
impor a lei islâmica (Sharia) em todo o país, o que não agradou a população
do Sul, cuja maioria é cristã e animista.
Em dezembro de 2005, foi assinada a Constituição Interina do Sudão
do Sul, prevendo a realização de um referendo em 2011, ocasião em que seria
decidido pela manutenção da autonomia regional ou pela independência.
No referendo realizado, o povo decidiu pela independência, por uma
expressiva votação de 98,81%. O resultado do referendo não foi contestado
pelo governo do Sudão e a divisão oficial foi declarada em 09 de julho de
2011. Com isso, surgiu um dos países mais pobres do mundo, dotado de uma
enorme falta de infraestrutura.
Para que possamos ter uma noção do que estamos dizendo, 85% da
população do Sudão do Sul vive abaixo da linha da pobreza, o que nos faz
pensar que certamente esse conflito ainda está muito longe de ter fim. Os
EUA reconheceram o Sudão do Sul como um Estado soberano e a ONU
também se manifestou, comemorando a celebração pacífica do referendo.
Apesar disso, o novo país possui inúmeros problemas internos e em
agosto de 2012 os rebeldes do Sudão do Sul mataram 24 militares e feriram
outros 12 no Estado de Jonglei. Do mesmo modo, no início de dezembro, pelo
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menos 10 pessoas morreram no Sudão do Sul quando o exército disparou


contra manifestantes que protestavam contra a mudança da sede da
autoridade local para fora da capital regional.
Contudo, diante dos inumeros problemas do novo estado, gerado
principalmente, pela enorme pobreza da população e precária infraestrutura,os
conflitos nessa região tendem a perdurar por um longo tempo ainda!

Guerra das Malvinas


Outro conflito político que esteve na mídia no ano de 2012 foi a
antiga divergência entre Inglaterra e Argentina. No mês de abril de 2012,
principalmente, ouvimos falar muito desse conflito, pois ele ocorreu há exatos
30 anos. A Guerra das Malvinas foi um conflito ocorrido entre Argentina e
Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido
possui o controle dessas ilhas, as quais foram ocupadas em 1982 pela
Argentina.
Essas ilhas se situam a apenas 480 quilômetros do litoral da
Argentina, que nunca aceitou este domínio e, em 1982, o ditador argentino,
Leopoldo Galtieri, promoveu a invasão, com tropas, à capital das Malvinas,
Stanley. Essa invasão, que tinha razões políticas evidentes, esperava unir a
nação numa espécie de surto patriótico em apoio a esta iniciativa, o que não
ocorreu!
Iniciado no inicio dos anos 80 entre Grã-Bretanha e Argentina, esse
conflito foi bem mais rápido se comparado aos outros que estudamos aqui
hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a
Grã-Bretanha reagiu imediatamente, enviando à região uma força-tarefa com
28 mil combatentes – quase três vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio
dos Estados Unidos, os britânicos demoraram pouco mais de dois meses para
encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e
resolver os problemas internos que se amontoavam por lá!

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O fato é que até hoje a Argentina não se conforma em não ter a


soberania das Ilhas Malvinas. Isso é tão evidente que já foi várias vezes usado
como discurso político pela atual presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Apesar disso, o governo do Reino Unido reiterou, no mês de
Setembro de 2012, que não negociará a soberania das Malvinas "a menos que
os ilhéus assim desejarem", em resposta à presidente da Argentina, Cristina
Kirchner, que pediu na ONU um "diálogo" sobre a "usurpação ilegal" do
arquipélago.
Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.

3) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina


Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o
cancelamento da classificação de segurança (confidencial) a toda
informação e documentação vinculada com as operações das Forças
Armadas durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas
ao "conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer
outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do
retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de
acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de
Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o
conhecimento da história recente.
(OESP, 7/1/2010, adaptado)

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas


implicações do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e


documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas"
durante o período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia
apenas os crimes comuns praticados por militares.
A assertiva está errada. A decisão tomada pela presidente Cristina Kirchner de
abrir ao conhecimento público todos os arquivos do período da ditadura

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abrange tanto os crimes e violações aos direitos humanos praticados pelos


militares quanto os praticados pelos civis em resistência ao regime. Com
efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a América
Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil
pessoas tenham desaparecido nas mãos de agentes da repressão.

b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação


referente à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período
indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas
Ilhas Malvinas.
A assertiva está errada. As informações referentes à Guerra das Malvinas não
estão abrangidas, por uma questão de segurança nacional, pela medida.

c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre


violações dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na
Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na
América Latina na década de 1970.
A assertiva está correta. A medida abre os arquivos da ditadura argentina, já
que se considera que, passados mais de 25 anos do fim do regime, não há
porque mantê-los afastados do conhecimento público.

d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,


já haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a
transição para a democracia na Argentina.
A assertiva está errada. As Forças Armadas mantiveram os arquivos sob sigilo.

e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe


necessariamente a abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois
todos os acusados de crimes durante a ditadura militar já foram
julgados e os desaparecidos, encontrados.

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A assertiva está errada. Nem todos os desaparecidos durante o período da


ditadura foram encontrados

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Política nacional
A inserção do Brasil na América

1 – O Brasil e a América
Bem, depois de termos estudado a globalização, ficou claro para
todos nós que atualmente vivemos num contexto bem diferente do período da
Guerra Fria, não é mesmo? Se antes tínhamos apenas dois pólos de poder no
mundo (comandados por EUA e URSS), hoje em dia, a existência de vários
desses pólos é o elemento central do cenário vivido.
Todavia, essa multipolarização não ocorre de forma tranquila, e sim
bastante conflituosa, já que os detentores do poder não desejam perdê-lo!
Ainda assim, no mundo globalizado, a desconcentração de poder não é uma
escolha. Inevitavelmente vão surgindo novos “competidores” - que possuem
meios e disposição - para contestar o papel de liderança das superpotências
na condução dos mais variados assuntos internacionais.
Em meio a tanta competição, torna-se comum a existência de
discordâncias sobre questões relevantes do cenário político e econômico
internacional. Em consequência disso, aumentam as tensões entre os
principais atores da política mundial, que se lançam em jogos de aliança
envolvendo pequenas e médias potências.
Esse contexto de busca por aliados favorece, significativamente, a
importância do Brasil no cenário internacional, uma vez que ele se destaca e se
fortalece econômica e institucionalmente ao constituir determinadas alianças.
Para analisar a inserção brasileira no contexto internacional,
precisamos levar em consideração seu “entorno estratégico” e suas
ambições no ajuste das nações.
Bem, nosso país está localizado na América do Sul, portanto, está
distante dos grandes focos de conflitos mundiais – Oriente Médio, Índia e
Paquistão, Coréias, África – e livre de armas nucleares. O conflito mais sério
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que permeia a nossa realidade é o caso dos brasiguaios. Entretanto, ele vira
“café pequeno” diante dos outros conflitos espalhados pelo mundo.
Além disso, o perfil político da América Latina mudou
significativamente nos últimos anos, colocando a região no fenômeno
conhecido pelo nome de “onda vermelha”. Caracterizado pela subida de
vários líderes de esquerda ao poder, esse fenômeno se iniciou com o
presidente venezuelano Hugo Chávez, em 1998. A partir dali, a escalada da
esquerda não parou mais e foi entendida como uma reação ao fracasso dos
governos conservadores, já que a proposta “vermelha” sempre esteve voltada
aos problemas sociais e econômicos da América Latina.
Com um discurso totalmente anti-Bush, Hugo Chávez se transformou
em inspiração para outros presidentes latinos como Evo Morales, da Bolívia,
Rafael Correa, do Equador e o reeleito agora em 2012, Daniel Ortega, da
Nicarágua! A onda vermelha “contagiou” até mesmo governantes de partidos
mais tradicionais como Néstor Kirchner, ex-presidente argentino, falecido em
2010.
Em contraposição a esta realidade, os Estados Unidos também
possuem seus aliados na América Latina, donde se destacam o México e a
Colômbia. Além disso, os americanos se mostram bastante dispostos a se
aproximar dos dirigentes esquerdistas que possuem políticas econômicas de
não-intervenção do Estado na economia, como o Brasil e o Chile.
Durante a maior parte do século XX, a política externa brasileira se
orientou pelo eixo da diplomacia desenvolvimentista, coerente com o projeto
de industrialização nacional e com o modelo de substituição de importações.
Isso lhe permitiu um bom ambiente externo para que se desenvolvesse
internamente.
Apesar disso, durante o regime militar, o projeto geopolítico brasileiro
estava voltado para garantir a sua supremacia militar sul-americana por meio
da aquisição de tecnologias de mísseis e enriquecimento de urânio, inclusive
com fins nucleares. Em nome da aquisição de toda a tecnologia nuclear, o

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Brasil, inclusive, rejeitou em 1968 o Tratado de Não Proliferação (TNP),


tornando-se signatário deste tratado apenas na década de 90.
O fato é que com a redemocratização na América do Sul, na década
de 80, a situação se reconfigurou e o Brasil firmou-se como liderança regional
construtiva, devido ao tamanho de sua economia e metas de sua política
externa.
Além disso, pessoal, se observarmos o mapa da América do Sul, fica
fácil visualizar a dimensão da superioridade territorial do Brasil com relação
aos seus vizinhos, não é mesmo? Essa superioridade acaba se estendendo
também ao lado econômico, mas não necessariamente ao social.
Vejam as tabelas a seguir e analisem, rapidamente, tanto os PIBs
quanto os IDHs de cada país. Se num primeiro momento tendemos a pensar
que um Produto Interno Bruto alto, garante um bom Indice de
Desenvolvimento Humano, ao observarmos as tabelas que seguem
perceberemos que o “buraco é mais embaixo” como diria vovó...rs!!
Então vamos dar uma olhadinha nos dados, sempre lembrando que
não precisa decorar nadinha deles, ok? Eles servem aqui só pra reforçar os
argumentos que virão! ;-)

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Valor do
IDH
Posição País 2011
44º Chile 0.805
45º Argentina 0.797
47º Barbados 0.793
48º Uruguai 0.783
51º Cuba 0.776
53º Bahamas 0.771
57º México 0.770
58º Panamá 0.768
60º Antígua e Barbuda 0.764
62º Trinidade e Tobago 0.760
67º Granada 0.748
69º Costa Rica 0.744
72º São Cristóvão e Névis 0.735
73º Venezuela 0.735
79º Jamaica 0.727
80º Peru 0.725
81º Dominica 0.724
82º Santa Lúcia 0.723
83º Equador 0.720
84º Brasil 0.718
São Vicente e
85º Granadinas 0.717
87º Colômbia 0.710
93º Belize 0.699
98º República Dominicana 0.689
104º Suriname 0.680
105º El Salvador 0.674
107º Paraguai 0.665
108º Bolívia 0.663
117º Guiana 0.633
121º Honduras 0.625
129º Nicarágua 0.589
131º Guatemala 0.574
158º Haiti 0.454

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Posição País PIB Data da informação

$
8º Brasil 2,172,000,000,000 2010 est.

11º México $ 1,567,000,000,000 2010 est.

23º Argentina $ 596,000,000,000 2010 est.

28º Colômbia $ 435,400,000,000 2010 est.

34º Venezuela $ 345,200,000,000 2010 est.

42º Peru $ 275,700,000,000 2010 est.

45º Chile $ 257,900,000,000 2010 est.

63º Equador $ 115,000,000,000 2010 est.

74º República Dominicana $ 87,250,000,000 2010 est.

81º Guatemala $ 70,150,000,000 2010 est.

90º Costa Rica $ 51,170,000,000 2010 est.

91º Uruguai $ 47,990,000,000 2010 est.

92º Bolívia $ 47,880,000,000 2010 est.

93º Panamá $ 44,360,000,000 2010 est.

95º El Salvador $ 43,570,000,000 2010 est.

103º Honduras $ 33,630,000,000 2010 est.

104º Paraguai $ 33,310,000,000 2010 est.

111º Trinidade e Tobago $ 26,100,000,000 2010 est.

129º Nicarágua $ 17,710,000,000 2010 est.

145º Haiti $ 11,480,000,000 2010 est.

159º Guiana $ 5,379,000,000 2010 est.

164º Suriname $ 4,711,000,000 2010 est.

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Pelas tabelas vemos que o PIB brasileiro é, de longe, o maior da


América do Sul, certo? Entretanto, isso não significa que tenhamos o melhor
índice de desenvolvimento humano, que ficou para o Chile. :-/
“E o que isso significa professora?? “ Significa, pessoal, nosso
crescimento econômico é excelente, pois o PIB é medido a partir da soma do
valor de todos os serviços e bens produzidos em um período determinado. No
entanto, apesar de termos muitas riquezas para comercializar, um volume
imenso dinheiro rodando pelo país e entrando nos cofres públicos isso não
resulta, necessariamente, em qualidade de vida para a população.
Então creio que se eu perguntasse a vocês: ”Qual o país da América
latina que apresenta o menor índice de desigualdade sua resposta seria Chile,
certo???
Erraaaado!! Pois é, queridos, quando se fala em desigualdade surge
um dado recente importantíssimos de sabermos: a Venezuela é o país com
menor desigualdade da América Latina!
Muitos de vocês devem estar se perguntando por que não ouviram
falar disso, não é mesmo? O Engraçado é que eu me perguntei a mesma coisa
quando li isso num jornal muito pouco conhecido!! Mas o fato é que a
Venezuela é mesmo o país com menor desigualdade entre ricos e pobres da
América Latina e Caribe, segundo o informe apresentado pela ONU em Agosto
de 2012 e a divulgação dessa noticia não parece interessar a muita gente!
No campo econômico, existem países com economia madura, como
Brasil e Argentina, enquanto outros são mais frágeis economicamente, como
Bolívia e Paraguai. Já no campo social, a América do Sul sofre, de forma
generalizada, com o problema da desigualdade na distribuição de renda e com
a concentração do poder econômico nas mãos de uma minoria. Basta
analisarmos, ainda que rapidamente as tabelas acima, para percebermos.

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A Venezuela, com 0,41 no índice de Gini, é o de menor inequidade,


segundo dados de 2009 (mas continua sendo mais desigual que os Estados
Unidos ou Portugal - o mais desigual de Europa).
O governo venezuelano, presidido por Hugo Chávez, tem como uma
de suas metas principais a redução da pobreza extrema e a inclusão social,
objetivos que vem alcançando, segundo as cifras oficiais, graças aos
programas sociais e científicos que desenvolve para as populações mais
vulneráveis.
Em contrapartida, entre os mais desiguais encontra-se o Brasil que
perdeu o primeiro lugar que ostentava há décadas para a Guatemala como o
país líder da desigualdade.
Como podemos constatar, o continente sul-americano é marcado por
ampla heterogeneidade política, social e econômica. Ao mesmo tempo em que
há países com o regime democrático consolidado, como o Brasil, há outros em
que ainda persistem regimes autoritários, que limitam a liberdade de imprensa
e de opinião, como é o caso da Venezuela.
A existência de todas essas heterogeneidades é um ponto que cria
complicações ao processo de integração na América do Sul. E por que essa
integração é tão valorizada?
Bem, uma vez que o território esteja integrado, isso significa que os
interesses estão compatíveis e, portanto, se reduziria a possibilidade de
conflitos na região. Embora a iniciativa de formação da UNASUL ressalte a
intenção de congregar todos os países da América do Sul sob um único bloco
econômico, o que se vê na prática é outra coisa.
Atualmente, há dois fortes blocos no continente: o MERCOSUL
(formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e a
Comunidade Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru).
Considerando que, conforme afirma a Política de Defesa Nacional, a
segurança de um país é afetada pelo grau de instabilidade da região em que se
insere, é importante termos uma noção de como funcionam as relações

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políticas entre os países sul-americanos. A seguir, comentarei situações


relevantes nas relações entre os países da região.
Bom, vamos observar o mapa para termos em mente a configuração
da região que será abordada nos próximos itens. Não se acanhem em voltar ao
mapa quantas vezes precisar para lembrar “quem é vizinho de quem”,

tá?
Países-membros da Comunidade Andina
Países-membros do MERCOSUL

Vamos ver como esses conhecimentos já foram cobrados em


concursos anteriores

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(CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul


(MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se
consolidar, julgue os próximos itens.
a) A dependência do Brasil em relação ao MERCOSUL é crescente, haja vista
que as exportações para esse bloco mais do que dobraram entre janeiro e
junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de 2011.
Comentários

Esta assertiva está errada. O que ocorreu, na verdade, foi justamento


o inverso. No acumulado janeiro-junho de 2012, as exportações apresentaram
um valor inferior ao igual período de 2011. As exportações registraram
retração de 1,7%, pela média diária. Fiquem atentos!As importações, sim,
tiveram um aumento de 3,7% sobre o mesmo período anterior, pela média
diária.

b) A aprovação da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de


recente crise política ocorrida no Paraguai.
Comentários

A assertiva B está correta. O Paraguai foi suspenso temporariamente


do bloco do MERCOSUL por causa da maneira pouco democrática pela qual foi
conduzido o impeachment do presidente Fernando Lugo. Como o Paraguai era
contra da participação da Venezuela, a retirada do Paraguai abriu uma brecha
para que os demais países aceitassem o ingresso da Venezuela a partir de 31
de julho desde ano.

c) Na mesma reunião em que foi aprovada a entrada da Venezuela no bloco,


foi recusada a admissão dos países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia,
Peru e México), sob a argumentação de eles serem considerados neoliberais.
Comentários

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A assertiva C está errada. Tenham cuidado com este tipo de questão.


Chile, Colômbia e México são países neoliberais, somente o Peru é de
esquerda. Corre-se, então, o risco de considerar a questão como certa, por
conter um dado verdadeiro. Os países que compõem a Aliança do Pacífico
uniram-se com o objetivo de dar plena liberdade às suas empresas e aos seus
215 milhões de habitantes para transitar, estudar, trabalhar, movimentar
capitais e fazer negócios sem precisar de licença prévia dos governos locais.
Na prática, a Aliança do Pacífico é um novo bloco político e econômico capaz de
rivalizar com o MERCOSUL, distanciando-se dele.

___X___

Bom, pessoal, ficaremos por aqui, desejo a todos vocês uma excelente semana
Lembrem-se que, qualquer dúvida ou comentário, não se acanhem em utilizar
o fórum! ;)
Um forte abraço e até a próxima ☺

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LISTA DE QUESTÕES
1-(CESPE/TRE-RJ/2012) A respeito do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e das dificuldades que esse bloco ainda encontra para se
consolidar, julgue os próximos itens.
a) A dependência do Brasil em relação ao MERCOSUL é crescente, haja vista
que as exportações para esse bloco mais do que dobraram entre janeiro e
junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de 2011.
b) A aprovação da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de
recente crise política ocorrida no Paraguai.
c) Na mesma reunião em que foi aprovada a entrada da Venezuela no bloco,
foi recusada a admissão dos países da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia,
Peru e México), sob a argumentação de eles serem considerados neoliberais.

2(CESGRANRIO/CEF/2012-Advogado) O mundo não vai acabar em


2012. “Que pena!”, dirão os cínicos. Mas, para aqueles que são, em
variados graus, mais otimistas, 2012 será um ano de atos de
equilibrismo. A Primavera Árabe vai tornar-se outro verão.
SUU KYI, A. Um senso de equilíbrio. The economist/ Revista Carta
Capital, São Paulo: Confiança. O mundo em 2012, n. 677, jan./fev.
2012, p.86.

A expressão Primavera Árabe, empregada no texto, refere-se aos


levantes políticos de 2011 ocorridos majoritariamente no

(A) norte da África


(B) sudeste da África
(C) sudeste da Ásia
(D) nordeste da Ásia
(E) centro-sul da Europa

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3) (FCC/APOFP / 2010/adaptada) A presidente da Argentina, Cristina


Kirchner, em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o
cancelamento da classificação de segurança (confidencial) a toda
informação e documentação vinculada com as operações das Forças
Armadas durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas
ao "conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer
outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do
retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de
acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de
Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o
conhecimento da história recente.
(OESP, 7/1/2010, adaptado)

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas


implicações do tema por ele abordado, julgue os itens subsequentes.

a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e


documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas"
durante o período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia
apenas os crimes comuns praticados por militares.
b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação
referente à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período
indicado, relativas ao confronto com a Inglaterra pela soberania nas
Ilhas Malvinas.
c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre
violações dos direitos humanos durante os anos da ditadura militar na
Argentina, apontada por historiadores como uma das mais violentas na
América Latina na década de 1970.
d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner,
já haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a
transição para a democracia na Argentina.

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e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe


necessariamente a abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois
todos os acusados de crimes durante a ditadura militar já foram
julgados e os desaparecidos, encontrados.

4 (ESAF/MCTI/2012 -adaptada) Muitos acontecimentos, ao longo de


2011, podem ser classificados como históricos, seja pelo impacto que
causaram, seja pelas repercussões que ainda podem se desdobrar por
muito tempo. A respeito desse fato a chamada Primavera Árabe, cujo
ponto de partida foi o solitário gesto de um homem comum ao se
imolar, representou o caminho sem volta dos países árabes em direção
à democracia laica ocidentalizada.

5 (CESPE/TJ/AL-2012/adaptada) A Primavera Árabe caracterizou-se


por uma série de manifestações e revoltas populares contra os
regimes políticos ditatoriais de países do norte da África e do Oriente
Médio. Acerca desse processo político e de suas consequências, julgue
os itens seguintes:

a)Na Tunísia, os protestos se transformaram em uma guerra civil não


declarada que já causou a morte de milhares de pessoas.
b)Em Israel, a maioria da população árabe busca, por meio de uma
nova Intifada, ou revolta popular, igualdade de direitos.
c) Na Líbia, deflagrou-se uma guerra civil que se encerrou com a
destituição do general Muammar Kaddafi do poder e a divisão do
território do país entre os diversos grupos rebeldes.
d) Na Síria, as manifestações populares resultaram na convocação de
eleições livres e democráticas no 1.º semestre de 2012.

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e)No Egito, as eleições populares foram vencidas pelo candidato da


Irmandade Muçulmana, uma organização política de inspiração
religiosa.

6) (IBFC/Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /2011


/adaptada) “O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou
em 14 de janeiro de 2011 após um mês de violentos protestos contra o
governo. Ele estava há 23 anos no poder. Foi a primeira vez que um
líder árabe foi deposto por força de movimentos populares.”
Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex líder tunisiano,


julgues os itens subsequentes:

a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter


ateado fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender
frutas e legumes em uma barraca de rua.

b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga


Árabe, principal instituição política supranacional do mundo islâmico.
c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela
fraude ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.
d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político
ditatorial, o que gerou insatisfação popular e, consequentemente, os
protestos que derrubaram o presidente.

7) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-


SP/2011/adaptada) Em relação aos desdobramentos e consequências
dos protestos tunisianos a outros países da África do Norte e do
Oriente Médio, julgue os itens subsequentes:

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a)A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,


resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim
como seu colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.
b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na
Tunísia foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de
uma onda de protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi,
resultando em uma violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.
c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela
Liga Árabe a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.
d) As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a
Palestina, onde os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se
uniram contra o domínio israelense.

8) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011/adaptada) A


explosão de revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de
Hosni Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser
este um dos poucos países árabes que não se democratizaram
plenamente ao longo do século XX.

9) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011/adaptada) Ativistas


egípcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para
organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes
entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da
polícia egípcia no centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e
um policial – morreram.
(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)

Os protestos no Egito tinham como principal causa o regime repressivo


do presidente, no poder há três décadas.

10) (IBFC/Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011/adaptada)


Muammar Gaddafi é considerado um dos piores ditadores do mundo.
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Ele não hesitou em usar as Forças Armadas em repressão aos


protestos iniciados em fevereiro de 2011. Em relação ao ditador
descrito anteriormente, julgue os itens subsequentes:

a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após


golpe militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.
b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o
poder na Líbia.
c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi
do poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até
as novas eleições, marcadas para novembro de 2011.
d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi
vem, através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo
que é considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de
ditadura.

11(CESPE-TRE/RJ -2012) Julgue os itens seguintes, relativos aos


recentes conflitos ocorridos na Síria.

a) A crise política da Síria é movida basicamente por questões


religiosas, muito em virtude de a Síria ser o único país árabe cuja
maioria da população é cristã.
b) Ao contrário de outros países da região, a Síria é uma ditadura
militar cujo governante-mor, Bashar Assad, foi o responsável pela
introdução da sharia, a lei islâmica, razão pela qual foi instaurada a
revolta das minorias religiosas do país.
c) O governo de Bashar Assad, como o de seu pai, legitimava-se
politicamente em uma ideologia de nacionalismo pan-árabe e de
oposição a Israel.
d)Um dos aliados do governo Sírio é a Rússia, grande fornecedora de
armas para esse governo.

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GABARITO

1. A- ERRADA 6. A- CERTA

B- CERTA B- ERRADA

C- ERRADA C- ERRADA

D- ERRADA

2. A- CERTA

7. A- ERRADA

3. A- ERRADA B- CERTA

B- ERRADA C- ERRADA

C- CERTA D- ERRADA

D- ERRADA

E- ERRADA 8. ERRADA

9. CERTA

4. ERRADA 10. A- ERRADA


B- CERTA
C- ERRADA
5. A- ERRADA D- ERRADA

B- ERRADA
11. A-ERRADA
C- ERRADA B- ERRADA
C- CERTA
D – ERRADA
D- CERTA
E- CERTA

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