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Erradicação da Pobreza

Introdução

É moralmente correto ajudar quem vive na pobreza absoluta, mas será que temos o dever de o fazer?

Considero que a discussão deste problema filosófico é importante porque nem todos os países têm o
mesmo nível de desenvolvimento económico e social, provocando inevitavelmente desigualdades sociais
pela distribuição da riqueza, que tem repercussões a vários níveis, até mesmo morais, fazendo levantar
várias questões e pensamentos sobre esta realidade.

Dentro desta evidência real o desequilíbrio entre países faz com que uns sejam consideravelmente ricos
enquanto outros permanecem num estado de pobreza absoluta. Há países com imensos recursos
naturais que poderiam permitir à população viver com dignidade, acontece que a ganância e lóbis e
interesses económicos provocam pobreza absoluta, com total falta de rendimentos para satisfazer as
necessidades biológicas e sociais básicas a que a população dos países ricos tem acesso.

Problema Filosófico - É moralmente correto ajudar quem vive na pobreza absoluta, mas será que temos
o dever de o fazer?

É um princípio a seguir retirar riqueza a uns para dar a outros?

É justo criticar quem nada faz e se deixa na inércia e não ajudar os mais necessitados?

Penso que a consideração seguinte oferece um argumento em defesa de que temos a obrigação moral
de ajudar quem vive na pobreza absoluta.

Defendo que se estivéssemos numa situação semelhante, gostaríamos igualmente de ser ajudados,
então porque não ajudamos as pessoas mais necessitadas? Talvez só pensemos em nós e não nos
outros, indo de encontro com a visão deontológica. Pondero que seja humanamente irracional ver
alguém que está em sofrimento agudo e nada fazer para o impedir. Se pudermos evitar que um mal
ocorra sem sacrificarmos nada de importância moral comparável, devemos fazê-lo, uma vez que a
pobreza absoluta representa um grande mal, estando ao nosso alcance minorar este problema sem
sacrificar nada de importante para o nosso bem-estar.

A objeção mais forte ao argumento apresentado é que existem pessoas que não podem ajudar quem
vive na pobreza absoluta, que a responsabilidade de ajudar é do governo e não podemos ter a certeza
de que a nossa ajuda chega a quem precisa.

Todavia, esta objeção não é bem-sucedida, visto que todos podemos contribuir pois não se trata apenas
de poder financeiro, mas também é uma questão social, política e cultural, bastante influenciada pela
forma como as pessoas se comportam umas com as outras, pelas políticas que os governos aplicam e
pelo investimento na educação, penso que a desigualdade seja uma barreira à erradicação da pobreza.

Por conseguinte, concluo este meu ensaio afirmando que erradicar a pobreza seja algo bastante difícil,
mas com a contribuição de cada um é provável que melhoremos algumas vidas nestas circunstâncias,
pois também elas têm direito à dignidade, acesso a oportunidades, justiça e condições de vida para no
mínimo conseguirem realizar as necessidades básicas e conseguirem assim, sobreviver.

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