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Aula 10
Aula 10
de unidades operacionais
Introdução
A dúvida que paira sobre a cabeça dos executivos em relação à localização
das unidades operacionais de uma empresa é a mesma que aflige o cidadão
comum no momento de definir pela construção ou compra de um imóvel.
E qual o motivo para tanta preocupação com esse tema? Quanto tempo é
necessário para decidir pela localização correta, tanto no âmbito empresarial
quanto no pessoal?
Esse é um processo que realmente deve merecer atenção total dos res-
ponsáveis por tomar esse tipo de decisão, afinal de contas não é tão fácil
promover mudanças caso a escolha não tenha sido a mais acertada, ou
que tenha havido arrependimento com o local escolhido, ou que determi-
nados fatores tenham se alterado ao longo da construção ou reforma do
imóvel escolhido.
Como as unidades físicas, sejam elas de qualquer tamanho, não são fa-
cilmente transportáveis, pois ainda não foram criados mecanismos para
transferência física de imóveis do local onde está instalado para outra loca-
lidade qualquer, devemos ter bastante cuidado quando definimos o ponto
geográfico no qual instalaremos uma fábrica ou um centro de distribuição,
sob pena do projeto não atender às necessidades e termos que arcar com
todos os custos associados com um processo de mudança física, como pa-
gamento de indenização ao locador caso o imóvel seja alugado, venda de
imóvel próprio, transferência de equipamentos, pessoas, infraestrutura de
comunicação e tantos outros componentes que fazem parte de uma unida-
de operacional.
Projetos de implementação de unidades operacionais
Alinhamento operacional
ao plano estratégico das organizações
O planejamento estratégico de uma empresa contempla diversas frentes
de interação com o seu mercado de atuação, sendo que algumas delas dizem
respeito aos processos operacionais da organização, como a manufatura, os
laboratórios de teste, os pontos de armazenagem e a distribuição física dos
produtos ou de aplicação de serviços.
Modelo de comercialização
de produtos ou serviços
A definição do modelo de comercialização afeta sobremaneira a localização
das unidades operacionais, pois se o modelo escolhido contemplar poucos
parceiros, como uma rede de distribuidores, então o abastecimento se dará
de forma mais estruturada, os planos de negócio serão feitos e executados de
maneira conjunta, o que demanda a concentração dos processos produtivos
e de distribuição em poucos pontos, de modo a atender o seleto grupo de
distribuidores de maneira quase personalizada, tanto em termos de produtos
e serviços oferecidos quanto no abastecimento de seus pontos de estoque.
Outros fatores, que veremos a seguir, podem levar à decisão por desen-
volver modelos híbridos de atendimento, podendo propor, por exemplo, a
produção centralizada, porém com distribuição totalmente descentralizada
nas principais regiões de consumo do país.
Fontes de suprimento
A grande maioria das organizações possui estrutura para identificar, em
qualquer parte do globo terrestre, as melhores opções de fontes de supri-
mentos, atendendo a padrões de qualidade e custo compatíveis com seu
mercado de atuação. Isso faz com que possamos ter insumos necessários
ao processo produtivo sendo supridos por diferentes países e continentes,
tornando a questão da localização da unidade operacional, sob essa ótica,
quase que irrelevante.
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Essa variável deve ser analisada com a perspectiva de longo prazo, pois
estamos falando em fatores muito oscilantes, como a variação cambial, que
devem ser mensurados em longos intervalos de tempo, de modo a não gerar
influências positivas ou negativas em função de eventos pontuais, provoca-
dos por fatores políticos ou econômicos sem recorrência frequente.
Concorrência
Conhecer o modelo operacional adotado pela concorrência é impres-
cindível para o confronto com as alternativas encontradas pela empresa,
quando do estudo de viabilidade para localização de unidades operacio-
nais. Cada segmento de negócio possui particularidades que na maioria das
vezes independem das empresas que nele atuam, são características defi-
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nidas pela demanda dos clientes, pelo formato de produtos e serviços, por
processos oriundos dos principais fornecedores do segmento, e também, no
caso do Brasil, pela complicada legislação fiscal e tributária que atinge todos
os segmentos de negócios no país.
São visões distintas, mas que devem ser levadas em consideração no de-
senvolvimento do projeto. Não há alternativa certa ou errada, existe apenas
a opção mais ou menos adequada a cada estratégia, a cada modelo de ope-
ração definido pelas organizações.
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Para entender melhor esse ponto, vamos imaginar uma empresa que ne-
cessita de dez mil litros de leite por dia para atender seu mercado de atua-
ção. Se ela encontrar esse volume disponível em uma única região, irá pro-
vavelmente optar por ter uma única fábrica, porém se esse volume estiver
dividido em duas ou mais regiões, ela terá que optar por várias fábricas para
receber o volume necessário e processar conforme sua demanda.
Processos de fabricação
Muitos processos produtivos demandam insumos encontrados em abun-
dância em determinadas regiões, o que pode acabar definindo a localização
e a quantidade de unidades fabris instaladas.
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Regiões de consumo
Ter um centro de distribuição próximo às principais regiões consumidoras
faz uma grande diferença frente à concorrência. Quando falamos de produ-
tos concorrentes que não apresentam grande diferencial, que são tratados
quase como commodities, podemos encontrar situações em que o cliente
acaba optando por um fornecedor em detrimento de outro em função do
tempo de atendimento a uma determinada demanda.
Disponibilidade de transportes
Quando uma empresa faz a opção por atender todo o território brasi-
leiro a partir de uma única unidade de distribuição, ela precisa estabelecer
uma relação bastante adequada com parceiros eficientes no transporte, pois
embora possa atender rapidamente aos pedidos dos clientes através de pro-
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cessos internos bem estruturados, ela terá que contar com uma prestação de
serviços de excelência pelas empresas de transporte.
Características físicas
dos produtos comercializados
Vamos imaginar a situação de uma empresa que produz sorvetes na
região Sudeste do Brasil e tem que abastecer seus clientes nas regiões Norte
e Nordeste do país, conhecidas pelas altas temperaturas ao longo do ano e,
portanto, muito demandantes desse tipo de produto. Não podemos esque-
cer que são produtos que demandam transporte refrigerado, portanto de
alto custo, e também de alta complexidade para longas distâncias, pois os
baús refrigerados dos caminhões não suportam viagens longas sem paradas
para adequação da temperatura nos baús.
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Sazonalidade
Diversas empresas se confrontam com o fato de ter que produzir seus pro-
dutos de forma antecipada para revendê-los algum tempo depois. Estamos
falando de empresas como as que produzem ovos de Páscoa, ou aquelas do
segmento de brinquedos, que tem demanda concentrada nos meses de ou-
tubro a dezembro por conta de eventos como Dia das Crianças e Natal.
A resposta não é tão simples, pois irá depender de alguns fatores, como
o tempo de produção antecipada para atender à demanda, a característica
de armazenagem do produto, por exemplo, se demanda refrigeração ou
não, e também de área disponível nas unidades produtivas. Em algumas
situações as empresas têm áreas destinadas à guarda desses estoques an-
tecipados e que são destinadas a outras finalidades nos demais períodos
do ano, como a armazenagem de insumos ou como área de suporte para
treinamento de funcionários.
Integração operacional
com fornecedores e clientes
Grandes empresas, independente do segmento de atuação, têm busca-
do cada vez mais maximizar a performance de suas unidades operacionais
através da integração com seus principais fornecedores e clientes, seja para
processos produtivos ou de distribuição de produtos e serviços.
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Outro grande benefício obtido com esse projeto foi o transporte dos com-
ponentes gerados por quase 300 fornecedores, que passaram a ser concen-
trados em um único ponto na Grande São Paulo, e daí embarcados em cargas
consolidadas para Resende. Isso fez com que se reduzisse drasticamente o
número de viagens entre esses fornecedores e os oito parceiros da Volkswagen,
resultando em economias para todos os participantes da cadeia produtiva.
Esse tipo de integração beneficia a indústria, pois vai poder diluir seus
custos fixos de produção com outros parceiros, e também a rede de varejo,
que poderá contar com um parceiro comercial conhecido, e que tem reco-
nhecida competência no mercado em função dos produtos de sua própria
linha, para oferecer aos seus consumidores, novas alternativas de compra
nos pontos de venda.
Resumo
Desenvolver projetos para localização e definição de número de unida-
des operacionais passa por entender profundamente o planejamento estra-
tégico da organização, além de conhecer muito bem o mercado de atuação,
desde as fontes primárias de fornecimento de insumos básicos até os hábi-
tos e desejos do consumidor final.
Portanto, são projetos com abrangência bastante ampla, e que exigem dos
seus gestores e executores muito mais que o conhecimento de técnicas de ge-
renciamento de projetos, exigem uma bagagem de negócios bastante exten-
sa e diversificada, pois o emaranhado de informações conhecidas e também
aquelas ocultas precisa ser desvendado e estruturado de forma simples e fun-
cional, sob pena de serem criadas estruturas físicas gigantescas e que agre-
guem pouco valor à consecução dos objetivos estratégicos da organização.
Mudança de paradigma
(TAPSCOTT, 1995)
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Embora uma definição abrangente dessa tecnologia não seja ainda com-
partilhada por especialistas, os sistemas de informações geográficos são vistos
como sistemas que utilizam uma combinação das tecnologias de imagem di-
gitalizada e de bancos de dados avançados para permitir que o usuário possa
armazenar informações relacionadas às características geográficas de um de-
terminado “mapa”.
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Essa nova fábrica foi estabelecida após uma revisão estratégica da produção
de lubrificantes, na qual a empresa concluiu estar com problemas nessa área.
A operação de lubrificantes não estava sendo competitiva. Não estava sendo
capaz de cumprir seus próprios padrões de qualidade, que haviam sido esta-
belecidos em função de uma avaliação das exigências dos clientes. Além disso,
a empresa estava prevendo que não estaria em condições de poder satisfazer
regulamentações ambientais que logo entrariam em vigor para estabeleci-
mentos produtores de óleos lubrificantes. A Shell chegou à conclusão de que
deveria consolidar todas as suas unidades produtoras de lubrificantes em uma
única e moderníssima instalação de produção, usando abordagens radicalmen-
te novas no trato da tecnologia, da estrutura organizacional e das pessoas.
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Atividades de aplicação
1. Entre as alternativas abaixo, qual delas não representa um fator que
auxilia na definição da localização de uma unidade operacional?
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