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A Xícara

Vladimir Belmino de Almeida

Escritor Articulista

Dizem que há uma mensagem de sabedoria rabínica (pode ser budista ou o que
preferir) que conta a seguinte história:

Você está segurando uma xícara de café quando alguém chega e bate em seu braço,
fazendo com que derrame café por todo lado.

– Por que você derramou o café?

Geralmente, a resposta é a seguinte:

– Bem, é claro que porque alguém bateu em meu braço!

Mas, essa é a resposta errada!

Você derramou o café porque o café estava na xícara. Se dentro houvesse chá, você
teria derramado chá. O que quer que esteja dentro da xícara é o que será derramado.
Portanto, quando a vida chega e balança você (algo que com certeza irá acontecer),
seja o que for que esteja dentro de você irá sair. É fácil fingir, até que você seja
chacoalhado. Então, temos de perguntar a nós, o que há dentro de minha xícara?
Quando a vida fica difícil, o que derrama? Alegria, gratidão, paz e humildade? Ou
fúria, amargura, palavras e ações duras? Se treinarmos nosso pensar conscientemente,
temos o poder de escolher!

Devemos aplicar esse livre pensar consciente em todos os momentos. Se formos


esbarrados por coisas boas (algo que com certeza também irá acontecer), temos de
transbordar gratidão ou retribuição, por exemplo. Às vezes somos os esbarrões, e às
vezes somos a própria vida que esbarra nas pessoas. Aí temos que derramar
humildade, reconhecer erros e pedir desculpas…

Em verdade, se trata de reagir ao que nos acontece. Causa e efeito, ação e reação
positivas! Isso é mais importante do que o que ocorre em si. Devemos ser conscientes
de que, além de ser afetados pelo mundo, somos causa de sensações a todos.

Nessa parábola, a xícara é a consciência, o autoconhecimento. Devemos controlar


nossos pensamentos e atitudes. Temos de nos esforçar para encher e manter cheia a
nossa xícara com gratidão, perdão, alegria, palavras positivas e de afirmação tanto para
nós como para com os outros com bondade, gentileza e amor.

É isso que vamos transbordar!

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