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Ana Carolina Pontes Ros  “Filosofia da Práxis” - Adolfo

Sánchez VÁZQUEZ

O QUE É A PRÁXIS?
 
* Atividade livre, universal, criativa e auto criativa, por meio da
qual o homem cria (faz, produz), e transforma seu mundo
humano e histórico e a si mesmo  transformação/ mudança.
 
Formas de Práxis
Práxis Produtiva: definida como ação do homem que,
mediante o trabalho, “vence a resistência das matérias e
forças naturais e cria um mundo de objetos úteis que satisfazem
determinadas atividades” (p.226)  o homem modifica a
natureza e é modificado por ela.
 b) Práxis Artística: é a ação de transformação de uma
matéria à qual se imprime uma determinada forma, exigida,
não mais por uma necessidade prático-utilitária, mas por uma
necessidade geral humana de expressão e comunicação.
 c) Práxis Experimental: é a práxis que atende o objetivo ou
a necessidade de investigação teórica e, em particular, as da
comprovação de hipóteses. O fim imediato dessa práxis é
teórico.
 d) Práxis Política: é a atividade, cujo alvo e sujeito é o
próprio homem, tomado não isoladamente, mas como
grupos, classes sociais; são os atos orientados para mudar as
relações sociais, econômicas e políticas. São as ações
voltadas para a transformação da organização e da
direção da sociedade  práxis revolucionária.
 VIOLÊNCIA nas práxis produtiva e artística  o humano
se opõe ao não humano / matéria  enfrenta limites, mas
não antipráxis.

 VIOLÊNCIA na práxis social  homem é sujeito e objeto


da ação  Práxis / antipráxis.

Violência e contra violência


Ainda podemos pensar…

 Práxis Criadora  Segundo o autor, a práxis criadora é inerente à práxis humana,


visto que ela lhe permite enfrentar novas necessidades e construir novas soluções.  

 Práxis Reiterativa  Não provoca uma mudança qualitativa na realidade presente,


não transforma criadoramente, ainda que contribua para criar a área do já criado. /
Não cria, não faz emergir uma nova realidade humana.

Vázquez, faz referência ainda a práxis reiterativa relacionando-a ao trabalho humano,


sobretudo nas formas específicas que adota com o trabalho em cadeia, parcelado, ou na
produção em série, destacando seus aspectos negativos. 

 Práxis Burocratizada  O autor explica que a prática se burocratiza onde quer que
o formalismo domine, ou mais exatamente, onde o formal se converte em seu
próprio conteúdo. Na prática burocrática temos uma espécie de “ditadura” do
conteúdo sobre a forma, do ideal sobre o real, etc. Esse tipo de práxis, segundo o
autor, pode materializar-se em várias outras práticas: numa prática social-estatal,
política, cultural, educativa, etc, embora reconheça que o burocratismo é também um
traço essencial do Estado opressor e explorador da sociedade dividida em classes
antagônicas.
MIGUEL, Luis Felipe. VIOLÊNCIA E POLÍTICA

Graduado em Comunicação Social (UFSC), Mestre em


Ciência Política (UnB) e Doutor em Ciências sociais
(UNICAMP).
 VIOLÊNCIA = coração oculto da POLÍTICA.

 Teoria política  Política = produção de consensos

# conflito / disputa pelo poder

 Estratégia de avestruz  eliminar a violência


é eliminar um componente central dos
processos políticos.
Estrutura do texto…
 Cisão entre POLÍTICA e VIOLÊNCIA  ausência da perspectiva da violência
estrutural.

* Hannah Arendt  Poder # Violência (Muda)  Atividade Humana: TRABALHO (animal


laborans), OBRA (modifica o mundo), AÇÃO (condição humana da pluralidade/ relação
entre os indivíduos, sem a mediação das coisas/ matéria  Política).
 Elogio / positividade da VIOLÊNCIA na POLÍTICA
 Georges Sorel / Frantz Fanon / Ulrike Meinhof / Slavoj Zizek
 Política como atividade humana que se estabelece a partir dos conflitos entre pessoas que
vivem em sociedade  VIOLÊNCIA = horizonte do conflito.
 CONTRADIÇÃO – VIOLÊNCIA – MUDANÇA

Única forma de romper com a inércia e a acomodação.


 Institucionalização do conflito

* Maquiavel / Chantal Mouffe / Bourdieu / Albert Hirschman / Nico Poulantzans 


institucionalização do conflito  modalidades de violência legitimadas.
Violência e Política
 Violência aberta
 Violência estrutural Dominação Política
 Violência Legitimada Invisível/ Naturalizada

 Não há posição confortável p/ analisar a dominação/


Violência / Política.
Desafios e não conclusões…

 O quanto desta violência estrutural seria


justificável?
 Como enfrentar a questão relativa à reações
violentas (abertas) à violência (estrutural) de
uma sociedade?
 Não existe posição normativa e nem solução
prática.
Algumas questões para refletir…
 “A desatenção à violência estrutural faz com que a reação
contra a opressão transite simbolicamente como violenta, mas
a própria opressão, não” (p. 33)
 A violência dos oprimidos transita como demonstração de
uma incorformidade que não tem como se expressar de outra
forma, pois, quando se expressa de forma ‘aceitável’, está
endossando exatamente as estruturas que precisaria
combater.” (p. 37)  Ulrike Meinhof
 “O apelo à violência aberta como resposta à violência
estrutural dificilmente contribui para a construção de um
mundo social futuro em que todas as formas de violência
estejam minimizadas.” (p. 38)
Algumas questões para refletir…
 As manifestações aparecem como pressões das minorias ao
passo que o resultado das eleições aparece como expressão
da vontade do povo.  Albert Hirschman  sufrágio
universal retira a legitimidade de formas mais coletivas.
 “O que se está tentando indicar aqui é que as instituições
não podem ser simplesmente aceitas como meios de
superação da expressão violenta do conflito porque elas não
são externas a este conflito.” (p. 40)
 “O conflito nasce da dinâmica social e substitui-lo pelo
consenso implica simplesmente em retirar de nossa visão
apenas uma parte, mas a quase totalidade da política real.”
(p. 41)

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