É fácil imaginar e julgar os clássicos como difíceis e complexos na hora da leitura. Escolas e universidades tem como dever mostrar aos alunos clássicos da literatura, como A Íliada, A Odisséia até a Divina Comédia comparando-os com o nosso dia a dia. Um clássico na concepção universal é sem mais delongas interpretação do livro em outra linguagem, um livro de linguagem complexa e cheia de detalhes sórdidos para a compreensão e sentimento, nada mais precisará do que uma análise linguística que levará o leitor a perceber que a leitura é um tanto atemporal. Botar em questão um clássico que fez parte da sua vida e talvez tenha mudado algumas concepções sobre a realidade que se vive, é um dever naturalmente complexo. Como exemplo, o clássico de Johan Goethe, O sofrimento do jovem Werther (1774) adentrando o início do romantismo na Europa, Goethe consegue expor o exagero, idealização da mulher, o sofrimento por um amor inalcançável de um jovem apaixonado por uma mulher casada, o que implica na segunda geração do Romantismo. Dito este que o personagem do jovem é na verdade a personificação de algum sentimento de cada um de nós. Por isso, na época em que o livro fora lançado, há rumores que muitos jovens identificaram-se tanto com o jovem Werther que alguns ou a maioria preferiu ter o mesmo fim do personagem, o suicídio. Afinal, quem nunca sofreu por um amor platônico? Quem nunca sentiu-se tão angustiado com a sociedade nos dias atuais? Werther sentia-se puramente angustiado com os facetes que aconteciam na sociedade em sua época. O clássico é sem dúvidas um dos melhores livros onde encontramos a sinceridade, a pureza e a extensão do sofrimento que a imaginação pode trazer nas idealizações que beiram da loucura. A comparação que segue é de trama trágica clássica de Romeu e Julieta de William Shakespeare, onde os jovens tem o fim extremamente trágico como o de Werther. Não deixando apenas essa comparação, há também a similaridade entre o comportamento do jovem Werther e o comportamento de Hamlet, também de William Shakespeare, onde Hamlet tomado por um luto absurdo, era também um jovem só, melancólico e de olhar vago, antes de adentrar a loucura imposta pelo fantasma do pai. Apesar de as obras serem, pode-se dizer de gêneros diferentes, no qual dois são trágicos e um é romântico, é perceptível a similaridade das obras em questão, tanto na fase romântica do amor exagerado, quanto ao trágico: a morte está presente em todas as três obras. O clássico então traz isso, a atemporalidade das obras, traz a tona uma boa análise linguística e etc, terá presente que ás vezes na época clássica pode trazer muito mais do que há hoje em dia.