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Diálogos, Português, 8.

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A lição da cigarra e da formiga Carlos Tê / André Sardet

A cigarra e a formiga
Formavam um belo par
Eram o roque e a amiga
Vizinhas do meu pomar

A formiga com afinco


Carreirava no carreiro
Desde as nove até às cinco
No vaivém do formigueiro

A cigarra era uma artista


Cantava canções ligeiras
Num cabaré de revista
Debaixo das laranjeiras

Às vezes não tinha pão


E tinha que o inventar
Vendia a sua canção
A quem quisesse comprar

Mas um dia a formiga morreu


Não sabem de quê
Uns dizem que foi fadiga
Outros debaixo dum pé

E deixou dinheiro a prazo


A render para ninguém
Ouro fechado à chave
No fundo dum armazém

E continuou a cigarra
Sempre pobre e falida
Acompanhada à guitarra
A cantar feliz da vida

Ouçam-na a meio da tarde


Alto vai seu recital
Não tem anjo que a guarde
Nem sequer caixa mutual

Ó formigas sem prazer


DIAL8 © Porto Editora

Tirem a vossa lição


Pesem bem o deve e o haver
E ouçam mais o coração

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