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FundaçSes Superficiais Cap 1
FundaçSes Superficiais Cap 1
FUNDAÇÕES
SUPERFICIAIS
N N
a1 a1
a ≤ 2Η
1
Argila Areia
Sapatas Rígidas Deformação do solo
Tensão média
N N
a1 a1
a > 2Η
1
Argila
Areia
Sapatas Flexíveis
série ESTRUTURAS
Este texto resulta do trabalho de aplicação realizado pelos alunos de sucessivos cursos de
Engenharia Civil da Universidade Fernando Pessoa, vindo a ser gradualmente melhorado e
actualizado.
A sua fonte assenta em sebentas das cadeiras congéneres de diversas Escolas e Faculdade de
Engenharia (Universidade do Porto, Instituto Superior Técnico de Lisboa, Universidade de
Coimbra e outras), bem como outros documentos de entidades de reconhecida idoneidade
(caso do L.N.E.C.), além dos tratados clássicos desta área e outra bibliografia mais recente,
cuja referência se encontra no final deste trabalho.
Contributo decisivo teve, igualmente, o Eng.º Manuel Miranda da Silva e Fernando de Bastos
Coutinho, sendo parte importante do texto apresentado conteúdo revisto da monografia de
licenciatura por si elaborada.
Apresenta-se, deste modo, aquilo que se poderá designar de um texto bastante compacto,
completo e claro, entendido não só como suficiente para a aprendizagem elementar do aluno
de engenharia civil, quer para a prática do projecto de estruturas correntes.
Certo é ainda que pretende o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer
à especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ao que se julga pertinente e alargar-se
ao que se pensa omitido.
Para tanto conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os contributos técnicos
que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
Cap. I - Introdução
1.1. Apresentação
O projecto duma fundação superficial deve prever que esta reuna as características básicas
no que respeita à segurança, fiabilidade e utilidade funcional, do modo mais económico
possível. As mais importantes dessas características referem-se à profundidade adequada,
aos assentamentos aceitáveis e à segurança em relação à ruptura (quer do solo, quer da
própria fundação).
Muito embora não esteja no âmbito deste trabalho a abordagem do estudo geotécnico dos
terrenos, quando a estrutura do projecto que se pretende fundar o necessitar ou justificar,
deverá fazer-se o reconhecimento e as sondagens necessárias que visem seleccionar o tipo
de fundações a realizar. Apenas se faz uma referência aos tipos de reconhecimento de solos
que comportam, em regra, sondagens de percussão.
Só para solos muito duros, já na transição para rocha, é que haverá necessidade de recorrer
a sondagens de rotação. Excepciona-se o caso da necessidade de uma amostragem
indeformada de solos, para o que interessa uma sondagem de rotação, com o objectivo de
obter uma boa amostra.
Se o projecto deve atender aos aspectos referidos, caberá à execução verificar da sua
conformidade e detectar eventuais divergências entre o projecto e a realidade, alertando e
prevenindo para as consequentes adaptações.
A segurança à ruptura deve ser assegurada tanto no que diz respeito à ruptura do terreno,
como da estrutura sapata-pilar, admitindo-se o conjunto adequadamente dimensionado e
executado para condições adequadas de funcionamento e de reacção do terreno. São
condições essenciais a tensão de segurança do terreno, a dimensão da sapata (em planta e
altura), a armadura e a sua pormenorização, a qualidade do betão e sua colocação, etc..
1.2.1. Generalidades
Efectuando uma escolha entre as diversas classificações usuais, opta-se nesta exposição
pela primeira - superficiais e profundas - por se afigurar mais bem ajustada à principal
problemática envolvida, a geotécnica. Também é usual, dentro da mesma classificação,
usar outra terminologia - fundações directas e indirectas - querendo com estes termos
designar o mesmo que se pretende com os termos ´´superficial´´ e ´´profundo´´.
Numa fundação profunda, como se deduz por simples lógica, as solicitações transmitidas
são absorvidas em parte pela face inferior ou extremo do elemento, e outra parte por
aderência das faces laterais do elemento–fuste–ao solo lateralmente adjacente. É verdade
que num elemento de fundação que atravesse formações muito moles e vá atingir uma
formação que contraste fortemente em resistência com as camadas suprajacentes, esta
segunda parcela é usualmente desprezada.
Trata-se, porém, de negligenciar uma grandeza por ela ser pequena em comparação com a
outra parcela a que se adiciona, mas que formalmente poderia ser considerada, dentro da
metodologia de cálculo adoptada.
Por outro lado, é também habitual que este tipo de fundações tenha cotas de base bastante
mais profundas que as anteriores, bem como se tenha que interpor um elemento intermédio
entre a estrutura e as mesmas (caso dos maciços de encabeçamento): daí a designação de
profundas ou indirectas.
Numa fundação superficial, pelo contrário, os métodos de calculo são formulados em
termos de não contar com aderência lateral do terreno ás paredes dos elementos de
fundação.
O problema da determinação da capacidade de carga dos solos é dos mais importantes para
o engenheiro civil que projecta ou executa fundações.
A escolha do tipo de fundação depende de vários aspectos relacionados, quer com o tipo de
estrutura do edifício, quer especialmente com as características geotécnicas do solo de
fundação. É este ultimo aspecto que se vai abordar.
Assim, para uma caracterização de grandes áreas e para permitir uma avaliação em termos
globais, a possibilidade de realizar, numa primeira fase uma prospecção sísmica ou
eléctrica.
Para uma avaliação mais localizada dos terrenos pode recorrer-se aos seguintes métodos de
prospecção. (Camara, J. Noronha e Correia, A. Gomes. Notas Sobre Fundações de Edifícios. Instituto
[]
Superior Técnico). 1
As amostras retiradas através dos métodos directos de prospecção poderão ser ensaiadas
em laboratório para o que se dispõe entre outros dos seguintes ensaios:
Na utilização de ensaios “in situ”, diversos métodos podem ser usados para determinar a
capacidade de carga e a deformabilidade dos solos. Destes, uns servem para determinar “in
situ” e não em laboratório, as características geotécnicas que intervêm nas formulas
clássicas. São utilizados de preferência nos casos de materiais onde seja difícil a recolha de
amostras com qualidade satisfatória, bem como a sua análise laboratorial. De facto, a
utilização destes ensaios não modifica em nada os métodos de cálculo da resistência do
solo (caso da utilização do ensaio SPT).
Convém assinalar que todos estes métodos, que são somente resultados aproximados,
exigem bom conhecimento da estrutura geológica do terreno e experiência comprovada de
quem os utiliza. (Coelho, Silvério, Tecnologia de Fundações, Edições E.P.G.E.). [3]
Quando uma carga proveniente de uma fundação é aplicada ao solo, este deforma-se e a
fundação assenta, como se sabe para um mesmo solo e igual área de influência. Quanto
maior a carga, maiores os assentamentos. Como indicado na fig. I.1, para pequenas cargas
os assentamentos são aproximadamente proporcionais.
Das duas curvas pressões-assentamentos mostradas, observa-se que uma delas apresenta
uma bem definida pressão de ruptura pr, que, atingida, os assentamentos tornam-se
incessantes. Este caso, designado por ruptura generalizada, corresponde aos solos pouco
compressíveis (compactos ou rijos).
P'r Pr
p
C
A
r'
B
r
A outra curva mostra que os assentamentos continuam crescendo com o aumento das
pressões, porém não evidência, como anteriormente, uma pressão de ruptura; esta será
então arbitrada (pr´) em função de um assentamento máximo (r´) especificado. Neste caso,
denominado ruptura localizada, enquadram-se os solos muito compressíveis (muito
deformáveis).
Não são muito comuns os acidentes de fundação devidos a ruptura do terreno, o que
demonstra os cuidados que normalmente implica.
A pressão de ruptura ou capacidade de carga de um solo é, assim, a pressão (ou tensão) pr,
que aplicada ao solo causa a sua ruptura. Afectando-a de um adequado coeficiente de
segurança, da ordem de 2 a 3, obtém-se a pressão (ou tensão) admissível, a qual deverá ser
“admissível” não só à ruptura como às deformações excessivas do solo.
Fundações Superficiais / Introdução Capítulo I / 6
Estruturas Betão Armado
O cálculo da capacidade de carga do solo pode ser feito por diferentes métodos e
processos, embora nenhum deles seja matematicamente exacto.
Por outro lado, podem dar origem a deformações excessivas ou rotura das fundações
algumas das causas que se listam a seguir:
Os assentamentos totais também devem ser limitados, não só por poderem dar origem aos
assentamentos diferenciais, mesmo em condições de aparente homogeneidade do terreno
de fundação, mas também por criarem alterações nas cotas de acesso aos edifícios e roturas
ou avarias nas ligações de águas, esgotos, canalizações de gás, etc.
A fundação superficial não pode suportar tracção e, por isso, procura-se que a
excentricidade não ultrapasse o terço central. No caso contrário é a excentricidade que
define a largura activa da sapata (distribuição da tensão de contacto triangular em vez de
trapezoidal – no caso de análise plana).
Há duas subdivisões principais a considerar: estacas e pegões. Será prudente referir, muito
embora, que os pegões podem apresentar geometria e colocação passível de caírem, de
certa forma, perto do campo de definição das fundações directas. Distinguem-se pelos
métodos construtivos e pela esbelteza (relação comprimento / dimensão transversal).
Contudo, porque actualmente certos métodos construtivos que se têm desenvolvido se
adaptam bem á construção de elementos, quer com a configuração geométrica tradicional
dos pegões, quer com a geometria habitual de estacas, resulta que será sobretudo a
dimensão e configuração da secção transversal e a esbelteza, que deverão servir de critério
distintivo entre estacas e pegões.
a) Estacas - são peças longas de fraca secção transversal que servem de veículo de
transmissão de cargas entre a base da estrutura e a camada firme de fundação (no caso de
secções circulares, de diâmetro pouco excedendo 1 m, muito frequentemente com secções
ainda menores) e com esbeltez maior do que 6 ou 7.
Há que distinguir dois tipos fundamentais: estacas cravadas e estacas moldadas no terreno.
As estacas cravadas podem ser de aço, comportando uma gama muito variada de perfis,
(perfil I, tubulares, perfis compósitos) e como é obvio, para ter bom aproveitamento da alta
resistência do aço, exibem sempre elevada esbeltez. São também muito frequentes estacas
cravadas de betão armado, sendo modernamente quase sempre pré-esforçadas, para as
robustecer em relação à operação de içamento e suspensão. De facto, muitas vezes, para
estacas longas, as operações de transporte e preparação da cravação são a solicitação
determinante do dimensionamento. São também usadas estacas de madeira, hoje pouco
frequentemente e em regra só para obras provisórias.
b) Pegões (Poços) - os pegões não são senão estacas do tipo moldado, mas de grande
secção transversal, nunca inferior a 1m2, mesmo habitualmente com secção bastante
maior. São frequentes as secções circulares, mas também são muito comuns secções
quadrangulares, normalmente executados em betão simples ou armado. Têm um âmbito
mais limitado de aplicação.
Maciço
Solo Bom
Maciço
Solo Bom
c) Caixões - são normalmente caixas ocas, de betão que são descidas no terreno por
“havage” (escavação pelo interior), ou levados a flutuar na água para o local de
implantação e então afundados.
Uma variante interessante de escavação associada a uma descida por “havage”, é a que se
realiza ao abrigo de uma câmara de ar comprimido, a seco, já que a água exterior é
impedida de entrar na câmara pela pressão do ar. O alcance destas obras é limitado e exige
uma boa capacidade portante ao nível do extracto interessado.
Caixão
Havage
1.2.4.1. Estacas
As estacas podem ser classificadas segundo a sua natureza (madeira, aço, betão, etc.), o seu
tipo de execução (cravadas ou moldadas), ou ainda segundo as suas funções (estacas de
tracção, estacas de atrito lateral, ou estacas de compactarão). Todavia, a classificação mais
importante e aquela que vamos reter é a que se baseia no processo de execução - Estacas
Cravadas ou Moldadas.
1.2.4.2. Pegões
Designa-se por pegões um elemento de fundação profunda com elevada secção transversal,
nunca inferior a 1m2 e mesmo habitualmente com secção bastante superior. A esbelteza
costuma andar entre 5 a 8, são frequentes as secções circulares, mas também são muito
comuns secções quadrangulares. Os pegões de secção muito elevada, da ordem da dezena
de m2, são mais frequentemente de secção quadrangular e comportam septos,
subdividindo-os em células. Obviamente que os septos aumentam a rigidez da secção e
permitem trabalhar em escavação separadamente em cada célula, o que pode trazer
substanciais vantagens de ordem construtiva.
- O afundamento
Em pegões do tipo caixão, até á profundidade desejada, costuma fazer-se pelo processo
que é habitual designar por ´´havage´´ escavação do solo do interior do pegão usando uma
qualquer escavadora, verificando-se o auto afundamento do pegão conforme escavação
progride. Foi muito usado, mas encontra-se actualmente em franca regressão pelo seu
elevado custo. O uso de ar comprimido para, abaixo do nível hidrostático, manter o interior
do pegão a seco permitindo, assim, o acesso de homens para escavação manual de solos
que as escavadoras têm dificuldade em remover, contudo, foi um processo bastante usado.
O elevado custo da mão de obra no trabalho a ar comprimido faz com que, nas condições
actuais, outras soluções sejam em geral adoptadas.
Em pegões circulares de secção não muito elevada faz-se, por vezes, o alargamento da sua
base escavando com equipamento adequado uma secção troncocónica. Este processo não é
muito usado em Portugal, mas tem larga difusão geral.
O grande desenvolvimento que recentemente tem sido a técnica que entre nós é conhecida
pela designação de ´´paredes moldadas´´, veio abrir novas perspectivas á construção de
fundações profundas. Como é sabido, consiste fundamentalmente esta técnica em tirar
partido do efeito estabilizador que sobre as paredes de poços profundos, desde que não
muito extensos, têm as suspensões de bentonite. Pode-se assim abrir um poço dispensando
entivação, contando que a sua escavação seja feita simultaneamente com o seu
preenchimento com suspensão de bentonite. Uma parede moldada é construída lançando
betão, por tremonha, no fundo da escavação preenchida pela calda de bentonite. A
bentonite é expulsa (e recuperada) ficando betão em seu lugar a preencher a escavação. Se
se introduzir, antes da betonagem, uma armadura no poço, obter-se-á uma parede de betão
armado.
É fácil visualizar a extrema variedade de soluções de fundações profundas que com esta
técnica se podem conseguir: estacas de grande diâmetro, elementos alongados (´´barrettes´´
na terminologia francesa), associações de diversas ´´barrettes´´ formando secções em T ou
em U ou ainda recintos fechados, equivalentes a autênticos pegões. Poder-se-á dizer que,
com poucas limitações associadas a terrenos particularmente difíceis, é a mais promissora
das técnicas de que actualmente se dispõe para fundações de alta capacidade de carga. Para
cargas moderadas continuam as estacas convencionais a ser a solução mais adequada.
A carga limite última vertical Q de uma fundação pode ser avaliada analiticamente. Para
tal deverão ser consideradas situações a curto e longo prazo, particularmente em solos
finos, onde a variação das pressões intersticiais ao longo do tempo pode conduzir a
variações da resistência do solo.
N (SPT) 5 10 20 30 40 50
Quadro I.1 – Correlação entre o número de pancadas do SPT e a tensão admissível do solo
A verificação da segurança das fundações deve ser estabelecida na mesma base do que
qualquer outro elemento estrutural. Assim, os princípios gerais da segurança deverão
obedecer ás disposições internacionalmente aceites e definidas na regulamentação
Portuguesa sobre acções (R.S.A.). No entanto, a aplicação ás fundações desses princípios
levanta algumas dificuldades. O EUROCODE 7 virá certamente ajudar a enquadrar
regulamentarmente a verificação da segurança de fundações. Este regulamento define os
estados limites para as fundações que a seguir se apresentam:
3. Rotura por corte ou punçoamento do solo. De acordo com Terzaghi [16] a tensão de
rotura por corte ou punçoamento do solo, pq, é função de vários parâmetros dos quais
se destacam:
- coesão (c);
- atrito (φ);
- peso específico (γ);
- profundidade (t);
- dimensão do elemento (b).
gp
σseg = com γs ≥ 3.0
γs
N
σ (N, M) = ≤ σseg
Autil
Embora dependendo do critério usado, os esforços N e M não são normalmente
majorados, sendo os coeficientes de segurança aplicados na passagem da tensão de
N
M
N+M N'
e
N'
A'
σ (N,M)
gp
σseg = com γs ≥ 3.0
γs
N
σ (N, M) = ≤ σseg
Autil
fundação.
N .tg .∂
≥ γs com γs ≥ 1.5
H
5. Derrubamento, que estuda com que a fundação pode ser derrubada rodando sobre um
ponto do terreno.
Mest .
≥ γs com γs ≥ 1.5
Mder.
N
M
- deformações instantâneas;
- deformações lentas (diferidas),
devendo ser feito para as acções quase permanentes e analisar-se quais os seus efeitos na
superestrutura.
De salientar, uma vez mais, que danos severos em estruturas surgem devidos a
assentamentos diferenciais.
Designa-se por «tensão adicional» a tensão que uma construção (incluindo aterros e
escavações) induz em qualquer ponto do terreno; é, pois, a diferença entre a tensão que se
verificará após a construção completa e carregada e a tensão inicialmente existente.
A tensão adicional deve manter-se sempre inferior à que provoca a rotura do terreno. Esta
condição serve para fixar o limite superior da tensão que uma dada fundação pode
transmitir ao terreno: «tensão de rotura».
Para que haja uma certa margem de segurança, há que reduzir a tensão de rotura por
aplicação dum coeficiente de segurança, obtendo-se a «tensão de segurança à rotura», que
é o valor limite da tensão sem entrar em consideração com possíveis assentamentos por
consolidação. Como as características dos terrenos variam ao longo das épocas do ano, o
valor da tensão de segurança à rotura a adoptar deve ser o correspondente à época mais
desfavorável.
Em muitos casos, é ainda necessário limitar os assentamentos para atender à sensibilidade
da estrutura e à finalidade da construção, pelo que nesses casos poderá ser necessário
adoptar um valor inferior à tensão de segurança à rotura. Esse valor da tensão admissível
designa-se simplesmente por «tensão de segurança».
1.3.4.2.1. Tabelas
«Solo seco» significa que o nível freático se encontra a uma profundidade, abaixo do nível
da fundação, superior à largura da sapata b. Os valores indicados para solos incoerentes
referem-se a larguras da sapata b igual a 1 m. Nos casos em que não estão indicados
valores, estes só podem ser atribuídos após exame ou estudo dos terrenos.
Aos valores indicados na tabela corresponde um coeficiente de segurança de cerca de 2
em relação à capacidade de carga por corte do terreno de fundação. As tensões de
segurança indicadas no quadro destinam-se a ser usadas quando não tiverem sido
realizados ensaios para determinação das características mecânicas do terreno e quando se
esteja seguro de que o terreno em causa corresponde correctamente ao tipo ali indicado.
Deve, no entanto, notar-se que a realização de ensaios conduzirá em regra a soluções mais
económicas.
Quadro I.2 – Tensões de Segurança à Rotura
- «Solo seco» significa que o nível freático se encontra a uma profundidade, abaixo do nível da
fundação, superior à largura da sapata b.
- Os valores indicados para solos incoerentes referem-se a larguras da sapata b igual a 1 m.
- Nos casos em que não estão indicados valores, estes só podem ser atribuídos após exame ou estudo
dos terrenos.
Em termos de custos é conhecido e óbvio que as fundações indirectas são mais caras. O
custo de fundações por sapatas corresponde aproximadamente a 2 a 6% do custo total do
edifício, ao passo que as fundações indirectas podem atingir percentagens de 10 a 20%.
A base das fundações superficiais, em geral, deverá ser realizada a uma distância da
superfície superior ou igual a um metro.
Deverão ser analisados, para além da capacidade resistente do solo, os seguintes aspectos:
Se há assentamentos diferenciais, a junta deve cortar a sapata para permitir esses mesmos
assentamentos, caso contrário não há interesse em cortar a sapata na junta de
dilatação/retracção. De salientar, muito embora, que a estas sapatas devem ser munidas da
armadura necessária para absorver as forças induzidas por estas deformações impostas,
nomeadamente nas suas faces superiores.
Em sapatas não se devem utilizar varões finos por causa da corrosão, nem valores muito
altos por causa da aderência.
Recomenda-se que o dimensionamento deve ser tal que não haja necessidade de colocar
armaduras de esforço transverso nem de punçoamento.
Será de equacionar:
Por outro lado deve ter-se em atenção que no fabrico do betão cada matéria prima tem
limites de eficácia na melhoria do desempenho desse betão: existem dosagens óptimas
acima das quais o uso pode tornar-se desperdício porque não permite atingir o efeito
desejado.
Como produzir um betão de elevado desempenho? Sem se ser exaustivo, pode indicar-se o
seguinte método: