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Teoria Das Restriçoes e Contabilidade Gerencial
Teoria Das Restriçoes e Contabilidade Gerencial
TEORIA DAS E
-
RESTRIÇOES
CONTABILIDADE GERENCIAL:
INTERLIGANDO CONTABILIDADE A
-
PRODUÇAO
RESUMO: Como instrumento de apoio à contabilidade gerencial, a teoria das restrições significou uma evolução
dos métodos de rateio existentes em razão das mudanças ocorridas no ambiente de manufatura. A escolha da
combinação de produtos a serem fabricados emprega uma medida até então esquecida pelos contadores: o ganho
por unidade do recurso restritivo.
© 1998, RAE - Revista de Administração de Empresas / EAESP / FGV, São Paulo, Brasil. 35
- foram alinhadas às economias de escopo - de produtos de pequeno volume que deman-
a mesma máquina desempenhando várias davam substancial consumo de atividades,
funções simultaneamente. Foi neste contex- com incentivo à concentração de produtos.
to que a abordagem do custeio por ativida- Também em meados de 80, uma outra
des (ABC) se desenvolveu. abordagem passou a ser difundida em perió-
O ABC parte da premissa de que produ- dicos de renomada tradição como, entre ou-
tos consomem atividades, e estas consomem tros, Management Accounting. A exemplo da
recursos. Assim, as atividades surgem quan- anterior, esta abordagem pode ser entendida
do determinadas ações direcionadoras de como um aprimoramento em face do novo
custos acontecem, com o sacrifício de recur- ambiente e do custeio direto convencional:
sos. Por exemplo, diversas ações ocorrem o custeio com base na teoria das restrições.
diariamente nas empresas, que consomem
A TEORIA DAS RESTRiÇÕES
...............................
A abordagem metodológica criada pela
o ABC SIGNIFICA, EM teoria das restrições (theory oi constraints -
TOC) foi inicialmente introduzida por meio
ESSÊNCIA, UM da publicação do livro The goal, em 1985,
APRIMORAMENTO AO de autoria do físico israelense Eliahu M.
Goldratt, traduzido em diversos países.' Es-
CUSTEIO POR ABSORÇÃO crito sob a forma de romance, o livro des-
TRADICIONAL, MAS creve as experiências do autor (personifica-
do pelo protagonista Jonah) na elaboração de
REVESTIDO DE UMA métodos de otimização de processos indus-
ABORDAGEM MAIS triais, em especial pelo emprego do progra-
ma Optimum Production Technology (OPT)
SISTÊMICA. - uma aplicação metodológica de Pesquisa
............................... Operacional - desde 1980.2 A partir dessa
publicação, a abordagem expandiu-se para
recursos na execução do trabalho dos empre- outras áreas da empresa, inclusive pela adi-
gados, expedição de produtos aos clientes, ção de novos instrumentais à contabilidade
requisições de materiais nas linhas de mon- gerencial.
tagem etc. No rateio, os custos totais ineren- Embora recente, a teoria das restrições
tes a cada atividade são distribuídos aos pro- pode ser dividida em três campos distintos:
dutos de acordo com o número de vezes que 1. Um conjunto de ferramentas destina-
foram desempenhadas em suas fabricações. das à solução de problemas gerenciais: estes
Em outras palavras, o custo indireto de fa- instrumentos são denominados Processos de
bricação (CIF) associado a cada atividade Raciocínio da TOC (Thinking Processes -
seria distribuído aos produtos proporcional- TP) e são empregados de modo a responder
mente ao número de vezes que este a reque- lógica e sistematicamente às três questões
reu. O custo do produto resultaria do essenciais de qualquer processo de melhoria
somatório dos CIFs proporcionais consumi- de resultados: "o que mudar", "para o que
dos pelas atividades. Na prática, todavia, mudar" e "como causar a mudança".
apenas aquelas atividades mais dispendiosas 2. Um subconjunto de ferramentas de
seriam rastreadas e valoradas para determi- gerenciamento do dia-a-dia, extraídos dos
nação dos custos dos produtos. Processos de Raciocínio, usados para aper-
O ABC significa, em essência, um apri- feiçoar as habilidades gerenciais em pontos
moramento ao custeio por absorção tradicio- vitais como, por exemplo, comunicação (ne-
nal, mas revestido de uma abordagem mais gociação, viabilização de idéias), realização
sistêmica. Técnicas como JIT (Just in Time) de mudanças (resolvendo conflitos crônicos),
1. GOLDRATT, E. M., FOX, R. A meta. um
processo de aprimoramento contínuo. e TQM (Total Quality Management) foram empowerment (delegando efetivamente) e
São Paulo: Educato, 1993.
incorporadas à abordagem. Não obstante, a formação de equipes (para atingir objetivos).
2. Para maiores esclarecimentos preocupação pelo alcance do custo "verda- 3. Soluções inovadoras criadas a partir da
ver JAYSON, S. Goldratt & Fox:
deiro" do produto permaneceu. Essa fixação aplicação dos processos de raciocínio TOC
Revolutionizing. Management
Accounting, May 1987, p.18-22. levou muitas empresas a abandonarem linhas em áreas específicas, como produção (con-
forme discutido no livro citado), distribui- retar em ganho imediato de dinheiro pelas
ção, marketing e vendas, gerência de proje- vendas. A taxa de retorno contábil irá cair,
tos e planejamento estratégico. além de aumentarem as despesas com arma-
A partir da adoção de conceitos simples zenagem e manuseio de materiais. Por outro
e usuais, a TOC estabeleceu uma integração lado, caso a organização opte por manufatu-
mais efetiva entre as áreas de Contabilidade rar somente 40 peças ao mês, o mercado ab-
e Produção, o que acabou por viabilizar a sorverá esse volume sem reflexos no acrés-
tomada de decisões mais eficazes, sempre cimo de despesas, mesmo às custas de man-
com vistas a atingir o objetivo primário de ter dado nível de ociosidade nos recursos A
qualquer negócio: ganhar dinheiro agora e e C. Em tal situação, a taxa de retorno do
sempre - a meta. mês será mais favorável.
O conceito-chave da TOC refere-se à A abordagem TOC recomenda que as res-
"restrição", ou seja, o fator que restringe a trições físicas sejam gerenciadas de acordo
atuação do sistema como um todo. Em es- com o seguinte processo decisório:
sência, restrição significa qualquer obstácu-
lo que limita o melhor desempenho do siste-
ma em direção à meta. Dois tipos de restri- 1. Identificação da(s) restrlção(ões), ou
ções podem ser identificadas: (1) físicas, as- seja, o(s) fator(es) que restrlnge(m) o
sociadas ao fornecimento de materiais, à ca- sistema.
pacidade produtiva, à logística e ao merca- 2. Definição de como explorar a(s)
do; e (2) não-físicas, ou políticas, ligadas a restrlção(ões) do sistema.
aspectos gerenciais e comportamentais, por
3. Subordinação de todos os aspectos às
meio das normas, procedimentos e práticas
decisões tomadas acima.
usuais.
4. Elevação da(s) restrlção(ões) do sistema.
Em condições usuais, as restrições físi-
cas são de mais fácil detecção, sendo conhe- 5. Retomo ao elo agora mais fraco, sem
cidas como "gargalos" (bottleneck) quando deixar que a Inércia se tome a nova
relacionadas à capacidade instalada de fa- restrição.
bricação.
Por exemplo, suponha que, numa deter-
minada empresa de vestuário, existam três No exemplo exposto, o fator que restrin-
recursos de produção (máquinas ou operá- ge o desempenho do sistema como um todo
rios), dispostos de acordo com o fluxo de é a máquina B (ou operário B, da costura).
produção mostrado na Figura 1. Identificada a restrição, a empresa deve ini-
Na hipótese de o mercado consumidor cialmente procurar aproveitá-la da melhor
absorver quaisquer quantidades de peças de forma possível, com ações do tipo: não per-
tecido fabricadas, o "recurso restritivo de mitir que se costurem peças com defeito de
capacidade" consiste no recurso B. Nesse corte; evitar que o recurso fique parado à
sentido, caso a firma produza uma quanti- espera de peças ou por outro motivo, como
dade acima de 40 peças ao mês, o efeito desta nos intervalos de almoço; ou, ainda, traba-
decisão será a formação de estoques inter- lhar apenas com as peças que precisem ser
mediários, mas não maiores vendas efetivas vendidas. A seguir deve-se subordinar os
do período. Tais estoques elevarão o total do recursos de não-restrição (A-corte e C-em-
ativo (investimento) da entidade, sem acar- balagem) ao ritmo da restrição (B-costura),
•• ••
Recurso A Recurso B Recurso C
Corte Costura Embalagem
Capacidade Capacidade Capacidade
= = =
60 peças/mês 40 peças/mês 100 peças/mês
sões para alcance da meta visam a redução dos de análise de eficiências ou disfunções no
custos, que, na analogia, corresponderia à re- emprego dos recursos. Em adição, a ênfase
dução de peso da corrente. Controlar os pa- pela otimização dos insumos resulta em maio-
drões de custos de fabricação no intuito de di- res níveis médios relativos de estoque, bem
minuir o custo total equivale à diminuição do como das despesas adicionais na sua movi-
peso da corrente via redução do peso de al- mentação, manutenção e manuseio, além do
gum elo independente. As características des- acréscimo às perdas (defeitos, quebras e
ta abordagem seriam assim resumidas: obsolescência). Por conseguinte, parte-se do
pressuposto de que a elimina-
ção da ociosidade de qualquer
Qualquer melhoria em qualquer elo da recurso contribuiria para a ele-
corrente melhora a corrente. A redução de vação do ganho global da enti-
peso melhora o todo. A melhoria global dade, o que, em verdade, so-
representa o somatório das melhorias locais mente ocorreria se este repre-
Individuais. Tudo é possível na melhoria sentasse o fator restritivo.
global. Na visão do mundo dos
ganhos, apenas a máxima utili-
zação do recurso restritivo de
Segundo ficou evidenciado no exemplo, capacidade (gargalo) determinaria o desem-
entretanto, o controle dos custos inerentes penho global do negócio. Ao se manter a má-
aos recursos A e C não se traduziu em xima eficiência neste recurso - mesmo em
melhoria efetiva no ganho do negócio. Au- detrimento de níveis de ociosidade nos de-
mentar a capacidade de fabricação destes mais -, a receita permaneceria estabilizada,
recursos não resultaria em acréscimo às ven- mas a diminuição relativa dos custos e des-
das, mas sim em maiores estoques de pro- pesas poderia ser expressiva, elevando o re-
dutos em processo. A melhoria global so- sultado global.
mente seria conseguida se o recurso B ma-
nufaturasse mais de 40 peças ao mês. MEDIDAS CONTÁBEIS DE
Do lado inverso, no mundo dos ganhos, DESEMPENHO NA TOC
a entidade compõe-se de sub-sistemas, os
elos, ao passo que as decisões visam ao au- A abordagem TOC apresenta outra ana-
mento da resistência da corrente, e não à re- logia com a finalidade de associar a meta
dução de seu peso. Logo, somente o fortale- da empresa às medidas de desempenho dis-
cimento de seu elo mais fraco determinaria poníveis. Nesse sentido, supondo-se que a
a resistência do sistema no intuito de organização deseje adquirir uma "máquina
maximizar a capacidade da corrente na trans- de fazer dinheiro", com certeza a decisão
missão de esforço. Em outras palavras: seria por aquela que produzisse o maior
volume de recursos (lucro lí-
quido) em proporção ao capi-
A maioria das melhorias na maioria dos elos tal despendido (investimento).
do sistema não melhora a corrente. A Esta decisão de lucratividade
o melhoria global difere do somatório das se fundamenta em três concei-
melhorias locais. A Identificação da(s) tos, como mostra a Figura 2:
c:x::x::::o restrlção(ões) e os outros quatro passos de 1. Ganho (throughput): diz
otimização das restrições físicas capacita a respeito ao dinheiro gerado pelo
melhoria do sistema.
sistema durante o período. Em
condições normais, a receita
operacional líquida se converte
em disponível em prazo relati-
Em verdade, na visão tradicional busca- vamente curto, assim como expressiva par-
se a máxima eficiência na utilização dos fa- cela das encargos variáveis o consome. O
tores de produção - economias de escala -, ganho deriva-se da diferença entre a receita
reduzindo ao máximo seu custo por unidade líquida e os "custos totalmente variáveis".
de produto. A diferença entre valores reais e 2. Despesas operacionais: correspondem
padrões preestabelecidos representa objeto aos custos e despesas incorridos no proces-
Dentro destes princípios, a TOC desen- uma questão de tradição acadêmica do que
volveu uma ferramenta de medição, deno- de resistência à mudança. Em termos lite-
minada bússola," que possibilita determinar rais, toda a literatura contábil existente as-
o impacto financeiro de uma decisão espe- sociada à análise do custo-volume-lucro e
cífica. Desta forma, cada pessoa conta com custeio direto incorpora a MOD aos encar-
um mecanismo coerente para a tomada de gos variáveis. Sua adaptação tornaria ambas
decisão, com o qual é induzido a fazer o que as metodologias equivalentes, nas medidas
é bom para a organização como um todo, se- gerais de desempenho.
guindo sempre a direção da meta de ganhar
dinheiro hoje e sempre.
Custeio variável Custeio varfável com mão-de-obra Contabilidade " Contabilidade .dó
cOl,lveneional direta classificada como fix:~ do ganho ganho simplificada
Uma corda deveria ser amarrada do RRC à Do ponto de vista contábil e da produ-
primeira operação. Em outras palavras, a taxa ção, as informações relevantes são listadas
na qual da operação inicial a matéria-prima abaixo:
se transforma em produto acabado seria dita-
da pela taxa em que o RRC está produzindo. • O investimento total empregado pela
empresa corresponde a R$ 160 mil.
"Tais conceitos parecem sonoros, assim, A empresa tem uma unidade de cada re-
permita-nos derivar um procedimento de curso.
modo a implementar a abordagem logística • Cada recurso pode ser utilizado durante
do RRC, o sistema tambor-pulmão-corda, na 8 horas ao dia, nos 5 dias da semana, num
fábrica. Um bom sistema logístico deveria total de 2.400 minutos (8 ' 5 ' 60).
possuir os meios (planos e quadros de pro- Os gastos incorridos por semana signifi-
dução) a fim de controlar o fluxo de materi- cam:
ais dentro, através efora das indústrias sem (a) mão-de-obra direta: 4 operários, 40 ho-
relação a quanto complicados possam ser. ras semanais, com taxa horária de R$ 5,
Este representa justamente o procedimento totalizando R$ 800 (4 ' 40 ' 5);
que necessitamos desenvolven'" (b) custos indiretos de fabricação: pelo total
de R$ 5.200.
Com base neste raciocínio, em qualquer li-
nha de manufatura existe pelo menos um RRC. Ou seja, somando MOD e CIF tem-se
Mesmo assim, os estoques de proteção devem como resultado R$ 6 mil.
ser planejados em dois lugares: (a) antes do
RRC, segundo explicado pelos autores, e (b) • Conforme a figura divulgada (Figura 3),
após o último recurso (não-gargalo), a fim de pode-se calcular os tempos de fabricação
atender às demandas randômicas do mercado. de ambos os produtos:
(a) P = 15 + 10 + 10 + 15 + 5 = 55 minutos
SIMULAÇÃO: EMPRESA por cada peça;
INDUSTRIAL P&Q (b) Q = 15 + 5 + 5 + 10 + 15 = 50 minutos
por peça.
Como forma de realizar uma análise com-
parativa sobre os efeitos contábeis das deci-
sões gerenciais obtidas com base nas abor-
...... '" .
dagens convencional e da TOC, o exemplo
da firma P&Q9 foi transcrito a seguir: o EMPREGO DA MEDIDA "GANHO
UNITÁRIO NO GARGALO" TEM
A empresa industrial P&Q Ltda.fabrica
e vende os produtos P e Q. Essa firma atua FICADO AUSENTE DA LITERATURA
em condições ideais, ou seja, só fabrica os CONTÁBIL TRADICIONAL DESDE
dois produtos, possui um mercado consumi-
dor firme, os preços são fixos, há disponibi- HÁ MUITO.
lidade ilimitada de matéria-prima, as má-
quinas não quebram e não existe refugo no
..........................................
processo de industrialização.
A demanda semanal pelo produto P cor- A questão a ser resolvida diz respeito a
responde a 100 unidades, ao preço unitário qual combinação de produtos maximizaria
de R$ 90, ao passo que para Q significa 50 o resultado líquido semanal da empresa.
peças, ao preço de R$ 100 cada. Afirma utili- Pela abordagem convencional (custeio
za as máquinas (recursos de produção) A, B, por absorção), seria considerado preferí-
C e D de modo a transformar as matérias-pri- vel aquele produto com maior margem bru-
mas MP 1, MP2, MP 3 e MP4 em produtos aca- ta. Pelo emprego do custeio direto, aquele
bados. As três primeiras custam R$ 20 cada que apresentasse a maior margem de con- 8. GOLDRATI, E. M., FDX, R. The rsce
unidade, enquanto a MP4 custa R$ 5. Os flu- tribuição - considerando a MOD como New York: North River Press, 1985. p.98.
xos dos processos, os preços, as quantidades variável. Pela adoção do custeio por ativi- 9. GOLDRATT, E. M. The Haystack
e os tempos despendidos na fabricação se en- dades, o mix seria composto a partir do pro- Syndrome: shifting inlormalion out 01lhe
data oceano New York: lhe North River
contram esquematizados na figura 3. duto de maior margem total (receita me- Press, 1990.
CJ
P
DEMANDA = 100 DEMANDA = 50
PREÇO DE VENDA = $ 90 PREÇO DE VENDA::: $100
MP4 - Botão
R$5 ~-------------,
D - Embalagem ·10 min D • Embalagem· 5 mln
I~,
1....//
/
'Cc::.
A - Corte· 15 mln B • Bordado· 16 mln A· Corte ·10 mln
R$ 20 R$ 20 RS 20
Haja vista essa restrição, a prioridade seria pectivos preços deduzidos de seus custos to-
a produção de 50 unidades de Q, o que consu- talmente variáveis, a MP), Q seria preferí-
miria 1.500 horas do tempo disponível sema- vel a P: ganhos de R$ 60 e R$ 40, respecti-
nal de B. As 900 horas restantes se destinariam vamente. Não obstante, ao se considerar o
à fabricação de P. Ou seja, a composição "óti- RRC neste cálculo, verifica-se que P possui
ma" abrangeria 50 unidades de Q e apenas 60 um ganho unitário de R$ 3 no gargalo, en-
unidades de P. Tal composição levaria a firma a quanto Q, somente R$ 2. Desse modo, a ên-
um prejuízo contábil de R$ 300 por semana. fase recairia sobre a produção de P. O mix
O mesmo raciocínio poderia ser aplicado ao seria composto de 100 unidades de P e ape-
custeio direto, que considera, por convenção, a nas 30 de Q. Essa combinação conduziria a
MOD como variável. A margem de contribui- firma a um lucro líquido de R$ 300.
ção do produto Q também supera aquela obtida A despeito de sua simplicidade, o exemplo
para P. Por sua vez, a adoção do sistema ABC citado confirma a necessidade de uma maior
como um aprimoramento ao custeio por absor- integração entre as práticas contábeis geren-
ção, enfatizaria o produto Q da mesma maneira. ciais e as medidas de desempenho oriundas da
Ao contrário, na abordagem da TOC, a produção. O emprego da medida "ganho uni-
decisão seria condicionada ao ganho por uni- tário no gargalo" tem ficado ausente da litera-
dade de produto no uso do recurso B. Ob- tura contábil tradicional desde há muito.
servando-se apenas o montante dos ganhos Serão mostradas a seguir as tabelas de
unitários dos dois produtos (no caso, os res- cálculo do exemplo.
P Q
"p ,~o Q e+Q
t-
Unitário Total Total
Quantidade 100 50
q('mi~1' x50
-----
§Ir
Oi;; ~-~ Toral
.- P(min) x 100 / 2.400 Pofencial
Recurso A 15 1.500 10 500 2.000 83% Ocioso
Recurso B 15 1.500 30 1.500 3.000 125% Excesso
Recurso C 15 1.500 5 250 1.750 73% Ocioso
Recurso D 10 1.000 5 250 1.250 52% Ocioso
b) Abordagem da TOC
Ganho unitário 45 60
Classificação estratégica 2 Q 1Q