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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

HACA 35- ESTUDO DAS SOCIEDADES


ATIVIDADE 1- 2021.2
Docente- Jéssica Máximo Turma- T02
Estudante- Carla Lumena da Costa Araujo

COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO

CAPÍTULO 1: INVASÃO E COLONIZAÇÃO

O autor entende por colonização todos os processos que considera o seu grupo
étnico ou cultura o centro de tudo, desapropriação, extermínio, dominação e até a troca
de uma cultura pela outra, independentemente da área em que essa cultura esteja. Em
contrapartida todos os processos de resistência e luta em defesa dos territórios dos
povos contracolonizadores, seus símbolos, significações e modos de vida. Desta forma
apesar das particularidades, o autor define povos indígenas e africanos como contra-
colonizadores e em contrapartida, as pessoas vindas da Europa são chamadas como
colonizadores, não importa se senhores ou colonos.

Como sabemos, esses povos possuem várias


autodenominações. Os colonizadores, ao os generalizarem
apenas como "índios", estavam desenvolvendo uma técnica
muito usada pelos adestradores, pois sempre que se quer
adestrar um animal a primeira coisa que se muda é o seu nome.
Ou seja, os colonizadores, ao substituírem as diversas
autodenominações desses povos, impondo-os uma
denominação generalizada, estavam tentando quebrar as suas
identidades com o intuito de os coisificar/ desumanizar
(BISPO, Antonio, 2007)

O autor busca entender as diferenças do dialogo entre a maneira subjetiva de ver


e entender o mundo com a crença só admite um único Deus dos colonizadores e a
maneira de quem crê na existência de vários deuses como contra-colonizadores,
ponderando sobre os seus resultados e efeitos nos métodos de colonização e de contra-
colonização. Bispo salienta que para entender os resultados da colonização nas
Américas é imprescindível conversar extremamente com a definição de raça, cor, etnia,
colonização e contra-colonização. Um dos tópicos da importância da premissa levantada
é a formação e preparação de grupos de compreensão concreta e avançada para
avaliação, como colonização afro-pindorâmica usada para designar a junção entre
indígenas e negros africanos nas Américas. Para o autor, trata-se da execução de
descolonização da linguagem e do pensamento, pois, ao colidir com a maneira em que
as culturas afro-pindorâmica e eurocêntricas se estruturavam como instituição concede à
segunda uma organização alinhada seja por cor, sexo ou idade a oportunidade de nascer
pobre e ficar rico e à primeira é negado esse direito, integrando o que a primeira
marginaliza

Desde o inicio, o homem vive em sociedade, demonstrando sempre a habilidade


de mudar os seus próprios costumes e criar seus próprios conceitos e idéias em grupo. O
conceito de ‘civilização’ juntava varias suposições que justificavam a superioridade da
cultura portuguesa e a possibilidade de outras culturas poderem atingir qualidades ao
entrar em contato com ela; insinuavam que os escravizados por Portugal eram
inferiores, inaptos para viver em uma sociedade. Desta forma, Portugal tinha o direito
histórico, assim como de outros países europeus, de encorajar a evolução das culturas
rudimentares por causa da etapa de desenvolvimento econômico, cultural e político de
que desfrutava.
Tanto é que foram os primeiros a chegar às Américas na
condição de colonizadores, e aqui cumpriram rigorosamente a
Lei Papal, subjugando os povos originários e indo buscar para
o mesmo fim os povos do continente africano. Condição de
colonizadores, e aqui cumpriram rigorosamente a Lei Papal,
subjugando os povos originários e indo buscar para o mesmo
fim os povos do continente africano.
(BISPO, Antonio, 2007)

As influências religiosas, muito presentes durante toda a colonização,


conceberam proteção a esses conceitos, ajudando o colonizador contra a distinção do
outro, sempre mantendo o poder da dominação e a manutenção do regime escravista,
maneira católica de apropriação; a repressão infligida aos indígenas e a escravidão como
pilar principal na criação econômica e social do país; a doutrina da miscigenação e a
democracia racial; além dos padrões de evolução econômica, a maioria deles ligados ao
regime de aproveitamento capitalista. A igreja sempre se posicionou, durante todos os
anos de escravidão, na melhor das possibilidades contraditória e na pior, interessada na
sua continuação, já que ela beneficiava a classe colonizadora, a classe social que fazia
doações à Igreja, sendo assim, a escravidão garantia o movimento constante de almas a
serem salvas. Essa conduta dos colonizadores não era exclusiva contra Indígenas e
pessoas pretas, mas abrandada como, por exemplo, para os judeus que deveriam
entregar suas posses, obtiveram prazo para isso e só precisavam virar servo da igreja,
mesmo a sua religião sendo baseada na mesma bíblia e não foram escravizados com os
indígenas e pretos africanos.
O povo preto e o povo indígena, na visão das pessoas que sustentam um
pensamento preconceituoso, confirmam inferioridade e é usada como um marcador de
desigualdade. Toda uma maneira de expressar mitos, crenças, fatos, situações ou idéias,
sendo umas das formas de representação da realidade, foi erguido na sociedade por
causa das idéias do passado, nessa direção o preto desempenha o papel de mal, o feio e
o sem inteligência, sem alma; enquanto a cor branca representa bom, bonito e
inteligente. Além da classificação social de que a cor preta significa, mesmo que
metaforicamente, a classe inferior, em conseqüência como menor poder aquisitivo. A
chegada dos povos europeus terminou por influenciar muito na hierarquia social do
povo brasileiro, a contar que foram os colonizadores, procurando a soberania durante
boa parte da história atual, que se mantiveram bem sucedidos na conquista de novos
lugares e povos. Dentro desta convicção, quem domina é quem detém o poder das
palavras.
Mesmo com a difusão cultural, ainda existe por parte de muitos uma idéia de
superioridade, restando aos povos pretos e indígenas se afirmarem através das
resistências e lutas que também fazem parte de uma sociedade. Assim, a utilização do
termo “raça” denota o passado no qual o grupo era assim classificado e, ao mesmo
tempo, reafirma a unidade do grupo denunciando a forma como eles ainda são tratados
com base em idéias que se originaram em contextos de dominação e exploração de um
grupo sobre o outro.

BIBLIOGRAFIA

SANTOS, Antonio Bispo. Colonização, Quilombos: modos e significações. – INCTI –


UNB, 2007

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