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O filósofo brasileiro Raimundo Teixeira Mendes, em 1889, adaptou o lema positivista “Ordem

e Progresso” não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que, no contexto
hodierno, enfrenta significativos estorvos para o seu desenvolvimento. Lamentavelmente,
entre eles, o crescimento do trabalho informal no Brasil representa uma antítese à máxima do
símbolo pátrio, uma vez que tal postura resulta na desordem e no retrocesso do
desenvolvimento social. Esse lastimável panorama é calcado na inoperância estatal e tem
como consequência as péssimas condições de trabalho e atrasos sociais e econômicos.

De início, há de se constatar a débil ação do Poder Público enquanto mantenedora da


problemática. Acerca disso, o filósofo inglês Thomas Hobbes, em seu livro “Leviatã”, defende a
incumbência do Estado em proporcionar meios que auxiliem o progresso da coletividade. As
autoridades, contudo, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma vez que possuem um
papel inerte em relação a criação de novos empregos formais, além da capacitação da
população para esses trabalhos, por meio de cursos técnicos e superiores. Esse cenário
decorre do fato de que, assim como pontuou o economista norte-americano Murray Rothbard,
uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista e
visar a um retorno imediato de capital político, negligencia e conservação de direitos sociais
indispensáveis, como o direito ao trabalho, exposto no artigo 5º da Constituição Brasileira de
1988. Logo, é notório que a omissão do Estado perpetua a informalidade de empregos no
Brasil.

Ademais, a pandemia da Covid-19 trouxe diversos agravantes para vários âmbitos da


sociedade brasileira, entre eles, o crescimento dos trabalhos informais. Segundo dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o trabalho informal teve um crescimento
de 40% na pandemia. Apesar desse crescimento, não houve melhorias nas condições de
trabalho, visto que, não existiu uma melhor remuneração aos prestadores desses serviços
informais, além da precariedade de direitos trabalhistas. Diante de tal exposto, faz-se
necessário enxergar o Brasil sob a óptica do filósofo Leandro Konder, que afirma: “não existe
sociedade humana sem trabalho e sem educação”.

Portanto, em virtude dos fatores mencionados, é indispensável a atuação governamental na


criação de empregos formais. Assim, a fim de tornar um país mais qualificado, e
principalmente com mais oportunidades de trabalhos, cabe ao Poder Executivo Federal, mais
especificamente ao Ministério do Trabalho e do Emprego, que criem mais postos de trabalho e
fiscalize as condições de emprego nas ocupações informais, e ao Ministério da Educação, que
criem novos cursos técnicos para a população, com o objetivo de criar profissionais
qualificados para tais áreas. Tal ação deverá ocorrer por meio do incentivo do governo à essas
pessoas de se aterem a uma qualificação para o mercado de trabalho. Somente assim, com a
conjuntura de tais ações, os brasileiros verão o progresso referido na Bandeira Nacional
Brasileira como uma realidade.

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