No final do século XIX, em Portugal, a escola de massas foi um processo conflitual e,
que os países com menos influencia foram os primeiros a recorrer à escola de massas numa era de crise social, económica e política. Esta escolha deve-se, por exemplo, a derrotas militares, ao fracasso no acompanhamento do desenvolvimento industrial dos países rivais, como também a ambição de conquistar uma posição mais distinta no mundo e, isto leva a que o Estado ponha em prática a expansão da escola de massas de diferentes maneiras. O Estado tinha como intuito “transformar as massas em cidadãos nacionais” para que este atingisse um fim político. Em países como Portugal, Espanha, Grécia e Itália (século XIX), o Estado interveio como uma “construção retórica da educação”, mas tendo sido prematuros na enunciação da escolaridade obrigatória e incapazes de a conseguir aplicar em escolas reais. Nestes processos de mudança cultural, as escolas tinham um papel fulcral nas decisões tomadas pelos Estados, no desenvolvimento e consolidação de sistemas educativos que estavam em concordância com o processo de formação do Estado e da “hegemonia” burguesa. Todo este processo do Estado e construção dos sistemas de educação leva a crer um controlo social pela escola de massas em que, o objetivo era apenas “(...) dar um visão limitada da cultura nacional que encorajasse a lealdade política e a obediência cívica entre a classe trabalhadora e fornecer algumas competências apropriadas sem encorajar uma ambição excessiva ou o desejo de promoção social (...)” (Green 1990:102). O estado é visto como um instrumento da classe dominante, dos grupos de conflito ou das necessidades do mercado de trabalho em que este, tem autonomia na expansão da escola de massas. Há uma visão da criança sem género ou etnia específica e, o Estado só coloca em foco a imagem do aluno masculino e branco. Adicionalmente, o Estado assume-se como capitalista e patriarca em que a lógica seria diminuir as desigualdades de classe e género e, todavia, este apresenta nas escolas primárias os rapazes e raparigas das classes trabalhadores e médias baixa em que estes apenas aprendiam conteúdos limitados que os impedisse de ascender socialmente. Entre os dois géneros, o estado estabelecia uma distinção em que se esperava que os rapazes levassem a sua vida profissional para o âmbito público e, as raparigas se limitassem aos seus deveres em casa, a cuidar das crianças e numa posição de subordinação aos homens. Escola de oportunidades
A escola de oportunidades pretendia proporcionar uma oferta educativa que se desperta
o interesse e o consequente regresso ao percurso educativo de alunos em risco de exclusão, abandono escolar, baixas qualificações e, também com dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. Estes processos de exclusão originam redes familiares fragilizadas, insucesso escolar, desemprego, isolamento escolar como também, dificuldades de acesso a bens de consumo. Além disto, uma igualdade de oportunidades para todos, desde as classes baixas às classes altas, com o objetivo de superar as desigualdades económicas, sociais e culturais. A escola funciona como o executante da inserção social dos alunos, com a promoção da aquisição de competências inerentes ao mercado de trabalho.