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Silva, Joane
O TUTOR
1ª Ed.
O TUTOR
PRÓLOGO
CAPÍTULO 2 RESPONSABILIDADE
CAPÍTULO 3 PRESENTE
CAPÍTULO 5 SANGRANDO
CAPÍTULO 6 PERDAS
CAPÍTULO 7 O TUTOR
CAPÍTULO 8 MUDANÇAS
CAPÍTULO 9 PAPAI
CAPÍTULO 11 ENTREGA
CAPÍTULO 12 INTRUSOS
CAPÍTULO 13 ACERTOS
CAPÍTULO 16 CASTIGO
CAPÍTULO 17 UM SÓ
CAPÍTULO 18 CUIDADO
CAPÍTULO 19 FOGO
CAPÍTULO 20 IMPLICÂNCIA
BÔNUS I
CAPÍTULO 21 ACADEMIA
CAPÍTULO 22 RAPIDINHA
CAPÍTULO 23 A RECEPÇÃO
CAPÍTULO 24 LEOA
CAPÍTULO 25 BURBURINHO
CAPÍTULO 26 SURPRESA
CAPÍTULO 28 COMPROMISSO
CAPÍTULO 29 CHANTAGEM
CAPÍTULO 31 DISTANTE
CAPÍTULO 33 SOZINHA
CAPÍTULO 34 SAÍDA
CAPÍTULO 37 DESCOBERTA
CAPÍTULO 38 PLANO
CAPÍTULO 39 CENA
CAPÍTULO 42 FUTURO
CAPÍTULO 43 DESESPERADO
CAPÍTULO 44 CONFIDÊNCIAS
CAPÍTULO 45 TRUNFO
CAPÍTULO 46 FÚRIA
CAPÍTULO 47 OFICIAL
CAPÍTULO 48 NOIVOS
CAPÍTULO 49 TRAGÉDIA
CAPÍTULO 50 RESISTA
CAPÍTULO 52 DE VOLTA
CAPÍTULO 54 RELEMBRANDO
CAPÍTULO 56 PASSADO
CAPÍTULO 57 FRUSTRADO
CAPÍTULO 59 FUGIDINHA
CAPÍTULO 62 UM VIBRADOR
EPÍLOGO
— Erick... — sussurra e sua voz sai tão fraca que não deixa
coragem para descer meus olhos mais para baixo e vejo uma
enorme mancha de sangue começar a se acumular bem próximo do
estado e pelo medo de não ter Marina no futuro, um futuro que nem
sequer ouso pensar que possa existir sem ela.
— Vai ficar tudo bem, temos uma vida inteira para conversar —
digo para ela e para mim mesmo. Com as mãos trêmulas e tentando
não fazer movimentos bruscos, grito para alguns curiosos que
em agonia e seu rosto ficar cada vez mais sem vida. — A minha
mulher, ela...
CAPÍTULO 1 FELIZ ANIVERSÁRIO
trouxe. A minha sorte é que seu João não gosta de festas assim e
as chances de ele sair do escritório e vir conferir como estamos são
de mínimas a inexistentes.
parecer convencida, sei o poder que tenho, seja pela minha beleza,
vazia que todos pensam. Não dou a mínima para opinião que essas
pessoas têm ao meu respeito, aliás, tem somente uma pessoa que
garagem.
— Ah, não, Marina! Por favor, não começa com isso! Qual o
seu problema? — Ângela me questiona, bufando e revirando os
único olhar para notar isso, mas você já está me assustando com
— Eu sei que tenho enchido sua cabeça com tudo isso, mas o
para quem iria contar se não para minha melhor amiga? Não é
sempre:
continua:
Eu a interrompo:
de que ele me espere. São dois anos, mas se ele gostar de mim,
com certeza serão como dois dias.
Eu a ignoro e emendo:
hipnotizada.
tem que ter alguma importância para você. E pelo que me falou, ele
frequenta essa casa desde que a senhorita ainda usava fraldas. —
Ângela faz uma cara de “estou certa, aceita” que eu odeio, mas o
pior é que nisso ela tem razão, porém, procuro jogar esse
pensamento para o fundo da minha mente. Não quero recordar que
você não tem chances com ele, Marina — joga os fatos na minha
cara. Nada que me abale, até porque isso nunca me impediu antes.
— Você mesma me contou que depois que começou a provocá-lo,
que é muito provável que ele esteja agindo assim para te afastar,
afinal, quando você é só a filha do melhor amigo dele, tudo está
bem, não é mesmo? — ela questiona retoricamente. — É como
amiga que eu digo que você deveria parar com essa loucura de
seduzir um cara tão mais velho, principalmente sendo menor de
idade. Isso pode prejudicar ele e você, amiga. Além disso, eu temo
que saia machucada de verdade desse joguinho.
homem que quero para mim sem ao menos lutar por ele.
ouvir tudo isso. Nada me importa além dele. O Erick vai ser meu e
não vou deixar ninguém atravessar o meu caminho. Sei que pensa
que é loucura, mas acho que ele tem sentimentos por mim, eu sinto
“Se prepare, Erick, hoje você não me escapa. Vai ser meu.”
na minha frente.
CAPÍTULO 2 RESPONSABILIDADE
— Você sabe que não gosto de festas, né? Só vim hoje porque
seu pai me intimou, diz ele que tem um assunto urgente a tratar
Ei! Não fica assim, amanhã você terá o seu presente. Não se
melhor opção voltar a ser gentil com a filha menor de idade do meu
melhor amigo. Reforço isso para que meu corpo e mente entendam
preocupações, o que é uma pena, já que a cada dia que passa sinto
de que qualquer ato meu possa parecer um sinal positivo aos seus
Tenho que destruir essa ilusão da minha menina, ela não pode
coisas entre nós depois disso. De qualquer forma, sei que preciso
me manter firme e fazê-la entender que esse lance nosso, seja lá o
nova para ficar presa dentro de casa, a megera foi embora sem nem
olhar para trás e desde então nunca mais ouvimos falar da criatura.
Espero que assim continue. Eu e João fizemos nossa princesa
não estaria enciumado com a ideia de que quero tomar seu lugar de
pai.
— Eu sei, meu amigo, até porque não tenho idade para ser pai
para isso, tenho trinta e cinco anos, cinco a menos que ele.
neles.
João não confia em muitas pessoas, não depois do que sua esposa
fez. Eu sou o mais próximo de família que eles têm e sei que ele
confia em mim.
— Sei sim, meu amigo, mas diga logo o porquê disso aqui.
aconteça e eu vier a lhe faltar. Preciso saber que minha menina não
tem nenhum sentido, você tem saúde para dar e vender. Vai, saía
Espero que isso nunca aconteça. Pelo visto, eu mesmo terei que
— Éhoje, Brasil! — Pulo da cama logo cedo. É hoje que Erick vai
quinze anos. Não quero que ele me veja como uma menina boba, a
filha do seu melhor amigo, e sim como a mulher que será a mãe dos
seus filhos.
com Erick, entendo que o fato de eu ser mais nova e menor é algo
para que essa diferença não seja mais algo errado diante da
sociedade.
verdade. Esse tem sido nosso ritual desde que me entendo por
azul e branco. Sobre ela estão diversos tipos de alimentos, que vão
desde pequenos pedaços de bolos, acompanhados de jarras de
sucos, até diversos tipos de doces. É comida para um batalhão. No
entanto, o que mais chama a minha atenção no cenário são os
iniciativa, pois, sei que não gastaria seu precioso tempo preparando
isso para alguém que não fosse importante em sua vida.
tudo — justifica-se.
com um imenso alívio que ele está solteiro. Não que eu acredite que
isso seja uma verdade absoluta. Sei que tem seus casinhos
para mim.
vida.
— Isso não foi nada perto do que seria capaz de fazer por
você, princesa. E tenha calma que a verdadeira surpresa ainda não
em dia limpo.
filho.
— ‘Tá, mas não pense que serei mãe solteira, não. Você
também terá responsabilidades com ele, já que será o pai.
— Pai? — diz, surpreso.
— Eu te amo, Erick...
CAPÍTULO 4 PEGO DE SURPRESA
das ilusões que ela vem tendo sobre nós dois, ouvi-la dizer assim,
tão diretamente, me assusta como o diabo.
— Eu também te amo, princesa — digo, passando a mão em
seu rostinho angelical. — Você é como se fosse minha família. Seu
sou uma criança e muito menos sua sobrinha. Sou mulher formada,
será que você não percebe isso? — fala, emotiva, em mais uma
apenas por respirar ao meu lado, fato que não tem me deixado
sob o sutiã de renda preta estão seus lindos seios, que têm o
tamanho ideal para serem segurados em minhas mãos. Eles
nela. Sei que isso não é certo, pois não tenho intenção de me
envolver com ela, porém, essa é uma coisa que não consigo
controlar.
— Nunca mais me ofenda dessa maneira. Você não tem ideia
ouvi-lo falar assim. Eu sou uma mulher e quero ser sua mulher —
— Isso nunca! Para mim só existe você. O que sinto não vai
passar. Sei que moralmente não podemos ter nada agora sem
indescritível, imagina como seria tê-la por inteiro sobre meu corpo.
Sinto ela meio insegura ao movimentar a boca desajeitadamente, o
que faz meu pau subir a meio mastro, somente pela a certeza de
que nem ao menos sua boca pertenceu a outro homem. Sou o
primeiro e que Deus tenha piedade de mim, mas quero ser o
filhote? Não sei onde foi parar. Só sei que nos braços dela não está,
já que tem suas mãos ocupadas em tentar arranhar minhas costas
coração está sangrando com as coisas duras que ouvi dele. Esse
deve ter tido uma paciência invejável com a criança pegajosa que
— Para já com isso, Marina. Sei que deve estar doendo muito,
mas você não pode ficar chorando por esse homem escroto.
ter sido aguentar uma pessoa como eu durante todos esses anos —
capaz de fazer.
colocar para baixo. Você é linda, amiga. Será que não percebe isso?
E se tem uma pessoa que merece ter o melhor dessa vida, essa
pessoa é a Ângela.
uma balada. Vamos ficar bem gostosas e pegar uns gatinhos, quem
sabe não é hoje que você tira a teia de aranha dessa periquita.
— Oi, Bá, aconteceu alguma coisa com papai? Ele está bem?
— pergunto, preocupada.
— Não, minha menina, seu pai está bem — diz, apreensiva.
senhorita.
Agora entendi sua apreensão. Márcia certamente deve ter
que enquanto estou aqui lhe questionando sobre como devo agir,
meu tolo coração toma a dianteira e decide por mim. E mais uma
vez meu lado racional leva a pior nessa disputa.
atitude, não depois de ter dito tudo que aconteceu entre mim e ele.
— Essa é a última vez, prometo!
— Vai logo, sei que não vai adiantar eu falar para não ir.
— Volto num instante e a gente sai. — Dou um beijinho no seu
rosto.
Saio correndo pelo corredor que dá acesso às escadas,
diminuindo o ritmo ao alcançar os primeiros lances. Não quero que
ele pense que estou ansiosa para vê-lo.
— O que que quer aqui, Erick? Acho que já falamos tudo o que
tinha para falar, não? — digo assim que alcanço o último degrau.
Ele só pode ser bipolar, não é possível que depois de tudo que
falou, ainda tenha a cara de pau de vir pedir desculpas, como se
direção à porta.
— Não! Antes você precisa me ouvir — assevera em tom de
desespero e agarra meus braços com uma força desnecessária. —
em minha vida foi um presente, trouxe a luz que faltava ao meu dia
agora.
você entender.
— Entender? — interrompo, confusa.
nunca irá acontecer. Entender que isso que você sente não é algum
tipo de amor ou paixão. Creio que apenas confundiu o afeto que
sempre nos uniu com uma atração física — diz, sem, no entanto,
— Preciso disso, Erick, juro que não estou com raiva de você.
Já entendi tudo que falou. Mas, no momento, quero que entenda
— Marina...
— Saia, por favor — imploro e indico a porta.
— Tudo bem, mas não vou me afastar. Estarei por perto, como
sempre estive — fala com convicção e sei que essa não é uma
promessa vã, pois, mesmo que não seja da forma que eu quero, ele
sempre estará presente.
ver ir embora. Não posso fraquejar e implorar por seu amor mais
uma vez.
— Adeus, meu anjo. — Ouço seus passos cada vez mais
distantes.
uma amizade.
— Erick? — Viro-me surpresa por ver ele aqui. Sei que ele
também está sofrendo muito pela morte do amigo. A ligação que
conversa.
aproximação, não posso e não quero mais passar pela dor que foi
esse amor dentro do peito e não permitirei que ele reabra essa
velha ferida.
alento nessa vida, é o fato de não precisar mais ter que conviver
com Erick, uma vez que a única ligação que tínhamos era o papai.
Para mim, já foi o suficiente ter de vê-lo durante todo esse mês,
desde a morte do meu pai. Mas acho que isso acabou. Hoje será
lido o testamento, e Erick se livrará da responsabilidade de ter que
Tem alguma coisa muito estranha nessa história. Não era para
ele estar curtindo sua liberdade depois de ter feito seu dever de
sócio e melhor amigo? O que ainda faz aqui me chamando para sair
com ele? Só pode ser louco!
— Como assim, vamos? Você ficou louco? — indago ao perder
cuidar de sua filha caso um dia algo lhe acontecesse, eu aceitei sem
muito relutar. Afinal, além de não conseguir negar um pedido dele,
cuidados o seu bem mais precioso. Aliás, nosso bem mais precioso.
Depois de ter magoado tanto a minha menina, ela
simplesmente não deixou que eu me aproximasse mais, e olha que
não foi por falta de tentativa. Eu, mesmo com todo o meu orgulho,
passei meses tentando me desculpar e, quem sabe, resgatar o
carinho e proximidade que sempre tivéssemos um com o outro.
Tentei e tentei mais um pouco, até o dia em que cansei de ser
custas da morte do meu amigo, agradeço aos céus por ter essa
chance. Chega desse distanciamento, preciso recuperar sua
amizade e tê-la de volta em minha vida, nem que para isso tenha
que obrigá-la a me ouvir.
Garota teimosa.
— Eu avisei. — Seguro suas pernas, jogando-a bruscamente
seu belo traseiro. Não ouço reclamação da sua parte, apenas o som
da sua respiração forte pela surpresa do meu ato, por isso, e sem
conseguir resistir à tentação, dou uma palmada de força mediana na
que certamente deve estar ardido. Que delícia deve ser surrar essa
Acho que não foi uma boa ideia tocá-la dessa forma. Agora,
não sai da minha mente suja a imagem dela de quatro sobre uma
cama enorme a tomar meu pau até o talo em seu rabinho.
quanto ela mudou nesse pouco tempo, pernas mais grossas e bem
por tocá-los. O rosto eu não preciso nem falar, o que sempre foi belo
se tornou deslumbrante. Com o cabelo mais moderno e curto, sua
passou tão pouco tempo e que apesar de parecer mais velha, ela
para ela, mas preciso que Marina entre no carro, porém, não quero
assustá-la com a possibilidade de eu ser seu responsável legal. Sei
imposta para que isso aconteça. Não posso crer no que estou
vendo.
— Você sabia disso? — indago para Erick, que está estatelado
“Diga que sim, por favor, diga que sim”, peço mentalmente por
esse milagre. Eu não tenho estrutura para lidar com Erick, não
depois de tudo.
além disso, Marina é menor e não tem autonomia para agir por si só
ainda.
papai.
mais que alguns meses, não vou aceitar sua interferência em minha
vida. — Ela está furiosa com toda essa loucura. Eu entendo sua
fúria, afinal, não teve o tempo que eu tive para me acostumar com
as mudanças que acontecerão em nossa rotina. — Eu me casaria
me ver livre de tudo isso, porque você não vai ficar no lugar do meu
pai.
Pai? Marina acha mesmo que é isso que eu pretendo ser para
ela? Será que não percebeu que sinto tudo, menos amor fraterno?
As batidas frenéticas do meu coração e as reações do meu pau em
case antes disso, nesse caso, seus bens serão de sua inteira
responsabilidade.
tesão só em sentir seu cheiro, não aceita outro cara tocando sua
pele, beijando seu corpo macio.
Não, eu não aceito isso! Ela é minha, só minha, diz meu lado
apaixonado, irresponsável e inconsequente, que a cada minuto que
passa toma conta do meu corpo e pensamentos.
sós.
Ainda atordoada, Marina larga em cima da mesa o documento
que mudou nossas vidas e fixa o olhar em meu rosto.
Passam-se mais alguns minutos, nos quais nos encaramos em
mais uma batalha de vontades, até que ela decide acabar o silêncio
hostil.
apartamento.
CAPÍTULO 8 MUDANÇAS
cansaço não só físico como também psicológico. Será que ele não
percebe que isso será o melhor para nós dois? Não quero ser um
fardo para ele, isso me magoaria além do que talvez eu possa
suportar.
empregados, não vou estar sozinha. Além disso, sua namorada não
vai gostar de saber que está vivendo com uma outra mulher — jogo
um verde para descobrir se tem alguém em sua vida. Não sou tão
ingênua para achar que ele não teve ou tem outras mulheres em
sua cama. Mesmo que me machuque pensar nisso, sei que ele é
público. Acho que não aguentaria vê-lo dar para outra o que sempre
recusou me dar.
ele, não posso negar sua lealdade ao meu pai. — E com relação à
namorada, você pode ficar despreocupada, eu não tenho uma, e
Ainda não decidi se fiquei mais feliz com a confirmação de que ele
quero atrapalhar sua vida desse jeito — desabafo meu maior medo.
— Vem. Sente-se aqui, Marina. — Acomoda-se na ponta do
sofá e bate no assento ao seu lado. Sento com o corpo inclinado em
onde estiver. Preciso fazer a coisa certa, por você e por ele —
suplica, erguendo a mão e acariciando de forma terna o lado
esquerdo do meu rosto. Como é bom sentir seu toque, ver seu olhar
negar nada, não quando ele me pede dessa forma. Acho que sou
para sentir melhor seu carinho. Quem vê a cena de fora pode nos
comparar com um cachorrinho recebendo carinho do seu dono. E
importo, não neste momento, tão fragilizada pela perda do meu pai
e sabendo do que sinto pelo Erick. Tudo que eu queria antes, ainda
calma, eu vou ficar bem — tento falar num tom que aparente
gentileza e não uma tentativa de postergar sua vinda. Preciso de um
tempo para levantar minhas defesas, que estão praticamente
esgotou hoje.
— Não se preocupe, minha linda, sei que está preocupada,
mas está tudo sob controle. Ainda hoje dormiremos sob o mesmo
teto. — Pisca ao caminhar na direção da porta de saída. Ele está
me provocando? — E outra coisa, Marina. Peça para governanta
meus pais e João e Marina, até porque não tem como comparar. Eu
amo minha família, um amor que somente um filho amado e
com a mudança.
— Oi, senhor Erick — cumprimenta-me o rapaz assim que
abro a porta. — O caminhão já está estacionado ali embaixo.
aquelas ali. Vou à frente com meu carro e vocês me seguem, tudo
bem? — indago e saio rumo à garagem assim que o rapaz confirma.
toda a mansão. Aliás, até hoje não entendo o porquê do meu amigo
preferir morar numa casa tão grande, quando aqui só viviam ele e a
filha, mas pensando bem, não é preciso ser nenhum gênio para
imaginar o motivo de ele ter feito essa escolha. No mínimo isso deve
ter sido coisa daquela vadia do caralho. Ela sempre foi fútil e sentia
prazer em ostentar a riqueza do marido. Marido esse que nunca
qualidade essa adquirida por sua filha, que não tem um pingo do
sangue ruim da mãe correndo nas veias. Mas chega de perder
Com seus cinco anos de vida, Thor tem sido meu amigo e fiel
gatinho manso, não sendo capaz de fazer mal nem para uma
mosca. E por falar em gatinho, o que será que foi feito do filhote que
maldito quarto para fingir que não notou minha presença. Para falar
desconhecidas ainda.
— Ah, Marina, acho bom você não brincar com o fogo, porque
vai acabar se queimando... — digo em voz alta, ainda fazendo
carinho em Thor, que abana o rabo cada vez mais a cada passada
imaginar que devo estar parecendo um louco por tentar alertar meu
Abro a porta e quase caio para trás com a cena que acabo de
ver. Sinto de imediato todo sangue que corre pelas minhas veias ir
O problema aqui está na maldita roupa que ela veste, se é que isso
camisola preta de seda que mal cobre metade de suas coxas. Com
falando.
— Nossa? — pergunto, confusa.
— Nossa filha, pelo menos foi isso que você disse quando a
ganhou.
Não acredito que ele se lembra disso. Como eu era infantil.
zelar por seu bem-estar, quero ele fora. Agora! — Olho mais uma
Que inferno!
corpo, que neste momento veste nada menos que uma minúscula
camisola de seda. — Acha isso possível, princesa? — Aproxima-se
beijos e deixar que possua cada pedaço do meu corpo. Dar a ele
fim.
Ah, mas se é guerra que ele quer, é guerra que vai ter.
ele sabe lidar com isso. — Se eu fosse você não teria tanta certeza,
papai — digo, dando o tiro de misericórdia, e saio andando rumo à
cozinha, como se nada tivesse acontecido e, como era de se
Papai?
— Papai.
— Acho que você está um pouco confusa, meu bem — digo,
sem me afastar um centímetro sequer, deixando-a tensa com a
nossa perigosa proximidade. — Eu não sou seu pai, seu tio, nem
nada que seja pelo menos próximo a algum tipo de parentesco —
bem claro entre a gente. Não fique achando que sua maneira de se
vestir — Olho seu corpo de maneira maliciosa — e suas
provocações vão passar batidas, porque te garanto que não vão.
Saiba que eu posso e vou revidar, e que talvez você não esteja
preparada para as minhas reações — digo olhando em seus olhos
para que entenda em pé estamos.
— Entendi. Agora dá para me soltar, por favor? — Puxa o
braço e vai para a cozinha. — Vou preparar algo para comer, quer
alguma coisa? — muda drasticamente de assunto. É, parece que
deixei minha gatinha chateada. Mas é bom que fique mesmo, prefiro
deixar tudo esclarecido.
— Quero. Na verdade, estava justamente indo procurar algo
para comer, estou faminto — digo e ela vira para trás, me olhando
desconcertada por ter notado o duplo sentido da frase.
divertida.
Ah, gatinha, é melhor você nem imaginar onde estavam meus
pensamentos.
acostumado — brinco.
Eu estou tão vendido por essa menina que até os mais simples
gestos me encantam. Não que exista algum dia que eu não tenha
estado vendido por ela. A única diferença é que agora, depois de
tanto tempo separados, parece que tudo está mais intenso, o que já
por seu toque, seus beijos e seus abraços. Uma palavra dela e eu
— Pode ser, mas essa é especial, porque foi você quem fez —
digo.
— Não, você não está pronta, nem vai casar, Marina — afirmo,
curto e grosso. — E essa história de casamento é real ou está
menos nessa parte, sou eu quem decido. Então, por favor, não se
atreveu a tocar nela. Mas isso não vai ficar assim. Ninguém vai
atravessar meu caminho.
Está decidido, não sei quando e como, mas vou fazê-la minha
amor da mulher que desejo para mim. Sei que legalmente não há
ainda sente.
— Você não vai casar, pelo menos não com ele — digo e saio da
cozinha, deixando-a sozinha para que pense sobre o que acabei de
dizer.
— O nosso momento finalmente chegou, meu amor — afirmo
“Não, princesa. Você não vai se casar, pelo menos não com ele.”
Marina, como você pode ser tão trouxa, menina?
Já são quase três horas da madrugada e eu aqui, bolando de
saber que nunca faria nada a respeito, desde aquela época tenho a
saber que sente algo, mas que nunca fará nada a respeito, me
machuca mais do que ele não retribuísse.
Agora, me sinto completamente perdida, vendo o muro de
agora.
O que ele quis dizer com isso de que não vou casar? Será que
essa mentira tão deslavada. Posso até ter dado uns beijos por aí
tudo sob controle? Mas ele está muito enganado se acha que vou
passar por esse tormento sozinha. Aqui vai ser olho por olho e dente
e acho que não preciso pensar para deduzir quem entrou aqui.
Meu Deus! O que aconteceu com minha garota para tê-la feito
chorar assim?
Vem, meu bem, vem para os meus braços, que eles estão
sempre estarei.
tentação. A menina que me foi entregue como uma filha, mas que
só me traz pensamentos impuros. Pensamentos esses que
envolvem nós dois nus, suados, em cima de uma superfície plana,
seja uma cama, mesa, dentro de um carro... que seja, a única coisa
meu coração, que de onde estiver, ele entenda o que estou prestes
a fazer.
— Sinto tanto a falta dele, Erick. Sonhei com a gente em um
ainda chorando copiosamente e eu não sei o que fazer para que ela
se sinta melhor.
— Lembro sim, meu anjo. — E como poderia esquecer dela
aos sete anos, com o olhar mais doce que uma criança pode ter?
Não tinha uma única vez em que eu não pensasse em Marina como
sendo a coisa mais bela do mundo. Naquela época, claro, sentia por
ela apenas um carinho forte, mas nada sexual, como é agora.
para que olhe dentro dos meus olhos. Preciso dela bem atenta para
o que tenho a lhe dizer. — Nunca mais... Você está me ouvindo?
Nunca mais repita isso. Você tem a mim, o seu Erick, lembra? Eu
que isso. — Nós temos que permanecer unidos, meu anjo, era isso
que seu pai queria quando nos deixou nesta situação — digo,
realmente começando a acreditar nisso.
Quando dou por mim, nossas bocas estão coladas e imóveis uma
— Eu sei, Erick. Sei também que estar aqui com você, neste
momento, é tudo que eu sempre quis desde os meus quinze anos
— confessa, sem afastar o rosto do meu. A cena que se desenvolve
não era nova demais para pensar nessas coisas? — pergunto, não
sabendo explicar o incômodo que sinto ao ouvi-la dizer isso. A
verdade é que eu não gosto de pensar que minha Marina tenha tido
quarenta como eu. Sei que isso soa egoísta, mas a quero tanto que
a razão não me habita neste momento.
ser, mas não consigo evitar. — Você está com ciúmes de mim, é
isso? — pergunta e cai na gargalhada. Ela joga a cabeça para trás e
que já vai voltar atrás? — diz e sinto todo seu corpo tenso com a
bruscamente.
mesmo é me desculpar.
— Amor, não precisa...
— Shiiii. — Coloco o dedo sobre seus lábios, impedindo-a de
amor. Entende?
— Tudo bem — fala, deixando transparecer sua vontade de
— Acho que isso foi o que mais me doeu. Não o que disse
sobre aquela mulher, até porque não é mentira. A pior parte mesmo
foi te ouvir dizer que nunca gostou de mim, que tinha pena e por
isso me dava atenção — diz e a vontade que tenho é de tapar os
ouvidos com as mãos para não ouvir tamanha crueldade dita por
mim antes.
— Isso nunca foi verdade, anjo, eu só queria te afastar. —
entenda, Marina, que compreenda que meu amor por você não é de
agora.
— Não?
— Não. Ele apenas se transformou e talvez tenha sido isso o
que mais me assustou. Foi aterrorizante ver um amor fraternal se
nem sempre foram tão difíceis entre nós dois, não é mesmo? —
indago
— Não. Tudo ia muito bem até a chegada da maldita
espelho.
— Pobrezinho. — Faz um biquinho com a boca, num gesto de
outros olhos?
Erick?
— Não sei bem, anjo, acho que foi um misto de coisas. O fato
minha respiração.
— Erick, me beije... — pede, numa mistura de expectativa e
euforia e tesão.
por alívio.
penetrando sua boceta. Minha garota não fica atrás, pois a cada
entre nós dois não existirá tabus e restrições, existirá apenas nossa
imagem que faria até morto volta à vida — diz e vejo em seus olhos
distante possível, fecha os olhos, como quem ignora tudo que não
dormirem tranquilamente.
que era isso o tempo todo. Virgem Santíssima, que vergonha! Eu,
com essa lingerie curtíssima, não parei para pensar que deixaria
timidez. — Foi uma bela visão, amor. Você não sabe o quanto me
fez ter ideias nada puras ver esse seu rabinho empinado, com esse
pedaço de pano que você chama de calcinha todo socado na sua
bunda.
— Ideias, é? Que tipo de ideias, meu bem? — Decido entrar
em que ele partiu para cima de mim. Eu sonhei tanto com seus
beijos que talvez tenha estado preparada quando o primeiro
finalmente aconteceu, só não contava mesmo era com o turbilhão
alívio. Esse prazer fugaz nunca foi suficiente, uma vez que minha
mente insistia em permanecer com a imagem de Erick. Sua
presença sempre foi sentida, tanto nestes momentos íntimos
quantos nos beijos desajeitados dados em garotos que nunca
mais divertido disso é ver um marmanjo como ele falar dessa forma.
— Concordo plenamente — digo e já estou me preparando
ao lado da porta.
quarto.
Ouço o bater da porta e imediatamente me viro na direção do
para isso.
Será que vamos transar hoje à noite? Não sei se estou
muito. Mas sabe de uma coisa, eu não vou ficar pensando nisso
agora, se tiver que ser hoje, que seja. Na hora eu vejo se estou ou
falando das tais ideias — jogo na cara dele e logo fico sem graça,
daqui a pouco ele vai pensar que eu estou no cio.
sua mão quente subir sedutoramente por minha coxa, que neste
momento está junta da outra. É como se mantê-las unidas pudesse
para que ele faça o que quiser com a mão que ali descansa. — Eu
viria por trás, afastaria sua maldita calcinha para o lado e socaria
meu pau em sua boceta até que implorasse por clemência; eu
dela por dias a fio. Sentiria a dor de ter sido bem comida. Iria saber
que quem esteve aí dentro foi seu homem, o único que teve e que
vai ter esse privilégio — despeja todas as suas taras. É como se
sentir uma fisgada de dor, que logo é substituída por prazer quando
a sua mão entra dentro da minha calcinha.
vídeos pornôs que tanto assisti. Com os dedos quase juntos, seguro
seu membro pulsante e, num ritmo cadenciado, passo a fazer
dificulta, mas pelo visto estou no caminho certo, já que tenho seu
começa a dar fortes tapas na minha boceta, que dói pela vontade de
ser preenchida e queima de excitação pelos tapas.
Nunca imaginei que sentiria tanto prazer com a dor, mas o fato
outro. — Foi bom para você? Não acha que fomos rápidos demais?
— Foi mais do que bom, nem meus melhores sonhos me
que tudo sempre dará certo, desde que estejamos juntos. — Fica
quietinha aí, vou pegar uma roupa para você. — Levanta-se num
pulo. Em frente ao closet, ele tira moletom e cueca de uma só vez,
mudar.
— Não nego, nem confirmo — brinco, e ele sorri da minha
resposta vaga.
que não exista esse tipo de pudor — afirmo e tiro a camisola pela
cabeça; logo depois, retiro a calcinha empapada, ficando nua sob o
olhar guloso do meu amor.
minha boxer, levantar um pouco sua perna e meter com ela assim,
meteria até o talo, tiraria e meteria de novo, isso até nós dois
excitação. Essas delícias são tão sensíveis que é até jogo baixo
com minha garota, uma vez que eles sempre vão denunciá-la. Eles
delatam que nunca haverá o dia em que ela consiga mentir sobre
Que chance Mari tem contra esse trio de peso? Agora, por
sempre me mantive atento sobre tudo que lhe diz respeito, por isso
sei que já terminou o colegial e que agora faz um curso de
ser esse o motivo das suas investidas que tanto amo. Marina me
atiça até o limite da razão, no entanto, eu tenho plena certeza de
que ela não faz joguinhos. Tudo é genuíno e espontâneo. É apenas
argumenta.
— Esse sim é um bom argumento, minha gatinha curiosa —
— Lá fora?
— Sim, pequena. Acho que não é o momento de aparecermos
como um casal em público — afirmo, torcendo para que ela entenda
o que irei propor.
idade, seu pai, que era meu sócio e melhor amigo, acabou de
Infelizmente.
— Eu não tinha parado para pensar nisso — diz, pensativa.
— Você é muito nova, não sabe até onde vai a crueldade das
saber o que há por trás de uma história. — Você não tem ideia do
nossa relação.
causa.
enquanto. Mas será que tem algum problema eu contar apenas para
minha amiga Ângela? Você conhece ela, né? — pede, fazendo
beicinho. A safada sabe que eu não resisto a um pedido seu quando
faz isso.
por você e tendo ataques de ciúmes por sua causa. Nada mais justo
do que ser a primeira a saber do nosso... — Dá uma pausa e me
— Não sei, gatinha, namoro eu acho que não pode ser, até
porque a senhorita tem um noivo, não é mesmo? — Lembro de suas
palavras e vejo ela juntar as duas mãos fechadas sobre o rosto que
comprometida.
— Pare de palhaçada, Erick, você sabe muito bem que não
existe noivo nenhum. Eu inventei ele por sua culpa — fala ao dar um
esconder dos empregados nossa relação, já basta ter que fingir fora
ruim da nossa primeira manhã como casal foi o fato dela ter
minha mulher desse jeito, porra? Saio do carro furioso ao ver o cara
há apenas um dia, ou uma noite, para ser mais exata. Não tenho
ideia de como ele pode reagir ao ver essa cena, que em si não teria
quebrar o gelo e, quem sabe, trazer de volta o seu bom humor, que
provavelmente deixou dentro do carro. Se bem que ele fica tão sexy
com essa cara de mau, com esse olhar gelado e testa franzida, que
tenho vontade de deixá-lo mais irritado ainda, apenas para ter mais
desse olhar, para ter um pouco do seu modo bruto. — Minha amiga
gentil e ela é minha amiga. Amiga essa que agora tem um sorriso
tímido no rosto e as bochechas coradas num tom de vermelho vivo,
nem de longe parece a mesma garota que contesta tanto nossa
relação.
hoje, quando era para estar só nós duas e de repente ele aparece,
galera do colégio.
com os pais e uma irmã pequena. Aos vinte anos, o cara reprovou
vezes o suficiente para ter que fazer o último ano do ensino médio
junto com a prima de dezoito anos. Desde que ele chegou, Ângela
tem feito de tudo para encaixá-lo no nosso grupo de amizade. Eu
nunca fui do tipo de pessoa que julga os outros, que entra em
quer dizer, não todas, apenas as que na sua visão tivessem uma
melhor condição financeira ou um sobrenome influente na alta
demais ou besta, afinal, não é segredo para ninguém que sua mira
sempre esteve virada para mim.
Infelizmente.
Com a ajuda da prima, Mateus passou o ano inteiro no meu pé
uma eterna barra. Acho que ele coloca um ovo se forçar mais.
O pior disso tudo é que o interesse nunca foi genuíno, o que
mais chamou sua atenção para mim foi classe social e status, mas,
ventas.
— Eu não sou o pai dela — responde de má vontade, e eu
quase caio para trás quando sinto o braço de Mateus abraçar meus
ombros por cima do encosto da cadeira. Olho para Erick e ele agora
está encarando a mão do folgado como quem lança facas pelos
olhos.
— Desculpe pelo vacilo — Mateus diz. Levo meu tronco mais
bem, senão essa vaca seria capaz de furar o braço do meu Erick
com essas garras.
momento.
Deixando o ciúme de lado, fixo o olhar na mulher e começo a
querer que seu decote fique mais visível aos olhos do meu homem,
que corre o sério risco de se tornar "ex", caso ele tenha a audácia
sobrinha.
— Não? — Não, vaca. Fale para ela, Erick, diz que somos
namorados.
— Essa é a Marina, filho do João Junqueira, lembra?
de idade.
quando eu não pedi sua opinião. Se fosse para falar, ele teria ficado
calado.
seu lugar, criança, não deve ser fácil ser desprezada pela mãe —
fala com falsa solidariedade, e eu sinto meus olhos se inundarem de
lágrimas.
Olho para Erick e ele fica estático, sem saber como agir, sem
deve ser fácil ser desprezada pela mãe..." Ando desnorteada por
me proteger.
— Olhe por onde anda, porra! — o motorista que já está a
metros de distância não deixa de expressar sua indignação, e eu
então percebo que Marina não diz nada e muito menos se mexe. É
neste momento que sinto um frio gélido atravessar todos os meus
ossos.
— Marina. — Levanto meu tronco de cima do seu corpo da
corrói a alma.
Caída de costas, Marina tem o rosto encoberto por seus
moça, sinto muito — diz o homem que aparenta ter seus quarenta e
poucos anos.
víbora lhe atacar daquela forma. — Você não tem ideia do quanto —
completo sem tirar os olhos dela. É como se ela fosse me deixar
caso eu desvie minha atenção. É irracional, eu sei, mas não consigo
evitar.
está fazendo. O homem deve ter notado meu estado e com toda sua
uma pessoa querendo nos ajudar. Só acho demais pedir para que
Nunca!
diz:
— Ela está bem, os batimentos estão estáveis — afirma para o
a fé.
— Ela só precisa respirar. — Olha ao redor e eu o acompanho,
mexer.
— Calma, meu amor, fique quietinha, por favor — peço, e ela
atrás.
— Você está bem, moça? — o gentil desconhecido lhe
rosto e ombros.
Olho novamente para o homem e só então percebo que não
perguntei seu nome. Entendendo o que eu quero, ele responde.
nome é Lucas.
— Lucas, essa moça aqui é Marina Junqueira, minha
namorada teimosa.
ao menos se mexe.
Sem querer forçar a barra, respeito seu momento e passo a
— Não tenho como falar de outra forma quando você tem esse
tipo de atitude, meu amor. Admita que isso que você está fazendo
tenho vontade de beijar sua boca. Ela não tem ideia do quanto está
linda com essa carinha amarrada.
— Confesso que queria, sim — respondo. — Deixa de ser
solenemente.
— Eu não estou brincando, Erick. Você viu o jeito que aquela
Se você realmente tivesse amor a sua vida, não deveria nem estar
aqui querendo conversar — ameaça, sentando-se na outra ponta do
sofá.
Já estou vendo que essa conversa não vai acabar bem. Não
estamos conseguindo nos entender.
pensa.
brava.
ofegante.
e surrar sua bunda até que fique vermelha pelas marcas da minha
mão, para logo depois fodê-la duro até que peça por clemência. Mas
eu não vou fazer isso, não quando é exatamente o que ela quer.
racionalidade.
— Claro que ia, você sabe que ia. — Encosto meu corpo ao
seu, e ela ofega, ainda que tente disfarçar seu desejo. Marina sabe
debocha para tentar tirar uma reação minha que eu sei exatamente
qual é. — Isso tudo porque ele só tocou meu braço, imagina se
ter deixado aquele merdinha te tocar, porra... — falo cada vez mais
Ah, Deus, ainda bem que não há nenhum laço sanguíneo que nos
una. — Queria te ver provando do mesmo veneno que eu. Eu nunca
chupo seu pescoço avidamente. Meu Deus, o que essa menina tem
para me tirar tanto dos eixos? Perto dela me sinto como um garoto
de vinte anos e não como um de homem de quase quarenta.
— Quero deixar uma coisa bem clara aqui, menina. Nunca
mais, ‘tá entendendo? Nunca mais repita coisas como essa. Se eu
sonhar que deixou algum desses moleques te tocar, eu acabo com
— Me diz o que você prefere, meu amor. Quer meu pau aqui? —
Coloco apenas a ponto do meu dedo indicador dentro da sua
eu comece?
— Sim — digo simplesmente.
namorada aqui.
— Tem certeza, linda, que está tudo bem? — Pego sua mão e
começo a fazer carinho na palma. — Eu não gostei nada dele —
afirmo, sério.
— Ah, meu Deus, como esse meu homem é ciumento — diz
história a limpo.
— Não é nada sério, lindo, vamos esquecer isso.
— Não, nós não vamos esquecer nada — digo com
veemência. — Quero que me conte tudo. O que essa sua amiga tem
a ver com a insistência dele?
— Ela tem o estranho hábito de sempre tentar enfiar o cara em
tudo o que fazemos, sempre foi assim, tanto na escola quanto fora
dela. A Ângela percebia meu incômodo com ele e ainda assim
insistia em mantê-lo perto de mim e do resto da galera.
— Eu não confio nessa sua amiga, por favor, tome cuidado
com ela — digo o que tenho entalado na garganta desde que
percebi seu olhar para mim mais cedo.
— Eu sabia que não devia ter falado essas coisas. Amor, você
não precisa desconfiar da Ângela, eu conheço ela há muito tempo.
É um pouco sem noção em alguns momentos, mas eu confio nela
— defende veementemente.
— Só tome cuidado com a dupla dinâmica. Me promete? —
indago, na esperança de colocar uma pulga atrás de sua orelha
para que se proteja de qualquer coisa que possa surgir para magoá-
la.
— Eu prometo. — Beija os dedos cruzados sobre a boca. —
— Sabe que não foi isso que pareceu. — Pensando pelo lado
dela, realmente não pareceu. Eu não consigo entender o que deu na
Patrícia para me tocar com tamanha intimidade. Ao longo desses
três anos em que ela foi contratada por João, nós nunca tivemos
mais intimidade do que os educados cumprimentos nos corredores
do escritório. Eu conheço muito bem a fama dela para me permitir
ela já fez isso outras vezes, mas eu acho que não seria tão ousada
em tentar algo com o chefe.
— Pelo menos isso, né, Erick? — fala, aliviada. — Não devia
contratada.
— Ele falava com você sobre ela? Pelo amor de Deus, vocês
eram melhores amigos.
— Não, amor, seu pai nunca deu abertura para falar sobre
isso. No início eu quis questionar a contratação, mas ele logo cortou
o assunto e não insisti.
— Cuida mesmo, né, Erick, mas cuida tanto que ficou mudo
enquanto eu ouvia todas aquelas crueldades vindas de uma pessoa
que não me conhece, que não sabe nada da minha vida, ou pelo
menos não deveria saber — desabafa e a última parte fica na minha
quem quer que seja, sua firmeza em querer correr atrás de suas
respostas e de lutar pelo que deseja. Eu amo tudo nela, tudo, até
mesmo sua imaturidade característica da idade.
corredores do escritório.
— Com você, eu não achei nada sútil. Quer dizer que é pior
com os outros?
preocupada.
— Vou dar um jeito nela — prometo. — Agora você entende o
motivo do meu silêncio? — Analiso no seu rosto a disposição em me
perdoar. — Sei que não justifica ter deixado ela falar aquelas coisas
para você, mas foi o que consegui pensar no momento.
— Entendo, querido — diz.
te peço.
— Não se preocupe, meu amor, eu vou ficar. Não precisa nem
pedir. Tem alguma coisa nela que traz arrepios.
te amo.
— Também te amo. — Devolve meu abraço. — Agora me
deixe ir. — Sai do meu colo, indo direto para as escadas.
— Vai subir, amor? Ainda está tão cedo. Não quer comer
alguma coisa?
— Não estou com fome, fiz um lanche no bar e agora estou
— Isso mesmo que você ouviu. Hoje é cada um para o seu canto —
assevera com o narizinho arrebitado ainda mais em pé. Essa
prontamente.
Nunca imaginei que chegaria esse dia, o dia em que eu usaria
feliz por estar tão enganado quanto a isso, sei que minha vida com
ela não vai ter monotonia, que cada dia será uma experiência e
aventura diferente.
está tentando fazer aqui. — E pelo visto minha ideia não deu tão
certo assim, se tivesse dado, eu a teria correndo para os meus
seu rastro.
castigo que me foi imposto, pelo menos por hora. Ela realmente
fazendo.
no seu quarto?
— Se não for dar muito trabalho, eu gostaria de jantar lá em
Ela assente e subo para o quarto, mas não sem antes conferir
Marina. Aproximo meu ouvido da porta do seu quarto e escuto sons
imaginando?
O melhor mesmo é eu tomar meu banho frio, hoje não é um
bom dia para se ter certas ideias e pensamentos, não quando meu
corpo cansado clama por uma cama. É claro que não vai ser a
mesma sensação que teria se ela estivesse dormindo do meu lado.
que amanhã é sábado e que eu terei dois dias inteiros só para mim
e minha mulher. Vamos ter mais tempo para curtir um ao outro, sem
Sento-me tão rápido que acabo ficando meio tonto, pego meu
celular e me surpreendo ao ver que já são nove e meia da manhã.
cedo, quer dizer, não tão cedo assim, já são quase dez da manhã.
Desço para a sala, me aproximo da ampla janela de vidro e
não me surpreendo com o que vejo. Minha jovem namorada montou
todo o equipamento iPod ao lado da churrasqueira, assim como faz
longe não consigo ver bem o que veste, só sei que não é nada
comportado, porque além de querer me provocar, como é seu
costume, ela também é muito segura de si e aparentemente não
momento babação.
— Bom dia.
— Estou levando o desjejum da senhorita Marina, o senhor vai
parentes são, mas que cuidam dela com toda a dedicação que
merece. E tenho certeza de que isso é mais que a prestação de um
enganado, ela deve ser a filha da Márcia. Lembro bem do dia que
espreguiçadeira.
Existem mais delas espalhadas em vários locais da área
quero muito pensar que ela está usando-o apenas para mim. Não
sangue ferve nas veias só por imaginá-la exposta aos olhos dos
hormônios em ebulição.
voou para seu rosto. — Pena que minha cama estava tão vazia.
— Oh, pobrezinho, meu Deus — zomba da minha afirmativa.
diz, sarcástica.
— Do que você está falando? — Estranho a agressividade em
Tiro sem avisar os seus óculos de sol, obrigando-a a olhar nos meus
olhos. Vendo que fiquei chateado com o que disse, ela senta ereta e
com outra mulher do meu lado além de você, nunca senti essa
necessidade. Depois que o sexo terminava, elas já sabiam que tinha
que sair.
— Tudo bem, eu não quero saber desses detalhes — corta-
me.
— Obrigada
e lembro da Ângela. Talvez seja cisma minha, mas ainda assim não
é bom que Marina fique tão dependente dessa garota. — Agora
hoje.
Depois de trocar a bermuda por uma sunga de banho, pego
sabia?
rosto.
— Sei, sim. — Percebe que ficou brava à toa. — Poderia ter
me matado de susto.
intenso para impróprio para menores. Não sei em que momento isso
aconteceu, só sei que agora eu tenho ela presa entre meu corpo e a
mais beijos, sem nunca desgrudar nossas bocas. Não que eu esteja
achando ruim, até porque tenho um verdadeiro vício por sua boca e
não se encaixava no primeiro grupo. Não quando era seu rosto que
desejo pelo melhor amigo do meu pai, mas, se assim o for, eu sou
minha impulsividade eu decidi que era hora de lutar pelo que queria,
entendi que não era apenas um capricho, uma ilusão da garota
ouvir. Se vão tentar nos separar ou atingir com uma moral pregada
falsamente, irei lutar.
inércia.
dever de saber.
— Acha mesmo que vou deixar você sair assim, com esse
— Você não tem que permitir nada, homem das cavernas. Não
tipo de atitude.
você usa.
Termina de dizer e eu tenho vontade de chutar meu próprio
traseiro. Não era necessário fazer a cena que fiz. Não é como se ele
tivesse feito eu ir trocar de roupa por tê-la achado curta.
Está apenas com ciúmes por ver que têm outros caras por
perto, ele já me viu assim antes e nunca falou nada. Também sei
que não é do seu feitio ser controlador e machista.
confesso e olho abertamente para sua sunga azul que sustenta uma
potente ereção.
— Que foi? — Sorri, vitorioso. — Pimenta nos olhos dos outros
gargalhada.
— E quem vai me cobrir? — pergunta o safado, encarando
minha bunda sem o menor pudor. — Ao contrário de você, meu
coladas em seu peito, o bumbum, esse está mais que feliz por sentir
a alegria do seu equipamento. — Está vendo? Agora não temos
bunda.
— Vamos, sim — confirmo, dando uma leve rebolada, e ele,
tão excitado quanto é possível, abraça minha cintura mais apertado.
conta sua mão livre, que decidiu que era uma boa apertar meus
seios, logo eles, o meu e seu ponto fraco. Durante essa tortuosa
jornada, eu só curtia e torcia para não ser pega no flagra. Até
peito.
Sem demonstrar a menor pressa, ele desamarra o nó lateral
esforço para que seu peso não me esmague. — É isso que você
quer? — Ele abocanha meu seio esquerdo, passando a chupar
momento de descanso.
afiadas.
beijos por meu abdômen plano. — Amo saber que um dia vai
abrigar meu bebê nesse corpo lindo — diz, fazendo com que meus
olhos se encham de lágrimas. Saber que ele vê um futuro em que
tenhamos nossa família traz sensações que nem mesmo sou capaz
tesão acumulado.
encantadoramente esbaforido.
— Amor, será que ele...? — Para a frase no meio do caminho
e eu completo:
— Está pronta, meu amor? — Desço minha mão até seu sexo,
testando sua umidade. Não quero machucá-la mais do que o
lágrima escorrendo por seu rosto quando seus olhos refletem a dor
da penetração.
ouvido sua voz. — Não pensei que fosse doer tanto. — Tenta se
movimentar, e eu seguro novamente seu quadril.
sobre meu colo e lhe abraçar por horas a fio, apenas abraçar, até
que ela entenda que é todo o meu mundo.
base.
prazer.
— Logo a dor sumirá e você vai sentir apenas o prazer. —
meu peito contra o seu e com seus pés fincados as minhas costas,
dou mais cinco estocadas até encher a camisinha de porra, o sêmen
jorra numa quantidade e intensidade que me tiram as forças e tenho
que me esforçar para sustentar o peso do meu corpo e não deixar
meus cotovelos cederem.
Fazendo esforço para respirar, levanto a cabeça do seu
pescoço, vejo seu corpo úmido de suor tanto quanto o meu, que
pinga nos seus seios, e pergunto:
Gostosa!
— Agora? — indaga uma entusiasmada Marina, que nem
parece ter acabado de ter sua primeira relação sexual.
— Não. Antes vamos cuidar da mocinha e só depois
Não tente negar o óbvio. Eu conheço tudo sobre você, Marina. Sei
que sua calcinha fica úmida quando falo putarias no seu ouvido.
olhar. Não que algum dia ela tenha escondido isso e eu só tenho
que agradecer, não abro mão de ver seus olhos, olhos que contam
Onde só existe eu, ela e o nosso amor. — Isso, não feche os olhos
nem por um segundo, quero que me entregue tudo.
vez?
bem aproveitado.
Em nossa situação, falar em recuperar o tempo perdido não
— O que te incomoda?
— Não quero que você pense que sou uma sem vergonha —
confessa, receosa. — Eu acabei de... Você sabe.
— Mas você é sem vergonha, baby, a minha sem vergonha. —
Aperto os mamilos dos seus seios e ela retorce o corpo. — Não
precisa se envergonhar de nada. O que você sente é o mesmo que
eu. Meu desejo é tão ou mais voraz que o seu. — Mordo o lóbulo da
sua orelhinha. — Eu só não estou te fodendo neste exato momento,
— Sim — admite meu ponto de vista, ainda que meu pau duro
cutucando sua bunda tente anular o meu discurso.
seu pescoço.
Depois de quase uma hora cuidando de suas necessidades,
ainda que envoltos numa aura puramente sexual, eu lhe tiro de
nas palavras, pelo menos quando se trata de sexo. Não que isso vá
se prolongar por muito tempo, não demora muito e minha garota
mãos vão estar com bastante frequência. — Beijo o vale entre seus
seios, perguntando-me o porquê de ter achado uma boa ideia
ruidosamente.
vou ensiná-la a gostar. Vou ensiná-la que entre nós não haverá
abraçados na cama.
Depois de muitos beijos provocativos e apalpadas nada
estou vendo.
CAPÍTULO 19 FOGO
como esse. O que posso dizer é que sinto um enorme peso sobre
meu quadril que faz impossível qualquer movimento meu, e que vejo
uma morena e enorme mão segurar meu seio possessivamente,
que viva com a constante cara de homem mal, e logo termino por
chegar ao orgasmo...
Eu não sei com que tipo de cara elas tiveram suas primeiras
não quer nada na vida além de fazer sexo. Não que essa impressão
pau pudesse ser classificado como belo, o dele com certeza seria
conter, desço a mão até ele, pego com cuidado e já não me seguro.
minha mão.
— Humm — Erick geme baixinho, ainda inconsciente, e eu
desperta.
Ele vira o olhar confuso e me olha surpreso.
— Que foi? Fiz mal em te acordar dessa forma? — Dissimulo
um olhar culpado.
— Não, gata, fez bem até demais. — Coloca a mão morena
— Eu... quero chupar seu pau — falo de uma vez e ele cai na
risada.
— Não ficou cem por cento, mas vou relevar por ser sua
a mesma empolgação.
Com o corpo parcialmente sobre o meu, Erick abruptamente
visão essa sua bunda gostosa. — Aperta forte uma banda do meu
traseiro, para em seguida nos mudar de posição.
meu mamilo e eu tenho certeza de que meus seios são sua parte
excitação.
— Tão molhadinha. — Acaricia meu clitóris com o dedo
sobre minha bunda, isso é algo para nunca esquecer, pelo contrário,
Uma, duas três... doze vezes, ele penetra até que eu desabe
repente, solta meu peito, tira a mão e o pênis da minha boceta e diz:
movimentos de subir e descer. Noto que ele evita descer até o final,
talvez com receio de me machucar. Sua gentil preocupação só faz
bunda.
— Você ainda vai me matar de tanto tesão, menina. — Belisca
meu peito com uma das mãos enquanto a boca chupa o gêmeo com
igual vontade. Ele o morde e a dor fina vai direto para o meu sexo.
arremetidas. Meus seios pulam livres contra seu rosto e ele tenta
abocanhá-los.
— Erick! — grito a ponto de gozar.
Mete com força quando volta a sentar e abocanhar minha boca. Sua
língua me invade assim como seu pau e eu chupo a sua tal qual
vagina lhe aperta. — A quem você pertence — Mete uma última vez
posições e nos deita outra vez em sua cama macia. Nos beijamos
por mais uns instantes, até que ele sai cuidadosamente de dentro
de mim.
sexo.
— Eu também — o surpreendo ao admitir.
— Essa é minha garota. — Traz meu corpo para mais perto do
que foi aqueles maravilhosos dois dias. Como era nosso desejo,
ficamos em nosso mundo particular — o quarto do Erick — a base
definitivo para o seu quarto, ainda me pego sem acreditar que isso
quando pequena.
Não vou dizer que é uma relação perfeita, seria mentira,
nada que nos faça dormir brigados. E como ele diz, o bom das
brigas é fazer as pazes. E olha que Erick é especialista no assunto.
que as coisas não são bem assim, ela simplesmente não aceita.
Não entende que esse é um momento importante na minha vida,
que embora eu não tenha lhe abandonado, como gosta de dizer, a
ela. Só queria que ela entendesse que essa fase nova requer boa
minha vida, e essa pessoa é o Erick, o homem que por toda vida foi
amigo meu e de papai, o homem por quem tanto sonhei e que enfim
nossa relação.
Ela tem que parar com isso, não vou deixar que seus chiliques
que por sua vez me garantiu que não fez nada, que ele estar ali não
passou de uma grande consciência — na hora eu só pensei na
frequência com que essas coincidências acontecem, afinal, sempre
parece que Mateus adivinha onde estou. Além disso, minha amiga
prometeu controlar mais a língua do abusado, que faz de tudo para
sincera, eu não esperava que ele fosse olhar para uma menina
como você.
— Uma menina como eu? — O que ela quer dizer com isso?
com as mais belas mulheres do país, iria dar atenção para uma
menina virgem e tão jovem.
tão bem, não ajuda em nada com a insegurança que eu tanto quero
esconder.
Durante todas essas semanas de namoro, Erick tem tido um
resto se ajeita.
Ela parece uma criança birrenta com essa disputa por atenção.
que isso aconteça logo, talvez assim ela fique menos ciumenta.
ato de lucidez — brinco e dessa vez ela não ri, pelo contrário, fecha
sua frente e ele não disse nada. Agora Erick está em um almoço
fechá-la.
ligo.
porta do carona.
— E-eu... Não sei. — Meus olhos turvam em lágrimas, me
por vê-lo com ela, quero acreditar que há uma explicação, mas não
sei o que dizer quando estiver cara a cara com Erick.
E que visão.
Erick é um dos homens mais bonitos que eu já vi na vida, não
garota. — Parece que ele fica ainda mais bonito quando está bravo
“Ok :)”
tamanho.
Eu sei que estou sendo chata com ela, principalmente depois
final feliz.
Acho que não estava preparada para dividir a atenção dela
com outra pessoa e por isso impliquei com esse namoro desde o
início. Marina sempre foi meu porto seguro, apesar de não ter ideia
Meus olhos começam a arder, mas parece que nem para ter
pena de mim mesma tenho paz, pois acabo atendendo uma ligação
indesejada.
— Onde você está? — Ouço a voz odiosa de Mateus do outro
lado da linha.
— Já estou indo. — Desligo na sua cara. Até quando vou ter
que fugir para não ser obrigada a carregar essa cruz onde quer que
eu vá?
Com o pensamento longe e frustrada por ter que voltar para o
e me deixar aqui com essa mulher? Ele não disse que estava
chegando? Se ao menos eu sonhasse que ele ainda não estava
mim, eu até que gostava, é nesses eventos que toda a equipe ronda
os convidados atrás de novas causas e consequentemente mais
É disso que se trata esse almoço. Não sei por qual razão, mas
Bruno e Patrícia — que não foi demitida ainda porque tenho
está.
atento e me surpreendo por ver que é minha Marina quem está indo
embora.
— Licença. — Saio da mesa sem esperar pela resposta que a
a sua cara. Cuide bem da minha amiga, ou então vai se ver comigo.
apressado.
Depois de muito quebrar a cabeça tentando imaginar para
onde Marina poderia ter ido, decido confiar no seu bom senso e ir
que o motorista usa quando sai com ela está aqui, então
provavelmente Marina veio para casa.
que tem o espaço adequado para duas pessoas. Essa mansão é tão
grande que se Marina quiser me dar um castigo, é só se esconder e
minha garota.
Chega de se esconder, princesa.
veste um short preto bem curtinho e um top cinza que cobre seus
seios deliciosos, deixando sua barriga lisa à mostra. Tem nos
ouvidos um fone branco e por ele sai uma música melosa que ela
aparente tranquilidade.
— E pensou? — sondo.
seu iPod. — E você, por que chegou tão cedo? — Pelo visto ela não
vai tocar no assunto.
tocar nele. — Foi embora sem falar comigo — acuso e ela me olha
incrédula.
Bruno fosse pontual, eu não teria que passar por essa situação
desagradável. Não é só por Marina que digo isso, é por mim mesmo
que tive que aguentar aquela mulher se jogando. Ela fez os poucos
minutos parecerem horas.
— Entendi — fala com sinceridade. — Mas não vou me
mesmo recinto que ela e não ter essa necessidade de sempre está
vez.
o suficiente para tirar a sensação ruim que por vezes sufoca o meu
peito. Eu, que sempre fui um homem mais prático do que religioso,
tenho me visto preocupado com os sonhos que têm atormentado
inerte. Não consigo ver seus bonitos olhos porque ela não os abre.
Toda manhã eu acordo procurando seu corpo. Nas vezes em
que não sinto seu calor junto ao meu, simplesmente lhe puxo para
passou.
daqueles eventos que seu pai costumava fazer aqui no jardim para
o pessoal lá do escritório?
necessário.
— Mas você entende que eles são necessários?
goste.
— O almoço era para discutir esse assunto. Nós fomos
Bruno, que eram responsáveis por essa parte junto com seu pai,
voltar contra nós dois, mas também não posso deixar Patrícia tão
próxima de Marina.
Tenho que averiguar se essa mulher esconde algo que possa
nossas vidas.
CAPÍTULO 22 RAPIDINHA
Erick fazia seu trabalho. Mas é óbvio que não foi nada disso que
aconteceu.
corpo. Seu olhar era tão faminto e abrasador que eu já não estava
A gota d'água foi a hora em que eu, com a cara mais descarada do
mundo, me virei frente a sua mesa e, sem qualquer pudor,
minha peça íntima, tanto dava, que depois disso ele veio para cima
que deixasse seu pau livre. Depois, levantou minha saia curta,
afastou minha calcinha para o lado, testando com o dedo meu nível
de excitação e, sem qualquer aviso, me penetrou por trás, meteu até
a isso.
Meu rosto queima de vergonha quando lembro da nossa saída
Depois desse episódio, fiquei por dias com isso na cabeça, até
que entre provocações e convites para uma nova visita, Erick me
suficiente para reparar na atenção que chama por onde passa. Ela
me acusa pelos olhares e piadinhas de pedreiros que escutamos,
Imagina ter que conter toda a atenção que vai despertar? Isso vai
ser divertido — diz, maliciosa. Se tem uma coisa que não mudou
nesses últimos dias foi a implicância dela com Erick. Não com o
namoro em sim, isso ela está tendo que aceitar, ainda mais depois
que eu me toquei que estava tendo comportamentos estranhos —
mais que o normal — e decidi que precisava lhe dar mais atenção.
Ângela agora não perde a chance de alfinetar o Erick e ele não
fica atrás, sempre que se refere a ela é como "aquela sua amiga
estranha”. Não sei o que conversaram no restaurante, mas depois
começar. Sorte ter convencido minha amiga a vir, ela vai me ajudar
diferente.
lado, além das duas que ficam na ponta, essas sempre foram
olhos do homem que está virado de costas para nós. Quando ele
chatinha.
O vestido preto sem mangas e que deixa uma generosa
porção dos seus seios à mostra não é nada menos do que sexy. A
vestimenta se molda em suas curvas como uma segunda pele,
pernas.
Essa menina vai ser a minha morte!
— Amor, você está... — As palavras fogem da minha cabeça,
tudo que poderia falar parece pouco diante dessa visão — perfeita!
— concluo ao entrelaçar nossos dedos.
admiração, noto que aprovou meu visual composto por uma calça
jeans escura e blusa social cinza.
sentido guardar só para gente. Mais dia ou menos dia isso vai
acabar acontecendo. No caso, eu escolho a opção menos dia. — Eu
não vou deixar que pensem que você está livre quando na verdade
— Com você.
dos seus seios. Ela fica parada apenas olhando minhas mãos bobas
e minha boca percorrer seu corpo e eu me divirto com o esforço que
Ela fica feliz sempre que me ouve falar essa frase. Para
nunca lhe perdia de vista. Nem dela, que não saiu do lado de
Ângela um minuto sequer, nem dos olhares cobiçosos que boa parte
do público masculino lançava na direção em que as garotas
estavam.
Agora, já cansado e não vendo Marina em parte alguma,
raiva cresce por ver seu olhar de malícia ao se referir a ela. — Onde
é que eu estava que não vi aquela garotinha se tornar essa delícia
precisa de proteção.
Apesar de continuar achando ela uma chatinha, passei a
admirar muito a devoção e parceria que elas têm uma com a outra,
passa entre esses dois, mas minha amiga claramente não está
gostando da insistência. Eu mesma estou admirada de ele ainda
não ter dado as caras por aqui. Se antes eu achava que era minha
passar por essa recepção. O que já era difícil se tornou cem vezes
pior. A mulher me encara como quem me acusasse de alguma
coisa, como se eu tivesse uma dívida que ela quer que eu pague.
Acena que vejo não poderia ser mais grotesca. Tendo Marina
acuada entre ela e a parede, Patrícia segura fortemente o seu braço
— enquanto fala barbaridades que só pude ouvir o final — e lhe
sacode bruscamente. Minhas entranhas se contorcem ao ver no
desconcertada, não pelo que estava fazendo, e sim por eu ter visto.
Ela tira minha mão da sua cintura, dá alguns passos até onde está
descompensada.
Meu Deus! Essa mulher não tem limites. Ela chegou ao ponto
nem você nem ninguém pode dizer o contrário — ela afirma, vindo
também.
ainda vão ouvir falar de mim. Isso não vai ficar assim — ameaça e
logo depois bate a porta num barulho estrondoso.
Quando ela sai, Marina solta meus braços da sua cintura e vai
seu braço toca meu ombro. — Ela não devia ter feito isso. — Sinto
um nó na garganta por ver a pele branquinha do seu braço
descobrir qual é a motivação da Patrícia para ter toda essa raiva por
uma pessoa que ela nem ao menos conhece. Pelo menos até onde
eu sei.
— Basicamente me acusou por ter sido afastada desse evento.
Porra! Isso é tudo culpa minha. Não devia ter mencionado o
calma.
— Não. Ela mencionou alguma coisa sobre eu ter nascido
apenas para trazer problemas. — Um alarme toca dentro da minha
cabeça. — Não acha isso estranho? Falar algo tão cruel, a mulher
não sabe nada da minha vida — diz, e suas palavras deixam claro
que ela não desconfiou de nada. Talvez seja melhor assim, quanto
mais distante eu conseguir manter Patrícia, melhor vai será para
Marina.
— Vamos esquecer essa mulher, pequena. — Beijo seu rosto
ainda úmido. — O importante é que está fora das nossas vidas.
— Tem razão, não vamos deixar que estrague nossa noite. —
Seca o rosto com altivez.
— Assim que se fala. Agora vamos olhar esse braço. —
Levanto com ela nos meus braços e lhe carrego para dentro do
banheiro. Chegando nele, coloco-a no chão e ela fala assustada ao
se ver no espelho:
— Meu Deus! Estou parecendo um monstro. — Começa a
limpar a mínima mancha preta que escorreu dos seus olhos. — Não
quanto antes, ela vira de frente para mim e enlaça meu pescoço
num novo e delicioso abraço apertado.
Encostados na bancada que sustenta o espelho,
Chego mais perto do seu corpo para que não fique nenhuma
dúvida.
estivesse antes. Esse tem sido meu estado desde a hora que te vi
Minha mulher.
— Não vou parar. — Ajeito seu corpo e como sua boca num
beijo duro. — Diz que quer me dar essa boceta, diz?
manter.
Seu modo cadela safada me tira a capacidade de raciocínio.
Quando o sexo fica intenso além do normal, tenho que tapar sua
boca com a mão. Se não o fizer, no dia seguinte ela estará se
ocasionados por uma surra, quer dizer, é uma surra, mas uma surra
de pau. E essa surra eu garanto que ela gosta de levar.
para depois aliviar com uma lambida. — Vou meter tão profundo
dentro dessa bocetinha pequena que quando nós voltarmos para
lado, vai gostar, sabe por quê? Todas aquelas pessoas saberão
quem é seu macho, quem é o homem que tem estado entre suas
de tesão.
cintura. — Me diz.
— Sim...
vergonha aqui.
— Pare com isso, Erick. Ela vai entrar. — Seguro sua mão
para que pare e ele não só continua, como decidi enfiá-la por dentro
da minha calcinha.
Maya parada perto da porta ou olhar para a cena tão sexy quanto
excitante do meu homem levando os dedos, que até então estavam
redor.
medo de ser pega no flagra. Tudo bem que é meu namorado, mas
também não posso dizer que seria uma boa experiência ser pega
por uma amiga enquanto tenho a bunda de fora e meu Erick com os
dedos dentro de mim.
cueca.
cueca apenas o suficiente para ter seu pau em minha mão. Ver a
cabeça do seu pau começando a babar é motivo suficiente para ter
— Agora, meu amor. Vem. — Erick leva meu corpo para cima,
que o deixa com cara de mau fica ainda mais proeminente. Nessas
horas, eu só tenho vontade de tirar as roupas; as minhas e as dele.
— Também estou quase lá — aviso, não querendo que se
segure por minha causa. Com seu olhar denunciando o que vem
pela frente, finco minhas unhas nos seus ombros, que felizmente
estoca, sua boca trabalha de uma forma que me faz sentir como se
o sangue ali acumulado tivesse uma ligação direta com o meu sexo,
três... oito vezes, até que eu balbucio dentro da sua boca o que
deveria ser um grito capaz de alardear toda a recepção. — Isso,
Mas antes, dou um jeito de melhorar a merda que meu rosto ficou,
feito. Estou a ponto de passar para o ninho de ratos que está meu
cabelo quando Erick volta com uma lingerie muito parecida com a
outra.
tirá-la. Depois, ele abaixa meu vestido, que até então estava
embolado na cintura.
amassos, até porque fizemos muito mais do que dar uns amassos.
altura, todos que estão lá fora já sabem o tipo de relação que temos,
segredo”?
centímetros mais baixa que ele, levanto a cabeça para cima a fim de
que falam de negócios passou para uma boa parte deles, pelo
menos é isso que a mudança de postura de muitos diz.
claro.
Os momentos atribulados vieram quando a mídia — que nunca
Quando não estamos fazendo sexo, porque isso é uma coisa que a
convivência e o costume não diminuíram, estamos apenas curtindo
Nossa felicidade tem sido tanta, que junto com ela vem o
medo. Medo de ver tudo isso acabar. Infelizmente, não tem sido
ao afirmar que tudo está bem, que nada de ruim irá lhe acontecer.
primeira vez. São elas o bálsamo que alivia meus medos. Suas
palavras e seu corpo.
Para sempre!
de sempre. — Demorou assim por quê? Acha que tenho o dia todo?
Ela se irrita com minha pergunta.
— Para de ser folgado — Ângela rebate minha crítica de
acostumando com ela, que a meu pedido está nesta joalheria para
me ajudar a escolher um presente para minha garota.
— Vem, vamos entrar — chamo-a e entramos na sofisticada
loja.
— Tem algo em mente? — me pergunta assim que paramos
acabou nos dando uns toques, saímos da loja uma hora depois,
com Ângela ansiosa para ver a reação da Marina com a surpresa,
quando, pela janela do quarto, vejo Jorge entrar com o carro. Essa
tem sido a rotina de Marina nas últimas semanas. Depois de
terminar o curso de fotografia e de conhecer Lua — a namorada de
ensaio editorial.
Animada com a ideia de iniciar a carreira com o pé direito, ela
sendo meu amigo, Bruno não é nem de longe um bom material para
relacionamentos. Apesar de tudo, meu amigo faz muito sucesso
com as mulheres e eu até acho saudável que ele saia um pouco da
concha. Só não aconselho que isso passe de algumas noites, aí já
mensagens dizendo que já está indo para casa e que correu tudo
bem, hábito adquirido como consequência dos pesadelos. Hoje não
foi diferente, alguns minutos atrás recebi sua mensagem e também
acabou nos unindo novamente. Não que algum dia não fosse
acontecer. Mas, se não fosse a promessa e o testamento de João,
vamos sair.
— Para onde? — pergunta, desconfiada.
foder como dois coelhos. Com a gente não tem tempo ruim, basta
ter oportunidade e vontade para as coisas acontecerem.
pensando. É uma de outro tipo. Apenas fique linda para mim. Mais
do que você já é.
há necessidade disso.
Quando a tenho pronta, lhe levo vendada para o carro e,
querendo estar sempre ao seu lado, peço para que Jorge nos leve e
assim ele o faz.
pretendia.
trás da sua cabeça, desatar o lenço preto que cobre seus olhos e
dizer: — Feliz aniversário, meu amor. Hoje será a nossa noite de
tirar a venda.
— Erick... — emocionada, diz o meu nome, a única palavra
Sei que pode parecer bobo e que outras pessoas poderiam pensar
em mil maneiras de se passar o aniversário, mas para mim é
diferente. Acordar e ver a vida que eu tenho é o melhor presente
Hoje ele não fez nenhum nem outro. Foi só depois de alguns
trepar logo cedo — ele foi às alturas com essa percepção e foi o
estopim para me fazer pular em cima dele. Dessa vez foi eu quem o
E se como diz ele, a nossa transa de bom dia foi meu presente
semanas.
Ter a oportunidade de trabalhar com o que eu gosto e com
uma pessoa tão adorável quanto Lua tem sido uma ótima
agora não entendi como é que ela pôde se envolver com o taciturno
amigo, e disse que era para minha amiga ficar feliz com o
não chegou a conhecê-lo, porque ele parece ter tudo o que ela
mesma medida.
— Fale alguma coisa, meu amor — ele pede.
— Erick, eu... — Me jogo nos seus braços — te amo tanto,
mesa para dois sortidas de bebidas e pelo que pude ver, alguns
tipos de massas, meu tipo de prato favorito. Tudo está tão lindo e
tão delicado que é difícil crer que todos os detalhes tenham saído da
nisso. Ela tem andado muito misteriosa — mais que o normal — nos
últimos dias. Sempre me fazendo perguntas estranhas e inusitadas.
Saber disso me deixa ainda mais feliz, ver meus dois amores se
acertando é um alívio.
— Eu imaginei que seria um pouco arriscado, considerando as
passar do tempo — digo e noto que falei a coisa errada quando seu
semblante cai um pouco, por isso, logo trato de consertar. — Mas
até que aquele piquenique não foi de todo ruim. — Enfio a mão
dentro de sua camisa, passando a alisar preguiçosamente suas
costas.
A sensação que tenho é de que ela está por aí, sempre à espreita,
querendo uma chance para se vingar, para destruir a felicidade que
dia a dia vamos construindo. É claro que isso também pode ser
paranoia da minha cabeça, por causa da última ameaça que ela fez.
E é justamente por isso que não compartilho dos meus medos com
Erick, já basta as noites em que ele acorda amedrontado com os
orelha.
provocar.
mas eu tenho certeza de que ele sabe que o calor a qual me refiro
deslumbrada pelo valor econômico que a peça possui, mas sim pelo
Minha ligação com Marina é tão forte, que não consigo lembrar
minha vida para comprovar esse fato, anos em que Marina nem
bem existia. Foram anos e anos procurando me encontrar e sem
usaria.
de suspiros e cobiça por partes das meninas. Quem não gosta muito
dessa parte é a minha ciumentinha, que não perde uma chance de
forem embora, me avise que eu paro para te dar a atenção que você
merece. — Discretamente, passo a língua por seu lábio inferior.
— Não vejo a hora de expulsar esse povo daqui de uma vez —
sim do tipo que meu pau estava duro contra sua bunda e onde
nossas bocas não se abstiveram de darem beijos nada inocentes,
com o corpo colocado junto ao de Marina, que não veste nada além
de um biquíni indecentemente pequeno. — Te aguardo, meu amor.
hoje foi agitado demais para uma alma mansa como a minha. O
finalizando a petição que estou redigindo. — Que bom que veio dar
depois de meses e seja lá qual for a sua intenção, coisa boa não é.
namorava comigo.
dezoito anos.
praticamente um bebê?
ter sido apresentada ao João por mim, fez de tudo até conseguir
Cristina, assim com eu, que fui burra o suficiente fazer propaganda,
só estava interessada no dinheiro dele.
— Que dinheiro? Vocês não sabiam que ele vivia uma vida
classe média antes de abrirmos o escritório?
Tanto eu quanto meu amigo crescemos em um bairro classe
Além disso, eu sabia e contei para ela que meu namorado fazia
faculdade e que provavelmente ganharia muito dinheiro quando se
que ela fosse ser mais esperta que você, não é? Tanto foi que casou
e teve uma filha ele.
— Foi mesmo, mas não tanto quanto você pensa, meu caro.
conheceu João durante toda a vida, acha mesmo que um cara que
trocou a namorada tão rapidamente pela própria prima se manteria
fiel a alguém?
— Você não está querendo dizer que depois de tudo...
— Isso mesmo. Apesar do que aconteceu, eu sempre soube
por João não me parecia essa pessoa ingênua que você quer pintar.
— E ela não era mesmo. Como eu disse, Cristina sonhava em
mudar de vida ao se casar com um homem rico. O fato de ela ter se
afeiçoado ao marido não lhe tirou essas qualidades. Tanto é que
— Assim como seu amigo, que era um fraco por mulher e não
conseguiu ser fiel nem a mãe da sua filha.
mulher tão promíscua de perto da filha, seu amigo lhe ofereceu uma
grande soma de dinheiro para que sumisse do país e nunca mais se
— Essa foi a parte mais chata que tive que passar — diz com
pode ter certeza de que o amor dele por você e por aquela fedelha
que está ali no jardim era verdadeiro. Você acha que eu a detesto
tanto por quê? A infeliz, além de ser filha da mulher que tentou me
passar para trás, ainda teve a coragem de me tirar você.
lá o que tiver com a garota. Inventa a desculpa que quiser, isso não
Nunca!
— Tem certeza? — indaga, já pegando suas tralhas, inclusive
a foto que ali tinha deixado. — Se eu fosse você não arriscaria. Será
que a garotinha ficaria feliz de saber que belo bosta seu pai era? E a
mãe, que além de ser uma vadia, foi tão interesseira que lhe deixou
em troca de alguns trocados?
— Você sabe que não foi bem assim que aconteceu — falo
friamente.
— Para ela vai ser exatamente assim que tudo aconteceu. Até
porque, eu não estou vendo a mamãe dela aqui. Por que será que
ela não voltou durante todos esses anos? Se você for racional, vai
filha.
— Ela não acreditaria em você. — É nisso que eu mesmo
tento me apegar, mas não posso arriscar. — Uma mulher que ela
não suporta.
que fez a sua cabeça, meus planos deram errados. Se não fosse
por ela, você ia me olhar, eu sei que ia — fala e no rosto tem uma
com ela pelos corredores, eu nunca a olhei por mais tempo que o
fazer de esperto, você não tem ideia do que eu sou capaz. Contar a
história podre dos pais dela é só uma amostra do que eu posso
sem chão.
Em um acesso de fúria, varro todos os objetos de cima da
que fazer, deixo meu corpo arrastar-se pela parede até tocar o chão,
e é sentado, com as pernas dobradas até a altura dos ombros, que
caio num choro incontido. Dou vazão ao desespero de não saber
posso.
Ainda soluçando, com a cabeça apoiada contra os joelhos e
pesadelo.
— Nossa, pensei que nunca mais fossem... — Abruptamente,
pequena nunca teve a chance de me ver assim, talvez por isso seu
olhar esteja oscilando entre sentir a minha dor, mesmo sem
antes fui. Eu não posso perder você, Marina. — Seguro seus braços
e lhe trago para o meu colo.
Eu preciso senti-la.
coisas.
— Tudo bem, meu amor. Eu só preciso de um tempo. — Beijo
seus lábios e depois continuo: — A festa já acabou? — Não resisto
a colocar a mão por dentro do camisão que ela vestiu por cima do
biquíni.
ao meu corpo.
— Não, Erick, eu estou suja de um dia inteiro no sol, meu
corpo deve está impregnado de cloro e cheiro de churrasco — ela
protesta e tenta sair dos meus braços. — Me deixe tomar um banho
primeiro.
— Não. Eu disse que quero agora. — Seguro mais firme as
minha boca o sabor do seu desejo. Ela goza com a minha língua
em minha mente.
de uma forma que dessa vez ela terá motivos para se envergonhar
dos funcionários.
Em seguida, no banheiro, com suas pernas em volta da minha
com a língua.
não é? — indago.
É óbvio que não estou sendo, porque simplesmente não
consigo me concentrar na conversa nem na companhia. Tudo o que
É até bom ouvir uma pessoa que não tem no Erick o santo da
sua devoção.
Seria diferente se eu pedisse a opinião da Maya, por exemplo.
Aquela ali gosta e admira Erick de uma forma que certamente sua
todas as formas fazê-la falar. Ainda não sei como, nem quando, mas
eles existem.
— Tenho sim.
isso tem o que, cinco dias? O que pode ter mudado em tão pouco
tempo?
frequência e olha que antes já não era pouca. Ele não só se tornou
mais insaciável como também mudou a forma de fazer sexo. Se
antes ele tinha seus momentos de sexo intenso e mais feroz, agora
esse parece ser o único tipo que ele sabe fazer. É como se Erick
que eu estou conhecendo o seu melhor lado. Por mais que das
outras vezes em que transamos, ele já estivesse me dando uma
Hoje não. Tem exatos cinco dias que ele entrou no seu modo
devasso e nunca mais voltou. Como uma boa devassa, poderia
distanciamento emocional.
A cada vez que terminamos uma rodada de sexo, Erick me
abraça por vários minutos, sem dizer uma palavra sequer, e assim
permanece. Quando não estamos em um momento de intimidade,
ele até tenta ser atencioso ao iniciar algum assunto, o problema é
juntos.
A verdade é que Erick tem se fechado dentro de uma concha e
eu infelizmente fiquei trancada do lado de fora.
Disso tudo, só sei que uma coisa muito grave está
acontecendo e que ele, talvez, não queira me contar por não confiar
em mim. Seu silêncio e distanciamento têm me machucado tanto,
menos uma explicação que seja, é porque talvez esse amor sempre
tenha sido unilateral e eu não tenha passado de uma novidade em
sua vida. Afinal, que homem iria dispensar uma garota que por tanto
frustração.
É isso, eu perdi o Erick. Se é que algum dia o tive de verdade.
acontecer, o babaca dos últimos dias, que não é o meu Erick, não
merece uma gota sequer derramada. — Minha cabeça está tão
cheia. — Coloco o polegar e o indicador nas minhas têmporas e
faço movimentos circulares.
dólares.
— Não. Ele não me dá espaço para isso.
não resolve essa situação? — Ela sai da cadeira, senta ao meu lado
e, segurando carinhosamente a minha mão, diz: — Longe de mim
querer defender aquele imbecil, mas você já parou para pensar que
ele pode estar passando por uma barra muito pesada e não está
sabendo lidar com isso, ou que talvez esteja te mantendo de fora
mente fértil não chegou ao ponto de cogitar que talvez ele esteja
querendo me proteger, seja lá do que for.
perfeito para você não mudaria de ideia assim, do dia para a noite
— afirma. — E se você quer o meu conselho, eu vou dar: vá
tudo mesmo.
veremos.
Mais tranquila e com tudo planejado, deixo-me distrair com o
filme. Quando meu namorado chegar, ele não vai nem ver o trem
buchicho de que eles eram amantes, o que por ele sempre foi visto
pelo menos nada sério o suficiente para fazê-la temer. Das duas,
fazer?
Ele faz a pergunta que eu tenho tentado fugir desde a hora em
sério — digo e sua expressão não sofre nenhum abalo, até porque,
é ele quem não leva ninguém a sério.
— Foi mal, Erick. E você, está disposto a fazer o que ela
pediu?
— Eu não tenho outra opção, Bruno — finalmente tenho
tem mais o que possa ser feito foi aumentando. Se eu nunca disse
isso em voz alta, foi por saber que só serviria para fazer com que
tudo pareça mais definitivo.
— Acha que seria tão ruim assim se a Marina soubesse da
certamente daria forças para ela lidar com isso, não acha?
— Acho que sim. Esse é o menor dos problemas, meu amigo.
dizer isso, mas se você sente que, de alguma forma, Patrícia pode
tentar algo mais sério contra a Marina, o melhor a se fazer é
terminar com ela. Se for te ajudar em alguma coisa, pense que com
isso você está protegendo a sua garota.
— Não ajuda — exponho o sentimento que oprime o meu
peito.
Como vou viver sabendo que para protegê-la tive que lhe
deixar e talvez até magoar? De alguma forma, eu sei que isso não
vai acabar bem. Marina não vai simplesmente aceitar o fim, não sem
tempo, tente com mais afinco encontrar algo para parar as ações
dessa louca. Algum podre ela deve ter — ele aconselha e
prossegue: — Pode deixar que nisso eu faço questão de te ajudar.
entrou, Bruno sai sem fazer muito alarde, ele marcha até a porta e lá
tateia a fechadura até encontrá-la.
Sozinho novamente, deixo meus pensamentos voarem. Desde
poder jogar tudo para o alto, lhe abraçar e dizer que tudo vai ficar
bem. Como eu poderia fazer tal coisa se sei que nada vai ficar bem,
se o nosso tempo juntos vai escorrendo pelo ralo minuto a minuto?
Meu corpo, por outro lado, luta contra o iminente corte. Indo na
contramão das outras ações, ele busca por ela, o desejo de antes
triplicou de tamanho. Não tenho agido com racionalidade e quando
e tudo o que eu faço é fodê-la sem parar. O nosso sexo dos últimos
meu colo, e nas minhas costas ficam os sinais dos arranhões que
suas unhas deixam. A ardência que sinto e me impede de encostar
de tempo que terei para convencer Marina de que não fomos feitos
para ficar juntos.
de fazê-la pensar que a relação entre nós nunca dará certo, que
com o tempo nossas diferenças irão ser maiores que o desejo de
ficarmos juntos.
olhos.
Dito isso, ele subiu direto para o quarto, que diga-se de
passagem, não é o mesmo que a gente ocupa, e desde então eu
está com alguma doença. Ele não tem esse tipo de atitude que teve
ser sincera. Então, o que foi que eu fiz para, de uma hora para
outra, ele começar a me tratar com tamanha indiferença?
Ângela...
Decidida e tendo a certeza de que Erick não foi para o nosso
apenas uma mentira para não ter que estar na minha presença.
incomodar.
— Erick, por que você não conversa comigo? Eu sei que tem
vontade de chorar, mas não vou dar esse gostinho a ele. — Erick?
— Eu... — Dá um passo à frente, mas, como se alguma coisa
estalasse na sua cabeça, ele para e não diz ou faz nada para
consertar o que falou, pelo contrário, torna as coisas ainda piores.
Sem acreditar que ele tem coragem de fazer isso, vejo Erick
segurar as minhas mãos, tirá-las do seu rosto e repetir olhando bem
por todas as partes que consigo alcançar do seu peito. Junto com as
agressões e lágrimas, há uma torrente de palavras que não podem
ser reprimidas.
em que ele tenta conter meus braços e mãos, que nada querem
além de lhe machucar tanto quanto suas palavras me magoaram. —
Era isso que você queria, não era? — Com a voz embargada, tento
inutilmente soltar meus pulsos que ele tenta conter. — Então, você
uma coisa muito errada, Erick caminha para longe e quando acha
que já nos impôs distância o suficiente, ele me vira as costas,
dizendo:
— Perdão, eu realmente não sou uma boa companhia. Talvez
seja melhor assim... — ele fala com dificuldade. — Se ficar aqui, eu
posso falar coisas que você não gostará de ouvir e que talvez mais
tarde eu mesmo me arrependa de tê-las dito.
— Acho difícil você me dizer palavras mais cruéis do que já
sabendo que ele não pode ver, e digo: — Eu tentei, Erick. Eu juro
que tentei, mas pelo visto foi você quem desistiu.
De cabeça erguida, levo-me até a porta e ao fechá-la do lado
quando assim o querem, seu João não me permitiu passar por isso,
para evitar isso. Como eu poderia, se nem ao menos sei onde errei?
me deixou tão cedo e onde Erick, o único amor que conheci, não
não sei o que fazer para evitar isso. Como eu poderia, se nem ao
menos sei onde errei?
Do lado de fora, lutando para não entrar e acabar com tudo,
ouço a última e dolorosa parte do seu desabafo.
Ouvi-la dizer que está sozinha, e que não sabe onde foi que
errou para que eu esteja agindo dessa forma traz uma dolorosa
sensação de mil agulhas espetando o meu coração.
Como ela mesma disse, Marina já sofreu perdas demais com tão
pouca idade, eu só não quero ser mais um na lista, e sei que jamais
farei parte dos que partiram. Ela não sabe disso, mas precisa saber.
tempo que mandava ela embora, minha vontade era de pedi-la para
que ficasse, que me perdoasse por ter falado tantas mentiras e que
viraria as costas.
falar com ela. Que se dane tudo, eu não vou deixar minha mulher
dormir longe de mim e ainda pensando as piores coisas. Não
para ocasiões como essa, em que uma porta trancada não é uma
não sei. Quer dizer, não tão estranho assim, nunca imaginei que
que julgo ser, só vou atrás de assuntos que num futuro próximo
ter percebido.
voltando atrás?
Quando a porta finalmente se abre, a cena à frente faz minha
devoção por João, que ele não era esse homem perfeito que ela
imagina?
cedo foi apenas a gota d'água. Quantos dias ela não deve estar
guardando isso para si, se sentindo rejeitada? E para piorar, eu
ainda fui burro de não saber controlar meus medos e sentimentos e
com meu amor. Tem que ter outra saída. Vou até o inferno se for
preciso, mas eu não vou deixar a minha Marina, jamais!
— Ei, acorde, meu amor. — Lhe sacudo delicadamente pelo
ombro. — Já passou, foi apenas um pesadelo. Está vendo? —
voltando a consciência.
— Erick... — fala de maneira quase inaudível, ainda confusa.
— O que você está...? — Tenta se sentar, mas eu impeço ao apoiar
pesadelo, agora vai ficar tudo bem. — Como quem acredita no que
olhos vidrados em meu rosto, que está bem próximo ao seu. Ela age
seus pés, tiro sua calça jeans desfiada e, por fim, abro o fecho
frontal do seu sutiã rosa, deixando-a confortável e vestindo apenas
ouvido.
tomo um banho; faço a minha higiene básica e volto para perto dela.
meu amor, a relação que construímos não será desfeita assim, tão
facilmente.
mulher. Ela vai deixar Marina viver em paz, eu mesmo irei garantir
ser.
depois disso, senti meu coração voltar a bater feliz e o medo de ficar
sozinha ir embora.
homem que já não sei definir qual a sua posição na minha vida. Ele
passou?
inchada pelo sono e mais ainda pelo choro, não posso fazer nada a
respeito.
Talvez seja até bom que ele me veja dessa forma, quem sabe
assim aprenda como se deve tratar uma mulher. Isso se ele tiver
resolver por aqui — fala, e seu tom de voz deixa claro que a nossa
relação é um desses assuntos a serem resolvidos.
mais sexy do que minha saúde aguenta —, olhando sem parar para
minha boca que não para de mastigar. Como de tudo um pouco,
porque se tem uma coisa que não vai embora nem nos momentos
de maiores crises, essa coisa é meu apetite. O mundo pode está
prestes a desabar, mas sem comer eu não fico.
com mais frequência, não por ter uma maior preocupação com o
corpo ou algo do tipo. O fenômeno tem mais haver com a
temos academia em casa. Não sei se saberia lidar com toda a sua
gostosura sendo exposta para outros olhos famintos além dos
meus.
A melhor parte de acompanhar o tour da malhação é quando
Se eu for parar para pensar, não sei se ainda tem algum aparelho ali
que não tenha sido batizado por nós. Ainda bem que somos só eu e
ele a utilizar essa academia.
esteja ficando...
Não, esse homem não ficaria excitado apenas por me ver
comendo, ou será que ficaria?
— Terminei. — A fim de acabar com a expectativa que me
consigo olhar para Erick que no momento fita o mesmo lugar que
continuar a frase. Não é como se ele já não tivesse feito isso antes.
Depois de meses morando juntos, meio que não existe mais espaço
— Não, você sabe que não — digo. Entre nós não é novidade
que se tiver alguma coisa me incomodando, meu sono não é tão
tranquilo.
— Me perdoe?
— Claro — digo da boca para fora, o perdão dependerá de
— Eu só preciso entender.
“princesa”.
— Que você?
— Preciso terminar com você.
vem junto com a frase que eu mais temia ouvir da sua boca.
O que ele veio adiando por dias, finalmente foi concretizado.
CAPÍTULO 36 FAZENDO AS PAZES
deserto.
Ao decidir mimá-la com um café da manhã na cama e com as
coisas que eu sei que ela gosta, não imaginei que seria tão burro
com a tamanha falta de sutileza com que dei a notícia.
menina forte que sempre foi, ou ao menos luta para ser, Marina logo
troca a expressão de decepção pela de resignação. É como se
mesmo tempo em que chego perto do seu corpo e seguro seu rosto,
para que me olhe dentro dos olhos. — É mais fácil o inferno
fazer, não que eu não tenha lhe beijado desde que essa crise
começou, é só que não era a mesma coisa.
Como aproveitar o doce e inebriante sabor da sua mulher
quando se tem uma bomba relógio prestes a explodir bem na sua
cara?
todo o amor e devoção que tenho por ela. Com a língua, varro todos
eu.
— Foco, Erick, pelo jeito que você anda agindo, nem imagino o
quanto tem sido duro para você.
O que não posso é deixar que continue pensando mal de mim e que
duvide do meu amor por ela. Com isso eu não conseguiria conviver.
de amor me faz ter a esperança de que seja o que for esse assunto,
nós vamos ficar bem. Nós vamos ficar, não é? — fala, querendo ter
ignorar o fato de saber que por baixo das cobertas ela não usa nada
mais do que uma pequena calcinha rosa, que faz par com o sutiã
tirado por mim ontem a noite.
visão do paraíso.
— Meu Erick... — Marina ofega ao me ver deitar em cima do
seu corpo e enrolar a regata para cima, deixando assim os
de sobe e desce que nos servem como preliminares, uma vez que o
faço somente para aumentar ainda mais o nosso tesão.
Por fim, acho que foi uma decisão acertada. Antes de palavras
e promessas, precisamos primeiro nos certificar de que nosso elo
olhar.
testa suada.
— Não... — responde, sem fôlego, ao cavar o calcanhar ainda
mais firme na minha bunda querendo auxiliar os movimentos e nos
ar.
cadenciado.
— Que foi, meu machão não aguenta uma menininha cheia de
com minha boca possessiva. — Não foi eu quem gozou três vezes e
mas a vontade era de ter feito isso umas cinco vezes. Mas, como eu
não quero deixar minha gata na mão, tenho me segurado até que
ela esteja satisfeita, e depois eu mesmo vou cuidar para que meu
alívio venha à altura.
acendê-la de novo e de novo, quero que ela sinta como somos bons
jeito que só você sabe. — Ela nem precisa repetir para que tenha o
estopim para me fazer liberar dentro dela todo o tesão que por duas
vezes tive que reprimir em favor do seu próprio alívio e, fazendo
uma sujeira maior do que sou capaz de calcular, encho o seu sexo
da minha porra.
convencimento.
Como nunca fomos o tipo de casal que faz amorzinho calmo
conversar agora?
— Acho que sim — titubeia, deixando claro que ainda teme
pelo que tenho a falar.
minha vida, meu amor. Por você eu seria capaz de tudo, eu mato e
morro — exemplifico para que a faça entender a dimensão do que
pelo canto do seu olho direito, que ela logo trata de enxugar. —
Nada do que passou aqui durante essa semana tem a ver com o
que sinto por você, nada foi real.
— Meu erro foi não ter conseguido lidar com a situação, só não
ela me pegou de jeito. Que ela sente tesão por mim já está mais que
medo. Medo por pensar que você já não me amasse mais. — Outra
lágrima escorre pelo canto do seu rosto, mas minha princesa logo a
seca, fazendo força para que outras não caiam. Se tem uma coisa
que ela não se permite é fraquejar. Mesmo ainda sendo tão jovem e
lhe abraço apertado. — Estou aqui, até quando você quiser que eu
quando o máximo que imaginei foi a cena que fez em meu quarto,
no dia da recepção. — Ela esteve aqui em casa?
— Sim, pequena, na comemoração do seu aniversário. Você
pensar na resposta.
— Ela fez ameaças veladas contra você e exigiu que eu te
— É óbvio que foi uma chantagem, e das sérias, Erick não é do tipo
que aceita que lhe digam o que fazer. — O que Patrícia sabe sobre
você para que tenha cogitado ceder à chantagem, querido? — Seu
rosto faz uma leve careta por ouvir a palavra "querido". Parece que
a vaca traumatizou meu amor mais uma vez, mas nada que eu não
consiga reverter.
passado dos seus pais que eu não queria que você ficasse sabendo
— explica e isso sim é uma surpresa.
ficar sabendo de algo que pode de alguma forma mudar a visão que
tenho do meu querido pai, que ponha em risco até mesmo o amor
que ele demonstrava sentir por mim. Quanto à Cristina, não acho
afinal, o que se pode esperar de uma mulher que deixa uma filha
decisão certa. Antes de tudo preciso saber com quem estou lidando.
—Tudo bem, só preciso que saiba que estou aqui, do seu lado.
teve com Patrícia. Quer dizer, conversar não parece ser a palavra
adequada, porque, pelo que ele me diz, ela preferiu impor sua
pior parte.
Meu pai, como ele teve coragem de trair a minha mãe e
muito agradável sabe que fui trocada por algumas notas de papel.
Deus! Minha cabeça vai explodir.
olho para o seu rosto, percebo que ele também deixou que alguns
dos seus sentimentos guardados viessem à tona silenciosamente e
bem menos que eu. Toco o seu rosto e percebo que ele está úmido.
Nos seus olhos, tenho a resposta sem que seja preciso fazer a
ponto. — Também não acho que devo ficar remoendo isso, se nem
sei onde ela está ou se ainda está viva. — Me dói pensar nessa
última opção, afinal, é a minha mãe.
Marina. Não havia nada que ele não fizesse para te ver feliz. Sabe
disse, não é?
seu jeito torto, acredito que até o fato de ele ter dado dinheiro para a
Cristina ir embora foi na intenção de me proteger.
Não digo que não ficou uma mágoa e até mesmo uma
— Você vai passar por cima disso tudo, meu amor, os erros
deles não têm nada a ver com você. A Patrícia pode até tentar, mas
ela não vai trazer esses erros para perto da gente.
mãos por minhas coxas, que ficaram mais expostas depois que
sentei no seu colo. — Sobre o nosso namoro.
isso, e você já me contou tudo, não tem mais motivo para ela te
chatear — digo como se fosse a coisa mais simples do mundo. E é
— Só não entendi uma coisa. O que ela ganha com tudo isso?
O que eu fiz para ela?
Atento e observando tudo à minha volta, torço para que nada saia
errado. Hoje, no último dia do prazo estabelecido pela louca, faço
— Aqui não. Vá para casa, por favor — peço, dando sinal para
dos seus olhos e ela volta a colocar as mãos em cima do meu peito.
A ideia aqui é que eu saia como o vilão de toda a cena.
situação.
— Você sabe que não é isso, respeito muito a memória do seu
forma, só não fiz porque quanto maior a nossa cena, maior será o
seu convencimento de que o término é real.
para fora, apenas por ter sido obrigado. O que importa é que ela
realmente acredite no que vê, que estou fazendo exatamente o que
queria e que agora pensa que conseguiu.
satisfeita com o que viu e virar as costas, indo — pelo que presumo
— para o seu próprio carro. De imediato, mando uma mensagem
para minha mulher, que ainda está parada no mesmo lugar
consequências.
A partir de hoje, Marina só sairá de casa acompanhada, seja
pescoço cheiroso e lhe carrego nos braços para o meu quarto, que
agora eu chamo de nosso.
lágrimas, gostou?
até que entenda que só tenho olhos para você, minha gata. —
Passo as mãos por baixo da sua blusa. — Meu pau e meu coração
fazer alguma coisa para te ter. Ainda mais agora que pensa ter
além disso.
— É claro que tem, amor. Será que não percebe? Ela está de
agora. Tenho medo de pensar no que ela pode fazer com você —
confesso ao tirar as mãos de dentro da sua blusa e abraçá-la
ele a cada dia cresce mais. Agora, além dos pesadelos, tem o medo
blusa e ela levanta os braços para que eu possa tirá-la. — Que tal
sei como vou dormir sem você. — Faz um biquinho, que eu logo
desfaço com uma mordida leve.
garantir que tenha uma noite bem relaxada. — Pisco com malícia e
homem?
— Isso. — Sem aviso, levanto com ela nos meus braços, lhe
jogo em cima da cama, para em seguida cair por cima do seu corpo.
menos arriscado.
nas veias.
Enquanto as coisas não se resolvem, eu sigo com a minha
sei que não estou. Tem horas que a saudade da rotina aperta, mas
no coração tem a alegria de saber que, apesar de tudo, estamos
Hoje, a barreira da linha telefônica até que não seria tão mal.
ouvir sua voz; e a mais responsável, que é o meu lado que não
admito.
melhora depois que você passa a noite nele, que é quando seu
cheiro fica impregnado nos lençóis.
intenções.
— Sim, minha linda. Improvisar. — Através da linha, ouço a
sua risada maliciosa, e começo a imaginar a cara sacana que faz
estaria vestida.
— E você, meu homem, carente? Deixe-me adivinhar, está
pelado?
— Quase isso, se você quiser e pedir com jeitinho, eu posso
ficar para você — diz e eu rio com a sua falta de limites.
ouvido.
— Eu quero gozar...
mesma calça moletom que disse usar e uma camiseta preta, para
na minha frente com os olhos famintos na minha boceta
visivelmente à mostra.
— Então vem!
Quando dou sinal verde, Erick sai de cima de mim, estende a
mão, faz com que eu enrole as pernas na sua cintura e me leva para
possuindo o que nos pertence. A boceta que ninguém nunca vai ter
ou tocar — falo, ofegante, sem parar de meter e vendo seu centro
guloso me engolir com ganância. — Diz para mim. Fala que é minha
e que ninguém jamais te tocará além de mim. — Paro os
peito.
convicção e emoção.
fora. Sentindo que está perto de gozar, forço um pouco mais sua
continua.
Não quero que isso pareça uma tentativa de pressioná-la a
fazer o que eu quero. Só insisto, porque nesses últimos dias em que
ela demonstrou querer isso tanto quanto eu, sempre que ousava
nada que não seja comer a sua bunda que eu tanto amo. Se ela
depois do prazer vem o vício. Marina vai perceber que tanto quanto
bunda.
e proveitosos serão.
— Anal? — Finalmente se acha na realidade quando uma gota
mordidas e chupadas.
— É, amor. Anal, do tipo que eu meto o pau dentro do seu
cuzinho e você geme de prazer e me xinga dos nomes mais
braços.
— Nossa... Erick, isso foi... Uau. — Eu e ela respiramos aos
travesseiro.
Sob seu olhar ainda lânguido, posiciono os três no centro da
quando saio, a cena que me espera faz meu pau acordar como se
não tivesse acabado de se esbaldar nessa delícia de corpo
pecaminoso.
No meio da cama e do jeito que eu pedi, meu amor tem
abdômen e quadril apoiados na pequena montanha de travesseiros
boquinha vermelha:
recente orgasmo.
agora eu vou te comer do jeito que nós dois queremos, tudo bem?
— Agora — pede, mesmo sabendo da dor inicial que vai sofrer.
— Perdão, amor, vai ficar tudo bem. Tão bem que você vai
empurrar, tudo bem? — Ela diz que sim e eu continuo. — Isso, fique
bem relaxada. — Confiando e fazendo o que instruí, meu pau pouco
a pouco vai entrando em sua bundinha e quando já está na metade,
Agora, com suas costas coladas no meu peito e com nós dois
no centro da cama, continuo as arremetidas do jeito que ela gosta,
enquanto aperto os bicos dos seus seios com uma mão e meto dois
— Goze para mim, sua puta, quero que me mostre o quanto gosta
me leva junto.
meio amolecido do seu ânus, para depois sair das suas costas e me
jogar do seu lado. Com um rosto que não esconde a exaustão de
— Se preferir.
e não quero perder o tempo que temos para ficarmos juntos. Depois
de tudo o que aconteceu e de estarmos sendo obrigados a namorar
escondidos, os nossos momentos juntos, que já eram valorizados,
casal.
— Posso saber por onde anda os pensamentos da minha
homem. Não é uma beleza comum, longe disso. Erick tem um rosto
forte, passando até mesmo arrogância com seus frios olhos azuis e
sua costumeira cara de mau. O que fascina não só a mim, como
pose de macho alfa, que faz qualquer uma desejar ser protegida por
ele.
admito.
como fodeu a minha bunda, das palavras sujas que nem eu sabia
que gostaria tanto de ouvir. Não só ouvir, já que a cada transa eu
formas.
sorriso sacana.
— E você é minha putinha mais safada ainda. — Traz minha
sua boxer branca, pois pelo rumo que esse papo está indo, se a
planos. A única certeza que tenho é de que estou muito feliz. Viver
todas essas fases da minha vida é tudo o que eu quero para o
nos constranger.
— Ainda não, princesa. Mas muito em breve será. — Tenho
vontade de pular de alegria. — É só que...
— Não começa com isso, por favor — peço por não suportar o
rumo que os seus pensamentos estão querendo tomar. — Sou eu
quem deve escolher isso. Não percebe que não está roubando coisa
alguma? Que mesmo estando praticamente casada, eu continuo
com os meus amigos, tendo minha independência e trabalhando
com o que gosto? deve escolher isso. Tire essa ideia da cabeça, a
— Eu sei, mas..., eu continuo com meus
barriga lisa.
— Você os quer?
diferença de idade.
— Você sabe que não tem uma única veia velha, não sabe? —
eu amo o fato de ele ser tão atencioso com tudo o que se refere a
mim, nunca deixando de me perguntar sobre o meu trabalho.
na ideia, mas ouvi-lo falar sobre significa demais para mim. Isso
deixa claro que confia no meu potencial.
— Muito, amor, eu já vi seu trabalho e é muito bom. — A mão
arriscar.
dentro do meu short. Como estou sem calcinha, ele tem total
acesso, mas prefere ficar com a mão parada, como se nada
estivesse acontecendo.
da minha boceta.
não.
— Tenho sim, mas não estou querendo ir, assim como nós não
vamos transar.
acordar assada pela manhã. — Seu dedo já está num entra e sai
boca.
Mais abaixo, temos o meu pijama descido até metade das
Com medo, viro seu corpo para cima e quando a vejo de olhos
abertos e vidrados e com a boca num tom de roxo, meu coração se
— Marina... Marina — meu grito cada vez mais alto se mistura com
— Erick!
— Não. Volte, amor. — Meu choro vem cada vem mais sofrido
lágrimas.
— Erick — me chama cada vez mais alto a voz doce, porém,
preocupada. — Amor, vamos, abra os olhos. — Em meio ao
sair do pesadelo.
os olhos e, com alívio, veja pela janela o sol brilhar do lado de fora,
lembranças frias.
É também com alívio que eu aperto entre os meus braços o
pesadelos.
ritmadas batidas do seu coração. Esse som que tem sido música
para os meus ouvidos. Se pudesse, eu passaria horas a fio somente
cara mais safada do mundo. Ela passa o dedo pelos lábios e queixo
e, como quem limpasse os resquícios de sêmen, coloca o dedo
como cuidar do seu homem, não é? — Puxo seu corpo para cima,
deito-a do meu lado e, em seguida, deito meu corpo em cima do
seu. — Minha gostosa. — Beijo sua boca e com a minha língua,
sinto o meu gosto através da sua. — Gosto bom — brinco quando
solto seus lábios, que estão totalmente vermelhos depois dos vários
minutos correspondendo ao meu beijo faminto. — Me responde uma
coisa?
— Claro. — Me encara, curiosa.
— Quando foi que a garotinha virgem, que veio para minha
iniciamos.
— O que mais posso fazer para aplacar essa dor, safada? —
Tiro meus dedos de dentro do seu sexo e os chupo sob o seu olhar
a explodir de tesão, capturo a sua boca e dou o beijo que nós dois
gostamos de dar, do tipo que não pode ser feito em público. —
pau.
penetro-a profundamente.
ela murmura:
— Sempre... — Marina goza e eu vou logo em seguida, me
apenas um sonho?
que nunca, seu rosto ainda cora como o de uma virgem. — Sim!
— Não acredito que teve coragem de fazer isso, Marina! — diz uma
Ângela abismada. Minha amiga está em seu biquíni azul que
combina com os seus olhos e seus cabelos negros.
dias.
Nas ocasiões, eu não sabia se ficava feliz pela sua lealdade ou
se irritada por ter mentido todos os dias para ela, que não merece
isso de mim. Depois dos primeiros dias em que eu realmente estava
mais sentida por não ter Erick tão perto, passei a ficar cada dia mais
rapina, e eu, como uma mosca atraída pela luz, ficava doida para
abrir o jogo.
minha história?
O fato de ter conseguido esconder por duas semanas não foi o
manhã.
perigo.
lembrei que pelo meu corpo ainda teriam as marcas da noite agitada
com sua boca suja de sempre. — Mas confesso que tenho certa
pelo assunto.
esnobes dos seus pais. Com vinte e três anos, o cara que eu vi
poucas vezes teve um breve relacionamento com minha amiga, que
tem quase dezenove anos. Foi com ele que Ângela perdeu a sua
deveria ser.
— Acabou mesmo? — tento tirar alguma coisa da pessoa que,
porque tem meses que não ouço falar o nome dele. — Graças a
Deus. — Levanta a mão para o céu.
— Por que namorava ele? — Sei que tem o dedo dos pais dela
nisso, mas desconfio que tem algo a mais e que Ângela não quer
me falar.
novamente.
— Tudo bem. — Ajeito meus óculos de sol.
esperando alguém?
— Não estou. Que estranho.
O carro tem os vidros escuros e por isso não consigo ver quem
é a pessoa que Jorge carrega dentro do automóvel. Se é que tem
alguém lá dentro, talvez ele tenha apenas levado o carro para fazer
manutenção.
Quando as portas do motorista e carona se abrem, meu sorriso
que Erick não está sozinho. Do seu lado, caminha um alto e sério
Bruno vestindo um jeans escuro e camisa polo vermelha. Na sua
mão, há o que suponho ser um bastão de ferro que ele não ousa
abrir. Bruno caminha compassadamente ao lado do meu namorado,
que acompanha os seus passos de modo tranquilo.
— Ei, amor. — Levanto da espreguiçadeira e dou um selinho
assim que chegam do nosso lado. — Não estava te esperando.
— Eu percebi isso — responde quando seus olhos varrem meu
meus olhos.
Puta que pariu! Ângela não devia ter dito isso. Na hora em que
ele ouve suas palavras, o rosto, que já estava sério, fica mais sério
ainda.
tudo.
Isso me deixa esperançosa de que tudo esteja chegando ao
fim, se não estivesse, ele teria ficado incomodado por eu ter metido
alcançar o amigo.
— Ângela...
estar fazendo isso. É só que, depois ter visto o estado em que Lua
ficou depois do fora e de saber da história de Bruno através do
Erick, não acho que minha amiga precise dele em sua vida. E
— Que pena — diz e no seu rosto não tem nada que acuse a
para não atiçar ainda mais a curiosidade dele. — Fique longe, ela
conseguir suportar.
— Tudo bem — encerro o assunto. — Conseguiu aquela
— O que conseguiu?
dinheiro do cliente.
— Como foi isso?
ela.
— ele avisa.
deixá-la ainda mais sedenta por me ferrar. Eu vou ameaçar ela com
essa informação, é isso.
— E será o suficiente?
— Creio que sim, agora que a mídia está do meu lado, ela não
vai gostar nada de ter seu nome jogado na lama. Com pessoas do
satisfeito.
— Vai procurá-la? É bom que faça isso antes que descubra
dando certo, não vai ser um papel que irá dizer o contrário.
— Tem razão, confesso que não tinha pensado por esse
ângulo.
Eu e Marina já estamos casados, só falta um papel para
oficializar. A ideia de noivado e casamento me anima e eu tenho
escuros ou claros?
— Ela é bonita, sim — me limito a essa informação. — Quanto
ao resto, você vai ter que usar a sua imaginação.
escritório, ele, com todo o seu mistério, não deixa claro o quanto
consegue ver. Se às vezes tenho a impressão que vive na total
escuridão, em outras, suspeito do contrário, que bem ou mal, meu
porta.
nocaute.
— Sim, eu e Bruno temos um trunfo contra Patrícia — revelo
imagino o quanto essa situação deve estar sendo difícil para ela. Se
é para mim que fui embora, imagine para minha gatinha, que tem
que ficar sozinha e com as lembranças de nós dois preenchendo
bem?
— Eu confio em você. — Me abraça pelo pescoço e toda
minha cabeça.
surpresa.
da Ângela.
— Verdade — me limito a dizer, pois não consigo falar outra
a sua falta.
— Eu também, querido. — Mete a mãozinha por dentro da
um pouquinho?
— Você não está pensando...
agradar.
Depois que viu minha primeira interação com a idiota da
que ele fala que seu alvo nunca foi a vadiazinha — que não é muito,
devo confessar —, e sim a tal Ângela, melhor amiga e quase um
que Mateus tem uma estranha fixação pela prima e quer de alguma
forma se beneficiar dos meus planos.
parando seus planos. Ele não pode estar achando que vou fazer o
sacrifício de transar com ele, quando tenho coisas mais importantes
dessa semana?
Tudo por culpa da filha da Cristina, eu estava tão perto, sei que
estava. O Erick estava sofrendo a morte do amigo sozinho,
mocinha sem sal, com sua eterna cara de cachorro sem dono. No
mínimo usa da fragilidade para prender o meu homem, e como ele é
neste momento ela está com Erick rindo da minha cara, é bom que
aproveite bastante, porque essa alegria está perto de acabar.
Não importa como ou onde eu tenha que chegar, mas esses
queria fazer isso, foram eles que pediram. Eu juro que foi. E você,
meu caro. — Pego um recorte de revista que contém a foto do Erick,
beijo o pedaço de papel e afirmo: — Vai ser meu, ou não vai ser de
mais ninguém.
Depois do que os dois aprontaram, eles merecem o que irei
— Bom dia... — digo, e minha voz soa abafada, talvez por minha
boca estar contra os travesseiros. — Vejo que alguém acordou
animado — digo, ao sentir seu corpo quente pairar sobre o meu e
pouco mais leve? — Seu dedo alisa alguns pontos da minha pele e
pelo que parece, seus olhos só agora repararam nas costas que
acabou de beijar.
— Onde você está querendo chegar com essa conversa,
frase.
têm marcas das minhas unhas. Isso é o que nós somos, meu amor,
barriga para cima, oportunidade em que seus olhos vão direto para
as duas marcas que sua boca deixou nela e já não tenho certeza se
deveria ter feito isso. Como não quero dar tempo para que pense
demais, coloco a mão na sua boca e digo:
— Não tem um "mas", Erick, já disse que não sou uma boneca
que a qualquer momento vai se quebrar. Elas parecem piores do
problema aqui.
— Ninguém vai ver, assim como não vão ver os arranhões nas
suas costas — digo ao fazer carinho na sua barba por fazer, que ele
se alguém notar, vou falar que meu namorado faz o sexo mais
que me perdi.
— Meu homem — responde, e já sei que a neura passou e o
modo safado foi ativado. — Quando diz isso, fico com vontade de te
comer todinha. Minha mulher!
de afirmar.
— Isso o que? Você está bem? — pergunto. — Desde a hora
em que abriu esses lindos olhos azuis que está agindo e falando
coisas estranhas.
Ele não responde, mas vira o corpo para a beira da cama,
dizer.
— Posso só ir ao banheiro antes? — peço.
Além da minha bexiga está cheia, não quero ter outra conversa
— além da que os nossos corpos costumam ter na maioria das
afirma e veste sua calça jeans que estava jogada no chão, já que a
cueca provavelmente ficou pelo meio do caminho até aqui.
suspeita.
Sei que ele tem muito medo do que possa acontecer caso a
víbora nos descubra e talvez por isso não o pressiono — tanto —
quando quero que passe a noite em casa, coisa que acontece todos
os dias.
— É claro, amor, mas nós vamos ter que ficar trancados aqui e
só poderei sair de madrugada, assim como cheguei hoje.
assim como eu também tenho, sim, pois da mesma forma que fiz
cima do seu colo. — Eu não sei como fazer isso sem parecer um
completo idiota — começo e minha voz sai esganiçada por eu estar
nervoso demais.
Estou sim!
Eu sei que poderia esperar e aguentar mais uns dias até fazer
isso da maneira que ela merece, mas a empolgação de saber que
estamos prestes a ter a nossa liberdade de volta foi tanta, que não
que até então estava fechada em cima do seu colo. — Eu amo você
mais que tudo nessa vida, por isso queria saber...
— Sim!
— Casa comigo.
curioso.
Ele deve estar me achando uma maluca. Não julgo se tiver, eu
especial.
Vendo de perto o rosto tão amado por mim, entendo que tudo
valeu a pena. Se para chegarmos até aqui foi preciso andarmos por
caminhos tortuosos, garanto que viveria tudo outra vez. Tudo o que
me trouxe para este dia, neste quarto e com ele, que em breve vai
ser oficialmente meu.
vida — Erick diz essa última parte olhando dentro dos meus olhos e
eu não consigo fazer ou dizer nada, além de beijá-lo novamente.
daqueles que fazem a gente perder o rumo de casa. O tipo que faz
a calcinha molhar, caso você esteja vestindo uma, e que traz uma
ver.
tento colocar na sua cabeça que não tem nada de errado conosco,
que o que acontece no nosso quarto não é e nem nunca será pauta
e cadenciadas.
— Você vai, sim... — diz com a respiração curta. — Goze para
mim, minha gostosa — pede ainda metendo, e como se seu
festa em que parte das pessoas viriam para nos julgar e sair falando
barriga para cima, quem sabe assim eu não o distraio do rumo que
os seus pensamentos podem tomar.
pisca com malícia ao descer os olhos por todo o meu corpo nu, o
É claro que não estamos, temos sido discretos, então não tem
antes.
— Eu estou tão feliz — Marina interrompe meu devaneio ao
praticamente vazio, ligo para o Jorge e ele logo chega com o carro.
lado.
Estevan — afirma. — Não sei o que disse para essa idiota, mas isso
não vai ficar assim, você e todo aquele escritório serão meus — diz
ao começar a caminhar na nossa direção. — E essa vadia mirim
— Isso não vai ficar assim, não vai. Nada está saindo como eu
planejei, querido. Eu ia me livrar dela e nós dois seríamos felizes,
mas você teve que estragar tudo, não é mesmo? Se deixou sujar
Desnorteada, ela começa a dar passos para trás, ficando cada vez
noiva está bem, ainda sou capaz de ouvi-la repetir por incontáveis
vezes: — Não vai ficar assim. Não vai.
Um pouco à frente, Jorge abaixa os vidros negros do carro, e
eu vejo seu rosto mais tranquilo por tudo ter acabado bem.
que não consigo entender. Era para ela estar feliz, nós finalmente
estamos livres. — Jamais esqueça disso. — Fica na ponta dos pés
de uma grossa lágrima que desliza do seu olho até os meus lábios.
— Não! — Marina grita antes que seu corpo seja jogado para
aconteceu.
— Meu Deus, não. Não faz isso comigo — suplico. — Meu
anjo, o que foi que você fez? — Amparando-a pelos braços, vou me
abaixando até que meus joelhos estejam sobre a grama verde e a
para me proteger.
Dentro da minha cabeça uma batalha está sendo travada, um
lado meu quer ir até a infeliz — que já está sendo contida por dois
homens enquanto Jorge faz uma ligação que eu suponho ser para a
polícia — e torcer seu pescoço com as minhas próprias mãos, e o
outro lado não consegue se mover, porque tem medo do que pode
acontecer caso se afaste um centímetro sequer da minha mulher.
coragem para descer meus olhos mais para baixo e vejo uma
enorme mancha de sangue começar a se acumular bem próximo do
seu peito. No ato, minha garganta ameaça se fechar e meus olhos
se enchem de lágrimas.
O nó na garganta, o embrulho no estômago e as lágrimas que
digo para ela e para mim mesmo. Com as mãos trêmulas e tentando
não fazer movimentos bruscos, grito para alguns curiosos que
que passa por minha cabeça é cruel demais para ser externado.
— (...) aqui mesmo, tem uma moça, ela foi baleada, e parece
tudo bem. Prometo. — Ela ainda tenta abrir um sorriso, mas falha
miseravelmente. — E você sabe que costumo cumprir com as
minhas promessas.
refazer a sua vida? — Marina diz e faz força para formar as frases.
— Prometo que nós vamos ser felizes — respondo, enfático.
— Você vai ficar boa e nós vamos nos casar e um dia teremos
nossos bebês, lembra? Você prometeu, linda. — Tento sorrir para
ela.
achei que não seria possível realizar — afirma com a voz quase
sumindo e os olhos mais baixos. — Eu sempre vou te amar, e de
ambulância, ainda tenho forças para rezar. Para pedir que quem
quer que esteja nos olhando faça um milagre, que não me tire o que
me é mais precioso nesta vida. Não a minha mulher jovem e cheia
de luz, ela não merece ter sua vida interrompida tão cedo e de
maneira tão covarde.
— O senhor é o noivo?
— Eu mesmo — digo para a paramédica, que me lança um
Ela fala mais alguma coisa além disso, mas já não lhe escuto.
A minha mente se fechar novamente, me levando de encontro
a fé que há tanto tempo foi esquecida. Fé num Deus que por tanto
faz sentido ao seu lado, então, por favor, Senhor, tenha misericórdia
do amor da minha vida e me deixe cuidar dela.”
minha garota, pensei que ela não precisaria estar passando por
essa situação se não tivesse feito o que fez. Sim, a minha mulher
levou um tiro no peito e foi por mim. Ela entrou na frente de uma
arma para me proteger, quando o certo seria eu ter feito isso por ela.
E mais uma vez eu falhei.
dos meus dias, como também com a culpa, uma culpa que mereço
carregar, simplesmente por não merecer a fé deposita em mim.
Foi por mim, foi por amor que Marina levou um tiro tão próximo
ao coração.
“Meu amor, por que você fez isso? Não era para ser assim. Era
eu quem devia estar no seu lugar... Eu não posso perder você. Por
Do outro lado, só que mais distante, do jeito que ela é, Ângela tem
minha dor, imagino o que ela deve estar sentindo com essa situação
que sua melhor amiga está passando. Eu diria que são mais que
isso, elas são como irmãs, uma relação bonita de se ver, apesar de
serem tão diferentes.
reação a sua pergunta e todos param para ouvi-lo com atenção, ele
preparando, caso...
minha Marina. Ela não pode estar me deixando dessa forma. Nós
temos tantos planos. — Não! Ela não vai fazer isso, Bruno — digo
em estado de negação e seguro o rosto do meu amigo. Ele tem que
Resista.
Resista.
Sem que eu esteja esperando, Ângela para ao meu lado e
apertado.
— Ela tem que ficar bem, Erick. — Funga contra a minha
camisa.
mudar da água para o vinho. Se antes era pesar, o que vejo agora é
um total espanto. No ato, desvencilho-me do abraço de Ângela,
aponto para o médico que eu nem tinha percebido que ainda estava
aqui e juntos nos aproximamos dele. Ao me ver em sua frente,
com olhos de crítica. Ele certamente tem seus motivos para ser
quem é e agir como age.
apareceu uma única vez para avisar que as próximas horas pós-
cirurgia serão cruciais para a recuperação da Marina, ainda recebi a
ligação dos meus pais, que mesmo não sendo tão próximos — já
não gostou nada de saber, pois para ela é o fim do mundo não ter
lhe incluído nos meus planos. Minha senhora só se acalmou quando
expliquei que não foi nada planejado com maior antecedência e que
novamente.
palavras me atingem.
— Tudo bem... — digo, porque sei que apesar de tudo, ele não
sabe por quanto tempo ela vai ter que ficar aqui, nem o quanto terei
tudo indicar que nada deu errado — graças a Deus — seu estado
ainda inspira muitos cuidados, uma vez que a cirurgia para a
retirada da bala, que se alojou próxima ao coração, foi bastante
delicada. Um tiro que levou por mim, uma trágica e definitiva prova
afirmando o tempo todo para que consiga acreditar que é real, que a
amiga dela em breve vai voltar para nós.
— Você pode entrar primeiro, acredito que ela vai ficar feliz em
cama, o meu amor repousa inerte. Ela tem a expressão serena e tão
pálido e ainda ligado a alguns fios. — Estou aqui e não vou sair do
cheia de vida.
eu juro a mim mesmo que, custe o que custar, Patrícia vai pagar
muito caro. Ela não vai sair impune dessa, isso eu mesmo vou
garantir.
— Sabe que eu não vejo a hora de ter esses seus lindos olhos
mim. Sei que gosta muito de dormir. — Um sorriso triste paira nos
os seus amigos estão ansiosos para ver e falar com você. Meu
amor, você tem que abrir os olhos para mim, ficar mais linda do que
mão imóvel, que não tem mais o anel enfeitando o seu dedo anelar,
pouco, eu não vou insistir. Desde que não demore muito e volte para
você, Marina. Vem para mim, meu amor... — peço mais uma vez,
quando, de repente, como se estivesse me ouvindo de algum lugar,
aquecer o frio que gela o meu coração. — Por que ele não está
aqui?
— Por isso, minha criança — termina de dizer e diante dos
girassóis.
Ficar com papai aqui é o mesmo que abandonar Erick sozinho
pelos meus erros que você acabou nessa cama. — Ele olha com
— Você tem muito o que viver. Vai ser muito feliz e eu estarei
aqui olhando por vocês, pois sei que um dia nos encontraremos
o lugar do paraíso.
— Erick... — consigo balbuciar o seu nome mesmo
por completo.
— Estou aqui, pequena, e não vou a lugar algum — fala
Agora, o que mais quero é abrir os olhos e ver o seu tão amado
rosto. — Só preciso que tenha calma e quando estiver pronta, abra
sorriso.
consegue alcançar.
— E-eu também... — me esforço para dizer em palavras os
está batendo por ele e que não se arrepende nem por um segundo
da atitude que teve, quando a intenção era não deixar que nada de
De alguma forma, tenho que lhe compensar por tudo o que fez
por mim, preciso tirar pelo menos um pouco do peso que me abate
foi culpa sua — inicia a mesma conversa que tem tido comigo desde
o dia em que abriu os olhos. — Eu fiz o que fiz e não me arrependo
situação.
— Não há nada que eu não faria por você — afirmo,
— assevera. — E a Patrícia?
nos casássemos.
tudo para seguir bem na vida, mas preferiu não só acabar com a
sua vida, como também tentou fazer isso com a minha e da minha
menos o meu desejo de fazer amor. Não sei se foi pelo risco que
corremos de nunca mais estarmos juntos ou se foi o tédio de ficar
azuis.
A pior situação aconteceu no nosso último dia no hospital, que
essa conexão fosse vital para mim, entende? Ficar longe de você e
do seu corpo é como não ter algo essencial.
— Erick, eu...
foram erguidas dia após dia, a cada hora passada dentro daquele
quarto, caem de uma única vez. Agora, com o olhar intenso sobre o
seu, que me fita cheio de expectativas, deixo que meu corpo e meu
dedos dentro do seu decote, com a outra mão, puxo a sua cabeça
mim. Agora!
CAPÍTULO 53 MATANDO A SAUDADE
Mal sabem eles que esse milagre está aqui, na minha frente,
com esses seus olhos azuis que me deixam subindo pelas paredes
perceba que não tem nada de errado com você, nem comigo, se
ele diz e me traz para cima das suas pernas, e eu aproveito para
enlaçar a sua cintura.
— Não mais que você, não é? — Deixo meu tronco mais ereto
e parece que atingi o meu desejo, já que os seus olhos esfomeados
vão direto para o meu decote. — Sua pobre noiva deitada naquela
falo? — pergunto a ele, que agora tem o rosto bem próximo ao meu,
me fitando como se quisesse ler a minha alma.
Esse seu olhar me chama atenção para coisas que não podem
ser ignoradas, como o fato do seu pau duro está cutucando meu
sexo enquanto estou sentada exatamente em cima dele, e o fato da
mesmo faço isso. Eu levo meio segundo para tirar sua roupa, é uma
atividade que eu gosto muito de fazer — afirma quando eu levanto
que nós dois precisamos — fala no mesmo instante em que tira sua
homem que sabe o que está fazendo, como também pela falta que o
seu toque me fez durante esse período de abstinência.
que me segurar para não gozar ao ver a sua boca e nariz úmidos
dos meus fluidos. — A iguaria mais saborosa que eu já provei. —
Volta com o ataque, só que dessa vez mais frenético. Ele me come
bate e volta gostoso, indo até a fim, para depois tirar lentamente e
voltar a socar de uma vez só.
— Isso, mais rápido, mais forte. Caralho! — xinga com
amor.
pode — aviso tão ou mais ensandecido que ela, metendo com força,
meus peitos, seguro um deles que está carente dos seus beijos e o
levo até a sua boca, que o abocanha cheio de gula e passa a
chupá-lo de maneira dolorosa, assim como faz com a minha boceta.
jeitinho que você estava sonhando — fala quando puxa meu lábio
inferior para depois chupar a minha língua, assim como o seu pau
suga a minha boceta. — Hoje você não vai dormir, gostosa da porra.
moleques.
— Promessas, promessas... — Ofego e já suada e com o
aos sussurros, me fazendo pular mais alto quando sinto seu dedo
indicador sondando a minha porta de saída.
Deus! Só de lembrar do dia em que finalmente permiti que ele
— Eu não quero...
— Nada disso, minha linda. Nenhum outro homem vai tocar no
que é meu. Nunca! — avisa, todo possessivo. — Isso não quer dizer
limite.
— Mais um pouco e meu pau vai sair daqui esfolado de tanto
levantar, com força e rapidez. Logo sinto seu pau inchar e me trazer
para a borda do paraíso junto com ele. — Isso, vai... — Ele goza
não estava acordada para sentir ou fazer alguma coisa, ele passou
por maus bocados estando acordado e tendo que me ver entre a
vida e a morte. Me coloco no seu lugar, pois não sei o que faria se a
ele me ouve com atenção. — Quando o vi, fiquei tão feliz que só
queria abraçá-lo e nunca mais soltar. Eu estava em paz, até que ele
abatido que hora não pensei em nada a não ser em voltar para e
curar a sua tristeza. Voltar para dizer que não irei a lugar algum, não
seus olhos fitam, pela primeira vez tão de perto, a cicatriz vermelha
que o projétil deixou e a marca da cirurgia, as lembranças do que
o meu anel de noivado, que está mais folgado pelo pouco peso que
um tempo.
— De maneira alguma, é até bom, já que vamos nos sujar de
novo em breve.
como, por exemplo, o que você acha de fazermos uma festa para
oficializarmos o nosso compromisso, agora que não temos mais o
Confesso que não tinha parado para pensar nisso. Noivado, morar
juntos, casamento... Marina delirando assim como fez quando
Quanto ao tiro que meu amor levou, dei um jeito de fazer parecer
esposa.
A noite, que estava bonita, mas não tão bonita quanto a minha
princesa — que vestiu um longo vermelho com uma fenda sexy,
nossa.
— Por onde essa mente brilhante tem andado? — Minha
olhos.
corpo no meu. Ter ela pertinho de mim em qualquer hora é uma das
coisas que eu mais senti falta e que mais tenho gostado de ter de
volta, desde que, dois dias depois da sua saída do hospital, tranquei
onde não deveria ter saído. — Amor, você acha que eles...
— Não acho que eles estejam transando, parece mais um
casamento acontecer.
— Nossa, que bom saber que Bruno Pires ainda tem um
coração e vai esperar o casamento do amigo antes de fugir para as
É claro que Marina acha, e com razão, que ele é sério e duro
demais com as coisas e pessoas que o rodeiam. Mas ela também
não tem dúvidas da lealdade que tem para com os poucos amigos
que cultiva. Deixei claro para Marina o carinho que todos lhe
dedicaram quando ainda estava desacordada.
— Não fugiria nem se quisesse — digo, fazendo carinho na
sua barriga lisa. — Já que foi convidado para ser o meu padrinho —
revelo, não querendo imaginar o climão que isso vai gerar.
outra coisa a fazer. Só posso imaginar que seria uma boa briga, mas
se pudesse apostar, diria que Ângela levaria a melhor nessa. Bruno
nega, mas não esconde o quanto ficou impressionado com a garota,
repente?
— Vai fazer uma especialização na Itália. Só não soube me
passar.
— Estou vendo, mas o senhor vai ter que deixá-la passar
dessa vez — afirma ao pegar um pequeno despertador em cima do
criado e ver as horas. — Nós já passamos tempo demais nessa
cama e eu ainda tenho que ir ao estúdio.
— Ah, pelo amor de Deus, em plena tarde de sábado? —
achou mais do que justo a convidar para ser sua sócia na empresa
que está ficando cada dia mais renomada e conhecida. Para ela, a
beijo leve. — Agora, vamos descer, querido. Hoje o dia vai ser
corrido, de lá eu vou pedir para o Jorge me levar até a Maison
— Está certo.
língua, longe desse sem graça que ela gosta de dar em momentos
de pressa.
— Agora sim, terei uma ótima tarde. — Ela me olha atordoada
seu caminho, mas não sem antes voltar a cabeça para trás, medir o
meu corpo — que não veste nada além de uma calça moletom — e
Esposa...
— Eu vou me casar.
Erick Estevan vai se casar!
CAPÍTULO 56 PASSADO
princesa. Tenho certeza de que tio Erick vai infartar antes do sim.
— Mais algumas provas e ele estará pronto, minha querida.
Você vai ser a noiva mais bela que essa cidade vai ver esse ano —
crianças.
Incomodada com as crianças brigando e a mãe dura como
alguma coisa.
aqui. — Cristina?
É claro que é ela, apesar de mais velha, continua a mesma
das poucas fotos antigas que até alguns anos atrás enfeitavam a
meus.
escapar.
rostos das crianças que tiveram tudo o que eu nunca tive: o amor de
uma mãe.
— Não faz isso, Marina. Eu sei que minhas ações não têm
perdão. Eu fui fraca por não lutar para ficar com você e também
ambiciosa quando decidi aceitar o dinheiro que o João me deu para
sair do país...
— Aí, deixa eu adivinhar: em um mundo maravilhoso, onde
crianças que não têm culpa dos erros da mãe, assim como eu não
tive culpa dos erros dos meus pais.
chamam?
— Victor e Artur, seus irmãos.
olha com surpresa. — Mas não quero falar sobre isso agora, eu só
preciso ir para casa. — Levanto-me novamente e peço: — Me ajude
a tirar ele.
De imediato, ela se levanta e me ajuda a abrir os milhares de
botões perolados que tem na parte de trás da vestimenta.
ainda trêmulas, coisa que não passa batido por Ângela, que
pergunta:
— Não é melhor que eu ligue para o Erick vir te buscar? Você
a convivência faz isso com as pessoas? E quando digo que ela trata
os animaizinhos como seus filhos é porque ela realmente os vê
cuidem da casa, que papa... quer dizer, o grande Erick vai encontrar
a fujona.
com o carro, e eu imagino que ele ainda não a trouxe para casa.
para cumprir.
— Ei, o que houve, princesa? — Tirando o sapato, me deito
mim.
amor?
perdão ou qualquer outra coisa, vai ter que respeitar o seu tempo.
Afinal, não devia esperar outra reação sua, não depois de tudo que
forçada, se nem mesmo concordo com o que ela fez. Não ouvi a sua
versão dos fatos, mas parece que a Patrícia não mentiu quanto a
motivação para Cristina abandonar Marina.
mais nos meus braços. — E desculpe por não ter ligado avisando.
Eu só precisava ficar sozinha e pensar um pouco, você me
entende?
— Claro, amor. Eu só fiquei preocupado com a falta de notícia,
mas já que está tudo bem, vamos deixar esse assunto de lado,
gostar.
é essa que vou odiar. Sim, odiar, pois sei que quando você diz que
não vou gostar de algo, o meu sentimento vai muito além de um
— Mas que porra! — Erro pela terceira vez a mesma frase que
estou digitando no computador.
Uma semana.
Sete dias.
Faltam apenas sete dias para que esse inferno chegue ao fim.
— Que mau humor é esse, meu caro? — Sem bater na porta,
como sempre, e pisando tão leve que cada entrada sem avisar é um
susto diferente, Bruno invade a sala e presencia mais uma vez a
minha frustração. — Ainda sem transar?
tão puto que preferi nem tocar mais no assunto. Pelo contrário, eu e
Marina começamos a trepar como dois coelhos, o negócio ficou tão
intenso que eu até esqueci do plano idiota. Até achei que ela
também tivesse esquecido, mas a safada estava tão insaciável
antes da separação.
Há sete dias, quase tive um infarto ao chegar em casa e
encontrar suas malas prontas no meio da sala. Nesse dia, nós dois
Eu não tive outra saída a não ser deixá-la ir, mas não sem
esquentando.
A garota sempre aparece para interromper.
De toda essa situação insuportável, pelo menos não tive o
desprazer de esbarrar com o primo, que depois da prisão da Patrícia
e dela ter entregado que foi ele quem disse do namoro falso, o
empata foda?
— O que você acha? Não foi por falta de tentativa, meu caro.
No entanto, hoje tem sete dias que eu não transo com ninguém,
demônio de saia.
— Poxa, mais uma semana na seca? Boa sorte — diz ao
Chatinha dos infernos, será que não faz nada além de empatar
os meus planos?
Pensando bem e sendo justo, até que ela não é de todo mal. É
Ângela, com a sua força e companhia, que tem ajudado Marina a
esquecer o desconcertante encontro que teve com a mãe pouco
conseguiu engravidar e dar à luz aos gêmeos que hoje têm sete
anos de idade.
Apesar de ser feliz e realizada, não conseguiu esquecer a filha,
preparada, a própria Marina vai entrar em contato, nem que seja por
causa dos dois irmãos que tanto lhe chamaram a atenção.
No mesmo dia, contei para a minha noiva a respeito do tal
por cento anjo. Eu até poderia me apegar nesse um por cento, mas
a saudade da minha mulher é quem está no comando e como não
sou de passar vontade e muito menos de desistir do que quero,
casa da megera.
Às seis da tarde, dentro do carro e parado em frente ao portão
Marina não fizer a mesma sacanagem que Ângela está fazendo com
a gente, juro que eu mesmo faço.
— Não vou conseguir fazer isso tendo a chatinha nos vigiando
com esses olhos de rapina. Faça alguma coisa, por favor — peço.
declara:
pois não é.
metade.
— Sério. Eu prometi isso para ela — avisa. — Pense em como
vai ser gostoso, meu amor. Nós dois, depois de tantos dias de tesão
convicção.
e acho que seria capaz de comprar dezenas deles só para ter mais
da bela visão.
— Não tem mal algum em dar uns amassos dentro carro, coisa
gostosa num beijo faminto que há muito tempo estava a fim de fazer
por atenção. Dos seios, decido fazê-la gozar com os dedos e assim
como eu lhe dou prazer, minha safada também me dá quando desce
minha sanidade.
Longe de me sentir saciado e com os vidros do carro já
faço há anos?
— Calma, meu filho. Me dá isso aqui, deixe que eu te ajudo. —
Meu pai vem em meu socorro ao pegar o pedaço de tecido e fazer
sério, filho.
— Sou todo ouvidos. — Sabendo que não tem como estar
espelho e me viro para o meu velho, pois sei que seja lá o que tenha
hoje viverei para fazê-la a mulher mais feliz, assim como ela me faz
nosso amor.
Eu planejei e sonhei tanto com esse dia que agora que chegou
temo estar sonhando ou que algo dê errado.
entrar.
Dito isso, ela sai e ficamos só eu e a Ângela que, com seu
longo vestido cor lilás, é certamente a madrinha mais linda que uma
altar.
— Estou muito feliz por você, sabe disso, não é?
— Sei, sim. Obrigada por tudo. — Vou abraçá-la e sou
impedida.
— Nada de lágrimas e abraços. Vamos guardar eles para
depositamos no nosso amor. Isso tudo foi o que nos trouxe ao dia
de hoje, o dia em que perante Deus concretizamos a nossa união.
nosso jardim, que é tão amplo, não poderia ser desperdiçado dessa
forma. No fim, o lugar ficou tão lindo quanto ou mais do que ficaria
se tivéssemos alugado um outro local.
tempo assim.
— Calma, marido. A noite está apenas começando. — No
meio da pista, me viro para ficar de frente para ele e quando uma
que estou tão ansiosa quanto ele para escapar dos convidados e ter
nosso momento a sós.
limites.
lamber a sua barriga até chegar aos seus seios, que estão lindos
deixa parte da minha barriga de fora e que faz conjunto com uma
esvoaçante saia longa. Com uma fenda do lado direito que vem
não acabar com a festa que mal começou. — E não é a sua barriga.
— Safada. — Me puxa mais para perto, me deixando com a
bunda quase na altura do seu pau, isso graças aos saltos altíssimos
uma bandeja assim que o garçom passa por nós. — Não beba mais,
quero você sóbria para mais tarde — avisa, sem deixar de lamber
uma gota da bebida que começa a escorrer pelo canto da minha
boca.
— Bêbada? Não, é só tesão mesmo — digo. — O que está
acontecendo comigo?
— Frustração, a mesma que eu senti nessas duas semanas
estendo a mão.
— Vamos. — Estamos decididos e a ponto de fugirmos para o
nosso quarto, até que somos interrompidos por uma voz inesperada:
mulheres.
sorrir sempre. Fiquei tanto tempo com os dentes à mostra que agora
aceitado o convite. Acho que ele não imaginava que teria de ficar
tão próximo da madrinha, que parece lhe retribuir o mesmo ranço.
de horas atrás.
— Já não era sem tempo. — Me puxa para as suas pernas e
bunda no chão, mas logo tenho a minha atenção atraída pela visão
do nosso canto.
Com a luz baixa, o ambiente não poderia ser mais romântico e
Está tudo tão lindo, mas o que me chama ainda mais atenção
é a nossa cama, que foi forrada com um lençol de seda todo branco
e sobre ela foram depositadas pétalas de rosas vermelhas que
cor do lençol e que até então eu não tinha notado aqui em cima.
— Não sei e seja quem for, eu só tenho a agradecer — diz e
seja essa se eu levar em conta o jeito que meu marido olha para
ela. — Não vai ler o bilhete? — Olha para a cama e antes que eu
me poupe da vergonha, ele passa na minha frente e pega o papel.
mãos na cintura.
— Acho que é para nós, minha linda — afirma e com sorriso
no banheiro — brinco.
É claro que ele não vai fazer isso, não o homem que quis tanto
não tenho tempo de perguntar mais uma vez para onde iremos, até
surpresa.
penso que finalmente a tortura acabou, que hoje não tem quem me
impeça de amar a minha gostosa. — Quero tanto, que você vai ter
perdoar por isso, afinal, ela era um empecilho — Abocanho seu seio
esquerdo enquanto com a mão belisco o outro mamilo excitado.
Solto seu seio e desço a mão para dentro da sua calcinha. — Tão
molhadinha, meu amor. Você quer gozar? — Meto dois dedos
Nunca mais quero ficar tanto tempo sem isso... — confessa entre
gemidos ao tomar a iniciativa de um dos beijos mais quentes que já
demos, e enquanto ela me fode com a língua, eu a fodo com os
dedos.
— Goze para mim... — peço com a boca na sua. — Isso,
abafados pelos meus lábios, ela goza em cima dos meus dedos e
neste momento eu não resisto em levá-los à sua boca, a induzindo a
chupá-los e sentir o seu próprio gosto. — Está sentindo o quanto
por minhas pernas e quando tem meu pau duro e pulsante bem na
frente do seu rosto, a gostosa o segura com as duas mãos macias e
entre elas, tomando cuidado para não a sufocar com o meu peso. —
Ainda está tomando o anticoncepcional?
— Sim. — Fico feliz por poder senti-la mais uma vez sem nada
entre nós.
— Minha esposa. — Observando todas as emoções que
passam por seu rosto, começo a meter até que fico completamente
dentro dela.
— Meu marido... — Ofega ao me sentir sair, para depois
profunda.
Não sei quanto tempo foi, só sei que nos minutos seguintes,
Marina e eu colocamos para fora toda a frustração de duas
palavra, uma transa que nada teve a ver com amor, foi puro tesão
em forma de uma foda épica.
ombro.
— Não poderia estar mais feliz. Só estava pensando na nossa
história.
barreiras e te fazer enxergar que o meu amor era real e que não é
errado amar como nos amamos hoje. Nunca foi, ao menos depois
dos quatorze — brinca com o fato, já que, por lei, a partir dos
filha.
— E conseguiu, amor. No dia em que eu decidi assumir os
Obrigado!
nossos dedos.
— Para sempre — confirmo, tendo a brisa suave que acaricia
está coberta pelo robe de cetim lilás e tendo por baixo somente um
— Avisa para sua outra fome, que ela vai ter de esperar um
pouquinho, pois a sua mulher aqui, apesar de querer matá-la,
vampiro. — Deve ser por isso que ele também gosta, já que não
consigo esconder que ter sua boca em mim me excita além do
apertar com gosto o seu mais novo paraíso particular. Foi assim que
toda vez que solto uns berros — revelo e ele não deixa de sorrir da
minha reação.
casa nos ouvirem. Isso depois de eu explicar que para mim eles não
ouve minha explicação, apenas sorri e diz que eles sabem que a
amor, e nós já falamos sobre isso — diz enquanto sua mão traça um
caminho que sai do bumbum e vai até a altura do meu seio. — Mas
já que não podemos transar amordaçados, o que acha de
controle.
Sem jeito e sem saber o motivo para isso, concordo com o que
diz, porque sem tem uma coisa que me deixa ensandecida é
quando nós dois fazemos sexo anal. O meu homem faz o negócio
de uma forma tão deliciosa, que eu morro de vergonha por admitir
tão ou mais tímida do que o sexo anal, mas que vai amar fazer,
assim como gostou de dar... — termina a frase no meu ouvido.
tenho certeza: vindo do Erick, a novidade não vai ser nada menos
para a cozinha.
que estou exausta. Tenha uma boa viagem, Mari. Te vejo na volta.
— Manda beijo e se vai pela porta dos fundos.
— Aposto que ela sabe para onde irei viajar — jogo verde ao
pressa e devoro tudo o que vejo pela frente, somente para chegar
na parte em que ele vai cumpri-la.
abraça por trás, não deixando de cheirar o meu pescoço, que tem o
derretida.
feliz dessa terra por ter o fruto do nosso amor crescendo dentro da
sua barriga.
— E eu vou ser a mulher mais feliz por te dar esse presente,
nos dar.
Neste momento, meu Erick me abraça bem apertado e quando
diz:
para respirar. — Com o peito tão cheio de amor, que por vezes eu
tenho a impressão de que vou explodir pela enormidade dos meus
Ter tudo da minha mulher, até tê-la cheia de mim, cheia ao ponto de
que vai ser umas das experiências mais prazerosas que você vai ter
na sua vida sexual. Tanto que vai querer fazer de novo e de novo...
— fala ao meu ouvido, ao mesmo tempo em que tira a minha blusa
desço o zíper.
da cama.
aliviada por ouvi-la e saber que terei a minha fiel escudeira de volta.
— E você, anda tão sumida! — Abraço uma Maya que nem de
nossa lua de mel que quer repeti-la todos os anos. — Erick vem por
país.
Está aí uma coisa que nem o decorrer dos anos consegue
— Não vou negar, pois todo mundo aqui sabe que é verdade.
sentam-se no sofá.
Pela terceira vez e daqui dois dias, Erick e eu estaremos
fazer amor e qualquer outra coisa que envolva nós dois nus e
atracados um ao outro.
De toda forma, as viagens para a Itália se transformaram em
uma coisa só nossa como casal e creio que não tem época do ano
em que eu fique mais animada do que os dias que antecedem a ida
tudo bem?
— Claro, minha linda, quando o almoço estiver pronto, eu
mando alguém chamar vocês — fala e quando vou lhe dar um
paciência.
Como eu disse, por aqui nada mudou.
homem como o seu marido, não custa nada deixar a chama tão
acesa quanto for possível — Maya fala, ela é um pouco mais velha
do que eu e Ângela, e apesar de estar me fazendo de difícil, eu sei
que elas têm razão. Além de ser mais velho, meu marido é um
namoro, concordo que devo usar meus truques para manter tudo da
Sim, ele fez isso, o que não significa que não vou ter a mesma
mas ela é mais rápida e pula por cima da cama, indo parar do outro
irrita quanto me faz rir, me fez falta. Tudo o que sei é que estava em
— Tenta mais uma vez escapar, mas sou mais rápida e agarro o
humor? — Ela puxa uma alça para um lado e eu puxo para o outro.
A palhaça da Maya não faz nada além de se divertir e o nosso
desse mal-estar repentino. É assim que ele tem agido desde o dia
em que tomei um tiro e fiquei entre a vida e a morte. Para ele, não
— Linda, o que houve? — Sento ao seu lado e vejo seu rosto mais
pálido do que uma folha de papel em branco.
— Não foi nada, só um leve mal-estar — Marina tenta
ou talvez até tenha, já que tenta esconder coisas como essa. Isso
tudo para não me preocupar, mas mal sabe ela que tudo me
acaricio o seu rosto. — Vamos ver um médico, faça isso. Por mim?
beijinho nos seus lábios. — Ângela, ligue para o doutor Roger, por
favor — peço. — O contato está naquela mesinha ali.
—Tudo bem.
— Ainda sente alguma coisa? — Analiso seu corpo enquanto
as amigas dela tentam falar com o médico.
senhor Roger.
— Mari...
Do seu jeito que não muda, vejo Bruno dar alguns passos e
vocês?
— Calma, meu rapaz — o homem mais velho repete a frase
odiosa. Volto meu olhar para Ângela.
como um bebê.
— Meu Deus! — Corro para perto e pergunto, preocupado: —
Um filho.
Eu e o meu amor vamos ter um bebê.
Pai, vou ser pai. Porra!
mãe, não adianta fugir, como eu tentei, ele sempre voltará para uma
segunda chance. A oportunidade de reparar os erros e agarrar o
que a vida tem para oferecer.
Minha linda nos olha da porta do nosso quarto e tem nos lábios
o sorriso mais belo do mundo. Sorriso que me deixa um pouco mais
apaixonado a cada vez que o lança em minha direção. Para sempre,
— Eu acho que essa pose está ótima — digo com uma câmera
também tem o seu ônus, então nós estamos mais envolvidos do que
deveríamos com as visitas internacionais.
uns trinta e poucos anos, reclama com o irmão, que, por sua vez, é
mais jovem do que ela.
— Apenas colabore, minha irmã. Se você fotografasse tão bem
notar, mas nem de longe tão bonito quanto o meu marido, no auge
dos seus quarenta e dois anos.
sócia e amiga, vez ou outra, troca olhares comigo. Ela deve estar
pensando o mesmo que eu. Sim, já são seis horas da tarde e
com apenas um ano e três meses de idade, parece que ele entende
a matar a saudade das horas que fico fora, sem poder sentir o seu
cheiro. Quando o pai do meu bebê chega do escritório, divido a
minha atenção entre os dois, até que o mais jovem durma.
Garota?
Namoradinho?
mesma conclusão.
— Perdoe-me pela minha irmã, ela não tem nada contra você.
ouvido quando passo por ela. — Você é linda, rica e jovem. O seu
marido vai ter que aprender a lidar com isso.
— Ele sabe. — Sinto a necessidade de o defender.
Quando fico sozinha com o pequeno, tiro o meu seio para fora
da camisa vermelha e ele o suga com avidez. Como da primeira
uma toalha. O aparelho está em cima da cama, vejo que está tudo
em paz no quarto do João, então começo a pensar no que vestir,
fato, ela não é a filha ideal para o casal da mídia que os seus pais
são, mas sabe que é amada como merece por eles e pelo seu
mais ligadas. Quando lembro que a minha irmã de alma é tão feliz
da dupla.
Envio.
primeira vez que o viu. Ele a amou como ninguém tinha amado, mas
conheço a minha anjinha o suficiente para saber que estaria
insistindo nele até hoje se as coisas não tivessem dado tão certo.
Ângela tem o jeitinho dela. É uma mulher para ser aceita, não
entendida por completo. Eu a aceito, amo, e conheço o suficiente,
ele.
Leio.
Eu não disse?
coisa.
minha amiga.
Como sabe?
Ela não me deixou torturá-la, da mesma forma que faz comigo,
antes de fazer a fofoca.
Marina sempre foi a luz da minha vida, por isso senti tanta
Tentei resistir até onde pude, mas perdi a guerra quando percebi
que só tinha duas saídas: vivia a paixão, jogando para o alto tudo o
minha mulher e o meu filho, as pessoas que amo com tudo o que há
em mim.
Como um homem que já experimentou a dor de quase perder
o passado.
pulsando.
O meu pau se anima, porque ele e eu imaginamos o que a
minha mulherzinha deve estar usando por baixo do robe de seda.
Ela sempre usa essa tática, eu sempre fico ansioso para desatar o
ao se levantar.
bunda.
barriga.
de uma vez ao dia? Então, ele continua bem acesso. Muitas vezes
sobra vontade e falta tempo, mas estamos sempre tentando achar
brechas.
— Deixe-me ver como ele está — falo e, com carinho, tiro os
seus braços que estavam em volta do meu pescoço. Beijo os seus
como ela ama ser mãe, sei que é jovem demais para ser mãe de
um, imagina de dois.
nós dois, sabe dizer com quem o nosso filho realmente se parece
fisicamente. Estou começando a dar o braço a torcer e aceitando
dela.
O pensamento bobo me diverte, fazendo com que eu deixe
escapar uma risada.
a única forma que temos de externar o imenso amor que nos une, a
paixão que não pode ser reprimida.
É um amor que não pode ficar preso. Sentimentos que
sufocam, que nos tiram dos eixos, mas que trazem paz, que nos
cheias.
— Amo o seu lado romântico — a provocação arranca um
cintura.
— Durma bem, filho. Se puder, não acorde mais hoje, porque o
papai vai estar um pouco ocupado cuidando da mamãe. Ele é uma
garota má, mas prometo que vou ser bonzinho com ela — falo, sem
sou de negar nada que ela queira, entro no jogo e dou exatamente o
que está buscando.
pouco que ainda veste, mas a levo para a parede mais próxima,
lembrando-me brevemente da primeira vez que a comi em uma.
me sentir melhor.
Mesmo que eu esteja vestido com as roupas do trabalho,
posso sentir o seu calor e ter a certeza de que está molhada. Muito
molhada para mim, doida para me ter socando até as bolas na sua
boceta.
— Amor, eu… — tento falar quando separo as nossas bocas e
sua calcinha.
Como imaginava, ela está molhada e pronta para mim. Ao
para ela, que o contato do tecido com o sexo a deixa mais sedenta.
— Você é um homem muito mal — diz, olhando para mim, mas
enfiar o meu pau no seu cuzinho apertado é quase tão bom quanto
prazer nos meus braços, mas não abro mão de estar sempre
três segundos.
Depois, a gente cai na risada, porque não tem como não nos
divertirmos com a lembrança da primeira vez, mas não a última, que
a cena aconteceu.
melada de desejo. Eu estou tão duro que chega a ser doloroso, mas
tendo intimidades com o seu pai? — Sim, sou pai de dois meninos e
uma menina.
— E você, campeão? — indago ao me curvar e fazer carinho
desde o início. Eles são amados e tão mimados que ambos estão
vez.
das peças que vestia. Em silêncio, ela me olha por cima dos
ombros, e empina um pouco mais a bunda para mim.
o meu filho e para você — ela tenta falar, enquanto empina o quadril
contra o meu pau, que a come com dureza sem cessar e sem se
cansar. — Tinha em mente que teria isso aqui…
A minha esposa ficou muito feliz por ter sido escolhida para
fotografar o ensaio do casal para o desfile na São Paulo Fashion
Week.
e o seu marido te fez relaxar em grande estilo. Você está bem, bebê
— digo, ao beijar o canto da sua boca sem parar, até que abra um
afirma.
— Não me falou do tal Stefano. Ele não te encheu o saco
como a irmã? Como ele era? — pergunto, e não existe nada além
gostosa, além de ser muito simpática. Lido bem com o fato de saber
que sempre terei algum homem querendo concorrer comigo. Estarei
seguro enquanto continuar sentindo que a minha pequena só tem
eu.
— Ele não te cantou? — indago.
— Não — fala rapidamente. Conheço Marina desde sempre, e
sei quando está mentindo pelo tom de sua voz. — Stefano só foi
educado.
Minha mulher está mentindo, e não sei porque ela sente a
que pagasse tão bem para o estúdio, mas esse jantar para as
Quer dizer…
homens.
Antes que me joguem pedras, preciso explicar que não vejo
problema algum em uma mulher falar de igual para igual com um
bela e sensual.
Ela se colocou entre ele e outro senhor, mas, de onde estou,
Ele não se mexe, ele não faz nada para desgrudar da mulher.
homem contido que preza pela discrição, mas não posso evitar de
me sentir enciumada.
arrependimentos.
Eu o quis quando não deveria querer, fiz o necessário para
ao meu lado me distrai, mas ela também está vendo o que vejo.
A mulher mais velha está passando a mão de unhas afiadas
no ombro do meu marido. Ele, por sua vez, está dando o sorriso que
sempre foi capaz de fazer calcinhas caírem, um sorriso que não
deveria ser usado em lugar algum fora do nosso quarto. Um sorriso
Marina.
Queria não estar me segurando para não agir como uma
garota de dezessete anos, para não ir até lá e fazer o meu marido
se lembrar porque teria sido melhor se tivesse se casado com
começou.
vai ter ninguém para me incomodar nos poucos minutos que preciso
minha vida e não saberia viver de outra forma, não quero viver de
outra forma.
casada.
Será que pensa que pode tudo, inclusive, ter a mulher que
quiser, só porque é bonito e famoso?
aqui mais óbvias do que elas já estavam. — Eu sei que você está
ciente de que sou uma mulher casada e que, portanto, não posso e
não quero sair com você. A nossa relação foi profissional, ela
perfeito.
mim, mas não vou correr, porque posso falar de igual para igual e
agora.
— O Erick Estevan é o seu marido? Eu já tinha ouvido falar do
bonito, agora parece odioso. — Ele tem idade para ser o seu pai.
— Mas não é! — Falo entredentes. — Solte-me, agora! —
meu nome.
— Marina…
Ele nunca vai me perdoar por isso.
momentos como esse, queria que ela não tivesse aprendido tão
bem. Queria que tivesse aceitado o convite para ficarmos em casa,
muito bonita, não posso negar. Tem mais de trinta anos, mas não é
sutis. Aposto que todos, embora finjam que não para manterem a
porque não está aqui mostrando a quem eu pertenço. Sei que tenta
fingir que não, que se segura muito para não agir como pedem os
que não são da minha esposa, giro a cabeça para trás e a procuro.
esconder e foder. Lugar para onde pretendo ir, porque, depois de ter
da minha esposa…
— É muito bonita ela. Mas um pouco jovem para um homem
E apesar de ter certeza de que ela não quis isso, que não iria
trair a mim e ao nosso amor dessa forma, nada me impede de
sentir-me mal. De não saber o que fazer. Mas eu tenho que fazer
estou fervilhando.
A imagem de outro homem beijando a minha pequena,
infelizmente, vai ficar guardada na minha memória por muito tempo.
— Ela deu mole para mim desde o primeiro instante que me
lágrimas.
— Não é verdade — diz.
— Fale das mensagens — ele pede.
besteiras.
Se esse babaca abrir a boca sobre o que aconteceu aqui,
amanhã o meu nome estará envolvido em polêmica e circulando em
esses socos foram carinhos, perto do que sou capaz de fazer com a
sua carinha bonita — ameaço.
O cara que foi ousado o suficiente para ofender a Marina não
não sei como estou me sentindo com tudo isso, então me limito a
tirá-la daqui.
acabou para nós dois. No início da viagem, ela parece perdida e mal
olha em minha direção. Agradeço o silêncio, pois preciso organizar
que eu pense?
— Para o bem da nossa relação, vou fingir que não ouvi o que
quis insinuar, Erick — minha esposa fala. — Mas é curioso que
esteja dessa forma, quando você estava todo sorridente com a irmã
pela mentira.
Frustrado, dou um soco no volante, e assim a conversa morre.
trocamos acusações.
Eu fico na minha, apenas observando enquanto Marina se
Ela, por sua vez, está focada no filho, fingindo que não estou
aqui. Marina está sendo infantil, mas eu também não agi com a
maturidade que um homem de quarenta e dois anos precisa ter.
errado. Ela falou sobre o fato de eu ter estado perto de uma mulher
mais velha. Uma mulher que muitos poderiam dizer que combina
mais comigo. Mas ela também esteve perto, perto até demais, de
um cara que poderia ser mais adequado do que um marido com
com o idiota por causa do beijo, quis porque tenho ciúme da minha
Marina não é apenas uma mulher mais jovem do que eu, ela é a
teto.
Não sei o que deu em mim nos últimos dias, mas ainda bem
que estou acordando antes de causar danos ao meu casamento.
achei que Erick confiasse em mim. Não, eu sei que ele confia em
e também confio que jamais faria algo para me machucar. É por isso
que não podemos deixar que desconhecidos, que não tem a menor
importância nas nossas vidas, nos abale dessa forma.
curvas nos últimos anos, coberto por uma lingerie que deixa pouco
para a imaginação.
apressados, por isso o meu homem sobe a mão e aperta com gosto
o meu seio. Eu levo a minha para o seu membro.
Começo a masturbar o meu marido com movimentos de ir e
Depois tiro a minha mão do seu pau, ele a ergue até o seu
rosto e beija a palma. Como conheço muito bem o meu esposo, sei
que vem dureza depois da suavidade, então não me surpreendo
feroz. — Tem que me dizer com seus gritos que sabe a quem
pertence, quem é o único macho que pode tocar no seu corpo e
beijar a sua boquinha doce.
— Erick…
— Sim, Erick. Eu sou o seu marido e você é a minha esposa, e
meu amor.
— Sempre — falo, um pouco desconcertada de perceber mais
uma vez a que extremo a nossa relação vai.
Estou pronta, muito pronta para que ele faça o que quiser comigo.
— Você está cada dia mais linda, esposa — elogia ao afastar
as minhas pernas e colocar se colocar entre elas.
— Não podemos dizer que é graças à academia, não é
mesmo? — provoco.
— Não, pois tenho uma esposa safada, que gosta de transar
seus treinos.
Não só compareço, como arrumo maneiras de fazê-lo transar
fome, sedento para provar do que é somente meu — fala com o tom
de voz gutural.
O meu amor está muito excitado, a cabeça robusta do seu
língua habilidosa pelos meus lábios, apenas para garantir que vai
me deixar insana de desejo.
Mas até o meu homem mau tem o seu limite do quanto de
a única que pode lambuzar o seu rosto, a única que vai dar prazer
de mim, mas sei que gosta de controle na cama, que ele só fica nas
minhas mãos quando Erick quer que esteja. Apesar de ser uma
isso não se tornou mais fácil, pois simplesmente é uma conta que
moreno.
Quando começo sentar, tirando quase tudo até que fique só a
mim ofegante, e como gosto que esteja assim, mostra que, apesar
dos problemas que irão surgir, porque a vida não é um conto de
lamento. Ele beija de leve os meus lábios, prometendo que não vai
demorar.
— Acreditei que era algo tão sem importância que não merecia
a sua chateação. E daí que um cara havia dado em cima de mim?
com o cara.
— É claro que não foi — faz o comentário com um sorriso sem
humor.
— Eu não dei nenhuma abertura, ao contrário do que ele
— Eu sei, mas…
— Não tem nada de “mas”. Te amo como sempre amei, nada
do que falou passou pela minha cabeça. Só tenho olhos para você,
e nunca, ouça bem o que estou dizendo, eu nunca vou querer outra
vida ou outra pessoa. Te amo tanto que chega a doer — falo com os
olhos marejados. E enquanto faz carinho na minha bochecha, ele
diminuiu, e vai ser assim por muito tempo, pois queremos que seja,
porque as lembranças do que fizemos para chegar até aqui nunca
nos deixarão esquecer porque vale a pena lutar.
CAPÍTULO 6
filho perfeito.
Quando o cara passa na nossa frente e olha rapidamente para
nós dois, ajo como um garoto que quer marcar território, curvo a
como uma irmã. Eu aprendi que não devo contar nada para o Bruno,
porque ele sempre usa os meus dramas para me provocar. Não que
vou atrás para tentar ficar com ela porque está indo com a chatinha,
a sua gêmea siamesa.
— Deixe-a respirar — o ex-advogado cego provoca. Como um
maldito galã de cinema, Bruno por si só chama muita atenção, mas
importar, pois só tem olhos para a sua esposa, que surgiu na sua
e mesmo sabendo que seria difícil, daria tudo para que estivesse
com a gente.
companhias melhores.
erro que acreditava que seria. Ela era menor de idade, estava perto
dos dezoito, mas ainda não tinha.
mais do que isso. Ele imaginava que a filha fosse me ver um pouco
como o via, uma figura paterna. O problema é que os seus
apenas sexo, uma paixão que logo iria acabar. Mas não lutaríamos
como lutamos se fosse apenas sexo.
A convivência, que era quase perfeita, apesar das idades tão
definitiva. Estávamos tão bem, tão certos das nossas escolhas que
só a morte poderia nos separar, e ela quase nos separou.
As lembranças ainda causam pesadelos, mas eu acordo com o
seu corpo quente contra o meu e digo a mim mesmo que acabou,
que faz muito tempo que o pesadelo real acabou, que as pessoas
que quiseram nos fazer mal estão presas, apenas no início da pena,
e vão ficar por muito tempo ainda.
amanhã cedo, não é uma certeza porque o casal que a mídia ama é
outro, deixo que a minha mão suba da cintura para o seu peito.
homem.
casa com a babá, porque mal suportamos as horas dos dias longe
dele. Somos marido e mulher, que têm suas crises e seus
Fim
NÃO RESISTO A VOCÊ
SINOPSE
— Desculpa por ter entrado dessa forma. Não sabia que você
estava aqui dentro.
saber.
— Quem sabe não foi o destino querendo nos dar uma
para a pele?
vazio e frustração?
duas mãos em cima do meu peito. Mesmo por cima da blusa, sinto o
Prometo que depois te deixo em paz. — Fica mais perto, sinto seu
peito espremendo-se contra o meu.
meia maratona.
não me atraem.
pode continuar. Ela não é qualquer uma que eu posso comer e virar
as costas no dia seguinte. Tem muitas coisas em jogo nessa
com os dedos.
— Eu não... Eu...eu
— O que foi? A sua vontade de dar a boceta sumiu de
repente?
— Normal, meu pau fica duro para qualquer puta que aparece
se oferecendo. — Sou cruel, pois já não sei agir de outra forma. —
Então, se não quer a sua vidinha perfeita completamente destruída,
Posso nunca ter visto o seu rosto, mas imagino o quanto deve
ÂNGELA
meses. Barriga que não era para estar tão grande assim, tendo em
vista ela ser uma pessoa magra e pequena.
sempre o Erick! Ele vê uma simples dor nas pernas — algo normal
no estágio de gestação em que ela está — como uma sentença de
Grécia?
— Não sei. Diz você que fugiu para lá e ficou mais de quatro
meses.
Fugir. Marina usou a palavra adequada para o que eu fiz nos
parecem duas bolas, que até então recebiam uma massagem muito
bem-feita por mim, a rainha das massagens. — Fiz vários passeios,
seguinte.
aparências.
acredito.
Marina é de insistir e lutar pelo que deseja, tanto que hoje está
sentimentos por ele, muito menos que Erick um dia daria uma
chance.
hoje não sinto nada além de contentamento por ver que a minha
carinha toda meiga. Não que precise, Marina é toda meiga, mesmo
que não se veja assim. É o meu oposto em quase tudo, e como os
máximo para não correr o risco de esbarrar com o Bruno por aqui.
meses.
É até irônico ter esse tipo de sensação com ele, o homem que
bebê? — pergunta.
própria Marina me fez gostar, ao ponto de não viver mais sem, não
acho que tenho mais peito do que devia. A bunda maior do que o
necessário.
Sou diferente das tontas, pois me sinto feliz por ter tais
atributos. Acho meus seios lindos, do tamanho ideal para ficarem
bonitos nos decotes que gosto de usar, e a bunda não fica nada mal
quando estou dentro de um jeans apertado. Por onde passo só ouço
— Visita? Marina, por que não me disse que teria outra pessoa
porte alto, braços fortes, cabelos pretos e os olhos azuis mais lindos
Tudo bem que os meus também são azuis, mas quem fica na
frente do espelho se admirando e atribuindo para si o título de mais
que surge.
seu. — Marina, que para coisa que não deve tem a memória de um
elefante, termina de arrumar a bagunça que fizemos enquanto
assevera.
banheiro, mas é tudo que sabe. As merdas faladas entre nós dois,
ela jamais saberá. E se a minha gravidinha supõe alguma coisa, tem
irmã que eu não tive. — Ela não superou, mas está quase lá. Basta
Ele não vai! É assim que eu quero. É assim que as coisas vão
ser!
BRUNO
faróis dos carros que circulam nessa noite chuvosa quase cegam.
aniversário da mamãe?
— Perdão, querida. — Prevejo a briga e tento de antemão
estrada difícil pela forte chuva que cai e o barulho dos trovões não
lugar.
fora? — brinca com o seu bom humor que, às vezes, chega a ser
irritante.
Erick nem sempre foi assim, isso se deve à sua jovem esposa,
Marina Junqueira Estevan. A mulher do cara está prestes a lhe dar
um filho e ele jura que todos têm de estar sorrindo para as paredes.
— Não tem como quebrar essa para mim? Hoje estou atolado
de processos aqui... — Pego um deles e balanço contra o ar na
tentativa de parecer mais convincente.
não arriscar.
mais uma vez a cadeira, presumo que está se dirigindo para a porta.
Após uma viagem curta até a mansão onde Erick mora com a
meses fora.
não é da minha conta. Sei da sua vida porque Erick e Marina fazem
estivesse por perto. O que ninguém sabia, era que por baixo da
rejeitou.
O homem que, ao contrário dela, levou do infeliz encontro mais
macia nas minhas mãos. Sentir o seu cheiro, o som da sua voz,
desejos que passei mais de dois anos tentando esquecer, varrer
para o fundo da minha mente. Um esforço que eu não diria ter sido
em vão, já que obtive certo êxito. Tudo vai por água abaixo quando
ouço o nome dela.
E só uma garota!
não tenho apreço por ela, e apesar de não ter tido tantas
oportunidades de estar na sua companhia, as poucas que tive não
é.
poder...
— Tudo ótimo.
ÂNGELA
melhor amiga tão feliz, não tenho motivos para continuar com a
implicância de antes.
disse, nós nos tornamos amigos, mas não significa que trocamos
nossas personalidades.
Quase
podem vir à tona, não quando sou duas pessoas: o meu verdadeiro
espaço pessoal.
incomodem, mas isso não tem a ver com a leve atração que sinto,
redonda.
você sabe fazer. — Assim que termina, Marina lança o seu olhar de
quem está aprontando. Eu devolvo com um que diz:
mulher.
Ele fala de igual para igual, não como um superior com o seu
a sós?
saber agir de outra forma que não seja a mais idiota possível
quando estou ao seu lado. Mesmo assim, ter seu rosto tão próximo
escuros?
outro.
estamos próximos.
Albuquerque.
Tal ação nos deixa com os rostos muito próximos, com as bocas
essa será a última vez. O ponto final para uma cisma sem propósito.
CAPÍTULO 4
BRUNO
realidade...
Para o meu coração que há muito tempo não sabe mais o que é
desejar algo a ponto de perder o controle sobre os próprios atos.
uma garotinha como eu não fosse capaz de assustar você, não foi
isso que disse? — Sinto a sua mão pousar no meu peito, iniciando
movimentos circulares que me permitem — mesmo por cima da
digo. Por reflexo, viro o rosto na direção de onde está o seu, mas
nariz. Ela pode até ser delicada, mas bate como um homem.
dedos, que até então cobriam o meu nariz. Suponho que está
verificando o resultado do seu ato impensado. — Fica quieto, vou
que consigo ouvir são os sons de seus passos ficando cada vez
mais distante.
acontecer aqui?
Não deveria ficar encantado por ver quão bem ela consegue
se defender, menos ainda por mostrar que sabe o que quer quando
me persegue sempre que pode com tanto fervor.
de dois anos.
mesmo sabendo que pode ser a maior merda que já fiz na vida.
queria?
Ela não agiu com a pureza de tal divindade nos encontros que
tivemos ao longo dos anos, mas, por alguma razão, algo me faz
enxergá-la dessa forma.
Pronto, está um pouco vermelho, mas acredito que não vai inchar.
— Ângela... Eu não...
admito.
— Diferentes?
ir, o que quero e o que não quero para mim. Sobretudo, o que não
posso mais ter.
dizendo.
estivermos juntos, ainda mais agora que vai acontecer com mais
frequência.
Ela tem razão. Depois que fomos convidados e aceitamos
pedacinho dele.
— Não me importa.
— Vou destruir você, mesmo que eu não queira te machucar,
ÂNGELA
confortável admitir.
ele poderia não ter significado nada. Agora eu sei que nunca estive
ofender. Ele não tinha uma boa impressão de mim, assim como eu
não aceitei bem o seu namoro com a minha amiga. Hoje, depois de
sou.
— Bruno. — De antemão, tenho ciência de que é uma
pergunta boba e arriscada para se fazer, mas sou incapaz de
sou chata?
— Não, particularmente.
minha boca.
— E agora?
Não fico muito chateada por mim, afinal, não sou uma
saber quais.
— Sei que vou gostar muito, meu anjo, mas isso não quer
dizer nada. Com você sei exatamente até onde ir. Para o bem da
arrepio quando a mão forte segura a minha coxa e a puxa para cima
os meus lábios.
— Porra, Ângela...
Com uma mão me segurando com força — a ponto de quase
me ter sobre o seu colo — Bruno leva a outra até a parte de trás da
— Só mais um...
minhas costelas.
pulsante.
seremos pegos.
sei o que posso fazer além de lamentar que tudo tenha acabado
rápido demais.
CAPÍTULO 6
BRUNO
sentar.
Pena que as coisas são como são e não tenho como me dar
posso.
— Suba para falar com a sua amiga, Ângela — corto, pois sei
Sei que estou sendo um babaca, mas estou fazendo mais por
ela do que por mim. Antes eu só queria proteger a minha alma
quebrada, mas depois que a tive nos meus braços, fiquei mais
convicto que estou fazendo o que é certo, pois alguém como ela não
merece um homem pela metade.
Apesar do que possa parecer, para mim vai ser muito mais
— Não sei do que você está falando. Aqui não aconteceu nada
que mereça ser mencionado. — Levanto-me, tirando do bolso o
dos dois.
— Foi quase.
— Só um beijo?
sociais que não posso fugir, porque, se pudesse, iria até Marte para
Nós dois demos certo no início. Éramos leves e não havia cobrança,
do outro.
que não preciso de mais do que casos que duram apenas uma
noite.
fraqueza. Não tem futuro para nós, nem mesmo para uma transa de
uma noite.
— Então, não deveria cogitar que nós dois juntos seria algo
mente.
novamente, mesmo que seja apenas para ouvir o som da sua voz.
ÂNGELA
Que aflição.
meu nervosismo.
— Não sei, a barriga dela estava tão grande, não acha? Uma
melancia, só que maior. — Olho para a minha amiga mais próxima
birra.
Para meu eterno desgosto, o sentimento de insatisfação
— Você está coberta de razão. Deve ser por isso que não
Agora, além do ego ferido, tenho que ver ele do lado dessa
oferecida — não que eu seja diferente dela —, que não perde uma
do Bruno, com certeza, ter contado para o Erick, o clima que nunca
apenas me proteger.
Lua por motivos não tão nobres, finge sentir simpatia por mim.
Eu finjo que não sei que ela faz questão de estar sempre por perto
para rondar o ex-namorado. Ou atual, já não sei mais, considerando
bobagem. Ele já deixou claro que não quer nada comigo e, mesmo
se quisesse, não pretende fazer nada a respeito. Eu cansei de ser
rejeitada. Dois foras vindo da mesma pessoa já estão de bom
tamanho.
rejeita.
— Perdão, querida.
— Acho que vocês têm que parar de pensar que tudo que faço
e sinto tem a ver com o Bruno. Já superei, não temos nada um com
o outro, e está claro que nunca teremos — falo baixo para que o
casal não nos ouça.
Está tão linda que nem parece que acabou de dar à luz a essa coisa
linda chamada João Guilherme.
— Não precisa nem ser cego para saber que o fato de ele ser
lindo significa que não se parece em nada com você. — Bruno
para não o acordar. Essa também é a primeira vez que estamos tão
fazendo com que os meus olhos façam uma rápida checagem pelo
quarto.
— Não é um amor?
— Realmente, tão lindo quanto dizem ser. — A fala curiosa me
— Concordo.
pairando no ar.
esse cara não existe. — Também fico feliz que você superou o que
te prendia e decidiu dar uma chance para o seu relacionamento com
a Lua.
— Nós não voltamos — nega, depois joga o balde de água fria.
— Ainda.
me a falar.
que não pode me ver, um lado irracional teme que Bruno sinta a
minha decepção, que saiba o quanto sua declaração mexeu comigo.
obcecada.
estruturas.
CAPÍTULO 8
BRUNO
estridente, três tons mais altos, faz com que a dor aumente e,
pontadas finas, como picadas de agulhas, se alastram por todos os
mais direto. Prefiro não falar sobre a dor de cabeça, isso seria
apenas mais uma desculpa para ela ficar aqui, como esteve desde a
hora em que chegamos para aguardar o parto do pequeno Estevan.
copo cheio com água em uma mão, coloco a outra dentro do bolso e
O motivo da dor ter vindo com força total hoje não poderia ser
sacudi-la até que entenda que não pode fazer isso, agora o esforço
coisas que não deveriam ser mexidas. Perto dela me torno um ser
que disse quando afirmei que não queria nada com ela.
o analgésico.
bastão guia e, com o seu auxílio, dou alguns passos até alcançar o
— Está tudo bem com você? — Não sei quanto tempo passou,
Não que ela tenha culpa de algo, o culpado sou eu mesmo por
não conseguir controlar os meus sentimentos quando estou do seu
lado. Na verdade, é o resultado por me esforçar tanto para medir
que já tive. Ciúme de uma garota que dispensei, logo depois de tê-la
segurado nos meus braços.
Está pálido, cara. — Ela, tão carinhosa quanto pensei que fosse,
acaricia o meu rosto, indo da bochecha para o pescoço. — Vou
Não faz isso, por favor — peço, sem medo de parecer estranho,
afinal, Ângela pensa que estou em um relacionamento com a Lua.
por completo.
Passados alguns minutos, isso é tudo o que Ângela tem para dizer.
com a Lua.
liga o rádio, deixando claro que não quer conversar comigo. Só fala
sendo injusto com ela e sua boa vontade, mas, porra! Ângela não
característica.
ÂNGELA
admitindo que mentiu para mim sobre a Lua e mal posso esperar
para ouvir o motivo. O homem parece não ter pressa, pois está
olhando fixamente para frente, sem dizer uma palavra.
de aflição.
Estou ansiosa demais para uma pessoa que tomou dois tocos
e resolveu consigo mesma que não iria atrás do terceiro. Mas não
tenho culpa se foi ele quem começou. Primeiro admitiu que acha
sexy a ideia de eu possuir e pilotar uma moto. Agora, está dizendo
mim!
ele acabou de afirmar isso. Só preciso ouvir mais uma vez, para me
sempre soube que ele sentia algo por mim, mesmo negando.
— É o que estou dizendo.
nem um pouco surpreso por eu ter usado a mesma tática idiota dele.
penumbra dentro do carro, ainda sou capaz de ver o seu rosto. Pelo
que parece, Bruno Pires — finalmente — decidiu colocar as cartas
me ver.
contra a parede.
— Não sendo algo ilícito, topo tudo — brinco com o fato de ele
meu!
— Vamos fazer como você quiser. Por motivos que ainda não
conheço, vejo como é difícil para você recomeçar, mas estou aqui e
leva o nariz até o meu pescoço e cheira o local —, da sua voz doce.
Quero o seu corpo — fala com a boca a centímetros da minha, sinto
o meu corpo trêmulo da cabeça aos pés. — A sua boca, tão gostosa
e macia. — Sem os óculos escuros, como eu gosto de vê-lo, Bruno
termina a declaração fechando os olhos e colando a boca
experiente à minha.
Ainda que o meu histórico deponha contra mim, ele não sabe o
que se passa dentro da minha casa. Mesmo se soubesse, não faria
impedindo de prosseguir.
irmos devagar, vou saber esperar pelo seu tempo — falo com
cabaço do Bruno.
descansar, querida.
chamo.
ÂNGELA
namorada.
Logo eu, que nem sei o que é isso. A única experiência que
esse namoro só começou por pressão dos dois, que sentem prazer
em tentar me controlar de todas as formas. No fim, fiquei feliz, pois
foi o meu primeiro ato de rebeldia quando mandei o idiota para o
amam.
de ideia.
Esse encontro não estava nos seus planos para hoje e, talvez, nem
para um futuro próximo.
— Chatinha?
vejo que aqui ele tem tudo que precisa para uma vida confortável e
adequada.
sua resistência, aqui estou eu, com um pano de prato nas mãos.
Nunca tinha feito algo parecido, mas sempre existe uma primeira
vez para tudo.
assim.
— Assim?
coisa a ver com você, te peço para que seja sempre sincera e boa
loira não está mais lavando louça, assim como não estou mais
enxugando. No momento, a nossa conversa é mais importante do
sentir seguro, vai te contar tudo o que aconteceu na vida dele nos
vulnerabilidade.
uma energia muito boa entre vocês dois, tentem ser felizes. — Ana
graça.
puxa pela mão. — Vem dar atenção para o seu homem. — Eles
quarto?
CAPÍTULO 11
BRUNO
Por enquanto, é até bom que seja assim, pois a única coisa
que me interessa é saber que ela é minha, assim como eu sou dela.
sã. Foi graças a Erick e seu sócio que tive a oportunidade de, aos
poucos, voltar a minha rotina de trabalho, seis meses depois de ter
Hoje, me felicito por ter feito a melhor escolha, pois além de ter
— Diferente? — indago.
mas eles são menos do que seriam se ele não tivesse sido tão
cuidadoso.
demais...
— E você?
— Sinto, mas não tanto quanto no início. Foi a vida que levava
e o vício em trabalho que me trouxeram até aqui.
— Eu sinto muito, Bruno. — Sinto sua mão macia no meu
pescoço, um gesto de carinho, acompanhado de sentimentos que
em nada me agradam.
— Não sinta pena de mim, meu anjo. — Levo a mão até a sua,
mim.
limitações e a não me lamentar por elas, você tem feito com que
isso aconteça. Hoje lamento não poder ver o seu rosto, o corpo que
quando chego nas pontas, que terminam na altura dos seus seios.
Por fim, passo os dedos pelos lábios cheios, e não preciso de mais
nada para me convencer de que ela é linda. Tão linda quanto ouço
toque.
— Linda, não foi para isso que te chamei até aqui — digo a
verdade, porque, dessa vez o meu convite não teve segundas
juntos não precisa ser hoje — falo, mas a puxo para mais perto de
mim.
da sua frase chama a minha atenção, mas não tenho tempo para
preservativos.
fiquei cego.
— Mantenha a calma, Bruno — digo em voz alta, começando a
sobre a cama, depois cubro o seu corpo com o lençol que Ana,
sonhos, Anjo.
luz.
CAPÍTULO 12
ÂNGELA
É uma pena que não seja possível, que não tenha opções de
escolha. O fato de eu ainda estar presa a uma teia, tecida à minha
volta desde muito nova, me impede de perseguir todos os meus
pais, que não gostam quando chego tarde e não digo onde, e com
quem estive.
Eles não dão abertura para me abrir. Não posso falar que
escolherem e aprovarem.
minha roupa.
não é meia-noite.
Aconteceram tantas coisas nas últimas horas que acabei
perdendo a noção do tempo. Bruno me fez esquecer dos problemas,
nosso caso.
desespero, isso porque não sabe do perrengue que foi para chegar
até aqui.
Foi realmente um prazer. Adorei os dois, e eles são tudo o que uma
família deveria ser. Bruno, apesar de tudo, tem o apoio de pessoas
****
minha amiga. Mas nem todas as vezes que saí de casa dizendo que
iria visitá-la realmente fui, e mamãe sabe disso. Parece que fareja
as minhas mentiras.
desmente. — Liguei mais cedo para lá, falei com o próprio Erick e
ele disse que você tinha saído há horas. Onde esteve?
Ela está se segurando para não explodir, então desço as
escadas novamente, me aproximo e confesso:
Mas dona Mara não sabe de nada. Isso mostra que não presta
fazia na rua até agora. Esse Bruno mora tão longe assim?
até ouvir o que deseja. — Fiquei para jantar com a família dele.
depois.
meu rosto.
do que gostaria.
família. Agora, cabe a você tomar cuidado para que outra não
aconteça.
dono.
curva.
rosto. A minha mente fica cheia das coisas boas que aconteceram
quero.
com perícia por cima das roupas. Tudo foi bom, melhor que os
devaneios.
Por tudo isso, não permitirei que tirem a minha alegria. Hoje,
só tenho motivos para estar feliz.
O Bruno é meu!
Finalmente, meu!
CAPÍTULO 13
BRUNO
outra ninfeta. Ângela tem vinte e um anos, mas, ainda assim, é treze
anos mais jovem que eu. Não que esse seja um fator determinante
para a nossa relação, pelo contrário, eu gosto da sua vivacidade e o
minha frente, e como ela faz de tudo para tornar a minha vida mais
fácil, pego a garrafa de café que Ana deixou no centro da mesa
o tempo tratou de mostrar que ela estava certa todas as vezes que
rirmos mais tarde, quando ele não estiver aqui para cortar o nosso
barato.
palhaços.
que ainda não está acostumada com o fato de você ser cego — Ana
comenta.
— Me empresta o seu celular, deixe-me colocar os números da
quero arrumar uma briga com ela, mais do que as que já causei no
casal por causa da proteção excessiva da minha cunhada, entrego o
— Sim — confirmo.
— Tão amigos que ele veio até o irmão mais velho atrás de um
preservativo. — Felipe provoca e cai na risada.
minha relação com ela não diz respeito a vocês. Nós estamos bem,
e isso é tudo o que precisam saber.
— Não está mais aqui quem falou. — Ana diz, mas o assunto
**
Depois de me arrumar, ligo para o motorista, Jânio. Apesar de
ser sábado, tenho que segurar as pontas no escritório, enquanto o
pai do ano baba no rebento.
Beijos, AA
aparelho.
Está desculpada, meu anjo. Mas saiba que vou cobrar pelo
abandono.
Do frustrado, Bruno.
Envio.
encerrado.
ANGELA
mensagens, que foram o ponto alto do dia, com o meu Bruno. Sim,
ele não mudou de ideia sobre a gente.
— Avise para ele que já vou descer. — Depois que ela sai,
vários cenários passam na minha mente, e nenhum deles é
ele e encher a cara idiota de porrada. Não parar, até que entenda de
ÂNGELA
gole de champanhe.
se arrastam e não posso fazer nada para dar fim a esse martírio.
Alice Fraga, filha única de um dos sócios do meu pai, terá o que
esperança de ficar mais do que dez minutos sem ser interpelada por
algum puxa saco do papai, que não pôde vir, mas me mandou para
representá-lo.
Foi tomada por um misto de incredulidade e raiva quando
melhor amiga. Fiquei sem acreditar que o meu pai teve coragem de
meu pai, aqui estou eu, como uma fugitiva da polícia, tentando me
esquivar dos meus dois cães de guarda, e das socialites
entusiasmadas.
bem assim, sendo seduzido pela chata, que toca no seu braço a
todo momento.
errado.
Muito errado.
Porra! Que garota chata. Será que não percebe que está
sobrando?
passamos os últimos dois dias sem nos vermos, e foi a melhor coisa
que poderia ter acontecido.
parecia ruim, era só receber uma mensagem sua que tudo mudava.
passo, que o que existe entre nós precisa ser vivido, pelo tempo e
intensidade que os nossos desejos ditarem.
— Veio sozinho?
— Não. Vim com o meu assistente, mas já o liberei para me
divertir um pouco.
custas.
— Vem, vamos sair daqui. — Puxo seu braço. Dou uma olhada
em volta e não vejo a minha mãe, ou o idiota do Mateus.
meus lábios com a fome e a paixão que foi reprimida por dois dias.
minha bunda.
enlouquecer...
— Interrompo, priminha?
CAPÍTULO 15
BRUNO
sarcasmo.
prima.
— Vamos, você tem que agir como a anfitriã da noite, foi o que
seu pai pediu que fizesse. — Assim como o Erick fez comigo,
— Você sabe muito bem que já fiz o que precisava ser feito. —
Também não posso negar que fiquei feliz pela forma como
garota, e de quem mais estivesse vendo, que o que existe entre nós
— O que seu pai vai pensar quando souber que esteve pelos
uma vagabunda.
mesmo moleque que por pouco não foi responsável pela morte da
Marina.
que a sua próxima fuga não será para um lugar tão agradável.
afirmo.
esperaria.
senhorita convencida?
— Confesso que é um pensamento recorrente, ainda mais
depois de todas as promessas que fizemos na madrugada de
ontem.
tanto no chuveiro como tenho feito nos últimos dias, depois que
entrei no seu jogo e comecei a detalhar tudo o que farei quando tiver
quero passar mais tempo com ela, e não preciso do meu irmão
dizer.
mudar de assunto.
Mesmo sendo tudo que não preciso para a minha vida, mesmo
ÂNGELA
pernas.
corpo. Dos olhos, ele deixa transparecer uma intensidade, que nem
Tudo de você.
escorrem por meus olhos. Não sei se foi pelo fungar baixinho, mas
Bruno percebe e seca com carinho o meu rosto.
— Paguei esse quarto para ficar com você, seja do jeito que
for. Além disso, tem a noite inteira para fazer o seu tão sonhado
deixaram à vontade para desabar nos seus braços. Fiz porque sinto
sem questionar, ele faz como pedi — Conte seis passos para frente
e descubra quão ousada o seu caso é.
colocar entre elas. — Também foi muito ousada em nos trazer para
a mesa que daqui a pouco será colocada a nossa janta — assevera.
prometeu — digo.
lábio, o que sinto passa longe da dor. A minha dor é pela ausência
me beijar. Não sei como explicar, mas dessa vez foi diferente das
outras.
ações com você. Agora que aceitei que não tem como fugir de nós,
mesmo.
— Perdão.
perfeição que uma mulher pode chegar. Se um dia puder ver o seu
memória.
Que gostoso!
sapatos de saltos.
BRUNO
Se for sonho, não quero acordar nunca mais, pois nos meus
braços, sob o meu corpo, e ao alcance das minhas mãos, está
prestes a fazermos amor. Sim, amor, porque ela é mais do que uma
noite de sexo para mim, desperta sentimentos de afeto e proteção.
acreditar que, apesar de tudo, tenho uma razão para sorrir, para
esperar com entusiasmo pelo novo dia.
frase vindo dela, assim como não é a primeira vez que sinto um
prazer inexplicável em ouvir.
— Vou fazer mais do que beijar. Durante toda a noite, você vai
foder com essa garota e, pelo ritmo da sua respiração, ela quer o
mesmo.
trazendo-me para mais perto do seu corpo deitado sobre uma mesa,
e completamente entregue.
transou ainda.
— Ângela, não quero que mencione outras experiências
país. A mulher que me faz querer gritar para todos dizendo que é
minha.
torna música para os meus ouvidos. — Para mim será uma primeira
experiência. A primeira vez que quis tanto ser de alguém, como
queria ser sua. — As palavras dispensam preliminares, e o meu
tem nada, e acreditar que, como disse o Erick algumas vezes, você
é o próprio demônio de vestido.
— Demônio por quê? — indaga, sem que o tom de voz
denuncie irritação.
com discrição, fingindo que não via a nossa transa a seco no banco
de trás.
sentir a maciez.
dentro dela, comendo-a como implora para que eu faça. Do jeito que
quero fazer.
— Melhor assim? — indago, ela geme em resposta. — Você
quer gozar, minha linda?
— Vou fazer tudo, baby. Chegará uma hora que você não vai
implorando por mais doses de prazer. O meu maior prazer vai ser
me derramar dentro de você. O meu pequeno anjo, corrompido pela
devassidão e luxúria.
dos meus braços. — Ângela vem, fique de frente para mim, uma
bocetinha gulosa.
meu eixo. — Não precisa se segurar, sei que é isso que quer fazer.
— Eu não queria...
— Só eu e você — repete.
sou seu.
me engolindo — Bruno...
tão cômoda da primeira vez, grudamos nossas bocas num beijo que
faz os movimentos que meu pau ainda não está fazendo dentro da
boceta. Rolo nossas línguas em movimentos indecentes de sucção,
superior. — Vamos, quero que você se mova, senta no meu pau até
cansar, até que caia suada, ofegante e satisfeita — digo ao estapear
a parte externa da sua coxa. — Aqui estamos nós, Ângela
deliciosamente apertada.
Sob o som dos seus gemidos cada vez mais altos, permaneço
propriamente um chamado.
Algo mudou, coisas que não posso definir, mas que trazem a
certeza de que não posso deixá-la ir ainda. Sei que não vai ficar
mulher.
Como não associar tal divindade a ela que só trouxe luz para a
minha vida?
CAPÍTULO 18
ÂNGELA
olhos dos meus pais. Além de ter sido pega aos beijos, fugi antes do
quarto de hotel, ao lado do homem que me provou que tudo que vivi
antes foram experiências pálidas e sem importância perto do prazer
como me tratou nas duas vezes que transamos, mostrou que não
estava errada em desejar tanto esse momento.
como tratar uma mulher. Foi a relação sexual mais quente e intensa
que experimentei.
sua condição.
de tempo.
quarto.
parte, sinto que as horas estão passando mais rápido e com ela a
sensação de que, ao sair do quarto pela manhã, nunca mais o verei.
Nunca mais ver seus olhos azuis. Nunca mais ouvir o som da
Nunca mais.
Nunca mais...
lembrar dela.
— Vou ficar com você pelo tempo que me quiser ao seu lado.
repentina.
abrir.
— Obrigada por isso — agradeço, o soluço e a pequena crise
são substituídos por um arrepio de prazer quando a mão forte
começa a brincar com o mamilo enrijecido. — Eu adoro as suas
que eu me sinto.
afirma e, como quem não quer nada, a mão desce pela minha
barriga até alcançar o início do meu sexo.
— É dia de quê, baby? — provoco com o apelido que ele
passou a usar.
lentos de entrar e sair. — Pensei que fosse isso que você queria.
Na hora que ele fala, meu corpo enrijece pela surpresa, a boa
difícil?
língua fez no local magoado. É assim que Bruno faz, uma mistura
de força com leveza, de dor com prazer, tudo na medida certa, tudo
Quando faz isso, o gozo vem forte, junto com o grito de satisfação.
peito. Bruno morde com mais força o meu lábio, e a dor ajuda a
Levo a mão para trás e agarro a ereção que durante todo esse
membro ereto.
seus olhos. Depois desço para a sua boca, ele tenta iniciar um dos
imagino quanto peso levanta para manter o abdômen tão firme, sem
saber.
— Digo o mesmo.
— No momento, não consigo lembrar dos motivos para não
termos feito isso antes. — Surpreendo-me com suas palavras.
estar aqui, nos braços do homem por quem sou apaixonada há mais
tempo do que sou capaz de calcular.
CAPÍTULO 19
BRUNO
de você.
falo. Não quero estragar o seu dia com a minha baixa autoestima.
a minha namorada.
Agora, me beije e entre. Não quero que fique doente por causa do
frio.
meu rosto e sai. O ritmo acelerado evidencia que está correndo, não
andando.
esperando.
ÂNGELA
Sei que os meus pais vão me criticar. Para eles, nada do que
faço está certo. Fui a criança problemática, que as pessoas
uma vida difícil há mais tempo do que uma pessoa mais frágil
poderia suportar. Ainda assim, ele se mantém passivo. Não move
importante.
usado para me atingir. — Não agora que Ângela está tão bem.
próprios atos.
— Você sabe que isso não é verdade, minha filha. Você não é
uma mulher normal. Se realmente gosta desse homem, deveria ter
Mara, deixe a sua filha em paz, você sabe que não gosto quando
tocam nesse assunto. E você, Ângela, pense bem no que está
mais velho, tem influências, eu sei, mas isso não muda o fato de ele
ser cego.
ele pensar bem no que está fazendo, porque o Bruno não parece
fazer.
mente.
varanda.
um passado distante.
enfeitado com diversos balões nas cores rosa e azul. Meu vestido
está todo sujo de terra, porque corro de um lado para o outro sem
para o outro.
descobrir.
maldito lago.
meu irmão. Eu avisei para ele não entrar, mas Caio pensou que não
não ir?
— Melhor agora que estou falando com você — digo, e ele não
— Pode falar.
— Isso é ruim?
BRUNO
outro.
minha diabinha.
ter você só para mim — queixa-se. — Então, não sou tão irresistível
assim.
— Você não tem ideia do esforço que fiz para não sucumbir à
atração que sempre senti por você. Tive que me segurar para não te
meu peito e beijo seus dedos. — Saiba que não foi fácil te rejeitar.
completo. Obrigado.
condenados.
saímos do carro.
claro que a escolha é minha. Como não tenho motivos para agir de
outra forma, entrelaço os nossos dedos e, com tranquilidade, nos
explicações.
amistoso.
isso direitinho. Você tinha me dito que o Bruno não fazia o seu tipo,
que não o suportava. — Agora sou eu quem a fuzilo com o olhar,
dos braços da esposa. Como ela, ele olha para as nossas mãos
entrelaçadas com curiosidade, mas não tão surpreso quanto o resto
das pessoas que aqui estão.
devo confessar que os ver assim me deixa surpreso. Não foi você
que afirmou que não ficaria com ela, mesmo depois de tê-los
pegado se comendo em cima do meu sofá?
marido.
É óbvio que ela vai querer saber dos detalhes de como Bruno
e eu chegamos a um entendimento, mas sua curiosidade não é
sem ter os olhos da Lua em cima da gente. Ela não para de olhar.
esquerdo do jardim.
você.
dificuldade.
com ciúme.
— Deus me livre de fazer isso e ter problemas com certa
tranquilamente nos meus braços. — Não que tenha motivos para ter
lado.
CAPÍTULO 21
BRUNO
Em pouco tempo, Ângela tem feito por mim o que ninguém fez
nos últimos anos. Ela me faz querer ser melhor para que nunca
o silêncio.
lugar que foi o meu lar por um curto período de tempo, onde fiz
cada passo que damos até a porta, sinto-me mais preparado para
enfrentar as lembranças do passado, ou o mais preparado possível.
Ao entregar as chaves, também entrego a minha confiança. A
confirmação de sentimentos que só agora me permito nomear.
minha cabeça.
entregar à autopiedade.
— Eu não entendo...
— Não quero ser assim. Quero ser o melhor por você, Ângela
— afirmo, trazendo seu corpo para frente, abraçando-a com todas
meu rosto, para depois beijar cada lado da minha face. — Não só
por mim. Faça por nós, sobretudo, por você.
— Não sei o que fiz para merecer uma namorada como você.
— A voz está embargada, e os sentimentos explodindo dentro do
meu peito. — Seja o que for, farei o que estiver ao meu alcance para
assunto.
— Imagino que seja difícil para você voltar até aqui. — Quando
volta a falar, minha chatinha também volta para o meu lado, mas é
só para pegar na minha mão e me levar para o sofá, que deve ter
descoberto. — Só me diga o porquê de ter vindo se te causa tanto
merece o melhor.
falo. — No fundo, sei que era isso que eu precisava. Tinha que
voltar a esse lugar para enfrentar mais um fantasma escondido no
armário.
pequeno inconveniente.
— Não seja por isso, agora mesmo vou resolver esse pequeno
inconveniente — fala e some dos meus braços.
— Ângela você não vai...
bagunça — afirma.
beija.
confesso, lânguido.
sair daqui tão cedo. É tão bom te ter em cima de mim, entre os
meus braços. Só sinto falta... — interrompo quando me dou conta
mente.
perder.
acidente.
ÂNGELA
futuro brilhante.
Meu corpo treme pelas ideias tristes que passam pela minha
— Preciso que você fale, pois o que passa pela minha cabeça
demais, exigindo saber de algo que ele não está preparado para
falar.
— Está tudo bem, meu amor. Não precisa falar agora se não
da noiva.
dizer.
— A sua família...
passa, em outras sinto raiva por ter feito isso consigo mesmo.
— Não vai, você só precisa querer mais do que tudo, lutar com
todas as forças do seu ser. — Dou forças, e só depois me lembro de
aproveito para beijar por cima dos seus olhos, imaginando a alegria
esperanças, porque sei que ele tem a chance de voltar a ser o que
era antes, que vai superar seus traumas, vai sorrir mais e me fazer
ainda mais feliz.
mesmo que ele ainda não consiga perceber com clareza. Mesmo se
um dia eu não estiver mais do seu lado, sendo aconchegada pelo
Frustrado por não poder dar rosto à sua voz, ao toque que tanto me
BRUNO
O que sinto por essa garota deixou de ser uma intensa atração
física há muito tempo, o desejo carnal vai além de tudo que já senti
meu lado.
Também não menti quando disse que por ela faço o que for
preciso para voltar a enxergar, para desfazer a maldita cegueira,
com você se tornou a melhor parte dos meus dias, e quando não
minhas declarações.
barriga plana.
amo, e aposto que há muito mais tempo do que você a mim. — Com
o seu jeito direto de ser, Ângela declara como se estivesse falando a
receita de um bolo.
quente e viciante.
não perca seu tempo pensando nas bobagens que falo às vezes. De
qualquer forma, fica o aviso de que nada e ninguém irá me afastar
de você.
— E por que alguém iria querer nos separar? — questiono,
não conseguindo deixar passar despercebidas as suas falas. Sinto
que tem alguma coisa errada acontecendo.
quem era a tal gostosa, há mais de dois anos, depois que tive a
chance de tê-la entre os meus braços, os elogios desrespeitosos
passaram a me incomodar. Da maneira mais irracional possível, a
simples menção do seu nome me fazia reagir. Como poderia
esquecê-la, se estava em todos os lugares?
ela está pronta? — Levo a mão até seu sexo, testando se está
preparada para me receber.
— Você é muito safada, meu anjo, que de anjo não tem nada
— digo, lambendo seu lábio inferior, substituindo os dedos pelo meu
pau.
tido a ideia, pois apesar de tudo o que foi falado antes, nada é
Nada se compara ao que sinto por estar aqui com você — afirmo,
penetrando mais uma vez com força. — Satisfação maior eu só terei
por tudo.
— Sou sua.
ÂNGELA
Um sonho bom.
— Então?
mais do que eu, não disse que não dá conta do recado. É mais fácil
Fomos tão felizes nos últimos dias que tenho medo do dia que
namorado olha no fundo dos meus olhos, como se ainda fosse difícil
para que esse dia chegasse. Agora que aconteceu, parece mais um
amarelo. Todos os dias Bruno fala sobre o quanto sou linda. Eu,
pelo visto, não sei mais lidar com elogios, principalmente vindo dele,
por que está aqui. Hoje é domingo e, pelo que me lembro, não tenho
nenhum compromisso como integrante da família Albuquerque.
que gostaria, sou obrigada a fingir que sou a socialite fútil e perfeita,
a herdeira que nem mesmo um curso superior pôde fazer.
— Será que não percebe que estou feliz? — Tento fazer com
fizeram tantas outras vezes, mas agora só preciso viver em paz com
longe lembra o lugar que o deixou tão frágil, que trazia recordações
dos traumas herdados que, aos poucos, com a ajuda que está
recebendo conseguirá superar.
***
mais fácil. Aqui, nos braços dele, sou apenas a Ângela. Não a
Albuquerque, somente a mulher que, nos braços de um homem tão,
BRUNO
para mim.
beijos de boca aberta. — Acho que terei que me esforçar mais nas
próximas vezes.
de tamanha grandeza.
pedia que metesse mais rápido, ou quando pedia para estapear sua
bundinha com mais força. Cadê a garota safada?
Pelo meu pequeno anjo, sinto um amor, uma ternura que traz
chegará perto dela. Não da minha Ângela, que não merece sofrer.
que não. — Quando fala, tem a mesma urgência das outras vezes.
mesmo sabendo que o que disse tem muito mais que o simples
ciúme. — Porque você, perfeita como é, não teria motivos para
sentir ciúme de um homem que nem ao menos pode reverenciar a
sua beleza.
— Bruno.
homem completo, como gosta de dizer, pois para mim sempre foi o
Bruno, o homem que chamou a minha atenção pela presença
quando começo o vai e vem lento, onde o sexo é muito mais fazer
amor do que foder. O lugar não produz outro barulho que não seja o
A minha mulher.
— Me fode, Bruno — o pedido agoniado é acompanhado por
prazer sexual.
de onde parei.
— Quando você for um bom menino, fizer o que tem que ser
feito e puder ver o que está fazendo — fala aos tropeções. — Já
— Não?
ÂNGELA
— Você não pode estar falando sério, não vou subir nessa
coisa, de forma nenhuma — reclama ao tocar no assento e no aço
da minha bebê.
em cima de uma moto te enchesse de tesão, não foi isso que disse?
— relembro, enquanto tento persuadi-lo a fazer o que eu quero.
meu corpo para bem próximo do seu. — Mas eu estava falando com
a gostosa com quem queria transar. — Enquanto fala, as mãos vão
coisas da qual sou carente. — Mas você não tem que se prender
completa.
— Meu Deus, Bruno. — Não contendo o riso, dou um soquinho
no seu braço e emendo: — Você só pensa em sacanagem.
imaginar: comprei a moto, tirei a habilitação, tudo sem que dos dois
carinho.
Lutarei pelo Bruno até que não haja mais forças dentro de mim.
menina.
conseguir respirar.
Não que isso seja uma reclamação, pois tirando a parte do não
novamente me envolvendo.
gostosão.
pernas.
— Obrigado por ter me trazido aqui, pela volta de moto. Foi tão
meu otimismo todos os dias, fazer com que acredite que vai dar
tudo certo.
— Pensamentos bons?
Bruno.
nossa frente, está parada uma mulher mais velha com cabelos
mesmo.
ÂNGELA
esse.
pensamentos.
falsa simpatia. Se não quisesse incomodar não teria vindo até nós.
— Ruth, por favor — pede mais uma vez. Não está mais
peço para que ele não jogue fora todo o progresso das últimas
afetado de uma forma como nunca vi. Para mim está óbvio que a
notícia mexeu com ele. Mais do que deveria, e muito mais do que
juntos até hoje. Talvez casados e com dois filhos. Eu não seria a sua
namorada e nós não estaríamos aqui.
Talvez... Talvez...
está agora?
informações.
Não seja paranoica, Ângela. Não vá por aí. Você está bem, ele
coração apertado por estar fazendo isso com ele. Pela primeira vez,
uso a cegueira para evitar o seu toque. — Prometeu que iria dormir
comigo hoje — fala e, apesar de confuso, sua voz não esconde
aplicativo chegar.
sobre o assento.
— Perdão, não devia ter falado assim com você. — Desta vez,
carro chamado por ele bate bem nos nossos rostos, impedindo-me
próprios sentimentos.
— Não hoje, não aqui. — Sou firme, ainda que tenha vontade
parte de trás dos cabelos da minha nuca, ele retoma o beijo. Como
ele exigiu, enrolo as nossas línguas numa dança frenética e
sensual, no processo chupo a sua por incontáveis vezes para dentro
aos pés. Após limpar com o dedo a umidade dos meus lábios, ele
sai do carro.
visto.
pensamentos e, dessa vez, não tenho para quem ligar. Não para a
minha amiga, que agora tem a sua própria família, mas que antes
BRUNO
de tempo e espaço.
lado.
mim mesmo.
Então, por que sinto que tudo está fora do lugar? Sinto que
que sinto por ela é a única certeza que tenho na minha vida. Ela é a
que me tirou totalmente dos eixos. Não pelos motivos que a minha
da sua contrariedade.
cegos.
causar um mal-estar.
coma, recebi a ligação da minha noiva que, por telefone, colocou fim
a um relacionamento de anos. Ela disse que não estava preparada
mulher que pensei ter amado. Hoje entendo que não sabia nada
sobre o amor,
— O que foi que você fez, cara? Uma menina tão linda e gente
boa feito ela. — Felipe, assim como Ana, gosta muito da Ângela.
— Pois, é.
perdê-la.
confesso. — Você tem ideia quão fundo eu caí por essa menina, do
quão fodido estou?
Por que não atendeu? Será que está tão brava assim?
— Mau sinal, meu caro. — Ele se aproxima e dá tapinhas
—Tão tarde?
pergunto o que devo dizer para consertar a grande bagunça que fiz
ao ter a deixado com uma impressão completamente equivocada de
***
coisa da menina.
— Posso entrar?
cego.
ouviu e respondeu.
conversar.
BRUNO
teimoso demais, e não obedeceu quando pedi que fosse para casa.
Disse que daria um jeito de chegar em casa, assim que me
— Felipe Pires, pela primeira vez estou satisfeito por não ter
feito o que te pedi — digo.
— Fico feliz de poder te agradar, meu irmão. — O tom
sabe o quanto preciso que seja fácil. — Me fala, sem olhar por mais
casa.
Apesar de a decisão ter sido tomada com rapidez, o mesmo
não posso dizer sobre o tempo gasto até me decidir como tirá-la tão
Fico contente, porque não foi nada fácil andar em círculo pelo
as escadas.
que estava saindo comigo. Ela parece não ter notado o estado da
garota, já que não fez nenhum comentário.
calmante.
que eu tenha ido viver com ele, sempre foi essencial que me
sentisse em casa.
***
Fico horas velando o seu sono tranquilo, aliviado por tê-la nos
meus braços. Com Ângela aqui, poderemos conversar para
ÂNGELA
de ter tomado um suco que Lourdes levou. — Por que estou na sua
cama? — A pergunta demora uma vida para ser finalizada,
considerando que estou mais preocupada em puxar os cabelos
— Você ainda está falando? Acho que não estou fazendo isso
um dedo e depois mais outro. — Eu quero que você goze para mim,
meu amor. Agora — pede. Muito sensível aos seus toques e
próprio gosto.
uma firmeza que trouxe à tona o desejo de acreditar que será fácil.
A minha mente retoma tudo o que aconteceu ontem à noite.
usado por mim, assim como repudia a mão que estava tocando seu
cabecinha dura.
— É uma ameaça?
ÂNGELA
— Você não pode ficar o tempo todo agindo por impulso. Nem
essa conversa.
— Se me pressionar mais um pouco contra o colchão, logo
difícil de ignorar?
carrancudo.
você faz isso comigo. Portanto, não me provoque até que eu saiba
— Você deseja o meu corpo — falo como posso, uma vez que
depende de sentimentos.
— Não, querida, você não tem culpa de ter se sentido mal com
e tudo que queria era estar com você para esclarecer tudo.
— Tive tanto medo — confesso. — Não posso ficar sem você.
Nunca.
que sou uma doente que não tem controle sobre as próprias
emoções.
— Eu também não lidaria se a situação fosse invertida —
avisa. Na sua boca tem um sorriso triste. — Quão
ferrados nós somos, meu amor?
Ele não pode saber que namora uma pessoa que esteve
tomadas. Ele não pode saber que o meu desgaste psicológico vem
trouxe como consequência tanto para mim quanto para eles a minha
da minha idade deve ser, mas sempre me policiando para ser a filha
depressão.
salvar a vida dele. Ele nunca mais foi o mesmo homem e até hoje
tem a saúde frágil. Para mim ficou a culpa pela tragédia que se
abateu sobre a minha família e a certeza de que jamais serei
começado como um desafio para mim, aos poucos ele foi tomando
espaço na minha mente e coração. Hoje, tudo o que quero é me
chorando?
mereço isso.
sem questionar.
muito para me revelar por inteira para ele, assim como fez comigo.
Antes preciso me convencer de que não sairá correndo quando os
— Nosso?
— Nosso — repete para o meu total deleite. — Meu e seu, o
nosso refúgio onde poderei tê-la nos meus braços, onde o seu
apartamento. Vou te comer até que não sinta mais as pernas, até
que sua boceta esteja ardida o suficiente para que nunca mais
duvide do meu amor por você. Colocará na sua cabeça que sou só
sua oferta. — Levo a minha mão até a sua ereção e, pelo visto, nem
toda a conversa conseguiu acalmá-lo. — Não posso sair assim,
amor.
faz gargalhar.
— Do lado da minha mulher nua, não — declara. — Você tem
BRUNO
toques nada sutis, brincando com o fogo porque sabe que eu não
aliviado na casa do meu irmão. Porra! Mas o que são bocas e mãos
quando se deseja o banquete completo? E dela, eu não almejo
em uma senhora.
tão tímida, não pensa que é a mesma garota que até pouco tempo
acontecia.
meu toque na sua cintura, quer dizer, não tão platônico assim, já
fricção. — Quer o meu pau? Te garanto que estou louco para meter
até o fim dentro da sua bocetinha, mas antes quero que implore com
a mesma falta de pudor que teve minutos atrás dentro do carro.
— Precisa?
que não existe ninguém além de você. Tudo que eu tenho é seu.
passa para o jeans e desce a calça com cueca e tudo até tê-la
enrolada nos meus pés.
consome desde a hora que despertei com ela nos braços, chuto os
sapatos e a calça. Tomo-a novamente nos meus braços, lugar onde,
te foder em pé, sentindo-a tão fundo, até que não exista nenhuma
parte minha que não esteja em você. É o que você deseja, amor?
aqui estamos. E agora, o que vai fazer, meu homem que tem olhos
cintura e, sem perder o ritmo das fortes arremetidas, levo a boca até
os seus seios, mamando-os de forma alternada e recebendo dela
choramingo de satisfação.
ainda.
entende.
— Fui muito duro com você? Não minta para mim, amor —
indago.
acariciá-la.
— Responsabilidade sua.
ÂNGELA
uma das muitas mesas que lotam o enorme campo de golfe, local
escolhido pela diretoria dos Empresários do Estado de São Paulo
para a tradicional cerimônia de entrega dos prémios para os
comitê de organização.
a loucura.
— É um elogio, querida. Como pode estar tão linda e em ótima
forma pouco tempo depois de ter dado à luz? — elogio, reparando
rosto. Ela está tão feliz ao lado do homem que sempre amou.
dividi-la com ele, invejei o amor deles, a conexão que pode ser
— Amiga, eu sei que ele tem alguma coisa com você. De tudo
frente e deixamos para trás o que não merecia ser lembrado. Foi
assim até a volta dele. — Por favor, tenha cuidado, Ângela. Nós
mim — afirmo, tentando acalmá-la. — Meu primo não faria nada que
pudesse mudar a opinião que os meus pais têm sobre ele.
— E o Erick? — pergunto.
Não sei o que ele faria se estivesse frente a frente com o seu primo,
mas imagino que agir como advogado seria o último dos seus
pensamentos. — Marina tem razão, Mateus foi o motivo de ele ter
ficado a ponto de perdê-la.
— Está certo. Vamos deixar tudo como está. Não acho que ele
vá se aproximar de vocês novamente, Mateus tem muito a perder —
Eles são como ímãs que se atraem, simplesmente não podem estar
lado a lado sem estarem se tocando de alguma forma. — Não se
— Eu sei que está, você é uma tia babona — acusa aos risos,
mas não mentiu.
ele.
no seu abdômen. Pelo seu sorriso, o gesto não fez nem cócegas. —
Olhe só quem fala de demonstrações de carinho em público. — Ela
Bruno não vem? Não seria hoje que receberia pela milésima vez o
não mais contrariada por ter vindo sem ele. — Eu não pude fugir de
sobre os meus ombros. Quando o vejo, sinto que não poderia ficar
sua voz parece distante. — Você quer ficar a sós com os seus
pensamentos, chatinha?
Felipe deve ter sido uma das razões de ele ter se mantido firme
quando tinha tudo para fraquejar.
— Pensei que tivesse desistido de comparecer, meu amor —
Agora me fale, como está vestida? Imagino que seja a mais bela
sou calada pelos lábios que me beijam com ternura. — Amo você.
Hoje será o dia em que todos saberão que a bela herdeira está
entrega de prêmios.
— Se eu ganhar.
ÂNGELA
para minha alma. Como um peso ficando mais leve sobre os meus
ombros.
repetem como foi com o papai. O meu coração ainda está pulando
de alegria e orgulho.
nome dela.
Carolina Guimarães...
Carolina Guimarães...
Ela está aqui. Ela vai entregar o prêmio do meu Bruno. Vai
Ela sabe disso, sei que sabe. Marina pode não conhecer toda
reação exagerada para qualquer outra pessoa, mas não para mim.
— Ouvi o burburinho há poucos minutos. Só queria saber de quem
foi a ideia de escolher logo ela para entregar o prêmio para o Bruno.
É até irônico, se pararmos para pensar.
— Sim. Logo a mulher que não fez nada que não fosse colocar
angustiada, vendo o meu final feliz ficando cada dia mais distante.
Ele te ama, e qualquer um pode notar. Sei que vai saber contornar
essa situação sem deixar-se atingir por quem quer que tenha
olha com aberta admiração, talvez surpresa por ver que não
conseguiu acabar com ele. Ao contrário do que deixou, Bruno se
reergueu.
O cerimonialista fala mais algumas palavras que não prendem
a minha atenção o suficiente para saber do que se trata. Quando a
loira pega a estatueta e entrega nas mãos do Bruno, ela faz questão
pela escolha, dizer que é uma honra ser reconhecido pelo exercício
de um trabalho que faço com total dedicação. — Enquanto fala,
todos prestam atenção. Bruno exerce certo fascínio com o seu dom
com as palavras.
parece tão satisfeita agora. — Seja feliz, minha amiga. — Ela beija o
meu rosto e se dirige para a cadeira vazia ao lado do esposo.
serem decifradas.
aproximo.
namorado me reivindica.
declara.
demais para uma única noite, tudo o que espero é voltar para o meu
mundinho com meu namorado.
simplesmente não pude passar por aquilo sem você. Não sem a
inseguranças que existem, mas que luto todos os dias para vencê-
las.
CAPÍTULO 34
BRUNO
contrária.
depois de ter dito que esperaria até que estivesse pronta para se
abrir. Espero que esse dia não demore a chegar, pois não me
perdoarei se algo acontecer antes que tenha ao menos a chance de
ajudar.
demais para ser real, porém, logo me lembro do tal primo, o mesmo
para ir até a sua casa. Não que isso seja um desejo meu, mas é no
Para mim foi um choque ouvir esse nome, estar ao seu lado e
sentir o toque depois de tantos anos. Por um momento, minha
cabeça ficou confusa e não soube como agir. Tudo clareou quando
podemos fugir?
bem.
— Não precisa me tratar com frieza, Bruno. Sei que ainda está
magoado comigo...
um sentimento que ficou para trás, quando decidi que merecia mais
uma chance de tentar recomeçar.
consegui te esquecer.
olhar para trás. Agora descubro que tentou falar comigo, mas foi
divergências.
trabalho.
Ela tem razão, eles não deviam ter agido pelas minhas costas,
ações anteriores, que mostraram que o amor não era tão forte
peço. — Além disso, quem garante que estaríamos juntos até hoje
vai caber dentro do peito. Estou feliz, e espero que você possa ser
ÂNGELA
lembrar.
grande.
pedi para que me olhasse nos olhos. Depois você saiu muito irritado
destinados a acontecer?
— Não tinha pensado assim, mas tem razão. Sabia que um dia
você seria meu, afinal, quem resiste a Ângela Albuquerque?
— Pois é, quem resiste a você? Eu não resisto. — Ele me beija
colada na sua.
você.
— Você sabe que não seria uma boa ideia. Eu não estava no
outras versões.
sua boca começa a subir beijos pelo meu ombro, carinhos sensuais
que me deixam ensandecida.
pescoço.
e, aos poucos, puxar o tecido do meu vestido longo para cima. Ele
tem um bocado de pano enrolado em uma mão, enquanto a outra
risco de nos verem aqui. — Protesto com dificuldade, assim que ele
dá uma trégua no beijo faminto. — Já imaginou o escândalo?
necessidade de afeto.
nossas famílias.
***
mas tenho curiosidade. Quero saber o que a mulher tanto tinha para
falar com ele, depois de ter feito a sua escolha anos atrás.
afirma. — Só precisa saber que ela está ciente de que não existe
outra além de você para mim, que é a mulher da minha vida.
ÂNGELA
ter medo, não vou te machucar. — Ele leva uma das mãos para a
minha boca, agora me prendendo com uma só. Neste momento,
escuridão.
Não. Ele jamais deu sinais de que nutria sentimentos que não
e de todos os empregados.
Ao ver todos à minha frente, não tenho outra atitude que não
seja me jogar nos braços do meu pai e chorar.
Tarcísio Albuquerque
— Fale com seu pai, meu amor. O que aconteceu aqui dentro.
— Com cuidado, aliso o seu braço tentando trazê-la à realidade, e
hoje não sabemos como lidar com a nossa filha. Tentamos, ainda
que de forma falha, protegê-la do mundo e de si mesma.
— Eu não fiz nada, o senhor não está percebendo que ela está
minha filha. — Nego-me a, mais uma vez, passar pela dor de ver a
minha filha saindo das minhas vistas, sabendo que não é porque
sozinha.
Quando retorna para casa, ela ainda parece uma menina triste
e sem ânimo, mas sei que ela não é assim, que em algum lugar, e
advogado, por isso sei que algo muito sério aconteceu aqui.
coisas nojentas.
Façam alguma coisa, ele vai matá-lo. — Depois do seu pedido sou
ouvir:
vezes, ela caminha para o canto do quarto, falando coisas que não
namorado de quem tanto gosta. O homem mais velho que a faz feliz
você vai amar... — As últimas frases vão morrendo, seu corpo para
de se movimentar e sou rápido o suficiente para ampará-la quando
desfalece.
ÂNGELA
por ela.
— Ele não está mais aqui, e não sairá impune, meu amor —
afirma, mas não é capaz de olhar para o meu rosto. Suponho que
aconteceu. Foi ela quem motivou a vinda dele para dentro de casa,
foi ela quem fez vista grossa aos defeitos do sobrinho, mesmo
depois de ele ter parte da culpa por tudo de ruim que aconteceu na
vida da Marina. — Não vamos falar sobre isso agora. Só tome o seu
café, por favor.
fingi ser o que não era, fiz para agradá-lo, pois o pouco de afeto que
tive devo a ele, que sempre esteve presente nos momentos em que
mais precisei. São para os seus braços que corro quando preciso de
abrigo.
— Bom dia, meu amor. — Antes que minha mãe tenha tempo
— Eu sei.
— É, mas...
Sei o que precisa ser feito. Agora que tenho muito a perder, a
que não posso continuar assim. Preciso estar inteira por mim, por
ele, e por nós dois. Sonho com o futuro, com uma família e poder
quando a última palavra é escrita, rezo para que não seja tarde
não é nada mais do que um SPA. Para os podres de ricos, que tem
na família um membro com problemas, aqui também é uma clínica
Sei que não será como das outras vezes. Tenho convicção de
que cada segundo longe do meu namorado será como uma
pequena morte, mas anseio pelo dia em que ele virá até aqui, então
— Vou ficar, mamãe. É para isso que estou aqui — digo, mais
para mim mesma do que para ela.
abraça, mas não sai sem antes assegurar: — Tem certeza de que
está bem instalada? — Seus olhos viajam pelo pequeno chalé, o
preocupar.
celular, tenho que tentar falar com o Bruno. O seu silêncio está me
saem. Quando fico sozinha, decido dar uma volta pela grama da
natureza.
Dia 15...
Eu não podia ter feito isso com você, meu amor. Não podia!
CAPÍTULO 38
BRUNO
não estou sendo justo, pois todos eles também estão tensos pela
situação. A diferença é que tentam esconder as fraquezas, fazem de
tudo para passar a força de que preciso no momento. — A Ângela,
por que não está aqui? Ela disse que viria cedo.
esperado.
ansiedade.
longe um do outro.
seja algo com a sua saúde emocional. Ela tem algumas oscilações
sei que nada será capaz de mudar o que sinto. Ângela nasceu para
ser minha, e depois de hoje mostrarei que pode confiar em mim
meu ombro. — Ela estará lá, sei que nada a impediria de ficar com
você hoje. Deve ter acontecido algum imprevisto.
**
continuo nervoso.
parece muito estranho, fala. Não preciso dos meus dois olhos para
perceber. — Não depois de tudo. Faça por si mesmo, pelos nossos
pais.
Seu pedido me irrita além do que posso segurar e, quando dou
por mim, estou despejando sobre ele toda a minha frustração,
angústia e tristeza.
uma vez — peço, pois só agora, parando para pensar com mais
calma, noto o óbvio:
de respostas.
agora, porra! — Aperto com mais força, mãos tentam nos apartar,
mas a minha força e raiva são grandes demais para que possam
deter-me.
Viajou....
Viajou...
Ela viajou...
deixam de me tocar.
— Bruno...
O meu anjo não fugiu, ela não faria isso comigo, afirmo para
mim mesmo.
assunto.
— A cirurgia?
Felipe.
— Sei que não, e não vai precisar. Ela também não deve
respirando.
CAPÍTULO 39
MARINA
chegar perto, noto que o meu bebê está dormindo novamente, o que
cidade.
pelo Bruno, sempre imaginei que fosse apenas uma atração física.
depois que o furacão Ângela passou por sua vida. Sem medo de
errar, sou capaz de jurar que não existe casal que combine tão bem
como eles parecem se encaixar. É olhar para eles e ver que foram
sério os casinhos que diz ter. Não sofrendo por uma história que há
que nós dois sabemos o saco que é ter esse título e a atenção da
amor de verdade.
Você sabe que eu gosto muito da chatinha, mas não vou negar que
a achei estranha logo que nos conhecemos.
juntas.
A vida toda foi assim, nós duas sempre juntas aqui em casa,
nunca na dela. Havia dias que ela era uma adolescente muito alegre
e cheia de vida, outros em que se retraía e quase não falava. O fato
— Quem trouxe?
rosto do seu peito e, ao segurá-lo para que o olhe nos olhos, tenta
amor.
para ele.
Estou triste comigo mesma, porque não consigo entender como fui
tão cega, estou triste pelo Bruno, o homem que ela ama. Ele estava
em frente.
BRUNO
segundo plano.
— Que bom, Bruno. Você não perguntou, mas vou falar. Como
família e das demais pessoas que você ama será essencial nas
próximas duas semanas. O nosso sucesso depende de você, meu
jovem.
— Pelo seu sorriso, vejo que está apaixonado. — Ele não faz
orgulhosa de você.
desconhecido.
comenta.
meu irmão.
pessoa é ela.
irmão. — Ela está precisando de mim, sinto que está — digo quando
ele me ajuda a deitar na cama do quarto de visitas.
— Ela precisa de você, mano, mas tem que ficar bem para dar
o amor que Ângela merece. Não aja como se tivesse acontecido
bem?
Marina.
— Meu irmão, tente se acalmar primeiro. Você não está 100%
lúcido.
— Está bem, vou pedir para que eles entrem. Papai e mamãe
podem esperar mais um pouco.
Marina fala, evidenciando que seja qual for o problema com a minha
namorada, eles já sabem.
para você. Mas só vou fazer isso se prometer que não vai fazer
nada sem pensar, que vai agir com a razão, antes de tomar
qualquer atitude.
mesmo não tendo ideia do que seja, sinto que foi algo doloroso de
com Ângela.
minha mão no fogo por ela, que nunca levou nada tão a sério como
leva namoro de vocês — fala, e apesar do misto de sentimentos,
Ângela estava muito ansiosa pelo dia de hoje, e ela não deixaria de
vir se tivesse escolha. Só preciso saber o que aconteceu.
manejado.
— Pode começar.
CAPÍTULO 41
BRUNO
acredito que existe uma força muito maior, boa e misericordiosa que
escolinha, lembra?
Fomos colocadas sentadas lado a lado, depois de alguns
retorno da Carolina.
supor, e não sei se estou preparado para ouvir o que está por vir,
porque, de um jeito ou de outro, sei que depois de tudo o que tem
mesmas.
— Está tudo bem, pequena. Vem, vou ler para você. — Erick
Ele não acabou e não vai acabar nunca. Não serei uma
pessoa inteira novamente, e a decisão que acabo de tomar é mais
porra da venda dos meus olhos e correr para a minha mulher. Que
se dane a cirurgia, só queria chegar até ela e obrigá-la a falar
comigo, a revelar tudo o que erroneamente permiti que me
escondesse
Não pense que sempre foi assim, querida. Eu fui uma criança
feliz. Até os meus seis anos era uma garota feliz. Tinha o Caio, o
meu irmãozinho, ele era tudo o que nunca consegui ser: a criança
perfeita e bem comportada. Graças a mim e a minha desobediência,
ele se foi. Morreu aos seis anos. Tudo por minha culpa.
Ele levou com ele os meus pais e a menina que um dia fui.
Naquele dia não foi só ele quem morreu. A minha imprudência de
Não sou dona de mim mesma, minha irmã, não das minhas
não importa o nome que se dê, pois essa sou eu, a Ângela
amo muito você, minha irmã de alma, a você devo mais do que um
dia poderei retribuir.
para o meu amor. Em alguns dias (que agora a minha mente não é
difícil, tudo valeu a pena por ter amado e sido amada plenamente.
Eu amo você, meu amor, mais que a minha própria vida.
sorrisos.
terminar de ler.
foi um dia e pela mulher que se tornou. O meu pequeno anjo tem
O meu pobre amor não merece passar por tudo isso, não
esperar que ela passe por tudo e só volte para mim quando estiver
ÂNGELA
O dia tão esperado por nós dois, pelo qual viemos correndo atrás
por meses sem descanso. De um canto a outro, em conversas com
cirurgiões e consultas com psicólogos, nós estávamos preparados
— Vejo que está melhor hoje, está tranquila e até veio tomar
sol. — Luciana, a simpática terapeuta, senta-se ao meu lado na
cheguei aqui.
alegria que está longe de ser real, pelo contrário, depois do último
não tenhamos pelo menos nos falado por telefone, então, quem
pode me culpar por estar achando difícil passar tanto tempo longe
dele?
pergunta dela tem relação com a minha saúde mental, mas também
vamos fazer alguns exames e ver o que está causando tudo isso. —
Ela parece estranha ao me fitar com um misto de curiosidade e
preocupação.
preocupada. Não vou suportar se tiver que ficar aqui por mais tempo
do que imagino.
parei para fazer as contas, mas agora percebo que estou atrasada.
— Pelas minhas contas, era pra ter descido sete dias atrás —
revelo. Agora o meu coração está a ponto de sair pela boca pela
suspeita que começa a se formar na minha mente.
por um estresse muito grande, que pode ser a causa dos sintomas e
do atraso do seu período menstrual.
— Acredita que eu posso estar grávida? — Preciso que ela
fale, que diga que não estou tão louca como pareço.
frase.
a uma gestação.
Sei que não é verdade, posso ser toda errada, mas o meu
amor é real. Não suporto quando o meu relacionamento é pauta
para o tratamento, e até mesmo alvo de questionamentos. Nada é
mais real do que os meus sentimentos por Bruno e a alegria sentida
— Hoje está nas suas mãos — falo. Quando ela sai, deito-me
vivo uma ilusão, sei que ele está aqui. Uma sementinha bem
pequenina, que de alguma forma será a minha cura.
— Sei que está aí, meu amorzinho, preciso que cresça forte. A
— Quem é?
Pessoa?
ainda mais quando ela não serve para nada que não seja atrapalhar
iludindo.
Mesmo estando muito perturbada, sonhei com o dia em que ele viria
e me levaria para casa.
BRUNO
como base apenas as páginas de uma carta onde ela não diz muito,
apenas menciona por alto mais uma internação.
à minha volta foi encoberta pela saudade que ficou mais forte, pela
tristeza de não a ter aqui. Ela era a primeira pessoa que eu queria
dia.
percebi que não podia negar a paixão que nutria por uma garota
diferente dos nossos planos, pois ela será a minha primeira visão.
Somente quando estiver vendo o meu pequeno anjo sentirei que
ultimamente.
até ela.
seguranças.
não foi vista pela fazenda, o que nos fez supor que ela permaneceu
trancada no pequeno chalé que, aparentemente, tem sido o seu
refúgio. Esses foram os piores dias para mim, tive ganas de mandar
tudo para o inferno e ir até ela. Na minha mente passaram os piores
cenários possíveis e isso só mudou a partir da segunda semana,
quando Russo afirmou que, aos poucos, ela começou a sair para
fazer caminhada.
mais saudável a cada dia que passa, ainda que os olhos não
consigam esconder a tristeza.
que não eram as deles, mas, para a minha sorte, tenho ao meu lado
o chefe da segurança.
para o Russo.
— Acha que está na hora, que será bom para ela? — Sua
questão me faz parar e pensar, mas não existe outra resposta.
precisa de mim.
— Vá ser feliz, irmão. Ângela e você não merecem menos que
— Pode deixar.
— Carolina — cumprimento.
— Você está muito bem com esses óculos, ficou ainda mais
em mente.
passando por uma situação tão delicada? Pelo que tenho lido, a sua
namorada nem mesmo te visitou.
esse bando de urubus que o namoro vai muito bem. O caso, como
você prefere chamar, não está nem perto de chegar ao fim, aliás,
nunca vai chegar. O ex-cego e a pirralha Albuquerque ainda vão se
absurdo.
BRUNO
vezes, como aconteceu com eles, posso supor que ela esteja
precisando do carinho de quem a ama, não de isolamento.
melhor amiga, que sempre foi seu ponto de equilíbrio. Marina tem
estado muito chateada com a situação, sente saudades da Ângela.
sem ela.
namorada é o terceiro.
pede. — Ela deve estar com uma das médicas, vou avisar que tem
visitas.
bela mulher.
posso suportar ouvi-la se culpando por algo que estava fora do seu
controle, me viro. O impulso faz com que eu dê dois passos para
puderam alcançar.
abraçando com força, pelo menos com toda a força que tem no
momento.
seu rosto úmido. No processo, sigo beijando por cima dos seus
olhos, como tantas vezes fez comigo. — Me vejo com cabelos
desistido de mim, que não queria ficar ligado a uma pessoa que...
princesa. — Fazendo carinho no seu rosto, beijo mais uma vez seus
olhos, o canto da boca e, como mágica, vejo o momento em que
adoração.
— Eu te amo tanto, não teve um segundo nas últimas
carta foi o meu amor por você, porque eu te amo muito mais.
por fazer.
cobrir a minha boca. Ao fazer isso, ela olha de um lado para o outro,
bem.
ÂNGELA
Sentir o seu abraço protetor foi como voltar para casa depois
de vários dias perdida. O vazio da minha alma foi preenchido e, no
nada é tão ruim quanto estarmos afastados por tanto tempo, que
não saber qual foi a sua reação quando descobriu a verdade sobre
mim.
— Tenho tantas coisas para te falar que nem sei por onde
começar.
entre nós, ainda mais esse tipo de segredo — pede, ao passo que
pudesse.
muito, muito gostosa, meu amor. Quero adorar o seu corpo, todos
os recantos dele até que ele saiba que você me pertence. A sua
lindos. — Olha com fascínio para uma das suas partes preferidas do
meu corpo. Bruno é capaz de passar horas brincando com os meus
— Não faço ideia, deve ter a ver com o estresse das últimas
Eu até posso ter certeza de que estou grávida, mas até que
pescoço.
marcada. Eu não digo nada e deixo que faça como tem vontade,
pois entendo muito bem o que sentiu com a separação forçada.
porque desejo fazer o mesmo para que o mundo saiba que sou sua
mulher.
pelo meu corpo até ficar com o rosto na minha boceta, coberta pela
bumbum do colchão para que ele retire a única peça que restava.
sei que está com vontade só de ver o biquinho que está fazendo
agora.
Malditos hormônios!
Eu nunca fui tão sensível, mas hoje não fiz outra coisa além de
me desmanchar em lágrimas.
mim está sendo um prazer ser o alvo do seu deslumbre com cada
nova descoberta. — Mas é a minha garota safada e insaciável.
BRUNO
sei há quanto tempo estou assim, velando o seu sono. Ela é tão
pequena e delicada que aparenta ter menos idade do que na
verdade tem.
não é, ainda não sei, mas não descansarei até desvendar cada um
dos seus segredos. A única certeza que tenho é a de que ela ainda
não se revelou por completo. De tudo o que sofreu desde a infância,
perto da filha.
fazendo carinho na pele alva e macia do seu rosto. Ela está muito
crises, apenas para o nosso amor. Eu, você e a família que nós
Algo definitivo, mas que me deixaria mais seguro de que não seria
com que eu quase caia da cama pelo susto que tomo. Assustada,
potência.
**
Ângela volta com uma bandeja farta. Entre alimentarmos um
pescoço e ombro.
De tudo o que diz, fica muito claro que os pais dela são os principais
culpados das crises terem começado quando a garota ainda nem
quando uma lágrima escorre. — Fale para mim, o que fizeram com
você?
descansar até ver o infeliz atrás das grades, pagando por todos os
seus crimes.
— Possessivo.
minhas pernas, pego seus seios. Brinco com um, e quando levo o
gêmeo à boca, ela tem um leve sobressalto.
— Dói?
ÂNGELA
que vivi nas últimas vinte e quatro horas. Foram horas intensas,
onde pouco se falou e muito se sentiu. Bruno e eu estávamos mais
concentrados em permitir que os nossos corpos nos dessem a
suficiente. Deve ser pelo medo de que alguém entre aqui e me tire
dele.
— Nem pense nisso. Sem sexo para você até que a bocetinha
Para falar a verdade, nem sei como vou controlar o meu ciúme
Lembra-me, chateado.
soube que você era linda, meu anjo, fizeram-me saber disso muito
antes de nos conhecermos. Depois pude sentir que falavam a
cama. Ele está muito gostoso, vestido com a mesma roupa que
chegou ontem.
cheio de razão.
isso. Já basta que um de nós esteja fantasiando com algo que pode
nem ser real, apenas um desejo meu e, pela reação, dele também.
com a ideia.
— Desculpa.
mesma tive.
faria tão bem em um momento como esse do que ter um filho seu —
afirmo e, ao levar as mãos para o meu ventre com um sorriso no
agiganta para cima de mim e me puxa para cima das suas pernas.
Por um tempo, me abraça com ternura, com um carinho que não
se fazer no momento.
— Pode deixar, não vou fazer nada que possa ser prejudicial
drasticamente.
cresce aqui no seu ventre. Tudo o que mais quero é passar o dia
— Agora eu quero que você me beije, meu amor, faça isso até
Eu faço, sem que ele precise pedir outra vez. Por incontáveis
minutos, ficamos tão juntos quanto possível. O momento da
horas, também fica o medo pelo que está por vir. Sinto que o
momento das grandes escolhas se aproxima, e espero ter a
BRUNO
com o que a minha mente imaginou esses anos todos, está fazendo
o que costumava ser o meu papel até pouco tempo. Está me
aconselhando a não agir sem pensar, apesar de ser a minha
vontade. — Não torne essa situação ainda mais difícil do que está
sendo.
apenas para não admitir que ele está certo quanto aos Albuquerque.
Eu realmente não tenho a menor ideia de como irão me receber.
Mas sei que eles têm o controle de tudo o que diz respeito à
— Você tem razão, Erick, mas admitir isso não resolve nada.
Eu disse para a minha garota que amanhã irei visitá-la, e vou visitá-
la. Garanto que não será pela porta dos fundos.
que viveu por todo esse tempo, Ângela fez de tudo para tirar a
tempo sem ver ou falar com a chatinha tem deixado ela triste, às
vezes nem consegue dormir — revela, chateado.
outra é afetada.
alfineto:
— Erick?
— Fale, Bruno.
***
— Só um segundo, eles estão descendo. — A senhora
primeiro desentendimento.
que não pretendo tirar tão cedo, já que a minha mulher gostou
muito, mas não são motivos suficientes para não saber quem sou.
enfrentar, garantirei que minha mulher viva no lugar onde possa ser
parece feliz.
senhora, que disse para o meu irmão que ela decidiu viajar no dia
da minha cirurgia.
dia, e foi o que fez. — Mara mente com naturalidade, fato que me
BRUNO
sogra, aparentemente não têm. Não uma que fuja da verdade que
teimam em esconder.
que está fazendo o melhor para a filha. Pelo menos é isso que
prefiro pensar para justificar decisões tão erradas.
— Um bando de incompetentes.
— Eu diria que é o contrário, foi muito difícil conseguir colocar
meu amigo aqui lá dentro. — Erick se mete na conversa para se
— Não.
lado mais sensível é a melhor tática, ele parece ser mais racional do
que a esposa e, consequentemente, mais disposto a ceder.
irritada.
tem não é fruto das próprias convicções. A mãe, assim como faz
agora, parece fazer questão de lembrar a filha da trágica morte e, da
uma prece para que a minha linda colabore e não tenha medo de
falar o que quer e o que sente.
não fossem minhas e de sua mãe, mas parece que não te conheço
bem, não é, meu amor? — De perto, vejo o grande Tarcísio
Albuquerque emocionado, sendo o pai, não o empresário.
médicos disserem.
feliz.
e Maya Souza. Deixe que eles passem um tempo com a minha filha.
— E o tratamento?
a Ângela.
me questiona.
***
pela culpa de ter deixado o maldito tão perto da filha. — Não pense
que ele vai se safar pela segunda vez.
namorada.
justiça será feita, que ele não tenha chances de tentar se aproximar
da Ângela.
— Faça como quiser. E se achar que deve, pode o acusar de
— Outro crime?
— Pediu dinheiro?
defender.
— Não é o que parece nas imagens. Nesse caso, são elas que
contam.
únicas cópias.
situação.
fiz essa concessão porque tenho certeza de que você faz bem para
ela — declara.
ÂNGELA
ele vem mesmo, pois apesar da ligação do meu pai ontem à noite,
ainda não tenho um celular comigo, então não posso ter certeza de
nada. O que resta é ficar no portão importunando o segurança a
cada dois minutos com perguntas que ele não saberá responder. —
O Bruno não ligou enquanto eu tomava café?
mas meu estômago não aceitou. Se estou grávida, não faço ideia de
quando aconteceu.
Bruno e eu estávamos fazendo sexo como loucos. Era
um teste de farmácia.
lazer, construída atrás dos chalés. Apesar dos vários outros jogos, o
nomes.
Caio e Sofia.
A sua voz não parece mais distante, só quero que deixe a areia de
decepção.
levantar da rede.
Caio e Sofia
coruja.
descobrir se você será pai. A escolha é sua, amor, o que quer fazer
nessa manhã fria?
— Tudo bem, vamos acabar com isso de uma vez. Está com o
teste de farmácia.
irão se confirmar.
BRUNO
ansiedade e decidiu que hoje seria um bom dia para conversar tudo
desejar ter.
A mim não importa se dois ou cinco, vindo dela, sei que será
— Sim, você vai ser pai, querido. Depois de cinco testes não
existe qualquer dúvida.
recompensa que marcará uma nova fase nas nossas vidas, onde
não teremos batalhas tão árduas a pelejar.
porque além de ter as pessoas que ama por perto, carrega o nosso
bebê no ventre.
pede manhosa.
cima da mesa.
— Amor...
estarei completamente livre para você. Não esqueça que nós temos
em outra coisa.
— Vou perguntar para o psicólogo se essa doença tem cura —
brinca.
bebê. Mal acabo de falar e Ângela já não está mais na sua cadeira.
ÂNGELA
pessoas que mais confio, será mais fácil do que quando só podia
contar com meus pais, que apesar de me amarem como os pais
devem amar seus filhos, não são tão próximos como deveriam.
de que um peso enorme foi tirado das minhas costas. Fico bem até
que, aos poucos, tudo começa a voltar. Dessa vez tenho motivos
Além de fazer por mim mesma, como foi batido na tecla pela
psicóloga, faço também pelas pessoas que amo. Por todos que
amo, tenho vontade de ser melhor, de fazer o máximo possível para
não me entregar.
dorme comigo. Ainda bem que posso dizer que são os hormônios da
gravidez.
até o bebê nos seus braços fica agitado. — Estava com saudade do
seu lado convencida, chatinha. — É tão bom te ver feliz. Só agora
— Você não pode apelar desse jeito, Marina. Sou uma mulher
grávida, que chora assistindo desenho animado. — O tom é de
brincadeira, mas não deixa de ser verdade.
acreditar. Nem nos meus melhores sonhos imaginaria que nós duas
ficaríamos com amigos de profissão e de escritório.
melhor do que na minha própria casa, mas tenho que pensar nos
meus pais. Eles estão há semanas longe de mim, então não posso
deixá-los assim. Além disso, eles precisam saber que serão avós.
de uma mulher, imagino o que pensará sobre ser avó. Até consigo
visualizar ela muito apegada ao neto e, ainda assim, o ensinando a
chamá-la pelo nome.
dura, vejo a minha mãe emocionada. O meu pai não faz questão de
esconder o orgulho e a emoção. Ver meu pai bem e orgulhoso é
Todos estão aqui, menos ele. Saber disso acaba com a minha
e agem como se não soubessem o que falar. Fico ainda mais aflita.
— Por favor, se sabem de alguma coisa, falem de uma vez.
CAPÍTULO 53
ÂNGELA
— Quero que você seja muito feliz, minha filha. Já sofreu tanto,
céu aberto, onde são feitas algumas comemorações, mas não tenho
ideia do porquê seu Tarcísio estar me levando para lá, muito menos
— O Bruno? — pergunto.
fazenda.
— Bruno, amor...
sendo amado por você. Não existe maior verdade do que o fato de
nos pertencermos. Sou seu e você é minha, mas não é o suficiente.
para o apartamento.
meu peito.
falta do lugar que faz parte da minha vida há mais anos do que sou
capaz de me recordar.
por isso eu o coloquei na boca. — Não foi por falta de vontade, pois
— Safado.
— Cadela — devolve.
trás.
— Exagerei?
— Ainda bem, senão teria que entregar a Marina. Foi ela quem
— Lá dentro?
Bruno e Ângela de ser. — Sem avisar, ele me pega nos seus braços
BRUNO
dela.
suficientemente claro.
Anjo ou diabinha?
Já não consegue ser como a criança que foi antes da tragédia, mas
qualquer outra coisa que não seja um lugarzinho no quarto para que
filha.
mim ficou claro que também tem medo de que a volta para casa
fogo que ela tem. — Estou tentando ser romântico, e você pensando
em ir para o quarto transar. Não temos feito outra coisa nos últimos
dias — falo, mas a minha mão discorda da boca. Ela aperta a sua
bunda redonda por cima da roupa.
amor, decidi dar uma atenção especial para ele. No lugar onde
ficava a cama, montei algo para substituí-la no chão. Entre o
Sem que palavras precisem ser ditas, começo a tirar peça por
peça da sua roupa, aproveitando-me para beijar cada parte do seu
sua mulher.
Brinco com ele sem, no entanto, permitir que tenha o alívio pelo qual
implora. Ângela geme e se contorce, e quando noto que está
perto. — O bebê...
apartamento vazio.
Como um casal de namorados que acabam de ficar noivos,
ÂNGELA
Semanas depois...
relaxada. — Ele cola o peito nas minhas costas e as mãos vão para
grande decisão.
De tudo que fizemos, nada nos deu mais prazer do que o quarto do
mel sem ter tido o casamento. Ele seguiu a vida saindo pela manhã
e voltando no fim da tarde do escritório. Eu, sentindo-me diferente
mim. A proteção dos meus pais sempre tirou algo de mim, até
mesmo o meu irmão, considerando que éramos as únicas crianças
que não sabiam nadar, porque mamãe não queria nos levar para
guardei para mim o desejo e decidi viver com o que tinha. Sempre
acompanhada por seguranças, viajei para alguns lugares que não
me à loucura.
o meu tempo com algo que gosto, mas nada que atrapalhe o meu
lado de futura mãe e esposa.
— Sim, mas acho que não são só os meus ombros que estão
carentes de atenção — provoco.
— Já disse que você é safada? — Morde a ponta da minha
orelha, as mãos descem novamente para minha cintura, apertando-
me contra o seu corpo.
— Hoje não.
e não me importo com o risco que ainda existe, afinal, vamos nos
casar. No mesmo dia me deixaram ciente da situação do Mateus
me lembrar da sorte que tenho por ter você, minha gostosa. — Mal
termina de falar e já tem a boca na minha, devorando-a com
— Quero chupar os seus peitos, mas isso vai ter que ficar para
para recebê-lo. — Bendito seja o dia em que tirei a venda dos olhos
pênis para fora da cueca com a mão livre, ele tira a outra do meu
sexo e os chupa sem desviar o olhar do meu rosto.
sobre a mesa.
cheiro dos seus cabelos que sempre chega antes. Não resisto a
você.
Sempre foi assim entre nós dois, porque assim como gostamos de
outro termina, Bruno coloca a mão entre nós dois. Quando os dedos
tocam no meu clitóris, bastam apenas mais duas estocadas para me
fazer gozar. Ele solta diversos palavrões, mas cobre a minha boca
com a mão para evitar que meus gritos nos denunciem para o
prédio inteiro.
— explico.
— rebate.
— Se está tudo bem, vamos fazer outra vez? Ainda não estou
sensatez.
acredito.
— Bem rapidinho?
— Sim, gostosa. — Tira as minhas costas da mesa, enrola
— No sofá?
— No sofá — confirmo.
CAPÍTULO 56
ÂNGELA
quanto eu estou.
dando-nos privacidade.
— Ainda não acredito que vamos ter dois bebês, meu anjo. —
—Não tenha medo, você está bem e será a mãe perfeita para
ele declara:
sempre estarei do seu lado. Sabe por quê? Não existe outro lugar
não pode ser nomeado, mas é muito bom. Eu sei que às vezes é
amor também será dobrado. Será também uma bagunça e nós dois
vamos superar, porque somos Bruno e Ângela, a dupla imbatível.
— Nós somos mesmo, mas essa dupla imbatível tem que
Homens!
espero que você me recompense por ter que ver a cara feia do Erick
até aos finais de semana.
— A grávida sou eu, mas parece que é você quem está com
os hormônios em ebulição. Só pensa em sexo.
*****
— Então quer dizer que terá uma menina, meu caro? — Erick
provoca o amigo.
— Não acho isso ruim, porque a minha futura afilhada pode ser
também a minha nora.
agita os bracinhos.
Para falar a verdade, esse foi um dos motivos do meu medo inicial,
porque simplesmente não sei nada sobre ser mãe de dois.
dizem.
sacana e eu brinco.
que ela tem saído com alguém, mas parece que isso ainda não foi o
suficiente.
sentimento.
no início. Eu senti inveja por ela ter tido com Bruno a chance que
estranho.
— Por que não quis ficar com ela? — Bruno me olha confuso,
eu emendo com rapidez. — Não que seja uma reclamação, mas ela
que estava procurando. Lua pode ser tudo, mas não era a pessoa
certa para mim. Nem sabia que isso existia até você aparecer e
— Sem ex-namoradas?
se concretizará.
gaba-se.
— Culpado. Isso não posso negar. Mas ela bem que gostaria,
não acha?
sabe que não seria assim, até porque, não resisti quando ele
descumpriu por mais de uma vez a promessa de não fazermos sexo
no escritório.
Começamos depois que falei para ele dos meus desejos de sentir-
me mais útil, de arrumar uma ocupação para a mente. Revelei o
sonho, ou talento.
por encerrada.
CAPÍTULO 57
BRUNO
Família.
preocupação.
Caio.
Caio e Sofia.
sentindo dor.
vez, ela foi a causa. Sempre será por ela. Será também pelos
nossos bebês, que estão prestes a nascer.
ÂNGELA
sofreram pela perda, mas não como a minha mãe. A vida passou,
ela não superou e isso refletiu na nossa relação. Mas não a culpo.
isso soa como um soco no meu estômago. Sem que possa resistir,
me vejo falando:
— Não, querida. Você não tem que se desculpar por nada, era
ruim que você passou quando nem entendia direito o mundo a sua
volta. Você não tem culpa pela morte do seu irmão. Entendi isso faz
um tempo, mas não tive coragem de sair da minha zona de conforto,
Não espero que você passe uma borracha em tudo e aja como se o
peço que me deixe ficar mais perto de você e dos bebês, quero
construir a relação que nunca permiti que tivéssemos.
emocionado. Entre nós, o pequeno olha para algum ponto, sem ter o
em que mais precisei dele. — De tudo de ruim que passei com mais
uma internação, perceber o amor do meu pai foi como ver retribuído
os seus pais, e você é o nosso bem mais precioso. Sei que muitas
vezes erramos na tentativa de te proteger do mundo, mas se tem
**
devem ser.
nas alturas.
fraldas sujas.
pensando quanto tempo levará até que a doutora Kelly apareça para
nos liberar.
CAPÍTULO 58
BRUNO
Ângela, não esqueço que, de certa forma, ela não é como as outras
mas me sinto mais tranquilo quanto a isso, pois tenho convicção que
vamos superar e enfrentar juntos tudo que vier a acontecer no
diferentes.
competente, pois se tem uma coisa que Ângela não faz é deixar
rosto.
afirmo.
meu para que veja a sinceridade do que direi. — Você não engordou
mais do que cinco quilos, e isso te deixou ainda mais gostosa. Seus
brinque com isso, gata. Não com um homem que está subindo pelas
paredes.
assevero, enquanto subo a sua blusa e meus olhos caem nos seios
que de médios passaram a grandes e muito apetitosos.
abstinência.
boca macia em um beijo, que tem sido tudo o que temos feito desde
a blusa branca, que até então estava embolada na altura dos seios.
Junto com ela, também tira o sutiã aberto por mim. Desejando estar
o mais próximo possível, faço como ela e tiro a camisa.
constrangimento.
— Não pense nisso. — Seguro o pulso fino quando faz
trás, capturo com a língua outra gotícula que está prestes a cair. —
— Eu também — devolve.
— Vamos para a cama. — Quando nos levanto, ela enrola as
ÂNGELA
os gêmeos.
sinto forte como nunca, sendo reconhecida como uma das melhores
alunas da turma. Foram anos de pura correria, mas também
maravilhosos.
e lutar todos os dias para dar o melhor para os pequenos, vejo que
fizeram o melhor que puderam na situação que nos encontrávamos.
relação entre pais e filha. Hoje eles são essenciais na minha vida e
na dos netos.
*****
Sempre.
queríamos ficar tantos dias longe dos nossos filhos, que na época
tinham um pouco mais de um ano de idade. A noite de núpcias foi
dos meus pais, enquanto nós dois fomos conhecer algumas belezas
do nosso país. Do norte ao nordeste, tiramos dias só para nós e,
como no início do namoro, a nossa única preocupação foi curtirmos
os pontos turísticos e transarmos. Uma quantidade obscena de
Passa das onze horas da noite, Caio e Sofia foram passar a noite na
casa dos tios, um programa que amam fazer, considerando que, aos
da estrada? — indago.
som inconfundível das ondas traz uma sensação boa. A brisa fresca
você disse sim. O sim mais importante de todos os que disse para
mim. E foram muitos, meu pequeno anjo.
— Muitos?
preparado.
autoestima e a fé.
resistir a você.
— Sou irresistível — digo, ele me agarra e morde o meu
pescoço.
tomar minha boca. O beijo começa calmo, mas logo se torna íntimo
e intenso demais para um lugar público.
nossos corpos. — Vou te amar para sempre, minha mulher, mãe dos
nada na minha história, pois foi ela quem me trouxe até aqui, aos
braços do meu amor, vivendo a felicidade plena de saber que tenho
pessoas juntas.
mais fria e distante, Bruno se verá em uma posição tão difícil quanto
a que esteve no passado, e sabe que terá que agir rápido para
salvar seu casamento, pois das poucas certezas que tem na vida,
BRUNO
sorrindo enche o meu corpo de calor. Com uma mulher como a que
amo, que aos meus olhos sempre foi perfeita, mesmo com as
rachaduras que sempre carregou na alma, um sorriso nunca é
apenas um sorriso.
como uma bússola para mim. Nos dias em que não quer sorrir, e
melhor coisa que sei fazer, e não acredito que preciso que nada seja
diferente, a vida tem que seguir o seu rumo do mesmo jeito que tem
Ontem foi um bom exemplo disso. Faz uns três dias que
possuo tem estado mais quieta. Não chega a ser uma tristeza tão
está acontecendo, quero saber por que está tão distraída, um pouco
a pressionar.
atitude.
pirar.
Foi o que a minha esposa fez, e embora tenha tido crises
animada com a sua vida, que sou eu, os filhos e o seu trabalho, e o
meu pequeno anjo, que aparece com menos frequência. Esse anjo
de nada. Não trocaria a minha garota de olhos azuis como o mar por
um modelo de perfeição, até porque, embora para os outros possa
não ser, Ângela Pires é o meu ideal de perfeição.
intimidade para subir a mão dos pés para os lados de sua bunda
perfeita.
Até hoje tenho a lembrança nítida do baque que senti. Ângela não
era apenas linda, ela era a definição exata da palavra perfeição. O
rosto angelical, os olhos que viram a minha alma.
a conheci antes de vê-la. Quando vi, já sabia que o que tinha por
dentro conseguia ser ainda mais belo do que a aparência
arrebatadora.
processos, preciso?
Minha filha bate na porta, mas sei que não vai se atrever a entrar.
Não depois de ter nos flagrado aos amassos na piscina há um
tempo.
Em nossa defesa, preciso dizer que não tivemos culpa.
Acreditamos que a barra estava limpa, afinal, já passava da meia-
noite, e as crianças costumam ir para os seus quartos até às onze
da noite.
tudo o que ela ensina aos nossos filhos, considerando que é uma
excelente e sempre pensa no melhor para eles.
que são assim graças à mãe que têm, porque além de sempre ter
feito de tudo para ser a melhor, nunca os deixou perceber que não é
a mulher maravilha que enxergam.
pareçam corretas.
seu ouvido, ela funga, mas não desperta para a vida. — Você não
vai sair dessa cama hoje? É sábado, a gente está de folga e livre
das crianças o fim de semana inteiro… — Cito fatos que podem
foda. A gente não pode transar em outro lugar que não seja na
cama quando estão em casa.
dias? — pergunta.
muito bem-feito na hora de poupá-la, então ela não sabe que amá-la
até não restar mais forças nos nossos corpos é uma forma de
faz gargalhar.
— Eles são uns anjos, e você não vai sair sem antes…
que quer.
processo.
invade o ambiente.
trouxeram.
não é o nosso forte. Não tem quem não saiba que somos um casal
extremamente apaixonado, porque além de estarmos sempre
juntos, também nos esquecemos que não estamos sozinhos quando
agora.
Comer a sua boceta poderia perfeitamente ser a minha
primeira refeição diária. De certa forma, é, pois são raros os dias em
boca quando me aproximo para ver melhor o seu rosto e noto que
está dormindo novamente.
para a cama com o cenho franzido. Ela tem estado diferente nos
últimos três dias, e o fato de estar dormindo neste momento é só
mais um indício.
Não pode.
CAPÍTULO 2
ÂNGELA
início, era algo mais sutil, mas, de três dias para cá, está sendo
impossível disfarçar e não me preocupar.
segura o suficiente.
Na maior parte do tempo é mais fácil, sou apenas a
mundo e ama sem medidas, tanto que seria capaz de fazer qualquer
qualquer pergunta, mas sei que o meu amor está preocupado com
esse sono idiota e com o fato de eu estar mais retraída nos últimos
dias.
meu sono.
Bruno é a única pessoa que desejo ter por perto, com ele me sinto
protegida e amada, tão amada que o seu amor sempre me manteve
de pé.
época, Bruno Pires foi a luz de que precisava. Ainda bem que eu,
precisava do meu marido, o queria para mim como fazia tempo que
não desejava algo ou alguém com tanta intensidade.
Quando foi meu, tive mais do que a sua paixão. Por ele,
me tornei sã. Por ele, quis ser a minha melhor versão. Os anos se
mas fazemos de tudo para que seja o melhor para nós dois, e Bruno
deu outros dois motivos para estar bem, para desejar estar na
vida, ser mãe é a minha maior realização, e por saber que não sou
igual as outras em alguns aspectos, dou tudo de mim para eles.
que fiquei há pouco mais de dez anos. Sei que é um temor que
pode parecer infundado, mas tenho medo que pensem que sou
branco.
através de mensagens.
tomar um café.
que nem sei como nos damos tão absurdamente bem. Talvez seja
Encaminho a mensagem.
braços.
Beijos
para isso.
mostrar que estou bem, que os meus olhos estão grudados na porta
há alguns minutos, e parecem incapazes de sair dela.
não ter visto os dois, antes de saírem para o fim de semana na casa
dos padrinhos.
esgoto. — E você, tudo bem? — Sei que ele quer saber mais, que
estou no meu inferno astral nos últimos dias, por isso ando retraída.
sorrisos.
tentadora. Não vai conseguir — avisa, mas seus olhos caem nos
contar.
vez.
tivesse me enxergado.
disse que tínhamos que ficar juntos porque éramos lindos. Um ótimo
não te ataquei.
passear as mãos pelo seu corpo gostoso. Depois daquele dia, ficou
um pouco difícil te tirar da cabeça.
— Chatinha!
medos e traumas. Fiz o que era preciso para ver com os olhos a
beleza da qual sempre ouvia falar e que o meu coração já sabia.
— Você… — depois disso, eu não sei mais o que dizer.
Depois de anos de casamento, ele ainda me deixa sem palavras.
BRUNO
recaída, me diria.
Mas as tonturas não passaram despercebidas, e vou
livre apenas para nós dois, vou garantir que não tenha nada além do
— Não?
— Nem pensar. Hoje, eu quero a minha sereia na água.
O sol está maravilhoso, quero ver a mulher mais gostosa do planeta
em seu biquíni azul que mal cobre a bunda. Será que ela pode fazer
não me desculpei por ter te deixado na mão mais cedo. Como você
resolveu o probleminha?
conta.
— E como foi?
tento.
— Que pena que tenha sido tão solitário — fala, mas não
Anjo safado!
hoje.
anjo adora.
barriga, que fica tensa de desejo. Depois, elas sobem para os seus
meu peito. Ela mostra o que quer quando pega a minha mão e a
Não vou muito longe, mas faço o suficiente até sentir que
o tecido do biquíni está úmido do seu desejo.
pronto que seria capaz de gozar aqui e agora. Mas a minha esposa
não é chamada de diabinha dentro do nosso quarto sem motivo. Sei
de poder fazer isso, e não corto a nossa troca silenciosa por nada.
suas mãos descem cada vez mais para o sul. Os dedos ultrapassam
o elástico da sunga, mas não tocam no meu pau, que está prestes
espreguiçadeira.
fugir.
lábio com força e a fisgada de dor vai direto para o meu pau duro.
meu?
trás.
— Amor…
mesma firmeza que o outro braço firma a sua cintura, então passo a
socar com batidas vigorosas.
para o seu rosto bem de perto, vendo o meu reflexo nos seus olhos
claros.
ameaça, por menor que ela seja, me torno esse homem que precisa
falar.
mas estou feliz porque estava errado, ou, talvez, não tão errado
assim.
piscina. Ângela fala muito, mas quase não abre a boca enquanto
almoça. Geralmente come muito, não sei como mantém a boa
forma, considerando que não gosta de academias, mas hoje ela
barriga.
Será que não percebe que a sua mão está indo para
muito perto do cordão da minha calça moletom? Não vê que tem um
soldado lutando para não bater continência?
sobrancelha erguida.
— Pipoca também é alimento, meu amor — diz, e cola a
boca na minha. Se o beijo era para me distrair, ela conseguiu.
porque não é fácil ficar trocando carícias tão platônicas com uma
mulher gostosa, principalmente, quando é a minha mulher gostosa.
la.
BRUNO
quis apenas chorar, mas então voltei a mim, disse que não poderia
falhar com ela e entrei em ação.
para que eu não ficasse em cima dela, eu atendi, mas ouço com
atenção cada uma de suas perguntas.
sou eu.
Eu não…
Engulo em a seco.
Eu quero…
Meu Deus!
esse fato.
aproximo e a abraço.
grávida — diz, ainda não sei se a ideia é boa ou ruim para ela. —
Mas eu sou tão cheia de problemas…
sábado.
Ela não demora muito para ela terminar o exame.
lado.
ÂNGELA
causa dos remédios, dessa vez foi da mesma forma e sequer pensei
Bruno abre o seu sorriso que faz as mulheres suspirarem por onde
comenta. Deixo que tire a sua camisa do meu corpo. Meu marido
precisa me ver e eu permito, pois esse é o seu momento. Eu sei o
quanto Bruno gosta de ser pai, e pensar que seremos novamente o
deixa em êxtase.
toca nos meus seios para ver se estão maiores, e depois na barriga,
que não dá nenhum sinal de que estará como uma melancia daqui
alguns meses.
não esconde a sua alegria, está falando com os meus seios. Depois,
entranhas se apertarem.
o mesmo.
— Eu amo as suas ideias. — É claro que ele ama.
morde o outro mamilo, mas não quero que pare, já que as lambidas
depois das mordidas sempre me deixam quente.
pergunta, mas está distraído, tirando o meu short curto junto com a
calcinha. — Ou prefere algo mais íntimo?
Bom, acho que ele teve a ideia antes de mim, mas vou
eficácia do anticoncepcional.
mundo. Quase não tenho tempo para o medo, porque gasto o meu
molhada — falo com ousadia, o seu olhar fica tão quente que
dois gêmeos. Era um fogo que mal podia suportar, mas tive que ficar
que dois dias, amor. Vai ter que lutar com os hormônios, e eu estarei
aqui, como o seu fiel escravo, pronto para ser usado para apagar e
BRUNO
rotina voltou ao normal. Não que seja algo ruim, pois tanto eu
quanto a minha esposa gostamos da nossa rotina. Mas nós dois
possa parecer.
animado.
Porra, cara!
bons momentos durarem anos, não faz nada sem a autorização dos
seus médicos.
pânico e depressão.
bem.
é a minha alma e eu a conheço como tal. Vejo nos seus olhos que
tem medo, principalmente por causa dos nossos filhos.
mente, o faço com prazer, como tudo o que faria por ela. Mas sei
que só tem uma forma de a minha esposa se sentir mais segura, de
não sentir tanto receio de coisas pelas quais já passou, de lutas que
já venceu, e que sei que venceria muitas outras vezes, se preciso
fosse.
esposa.
seu pescoço.
de alerta.
vamos continuar.
— O Bruno que está na sua frente, esse que enxerga
além do que olhos físicos podem ver, só existe por sua causa,
porque te amei.
sorriso no rosto? Ela era uma farsa. Agora, ela não está fingindo
que é forte quando está frágil. Está sendo ela mesma, sem
máscaras.
tenho por nada. Eu não te trocaria por nada, Ângela Pires — falo a
maior verdade que existe em mim. — Amo tudo sobre você, será
não noto?
comenta.
minha felicidade.
importante.
com medo.
— Amor, você sabe o que tem que fazer, não sabe? —
um beijo leve.
tomou uma decisão muito difícil, que vai ter o seu próprio tempo
para pensar em como e quando será a conversa.
incompleta.
ÂNGELA
filhos.
desmaiar.
da escola.
bomba relógio.
mais velho.
Tenho que contar uma história que começou muito tempo atrás,
que está me dizendo com o olhar que comecei bem. Eles conhecem
entendesse que tinha que voltar a viver por si mesmo, mas até hoje
— Caio pergunta.
mesma me dou bem com eles e os amo como sempre deveria ter
amado.
vezes, vai quase perder a batalha, mas ela nunca perde, porque os
heróis não perdem — as palavras inocentes do meu filho me
emocionam.
— É claro, filho.
— Menina!
— Menino!
nascer.
boca.
— Eu sei que vai — digo. Apesar das minhas fraquezas
momentâneas, e dos dias que não são tão bons, sempre estive
bem.
apaixonei, só tenho motivos para sorrir. Nos dias que não quero
sorrir, a sua presença constante me lembra que dias melhores virão,
ÂNGELA
ou jantar.
meu marido de sunga na piscina. Ele deveria dar mais atenção para
resposta.
deixar sozinha agora, porque te conheço muito bem e sei que está
lado.
outras pessoas, mas não para a gente. Esse amor nos fez bem
desde o primeiro instante e sempre será assim entre nós, porque há
não tenho mais que fingir, não preciso ter medo que me vejam no
meu pior estado, porque, embora seja mais difícil com o tratamento,
irmãzinha, sim, nós soubemos há alguns dias que será uma menina,
que estão sempre me mimando de alguma forma. Querem garantir
que ficarei bem e saudável por mim e pela irmã.
posso carregar o peso de uma pena. Mal dou dois passos sem que
o meu marido esteja correndo atrás de mim oferecendo ajuda.
em nossas vidas.
que deve percorrer. Ele sabe quais carinhos deve fazer na minha
barriga, que não dá para ser notada, por isso espero pelo seu toque
todos os dias e em todos os momentos. A nossa filha também
apenas sorri quando abre a porta do banheiro daqui de fora, que foi
feito para os convidados que frequentam a área de lazer.
corpo. Dos seios, elas descem para a minha barriga, meu marido se
bom que perseguiam, porque não pude mais fugir de você, não
pude mais negar. Por não ter negado, hoje eu estou aqui,
vivenciando as mesmas emoções com mais intensidade.
da minha alma.
mostrando que desta vez vai ser diferente, ele desata o nó da parte
Fim
SOBRE A AUTORA
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