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Caderno 1 - 20 Todo Dia - Gabarito Comentado
Caderno 1 - 20 Todo Dia - Gabarito Comentado
GABARITO COMENTADO
GABARITO COMENTADO
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GABARITO COMENTADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
Pontos abordados:
2. A evolução do constitucionalismo brasileiro: Constituições de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969.
A ditadura militar e os atos institucionais. A Assembleia Constituinte de 1987/88. Constitucionalismo.
Espécies; Constitucionalismo Social. Constitucionalismo do Futuro. Constitucionalismo
Transnacional. Transconstitucionalismo. Neoconstitucionalismo. Constitucionalismo liberal e social.
Constitucionalismo britânico, francês e norte-americano.
5. Poder Constituinte: conceito; legitimidade e limites; poder originário e poder derivado; poder
constituinte estadual.
QUESTÃO GABARITO
1 B
2 A
3 C
4 ERRADO
5 A
6 D
7 B
CERTO; ERRADO;
8
CERTO
9 D
CERTO; CERTO;
10
CERTO
11 E
12 D
13 D
14 C
15 B
16 ERRADO
17 ERRADO
18 CERTO
19 CERTO
20 ERRADO
QUESTÃO 1
GABARITO: “B”.
ERRADO.
Vale lembrar que o parâmetro é a norma constitucional supostamente violada na análise de controle
de constitucionalidade . Nesse contexto, destaca-se que as normas de eficácia limitada produzem efeitos
que estão presente em todas as normas constitucionais, dentre estes está o “efeito negativo”, na sua
modalidade eficácia invalidatória, que indica que a norma constitucional poderá ser parâmetro de
constitucionalidade, funcionando como fundamento de validade para as demais normas jurídicas.
CERTO.
Segundo Marcelo Novelino, normas de eficácia limitada só manifesta a plenitude dos efeitos jurídicos
pretendidos pelo legislador após a emissão de atos normativos previstos por ela, tendo aplicabilidade
indireta, mediata e reduzida. No entanto, elas possuem “efeito negativo”, na sua modalidade eficácia
invalidatória, não recepcionando a legislação anterior incompatível e de impedir a edição de normas em
sentido oposto aos seus comandos.
ERRADO.
As normas de eficácia limitada orienta e condicionam a produção do legislador, tendo em vista que,
conforme dito acima, elas possuem o chamado “efeito negativo” na sua modalidade eficácia conformadora,
consistente na proibição de leis posteriores que se oponham a seus comandos.
ERRADO.
Considerando que as normas de eficácia limitada possuem, também, o chamado “efeito vinculativo”,
entende-se que a omissão inconstitucional pode ser combatida por meio de mandado de injunção ou
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.
e) admitem disciplina em sentido diverso do que apontam, por meio de lei complementar.
ERRADO.
Ao contrário do que afirma a assertiva, deve a norma infraconstitucional ser regulado no sentido e
na finalidade do espírito da norma constitucional.
QUESTÃO 2
GABARITO: “A”.
CORRETO.
Para Gilmar Mendes, ao fixar como constitucional dada interpretação da norma, a decisão não
declara a inconstitucionalidade de todas as outras possíveis interpretações da norma (MENDES et. al.,
2008, p. 1252-1253), daí a “situação constitucional imperfeita”.
Assim, vale destacar que, para o STF, a interpretação conforme pode possui duas naturezas
jurídicas: (i) norma de hermenêutica (controle concreto de constitucionalidade) e (ii) técnica
decisória (controle abstrato de constitucionalidade).
#NÃOCONFUNDIR: Em regra, a interpretação conforme não pode ser confundida com a declaração
de nulidade sem redução de texto, sendo técnicas totalmente inversas. Assim vejamos:
b) é admitida para ajustar o sentido do texto legal com a Constituição, ainda que o
procedimento resulte em regra nova e distinta do objetivo do legislador.
ERRADO.
A doutrina aponta no sentido de que, na interpretação conforme, deve o intérprete zelar pela
manutenção da vontade do legislador, devendo ser afastada a interpretação que resultar em uma
regulação distinta daquela originariamente almejada pelo legislador. Se o resultado interpretativo conduz
a uma regra em manifesta dissintonia com os objetivos pretendidos pelo legislador, há que ser afastada
a interpretação conforme a Constituição, sob pena de transformar o intérprete em ilegítimo legislador
positivo.
ERRADO.
ERRADO.
Conforme previsão do art. 27 da Lei 9.868/99, o STF pode modular os efeitos de atos jurídicos
produzidos com base em lei inconstitucional. Assim vejamos:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
e) é fixada por decisão do STF, mas não se reveste do efeito vinculante próprio das decisões
declaratórias de inconstitucionalidade.
ERRADO.
Conforme previsão do art. 28, Parágrafo único, da Lei 9.868/99, segundo o qual “A declaração de
constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição
e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito
vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e
municipal”.
QUESTÃO 3
No ano de 2017, o Ministro Relator Luís Roberto Barroso suscitou, no âmbito do Supremo
Tribunal Federal, uma questão de ordem na Ação Penal (AP) 937, defendendo a tese de
que o foro de prerrogativa de função deve ser aplicado somente aos delitos cometidos
por um deputado federal no exercício do cargo público ou em razão dele. O julgamento se
encontra suspenso por um pedido de vistas, mas, se prevalecer o entendimento do Ministro
GABARITO: “C”.
ERRADO.
Trata-se do princípio que defende a interpretação das normas constitucionais de forma a garantir a
máxima efetividade e permanência da Lei Fundamental.
ERRADO.
Trata-se do método em que coordena e combina os bens jurídicos, reduzindo de forma proporcional
o alcance da norma. O intérprete deve ponderar os valores de modo a otimizar o resultado da interpretação.
CERTO.
Trata-se do caso descrito acima ao referir “ocorrerá independentemente da edição de uma Emenda
Constitucional”. A mutação constitucional consiste em processo informal de mudança da Constituição, que
ocorre quando surgem modificações significativas nos valores sociais ou no quadro empírico subjacente
ao texto constitucional, que provocam a necessidade de adoção de uma nova leitura da Constituição ou
de alguns de seus dispositivos.
ERRADO.
Trata-se do método que estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido
que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as
suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na aplicação dos direitos fundamentais, embora
possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais. É considerado como subprincípio
da Força Normativa da Constituição, de forma a estimular uma interpretação que torne as normas mais
densas, fortalecidas e eficazes.
e) interpretação sistêmica.
ERRADO.
Trata-se de um método tradicional de intepretação em que tem como premissa tratar as normas
como um conjunto holístico; busca, assim, a “visão do todo” e não em partes fragmentadas.
PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS
A interpretação deve evitar a contradição entre normas constitucionais,
que devem ser vistas em sua totalidade e não como normas isoladas. Não
UNIDADE DA
há hierarquia formal entre normas constitucionais, podendo haver hierarquia
CONSTITUIÇÃO
material (ex: direito à vida). Isso explica a impossibilidade de haver norma
constitucional originária declarada inconstitucional.
Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade e concretude
MÁXIMA
à norma, evitando a sua não aplicabilidade. Visa, portanto, a maximizar a
EFETIVIDADE
norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades.
A Constituição, assim como as demais normas do ordenamento, possui
FORÇA NORMATIVA eficácia e aplicabilidade, devendo ser interpretada da forma que melhor
DA CONSTITUIÇÃO assegure a sua aplicação concreta. É uma autêntica norma jurídica e não
uma mera proclamação política.
CORREÇÃO
É corolário do princípio da separação de poderes. Traduz a ideia de que a
FUNCIONAL,
interpretação das normas constitucionais não pode subverter o esquema
JUSTEZA OU
de organização funcional estabelecido na Constituição.
CONFORMIDADE
Esse princípio busca que na interpretação da Constituição seja dada
PRINCÍPIO DO
preferência às determinações que favoreçam a integração política e social
EFEITO INTEGRADOR
e o reforço da unidade política.
Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas diante de um
HARMONIZAÇÃO
conflito, buscando-se a coexistência delas, através de uma ponderação de
OU CONCORDÂNCIA
interesses no caso concreto. É consequência do princípio da unidade da
PRÁTICA
Constituição.
OU RAZOABILIDADE Necessidade
Adequação
Proporcionalidade em sentido estrito.
QUESTÃO 4
GABARITO: “ERRADO”.
A alternativa está errada, pois o poder constituinte originário e o poder constituinte derivado não
possuem as mesmas limitações. Muito pelo contrário, possuem características antagônicas. Vejamos a
tabela abaixo:
Vale lembrar que o poder constituinte pode ser: originário ou derivado. O originário inaugura
uma nova ordem jurídica, fazendo surgir a Constituição. O derivado pode ser decorrente, reformador ou
revisor: a) decorrente: poder para os Estados formularem suas próprias Constituições. Art. 25 da CF/88.
Obs.: Município não exerce esse poder quando elabora sua Lei Orgânica. b) reformador: poder para
alterar as normas constitucionais. Se manifesta pelas emendas à constituição. Art. 60 da CF/88. c) revisor:
previsto no art. 3º do ADCT. Foi instituído para se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição
Federal. Foram elaboradas 6 emendas de revisão. Esse poder revisor já foi exercido e extinto.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: TRF3ª Região – Juiz Federal Substituto
GABARITO: “A”
ERRADO.
Ao contrário do que diz a alternativa, uma das bases teóricas do constitucionalismo apregoa que
o Direito deve estar intimamente relacionado a valores como ética, moral e justiça, estando superado o
modelo positivista. Comparece a evolução nas tabelas abaixo:
POSITIVISMO
Direito e moral são coisas distintas.
O direito é aquele criado pelo Estado, independente de qualquer conteúdo de valor.
Por distanciar a moral e o direito acabou por legitimar as atrocidades cometidas pelo regime nazista.
No Brasil, a teoria positivista é utilizada para afirmar que o Poder Constituinte Originário é
juridicamente ilimitado (não está materialmente limitado por qualquer norma).
Contribuiu para a estabilidade do Direito e supremacia da lei.
PÓS POSITIVISMO
Marco filosófico do constitucionalismo moderno.
É um aperfeiçoamento do positivismo.
Entende que direito e moral não estão totalmente desvinculados.
Princípios como a dignidade da pessoa humana devem reger a criação e aplicação das normas.
Marco principal: Constituição Alemã de 1949
Os jusnaturalismo e o positivismo na verdade se complementam. Soma-se a estabilidade do
positivismo com a base moral jusnaturalista.
b) Tendência a integração das diversas esferas da razão prática para solução dos casos
constitucionais: o direito, a moral e a política.
CERTO.
Conforme dito acima, o novo paradigma reconhece centralidade dos direitos fundamentais e
reaproxima o direito, a moral, a ética e a política. É marcado pela ideia de justiça social, equidade e
emprego de valores morais, despregando-se do positivismo extremado, despido de valor. O Prof. Luís
Roberto Barroso, de forma bem objetiva, explica que o neoconstitucionalismo identifica um amplo
conjunto de modificações ocorridas no Estado e no direito constitucional, existindo, basicamente, três
marcos relevantes:
#FOCONATABELA #COLANARETINA:
CERTO.
valores tornam-se onipresentes com “efeito irradiante” sobre os demais ramos do direito.
CERTO.
QUESTÃO 6
GABARITO: “D”.
CERTO.
ERRADO.
As constituições com viés liberal surgiram em outro momento histórico e seus principais exemplos
são a Constituição mexicana de 1917 e a alemã de 1919. O constitucionalismo, em seu nascedouro, foi
marcado pela existência de constituições de caráter liberal, com os seguintes valores: individualismo,
absenteísmo estatal, valorização da propriedade privada e proteção do indivíduo. Assim, sua preocupação
primordial era de limitação do poder estatal e de garantia dos direitos de primeira dimensão (direitos de
liberdade: civis e políticos).
ERRADO.
CERTO.
b) I, III e IV;
c) II e III;
d) I e IV.
QUESTÃO 7
GABARITO: “B”
ERRADA.
CERTA.
ERRADA.
ERRADA.
e) O método científico espiritual considera que a Constituição é uma lei como qualquer
outra, devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os
elementos literais (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético.
ERRADA.
MÉTODOS CARACTERÍSTICAS
Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra,
MÉTODO JURÍDICO
devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional,
(HERMENÊUTICO
ou seja, os elementos literais (textual), lógico (sistemático), histórico,
CLÁSSICO)
teleológico e genético.
Há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se
MÉTODO TÓPICO-
solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma
PROBLEMÁTICO
constitucional.
Criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição
inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete. O
MÉTODO
método hermenêutico-concretizador diferencia-se do método tópico-
HERMENÊUTICO-
problemático porque, enquanto este pressupõe a primazia do
CONCRETIZADOR
problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto
constitucional sobre o problema.
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema
de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve
MÉTODO INTEGRATIVO
ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado. Tanto
OU CIENTÍFICO-
a Constituição, como o Estado, são entendidos como fenômenos
ESPIRITUAL
culturais ligados a valores, funcionando como elementos integradores da
comunidade.
MÉTODO NORMATIVO-
A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
ESTRUTURANTE
QUESTÃO 8
8.1 Conforme lição de Carl Schmitt, a Constituição, em seu sentido político, busca seu
fundamento na decisão política fundamental que antecede a elaboração da Constituição,
aquela sem a qual não se funda ou organiza um estado.
CERTO.
Assertiva inteiramente de acordo com a doutrina de Carl Schimitt em relação ao sentido político
da Constituição, que reflete as decisões políticas anteriores à Constituição, dando origem à mesma e à
formação do Estado.
8.2 A perspectiva sociológica, derivada dos pensamentos de Hans Kelsen, afirma que a
Constituição é puro dever-ser, norma pura, não devendo buscar seu fundamento em outros
ramos da ciência, mas na própria ciência jurídica.
ERRADO.
Assertiva errada, pois traz como conceito da perspectiva sociológica a definição da perspectiva
jurídica de Hans Kelsen. A perspectiva sociológica, sob a direção do pensamento de Ferdinand Lassale,
enxerga a Constituição como a soma de fatores reais de poder que regem determinada nação.
CERTO.
constituídas por regras e princípios, com eficácia plena e com a capacidade de contribuir para transformação
da realidade, buscando condições de vida digna para todas as pessoas, respeitando o regramento formal
por ela própria instituído e resguardando um conteúdo proveniente dos principais valores sociais aceitos.
QUESTÃO 9
GABARITO: “D”.
I. A Constituição Brasileira de 1988 pode ser definida como formal, rígida, escrita, promulgada,
histórica, analítica, orgânica, eclética, principiológica e dirigente.
ERRADO.
O erro está em afirmar que a Constituição de 1988 é histórica. Isso porque essa classificação é dada
para aquela norma elaborada de forma esparsa no decorrer do tempo, fruto de um contínuo processo de
construção e sedimentação do devir histórico (ex., Constituição inglesa). Esta geralmente terá forma não
escrita. A CF/88, portanto, deve ser definida como dogmática: escrita e sistematizada em um documento
que traz as ideias dominantes em uma determinada sociedade num determinado período histórico.
Além disso, a CF é formal (dotada de supralegalidade), rígida (demanda procedimentos especiais para
sua modificação), escrita (documento único feito de uma vez só), promulgada (dotada de legitimidade
popular, ainda que por intermédio de seus representantes), analítica/prolixa (elaborada de forma extensa),
orgânica (documento único, num corpo único, elaborada de uma vez só por um poder competente para
tal e que contém uma articulação entre suas normas), eclética (traz em seu texto mais de uma ideologia,
na medida em que pelo seu pluralismo e abertura agrupa mais de um viés ideológico), principiológica
(predominam os princípios, considerados normas, de alto grau de abstração e generalidade) e dirigente
(predefine uma pauta de vida para a sociedade e estabelece uma ordem concreta de valores para o
Estado e sociedade).
II. Karl Löwenstein desenvolveu a Teoria Ontológica da Constituição, a qual defende que a
constituição não é só seu texto se apresentando, mas aquilo que os detentores de poder
fazem dela na prática. Nessa linha, classifica as Cartas como Normativas, Nominais ou
Semânticas.
CERTO.
Karl Löwenstein apresenta uma classificação ontológica das constituições, fazendo uma relação entre
o texto e a realidade social. Dessa forma, propõe a seguinte classificação: a) constituições normativas:
aquelas em que há uma adequação entre o texto constitucional e a realidade social; b) constituições
nominais: não há adequação do texto com a realidade social, restando apenas um caráter educacional e
pedagógico; c) constituições semânticas: aquelas que “traem” o significado de constituição, pois legitimam
práticas autoritárias de poder, ao invés de limitá-lo. A doutrina é controversa quanto à subsunção da CF/88
nessa classificação. Pedro Lenza, por exemplo, afirma que a Carta “pretende ser” normativa. Já Bernardo
Gonçalves não aceita essa pretensão, afirmando que a CF é claramente nominal, já que a realidade não
condiz com suas determinações.
III. Bloco de constitucionalidade pode ser entendido como conjunto de normas materialmente
constitucionais, ainda que não façam parte da Constituição formal (por exemplo, costumes
jurídico-constitucionais, jurisprudência, normas infraconstitucionais materialmente
constitucionais). Entretanto, no Brasil, o posicionamento do STF é pelo conceito restrito de
bloco de constitucionalidade, entendendo como tal somente a Constituição formal e suas
normas constitucionais expressas ou implícitas.
CERTO.
controle de constitucionalidade.
IV. Para José Afonso da Silva, todas as normas constitucionais são dotadas de aplicabilidade.
CERTO.
José Afonso da Silva entende que todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, pois
no mínimo conterão dois efeitos: a) positivos: revoga tudo do ordenamento anterior que for contrário
a ela; b) negativos: veda ao legislador ordinário a possibilidade de produzir normas infraconstitucionais
contrárias a ela. Entretanto, há nessas normas uma escala de aplicabilidade, que autoriza sua classificação
em normas de eficácia plena (produz todos seus efeitos imediatamente), eficácia contida (podem ter
seu âmbito de eficácia restringido ou reduzido pelo legislador ordinário) e eficácia limitada (não reúnem
todos os elementos necessários para a produção de todos os seus efeitos, pois para isso, demandam
regulamentação).
Estão corretas:
a) as assertivas I e II;
b) as assertivas I, II e III;
c) as assertivas II e IV;
e) todas as assertivas.
QUESTÃO 10
CERTO.
b) Segundo o Princípio das Razões Públicas, a fundamentação deve conter razões aceitáveis
pela ordem jurídica objetiva, independentemente das convicções pessoais de cada um.
CERTO.
O Princípio Constitucional das Razões Públicas é um princípio hermenêutico que afirma que, no
mundo plural atual, em que há forte heterogeneidade e que as concepções ideológicas de cada um são
extremamente antagônicas, no ambiente público e da discussão jurídica, o debate tem de ser pautado
por razões públicas, ou seja, razões aceitáveis pela ordem jurídica objetiva, independentemente das
convicções pessoais de cada um.
CERTO.
Nas palavras de Daniel Sarmento2, “existe uma tendência crescente e positiva de invocação do
Direito Internacional dos Direitos Humanos e do Direito Comparado na interpretação constitucional.
Além do Direito Constitucional ter de lidar cada vez mais com fenômenos transnacionais, o interesse e
a facilidade de acesso ao que ocorre em outros sistemas jurídicos nacionais e internacionais aumentou
muito. Com isso, ampliou-se a possibilidade real de integração não apenas econômica ou política entre
os países e organizações internacionais, mas também “discursiva”: não só a normativa internacional, como
também os argumentos empregados pelas cortes constitucionais e internacionais passam a ser cada vez
mais considerados nas decisões adotadas na esfera interna em matéria constitucional”.
QUESTÃO 11
GABARITO: “E”.
CORRETO.
CORRETO.
CORRETO.
CORRETO.
ERRADO.
#NÃOCUSTALEMBRAR:
QUESTÃO 12
ERRADO.
#FOCONATABELA:
CERTO.
ERRADO.
A assertiva possui apenas um erro (sim, quase despercebido). A constituição simbólica não é sinônimo
de patriotismo constitucional. Na realidade, o patriotismo constitucional concebido por Habermas desde a
década de 80 como forma de reorganização do espírito de unificação alemão, abalado com o término da
II Grande Guerra, o patriotismo constitucional se opõe ao denominado nacionalismo xenófobo. Significa,
em apertada síntese, que as pessoas de um determinado país devem estabelecer vínculos entre si não
apenas em virtude de raça, etnia, religião e outras características que lhes são particulares, mas, sobretudo,
por meio de uma concepção política universal comum, liberal e democrática, que deve reinar sobre o
Estado. São essas concepções que devem prevalecer sobre o nacionalismo estritamente ético ou religioso,
que pode resultar em atrocidades como as experiências pelo nazismo.” Habermas aposta no patriotismo
constitucional como ideal capaz de unir todos os cidadãos, independentemente de suas nacionalidades,
antecedentes culturais ou heranças étnicas, imprimindo nos indivíduos uma lealdade constitucional que,
não podendo ser imposta juridicamente, deve estar internalizada nas motivações e convicções de cada
um dos cidadãos – o que só é possível quando cada um deles entende o Estado Constitucional enquanto
CERTO.
A alternativa está correta, pois traz a visão substancialista da Constituição. Vamos relembrar que o
neoconstitucionalismo está associado a diversos fenômenos reciprocamente implicados, seja no campo
empírico, seja no plano da dogmática jurídica, que podem ser assim sintetizados: a) reconhecimento da
força normativa dos princípios jurídicos e valorização da sua importância no processo de aplicação do
Direito; b) rejeição ao formalismo e recurso mais frequente a métodos ou “estilos” mais abertos de raciocínio
jurídico: ponderação, tópica, teorias da argumentação etc.; c) constitucionalização do Direito, com a
irradiação das normas e valores constitucionais, sobretudo os relacionados aos direitos fundamentais,
para todos os ramos do ordenamento; d) reaproximação entre o Direito e a Moral; e e) judicialização da
política e das relações sociais, com um significativo deslocamento de poder da esfera do Legislativo e do
Executivo para o Poder Judiciário.
#OLHAOGANCHO:
O que é Judicialização? Algumas questões de larga repercussão política ou social estão sendo
decididas por órgãos do Poder Judiciário, e não pelas instâncias políticas tradicionais (Poder Executivo e
Congresso Nacional).
O que é Ativismo Judicial? o Min. Luís Roberto Barroso afirma que, enquanto a judicialização é
um fato (uma questão com repercussão política/social que chega no STF para ser julgada), o ativismo é
uma atitude. A prevalência dos direitos fundamentais exige uma postura contramajoritária mais ativa e
intervencionista da Justiça Constitucional, sendo o ativismo institucionalmente relevante e adequado.
Está(ão) incorreta(s)?
a) Apenas I e II
b) I, II e III
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) I, III e IV
GABARITO: “D”.
QUESTÃO 13
GABARITO: “D”.
ERRADO.
ERRADO.
Ao contrário do que afirma a assertiva, o princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em
caso de conflito entre eles, de modo a EVITAR o sacrifício total de uns em relação aos outros. É
geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim, apesar
de a Constituição, por exemplo, garantir a livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este
direito não é absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito
protegido constitucionalmente. Deve-se utilizar o critério da PONDERAÇÃO, já que a subsunção de
normas é insuficiente para se chegar a uma conclusão.
c) De acordo com o princípio da máxima efetividade, idealizado por Konrad Hesse, toda
norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia (ao menos, a eficácia jurídica), sob pena de
não ser aplicada.
ERRADO.
Não se trata do princípio da máxima efetividade, mas sim do princípio da força normativa da
Constituição.
d) Segundo a teoria dos interpretativistas, o Juiz, no caso concreto, não pode, em sua
atividade hermenêutica, transcender os limites da Constituição, devendo se limitar a analisar
os preceitos expressos e os preceitos claramente implícitos no texto constitucional.
CERTO.
A assertiva traz o conceito correto da teoria dos interpretativistas. Há duas correntes doutrinárias
que se posicionam de maneira diversa com relação à atuação do juiz na interpretação constitucional. De
um lado, estão os interpretativistas; do outro, os não-interpretativistas. É bastante comum a confusão
quanto ao que pensam cada uma dessas correntes.
ERRADO.
A assertiva possui apenas um erro na parte final (viu só a importância de ler, atentamente, a assertiva
até o fim?). Ao contrário do que foi dito, para Häberle, não há exclusão de ninguém na interpretação
da Constituição. Segundo ele, são intérpretes da Constituição todos aqueles que a vivenciam: os
cidadãos, os órgãos públicos, a opinião pública e demais grupos sociais. A teoria desenvolvida por
Häberle é conhecida como a “sociedade aberta dos intérpretes”, que nos mostra que a interpretação
constitucional é tarefa de todos (e não apenas dos juízes). Para ilustrar bem essa teoria, vale a pena ler
e refletir um trecho da obra do ilustre jurista: “Uma Constituição que estrutura não apenas o Estado em
sentido estrito, mas também a própria esfera pública, dispondo sobre organização da própria sociedade e,
diretamente, sobre setores da vida privada, não pode tratar as forças sociais e privadas como meros objetos.
Ela deve integrá-las ativamente enquanto sujeitos (…). Limitar a hermenêutica constitucional aos intérpretes
‘corporativos’ ou autorizados jurídica ou funcionalmente pelo Estado significaria um empobrecimento ou
um autoengodo”.
QUESTÃO 14
GABARITO: “C”.
CERTO.
CERTO.
CERTO.
Todas as assertivas estão corretas e trazem conceitos importantes referentes às normas de eficácia
limitada. A doutrina chama essas normas de eficácia relativa dependente de complementação legislativa.
O STF já decidiu que as normas de eficácia limitada possuem a chamada eficácia negativa de revogar
as regras preexistentes que sejam contrárias, podendo ser utilizadas como parâmetro de controle de
constitucionalidade.
Estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) Apenas III
QUESTÃO 15
GABARITO: “B”.
ERRADO.
CERTO.
A assertiva está correta e traz o conceito doutrinário de poder constituinte decorrente, assegurando-
se aos Estados-Membros a competência autônoma para se auto-organizarem mediante tipo próprio de
Constituição subalterna à Constituição Federal (art. 25 da CF).
ERRADO.
reformador estão previstos no art. 60 da Constituição Federal (emenda constitucional) e art. 3º do ADCT
(revisão constitucional).
#RECORDARÉVIVER:
ERRADO.
A doutrina ensina que o poder constituinte usurpado é manifestado nas chamadas constituições
outorgadas, pois é aquela fruto de uma ordem constitucional sem a aceitação popular (seja anterior ou
posterior a sua elaboração). Assim, entende-se que, apesar de possuir valor normativo, a Constituição é
ERRADO.
Há dois erros na assertiva. Primeiramente, vale destacar que o poder constituinte originário, segundo
a doutrina, não é considerado ilimitado de forma irrestrita. Jorge Miranda identifica três limites: (i) limites
transcendentes são os que se contrapõe ou se impõe à própria vontade do Estado, tais como imperativos
do direito natural e de valores superiores, como dignidade da pessoa humana; (ii) limites imanentes
são impostos ao Poder Constituinte formal e estão relacionados à “configuração do Estado à luz do Poder
Constituinte material ou à própria identidade do Estado de que cada Constituição representa apenas um
momento da marcha histórica”. Referem-se a aspectos como a soberania ou a forma de Estado; e (iii)
limites heterônomos provenientes da conjugação com outros ordenamentos jurídicos. Dizem respeito
a princípios, regras ou atos de direito internacional que impõem obrigações ao Estado ou a regras de
direito interno. No primeiro caso, observa-se a flexibilização do caráter autônomo e ilimitado do Poder
Constituinte como decorrência, sobretudo, da globalização e da crescente preocupação com a proteção
dos direitos humano. Ademais, deve-se acrescentar que, ao contrário do que afirma a assertiva, a nova
Constituição não precisa respeitar os direitos adquiridos sob a égide da Constituição anterior, ainda que
esses direitos não sejam salvaguardados pela nova ordem jurídica instalada, salvo disposição expressa em
sentido contrário.
QUESTÃO 16
A Constituição Brasileira de 1824 foi outorgada e era considerada rígida, estabelecendo, além
do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, a centralização monárquica, com a previsão do
Poder Moderador exercido pelo Imperador.
GABARITO: “ERRADO”.
ERRADO.
O único erro da alternativa é considerar a Constituição de 1824 como rígida. Ao contrário do que
afirma a assertiva, a Constituição Brasileira de 1824 era classificada como semirrígida, pois permitia
que os dispositivos de constituição material fossem modificados por maioria qualificada, mas admitia a
alteração de dispositivos da constituição formal mediante os mesmos requisitos necessários à elaboração
da lei comum.
#NÃOCUSTALEMBRAR:
QUESTÃO 17
GABARITO: “ERRADO”.
ERRADO.
QUESTÃO 18
GABARITO: “CERTO”.
CERTO.
Dirley da Cunha Júnior ensina que a derrotabilidade da norma jurídica significa a possibilidade,
no caso concreto, de uma norma ser afastada ou ter sua aplicação negada, sempre que uma exceção
relevante se apresente, ainda que a norma tenha preenchido seus requisitos necessários e suficientes para
que seja válida e aplicável. Muito se discutiu se tal teoria poderia ser aplicada tanto para as regras quanto
para os princípios. Atualmente, a maioria dos autores considera que, mesmo que as regras tenham
caráter mais rígido, elas estão sujeitas a essa ‘derrotabilidade’, uma vez que é impossível estabelecer, a
priori ou em abstrato, toda a lista de exceções que podem ‘derrotar’ uma regra.
Dessa forma, após a análise do caso concreto, uma norma determinada (podendo ser regra ou
princípio) mesmo que abstratamente válida do ponto de vista constitucional (plano da validez), poderá
não ser aplicada da mesma forma que abstrata e inicialmente tenha sido prevista (plano da aplicação).
QUESTÃO 19
GABARITO: “CERTO”.
3 Art. 20. (...) § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
CERTO.
Segundo José Afonso da Silva, as normas de eficácia contida ou de aplicabilidade imediata possuem
regulamentação suficiente para a produção de efeitos concretos, mas, ao mesmo tempo, deixou margem
à atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, o que denominou tal
restrição de “regras de contenção ou reserva de lei restritiva”.
QUESTÃO 20
GABARITO: “ERRADO”.
ERRADO.