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Maria Antônia Castanho • Livres Rocha • Maurício Nicácio • Otoniel Linhares • Tatiani Carvalho

Maurício Gusmão • Luis Guilherme Gomes Winther Neves • Edgard Antônio Lemos Alves

EDITORA

2022
© 2022 Avançar Serviços Educacionais

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UnDF
Professor e Tutor
Grupo 7 – Cargos 192 a 195; 198; 213 a 216; 220; 392 a 395; 398; 415 – Nível Superior
(AU13)
(De acordo com o Edital nº 01/2022)

Língua Portuguesa • Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF • Conhecimentos sobre o


Distrito Federal e sobre a RIDE • Legislação sobre a UnDF • Conhecimentos Pedagógicos
Conhecimentos Específicos para o Grupo

Autores:
Maria Antônia Castanho • Livres Rocha • Maurício Nicácio • Otoniel Linhares
Tatiani Carvalho • Maurício Gusmão • Luis Guilherme

GESTÃO DE CONTEÚDOS E PRODUÇÃO EDITORIAL


Tatiani Carvalho

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA


Marcos Aurélio Pereira

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UnDF

SUMÁRIO

Língua Portuguesa
Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.............................................................................................. 3

Reconhecimento de tipos e gêneros textuais........................................................................................................................ 3

Domínio da ortografia oficial................................................................................................................................................ 41

Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição,
de conectores e de outros elementos de sequenciação textual. Emprego de tempos e modos verbais....................... 4/16

Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego das classes de palavras. Relações de coordenação
entre orações e entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.
Emprego dos sinais de pontuação. Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Emprego do
sinal indicativo de crase. Colocação dos pronomes átonos................................................................................................. 10

Reescrita de frases e parágrafos do texto. Significação das palavras. Substituição de palavras ou de trechos de
texto. Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto. Reescrita de textos de diferentes gêneros
e níveis de formalidade.......................................................................................................................................................... 5
Língua Portuguesa
Maria Antônia Castanho

LEITURA, COMPREENSÃO E Exemplo comentado: E (errado) “Ambas” é gramati‑


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS calmente um numeral dual, ou seja, que indica dualidade,
portanto, dois. O texto é incoerente por trazer três nomes
Ao se analisarem as diversas possibilidades de se in‑ próprios.
terpretar um texto, deve‑se entender que algumas bases Com os exemplos acima, você pode observar que é
nortearão tal entendimento. possível se cobrar o entendimento de um texto, a partir do
Em primeiro lugar, é essencial saber que um texto tem duas quesito coerência, tanto com ênfase gramatical, como com
características principais: as ideias que ele pretende transmitir ênfase semântica.
e os recursos linguísticos que ele utilizará para fazê‑lo.
Nesse sentido é que se percebem questões de Inter‑ ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS
pretação em provas de concursos para cargos públicos, PARÁGRAFOS
ora cobrando aspectos semânticos, ora avaliando aspectos
gramaticais, como ferramenta para o entendimento do texto.
Este material tem por objetivo oferecer recursos estilísti‑
Tipologia Textual
cos para o entendimento da primeira característica, ou seja,
de aspectos literários: sentido figurado, conotação, funções Texto Dissertativo: denotativo, objetiva provar uma tese,
de linguagem, figuras de linguagem, semântica. um posicionamento, possui introdução, desenvolvimento e
A segunda característica principal da Interpretação de conclusão.
Textos, que diz respeito aos aspectos gramaticais, é advinda Texto Argumentativo: usa argumentos e exemplos para
de um estudo contínuo acerca das regras gramaticais. comprovar algo.
Vamos entender a seguir como podem ser cobradas as Texto Narrativo: conta uma história (fato, tempo, lugar,
duas características em provas de concursos públicos. personagens, detalhes etc.).
Texto Descritivo: descreve coisa, lugar ou pessoa, com
Aspectos Semânticos da Interpretação de Textos muitos adjetivos.

Observe o texto a seguir. Esquema do texto dissertativo

Pedrinho era menino muito querido em sua cidade, tão 1º parágrafo (introdução): tema e o objetivo na primeira
magrinho que mal conseguia carregar a bandeja com os frase; citação dos argumentos na segunda frase.
amendoins que ele vendia. 2º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do
Todos gostavam do garoto, pois ele era tido como alguém argumento 1 em pelo menos duas frases.
de muito bom coração, por suas atitudes de ajuda ao próximo 3º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do
quase que diariamente. argumento 2 em pelo menos duas frases.
Ele auxiliava idosos a atravessarem as ruas movimentadas 4º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do
do centro; cuidava dos animais de estimação, enquanto seus argumento 3 em pelo menos duas frases.
donos visitavam estabelecimentos comerciais que não per‑ 5º parágrafo (conclusão): tema e o objetivo na primeira
mitiam a entrada de animais; fazia companhia para crianças, frase com outras palavras; soluções otimistas com verbos no
na porta da escola municipal, até que os pais mais atrasados infinitivo de preferência.
chegassem para apanhá‑las; entre outras coisas.
Numa tarde chuvosa, Pedro presenciou um atropela‑ Exemplo de texto dissertativo
mento de um rapaz bem corpulento, o qual não pode contar
com o socorro do causador do acidente, pois este fugiu em • Introdução
alta velocidade. Acredita‑se que Brasília se firmará como provável polo
O vendedor de amendoins não pensou duas vezes, pediu turístico do século XXI. Mesmo concorrendo com belíssimas
ajuda a um taxista amigo seu e carregou o jovem atropelado praias na costa brasileira e com a evidente exploração turísti‑
até o carro, levando‑o ao hospital. ca nas cidades vizinhas, a capital federal encanta brasileiros
Seu feito rendeu‑lhe uma faixa no local do acidente com e estrangeiros por seu patrimônio histórico‑cultural, sua
a escrita: “Pedrinho, nosso herói!”, além de uma medalha de organização e segurança.
honra ao mérito, dada em cerimônia pública pelo prefeito.
• 1º argumento = 2º parágrafo
A partir do texto acima, julgue o item a seguir. Impossível não conceber que o litoral é um forte con‑
→ O texto é coerente. corrente da cidade‑sede do Brasil, já que é disputado na
Exemplo comentado: E (errado) Como um menino ma‑
Língua Portuguesa

alta e baixa temporada por turistas do mundo inteiro. Além


grinho que mal conseguia carregar a bandeja de amendoins disso, o cerrado constitui atração interessantíssima por suas
iria conseguir carregar nos braços um jovem corpulento. riquezas naturais, como as cachoeiras e quedas d’água de
várias cidades circunvizinhas (Pirenópolis e Alto Paraíso, por
Aspectos Gramaticais da Interpretação de Textos exemplo), as águas termais de Caldas Novas, bem como a
beleza histórica de Goiás Velho. Tudo isso há poucos quilô‑
Observe o texto a seguir. metros de Brasília.
Ana, Bia e Marta são primas. Ambas estudam juntas. • 2º argumento = 3º parágrafo
No entanto, em seu gigantismo de inigualável beleza
A partir do texto acima, julgue o item a seguir. arquitetônica, a cidade do poder, desenhada por Oscar
→ O texto é coerente. Niemeyer, surge majestosa causando curiosidade latente

3
aos turistas que a pretendem desvendar. Prova disso são os Didática e Interpretação de Textos: teoria e exercícios. 17.
hotéis, com fluxo frequente de visitantes de várias origens ed. Brasília: JRG, 2018.
e etnias, que aqui encontram empatia com este povo mes‑ No entanto, este é o material adequado se seus proble‑
clado, migrante de todo o território nacional, construtor da mas para interpretar um texto têm raiz semântica, ou seja,
diversidade cultural e culinária da jovem capital. de entendimento dos aspectos literários, conotativos, de
sentido figurado, ligados às figuras de linguagem etc. É a este
• 3º argumento = 4º parágrafo campo da interpretação, o dos aspectos semânticos, que se
Ressalte‑se, ainda, que ações, como a reforma do Centro propõe este estudo.
de Convenções, bem como as construções da Terceira Pon‑ Para começar, entendamos a diferença entre coesão,
te e do reservatório de água Corumbá IV, tornam‑na rota concisão e prolixidade.
certa. A segurança – também respaldada pela premiação Coesão: processo. É o conjunto de recursos coesivos que
da ONU como a melhor cidade para uma criança crescer, objetivam tornar o texto conciso.
no quesito qualidade de vida – e a organização da capital Por exemplo: verbo principal, conjugado com o tempo e
federal, evidenciada pela exatidão dos endereços facilmente o modo do verbo auxiliar; aproveita a pessoa do pronome e
encontrados pelo sistema inteligente de transportes, dão ao número – singular ou plural. O Verbo Principal sempre está
visitante sensação única de conforto. no infinitivo, no gerúndio ou no particípio em uma locução
verbal.
• Conclusão Concisão: resultado. É o ato de dizer a mesma coisa com
Nesse sentido, há que se propagar toda essa atração da um menor número de palavras. Usa recursos coesivos para
capital do país, evidenciando‑a como polo turístico do século que esse objetivo seja atingido.
XXI. Urge, entretanto, a garantia de condições favoráveis à Por exemplo: usa‑se um menor número de palavras para
execução plena de planejamentos turísticos. se dizer a mesma coisa.
Prolixidade: ato de dizer a mesma coisa com um maior
Esquema Narrativo número de palavras.
Observe o exemplo: “Eu estou a querer vislumbrar as
1º parágrafo: fato, tempo, lugar. possibilidades de vir a vivenciar a intensidade do ato de
2º parágrafo: causa do fato, personagens. amar.” Este é um texto prolixo.
3º parágrafo: detalhes do fato, discursos. Repare que a frase “Quero amar.” sintetiza a frase acima.
4º parágrafo: consequências do fato. Ou seja, duas palavras foram suficientes para resumir outras
17. Este resultado é chamado de concisão. “Quero amar.” É
Discursos uma frase concisa.
• Discurso Direto Simples No entanto, para se chegar a esse resultado, foram utili‑
Ela disse: zados vários recursos coesivos de referência. Vamos analisar
– Vamos ao cinema? passo a passo.
Ele respondeu: • Eu: pronome substantivo pessoal do caso reto, na 1ª
– Claro! pessoa do singular.
• estou: verbo auxiliar no Presente do Indicativo, na 1ª
• Discurso Direto com Travessão Explicativo pessoa do singular.
– Vamos ao cinema? – disse ela. • a: preposição que compõe a locução verbal.
– Claro! – respondeu ele. • querer: verbo principal no Infinitivo.
• Quero: verbo principal no Presente do Indicativo, na
• Discurso Direto Livre 1ª pessoa do singular.
Ela disse: “Vamos ao cinema?”
Ele respondeu: “Claro!” Isto é, “quero”, quando substitui “eu estou a querer”,
é conciso. No entanto, para esta concisão foram necessários
• Discurso Indireto Simples vários processos coesivos, como conjugar o verbo principal,
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite. no tempo do verbo auxiliar, na pessoa do pronome.
Coesão/concisão: antônimas (o contrário) de prolixidade
• Discurso Indireto Livre (é o ato de dizer a mesma coisa com um maior número de
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite. palavras).
“Tomara que ele realmente vá!” Texto (o texto em si) <fato>.
Intratexto (entrelinhas do texto, o que se pode entender,
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES concluir sobre o texto, interpretando‑o) <inferência>.
E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, Intertexto (relação do texto com a realidade ou com
outros textos) <julgamento>.
OPERADORES SEQUENCIAIS “O aborto deve ser rapidamente legalizado, de forma que
Língua Portuguesa

seja dado à mulher o direito de escolher entre a continuida‑


Coerência: segue a lógica formal. Pauta‑se na verdade de ou interrupção da gravidez a qualquer momento. Vários
de inferência. Baseia‑se em sólidas definições. países já aceitam o aborto.”
“O Brasil tem muitas praias, por isso, não recebe muitos De acordo com o texto acima, observe a classificação dos
turistas do exterior” → incoerência. fragmentos como intratexto ou intertexto.
Obviamente se faz necessário ao entendimento de um a) A mulher deve escolher se quer ou não abortar. (in‑
texto um profícuo estudo gramatical, ao qual não se propõe tratexto)
este trabalho. Ter o domínio da Gramática é algo essencial b) O texto faz oposição ao conceito religioso de que só a
para conseguir melhor entender um texto. Caso você tenha Deus cabe dar ou retirar a vida humana. (intertexto)
dificuldades de ordem gramatical em sua formação, sugiro c) O direito constitucional à vida é ferido na argumenta‑
o estudo da obra: GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Gramática ção do autor favorável ao aborto. (intertexto)

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d) Como muitos países já possuem a prática legalizada Função metalinguística: centralizada no código, usando
do aborto, o  Brasil precisa permitir que a mulher decida a linguagem para falar dela mesma. A  poesia que fala da
plenamente sobre sua gestação. (intratexto) poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS de metalinguagem.
VOCÊ SABE O QUE É INJEÇÃO ELETRÔNICA? É UM
E EXPRESSÕES PROCESSO DE... (O TEXTO EXPLICA O QUE É E MOSTRA AS
VANTAGENS DO CARRO “Y”, QUE É EQUIPADO COM ESSE
Elementos da Comunicação DISPOSITIVO).
Obs.: em um mesmo texto podem aparecer várias
Para melhor compreensão das funções de linguagem, funções da linguagem. O importante é saber qual a função
torna‑se necessário o estudo dos elementos da comunicação. predominante no texto, para então defini‑lo. O uso de figuras
Emissor – emite, codifica a mensagem. de linguagem é um dos recursos empregados para valorizar
Receptor – recebe, decodifica a mensagem. o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso
Mensagem – conteúdo transmitido pelo emissor. linguístico para expressar de formas diferentes experiências
Código – conjunto de signos usado na transmissão e comuns, conferindo originalidade, emotividade ou poetici‑
recepção da mensagem. dade ao discurso.
Referente – contexto relacionado a emissor e receptor. A utilização de figuras revela muito da sensibilidade de
Canal – meio pelo qual circula a mensagem. quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são tam‑ autor.
bém referentes e exercem influência sobre a comunicação. Quando a palavra é empregada em sentido figurado, não
denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de signifi‑
Funções da Linguagem cação, mais amplo e criativo, ou seja, no sentido conotativo.

Função emotiva (ou expressiva): centralizada no emissor,


revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalecem a 1ª
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE
pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem ESTRUTURAS
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
No Texto “AH! PERDI A TRAMONTANA! AGARREI A GAR‑ Denotação e Conotação
RAFA QUE ESTAVA NA MINHA FRENTE E ABRI A CABEÇA DA
SANTA CRIATURA COM UMA PANCADA HORRÍVEL! DE NADA Uma palavra ou signo compreende duas polaridades: o
MAIS ME LEMBRO. OUVI UM BERRO, UM CLAMOR. SENTI significado (aspecto conceitual, a imagem mental abstrata) e
O PÂNICO EM REDOR DE MIM E CORRI PARA A RUA COMO o significante (aspecto concreto, gráfico, a imagem acústica).
UM ÉBRIO. FOI QUANDO ...” (MONTEIRO LOBATO- “CIDADES Assim, todas as palavras são signos, desde que apresentam
MORTAS” – P. 91) essas duas faces.
Função referencial (ou denotativa): centralizada no Quando desconhecemos o significado de uma palavra,
referente, quando o emissor procura oferecer informações a significação não se completa, pois só o que compreende‑
da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª mos é o significante (o conjunto sonoro ou gráfico). Reunida
pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal ao seu significado, a palavra deixa de ser apenas um fenô‑
e livros científicos. meno sonoro ou gráfico (significante).
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA – ABERTO DAS 9:00 Um mesmo signo pode apresentar significados diversos,
ÀS 18:00 HORAS, R. DO OUVIDOR, Nº 507 – RIO DE JANEIRO. conforme o contexto em que os empregamos. O significado
Função apelativa (ou conativa): centraliza‑se no recep‑ de uma palavra não é somente aquele dado no dicionário;
tor; o emissor procura influenciar o comportamento do a palavra adquire sentidos diferentes quando inserida em
receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o novos contextos. A essa pluralidade de significados dá‑se o
uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos nome de polissemia.
e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas Veja o exemplo a palavra corrente:
que se dirigem diretamente ao consumidor. cadeia de metal, grilhão (a corrente);
ANTES DE ESCOLHER SEU CARRO PARA 97, VÁ A UMA a água que corre (água corrente);
CONCESSIONÁRIA FORD./BEBA COCA COLA./VOTE EM “X”: fácil, fluente (estilo corrente);
A ESCOLHA DO ELEITOR INTELIGENTE./AH! FINALMENTE sabido de todos (fato corrente);
UM NOVO BANCO./SENTE‑SE./SAIA./AGUARDE NA FILA./ decurso de tempo (mês corrente);
NÃO FUME. circulação de ar (corrente de ar);
Função fática: centralizada no canal, tendo como objetivo fluxo de água (corrente de água, corrente marinha);
prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a efici‑ fluxo de energia elétrica (corrente elétrica);
ência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações grupo de indivíduos que representam ideias, tendências,
Língua Portuguesa

e similares. opiniões (corrente literária) etc.


OLÁ, COMO VAI?/PSIU! É COM VOCÊ QUE EU ESTOU
FALANDO./HEI! HEI! VOCÊS LEMBRAM DE MIM? Quando escrevemos, valemo‑nos do significado da
Função poética: centralizada na mensagem, revelando palavra para expressar nossas ideias. Um vocabulário bem
recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, suges‑ escolhido transmite mais adequadamente a mensagem que
tiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam‑se as palavras, codificamos. Se queremos ser objetivos no que redigimos,
suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em precisamos utilizar uma linguagem denotativa, portanto,
obras literárias, letras de música, em algumas propagan‑ referencial. Essa linguagem é aquela cujo significado real
das etc. encontramos no dicionário. É a palavra empregada na sua
Na Propaganda: PNEU CARECOU? HM TROCOU. (HM – significação usual, literal, referindo‑se a uma realidade con‑
REVENDEDOR DE PNEUS) creta ou imaginária.

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Ao evocarmos ideias através do filtro da nossa emoção, “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.”
da nossa subjetividade, temos a conotação, que corresponde (Rubem Braga)
a uma transferência do significado usual para um sentido Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de
figurado. sandálias).
1. “A corrente marítima não manteve o barco na rota.” “Sentei‑me na cama, uma dor aguda no peito, o coração
2. “A gente vai contra a corrente desordenado.” (Antônio Olavo Pereira)
Até não poder resistir Elipse da preposição com (com uma dor...) e do conectivo
Na volta do barco é que sente e (e o coração).
O quanto deixou de cumprir.” “No mar, tanta tormenta e tanto dano.” (Camões)
(Chico Buarque) Elipse do verbo haver (no mar há tanta ...)
No exemplo 1 as palavras corrente e barco foram usados
denotativamente. Já no exemplo 2, podemos observar: cor‑ Zeugma
rente é metáfora de resistência e barco significa mudança
de rumo.
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é
suprimido, ficando subentendida sua repetição.
FIGURAS DE LINGUAGEM “Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos
Filipes.”
O uso de figuras de linguagem é um dos recursos em‑ (Camilo Castelo Branco)
pregados para valorizar o texto, tornando a linguagem mais Zeugma do verbo: e foram assassinados...”
expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas “Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o
diferentes experiências comuns, conferindo originalidade,
mundo; Bernardes para a cela, para si, para o seu coração.”
emotividade ou poeticidade ao discurso.
(Antônio Feliciano de Castilho)
A utilização de figuras revela muito da sensibilidade de
Zeugma do verbo viver: “Bernardes vivia para a cela...”
quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do
autor.
Quando a palavra é empregada em sentido figurado, não Anáfora
denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de signifi‑
cação, mais amplo e criativo, ou seja, no sentido conotativo. Ocorre anáfora quando há repetição intencional de pa‑
lavras no início de um período, frase ou verso.
Figuras de Sintaxe “Grande no pensamento, grande na ação, grande na
glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a só.” (Rocha Lima)
desvios em relação à concordância entre os termos da ora‑ “Eu quase não saio
ção, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. Eu quase não tenho amigo
As figuras de sintaxe podem ser construídas por: Eu quase não consigo
• Omissão: assíndeto, elipse e zeugma. Ficar na cidade sem viver contrariado.” (Gilberto Gil)
• Repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto.
• Inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage. Pleonasmo
• Ruptura: anacoluto.
• Concordância ideológica: silepse. Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia,
isto é, redundância de significado.
Assíndeto
a) Pleonasmo literário
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras que de‑ É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia,
veriam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista
justapostas ou separadas por vírgulas sintático. É um recurso estilístico que enriquece a expressão,
“Fere, mata, derriba denodado...” (Camões) dando ênfase à mensagem.
“Clara passeava no jardim com as crianças. “Iam vinte anos desde aquele dia
O céu era verde sobre o gramado,
Quando com os olhos eu quis ver de perto
a água era dourada sob as pontes,
Quanto em visão com os da saudade via.” (Alberto de
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
Oliveira)
o guarda‑civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro, “Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçal‑
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era ves Dias)
tranquilo ao redor de Clara.” (Carlos Drummond de “Ó mar salgado, quanto do teu sal
Língua Portuguesa

Andrade) São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)


“Não nos movemos, as  mãos é que se estenderam
pouco a pouco, todas quatro, pegando‑se, apartando‑se, b) Pleonasmo vicioso
fundindo‑se.” (Machado de Assis) É o desdobramento de ideias que lá estavam implícitas
em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos
Elipse devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma
ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que das palavras. Exemplos:
facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. subir para cima
Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, pre‑ hemorragia de sangue
posições ou verbos. entrar para dentro

6
monopólio exclusivo ...em cada olho castanho um grito de ódio..
repetir de novo “... as lojas loquazes dos barbeiros.” (Eça de Queirós)
breve alocução ... as lojas dos barbeiros loquazes.
ouvir com os ouvidos
principal protagonista Anacoluto

Polissíndeto Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sin‑


Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma tático com que se inicia a frase, alterando‑lhe a sequência
conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma lógica. A construção do período deixa um ou mais termos
gramatical (geralmente a conjunção e ). desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
“Vão chegando as burguesinhas pobres, “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas”
e as criadas das burguesinhas ricas (Alcântara Machado)
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” “Umas carabinas que guardava atrás do guarda‑roupa,
(Manuel Bandeira) a gente brincava com elas de tão imprestáveis.” (José Lins
“O quinhão que me coube é humilde, pior do que do Rego)
isto: nulo.
Nem glória, nem amores, nem santidade, nem heroísmo.” Silepse
(Otto Lara Resende)
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com
Anástrofe as palavras, mas com a ideia a elas associada.

Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de a) Silepse de gênero


palavras vizinhas (determinante x determinado). Ocorre quando há discordância entre os gêneros grama‑
“Tão leve estou que foi já nem sombra tenho.” (Mário ticais (feminino ou masculino)
“O animal é tão bacana
Quintana)
mas também não é nenhum banana.” (Enriques, Bardotti
Estou tão leve....
e Chico Buarque)
“Começa o Mundo, enfim, pela ignorância.” (Gregório
“Admitindo a ideia de que eu fosse capaz de semelhante
de Matos)
vilania, Sua Majestade foi cruelmente injusto para comigo”
O mundo começa....
(Alexandre Herculano)
Hipérbato
b) Silepse de número
Ocorre quando há discordância envolvendo o número
Ocorre hipérbato quando há uma inversão complexa de gramatical (singular ou plural).
membros da frase. “Esta gente está furiosa e com medo; por consequência,
“Passeiam, à tarde, as belas na Avenida.” (Carlos Drum‑ capazes de tudo.” (Garret)
mond de Andrade) “Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
As belas passeiam na Avenida à tarde.
“Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas c) Silepse de pessoa
cabeças pôr de rosas.” (Camões) Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso
Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de e a pessoa verbal.
rosas nas cabeças. “A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente.” (Roger
Sínquise Rocha Moreira)
“Ambos recusamos praticar este ato.” (Alexandre Her‑
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de culano)
distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
“A grita se alevanta ao Céu, da gente.”(Camões) Figuras de Pensamento
A grita da gente se alevanta ao Céu.
“... entre vinhedo e sebe As figuras de pensamento são recursos de linguagem
Corre uma linfa, e ele no seu de faia que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto
De ao pé do Alfeu tarro escultado bebe.” (Alberto de semântico.
Oliveira)
Língua Portuguesa

Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu Antítese
tarro escultado, de faia (árvore) de ao pé do Alfeu (imagem
do rio Alfeu) Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou
expressões de sentidos opostos.
Hipálage “Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas.
Uns nos querem mal, e fazem‑nos bem. Outros nos almejam
Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adje‑ o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
tivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a “Onde queres prazer sou o que dói
outro, na mesma frase) E onde queres tortura, mansidão
“... em cada olho um grito castanho de ódio.” (Dálton Onde queres um lar, revolução
Trevisan) E onde queres bandido sou herói” (Caetano Veloso)

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Apóstrofe “Na chuva de cores
Da tarde que explode
Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou A lagoa brilha” (Carlos Drummond de Andrade)
algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente.
Corresponde ao vocativo na análise sintática e utilizada para Ironia
dar ênfase à expressão.
“Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação,
Alves) pela contradição de termos, sugere‑se o contrário do que
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é de‑
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade” (Vi‑ preciativa ou sarcástica.
nícius de Morais) “As moças entrebeijam‑se porque não podem morder‑se
umas às outras. O beijo deles é a evolução da dentada da
Paradoxo pré‑avó.” (Monteiro Lobato)
“Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra
como uma porta: um amor.” (Mário de Andrade)
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras
de sentido oposto, mas de ideias que se contradizem. É uma
Prosopopeia
verdade enunciada com aparência de mentira.
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
Ocorre prosopopeia quando se atribui movimento, ação,
“Amor é fogo que arde sem se ver;
fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres anima‑
É ferida que dói e não se sente; dos a seres inanimados ou imaginários.
É um contentamento descontente; Também a atribuição de características humanas a seres
É dor que desatina sem doer.” (Camões) animados constitui prosopopeia, como este exemplo de
“Este Amor, que, afinal, é a minha vida Mário Quintana: “O peixinho (...) silencioso e levemente
e que será, talvez, a minha morte, melancólico....”
amor que me acalora e me intimida, “... a Lua
que me põe fraco quanto me põe forte; tal qual a dona do bordel
este Amor, que é um broquel e é uma ferida, pedia a cada estela fria
vai decidir, por fim, a minha sorte.” (Hermes Fontes) um brilho de aluguel” (João Bosco & Aldir Blanc)
“... os  rios vão carregando as queixas do caminho.”
Eufemismo (Raul Bopp)
“Um frio inteligente (...) percorria o jardim....” (Clarice
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é Lispector)
empregada para atenuar uma verdade tida como penosa,
desagradável ou chocante. Perífrase/Antonomásia
“Si alguma cunhatã se aproximava dele para fazer fes‑
tinha, Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras
Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se para expressar algum objeto, acidente geográfico, indivíduo
afastava.” (Mário de Andrade) ou situação que não se quer nomear.
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir Na linguagem coloquial, antonomásia/perífrase é o
Deus lhe pague.” (Chico Buarque) mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um
aposto (descritivo, especificativo) do nome próprio.
“Cidade maravilhosa
Gradação
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras Coração do meu Brasil.” (André Filho) [Rio de Janeiro]
que intensificam uma mesma ideia. “E ao rabi simples, que a igualdade prega,
“Dissecou‑a, a tal ponto, e com tal arte, que ela, Rasga e enlameia a túnica inconsútil.” (Raimundo Cor‑
Rota, baça, nojenta, vil reia) [Cristo]
Sucumbiu....” (Raimundo Correia) “O Genovês salta os mares....”(Castro Alves) [Colombo]
“Os que a servem [a Pátria] são os que não invejam, O rei dos animais rugia alto diante da ameaça. (O leão)
os  que não infamam, os  que não conspiram, os  que não
sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, Figuras de Palavra
Língua Portuguesa

os que não se acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas


esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a As figuras de palavras consistem no emprego de um
justiça, a admiração, o entusiasmo.” (Rui Barbosa) termo com sentido diferente daquele convencionalmente
empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo
Hipérbole na comunicação.

Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim Comparação


de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac) Ocorre comparação quando se estabelece aproximação
“Um quarteirão de peruca para Clodovil Pereira.” (José entre dois elementos que se identificam, ligados por conec‑
Cândido Carvalho) tivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como,

8
tal qual, tal como, qual, que nem – alguns verbos – parecer, Não te afastes da cruz. (O cristianismo.)
assemelhar‑se e outros. A matéria pelo produto e vice‑versa:
“Amou daquela vez como se fosse máquina. Lento, o bronze soa. (O sino.)
Beijou sua mulher como se fosse lógico. Joguei duas pratas no chapéu do mendigo. (Moedas de
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas. prata.)
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro. o inventor pelo invento:
E flutuou no ar como se fosse um príncipe. Edson ilumina o mundo. (A energia elétrica.)
E se acabou no chão feito um pacote bêbado.” (Chico A coisa pelo lugar:
Buarque) Vou à Prefeitura. (Ao edifício da Prefeitura.)
“A liberdade das almas, frágil, frágil como o vidro.” (Ce‑ O instrumento pela pessoa que o utiliza:
cília Meireles) Ele é um bom garfo. ( Guloso, glutão)
“Meu amor me ensino a ser simples
Como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade) Sinédoque

Metáfora Ocorre sinédoque quando há substituição de um tempo


por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual
Ocorre metáfora quando um termo substitui outro atra‑ da palavra. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:
vés de uma relação de semelhança resultante da subjetivida‑ O todo pela parte e vice‑versa:
de de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida “A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pis‑
como uma comparação abreviada, em que o conectivo não toleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo.”
está expresso, mas subentendido. (José Cândido de Carvalho) [O povo. Parte das patas]
“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.” (Carlos O singular pelo plural e vice‑versa:
Drummond de Andrade) O paulista é tímido; o carioca, atrevido. (Todos os pau‑
“Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu listas. Todos os cariocas.)
fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome
(Machado de Assis) comum):
“O Pão de Açúcar era um teorema geométrico.” (Oswald Para os artistas ele foi um mecenas. (Protetor)
de Andrade) Este homem é um harpagão. (Avarento)
“Minhas sensações são um barco de quilha pro ar.”
(Fernando Pessoa) Catacrese

Metonímia A catacrese é um tipo especial de metáfora, “é uma espé‑


cie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum
vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a
Ocorre metonímia quando há substituição de uma pa‑
metáfora tornada hábito linguístico, já fora do âmbito esti‑
lavra por outra, havendo entre ambas grau de semelhança,
lístico” (Othon Moacir Garcia).
relação, proximidade de sentido, ou implicação mútua. Tal
Exemplos de catacrese:
substituição realiza‑se de inúmeros modos:
folhas de livro pé de mesa
“O continente pelo conteúdo e vice‑versa
dente de alho braço do rio
Antes de sair, tomamos um cálice de licor.
céu da boa leito do rio
O conteúdo de um cálice.
mão de direção barriga da perna
A âncora pesada do sal feria. [O mar]
asas do nariz embarca no trem
A causa pelo efeito e vice‑versa língua de fogo miolo da questão
“E assim o operário ia Leia um poema de José Paulo Paes, onde predomina a
Com suor e com cimento catacrese: Inutilidades
Erguendo uma casa aqui Ninguém coça as costas da cadeira
Adiante um apartamento.”(Vinícius de Morais) [Com Ninguém chupa a manga da camisa
trabalho] O piano jamais abana a cauda
Sou alérgico a cigarro. [à fumaça] Tem asa, porém não voa, a xícara
O lugar de origem ou de produção pelo produto De que serve o pé da mesa se não anda?
Comprei uma garrafa do legítimo porto. [O vinho da E a boca da calça se não fala nunca?
cidade do Porto] Nem sempre o botão está na sua casa
Ofereceu‑me um havana. [Um charuto produzido em O dente de alho não morde coisa alguma.
Língua Portuguesa

Havana] Ah! se tratassem os cavalos do motor...


O autor pela obra Ah! se fosse até o circo o macaco do carro....
Ela aprecia ler Jorge Amado. (A obra de Jorge Amado.) Então a menina dos olhos comeria
Compre um Portinari. (Um quadro do pintor Cândido Até o bolo esportivo e bala de revólver.
Portinari.)
O abstrato pelo concreto e vice‑versa: Alegoria
Não devemos contar com o seu coração. (Sentimento,
sensibilidade) A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo‑se
A velhice deve ser respeitada. (As pessoas idosas.) ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em
O símbolo pela coisa simbolizada: expressar uma situação global por meio de outra que a
A coroa foi disputada pelos revolucionários. (O poder.) evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas

9
as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é 12. A Locução Verbal <LV> acontece quando há dois ou
comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um mais verbos juntos.
referencial e outro metafórico. 13. Ocorre Índice de Indeterminação do Sujeito <IIS>
“A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o com os verbos: Intransitivo, de Ligação, Transitivo Indireto,
barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos Transitivo Direto com Objeto Direto Preposicionado (na 3ª
comprimários, quando não são o soprano e o contralto que pessoa do singular).
lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mes‑ 14. Ocorre Partícula Apassivadora <PA> quando o Verbo
mos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, Transitivo Direto concorda em número (singular e plural)
e a orquestra é excelente...” (Machado de Assis) com o Substantivo (não‑preposicionado) a que se refere.
“A vida é um grande poema em estrofes variadas; umas 15. Ocorre Locução Verbal Intransitiva <LVI> geralmente
em opulentos alexandrinos de rimas milionárias; outras, quando a frase é transformada da Voz Passiva Sintética
frouxas, quebradas, misérrimas, mas o refrão é um para <VPS> para a Voz Passiva Analítica <VPA>, se não houver
todas, sempre o mesmomorrer. “ (Olavo Bilac) trânsito de Objetos. Nesse caso, há Predicado Verbal, pois a
locução é formada por verbo auxiliar + particípio.
SINTAXE 16. A dúvida entre AA e CN acontecerá quando o
termo antecedente ao termo preposicionado for deverbal
Sujeito (proveniente de verbo) e abstrato. Nesse caso, deve‑se
descobrir se o termo preposicionado é possuidor do
É o ser de quem se declara algo. antecedente (AA) ou se o sentimento do antecedente
1.Determinado Simples (SDS): possui um só núcleo recai sobre o termo preposicionado <CN> (Complemento
expresso. Ex.: Jonas leciona Português. Nominal).
2.Determinado Composto (SDC): possui mais de um 17. Substitua o núcleo do Objeto por um desses
núcleo expresso. Ex.: Lena e Val se amam. pronomes de acordo com a concordância: o, a, os, as. Se
3.Determinado Oculto, Elíptico, Desinencial (SDO): o adjetivo puder ser lido após o pronome coerentemente
quando os pronomes Eu, Tu, Ele/Ela, Nós, Vós não aparecem e soar bem, ele será Predicativo do Objeto <Pvo. Ob>. Se,
expressos. Ex.: Sou feliz. (eu) Vivemos bem. (nós) ao ser lido após o pronome, o adjetivo não soar bem, será
4.Indeterminado (SI):a)quando Eles/Elas não apare‑ Adjunto Adnominal <AA>. O Pvo. Ob. é momentâneo, dado
cem expressos. Ex.: Leram livros (eles/elas). b)3ª. p.sing.+ por outrem. Já o AA é próprio da natureza do núcleo.
“-se” como Índice de Indeterminação do Sujeito (I.I.S.). Perceba que antes chamávamos o Sujeito de Simples,
Ex.:Precisa‑se de emprego. Composto, Oculto e, hoje, anteposta a esta classificação vem
5.Inexistente ou Oração Sem Sujeito (OSS): só há pre‑ a palavra Determinado, como vários concursos já cobram.
dicado, sem referência a nenhum ser. Ocorre com verbos Isso porque, nas três classificações acima, consegue‑se
impessoais: fenômenos naturais, haver no sentido de existir, determinar o sujeito.
fazer e haver indicando tempo decorrido. Exemplo 1: Marcos Roberto faz artesanato.
Ex.: Anoiteceu cedo. Há ótimos alunos aqui. Faz dez anos Pergunta: quem faz artesanato?
que a amo. Resposta: Marcos Roberto = Sujeito Determinado Simples
Exemplo 2: Marcos e Suzanne são irmãos.
Macetes de Sintaxe da Oração Pergunta: quem são irmãos?
Resposta: Marcos e Suzanne = Sujeito Determinado
1. Sublinhe o verbo da oração. Composto
2. Pergunte “Quem?” antes do verbo. A resposta será Exemplo 3: Gostamos muito deles.
o Sujeito <S>. Pergunta: quem gostamos muito deles?
3. Pergunte “o quê?” ou “quem?” depois do verbo. Resposta: Nós (não aparece) = Sujeito Determinado
A resposta será o Objeto Direto <OD>. Oculto
4. Pergunte “preposição + quê?” ou “preposição + Repare que os exemplos 1,2,3 têm sujeitos Simples,
quem?” depois do verbo. A resposta será Objeto Indireto Composto e Oculto, respectivamente. Entretanto, todos
<OI>. Exceção: OD Preposicionado, que possui preposição são determinados. Ou seja, em um concurso, poder‑se‑ia
expletiva. formular o item: as orações 1,2,3 têm Sujeito Determinado.
5. Pergunte “preposição + quê?” ou “preposição + (Resposta: Verdadeiro)
quem?” depois de um nome*. A resposta será Complemento
Nominal <CN>. 4. Sujeito Indeterminado
6. * Consideram‑se nomes para o Complemento No-
minal todos os Substantivos <Subst>, Adjetivos <Adj> e 1)3ª pessoa do plural (Eles/Elas) não aparece.
Advérbios <Adv>. Exemplo: Venderam carros.
7. O Predicado Verbal <PV> é composto por Verbo In- Pergunta: quem venderam carros?
Língua Portuguesa

transitivo <VI> ou Verbo Transitivo <VT> + Objeto(s). Resposta: Eles/Elas = Sujeito Indeterminado
8. O Predicado Nominal <PN> é composto por Verbo de 2)3ª pessoa do singular acrescida de “-SE” como Índice
Ligação <VL> + Predicativo(s) <Pvo>. de Indeterminação do Sujeito (IIS)
9. O Predicado Verbo‑Nominal <PVN> é composto pela
mistura de elementos do Predicado Verbal com elementos 2.1) com Verbo Transitivo Indireto
do Predicado Nominal.
10. O Adjunto Adnominal <AA> acompanha geralmente Exemplo: Precisa‑se de empregados.
os núcleos, referindo‑se a eles, concordando com eles, exceto Pergunta: precisa‑se de quê?
conectores, pois conectivo não tem função sintática. Resposta: de empregados = Objeto Indireto
11. O Adjunto Adverbial é o Advérbio ou Locução Ad- Logo, precisa = Verbo Transitivo Indireto
verbial da Morfologia. -SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)

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2.2) com Verbo Intransitivo 2. verbos fazer, haver e ir indicando tempo decorrido
Exemplos: Faz anos que a amo.
Exemplo: Vive‑se melhor nas cidades pequenas. Há onze anos que eu leciono.
Pergunta: vive‑se como? Ia o tempo da juventude.
Resposta: melhor = Adjunto Adverbial de Modo 3. verbos indicando fenômenos da natureza: chover,
Pergunta: vive‑se melhor onde? trovejar, ventar, nevar, relampejar, etc. Exemplo: Nevou no
Resposta: nas cidades pequenas = Adjunto Adverbial de Lugar Rio Grande do Sul.
Logo, vive = Verbo Intransitivo 4. verbo ser indicando tempo
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS) Exemplo: Foi um bom período de outono.

2.3) com Verbo de Ligação Predicado


Exemplo: Era‑se feliz naqueles tempos. O PREDICADO encerra uma declaração sobre o sujeito.
Feliz = Predicativo Exemplo: Ana dorme tarde.
Pergunta: quando? SDS Predicado
Resposta: naqueles tempos = Adjunto Adverbial de Tempo Tudo o que não é sujeito faz parte do predicado. As ora‑
Logo, era = Verbo de Ligação ções em que o Sujeito é Oculto, Indeterminado ou Inexistente
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS) têm todos os seus termos compondo o predicado. Exemplos:
Nasci em Santos. (Sujeito Determinado Oculto)
2.4) com Verbo Transitivo Direto e Objeto Direto Morreram. (Sujeito Indeterminado)
Preposicionado Necessita‑se de atenção.(Sujeito Indeterminado)
Chove muito em São Paulo. (Sujeito Inexistente)
Exemplo: Ama‑se aos pais.
Pergunta: quem ama, ama alguém? Predicado Verbal
Resposta: aos pais = Objeto Direto Preposicionado
Logo, ama = Verbo Transitivo Direto É composto por Verbo Intransitivo ou Verbo Transitivo
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS) mais Objeto.
1. Verbo Intransitivo: não precisa de complemento,
Diferença entre o Índice de Indeterminação do Sujeito geralmente vem acompanhado por Adjuntos Adverbiais.
(IIS) e a Partícula Apassivadora (PA) Ex.: João Carlos nasceu no estado de São Paulo.
Já observamos que o Índice de Indeterminação do Sujeito SDS VI Adjunto Adverbial de Lugar
pode acontecer nas quatro situações descritas acima (VTI,
VI, VL, VTD + OD Preposicionado). A Partícula Apassivadora, 2. Verbo Transitivo mais Objeto
por sua vez, acontece quando há Voz Passiva Sintética, Ex.: Comprei flores para Vera.
podendo‑se encontrá‑la ao transformar a oração em Voz SDOc.(Eu) VTDI  OD  OI
Passiva Analítica, quando o verbo for Transitivo Direto.
Exemplo 1: Vende‑se esta casa. (Voz Passiva Sintética) Complementos Verbais
Vender é Verbo Transitivo Direto, logo, não é Índice de
Indeterminação do Sujeito. Como há concordância entre o 1.Objeto Direto Simples: responde à pergunta “o quê?”
verbo e o substantivo, a frase está na Voz Passiva Sintética e ou “quem?” depois do verbo.
pode ser reescrita na Voz Passiva Analítica. Exemplo: Leram revistas ontem
Assim: Esta casa é vendida. (Voz Passiva Analítica) S Ind. VTD OD A. Adv. Tempo
Esta casa = Sujeito Determinado Simples e Paciente
-SE= Partícula Apassivadora 2.Objeto Direto Duplo: possui dois núcleos.
Exemplo 2: Compram‑se carros. (Voz Passiva Sintética) Exemplo: Compramos livros e apostilas.
SDOc. VTD OD
Comprar é Verbo Transitivo Direto, logo, não é Índice de
Indeterminação do Sujeito. Como há concordância entre o
3.Objeto Direto Pronominal: é substituído por um pro‑
verbo e o substantivo, a frase está na Voz Passiva Sintética e
nome oblíquo.
pode ser reescrita na Voz Passiva Analítica.
Exemplos : Ofereci flores.
Assim: Carros são comprados. (Voz Passiva Analítica) SDOc. VTD OD
Carros = Sujeito Determinado Simples e Paciente Ofereci – as
-SE= Partícula Apassivadora SDOc. VTD OD
Exemplo 3: Estuda‑se várias matérias.
Exemplo 4: Compram‑se pipoca. 4.Objeto Direto Preposicionado: complementa o Verbo
Língua Portuguesa

Estudar e comprar são Verbos Transitivos Diretos, logo, Transitivo Direto, no entanto, é  antecedido por uma pre‑
não se trata de Índice de Indeterminação do Sujeito. Como posição. Facilmente o confundimos com o Objeto Indireto,
não há concordância entre os verbos e os substantivos devido à preposição. Para que isso não aconteça, repare nos
(“estuda” com “matérias” e “compram” com “pipoca”), próximos exemplos, em que o Objeto Indireto soa estranho
a  frase não está na Voz Passiva Sintética e não pode ser quando lhe é retirada a preposição. Motivo: a preposição
reescrita na Voz Passiva Analítica. do Objeto Indireto (termo regido) está implícita no Verbo
Assim: há erro de Sintaxe, pois as orações não estão de Transitivo Indireto (termo regente), já a preposição do Objeto
acordo com a Norma Culta Padrão. Direto Preposicionado só pertence ao Objeto Direto (termo
5. Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito: regido) e não ao Verbo Transitivo Direto (termo regente).
1. verbo haver no sentido de existir Exemplos: Preciso de atenção.
Exemplo: Há filmes bons hoje no Brasil. SDOc. VTI OI

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Exemplo 2: Preciso atenção. (Não soa bem.) 12.Objeto Indireto Duplo: possui dois núcleos.
(Erro de regência) Ex.: Preciso de atenção e de carinho.
Exemplo 3: Estimo os meus colegas.
SDOc. VTD OD 13.Objeto Indireto Pronominal: quando o Objeto
Exemplo 4: Estimo aos meus colegas. Indireto é representado pelos pronomes: me, te, se, lhe,
SDOc. VTD OD Prep.
nos, vos, lhes.
Ex.: Trouxe‑lhe flores.
Perceba nos próximos exemplos que a preposição do
Objeto Direto Preposicionado sempre poderá ser retirada. 14.Objeto Indireto Pronominal Pleonástico
Ex.1: A nova determinação inclui todos. Ex.1: Para Vera, dei‑lhe meu amor.
SDS VTD  OD
Ex.2: Ao professor, ofereci‑lhe respeito.
Ex.2: A nova determinação inclui a todos.
SDS VTD OD Prep.
Ex.3: Essas medidas agridem aos mais humildes. Além dos Verbos Intransitivos, Transitivos Diretos
Ex.4.: A decisão prejudicou aos trabalhadores. e Indiretos, Objetos Diretos e Indiretos, até aqui você
Ex.5: Eu e sua mãe conhecemos aos seus amigos. também já aprendeu que o Advérbio ou Locução Adverbial
da Morfologia são chamados de Adjuntos Adverbiais. Cabe
Ex.6: A crise atinge ao povo brasileiro.
ressaltar ainda que Adjuntos Adnominais são os termos
que acompanham os núcleos do Sujeito e do Objeto Direto.
5. Objeto Direto Pronominal implicitamente Prepo­
Renato Aquino admite mais dois objetos
sicionado
I. Objeto Indireto de Opinião: exprime a opinião de
Exemplo 1: Todos conhecem Caetano Veloso.
SDS VTD OD alguém, podendo aparecer com verbo de ligação. Não é
Exemplo 2: Todos conhecem- no abonado pela NGB: Para mim, você se enganou. Ele nos
SDS VTD OD Pron. parece competente.
Exemplo 3: Todos conhecem a Caetano Veloso. II. Objeto Indireto de Interesse: demonstra o interesse
SDS VTD OD Prep. de alguém na ação verbal. É conhecido também como dativo
Exemplo 4: Todos conhecem -lhe ético. Não aparece na NGB. Exemplos: Não me risque essa
SDS VTD OD Pron. Implic. Prep. parede, garoto! “Tirem‑me daqui a metafísica!” (Fernando
Pessoa)
6.Objeto Direto Pronominal Pleonástico: já sabemos que
o Pleonasmo é uma repetição (redundância) seja de sentido, Predicado Nominal
palavra ou termo sintático. Quando já há o Objeto Direto,
geralmente iniciando a frase, e um outro pronome fazendo É composto por Verbo de Ligação mais Predicativo.
alusão a ele, tem‑se o Objeto Direto Pleonástico. 1.Verbos de Ligação: possuem a função de apenas
Ex.1: O livro, eu o li ontem. ligar o sujeito à sua característica (Predicativo do Sujeito).
OD SDS OD Pleon. VTD A.Adv.Tempo Vários verbos podem ser considerados de ligação, já que
Ex.2: A matéria, nós a estudamos na escola. na atualidade analisa‑se tudo a partir do contexto. Neste
OD SDS OD Pleon. VTD A.Adv.Lugar caso, verbos intransitivos como viver ou andar, por exemplo,
Ex.3: As flores, compraram-nas na floricultura. podem ser contextualmente verbos de ligação, bem como
OD S Ind. VTD OD Pleon. A.Adv.Lugar
os Verbos Transitivos. Veja alguns: terminar, viver, continuar,
andar, ficar, estar, ser, parecer, permanecer.
7.Objeto Direto Pronominal Pleonástico implicitamente
Preposicionado
Importante: para ter certeza, substitua na oração o verbo
Ex.: Os alunos, a prova prejudicou‑lhes. pelos seis verbos sublinhados, se der certo com os seis,
é porque o verbo em questão contextualmente é de Ligação.
8.Objeto Direto Cognato: o verbo e o objeto são da Exemplo 1: Eu sou feliz.
mesma família, quanto à etimologia. SDS VL Predicativo do Sujeito
Ex. 1: Os ricos vivem uma vida agradável. Exemplo 2: Ela continua atenta.
SDS VTD OD Cognato SDS VL Predicativo do Sujeito
Ex. 2: Os desempregados choram um choro amargo. Exemplo 3: Lourdes vive em São Vicente.
SDS VTD OD Cognato SDS VI A.Adv.Lugar
Exemplo 4: Renato vive sorridente.
9.Objeto Direto Interno: o verbo e o objeto pertencem SDS VL Predicativo do Sujeito
ao mesmo campo semântico (significado). Ex.1: As crianças Exemplo 5: Renilza anda na praia.
dormem um sono de entrega. Ex.2: Nós choramos lágrimas SDS VI A.Adv.Lugar
Língua Portuguesa

de crocodilo. Exemplo 6: Renilda anda alegre.


SDS VL Predicativo do Sujeito
10.Objeto Indireto Dativo de Posse: possui valor posses‑ Exemplo 7: Roberto terminou a faculdade.
SDS VTD OD
sivo e é sempre pronominal (pronome oblíquo). Observação: Exemplo 8: Regina terminou religiosa.
alguns gramáticos classificam este pronome como Adjunto SDS VL Predicativo do Sujeito
Adnominal (AA). Ex. 1: Furtaram‑lhe a casa. (lhe=sua) Ex. 2:
Algemaram‑me a mão. (me=minha) 2.Predicativo: é o adjetivo (ou substantivo com valor
adjetivo) que atribui uma característica ao substantivo, seja
11.Objeto Indireto Simples: responde à pergunta “(pre‑ ele núcleo do Sujeito ou do Objeto.
posição) quê?” ou “(preposição) quem?” depois do verbo. Exemplo 1: João permanece atento.
Ex.: Gosto de praia no verão. SDS VL Predicativo do Sujeito

12
Exemplo 2: Renira parece decidida. Diferença entre o Predicativo do Objeto e o Adjunto
SDS VL Predicativo do Sujeito Adnominal
Exemplo 3: Márcia é eficaz.
SDS VL Predicativo do Sujeito Facilmente pode ser confundido o Predicativo do Objeto
Exemplo 4: Joaquim é português. com Adjunto Adnominal do Objeto quando houver adjetivo
SDS VL Predicativo do Sujeito
próximo do objeto.
Para ter certeza, substitua o núcleo do Objeto por um
3.Complemento nominal: responde à pergunta “(pre‑ desses pronomes de acordo com a concordância: o, a, os, as.
posição) quê?” ou “(preposição) quem?” depois de um Se o adjetivo puder ser lido após o pronome e soar bem, ele
nome. Consideram‑se nomes os Substantivos, Adjetivos e será Predicativo do Objeto. Se, ao ser lido após o pronome,
Advérbios. Exemplos: o adjetivo não soar bem, será Adjunto Adnominal. Exemplos:
A dedicação de Raquel ao Jornalismo é louvável. 1. As crianças consideraram a brincadeira chata.
SDS CN VL Pvo. Suj. SDS VTD OD Pvo. Obj.
Omar e Roberta agiram favoravelmente ao Gustavo. As crianças consideraram-na chata.
SDC VI A.Adv.Modo CN SDS VTD OD Pvo. Obj.
Letícia e Thiago são importantes aos seus pais. (soa bem, é Predicativo do Objeto)
SDC VL Pvo. Suj. CN
2. A professora organizou uma brincadeira chata.
SDS VTD OD A. Adn.
4.Diferença entre o Complemento Nominal e o Adjunto A professora organizou-a chata.
Adnominal SDS VTD OD A. Adn.
Exemplo 1:A proposta do funcionário é interessante. (não soa bem, é Adjunto Adnominal)
SDS A. Adnom. VL Pvo. Suj. 3. Tomás de Aquino deixou os racionalistas perplexos.
Exemplo 2: A proposta ao funcionário é interessante. SDS VTD OD Pvo. Obj.
SDS CN VL Pvo. Suj. Tomás de Aquino deixou-os perplexos.
SDS VTD OD Pvo. Obj.
Repare que, com uma mínima desatenção, você corre o (soa bem, é Predicativo do Objeto)
risco de confundir o Complemento Nominal com o Adjunto 4. Santo Agostinho deixou uma obra riquíssima.
Adnominal. A dúvida acontecerá quando o termo anteceden‑ SDS VTD OD A. Adn.
te (proposta) ao termo preposicionado (do/ao funcionário) Santo Agostinho deixou-a riquíssima.
SDS VTD OD A. Adn.
for deverbal (proveniente de verbo) e abstrato. Por exemplo, (não soa bem, é Adjunto Adnominal)
“proposta” vem do “propor” e é abstrato.
Nesse caso, deve‑se descobrir se o termo preposicionado Para diferenciar o Predicativo do Objeto do Adjunto
é possuidor do antecedente (Adjunto Adnominal) ou se o Adnominal, Marcelo Rosenthal (2009, p. 257-258) orienta
sentimento do antecedente recai sobre o termo preposicio‑ “passar para a voz passiva e observar a função sintática que
nado (Complemento Nominal). passa a ter o termo que dava qualidade ao núcleo do objeto
No primeiro exemplo, a proposta é do funcionário, per‑ direto. Caso, na transformação da ativa para a passiva, fique
tence a ele, pois o funcionário é possuidor da proposta, logo, certificado que o termo é adjunto adnominal, é porque ele
tem‑se o Adjunto Adnominal. já era na voz ativa. Ex.: Considerei a criança bonita. BONITA
Já no segundo exemplo, a proposta não é do funcionário, é predicativo do objeto, pois dá qualidade ao objeto direto
ela é de alguém (provavelmente do empregador) para ele, CRIANÇA e, ao passarmos esta frase para a voz passiva (A
a proposta recai sobre o funcionário, logo, tem‑se o Com‑ criança foi considerada bonita por mim), o termo BONITA
plemento Nominal. passa a ser predicativo do sujeito. Vi uma criança bonita.
Ex. 3: A resposta dos alunos é fundamental. BONITA é adjunto adnominal, pois, ao ser passada esta frase
AA N A. Adnom. VL Pvo. Suj.
da voz ativa para a voz passiva (Uma criança bonita foi vista
Ex. 4: A resposta aos alunos é fundamental. por mim.) BONITA continua adjunto adnominal. Predicativo
AA N CN VL Pvo. Suj.
Ex. 5: O amor de Deus aos homens continua infinito. preposicionado do sujeito – Ele foi apelidado de enrolado
AA N AA CN VL Pvo. Suj. por João. DE ENROLADO é predicativo preposicionado
do sujeito ELE. Predicativo preposicionado do objeto  –
No exemplo 3, a resposta pertence aos alunos (Adjunto Chamei Paulo de servidor público. DE SERVIDOR PÚBLICO é
Adnominal); já no exemplo 4, a resposta é dada aos alunos, predicativo preposicionado do objeto, pois dá qualidade ao
recai sobre eles (Complemento Nominal); no exemplo 5, objeto direto PAULO.”
entretanto, o amor é de Deus, que é o possuidor do amor
(Adjunto Adnominal), além disso esse amor de Deus recai Agente da Passiva
sobre os homens (Complemento Nominal).
Importante entender a diferença entre os diferentes
conceitos: o sujeito concorda com o verbo; o agente pratica a
Língua Portuguesa

Predicado Verbo‑Nominal
ação verbal; o Objeto Direto complementa o verbo; paciente
É composto pela mistura de elementos do Predicado é o sofredor da ação verbal. (Ulisses Infante)
Verbal (verbo intransitivo ou verbo transitivo mais objeto) Na voz passiva, o sujeito é paciente, portanto, o agente
com elementos do Predicado Nominal (verbo de ligação da ação expressa pelo verbo na voz passiva é o agente da
mais predicativo). passiva.
Exemplo 1: Vó Izabel morreu realizada. Ex.1: As flores do jardim foram plantadas por mim.
SDS VI Pvo. Suj. Ex.2: É um professor estimado dos alunos.
Exemplo 2: Gustavo nasceu fofinho. Ex.3: Lena e Val foram recebidos pela família.
SDS VI Pvo. Suj.
Exemplo 3: Cláudio considera linda sua Cláudia. Importante: só há Agente da Passiva na Voz Passiva
SDS VTD Pvo. Obj. OD Analítica.

13
Termos Isolados: Vocativo e Aposto Macetes de Sintaxe do Período Composto

Consideram‑se termos isolados o Vocativo e o Aposto, 1. Sublinhe os verbos.


ou seja, não fazem parte nem do sujeito nem do predicado. 2. Circule a conjunção ou locução conjuntiva, também
chamada de conectivo, conetivo, conector, conetor, síndeto,
Vocativo termo de ligação etc.
3. Coloque uma barra antes da conjunção, separando
Chamamento que pode aparecer no início, meio ou fim as orações.
da oração. O verbo estará no imperativo. 4. Analise bem e classifique as orações.
Preste atenção, rapaz! / Acorde, garoto, agora! / 5. As orações coordenadas possuem sentido completo
Moleque, fique quieto! quando isoladas, as subordinadas não.
6. As Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas
Aposto <OSSS> atuam como sujeito da Oração Principal <OP>. Nesse
caso, a OP não possui sujeito e seu verbo deve estar na 3ª.
Faz referência a um termo anterior. pessoa do singular ou na voz passiva.
1. Resumitivo ou recapitulativo. Observe a lista das orações que estudaremos neste
capítulo:
Ex.: Governador, prefeito, deputado, ninguém o fez
mudar de ideia. Oração Coordenada Assindética – OCA
Oração Coordenada Sindética – OCS
Livros, apostilas, aulas, tudo me fará passar.
Oração Subordinada Substantiva – OSS
Subjetiva – OSSS
2 Explicativo: sempre isolado por vírgulas
Objetiva Direta – OSSOD
Ex.: O concurso, motivador do meu empenho, acontecerá
Objetiva Indireta – OSSOI
no próximo mês.
Completiva Nominal – OSSCN
Jonas Rodrigo, professor de Português, escreve livros.
Predicativa – OSSP
Apositiva – OSSA
3. Enumerativo.
Oração Subordinada Adjetiva – OSAdj
Ex.: Trouxe alguns objetos pessoais: roupas, perfumes,
Oração Subordinada Adverbial – OSAdv
sapatos e livros.
Oração Principal
Comprei meu kit “Seja um servidor”: livros de concursos,
Oração Reduzida de Infinitivo – RI
cursinho preparatório, aulas de professores confiáveis.
Oração Reduzida de Gerúndio – RG
Oração Reduzida de Particípio – RP
4. Especificativo.
Renato Aquino diz que a oração absoluta “é aquela que
Ex.: O lago Paranoá é artificial. As  aulas de Português
aparece sozinha no período. Ex.: O menino brincava com
são essenciais.
o cão.”
5. Distributivo.
Ex.: Machado de Assis e José de Alencar são escritores Período Composto por Coordenação
brasileiros: este do Romantismo e aquele do Realismo.
Nilo e Hércules são ótimos professores: este de Direito Orações Coordenadas Assindéticas
e aquele de Matemática.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas sem
conectivo (elemento de ligação), ou seja, sem síndeto,
6. Comparativo: sempre isolado por vírgulas
conjunção, locução conjuntiva. São as orações coordenadas
Ex.: O Brasil, país grande como a China, será a maior
assindéticas. Ex.: Nasceu, morreu.
potência mundial.
Betânia, brilhante como Vânia, conquista alunos
Orações Coordenadas Sindéticas
diariamente.
Aditivas
Importante: segundo Renato Aquino, há o aposto
Ideia de adição, de soma. Conjunções aditivas: e, nem (e
referente a uma oração: palavras como o pronome
não), mas também, como também etc.
demonstrativo o e substantivos do tipo coisa, fato, sinal
Ex.: Não veio nem telefonou.
etc. podem referir‑se a toda uma oração. Não recebe nome
Língua Portuguesa

especial esse tipo de aposto. Ex.: Esforcei‑me bastante, o que


causou muita alegria em todos. Ele estava nervoso, fato que Adversativas
passou despercebido na reunião. Ideia de contraste, de oposição. Conjunções coordenati‑
vas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
entretanto etc.
SINTAXE: PROCESSOS DE COORDENAÇÃO E Ex.: Estudou muito, porém foi mal na prova.
SUBORDINAÇÃO
Alternativas
O bom entendimento da Sintaxe da Oração será essencial Ideia de alternância, de escolha. Conjunções coordenativas
para a compreensão da Sintaxe do Período, aqui entendida alternativas: ou... ou; ora... ora; já... já; quer... quer.
como análise sintática do período composto. Ex.: Ora a criança estuda, ora brinca com os amigos.

14
Explicativas Restritivas
Expressam motivo, razão, explicação. Conjunções São aquelas que restringem o sentido do termo a que se
coordenativas explicativas: porque, que, pois (antes do referem. Não se apresentam entre vírgulas.
verbo) etc. Ex.: Dei‑lhe um presente, pois era natal. Os homens que são honestos merecem nosso diálogo.

Conclusivas Explicativas
Ideia de conclusão. Conjunções coordenativas São aquelas que tomam o termo a que se referem no
conclusivas; logo, portanto, por conseguinte, pois (depois seu sentido amplo, destacando sua característica principal
do verbo) etc. Ex.: Estudou muito, portanto, foi bem na ou esclarecendo melhor sua significação, à semelhança de
prova. um aposto. Sempre entre vírgulas.
Os homens, que são seres racionais, merecem nosso
Período Composto por Subordinação diálogo.

Orações Subordinadas Substantivas Importante: segundo Renato Aquino, há casos em tanto


se pode usar a restritiva quanto a explicativa, cada uma,
naturalmente, com um sentido. Ex.: Meu tio que mora em
Subjetiva
Belém tem uma linda casa. (restritiva, passa a ideia de que,
Funciona como sujeito de verbos usados na 3ª pessoa do
dentre os tios que eu tenho, aquele que mora em Belém é
singular (é bom, será necessário, convém, parece, importa
que tem uma linda casa) Meu tio, que mora em Belém, tem
etc.) e de verbos que se apresentam na voz passiva sintética
uma linda casa. (explicativa, não transmite a ideia de que
(sabe‑se, espera‑se, etc.) ou analítica (foi decidido, será
eu tenho mais de um tio; talvez eu tenha apenas um, que
provado etc.), na oração principal.
mora em Belém).
É necessário que você discuta o assunto.
Orações Subordinadas Adverbiais
Objetiva Direta
Funciona como objeto direto do verbo transitivo direto
Temporais
da oração principal.
Exprimem ideia de tempo em que ocorre o fato expresso
O mestre explicou que a serenidade se conquista. na oração principal. Iniciam‑se principalmente por: quando,
logo que, até que, sempre que, enquanto, assim que... Eu
Objetiva Indireta leria até que o sono viesse.
Funciona como objeto indireto do verbo transitivo
indireto ou transitivo direto e indireto da oração principal. Causais
O Estado necessita de que a prisão seja construída. Exprimem ideia de causa do fato expresso na oração
principal. Iniciam‑se principalmente por: porque, já que,
Completiva Nominal visto que, como, uma vez que...
Funciona como complemento nominal de um substantivo, Já que não chovia, as plantas secaram.
adjetivo ou advérbio da oração principal.
Tínhamos certeza de que daria certo o acampamento Condicionais
naquele lugar. Exprimem ideia de condição necessária para a
realização do fato expresso na oração principal. Iniciam‑se
Predicativa principalmente por: se, caso, desde que, contanto que....
Funciona como predicativo do sujeito da oração principal Caso ela chegue cedo, iremos ao cinema.
com verbo de ligação.
Nossa esperança é que os povos vivam em harmonia. Proporcionais
Exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato
Apositiva simultâneo ao expresso na oração principal. Iniciam‑se
Funciona como aposto, ou seja, como explicação de uma principalmente por: à proporção que, à medida que...
palavra da oração principal. À medida que limpávamos os livros, o cheiro de bolor
Queremos apenas isto: que a distribuição de rendas seja desaparecia.
mais justa.
Importante: Renato Aquino admite a oração subordinada Finais
substantiva agente da passiva: Fui ajudado por quem tinha Exprimem ideia de finalidade do fato expresso na oração
Língua Portuguesa

boa vontade. principal. Iniciam‑se principalmente por: para que, a fim de


que...
Orações Subordinadas Adjetivas Fiz minha autocrítica a fim de que me sentisse melhor.

As orações subordinadas adjetivas têm o valor e a função Consecutivas


próprios do adjetivo. Para Renato Aquino, as orações adjeti‑ Exprimem ideia de consequência do fato expresso
vas representam um adjunto adnominal da oração principal. na oração principal. Iniciam‑se principalmente por: que
Assistimos a cenas deprimentes. / Assistimos a cenas (precedido de tal, tão, tanto, tamanho).
que nos deprimem. Chorou tanto em sua despedida que a família se
surpreendeu.

15
Conformativas Reduzidas de Particípio
Exprimem ideia de conformidade com o pensamento São geralmente adjetivas ou adverbiais.
expresso na oração principal. Iniciam‑se principalmente por:
conforme, como, segundo.... Adjetivas
O livro foi publicado conforme pedimos. O gás natural importado, distribuído no país, não atende
a todos os brasileiros.
Concessivas Comemos carne congelada vinda do exterior.
Exprimem ideia contrária ao fato expresso na oração
principal. Também podem ser entendidas como as orações Adverbiais
que concedem uma possibilidade. Iniciam‑se principalmente Montada a feira de artesanato, entraram curiosas as
por: embora, ainda que, se bem que... moças.
Preciso de um livro de contos, qualquer que seja ele. Preocupado com a hora, esqueceu o chapéu.

Comparativas EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS


Representam o segundo termo da comparação.
Iniciam‑se principalmente por: como, mais ... do que, Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno
menos...do que, tão...como, tanto... quanto... da natureza.
Nós corríamos como lebres correm assustadas. Ex.: Elas leram o livro atentas. (ação) Analinda continua
Segundo Aquino, existem duas orações adverbiais que espiritualizada. (estado) Chove pouco em Brasília. (fenômeno
não constam na NGB. da natureza)
a) Locativa: alguns a analisam como subordinada O verbo pode ser flexionado em: tempo, modo, número,
adjetiva, por estar subentendido um antecedente de onde pessoa e voz.
(no local em que me sinto bem, no lugar onde me espetam).
Ex.: Trabalho onde me sinto bem. “Onde me espetam, fico.”
(Machado de Assis)
Locução Verbal
b) Modal, quase sempre reduzida de gerúndio: costuma‑se
Como as demais classes de palavras, também o verbo,
analisar a reduzida de gerúndio como conformativa e a da
quando representado por duas ou mais palavras juntas e
conjunção sem que como concessiva. Ex.: Salvou‑se fazendo
dieta. Saiu sem que ninguém percebesse. combinadas, recebe a classificação de locução verbal: verbo
auxiliar seguido de uma forma nominal (gerúndio, particípio,
Orações Reduzidas infinitivo).
As locuções verbais servem para dar amplitude ao
São reduzidas as orações que apresentam o verbo numa significado do verbo.
de suas formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio. Luã mudará de escola no próximo ano. (verbo)
Não apresentam conjunções. Luã poderá mudar de escola no próximo ano. (locução
Se você sair, feche as portas da casa. verbal)

Reduzidas de Infinitivo Estrutura Verbal


São em geral substantivas ou adverbiais e raramente
adjetivas. Radical: é a base do verbo, o infinitivo menos -ar, -er, -ir.
amar -ar =am
Substantivas saber -er =sab
Não é vergonhoso errar. sair -ir =sa
É possível contornar a situação.
Afixos: podem ser acrescentados antes (prefixo) ou
Adverbiais depois (sufixo) dos verbos, podendo inclusive originar novos
Ao sair de casa, tranquei as portas. verbos.
Sem ler, você não aumentará seu vocabulário. re carregar recarregar
des moralizar desmoralizar
Adjetivas
Luã não é um jovem de falar muito. Vogal temática: é o morfema que permite ligar o radical
Essa é a ferramenta de se cortar a grama. e as desinências. usam‑se as vogais a, e, i. Através dela se
sabe a que conjugação pertence o verbo:
Língua Portuguesa

Reduzidas de Gerúndio vogal temática a = 1ª conjugação: cantar


São em geral adverbiais e raramente adjetivas. vogal temática e = 2ª conjugação: bater
vogal temática i = 3ª conjugação: partir
Adverbiais O verbo pôr e seus derivados (dispor, compor, repor, etc.)
Descobrindo a rua, localizei a casa do professor. pertencem à segunda conjugação por razões etimológicas:
Mesmo sendo um grande centro industrial, São Paulo sua forma arcaica era poer, note a presença da vogal temá‑
abriga muitos desempregados. tica da segunda conjugação e em algumas de suas formas:
pus‑é‑sse‑mos; pus‑é‑ra‑mos. (Ernani Terra, 2002)
Adjetivas Tema: radical + vogal temática: louv + a = louva.
A Brasília, chegam retirantes trazendo apenas esperanças. Desinências: morfemas acrescentados ao tema, para
Pelas ruas, viam‑se mendigos carregando fome e tristeza. indicar as flexões do verbo.

16
am a va Flexão de Número Verbal
am á va mos
am á sse mos O verbo pode estar no singular ou plural.
Caio César é filho do Júlio e da Mary.
As desinências também podem indicar as formas Caio e Isabela são filhos do Júlio e da Mary.
nominais do verbo:
Flexão de Pessoa Verbal
desinências do gerúndio (-ndo): amando, sabendo,
saindo.
São três as pessoas do verbo:
desinência do particípio (-ado e -ido): amado, sabido, Primeira pessoa – a que fala:
saído. Eu consegui a vaga.
desinência do infinitivo (-r): amar, saber, sair. Nós conseguimos a vaga.
Formas rizotônicas: o acento tônico recai no radical: Segunda pessoa – com quem se fala:
and‑o, and‑as Tu conseguiste a vaga.
Formas arrizotônicas: o acento tônico recai na desinência: Vós conseguistes a vaga.
and‑arás, and‑aríamos Terceira pessoa – de quem ou do que se fala:
Ele/Ela conseguiu a vaga. Eles/Elas conseguiram a vaga.
Flexão de Tempo Verbal
Flexão de Voz Verbal
Há três tempos: presente, pretérito e futuro. O verbo pode estar na voz ativa, passiva ou reflexiva.
Presente: momento atual: Eu estudo Gramática. Voz ativa: o sujeito pratica o fato expresso pelo verbo:
Pretérito: momento anterior: Eu estive leigo. André Ricardo bateu o recorde do videogame.
Futuro: momento posterior: Eu passarei no concurso. Voz passiva: o sujeito sofre o fato expresso pelo verbo:
O tempo pode ser: A competição de natação foi vencida pelo Vinícius.
Simples: um só verbo: Consegui um emprego. Voz passiva sintética: Vendem‑se carros.
Composto: verbo ter (ou haver) e um particípio: Tenho Voz passiva analítica: Carros são vendidos.
conseguido o aprendizado. Voz reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
Havia entendido o assunto. tempo:
A vaidosa Thaís olhou‑se no espelho.
Tempos compostos do modo indicativo:
Pretérito perfeito: presente do indicativo do verbo
auxiliar mais o particípio do verbo principal: tenho (ou hei)
Formas Nominais do Verbo
amado, sabido, saído. Particípio – indica uma ação já acabada, desempenhando
Pretérito mais‑que‑perfeito: imperfeito do indicativo do função semelhante à dos adjetivos. Pode estar no singular
verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal: tinha (ou ou plural:
havia) amado, sabido, saído. Discutido o assunto.
Futuro do presente: futuro do presente simples do verbo Discutidos os assuntos.
auxiliar mais o particípio do verbo principal: terei (ou haverei) Gerúndio – indica uma ação em curso, desempenhando
amado, sabido, saído. função semelhante à dos adjetivos e advérbios. Não há
Futuro do pretérito: futuro do pretérito simples do verbo flexão:
auxiliar mais o particípio do verbo principal: teria (ou haveria) Discutindo o assunto, cresceremos.
amado, sabido, saído. Infinitivo – indica a ação propriamente dita, sem
Tempos compostos do modo subjuntivo: situá‑la no tempo, desempenhando função semelhante à
Pretérito perfeito: presente do subjuntivo do verbo do substantivo. Admite flexão de pessoa:
auxiliar mais o particípio do verbo principal: tenha (ou haja) Convém discutir o assunto.
A solução seria discutirmos o assunto.
amado, sabido, saído.
Pretérito mais‑que‑perfeito: imperfeito do subjuntivo do
verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal: tivesse
Emprego do Infinitivo
(ou houvesse) amado, sabido, saído.
Infinitivo impessoal: não se refere a sujeito algum (É
Futuro do subjuntivo: futuro do subjuntivo simples do importante entender Português); tem valor imperativo (O
verbo auxiliar mais o particípio do verbo principal: tiver (ou responsável gritou: cessar fogo!); faz parte de uma locução
houver) amado, sabido, saído. verbal (Precisamos estudar Gramática); dependente dos
verbos deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir e ver, e tiver por
Flexão de Modo Verbal sujeito um pronome oblíquo (Deixei‑os escutar a conversa); é
Língua Portuguesa

precedido da preposição de seguida de adjetivos como fácil,


Há três modos do verbo: indicativo, subjuntivo e impe‑ difícil, possível e semelhantes, assumindo sentido passivo
rativo. (A missão é difícil de conquistar).
Infinitivo pessoal quando: tiver sujeito próprio  –
Modo indicativo: quando se considera o que é falado ou
expresso ou implícito  – diferente do sujeito da oração
escrito com certeza. (estudo, estudei, estudava, estudarei)
principal (O caminho seria aprendermos nosso idioma); o
Modo subjuntivo: quando o conteúdo do que se fala sujeito, ainda que sendo o mesmo da oração principal, vier
ou escreve é tomado como duvidoso, incerto, hipotético. expresso antes do infinitivo (Para nós praticarmos a Língua
(estudasse) Portuguesa, necessitamos de motivação); o sujeito for
Modo imperativo: quando exprimir uma ordem, um indeterminado – nesse caso, estará na terceira pessoa do
desejo, um apelo. (estude, não estude) – (Pasquale e Ulisses) plural. (Mesmo longe, observei discutirem baixo.)

17
Classificação dos Verbos Expressar: expressado; expresso.
Exprimir: exprimido; expresso.
Os verbos classificam‑se em: regulares, irregulares, Expulsar: expulsado; expulso.
defectivos, abundantes, pronominais. Extinguir: extinguido; extinto.
Verbos regulares: flexionam‑se de acordo com o modelo Findar: findado; findo.
da conjugação a que pertencem. Para saber se um verbo é Frigir: frigido; frito.
regular ou não, basta conjugá‑lo no presente do indicativo e Fritar: fritado; frito.
no pretérito perfeito do indicativo. Se ele for regular nesses Imprimir: imprimido; impresso.
dois tempos, será regular nas demais formas: Incorrer: incorrido; incurso.
Pres. Ind.: am‑o, am‑as, am‑a, am‑amos, am‑ais, am‑am Inserir: inserido; inserto.
Pret. Perf. Ind.: am‑ei, am‑aste, am‑ou, am‑amos, Isentar: isentado; isento.
am‑astes, am‑aram Limpar: limpado; limpo.
Verbos como ficar (fic‑o, fiqu‑ei), dirigir (dirij‑o, dirig‑es) Matar: matado; morto.
e descer (desç‑o, desc‑es), por exemplo, são classificados Ocultar: ocultado; oculto.
como regulares. (Terra, 2002) Pegar: pegado; pego*
Verbos irregulares: apresentam alteração no radical ou Prender: prendido; preso.
nas desinências. Para saber se um verbo é irregular, deve‑se Romper: rompido; roto.
conjugá‑lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito Salvar: salvado; salvo.
do indicativo. Se houver qualquer irregularidade, ela se Segurar: segurado; seguro.
manifestará em um desses dois tempos. Soltar: soltado; solto.
Pres. Ind.: peç‑o, ped‑es, ped‑e, ped‑imos, ped‑is, Sujeitar: sujeitado; sujeito.
ped‑em Surgir: surgido; surto.
Pret. Perf. Ind.: ped‑i, ped‑iste, ped‑iu, ped‑imos, Suspender: suspendido; suspenso.
ped‑istes, ped‑iram Tingir: tingido; tinto.
Há casos em que a irregularidade do verbo se apresenta
não no radical, mas nas desinências. Por exemplo, *forma coloquial de largo uso
a conjugação do presente do indicativo do verbo estar: (eu)
est‑ou, (nós) est‑amos Verbos pronominais: vêm acompanhados de pronomes
Verbos defectivos: apresentam conjugação incompleta, oblíquos átonos, mas não são reflexivos, que podem ser
isto é, não apresentam certas formas. Os verbos reaver, abolir essencialmente pronominais (sempre acompanhados
e falir são defectivos (pres. indicativo): REAVER: nós reavemos, do pronome oblíquo átono): apoderar‑se, atrever‑se,
vós reaveis. ABOLIR: tu aboles, ele abole, nós abolimos, vós ausentar‑se, queixar‑se, suicidar‑se; acidentalmente
abolis, eles abolem. FALIR: nós falimos, vós falis. pronominais (podem ser conjugados com ou sem auxílio
São defectivos os unipessoais, só se empregam na do pronome oblíquo átono): lembrar‑se, esquecer‑se,
terceira pessoa do singular, ou na terceira pessoa do singular debater‑se, enganar‑se.
e na terceira pessoa do plural: os que exprimem fenômenos Conjugação verbal: eis a conjugação dos verbos regulares
da natureza (chover, nevar, ventar, anoitecer)  – só se cantar, bater, partir, que servem de modelo aos demais
empregam na terceira pessoa do singular (Nevou no Rio verbos regulares da primeira, segunda e terceira conjugação,
Grande do Sul); os verbos que exprimem vozes de animais respectivamente. Há também a conjugação do verbo pôr,
(latir, miar, urrar, coaxar)  – só se empregam na terceira que serve de paradigma a seus derivados.
pessoa do singular e na terceira pessoa do plural (O gato
miou logo cedo/ Os gatos miaram logo cedo). Modo Indicativo
Verbos abundantes: apresentam mais de uma forma
com mesmo valor: constróis ou construís; havemos ou Presente do Indicativo
hemos. Alguns verbos apresentam, além do particípio
regular (terminação – ado, -ido), uma forma irregular. (Tinha Cantar: canto, cantas, canta, cantamos, cantais, cantam.
aceitado ou tinha aceito?) Nesses casos, de duplo particípio, Bater: bato, bates, bate, batemos, bateis, batem.
deve‑se usar a forma regular com os auxiliares ter e haver Partir: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
(Tinham/Haviam aceitado a ideia.), e a forma irregular com Por: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem.
os auxiliares ser e estar (A ideia foi/estava aceita.) Principais
verbos que apresentam dupla forma para o particípio, Pretérito Perfeito Simples do Indicativo
segundo Ernani Terra (2002):
Cantar: cantei, cantaste, cantou, cantamos, cantastes,
Aceitar: aceitado; aceito e aceite. cantaram.
Acender: acendido; aceso. Bater: bati, bateste, bateu, batemos, batestes, bateram.
Benzer: benzido; bento. Partir: parti, partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
Língua Portuguesa

Concluir: concluído; concluso. Por: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram.
Defender: defendido; defeso.
Eleger: elegido eleito. Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: Presente +
Emergir: emergido, emerso. Particípio
Entregar: entregado; entregue.
Envolver: envolvido; envolto. Cantar: tenho cantado, tens cantado, tem cantado, temos
Enxugar: enxugado; enxuto. cantado, tendes cantado, têm cantado.
Erigir: erigido; ereto. Bater: tenho batido, tens batido, tem batido, temos
Espargir: espargido; esparso. batido, tendes batido, têm batido.
Exaurir: exaurido; exausto. Partir: tenho partido, tens partido, tem partido, temos
Expelir: expelido; expulso. partido, tendes partido, têm partido.

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Por: tenho posto, tens posto, tem posto, temos posto, Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: Futuro
tendes posto, têm posto. do Pretérito + Particípio

Pretérito Imperfeito do Indicativo Cantar: teria cantado, terias cantado, teria cantado,
teríamos cantado, teríeis cantado, teriam cantado.
Cantar: cantava, cantavas, cantava, cantávamos, Bater: teria batido, terias batido, teria batido, teríamos
cantáveis, cantavam. batido, teríeis batido, teriam batido.
Bater: batia, batias, batia, batíamos, batíeis, batiam. Partir: teria batido, terias batido, teria batido, teríamos
batido, teríeis batido, teriam batido.
Partir: partia, partias, partia, partíamos, partíeis, partiam.
Por: teria posto, terias posto, teria posto, teríamos posto,
Por: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, teríeis posto, teriam posto.
punham.
Modo subjuntivo
Pretérito Mais‑que‑perfeito Simples do Indicativo
Presente do Subjuntivo (QUE)
Cantar: cantara, cantaras, cantara, cantáramos, cantáreis,
cantaram. Cantar: cante, cantes, cante, cantemos, canteis, cantem.
Bater: batera, bateras, batera, batêramos, batêreis, Bater: bata, batas, bata, batamos, batais, batam.
bateram. Partir: parta, partas, parta, partamos, partais, partam.
Partir: partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, Por: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais,
partiram. ponham.
Por: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis,
puseram. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (SE)

Pretérito Mais‑que‑perfeito Composto: Pretérito Cantar: cantasse, cantasses, cantasse, cantássemos,


Imperfeito do Ind. + Particípio cantásseis, cantassem.
Bater: batesse, batesses, batesse, batêssemos, batêsseis,
batessem.
Cantar: tinha cantado, tinhas cantado, tinha cantado,
Partir: partisse, partisses, partisse, partíssemos,
tínhamos cantado, tínheis cantado, tinham cantado. partísseis, partissem.
Bater: tinha batido, tinhas batido, tinha batido, tínhamos Por: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis,
batido, tínheis batido, tinham batido. pusessem.
Partir: tinha partido, tinhas partido, tinha partido,
tínhamos partido, tínheis partido, tinham partido. Pretérito perfeito do Subjuntivo (QUE): Pres. Subj. +
Por: tinha posto, tinhas posto, tinha posto, tínhamos particípio
posto, tínheis posto, tinham posto.
Cantar: tenha cantado, tenhas cantado, tenha cantado,
Futuro do Presente Simples do Indicativo tenhamos cantado, tenhais cantado, tenham cantado.
Bater: tenha batido, tenhas batido, tenha batido,
Cantar: cantarei, cantarás, cantará, cantaremos, tenhamos batido, tenhais batido, tenham batido.
cantareis, cantarão. Partir: tenha partido, tenhas partido, tenha partido,
Bater: baterei, baterás, baterá, bateremos, batereis, tenhamos partido, tenhais partido, tenham partido.
baterão. Por: tenha posto, tenhas posto, tenha posto, tenhamos
Partir: partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, posto, tenhais posto, tenham posto.
partirão.
Pretérito mais‑que‑perfeito do Subjuntivo (SE): Pret.
Por: porei, porás, porá, poremos, poreis, porão. Imperf. Subj. + Particípio
Futuro do Presente Composto do Indicativo: Futuro Cantar: tivesse cantado, tivesses cantado, tivesse cantado,
do Pres. + Particípio tivéssemos cantado, tivésseis cantado, tivessem cantado.
Bater: tivesse batido, tivesses batido, tivesse batido,
Cantar: terei cantado, terás cantado, terá cantado, tivéssemos batido, tivésseis batido, tivessem batido.
teremos cantado, tereis cantado, terão cantado. Partir: tivesse partido, tivesses partido, tivesse partido,
Bater: terei batido, terás batido, terá batido, teremos tivéssemos partido, tivésseis partido, tivessem partido.
batido, tereis batido, terão batido. Por: tivesse posto, tivesses posto, tivesse posto, tivésse‑
Partir: terei partido, terás partido, terá partido, teremos mos posto, tivésseis posto, tivessem posto.
partido, tereis partido, terão partido.
Por: terei posto, terás posto, terá posto, teremos posto, Futuro Simples do Subjuntivo (QUANDO)
Língua Portuguesa

tereis posto, terão posto. Cantar: cantar, cantares, cantar, cantarmos, cantardes,
cantarem.
Bater: bater, bateres, bater, batermos, baterdes, baterem.
Futuro do Pretérito Simples do Indicativo
Partir: partir, partires, partir, partirmos, partirdes,
partirem.
Cantar: cantaria, cantarias, cantaria, cantaríamos, Por: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem.
cantaríeis, cantariam.
Bater: bateria, baterias, bateria, bateríamos, bateríeis, Futuro Composto do Subjuntivo (QUANDO): Fut.
bateriam. Simples do Subj. + Particípio
Partir: partiria, partirias, partiria, partiríamos, partiríeis,
partiriam. Cantar: tiver cantado, tiveres cantado, tiver cantado,
Por: poria, porias, poria, poríamos, poríeis, poriam. tivermos cantado, tiverdes cantado, tiverem cantado.

19
Bater: tiver batido, tiveres batido, tiver batido, tivermos Eis a conjugação completa dos verbos auxiliares ser,
batido, tiverdes batido, tiverem batido. estar, ter, haver.
Partir: tiver partido, tiveres partido, tiver partido,
tivermos partido, tiverdes partido, tiverem partido. Modo Indicativo
Por: tiver posto, tiveres posto, tiver posto, tivermos posto,
tiverdes posto, tiverem posto. Presente do Indicativo

Modo Imperativo Ser: sou, és, é, somos, sois, são.


Estar: estou, estás, está, estamos, estais, estão.
Imperativo Afirmativo Ter: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm.
Haver: hei, hás, há, havemos, haveis, hão.
Cantar: canta (tu), cante (você), cantemos (nós), cantai
(vós), cantem (vocês). Pretérito Perfeito Simples do Indicativo
Bater: bate (tu), bata (você), batamos (nós), batei (vós),
batam (vocês). Ser: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram.
Partir: parte (tu), parta (você), partamos (nós), parti (vós), Estar: estive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes,
partam (vocês). estiveram.
Por: põe (tu), ponha (você), ponhamos (nós), ponde Ter: tive, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram.
(vós), ponham (vocês). Haver: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes,
houveram.
Imperativo Negativo
Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: Pres.
Cantar: não cantes (tu), não cante (você), não cantemos Indic. + Particípio
(nós), não canteis (vós), não cantem vocês.
Bater: não batas (tu), não bata (você), não batamos (nós), Ser: tenho sido, tens sido, tem sido, temos sido, tendes
não batais (vós), não batam vocês. sido, têm sido.
Partir: não partas (tu), não parta (você), não partamos Estar: tenho estado, tens estado, tem estado, temos
(nós), não partais (vós), não partam vocês. estado, tendes estado, têm estado.
Por: não ponhas (tu), não ponha (você), não ponhamos Ter: tenho tido, tens tido, tem tido, temos tido, tendes
(nós), não ponhais (vós), não ponham vocês. tido, têm tido.
Haver: tenho havido, tens havido, tem havido, temos
Importante: o Imperativo Afirmativo é formado pela havido, tendes havido, têm havido.
2ª. Pessoa (singular e plural) do Presente do Indicativo
(retirando‑se o “s”), as demais pessoas (3ª. sing. e pl. e 1ª. Pretérito Imperfeito do Indicativo
do plural) são do Presente do Subjuntivo. Já o Imperativo
Negativo é formado pelo Presente do Subjuntivo com Ser: era, eras, era, éramos, éreis, eram.
acréscimo de “não” antes do verbo. Não há primeira pessoa, Estar: estava, estavas, estava, estávamos, estáveis,
pois não é possível dar ordem a si mesmo. Esta dica se aplica estavam.
apenas aos verbos regulares. Ter: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham.
Haver: havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam.
Formas Nominais do Verbo
Pretérito Mais‑que‑perfeito Simples do Indicativo
Infinitivo Impessoal: CANTAR, BATER, PARTIR, PÔR.
Ser: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram.
Infinitivo Pessoal Estar: estivera, estiveras, estivera, estivéramos, estivéreis,
Cantar: cantar, cantares, cantar, cantarmos, cantardes, estiveram.
cantarem. Ter: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram.
Bater: bater, bateres, bater, batermos, baterdes, baterem. Haver: houvera, houveras, houvera, houvéramos,
Partir: partir, partires, partir, partirmos, partirdes, houvéreis, houveram.
partirem.
Pôr: pôr, pores, pôr, pormos, pordes, porem. Pretérito Mais‑que‑perfeito Composto do Indicativo:
Gerúndio: cantando, batendo, partindo, pondo. Pret. Imperf. + Particípio
Particípio: cantado, batido, partido, posto.
Verbos auxiliares: formam as locuções verbais seguidos Ser: tinha sido, tinhas sido, tinha sido, tínhamos sido,
de uma forma nominal de um verbo principal. Os verbos au‑ tínheis sido, tinham sido.
xiliares mais utilizados são: ser, estar, ter, haver, andar, deixar, Estar: tinha estado, tinhas estado, tinha estado, tínhamos
Língua Portuguesa

tornar, poder, ir, começar, acabar, querer, dever. Os verbos ter estado, tínheis estado, tinham estado.
e haver também são empregados na formação dos tempos Ter: tinha tido, tinhas tido, tinha tido, tínhamos tido,
compostos e os verbos ser e estar, na formação da voz passi‑ tínheis tido, tinham tido.
va analítica. Exemplos.: José Ricardo deverá aproveitar o bom Haver: tinha havido, tinhas havido, tinha havido,
fluxo em sua lanchonete. (deverá junta‑se ao verbo principal tínhamos havido, tínheis havido, tinham havido.
aproveitar, formando com ele uma locução verbal); Andréa
havia avisado seu marido. (o verbo haver junta‑se ao particí‑ Futuro do Presente Simples do Indicativo
pio avisado, formando com ele o pretérito mais‑que‑perfeito
composto do indicativo); O irmão Júlio César foi requisitado. Ser: serei, serás, será, seremos, sereis, serão.
(o verbo ser junta‑se ao particípio requisitado para formar Estar: estarei, estarás, estará, estaremos, estareis,
com ele a voz passiva analítica) estarão.

20
Ter: terei, terás, terá, teremos, tereis, terão. Pretérito Mais‑que‑perfeito do Subjuntivo (SE):
Haver: haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, Pretérito Imperfeito + Particípio
haverão.
Ser: tivesse sido, tivesses sido, tivesse sido, tivéssemos
Futuro do Presente Composto do Indicativo: Fut. Pres. sido, tivésseis sido, tivessem sido.
Simpl. + Particípio Estar: tivesse estado, tivesses estado, tivesse estado,
tivéssemos estado, tivésseis
Ser: terei sido, terás sido, terá sido, teremos sido, tereis estado, tivessem estado.
sido, terão sido. Ter: tivesse tido, tivesses tido, tivesse tido, tivéssemos
Estar: terei estado, terás estado, terá estado, teremos tido, tivésseis tido, tivessem tido.
estado, tereis estado, terão estado. Haver: tivesse havido, tivesses havido, tivesse havido,
Ter: terei tido, terás tido, terá tido, teremos tido, tereis tivéssemos havido, tivésseis
tido, terão tido. havido, tivessem havido.
Haver: terei havido, terás havido, terá havido, teremos
havido, tereis havido, terão havido. Futuro Simples do Subjuntivo (QUANDO)

Futuro do Pretérito Simples do Indicativo Ser: for, fores, for, formos, fordes, forem.
Estar: estiver, estiveres, estiver, estivermos, estiverdes,
Ser: seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam. estiverem.
Estar: estaria, estarias, estaria, estaríamos, estaríeis, Ter: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem.
estariam. Haver: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes,
Ter: teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam. houverem.
Haver: haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis,
haveriam. Futuro Composto do Subjuntivo (QUANDO): Fut.
Simpl. Subj. + Particípio
Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: Fut. Pret.
Simpl. + Particípio Ser: tiver sido, tiveres sido, tiver sido, tivermos sido,
tiverdes sido, tiverem sido.
Ser: teria sido, terias sido, teria sido, teríamos sido, teríeis Estar: tiver estado, tiveres estado, tiver estado, tivermos
sido, teriam sido. estado, tiverdes estado,
Estar: teria estado, terias estado, teria estado, teríamos tiverem estado.
estado, teríeis estado, teriam estado. Ter: tiver tido, tiveres tido, tiver tido, tivermos tido,
Ter: teria tido, terias tido, teria tido, teríamos tido, teríeis tiverdes tido, tiverem tido.
tido, teriam tido. Haver: tiver havido, tiveres havido, tiver havido, tivermos
Haver: teria havido, terias havido, teria havido, teríamos havido, tiverdes havido,
havido, teríeis havido, teriam havido. tiverem havido.
Modo Subjuntivo Modo Imperativo
Presente do Subjuntivo (QUE)
Imperativo Afirmativo
Ser: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.
Ser: sê (tu), seja (você), sejamos (nós), sede (vós), sejam
Estar: esteja, estejas, esteja, estejamos, estejais, estejam.
(vocês).
Ter: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham.
Estar: está (tu), esteja (você), estejamos (nós), estai (vós),
Haver: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.
estejam (vocês).
Ter: tem (tu), tenha (você), tenhamos (nós), tende (vós),
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo (SE)
tenham (vocês).
Ser: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem. Haver: há (tu), haja (você), hajamos (nós), havei (vós),
Estar: estivesse, estivesses, estivesse, estivéssemos, hajam (vocês).
estivésseis, estivessem.
Ter: tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, Imperativo Negativo
tivessem.
Haver: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, Ser: não sejas (tu), não seja (você), não sejamos (nós),
houvésseis, houvessem. não sejais (vós), não sejam (vocês).
Estar: não estejas (tu), não esteja (você), não estejamos
Língua Portuguesa

Pretérito Perfeito do Subjuntivo (QUE): Pres. Subj. + (nós), não estejais (vós),
Particípio não estejam (vocês).
Ter: não tenhas (tu), não tenha (você), não tenhamos
Ser: tenha sido, tenhas sido, tenha sido, tenhamos sido, (nós), não tenhais (vós),
tenhais sido, tenham sido. não tenham (vocês).
Estar: tenha estado, tenhas estado, tenha estado, tenha‑ Haver: não hajas (tu), não haja (você), não hajamos (nós),
mos estado, tenhais estado, tenham estado. não hajais (vós), não hajam (vocês).
Ter: tenha tido, tenhas tido, tenha tido, tenhamos tido,
tenhais tido, tenham tido. Formas Nominais do Verbo
Haver: tenha havido, tenhas havido, tenha havido,
tenhamos havido, tenhais havido, tenham havido. Infinitivo Impessoal: ser, estar, ter, haver.

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Infinitivo Pessoal Aderir (irregular com alternância vocálica gráfica)
Ser: ser, seres, ser, sermos, serdes, serem. • presente do indicativo: adiro, aderes, adere, aderimos,
Estar: estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem. aderis, aderem
Ter: ter, teres, ter, termos, terdes, terem. • pretérito perfeito do indicativo: aderi, aderiste, aderiu,
Haver: haver, haveres, haver, havermos, haverdes, aderimos, aderistes, aderiram. Conjugam‑se da mesma forma:
haverem. advertir, cerzir, digerir, divergir, ferir, despir, diferir, sugerir.
Gerúndio: sendo, estando, tendo, havendo. Agir (regular com acomodação gráfica: o g do radical
Particípio: sido, estado, tido, havido. muda para j na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo)
Alteração de verbos seguidos de pronome oblíquo • presente do indicativo: ajo, ages, age, agimos,
(Terra, 2002) agis, agem
O verbo, quando seguido de um pronome oblíquo átono, • pretérito perfeito do indicativo: agi, agiste, agiu,
pode sofrer algumas alterações de ordem fonética: agimos, agistes, agiram
(a) Quando a forma verbal termina em -r, -s ou -z e é Assim se conjugam: adstringir, afligir, coagir, erigir,
seguida dos pronomes oblíquos o, a, os , as, perde a última espargir, fingir, refulgir, restringir, transigir.
letra (-r, -s, -z) e o pronome assume as formas lo, la, los, las: Agredir (irregular com alternância vocálica gráfica)
comprar + os = comprá‑los • presente do indicativo: agrido, agrides, agride,
temos + a = temo‑la agredimos, agredis, agridem
vender + as = vendê‑las • pretérito perfeito do indicativo: agredi, agrediste,
fez + o = fê‑lo agrediu, agredimos, agredistes, agrediram. Assim se
quis + o = qui‑lo conjugam: prevenir, progredir, regredir, transgredir.
fiz + o = fi‑lo Aguar (regular)
(b) Na primeira pessoa do plural, quando seguida do • presente do indicativo: águo, águas, água, aguamos,
pronome oblíquo nos, a forma verbal perde o -s final: aguais, águam
queixamos + nos = queixamo‑nos • pretérito perfeito do indicativo: aguei, aguaste, aguou,
referimos + nos = referimo‑nos aguamos, aguastes, aguaram. Assim se conjugam: desaguar,
enxaguar, minguar.
Atenção para a posição da sílaba tônica: eu águo, ele
Macetes para o Emprego dos Tempos Verbais água, que eu águe. Essa sílaba leva acento nas formas
rizotônicas.
Presente do indicativo: fatos ou estados permanentes.
Apiedar‑se (pronominal)
Pretérito Imperfeito do indicativo: passado inacabado.
• presente do indicativo: apiedo‑me, apiedas‑te,
Pretérito Perfeito do indicativo: passado acabado, apieda‑se, apiedamo‑nos, apiedais‑vos, apiedam‑se
concluído. • pretérito perfeito do indicativo: apiedei‑me,
Pretérito Mais‑que‑Perfeito do indicativo: passado apiedaste‑te, apiedou‑se, apiedamo‑nos, apiedastes‑vos,
acabado (concluído) relacionado a outro fato também apiedaram‑se. Este verbo admite também no presente do
passado. indicativo uma conjugação mista. Nas formas rizotônicas,
Futuro do Presente do indicativo: momento posterior. conjuga‑se como verbo apiadar‑se, hoje em desuso. Nas
É o futuro mesmo. demais formas, segue a conjugação de apiedar‑se: apiado‑me,
Futuro do Pretérito do indicativo: futuro condicionado apiadas‑te, apiada‑se, apiedamo‑nos, apiedais‑vos,
ao pret. imp. subjuntivo. apiadam‑se.
Aprazer (irregular)
Lista dos verbos notáveis, segundo Ernani Terra • presente do indicativo: aprazo, aprazes, apraz,
(2002) aprazemos, aprazeis, aprazem
• pretérito perfeito do indicativo: aprouve, aprouveste,
Abolir (defectivo) aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouveram
• presente do indicativo: aboles, abole, abolimos, abolis, Arguir (regular)
abolem • presente do indicativo: arguo (ú), arguis, argui,
• pretérito perfeito do indicativo: aboli, aboliste, abo‑ arguimos, arguis, arguem
liu, abolimos, abolistes, aboliram. Este verbo não possui • pretérito perfeito do indicativo: argui, arguiste, arguiu,
a primeira pessoa do singular do presente do indicativo; arguimos, arguistes, arguiram. O u tônico seguido de e ou i
consequentemente, não se conjuga nem no presente do leva acento agudo; se for átono, recebe o trema.
subjuntivo, nem no imperativo negativo. Atrair (irregular)
Conjugam‑se da mesma forma: banir, carpir, colorir, • presente do indicativo: atraio, atrais, atrai, atraímos,
delinquir, demolir, descomedir‑se, emergir, exaurir, explodir, atraís, atraem
fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir. • pretérito perfeito do indicativo: atraí, atraíste, atraiu,
Acudir (irregular com alternância vocálica gráfica) atraímos, atraístes, atraíram. Como este se conjugam:
Língua Portuguesa

• presente do indicativo: acudo, acodes, acode, abstrair, cair, distrair, subtrair, sair, trair.
acudimos, acudis, acodem Atribuir (regular)
• pretérito perfeito do indicativo: acudi, acudiste, acudiu, • presente do indicativo: atribuo, atribuis, atribui,
acudimos, acudistes, acudiram. Assim se conjugam: bulir, atribuímos, atribuís, atribuem
consumir, cuspir, engolir, fugir. • pretérito perfeito do indicativo: atribuí, atribuíste,
Adequar (defectivo) atribuiu, atribuímos, atribuístes, atribuíram. Assim se
• presente do indicativo: adequamos, adequais conjugam: afluir, concluir, destituir, excluir, possuir, instruir,
• pretérito perfeito do indicativo: adequei, adequaste, restituir, usufruir. Os verbos terminados em -uir não sofrem
adequou, adequamos, adequastes, adequaram. Como lhe alteração no radical, exceto construir e destruir.
falta a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, Averiguar (regular)
este verbo não possui nem o presente do subjuntivo, nem o • presente do indicativo: averiguo (ú), averiguas (ú),
imperativo negativo. averigua (ú), averiguamos, averiguais, averiguam (ú)

22
• pretérito perfeito do indicativo: averiguei, averiguaste, Expugnar (regular)
averiguou, averiguamos, averiguastes, averiguaram. O u • presente do indicativo: expugno, expugnas, expugna,
tônico seguido de e recebe acento agudo: quando átono, expugnamos, expugnais, expugnam
recebe trema. Assim se conjuga: apaziguar • pretérito perfeito do indicativo: expugnei, expugnaste,
Caber (irregular) expugnou, expugnamos, expugnastes, expugnaram. Assim se
• presente do indicativo: caibo, cabes, cabe, cabemos, conjugam: estagnar, designar, impugnar, pugnar, repugnar,
cabeis, cabem resignar.
• pretérito perfeito do indicativo: coube, coubeste, Falir (defectivo)
coube, coubemos, coubestes, couberam. Não é usado • presente do indicativo: nós falimos, vós falis
no imperativo. Seu derivado descaber só é utilizado no • pretérito perfeito do indicativo: fali, faliste, faliu,
particípio. falimos, falistes, faliram
Cear (irregular) Como lhe falta a primeira pessoa do singular do presente
• presente do indicativo: ceio, ceias, ceia, ceamos, do indicativo, este verbo não possui nem o presente do
ceais, ceiam subjuntivo, nem o imperativo negativo. Assim se conjugam:
• pretérito perfeito do indicativo: ceei, ceaste, ceou, aguerrir, combalir, remir, renhir.
ceamos, ceastes, cearam
Fazer (irregular)
Assim se conjugam os verbos terminados em -ear:
• presente do indicativo: faço, fazes, faz, fazemos,
passear, pentear, falsear, recear, etc. Há dois verbos
fazeis, fazem
terminados em -ear que seguem este modelo, mas têm
pronúncia aberta em formas rizotônicas: estrear e idear. • pretérito perfeito do indicativo: fiz, fizeste, fez, fizemos,
estrear: estreio, estreias, estreia, estreamos, estreais, fizestes, fizeram
estreiam Ficar (regular com acomodação gráfica: o c muda para
Coar (regular) qu antes de e)
• presente do indicativo: coo, côas, côa, coamos, • presente do indicativo: fico, ficas, fica, ficamos,
coais, coam ficais, ficam
• pretérito perfeito do indicativo: coei, coaste, coou, • pretérito perfeito do indicativo: fiquei, ficaste, ficou,
coamos, coastes, coaram ficamos, ficastes, ficaram
Assim se conjugam: abençoar, perdoar, magoar, com Ir (irregular)
a diferença de que recebem acento circunflexo apenas na • presente do indicativo: vou, vais, vai, vamos, ides, vão
primeira pessoa do singular do presente do indicativo. • pretérito perfeito do indicativo: fui, foste, foi, fomos,
Comerciar (regular) fostes, foram
• presente do indicativo: comercio, comercias, comercia, presente do subjuntivo: vá, vás, vá, vamos, vades, vão
comerciamos, comerciais, comerciam Jazer (irregular)
• pretérito perfeito do indicativo: comerciei, comerciaste, • presente do indicativo: jazo, jazes, jaz, jazemos,
comerciou, comerciamos, comerciastes, comerciaram jazeis, jazem
Assim se conjugam os verbos terminados em -iar: • pretérito perfeito do indicativo: jazi, jazeste, jazeu,
anunciar, evidenciar, licenciar, etc. Há cinco verbos jazemos, jazestes, jazeram
terminados em -iar que não seguem o modelo acima, Mobiliar (regular)
pois nas formas rizotônicas conjugam‑se como os verbos • presente do indicativo: mobílio, mobílias, mobília,
terminados em -ear. São os seguintes: mediar, ansiar, mobiliamos, mobiliais, mobíliam
remediar, incendiar, odiar e seus derivados: desremediar e • pretérito perfeito do indicativo: mobiliei, mobiliaste,
intermediar. (fórmula mnemônica mario) mobiliou, mobiliamos, mobiliastes, mobiliaram
Construir (irregular e abundante) Obstar (regular)
• presente do indicativo: construo, constróis (ou • presente do indicativo: obsto, obstas, obsta, obstamos,
construis), constrói (ou construi), construímos, construís, obstais, obstam
constroem (ou construem) • pretérito perfeito do indicativo: obstei, obstaste,
• pretérito perfeito do indicativo: construí, construíste, obstou, obstamos, obstastes, obstaram
construiu, construímos, construístes, construíram. Assim se Optar (regular)
conjuga: destruir.
• presente do indicativo: opto, optas, opta, optamos,
Crer (irregular)
optais, optam
• presente do indicativo: creio, crês, crê, cremos, cre‑
• pretérito perfeito do indicativo: optei, optaste, optou,
des, creem
optamos, optastes, optaram
• pretérito perfeito do indicativo: cri, creste, creu,
cremos, crestes, creram Ouvir (irregular)
pretérito imperfeito do indicativo: cria, crias, cria, • presente do indicativo: ouço, ouves, ouve, ouvimos,
críamos, críeis, criam. Assim se conjugam: descrer, ler e reler. ouvis, ouvem
Língua Portuguesa

Dignar‑se (regular) • pretérito perfeito do indicativo: ouvi, ouviste, ouviu,


• presente do indicativo: digno‑me, digna‑te, digna‑se, ouvimos, ouvistes, ouviram
dignamo‑nos, dignais‑vos, dignam‑se Pedir (irregular)
• pretérito perfeito do indicativo: dignei‑me, dignaste‑te, • presente do indicativo: peço, pedes, pede, pedimos,
dignou‑se, dignamo‑nos, dignastes‑vos, dignaram‑se. Assim pedis, pedem
se conjuga: persignar‑se. • pretérito perfeito do indicativo: pedi, pediste, pediu,
Dizer (irregular) pedimos, pedistes, pediram. Assim se conjugam: despedir,
• presente do indicativo: digo, dizes, diz, dizemos, expedir, medir.
dizeis, dizem Perder (irregular)
• pretérito perfeito do indicativo: disse, disseste, disse, • presente do indicativo: perco, perdes, perde, perdemos,
dissemos, dissestes, disseram perdeis, perdem

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• pretérito perfeito do indicativo: perdi, perdeste, per‑ Trazer (irregular)
deu, perdemos, perdestes, perderam • presente do indicativo: trago, trazes, traz, trazemos,
Poder (irregular) trazeis, trazem
• presente do indicativo: posso, podes, pode, podemos, • pretérito perfeito do indicativo: trouxe, trouxeste,
podeis, podem trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
• pretérito perfeito do indicativo: pude, pudeste, pôde, Valer (irregular)
pudemos, pudestes, puderam • presente do indicativo: valho, vales, vale, valemos,
Polir (irregular com alternância vocálica gráfica: nas valeis, valem
• pretérito perfeito do indicativo: vali, valeste, valeu,
formas rizotônicas, o o do radical muda para u)
valemos, valestes, valeram
• presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, Ver (irregular)
polis, pulem • presente do indicativo: vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem
• pretérito perfeito do indicativo: poli, poliste, poliu, • pretérito perfeito do indicativo: vi, viste, viu, vimos,
polimos, polistes, poliram vistes, viram. Assim se conjugam seus derivados: rever,
Precaver‑se (defectivo e pronominal) prever, antever, etc.
• presente do indicativo: precavemo‑nos, precaveis‑vos Viajar (regular)
• pretérito perfeito do indicativo: precavi‑me, • presente do indicativo: viajo, viajas, viaja, viajamos,
precaveste‑te, precaveu‑se, precavemo‑nos, precavestes‑vos, viajais, viajam
precaveram‑se. Como lhe falta a primeira pessoa do singular • pretérito perfeito do indicativo: viajei, viajaste, viajou,
do presente do indicativo, este verbo não possui nem o viajamos, viajastes, viajaram. Assim se conjugam: almejar,
presente do subjuntivo, nem o imperativo negativo. alojar, arranjar, avantajar, beijar, cortejar, enferrujar, farejar,
Prover (irregular) trajar, ultrajar, etc.
• presente do indicativo: provejo, provês, provê, Vir (irregular)
provemos, provedes, proveem • presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos,
• pretérito perfeito do indicativo: provi, proveste, proveu, vindes, vêm
• pretérito perfeito do indicativo: vim, vieste, veio,
provemos, provestes, proveram
viemos, viestes, vieram. Assim se conjugam seus derivados:
Querer (irregular) advir, convir, intervir, provir, sobrevir, etc.
• presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos,
quereis, querem Se houver dúvida sobre algum outro verbo aqui não
• pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, conjugado, sugiro a leitura de um Manual de Conjugação
quisemos, quisestes, quiseram Verbal, pois aqui se tentou evidenciar certas particularidades
Reaver (defectivo) de alguns verbos.
• presente do indicativo: reavemos, reaveis Antes de finalizar o capítulo, gostaria ainda de dar
• pretérito perfeito do indicativo: reouve, reouveste, algumas dicas:
reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram. Este verbo é
derivado de haver, mas só é conjugado nas formas em que 1. Modo Subjuntivo
haver possui a letra v. Se você memorizar as palavras SE, QUE, QUANDO, poderá
Requerer (irregular) atrelá‑las respectivamente aos tempos Pretérito, Presente
• presente do indicativo: requeiro, requeres, requer, e Futuro do Subjuntivo. Isso irá lhe facilitar muito quando
requeremos, requereis, requerem estiver conjugando um verbo. Por exemplo, para conjugar o
verbo cantar, você pensa: se eu cantasse (pretérito), que eu
• pretérito perfeito do indicativo: requeri, requereste,
cante (presente), quando eu cantar (futuro). Esta dica não
requereu, requeremos, requerestes, requereram. Este verbo,
se aplica aos tempos compostos.
derivado de querer, se conjuga como ele, exceto na primeira
pessoa do singular do presente do indicativo e no pretérito 2. Modo Indicativo
perfeito do indicativo. Neste último, é regular. Perceba que este modo é o que possui mais tempos
Rir (irregular) verbais, o que pode primeiramente assustá‑lo. No entanto,
• presente do indicativo: rio, ris, ri, rimos, rides, riem é o modo mais utilizado por nós, brasileiros, tanto na fala
• pretérito perfeito do indicativo: ri, riste, riu, rimos, quanto na escrita, o que o torna razoavelmente acessível,
ristes, riram. Assim se conjuga: sorrir. salvo exceções.
Saber (irregular)
• presente do indicativo: sei, sabes, sabe, sabemos, 3. Modo Imperativo
sabeis, sabem Este modo, tantas vezes considerado dificílimo não é tão
• pretérito perfeito do indicativo: soube, soubeste, complicado como parece. Por isso, para torná‑lo viável em
soube, soubemos, soubestes, souberam termos de aprendizado, ensinei um macete no momento em
Língua Portuguesa

Saudar (regular) que eu o estou explicando. Leia com calma e você perceberá
• presente do indicativo: saúdo, saúdas, saúda, sauda‑ que não é tão difícil assim.
mos, saudais, saúdam
Enfim, conjugar bem um verbo é algo muito bonito.
• pretérito perfeito do indicativo: saudei, saudaste,
Atente à morfologia do verbo, já que a sintaxe verbal será
saudou, saudamos, saudastes, saudaram aprendida em outro capítulo em que abordarei a função do
Suar (regular) verbo na oração: Verbo Intransitivo, Verbo Transitivo Direto,
• presente do indicativo: suo, suas, sua, suamos, Verbo Transitivo Indireto, Verbo Transitivo Direto e Indireto
suais, suam (bitransitivo), Verbo de Ligação.
• pretérito perfeito do indicativo: suei, suaste, suou, Ah, e não se esqueça, “a repetição é a mãe dos estudos.”,
suamos, suastes, suaram. Assim se conjugam: acentuar, ou seja, treinar muito é sempre o melhor caminho para o
atuar, continuar, habituar, individuar, recuar, situar. aprendizado de nosso amado idioma.

24
PONTUAÇÃO 2.Vocativo: obrigatória
Estude bastante, concursando!
Os sinais de pontuação indicam as pausas, o ritmo e a Macete: retire o que está entre vírgulas e leia. Se der
entoação da leitura; separam palavras, expressões e orações certo, é porque as duas vírgulas estão corretas.
para destaque; esclarecem o sentido da frase, evitando 3.Frases intercaladas ou parentéticas: obrigatória
dubiedades e truncamentos. As aulas, não custa lembrar, não poderão ter ausências.

Vírgula (Freitas e Mendes) Importante: As frases parentéticas também podem ser


isoladas por parênteses (daí o seu nome) ou travessões.
A vírgula ( , ) indica pausa breve. Entretanto, quando se
tem a ordem direta, que consiste em enunciar os termos Ordem Direta do Período Simples
da oração segundo a seguinte progressão: sujeito – verbo –
complementos do verbo (objetos) – adjunto adverbial, o uso SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADVÉRBIO
da vírgula é, de modo geral, desnecessário. VT OD/OI = PV
Ex.: O Presidente da República visitou as obras VL PVO.S. = PN
sujeito verbo obj. dir.
nas estradas brasileiras. VI PVO.S. = PVN
adj. adv. de lugar VT OD/OI+PVO. = PVN

Quando a ordem direta é quebrada por deslocamentos 4.Predicativo deslocado: obrigatória.


(inversões ou intercalações) dos termos, tem‑se a ordem Satisfeitos, todos compreendiam bem a aula.
inversa. Neste caso, a  vírgula se faz, quase sempre, 5.Adjunto Adverbial deslocado longo (+ de 3 palavras):
necessária. obrigatória
Na bela e calma noite, todos dormiam.
Casos em que não se usa vírgula 6. Adjunto Adverbial deslocado curto (até 3 palavras):
facultativa
a. Entre sujeito e predicado; entre verbo e seus À noite(,) todos dormiam.
objetos; entre nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e Observação: o adjunto adverbial de companhia
complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal: deslocado, mesmo quando curto, terá vírgula obrigatória,
Os formandos tiveram uma bela festa. já que, pela regra de concordância verbal, quando o “com”
Sujeito Predicado introduz outro núcleo sem vírgulas, este pertence ao sujeito
A escritora doou livros aos carentes. determinado composto. Ex.: Ana, com sua irmã, viajou.
Sujeito verbo OD OI (adjunto adverbial) Ana com sua irmã viajou/viajaram. (SDC)
O interessante discurso do prefeito contra o governador 7. Adjunto Adverbial curto ou longo na ordem direta:
AA adj. adn. núcleo adj. adn. compl. nom. facultativa
foi criticado. Todos dormiam(,) à noite.
Todos dormiam(,) na bela e calma noite.
b. Entre a oração principal e a subordinada substantiva: 8.OD ou OI quando seguido de pronome pleonástico:
É essencial que os povos lutem pela paz. obrigatória.
Eles sabem que a decisão será favorável. O livro, eu o li hoje.
Importante: se houver inversão da ordem direta, usa‑se Observação: quando o objeto estiver deslocado e não
vírgula: for repetido em pleonasmo, a vírgula será facultativa. Ex.:
Que podem ser aprovados, os candidatos acreditam. O livro(,) eu li.

c. Na ordem direta, antes das orações subordinadas ORDEM DIRETA: OP + O S ADV


adverbiais proporcionais, conformativas e comparativas:
Os jovens iam aprendendo à proporção que se 9.O S ADV fora da ordem direta: obrigatória
exercitavam mais. Quando entrei, todos se calaram.
Todos decidiram conforme combinado. 10.O S ADV na ordem direta: facultativa
A nova sede do curso é tão bem estruturada como era Todos se calaram(,) quando entrei.
a antiga. 11.Elipse (supressão) de uma palavra, geralmente um
d. Antes de oração adverbial reduzida de gerúndio que verbo (Zeugma): obrigatória.
denote meio, modo ou instrumento: Ana é loira; Célia, negra.
Dirigiu fazendo contatos telefônicos. 12.Enumeração de termos na mesma função sintática ou
O irmão foi à reunião da escola representando seus pais. morfológica: obrigatória.
Língua Portuguesa

e. Quando mas e porém ligam termos na mesma função Na feira comprei alface, quiabo, maçã.
sintática: A Globeleza é linda, negra, baixa.
Brisa não é considerada uma cadela lerda mas meiga. Ponto‑e‑vírgula ocorre em enumerações, para separar
É sábio porém inseguro. trechos com Zeugma e antes dos pronomes demonstrativos
(este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo).
Casos em que se usa a vírgula (obrigatória e 13.Expressões explicativas, retificativas, continuativas,
facultativa) conclusivas ou enfáticas (além disso, aliás, a  propósito,
a saber, assim, com efeito, digo, em suma, enfim, isto é, isto
1.Aposto explicativo ou Aposto Comparativo: obrigatória sim, não, ou antes, ou melhor, ou seja, por assim dizer, por
Jonas, professor, leciona Filosofia. exemplo, realmente, sim, vale dizer): obrigatória
Vânia, como o Jonas, escreve livros. Com efeito, os leitores estão entendendo.

25
14.Nas locuções tanto mais ... quanto mais (quanto b) Memorando;
menos), tanto menos ... quanto menos (quanto mais): obri‑ c) Aviso; [...]
gatória II – Discursiva:
Tudo indica que quanto menos estudamos, (tanto) mais a) Dissertação;
afastamos a possibilidade de aprovação. b) Narração;
15. Expressões pelo menos e no mínimo: facultativa c) Descrição; [...]
Chegaram cansados, porém(,) pelo menos(,) perderam
uns quilinhos na caminhada. Importante: Renato Aquino sugere o ponto e vírgula
16. Nomes de lugar nas datas e nos endereços: obrigatória para separar orações coordenadas quando a conjunção está
Brasília, 25 de julho de 2002. Rua Diamante, 19. depois do verbo. Ex.: Trabalhou o dia inteiro; não estava,
17. Orações Coordenadas Assindéticas (OCA): obrigatória porém, cansado. (admite‑se o ponto, nunca a vírgula).
Comprou a Gramática, leu‑a toda, entendeu melhor o
idioma. Dois Pontos
18.Oração Subordinada Adjetiva Explicativa (OSAdjExp):
obrigatória. Oração Subord. Adj Restritiva: não há vírgulas Os dois pontos ( : ) marcam uma pausa repentina e
O Universo admira os homens, que são seres racionais. indicam que a frase não está concluída. São empregados
O Universo admira os homens que são honestos. para introduzir:
19.Conjunções “E, OU,NEM” repetidas: obrigatória a. Citação: Assim diz o Senhor: “Amai‑vos uns aos outros.”
Valorizemos o cantor, e o ator, e o dançarino. b. Enumeração: Decidiram‑se duas viagens: a Portugal
Ou isso, ou aquilo. Isso ou aquilo. / Nem viu o cão, nem e a Salvador.
o gato. c. Explicação, complementação ou conclusão: O Brasil
20.”NEM” usado uma só vez: facultativa ficou aliviado: a inflação está sob controle.
Não viu o cão(,) nem o gato.
21.Antes de “E” com sujeitos diferentes: obrigatória Travessão
Arrumei‑me (eu), e saímos juntos (nós).
22.Orações iniciadas por conjunções alternativas (ou, O travessão ( – ), traço que se distingue do hífen ( – ) por
quer...quer, ora...ora, etc.): obrigatória ser mais comprido, é usado para:
Acorde, ou durma. a. Indicar, nos diálogos, a fala dos interlocutores:
23.Conjunções adversativas (mas, porém, contudo etc.) Ela disse:
e conclusivas (logo, portanto etc.): obrigatória antes da – Vamos ao cinema?
conjunção e facultativa depois da conjunção b. Isolar termos ou orações no interior de um período,
Estudou, porém(,) foi mal na prova. caso em que deve ser usado duplamente, à semelhança dos
Estudou, portanto(,) foi bem na prova. parênteses:
24.Conjunções que não iniciam orações: obrigatória A Região Sudeste  – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas
Estudou, foi, porém, mal na prova. Gerais e Espírito Santo – tem grande desenvolvimento
Estudou, foi, portanto, bem na prova. econômico.
25.Antes das conjunções explicativas (pois, porque, etc.):
obrigatória. Importante: o sinal de pontuação que se poria antes do
Estudo dia e noite, pois quero uma vida melhor. primeiro travessão transfere‑se para depois do segundo:
26. Segundo Renato Aquino, com certas orações Quando se estuda de verdade  – e isso pressupõe muita
reduzidas de gerúndio que se leem com pausa. Ex.: “Os dois dedicação – , consegue‑se o que se quer (não: * Quando se
seguiram adiante, penetrando o interior da casa.” (Aluísio estuda de verdade, – e isso...).
de Azevedo)
c. Dar realce a uma explicação, complementação ou
Ponto e Vírgula conclusão (neste caso, substitui os dois pontos):
Todos queriam a mesma coisa – passar em um concurso.
Sinal intermediário entre a vírgula e o ponto. É empregado
para separar: Parênteses
a. Partes de um período que já tenha elementos sepa‑
rados por vírgula(s): Os parênteses ( ( ) ) são utilizados para isolar palavras,
Na primeira aula, estavam presentes 50 alunos; na expressões ou frases intercaladas no período ou a ele
segunda, 80. justapostas. São utilizados:
b. Para separar orações coordenadas de sentido a. Para incluir uma reflexão ou um comentário incidental:
contrário, não unidas por conjunção: O problema (sabia bem disso) exigia que ele se
Alguns são obedientes, filhos respeitadores; outros, precavesse.
rebeldes. b. Para encaixar uma explicação, um esclarecimento, uma
Língua Portuguesa

c. Para separar orações coordenadas, em geral definição ou um exemplo:


adversativas e conclusivas, de modo a dar destaque a sua Os países que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina,
ideia: Paraguai e Uruguai) vêm se firmando como um bloco sólido.
O número de votos já tinha decidido o novo governo; a c. Para indicar a fonte (autor, bibliografia, etc.) do que se
oposição, no entanto, continuava tentando incendiar alguns afirma ou transcreve: “Progresso é a realização de utopias.”
eleitores alegando fraude. (Oscar Wilde)
d. Para separar os itens de uma enumeração, sobretudo
quando precedidos de letras ou números. Reticências
“Há duas modalidades de redação:
I – Oficial: As reticências ( ... ) são utilizadas para denotar emoções
a) Ofício; variadas (uso sobretudo literário), para assinalar a interrup‑

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ção de uma frase ou para indicar a omissão de partes de um Vogal temática: é o morfema que permite ligar o radical
texto. Nesses dois últimos casos, são usadas: e as desinências. usam‑se as vogais a, e, i. Através dela se
a. Quando o emissor deixa o pensamento em suspenso sabe a que conjugação pertence o verbo:
ou quando a frase está incompleta: Se vou conseguir o cargo vogal temática a = 1ª conjugação: cantar
que quero? Bem... vogal temática e = 2ª conjugação: bater
b. Para indicar hesitação: vogal temática i = 3ª conjugação: partir
Pensamos que... Achamos que... Que isso é um absurdo. O verbo pôr e seus derivados (dispor, compor, repor, etc.)
c. Quando um interlocutor é interrompido por outro pertencem à segunda conjugação por razões etimológicas:
(nos pronunciamentos, quando o orador é interrompido): sua forma arcaica era poer, note a presença da vogal temática
– O Governador está ciente... da segunda conjugação e em algumas de suas formas:
– Um aparte, por favor... pus‑é‑sse‑mos; pus‑é‑ra‑mos. (Ernani Terra, 2002)
– ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre Tema: radical + vogal temática: louv + a = louva.
Deputado. Desinências: morfemas acrescentados ao tema, para
d. Para indicar, nas citações, que uma parte da frase ou do indicar as flexões do verbo.
texto foi omitida, recomendando‑se neste caso o seu emprego am a va
entre colchetes: “A política de desenvolvimento urbano [...] am á va mos
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das am á sse mos
funções sociais da cidade e garantir o bem‑estar de seus
habitantes.” (CF, art. 182) As desinências também podem indicar as formas nomi‑
nais do verbo:
Importante: não confundir reticências com “etc.”. Se‑ desinências do gerúndio (-ndo): amando, sabendo,
gundo Aquino: saindo.
1) é errado o emprego das reticências. Ex.: Tenho canetas, desinência do particípio (-ado e -ido): amado, sabido,
lápis, cadernos etc... 2) após o ponto da palavra, pode ocorrer saído.
vírgula ou ponto‑e‑vírgula. Ex.: Tenho canetas, lápis, cadernos desinência do infinitivo (-r): amar, saber, sair.
etc., porém não posso emprestar nada. Tenho canetas, lápis, Formas rizotônicas: o acento tônico recai no radical:
cadernos etc.; nada posso, porém, emprestar. and‑o, and‑as
Formas arrizotônicas: o acento tônico recai na desinência:
and‑arás, and‑aríamos
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Substantivo
FUNÇÕES DAS CLASSES DE PALAVRAS

Alguns substantivos são derivados de verbos (deverbais). Classes de Palavras


Isso acontece quando o verbo indica uma ação. Ex.:
“secretaria” vem do verbo “secretariar”, que indica uma ação, Substantivo
logo, “secretariar” é primitivo, e “secretaria” é um vocábulo
derivado. Quando a palavra derivada possui menos letras que É a classe gramatical que dá nomes a plantas, pessoas,
animais, objetos, coisas, lugares, instituições, ações,
a primitiva, dá‑se o nome de derivação regressiva.
características. Pode ter as seguintes classificações: simples,
Há ainda outras derivações: prefixal, quando é acrescenta‑
composto, concreto, abstrato, primitivo, derivado, comum,
do um prefixo (afixo anterior ao radical), como, por exemplo,
próprio, coletivo.
em desamor; sufixal, quando é acrescentado um sufixo (afixo
1.Simples: possui um só radical. Exemplos: mesa, cama.
posterior ao radical), como, por exemplo, em amorização; pre-
2.Composto: possui dois ou mais radicais. Exemplos:
fixal e sufixal, quando são acrescentados prefixo e sufixo ao
guarda‑chuva, girassol.
radical, como, por exemplo, em deslealdade; parassintética,
3.Concreto: tem forma e existência própria, real ou
quando se acrescentam sufixo e prefixo simultaneamente,
imaginária, é independente. Exemplos: mesa, fada, Deus.
não sendo possível retirar apenas um dos afixos, como, por 4.Abstrato: não tem existência própria, é dependente,
exemplo, em amanhecer; imprópria, quando há mudança sentimentos. Exemplos: amor, paciência, saúde.
da classe gramatical ou das subcategorias da mesma classe 5.Primitivo: não se origina de outra palavra. Exemplos:
sem alteração da forma, como, por exemplo, em coelho mesa, jardim, pão.
(substantivo comum)/Coelho (substantivo próprio) ou capital 6.Derivado: origina‑se de outra palavra; pode derivar
(substantivo)/capital (adjetivo). de verbos caso mostrem uma ação. Exemplos: jardinagem,
mesário, padaria, secretaria.
Verbo 7.Comum: designa espécie. Exemplos: mesa, homem, cão.
8.Próprio: nomeia substantivos comuns. Exemplos:
Língua Portuguesa

Estrutura verbal Jonas, Rex.


9.Coletivo: nomeia grupo de comuns. Exemplos:
Radical: é a base do verbo, o infinitivo menos -ar, -er, -ir cardume, biblioteca.
amar -ar =am Como você pode reparar, o  substantivo mesa tem ao
saber -er =sab mesmo tempo quatro classificações: simples, concreto,
sair -ir =sa primitivo, comum. Isso porque quando o substantivo não for
Afixos: podem ser acrescentados antes (prefixo) ou coletivo ele será: simples ou composto, concreto ou abstrato,
depois (sufixo) dos verbos, podendo inclusive originar novos primitivo ou derivado, comum ou próprio.
verbos. Alguns substantivos são derivados de verbos (deverbais).
re carregar recarregar Isso acontece quando o verbo indica uma ação. Ex.: “se‑
des moralizar desmoralizar cretaria” vem do verbo “secretariar”, que indica uma ação,

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logo, “secretariar” é primitivo, e “secretaria” é um vocábulo Outros têm pronúncia fechada no singular e aberta no
derivado. Quando a palavra derivada possui menos letras que plural: caroço, caroços; imposto, impostos; porco, porcos;
a primitiva, dá‑se o nome de derivação regressiva. tijolo, tijolos.
Há ainda outras derivações: prefixal, quando é
acrescentado um prefixo (afixo anterior ao radical), como, Plural dos Substantivos Compostos
por exemplo, em desamor; sufixal, quando é acrescentado Como macete geral, gosto de sugerir que você separe
um sufixo (afixo posterior ao radical), como, por exemplo, os radicais do substantivo composto, e, pela regra do plural
em amorização; prefixal e sufixal, quando são acrescentados dos substantivos simples, flexione cada radical, juntando‑os
prefixo e sufixo ao radical, como, por exemplo, em posteriormente.
deslealdade; parassintética, quando se acrescentam sufixo P o r e xe m p l o , a s   p a l a v r a s g u a r d a ‑ c h u v a e
e prefixo simultaneamente, não sendo possível retirar guarda‑rodoviário. A  primeira é composta por guarda
apenas um dos afixos, como, por exemplo, em amanhecer; e chuva, cujo primeiro radical tem valor de verbo (não
imprópria, quando há mudança da classe gramatical ou das flexionado), por significar um objeto que nos guarda da
subcategorias da mesma classe sem alteração da forma, chuva, já o segundo é mero substantivo (flexionado),
como, por exemplo, em coelho (substantivo comum)/ formando o plural os guarda‑chuvas. A segunda palavra
Coelho (substantivo próprio) ou capital (substantivo)/capital guarda‑rodoviário é composta por meros substantivos
(adjetivo). (flexionados), por se referir à pessoa do guarda, o policial da
Além desta classificação, é  preciso que se diga se o rodovia, formando o plural os guardas‑rodoviários.
substantivo é masculino ou feminino (Gênero), singular ou No entanto, há ainda mais algumas regras além desta
plural (Número). geral.
Especificamente o Gênero do substantivo se divide em 1. sem hífen, seguem a regra dos substantivos simples.
cinco classificações: Girassóis, malmequeres.
1.Heterônimo: radicais diferentes para os gêneros. 2. com preposição, só varia o primeiro elemento.
Exemplos: homem/mulher, abelha/zangão. Pés‑de‑moleque, pores‑do‑sol.
2.Biforme: mesmo radical, sufixos diferentes. Exemplos: 3. se o primeiro elemento for “bel, grão, grã”, verbo ou
gato/gata, galo/galinha. palavra invariável, onomatopeias só varia o segundo.
3.Comum de Dois: mesmo radical e sufixo, artigos Bel‑prazeres, beija‑flores, tique‑taques, grão‑duques,
diferentes para os gêneros. Exemplos: o/a estudante, o/a sempre‑vivas, bem‑te‑vis.
servente, o/a ajudante. 4. variam os dois se forem: dois substantivos, substantivo e
4.Sobrecomum: radical, sufixo e artigo iguais. Exemplos: adjetivo, numeral e substantivo, substantivo e pronome.
a criança, a pessoa, o carrasco, o indivíduo, o cônjuge. Couves‑flores, amores‑perfeitos, terças‑feiras, padres‑nossos
5.Epiceno: radical, sufixo e artigo iguais + macho ou 5. não variam quando verbo, advérbio, palavras inva‑
fêmea. Exemplos: a girafa macho ou fêmea, a tomada macho riáveis.
ou fêmea. Os bota‑fora, os leva‑e‑traz.
Alguns gramáticos não diferenciam os heterônimos
dos biformes, mas tal separação tem sido constante na Resumindo
atualidade.
Quanto ao número dos substantivos, em seguida, Ao se pensar em substantivo, deve‑se classificá‑lo como
apresento as regras para o plural dos simples ou compostos. simples ou composto, concreto ou abstrato, primitivo ou
derivado, comum ou próprio, caso ele não seja coletivo;
Plural dos Substantivos Simples masculino ou feminino; singular ou plural; heterônimo ou
1. acrescenta‑se “s” quando o substantivo terminar em biforme ou comum de dois ou sobrecomum ou epiceno.
vogal ou ditongo, ou em “-n”. Irmãs, meninos, polens, colé‑ Para entender bem a classificação, extraia de um texto vários
gios, mães, elétrons. substantivos e classifique conforme os exemplos.
2. acrescenta‑se “es” quando o substantivo terminar Mesa: substantivo simples, concreto, primitivo, comum,
em “-r, -z”. feminino, singular, sobrecomum. Plural: mesas.
Cruzes, hambúrgueres, gizes, radares. Bibliotecas: substantivo coletivo, feminino, plural, sobre‑
3. coloca‑se “is” no lugar no “l” para as terminações comum. Singular: biblioteca. (coletivo de livros)
“al,el, ol, ul”. Galo: substantivo simples, concreto, primitivo, comum,
Canibais, bedéis, anzóis, azuis. masculino, singular, biforme (sf. galinha). Plural: galos.
4. coloca‑se “eis” ou “is” no lugar de “il”. Fósseis, funis.
5. coloca‑se “ns” no lugar de “m”. Armazéns, álbuns. Adjetivo
6. colocam‑se “ãos, ões, ães” no lugar de “ão”. Mãos,
botões, pães, vulcões ou vulcães, peões ou peães, anões Comumente se diz que o adjetivo qualifica.
ou anãos. Particularmente gosto de dizer que o adjetivo caracteriza.
7. acrescentam‑se “s” ou “es” para a terminação “n”. O adjetivo pode ser simples, composto, primitivo, derivado,
Língua Portuguesa

Cânones, polens, hifens ou hífenes, abdomens ou pátrio ou gentílico, ou locução adjetiva, quando duas ou mais
abdômenes. palavras podem ser substituídas por uma única característica
8. os substantivos terminados em “s” ficam invariáveis (geralmente preposição + substantivo). Exemplos: Amor
quando paroxítonos, e recebem acréscimo de “es” quando materno (de mãe = locução adjetiva) Corpo discente (de
oxítonos ou monossílabos tônicos. alunos = locução adjetiva)
Os lápis, os pires, os tênis, portugueses, meses, fregueses.
9. os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis. Classificação do Adjetivo
Os ônix, os clímax. Simples: um único radical Exemplos: filme bom, garota
Alguns substantivos só são usados no plural: os pêsames, feliz.
as  olheiras, os  óculos, as  núpcias, as  fezes, as  finanças, Composto: mais de um radical Exemplos: jaqueta
as condolências, os arredores, os afazeres, os parabéns. azul‑marinho.

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Primitivo: não se origina de outra palavra Exemplos: Ordinal: indica o lugar, a ordem, a posição numa sequ‑
moça feia. ência. Ex.: décimo, segunda.
Derivado: origina‑se de outra palavra Exemplos: planta Multiplicativo: indica a multiplicação de uma quantidade.
carnívora (carne). Ex.: dobro, triplo.
Pátrio ou Gentílico: deriva de substantivos para indicar Fracionário: indica a divisão ou fração de uma quantida‑
a origem, nacionalidade ou procedência Exemplos: pintor de. Ex.: meio, terço, metade.
brasiliense, relações luso‑brasileiras. Dual: indica a dualidade. Ex.: ambos, ambas.
Assim como as demais classes gramaticais, se mais de
Gênero uma palavra representar o mesmo termo morfológico,
Uniforme: uma só formação para os dois gêneros. Exem- ter‑se‑á uma locução. Neste caso, uma locução numérica:
plos: menino(a) inteligente, garoto(a) agradável. um terço, dois décimos.
Biforme: uma forma para cada gênero. Exemplos: Alguns gramáticos admitem numerais coletivos, quando
moço(a) bonito(a). um numeral representa implicitamente um conjunto de ou‑
tros numerais (em alusão ao substantivo coletivo).
Número Exemplos: dúzia=doze coisas, milheiro=mil coisas;
1. Como regra geral, os  adjetivos seguem as flexões novena=nove dias; lustro=cinco anos; bimestre=dois meses.
dos substantivos que caracterizam. Ex.: cadeira vermelha, Cabe ressaltar, que a classificação acima se refere a
cadeiras vermelhas. numerais e não a algarismos. Estes podem ser classificados
2. Com dois adjetivos, só o último recebe flexão. Ex.: pele como Arábicos (1, 3, 20, 50, 100, 500, 1000) ou Romanos
morena‑clara, peles morena‑claras. (I, III, XX. L, C, D, M).
3. Com adjetivo e substantivo, referindo‑se a cores, Renato Aquino diz: “Não confunda o numeral um (e
não recebe flexão. Ex.: pingente amarelo‑ouro, pingentes flexões) com o artigo indefinido um (e flexões). Ex.: Um
amarelo‑ouro. funcionário te chama. (Algum funcionário te chama; um
4. locuções com “cor de” e “da cor de” não recebem funcionário qualquer: artigo). Comprei um quilo de arroz.
flexão. Ex.: sapato cor‑de‑rosa, sapatos cor‑de‑rosa. (a quantidade de arroz: numeral). Quando se diz um terço,
temos dois numerais: um, cardinal, e terço, fracionário.
Grau O mesmo para um quarto, dois terços, dois quartos etc.”
1. Comparativo
Importante:
a. De igualdade: tão... quanto/como
1. Quando o numeral está antes do substantivo, lê‑se
Ex.: Aulas de Português são tão interessantes como as
como ordinal.
de Filosofia.
Ex.: II Capítulo (segundo capítulo), XVI Papa de nome
b. De superioridade: mais... que/do que
Bento (décimo sexto Papa de nome Bento).
Ex.: Doce é mais gostoso que (do que) salgado.
2. Quando o numeral está depois do substantivo, lê‑se
c. De inferioridade: menos... que/do que
como ordinal até dez, e como cardinal a partir de onze. Ex.:
Ex.: Faustão é menos polido que (do que) Gugu.
Papa João Paulo II (Papa João Paulo segundo); Papa Bento
XVI (Papa Bento dezesseis).
2. Superlativo
a. Absoluto sintético Ex.: Marcos Roberto é inteligentíssi­mo. Verbo
b. Absoluto analítico Ex.: Renira é muito inteligente.
c. Relativo de superioridade Ex.: Gisele é a mais elegante Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno
do mundo. da natureza.
d. Relativo de inferioridade Ex.: Bush é o menos elogiado Ex.: Elas leram o livro atentas. (ação) Analinda continua
entre os presidentes. espiritualizada. (estado) Chove pouco em Brasília. (fenômeno
Conforme Marcelo Rosenthal (2009, p. 89), há duas da natureza)
classificações do adjetivo: “Adjetivo restritivo  – confere O verbo pode ser flexionado em: tempo, modo, número,
qualidade mutável do ser. Ex.: água fria, pedra bonita. Ad- pessoa e voz.
jetivo explicativo – confere qualidade óbvia do ser. Ex.: fogo
quente, pedra dura.” Locução verbal
Como as demais classes de palavras, também o verbo,
Artigo quando representado por duas ou mais palavras juntas e
combinadas, recebe a classificação de locução verbal: verbo
O artigo define ou não define o substantivo, acompa‑ auxiliar seguido de uma forma nominal (gerúndio, particípio,
nhando‑o. Veja a classificação. infinitivo).
Língua Portuguesa

Definido: define precisamente o substantivo. Ex.: o, a, As locuções verbais servem para dar amplitude ao sig‑
os, as. nificado do verbo.
Indefinido: determina imprecisamente o substantivo. Luã mudará de escola no próximo ano. (verbo)
Ex.: um, uma, uns, umas. Luã poderá mudar de escola no próximo ano. (locução
verbal)
Numeral
Pronome
O numeral quantifica, ou seja, indica uma quantidade.
Veja a classificação. É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo.
Cardinal: indica quantidade ou número. Ex.: um, dois, Quando substitui é chamada de Pronome Substantivo;
dez, doze. quando acompanha, de Pronome Adjetivo. Observe o texto.

29
“Eu olho meu sorriso no espelho e me sinto bem. Tudo V. De matéria: Essa mesa foi feita de madeira especial.
em meu rosto que aquele nosso Deus esculpiu não possui VI. De reciprocidade: Nada ocorrerá entre mim e ti.
nenhum defeito. Alguém discorda? Quem?” VII. De favor: Trabalhava em prol dos necessitados.
Repare que os pronomes: Eu, me, Tudo, Alguém, Quem VIII. De substituição: Carlos fez o trabalho pelo colega.
são Pronomes Substantivos, pois não acompanham substan‑ (substituindo o colega)
tivos; já os pronomes: meu, meu, que, aquele, nosso, nenhum IX. De acréscimo: Além de Manuel, faltaram quatro
são Pronomes Adjetivos, pois acompanham ou referem‑se funcionários. “Além dessas delícias raras, Seu Adelino faculta
a substantivos. ao cliente dar palpites ao cozinheiro...” (Carlos Drummond
de Andrade)
Classificação
Pessoais do Caso Reto: eu; tu; ele, ela; nós; vós; eles, elas.
Graus do Advérbio (Rosenthal, 2009, p.102)
Pessoais do Caso Oblíquo: me, mim, comigo; te, ti,
Comparativo  – DE SUPERIORIDADE: Eu falo mais do
contigo; se, si, consigo, lhe, o, a; nos, conosco; vos, convosco;
se, si, consigo, lhes, os, as. que você. DE IGUALDADE: Eu falo tanto quanto você. DE
Pessoais de Tratamento: Vossa Excelência, Vossa INFERIORIDADE: Eu falo menos do que você.
Senhoria, Vossa Santidade, Vossa Magnificência, Vossa Superlativo – ABSOLUTO SINTÉTICO: Cheguei tardíssimo.
Eminência Reverendíssima, etc. ABSOLUTO ANALÍTICO: Cheguei tarde à beça.
Possessivos: meu(s), minha(s); teu(s), tua(s); seu(s), Cuidado para não confundir advérbios com palavras
sua(s); nosso(s), nossa(s); vosso(s), vossa(s). denotativas:
Demonstrativos: este(s), esse(s), aquele(s); esta(s), Designação (eis): Eis a questão.
essa(s), aquela(s); isto, isso, aquilo. Realce (é que, ainda que, lá, só, apenas, mas): Apenas isto.
Relativos: Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. Situação (então, afinal, mas, agora): Afinal, está
Variáveis: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, entendendo?
cujas, quanto, quantos, quanta, quantas. Inclusão (também, até, mesmo, inclusive): Até tu, Brutus?
Indefinidos: Invariáveis: algo, alguém, ninguém, tudo, Exclusão (menos, exceto, salvo, fora, apenas, só,
nada, cada, outrem, quem, mais, menos. Variáveis: algum(ns), senão, sequer): Nem sequer agradeceu ao professor pelo
alguma(s), nenhum(ns), nenhuma(s), todo(a,os,as), aprendizado.
outro(a,os,as), tal, tais, muito(a,os,as), pouco(a,os,as), Retificação (aliás, ou melhor, isto é, ou seja, melhor
certo(a,os,as), vários(as), quanto(a,os,as), qualquer, dizendo): A vitória, ou seja, passar no concurso depende
quaisquer, qual, quais, diverso(a,os,as), bastante(s). de ti.
Interrogativos: quem, que, qual, quanto, quando (em Segundo Marcelo Rosenthal (2009, p.103), “são palavras
perguntas).
ou locuções invariáveis – o que pode levar o usuário da língua
à classificação errônea de advérbio – que não modificam o
Advérbio
O advérbio exprime circunstância da ação do verbo, verbo, nem o adjetivo, nem o advérbio. 1.de exclusão: ape‑
sendo a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo, nas, exceto, somente, etc. Ex.: Todos foram à praia, exceto
outro advérbio, ou a frase inteira. (Leila Lauar) Ex.: Hoje João. 2.de inclusão: até, até mesmo, mesmo, inclusive, etc.
acordei cedo. Ex.: Todos sambaram, inclusive Fritz. 3. de explicação: por
Locução Adverbial: duas ou mais palavras exercendo a exemplo, ou seja, isto é, etc. Ex.: A situação estava com‑
função de um advérbio. Ex.: Na quarta‑feira, acordei com plicada. Por exemplo, ninguém quis se comprometer. 4.de
a alvorada. realce: se, é que, etc. Ex.: ‘Foi‑se a noite’ (Castro Alves) ‘A
cor é que tem cor nas asas da borboleta’ (Fernando Pessoa)
Classificação do Advérbio / Locução Adverbial 5.de retificação: isto é, ou seja, ou melhor, aliás, etc. Ex.:
1. Tempo (quando?): hoje, amanhã / no domingo Ninguém veio, aliás Manoel veio.”
2. Modo (como?): calmamente / com calma
3. Lugar (onde?): aqui, ali, lá / em Brasília Preposição
4. Intensidade (quanto?): muito, pouco / em demasia Relaciona palavras: a, ante, até, após, com, contra,
5. Afirmação: sim, certamente / com certeza de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
6. Negação: não, absolutamente / em hipótese alguma sobre, trás.
7. Dúvida: talvez, possivelmente / quem sabe Decorar as preposições lhe será muito útil para a Sintaxe,
Outras classificações de locuções adverbiais possíveis: por isso, se quiser pense em uma melodia de uma música que
8. Causa: Alguns morrem de câncer. goste para memorizá‑las. A música Escravos de Jó e o refrão
9. Finalidade: Preparo‑me para o concurso. da música Mulher de fases, do Raimundos, encaixam‑se bem
10. Companhia: Elaboramos a prova com os alunos.
com as preposições.
11. Instrumento: Machuquei‑me com o cortador de
Ex.: gosto de chocolate.
unhas.
Língua Portuguesa

12. Meio: Passeei de carro em Praia Grande/SP. Contração: junção da preposição com o artigo. Exemplos:
13. Assunto: Falamos de dinheiro durante a reunião. pelo: per + o; nos: em + os; das: em + as; numa: em + uma;
do: de + o.
Renato Aquino admite outros advérbios: Observe que o que do período abaixo pode ser
I. De condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição substituído por de (preposição). Nestes caso, classificamos
para que vivamos) o que como Preposição Acidental.
II. De concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (Ideia de Ex.: Ana tem que estudar.
oposição: normalmente não se tira a camisa no frio) Locuções prepositivas: grupo de palavras que começa
III. De conformidade: Agiu conforme a situação. (Ideia e termina com preposição, formando uma expressão.
de acordo) Exemplos: à frente de, à custa de, à maneira de, à vista de,
IV. De preço ou valor: O livro custou cem reais. etc. Ex.: Coloquei‑me à frente de Maria.

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Interjeição 7. Pronome Interrogativo Adjetivo: acompanha um
A interjeição exprime sentimentos de alívio, dor, satisfa‑ substantivo, modificando‑o. Equivale a qual, quais. Ex.: Que
ção, ironia, alegria, paz, etc., geralmente evidenciados pela professor você mais gosta?
exclamação. 8. Pronome Interrogativo Substantivo: equivale a
Ex.: Ah! Ufa! Caramba! Nossa! Aleluia! que coisa
Locuções interjeitivas: duas ou mais palavras que Ex.: Que me argumentas sobre seu atraso?
demonstram sensações. Têm valor de Interjeição. Ex.: Meu 9. Pronome Indefinido: seguido de substantivo e equivale
Deus! Minha nossa! Virgem Maria! a quanto, quantos, quanta, quantas
Ex.: Que bom gosto ela possui.
Conjunção 10. Partícula expletiva ou de realce: ênfase ou realce,
A conjunção relaciona orações. Antes de entendê‑la, pode ser dispensada sem alterar o sentido da frase
conheçamos a diferença entre frase, oração e período. Ex.: O concurso é que está me motivando a aprender.
Frase: Ufa! (não precisa ter verbo)
Oração: Sou feliz. (um verbo) Flexão Nominal e Verbal
Período (composto): Nasceu e morreu. (dois ou mais Flexões Nominais: indicam gênero e número.
verbos). Ex.: roupa – roupas, galo – galinha.
Ou seja, a conjunção só cabe no período. De gênero
Os substantivos masculinos são antecedidos pelo arti‑
Classificação go “o(os)”. Como exemplo temos os substantivos o professor,
Coordenativas: o tapa, os peixes, o frio.
Aditivas: soma. Ex.: e, nem, mas também, etc. Já os substantivos femininos são antecedidos pelo
Adversativas: oposição, contraste. Ex.: mas, porém, artigo  “a(as)”. É  o caso de a amante, a  alegria, a  alface,
todavia, etc. a necessidade, as padarias.
Alternativas: alternância, escolha. Ex.: ou, ou... ou, ora...
ora, etc. De números
Explicativas: explicação. Ex.: pois (antes do verbo), Os nomes (substantivos, adjetivos, pronomes, numerais),
porque, que, etc. de modo geral admitem a flexão de número: singular e plural.
Conclusivas: conclusão. Ex.: pois (depois do verbo), logo,
portanto, etc. Flexões Verbais
Subordinativas: Dentre todas as classes gramaticais, a que mais se apre‑
Causais: causa, motivo. Ex.: porque, visto que, já que, senta passível de flexões é a representada pelos verbos. Tais
uma vez que, etc. flexões podem estar relacionadas a:
Condicionais: condição. Ex.: se, caso, contanto que, etc.
Consecutivas: consequência. Ex.: de modo que, de Pessoa
maneira que, etc. Indica as três pessoas relacionadas ao discurso, represen‑
Comparativas: comparação. Ex.: como, que (precedido tadas tanto no modo singular, quanto no plural. Exemplos: eu
de mais ou menos), etc. amo, tu amas, ela ama, nós amamos, vós amais, elas amam.
Conformativas: conformidade. Ex.: como, conforme,
segundo, etc. Número
Concessivas: concessão. Ex.: embora, se bem que, ainda Representa a forma pela qual o verbo se refere a essas
que, etc. pessoas gramaticais. Exemplos: eu amo, nós amamos.
Temporais: tempo. Ex.: quando, enquanto, logo que, etc.
Finais: finalidade. Ex.: a fim de que, para que, que, etc. PRONOMES: EMPREGO, FORMAS DE
Proporcionais: proporção. Ex.: à proporção que, à me‑ TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
dida que, etc.
Integrantes: que, se (quando iniciam oração subordinada Formas de Tratamento por Cargo
substantiva).
1. Chefes de poder: Presidente da República, Presidente
Importante: não confunda que conjunção com que do Congresso Nacional (Presidente do Senado, e Presidente
pronome relativo. Para que você entenda as funções do que, da Câmara Federal pela regra constitucional de sucessão da
confira suas classificações possíveis, segundo Leila Lauar: Presidência da República), Presidente do Supremo Tribunal
Federal.
Funções do QUÊ: Vocativo: Excelentíssimo Senhor Presidente,
1. Pronome Relativo: refere‑se a um termo antecedente Pronome de Tratamento: Vossa Excelência – não se abre‑
Ex.: Aquela é a história que eu contarei às crianças. via o pronome de tratamento dos chefes de poder.
2. Conjunção Integrante: introduz uma oração sem 2. Autoridades: Executivo (Vice‑Presidente da Repúbli‑
Língua Portuguesa

referir‑se a um termo antecedente na oração principal ca, Ministros de Estado, Governadores de Estado e do DF,
Ex.: É necessário que eu entenda a Língua Portuguesa. Vice‑Governadores de Estado e do DF, Oficiais‑Generais das
3. Advérbio: intensifica um adjetivo ou outro advérbio Forças Armadas, Embaixadores, Secretários‑Executivos de
Ex.: Que perto se encontrava o restaurante. Ministérios e demais cargos de natureza especial, Secretários
4. Substantivo: precedido de artigo, pronome adjetivo, de Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais),
numeral Legislativo (Deputados Federais, Senadores, Ministros do Tri‑
Ex.: Ela possuía um quê de esperta. bunal de Contas da União, Deputados Estaduais, Deputados
5. Preposição: equivale à preposição de Distritais, Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais,
Ex.: Ele tem que gostar da ideia. Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais), Judiciário
6. Interjeição: expressa sentimento ou emoção (Ministros dos Tribunais Superiores, Membros de Tribunais,
Ex.: Quê! Você não está me entendendo? Juízes, Auditores da Justiça Militar).

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Vocativo: Senhor + CARGO, • Quero isso: a paz (errado)
Pronome de Tratamento: Vossa Excelência – V. Exª ou • Paz: é isto que eu quero. (errado)
V. Exa. • Paz: é isso que eu quero. (certo)
3. Demais servidores e cidadãos → Quando houver mais de um pronome demonstra‑
Vocativo: Senhor + CARGO, tivo na mesma frase, usa‑se: “regra de fluxo invertido de
Pronome de Tratamento: Vossa Senhoria – V. Sª ou V. Sa. distribuição pronominal para alocação dos pronomes de‑
4. Reitor de Universidade monstrativos”.
Vocativo: Magnífico Reitor, • este, esta, isto: t=teu (grudado)
Pronome de Tratamento: Vossa Magnificência – V. Magª • esse, essa, isso: s=separado (próximo)
ou V. Maga. • aquele, aquela, aquilo: l=longe (distante)
5. Papa Pronomes Relativos: 4 passos para substituir os invariáveis
Vocativo: Santíssimo Padre, (que/quem) pelos variáveis: qual/quais; cujo(a,os,as).
Corpo do texto: Vossa Santidade – V. S. 1. Veja se “qual/quais” concordam com substantivo que
6. Cardeais vem antes. Se forem seguidos de substantivos, exigem artigo.
Vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, 2. Veja se “cujo(a,os,as)” concordam com substantivo que
Corpo do texto: Vossa Eminência – V. Emª ou V. Ema. vem depois, dando ideia de posse. Proíbem artigo.
Endereçamento: A Sua Eminência o Senhor ou 3. Se houver verbo entre o pronome e o substantivo que
Vocativo: Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor vem depois, o pronome atuará como sujeito e não poderá
Cardeal, ser substituído por “cujo(a,os,as)”, já que o verbo estabelece
Corpo do texto: Vossa Eminência Reverendíssima- V. Emª uma barreira que impede a concordância com o substantivo
Rev.ma ou V. Ema. Rev. ma posterior ao pronome.
Endereçamento: A Sua Eminência Reverendíssima o 4. Veja a regência do que vem depois do pronome, para
Senhor checar se a preposição que o antecede está certa.
Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de
2002, art.  28, parágrafo único, são Ministros de Estado, Dicas
além dos titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Civil da 1. Os pronomes pessoais eu e tu não podem vir antece‑
Presidência da República, o Chefe do Gabinete de Segurança didos de preposição, por isso devem ser substituídos pelos
Institucional, o  Chefe da Secretaria‑Geral da Presidência pronomes oblíquos mim e ti. Exemplos: O problema será
da República, o  Advogado‑Geral da União e o Chefe da resolvido por mim e ti. O papo será entre mim e ti. Isso não se
Corregedoria‑Geral da União. resolveria sem mim e ti. O dinheiro será dado para mim e ti.
Observação: usa‑se eu e tu quando o pronome funcionar
Concordância Pronominal como sujeito. Exemplo: Traga água para eu beber.
2. Os pronomes ele(s), ela(s), nós e vós serão oblíquos
EU: me, mim; meu minha. quando precedidos de preposição para complementar ver‑
TU: te, ti; teu, tua. bos. Exemplos: A aula foi dada por ele. Passeamos com ela.
ELE, ELA, VOCÊ: se, si, lhe, o, a; seu, sua. O convite será feito por vós.
NÓS: nos; nosso, nossa. 3. Pronomes reflexivos são os pronomes pessoais oblí‑
VÓS: vos; vosso, vossa. quos que se referem ao sujeito da oração. Exemplos: Ela
ELES, ELAS, VOCÊS: se, si, lhes, os, as; seus, suas. se machucou. Eu me vesti bem. Ele aproximou‑se e levou
Por exemplo, observe os erros do trecho abaixo que consigo sua ira.
parece estar correto, mas possui erros de concordância 4. Nos, vos e se atuam como pronomes recíprocos quan‑
pronominal. do expressam ação mútua. Exemplos: Nós nos vestimos bem.
“Eu vou te trazer o meu livro amanhã, para que você Eles se amaram muito.
possa analisá‑lo. Então, lembre‑se também de trazer o teu 5. Quando há ênclise em verbos terminados em -r,-s,-z,
livro, para que nós decidamos por qual deles estudaremos.” tais terminações saem e acrescenta‑se l nos oblíquos o, a,
Perceba que há uma confusão entre a segunda e a os, as. Exemplos: O bolo, eu vou: comprar (comprá‑lo); ven‑
terceira pessoa do singular. Veja duas opções abaixo que der (vendê‑lo); partir (parti‑lo); compor (compô‑lo). O bolo:
corrigiriam a concordância dos pronomes. nós compramos (compramo‑lo); ela fez (fê‑lo). Observação:
“Eu vou te trazer o meu livro amanhã, para que tu possas quando seguido do pronome pessoal oblíquo nos (1ª pes‑
analisá‑lo. Então, lembra‑te também de trazer o teu livro, soa do plural), sai o s e mantém‑se o oblíquo. Exemplos:
para que nós decidamos por qual deles estudaremos.” Afastamo‑nos infelizmente. Sentamo‑nos para conversar.
“Eu vou lhe trazer o meu livro amanhã, para que você 6. Quando há ênclise em verbos terminados em -m, -ão,
possa analisá‑lo. Então, lembre‑se também de trazer o seu -õe, acrescenta‑se n nos pronomes pessoais oblíquos enclíticos
livro, para que nós decidamos por qual deles estudaremos.” o, a, os, as. Exemplo: Eles consideraram‑no inocente. A dúvida,
dão‑na como perdida. Ele supõe‑nos bandidos.
Língua Portuguesa

Macetes dos Pronomes Demonstrativos 7. As expressões com nós, com vós podem ser usadas
quando seguidas de uma palavra de reforço (ambos, mes‑
Tempo mos, dois, etc) Exemplos: A bagagem seguirá com nós dois.
• este, esta, isto: presente A bagagem seguirá conosco. Preciso falar com vós mesmos.
• esse, essa, isso: passado e futuro próximos Preciso falar convosco. (Sarmento, p.185)
• aquele, aquela, aquilo: passado e futuro distantes 8. O pronome oblíquo é sujeito dos seguintes verbos no
infinitivo: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir e ver. Exemplo:
Espaço (distância) Deixe‑me ouvir esta música. (Deixe que eu ouça esta música.)
Quando houver apenas 1 pronome demonstrativo no 9. Cuidado para não confundir o pronome possessivo seu
período: com a redução do pronome de tratamento senhor. Exemplo:
• Quero isto: a paz. (certo) Seu João é honesto.

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10. Usa‑se dele(s), dela(s) no lugar de seu(s), sua(s) para 2) sendo predicativo, vai para o plural preferencialmente
tirar a ambiguidade. Exemplos: Ela arrumou sua cama. Ela no gênero predominante: Considerou encerrados a aula e o
arrumou a cama dela. campeonato. Ou concorda com o mais próximo com raridade:
11. Usa‑se esse(s), essa(s), isso em referência a algo Considerou encerrada a aula e o campeonato.
que já foi dito ou a uma pessoa já mencionada num texto. 3) sendo predicativo, pode concordar em número e
Usa‑se este(s), esta(s), isto em referência ao que vai ser dito. gênero com o mais próximo (segundo alguns autores):
Exemplo: Leve esta mensagem ao seu rei: “Rendam‑se ou Cegalla: “É preciso manter limpas as ruas e os jardins.”
serão aniquilados.” (Sarmento, p. 195) Sacconi: “Mantenha acesas as lâmpadas e os lampiões.”
12. Pronomes indefinidos: a) algum: sentido positivo Savioli: “Estava deserta a vila, a casa e o templo.”
quando colocado antes do substantivo e negativo quando
depois. Exemplos: Algum aluno tomará posse. Aluno algum 2. Outros Casos de Concordância
tomará posse. b) certo: será pronome indefinido quando a) Mesmo: concorda com o nome a que se refere. Ex.:
vier antes do substantivo e será adjetivo quando vier depois. As garotas mesmas obtiveram aprovação. Ex.: Elas lutam
Exemplos: Certas coisas são importantes (algumas). As coi‑ pelos mesmos direitos, tendo sempre as mesmas obrigações.
sas certas são importantes (corretas). c) todo: tem valor Observação: invariável, quando se referir a verbos ou denotar
de advérbio quando substitui completamente. Exemplo: O inclusão. Ex.: As moças desistiram mesmo de se expor por
pátio ficou todo alagado. d) todo e toda significam qualquer dinheiro. Ex.: Mesmo os jovens querem um fácil caminho
quando não são seguidos de artigo e inteiro quando seguidos para o sucesso.
de artigo. Exemplos: Todo cidadão deve votar. Todo o povo b) Bastante: concorda com o nome a que se refere.
deve votar. Ex.: A vida noturna gera bastantes confusões. Observação:
invariável, quando se referir a verbos, adjetivos ou advérbios.
13. Onde indica permanência em lugar, e aonde indica
Ex.: Não o identificamos bastante para persegui‑lo. Ex.: Os
movimento a determinado lugar. Exemplos: O hotel onde dor‑
estudantes de escola pública estão bastante ociosos. Ex.:
mi fica em Praia Grande/SP. Não sei aonde passarei as férias.
Estou bastante bem para passar neste concurso.
c) Meio: concorda com o substantivo a que se refira
Funções do “A” (indicando fração). Ex.: Ali assistia um rapaz de meias
• Cortou a(1) árvore a(2) machado. E cortou‑a(3) sem palavras. Observação: invariável, quando advérbio  – caso
vontade. se refira a adjetivos. Ex.: A funcionária sentiu‑se meio
1. A = artigo definido feminino singular, pois está acom‑ envergonhada e coagida.
panhando um substantivo feminino, definindo‑o. d) Leso: concorda em gênero e número com o 2º
2. A = preposição, pois acompanha um substantivo vocábulo do composto. Ex.: Acreditavam em ufos de
masculino, compondo o adjunto adverbial de instrumento. lesos‑idealizadores.
3. A = pronome pessoal do caso oblíquo, na 3ª pessoa e) Quite: concorda com o nome a que se refere. Ex.: Os
do singular, pois substitui um substantivo. patrões ficaram quites com seus funcionários. Ex.: O noivo
estava quite com a fidelidade de sua noiva.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL f) Só: 1) concorda com o nome a que se refere – caso
“só” signifique “sozinho” será adjetivo. Ex.: As estudantes
Concordância Nominal se dedicaram por si sós. 2) denotando exclusão – só como
somente, invariável. Ex.: Só os alunos esforçados irão passar.
Os adjuntos adnominais (ou seja, artigo, pronomes, Observação: a locução a sós é invariável. Ex.: A sós é melhor.
numerais e adjetivos) concordam em número e gênero com g) Anexo, incluso, separado: concordam com o nome a
o termo a que se referem. que se referem. Ex.: Anexas à carta seguirão as respostas.
As suas três melhores características se evidenciam. Ex.: Remeteu inclusos os capítulos do livro. Ex.: Seguem, se‑
O predicativo concorda com o sujeito ou com o objeto. paradas, as folhas de redação. Observação: as locuções em
anexo e em separado são invariáveis. Ex.: Em anexo, seguirão
A vitória sempre é louvável. / A cantora considerou
as respostas. Ex.: Seguem, em separado, as folhas de redação.
implacáveis as suas músicas.
h) Possível: 1) concorda com o nome a que se refere.
Ex.: Já descrevemos todas as características possíveis. 2) no
Principais Casos de Concordância
singular, com as expressões superlativas o mais, o menos,
o melhor, o pior. Ex.: Mantenha os cidadãos o mais ocupados
1. Um Adjetivo com Mais de Um Substantivo possível. 3) no plural, com essas expressões no plural: os/as
a) Adjetivo posposto (Mauro Ferreira, 2003) mais, os/as menos, os/as melhores, Os/as piores. Ex.: Em São
1) Como Adjunto Adnominal, vai para o plural ou con‑ Paulo, há os melhores restaurantes possíveis. Observação: a
corda com o mais próximo em gênero e número. Exemplos: expressão (o) quanto possível é invariável. Ex.: Gosto de uvas
Vivenciamos desafios e soluções necessárias/necessários. tão geladas (o) quanto possível.
Exemplos: Vivi uma crise e uma mudança inesperadas/ i) É bom, é proibido, é necessário etc.: ficarão invariáveis
Língua Portuguesa

inesperada. tais expressões e outras equivalentes quando o substantivo


2) Como Predicativo, vai para o plural no gênero pre‑ a que se referem estiver sendo usado em sentido geral, isto
dominante. Exemplos: O concurso considerou o candidato é, não determinado por artigo ou pronome. Ex.: É necessário
e a candidata aptos. Exemplos: A moça julgou a aula e a alegria com as crianças. Ex.: Mulher é talhado para cozinheira.
apostila chatas. Observação: como determinante, a  concordância será
b) Adjetivo anteposto obrigatória. Ex.: Aquela mulher é talhada para cozinheira.
A concordância se fará conforme a função sintática do Ex.: Nenhuma bebida é boa como a água sem gás.
adjetivo. j) Um e outro, um ou outro, nem um nem outro: quando
1) sendo adjunto adnominal, concorda apenas com o seguidas de substantivos e/ou adjetivo terão a seguinte
mais próximo: sintaxe: substantivo no singular e adjetivo no plural. Ex.: Nem
Ela lhe dera deliciosas roscas e pães. um nem outro político corruptos votaram.

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l) Menos, alerta, pseudo, salvo: são invariáveis. Ex.: Os A alegria como o paraíso existem. b) quando a comparação
professores estão alerta, embora haja menos greves hoje. vier entre vírgulas, o  verbo concordará com o 1º e único
Ex.: Salvo as secretárias, todas as demais são suspeitas. Ex.: núcleo (SDS), já que a comparação será Aposto Comparativo.
Em Portugal, temos pseudopoetas e pseudorromancistas. Ex.: A alegria, como o paraíso, existe.
m) A olhos vistos: na linguagem contemporânea, 8. Sujeito seguido do (AR) Aposto Resumitivo: o verbo
invariável. Ex.: A mulher engordava a olhos vistos. Observação: concorda com o aposto.
em linguagem já arcaica, o particípio “visto” concorda com o Bebidas, dinheiro, mulheres, nada o alegra mais.
sujeito (aquilo que se vê). Ex.: A mulher engordava a olhos
vista. Casos particulares
n) Tal qual: em função predicativa, concorda com os
respectivos sujeitos. Ex.: Os jogadores do São Paulo são tais 9. Verbo “haver” no sentido de “existir”: impessoal (3ª
qual o time. pessoa do singular) Ex.: Existiam greves ali. Havia greves
ali. Observação: quando estiver no infinitivo, gerúndio e
Concordância Verbal particípio, seu auxiliar ficará impessoal. Ex.: Devem existir
greves ali. Deve haver greves ali. Ex.: Estão existindo greves
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. ali. Está havendo greves ali. Ex.: Tinham existido greves ali.
Com Sujeito Determinado Simples (SDS): o verbo Tinha havido greves ali.
concorda com o núcleo do sujeito. 10. Verbos “haver” e “fazer” indicando tempo decorrido:
Os atores assumem personagens. impessoal (3ª pessoa do singular). Ex.: Faz dez anos que
Com Sujeito Determinado Composto (SDC): o verbo fica a amo.
no plural e, caso seus núcleos sejam de pessoas gramaticais 11. Ocorre IIS (Índice de Indeterminação do Sujeito)
diferentes, na pessoa de número mais baixo. com os verbos: Intransitivo (VI), de Ligação (VL), Transitivo
A criança e os jovens acreditam no futuro. Indireto (VTI) e Transitivo Direto (VTD) com Objeto Direto
Preposicionado (OD Prep). Ex.: Trate‑se de assuntos
Observação: na linguagem moderna, ocorre, cada vez polêmicos ou não. (FCC)
mais, a substituição do tratamento “vós” por “vocês” (uma 12. Um ou outro; nem um, nem outro; etc.: verbo no
forma de silepse de pessoa). “Juro que tu e tua esposa me singular ou plural, facultativamente. Uma e outra planta
pagam.” nasceu / nasceram. Observação: essa regra será quebrada
se houver: a) reciprocidade: verbo somente no plural. Ex.:
Casos Especiais do Sujeito Determinado Composto Um e outro carro chocaram‑se na avenida. b) exclusão: verbo
somente no singular. Ex.: Nem um nem outro se elegera
1. Sujeito depois do verbo: o verbo vai para o plural, ou governador.
concorda com o mais próximo. 13. mais de um: verbo no singular. Ex.: Mais de um jornal
Aqui, compareceram/compareceu o rapaz e sua noiva. divulgou o evento. Observações: essa regra será alterada
2. Núcleos sinônimos: o verbo vai para o plural, ou se ocorrer: a) reciprocidade: verbo no plural. Ex.: Mais de
concorda com o mais próximo. um político se agrediram. b) repetição: verbo no plural. Ex.:
A dor e o sofrimento nos atrapalha/atrapalham sempre. Mais de um professor, mais de um aluno ficaram satisfeitos.
3. Núcleos em gradação: o verbo vai para o plural, ou 14. Um dos (...) que: verbo na 3ª pessoa do singular ou
concorda com o mais próximo. do plural. Ex.: Camões foi um dos poetas que fez/fizeram
Um século, um ano, um mês, um dia, não fará/farão escola na Língua Portuguesa.
diferença. 15. Sujeito coletivo, partitivo ou percentual: o verbo
4. Núcleos ligados pela conjunção “ou”. a) havendo concorda com o núcleo do sujeito ou com seu determinante,
exclusão: concorda com o núcleo mais próximo. (1ª análise: se houver. Ex.: O bando passou rasgando o céu. Ex.: O bando
sentido de exclusão) Ex.: O atleta ou eu vencerei a mara‑ de pássaros passou / passaram rasgando o céu. Observações:
tona. b) havendo função retificativa: concorda com o mais se o percentual vier determinado por artigo ou pronome,
próximo. (2ª análise: ou = ou melhor) Ex.: O professor ou os o  verbo concordará apenas com o núcleo do sujeito (o
professores elaboraram as provas. Os professores ou o pro‑ percentual). Ex.: Meus quinze por cento do lucro sumiram.
fessor elaborou as provas. c) sem exclusão nem retificação: 16. Locução com pronome pessoal preposicionado –
vai para o plural na pessoa gramatical predominante. (3ª podem ocorrer duas estruturas: a) núcleo no singular: verbo
análise: ou = e, ou seja, conjunção coordenativa alternativa na 3a pessoa do singular. Ex.: Nenhum de nós faria tamanha
de valor aditivo) Ex.: O calor ou frio excessivos prejudicam bobeira. b) núcleo do plural: verbo na 3a pessoa do plural
as pessoas. O atleta ou eu venceremos na vida. ou concordando com o pronome pessoal. Ex.: Quais de vós
5. Núcleos infinitivos. a) antônimos: verbo no plural comunicaram / comunicastes a solução?
Ex.: Amar e odiar constituem antagonismo. b) com artigos: 17. Nomes pluralísticos – podem ocorrer duas
verbo no plural Ex.: O amar e o sofrer nos tornam sensíveis. construções: a) nomes determinados por artigos no plural:
c) não antônimos e sem artigos: verbo no singular Ex.: Amar verbo no plural. Ex.: Os estados apoiaram o Chile. b) não
e sofrer nos torna sensíveis. havendo artigo: verbo no singular. Ex.: Minas Gerais produz
Língua Portuguesa

6. Núcleos ligados pela preposição “com”. a) se o núcleo muitos queijos. Observações: 1) Com títulos de obras vacilam
preposicionado não vier separado por vírgulas: verbo de os escritores, ora deixando o verbo no singular, ora plural,
preferência no plural, podendo concordar com o 1º núcleo alegando‑se uma concordância com um termo implícito. Ex.:
para realçá‑lo. (SDC) Ex.: O professor com seus colegas Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha. (preferível) Ex.:
elaboraram/elaborou a prova. b) se o núcleo preposicionado Os Sertões (o romance) imortalizou Euclides da Cunha. 2)
vier separado por vírgulas: o verbo deverá concordar com Com o verbo ser é facultativa a concordância com o sujeito ou
o 1º e único núcleo (SDS), já que o núcleo preposicionado com o predicativo. Ex.: As cartas Persas são / é um livro genial.
será Adjunto Adverbial de Companhia. Ex.: O professor, com 18. Haja vista – a expressão é invariável. Ex.: Viajaremos,
seus colegas, elaborou a prova. haja vista o / ao evento. Ex.: Viajaremos, haja vista os/ aos
7. Núcleos ligados por conjunção comparativa “como”. eventos. Observações: o verbo pode flexionar‑se (hajam
a) quando a comparação não vier entre vírgulas: o verbo vista), referindo‑se a nome no plural sem preposição. Ex.:
concordará com os dois núcleos, isto é, no plural. (SDC) Ex.: Viajaremos, hajam vista os eventos.

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19. Verbo “parecer” seguido de infinitivos flexiona‑se o e dicionaristas, alguns dos quais são menos normativos que
verbo parecer ou o outro verbo, nunca os dois. Ex.: As moças descritivos a respeito.
parecem estar tristes. Ex.: As moças parece estarem tristes.
20. A  partícula apassivadora (PA) “se” concorda com Regência Verbal
substantivo não preposicionado a que se refere. Ex.: Ven‑
dem‑se casas. A regência se diz verbal quando o termo regente é
21. Pronome de tratamento: verbo na 3a pessoa. Ex.: Sr. um verbo. São a seguir definidos alguns tipos de verbos e
Governador, V. Exa. está convidado a bem governar. indicados aqueles verbos mais propensos a dúvidas.
22. Pronome “que”: o verbo concorda com o antecedente.
Ex.: Fui eu que resolvi a questão. Verbos Transitivos Diretos
23. Pronome “quem”: o verbo fica na 3a pessoa do
singular, mas pode concordar, também, com o antecedente. Um verbo é transitivo quando não tem sentido completo
Ex.: Fui eu quem resolveu a questão. Ex.: Fui eu quem resolvi e por isso exige (rege) um complemento que lhe complete
a questão. (Rocha Lima) o significado. É  chamado transitivo direto quando seu
24. Sujeito oracional ou Oração Subordinada Substantiva complemento – denominado objeto direto – não vem
Subjetiva (OSSS): verbo na 3a pessoa do singular. Ex.: É obrigatoriamente precedido de preposição. Em outras
essencial que estudem. palavras, a  noção que ele exprime “transita” diretamente
25. Verbos impessoais (os que indicam tempo cronológico para o objeto:
ou metereológico; haver, fazer, ser, estar, ir; os que indicam “Nenhum Deputado poderá solicitar a palavra quando
fenômenos da natureza – sentido denotativo: chover, nevar, houver orador na tribuna, exceto para requerer prorrogação
relampejar, gear, trovejar, etc.): na 3a pessoa do singular. Ex.: de prazo, levantar questão de ordem, ou fazer comunicação
O povo, há alguns anos, acreditou em sua prosperidade. de natureza urgentíssima.” (RICD, art. 169)
Ex.: Em Sampa, fazia dias constantemente chuvosos. Ex.: Nesse exemplo, os  termos grifados funcionam como
Relampejava noites a fio. Observações: nas locuções verbais, objeto direto porque completam, sem preposição, o sentido
formadas com esses verbos, a impessoalidade (3a pessoa do dos verbos solicitar, haver, requerer, levantar e fazer, que
são assim transitivos diretos.
singular) recai no verbo auxiliar. Os cargos oferecidos eram
poucos, e, por isso, começou a haver brigas.
Observação: há casos em que o objeto direto ocorre com
26. Verbo “ser” concorda com sujeito quando este é
preposição, utilizada por tradição, ênfase ou clareza. Alguns
pessoa (subordinativa ou pronome pessoal): Tua prima era exemplos: Ainda não se conhecem uns aos outros (expressão
as alegrias do condomínio. de reciprocidade um ao outro); É um amigo a quem pouco
27. Verbo “ser” concorda com o predicativo a) quando vejo (pronome relativo quem); A Abel matou Caim (clareza:
este é pessoa (pronome ou substantivo) ou indica horas, a preposição evita confusão entre o sujeito e o objeto);
distâncias e datas: Sua maior alegria eram os idosos. b) Amava a Deus e aos irmãos (ênfase: o uso – estilístico – da
quando este indica horas, distâncias e datas Quando fo‑ preposição com verbos que exprimem sentimento dá ideia
rem doze horas, viajaremos. Observação: em relação a de encarecimento do beneficiário da ação verbal).
datas, admitem‑se três construções. 1. Concordando com Quando pronome átono, o  objeto direto tem a forma
o numeral: Amanhã serão cinco de janeiro. 2. Concordando o, a, os, as, ou as suas variantes lo(s), la(s), no(s), na(s).36
com a palavra “dia”, expressa: Hoje é dia cinco de janeiro. 3. Exemplos:
Concordando com a palavra “dia”, elíptica: Hoje é (dia) cinco Solicitar a palavra  – Solicitá‑la; Fez um comunicado  –
de janeiro. c) quando este indica quantidade (muito, pouco, Fê‑lo; Apurou os votos – Apurou‑os; Levantaram uma questão
mais, menos, etc.): Doze mil reais é mais do que eu preciso. de ordem – Levantaram‑na; Dão graças a Deus – Dão‑nas.
d) quando o sujeito é pronome interrogativo que ou quem: O pronome lhe funciona como objeto indireto; conse‑
Quem teriam sido os primeiros a chegar? Que são ideologias? quentemente, não pode ser usado como complemento de
e) quando o sujeito é expressão partitiva (a maioria, o resto, verbos transitivos diretos. Deve‑se dizer: Nós o ajudamos,
a maior parte, etc.): A maior parte eram amigos. f) quando e não:
este é o pronome demonstrativo “o”: Dedicação era o que *Nós lhe ajudamos; Eu a vi, e não: *Eu lhe vi; Os colegas a
pedíamos aos nossos alunos. respeitam e a admiram, e não: *Os colegas lhe respeitam e
28. Verbo “ser” concorda facultativamente com sujeito lhe admiram.
ou predicativo quando: a) Sujeito é pronome indefinido (tudo
ou nada): Na juventude, tudo é/ são alegrias. b) Sujeito é São verbos transitivos diretos:
pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo): Aquilo era/ eram O Deputado adentrou o plenário para votar. (não:
alegrias de vida. c) Sujeito e predicativo indicando “coisas”: *adentrou no) Não os ajudou quando eles mais necessitavam.
A vida é/são definições. (não: *lhes ajudou)
A bancada apoia o projeto. (não: *apoia ao)
A grafia lo(s), la(s), no(s) e na(s) é explicada em 6.5.3.1,
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL a e b.
A Presidência conclama os Deputados a se dirigirem ao
Regência Nominal
Língua Portuguesa

plenário. (não: *conclama aos)


A Oposição conclamou‑a líder. (não: *conclamou‑lhe)
Regência (Segundo o Manual de Redação da Câmara dos Constituí‑o meu procurador. (não: *constituí‑lhe)
Deputados 2004, Freitas) é o mecanismo que regula a relação O júri condenou a ré. (não: *condenou à)
entre os verbos ou nomes (substantivos e adjetivos) e os seus O programa favorece os mais pobres. (não: *favorece aos)
complementos. Em seu caso, importa saber se a palavra exige
ou não outras que complementem o seu sentido e, no caso Verbos Transitivos Indiretos
de exigir, que tipo de complemento é esse.
Saliente‑se que na regência – na verbal sobretudo – são Verbo transitivo indireto é aquele que tem o sentido
encontradas consideráveis diferenças entre o uso popular completado por complemento precedido de preposição
ou informal e o uso culto e formal, verificando‑se também, obrigatória, o  qual, por isso, recebe o nome de objeto
em certos casos, divergências entre os próprios gramáticos indireto.

35
No exemplo abaixo, observe‑se que o verbo referir‑se O prazo para interpor recurso expirou (prescreveu /
tem os seus objetos indiretos regidos pela preposição a: acabou / findou).
“Nenhum Deputado poderá referir‑se, de forma des‑ A criança pula, brinca, corre, chora e finalmente ador‑
cortês ou injuriosa, a membros do Poder Legislativo ou às mece.
autoridades constituídas deste e dos demais Poderes da Verbo pronominal é aquele que se usa sempre
República [...].” (RICD, art. 73, XII) acompanhado de um pronome oblíquo átono (me, te, se,
Alguns verbos transitivos indiretos que se constroem nos, vos) da mesma pessoa que o sujeito, pronome esse
com a preposição a admitem que o seu objeto indireto que, por fazer parte do verbo, não desempenha função de
tome a forma do pronome lhe(s): Coube ao Diretor decidir – objeto nem outra qualquer:
Coube‑lhe decidir; Estes bens pertencem ao patrimônio O repórter se condoeu (se apiedou / se lembrou) das
público – Estes bens lhe pertencem. Já outros não admitem vítimas da inundação.
o pronome átono lhe, mas sim as formas tônicas a ele(s), Nós nos arrependemos (nos queixamos / nos esquecemos)
a  ela(s): Referir‑se às autoridades  – Referir‑se a elas; de nossos erros.
Procederam à votação – Procederam a ela; Provia a todas Alguns verbos são sempre pronominais, caso de
as necessidades da casa – Provia a elas. arrepender‑se, queixar‑se, etc. Já outros podem ser ou não
Além de a, o objeto indireto pode ser introduzido por pronominais.
outras preposições, a  depender do verbo: apelar para; Nesse caso, muda a regência do verbo e não raro o seu
consistir em; carecer de; contentar‑se com, de ou em; significado. Compare‑se:
contribuir para; esforçar‑se em, para ou por; lutar contra, Debateu‑se na água pedindo por socorro. / Debateu o
com e por; optar por; simpatizar com; etc. assunto com os colegas.
Caminhava apoiando‑se em uma bengala. / A bancada
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos apoiará o projeto.

Verbo transitivo direto e indireto é aquele que requer Observação: os verbos pronominais quase sempre
dois complementos ao mesmo tempo, um direto e outro exigem preposição, à exceção dos intransitivos.
indireto:
“Ao Presidente da Comissão compete, além do que Verbos com Regências Diferentes e Mesmo Sentido
lhe for atribuído neste Regimento, ou no Regulamento
das Comissões, delegar, quando entender conveniente, Alguns verbos se constroem na língua padrão com
aos  Vice‑Presidentes distribuição das proposições.” (RICD, regências diversas  – com ou sem preposição, ou com
art. 41, XIX) preposições diferentes – , sem que isso implique mudança
Nesse exemplo, a expressão preposicionada aos de sentido:
A maioria dos parlamentares compareceu à / na sessão.
Vice‑Presidentes é objeto indireto e a distribuição das
Cada um deve cumprir (com) o seu dever.
proposições, objeto direto; ambas completam o sentido de
Ninguém se dignou de ouvir minhas declarações. /
delegar, que é um verbo transitivo direto e indireto típico,
Ninguém se dignou a ouvir... / Ninguém se dignou ouvir...
pois quem delega, delega alguma coisa a alguém.
É melhor nos esquecermos desse incidente. / É melhor
Tal como ocorre com delegar, o objeto direto dos verbos
esquecermos esse incidente.
transitivos diretos e indiretos é em geral coisa e o indireto, Lembrou o professor e sentiu gratidão. / Lembrou‑se do
pessoa (ou ente a quem se destina ou interessa a ação). Mas professor e sentiu gratidão.
não faltam verbos que admitem alternância dos dois objetos O Primeiro‑Secretário foi quem presidiu a / à sessão.
(de pessoa e de coisa), como por exemplo avisar: avisa‑se Um caso relaciona‑se com o / ao outro.
alguma coisa a alguém ou avisa‑se alguém de alguma coisa.
Verbos que Podem Despertar Dúvidas de Regência
Outros exemplos
A família agradece aos amigos o apoio prestado. (não: Abdicar
*agradece os amigos) Significando “rejeitar, desistir” rege, em geral (mas não
O Departamento notificou os servidores da obrigato‑ obrigatoriamente), a preposição de:
riedade do uso do crachá. / O Departamento notificou aos O deputado abdicou da/a homenagem que lhe seria
servidores a obrigatoriedade do uso do crachá. prestada.
Aviso a V.Exa. que se fará chamada nominal. / Aviso V.Exa. Abdiquei do/o cargo de presidente.
de que se fará chamada nominal. Anteceder
Cientifique‑o de que haverá sessão amanhã às 9 horas. / Significando “realizar antes do tempo”, é transitivo direto:
Cientifique‑lhe que haverá sessão amanhã às 9 horas. Tendo em vista o final de semana, o chefe antecedeu o
Com pesar, o  médico comunicou‑lhe o resultado do pagamento dos funcionários.
exame. Significando “preceder, ficar ou vir antes”, “superar”,
Ensinei‑o a respeitar as leis. / Ensinei‑lhe o respeito é transitivo direto ou indireto, indiferentemente:
às leis. A votação será realizada nos dias que antecedem o / ao
Língua Portuguesa

Felicito V.Exa. pela data de hoje. (não: *felicito a V.Exa.) feriado.


Sugeriram‑lhe que retirasse o projeto. (não: No início do curso, já antecedia os / aos professores em
*sugeriram‑lhe de que) inteligência.
Significando “ser anterior, antecipar‑se”, é  pronominal
Verbos Intransitivos e Verbos Pronominais e transitivo indireto, tanto para coisa quanto para pessoa:
Antecedeu‑se a todos na entrega dos relatórios.
Verbo intransitivo é aquele cuja significação não Este fato antecedeu‑se a outros que não foram
“transita” para um complemento, isso porque já tem o compreendidos.
sentido completo, não necessitando de objeto direto nem Anuir
indireto: Significando “concordar, condescender”, rege as
A semente germinou (floresceu / vingou / murchou / preposições a e em:
apodreceu). O Diretor anuiu ao requerimento do servidor.

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Registram‑se apenas os significados para os quais as Significando “avocar, tomar para si, assumir”, rege a
regências podem apresentar dúvidas na língua culta. Além preposição a:
das regências propriamente ditas registram‑se alguns casos Chamou a si as consequências do ato praticado.
em que os termos preposicionados não constituem objeto Chegar, dirigir‑se, ir, retornar, voltar
direto ou indireto mas termo adverbial estritamente ligado Esses verbos regem a preposição a (ir e voltar também a
ao verbo. preposição para):
Anuímos em participar dos debates. Chegamos ao fundo do poço. (não: *no fundo)
Aspirar Aonde pretende chegar agindo dessa forma? (não:
Significando “desejar, almejar”, rege a preposição a (mais *onde)
comum) ou por: Fomos (Dirigimo‑nos / Voltamos / Retornamos) ao
A Nação aspira ao/pelo desenvolvimento social e à/pela plenário para apoiar a proposta. (não: *no plenário)
liberdade econômica. (Aspira a/por eles.) Foi (Voltou) para o Tocantins, onde hoje vive.

Observação: o uso sem preposição (transitivo direto) é Observações


omitido ou condenado por alguns gramáticos e dicionaristas 1. Nas indicações de tempo ou do lugar dentro do qual
e aceito por outros, como Houaiss. ocorre a ação, usa‑se a preposição em: Chegamos (Fomos /
Voltamos / Retornamos) na hora marcada; A comitiva chegou
Assistir (foi / voltou / retornou) no avião presidencial.
Significando “presenciar, ver”, rege a preposição a e só 2. Ir/voltar a denota que não se vai demorar, já ir/voltar
aceita pronome tônico como complemento: para indica que se vai demorar. Cp.: Vai ao Ceará esta
Todos assistiram às sessões ordinárias? Sim, todos as‑ semana. / Vai para o Ceará, onde fixará residência; Voltou
sistiram a elas. a Brasília muitas vezes. / Voltou para Brasília em definitivo.
Observação: o uso corrente brasileiro sem preposição Consistir
(transitivo direto) é registrado por Houaiss e Aurélio, sem, Rege a preposição em:
contudo, merecer abonação no uso da língua culta. O programa consiste em promover a cidadania.
Significando “caber, competir”, rege a preposição a e A bancada de Brasília consiste em oito parlamentares.
admite pronome átono como complemento:
O direito de ir e vir assiste a todos. Observação: a regência com a preposição de (“A bancada
Assiste ao Presidente da República a incumbência de de Brasília consiste de oito parlamentares”), embora de uso
sancionar as leis. / Assiste‑lhe a... cada vez mais comum, ainda não é aceita pelos modernos
Significando “acompanhar, ajudar, prestar assistência, dicionaristas.
socorrer”, usa‑se ou não a preposição a:
O Governo deverá assistir os / aos flagelados. Constar
Significando “ser composto, constituído”, rege a
Atender preposição de:
Significando “tomar em consideração, considerar, levar A família constava de cinco crianças e dois adultos.
em conta, acatar”, “dar solução a, resolver, responder”, A Ordem do dia consta de dez itens.
“dar despacho favorável, deferir, aprovar”, “prestar socor‑ Significando “estar escrito, registrado, mencionado”, rege
ro, acudir”, “receber em audiência”, pode‑se usar ou não a a preposição de ou em:
preposição a:
O referido projeto consta da/na da Ordem do Dia.
Os grevistas não atenderam os/aos apelos do governo.
Significando “dar‑se como certo” é intransitivo:
As características técnicas do produto atendem as/às
Consta que a bancada vai votar contra o projeto.
exigências da licitação.
Custar
O ministro atendeu as/às reivindicações dos servidores.
Significando “ser difícil”, é usado apenas na 3ª pessoa do
A Defesa Civil atendeu prontamente as/às vítimas das
singular e rege a preposição a:
enchentes.
Custou aos peritos confirmar a falsificação. (não: *Os
O presidente atenderá a/à comissão na sala de reuniões.
peritos custaram a confirmar...)
Observação: a tendência atual da língua culta, registrada Custou‑lhe aceitar a derrota. (não: *Ele custou a aceitar...)
por Houaiss, é aceitar as duas regências (transitivo direito ou Significando “acarretar, causar”, rege a preposição a:
transitivo indireto) em acepções para as quais a gramática A derrota nas urnas custou‑lhe (ou custou a ele) muitos
tradicional só aceitava uma única regência. prejuízos.
A falta de dinheiro custava‑lhe muitos sacrifícios.
Chamar
Significando “fazer ou mandar ir ou vir”, é  transitivo Observação: as variações do tipo “Os peritos custaram a
confirmar o resultado”, “Ele custou a acreditar”, embora de
Língua Portuguesa

direto:
O Líder chamou os membros do partido para votarem a uso frequente no Brasil, ainda não são unanimemente aceitas
emenda. / O Líder chamou‑os para... na língua culta pelos gramáticos e dicionaristas.
Significando “apelidar, qualificar, tachar”, pode‑se usar
ou não a preposição a. Nessa acepção, vem acompanhado Declinar
de predicativo do objeto, que pode ou não vir antecedido Significando “rejeitar, desistir, desviar‑se”, rege, em geral
da preposição de: (mas não obrigatoriamente), a preposição de:
Os colegas chamaram o / ao rapaz (de) traidor. O Deputado declinou da/a homenagem que lhe seria
/ Os colegas chamaram‑no (de) traidor. / Os colegas prestada.
chamaram‑lhe (de) traidor. Declinei do/o cargo de presidente.
Significando “bradar, clamar”, rege a preposição por: Significando “dizer, proferir, revelar”, é transitivo direto e
A violência chama por medidas imediatas. indireto:

37
Passou cinco minutos declinando as normas da sessão Observação: quando está implícita a palavra licença,
aos oradores. permissão é correto o uso da preposição para: O Líder pediu
Implicar ao Presidente (licença / permissão) para sair da sessão, pois
Significando “resultar, acarretar, ser a causa de”, não se não passava bem.
usa preposição:
O corte orçamentário implica sacrifícios à população. Preferir
(não: *implica em sacrifícios) É transitivo direto e indireto e rege a preposição a:
Prefiro cinema a teatro.
Observação: a regência implicar em, tradicionalmente
condenada no uso culto da língua, já encontra alguns Preferiam falar a calar‑se.
defensores, como Luft e Rocha Lima. Observação: não se empregam, na língua formal,
Significando “envolver, comprometer”, é transitivo direto as partículas que, do que, mais, menos, antes: *Prefiro mais
e indireto e rege a preposição em: cinema que teatro; *Prefiro antes cinema que teatro.
As denúncias implicam o funcionário na fraude.
Significando “antipatizar, mostrar‑se impaciente”, rege Proceder
a preposição com: Significando “dar andamento a, iniciar”, rege a prepo‑
Implicava com o modo de falar do colega. sição a:
Finalmente, procederemos à votação.
Morar, residir, situar‑se, estabelecer‑se, estar situado Significando “provir, originar”, rege a preposição de:
Esses verbos regem a preposição em: Os manifestantes procediam de diferentes regiões
A testemunha mora (reside) na Rua A do Setor Oeste. do País.
(não: *mora ou reside à) Significando “ter fundamento” é intransitivo:
A loja situa‑se (está situada) na Avenida Getúlio Vargas. As acusações não procediam, e por isso o suspeito foi
(não: *situa‑se ou está situada à) libertado.
O comerciante estabeleceu‑se na Rua Amazonas. (não: Renunciar
*estabeleceu‑se à) Significando “rejeitar, desistir”, rege, em geral (mas não
Obedecer, desobedecer obrigatoriamente), a preposição a:
Regem a preposição a, tanto para coisa quanto para O deputado renunciou à/a homenagem que lhe seria
pessoa, e aceitam o pronome lhe como complemento para prestada.
pessoa e a ele(s)/as para coisa: Renunciei ao/o cargo de presidente
Evita acidentes quem obedece aos sinais de trânsito. / Responder
Evita acidentes quem obedece a eles. Significando “dar resposta a”, rege a preposição a:
É um funcionário rebelde: desobedece ao chefe com Sem pestanejar, respondeu às questões.
frequência. / ...desobedece‑lhe com frequência. O réu respondeu às acusações que lhe foram feitas.
É também transitivo direto (responder alguma coisa)
Observação: a construção sem preposição (“O funcioná‑ e transitivo direto e indireto (responder alguma coisa a
rio obedeceu a ordem do chefe”), embora de uso comum, alguém):
ainda não é plenamente aceita na linguagem culta pelos mo‑ Ele apenas respondeu isso.
dernos dicionaristas e gramáticos, embora alguns já admitam Respondi‑lhe (ou Respondi a ele) que eu não assinaria o
a forma passiva (“A ordem foi obedecida pelo funcionário”). contrato.
Significando “pagar”, rege a preposição por:
Pagar, perdoar Injustamente, respondeu pelos crimes que não cometeu.
Esses verbos são transitivos diretos quando o seu comple‑ Sobressair
mento refere‑se a coisa, e transitivos indiretos (preposição a) Significando “distinguir‑se, salientar‑se, destacar‑se”, rege
quando o complemento refere‑se a pessoa. Podem também as preposições a ou entre:
ser transitivos diretos e indiretos: Ele sobressaía entre os / aos demais pela sua eloquência.
Quem pagará o exame? Quem pagará ao médico?
A empresa finalmente pagou os atrasados aos Observação: a forma pronominal, tradicionalmente
funcionários. / A empresa finalmente os pagou aos condenada na língua culta, já está abonada em Aurélio e
funcionários. / A empresa finalmente lhes pagou os Houaiss: “Ela se sobressai como quituteira”. “Sobressaiu‑se
atrasados. como escritor”.
Perdoou aos que o haviam caluniado.
Perdoaram o erro que ele cometeu. Suceder
Participar Significando “acontecer, ocorrer” rege a preposição a:
Significando “tomar parte”, rege as preposições de Acontecimentos constrangedores sucederam a ele.
ou em: Significando “seguir‑se, vir depois de, ser o sucessor
Língua Portuguesa

Os servidores participaram da reunião. de”, tradicionalmente rege a preposição a, embora o uso


Alguns participaram na conspiração contra a empresa. moderno sem preposição (transitivo direto) já seja abonado
Significando “comunicar”, é transitivo direto e indireto: por Houaiss e Luft:
Participamos a decisão a quem pudesse interessar. Lula sucedeu (a) Fernando Henrique Cardoso.
Significando “compartilhar”, rege a preposição de: Paulo VI sucedeu (a) João XXIII.
Participamos das suas decisões. A democracia sucedeu à/a ditadura.
Pedir Visar
Pede‑se a ou para alguém alguma coisa ou que faça Significando “objetivar, ter em vista”, rege ou não a
alguma coisa: preposição a:
Esta Presidência pede a / para todos os Deputados que O projeto visa ao/o estabelecimento de novas diretrizes
se dirijam ao plenário. (não: *...pede aos Deputados para de política social.
se dirigirem...) As providências visam ao/o interesse coletivo.

38
Observação: tradicionalistas repudiam o uso sem pre‑ ao passo que o flexionado pode não ser uma boa escolha,
posição (transitivo direito) nessa acepção, forma abonada pois nem sempre soa bem e é muitas vezes supérfluo. Por
por dicionaristas contemporâneos, como Houaiss e Aurélio, isso, na dúvida, é preferível empregar a forma não flexionada.
além de gramáticos como Luft e Celso Cunha, razão pela qual
não cabe condená‑la. Caso em que se deve flexionar o infinitivo

A Regência e os Pronomes Relativos A rigor, há apenas um caso em que se deve, como regra,
flexionar o infinitivo: quando ele tem sujeito próprio e
Quando funciona como complemento do verbo, diferente do sujeito da oração principal. Exemplos:
o pronome relativo (que, quem, qual, o qual, a qual, cujo, Nossos pais se sacrificaram para termos uma vida melhor.
quanto, onde) deve ser antecedido de preposição caso o É melhor vocês chegarem cedo.
verbo a requeira: Está na hora de eles entrarem em cena.
O cargo a que aspiram é cobiçado por todos. (aspirar a) Ouvi dizerem o seu nome.
O projeto de lei de que falaram não foi aprovado. (fa‑
lar de) Observação: há casos em que, mesmo tendo sujeito
Esses são os dados de que o Estado dispõe. (dispor de) diferente do sujeito da oração principal, o infinitivo não se
Ela é a professora a quem dediquei o livro. (dedicar algo flexiona ou pode não se flexionar.
a alguém)
Esta é a testemunha a cujo depoimento nos referimos. Casos em que se tende a flexionar o infinitivo
(referir‑se a)
O lugar aonde fomos é perigoso à noite. (ir a) Os casos a seguir são tendências  – menos, portanto,
que regras – que se observam na língua contemporânea.
Verbos de regência diferente coordenados São apresentados com o fim de orientação, e  não de
normatização.
A norma gramatical preceitua que não se dê comple‑ a. Quando a oração infinitiva é introduzida por preposi‑
mento comum a verbos que exigem preposições distintas. ção e vem antes da principal:
Assim, a  frase Os deputados entraram e saíram do Para chegarmos a tempo, viemos voando.
plenário estaria incorreta, porque o verbo entrar rege a Sem estudarem dia e noite, não passarão no concurso.
preposição em e sair, a preposição de. Em outras palavras, Ao perceberem o engano, os  diretores voltaram atrás
entra‑se em e sai‑se de. em sua decisão.
Portanto, a redação correta é: Os deputados entraram b. Quando a oração infinitiva é passiva:
no plenário e dele saíram. Restam pendências a serem resolvidas.
De acordo com esse mesmo preceito, está incorreta a Há a suspeita de os convênios estarem sendo utilizados
frase Assisti e não gostei do filme, pois assistir se constrói com para lavagem de dinheiro.
a e gostar com de. Correção: Assisti ao filme e não gostei dele. Os ladrões usavam disfarces para não serem reconhe‑
Entretanto, alguns gramáticos, entre eles Evanildo Becha‑ cidos.
ra, são mais flexíveis em relação ao tema e não repugnam a c. Quando o infinitivo se constrói com predicativo:
forma abreviada de dizer. Para Bechara, “salvo as situações Tudo fizeram para saírem vitoriosos.
de ênfase e de encarecimento semântico de cada preposição Às comissões temáticas cabe a tarefa de serem
[...], a língua dá preferência às construções abreviadas que a precursoras do trabalho legislativo.
gramática insiste em condenar, sem, contudo, obter grandes O programa possibilitará às comunidades se tornarem
vitórias” (Bechara, 2002, p. 570.) autossuficientes.
d. Quando o infinitivo é verbo pronominal, reflexivo ou
Infinitivo Pessoal recíproco:
Assumiram a dívida para depois se arrependerem (quei‑
Ao lado do infinitivo impessoal, que não se flexiona, xarem / reconciliarem).
existe no português o infinitivo pessoal, que pode ou não As pessoas fazem terapia para se curarem (aceitarem /
flexionar‑se: conhecerem).
Viver é lutar. (infinitivo impessoal) Passaram o dia inteiro juntos sem se falarem
Lutamos para vencermos na vida. (infinitivo pessoal (cumprimentarem / entenderem).
flexionado)
Lutamos para vencer na vida. (infinitivo pessoal não Casos em que não se deve flexionar o infinitivo
flexionado)
O emprego das formas flexionada e não flexionada do a. Nas locuções verbais, inclusive naquelas em que o
infinitivo pessoal é uma das questões mais controvertidas da auxiliar estiver no gerúndio:
língua. Salvo bem poucas regras, o que há são tendências Costumavam os parlamentares reunir‑se pela manhã.
Língua Portuguesa

que, por não serem muito firmes, são com frequência postas Os profissionais que venham a ser contratados deverão
de lado em favor de efeitos de estilo como expressividade, rit‑ antes submeter‑se a exame médico.
mo, melodia, ênfase e clareza. O segundo e terceiro exemplos Os conselheiros terão mandato de dois anos, podendo
fornecidos acima dão a pista de como se usa o infinitivo pes‑ ser reconduzidos.
soal. Flexiona‑se o infinitivo, fazendo‑o concordar com o seu
sujeito, quando há o intuito de dar maior clareza à frase ou Observação: além dos auxiliares propriamente (poder,
de pôr em evidência o agente da ação. Diversamente, usa‑se saber, querer, dever, ir, começar a, costumar, acabar de,
a forma não flexionada quando é a ação o que mais importa, tornar a, etc.), há outros verbos que, sendo completados
sendo que muitas vezes o seu agente já está subentendido. por verbo no infinitivo, não permitem que este se flexione.
Em termos mais genéricos, pode‑se afirmar que o infinitivo Incluem‑se nesse grupo verbos como acreditar, confirmar,
não flexionado está quase sempre correto gramaticalmente, demonstrar, desejar, gostar de, jurar, ousar, prometer, tentar,

39
etc., os quais, no entanto, não impedem a flexão do infinitivo respectiva, podendo assim ocorrer as formas flexionada e
que, conforme visto, tenha sujeito próprio e diferente do não flexionada na mesma frase:
sujeito da oração principal: Quando admiram seus líderes políticos, os cidadãos en‑
Acreditamos serem eles pessoas confiáveis. contram inspiração para manterem‑se unidos e solidários e
para trabalhar pelo bem comum.
b. Quando serve de complemento a adjetivos como fácil, O tenente obrigou os recrutas a ajoelharem‑se e a repetir
possível, bom, raro e outros semelhantes: palavras de ordem.
Há decisões difíceis de tomar. Nessas frases, as  formas flexionadas manterem‑se
Os pensamentos são possíveis de controlar. (infinitivo reflexivo seguido de predicativo) e ajoelharem‑se
Observação: quando com esses adjetivos se emprega (infinitivo pronominal) justificam‑se seja pelas tendências
a voz passiva, a flexão do infinitivo é opcional: Há decisões desses infinitivos de se flexionarem, seja pela necessidade
difíceis de ser / serem tomadas. estilística de ênfase e clareza, ou simplesmente de maior
expressividade.
c. Quando o seu sujeito é um pronome oblíquo átono c. Frases infinitivas passivas sintéticas podem pecar
que funciona ao mesmo tempo como objeto do verbo da por inexpressividade ou falta de clareza. Evitem‑se
oração principal: construções como:
Mandou‑as esperar. A reforma universitária foi uma boa oportunidade para
Ninguém nos viu chegar. discutirem‑se os problemas da educação.
Sentimo‑los vacilar. A melhor maneira para evitarem‑se doenças é alimen‑
tar‑se bem.
Observação: quando em vez de pronome tem‑se um A sessão foi levantada sem se votarem os projetos.
substantivo, a  flexão do infinitivo é opcional: Mandou as Entre outras possibilidades, fica melhor dizer:
crianças esperar / esperarem; Ninguém viu os presos fugir A reforma universitária foi uma boa oportunidade para
/ fugirem. a discussão dos problemas da educação.
A melhor maneira para evitar doenças é alimen‑
Casos em que se tende a não flexionar o infinitivo tar‑se bem.
A sessão foi levantada sem que os projetos fossem
a. Quando vem depois de verbo na voz passiva: votados.
Todos os convocados serão chamados a depor.
Fomos obrigados a sair da sala. Regência Nominal
b. Quando serve de complemento a substantivo, adjetivo
ou advérbio: Assim como os verbos, alguns nomes também podem
Os acusados têm o direito de permanecer em silêncio. apresentar dificuldades quanto à regência, muitas vezes
Elas tinham o dom de encantar a todos. pelo fato de admitirem mais de uma preposição que ligue o
Os indivíduos presos são suspeitos de pertencer a uma termo regente ao regido.
quadrilha internacional.
Todos se mostraram dispostos a cooperar. acessível a
Estamos longe de chegar a um acordo. acostumado a, com
c. Quando serve de complemento ao verbo da oração admiração a, com
principal: afável com, para com
A enchente obrigou (forçou / levou) os moradores a agradável a
abandonar suas casas. alheio a
O líder aconselhou (instruiu / conclamou) os deputados amante de
a votar contra o projeto. análogo a
A escola convida (estimula / anima) os pais a participar ansioso de, para, por
de reuniões mensais. apto a, para
atentado a, contra
Observação: dependendo do sentido da frase, o emprego aversão a, para, por
do infinitivo flexionado lhe dá mais ênfase e expressividade: ávido de
Milcíades levou 11 mil atenienses a derrotarem 20 mil persas, benéfico a
na aldeia de Maratona, Grécia, em 490 a.C. capacidade de, para
capaz de, para
Algumas orientações sobre o emprego do infinitivo certo de
pessoal compatível com
compreensível a
a. Havendo numa frase choque de tendências, uma favo‑ comum a, de
rável e a outra desfavorável ao flexionamento do infinitivo, constante em
Língua Portuguesa

cabe usar a forma que for mais harmônica (em geral é a não contemporâneo a, de
flexionada). Compare‑se: contíguo a
Todos têm o direito de ser tratados com respeito. contrário a
Todos têm o direito de serem tratados com respeito. cuidadoso com
A oração infinitiva de ser(em) tratados com respeito é curioso de, por
passiva (tendência favorável) e serve de complemento ao desatento a
substantivo direito (tendência desfavorável). Pode‑se, assim, descontente com
empregar tanto o infinitivo não flexionado – que parece ser desejoso de
preferível – como o flexionado. Trata‑se não de uma questão desfavorável a
gramatical de certo ou errado, mas de uma opção de estilo. devoção a, para com, por
b. Mesmo quando coordenados entre si, os infinitivos diferente de
podem ser empregados cada qual segundo a sua tendência difícil de

40
digno de ORTOGRAFIA OFICIAL
dúvida acerca de, em, sobre
entendido em Conceitos Iniciais
equivalente a
erudito em
A palavra ortografia provém do grego (orthós = “reto”,
escasso de
essencial para “direito” + gráphein = “escrever”, “descrever”). Damos o
estranho a nome de ortografia à parte da Gramática que trata da ma‑
fácil de neira de escrever corretamente as palavras.
fanático por
favorável a Mudanças no Alfabeto
fiel a
firme em ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
generoso com
grato a a) na escrita de símbolos de unidades
hábil em de medida: km (quilômetro), kg (quilograma),W (watt);
habituado a b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
horror a derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
hostil a yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
idêntico a Além das letras, utilizando sinais denominados notações
impossível de léxicas.
impróprio para São eles:
incompatível com a) os acentos gráficos:
inconsequente com • acento agudo ( ´ )
indeciso em • acento grave ( ‘ )
independente de, em • acento circunflexo ( ^ )
indiferente a
indigno de b) o hífen ou traço de união ( – )
inerente a c) o til ( ~ )
inexorável a
d) a cedilha ( , )
insensível a
e) o apóstrofo ( ´ )
leal a
lento em f) o trema ( ¨ )
liberal com
medo a, de Um sistema ortográfico é sempre uma convenção. Sua
natural de base pode ser histórica (leva em conta a etimologia, isto é,
necessário a a origem da palavra), fonética (leva em conta os sons da fala)
negligente em ou mista (uma mescla do critério fonético e do histórico).
nocivo a A ortografia francesa é essencialmente etimológica;
obediência a a espanhola, fonética. O  sistema ortográfico adotado no
ojeriza a, por Brasil é misto.
paralelo a O sistema ortográfico ideal seria aquele em que cada
parco em, de letra representasse um único fonema e cada fonema fosse
passível de representado por uma única letra. Na realidade, em maior
perito em ou menor grau, nenhum idioma concretiza esse ideal.
permissivo a Dada a grande variedade de fonemas e as diferenças
perpendicular a entre a língua falada no Brasil e nos demais países de língua
pertinaz em portuguesa, a ortografia, a ortografia em língua portuguesa
possível de também não foge a essa regra.
possuído de Convém mencionar que em 2009 passou a vigorar no
posterior a Brasil o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, cujas
preferível a alterações serão mencionadas ao fim deste tópico.
prejudicial a
prestes a, para Uso dos porquês
propício a
próximo a, de
Por que: para perguntar ou substituir “pelo qual”
relacionado com
Por quê: ao final da pergunta ou frase
Língua Portuguesa

respeito a, com, para com


responsável por Porque: para responder ou afirmar
rico de, em Porquê: é substantivo, pois substitui “motivo”
satisfeito com, de, em por
seguro de, em Orientações Ortográficas
semelhante a
sensível a Como vimos, o emprego das letras em português não é
sito em tarefa fácil, uma vez que um mesmo som pode ser represen‑
suspeito de tado por mais de uma letra, e uma letra pode representar
útil a, para mais de um som. Por outro lado, as 26 letras de que se
vazio de compõe nosso alfabeto apresentam variações que podem
versado em ser marcadas por sinais gráficos ou não.

41
Sem a pretensão de esgotar o assunto, apresentamos Emprego do Z
a seguir orientações básicas para empregar corretamente
algumas letras que costumam gerar dúvidas. Emprega‑se z:
a) nas palavras derivadas de uma primitiva grafada
Emprego do H com -z:
juiz: juizinho, juíza, ajuizar
O h (agá) não representa fonema algum; empregado bronze: bronzear, bronzeado, bronzeamento
junto a outras letras, forma dígrafos. Em algumas palavras, cruz: cruzinha, cruzeiro, cruzamento
aparece em decorrência da etimologia ou da tradição escrita b) nos sufixos -ez, -eza, formadores de substantivos
de nosso idioma. abstratos femininos a partir de adjetivos:
Emprega‑se h:
a) no final de algumas interjeições: adjetivo: insensato, mesquinho, estúpido, altivo, magro,
ah!, oh!, ih! belo, grande
b) no início de palavras cuja etimologia ou tradição escrita substantivo abstrato: insensatez, mesquinhez, estupidez,
do nosso idioma assim o determine: altivez, magreza, beleza, grandeza
hábil, habitação, hábito, haver, herói, hiato, honesto c) no sufixo -iza, formador de verbo a partir de
Há palavras em que se eliminou o h etimológico: erva (do substantivo ou adjetivo:
latim: herba, ae); andorinha (do latim: hirundo, inis); inverno
(do latim: hibernum), etc. O h etimológico pode, no entanto, substantivo/adjetivo: hospital, canal, real, atual, humano
aparecer em formas derivadas dessas palavras: verbo: hospitalizar, canalizar, realizar, atualizar, huma‑
erva: herbívoro, herbáceo, herbanário, herbicida nizar
andorinha: hirundino (relativo à andorinha) Em palavras como analisar e avisar, não ocorre o sufixo
inverno: hibernação, hibernar, hibernal, hibernáculo -iza. A formação dessas palavras não foi anal + izar, av + izar,
c) no interior dos vocábulos, quando: e sim: anális(e) + ar = analisar; avis(o) + ar = avisar.
faz parte dos dígrafos ch, lh, nh: d) nos verbos terminados em -uzir, bem como em suas
chapéu, archote, chuva, chicote, chávena, malha, calha, formas em que ocorre o fonema /z/:
ralha, pilha, ninho, anjinho, colarinho, banha, ganha aduzir: aduzo, aduz, aduzi
nos compostos em que o segundo elemento com h eti‑ conduzir: conduzo, conduziste, conduziu
mológico se une ao primeiro por hífen: deduzir: deduzo, deduziste, deduzia
pré‑história, anti‑higiênico, super‑homem, co‑herdeiro produzir: produzo, produzi, produzia
Fora esses dois casos, não existe, em português, h medial:
desonra, desumano, reaver, desabitado, inábil, lobiso‑ Emprego do Dígrafo SS
mem
Emprega‑se ss nas seguintes correlações:
Emprego do S a) ced à cess:
ceder: cessão, cessionário
Emprega‑se s: conceder: concessão, concessivo, concessionário
a) depois de ditongos: retroceder: retrocesso, retrocessivo
coisa, faisão, mausoléu, maisena, lousa, Cleusa b) gred à gress:
b) nos adjetivos terminados pelo sufixo -oso(a), indicador agredir: agressão, agressor, agressivo
de estado pleno, abundância, e pelo sufixo -ense, indicador progredir: progressão, progressivo
de origem ou pertinência: regredir: regressão, regressivo
cheiroso, dengosa, horroroso, gasosa, fluminense, pal‑ c) prim à press:
meirense, rio‑grandense, canadense imprimir: impresso, impressão
c) nos sufixos -ês, -esa, -isa, indicadores de origem, título oprimir: opressão, opressivo
de nobreza ou profissão: reprimir: repressão, repressivo
francês, francesa, holandês, holandesa, camponês, cam‑ exprimir: expressão, expresso, expressivo
ponesa, burguês, burguesa, marquês, marquesa, princesa, d) tir à ssão
baronesa, duquesa, poetisa, sacerdotisa, profetisa
d) nas formas de verbo pôr e querer: admitir: admissão
pus, pusesse, puser, quis, quiséssemos demitir: demissão
e) nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s: discutir: discussão
casa: casinha, casebre, casarão emitir: emissão
atrás: atrasar, atrasado omitir: omissão
pesquisa: pesquisar, pesquisado permitir: permissão
análise: analisar, analisado repercutir: repercussão
Língua Portuguesa

Atenção para estas formas: catequese – catequizar


f) nas seguintes correlações: Emprego do Ç
• nd à ns:
pretender: pretensão Emprega‑se ç:
suspender: suspensão a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana:
expandir: expansão, expansivo açafrão, açúcar, muçulmano, araçá, paçoca,
Juçara, Piraçununga, caçula, miçanga
• pel à puls: b) após ditongos:
impelir: impulso, impulsão, impulsivo louça, feição, traição
repelir: repulsão, repulsivo c) na correlação ter à tenção:
expelir: expulsão abster: abstenção

42
conter: contenção Emprego do J
deter: detenção
obter: obtenção Emprega‑se j:
reter: retenção a) nas palavras derivadas de outras que já apresentem j:
d) nos sufixos -ação e -ção formadores de substantivos jeito: ajeitar, ajeitado, ajeitamento
a partir de verbos: jesuíta: ajesuitar, ajesuitado
varejo: varejista, varejão
substantivo: formar, exportar, construir, destruir, b) em palavras de origem tupi:
verbo: formação, exportação, construção, destruição jiboia, pajé, jenipapo
c) nas formas dos verbos terminados em -jar:
Observação: nos verbos em que há o grupo nd no radical, arranjar: arranje, arranjei, arranjemos
apedrejar: apedreje, apedrejei, apedrejemos
ocorre a correlação nd à ns (vide emprego do s):
encorajar: encoraje, encorajemos, encorajei
apreender: apreensão / a s c e n d e r : a s c e n s ã o / d) na terminação – aje:
compreender: compreensão / repreender: repreensão / laje, traje, ultraje
suspender: suspensão
e) nos sufixos -aça(o), -iça(o), -uça(o): Emprego do G
barcaça, ricaço, carniça, caniço, dentuço, dentuça
Emprega‑se:
Emprego do SC a) nas palavras derivadas de outras que já apresentem g:
ágio: agiota, agiotagem
Quando o grupo sc forma o dígrafo que representa gesso: engessar, engessado
unicamente o fonema /s/, costuma haver dificuldade em b) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, ígio, -ógio,
seu emprego, justamente porque ele apresenta o mesmo -úgio:
som de palavras grafadas com c (antes de e ou i), como em pedágio, egrégio, litígio, relógio, refúgio
amanhecer, anoitecer, etc. c) nos substantivos terminados em -gem:
A razão para algumas palavras apresentarem o dígrafo aragem, coragem, vertigem, vagem, garagem
sc é puramente etimológica: crescer vem do latim crescere;
nascer, do latim nascere. Nas palavras em que o grupo sc Observação: os substantivos pajem, lajem e lambujem
aparecia do início da palavra, ele foi substituído por c: a são escritos com j:
palavra latina scena virou cena; scientia, ciência. d) em geral, depois de a inicial:
Já nas palavras formadas dentro da língua portuguesa ágil, agir, agitar, agenciar
usa‑se o c e não sc: entardecer (en + tard + ecer); ensurdecer
Emprego do E
(en + surd + ecer).
Lembre‑se que o dígrafo representa um único fonema;
Emprega‑se a letra e:
portanto, não se pronuncia o s e depois o c. Só é necessário a) nas formas dos verbos terminados em -oar e -uar:
pronunciar os dois no caso de encontros consonantais, como abençoar: abençoe, abençoes
em desconto, discutir, etc. perdoar: perdoe, perdoes
Em palavras como descentralizar e descapitalizar, temos continuar: continue, continues
o prefixo des- acompanhando uma forma verbal iniciada por pontuar: pontue, pontues
c. Não se trata, pois, de dígrafo. b) nos ditongos nasais ãe, õe:
pães, cães, mãe, põe, casarões
Emprego do X / CH
Observação: cãibra (ou câimbra) escreve‑se com i:
Emprega‑se x: c) no prefixo ante-, que significa anterioridade:
a) normalmente depois de ditongo: antepasto, antevéspera, antediluviano
caixa, peixe, ameixa, faixa
Emprego do I
Observação: recauchutar e recauchutagem devem Emprega‑se a letra i:
ser grafadas com ch, pois derivam de caucho, palavra que a) nas formas dos verbos terminados em -air, -oer e -uir:
designa uma espécie de árvore de cujo látex se produz cair: cai, cais
borracha de qualidade inferior. sai: sai, sais
moer: mói, móis
b) depois da sílaba inicial en: doer: dói
enxoval, enxada, enxame, enxaqueca, enxugar, enxertar possuir: possui, possuis
contribuir: contribui, contribuis
Exceções:
Língua Portuguesa

retribuir: retribui, retribuis


encher (e seus derivados) são com ch:
b) no prefixo anti-, que significa ação contrária:
enchimento, enchido, enchente, preencher antiaéreo, antibiótico, antijurídico
junção do prefixo en a um radical iniciado por ch: c) no verbo criar e seus derivados:
encharca, encharcado (de charco); enchumaçar, enchu‑ criar, criação, criatura, malcriado
maçado (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), enchou‑
riçar (de chouriço), enchocalhar (de chocalho) Formas Variantes
c) depois da sílaba inicial me:
mexer; mexilhão, mexicano, mexerica Variante é a forma modificada na grafia de um vocábulo
Exceção: mecha (e seus derivados) escrevem‑se com ch. à qual não corresponde alteração de sentido. Há, em por‑
d) em palavras de origem indígena ou africana: tuguês, palavras que podem ser grafadas de duas maneiras,
xavante, abacaxi, caxambu, orixá, xará, xangô sendo ambas consideradas corretas:

43
Cota, quota. Peão (aquele que anda a pé), pião (tipo de brinquedo)
Catorze, quatorze. Precedente (que vem antes), procedente (proveniente,
Cociente, quociente. que tem fundamento)
Cotidiano, quotidiano. Ratificar (confirmar), retificar (corrigir)
Contacto, contato. Recrear (divertir), recriar (criar novamente)
Carácter, caráter. Soar (produzir som), suar (transpirar)
Secção, seção. Sortir (abastecer), surtir (originar)
Aluguel, aluguer. Sustar (suspender), suster (sustentar)
Assobiar, assoviar. Tráfego (trânsito), tráfico (comércio ilegal)
Bêbado, bêbedo. Vadear (atravessar a vau), vadiar (andar ociosamente)
Bílis, bile. *Vau: Trecho raso do rio, onde se pode transitar a pé
Cãibra, câimbra. ou a cavalo.
Carroçaria, carroceria. Vultuso (volumoso), vultuoso (atacado de congestão
Chimpanzé, chipanzé. na face)
Infarto, enfarto, enfarte.
Laje, lajem. Homônimos
Porcentagem, percentagem.
São palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes,
Flecha, frecha.
a mesma grafia), mas significados diferentes:
Espuma, escuma.
Acender (por fogo), ascender (subir)
Toucinho, toicinho.
Acento (sinal gráfico), assento (local onde se senta)
Taverna, taberna.
Acerto (ato de acertar), asserto (afirmação)
Observação: a palavra cinquenta não possui forma Apreçar (ajustar o preço), apressar (tornar rápido)
variante. Bucho (estômago), buxo (arbusto)
Bucheiro (tripeiro), buxeiro* (pequeno arbusto) *não
Parônimos e Homônimos reconhecido pelo dicionarista Aurélio Buarque de Hollanda.
Caçar (perseguir animais), cassar (tornar sem efeito)
Em português existem palavras parecidas na grafia ou na Cegar (deixar cego), segar (ceifar, cortar)
pronúncia, mas com significados diferentes; existem também Cela (pequeno quarto), sela (arreio, do verbo selar)
palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados Censo (recenseamento), senso (entendimento, juízo)
diferentes. Por isso são comuns as dúvidas na grafia e o uso Cético (descrente), séptico (que causa infecção)
de uma no lugar de outra. Cerração (nevoeiro), serração (ato de serrar)
Cerrar (fechar), serrar (cortar)
Parônimos Chá (bebida), xá (antigo soberano do Irã)
Cheque (ordem de pagamento), xeque (lance no jogo
São palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas de xadrez)
com significados diferentes: Círio (vela, procissão), sírio (natural da Síria)
Absolver (perdoar, inocentar), absorver (aspirar, sorver) Cito (do verbo citar), sito (situado)
Apóstrofe (figura da linguagem), apóstrofo (sinal gráfico) Concertar (ajustar, combinar), consertar (corrigir, reparar)
Aprender (tomar conhecimento), apreender (assimilar) Concerto (sessão musical), conserto (reparo)
Arrear (por arreios), arriar (descer, cair) Coser (costurar), cozer (cozinhar)
Ascensão (subida), assunção (elevação a um cargo) Esotérico (secreto), exotérico (que se expõe em público)
Bebedor (aquele que bebe), bebedouro (local onde Espectador (aquele que assiste), expectador (aquele
se bebe) que espera)
Cavaleiro (que cavalga), cavalheiro (homem cortês) Esperto (perspicaz), experto (experiente, perito)
Comprimento (extensão), cumprimento (saudação)
Deferir (atender), diferir (retardar, divergir, discordar) Palíndromo
Delatar (denunciar), dilatar (alargar) Um palíndromo é uma palavra, frase ou qualquer outra
Descrição (ato de descrever), discrição (reserva, pru‑ sequência de unidades (como uma cadeia de ADN; Enzima
dência) de restrição) que tenha a propriedade de poder ser lida tanto
Descriminar (tirar a culpa), discriminar (distinguir) da direita para a esquerda como da esquerda para a direita.
Despensa (local de armazenamento), dispensa (ato de Num palíndromo, normalmente são desconsiderados os si‑
dispensar) nais ortográficos (diacríticos ou de pontuação), assim como
Docente (professor), discente (aluno)
o espaços entre palavras.
Emigrar (deixar um país), Imigrar (entrar num país)
A palavra “palíndromo” vem das palavras gregas palin
Eminente (elevado), iminente (prestes a ocorrer)
Língua Portuguesa

(“para trás”) e dromos (“corrida, pista”).


Esbaforido (ofegante, apressado), espavorido (apavo‑
rado) EX.: ANOTARAM A DATA DA MARATONA.
Estada (permanência de pessoas), estadia (permanência
de veículos) NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Flagrante (evidente), fragrante (perfumado)
Fluir (correr), fruir (desfrutar) Emprego do Hífen com Prefixos
Fusível (aquilo que funde, faz fusão), fuzil (arma de fogo)
Imergir (afundar), emergir (vir à tona) Regra Básica
Inflação (alta dos preços), infração (violação)
Infligir (aplicar pena), infringir (violar) Sempre se usa o hífen diante de h: anti‑higiênico,
Mandado (ordem judicial), mandato (procuração) super‑homem.

44
Outros casos: 4. Proparoxítonas: todas.
1. Prefixo terminado em vogal: Exemplos: próxima, término, África, lâmpada, metafísica,
• sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, an‑ álibi.
tiaéreo. 5. Ditongos abertos em oxítonas: éu, éi, ói.
• sem hífen diante de consoante diferente de r e s: an‑ Exemplos: troféu(s), carretéis, herói, anzóis.
teprojeto, semicírculo. 6. Hiatos acentuados: agudo nas vogais i, u tônicas,
• sem hífen diante de r e s. Dobram‑se essas letras: quando sozinhas na sílaba ou com s.
antirracismo, antissocial, ultrassom. Exemplos: sa‑ú‑de, ba‑ú, ba‑la‑ús‑tre, co‑ca‑í‑na, sa‑í‑das,
• com hífen diante de mesma vogal: contra‑ataque, u‑ís‑que.
micro‑ondas. 7. Hiatos sem acento: se as vogais i, u vierem seguidas
do dígrafo nh, ou precedidas por vogal idêntica, ou seguidos
2. Prefixo terminado em consoante: l, m, n, r, z.
• com hífen diante de mesma consoante: inter‑regional, Exemplos: rainha, ventoinha, bainha; xiita, mandriice,
sub‑bibliotecário. paracuuba, sucuuba; paul, ruim, ainda, sairmos, raiz.
• sem hífen diante de consoante diferente: intermuni‑ Exceção: prevalecem as regras das proparoxítonas
cipal, supersônico. e paroxítonas sobre a dos hiatos. Exemplos: friíssimo,
• sem hífen diante de vogal: interestadual, superinte­ seriíssimo.
ressante. Importante: Evanildo Bechara (2005) considera as
paroxítonas terminadas em ditongo crescente como
Observações proparoxítonas terminadas em falsos hiatos.
1. Com o prefixo sub, usa‑se o hífen também diante Ex.: co‑lé‑gi‑o; in‑fân‑ci‑a; es‑tra‑té‑gi‑a; bar‑bá‑ri‑e;
de palavra iniciada por r sub‑região, sub‑raça etc. Palavras ím‑pi‑o; quí‑ri‑e; si‑no‑ní‑mi‑a; bo‑ê‑mi‑o.
iniciadas por h perdem essa letra e juntam‑se sem hífen:
subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa‑se o hífen diante Mudanças nas regras de acentuação
de palavra iniciada por m, n e vogal: circum‑navegação,
pan‑americano etc. 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói
3. O  prefixo co aglutina‑se em geral com o segundo das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico
elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, na penúltima sílaba).
coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa‑se sempre o hífen: vice‑rei, Como era Como fica
vice‑almirante etc. • alcalóide alcaloide
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que per‑ • alcatéia alcateia
deram a noção de composição, como girassol, madressilva, • andróide androide
mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc. • apóia (verbo apoiar) apoia
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, • apóio (verbo apoiar) apoio
pré, pró, usa‑se sempre o hífen: • asteróide asteroide
• bóia boia
ex‑aluno, sem‑terra, além‑mar, aquém‑mar, recém‑casa‑
• celulóide celuloide
do, pós‑graduação, pré‑vestibular, pró‑europeu.
• clarabóia claraboia
• colméia colmeia
ACENTUAÇÃO GRÁFICA • Coréia Coreia
• debilóide debiloide
Para entender acentuação gráfica, deve‑se descobrir • epopéia epopeia
qual a sílaba mais forte da palavra para poder classificá‑la • estóico estoico
em oxítona (última), paroxítona (penúltima) e proparoxí‑ • estréia estreia
tona (antepenúltima). Em seguida, observar a terminação • estréio (verbo estrear) estreio
da mesma. Caso incida em uma das regras abaixo, caberá o • geléia geleia
acento respectivo. • heróico heroico
1. Oxítonas terminadas em: a(s), e(s), o(s), em(ens). • idéia ideia
Exemplos: jabá, café, paletó, amém, ananás, viés, maiôs, • jibóia jiboia
parabéns. • jóia joia
2. Monossílabos tônicos terminados em: a(s), e(s), o(s). • odisséia odisseia
Exemplos: pá, ré, dó, más, pés, cós. • paranóia paranoia
Língua Portuguesa

3. Paroxítonas terminadas em: l, n, r, x, i, is, u, us, ã, ãs, • paranóico paranoico


ão, ãos, on, ons, um, uns, ps (ou ditongos); exceto ens e • platéia plateia
prefixos terminados em i, r. • tramóia tramoia

Algumas frases podem lhe fazer decorar tais terminações: Atenção: essa regra é válida somente para palavras pa‑
N,US,ÃO L,Ã,X,EI UM I,R,PS, (ei=DITONGOS) roxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras
S,Ã,UM X,I,R,US,PS N,ÃO L,EI DITONGOS oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis,
UM X,I,R,US,PS N,ÃO L,EI DITONGOS herói, heróis, troféu, troféus.
Exemplos: difícil, sêmen, mártir, fênix, júri, íris, vírus,
meinácu, ímã, órfãs, órgão, sótãos, cátion, elétrons, fórum, 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento
álbuns, bíceps; hifens; super‑homem, inter‑helênico. no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

45
Como era Como fica deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma
• baiúca baiuca da fôrma do bolo?
• bocaiúva bocaiuva
• cauíla cauila 5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das for‑
• feiúra feiura mas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
indicativo dos verbos arguir e redarguir.
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem
em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desa‑
guar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas duas pronúncias em algumas formas do presente do indica‑
em êem e ôo(s). tivo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
Veja:
Como era Como fica a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas
• abençôo abençoo devem ser acentuadas.
• crêem (verbo crer) creem
Exemplos:
• dêem (verbo dar) deem
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxá‑
• dôo (verbo doar) doo
guam; enxágue, enxágues, enxáguem.
• enjôo enjoo
• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delín‑
• lêem (verbo ler) leem
quem; delínqua, delínquas, delínquam.
• magôo (verbo magoar) magoo
• perdôo (verbo perdoar) perdoo b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas
• povôo (verbo povoar) povoo deixam de ser acentuadas.
• vêem (verbo ver) veem Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser
• vôos voos pronunciada mais fortemente que as outras):
• zôo zoo • verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxa‑
guam; enxague, enxagues, enxaguem.
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares • verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delin‑
pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) quem; delinqua, delinquas, delinquam.
e pêra/pera.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primei‑
Como era Como fica ra, aquela com a e i tônicos.
• Ele pára o carro. Ele para o carro.
• Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte. CRASE
• Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
• Esse gato tem pêlos Crase significa “junção”, “mistura”. Usa‑se o acento grave
brancos. Esse gato tem pelos brancos. “à” para indicar a fusão da preposição “a” com o artigo “a”
• Comi uma pêra. Comi uma pera. ou com alguns pronomes iniciados por “a”. Poderíamos dizer,
então, matematicamente que crase equivale a “2a”, sendo
Atenção: o primeiro “a” uma preposição.
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito Ocorre crase obrigatória:
perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. • Casos nos quais o termo regente exigir a preposição “a”
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa
e o termo regido admitir o artigo “a” ou “as”. Exemplo:
do singular.
Eu me referi a + a diretora. Eu me referi à diretora.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje
Macete: substitua o termo regido por um sinônimo
ele pode.
masculino e veja se cabe “ao” antes dele. Se couber
Permanece o acento diferencial em pôr/por.
Pôr é verbo. é porque há contração, logo, a  crase é pertinente.
Por é preposição. Exemplos:
Exemplo: 1.Eu me referi a diretora. (?) Eu me referi ao diretor.
Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. Eu me referi à diretora.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular 2.Era insensível a dor. (?) Era insensível ao sofrimento.
do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados Era insensível à dor.
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Língua Portuguesa

Exemplos: Importante: pode‑se usar “às” ou “a(preposição)”


Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. antes de substantivos femininos no plural que se en‑
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. caixem nesta regra. Exemplo: Eu me referi às diretoras.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Eu me referi a diretoras.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estu‑
dantes. • Locuções adverbiais femininas: à noite, à tarde, às ve‑
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. zes, às  pressas, às  escondidas (exceto: a distância).
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas Exemplo: À tarde, rendemos menos intelectualmente.
as aulas.
É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar Importante: às vezes, confundimos expressões adver‑
as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento biais com artigo + substantivo. Vale ressaltar que a cra‑

46
se é apenas para casos de advérbio. Exemplos: A noite • Antes de substantivos próprios femininos.
está linda. (artigo+substantivo=não há crase) À noite, Exemplo: Ela se referiu a/à Terra. (planeta)
gosto de ler. (expressão adverbial feminina=há crase) • Após “até”.
Exemplo: Amou‑o até a/à última hora.
• Locuções prepositivas: à frente de, à  custa de,
à maneira de, à vista de etc. Exemplo: Coloquei‑me à
frente de Ana.
REFERÊNCIAS
• Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que
AQUINO, Renato. Gramática objetiva da língua portuguesa:
etc. Exemplo: À proporção que estudávamos mais,
aprendíamos melhor o assunto. inclui 800 exercícios com gabarito comentado. Rio de Janeiro:
• Pronomes “aquele(s), aquela(s), aquilo” regidos pela Elsevier, 2007.
preposição “a”. Exemplo: Dirijo‑me àquele prédio.
Macete: substitua os pronomes por “a este(s), BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37.ed.
a esta(s), a isto”. Se der certo, é porque há crase. Caso Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
contrário, ou seja, se só couber o pronome, não haverá
crase. ______. Lições de português pela análise sintática. 17.ed.
Ex.1: Dirijo‑me aquele prédio. (?) Dirijo‑me a este Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
prédio. Dirijo‑me àquele prédio. (há crase)
Ex.2: Aquele prédio é muito alto. (?) Este prédio é muito FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática. Ed. Reno‑
alto. Aquele prédio é muito alto. (não há crase) vada. São Paulo: FTD, 2003.
Ex.3: Irei aquela igreja. (?) Irei a esta igreja. Irei àquela
igreja. (há crase) FREITAS, Joaquim de (org.) Manual de redação. Brasília:
Ex.4: Aquela igreja é linda. (?) Esta igreja é linda. Aquela Câmara dos Deputados, 2004.
igreja é linda. (não há crase)
Ex.5: Refiro‑me aquilo. (?) Refiro‑me a isto. Refiro‑me GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Gramática Prática. Brasília: EA/
àquilo. (há crase) Processus, 2006.
Ex.6: Aquilo é bom. (?) Isto é bom. Aquilo é bom. (não
há crase) ______. Gramática Autodidata: o guia linguístico do concur‑
• Palavras “moda” ou “maneira” subentendidas. seiro. 14.ed. Brasília: EA, 2009.
Exemplo 1: Veste‑se à Clodovil. (moda Clodovil) ______. Particularidades Linguísticas em Textos Jurídicos.
Exemplo 2: Comida à italiana. (maneira italiana) Brasília: Processus, 2009.

Importante: a palavra “moda” pressupõe decoração ______. Redação Oficial e de Expediente. 2. ed. Brasília:
(de pessoas, ambientes, coisas), já o vocábulo “manei‑ Vestcon, 2008.
ra” equivale a jeito, modo, tipo de coisa.
______. Metodologia Científica e Redação Acadêmica. 7. ed.
• Horas determinadas. Exemplo: Saiu às dez horas. Brasília: JRG, 2015.
• Lugares que admitem o artigo “a”. Exemplo: Fui à
França. (a França) ______. Redação Oficial, Dissertação e Interpretação de
Macete: Se vou a e volto da, crase há. Se vou a e volto Textos. 2. ed. Brasília: EA, 2009.
de, crase para quê? (não há crase)
Ex.1: Vou a Bahia. (?) Volto da Bahia. Vou à Bahia. (há INFANTE, Ulisses. Curso de Gramática: aplicada aos textos.
crase) São Paulo: Scipione, 2005.
Ex.2: Vou a Brasília. (?) Volto de Brasília. Vou a Brasília.
(não há crase) LOPES, Edward. Fundamentos da Linguística Contemporâ‑
Ex.3: Vou a bela Brasília. (?) Volto da bela Brasília. Vou nea. São Paulo: Objetivo (Do caderno Redação, 29, do Curso
à bela Brasília. (houve especificação) Objetivo), 2007.
• Antes das palavras “casa, terra, distância”, quando
determinadas ou especificadas. Exemplos: MENDES, Gilmar Ferreira (org.) Manual de redação da Presi‑
A aluna foi à casa do professor. Renielle regressou a dência da República. 2. ed. Brasília: Presidência da República,
casa entusiasmada. (não há especificação) 2002. 140 p.
Renan voltou à terra de seus avós. Todos nós voltare‑
Língua Portuguesa

mos a terra. (chão, não há especificação) ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos: teoria e
Atirei à distância de cem metros. Ensino a distância. mais de 1.000 questões. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
(não há especificação)
• Pronomes relativos substituídos por “a este(a) que/a SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em textos. 2 ed. São
isto que”. Exemplos: Esta agenda é semelhante a + a Paulo: Moderna, 2005.
que (a esta que/a a qual) me presenteaste. Esta agenda
é semelhante à que me presenteaste. TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. São Paulo: Sci‑
pione, 2002.
Ocorre crase facultativa:
• Antes de pronomes possessivos femininos. TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia. São Paulo:
Exemplo: Nós nos dirigimos a/à sua empresa. Melhoramentos, 2008.

47
EXERCÍCIOS estuda a aplicação do bambu nas construções.” (li‑
nhas 1 e 2).
Texto 3 b) “Há cinco anos, ele planejou a edificação de duas ca‑
sas ecológicas construídas no Parque Augusto Fran‑
co, em Aracaju, como solução para baixar o custo
de novas moradias e preservar o meio ambiente.”
(linhas de 2 a 6).
c) “Foram necessários 50 dias para construir cada uma
das casas, que tem 46 metros quadrados, com uma
durabilidade prevista para ultrapassar 30 anos.” (li‑
nhas de 12 a 14)
d) ‘“O bambu é a madeira mais resistente da natureza
e, ao mesmo tempo, mais leve.”’ (linhas 20 e 21).
e) ‘“Isso garante uma grande economia de mão de obra,
de material e de impactos ambientais’, analisaNu‑
nes.” (linhas 24 e 25).

3. (2022/IADES/CAU - SE) No período “Há cinco anos, ele


planejou a edificação de duas casas ecológicas constru‑
ídas no Parque Augusto Franco, em Aracaju, como solu‑
ção para baixar o custo de novas moradias e preservar
o meio ambiente.” (linhas de 2 a 6), de modo que não
haja alteração de sentido e nem desvio gramatical, é
correto substituir a formar verbal “Há” por
a) Faz.
b) Fazem.
c) Decorrente.
d) Existem.
e) Ocorre.

Texto 2

1. (2022/IADES/CAU - SE) Assinale a alternativa em que


o referente semântico do pronome sublinhado está
corretamente indicado.
a) “Há cinco anos, ele planejou a edificação de duas ca‑
sas ecológicas construídas no Parque Augusto Fran‑
co, em Aracaju, como solução para baixar o custo
de novas moradias e preservar o meio ambiente.”
(linhas de 2 a 6) – o projeto de RicardoNunes.
b) “Foram necessários 50 dias para construir cada uma
das casas, que tem 46 metros quadrados, com uma
durabilidade prevista para ultrapassar 30 anos.” (li‑
nhas de 12 a 14) – cada uma das casas.
c) ‘“Esse fato torna a produção desse tipo de casa muito
mais ecológica, porque evitou processos poluentes,
que costumam estar presentes na construção con‑
vencional’, explica Ricardo Nunes.” (linhas de 9 a 12)
– utilização apenas de bambu na edificação de casas.
d) ‘“É importante saber que 70% do material utilizado
é o bambu, ou seja, foi produzido por fotossíntese 4. (2022/IADES/CAU - SE) A última oração do texto, rela‑
e não há nenhum processo industrial de produção tivamente à anterior, estabelece relação lógica de
desse material.’” (linhas de 6 a 9) – processo indus‑ a) explicação.
trial de construção de casas. b) consequência.
Língua Portuguesa

e) “Ele tem esses dois fatores importantíssimos para c) causa.


uma construção.” (linhas 21 e 22) – Ricardo Campos. d) modo.
e) finalidade.
2. (2022/IADES/CAU - SE) Assinale a alternativa na qual
o termo sublinhado exerce a mesma função sintática 5. (2022/IADES/CAU - SE) De acordo com o texto, a Ca‑
que a palavra “que” em ‘“Esse fato torna a produção tedral Metropolitana de Aracaju é importante para a
desse tipo de casa muito mais ecológica, porque evitou capital sergipana em razão
processos poluentes, que costumam estar presentes a) da religiosidade dos aracajuanos, revelada nas mis‑
na construção convencional’, explica Ricardo Nunes.” sas e nas procissões.
(linhas de 9 a 12). b) do fato de ser um espaço religioso que proporcio‑
a) “Desde 2013, o arquiteto e idealizador do projeto nava entretenimento e encontro social.

48
c) do lazer que proporcionava à população carente em b) é sempre usada para substituir vírgulas.
local público. c) torna o texto mais objetivo que parênteses ou vír‑
d) dos encontros amorosos que aconteciam nas prin‑ gulas.
cipais festas culturais. d) destaca uma característica positiva das rendas de
e) da beleza arquitetônica e urbanística da capital ser‑ Sergipe.
gipana. e) isola a expressão que explica o que é a Renda Irlan‑
desa.
6. (2022/IADES/CAU - SE) No trecho “O templo religioso
e seus arredores eram o espaço de lazer, diversão e 8. (2022/IADES/CAU - SE) No contexto apresentado, os
convergência social, ou seja, uma espécie de ponto de vocábulos “remanescentes” (linha 13) e “insurgências”
encontro para a população sergipana, mais especifica‑ (linha 14) significam, respectivamente,
mente para os aracajuanos, pois, entre a década de 30 a) excedentes e conciliações.
e a década de 40, esse era o local onde aconteciam as b) remanentes e tréguas.
principais festas de cunho religioso, e as apresentações c) restantes e rebeliões.
culturais em que as famílias iam participar à sombra da d) exuberantes e apaziguamentos.
Sé Metropolitana, das missas, procissões, e, logo após e) abundantes e brigas.
a bênção final, se reuniam para desfrutar do ambiente
festivo e descontraído.” (linhas de 5 a 14), é correto 9. (2022/IADES/CAU - SE) Com base nas informações do
substituir as palavras sublinhadas, respectivamente, por texto e nas relações entre elas, assinale a alternativa
a) aonde e onde. correta.
b) na qual e nas quais. a) As antigas capelas, as igrejas e os casarões, bem
c) no qual e onde. como a história colonial dos engenhos, guardam,
d) em que e nas quais. em Sergipe, um importante acervo de arte sacra dos
e) aonde e aonde. séculos 18 e 19, revelando, por meio dos quilombo‑
las, os diversos conflitos dessa trajetória.
Texto 1 b) Portugueses e espanhóis estiveram em Sergipe por
60 anos durante as primeiras décadas do século 20.
c) O Nordeste brasileiro viveu o clima do cangaço com
o surgimento do bando de Lampião no município
sergipano de Poço Redondo.
d) A história colonial nos engenhos, com antigas cape‑
las, igrejas e casarões em Sergipe, confirma a ideia
de que a cidade é o mais importante acervo de arte
sacra dos séculos 18 e 19 no Brasil.
e) Sergipe é considerado um dos únicos registros do
fenômeno urbano, no Brasil, de fusão das influên‑
cias espanhola e portuguesa na formação de núcleos
urbanos coloniais.

Língua Portuguesa

7. (2022/IADES/CAU - SE) Em “O Patrimônio Naval de Ser‑


gipe é representado pela Canoa de Tolda, de Brejo Gran‑
de, enquanto o Modo de Fazer a Renda Irlandesa – um
ofício relacionado ao universo feminino e característico
de municípios localizados no Vale do Rio Cotinguiba –
está registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural
Imaterial do Brasil.” (linhas de 22 a 27), o emprego dos
travessões é correto, pois essa pontuação 10. (2021/IADES/CAU - MS) Considerando a norma-padrão
a) inicia oração que restringe o sentido do substantivo e as questões gramaticais que envolvem o texto 3, as‑
anterior. sinale a alternativa correta.

49
a) De acordo com a regência do verbo acessar, o título morfossintáticas estabelecidas no texto, assinale a al‑
poderia ser substituído corretamente pela redação ternativa correta.
O direito de acessar aos espaços urbanos. a) A forma verbal “prometem” (linha 6) foi empregada
b) O trecho “ligada ao fornecimento” (linhas 2 e 3) po‑ corretamente na terceira pessoal do plural para con‑
deria ser substituído pela redação ligada a oferta, cordar com o sujeito “estruturas rápidas e flexíveis”
pois o uso do sinal indicativo de crase seria opcional. (linhas 5 e 6).
c) Por apresentar o emprego correto do sinal indicativo b) Caso a autora substituísse a construção “Com mui‑
de crase, a construção à certas categorias de pes- tas das doenças” (linha 7) pela redação Com grande
soas poderia ser empregada no lugar do termo “às parte das doenças, a forma “transmitidas” deveria
pessoas” (linha 3). ser mantida no plural.
d) Caso o termo “a utilização” (linha 4) fosse substituí‑ c) A forma verbal “tínhamos” (linha 18) poderia ser
do pela construção o acesso, o trecho “dos espaços substituída pela construção haviam.
públicos ou coletivos” (linha 5) deveria, de acordo d) O termo sublinhado no trecho “que se abrem” (linha
com a regência do substantivo acesso, ser reescrito 16) poderia ser substituído pela construção o qual.
da seguinte maneira: aos espaços públicos ou co- e) Caso fosse necessário incluir a construção e interio‑
letivos. res logo após o termo sublinhado no trecho “pelo
e) Logo após o termo “dos espaços públicos ou coleti‑ contato com superfícies contaminadas” (linhas 8 e
vos” (linha 5), poderia ser empregada a redação em 9), a nova redação deveria ser pelo contato com
que elas desejem frequentar, que está em conformi‑ superfícies e interiores contaminados.
dade com a regência do verbo frequentar.
13. (2021/IADES/CAU - MS) Considerando a preservação
11. (2021/IADES/CAU - MS) Considerando o modo de or‑ do significado contextual das palavras e das constru‑
ganização das informações do texto 4, pode-se afirmar ções empregadas pela autora, assinale a alternativa que
que a intenção principal do autor consiste em reescreve corretamente o período “Em meio a tantos
a) divertir o leitor mediante relato de situações engra‑ questionamentos sobre os impactos da pandemia nas
çadas do dia a dia. cidades, é inevitável não pensar também no papel e na
b) criticar uma situação enfrentada por uma parcela resiliência da arquitetura.” (linhas de 1 a 3).
da sociedade. a) Diante de tantas dúvidas a respeito dos traumas da
c) apresentar, por meio do humor, propostas para re‑ pandemia nas cidades, não se pode evitar pensar,
solução dos problemas da sociedade. sobretudo, no papel e na resiliência da arquitetura.
d) explicar como determinadas pessoas se comportam b) Apesar de tantos questionamentos sobre as mudan‑
diante das dificuldades do dia a dia. ças da pandemia nas cidades, é inevitável não pensar
e) informar a população acerca dos acontecimentos também no papel e na persistência da arquitetura.
cotidianos. c) Em meio a tantas indagações sobre as repercussões
da pandemia nas cidades, é inevitável deixar de pen‑
sar também no papel e na resiliência da arquitetura.
Texto 2
d) Em meio a tantos questionamentos sobre as conse‑
quências da pandemia nos municípios, é prudente
não pensar também na função e na resiliência da
arquitetura.
e) Além das tantas perspectivas sob os desdobramen‑
tos da pandemia nas cidades, é inevitável não pensar
também no papel e na resiliência da arquitetura.

14. (2021/IADES/CAU - MS) De acordo com as informações


do texto, assinale a alternativa correta.
a) A instalação de hospitais de campanha em está‑
dios, necessidade imposta pela pandemia, trouxe
experiências que prometem influenciar o futuro da
arquitetura.
b) O arquiteto representa o profissional mais impacta‑
do pela pandemia, pois foi obrigado a ressignificar a
sua profissão.
c) No mundo pós-pandemia, os novos edifícios serão
forçados a atender a normas que reduzam a pos‑
sibilidade de contaminação, de aglomerações ou
Língua Portuguesa

de contato físico entre pessoas ou com superfícies


contaminadas.
d) O edifício onde se instala a empresa de resíduos
Bee’ah, nos Emirados Árabes, é um exemplo de que,
mesmo bem antes da pandemia, alguns projetos já
consideravam a necessidade de evitar as doenças
transmitidas pelo contato com superfícies contami‑
nadas.
e) No último parágrafo, a aposta dos arquitetos se opõe
à expectativa da autora em relação aos impactos da
12. (2021/IADES/CAU - MS) Com base nas regras de con‑
pandemia na arquitetura, o que coloca em evidência
cordância prescritas pela norma-padrão e nas relações
o caráter controverso da questão.

50
Texto 1 a) analisa a qualidade dos trabalhos desenvolvidos por
Maria Teresa Corrêa.
b) descreve alguns projetos arquitetônicos realizados
nos espaços públicos de uma cidade.
c) narra, ainda que resumidamente, o processo de
criação dos projetos arquitetônicos instalados nos
espaços públicos de uma cidade.
d) discorda da ideia de que a formação acadêmica é
importante para o sucesso profissional de um ar‑
quiteto.
e) registra informações a respeito das trajetórias aca‑
dêmica e profissional de Maria Teresa Corrêa.

Ocupação urbana e degradação ambiental em Campo Gran-


de/MS

15. (2021/IADES/CAU - MS) Acerca das questões gramati‑


cais referentes ao texto, assinale a alternativa correta.
a) O termo “na área de paisagismo” (linha 3) deveria
ser isolado por uma vírgula.
b) De acordo com as regras de colocação pronominal, o
segundo período poderia ser reiniciado da seguinte
maneira: Se especializou.
c) Caso o autor quisesse introduzir a ideia de tempo
decorrido, poderia incluir, logo após o termo “arqui‑
tetura hospitalar” (linha 4), a construção a alguns
anos.
d) Desde que não fosse isolada por vírgulas, a oração
que merecem destaque poderia ser empregada
logo após o termo “Alguns de seus trabalhos” (li‑
nhas 4 e 5).
e) Como se pode observar na construção “Rua 14 de
Julho” (linha 7), os nomes que indicam os meses do
ano devem ser sempre grafados com inicial maiús‑
18. (2021/IADES/CAU - MS) Em “No entanto, apesar desses
cula.
regulamentos e dessa ideia de modernidade, a cidade
cresceu expandindo-se por todos os lados e ocupando
16. (2021/IADES/CAU - MS) Considerando o papel das clas‑
áreas antes proibidas.” (linhas de 9 a 11), o uso da vír‑
ses de palavras na construção dos sentidos do texto,
gula
assinale a alternativa correta.
a) é opcional logo após a conjunção “No entanto”.
a) Um ano após se formar, Maria Teresa Corrêa come‑
çou a atuar na área de paisagismo. b) é obrigatório apenas depois de “No entanto”.
b) O sentido original seria alterado com a substituição c) seria incorreto se a oração adverbial estivesse no
do trecho “quando começou a atuar na área de pai‑ final do período.
sagismo. Especializou-se em arquitetura sustentável d) seria viável antes de “No entanto”, desde que a inicial
e arquitetura hospitalar.” (linhas 3 e 4) pela redação maiúscula fosse adequada à nova redação.
quando começou a atuar na área de paisagismo e e) é obrigatório neste caso por isolar expressão adver‑
especializou-se em arquitetura sustentável e arqui- bial deslocada.
tetura hospitalar.
c) A relação de sentido entre os períodos ficaria com‑ 19. (2021/IADES/CAU - MS) Com base na leitura compre‑
prometida caso a redação Ela especializou-se em ensiva do texto, é correto afirmar que o autor
arquitetura sustentável e arquitetura hospitalar fos‑ a) considera que a forma moderna como Campo Gran‑
se empregada no lugar da oração “Especializou-se de foi pensada e projetada evitou os impactos nega‑
em arquitetura sustentável e arquitetura hospitalar.” tivos da modernidade.
Língua Portuguesa

(linhas 3 e 4). b) apresenta contradição entre o fato de a cidade ter


d) A construção “Alguns de” (linhas 4 e 5) poderia ser sido projetada para ser moderna e o seu crescimento
substituída pelo artigo definido Os, pois a ideia ori‑ desordenado.
ginal seria mantida. c) discorda de que o progresso deva considerar mais
e) Caso o autor resolvesse substituir a construção “vai questões relativas às bases naturais da cidade e me‑
ter” (linha 7) pela forma verbal terá, o texto deixaria nos as relacionadas à economia.
de indicar uma ação considerada provável e passaria d) dirige-se especificamente aos profissionais de arqui‑
a expressar uma ação tida como certa. tetura e urbanismo.
e) propõe medidas benéficas em contraposição aos
17. (2021/IADES/CAU - MS) Com base na leitura compre‑ impactos negativos que afetam toda a população e
ensiva, é correto afirmar que o autor do texto as riquezas naturais de Campo Grande.

51
Iphan restaura o Forte de Coimbra c) Na linha 21, o vocábulo “Fundamentalmente” pode‑
ria ser substituído corretamente pela forma Básica-
mente.
d) Na linha 20, as palavras “período” e “história” são
acentuadas por causa da presença de ditongos.
e) A palavra “espanhóis” (linha 15) está corretamente
acentuada porque o ditongo aberto a finaliza, mas,
se ele não estivesse nesta posição, a palavra não
levaria acento, conforme o Novo Acordo Ortográfico.

22. (2021/IADES/CAU - MS) No contexto apresentado, os


vocábulos “Tombo” (linha 6) e “soteia” (linha 23) sig‑
nificam, respectivamente,
a) relação e plataforma.
b) inventário e terraço.
c) registro e teto.
d) diligência e plataforma.
e) queda e mirante.

O Mato Grosso do Sul e sua arquitetura

20. (2021/IADES/CAU - MS) Com relação à estrutura, à or‑


ganização e à tipologia textual, assinale a alternativa
correta.
a) Segundo o parágrafo introdutório do texto, a posse
do histórico Forte de Coimbra e do Forte Real Prín‑
cipe da Beira por portugueses e espanhóis é conco‑
mitante e ocorre em meados do século 18.
b) O primeiro parágrafo estrutura-se por meio de lin‑
guagem injuntiva, pois pretende convencer o leitor
de que a restauração do Forte de Coimbra é impres‑
cindível para a memória da arquitetura de Mato
Grosso do Sul.
c) A seleção vocabular do título e dos três parágrafos
compõe organização textual, com introdução, de‑
senvolvimento e conclusão, que apresenta opinião
acerca da relevância entre patrimônio, cultura e ar‑
quitetura.
d) Os três parágrafos são informativos e compõem um
texto cujo título sintetiza a intenção de instruir de
forma simples e objetiva.
23. (2021/IADES/CAU - MS) Em “Foram, entretanto, os ci‑
e) O segundo parágrafo do texto é narrativo e apresenta
clos do gado e da ferrovia Noroeste do Brasil que trou‑
a história do Forte de Coimbra.
xeram o desenvolvimento e a integração para Mato
Grosso do Sul (MS).” (linhas de 13 a 16), “entretanto”
21. (2021/IADES/CAU - MS) Conforme as regras de orto‑
poderia ser substituído, sem que isso acarretasse in‑
Língua Portuguesa

grafia e de acentuação gráfica vigentes, bem como as


correção gramatical e nem alteração de seu sentido
questões gramaticais do texto, assinale a alternativa
original, pela conjunção
correta.
a) contanto.
a) O trecho “assim como seu contemporâneo” (linha
b) portanto.
10) poderia ser substituído corretamente pela reda‑
c) contudo.
ção da mesma forma que seu conterrâneo, pois os
d) conquanto.
vocábulos estão grafados corretamente e mantêm
e) porquanto.
o sentido original do texto.
b) Na linha 27, a forma plural do vocábulo “mantém”
24. (2021/IADES/CAU - MS) Tendo como referência a nor‑
deve ser acentuada da mesma forma se substituir‑
ma-padrão, as questões gramaticais e os sentidos que
mos “Exército” por Forças Armadas.
envolvem o texto, assinale a alternativa correta.

52
a) Em “Todo esse patrimônio é desconhecido do povo
brasileiro, que tem referências sobre” (linhas de 29
a 31), se houver a substituição de “povo brasileiro”
por brasileiros, a nova construção será “Todo esse
patrimônio é desconhecido dos brasileiros, os quais
têm referências sobre”.
b) O verbo sublinhado na construção “tendo parte de
suas edificações e de seu traçado urbano tombada
como patrimônio da União pelo Instituto do Patri‑
mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) há 30
anos.” (linhas de 5 a 8), poderia ser substituído pela
forma verbal fazem.
c) Em “é uma cidade que foi quase destruída com a 26. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) De acordo com as
Guerra do Paraguai” (linhas 4 e 5), poder-se-ia subs‑ ideias do texto quanto à relação entre memória e co‑
tituir a construção em voz passiva por sua corres‑ mida, assinale a alternativa correta.
pondente na voz ativa: O Paraguai quase destruiu a) A visão, o tato e a audição são processados primei‑
a cidade. ramente pelo tálamo e não invocam os sentimentos,
d) Considerando a colocação pronominal, se, no trecho por isso não aproximam os indivíduos de suas me‑
“Fazendas rurais e sua arquitetura tipicamente mi‑ mórias.
neira fundemse com o” (linhas 16 e 17), caso houves‑ b) Segundo o sociólogo francês citado, os sabores dos
se o acréscimo de não depois da palavra “mineira”, alimentos traduzem aprendizados duradouros para
a próclise seria facultativa. os indivíduos.
e) No trecho “localizada às margens do Rio Paraguai” c) O foco do texto está na neurociência porque essa
(linha 3), a expressão sublinhada poderia ser subs‑ área do conhecimento é capaz de provar que os
tituída por a beira do. sentidos do olfato e do paladar são sentimentais.
d) A citação de Marcel Proust contradiz a de Pierre Bor‑
25. (2021/IADES/CAU - MS) Com base nas informações do dieu, pois, enquanto o sociólogo faz referência ao
texto e nas relações entre elas, assinale a alternativa aprendizado infantil, o escritor apresenta exemplo
correta. de como, no instante da alimentação, é possível um
a) Corumbá e Miranda são cidades tombadas pelo Ins‑ encontro com o que de extraordinário se passava
tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional com ele.
(Iphan) por causa de sua arquitetura histórica. e) As artes, de uma maneira geral, corroboram a ideia
b) Em Corumbá e Miranda, os casarões do século 19 de que os indivíduos necessitam se alimentar para
e a arquitetura tipicamente mineira, refletem um que se lembrem de suas histórias de vida.
período de imensa riqueza econômica, com o con‑
trabando de produtos da Europa que chegavam pela 27. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Assinale a alterna‑
Bacia do Prata. tiva em que a concordância verbal e o sentido original
c) Em geral, o povo brasileiro ignora as belezas naturais do texto estão mantidos após a reescritura do trecho
de Mato Grosso do Sul (MS), bem como a própria “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia e
história e todo o seu patrimônio. religião, existem evidências da relação entre memória
d) A arquitetura de MS configurou-se, ao longo de uma e comida.” (linhas de 1 a 3).
história de guerra, de riqueza econômica, bem como a) “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia e
de integração com outras culturas, apresentando, religião, ocorre evidências da relação entre memória
hoje, traços ecléticos. e comida.”
e) O estado de MS possui envolvimento com o tráfico b) “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia
de drogas e com o contrabando, o que caracteriza e religião, haviam evidências da relação entre me‑
sua cultura ainda mais que as belezas naturais de mória e comida.”
Bonito. c) “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia e
religião, havia evidências da relação entre memória
e comida.”
d) “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia
e religião, ocorreram evidências da relação entre
memória e comida.”
e) “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filosofia
e religião, há evidências da relação entre memória
e comida.”
Língua Portuguesa

28. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Em relação à pon‑


tuação no texto, assinale a alternativa correta.
a) A vírgula após a enumeração que inicia o texto
justifica-se porque adjuntos adverbiais são sempre
seguidos dessa pontuação, independentemente de
sua extensão.
b) Em “Ao se conectar com suas memórias, Proust rom‑
pe com o incômodo vazio de sua escrita e produz a
obra Em Busca do Tempo Perdido, considerada um
dos principais clássicos da literatura mundial.” (linhas

53
de 11 a 14), a primeira vírgula se justifica porque a) O primeiro parágrafo corresponde à introdução
a primeira oração é adjetiva e antecede a oração de um texto informativo, em que se apresenta um
principal. ponto de vista acerca das empresas que vendem
c) Em “Na literatura, no cinema, nas ciências, na filo‑ produtos alimentícios e se descrevem alternativas
sofia e religião, existem evidências da relação entre alimentares.
memória e comida.” (linhas de 1 a 3), a vírgula que b) O segundo parágrafo é narrativo e apresenta uma
antecederia “na literatura, no cinema, nas ciências, sequência de fatos que contribuíram para que hoje
na filosofia e religião” não seria obrigatória se o pe‑ se dê preferência ao consumo de alimentos rápidos
ríodo fosse estruturado na ordem direta. e práticos.
d) Em “O sociólogo francês Pierre Bourdieu afirma c) O texto é injuntivo, já que pretende apresentar in‑
que é ‘provavelmente nos gostos alimentares que formações a respeito da importância de haver cons‑
se pode encontrar a marca mais forte e indelével ciência na hora da escolha do alimento.
do aprendizado infantil. São lições que resistem por d) O terceiro parágrafo é a conclusão de um texto dis‑
mais tempo à distância ou ao colapso do ‘mundo sertativo e apresenta alternativas positivas para o
nativo’’ (...)”, (linhas de 3 a 7), o ponto não pode ser atual cenário em que vivemos.
substituído por vírgula e nem por ponto e vírgula em e) O texto é dissertativo, uma vez que objetiva discutir,
razão de indicar o final de uma declaração. de forma genérica, o cenário alimentar de transição
e) Em “Isso porque são os únicos que se conectam di‑ pelo qual a população está passando.
retamente com o hipocampo – o centro da memória
de longo prazo do cérebro.” (linhas de 20 a 22), o
travessão poderia ser substituído por parênteses,
mas não por vírgula.

31. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Com base na norma‑


-padrão e nas questões gramaticais referentes ao texto,
assinale a alternativa correta.
a) Na linha 1, a forma verbal “vai” não poderia assu‑
mir a forma vão para concordar com o termo “dos
alimentos”.
b) O autor poderia empregar uma vírgula logo após o
termo “A função dos alimentos” (linha 1).
c) Caso o termo “Alimentos” (linha 6) fosse substituído
pela forma Alimento, deveriam ser mantidos na ter‑
ceira pessoa do plural todos os vocábulos sublinha‑
dos no trecho “são saudáveis e excelentes fontes de
29. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) De modo a preser‑ fibras, de vitaminas, minerais e de vários compostos”
var a correção gramatical e o sentido original do texto, (linhas 8 e 9).
a expressão sublinhada, em “Tornam-se preocupantes d) O vocábulo sublinhado no trecho “que aumentam”
Língua Portuguesa

as exigências pessoais dos indivíduos frente à atual rea‑ (linha 11) poderia ser substituído pela forma os
lidade produtiva” (linhas de 5 a 7), pode ser substituída quais.
por e) Como não faz referência a um termo expresso no
a) diante da. período, a forma verbal “aumentam” (linha 11)
b) adiante a c) perante à. exemplifica um caso de sujeito indeterminado.
d) em relação a.
e) que fazem frente com. 32. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) De acordo com a
significação contextual das palavras e dos trechos que
30. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Com relação à ti‑ compõem o texto, assinale a alternativa correta.
pologia e aos sentidos do texto, assinale a alternativa a) A substituição do vocábulo “adequada” (título) pelo
correta. antônimo apropriada alteraria a mensagem original.

54
b) O vocábulo “além” (linha 1) funciona como sinônimo
de aquém.
c) A substituição do trecho “inclusive aquelas” (linha
11) pela construção com exceção daquelas preser‑
varia o sentido original.
d) O vocábulo “essenciais” (linha 10) refere-se aos com‑
postos dispensáveis para a manutenção da saúde e
a prevenção de muitas doenças.
e) A mensagem do texto seria alterada caso a redação
Entretanto, ela influencia, e bastante, na saúde.
fosse empregada no lugar do período “Portanto,
ela influencia, e muito, na saúde.” (linhas 4 e 5).

34. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) No que se refere à


tipologia, ao gênero e aos sentidos do texto, assinale a
alternativa correta.
a) O texto é informativo, mas também apresenta o pon‑
to de vista de um especialista em relação ao fato de
que a alimentação saudável está associada a uma
alimentação mais natural e que agrida menos o meio
ambiente.
b) O texto apresenta características de texto argumen‑
tativo e injuntivo, visto que pretende convencer o
leitor da importância de se alimentar adequada‑
mente.
c) O texto é uma entrevista em que o monólogo predo‑
mina, já que, nesse gênero, a intenção é apresentar
informações acerca da alimentação saudável a partir
da opinião de um especialista, com reprodução a
posteriori apenas do que o entrevistador considera
33. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Considerando a importante no momento da entrevista.
leitura compreensiva do texto, assinale a alternativa d) O texto é uma entrevista em que predomina o tipo
correta. descritivo, uma vez que objetiva pormenorizar a ali‑
a) O autor tem como propósito principal defender um mentação saudável em linguagem técnica para que
ponto de vista a respeito da evolução do Conselho a fala seja reconhecida pelo público como de uma
Regional de Nutricionistas – 1ª Região (CRN-1) no autoridade no assunto.
período de 1980 a 2002, o que explica a presença e) Os dois parágrafos utilizam-se do tipo textual narrati‑
constante de passagens dissertativas ao longo dos vo e apresentam a fala de especialistas, personagens
parágrafos. muito relevantes para a área de nutrição.
b) A primeira gestão do CRN-1 tinha como única meta
inscrever os formandos da primeira turma do curso 35. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Em “Um consenso
Língua Portuguesa

de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB). é o de que a alimentação precisa ser baseada em ali‑
c) Desde 1991, o CRN-1 abrange apenas o Distrito Fede‑ mentos.” (linhas 9 e 10), o termo sublinhado é
a) pronome oblíquo e faz referência a consumo.pro‑
ral e os estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins.
nome oblíquo e faz referência a consumo.
d) Em um período de pelo menos cinco anos, o CRN-1 b) artigo definido masculino e substitui “consenso”.
abrangeu, ao mesmo tempo, Distrito Federal, Goi‑ c) pronome demonstrativo e faz referência a “consen‑
ás, Mato Grosso, Pará, Acre, Amazonas, Rondônia, so”.
Amapá, Roraima e Tocantins. d) pronome demonstrativo e faz referência a requisitos
e) Como o Sistema CFN/CRN ainda era muito frágil, os universais.
técnicos em Nutrição e Dietética também passaram a e) pronome oblíquo e faz referência às ideias com as
ser registrados nos Conselhos Regionais desde 2002. quais muitos comungam.

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36. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Mantendo-se a cor‑ d) orações subordinadas que apresentam ideias que se
reção gramatical, o sentido e a formalidade em “Nas integram por meio das conjunções “para” e “que”,
últimas décadas, mais e mais pessoas se alimentam respectivamente.
não propriamente de alimentos naturais – ou destes e) orações coordenadas e subordinadas que, respec‑
alimentos modificados como vem sendo há séculos, tivamente, apresentam ideias que se somam, por
milênios –, mas consumindo fórmulas, formulações meio da conjunção aditiva “e”, e ideias que apre‑
industriais.” (linhas de 11 a 15), a forma verbal “há” sentam finalidade, por meio da conjunção “para”.
poderia ser substituída por
a) fazem. 38. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Com relação à pon‑
b) existem. tuação, o período “Apesar da intensa redução da des‑
nutrição em crianças, as deficiências de micronutrien‑
c) têm.
tes e a desnutrição crônica ainda são prevalentes em
d) faz.
grupos vulneráveis da população, como em indígenas,
e) fazia.
quilombolas e crianças e mulheres que vivem em áreas
vulneráveis.” (linhas de 15 a 19) permaneceria correto
e com sentido original caso
a) fossem inseridos dois-pontos depois de “como”.
b) a vírgula após “indígenas” fosse suprimida.
c) a vírgula empregada antes de “as deficiências” fosse
suprimida.
d) houvesse a substituição do ponto final por vírgula
depois de “vulneráveis”, com a devida alteração de
maiúscula para minúscula na palavra seguinte.
e) o trecho “Apesar da intensa redução da desnutri‑
ção em crianças” fosse colocado após “desnutrição
crônica” e isolado por vírgulas, com alteração de
maiúscula para minúscula.

39. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) De acordo com o


Guia Alimentar para a População Brasileira, assinale a
alternativa correta.
a) A criação de políticas sociais em diversas áreas au‑
mentou a expectativa de vida e diminuiu a morte
de crianças, além de tornar a população brasileira
consciente em relação ao consumo alimentar.
b) Uma alimentação apropriada é resultado de ações
conjuntas de diversos setores sociais relacionados
à saúde.
c) A alimentação saudável é responsabilidade de cada
indivíduo a partir da reorientação dos serviços pú‑
blicos de saúde.
d) Os brasileiros hoje sofrem com doenças que, embora
passageiras e inerentes a áreas vulneráveis, preju‑
dicam o desenvolvimento do País porque causam
morte entre adultos.
e) Em ambientes saudáveis, é possível desenvolver ha‑
bilidades pessoais para que os indivíduos, por meio
de reorientação alimentar, façam a própria comida
e não adquiram doenças crônicas.

37. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Em “A ampliação de


políticas sociais na área de saúde, educação, trabalho e
emprego e assistência social contribuiu para a redução
Língua Portuguesa

das desigualdades sociais e permitiu que o País cres‑


cesse de forma inclusiva.” (linhas de 4 a 7), o período
é formado por
a) uma oração absoluta em ordem direta e, por isso, é
considerado simples.
b) duas orações coordenadas e uma subordinada que
complementa a segunda oração coordenada com
o que foi permitido com a ampliação de políticas
sociais.
c) orações coordenadas que apresentam ideias que se
somam por meio da conjunção aditiva “e”.

56
41. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Considerando a
norma-padrão e as questões gramaticais que envolvem
o texto, assinale a alternativa correta.
a) Os termos “3,5 milhões de toneladas de feijão” (linha
4) e “8,7 milhões de toneladas de arroz” (linhas 4 e
5) são coordenados entre si, pois desempenham a
mesma função sintática.
b) Caso fosse necessário conferir maior grau de forma‑
lidade à situação comunicativa, o primeiro período
do texto poderia ser substituído pela redação O que
você se lembra, quando você pensa em comida tí-
pica brasileira?, a qual está correta de acordo com
a regência do verbo lembrar-se.
c) O uso do sinal indicativo de crase é opcional no tre‑
40. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) Com base na norma‑ cho “benefícios à saúde” (linhas 8 e 9) e seria obri‑
-padrão e nas questões gramaticas referentes ao perío‑ gatório na passagem “fazer a digestão” (linha 11)
do “Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope‑ diante do vocábulo sublinhado, caso o verbo “fazer”
cuária (Embrapa), um prato de arroz com feijão garante fosse substituído pela forma processar.
a absorção de mais de 80% dessas proteínas.” (linhas d) No período “O Ministério da Saúde sugere o seguinte
de 14 consumo: uma parte de feijão para duas de arroz.”
a) 17), assinale a alternativa correta. (linhas 21 e 22), o vocábulo “Saúde” deveria ser
a) A construção Se levando em conta o que diz poderia grafado com inicial minúscula e, no lugar dos dois‑
substituir o vocábulo “Segundo”, pois a colocação do -pontos, poderia ser empregado um ponto, desde
pronome sublinhado está correta. que o trecho subsequente fosse iniciado com letra
b) Caso o termo “um prato de arroz com feijão” já ti‑ maiúscula.
vesse sido empregado, o autor poderia optar por rei‑ e) O autor poderia substituir a estrutura “com a inclu‑
niciar o período com a redação Segundo a Empresa são” (linhas 22 e 23) pela construção devido à uma
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os provável inclusão, que está de acordo com as regras
consumir para o uso do sinal indicativo de crase obrigatório.
c) No lugar da forma verbal “garante”, poderia ser em‑
pregada a forma garantem. 42. (2021/IADES/CRN - 1ª Região (GO)) No que tange aos
d) A redação que seja absorvido mais de 80% dessas mecanismos de coesão responsáveis pela construção
proteínas está correta quanto à concordância verbal, do sentido do texto, assinale a alternativa correta.
portanto poderia substituir o trecho “a absorção de a) Caso a redação Ao pensar em comida típica brasi-
mais de 80% dessas proteínas”. leira fosse empregada no lugar da oração “Quando
e) Conforme as regras de concordância, a redação pos- você pensa em comida típica brasileira” (linha 1),
sibilita que seja garantida poderia ser empregada a relação de sentido estabelecida no período seria
no lugar da forma “garante”. alterada.
b) A estrutura “a combinação” (linha 8) refere-se ao
termo “A receita” (linha 6); portanto, caso fosse sim‑
plesmente excluída, a coesão textual ficaria compro‑
metida.
c) O elemento coesivo “Isso” (linha 9) faz referência
ao conjunto das informações expressas no período
anterior.
d) De acordo com a norma-padrão, para evitar repeti‑
ções desnecessárias e, ao mesmo tempo, garantir a
relação com o parágrafo anterior, os termos subli‑
nhados no período “O arroz é rico em uma proteína
chamada lisina, enquanto o feijão contém muita me‑
tionina.” (linhas 13 e 14) poderiam ser substituídos,
respectivamente, pelos pronomes Aquele e este.
e) A relação estabelecida pela construção “Além disso”
(linha 17) também poderia ser expressa pela redação
Apesar desse benefício.
Língua Portuguesa

Texto 4

57
44. (2021/IADES/BRB) Em “outros questionam esses ganhos
na medida em que o acesso à tecnologia da informação
é cada vez mais fácil.” (linhas de 9 a 11), a expressão
sublinhada indica que o (s)
a) acesso à tecnologia é cada vez maior à proporção
que as firmas e os países crescem na dinâmica com‑
petitiva dos mercados.
b) países e as firmas que compõem o mercado crescem
conforme se facilita o acesso à tecnologia da infor‑
mação.
c) crescimento dos países e das firmas na dinâmica
43. (2021/IADES/BRB) Assinale a alternativa em que o ter‑ competitiva dos mercados é questionado porque
mo ou a oração sublinhada exerce a mesma função há cada vez mais facilidade no acesso à tecnologia
sintática que a palavra “que” em “houve uma preocu‑ da informação.
pação em valorizar a diversidade do time em um movi‑ d) crescimento das firmas e dos países é para, na di‑
mento para a formação de pessoas afrodescendentes, nâmica competitiva dos mercados, mostrar que o
mulheres ou que vivam em situação de vulnerabilidade” acesso à tecnologia da informação está facilitado
(linhas de 10 a 13). hoje em dia.
a) “Algumas empresas já acordaram para o valor de e) acesso à tecnologia da informação é tamanho que
investir em capacitação.” (linhas 1 e 2). a dinâmica competitiva dos mercados gerou cresci‑
b) “Dessa maneira, ainda amplia as chances de atrair mento nas firmas e nos países.
bons profissionais.” (linhas 6 e 7).
c) “Há empresas que fazem toda a triagem e capaci‑ 45. (2021/IADES/BRB) De acordo com o texto, há uma ne‑
tação de talentos conforme as necessidades dos cessidade cada vez maior por parte das empresas em
contratantes.” (linhas 7 a 9). compreender e direcionar o melhor uso da tecnologia
d) “É necessário ter afinidade com a área, demonstrar da informação (TI)
alta capacidade de raciocínio lógico, análise e sínte‑ a) desde a proliferação do uso da internet e a alta ex‑
se, entre outros critérios inerentes às posições que pansão do uso de computadores no século 21.
serão preenchidas.” (linhas 17 a 20). b) por ser a TI uma parte relevante das organizações
e) “A maioria das empresas, no porém, ainda procura modernas e gerar o crescimento das empresas e dos
profissionais prontos, que cheguem já produzindo.” países.
(linhas de 20 a 22). c) porque a tecnologia bancária brasileira é mundial‑
mente conhecida, mesmo com grande distribuição
Texto 3 geográfica.
d) para que se obtenha um conhecimento maior a
respeito dos reais ganhos de eficiência ocasionados
pelas despesas dos bancos com a TI.
e) embora haja opiniões divergentes acerca da relação
entre o uso da TI e os seus resultados para as em‑
presas e os países.

Texto 2
Língua Portuguesa

58
46. (2021/IADES/BRB) Acerca das questões gramaticais que 48. (2021/IADES/BRB) e-commerce: comércio eletrônico
envolvem o texto, assinale a alternativa correta. que acontece em lojas virtuais existentes na internet;
a) A redação Se planeje para 2021 poderia iniciar o versão digital do comércio físico de lojas e shoppings;
primeiro período, pois a colocação do pronome su‑ delivery: serviço de entrega, distribuição ou remessa;
blinhado está correta. download: (baixar, em uma tradução simples) ação de
b) A construção “e se planeje” poderia ser substituída descarregar, transferir, copiar arquivos e informações
pela redação afim de se planejar, que está total‑ contidas em um computador remoto para um compu‑
mente correta de acordo com as regras de ortografia tador específico; apps: abreviação do termo aplicativos,
vigentes. que se refere a programas de computador para pro‑
c) Suponha que a pergunta Você guarda bem o seu cessar dados de modo eletrônico, de forma a facilitar
dinheiro? fosse empregada para introduzir o texto. e reduzir o tempo do usuário ao executar uma tarefa;
Nesse caso, com o intuito de evitar repetições des‑ mobile banking: banco móvel que disponibiliza alguns
necessárias de palavras, o trecho “Não deixe o seu serviços tipicamente bancários por celular ou outros
dinheiro parado” poderia, de acordo com a norma‑ dispositivos móveis.
-padrão, ser reescrito da seguinte maneira: Não o Considerando a norma-padrão e as estruturas que cons‑
deixe parado. tituem o último parágrafo do texto, assinale a alterna‑
d) Caso fosse necessário reformular o segundo período tiva correta.
para incluir o vocábulo por, logo após o verbo “sabia”, a) A redação o movimento não mantêm diferenças
e adicionar o prefixo super ao verbo “poupar”, as no‑ está correta do ponto de vista da acentuação gráfica,
vas formas deveriam ser grafadas, respectivamente, portanto poderia ser empregada no lugar do trecho
da seguinte maneira: porque e superpoupar. “o movimento não é diferente” (linha 13).
e) No segundo período, as formas verbais “sabia” e b) Na construção “Segundo a pesquisa” (linha 14), o
“poupar” são intransitivas, por isso dispensam com‑ uso do sinal indicativo de crase é opcional.
plementos. c) As redações à cada dez e De 2018 à 2019 estão cor‑
retas do ponto de vista do uso do sinal indicativo de
47. (2021/IADES/BRB) De acordo com o sentido das pala‑ crase, portanto poderiam substituir, respectivamen‑
vras e das expressões empregadas no texto, assinale a te, as construções “de cada dez” (linha 15) e “De
alternativa correta. 2018 para 2019” (linha 17).
a) Por causa da relação de sinonímia entre os vocábu‑ d) Caso a autora decidisse substituir o vocábulo subli‑
los deixar e manter, o verbo “deixe” poderia, sem nhado no trecho “número de contas ativas” (linhas
comprometer a ideia original, ser substituído pela 17 e 18) pela construção referente a, o uso do sinal
forma mantenha. indicativo de crase seria inviável.
b) O enunciado “Não deixe o seu dinheiro parado” e) O vocábulo sublinhado no trecho “o número de tran‑
reproduz uma mensagem incompatível com a da sações realizadas nesse canal por pessoas físicas”
construção Movimente o seu dinheiro. (linhas 19 e 20), por ser proparoxítono, deve estar
c) A forma verbal “poupar”, no contexto, significa eco‑ sempre acentuado graficamente, conforme também
nomizar e, portanto, tem sentido equivalente ao su‑ se pode observar na seguinte situação: Sou eu quem
gerido pela expressão “dinheiro parado”. número todos os boletos emitidos pela agência
d) As construções “que é possível começar” e que se pode bancária.
começar estabelecem uma relação de antonímia.
e) No contexto, o vocábulo “hoje” significa agora e re‑ 49. (2021/IADES/BRB) Com base nas informações do texto
mete a um dia específico, pontual. e nas relações entre elas, assinale a alternativa correta.
a) A relação entre o conteúdo do texto e a mensagem
Texto 1 expressa pelo título ressalta que o propósito princi‑
pal da autora é descrever a qualidade dos serviços
prestados virtualmente e o perfil dos consumidores
em tempos de pandemia.
b) Os percentuais 47% (linha 5) e 25% (linha 11) rela‑
cionam-se a informações que servem para justificar
a ideia de que o novo Coronavírus acelerou um pro‑
cesso que já estava em curso antes da pandemia: a
digitalização das empresas e dos hábitos dos consu‑
midores.
c) O texto é predominantemente dissertativo, pois está
estruturado em torno de uma sequência de ideias
que sustentam a seguinte opinião: a importância da
Língua Portuguesa

digitalização das relações comerciais e bancárias só


foi reconhecida após o advento da pandemia no
Brasil.
d) A afirmação “No setor financeiro, o movimento não
é diferente” (linha 13) antecipa uma sequência de
informações que se opõem à mensagem principal
do primeiro parágrafo.
e) Conclui-se que, para a autora, a digitalização das
operações comerciais e bancárias jamais teria se
expandido caso o mundo não tivesse começado a
enfrentar a pandemia que ainda está em curso.

59
A frase de Nuno Vieira (linhas de 9 a 13) contém crítica
aos literatos que acreditam fazer ciência amazônica,
quando, na verdade, têm contato superficial com a re‑
alidade da região.

55. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando as


ideias descritas no texto apresentado, julgue (C ou E)
o item a seguir.
O texto sugere que a “copiosa e variada literatura” (linha
2) “sobre a Terra Verde” (linha 3) resulta da cooperação
acadêmica entre os escritores locais, “donos legítimos
do assunto” (linha 4), e os cientistas não amazônicos.
50. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando os as‑ 56. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando as
pectos linguísticos, estilísticos e semânticos do texto, ideias descritas no texto apresentado, julgue (C ou E)
julgue (C ou E) o item a seguir. o item a seguir.
No trecho “como quem vinga uma montanha altı́ssima” “Alguns filhos da Amazônia” (linha 3) não dissimulam
(linhas 10 e 11), o verbo vingar tem sentido distinto azedume com relação à produção literária e científica de
do verbo punir, como se a montanha representasse, escritores e pesquisadores adventícios, dado o elevado
metaforicamente, Canudos. grau de conhecimento que estes adquiriram.
51. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando os as‑
pectos linguísticos, estilísticos e semânticos do texto,
julgue (C ou E) o item a seguir.
O termo “Forremo-nos” (linha 7) poderia ser substituí‑
do por dediquemo-nos, sem prejuízo de seu conteúdo
semântico, visto que o autor passará a descrever os
últimos momentos de Canudos.

52. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando os as‑


pectos linguísticos, estilísticos e semânticos do texto,
julgue (C ou E) o item a seguir.
O termo “Expugnado” (linha 2) tem o mesmo sentido de
expulso, indicando que os guerreiros de Canudos foram
expulsos gradualmente do território que ocupavam.

57. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) De acordo com as


ideias apresentadas no texto, julgue (C ou E) o item a
seguir.
É correto interpretar o disposto no art. 8.8.4 no sentido
Língua Portuguesa

53. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando as de que somente a Parte detentora do título de Inven‑
ideias descritas no texto apresentado, julgue (C ou E) ção do Projeto poderá apresentar a terceiros países os
o item a seguir. pedidos de Patente.
Segundo o texto, a imaginação do homem amazônico
é uma predisposição imposta pela geografia, que lhe 58. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) De acordo com as
comprime entre as “infinitas melancolias” (linha 17) do ideias apresentadas no texto, julgue (C ou E) o item a
rio e da floresta. seguir.
Considerando ser o Acordo RDT&E um tratado inter‑
54. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) Considerando as nacional, e em conformidade com o disposto no art.
ideias descritas no texto apresentado, julgue (C ou E) 6.1, a atividade de contratação será regida, em última
o item a seguir. instância, por regras de direito internacional.

60
59. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) De acordo com as
ideias apresentadas no texto, julgue (C ou E) o item a
seguir.
Da leitura do art. 5.12 depreende-se que, em caso de
transferência de fundos de uma Parte a outra, somente
a Parte beneficiária dos recursos deverá fazer auditoria,
ao passo que, nas atividades de aquisição em geral,
ambas as Partes farão as próprias auditorias.

60. (2021/IADES/Instituto Rio Branco) De acordo com as


ideias apresentadas no texto, julgue (C ou E) o item a
seguir.
O art. 5.11 do Acordo RDT&E estipula que uma Parte
poderá beneficiar-se de obrigações contratuais incor‑
ridas pela outra Parte somente após o pagamento de
sua parte equitativa do Contrato ou outra obrigação.

GABARITO
1. b 13. c 25. d 37. b 49. b
2. d 14. a 26. b 38. e 50. C
3. a 15. d 27. e 39. b 51. E
4. e 16. b 28. c 40. e 52. E
5. b 17. e 29. a 41. a 53. C
6. d 18. e 30. e 42. c 54. C
7. e 19. b 31. a 43. a 55. E
8. c 20. d 32. e 44. c 56. E
9. a 21. e 33. c 45. e 57. E
10. d 22. b 34. a 46. c 58. E
11. b 23. c 35. c 47. a 59. C
12. e 24. a 36. d 48. d 60. E

Língua Portuguesa

61
UnDF

SUMÁRIO

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Lei Orgânica do Distrito Federal. Fundamentos da Organização dos Poderes e do Distrito Federal. Organização
do Distrito Federal. Organização Administrativa do Distrito Federal.................................................................................... 3

Lei Complementar nº 840/2011 e suas alterações (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito
Federal, das Autarquias e das Fundações Públicas Distritais)............................................................................................. 45

Decreto nº 36.756/2015 e suas alterações (Sistema Eletrônico de Informações – SEI)......................................................82

Lei nº 4.990/2012 (regula o acesso à informação no Distrito Federal)............................................................................... 85


Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF
Livres Rocha • Maurício Nicácio

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL O Estado Brasileiro, portanto, é uma República Federati-
va, com Presidente eleito pelo povo, em regime de estado
(Texto atualizado com as alterações adotadas pelas democrático de Direito.
Emendas à Lei Orgânica nºs 1 a 118 e as decisões em Art. 1º da CF/1988: a República Federativa do Brasil, for-
ação direta de inconstitucionalidade proferidas pelo mada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
do Distrito Federal e Territórios até 28/01/2020). de Direito (...).

Considerações Iniciais O Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento de uma


Ação Direta de Inconstitucionalidade em 2007, destaca que
Prezados alunos, quando nos deparamos com uma nor- o Distrito Federal:
ma de conteúdo extenso como é o caso da Lei Orgânica do
Distrito Federal, acreditem, é quase impossível não assustar e É unidade federativa de compostura singular, dado que:
se perguntar: Por onde começar? O que é mais importante? • desfruta de competências que são próprias dos
O que cai em prova? Meu Deus me ajuda!!! Estados e dos Municípios, cumulativamente (art. 32,
Bom, a proposta desse material é facilitar a compreensão § 1°, CF);
e acelerar os estudos de cada um, pois com tantas disciplinas • algumas de suas instituições elementares são organi-
cobradas em editais de concursos atualmente, a depender zadas e mantidas pela União (art. 21, XIII e XIV, CF);
da rotina de cada um, nem sempre é possível dedicar tanto • os serviços públicos, cuja prestação está jungido, são
tempo apenas para uma lei. financiados, em parte, pela mesma pessoa federada
Sendo assim, inicialmente, apresentaremos abaixo algu- central, que é a União(art. 21, XIV, parte final, CF).
mas noções básicas, para depois iniciarmos o estudo propria-
mente dito da Lei. Então vamos lá?! Conquanto, submetido a regime constitucional diferen-
Aprendemos em Direito Constitucional que: ciado, o Distrito Federal está bem mais próximo da estrutu-
ração dos Estados-membros do que da arquitetura consti-
A Constituição é a Lei Maior e Fundamental de um Estado. tucional dos Municípios. Isto porque:
• ao tratar da competência concorrente, a Lei Maior
O Estado é uma entidade organizada em sociedade e poli- colocou o Distrito Federal em pé de igualdade com
ticamente, com aspectos peculiares, e composto por: os Estados e a União (art. 24);
Elemento humano (povo: conjuntos de pessoas vinculadas • ao versar o tema da intervenção, a Constituição dis-
a um Estado); pôs que a ‘‘União não intervirá nos Estados nem
Elemento material/espacial (território: espaço físico per- no Distrito Federal’’ (art. 34), reservando para os
tencente a um Estado, onde este exerce sua soberania); Municípios um artigo em apartado (art. 35);
Elemento formal (soberania: poder político soberano, • o Distrito Federal tem, em plenitude, os três orgânicos

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


poder de decisão suprema, independência internacional). Poderes estatais, ao passo que os Municípios somente
Forma de Estado: Forma de Governo: dois (inciso I do art. 29);
Unitário: único estado; Monarquia (governo • a Constituição tratou de maneira uniforme os Estados-
Federação: descentralização po- soberano e único, em membros e o Distrito Federal quanto ao número de
lítica pela união de vários esta- decorrência de vitalicie- deputados distritais, à duração dos respectivos man-
dos para a formação de um novo, dade e hereditariedade); datos, aos subsídios dos parlamentares etc. (§ 3º do
mantendo a autonomia de cada República (governo elei- art. 32);
um. to, com mandato tempo- • no tocante à legitimação para propositura de ação
rário, responsabilidade direta de inconstitucionalidade perante o STF, a
pelos atos praticados no Magna Carta dispensou à Mesa da Câmara Legislativa
exercício do cargo). do Distrito Federal o mesmo tratamento dado às
Assembleias Legislativas estaduais (inciso IV do art.
Sistema de Governo: Regime Político: 103);
Presidencialismo: o Presidente é Democrático: neste re- • no modelo constitucional brasileiro, o Distrito Federal
Chefe de Governo (Executivo) e gime prevalece o poder se coloca ao lado dos Estados-membros para compor
o Chefe de Estado (representa o soberano do povo, que o a pessoa jurídica da União;
Estado Brasileiro), neste sistema exerce direto ou indire- • tanto os Estados-membros como o Distrito Federal par-
os Poderes Executivo e Legislati- tamente por seus repre- ticipam da formação da vontade legislativa da União
vo são independentes; sentantes. (arts. 45 e 46).
Parlamentarismo: o Chefe de Autoritário, Ditatorial A Lei Complementar nº 101/2000 conferiu ao Distrito
Estado é o Presidente ou rei e o e totalitário: é caracte- Federal um tratamento rimado com a sua peculiar e
Chefe de Governo é o Primeiro rizado pela ausência de favorecida situação tributário-financeira, porquanto
Ministro. Neste sistema, há uma participação popular. desfruta de fontes cumulativas de receitas tributárias,
relação de interdependência en- na medida em que adiciona às arrecadações próprias
tre Executivo e Legislativo, pois dos Estados aquelas que timbram o perfil constitucio-
o poder está concentrado no nal dos Municípios. (...). Ademais, goza do favor consti-
Parlamento. tucional de não custear seus órgãos judiciário e minis-

3
terial público, tanto quanto a sua Defensoria Pública, E o que é a autonomia do Distrito Federal?
Polícias Civil e Militar e ainda seu Corpo de Bombeiros
Militar.” (ADI 3.756, rel. min. Ayres Britto, julgamento O Distrito Federal não é estado-membro e menos ainda
em 21-6-2007, Plenário, DJ de 19/10/2007.)1. (Grifo é um município, mas ao fazer parte da composição da Fede-
nosso). ração, a Constituição Federal lhe atribuiu natureza de ente
federativo autônomo, uma vez que assim como os estados-
O Distrito Federal foi definido como a Capital Federal -membros, tem tríplice capacidade de auto-organização,
nas Constituições: CF/46; CF/67 e EC nº 01/69. A mudança autogoverno e autoadministração4. Além disso, deu-lhe ca-
para Brasília veio com Constituição de 1988, art. 18, § 1º racterísticas híbridas, uma vez que acumula competências
Brasília é a Capital Federal. Passando o Distrito Federal ser legislativa e tributárias reservadas aos Estados e Municípios.
apenas um ente federativo2. E o art. 6º da LODF determina • Auto-organização: conforme descrito no art. 32 da
que: Brasília, Capital da República Federativa do Brasil, é a CF/88, o Distrito Federal será regido por Lei Orgânica,
sede do governo do Distrito Federal. votada em 2 (dois) turnos com interstício mínimo de
Feita tais considerações, vamos tratar propriamente da dez dias, e aprovada por 2/3 (dois terços) da Câmara
Lei Orgânica do Distrito Federal. Legislativa, observados os princípios constitucionais.
Não pode se dividir em Municípios. Tal Lei define a
estrutura organizacional do DF e sua organização admi-
Preâmbulo nistrativa é por regiões administrativas.
Sob a proteção de Deus, nós, Deputados Distritais,
legítimos representantes do povo do Distrito Federal, STF: “(...) A Lei Orgânica tem força e autoridade
investidos de Poder Constituinte, respeitando os pre- equivalentes a um verdadeiro estatuto constitu-
ceitos da Constituição da República Federativa do Brasil, cional, podendo ser equiparada às Constituições
promulgamos a presente Lei Orgânica, que constitui a promulgadas pelos Estados-Membros.” (ADI 980,
Lei Fundamental do Distrito Federal, com o objetivo de rel. min. Menezes Direito, julgamento em 6/3/2008,
organizar o exercício do poder, fortalecer as instituições Plenário, DJE de 1º/8/2008.)5.
democráticas e os direitos da pessoa humana.
• Autogoverno: a capacidade de se autogovernar
Segundo Alexandre de Morais: resume-se no fato de o DF ter Chefe de Governo
(Governador e Vice-Governador eleitos pelo seu pró-
O preâmbulo de uma Constituição pode ser defi- prio povo) e eleições também dos representantes
nido como documento de intenções do diploma, e do Poder legislativo na mesma forma. Dessa forma,
consiste em uma certidão de origem e legitimidade configura-se a autonomia política: Poder executivo
do novo texto e uma proclamação de princípios, (Chefe de Governo) e Poder Legislativo (Parlamentares)
demonstrando a ruptura com o ordenamento cons- próprios.
titucional anterior e o surgimento jurídico de um • Autoadministração: o Distrito Federal tem competên-
novo Estado. Por não ser norma constitucional, não cia para se autoadministrar, tomar decisões políticas,
poderá prevalecer contra texto expresso da Consti- exercer atribuições de Chefe do Poder Executivo. E
tuição Federal, e tampouco poderá ser paradigma ainda, possui competência legislativa (editar suas pró-
comp’arativo para declaração de inconstitucionali- prias leis); e competência tributária (equiparadas às
dade, porém, por traçar as diretrizes políticas, filo- dos Estados e Municípios, conforme CF/88). O Poder
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

sóficas e ideológicas da Constituição, será uma de Legislativo está sob o comando da Câmara Legislativa,
suas linhas mestras interpretativas3. (Observação: mas a organização e manutenção do Poder Judiciário
ver ADI 2.076-AC - STF, rel. Min. Carlos Velloso, do DF são de competência privativa da União.
15/8/2002).
STF: “Os Municípios e o Distrito Federal podem
TÍTULO I editar legislação própria, com fundamento na au-
Dos Fundamentos da Organização tonomia constitucional que lhes é inerente (CF,
dos Poderes e do Distrito Federal art. 30, I, e 32, § 1º), com objetivo de determinar
às instituições financeiras que instalem, em suas
Art. 1º O Distrito Federal, no pleno exercício de sua agências, em favor dos usuários dos serviços ban-
autonomia política, administrativa e financeira, obser- cários (clientes ou não), equipamentos destinados a
vados os princípios constitucionais, reger-se-á por esta proporcionar-lhes segurança (tais como portas ele-
Lei Orgânica. trônicas e câmaras filmadoras) ou a propiciar-lhes
conforto, mediante oferecimento de instalações
No primeiro quadro, sucintamente, esclarecemos alguns sanitárias, ou fornecimento de cadeiras de espera,
pontos importantes sobre organização de um Estado. Ficou ou colocação de bebedouros, ou, ainda, prestação
claro que o Brasil adota como forma de Estado, a Federa- de atendimento em prazo razoável, com a fixação
ção. E que na federação, dois ou mais Estados abdicam de de tempo máximo de permanência dos usuários
sua soberania para unir-se aos demais, formando um novo em fila de espera.” (AC 767-AgR, rel. min. Celso de
Estado Soberano, vimos também, que embora esses estados- Mello, julgamento em 16/8/2005, Segunda Turma,
-unidades não tenham mais soberania, permanecem com DJE de 6/2/2014.)6
sua autonomia.
4
Moraes, Alexandre de. Op. cit.
1
Supremo Tribunal Federal. A Constituição e o Supremo. Acesso 23 ago 2016. 5
Supremo Tribunal Federal. A Constituição e o Supremo. Acesso 23 ago 2016.
Disponível: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%20 Disponível: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%20
462. 462.
2
Moraes, Alexandre de. Direito Constitucional. 24. ed. – 2. reimpr. – São Paulo: 6
Supremo Tribunal Federal. A Constituição e o Supremo. [acesso 23 ago 2016].
Atlas, 2009. p. 273. Disponível: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%20
3
Moraes, Alexandre de. Op. cit. p. 20-21 462.

4
O regime político adotado pelo Distrito Federal é o de- Em paralelo com o disposto nesse artigo da CF/88, a Lei
mocrático, em simetria com a estrutura do Estado Brasileiro: Orgânica do Distrito Federal, art. 2º, Parágrafo único, esta-
belece: ninguém será discriminado ou prejudicado em razão
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, características
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da genéticas, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião,
Constituição Federal e desta Lei Orgânica. convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, defici-
ência física, imunológica, sensorial ou mental, por ter cum-
Valores Fundamentais do Distrito Federal prido pena, nem por qualquer particularidade ou condição,
Os valores fundamentais do Distrito Federal se asseme- observada a Constituição Federal.
lham aos fundamentos da República Federativa do Brasil
(RFB), expressos nos art. 1º da CF/88. Ressalte-se que na Objetivos Prioritários
CF/88, o primeiro valor fundamental da RFB é a Soberania,
enquanto que do DF é a Autonomia, pelo princípio federativo. Os objetivos prioritários são alvos de relevância a serem
desenvolvidos pelas políticas públicas.
Art. 2º O Distrito Federal integra a união indissolú-
vel da República Federativa do Brasil e tem como valores Art. 3º São objetivos prioritários do Distrito Federal:
fundamentais: I – garantir e promover os direitos humanos assegu-
I – a preservação de sua autonomia como unidade rados na Constituição Federal e na Declaração Universal
federativa: direito de se autogovernar, preservar seu dos Direitos Humanos;
poder executivo e legislativo, exercendo suas competên- II – assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de
cias, observados os limites constitucionais; iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da
II – a plena cidadania: a cidadania é um direito fun- legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e
damental das pessoas que confere a um indivíduo sta- da eficácia dos serviços públicos;
tus de cidadão apto a exercer, no gozo de seus direitos III – preservar os interesses gerais e coletivos;
civis e políticos, a soberania popular, podendo votar e IV – promover o bem de todos;
ser votado; V – proporcionar aos seus habitantes condições de
III – a dignidade da pessoa humana – Segundo vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça social
Alexandre de Moraes, a dignidade humana é um valor e o bem comum;
espiritual moral inerente à pessoa, a qual se manifesta VI – dar prioridade ao atendimento das demandas
singularmente na autodeterminação consciente e respon- da sociedade nas áreas de educação, saúde, trabalho,
sável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao transporte, segurança pública, moradia, saneamento
respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se básico, lazer e assistência social;
um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve VII – garantir a prestação de assistência jurídica inte-
assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, pos- gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
sam ser feitas limitações ao exercício dos direitos funda- recursos;
mentais, mas sempre7 “sem menosprezar a necessária VIII – preservar sua identidade, adequando as exigên-
estima que merecem todas as pessoas enquanto seres cias do desenvolvimento à preservação de sua memória,
humanos”8; tradição e peculiaridades;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: IX – valorizar e desenvolver a cultura local, de modo
fundamento primordial para a economia local e do país, a contribuir para a cultura brasileira;
pois garante meios, trabalhos, ofício ou profissão, com o X – assegurar, por parte do Poder Público, a proteção

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


objetivo de promover seu próprio sustento e contribuir individualizada à vida e à integridade física e psicológica
para o crescimento econômico; das vítimas e das testemunhas de infrações penais e de
V – o pluralismo político: consiste na livre participação seus respectivos familiares;
e convicção política-partidária, filosofias, em que tanto XI – zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tom-
as pessoas podem se filiar às organizações já existentes, bado sob a inscrição nº 532 do Livro do Tombo Histórico,
como formar as suas ou abster-se de envolver-se direta- respeitadas as definições e critérios constantes do Decreto
mente com qualquer delas. nº 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da Portaria nº 314,
de 8 de outubro de 1992, do então Instituto Brasileiro do
O princípio da igualdade ou isonomia preconiza o direito Patrimônio Cultural – IBPC, hoje Instituto do Patrimônio
de igualdade entre os homens em direito, desde o seu nasci- Histórico e Artístico Nacional – IPHAN;
mento. Pois assim, já estabelecia a Declaração dos Direitos do XII – promover, proteger e defender os direitos da
Homem e do Cidadão de 1789 (Art. 1º Os homens nascem e criança, do adolescente e do jovem;
são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem XIII – valorizar a vida e adotar políticas públicas de
fundar-se na utilidade comum)9. saúde, de assistência e de educação preventivas do
A CF/88 em seu art. 5º: suicídio.
XIV – promover a inclusão digital, o direito de acesso
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- à Internet, o exercício da cidadania em meios digitais e
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos a prestação de serviços públicos por múltiplos canais de
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do acesso. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 115, de 2019.)
e à propriedade.
Direito de Petição
7
Moraes, Alexandre de. Direito Constitucional. Op. cit. 21-22.
8
Moraes, Alexandre de. Direito Constitucional. Op. cit. 22. Citando STF – Rextr.
nº 352.940/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, decisão: 25/4/2005 – Informativo STF O direito de petição é uma garantia constitucional, previs-
nº 385, p. 3. Conferir sobre princípio da dignidade da pessoa humana. ta no art. 5º, XXXIV, da Constituição Federal. Portanto, cons-
9
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Acesso 24 ago
2016. Disponível: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/
titui um direito de toda pessoa física ou jurídica, brasileira ou
legislacao/direitos-humanos/declar_dir_homem_cidadao.pdf. estrangeira que necessite de informações do Poder Público.

5
Art. 4º É assegurado o exercício do direito de petição Regiões Administrativas
ou representação, independentemente de pagamento de As Regiões Administrativas visam à:
taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância. • descentralização administrativa;
• utilização racional de recursos para o desenvolvimento
Soberania Popular socioeconômico;
• utilização racional de recursos para o desenvolvimento
A soberania popular decorre do sistema político demo- socioeconômico.
crático adotado pelo Brasil.
As Regiões Administrativas integram a estrutura admi-
Art. 5º A soberania popular será exercida pelo sufrágio nistrativa do DF.
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para A escolha do Administrador Regional deve ter partici-
todos e, nos termos da lei, mediante: pação popular.
I – plebiscito;
II – referendo; e Em 2010, o STF entendeu que: “Não é inconstitucio-
III – iniciativa popular. nal a norma que prevê, para o processo de escolha
de administrador regional, participação popular nos
termos em que venha a dispor a lei” (ADI 2.558,
Sufrágio universal: capaci- Plebiscito: é uma consulta
rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 26/5/2010,
dade eleitoral ativa (direito pública, prévia, sobre um
Plenário).
de votar) e capacidade elei- ato administrativo ou lei
toral passiva (direito de ser a ser editado (a), feita aos
Conselho Especial do TJDFT julgou:
eleito). cidadãos no gozo dos seus
direitos políticos. ADI nº 2013 00 2 016227-6 – TJDFT, Diário de Justiça,
de 31/1/2014 e de 9/5/2014, e ADI nº 2013 00 2
Voto direto: exercido pesso- Referendo: é uma consulta 016865-3 – TJDFT, Diário de Justiça, de 26/2/2014
almente, sem interferência realizada depois de editado e de 9/5/2014, julgadas procedentes para declarar
de terceiros. o ato ou lei, com o fito de a inconstitucionalidade por omissão do Governador
ratificá-los. do Distrito Federal quanto à regulamentação da for-
Secreto: sigilo do voto. Não Iniciativa popular: possibili- ma de participação popular no processo de escolha
poderá ser publicado o voto dade de o povo apresentar dos administradores regionais e a implantação e
nem pelo autor e nem por projeto de lei. organização dos Conselhos de Representantes Co-
terceiros. munitários das Regiões Administrativas do Distrito
Federal.
TÍTULO II
Da Organização do Distrito Federal Em maio de 2016, o Governo de Brasília abriu consulta
pública a fim de colher sugestões para o projeto de lei que
CAPÍTULO I regulamentará a eleição para administradores regionais e
Das Disposições Gerais implementação e organização dos conselhos representantes
comunitários das regiões administrativas.
Sede do Governo do Distrito Federal
Art. 6º Brasília, Capital da República Federativa do Conforme os arts. 12 e 13 da LODF, cada Região Adminis-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal. trativa terá um Conselho de Representantes Comunitários,
com funções consultivas e fiscalizadoras.
Símbolos do DF
Art. 7º São símbolos do Distrito Federal a bandeira, • Nomeação de Administrador Regional: é proibida a
o hino e o brasão. designação para função de confiança ou a nomeação
Parágrafo único. A lei poderá estabelecer outros para emprego ou cargo em comissão, incluídos os de
símbolos e dispor sobre seu uso no território do Distrito natureza especial, de pessoa que tenha praticado ato
Federal. tipificado como causa de inelegibilidade prevista na
legislação eleitoral (§ 8º, art. 19).
Território do DF • Teto da remuneração dos Administradores Regionais:
Art. 8º O território do Distrito Federal compreende o não poder ser superior ao fixado para os Secretários
espaço físico-geográfico que se encontra sob seu domínio de Estado do Distrito Federal.
e jurisdição. • Criação e extinção das Regiões Administrativas ocor-
rerão mediante lei aprovada pela maioria abso-
Programa de desenvolvimento econômico-social luta dos Deputados Distritais. E cada nova Região
Art. 9º O Distrito Federal, na execução de seu pro- Administrativa, cria, automaticamente, Conselho
grama de desenvolvimento econômico-social, buscará a Tutelar para a respectiva região.
integração com a região do entorno do Distrito Federal.
Art. 10. O Distrito Federal organiza‑se em Regiões
CAPÍTULO II Administrativas, com vistas à descentralização adminis-
Organização Administrativa do DF trativa, à utilização racional de recursos para o desenvolvi-
mento socioeconômico e à melhoria da qualidade de vida.
A Constituição Federal de 1988 em seu art. 32, quando § 1º A lei disporá sobre a participação popular no pro-
tratou das disposições do Distrito Federal, vedou sua divisão cesso de escolha do Administrador Regional.
em Municípios. Portanto, coube à Lei Orgânica, organizar o § 2º A remuneração dos Administradores Regionais
DF em Regiões Administrativas. não poderá ser superior à fixada para os Secretários de

6
Estado do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda IV – fixar, fiscalizar e cobrar tarifas e preços públicos
à Lei Orgânica nº 44, de 2005) de sua competência;
§ 3º A proibição de que trata o art. 19, § 8º, aplica‑se V – dispor sobre a administração, utilização, aquisição
à nomeação de administrador regional. (Acrescido pela e alienação dos bens públicos11;
Emenda à Lei Orgânica nº 60, de 2011) VI – organizar e prestar, diretamente ou sob regime
Art. 11. As Administrações Regionais integram a estru- de concessão ou permissão, os serviços de interesse
tura administrativa do Distrito Federal. local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
Art. 12. Cada Região Administrativa do Distrito Federal essencial;
terá um Conselho de Representantes Comunitários, com VII – manter, com a cooperação técnica e financeira
funções consultivas e fiscalizadoras, na forma da lei. da União, programas de educação, prioritariamente de
Art. 13. A  criação ou extinção de Regiões ensino fundamental e pré-escolar;
Administrativas ocorrerá mediante lei aprovada pela VIII – celebrar e firmar ajustes, consórcios, convê-
maioria absoluta dos Deputados Distritais. nios, acordos e decisões administrativas com a União,
Parágrafo único. Com a criação de nova Região os Estados e os Municípios, para execução de suas leis
Administrativa, fica criado, automaticamente, Conselho e serviços;
Tutelar para a respectiva região. (Parágrafo acrescido pela IX – elaborar e executar o plano plurianual, as diretri-
Emenda à Lei Orgânica nº 83, de 2014) zes orçamentárias e o orçamento anual;
X – elaborar e executar o Plano Diretor de Ordenamento
Competências do Distrito Federal Territorial, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e os Planos de
Desenvolvimento Local, para promover adequado orde-
CAPÍTULO III namento territorial, integrado aos valores ambientais,
Da Competência do Distrito Federal mediante planejamento e controle do uso, parcelamento
e ocupação do solo urbano;
Art. 14. Ao Distrito Federal são atribuídas as compe- XI – autorizar, conceder ou permitir, bem como regu-
tências legislativas reservadas aos Estados e Municípios, lar, licenciar e fiscalizar os serviços de veículos de aluguéis;
cabendo-lhe exercer, em seu território, todas as com- XII – dispor sobre criação, transformação e extinção
petências que não lhe sejam vedadas pela Constituição de cargos, empregos e funções públicas;
Federal. XIII – dispor sobre organização do quadro de seus
servidores; instituição de planos de carreira, na admi-
Segundo José Afonso da Silva, competência é a nistração direta, autarquias e fundações públicas do
Distrito Federal; remuneração e regime jurídico único
faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, dos servidores;
órgão ou agente do Poder Público para emitir de- XIV – exercer o poder de polícia administrativa;
cisões. Competências são as diversas modalidades XV – licenciar estabelecimento industrial, comercial,
de poder de que se servem os órgãos ou entidades prestador de serviços e similar ou cassar o alvará de licen-
estatais para realizar suas funções10. ça dos que se tornarem danosos ao meio ambiente, à
saúde, ao bem-estar da população ou que infringirem
• Competência privativa: competência de se autogo- dispositivos legais;
vernar, administrativa, ordinária, pode ser delegada, XVI – regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante,
caracteriza autonomia. inclusive o de papéis e de outros resíduos recicláveis;

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• Competência comum: refere-se a competências não XVII – dispor sobre a limpeza de logradouros públicos,
legislativas, mas materiais, tais como prestação de ser- remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos;
viços de saúde, preservar a fauna, etc. XVIII – dispor sobre serviços funerários e administra-
• Competência concorrente: são competências em que ção dos cemitérios;
cabe à União editar normas gerais e ao DF normas XIX – dispor sobre apreensão, depósito e destino de
específicas. Mas que, o DF suplementarmente à União animais e mercadorias apreendidas em decorrência de
também pode legislar sobre as normas gerais na ausên- transgressão da legislação local12;
cia de Lei Federal. Porém, se posteriormente for edita- XX – disciplinar e fiscalizar, no âmbito de sua compe-
da Lei Federal dispondo sobre as normas gerais ante- tência, competições esportivas, espetáculos, diversões
riormente legisladas pelo DF, ficam suspensas todas públicas e eventos de natureza semelhante, realizados
as partes desta que forem contrárias à Lei Federal. em locais de acesso público;
XXI – dispor sobre a utilização de vias e logradouros
Competências Privativas do DF públicos;
XXII – disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias
Seção I urbanas e estradas do Distrito Federal;
Da Competência Privativa XXIII – exercer inspeção e fiscalização sanitária, de
postura ambiental, tributária, de segurança pública e
Art. 15. Compete privativamente ao Distrito Federal: do trabalho, relativamente ao funcionamento de esta-
I – organizar seu Governo e administração; belecimento comercial, industrial, prestador de serviços
II – criar, organizar ou extinguir Regiões Administrativas, e similar, no âmbito de sua competência, respeitada a
de acordo com a legislação vigente; legislação federal13;
III – instituir e arrecadar tributos, observada a com-
petência cumulativa do Distrito Federal;
11
A Lei Complementar nº 388, de 1º de junho de 2001 do Distrito Federal define
critérios para a ocupação de área pública mediante Concessão de Direito Real
de Uso ou Concessão de Uso, para as utilizações que especifica.
SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo:
10 12
Súmula 323 do STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio
Malheiros, 1992. p. 419. coercitivo para pagamento de tributos.

7
XXIV – adquirir bens, inclusive por meio de desapro- II – orçamento;
priação, por necessidade, utilidade pública ou interesse III – junta comercial;
social, nos termos da legislação em vigor; IV – custas de serviços forenses;
XXV – licenciar a construção de qualquer obra; V – produção e consumo;
XXVI – interditar edificações em ruína, em condições VI – cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natu-
de insalubridade e as que apresentem as irregularidades reza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
previstas na legislação específica, bem como fazer demo- meio ambiente e controle da poluição;
lir construções que ameacem a segurança individual ou VII – proteção do patrimônio histórico, cultural, artís-
coletiva; tico, paisagístico e turístico;
XXVII – dispor sobre publicidade externa, em especial VIII – responsabilidade por danos ao meio ambien-
sobre exibição de cartazes, anúncios e quaisquer outros te, ao consumidor e a bens e direitos de valor artístico,
meios de publicidade ou propaganda, em logradouros estético, histórico, espeleológico, turístico e paisagístico;
públicos, em locais de acesso público ou destes visíveis. 13 IX – educação, cultura, ensino e desporto;
X – previdência social, proteção e defesa da saúde;
Competência Comum do DF com a União XI – defensoria pública e assistência jurídica nos ter-
mos da legislação em vigor; (Inciso com a redação da
Seção II Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
Da Competência Comum XII – proteção e integração social das pessoas com
deficiência; (Inciso com a redação da Emenda à Lei
Art. 16. É competência do Distrito Federal, em comum Orgânica nº 80, de 2014.)
com a União: XIII – proteção à infância e à juventude;
I – zelar pela guarda da Constituição Federal, desta Lei XIV – manutenção da ordem e segurança internas;
Orgânica, das leis e das instituições democráticas; XV – procedimentos em matéria processual;
II – conservar o patrimônio público; XVI – organização, garantias, direitos e deveres da
III – proteger documentos e outros bens de valor histó- Polícia Civil.
rico e cultural, monumentos, paisagens naturais notáveis § 1º O Distrito Federal, no exercício de sua competên-
e sítios arqueológicos, bem como impedir sua evasão, cia suplementar, observará as normas gerais estabelecidas
destruição e descaracterização; pela União.
IV – proteger o meio ambiente e combater a poluição § 2º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o
em qualquer de suas formas; Distrito Federal exercerá competência legislativa plena,
V – preservar a fauna, a flora e o cerrado; para atender suas peculiaridades.
VI – proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu- § 3º A superveniência de lei federal sobre normas
cação e à ciência; gerais suspende a eficácia de lei local no que lhe for
VII – prestar serviços de assistência à saúde da popula- contrário.
ção e de proteção e garantia a pessoas portadoras de defi-
ciência com a cooperação técnica e financeira da União; CAPÍTULO IV
VIII – combater as causas da pobreza, a subnutrição Das Vedações
e os fatores de marginalização, promovendo a integração
social dos segmentos desfavorecidos;
Vedações ao Distrito Federal
IX – fomentar a produção agropecuária e organizar o
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

abastecimento alimentar;
O Estado Brasileiro é considerado um estado laico, uma
X – promover programas de construção de moradias e
vez que traz vedação expressa aos seus entes federativos
a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
sobre qualquer intervenção nas crenças, garantindo dessa
básico;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões forma a liberdade dos indivíduos em suas convicções reli-
de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos giosas; quanto aos documentos públicos, cabe aos entes
e minerais em seu território; federativos reconhecer sua legitimidade. Qualquer influên-
XII – estabelecer e implantar política de educação para cia do Governo sobre a imprensa, poderia ferir o direito de
a segurança do trânsito. convicções políticas além de se beneficiar com propagandas
Parágrafo único. Lei complementar deve fixar norma e outros meios de persuadir a população.
para a cooperação entre a União e o Distrito Federal, tendo
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e o bem-estar Art. 18. É vedado ao Distrito Federal:
no âmbito do território do Distrito Federal. (Parágrafo I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subven-
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) cioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência
Competência Concorrente do DF com a União ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
Seção III II – recusar fé aos documentos públicos;
Da Competência Concorrente III – subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo,
com recursos públicos, quer pela imprensa, rádio, tele-
Art. 17. Compete ao Distrito Federal, concorrente- visão, serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de
mente com a União, legislar sobre: comunicação, propaganda político-partidária ou com fins
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econô- estranhos à administração pública;
mico e urbanístico; IV – doar bens imóveis de seu patrimônio ou consti-
tuir sobre eles ônus real, bem como conceder isenções
Ver Art. 21, XXIV da CF: Compete à União: organizar, manter e executar a ins-
13 fiscais ou remissões de dívidas, sem expressa autorização
peção do trabalho. da Câmara Legislativa, sob pena de nulidade do ato.

8
CAPÍTULO V • Eficiência: exige do agente público modo de atuação
Da Administração Pública que produza resultados eficientes, quanto aos serviços
prestados pela Administração ou seus delegados aos
Obs.: Este tópico deve ser analisado em conjunto com o administrados.
art. 37 da Constituição Federal. • Interesse público: o Estado desenvolve suas atividades
com a finalidade de atender a coletividade e não o
A Administração Pública, em sentido objetivo, funcio- administrado como indivíduo.
nal ou material, consiste na própria atividade administrativa
exercida pelos referidos entes, por seus órgãos e agentes, Administração Indireta (Art. 19)
representando a função administrativa e funções tripartites
do Poder do Estado (legislação, jurisdição e administração). • Criação: somente por lei específica pode ser (inciso
Em sentido subjetivo, orgânico ou formal, “conjunto de XVIII):
agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbên- – criada autarquia e autorizada a instituição de
cia de executar as atividades administrativas”14. empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo a lei complementar, neste
Seção I último caso, definir as áreas de sua atuação;
Das Disposições Gerais – transformada, fundida, cindida, incorporada, priva-
tizada ou extinta entidade de que trata a hipótese
Art. 19. A administração pública direta e indireta de anterior;
qualquer dos Poderes do Distrito Federal obedece aos – Criação de subsidiárias: depende de autorização
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
publicidade, razoabilidade, motivação, participação das entidades mencionadas nos itens anterior, assim
popular, transparência, eficiência e interesse público, e como a participação de qualquer delas em empresa
também ao seguinte: (Caput com a redação da Emenda privada (inciso XIX);
à Lei Orgânica nº 106, de 2017) – Privatização e extinção de empresa pública ou
sociedade de economia mista: será por lei específica
Princípios da Administração Pública Direta e Indireta de que dependerá de aprovação por 2/3 (dois terços)
qualquer dos Poderes do Distrito Federal (Art. 19, caput): dos membros da Câmara Legislativa (§ 7º):
• Legalidade: por este princípio todos atos, condutas e I – a privatização de empresa pública ou sociedade
atividades da Administração Pública, obrigatoriamen- de economia mista: depende de manifestação favo-
te, deverão ser permitidas em lei. A administração rável da população, sob a forma de referendo15;
pública só pode fazer o que a lei autoriza. II – a lei que autorizar a privatização, mediante
alienação de ações de empresa pública e socieda-
Não Confunda com o Princípio da Legalidade dis- de de economia mista: estabelecerá a exigência de
posto do art. 5º, II, da CF/88: ninguém será obrigado cumprimento pelo adquirente de metas de qualida-
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em de do serviço de atendimento aos objetivos sociais
virtude de lei. Este princípio é aplicado aos particu- inspiradores da constituição da entidade16.
lares, como forma de autonomia de vontade, já que
podem fazer tudo que a lei não proíbe. • Representantes dos servidores: a direção superior das
empresas públicas, autarquias, fundações e sociedades

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


• Impessoalidade: por este princípio o Administrador de economia mista terá representantes dos servidores,
deve praticar seus atos, exclusivamente, para atender escolhidos do quadro funcional, para exercer funções
à finalidade do interesse público. Cabe à Administração definidas, na forma da lei (art. 24).
dispensar tratamento igual aos seus administrados em
situação de igualdade, não favorecer um em detrimen- STF: ADI n. 1167-7-DF: É constitucional o art. 24 da
to de outro. Lei Orgânica do Distrito Federal (“A direção supe-
• Moralidade: exige do administrador que suas condutas rior das empresas públicas, autarquias, fundações
atendam aos princípios éticos, observando os critérios e sociedades de economia mista terá representan-
de conveniência, oportunidade e justiça, distinguindo tes dos servidores, escolhidos do quadro funcional,
o que é honesto e desonesto. para exercer funções definidas, na forma da lei”).
• Publicidade: os atos praticados pela Administração Com base nesse entendimento, o Plenário julgou
Pública devem ser amplamente divulgados. O adminis- improcedente pedido formulado em ação direta de
trador deve dar transparência dos atos administrativos. inconstitucionalidade. O Tribunal esclareceu que a
• Razoabilidade: o princípio da razoabilidade exige norma em questão, por ser oriunda do poder cons-
proporcionalidade entre os meios de que se utilize a tituinte originário decorrente, não sofreria vício de
Administração e os fins que ela tem de alcançar. É a reserva de iniciativa legislativa do chefe do Poder
qualidade do que é razoável, limites aceitáveis. Executivo. Frisou, ainda, não haver violação da
• Motivação: necessária em qualquer tipo de ato admi- competência privativa da União para legislar sobre
nistrativo, seja ele vinculado ou discricionário. direito comercial. Além disso, a norma observaria a
• Transparência: este princípio decorre do princípio diretriz constitucional voltada à realização da ideia
da publicidade, cabendo ao Administrador fazer uma de gestão democrática. ADI 1167/DF, rel. Min. Dias
gestão transparente, dá acesso aos administrados às Toffoli, 19/11/2014. (ADI-1167)
informações necessárias.

Filho, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Ed. 17. Rio
14
Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 92, de 2015.
15

de Janeiro, Lumen Juris, 2007. p. 9. Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 92, de 2015.
16

9
I – os cargos, empregos e funções públicas são aces- (Caput com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80,
síveis a brasileiros que preencham os requisitos estabe- de 2014)
lecidos em lei; (a) a de dois cargos de professor;
II – a investidura em cargo ou emprego público depen- (b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
de de aprovação prévia em concurso público de provas científico;
ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para (c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-
cargos em comissão, declarados em lei, de livre nomeação fissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
e exoneração; (Redação da Emenda à Lei Orgânica nº 78, de 2014)
III – o prazo de validade do concurso público será de XVI – a proibição de acumular estende-se a empre-
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; gos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias
de convocação, o aprovado em concurso público de provas e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
ou de provas e títulos será convocado com prioridade Poder Público; (Redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80,
sobre novos concursados, para assumir cargo ou emprego de 2014)
na carreira; XVII – a administração fazendária e seus agentes fis-
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente cais, aos quais compete exercer privativamente a fiscali-
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e pelo menos zação de tributos do Distrito Federal, terão, em suas áreas
cinquenta por cento dos cargos em comissão, a serem pre- de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
enchidos por servidores de carreira nos casos e condições setores administrativos, na forma da lei;
previstos em lei, destinam‑se apenas às atribuições de XVIII – somente por lei específica pode ser: (Redação
direção, chefia e assessoramento; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014)
da Emenda à Lei Orgânica nº 50, de 2007) (a) criada autarquia e autorizada a instituição de
VI – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica empresa pública, de sociedade de economia mista e de
nº 80, de 2014) fundação, cabendo a lei complementar, neste último caso,
VII – a lei reservará percentual de cargos e empregos definir as áreas de sua atuação;
públicos para portadores de deficiência, garantindo as (b) transformada, fundida, cindida, incorporada, pri-
adaptações necessárias a sua participação em concursos vatizada ou extinta entidade de que trata a alínea a;
públicos, bem como definirá critérios de sua admissão; XIX  – depende de autorização legislativa, em cada
VIII – a lei estabelecerá os casos de contratação de pes- caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
soal por tempo determinado para atender a necessidade no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
temporária de excepcional interesse público; delas em empresa privada;
IX – a revisão geral de remuneração dos servidores XX – ressalvada a legislação federal aplicável, ao ser-
públicos far‑se‑á sempre na mesma data; vidor público do Distrito Federal é proibido substituir, sob
X – para fins do disposto no art. 37, XI, da Constituição qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas
da República Federativa do Brasil, fica estabelecido que em greve;
a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, XXI – todo agente público, qualquer que seja sua
funções e empregos públicos, dos membros de qualquer categoria ou a natureza do cargo, emprego, função,
dos Poderes e dos demais agentes políticos do Distrito é obrigado a declarar seus bens na posse, exoneração
Federal, bem como os proventos de aposentadorias e ou aposentadoria;
pensões, não poderão exceder o subsídio mensal, em XXII – lei disporá sobre cargos que exijam exame psi-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do cotécnico para ingresso e acompanhamento psicológico
Distrito Federal e Territórios, na forma da lei, não se apli- para progressão funcional;
cando o disposto neste inciso aos subsídios dos Deputados XXIII – aos integrantes da carreira Fiscalização e
Distritais; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica Inspeção é garantida a independência funcional no exer-
nº 46, de 2006) cício de suas atribuições, exigido nível superior de esco-
XI – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo laridade para ingresso na carreira. (Inciso acrescido pela
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Emenda à Lei Orgânica nº 21, de 1997)
Executivo; § 1º É direito do agente público, entre outros, o acesso
XII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais- à profissionalização e ao treinamento como estímulo à
quer espécies remuneratórias para o efeito de remunera- produtividade e à eficiência.
§ 2º A lei estabelecerá a punição do servidor público
ção de pessoal do serviço público; (Redação da Emenda
que descumprir os preceitos estabelecidos neste artigo.
à Lei Orgânica nº 80, de 2014)
§ 3º São obrigados a fazer declaração pública anual
XIII – os acréscimos pecuniários percebidos por servi-
de seus bens, sem prejuízo do disposto no art.  97,
dor público não são computados nem acumulados para
os seguintes agentes públicos: (Acrescido pela Emenda
fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Inciso com a
à Lei Orgânica nº 4, de 1996)
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014)
I – Governador;
XIV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
II – Vice‑Governador;
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
III – Secretários de Estado do Distrito Federal; (Redação
disposto: (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005)
nº 80, de 2014)
IV – diretores de empresas públicas, sociedades de
(a) nos incisos X e XIII deste artigo e no art. 125, V;
economia mista, autarquias e fundações; (Inciso com a
(b) nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014)
Constituição Federal; V – Administradores Regionais;
XV – é vedada a acumulação remunerada de cargos VI – Procurador‑Geral do Distrito Federal;
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horá- VII – Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito
rios e observado, em qualquer caso, o disposto no inciso X: Federal;

10
VIII – Deputados Distritais; O pressuposto da responsabilidade é a existência de
IX – Defensor Público-Geral do Distrito Federal. dano, para o qual nasce a necessidade de reparação: in-
(Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014) denização.
§ 4º Para efeito do limite remuneratório de que trata
o inciso X, não serão computadas as parcelas de caráter Atenção! Código Civil de 2002 (CC):
indenizatório previstas em lei. (Acrescido pela Emenda à
Lei Orgânica nº 46, de 2006) Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão volun-
§ 5º Aplica-se o disposto no inciso X a todas as empre- tária, negligência ou imprudência, violar direito e
sas públicas e às sociedades de economia mista distri- causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
tais, e suas subsidiárias. (Redação dada pela Emenda à moral, comete ato ilícito.
Lei Orgânica nº 99, de 2017) [...]
§ 6º Do percentual definido no inciso V deste artigo Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
excluem‑se os cargos em comissão dos gabinetes parla- causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
mentares e lideranças partidárias da Câmara Legislativa
do Distrito Federal. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica A responsabilidade do Poder Público é objetiva, imedia-
nº 50, de 2007) ta e independe de dolo ou culpa. Portanto, o Poder Público
§ 7º Para a privatização ou extinção de empresa públi- responde pelos danos causados por seus agentes a terceiros
ca ou sociedade de economia mista a que se refere o inciso independente de culpa ou dolo.
XVIII deste artigo, a lei específica dependerá de aprova- A responsabilidade é subjetiva para o agente público
ção por dois terços dos membros da Câmara Legislativa. nos casos de dolo ou culpa.
(Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 59, de 2010) Direito de regresso: face à responsabilidade subjetiva do
I – a privatização de empresa pública ou sociedade de agente público, é garantido ao Estado o direito de regresso,
economia mista, de que trata o inciso VXIII deste artigo, para requerer do agente que agiu por dolo ou culpa a inde-
condicionada à autorização legislativa nos termos deste nização assumida pelo Poder Público.
parágrafo, depende de manifestação favorável da popu-
lação, sob a forma de referendo; (Inciso acrescido pela Art. 20. As pessoas jurídicas de direito público e as
Emenda à Lei Orgânica nº 92, de 2015, que foi declara- de direito privado, prestadoras de serviços públicos,
da inconstitucional: ADI nº 2015 00 2 030649-3 – TJDFT, responderão pelos danos que seus agentes, nesta qua-
Diário de Justiça, de 28/6/2016.) lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
II – a lei que autorizar a privatização, mediante alie-
(Correspondente: Art. 37, § 6º, CF/88).
nação de ações de empresa pública e sociedade de eco-
Art. 21. É vedado discriminar ou prejudicar qualquer
nomia mista, estabelecerá a exigência de cumprimento
pessoa pelo fato de haver litigado ou estar litigando contra
pelo adquirente de metas de qualidade do serviço de
os órgãos públicos do Distrito Federal, nas esferas admi-
atendimento aos objetivos sociais inspiradores da cons-
nistrativa ou judicial.
tituição da entidade. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas que se
Orgânica nº 92, de 2015, que foi declarada inconstitucio-
considerarem prejudicadas poderão requerer revisão dos
nal: ADI nº 2015 00 2 030649-3 – TJDFT, Diário de Justiça, atos que derem causa a eventuais prejuízos.
de 28/6/2016.)
§ 8º É proibida a designação para função de confiança Atos da Administração Pública
ou a nomeação para emprego ou cargo em comissão,

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


incluídos os de natureza especial, de pessoa que tenha Conceito de ato administrativo: “é toda manifestação
praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
prevista na legislação eleitoral. (Acrescido pela Emenda nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
à Lei Orgânica nº 60, de 2011) transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria”17.
Autonomia Gerencial, Orçamentária e Financeira
Art. 22. Os atos da administração pública de qual-
A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór- quer dos Poderes do Distrito Federal, além de obedecer
gãos e entidades da administração pública pode ser ampliada aos princípios constitucionais aplicados à administração
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores pública, devem observar também o seguinte:
e o Poder Público, que tenha por objeto a fixação de metas I – os atos administrativos são públicos, salvo quando
de desempenho para o órgão ou a entidade, cabendo à lei a lei, no interesse da administração, impuser sigilo:
dispor sobre (§ 13):
CF/88: Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber
I – prazo de duração do contrato; dos órgãos públicos informações de seu interes-
II – controles e critérios de avaliação de desempe- se particular, ou de interesse coletivo ou geral,
nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
dirigentes; responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
III – remuneração do pessoal. seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;
Responsabilidade Civil ou Extracontratual
II – a administração é obrigada a fornecer certidão ou
A responsabilidade contratual é aquela que não está cópia autenticada de atos, contratos e convênios adminis-
vinculada à celebração de um contrato com a Administra-
ção Pública, pois decorre das atividades do Poder Público, 17
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros,
independente de qualquer pacto contratual. 1996, p. 133.

11
trativos a qualquer interessado, no prazo máximo de trinta § 5º A divulgação feita por autoridade de ato, progra-
dias, sob pena de responsabilidade de autoridade com- ma, obra ou serviço públicos de sua iniciativa, incluídos
petente ou servidor que negar ou retardar a expedição; os decorrentes de emendas à lei orçamentária anual, não
III – é garantida a gratuidade da expedição da primei- caracteriza promoção pessoal, quando atenda os critérios
ra via da cédula de identidade pessoal; previstos em norma interna de cada poder. (Parágrafo
IV – no processo administrativo, qualquer que seja acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 114, de 2019.)
o objeto ou procedimento, observar-se-ão, entre outros § 6º Também não caracteriza promoção pessoal a
requisitos de validade, o contraditório, a ampla defesa inclusão em material de divulgação parlamentar do nome
e o despacho ou decisão motivados; do autor que teve a iniciativa do ato, programa, obra ou
V – a publicidade dos atos, programas, obras, servi- serviço públicos, incluídos os decorrentes de emendas à
ços e as campanhas dos órgãos e entidades da adminis- lei orçamentária anual. (Parágrafo acrescido pela Emenda
tração pública, ainda que não custeada diretamente pelo à Lei Orgânica nº 114, de 2019.)
erário, obedecerá ao seguinte:
(a) ter caráter educativo, informativo ou de orientação Obrigações da Administração
social, dela não podendo constar símbolos, expressões,
nomes ou imagens que caracterizem promoção pessoal Art. 23. A administração pública é obrigada a:
de autoridades ou servidores públicos; I – atender a requisições judiciais nos prazos fixados
(b) ser suspensa noventa dias antes das eleições, res- pela autoridade judiciária;
salvadas aquelas essenciais ao interesse público; II – fornecer a qualquer cidadão, no prazo máximo
VI – a todos são assegurados a razoável duração do de dez dias úteis, independentemente de pagamento de
processo administrativo e os meios que garantam a cele- taxas ou emolumentos, certidão de atos, contratos, deci-
ridade de sua tramitação. sões ou pareceres, para defesa de seus direitos e escla-
recimento de situações de interesse pessoal ou coletivo.
Publicidade nos Poderes do Distrito Federal Parágrafo único. A autoridade ou servidor que negar
ou retardar o disposto neste artigo incorrerá em pena de
CF – Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, responsabilidade, excetuados os casos de comprovada
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos impossibilidade.
deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, Seção II
símbolos ou imagens que caracterizem promoção Dos Serviços Públicos
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Art. 25. Os serviços públicos constituem dever do
§ 1º Os Poderes do Distrito Federal, com base no Distrito Federal e serão prestados, sem distinção de qual-
plano anual de publicidade, ficam obrigados a publicar, quer natureza, em conformidade com o estabelecido na
nos seus órgãos oficiais, quadros demonstrativos de des- Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e nas leis e regu-
pesas realizadas com publicidade e propaganda, conforme lamentos que organizem sua prestação.
dispuser a lei. Art. 26. Observada a legislação federal, as obras,
§ 2º Os Poderes do Distrito Federal mandarão publi- compras, alienações e serviços da administração serão
car, trimestralmente, no Diário Oficial do Distrito Federal contratados mediante processo de licitação pública, nos
demonstrativo das despesas realizadas com propaganda termos da lei.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

e publicidade de todos os seus órgãos, inclusive os da Art. 27. Os atos de improbidade administrativa impor-
administração indireta, empresas públicas, sociedades de tarão suspensão dos direitos políticos, perda da função
economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público, pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao
com a discriminação do beneficiário, valor e finalidade, erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
conforme dispuser a lei. da ação penal cabível.
§ 3º Os Poderes do Distrito Federal mandarão publi- Art. 28. É vedada a contratação de obras e serviços
car, mensalmente, nos respectivos sítios oficiais na inter- públicos sem prévia aprovação do respectivo projeto, sob
net, demonstrativo de todas as despesas realizadas por pena de nulidade do ato de contratação.
todos os seus órgãos, de forma clara e compreensível ao Art. 29. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica do
cidadão, inclusive os da administração indireta, empresas DF nº 80, 2014)
públicas, sociedades de economia mista e fundações man- Art. 30. Lei disporá sobre participação popular na fis-
tidas pelo Poder Público, com a discriminação do benefi- calização da prestação dos serviços públicos do Distrito
Federal.
ciário, do valor e da finalidade, conforme dispuser a lei.
§ 4º A lei deve disciplinar as formas de participação
• Conceito de serviços públicos: é todo serviço prestado
do usuário na administração pública direta e indireta,
pelo próprio Estado, seus órgãos, entes e delegados,
regulando especialmente:
disciplinado por regime jurídico de direito público, com
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços
o fito de alcançar a satisfação das necessidades coleti-
públicos em geral, assegurada a manutenção de serviços
vas, primárias ou secundárias.
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica externa
• Dever do Distrito Federal: os serviços públicos cons-
e interna da qualidade dos serviços;
tituem dever do Distrito Federal e serão prestados,
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e
sem distinção de qualquer natureza, em conformidade
informações sobre atos de governo, observado o disposto
com o estabelecido na Constituição Federal, nesta Lei
no art. 5º, X e XXXIII, da Constituição Federal;
Orgânica e nas leis e regulamentos que organizem sua
III – a representação contra o exercício negligente ou
prestação.
abusivo de cargo, emprego ou função na administração
• Atos de improbidade Administrativa: os atos de impro-
pública.
bidade administrativa importarão suspensão dos direi-

12
tos políticos, perda da função pública, indisponibili- cadação das taxas que tenham como fato gerador o
dade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e exercício do poder de polícia, bem como o julgamento
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal de processos administrativos decorrentes dessas fun-
cabível. ções, na forma da lei (§ 2º).
• Prioridade de recursos para o exercício da
Nota: Lei nº 8.429/1992: Dispõe sobre as sanções Administração Tributária: a administração tributá-
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enri- ria, atividade essencial ao funcionamento do Distrito
quecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, Federal, exercida por servidores da carreira auditoria
emprego ou função na administração pública direta, tributária, tem recursos prioritários para a realização
indireta ou fundacional e dá outras providências. de suas atividades e atua de forma integrada com
as administrações tributárias da União, Estados e
• Obrigatoriedade de aprovação de projeto prévio para Municípios, inclusive com o compartilhamento de
obras e serviços: é vedada a contratação de obras e cadastros e de informações fiscais, na forma da lei
serviços públicos sem prévia aprovação do respectivo ou de convênio (§ 3º).
projeto, sob pena de nulidade do ato de contratação.
• Participação popular na fiscalização da prestação de Cargos, Empregos e Funções Públicas (Art. 19)
serviços públicos: lei disporá sobre participação popu-
lar na fiscalização da prestação dos serviços públicos • Acessibilidade: aos brasileiros que preencham os
do Distrito Federal. requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estran-
geiros, na forma da legislação (inciso I).
Seção III • A investidura em cargo ou emprego público: depende
Da Administração Tributária de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
Art. 31. À administração tributária incumbem as complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
funções de lançamento, fiscalização e arrecadação dos em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comis-
tributos de competência do Distrito Federal e o julgamen- são declarado, em lei, de livre nomeação e exoneração
to administrativo dos processos fiscais, os quais serão (inciso II).
exercidos, privativamente, por integrantes da carreira • O prazo de validade do concurso público: será de
de auditoria tributária. até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período
§ 1º O julgamento de processos fiscais em segunda (inciso III). O aprovado em concurso público de provas
instância será de competência de órgão colegiado, inte- ou de provas e títulos será convocado com prioridade
grado por servidores da carreira de auditoria tributária sobre novos concursados, no prazo improrrogável do
e representantes dos contribuintes. (Renumerado pela concurso (inciso IV).
emenda à Lei Orgânica nº 35, de 2001) • Funções de confiança: exercidas exclusivamente por
§ 2º Excetuam-se da competência privativa referida servidores ocupantes de cargo efetivo (inciso V – 1ª
no caput o lançamento, a fiscalização e a arrecadação das parte).
taxas que tenham como fato gerador o exercício do poder • Cargos em comissão: pelo (50%) menos cinquenta por
de polícia, bem como o julgamento de processos admi- cento dos cargos em comissão, deverão ser preenchi-
nistrativos decorrentes dessas funções, na forma da Lei. dos por servidores de carreira nos casos e condições
(Acrescentado pela emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014) previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


§ 3º A administração tributária, atividade essencial direção, chefia e assessoramento. (Inciso V – 2ª parte)
ao funcionamento do Distrito Federal, exercida por ser- (Observação: ver ADI n. 1981/STF, DJ. 5.11.1999).
vidores da carreira auditoria tributária, tem recursos
prioritários para a realização de suas atividades e atua A APURAÇÃO DO PERCENTUAL DE QUE TRATA O
de forma integrada com as administrações tributárias da INCISO V É FEITA EM RELAÇÃO AO SOMATÓRIO DOS
União, estados e municípios, inclusive com o comparti- CARGOS EM COMISSÃO PROVIDOS NA ADMINIS-
lhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma TRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL DE
da lei ou de convênio. CADA PODER. (§ 11). (Observação: Declarado in-
Art. 32. Lei específica disciplinará a organização e constitucional: ADI nº 2014 00 2 023917-7 – TJDFT,
funcionamento da administração tributária, bem como Diário de Justiça, de 13/4/2015)
tratará da organização e estruturação da carreira especí-
fica de auditoria tributária. • Pessoas com deficiência: a lei reservará percentual
de cargos e empregos públicos para portadores de
Atribuições da Administração Tributária deficiência, garantindo as adaptações necessárias a
– Função de lançamento; sua participação em concursos públicos, bem como
– Função de fiscalização; definirá critérios de sua admissão (inciso VII).
– Função de arrecadação dos tributos de competência • Contrato de trabalho por tempo determinado: a lei
do DF; estabelecerá os casos de contratação de pessoal por
– Julgamento administrativo dos processos fiscais. tempo determinado para atender a necessidade tem-
porária de excepcional interesse público (inciso VIII).
• Competência para julgamento de processos fiscais em • A remuneração dos servidores públicos e o subsídio:
segunda instância: será de competência de órgão cole- de que trata o art. 33, § 5º (O membro de Poder, o
giado, integrado por servidores da carreira de auditoria detentor de mandato eletivo, os Secretários de Estado,
tributária e representantes dos contribuintes (§ 1º). os Administradores Regionais e os demais casos pre-
• Exceção de competência privativa da Administração vistos na Constituição Federal são remunerados exclu-
Tributária: excetuam-se da competência privativa refe- sivamente por subsídio), somente podem ser fixados
rida no caput o lançamento, a fiscalização e a arre- ou alterados por lei específica, observada a iniciativa

13
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, são ou de confiança ou, ainda, de função gratificada,
sempre na mesma data e sem distinção de índices (inci- na administração pública direta e indireta em qual-
so IX). (Destaca-se aqui, uma periodicidade na revisão quer dos Poderes do Distrito Federal, compreendido
remuneratória). na vedação o ajuste mediante designações recíprocas
• Teto remuneratório subsídio mensal Desembargador (§ 9º).
do TJDFT: para fins do disposto no art. 37, XI, da • Exceção à vedação de nepotismo: a vedação de que
Constituição da República Federativa do Brasil, fica trata o § 9º não se aplica aos ocupantes de cargo efe-
estabelecido que a remuneração e o subsídio dos ocu- tivo da carreira em cuja estrutura esteja o cargo em
pantes de cargos, funções e empregos públicos, dos comissão ou a função gratificada ocupada (§ 10).
membros de qualquer dos Poderes e dos demais agen- • É vedada a percepção simultânea de proventos de
tes políticos do Distrito Federal, bem como os proven- aposentadoria: decorrentes do art. 40 ou dos arts.
tos de aposentadorias e pensões, não poderão exceder 42 e 142 da Constituição Federal com a remuneração
o subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores ou subsídio de cargo, emprego ou função pública,
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Lei
na forma da lei, não se aplicando o disposto neste inci- Orgânica, os cargos eletivos e os cargos em comissão
so aos subsídios dos Deputados Distritais (inciso X); declarados, em lei, de livre nomeação e exoneração (§
14).
Obs.: O disposto no inciso X aplica-se todas as em- • Restrições ao ocupante de cargo ou emprego com
presas públicas e às sociedades de econo- acesso à informação privilegiada: a lei deve dispor
mia mista distritais, e suas subsidiárias. (§ sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo
5º). (Parágrafo com a redação da Emenda à ou emprego da administração direta e indireta que
Lei Orgânica nº 99, de 2017) possibilite o acesso a informações privilegiadas (§ 12).
Servidores Públicos – Disposições Gerais (Art. 19)
• Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo: • Proibição de substituição trabalhadores de empresa
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder privada em greve: ressalvada a legislação federal apli-
Executivo. (Inciso XI) cável, ao servidor público do Distrito Federal é proibi-
• É proibida a designação para função de confiança ou do substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de
a nomeação para emprego ou cargo em comissão: empresas privadas em greve (inciso XX).
incluídos os de natureza especial, de pessoa que tenha • Declaração de bens em razão de cargo, emprego ou
praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade, função: todo agente público, qualquer que seja sua
prevista na legislação eleitoral (§ 8º). categoria ou a natureza do cargo, emprego, função, é
Vedações e Proibições obrigado a declarar seus bens na posse, exoneração
• É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer ou aposentadoria (inciso XXI).
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração • A lei disporá sobre cargos que exijam exame psicotéc-
de pessoal do serviço público (inciso XII). nico para ingresso e acompanhamento psicológico para
• Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor progressão funcional (inciso XXII).
público não são computados nem acumulados para • Carreira Fiscalização e Inspeção: aos integrantes da
fins de concessão de acréscimos ulteriores (inciso XIII). carreira Fiscalização e Inspeção é garantida a inde-
• O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos pendência funcional no exercício de suas atribuições,
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o dis- exigido nível superior de escolaridade para ingresso
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

posto: nos incisos X e XIII deste artigo e no art. 125, V; na carreira (inciso XXIII).
nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da • Acesso à profissionalização: é direito do agente públi-
Constituição Federal. (Inciso XIV). co, entre outros, o acesso à profissionalização e ao trei-
• É vedada a acumulação remunerada de cargos namento como estímulo à produtividade e à eficiência
públicos, exceto quando houver compatibilidade de (§ 1º).
horários e observado, em qualquer caso, o disposto • Punição do servidor público: a lei estabelecerá a puni-
no inciso X: a de dois cargos de professor; a de um ção do servidor público que descumprir os preceitos
cargo de professor com outro técnico ou científico; a estabelecidos neste artigo (§ 2º).
de dois cargos ou empregos privativos de profissionais Mandatos Eletivos e Cargos de Chefia
de saúde, com profissões regulamentadas (inciso XV). • Declaração pública anual de bens (§ 3º): são obrigados
• A proibição de acumular estende-se a empregos e a fazer declaração pública anual de seus bens, sem
funções e abrange autarquias, fundações, empresas prejuízo do disposto no art. 97 (LODF), os seguintes
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiá- agentes públicos:
rias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, – Governador;
pelo Poder Público (inciso XVI). – Vice-Governador;
• Competência e jurisdição da administração fazendária – Secretários de Estado do Distrito Federal; direto-
e seus agentes fiscais: compete exercer privativamente res de empresas públicas, sociedades de economia
a fiscalização de tributos do Distrito Federal, terão, em mista, autarquias e fundações;
suas áreas de competência e jurisdição, precedência – Administradores Regionais; Procurador-Geral do
sobre os demais setores administrativos, na forma da Distrito Federal;
lei (inciso XVII). – Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito
• Vedação ao Nepotismo: fica vedada a nomeação de Federal; Deputados Distritais; Defensor Público-
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, cola- Geral do Distrito Federal.
teral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, • Parcelas indenizatórias e o limite remuneratório: para
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma efeito do limite remuneratório de que trata o inciso XI,
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou não serão computadas as parcelas de caráter indeni-
assessoramento, para o exercício de cargo em comis- zatório previstas em lei.

14
• Do percentual definido no inciso V (pelo menos cin- são remunerados exclusivamente por subsídio, fixado em
quenta por cento dos cargos em comissão, a serem parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratifica-
preenchidos por servidores de carreira) deste artigo ção, adicional, abono, prêmio, verba de representação
excluem-se os cargos em comissão dos gabinetes ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
parlamentares e lideranças partidárias da Câmara caso, o disposto no art. 19, IX e X. (Acrescentado pela
Legislativa do Distrito Federal. emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)

CAPÍTULO VI • Remuneração dos servidores:


Dos Servidores Públicos
§ 6º A remuneração dos servidores públicos organi-
Art. 33. O Distrito Federal instituirá regime jurídico zados em carreira pode ser fixada nos termos do § 5º.
único e planos de carreira para os servidores da adminis- (Acrescentado pela emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
tração pública direta, autárquica e fundações . § 7º Lei complementar pode estabelecer a relação
§ 1º No exercício da competência estabelecida no entre a maior e a menor remuneração dos servidores
caput, serão ouvidas as entidades representativas dos públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
servidores públicos por ela abrangidos. art. 19, X. (Acrescentado pela emenda à Lei Orgânica nº
§ 2º As entidades integrantes da administração pública 80, 2014)
indireta não mencionadas no caput instituirão planos de § 8º Os Poderes Executivo e Legislativo devem publi-
carreira para os seus servidores, observado o disposto no car, até 31 de janeiro de cada ano, os valores do subsí-
parágrafo anterior. dio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 3º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais (Acrescentado pela emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
componentes do sistema remuneratório deve observar: § 9º A lei deve disciplinar a aplicação de recursos
I – a natureza, o grau de responsabilidade, as pecu- orçamentários provenientes da economia com despesas
liaridades e a complexidade dos cargos componentes de correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para apli-
cada carreira; cação no desenvolvimento de programas de qualidade e
II  – os requisitos para a investidura. (Acrescentado produtividade, treinamento e desenvolvimento, moder-
pela emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014) nização, reaparelhamento e racionalização do serviço
§ 4º O Distrito Federal deve manter escola de governo público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
para formação e aperfeiçoamento dos servidores públi- produtividade. (Acrescentado pela emenda à Lei Orgânica
cos, constituindo-se a participação nos cursos um dos nº 80, 2014)
requisitos para promoção na carreira, facultada, para isso,
a celebração de convênios ou contratos com os demais • Direito à isonomia dos vencimentos:
entes federados ou suas entidades. (Acrescentado pela
emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014) Art. 34. A lei assegurará aos servidores da adminis-
tração direta isonomia de vencimentos para cargos de
• Regime jurídico único dos servidores públicos do atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou
Distrito Federal: o Distrito Federal instituirá regime entre servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, res-
jurídico único e planos de carreira para os servidores salvadas as vantagens de caráter individual e as relativas
da administração pública direta, autarquias e funda- a natureza ou local de trabalho.
ções públicas, nos termos do art. 39 da Constituição

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Federal18 Para cumprimento deste artigo a Lei Orgânica • Direito dos servidores públicos:
exige que sejam ouvidas as entidades representativas
dos servidores públicos por ele abrangidos. Art. 35. São direitos dos servidores públicos, sujeitos
• Planos de carreiras: as entidades integrantes da admi- ao regime jurídico único, além dos assegurados no § 2º
nistração pública indireta não mencionadas no caput do art. 39 da Constituição Federal, os seguintes:
instituirão planos de carreira para os seus servidores, I – gratificação do titular quando em substituição ou
observado o disposto no parágrafo anterior. designado para responder pelo expediente;
• A fixação dos padrões de vencimento e dos demais II – duração do trabalho normal não superior a oito
componentes do sistema remuneratório observará: a horas diárias e quarenta horas semanais, facultado ao
natureza, o grau de responsabilidade, as peculiaridades Poder Público conceder a compensação de horários e a
e a complexidade dos cargos componentes de cada
redução da jornada, nos termos da lei;
carreira; os requisitos para a investidura.
III – proteção especial à servidora gestante ou lactan-
• Escola de governo para formação e aperfeiçoamento
te, inclusive mediante a adequação ou mudança temporá-
dos servidores públicos: é dever do Distrito Federal
ria de suas funções, quando for recomendável a sua saúde
manter escola de governo para formação e aperfei-
ou à do nascituro, sem prejuízo de seus vencimentos e
çoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
demais vantagens;
participação nos cursos um dos requisitos para promo-
IV – atendimento em creche e pré-escola a seus
ção na carreira, facultada, para isso, a celebração de
dependentes, nos termos da lei;
convênios ou contratos com os demais entes federados
V – vedação do desvio de função, ressalvada, sem
ou suas entidades.
prejuízo de seus vencimentos, salários e demais vantagens
• Remuneração exclusiva por subsídio:
do cargo, emprego ou função.
§ 5º O membro de Poder, o detentor de mandato ele- Exceção:
tivo, os Secretários de Estado, os administradores regio- (a) a mudança de função concedida a servidora ges-
nais e os demais casos previstos na Constituição Federal tante, sob recomendação médica;
(b) a transferência concedida a servidor que tiver sua
capacidade de trabalho reduzida em decorrência de aci-
Ver Lei Complementar Nº 840/2011-DF e Lei Federal nº 8112/1990.
18

15
dente ou doença de trabalho, para locais ou atividades Art. 36. É garantido ao servidor público o direito à
compatíveis com sua situação; livre associação sindical, observado o disposto no art. 8º
VI – recebimento de vale-transporte, nos casos pre- da Constituição Federal.
vistos em lei; Parágrafo único. A lei disporá sobre licença sindical
VII – participação na elaboração e alteração dos pla- para os dirigentes de federações e sindicatos de servidores
nos de carreira; públicos, durante o exercício do mandato, resguardados
VIII – promoções por merecimento ou antiguidade, os direitos e vantagens inerentes à carreira de cada um.
no serviço público, nos termos da lei; Art. 37. Às entidades representativas dos servidores
IX – quitação da folha de pagamento do servidor ativo públicos do Distrito Federal cabe a defesa dos direitos e
e inativo da administração direta, indireta e fundacional interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusi-
do Distrito Federal até o quinto dia útil do mês subse- ve em questões judiciais ou administrativas, observado o
quente, sob pena de incidência de atualização monetária, disposto no art. 8º da Constituição Federal.
obedecido o disposto em lei. Art. 38. Às entidades de caráter sindical que preen-
§ 1º Para a atualização a que se refere o inciso IX cham os requisitos estabelecidos em lei, é assegurado o
utilizar-se-ão os índices oficiais, e a importância apura- desconto em folha de pagamento das contribuições dos
da será paga juntamente com a remuneração do mês associados, aprovadas em assembleia geral.
subsequente. Art. 39. O direito de greve é exercido nos termos e
§ 2º É computado como exercício efetivo, para efeito nos limites definidos em lei complementar. (Redação dada
de progressão funcional ou concessão de licença-prêmio pela emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
e aposentadoria nas carreiras específicas do serviço públi- Art. 40. São estáveis após três anos de efetivo exercício
co, o tempo de serviço prestado por servidor requisitado os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
a qualquer dos Poderes do Distrito Federal. em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perde o cargo:
– Associação sindical: é garantido ao servidor público I – em virtude de sentença judicial transitada em
o direito à livre associação sindical, observado o dis- julgado;
posto no art. 8º da Constituição Federal. A lei disporá II  – mediante processo administrativo em que lhe
sobre licença sindical para os dirigentes de federa- sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa;
ções e sindicatos de servidores públicos, durante o III – mediante procedimento de avaliação periódica de
exercício do mandato, resguardados os direitos e desempenho, na forma de lei complementar, assegurado
vantagens inerentes à carreira de cada um. o contraditório e a ampla defesa. (Redação dada pela
– Às entidades de caráter sindical que preencham emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
os requisitos estabelecidos em lei, é assegurado o § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
servidor estável, deve ele ser reintegrado, e o eventual
desconto em folha de pagamento das contribuições
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
dos associados, aprovadas em assembleia geral.
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
– O direito de greve é exercido nos termos e nos limi-
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
tes definidos em lei complementar.
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela
emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
• Estabilidade dos servidores públicos: são estáveis após
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
três anos de efetivo exercício os servidores nomeados
dade, o servidor estável deve ficar em disponibilidade,
para cargo de provimento efetivo em virtude de con-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até


curso público. seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação
• Perda do cargo de servidor estável: dada pela emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
– em virtude de sentença judicial transitada em § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
julgado; é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
– mediante processo administrativo em que lhe sejam comissão instituída para essa finalidade. (Redação dada
assegurados o contraditório e a ampla defesa; pela emenda à Lei Orgânica nº 80, 2014)
– mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, asse- • Previdência Social dos servidores efetivos: ao servidor
gurado o contraditório e a ampla defesa. público efetivo, nos termos da Constituição Federal, é
• Invalidação da demissão de servidor estável por assegurado regime próprio de previdência social:
sentença judicial: Invalidada por sentença judicial a – Regime próprio: que preservem o equilíbrio finan-
demissão do servidor estável: ceiro e atuarial, instituído por lei complementar.
– deve ele ser reintegrado, e o eventual ocupante da O tempo de serviço público federal, estadual,
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, municipal ou do Distrito Federal será computado
sem direito a indenização, aproveitado em outro integralmente para os efeitos de aposentadoria e
cargo ou posto em disponibilidade com remunera- disponibilidade.
ção proporcional ao tempo de serviço.
• Extinção ou desnecessidade do Cargo: extinto o cargo § 2º O tempo de contribuição prestado sob o regime
ou declarada a sua desnecessidade, o servidor está- de aposentadoria especial é computado da mesma
vel deve ficar em disponibilidade, com remuneração forma, quando o servidor ocupar outro cargo de re-
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado gime idêntico, ou pelo critério da proporcionalidade,
aproveitamento em outro cargo. quando se tratar de regimes diversos, na forma da
• Condição para a aquisição da estabilidade: como con- lei. (Observação: Declarado inconstitucional: ADI
dição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a nº 2014 00 2 023917-7 – TJDFT, Diário de Justiça,
avaliação especial de desempenho por comissão ins- de 13/4/2015.)
tituída para essa finalidade.

16
– Computo integral de tempo de serviço: o tempo de III – contagem recíproca, para efeito de aposentadoria,
serviço público federal, estadual, municipal ou do do tempo de contribuição na administração pública e na
Distrito Federal será computado integralmente para atividade privada, rural e urbana, na forma prevista no
os efeitos de aposentadoria e disponibilidade. art. 201, § 9º, da Constituição Federal.
Parágrafo único. Ficam assegurados os benefícios cons-
• Revisão da aposentadoria: os proventos da aposenta- tantes do art. 35, III, IV e V, e do art. 43 desta Lei Orgânica
doria serão revistos, na mesma proporção e na mesma aos servidores das empresas públicas e das sociedades de
data, sempre que se modificar a remuneração dos economia mista do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido
servidores em atividade, sendo também estendidos pela Emenda à Lei Orgânica nº 96, de 2016, que foi decla-
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens pos- rada inconstitucional: ADI nº 2016 00 2 027902-3 – TJDFT,
teriormente concedidos aos servidores em atividade, Diário de Justiça, de 14/12/2016.)
inclusive quando decorrentes de reenquadramento,
transformação ou reclassificação do cargo ou função Bens do Distrito Federal
em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.
• Pensão por morte: o benefício de pensão por morte Bens públicos: são todos os bens que pertencem às pes-
corresponderá à totalidade dos vencimentos ou pro- soas jurídicas de Direito Público, isto é, União, Estado, Distrito
ventos do servidor falecido, qualquer que seja a causa Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de
mortis, até o limite estabelecido em lei, observado o Direito Público19.
disposto no item anterior.
• Licença prêmio: é assegurada a contagem em dobro São bens do Distrito Federal:
dos períodos de licença-prêmio não gozados, para efei- – os que atualmente lhe pertencem, que vier a adquirir
to de aposentadoria. ou lhe forem atribuídos;
– as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
Aos servidores com carga horária variável, são assegu- emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso,
rados os proventos de acordo com a jornada predominante na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
dos últimos três anos anteriores à aposentadoria. – a rede viária do Distrito Federal, sua infraestrutura
O tempo de serviço prestado sob o regime de aposen- e bens acessórios.
tadoria especial será computado da mesma forma, quando • Bens inservíveis: os bens do Distrito Federal decla-
o servidor ocupar outro cargo de regime idêntico, ou pelo rados inservíveis em processo regular poderão ser
critério da proporcionalidade, quando se tratar de regimes alienados, mediante licitação, cabendo doação
diversos, na forma da lei. somente nos casos que a lei especificar.
• Bens imóveis: só podem ser objeto de alienação,
Art. 41. Ao servidor público efetivo, nos termos da aforamento, comodato ou cessão de uso, mediante
Constituição Federal, é assegurado regime próprio de autorização legislativa.
previdência social. (Redação dada pela emenda à Lei – Alienação: transferência da propriedade de deter-
Orgânica nº 80, 2014) minado bem móvel ou imóvel, de uma pessoa para
§ 1º O regime próprio de previdência social, observa- outra.
dos os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e – Aforamento: transferência de poderes perpetua-
atuarial, é instituído por lei complementar. mente a outra pessoa, com a obrigação desta pagar
§ 2º O tempo de contribuição prestado sob o regime ao proprietário um foro anual.

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


de aposentadoria especial é computado da mesma forma, • Uso de bens por terceiros: o uso de bens do Distrito
quando o servidor ocupar outro cargo de regime idêntico, Federal por terceiros poderá ser feito mediante conces-
ou pelo critério da proporcionalidade, quando se tratar são administrativa de uso, permissão ou autorização,
de regimes diversos, na forma da lei. conforme o caso e o interesse público, na forma da lei.
Art. 42. É assegurada a participação de servidores • Aquisição por compra ou permuta: a aquisição por
públicos na gerência de fundos e entidades para os quais compra ou permuta, bem como a alienação dos bens
contribui, na forma da lei. (Redação dada pela emenda à imóveis do Distrito Federal, dependerá de prévia ava-
Lei Orgânica nº 80, 2014) liação e autorização da Câmara Legislativa, subordina-
Art. 43. Será concedida licença para atendimento de da à comprovação da existência de interesse público e
filho, genitor e cônjuge doente, a homem ou mulher, à observância da legislação pertinente à licitação.
mediante comprovação por atestado médico da rede ofi- • Bens objeto de concessão ou permissão: o Governador
cial de saúde do Distrito Federal. encaminhará, anualmente, à Câmara Legislativa relató-
Parágrafo único. É assegurado ao servidor público que rio do qual conste a identificação dos bens do Distrito
tenha cônjuge ou dependente com deficiência horário Federal objeto de concessão ou permissão de uso no
especial de serviço, independentemente da compensa- exercício, assim como sua destinação e beneficiário.
ção de horário, obedecido o disposto em lei. (Parágrafo Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 96, de 2016, que artigo importa crime de responsabilidade.
foi declarada inconstitucional: ADI nº 2016 00 2 027902- • Destinação dos bens: os bens do Distrito Federal desti-
3 – TJDFT, Diário de Justiça, de 14/12/2016.) nar-se-ão prioritariamente ao uso público, respeitadas
Art. 44. Ao servidor público da administração dire- as normas de proteção ao meio ambiente, ao patrimô-
ta, autárquica e fundacional do Distrito Federal, fica nio histórico, cultural, arquitetônico e paisagístico, e
assegurado: garantido o interesse social.
I – percebimento de adicional de um por cento por • Disponibilidade e indisponibilidade dos bens: os bens
ano de serviço público efetivo, nos termos da lei; públicos tornar-se-ão indisponíveis ou disponíveis por
II – contagem, para todos os efeitos legais, do período
em que o servidor estiver de licença concedida por junta
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
19
médica oficial; Malheiros, 2000, p.727.

17
meio de afetação ou desafetação, respectivamente, Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste
nos termos da lei. artigo importa crime de responsabilidade.
– Bens indisponíveis: são aqueles que não ostentam Art. 51. Os bens do Distrito Federal destinar-se-ão
caráter tipicamente patrimonial, não se podendo prioritariamente ao uso público, respeitadas as normas
deles dispor. de proteção ao meio ambiente, ao patrimônio histórico,
– Bens disponíveis: são aqueles que podem ser alie- cultural, arquitetônico e paisagístico, e garantido o inte-
nados nos termos da lei. resse social.
– Afetação: quando o bem for utilizado para um § 1º Os bens públicos tornar-se-ão indisponíveis ou
fim público determinado, diretamente pelo Poder disponíveis por meio de afetação ou desafetação, respec-
Público ou pelo uso de particulares em geral. tivamente, nos termos da lei.
– Desafetação: quando não está sendo usado para § 2º A desafetação, por lei específica, só será admitida
qualquer fim público. em caso de comprovado interesse público, após ampla
audiência à população interessada.
Obs.: A desafetação, por lei específica, só será § 3º O Distrito Federal utilizará seus bens dominiais
admitida em caso de comprovado interesse como instrumento para a realização de políticas de ocu-
público, após ampla audiência à população pação ordenada o território.
interessada. Art. 52. Cabe ao Poder Executivo a administração dos
bens do Distrito Federal, ressalvado à Câmara Legislativa
– Bens dominiais ou dominicais: são os bens não afe- administrar aqueles utilizados em seus serviços e sob sua
tados a qualquer destino público. Não possuem uma guarda.
destinação pública determinada ou um fim adminis-
trativo específico. O Distrito Federal utilizará seus TÍTULO III
bens dominiais como instrumento para a realização Da Organização dos Poderes
de políticas de ocupação ordenada do território.
São Poderes do Distrito Federal, independentes e har-
Atenção! Cabe ao Poder Executivo a administração dos mônicos entre si, o Executivo e o Legislativo.
bens do Distrito Federal, ressalvado à Câmara Legislativa O princípio da separação dos poderes decorre do texto
administrar aqueles utilizados em seus serviços e sob constitucional vigente, que aduz serem independentes e
sua guarda. harmônicos entre si. A independência representa que cada
um exerce sua função estatal de forma independente. E a
CAPÍTULO VIII harmonia significa que os poderes devem trabalhar conjun-
Dos Bens do Distrito Federal tamente com o fito de alcançar satisfação do bem comum,
interesse público.
Art. 46. São bens do Distrito Federal:
• Vedação: é vedada a delegação de atribuições (fun-
I – os que atualmente lhe pertecem, que vier a adquirir
ções típicas) entre os Poderes. O cidadão, investido na
ou forem atribuídos;
função de um dos Poderes, não poderá exercer a de
II – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
outro.
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
• Exceção: salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica.
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
Ex.: Deputado Distrital nomeado a Secretário de Estado
III – a rede viária do Distrito Federal, sua infraestrutura
do Distrito Federal.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

e bens acessórios.
Art. 47. Os bens do Distrito Federal declarados inserví- • Poder Legislativo:
veis em processo regular poderão ser alienados, median- – Funções típicas: legislar (Câmara) e fiscalizar (Tribunal
te licitação, cabendo doação somente nos casos que lei de Contas);
especificar. – Funções atípicas: administrar e julgar.
§ 1º Os bens imóveis do Distrito Federal só podem ser • Poder Executivo:
objeto de alienação, aforamento, comodato ou cessão de – Funções típicas: administrar;
uso, mediante autorização legislativa. (Redação dada pela – Funções atípicas: legislar e julgar.
Emenda à Eli Orgânica nº 70, de 2013)
§ 2º Todos os bens do Distrito Federal deverão ser Poder Legislativo
cadastrados com a identificação respectiva.
Art. 48. O uso de bens do Distrito Federal por tercei- Câmara Legislativa
ros poderá ser feito mediante concessão administrativa
de uso, permissão ou autorização, conforme o caso e o O Poder Legislativo do Distrito Federal é exercido pela
interesse público, na forma da lei. Câmara Legislativa.
Art. 49. A aquisição por compra ou permuta, bem • Composição Câmara Legislativa: Deputados Distritais,
como a alienação dos bens imóveis do Distrito Federal representantes do povo, eleitos e investidos na forma
dependerão de prévia avaliação e autorização da Câmara da legislação federal.
Legislativa, subordinada à comprovação da existência de • Legislatura: terá a duração de quatro anos, iniciando-
interesse público e à observância da legislação pertinente -se com a posse dos eleitos.
à licitação. • Sede Câmara Legislativa: Brasília, Capital da República
Art. 50. O Governador encaminhará, anualmente, à Federativa do Brasil.
Câmara Legislativa relatório do qual conste a identifica- • Reuniões fora da sede: é possível em caráter temporá-
ção dos bens do Distrito Federal objeto de concessão ou rio, por deliberação da maioria absoluta de seus mem-
permissão de uso no exercício, assim como sua destinação bros, por motivo relevante e de conveniência pública
e beneficiário. ou em virtude de acontecimento que impossibilite seu
funcionamento na sede.

18
• Deliberações da Câmara Legislativa e de suas comis- III  – criação, transformação e extinção de cargos,
sões: por maioria de votos, presente a maioria absoluta empregos e funções públicas, fixação dos vencimentos
de seus membros, em votação ostensiva. Salvo dispo- ou aumento de sua remuneração;
sição em contrário da CF/1988 e desta Lei Orgânica. IV – planos e programas locais de desenvolvimento
• Sigilo das votações (escrutínio secreto): interesse econômico e social;
público, justificado, requerida por partido político V – educação, saúde, previdência, habitação, cultura,
com representação na Câmara Legislativa e aprova- ensino, desporto e segurança pública;
da, em votação ostensiva, pela maioria absoluta dos VI – autorização para alienação dos bens imóveis do
Deputados Distritais. Distrito Federal ou cessão de direitos reais a eles relativos,
• Representantes do Poder Legislativo (art. 57): bem como recebimento, pelo Distrito Federal, de doações
– Presidente da Câmara Legislativa; com encargo, não se considerando como tais a simples
– Procuradoria-Geral: judicialmente, nos casos em que destinação específica do bem;
a Câmara Legislativa compareça em juízo em nome VII – criação, estruturação e atribuições de Secretarias
próprio. do Governo do Distrito Federal e demais órgãos e entida-
des da administração direta e indireta;
Obs.: A redação atual do art. 57 caput, dada pela VIII  – uso do solo rural, observado o disposto nos
Emenda à LODF nº 80 de 2014, está de acordo com arts. 184 a 191 da Constituição Federal;
a ADI 1557-STF que, em 2004, havia declarado in- IX – planejamento e controle do uso, parcelamen-
constitucional a redação anterior. to, ocupação do solo e mudança de destinação de áreas
urbanas, observado o disposto nos arts. 182 e 183 da
Art. 57. O Poder Legislativo é representado por seu Constituição Federal;
Presidente e, judicialmente, nos casos em que a Câmara X – criação, incorporação, fusão e desmembramento
Legislativa compareça a juízo em nome próprio, por sua de Regiões Administrativas;
Procuradoria‑Geral. (Caput com a redação da Emenda à XI – concessão ou permissão para a exploração de
Lei Orgânica nº 80, de 2014) serviços públicos, incluído o de transporte coletivo;
§ 1º São funções institucionais da Procuradoria‑Geral XII – o servidor público, seu regime jurídico, provimen-
da Câmara Legislativa, em seu âmbito: (Parágrafo acres- to de cargos, estabilidade e aposentadoria;
cido pela Emenda à Lei Orgânica nº 9, de 1996) XIII  – criação, transformação, fusão e extinção de
I – representar a Câmara Legislativa judicialmente nos entidades públicas do Distrito Federal, bem como normas
casos em que a Casa compareça a juízo em nome próprio; gerais sobre privatização das entidades de direito privado
(Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, integrantes da administração indireta;
de 2014) XIV  – prestação de garantia, pelo Distrito Federal,
II – promover a defesa da Câmara, requerendo a qual- em operação de crédito contratada por suas autarquias,
quer órgão, entidade ou tribunal as medidas de interesse fundações, empresas públicas e sociedades de economia
da justiça, da administração e do erário; mista;
III – promover a uniformização da jurisprudência XV – aquisição, administração, alienação, arrenda-
administrativa e a compilação da legislação da Câmara mento e cessão de bens imóveis do Distrito Federal;
Legislativa e do Distrito Federal; XVI – transferência temporária da sede do Governo;
IV – prestar consultoria e assessoria jurídica à Mesa XVII – proteção e integração de pessoas portadoras
Diretora e aos demais órgãos da estrutura administrativa; de deficiência;

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


V – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, XVIII – proteção à infância, juventude e idosos;
de 1997) XIX – organização do sistema local de emprego, em
§ 2º O ingresso na carreira de Procurador da Câmara consonância com o sistema nacional.
Legislativa far‑se‑á mediante concurso público de provas Art. 59. Compete à Câmara Legislativa autorizar, nos
e títulos. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 9, limites estabelecidos pelo Senado Federal, a celebração
de 1996) de operações de crédito, a realização de operações
§  3º A Câmara Legislativa do Distrito Federal regu- externas de natureza financeira, bem como a conces-
lamentará a organização e o funcionamento da sua são de qualquer garantia pelo Distrito Federal ou por
Procuradoria‑Geral e da respectiva carreira de Procurador suas autarquias.
da Câmara Legislativa. (Redação da Emenda à Lei Orgânica Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara
nº 14, de 1997)
Legislativa do Distrito Federal:
§  4º A Câmara Legislativa disporá, ainda, sobre o
I – eleger os membros da Mesa Diretora e constituir
funcionamento da sua Procuradoria‑Geral até que sejam
suas comissões;
providos, por concurso público, os  respectivos cargos
II – dispor sobre seu regimento interno, polícia e ser-
daquele órgão. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
viços administrativos;
nº 14, de 1997)
III – estabelecer e mudar temporariamente sua sede,
Art. 58. Cabe à Câmara Legislativa, com a sanção
o local de suas reuniões, bem como o de suas comissões
do Governador, não exigida esta para o especificado no
permanentes;
art. 60 desta Lei Orgânica, dispor sobre todas as matérias
IV – zelar pela preservação de sua competência
de competência do Distrito Federal, especialmente sobre:
legislativa;
I  – matéria tributária, observado o disposto nos
V – criar, transformar ou extinguir cargos de seus ser-
arts. 145, 147, 150, 152, 155, 156 e 162 da Constituição
Federal; viços, provê-los, e iniciar o processo legislativo para fixar
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- ou modificar as respectivas remunerações ou subsídios;
mento anual, operações de crédito, dívida pública e (Obs.: Declarado inconstitucional por violação aos arti-
empréstimos externos a qualquer título a serem con- gos 37, X; 51, IV; e 52, XIII/CF/88 - STF: ADI 3306-DFDJe-
traídos pelo Distrito Federal; 108.PUBLIC 07/6/2011).

19
VI – sustar os atos normativos do Poder Executivo que XXIV – processar e julgar o Governador nos crimes
exorbitem do poder regulamentar, configurando crime de de responsabilidade, bem como adotar as providências
responsabilidade sua reedição; pertinentes, nos termos da legislação federal, quanto ao
VII – fixar o subsídio do Governador, do Vice- Vice-Governador e aos Secretários de Estado do Distrito
Governador, dos Secretários de Estado do Distrito Federal Federal, nos crimes da mesma natureza ou conexos com
e dos Administradores Regionais, observados os princípios aqueles23;
da Constituição Federal; XXV – processar e julgar o Procurador-Geral nos cri-
VIII – fixar o subsídio dos Deputados Distritais, obser- mes de responsabilidade;
vados os princípios da Constituição Federal20; XXVI – (Revogado) – ADI 1166-STF;
IX – solicitar intervenção federal para garantir o livre XXVII – aprovar previamente, em votação ostensi-
exercício de suas atribuições, nos termos dos arts. 34, IV, va, após arguição pública, a escolha dos membros do
e 36, I, da Constituição Federal; Conselho de Governo indicados pelo Governador;
X – promover, periodicamente, a consolidação dos XXVIII – aprovar previamente a alienação de terras
textos legislativos com a finalidade de tornar sua consulta públicas com área superior a vinte e cinco hectares e, no
acessível aos cidadãos; caso de concessão de uso, com área superior a cinquenta
XI – dar posse ao Governador e ao Vice-Governador e hectares;
conhecer da renúncia de qualquer deles; declarar vacân- XXIX – apreciar e julgar, anualmente, as contas do
cia e promover as respectivas substituições ou sucessões, Tribunal de Contas do Distrito Federal;
nos termos desta Lei Orgânica; XXX – receber renúncia de Deputado Distrital e decla-
XII – autorizar o Governador e o Vice-Governador a se rar a vacância do cargo;
ausentarem do Distrito Federal por mais de quinze dias; XXXI – declarar a perda de mandato de Deputado
XIII – proceder à tomada de contas do Governador, Distrital, como prevê o art. 63, § 2º;
quando não apresentadas nos prazos estabelecidos; XXXII – solicitar ao Governador informação sobre atos
XIV – convocar Secretários de Estado do Distrito de sua competência;
Federal, dirigentes e servidores da administração dire- XX – aprovar previamente a indicação ou destituição
ta e indireta do Distrito Federal a prestar pessoalmente do Procurador-Geral do Distrito Federal;
XXXIII – encaminhar, por intermédio da Mesa Diretora,
informações sobre assuntos previamente determinados,
requerimento de informação aos Secretários de Estado do
importando crime de responsabilidade a ausência sem
Distrito Federal, implicando crime de responsabilidade,
justificativa adequada ou o não atendimento no prazo de
nos termos da legislação pertinente, a recusa ou o não
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas,
atendimento no prazo de trinta dias, bem como o forne-
nos termos da legislação pertinente;
cimento de informação falsa;
XV – julgar anualmente as contas prestadas pelo XXXIV – apreciar vetos, observando, no que couber, o
Governador e apreciar os relatórios sobre a execução disposto nos arts. 66 e 67 da Constituição Federal;
dos planos do governo; XXXV – aprovar previamente a indicação de presiden-
XVI – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, te de instituições financeiras oficiais do Distrito Federal;
incluídos os da administração indireta; XXXVI – (Revogado);
XVII – escolher quatro entre os sete membros do XXXVII – emendar a Lei Orgânica, promulgar leis, nos
Tribunal de Contas do Distrito Federal21; casos de silêncio do Governador, expedir decretos legis-
XVIII – aprovar previamente, em votação ostensiva, lativos e resoluções;
após arguição em sessão pública, a escolha dos titulares XXXVIII – regulamentar as formas de participação
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

do cargo de Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito popular previstas nesta Lei Orgânica;
Federal indicados pelo Governador; XXXIX – indicar membros do Conselho de Governo,
XIX – suspender, no todo ou em parte, a execução de nos termos do art. 108, V;
lei ou ato normativo declarado ilegal ou inconstitucional XL – (Revogado);
tanto pelo Supremo Tribunal Federal quanto pelo Tribunal XLI – conceder título de cidadão benemérito ou hono-
de Justiça do Distrito Federal nas suas respectivas áreas rário, nos termos do regimento interno;
de competência, em sentenças transitadas em julgado; XLII – autorizar referendo e convocar plebiscito.
XX – aprovar previamente a indicação ou destituição
do Procurador-Geral do Distrito Federal; • Função fiscalizadora da Câmara Legislativa: obser-
XXI – convocar o Procurador-Geral do Distrito Federal vará, no que couber, o disposto nos arts. 70 a 75 da
e o Defensor Público-Geral do Distrito Federal a prestar Constituição Federal que trata da fiscalização contábil,
informações sobre assuntos previamente determinados, financeira e orçamentária.
no prazo de trinta dias, sujeitando-se estes às penas da • No caso do inciso XI, a Mesa Diretora da Câmara
lei por ausência injustificada; Legislativa enviará denúncia, em cinco dias, à Comissão
XXII – declarar a perda do mandato do Governador e Especial composta em conformidade com o art. 68,
do Vice-Governador; garantida a proporcionalidade partidária, a qual emi-
XXIII – autorizar, por dois terços dos seus membros, tirá parecer, no prazo de quinze dias, submetendo-o
a instauração de processo contra o Governador, o Vice- imediatamente ao Plenário.
Governador e os Secretários de Estado do Distrito Federal22 • Remuneração dos Deputados Distritais: obedecerá ao
(Inciso declarado inconstitucional: ADI nº 4362 – STF, limite estabelecido pela Constituição Federal.
Diário de Justiça, de 6/2/2018);
Deputados Distritais
20
Ver Art. 27, § 2º, art. 32, § 3º. Ver também: STF: ADI 548 DF
21
Ver Súmula nº 653 STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete • Inviolabilidade (imunidade material): os Deputados
conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três
pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre Distritais são invioláveis, civil e penalmente, por quais-
auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua
livre escolha.
22
Ver: STF ADI 4362-DF em Andamento. Ver: STF: ADI 3566-DF em Andamento.
23

20
quer de suas opiniões, palavras e votos (Não serão res- IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
ponsabilizados civil e penalmente). V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos
• Foro por prerrogativa de função: desde a expedição previstos na Constituição Federal;
do diploma, serão submetidos a julgamento perante VI – que sofrer condenação criminal em sentença
o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. transitada em julgado;
• Imunidade prisional dos parlamentares: desde a expe- VII – que se utilizar do mandato para a prática de atos
dição do diploma, os membros da Câmara Legislativa de corrupção ou improbidade administrativa.
não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime (...)
inafiançável. § 2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do
• Flagrante de crime inafiançável: os autos serão mandato é decidida por maioria absoluta dos membros
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Câmara da Câmara Legislativa, em votação ostensiva, mediante
Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus provocação da Mesa Diretora ou de partido político repre-
membros, resolva sobre a prisão. sentado na Casa, assegurada ampla defesa.
• Crime ocorrido após a diplomação: recebida a denún- Art. 64. Não perderá o mandato o Deputado Distrital:
cia contra o Deputado Distrital por crime ocorrido após I – investido na função de Ministro de Estado,
a diplomação, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal Secretário-Executivo de Ministério ou equivalente,
e Territórios dará ciência à Câmara Legislativa, que, Secretário de Estado do Distrito Federal, Administrador
por iniciativa de partido político nela representado e Regional, chefe de missão diplomática temporária ou
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a dirigente máximo de autarquia, fundação pública, agên-
decisão final, sustar o andamento da ação. cia, empresa pública ou sociedade de economia mista
• Pedido de sustação do processo: o pedido de susta- pertencentes à administração pública federal e distrital;
ção será apreciado pela Câmara Legislativa no prazo II – licenciado pela Câmara Legislativa por motivo de
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu rece- doença ou para tratar, sem remuneração, de interesse
bimento pela Mesa Diretora. A sustação do processo particular desde que, neste caso, o afastamento não ultra-
suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. passe cento e vinte dias por sessão legislativa.
• Obrigação de testemunhar no exercício do mandato: § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga,
os Deputados Distritais não serão obrigados a teste- de investidura nas funções previstas neste artigo ou de
munhar sobre informações recebidas ou prestadas em licença superior a cento e vinte dias.
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-
que lhes confiaram ou deles receberam informações. -á eleição para preenchê-la, se faltarem mais de quinze
• Decoro parlamentar: é incompatível com o decoro meses para o término do mandato.
parlamentar, além dos casos definidos no regimen- § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado Distrital pode-
to interno, o abuso das prerrogativas asseguradas rá optar pela remuneração de seu mandato.
ao Deputado Distrital ou a percepção de vantagens
indevidas. Reuniões da Câmara Legislativa
• Proibições, causas de perdas de mandatos e situações
de não perda de mandatos dos Deputados Distritais: Seção IV
Do Funcionamento da Câmara Legislativa
Art. 62. Os Deputados Distritais não poderão:
I – desde a expedição do diploma: Subseção I

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(a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de Das Reuniões
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço Art. 65. A Câmara Legislativa reunir-se-á, anualmente,
público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas em sua sede, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de
uniformes; agosto a 15 de dezembro.
(b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu- § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
nerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando
nas entidades constantes da alínea anterior; recaírem em sábados, domingos ou feriados.
II – desde a posse: § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem
(a) ser proprietários, controladores ou diretores de a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentá-
empresa que goze de favor decorrente de contrato com rias, nem encerrada sem a aprovação do projeto de lei
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função do orçamento.
remunerada;
(b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a; Sessões Legislativas Ordinárias
(c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
das entidades a que se refere o inciso I, a; As reuniões da Câmara Legislativa também chamadas de
(d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato sessões legislativas, ocorrem anualmente em dois períodos:
público eletivo. • O primeiro período compreendido entre 1º de feve-
Art. 63. Perderá o mandato o Deputado Distrital: reiro a 30 de junho; e
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas • O segundo período compreendido entre 1º de agosto
no artigo anterior; a 15 de dezembro.
II – cujo procedimento for declarado incompatível com
o decoro parlamentar; Nos casos em que esta data inicial cair em dias de sába-
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legis- dos, domingos ou feriados, as reuniões serão transferidas
lativa, à terça parte das sessões ordinárias, salvo licença para o primeiro dia útil subsequente. A sessão legislativa
ou missão autorizada pela Câmara Legislativa; não será interrompida sem aprovação do projeto de lei de

21
diretrizes orçamentarias, nem encerrada sem a aprovação do II – realizar audiências públicas com entidades re-
projeto de lei de orçamento. O que significa dizer que poderá presentativas da sociedade civil;
ultrapassar os prazos de 30 de junho ou 15 de dezembro, III – convocar Secretários de Estado do Distrito Fede-
caso ainda não tenha sido cumprido essas determinações. ral, dirigentes e servidores da administração pública
direta e indireta do Distrito Federal e o Procurador-
Sessões Preparatórias -Geral a prestar informações sobre assuntos ine-
rentes a suas atribuições; (Inciso com a redação da
Art. 66. A Câmara Legislativa, em cada legislatura, Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)
reunir-se-á em sessões preparatórias no dia 1º de janeiro, IV – receber petições, reclamações, representações
observado o seguinte: ou queixas contra atos ou omissões das autoridades
I – na primeira sessão legislativa, para a posse dos ou entidades públicas;
Deputados Distritais, eleição e posse dos membros da V – solicitar depoimento de qualquer autoridade
Mesa Diretora; ou cidadão;
II – na terceira sessão legislativa, para posse dos VI – apreciar programas de obras, planos regionais
membros da Mesa Diretora eleitos no último dia útil da e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir
primeira quinzena de dezembro da sessão legislativa ante- parecer;
rior, permitida uma única recondução subsequente, na VII – fiscalizar os atos que envolvam gastos de ór-
mesma legislatura ou na seguinte. (Inciso com a redação gãos e entidades da administração pública.
da Emenda à Lei Orgânica nº 116, de 2019.) § 3º Às comissões PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
Parágrafo único. Na composição da Mesa Diretora é aplicam-se o seguinte:
assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade I – são criadas mediante requerimento:
da representação partidária ou de blocos parlamentares (a) de um terço dos membros da Câmara Legislativa;
com participação na Câmara Legislativa. (b) de iniciativa popular, com o mínimo de subscri-
tores previsto no art. 76;
Sessão Legislativa Extraordinária II – destinam-se à apuração de fato determinado
• Matéria: somente deliberará sobre a matéria para a e por prazo certo;
qual tiver sido convocada. III – têm poderes de investigação próprios das au-
• Quem pode convocar: toridades judiciais, além de outros previstos em lei
– Pelo Presidente: nos casos (decretação de estado e no regimento interno da Câmara Legislativa;
de sítio ou estado de defesa que atinja o território IV – o requerimento, atendidas as formalidades
do Distrito Federal; intervenção no Distrito Federal; regimentais, independe de aprovação;
recebimento dos autos de prisão de Deputado V – a instalação de comissão parlamentar de inqué-
Distrital, na hipótese de flagrante de crime inafian- rito de iniciativa popular tem precedência sobre as
çável; e posse do Governador e do Vice-Governador); demais e não pode ser inviabilizada em razão de
– Pela Mesa Diretora ou a requerimento de um terço
formalidades regimentais;
dos Deputados que compõem a Câmara Legislativa:
VI – suas conclusões, se for o caso, devem ser en-
para apreciação de ato do Governador do Distrito
caminhadas ao Tribunal de Contas, ao Ministério
Federal que importe crime de responsabilidade;
Público ou à Procuradoria-Geral do Distrito Federal,
– Pelo Governador do Distrito Federal, pelo Presidente
para que promovam, conforme o caso, a responsa-
da Câmara Legislativa ou a requerimento da maio-
bilidade civil, criminal, administrativa ou tributária
ria dos seus membros: em caso de urgência ou inte-
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do infrator.
resse público relevante;
– Pela comissão representativa prevista no art. 68, §
5º: nas hipóteses estabelecidas nesta Lei Orgânica. Processo Legislativo

Art. 68, § 5º Durante o recesso, haverá uma co- Art. 69. O processo legislativo compreende a elabo-
missão representativa da Câmara Legislativa, com ração de:
atribuições definidas no regimento interno, cuja I – emendas à Lei Orgânica;
composição reproduzirá, tanto quanto possível, a II – leis complementares;
proporcionalidade da representação partidária, III – leis ordinárias;
eleita na última sessão ordinária de cada sessão IV – decretos legislativos;
legislativa. V – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre ela-
Comissões boração, redação, alteração e consolidação das leis do
Distrito Federal.
As comissões da Câmara Legislativas podem ser per-
manentes ou temporárias. É assegurada a representação • Emendas à Lei Orgânica:
partidária/parlamentar, pode ser em razão da matéria ou Não poderá será objeto de deliberação a proposta de
comissões parlamentares de inquérito. Configura crime de emenda que ferir princípios da Constituição Federal. A LODF
responsabilidade recusar-se a fornecer informações às co- não poderá ser emendada em na vigência de intervenção
missões parlamentares de inquérito, mesmo que envolvam federal, estado de sítio ou estado de defesa.
sigilo. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta
Competência das comissões, em razão da matéria (art. na mesma sessão legislativa.
68, § 2º): • Propostas de emenda (art. 70):
– membros da Câmara Legislativa: com quórum de
I – apreciar e emitir parecer sobre proposições, na um terço, no mínimo desses membros;
forma do regimento interno da Câmara Legislativa; – Governador do Distrito Federal;

22
– Iniciativa popular: de cidadãos, mediante iniciativa • a lei que dispõe sobre o plano de preservação do con-
popular assinada, no mínimo, por um por cento dos junto urbanístico de Brasília;
eleitores do Distrito Federal distribuídos em, pelo • a lei que dispõe sobre o plano de desenvolvimento
menos, três zonas eleitorais, com não menos de três local;
décimos por cento do eleitorado de cada uma delas. • a lei de organização e funcionamento da Defensoria
• Quórum de votação e aprovação da emenda: 2 (dois) Pública do Distrito Federal.
turnos com interstício mínimo de dez dias, 2/3 (dois
terços) dos votos favoráveis nos dois turnos, pelos Projeto de Lei
membros da Câmara Legislativa.
• Aumento de Despesas
Obs.: a emenda à Lei Orgânica será promulgada pela
Mesa Diretora da Câmara Legislativa, com o respec- Art. 72. Não será admitido aumento da despesa
tivo número de ordem. Não será objeto de delibe- prevista:
ração a proposta de emenda que ferir princípios da I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador
Constituição Federal. do Distrito Federal, ressalvado o disposto no art. 166, §§
3º e 4º, da Constituição Federal;
• Leis complementares e leis ordinárias: II – nos projetos sobre organização dos serviços admi-
• Iniciativa: nistrativos da Câmara Legislativa, do Tribunal de Contas
– a qualquer membro ou comissão da Câmara e da Defensoria Pública.
Legislativa;
– ao Governador; • Urgência para apreciação de projetos de sua inicia-
– aos cidadãos; tiva: o Governador do Distrito Federal pode solicitar
– ao Tribunal de Contas, nas matérias do art. 84, IV, e urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa:
do art. 86; – Se, na hipótese prevista no caput, a Câmara
– à Defensoria Pública, nas matérias do art. 114, § 4º. Legislativa não se manifestar sobre a proposição em
até quarenta e cinco dias, esta deverá ser incluída na
Leitura obrigatória: do Art. 71, § 1º, sobre as iniciativas Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto
de leis que compete privativamente ao Governador do Dis- aos demais assuntos, para que se ultime a votação.
trito Federal. Ler também: Arts. 72 e 73, e 74. – Os prazos de que trata o parágrafo anterior não cor-
• Não será objeto de deliberação: rem nos períodos de recesso da Câmara Legislativa,
– não será objeto de deliberação a proposta de emen- nem se aplicam a projetos de código e de emendas
da que ferir princípios da Constituição Federal; a esta Lei Orgânica.
– proposta que vise a conceder gratuidade ou subsídio
em serviço público prestado de forma indireta, sem Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será ele
a correspondente indicação da fonte de custeio. enviado ao Governador que, aquiescendo, o sancionará e
• Pertinência temática: as emendas parlamentares a promulgará.
proposição de iniciativa do Poder Executivo, inclusive
aos projetos de lei de que trata o § 1º, VI, deste artigo, Art. 74. Aprovado o projeto de lei, na forma regimen-
devem guardar pertinência temática com a matéria a tal, será ele enviado ao Governador que, aquiescendo,
deliberar. o sancionará e promulgará.

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• Intervenção federal: a Lei Orgânica não poderá ser § 1º Se o Governador do Distrito Federal considerar o
emendada na vigência de intervenção federal, estado projeto de lei, no todo ou em parte, inconstitucional ou
de defesa ou estado de sítio. contrário ao interesse público, vetá‑lo‑á total ou parcial-
• Aprovação de Lei Complementar: de acordo com o mente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data
Art. 75, as leis complementares serão aprovadas por do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e
maioria absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa oito horas, os motivos do veto ao Presidente da Câmara
e receberão numeração distinta das leis ordinárias. Legislativa.
• Matéria de Lei Complementar: a elaboração, redação, § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral
alteração e consolidação das leis do Distrito Federal de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
será tratada por lei complementar. § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Governador importará sanção.
São iniciativas de leis complementares, entre outras: § 4º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado
• a lei de organização do Tribunal de Contas do Distrito ao Governador para promulgação.
Federal; § 5º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabeleci-
• o regime jurídico dos servidores públicos civis; do no art. 66, § 4º, da Constituição Federal, o veto será
• a lei de organização da Procuradoria‑Geral do Distrito incluído na Ordem do Dia da sessão imediata, sobres-
Federal; tadas as demais proposições até a sua votação final, só
• o código tributário do Distrito Federal; podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
• a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice‑Governador Deputados, em votação ostensiva. (Parágrafo com a reda-
do Distrito Federal; ção da Emenda à Lei Orgânica nº 47, de 2006)
• a lei que dispõe sobre a organização do sistema de § 6º Se a lei não for promulgada em quarenta e
educação do Distrito Federal; oito horas pelo Governador nos casos dos §§ 3º e 4º,
• a lei de organização da previdência dos servidores o  Presidente da Câmara Legislativa a promulgará e, se
públicos do Distrito Federal; este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice‑Presidente
• a lei que dispõe sobre o plano diretor de ordenamento fazê‑lo.
territorial do Distrito Federal; § 7º A matéria constante de projeto de lei rejeitado
• a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo; somente poderá constituir objeto de novo projeto, na

23
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria • Competência: exercida pela Câmara Legislativa,
absoluta dos membros da Câmara Legislativa. mediante controle externo, e pelo sistema de controle
§ 8º Caso o projeto de lei seja vetado durante o reces- interno de cada Poder.
so da Câmara Legislativa, o Governador comunicará o veto • Sujeitos passivos da prestação de contas: deve pres-
à comissão a que se refere o art. 68, § 5º, e, dependendo tar contas qualquer pessoa física ou jurídica pública
da urgência e da relevância da matéria, poderá convocar ou privada que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
a Câmara Legislativa para sobre ele se manifestar, nos administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
termos do art. 67, IV. quais o Distrito Federal responda, ou que, em nome
deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Iniciativa Popular • Sujeito ativo do controle externo: Poder Legislativo.
Fica a cargo da Câmara Legislativa com auxílio do
Art. 76. A iniciativa popular pode ser exercida pela Tribunal de Contas do Distrito Federal.
apresentação à Câmara Legislativa de emenda à Lei
Orgânica, na forma do art. 70, III, ou de projeto de lei Art. 78. O controle externo, a cargo da Câmara
devidamente articulado, justificado e subscrito por, no Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de
mínimo, um por cento do eleitorado do Distrito Federal, Contas do Distrito Federal, ao qual compete:
distribuído por três zonas eleitorais, assegurada a defesa I – apreciar as contas anuais do Governador, fazer
do projeto por representantes dos respectivos autores sobre elas relatório analítico e emitir parecer prévio no
perante as comissões nas quais tramitar. prazo de sessenta dias, contados do seu recebimento da
Câmara Legislativa;
Da Fiscalização Contábil e Financeira (Art. 77) II – julgar as contas:
(a) dos administradores e demais responsáveis por
• Áreas de fiscalização: contábil, financeira, orçamen- dinheiros, bens e valores da administração direta e indire-
tária, operacional e patrimonial. ta ou que estejam sob sua responsabilidade, incluídos os
– Contábil: é aquela em que se formalizam os registros das fundações e sociedades instituídas ou mantidas pelo
das receitas e despesas; Poder Público do Distrito Federal, bem como daqueles que
– Financeira: o controle se executa sobre a análise das derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de
receitas e despesas públicas; que resulte prejuízo ao erário;
– Orçamentária: visa o acompanhamento do orçamen- (b) dos dirigentes ou liquidantes de empresas incor-
to, faz controle sobre os atos de execução das leis poradas, extintas, liquidadas ou sob intervenção ou que,
orçamentárias; de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou defi-
nitivamente, o patrimônio do Distrito Federal ou de outra
– Operacional: fiscaliza a execução das atividades
entidade da administração indireta;
administrativas em geral, verificando a adoção dos
(c) daqueles que assumam obrigações de natureza
procedimentos legais para cada fim, além da obser-
pecuniária em nome do Distrito Federal ou de entidade
vância da celeridade, eficiência e economicidade nas
da administração indireta;
funções públicas.
(d) dos dirigentes de entidades dotadas de perso-
• O controle é sobre: DF entidades da administração
nalidade jurídica de direito privado que recebam con-
direta, indireta e das fundações instituídas ou man-
tribuições, subvenções, auxílios e afins, até o limite do
tidas pelo Poder Público. patrimônio transferido;
• Natureza do Controle:
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III – apreciar, para fins de registro, a legalidade


– Legalidade: é fundamental para a administração, dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
pois a atividade de administrar está vinculada à administração direta e indireta, incluídas as fundações
lei, jamais podendo afrontar os comandos legais. instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
Portanto, esse controle incide sobre a legalidade do nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
ato administrativo. como a das concessões de aposentadorias, reformas e
– Legitimidade: além de observar a legalidade, se ajus- pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não
ta à moralidade, probidade, e ao interesse público alterem o fundamento legal do ato concessório24;
das despesas públicas. IV – avaliar a execução das metas previstas no plano
– Economicidade: exige a aplicação de princípios da plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento
adequação e compatibilidade das despesas públi- anual;
cas de forma mais econômica, referindo-se ao V – realizar, por iniciativa própria, da Câmara
custo-benefício. Legislativa ou de alguma de suas comissões técnicas ou
– Aplicação de subvenções: transferências de recur- de inquérito, inspeções e auditorias de natureza con-
sos financeiros concedido pelo Poder Público. Lei tábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimo-
nº  4.320/1964: art. 12, § 3º Consideram-se sub- nial, nas unidades administrativas dos Poderes Executivo
venções, para os efeitos desta lei, as transferências e Legislativo do Distrito Federal:
destinadas a cobrir despesas de custeio das entida- (a) da estimativa, lançamento, arrecadação, recolhi-
des beneficiadas, distinguindo-se como: subvenções mento, parcelamento e renúncia de receitas;
sociais, as que se destinem a instituições públicas ou (b) dos incentivos, transações, remissões e anistias
privadas de caráter assistencial ou cultural, sem fina- fiscais, isenções, subsídios, benefícios e afins, de natureza
lidade lucrativa; subvenções econômicas, as que se financeira, tributária, creditícia e outras concedidas pelo
destinem a empresas públicas ou privadas de caráter Distrito Federal;
industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
– Renúncia de receitas: consiste nas isenções, incenti-
vos ou estímulos fiscais a empresas visando o desen- Ver. Súmula 347 STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições,
24

pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Ver
volvimento socioeconômico. também: Súmula vinculante nº 3 do STF.

24
(c) das despesas de investimento e custeio, inclusi- Observações
ve à conta de fundo especial, de natureza contábil ou • Não prestados os esclarecimentos ou considerados
financeira; estes insuficientes, a Câmara Legislativa ou a comissão
(d) das concessões, cessões, doações, permissões e competente solicitará ao Tribunal de Contas pronuncia-
contratos de qualquer natureza, a título oneroso ou gratui- mento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta
to, e das subvenções sociais ou econômicas, dos auxílios, dias.
contribuições e doações; • Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa,
(e) de outros atos e procedimentos de que resultem a comissão competente, se julgar que o gasto possa
variações patrimoniais; causar dano irreparável ou grave lesão à economia
VI – fiscalizar as aplicações do Poder Público em pública, proporá à Câmara Legislativa sua sustação,
empresas de cujo capital social o Distrito Federal partici- se ainda não realizado, ou seu reembolso devidamente
pe de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo atualizado monetariamente, consoante regras vigen-
ato constitutivo; tes, se já efetuado.
VII – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas- • Sempre que houver indício de irregularidade em
sados ao Distrito Federal ou pelo mesmo, mediante con- qualquer despesa, o Tribunal de Contas do Distrito
vênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres; Federal agirá de ofício ou mediante provocação das
VIII – prestar as informações solicitadas pela Câmara autoridades competentes.
Legislativa ou por qualquer de suas comissões técnicas
ou de inquérito sobre a fiscalização contábil, financeira, Sistema de controle interno: os Poderes Legislativo e
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resulta- Executivo manterão, de forma integrada, sistema de controle
dos de auditorias e inspeções realizadas; interno com a finalidade de:
IX – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade • avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previs- plurianual, a execução dos programas de governo e
tas em lei, a qual estabelecerá, entre outras cominações, dos orçamentos do Distrito Federal;
multa proporcional ao dano causado ao erário; • comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à
X – assinalar prazo para que o órgão ou entidade eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira,
adote as providências necessárias ao exato cumprimento contábil e patrimonial nos órgãos e entidades da admi-
da lei, verificada a ilegalidade; nistração do Distrito Federal, e quanto à da aplicação
XI – sustar, se não atendido, a execução do ato impug-
de recursos públicos por entidades de direito privado;
nado, comunicando a decisão à Câmara Legislativa;
• exercer o controle sobre o deferimento de vantagens
XII – representar ao Poder competente sobre irregu-
e a forma de calcular qualquer parcela integrante da
laridades ou abusos apurados;
remuneração, vencimento ou salário de seus membros
XIII – comunicar à Câmara Legislativa qualquer irre-
ou servidores;
gularidade verificada na gestão ou nas contas públicas,
• exercer o controle das operações de crédito, avais
enviando-lhe cópias dos respectivos documentos;
e garantias, bem como o dos direitos e haveres do
XIV – apreciar e apurar denúncias sobre irregularida-
Distrito Federal;
des e ilegalidades dos atos sujeitos a seu controle.
• avaliar a relação de custo e benefício das renúncias de
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será ado-
tado diretamente pela Câmara Legislativa, que solicitará, receitas e dos incentivos, remissões, parcelamentos de
dívidas, anistias, isenções, subsídios, benefícios e afins

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de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no de natureza financeira, tributária, creditícia e outros;
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas • apoiar o controle externo, no exercício de sua missão
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá da questão. institucional.
§ 3º O Tribunal encaminhará à Câmara Legislativa,
trimestral e anualmente, relatório circunstanciado e Observações
demonstrativo das atividades internas e de controle • Legitimidade para denunciar irregularidades: qual-
externo realizadas. quer cidadão, partido político, associação ou entidade
§ 4º Nos casos de irregularidade ou ilegalidade cons- sindical.
tatados, sem imputação de débito, em que o Tribunal de • Ciência ao Tribunal de Contas de qualquer irregulari-
Contas do Distrito Federal decidir não aplicar o disposto dade, ilegalidade ou ofensa aos princípios do art. 37/
no inciso IX deste artigo, deverão os respectivos votos CF: pelos responsáveis pelo controle interno sob pena
ser publicados juntamente com a ata da sessão em que de responsabilidade solidária.
se der o julgamento. • Disponibilização das contas pública: 60 (sessenta) dias,
§ 5º As decisões do Tribunal de Contas do Distrito anualmente, na Câmara Legislativa e permanentemen-
Federal de que resultem imputação de débitos ou multa te em sítios oficiais na internet do Poder Legislativo,
terão eficácia de título executivo. do Poder Executivo e do Tribunal de Contas do Distrito
Federal, com atualizações mensais, de forma clara e
Despesas não autorizadas: a Câmara Legislativa ou a compreensível ao cidadão.
comissão competente, diante de indícios de despesas não • O Tribunal de Contas do Distrito Federal prestará con-
autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não pro- tas anualmente de sua execução orçamentária, finan-
gramados ou de incentivos, isenções, anistias, remissões, ceira e patrimonial à Câmara Legislativa, até sessenta
subsídios ou benefícios de natureza financeira, tributária ou dias da data da abertura da sessão do ano seguinte
creditícia não aprovados, poderá solicitar à autoridade go- àquele a que se referir o exercício financeiro, quanto
vernamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste aos aspectos de legalidade, legitimidade e economi-
os esclarecimentos necessários. cidade, observados os demais preceitos legais.

25
Subseção II Art. 84. É da competência exclusiva do Tribunal de
Do Tribunal de Contas Contas do Distrito Federal:
I – elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno;
Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, II – organizar seus serviços auxiliares e prover os res-
integrado por sete Conselheiros, tem sede na cidade de pectivos cargos, ocupados aqueles em comissão preferen-
Brasília, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo cialmente por servidores de carreira do próprio tribunal,
o território do Distrito Federal, exercendo, no que couber, nos casos e condições que deverão ser previstos em sua
as atribuições previstas no art. 96 da Constituição Federal. lei de organização;
§ 1º Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados III – conceder licença, férias e outros afastamentos a
entre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: Conselheiros e Auditores;
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco IV – propor à Câmara Legislativa a criação, transfor-
mação e extinção de cargos e afixação dos respectivos
anos de idade;
vencimentos;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
V – elaborar sua proposta orçamentária, observados os
III – notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis, princípios estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
econômicos e financeiros ou de administração pública; Art. 84-A. O Tribunal de Contas do Distrito Federal é
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de representado por seu Presidente e, judicialmente, por
efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos sua Procuradoria-Geral. (Acrescentado pela emenda à Lei
mencionados no item anterior. Orgânica nº 95, de 2016)
§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito § 1º São funções institucionais da Procuradoria-Geral
Federal serão escolhidos: do Tribunal de Contas do Distrito Federal, em seu âmbito:
I – três pelo Governador do Distrito Federal, com a I – representar o Tribunal de Contas do Distrito Federal
aprovação da Câmara Legislativa, sendo um de livre esco- judicialmente;
lha, e dois alternadamente dentre auditores e membros II – promover a defesa do Tribunal de Contas do
do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em Distrito Federal, requerendo a qualquer órgão, entida-
lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de anti- de ou tribunal as medidas de interesse da Justiça, da
guidade e merecimento; (Redação dada pela emenda à Administração e do Erário;
Lei Orgânica nº 36, de 2002) III – promover a uniformização da jurisprudência admi-
II  – quatro pela Câmara Legislativa. (Redação dada nistrativa e a compilação da legislação de interesse do
pela emenda à Lei Orgânica nº 36, de 2002) Tribunal de Contas do Distrito Federal.
§ 3º (Revogado pela emenda à Lei Orgânica nº 36, § 2º O ingresso no cargo de Procurador do Tribunal
de 2002) de Contas do Distrito Federal é feito mediante concurso
público de provas e títulos.
§ 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas têm as
§ 3º Lei de iniciativa do Tribunal de Contas do Distrito
mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos e sub-
Federal deve dispor sobre a criação dos cargos e a estru-
sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do tura da sua Procuradoria-Geral.
Distrito Federal e Territórios, aplicando-se-lhes, quanto § 4º O Tribunal de Contas do Distrito Federal deve
a aposentadoria e pensão, as normas do art. 41. (Redação dispor sobre a organização e o funcionamento da sua
dada pela emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014) Procuradoria-Geral.
§ 5º Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, Art. 85. Funcionará junto ao Tribunal de Contas o
serão substituídos por Auditores, na forma da lei.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Ministério Público, regido pelos princípios institucionais


§ 6º O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, de unidade, indivisibilidade e independência funcional,
terá as mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos com as atribuições de guarda da lei e fisc
do titular e, no exercício das demais atribuições da judi-
catura, as de Juiz de Direito da Justiça do Distrito Federal Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF)
e Territórios.
§ 7º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito • Sede: Brasília.
Federal farão declaração pública de bens, no ato da posse • Quadro de pessoal: próprio.
e no término do exercício do cargo. • Jurisdição: em todo o território do Distrito Federal.
§ 8º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito • Observação: exerce no que couber, as atribuições pre-
Federal, nos casos de crime comum e nos de responsa- vistas no art. 96 da CF/88.
bilidade, serão processados e julgados, originariamente, • Representação: por seu Presidente e, judicialmente,
pelo Superior Tribunal de Justiça. por sua Procuradoria-Geral.
§ 9º É proibida a nomeação para o cargo de Conselheiro • Organização e funcionamento: Lei complementar.
do Tribunal de Contas do Distrito Federal de pessoa que
Conselheiros:
tenha praticado ato tipificado como causa de inelegibili-
• Composição: por sete Conselheiros; nomeados entre
dade prevista na legislação eleitoral. (Acrescentado pela brasileiros;
emenda à Lei Orgânica nº 60, de 2011) • Requisitos:
Art. 83. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
Distrito Federal ainda que em disponibilidade, não pode- anos de idade;
rão exercer outra função pública, nem qualquer profissão – idoneidade moral e reputação ilibada;
remunerada, salvo uma de magistério, nem receber, a – notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis, eco-
qualquer título ou pretexto, participação nos processos, nômicos e financeiros ou de administração pública;
bem como dedicar-se à atividade político-partidária, sob – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
pena de perda do cargo. atividade profissional que exija os conhecimentos
mencionados no inciso anterior.

26
• Escolha: Poder Executivo
– três pelo Governador do Distrito Federal, com a
aprovação da Câmara Legislativa, sendo um de livre • Chefe do Poder Executivo: Governador do Distrito
escolha, e Federal.
– dois alternadamente dentre auditores e membros • Auxiliares: Secretários de Estado do Distrito Federal; e
do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados Vice-Governador do Distrito Federal sempre que con-
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios vocado para missões especiais.
de antiguidade e merecimento; • Eleição: realizar-se-á noventa dias antes do término
– quatro pela Câmara Legislativa. do mandato de seus antecessores;
• Substituição dos conselheiros: serão substituídos por – Por sufrágio universal e por voto direto e secreto.
Auditores, na forma da lei, com as mesma garantias, – Eleito Governador do Distrito Federal: registrado por
prerrogativas e impedimentos do titular. partido político, obtiver a maioria absoluta de votos,
• Crimes comuns e de responsabilidade: os Conselheiros não computados os em branco e os nulos.
do TCDF serão processados e julgados, originariamen- – Segundo Turno: se nenhum candidato alcançar maio-
te, pelo Superior Tribunal de Justiça ria absoluta no primeiro turno, faz-se nova eleição,
na qual concorrem os dois candidatos mais votados,
Observação: os Conselheiros do Tribunal de Contas têm sendo considerado eleito o que obtiver a maioria dos
as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos e subsídio votos válidos;
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Fede- • Posse: ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano
ral e Territórios, aplicando-se-lhes, quanto a aposentadoria subsequente.
e pensão, as normas previstas nesta Lei. – O Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal
tomarão posse em sessão da Câmara Legislativa,
Competência Exclusiva do TCDF quando prestarão o compromisso.
• Elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno. – Declaração de bens: deverão, no ato da posse e no
• Organizar seus serviços auxiliares e prover os respec- término do mandato, fazer declaração pública de
tivos cargos, ocupados aqueles em comissão prefe- bens
rencialmente por servidores de carreira do próprio • Mandato: será de quatro anos.
Tribunal, nos casos e condições que deverão ser pre- – Perderá o mandato: o Governador que assumir outro
vistos em sua lei de organização. cargo ou função na administração pública direta ou
• Conceder licença, férias e outros afastamentos a indireta, federal, estadual, municipal ou do Distrito
Conselheiros e Auditores. Federal, ressalvada a posse em virtude de concurso
• Propor à Câmara Legislativa a criação, transforma- público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V,
ção e extinção de cargos e a fixação dos respectivos da Constituição Federal.
vencimentos. – Reeleição: permitida para um único período
• Elaborar sua proposta orçamentária, observa- subsequente.
dos os princípios estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias. Condições de Elegibilidade para Governador e Vice-
-Governador
Representação do TCDF: • Nacionalidade brasileira.
• pelo seu Presidente; • Pleno exercício dos direitos políticos.
• judicialmente, por sua Procuradoria-Geral. • Domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito Federal

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


pelo prazo fixado em lei.
São funções institucionais da Procuradoria-Geral do • Filiação partidária.
TCDF • Idade mínima de trinta anos.
• Representar o Tribunal de Contas do Distrito Federal • Alistamento eleitoral.
judicialmente.
• Promover a defesa do Tribunal de Contas do Distrito Substituição do Governador: cabe ao Vice-Governador
Federal, requerendo a qualquer órgão, entidade substituir o Governador em sua ausência ou impedimento
ou tribunal as medidas de interesse da Justiça, da e suceder-lhe no caso de vaga.
Administração e do Erário.
• Promover a uniformização da jurisprudência adminis- Impedimento do Governador e do Vice-Governador ou
trativa e a compilação da legislação de interesse do de vacância dos respectivos cargos: serão sucessivamente
Tribunal de Contas do Distrito Federal. chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Pre-
• Ingresso no cargo de Procurador do Tribunal de Contas sidente da Câmara Legislativa e o Presidente do Tribunal de
do Distrito Federal: é feito mediante concurso público Justiça do Distrito Federal e Territórios.
de provas e títulos.
• Criação de cargos e estrutura da Procuradoria-Geral Vacância dos cargos de Governador e Vice-Governador
no âmbito do TCDF: Lei de iniciativa do Tribunal de
Contas do Distrito Federal deve dispor sobre a criação Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
dos cargos e a estrutura da sua Procuradoria-Geral. Governador ou o Vice-Governador do Distrito Federal, salvo
• Organização da Procuradoria-Geral: o Tribunal de motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
Contas do Distrito Federal deve dispor sobre a organi- declarado vago.
zação e o funcionamento da sua Procuradoria-Geral. Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador
• Ministério Público: funcionará junto ao Tribunal de do Distrito Federal, far-se-á eleição noventa dias depois de
Contas o Ministério Público, regido pelos princípios aberta a última vaga.
institucionais de unidade, indivisibilidade e indepen- Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do mandato,
dência funcional, com as atribuições de guarda da lei a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois
e fiscal de sua execução. da última vaga, pela Câmara Legislativa, na forma da lei.

27
Residência oficial do Governador e Vice-Governador: XVII – prestar anualmente à Câmara Legislativa, no
Distrito Federal. prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legisla-
tiva, as contas referentes ao exercício anterior;
Ausência do Governador e Vice-Governador: XVIII – prover e extinguir os cargos públicos do Distrito
• Sem autorização da Câmara Legislativa: não superior Federal, na forma da lei;
a 15 dias. XIX – nomear e destituir diretores de sociedades de
• Somente com autorização da Câmara Legislativa: supe- economia mista, empresas públicas e fundações mantidas
rior a 15 dias, justificada, sob pena de perda do cargo. pelo Poder Público;
XX – subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumen-
Férias do Governador e Vice-Governador: poderão afas- tar capital, desde que haja recursos disponíveis, de socie-
tar-se durante trinta dias, a título de férias, em cada ano de dade de economia mista ou de empresa pública, bem
seu mandato. como dispor, a qualquer título, no todo ou em parte, de
ações ou capital que tenham subscrito, adquirido, reali-
Compete privativamente ao Governador zado ou aumentado, mediante autorização da Câmara
Legislativa;
XXI – delegar, por decreto, a qualquer autoridade do
Art. 100. Compete privativamente ao Governador do
Executivo atribuições administrativas que não sejam de
Distrito Federal: sua exclusiva competência;
I – representar o Distrito Federal perante o Governo XXII – solicitar intervenção federal na forma estabe-
da União e das Unidades da Federação, bem como em lecida pela Constituição da República;
suas relações jurídicas, políticas, sociais e administrativas; XXIII – celebrar ou autorizar convênios, ajustes ou
II – nomear, observado o disposto no caput do art. acordos com entidades públicas ou particulares, na forma
244 e em seu parágrafo único, os membros do Conselho da legislação em vigor;
de Educação do Distrito Federal; XXIV – realizar operações de crédito autorizadas pela
III – nomear e exonerar Secretários de Estado do Câmara Legislativa;
Distrito Federal; XXV – decretar situação de emergência e estado de
IV – exercer, com auxílio dos Secretários de Estado calamidade pública no Distrito Federal;
do Distrito Federal, a direção superior da administração XXVI – praticar os demais atos de administração, nos
do Distrito Federal; limites da competência do Poder Executivo;
V – exercer o comando superior da Polícia Militar e XXVII – nomear, dispensar, exonerar, demitir e destituir
do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e pro- servidores da administração pública direta, autárquica e
mover seus oficiais; fundacional;
VI – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos XXVIII – nomear e destituir o Defensor Público-Geral
previstos nesta Lei Orgânica; do Distrito Federal, na forma da lei;
VII – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, XXIX – nomear, na forma da lei, o Diretor‑Geral do
bem como expedir decretos e regulamentos para sua Departamento de Trânsito do Distrito Federal, dentre os
fiel execução; servidores efetivos, indicado em lista tríplice elaborada
VIII – nomear, na forma da lei, os Comandantes-Gerais pela categoria do órgão. (Inciso acrescido pela Emenda à
da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Lei Orgânica nº 102, de 2017, que foi declarada inconstitu-
cional: ADIs nos 2017 00 2 016191-6 e 2017 00 2 022174-
Distrito Federal, bem como o Diretor-Geral da Polícia Civil
3 – TJDFT, Diário de Justiça, de 7/5/2018)
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

do Distrito Federal, observado o disposto no parágrafo


Parágrafo único. A nomeação do Diretor-Geral da
único deste artigo; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Polícia Civil do Distrito Federal dá-se por indicação em
Orgânica nº 102, de 2017, que foi declarada inconstitucio- lista tríplice elaborada pelos Delegados de Polícia e
nal: ADIs nºs 2017 00 2 016191-6 e 2017 00 2 022174-3 Policiais Civis do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido
– TJDFT, Diário de Justiça, de 7/5/2018) pela Emenda à Lei Orgânica nº 102, de 2017)
IX – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
X – dispor sobre a organização e o funcionamento São Crimes de responsabilidade os atos do Governador
da administração do Distrito Federal, na forma desta Lei do Distrito Federal que atentem25:
Orgânica; • contra a Constituição Federal, contra esta Lei Orgânica;
XI – remeter mensagem à Câmara Legislativa por oca- • e, especialmente, contra:
sião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação – a existência da União e do Distrito Federal;
do Distrito Federal e indicando as providências que julgar – o livre exercício do Poder Executivo e do Poder
necessárias; Legislativo ou de outras autoridades constituídas;
XII – nomear os Conselheiros do Tribunal de Contas do – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
Distrito Federal, após a aprovação pela Câmara Legislativa, – a segurança interna do País e do Distrito Federal;
observado o disposto no art. 82, §§ 1º e 2º e seus incisos; – a probidade na administração;
XIII – nomear e destituir o Procurador-Geral do Distrito – a lei orçamentária;
Federal, na forma da lei; – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
XIV – nomear os membros do Conselho de Governo,
a que se refere o art. 108; São crimes de responsabilidade os atos dos Secretários
XV – nomear e destituir presidente de instituições de Estado do Distrito Federal, dos dirigentes e servidores da
financeiras controladas pelo Distrito Federal, após a apro- administração pública direta e indireta, do Procurador-Geral,
vação pela Câmara Legislativa, na forma do art. 60, XXXV; dos comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Militar e do Diretor-Geral da Polícia Civil que atentarem:
XVI – enviar à Câmara Legislativa projetos de lei relati-
vos a plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen- 25
Ver: STF: ADI 1628-8 -SC; Julgamento 24.297-3/DF; Súmula: 722 – STF; e Lei
to anual, dívida pública e operações de crédito; Federal 1.079/1950.

28
• contra a Constituição Federal, esta Lei Orgânica; Secretários de Estado do Distrito Federal
• e, especialmente, contra:
– a existência da União e do Distrito Federal; Serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um
– o livre exercício dos Poderes Executivo e Legislativo anos, no exercício dos direitos políticos.
e das outras autoridades constituídas; Aplicando-se-lhes a proibição de designação para função
– o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; de confiança ou a nomeação para emprego ou cargo em
– a segurança interna do País e do Distrito Federal; comissão, incluídos os de natureza especial, de pessoa que
– a probidade na administração; tenha praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade
– a lei orçamentária; prevista na legislação eleitoral.
– o cumprimento das leis e decisões judiciais.
Competência dos Secretários de Estado
A recusa em atender a convocação da Câmara Legislati- Além de outras atribuições estabelecidas nesta Lei Or-
va ou de qualquer das suas comissões constitui igualmente gânica e nas demais leis, compete:
crime de responsabilidade. • exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
órgãos e entidades da administração do Distrito
Denúncia dos crimes de responsabilidades: legitimidade Federal, na área de sua competência;
– a Mesa Diretora, as comissões permanentes e os Deputados • referendar os decretos e os atos assinados pelo
Distritais; qualquer cidadão, partido político, associação ou Governador, referentes à área de sua competência;
entidade sindical. • expedir instruções para a execução das leis, decretos
e regulamentos;
Admissão da Acusação: admitida a acusação, por maioria • apresentar ao Governador relatório anual de sua
absoluta dos Deputados Distritais, será a autoridade julgada gestão;
perante a própria Câmara Legislativa. • praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
forem outorgadas ou delegadas pelo Governador do
Distrito Federal;
Admissão da Denúncia: pela Câmara Legislativa a autori-
• comparecer à Câmara Legislativa ou a suas comissões,
dade será afastada imediatamente de seu cargo, resultando
nos casos e para os fins indicados nesta Lei Orgânica;
no afastamento da autoridade imediatamente de seu cargo.
• delegar a seus subordinados, por ato expresso, atri-
buições previstas na legislação.
Atenção para o Art. 103!
Art. 103. Admitida acusação contra o Governador, Foro de julgamento dos Secretários de Estado do DF:
por dois terços da Câmara Legislativa, será ele sub- nos crimes comuns e nos de responsabilidade, processa-
metido a julgamento perante o Superior Tribunal de dos e julgados pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante a Territórios, ressalvada a competência dos órgãos judiciários
própria Câmara Legislativa, nos crimes de respon- federais.
sabilidade. (Expressão “Admitida a acusação pelo
voto de dois terços da Câmara Legislativa” decla- Crimes de Responsabilidade
rada inconstitucional: ADI nº 4362 – STF, Diário de
Justiça, de 6/2/2018) São crimes de responsabilidades26: dos Secretários
de Estado do Distrito Federal os referidos nos arts.
ADI 4362 / DF: ACORDÃO 60, XII, e 101, bem como os demais previstos em

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam lei, incluída a recusa ou o não comparecimento à
os Ministros do Tribunal Pleno do Supremo Tribu- Câmara Legislativa ou a qualquer de suas comissões
nal Federal, sob a presidência da Ministra Cármen quando convocados, além da não prestação de in-
Lúcia, na conformidade da ata de julgamento, por formações no prazo de trinta dias ou o fornecimento
maioria de votos, e nos termos do voto do Ministro de informações falsas.
Luís Roberto Barroso, Redator do Acordão, em julgar Acolhimento da Denúncia contra o Secretário:
procedente o pedido, para declarar a inconstitucio- pela prática de crime de responsabilidade acarreta
nalidade do art. 60, XXIII, e das expressões constan- o afastamento do Secretário de Estado do Distrito
tes do art. 103, caput (Admitida a acusação pelo Federal do exercício de suas funções.
voto de dois terços da Câmara Legislativa), ambos
da Lei Orgânica do Distrito Federal, bem como, por Conselho de Governo
arrastamento, do art. 84, § 1º, I, da Lei Orgânica do
Distrito Federal ( § 1º o Governador ficará suspenso Conselho de Governo: é o órgão superior de consulta do
de suas funções: I nas infrações penais comuns, se Governador do Distrito Federal.
recebida a denúncia ou queixa‑crime pelo Superior Presidente: Governador do Distrito Federal.
Tribunal de Justiça;). Vencido o Ministro Dias Toffoli Membros:
(Relator), que julgava parcialmente procedente o • Vice-Governador do Distrito Federal;
pedido. Acordam, nos termos voto do Ministro Luís • o Presidente da Câmara Legislativa;
Roberto Barroso, em reafirmar a seguinte tese: “ É • os líderes da maioria e da minoria na Câmara Legislativa;
vedado às unidade federativas instituírem nomas • o Procurador-Geral do Distrito Federal;
que condicionem a instauração de ação penal contra • quatro cidadãos brasileiros natos, residentes no Distrito
o Governador, que por crime comum, à prévia auto- Federal há pelo menos dez anos, maiores de trinta anos
rização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tri- de idade, todos com mandato de dois anos, vedada a
bunal de Justiça dispor, fundamentadamente, sobre recondução, sendo dois nomeados pelo Governador
a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive e dois indicados pela Câmara Legislativa.
afastamento do cargo”.
Brasília, 9 de agosto de 2017. 26
Ver Súmula: 722 – STF; e Lei Federal 1.079/1950.

29
Competência do Conselho do Governo: compete pro- Princípios Institucionais:
nunciar-se sobre questões relevantes suscitadas pelo Go- • Unidade: significa que os membros da Defensoria
verno do Distrito Federal, incluída a estabilidade das insti- Pública integram um só órgão sob a direção;
tuições e os problemas emergentes de grave complexidade • Indivisibilidade: Defensoria Pública é una porque seus
e magnitude. membros não estão vinculados aos processos em que
atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros
Funções Essenciais à Justiça em conformidade com as normas que disciplinam as
substituições;
• Independência funcional: significa que cada órgão da
Procuradoria-Geral do Distrito Federal
Defensoria Pública é independente no exercício de suas
funções, não ficando sujeito às ordens de quem quer
A Procuradoria-Geral é o órgão central do sistema jurídico que seja.
do Distrito Federal, de natureza permanente, na forma do
art. 132 da Constituição Federal. Competência Privativa:
• sua organização e funcionamento;
São funções institucionais da Procuradoria-Geral do Dis- • criação, transformação ou extinção dos seus cargos
trito Federal: públicos e fixação dos respectivos vencimentos ou
• representar o Distrito Federal judicial e subsídios;
extrajudicialmente; • o estatuto dos defensores públicos do Distrito Federal.
• representar a Fazenda Pública perante os Tribunais
de Contas da União, do Distrito Federal e Juntas de Defensor Público-Geral do Distrito Federal:
Recursos Fiscais; • destituição: só pode ser destituído, nos termos da lei,
• promover a defesa da administração pública, requeren- por iniciativa do Governador e prévia deliberação da
do a qualquer órgão, entidade ou tribunal as medidas Câmara Legislativa do Distrito Federal.
de interesse da justiça, da administração e do erário;
• representar sobre questões de ordem jurídica sempre Assistência jurídica especializada: é assegurada ao po-
que o interesse público ou a aplicação do direito o licial militar, ao policial civil e ao bombeiro militar do Distri-
reclamarem; to Federal assistência jurídica especializada prestada pelo
• promover a uniformização da jurisprudência adminis- Distrito Federal, quando, no exercício da função, se envolva
em fatos de natureza penal ou administrativa (o art. 115 teve
trativa e a compilação da legislação do Distrito Federal;
a redação alterada pela Emenda à Lei Orgânica nº 105, de
• prestar orientação jurídico-normativa para a adminis-
11/12/2017).
tração pública direta, indireta e fundacional;
Lei complementar de iniciativa do Poder Executivo dis-
• efetuar a cobrança judicial da dívida do Distrito Federal porá sobre a assistência jurídica prestada ao policial militar,
(inclui aquela relativa à Câmara Legislativa do DF). ao policial civil e ao bombeiro militar do Distrito Federal.
Não é prestada a assistência jurídica de que trata este
Os servidores de apoio: às atividades jurídicas serão artigo nas hipóteses de improbidade administrativa apurada
organizados em carreira, com quadro próprio e funções es- em processo administrativo disciplinar.
pecíficas. Centro de atendimento para a assistência jurídica: ha-
Aplicam-se aos Procuradores das autarquias e fundações verá na assistência judiciária centro de atendimento para a
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

do Distrito Federal e aos Procuradores da Câmara Legislativa assistência jurídica, apoio e orientação à mulher vítima de
do Distrito Federal os mesmos direitos, deveres, garantias, violência, bem como a seus familiares (Art. 116).
vencimentos, proibições e impedimentos da atividade cor-
recional e de disposições atinentes à carreira de Procurador Segurança Pública
do Distrito Federal.
A Segurança Pública, dever do Estado, direito e respon-
Defensoria Pública do Distrito Federal sabilidade de todos, é exercida com base nos seguintes
princípios:
Defensoria Pública: é instituição permanente e essen- • respeito aos direitos humanos e promoção dos direi-
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe fun- tos e das garantias fundamentais individuais e coleti-
damentalmente, como expressão e instrumento do regime vas, especialmente dos segmentos sociais de maior
democrático, a orientação jurídica, a promoção dos direitos vulnerabilidade;
• preservação da ordem pública, assim entendidas as
humanos e a defesa judicial e extrajudicial, em todos os
ordens urbanística, fundiária, econômica, tributá-
graus, dos direitos individuais e coletivos de forma integral
ria, das relações de consumo, ambiental e da saúde
e gratuita aos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da pública;
Constituição Federal. • gestão integrada de seus órgãos e deles com as esferas
Autonomia funcional e administrativa: à Defensoria educacional, da saúde pública e da assistência social,
Pública do Distrito Federal é assegurada, nos termos do art. com a finalidade de prestar serviço concentrado na
134, § 2º, da Constituição Federal, e do art. 2º da Emenda prevenção;
Constitucional nº 69, de 29 de março de 2012, autonomia • ênfase no policiamento comunitário;
funcional e administrativa. • preservação da incolumidade das pessoas e do patri-
Proposta orçamentária: cabe à Defensoria Pública do DF mônio público e privado.
elaborar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, sua
proposta orçamentária e encaminhá-la ao Poder Executivo São objetivos da política de segurança pública:
para consolidação da proposta de lei de orçamento anual e • a prevenção das infrações penais, por meio de proce-
submissão ao Poder Legislativo. dimentos investigatórios e de policiamento ostensivo;

30
• a apuração das infrações penais, por meio de proce- tenciário. Cabe também observar a Lei Federal nº 7.210/1984
dimentos investigatórios de polícia judiciária; que Institui a Lei de Execução Penal.
• o exercício da atividade de defesa civil, prevenção e A legislação penitenciária do Distrito Federal assegu-
combate a incêndios, alagamentos, enchentes e outros rará:
desastres; • o respeito às regras da Organização das Nações Unidas
• a guarda dos prédios públicos do Distrito Federal. para o tratamento de reclusos;
• a defesa técnica nas infrações disciplinares;
Polícia Civil • definirá a composição e competência do Conselho de
Política Penitenciária do Distrito Federal.
• Órgão permanente;
• Dirigido por delegado de polícia de carreira; O estabelecimento prisional destinado a mulheres terá:
• Incumbe, ressalvada a competência da União, as em local anexo e independente, creche em tempo integral
funções: para seus filhos de 0 a 6 anos, atendidos por pessoas espe-
– polícia judiciária; cializadas, assegurado aos filhos das presidiárias o direito à
– apuração de infrações penais; amamentação até completarem, no mínimo, 12 meses de
– Exceção: as militares. idade. (Caput com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº
100, de 2017.)
• princípios institucionais da Polícia Civil: À mulher presidiária será garantida: assistência pré-natal
– unidade; prioritariamente e a obrigatoriedade de assistência integral
– indivisibilidade; a sua saúde.
– legalidade; Os estabelecimentos prisionais e correcionais propor-
– moralidade; cionarão aos internos:
– impessoalidade; • Trabalho: condições de exercer atividades produtivas
– hierarquia funcional; remuneradas que lhes garantam o sustento e o de suas
– disciplina; e famílias e;
– unidade de doutrina e de procedimentos. • Saúde: assistência à saúde, de caráter preventivo e
curativo, em serviço próprio do estabelecimento e com
• Independência funcional:
pessoal técnico nele lotado em caráter permanente.
– Delegado de polícia: é garantida independência
funcional no exercício das atribuições de Polícia
§ 16. A Polícia Civil do Distrito Federal pode dispor de
Judiciária.
unidade especializada na custódia de presos provisórios
– Categorias de perito criminal, médico-legista e
e bens apreendidos, devendo seu dirigente ser escolhi-
datiloscopista policial: é garantida a independência
funcional na elaboração de laudos periciais. do entre os integrantes da categoria funcional de Agente
– Categorias de agente de polícia, agente policial de Policial de Custódia. (Parágrafo acrescido pela Emenda à
custódia e escrivão de polícia: é garantida a inde- Lei Orgânica nº 111, de 2019.)
pendência funcional na elaboração e no conteú-
do dos atos legais delegados ou próprios sob sua
responsabilidade. A lei definirá as características do serviço e as moda-
lidades de sua integração com a rede pública de saúde do
Distrito Federal.

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


• Competência do Diretor-Geral da Polícia Civil do
Distrito Federal, por delegação: autorizar a realização
de concursos públicos para o provimento de cargos das Departamento de Trânsito27
carreiras da Polícia Civil, com prévia manifestação da
Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento O Departamento de Trânsito do Distrito Federal – De-
do Distrito Federal; disponibilidade orçamentária. tran/DF:
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 90, • Entidade autárquica integrante do Sistema Nacional
de 2015, que foi declarada inconstitucional: ADI 2015 de Trânsito;
00 2 024735-5 – TJDFT, Diário de Justiça, de 8/7/2016) • Personalidade jurídica própria;
• Concurso de remoção interno: é assegurado, pelo • Autonomia:
menos 1 vez ao ano ou quando da nomeação por con- – Administrativa;
curso público. Abrange todas as unidades e seções da – Financeira;
Polícia Civil do Distrito Federal, excetuando-se apenas – Técnica.
as funções comissionadas. Exigindo-se a comprovação
obrigatória dos pré-requisitos objetivos e determina- • É o órgão executivo de trânsito, vinculado à Secretaria
dos exigidos de cada função para lotação pelo concurso de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal.
de remoção.
• Aplica-se aos integrantes das carreiras de Delegado de Competência do Detran/DF: além das atribuições fixadas
Polícia do Distrito Federal e de Polícia Civil do Distrito na legislação federal:
Federal, no que couber, a lei que trata de direitos e • Exercício do poder de polícia administrativa de trân-
garantias dos servidores públicos civis do Distrito sito no âmbito do Distrito Federal;
Federal. • Fixação dos preços públicos a serem cobrados pelos
serviços administrativos prestados aos usuários.
Política Penitenciária

Trata-se de uma competência concorrente entre União, Seção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 3, de 1995, que foi declarada
27

a inconstitucional: ADI nº 2007 00 2 000025-5 – TJDFT, Diário de Justiça, de


aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre direito peni- 3/9/2007 e de 3/12/2007.

31
Segurança Metroviária Proibição aplicabilidade das taxas diversa de sua fina-
lidade: nenhuma taxa poderá ser.
Seção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 89, de Exceção: as aplicadas em despesas estranhas aos serviços
2015, que foi declarada inconstitucional: ADI nº 2015 00 para os quais foi criada.
2 024292-8 – TJDFT, Diário de Justiça, de 20/6/2016 e de
20/10/2016. Administração tributária mediante convênio com outros
Entes Federativos: o Distrito Federal poderá, mediante con-
Art. 124-B – 1ª parte: Exercida: por Agente de vênio com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles
Segurança Metroviária do corpo próprio da Companhia receber encargos de administração tributária.
do Metropolitano do Distrito Federal, O sistema tributário do Distrito Federal obedecerá ao
Art. 124-B – 2ª parte: Exercida: Incumbe: a adoção de disposto no art. 146 da Constituição Federal, em resolução
medidas de natureza técnica, administrativa e educativa do Senado Federal, nesta Lei Orgânica e em leis ordinárias,
que visem a incolumidade dos usuários, agentes públicos no tocante a:
e patrimônios a ela vinculados, bem como a prevenção • conflitos de competência em matéria tributária entre
de acidentes, ressalvada a competência dos órgãos de pessoas de direito público;
segurança pública do Distrito Federal. (Artigo acrescido • limitações constitucionais ao poder de tributar;
pela Emenda à Lei Orgânica nº 89, de 2015, que foi decla- • definição de tributos e de suas espécies, bem como
rada inconstitucional: ADI nº 2015 00 2 024292-8 – TJDFT, em relação aos impostos constitucionais discrimina-
Diário de Justiça, de 20/6/2016 e de 20/10/2016.) dos, dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo
e contribuintes;
Colaboração com o policiamento: a segurança metro- • obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadên-
viária deve colaborar com o policiamento ostensivo para cia tributários;
manutenção da ordem pública e prevenção ou repressão • adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
de crimes nas áreas do serviço do transporte metroviário. praticado pelas sociedades cooperativas.
Competência da Segurança metroviária: exercício do
poder de polícia administrativa na modalidade fiscalização Ao sistema tributário do Distrito Federal aplica-se o
e consentimento no âmbito das áreas do serviço metroviário. seguinte:
• as normas gerais aplicáveis aos diferentes impostos e
TÍTULO IV demais tributos são objeto do código tributário;
Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal • cada imposto ou contribuição, observadas as exceções
desta Lei Orgânica, deve ser objeto de lei ordinária
Sistema Tributário do Distrito Federal específica e de conteúdo exclusivo;
• as disposições de vigência temporária em matéria
tributária podem ser instituídas em leis diversas das
Princípios Gerais
mencionadas no item anterior.
• Impostos de sua competência previstos na Constituição
Federal.
Ao Distrito Federal compete, cumulativamente, os im-
• Taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela
postos reservados aos Estados e Municípios nos termos dos
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
arts. 155 e 156 da Constituição Federal.
de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos a sua disposição.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Limitações do Poder de Tributar


• Contribuição de melhoria, decorrente de obras
públicas. É vedado ao Distrito Federal:
• Contribuição para o custeio do serviço de iluminação • exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
pública. • instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
– É facultada a cobrança desta contribuição na fatura encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
de consumo de energia elétrica. distinção em razão de ocupação profissional ou função
• Contribuição previdenciária, cobrada dos servidores por eles exercida, independentemente da denomina-
públicos, dos aposentados e dos pensionistas. ção jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
– Esta contribuição não pode ter alíquota inferior à
da contribuição dos servidores públicos efetivos da • cobrar tributos:
União para o custeio, em benefício deles, do regime – em relação a fatos geradores ocorridos antes do
próprio de previdência social. início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;
Função social: dos impostos incorpora o princípio de jus- – no mesmo exercício financeiro em que haja sido
tiça fiscal e o critério de progressividade a serem observados publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
na legislação. – antes de decorridos noventa dias da data em que
Caráter pessoal dos impostos: sempre que possível, os tiver sido publicada a lei que os instituiu ou aumen-
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo tou, observado o disposto anteriormente;
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à admi- • utilizar tributo com efeito de confisco;
nistração tributária, especialmente para conferir efetividade • estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de
a esses objetivos, identificar o patrimônio, rendimentos e bens por meio de tributos, ressalvada a cobrança
atividades econômicas do contribuinte, respeitados os di- de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
reitos individuais e nos termos da lei. Distrito Federal;
• instituir impostos sobre:
Base de cálculo das taxas: as taxas não poderão ter base – patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e
de cálculo própria de impostos. Municípios;

32
– templos de qualquer culto; • não serão concedidos às empresas que utilizem em seu
– patrimônio, renda ou serviços dos partidos políti- processo produtivo mão-de-obra baseada no trabalho
cos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais de crianças e de adolescentes, em desacordo com o
dos trabalhadores, das instituições de educação e disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal;
assistência social sem fins lucrativos, atendidos os • os convênios celebrados pelo Distrito Federal na forma
requisitos da lei; prescrita no art. 155, § 2º, XII, g, da Constituição
– livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua Federal, deverão observar o que dispõe o texto cons-
impressão; titucional e a legislação complementar pertinente.
– fonogramas e videofonogramas musicais produzidos
no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais Impostos do Distrito Federal
de autores brasileiros ou obras em geral interpreta-
das por artistas brasileiros, bem como os suportes Competência do Distrito Federal para instituir:
materiais ou arquivos digitais que os contenham, Impostos sobre:
salvo na etapa de replicação industrial de mídias • transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens
ópticas de leitura a laser; ou direitos;
• estabelecer diferença tributária entre bens e serviços • operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
de qualquer natureza, em razão de sua procedência
intermunicipal e de comunicação, ainda que as ope-
ou destino.
rações e as prestações se iniciem no exterior;
• propriedade de veículos automotores;
Instituição e majoração de tributos: os projetos de lei • propriedade predial e territorial urbana;
que instituam ou majorem tributos só podem ser apreciados • transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato one-
pela Câmara Legislativa, no mesmo exercício financeiro, se roso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,
a ela encaminhados antes de noventa dias de seu encerra- e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
mento, ressalvados os casos: (Art. 128, § 4º: parágrafo com a bem como cessão de direitos a sua aquisição;
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014. Parágrafo • serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
suspenso liminarmente: ADI nº 2016 00 2 023947-9 – TJDFT, alínea b, definidos em lei complementar federal.
Diário de Justiça, de 8/2/2017 e de 30/5/2017)
• autorizados na lei de diretrizes orçamentárias; O imposto sobre a transmissão causa mortis e doação
• de alteração tributária efetuada na legislação federal; de quaisquer bens ou direitos (ITCMD ou ITCD):
• de proposta ou convênio advindo do Conselho Nacional • incidirá sobre:
de Política Fazendária – Confaz; – bens imóveis situados no Distrito Federal e respec-
• de tributo sujeito à noventena prevista anteriormente. tivos direitos;
– bens móveis, títulos e créditos quando o inventário
Sujeito passivo da obrigação tributária: a lei pode atri- ou arrolamento se processar no Distrito Federal ou
buir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de o doador nele tiver domicílio;
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição • terá a competência para sua instituição regulada por
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada lei complementar federal:
a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso – se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
não se realize o fato gerador presumido. – se o de cujus possuía bens, era residente ou domi-
ciliado, ou teve o seu inventário processado no

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Isenção, redução ou agravamento de tributos: a lei exterior;
poderá isentar, reduzir ou agravar tributos, para favorecer • obedecerá a alíquotas máximas fixadas por resolução
atividades de interesse público ou para conter atividades in- do Senado Federal.
compatíveis com este, obedecidos os limites de prazo e valor.
• Redução e isenção da carga tributária: para efeito de O imposto sobre operações relativas à circulação de
redução ou isenção da carga tributária, a lei definirá mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
os produtos que integrarão a cesta básica, para aten- interestadual e intermunicipal e de comunicação atenderá
dimento da população de baixa renda, observadas as ao seguinte:
• será não cumulativo, compensando-se o que for devido
restrições da legislação federal.
em cada operação relativa à circulação de mercadorias
ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
As isenções, anistias, remissões, benefícios e incentivos
anteriores pelo Distrito Federal ou outro Estado;
fiscais que envolvam matéria tributária e previdenciária, • a isenção ou não incidência, salvo determinação em
inclusive as que sejam objeto de convênios celebrados entre contrário da legislação:
o Distrito Federal e a União, Estados e Municípios, observarão – não implicará crédito para compensação com o mon-
o seguinte: tante devido nas operações ou prestações seguintes;
• só poderão ser concedidos ou revogados por meio de – acarretará a anulação do crédito às operações
lei específica, aprovada por dois terços dos membros anteriores;
da Câmara Legislativa, obedecidos os limites de prazo • poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
e valor; mercadorias e dos serviços;
• não serão concedidos no último exercício de cada legis- • terá as alíquotas aplicáveis a operações e prestações
latura, salvo os benefícios fiscais relativos ao imposto interestaduais e de exportação fixadas por resolução
sobre operações relativas à circulação de mercadorias do Senado Federal.
e sobre prestações de serviços de transporte interesta-
dual e intermunicipal e de comunicação, deliberados O Distrito Federal fixará as alíquotas do imposto de que
na forma do inciso VII do § 5º do art. 135, e no caso trata o artigo anterior para as operações internas, obser-
de calamidade pública, nos termos da lei; vado o seguinte:

33
• limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo Senado O imposto sobre transmissão inter vivos de bens imó-
Federal para as operações interestaduais, salvo: veis (ITBI) e de direitos a eles relativos não incide sobre a
– deliberação em contrário, estabelecida na forma da transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio
lei complementar federal, conforme previsto no art. de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
155, § 2º, VI, da Constituição Federal; transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incor-
– resolução do Senado Federal, na forma do art. 155, poração, cisão ou extinção de pessoa jurídica.
§ 2º, V, a, da Constituição Federal; Exceção: salvo se, nesses casos, a atividade preponde-
• limite máximo, na hipótese de resolução do Senado rante do adquirente for a compra e venda desses bens ou di-
Federal, para solução de conflito específico que reitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
envolva interesse do Distrito Federal e dos Estados; As alíquotas mínimas e máximas do imposto sobre servi-
• em relação a operações e prestações que destinem ços de qualquer natureza são as fixadas em lei complementar
bens e serviços a consumidor final localizado em federal.
outro Estado, adotar-se-á:
– a alíquota interestadual, quando o destinatário for Repartição das Receitas Tributárias
contribuinte do imposto;
– a alíquota interna, quando o destinatário não for Constituem receitas do Distrito Federal:
contribuinte do imposto. • o produto da arrecadação do imposto da União sobre
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na
O imposto incide também: fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelo
• sobre a entrada de bem ou mercadoria importados Distrito Federal, suas autarquias e pelas fundações que
do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que instituir e mantiver;
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer • vinte por cento do produto da arrecadação do impos-
que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço to que a União instituir no exercício da competência
prestado no exterior, cabendo o imposto ao Distrito que lhe é atribuída pelo art. 154, I, da Constituição
Federal, se nele estiver situado o domicílio ou o esta- Federal;
belecimento do destinatário da mercadoria, bem ou • 50% do produto da arrecadação do imposto da União
serviço; sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos
• sobre o valor total da operação, quando mercadorias imóveis situados no Distrito Federal, cabendo a totali-
dade na hipótese da opção a que se refere o art. 153,
forem fornecidas com serviços não sujeitos ao imposto
§ 4º, III, da Constituição Federal;
sobre serviços de qualquer natureza.
• a parcela que lhe couber na forma do art. 15928 da
Constituição Federal;
O imposto não incide:
• o produto da arrecadação do imposto que a União ins-
• sobre operações que destinem mercadorias para o
tituir no exercício da competência que lhe é atribuída
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários pelo art. 153, V e seu § 5º, da Constituição Federal.
no exterior, assegurada a manutenção e o aproveita-
mento do montante do imposto cobrado nas opera-
ções e prestações anteriores;
Finanças Públicas
• sobre operações que destinem a outro Estado petróleo,
Receita pública será constituída por:
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos
• tributos;
dele derivados, e energia elétrica.
• contribuições financeiras e preços públicos;
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

• multas;
Base de Cálculo: o imposto não compreenderá, em sua • rendas provenientes de concessão, permissão, cessão,
base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos in- arrendamento, locação e autorização de uso;
dustrializados, quando a operação, realizada entre contri- • produto de alienação de bens móveis, imóveis, ações
buintes e relativa a produto destinado a industrialização ou e direitos, na forma da lei;
a comercialização, configure fato gerador dos dois impostos. • doações e legados com ou sem encargos;
• outras definidas em lei.
Imposto sobre propriedade de veículos automotores
(IPVA) aplica-se o seguinte: O Banco de Brasília S.A. é o agente financeiro do Tesouro
• não pode ter alíquotas inferiores às mínimas fixadas do Distrito Federal e o organismo fundamental de fomento
pelo Senado Federal; da região.
• pode ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e
da utilização. Art. 159. A União entregará: I - do produto da arrecadação dos impostos sobre
28

renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49%


(quarenta e nove por cento), na seguinte forma: a) vinte e um inteiros e cinco
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
(IPTU) aplica-se o seguinte: b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos
• pode ser progressivo: Municípios; c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento
ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas
– no tempo, na forma do art. 323; instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais
– em razão do valor do imóvel; de desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste a metade
• pode ter alíquotas diferentes de acordo com a loca- dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; d) um por
cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
lização e o uso do imóvel; decêndio do mês de dezembro de cada ano e) 1% (um por cento) ao Fundo
• deve, nos termos de lei específica, assegurar o cum- de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
primento da função social da propriedade, conside- mês de julho de cada ano; II - do produto da arrecadação do imposto sobre
produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal,
rados, entre outros aspectos: proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos indus-
– valor real do imóvel, corrigido a cada ano fiscal; trializados. III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no
– existência ou não de área construída; domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento)
para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a
– utilização própria ou locatícia. destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.

34
A arrecadação de todas e quaisquer receitas de compe- • As diretrizes orçamentárias: a lei de diretrizes orça-
tência do Distrito Federal far-se-á na forma disciplinada pelo mentárias, compatível com o plano plurianual:
Poder Executivo, devendo seu produto ser obrigatoriamente – compreenderá as metas e prioridades da administra-
recolhido ao Banco de Brasília S.A., à conta do Tesouro do ção pública do Distrito Federal, incluídas as despesas
Distrito Federal. de capital para o exercício financeiro subsequente;
Dotações orçamentárias da Câmara Legislativa: os re- – orientará a elaboração da lei orçamentária anual;
cursos financeiros correspondentes às dotações orçamen- – disporá sobre as alterações da legislação tributária;
tárias da Câmara Legislativa do Distrito Federal, do Tribunal – estabelecerá a política tarifária das entidades da
de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do administração indireta e a política de aplicação das
Distrito Federal são repassados em duodécimos, até o dia 20 agências financeiras oficiais de fomento;
de cada mês, em cotas estabelecidas na programação finan- – definirá a política de pessoal a curto prazo da admi-
ceira, exceto em caso de investimento, em que se obedecerá nistração direta e indireta do Governo.
ao cronograma estabelecido.
Lei complementar, observados os princípios estabele- • Os orçamentos anuais: o orçamento anual deverá ser
cidos na Constituição da República e as disposições de lei detalhado por Região Administrativa e terá entre suas
complementar federal e resoluções do Senado Federal, dis- funções a redução das desigualdades inter-regionais.
porá sobre:
• finanças públicas; A lei orçamentária, compatível com o plano plurianual
• emissão e resgate de títulos da dívida pública; e com a lei de diretrizes orçamentárias, compreenderá:
• concessão de garantia pelas entidades públicas do • o orçamento fiscal referente aos Poderes do Distrito
Distrito Federal; Federal, seus fundos, órgãos e entidades da adminis-
• fiscalização financeira da administração pública direta tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas
e indireta. ou mantidas pelo Poder Público;
• o orçamento de investimento das empresas em que
– O lançamento de títulos da dívida pública e a contrata- o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a
ção de operações de crédito interno ou externo dependerão maioria do capital social com direito a voto;
de prévia autorização da Câmara Legislativa, observadas as • o orçamento de seguridade social, abrangidas todas as
disposições pertinentes da legislação federal. entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
– O Poder Executivo encaminhará à Câmara Legislativa, direta e indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos ou mantidos pelo Poder Público;
até o último dia de cada mês, a posição contábil da dívida
– compreenderá receitas e despesas relativas a saúde,
fundada interna e externa e da dívida flutuante do Poder
previdência, assistência social e receita de concursos
Público no mês anterior.
de prognósticos, incluídas as oriundas de transfe-
rências, e será elaborado com base nos programas
Orçamento
de trabalho dos órgãos incumbidos de tais serviços,
integrantes da administração direta e indireta.
Orçamento público: expressão física, social, econômi-
ca e financeira do planejamento governamental, será do-
Integrarão o projeto de lei orçamentária, além daqueles
cumento formal de decisões sobre a alocação de recursos definidos em lei complementar, demonstrativos específicos
e instrumento de consecução, eficiência e eficácia da ação com detalhamento das ações governamentais, dos quais

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


governamental. constarão:
Elaboração de seu orçamento, o Distrito Federal desti- • objetivos, metas e prioridades, por Região
nará anualmente às Administrações Regionais recursos or- Administrativa;
çamentários em nível compatível, com critério a ser definido • identificação do efeito sobre as receitas e despesas
em lei, prioritariamente para o atendimento de despesas decorrente de isenções, anistias, remissões, subsí-
de custeio e de investimento, indispensáveis a sua gestão. dios e benefícios de natureza financeira, tributária e
Para os fins preconizados acima, as Regiões Administra- creditícia;
tivas constituem-se individualmente em órgãos. • demonstrativo da situação do endividamento, no qual
se evidenciará, para cada empréstimo, o saldo deve-
Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão dor e respectivas projeções de amortização e encargos
financeiros correspondentes a cada semestre do ano
• Plano plurianual: da proposta orçamentária;
– Elaboração: com vistas ao desenvolvimento econô- • a lei orçamentária incluirá, obrigatoriamente, previsão
mico e social do Distrito Federal; de recursos provenientes de transferências, inclusive
– Revisão e modificação: pode ser feito quando neces- aqueles oriundos de convênios, acordos, ajustes ou
sário mediante lei específica; instrumentos similares com outras esferas de governo
– Regiões administrativas: a lei que aprovar o plano e os destinados a fundos.
plurianual, compatível com o plano diretor de
ordenamento territorial, estabelecerá, por região A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à
administrativa, as diretrizes, objetivos e metas, previsão da receita e à fixação da despesa.
quantificados física e financeiramente, da adminis- Exceção:
tração pública do Distrito Federal, no horizonte de • a autorização para a abertura de créditos suplementares;
quatro anos, para despesas de capital e outras delas • a contratação de operações de crédito, ainda que por
decorrentes, bem como as relativas a programas de antecipação de receita, nos termos da lei;
duração continuada, a contar do exercício financeiro • a forma da aplicação do superávit ou o modo de cobrir
subsequente. o déficit.

35
Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às di- • a abertura de crédito suplementar ou especial sem pré-
retrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos via autorização legislativa e sem indicação dos recursos
adicionais serão encaminhados à Câmara Legislativa, que os correspondentes;
apreciará na forma de seu regimento interno. • a transposição, remanejamento ou transferência de
• O projeto de lei do plano plurianual será encaminha- recursos de uma categoria de programação para outra
do pelo Governador à Câmara Legislativa até 15 de ou de um órgão para outro, sem prévia autorização
setembro do primeiro ano de mandato e devolvido legislativa;
para sanção até o encerramento da primeira sessão • a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
legislativa. • a utilização, sem autorização legislativa específica, de
• O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será enca- recursos do orçamento fiscal e da seguridade social
minhado até sete meses e meio antes do encerramen- para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
to do exercício financeiro e devolvido pelo Legislativo fundações e fundos, inclusive os mencionados no art.
para sanção até o encerramento do primeiro período 149, § 4º, desta Lei Orgânica, em conformidade com
da sessão legislativa. o art. 165, § 5º, da Constituição Federal;
• O projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte • a instituição de fundos de qualquer natureza, sem pré-
será encaminhado até três meses e meio antes do via autorização legislativa;
encerramento do exercício financeiro em curso e • a concessão de subvenções ou auxílios do Poder
devolvido pelo Legislativo para sanção até o encerra- Público a entidades de previdência privada;
mento do segundo período da sessão legislativa. • a transferência voluntária de recursos e a concessão
de empréstimos, inclusive por antecipação de receita,
As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou pelo Distrito Federal e suas instituições financeiras,
aos projetos que o modifiquem serão admitidas desde que: para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo
• sejam compatíveis com o plano plurianual e com a e pensionista.
lei de diretrizes orçamentárias;
• indiquem os recursos necessários, admitidos apenas A autorização legislativa para instituição de fundo de
os provenientes de anulação de despesa, excluídas as qualquer natureza, dar-se-á por proposta do Poder Execu-
que incidam sobre: tivo, que conterá, entre outros requisitos estabelecidos em
– dotações para pessoal e seus encargos; lei, os seguintes:
– serviço da dívida; • finalidade básica do fundo;
• sejam relacionadas: • fontes de financiamento;
– com a correção de erros ou omissões; • instituição obrigatória de conselho de administração,
– com os dispositivos do texto do projeto de lei. composto necessariamente de representantes do seg-
mento respectivo da sociedade e de áreas técnicas
• As emendas individuais dos Deputados Distritais ao
pertinentes ao seu objetivo;
projeto de lei orçamentária anual são aprovadas até o
• unidade ou órgão responsável por sua gestão.
limite de 2% da receita corrente líquida nele estimada.
• Ressalvado impedimento de ordem técnica ou jurídica,
Publicidade do relatório resumido da execução orça-
é obrigatória a execução orçamentária e financeira
mentária, do qual constarão:
dos programas de trabalho incluídos por emendas
• as receitas, despesas e a evolução da dívida pública
individuais dos Deputados Distritais ao projeto de lei
da administração direta e indireta em seus valores
orçamentária anual ou aos projetos que modifiquem
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

a lei orçamentária anual: mensais;


– quando destinadas a investimentos, manutenção e • os valores realizados desde o início do exercício até o
desenvolvimento do ensino ou a ações e serviços último bimestre objeto da análise financeira;
públicos de saúde e infraestrutura urbana; • relatório de desempenho físico-financeiro.
– nos demais casos definidos na lei de diretrizes
orçamentárias. A despesa com pessoal ativo e inativo fica sujeita às
• Além da obrigatoriedade de execução prevista no disposições e limites estabelecidos na lei complementar a
anteriormente, os remanejamentos das emendas que se refere o art. 169 da Constituição Federal.
individuais somente podem ocorrer por manifestação
expressa do autor que seja detentor do mandato, ou, TÍTULO V
em não sendo, por deliberação do Plenário da Câmara Da Ordem Econômica do Distrito Federal
Legislativa do Distrito Federal.
Princípios Gerais
São vedados:
• o início de programas ou projetos não incluídos na lei A ordem econômica do Distrito Federal:
orçamentária anual; • Fundamento: no primado da valorização do trabalho
• a realização de despesas ou a assunção de obrigações e das atividades produtivas, em cumprimento ao que
diretas que excedam aos créditos orçamentários ou estabelece a Constituição Federal.
adicionais; • Finalidade: tem por fim assegurar a todos existência
• a realização de operações de crédito que excedam digna, promover o desenvolvimento econômico com
ao montante das despesas de capital, ressalvadas as justiça social e a melhoria da qualidade de vida.
autorizadas mediante créditos suplementares ou espe-
ciais com finalidade precisa, aprovados pela Câmara Princípios:
Legislativa, por maioria absoluta; • autonomia econômico-financeira;
• a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou • propriedade privada;
despesa, ressalvados os casos previstos na Constituição • função social da propriedade;
Federal; • livre concorrência;

36
• defesa do consumidor; O plano diretor de ordenamento territorial é o instru-
• defesa do meio ambiente, inclusive mediante trata- mento básico da política de expansão e desenvolvimento
mento diferenciado conforme o impacto ambiental dos urbanos, de longo prazo e natureza permanente.
produtos e serviços e de seus processos de elaboração
e prestação; Conjunto de políticas para o desenvolvimento das áreas
• redução das desigualdades econômico-sociais; do entorno: as ações de integração com a região do entorno
• busca do pleno emprego; do Distrito Federal são constituídas pelo conjunto de políticas
• integração com a região do entorno do Distrito Federal; para o desenvolvimento das áreas do entorno, com vistas a
• fomento à inovação, dando-se prioridade à pesquisa integração e harmonia com o Distrito Federal, em regime
em desenvolvimento científico e tecnológico superior de corresponsabilidade com as Unidades da Federação às
e, principalmente, ao ensino técnico profissionalizante. quais pertencem, preservada a autonomia administrativa e
financeira das unidades envolvidas.
Livre exercício de qualquer atividade econômica: é as-
segurado a todos, independentemente de autorização de As diretrizes, os objetivos e as políticas públicas que
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. orientam a ação governamental para a promoção do de-
senvolvimento socioeconômico do Distrito Federal devem
Disciplina da Atividade Econômica observar o seguinte:
• as demandas da sociedade civil e os planos e políticas
Participação direta do Poder Público na atividade econô- econômicas e sociais de instituições não governamen-
mica: só participará diretamente na exploração da atividade tais que condicionem o planejamento governamental;
econômica nos casos previstos na Constituição Federal e, na • as diretrizes estabelecidas no plano diretor de orde-
forma da lei, como agente indutor do desenvolvimento socio- namento territorial e nos planos de desenvolvimento
econômico do Distrito Federal, em investimentos de caráter locais, bem como ações de integração com a região do
estratégico ou para atender relevante interesse coletivo. entorno do Distrito Federal;
• os planos e as políticas do Governo Federal;
Privilégios fiscais: as empresas públicas e as sociedades • os planos regionais que afetem o Distrito Federal;
de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais • a singular condição de Brasília como Capital Federal;
que não sejam extensivos às do setor privado. • a compatibilização do ordenamento de ocupação e uso
do solo com a concepção urbanística do Plano Piloto
Na aquisição de bens e serviços: os órgãos e as entida- e das cidades-satélites e com a contenção da espe-
des da administração pública, sem prejuízo dos princípios culação, da concentração fundiária e imobiliária e da
de publicidade, legitimidade e economicidade, devem dar expansão desordenada da área urbana;
tratamento preferencial, nos termos da lei, às atividades • a condição de Brasília como Patrimônio Cultural da
econômicas exercidas em seu território e, em especial, a Humanidade;
empresas brasileiras.
• a concepção do Distrito Federal que pressupõe limitada
extensão territorial como espaço modelar;
O regime de gestão das empresas públicas, sociedades de
• a superação da disparidade sociocultural e econômica
economia mista e fundações instituídas pelo Poder Público
existente entre as Regiões Administrativas;
do Distrito Federal implica:
• a concepção do Distrito Federal como polo científico,
• composição de pelo menos um terço da diretoria
tecnológico e cultural;
executiva por representantes de seus servidores,

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escolhidos pelo Governador entre os indicados em • a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais,
lista tríplice para cada cargo, mediante eleição pelos em harmonia com a implantação e a expansão das
servidores, atendidas as exigências legais para o pre- atividades econômicas, urbanas e rurais;
enchimento dos referidos cargos; • a necessidade de elevar progressivamente os padrões
– Exceção: as instituições financeiras controladas pelo de qualidade de vida de sua população;
Governo do Distrito Federal, facultada a participação • a condição do trabalhador como fator preponderante
de um servidor no Conselho de Administração. da produção de riquezas;
• assinatura de contratos de gestão que estabeleçam • a participação da sociedade civil, por meio de meca-
metas de desempenho e responsabilidade, bem como nismos democráticos, no processo de planejamento;
assegurem a autonomia necessária ao alcance dos • a articulação e a integração dos diferentes níveis de
resultados estabelecidos. governo e das respectivas entidades administrativas;
• a adoção de políticas que viabilizem geração de empre-
Regulação da Atividade Econômica gos e aumento de renda.

O Poder Público, como agente normativo e regulador da O plano plurianual a ser aprovado em lei para o período
atividade econômica, exercerá as funções de planejamento, de quatro anos, incluído o primeiro ano da administração
incentivo e fiscalização, na forma da lei. subsequente, é o instrumento básico que detalha diretrizes,
objetivos e metas quantificadas física e financeiramente para
Diretrizes e bases do processo de planejamento gover- as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como
namental: para as relativas a programas de duração continuada.
• o plano diretor de ordenamento territorial e os planos A lei de diretrizes orçamentárias é instrumento básico
de desenvolvimento local; que compreende as metas e prioridades da administração
• as ações de integração com a região do entorno do pública do Distrito Federal para o exercício subsequente e
Distrito Federal; deverá:
• o plano plurianual; • dispor sobre as alterações da legislação tributária;
• as diretrizes orçamentárias; • estabelecer a política de aplicação das agências finan-
• o orçamento anual. ceiras oficiais de fomento;

37
• servir de base para a elaboração da lei orçamentária • Promover e estimular empreendimentos industriais
anual; que se proponham a utilizar, racional e prioritariamen-
• ser proposta pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo. te, recursos e matérias-primas disponíveis no Distrito
Federal ou áreas adjacentes.
O orçamento anual é instrumento básico de detalha- • Propiciar a implantação de indústrias, particularmente
mento financeiro das receitas e das despesas para o exercício as de tecnologia de ponta, compatíveis com o meio
subsequente ao de sua aprovação, na forma da lei. ambiente e com os recursos disponíveis no Distrito
• O processo de planejamento do desenvolvimento do Federal e áreas adjacentes.
Distrito Federal atenderá aos princípios: • Promover a integração econômica do Distrito Federal
• da participação; com a região do entorno, mediante apoio e incentivo
• da coordenação; a projetos industriais que estimulem maior concentra-
• da integração; ção de atividades existentes e complementaridade na
• da continuidade das ações governamentais. economia regional.
• Estimular a implantação de indústrias que permitam
Incentivos e Benefícios adequada absorção de mão de obra no Distrito Federal
• Especiais e temporários, para desenvolver atividades e geração de novos empregos.
consideradas estratégicas e imprescindíveis ao desen-
volvimento econômico e social do Distrito Federal. Implantação de Polos Industriais no Distrito Federal
• Prioritários para as empresas que em seus estatutos
estabeleçam a participação dos empregados em sua O Poder Público estimulará:
gestão e resultados. • a criação de polos industriais de alta tecnologia, privi-
• Para prestar assistência tecnológica e gerencial e legiados os projetos que promovam a desconcentração
estimular o desenvolvimento e transferência de tec- espacial da atividade industrial e da renda, respeitadas
nologia a atividades econômicas públicas e privadas, as vocações culturais e as vantagens comparativas de
propiciando: cada região;
– acesso às conquistas da ciência e tecnologia por • a criação de polos agroindustriais, respeitadas as dire-
quantos exerçam atividades ligadas à produção e trizes do planejamento agrícola.
ao consumo de bens;
– estímulo à integração das atividades de produção, Todo projeto industrial com potencial poluidor, a crité-
serviços, pesquisa e ensino; rio do órgão ambiental do Distrito Federal, será objeto de
– incentivo a novas empresas que invistam em seu licenciamento ambiental.
território com alta tecnologia e alta produtividade.
Incentivos e Estímulos à Industrialização no Distrito
O agente econômico inscrito na dívida ativa junto ao Federal
fisco do Distrito Federal, ou em débito com o sistema de
seguridade social, conforme estabelecido em lei, não poderá
Incentivos: a lei poderá conceder incentivos fiscais, credi-
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios
tícios e financeiros, para implantação de empresas industriais
ou incentivos fiscais ou creditícios.
consideradas prioritárias pela política de industrialização no
Estímulos da atividade econômica: a lei e as políticas
Distrito Federal.
governamentais apoiarão e estimularão atividades econô-
O Distrito Federal propiciará a criação de cooperativa e
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

micas exercidas sob a forma de cooperativa e associação.


associação que objetivem:
Favorecimento às empresas sediadas no território do
DF: o Poder Público do Distrito Federal dará tratamento fa- • integração e coordenação entre produção e
vorecido a empresas sediadas em seu território. comercialização;
Dispensa de tratamento jurídico diferenciado: às mi- • redução dos custos de produção e comercialização;
croempresas e empresas de pequeno porte, definidas em • integração social.
lei, tratamento jurídico diferenciado, com vistas a incentivá-
-las por meio da simplificação, redução ou eliminação de Estimulação do setor industrial de micro, pequeno e mé-
suas obrigações administrativas, tributárias ou creditícias, dio porte: o Poder Público direcionará esforços para fortale-
na forma da lei. cer especialmente os segmentos do setor industrial de micro,
pequeno e médio porte, por meio de ação concentrada nas
Capítulo II áreas de capacitação empresarial, gerencial e tecnológica e
Da Indústria e do Turismo (art. 176 e ss) na de organização da produção.

Política Industrial Turismo

Será planejada e executada pelo Poder Público conforme O Poder Público promoverá e incentivará o turismo como
diretrizes gerais fixadas em lei respeitados os preceitos do fator de desenvolvimento socioeconômico e de afirmação
plano de desenvolvimento econômico e social. dos valores culturais e históricos nacionais e locais.
Cabe ao Distrito Federal, observada a legislação federal,
Objetivos definir a política de turismo, suas diretrizes e ações, devendo:
• Preservar o meio ambiente e os níveis de qualidade • adotar, por meio de lei, planejamento integrado e
de vida da população do Distrito Federal, mediante permanente de desenvolvimento do turismo em seu
definição de critérios e padrões para implantação e território;
operação de indústrias e mediante estímulo principal- • desenvolver efetiva infraestrutura turística;
mente a instalação de indústrias com menor impacto • promover, no Brasil e no exterior, o turismo do Distrito
ambiental. Federal;

38
• incrementar a atração e geração de eventos turísticos; • complementaridade das ações de planejamento e
• regulamentar o uso, ocupação e fruição de bens natu- execução dos serviços públicos de responsabilidade
rais e culturais de interesse turístico; da União e do Distrito Federal;
• proteger o patrimônio ecológico, histórico e cultural; • definição das bacias hidrográficas como unidades bási-
• promover Brasília como Patrimônio Cultural da cas de planejamento do uso, conservação e recupera-
Humanidade; ção dos recursos naturais;
• conscientizar a população da necessidade de preserva- • integração do planejamento agrícola com os demais
ção dos recursos naturais e do turismo como atividade setores da economia.
econômica e fator de desenvolvimento social;
• incentivar a formação de pessoal especializado para o Atribuições do Poder Público:
setor. • criar estímulos a micro, pequeno e médio produtores
rurais e suas organizações cooperativas para melhorar
Capítulo III as condições de armazenagem, processamento, emba-
Do Comércio e dos Serviços lagem, com redução de perdas ao nível comunitário e
de estabelecimento rural;
O Poder Público regulará as atividades comerciais e de • apoiar a organização dos pequenos varejistas e fei-
serviços no Distrito Federal, na forma da lei. rantes, de modo a compatibilizar sua atuação com as
O Poder Executivo organizará o sistema de abastecimen- comunidades, organizações de produtores rurais e
to do Distrito Federal, de forma coordenada com a União. atacadistas;
A política de comércio e serviços terá por objetivo: pro- • estimular a criação de pequenas agroindústrias alimen-
mover o desenvolvimento e a integração do Distrito Fede- tares, especialmente de forma cooperativa, aprovei-
ral com a região do entorno e estimular empreendimentos tando os excedentes de produção e outros recursos
comerciais e de serviços que permitam a geração de novos disponíveis, com vistas ao suprimento das necessida-
empregos. des da população do Distrito Federal;
Cabe ao Poder Público do Distrito Federal, na forma da • estimular a integração do programa de merenda
lei, a prestação dos serviços públicos, diretamente ou sob escolar com a produção local, com prioridade para
regime de concessão ou permissão, e sempre por meio de micro, pequenos e médios produtores rurais e suas
cooperativas;
licitação, observado o seguinte:
• desenvolver programas alimentares específicos dirigi-
• a delegação de prestação de serviços a pessoa física
dos aos grupos sociais mais vulneráveis como idosos,
ou jurídica de direito privado far-se-á mediante com-
gestantes, portadores de deficiência, desempregados
provação técnica e econômica de sua necessidade, e
e menores carentes;
de lei autorizativa;
• instituir mecanismos que estimulem o trabalho de
• os serviços concedidos ou permitidos ficam sujeitos a
plantio individual, coletivo ou cooperativo de produtos
fiscalização do poder público, sendo suspensos quando
básicos, especialmente hortigranjeiros;
não atendam, satisfatoriamente, às finalidades ou às • manter serviços de inspeção e fiscalização, articulados
condições do contrato; com o setor privado, com prioridade para os produtos
• é vedado ao Poder Público subsidiar os serviços pres- alimentares;
tados por pessoas físicas e jurídicas de direito privado; • promover a defesa e a proteção do consumidor e fis-
• depende de autorização legislativa a prestação de calizar os produtos em sua fase de comercialização,
serviços da atividade permanente da administração

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


auxiliando os consumidores organizados e orientando
pública por terceiros; a população quanto a preços, qualidade dos alimentos
• a obrigatoriedade do cumprimento dos encargos e nor- e ações específicas de educação alimentar;
mas trabalhistas, bem como das de higiene e segurança • fiscalizar o uso de agrotóxicos e incentivar o empre-
de trabalho, deve figurar em cláusulas de contratos go de produtos alternativos de controle de pragas e
a serem executados pelas prestadoras de serviços doenças;
públicos. • promover a formação e aperfeiçoamento dos recursos
humanos em agricultura e abastecimento;
Agricultura e do Abastecimento • manter serviço de pesquisa e difusão de tecnologias
agropecuárias, voltadas para as peculiaridades do
A atividade agrícola no Distrito Federal será exercida, Distrito Federal.
planejada e estimulada, com os seguintes objetivos:
• cumprimento da função social da propriedade; Capítulo V
• compatibilização das ações de política agrícola com as Da Ciência e da Tecnologia
de reforma agrária definidas pela União;
• aumento da produção de alimentos e da produtivi- O Distrito Federal, em colaboração com as instituições de
dade, para melhor atender ao mercado interno do ensino e pesquisa e com a União, os Estados e a sociedade,
Distrito Federal; reafirmando sua vocação de polo científico, tecnológico e
• geração de emprego; cultural, promoverá o desenvolvimento técnico, científico
• organização do abastecimento alimentar, com priori- e a capacitação tecnológica, em especial por meio de:
dade para o acesso da população de baixa renda aos • prioridade às pesquisas científicas e tecnológicas vol-
produtos básicos; tadas para o desenvolvimento do sistema produtivo do
• apoio ao micro, pequeno e médio produtores rurais Distrito Federal, em consonância com a defesa do meio
e suas formas cooperativas e associativas de produ- ambiente e dos direitos fundamentais do cidadão;
ção, armazenamento, comercialização e aquisição de • formação e aperfeiçoamento de recursos humanos
insumos; para o sistema de ciência e tecnologia do Distrito
• orientação do desenvolvimento rural; Federal;

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• produção, absorção e difusão do conhecimento cien- • atendimento integral ao indivíduo, com prioridade
tífico e tecnológico; para atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
• orientação para o uso do sistema de propriedade indus- assistenciais;
trial e processos de transferência tecnológica. • descentralização administrativa da rede de serviços de
saúde para as Regiões Administrativas;
O plano de ciência e tecnologia: estabelecerá prioridades • participação da comunidade;
e objetivos para o desenvolvimento científico e tecnológico • direito do indivíduo à informação sobre sua saúde e a
do Distrito Federal. da coletividade, as formas de tratamento, os riscos a
Núcleos de apoio tecnológico e gerencial estimularão: que está exposto e os métodos de controle existentes;
• a modernização das empresas; • gratuidade da assistência à saúde no âmbito do SUS;
• a melhoria da qualidade dos produtos; • integração dos serviços que executem ações preventivas
• o aumento da produtividade; e curativas adequadas às realidades epidemiológicas.
• o aumento do poder competitivo;
• a capacitação, difusão e transferência de tecnologia. Salvo disposição de lei complementar federal em contrá-
rio, o Distrito Federal deve aplicar, anualmente, em ações
TÍTULO VI e serviços públicos de saúde, no mínimo:
Da Ordem Social e Do Meio Ambiente • 12% do produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
Base: o primado do trabalho. 157 e 159, I, a, e II, da Constituição Federal, deduzi-
Objetivo: o bem-estar e a justiça sociais. das as parcelas que, nos Estados, seriam destinadas a
Ação Integrada: o Distrito Federal, em ação integrada Municípios;
com a União, assegurará os direitos relativos a educação, • 15% do produto da arrecadação dos impostos a que
saúde, segurança pública, alimentação, cultura, assistência se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os
social, meio ambiente equilibrado, lazer e desporto. arts. 158 e 159, I, b, e § 3º, da Constituição Federal.
Competência do Poder Público: em caso de iminente
perigo ou calamidade pública, prover o atendimento das Observações:
necessidades coletivas urgentes e transitórias, podendo, • A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
para este fim, requisitar propriedade particular, observado • As instituições privadas poderão participar, de forma
o disposto na Constituição Federal.
complementar, do Sistema Único de Saúde, segundo
Seguridade social: compreende o conjunto de ações
diretrizes deste, mediante contrato de direito público
de iniciativa do Poder Público e da sociedade, destinadas a
ou convênio, concedida preferência às entidades filan-
assegurar os direitos referentes a saúde, previdência e as-
trópicas e às sem fins lucrativos.
sistência social.
O dever do Poder Público não exclui o das pessoas, da
família, das empresas e da sociedade. Vedações
O planejamento e o desenvolvimento de ações são ba-
seadas nos objetivos previstos nos arts. 194 e 195 da Cons- É vedada a participação direta ou indireta de empresas
tituição Federal. ou capitais estrangeiros na assistência à saúde do Distrito
Nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode- Federal, salvo nos casos previstos em lei federal.
rá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente É vedada a destinação de recursos públicos do Distrito
fonte de custeio total. Federal para auxílio, subvenções, juros e prazos privilegiados
a instituições privadas com fins lucrativos.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Saúde É vedada, nos serviços públicos de saúde, a contratação


de prestadores de serviço de empresas de caráter privado,
A saúde é direito de todos e dever do Estado, assegu- salvo nos casos previstos em lei.
rado mediante políticas sociais, econômicas e ambientais É vedada a designação ou nomeação de proprietários,
que visem: administradores e dirigentes de entidades ou serviços pri-
• ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da vados de saúde para exercer cargo de chefia ou função de
coletividade, à redução do risco de doenças e outros confiança no Sistema Único de Saúde do Distrito Federal.
agravos;
• ao acesso universal e igualitário às ações e serviços de Competências do Sistema Único de Saúde do Distrito
saúde, para sua promoção, prevenção, recuperação e Federal:
reabilitação. • identificar, intervir, controlar e avaliar os fatores
determinantes e condicionantes da saúde individual
Saúde expressa a organização social e econômica e tem e coletiva;
como condicionantes e determinantes, entre outros, o traba- • formular política de saúde destinada a promover, nos
lho, a renda, a alimentação, o saneamento, o meio ambiente, campos econômico e social, a observância do disposto
a habitação, o transporte, o lazer, a liberdade, a educação, o no art. 204;
acesso e a utilização agroecológica da terra. • participar na formulação da política de ações de sanea-
As ações e serviços de saúde são de relevância pública, mento básico e de seu controle, integrando-as às ações
e cabe ao Poder Público sua normatização, regulamenta- e serviços de saúde;
ção, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita, • prevenir os fatores determinantes das deficiências
preferencialmente, por meio de serviços públicos e, comple- mental, sensorial e física, observados os aspectos de
mentarmente, por intermédio de pessoas físicas ou jurídicas profilaxia;
de direito privado, nos termos da lei. • oferecer assistência odontológica preventiva e de
As ações e serviços públicos de saúde integram uma recuperação;
rede única e hierarquizada, constituindo o Sistema Único • participar na formulação e execução da política de
de Saúde – SUS, no âmbito do Distrito Federal, organizado fiscalização e inspeção de alimentos, bem como do
nos termos da lei federal, obedecidas as seguintes diretrizes: controle do seu teor nutricional;

40
• formular política de recursos humanos na área de • executar o controle sanitário-fármaco-epidemiológico
saúde, garantidas as condições adequadas de trabalho sobre estabelecimentos de dispensação e manipula-
a seus profissionais; ção de medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos
• promover e fomentar o desenvolvimento de novas destinados ao uso e consumo humano.
tecnologias, a produção de medicamentos, matérias-
-primas, insumos e imunobiológicos por laboratórios Reabilitação de pessoas com deficiência: é dever do Po-
oficiais; der Público garantir ao portador de deficiência os serviços
• promover e fomentar práticas alternativas de diag- de reabilitação nos hospitais, centros de saúde e centros de
nósticos e terapêutica, de comprovada base científica, atendimento.
entre outras, a homeopatia, acupuntura e fitoterapia;
• participar da formulação da política e do controle das Competências do Poder Público:
ações de preservação do meio ambiente, nele com- • criar banco de órgãos e tecidos;
preendido o trabalho; • incentivar a instalação e o funcionamento de unidades
• participar no controle e fiscalização da produção, no terapêuticas e educacionais para recuperação de usu-
transporte, guarda e utilização de substâncias e produ- ários de substâncias que gerem dependência física ou
tos psicoativos, tóxicos, mutagênicos, carcinogênicos, psíquica;
inclusive radioativos; • prover o atendimento médico e odontológico aos estu-
• fiscalizar e controlar os expurgos, lixos, dejetos e esgo- dantes da rede pública, prioritariamente aos do ensino
tos hospitalares, industriais e de origem nociva, em fundamental.
conformidade com o art. 293, bem como participar • incentivar e auxiliar entidades filantrópicas de estudos,
na elaboração das normas pertinentes; pesquisas e combate ao câncer e às doenças infecto-
• desenvolver o sistema público de coleta, processamen- contagiosas, na forma da lei.
to e transfusão de sangue e seus derivados, vedado
todo tipo de comercialização; É dever do Poder Público promover e restaurar a saúde
• garantir a assistência integral ao portador de qualquer psíquica do indivíduo, baseado no rigoroso respeito aos di-
doença infecto-contagiosa, inclusive ao portador do reitos humanos e à cidadania, mediante serviços de saúde
vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – preventivos, curativos e extra-hospitalares.
SIDA, assegurada a internação dos doentes nos ser-
viços mantidos direta ou indiretamente pelo Sistema Cabe ao Distrito Federal, em coordenação com a União,
Único de Saúde e vedada qualquer forma de discrimi- desenvolver ações com vistas a promoção, proteção, recupe-
nação por parte de instituições públicas ou privadas; ração e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos
• prestar assistência integral à saúde da mulher, em a riscos e agravos advindos das condições e processos de
todas as fases biológicas, bem como nos casos de abor- trabalho, incluídas, entre outras atividades:
to previsto em lei e de violência sexual, assegurado o • a informação ao trabalhador, entidade sindical e
atendimento nos serviços do Sistema Único de Saúde empresa sobre:
– SUS, mediante programas específicos; – riscos de acidentes do trabalho e de doenças
• garantir o atendimento médico-geriátrico ao idoso na profissionais;
rede de serviços públicos; – resultados de fiscalização e avaliação ambiental;
• orientar o planejamento familiar, de livre decisão do – exames médicos de admissão, periódicos e de
casal, garantido o acesso universal aos recursos edu- demissão;
cacionais e científicos e vedada qualquer forma de

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


• a assistência a vítimas de acidentes do trabalho e por-
ação coercitiva por parte de instituições públicas ou tadores de doenças profissionais e do trabalho;
privadas; • a promoção regular de estudos e pesquisas sobre
• garantir o atendimento integral à saúde da criança e do
saúde do trabalhador;
adolescente, por intermédio de equipe multidisciplinar;
• a proibição de exigência de atestado de esterilização,
• executar a vigilância sanitária mediante ações que eli-
de teste de gravidez e de anti-HIV como condição para
minem, diminuam ou previnam riscos à saúde e intervir
admissão ou permanência no emprego;
nos problemas sanitários decorrentes da degradação
• a intervenção com finalidade de interromper as ativi-
do meio ambiente, da produção e circulação de bens
dades em locais de trabalho comprovadamente insalu-
e da prestação de serviços de interesse da saúde;
bres, de risco ou que tenham provocado graves danos
• executar a vigilância epidemiológica, mediante ações
que proporcionem o conhecimento, detecção ou pre- à saúde do trabalhador.
venção dos fatores determinantes e condicionantes
de saúde coletiva ou individual, adotando medidas de Financiamento: o Sistema Único de Saúde do Distrito Fe-
prevenção e controle das doenças ou agravos; deral será financiado com recursos do orçamento do Distrito
• executar a vigilância alimentar e nutricional, mediante Federal e da União, além de outras fontes, na forma da lei.
ações destinadas ao conhecimento, detecção, contro-
le e avaliação da situação alimentar e nutricional da Promoção e Assistência Social
população, e reconhecer intervenções para prevenir
ou eliminar riscos e sequelas originadas do consumo Assistência social: é dever do Estado e será prestada a
inadequado de alimentos; quem dela necessitar, independentemente de contribuição
• promover a educação alimentar e nutricional; a seguridade social, assegurados os direitos sociais estabe-
• prestar assistência à saúde comunitária mediante lecidos no art. 6º da Constituição Federal.
acompanhamento do doente em sua realidade fami- Compete ao Poder Público: na forma da lei e por intermé-
liar, comunitária e social; dio da Secretaria competente, coordenar, elaborar e executar
• prestar assistência farmacêutica e garantir o acesso da política de assistência social descentralizada e articulada com
população aos medicamentos necessários à recupera- órgãos públicos e entidades sociais sem fins lucrativos, com
ção de sua saúde; vistas a assegurar especialmente:

41
• apoio técnico e financeiro para programas de caráter – pacificação social e prevenção contra a violência fun-
socioeducativos desenvolvidos por entidades benefi- damentada em gênero, em especial aquela come-
centes e de iniciativa de organizações comunitárias; tida contra a mulher (Acrescido pela Emenda à Lei
• serviços assistenciais de proteção e defesa aos seg- Orgânica nº 101, de 2017).
mentos da população de baixa renda como:
– alojamento e apoio técnico e social para mendigos, A educação básica pública é obrigatória e gratuita dos
gestantes, egressos de prisões ou de manicômios, 4 aos 17 anos de idade, assegurada inclusive a sua oferta
portadores de deficiência, migrantes e pessoas víti- para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria.
mas de violência doméstica e prostituídas; O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
– gratuidade de sepultamento e dos meios e procedi- Público ou a sua oferta irregular importam responsabilida-
mentos a ele necessários; de da autoridade competente, nos termos da Constituição
– apoio a entidades representativas da comunidade Federal.
na criação de creches e pré-escolas comunitárias, O acesso ao ensino obrigatório gratuito constitui direito
conforme o disposto no art. 221; público subjetivo.
– atendimento a criança e adolescente;
– atendimento a idoso e a pessoa portadora de defi- Garantia de atendimento em:
ciência, na comunidade. • creches para crianças de 0 a 3 anos;
• pré-escolas para crianças de 4 a 5 anos.
Formas de cooperação: o Poder Público estabelecerá
convênios, contratos e outras formas de cooperação com O Poder Público deve garantir atendimento em creche
entidades beneficentes ou privadas sem fins lucrativos, para a crianças com deficiência, oferecendo recursos e serviços
a execução de planos de assistência a criança, adolescente, especializados de educação e reabilitação.
idoso, dependentes de substâncias químicas, portadores de O Poder Público deve assegurar atendimento ao edu-
deficiência e de patologia grave assim definida em lei. cando, em todas as etapas da educação básica, por meio
Financiamento: as ações governamentais na área da as- de programas suplementares de material didático-escolar,
sistência social serão financiadas com recursos do orçamento transporte, alimentação e assistência à saúde.
da seguridade social do Distrito Federal, da União e de outras O Poder Público deve prover atendimento a jovens e
fontes, na forma da lei. a adultos, principalmente trabalhadores, por meio de pro-
A aplicação e a distribuição dos recursos para a assistên- gramas específicos, de modo a compatibilizar educação e
cia social: serão realizadas com base nas demandas sociais trabalho.
e previstas no plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias É dever do Poder Público garantir o serviço de orienta-
e no orçamento anual. ção educacional em ambiente privativo, exercido por pro-
fissionais habilitados, em todas as etapas e modalidades de
Educação educação básica.
Cabe ao Poder Público assegurar contínua formação e
• Direito: a educação é direito de todos e deve compre- especialização de todos os profissionais da educação básica,
ender as áreas cognitiva, afetivo-social e físico-motora; na forma da lei.
• Dever: do Estado e da família; A proposta do plano de educação do Distrito Federal
• Fundamento: ideais democráticos de liberdade, igual- é elaborada pelo Poder Executivo e submetida à aprecia-
dade, respeito aos direitos humanos e valorização da ção da Câmara Legislativa até 30 de abril do último ano de
vida, deve ser promovida e incentivada com a colabo- sua vigência, e é devolvida para sanção até 15 de agosto do
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

ração da sociedade; mesmo ano.


• Finalidade: a formação integral da pessoa humana, a O plano de educação decenal do Distrito Federal pode
sua preparação para o exercício consciente da cidada- ser revisto para se adequar ao Plano Nacional de Educação –
nia e a sua qualificação para o trabalho. PNE em até 1 ano, contado da publicação do PNE.
• Princípios basilares:
Obs.: o Art. 241. O Poder Público deve aplicar, anu-
– erradicação do analfabetismo;
almente, no mínimo 25% da receita resultante de
– pluralismo de ideias e de concepções filosóficas,
impostos, incluída a proveniente de transferências,
políticas, estéticas, religiosas e pedagógicas, que
na manutenção e no desenvolvimento da educação
conduza o educando à formação de uma postura
básica pública, e no mínimo 3% na educação supe-
ética e social próprias;
rior pública. (Caput com a redação da Emenda à Lei
– valorização dos profissionais da educação, com
Orgânica nº 88, de 2015, que foi declarada inconsti-
garantia, na forma da lei, de plano de carreira e com
ingresso exclusivamente por concurso público de tucional: ADI nº 2015 00 2 030003-4 – TJDFT, Diário
provas e provas e títulos, realizado periodicamente; de Justiça, de 31/5/2016 e de 2/10/2017.)
– universalização do atendimento escolar;
– garantia do padrão de qualidade; Cultura
– garantia do princípio do mérito, objetivamente
apurado; O Poder Público garantirá a todos o pleno exercício dos
– avaliação por órgão próprio do sistema educacional; direitos culturais e o acesso às fontes da cultura; apoiará e
– coexistência de instituições públicas e privadas; incentivará a valorização e difusão das manifestações cultu-
– incentivo à participação da comunidade no processo rais, bem como a proteção do patrimônio artístico, cultural
educacional, na forma da lei; e histórico do Distrito Federal.
– amparo aos adolescentes em conflito com a lei, inclu- Os direitos citados acima constituem:
sive com sua formação em curso profissionalizante; • a liberdade de expressão cultural e o respeito a sua
– promoção humanística, artística e científica; pluralidade;
– igualdade de condições para acesso e permanência • o modo de criar, fazer e viver;
na escola; • as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
– gratuidade do ensino em instituições da rede pública. • a difusão e circulação dos bens culturais.

42
O Conselho de Cultura do Distrito Federal, com estru- • esclarecimento ao consumidor acerca do preço máxi-
tura, composição, competência e funcionamento definidos mo de venda de bens e serviços, quando tabelados ou
em lei, é órgão normativo e articulador da ação cultural no sujeitos a controle;
Distrito Federal, vinculados a ele os conselhos de cultura de • proteção de direitos dos usuários de serviços públicos.
cada Região Administrativa.
Medidas que deverão ser adotadas pelo Poder Público:
Desporto • esclarecer o consumidor acerca dos impostos que inci-
dam sobre bens e serviços;
É dever do Distrito Federal fomentar práticas desportivas, • assegurar que estabelecimentos comerciais apresen-
formais e não formais, como incentivo a educação, promoção tem seus produtos e serviços com preços e dados indis-
social, integração sociocultural e preservação da saúde física pensáveis à decisão consciente do consumidor;
e mental do cidadão. • garantir os direitos assegurados nos contratos que
As unidades e centros esportivos pertencentes ao Poder regulam as relações de consumo, vedado qualquer
Público do Distrito Federal estarão voltados para a população, tipo de constrangimento ou ameaça ao consumidor;
com atendimento especial a criança, adolescente, idoso e • garantir o acesso do consumidor a informações sobre
portadores de deficiência. ele existentes em bancos de dados, cadastros, fichas,
As ações do Poder Público darão prioridade: registros de dados pessoais e de consumo, vedada
• ao desporto educacional e, em casos específicos, ao a utilização de quaisquer informações que possam
desporto de alto rendimento, respeitado o tratamen- impedir ou dificultar novo acesso ao crédito, quando
to diferenciado para o desporto profissional e o não
consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos.
profissional;
• ao lazer popular como forma de promoção social;
• à promoção e ao estímulo à prática da educação física; O sistema de defesa do consumidor, integrado por ór-
• à manutenção e adequação dos locais já existentes, gãos públicos das áreas de saúde, alimentação, abasteci-
bem como previsão de novos espaços para esporte e mento, assistência judiciária, crédito, habitação, segurança,
lazer, garantida a adaptação necessária para portado- educação e por entidades privadas de defesa do consumidor,
res de deficiência, crianças, idosos e gestantes; terá atribuições e composição definidas em lei.
• à proteção e incentivo a manifestações desportivas de
criação nacional; Criança e Adolescente
• à criação, incentivo e apoio a centros de pesquisa cien-
tífica para desenvolvimento de tecnologia, formação É dever da família, da sociedade e do Poder Público as-
e aperfeiçoamento de recursos humanos para o des- segurar à criança e ao adolescente, nos termos da Consti-
porto e a educação física. tuição Federal, com absoluta prioridade, o direito à vida,
saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização,
Comunicação Social cultura, dignidade, respeito, liberdade, convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
A comunicação é bem social a serviço da pessoa huma- negligência, discriminação, exploração, violência, constran-
na, da realização integral de suas potencialidades políticas gimento, vexame, crueldade e opressão.
e intelectuais, garantido o direito fundamental do cidadão a Ação descentralizada e articulada:
participar dos assuntos da comunicação como maiores inte- • o atendimento à criança e ao adolescente, em cará-
ressados por seus processos, formas e conteúdos. ter suplementar, mediante programas que incluam
Liberdade de opinião e expressão: Todo cidadão tem

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


sua proteção, garantindo-lhes a permanência em seu
direito à liberdade de opinião e de expressão, incluída a próprio meio;
liberdade de procurar, receber e transmitir informações • o cumprimento da legislação referente ao direito a cre-
e ideias pelos meios disponíveis, observado o disposto na che, estabelecendo formas de fiscalização da qualidade
Constituição Federal. do atendimento a crianças, bem como sanções para
O Poder Público manterá o Conselho de Comunicação
os casos de inadimplemento;
Social do Distrito Federal, integrado por representantes de
• condições para que a criança ou adolescente, arrimo de
entidades da sociedade civil e órgãos governamentais vincu-
lados ao Poder Executivo, conforme previsto em legislação família, possa conciliar tais obrigações com a satisfação
complementar. Este Conselho dará assessoramento ao Poder de suas necessidades lúdicas, de saúde e educação;
Executivo na formulação e acompanhamento da política re- • o direito de cidadania de criança e adolescente órfãos,
gional de comunicação social. sem amparo legal de pessoas por elas responsáveis,
com ou sem vínculo de parentesco;
Defesa do Consumidor • o atendimento a criança em horário integral nas insti-
tuições educacionais;
Promoção da defesa do consumidor, mediante: • o cumprimento da legislação referente ao atendimento
• adoção de política governamental própria; socioeducativo, garantindo-se o respeito aos direitos
• pesquisa, informação e divulgação de dados de consu- humanos e à doutrina da proteção integral.
mo, junto a fabricantes, fornecedores e consumidores;
• atendimento, orientação, conciliação e encaminhamen- Diretrizes bases das ações de proteção à infância e ado-
to do consumidor por meio de órgãos competentes, lescência:
incluída a assistência jurídica, técnica e administrativa; • descentralização do atendimento;
• conscientização do consumidor, habilitando-o para o • valorização dos vínculos familiares e comunitários;
exercício de suas funções no processo econômico; • atendimento prioritário em situações de risco, defini-
• proteção contra publicidade enganosa; das em lei;
• incentivo ao controle de qualidade de bens e serviços; • participação da sociedade na formulação de políticas
• fiscalização de preços, pesos e medidas; e programas, bem como no acompanhamento de sua
• estímulo a ações de educação sanitária; execução, por meio de organizações representativas.

43
O Poder Público manterá o Fundo dos Direitos da Criança As empresas e órgãos públicos situados no Distrito Federal
e do Adolescente, com dotação mínima de três décimos por que, comprovadamente, discriminarem a mulher nos procedi-
cento da receita tributária líquida. mentos de seleção, contratação, promoção, aperfeiçoamento
profissional e remuneração, bem como por seu estado civil,
Idoso sofrerão sanções administrativas, na forma da lei.
Aplicam-se as sanções referidas acima a empresas e ór-
É dever da família, da sociedade e do Poder Público ga- gãos públicos que exijam documento médico para controle
rantir o amparo a pessoas idosas e sua participação na comu- de gravidez ou fertilidade.
nidade; defender sua dignidade, bem-estar e o direito à vida,
bem como colocá-las a salvo de toda forma de negligência, Meio Ambiente
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O Poder Público assegurará a integração do idoso na Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
comunidade, defendendo sua dignidade e seu bem-estar, equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
na forma da lei, especialmente quanto: qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletivi-
• ao acesso a todos os equipamentos, serviços e progra- dade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
mas culturais, educacionais, esportivos, recreativos, e futuras gerações.
bem como à reserva de áreas em conjuntos habita- Entende-se por meio ambiente: o conjunto de condições,
cionais destinados a convivência e lazer; leis, influências e interações de ordem física, química e biológi-
• à gratuidade do transporte coletivo urbano para os ca, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
maiores de 65 anos, vedada a criação de qualquer tipo O Poder Público, assegurada a participação da coletivi-
de dificuldade ou embaraço ao beneficiário, e à progres- dade, zelará pela conservação, proteção e recuperação do
siva extensão desse direito às pessoas com idade entre meio ambiente, coordenando e tornando efetivas as ações
60 e 64 anos, na forma da lei; (Emenda nº 107, de 2017) e recursos humanos, financeiros, materiais, técnicos e cien-
• à criação de núcleos de convivência para idosos; tíficos dos órgãos da administração direta e indireta.
• ao atendimento e orientação jurídica no que se refere
a seus direitos; Obs.: ler art. 279 da LODF.
• à criação de centros destinados ao trabalho e experi-
mentação laboral e programas de educação continu- É dever do Governo do Distrito Federal, do cidadão e da
ada, reciclagem e enriquecimento cultural; sociedade zelar pelo regime jurídico das águas, devendo o
• à preferência no atendimento em órgãos e repartições Poder Público disciplinar:
públicas. • o uso racional dos recursos hídricos para toda a
coletividade;
Portadores de Deficiência • a proteção das águas contra ações ou eventos que
comprometam a utilização atual e futura, bem como
É dever da família, da sociedade e do Poder Público asse- a integridade e renovação física, química e biológica
gurar a pessoas portadoras de deficiência a plena inserção do ciclo hidrológico;
na vida econômica e social e o total desenvolvimento de • seu controle, de modo a evitar ou minimizar os impac-
suas potencialidades. tos danosos causados por eventos meteorológicos;
O Poder Público garantirá o direito de acesso adequado • a utilização das águas para abastecimento público,
a logradouros e edifícios de uso público pelas pessoas por- piscicultura, pesca e turismo;
tadoras de deficiência, na forma da lei, que disporá quanto a • a exploração racional dos depósitos naturais de água,
normas de construção, observada a legislação federal. águas subterrâneas e afluentes.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

As empresas de transporte coletivo garantirão a pessoas


portadoras de deficiência facilidade para a utilização de seus Compete ao Distrito Federal:
veículos. • instituir normas de gerência e monitoramento dos
O Poder Público reservará, em estacionamentos públicos, recursos hídricos no seu território;
vagas para veículos adaptados para portadores de deficiência. • adotar a bacia hidrográfica como base unitária de
gerenciamento, considerado o ciclo hidrológico em
todas as suas fases;
Mulher, Negro e Minorias • cadastrar, registrar, acompanhar e fiscalizar as con-
cessões de atividades de pesquisa ou exploração de
É dever do Poder Público estabelecer políticas de pre- recursos hídricos concedidas ou efetuadas pela União.
venção e combate à violência e à discriminação, particular-
mente contra a mulher, o negro e as minorias, por meio dos Compete ao Poder Público instituir órgãos próprios para
seguintes mecanismos: estudar, planejar e controlar a utilização racional do meio
• criação de delegacias especiais de atendimento à ambiente, bem como daquelas tecnologias menos agressi-
mulher vítima de violência e ao negro vítima de vas ao meio ambiente, contempladas também as práticas
discriminação; populares e empíricas, utilizadas secularmente (Art. 307).
• criação e manutenção de abrigos para mulheres víti- Com a finalidade de assegurar a prática e o efetivo con-
mas de violência doméstica; trole das ações que objetivem a proteção do meio ambiente,
• criação e execução de programas que visem à coibição o Distrito Federal deverá manter:
da violência e da discriminação sexual, racial, social ou • subprocuradoria especializada em tutela ambiental,
econômica; defesa de interesses difusos e do patrimônio históri-
• vedação da adoção de livro didático que dissemine co, cultural, paisagístico, arquitetônico e urbanístico,
qualquer forma de discriminação ou preconceito; integrante da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
• criação e execução de programas que visem a assistir • delegacias policiais especializadas e unidades de poli-
gestantes carentes, observado o disposto no art. 123, ciamento ambiental integrantes da Polícia Militar do
parágrafo único; Distrito Federal, incumbidas da prevenção, da repressão
• incentivo e apoio às comemorações das datas impor- e da apuração dos ilícitos ambientais, sem prejuízo das
tantes para a cultura negra. ações dos demais órgãos de fiscalização especializados.

44
Maurício Nicácio rência dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência,
até o julgamento definitivo da ação, da validade dos
LEI COMPLEMENTAR Nº 840 DO DISTRITO atos anteriormente praticados com base em legisla-
FEDERAL ções eventualmente editadas durante a vigência do
dispositivo ora suspenso. [...] Vícios formais e materiais
dos demais dispositivos constitucionais impugnados,
Regime Jurídico Aplicado ao Servidor Público do todos oriundos da Emenda Constitucional nº 19/1998,
Distrito Federal aparentemente inexistentes ante a constatação de
que as mudanças de redação promovidas no curso do
Considerações Iniciais processo legislativo não alteraram substancialmente o
sentido das proposições ao final aprovadas e de que
Em 23 de dezembro de 2011, o Distrito Federal passou a não há direito adquirido à manutenção de regime
dispor do seu próprio Regime Jurídico aplicado aos Servidores jurídico anterior. (ADI 2.135‑MC, Rel. p/o ac. Min.
Públicos Civis, das Autarquias e das Fundações Públicas. Este Ellen Gracie, julgamento em 2/8/2007, Plenário,DJE
regime veio pela Lei Complementar nº 840. de 7/3/2008.)
Urge ressaltar que anteriormente os servidores do Dis-
trito Federal eram regidos pela Lei Distrital nº 197, em que
Das Disposições Preliminares
preceituava que seria utilizada e Lei nº 8.112/1990 e alte-
rações posteriores.
Servidor
É salutar ter em mente que esta nova lei aplicada ao
servidor do DF, apesar de não estar expressamente previsto
É importante ter ciência do conceito de servidor público,
em seu artigo primeiro, deverá ter seu Regime Jurídico como
que, segundo a Lei Complementar nº 840/2011, é “a pessoa
“único”, ou seja, ela só poderá tratar de servidores e não
legalmente investida em cargo público”.
de empregados, conforme pode‑se perceber no comentário
Esse conceito perante a visão dos administrativistas não
abaixo:
é amplo, pois os doutrinadores seguem conceitos mais apu-
rados e abrangentes (lato sensu) sobre o que vem a ser o
A Lei nº 8.112, que é uma lei federal, veio instituir em
1990 o Regime Jurídico Único (RJU), pois o seu texto servidor, mas em concursos públicos, em relação às pergun-
original só previa servidores “dentro” da administra- tas inerentes à Lei Complementar nº 840/2011, o candidato
ção direta, autárquica e fundacional federais. Com o deve ter em mente o conceito legal.
advento da Emenda Constitucional nº 19, em 1998, o
regime deixa de ser único e passa a ser considerado Cargo Público
por alguns doutrinadores como administrativo, pois
houve o permissivo de poderem conviver empregados Às vezes, as bancas cobram o conceito de cargo públi-
públicos e servidores públicos na administração direta, co que, segundo o Regime Jurídico do Servidor Público do
autarquias e fundações públicas federais. Porém, a re- Distrito Federal, é
ferida emenda sofreu um vício de forma e foi declarada
inconstitucional no art. 39 da Constituição Federal de o conjunto de atribuições e responsabilidades pre-
1988, logo o regime voltou a ser único, ou seja, hoje vistas na estrutura organizacional que devem ser
só podem existir servidores públicos na administração cometidas a um servidor.
direta, autárquica e fundacional. A decisão sobre a in-
constitucionalidade pelo STF teve efeito não retroativo Ainda em relação aos cargos públicos, o candidato deve
ter ciência do seguinte:

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


(ex nunc), logo a Lei nº 9.960/2000 ainda regulamenta
os empregados na administração direta, autárquica e • devem ser criados por lei (decretos não podem criar
fundacional federais. cargos);
• têm que ter denominação própria; e
Conforme o comentário supra, o Distrito Federal, como • devem ser pagos (subsídios ou vencimentos) pelos co-
foi dito, a nosso ver, terá o seu Regime Jurídico “Único”, pois fres públicos, tanto para cargo de provimento efetivo,
a art. 39 da Constituição Federal também menciona o Distrito como também para os cargos em comissão.
Federal no seu caput.
Do Provimento
JURISPRUDÊNCIA:
A Lei Complementar preceitua que a investidura em car-
A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputa- go de provimento efetivo depende de prévia aprovação em
dos no DVS 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois concurso público.
obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. A lei em comento destina os cargos em comissão, exclu-
Manteve‑se, assim, o então vigente caput do art. 39, sivamente às atribuições de direção, chefia e assessoramen-
que tratava do regime jurídico único, incompatível to, e afirma que são de livre nomeação e exoneração pela
com a figura do emprego público. O deslocamento autoridade competente.
do texto do § 2º do art. 39, nos termos do substituti- Para esta Lei Complementar, considera‑se cargo em co-
vo aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo missão:
representou, assim, uma tentativa de superar a não • de direção: aquele cujo desempenho envolva atribui-
aprovação do DVS 9 e evitar a permanência do regime ções da administração superior;
jurídico único previsto na redação original suprimida, • de chefia: aquele cujo desempenho envolva relação
circunstância que permitiu a implementação do con- direta e imediata de subordinação;
trato de emprego público ainda que à revelia da regra • de assessoramento: aquele cujas atribuições sejam
constitucional que exige o quórum de três quintos para para auxiliar:
aprovação de qualquer mudança constitucional. Pedi- – os detentores de mandato eletivo;
do de medida cautelar deferido, dessa forma, quanto – os ocupantes de cargos vitalícios;
ao caput do art. 39 da CF, ressalvando‑se, em decor- – os ocupantes de cargos de direção ou de chefia.

45
Requisitos para investidura em Cargos Públicos no Súmula nº 17
Distrito Federal A nomeação de funcionário sem concurso pode ser es-
feita antes da posse.
Segundo o Estatuto do Servidor Público do Distrito Fe-
deral deve‑se comprovar: Súmula nº 16
• a nacionalidade brasileira; Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse.
• estar em gozo dos direitos políticos;
• estar em dia com as obrigações militares e eleitorais; Súmula nº 15
• o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato
• ter a idade mínima de dezoito anos; aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for pre-
• ter aptidão física e mental. enchido sem observância da classificação.

Urge ressaltar que as atribuições do cargo também po- Da Posse


dem trazer a necessidade de outros requisitos, desde que
haja previsão em lei. A posse se configura pela assinatura do termo, que de-
verão estar insertos:
Das vagas para os Portadores de Deficiência • as atribuições do cargo;
• os direito e deveres inerentes ao servidor;
A Constituição Federal de 1988, por meio do constituin- • os direitos relativos ao cargo ocupado.
te originário, deu um permissivo para que o legislador in-
fraconstitucional trouxesse o percentual de vagas para os O servidor aprovado em concurso, segundo a jurispru-
portadores de deficiência. A Lei Complementar nº 840/2011 dência, tem o direito subjetivo à nomeação, desde que tenha
veio obedecer este comando constitucional e preceitua que sido aprovado dentro do número de vagas do certame.
deverá ser de vinte por cento (20%). Ao ser nomeado, a publicidade será por meio de diário
Caso a vaga não seja preenchida, o provimento será re- oficial e o servidor terá 30 dias para tomar posse.
vertido para os demais candidatos. É salutar para o candidato, e também para o candida-
to já servidor, ter conhecimento de que a lei trata de uma
Da Situação do estrangeiro no Serviço Público do exceção para o prazo da posse, ou seja, caso ele esteja em
Distrito Federal gozo de licença médica ou odontológica; licença para o ser-
viço militar; licença maternidade e paternidade. Com isso,
A nova legislação do Distrito Federal segue a Lei nº o servidor terá o prazo de 30 dias contados após o término
8.112/1990, na questão do estrangeiro no serviço público destes eventos impeditivos e não necessariamente do ato
do DF, conforme se percebe abaixo: de nomeação publicado no diário oficial.
Algumas observações importantes inerentes à posse.
A Constituição de 1988 também trouxe no seu corpo São elas:
a possibilidade do estrangeiro poder prover cargos • só poderá ocorrer a posse nos casos de provimento de
em instituições de pesquisa tecnológicas e cientí- cargo por nomeação;
ficas, como professores, pesquisadores e também • deverá declarar os bens e valores que constituem o
cientistas, mas regulamentados por meio da Lei nº patrimônio;
8.112/1990. A Constituição não proíbe o acesso do • declarar ter ou não ter exercício em outro cargo, em-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

estrangeiro, mas restringe. prego ou função pública.

Prazo de Validade do Concurso Público importante:


A lei em estudo trouxe uma novidade que proporciona
Sabe‑se que o concurso público é obrigatório para ad- ao candidato aprovado em concurso público no DF, que no
missão de servidores na Administração Pública, podendo prazo de cinco dias contados da publicação do ato de nome-
deixar de ser exigido em algumas situações, citando‑se entre ação, pode solicitar seu reposicionamento para o final da
elas a contratação por tempo determinado, para atender a lista de classificação.
necessidade temporária de excepcional interesse público.
A Lei Complementar nº 840/2011, por meio de comando Do exercício
constitucional, afirma que o prazo de validade dos concursos
públicos será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma única vez É o efetivo desempenho das atribuições do cargo público
por igual período. A data do início da contagem do prazo é ou da função de confiança.
da homologação. Após ocorrer a investidura no cargo com a posse, o servi-
dor terá o prazo de cinco dias úteis para entrar em exercício.
SÚMULAS SOBRE CONCURSOS PÚBLICOS
Importante:
Súmula nº 685 A lei preceitua que o servidor não pode entrar em exer-
É inconstitucional toda modalidade de provimento que cício:
propicie ao servidor investir‑se, sem prévia aprovação em • se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar a exo-
concurso público destinado ao seu provimento, em cargo neração ou a vacância;
que não integra a carreira na qual anteriormente investido. • se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a compa-
tibilidade de horários; e
Súmula nº 684 • se receber proventos de aposentadoria inacumuláveis
É inconstitucional o veto não motivado à participação de com a remuneração ou subsídio do cargo efetivo, sem
candidato a concurso público. comprovar a opção por uma das formas de pagamento.

46
Do Provimento novos servidores. Para justificar o excepcionalíssi-
mo não cumprimento do dever de nomeação por
A Lei Complementar preceitua as maneiras legais de pre- parte da Administração Pública, é necessário que
encher, completar, ou seja, “prover” os cargos que estão a situação justificadora seja dotada das seguintes
vagos. Ela enumera cinco institutos, como: características: a) Superveniência: os eventuais fatos
• nomeação; ensejadores de uma situação excepcional devem ser
• aproveitamento; necessariamente posteriores à publicação do edital
• reintegração; do certame público; b) Imprevisibilidade: a situação
• reversão; deve ser determinada por circunstâncias extraordi-
• recondução. nárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;
c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários
As bancas, em regra, cobram o que vem a ser cada for- e imprevisíveis devem ser extremamente graves,
ma de provimento, logo, é salutar ter sempre em mente os implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
conceitos de cada uma dessas formas: mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das
regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica
Nomeação e excepcional de não cumprimento do dever de
nomeação deve ser extremamente necessária, de
É a forma de provimento sempre originária, ou seja, sem forma que a administração somente pode adotar tal
a ocorrência desta não poderão ocorrer as demais. Ela será medida quando absolutamente não existirem outros
para cargo efetivo ou em comissão, inclusive na condição meios menos gravosos para lidar com a situação
de interino. excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa
de nomear candidato aprovado dentro do número
JURISPRUDÊNCIA: de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa
Dentro do prazo de validade do concurso, a admi- forma, passível de controle pelo Poder Judiciário.
nistração poderá escolher o momento no qual se [...] Esse entendimento, na medida em que atesta
realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a existência de um direito subjetivo à nomeação,
a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, reconhece e preserva da melhor forma a força nor-
passa a constituir um direito do concursando apro- mativa do princípio do concurso público, que vincula
vado e, dessa forma, um dever imposto ao Poder diretamente a administração. É preciso reconhecer
Público. Uma vez publicado o edital do concurso com que a efetividade da exigência constitucional do con-
número específico de vagas, o ato da administração curso público, como uma incomensurável conquista
que declara os candidatos aprovados no certame cria da cidadania no Brasil, permanece condicionada
um dever de nomeação para a própria administração à observância, pelo Poder Público, de normas de
e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo organização e procedimento e, principalmente, de
candidato aprovado dentro desse número de vagas. garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno
[...] O dever de boa‑fé da administração pública exercício pelos cidadãos. O reconhecimento de um
exige o respeito incondicional às regras do edital, direito subjetivo à nomeação deve passar a impor
inclusive quanto à previsão das vagas do concurso limites à atuação da administração pública e dela
público. Isso igualmente decorre de um necessário e exigir o estrito cumprimento das normas que regem
incondicional respeito à segurança jurídica como prin- os certames, com especial observância dos deveres

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


cípio do Estado de Direito. Tem‑se, aqui, o princípio de boa‑fé e incondicional respeito à confiança dos
da segurança jurídica como princípio de proteção à cidadãos. O princípio constitucional do concurso pú-
confiança. Quando a administração torna público um blico é fortalecido quando o Poder Público assegura
edital de concurso, convocando todos os cidadãos a e observa as garantias fundamentais que viabilizam
participarem de seleção para o preenchimento de a efetividade desse princípio. Ao lado das garantias
determinadas vagas no serviço público, ela impre- de publicidade, isonomia, transparência, impessoali-
terivelmente gera uma expectativa quanto ao seu dade, entre outras, o direito à nomeação representa
comportamento segundo as regras previstas nesse também uma garantia fundamental da plena efetivi-
edital. Aqueles cidadãos que decidem se inscrever dade do princípio do concurso público. (RE 598.099,
e participar do certame público depositam sua con- Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10/8/2011,
fiança no Estado administrador, que deve atuar de Plenário, DJE de 3/10/2011, com repercussão geral.)
forma responsável quanto às normas do edital e ob- No mesmo sentido: RE 227.480, Rel. p/o ac. Min.
servar o princípio da segurança jurídica como guia de Cármen Lúcia, julgamento em 16/9/2008, Primeira
comportamento. Isso quer dizer, em outros termos, Turma, DJE de 21/8/2009. Em sentido contrário:
que o comportamento da administração pública no RE 290.346, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em
decorrer do concurso público deve se pautar pela 29/5/2001, Primeira Turma, DJ de 29/6/2001. Vide:
boa‑fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto MS 24.660, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julga-
subjetivo de respeito à confiança nela depositada mento em 3/2/2011, Plenário, DJE de 23/9/2011.
por todos os cidadãos. [...] Quando se afirma que a
Administração Pública tem a obrigação de nomear os Aproveitamento
aprovados dentro do número de vagas previsto no
edital, deve‑se levar em consideração a possibilida- O aproveitamento, como forma de provimento, foi re-
de de situações excepcionalíssimas que justifiquem cepcionado pela Constituição Federal vigente.
soluções diferenciadas, devidamente motivadas de É o retorno do servidor que se encontrava em disponibi-
acordo com o interesse público. Não se pode ignorar lidade. Para ocorrer a disponibilidade, a CF/1988 preceitua
que determinadas situações excepcionais podem no art. 41 que o servidor deverá ser estável (ter 3 anos de
exigir a recusa da Administração Pública de nomear efetivo exercício), ter o cargo extinto e, com isso, ficará em

47
disponibilidade aguardando o seu aproveitamento em cargo 8.112/1990). Inocorrência de ofensa ao princípio
de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior- da autonomia das Unidades da Federação, por ser
mente ocupado. mantida pela União a Polícia Civil do Distrito Federal
Pode‑se afirmar que o retorno do servidor a determinado (Constituição, art. 21, XIV). Mandado de segurança
cargo, tendo em vista que o cargo que ocupava foi extinto ou deferido. (STF, MS 22933, DF, Tribunal Pleno, Relator
declarado desnecessário, se dará o aproveitamento. Min. OCTAVIO GALLOTTI, Julgamento: 26/6/1998, DJ
DATA‑13/11/1998 PP‑00005).
Reintegração
Importante:
É o retorno do servidor, demitido injustamente. O estágio probatório e a estabilidade no Distrito Federal
A título de exemplo: Huguinho, servidor público do Dis- serão de três anos.
trito Federal, teve sua demissão invalidada por decisão admi-
nistrativa. Nessa situação, Huguinho deverá ser reintegrado Da vacância
ao cargo anteriormente ocupado.
Zezinho, Técnico Administrativo estável do Distrito Fede- Este instituto aborda as maneiras de deixar um cargo
ral, foi reinvestido no cargo anteriormente ocupado, diante vago, para que se possa ocorrer um futuro provimento.
da invalidação da sua demissão por decisão administrativa,
com ressarcimento de todas as vantagens. Nos termos da Lei Falecimento
Complementar nº 840/2011, ocorreu a reintegração.
Com a morte do servidor é fato que irá gerar vacância
Reversão no cargo.
É o retorno do servidor aposentado quando:
• por invalidez, quando, por junta médica oficial, ficar Exoneração
comprovada a sua reabilitação;
• quando constatada, administrativa ou judicialmente, Existem várias maneiras de ocorrer a exoneração. Poderá
a insubsistência dos fundamentos de concessão da ser a pedido, caso o servidor não estável não seja habilitado
aposentadoria; no estágio probatório; se o servidor não estável tenha seu
• voluntariamente, desde que concomitantemente: cargo extinto; na hipótese da União ultrapassar o limite de
– haja manifesto interesse da administração, expresso despesas (LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal) e venha a
em edital que fixe os critérios de reversão voluntária ser mal avaliado anualmente (segundo regulamentos) etc.
aos interessados que estejam em igual situação;
Aposentadoria
– tenham decorrido menos de cinco anos da data de
aposentadoria;
Também é fato que a passagem do servidor para a ina-
– haja cargo vago;
tividade gera vacância.
– não tenha 70 anos.
Demissão
importante:
• É de quinze dias úteis o prazo para o servidor retornar É importante salientar que a demissão tem cunho puni-
ao exercício do cargo, contados da data em que tomou tivo, ou seja, disciplinar.
ciência da reversão.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

• Caso o seu cargo anterior já esteja ocupado, ele poderá


Da Remoção, Redistribuição e Substituição
ficar como excedente.
Remoção
Recondução
Caso o servidor esteja lotado em um determinado órgão
O art. 37 da lei em comento afirma que é o retorno do ou entidade de um ente da federação e tenha que ir para
servidor estável ao cargo anteriormente ocupado decorrerá outra repartição, no mesmo órgão e também na mesma
em razão da inabilitação em estágio probatório relativo a carreira, este deslocamento é chamado de remoção, que
outro cargo e da reintegração do anterior ocupante. pode ser de ofício, permitindo‑se a permuta (troca) mediante
prévia autorização dos chefes.
Importante:
O art. 37 inseriu uma nova forma de recondução, que Redistribuição
já era aceita pela jurisprudência, a desistência de estágio
probatório. Urge ressaltar que na recondução, o servidor A remoção, como vimos, desloca o serviço e a redistribui-
tem de retornar ao cargo anterior até o dia seguinte ao ato ção irá gerar o deslocamento do cargo de provimento efetivo
da ciência da recondução. ocupado ou vago para outro órgão ou entidade sempre do
mesmo poder.
JURISPRUDÊNCIA
Estágio probatório. Funcionário estável da Imprensa Substituição
Nacional admitido, por concurso público, ao cargo
de Agente de Polícia do Distrito Federal. Natureza, Um servidor que possua funções de direção ou chefia
inerente ao estágio, de complemento do processo terá, a princípio, seu substituto indicado em regimento in-
seletivo, sendo, igualmente, sua finalidade a de terno. Caso este servidor tenha que ser substituído, o seu
aferir a adaptabilidade do servidor ao desempenho substituto irá assumir automaticamente e cumulativamente
de suas novas funções. Consequente possibilidade, suas funções.
durante o seu curso, de desistência do estágio, com Em suma, quando se desloca o servidor trata‑se de remo-
retorno ao cargo de origem (art. 20, § 2º, da Lei nº ção, quando se desloca o cargo será a redistribuição.

48
Lei Complementar nº 840, de 23 de Dezembro Art. 6º As funções de confiança, privativas de servidor
de 2011 efetivo, destinam‑se exclusivamente às atribuições de dire-
(Autoria do Projeto: Poder Executivo) ção, chefia e assessoramento.
Art. 7º São requisitos básicos para investidura em cargo
Dispõe sobre o regime jurídi- público:
co dos servidores públicos civis do I – a nacionalidade brasileira;
Distrito Federal, das autarquias e II – o gozo dos direitos políticos;
das fundações públicas distritais. III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL: Faço saber que a cargo;
Câmara Legislativa do Distrito Federal decreta e eu sanciono V – a idade mínima de dezoito anos;
a seguinte lei: VI – a aptidão física e mental.
§ 1º A lei pode estabelecer requisitos específicos para a
TÍTULO I investidura em cargos públicos.
§ 2º O provimento de cargo público por estrangeiro deve
CAPÍTULO ÚNICO observar o disposto em Lei federal.
Das Disposições Preliminares § 3º Os requisitos para investidura em cargo público de-
vem ser comprovados por ocasião da posse.
Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídico Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
dos servidores públicos civis da administração direta, autár- I – nomeação;
quica e fundacional e dos órgãos relativamente autônomos II – reversão;
do Distrito Federal. III – aproveitamento;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor IV – reintegração;
público é a pessoa legalmente investida em cargo público. V – recondução.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e res- Art. 9º É vedado editar atos de nomeação, posse ou exer-
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional e co- cício com efeito retroativo.
metidas a um servidor público. Art. 10. O ato de provimento de cargo público compete ao:
Parágrafo único. Os cargos públicos são criados por lei, I – Governador, no Poder Executivo;
com denominação própria e subsídio ou vencimentos pagos II – Presidente da Câmara Legislativa;
pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo III – Presidente do Tribunal de Contas.
ou em comissão.
Seção II
TÍTULO II Do Concurso Público
DOS CARGOS PÚBLICOS E DAS FUNÇÕES
DE CONFIANÇA Art. 11. As normas gerais sobre concurso público são as
fixadas em lei específica.
CAPÍTULO I § 1º (Vetado)
Do Provimento § 2º O concurso público é de provas ou de provas e títu-
los, conforme dispuser a lei do respectivo plano de carreira.
Seção I Art. 12. O edital de concurso público tem de reservar

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Das Disposições Gerais vinte por cento das vagas para serem preenchidas por pessoa
com deficiência, desprezada a parte decimal.
Art. 4º A investidura em cargo de provimento efetivo § 1º A vaga não preenchida na forma do caput reverte‑se
depende de prévia aprovação em concurso público. para provimento dos demais candidatos.
Art. 5º Os cargos em comissão, destinados exclusivamen- § 2º A deficiência e a compatibilidade para as atribuições
te às atribuições de direção, chefia e assessoramento, são de do cargo são verificadas antes da posse, garantido recurso em
livre nomeação e exoneração pela autoridade competente. caso de decisão denegatória, com suspensão da contagem
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera‑se do prazo para a posse.
cargo em comissão: § 3º Não estão abrangidas pelos benefícios deste artigo
I – de direção: aquele cujo desempenho envolva atribui- a pessoa com deficiência apta para trabalhar normalmente
ções da administração superior; e a inapta para qualquer trabalho.
II – de chefia: aquele cujo desempenho envolva relação Art. 13. O concurso público tem validade de até dois
direta e imediata de subordinação; anos, a qual pode ser prorrogada uma única vez, por igual
III – de assessoramento: aquele cujas atribuições sejam período, na forma do edital.
para auxiliar: § 1º No período de validade do concurso público, o can-
a) os detentores de mandato eletivo; didato aprovado deve ser nomeado com prioridade sobre
b) os ocupantes de cargos vitalícios; novos concursados para assumir cargo na carreira.
c) os ocupantes de cargos de direção ou de chefia. § 2º O candidato aprovado em concurso público, no prazo
§ 2º Pelo menos cinquenta por cento dos cargos em co- de cinco dias contados da publicação do ato de nomeação,
missão devem ser providos por servidor público de carreira, pode solicitar seu reposicionamento para o final da lista de
nos casos e condições previstos em lei. classificação.
§ 3º É proibida a designação para função de confiança
ou a nomeação para cargo em comissão, incluídos os de Seção III
natureza especial, de pessoa que tenha praticado ato tipi- Da Nomeação
ficado como causa de inelegibilidade prevista na legislação
eleitoral, observado o mesmo prazo de incompatibilidade Art. 14. A nomeação faz‑se em cargo:
dessa legislação. I – de provimento efetivo;

49
II – em comissão. Art. 18. Por ocasião da posse, é exigido do nomeado
§ 1º A nomeação para cargo efetivo deve observar a apresentar:
ordem de classificação e o prazo de validade do concurso I – os comprovantes de satisfação dos requisitos previs-
público. tos no art. 7º e nas normas específicas para a investidura
§ 2º O candidato aprovado no número de vagas previstas no cargo;
no edital do concurso tem direito à nomeação no cargo para II – declaração:
o qual concorreu. a) de bens e valores que constituem seu patrimônio;
Art. 15. O servidor ocupante de cargo em comissão pode b) sobre acumulação ou não de cargo ou emprego pú-
ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro blico, bem como de proventos da aposentadoria de regime
cargo em comissão, hipótese em que deve: próprio de previdência social;
I – acumular as atribuições de ambos os cargos; c) sobre a existência ou não de impedimento para o exer-
II – optar pela remuneração de um deles durante o pe- cício de cargo público.
ríodo da interinidade. § 1º É nulo o ato de posse realizado sem a apresentação
Art. 16. É vedada a nomeação, para cargo em comissão dos documentos a que se refere este artigo.
ou a designação para função de confiança, do cônjuge, de § 2º A aptidão física e mental é verificada em inspeção
companheiro ou de parente, por consanguinidade até o ter- médica oficial.
ceiro grau ou por afinidade: § 3º A declaração prevista no inciso II, a, deve ser feita
I – do Governador e do Vice‑Governador, na adminis- em formulário fornecido pelo setor de pessoal da repartição,
tração pública direta, autárquica ou fundacional do Poder e dele deve constar campo para informar bens, valores, dí-
Executivo; vidas e ônus reais exigidos na declaração anual do imposto
II – de Deputado Distrital, na Câmara Legislativa; de renda da pessoa física, com as seguintes especificações:
III – de Conselheiro, Auditor ou Procurador do Ministério I – a descrição do bem, com sua localização, especifica-
Público, no Tribunal de Contas; ções gerais, data e valor da aquisição, nome do vendedor e
IV – (Vetado) valor das benfeitorias, se houver;
§ 1º As vedações deste artigo aplicam‑se: II – as dívidas e o ônus real sobre os bens, com suas es-
I – aos casos de reciprocidade de nomeação ou desig- pecificações gerais, valor e prazo para quitação, bem como
nação; o nome do credor;
II – às relações homoafetivas. III – a fonte de renda dos últimos doze meses, com a
§ 2º Não se inclui nas vedações deste artigo a nomeação especificação do valor auferido no período.
ou a designação: Art. 19. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições
I – de servidor ocupante de cargo de provimento efetivo,
do cargo público.
incluídos os aposentados, desde que seja observada:
§ 1º O servidor não pode entrar em exercício:
a) a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo
I – se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar a exo-
efetivo com o cargo em comissão ou a função de confiança;
neração ou a vacância de que trata o art. 54;
b) a compatibilidade e a complexidade das atribuições
II – se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a com-
do cargo efetivo com o cargo em comissão ou a função de
patibilidade de horários;
confiança;
II – realizada antes do início do vínculo familiar entre o III – se receber proventos de aposentadoria inacumulá-
agente público e o nomeado ou designado; veis com a remuneração ou subsídio do cargo efetivo, sem
III – de pessoa já em exercício no mesmo órgão, autarquia comprovar a opção por uma das formas de pagamento.
§ 2º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor entrar
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

ou fundação antes do início do vínculo familiar com o agente


público, para cargo, função ou emprego de nível hierárquico em exercício, contado da posse.
igual ou mais baixo que o anteriormente ocupado. § 3º Compete ao titular da unidade administrativa onde
§ 3º Em qualquer caso, é vedada a manutenção de fami- for lotado o servidor dar‑lhe exercício.
liar ocupante de cargo em comissão ou função de confiança § 4º Com o exercício, inicia‑se a contagem do tempo
sob subordinação hierárquica mediata ou imediata. efetivo de serviço.
§ 5º O servidor que não entrar em exercício no prazo do
Seção IV § 2º deve ser exonerado.
Da Posse e do exercício Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor tem de apre-
sentar ao órgão competente os documentos necessários aos
Art. 17. A posse ocorre com a assinatura do respectivo assentamentos individuais.
termo, do qual devem constar as atribuições, os direitos e Parágrafo único. O início, a suspensão, a interrupção e
os deveres inerentes ao cargo ocupado. o reinício do exercício são registrados nos assentamentos
§ 1º A posse deve ocorrer no prazo de trinta dias, conta- individuais do servidor.
dos da publicação do ato de nomeação. Art. 21. O exercício de função de confiança inicia‑se com
§ 2º O prazo de que trata o § 1º pode ser prorrogado para a publicação do ato de designação, salvo quando o servidor
ter início após o término das licenças ou dos afastamentos estiver em licença ou afastado por qualquer motivo legal,
seguintes: hipótese em que o exercício se inicia no primeiro dia útil
I – licença médica ou odontológica; após o término do impedimento, que não pode exceder a
II – licença‑maternidade; trinta dias da publicação.
III – licença‑paternidade;
IV – licença para o serviço militar. Seção V
§ 3º A posse pode ocorrer mediante procuração com Do estágio Probatório
poderes específicos.
§ 4º Só há posse nos casos de provimento por nomeação. Art. 22. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
§ 5º Deve ser tornado sem efeito o ato de nomeação se cargo de provimento efetivo fica sujeito ao estágio probatório
a posse não ocorrer no prazo previsto neste artigo. pelo prazo de três anos.

50
Art. 23. Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o I – pelo Presidente da Câmara Legislativa;
estágio probatório é cumprido em relação a cada cargo em II – pelo Presidente do Tribunal de Contas;
cujo exercício esteja o servidor, vedado o aproveitamento III – pelo Secretário de Estado a que o avaliado esteja
de prazo ou pontuação. subordinado, incluídos os servidores de autarquia, fundação
Art. 24. O servidor pode desistir do estágio probatório e demais órgãos vinculados.
e ser reconduzido ao cargo de provimento efetivo anterior- § 3º Para proceder à avaliação especial, a comissão deve
mente ocupado no qual já possuía estabilidade, observado observar os seguintes procedimentos:
o disposto no art. 37. I – adotar, como subsídios para sua decisão, as avaliações
Parágrafo único. Não pode desistir do estágio probatório feitas na forma do art. 28, incluídos eventuais pedidos de
o servidor que responde a processo disciplinar. reconsideração, recursos e decisões sobre eles proferidas;
Art. 25. É vedado à administração pública conceder li- II – ouvir, separadamente, o avaliador e, em seguida, o
cença não remunerada ou autorizar afastamento sem remu- avaliado;
neração ao servidor em estágio probatório. III – realizar, a pedido ou de ofício, as diligências que
§ 1º Excetua‑se do disposto neste artigo o afastamento eventualmente emergirem das oitivas de que trata o inciso II;
para o serviço militar ou para o exercício de mandato eletivo. IV – aprovar ou reprovar o servidor no estágio probatório,
§ 2º A vedação de que trata este artigo aplica-se ao gozo por decisão fundamentada.
da licença-servidor. (Redação dada Pela Lei Complementar § 4º Contra a reprovação no estágio probatório cabe pe-
nº 952/2019) dido de reconsideração ou recurso, a serem processados na
Art. 26. O servidor em estágio probatório pode: forma desta Lei Complementar.
I – exercer qualquer cargo em comissão ou função de Art. 30. As autoridades de que trata o art. 29, § 2º, são
confiança no órgão, autarquia ou fundação de lotação; competentes para:
II – ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar car- I – julgar, em única e última instância, qualquer recurso
go de natureza especial ou de equivalente nível hierárquico. interposto na forma do art. 29;
Art. 27. Fica suspensa a contagem do tempo de estágio II – homologar o resultado da avaliação especial feita pela
probatório quando ocorrer: comissão e, como consequência, efetivar o servidor no cargo,
I – o afastamento de que tratam os arts. 26, II, e 162; quando ele for aprovado no estágio probatório.
II – licença remunerada por motivo de doença em pessoa Art. 31. O servidor reprovado no estágio probatório deve
da família do servidor. ser, conforme o caso, exonerado ou reconduzido ao cargo
Art. 28. Durante o estágio probatório, são avaliadas a de origem.
aptidão, a capacidade e a eficiência do servidor para o de-
sempenho do cargo, com a observância dos fatores:
Seção VI
I – assiduidade;
Da estabilidade
II – pontualidade;
III – disciplina;
Art. 32. O servidor ocupante de cargo de provimento
IV – capacidade de iniciativa;
efetivo regularmente aprovado no estágio probatório adquire
V – produtividade;
estabilidade no serviço público ao completar três anos de
VI – responsabilidade.
§ 1º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo efetivo exercício.
devem regulamentar, em seus respectivos âmbitos de atu- Art. 33. O servidor estável só perde o cargo nas hipóteses
ação, os procedimentos de avaliação do estágio probatório, previstas na Constituição Federal.
observado, no mínimo, o seguinte:

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


I – até o trigésimo mês do estágio probatório, a avaliação Seção VII
é feita semestralmente, com pontuação por notas numéricas Da Reversão
de zero a dez;
II – as avaliações de que trata o inciso I são feitas pela Art. 34. Reversão é o retorno à atividade de servidor
chefia imediata do servidor, em ficha previamente preparada aposentado:
e da qual conste, pelo menos, o seguinte: I – por invalidez, quando, por junta médica oficial, ficar
a) as principais atribuições, tarefas e rotinas a serem comprovada a sua reabilitação;
desempenhadas pelo servidor, no semestre de avaliação; II – quando constatada, administrativa ou judicialmente,
b) os elementos e os fatores previstos neste artigo; a insubsistência dos fundamentos de concessão da aposen-
c) o ciente do servidor avaliado. tadoria;
§ 2º Em todas as avaliações, é assegurado ao avaliado: III – voluntariamente, desde que, cumulativamente:
I – o amplo acesso aos critérios de avaliação; a) haja manifesto interesse da administração, expresso
II – o conhecimento dos motivos das notas que lhe foram em edital que fixe os critérios de reversão voluntária aos
atribuídas; interessados que estejam em igual situação;
III – o contraditório e a ampla defesa, nos termos desta b) tenham decorrido menos de cinco anos da data de
Lei Complementar. aposentadoria;
§ 3º As avaliações devem ser monitoradas pela comissão c) haja cargo vago.
de que trata o art. 29. § 1º É de quinze dias úteis o prazo para o servidor retor-
Art. 29. A avaliação especial, prevista na Constituição nar ao exercício do cargo, contados da data em que tomou
Federal como condição para aquisição da estabilidade, ciência da reversão.
deve ser feita por comissão, quatro meses antes de terminar § 2º Não pode reverter o aposentado que tenha com-
o estágio probatório. pletado setenta anos.
§ 1º A comissão de que trata este artigo é composta por Art. 35. A reversão deve ser feita no mesmo cargo ou no
três servidores estáveis do mesmo cargo ou de cargo de es- cargo resultante de sua transformação.
colaridade superior da mesma carreira do avaliado. Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 34, I e II, encon-
§ 2º Não sendo possível a aplicação do disposto no § 1º, a trando‑se provido o cargo, o servidor deve exercer suas atri-
composição da comissão deve ser definida, conforme o caso: buições como excedente, até a ocorrência de vaga.

51
Seção VIII § 1º A remoção é feita a pedido de servidor que preen-
Da Reintegração cha as condições fixadas no edital do concurso aberto para
essa finalidade.
Art. 36. A reintegração é a reinvestidura do servidor no § 2º O sindicato respectivo tem de ser ouvido em todas
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua as etapas do concurso de remoção.
transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão § 3º A remoção de ofício destina‑se exclusivamente a
administrativa ou judicial, com o restabelecimento dos direitos atender a necessidade de serviços que não comporte o con-
que deixou de auferir no período em que esteve demitido. curso de remoção.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor Art. 42. É lícita a permuta entre servidores do mesmo
fica em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 38, cargo, mediante autorização prévia das respectivas chefias.
39 e 40.
§ 2º Encontrando‑se provido o cargo, o seu eventual Seção II
ocupante deve ser reconduzido ao cargo de origem, sem Da Redistribuição
direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo ou,
ainda, posto em disponibilidade. Art. 43. Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocu-
§ 3º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor retor- pado ou vago, para outro órgão, autarquia ou fundação do
nar ao exercício do cargo, contados da data em que tomou mesmo Poder.
ciência do ato de reintegração. § 1º A redistribuição dá‑se:
I – para cargo de uma mesma carreira, no caso de reor-
Seção IX ganização ou ajustamento de quadro de pessoal às neces-
Da Recondução sidades do serviço;
II – no caso de extinção ou criação de órgão, autarquia
Art. 37. A recondução é o retorno do servidor estável ao ou fundação.
cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no art. § 2º Nas hipóteses do § 1º, II, devem ser observados o
202, § 3º, e decorre de: interesse da administração pública, a vinculação entre os
I – reprovação em estágio probatório; graus de complexidade e responsabilidade do cargo, a cor-
II – desistência de estágio probatório; relação das atribuições, a equivalência entre os vencimentos
III – reintegração do anterior ocupante. ou subsídio e a prévia apreciação do órgão central de pessoal.
§ 1º Encontrando‑se provido o cargo de origem, o ser-
vidor tem de ser aproveitado em outro cargo, observado o CAPÍTULO III
disposto no art. 39. Da Substituição
§ 2º O servidor tem de retornar ao exercício do cargo até
o dia seguinte ao da ciência do ato de recondução.
Art. 44. O ocupante de cargo ou função de direção ou
chefia tem substituto indicado no regimento interno ou, no
Seção X
caso de omissão, previamente designado pela autoridade
Da Disponibilidade e do Aproveitamento
competente.
Art. 38. O servidor só pode ser posto em disponibilidade § 1º O substituto deve assumir automaticamente o exer-
nos casos previstos na Constituição Federal. cício do cargo ou função de direção ou chefia:
Parágrafo único. A remuneração do servidor posto em I – em licenças, afastamentos, férias e demais ausências
disponibilidade, proporcional ao tempo de serviço, não pode ou impedimentos legais ou regulamentares do titular;
ser inferior a um terço do que percebia no mês anterior ao II – em caso de vacância do cargo.
da disponibilidade. § 2º O substituto faz jus aos vencimentos ou subsídio pelo
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Art. 39. O retorno à atividade de servidor em disponibi- exercício do cargo de direção ou chefia, pagos na proporção
lidade é feito mediante aproveitamento: dos dias de efetiva substituição.
I – no mesmo cargo; Art. 45. O disposto no art. 44 aplica‑se aos titulares de
II – em cargo resultante da transformação do cargo an- unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
teriormente ocupado;
III – em outro cargo, observada a compatibilidade de CAPÍTULO IV
atribuições e vencimentos ou subsídio do cargo anterior- Da Acumulação
mente ocupado.
Art. 40. É obrigatório o imediato aproveitamento de ser- Art. 46. É proibida a acumulação remunerada de cargos
vidor em disponibilidade, assim que houver vaga em órgão, públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horá-
autarquia ou fundação. rios, para: I – dois cargos de professor;
§ 1º É de trinta dias o prazo para o servidor retornar II – um cargo de professor com outro técnico ou científico;
ao exercício, contados da data em que tomou ciência do III – dois cargos ou empregos privativos de profissionais
aproveitamento. de saúde, com profissões regulamentadas.
§ 2º Deve ser tornado sem efeito o aproveitamento e § 1º Presume‑se como cargo de natureza técnica ou cien-
ser cassada a disponibilidade, se o servidor não retornar ao tífica, para os fins do inciso II, qualquer cargo público para
exercício no prazo do § 1º, salvo se por doença comprovada o qual se exija educação superior ou educação profissional,
por junta médica oficial. ministrada na forma e nas condições previstas na Lei de Di-
retrizes e Bases da Educação Nacional.
CAPÍTULO II § 2º A proibição de acumular estende‑se:
Dos Remanejamentos I – a empregos e funções e abrange autarquias, funda-
ções, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
Seção I subsidiárias e sociedades controladas direta ou indiretamen-
Da Remoção te pelo poder público;
II – aos proventos de aposentadoria pagos por regime
Art. 41. Remoção é o deslocamento da lotação do ser- próprio de previdência social do Distrito Federal, da União, de
vidor, no mesmo órgão, autarquia ou fundação e na mesma Estado ou Município, ressalvados os proventos decorrentes
carreira, de uma localidade para outra. de cargo acumulável na forma deste artigo.

52
§ 3º O servidor que acumular licitamente cargo público Art. 52. A exoneração de cargo em comissão dá‑se:
fica obrigado a comprovar anualmente a compatibilidade I – a critério da autoridade competente;
de horários. II – a pedido do servidor.
Art. 47. Ressalvados os casos de interinidade e substitui- Art. 53. A servidora gestante que ocupe cargo em co-
ção, o servidor não pode: missão sem vínculo com o serviço público não pode, sem
I – exercer mais de um cargo em comissão ou função justa causa, ser exonerada de ofício, desde a confirmação
de confiança; da gravidez até cinco meses após o parto, salvo mediante
II – acumular cargo em comissão com função de con- indenização paga na forma do regulamento.
fiança. Parágrafo único. Deve ser tornado sem efeito o ato de
Art. 48. Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal exoneração, quando constatado que a servidora estava ges-
de cargos, empregos, funções públicas ou proventos de apo- tante e não foi indenizada.
sentadoria, o servidor deve ser notificado para apresentar Art. 54. Ao tomar posse em outro cargo inacumulável de
opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data qualquer órgão, autarquia ou fundação do Distrito Federal, o
da ciência da notificação. servidor estável pode pedir a vacância do cargo efetivo por
§ 1º Em decorrência da opção, o servidor deve ser exone- ele ocupado, observando‑se o seguinte:
rado do cargo, emprego ou função por que não mais tenha I – durante o prazo de que trata o art. 32, o servidor
interesse.
pode retornar ao cargo anteriormente ocupado, nos casos
§ 2º Com a opção pela renúncia aos proventos de apo-
previstos no art. 37;
sentadoria, o seu pagamento cessa imediatamente.
§ 3º Se o servidor não fizer a opção no prazo deste artigo, II – o cargo para o qual se pediu vacância pode ser provido
o setor de pessoal da repartição deve solicitar à autoridade pela administração pública.
competente a instauração de processo disciplinar para apu-
ração e regularização imediata. TÍTULO III
§ 4º Instaurado o processo disciplinar, se o servidor, até DAS CARREIRAS E DO REGIME E DA
o último dia de prazo para defesa escrita, fizer a opção de JORNADA DE TRABALHO
que trata este artigo, o processo deve ser arquivado, sem
julgamento do mérito. CAPÍTULO I
§ 5º O disposto no § 4º não se aplica se houver declaração Das Carreiras
falsa feita pelo servidor sobre acumulação de cargos.
§ 6º Caracterizada no processo disciplinar a acumulação Seção I
ilegal, a administração pública deve observar o seguinte: Das Disposições Gerais
I – reconhecida a boa‑fé, exonerar o servidor do cargo
vinculado ao órgão, autarquia ou fundação onde o processo Art. 55. Os cargos de provimento efetivo são organizados
foi instaurado; em carreira, criada por lei, que deve fixar:
II – provada a má‑fé, aplicar a sanção de demissão, desti- I – a denominação, o quantitativo e as atribuições dos
tuição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em cargos;
relação aos cargos ou empregos em regime de acumulação II – os requisitos para investidura no cargo e desenvol-
ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação vimento na carreira;
devem ser comunicados. III – a estrutura da carreira com a fixação dos vencimentos
Art. 49. É vedada a participação de servidor, salvo na ou do subsídio;
condição de Secretário de Estado, ainda que suplente, em IV – os critérios de capacitação;
mais de um conselho, comissão, comitê, órgão de deliberação V – o regime e a jornada de trabalho.

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


coletiva ou assemelhado, na administração direta, autárquica § 1º As alterações de requisitos para provimento de cargo
ou fundacional do Distrito Federal. público de carreira aplicam-se, exclusivamente, àqueles ser-
§ 1º É vedada a remuneração pela participação em mais vidores cujo ingresso se der após elas terem sido publicadas.
de um conselho. (Renumerado pela Lei Complementar nº 945/2019)
§ 2º É permitida, observado o disposto no § 1º, a partici- § 2º Sem prejuízo do disposto no art. 100, a docência no
pação remunerada de servidor em conselho de administra- ensino superior público do Distrito Federal é função inerente
ção ou conselho fiscal de empresa pública ou sociedade de a todos os cargos de nível superior de todas as carreiras exis-
economia mista em que o Distrito Federal detenha, direta tentes e das que vierem a ser criadas, na forma da lei e aten-
ou indiretamente, participação no capital social. didos os requisitos estabelecidos quando do chamamento
público. (Acrescentado pela Lei Complementar nº 945/2019)
CAPÍTULO V
Da vacância
Seção II
Art. 50. A vacância do cargo público decorre de: Da Promoção
I – exoneração;
II – demissão; Art. 56. Salvo disposição legal em contrário, a promoção é
III – destituição de cargo em comissão; a movimentação de servidor do último padrão de uma classe
IV – aposentadoria; para o primeiro padrão da classe imediatamente superior.
V – falecimento; § 1º A promoção dá‑se por merecimento ou por antiguida-
VI – perda do cargo, nos demais casos previstos na Cons- de, na forma do plano de carreira de cada categoria funcional.
tituição Federal. § 2º A promoção não interrompe o tempo de exercício
Art. 51. A exoneração de cargo de provimento efetivo no cargo.
dá‑se a pedido do servidor ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dá‑se, exclusiva- CAPÍTULO II
mente, quando o servidor: Do Regime e da Jornada de trabalho
I – for reprovado no estágio probatório;
II – tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo Art. 57. Salvo disposição legal em contrário, o servidor efe-
estabelecido. tivo fica sujeito ao regime de trabalho de trinta horas semanais.

53
§ 1º No interesse da administração pública e mediante interessado, autorizar a compensação de horário a ser reali-
anuência do servidor, o regime de trabalho pode ser am- zada até o final do quarto mês subsequente ao da ocorrência.
pliado para quarenta horas semanais, observada a propor- (Redação dada pela Lei Complementar nº 953, de 19/09/19)
cionalidade salarial. § 1º O atraso, a ausência justificada ou a saída antecipada
§ 2º É vedado aplicar ao regime de trabalho interpretação são computados por minutos, a serem convertidos em hora,
por analogia, extensão ou semelhança de atribuições. dentro de cada mês.
§ 3º A jornada de trabalho em sistema de escala de re- § 2º Apurado o tempo na forma do § 1º, são desprezados
vezamento deve ser definida em lei ou regulamento, obser- os resíduos inferiores a sessenta minutos.
vando o registro em folha de ponto do horário de entrada § 3º Toda compensação de horário deve ser registrada
e de saída. pela chefia imediata junto ao setor de pessoal da repartição.
Art. 58. O servidor ocupante de cargo em comissão ou no Art. 64. As faltas injustificadas ao serviço configuram:
exercício de função de confiança tem regime de trabalho de I – abandono do cargo, se ocorrerem por mais de trinta
quarenta horas semanais, com integral dedicação ao serviço. dias consecutivos;
Art. 59. No serviço noturno, a hora é considerada como II – inassiduidade habitual, se ocorrerem por mais de
tendo cinquenta e dois minutos e trinta segundos. sessenta dias, interpoladamente, no período de doze meses.
Parágrafo único. Considera‑se noturno o serviço prestado
Art. 65. Salvo na hipótese de licença ou afastamento
entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do
dia seguinte. prevista no art. 17, § 2º, considera‑se falta injustificada, es-
Art. 60. Para atender a situações excepcionais e tempo- pecialmente, a que decorra de:
rárias do serviço, a jornada de trabalho pode ser ampliada, I – não retorno ao exercício, no prazo fixado nesta Lei
a título de serviço extraordinário, em até duas horas. Complementar, em caso de reversão, reintegração, re-
Parágrafo único. Nos casos de risco de comprometimento condução ou aproveitamento;
da ordem e da saúde públicas, o Governador pode autorizar, II – não apresentação imediata para exercício no órgão,
excepcionalmente, a extrapolação dos limites previstos neste autarquia ou fundação, em caso de remoção ou redistribuição;
artigo, para os servidores que atuem diretamente nas áreas III – interstício entre:
envolvidas. a) o afastamento do órgão, autarquia ou fundação de
Art. 61. Pode ser concedido horário especial ao servidor: (Ar- origem e o exercício no órgão ou entidade para o qual o
tigo com a redação da Lei Complementar nº 928, de 26/7/2017.) servidor foi cedido ou colocado à disposição;
I – com deficiência ou com doença falciforme; b) o término da cessão ou da disposição de que trata
II – que tenha cônjuge ou dependente com deficiência a alínea a e o reinício do exercício no órgão, autarquia ou
ou com doença falciforme; fundação de origem.
III – matriculado em curso da educação básica e da educa- [...]
ção superior, quando comprovada a incompatibilidade entre
o horário escolar e o da unidade administrativa, sem prejuízo PRINCIPAIS DIREITOS E VANTAGENS DO
do exercício do cargo;
IV – na hipótese do art. 100, § 2º. SERVIDOR PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL
§ 1º Nas hipóteses dos incisos I e II, o horário especial
consiste na redução de até 50% da jornada de trabalho e Serão tratados os principais institutos de Lei Complemen-
sua necessidade deve ser atestada por junta médica oficial. tar nº 840/2011 que trazem ao servidor tudo aquilo que ele
(Redação dada pela Lei Complementar nº 954/2019) pode usufruir como um servidor público do Distrito Federal.
§ 2º Nos casos dos incisos III e IV, é exigida do servidor
a compensação de horário na unidade administrativa, de Direitos
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

modo a cumprir integralmente o regime semanal de trabalho.


§ 3º O servidor estudante deve comprovar, mensalmente, Sistema Remuneratório do Servidor do Distrito Federal
a sua frequência escolar.
§ 4º A comprovação da dependência de que trata o inciso Na Legislação aplicada ao Servidor Público do Distrito Fe-
II deve ser realizada perante o setor responsável pela gestão deral a questão remuneratória é tratada da seguinte forma: É
de pessoas do órgão de lotação do servidor. (Redação dada a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público fixada
pela Lei Complementar nº 954/2019) em lei, sob a forma de subsídio (inovação, em face da legisla-
§ 5º (Vetado). (Redação dada pela Lei Complementar nº ção anterior à Lei Distrital nº 197) ou remuneração mensal.
954/2019) A Lei Complementar afirma que valor diário da remune-
Art. 62. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio, o ser- ração ou subsídio obtém‑se dividindo o valor da retribuição
vidor pode ausentar‑se do serviço, mediante comunicação pecuniária mensal por trinta e, o valor horário da remunera-
prévia à chefia imediata: ção ou subsídio é obtido dividindo a retribuição pecuniária
I – por um dia para: mensal pelo quíntuplo da carga horária semanal.
a) doar sangue;
A remuneração do servidor é constituída de parcelas e
b) realizar, uma vez por ano, exames médicos preventivos
compreende os vencimentos, que se compõem: do venci-
ou periódicos voltados ao controle de câncer de próstata, de
mama ou do colo de útero; mento básico; das vantagens permanentes relativas ao car-
II – por até dois dias, para se alistar como eleitor ou re- go; as vantagens relativas às peculiaridades de trabalho; as
querer transferência do domicílio eleitoral; vantagens pessoais; as vantagens de natureza periódica ou
III – por oito dias consecutivos, incluído o dia da ocor- eventual e as vantagens de caráter indenizatório.
rência, em razão de:
a) casamento; Importante:
b) falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro homo- • Os vencimentos ou o subsídio são irredutíveis.
afetivo, pai, mãe, padrasto, madrasta, filho, irmão, enteado • A remuneração ou o subsídio dos ocupantes de cargos
ou menor sob guarda ou tutela. e funções públicas da administração direta, autárqui-
Art. 63. Em caso de falta ao serviço, atraso, ausência ca e fundacional, incluídos os cargos preenchidos por
ou saída antecipada, desde que devidamente justificados, é mandato eletivo, e os proventos, as pensões ou outra
facultado à chefia imediata, atendendo a requerimento do espécie remuneratória, percebidos cumulativamente

54
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer • A manutenção do vínculo conjugal deve ser comprova-
outra natureza, não podem exceder o subsídio men- da anualmente, sob pena de cancelamento da licença.
sal, em espécie, dos Desembargadores do tribunal de
Justiça do Distrito Federal e territórios. Licença por motivo de Doença em Pessoa da Família
• Excluem‑se do valor do teto de remuneração o décimo (art. 134)
terceiro salário, o adiantamento de férias, o adicional
de férias, o auxílio‑natalidade, o auxílio pré‑escolar e O legislador permitiu que o servidor possa ter acesso à
as vantagens de caráter indenizatório. licença por motivo de doença em pessoa da família, desde
que haja comprovação por junta médica oficial.
Das Concessões
É outro direito de suma importância, pois permite que
o servidor pratique certo ato humanitário ou ato jurídico e importante:
venha gozar de situações oriundas de fatos jurídicos: • A licença somente pode ser deferida se a assistência
• servidor que doar sangue terá um dia de concessão; direta do servidor for indispensável e não puder ser
• para alistamento ou transferência eleitoral terá dois prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
dias; • A licença é concedida sem prejuízo da remuneração
• para casamento e falecimento de ente familiar terá ou subsídio do cargo efetivo.
oito dias. • Nenhum período de licença pode ser superior a trinta
dias, e o somatório dos períodos não pode ultrapassar
Das Férias cento e oitenta dias por ano, iniciando‑se a contagem
com a primeira licença.
Um dos direitos que, em regra, mais “esperado” pelo • Comprovada por junta médica oficial a necessidade de
servidor: licença por período superior a cento e oitenta dias, a
• o servidor faz jus a trinta dias de férias, em que não licença é sem remuneração ou subsídio.
se descontam as faltas ao serviço em dias de férias, • É vedado o exercício de atividade remunerada durante
diferenciando‑se da Consolidação das Leis do Trabalho a licença em estudo.
(CLT);
• as férias poderão ser divididas em até três etapas, a
pedido do servidor e com a anuência da Administração; Licença para o Serviço militar (art. 136)
• as férias poderão ser acumuladas no máximo por dois
períodos, em caso de necessidade de serviço, salvo que O servidor público do Distrito Federal que for convocado
existam hipóteses em legislação específica; para o serviço militar terá concedida esta licença, porém
• para angariar o direito a férias, o servidor deve cumprir concluído o serviço militar, o servidor tem até trinta dias sem
o primeiro período aquisitivo de doze meses; remuneração para reassumir o exercício do cargo.
• a remuneração de férias deverá ser paga até dois dias
antes do seu início; Licença para Atividade Política (art. 137)
• o legislador trouxe hipóteses de interrupção de férias,
sendo: em caso de calamidade pública; comoção in- O servidor público do Distrito Federal tem direito a licen-
terna; prestar serviços para o Tribunal do Júri; serviço ça para atividade política na seguinte forma:
militar ou eleitoral e por necessidade do serviço. • sem remuneração: da data de sua escolha em con-
venção partidária como candidato a cargo eletivo e à
Das Licenças

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


véspera do registro da candidatura perante a Justiça
Eleitoral;
A Lei Complementar nº 840/2011 trata, concomitante-
• com remuneração: do registro da candidatura perante
mente, as licenças que são “direitos” e as licenças que são
a Justiça Eleitoral e até dez dias após a data da eleição
“benefícios”.
O art. 130 preceitua essas licenças: por motivo de afas- para a qual concorre.
tamento do cônjuge ou companheiro; por motivo de doença
em pessoa da família; para o serviço militar; para atividade importante:
política; prêmio por assiduidade; para tratar de interesses Caso seja negado o registro ou havendo desistência da
particulares; para desempenho de mandato classista; pater- candidatura, o servidor terá de reassumir o cargo imedia-
nidade; maternidade; médica ou odontológica. tamente.
A licença concedida dentro de sessenta dias do término
de outra da mesma espécie é considerada como prorrogação. Licença‑Prêmio por Assiduidade (art. 139)

Licença para Afastamento do Cônjuge ou Companheiro Ao término de cada quinquênio ininterrupto de exercício,
(art. 133) o servidor detentor de cargo efetivo no Distrito Federal faz
jus a três meses de licença‑prêmio por assiduidade, sem
A lei afirma que poderá ser concedida licença ao servi- prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo.
dor estável para acompanhar cônjuge ou companheiro que
As faltas injustificadas ao serviço retardam a concessão
for deslocado para trabalhar em localidade situada fora da
Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito da licença prevista neste artigo, na proporção de um mês
Federal e Entorno e para exercer mandato eletivo em Esta- para cada falta.
do ou Município não compreendido na Região Integrada de O total de servidores em gozo concomitante desta licença
Desenvolvimento Econômico. não poderá ser superior 1/3 da lotação do órgão, autarquia
ou fundação.
Importante: Caso o servidor não utilize as referidas licenças, elas po-
• A licença é por prazo de até cinco anos e sem remu- derão ser convertidas em pecúnia, quando o servidor for
neração ou subsídio. aposentado (também no caso de falecimento do servidor).

55
Licença para tratar de interesses Particulares Art. 67. O subsídio é constituído de parcela única, e a ele
pode ser acrescido, exclusivamente:
Poderá ser concedida a critério da administração pública I – o décimo terceiro salário;
do Distrito Federal, ao servidor estável, licença para tratar II – o adicional de férias;
de assuntos particulares, pelo prazo de até três anos con- III – o auxílio‑natalidade;
secutivos, sem remuneração, desde que: IV – o abono de permanência;
• a uma, não possua débito com o erário relacionado V – o adicional por serviço extraordinário;
com sua situação funcional; VI – o adicional noturno;
• a duas, não se encontre respondendo a processo dis- VII – as vantagens de caráter indenizatório;
ciplinar; VIII – a remuneração ou subsídio:
• a três, a licença pode ser interrompida, a qualquer tem- a) pelo exercício de cargo em comissão ou de função de
po, a pedido do servidor ou a critério da administração confiança, de que trata o art. 77;
e a licença pode ser prorrogada por igual período, uma b) decorrente de substituições.
única vez. Art. 68. A remuneração é constituída de parcelas e com-
preende:
Licença para o Desempenho de mandato Classista I – os vencimentos, que se compõem:
(art. 145) a) do vencimento básico;
b) das vantagens permanentes relativas ao cargo;
Ao servidor estável Público do Distrito Federal fica asse- II – as vantagens relativas às peculiaridades de trabalho;
gurado o direito à licença para o desempenho de mandato III – as vantagens pessoais;
classista, em central sindical, confederação, federação ou IV – as vantagens de natureza periódica ou eventual;
sindicato representativos de servidores do Distrito Federal, V – as vantagens de caráter indenizatório.
regularmente registrados no órgão competente. Art. 69. Os vencimentos ou o subsídio são irredutíveis.
A licença prevista neste artigo é considerada como efe- Art. 70. A remuneração ou o subsídio dos ocupantes de
tivo exercício e o órgão ou entidade do servidor irá custear cargos e funções públicos da administração direta, autár-
o servidor. quica e fundacional, incluídos os cargos preenchidos por
mandato eletivo, e os proventos, as pensões ou outra es-
Importante: pécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
Para cada sindicato serão licenciados: incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natu-
• dois dirigentes, desde que tenha, no mínimo, trezentos reza, não podem exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
servidores filiados; Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
• um dirigente para cada grupo de dois mil servidores e Territórios.
§ 1º O valor do teto de remuneração ou subsídio deve
filiados, além dos dirigentes previstos na alínea a, até
ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal pelo Po-
o limite de dez dirigentes.
der Executivo sempre que se alterar o subsídio dos De-
sembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
Observação:
e Territórios.
Para cada dois dirigentes sindicais licenciados na forma
§ 2º Excluem‑se do valor do teto de remuneração o dé-
deste artigo, observado o regulamento, pode ser licenciado cimo terceiro salário, o adiantamento de férias, o adicional
mais um, devendo o sindicato ressarcir ao órgão ou enti- de férias, o auxílio‑natalidade, o auxílio pré‑escolar e as van-
dade o valor total despendido com remuneração ou subsí- tagens de caráter indenizatório.
dio, acrescido dos encargos sociais e provisões para férias,
adicional de férias, décimo terceiro salário e conversão de
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Seção II
licença‑prêmio em pecúnia. Do vencimento Básico e do Subsídio
[...] Art. 71. O vencimento básico é fixado por padrão na ta-
TÍTULO IV bela de remuneração da carreira.
DOS DIREITOS Art. 72. Na fixação do subsídio ou dos padrões do ven-
cimento básico e das demais parcelas do sistema remune-
CAPÍTULO I ratório, devem ser observados:
Do Sistema Remuneratório I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi-
dade dos cargos componentes de cada carreira;
Seção I II – os requisitos para investidura;
Dos Conceitos Gerais III – as peculiaridades dos cargos.
Art. 73. O subsídio ou o vencimento básico inicial da
Art. 66. A retribuição pecuniária pelo exercício de cargo carreira não pode ser inferior ao salário‑mínimo.
público é fixada em lei, sob a forma de subsídio ou remu- § 1º O valor do subsídio ou do vencimento básico deve ser
neração mensal. complementado, sempre que ficar abaixo do salário‑mínimo.
§ 1º O valor diário da remuneração ou subsídio obtém‑se § 2º Sobre o valor da complementação de que trata o §
dividindo‑se o valor da retribuição pecuniária mensal por 1º, devem incidir as parcelas da remuneração que incidem
trinta. sobre o vencimento básico. (Parágrafo declarado inconstitu-
§ 2º O valor horário da remuneração ou subsídio ob- cional: ADI nº 2013 00 2 027321-3 – TJDFT, Diário de Justiça,
tém‑se dividindo‑se a retribuição pecuniária mensal pelo de 16/8/2016.)
quíntuplo da carga horária semanal.
§ 3º Na retribuição pecuniária mensal de que tratam os Seção III
§§ 1º e 2º, não se incluem: Das vantagens
I – as vantagens de natureza periódica ou eventual, as
de caráter indenizatório, o adicional noturno e o adicional Art. 74. Além do vencimento básico, podem ser pagas
por serviço extraordinário; ao servidor, como vantagens, as seguintes parcelas remu-
II – os acréscimos de que trata o art. 67, I a VII. neratórias:

56
I – gratificações; Art. 82. Os locais de trabalho e os servidores que operam
II – adicionais; com raios X ou substâncias radioativas devem ser mantidos
III – abonos; sob controle permanente, de modo que as doses de radia-
IV – indenizações. ção ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na
§ 1º As gratificações e os adicionais incorporam‑se ao legislação própria.
vencimento, nos casos e nas condições indicados em lei. Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo
§ 2º As indenizações não se incorporam ao vencimento devem ser submetidos a exames médicos a cada seis meses.
ou provento para qualquer efeito. Art. 83. O adicional de insalubridade ou de periculosida-
Art. 75. As vantagens pecuniárias não são computadas, de é devido nos termos das normas legais e regulamentares
nem acumuladas, para efeito de concessão de qualquer outro pertinentes aos trabalhadores em geral, observados os per-
acréscimo pecuniário ulterior. centuais seguintes, incidentes sobre o vencimento básico:
I – cinco, dez ou vinte por cento, no caso de insalubrida-
Seção IV de nos graus mínimo, médio ou máximo, respectivamente;
Das vantagens Permanentes Relativas ao Cargo II – 10%, no caso de periculosidade, salvo no caso da
carreira de Execução Penal, disciplinada pela Lei nº 3.669,
Art. 76. As vantagens permanentes relativas ao cargo, de 13 de setembro de 2005, que é de 20%. (Redação dada
criadas por lei, compreendem as gratificações e os adicionais pela Lei Complementar nº 956, de 20/12/19)
vinculados aos cargos de carreira ou ao seu exercício. § 1º O adicional de irradiação ionizante deve ser conce-
dido nos percentuais de cinco, dez ou vinte por cento, na
Seção V forma do regulamento.
Das vantagens Relativas às § 2º A gratificação por trabalhos com raios X ou substân-
Peculiaridades de trabalho cias radioativas é concedida no percentual de dez por cento.
§ 3º Aos agentes públicos que atuem diretamente na pre-
Subseção I venção e no combate de pandemias declaradas pelo poder
Da Gratificação de Função de Confiança e público aplica-se o grau máximo de insalubridade. (Acres-
dos Vencimentos de Cargo em Comissão centado pela Lei Complementar nº 974/2020, – DODF de
27/10/2020)
Art. 77. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio do § 4º Aplica-se o grau máximo de insalubridade aos agen-
cargo efetivo, o servidor faz jus: tes públicos que atuem em serviços essenciais pelo tempo
I – ao valor integral da função de confiança para a qual que perdurar a pandemia. (Acrescentado pela Lei Comple-
foi designado; mentar nº 974/2020, – DODF de 27/10/2020)
II – a oitenta por cento dos vencimentos ou subsídio do § 5º Aplica-se o grau máximo de insalubridade aos servi-
cargo em comissão por ele exercido, salvo disposição legal dores da carreira Auditoria de Atividades Urbanas que atuem
em contrário. em serviços essenciais na prevenção e no combate do vírus
§ 1º As férias, o adicional de férias e o décimo terceiro da Covid-19, enquanto durar o estado de calamidade pública
salário são pagos proporcionalmente aos meses de efetivo decretado pelo poder público do Distrito Federal. (Acres-
exercício do servidor efetivo no cargo em comissão ou função centado pela Lei Complementar nº 974/2020, – DODF de
de confiança. 27/10/2020)
§ 2º O servidor efetivo pode optar pelo valor integral do § 6º O grau máximo de insalubridade é concedido aos
cargo em comissão, hipótese em que não pode perceber o servidores da saúde que atuam diretamente na prevenção

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


subsídio ou a remuneração do cargo efetivo. e no combate de epidemias e doenças contagiosas, durante
Art. 78. O disposto no art. 77 aplica‑se ao servidor ou em- período de declaração de emergência em saúde pública no
pregado requisitado de qualquer órgão ou entidade dos Po- Distrito Federal. (Acrescentado pela Lei Complementar nº
deres do Distrito Federal, da União, de Estado ou Município. 974/2020, – DODF de 27/10/2020)
§ 7º Aplica-se o grau máximo de insalubridade aos ser-
Subseção II vidores da carreira Atividades de Defesa do Consumidor
Dos Adicionais de insalubridade do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal
e de Periculosidade – Procon-DF que atuam em serviços essenciais voltados a
prevenção e combate à pandemia da Covid-19, enquanto
Art. 79. O servidor que trabalha com habitualidade em perdurar o estado de calamidade pública instituído por meio
locais insalubres ou em contato permanente com substâncias do Decreto Legislativo nº 2.284, de 2020. (Acrescentado pela
tóxicas, radioativas ou com risco de vida faz jus a um adicional Lei Complementar nº 974/2020, – DODF de 27/10/2020)
de insalubridade ou de periculosidade. § 8º Aplica-se o grau máximo de insalubridade aos ser-
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri- vidores da carreira Policiamento e Fiscalização de Trânsito
dade e de periculosidade tem de optar por um deles. do Departamento de Trânsito do Distrito Federal – Detran-
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculo- -DF que atuem em serviços essenciais na prevenção e no
sidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos combate ao vírus da Covid-19, enquanto durar o estado de
que deram causa a sua concessão. calamidade pública decretado pelo poder público do Distrito
Art. 80. Deve haver permanente controle da atividade de Federal. (Acrescentado pela Lei Complementar nº 974/2020,
servidores em operações ou locais considerados insalubres – DODF de 27/10/2020)
ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante, en- Subseção III
quanto durar a gestação e a lactação, deve exercer suas ati- Do Adicional por Serviço extraordinário
vidades em local salubre e em serviço não perigoso.
Art. 81. Na concessão dos adicionais de insalubridade Art. 84. O serviço extraordinário é remunerado com
ou de periculosidade, devem ser observadas as situações acréscimo de cinquenta por cento em relação ao valor da
estabelecidas em legislação específica. remuneração ou subsídio da hora normal de trabalho.

57
Subseção IV Subseção II
Do Adicional Noturno Do Décimo terceiro Salário

Art. 85. O serviço noturno a que se refere o art. 59 é Art. 92. O décimo terceiro salário, observado o disposto
remunerado com acréscimo de vinte e cinco por cento so- no art. 66, § 3º, corresponde à retribuição pecuniária do
bre o valor da remuneração ou subsídio da hora trabalhada. mês em que é devido, à razão de um doze avos por mês de
Parágrafo único. O adicional noturno incide sobre o adi- exercício nos doze meses anteriores.
cional de serviço extraordinário. § 1º A fração superior a quatorze dias é considerada como
mês integral.
Seção VI § 2º O décimo terceiro salário é devido sobre a parce-
Das vantagens Pessoais la da retribuição pecuniária percebida por servidor efetivo
pelo exercício de função de confiança ou cargo em comissão,
Subseção I observada a proporcionalidade de que trata este artigo e o
Das Disposições Gerais art. 121, §1º.
Art. 93. O décimo terceiro salário é pago:
Art. 86. Consideram‑se pessoais as parcelas da remune- I – no mês de aniversário do servidor ocupante de cargo
ração que dependam da situação individual de cada servidor de provimento efetivo, incluído o requisitado da administra-
perante a administração pública. ção direta, autárquica ou fundacional de qualquer Poder do
Art. 87. As vantagens pessoais, uma vez adquiridas, Distrito Federal, da União, de Estado ou Município;
incorporam‑se à remuneração. II – até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano, para
os servidores não contemplados no inciso I.
Subseção II § 1º No mês de dezembro, o servidor efetivo faz jus a
Do Adicional por tempo de Serviço eventuais diferenças entre o valor pago como décimo terceiro
salário e a remuneração devida nesse mês.
Art. 88. O adicional por tempo de serviço é devido à § 2º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo
razão de um por cento sobre o vencimento básico do cargo podem alterar a data de pagamento do décimo terceiro salá-
de provimento efetivo por ano de efetivo serviço. rio, desde que ele seja efetivado até o dia vinte de dezembro
Parágrafo único. O adicional de tempo de serviço é devido de cada ano.
a partir do mês em que o servidor completar o anuênio. Art. 94. Ao servidor demitido, exonerado ou que entre
em licença sem remuneração, é devido o décimo terceiro
salário, proporcionalmente aos meses de exercício, calculado
Subseção III
sobre o subsídio ou a remuneração do mês em que ocorrer
Do Adicional de Qualificação
o evento.
Parágrafo único. Se o servidor reassumir o cargo, o dé-
Art. 89. O adicional de qualificação, instituído por lei es-
cimo terceiro salário deve ser pago proporcionalmente aos
pecífica, destina‑se a remunerar a melhoria na capacitação
meses de exercício após a reassunção.
para o exercício do cargo efetivo.
Art. 95. O décimo terceiro salário não pode:
Parágrafo único. Os conteúdos dos cursos de qualifica-
I – ser considerado para cálculo de qualquer outra van-
ção devem guardar pertinência com as atribuições do cargo tagem;
efetivo ou da unidade de lotação e exercício. II – ser superior ao valor do teto de remuneração a que
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Subseção IV o servidor está submetido.


Das vantagens Pessoais
Nominalmente identificáveis Seção VIII
Das vantagens eventuais
Art. 90. As vantagens pessoais nominalmente identificá-
veis são definidas em lei ou reconhecidas em decisão judicial. Subseção I
Parágrafo único. (Vetado) Do Auxílio‑Natalidade
Seção VII Art. 96. O auxílio‑natalidade é devido à servidora efetiva
Das vantagens Periódicas por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalen-
Subseção I te ao menor vencimento básico do serviço público distrital,
Do Adicional de Férias inclusive no caso de natimorto.
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor deve ser acres-
Art. 91. Independentemente de solicitação, é pago ao cido de cinquenta por cento por nascituro.
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente § 2º O auxílio‑natalidade deve ser pago ao cônjuge ou
a um terço da remuneração ou subsídio do mês em que as companheiro servidor público, quando a parturiente não for
férias forem iniciadas. servidora pública distrital.
§ 1º No caso de o servidor efetivo exercer função de § 3º O disposto neste artigo aplica‑se às situações de
confiança ou cargo em comissão, a respectiva vantagem é adoção.
considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo,
observada a proporcionalidade de que trata o art. 121, § 1º. Subseção II
§ 2º O adicional de férias incide sobre o valor do abono Do Auxílio‑Funeral
pecuniário.
§ 3º A base para o cálculo do adicional de férias não pode Art. 97. O auxílio‑funeral é devido à família do servidor
ser superior ao teto de remuneração ou subsídio, salvo em efetivo falecido em atividade ou aposentado, em valor equi-
relação ao abono pecuniário. valente a um mês da remuneração, subsídio ou provento.

58
§1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio‑fu- Seção IX
neral é pago somente em razão do cargo de maior remune- Das vantagens de Caráter indenizatório
ração ou subsídio.
§ 2º O auxílio‑funeral deve ser pago no prazo de quaren- Subseção I
ta e oito horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à Das Disposições Gerais
pessoa da família que houver custeado o funeral.
§ 3º No caso de servidor aposentado, o auxílio‑funeral Art. 101. Tem caráter indenizatório o valor das parcelas
é pago pelo regime próprio de previdência social, mediante relativas a:
ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito Federal. I – diária e passagem para viagem;
Art. 98. O terceiro que custear o funeral tem direito de II – transporte;
ser indenizado, não podendo a indenização superar o valor III – alimentação;
de um mês da remuneração, subsídio ou provento. IV – creche ou escola;
Art. 99. Em caso de falecimento de servidor em serviço V – fardamento;
fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de VI – conversão de férias ou de parte delas em pecúnia;
transporte do corpo correm à conta de recursos do Distrito VII – abono de permanência;
Federal, da autarquia ou da fundação pública. VIII – créditos decorrentes de demissão, exoneração e
aposentadoria relativos a férias ou adicional de férias ou
Subseção III conversão de licença-servidor em pecúnia. (Redação dada
Da Gratificação por encargo de Curso ou Concurso pela Lei Complementar nº 952, de 16/07/2019)
Art. 102. Os valores das indenizações, assim como as con-
Art. 100. A gratificação por encargo de curso ou concurso dições para a sua concessão, são estabelecidos em lei ou re-
é devida ao servidor estável que, em caráter eventual: gulamento, observadas as disposições dos artigos seguintes.
I – atuar como instrutor em curso de formação, de de- Art. 103. O valor das indenizações não pode ser:
senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído I – incorporado à remuneração ou ao subsídio;
nos Poderes Executivo ou Legislativo; II – computado na base de cálculo para fins de incidência
II – participar de banca examinadora ou de comissão de de imposto de renda ou de contribuição para a previdência
concurso para: social, ressalvadas as disposições em contrário na legislação
a) exames orais; federal;
b) análise de currículo; III – computado para cálculo de qualquer outra vantagem
c) correção de provas discursivas; pecuniária.
d) elaboração de questões de provas; Subseção II
e) julgamento de recursos interpostos por candidatos; Da Diária e da Passagem
III – participar da logística de preparação e de realização
Art. 104. O servidor que, a serviço, se afastar do Distrito
de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
Federal em caráter eventual ou transitório faz jus a passagem
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
e diária, para cobrir as despesas de pousada, alimentação e
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
locomoção urbana.
atribuições permanentes;
§ 1º A diária é concedida por dia de afastamento, sen-
IV – participar da aplicação de provas de concurso pú-
do devida pela metade quando o deslocamento não exigir
blico, fiscalizá‑la ou avaliá‑la, bem como supervisionar essas pernoite.
atividades. § 2º Nos casos em que o afastamento do Distrito Federal
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


constituir exigência permanente do cargo, o servidor não
para as atividades de que trata este artigo são fixados em faz jus a diária.
regulamento, observados os seguintes parâmetros: Art. 105. O servidor que receber diária ou passagem e
I – o valor da gratificação deve ser calculado em horas, ob- não se afastar do Distrito Federal, por qualquer motivo, fica
servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida; obrigado a restituí‑las integralmente, no prazo de setenta e
II – o período de trabalho nas atividades de que trata duas horas, contadas da data em que deveria ter viajado.
este artigo não pode exceder a cento e vinte horas anuais ou, Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à
quando devidamente justificado e previamente autorizado sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-
pela autoridade máxima do órgão, autarquia ou fundação, mento, tem de restituir, no prazo previsto neste artigo, as
a duzentas e quarenta horas anuais; diárias recebidas em excesso.
III – o valor máximo da hora trabalhada corresponde aos
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento Subseção III
básico da tabela de remuneração ou subsídio do servidor: Da indenização de transporte
a) dois inteiros e dois décimos por cento, em se tratando
de atividades previstas nos incisos I e II do caput; Art. 106. O servidor que realiza despesas com a utilização
b) um inteiro e dois décimos por cento, em se tratando de meio próprio de locomoção para a execução de serviços
de atividade prevista nos incisos III e IV do caput. externos, por força das atribuições próprias do cargo, faz
§ 2º A gratificação por encargo de curso ou concurso so- jus à indenização de transporte, na forma do regulamento.
mente pode ser paga se as atividades referidas nos incisos do
caput forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo Subseção IV
de que o servidor for titular, devendo implicar compensação Do Auxílio‑transporte
de horário quando desempenhadas durante a jornada de
trabalho, na forma do art. 61, § 2º. Art. 107. Ao servidor é devido auxílio‑transporte, a ser
§ 3º A gratificação por encargo de curso ou concurso não pago em pecúnia ou em vale‑transporte, destinado ao cus-
se incorpora à remuneração do servidor para qualquer efeito teio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo,
e não pode ser utilizada como base para cálculo de qualquer inclusive interestadual, no início e no fim da jornada de tra-
outra vantagem, nem para fins de cálculo dos proventos de balho, relacionadas com o deslocamento da residência para
aposentadoria ou das pensões. o trabalho e vice‑versa.

59
§ 1º O auxílio‑transporte não pode ser computado para Subseção V
cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária. Do Auxílio‑Alimentação
§ 2º O auxílio‑transporte não é devido:
I – quando o órgão, autarquia ou fundação proporcionar, Art. 111. É devido ao servidor, mensalmente, o auxílio‑ali-
por meios próprios ou por meio de terceiros contratados, o mentação, com o valor fixado na forma da lei.
transporte do servidor para o trabalho e vice‑versa; Art. 112. O auxílio‑alimentação sujeita‑se aos seguintes
II – durante as férias, licenças, afastamentos ou ausências critérios:
ao serviço, exceto nos casos de: I – o pagamento é feito em pecúnia, sem contrapartida;
a) cessão do servidor para órgão da administração direta, II – não pode ser acumulado com outro benefício da
autárquica ou fundacional do Distrito Federal, cujo ônus da mesma espécie, ainda que pago in natura;
remuneração recaia sobre o órgão cedente; III – depende de requerimento do servidor interessado,
b) participação em programa de treinamento regular- no qual declare não receber o mesmo benefício em outro
mente instituído; órgão ou entidade;
c) participação em júri e outros serviços obrigatórios por IV – o seu valor deve ser atualizado anualmente pelo
lei; mesmo índice que atualizar os valores expressos em moeda
III – quando a despesa mensal com transporte coletivo corrente na legislação do Distrito Federal; (Inciso declarado
for igual ou inferior ao valor resultante da aplicação do per- inconstitucional: ADI nº 2016 00 2 034956-7 – TJDFT, Diário
centual de que trata o art. 108; de Justiça, de 6/2/2017 e de 24/4/2017.)
IV – cumulativamente com outro benefício ou vantagem V – não é devido ao servidor em caso de:
de natureza igual ou semelhante ou com vantagem pessoal a) licença ou afastamento sem remuneração;
originária de qualquer forma de indenização ou auxílio pago b) licença por motivo de doença em pessoa da família;
sob o mesmo título ou idêntico fundamento, salvo nos casos c) afastamento para estudo ou missão no exterior;
de: d) suspensão em virtude de pena disciplinar;
a) acumulação lícita de cargos públicos; e) falta injustificada e não compensada.
b) servidor que exerça suas atribuições em mais de uma Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no art. 119, § 2º, ao
unidade administrativa do órgão ou entidade a que esteja caso de pagamento indevido do auxílio‑alimentação.
vinculado, aqui compreendidos os estabelecimentos públicos
de ensino e saúde do Distrito Federal. Subseção VI
§ 3º É facultado ao servidor optar pela percepção do Do Abono Pecuniário
auxílio referente ao deslocamento:
I – da repartição pública para outro local de trabalho ou Art. 113. A conversão de um terço das férias em abono
vice‑versa; pecuniário depende de autorização do Governador, do Pre-
II – do trabalho para instituição de ensino onde esteja sidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal
regulamente matriculado ou vice‑versa. de Contas.
§ 1º Sobre o valor do abono pecuniário, incide o adicional
Art. 108. O valor mensal do auxílio‑transporte corres-
de férias.
ponde ao montante das despesas realizadas com transporte
§ 2º A base para o cálculo do abono pecuniário não pode
coletivo, nos termos do art. 107, subtraído o montante de
ser superior ao teto de remuneração ou subsídio.
seis por cento incidente exclusivamente sobre:
I – subsídio ou vencimento básico do cargo efetivo ocu-
Subseção VII
pado pelo servidor;
Do Abono de Permanência
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

II – retribuição pecuniária de cargo em comissão, quando


se tratar de servidor não detentor de cargo efetivo. Art. 114. O servidor que permanecer em atividade após
Art. 109. O pagamento do auxílio‑transporte, em pecúnia ter completado as exigências para aposentadoria voluntária
ou em vale‑transporte, deve ser efetuado no mês anterior faz jus a um abono de permanência equivalente ao valor da
ao da utilização de transporte coletivo, salvo nas seguintes sua contribuição previdenciária, na forma e nas condições
hipóteses, quando pode ser feito até o mês imediatamente previstas na Constituição Federal.
subsequente:
I – efetivo exercício no cargo em razão de primeira in- Seção X
vestidura ou reinício do exercício decorrente de licença ou Das Disposições Gerais
afastamento previstos em lei;
II – modificação no valor da tarifa do transporte coletivo, Art. 115. Se não for feita a compensação de horário de
no endereço residencial, no local de trabalho, no trajeto ou que trata o art. 63, o servidor perde:
no meio de transporte utilizado, quando passa a ser devida I – a remuneração ou subsídio dos dias em que faltar ao
a complementação correspondente; serviço, sem motivo justificado;
III – mudança de exercício financeiro. II – a parcela da remuneração ou subsídio diário, pro-
Parágrafo único. Aplica‑se o disposto no art. 119, § 2º, no porcional aos atrasos, ausências injustificadas e saídas an-
caso de pagamento indevido do auxílio‑transporte. tecipadas.
Art. 110. A concessão do auxílio‑transporte fica condi- Art. 116. Salvo por imposição legal, ou mandado judi-
cionada à apresentação de declaração, firmada pelo próprio cial, nenhum desconto pode incidir sobre a remuneração
servidor, de que realiza despesas com transporte coletivo, ou subsídio.
nos termos do art. 107. § 1º Mediante autorização do servidor e a critério da
§ 1º O servidor deve manter atualizados os dados cadas- administração pública, pode haver consignação em folha de
trais que fundamentam a concessão do auxílio‑transporte. pagamento a favor de terceiros, com reposição de custos, na
§ 2º Sem prejuízo da fiscalização da administração pú- forma definida em regulamento.
blica e de eventual responsabilidade administrativa, civil ou § 2º A soma das consignações de que trata o § 1º não
penal, presumem‑se verdadeiras as informações constantes pode exceder a trinta por cento da remuneração ou subsídio
da declaração prestada pelo servidor. do servidor.

60
§ 3º A consignação em folha de pagamento não traz ne- I – pago aos beneficiários da pensão e, na falta destes,
nhuma responsabilidade para a administração pública, salvo aos sucessores judicialmente habilitados;
a de repassar ao terceiro o valor descontado do servidor. II – cobrado na forma da lei civil, se negativo.
Art. 117. O subsídio, a remuneração ou qualquer de suas Art. 123. O débito do servidor com o erário ou o crédito
parcelas tem natureza alimentar e não é objeto de arresto, que venha a ser reconhecido administrativa ou judicialmente
sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de deve:
alimentos resultantes de decisão judicial. I – ser atualizado pelo mesmo índice que atualizar os
Parágrafo único. O crédito em conta bancária não des- valores expressos em moeda corrente na legislação do Dis-
caracteriza a natureza jurídica do subsídio ou remuneração. trito Federal;
Art. 118. A quitação da folha de pagamento é feita até o II – sofrer compensação de mora, na forma da legislação
quinto dia útil do mês subsequente.
vigente.
Parágrafo único. No caso de erro desfavorável ao servidor
Art. 124. É proibida a prestação de serviços gratuitos,
no processamento da folha de pagamento, a quitação do
débito deve ser feita no prazo de até setenta e duas horas, salvo os casos previstos em lei.
contados da data de que trata este artigo. CAPÍTULO II
Art. 119. As reposições e indenizações ao erário devem Das Férias
ser comunicadas ao servidor para pagamento no prazo de
até dez dias, podendo, a seu pedido, ser descontadas da Art. 125. A cada período de doze meses de exercício, o
remuneração ou subsídio. servidor faz jus a trinta dias de férias.
§ 1º O desconto deve ser feito: § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias, são
I – em parcela única, se de valor igual ou inferior à décima exigidos doze meses de efetivo exercício.
parte da remuneração ou subsídio; § 2º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de férias
II – em parcelas mensais iguais à décima parte do subsí- coletivas, hipótese em que as primeiras férias são propor-
dio ou remuneração, devendo o resíduo constituir‑se como cionais ao efetivo exercício.
última parcela. § 3º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
§ 2º No caso de erro no processamento da folha de paga- serviço.
mento, o valor indevidamente recebido deve ser devolvido § 4º As férias podem ser acumuladas por até dois pe-
pelo servidor em parcela única no prazo de setenta e duas ríodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
horas, contados da data em que o servidor foi comunicado. hipóteses previstas em legislação específica.
Art. 120. O pagamento efetuado pela administração pú- § 5º Mediante requerimento do servidor e no interesse
blica em desacordo com a legislação não aproveita ao servi- da administração pública, as férias podem ser parceladas em
dor beneficiado, ainda que ele não tenha dado causa ao erro. até três períodos, nenhum deles inferior a dez dias.
Parágrafo único. É vedado exigir reposição de valor em Art. 126. Até dois dias antes de as férias serem iniciadas,
virtude de aplicação retroativa de nova interpretação da
devem ser pagos ao servidor:
norma de regência.
I – o adicional de férias;
Art. 121. Em caso de demissão, exoneração, aposentado-
ria ou qualquer licença ou afastamento sem remuneração, II – o abono pecuniário, se deferido;
o servidor tem direito de receber os créditos a que faz jus III – o adiantamento de parcela correspondente a qua-
até a data do evento. renta por cento do valor líquido do subsídio ou remuneração,
§ 1º O disposto neste artigo aplica‑se, inclusive, aos casos desde que requerido.
de dispensa da função de confiança ou exoneração de cargo Parágrafo único. O adiantamento de que trata o inciso

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


em comissão, quando: III é descontado do subsídio ou remuneração do servidor
I – seguidas de nova dispensa ou nomeação; em quatro parcelas mensais e sucessivas de idêntico valor.
II – se tratar de servidor efetivo, hipótese em que faz jus Art. 127. O servidor que opera direta e permanente-
à percepção dos créditos daí decorrentes, inclusive o décimo mente com raios X ou substâncias radioativas tem de gozar
terceiro salário e as férias, na proporção prevista nesta Lei vinte dias consecutivos de férias, por semestre de atividade
Complementar. profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
§ 2º Nas hipóteses deste artigo, havendo débito do ser- Parágrafo único. O servidor referido neste artigo não faz
vidor com o erário, tem ele de ser deduzido integralmente jus ao abono pecuniário.
dos créditos que tenha ou venha a ter em virtude do cargo Art. 128. As férias somente podem ser suspensas por
ocupado. motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação
§ 3º Sendo insuficientes os créditos, o débito não dedu- para júri, serviço militar ou eleitoral ou por necessidade do
zido tem de ser quitado no prazo de sessenta dias. serviço.
§ 4º O débito não quitado na forma dos §§ 2º e 3º deve Parágrafo único. A suspensão das férias depende de:
ser descontado de qualquer valor que o devedor tenha ou I – portaria do Secretário de Estado ou autoridade equi-
venha a ter como crédito junto ao Distrito Federal, inclusive
valente, no Poder Executivo;
remuneração ou subsídio de qualquer cargo público, função
II – ato do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribu-
de confiança, proventos de aposentadoria ou pensão, obser-
vado o disposto no art. 119. nal de Contas, nos respectivos órgãos.
§ 5º A não quitação do débito no prazo previsto implica Art. 129. Em caso de demissão, destituição de cargo em
sua inscrição na dívida ativa. comissão, exoneração ou aposentadoria, as férias não goza-
§ 6º Os créditos a que o ex‑servidor faz jus devem ser das são indenizadas pelo valor da remuneração ou subsídio
quitados no prazo de até sessenta dias, salvo nos casos de devido no mês da ocorrência do evento, acrescido do adi-
insuficiência de dotação orçamentária, observado o regu- cional de férias.
lamento. § 1º O período de férias incompleto é indenizado na
Art. 122. Em caso de falecimento do servidor e após a proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício.
apuração dos valores e dos procedimentos de que trata o § 2º Para os efeitos do § 1º, a fração superior a quatorze
art. 121, o saldo remanescente deve ser: dias é considerada como mês integral.

61
CAPÍTULO III § 4º Comprovada por junta médica oficial a necessidade
Das Licenças de licença por período superior a cento e oitenta dias, a
licença é sem remuneração ou subsídio, observado o prazo
Seção I inicial previsto no § 3º.
Das Disposições Gerais Art. 135. É vedado o exercício de atividade remunerada
durante o usufruto da licença prevista no art. 134.
Art. 130. Além do abono de ponto, o servidor faz jus a Parágrafo único. São considerados como faltas injustifica-
licença: das ao serviço, para todos os efeitos legais, os dias em que for
I – por motivo de afastamento do cônjuge ou compa- constatado, em processo disciplinar, o exercício de atividade
nheiro; remunerada durante a licença prevista no art. 134, ainda
II – por motivo de doença em pessoa da família; que a licença se tenha dado sem remuneração ou subsídio.
III – para o serviço militar;
IV – para atividade política; Seção IV
V – servidor; (Redação dada pela Lei Complementar nº Da Licença para o Serviço militar
952, de 16/07/2019)
VI – para tratar de interesses particulares; Art. 136. Ao servidor convocado para o serviço militar
VII – para desempenho de mandato classista; é concedida licença, na forma e nas condições previstas na
VIII – paternidade; legislação específica.
IX – maternidade; Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
X – médica ou odontológica. tem até trinta dias sem remuneração para reassumir o exer-
Parágrafo único. A concessão da licença‑maternidade cício do cargo.
sujeita‑se às normas do regime de previdência social a que
a servidora se encontra filiada. Seção V
Art. 131. A licença concedida dentro de sessenta dias Da Licença para Atividade Política
do término de outra da mesma espécie é considerada como
prorrogação. Art. 137. O servidor tem direito a licença para atividade
Art. 132. Ao término das licenças previstas no art. 130, II a política nos períodos compreendidos entre:
X, o servidor tem o direito de retornar à mesma lotação, com a I – a data de sua escolha em convenção partidária como
mesma jornada de trabalho de antes do início da licença, des- candidato a cargo eletivo e a véspera do registro da candi-
de que uma ou outra não tenha sofrido alteração normativa. datura perante a Justiça Eleitoral;
II – o registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral
Seção II e até dez dias após a data da eleição para a qual concorre.
§ 1º No caso do inciso I, a licença é sem remuneração ou
Da Licença por motivo de
subsídio; no caso do inciso II, é com remuneração ou subsídio.
Afastamento do Cônjuge ou Companheiro
§ 2º Negado o registro ou havendo desistência da candi-
datura, o servidor tem de reassumir o cargo imediatamente.
Art. 133. Pode ser concedida licença ao servidor estável
§ 3º O servidor candidato a cargo eletivo que exerça cargo
para acompanhar cônjuge ou companheiro que for deslo-
em comissão ou função de confiança dele deve ser exonerado
cado para: ou dispensado, observados os prazos da legislação eleitoral.
I – trabalhar em localidade situada fora da Região Inte- Art. 138. O servidor efetivo que pretenda ser candidato
grada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e deve ficar afastado de suas atribuições habituais, quando
Entorno – RIDE; assim o exigir a legislação eleitoral.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

II – exercer mandato eletivo em Estado ou Município não § 1º Ao servidor afastado na forma deste artigo, sem
compreendido na RIDE. prejuízo da remuneração ou subsídio, devem ser cometidas
§ 1º A licença é por prazo de até cinco anos e sem remu- atribuições compatíveis com seu cargo e a legislação eleitoral.
neração ou subsídio. § 2º O afastamento de que trata o § 1º encerra‑se na
§ 2º A manutenção do vínculo conjugal deve ser com- data da convenção partidária, aplicando‑se a partir daí o
provada anualmente, sob pena de cancelamento da licença. disposto no art. 137, I e II.
§ 3º (Vetado)
Seção VI
Seção III Da Licença-servidor
Da Licença por motivo de (Redação dada pela Lei Complementar
Doença em Pessoa da Família nº 952, de 16/07/2019)
Art. 134. Pode ser concedida licença ao servidor por mo- Art. 139. Após cada quinquênio de efetivo exercício,
tivo de doença do cônjuge ou companheiro, padrasto ou o servidor ocupante de cargo efetivo faz jus a 3 meses de
madrasta, ascendente, descendente, enteado e colateral licença-servidor, sem prejuízo de sua remuneração, inclusive
consanguíneo ou afim até o segundo grau civil, mediante da retribuição do cargo em comissão, função de confian-
comprovação por junta médica oficial. (Redação dada ao ça ou função gratificada escolar - FGE que eventualmente
caput pela Lei Complementar n° 862/2013) exerça. (Redação dada pela Lei Complementar nº 952, de
§ 1º A licença somente pode ser deferida se a assistência 16/07/2019)
direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada § 1º Os períodos de licença de que trata o caput não são
simultaneamente com o exercício do cargo. acumuláveis, sendo vedada sua conversão em pecúnia, res-
§ 2º A licença é concedida sem prejuízo da remuneração salvados os direitos adquiridos e as hipóteses do art. 142. (Re-
ou subsídio do cargo efetivo. dação dada pela Lei Complementar nº 952, de 16/07/2019)
§ 3º Nenhum período de licença pode ser superior a § 2º O número de servidores afastados em virtude de licen-
trinta dias, e o somatório dos períodos não pode ultrapassar ça-servidor não pode ser superior a 1/3 da lotação da respec-
cento e oitenta dias por ano, iniciando‑se a contagem com tiva unidade administrativa do órgão, autarquia ou fundação.
a primeira licença. (Redação dada pela Lei Complementar nº 952, de 16/07/2019)

62
§ 3º A administração tem o prazo de até 120 dias, con- cal, confederação, federação ou sindicato representativos
tado da data de requerimento do pedido pelo servidor, para de servidores do Distrito Federal, regularmente registrados
definir o período de gozo da licença. (Redação dada pela Lei no órgão competente.
Complementar nº 952, de 16/07/2019) § 1º A licença prevista neste artigo é considerada como
§ 4º No caso de descumprimento do prazo referido no efetivo exercício.
§ 3º, o início do gozo da licença inicia-se automaticamente § 2º A remuneração ou subsídio do servidor licenciado
no centésimo vigésimo primeiro dia da data do requerimen- na forma deste artigo e os encargos sociais decorrentes são
to, não sendo observado, neste caso, o limite estabelecido pagos pelo órgão ou entidade de lotação do servidor.
no § 2º. (Redação dada pela Lei Complementar nº 952, de Art. 146. A licença de servidor para sindicato represen-
16/07/2019) tativo de categoria de servidores civis do Distrito Federal é
§ 5º O prazo de que trata o § 3º, nos casos de licença ou feita da forma seguinte:
afastamento considerados de efetivo exercício, conta-se a I – o servidor tem de ser eleito dirigente sindical pela
partir do retorno do servidor. (Redação dada pela Lei Com- categoria;
plementar nº 952, de 16/07/2019) II – cada sindicato tem direito à licença de:
Art. 140. A contagem do prazo para aquisição da licença- a) dois dirigentes, desde que tenha, no mínimo, trezentos
-servidor é interrompida quando o servidor, durante o pe- servidores filiados;
ríodo aquisitivo: (Redação dada pela Lei Complementar nº b) um dirigente para cada grupo de dois mil servidores
952, de 16/07/2019) filiados, além dos dirigentes previstos na alínea a, até o limite
I – sofrer sanção disciplinar de suspensão; de dez dirigentes.
II – licenciar‑se ou afastar‑se do cargo sem remuneração. Parágrafo único. Para cada 2 dirigentes sindicais licencia-
Parágrafo único. As faltas injustificadas ao serviço retar- dos na forma deste artigo, observado o regulamento, pode
dam a concessão da licença prevista neste artigo, na propor- ser licenciado mais 1, devendo o sindicato ressarcir ao órgão
ção de um mês para cada falta. ou entidade o valor total despendido com remuneração ou
Art. 141. (Revogado pela lei complementar nº 952, de subsídio, acrescido dos encargos sociais e provisões para fé-
16/07/2019) rias, adicional de férias e décimo terceiro salário. (Redação
Art. 142. Os períodos de licença-servidor adquiridos e dada pela Lei Complementar nº 952, de 16/07/2019)
não gozados são convertidos em pecúnia em caso de faleci- Art. 147. Para o desempenho de mandato em central
mento do servidor ou quando este for aposentado compul- sindical, confederação ou federação, pode ser licenciado um
soriamente ou por invalidez. (Redação dada pela Lei Com- servidor para cada grupo de vinte e cinco mil associados por
plementar nº 952, de 16/07/2019) instituição.
Parágrafo único. Em caso de falecimento do servidor, a § 1º O grupo de servidores referido no caput é aferido
conversão em pecúnia de que trata este artigo é paga aos pelo número de servidores associados aos sindicatos filiados
beneficiários da pensão ou, não os havendo, aos sucessores a cada instituição de que trata este artigo.
habilitados. (Redação dada pela Lei Complementar nº 952, § 2º O servidor deve ser eleito dirigente pela categoria.
de 16/07/2019) Art. 148. A licença tem duração igual à do mandato, po-
Art. 143. Fica assegurado às servidoras e aos servidores o dendo ser prorrogada no caso de reeleição.
direito de iniciar a fruição de licença-servidor logo após o tér- Art. 149. O servidor investido em mandato classista,
mino da licença-maternidade ou da licença-paternidade. (Re- durante o mandato e até um ano após o seu término, não
dação dada pela Lei Complementar nº 952, de 16/07/2019) pode ser removido ou redistribuído de ofício para unida-
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo de administrativa diversa daquela de onde se afastou para

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aplica‑se à licença‑prêmio por assiduidade cujo período de exercer o mandato.
aquisição for completado até dez dias antes do término da
licença‑maternidade. Seção IX
Seção VII Da Licença‑Paternidade
Da Licença para tratar de
Interesses Particulares Art. 150. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor
tem direito a licença‑paternidade de sete dias consecutivos,
Art. 144. A critério da administração pública, pode ser incluído o dia da ocorrência.
concedida ao servidor estável licença para tratar de assuntos
particulares, pelo prazo de até três anos consecutivos, sem Seção X
remuneração, desde que: Do Abono de Ponto
I – não possua débito com o erário relacionado com sua
situação funcional; Art. 151. O servidor que não tiver falta injustificada no
II – não se encontre respondendo a processo disciplinar. ano anterior faz jus ao abono de ponto de cinco dias.
§ 1º A licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, § 1º Para aquisição do direito ao abono de ponto, é ne-
a pedido do servidor ou a critério da administração. cessário que o servidor tenha estado em efetivo exercício de
§ 2º O servidor não pode exercer cargo ou emprego pú- 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano aquisitivo.
blico inacumulável durante a licença de que trata este artigo. § 2º O direito ao gozo do abono de ponto extingue‑se
§ 3º A licença pode ser prorrogada por igual período, em 31 de dezembro do ano seguinte ao do ano aquisitivo.
uma única vez. § 3º O gozo do abono de ponto pode ser em dias inter-
calados.
Seção VIII § 4º O número de servidores em gozo de abono de ponto
Da Licença para o Desempenho não pode ser superior a um quinto da lotação da respectiva
de Mandato Classista unidade administrativa do órgão, autarquia ou fundação.
§ 5º Ocorrendo a investidura após 1º de janeiro do perío-
Art. 145. Fica assegurado ao servidor estável o direito a do aquisitivo, o servidor faz jus a um dia de abono de ponto
licença para o desempenho de mandato em central sindi- por bimestre de efetivo exercício, até o limite de cinco dias.

63
CAPÍTULO IV I – - previsto no art. 152, II a VII e § 1º; (Redação pela Lei
Dos Afastamentos Complementar nº 964, de 09/01/2020)
II – em comissão da administração direta, autárquica ou
Seção I fundacional de qualquer dos Poderes do Distrito Federal.
Do Afastamento para Servir Art. 155. Na cessão com ônus para o cessionário, são
em outro Órgão ou entidade ressarcidos ao órgão cedente os valores da remuneração
ou subsídio, acrescidos dos encargos sociais e das provi-
Subseção I sões para férias, adicional de férias, décimo terceiro salário
Do exercício em outro Cargo e licença‑prêmio por assiduidade.
§ 1º O órgão ou entidade cedente tem de apresentar ao
Art. 152. Desde que não haja prejuízo para o serviço, o cessionário, mensalmente, a fatura com os valores discrimina-
servidor efetivo pode ser cedido a outro órgão ou entidade dos por parcelas remuneratórias, encargos sociais e provisões.
dos Poderes do Distrito Federal, da União, dos Estados ou § 2º Havendo atrasos superiores a sessenta dias no ressar-
dos Municípios, para o exercício de: cimento, a cessão tem de ser revogada, devendo o servidor
I – emprego ou cargo em comissão ou função de confian- reapresentar‑se ao seu órgão, autarquia ou fundação de origem.
ça, cuja remuneração ou subsídio seja superior a: § 3º Fica autorizada a compensação de valores, quando
a) um décimo do subsídio de Secretário de Estado no o Distrito Federal for cedente e cessionário de servidores.
caso do Distrito Federal; Art. 156. O servidor, quando no exercício de cargo em
b) um quinto do subsídio de Secretário de Estado nos comissão ou função de confiança, fica afastado das atribui-
demais casos; ções do seu cargo de provimento efetivo.
II – cargos integrantes da Governadoria ou Vice‑Gover- § 1º O disposto neste artigo aplica‑se ao servidor que
nadoria do Distrito Federal ou da Casa Civil e do Gabinete de acumular licitamente dois cargos efetivos.
Segurança Institucional da Presidência da República; § 2º No caso do § 1º, a remuneração do segundo cargo efeti-
III – cargo em comissão ou função de confiança em ga- vo depende da contraprestação de serviço e da compatibilidade
binete de Deputado Federal ou Senador da República inte- de horário com o cargo em comissão ou função de confiança.
grante da bancada do Distrito Federal; § 3º A contraprestação de serviço e a compatibilidade de
IV – cargo em comissão ou função de confiança de Se- horário com o cargo em comissão ou função de confiança
cretário Municipal nos Municípios que constituem a RIDE; de que trata o § 2º devem ser declaradas pelas autoridades
V – cargo em comissão ou função de confiança, nas áreas máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
correlatas da União, de servidores das áreas de saúde, edu- § 4º Independentemente da contraprestação do serviço,
cação ou segurança pública. se a soma das horas de trabalho dos cargos em regime de
acumulação não superar quarenta e quatro horas semanais, o
VI – cargo em comissão ou função de confiança de órgão
servidor afastado na forma deste artigo faz jus à remuneração
do Poder Judiciário localizado no Distrito Federal; (Acrescen-
ou subsídio dos dois cargos efetivos, salvo no caso da opção
tado pela Lei Complementar nº 964, de 09/01/2020)
de que trata o art. 77, § 2º.
VII – cargo diretivo dos órgãos de classe profissionais,
quando eleito pelos pares para mandato da autarquia federal
Subseção II
ou regional representativa da classe profissional. (Acrescen-
Do exercício em outro Órgão
tado pela Lei Complementar nº 964, de 09/01/2020)
§ 1º À cessão de servidor do Poder Executivo para órgão Art. 157. O servidor estável, sem prejuízo da remuneração
do Poder Legislativo aplica‑se o seguinte: ou subsídio e dos demais direitos relativos ao cargo efetivo,
I – no caso da Câmara Legislativa, podem ser cedidos até pode ser colocado à disposição de outro órgão ou entidade
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

cinco servidores por Gabinete Parlamentar; para o exercício de atribuições específicas, nos seguintes casos:
II – no caso do Congresso Nacional, podem ser cedidos I – interesse do serviço;
até dois servidores por gabinete de Deputado Federal ou II – deficiência de pessoal em órgão, autarquia ou funda-
Senador da República eleito pelo Distrito Federal. ção sem quadro próprio de servidores de carreira;
§ 2º A cessão de servidor é autorizada pelo: III – requisição da Presidência da República;
I – Governador, no Poder Executivo; IV – requisição do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tri-
II – Presidente da Câmara Legislativa; bunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.
III – Presidente do Tribunal de Contas. V - requisição da Câmara Legislativa, do Tribunal de Jus-
§ 3º Em caráter excepcional, pode ser autorizada cessão tiça do Distrito Federal e Territórios ou do Poder Judiciário
e requisição fora das hipóteses previstas neste artigo e no localizado no Distrito Federal. (Acrescentado pela lei com-
art. 154. plementar nº 964/2020)
§ 4º O servidor tem garantidos todos os direitos refe- VI – requisição para exercer cargo diretivo no conselho
rentes ao exercício do cargo efetivo durante o período em federal ou regional de classe no Distrito Federal, podendo o
que estiver cedido. Poder Executivo limitar a um servidor por conselho. (Acres-
Art. 153. A cessão termina com a: centado pela lei complementar nº 964/2020)
I – exoneração do cargo para o qual o servidor foi cedido, § 1º O interesse do serviço caracteriza‑se quando o re-
salvo se houver nova nomeação na mesma data; manejamento de pessoal se destina a:
II – revogação pela autoridade cedente. I – lotar pessoal de órgão ou unidade orgânica reestru-
Parágrafo único. Terminada a cessão, o servidor tem de turado ou com excesso de pessoal;
apresentar‑se ao órgão, autarquia ou fundação de origem até II – promover o ajustamento de pessoal às necessidades
o dia seguinte ao da exoneração ou da revogação, indepen- dos serviços para garantir o desempenho das atividades do
dentemente de comunicação entre o cessionário e o cedente. órgão cessionário;
Art. 154. O ônus da cessão é do órgão ou entidade ces- III – viabilizar a execução de projetos ou ações com fim
sionária. determinado e prazo certo.
Parágrafo único. Excetua‑se do disposto neste artigo, pas- § 2º No caso dos incisos I e II do caput, o afastamento do
sando o ônus para o órgão, autarquia ou fundação cedente, cargo efetivo restringe‑se ao âmbito do mesmo Poder e só
a cessão para exercício de cargo: pode ser para fim determinado e a prazo certo.

64
§ 3º Em caráter excepcional, pode ser autorizada a dis- Seção V
posição fora das hipóteses previstas neste artigo, precedida Do Afastamento para Participar de
de autorização por autoridade competente, nos moldes do Programa de Pós‑Graduação Stricto Sensu
art. 152, § 2º. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar
nº 927, de 5/7/2017.) Art. 161. O servidor estável pode, no interesse da ad-
Seção II ministração pública, e desde que a participação não possa
Do Afastamento para exercício de mandato eletivo ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou me-
diante compensação de horário, afastar‑se do exercício do
Art. 158. Ao servidor efetivo investido em mandato ele- cargo efetivo, com a respectiva remuneração ou subsídio,
tivo aplicam‑se as seguintes disposições: para participar de programa de pós‑graduação stricto sensu
I – tratando‑se de mandato federal, estadual ou distrital, em instituição de ensino superior, no País ou no exterior.
fica afastado do cargo; § 1º O titular do órgão, autarquia ou fundação deve de-
II – investido no mandato de prefeito, fica afastado do finir os programas de capacitação e os critérios para parti-
cargo, sendo‑lhe facultado optar pela remuneração do cargo cipação em programas de pós‑graduação de que trata este
efetivo; artigo, com ou sem afastamento do servidor, observado o
III – investido no mandato de vereador: regulamento.
§ 2º O afastamento para realização de programas de
a) havendo compatibilidade de horário, percebe as van-
mestrado, doutorado ou pós‑doutorado somente pode ser
tagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo
concedido ao servidor estável que esteja em efetivo exercício
eletivo; no respectivo órgão, autarquia ou fundação há pelo menos:
b) não havendo compatibilidade de horário, é afastado I – três anos consecutivos para mestrado;
do cargo, sendo‑lhe facultado optar pela remuneração do II – quatro anos consecutivos para doutorado ou pós‑dou-
cargo efetivo. torado.
§ 1º O servidor de que trata este artigo, durante o manda- § 3º É vedado autorizar novo afastamento:
to e até um ano após o seu término, não pode ser removido I – para curso do mesmo nível;
ou redistribuído de ofício para unidade administrativa diversa II – antes de decorrido prazo igual ao de afastamento
daquela de onde se afastou para exercer o mandato. já concedido.
§ 2º O servidor tem garantidos todos os direitos referen- § 4º O servidor beneficiado pelos afastamentos previstos
tes ao exercício do cargo efetivo durante o período em que nos §§ 1º, 2º e 3º tem de:
estiver em cargo eletivo. I – apresentar o título ou grau obtido com o curso que
justificou seu afastamento;
Seção III II – compartilhar com os demais servidores de seu ór-
Do Afastamento para estudo ou missão no exterior gão, autarquia ou fundação os conhecimentos adquiridos
no curso;
Art. 159. Mediante autorização do Governador, do Pre- III – permanecer no efetivo exercício de suas atribuições
sidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal após o seu retorno por um período igual ao do afastamento
de Contas, o servidor estável pode ausentar‑se do Distrito concedido.
Federal ou do País para: § 5º O servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
I – estudo ou missão oficial, com a remuneração ou sub- tem de ressarcir a despesa havida com seu afastamento,
sídio do cargo efetivo; incluídos a remuneração ou o subsídio e os encargos sociais,
II – serviço sem remuneração em organismo internacional da forma seguinte:
de que o Brasil participe ou com o qual coopere. I – proporcional, em caso de exoneração, demissão,

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


§ 1º A ausência não pode exceder a quatro anos, nem aposentadoria voluntária, licença para tratar de interesse
pode ser concedida nova licença antes de decorrido igual particular ou vacância em razão de posse em outro cargo
período. inacumulável, antes de decorrido período igual ao do afas-
§ 2º Em caso de exoneração, demissão, aposentadoria tamento;
voluntária, licença para tratar de interesse particular ou II – integral, em caso de não obtenção do título ou grau
vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável que justificou seu afastamento, salvo na hipótese compro-
antes de decorrido período igual ao do afastamento, o ser- vada de força maior ou de caso fortuito.
vidor beneficiado pelo disposto no inciso I tem de ressarcir
Seção VI
proporcionalmente a despesa, incluída a remuneração ou o
Do Afastamento para
subsídio e os encargos sociais, havida com seu afastamento Frequência em Curso de Formação
e durante ele.
Art. 162. O servidor pode afastar‑se do cargo ocupado
Seção IV para participar de curso de formação previsto como etapa
Do Afastamento para Participar de concurso público, desde que haja:
de Competição Desportiva I – expressa previsão do curso no edital do concurso;
II – incompatibilidade entre os horários das aulas e os
Art. 160. Mediante autorização do Governador, do Pre- da repartição.
sidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal § 1º Havendo incompatibilidade entre os horários das
de Contas, pode ser autorizado o afastamento remunerado aulas e os da repartição, o servidor fica afastado:
do servidor estável: I – com remuneração ou subsídio, nos casos de curso de
I – para participar de competição desportiva nacional formação para cargo efetivo de órgão, autarquia ou funda-
para a qual tenha sido previamente selecionado; ção dos Poderes Legislativo ou Executivo do Distrito Federal;
II – quando convocado para integrar representação des- II – sem remuneração, nos casos de curso de formação
portiva nacional, no País ou no exterior. para cargo não contemplado no inciso I deste parágrafo.
Parágrafo único. O afastamento de que trata este artigo § 2º O servidor pode optar por eventual ajuda financeira
é pelo prazo da competição e gera como única despesa para paga em razão do curso de formação, vedada a percepção
o órgão, autarquia ou fundação a prevista no caput. da remuneração prevista no § 1º, I.

65
CAPÍTULO V Parágrafo único. A licença para o desempenho de manda-
Do Tempo de Serviço e do Tempo de Contribuição to classista ou o afastamento para exercer mandato eletivo
federal, estadual, distrital ou municipal são considerados
Seção I como efetivo exercício.
Do Tempo de Serviço Art. 166. Conta‑se para efeito de disponibilidade:
I – o tempo de serviço prestado a Município, Estado
Art. 163. Salvo disposição legal em contrário, é contado ou União, inclusive o prestado ao Tribunal de Justiça, Mi-
para todos os efeitos o tempo de serviço público remune- nistério Público ou Defensoria Pública do Distrito Federal
rado, prestado a órgão, autarquia ou fundação dos Poderes e Territórios;
Executivo e Legislativo do Distrito Federal. II – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada
§ 1º A contagem do tempo de serviço é feita em dias, ao regime geral de previdência social, inclusive o prestado
que são convertidos em anos, considerado o ano como de à empresa pública ou à sociedade de economia mista de
trezentos e sessenta e cinco dias. qualquer ente da federação;
§ 2º É vedado proceder: III – a licença remunerada por motivo de doença em pes-
I – ao arredondamento de dias faltantes para comple- soa da família do servidor;
mentar período, ressalvados os casos previstos nesta Lei IV – a licença remunerada para atividade política;
Complementar; V – o tempo de mandato eletivo federal, estadual, mu-
II – a qualquer forma de contagem de tempo de serviço
nicipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público
fictício;
do Distrito Federal;
III – à contagem cumulativa de tempo de serviço prestado
concomitantemente: VI – o afastamento para frequência em curso de forma-
a) em diferentes cargos do serviço público; ção, quando remunerado.
b) em cargo do serviço público e em emprego na admi-
nistração indireta ou na iniciativa privada; Seção II
IV – à contagem do tempo de serviço já computado: Do tempo de Contribuição
a) em órgão ou entidade em que o servidor acumule
cargo público; Art. 167. Faz‑se na forma da legislação previdenciária a
b) para concessão de aposentadoria em qualquer regime contagem do tempo:
de previdência social pelo qual o servidor receba proventos. I – de contribuição;
Art. 164. Salvo disposição legal em contrário, não são II – no serviço público;
contados como tempo de serviço: III – de serviço no cargo efetivo;
I – a falta injustificada ao serviço e a não compensada na IV – de serviço na carreira.
forma desta Lei Complementar;
II – o período em que o servidor estiver: CAPÍTULO VI
a) licenciado ou afastado sem remuneração; Do Direito de Petição
b) cumprindo sanção disciplinar de suspensão;
III – o período decorrido entre: Art. 168. É assegurado ao servidor o direito de petição
a) a exoneração e o exercício em outro cargo de provi- junto aos órgãos públicos onde exerce suas atribuições ou
mento efetivo; junto àqueles em que tenha interesse funcional.
b) a concessão de aposentadoria voluntária e a reversão; § 1º O direito de petição compreende a apresentação de
c) a data de publicação do ato de reversão, reintegração, requerimento, pedido de reconsideração, recurso ou qual-
recondução ou aproveitamento e o retorno ao exercício do
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

quer outra manifestação necessária à defesa de direito ou


cargo. interesse legítimo ou à ampla defesa e ao contraditório do
Art. 165. São considerados como efetivo exercício: próprio servidor ou de pessoa da sua família.
I – as férias; § 2º Para o exercício do direito de petição, é assegurada:
II – as ausências previstas no art. 62; I – vista do processo ou do documento, na repartição, ao
III – a licença: servidor ou a procurador por ele constituído;
a) maternidade ou paternidade; II – cópia de documento ou de peça processual, obser-
b) médica ou odontológica; vadas as normas daqueles classificados com grau de sigilo.
c) servidor; (Redação dada pela lei complementar nº 952, § 3º A cópia de documento ou de peça processual pode
de 16/07/2019)
ser fornecida em meio eletrônico.
d) para o serviço militar obrigatório;
Art. 169. O requerimento, o pedido de reconsideração ou
IV – o abono de ponto;
V – o afastamento para: o recurso é dirigido à autoridade competente para decidi‑lo.
a) exercício em outro órgão ou entidade, inclusive em Parágrafo único. A autoridade competente, desde que
cargo em comissão ou função de confiança, de qualquer dos fundamente sua decisão, pode dar efeito suspensivo ao re-
Poderes do Distrito Federal, União, Estado ou Município; curso.
b) estudo ou missão no exterior, com remuneração; Art. 170. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
c) participação em competição desportiva; que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão,
d) participação em programa de treinamento regular- não podendo ser renovado.
mente instituído ou em programa de pós‑graduação stricto Art. 171. Cabe recurso:
sensu; I – do indeferimento do requerimento, desde que não
e) (Vetado) tenha sido interposto pedido de reconsideração;
VI – (Inciso revogado pela Lei Complementar nº 922, de II – da decisão sobre pedido de reconsideração ou de
29/12/2016.) outro recurso interposto.
VII – o período entre a demissão e a data de publicação Parágrafo único. O recurso é dirigido à autoridade imedia-
do ato de reintegração; tamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
VIII – a participação em tribunal do júri ou outros serviços decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
obrigatórios por lei. autoridades.

66
Art. 172. O prazo para interposição de pedido de recon- • zelar pela economia do material e pela conservação
sideração ou de recurso é de trinta dias, contados da publi- do patrimônio público;
cação ou da ciência pelo interessado da decisão impugnada. • guardar sigilo sobre assunto da repartição;
Art. 173. O requerimento, o pedido de reconsideração • ser leal às instituições a que servir;
ou o recurso de que tratam os arts. 168 a 172 deve ser des- • ser assíduo e pontual ao serviço;
pachado no prazo de cinco dias e decidido dentro de trinta • manter conduta compatível com a moralidade admi-
dias, contados da data de seu protocolo. nistrativa;
Art. 174. Em caso de provimento do pedido de recon- • declarar‑se suspeito ou impedido nas hipóteses pre-
sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagem à vistas em lei ou regulamento;
data do ato impugnado. • tratar as pessoas com civilidade;
Art. 175. O direito de requerer prescreve: • atender com presteza:
I – em cinco anos, quanto aos atos de demissão, de cas- – o público em geral, prestando as informações reque-
sação de aposentadoria ou disponibilidade, ou de destituição ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
do cargo em comissão; – os requerimentos de expedição de certidões para
II – em cinco anos, quanto ao interesse patrimonial ou defesa de direito ou esclarecimento de situações de
créditos resultantes das relações de trabalho; interesse pessoal; e
III – em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo dis- – as requisições para a defesa da administração públi-
posição legal em contrário. ca.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é contado da data:
I – da publicação do ato impugnado; REGIME DISCIPLINAR
II – da ciência pelo interessado, quando o ato não for
publicado;
III – do trânsito em julgado da decisão judicial. Responsabilidades
Art. 176. O pedido de reconsideração e o recurso, quando
cabíveis, interrompem a prescrição. Para entender melhor as responsabilidades, vamos tra-
Art. 177. A prescrição é de ordem pública, não podendo tá‑las por meio de uma situação hipotética. Imagine que, ao
ser relevada pela administração pública. chegar à repartição pública do Distrito Federal, um servidor
Art. 178. A administração pública deve rever seus atos, perceba que um determinado bem da Administração tenha
a qualquer tempo, quando eivados de vícios que os tornem sumido. Qual seria o dever deste servidor?
ilegais, assegurado o contraditório e a ampla defesa. Segundo o art. 180 da Lei Complementar nº 840 este
§ 1º Os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem servidor deve comunicar o fato à autoridade superior. A
ser convalidados pela própria administração pública, desde princípio, seria instaurada uma sindicância com o intuito de
que não acarretem lesão ao interesse público, nem prejuízo investigar. O sindicante percebendo que o sumiço do bem
a terceiros. se deu em razão do crime de peculato (art. 312 do Código
§ 2º O direito de a administração pública anular os atos Penal Brasileiro) praticado pelo servidor “X”, ocorrerá a ne-
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para o cessidade de abertura de um processo disciplinar surgindo
servidor decai em cinco anos, contados da data em que foram uma responsabilidade administrativa para o servidor “X”.
praticados, salvo em caso de comprovada má‑fé. Como ocorreu um crime na repartição pública, o Minis-
§ 3º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de tério Público deverá ter ciência, cabendo aí, possivelmente,
decadência é contado da percepção do primeiro pagamento. uma responsabilidade penal para o referido servidor.
§ 4º No caso de ato sujeito a registro pelo Tribunal de Se, porventura, durante o processo disciplinar e duran-
Contas do Distrito Federal, o prazo de que trata o § 2º co- te a ação penal, o bem não for devolvido à Administração,
ocorrerá um dano e, sendo assim, o servidor deverá restituir

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


meça a ser contado da data em que o processo respectivo
lhe foi encaminhado. (Parágrafo declarado inconstitucional: a Administração, ocorrendo uma obrigação de indenizar, ou
ADI nº  2013 00 2 010584-9 – TJDFT, Diário de Justiça, de seja, uma responsabilidade civil.
14/1/2014 e de 24/2/2014.) Ante o exposto, percebemos as três responsabilidades:
Art. 179. São fatais e improrrogáveis os prazos estabele- civil, penal e administrativa.
cidos neste Capítulo, salvo por motivo de força maior.
[...] Penal: decorrerá tanto por crime como também pela
contravenção penal (ilícitos leves).
DOS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO DO Administrativa: decorre de sindicância ou processo dis-
ciplinar.
DISTRITO FEDERAL Civil: decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
O art. 180 da lei em estudo enumera os deveres dos
servidores Públicos do Distrito Federal:
As responsabilidades poderão ser acumuladas sendo
• exercer com zelo e dedicação suas atribuições;
• manter‑se atualizado nos conhecimentos exigidos para independentes entre si.
o exercício de suas atribuições; A responsabilidade administrativa será afastada na ab-
• agir com perícia, prudência e diligência no exercício de solvição criminal, onde seja negada a existência do fato
suas atribuições; (a infração não existiu) ou sua autoria (não foi o servidor
• atualizar, quando solicitado, seus dados cadastrais; que praticou a infração).
• observar as normas legais e regulamentares no exer- No caso de absolvição criminal por falta de provas, o
cício de suas atribuições; servidor poderá responder administrativamente.
• cumprir as ordens superiores, exceto quando manifes-
tamente ilegais; ESPÉCIES DE INFRAÇÕES
• levar ao conhecimento da autoridade superior as falhas,
vulnerabilidades e as irregularidades de que tiver ciência Infrações Leves
em razão do cargo público ou função de confiança;
• representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de O legislador do Distrito Federal passou a considerar, con-
poder; forme preceitua a lei em comento, as infrações leves (art. 190)

67
Principais infrações leves: a nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil,
• descumprir dever funcional ou decisões administrati- trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas
vas emanadas dos órgãos competentes; ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imu-
• retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, qual- nológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena,
quer documento ou objeto da repartição; ou por qualquer particularidade ou condição.
• deixar de praticar ato necessário à apuração de infração
disciplinar, retardar indevidamente a sua prática ou dar Infrações Graves
causa à prescrição em processo disciplinar;
• recusar‑se, quando solicitado por autoridade compe- O legislador do Distrito Federal passou a considerar,
tente, a prestar informação de que tenha conhecimen- conforme preceitua a lei em comento, as infrações graves
to em razão do exercício de suas atribuições; (art. 193).
• recusar‑se, injustificadamente, a integrar comissão ou Algumas das principais infrações graves:
grupo de trabalho, ou deixar de atender designação • incorrer na hipótese de:
para compor comissão, grupo de trabalho ou para – abandono de cargo;
atuar como perito ou assistente técnico em processo – inassiduidade habitual.
administrativo ou judicial; • acumular ilegalmente cargos, empregos, funções pú-
• recusar fé a documento público; blicas ou proventos de aposentadoria, salvo se for feita
• negar‑se a participar de programa de treinamento a opção na forma desta Lei Complementar;
exigido de todos os servidores da mesma situação • proceder de forma desidiosa, incorrendo repetidamen-
funcional; te em descumprimento de vários deveres e atribuições
• não comparecer, quando convocado, a inspeção ou funcionais;
perícia médica; • acometer‑se de incontinência pública ou ter conduta
• opor resistência injustificada ou retardar, reiterada- escandalosa na repartição que perturbe a ordem, o
mente e sem justa causa: andamento dos trabalhos ou cause dano à imagem
– o andamento de documento, processo ou execução da administração pública;
de serviço; • cometer insubordinação grave em serviço, subverten-
– a prática de atos previstos em suas atribuições; do a ordem hierárquica de forma ostensiva;
• cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo que • exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
ocupa, exceto em situações de emergência e em cará- cotista ou comanditário.
ter transitório; – pessoa de sua família ou outro parente, por consan-
• manter sob sua chefia imediata, em cargo em comissão guinidade até o terceiro grau, ou por afinidade;
ou função de confiança, o cônjuge, o companheiro ou – pessoa da família de sua chefia mediata ou imediata
parente, por consanguinidade até o terceiro grau, ou ou outro parente dela, por consanguinidade até o
por afinidade; terceiro grau, ou por afinidade;
• promover manifestação de apreço ou desapreço no • dispensar licitação para contratar pessoa física de fa-
recinto da repartição; mília ou parente;
• perturbar, sem justa causa, a ordem e a serenidade no • aceitar comissão, emprego ou pensão de estado es-
recinto da repartição; trangeiro;
• acessar, armazenar ou transferir, intencionalmente, • exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
com recursos eletrônicos da administração pública cotista ou comanditário.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

ou postos à sua disposição, informações de conteúdo


pornográfico ou erótico, ou que incentivem a violência Importante:
ou a discriminação em qualquer de suas formas; A reassunção das atribuições, depois de consumado o
• usar indevidamente a identificação funcional ou outro abandono de cargo, não afasta a responsabilidade admi-
documento que o vincule com o cargo público ou fun- nistrativa, e não caracteriza perdão tácito da administração
ção de confiança, em ilegítimo benefício próprio ou de pública, ressalvada a prescrição.
terceiro.
Sanções Disciplinares (Penalidades)
Infrações médias
São consideradas sanções disciplinares a advertência;
O legislador do Distrito Federal passou a considerar, suspensão; demissão; cassação de aposentadoria ou cassa-
conforme preceitua a lei em comento, as infrações médias ção de disponibilidade e a destituição do cargo em comissão.
(art. 191).
Algumas das principais infrações médias: Advertência
• cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja É a sanção por infração disciplinar leve, pela qual se re-
de sua responsabilidade ou de seu subordinado; prova por escrito a conduta do servidor (art. 199).
• ausentar‑se do serviço, com frequência, durante o ex- Ressalta‑se que no lugar da advertência pode ser apli-
pediente e sem prévia autorização da chefia imediata; cada, motivadamente, a suspensão até trinta dias, se as cir-
• exercer atividade privada incompatível com o horário cunstâncias assim o justificarem.
do serviço;
• praticar ato incompatível com a moralidade adminis- Suspensão
trativa;
• praticar o comércio ou a usura na repartição; É a sanção por infração disciplinar média pela qual se
• discriminar qualquer pessoa, no recinto da repartição, impõe ao servidor o afastamento compulsório do exercício
com a finalidade de expô‑la a situação humilhante, do cargo efetivo, com perda da remuneração ou subsídio dos
vexatória, angustiante ou constrangedora, em relação dias em que estiver afastado (art. 200).

68
Demissão A composição do Processo Disciplinar será de 3 (três)
A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares gra- servidores estáveis.
ves, que gera ao servidor detentor de cargo efetivo a perda O servidor não poderá participar de Processo Disciplinar
do cargo público por ele ocupado, podendo ser cominada quando o servidor acusado for pessoa de sua família, seu
com o impedimento de nova investidura em cargo público. padrasto, madrasta, enteado ou parente, na forma da lei civil.

Cassação da Aposentadoria Importante:


Os autos da sindicância, se houver, são apensados aos
É a penalidade aplicada ao servidor que em atividade do processo disciplinar, como peça informativa da instrução.
pratica infração disciplinar, infração disciplinar punível com
demissão (art. 203). Fases do Processo Disciplinar
Cassação da Disponibilidade O processo disciplinar terá as seguintes fases:
É a penalidade aplicada ao servidor que em atividade • instauração;
pratica infração disciplinar, infração disciplinar punível com • instrução;
demissão (art. 204). • defesa;
• relatório;
Destituição do Cargo em Comissão • julgamento.

É a sanção por infração disciplinar média ou grave, pela Servidor em Lugar incerto e Não Sabido
qual se impõe ao servidor sem vínculo efetivo com o Distrito
Federal a perda do cargo em comissão. Caso o servidor que esteja respondendo o processo dis-
ciplinar esteja em local incerto ou não sabido, a citação será
importante: realizada por meio de edital publicado no Diário Oficial do
A ação disciplinar prescreve em: Distrito Federal e também em jornal de grande circulação
• 5 (cinco anos), quanto à demissão, destituição de cargo no Distrito Federal.
em comissão ou cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade; Afastamento Preventivo
• 2 (dois anos), quanto à suspensão;
• 1 (um ano), quanto à advertência. Como meio acautelatório com o intuito de que o servidor
não venha a influir nas apurações, a autoridade instauradora
No caso de cancelamento das penalidades devem‑se do processo disciplinar pode determinar o seu afastamento
obedecer os seguintes prazos: do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, com
remuneração.
A advertência e a suspensão têm seus registros
cancelados, após o decurso de três e cinco anos de Da Revisão do Processo Disciplinar
efetivo exercício
O Processo Disciplinar pode ser revisto, a qualquer tem-
PROCESSOS DE APURAÇÃO po, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias não apreciadas no processo originário, sus-

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Sindicância cetíveis de justificar a inocência do servidor ou também no
caso de inadequação da aplicação da penalidade.
É o procedimento investigativo destinado a identificar
a autoria de infração disciplinar, quando desconhecida e, [...]
também a apurar a materialidade de infração disciplinar TÍTULO V
sobre a qual haja apenas indícios ou que tenha sido apenas
noticiada. CAPÍTULO ÚNICO
A composição da sindicância será de 3 (três) servidores Dos Deveres
estáveis.
O servidor não pode participar da sindicância quando Art. 180. São deveres do servidor:
o servidor acusado for pessoa de sua família, seu padrasto, I – exercer com zelo e dedicação suas atribuições;
madrasta, enteado ou parente, na forma da lei civil. II – manter‑se atualizado nos conhecimentos exigidos
para o exercício de suas atribuições;
Observação: III – agir com perícia, prudência e diligência no exercício
A lei em estudo inova trazendo a sindicância patrimo- de suas atribuições;
nial, que consiste em situações oriundas de fundados indí- IV – atualizar, quando solicitado, seus dados cadastrais;
cios de enriquecimento ilícito de servidor ou de evolução V – observar as normas legais e regulamentares no exer-
patrimonial incompatível com a remuneração ou subsídio cício de suas atribuições;
por ele percebido, pode ser determinada a instauração de VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-
sindicância patrimonial. nifestamente ilegais;
VII – levar ao conhecimento da autoridade superior as
Processo Disciplinar falhas, vulnerabilidades e as irregularidades de que tiver
ciência em razão do cargo público ou função de confiança;
É o instrumento por meio do qual se apura responsabi- VIII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
lidade do servidor por infração disciplinar. de poder;
O prazo para a conclusão do Processo Disciplinar é de até IX – zelar pela economia do material e pela conservação
60 (sessenta dias), prorrogável por igual período. do patrimônio público;

69
X – guardar sigilo sobre assunto da repartição; § 2º A aplicação da sanção cominada à infração disciplinar
XI – ser leal às instituições a que servir; decorre da responsabilidade administrativa, sem prejuízo:
XII – ser assíduo e pontual ao serviço; I – de eventual ação civil ou penal;
XIII – manter conduta compatível com a moralidade ad- II – do ressarcimento ao erário dos valores correspon-
ministrativa; dentes aos danos e aos prejuízos causados à administração
XIV – declarar‑se suspeito ou impedido nas hipóteses pública;
previstas em lei ou regulamento; III – da devolução ao erário do bem ou do valor público
XV – tratar as pessoas com civilidade; desviado, nas mesmas condições em que se encontravam
XVI – atender com presteza: quando da ocorrência do fato, com a consequente indeni-
a) o público em geral, prestando as informações reque- zação proporcional à depreciação.
ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) os requerimentos de expedição de certidões para de- CAPÍTULO II
fesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse Das infrações Disciplinares
pessoal;
c) as requisições para a defesa da administração pública. Seção I
Das Disposições Gerais
TÍTULO VI
DO REGIME DISCIPLINAR Art. 187. A infração disciplinar decorre de ato omissivo ou
comissivo, praticado com dolo ou culpa, e sujeita o servidor
CAPÍTULO I às sanções previstas nesta Lei Complementar.
Das Responsabilidades Art. 188. As infrações disciplinares classificam‑se, para
efeitos de cominação da sanção, em leves, médias e graves.
Art. 181. O servidor responde penal, civil e administrati- Parágrafo único. As infrações médias e as infrações graves
vamente pelo exercício irregular de suas atribuições. são subclassificadas em grupos, na forma desta Lei Com-
§ 1º As sanções civis, penais e administrativas podem plementar.
cumular‑se, sendo independentes entre si. Art. 189. Para efeitos desta Lei Complementar, consi-
§ 2º A responsabilidade administrativa do servidor é afas- dera‑se reincidência o cometimento de nova infração dis-
tada no caso de absolvição penal que negue a existência ciplinar do mesmo grupo ou classe de infração disciplinar
do fato ou sua autoria, com decisão transitada em julgado. anteriormente cometida, ainda que uma e outra possuam
§ 3º A responsabilidade administrativa perante a admi- características fáticas diversas.
nistração pública não exclui a competência do Tribunal de
Parágrafo único. Entende‑se por infração disciplinar an-
Contas prevista na Lei Orgânica do Distrito Federal.
teriormente cometida aquela já punida na forma desta Lei
Art. 182. A responsabilidade penal abrange crimes e con-
Complementar.
travenções imputados ao servidor, nessa qualidade.
Art. 183. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo
Seção II
ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
Das infrações Leves
erário ou a terceiro.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
erário somente pode ser liquidada na forma prevista no art. Art. 190. São infrações leves:
119 e seguintes na falta de outros bens que assegurem a I – descumprir dever funcional ou decisões administra-
tivas emanadas dos órgãos competentes;
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

execução do débito pela via judicial.


§ 2º Tratando‑se de dano causado a terceiros, responde II – retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, qual-
o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. quer documento ou objeto da repartição;
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende‑se aos su- III – deixar de praticar ato necessário à apuração de in-
cessores, e contra eles tem de ser executada, na forma da fração disciplinar, retardar indevidamente a sua prática ou
lei civil. dar causa à prescrição em processo disciplinar;
Art. 184. A responsabilidade perante o Tribunal de Contas IV – recusar‑se, quando solicitado por autoridade com-
decorre de atos sujeitos ao controle externo, nos termos da petente, a prestar informação de que tenha conhecimento
Lei Orgânica do Distrito Federal. em razão do exercício de suas atribuições;
Art. 185. A perda do cargo público ou a cassação de V – recusar‑se, injustificadamente, a integrar comissão
aposentadoria determinada em decisão judicial transitada ou grupo de trabalho, ou deixar de atender designação para
em julgado dispensa a instauração de processo disciplinar e compor comissão, grupo de trabalho ou para atuar como
deve ser declarada pela autoridade competente para fazer perito ou assistente técnico em processo administrativo ou
a nomeação. judicial;
Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada na VI – recusar fé a documento público;
forma desta Lei Complementar, resulta de infração disciplinar VII – negar‑se a participar de programa de treinamento
cometida por servidor no exercício de suas atribuições, em exigido de todos os servidores da mesma situação funcional;
razão delas ou com elas incompatíveis. VIII – não comparecer, quando convocado, a inspeção
§ 1º A responsabilidade administrativa do servidor, ob- ou perícia médica;
servado o prazo prescricional, permanece em relação aos IX – opor resistência injustificada ou retardar, reiterada-
atos praticados no exercício do cargo: mente e sem justa causa:
I – após a exoneração; a) o andamento de documento, processo ou execução
II – após a aposentadoria; de serviço;
III – após a vacância em razão de posse em outro cargo b) a prática de atos previstos em suas atribuições;
inacumulável; X – cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo
IV – durante as licenças, afastamentos e demais ausências que ocupa, exceto em situações de emergência e em caráter
previstos nesta Lei Complementar. transitório;

70
XI – manter sob sua chefia imediata, em cargo em co- Seção IV
missão ou função de confiança, o cônjuge, o companheiro Das infrações Graves
ou parente, por consanguinidade até o terceiro grau, ou por
afinidade; Art. 193. São infrações graves do grupo I:
XII – promover manifestação de apreço ou desapreço no I – incorrer na hipótese de:
recinto da repartição; a) abandono de cargo;
XIII – perturbar, sem justa causa, a ordem e a serenidade b) inassiduidade habitual;
no recinto da repartição; II – acumular ilegalmente cargos, empregos, funções
XIV – acessar, armazenar ou transferir, intencionalmente, públicas ou proventos de aposentadoria, salvo se for feita a
com recursos eletrônicos da administração pública ou postos opção na forma desta Lei Complementar;
à sua disposição, informações de conteúdo pornográfico ou III – proceder de forma desidiosa, incorrendo repetida-
erótico, ou que incentivem a violência ou a discriminação mente em descumprimento de vários deveres e atribuições
em qualquer de suas formas; funcionais;
XV – usar indevidamente a identificação funcional ou ou- IV – acometer‑se de incontinência pública ou ter con-
tro documento que o vincule com o cargo público ou função duta escandalosa na repartição que perturbe a ordem, o
de confiança, em ilegítimo benefício próprio ou de terceiro.
andamento dos trabalhos ou cause dano à imagem da ad-
ministração pública;
Seção III
V – cometer insubordinação grave em serviço, subver-
Das Infrações Médias
tendo a ordem hierárquica de forma ostensiva;
Art. 191. São infrações médias do grupo I: VI – dispensar licitação para contratar pessoa jurídica que
I – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos tenha, como proprietário, sócio ou administrador:
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de a) pessoa de sua família ou outro parente, por consan-
sua responsabilidade ou de seu subordinado; guinidade até o terceiro grau, ou por afinidade;
II – ausentar‑se do serviço, com frequência, durante o b) pessoa da família de sua chefia mediata ou imediata
expediente e sem prévia autorização da chefia imediata; ou outro parente dela, por consanguinidade até o terceiro
III – exercer atividade privada incompatível com o horário grau, ou por afinidade;
do serviço; VII – dispensar licitação para contratar pessoa física de
IV – praticar ato incompatível com a moralidade admi- família ou parente mencionado no inciso VI, a e b;
nistrativa; VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
V – praticar o comércio ou a usura na repartição; estrangeiro;
VI – discriminar qualquer pessoa, no recinto da repar- IX – exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
tição, com a finalidade de expô‑la a situação humilhante, cotista ou comanditário;
vexatória, angustiante ou constrangedora, em relação a nas- X – participar de gerência ou administração de socieda-
cimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, trabalho de ou empresa privada, personificada ou não personificada,
rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, salvo:
orientação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial a) nos casos previstos nesta Lei Complementar;
ou mental, por ter cumprido pena, ou por qualquer particu- b) nos períodos de licença ou afastamento do cargo sem
laridade ou condição. remuneração, desde que não haja proibição em sentido con-
Art. 192. São infrações médias do grupo II: trário, nem incompatibilidade;

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I – ofender fisicamente a outrem em serviço, salvo em c) em instituições ou entidades beneficentes, filantró-
resposta a injusta agressão ou em legítima defesa própria picas, de caráter social e humanitário e sem fins lucrativos,
ou de outrem; quando compatíveis com a jornada de trabalho.
II – praticar ato de assédio sexual ou moral; Parágrafo único. A reassunção das atribuições, depois
III – coagir ou aliciar subordinado no sentido de filiar‑se de consumado o abandono de cargo, não afasta a respon-
a associação, sindicato, partido político ou qualquer outra sabilidade administrativa, nem caracteriza perdão tácito da
espécie de agremiação; administração pública, ressalvada a prescrição.
IV – exercer atividade privada incompatível com o exer- Art. 194. São infrações graves do grupo II:
cício do cargo público ou da função de confiança;
I – praticar, dolosamente, ato definido em lei como:
V – usar recursos computacionais da administração pú-
a) crime contra a administração pública;
blica para, intencionalmente:
b) improbidade administrativa;
a) violar sistemas ou exercer outras atividades prejudi-
ciais a sites públicos ou privados; II – usar conhecimentos e informações adquiridos no
b) disseminar vírus, cavalos de troia, spyware e outros exercício de suas atribuições para violar ou tornar vulnerável
males, pragas e programas indesejáveis; a segurança, os sistemas de informática, sites ou qualquer
c) disponibilizar, em sites do serviço público, propaganda outra rotina ou equipamento da repartição;
ou publicidade de conteúdo privado, informações e outros III – exigir, solicitar, receber ou aceitar propina, gratifi-
conteúdos incompatíveis com os fundamentos e os princípios cação, comissão, presente ou auferir vantagem indevida de
da administração pública; qualquer espécie e sob qualquer pretexto.
d) repassar dados cadastrais e informações de servidores IV – valer‑se do cargo para obter proveito indevido para
públicos ou da repartição para terceiros, sem autorização; si ou para outrem, em detrimento da dignidade da função
VI – permitir ou facilitar o acesso de pessoa não autori- pública;
zada, mediante atribuição, fornecimento ou empréstimo de V – utilizar‑se de documento sabidamente falso para
senha ou qualquer outro meio: prova de fato ou circunstância que crie direito ou extinga
a) a recursos computacionais, sistemas de informações obrigação perante a administração pública distrital.
ou banco de dados da administração pública; Parágrafo único. Para efeitos do inciso III, não se consi-
b) a locais de acesso restrito. dera presente o brinde definido na legislação.

71
CAPÍTULO III c) instiga outro servidor, propõe ou solicita a prática da
Das Sanções Disciplinares infração disciplinar.
Art. 199. A advertência é a sanção por infração disciplinar
Art. 195. São sanções disciplinares: leve, por meio da qual se reprova por escrito a conduta do
I – advertência; servidor.
II – suspensão; Parágrafo único. No lugar da advertência, pode ser apli-
III – demissão; cada, motivadamente, a suspensão até trinta dias, se as cir-
IV – cassação de aposentadoria ou de disponibilidade; cunstâncias assim o justificarem.
V – destituição do cargo em comissão. Art. 200. A suspensão é a sanção por infração discipli-
Parágrafo único. As sanções disciplinares são aplicadas nar média pela qual se impõe ao servidor o afastamento
às infrações disciplinares tipificadas em lei. compulsório do exercício do cargo efetivo, com perda da
Art. 196. Na aplicação das sanções disciplinares, devem remuneração ou subsídio dos dias em que estiver afastado.
ser considerados: § 1 º A suspensão não pode ser:
I – a natureza e a gravidade da infração disciplinar co- I – superior a trinta dias, no caso de infração disciplinar
metida; média do grupo I;
II – os danos causados para o serviço público; II – superior a noventa dias, no caso de infração disciplinar
III – o ânimo e a intenção do servidor; média do grupo II.
IV – as circunstâncias atenuantes e agravantes; § 2º Aplica‑se a suspensão de até:
V – a culpabilidade e os antecedentes funcionais do ser- I – trinta dias, quando o servidor incorrer em reincidência
vidor. por infração disciplinar leve;
§ 1º A infração disciplinar de menor gravidade é absor- II – noventa dias, quando o servidor incorrer em reinci-
vida pela de maior gravidade. dência por infração disciplina média do grupo I.
§ 2º Nenhuma sanção disciplinar pode ser aplicada: § 3º Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
I – sem previsão legal; nalidade de suspensão pode ser convertida em multa, ob-
II – sem apuração em regular processo disciplinar previsto servado o seguinte:
nesta Lei Complementar. I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da
Art. 197. São circunstâncias atenuantes: remuneração ou subsídio, por dia de suspensão;
I – ausência de punição anterior; II – o servidor fica obrigado a cumprir integralmente a
II – prestação de bons serviços à administração pública jornada de trabalho a que está submetido.
distrital; § 4º É aplicada multa ao servidor inativo que houver prati-
III – desconhecimento justificável de norma administra- cado na atividade infração disciplinar punível com suspensão.
tiva; § 5º A multa de que trata o § 4º corresponde ao valor
IV – motivo de relevante valor social ou moral; diário dos proventos de aposentadoria por dia de suspensão
V – estado físico, psicológico, mental ou emocional abala- cabível.
do, que influencie ou seja decisivo para a prática da infração Art. 201. A advertência e a suspensão têm seus registros
disciplinar; cancelados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo
VI – coexistência de causas relativas à carência de con- exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse
dições de material ou pessoal na repartição; período, praticado nova infração disciplinar, igual ou diversa
VII – o fato de o servidor ter: da anteriormente cometida.
a) cometido a infração disciplinar sob coação a que podia § 1º O cancelamento da sanção disciplinar não surte
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

resistir, ou em cumprimento a ordem de autoridade superior, efeitos retroativos e é registrado em certidão formal nos
ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato assentamentos funcionais do servidor.
injusto provindo de terceiro; § 2º Cessam os efeitos da advertência ou da suspensão,
b) cometido a infração disciplinar na defesa, ainda que se lei posterior deixar de considerar como infração disciplinar
putativa ou com excesso moderado, de prerrogativa funcio- o fato que as motivou.
nal; § 3º A sanção disciplinar cancelada nos termos deste
c) procurado, por sua espontânea vontade e com efici- artigo não pode ser considerada para efeitos de reincidência.
ência, logo após a infração disciplinar, evitar ou minorar as Art. 202. A demissão é a sanção pelas infrações discipli-
suas consequências; nares graves, pela qual se impõe ao servidor efetivo a perda
d) reparado o dano causado, por sua espontânea vontade do cargo público por ele ocupado, podendo ser cominada
e antes do julgamento. com o impedimento de nova investidura em cargo público.
Art. 198. São circunstâncias agravantes: § 1º A demissão de que trata este artigo também se aplica
I – a prática de ato que concorra, grave e objetivamente, no caso de:
para o desprestígio do órgão, autarquia ou fundação ou da I – infração disciplinar grave, quando cometida por ser-
categoria funcional do servidor; vidor efetivo no exercício de cargo em comissão ou função
II – o concurso de pessoas; de confiança do Poder Executivo ou Legislativo do Distrito
III – o cometimento da infração disciplinar em prejuízo de Federal;
criança, adolescente, idoso, pessoa com deficiência, pessoa II – reincidência em infração disciplinar média do grupo II.
incapaz de se defender, ou pessoa sob seus cuidados por § 2º Se o servidor já tiver sido exonerado quando da
força de suas atribuições; aplicação da sanção prevista neste artigo, a exoneração é
IV – o cometimento da infração disciplinar com violência convertida em demissão.
ou grave ameaça, quando não elementares da infração; § 3º Também se converte em demissão a vacância em
V – ser o servidor quem: decorrência de posse em outro cargo inacumulável ocorrida
a) promove ou organiza a cooperação ou dirige a ativi- antes da aplicação da sanção prevista neste artigo.
dade dos demais coautores; Art. 203. A cassação de aposentadoria é a sanção por
b) instiga subordinado ou lhe ordena a prática da infração infração disciplinar que houver sido cometida pelo servidor
disciplinar; em atividade, pela qual se impõe a perda do direito à apo-

72
sentadoria, podendo ser cominada com o impedimento de Art. 210. Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja
nova investidura em cargo público. conduta funcional, classificada como erro de procedimento,
Parágrafo único. A cassação de aposentadoria é aplicada seja caracterizada, cumulativamente, pela:
por infração disciplinar punível com demissão. I – ausência de dolo;
Art. 204. A cassação de disponibilidade é a sanção por II – eventualidade do erro;
infração disciplinar que houver sido cometida em atividade, III – ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados;
pela qual se impõe a perda do cargo público ocupado e dos IV – prejuízo moral irrelevante;
direitos decorrentes da disponibilidade, podendo ser comina- V – reparação de eventual prejuízo material antes de se
da com o impedimento de nova investidura em cargo público. instaurar sindicância ou processo disciplinar.
Parágrafo único. A cassação de disponibilidade é aplicada
por infração disciplinar punível com demissão e na hipótese TÍTULO VII
do art. 40, § 2º. DOS PROCESSOS DE APURAÇÃO
Art. 205. A destituição do cargo em comissão é a sanção DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR
por infração disciplinar média ou grave, pela qual se impõe ao
servidor sem vínculo efetivo com o Distrito Federal a perda CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
do cargo em comissão por ele ocupado, podendo ser co-
minada com o impedimento de nova investidura em outro
Seção I
cargo efetivo ou em comissão.
Das Disposições Comuns
Parágrafo único. Se o servidor já tiver sido exonerado
quando da aplicação da sanção prevista neste artigo, a exo- Art. 211. Diante de indícios de infração disciplinar, ou
neração é convertida em destituição do cargo em comissão. diante de representação, a autoridade administrativa com-
Art. 206. A demissão, a cassação de aposentadoria ou petente deve determinar a instauração de sindicância ou
disponibilidade ou a destituição de cargo em comissão, mo- processo disciplinar para apurar os fatos e, se for o caso,
tivada por infração disciplinar grave do grupo II, implica a aplicar a sanção disciplinar.
incompatibilização para nova investidura em cargo público § 1º São competentes para instaurar sindicância ou pro-
do Distrito Federal pelo prazo de dez anos, sem prejuízo de cesso disciplinar as autoridades definidas no art. 255, em
ação cível ou penal e das demais medidas administrativas. relação às infrações disciplinares ocorridas em seus respec-
Art. 207. A punibilidade é extinta pela: tivos órgãos, autarquias ou fundações, independentemente
I – morte do servidor; da sanção cominada.
II – prescrição. § 2º A competência para instaurar processo disciplinar
Art. 208. A ação disciplinar prescreve em: para apurar infração cometida por servidor efetivo no exer-
I – cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo cício de cargo em comissão ou função de confiança do qual
em comissão ou cassação de aposentadoria ou disponibi- foi exonerado ou dispensado é da autoridade do órgão, au-
lidade; tarquia ou fundação onde a infração disciplinar foi cometida.
II – dois anos, quanto à suspensão; § 3º Por solicitação ou determinação da autoridade com-
III – um ano, quanto à advertência. petente, a apuração da infração disciplinar pode ser feita
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da primeira pelo órgão central do sistema de correição, preservada a
data em que o fato ou ato se tornou conhecido pela chefia da competência para o julgamento.
repartição onde ele ocorreu, pela chefia mediata ou imediata § 4º Os conflitos entre servidores podem ser tratados

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


do servidor, ou pela autoridade competente para instaurar em mesa de comissão de mediação, a ser disciplinada em
sindicância ou processo disciplinar. lei específica.
§ 2º A instauração de processo disciplinar interrompe a Art. 212. A infração disciplinar cometida por servidor é
prescrição, uma única vez. apurada mediante:
§ 3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada I – sindicância;
depois de esgotados os prazos para conclusão do processo II – processo disciplinar.
disciplinar, previstos nesta Lei Complementar, incluídos os § 1º A representação sobre infração disciplinar cometida
prazos de prorrogação, se houver. por servidor deve ser formulada por escrito e conter a iden-
tificação e o endereço do denunciante.
§ 4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a
§ 2º No caso de denúncias anônimas, a administração pú-
instauração ou a tramitação do processo disciplinar ou a
blica pode iniciar reservadamente investigações para coleta
aplicação de sanção disciplinar estiver obstada por deter-
de outros meios de prova necessários para a instauração de
minação judicial.
sindicância ou processo disciplinar.
§ 5º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, haven- § 3º Em caso de infração disciplinar noticiada pela im-
do ação penal em curso, aplicam‑se às infrações disciplinares prensa, nas redes sociais ou em correspondências escritas,
capituladas também como crime. a autoridade competente, antes de instaurar sindicância ou
Art. 209. Não é punido o servidor que, ao tempo da in- processo disciplinar, deve verificar se há indícios mínimos
fração disciplinar, era inteiramente incapaz de entender o de sua ocorrência.
caráter ilícito do fato ou de determinar‑se de acordo com § 4º Na hipótese do § 3º, no caso de não comprovação
esse entendimento, devido a: dos fatos, a autoridade competente deve se pronunciar por
I – insanidade mental, devidamente comprovada por escrito sobre o motivo do arquivamento da verificação.
laudo de junta médica oficial; § 5º Se houver indícios suficientes quanto à autoria e à
II – embriaguez completa, proveniente de caso fortuito materialidade da infração disciplinar, a autoridade adminis-
ou força maior. trativa pode instaurar imediatamente o processo disciplinar,
Parágrafo único. A punibilidade não se exclui pela em- dispensada a instauração de sindicância.
briaguez, voluntária ou culposa, por álcool, entorpecente ou Art. 213. Não é objeto de apuração em sindicância ou
substância de efeitos análogos. processo disciplinar o fato que:

73
I – não configure infração disciplinar prevista nesta Lei Seção IV
Complementar ou em legislação específica; Do Processo Disciplinar
II – já tenha sido objeto de julgamento pelo Poder Judici-
ário em sentença penal transitada em julgado que reconhe- Art. 217. O processo disciplinar é o instrumento des-
ceu a inexistência do fato ou a negativa da autoria, salvo se tinado a apurar responsabilidade do servidor por infração
existente infração disciplinar residual. disciplinar.
§ 1º O servidor não responde: § 1º O prazo para a conclusão do processo disciplinar
I – por ato praticado com fundamento em lei ou regu- é de até sessenta dias, prorrogável por igual período. (Re-
lamento posteriormente considerado inconstitucional pelo numerado pela Lei Complementar nº 949, de 27/02/2019)
Poder Judiciário; § 2º Todos os prazos nos processos administrativos dis-
II – quando a punibilidade estiver extinta. ciplinares no Distrito Federal, ainda que regidos por leis es-
§ 2º Deve ser arquivada eventual denúncia ou repre- peciais, ficam suspensos no período de 20 de dezembro a
sentação que se refira a qualquer das hipóteses previstas 20 de janeiro, inclusive. (Acrescido pela Lei Complementar
neste artigo. nº 949, de 27/02/2019)
Art. 218. Os autos da sindicância, se houver, são apen-
Seção II sados aos do processo disciplinar, como peça informativa
da instrução.
Da Sindicância
Art. 219. O processo disciplinar obedece aos princípios da
legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, eficiência,
Art. 214. A sindicância é o procedimento investigativo interesse público, contraditório, ampla defesa, proporcionalida-
destinado a: de, razoabilidade, motivação, segurança jurídica, informalismo
I – identificar a autoria de infração disciplinar, quando moderado, justiça, verdade material e indisponibilidade.
desconhecida; § 1º Os atos do processo disciplinar não dependem de
II – apurar a materialidade de infração disciplinar sobre a forma determinada senão quando a lei expressamente o exi-
qual haja apenas indícios ou que tenha sido apenas noticiada. gir, reputando‑se válidos os que, realizados de outro modo,
§ 1º O ato de instauração da sindicância deve ser publi- preencham sua finalidade essencial.
cado no Diário Oficial do Distrito Federal. § 2º É permitida:
§ 2º O prazo para conclusão da sindicância é de até trinta I – a notificação ou a intimação do servidor acusado ou
dias, prorrogável por igual período, a critério da autoridade indiciado ou de seu procurador em audiência;
competente. II – a comunicação, via postal, entre a comissão proces-
Art. 215. Da sindicância pode resultar: sante e o servidor acusado ou indiciado;
I – o arquivamento do processo; III – a utilização de meio eletrônico, se confirmado o re-
II – instauração de processo disciplinar; cebimento pelo destinatário ou mediante certificação digital,
III – aplicação de sanção de advertência ou suspensão para:
de até trinta dias. a) a entrega de petição à comissão processante, salvo a
§ 1º Constatado na sindicância que a infração classifica‑se defesa escrita prevista no art. 245, desde que o meio utilizado
como leve ou média do grupo I, a comissão de sindicância pelo remetente seja previamente cadastrado na comissão
deve citar o servidor acusado para acompanhar o prossegui- processante;
mento da apuração nos mesmos autos. b) a notificação ou a intimação sobre atos do processo
§ 2º Aplicam‑se, a partir do ato processual de que trata o disciplinar, salvo os previstos nos arts. 243 e 245, desde que
§ 1º, as normas do processo disciplinar, incluídas as garantias o meio eletrônico tenha sido previamente cadastrado pelo
servidor acusado ou indiciado na comissão processante.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

ao contraditório e à ampla defesa e as normas relativas à


comissão processante. § 3º Se a comissão notificar ou intimar o servidor por
meio eletrônico, deve, sempre que possível, avisá‑lo por meio
Seção III telefônico de que a comunicação foi enviada.
Da Sindicância Patrimonial § 4º O uso dos meios permitidos nos §§ 2º e 3º deve ser
certificado nos autos, juntando‑se cópia das correspondên-
Art. 216. Diante de fundados indícios de enriquecimento cias recebidas ou enviadas.
ilícito de servidor ou de evolução patrimonial incompatível § 5º Não é causa de nulidade do ato processual a au-
com a remuneração ou subsídio por ele percebido, pode sência:
I – do servidor acusado ou de seu procurador na oitiva
ser determinada a instauração de sindicância patrimonial.
de testemunha, quando o servidor tenha sido previamente
§ 1º São competentes para determinar a instauração de
notificado;
sindicância patrimonial: II – do procurador no interrogatório do servidor acusado.
I – o Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Art. 220. Os autos do processo disciplinar, as reuniões
Contas, nos respectivos órgãos; da comissão e os atos processuais têm caráter reservado.
II – o Governador ou o titular do órgão central de sistema § 1º Os autos do processo disciplinar não podem ser
de correição, no Poder Executivo. retirados da repartição onde se encontram.
§ 2º A sindicância patrimonial constitui‑se de procedi- § 2º É lícito o fornecimento de cópia de peças dos autos
mento sigiloso com caráter exclusivamente investigativo. ao servidor ou ao seu procurador, observado o disposto no
§ 3º O procedimento de sindicância patrimonial é con- art. 168, §§ 2º e 3º.
duzido por comissão composta por três servidores estáveis. Art. 221. Salvo quando autorizado pela autoridade ins-
§ 4º O prazo para conclusão do procedimento de sin- tauradora, é vedado deferir ao servidor acusado, desde a
dicância patrimonial é de trinta dias, prorrogável por igual instauração do processo disciplinar até a conclusão do prazo
período. para defesa escrita:
§ 5º Concluídos os trabalhos da sindicância patrimonial, a I – gozo de férias;
comissão responsável por sua condução deve elaborar rela- II – licença ou afastamento voluntários;
tório sobre os fatos apurados, concluindo pelo arquivamento III – exoneração a pedido;
ou pela instauração de processo disciplinar. IV – aposentadoria voluntária.

74
CAPÍTULO II § 2º É do servidor acusado o custo de perícias ou exames
Do Afastamento Preventivo por ele requeridos, se não houver técnico habilitado nos
quadros da administração pública distrital.
Art. 222. Como medida cautelar e a fim de que o servidor Art. 227. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental
não venha a influir na apuração da infração disciplinar, a auto- do servidor acusado, a comissão processante deve propor
ridade instauradora do processo disciplinar pode determinar à autoridade competente que ele seja submetido a exame
o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um
sessenta dias, sem prejuízo da remuneração. médico psiquiatra.
§ 1º O afastamento preventivo pode: Parágrafo único. O incidente de sanidade mental deve
I – ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessam os ser processado em autos apartados e apenso ao processo
seus efeitos, ainda que não concluído o processo disciplinar; principal, após a expedição do laudo pericial.
II – cessar por determinação da autoridade competente. Art. 228. Estando preso o servidor acusado, aplica‑se o
§ 2º Salvo motivo de caso fortuito ou força maior, o ser- seguinte:
vidor afastado não pode comparecer à repartição de onde I – a citação inicial e a intimação para defesa escrita são
foi afastado, exceto quanto autorizado pela autoridade com- promovidas onde ele estiver recolhido;
petente ou pela comissão processante. II – o acompanhamento do processo disciplinar é pro-
Art. 223. Em substituição ao afastamento preventivo, a movido por procurador por ele designado ou, na ausência,
autoridade instauradora pode, no prazo do art. 222, deter- por defensor dativo;
minar que o servidor tenha exercício provisório em outra III – o interrogatório é realizado em local apropriado, na
unidade administrativa do mesmo órgão, autarquia ou fun- forma previamente acordada com a autoridade competente.
dação de sua lotação.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO III Da Comissão Processante
Da Ampla Defesa e do Contraditório
Art. 229. A sindicância ou o processo disciplinar é con-
Art. 224. No processo disciplinar, é sempre assegurado ao duzido por comissão processante, de caráter permanente
servidor acusado o direito ao contraditório e à ampla defesa. ou especial.
Art. 225. O servidor acusado deve ser: § 1º A comissão é composta de três servidores estáveis
I – citado sobre a instauração de processo disciplinar designados pela autoridade competente.
§ 2º Os membros da comissão processante são esco-
contra sua pessoa;
lhidos pela autoridade competente entre os ocupantes de
II – intimado ou notificado dos atos processuais;
cargo para o qual se exija escolaridade igual ou superior à
III – intimado, pessoalmente, para apresentação de de-
do servidor acusado.
fesa escrita, na forma do art. 245;
§ 3º Nos casos de carreira organizada em nível hierárqui-
IV – intimado da decisão proferida em sindicância ou
co, os membros da comissão devem ser ocupantes de cargo
processo disciplinar, sem suspensão dos efeitos decorrentes
efetivo superior ou do mesmo nível do servidor acusado.
da publicação no Diário Oficial do Distrito Federal.
§ 4º Compete ao presidente da comissão manter a or-
Parágrafo único. A intimação de que trata o inciso II deve dem e a segurança das audiências, podendo requisitar força
ser feita com antecedência mínima de três dias da data de policial, se necessária.
comparecimento. § 5º A Comissão tem como secretário servidor designado

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Art. 226. Ao servidor acusado é facultado: pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de
I – arguir a incompetência, o impedimento ou a suspei- seus membros.
ção: § 6º A comissão processante, quando permanente, deve
a) da autoridade instauradora ou julgadora da sindicância ser renovada, no mínimo, a cada dois anos, vedado ao mes-
ou processo disciplinar; mo membro servir por mais de quatro anos consecutivos.
b) de qualquer membro da comissão processante; § 7º Nas licenças, afastamentos, férias e demais ausências
II – constituir procurador; de membro da comissão processante, a autoridade compe-
III – acompanhar depoimento de testemunha, pessoal- tente pode designar substituto eventual.
mente ou por seu procurador; § 8º O local e os recursos materiais para o funcionamento
IV – arrolar testemunha; dos trabalhos da comissão processante devem ser fornecidos
V – reinquirir testemunha, por intermédio do presidente pela autoridade instauradora da sindicância ou do processo
da comissão processante; disciplinar.
VI – contraditar testemunha; § 9º Podem participar como membros da comissão pro-
VII – produzir provas e contraprovas; cessante servidores integrantes de outros órgãos da adminis-
VIII – formular quesitos, no caso de prova pericial; tração pública, distintos daquele onde ocorreram as infrações
IX – ter acesso às peças dos autos, observadas as regras disciplinares, se conveniente para o interesse público.
de sigilo; § 10. A comissão funciona com a presença de todos os
X – apresentar pedido de reconsideração, recurso ou seus membros.
revisão do julgamento. Art. 230. O servidor não pode participar de comissão
§ 1º A arguição de que trata o inciso I do caput deve ser processante quando o servidor acusado for pessoa de sua
resolvida: família, seu padrasto, madrasta, enteado ou parente, na
I – pela autoridade imediatamente superior, no caso do forma da lei civil.
inciso I, a, ou pelo substituto legal, se exaurida a via hierár- § 1º Também não pode participar de comissão proces-
quica; sante o servidor que:
II – pela autoridade que instaurou o processo disciplinar, I – seja amigo íntimo ou inimigo capital, credor ou deve-
no caso do inciso I, b. dor, tutor ou curador do servidor acusado;

75
II – seja testemunha ou perito no processo disciplinar; Parágrafo único. A instauração de processo disciplinar
III – tenha sido autor de representação objeto da apu- depende de ato publicado no Diário Oficial do Distrito Fe-
ração; deral, do qual conste:
IV – tenha atuado em sindicância, auditoria ou investiga- I – a comissão processante;
ção da qual resultou a sindicância ou o processo disciplinar; II – o número do processo que contém as informações
V – atue ou tenha atuado como procurador do servidor previstas no caput, I e II.
acusado; Art. 238. Instaurado o processo disciplinar, o servidor
VI – tenha interesse em decisão administrativa a ser to- acusado deve ser citado para, se quiser, acompanhar o pro-
mada pelo servidor acusado; cesso pessoalmente ou por intermédio de procurador.
VII – tenha interesse no assunto que resultou na instau- § 1º A citação deve ser acompanhada de cópia, eletrônica
ração da sindicância ou do processo disciplinar; ou em papel, das peças processuais previstas no art. 237 e
VIII – esteja litigando, judicial ou administrativamente, conter número do telefone, meio eletrônico para comunica-
com o servidor sindicado, acusado ou indiciado, ou com o ção, endereço, horário e dias de funcionamento da comissão
respectivo cônjuge ou companheiro; processante.
IX – responda a sindicância ou processo disciplinar; § 2º O servidor acusado que mudar de residência fica
X – tenha sido punido por qualquer infração disciplinar, obrigado a comunicar à comissão processante o lugar onde
ressalvado o disposto no art. 201; pode ser encontrado.
XI – seja cônjuge, companheiro, padrasto, madrasta, en- § 3º Estando o servidor acusado em local incerto ou não
teado ou parente, na forma da lei civil, de outro membro da sabido, a citação de que trata este artigo é feita por edital
mesma comissão processante. publicado no Diário Oficial do Distrito Federal e em jornal
Art. 231. A comissão processante exerce suas atividades de grande circulação no Distrito Federal.
com independência e imparcialidade, assegurado o aces- § 4º Se, no prazo de quinze dias contados da publicação
so, nas repartições públicas, a informações, documentos e de que trata o § 3º, o servidor acusado não se apresentar à
audiências necessários à elucidação do fato em apuração. comissão processante, a autoridade instauradora deve desig-
Parágrafo único. O presidente da comissão de sindicância nar defensor dativo, para acompanhar o processo disciplinar
ou de processo disciplinar pode requisitar apoio, inclusive enquanto o servidor acusado não se apresentar.
policial, dos órgãos da administração pública para realização
de diligência, segurança ou locomoção até o local de coleta Seção III
de prova ou de realização de ato processual. Da instrução
Art. 232. As reuniões da comissão processante têm de
Art. 239. Na fase da instrução, a comissão processante
ser registradas em ata, da qual deve constar o detalhamento
deve promover tomada de depoimentos, acareações, inves-
das deliberações adotadas.
tigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
Art. 233. Sempre que necessário, a comissão processan-
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo
te deve dedicar tempo integral aos seus trabalhos, ficando
a permitir a completa elucidação dos fatos.
seus membros dispensados dos trabalhos na repartição de
Art. 240. Para a produção de provas, a comissão proces-
origem, até a entrega do relatório final.
sante pode, de ofício ou a requerimento do servidor acusado:
Art. 234. São asseguradas passagens e diárias aos mem-
I – tomar depoimentos de testemunhas;
bros da comissão e ao servidor acusado, nos casos de atos
II – fazer acareações;
processuais serem praticados fora do território da RIDE.
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III – colher provas documentais;


IV – colher provas emprestadas de processos adminis-
CAPÍTULO V trativos ou judiciais;
Das Fases Processuais V – proceder à reconstituição simulada dos fatos, desde
que não ofenda a moral ou os bons costumes;
Seção I VI – solicitar, por intermédio da autoridade competente:
Das Disposições Gerais a) realização de buscas e apreensões;
b) informações à Fazenda Pública, na forma autorizada
Art. 235. O processo disciplinar desenvolve‑se nas se- na legislação;
guintes fases: c) quebra do sigilo bancário ou telefônico;
I – instauração; d) acesso aos relatórios de uso feito pelo servidor acusado
II – instrução; em sistema informatizado ou a atos que ele tenha praticado;
III – defesa; e) exame de sanidade mental do servidor acusado ou
IV – relatório; indiciado;
V – julgamento. VII – determinar a realização de perícias;
VIII – proceder ao interrogatório do servidor acusado.
Seção II § 1º O presidente da comissão processante, por despacho
Da instauração fundamentado, pode indeferir:
I – pedidos considerados impertinentes, meramente pro-
Art. 236. O processo disciplinar é instaurado pela auto- telatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento
ridade competente. dos fatos;
Art. 237. Para a instauração de processo disciplinar, deve II – pedido de prova pericial, quando a comprovação do
constar dos autos: fato independer de conhecimento especial.
I – a indicação da autoria, com nome, matrícula e cargo § 2º São classificados como confidenciais, identificados
do servidor; pela comissão processante e autuados em autos apartados,
II – a materialidade da infração disciplinar. os documentos:

76
I – de caráter sigiloso requeridos pela comissão proces- § 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, a comissão proces-
sante ou a ela entregues pelo servidor acusado ou indiciado; sante deve elaborar o seu relatório, concluindo pelo arqui-
II – sobre a situação econômica, financeira ou patrimonial vamento dos autos.
do servidor acusado ou indiciado;
III – sobre as fontes de renda do servidor acusado ou Seção IV
indiciado; Da Defesa
IV – sobre os relacionamentos pessoais do servidor acu-
sado ou indiciado. Art. 245. O servidor, uma vez indiciado, deve ser intima-
§ 3º Os documentos de que trata o § 2º são de acesso do pessoalmente por mandado expedido pelo presidente
restrito: da comissão processante para apresentar defesa escrita, no
I – aos membros da comissão processante; prazo do art. 250.
II – ao servidor acusado ou ao seu procurador; § 1º A citação de que trata o art. 238, § 1º, não exclui o
III – aos agentes públicos que devam atuar no processo. cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os documentos em idioma estrangeiro trazidos aos § 2º No caso de recusa do servidor indiciado em apor o
autos pela comissão processante devem ser traduzidos para ciente na cópia da intimação, o prazo para defesa conta‑se
a língua portuguesa, dispensada a tradução juramentada, da data declarada, em termo próprio, pelo membro ou se-
se não houver controvérsia relevante para o julgamento da cretário da comissão processante que fez a intimação, com
infração disciplinar. a assinatura de duas testemunhas.
Art. 241. As testemunhas são intimadas a depor median- Art. 246. Quando, por duas vezes, o membro ou o secre-
te mandado expedido pelo presidente da comissão proces- tário da comissão processante houver procurado o servidor
sante, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, indiciado, em seu domicílio, residência, ou repartição de
ser anexada aos autos. exercício, sem o encontrar, deve, havendo suspeita de ocul-
§ 1º Se a testemunha for servidor público, a expedição do tação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
mandado deve ser comunicada ao chefe da repartição onde a qualquer vizinho, que voltará em dia e hora designados, a
tem exercício, com a indicação do dia e da hora marcados fim de efetuar a intimação.
para inquirição. § 1º No dia e hora designados, o membro ou o secretário
§ 2º A ausência injustificada de servidor público devida- da comissão processante deve comparecer ao domicílio ou à
mente intimado como testemunha deve ser comunicada à residência do servidor indiciado, a fim de intimá‑lo.
autoridade competente, para apuração de responsabilidade. § 2º Se o servidor indiciado não estiver presente, o mem-
Art. 242. O depoimento de testemunha é feito oralmente, bro ou o secretário da comissão processante deve:
sob compromisso, e reduzido a termo, não sendo lícito à I – informar‑se das razões da ausência e dar por feita a
citação, lavrando de tudo a respectiva certidão;
testemunha trazê‑lo por escrito.
II – deixar cópia do mandado de intimação com pessoa
§ 1º As testemunhas são inquiridas separadamente.
da família do servidor indiciado ou com qualquer vizinho,
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que
conforme o caso, declarando‑lhe o nome.
se infirmem, pode‑se proceder à acareação entre os depo-
Art. 247. Junto à intimação para apresentar a defesa
entes.
escrita, deve ser apresentada ao servidor acusado cópia da
§ 3º O servidor acusado, seu procurador ou ambos po- indiciação.
dem assistir à inquirição das testemunhas, sendo‑lhes: Art. 248. O servidor indiciado que se encontrar em lu-
I – vedado interferir nas perguntas e nas respostas; gar incerto e não sabido deve ser intimado por edital para
II – facultado reinquiri‑las, por intermédio do presidente apresentar defesa.

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da comissão processante. § 1º O edital de citação deve ser publicado no Diário
Art. 243. Concluída a inquirição das testemunhas e a Oficial do Distrito Federal e em jornal de grande circulação
coleta das demais provas, a comissão processante deve pro- no Distrito Federal.
mover o interrogatório do servidor acusado, observados os § 2º Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa é de
procedimentos previstos nos arts. 241 e 242. quinze dias, contados da última publicação do edital.
§ 1º No caso de mais de um servidor acusado, o inter- Art. 249. Considera‑se revel o servidor indiciado que,
rogatório é feito em separado e, havendo divergência entre regularmente intimado, não apresentar defesa no prazo legal.
suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, pode ser § 1º A revelia deve ser declarada em termo subscrito
promovida a acareação entre eles. pelos integrantes da comissão processante nos autos do
§ 2º O não comparecimento do servidor acusado ao in- processo disciplinar.
terrogatório ou a sua recusa em ser interrogado não obsta § 2º Para defender o servidor revel, a autoridade ins-
o prosseguimento do processo, nem é causa de nulidade. tauradora do processo deve designar um servidor estável
§ 3º O procurador do servidor acusado pode assistir ao como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou
interrogatório, sendo‑lhe vedado interferir nas perguntas e superior ao do servidor indiciado, preferencialmente com
nas respostas, facultando‑se‑lhe, porém, propor perguntas, formação em Direito.
por intermédio do presidente da comissão processante, após Art. 250. O prazo para apresentar defesa escrita é de
a inquirição oficial. dez dias.
Art. 244. Encerrada a instrução e tipificada a infração § 1º Havendo dois ou mais servidores indiciados, o prazo
disciplinar, deve ser formulada a indiciação do servidor, com é comum e de vinte dias.
a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas § 2º O prazo de defesa pode ser prorrogado pelo dobro,
provas. para diligências reputadas indispensáveis.
§ 1º Não cabe a indiciação do servidor se, com as provas Art. 251. Cumpridas eventuais diligências requeridas na
colhidas, ficar comprovado que: defesa escrita, a comissão processante deve declarar encer-
I – não houve a infração disciplinar; radas as fases de instrução e defesa.
II – o servidor acusado não foi o autor da infração dis- Parágrafo único. A comissão pode alterar a indiciação
ciplinar; formalizada ou propor a absolvição do servidor acusado em
III – a punibilidade esteja extinta. função dos fatos havidos das diligências realizadas.

77
Seção V § 3º A competência para julgar o processo disciplinar
Do Relatório regula‑se pela subordinação hierárquica existente na data
do julgamento.
Art. 252. Concluída a instrução e apresentada a defesa, § 4º Da decisão que aplicar sanção de advertência ou
a comissão processante deve elaborar relatório circunstan- suspensão cabe recurso hierárquico, na forma do art. 171,
ciado, do qual constem: vedado o agravamento da sanção.
I – as informações sobre a instauração do processo; Art. 256. No prazo de vinte dias, contados do recebimen-
II – o resumo das peças principais dos autos, com espe- to dos autos do processo disciplinar, a autoridade compe-
cificação objetiva dos fatos apurados, das provas colhidas e tente deve proferir sua decisão.
dos fundamentos jurídicos de sua convicção; § 1º Se a sanção a ser aplicada exceder a alçada da au-
III – a conclusão sobre a inocência ou responsabilidade toridade instauradora do processo disciplinar, este deve ser
do servidor indiciado, com a indicação do dispositivo legal encaminhado à autoridade competente para decidir no mes-
ou regulamentar infringido, bem como as circunstâncias mo prazo deste artigo.
agravantes ou atenuantes; § 2º Havendo mais de um servidor indiciado e diversidade
IV – a indicação da sanção a ser aplicada e do dispositivo de sanções propostas no relatório da comissão processante,
desta Lei Complementar em que ela se encontra. o julgamento e a aplicação das sanções cabe à autoridade
Art. 253. A comissão processante deve remeter à auto- competente para a imposição da sanção mais grave.
ridade instauradora os autos do processo disciplinar, com o § 3º O julgamento fora do prazo legal não implica nuli-
respectivo relatório. dade do processo, observada a prescrição.
Art. 254. Na hipótese de o relatório concluir que a in- § 4º A autoridade que der causa à prescrição de que trata
fração disciplinar apresenta indícios de infração penal, a o art. 208 pode ser responsabilizada na forma do Capítulo
autoridade competente deve encaminhar cópia dos autos I do Título VI.
ao Ministério Público. Art. 257. A autoridade julgadora deve decidir, motivada-
mente, conforme as provas dos autos.
Seção VI § 1º A autoridade julgadora pode converter o julgamento
Do Julgamento em diligência para repetição de atos processuais ou cole-
ta de novas provas, caso seja necessário para a elucidação
Art. 255. Salvo disposição legal em contrário, o julgamen- completa dos fatos.
to do processo disciplinar e a aplicação da sanção disciplinar, § 2º Em caso de divergência com as conclusões do rela-
observada a subordinação hierárquica ou a vinculação do tório da comissão processante, a autoridade julgadora pode
servidor, são da competência: agravar a sanção disciplinar proposta, abrandá‑la ou isentar
I – no Poder Legislativo, do Presidente da Câmara Legis- o servidor de responsabilidade.
lativa ou do Tribunal de Contas; § 3º A autoridade competente para aplicar a sanção disci-
II – no Poder Executivo: plinar mais grave é também competente para aplicar sanção
a) do Governador, quando se tratar de demissão, desti- disciplinar mais branda ou isentar o servidor de responsabi-
tuição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria lidade, nas hipóteses previstas no § 2º.
ou disponibilidade; § 4º Se discordar da proposta de absolvição ou da ino-
b) de Secretário de Estado ou autoridade equivalente, cência do servidor acusado não anteriormente indiciado, a
quando se tratar de suspensão superior a trinta dias ou, res- autoridade julgadora deve designar nova comissão proces-
salvado o disposto na alínea a, das demais sanções a servidor sante para elaborar a indiciação e praticar os demais atos
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

que a ele esteja imediatamente subordinado; processuais posteriores.


c) de administrador regional, dirigente de órgão rela- § 5º Verificada a existência de vício insanável, a autori-
tivamente autônomo, subsecretário, diretor regional ou dade julgadora deve declarar a nulidade total ou parcial do
autoridade equivalente a que o servidor esteja mediata ou processo disciplinar e ordenar, conforme o caso:
imediatamente subordinado, quando se tratar de sanção não I – a realização de diligência;
compreendida nas alíneas a e b. II – a reabertura da instrução processual;
§ 1º No caso de servidor de autarquia ou fundação do III – a constituição de outra comissão processante, para
Poder Executivo, o julgamento do processo disciplinar e a instauração de novo processo.
aplicação da sanção disciplinar são da competência: § 6º Os atos não contaminados pelo vício devem ser re-
I – do Governador, quando se tratar de demissão, desti- aproveitados.
tuição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria § 7º Nenhum ato é declarado nulo, se da nulidade não
ou disponibilidade; resultar prejuízo para a apuração dos fatos, para a defesa ou
II – do respectivo dirigente máximo, quanto se tratar para a conclusão do processo.
de sanção disciplinar não compreendida no inciso I deste § 8º O vício a que o servidor acusado ou indiciado tenha
parágrafo. dado causa não obsta o julgamento do processo.
§ 2º No caso de servidor de conselho ou outro órgão Art. 258. O ato de julgamento do processo disciplinar
de deliberação coletiva instituído no Poder Executivo, o deve:
julgamento do processo disciplinar e a aplicação da sanção I – mencionar sempre o fundamento legal para imposição
disciplinar são da competência: da penalidade;
I – do Governador, quando se tratar de demissão, desti- II – indicar a causa da sanção disciplinar;
tuição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria III – ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.
ou disponibilidade;
II – de Secretário de Estado ou autoridade equivalente CAPÍTULO VI
a cuja Secretaria de Estado o conselho ou o órgão esteja Da Revisão do Processo
vinculado, quando se tratar de suspensão;
III – do respectivo presidente, quando se tratar de ad- Art. 259. O processo disciplinar pode ser revisto, a qual-
vertência. quer tempo, a pedido ou de ofício, quando forem aduzidos

78
fatos novos ou circunstâncias não apreciadas no processo assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à assis-
originário, suscetíveis de justificar a inocência do servidor tência social.
punido ou a inadequação da sanção disciplinar aplicada, Art. 269. A previdência social destina‑se exclusivamente
observado o disposto no art. 175, II. aos servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo,
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- na forma prevista na Constituição Federal e em lei comple-
to do servidor, qualquer pessoa da família pode requerer a mentar específica.
revisão do processo. Art. 270. A assistência social deve ser prestada na forma
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revi- da legislação específica e segundo os programas patrocina-
são pode ser requerida pelo respectivo curador. dos pelo órgão, autarquia ou fundação.
§ 3º A simples alegação de injustiça da sanção disciplinar
aplicada não constitui fundamento para a revisão. CAPÍTULO II
§ 4º Não é admitido pedido de revisão quando a perda Da Assistência à Saúde
do cargo público ou a cassação de aposentadoria decorrer
de decisão judicial. Seção I
Art. 260. No processo revisional, o ônus da prova cabe Das Disposições Gerais
ao requerente.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente deve Art. 271. A assistência à saúde do servidor ativo ou
pedir dia e hora para produção de provas e inquirição das inativo, de seu cônjuge, companheiro, dependentes e do
testemunhas que arrolar. pensionista compreende a assistência médica, hospitalar,
Art. 261. O requerimento de revisão do processo deve odontológica, psicológica e farmacêutica e é prestada:
ser dirigido, conforme o caso, à autoridade administrativa I – pelo Sistema Único de Saúde;
que julgou, originariamente, o processo disciplinar. II – diretamente pelo serviço de saúde do órgão, autar-
§ 1º Autorizada a revisão, o pedido deve ser encaminhado quia ou fundação a que o servidor estiver vinculado;
ao dirigente do órgão, autarquia ou fundação onde se origi- III – pela rede privada de saúde, mediante credencia-
nou o processo disciplinar, para providenciar a constituição mento por convênio, na forma estabelecida em lei ou re-
de comissão revisora, observadas, no que couber, as dispo- gulamento;
sições dos arts. 229 a 234. IV – na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial
§ 2º Não pode integrar a comissão revisora o servidor do valor despendido com planos ou seguros privados de as-
que tenha atuado na sindicância ou no processo disciplinar sistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.
cujo julgamento se pretenda revisar. Art. 272. O servidor deve ser submetido a exames médi-
Art. 262. A revisão corre em apenso ao processo origi- cos periódicos gratuitos, nos termos e condições definidos
nário. em regulamento.
Art. 263. A comissão revisora tem o prazo de sessenta
Seção II
dias para a conclusão dos trabalhos.
Da Licença Médica e da Licença Odontológica
Art. 264. Aplicam‑se aos trabalhos da comissão revisora,
no que couber, as normas e procedimentos do Capítulo V.
Art. 273. Pode ser concedida licença médica ou odonto-
Art. 265. A competência para julgamento do pedido de
lógica para o servidor tratar da própria saúde, sem prejuízo
revisão é da autoridade administrativa que aplicou, origina-
da remuneração ou do subsídio. (Artigo com a redação da
riamente, a sanção disciplinar. Lei Complementar nº 922, de 29/12/2016.)
Parágrafo único. O prazo para julgamento é de vinte dias,

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


§ 1º Após 24 meses consecutivos de licença para tra-
contados do recebimento dos autos do processo disciplinar, tamento de saúde, ou 24 meses cumulativos ao longo do
durante o qual a autoridade julgadora pode determinar di- tempo de serviço prestado ao Distrito Federal, em cargo
ligências. efetivo, em razão da mesma doença, o servidor deve ser
Art. 266. Julgada procedente a revisão, será declarada submetido à perícia médica, que opinará pela possibilidade
sem efeito a penalidade aplicada. de retorno ao serviço, pela readaptação ou pela aposenta-
§ 1º Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela doria por invalidez.
inocência do servidor punido, deve ser declarada sem efeito § 2º Caso o servidor seja readaptado após o período
a sanção disciplinar aplicada, restabelecendo‑se todos os mencionado no § 1º e volte a se afastar em razão da mesma
direitos do servidor, exceto em relação à destituição de cargo doença, deve ter seu quadro de saúde analisado por Junta
em comissão, que deve ser convertida em exoneração. Médica Oficial.
§ 2º Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela § 3º No caso de servidor sem vínculo efetivo com o Dis-
inadequação da sanção disciplinar aplicada, deve‑se proce- trito Federal, suas autarquias ou fundações, aplicam-se à
der à nova adequação, restabelecendo‑se todos os direitos licença médica ou odontológica as normas do regime geral
do servidor naquilo que a sanção disciplinar aplicada tenha de previdência social.
excedido. Art. 274. A licença de que trata o art. 273 depende de
Art. 267. Da revisão do processo não pode resultar agra- inspeção feita por médico ou cirurgião‑dentista do setor de
vamento de sanção disciplinar. assistência à saúde.
§ 1º Se necessário, a inspeção de que trata este artigo
TÍTULO VIII pode ser realizada onde o servidor se encontrar.
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR § 2º O atestado de médico ou de cirurgião‑dentista par-
ticular só produz efeitos depois de homologado pelo setor
CAPÍTULO I de assistência à saúde do respectivo órgão, autarquia ou
Das Disposições Gerais fundação.
§ 3º No caso de atestado de comparecimento a serviços
Art. 268. A seguridade social do servidor público distrital médicos, odontológicos ou laboratoriais, a ausência ao ser-
compreende um conjunto integrado de ações destinadas a viço restringe‑se ao turno em que o servidor foi atendido.

79
§ 4º O atestado ou o laudo da junta médica não pode § 2º Os prazos fixados em meses ou anos contam‑se de
se referir ao nome ou natureza da doença, salvo quando se data a data.
tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doen- § 3º Se no mês do vencimento não houver o dia equiva-
ça profissional ou qualquer das doenças especificadas na lente ao do começo do prazo, tem‑se como termo o último
legislação do regime próprio de previdência dos servidores dia do mês.
públicos do Distrito Federal. Art. 281. Em razão de nacionalidade, naturalidade, con-
§ 5º O atestado médico de até três dias durante o bimes- dição social, física, imunológica, sensorial ou mental, nasci-
tre do ano civil pode ser recebido pela chefia imediata, sem mento, idade, escolaridade, estado civil, etnia, raça, cor, sexo,
a homologação do serviço de saúde. orientação sexual, convicção religiosa, política ou filosófica,
Art. 275. O servidor que apresentar indícios de lesões or- de ter cumprido pena ou de qualquer particularidade ou
gânicas ou funcionais deve ser submetido à inspeção médica. condição, o servidor não pode:
Parágrafo único. A administração pública deve adotar I – ser privado de qualquer de seus direitos;
programas de prevenção a moléstia profissional. II – ser prejudicado em seus direitos ou em sua vida fun-
Art. 276. O servidor acidentado em serviço que necessite cional;
de tratamento especializado pode ser tratado em instituição III – sofrer discriminação em sua vida funcional ou pes-
privada, às expensas do Distrito Federal. soal;
Parágrafo único. O tratamento referido neste artigo cons- IV – eximir‑se do cumprimento de seus deveres.
titui medida de exceção e somente é admissível quando ine- Art. 282. Ao servidor público civil são assegurados, nos
xistirem meios e recursos adequados em instituição pública. termos da Constituição Federal, o direito à livre associação
sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decor-
Seção III rentes:
Da Readaptação I – representação pelo sindicato, inclusive como substi-
tuto processual;
Art. 277. Ao servidor efetivo que sofrer redução da ca- II – desconto em folha, sem ônus para a entidade sindical
pacidade laboral, comprovada em inspeção médica, devem a que for filiado, do valor das mensalidades e contribuições
ser proporcionadas atividades compatíveis com a limitação definidas em assembleia geral da categoria.
sofrida, respeitada a habilitação exigida no concurso público. Art. 283. Para efeitos desta Lei Complementar, conside-
Parágrafo único. O servidor readaptado não sofre prejuízo ram‑se da família do servidor o cônjuge ou o companheiro,
em sua remuneração ou subsídio. os filhos e, na forma da legislação federal sobre imposto
de renda da pessoa física, os que forem seus dependentes
TÍTULO IX
econômicos.
§ 1º O servidor pode requerer o registro em seus as-
CAPÍTULO ÚNICO
sentamentos funcionais de qualquer pessoa de sua família.
Das Disposições Finais e transitórias
§ 2º A dependência econômica deve ser comprovada, por
ocasião do pedido, e a sua comprovação deve ser renovada
Art. 278. O dia do servidor público é comemorado em
anualmente, na forma do regulamento.
vinte e oito de outubro.
§ 3º Equiparam‑se à condição de companheira ou com-
Art. 279. Podem ser instituídos os seguintes incentivos
panheiro os parceiros homoafetivos que mantenham re-
funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos
lacionamento civil permanente, desde que devidamente
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

de carreira:
I – prêmio pela apresentação de ideias, inventos ou traba- comprovado.
lhos que favoreçam o aumento de produtividade e a redução Art. 284. As orientações normativas para a uniformização
dos custos operacionais; dos procedimentos de aplicação desta Lei Complementar
II – concessão de medalha, diploma de honra ao mérito, são formuladas, no Poder Executivo, pelo órgão central do
condecoração e elogio. sistema de:
Art. 280. Aos prazos previstos nesta Lei Complementar, I – correição, sobre questões atinentes ao regime, à san-
salvo disposição legal em contrário, aplica‑se o seguinte: ção e ao processo disciplinar, sem prejuízo das competências
I – sua contagem é feita em dias corridos, excluindo‑se de corregedorias específicas;
o dia do começo e incluindo‑se o do vencimento, ficando II – pessoal, sobre as questões não compreendidas no
prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o começo ou o inciso I.
vencimento do prazo que cair em dia: Art. 285. As disposições desta Lei Complementar não
a) sem expediente; alteram a jornada de trabalho vigente na data de sua publi-
b) de ponto facultativo; cação, não extinguem direitos adquiridos, nem direitos ou
c) em que a repartição ficou fechada; deveres previstos em lei especial.
d) cujo expediente foi encerrado antes do horário ha- Art. 286. Até que lei específica fixe o valor do auxílio‑ali-
bitual; mentação previsto no art. 111, ficam mantidos os valores
II – pela interrupção, extingue‑se a contagem do prazo pagos na forma da legislação vigente até a data de publicação
já feita e reinicia‑se nova contagem a partir da data em que desta Lei Complementar.
o prazo foi interrompido; Art. 287. Fica mantido, com os respectivos efeitos, o tem-
III – durante a suspensão, a contagem do prazo fica pa- po de serviço regularmente averbado na forma da legislação
ralisada, devendo ser retomada de onde parou na data em anterior à publicação desta Lei Complementar.
que cessar a causa suspensiva. Art. 288. Ficam mantidas, até sua adequação às dispo-
§ 1º Salvo disposição legal em contrário, os prazos são sições desta Lei Complementar, as normas regulamentares
contínuos, não se interrompem, não se suspendem, nem expedidas com base na legislação anterior, exceto naquilo
se prorrogam. que conflitarem com esta Lei Complementar.

80
Art. 289. O décimo terceiro salário, previsto nesta Lei Art. 30‑A. São beneficiários da pensão:
Complementar, substitui a gratificação natalícia prevista na I – vitalícia:
Lei nº 3.279, de 31 de dezembro de 2003. a) o cônjuge;
Art. 290. As remissões feitas na legislação distrital a dis- b) a pessoa separada judicialmente, divorciada ou
positivo da Lei federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, cuja união estável foi legalmente dissolvida, com
ou a dispositivos das leis revogadas por esta Lei Comple- percepção de pensão alimentícia;
mentar consideram‑se feitas às disposições correspondentes c) o companheiro ou companheira que comprove
desta Lei Complementar. união estável;
Art. 291. A Lei Complementar nº 769, de 30 de junho de d) a mãe ou o pai com percepção de pensão ali-
2008, passa a vigorar com as seguintes alterações: mentícia;
II – temporária:
Art. 1º [...] a) o filho ou o enteado até completar vinte e um anos
§ 3º Aplicam‑se subsidiariamente às disposições de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;
desta Lei Complementar as normas do regime jurí- b) o menor sob tutela;
dico dos servidores públicos civis do Distrito Federal. c) o irmão não emancipado até completar vinte e
Art. 12. [...] um anos de idade, ou, se inválido, enquanto durar a
§ 1º A dependência econômica do cônjuge e dos invalidez, que perceba pensão alimentícia.
filhos indicados no inciso IV é presumida, e a das pes- Parágrafo único. É vedada a concessão de pensão
soas indicadas nos incisos I a III deve ser comprovada. vitalícia:
§ 2º A existência de dependente indicado no inciso I – ao beneficiário indicado no inciso I, c, se houver
IV exclui do direito ao benefício os indicados nos beneficiário indicado no inciso I, a;
incisos I a III. II – a mais de um companheiro ou companheira.
[...] Art. 30‑B. O valor da pensão, calculado na forma do
Art. 18. A aposentadoria por invalidez é devida ao art. 29, deve ser rateado entre os habilitados de modo
segurado que, estando ou não em gozo de auxí- a individualizar a cota a que cada beneficiário faz jus.
lio‑doença, for considerado incapaz de readaptação § 1º Não havendo dependentes previstos no art. 30‑
para o exercício das atribuições do cargo, de forma A, I, b ou d, ou no art. 30‑A, II, c, deve‑se observar,
compatível com a limitação que tenha sofrido, e deve no cálculo da cota de cada pensionista, o seguinte:
ser paga, com base na legislação vigente, a partir da I – havendo apenas um pensionista habilitado, o valor
data da publicação do respectivo ato e enquanto o da cota corresponde ao valor da pensão;
servidor permanecer nessa condição. II – ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e
[...] temporária, metade do valor cabe aos habilitados à
§ 9º O servidor aposentado com provento proporcio- pensão vitalícia; a outra metade, aos habilitados à
nal ao tempo de contribuição, se acometido de qual- pensão temporária.
quer das moléstias especificadas no § 5º, deve passar § 2º Havendo dependentes previstos no art. 30‑A,
a perceber provento integral, calculado com base no I, b ou d, ou no art. 30‑A, II, c, aplica‑se o seguinte:
fundamento legal de concessão da aposentadoria. I – a cota desses dependentes é calculada de modo
§ 10. A doença, lesão ou deficiência de que o servidor proporcional ao valor da pensão alimentícia perce-
público era portador ao ingressar no cargo público bida, tendo como base para cálculo o valor total da
não lhe confere o direito à aposentadoria por in- pensão;

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


validez, salvo quando sobrevier incapacidade por II – a cota dos demais dependentes, se houver, deve
motivo de progressão ou agravamento das causas ser calculada na forma do § 1º, tendo como base para
de deficiência. cálculo o saldo do valor da pensão que remanescer
Art. 24. O segurado em gozo de auxílio‑doença, após deduzir a cota de que trata o inciso I deste
insusceptível de readaptação, deve ser aposentado parágrafo.
por invalidez. § 3º O valor apurado na forma do § 2º, I, fica limi-
Art. 29. [...] tado pela cota devida a cada beneficiário da pensão
§ 3º A pensão deve ser concedida ao dependente vitalícia ou da pensão temporária.
que se habilitar. Art. 30‑C. A cota do pensionista que perdeu essa
§ 4º A concessão da pensão não pode ser protelada qualidade reverte‑se, exclusivamente, para seu as-
pela falta de habilitação de outro possível depen- cendente, descendente ou irmão que também seja
dente. pensionista do mesmo instituidor de pensão.
§ 5º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão Art. 30‑D. Ressalvado o direito de opção, é vedada a
por morte o companheiro ou a companheira. percepção cumulativa de mais de duas pensões pagas
§ 6º A habilitação posterior que importe inclusão ou por regime próprio de previdência social.
exclusão de dependente só produz efeitos a contar
da data da habilitação. Art. 292. (Vetado)
Art. 30. As pensões distinguem‑se, quanto à natureza, Art. 293. Esta Lei Complementar entra em vigor no dia
em vitalícias e temporárias. 1º de janeiro de 2012.
§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas Art. 294. Ficam revogadas as disposições em contrário,
permanentes, que somente se extinguem ou rever- deixando de ser aplicadas, no Distrito Federal, a Lei federal nº
tem com a morte do pensionista. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e a Lei federal nº 8.647,
§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou de 13 de abril de 1993.
cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo Art. 295. Salvo as disposições aplicáveis aos empregados
de morte, cessação de invalidez ou maioridade do das empresas públicas ou sociedades de economia mista,
pensionista. ficam expressamente revogados:

81
I – art. 4º da Lei nº 39, de 6 de setembro de 1989; DECRETO Nº 36.756, DE 16 DE SETEMBRO
II – art. 12 da Lei nº 51, de 13 de novembro de 1989; DE 2015
III – art. 5º da Lei 64, de 14 de dezembro de 1989;
IV – art. 13, da Lei 68, de 22 de dezembro de 1989; Estabelece o Sistema Eletrônico de
V – art. 11 da Lei 88, de 29 de dezembro de 1989; Informações (SEI) como sistema oficial
VI – art. 1º da Lei nº 119, de 16 de agosto de 1990; para a gestão de documentos e processos
VII – art. 4º da Lei nº 125, de 29 de outubro de 1990; administrativos no âmbito dos órgãos da
VIII – arts. 12, 13 e 19 da Lei nº 159, de 16 de agosto Administração Direta e Indireta do Distrito
de 1991; Federal, e dá outras providências.
IX – arts. 4º e 5º da Lei nº 197, de 4 de dezembro de 1991;
X – art. 4º da Lei nº 211, de 19 de dezembro de 1991; O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atri-
XI – art. 3º da Lei nº 948, de 30 de outubro de 1995; buições que lhe confere o artigo 100, incisos VII, X e XXVI, da
XII – arts. 3º e 4º da Lei nº 1.141, de 10 de julho de 1996; Lei Orgânica do Distrito Federal, tendo em vista o disposto
XIII – arts. 1º, 2º, 3º, 5º e 6º da Lei nº 1.864, de 19 de na Lei Distrital nº 2.834, de 07 de dezembro de 2001, na Lei
janeiro de 1998; nº 2.545, de 28 de abril de 2000, na Lei nº 4.990, de 12 de
XIV – art. 4º da Lei nº 2.911, de 5 de fevereiro de 2002; dezembro de 2012, DECRETA:
XV – art. 4º da Lei nº 4.381, de 28 de julho de 2009; Art. 1º Fica estabelecido o Sistema Eletrônico de Informa-
XVI – Lei nº 34, de 13 de julho de 1989; ções - SEI-GDF como sistema oficial de gestão de documentos
XVII – Lei nº 160, de 2 de setembro de 1991; e processos administrativos eletrônicos e digitais, no âmbito
XVIII – Lei nº 221, de 27 de dezembro de 1991; dos órgãos e das entidades do Distrito Federal. (Artigo alte-
XIX – Lei nº 237, de 20 de janeiro de 1992; rado pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
XX – Lei nº 463, de 22 de junho de 1993; § 1º Ficam vedadas iniciativas para implantar sistema
XXI – Lei nº 786, de 7 de novembro de 1994; semelhante e com o mesmo propósito.
XXII – Lei nº 921, de 19 de setembro de 1995; § 2º A Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento
XXIII – Lei nº 988, 18 de dezembro de 1995; e Gestão do Distrito Federal - SEPLAG deve expedir Portaria
XXIV – Lei nº 1.004, de 9 de janeiro de 1996; para definir o funcionamento do Sistema Integrado de Con-
XXV – Lei nº 1.136, de 10 de julho de 1996; trole de Processos - SICOP enquanto não for implantado o
XXVI – Lei nº 1.139 de 10 de julho de 1996; SEI-GDF em todos os órgãos e entidades do Distrito Federal.
XXVII – Lei nº 1.303, de 16 de dezembro de 1996; (Parágrafo alterado pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
XXVIII – Lei nº 1.370, de 6 de janeiro de 1997; § 3º A critério do Órgão Gestor, poderá ser autorizada a
XXIX – Lei nº 1.448, de 30 de maio de 1997; implantação do SEI como sistema oficial de gestão de docu-
XXX – Lei nº 1.569, de 15 de julho de 1997; mentos e processos administrativos eletrônicos e digitais no
XXXI – Lei nº 1.752, de 4 de novembro de 1997; âmbito dos serviços sociais autônomos e das organizações
XXXII – Lei nº 1.784, de 24 de novembro de 1997; sociais, ambos com contrato de gestão firmado com o Distrito
XXXIII – Lei nº 1.799, de 23 de dezembro de 1997; Federal. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Decreto 40803 de
XXXIV – Lei nº 1.836, de 14 de janeiro de 1998; 21/05/2020)
XXXV – Lei nº 2.107, de 13 de outubro de 1998; Art. 2º São objetivos do SEI:
I – aumentar a produtividade e a celeridade na tramitação
XXXVI – Lei nº 2.122, de 12 de novembro de 1998;
de documentos e processos;
XXXVII – Lei nº 2.226, de 31 de dezembro de 1998;
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

II – aprimorar a segurança e a confiabilidade dos dados


XXXVIII – Lei nº 2.469, de 21 de outubro de 1999;
e das informações;
XXXIX – Lei nº 2.663, de 4 de janeiro de 2001;
III – criar condições mais adequadas para a produção e
XL – Lei nº 2.671, de 11 de janeiro de 2001;
utilização de informações;
XLI – Lei nº 2.895, de 23 de janeiro de 2002; IV – facilitar o acesso às informações; e
XLII – Lei nº 2.944, de 17 de abril de 2002; V – reduzir o uso de papel, os custos operacionais e de
XLIII – Lei nº 2.963, de 26 de abril de 2002; armazenamento da documentação.
XLIV – Lei nº 2.966, de 7 de maio de 2002; Art. 3º (Artigo revogado parcialmente pelo(a) Decreto
XLV – Lei nº 2.971, de 7 de maio de 2002; 37565 de 23/08/2016)
XLVI – Lei nº 2.992, de 11 de junho de 2002; Art. 3º-A. Integram a estrutura de gestão do SEI-GDF:
XLVII – Lei nº 3.279, de 31 de dezembro de 2003; (Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
XLVIII – Lei nº 3.289, de 15 de janeiro de 2004; I – Órgão Gestor: Secretaria de Estado de Economia
XLIX – Lei nº 3.389, de 6 de julho de 2004; (SEEC), por meio da: (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de
L – Lei nº 3.494, de 8 de dezembro de 2004; 21/05/2020)
LI – Lei nº 3.558, de 18 de janeiro de 2005; a) Unidade Central de Gestão: Unidade Central de Gestão
LII – Lei nº 3.577, de 12 de abril de 2005; do Processo Eletrônico e Inovação da Secretaria Executiva de
LIII – Lei nº 3.648, de 4 de agosto de 2005; Gestão Administrativa (UGPEL/SEGEA/SEEC); e (alterado(a)
LIV – Lei nº 3.692, de 8 de novembro de 2005; pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
LV – Lei nº 3.855, de 22 de maio de 2006; b) Unidade Técnica de Gestão: Subsecretaria de Tecno-
LVI – Lei nº 3.894, de 12 de julho de 2006; logia da Informação e Comunicação da Secretaria Executiva
LVII – Lei nº 4.477, de 1º de junho de 2010. de Gestão Administrativa (SUTIC/SEGEA/SEEC); (alterado(a)
pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
Brasília, 23 de dezembro de 2011; 124º da República e II  – Órgãos e entidades do Distrito Federal, serviços
52º de Brasília. sociais autônomos e organizações sociais, ambos com con-
trato de gestão firmado com o Distrito Federal, por meio:
AGNELO QUEIROZ (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)

82
a) do Comitê Setorial de Gestão: composto por servidores Gestão do SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de
de áreas estratégicas indicados pelos titulares dos órgãos e 21/05/2020)
entidades do Distrito Federal, serviços sociais autônomos e X – avaliar e propor melhorias no SEI-GDF; e (Inciso acres-
organizações sociais, ambos com contrato de gestão firmado cido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
com o Distrito Federal, cuja competência é restrita à fase de XI – garantir que as melhorias no SEI-GDF estejam ade-
implantação do SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 rentes ao Processo Eletrônico Nacional (PEN), do Ministério
de 21/05/2020) da Economia e ao Tribunal Regional Federal da 4ª Regiao
b) da Unidade Setorial de Gestão: preferencialmente, (TRF-4), e que atendam aos órgãos e entidades do Distrito
unidade orgânica responsável pela gestão de documentos, Federal, aos serviços sociais autônomos e às organizações
protocolos e arquivos no âmbito de cada órgão e entidade sociais, ambos com contrato de gestão firmado com o Distrito
do Distrito Federal, serviço social autônomo e organização Federal. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
social, ambos com contrato de gestão firmado com o Distrito Art. 4º-B. Compete à Unidade Técnica de Gestão do SEI-
Federal, ou, a critério, comissão permanente oficialmente -GDF: (Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
designada, instituída por membros das áreas de documen- I – implementar as atualizações de versões do SEI-GDF,
tação, gestão de pessoas e tecnologia da informação, desde quando disponibilizadas pelo Processo Eletrônico Nacional –
que tenham realizado treinamento específico para Gestor da (PEN), do Ministério da Economia e/ou pelo Tribunal Regional
Unidade Setorial de Gestão do SEI-GDF e assinado o Termo de Federal da 4ª Regiao (TRF-4); (alterado(a) pelo(a) Decreto
Responsabilidade emitido pela Unidade Central de Gestão; 40803 de 21/05/2020)
(alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) II – analisar e propor, juntamente com a Unidade Cen-
c) da Unidade de Tecnologia da Informação: unidade or- tral de Gestão, as melhorias ao Processo Eletrônico Nacional
gânica responsável pela tecnologia da informação no âmbito – (PEN) e/ou pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regiao
de cada órgão e entidade do Distrito Federal, dos serviços so- (TRF-4). (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
ciaisautônomos e das organizações sociais, ambos com con- III – garantir suporte tecnológico referente à preservação
trato de gestão firmado com o Distrito Federal; (alterado(a) e à segurança das bases de dados do SEI-GDF; (Inciso acres-
pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) cido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
d) de usuários do SEI-GDF: servidores e empregados lota- IV – monitorar ocorrências de incidentes e problemas
dos nos órgãos e entidades do Distrito Federal, dos serviços técnicos relativos ao SEI-GDF e aplicar soluções; (Inciso acres-
sociais autônomos e das organizações sociais, ambos com cido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
contrato de gestão firmado com o Distrito Federal, e público V  – orientar os órgãos e as entidades do Distrito Fe-
externo. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) deral quanto: (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
Parágrafo único. O acesso do público externo ao SEI-GDF
23/08/2016)
depende de regulamentação por portaria da Secretaria de
a) à permissão de acesso à rede de comunicação local;
Estado de Economia. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de
(Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
21/05/2020)
b) ao conhecimento do tipo de conexão com a Unidade
Art. 4º (Artigo revogado parcialmente pelo(a) Decreto
Técnica de Gestão; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
37565 de 23/08/2016)
de 23/08/2016)
Art. 4º-A. Compete à Unidade Central de Gestão do SEI-
c) ao conhecimento do tráfego de rede entre o órgão
-GDF: (Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
I – divulgar as políticas, normas e manuais relacionados e a Unidade Técnica de Gestão; e (Inciso acrescido pelo(a)
à gestão e operacionalização do SEI-GDF; (Inciso acrescido Decreto 37565 de 23/08/2016)
I – analisar e propor, juntamente com a Unidade Cen-

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
II – promover a gestão do Projeto de Implantação do SEI- tral de Gestão, as melhorias no Processo Eletrônico Nacio-
-GDF nos órgãos e nas entidades do Distrito Federal; (Inciso nal - PEN-SEI. (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) 23/08/2016)
III – promover a gestão do SEI-GDF; (Inciso acrescido Art. 4º-C. Compete aos órgãos e entidades do Distri-
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) to Federal: (Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
IV – definir e atribuir perfis de acesso aos usuários das 23/08/2016)
Unidades Setoriais de Gestão ao SEI-GDF, de acordo com I – apoiar o Comitê Setorial de Gestão e a Unidade Seto-
parâmetros do Órgão Gestor do SEI-GDF; (Inciso acrescido rial de Gestão no cumprimento de suas atividades e atribui-
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) ções; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
V – gerir e manter atualizadas as tabelas auxiliares de II  – garantir a execução das ações previstas no crono-
tipos de assuntos, processos e tipos de documentos enviadas grama de implantação do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a)
pelos órgãos e entidades do Distrito Federal; (Inciso acrescido Decreto 37565 de 23/08/2016)
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) III – designar Comitê Setorial de Gestão composto de
VI – promover e fomentar a capacitação, realização de servidores de cada uma de suas Subsecretarias ou unidades
eventos e reuniões visando à uniformização de procedimen- correlatas para fornecer informações que forem solicitadas
tos de operacionalização do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) na fase de implantação do SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a) De-
Decreto 37565 de 23/08/2016) creto 40803 de 21/05/2020)
VII – desenvolver o Plano de Comunicação Social referen- IV – desenvolver o Plano de Comunicação Social, referen-
te à utilização do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto te à utilização do Sistema com a área de comunicação social
37565 de 23/08/2016) do Órgão Gestor do Sistema e com a Secretaria da Casa Civil,
VIII – orientar e assistir tecnicamente os órgãos e enti- Relações Institucionais e Sociais; (Inciso acrescido pelo(a)
dades do Distrito Federal e os usuários do SEI-GDF; (Inciso Decreto 37565 de 23/08/2016)
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) V – demandar a aquisição de certificados digitais para as
IX – realizar auditorias e monitorar acessos e visualiza- áreas estratégicas, de acordo com as necessidades aponta-
ções da Unidade Setorial de Gestão, para que estejam dentro das pelo Comitê Setorial de Gestão; (Inciso acrescido pelo(a)
das normatizações estabelecidas pela Unidade Central de Decreto 37565 de 23/08/2016)

83
VI – garantir suporte tecnológico referente à implanta- II – aplicar e disseminar as diretrizes, normas, orienta-
ção, utilização, manutenção e sustentação do Sistema; (Inciso ções e procedimentos relacionados ao SEI-GDF; (alterado(a)
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
VII – garantir a utilização do SEI-GDF em todos os seus pro- III – informar à Unidade Central de Gestão a necessidade
cessos; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) de alimentação e atualização das tabelas auxiliares do SEI-
VIII – garantir a correta utilização do Sistema após a fase -GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
de implantação, em conformidade com as diretrizes do Ór- IV – manter atualizadas as tabelas auxiliares do SEI-GDF,
gão Gestor do Sistema. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 cujo cadastro seja de sua competência; (alterado(a) pelo(a)
de 21/05/2020) Decreto 40803 de 21/05/2020)
Art. 4º-D. Compete ao Comitê Setorial de Gestão: (Artigo V – cadastrar e gerenciar as permissões de acesso dos
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) usuários; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
I – executar as ações de gestão do SEI-GDF no âmbito VI  – orientar e assistir os usuários quanto aos proce-
do seu órgão em consonância com os normativos do Órgão dimentos operacionais de uso do SEI-GDF, em relação às
Gestor, durante a fase de implantação do Sistema; (Inciso especificidades dos processos de negócio local, e solicitar
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) a capacitação de usuários sempre que necessário; (Inciso
II – executar as ações previstas no cronograma de implan- acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
tação do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 VII – orientar as unidades administrativas a produzir e
de 23/08/2016) manter atualizadas as Bases de Conhecimento; (alterado(a)
III – levantar e validar as informações referentes às es- pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
truturas das unidades administrativas, usuários, e demais VIII – orientar as unidades administrativas quanto à guar-
tabelas auxiliares do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) De- da e ao acondicionamento dos documentos digitalizados e
creto 37565 de 23/08/2016) não certificados digitalmente que forem inseridos no SEI-
IV – manter atualizadas as tabelas de unidades, assi- -GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
naturas, usuários, assuntos, tipo de processos, modelos e IX  – atender e orientar as unidades administrativas
hipóteses legais; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de quanto aos procedimentos de digitalização, de acordo com
23/08/2016) a legislação vigente e as recomendações técnicas do Órgão
V – orientar os usuários quanto aos procedimentos ope- Gestor do Sistema; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
racionais de uso do SEI-GDF, em relação às especificidades de 23/08/2016)
dos processos definidos pelo órgão, e solicitar a capacitação X – receber, analisar e encaminhar à Unidade Central de
de usuários sempre que necessário; (Inciso acrescido pelo(a) Gestão as ocorrências de problemas técnicos não soluciona-
Decreto 37565 de 23/08/2016) das internamente; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
VI – orientar as unidades administrativas envolvidas nos de 23/08/2016)
processos em implantação quanto: (Inciso acrescido pelo(a) XI – monitorar acessos e permissões dos usuários para
Decreto 37565 de 23/08/2016) que estejam dentro das normatizações estabelecidas pela
a) à produção e atualização das Bases de Conhecimen- Unidade Central de Gestão do SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a)
Decreto 40803 de 21/05/2020)
to do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
XII – monitorar e elaborar relatórios do SEI-GDF no âm-
23/08/2016)
bito institucional que forneçam dados sobre seus atendi-
b) à guarda e ao acondicionamento dos documentos
mentos. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
digitalizados e não certificados digitalmente que forem in-
XIII – propor melhorias ao SEI-GDF. (Inciso acrescido
seridos no SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

de 23/08/2016)
Art. 4º-F. Compete à Unidade de Tecnologia da Infor-
c) aos procedimentos de digitalização, de acordo com mação, no âmbito dos órgãos e entidades: (Artigo acrescido
a legislação vigente e as recomendações técnicas do Órgão pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
Gestor do Sistema; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 I  – definir um ponto focal da área; (Inciso acrescido
de 23/08/2016) pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
VII – receber, analisar e encaminhar ao Órgão Gestor do II – manter atualizada a lista de usuários que têm permis-
Sistema as ocorrências de problemas técnicos não soluciona- são de acesso à rede de comunicação local; (Inciso acrescido
dos; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
VIII – indicar quais as unidades administrativas procede- III – conhecer: (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
rão à Certificação Digital de documentos; (Inciso acrescido de 23/08/2016)
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) a) o tipo de conexão com a Unidade Técnica de Gestão;
IX – monitorar e elaborar relatórios sobre a fase de im- (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
plantação e funcionamento do SEI-GDF; e (Inciso acrescido b) conhecer a análise do tráfego de rede do órgão com
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) a Unidade Técnica de Gestão; e (Inciso acrescido pelo(a) De-
X – monitorar acessos e visualizações dos usuários para creto 37565 de 23/08/2016)
que estejam dentro das normatizações estabelecidas pela c) (revogado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
Unidade Central do SEI-GDF. (Inciso acrescido pelo(a) Decreto IV – fornecer suporte tecnológico referente à implantação
37565 de 23/08/2016) e utilização do SEI-GDF; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto
Art. 4º-E Compete à Unidade Setorial de Gestão do SEI- 37565 de 23/08/2016)
-GDF, no âmbito de cada órgão e entidade do Distrito Federal, V  – disponibilizar hardwares, softwares, redes de co-
serviços sociais autônomos e organizações sociais, ambos municação e o suporte ao usuário. (Inciso acrescido pelo(a)
com contrato de gestão firmado com o Distrito Federal: Decreto 37565 de 23/08/2016)
(alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) VI  – atender e orientar as unidades administrativas
I – executar as ações de gestão do SEI-GDF, em conso- quanto aos procedimentos de digitalização, de acordo com
nância com os normativos e orientações do Órgão Gestor do a legislação vigente e as recomendações técnicas do Órgão
Sistema, depois da fase de implantação; (alterado(a) pelo(a) Gestor do Sistema. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto 40803
Decreto 40803 de 21/05/2020) de 21/05/2020)

84
Art. 5º A Secretaria de Estado de Economia (SEEC) é o Art. 7º-C. Havendo divergência entre a padronização
Órgão Gestor do SEI-GDF, por meio da Secretaria Executi- definida pela Unidade Central de Gestão do SEI-GDF e a
va de Gestão Administrativa (SEGEA), cabendo-lhe: (Artigo operacionalização da implantação executada pelo órgão ou
alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) entidade, este terá o prazo de 15 dias corridos, a partir da
I – representar o Distrito Federal na Comunidade de notificação de desconformidade, para fazer a adequação ou
Negócios do Processo Eletrônico Nacional (PEN), do Minis- apresentar contrarrazões. (Artigo acrescido pelo(a) Decreto
tério da Economia; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 37565 de 23/08/2016)
21/05/2020) Parágrafo único. Expirado o prazo de adequação, a Uni-
II – estabelecer e manter atualizadas as diretrizes, nor- dade Central de Gestão do SEI-GDF realizará os ajustes ne-
mas, manuais e procedimentos de gestão do SEI-GDF; (Inciso cessários no SEI-GDF. (Parágrafo acrescido pelo(a) Decreto
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) 37565 de 23/08/2016)
III – apoiar e acompanhar a Unidade Central de Gestão Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
na implementação e gestão do SEI-GDF; (Inciso acrescido blicação.
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
IV – estabelecer portaria conjunta com os demais órgãos Brasília, 16 de setembro de 2015.
e entidades do Distrito Federal para a implantação do SEI- 127º da República e 56º de Brasília
-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
V – constituir comissões de negócio e técnica para es- RODRIGO ROLLEMBERG
tudos de melhorias do SEI-GDF e apresentá-los ao Minis-
tério da Economia; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de LEI Nº 4.990, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012
21/05/2020)
VI – representar o Governo do Distrito Federal na Comu- Regula o acesso a informações no Dis-
nidade de Negócios do Processo Eletrônico Nacional - PEN- trito Federal previsto no art. 5º, XXXIII, no
-SEI, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- art. 37, § 3º, II, e no art. 216, § 2º, da
tão; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) Constituição Federal e nos termos do art.
VII – promover políticas de capacitação, assistência téc- 45, da Lei federal nº 12.527, de 18 de no-
nica, monitoramento e avaliação das atividades relaciona- vembro de 2011, e dá outras providências.
das ao SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
23/08/2016) O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER
VIII – manter o SEI-GDF de forma centralizada no am- QUE A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA
biente corporativo ‘Data Center do GDF’; (Inciso acrescido E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
IX – delegar atribuições do SEI-GDF aos órgãos e entida- CAPÍTULO I
des do Distrito Federal, conforme a necessidade; e (Inciso Das Disposições Preliminares
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
X – garantir recursos de tecnologia da informação, equi- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem
pe técnica especializada, recursos materiais e estrutura de observados pelo Distrito Federal, visando a garantir o acesso
a informações previsto no art. 5º, XXXIII, no art. 37, § 3º, II,
gestão para manutenção e sustentação do SEI-GDF. (Inciso
e no art. 216, § 2º, da Constituição Federal, no art. 22, I e II,
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
da Lei Orgânica do Distrito Federal e em conformidade com
XI – autorizar a implantação do SEI no âmbito dos ser-

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


a Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
viços sociais autônomos e das organizações sociais, ambos
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
com contrato de gestão firmado com o Distrito Federal, nos
I – os órgãos públicos integrantes da administração direta
termos do art. 1º, §3º. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto
dos Poderes Executivo e Legislativo, incluindo o Tribunal de
40803 de 21/05/2020) Contas do Distrito Federal;
Art. 6º Para fins de gestão e funcionamento do SEI, fica II – as autarquias, as fundações públicas, as empresas
regulamentada a assinatura eletrônica como registro inequí- públicas, as sociedades de economia mista e as demais en-
voco de signatário de ato, podendo ser: tidades controladas direta ou indiretamente pelo Distrito
a) assinatura digital: baseada em certificado digital emi- Federal.
tido por autoridade certificadora credenciada na Infraestru- Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que cou-
tura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP – BRASIL); e ber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam,
b) assinatura cadastrada: realizada mediante prévio cre- para realização de ações de interesse público, recursos pú-
denciamento de acesso de usuário, com fornecimento de blicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções
login e senha. sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios,
Art. 7º Deverá ser criada Comissão Permanente para ga- acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
rantir a preservação dos documentos e processos eletrônicos, Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as
de forma que não haja perda ou corrupção da integridade entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos
das informações. públicos recebidos, à sua destinação e à contrapartida, sem
Art. 7º-A. O SEI-GDF é utilizado pelo servidor mediante prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente
login/senha de rede local do órgão ou entidade que seja obrigadas.
acessível pela rede GDFNET. (Artigo acrescido pelo(a) Decreto Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se
37565 de 23/08/2016) a assegurar o direito fundamental de acesso à informação
Art. 7º-B. A implantação do SEI-GDF deve ser escalonada, e devem ser executados em conformidade com os princí-
iniciando-se por processos selecionados junto aos órgãos e as pios básicos da administração pública e com as seguintes
entidades do Distrito Federal, depois estendida aos demais diretrizes:
processos até que se atinja a implantação completa. (Artigo I – observância da publicidade como preceito geral e do
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) sigilo como exceção;

85
II – divulgação de informações de interesse público in- V – informação sobre atividades exercidas por órgãos ou
dependentemente de solicitações; entidades, inclusive as relativas à sua política, à sua organi-
III – utilização de meios de comunicação viabilizados pela zação e aos seus serviços;
tecnologia da informação; VI – informação pertinente a administração do patrimô-
IV – fomento ao desenvolvimento da cultura de transpa- nio público, utilização de recursos públicos, licitações, con-
rência na administração pública; tratos administrativos, convênios e instrumentos congêneres;
V – desenvolvimento do controle social da administração VII – informação relativa:
pública. a) à implementação, ao acompanhamento e aos re-
Art. 4º Para os efeitos desta Lei e das demais disposições sultados de programas, projetos e ações dos órgãos e das
da legislação distrital sem conceito próprio, considera-se: entidades públicas, bem como às metas e aos indicadores
I – informação: dados, processados ou não, que podem propostos;
ser utilizados para a produção e a transmissão de conhe- b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e
cimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle in-
II – documento: unidade de registro de informações, terno e externo, incluindo prestações de contas relativas a
qualquer que seja o suporte ou o formato; exercícios anteriores.
III – informação sigilosa: aquela submetida temporaria- § 1º O acesso à informação previsto no caput não com-
mente à restrição de acesso público em razão de sua impres- preende as informações referentes a projetos de pesquisa e
cindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja
IV – informação pessoal: aquela relacionada à pessoa imprescindível à segurança da sociedade, do Estado ou do
natural identificada ou identificável; Distrito Federal.
V – tratamento da informação: conjunto de ações refe- § 2º Quando não for autorizado acesso integral à informa-
rentes à produção, à recepção, à classificação, à utilização, ao ção parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
acesso, à reprodução, ao transporte, à transmissão, à distri- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação
buição, ao arquivamento, ao armazenamento, à eliminação, da parte sob sigilo.
à avaliação, à destinação ou ao controle da informação; § 3º O direito de acesso aos documentos, ou às informa-
VI – disponibilidade: qualidade da informação que pode ções neles contidas, utilizados como fundamento da tomada
ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou de decisão e do ato administrativo é assegurado com a edição
sistemas autorizados; do ato decisório respectivo.
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedi-
VII – autenticidade: qualidade da informação que tenha
do formulado aos órgãos e às entidades referidas no art. 1º,
sido produzida, expedida, recebida ou modificada por deter-
quando não fundamentada, sujeita o responsável a medidas
minado indivíduo, equipamento ou sistema;
disciplinares, nos termos do art. 36.
VIII – integridade: qualidade da informação não modi-
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada,
ficada, inclusive quanto à origem, ao trânsito e ao destino;
pode o interessado requerer à autoridade competente a
IX – primariedade: qualidade da informação coletada na
imediata abertura de sindicância para apurar o desapareci-
fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem mo-
mento da respectiva documentação.
dificações. § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º, o responsável
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à pela guarda da informação extraviada deve, no prazo de dez
informação, a ser franqueado mediante procedimentos obje- dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem
tivos e ágeis, de forma transparente e clara, e em linguagem sua alegação.
de fácil compreensão.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

Art. 8º Para a implementação desta Lei, os órgãos e as


entidades do Distrito Federal devem promover, independen-
CAPÍTULO II temente de requerimentos, a divulgação, no âmbito de suas
Do Acesso a Informações e da sua Divulgação competências, de informações de interesse coletivo ou geral
por eles produzidas ou custodiadas.
Art. 6º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público Parágrafo único. Na divulgação das informações a que se
Distrital, observadas as normas e os procedimentos especí- refere o caput, devem constar, no mínimo:
ficos aplicáveis, assegurar: I – registro das competências e da estrutura organiza-
I – a gestão transparente da informação, propiciando cional, endereços, telefones e correio eletrônico institucio-
amplo acesso a ela e sua divulgação; nal das respectivas unidades e horários de atendimento ao
II – a proteção da informação, garantindo sua disponibi- público;
lidade, autenticidade e integridade; II – registro de quaisquer repasses ou transferências de
III – a proteção da informação sigilosa e da informação recursos financeiros;
pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, in- III – registro das despesas;
tegridade e eventual restrição de acesso. IV – resultados de inspeções e auditorias, prestações de
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei com- contas e tomadas de contas especiais realizadas pelos órgãos
preende, entre outros, o direito de obter: de controle interno e externo, incluindo prestação de contas
I – orientação sobre os procedimentos para a consecução relativas a exercícios anteriores;
de acesso, bem como sobre o local onde pode ser encontrada V – informações concernentes a procedimentos licitató-
ou obtida a informação almejada; rios, inclusive aos respectivos editais e resultados, bem como
II – informação contida em registros ou documentos, pro- a todos os contratos celebrados;
duzidos ou acumulados por órgãos ou entidades, recolhidos VI – dados gerais para o acompanhamento de progra-
ou não a arquivos públicos; mas, ações, projetos e obras, com informações sobre sua
III – informação produzida ou custodiada por pessoa física execução, metas e indicadores, em linguagem de fácil com-
ou jurídica em virtude de qualquer vínculo com órgãos ou en- preensão;
tidades públicas, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; VII – respostas a perguntas mais frequentes feitas pela
IV – informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; sociedade;

86
VIII – dados e execução de programas de desenvolvimen- I – atender e orientar o público quanto ao acesso a in-
to social e habitacional; formações;
IX – critérios de alocação e de uso dos recursos decor- II – protocolizar documentos e requerimentos de acesso
rentes de fundos públicos; a informações;
X – contratos de gestão firmados com entidades qualifi- III – informar sobre a tramitação de documentos nas suas
cadas como organizações sociais; respectivas unidades.
XI – informações sobre controle e fiscalização de recursos Art. 11. Cabe aos órgãos e às entidades da administração
públicos destinados a organizações não governamentais; pública realizar, dentro de suas áreas de competência, au-
XII – (VETADO). diências ou consultas públicas, incentivando a participação
XIII – valores e critérios de transferência de recursos fi- popular.
nanceiros às unidades escolares e às diretorias regionais de Art. 12. O Serviço de Informações ao Cidadão – SIC, no
ensino, por meio de suas respectivas unidades executoras; Poder Executivo, funciona nas ouvidorias de cada órgão.
XIV – relação de reclamações contra fornecedores de § 1º Os recursos humanos, tecnológicos, logísticos e or-
produtos e de serviços; çamentários para a implantação dos Serviços de Informações
XV – relatórios com avaliações e dados da execução e ao Cidadão são disponibilizados pelos respectivos órgãos e
da utilização das gratuidades concedidas pelo Sistema de entidades.
Transporte Público Coletivo do Distrito Federal às pessoas § 2º Fica a Ouvidoria-Geral do Distrito Federal, no Poder
com deficiência e a seus acompanhantes; Executivo, responsável por orientar o funcionamento dos
XVI – relatórios com avaliação e dados da execução do Serviços de Informações ao Cidadão, incluindo a elaboração
Passe Livre Estudantil. de fluxo interno para recepção e tratamento dos pedidos,
XVII – relação dos cargos em comissão e de provimento bem como o treinamento de servidores.
efetivo ocupados e vagos em cada órgão ou entidade. (Inciso Art. 13. O Poder Executivo disponibilizará aos cidadãos
acrescido pelo(a) Lei 5802 de 10/01/2017) certidões referentes à administração pública, em seu sítio
Art. 9º Para cumprimento do disposto no art. 8º, os ór- oficial, sem qualquer custo.
gãos e as entidades públicas devem utilizar a divulgação em
sítios oficiais na Rede Mundial de Computadores – Internet. CAPÍTULO III
§ 1º Os sítios de que trata o caput devem atender, no Do Procedimento de Acesso à Informação
mínimo, aos seguintes requisitos:
I – conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per- Seção I
mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, Do Pedido de Acesso
clara e em linguagem de fácil compreensão;
II – possibilitar a gravação de relatórios em diversos for- Art. 14. Qualquer interessado pode apresentar pedido
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, de
de acesso a informações aos órgãos e às entidades referidos
modo a facilitar a análise das informações;
no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o
III  – possibilitar o acesso automatizado por sistemas
pedido conter a identificação do requerente e a especificação
externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por
da informação requerida.
máquina;
§ 1º A identificação de que trata o caput é feita com a
IV  – divulgar em detalhes os formatos utilizados para
indicação do nome completo, do número de qualquer docu-
estruturação da informação;
mento oficial e da informação de contato, sendo facultada
V – garantir a autenticidade e a integridade das informa-
a inclusão de endereço eletrônico para o recebimento das

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


ções disponíveis para acesso;
VI – manter atualizadas as informações disponíveis para informações solicitadas.
acesso; § 2º No caso de o requerente ser menor de idade e não
VII – indicar local e instruções que permitam ao interes- possuir documento oficial, deve ser informado o número do
sado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o documento dos pais ou dos responsáveis.
órgão ou a entidade detentora do sítio; § 3º Os órgãos e as entidades do Poder Público devem
VIII – adotar as medidas necessárias para garantir a aces- viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de
sibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.
termos do art. 17 da Lei federal nº 10.098, de 19 de dezembro § 4º São vedadas quaisquer exigências relativas aos moti-
de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos das vos determinantes da solicitação de informações de interesse
Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo público.
nº 186, de 9 de julho de 2008; Art. 15. O órgão ou a entidade do Poder Público deve
IX – conter os seguintes instrumentos de acesso às infor- autorizar ou conceder o acesso imediato à informação dis-
mações arquivísticas do órgão ou da entidade: ponível.
a) Código de Classificação de Documentos de Arquivo § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato à
das atividades-meio e das atividades-fim; informação, na forma disposta no caput, o órgão ou a en-
b) Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos tidade que receber o pedido deve, em prazo não superior
das atividades-meio e das atividades-fim; a vinte dias:
c) Vocabulário Controlado de termos relativos aos docu- I – comunicar a data, o local e o modo para se realizar a
mentos de arquivo das atividades-meio e das atividades-fim. consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
§ 2º A estrutura e o conjunto de informações públicas a II – indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total
serem disponibilizadas no sítio dos órgãos e das entidades ou parcial, do acesso pretendido;
devem observar o modelo padronizado definido pelos órgãos III – comunicar que não possui a informação solicitada e
competentes do Distrito Federal. indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade
Art. 10. Os órgãos e as entidades do Poder Público de- que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão
vem criar serviço de informações ao cidadão, em local com ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu
condições apropriadas para: pedido de informação.

87
§ 2º O prazo referido no § 1º pode ser prorrogado por IV  – estiverem sendo descumpridos prazos ou outros
mais dez dias, mediante justificativa expressa, de que será procedimentos previstos nesta Lei.
cientificado o requerente. § 1º O recurso previsto neste artigo somente pode ser
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das infor- dirigido à Secretaria de Estado de Transparência e Contro-
mações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão le depois de submetido à apreciação de pelo menos uma
ou a entidade pode oferecer meios para que o próprio re- autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a
querente possa pesquisar a informação de que necessitar. decisão impugnada.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso, por se tratar de § 2º (VETADO).
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deve Art. 21. Negado o pedido de desclassificação de informa-
ser informado sobre a possibilidade de recurso, os prazos e ção protocolado em órgão ou entidade, pode o requerente
as condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe recorrer ao Secretário de Estado da área.
indicada a autoridade competente para sua apreciação. Parágrafo único. O recurso previsto neste artigo somente
§ 5º A informação armazenada em formato digital pode pode ser dirigido à autoridade mencionada depois de sub-
ser fornecida nesse formato, caso haja anuência do reque- metido à apreciação de pelo menos uma autoridade hie-
rente. rarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao impugnada.
público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer Art. 22. Os procedimentos de revisão de decisões dene-
outro meio de acesso universal, devem ser informados ao gatórias proferidas nos recursos previstos nesta seção e de
requerente o lugar e a forma pela qual se pode consultar, ob- revisão de classificação de documentos sigilosos são objeto
ter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse de regulamentação própria pela Câmara Legislativa do Dis-
que desonera o órgão ou a entidade pública da obrigação de trito Federal e pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal,
seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em
dispor de meios para realizar tais procedimentos. qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento
Art. 16. O serviço de busca e o fornecimento da infor- de seu pedido.
mação são gratuitos, salvo nas hipóteses de reprodução de
documentos pelo órgão ou pela entidade do Poder Público CAPÍTULO IV
consultado, situação em que deve ser cobrado exclusivamen- Das Restrições de Acesso à Informação
te o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços
e dos materiais utilizados. Seção I
Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos pre- Das Disposições Gerais
vistos no caput todo aquele cuja situação econômica não
lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da Art. 23. Não pode ser negado acesso à informação ne-
família, declarada nos termos da Lei federal nº 7.115, de 29 cessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fun-
de agosto de 1983. damentais.
Art. 17. Quando se tratar de acesso à informação con- Parágrafo único. As informações ou os documentos que
tida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua versem sobre condutas que impliquem violação dos direi-
integridade, deve ser oferecida a consulta de cópia, com tos humanos praticada por agentes públicos ou a mando
certificação de que esta confere com o original. de autoridades públicas não podem ser objeto de restrição
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de có- de acesso.
pias, o interessado pode solicitar que, às suas expensas e Art. 24. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóte-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita ses legais de sigilo e de segredo de justiça, nem as hipóteses
por outro meio que não ponha em risco a conservação do de segredo empresarial decorrentes da exploração direta de
documento original. atividade econômica pelo Distrito Federal ou por pessoa física
Art. 18. É direito do requerente obter o inteiro teor de ou jurídica que tenha qualquer vínculo com o Poder Público.
decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
Seção II
Seção II Da Classificação da Informação
Dos Recursos quanto ao Grau e dos Prazos de Sigilo

Art. 19. No caso de indeferimento de acesso às informa- Art. 25. São consideradas imprescindíveis à segurança
ções ou às razões da negativa do acesso, pode o interessado da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classi-
interpor recurso contra a decisão no prazo de dez dias, a ficação, as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito
contar da sua ciência. possam:
Parágrafo único. O recurso deve ser dirigido à autoridade I – pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a
hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugna- integridade do território nacional;
da, que deve se manifestar no prazo de cinco dias. II – prejudicar ou pôr em risco a condução de negocia-
Art. 20. Negado o acesso à informação, o requerente ções ou as relações internacionais do País, ou as informações
pode recorrer à Secretaria de Estado de Transparência e Con- que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros
trole, que deve deliberar, no prazo de cinco dias, se: Estados e organismos internacionais;
I – o acesso à informação não classificada como sigilosa III – pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da po-
for negado; pulação;
II – a decisão de negativa de acesso à informação total ou IV – oferecer elevado risco à estabilidade financeira, eco-
parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autori- nômica ou monetária do País;
dade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem V – prejudicar ou causar risco a planos ou operações
possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; estratégicos das Forças Armadas;
III  – os procedimentos de classificação de informação VI – prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e
sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; de desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a

88
sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico tos de segurança das informações resultantes da aplicação
nacional; desta Lei.
VII – pôr em risco a segurança de instituições ou de altas
autoridades distritais, nacionais ou estrangeiras e de seus Seção IV
familiares; Dos Procedimentos de Classificação,
VIII – comprometer atividades de inteligência, bem como Reclassificação e Desclassificação
de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas
com a prevenção ou a repressão de infrações. Art. 29. A classificação do sigilo de informações, no Poder
Art. 26. A informação em poder dos órgãos e das enti- Executivo, é de competência:
dades sujeitos a esta Lei, observado o seu teor e em razão I – no grau ultrassecreto:
de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do a) do Governador;
Distrito Federal, pode ser classificada como ultrassecreta, b) do Vice-Governador;
secreta ou reservada. c) de Secretário de Estado ou autoridade equivalente;
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à infor- II – no grau de secreto:
mação vigoram a partir da data de sua produção e são os a) das autoridades referidas no inciso I;
seguintes: b) dos titulares de autarquia, fundação, empresa pública
I – ultrassecreta: vinte e cinco anos; ou sociedade de economia mista;
II – secreta: quinze anos; III – no grau de reservado:
III – reservada: cinco anos. a) das autoridades referidas nos incisos I e II;
§ 2º As informações que possam colocar em risco a se- b) das autoridades que exerçam funções de subsecretário
gurança do Presidente e do Vice-Presidente da República, do ou de hierarquia equivalente.
Governador e do Vice-Governador, dos respectivos cônjuges Parágrafo único. A competência prevista nos incisos I e
ou descendentes são classificadas como reservadas e ficam II pode ser delegada pela autoridade responsável a agente
sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do úl- público, vedada a subdelegação.
timo mandato, em caso de reeleição. Art. 30. A classificação de informação em qualquer grau
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º, pode de sigilo deve ser formalizada em decisão que contenha, no
ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a mínimo, os seguintes elementos:
ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra I – assunto sobre o qual versa a informação;
antes do transcurso do prazo máximo de classificação. II – fundamento da classificação, observados os critérios
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado estabelecidos no art. 25;
o evento que defina o seu termo final, a informação torna-se III – indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses
de acesso público. ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme
§ 5º Para a classificação da informação em determinado limites previstos no art. 26;
grau de sigilo, deve ser observado o interesse público da IV – identificação da autoridade que a classificou.
Parágrafo único. A decisão referida no caput deve ser
informação e utilizado o critério menos restritivo possível,
mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada.
considerados:
Art. 31. (VETADO).
I – a gravidade do risco ou do dano à segurança da socie-
Art. 32. A autoridade máxima de cada órgão ou entida-
dade, do Estado e do Distrito Federal; II – o prazo máximo de
de deve publicar, anualmente, em seu sítio oficial na Rede
restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.
Mundial de Computadores, os seguintes dados e informações
administrativas, nos termos do regulamento:

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


Seção III I – rol das informações que tenham sido desclassificadas
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas nos últimos doze meses;
II  – rol de documentos classificados em cada grau de
Art. 27. É dever do Distrito Federal controlar o acesso a sigilo, com identificação para referência futura;
informações sigilosas produzidas por seus órgãos e por suas III – relatório estatístico contendo a quantidade de pedi-
entidades, assegurando a sua proteção. dos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem
§ 1º O acesso e o tratamento de informação classificada como informações genéricas sobre os solicitantes.
como sigilosa ficam restritos a pessoas que tenham necessi- § 1º Os órgãos e as entidades devem manter exemplar
dade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas da publicação prevista no caput para consulta pública em
na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos suas sedes.
agentes públicos autorizados por lei. § 2º Os órgãos e as entidades devem manter extrato
§ 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria com a lista de informações classificadas, acompanhadas da
a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.
§ 3º Cabe ao regulamento dispor sobre procedimentos
e medidas a serem adotados para o tratamento de informa- Seção V
ção sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração Das Informações Pessoais
indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.
Art. 28. As autoridades públicas devem adotar as provi- Art. 33. O tratamento das informações pessoais deve ser
dências necessárias para que o pessoal a elas subordinado feito de forma transparente e com respeito à intimidade, à
hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas vida privada, à honra e à imagem das pessoas, bem como
e os procedimentos de segurança para o tratamento de in- às liberdades e às garantias individuais.
formações sigilosas. § 1º Às informações pessoais de que trata este artigo,
Parágrafo único. A pessoa física ou jurídica que, em razão aplica-se o seguinte:
de qualquer vínculo com o Poder Público, executar atividades I – seu acesso é restrito, independentemente de classifi-
de tratamento de informações sigilosas deve adotar as pro- cação de sigilo e pelo prazo de cem anos a contar da sua data
vidências necessárias para que seus empregados, prepostos de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à
ou representantes observem as medidas e os procedimen- pessoa a que elas se refiram;

89
II – pode ser autorizada a sua divulgação ou o acesso por IV – suspensão temporária do direito de participar de
terceiros em prazo inferior ao do inciso I, mediante previsão licitação e impedimento de contratar com a administração
legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se pública por prazo não superior a dois anos;
refiram. V – declaração de inidoneidade para licitar ou contra-
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que tar com a administração pública, até que seja promovida
trata este artigo responderá por seu uso indevido. a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
§ 3º O consentimento referido no § 1º, II, não é exigido penalidade.
quando as informações forem necessárias: § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV podem
I – à prevenção e ao diagnóstico médico, quando a pes- ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o
soa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização de direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no
tratamento médico; prazo de dez dias.
II – à realização de estatísticas e pesquisas científicas de § 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada
evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao
vedada a identificação da pessoa a que as informações se órgão ou à entidade dos prejuízos resultantes e após decor-
referem; rido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.
III – ao cumprimento de ordem judicial; § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de com-
IV – à defesa de direitos humanos; petência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou da
V – à proteção do interesse público e geral preponde- entidade pública, facultada a defesa do interessado, no res-
rante. pectivo processo, no prazo de dez dias da abertura de vista.
§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida Art. 37. (VETADO).
privada, à honra e à imagem de pessoa não pode ser in-
vocada com o intuito de prejudicar processo de apuração CAPÍTULO VI
de irregularidades em que o titular das informações estiver Da Fiscalização Legislativa
envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação
de fatos históricos de maior relevância. Art. 38. Os Requerimentos de Informação aprovados pelo
§ 5º Cabe ao regulamento dispor sobre os procedimentos Poder Legislativo devem ser respondidos pelas autoridades
para o tratamento de informação pessoal. distritais responsáveis, no prazo máximo de trinta dias, sob
Art. 34. É proibida a utilização de aparelhos que permi- pena de crime de responsabilidade, da seguinte forma:
tam realizar escutas telefônicas, salvo em casos autorizados I – as páginas dos documentos encaminhados devem
pela justiça.
ser numeradas;
II – os documentos encaminhados devem estar legíveis;
CAPÍTULO V
III – as respostas devem conter informações precisas e,
Das Responsabilidades
quando necessário, serem respaldadas com relatórios, ta-
belas, quadros informativos e demais documentos afetos
Art. 35. Constituem condutas ilícitas que ensejam res-
aos questionamentos.
ponsabilidade do agente público ou militar:
Art. 39. As Indicações aprovadas pelo Poder Legislativo
I – recusar-se a fornecer informação requerida nos ter-
mos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento devem ser respondidas pelas autoridades distritais respon-
ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incom- sáveis no prazo máximo de trinta dias.
pleta ou imprecisa; Art. 40. As auditorias instauradas pela Secretaria de Es-
tado de Transparência e Controle do Distrito Federal devem
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

II – utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir,


inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, ser encaminhadas à Câmara Legislativa do Distrito Federal,
informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha trimestralmente, contendo os seguintes dados:
acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribui- I – nome do servidor, da empresa ou do terceiro auditado;
ções de cargo, emprego ou função pública; II – extrato do processo, contendo o objeto da auditoria;
III – agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações III – fase da tramitação.
de acesso à informação;
IV – divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou per- CAPÍTULO VII
mitir acesso indevido à informação sigilosa ou à informação Das Disposições Finais e Transitórias
pessoal;
V – impor sigilo à informação para obter proveito para Art. 41. O tratamento de informação sigilosa resultante
si ou para terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal de tratados, acordos ou atos internacionais atende às normas
cometido por si ou por outrem; e às recomendações constantes desses instrumentos.
VI – ocultar da revisão de autoridade superior compe- Art. 42. Cabem à Secretaria de Estado de Segurança
tente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, Pública do Distrito Federal, na forma do regulamento, as
ou em prejuízo de terceiros; seguintes atribuições: (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei 6432
VII – destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos de 20/12/2019)
concernentes a possíveis violações de direitos humanos por I – promover e propor a regulamentação do credencia-
parte de agentes do Estado. mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e
Parágrafo único. (VETADO). entidades para tratamento de informações sigilosas;
Art. 36. A pessoa física ou a entidade privada que detiver II – garantir a segurança de informações sigilosas.
informações em virtude de vínculo de qualquer natureza Parágrafo único. Cabe ao regulamento dispor sobre a
com o Poder Público e deixar de observar o disposto nesta composição, a organização e o funcionamento do NSC.
Lei estará sujeita às seguintes sanções: Art. 43. Aplica-se, no que couber, a Lei federal nº 9.507,
I – advertência; de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de
II – multa; pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco
III – rescisão do vínculo com o Poder Público; de dados de órgãos ou de entidades ou de caráter público.

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Art. 44. Os órgãos e as entidades públicas devem proce- IV – à garantia de acesso aos documentos de arquivo
der à reavaliação das informações classificadas como ultras- e às informações neles contidas, resguardados os
secretas e secretas no prazo máximo de dois anos, contado aspectos do sigilo legal;
do termo inicial de vigência desta Lei.
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da Art. 48. O Poder Executivo regulamentará o disposto
reavaliação prevista no caput, deve observar os prazos e as nesta Lei no prazo de cento e vinte dias a contar da data de
condições previstos nesta Lei. sua publicação.
§ 2º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação Art. 49. Esta Lei entra em vigor cento e vinte dias após a
previsto no caput, deve ser mantida a classificação da infor- data de sua publicação.
mação nos termos da legislação precedente. Art. 50. Revogam-se as disposições em contrário, em
§ 3º As informações classificadas como secretas ou ul- especial:
trassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput são I – a Lei nº 3.276, de 31 de dezembro de 2003;
consideradas de acesso público. II – o art. 1º da Lei nº 3.548, de 11 de janeiro de 2005;
Art. 45. No prazo de sessenta dias a contar da vigência III – o art. 1º da Lei nº 3.580, de 12 de abril de 2005;
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade do IV – o art. 4º da Lei nº 3.959, de 30 de janeiro de 2007;
Poder Público deve designar autoridade que lhe seja direta- V – o art. 4º, XIX, da Lei nº 4.020, de 25 de setembro
mente subordinada para exercer as seguintes atribuições: de 2007;
I  – assegurar o cumprimento das normas relativas ao VI – o art. 6º, § 2º, da Lei nº 4.081, de 4 de janeiro de
acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos 2008;
objetivos desta Lei; VII – o art. 8º, VI, da Lei nº 4.220, de 9 de outubro de
II – monitorar a implementação do disposto nesta Lei e 2008;
apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; VIII – o art. 11 da Lei nº 4.462, de 13 de janeiro de 2010;
III – recomendar as medidas indispensáveis à implemen- IX – o art. 11 da Lei nº 4.582, de 7 de julho de 2011;
tação e ao aperfeiçoamento das normas e dos procedimentos X – o art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 4.751, de 7 de
necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; fevereiro de 2012.
IV – orientar as respectivas unidades subordinadas aos
órgãos ou às entidades no que se refere ao cumprimento do Brasília, 12 de dezembro de 2012
disposto nesta Lei e em seus regulamentos. 125º da República e 53º de Brasília
Parágrafo único. Os órgãos do Sistema de Arquivos do
Distrito Federal – SIARDF, de acordo com a sua estrutura AGNELO QUEIROZ
orgânica e as suas competências, devem disponibilizar todas
as informações arquivísticas e o suporte técnico necessários
ao efetivo cumprimento desta Lei. EXERCÍCIOS
Art. 46. Fica a Secretaria de Transparência e Controle do
Distrito Federal responsável, no Poder Executivo: 1. (2021/IADES/BRB) No que tange ao Regime Disciplinar
I – pela promoção de fomento à cultura da transparên- previsto na Lei Complementar nº 840/2011, assinale a
cia na administração pública e à conscientização do direito alternativa correta.
fundamental de acesso à informação; a) Atos comissivos não podem ser enquadrados como
II – pelo treinamento de agentes públicos no que se refere infrações disciplinares.
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência b) Os antecedentes funcionais do servidor não podem
ser considerados na aplicação das sanções discipli-

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


na administração pública;
III – pela padronização dos procedimentos necessários nares.
à aplicação desta Lei; c) Em face do exercício irregular de suas atribuições, o
IV – pelo monitoramento da aplicação desta Lei no Poder servidor responde penal, civil e administrativamente.
Executivo, concentrando e consolidando a publicação de in- d) A ação disciplinar prescreve em cinco anos, quando
formações estatísticas relacionadas no art. 32; a penalidade a ser aplicada for de advertência, sus-
V – pelo encaminhamento à Câmara Legislativa do Dis- pensão ou demissão.
trito Federal de relatório anual com informações atinentes e) A recusa de fé a documento público é classificada
à implementação desta Lei. como uma infração média.
Art. 47. A Lei nº 2.545, de 28 de abril de 2000, que dispõe
sobre a proteção dos documentos de arquivos públicos, passa 2. (2021/IADES/BRB) Com base na Lei Orgânica do Distrito
a vigorar com as seguintes alterações: Federal (DF), assinale a alternativa correta.
a) Os agentes econômicos inscritos na dívida ativa junto
Art. 1º ..................................................................... ao fisco do DF não poderão contratar com o poder
................................................................................. público, em que pese não estejam impedidos de
§ 3º Considera-se gestão de documentos, com base receber incentivos fiscais.
no art. 3º da Lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro b) Os órgãos e as entidades da Administração Pública,
de 1991, o conjunto de procedimentos e operações na aquisição de bens e serviços, devem dar trata-
técnicas referentes à produção, à tramitação, ao mento preferencial, nos termos da lei, às atividades
uso, à avaliação e ao arquivamento dos documen- econômicas exercidas em seu território e, em espe-
tos, em fase corrente e intermediária, independen- cial, a empresas brasileiras.
temente do suporte, visando a sua eliminação ou o c) O exercício de qualquer atividade econômica é um
seu recolhimento para guarda permanente. direito assegurado a todos, desde que haja a devida
Art. 2º O Distrito Federal realizará a gestão de do- autorização dos órgãos públicos.
cumentos de arquivo de seus órgãos e de suas en- d) Autarquias, fundações, empresas públicas e socieda-
tidades visando: des de economia mista gozam de privilégios fiscais
.................................................................................. que não são extensivos a empresas do setor privado.

91
e) O poder público do DF dará tratamento favorecido a c) As empresas públicas, diferentemente das socieda-
empresas sediadas em seu território, sob a condição des de economia mista, poderão gozar de privilégios
de que exerçam atividades econômicas na forma de fiscais que não sejam extensivos às do setor privado.
cooperativa e associação. d) O Plano Diretor de Ordenamento Territorial é o ins-
trumento da política de expansão e desenvolvimento
3. (2019/IADES/BRB) No que tange ao disposto na Lei urbano, de médio prazo e temporário.
Complementar no 840/2011 acerca do regime discipli- e) Incentivos e benefícios, especiais e temporários, de-
nar e de processos de apuração de infração disciplinar, verão ser concedidos às empresas situadas no DF,
assinale a alternativa correta. que estabeleçam a participação dos empregados em
a) A cassação de aposentadoria determinada em de- sua gestão e seus resultados.
cisão judicial pressupõe a instauração de processo
disciplinar e deve ser declarada pela autoridade 6. (2019/IADES/BRB) De acordo com a Lei Orgânica do
competente para fazer a nomeação. Distrito Federal, assinale a alternativa correta.
b) A instauração de processo disciplinar interrompe a a) Compete ao poder público a adoção de medidas que
prescrição uma única vez. coíbam a descentralização dos órgãos que tenham
c) Nas hipóteses de cometimento de infração discipli- atribuições de defesa do consumidor.
nar, o fato de o servidor ter reparado o dano cau- b) O poder público deve garantir às pessoas portado-
sado, por sua espontânea vontade e antes do julga- ras de deficiência e aos idosos o acesso adequado a
mento, não pode ser considerada uma circunstância logradouros e edifícios de uso público e privado.
c) Os recursos hídricos do Distrito Federal não consti-
atenuante.
tuem patrimônio público.
d) A prática de ato de assédio sexual ou moral, assim
d) É dever da família, da sociedade e do poder público
como o ato de exercer atividade privada incompa- garantir o amparo a pessoas idosas e sua participa-
tível com o exercício do cargo público, são classifi- ção na comunidade.
cados como infrações graves. e) A exigência de documento médico para controle de
e) Em regra, os atos do processo disciplinar dependem gravidez ou fertilidade em empresas e órgãos públi-
de forma determinada, reputando-se inválidos os cos é lícita e não se configura como ato de discrimi-
realizados de outro modo. nação à mulher.
4. (2019/IADES/BRB) Com relação à Lei Orgânica do Dis- 7. (2019/IADES/BRB) De acordo com a Lei Complementar
trito Federal (DF) no que tange às finanças públicas, n° 840/2011, acerca dos cargos públicos e das funções
assinale a alternativa correta. de confiança, assinale a alternativa correta.
a) A receita pública será constituída por doações e le- a) O ato de provimento de cargo público compete ao
gados, excetuados com encargos. governador, no Poder Executivo, ao presidente da
b) O Banco do Brasil S.A. é o agente financeiro do Te- Câmara Legislativa e ao presidente do Tribunal de
souro do DF e o organismo fundamental de fomento Contas.
da região. b) A lei que estabelece requisitos específicos para inves-
c) A prévia autorização do Tribunal de Contas do DF é tidura em cargos públicos viola o princípio da isono-
exigida para o lançamento de títulos da dívida públi- mia e o disposto no Regime Jurídico dos Servidores
ca e a contratação de operações de crédito interno. Públicos Civis do Distrito Federal.
d) A contratação de empréstimos sob garantias futuras c) Aquele que praticar ato tipificado como causa de
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

é possível, mesmo sem previsão do impacto a recair inelegibilidade prevista na legislação eleitoral não
nas subsequentes administrações financeiras do DF, está impedido de ser nomeado para ocupar cargo
salvo disposição em contrário de norma federal. em comissão.
e) Ao Poder Executivo compete encaminhar à Câmara d) A edição de ato de nomeação com efeito retroativo
Legislativa, até o último dia de cada mês, a posição será legítima, desde que constatado erro da admi-
contábil da dívida fundada interna e externa e da nistração pública.
dívida flutuante do poder público no mês anterior. e) O cargo em comissão de chefia é aquele cujo de-
sempenho envolva atribuições da administração
5. (2019/IADES/BRB) No que se refere ao disposto na Lei superior.
Orgânica do Distrito Federal (DF) acerca da ordem eco-
8. (2019/IADES/BRB) Segundo dispõe a Lei Orgânica do
nômica do DF, assinale a alternativa correta.
Distrito Federal, compete privativamente ao Distrito
a) Ao poder público é facultado participar diretamente
Federal
na exploração da atividade econômica quando não a) fomentar a produção agropecuária e organizar o
puder atuar como agente indutor do desenvolvimen- abastecimento alimentar.
to socioeconômico do DF, em investimentos de cará- b) conservar o patrimônio público.
ter estratégico ou para atender relevante interesse c) regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, in-
coletivo. clusive o de papéis e de outros resíduos recicláveis.
b) O regime de gestão das empresas públicas, socieda- d) estabelecer e implantar política para a segurança do
des de economia mista e fundações instituídas pelo trânsito.
poder público do DF implica composição de pelo me- e) proporcionar os meios de acesso à cultura, à educa-
nos um terço da diretoria executiva por representan- ção e à ciência.
tes de seus servidores, escolhidos pelo governador
entre os indicados em lista tríplice para cada cargo, 9. (2019/IADES/BRB) De acordo com a Lei Complementar
mediante a eleição pelos servidores, atendidas as nº 840/2011, que dispõe quanto ao regime jurídico dos
exigências legais para o preenchimento dos referidos servidores públicos civis do Distrito Federal, assinale a
cargos. alternativa correta.

92
a) Os adicionais de insalubridade e de periculosidade 13. (2018/IADES/SES-DF) Segundo a conceituação prevista
são cumulativos. na Lei Complementar no 840/2011, o retorno à ativi-
b) Incidência de adicional noturno sobre o adicional de dade de servidor aposentado é a forma de provimento
serviço extraordinário é defeso. de cargo público denominada
c) O subsídio pode ser objeto de arresto, sequestro ou a) nomeação.
penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos b) recondução.
resultantes de decisão judicial. c) aproveitamento.
d) A remuneração ou o subsídio dos ocupantes de d) reversão.
cargos e funções públicos da administração direta, e) reintegração.
autárquica e fundacional não podem exceder o sub-
sídio mensal, em espécie, dos desembargadores do 14. (2018/IADES/SES-DF) De acordo com o previsto na Lei
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Complementar n° 840/2011, a qual dispõe acerca do
e) Gratificações, indenizações e adicionais incorporam- regime jurídico dos servidores públicos civis do Distri-
-se ao vencimento ou provento. to Federal (DF), quanto ao auxílio-funeral, assinale a
alternativa correta.
10. (2018/IADES/SES-DF) A respeito da extinção ou de- a) Não é cabível indenização ao terceiro que custear o
claração de desnecessidade de um cargo, prevista na funeral de servidor efetivo falecido.
Lei Orgânica do Distrito Federal, assinale a alternativa b) As despesas de transporte do corpo correm à conta
correta. de recursos do DF nos casos de falecimento de ser-
a) Com a extinção ou declaração de desnecessidade de vidor em serviço fora do local de trabalho.
um cargo, o servidor anteriormente ocupante desse c) O auxílio-funeral não é devido no caso de falecimen-
cargo não tem direito a remuneração enquanto não to de servidor aposentado.
for reinvestido em outro cargo. d) Na hipótese de acumulação de cargos pelo servidor
b) Com a extinção ou declaração de desnecessidade efetivo falecido, o auxílio-funeral deve ser pago em
de um cargo, o servidor anteriormente ocupante do duplicidade.
cargo deve ser, de forma imediata, reinvestido em e) O auxílio-funeral é um valor equivalente a um terço
um cargo de sua preferência. da remuneração, do subsídio ou do provento mensal
c) A extinção ou declaração de desnecessidade é uma do servidor efetivo falecido.
das hipóteses de demissão do servidor público es-
tável. 15. (2018/IADES/SES-DF) Com base na Lei Orgânica do Dis-
d) Os cargos ocupados por servidores públicos estáveis trito Federal e acerca dos servidores públicos, assinale
não podem ser extintos ou declarada a sua desne- a alternativa correta.
cessidade. a) A servidora gestante ou lactante tem proteção es-
e) Com a extinção ou declaração de desnecessidade de pecial, inclusive mediante a adequação ou mudança
um cargo, o servidor estável deve ficar em disponi-
temporária das respectivas funções, quando for re-
bilidade, com remuneração proporcional ao tempo
comendável à respectiva saúde ou à do nascituro.
de serviço.
b) Os servidores públicos têm direito à duração do tra-
balho normal não superior a sete horas diárias.
11. (2018/IADES/SES-DF) Com base na Lei Orgânica do Dis-
c) A associação sindical é defesa ao servidor público.
trito Federal, no que tange à administração pública,
d) O servidor em substituição não tem direito à grati-
assinale a alternativa correta.

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


ficação do titular.
a) A todos são assegurados a razoável duração do
processo administrativo e os meios que garantam e) As entidades representativas dos servidores públi-
a celeridade de sua tramitação. cos do Distrito Federal podem realizar a defesa dos
b) O processo administrativo é inquisitivo, não sendo direitos da categoria em questões administrativas;
dotado de contraditório e ampla defesa. o mesmo não vale para as questões judiciais.
c) Caso não sejam custeadas diretamente pelo erário,
as campanhas dos órgãos da administração pública 16. (2018/IADES/SES-DF) De acordo com a Lei Orgânica do
podem conter imagens que caracterizem promoção Distrito Federal, a atribuição de expedir instruções para
pessoal de autoridades públicas. a execução das leis, dos decretos e dos regulamentos é
d) A administração pode fornecer a qualquer cidadão, competência do(s)
desde que mediante o pagamento de taxas, certidão a) vice-governador do Distrito Federal.
de atos para defesa dos respectivos direitos. b) Conselho de Governo.
e) A expedição da primeira via da cédula de identidade c) secretários de Estado do Distrito Federal.
pessoal dar-se-á mediante pagamento de taxa. d) presidente da Câmara Legislativa.
e) presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
12. (2018/IADES/SES-DF) Conforme o disposto na Lei Com- e Territórios.
plementar n° 840/2011, acerca do regime disciplinar,
é correto afirmar que se considera uma infração de 17. (2018/IADES/SES-DF) No que se refere ao tema cargos
natureza leve o ato de públicos e funções de confiança, disposto na Lei Com-
a) exercer o comércio, inclusive na qualidade de acio- plementar nº 840/2011, assinale a alternativa correta.
nista, cotista ou comanditário. a) As funções de confiança, privativas de servidor efeti-
b) incorrer na hipótese de inassiduidade habitual. vo, destinam-se somente às atribuições de direção.
c) promover manifestação de apreço ou desapreço no b) Os cargos em comissão são de livre nomeação e
recinto da repartição. exoneração pela autoridade competente.
d) aceitar pensão de estado estrangeiro. c) O cargo em comissão de chefia é aquele cujo de-
e) ter conduta escandalosa na repartição, que perturbe sempenho envolva atribuições da administração
a ordem. superior.

93
d) Atos de nomeação podem ser editados com efeito c) cometimento da infração disciplinar com violência
retroativo. ou grave ameaça.
e) No ato de inscrição do concurso público, devem ser d) cometimento da infração disciplinar em prejuízo de
comprovados os requisitos para investidura em cargo idoso.
público. e) prática de ato que concorra para o desprestígio do
órgão.
18. (2018/IADES/SES-DF) Com base na Lei Orgânica do
Distrito Federal, no tocante às garantias previstas aos 22. (2018/IADES/SES-DF) No que se refere ao estágio pro-
idosos, assinale a alternativa correta. batório, regulado pela Lei Complementar no 840/2011,
a) Garantir o amparo a pessoas idosas e a respectiva assinale a alternativa correta.
participação na comunidade é dever único e exclu- a) O servidor que responde a processo disciplinar pode
sivo do poder público. desistir do estágio probatório.
b) Essa lei define idoso como a pessoa com idade igual b) O servidor em estágio probatório não pode ser ce-
ou superior a 55 anos. dido a outro órgão para ocupar cargo de natureza
c) O poder público deve assegurar a gratuidade do especial.
transporte coletivo urbano para os maiores de 58 c) O servidor em estágio probatório tem direito de go-
anos. zar licença não remunerada.
d) O poder público assegurará a integração do idoso na d) Ao servidor em estágio probatório é defeso exercer
comunidade com a criação de centros destinados ao função de confiança no órgão de lotação.
trabalho e à experimentação laboral e programas de e) Quando o servidor acumular licitamente dois cargos,
educação continuada, reciclagem e enriquecimento o estágio probatório é cumprido em relação a cada
cultural. cargo em cujo exercício esteja o servidor.
e) As entidades com fins lucrativos terão incentivo e
auxílio financeiro do governo para atuarem na polí- 23. (2018/IADES/SES-DF) Acerca da licença por motivo de
tica de amparo e bem-estar do idoso. doença em pessoa da família, prevista na Lei Comple-
mentar n° 840/2011, assinale a alternativa correta.
19. (2018/IADES/SES-DF) Quanto à responsabilidade do go- a) A licença pode ser concedida por motivo de doença
vernador, prevista na Lei Orgânica do Distrito Federal, apenas de cônjuge ou ascendente do servidor.
assinale a alternativa correta. b) A licença é sem remuneração ou subsídio.
a) O ato do governador do Distrito Federal que atente c) A licença somente pode ser deferida se a assistência
contra o exercício dos direitos políticos, individuais direta do servidor for indispensável e não puder ser
e sociais é crime de responsabilidade. prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
b) Nos crimes de responsabilidade, o governador será d) O prazo de duração para a licença inexiste; deve,
submetido a julgamento perante o Tribunal de Jus- portanto, perdurar enquanto não cessar a doença.
tiça do Distrito Federal e Territórios. e) O exercício de atividade remunerada é possível du-
c) Apenas os partidos políticos poderão denunciar à
rante o usufruto da licença pelo servidor.
Câmara Legislativa o governador por crime de res-
ponsabilidade.
24. (2018/IADES/SES-DF) Considerando-se a Lei Orgânica do
d) Em nenhuma hipótese o governador ficará suspenso
Distrito Federal (DF), no que concerne à administração
das próprias funções durante o julgamento de crimes
pública, assinale a alternativa correta.
de responsabilidade.
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

a) Não é permitido à administração pública contratação


e) Para ser admitida a acusação contra o governador
por crime de responsabilidade, é necessário o quó- de pessoal por tempo determinado para atender a
rum de maioria simples da Câmara Legislativa. necessidade temporária de excepcional interesse
público.
20. (2018/IADES/SES-DF) Com relação à licença para tratar b) Em nenhuma hipótese, é possível a acumulação re-
de interesses particulares, prevista na Lei Complemen- munerada de cargos públicos.
tar no 840/2011, assinale a alternativa correta. c) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo po-
a) Essa licença, após concedida, não pode ser inter- derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
rompida a critério da administração. d) O servidor público do DF, em regra, pode substituir
b) A licença é concedida sem prejuízo da remuneração trabalhadores de empresas privadas em greve.
ou subsídio do cargo efetivo. e) A administração pública indireta deve obedecer aos
c) A licença pode ser concedida por um prazo máximo princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
de um ano para os servidores que possuam débito de, publicidade, razoabilidade, motivação, partici-
com o erário, relacionado com a respectiva situação pação popular, transparência, eficiência e interesse
funcional. público.
d) O servidor não pode exercer cargo ou emprego pú-
blico inacumulável durante essa licença. 25. (2018/IADES/SES-DF) Em conformidade com o disposto
e) A licença para tratar de interesses particulares é im- na Lei Orgânica do Distrito Federal (DF) a respeito do
prorrogável. Poder Executivo, assinale a alternativa correta.
a) O governador e o vice-governador do DF têm direito
21. (2018/IADES/SES-DF) De acordo com o disposto na Lei a 45 dias de férias em cada ano do próprio mandato.
Complementar no 840/2011 quanto às sanções disci- b) O governador e o vice-governador deverão fazer
plinares, é correto afirmar que representa uma circuns- declaração pública de bens no ato da posse e no
tância atenuante o (a) término do mandato.
a) concurso de pessoas. c) No primeiro turno, será considerado eleito governa-
b) coexistência de causas relativas à carência de con- dor do DF o candidato que obtiver a maioria simples
dições de material ou pessoal na repartição. dos votos.

94
d) O mandato do governador é de quatro anos, vedada c) zelar pela guarda da Constituição Federal.
a reeleição para o período subsequente. d) combater as causas da pobreza, a subnutrição e os
e) A eleição do governador e do vice-governador do DF fatores de marginalização.
ocorrerá 60 dias antes do término do mandato dos e) dispor quanto à utilização de vias e logradouros pú-
respectivos antecessores. blicos.

26. (2018/IADES/SES-DF) No que se refere ao tema au- 31. (2018/IADES/SES-DF) Acerca da prescrição da ação dis-
xílio-alimentação, disposto na Lei Complementar n° ciplinar, prevista na Lei Complementar nº 840/2011,
840/2011, assinale a alternativa correta. assinale a alternativa correta.
a) É devido ao servidor em caso de afastamento para a) A data em que o fato se tornou conhecido pela chefia
estudo ou missão no exterior. da repartição onde ele ocorreu, pela chefia mediata
b) O valor do auxílio deve ser atualizado a cada biênio. ou imediata do servidor, ou pela autoridade compe-
c) Pode ser acumulado com outro benefício da mesma tente para instaurar sindicância ou processo disci-
espécie. plinar é o que define quando o prazo de prescrição
d) Depende de requerimento do servidor interessado, começa a correr.
no qual declare não receber o mesmo benefício em b) O prazo de prescrição das infrações puníveis com
outro órgão ou entidade. advertência é de dois anos.
e) Paga-se em pecúnia, com contrapartida. c) Os prazos de prescrição previstos na lei penal nunca
são aplicados às infrações disciplinares capituladas
27. (2018/IADES/SES-DF) De acordo com a Lei Complemen- também como crime.
tar n° 840/2011, são deveres do servidor d) As infrações puníveis com demissão são imprescri-
a) levar ao conhecimento da autoridade superior as tíveis.
falhas, as vulnerabilidades e as irregularidades de e) A instauração de processo disciplinar não interrompe
que tiver ciência em razão do cargo público. a prescrição.
b) cumprir as ordens superiores, mesmo quando ma-
nifestamente ilegais. 32. (2018/IADES/SES-DF) No que se refere ao tema cargos
c) atender, com presteza, a requerimentos de expedi- públicos e funções de confiança, disposto na Lei Com-
ção de certidões, desde que não sejam para defesa plementar nº 840/2011, assinale a alternativa correta.
de direito ou esclarecimento de situações de inte- a) As funções de confiança, privativas de servidor efeti-
resse pessoal. vo, destinam-se somente às atribuições de direção.
d) agir, no exercício das próprias atribuições, com pe- b) Os cargos em comissão são de livre nomeação e
rícia, imprudência e burocracia. exoneração pela autoridade competente.
e) agir com falta de decoro e urbanidade. c) O cargo em comissão de chefia é aquele cujo de-
sempenho envolva atribuições da administração
28. (2018/IADES/SES-DF) Com base na Lei Orgânica do Dis- superior.
trito Federal e acerca dos servidores públicos, assinale d) Atos de nomeação podem ser editados com efeito
a alternativa correta. retroativo.
a) A servidora gestante ou lactante tem proteção es- e) No ato de inscrição do concurso público, devem ser
pecial, inclusive mediante a adequação ou mudança comprovados os requisitos para investidura em cargo
temporária das respectivas funções, quando for re- público.

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


comendável à respectiva saúde ou à do nascituro.
b) Os servidores públicos têm direito à duração do tra- 33. (2017/IADES/Fundação Hemocentro de Brasília - DF)
balho normal não superior a sete horas diárias. Em conformidade com os procedimentos previstos na
c) A associação sindical é defesa ao servidor público. redação vigente da Lei Distrital n 4.990/2012 para aces-
d) O servidor em substituição não tem direito à grati- so a informação, assinale a alternativa correta.
ficação do titular. a) Os pedidos devem ser feitos exclusivamente por
e) As entidades representativas dos servidores públi- intermédio dos sítios oficiais na internet.
cos do Distrito Federal podem realizar a defesa dos b) Entre os requisitos necessários a constar do requeri-
direitos da categoria em questões administrativas; mento, devem incluir-se os motivos determinantes
o mesmo não vale para as questões judiciais. da solicitação de informações de interesse público.
c) O órgão ou a entidade que receber o pedido, em
29. (2018/IADES/SES-DF) De acordo com a Lei Orgânica do não sendo possível conceder o acesso imediato à
Distrito Federal, a atribuição de expedir instruções para informação, tem o prazo de até 20 dias, prorrogável
a execução das leis, dos decretos e dos regulamentos é por mais 10 dias, mediante justificativa expressa,
competência do(s) para tomar as demais providências previstas.
a) vice-governador do Distrito Federal. d) No requerimento, é obrigatória a inclusão de ende-
b) Conselho de Governo. reço eletrônico para o recebimento das informações
c) secretários de Estado do Distrito Federal. solicitadas.
d) presidente da Câmara Legislativa. e) A informação armazenada em formato digital so-
e) presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal mente será fornecida dessa forma.
e Territórios.
34. (2017/IADES/Fundação Hemocentro de Brasília - DF)
30. (2018/IADES/SES-DF) Segundo a Lei Orgânica do Distrito Considere hipoteticamente que João, ao tomar posse
Federal, é competência privativa do Distrito Federal em cargo em determinado órgão público do Distrito
a) fomentar a produção agropecuária e organizar o Federal, inacumulável com o seu titularizado na Fun-
abastecimento alimentar. dação Hemocentro de Brasília, deseja solicitar vacância
b) preservar a fauna, a flora e o cerrado. deste último. Com base nessa situação, de acordo com

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o previsto no regime jurídico dos servidores públicos 37. (2017/IADES/Fundação Hemocentro de Brasília - DF)
civis do Distrito Federal, das autarquias e das fundações Com relação às disposições contidas em capítulo pró-
públicas distritais, assinale a alternativa correta. prio na Lei Orgânica do Distrito Federal no que se refere
a) João poderá pedir vacância do próprio cargo na à saúde, assinale a alternativa correta.
Fundação Hemocentro de Brasília, ainda que não a) Em um conceito ampliado e considerando a influên-
estável, mas desde que peça a recondução até o cia de demais fatores sociais e do meio, a saúde foi
final do estágio probatório no cargo que vier a ser inserida como expressão da influência do bem-estar
titularizado no órgão do Distrito Federal. físico, mental e social do indivíduo e da coletividade,
b) O cargo para o qual João pediu vacância não poderá visando à redução do risco de doenças e de outros
ser provido pela administração pública. agravos, sendo as respectivas ações e os serviços de
c) João tem de retornar ao exercício do cargo na Funda- saúde considerados de relevância pública, e caben-
ção Hemocentro de Brasília, em caso de recondução, do, preferencialmente ao Poder Público, a normati-
até 30 dias após a ciência de seu ato de recondução. zação, a regulamentação, a execução, a fiscalização
d) João deverá, necessariamente, ser reconduzido ao e o controle destes, nos termos da lei.
mesmo cargo, haja vista não poder a Administração b) Agentes comunitários de saúde e agentes de comba-
prover o cargo para o qual foi solicitada vacância. te às endemias, poderão ser admitidos, desde que
e) Quanto à recondução, o referido regime jurídico por meio de prévio concurso público, de provas ou
único prevê também observância ao disposto para de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
o retorno à atividade de servidor em disponibilidade complexidade das respectivas atribuições e dos re-
mediante aproveitamento. quisitos específicos para a própria atuação.
c) A assistência à saúde complementar é livre à inicia-
35. (2017/IADES/Fundação Hemocentro de Brasília - DF) tiva privada, devendo o Poder Público prover ampla
Com relação às fundações, é correto afirmar que a Lei publicidade para a seleção das pessoas físicas ou
Orgânica do Distrito Federal exige lei jurídicas interessadas, com a celebração de contra-
a) complementar para sua criação. to de direito público ou de convênio, não podendo
b) específica para autorização de sua instituição, e lei estabelecer preferências entre os licitantes quanto
complementar definindo as áreas de sua atuação. aos respectivos fins lucrativos ou filantrópicos, ad-
c) complementar específica para autorização de sua mitindo-se, excepcionalmente, a participação direta
instituição. ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros,
sem prejuízo de observância da legislação federal a
d) para sua criação.
respeito.
e) complementar para sua autorização, e lei específica
d) A quaisquer instituições privadas é vedada a desti-
definindo as respectivas áreas de atuação.
nação de recursos públicos do Distrito Federal para
auxílio, subvenções, juros e prazos privilegiados.
36. (2017/IADES/Fundação Hemocentro de Brasília - DF)
e) A criação de banco de órgãos e de tecidos é de com-
Na Lei Complementar Distrital no 840/2011, que dis-
petência do Poder Público, todavia, com previsão
põe quanto ao regime jurídico dos servidores públicos
expressa de observância do limite das disponibili-
civis do Distrito Federal, das autarquias e das fundações dades orçamentárias.
públicas distritais, há várias previsões expressas que
conduzem a outra normatividade, se reguladas em dis- 38. (2016/IADES/PC-DF) Quanto à ordem social e do meio
posições legais em contrário. Acerca desse tema, assina-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

ambiente, em conformidade com a Lei Orgânica do Dis-


le a alternativa que corresponde a um direito constante trito Federal, assinale a alternativa correta.
na Lei Complementar apresentada, mas com previsão a) A seguridade social compreende o conjunto de ações
expressa de que o respectivo regramento é passível de de iniciativa de empresas privadas e da sociedade,
outro disciplinamento, se houver disposição legal em destinadas a assegurar os direitos referentes à saú-
contrário. de, à previdência e à assistência social.
a) Sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo b) As instituições privadas não poderão participar, de
efetivo, o servidor faz jus a 80% dos vencimentos ou forma complementar, do Sistema Único de Saúde,
subsídio do cargo em comissão por ele exercido. segundo diretrizes dele, mediante contrato de di-
b) Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o reito público ou convênio, concedida preferência às
servidor efetivo faz jus a três meses de licença-prê- entidades filantrópicas e às sem fins lucrativos.
mio por assiduidade, sem prejuízo da remuneração c) A participação direta ou indireta de empresas ou ca-
ou subsídio do cargo efetivo. pitais estrangeiros na assistência à saúde do Distrito
c) O adicional por tempo de serviço é devido à razão de Federal é permitida.
um por cento sobre o vencimento básico do cargo d) A destinação de recursos públicos do Distrito Federal
de c) provimento efetivo por ano de efetivo serviço. para auxílio, subvenções, juros e prazos privilegiados
d) O direito ao gozo do abono de ponto extingue-se a instituições privadas com fins lucrativos é permiti-
em 31 de dezembro do ano seguinte ao do ano da.
aquisitivo. e) Ao Poder Público compete, em caso de iminente pe-
e) O servidor estável pode, no interesse da administra- rigo ou calamidade pública, prover o atendimento
ção pública, e desde que a participação não possa das necessidades coletivas urgentes e transitórias,
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo podendo, para este fim, requisitar propriedade parti-
ou mediante compensação de horário, afastar-se do cular, observado o disposto na Constituição Federal.
exercício do cargo efetivo, com a respectiva remu-
neração ou subsídio, para participar de programa de 39. (2016/IADES/PC-DF) De acordo com a Lei Orgânica do
pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino Distrito Federal, e com relação à organização dos po-
superior, no País ou no exterior. deres, é correto afirmar que os deputados distritais

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a) não são invioláveis por suas opiniões, suas palavras gastos com o próprio aperfeiçoamento, salvo, nesse
e seus votos. último caso, na hipótese comprovada de força maior
b) são invioláveis, apenas penalmente, por quaisquer ou de caso fortuito.
de suas opiniões, suas palavras e seus votos. c) O afastamento poderá ocorrer para, atendidos os
c) são invioláveis, apenas civilmente, por quaisquer de demais requisitos legais, o servidor estável partici-
suas opiniões, suas palavras e seus votos. par de programa de pós-graduação stricto sensu em
d) são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de instituição de ensino superior no exterior.
suas opiniões, suas palavras e seus votos. d) Não há vedação no sentido de que seja autorizado
e) são invioláveis, civil e penalmente, apenas por seus novo afastamento para curso do mesmo nível.
votos. e) O afastamento é um direito do servidor, prescindin-
do, pois, de comprovação de que o curso seja no
40. (2016/IADES/PC-DF) Acerca dos Fundamentos da Orga- interesse da Administração.
nização dos Poderes e do Distrito Federal, com base na
Lei Orgânica do Distrito Federal, assinale a alternativa 43. (2014/IADES/SES-DF) A respeito do tratamento conferi-
correta. do aos adicionais de insalubridade e de periculosidade
a) As únicas formas de exercer a soberania popular pelo no regime jurídico dos servidores públicos civis do Dis-
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto são trito Federal, assinale a alternativa correta.
mediante plebiscito e referendo. a) Observados os percentuais próprios sobre o venci-
b) O exercício do direito de petição ou representação é mento básico, o adicional de insalubridade ou de
assegurado, independentemente de pagamento de periculosidade são devidos nos termos das normas
taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância. legais e regulamentares pertinentes aos trabalhado-
c) Os objetivos prioritários do Distrito Federal são a res em geral.
preservação de sua autonomia como unidade fede- b) Os servidores que trabalhem com habitualidade em
rativa e a plena cidadania. locais insalubres, perigosos ou em contato perma-
d) Os objetivos prioritários do Distrito Federal são a nente com substâncias tóxicas, radioativas ou com
dignidade da pessoa humana e os valores sociais do risco de vida fazem jus a um adicional que varia de
trabalho e da livre iniciativa. R$ 100,00
e) O objetivo prioritário do Distrito Federal é o plura- a) R$ 260,00, conforme o grau de exposição definido,
lismo político. sendo a periculosidade percebida no valor de R$
180,00.
41. (2014/IADES/SEAP-DF) De acordo com o regime jurídico c) O adicional de irradiação ionizante é equiparado,
dos servidores públicos civis do Distrito Federal, sem para efeitos da percepção pecuniária, ao grau má-
prejuízo de ação cível ou penal e das demais medidas ximo de insalubridade.
administrativas, assinale a alternativa correta quanto d) O servidor que trabalha com habitualidade ou não
ao prazo no qual haverá incompatibilização para nova em locais insalubres ou em contato permanente
investidura em cargo público do Distrito Federal no caso com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco
de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibi- de vida faz jus a um adicional de insalubridade ou
lidade ou destituição de cargo em comissão, motivada de periculosidade.
por infração disciplinar grave do grupo II do referido e) O adicional por trabalhos com raios X ou substâncias
estatuto. radioativas é equiparado, para efeitos de percepção

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


a) Um ano. pecuniária, ao adicional de periculosidade.
b) Três anos.
c) Cinco anos. 44. (2014/IADES/SES-DF) Com relação ao instituto da re-
d) Dez anos. adaptação, previsto no regime jurídico dos servidores
e) Nesse caso, o servidor não mais poderá retornar ao públicos civis do Distrito Federal, é correto afirmar que
serviço público distrital. a readaptação
a) é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
42. (2014/IADES/SES-DF) Acerca das disposições constan- responsabilidades compatíveis com a limitação que
tes no regime jurídico dos servidores públicos civis do tenha sofrido em sua capacidade física ou mental,
Distrito Federal quanto ao afastamento para participar verificada em inspeção médica.
de programa de pós-graduação stricto sensu, assinale b) é uma das formas expressas de provimento de cargo
a alternativa correta. público.
a) O servidor poderá, no interesse da Administração, e c) será efetivada em cargo de atribuições afins, respei-
desde que a participação não possa ocorrer simul- tados a habilitação exigida, o nível de escolaridade
taneamente com o exercício do cargo ou mediante e a equivalência de vencimentos e, na hipótese de
compensação de horário, afastar-se do exercício do inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para atribuições como excedente até a ocorrência de
participar, desde que no País, de programa de pós- vaga.
-graduação stricto sensu em instituição de ensino d) consiste, exigidos os requisitos legais, em proporcio-
superior. nar ao servidor efetivo atividades compatíveis com
b) Em caso de exoneração, demissão, aposentadoria a limitação sofrida.
voluntária, licença para tratar de interesse particu- e) é uma das formas possíveis de vacância de cargo
lar ou vacância em razão de posse em outro cargo público.
inacumulável, antes de decorrido período igual ao
do afastamento ou caso o servidor não obtenha o 45. (2014/IADES/SES-DF) Acerca das disposições em relação
título ou grau que justificou seu afastamento, deverá à saúde, no âmbito da Lei Orgânica do Distrito Federal,
ressarcir integralmente o órgão ou a entidade dos assinale a alternativa correta.

97
a) As ações e serviços de saúde no Distrito Federal (DF) d) Quinze.
são de relevância pública, e cabe ao Poder Público e) Dez.
a respectiva normatização, regulamentação, fisca-
lização e controle, cabendo a execução, concor- 49. (2014/IADES/SES-DF) Conforme consta na Lei Orgânica
rentemente, por meio de serviços públicos e por do Distrito Federal, o Tribunal de Contas é integrado por
intermédio de pessoas físicas ou jurídicas de direito a) sete conselheiros.
privado, nos termos da lei. b) nove conselheiros.
b) As ações e serviços públicos de saúde no DF inte- c) sete desembargadores.
gram uma rede única e hierarquizada, constituindo d) nove ministros.
o Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito nacional, e) onze ministros.
organizado nos termos da lei federal.
c) É vedada a destinação de recursos públicos do DF 50. (2014/IADES/SES-DF) De acordo com as disposições ex-
para auxílio, subvenções, juros e prazos privilegiados pressas, contidas no âmbito do processo administrativo
a instituições privadas com fins lucrativos, bem como disciplinar previsto no regime jurídico dos servidores
para serviços de saúde privativos de servidores. públicos civis do Distrito Federal, no que se refere à
d) As empresas privadas prestadoras de serviços de sanção de suspensão, assinale a alternativa correta.
assistência médica, administradoras de planos de a) A conversão da penalidade de suspensão em multa
saúde e congêneres ressarcirão o DF das despesas de é um direito do servidor, sendo suficiente, para sua
atendimento dos segurados respectivos em unida- operacionalização, o seu requerimento após a apli-
des de saúde pertencentes ao Poder Público do DF, cação da penalidade originária.
sendo a responsabilidade do pagamento das empre- b) É aplicada multa ao servidor inativo que houver pra-
sas a que estejam associadas as pessoas atendidas ticado na atividade infração disciplinar punível com
em unidades de saúde do DF. suspensão.
e) É dever do Poder Público promover e restaurar a c) No lugar da advertência, pode ser aplicada, motiva-
saúde psíquica do indivíduo, com base no rigoroso damente, a suspensão de até 90 dias, se as circuns-
respeito aos direitos humanos e à cidadania, me- tâncias assim o justificarem.
diante serviços de saúde preventivos, curativos e d) A suspensão é a sanção por infrações disciplinares
extrahospitalares, sendo vedada a internação psi- médias e graves pela qual se impõe ao servidor o
quiátrica compulsória no âmbito do DF. afastamento compulsório do exercício do cargo efeti-
vo, com perda da remuneração ou subsídio dos dias
46. (2014/IADES/SES-DF) De acordo com o regime jurídico em que estiver afastado.
dos servidores públicos civis do Distrito Federal, sem e) Em caso de conversão, a multa deve ser fixada em
prejuízo de ação cível ou penal e das demais medidas até 50% do valor diário da remuneração ou subsídio,
administrativas, assinale a alternativa correta quanto por dia de suspensão.
ao prazo no qual haverá incompatibilização para nova
investidura em cargo público do Distrito Federal no caso 51. (2014/IADES/SES-DF) O regime jurídico dos servidores
de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibi- públicos civis do Distrito Federal prevê que, durante o
lidade ou destituição de cargo em comissão, motivada estágio probatório, são avaliadas a aptidão, a capaci-
por infração disciplinar grave do grupo II do referido dade e a eficiência do servidor para o desempenho do
estatuto. cargo. A esse respeito, assinale a alternativa que apre-
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

a) Um ano. senta todos os fatores a cuja observância deve obede-


b) Três anos. cer o referido estágio probatório, conforme disposição
c) Cinco anos. expressa desse estatuto.
d) Dez anos. a) Assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa;
e) Nesse caso, o servidor não mais poderá retornar ao produtividade; e, responsabilidade.
serviço público distrital. b) Pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; e,
produtividade.
47. (2014/IADES/SES-DF) Se o governador do Distrito Fe- c) Assiduidade; pontualidade; disciplina; capacidade
deral considerar o projeto de lei, no todo ou em parte, de iniciativa; produtividade; e, responsabilidade.
inconstitucional ou contrário ao interesse público, irá d) Assiduidade; pontualidade; disciplina; capacidade
vetá-lo, total ou parcialmente, no prazo, contado da de iniciativa; e, produtividade.
data do recebimento, de e) Pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; e,
a) dois dias. responsabilidade.
b) dez dias úteis.
c) quinze dias. 52. (2014/IADES/SES-DF) Considerando o constante na se-
d) quinze dias úteis. ção da Fiscalização Contábil e Financeira do capítulo do
e) trinta dias. Poder Legislativo, na Lei Orgânica do Distrito Federal
vigente, assinale a alternativa correta quanto à com-
48. (2014/IADES/SES-DF) Quantos dias são previstos como posição no âmbito do Tribunal de Contas.
prazo para a defesa escrita no processo administrativo a) Dois conselheiros serão indicados pelo governador
disciplinar do regime jurídico dos servidores públicos do Distrito Federal, com a aprovação da Câmara Le-
civis do Distrito Federal, quando houver somente um gislativa, sendo um, alternadamente, entre auditores
servidor indiciado e não houver diligências reputadas e membros do Ministério Público junto ao Tribunal
indispensáveis? de Contas, indicados em lista tríplice pelo tribunal,
a) Cinco. segundo os critérios de antiguidade e merecimento.
b) Oito. b) Caberá à Câmara Legislativa indicar conselheiros
c) Trinta. para a primeira, segunda, quarta, sexta e sétima

98
vagas, e ao Poder Executivo para a terceira e quinta a) Entre suas funções institucionais, compete à PGDF,
vagas. se no âmbito do Poder Executivo, representar o DF
c) Os conselheiros não poderão ser nomeados se con- judicial e extrajudicialmente.
tarem com mais de 60 anos de idade. b) É também função institucional da PGDF, a represen-
d) Cinco conselheiros serão indicados pela Câmara Le- tação, desde que judicial, do Tribunal de Contas do
gislativa. DF.
e) O auditor, quando em substituição a conselheiro, c) A cobrança judicial da dívida do DF inclui aquela re-
terá as mesmas garantias, prerrogativas e impedi- lativa à Câmara Legislativa do DF.
mentos do titular e, no exercício das demais atribui- d) Aplicam-se aos procuradores das autarquias, das
ções da judicatura, as de juiz de direito da Justiça do fundações, das empresas públicas e das sociedades
Distrito Federal e Territórios. de economia mista do DF, bem como aos procurado-
res da Câmara Legislativa do DF os mesmos direitos,
53. (2014/IADES/SES-DF) A Lei Orgânica do Distrito Federal deveres, garantias, vencimentos, proibições e impe-
dispõe que a remuneração e o subsídio dos ocupantes dimentos da atividade correcional e de disposições
de cargos, funções e empregos públicos, dos membros atinentes à carreira de procurador do DF.
de qualquer dos Poderes e dos demais agentes políticos e) Os servidores de apoio às atividades jurídicas são
do Distrito Federal, bem como os proventos de aposen- organizados na carreira administrativa do governo do
tadorias e pensões, não poderão exceder o subsídio DF, submetidos ao regime jurídico único de pessoal.
mensal, em espécie, dos desembargadores do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e Territórios, na forma da 57. (2014/IADES/METRÔ-DF) Assinale a alternativa corre-
lei. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta. ta quanto às Regiões Administrativas, bem como aos
a) Não existem exceções à sua aplicação. administradores regionais, observados os preceitos
b) Há dispositivo excepcionando sua aplicação aos sub- dispostos na Lei Orgânica do Distrito Federal (DF).
sídios do governador e dos deputados distritais. a) A criação ou extinção de Regiões Administrativas
c) Há dispositivo excepcionando sua aplicação aos sub- ocorrerá mediante lei aprovada pela maioria abso-
sídios dos deputados distritais. luta dos deputados distritais.
d) Há dispositivo excepcionando sua aplicação aos b) Os administradores regionais são de livre escolha do
subsídios do governador, dos deputados distritais e governador do DF, não havendo previsão de partici-
dos conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito pação popular no processo de escolha daqueles.
Federal. c) A remuneração dos administradores regionais será
e) É previsto que, se atingido o limite referido, é vedada a mesma fixada aos secretários de estado do DF.
a redução de salários que implique a supressão das d) O DF organiza-se em Regiões Administrativas, com
vantagens de caráter individual, adquiridas em razão vistas à descentralização político-administrativa, à
de tempo de serviço. utilização racional de recursos para o desenvolvi-
mento socioeconômico e à melhoria da qualidade
54. (2014/IADES/SEAP-DF) Considerando o exposto no Ca- de vida.
pítulo VI – Dos servidores públicos – da Lei Orgânica do e) As Administrações Regionais integram a estrutura
Distrito Federal, assinale a alternativa correta. político-administrativa do DF.
a) Os servidores públicos sujeitos ao regime jurídico
único têm como direito a duração do trabalho nor- 58. (2014/IADES/METRÔ-DF) De acordo com as disposições

Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF


mal de 44 horas semanais. vigentes constantes da Lei Orgânica do Distrito Federal,
b) O servidor será aposentado por invalidez permanen- sua Administração Pública direta, indireta ou fundacio-
te com os proventos integrais, independentemente nal, de qualquer dos Poderes, obedecerá aos princípios
do motivo da invalidez. de
c) Os servidores públicos nomeados em virtude de con- a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
curso público são estáveis a partir da data da posse. e eficiência.
d) O servidor público será aposentado, compulsoria- b) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
mente, aos 70 anos de idade, com proventos inte- de, eficiência, razoabilidade e interesse público.
grais. c) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
e) O servidor público será aposentado, voluntariamen- de, transparência das contas públicas, razoabilidade,
te, aos 65 anos de idade, com proventos proporcio- motivação e interesse público.
nais ao tempo de serviço. d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
de, eficiência, transparência, razoabilidade, motiva-
55. (2014/IADES/SEAP-DF) De acordo com o conteúdo vi- ção e interesse público.
gente da Lei Orgânica do Distrito Federal, assinale a e) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
alternativa que apresenta uma disciplina curricular obri- de, proporcionalidade, motivação e interesse públi-
gatória, ministrada em todos os níveis da rede escolar. co.
a) Língua espanhola.
b) Ensino religioso. 59. (2014/IADES/METRÔ-DF) De acordo com disposição
c) Educação artística. expressa da Lei Orgânica do Distrito Federal, assinale
d) Educação para o trânsito. a alternativa que contempla as pessoas jurídicas que
e) Educação sexual. responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua-
lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
56. (2014/IADES/METRÔ-DF) A respeito da Procuradoria- regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
-Geral do Distrito Federal (PGDF), assinale a alternativa culpa.
correta, segundo as disposições vigentes da Lei Orgânica a) Os órgãos públicos, as autarquias e as fundações
do Distrito Federal (DF). públicas.

99
b) As pessoas jurídicas de direito público e privado.
c) As pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado, desde que sejam prestadoras de serviços
públicos.
d) As pessoas jurídicas de direito privado. As pessoas
jurídicas de direito privado.
e) As pessoas jurídicas de direito público, bem como as
de direito privado prestadoras de serviços públicos.

60. (2014/IADES/METRÔ-DF) Conforme disposições expres-


sas contidas na Lei Orgânica do Distrito Federal, assinale
a alternativa correta quanto ao exercício das funções de
confiança e dos cargos em comissão, não considerando
os cargos em comissão dos gabinetes parlamentares e
lideranças partidárias da Câmara Legislativa do Distrito
Federal.
a) As funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e pelo
menos 50 por cento dos cargos em comissão, a se-
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos
e condições previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.
b) As funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os car-
gos em comissão, a serem preenchidos por servido-
res de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.
c) As funções de confiança serão exercidas exclusiva-
mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão serão preenchidos por servi-
dores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinando-se os cargos
em comissão apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento.
d) As funções de confiança serão exercidas exclusiva-
mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
pelo menos 50 por cento dos cargos em comissão
serão preenchidos por servidores de carreira nos
casos e condições previstos em lei, destinando-se
Legislação Aplicada aos Servidores da UnDF

os cargos em comissão apenas às atribuições de di-


reção, chefia e assessoramento.
e) As funções de confiança serão exercidas preferencial-
mente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão serão preenchidos por servi-
dores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinando-se os cargos
em comissão apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento.

GABARITO
1. c 15. a 29. c 43. a 57. a
2. b 16. c 30. e 44. d 58. c
3. b 17. b 31. a 45. d 59. e
4. e 18. d 32. b 46. d 60. a
5. b 19. a 33. c 47. d
6. d 20. d 34. e 48. e
7. a 21. b 35. b 49. a
8. c 22. e 36. a 50. b
9. d 23. c 37. e 51. c
10. e 24. e 38. e 52. e
11. a 25. b 39. d 53. c
12. c 26. d 40. b 54. e
13. d 27. a 41. d 55. c
14. b 28. a 42. c 56. c

100
UnDF

SUMÁRIO

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do Distrito Federal e da Região
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), instituída pela Lei Complementar no
94/1998 e suas alterações...................................................................................................................................................... 3
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE
Otoniel Linhares

REALIDADE DO DISTRITO FEDERAL junto com a retomada da democracia brasileira na década


de 1990. Dos candangos aos filhos de uma Brasília contem-
porânea, uma capital jovem, mas com problemas urbanos
Como Estudar Realidade do Distrito Federal
de uma metrópole mundial.
O assunto cobrado apresenta temáticas ligadas a Histó- Brasília ainda é uma cidade em continuada construção, em
ria, Geografia, Política, Economia e fatos correlacionados ao sua caminhada para sua primeira geração. Há ainda a conside-
Distrito Federal. Uma abordagem aos fatos históricos ajuda rar que, na Capital Federal, há muitas incompletudes, levando
a entender uma Brasília contemporânea e extremamente em conta o centro metropolitano, o Plano Piloto de Brasília
jovem, no auge dos seus 58 anos. Há vários fatos a respeito e os demais trinta núcleos, as Regiões Administrativas – RAs.
de sua concepção e os motivos que levaram a interiori- Nas RAs, anteriormente denominadas de cidades-saté-
zação da capital do Brasil. No cenário geográfico, pontos lites, nota-se continuada construção urbana. No aspecto de
como boom populacional e uma desordenada formação equipamento social e econômico, o Plano Piloto é cidade “de
de cidades satélites (Regiões Administrativas), ajudam a primeiro mundo”, dotado de facilidades para ser a capital
compreender como a capital chegou a 3 milhões de habi- “do terceiro milênio”.
tantes em 2017. Encrustada no cerrado brasileiro, área que Dessa maneira o estudo dessa temática é construído em
pertencia a Goiás, uma cidade moderna e com arquitetura base de dados históricos, geográficos e atuais de Brasília. A
arrojada surgiu. fomentação do seu estudo dever ser feito baseado em fatos
Uma economia pautada no setor terciário que movimen- recentes com uma bibliografia ligada a jornais, revistas,
ta mais 90% do PIB da capital. Um quadro político que aflorou documentários e livros que abordem Brasília como um todo.

IMPORTANTE!
Tabela 1: Criação das Regiões Administrativas do Distrito Federal - Leis, Datas de Criação e Desmembramentos

Regiões Administrativas Lei/Data de Criação Desmembramento


RA I - Brasília* 4.545 - 10/12/1964
RA II - Gama 4.545 - 10/12/1964
RA III - Taguatinga 4.545 - 10/12/1964
RA IV - Brazlândia 4.545 - 10/12/1964 A primeira subdivisão do território com a no-

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


meação dos administradores escolhidos pelo
RA V - Sobradinho 4.545 - 10/12/1964
Governador
RA VI - Planaltina 4.545 - 10/12/1964
RA VII - Paranoá 4.545 - 10/12/1964
RA VIII - Jardim** 4.545 - 10/12/1964
RA VIII - Núcleo Bandeirante 049 - 25/10/1989 RA I - Brasília
RA IX - Ceilândia 049 - 25/10/1989 RA III - Taguatinga
RA X - Guará 049 - 25/10/1989 RA I - Brasília
RA XI - Cruzeiro 049 - 25/10/1989 RA I - Brasília
RA XII - Samambaia 049 - 25/10/1989 RA III - Taguatinga
RA XIII - Santa Maria 348 - 04/11/1992 RA II - Gama
RA XIV - São Sebastião 467 - 25/06/1993 RA VII - Paranoá
RA XV - Recanto das Emas 510 - 28/07/1993 RA II - Gama
RA XVI - Lago Sul 643 - 10/01/1994 RA I - Brasília
RA XVII - Riacho Fundo 620 - 15/12/1993 RA VIII - N Bandeirante
RA XVIII - Lago Norte 641 - 10/01/1994 RA I - Brasília
RA XIX - Candangolândia 658 - 27/01/1994 RA I - Brasília
RA XX - Águas Claras 3.153 - 06/05/2003 RA III - Taguatinga
RA XXI - Riacho Fundo II 3.153 - 06/05/2003 RA XVII - R. Fundo
RA XXII - Sudoeste/Octogonal 3.153 - 06/05/2003 RA I - Brasília
RA XXIII - Varjão 3.153 - 06/05/2003 RA XVIII - L. Norte
RA XXIV - Park Way 3.255 - 29/12/2003 RA VIII - N Bandeirante
RA XXV - SCIA (Estrutural) (1) 3.315 - 27/01/2004 RA X - Guará
RA XXVI - Sobradinho II 3.314 - 27/01/2004 RA V - Sobradinho
RA XXVII - Jardim Botânico 3.435 - 31/08/2004 RA XIV - S Sebastião
RA XXVIII - Itapoã 3.527 - 03/01/2005 RA VII - Paranoá
RA XXIX - SIA (2) 3.618 - 14/07/2005 RA X - Guará
RA XXX - Vicente Pires 4.327 - 26/05/2009 RA III - Taguatinga

3
RA XXXI - Fercal 4.745 - 29/01/2012 RA XXVI - Sobradinho II
RA XXXIl – Sol Nascente/Por do Sol
RA XXXIlI – Arniqueiras/Areal
RA XXXlV – PREVISÃO - Arapoangas – (ACOMPANHAR A TRAMITAÇÃO DO PL nº 1.362/2013 na CLDF) ou envio de um novo
PL do GDF a CLDF sobre o assunto.
O objetivo, é verificar com os próprios moradores do Arapoanga, Vale do Amanhecer, Pipiripau, Rajadinha e outras áreas
rurais adjacentes se há interesse no desmembramento de Planaltina e na formação de uma nova RA.

Fonte: Diário Oficial do Distrito Federal - DODF - Dados elaborados pela Codeplan
Nota: (1) SCIA - Setor Complementar de Indústria e Abastecimento - inclui a Vila Estrutural
(2) SIA - Setor de Indústria e Abastecimento
*RA I - Brasília, atualmente RA I - Plano Piloto - Lei Nº 1.648, de 16/09/1997 (Obs.: De 1989 até 1990 passou a se chamar RA I - Plano
Piloto, de 1990 a 1997 voltou a RA I -Brasília)
**RA VIII - Passou a denominar-se Núcleo Bandeirante, e a área da RA Jardim foi distribuída entre as RAs do Paranoá e de São Sebastião.
Nota: O limite das primeiras Regiões Administrativas do Distrito Federal foi definido oficialmente. Na criação e/ou desdobramento que
ocorreu posteriormente e como as novas RAs que foram surgindo não possuem ainda limite oficial, a Codeplan utiliza, especialmente para
a realização da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio - PDAD, o limite proposto em estudo realizado conforme Decreto Nº 35.020
de 26/12/2013.
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

REGIÕES ADMINISTRADAS DO DF
RA I Plano Piloto RA XVIII Lago Norte
RA II Gama RA XIX Candangolândia
RA III Taguatinga RA XX Águas Claras
RA IV Brazlândia RA XXI Riacho Fundo II
RA V Sobradinho RA XXII Sudoeste/Octogonal
RA VI Planaltina RA XIII Varjão
RA VII Paranoá RA XXIV Park Way
RA VIII Núcleo Bandeirante RA XXV SCIA
RA IX Ceilânida RA XXVI Sobradinho II
RA X Guará RA XXVII Jardim Botânico
RA XI Cruzeiro RA XXVIII Itapoã
RA XII Samambaia RA XXIX SIA
RA XIII Santa Maria RA XXX Vicente Pires
RA XIV São Sebastião RA XXXI Fercal
RA XV Recanto das Emas RA XXXIl Sol Nascente/Por do Sol
RA XVI Lago Sul RA XXXIlI Arniqueiras/Areal
RA XVII Riacho Fundo RA XXXlV – PREVISÃO - Arapoangas

4
A Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (ou Integrada de Desenvolvimento do Cariri-Araripe (RICA), a
RIDE) não pode ser considerada região metropolitana brasi- quarta RIDE brasileira, reunindo municípios da região do
leira porque não se situa em um mesmo estado. Ela é criada Cariri-Araripe entre os estados do Ceará, Paraíba, Pernam-
por legislação federal específica, que delimita os municípios buco e Piauí.
que a integra e fixa as competências assumidas pelo cole-
giado dos mesmos.
A primeira RIDE estabelecida foi a Região Integrada de
RIDE-DF
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. Em 2002,
foram instituídas duas novas RIDEs, a Região Administrativa A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Fede-
Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro e ral e Entorno (RIDE/DF) foi criada pela Lei Complementar nº
a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina. 94, de 19 de fevereiro de 1998 e regulamentada pelo Decreto
Está em discussão no Congresso brasileiro o Projeto de nº 2.710, de 4 de agosto de 1998, alterado pelo Decreto nº
Lei Complementar nº 122 de 2009 sobre a criação da Região 3.445, de 4 de maio de 2000.

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

(SUDECO: http://sudeco.gov.br/municipios-ride-df)

A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações Competência


administrativas da União, dos estados e dos municípios para a
promoção de projetos que visem à dinamização econômica e Articular, harmonizar e viabilizar as ações administrati-
provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento vas da União, do Distrito Federal, dos estados de Goiás e
em escala regional. de Minas Gerais, e dos municípios que a compõem para a
Enquanto institucionalidade legalmente constituída, a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e
RIDE tem prioridade no recebimento de recursos públicos provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento
destinados a investimentos que estejam de acordo com os em escala regional.
interesses consensuados entre os entes.
Esses recursos devem contemplar demandas por equi- Abrangência
pamentos e serviços públicos, fomentar arranjos produtivos
locais, propiciar o ordenamento territorial e assim promover Compõem a Região Integrada de Desenvolvimento do
o seu desenvolvimento integrado. Distrito Federal e Entorno (RIDE):

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• Distrito Federal. Pela proposta, passam a integrar a RIDE os seguintes
• Municípios do Estado de Goiás: Abadiânia, Água Fria municípios:
de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Alto Paraíso • Alto Paraíso de Goiás (GO)
de Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto, Cabeceiras, • Alvorada do Norte (GO)
Cavalcante, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Co- • Barro Alto (GO)
rumbá de Goiás, Cristalina, Flores de Goiás, Formosa, • Cavalcante (GO)
Goianésia, Luziânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia, • Flores de Goiás (GO)
Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, • Goianésia (GO)
Santo Antônio do Descoberto, São João d’Aliança, Si- • Niquelândia (GO)
molândia, Valparaíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício. • São João d’Aliança (GO)
• Municípios do Estado de Minas Gerais: Arinos, Buritis, • Simolândia (GO)
Cabeceira Grande e Unaí. • Vila Propício (GO)
• Arinos (MG)
Essa RIDE foi criada com objetivo de buscar solução para • Cabeceira Grande (MG)
os problemas gerados pelo crescimento desordenado de Bra-
sília e de seu entorno, cada vez mais povoado por imigrantes Para o relator da proposta, senador Hélio José (PROS-DF),
em busca de melhores condições de vida, que acabaram por “é evidente que o contraste entre a força econômica do Dis-
pressionar os serviços públicos da capital do país. trito Federal e as grandes deficiências de infraestrutura e as
As ações da RIDE têm priorizado os Arranjos Produtivos carências socioeconômicas da região do entorno acaba por
Locais (APLs), entre eles, o de fruticultura, artesanato, con- induzir a dependência dos municípios vizinhos em relação
fecção, movelaria e pedras que são, inclusive, exportadas por
ao Distrito Federal.”
meio dos APLs. O cooperativismo e o associativismo como
Mas, segundo ele, a ampliação da Ride permitirá “de-
forma de aumentar a geração de renda também são forte-
senvolver ações governamentais e viabilizar soluções para
mente incentivados.
os diversos problemas que necessitam da atuação conjunta.”
Consideram-se de interesse da RIDE os serviços públicos Fonte: g1.com.br (com adaptações).
comuns ao Distrito Federal, Estados de Goiás, Minas Gerais
e aos Municípios que a integram, relacionados com as se- Temer Sanciona Expansão da Região Integrada do DF
guintes áreas: A Lista é formada por 10 municípios goianos e 2 mineiros.
• infraestrutura;
Com a alteração, a Ride passa a ter 34 cidades, incluindo
• geração de empregos e capacitação profissional;
Brasília.
• saneamento básico, em especial o abastecimento de
O Presidente da República, Michel Temer, sancionou nes-
água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço de
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

ta quinta-feira (14/6) a lei que inclui 12 municípios de Goiás


limpeza pública;
e Minas Gerais na Região Integrada de Desenvolvimento do
• uso, parcelamento e ocupação do solo;
Distrito Federal e Entorno (Ride).
• transportes e sistema viário;
Criada em 1998, a Ride tem o objetivo de articular ações
• proteção ao meio ambiente e controle da poluição
ambiental; administrativas da União, dos estados de Goiás, Minas e do
• aproveitamento de recursos hídricos e minerais; Distrito Federal. O mapa coincide, na maior parte, com o
• saúde e assistência social; que os moradores do DF costumam chamar de “Região do
• educação e cultura; Entorno”.
• produção agropecuária e abastecimento alimentar; Até agora, 21 municípios já faziam parte da Ride, além
• habitação popular; do próprio Distrito Federal. Segundo o IBGE, somadas, essas
• serviços de telecomunicação; regiões abrigam 4,4 milhões de habitantes. Sozinho, o DF
• turismo; e tem pouco mais de 3 milhões.
• segurança pública. Os números colocam a Ride do DF como a quarta região
mais populosa do país. O pódio é ocupado pelas regiões
NOVIDADE! metropolitanas de São Paulo (21,4 milhões de habitantes),
Senado aprova inclusão de 12 municípios na Região In- do Rio de Janeiro (12,4 milhões) e de Belo Horizonte (5,9
tegrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. milhões).
Pela proposta, dez cidades de Goiás e duas de Minas
Gerais passam a integrar programa de articulação de ações PULO DO GATO!
administrativas. Projeto segue para sanção presidencial. Lei Complementar nº 94, de 19 de Fevereiro de 1998
O Senado aprovou no dia 22 de maio de 2018, um pro-
jeto que inclui, na Região Integrada de Desenvolvimento do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
Distrito Federal e Entorno (Ride), dez municípios de Goiás e gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Com-
duas cidades de Minas Gerais. plementar:
Foram 64 votos a favor da proposta e um único voto
contrário. O projeto já foi aprovado pela Câmara dos De- Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a criar, para
putados e segue para a sanção do Presidente da República, efeitos de articulação da ação administrativa da União,
Michel Temer. dos Estados de Goiás e Minas Gerais e do Distrito Federal,
Criada em 1998, a Ride tem o objetivo de articular ações conforme previsto nos arts. 21, inciso IX, 43 e 48, inciso IV,
administrativas da União, dos Estados de Goiás, Minas e do da Constituição Federal, a Região Integrada de Desenvol-
Distrito Federal. vimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE.

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§ 1º A Região Administrativa de que trata este artigo é RELEVO, HIDROGRAFIA, CLIMA E VEGETAÇÃO
constituída pelo Distrito Federal, pelos Municípios de Aba-
diânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Caracterização Física do Distrito Federal
Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto, Cabe-
ceiras, Cavalcante, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, O Distrito Federal localiza-se na Região Centro-Oeste, no
Corumbá de Goiás, Cristalina, Flores de Goiás, Formosa, Planalto Central do Brasil, ocupando a área nuclear da Região
Goianésia, Luziânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo do Cerrado, o segundo maior bioma do país. Apresenta uma
Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antô- extensão de 5.779.999 km² (IBGE, 2010), entre os paralelos
nio do Descoberto, São João d’Aliança, Simolândia, Valpa- 15°30’ S e 16°03’S e entre os meridianos 47°18’W e 48°17’W,
raíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, tendo como limites naturais a leste e a oeste os rios Preto e
e de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado Descoberto, respectivamente. As características do clima, de
de Minas Gerais. (Redação dada pela Lei Complementar relevo, solo e recursos hídricos contribuem para caracterizar
nº 163, de 2018) o bioma Cerrado como grande mosaico de paisagens naturais
§ 2º Os Municípios que vierem a ser constituídos a partir com diferentes fitofisionomias, que apresentam uma grande
de desmembramento de território de Município citado no diversidade biológica.
§ 1º deste artigo passarão a compor, automaticamente, a A região do Distrito Federal, localizada no Centro-Oeste
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal do País, destaca-se pela diversidade, beleza e fragilidade
e Entorno. do seu meio ambiente. Está situada em área de cabeceira
de drenagem e é divisora de águas das três maiores bacias
Art. 2º É o Poder Executivo autorizado a criar um Con-
hidrográficas do Brasil: do Tocantins, do São Francisco e do
selho Administrativo para coordenar as atividades a serem
Prata (de abrangência internacional).
desenvolvidas na Região Integrada de Desenvolvimento do
Devido a sua localização geográfica, apresenta o fenôme-
Distrito Federal e Entorno.
no das “águas emendadas” – na Estação Ecológica de Águas
Parágrafo único. As atribuições e a composição do
Emendadas –, que une as bacias do Tocantins e Paraná por
Conselho de que trata este artigo serão definidas em re- meio dos córregos Vereda Grande e Brejinho, respectivamen-
gulamento, dele participando representantes dos Estados te. As águas, ao aflorarem a superfície, correm em direções
e Municípios abrangidos pela RIDE. oposta, seguindo a inclinação do terreno. Tem como limites
Art. 3º Consideram-se de interesse da RIDE os serviços naturais o Rio Descoberto, a oeste; e o rio Preto, a leste.
públicos comuns ao Distrito Federal e aos Municípios que Com topografia suave, apresentando altitude entre 750
a integram, especialmente aqueles relacionados às áreas e 1.349 metros, o Distrito Federal é drenado por rios que

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


de infraestrutura e de geração de empregos. pertencem às mais importantes bacias fluviais do Brasil:
Art. 4º É o Poder Executivo autorizado a instituir o Pro- Bacia Platina, Bacia São Franciscana e Bacia Amazônica. Sua
grama Especial de Desenvolvimento do Entorno do Distrito altitude média é de 1.100 metros acima do nível do mar e
Federal. o seu ponto mais alto é a Colina do Rodeador, que possui
Parágrafo único. O Programa Especial de Desenvolvi- 1.349 metros e está localizada a noroeste do Parque Nacional
mento do Entorno do Distrito Federal, ouvidos os órgãos de Brasília.
competentes, estabelecerá, mediante convênio, normas e Ao Norte e ao Sul, é limitado por linhas secas que definem
critérios para unificação de procedimentos relativos aos o quadrilátero. Sua área está totalmente inserida na região
serviços públicos, abrangidos tanto os federais e aqueles de cerrados, que concentra aproximadamente 5% da biodi-
de responsabilidade de entes federais, como aqueles de versidade vegetal do Planeta. O Distrito Federal tem algumas
responsabilidade dos entes federados referidos no art. 1º, áreas totalmente protegidas e outras bastante alteradas e
especialmente em relação a: frágeis, em função do uso inadequado do solo e das águas.
I – tarifas, fretes e seguros, ouvido o Ministério da Fa- O Distrito Federal possui seis áreas consideradas prioritá-
zenda; rias para a conservação porque são locais onde o ecossistema
II – linhas de crédito especiais para atividades priori- cerrado se encontra em maior grau de preservação.
Eles são ameaçados:
tárias;
• pela ocupação urbana;
III – isenções e incentivos fiscais, em caráter temporá-
• pelas queimadas;
rio, de fomento a atividades produtivas em programas de
• pela captação irregular de água;
geração de empregos e fixação de mão de obra.
• pela produção de lixo;
Art. 5º Os programas e projetos prioritários para a re-
• pela poluição;
gião, com especial ênfase para os relativos à infraestrutu- • pela pesca e pelas caças predatórias.
ra básica e geração de empregos, serão financiados com
recursos: Os Tesouros
I – de natureza orçamentária, que lhe forem destinados
pela União, na forma da lei; • Parque Nacional: é a maior unidade de conservação
II – de natureza orçamentária que lhe forem destinados de Brasília, com 30 mil hectares de área. Mais conhe-
pelo Distrito Federal, pelos Estados de Goiás e de Minas cido como Água Mineral, abriga todas as configura-
Gerais, e pelos Municípios abrangidos pela Região Integrada ções vegetais do ecossistema cerrado, desde a mata
de que trata esta Lei Complementar. mais densa, à savana, e às matas ciliares. No lugar são

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encontradas centenas de plantas, como ipês, jatobás, região encontra-se a Estação Ecológica de Águas Emen-
sucupiras e outras espécies nativas, muitas delas medi- dadas.
cinais. Um dos símbolos da fauna local é o lobo-guará.
• Floresta Nacional: tem início próximo às cidades de Vegetação
Taguatinga e Ceilândia e vai até a barragem do Desco-
berto. A Flora, como é mais conhecida, foi criada há A vegetação na capital, porém, não se restringe às es-
oito anos para cobrir a invasão e a ocupação irregular pécies nativas do cerrado. Os pesquisadores Roberta Maria
de terras públicas e hoje tem mais de 9 mil hectares. Costa e Lima e Manoel Cláudio da Silva Júnior, da Universi-
A Floresta tem uma centena de espécies vegetais e dade de Brasília (UnB), contaram mais de 15,2 mil árvores de
abriga um centro de estudos da fauna silvestre que já 162 espécies diferentes espalhadas pelas quadras de Brasília.
catalogou dezenas de espécies de animais. Segundo o estudo, as árvores mais frequentes são manguei-
• Reserva do Guará: tem apenas 200 hectares de área, ras (há mais de mil), cambuís, jambolãos, saboneteiras, fícus
espremida entre a cidade que dá nome a ela e o Se- — também conhecido como barriguda —, sibipirunas, espa-
tor de Indústria e Abastecimento (SIA). Como parte da tódeas, abacateiros, amendoins-bravo e ipês-rosa.
área é alagada, existem fauna e vegetação aquática. Ao contrário do que queria Lúcio Costa, nem sempre a
Também foram catalogadas mais de 100 espécies de vegetação do cerrado foi preservada ao longo da construção
orquídeas diferentes. da nova cidade. Por isso, em Brasília, existem mais árvores
• Jardim Botânico: são 5 mil hectares, sendo a visitação exóticas do que naturais. As árvores trazem conforto, beleza
permitida apenas em 526 hectares, com uma trilha e sombra aos moradores e aos turistas da capital.
ecológica de 4,5 mil metros. É o segundo maior jar- O cerrado engloba um terço do conjunto de fauna e flora
dim botânico do mundo e o único no cerrado do país. brasileiro e 5% da proporção mundial. É a savana com maior
Ocupam o Jardim Botânico plantas nativas e exóticas, biodiversidade no planeta. No DF, o bioma não se restringe
diversas espécies de aves e mamíferos, como o veado- apenas às canelas-de-ema e ipês floridos facilmente encon-
-campeiro, o lobo-guará, o tamanduá, a seriema e a trados nas ruas, como também surgem variações como:
iguana. Em 2011, para comemorar os 26 anos, a re- • mata ciliar;
serva ecológica passa por reformas e construções de • mata de galeria;
novos espaços. Casa de Chá, Orquidário, Jardim Con- • mata seca;
templativo, Jardim Japonês e Jardim dos Cheiros serão • cerradão;
criados ou restaurados para receber novos visitantes. • cerrado: denso, típico, ralo, rupestre;
• Descoberto: a área, situada entre o DF e Goiás, tem • campo sujo;
quase 30 mil hectares administrados pela União. Na • campo limpo;
região, há um alto índice de plantas diferentes e abun- • campo rupestre;
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

dantes reservas de água potável. • vereda;


• Planaltina/Padre Bernardo: entre as duas cidades • parque do cerrado;
estende-se uma intensa mata de cerrado. Próxima à • palmeiral.

Cerrado • Bacias hidrográficas alimentados pelo cerrado: Ama-


• Dois milhões km². zônica, Tocantins, São Francisco, Parnaíba, Atlântico,
• 2ª maior formação natural da América do Sul. Paraná e Paraguai.
• A savana mais rica do mundo. • O Cerrado é uma grande esponja.
• 5% de todas espécies do planeta.
• 30% da biodiversidade do Brasil. As principais bacias do Distrito Federal – Preto, São Bar-
• Elo de ligação com outros Biomas: Amazônia; Caatinga; tolomeu, Descoberto e Maranhão – drenam 95% do território
Pantanal e Mata Atlântica. da região, alimentando as bacias das regiões hidrográficas do
• 50% da Vegetação original foi eliminada. Paraná, do Tocantins, do Araguaia e do São Francisco. Outras
• Menos de 3% da área está efetivamente protegida. duas bacias existentes no DF são Corumbá e São Marcos.
• Berço das Águas do Brasil. A bacia do rio São Bartolomeu é a maior, com aproxi-
• Alimenta 3 aquíferos subterrâneo: Guarani, Bambui e madamente 50% da área total, equivalente a 2.864,05 km²,
Urucuia. de acordo com dados da Companhia de Planejamento do
• O cerrado é uma floresta ao contrário. Distrito Federal (Codeplan). A bacia do rio Preto ocupa 23%

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da área total e drena 1.343,75 km²; o rio Descoberto, com considerável, a rede hidrográfica do DF não é propícia para
14% da área total, drena 825 km², e o rio Maranhão, com a pesca em escala comercial nem apresenta condições de
13% da área, drena 750 km². Mesmo com uma extensão navegabilidade.

Bacias Hidrográficas do Distrito Federal

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


Segundo o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram), há no DF situações de graves
conflitos ambientais quanto à ocupação do solo e ao uso dos recursos hídricos. A realidade é consequência do boom popu-
lacional e da intensificação das atividades econômicas nos setores agropecuário, industrial e de serviços nos últimos anos.

Clima

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O clima do Distrito Federal, segundo a classificação Mais de 50 anos depois, os primeiros resultados do último
Köppen, é tropical. As chuvas ocorrem com mais frequência Censo, em 2010, apontam que exatamente 2.570.160 pes-
entre os meses de novembro e janeiro, e o período seco vai soas vivem no Distrito Federal.
de junho a agosto. Devido à forte migração de mão de obra para a cons-
São três os subtipos climáticos do DF: trução da capital do país, Brasília é a unidade da Federação
• Tropical (nas localizações abaixo de 1.000 m acima do maior número de forasteiros. Foram cerca de 60 mil can-
nível do mar), com temperaturas frias superiores a 18 ºC. dangos (nome dado aos trabalhadores que vieram de toda
• Tropical de altitude (entre 1.000 m e 1.200 m acima do parte, principalmente do Nordeste, de Goiás e de Minas, ao
nível do mar), com temperaturas no mês frio inferiores centro do país para construir a nova cidade).
a 18ºC e média superior a 22 ºC no mês mais quente. No primeiro Censo Nacional que incluiu Brasília, em 1970,
• Tropical de altitude (em locais acima de 1.200 m do os nascidos na capital eram 22,2% da população. O índice
nível do mar), cujas temperaturas vão de menos de 18 foi aumentando gradativamente: 31,9% em 1980; 41,5% em
ºC no mês mais frio e não ultrapassam 22 ºC no mês 1991; e 46,8% em 2000. Na Pesquisa Nacional por Amos-
mais quente. tra de Domicílios (Pnad), em 2008, 48,9% da população era
formada por nativos. Com mais de 50 anos, estima-se que
Características Populacionais Brasília tenha pelo menos metade da população nascida em
solo brasiliense.
Ao todo, pouco mais de 12 mil pessoas viviam nas terras Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geo-
do estado de Goiás (Planaltina, Brazlândia e fazendas vizi- grafia e Estatística (IBGE) aponta que o Distrito Federal regis-
nhas) que deram origem à nova capital. Esse é o número de trava uma população de 2.914.830 pessoas em julho de 2015,
habitantes que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2.852.372 habitantes registrados 12 meses antes, o maior
(IBGE) calculou no Censo Experimental realizado em 1957. percentual de crescimento do país, segundo o Instituto.
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

Brasília, 57 Anos: Conurbação e Verticalidade em Curso paisagens naturais não encontradas em outras metrópoles
nacionais.
ALDO PAVIANI No estudo da evolução de Brasília, avalia-se que, a cada
(Professor Emérito da UnB e Pesquisador Associado do desconstituição de favela, o prêmio para os deslocados era
Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais da UnB Publica- um terreno, visando acomodar os que foram erradicados de
ção: 8/5/2017, no Correio Braziliense.) invasões. Foi o caso das chamadas Grandes Invasões, com
77.702 habitantes (Codeplan, 1970), sobretudo as que ocu-
Há 20 anos tratando da construção injusta do espaço pavam superquadras das Asas Norte e Sul do Plano Piloto,
urbano em Brasília, referimos o uso extensivo da terra, que bem como das localidades provisórias, com 5.913 habitantes
disseminou núcleos urbanos no território do Distrito Federal (Codeplan, 1970), erguidas nos acampamentos das constru-
(DF). Essa espacialização ensejou o polinucleamento, visível toras, desconstituídas ao longo dos anos. Com a população
no mapa do DF desde 1960. O povoamento privilegiou a desses núcleos precários criaram-se as cidades-satélites,
doação de lotes, na base de uma casa por família, desde a guindadas à condição de Regiões Administrativas (RAs).
criação de Taguatinga, em 1958. Pode-se perceber as vanta- Essa evolução urbana demonstra que, em 1960, Brasília,
gens da cidade estelar, em que, entre núcleos urbanos, havia ao ser inaugurada, possuía quase 130 mil habitantes; 10 anos
vegetação, riachos, vertentes, demonstrando que o bioma após, mais de 500 mil; em 1980, passou a casa do 1 milhão de
cerrado proporciona qualidade ambiental, com geografia e habitantes, chegando, segundo estimativas da Codeplan aos

10
2.906.574 habitantes, em 2015 (Pdad, 2015/2016). A Capital A expansão de 9,2% no valor nominal do PIB-DF, de 2014
Federal apresentou crescimento populacional vertiginoso, para 2015, resultou da combinação do crescimento de 10,3%
sem precedentes no país. Portanto, ao longo do tempo, o do deflator implícito da economia com o decréscimo de 1,0%
alargamento da ocupação do território do DF resultou em: do volume médio da produção (taxa de variação real), ou
• redução das vantagens ambientais por mudanças no seja, os bens e serviços tiveram ganho em seus preços médios
padrão polinucleado de povoamento; (inflação) enquanto a produção reduziu.
• ocupação da mancha demarcada nos mapas do DF, A economia brasiliense registrou, em 2015, pela primeira
sem descontinuidades, emendando um núcleo urbano vez, variação real negativa do PIB em toda sua série históri-
a outro ocasionando a conurbação — denominada de ca, que começa em 1985. O indicador que mede o nível da
continuum urbano. A mancha formada segue a evolu- atividade econômica no Distrito Federal retraiu 1,0%, reflexo
ção secular das demais metrópoles brasileiras; dos cenários econômicos nacional e local.
• o continuum urbano, visível na conurbação pioneira A atividade terciária é dominante e, pelo desemprego
de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Águas Claras, existente, demonstra ter chegado a seu limite de expansão.
veio acompanhado da necessidade de verticalizar; Por isso, é chegada a hora de mudar esse perfil e investir
• outra resultante do espraiamento urbano é a conur- em atividades produtivas, que gerem postos de trabalho,
bação com alguns municípios do colar metropolitano, colaborando para a redução da desigualdade social.
conhecido na mídia como Entorno. Pode-se afirmar
que alguns dos 12 municípios contíguos, a começar por
Luziânia, utilizaram antigas fazendas para iniciativas
imobiliárias para fins urbanos, como Valparaíso, Cidade
Ocidental, Novo Gama, Pedregal e outros.

Transferiram-se sem perder o vínculo com Brasília, manti-


veram o emprego e os estudos em universidades e escolas ou
outros aspectos da vida cotidiana. A emigração se processou
ao longo de muitos anos, o que fez com que o DF perdesse
população para Goiás. Por isso, nos dias atuais cerca de 1,2
milhão de pessoas se fixaram nas bordas externas ao DF.
Houve expansão urbana: seis municípios abrigam 100 mil
ou mais habitantes cada (Pmad/2013/2014). O processo de
metropolização é evidente no ir e vir de milhares de pessoas
que mantêm relações funcionais com Brasília, diariamente.

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


Isso é demonstrado por dados estatísticos da Codeplan.

Atividades Econômicas

Desde longa data, sustenta-se que Brasília deverá mu-


dar seu perfil de atividades. Em outras palavras, sua base
econômica sustentada nos serviços (terciário) vai chegando
ao fim, pois o desemprego chegou para 301 mil pessoas,
em junho de 2016 (Dieese/Codeplan/Setrab). O esgota- NOTÍCIAS SOBRE O DF
mento desse modelo se deve ao fato de que as tecnologias
aprimoram procedimentos em atividades que ocupavam Brasilienses se aproximam do Lago: DF já é o 4º do país em
maior número de pessoas, como serviços bancários. O atu- número de barcos. Atualmente, o Paranoá abriga mais de
al período técnico-científico e informacional, segundo o 52 mil embarcações. Opções mais acessíveis, que permitem,
geógrafo Milton Santos, é cada vez mais exigente quanto por exemplo, a aquisição de cotas, atraem cada vez mais
às qualificações para o mercado de trabalho. A base da brasilienses para o espelho d’água.
pirâmide ocupacional, mais alargada por incluir trabalha- (www.correiobraziliense.com.br)
dores com o fundamental completo ou mesmo analfabe-
tos, abriga maior volume de desempregados. Ao mesmo Brasília está a cerca de mil quilômetros do mar. Porém,
tempo, o topo da pirâmide, que inclui pessoas com as mais em meio às árvores retorcidas e ao chão de terra seca, a
elevadas qualificações, ocupa os detentores de melhores Capital Federal tem um tesouro de 48 quilômetros quadrados
salários, tanto no serviço público quanto no setor priva- de área e uma população inteira que depende de suas águas.
do. Nas contratações e mesmo em concursos, nota-se a O Lago Paranoá, é homônimo do rio represado que lhe deu
exigência por escolaridade mais elevada e, mesmo assim, origem. O nome vem do latim e significa “enseada do mar”.
nem sempre o emprego é oferecido para quem tem apenas O espelho d’água abriga mais de 52 mil embarcações, o que
o curso superior completo. coloca o Distrito Federal na quarta posição nacional em ta-
O Produto Interno Bruto do Distrito Federal (PIB-DF) acu- manho de frota náutica. Segundo a Marinha do Brasil, estão à
mulou ao longo de 2015, em valores correntes, R$ 215,613 frente de Brasília apenas São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro.
bilhões, resultado que manteve o Distrito Federal na oitava O entusiasmo do brasiliense com as atividades náuticas
posição entre as maiores economias do Brasil desde o iní- tem movimentado um mercado de itens de luxo, que ganha
cio da nova série, em 2010. Em 2014 totalizou R$ 197,432 novos ares e adeptos com perfis diferentes. O sistema de
bilhões. compra por cota, que nada mais é que uma aquisição em

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sociedade, deu ao público de classe média uma opção aces- de alto nível na Capital. Há cerca de sete anos, eu doei 60
sível de investimento. Os contratos conjuntos, assim como velas para os clubes náuticos que promovem ações sociais
o bem adquirido, são geridos pela empresa que vendeu a para crianças carentes e, ainda hoje, vejo as velas sendo
embarcação e o cotista não precisa se preocupar com as utilizadas nas aulas solidárias”, conclui.
negociações entre os sócios, que, na maior parte das vezes,
não se conhecem. OS LUGARES POUCO CONHECIDOS DE BRA-
Assim, muitos apaixonados pela navegação puderam re-
alizar o sonho de ter uma embarcação. Nascido em Salvador,
SÍLIA QUE VOCÊ PRECISA VISITAR
Thiago Brandão, 38 anos, encontrou nas cotas e na lancha
uma forma de aproximação com a terra natal. Há três anos Descubra os Cantos de Brasília que têm muita Arte e
em Brasília, ele trouxe ao quadradinho a mulher e o filho. História, mas que nem todo mundo conhece; Locais
Antes companheiro de surfe do pai, o menino hoje acom- Ideais para Fazer Turismo
panha o casal em passeios motorizados no lago e em ativi-
dades mais radicais: eles praticam wakeboard, modalidade Em Brasília, o que não falta são espaços turísticos. Cada
na qual a prancha é puxada por um barco. “Eu não vivo fora canto tem um museu ou monumento que conte a história
d’água. Surfava todos os dias em Salvador. Não perdi essa da cidade. O Congresso Nacional, a Catedral e o Museu da
conexão aqui na capital, estou todos os fins de semana no República compõem o cartão-postal da cidade e são exem-
lago ”, conta. plos da vocação brasiliense para o turismo. Mas isso não
significa que outros lugares não estejam impregnados de
Mercado Aquecido arte, cultura e acervos históricos, muitas vezes, ignorados
pela própria população do Distrito Federal.
Há quem prefira a exclusividade de ter um barco só Projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1970,
para si. Entre os muitos modelos, pode-se encontrar um o Palácio Itamaraty é um exemplo de monumento cheio de
moto aquática zero-quilômetro a partir de R$ 29 mil e potencial turístico. Sede do Ministério das Relações Exte-
até modelos de mais de R$ 100 mil. As lanchas também riores, foi concebido com o propósito de apresentar o Brasil
têm grande variação de preços, um modelo simples, com aos visitantes estrangeiros. Inteiramente construído com
16 pés (cerca de 5 metros), pode sair por R$ 50 mil, já as materiais nacionais, possui um conjunto de salões que abri-
embarcações maiores, com 52 pés (15 metros), alcançam gam obras de artistas brasileiros. O acervo é composto por
os R$ 5 milhões. grandes nomes da arte nacional, como Athos Bulcão, Alfredo
Júnior Ferreira, 33, é vendedor em uma loja especializa- Volpi, Bruno Giorgi, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Maria
da em itens náuticos e afirma que, desde 2013, o mercado Martins, Mary Vieira, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Rubem
brasiliense vem passando por uma tendência de sofisticação. Valentim, Sérgio de Camargo e Tomie Ohtake.
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

“De cinco anos para cá, os clientes têm escolhido barcos O palácio é um verdadeiro museu, com coleções que
maiores e mais caros, hoje, as lanchas mais baratas estão vão do barroco ao período contemporâneo. “A coleção do
saindo menos e a preferência é para as com mais de 30 pés, Itamaraty representa o que havia de mais importante no
cujo valor gira em torno de R$ 1 milhão ”, avalia. Ele estima país na época em que foi construído”, conta Heitor Granafei,
que os lucros obtidos somente com a área de vendas de jet- curador e organizador da exposição Desenhando para um
-skis e lanchas alcance R$ 2,5 milhões por mês. palácio, em cartaz no Itamaraty. “A ideia de Brasília era de
modernidade; então, a coleção tem muitas coisas modernas
Ao Sabor do Vento e peças especialmente encomendadas para artistas que ex-
punham na bienal de São Paulo e um certo número de peças
A velocidade e a praticidade dos barcos motorizados imobiliário antigo.”
ofuscaram a beleza dos barcos movidos a vento. Mas a prática O curador afirma que Ministério das Relações Exteriores
da vela ainda mantém muitos apaixonados. Júlia Sampaio, quer promover e compartilhar esse acervo que pertence à
14 anos, é competidora na categoria em dupla. Ela já viajou população. “A ideia é justamente de que o palácio se insira
pelo Brasil e conquistou uma série de títulos. “Eu comecei cada vez mais na vida cultural da cidade. O brasiliense vai
aos 11 anos, por incentivo da minha madrinha, que era vice- ter um panorama muito completo da criatividade nacional,
-diretora de um clube náutico, e dos meus pais, que sempre além de poder encontrar arte brasileira do século 20 e um
gostaram. Dois anos depois, eu participei da minha primeira vasto acervo mobiliário desde o século 18”.
competição, em Vitória, e não parei mais”, conta. Granafei acredita que não visitar um monumento his-
Há mais de 40 anos navegando nas águas do Lago Pa- tórico é uma coisa comum na maioria das cidades do país
ranoá, José Celso Martins, 76, sente pesar em estar afas- e do mundo. “Como aquilo está sempre à mão, as pessoas
tado de seu veleiro, por causa de um problema na coluna. adiam a ida para quando vier um parente, por exemplo, e
“Infelizmente, há três anos que não velejo, mas já atuei pode acabar não indo a esses lugares. E isso é típico quando
demais com a vela. Cheguei a disputar as classificatórias os pontos culturais são permanentes, como o palácio”, diz.
para a Paraolimpíada de Londres. A maioria dos velejado- A fisioterapeuta Leopoldina Moreira visitou o palácio
res são amadores e velejam por amor, a gente é da água. quando criança. Agora, retornou ao Itamaraty para acom-
Estar ao sabor do vento, apreciando a natureza, não há panhar o filho, Pedro Arthur, em sua primeira visita ao local.
comparação”, confessa. “Me surpreendi muito com as obras de arte e os significa-
O empresário salienta que a carreira esportiva na vela é dos por trás delas. A representatividade das coisas é muito
um caminho tortuoso e difícil, por isso ele é um incentivador interessante. Acho fundamental para a nossa autoestima
da prática em Brasília. “Os patrocínios são escassos, os mate- como brasileiro, porque a gente pode ver a capacidade que
riais são muito caros e, mesmo assim, temos competidores os artistas tinham naquela época, com tanta falta de recurso.

12
Acho muito importante manter e valorizar isso”, comenta a • Galeria Olhos de Águia
fisioterapeuta. Localizada na Praça da CNF de Taguatinga Norte, a galeria
A servidora pública Manu Ribeiro Leite veio do Rio de do fotojornalista Ivaldo Cavalcante foi idealizada para abri-
Janeiro para visitar Brasília e o Itamaraty foi um dos pontos gar o acervo do seu criador. Pouco a pouco, tomou forma e
que queria conhecer da cidade. “Achei tudo muito bacana. se tornou um local ideal para trocas de experiências sobre
Aqui a gente entra e, a cada passo, toda a perspectiva muda. o mundo da fotografia. O espaço, que também abriga um
A nossa visita não é turística, a gente veio como cidadão”, bar, recebe diversas atividades culturais, como exposições,
comenta. mostras de filmes, feiras fotográficas e pocket shows.
Outro que veio peregrinar por Brasília foi o engenheiro
civil Tarcísio Xavier. Ele veio de Recife para conhecer o palácio • A Pilastra
do Itamaraty. “Eu fiquei admirado quando me explicaram A pilastra é um apartamento no Guará que foi transfor-
que esse vão [no saguão de entrada] é um dos maiores da mado em galeria de arte, estúdio de produção audiovisual
América Latina. Aqui em Brasília, boa parte dos prédios têm e ateliê aberto aos artistas. A proposta é lutar pela presença
mais de 50 anos, mas, ainda assim, é tudo muito moderno e democratização da arte fora do centro. A galeria também
e o palácio é um exemplo disso”, afirma. comercializa obras de arte nacionais e internacionais, pro-
duz conteúdo audiovisual e recebe artistas e visitantes que
Monumento a Céu Aberto queiram espaço e contato com expressões artísticas des-
centralizadas.
Outro local pouco aproveitado pela população do DF não
• Jardim Botânico
fica muito longe do Itamaraty: o Panteão da Pátria. Localizado
O Jardim Botânico de Brasília é um respiro de ar puro no
nas proximidades da Praça dos Três Poderes, o memorial
contra fluxo dos espaços fechados. É um espaço dedicado
cívico homenageia pessoas brasileiras que, de algum modo,
a uma coleção de plantas, mas também ao cultivo e à ex-
serviram para a maturidade e engrandecimento do país.
posição. Entre as atividades destinadas aos visitantes estão
Inaugurado em 7 de setembro de 1986, ele foi criado por
educação ambiental e o lazer orientado para a conservação
Oscar Niemeyer e apresenta uma arquitetura modernista
da biodiversidade do cerrado, que pode ser apreciado nas
simbolizando uma pomba. A área externa é a mais frequenta-
“trilhas interpretativas”. Além disso, o jardim conta com mu-
da pela população. No alto de uma torre erguida em diagonal,
seus e jardins temáticos, como o jardim evolutivo, o jardim
arde uma tocha com “a chama eterna”, que representa a de cheiros, o jardim japonês e o jardim de contemplação.
liberdade do povo e a independência do país. Mas a pira foi Memorial dos povos indígenas. Construído em 1987, o Me-
apagada em 2016 por falta de verba do Governo do Distrito morial foi projetado por Oscar Niemeyer em forma de espiral
Federal (GDF).

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


que remete a uma maloca dos índios Yanomami. O espaço
O estudante de arquitetura Felipe José trabalha no Sena- abriga uma coleção destinada a apresentar a diversidade
do Federal e conta que gosta de passar pelo Panteão após o e a riqueza da cultura indígena, que se revela de forma di-
expediente e subir as escadarias para olhar Brasília de uma nâmica e viva. Com esse propósito, o memorial promove
perspectiva diferente. “Acho interessante como tudo foi cons- eventos com a presença e a participação de representantes
truído, isso acaba por impactar na minha vida profissional indígenas de diferentes regiões do país. No acervo, há peças
também. Gosto de ir à tocha para ter inspiração, mas isso de diversas tribos e objetos que fazem parte da coleção de
acaba sendo transformado num momento de lazer”, garante. Darcy-Berta-Galvão.
O Panteão possui três pavimentos e tem área total de
2.105 m². Em seu interior, no salão Vermelho, encontra-se o
MAPA DO FEMINICÍDIO NO DF
mural Liberdade, do artista plástico Athos Bulcão. No terceiro
andar está o vitral de autoria de Marianne Peretti, respon-
sável pelos vitrais da Catedral.
Onde Mais Ocorre e o Perfil de Quem Mata

Desde 2015, Foram Quase 60 Crimes, 20 Deles este Ano.


Outros Charmes Companheiros e Ex-Companheiros Formam a Maioria Dos
Assassinos
A cultura e a história de Brasília podem ser reveladas em
diversos locais. Estes são alguns espaços que abrigam a vida No ano passado, as delegacias do DF registraram 20 ocor-
artística da capital e podem ser explorados pelos brasilienses. rências. Diante desse cenário violento contra as mulheres,
formou-se uma câmara temática com representantes da Po-
• Espaço Cena lícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, SSP, Ministério
Criado em 2005 pela organização do Cena Contemporâ- Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Detran, De-
nea — Festival Internacional de Teatro de Brasília, o Espaço fensoria Pública e Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios
Cena é um centro cultural situado na 205 Norte, quadra co- (TJDFT) com o objetivo de entender o padrão relacionado
nhecida por suas características arquitetônicas diferenciadas às mortes. Para o secretário da Segurança Pública e da Paz
e que conta com iniciativas culturais e artísticas diversas. O Social, Cristiano Sampaio, isso pode ajudar juízes a decidir
espaço abriga temporadas de espetáculos, oficinas de arte, sobre a sentença de agressores desde a primeira denúncia.
exposições fotográficas, shows e degustações gastronômi- “A gente tem percebido que eles não partem da primeira
cas. Os ambientes intimistas, confortáveis e descontraídos ocorrência para a morte. Com o padrão estabelecido, a gente
reafirmam o conceito de ponto de encontro e de celebração consegue ter uma luz acesa mostrando o nível de risco e
da cultura e das artes produzidas em Brasília e no Brasil. quando adotar as mais altas medidas de proteção”, explica.

13
Medidas Protetivas Maria (6). Um dos objetivos da câmara temática é descobrir
por que há mais casos nessas regiões. “Qualquer afirmação
Depois de assassinar a ex-mulher, Epaminondas cometeu conclusiva agora é prematura, mas eu acredito que a questão
suicídio. O mesmo aconteceu com outros cinco homens em cultural é um fator decisivo para se ter mais ou menos violência
2018. Dos 20 autores de feminicídio, 11 estão presos. Um doméstica”, ponderou o secretário de Segurança.
deles é Eduardo Gonçalves de Sousa, 34, que matou, em A SSP agora passou a trabalhar a questão da agressão às
26 de agosto, a companheira Maria Regina de Araújo, 44, mulheres também no curso de formação de policiais. Além
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

no Itapoã. Dez dias antes, Maria Regina havia pedido uma disso, pela frequência com que PMs se revelam agressores,
medida protetiva à Justiça, mas sem sucesso. a pasta matrícula, compulsoriamente, os envolvidos em uma
iniciativa de tratamento. “Eles reconhecem a importância
Segundo o TJDFT, apenas em 2018, a Justiça recebeu
de fazer isso para evitar uma nova agressão. Você percebe
9.459 pedidos de medidas protetivas, dos quais pouco mais que esse é um crime recorrente. Ou trabalha na causa e
da metade — 4.964 — foram concedidos. Ainda 2.216 tive- neutraliza, ou vai chegar a um ponto mais grave. Então, o
ram aprovação parcial. O presidente do tribunal, Desem- tratamento do agressor também é muito importante”, avalia
bargador Romão Cícero de Oliveira, explicou que as solici- o secretário Cristiano Sampaio.
tações são analisadas, caso a caso, por um juiz. “Nem todas
as histórias são verificáveis. Nós temos o sentido de que a Tornozeleiras
palavra da vítima vale muito em relação à do réu”, ressalta
o magistrado. “De vez em quando, o juiz deixa de aplicar um Segundo Cristiano, 6 mil tornozeleiras eletrônicas estão
benefício a uma dessas pessoas que, talvez, estivesse falando disponíveis, mas, atualmente, apenas 28 agressores são mo-
a verdade, mas que não teve a eloquência necessária para nitorados. Os equipamentos, que custam R$ 162 mensais,
chegar aos ouvidos do juiz. A eloquência do acusado talvez fazem parte de um contrato de locação e, de acordo com a
tenha sido muito melhor e convenceu”, diz. SSP, só são cobradas quando em uso. Mas, para um acusado
usar o equipamento, é preciso determinação judicial. “Se
precisar usar, temos 6 mil. A central de atendimento está
montada e equipada com servidores em esquema de opera-
ção 24 horas por dia, sete dias por semana. E essa é a nossa
angústia”, alerta o secretário. “A gente precisa convencer as
pessoas de que esse é um recurso importante e que pode
ajudar a cidade”, declara Sampaio.
No fim de agosto, um dos agressores rompeu a torno-
zeleira e tentou estrangular a ex-companheira em casa, no
Gama. O homem de 34 anos descumpriu medida protetiva
e chegou a dizer: “Agora eu consigo te matar”. O feminicí-
dio só não aconteceu porque um amigo da vítima chegou
a tempo de evitar o pior. Cristiano Sampaio reforça que o
equipamento não é um impeditivo, apenas um recurso de
acompanhamento. “Assim que ele o rompeu, foi gerado um
alarme na central, que tentou contato com ele. Como não
A cidade do DF com o maior número de feminicídios é Cei- atendeu, a PMDF deslocou efetivo para a residência. O mo-
lândia (11), seguida de Samambaia (8), Brasília, Gama e Santa nitoramento é permanente. ”

14
O Desembargador Romão Cícero, Presidente do TJDFT,
concorda que o número de tornozeleiras em uso é baixo.
“Podia ser muito maior para que a polícia pudesse ter o olho
bem mais perto dessas pessoas. É um material que ajuda e
muito não só no caso de violência doméstica”, reconhece o
magistrado.
Além das tornozeleiras, outro recurso subutilizado, na
visão da SSP, é o aplicativo Viva Flor, espécie de botão do
pânico que permite às vítimas de violência doméstica acionar
a PM caso se sintam ameaçadas. Até o momento, 12 estão
cadastradas no programa, lançado em 20 de novembro do
ano passado. À época, a promessa era de que 100 mulheres
seriam contempladas com o benefício até o fim de 2017.
Contudo, os cadastros começaram em junho e, segundo o
TJDFT, ainda está em fase de execução do projeto-piloto.
Agora, a previsão é de que até o final de setembro haja 30
nomes no total.
Para fazer parte do Viva Flor, a mulher deve ter uma me-
dida protetiva de urgência vigente, e a decisão da inclusão
deve ser dada pelo Poder Judiciário, que fornece os dados
para cadastro feito pela SSP. O Secretário Cristiano Sampaio,
no entanto, afirma que a central de atendimento tem capa-
cidade maior. “Esse é um aplicativo on-line, que não tem
custo. Eu acho que a segurança, a cautela, o teste, o ajuste,
tudo isso é importante, mas tem coisa mais importante. Tem
gente precisando do serviço agora”, reforça.
No mês passado, o GDF encaminhou para a Câmara Le-
gislativa um projeto de lei que prevê a conexão entre o Viva
Flor e as tornozeleiras eletrônicas. A ideia é que, caso um
agressor monitorado se aproxime da vítima cadastrada no
aplicativo (ele é georreferenciado), um alerta seja emitido
na central de controle, que tomará as providências cabíveis
para proteção da mulher em risco.
Outra medida prevista é a obrigação de a SSP fornecer os

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


equipamentos de monitoração. O secretário explica que hoje,
o Estado não precisa fornecer as tornozeleiras, de acordo
com a Lei nº 12.258/2010. “Se o DF quiser interromper o
contrato, interrompe. A lei vai garantir que isso seja man-
tido”, esclarece.

Em Média, Uma Pessoa Morre A Cada 28 Horas no


Trânsito do DF
Balanço da Segurança Pública de Setembro Mostra
Ainda Queda nos Índices de Criminalidade, Inclusive no
Número de Estupros - Foram Sete a Menos que no Mês
Anterior

A Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social divul-


gou, no dia 2 de outubro de 2018 balanço referente ao mês
de setembro. As mortes no trânsito aumentaram 19% entre
janeiro e setembro deste ano. Nos nove primeiros meses
de 2018, morreram 229 pessoas nas vias do DF. O mesmo
período, em 2017, foram 193 mortes no trânsito. Em média,
uma pessoa morre a cada 28 horas no trânsito do DF.
Em 2017, 256 pessoas morreram no trânsito do DF ao lon-
go de todo ano. De acordo com o Departamento de Trânsito
(Detran-DF), naquele ano houve uma redução de 33% nos
acidentes fatais no DF em relação a 2016. Em 2018, foram
178 vítimas do sexo masculino e 35 do sexo feminino até
agosto. Nos primeiros oito meses do ano, cerca de 20,6% dos
óbitos nas vias do DF foram de pessoas entre 20 e 29 anos.
No mês de setembro, o Detran realizou 67 atividades de
educação no trânsito e foram realizadas 9.089 operações
de fiscalização. O órgão registrou também 1.743 conduto-
res autuados por dirigirem alcoolizados no mês, além de

15
73 carteiras de habilitação suspensas ou cassadas e 1.510 pela redução da quantidade de crianças de 0 a 13 anos em
veículos removidos. Brasília. Em 2012, elas representavam 20,4% da população;
em 2018, 17,3%.
Redução nos Índices de Criminalidade
O Tamanho da Capital
O balanço do índice de criminalidade no DF apresenta
um panorama de quedas. As maiores baixas entre os índices Apesar da redução, Brasília ainda é o terceiro muni-
foram dos roubos em transporte público (queda de 67,2% cípio mais populoso do Brasil, atrás apenas de São Paulo
em relação a setembro de 2017) e dos homicídios (queda (12.176.866) e Rio de Janeiro (6.668.927). Além de Brasília,
de 40,4% em relação a setembro de 2017). as outras capitais que registraram diminuição foram Salva-
No acumulado desde janeiro, foram 334 homicídios regis- dor (-3,27%), Maceió (-1,63%), João Pessoa (-1,39%), Belo
trados no DF. No mesmo período de 2017, haviam sido 356 Horizonte (-0,88%), Natal (-0,85%) e Porto Alegre (-0,39%).
homicídios registrados. O DF registrou no ano passado 498 Somando a população do Entorno, a “região metropolitana”
mortes violentas, o menor número absoluto dos últimos 15 do Distrito Federal chega a 4.341.733 pessoas. Juntas, as 27
anos. No acumulado desde janeiro deste ano, a queda é de
capitais somam 49,7 milhões de habitantes, o equivalente
6,2%. Em relação ao período de janeiro a setembro em 2018
a 23,85% da população do país: 208.494.900.
e 2017, as maiores quedas foram dos roubos em transporte
coletivo e roubo em residência. No acumulado, foram 769
ocorrências de roubo a menos nos ônibus e no metrô do DF, População do Distrito Federal será a Segunda mais
uma queda de 37,4%. Idosa do País em 2060
O balanço também apresenta um cenário positivo da
produtividade das polícias do DF. A Polícia Militar atendeu No mesmo ano, o crescimento populacional do Distrito
29.778 ocorrências a mais em setembro e já acumula desde Federal será decrescente, segundo IBGE
janeiro mais de 282 mil ocorrências atendidas. Desde janeiro,
a Polícia Civil acumula 2.259 pessoas pegas em flagrante (11% O número de nascimentos tende a diminuir e o de re-
a mais que 2017) e 4.830 mandados de prisão executados gistros de óbito da população como um todo a aumentar
(4,8% a menos que 2017). Dos 2.927 inquéritos instaurados na Capital Federal. Ao menos é o que indica a Projeção da
em setembro, 75% deles foram solucionados. População (Revisão 2018), levantamento elaborado pelo Ins-
tituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A pesquisa,
Estupros divulgada nesta quarta-feira (25/7), apresenta um cálculo
revisado da projeção da população do país, por idades, ano
O balanço da secretaria também apresenta uma discre- a ano, de 2010 a 2060.
ta queda nos estupros ocorridos no DF. Em agosto, foram Segundo a pesquisa, a média geométrica de crescimen-
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

30 ocorrências, mas, em setembro, foram 23, enquanto o to populacional do Distrito Federal será negativa em 2060,
mesmo mês de 2017 contabilizou 66 estupros. Dentre os equivalerá a -0,10%. Este ano, esse valor é de 1,40%. De
estupros ocorridos em setembro deste ano, 39% foram na 2018 a 2060, os nascimentos cairão de 44.364 para 32.984. O
residência ou local de trabalho da vítima e 52% dos autores
número de óbitos da população como um todo, por sua vez,
destas agressões têm vínculo com a vítima. No acumulado
crescerá em mais de 30 mil. Saltará de 12.982, para 44.866.
desde janeiro deste ano, a secretaria já contabiliza 494 ata-
ques sexuais. Em 2017, a secretaria registrou 883 estupros, A redução no número de nascimentos e aumento na
32,4% a mais que em 2016. quantidade de mortes segue uma tendência nacional. No
Brasil, a previsão para este ano é de 3.003.585 nascimentos
e 1.349.693 mortes. Em 2060, esses números serão, res-
População do DF Cai 2,1% em 1 Ano e Fica Abaixo
pectivamente, 2.120.842 e 2.856.059. A tendência é que a
dos 3 Milhões; Entenda as Razões população nacional cresça até 2040, indo de 208.494.900 em
2018 até 231.919.922, reduzindo nos próximos 20 anos, até
Diminuição foi de 64.741 moradores. Em 2018, fecun-
chegar a 228.286.347.
didade no DF chegou a 1,68 filho por mulher. O número de
moradores do Distrito Federal voltou a ficar abaixo dos 3 Diferentemente da tendência nacional, porém, a popula-
milhões. O cálculo é do Instituto Brasileiro de Geografia e ção do DF continuaria a aumentar, de 2.972.209 em 2018 aos
Estatística (IBGE), que divulgou em agosto as estimativas de 3.789.728 habitantes em 2060. Um dos motivos será o saldo
população em todos os municípios do país em 2018. migratório positivo para a capital. Nessa altura, o índice de
Segundo o IBGE, a estimativa para a capital caiu 2,1% pessoas com 60 anos ou mais, em relação aos jovens de até
em relação ao ano passado, passando de 3.039.444 para 15 anos, que, este ano, é de 33,66%, deve chegar a 207,14%
2.974.703 pessoas – uma diminuição de 64.741. A data de no fim do período, valor acima da expectativa nacional, que
referência da estimativa é 1º de julho de 2018. é de 173,47%.
Hoje, Brasília é influenciada pelos seguintes movimentos: A proporção de idosos para jovens no DF em 2060 será
• queda gradativa na taxa de fecundidade (estimativa a segunda maior entre as 27 unidades da Federação, com
de 1,68 filho por mulher em 2018); cerca de dois para um. A Projeção da População (revisão
• saldo migratório positivo, porém em queda; 2018) também aponta que, naquele ano, apesar do cresci-
• queda no número de registro de óbitos; mento progressivo da população, o DF terá a menor taxa de
• alteração na divisa com municípios de Goiás. fecundidade do país.
Vai passar de 1,68 filho por mulher, registro de 2018, para
A mudança na divisa entre DF e Goiás fez a capital “per- 1,5 filho por mulher. Por outro lado, a expectativa de vida
der” 2.494 moradores para o estado de 2017 para 2018, de para homens e mulheres deve aumentar, respectivamente,
acordo com o IBGE. Já a queda na taxa de fecundidade – prin- de 74,94 e 81,96 anos este ano, para 79,53 e 85,65 no fim
cipal explicação para a queda populacional – é comprovada do período avaliado.

16
5,6 mil litros de água por segundo serão captados de Corumbá IV em 2019
Com 80% das obras finalizadas, a previsão é de que até o fim de dezembro os problemas de abastecimento de água
no Distrito Federal estejam resolvidos. Captação inicial será de 2,8 mil litros por segundo, que deve ser dobrada ainda no
próximo ano.

Transposição do Corumbá 4

No mês julho um mês após o fim do racionamento no Capacidade


Distrito Federal, a obra de Corumbá IV chega à reta final.

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


Em menos de seis meses, virá de Goiás a água definida pelo No governo de Joaquim Roriz, em 2000, veio a decisão
GDF como a solução para os problemas hídricos de Brasília de retirar do Lago Corumbá os recursos para abastecer o DF.
por pelo menos duas décadas. O projeto está 80% pronto. O lago tem capacidade para fornecer água para até 1,3 mi-
O prazo é que até o fim de dezembro deste ano os recursos lhão de pessoas, e a outorga da Agência Nacional das Águas
do reservatório goiano cheguem às quatro bombas de 9 me- permite retirada de até 8 mil l/s do manancial. Os problemas
tros de comprimento que serão instaladas na elevatória de relacionados ao empreendimento vieram nos anos seguintes,
captação de água bruta, em Luziânia. A partir daí o recurso com paralisações devido a denúncias de superfaturamento
percorrerá 28km em canos até alcançar a estação de trata- de equipamentos.
mento em Valparaíso de Goiás, onde, após purificado, será Em 2001, o Correio Braziliense publicou estudo da organi-
bombeado para Santa Maria e Gama. zação ambientalista WWF com alerta de que, se não houvesse
Para retirar a água de Corumbá, os governos do DF e de investimentos no combate ao crescimento desordenado e na
Goiás ergueram um verdadeiro edifício de concreto à beira do produção de mais água, o DF sofreria com problemas de crise
lago, em Luziânia. O prédio recebeu vistoria do governador hídrica em 2016, o que se concluiu. O Presidente da Caesb na
Rodrigo Rollemberg, e dos presidentes da Companhia Sane-
época, Fernando Leite, afirmou que não havia motivos para
amento de Goiás (Saneago) e da Companhia de Saneamento
pânico. “O abastecimento está garantido por mais 90 anos”,
Ambiental do DF (Caesb), estatais responsáveis pela obra.
“Estamos dentro dos prazos. A obra trará um legado para contou, condicionando a solução do problema à entrega de
as futuras gerações do DF, resolvendo por mais de duas dé- Corumbá IV. Na época, a previsão de entrega da obra era para
cadas o problema de abastecimento de água da capital e da 2003, com investimento de apenas R$ 250 milhões.
região do Entorno Sul”, garantiu Rollemberg. O Presidente da Saneago, Jalles Fontoura, comentou os
Os números de Corumbá IV mostram a dimensão da atrasos na entrega: “Essa obra foi uma aventura. Teve de
obra. O investimento está estimado em R$ 550 milhões, é a tudo. Operação da Polícia Federal e investigações, mas houve
principal obra de captação em execução no Brasil. A partir também a superação, provando que não havia problemas.
de dezembro, serão retirados 2,8 mil litros de água por se- Gostaríamos de ter terminado a obra no ano passado, mas
gundo do reservatório, que ainda em 2019 deve subir para vamos entregá-la agora”, contou. Jalles afirmou que agora
5,6 mil l/s. Assim como o investimento, a captação também o trabalho das duas estatais está em harmonia. “As equipes
será dividida igualmente entre Goiás e DF. técnicas estão muito entrosadas pelo mesmo objetivo: co-
Para se ter ideia do tamanho do volume de Corumbá locar água na torneira do Entorno e do DF”, afirmou. A Sa-
IV, são retirados por segundo do Descoberto, principal re- neago é responsável pela elevatória que capta a água bruta,
servatório do DF, 3,2 mil litros de água. O recurso do lago em Luziânia, enquanto a Caesb é responsável pela estação
goiano, além de atender quatro municípios do Entorno do de tratamento e a tubulação que faz o transporte da água,
DF, chegará em dezembro a Santa Maria e Gama, regiões em Valparaíso, e pela tubulação que transporta os recursos.
mais próximas do corpo d’água. Mas para o futuro, o GDF Compare
tem planos de levar os recursos também para Recanto das Lago de Corumbá -> 173 km²
Emas, Taguatinga e até Ceilândia. Lago Paranoá -> 48 km²

17
EXERCÍCIOS 8. (2019/CESPE / CEBRASPE/SLU-DF) Com relação à Região
Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE-
1. (2019/CESPE / CEBRASPE/DPE-DF) Acerca de aspectos -DF), julgue o próximo item.
políticos e econômicos do Distrito Federal e da Região A organização territorial tanto de Brasília quanto da
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e RIDE-DF reflete desigualdades socioespaciais caracterís-
Entorno (RIDE-DF), julgue o item a seguir, conforme a ticas da urbanização brasileira. As diferenças ocupacio-
Lei Complementar n.º 94/1998 e suas alterações. nais e de renda entre as diversas regiões administrativas
A RIDE-DF compõe-se, além do Distrito Federal, de mu- do DF e os municípios goianos e mineiros intensificam
nicípios dos estados de Minas Gerais e Goiás. uma expansão urbana dispersa e desigual.
2. (2019/CESPE / CEBRASPE/DPE-DF) Acerca de aspectos 9. (2018/INSTITUTO AOCP/SES-DF) Assinale a alternativa
políticos e econômicos do Distrito Federal e da Região
correta acerca da realidade étnica, social, histórica,
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e
Entorno (RIDE-DF), julgue o item a seguir, conforme a geográfica, cultural, política e econômica do Distrito
Lei Complementar n.º 94/1998 e suas alterações. Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do
Município constituído por desmembramento territorial Distrito Federal e Entorno – RIDE.
de município integrante da RIDE-DF não necessariamen- a) Em 1921, como parte das comemorações do 30º
te será incluído nessa região integrada de desenvolvi- Aniversário de nossa primeira Constituição Federal,
mento, cabendo ao Poder Executivo autorizar ou não que destinou à União a área do Distrito Federal, foi
tal inclusão. lançada a Pedra Fundamental da Nova Capital do
Brasil no Morro Centenário, nos arredores de Pla-
3. (2019/CESPE / CEBRASPE/DPE-DF) Acerca de aspectos naltina.
políticos e econômicos do Distrito Federal e da Região b) Brasília foi o primeiro bem contemporâneo inscri-
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e to pela UNESCO na Lista do Patrimônio Cultural da
Entorno (RIDE-DF), julgue o item a seguir, conforme a Humanidade, em dezembro de 1987, possuindo a
Lei Complementar n.º 94/1998 e suas alterações. maior área tombada do mundo.
Brasília possui características próprias de regiões me- c) A RIDE foi criada com o objetivo de auxiliar no cresci-
tropolitanas: seu contexto territorial regional apresenta
mento de Brasília, que, assim como sua construção,
uma grande cidade central, com mais de 1 milhão de
habitantes, e é marcado por um processo de conurba- acontece de maneira planejada e ordenada.
ção de regiões administrativas do Distrito Federal com d) A Universidade de Brasília foi inaugurada no ano de
municípios vizinhos, os quais, mesmo que intercalados 1960, tendo o seu campus batizado com o nome de
por áreas rurais, são fortemente influenciados pelo cen- um dos seus fundadores e seu 1º reitor, o antropó-
tro de aglomeração. logo Cláudio Santoro.
e) O Plano Piloto da cidade de Brasília foi escolhido atra-
Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE

4. (2019/CESPE / CEBRASPE/DPE-DF) Acerca de aspectos vés de um concurso, tendo sido escolhido o projeto
políticos e econômicos do Distrito Federal e da Região de autoria do Arquiteto Oscar Niemeyer.
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e
Entorno (RIDE-DF), julgue o item a seguir, conforme a 10. (2018/Quadrix/CODHAB-DF) Políticas públicas volta-
Lei Complementar n.º 94/1998 e suas alterações. das para a interiorização do desenvolvimento nacio-
O Distrito Federal e os municípios que integram a RIDE- nal começaram a adquirir consistência na Era Vargas
-DF demandam políticas públicas de interesse comum (1930‐1945), quando foi anunciado o projeto “Marcha
em diversos setores da dinâmica urbana regional, tais para o Oeste”. Na segunda metade dos anos 1950, com
como desenvolvimento econômico, geração de empre-
o governo de Juscelino Kubistchek, concretizou‐se a
go e renda, diminuição das desigualdades socioespa-
ciais e oferta de serviços públicos diversos. transferência da capital para o Planalto Central, com a
construção e inauguração de Brasília. Em certa medi-
5. (2019/CESPE / CEBRASPE/SLU-DF) Com relação à Região da, esse propósito de interiorização foi retomado por
Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE- governos militares pós‐1964.
-DF), julgue o próximo item. Tendo essas informações como referência inicial e con-
A RIDE-DF é considerada uma região metropolitana que siderando, em particular, o papel conferido à Região
integra apenas os núcleos urbanos do DF e os municí- Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e
pios limítrofes do estado de Goiás. Entorno (RIDE), julgue o item.
Lei de 2018, que alterou objetivos e composição da
6. (2019/CESPE / CEBRASPE/SLU-DF) Com relação à Região RIDE, retira a participação da União no financiamento
Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE- de projetos de infraestrutura para a região, limitando
-DF), julgue o próximo item. legalmente sua atuação à supervisão das ações já em
A RIDE-DF é formada pela capital administrativa e polí- andamento.
tica do país, Brasília, caracterizada predominantemen-
te por atividades terciárias e quaternárias, e por parte 11. (2018/Quadrix/CODHAB-DF) Tendo essas informações
de um corredor dinâmico de base agropecuária, o eixo
como referência inicial e considerando, em particular, o
Brasília-Anápolis-Goiânia.
papel conferido à Região Integrada de Desenvolvimento
7. (2019/CESPE / CEBRASPE/SLU-DF) Com relação à Região do Distrito Federal e Entorno (RIDE), julgue o item .
Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE- Por determinação legal, são considerados como de in-
-DF), julgue o próximo item. teresse da RIDE os serviços públicos comuns ao Distrito
Brasília é o centro polarizador da RIDE-DF e é classifi- Federal e aos municípios que dela fazem parte, com
cada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística destaque para aqueles vinculados às áreas de infraes-
(IBGE) como metrópole nacional. trutura e de geração de postos de trabalho.

18
12. (2018/Quadrix/SEDF) A Região Integrada de Desenvolvi- urbano que se verifica no interior do Distrito Federal,
mento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF) foi criada com o surgimento de novos núcleos de povoamento.
pela Lei Complementar n.º 94/1998 e regulamentada b) Urge buscar soluções para o uso compartilhado e
pelo Decreto n.º 2.710/1998, alterado pelo Decreto n.º racional da água pela população que compõe a RIDE,
3.445/2000. Internet: <www.mi.gov.br>. com especial atenção às represas que cumprem o
Acerca da região citada no texto e de temas correlatos, papel de divisoras entre o Distrito Federal e Goiás,
julgue o item que segue. como a Barragem do Descoberto, a de Corumbá IV
Recentemente, foram agregados mais dez municípios e a de Serra da Mesa.
goianos à RIDE, além de dois municípios mineiros, Ari- c) 19 municípios de Goiás, 2 de Minas Gerais e 33 do
nos e Cabeceira Grande. Distrito Federal integram a RIDE.
d) Não sendo uma unidade limítrofe com Minas Gerais,
13. (2018/Quadrix/SEDF) Acerca da região citada no texto o Distrito Federal mantém com aquele estado rela-
e de temas correlatos, julgue o item que segue. ções econômicas bem menos intensas que as que
Considerando‐se toda a RIDE, o setor industrial compõe estabelece com o estado de Goiás.
a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) da região. e) A cada ano, constata-se que a população do Dis-
trito Federal teve um incremento superior à média
14. (2018/Quadrix/SEDF) Acerca da região citada no texto nacional, situação que também se verifica com o
e de temas correlatos, julgue o item que segue. contingente populacional de diversos municípios do
O território e os municípios que compõem a RIDE coin- entorno.
cidem com a Área Metropolitana de Brasília (AMB).
18. (2012/FUNIVERSA/DETRAN-DF) A criação da Região
15. (2018/Quadrix/SEDF) Acerca da região citada no texto Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE) su-
e de temas correlatos, julgue o item que segue. bordinou-se, entre outros, ao objetivo de
É objetivo da RIDE articular e viabilizar ações e projetos a) promover o desenvolvimento econômico da porção
da União, do Distrito Federal, dos estados e dos muni- do território goiano que não se integrou ao estado
cípios, visando à dinamização econômica e ao desen- de Tocantins, criado pela Constituição de 1988.
volvimento em escala regional. b) fazer do Governo Federal o principal responsável
pela geração de empregos nos municípios goianos
16. (2016/IADES/PC-DF) A Região Integrada de Desenvolvi- e mineiros limítrofes ao Distrito Federal.
mento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF) foi criada c) assegurar que o trabalho de proteção ao meio am-
pela Lei Complementar nº 94/1998 e regulamentada biente e de controle da poluição ambiental seja ar-
pelo Decreto nº 2.710/1998, alterado pelo Decreto nº cado integralmente pelos municípios integrantes da
3.445/2000. Disponível em: <http://www.mi.gov.br/re- RIDE.
gioes_integradas_df_rides>. Acesso em: 5 abr. 2016, d) transferir à União a responsabilidade direta pela ope-

Conhecimentos sobre o Distrito Federal e sobre a RIDE


com adaptações. ração do sistema de transporte público da região,
Em relação à RIDE/DF, assinale a alternativa correta. incluindo a fixação das tarifas a serem pagas pelos
a) Além do Distrito Federal, participam da RIDE/DF os usuários.
estados da Bahia, de Goiás e de Minas Gerais. e) articular, em termos de serviços públicos comuns, a
b) O objetivo comum dos municípios participantes da ação administrativa da União, dos estados de Goiás
RIDE/DF é a construção de infraestruturas de inte- e Minas Gerais e do Distrito Federal na região.
resse comum, visando a reduzir as desigualdades
sociais. GABARITO
c) Segundo os preceitos que orientam a RIDE/DF, os
municípios limítrofes devem promover política de 1. C 6. E 11. C 16. b
saúde pública independentemente dos respectivos 2. E 7. C 12. C 17. e
vizinhos. 3. C 8. C 13. E 18. e
d) Dentro da RIDE/DF, o município só poderá utilizar-se 4. C 9. b 14. E
dos recursos hídricos cujas nascentes estejam dentro 5. E 10. E 15. C
do próprio território.
e) A equidade econômica entre os diversos municípios
goianos e mineiros e o Distrito Federal facilitou o
processo de integração da RIDE/DF.

17. (2015/FUNIVERSA/PC-DF) A região integrada de desen-


volvimento do Distrito Federal (DF) e entorno (RIDE/DF)
é uma região integrada de desenvolvimento econômico
criada pela Lei Complementar n.º 94, de 19 de fevereiro
de 1998, e regulamentada pelo Decreto n.º 7.469, de
4 de maio de 2011, para efeitos de articulação da ação
administrativa da União, dos estados de Goiás e Minas
Gerais e do Distrito Federal. Internet: < www.sudeco.
gov.br>. Acesso em 18/4/2015.
A respeito dos aspectos políticos, econômicos, am-
bientais e humanos da área compreendida pela RIDE,
assinale a alternativa correta.
a) Na periferia goiana, a iniciativa estatal repetiu, a par-
tir de meados da década de 1970, o polinucleamento

19
UnDF

SUMÁRIO

Legislação sobre a UnDF


Decreto n° 42.333, de 26 de julho de 2021............................................................................................................................ 3

Lei Complementar n° 987, de 26 de julho de 2021................................................................................................................ 3

Lei n° 6.969, de 08 de novembro de 2021.............................................................................................................................. 6

Resolução n° 03, de 12 de maio de 2022, da Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia
Nunes, que dispõe sobre o Estatuto da Universidade do Distrito Federal - UnDF.............................................................. 11

Decreto n° 43.321, de 16 de maio de 2022, que dispõe sobre a integração da Escola Superior de Ciências da
Saúde - ESCS na Universidade do Distrito Federal - UnDF, e dá outras providências........................................................... 9

Emenda à Lei Orgânica nº 123, de 17 de novembro de 2021, que acresce o art. 240-A à Lei Orgânica do Distrito
Federal, que determina ao Poder Executivo a criação e a manutenção do Fundo da Universidade do Distrito
Federal - FunDF, destinado a garantir recursos para obras necessárias a sua estruturação, projetos, pesquisas
e inovação, atribuindo-lhe dotação mínima percentual da receita corrente líquida do Distrito Federal..........................20

Decreto 42.987, de 07 de fevereiro de 2022, que dispõe sobre a criação do Fundo da Universidade do Distrito
Federal - FunDF, cria o Conselho Administrativo e dá outras providências........................................................................ 21

Lei nº 5.499, de 14 de julho de 2015, que aprova o Plano Distrital de Educação – PDE e dá outras providências............22

Obs.: Em função da legislação ser recente, não temos questões de provas anteriores dos assuntos.
Legislação sobre a UnDF

DECRETO Nº 42.333, DE 26 DE JULHO DE 2021 § 1º Ao Reitor Pro Tempore compete:


I – conduzir, coordenar e adotar providências e medidas
Institui a Universidade do Dis- cabíveis para implantação da UnDF;
trito Federal - UnDF e dá outras II – administrar a UnDF até que seja realizada a primeira
providências consulta para o cargo de reitor, não devendo o seu exercício
ultrapassar o prazo de 4 anos;
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atri- III – conduzir o processo normativo referente à compo-
buições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da sição dos Conselhos Universitário e de Ensino, Pesquisa e
Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA: Extensão;
Art. 1º Fica instituída a Universidade do Distrito Federal IV – elaborar o Estatuto e Regimento da UnDF, a serem
- UnDF, sob a forma de fundação pública e regime jurídi- aprovados pelo Conselho Superior;
co de direito público, integrante da administração indireta, V – encaminhar às autoridades competentes a documen-
vinculada diretamente à Secretaria de Estado de Educação tação necessária para o registro e funcionamento da UnDF.
do Distrito Federal, com sede e foro em Brasília e prazo de § 2º O Reitor Pro Tempore deverá adotar todos os pro-
duração indeterminado, nos termos da Lei Complementar cedimentos necessários para instituir o processo de escolha
nº 987, de 26 de julho de 2021. do primeiro reitor e do primeiro vice-reitor da UnDF, bem
Parágrafo único. A Universidade do Distrito Federal deno- como a escolha da administração superior, nos termos da
minar-se-á “Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Lei Complementar nº 987, de 2021.
Amaury Maia Nunes - UnDF”. Art. 6º O Estatuto e o Regimento da UnDF devem ser ela-
Art. 2º São transferidos à UnDF as competências, direi- borados e aprovados no prazo de até um ano da publicação
tos e obrigações estabelecidas em leis gerais ou específicas, deste Decreto, conforme disposto na Lei Complementar nº
atos administrativos, contratos, convênios, acordos de coo- 987, de 26 de julho de 2021.
peração ou instrumentos congêneres relativos à Fundação Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
Universidade Aberta do Distrito Federal – Funab. blicação.
Art. 3º A UnDF tem por finalidade:
I – ministrar educação superior pública distrital, inclusive Brasília, 26 de julho de 2021
na modalidade a distância; 132º da República e 62º de Brasília
II – desenvolver pesquisas nas diversas áreas do conhe-
cimento; IBANEIS ROCHA
III – promover atividades de extensão universitária;
IV – incentivar a inserção regional da educação superior LEI COMPLEMENTAR Nº 987, DE 26 DE JULHO
pública, mediante atuação multicâmpus e multiespacial. DE 2021
Art. 4º Compete à UnDF:
I – elaborar e executar a política de educação superior Autoriza a criação e define as
pública distrital; áreas de atuação da Universidade
II – manter, planejar, coordenar e supervisionar as ativi- do Distrito Federal – UnDF e dá ou-
dades de educação superior; tras providências.
III – promover a implantação de unidades e cursos de
educação superior pública; O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER
IV – expedir normas para o desempenho de suas com- QUE A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA
petências; E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
V  – elaborar sua proposta orçamentária e administrar
suas receitas e despesas; CAPÍTULO I
VI  – firmar convênios, termos de cooperação técnica, Da Natureza e da Finalidade
contratos e parcerias, especialmente com a administração
pública distrital, voltados à realização dos seus objetivos, Art. 1º Fica autorizada a criação da Universidade do Dis-
na forma da lei; trito Federal – UnDF, sob a forma de fundação pública e re-
VII – colaborar na elaboração, planejamento e avaliação gime jurídico de direito público, integrante da administração
Legislação sobre a UnDF

das políticas de desenvolvimento regionais, inclusive com a indireta, vinculada diretamente à Secretaria de Estado de
prestação de serviços de consultoria, assessoria e correlatos; Educação do Distrito Federal, com sede e foro em Brasília e
VIII – cooperar e fomentar parcerias e intercâmbios com prazo de duração indeterminado.
universidades e outras instituições científicas, culturais e edu- § 1º A UnDF tem personalidade jurídica própria com au-
cacionais brasileiras e internacionais, visando garantir quali- tonomia pedagógica, didáticocientífica, administrativa e de
dade científica, educacional e tecnológica às ações da UnDF; gestão financeira e patrimonial, nos termos do art. 240, § 2º,
IX  – elaborar e implementar programa de assistência da Lei Orgânica do Distrito Federal, a ser regida por Estatuto
estudantil, para coibir a evasão de estudantes em contexto e Regimento Geral, garantido o princípio da gratuidade na
de vulnerabilidade social, observado o disposto na legislação oferta de seus cursos.
específica. § 2º A criação da UnDF fica condicionada ao cumprimento
Art. 5º Fica designado para o desempenho das funções de do disposto na Lei Complementar federal nº 101, de 4 de
Reitor Pro Tempore, o ocupante do cargo de Diretor Executivo maio de 2000.
por ocasião da extinção da FUNAB, nos termos do art. 4º, § § 3º Todos os atos, contratos e convênios celebrados pela
3º e art. 15, da Lei Complementar nº 987, de 2021. UnDF estão sujeitos à fiscalização e aos controles externo

3
e interno, próprios da administração pública, e às normas VII – oferta gratuita de cursos, observado o princípio de
constitucionais, legais e administrativas relativas a licitações indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;
públicas, e concursos públicos para seleção de pessoal. VIII  – oferta de programa de permanência estudantil,
§ 4º Para efeitos da gratuidade a que se refere o § 1º, bem como prestação de serviços e demais atividades afins,
entende-se por ensino as atividades diretamente relaciona- com ações especiais que objetivem a expansão do ensino,
das à formação dos estudantes, incluindo o acesso e a per- da pesquisa e da cultura, com vista ao processo de geração
manência, bem como as atividades-meio necessárias para tal. de empregos e inovação;
§ 5º A UnDF deve garantir aos alunos com baixo poder IX – promoção da educação, das ciências e das tecnolo-
aquisitivo programas especiais, aprovados pelo Conselho gias, desenvolvendo o conhecimento científico, junto com
Superior, que auxiliem, entre outras despesas, no custeio os valores éticos capazes de integrar a pessoa humana à
de transporte e alimentação. sociedade, formando profissionais competentes para atu-
Art. 2º A UnDF tem por finalidade ministrar educação ação no mundo do trabalho e para melhoria das condições
superior pública distrital, inclusive na modalidade a distância, de vida em sociedade;
autorizada pelos órgãos competentes, desenvolver pesquisas X – fomento ao desenvolvimento de pesquisas científi-
nas diversas áreas do conhecimento e promover atividades cas e tecnológicas e formação de recursos humanos para a
de extensão universitária, incentivando sua inserção regional pesquisa, principalmente no Distrito Federal e no entorno;
mediante atuação multicâmpus e multiespacial, predominan- XI – garantia de prioridade na utilização dos serviços pú-
temente nas localidades do Distrito Federal e entorno com blicos do Distrito Federal aos cursos da UnDF, considerando
menor acesso à educação superior pública, com as seguintes
os respectivos cenários das atividades acadêmicas, de modo
competências:
a fortalecer a integração entre o ensino, os serviços públicos
I – elaborar e executar a política de educação superior
e a comunidade;
pública distrital;
II – manter, planejar, coordenar e supervisionar as ativi- XII – democratização do acesso ao ensino superior públi-
dades de educação superior; co, gratuito e de qualidade, por meio da implementação de
III – promover a implantação de unidades e cursos de cotas raciais e sociais para ingresso em cursos de graduação
educação superior pública; ofertados pela UnDF, conforme legislações específicas, a ser
IV – expedir normas para o desempenho de suas com- disciplinada no Estatuto;
petências; XIII – fomento ao desenvolvimento, ao fortalecimento e
V  – elaborar sua proposta orçamentária e administrar à consolidação de incubadoras, cooperativas, aceleradoras e
suas receitas e despesas; núcleos de inovação e empreendedorismo em conhecimento
VI  – firmar convênios, termos de cooperação técnica, tecnológico com capacidade para desenvolver novos pro-
contratos e parcerias, especialmente com a administração dutos, processos, serviços competitivos e outras iniciativas;
pública distrital, voltados à realização dos seus objetivos, XIV – estímulo à associação entre pesquisadores, empre-
na forma da lei; endedores e o setor produtivo local, assim como à interação
VII – colaborar na elaboração, planejamento e avaliação entre empresas incubadas e instituições públicas e privadas
das políticas de desenvolvimento regionais, inclusive com a que desenvolvam atividades inovadoras e empreendedoras,
prestação de serviços de consultoria, assessoria e correlatos; visando à transferência recíproca de conhecimento e mode-
VIII – cooperar e fomentar parcerias e intercâmbios com los de gestão;
universidades e outras instituições científicas, culturais e edu- XV – fomento a projetos integrados de extensão e pesqui-
cacionais brasileiras e internacionais, visando garantir quali- sa em linhas de atuação nas áreas de educação profissional,
dade científica, educacional e tecnológica às ações da UnDF; trabalho, empreendedorismo, produção, desenvolvimento,
IX  – elaborar e implementar programa de assistência tecnologias sociais e sustentabilidade, com enfoque em ino-
estudantil, para coibir a evasão de estudantes em contexto vação e integração social;
de vulnerabilidade social, observado o disposto na legislação XVI – garantia de pluralidade de ideias e gestão demo-
específica. crática do ensino;
Art. 3º São diretrizes de atuação da UnDF: XVII – fomento, no desenvolvimento de suas pesquisas,
I – priorização das necessidades e dos problemas do Dis- à geração de novas tecnologias e processos, visando à pro-
trito Federal e entorno na manutenção e programação de moção do desenvolvimento econômico e técnico-científico
cursos e outras atividades orientadas; do Distrito Federal.
II – atendimento prioritário a localidades do Distrito Fede- Parágrafo único. Para cumprimento de suas finalidades, a
ral e entorno com menor acesso à educação superior pública;
UnDF pode prestar serviços a instituições públicas e privadas
III  – integração da educação superior pública com as
cujas áreas de excelência interessem aos seus programas e
políticas públicas, programas e ações institucionais desen-
projetos.
Legislação sobre a UnDF

volvidos em âmbito locorregional;


IV  – utilização de metodologias problematizadoras de
ensino e aprendizagem, respeitadas: CAPÍTULO II
a) as referências curriculares de cada área do saber; Da Estrutura
b) a liberdade de cátedra;
c) a autonomia pedagógica e didático-científica no pro- Art. 4º O governador do Distrito Federal nomeia o reitor e
cesso de construção do conhecimento; o vice-reitor da UnDF, por meio de decreto, sendo a Reitoria
V – formação profissional que considere o conhecimento o órgão responsável pela administração da UnDF.
baseado em evidências científicas e as práticas desenvolvidas § 1º As normas para escolha do reitor e do vice-reitor da
no mundo do trabalho; UnDF observam as legislações atinentes, assegurada a parti-
VI – organização administrativa descentralizada, flexível cipação efetiva, por meio de escolha uninominal e direta, dos
e horizontalizada, observados os referenciais da multiespa- segmentos que constituem a sua comunidade acadêmica.
cialidade, garantindo-se a cada câmpus da UnDF a infraestru- § 2º O mandato de reitor e vice-reitor é de 4 anos, a
tura que assegure os serviços administrativos essenciais de partir da posse, permitida a recondução mediante novos
interesse comum das unidades acadêmicas que a compõem; processos de escolha.

4
§ 3º O governador do Distrito Federal nomeará um reitor § 2º No caso de extinção da UnDF, seus bens e direitos
pro tempore que será responsável por conduzir, coordenar e devem ser incorporados ao patrimônio do Distrito Federal.
adotar providências e medidas cabíveis para implantação da Art. 9º Os recursos financeiros da UnDF são provenien-
UnDF, assim como por administrá-la, até que seja realizada tes de:
a primeira consulta para o cargo de reitor, não devendo o I – dotação consignada na Lei Orçamentária Anual;
seu exercício ultrapassar o prazo de 4 anos. II  – contribuições, doações, dotações, auxílios e sub-
§ 4º Ao pro tempore compete conduzir o processo nor- venções ou financiamentos realizados ou concedidos por
mativo referente à composição dos Conselhos Universitário quaisquer entes federativos, entidades públicas ou privadas,
e de Ensino, Pesquisa e Extensão, e à elaboração de Estatuto instituições ou organismos nacionais ou internacionais, bem
e Regimento da UnDF, a serem aprovados pelo Conselho como por particulares;
Superior, no prazo de até 1 ano de sua nomeação. III – receitas provenientes de convênios, acordos, con-
§ 5º O reitor pro tempore, nos termos do Estatuto aprova- tratos e outros ajustes celebrados com quaisquer entes fe-
do, terá o prazo máximo dos primeiros 180 dias do seu quarto derativos, entidades públicas ou privadas, instituições ou
ano de mandato, para instituir o processo de escolha do organismos nacionais ou internacionais, bem como com
primeiro reitor e do primeiro vice-reitor da UnDF, bem como particulares;
a escolha da administração superior, assegurada a participa- IV – receitas eventuais a título de retribuição pelo forne-
ção de todos os segmentos da sua comunidade acadêmica. cimento de produtos e serviços a terceiros;
§ 6º A escolha do reitor deve recair sobre pessoa com V – receitas geradas como resultados de aplicações de
formação mínima de doutor, de reconhecida idoneidade e bens e valores patrimoniais, operações de créditos e juros
experiência, com no mínimo 3 anos de efetivo exercício de bancários;
atividade docente na educação superior. VI – dotações de fundos especiais, na forma da lei;
Art. 5º A administração superior da UnDF é exercida pelo VII – receitas decorrentes de seus direitos patrimoniais
reitor, autoridade executiva da UnDF, e pelo Conselho Uni- de propriedade científica e tecnológica;
versitário, no âmbito de suas respectivas competências, a VIII – saldo de exercícios anteriores, observado o disposto
serem definidas no Estatuto e no Regimento Geral. na legislação específica;
Parágrafo único. Os Conselhos da UnDF, presididos pelo IX – outras receitas eventualmente auferidas.
reitor, devem ser constituídos por representações de do- Parágrafo único. (VETADO)
Art. 10. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei
centes, discentes, técnicos-administrativos, sociedade civil
Complementar correm à conta de dotações da Secretaria
e representantes do poder público, na forma que disponha
de Estado de Educação e não devem ser computadas para
o Estatuto e o Regimento Geral.
fins de atingimento dos limites constitucionais em saúde e
Art. 6º A UnDF deve ser composta por órgãos adminis-
educação.
trativos, unidades acadêmicas e outras unidades comple-
mentares, nos termos de seu Estatuto.
CAPÍTULO IV
Art. 7º A UnDF pode atuar em todos os campos do co-
Do Quadro de Pessoal
nhecimento cujas áreas de excelência interessem aos seus
programas e projetos, enfatizando: Art. 11. O Poder Executivo deve encaminhar projeto de
I – ciências humanas, cidadania e meio ambiente; lei sobre a criação do plano de carreira, cargos e remunera-
II – gestão governamental de políticas públicas e de ser- ção do quadro de pessoal da UnDF, respeitados os ditames
viços; da Lei Complementar nº 840, de 23 de dezembro de 2011.
III – educação e magistério; § 1º O plano de carreira, cargos e remunerações criado
IV – letras, artes e línguas estrangeiras modernas; no quadro de pessoal da UnDF deve adotar como premissa
V – ciências da natureza e matemática; o princípio do concurso público, a compatibilidade com as
VI – educação física e esportes; diretrizes estratégicas, a política de recursos humanos do
VII – segurança pública e defesa social; governo distrital e os limites orçamentários definidos.
VIII – engenharias e áreas tecnológicas de setores pro- § 2º A UnDF deve contar com quadro variável de docentes
dutivos; colaboradores, de forma a garantir a plena consecução dos
IX – arquitetura e urbanismo; seus objetivos.
X – ciências da saúde. Art. 12. A UnDF pode receber servidores públicos cedi-
dos ou dispostos pelo Distrito Federal, pelos estados, pelos
CAPÍTULO III municípios ou pela União, nos termos de suas respectivas
Do Patrimônio e da Receita legislações.
§ 1º A UnDF deve receber, em seu quadro de pessoal,
Legislação sobre a UnDF

Art. 8º O patrimônio da UnDF deve ser constituído: os servidores públicos em exercício quando da extinção da
I – pelos terrenos, estrutura física, instalações, edifica- Fundação Universidade Aberta do Distrito Federal – Funab,
ções e demais bens imóveis destinados exclusivamente à nos termos dos atos de pessoal que concederam a cessão
sua utilização; ou disposição a essas entidades.
II – pelos bens e direitos que venha a adquirir, que lhe § 2º Aos servidores cedidos ou à disposição da UnDF
sejam transferidos ou que sejam por ela devidamente in- ficam assegurados todos os direitos e garantias na forma
corporados; da Lei Complementar nº 840, de 2011, e na forma desta Lei
III – pelas doações e subvenções que lhe venham a ser fei- Complementar.
tas ou concedidas por quaisquer entes federativos, entidades Art. 13. A UnDF pode contar com quadro de professor
públicas ou privadas, instituições ou organismos nacionais temporário, por tempo determinado, a ser contratado me-
ou internacionais, bem como por particulares. diante processo seletivo simplificado, para atender a ne-
§ 1º Os bens e direitos da UnDF devem ser utilizados ou cessidade temporária de excepcional interesse público, nos
aplicados exclusivamente para consecução de seus objetivos termos do art. 37, IX, da Constituição Federal, observado o
e podem para tal fim ser alienados. disposto na Lei nº 4.266, de 11 de dezembro de 2008.

5
CAPÍTULO V 3.1. VICE-REITORIA
Das Disposições Gerais, Transitórias e Finais 4. PROCURADORIA JURÍDICA
5. UNIDADE DE PROJETOS ESTRATÉGICOS
Art. 14. O reitor pro tempore deve encaminhar às au- 6. UNIDADE DE CONTROLE INTERNO
toridades competentes a documentação necessária para o 7. OUVIDORIA 8. DIRETORIA EXECUTIVA
registro e funcionamento da UnDF. 8.1. UNIDADE DE PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO
Art. 15. Fica extinta a Fundação Universidade Aberta do ORÇAMENTÁRIA
Distrito Federal – Funab, cuja criação foi autorizada por meio 8.1.1. GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO
da Lei nº 5.141, de 31 de julho de 2013. 8.1.2. GERÊNCIA DE ORÇAMENTO
§ 1º São transferidos à UnDF as competências, direitos e 8.2. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
obrigações estabelecidas em leis gerais ou específicas, atos 8.3. UNIDADE DE CURSOS SUPERIORES
administrativos, contratos, convênios, acordos de coopera- 8.3.1. COORDENAÇÃO DE CURSOS
ção ou instrumentos congêneres relativos à Funab. 8.3.1.1 DIRETORIA DE EDUCAÇÃO
§ 2º Os fundos, órgãos e entidades vinculados à Funab 8.3.1.2. SECRETARIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
passam a ser vinculados à UnDF, procedendo-se, na forma 8.3.1.3. DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE E
da lei, às alterações que se tornem necessárias. DISCENTE
§ 3º A Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS passa 8.3.1.4. DIRETORIA DE AVALIAÇÃO
a integrar a UnDF a partir da criação desta, garantida a con- 8.3.2. COORDENAÇÃO DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO,
tinuidade de todas as suas atividades de ensino, pesquisa e
EXTENSÃO E CONTINUADA
extensão em curso no momento da sua integração.
8.3.2.1. DIRETORIA DE CURSOS DE MESTRADO E DOU-
Art. 16. Na definição dos espaços físicos para funciona-
TORADO
mento dos câmpus da UnDF, deve ser priorizada a utilização
de imóveis de propriedade do poder público distrital, bem 8.3.2.2. DIRETORIA DE CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO, EX-
como, sempre que possível, daqueles integrantes do patrimô- TENSÃO E CONTINUADA
nio cultural do Distrito Federal ou daqueles disponibilizados 8.3.3. COORDENAÇÃO DE PESQUISA E COMUNICAÇÃO
por meio de convênios. CIENTÍFICA
Parágrafo único. Quando a opção pelos espaços físicos 8.3.3.1. DIRETORIA DE PESQUISA
recair em imóveis locados, em harmonia com a legislação e 8.3.3.2. BIBLIOTECA CENTRAL
as demais normas vigentes para contratações realizadas pela 8.3.3.2.1. GERÊNCIA DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO
administração pública, deve-se locar, sempre que possível, 8.3.3.2.2. GERÊNCIA DE INTEGRAÇÃO DE BIBLIOTECAS
imóvel que atenda aos requisitos e alternativas de susten- SETORIAIS
tabilidade por meio de tecnologias, práticas e materiais que 8.4. COORDENAÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
reduzam o impacto ambiental. 8.4.1. DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
Art. 17. Os recursos humanos e materiais, o acervo patri- 8.4.2. DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DE REDES
monial, os recursos orçamentários e financeiros e as demais 9. UNIDADE DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
previsões constantes dos arts. 5º e 6º da Lei nº 5.141, de 9.1. DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS
2013, ficam transferidos para a UnDF, que fica responsável 9.1.1. GERÊNCIA DE CADASTRO FUNCIONAL E FINAN-
pelos ajustes necessários nos cadastros junto aos órgãos CEIRO
administrativos, inclusive junto à Receita Federal do Brasil. 9.1.2. GERÊNCIA DE SELEÇÃO DE PESSOAS
Parágrafo único. Nos remanejamentos dos saldos orça- 9.1.3. GERÊNCIA DE PROTOCOLO DOCUMENTOS ADMI-
mentários, devem ser observados os projetos, programas, NISTRATIVOS
atividades, subprojetos, subprogramas ou subatividades, 9.2. DIRETORIA DE CONTABILIDADE, ORÇAMENTO E FI-
assim como a respectiva classificação funcional programá- NANÇAS
tica, inclusive os títulos descritos, metas e objetivos, até que 9.2.1. GERÊNCIA DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
se façam as devidas alterações na legislação orçamentária. 9.2.2. GERÊNCIA DE EXECUÇÃO FINANCEIRA
Art. 18. O Poder Executivo deve proceder às necessárias 9.2.3. GERÊNCIA DE CONTABILIDADE E CUSTOS GOVER-
transferências de dotações orçamentárias e financeiras, bem NAMENTAIS
como dos saldos de recursos consignados, destinados ou 9.3. DIRETORIA DE CONTRATOS E CONVÊNIOS
transferidos que venham a ser exigidos para a criação da 9.3.1. GERÊNCIA DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
UnDF. 9.3.2. GERÊNCIA DE CONVÊNIOS E ACORDOS ADMINIS-
Art. 19. Ficam criados, nos termos desta Lei Comple- TRATIVOS
mentar, as unidades administrativas constantes do Anexo I 9.3.3. GERÊNCIA DE INSTRUÇÃO PROCESSUAL
e os cargos de natureza especial e em comissão constantes 9.4. DIRETORIA DE RECURSOS MATERIAIS E AUDIOVISU-
no Anexo II. AIS
Legislação sobre a UnDF

Art. 20. Revoga-se a Lei nº 5.141, de 2013. 9.4.1. GERÊNCIA DE PATRIMÔNIO


Art. 21. Esta Lei Complementar entra em vigor na data 9.4.2. GERÊNCIA DE RECURSOS MATERIAIS
de sua publicação em diário oficial. 9.4.3. GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO E ACOMPANHAMEN-
TO DE SERVIÇOS GERAIS.
Brasília, 26 de julho de 2021
132º da República e 62º de Brasília
LEI Nº 6.969, DE 08 DE NOVEMBRO DE 2021
IBANEIS ROCHA
Cria a Carreira Magistério
ANEXO I Superior do Distrito Federal e dá
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA outras providências.

1. CONSELHO DELIBERATIVO O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER


2. CONSELHO FISCAL QUE A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA
3. REITORIA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

6
Art. 1º A carreira Magistério Superior do Distrito Federal, XV – vencimento básico: retribuição pecuniária mensal
de competência da Universidade do Distrito Federal – UnDF, recebida pelo exercício do cargo;
fica criada na forma desta Lei. XVI – remuneração: o valor mensal recebido pelo ser-
Parágrafo único. A carreira de que trata esta Lei é com- vidor, na forma da Lei Complementar nº 840, de 23 de de-
posta pelos cargos e quantitativos na forma que segue: zembro de 2011.
I – professor de educação superior: 2.500 cargos; Art. 3º Os cargos de professor de educação superior e
II – tutor de educação superior: 1.000 cargos. de tutor de educação superior organizam-se em padrões,
Art. 2º Para efeitos desta Lei, considera-se: etapas e vencimentos, na forma das tabelas definidas no
I – carreira: conjunto de cargos de natureza semelhante, Anexo Único, observados os regimes de trabalho, o cargo e
distribuídos de acordo com a sua responsabilidade e a sua a habilitação do servidor.
complexidade; Art. 4º O ingresso na carreira Magistério Superior do
II – cargo: conjunto de atribuições e de responsabilidades Distrito Federal dá-se, exclusivamente, por concurso públi-
previstas na estrutura organizacional que devem ser come- co de provas e títulos, atendidos os seguintes requisitos de
tidas ao servidor; investidura:
III – tutor de educação superior: titular de cargo da car- I  – professor de educação superior: diploma de curso
reira Magistério Superior do Distrito Federal com atribuições superior ou habilitação legal equivalente e titulação mínima
específicas de magistério, voltadas ao desenvolvimento de obrigatória de especialização, com carga horária mínima de
atividades de ensino, pesquisa e extensão, destacadamente 360 horas, ambos fornecidos por instituição de ensino de-
aquelas relativas à utilização de metodologias inovadoras que vidamente reconhecida pelo Ministério da Educação, com
promovam a facilitação do processo de aprendizagem por formação nas áreas definidas no edital normativo do con-
meio do estímulo à autonomia crescente dos estudantes no curso público e registro no conselho de classe profissional,
processo de construção de conhecimentos e na problemati- quando o edital assim estabelecer;
zação dos saberes advinda do mundo do trabalho; II – tutor da educação superior: diploma de curso superior
IV – professor de educação superior: titular de cargo da ou habilitação legal equivalente e titulação mínima obrigató-
carreira Magistério Superior do Distrito Federal com atri- ria de especialização, com carga horária mínima de 360 horas,
buições específicas de magistério, destacadamente aquelas ambos fornecidos por instituição de ensino devidamente re-
relativas à construção e mediação da aprendizagem nas ati- conhecida pelo Ministério da Educação, com formação nas
vidades de ensino, no desenvolvimento de pesquisas e na áreas definidas no edital normativo do concurso público e
promoção de atividades de extensão universitária;
registro no conselho de classe profissional, quando o edital
V – atividades de magistério superior: atividades atinen-
assim estabelecer.
tes à pesquisa, ao ensino e à extensão, que visem à produ-
§ 1º Pode ser exigido, como etapa do concurso público
ção, ampliação e transmissão do conhecimento, bem como
de que trata o caput, curso de formação em metodologias de
à formação docente continuada, incluindo as atividades ine-
ensino inovadoras, de caráter eliminatório e classificatório,
rentes aos cargos de direção e secretariado, além de outras
conforme disposto no edital normativo do concurso.
determinadas na legislação vigente;
§ 2º O servidor da carreira Magistério Superior do Distrito
VI – área de atuação: área da educação superior em que
o servidor desenvolve suas atividades; Federal tem lotação na Universidade do Distrito Federal –
VII – qualificação profissional: aprimoramento do servi- UnDF e exercício nas suas unidades.
dor, por meio da formação docente continuada e profissional, Art. 5º A gestão de pessoas e a da carreira de que trata
com vista ao desenvolvimento na carreira; esta Lei competem à UnDF, instituída pela Lei Complementar
VIII – progressão vertical: passagem do padrão em que se nº 987, de 26 de julho de 2021.
encontra o servidor para os padrões subsequentes, conside- Art. 6º São atribuições gerais dos cargos de professor e
rando-se o tempo de serviço na carreira Magistério Superior tutor de educação superior:
do Distrito Federal ou a formação continuada; I – formular, planejar, coordenar, supervisionar, avaliar
IX – progressão horizontal: passagem da etapa em que se e executar atividades cujas atribuições abranjam as funções
encontra o servidor para as subsequentes, considerando-se de magistério e as atividades de docência; o desenvolvimen-
as alterações na sua habilitação; to de pesquisas; e a promoção de atividades de extensão
X – coordenação pedagógica: conjunto de atividades des- universitária;
tinadas à qualificação das escolas superiores, dos cursos, II – executar outras atividades de mesma natureza e ní-
das práticas pedagógicas e das aprendizagens; à formação vel de complexidade, observadas as peculiaridades do cargo
continuada e profissional; ao planejamento pedagógico; à determinadas em normas específicas;
avaliação e à orientação educacional, que, desenvolvido pelo III – participar da avaliação institucional, docente e es-
servidor da carreira Magistério Superior do Distrito Federal, tudantil, conforme disposto no regimento da universidade
Legislação sobre a UnDF

dão suporte à atividade de docência e ao processo de ensino e respeitada a legislação vigente;


e aprendizagem; IV  – elaborar, desenvolver e revisar periodicamente o
XI – habilitação: título conferido por instituição de en- material didático-pedagógico e os ambientes inovadores, de
sino superior em virtude da conclusão, em conformidade modo a fomentar o interesse do corpo discente e o desen-
com todos os requisitos exigidos, de curso, ciclo ou etapa volvimento de habilidades, competências e aprendizagens
de estudos de nível superior; calcadas em princípios críticos, criativos e construtivos;
XII – gestão: escopo de atividades que envolve adminis- V – desenvolver, propor e garantir a vivência de currículo
tração de recursos pessoais e físicos, bem como orientação, integrado nos cursos em que atua.
coordenação, avaliação e fomento à formação, ao ensino, à Parágrafo único. As atribuições específicas dos cargos de
pesquisa e à extensão; que trata este artigo são definidas em ato conjunto do órgão
XIII – padrão: posição do servidor na escala de progres- central de gestão de pessoas e do órgão gestor da carreira
são vertical; pertencentes à UnDF.
XIV – etapa: posição do servidor na escala de progressão Art. 7º A carga horária de trabalho do servidor da carreira
horizontal; Magistério Superior do Distrito Federal é de:

7
I – 20 horas semanais, para os servidores que atuam no § 3º O processo de credenciamento e as diretrizes de
regime de tempo parcial; que trata o § 2º ficam a cargo da UnDF.
II – 40 horas semanais, para os servidores que atuam no § 4º Fica garantido o afastamento remunerado de no
regime de tempo integral. mínimo 1% dos servidores efetivos ativos para realização
§ 1º A carga horária semanal de trabalho do servidor de cursos de mestrado ou doutorado, a título de formação
da carreira Magistério Superior do Distrito Federal deve ser continuada, respeitadas a conveniência e a oportunidade da
expressa no termo de posse do cargo efetivo, assinado pelo administração, garantida a remuneração do cargo, percebida
servidor e por representante da UnDF, observada a conveni- no ato do afastamento, conforme regulamentação do órgão
ência da administração, bem como a dotação orçamentária. gestor da carreira.
§ 2° Fica admitida a redução da carga horária semanal § 5º A aplicação do disposto neste artigo deve observar
de 40 para 20 horas, mediante solicitação do servidor, desde o disposto na Lei Complementar nº 840, de 2011.
que observado o percentual mínimo do corpo docente em § 6º A gestão da UnDF deve ofertar, de maneira periódica
regime integral estabelecido pela Lei federal n° 9.394, de 20 e em caráter obrigatório aos ocupantes do cargo de professor
de dezembro de 1996, bem como a regulamentação da UnDF. e tutor da educação superior, cursos de formação nas áreas
§ 3º Fica admitida a ampliação da carga horária sema- de metodologias ativas e inovadoras, a fim de qualificá-los
nal de 20 para 40 horas, mediante solicitação do servidor, e aprimorar o desempenho no exercício da docência e da
desde que existam carências definitivas e disponibilidade tutoria, nos termos da Lei Complementar nº 987, de 2021.
orçamentária. Art. 10. As produções técnico-científico-culturais dos ser-
§ 4º Na ampliação da carga horária semanal de 20 para vidores da carreira Magistério Superior do Distrito Federal
40 horas, observada a necessidade da UnDF e a disponibi- constituem incentivos profissionais a serem estabelecidos
lidade orçamentária, deve ser dada prioridade ao servidor pela UnDF.
com maior tempo em regência. § 1º Os servidores da carreira Magistério Superior do
§ 5º O servidor da carreira Magistério Superior do Distrito Distrito Federal têm apoio para publicar os trabalhos de con-
Federal, após o vigésimo ano em regência, faz jus, a pedi- teúdo técnico-pedagógico, objeto de pesquisa ou produção
do, à redução da carga horária em regência no percentual acadêmica.
de 20%, a partir do vigésimo primeiro ano, sem prejuízo da § 2º O disposto neste artigo deve ser regulamentado em
remuneração. até 180 dias da publicação desta Lei.
§ 6º A carga horária reduzida de que trata o § 5º deve Art. 11. A progressão do servidor na carreira Magisté-
ser complementada em atividades atinentes à pesquisa, ao
rio Superior do Distrito Federal dá-se de forma vertical e
ensino e à extensão, bem como aquelas ligadas à coordena-
horizontal.
ção pedagógica e à formação continuada.
§ 1º A progressão vertical ocorre de 2 formas:
§ 7º Os integrantes da educação superior devem solicitar
I – por tempo de serviço, desde que cumpridos os requi-
a redução de carga horária de que trata o § 5º no prazo míni-
sitos estabelecidos no art. 12;
mo de 60 dias anteriores ao fim de cada semestre, assegura-
II – por formação continuada, mediante requerimento
da a referida redução para o semestre seguinte, observadas
do servidor, desde que cumpridos os requisitos específicos
as normas editadas pela UnDF.
§ 8º O ocupante do cargo de professor e de tutor de edu- estabelecidos em norma editada pela UnDF.
cação superior cumpre, obrigatoriamente, a seguinte carga § 2º A progressão horizontal deve ser requerida pelo
horária mínima de horas semanais de aula: servidor, mediante apresentação de certificado ou título de
I – 20 horas, para os que cumprem regime de trabalho especialização, mestrado ou doutorado, e sua vigência dá-se
de tempo integral; a partir do primeiro dia do mês subsequente ao mês em que
II – 10 horas, para os que cumprem regime de trabalho foi requerida, observados os requisitos do art. 13.
de tempo parcial. § 3º Para a progressão vertical por formação continua-
§ 9º O ocupante do cargo de professor e de tutor da edu- da, o servidor pode apresentar o título de especialização,
cação superior deve observar o cumprimento do ano letivo mestrado ou doutorado já apresentado para a progressão
regular, independentemente do calendário do ano civil, com, horizontal, desde que cursado durante o interstício referente
no mínimo, 200 dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído àquela progressão.
o tempo reservado aos exames finais. Art. 12. São requisitos essenciais para concessão da pro-
Art. 8º A distribuição da carga horária, bem como a sua gressão vertical:
alteração, o turno de trabalho e as diretrizes acadêmicas são I – encontrar-se em efetivo exercício;
objeto de normas editadas pela UnDF, devendo ser previsto II – cumprir o interstício de 365 dias de efetivo exercício
período mínimo a ser dedicado a atividades de qualificação, no mesmo padrão.
formação continuada e planejamento pedagógico. Art. 13. Para a progressão horizontal, os servidores da
Legislação sobre a UnDF

Art. 9º O órgão gestor da carreira pode instituir cursos carreira Magistério Superior do Distrito Federal devem aten-
de formação inicial, continuada e profissional voltados ao der, concomitantemente, aos seguintes requisitos:
aperfeiçoamento do servidor. I – solicitar a progressão mediante requerimento;
§ 1º Os cursos têm por objetivo a formação e a capa- II – encontrar-se em efetivo exercício;
citação profissional na busca constante da excelência dos III – apresentar diploma ou título correspondente à ha-
serviços prestados, com ênfase no aperfeiçoamento de bilitação requerida de instituição de ensino superior reco-
habilidades ligadas às áreas de atuação dos professores da nhecida pelo Ministério da Educação.
educação superior e carga horária definida. Art. 14. Fica garantido o direito às progressões vertical
§ 2º Os programas de formação continuada são ofere- e horizontal aos servidores em estágio probatório, desde
cidos com base em levantamento prévio das necessidades que cumpridos os requisitos estabelecidos nos arts. 12 e 13.
e das prioridades dos órgãos do complexo administrativo Art. 15. Os vencimentos dos cargos de professor de edu-
do Distrito Federal pela UnDF, por entidade de classe ou cação superior e de tutor de educação superior da carreira
instituição externa, preferencialmente pública, aprovada em Magistério Público Superior do Distrito Federal são compos-
processo de credenciamento. tos das seguintes parcelas:

8
I – vencimento básico, na forma do Anexo Único, obser- Art. 21. Para a criação dos cargos de que trata esta Lei,
vados os regimes de trabalho e a habilitação do servidor; devem ser observadas as restrições contidas no art. 8º da
II – Gratificação de Magistério Superior – GMS, criada Lei Complementar federal nº 173, de 27 de maio de 2020,
por esta Lei, calculada no percentual de 30% do vencimen- vigentes até 31 de dezembro de 2021.
to básico do padrão e da etapa em que o servidor esteja Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
posicionado.
§ 1º O servidor da carreira Magistério Público Superior do Brasília, 08 de novembro de 2021
Distrito Federal que se encontra lotado e em efetivo exercício 132º da República e 62º de Brasília
na UnDF faz jus ao recebimento da GMS.
§ 2º A gratificação definida é incorporada na razão de IBANEIS ROCHA
1/25 por ano de efetivo exercício, até o limite de sua totali-
dade, por ocasião da aposentadoria do servidor. ANEXO ÚNICO
Art. 16. O período de férias do servidor da carreira Ma-
gistério Superior do Distrito Federal é de 30 dias anuais, nos PROFESSOR DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E TUTOR DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
termos da legislação específica.
§ 1º O professor da educação superior em regência goza TABELA DE VENCIMENTOS
de férias e de recesso de forma coletiva, de acordo com o ETAPA II ETAPA III
ETAPA I FORMAÇÃO:
calendário acadêmico elaborado pela UnDF. FORMAÇÃO: FORMAÇÃO:
§ 2º Os demais servidores da carreira Magistério Supe- PADRÃO ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO
rior do Distrito Federal gozam de férias de acordo com a 20 40 20 40 20 40
conveniência da UnDF. HORAS HORAS HORAS HORAS HORAS HORAS
Art. 17. Se o servidor estiver de licença médica ou de 25 3.538,56 7.077,12 3.860,25 7.720,50 4.181,94 8.363,87
licença-maternidade na data de início das férias coletivas,
elas são usufruídas imediatamente após o término da licença. 24 3.469,18 6.938,36 3.784,56 7.569, 12 4.099,94 8.199,88
Art. 18. A cessão de servidores da carreira Magistério 23 3.401,16 6.802,31 3.710,35 7.420,70 4.019,55 8.039,09
Superior do Distrito Federal para a administração direta ou 22 3.334,47 6.668,93 3.637,60 7.275,20 3.940,73 7.881,46
indireta de qualquer dos poderes do Distrito Federal, da 21 3.269,08 6.538,17 3.566,27 7.132,55 3.863,46 7.726,93
União, de estados ou municípios dá-se exclusivamente para:
20 3.204,98 6.409,97 3.496,35 6.992,69 3.787,71 7.575,42
I – a função de magistério na educação superior pública;
II  – outras funções previstas na Lei Complementar nº 19 3.142,14 6.284,28 3.427,79 6.855,58 3.713,44 7.426,88
840, de 2011. 18 3.080,53 6.161,06 3.360,58 6.721,16 3.640,63 7.281,26
§ 1º O quantitativo de servidores cedidos fica limitado a 17 3.020,13 6.040,26 3.294,69 6.589,37 3.569,24 7.138,49
1% do total de vagas previstas nesta Lei. 16 2.960,91 5.921,82 3.230,08 6.460,17 3.499,26 6.998,52
§ 2º Os servidores cedidos deixam de perceber a GMS,
15 2.902,85 5.805,71 3.166,75 6.333,50 3.430,64 6.861,29
enquanto perdure a cessão.
§ 3º Excetuam-se do disposto no § 2º os servidores ce- 14 2.845,93 5.691,87 3.104,66 6.209,31 3.363,38 6.726,75
didos para atuarem na função de magistério. 13 2.790,13 5.580,26 3.043,78 6.087,56 3.297,43 6.594,86
Art. 19. A avaliação de desempenho profissional deve 12 2.735,42 5.470,85 2.984,10 5.968,20 3.232,77 6.465,55
incidir sobre o trabalho do servidor da carreira Magistério 11 2.681,79 5.363,58 2.925,59 5.851,17 3.169,39 6.338,77
Superior no desenvolvimento de suas atribuições.
10 2.629,20 5.258,41 2.868,22 5.736,44 3.107,24 6.214,48
Parágrafo único. A UnDF deve dispor, em seu regimento,
de proposição de modelo da avaliação institucional, docente 9 2.577,65 5.155,30 2.811,98 5.623,97 3.046,31 6.092,63
e estudantil, respeitadas a legislação vigente, as particulari- 8 2.527,11 5.054,22 2.756,85 5.513,69 2.986,58 5.973, 17
dades de cada campo e área de conhecimento e a perspectiva 7 2.477,56 4.955,11 2.702,79 5.405,58 2.928,02 5.856,04
de avaliação formativa, visando ao desenvolvimento siste- 6 2.428,98 4.857,96 2.649,79 5.299,59 2.870,61 5.741,22
mático de uma cultura de avaliação.
Art. 20. Fica estabelecido o período de até 10 anos, a 5 2.381,35 4.762,70 2.597,84 5.195,67 2.814,32 5.628,65
contar da data de publicação desta Lei, para que as atividades 4 2.334,66 4.669,32 2.546,90 5.093,80 2.759,14 5.518,28
de ensino, pesquisa e extensão ofertadas por instituições 3 2.288,88 4.577,76 2.496,96 4.993,92 2.705,04 5.410,08
de ensino superior – IES integradas à UnDF sejam exercidas 2 2.244,00 4.488,00 2.448,00 4.896,00 2.652,00 5.304,00
apenas por servidores da carreira Magistério Superior de 1 2.200,00 4.400,00 2.400,00 4.800,00 2.600,00 5.200,00
que trata esta Lei.
Parágrafo único. A composição do quadro de tutores de
Legislação sobre a UnDF

educação superior dessas IES deve ocorrer de forma gradual, DECRETO Nº 43.321, DE 16 DE MAIO DE 2022
observando-se:
I – os parâmetros de disponibilidade orçamentária e de Dispõe sobre a integração da
pessoal; Escola Superior de Ciências da
II – a continuidade de todas as atividades de ensino, pes- Saúde - ESCS na Universidade do
quisa e extensão desenvolvidas pela instituição, de modo Distrito Federal - UnDF, e dá outras
a não acarretar prejuízo acadêmico para as comunidades providências.
discentes;
III  – a proposta pedagógica dos cursos autorizados e O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atri-
ofertados em metodologias inovadoras até a data de san- buições que lhe conferem o artigo 100, inciso VII, da Lei
ção desta Lei e suas implicações para a estrutura de pessoal Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
necessária à operacionalização das atividades de ensino, Art. 1º A Escola Superior de Ciências da Saúde - ESCS
pesquisa e extensão, conforme disponibilidade orçamentá- integra a Universidade do Distrito Federal - UnDF, garantida
ria e de pessoal. a continuidade e integralidade de todas as suas atividades

9
de ensino, pesquisa e extensão, resguardadas a autonomia § 4º A participação nos trabalhos não é remunerada,
pedagógica, didático-científica e administrativa nos termos sendo considerada de relevante interesse público.
de seu Estatuto e Regimento Interno vigentes. Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
Parágrafo único. A ESCS é instituição de ensino superior blicação.
público distrital, mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa
em Ciências da Saúde - FEPECS, vinculada à Secretaria de Brasília, 16 de maio de 2022
Estado de Saúde do Distrito Federal - SESDF, com sede e 133º da República e 63º de Brasília
foro em Brasília, Distrito Federal, nos termos da Portaria nº
417, de 20 de dezembro de 2018, da Secretaria de Estado IBANEIS ROCHA
de Educação do Distrito Federal, publicada no DODF nº 243,
de 24/12/2018. RESOLUÇÃO Nº 04, DE 02 DE JUNHO DE 2022
Art. 2º À FEPECS permanecerá assegurada a condição de
instituição mantenedora da ESCS, conforme ato de habilita- Dispõe sobre a criação da Escola de
ção para oferta de educação superior exarada pelo Conselho Educação, Magistério e Artes - EEMA,
de Educação do Distrito Federal, nos termos das Portarias órgão setorial a congregar o Centro de
SEEDF/CEDF nº 417 e nº 418 de 20 de dezembro de 2018. Educação, Magistério e Artes, que compõe
a estrutura organizacional executiva da
Art. 3º Em conformidade com a Lei nº 2.676, de 12 de
Universidade do Distrito Federal - UnDF.
janeiro de 2001, e normativas correlatas, caberá à FEPECS
assegurar a mantença dos recursos humanos, materiais,
A REITORA PRO TEMPORE DA UNIVERSIDADE DO DISTRI-
orçamentários, financeiros e patrimoniais necessários ao TO FEDERAL - UNDF, no uso das atribuições que lhe confere a
desempenho das atividades de ensino, pesquisa e extensão Lei Complementar 987, de 26 de julho de 2021, em especial
em curso na ESCS até sua total integração à UnDF, garantindo, as conferidas pelo art.5º, §1º, incisos I e II, do Decreto nº
inclusive, a prioridade na utilização dos cenários de ensino 42.333, de 26 de julho de 2021, combinado com o disposto
e prática dos serviços de saúde da SESDF. no art. 6º, incisos III e IV, do Estatuto da Universidade do
Art. 4º No que tange à atividade docente exercida na Distrito Federal - UnDF, e, considerando a posterior institui-
ESCS, fica garantido o desempenho das funções relativas à ção do Conselho Universitário previsto no Art. 86, § 2º, do
docência, tutoria e preceptoria nos cursos de graduação em Estatuto da Unversidade do Distrito Federal - UnDF, resolve:
Enfermagem e Medicina, nos moldes vigentes e regulamen-
tados pela FEPECS, com vistas à garantia de continuidade da TÍTULO I
formação e da integração ensino, serviço e comunidade, sem DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO,
prejuízo aos estudantes dos cursos em andamento. MAGISTÉRIO E ARTES E DOS SEUS FINS
§ 1º O modelo de docência adotado pela ESCS e citado
no caput deste artigo ficará mantido transitoriamente até Art. 1º Fica criada, no âmbito da UnDF, a Escola de Edu-
que seja implementada a carreira de Magistério Superior cação, Magistério e Artes - EEMA.
do Distrito Federal. Art. 2º A EEMA, ligada ao Centro Interdisciplinar de Edu-
§ 2º Quando composto seu respectivo quadro de pessoal, cação, Magistério e Artes, tem como missão ofertar ensino,
conforme a Lei nº 6.969, de 08 de novembro de 2021 aplicar- pesquisa e extensão de qualidade nas áreas de Educação,
-se-ão ao corpo docente os dispositivos estabelecidos nesta Magistério e Artes, prioritariamente, à população do Dis-
Lei, no Regimento Interno e Estatuto da UnDF bem como trito Federal e Entorno, buscando formar cidadãos críticos,
no regime jurídico dos servidores públicos civis do Distrito socialmente comprometidos e tecnicamente competentes,
Federal, hoje regulamentado pela Lei Complementar nº 840, favorecendo o desenvolvimento do conhecimento científico
de 23 de dezembro de 2011. e de valores éticos para atuação no mundo do trabalho e
Art. 5º Com vistas ao desempenho das atividades de melhoria das condições de vida em sociedade.
ensino, pesquisa e extensão da ESCS, a UnDF atuará colabo- Art. 3º A visão da EEMA consiste em ser uma Escola
rativamente com a FEPECS, nos termos da Lei Complementar de excelência e referência nas diversas áreas da Educação,
nº 987 de 26 de julho de 2021, e das demais legislações protagonizando o desenvolvimento do ensino superior de
educacionais vigentes. qualidade, emancipador, inovador, qualificado e socialmente
responsável, bem como em oferecer, por meio de blocos de
Parágrafo único. As instituições deverão firmar parceria
aprendizagem, princípios filosóficos, pedagógicos, didáticos
entre si por meio de instrumento jurídico próprio que ga-
e metodológicos, suporte à interdisciplinaridade das áreas
ranta a mutualidade de interesses e condições recíprocas
de conhecimento abarcadas pelos cursos da UnDF.
ou equivalentes, de modo a realizar um propósito comum, Art. 4º São valores e diretrizes de atuação da Escola de
Legislação sobre a UnDF

voltado ao interesse público. Educação, Magistério e Artes:


Art. 6º Com objetivo de orientar, propor e acompanhar I – defesa da educação superior pública;
o processo de integração da ESCS à UnDF nos termos deste II – compromisso com uma educação de qualidade, pau-
Decreto, será constituída uma Comissão de Acompanha- tada nas demandas sociais e inclusivas para a comunidade
mento, a ser composta de forma paritária por membros da do Distrito Federal e Entorno;
FEPECS, ESCS e UnDF. III – apreço à tolerância, respeito à dignidade humana e
§ 1º A Comissão de que trata o caput deste artigo terá às diversidades étnico-raciais, culturais, sociais e de gênero;
caráter consultivo e deliberativo. IV – valorização e estímulo do processo autônomo de
§ 2º A coordenação dos trabalhos da Comissão será re- aprendizagem discente, incentivando o protagonismo dos
alizada pela UnDF. estudantes na construção do conhecimento;
§ 3º Para fins de consulta, assessoramento ou participa- V – inovação pedagógica, sobretudo no que diz respeito
ção em atividades específicas, a Comissão poderá convidar ao uso de metodologias inovadoras e problematizadoras,
outros servidores ou representantes de organismos gover- bem como de estratégias pedagógicas diversificadas que
namentais e não governamentais. corroborem o processo de ensino-aprendizagem;

10
VI – fomento à organização didático-pedagógica na pre- II – Coordenações Setoriais de Curso, que darão suporte
missa interdisciplinar, transdisciplinar e multidisciplinar; à operacionalização rotineira de tais competências no âmbito
VII  – fortalecimento da gestão democrática do ensino dos cursos ofertados pela Escola.
público; § 1º A Direção será composta por um diretor e um vice-
VIII – promoção de políticas de inclusão social; -diretor designados pela Reitora Pro Tempore da UnDF.
IX – valorização e promoção do vínculo entre a educação § 2º As Coordenações Setoriais de Curso serão compostas
escolar, o trabalho e as práticas sociais para a contribuição por um coordenador e um vice-coordenador, designados pela
com o desenvolvimento socioeconômico e técnico-científico Reitora Pro Tempore da UnDF e necessariamente pertencen-
do Distrito Federal e entorno; tes ao corpo docente da UnDF.
X – promoção de formação inicial e continuada de pro-
fessores, servidores e estudantes; TÍTULO III
XI – desenvolvimento universitário e sustentável em suas DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
áreas de atuação;
XII – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar Art. 7º O corpo docente da EEMA será constituído via
a cultura, o pensamento, a pluralidade de ideias, a arte e o concurso público, nos termos da Lei nº 6.969, de 08 de no-
saber; vembro de 2021, e atuará na interlocução com o mundo do
XIII – igualdade de condições para o acesso e a perma- trabalho, fomentando a integração ensino, serviço e comu-
nência na escola. nidade à luz das metodologias ativas de ensino e aprendi-
XIV – investimento em pesquisa e utilização de recursos zagem.
tecnológicos, visando a preservação do meio ambiente. Art. 8º A Escola de Educação, Magistério e Artes terá a
XV – valorização e promoção da cultura local e regional. graduação em Pedagogia como marco inicial de suas ativida-
Art. 5º Cabem à EEMA as seguintes competências gerais: des acadêmicas, uma vez formado o referido corpo docente.
I – prezar pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa Art. 9º A seleção do corpo discente se dará por ampla
e extensão; concorrência, respeitando-se as determinações da legislação
II  – ofertar cursos de graduação, pós-graduação e de- vigente em âmbito nacional e distrital.
senvolver atividades de extensão, articulando, em todo o Art. 10. Demais normas referentes ao funcionamento e
processo educacional, a teoria e a prática; à institucionalização da EEMA serão disciplinadas pelo Pro-
III – atuar, prioritariamente, na formação inicial em nível jeto de Desenvolvimento Institucional - PDI da Escola, pelo
superior (cursos de bacharelado e bacharelado interdisci- seu futuro Regimento Interno e pelas decisões colegiadas
plinar, licenciatura e licenciatura interdisciplinar, cursos de do Conselho Universitário.
formação pedagógica para graduados e cursos de segunda Art. 11. Esta resolução deverá ser validada ad referendum
licenciatura) e na formação continuada de professores das junto ao Conselho Universitário da UnDF, quando instituído.
carreiras Magistério Superior do Distrito Federal e Magistério Art. 12. Esta Resolução entra em vigor a partir da data
da Educação Básica do Distrito Federal; de sua publicação.
IV – formar e certificar profissionais com base nas práticas
desenvolvidas em ambiente de trabalho; SIMONE PEREIRA COSTA BENCK
V – promover atividades de extensão e culturais voltadas
à melhoria da qualidade de vida da população;
VI – fomentar a utilização de metodologias inovadoras RESOLUÇÃO Nº 03, DE 12 DE MAIO DE 2022
e problematizadoras, respeitadas as diferenças curriculares
de cada área do saber científico; Dispõe sobre o Estatuto da
VII  – desenvolver pesquisa no sentido de fomentar a Universidade do Distrito Federal
geração de processos e novas tecnologias responsáveis por - UnDF.
assistir o desenvolvimento socioeconômico do Distrito Fe-
deral e Entorno; A REITORA PRO TEMPORE DA UNIVERSIDADE DO DISTRI-
VIII – associar a pesquisa desenvolvida no âmbito da Es- TO FEDERAL - UnDF, no uso de suas atribuições legais, confe-
cola com empreendedores e setor produtivo local; ridas pela Lei Complementar nº 987, de 26 de julho de 2021,
IX – estabelecer relações de intercâmbio científico com e pelo Decreto nº 42.333, de 26 de julho de 2021, resolve:
organizações públicas e privadas, nacionais ou internacionais;
X – orientar a produção de conhecimento acadêmico e ESTATUTO DA UNIVERSIDADE DO DISTRITO FEDERAL
as experiências da extensão em benefício da comunidade;
XI  – criar e consolidar Núcleo de Formação Regional, TÍTULO I
Legislação sobre a UnDF

responsável por mapear e levar a cabo as necessidades de DA UNIVERSIDADE E DOS SEUS FINS
formação acadêmica e profissional para o Distrito Federal
e Entorno; Art. 1º A Universidade do Distrito Federal - UnDF é uma
XII – estabelecer contratos, convênios, parcerias e presta- fundação pública, com regime jurídico de direito público,
ção de serviços relacionados à consecução de tais finalidades. integrante da administração indireta, criada pela Lei Comple-
mentar nº 987, de 26 de julho de 2021, vinculada à Secretaria
TÍTULO II de Estado de Educação do Distrito Federal, com sede e foro
DA ADMINISTRAÇÃO em Brasília.
Parágrafo único. A sede da UnDF se localiza no Parque
Art. 6º A EEMA terá a seguinte composição administra- Tecnológico de Brasília, Lote 4, edifício de Governança, Bloco
tiva: “B”, 2º Andar, Brasília - DF, 70635-815.
I – Direção, responsável pela gestão cotidiana da Escola Art. 2º A UnDF, com autonomia pedagógica, didático-
em conformidade com as Pró-Reitorias da UnDF e com as -científica, administrativa e de gestão financeira e patrimo-
Coordenações dos Centros Interdisciplinares; nial, nos termos da Lei Orgânica do Distrito Federal - LODF,

11
rege-se segundo o presente Estatuto, o Regimento Geral, IV  – utilização de metodologias problematizadoras de
os Regimentos dos Órgãos da Administração Superior e das ensino e aprendizagem, respeitadas:
Unidades Integradas e pelas Resoluções de seus órgãos, ga- a) as referências curriculares de cada área do saber;
rantido o princípio da gratuidade na oferta de seus cursos b) a liberdade de cátedra;
de graduação e pós-graduação stricto sensu. c) a autonomia pedagógica e didático-científica no pro-
§ 1º Para efeito da gratuidade a que se refere o caput, cesso de construção do conhecimento;
entende-se por ensino as atividades diretamente relacio- V – formação profissional que considere o conhecimento
nadas à formação dos estudantes, incluindo o acesso e a baseado em evidências científicas e as práticas desenvolvidas
permanência, bem como as atividades-meio necessárias no mundo do trabalho;
para tal fim. VI – organização administrativa descentralizada, flexível
§ 2º A UnDF desenvolverá, mediante aprovação do Con- e horizontalizada, observados os referenciais da multiespa-
selho Universitário, programas especiais de acesso e de per- cialidade, garantindo-se a cada campus da UnDF a infraestru-
manência estudantil, voltados para os estudantes com baixo tura que assegure os serviços administrativos essenciais de
poder aquisitivo e que auxiliem, entre outras despesas, no interesse comum das unidades acadêmicas que a compõem;
custeio de transporte e alimentação. VII – oferta gratuita de cursos, observado o princípio de
Art. 3º O desempenho das atividades da UnDF, pautado indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;
na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, visa VIII  – oferta de programa de permanência estudantil,
à formação superior comprometida com o desenvolvimen- bem como prestação de serviços e demais atividades afins,
to sustentável, a redução das desigualdades e a busca de com ações especiais que objetivem a expansão do ensino,
soluções democráticas aos problemas e às necessidades do da pesquisa e da cultura, com vista ao processo de geração
Distrito Federal e Entorno. de empregos e inovação;
Art. 4º A UnDF tem a incumbência de ministrar educação IX – promoção da educação, das ciências e das tecnolo-
superior pública distrital, inclusive na modalidade a distância, gias, desenvolvendo o conhecimento científico, junto com
autorizada pelos órgãos competentes, desenvolver pesquisas os valores éticos capazes de integrar a pessoa humana à
nas diversas áreas do conhecimento e promover atividades sociedade, formando profissionais competentes para atu-
de extensão universitária, incentivando sua inserção regional ação no mundo do trabalho e para melhoria das condições
mediante atuação multicampi e multiespacial, predominan- de vida em sociedade;
temente nas localidades do Distrito Federal e entorno com X – fomento ao desenvolvimento de pesquisas científi-
menor acesso à educação superior pública. cas e tecnológicas e formação de recursos humanos para a
Art. 5º. A UnDF goza do princípio de imunidade tributária
pesquisa, principalmente no Distrito Federal e no entorno;
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vin-
XI – garantia de prioridade na utilização dos serviços pú-
culados às suas finalidades essenciais, segundo estabelece
blicos do Distrito Federal aos cursos da UnDF, considerando
a Constituição Federal.
os respectivos cenários das atividades acadêmicas, de modo
Art. 6º Competem à UnDF as seguintes atribuições:
a fortalecer a integração entre o ensino, os serviços públicos
I – elaborar e executar a política de educação superior
e a comunidade;
pública distrital;
XII – democratização do acesso ao ensino superior públi-
II – manter, planejar, coordenar e supervisionar as ativi-
dades de educação superior; co, gratuito e de qualidade, por meio da implementação de
III – promover a implantação de unidades e cursos de cotas raciais e sociais para ingresso em cursos de graduação
educação superior pública; ofertados pela UnDF, conforme legislações específicas;
IV – expedir normas para o desempenho de suas com- XIII – fomento ao desenvolvimento, ao fortalecimento e
petências; à consolidação de incubadoras, cooperativas, aceleradoras e
V  – elaborar sua proposta orçamentária e administrar núcleos de inovação e empreendedorismo em conhecimento
suas receitas e despesas; tecnológico com capacidade para desenvolver novos pro-
VI  – firmar convênios, termos de cooperação técnica, dutos, processos, serviços competitivos e outras iniciativas;
contratos e parcerias, especialmente com a administração XIV – estímulo à associação entre pesquisadores, empre-
pública distrital, voltados à realização dos seus objetivos, endedores e o setor produtivo local, assim como à interação
na forma da lei; entre empresas incubadas e instituições públicas e privadas
VII – colaborar com a elaboração, o planejamento e a ava- que desenvolvam atividades inovadoras e empreendedoras,
liação das políticas públicas de desenvolvimento regionais, visando à transferência recíproca de conhecimento e mode-
inclusive em relação à prestação de serviços de consultoria, los de gestão;
assessoria e correlatos; XV – fomento a projetos integrados de extensão e pesqui-
Legislação sobre a UnDF

VIII – cooperar e fomentar parcerias e intercâmbios com sa em linhas de atuação nas áreas de educação profissional,
universidades e outras instituições científicas, culturais e edu- trabalho, empreendedorismo, produção, desenvolvimento,
cacionais brasileiras e internacionais; tecnologias sociais e sustentabilidade, com enfoque em ino-
IX – elaborar e implementar programa de assistência es- vação e integração social;
tudantil, a ser normatizado pelo Regimento Geral. XVI – garantia de pluralidade de ideias e gestão demo-
Art. 7º São diretrizes de atuação da UnDF: crática do ensino, da pesquisa e da extensão;
I – priorização das necessidades e dos problemas do Dis- XVII – fomento, no desenvolvimento de suas pesquisas,
trito Federal e entorno na manutenção e programação de à geração de novas tecnologias e processos, visando à pro-
cursos e outras atividades orientadas; moção do desenvolvimento econômico e técnico-científico
II – atendimento prioritário a localidades do Distrito Fede- do Distrito Federal.
ral e entorno com menor acesso à educação superior pública; Parágrafo único. No cumprimento de suas finalidades, a
III  – integração da educação superior pública com as UnDF pode prestar serviços a instituições públicas e privadas
políticas públicas, programas e ações institucionais desen- cujas áreas de excelência interessem aos seus programas e
volvidos em âmbito locorregional; projetos.

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TÍTULO II Art. 13. Compete aos Centros:
DA CONSTITUIÇÃO DA UNIVERSIDADE I – fomentar ensino, pesquisa e extensão nas suas respec-
tivas áreas de conhecimento, privilegiando a multidisciplina-
CAPÍTULO I ridade, a transversalidade e a interdisciplinaridade entre os
Da Estrutura Organizacional cursos dessas áreas e dos demais Centros existentes;
II – coordenar as suas atividades culturais, científicas, pe-
Art. 8º A UnDF se estrutura conforme os seguintes órgãos: dagógicas, promovendo a integração com os demais Centros;
I – Deliberativos: III – dar suporte a essas atividades por meio dos órgãos
a) Conselho Universitário - CONSUNI; de apoio acadêmico e complementar.
b) Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE. Art. 14. A UnDF é composta pelos seguintes Centros:
II – Fiscalizatório: I – Centro de Ciências Humanas, Cidadania e Meio Am-
a) Conselho Fiscal - CONFIS. biente;
III – Executivos: II – Centro de Educação, Magistério e Artes;
a) Reitoria; III – Centro de Engenharias, Tecnologia e Inovação;
b) Vice-Reitoria; IV – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
c) Pró-Reitorias; § 1º Os Centros devem ser a instância propositiva e ar-
d) Centros; ticuladora da política de inovação da UnDF.
e) Órgãos setoriais; § 2º Cada Centro congrega um conjunto específico de
f) Órgãos de apoio acadêmico e complementar. órgãos setoriais, na forma de Escolas e Institutos, de acordo
Art. 9º As instâncias observam os princípios a seguir: com o escopo relacionado às respectivas áreas de conheci-
I – garantia do desempenho de ações que privilegiem mento.
uma organização administrativa, patrimonial e financeiro- § 3º A Universidade poderá criar novos Centros, assim
-orçamentária colegiada, pautada na racionalidade do uso como fundir, extinguir ou alterar os já existentes por meio
de recursos humanos e materiais; de aprovação do Conselho Universitário.
II – fomento de atividades que garantam o princípio da Art. 15. Os Centros devem observar os seguintes prin-
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, con- cípios:
siderando, em seu bojo, a integração com o conhecimento I – agregação de áreas de conhecimento com vocações
baseado em evidências científicas, o uso de metodologias de acadêmicas afins;
ensino-aprendizagem inovadoras e as práticas desenvolvidas II – conveniência administrativa e disponibilidade de ins-
no mundo do trabalho; talação e equipamentos;
III  – planejamento e descentralização da execução fi- III – fomento à interdisciplinaridade entre os cursos de
nanceiro-orçamentária, cabendo aos órgãos executivos da suas respectivas alçadas e dos demais Centros existentes;
universidade a administração do orçamento aprovado por IV – proposição e acompanhamento da política de inova-
meio do Conselho Universitário; ção e de avaliação da UnDF, integrada a todas as suas áreas
IV – universalidade dos campos do saber, pelo cultivo das de atuação.
áreas fundamentais dos conhecimentos humanos, estudados Art. 16. Compõem a estrutura mínima de cada Centro,
em si mesmos ou em razão de ulteriores aplicações de uma designados por ato da Reitoria:
ou mais áreas técnico-profissionais; I – Coordenador(a), responsável pela condução das com-
V – flexibilidade de métodos e critérios, com vistas às di- petências e demais responsabilidades definidas no Regimen-
ferenças individuais dos estudantes, às peculiaridades regio- to Geral em relação aos Centros;
nais e às possibilidades de combinação dos conhecimentos II – Assessoria técnica, que dá suporte à operacionaliza-
para novos cursos e programas de pesquisa. ção rotineira de tais competências.
Art. 10. Para a consecução de suas competências e di- Parágrafo único. Os membros designados para o exercício
retrizes de atuação, a UnDF será estruturada por Centros e das funções indicadas nos incisos devem pertencer ao quadro
órgãos setoriais. de atuação docente da UnDF.
Art. 11. São normas organizacionais da UnDF: Art. 17. Cada Centro coordena as atividades de seus ór-
I – reunir em órgão setorial as funções de ensino, pes- gãos setoriais correlatos na forma prevista por este Estatu-
quisa e extensão relativas à inovação e ao mesmo campo to, pelo Regimento Geral da UnDF e pelos seus respectivos
de conhecimento; Regimentos Internos.
II – atribuir aos órgãos setoriais as funções de coordena- § 1º A organização e atribuições dos Centros serão objeto
ção das suas atividades culturais, científicas, pedagógicas, de de regulamento próprio, aprovado pelo Conselho Universi-
inovação e administrativas através do exercício de funções tário.
normativas e de controle; § 2º Os Centros terão seus dirigentes designados pelo(a)
Legislação sobre a UnDF

III – dar suporte a consecução de suas atividades por meio Reitor(a).


dos órgãos setoriais e de apoio acadêmico e complementar.
IV  – orientar suas estruturas à luz de uma política de CAPÍTULO III
inovação integrada a todas as suas áreas de atuação e à Órgãos Setoriais e Órgãos de Apoio
política de avaliação da UnDF. Acadêmico e Complementar

CAPÍTULO II Art. 18. Os órgãos setoriais representam a unidade mí-


Dos Centros nima de estrutura da universidade para todos os efeitos de
organização administrativa, didático-científica e de lotação
Art. 12. Os Centros representam as unidades integrado- de pessoal.
ras, multidisciplinares e interlocutoras entre o planejamento Art. 19. Os órgãos de apoio acadêmico e complementar,
estratégico, administrativo e orçamentário, o de lotação de com atribuições técnicas, culturais, desportivas, recreativas,
pessoal, bem como os interesses didático-científicos e ad- assistenciais e outras, fornecerão suporte às atividades de
ministrativos dos órgãos setoriais. ensino, pesquisa e extensão.

13
Art. 20. Os órgãos setoriais são compostos por Escolas à pesquisa e à extensão, bem como à sua gestão administra-
Superiores e Institutos Superiores. tiva, financeira, patrimonial e disciplinar, nos termos de seu
§ 1º As Escolas Superiores credenciadas até o ato de pu- Regimento Interno e do disposto neste Estatuto.
blicação deste Estatuto e que compõem o Sistema de Ensino Art. 25. O Conselho Universitário será constituído por:
Superior Público do Distrito Federal, nos termos da Resolução I – Reitor(a), que o presidirá;
nº 02/2017 - CEDF, credenciadas pelo Conselho de Educação II – Vice-reitor(a), como vice-presidente;
do Distrito Federal - CEDF, serão automaticamente integradas III – Pró-reitores;
ao Centros da maneira que se segue: IV – Coordenadores de Centro;
I – A Escola Superior de Ciências da Saúde - ESCS vincula- V – Diretores dos órgãos setoriais;
-se ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; VI – um representante do corpo docente de cada órgão
II – A Escola Superior de Gestão - ESG e a Escola Superior setorial, eleitos pelos seus respectivos pares;
da Polícia Civil - ESPC vinculam-se ao ao Centro de Ciências VII  – quatro representantes do corpo discente, soma-
Humanas, Cidadania e Meio Ambiente. dos dois graduandos e dois pós-graduandos, eleitos por seus
§ 2º A Universidade poderá criar novos órgãos setoriais, pares;
assim como fundir, extinguir ou alterar os já existentes por VIII – dois representantes do corpo técnico-administra-
meio de aprovação do Conselho Universitário. tivo, eleitos por seus pares;
§ 3º A integração de novos órgãos setoriais aos Centros IX – dois representantes da sociedade civil organizada do
será feita por afinidade com as respectivas áreas de conhe- Distrito Federal e Entorno, indicados pela Reitoria e escolhi-
cimento, mediante aprovação do Conselho Universitário. dos pelo Conselho Universitário.
Art. 21. Compõem a estrutura organizacional de cada § 1º Os representantes mencionados nos incisos VI, VIII
Órgão Setorial: e IX terão mandato de dois anos, renovável apenas uma vez.
I – Direção; § 2º Os representantes mencionados no inciso VII terão
II – Coordenação de Cursos. mandato de um ano, renovável apenas uma vez, caso se
Art. 22. Compete aos órgãos setoriais: mantenham na condição de estudante.
I – atuar na oferta de atividades de ensino, pesquisa e ex- § 3º Serão considerados suplentes dos integrantes refe-
tensão privilegiando a multidisciplinaridade, a transversalida- ridos nos incisos VI a IX os indicados pelos representantes
de e a interdisciplinaridade entre os cursos por ele ofertados; eleitos, no momento da inscrição para a eleição.
II – priorizar as necessidades e dos problemas do Distrito § 4º O Conselho Universitário deverá normatizar sobre a
Federal e entorno na criação, manutenção e programação de incorporação da representação de movimentos da sociedade
cursos e outras atividades orientadas nas áreas de ensino, civil organizada do Distrito Federal e Entorno, nos termos de
pesquisa e extensão;
seu Regimento Interno.
III – fomentar o uso de metodologias de ensino-aprendi-
Art. 26. Compete ao Conselho Universitário:
zagem inovadoras e as práticas desenvolvidas no mundo do
I – subsidiar a Reitoria da UnDF em sua gestão, especial-
trabalho, estimulando o desenvolvimento socioeconômico
mente no que diz respeito à mantença, ao planejamento, à
do Distrito Federal e Entorno;
coordenação e supervisão das atividades atinentes à oferta
IV – elaborar e executar política de formação continuada
de educação superior;
dos servidores;
II – subsidiar as discussões e proposições relativas à políti-
V – estimular e consolidar a política de egressos;
VI – propor instrumentos e formatos avaliativos destina- ca de ensino, pesquisa e extensão da UnDF, regulamentando
dos à qualificação dos cursos, práticas pedagógicas, apren- aspectos inerentes às interfaces com as suas unidades;
dizagens, estruturando a política de avaliação formativa da III – deliberar sobre o planejamento financeiro-orçamen-
UnDF; tário anual da UnDF, bem como de suas diretrizes orçamen-
VII – captar recursos e receitas com o objetivo de apri- tárias e prestação de contas;
morar os serviços prestados aos servidores e à comunidade IV – dispor sobre a política de gestão de pessoas da UnDF;
acadêmica, prezando pelos princípios da gestão pública. V – deliberar sobre a criação, modificação e extinção de
Art. 23. Os órgãos de apoio acadêmico e complementar, unidade da UnDF, bem como sobre a oferta de cursos de
com atribuições técnicas, culturais, desportivas, recreativas, graduação e pós-graduação;
assistenciais e outras, fornecerão apoio às atividades de en- VI  – aprovar os regimentos internos elaborados pelas
sino, pesquisa e extensão. unidades, pelos Centros e órgãos setoriais órgãos de apoio
§ 1º Os órgãos de apoio acadêmico e complementar acadêmico e complementar vinculados à UnDF;
serão criados pela UnDF mediante aprovação do Conselho VII – apreciar, em grau recursal, as decisões do Conselho
Universitário. de Ensino, Pesquisa e Extensão e do Conselho Fiscal;
§ 2º A organização e atribuições dos órgãos de apoio VIII – fixar a forma de execução da política geral da UnDF;
Legislação sobre a UnDF

acadêmico e complementar serão objeto de regulamento IX – elaborar a reforma do presente Estatuto;
próprio, aprovado pelo Conselho Universitário. X – aprovar os planos de atividades universitárias;
§ 3º Os órgãos de apoio acadêmico e complementar terão XI – elaborar o Regimento Geral e as suas modificações;
seus dirigentes designados pelo reitor. XII – deliberar sobre a administração dos bens da UnDF
e aplicação de suas receitas;
TÍTULO III XIII – aprovar a proposta orçamentária, o orçamento in-
DA ADMINISTRAÇÃO UNIVERSITÁRIA terno da UnDF e as respectivas suplementações;
XIV – aprovar o relatório anual de atividades da UnDF;
CAPÍTULO I XV – apreciar os vetos do Reitor e das demais instâncias
Dos Órgãos Deliberativos decisórias da Universidade;
XVI  – deliberar, originariamente ou em grau de recur-
Art. 24. O Conselho Universitário - CONSUNI é órgão deli- so, sobre qualquer outra matéria de sua competência não
berativo, consultivo e recursal máximo da UnDF, responsável prevista neste Estatuto, no Regimento Geral e nos demais
por formular a política geral da instituição relativa ao ensino, Regimentos;

14
XVII – resolver os casos omissos ou controversos no Es- estabelecidas no seu Regimento Interno, bem como poderá
tatuto e no Regimento Geral da UnDF. fundir ou extinguir as existentes.
Art. 27. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão -
CONSEPE, órgão superior deliberativo da UnDF em matéria CAPÍTULO II
acadêmica, terá a seguinte composição: Do Órgão Fiscalizatório
I – Reitor(a), como seu presidente;
II – Vice-reitor(a), como vice-presidente; Art. 29. O Conselho Fiscal, órgão superior fiscalizatório
III – Pró-reitores; da UnDF, terá a seguinte composição:
IV – Coordenadores dos Centros; I – Chefe da Unidade de Administração Geral, como pre-
V – Diretores dos órgãos setoriais; sidente;
VI – um coordenador(a) de curso de pós-graduação, elei- II – Chefe da Unidade de Controle Interno, como vice-
to pelos pares; -presidente;
VII – um coordenador(a) de curso de graduação, eleito III – Vice-Reitor(a);
pelos pares; IV – Pró-reitores de Graduação, de Pós-graduação e Ex-
VIII – três representantes docentes de cada Centro, elei- tensão, de Administração e Orçamento e de Desenvolvimen-
tos pelos pares; to Socioeconômico Regional;
IX – três representantes do corpo técnico-administrativo, V – três representantes de notória competência nas áreas
eleitos pelos pares; de gestão, orçamento e auditoria, todos estranhos aos qua-
X – um representante do corpo discente da graduação dros permanentes da UnDF;
por Centro, eleitos pelos pares; IV – Coordenadores de Centro;
XI – dois representantes do corpo discente da pós-gra- V – Diretores de Órgãos Setoriais.
duação, eleitos pelos pares. Art. 30. Compete ao Conselho Fiscal, além do que for
§ 1º O mandato dos membros a que se referem os incisos disposto no Regimento Geral:
VI a IX deste artigo terá a duração de dois anos, renovável I – fiscalizar os atos internos da UnDF;
apenas uma vez, e o daqueles a que se referem os incisos X II – analisar matérias de caráter administrativo, econô-
e XI terá a duração de um ano; mico, financeiro, de planejamento, orçamento e de gestão
§ 2º O mandato dos membros a que se referem os incisos de pessoas;
VI e VII encerram-se automaticamente no caso de encerra- III – subsidiar o Conselho Universitário no parecer sobre
mento de seus mandatos como coordenadores de curso; a prestação de contas presente no relatório anual.
§ 3º Serão considerados suplentes dos integrantes refe-
ridos nos incisos VI e VII os indicados pelos representantes
CAPÍTULO III
eleitos, no momento da inscrição para a eleição.
Da Reitoria
Art. 28. Compete ao Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão:
Art. 31. A Reitoria, órgão executivo que superintende
I – definir as políticas educacional, científica, tecnológica
todas as atividades universitárias, é exercida pelo(a) Reitor(a)
e cultural da UnDF;
e compreende:
II – superintender e coordenar, em nível superior, as ati-
I – Vice-Reitoria;
vidades universitárias de ensino, pesquisa e extensão;
III – fixar normas complementares às do Regimento Geral II – Pró-Reitoria de Graduação;
sobre processo seletivo para ingresso discente nos cursos III – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação;
oferecidos pela UnDF, currículos, matrículas, transferências, IV – Pró-Reitoria de Extensão e Cultura;
verificação do rendimento escolar, revalidação de diplomas V – Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário;
estrangeiros, aproveitamento de estudos, além de outras VI – Pró-Reitoria de Desenvolvimento Regional Susten-
em matéria de sua competência; tável;
IV – aprovar os planos de novos cursos de graduação, VIII – Secretaria Executiva;
pós-graduação, especialização, formação, além de outras IX – Procuradoria Jurídica;
modalidades que se fizerem necessárias; X  – Unidade de Planejamento Estratégico, Orçamento
V – aprovar projetos institucionais de pesquisas e planos e Gestão;
de cursos; XI – Unidade de Controle Interno;
VI – aprovar, quanto ao mérito, a realização de convênios XII – Ouvidoria
ou acordos de cooperação; XIII – Biblioteca Central;
VII – estabelecer critérios para contratação de especia- XIV – Agência de Comunicação;
listas de notório saber; XV – Secretaria Acadêmica Geral.
Legislação sobre a UnDF

VIII – decidir sobre propostas, indicações ou representa- § 1º As atribuições e competências das unidades a que
ções de interesse da UnDF em assuntos de sua esfera de ação; se refere este artigo serão definidas no Regimento Geral.
IX – deliberar, originariamente ou em grau de recurso, § 2º As unidades compreendidas nos incisos II a XV po-
sobre qualquer outra matéria de sua esfera de competên- derão ser alteradas, fundidas ou extintas por decisão do
cia não prevista neste Estatuto, no Regimento Geral e nos Conselho Universitário, respeitados os dispositivos legais.
demais regimentos; Art. 32. Compete ao(à) Reitor(a) representar a UnDF,
X – avaliar periodicamente os currículos dos cursos ofer- coordenar e superintender todas as atividades universitárias.
tados pela UnDF. Art. 33. O(a) Reitor(a) será substituído(a), em faltas e
§ 1º O convênio referido no inciso VI, quando implicar impedimentos, pelo(a) Vice-reitor(a) ou pelo(a) Secretário(a)
compromisso financeiro para a UnDF, deverá ser objeto de Executivo(a).
aprovação pelo Conselho Universitário. Parágrafo único. Em faltas e impedimentos simultâneos
§ 2º O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão poderá do(a) reitor(a) e do(a) vice-reitor(a), responderá pela Reito-
constituir Câmaras ou Comissões Assessoras no âmbito de ria, em caráter transitório, o(a) pró-reitor(a) previamente
ensino, pesquisa e extensão, com composição e atribuições designado(a) pelo(a) Reitor(a).

15
Art. 34. O(a) Reitor(a) e o(a) Vice-reitor(a) serão nomea- efeitos de organização administrativa, didático-científica e
dos pelo Governador do Distrito Federal, escolhidos em lista de distribuição de pessoal.
tríplice elaborada pelo Conselho Universitário, em votação Art. 43. A administração de cada órgão setorial será exer-
secreta e uninominal de seus membros. cida, nas diferentes esferas de ação, pelos seguintes órgãos:
§ 1º O mandato da Reitoria e Vice-Reitoria será de quatro I – Direção, responsável pela condução das competências
anos, permitida uma recondução. e demais responsabilidades definidas no Regimento Geral
§ 2º Das candidaturas aos cargos de Reitor(a) e Vice- em relação aos órgãos setoriais;
-Reitor(a) que vierem a ser postuladas para a eleição da lista II – Coordenação Setorial de Curso, que recebe suporte
tríplice referida no caput, exige-se a formação mínima de dos demais órgãos da UnDF para operacionalização rotineira
doutor, reconhecida idoneidade e experiência, com no mí- das competências no âmbito dos cursos ofertados.
nimo três anos de efetivo exercício de atividade docente no Parágrafo único. A Diretoria será composta por um(a)
ensino superior, nos termos da Lei Complementar nº 987, diretor(a) e por um(a) vice-diretor(a).
de 26 de julho de 2021. Art. 44. A Diretoria será exercida por um(a) diretor(a), a
Art. 35. Compete ao Reitor a nomeação dos Pró-Reitores, quem compete superintender e coordenar as atividades da
considerando, preferencialmente, os servidores docentes da escola ou do instituto.
Carreira Magistério Superior do Distrito Federal. § 1º O mandato do(a) diretor(a) e do(a) vice-diretor(a)
será de quatro anos, permitida uma recondução.
CAPÍTULO IV § 2º O diretor(a) será substituído, em suas faltas e im-
Da Administração dos Centros pedimentos, pelo vice-diretor e este por um professor do
conselho da unidade, previamente designado pelo diretor.
Art. 36. A administração de cada Centro será exercida, Art. 45. Os diretores(as) e vice-diretores(as) de unidade
nas diferentes esferas de ação, pelos seguintes órgãos: serão nomeados pelo reitor, de acordo com as normas es-
I – Conselho do Centro; tabelecidas pelo Conselho Universitário.
II – Coordenação do Centro. Art. 46. Os órgãos setoriais serão criados, alterados,
Parágrafo único. A Coordenação do Centro será composta fundidos ou extintos por decisão do Conselho Universitário.
por um(a) coordenador(a) e por um(a) vice-coordenador(a).
Art. 37. A Coordenação será exercida por um(a) TÍTULO IV
coordenador(a), a quem compete superintender e coorde- DA POLÍTICA DIDÁTICO-CIENTÍFICA E DAS
nar as atividades do Centro. ATIVIDADES ESSENCIAIS DA UNIVERSIDADE
§ 1º O mandato do(a) coordenador(a) e do(a) vice-
-coordenador(a) será de quatro anos, permitida uma re-
Art. 47. A organização dos trabalhos universitários será
condução.
realizada no sentido de integração, não apenas de suas unida-
§ 2º O(a) coordenador(a) será substituído(a), em faltas
des componentes, de proposições metodológicas inovadoras,
e impedimentos, pelo(a) vice- coordenador(a) ou por um(a)
mas principalmente de suas finalidades essenciais, de tal
docente do Conselho do Centro, previamente designado(a)
modo que ensino, pesquisa e extensão dialoguem com uma
pelo(a) coordenador(a).
sólida política de inovação e de avaliação.
Art. 38. O coordenador(a) e o(a) vice-coordenador(a) se-
Art. 48. Para promoção da indissociabilidade entre en-
rão, respectivamente, nomeado(a) e designado(a) pelo(a)
Reitor(a), de acordo com as normas estabelecidas pelo Con- sino, pesquisa e extensão, e garantia da autonomia didá-
selho Universitário. tico-científica, administrativa e de gestão financeira e pa-
Art. 39. O Conselho do Centro será o órgão consultivo trimonial, o orçamento da UnDF deverá, a fim de garantir
para os assuntos de administração, ensino, pesquisa e exten- continuidade e expansão universitária, consignar dotação
são e será integrado, no mínimo, pelos seguintes membros: específica aos projetos de ensino, pesquisa e extensão, desde
I – Coordenador(a), como presidente; que aprovada pelos membros do Conselho Universitário.
II – Vice-Coordenador(a), como vice-presidente;
III – três representantes docentes do Centro, com man- CAPÍTULO I
dato de dois anos, eleitos por seus pares; Do Ensino
IV – um representante do corpo discente, com mandato
de um ano, eleito por seus pares; Art. 49. Entende-se por ensino as atividades diretamente
V – um representante do pessoal técnico-administrativo relacionadas à formação dos estudantes, incluindo o acesso
do Centro, com mandato de dois anos, eleito por seus pares. e a permanência, bem como as atividades-meio necessárias
Parágrafo único. Serão considerados suplentes dos inte- para tal fim.
grantes referidos nos incisos III a V os indicados pelos repre- Art. 50. Na UnDF, no âmbito do ensino, serão ofertados
Legislação sobre a UnDF

sentantes eleitos, no momento da inscrição para a eleição. os cursos de:


Art. 40. O Centro terá, no tocante ao ensino, à pesquisa I – graduação;
e à extensão, além das atribuições previstas neste Estatuto, I – pós-graduação;
aquelas que sejam definidas nos seus respectivos Regimen- III – extensão.
tos Internos. § 1º Aos estudantes que concluírem cursos de graduação,
Art. 41. Os Centros serão criados, alterados, fundidos ou serão conferidos graus acadêmicos ou profissionais.
extintos por decisão do Conselho Universitário. § 2º As especificidades e atividades de ensino referentes
à graduação, pós-graduação e extensão serão disciplinadas
CAPÍTULO V pelo Regimento Geral.
Da Administração dos Órgãos Setoriais § 3º Os cursos de graduação, pós-graduação e extensão
ofertados nas escolas superiores existentes anteriormente à
Art. 42. Os órgãos setoriais, na forma de Escolas e Ins- sanção da Lei Complementar nº 987, de 26 de julho de 2021,
titutos Superiores e ligados aos respectivos Centros, serão ESCS, ESG e ESM, terão as prerrogativas disciplinadas pelos
as menores frações da estrutura universitária para todos os respectivos atos de regulação.

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Art. 51. Os cursos de graduação serão estruturados de V – facultar programas de formação profissional de servi-
forma a atender: dores públicos, vinculados ao GDF, otimizando a integração
I – às diretrizes curriculares nacionais para cada curso e serviço-comunidade e considerando as práticas desenvolvi-
área do saber, deliberadas pelo Conselho Nacional de Edu- das no mundo do trabalho.
cação - CNE; § 1º Os cursos de especialização – pós-graduação lato
II – ao estímulo à autonomia crescente dos estudantes na sensu se destinam àqueles diplomados em nível de gradu-
construção dos conhecimentos, fortalecendo o processo de ação.
interdependência e busca de soluções para os problemas a § 2º Os cursos de aperfeiçoamento e atualização têm
que são submetidos, fomentando uma formação profissional como público-alvo aos interessados que cumpram com os
que considere a utilização de metodologias de ensino ino- requisitos especificados em edital de seleção.
vadoras e as práticas desenvolvidas no mundo do trabalho; Art. 56. Os cursos de extensão visam à difusão de conhe-
III – à integração da educação superior pública com as cimentos e técnicas de trabalho para elevar a eficiência e os
políticas públicas, programas e ações institucionais desen- padrões culturais da comunidade.
volvidos em âmbito locorregional; Art. 57. Os cursos de extensão, no contexto das ativida-
IV – à priorização das necessidades e dos problemas do des extensionistas, devem estar caracterizados nos projetos
Distrito Federal e RIDE na manutenção e programação de pedagógicos dos cursos e inseridos na modalidade de cursos
cursos; e oficinas, conforme legislação.
V – à integração do ensino com as ciências e das tec- § 1º Os cursos de extensão visam à difusão de conheci-
nologias, desenvolvendo o conhecimento científico, junto mentos e técnicas de trabalho para elevar a eficiência e os
com os valores éticos capazes de integrar a pessoa humana padrões culturais da comunidade.
à sociedade, formando profissionais competentes para atu- § 2º Os cursos de extensão devem priorizar a utilização
ação no mundo do trabalho e para melhoria das condições dos serviços públicos do Distrito Federal, considerando os
de vida em sociedade. respectivos cenários das atividades acadêmicas, de modo a
VI – à integração dos conhecimentos e saberes necessá- fortalecer a integração entre o ensino, os serviços públicos
rios, à demanda e às peculiaridades de cada formação profis- e a comunidade.
sional, mediante a elaboração dos respectivos currículos com Art. 58. A organização curricular dos cursos deve atender
matérias obrigatórias, prefixadas ou optativas, e facultativas; às Diretrizes Curriculares e legislação pertinentes, o atendi-
VII – à diversificação de ocupações e empregos e à pro- mento à formação de profissionais conforme necessidades
cura de educação de nível superior, estabelecendo-se um sis- e características regionais, bem como o perfil do egresso,
tema de créditos para diferentes combinações curriculares; estabelecido no Projeto Pedagógico do curso.
VIII – às diretrizes para extensão na Educação Superior Parágrafo único. O controle de integralização curricular
Brasileira. será feito pelo sistema de créditos, na forma especificada
Art. 52. Os cursos de bacharelado, de licenciatura e su- pelo Regimento Geral, em consonância com a carga horária
periores de tecnologia estarão abertos à matrícula dos que prevista no Projeto Pedagógico dos Cursos para cada certi-
tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham ficação.
sido classificados em processo seletivo, até o limite das vagas Art. 59. A organização curricular dos cursos da UnDF de-
pré fixadas, nos termos da legislação pertinente e do disposto verá ser revista e avaliada de forma constante pelo Núcleo
no Regimento Geral da UnDF. Docente Estruturante - NDE, assessorado por seus docentes,
Art. 53. Os cursos de pós-graduação stricto sensu, aber- para atualização, adequação e atendimento à legislação vi-
tos à matrícula de diplomados em curso de graduação, me- gente.
diante seleção de mérito, terão por finalidade desenvolver Art. 60. Compete à respectiva estrutura da coordenação
e aprofundar os estudos feitos no nível de graduação, con- de curso encaminhar para aprovação do Consepe, o Projeto
duzindo aos graus de Mestre e Doutor. Pedagógico do Curso que contenha, entre outros itens, o
§ 1º O mestrado objetiva enriquecer a competência cien- programa de cada disciplina e/ou módulos interdisciplina-
tífica e profissional dos graduados, podendo constituir fase res, elaborado pelo Núcleo Docente Estruturante do curso,
preliminar do doutorado ou nível de formação terminal. assessorado por seus docentes, nos termos definidos pela
§ 2º O doutorado objetiva formação científica e cultu- CONAES.
ral ampla e aprofundada, desenvolvendo a capacidade de Art. 61. As regras e condições para a matrícula na UnDF
pesquisa e o poder criador nos diferentes ramos de saber. serão disciplinadas pelo Regimento Geral.
Art. 54. A coordenação de cada curso de graduação e
de pós-graduação stricto sensu estará ligada à gestão do CAPÍTULO II
respectivo órgão setorial, cuja composição e cujas atribui- Da Pesquisa
ções específicas serão definidas pelo Conselho de Ensino,
Legislação sobre a UnDF

Pesquisa e Extensão. Art. 62. A pesquisa na UnDF é considerada atividade


Art. 55. Os cursos de especialização – pós-graduação lato essencial, voltada para a busca de novos conhecimentos e
sensu –, aperfeiçoamento e atualização têm por objetivo técnicas, e como recurso de educação destinado ao cultivo
gerais: da atitude científica indispensável a uma correta formação
I – preparar especialistas em setores específicos de es- de grau superior.
tudos; Art. 63. No desenvolvimento de suas pesquisas, a uni-
II – aprimorar conhecimentos e técnicas de trabalho; versidade deve fomentar a geração de processos e novas
III – adequar novas técnicas e conhecimentos às condi- tecnologias com o objetivo de promover o desenvolvimento
ções da realidade; econômico e técnico-científico do Distrito Federal.
IV – oportunizar formação permanente de professores Art. 64. A UnDF criará políticas de estímulo à associação
da carreira Magistério da Educação Básica da rede de ensino da pesquisa desenvolvida no âmbito da universidade com
do Distrito Federal, de modo a integrar currículos inter, multi empreendedores e o setor produtivo local, assim como à
e transdisciplinares, bem como refletir sobre metodologias interação entre empresas incubadas e instituições públicas
inovadoras, novas tecnologias e inovação; e privadas que desenvolvam atividades inovadoras, visan-

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do à colaboração recíproca de conhecimento e modelos de Art. 71. Os membros do corpo discente da UnDF se dis-
gestão. tribuem conforme as categorias de regulares e especiais.
§ 1º Regulares são os estudantes matriculados após apro-
CAPÍTULO III vação e classificação em processo seletivo de ingresso na
Da Extensão UnDF, visando à obtenção de diploma ou certificação, que
não tenham sido excluídos em decorrência das circunstân-
Art. 65. A Extensão na UnDF se constitui em ativida- cias previstas nos Regimentos e nas normas do ensino de
de que se integra à organização curricular e da pesquisa, graduação ou de pós-graduação da universidade.
constituindo-se em processo interdisciplinar, político edu- § 2º Especiais são os estudantes matriculados em:
cacional, cultural, científico, tecnológico, que promove a I – cursos de aperfeiçoamento, atualização e extensão;
interação transformadora entre universidade e os outros II – disciplinas isoladas de curso de graduação ou pós-
setores da sociedade, por meio da produção e da aplicação -graduação, sem observância, a não ser quanto a essas dis-
do conhecimento, em articulação permanente com o ensino ciplinas, de exigências estabelecidas pela Universidade como
e a pesquisa. condições para a obtenção de diploma de curso de graduação
Parágrafo único. As atividades referidas no caput deverão ou pós-graduação.
compor 10% (dez por cento) da carga horária total dos cursos Art. 72. Com objetivo de promover maior integração do
de graduação, fazendo parte de sua matriz curricular. corpo discente no contexto universitário e na vida social,
Art. 66. As atividades extensionistas, no âmbito da UnDF, deverá a UnDF, suplementando-lhe a formação curricular
atende a coletividade e instituições públicas ou privadas, específica:
conforme definido nos projetos pedagógicos dos cursos, nas I – proporcionar aos estudantes, por meio de suas ativi-
modalidades: dades de extensão, oportunidades de participação em pro-
I – programas; gramas de melhoria das condições de vida da comunidade e
II – projetos; no processo de desenvolvimento regional e nacional;
III – cursos e oficinas; II – assegurar meios para a realização de programas cultu-
IV – eventos; rais, artísticos, cívicos, tecnológicos, desportivos e de línguas
V – prestação de serviços, conforme legislação pertinente. e idiomas por parte dos estudantes;
III – estimular as atividades de educação física e de des-
TÍTULO V portos, mantendo, para o cumprimento desta norma, orien-
DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
tação adequada e instalações especiais;
IV – estimular atividades que visem ao fortalecimento
Art. 67. A comunidade universitária é constituída pelos
de uma consciência de direitos e deveres do cidadão e do
corpos docente, técnico-administrativo e discente.
profissional;
V – promover atividades educacionais que conjuguem o
CAPÍTULO I
desenvolvimento do conhecimento científico com a melhoria
Do Corpo Docente
das condições de vida em sociedade, por meio da integração
Art. 68. O corpo docente da UnDF será constituído por entre o ensino, os serviços públicos e a comunidade.
integrantes da Carreira Magistério Superior do Distrito Fe- Art. 73. A UnDF criará funções de monitor, para estudan-
deral, cabendo-lhes o exercício das atividades acadêmicas tes dos cursos de graduação, e de assistência ao docente,
próprias do pessoal docente do ensino superior, a saber: para estudantes da pós-graduação, que se submeterem a
I – as pertinentes ao ensino, à pesquisa e extensão, que, avaliações específicas nas quais demonstrem capacidade de
indissociáveis no plano institucional, visem à aprendizagem, desempenho em atividades técnico-didáticas de determina-
à produção do conhecimento, à ampliação e transmissão do da disciplina.
saber e da cultura; Parágrafo único. As avaliações a que se refere o caput
II – as inerentes ao exercício de direção, assessoramen- do artigo serão formuladas e disciplinadas, normativamen-
to, chefia, coordenação e assistência na própria instituição, te, pelas Coordenações de Graduação e Pós-Graduação de
além de outras previstas na legislação vigente e na lei que cada curso.
cria a universidade. Art. 74. O corpo discente da UnDF terá representação,
Parágrafo único. A UnDF poderá contar com quadro de com direito a voz e voto, nos órgãos colegiados da univer-
docentes colaboradores e visitantes, em conformidade com sidade, bem como em comissões cuja constituição assim o
as necessidades acadêmicas, na forma da legislação corre- preveja, na forma deste Estatuto e do Regimento Geral, em
lata. consonância com a legislação vigente.
Art. 69. Os serviços e encargos inerentes à atividade do- Parágrafo único. A representação mencionada no caput
Legislação sobre a UnDF

cente, bem como o estímulo ao aperfeiçoamento e à produti- também se estende à possibilidade de agremiação, como em
vidade, serão definidos pelos colegiados superiores da UnDF. centros acadêmicos e/ou diretórios centrais, nos termos da
legislação vigente.
CAPÍTULO II
Do Corpo Discente CAPÍTULO III
Do Corpo Técnico-Administrativo
Art. 70. O corpo discente da UnDF será constituído por
todos os estudantes matriculados em seus cursos, disciplinas Art. 75. Ao corpo técnico-administrativo da UnDF com-
ou blocos curriculares integralizados, organizados em ciclos petem as seguintes atividades:
básicos ou em módulos interdisciplinares de oferta periódica I  – as relacionadas com a permanente manutenção e
pela universidade. adequação do apoio técnico, administrativo e operacional
Parágrafo único. O ato de matrícula na Universidade im- necessário ao cumprimento dos objetivos institucionais;
plica compromisso formal de respeito ao presente Estatuto, II – as inerentes ao exercício de direção, chefia, coorde-
aos Regimentos e às normas dos órgãos competentes. nação, assessoramento e assistência, na própria instituição.

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Art. 76. O regime de trabalho para os servidores técnico- VIII – saldo de exercícios anteriores, observado o disposto
-administrativos observará a legislação atinente à carreira. na legislação específica;
Art. 77. O pessoal do corpo técnico-administrativo po- IX – outras receitas eventualmente auferidas.
derá ter exercício em qualquer órgão ou serviço da UnDF, Art. 84. O(a) Reitor(a) poderá delegar aos Pró-Reitores e
cabendo a sua movimentação, nas respectivas áreas, à Rei- Coordenadores de Centro, ou seus substitutos legais, com-
toria e às Direções dos órgãos setoriais. petência para realização de despesas, dentro de limites e
normas pré-fixadas pelo Conselho Universitário.
TÍTULO VI
DOS DIPLOMAS, CERTIFICADOS E TÍTULOS TÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 78. Aos estudantes regulares que venham a concluir
cursos de graduação e pós-graduação, com observância das Art. 85. A UnDF regulamentará no seu Regimento Geral
exigências contidas no presente Estatuto, no Regimento Geral a Comissão Própria de Avaliação - CPA, nos termos da Lei
e nos respectivos planos, a UnDF conferirá os graus a que dos SINAES.
façam jus e expedirá as certificações correspondentes. Parágrafo único. A CPA, desvinculada dos conselhos da
Art. 79. Aos estudantes especiais que venham a con- UnDF, tem por objetivo aprimorar os processos de ensino,
cluir cursos de aperfeiçoamento, atualização e extensão, pesquisa e extensão, bem como melhoria de sua infraestru-
com observância das exigências constantes dos respectivos tura, melhor qualificação do seu corpo social e qualidade dos
planos ou programas, a UnDF expedirá os certificados cor- serviços prestados.
respondentes. Art. 86. Aos servidores cedidos ou à disposição da UnDF
Art. 80. A UnDF poderá atribuir títulos de Professor Emé- ficam assegurados todos os direitos e as garantias na forma
rito, Professor Honoris Causa e Doutor Honoris Causa, na da Lei Complementar nº 840, de 23 de dezembro de 2011, e
forma a ser prescrita no Regimento Geral. da Lei Complementar Distrital nº 987, de 23 de julho de 2021.
Art. 87. O presente Estatuto deverá ser validado ad re-
TÍTULO VII ferendum pelo Conselho Universitário, quando instituído.
DO PATRIMÔNIO E REGIME FINANCEIRO Art. 88. A Reitora Pro Tempore, nomeada pelo governa-
dor do Distrito Federal, nos termos da Lei Complementar
Art. 81. A UnDF terá patrimônio gerido na forma deste nº 987, de 26 de julho de 2021, será responsável, no prazo
Estatuto, constituído: máximo de quatro anos, por conduzir, coordenar e adotar
I – por terrenos, estrutura física, instalações, edificações providências e medidas cabíveis para a implantação da UnDF,
e demais bens imóveis destinados exclusivamente à sua uti- assim como por administrá-la, até que seja realizada a pri-
lização; meira consulta para o cargo de reitor.
II – pelos bens e direitos que venha a adquirir, que lhe § 1º À Reitora Pro Tempore incumbe conduzir o processo
sejam transferidos ou que sejam por ela devidamente in- normativo referente à composição do Conselho Universitário,
corporados; do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e da elaboração
III – pelas doações e subvenções que lhe venham a ser fei- do Estatuto e do Regimento da UnDF, no prazo de até um
tas ou concedidas por quaisquer entes federativos, entidades ano após sua nomeação.
públicas ou privadas, instituições ou organismos nacionais § 2º A Reitora Pro Tempore disporá do prazo de 180 dias,
ou internacionais, bem como por particulares. contados do início do quarto ano de seu mandato, para insti-
§ 1º Os bens e direitos da UnDF devem ser utilizados ou tuir o processo de escolha do(a) primeiro(a) reitor(a), do(a)
aplicados exclusivamente para consecução de seus objetivos primeiro(a) vice-reitor(a) da UnDF e da administração supe-
e podem para tal fim ser alienados. rior, assegurada a participação da comunidade universitária,
§ 2º No caso de extinção da UnDF, seus bens e direitos nos termos do presente Estatuto e do Regimento Geral.
devem ser incorporados ao patrimônio do Distrito Federal. § 3º O presente Estatuto, aprovado pelo Conselho de
Art. 82. Os bens e os direitos da UnDF serão utilizados Educação do Distrito Federal - CEDF, nos termos da Portaria
ou aplicados exclusivamente na realização de seus objetivos. nº 471, de 10 de maio de 2022, entra em vigor a partir da
Art. 83. Os recursos financeiros da UnDF serão prove- data de sua publicação.
nientes de: Art. 89. Fica revogada a Resolução nº 2, de 26 de abril
I – dotação consignada na Lei Orçamentária Anual; de 2022.
II  – contribuições, doações, dotações, auxílios e sub-
venções ou financiamentos realizados ou concedidos por SIMONE PEREIRA COSTA BENCK
quaisquer entes federativos, entidades públicas ou privadas,
instituições ou organismos nacionais ou internacionais, bem
Legislação sobre a UnDF

como por particulares; DECRETO Nº 43.321, DE 16 DE MAIO DE 2022


III – receitas provenientes de convênios, acordos, con-
tratos e outros ajustes celebrados com quaisquer entes fe- Dispõe sobre a integração da
derativos, entidades públicas ou privadas, instituições ou Escola Superior de Ciências da
organismos nacionais ou internacionais, bem como com Saúde - ESCS na Universidade do
particulares; Distrito Federal - UnDF, e dá outras
IV – receitas eventuais a título de retribuição pelo forne- providências.
cimento de produtos e serviços a terceiros;
V – receitas geradas como resultados de aplicações de O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atri-
bens e valores patrimoniais, operações de créditos e juros buições que lhe conferem o artigo 100, inciso VII, da Lei
bancários; Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
VI – dotações de fundos especiais, na forma da lei; Art. 1º A Escola Superior de Ciências da Saúde - ESCS
VII – receitas decorrentes de seus direitos patrimoniais integra a Universidade do Distrito Federal - UnDF, garantida
de propriedade científica e tecnológica; a continuidade e integralidade de todas as suas atividades

19
de ensino, pesquisa e extensão, resguardadas a autonomia Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
pedagógica, didático-científica e administrativa nos termos blicação.
de seu Estatuto e Regimento Interno vigentes.
Parágrafo único. A ESCS é instituição de ensino superior Brasília, 16 de maio de 2022
público distrital, mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa 133º da República e 63º de Brasília
em Ciências da Saúde - FEPECS, vinculada à Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal - SESDF, com sede e IBANEIS ROCHA
foro em Brasília, Distrito Federal, nos termos da Portaria nº
417, de 20 de dezembro de 2018, da Secretaria de Estado EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 123, DE 2021
de Educação do Distrito Federal, publicada no DODF nº 243,
de 24/12/2018. Acresce o art. 240-A à Lei Orgânica do
Art. 2º À FEPECS permanecerá assegurada a condição de Distrito Federal, que determina ao Poder
instituição mantenedora da ESCS, conforme ato de habilita- Executivo a criação e a manutenção do
ção para oferta de educação superior exarada pelo Conselho Fundo da Universidade do Distrito Fede-
de Educação do Distrito Federal, nos termos das Portarias ral – FunDF, destinado a garantir recursos
SEEDF/CEDF nº 417 e nº 418 de 20 de dezembro de 2018. para obras necessárias a sua estruturação,
Art. 3º Em conformidade com a Lei nº 2.676, de 12 de projetos, pesquisas e inovação, atribuindo-
janeiro de 2001, e normativas correlatas, caberá à FEPECS -lhe dotação mínima percentual da receita
assegurar a mantença dos recursos humanos, materiais, corrente líquida do Distrito Federal.
orçamentários, financeiros e patrimoniais necessários ao
desempenho das atividades de ensino, pesquisa e extensão A MESA DIRETORA DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRI-
em curso na ESCS até sua total integração à UnDF, garantindo, TO FEDERAL, nos termos do art. 70, § 2º, da Lei Orgânica,
inclusive, a prioridade na utilização dos cenários de ensino promulga a seguinte emenda ao texto da referida Lei:
e prática dos serviços de saúde da SESDF. Art. 1º Fica acrescido o art. 240-A à Lei Orgânica do Dis-
Art. 4º No que tange à atividade docente exercida na trito Federal com a seguinte redação:
ESCS, fica garantido o desempenho das funções relativas à Art. 240-A. O Poder Executivo criará e manterá o Fundo
docência, tutoria e preceptoria nos cursos de graduação em da Universidade do Distrito Federal – FunDF, atribuindo-lhe
Enfermagem e Medicina, nos moldes vigentes e regulamen- dotação mínima percentual da receita corrente líquida do
tados pela FEPECS, com vistas à garantia de continuidade da Distrito Federal.
formação e da integração ensino, serviço e comunidade, sem § 1º A dotação mínima de que trata o caput, destinada a
prejuízo aos estudantes dos cursos em andamento. garantir recursos para obras necessárias a sua estruturação,
§ 1º O modelo de docência adotado pela ESCS e citado projetos, pesquisas e inovação, é de:
no caput deste artigo ficará mantido transitoriamente até I – 0,08% da receita corrente líquida do Distrito Federal,
que seja implementada a carreira de Magistério Superior em 2022;
do Distrito Federal. II – 0,15% da receita corrente líquida do Distrito Federal,
§ 2º Quando composto seu respectivo quadro de pessoal, em 2023;
conforme a Lei nº 6.969, de 08 de novembro de 2021 aplicar- III – 0,2% da receita corrente líquida do Distrito Federal,
-se-ão ao corpo docente os dispositivos estabelecidos nesta em 2024;
Lei, no Regimento Interno e Estatuto da UnDF bem como IV – 0,3% da receita corrente líquida do Distrito Federal,
no regime jurídico dos servidores públicos civis do Distrito em 2025.
Federal, hoje regulamentado pela Lei Complementar nº 840, § 2º A dotação mínima de que trata o caput, destinada
de 23 de dezembro de 2011. a garantir recursos para projetos, pesquisas e inovação, é
Art. 5º Com vistas ao desempenho das atividades de de 0,08% da receita corrente líquida do Distrito Federal a
ensino, pesquisa e extensão da ESCS, a UnDF atuará colabo- partir de 2026.
rativamente com a FEPECS, nos termos da Lei Complementar § 3º Os recursos não utilizados anualmente na forma dos
nº 987 de 26 de julho de 2021, e das demais legislações §§ 1º e 2º constituem superávit financeiro para utilização em
educacionais vigentes. exercícios subsequentes, sem qualquer dedução da parcela
Parágrafo único. As instituições deverão firmar parceria devida do exercício vigente.
entre si por meio de instrumento jurídico próprio que ga- Art. 2º Esta Emenda à Lei Orgânica entra em vigor na
ranta a mutualidade de interesses e condições recíprocas data de sua publicação.
ou equivalentes, de modo a realizar um propósito comum,
voltado ao interesse público. Brasília, 17 de novembro de 2021
Art. 6º Com objetivo de orientar, propor e acompanhar
Legislação sobre a UnDF

o processo de integração da ESCS à UnDF nos termos deste DEPUTADO RAFAEL PRUDENTE
Decreto, será constituída uma Comissão de Acompanha- Presidente
mento, a ser composta de forma paritária por membros da
FEPECS, ESCS e UnDF. DEPUTADO DELMASSO
§ 1º A Comissão de que trata o caput deste artigo terá Vice-Presidente
caráter consultivo e deliberativo.
§ 2º A coordenação dos trabalhos da Comissão será re- DEPUTADO IOLANDO ALMEIDA
alizada pela UnDF. Primeiro Secretário
§ 3º Para fins de consulta, assessoramento ou participa-
ção em atividades específicas, a Comissão poderá convidar DEPUTADO ROBÉRIO NEGREIROS
outros servidores ou representantes de organismos gover- Segundo Secretário
namentais e não governamentais.
§ 4º A participação nos trabalhos não é remunerada, DEPUTADO REGINALDO SARDINHA
sendo considerada de relevante interesse público. Terceiro Secretário

20
DECRETO Nº 42.987, DE 07 DE FEVEREIRO IV  – contribuir com a elaboração, o planejamento e a
DE 2022 avaliação das políticas de desenvolvimento regionais;
V – incentivar a formação de recursos humanos para o
Dispõe sobre a criação do desenvolvimento de ensino, pesquisa e extensão, inclusive
Fundo da Universidade do Distri- em relação à formação continuada dos corpos docente e
técnicoadministrativo da UnDF;
to Federal - FunDF, cria o Conselho
VI – financiar os programas de assistência estudantil;
Administrativo e dá outras provi-
VII – custear, integral ou parcialmente, bolsas de estudo
dências.
internas e/ou voltadas ao intercâmbio de estudantes, do-
centes e servidores;
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atri-
VIII – permitir a construção e manutenção de obras ne-
buições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da
cessárias à infraestrutura da Universidade;
Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
IX – incentivar e implementar projetos voltados à inova-
ção e ao desenvolvimento tecnológico no Distrito Federal;
CAPÍTULO I
X  – fazer pagamentos, firmar contratos e realizar pro-
Do Fundo da Universidade do Distrito Federal
cessos licitatórios em prol de projetos necessários à imple-
mentação da UnDF;
Seção I
XI – apoiar demais programas e intervenções na forma
Do Fundo e De Suas Finalidades
aprovada pelo Conselho Administrativo;
XII – desenvolver outras atividades, desde que relacio-
Art. 1º Fica criado o Fundo da Universidade do Distrito
nadas ao objetivo do Fundo.
Federal - FunDF, de natureza contábil, com o objetivo de
garantir recursos necessários à estruturação da Universidade Seção II
do Distrito Federal - UnDF em função de obras, projetos, Do Conselho Administrativo do FunDF
pesquisas e inovação.
Art. 2º O FunDF é mantido pelo Poder Executivo e tem Art. 5º O FunDF será gerido e administrado pelo Conselho
dotação orçamentária mínima atrelada à Receita Corrente Administrativo, órgão de caráter colegiado e responsável pe-
Líquida do Distrito Federal, nos termos do artigo 240-A da las decisões concernentes à aplicação dos recursos do Fundo.
Lei Orgânica do Distrito Federal - LODF. Art. 6º O Conselho Administrativo terá representação
§ 1º A dotação mínima de que trata o caput será de: paritária na composição de seus membros, advindos de ór-
I – 0,08% da Receita Corrente Líquida do Distrito Federal, gãos e entidades do Poder Executivo e de representantes
em 2022; da sociedade civil.
II – 0,15% da Receita Corrente Líquida do Distrito Federal, § 1º A presidência do Conselho será exercida pelo(a)
em 2023; Reitor(a) da UnDF.
III – 0,2% da Receita Corrente Líquida do Distrito Federal, § 2º Compete à UnDF garantir os meios necessários à
em 2024; consecução das competências do Conselho.
IV – 0,3% da Receita Corrente Líquida do Distrito Federal, Art. 7º São competências do Conselho Administrativo:
em 2025. I – elaborar, aprovar ou alterar seu Regimento Interno;
§ 2º A partir de 2026, a dotação mínima de que trata o II – aprovar orçamentos e planos de ação das normas
caput será de 0,08% da Receita Corrente Líquida do Distrito regulamentares;
Federal. III – deliberar sobre as contas do FunDF;
§ 3º Os recursos não utilizados anualmente na forma dos IV – gerir os recursos do Fundo, pautando-se pelos prin-
§§ 1º e 2º constituem superávit financeiro para utilização em cípios da racionalidade, transparência e eficiência no manejo
exercícios subsequentes, sem qualquer dedução da parcela do orçamento público;
devida do exercício vigente. V – estabelecer critérios de prioridade de aplicação dos
Art. 3º São fontes adicionais de recursos do FunDF: recursos;
I – valores decorrentes das aplicações do Fundo em ope- VI – captar recursos mediante parcerias formalizadas com
rações ativas; órgãos e entidades do setor público ou privado;
II – contribuições e doações de pessoas físicas ou jurí- VII – criar Câmaras temáticas, que se constituem como
dicas, entidades e organismos de cooperação nacionais ou órgãos de apoio em relação à gestão e execução do Fundo.
internacionais; § 1º As reuniões do Conselho Administrativo terão fre-
III – demais receitas ou recursos, desde que alinhados quência mensal e serão conduzidas pelo presidente ou seu
Legislação sobre a UnDF

ao objetivo do FunDF. suplente, dando-se publicidade às atas e decisões colegiadas


Parágrafo único. A gestão dos recursos advindos de fon- por meio do sítio eletrônico da UnDF.
tes adicionais é de responsabilidade exclusiva do Conselho § 2º As demais regras que regem o funcionamento do
Administrativo, ainda que firmados em forma de parceria, Fundo e a operacionalização de suas atividades, como forma
convênios, acordos de cooperação e investimentos. de escolha dos membros, mandato e possibilidade de recon-
Art. 4º São finalidades do FunDF: dução, serão definidas pelo Regimento Interno do Conselho.
I – desenvolver a política de educação superior pública Art. 8º Ao final de cada exercício financeiro, o Conselho
distrital por meio do financiamento de projetos relacionados Administrativo do FunDF submeterá os seguintes documen-
a tal fim; tos ao exame da autoridade competente, nos termos da le-
II – expandir a oferta de cursos da UnDF, no âmbito do gislação em vigor e com fins de prestação de contas:
Distrito Federal e Entorno; I – relatório de descrição sumária dos bens integrantes
III – fomentar e implementar projetos de ensino, pesqui- do patrimônio do Fundo;
sa, extensão e cultura alinhados com as diretrizes de atuação II – detalhamento de projetos, ações e programas de-
da Universidade; senvolvidos;

21
III – balanço do Fundo, segundo os padrões de contabi- LEI Nº 5.499, DE 14 DE JULHO DE 2015
lidade e escrituração fiscal.
Art. 9º O Conselho Administrativo deve pautar suas de- Aprova o Plano Distrital de Educação
cisões segundo os seguintes quóruns: – PDE e dá outras providências.
I  – um terço do total de membros para abertura dos
trabalhos e para deliberação por maioria simples; O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, faço saber
II – maioria absoluta para aprovação ou alteração do seu que a Câmara Legislativa do Distrito Federal decreta e eu
Regimento Interno; sanciono a seguinte lei:
III – maioria absoluta para as deliberações que definam Art. 1º Fica aprovado o Plano Distrital de Educação –
alocação e dispêndio de recursos. PDE, com vigência decenal, iniciada na data de publicação
Art. 10. O membro perderá o mandato por: desta Lei.
I – solicitação pessoal; § 1º O PDE é o instrumento de planejamento, gestão e
II – ausência injustificada a três reuniões ordinárias con- integração do sistema de ensino do Distrito Federal, cons-
secutivas ou seis alternadas, no período de seu mandato; truído com a participação da sociedade, para ser executado
III  – desligamento do órgão ou da entidade do Poder pelos gestores educacionais.
Público ou da sociedade civil representada no colegiado. § 2º Integram esta Lei:
I – as metas e as estratégias definidas no Anexo I;
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo as
II – os diagnósticos e os demais dados constantes do Ane-
ausências, devidamente comprovadas, relativas a:
xo II, que servem de referência inicial para monitoramento
I – gozo de férias regulamentares; e avaliação do cumprimento das metas e das estratégias
II – viagens a serviço; definidas no Anexo I.
III – licenças previstas em lei; Art. 2º São diretrizes do PDE:
IV – serviços obrigatórios por lei. I – erradicação do analfabetismo formal e diminuição do
Art. 11. O Conselho Administrativo terá a seguinte com- analfabetismo funcional;
posição: II – universalização do atendimento escolar, incluída a
I – Reitor(a) da UnDF, na condição de presidente; educação infantil;
II  – Secretário(a) de Economia do Distrito Federal, na III – universalização do atendimento educacional, inclu-
condição de vice-presidente; sive no sistema regular de ensino, aos superdotados e às
III – Secretário(a) Executivo(a) de Planejamento do Dis- pesso­as com deficiência, na medida do grau de deficiência
trito Federal; de cada indivíduo, com preparação para o trabalho;
IV – Chefe da Unidade de Planejamento e Programação IV – superação das desigualdades educacionais, com ên-
Orçamentária da UnDF; fase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as
V – Representante do corpo docente da UnDF, eleito por formas de discriminação;
seus pares; V – melhoria da qualidade da educação, com foco no
VI  – Representante do corpo discente da UnDF, eleito educando;
por seus pares; VI – formação para o trabalho e para a cidadania, com
VII – Representante do corpo técnico-administrativo da ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a
UnDF, eleito por seus pares; sociedade, considerando as características econômicas do
Distrito Federal;
VIII – Representante da sociedade civil organizada.
VII – promoção do princípio da gestão democrática da
Parágrafo único. Os representantes listados do inciso V
educação pública do Distrito Federal, com participação efe-
ao VIII serão eleitos segundo as regras definidas no Regi- tiva da comunidade escolar e local nos conselhos escolares,
mento Interno. e com a participação dos profissionais da educação na elabo­
Art. 12. A participação no Conselho Administrativo do ração do projeto pedagógico da escola;
FunDF constitui prestação de serviço público de natureza VIII – promoção humanística, científica, cultural e tecno-
relevante, vedando-se a sua remuneração a qualquer título. lógica do Distrito Federal;
IX – estabelecimento de meta de aplicação de recursos
CAPÍTULO II públicos em educação como proporção do Produto Inter-
Das Disposições Gerais e Transitórias no Bruto do Distrito Federal – PIB-DF/IBGE, que assegure
atendimento das necessidades de expansão e qualificação
Art. 13. O mandato de presidência da Reitoria Pro Tem- da rede, com padrão de qualidade e equidade;
pore na representação do Conselho Administrativo será X – valorização dos profissionais da educação, com carrei-
Legislação sobre a UnDF

condizente com o período máximo de quatro anos, em ali- ras estruturadas, remuneração digna e qualificação adequa­
nhamento com o prazo estabelecido pela Lei Complementar da às necessidades do sistema de ensino do Distrito Federal,
nº 987, de 26 de julho de 2021. promovendo e garantindo a formação inicial e continu­ada
Parágrafo único. Posteriormente ao período indicado nos diversos níveis;
pelo caput, ocupará a presidência do Conselho o(a) Reitor(a) XI – promoção dos princípios do respeito aos direitos
escolhido(a) via eleição da comunidade acadêmica. humanos e à sustentabilidade socioambiental, respeitando
Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu- as convicções morais dos estudantes e de seus pais ou res-
ponsáveis;
blicação.
XII – promoção da jornada integral de educação que in-
Art. 15. Revogam-se as disposições em contrário.
corpore novos conhecimentos, saberes e tecnologias e valo-
rize a inclusão social, cultural e ambiental, o conhecimento
Brasília, 07 de fevereiro de 2022 colaborativo e o fazer conectado com a vida cotidiana;
133º da República e 62º de Brasília XIII – promoção dos princípios e dos valores da família.
Art. 3º (Artigo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI
IBANEIS ROCHA 151-8, de 13/01/2017)

22
Art. 4º As metas previstas no Anexo I devem ter como Parágrafo único. Os resultados do acompanhamento do
referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PDE são classificados por metas, conforme Anexo I desta Lei,
– PNAD, o censo demográfico e os censos distritais da edu- e apresentados por região administrativa e por modalidade
cação básica e superior mais atualizados, disponíveis na data de ensino, sem prejuízo da divulgação dos dados conso­
da publicação desta Lei. lidados para o Distrito Federal.
Parágrafo único. O poder público deve buscar ampliar o Art. 13. Ao PDE para o decênio seguinte ao da publicação
escopo das pesquisas com fins estatísticos de modo a incluir desta Lei aplica-se o seguinte:
informação detalhada sobre o perfil das populações com I – até 30 de junho do penúltimo ano da vigência deste
deficiência. PDE, o Poder Executivo deve convocar a sociedade civil para
Art. 5º A execução do PDE e o cumprimento de suas discutir e elaborar proposta de PDE para o decênio seguinte;
metas devem ser objeto de monitoramento contínuo e de II – até 30 de abril do último ano de vigência deste PDE,
ava­liações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: o Poder Executivo deve enviar à CLDF o projeto de lei sobre
I – Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal o próximo PDE.
– SEDF; Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
II – Conselho de Educação do Distrito Federal – CEDF; Art. 15. Revogam-se as disposições em contrário.
III – Fórum Distrital de Educação – FDE;
IV – Câmara Legislativa do Distrito Federal – CLDF. Brasília, 14 de julho de 2015; 127º da República e 56º
Parágrafo único. As instâncias de que trata este artigo de Brasília.
devem divulgar, anualmente, por meio de suas páginas ofi-
ciais na internet, todos os resultados do monitoramento e RODRIGO ROLLEMBERG
das avaliações.
Art. 6º Fica instituído na SEDF o sistema distrital de mo- ANEXO I
nitoramento e avaliação do PDE. METAS E ESTRATÉGIAS
Parágrafo único. A SEDF deve adotar as providências ne-
cessárias para implementação e funcionamento do sistema META 1: Universalizar, até 2016, a educação infantil na
distrital de monitoramento e avaliação do PDE. pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar
Art. 7º Compete ao FDE coordenar e realizar no mínimo a oferta de educação infantil em creches públicas e conve-
2 conferências inter-regionais de educação e 2 conferências niadas, de forma a atender no mínimo 60% da população
distritais de educação, em atendimento ao Plano Nacional dessa faixa etária, sendo no mínimo 5% a cada ano até a
de Educação PNE. final de vigência deste Plano Distrital de Educação – PDE, e
Parágrafo único. As conferências mencionadas no caput ao menos 90% em período integral.
devem ser prévias às conferências nacionais de educação
previstas até o final do decênio, para discussão com a socie- Estratégias da Meta 1:
dade a respeito do cumprimento das metas e, se neces­sário,
1.1 – Definir metas de expansão da rede pública de edu-
para sua revisão.
cação infantil, seguindo padrão nacional de qualidade e con­
Art. 8º É garantida prioridade de matrícula e de atendi-
siderando as peculiaridades locais.
mento a todas as crianças e adolescentes com deficiência
1.2 – Admitir, até o fim deste PDE, o financiamento pú-
em todas as etapas nas escolas da rede pública de ensino
blico das matrículas em creches e pré-escolas comunitárias,
do Distrito Federal.
confessionais ou filantrópicas, sem fins lucrativos, convenia-
Art. 9º Os recursos necessários ao cumprimento das me-
das com o poder público.
tas e estratégias previstas no PDE devem ser especificados
na lei do plano plurianual, na lei de diretrizes orçamentárias 1.3 – Garantir que, ao final da vigência deste Plano, seja
e na lei orçamentária anual. inferior a 10% a diferença entre as taxas de acesso e frequ­
Parágrafo único. (Parágrafo declarado(a) inconstitucio- ência à educação infantil das crianças de até 3 anos oriun-
nal pelo(a) ADI 151-8, de 13/01/2017) das do quinto da população com renda familiar per capita
Art. 10. A meta progressiva do investimento público em mais elevada e as do quinto com renda familiar per capita
educação prevista no PDE deve ser avaliada a cada 2 anos e mais baixa, tendo como referências os programas sociais
pode ser ampliada por meio de lei para atender as necessi- existentes.
dades financeiras no cumprimento das metas previstas no 1.4 – Criar, no primeiro ano de vigência deste Plano, um
Anexo I. cadastro único com informações das secretarias com atua­ção
Art. 11. No prazo de até 360 dias da publicação desta nas áreas de saúde, educação, criança, mulher e assistência
Lei, o Poder Executivo deve encaminhar à Câmara Legislativa social, de modo a possibilitar a consulta pública da demanda
projeto de lei: das famílias por creches.
Legislação sobre a UnDF

I – de adequação da Lei da Gestão Democrática a este 1.5 – Realizar, anualmente, em regime de colaboração
PDE; intersetorial, levantamento da demanda por creche para a
II – sobre o sistema distrital de ensino; população de até 3 anos, como forma de planejar a oferta
III – de responsabilidade educacional; e verificar o atendimento da demanda manifesta em cada
IV – sobre o Programa de Descentralização Administra- região administrativa.
tiva e Financeira – PDAF; 1.6 – Manter e ampliar, em regime de colaboração, res-
V – sobre a criação do Conselho de Representantes dos peitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de
Conselhos Escolares – CRECE. construção e reestruturação de escolas, bem como de aqui-
Parágrafo único. A Câmara Legislativa deve devolver para sição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria da
sanção os projetos de lei de que trata este artigo em até 180 rede física de escolas públicas de educação infantil, aderindo,
dias de sua leitura em plenário. preferencialmente, ao modelo Tipo “A” do Progra­ma Nacio-
Art. 12. Deve ser dada ampla divulgação deste PDE, de nal de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a
maneira que a comunidade, em especial a escolar, tenha Rede Escolar Pública de Educação Infantil – Proin­fância, o
pleno conhecimento de suas metas e estratégias. qual atende um maior número de crianças.

23
1.7 – Implantar, até o segundo ano da vigência deste quar os centros de educação infantil com estrutura física
Plano, avaliação da educação infantil, a ser realizada a cada apropriada (piscinas, salas de multifunções e outros), garan­
2 anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade e tindo educação de qualidade.
infraestrutura, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro 1.19 – Universalizar os atendimentos da educação in-
de pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos clusiva voltados para estudantes da educação infantil com
e a situação de acessibilidade. defici­ência, transtorno global do desenvolvimento, altas
1.8 – Promover a formação inicial e continuada dos habilidades e superdotação, garantindo a acessibilidade.
profissionais de educação que atuam na educação infantil, 1.20 – Promover e acompanhar o atendimento em classes
garan­tindo, progressivamente, a integralidade do atendi- hospitalares para crianças em tratamento de saúde inter­nadas
mento por profissionais com formação superior. em hospitais do Distrito Federal, garantindo a acessibilidade.
1.9 – Implementar, em caráter complementar, progra- 1.21 – Promover a igualdade de oportunidades educacio-
mas intersetoriais de orientação e apoio às famílias por meio nais entre as crianças de diferentes classes sociais, territórios
da articulação das Secretarias de Educação, de Saúde, da geográficos e etnias, expandindo o acesso aos bens culturais.
Criança, da Mulher e da Assistência Social, com foco no de- 1.22 – Construir escolas e adquirir equipamentos pró-
senvolvimento integral das crianças de até 5 anos de idade. prios visando à ampliação progressiva da oferta da educa-
1.10 – Preservar as especificidades da educação infantil ção infantil, priorizando as regiões administrativas de maior
na organização das redes escolares, garantindo o atendimen­ vulnerabilidade social.
to da criança de 0 a 5 anos em estabelecimentos que aten- 1.23 – Assegurar que a educação das relações étnico-raciais
dam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação e a educação patrimonial sejam contempladas conforme esta-
com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do aluno belecem o art. 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
de 6 anos de idade no ensino fundamental. Nacional – LDB; o Parecer CNE/CP nº 003, de 2004 – Diretrizes
1.11 – Fortalecer o acompanhamento e o monitoramen- Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
to do acesso e da permanência das crianças na educação -Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
infantil, preferencialmente os beneficiários de programas e Africana; e a Lei nº 4.920, de 21 de agosto de 2012 – CLDF.
de transferência de renda, em colaboração com as famílias 1.24 – Ampliar a oferta de educação infantil em tempo
e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e pro- integral, preferencialmente nas regiões administrativas de
teção à infância. maior vulnerabilidade social, com base no Índice de Desen-
1.12 – Ofertar, progressivamente, o acesso à educação volvimento Humano – IDH.
infantil em tempo integral para todas as crianças de 0 a 5 1.25 – Garantir o ambiente natural-natureza dentro e no
anos, conforme estabelecido nas diretrizes curriculares na- entorno dos espaços físicos da educação infantil.
cionais para a educação infantil. 1.26 – Garantir, na escola pública integral bilíngue Libras
1.13 – Garantir, por meio da execução, o acompanha- e português escrito do Distrito Federal, a matrícula de crian­
mento pedagógico e financeiro das instituições conveniadas ças surdas em turma da estimulação linguística precoce e
que ofertam a educação infantil. em turmas da creche, a partir da detecção da surdez, de
forma a garantir o desenvolvimento linguístico, cognitivo,
1.14 – Orientar às instituições educacionais que atendem
emocional, psíquico, social e cultural, bem como a forma­ção
crianças de 0 a 5 anos que agreguem ou ampliem, em suas
da identidade das crianças surdas, a partir da promoção do
práticas pedagógicas cotidianas, ações que visem ao enfren-
desenvolvimento bilíngue dessas crianças, na forma da Lei
tamento da violência, a inclusão e o respeito, a promoção
nº 5.016, de 11 de janeiro de 2013.
da saúde e dos cuidados, a convivência escolar saudável e o
1.27 – Estabelecer, sempre que necessária, a colabo-
estreitamento da relação família-criança-instituição.
ração dos setores públicos e privados com programas de
1.15 – Garantir a alimentação escolar e criar condições
orien­tação e apoio aos pais que têm filhos entre 0 e 6 anos,
para que sejam respeitadas as peculiaridades alimentares inclusive com assistência financeira, jurídica e suplementa-
dos bebês e das crianças pequenas, proporcionando ambien- ção alimentar nos casos em que as dificuldades educacionais
te adequado à amamentação e ao preparo dos alimentos. decorram de pobreza extrema, violência doméstica e desa­
gregação familiar.
Nota: Em relação aos bebês, ressalta-se a importância 1.28 – Incentivar, por meio dos conselhos escolares, as
de espaços apropriados nas creches que ofereçam à lac- parcerias do setor público com ONGs e instituições sem fins
tante a possibilidade de ir até o local amamentar seu lucrativos para o atendimento à educação infantil. (Vetado
bebê, quando assim desejar. Além disso, os lactários nas pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do
creches devem atender regras de preparo e armazena- Distrito Federal)
mento de formas lácteas, e dispor de local adequado 1.29 – Assegurar, no prazo de 3 anos, às escolas de
para acondicionamento do leite materno para o caso educação infantil recursos de informática e provimento de
das mães que o levem, em recipiente adequado, para
Legislação sobre a UnDF

brin­quedotecas, jogos educativos, CDs, DVDs, livros de lite-


alimentar o bebê no período em que está na instituição. ratura infantil, obras básicas de referências e livros didático-
-pedagógicos de apoio ao professor.
1.16 – Articular com os órgãos competentes a inclusão 1.30 – Garantir às crianças com deficiência, imediata-
no programa passe livre estudantil dos responsáveis pelos mente após a entrada em vigor deste PDE, nas unidades da
estudantes da educação infantil e da educação precoce. rede pública de ensino, o atendimento com profissionais
1.17 – Prover e descentralizar recursos financeiros para devidamente qualificados e habilitados para tanto. (Vetado
que as instituições educacionais públicas adquiram mate- pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do
riais didático-pedagógicos e afins para a educação infantil: Distrito Federal)
brinquedos, jogos, CDs, DVDs, livros de literatura infantil,
ins­trumentos sonoros e musicais, equipamentos, mobiliários META 2: Garantir o acesso universal, assegurando a
e utensílios, respeitando as especificidades de cada faixa permanência e a aprendizagem dos estudantes a partir dos
etária. 6 anos de idade, ao ensino fundamental de 9 anos, assegu-
1.18 – Promover o atendimento da educação precoce, rando, também, a conclusão dessa etapa até os 14 anos de
preferencialmente nos centros de educação especial, e ade­ idade até o último ano de vigência deste Plano.

24
Estratégias da Meta 2: condição peculiar de desenvolvimento e as especificidades
2.1 – A Secretaria de Estado de Educação, em articulação de cada sujeito.
com o Ministério da Educação e as demais instâncias partici­ 2.18 – Fortalecer, em articulação com os demais órgãos
pativas, deve, até o final do segundo ano de vigência deste da rede de proteção social, o acompanhamento e monitora­
Plano, elaborar e encaminhar ao Conselho de Educação do mento do acesso e da permanência das crianças e dos ado-
Distrito Federal, precedida de consulta pública, proposta de lescentes matriculados no ensino fundamental, priorizando as
direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento populações em peculiar situação de risco e ou vulnerabilidade.
para os alunos do ensino fundamental. 2.19 – Ampliar o Centro de Referência em Integração Es-
2.2 – Implementar políticas públicas para a correção da colar PROEM, alcançando, gradativamente, 1 centro em cada
distorção idade-série nos anos iniciais e finais do ensino fun­ regional de ensino. (Vetado pelo Governador, mas mantido
damental e ampliar o atendimento a todos os estudantes pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
em defasagem idade-série-ano nos projetos e programas de 2.20 – Garantir que as unidades escolares de ensino fun-
correção de fluxo escolar. damental, no exercício de suas atribuições no âmbito da
2.3 – Adotar, após amplo debate com a comunidade rede de proteção social, desenvolvam ações com foco na
escolar, até o terceiro ano de vigência deste Plano, modelo prevenção, na detecção e no encaminhamento das violações
de organização escolar em ciclo, em substituição ao regime de direitos de crianças e adolescentes (violência psicológi-
seriado, de modo a enfrentar os índices de reprovação e os ca, física e sexual, negligência, constrangimento, exploração
percursos diferenciados de escolarização. do trabalho infanto-juvenil, uso indevido de drogas e todas
2.4 – Promover o trabalho do fórum permanente de as formas de discriminação), por meio da inserção dessas
acompanhamento das turmas com estudantes em situação temáticas no projeto político-pedagógico e no cotidiano es-
de distorção idade-série. colar, identificando, notificando e encaminhando os casos
2.5 – Implementar o ensino de música e demais artes aos órgãos competentes.
(plásticas, cênicas, dança) nas unidades escolares, garantindo 2.21 – Garantir, por meio de diretrizes intersetoriais,
espaços adequados e respeitando a relação entre formação a inclusão educacional e o acompanhamento escolar das
do professor e o componente curricular em que atua. crianças e dos adolescentes que se encontram em situação
2.6 – Fomentar atuação dos Centros de Iniciação Despor- de rua, de acolhimento institucional e em cumprimento de
tiva – CIDs, por região administrativa, direcionada aos anos medidas socioeducativas em meio aberto.
iniciais do ensino fundamental. 2.22 – Fomentar políticas de promoção de cultura de
2.7 – Implementar as diretrizes pedagógicas para os ci- direitos humanos no ensino fundamental, pautada na
clos, assegurar a formação inicial e continuada dos profes- democra­tização das relações e na convivência saudável com
sores e profissionais da educação e garantir condições para toda a comunidade escolar.
tanto, estabelecendo o número de estudantes por sala de 2.23 – Promover ações de prevenção e enfrentamen-
acor­do com o disposto pela Conferência Nacional de Edu- to à medicalização indevida da educação e da sociedade,
cação de 2010 – CONAE 2010. buscan­do entender e intervir em diferentes fatores sociais,
2.8 – Implantar estratégias de acompanhamento dos políticos, econômicos, pedagógicos e psicológicos que impli-
estudantes com necessidades educacionais especiais, tran- quem sofrimento de estudantes e profissionais da educação.
sitórias ou não, estabelecendo o número de estudantes por 2.24 – Promover, até o final da vigência deste Plano,
sala de acordo com o disposto pela Resolução CNE/CEB nº a implementação e o acompanhamento das diretrizes do
2, de 2001, garantindo profissional qualificado. Pro­grama Escola Sustentável do Ministério da Educação em
2.9 – (Vetado). todas as unidades escolares do ensino fundamental da rede
2.10 – Implantar, gradativamente, o Projeto Filosofia na pública de ensino, fundamentadas nos eixos horta escolar e
Escola. gastronomia, consumo consciente, prevenção e controle da
2.11 – Atender aos estudantes das turmas em situação dengue e bioma cerrado.
de distorção idade-série com tempo integral, de forma a 2.25 – Desenvolver formas alternativas de oferta do ensi-
con­templar a totalidade até o final da vigência deste Plano. no fundamental para atender aos filhos de profissionais que
2.12 – Criar mecanismos para o acompanhamento indi- se dedicam a atividades de caráter itinerante.
vidualizado dos alunos do ensino fundamental, atentando 2.26 – Ampliar atividades extracurriculares de incentivo
para as especificidades do estudante de forma a garantir a aos estudantes e de estímulo a habilidades.
qualidade do atendimento. 2.27 – Elaborar e implantar planejamento estratégico
2.13 – Promover a busca de crianças e adolescentes fora para construção e reforma de unidades escolares, previsto
da escola, em parceria com as Secretarias: na Lei Orçamentária Anual – LOA, conforme levantamento do
a) de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude; quantitativo de crianças de 6 a 14 anos de idade no Distrito
b) de Desenvolvimento Humano e Social; Federal que não estão matriculadas no ensino fundamental.
Legislação sobre a UnDF

c) de Justiça e Cidadania. 2.28 – Fomentar as políticas públicas referentes à alfabe-


2.14 – Reorganizar, por meio de amplo debate com os tização dos estudantes até o terceiro ano do ensino funda­
profissionais da educação, o trabalho pedagógico, buscando mental para minimizar os altos índices de estudantes em
melhorar a qualidade da educação. defasagem idade-série-ano.
2.15 – Garantir a existência dos centros de referência 2.29 – Criar sistema de avaliação qualitativa do de-
de alfabetização em cada regional de ensino, por meio de sempenho escolar que possibilite acompanhar de maneira
arti­culadores e coordenadores pedagógicos dos anos iniciais. demo­crática o desenvolvimento do estudante no ensino
2.16 – Estimular a oferta do ensino fundamental para fundamental.
as populações do campo nas próprias unidades escolares 2.30 – Ampliar as ações do Plano de Convivência em
das comunidades. todas as unidades escolares do Distrito Federal, com vistas
2.17 – Promover e fortalecer, em articulação com os a minimizar situações de violência escolar.
demais órgãos da rede de proteção social, políticas de pro- 2.31 – Valorizar a cultura corporal por meio da implemen-
moção da saúde integral das crianças e dos adolescentes tação da prática da educação física em todas as unidades es­
matriculados no ensino fundamental, considerando sua colares que atendem os anos iniciais, garantindo estruturas

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adequadas nas unidades escolares e ampliando a inserção 2.45 – Aperfeiçoar a organização em fóruns local, re-
do professor de educação física nos anos iniciais, por meio gional e central como mecanismo de diálogo e articulação
do projeto educação com o movimento. entre as instâncias, fortalecendo, assim, a “Rede de Apren-
2.32 – Prover laboratórios de ciências em todas as uni- dizagens” do Distrito Federal.
dades de ensino, de forma progressiva, até que todas as 2.46 – Assegurar que a educação das relações étnico-
escolas do ensino fundamental sejam atendidas até o final -raciais e a educação patrimonial sejam contempladas
da vigência deste Plano, garantindo funcionamento e pro- conforme estabelecem o art. 26-A da LDB (Leis federais nº
fissionais qualificados nos laboratórios. 10.639, de 2003, e nº 11.645, de 2008), o Parecer CNE/CP
2.33 – Construir laboratórios de informática em todas as 003/2004 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
unidades de ensino, de forma progressiva, até que todas as ção das relações Étnico-Raciais e para Ensino de História e
escolas do ensino fundamental sejam atendidas até o final Cultura Afro-Brasileira e Africana; e a Lei nº 4.920, de 2012.
da vigência deste Plano. 2.47 – Implementar políticas de prevenção à evasão mo-
2.34 – Equipar os laboratórios de ciências e informática tivada por preconceito e discriminação racial, criando rede
das unidades escolares que ofertam o ensino fundamental, de proteção contra formas associadas de exclusão.
garantindo manutenção e atualização em tempo hábil, com 2.48 – Ofertar política de formação na área de educação
profissional qualificado. em direitos humanos e diversidade.
2.35 – Fomentar ações pedagógicas que promovam a 2.49 – Ampliar o quadro de profissionais (pedagogos
transição entre as etapas da educação básica e as fases do orientadores) para atuar no Serviço de Orientação Educa-
ensino fundamental e que gerem debates e avaliações entre cional – SOE, no espaço-tempo nível escola e na assessoria
os profissionais da educação sobre a organização escolar em ao trabalho pedagógico, com o objetivo de contribuir para
ciclos e a organização do trabalho pedagógico, buscando a superação das dificuldades apresentadas pelos estudantes
melhorar a qualidade da educação. e famílias.
2.36 – Adaptar matriz curricular diferenciada para o 2.50 – Fomentar a formação continuada de profissionais
atendimento aos estudantes filhos de profissionais que se (pedagogos orientadores) que atuem no SOE.
dedi­cam a atividades de caráter itinerante. 2.51 – Garantir a ação intersetorial dos profissionais:
2.37 – Normatizar diretrizes para o ensino de música no pedagogo, orientador educacional, psicólogo e assistente
Distrito Federal, em consonância com as diretrizes nacionais social, para atuar nas unidades de ensino do sistema prisional
elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação. do Distrito Federal.
2.38 – Garantir o atendimento aos estudantes com 2.52 – Ampliar o quadro de profissionais, garantindo 1
necessidades educacionais especiais transitórias ou não, pedagogo ou 1 analista em gestão educacional com especia­
segun­do a Resolução CNE/CEB nº 2, de 2001, nas salas de
lidade em Psicologia, por escola, para atuar no Serviço Espe-
apoio à aprendizagem, garantindo a presença de profissional
cializado de Apoio à Aprendizagem – SEAA no espaço-tempo
responsável.
nível escola e na assessoria ao trabalho pedagógico de forma
2.39 – Elaborar e implementar, na Secretaria de Estado
articulada com a orientação educacional e o professor da sala
de Educação, política pública para o ensino de ciências, na
de recursos com o objetivo de contribuir para a superação
perspectiva da alfabetização-letramento científico.
das dificuldades de escolarização.
2.40 – Fomentar o circuito de ciências nas escolas da rede
2.53 – Garantir o número de 15 estudantes na turma de
pública do Distrito Federal, em níveis regionais e distrital,
com culminância na semana nacional de ciência e tecnologia. alfabetização nas classes de Distorção Idade-Série – CDIS e
2.41 – Ampliar o quadro de profissionais (pedagogos 20 estudantes nas turmas CDIS, anos finais.
e analistas em gestão educacional com especialidade em 2.54 – Desenvolver mecanismos democráticos para ela-
Psico­logia) para atuarem no Serviço Especializado de Apoio à boração, acompanhamento e avaliação dos projetos político-
Aprendizagem, no espaço-tempo nível escola e na assessoria -pedagógicos das unidades escolares.
ao trabalho pedagógico, com o objetivo de contribuir para 2.55 – Assegurar processo de modernização tecnológica
a superação das dificuldades apresentadas pelos estudan­ nas unidades escolares, no que se refere a sua infraestrutura,
tes, garantindo pelo menos 1 pedagogo ou 1 psicólogo por equipamentos e proposta pedagógica.
escola. 2.56 – Articular escola, família e comunidade com os
2.42 – Ampliar o quadro de profissionais (pedagogos e conselhos escolares, os conselhos de defesa dos direitos de
analistas em gestão educacional com especialidade em Psico­ crianças e adolescentes, as entidades religiosas e congêne-
logia) para atuar no Serviço Especializado de Apoio à Apren- res, com vistas ao combate ao trabalho infantil em todo o
dizagem, no atendimento aos estudantes que apresentam Distrito Federal.
quadro de transtornos funcionais específicos: Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, dislexia, dis­lalia, META 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar
Legislação sobre a UnDF

disgrafia, discalculia, disortografia, transtorno de conduta, para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final
Transtorno Opositor Desafiador – TOD e Distúrbio do Pro- do período de vigência deste Plano, a taxa líquida de matrí-
cessamento Auditivo Central – DPA(C), realizado nas salas culas no ensino médio para 100%, assegurando o acesso, a
de apoio à aprendizagem, com o objetivo de contribuir para permanência e a aprendizagem.
a superação das suas dificuldades.
2.43 – Fomentar a formação contínua dos profissionais Estratégias da Meta 3:
(pedagogos e analistas em gestão educacional com especiali­ 3.1 – Institucionalizar política de reformulação e fomento
dade em Psicologia) que atuam no Serviço Especializado de do ensino médio junto a programas federais capaz de or­
Apoio à Aprendizagem e ampliar a oferta, na perspectiva da ganizar a dinâmica escolar por meio de currículos que dia-
atuação institucional. loguem com as dimensões da teoria e da prática e abordem
2.44 – Aperfeiçoar programa alimentar que atenda as ne- de maneira interdisciplinar conteúdos ligados à ciência, ao
cessidades nutricionais dos estudantes do ensino fundamen­ trabalho, às linguagens, à tecnologia, às artes e à cultura
tal, considerando especificidades dos estudantes (diabetes, corporal (esporte, dança, lutas, entre outras formas de ex-
obesidade, etc.) pressão corporal).

26
3.2 – Garantir, por meio de política de renovação e va- proteção social, desenvolvam ações com foco na prevenção,
lorização do ensino médio, a aquisição de equipamentos e na detecção e no encaminhamento das violações de direitos
laboratórios (informática, ciências, artes), espaços adequa- das crianças e adolescentes (violência psicológica, física e se-
dos para aprendizagem e fruição de práticas corporais para xual, negligência, constrangimento, exploração do trabalho
todas as instituições de ensino médio, bem como produção infanto-juvenil, uso indevido de drogas e todas as formas
de material didático. de discriminação), por meio da inserção dessas temáticas
3.3 – Adotar, após amplo debate democrático com a no projeto político-pedagógico e no cotidiano escolar, iden-
comunidade escolar, até o terceiro ano de vigência deste tificando, notificando e encaminhando os casos aos órgãos
Plano, modelo de organização escolar em semestralidade, competentes.
em substituição ao regime seriado, de modo a enfrentar 3.15 – Promover a busca ativa da população de 15 a 17
os índices de reprovação e de percursos diferenciados de anos fora da escola, em articulação com os serviços de assis­
escolarização. tência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude.
3.4 – Promover a formação continuada dos profissionais 3.16 – Garantir a inclusão educacional e o acompanha-
da educação, bem como sua valorização e fortalecimento mento escolar dos jovens e dos adolescentes que se encon-
profissional. tram em situação de rua ou de acolhimento institucional
3.5 – Promover a articulação das escolas do ensino médio e em cumprimento de medidas socioeducativas em meio
com instituições acadêmicas e com as que possam fomen- aberto, por meio de políticas intersetoriais.
tar a prática da cultura corporal, da iniciação científica, da 3.17 – Redimensionar a oferta de ensino médio nos tur-
música e das demais expressões artísticas. nos diurno e noturno, bem como a distribuição territorial
3.6 – Fomentar a atuação dos Centros de Iniciação Des- das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a
portiva – CIDs, por região administrativa, e dos centros de demanda, de acordo com as necessidades específicas dos
línguas e de ensino médio dos alunos da rede pública de estudantes.
ensino, visando à formação integral do indivíduo. 3.18 – Implementar políticas de prevenção à evasão mo-
3.7 – Garantir e promover práticas culturais nas escolas, tivada por preconceito sob qualquer forma de manifestação
bem como ampliar a prática da cultura corporal de maneira (verbal, física, escrita, virtual, psicológica e bullying), criando
integrada ao currículo. rede de proteção contra formas associadas de exclusão em
3.8 – Assegurar que a educação das relações étnico-ra- razão de discriminação racial e de classe.
ciais e a educação patrimonial sejam contempladas conforme 3.19 – Fortalecer, em articulação com os demais órgãos
estabelecem o art. 26-A da LDB (Leis federais nº 10.639, de da rede de proteção social, o acompanhamento e o monito­
2003, e nº 11.645, de 2008), o Parecer CNE/CP 003/2004 ramento do acesso e da permanência de jovens e adolescen-
– Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Re- tes matriculados no ensino médio, priorizando as popula­ções
lações Étnico-Raciais e para Ensino de História e Cultura Afro- em peculiar situação de risco ou vulnerabilidade.
-Brasileira e Africana, e a Lei nº 4.920, de 2012, fomentando 3.20 – Estimular a participação dos adolescentes nos
políticas de promoção de cultura de direitos huma­nos no cursos das áreas tecnológicas e científicas, bem como au-
ensino médio, pautada na democratização das relações, na mentar a oferta de vagas gratuitas em todas as cidades do
valorização da família e na convivência saudável com toda
Distrito Federal.
a comunidade escolar.
3.21 – Aperfeiçoar as políticas de sistema de avaliação
3.9 – Promover, até o final da vigência deste Plano, a im-
institucional.
plementação e o acompanhamento das diretrizes do Progra­
3.22 – Construir rede física adequada para atender toda
ma Escola Sustentável do Ministério da Educação em todas
a demanda do ensino médio, garantido a contratação de
as unidades escolares de ensino médio da rede pública de
profissionais da educação por meio de concurso público e
ensino, fundamentadas nos eixos horta e gastronomia, con-
observando as especificidades e necessidades de cada uni-
sumo consciente, prevenção e controle da dengue e bioma
cerrado. dade escolar.
3.10 – Implantar, em todas as regionais de ensino, pro- 3.23 – Estabelecer o quantitativo de no máximo 30 es-
grama de correção de fluxo. tudantes por turma de ensino médio, conforme orientação
3.11 – Garantir matrículas gratuitas de ensino médio do Parecer CNE/CEB nº 8, de 2010, que estabeleceu as nor-
integrado à educação profissional em todas as regionais de mas para a implantação do Custo Aluno Qualidade – CAQ,
ensino, observando a especificidade e a vocação de cada e adequar o espaço físico.
região. 3.24 – Universalizar o Exame Nacional do Ensino Médio
3.12 – Estruturar e fortalecer o acompanhamento e o – ENEM, fundamentado em matriz de referência do conte-
monitoramento do acesso e da permanência dos jovens údo curricular do ensino médio e em técnicas estatísticas e
bene­ficiários de programas de transferência de renda, no psicométricas que permitam comparabilidade de resultados,
Legislação sobre a UnDF

ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento es- articulando-o com o Sistema de Avaliação da Educação Bási-
colar e à interação com o coletivo, bem como das situações ca – SAEB, e promover sua utilização como instrumento de
de discriminação racial, preconceitos e violências, práticas avaliação sistêmica, para subsidiar políticas públicas para a
irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas educação básica, de avaliação certificadora, possibili­tando
e gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos dentro
órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à e fora da escola e de avaliação classificatória como critério
adolescência e à juventude. de acesso à educação superior.
3.13 – Promover e fomentar, em articulação com os de- 3.25 – Ampliar o quadro de profissionais, garantindo 1 pe-
mais órgãos da rede de proteção social, políticas de promo- dagogo e 1 analista em gestão educacional com especialida­
ção da saúde integral dos jovens e dos adolescentes matricu- de em Psicologia por escola para atuar no SEAA no espaço-
lados no ensino médio, considerando sua condição peculiar -tempo nível escola, na assessoria ao trabalho pedagógico
de desenvolvimento e as especificidades de cada sujeito. de forma articulada com a orientação educacional e com o
3.14 – Garantir que as unidades escolares de ensino mé- professor da sala de recursos com o objetivo de contribuir
dio, no exercício de suas atribuições no âmbito da rede de para a superação das dificuldades de escolarização.

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3.26 – Ofertar política de formação na área de educação 4.8 – Ampliar o transporte escolar acessível para todos
em direitos humanos e diversidade. os educandos da educação especial que necessitam desse
3.27 – Fomentar formação continuada de profissionais ser­viço para deslocamento às unidades de ensino do Distrito
(pedagogos orientadores) que atuam no Serviço de Orien- Federal, urbanas e rurais, nos horários relativos à regência
tação Educacional – SOE. e ao atendimento educacional especializado.
3.28 – Garantir a ação intersetorial de pedagogo, orien- 4.9 – (Vetado).
tador educacional, psicólogo e assistente social para atuar 4.10 – Adequar os centros de ensino especial como
nas unidades de ensino do sistema prisional. centros de referência de educação básica na modalidade
3.29 – Desenvolver mecanismos democráticos para ela- educa­ção especial. (Vetado pelo Governador, mas mantido
boração, acompanhamento e avaliação dos projetos político­- pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
pedagógicos das unidades escolares. 4.11 – Garantir atendimento educacional especializado
3.30 – Assegurar processo de modernização tecnológica em salas de recursos multifuncionais, generalista e específi-
nas unidades escolares, quanto a infraestrutura, equipamen­ co, nas formas complementar e suplementar, a todos os edu-
tos e proposta pedagógica. candos com deficiência, transtorno global do desenvolvimen­
3.31 – A Secretaria de Estado de Educação, em articu- to e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede
lação com o Fórum Distrital de Educação, deve elaborar pública de ensino do Distrito Federal.
e enca­minhar ao Conselho de Educação do Distrito Fe- 4.12 – Manter e ampliar programas que promovam aces-
deral proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e sibilidade aos profissionais de educação e aos educandos
desenvolvi­mento para os alunos do ensino médio, até 2016. com deficiência e transtorno global do desenvolvimento por
meio da adequação arquitetônica, da oferta de transporte
META 4: Universalizar o atendimento educacional aos acessível, da disponibilização de material didático adequado
estudantes com deficiência, transtorno global do desenvolvi­ e de recursos de tecnologia assistiva.
mento, altas habilidades ou superdotação, com transtorno 4.13 – Manter e ampliar a oferta de material didático
do déficit de atenção e hiperatividade – TDAH, dislexia, dis- adequado e recursos tecnológicos específicos que atendam
calculia, disortografia, disgrafia, dislalia, transtorno de con- a singularidades dos educandos de altas habilidades ou su-
duta, distúrbio do processamento auditivo central – DPA(C) perdotação.
ou qualquer outro transtorno de aprendizagem, indepen- 4.14 – Garantir a oferta de educação bilíngue, em Li-
dentemente da idade, garantindo a inclusão na rede regular bras, como primeira língua, e na modalidade escrita da língua
de ensino ou conveniada e o atendimento complementar portuguesa, como segunda língua, aos alunos surdos e com
ou exclusivo, quando necessário, nas unidades de ensino deficiência auditiva, em todas as etapas e modalidades da
especializadas. educação básica matriculados na Escola Bilíngue Libras e
Português Escrito do Distrito Federal, conforme a Lei Dis­trital
Estratégias da Meta 4: nº 5.016, de 2013, e realizar concurso público com provas
4.1 – Obter, por iniciativa da Secretaria de Estado de Edu- elaboradas em Libras para professores de Libras com Licen-
cação, junto aos órgãos de pesquisa estatística competen­ ciatura em Letras-Libras, prioritariamente surdos, conforme
tes, informações detalhadas sobre o perfil das pessoas com o Decreto Federal nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005,
deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas entre outros profissionais da educação surdos, conforme a
habilidades ou superdotação, residentes nas diferentes re- Lei Distrital nº 5.016, de 2013.
giões administrativas do Distrito Federal, para dimensionar 4.15 – Garantir a oferta de curso de formação para que
a demanda por matrículas na educação especial, na pers- profissionais de educação da Secretaria de Estado de Educa­
pectiva da educação inclusiva ou unidades especializadas, ção estejam capacitados a desempenhar a função de intér-
a partir do nascimento. pretes educacionais, ou a realização de concurso público
4.2 – Assegurar a universalização do acesso das pessoas para essa finalidade.
com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e 4.16 – Ampliar a oferta de curso de formação de profes-
altas habilidades ou superdotação, independentemente da sores em Libras e Braille, em parceria com institutos federais
idade, nas escolas regulares ou nas unidades especializadas. e universidades federais e entidades representativas.
4.3 – Promover a articulação pedagógica em rede, en- 4.17 – Acompanhar e monitorar em rede o acesso à
volvendo o atendimento no ensino regular na modalidade escola, a permanência e o desenvolvimento escolar dos
da educação especial na perspectiva da educação inclusiva. edu­candos com deficiência, transtorno global do desenvol-
4.4 – Ampliar as equipes de profissionais da educação vimento e altas habilidades ou superdotação beneficiários
para atender à demanda do processo de avaliação multidisci­ de programas de transferência de renda ou em situação de
plinar e escolarização dos educandos com deficiência, trans- vulnerabilidade social.
torno global do desenvolvimento e altas habilidades ou 4.18 – Apoiar ações de enfrentamento à discriminação,
Legislação sobre a UnDF

superdotação, garantindo a oferta de professores do aten- ao preconceito e à violência, visando ao estabelecimento de


dimento educacional especializado, de técnicos em gestão condições adequadas para o sucesso educacional dos edu-
educacional na especialidade monitor, intérpretes educacio- candos com deficiência, transtorno global do desenvolvi­
nais de Língua Brasileira de Sinais – Libras, guias-intérpre­tes mento e altas habilidades ou superdotação em colaboração
para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente com as famílias e com órgãos públicos de assistência social,
surdos, e professores bilíngues. saúde e proteção à infância, à adolescência e à juventude.
4.5 – (Vetado). 4.19 – Garantir que os centros de ensino especial, no
4.6 – Ampliar a formação continuada dos profissionais exercício de suas atribuições na rede de proteção social,
das escolas regulares do Distrito Federal, nas diferentes áreas de­senvolvam ações com foco em prevenção e reparação das
de atendimento aos estudantes com deficiência, transtor- violações de direitos de crianças e adolescentes (violência
no global do desenvolvimento e altas habilidades ou super­ psicológica, física ou sexual, negligência, constrangimento,
dotação. exploração do trabalho infanto-juvenil, uso indevido de dro-
4.7 – Ofertar, intersetorialmente, política de formação gas, entre outras), por meio da inserção dessas temáticas
na área de educação em direitos humanos e diversidade aos no projeto político-pedagógico e no cotidiano escolar, iden-
profissionais do ensino especial. tificando e notificando os casos aos órgãos competentes.

28
4.20 – Fomentar políticas de promoção de cultura de des competentes a autorização de funcionamento de novas
direitos humanos nos centros de ensino especial pautada escolas públicas e privadas em conformidade com as adapta­
na democratização das relações e na convivência saudável ções indispensáveis às necessidades do estudante deficiente.
com toda a comunidade escolar. 4.32 – Assegurar prioridade, mediante antecipação de
4.21 – Contribuir e incentivar quanto ao desenvolvi- matrícula e de atendimento, a todas as crianças com deficiên­
mento de pesquisas científicas para ampliação e melhoria cia em idade escolar (de 4 a 17 anos) em todas as escolas
dos recursos didáticos adaptados, dos equipamentos e da comuns públicas e privadas do Distrito Federal.
tecnologia assistiva, com vistas à acessibilidade ao processo 4.33 – (Vetado).
de aprendizagem inclusivo dos educandos com deficiência,
transtorno global do desenvolvimento a partir do nascimento META 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até
e altas habilidades ou superdotação. o final do terceiro ano do ensino fundamental.
4.22 – Promover o desenvolvimento de pesquisas de da-
dos para subsidiar a formulação de políticas públicas inter­ Estratégias da Meta 5:
setoriais que atendam as especificidades educacionais dos 5.1 – Estruturar os processos pedagógicos de alfabetiza-
educandos com deficiência e transtorno global do desen­ ção, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os
volvimento, a partir do nascimento, que tenham restrições com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com quali-
que justifiquem medidas de atendimento educacional indi- ficação e valorização dos professores alfabetizadores e com
vidual ou individualizado. apoio pedagógico específico, a fim de garantir alfabetização
4.23 – Propiciar condições educacionais para a conti- plena de todas as crianças.
nuidade da escolarização dos educandos com deficiência 5.2 – Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educa-
na educação de jovens e adultos, de forma a assegurar e cionais para a alfabetização de crianças, assegurada a diversi­
estimular a educação ao longo da vida, observadas suas dade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o
neces­sidades e especificidades, inclusive nas unidades es- acompanhamento dos resultados pela Secretaria de Estado
pecializadas. de Educação do Distrito Federal, devendo todas as etapas
4.24 – Expandir o atendimento educacional especializado deste processo ter publicidade por meio do site oficial do
aos educandos de altas habilidades ou superdotação com referido órgão.
implantação de salas de recursos nas coordenações regionais 5.3 – Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educa-
de ensino de Santa Maria, Recanto das Emas e Paranoá, até cionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem
o ano de 2015. a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e
4.25 – Garantir a ampliação das salas de recursos para a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas
atendimento aos estudantes com transtorno global do desen­ abordagens metodológicas e sua efetividade.
volvimento, visando à ampliação dos serviços educacionais, 5.4 – Garantir a alfabetização das pessoas com deficiên-
oferta de capacitação de recursos humanos, atendimento cia, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabeti­
às famílias, consultoria aos professores e desenvolvimento zação bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de
de pesquisas científicas e produção de recursos pedagógi­cos terminalidade temporal.
especializados. 5.5 – Realizar levantamento criterioso do número de
4.26 – Ampliar a oferta de vagas para o atendimento crianças de 4 a 6 anos (correspondente à pré-escola e ao
educacional especializado na educação precoce, como com­ primeiro ano do ensino fundamental), em todas as regiões
plementar e preventivo, abrindo novas turmas, preferen- administrativas do Distrito Federal, para proceder à matrí-
cialmente, nos centros de ensino especial, de acordo com cula desses estudantes em unidades escolares próximas às
as demandas regionais. suas residências ou ao trabalho dos responsáveis legais.
4.27 – Ampliar a oferta de vagas nos CID Paralímpicos 5.6 – Estimular as unidades escolares à criação de seus
e de material didático, visando ao atendimento exclusivo respectivos instrumentos de avaliação e acompanhamento,
dos educandos com deficiência e transtorno global do de- considerando o sentido formativo da avaliação, implemen-
senvolvimento, incentivando a promoção e a participação tando estratégias pedagógicas para alfabetizar todos os
nos eventos esportivos regionais, nacionais einternacionais. alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino fun-
4.28 – Divulgar, ampliar e regulamentar as ações desen- damental.
volvidas pelo Serviço de Orientação ao Trabalho – SOT em 5.7 – Garantir a alfabetização de crianças do campo e
atendimento aos educandos com deficiência e transtorno de populações itinerantes, com estratégias metodológicas
global do desenvolvimento nas unidades do centro de ensi­no e produção de materiais didáticos específicos.
especial e das escolas regulares, visando à pré-profissionali- 5.8 – Promover e estimular a formação inicial e conti-
zação e colocação no mundo do trabalho. nuada de professores para a alfabetização de crianças, com
4.29 – Estabelecer, por meio de parcerias, ações que o conhecimento de novas tecnologias educacionais e prá-
Legislação sobre a UnDF

promovam o apoio e o acompanhamento à família, além ticas pedagógicas inovadoras no que concerne ao processo
da continuidade do atendimento ao estudante com neces- de ensino, de aprendizagem e de avaliação, estimulando a
sidade especial e a sua inclusão no mundo do trabalho e do articulação entre programas de pós-graduação lato sensu e
esporte, possibilitando também a superação das dificuldades stricto sensu e ações de formação continuada de professores
enfrentadas no dia a dia. para a alfabetização.
4.30 – Desenvolver ações articuladas entre as áreas da 5.9 – Promover a formação continuada dos gestores es-
educação, saúde, trabalho, lazer, cultura, esportes, ciência colares (diretor, vice-diretor, supervisores, chefes de secre-
e tecnologia para que sejam garantidos o acesso e a inclu- taria e coordenadores) sobre as políticas públicas a serem
são dos estudantes com deficiência nesses vários setores implementadas em relação à alfabetização dos estudantes,
da sociedade. tendo em vista que exercem papel preponderante nessa
4.31 – Adaptar, no prazo de vigência deste Plano, desde implementação.
o início de sua entrada em vigor, os prédios escolares já 5.10 – Apoiar o pleno funcionamento das bibliotecas
exis­tentes, segundo padrões nacionalmente estabelecidos escolares, comunitárias e setoriais com fomentos, recursos
de acessibilidade, somente sendo admitida pelas autorida- hu­manos e recursos materiais, nos termos da Lei Federal nº

29
12.244, de 24 de maio de 2010, assegurando-se, igualmen­te, visuais, literatura, dança, educação física escolar, com profes­
a implementação do Eixo 1: Democratização do Acesso, do sores especialistas e trabalho planejado e coordenado em
Plano Nacional do Livro e da Leitura. articulação com as escolas-parque e em consonância com
5.11 – Apoiar a implementação, a manutenção e o pleno as estratégias 2.4, 2.31 e 2.32 deste Plano.
funcionamento de espaços de leitura de sala de aula, em 6.9 – Implementar salas de vivência nas unidades escola-
todas as salas de aula de todas as etapas e modalidades res regulares, tanto no ensino fundamental como no ensino
de ensino. médio, para garantir o ensino-aprendizagem de línguas es-
5.12 – Garantir o pleno funcionamento do SOE, em todas trangeiras, por professores especialistas, em trabalho pla­
as unidades escolares, progressivamente, em até 5 anos da nejado e coordenado pelos centros interescolares de línguas.
vigência deste Plano. 6.10 – Construir escolas-parques e centros interescola-
5.13 – Garantir a todos os estudantes do ensino fun- res de língua em cada uma das regiões administrativas do
damental da rede pública de ensino o acesso aos serviços Distri­to Federal, proporcionalmente ao número de unidades
oferta­dos pelas escolas-parque, progressivamente, até o escolares existentes e de acordo com a demanda da regional
final da vigência deste Plano. de ensino.
6.11 – Reconstruir e ampliar os centros de línguas de
META 6: Oferecer educação em tempo integral em no Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, Sobradinho e o Centro
mínimo 60% das escolas públicas, de forma a atender pelo Interescolar de Língua – CIL 02 de Brasília.
menos 33% dos estudantes da educação básica, por meio 6.12 – Assegurar o pleno funcionamento das bibliotecas
da ampliação de no mínimo 10% ao ano da matrícula de escolares, comunitárias e setoriais, com fomentos, recursos
educação integral nas unidades escolares já ofertantes, até humanos e recursos materiais, nos termos da Lei Federal
o último ano de vigência deste Plano. nº 12.244, de 2010, assegurando-se, igualmente, a imple­
mentação do Eixo 1 – Democratização do Acesso do Plano
Estratégias da Meta 6: Nacional do Livro e da Leitura.
6.1 – Promover, com o apoio da União, a oferta de edu- 6.13 – Construir bibliotecas setoriais e comunitárias
cação básica pública integral e em tempo integral, por meio em todas as regiões administrativas do Distrito Federal em
de atividades de acompanhamento pedagógico e multidis- parce­ria com a Secretaria de Estado de Cultura.
ciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o 6.14 – Assegurar a implementação, a manutenção e o
tempo de permanência dos alunos na escola ou sob sua res- pleno funcionamento de espaços de leitura de sala de aula,
ponsabilidade passe a ser igual ou superior a 7 horas diárias em todas as salas de aula de todas as etapas e modalidades
durante todo o ano letivo. de ensino.
6.2 – Construir, em regime de colaboração com a União, 6.15 – Garantir a todos os estudantes do ensino fun-
escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequado damental da rede pública de ensino o acesso aos serviços
para atendimento em tempo integral, prioritariamente em oferta­dos pelas escolas-parque, progressivamente, até o
regiões administrativas com maior índice de população em final da vigência deste Plano.
situação de vulnerabilidade social. 6.16 – Institucionalizar política para o livro e a leitura em
6.3 – Institucionalizar e manter, em regime de colabora- parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, consolidan­
ção com equipamentos públicos e a sociedade civil organiza- do o plano distrital do livro e da leitura, no que concerne
da, programa distrital de ampliação e reestruturação das es- os princípios norteadores do Plano Nacional do Livro e da
colas públicas, por meio da instalação de quadras poliesporti­ Leitura – PNLL.
vas cobertas, laboratórios, inclusive de informática, espaços
para atividades culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, META 7: Fomentar a qualidade da educação básica em
refeitórios, banheiros e outros equipamentos, bem como todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar
por meio da produção de material didático e da formação e da aprendizagem de modo a atingir as médias do IDEB para
de recursos humanos para a educação em tempo integral. o Distrito Federal, em todas os anos de vigência deste Plano,
6.4 – Fomentar a articulação da escola com os diferentes dando uniformidade aos processos de avaliação das escolas.
espaços educativos, culturais e esportivos e com equipa­
mentos públicos, como centros comunitários, olímpicos, Estratégias da Meta 7:
bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e 7.1 – Criar programa para desenvolvimento, seleção,
planetários. certificação e divulgação de tecnologias educacionais para
6.5 – Garantir procedimentos logísticos de atendimento a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio
aos estudantes e a estabelecimentos de educação integral e incentivar práticas pedagógicas inovadoras que assegu­rem
para o desenvolvimento de atividades de campo e ativida- a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem, assegurada
des externas, mediante iniciativas intersetoriais, intragover­ a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com
Legislação sobre a UnDF

namentais e da sociedade civil. preferência para softwares livres e recursos educacionais


6.6 – Atender às escolas do campo na oferta de educação abertos, bem como o acompanhamento dos resultados nas
integral, com base em consulta prévia à comunidade, con­ unidades escolares em que forem aplicadas.
siderando-se as peculiaridades locais. 7.2 – Universalizar, até o segundo ano de vigência deste
6.7 – Garantir educação em tempo integral para pes- Plano, o acesso à rede mundial de computadores em banda
soas com deficiência, transtornos globais do desenvolvi- larga de alta velocidade e triplicar, até o final da década, a
mento e altas habilidades ou superdotação a partir dos 4 relação computador-aluno nas escolas da rede pública de
anos, assegurando atendimento educacional especializado educação básica, promovendo a utilização pedagógica das
comple­mentar e suplementar ofertado em salas de recur- tecnologias da informação e da comunicação.
sos multifuncionais da própria escola ou em instituições 7.3 – Garantir, até o final da vigência deste PDE, que cada
especiali­zadas. unidade escolar disponha de biblioteca com no mínimo 2 tí-
6.8 – Implementar espaços de vivência (escola-parque) tulos por aluno, quadra poliesportiva coberta, laboratório de
nas unidades escolares regulares de ensino fundamental ciências equipado, laboratório de informática com acesso à
para garantir o ensino de artes, música, artes cênicas, artes rede mundial de computadores em banda de alta velocidade

30
e auditório com capacidade para acomodar no mínimo 1/3 cação básica, por meio de ações de prevenção, promoção
do total de alunos e profissionais lotados na unidade. (Vetado e atenção à saúde.
pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do 7.16 – Estabelecer ações efetivas, especificamente volta-
Distrito Federal) das a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde
7.4 – Institucionalizar e manter programa de reestrutu- e à integridade física, mental e emocional dos profissionais
ração e aquisição de equipamentos para escolas públicas, da educação, como condição para a melhoria da qualidade
visan­do à equalização das oportunidades educacionais em educacional.
todas as regiões administrativas. 7.17 – Promover, com especial ênfase, em consonância
7.5 – Prover equipamentos, profissionais concursados e com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a
recursos tecnológicos digitais para utilização pedagógica no formação de leitores e a capacitação de professores, bibliote-
ambiente escolar a todas as escolas públicas da educação cários e agentes da comunidade para atuar como me­diadores
básica, criando mecanismos para implementação das con­ da leitura, de acordo com a especificidade das diferentes
dições necessárias para a universalização das bibliotecas ou etapas do desenvolvimento e da aprendizagem.
salas de leitura nas instituições educacionais, com acesso a 7.18 – Promover a regulação da oferta da educação bá-
redes digitais de computadores, inclusive a internet. sica pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade
7.6 – Informatizar integralmente a gestão da Secretaria e o cumprimento da função social da educação.
de Estado de Educação, bem como manter programa de 7.19 – Garantir o serviço de orientação educacional em
for­mação inicial e continuada para os servidores da carreira todas as unidades escolares regulares e complementares
Assistência à Educação do Distrito Federal. em até 5 anos da vigência deste Plano.
7.7 – Garantir políticas de combate à violência na esco- 7.20 – Definir, após discussão com os atores envolvidos,
la, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à os direitos e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimen-
for­mação dos profissionais de educação para detecção dos to para cada ano-período ou ciclo do ensino fundamental e
sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, para cada ano ou período do ensino médio, considerando
favorecendo a adoção das providências adequadas para pro- o currículo em desenvolvimento no sistema de ensino do
mover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar Distrito Federal.
dotado de segurança para a comunidade. 7.21 – Definir percentuais por período a serem alcança-
7.8 – Implantar, até o segundo ano de vigência deste dos em relação aos direitos e aos objetivos da aprendizagem.
PDE, sistema específico para denúncia de atos de violência 7.22 – Constituir e implementar o sistema permanente
nas escolas, por telefone ou por site, com ampla divulgação de avaliação educacional do Distrito Federal, articulando-o
nas unidades escolares. com os indicadores de avaliação institucional e com o Siste-
7.9 – Implantar, em todas as unidades escolares, até o ma Nacional de Avaliação da Educação Básica.
segundo ano de vigência deste PDE, sistema para recebimen­ 7.23 – Induzir o processo contínuo de autoavaliação das
to e registro de comunicação sobre ameaça, iminência ou escolas da educação básica.
prática de violência contra os servidores da educação no 7.24 – Desenvolver indicadores específicos de avaliação
exercício da profissão. da educação especial.
7.10 – Implementar políticas de inclusão e permanência 7.25 – Instituir grupo permanente de estudo, acompa-
na escola para adolescentes e jovens que se encontram em nhamento, pesquisa, inovação, capacitação dos profissionais
re­gime de liberdade assistida e em situação de rua, assegu- de educação e disseminação de novas tecnologias e ferra-
rando os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente.
mentas educacionais.
7.11 – Garantir, nos currículos escolares, conteúdos
7.26 – Garantir, no prazo de até 5 anos, a implementação
sobre a história e as culturas afro-brasileira e indígenas e
da Biblioteca Digital de que trata a Lei nº 5.420, de 24 de
imple­mentar ações educacionais, nos termos das Leis Fede-
novembro de 2014.
rais nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e nº 11.645, de 10
7.27 – Garantir, a partir da vigência deste Plano, que
de março de 2008, e assegurar que a educação das relações
todas as construções ou reconstruções de prédios da rede
étnico-raciais e a educação patrimonial sejam contempladas.
7.12 – Desenvolver currículos e propostas pedagógicas públi­ca de ensino destinados às etapas da educação básica
específicas para educação escolar para as escolas do cam- tenham como finalidade a educação de tempo integral.
po, incluindo os conteúdos culturais correspondentes às 7.28 – Articular, junto à Secretaria de Estado de Segu-
respectivas comunidades e considerando o fortalecimento rança Pública e outros órgãos competentes, a instituição de
das práticas socioculturais, produzindo e disponibilizando programa de segurança para os alunos da educação básica do
materiais didáticos específicos, inclusive para os alunos com sistema de ensino do Distrito Federal, com o moni­toramento
deficiência. compartilhado entre o Estado e a comunidade local dos ca-
7.13 – Mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, minhos a serem percorridos pelos estudantes, priorizando
a autonomia, a segurança e a qualidade de vida.
Legislação sobre a UnDF

articulando a educação formal e as experiências de educação


popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja 7.29 – Garantir meios e instrumentos de multiplicação
assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o dos bons projetos desenvolvidos pelos profissionais de
controle social sobre o cumprimento das políticas públicas educa­ção da rede pública de ensino, valorizando estes pro-
educacionais. fissionais e fortalecendo a qualidade da educação.
7.14 – Promover, por meio de ações intersetoriais dos 7.30 – Fortalecer os programas de saúde bucal e de acui-
órgãos competentes, a articulação dos programas da área dade visual nas escolas.
da educação, de âmbito local e nacional, com os de outras
áreas, como saúde, trabalho e emprego, assistência social, META 8: Garantir a educação básica a toda a população
esporte e cultura, possibilitando a criação de rede de apoio camponesa do Distrito Federal, em escolas do campo, de
integral às famílias, como condição para a melhoria da qua- modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudos, no último
lidade educacional. ano de vigência deste Plano, com prioridade em áreas de
7.15 – Universalizar, mediante articulação entre os ór- maior vulnerabilidade social, incluindo população de baixa
gãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o renda, negros, indígenas e ciganos, declarados à Fundação
aten­dimento aos estudantes da rede escolar pública de edu- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ou à

31
Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODE­ 8.7 – Garantir relação professor-estudante, infraestru-
PLAN, conforme Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de abril de tura e material didático adequados ao processo educativo,
2002, que institui as diretrizes operacionais para a educa­ção con­siderando as características das distintas faixas etárias,
básica nas escolas do campo. conforme os padrões do Custo Aluno Qualidade – CAQ, regu­
lamentado por meio de política que vise ao desenvolvimento
Estratégias da Meta 8: de estudos para regulamentar o custo aluno-qualidade di-
8.1 – Garantir a estruturação curricular e pedagógica ferenciado da educação do campo, com ações articuladas e
voltada à realidade do campo em todos os níveis de ensino, construídas entre a esfera administrativa de governo e movi-
enfatizando as diferentes linguagens e os diversos espaços mentos sociais, até o primeiro biênio de vigência deste Plano.
pedagógicos, conforme as diretrizes operacionais para a 8.8 – Universalizar a oferta da educação básica do campo,
educação básica nas escolas do campo. respeitando as peculiaridades de cada região administra­
8.2 – Institucionalizar a educação do campo na rede pú- tiva, com infraestrutura apropriada, estimulando a prática
blica de ensino do Distrito Federal, criando condições de agrícola e tecnológica com base na agroecologia e socioe­
aten­dimento às especificidades que demanda o público a conomia solidária.
ser atendido, incluindo a oferta na modalidade à distância 8.9 – Destinar área específica às práticas agroecológicas,
para a educação de jovens e adultos, tais como: assim como construções que permitam o cultivo e oficinas de
a) gestão pedagógica e administrativa específica; trabalho, no terreno próprio da escola, oportunizando ação
b) profissionais da educação com formação inicial e con- pedagógica nas escolas do campo, promovendo inclusive
tinuada, inclusive com especialização, mestrado e doutorado intercâmbio com as escolas da cidade.
em educação do campo, para atendimento a crianças, ado- 8.10 – Implementar e garantir cursos profissionalizan-
lescentes, jovens, adultos e idosos; tes nas escolas do campo, de acordo com a demanda, com
c) trabalho pedagógico organizado, segundo os princípios pro­fissionais capacitados nas áreas técnicas, atendendo à
e as matrizes da educação do campo, incluindo currículos singularidade de cada região administrativa e suas diferen-
diferenciados e apropriados aos sujeitos da educação de tes formas de produção, por intermédio de parcerias com
jovens e adultos – EJA; o Governo Federal e outros órgãos e instituições, visando à
d) avaliação processual e formativa, buscando encorajar sustentabilidade no uso da terra e outras demandas locais.
os estudantes trabalhadores na sua entrada ou retorno à 8.11 – Articular mecanismos de cooperação entre o Dis-
es­cola pública, compreendendo as suas especificidades e trito Federal e a União para implementar e avaliar as políticas
reconhecendo os saberes adquiridos em suas histórias de públicas destinadas à melhoria das escolas e da qualidade de
vida e nas atividades laborais no campo; vida no campo, a partir da publicação deste Plano.
e) suporte de infraestrutura e materiais apropriados para 8.12 – Assegurar que a educação das relações étnico-
a produção do conhecimento com esses sujeitos; -raciais e a educação patrimonial sejam contempladas
conforme estabelecem o art. 26-A da LDB (Leis federais nº
f) criação de mecanismos de acesso, permanência e êxito
10.639, de 2003, e nº 11.645, de 2008); o Parecer CNE/CP
dos estudantes na escola, considerando aqueles que são
003/2004 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
trabalhadores;
ção das Relações Étnico-Raciais e para Ensino de História e
g) articulação e coordenação intersetorial para a con-
Cultura Afro-Brasileira e Africana; e a Lei nº 4.920, de 2012.
cretização da expansão da escolaridade da população bra-
8.13 – Implementar políticas de prevenção à interrupção
sileira, envolvendo as áreas de educação, saúde, trabalho,
escolar motivada por preconceito, criando rede de proteção
desenvolvimento social, cultura, ciência e tecnologia, justiça,
contra formas associadas de exclusão.
entre outros. 8.14 – Garantir que as escolas de educação do campo,
8.3 – Garantir acesso público ao ensino fundamental, no exercício de suas atribuições na rede de proteção social,
incluindo ofertas específicas de alfabetização, ensino médio desenvolvam ações com foco na prevenção e na reparação
e ensino médio integrado à educação profissional a jovens, das violações de direitos de crianças, adolescentes, jovens,
adultos e idosos, conforme as diretrizes operacionais para adultos e idosos (violência psicológica, física ou sexual, ne-
a educação básica nas escolas do campo. gligência, constrangimento, exploração do trabalho infanto-
8.4 – Fomentar a expansão da oferta de matrículas públi- -juvenil, uso indevido de drogas, entre outras), por meio da
cas de educação profissional técnica por parte das entidades inserção dessas temáticas no projeto político-pedagógico e
públicas com ênfase na proposta de currículos integrados, no cotidiano escolar, identificando e notificando os casos
conforme as diretrizes operacionais para a educação básica aos órgãos competentes.
nas escolas do campo. 8.15 – Fomentar políticas de promoção e formação
8.5 – Promover, em parceria com as áreas de saúde e educacional, em todos os níveis, de uma cultura de direitos
assistência social, o acompanhamento e o monitoramento humanos na educação do campo, pautada na democrati-
Legislação sobre a UnDF

do acesso à escola específicos para os segmentos populacio- zação das relações e na convivência saudável com toda a
nais considerados, identificar motivos de absenteísmo para a comunidade escolar.
garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira 8.16 – Garantir o esporte e o lazer, com suprimento de
a estimular a ampliação do atendimento de crianças, adoles- material esportivo adequado, considerando também aqueles
centes, jovens, adultos e idosos na rede pública de ensino. que favoreçam vivências, diálogos e reflexões para afirma-
8.6 – Criar e manter Sistema de Informações de Educação ção, compreensão e respeito de diferentes culturas e iden­
de Jovens, Adultos e Idosos – SIEJAIT, articulado com a função tidades, como são, por exemplo, a capoeira, o maculelê, a
dos agentes colaboradores da educação de jovens e adultos, catira, o break, entre outros.
com a finalidade de identificar a demanda ativa por vagas 8.17 – Implementar a educação musical, conforme a Lei
de EJAIT na rede pública e realizar o acompanhamento do federal nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, considerando
itinerário formativo, em parceria com as áreas de assistência ainda, para tal fim, a cultura musical camponesa.
social, saúde e demais instituições de assistência a mulheres 8.18 – Incentivar práticas artísticas baseadas na ética e na
e homens do campo, por residência ou local de trabalho, a solidariedade, tal como o teatro do oprimido, em que sejam
partir da publicação deste Plano. valorizadas a capacidade criadora e criativa das pessoas, em

32
particular de camponeses e camponesas, e que suscitem práticas oferecidas, superando a fragmentação do currículo
proposições para a transformação da realidade, por meio e respeitando as diferentes metodologias que consideram
da organização e do debate dos problemas, empoderando os sujeitos com suas histórias e vivências, e as legislações
sujeitos-atores-estudantes na defesa dos seus direitos e in- que regem os sistemas de ensino.
centivando a cidadania. 8.30 – Garantir atendimento adequado e acolhedor às
8.19 – Construir, com as comunidades escolares, pro- crianças, aos adolescentes e aos jovens que migram das es-
postas pedagógicas e calendários escolares que respeitem colas rurais para as escolas de área urbana.
perí­odos de plantio-colheita, fatores geográficos, culturais e 8.31 – Identificar e disseminar processos pedagógicos
ambientais locais, superando a fragmentação do currículo e inovadores e experiências bem-sucedidas de educação do
respeitando as diferentes metodologias que consideram os campo.
sujeitos com suas histórias e vivências, e as legislações que 8.32 – Construir bibliotecas e laboratórios de informática
regem os sistemas de ensino. nas escolas do campo, assistidos por profissionais, e ampliar
8.20 – Implementar políticas de universalização de aces- o acervo das bibliotecas, principalmente para aquisição de
so e permanência na educação básica das pessoas que não livros paradidáticos, materiais de pesquisa e recursos tecno­
tiveram acesso à escola em idade própria, como parte da lógicos, transformando-as em lugar de referência cultural
política distrital de universalização da alfabetização. para a comunidade local, a partir da publicação deste Plano.
8.21 – Garantir a permanência das escolas na comuni- 8.33 – Incentivar a elaboração de livros didáticos e mate-
dade do campo, evitando, quando for o caso, a nucleação riais didático-pedagógicos que tenham, além de conteúdos
das escolas do campo; quando necessário, que se realize no universais, conteúdos camponeses locais, para que os estu-
próprio campo, assegurando o direito de crianças, jovens, dantes possam intensificar os conhecimentos da sua região
adultos e idosos de estudarem na comunidade em que vi- administrativa, executando políticas curriculares que valo-
vem, conforme determinado pelas Diretrizes Operacionais rizem a identidade cultural dos povos do campo.
para a Educação Básica do Campo. 8.34 – Garantir a política de transporte escolar exclusivo
8.22 – Garantir às escolas do campo organização flexível com monitor para a educação do campo, conforme a le­
na formação de turmas, determinando o número mínimo gislação vigente, que assegure o direito aos estudantes em
de estudantes, conforme estudo de demanda por comuni- todas as etapas e modalidades de ensino, assim como em
dade a ser realizado anualmente pela Secretaria de Estado todos os turnos, incluindo a presença da família no ambiente
de Educação. escolar quando necessário e visando ao acesso e à perma-
8.23 – Garantir a educação infantil à população do cam- nência na escola, com padrões adequados de segurança,
po, considerando os princípios formativos e as matrizes histó­ seguro de vida coletivo e condições de trafegabilidade em
ricas, sociais e culturais da educação do campo. vias públicas.
8.24 – Garantir formação específica para os profissionais 8.35 – Garantir ampla participação dos povos do campo,
da educação do campo. incluindo o fórum permanente de educação do campo, na
8.25 – Implantar políticas, por meio de parceria entre a proposição, no acompanhamento e na avaliação das políti-
Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação – cas educacionais do campo, reconhecendo suas formas de
EAPE, escolas técnicas e instituições de ensino superior – IES organização popular e sindical.
públicas, de formação inicial e continuada aos profis­sionais 8.36 – Reconhecer o fórum permanente da educação
da educação que atuam na educação do campo, com vistas do campo como instrumento de debate, de formulação de
a atender aos objetivos e às metas deste Plano, como con- proposições, de construção, acompanhamento e avaliação
dição necessária a todos os profissionais da educação que de políticas públicas da educação do campo, tendo a par­
atuam ou venham a atuar em escolas do campo, ficando ticipação das instituições e dos órgãos dos sistemas de en-
estabelecido o prazo de 4 anos para aqueles já em exercício sino governamentais, dos movimentos sociais e populares,
nessa modalidade de ensino e 1 ano tanto para os processos das entidades sindicais, dos profissionais da educação, das
de remanejamento quanto para empossados em virtude de comunidades escolares e outros.
concurso público. 8.37 – Estabelecer parcerias com associações e coopera-
8.26 – Promover encontros com universidades, movi- tivas de agricultores que produzem alimentos orgânicos, com
mentos sociais e a Coordenação de Educação do Campo da acompanhamento da vigilância sanitária e da secretaria com
Se­cretaria de Estado de Educação, visando à inclusão do atuação na área de agricultura e desenvolvimento rural, as-
debate da educação do campo nos cursos de nível superior sim como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
das áreas da educação (Pedagogia e licenciaturas), bem como do Distrito Federal – EMATER-DF, para aquisição e melhoria
de outros que estejam vinculados direta ou indiretamente da merenda escolar, assim como regulamentar a política
à realidade do campo, no prazo de 4 anos, a partir da publi- de aquisição de alimentação escolar no Distrito Federal, de
cação deste Plano. modo que pequenos agricultores, mesmo que não associa-
Legislação sobre a UnDF

8.27 – (Vetado). dos ou cooperados, possam fornecer gêneros alimentícios


8.28 – Fomentar ações interinstitucionais de órgãos à escola próxima, com possibilidade de aquisição na relação
públicos e universidades públicas para garantir a pesquisa, direta entre a unidade escolar e o produtor.
a siste­matização e a socialização da experiência e estudos 8.38 – Cumprir as metas e os objetivos da educação bá-
acerca da educação do campo, no intuito de viabilizar a re- sica estabelecidas no PDE, bem como políticas de valoriza-
solução de problemas da educação e da sustentabilidade ção dos profissionais de educação, de formação profissional,
dos povos do campo, no prazo de 4 anos. gestão, financiamento e atendimento.
8.29 – A partir da publicação deste Plano, as coorde- 8.39 – Implementar espaços de vivência (escola-parque)
nações regionais de ensino devem apoiar projetos político- nas escolas do campo como ambientes para o ensino de artes
peda­gógicos que ampliem a permanência do estudante na (oficinas de música, artes cênicas, artes visuais, literatura),
escola e na comunidade, com atividades educativas voltadas dança e educação física escolar, ofertadas aos estudantes
à realidade do campo, garantindo acessibilidade, assistivi- conforme as Diretrizes da Educação do Campo.
dade e atenção às demandas específicas com necessidades 8.40 – Implementar as salas de vivência nas escolas
especiais, de modo que toda a comunidade participe das do campo que visem ao ensino-aprendizagem das línguas

33
estran­geiras e LIBRAS nas escolas regulares com utilização por residência ou local de trabalho, até o segundo ano após
de metodologia diferenciada, espaço e recursos tecnológicos a publicação deste Plano.
apropriados, conforme as Diretrizes da Educação do Campo. 9.5 – Garantir relação professor-estudante, infraestru-
8.41 – Garantir a construção de quadra poliesportiva em tura e material didático adequado ao processo educativo,
todas as unidades escolares que possuam pelo menos 400 consi­derando as características da demanda da educação
alunos matriculados. de jovens, adultos e idosos na forma integrada à educação
8.42 – Garantir recursos para que todos os centros de pro­fissional, conforme os padrões do Custo Aluno Qualidade
ensino médio e educacionais tenham auditórios nas escolas. – CAQ, instituindo a agenda territorial de desenvolvimento
integrado de alfabetização e educação de jovens, adultos e
META 9: Constituir na rede pública de ensino condições idosos, por região administrativa.
para que 75% das matrículas de educação de jovens, adul- 9.6 – Garantir a diversificação curricular da educação de
tos e idosos sejam ofertadas aos trabalhadores, na forma jovens, adultos e idosos, articulando a formação básica com a
integrada à educação profissional, nas etapas de ensino fun­ participação no mundo do trabalho, estabelecendo relações
damental (1º e 2º segmentos) e médio (3º segmento) em entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do traba­lho, da
relação à demanda social, sendo 25% a cada três anos no cultura, da cidadania e da tecnologia, de forma a organizar o
período de vigência deste Plano. tempo e o espaço pedagógicos adequados às características
desses estudantes.
Estratégias da Meta 9: 9.7 – Apoiar técnica e financeiramente os Projetos de
9.1 – Consolidar a educação de jovens, adultos e idosos Intervenção Local – PILs, elaborados coletivamente por
na forma integrada à educação profissional na rede pública profissio­nais da educação de jovens, adultos e idosos na
de ensino, criando condições de atendimento às especifici- forma integrada à educação profissional da rede pública de
dades que demanda o público a ser atendido, incluindo a ensino, que visem ao desenvolvimento emancipador desses
oferta na modalidade à distância, tais como: estudantes, atendendo suas necessidades específicas.
a) gestão pedagógica e administrativa específicas; 9.8 – Fomentar a produção coletiva de material didático
b) profissionais da educação com formação inicial e con- público, assegurando a disponibilização virtual e a produção­-
tinuada para atendimento de jovens, adultos e idosos; -edição em gráfica pública da Secretaria de Estado de Edu-
c) avaliação processual e formativa, buscando encorajar cação, e o uso apropriado das tecnologias de informação e
os estudantes trabalhadores na sua entrada ou retorno à comunicação em software livre e acesso aberto, conjugados
escola pública, compreendendo as suas especificidades e com a formação continuada de profissionais de edu­cação da
reconhecendo os saberes adquiridos em suas histórias de rede pública de ensino que atuam na educação de jovens,
vida e nas atividades laborais; adultos e idosos, na forma integrada à educação profissional.
d) suporte de infraestrutura e materiais multimídia apro- 9.9 – Identificar e publicar, inclusive virtualmente, expe-
priados para a produção coletiva do conhecimento com a riências exitosas na EJAIT.
participação autoral de professores, orientadores educacio- 9.10 – Implementar e ampliar mecanismos de reconheci-
nais e estudantes, com acesso aberto e domínio público, mento e validação dos saberes e das experiências dos jovens,
incluindo o uso de software livre; adultos e idosos trabalhadores, para além do espaço escolar,
e) criação de mecanismos de acesso, permanência e êxito a serem considerados na integração curricular dos cursos
dos estudantes trabalhadores na escola; de formação inicial e continuada e nos cursos técnicos de
f) articulação intersetorial para a concretização da ex- nível médio.
pansão de oferta e elevação de escolaridade dos trabalha- 9.11 – Elevar a taxa de alfabetização da população com
dores, envolvendo as áreas de educação, ciência, trabalho, 15 anos ou mais para 99,5% até 2018 e, até o final da vi­gência
cultura, tecnologia, saúde, desenvolvimento social, justiça, deste Plano, universalizar a alfabetização entre jovens, adul-
entre outros. tos e idosos, assegurando continuidade da escola­rização bá-
9.2 – Construir centros de educação de jovens, adultos sica na rede pública de ensino e reduzir em 75% a taxa de
e idosos trabalhadores CEJAIT para implementar a expan- analfabetismo funcional, em cumprimento à Lei Orgânica
são das matrículas na educação de jovens, adultos e idosos do Distrito Federal (art. 225 e art. 45 do Ato das Disposições
na forma integrada à educação profissional, objetivando a Transitórias).
elevação do nível de escolaridade do trabalhador. (Vetado 9.12 – (Vetado).
pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do 9.13 – Ampliar as oportunidades profissionais dos jovens,
Distrito Federal) adultos e idosos com deficiência e baixo nível de escolarida­
9.3 – Garantir a reestruturação do espaço físico das es- de, por meio do acesso à educação de jovens, adultos e
colas públicas que atendam a educação de jovens, adultos idosos na forma integrada à educação profissional.
Legislação sobre a UnDF

e idosos na forma integrada à educação profissional, com 9.14 – Reestruturar e adquirir equipamentos voltados à
ambiente apropriado para a prática de educação física, expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que
edu­cação musical, artes cênicas e artes plásticas e visuais, atendem a educação de jovens, adultos e idosos integrada
incluindo o uso apropriado das tecnologias de informação à educação profissional, garantindo acessibilidade à pessoa
e comunicação, respeitando e integrando as culturas tra- com deficiência.
dicionais e populares, articuladas às exigências do mundo 9.15 – Implementar programas de formação tecnológica
dos trabalhadores. da população jovem, adulta e idosa, direcionados para os
9.4 – Criar e manter Sistema de Informações de Educa- segmentos com baixos níveis de escolarização formal e para
ção de Jovens, Adultos e Idosos – SIEJAIT, articulado com a os estudantes com deficiência, articulando a rede pública de
função dos agentes colaboradores da educação de jovens, ensino, o Instituto Federal de Educação Profissional, Cien-
adultos e idosos com a finalidade de identificar a demanda tífica e Tecnológica de Brasília, as instituições de educa­ção
ativa por vagas de EJAIT na rede pública e realizar o acompa- superior pública, as cooperativas e as associações, por meio
nhamento do itinerário formativo, em parceria com as áreas de ações de extensão com tecnologias assistivas que favore-
de trabalho, assistência social, saúde e movimentos sociais, çam a efetiva inclusão social e produtiva dessa população.

34
9.16 – Institucionalizar a assistência aos estudantes bene- da educação de jovens, adultos e idosos – EJAIT na forma
ficiados por programas sociais ou em situação de vulnerabi­ integrada à educação profissional.
lidade social, compreendendo ações de assistência social
e financeira e de apoio psicopedagógico, que contribuam Estratégias da Meta 10:
para garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a 10.1 – Garantir a criação de unidade escolar pública es-
conclusão com êxito na educação de jovens, adultos e idosos pecífica para o sistema prisional, já no 1º ano de vigência
na forma integrada à educação profissional. deste Plano, conforme preveem:
9.17 – Executar ações de atendimento ao estudante da a) a cláusula 1.13 do Termo de Cooperação Técnica nº
educação de jovens, adultos e idosos por meio de programas 42, de 2010;
suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusi- b) as diretrizes nacionais para oferta de educação para
ve atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos
óculos. estabelecimentos penais – Parecer CNE/CEB nº 2, de 2010;
9.18 – Assegurar sala de acolhimento com profissional c) o plano distrital para oferta de educação nas prisões de
capacitado e ambiente diferenciado para atender às necessi­ 2013 (Decreto federal nº 7.626, de 24 de novembro de 2011).
dades de pais-estudantes, cujos filhos menores de 10 anos 10.2 – Garantir, imediatamente, após a criação da uni-
necessitem acompanhá-los enquanto estudam, para que não dade escolar pública específica para o Sistema Prisional do
haja desistência. (Vetado pelo Governador, mas mantido pela Dis­trito Federal, a aplicação da Lei de Gestão Democrática,
Câmara Legislativa do Distrito Federal) adequando a Lei às suas especificidades.
9.19 – Considerar, nas políticas públicas de jovens e adul- 10.3 – Pactuar com a Secretaria de Estado de Segurança
tos, as necessidades dos idosos, com vistas à promoção de Pública, oficialmente, já no primeiro ano de vigência deste
políticas de universalização da alfabetização, ao acesso a Plano, o plano distrital para oferta de educação nas prisões,
tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais de 2013, previsto no Decreto Federal nº 7.626, de 2011.
e esportivas, à implementação de programas de valoriza- 10.4 – Garantir, no primeiro ano de vigência deste Plano,
ção e compartilhamento dos conhecimentos e experiência na rede pública de ensino do Distrito Federal, a oferta da
dos idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da escolarização na modalidade EJAIT à distância, integrada à
velhice nas escolas. educação profissional para pessoas jovens, adultas e idosas
9.20 – Realizar chamadas públicas contínuas para a ma- em cumprimento de medida judicial de restrição de liberda-
trícula a qualquer tempo na educação de jovens, adultos de no sistema prisional do Distrito Federal que não tenham
e ido­sos na forma integrada à educação profissional, pro- condições de frequentar as aulas presenciais.
movendo-se a busca ativa com agentes colaboradores em 10.5 – Constituir, a partir da publicação deste Plano,
parceria com organizações da sociedade civil. comitê permanente com o Fórum Distrital de Educação e
9.21 – Estabelecer mecanismos e incentivos que inte- parcei­ros, incluindo a Secretaria de Estado de Segurança
grem os segmentos empregadores (públicos e privados) e a Pública, a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso FU-
rede pública de ensino, para promover a compatibilização da NAP, a Ordem dos Advogados do Brasil OAB, o Sindicato dos
jornada de trabalho dos empregados com oferta das ações Professores do Distrito Federal SINPRO/DF, o Grupo Pró-
de alfabetização como primeiro segmento da educação de Al­fabetização do Distrito Federal, o Fórum de Educação de
jovens, adultos e idosos na forma integrada à educação Jovens e Adultos (GTPA-Fórum EJA/DF), o Ministério Público
profissional. (Vetado pelo Governador, mas mantido pela e a Promotoria de Defesa da Educação, com a finalidade
Câmara Legislativa do Distrito Federal) de acompanhar, monitorar e avaliar a execução do plano
9.22 – Garantir aos estudantes da educação de jovens, para oferta de educação nas prisões do Distrito Federal, de
adultos e idosos acesso público a exames de certificação de 2013, previsto no Decreto Federal nº 7.626, de 2011. (Vetado
conclusão ou de prosseguimento de estudos nas etapas de pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do
ensino fundamental e médio. Distrito Federal)
9.23 – Construir indicadores demonstrativos do impacto 10.6 – Elevar para 99,5%, até 2018, a taxa de alfabeti-
dos resultados da EJAIT: redução de custo dos serviços de zação e, até o final da vigência deste Plano, universalizar a
saúde; redução do custo de segurança, incluindo a redução alfabetização entre pessoas jovens e adultas em cumprimen-
da população carcerária; redução da jornada de trabalho to de medida judicial de privação de liberdade no sistema
(tempo livre); educação transdisciplinar ao longo da vida, prisional do Distrito Federal.
em diferentes espaços presenciais e virtuais, adequados a 10.7 – Constituir parceria entre órgãos e entidades públi-
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos; aumento de cos e da sociedade civil organizada que atuam no sistema pri-
investimento em ciência, cultura-artes, tecnologia; fortale- sional do Distrito Federal, a exemplo das áreas de assistência
cimento do controle social pela gestão democrática social social e saúde, para identificação do nível de escola­rização e
(composição representativa dos segmentos sociais organiza- encaminhamento das pessoas em cumprimento de medida
Legislação sobre a UnDF

dos) e da produção coletiva de conhecimentos com acesso judicial de privação de liberdade para o serviço público de
aberto em mídias públicas. escolarização das unidades prisionais.
9.24 – Articular políticas de educação com outras políti- 10.8 – Constituir parceria com a Vara de Execução Penal
cas sociais que assegurem ao jovem o acesso a programas – VEP e a Subsecretaria do Sistema Penitenciário – SESIPE,
de formação profissionalizante, de geração de emprego e para que qualquer pessoa, ao ser encaminhada para cum-
renda, assistência à saúde e outras medidas, possibilitando primento de medida judicial de privação de liberdade, tenha
a sua permanência na escola. diagnosticado e informado seu nível de escolarização, bem
como seja encaminhada para o serviço de escolarização da
META 10: Garantir, na rede pública de ensino do Distrito respectiva unidade prisional.
Federal, a oferta de escolarização às pessoas jovens, adultas 10.9 – Implementar, de forma gradativa, a educação de
e idosas em cumprimento de pena judicial de privação de jovens, adultos e idosos trabalhadores – EJAIT na forma inte­
liberdade no sistema prisional do Distrito Federal, de modo grada à educação profissional em todo o sistema prisional,
que, até o último ano de vigência deste Plano, no mínimo considerando as possibilidades do mundo do trabalho, da
50% dessa população esteja atendida em um dos segmen­tos economia local e da economia solidária, de modo que:

35
a) já no primeiro ano de vigência deste Plano, a taxa de 10.19 – Assegurar que as pessoas jovens, adultas e idosas
matrícula nessa modalidade seja de no mínimo 20% da meta; em cumprimento de medida judicial de privação de liberda­
b) no 4º ano de vigência deste Plano, a taxa de matrícula de no sistema prisional optantes do ensino religioso tenham
seja de no mínimo 50% da meta; acesso aos conhecimentos relativos a esse componente cur-
c) no 8º ano de vigência deste Plano, a taxa de matrícula ricular, considerando a pluralidade de fenômenosreligiosos
seja elevada para no mínimo 70% da meta; do País, de acordo com a Constituição Federal (art. 5º, VI;
d) até o último ano de vigência deste Plano, a taxa de art. 19, I; e art. 210, § 1º) e a LDB (art. 33).
matrícula nessa modalidade seja de 100%, sempre conside­ 10.20 – Criar condições para que todos os estudantes em
rando a meta. cumprimento de medida judicial de privação de liberdade no
10.10 – Implementar, em regime de colaboração entre sistema prisional tenham acesso à inclusão digital, de forma
o Distrito Federal e a União, política específica de educação pedagógica, respeitadas suas especificidades.
profissional para as estudantes jovens e adultas em cum- 10.21 – Garantir o acesso dos estudantes em cumprimen-
primento de medida judicial de privação de liberdade no to de medida judicial de privação de liberdade, no sistema
sistema prisional, a começar, já no primeiro ano de vigência prisional, às bibliotecas, bem como a ampliação e a atuali-
deste Plano, com o Programa Nacional Mulheres Mil, confor- zação de seus acervos, priorizando os livros paradidáticos e
me Portaria nº 1.015, de 21 de julho de 2011, do Ministério materiais de pesquisa.
da Educação. 10.22 – Assegurar às pessoas estudantes em cumprimen-
10.11 – (Vetado). to de medida judicial de privação de liberdade no sistema
10.12 – Ampliar, intersetorialmente, para os estudantes prisional a equidade no atendimento escolar, incluindo ações
em cumprimento de medida judicial de privação de liberdade afirmativas e promoção do respeito à diversidade étni­co-
no sistema prisional, a partir da publicação deste Plano, pro- racial, com o objetivo de minimizar as injustiças e a exclusão
gramas suplementares de atendimento aos estudantes, de social.
forma a garantir para eles recursos pedagógicos adequados 10.23 – Elaborar estratégias e, até o 2º ano de vigên-
e em quantidade suficiente, uniforme, alimentação esco­lar, cia deste Plano, constituir parcerias com cooperativas de
saúde, atendimento psicológico, atendimento psicológico e agricul­tores, com a secretaria que atue na área de agricul-
neurológico específicos para dependência química e atendi- tura e desenvolvimento rural, com a EMATER-DF, com a
mento oftalmológico, inclusive com fornecimento gratuito Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA,
de óculos. entre outras instituições ou entidades, para que o espaço
10.13 – Considerar, nas políticas públicas de educação destinado à área agrícola do sistema prisional seja utilizado
especial, as necessidades educativas especiais das pessoas para ampliação da oferta da educação de pessoas jovens,
com deficiência específica que se encontram em cumpri- adultas e idosas, na modalidade EJAIT integrada à educação
mento de medida judicial de privação de liberdade, na Ala profissional com oferta de cursos na área da agroecologia,
de Tratamento Psiquiátrico – ATP e nos demais núcleos de na concepção formativa da educação do campo.
ensino do sistema prisional do Distrito Federal. 10.24 – Assegurar o cumprimento do calendário escolar
10.14 – Garantir: da EJAIT, aprovado pela Secretaria de Estado de Educação,
a) até o 5º ano de vigência deste Plano, que o sistema bem como a carga horária diária prevista para essa modali-
prisional tenha condições adequadas para oferta ou acesso dade, conforme disposto nas diretrizes operacionais da EJA.
de educação em nível superior na modalidade Educação à 10.25 – (Vetado).
Distância – EAD; 10.26 – Garantir a ação intersetorial, já no primeiro ano
b) que, até o último ano de vigência deste Plano, sejam de vigência deste Plano, dos seguintes profissionais: peda­
garantidas para a população carcerária masculina a oferta de gogo, pedagogo-orientador educacional, psicólogo e assis-
matrícula de no mínimo 25%; e para a população carcerária tente social, para atendimento aos estudantes em cumpri­
feminina, a universalização da oferta. mento de medida judicial de privação de liberdade, nos
10.15 – Garantir, já no primeiro ano de vigência deste Pla- núcleos de ensino do sistema prisional do Distrito Federal.
no, por meio da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissio­nais 10.27 – Garantir, já no primeiro ano de vigência deste
da Educação – EAPE, dos Centros de Educação Profissional- Plano, professores de português brasileiro, de LIBRAS como
-Escolas Técnicas – CEP e do Centro de Ensino Médio Integra- segunda língua e de línguas estrangeiras para atendimento
do – CEMI, em parceria com outras instituições ou entidades aos estudantes estrangeiros em cumprimento de medida
públicas, política de formação continuada aos profissionais judicial de privação de liberdade nos núcleos de ensino do
da educação que atuam na educação nas prisões, com vistas sistema prisional. (Vetado pelo Governador, mas mantido
a atender aos objetivos e às metas deste Plano e doplano pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
distrital para oferta de educação nas prisões.
10.16 – Garantir, em regime de colaboração entre a META 11: Triplicar as matrículas da educação profis-
Legislação sobre a UnDF

União e o Distrito Federal, no prazo de até 2 anos de vigên- sional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da
cia deste Plano, política distrital de formação continuada e oferta em pelo menos 75% da expansão na rede pública,
em nível de pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), no priorizando a educação integrada ao ensino médio.
segmento público, aos profissionais da educação atuantes
na EJAIT, nos núcleos de ensino do sistema prisional. Estratégias da Meta 11:
10.17 – Assegurar, intersetorialmente, ações de acompa- 11.1 – Ampliar o número de unidades que ofertam edu-
nhamento e promoção da saúde dos profissionais da educa­ cação profissional e tecnológica – EPT, por meio da constru-
ção atuantes nos núcleos de ensino do sistema prisional. ção de novas escolas técnicas nas regiões administrativas,
10.18 – Assegurar que a educação das relações étnico- conforme prioridades identificadas por meio de diagnóstico
-raciais e a educação patrimonial sejam contempladas con- intersetorial, a ser realizado no primeiro ano de vigência
forme estabelecem o art. 26-A da LDB, o Parecer CNE/CP deste Plano.
003/2004 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa- 11.2 – Garantir formação continuada específica, em nível
ção das Relações Étnico-Raciais e para Ensino de História e local, lato e stricto sensu, com apossibilidade de bolsa de
Cultura Afro-Brasileira e Africana; e a Lei nº 4.920, de 2012. estudo, considerando o plano de carreira e as negociações

36
entre as instituições para o corpo docente e técnico admi­ 11.18 – Integrar as agências do trabalhador das regiões
nistrativo da educação profissional, até o segundo ano de administrativas com os espaços públicos de formação pro­
vigência deste Plano. fissional (IFB, SEDF e ETESB), no intuito de compatibilizar a
11.3 – (Vetado). oferta de formação nas diversas áreas com a demanda de
11.4 – Promover e coordenar, intersetorialmente, audi- trabalho.
ências públicas e outras formas de consultas públicas, visan-
do esclarecer os pressupostos da EPT e a definição dos cursos META 12: Elevar a taxa bruta de matrícula da educação
a serem ofertados nas novas escolas e nos novos espaços superior para 65%, ampliando a participação da oferta fe-
educativos da educação profissional e tecnológica de nível deral e a participação na oferta pública distrital de forma
médio – EPTNM, até o segundo ano de vigência do Plano. a aumentar 1% da taxa bruta ao ano até o último ano de
11.5 – Promover e coordenar, intersetorialmente, proje- vigência deste Plano.
tos e programas de inserção de sujeitos de direito ou comuni­
dades no mundo do trabalho na observância dos arranjos Estratégias da Meta 12:
produtivos locais na Região Integrada de Desenvolvimento 12.1 – Alterar a categoria administrativa da Escola Supe-
do Distrito Federal e Entorno – RIDE. rior de Ciências da Saúde – ESCS para Universidade Distrital
11.6 – Estabelecer parcerias que promovam as práticas no primeiro ano de vigência deste Plano. (Vetado pelo Go-
de formação integral no mundo do trabalho e que promovam vernador, mas mantido pela Câmara Legislativa do Distrito
a inserção das comunidades e dos grupos historicamente Federal)
excluídos, por meio da educação do campo, da socioedu­ 12.2 – Consolidar, difundir e ampliar a Fundação Univer-
cação na perspectiva dos direitos humanos, da educação sidade Aberta do Distrito Federal FUNAB, no primeiro ano de
integral, da educação de jovens e adultos e da educação vigência deste Plano. (Vetado pelo Governador, mas mantido
especial, assegurando a promoção da cidadania e a educação pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
para a diversidade. 12.3 – Constituir, até o quinto ano de vigência deste
11.7 – Fomentar cursos e projetos para o sistema pri- Plano, a Universidade Distrital, prevista na Lei Orgânica do
sional ofertados na modalidade de educação à distância, Dis­trito Federal. (Vetado pelo Governador, mas mantido pela
semi­presencial e presencial. Câmara Legislativa do Distrito Federal)
11.8 – Planejar e coordenar, intersetorialmente, estraté- 12.4 – Estruturar a Universidade Distrital segundo
gias e o processo de oferta de estruturação e de manutenção os princípios da integração ensino-serviço-comunidade,
de cursos de formação inicial e continuada de educação pro- metodolo­gias ativas e docência-assistência em pequenos
fissional, a fim de ampliar e aumentar a capilaridade da ofer- grupos. (Vetado pelo Governador, mas mantido pela Câmara
ta de formação profissional e, consequentemente, garantir Legislativa do Distrito Federal)
acesso e permanência no mundo do trabalho à juven­tude e 12.5 – Assegurar financiamento vinculado à área de edu-
aos adultos trabalhadores. cação para o ensino superior público distrital.
11.9 – Promover e coordenar, intersetorialmente, 12.6 – Ampliar políticas de inclusão e assistência estu-
a expansão e a descentralização da oferta de cursos nas
dantil, segundo o Plano Nacional de Assistência Estudantil
comunida­des da RIDE e garantir maior acessibilidade, abran-
– PNAES.
gência e integração da região.
12.7 – Assegurar ampliação de 50% das vagas ofertadas
11.10 – Integrar e coordenar, intersetorialmente, siste-
pelo sistema distrital de ensino superior para os estudantes
mas de planejamento regional com gestão democrática, por
das escolas públicas municipais e estaduais da RIDE até o pri-
meio de inovação tecnológica e de gestão de inteligência,
meiro ano de vigência deste Plano. (Vetado pelo Governador,
de forma a contemplar abordagem sistêmica de estratégias
mas mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
e de ações de EPT na RIDE.
11.11 – Criar a certificação profissional na perspectiva de 12.8 – Construir o campus Paranoá-Itapoã da Universi-
construir itinerários formativos e no reconhecimento adqui­ dade de Brasília UnB, até o segundo ano de implantação do
rido, a partir dos saberes desenvolvidos no trabalho. Plano, com recursos federais, completando, assim, todos os
11.12 – Ofertar cursos de formação inicial e continuada pontos cardeais do Distrito Federal e fortalecendo a aprendi-
– FIC – associados aos itinerários formativos constituídos de zagem e a inovação social pela integração de ensino, pesqui-
cursos técnicos em conformidade com o Catálogo Nacional sa, extensão e novas tecnologias. (Vetado pelo Governador,
de Cursos Técnicos e FICs. mas mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
11.13 – Garantir a formação profissionalizante na escola 12.9 – Ampliar a oferta de cursos nos campi da UnB exis-
pública integral bilíngue LIBRAS e português escrito, confor­ tentes em Planaltina, Gama e Ceilândia, em especial no perí-
me a Lei nº 5.016, de 2013. odo noturno, com consulta às comunidades das respectivas
11.14 – Ampliar o quadro de profissionais para a educa- regiões. (Vetado pelo Governador, mas mantido pela Câmara
Legislativa do Distrito Federal)
Legislação sobre a UnDF

ção profissional, a partir de estudo intersetorial de deman-


das, no prazo de 1 ano da implantação deste Plano. 12.10 – Ampliar a oferta pública de cursos superiores de
11.15 – Instituir política de pessoal que assegure a do- tecnologia no sistema de ensino do Distrito Federal. (Vetado
cência, a formação em lato e stricto sensu, a vinculação aos pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do
cenários de aprendizagem e as funções de docente pesqui- Distrito Federal)
sador, substituto ou convidado. 12.11 – Assegurar que as instituições públicas de ensino
11.16 – Planejar, a partir do primeiro ano de vigência superior do Distrito Federal incluam, nos cursos de gradua­
deste Plano, ações integradas entre o Instituto Federal de ção, componente curricular e atividades relacionadas à edu-
Edu­cação, Ciência e Tecnologia de Brasília – IFB e a rede cação das relações étnico-raciais, explicitados no Parecer
distrital, de modo a otimizar espaços e evitar duplicidades. CNE/CP nº 003/2004 e na Resolução CNE/CP nº 01/2004.
11.17 – Compartilhar espaços de formação entre o IFB, 12.12 – Criar a Faculdade de Artes, Educação e Letras do
a SEDF e a Escola Técnica de Educação para a Saúde de Bra­ Distrito Federal, na FUNAB. (Vetado pelo Governador, mas
sília – ETESB, no intuito de construir espaços formativos e mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
na perspectiva de proporcionar a elevação da escolaridade 12.13 – Instituir a gestão democrática na Universidade
da população e sua profissionalização. Distrital, no primeiro ano de vigência deste Plano. (Vetado

37
pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do ou superior a 75% nesse exame, em cada área de formação
Distrito Federal) profissional.
12.14 – Elevar gradualmente a taxa de conclusão média 13.7 – Promover a formação inicial e continuada dos
dos cursos de graduação presenciais nas universidades públi­ profissionais técnico-administrativos da educação superior.
cas para 90%; ofertar no mínimo 1/3 das vagas em cursos
noturnos; e elevar a relação de estudantes por professor META 14: Elevar, gradualmente, o número de matrículas
para 18, mediante estratégias de aproveitamento de cré- na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação
ditos e inovações acadêmicas que valorizem a aquisição de de 2.200 mestres e 950 doutores por ano.
competências de nível superior.
12.15 – Assegurar no mínimo 10% do total de crédi- Estratégias da Meta 14:
tos curriculares exigidos para a graduação em programas 14.1 – Expandir a oferta de cursos de pós-graduação
e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, stricto sensu, utilizando inclusive metodologias, recursos e
prioritariamente, para as áreas de grande pertinência social. tec­nologias de educação à distância.
12.16 – Ampliar a participação proporcional de grupos 14.2 – Estimular a pesquisa e a extensão, aplicadas no
historicamente desfavorecidos na educação superior, inclusi- sistema próprio do Distrito Federal, com a participação da
ve mediante adoção de políticas afirmativas, na forma da lei. FAP-DF, de modo a incrementar a inovação, a produção e
12.17 – Assegurar condições de acessibilidade nas insti- o registro de patentes para a melhora da realidade social.
tuições de educação superior, na forma da legislação. 14.3 – Expandir o financiamento da pós-graduação stricto
12.18 – Fomentar estudos e pesquisas que analisem a sensu por meio das agências oficiais de fomento.
necessidade de articulação entre formação, currículo, pes- 14.4 – Manter e expandir programa de acervo digital de
quisa e mundo do trabalho, considerando as necessidades referências bibliográficas para os cursos de pós-graduação,
econômicas, sociais e culturais do País. assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência.
12.19 – Institucionalizar programa de composição de 14.5 – Estimular a participação das mulheres nos cursos
acervo digital de referências bibliográficas e audiovisuais de pós-graduação stricto sensu, em particular naqueles liga­
para os cursos de graduação, assegurada a acessibilidade dos às áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química,
às pessoas com deficiência. Informática e outros no campo das ciências.
12.20 – Assegurar cursos de extensão nas instituições 14.6 – Consolidar programas, projetos e ações que obje-
distritais públicas de ensino superior para o aprimoramento tivem a internacionalização da pesquisa e da pós-graduação
do conhecimento da população idosa do Distrito Federal e distritais, incentivando a atuação em rede e o fortalecimento
da RIDE. de grupos de pesquisa.
META 13: Elevar a qualidade da educação superior e META 15: Garantir, em regime de colaboração com a
ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente União, no prazo de um ano da publicação deste Plano, a
em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação política distrital de formação dos profissionais da educação
superior do Distrito Federal para 75%, sendo, do total, no de que trata o art. 61, I, II e III, da LDB, assegurando formação
mínimo 35% doutores.
adequada a todos no prazo de vigência deste Plano.
Estratégias da Meta 13:
Estratégias da Meta 15:
13.1 – Fomentar e instituir programas de pós-graduação
15.1 – Atualizar, por meio do Fórum Distrital Permanente
nas instituições de ensino superior.
de Apoio à Formação Docente, plano estratégico que apre-
13.2 – Criar mestrado profissional com foco na atuação
sente diagnóstico das necessidades de formação de profis-
no sistema distrital de educação básica e outros programas
stricto sensu com esse foco. sionais da educação, envolva as instituições públicas de nível
13.3 – Instituir política de pessoal que assegure a docên- médio e superior, segundo sua capacidade de atendimento,
cia-assistência, a formação em pós-graduação stricto sensu e defina obrigações recíprocas entre os partícipes.
e a vinculação aos cenários de aprendizagem e às funções 15.2 – Articular a política de formação do Distrito Federal
docente-pesquisador, docente-convidado e docente-subs- às políticas e aos programas desenvolvidos pelo Ministério
tituto na universidade distrital e nas instituições de ensino da Educação, como financiamento estudantil a estudantes
superior federais. matriculados em cursos de licenciatura com avaliação po­
13.4 – Induzir processo contínuo de autoavaliação das sitiva pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Su-
instituições de educação superior, fortalecendo a partici- perior – SINAES, na forma da Lei federal nº 10.861, de 14
pação das comissões próprias de avaliação, bem como a de abril de 2004, para fins de amortização do saldo devedor
aplicação de instrumentos de avaliação que orientem as di- pela docência efetiva na rede pública de educação bá­sica; do
programa permanente de iniciação à docência a estudantes
Legislação sobre a UnDF

mensões a serem fortalecidas, destacando-se a qualificação


e a dedicação do corpo docente. matriculados em cursos de licenciatura, a fim de aprimorar a
13.5 – Elevar o padrão de qualidade das universidades, formação de profissionais para atuar no magistério da edu-
direcionando sua atividade, de modo que realizem, efetiva­ cação básica; dos programas de formação de professores
mente, pesquisa institucionalizada, articulada a programas para a alfabetização na idade certa e do ensino médio, entre
de pós-graduação stricto sensu. outras propostas consideradas pertinentes para a formação
13.6 – Elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos profissionais da educação.
dos cursos de graduação presenciais nas universidades pú­ 15.3 – Implementar programas específicos para forma-
blicas, de modo a atingir 90% e, nas instituições privadas, ção de profissionais da educação para as escolas do campo
75%, em 2020, e fomentar a melhoria dos resultados de e para a educação especial, para a educação étnico-racial
aprendizagem, de modo que, em 5 anos, pelo menos 60% (antirracista), para a educação de jovens e adultos, medidas
dos estudantes apresentem desempenho positivo igual ou socioeducativas, sistema prisional e educação bilíngue (Lei
superior a 60% no Exame Nacional de Desempenho de Es- nº 5.016, de 2013), na educação básica.
tudantes – ENADE e, no último ano de vigência, pelo menos 15.4 – Garantir e valorizar as práticas de ensino e os está-
75% dos estudantes obtenham desempenho positivo igual gios supervisionados nos cursos de formação de nível médio

38
e superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho 16.3 – Ofertar, intersetorialmente, política de formação
sistemático de articulação entre a formação acadêmica e as continuada e pós-graduação, por área de conhecimento e
demandas da educação básica, em sintonia com as recomen- atuação, a todos os profissionais da educação, em todas as
dações legais e as respectivas diretrizes curriculares nacionais. etapas e modalidades de ensino.
15.5 – Implementar, em parceria com as instituições 16.4 – Consolidar a política distrital de formação dos
públicas de ensino superior do Distrito Federal e outras profissionais da educação básica, definindo diretrizes, áreas
unidades da Federação, cursos e programas especiais para prioritárias, instituições formadoras e processos de certifi-
assegurar formação específica na educação superior, nas cação das atividades formativas.
respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação 16.5 – Expandir programa de composição de acervo de
de nível médio na modalidade normal, não licenciados ou obras didáticas, paradidáticas, de literatura e de dicionários
licenciados em área diversa da de atuação docente, em efe- e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo
tivo exercício. obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem
15.6 – Fomentar a oferta e garantir o acesso e a per- prejuízo de outros, a serem disponibilizados para os pro-
manência, nas redes distrital e federal, quanto aos cursos fissionais da educação da rede pública de educação básica,
técni­cos de nível médio e tecnológicos de nível superior, favorecendo a construção do conhecimento e a valorização
destinados à formação inicial, nas diversas áreas de atuação, da cultura da investigação.
dos profissionais a que se refere o art. 61, III, da LDB. 16.6 – Disponibilizar portal eletrônico, em colaboração
15.7 – Implantar, no prazo de 1 ano de vigência des- com o Ministério da Educação, para subsidiar a atuação dos
te Plano, política distrital de formação continuada para os profissionais da educação básica, disponibilizando, gratuita-
profis­sionais da educação do sistema de ensino, bem como mente, materiais didáticos e pedagógicos suplementares,
o aproveitamento dessa formação pelo sistema de ensino inclusive aqueles com formato acessível.
na atuação dos egressos. 16.7 – Garantir o afastamento remunerado para estudo
15.8 – Instituir programas de concessão de bolsas de aos profissionais da educação básica e bolsas de estudo para
estudos para que os profissionais da rede pública de ensino pós-graduação.
realizem estudos de imersão e aperfeiçoamento nos países 16.8 – Fortalecer a formação dos profissionais da educa-
que desenvolvam programas de intercâmbio e aperfeiço­ ção das escolas públicas de educação básica, por meio da im­
amento profissional nas diversas áreas de formação. plementação das ações do Plano Nacional do Livro e Leitura
15.9 – Valorizar o itinerário de formação profissional e da instituição de programa nacional de disponibilização de
docente, tendo como ponto de partida os cursos de nível recursos para acesso a bens culturais.
médio na modalidade normal, admitidos para o ingresso
nas carreiras do magistério para a educação infantil e anos META 17: Valorizar os profissionais da educação da rede
iniciais do ensino fundamental, nos termos do art. 62 da LDB. pública de educação básica ativos e aposentados, de forma
15.10 – Garantir aos profissionais da educação básica a equiparar seu vencimento básico, no mínimo, à média da
a formação continuada em serviço dentro da jornada de remuneração das demais carreiras de servidores públicos
tra­balho. do Distrito Federal com nível de escolaridade equivalente,
15.11 – Promover a reforma curricular dos cursos de até o quarto ano de vigência deste Plano.
licenciatura e estimular a renovação pedagógica, de forma a
assegurar o foco no aprendizado do aluno, dividindo a carga Estratégias da Meta 17:
horária em formação geral, formação na área do saber e 17.1 – Constituir, no primeiro ano de vigência deste
didática específica e incorporando as modernas tecnologias Plano, fórum permanente entre gestores públicos e profis-
de informação e comunicação em articulação com a base sionais da educação da rede pública de ensino do Distrito
nacional comum dos currículos da educação básica. Federal, para acompanhamento da atualização progressi-
15.12 – Garantir, por meio das funções de avaliação, va do valor do vencimento da carreira dos profissionais da
regulação e supervisão da educação superior, a plena educação da rede pública do Distrito Federal, à luz da meta
implemen­tação das respectivas diretrizes curriculares. 17 deste Plano.
17.2 – Constituir como tarefa do fórum permanente o
META 16: Formar, até o último ano de vigência deste acompanhamento da evolução salarial por meio de indi-
Plano, a totalidade dos profissionais de educação que atu- cadores das carreiras de todos os servidores públicos do
am na educação básica pública em cursos de especialização, Distrito Federal.
33% em cursos de mestrado stricto sensu e 3% em cursos 17.3 – Adequar o plano de carreira dos profissionais da
de doutorado, nas respectivas áreas de atuação profissio- educação do Distrito Federal, à luz da meta 17, até o final do
nal; e garantir a todos os profissionais da educação básica segundo ano de vigência deste Plano. (Vetado pelo Governa-
formação continuada em sua área de atuação, consideran- dor, mas mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
Legislação sobre a UnDF

do as necessidades, as demandas e as contextualizações do 17.4 – Assegurar, durante a vigência deste Plano, que
sistema de ensino do Distrito Federal. os profissionais tenham garantido plano de saúde capaz de
atender plenamente às suas necessidades e de seus fami-
Estratégias da Meta 16: liares. (Vetado pelo Governador, mas mantido pela Câmara
16.1 – Garantir que todos os profissionais da educação Legislativa do Distrito Federal)
básica tenham acesso à formação continuada, considerando 17.5 – Investir recursos de forma a adequar todos os
as necessidades e os contextos dos vários sistemas de ensino, espaços físicos das instituições de ensino a oferecer conforto
e assegurar aos demais profissionais da educação acesso à ambiental para profissionais e alunos das escolas públicas
formação em nível de pós-graduação. do Distrito Federal. (Vetado pelo Governador, mas mantido
16.2 – Realizar, por meio do Fórum Distrital Permanen- pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
te de Formação Docente, o planejamento estratégico para 17.6 – Criar mecanismos para que, até o final deste Pla-
dimensionamento da demanda por formação continuada no, os profissionais da carreira Assistência à Educação que
e fomentar a respectiva oferta por parte das instituições possuem graduação em nível superior tenham acesso a pelo
públicas de educação superior. menos 1 pós-graduação em sua área de atuação ou em ges-

39
tão escolar ou gestão pública. (Vetado pelo Governador, mas Estratégias da Meta 19:
mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal) 19.1 – Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que
17.7 – Criar mecanismos para que, até o final deste Pla- assegurem a transparência e o controle social, inclusive vi­
no, os profissionais da carreira Assistência à Educação que sando garantir a efetividade da aplicação de recursos na ma-
possuem o ensino médio e não possuem graduação em nível nutenção e no desenvolvimento do ensino, na utilização dos
superior tenham acesso à formação de nível superior na sua recursos públicos aplicados em educação, especialmente a
área de atuação ou em gestão escolar ou pública. (Vetado realização de audiências públicas, a criação de portais eletrô-
pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do nicos de transparência e a capacitação dos membros do Con-
Distrito Federal) selho de Educação e Escolar, do FUNDEB, de ali­mentação, do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT
META 18: Adequar, no prazo de 2 anos, os planos de e outros, e dos representantes educacionais em demais con-
carreira dos profissionais da educação do Distrito Federal, selhos de acompanhamento de políticas públicas.
me­diante os compromissos assumidos neste Plano, bem 19.2 – Ampliar os programas de apoio e formação aos
como nas referências nacionais para os planos de carreira conselheiros dos conselhos de acompanhamento e controle
dos profissionais da educação básica pública. social do FUNDEB, dos conselhos de alimentação escolar,
dos conselhos regionais e de outros, e aos representantes
Estratégias da Meta 18: educacionais em demais conselhos de acompanhamento de
18.1 – (Vetado). políticas públicas, garantindo a esses colegiados recursos
18.2 – (Vetado). financeiros, espaço físico adequado, equipamentos e meios
18.3 – Implantar, em consonância com a meta de incre- de transporte para visitas à rede escolar, com vistas ao bom
mento dos recursos públicos na educação pública, a gradati- desempenho de suas funções.
va relação professor-aluno por etapa, modalidade e tipo de 19.3 – Consolidar o Fórum Distrital de Educação com
estabelecimento de ensino (urbano e rural), considerando atribuições de proposição, acompanhamento e avaliação da
as seguintes diretrizes: educação no Distrito Federal, no sentido de reorientar as
a) educação infantil de 0 a 2 anos: 6 a 8 crianças por políticas educacionais e implementar o PNE e o PDE-DF, por
professor; meio da participação efetiva da sociedade civil.
b) educação infantil de 3 anos: até 15 crianças por pro- 19.4 – Criar, no prazo de 1 ano, a lei de responsabilida-
fessor; de educacional do Distrito Federal, com vistas a definir as
c) educação infantil de 4 a 5 anos: até 15 crianças por for­mas de controle das ações do chefe do Poder Executivo
professor; responsável pela gestão e pelo financiamento da educação,
d) anos iniciais: 20 estudantes por professor; visando ao cumprimento dos dispositivos legais referentes
e) anos finais: 25 estudantes por professor; à educação, e prever sanções administrativas análogas às
f) ensino médio: 30 estudantes por professor; da Lei de Responsabilidade Fiscal. (Vetado pelo Governador,
g) EJA – primeiro segmento: 15 estudantes; mas mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
h) EJA – segundo e terceiro segmentos: 30 estudantes. 19.5 – Constituir a Secretaria de Estado de Educação
18.4 – Franquear à Secretaria de Estado de Educação o como unidade executora orçamentária dos recursos da
ingresso no cadastro de prova nacional para concurso público educação.
de admissão de profissionais da educação básica pública do
Ministério da Educação. META 20: Ampliar o investimento público em educação
18.5 – Prever, nos planos de carreira dos profissionais da pública de forma a duplicar o atual percentual de investi­
educação, incentivos para qualificação profissional, inclusive mento em relação ao Produto Interno Bruto – PIB do Distri-
em pós-graduação. to Federal, assegurando ampliação gradual de 3,23% para
18.6 – Ofertar aos profissionais da educação básica e 6,12% (recursos do FCDF incluídos) até o fim deste Plano,
superior bolsas de pós-graduação à luz das regras estabele- tendo, ainda, como referência para o financiamento da edu-
cidas pela Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoas de cação o investimento per capita em todos os níveis, etapas e
Nível Superior – CAPES. modalidades de ensino com base no Custo Aluno Qualidade
18.7 – Considerar as especificidades socioculturais das Inicial, a ser definido em função da realidade social.
escolas do campo no provimento de cargos efetivos para
essas escolas. Estratégias da Meta 20:
18.8 – Constituir a negociação coletiva permanente com 20.1 – Elevar o orçamento da educação pública para os
os profissionais da educação para subsidiar a reestruturação seguintes patamares do PIB:
e a implementação dos planos de carreira.
Legislação sobre a UnDF

18.9 – Implantar, nas redes públicas de educação básica I – Receita orçamentária própria:
e superior, acompanhamento dos profissionais iniciantes,
supervisionados por equipe de profissionais experientes, a
fim de fundamentar, com base em avaliação documenta-
da, a decisão pela efetivação após o estágio probatório e
oferecer, durante esse período, curso de aprofundamento
de estudos na área de atuação do professor, com destaque
para os conteúdos a serem ensinados e as metodologias de II – Orçamento + FCDF:
ensino de cada disciplina.

META 19: Até um ano após a publicação deste Plano,


adequar a ele a Lei de Gestão Democrática e elaborar leis do
sistema distrital de educação e de responsabilidade educa-
cional, em consonância com as orientações nacionais.

40
20.2 – Aprovar, após ampla discussão em comissão espe- 20.15 – Elaborar, no primeiro ano de vigência deste PDE,
cial com a participação de todos os segmentos da sociedade o plano de investimento em manutenção e infraestrutura
civil, em no máximo 1 ano após a publicação deste Plano, a ser custeado com os recursos previstos na Meta 20.14.
a lei de responsabilidade educacional, no intuito de prote­
ger, adequadamente, o direito público e subjetivo de todo META 21: Garantir, já no primeiro ano de vigência deste
cidadão ao ensino público, obrigatório e gratuito, bem como Plano, 100% do atendimento escolar para todos os adoles­
para estimular, ainda mais, o controle social e a perspectiva centes que cumprem medida socioeducativa e internação
de elevação – o quanto antes – dos indicadores da qualidade cautelar, em consonância com os princípios dos direitos hu-
da educação. manos e com qualidade pedagógica.
20.3 – Definir, em 1 ano após a publicação deste Plano,
os parâmetros do CAQ que devem servir de referência para Estratégias da Meta 21:
as dotações orçamentárias do Distrito Federal, previstas na 21.1 – Implementar políticas de inclusão e permanência
proposta de financiamento do quadro acima. escolar para adolescentes e jovens que se encontrem cum­
20.4 – Promover a avaliação dos percentuais de investi- prindo medidas socioeducativas em meio aberto, fechado
mento em educação a cada 3 anos, no CONAE-DF, que devem e de internação cautelar, assegurando os princípios do Es-
ser revistos pelos Poderes Legislativo e Executivo, caso se tatuto da Criança e do Adolescente.
avalie necessário, para atender as necessidades financeiras 21.2 – Implementar proposta pedagógica específica para
do cumprimento das metas deste Plano. a socioeducação no Distrito Federal, em consonância com
20.5 – Garantir a continuidade da capitalização do fun- os princípios do Sistema Nacional de Atendimento Socioe-
do de previdência social dos servidores do Distrito Federal, ducativo – SINASE.
nos termos das Leis federais nº 9.717, de 27 de novembro 21.3 – Articular e garantir, intersetorialmente, pelas
de 1998, e nº 10.887, de 18 de junho de 2004, com vistas secretarias com atuação nas áreas de criança, educação,
a garantir os proventos aos servidores aposentados e seus assistên­cia social, segurança pública, justiça, assistência so-
familiares e a desonerar os recursos com manutenção e cial, além do Ministério Público e da Vara da Infância e da
desenvolvimento do ensino. (Vetado pelo Governador, mas Juventu­de, mecanismos de inserção, acompanhamento e
mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal) atendimento à educação básica no ensino fundamental e
20.6 – Garantir o aumento dos recursos vinculados à médio de todos os adolescentes em cumprimento de medi-
educação de 25% para no mínimo 30% da receita resultante das socioeducativas, em meio fechado e aberto, conforme
de impostos, compreendida a proveniente de transferências. demanda.
(Vetado pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legis- 21.4 – Garantir a equidade no atendimento escolar pres-
lativa do Distrito Federal) tado aos adolescentes em cumprimento de medidas socioe­
20.7 – Garantir, em articulação com o Tribunal de Con- ducativas, incluindo ações afirmativas e promoção do res-
tas do Distrito Federal – TCDF, a formação dos conselheiros peito à diversidade étnico-racial, no âmbito do atendimento
do FUNDEB, no Distrito Federal, para que tenham atuação socioeducativo, com o objetivo de erradicar as injustiças e
qualificada no acompanhamento, na avaliação e no controle
a exclusão social.
fiscal dos recursos, por meio de cursos permanentes, pro-
21.5 – Promover, intersetorialmente, a oferta de edu-
vendo-lhes suporte técnico contábil e jurídico, a fim de que
cação em tempo integral, por meio de atividades pedagó-
exerçam com maior autonomia e segurança as suas funções,
gicas, culturais e esportivas aos adolescentes em medida
sendo que a primeira formação deve ocorrer imediata­mente
de internação.
após a sua eleição.
21.6 – Promover estratégias de inclusão e acompanha-
20.8 – Tornar públicas e transparentes as receitas e
as despesas do total de recursos destinados à educação e mento escolar dos adolescentes em cumprimento de medi-
assegu­rar a efetiva fiscalização da aplicação desses recursos das socioeducativas, em meio aberto.
por meio dos conselhos civis, do Ministério Público/PROE- 21.7 – Criar condições para que todos os estudantes em
DUC e do TCDF. cumprimento de medida socioeducativa tenham acesso à
20.9 – Garantir fontes de financiamento permanentes e in­clusão digital, de forma pedagógica, respeitadas as limita-
sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da ções legais e as rotinas internas das unidades de internação.
educação básica, observando-se as políticas de colaboração 21.8 – Garantir a oferta de educação profissional em cur-
entre os entes federados, em especial as decorrentes da sos planejados de acordo com as características, as necessi­
Constituição Federal (art. 212 e art. 60, do Ato das Disposi- dades e os interesses dos adolescentes em cumprimento de
ções Constitucionais Transitórias). medidas socioeducativas, articulando-a intersetorialmente a
20.10 – Destinar à manutenção e ao desenvolvimento do programas de estágio e aprendizagem em formação.
ensino, em acréscimo aos recursos vinculados, nos termos do 21.9 – Garantir, em regime de colaboração entre a União
e o Distrito Federal, no prazo de até 2 anos de vigência deste
Legislação sobre a UnDF

art. 212 da Constituição Federal, na forma da lei específica,


a parcela da participação no resultado ou da compen­sação Plano, política distrital de formação continuada e em pós-
financeira pela exploração de petróleo e gás natural e outros -graduação (lato sensu e stricto sensu) aos profissionais da
recursos. educação atuantes na socioeducação.
20.11 – Definir o Custo Aluno Qualidade Inicial como 21.10 – Fomentar e garantir, intersetorialmente, ações
indicador prioritário para o financiamento de todas as etapas de acompanhamento e promoção da saúde dos profissionais
e modalidades da educação básica. da educação atuantes na socioeducação.
20.12 – Assegurar financiamento à educação para o en- 21.11 – Assegurar que a educação das relações étnico-
sino superior público distrital. -raciais e a educação patrimonial sejam contempladas con-
20.13 – Garantir recursos e implementar sistema de se- forme estabelecem o art. 26-A da LDB; o Parecer CNE/CP
gurança baseado em monitoramento de câmara e vídeos 003/2004 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
nas unidades da rede pública de ensino do Distrito Federal. ção das Relações Étnico-Raciais e para Ensino de História e
20.14 – Destinar 5% dos recursos previstos na Estratégia Cultura Afro-Brasileira e Africana; e a Lei nº 4.920, de 2012.
20.6 desta Meta à manutenção e à infraestrutura das insti­ 21.12 – Garantir a ação intersetorial dos profissionais
tuições de ensino. pedagogo, orientador educacional, psicólogo e assistente

41
social, para atuar nas unidades de ensino do sistema prisional financeira com os Estados, Distrito Federal e Municípios.
do Distrito Federal. A apresentação de dois planos nacionais de educação,
21.13 – Garantir o atendimento aos estudantes de altas um do governo e outro da sociedade civil, evidencia o está-
habilidades e necessidades especiais transitórias ou não nos gio de correlação de forças no campo educacional no Brasil
núcleos de ensino. do final dos anos 1990, materializado pelo acirramento do
ANEXO II conflito entre duas propostas de PNE, a da sociedade civil e
APRESENTAÇÃO, DADOS E DIAGNÓSTICO a do governo. A primeira caracterizou-se como democrá­tica
e de massas; a segunda, como liberal-corporativa.
Apresentação A sociedade brasileira, articulada na discussão das es-
tratégias exitosas de planejamento, ausentes do contexto
O Fórum Distrital de Educação – FDE é constituído por da educação nas décadas que antecederam à aprovação do
organizações e entidades da sociedade civil envolvidas com Plano Nacional de Educação, articulou-se para a realização de
a educação pública e pela Secretaria de Estado de Educação uma Conferência Nacional da Educação – CONAE. A primeira
do Distrito Federal. Cumprindo uma de suas principais atri- CONAE ocorreu em 2010, surgindo como um im­portante
buições, ou seja, a elaboração do Plano Distrital de Educação momento da conjuntura brasileira na implementação e
– PDE-DF para o decênio 2015-2024, o FDE, após fecundo consolidação de políticas públicas de democratização das
processo de construção coletiva, realizado em sucessivas ações do Estado.
reuniões, no período de 3 de novembro de 2013 a 15 de abril Como contribuição da CONAE, o Governo Federal enviou
de 2014, apresenta este documento, que deve ser ampla- ao Congresso o Projeto de Lei (PL 8.035/2010) para discus­
mente divulgado em todas as unidades escolares, submetido são do novo Plano Nacional de Educação, para o decênio
à apreciação de plenárias nas regionais de ensino, sistemati- 2011-2020.
zado para discussão-deliberação, na Conferên­cia Distrital de O Projeto de Lei nº 8.035, de 2010, foi aprovado em
Educação e, finalmente, enviado ao Secretário de Educação, junho de 2012, após tramitação na Câmara dos Deputados
para apreciação do Conselho de Educação do Distrito Federal por 18 meses, e chegou ao Senado em 25 de novembro de
– CEDF, para posterior encaminhamento ao Governador, que 2012, com a denominação de PLC 103, de 2012. Posterior­
o remeterá como Projeto de Lei para discussão e deliberação mente, o projeto retornou à Câmara dos Deputados para
da Câmara Legislativa do Distrito Federal – CLDF. novas deliberações, tendo sido definitivamente aprovado
A educação pública no Distrito Federal apresenta, desde em 3 de junho de 2014 e sancionado pela Presidenta Dilma
sua origem, práticas de gestão democrática que enfrentaram ainda em junho do ano passado. É a Lei federal nº 13.005,
inúmeras barreiras para sua institucionalização. Pode-se afir- de 25 de junho de 2014.
mar que, na Escola Julia Kubitschek, em 1957, encontra-se a Consta dessa Lei (art. 8º) a obrigatoriedade de os Muni-
primeira tentativa de democratização, quando da escolha da cípios, Estados e Distrito Federal elaborarem seus respecti-
direção pelo corpo docente. Posteriormente, expe­riências vos planos decenais de educação, garantindo a participação
mais consolidadas pela luta política possibilitaram a primeira dos profissionais da educação, familiares, estudantes e co­
eleição de direção de escolas no Distrito Federal, nos anos munidade local na elaboração ou adequação e implemen-
de 1985 e 1986, passando pelo I Congresso de Educação tação dos planos de educação.
do Distrito Federal, no 2º semestre de 1996, e que, agora, Assim, ainda antes da votação definitiva no Congresso
concretiza-se com a elaboração do I Plano Distrital de Edu- Nacional do Plano Nacional de Educação, o Distrito Fede-
cação – PDE-DF para o decênio de 2015-2024, com repre- ral, por iniciativa da Secretaria de Estado de Educação do
sentatividade social. Governo, e seguindo as orientações do Fórum Nacional de
A experiência ainda recente de planejamento educacio- Edu­cação, deu início às ações necessárias à construção de-
nal no Brasil, que remonta aos anos 30, do século passado, mocrática do Plano Distrital de Educação.
assume uma etapa importante para sua consolidação com Pela conquista da sociedade civil organizada e do gover-
uma proposta denominada “Plano Decenal de Educação para no, eleito para o período de 2011 a 2014, iniciaram-se, no ano
Todos – 1993-2003”. Esse plano referia-se apenas à educação de 2011, os encaminhamentos necessários à elaboração do
fundamental e, ainda que não tenha sido trans­formado em Plano Distrital de Educação para o período de 2015 a 2024.
lei, foi um passo importante na orientação das ações de Duas ações foram essenciais para o início desse processo:
planejamento educacional na esfera federal, sendo elemento I – A Lei de Gestão Democrática – Lei nº 4.751, de 7 de
motivador para as demais esferas de governo no enfrenta- fevereiro de 2012: na qual consta a realização da Conferên-
mento dos problemas da educação. Assim, o Ministério da cia Distrital de Educação, para debater o projeto do Plano
Educação reportou-se a esse documento na proposta de um Decenal de Educação do Distrito Federal, a ser encaminhado
Plano Nacional de Educação, ainda no primeiro semestre para apreciação do Poder Legislativo, nos termos do Plano
de 1997. Nacional de Educação, com a finalidade de definir objeti­vos,
Legislação sobre a UnDF

O Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei federal diretrizes e metas para a educação no Distrito Federal.
nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, com duração de 10 anos, II – O Fórum Distrital de Educação: instituído pela Portaria
ou seja, para o período de 2001 a 2010, estabeleceu em nº 115, de 31 de julho de 2012, publicada no DODF nº 153,
seu art. 2º que “o Distrito Federal e os Municípios deverão, 2 de agosto de 2012, que designa os integrantes do Fórum
com base no Plano Nacional de Educação, elaborar planos Distrital de Educação, nos termos do art. 9º da Lei nº 4.751,
decenais correspondentes”. de 2012. Cabe ao Fórum acompanhar e avaliar a implemen-
O art. 5º previa que os planos plurianuais da União, dos tação do Plano Distrital de Educação.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fossem elabora­ Visando à construção do PDE-DF, diferentes ações fo-
dos de modo a dar suporte às metas constantes do Plano ram deflagradas para suporte a sua elaboração, dentre elas
Nacional de Educação e dos respectivos planos decenais. No destacam-se:
período de 2001 a 2008, o plano é sistematicamente ava- a) O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de
liado, colocando em evidência o papel do Governo Federal Articulação com os sistemas de Ensino – SASE/Diretoria de
como articulador da política nacional de educação e como Cooperação e Planos de Educação – DICOPE, constituiu equi-
ente responsável pelas iniciativas de cooperação técnica e pes de apoio aos Estados, Distrito Federal e Municípios para

42
a elaboração dos planos decenais com a indicação de dois d) a melhoria da qualidade, com equidade, em todas as
Avaliadores Educacionais para o Distrito Federal. escolas públicas e particulares, garantindo a oferta pública
b) O Fórum Distrital constituiu uma Comissão Técnica em locais próximos às residências das crianças e adolescen-
para elaboração do Plano Distrital de Educação. tes, e promovendo a efetiva democratização das políticas de
c) A Secretaria de Estado de Educação constituiu uma gestão na escola e no sistema de ensino.
subcomissão para subsidiar a Comissão Técnica Distrital com­ Na sua elaboração, este PDE-DF preserva a visão sistêmi-
posta por representantes das coordenações pedagógicas da ca da educação, buscando articular as políticas educacionais
Subsecretaria de Educação Básica – SUBEB e da Subse­cretaria com as outras áreas de atendimento e formação dos cida-
de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação – SUPLAV. dãos (cultural, social e política), tendo em vista contemplar,
d) Os Avaliadores Educacionais organizaram uma ativi- além dos quatro eixos indicados acima:
dade de capacitação para a Comissão Técnica Distrital com a) a construção de currículos escolares direcionados às
a colaboração da SASE/DICOPE/MEC em articulação com a demandas dos estudantes, de suas comunidades e do mundo
coordenação do Fórum Distrital de Educação e com a Se­ do trabalho;
cretaria de Estado de Educação. b) a oferta massiva de educação integral, da creche ao
O Brasil vivencia um momento de mudanças significati- ensino médio, especialmente às crianças e adolescentes em
vas, pautadas no desenvolvimento econômico inclusivo, em situação de risco social ou que estejam cumprindo medidas
mais emprego e renda aos trabalhadores, menos desigual- socioeducativas;
dade e maior participação social nas decisões de governo. c) o respeito às diversidades étnica, cultural, sexual e
Esse cenário de transformação do País – ainda incom- de gênero;
pleto diante das históricas dívidas sociais – requer a máxi- d) a educação de jovens e adultos de forma integrada à
ma interação de esforços para direcionar o papel do Estado educação profissional;
para a promoção da cidadania e do desenvolvimento com
e) a gestão democrática nos sistemas de ensino e nas
igualdade para todos.
escolas;
Nesse sentido, este PDE-DF 2015-2024 consubstancia-
f) o sistema de avaliação capaz de inferir, não apenas as
-se, neste contexto, com a compreensão de que a educação
competências curriculares, mas o desenvolvimento humano
cumpre papel estratégico nas transformações da sociedade,
dos estudantes, à luz de uma compreensão diagnóstica e
desde que desenvolvida numa lógica libertária, democrá­tica,
propositiva para as políticas públicas e com amplo protago­
de amplo acesso e de respeito à pluralidade de ideias e às
nismo aos métodos próprios de cada escola.
diferenças, ou seja, garantindo o direito à educação públi-
ca, gratuita, democrática, laica e de qualidade socialmente Por fim, a participação social no processo de elaboração,
referenciada. implementação e avaliação periódica do Plano Decenal de
Este PDE-DF parte das referências mínimas apontadas Educação é de fundamental importância para legitimar essa
ainda no então Projeto do Plano Nacional de Educação – PNE, política pública, frente a seus principais atores: estudan­tes,
antes de sua conclusiva de votação no Congresso, mas tenta trabalhadores em educação, gestores públicos e privados e
superar as metas nacionais, uma vez que o Distrito Fe­deral comunidade escolar, constituindo-a em referência máxima
detém o maior PIB per capita do País e utiliza, também, como para as políticas e ações direcionadas às escolas públicas e
referência, os Objetivos do Milênio das Nações Unidas, que privadas.
preveem a universalização do acesso à educação básica. O presente documento compõe-se de quatro partes
Assim sendo, o Distrito Federal pauta a elaboração de intercomplementares, na lógica de um Plano de Educação
seu plano decenal na lógica da qualidade da educação social­ dece­nal, ou seja:
mente referenciada, consolidada na 1a Conferência Nacio- Parte I – Análise situacional da educação no Distrito
nal de Educação – CONAE, em 2010, comprometendo-se a Federal: expõe em dados-informações em série histórica e
eliminar os déficits escolares por meio da oferta de mais em resultados de relatórios de pesquisa, a partir de fontes
escola pública. Busca-se, assim, reduzir a transferência de disponíveis, uma compreensão ampla das demandas sociais
verbas públicas para a rede particular conveniada ou não por Educação Básica e Superior no Distrito Federal e a sua
conveniada, como tem ocorrido em algumas subetapas e oferta pública e privada.
modalidades de ensino. Parte II – Marco legal e conceitual do PDE-DF: refere-
Seguindo esta direção, a construção do PDE-DF pauta-se -se à legislação vigente e a outros instrumentos normativos
em quatro eixos, quais sejam: fede­rais e distritais e a conceitos norteadores do PDE-DF.
a) a universalização do acesso às matrículas obrigatórias Parte III – Diagnósticos para a elaboração das Metas e Es-
até 2016 (de 4 a 17 anos de idade), garantindo a inclusão tratégias do PDE-DF: apresenta o diagnóstico para a formula­
escolar dos que não tiveram acesso na idade própria, no ção de metas e correspondentes estratégias, para o período
Legislação sobre a UnDF

campo, nas cidades e nos presídios, assim como o aumento de dez anos, 2015-2024, à semelhança do Plano Nacional de
substancial da oferta em creches; Educação (PL 8.035, de 2010), com a inovação de proposição
b) o financiamento compatível para a escola pública, na de metas intermediárias, mantendo as particularida­des do
perspectiva de se atingir o dobro do percentual hoje investi- Distrito Federal, expressas nas Partes I e II deste PDE-DF.
do na educação pelo GDF, com relação ao seu PIB e a conse- Por razões de técnica legislativa, as metas e estratégias
quente implantação do referencial de Custo Aluno Qualida­de integram o Anexo I da Lei do Plano Distrital de Educação –
– CAQ, proposto pelo Parecer nº 8, de 2010 da Câmara de PDE-DF.
Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, o qual Parte IV – Avaliação e Monitoramento do PDE-DF: expõe
indica os insumos indispensáveis para o atendimento escolar o propósito de definição de um sistema de avaliação e mo-
em cada etapa e modalidade do nível básico; nitoramento pelo Fórum Distrital de Educação, ampliando
c) a valorização dos trabalhadores escolares, por meio a participação social com a realização de Conferências Dis-
de salário e carreira dignos e atraentes, formação inicial e tritais trienais e subsidiando, permanentemente, o sistema
continuada para as áreas específicas de atuação na escola, educacional do Distrito Federal com o aperfeiçoamento de
além de condições de trabalho apropriadas nas escolas; indicadores sociais e educacionais intersetoriais.

43
PARTE I idade-série dentro do grupo de 6 a 14 anos, e com 93,1%
Análise Situacional da Educação no Distrito Federal de taxa líquida, que corresponde ao total da popula­ção da
respectiva faixa etária matriculada na série-ano equivalente.
A elaboração de um plano de educação decenal requer,
além da definição do conceito de qualidade a perseguir, a Quadro 1: Taxa de frequência bruta a estabelecimentos de
mensuração da efetiva demanda socioeducacional sobre ensino da população residente, por grupos de idade – 2012 (%):
a qual as políticas públicas deverão se pautar ao longo da
década.
É fato que os grandes gargalos das políticas públicas
do Distrito Federal encontram-se na educação, na saúde e
na segurança, além dos impasses fundiários, e só um forte
compromisso público será capaz de reverter essa situação
de precariedade, que afeta, em especial, a população em si- No caso do ensino médio, a taxa líquida (quadro 3) é bem
tuação de pobreza e em territórios de vulnerabilidade social. inferior à do ensino fundamental, sobretudo em razão da
Além da elevação do analfabetismo, nos últimos anos, em alta distorção idade-série, que represa os estudantes nesta
função do fluxo migratório, o desemprego no Distrito Fe­deral etapa, e do abandono da escola pelos jovens por razões de
é mais que o dobro verificado no País (12% em 2013), e os trabalho, entre outras.
homicídios envolvendo jovens entre 15 e 29 anos superam Já, no ensino fundamental, a mesma taxa líquida não
em mais de 13% a média nacional. é muito superior à nacional, e uma das razões é a entrada
Fruto de dispositivo constitucional, a Região Integrada tardia das crianças de 6 anos no ensino fundamental, aliada
de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE- à alta repetência nesta etapa do ensino, como será visto
-DF, criada pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro mais à frente.
de 1998, e regulamentada pelo Decreto nº 2.710, de 4 de
agosto de 1998, alterado pelo Decreto nº 3.445, de 4 de maio Quadro 2: Taxa de frequência líquida a estabelecimentos de
ensino da população residente, por grupos de idade – 2012 (%):
de 2000, e pelo Decreto nº 7.469, de 5 de maio de 2011, é
constituída pelo Distrito Federal, 18 Municípios de Goiás e
3 de Minas Gerais e ocupa uma área de 58.643 km2, com
população geral de 3.717.728 habitantes.
Consideram-se de interesse da RIDE os serviços públicos
comuns ao Distrito Federal, aos Estados de Goiás, de Minas
Gerais e aos Municípios que a integram, relacionados com
infraestrutura, geração de empregos e capacitação profis­ Contudo, o ponto crucial da frequência escolar no Distri-
sional, saúde, assistência social, cultura e educação, dentre to Federal concentra-se na creche. O percentual de atendi­
outras. mento na educação infantil é praticamente o mesmo do
A influência do Distrito Federal sobre essa RIDE apresen- nacional, o que merecerá esforço redobrado do GDF, no
ta-se de forma diferenciada e nem sempre positiva, caracte­ sentido de mapear a demanda e de construir novos prédios
rizando-se pelo núcleo de alta concentração de riqueza do escolares próximos às residências das crianças.
País, cercado de Municípios com baixo grau de desenvol­
vimento e pouca capacidade de atração de investimentos. Quadro 3: Matrículas finais na educação infantil do
Assim, essa área de influência – polarizada pela Capital – Distrito Federal (redes pública e privada):
precisa desenvolver-se de modo a reduzir os fluxos inten-
sos com o Distrito Federal e desenvolver ações integradas
e intersetoriais com o objetivo de reduzir as desigualdades
de nível de vida entre as regiões e promoção da equidade
no acesso a oportunidades de desenvolvimento. O PDE-DF
deve incorporar esses objetivos e servir de instrumento que
oriente os programas e ações de educação como vetor do
desenvolvimento regional.
Sobre o diagnóstico propriamente, algumas informações
encontram-se disponíveis nos censos demográfico e escolar
do IBGE e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-
Legislação sobre a UnDF

cacionais – INEP, respectivamente. Outras foram recolhidas


na base de dados da Secretaria de Estado de Educação e Merece atenção, na análise sobre a oferta de creche, a
na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD/ insignificante presença do Poder Público, tanto na quanti-
CODEPLAN. dade como na qualidade, por meio de creches em tempo
Do ponto de vista da população e da abrangência e rendi- integral, deixando à iniciativa privada, particular ou na forma
mento do sistema educacional do Distrito Federal, os dados conveniada, o quase total atendimento das crianças matricu-
revelam situações favoráveis e promissoras em relação à uni- ladas nessa subetapa. Essa desresponsabilização do Esta­do
versalização do acesso das crianças e jovens de 4 a 17 anos, na oferta pública é histórica e cresce ano a ano, conforme
até 2016, conforme determinou a Emenda Constitucional nº demonstrado no quadro 4.
59, de 2009, exceto na faixa dos 4 e 5 anos, cor­respondente No que tange ao cumprimento das metas do PNE para
à pré-escola, que acompanha as dificuldades das matrículas as etapas infantil, fundamental e médio, o quadro 5 expõe
em creches. as projeções das taxas brutas para o atendimento escolar,
A faixa de idade do ensino fundamental conta com 98,8% dentro dos limites temporais definidos pela Lei Nacional,
de frequência bruta na escola, a qual considera as distor­ções sem considerar as distorções idade-série.

44
Quadro 4: Estimativa para cumprimento mínimo das metas do Quadro 7: Pessoas de 25 anos ou mais de idade,
PNE, no Distrito Federal, com incremento das matrículas em por grupos de anos de estudo – 2012:
relação à faixa etária correspondente:

O Distrito Federal recebeu o certificado de Território Livre


do Analfabetismo em 2014 em função de 96,5% de jovens,
adultos e idosos trabalhadores estarem alfabetizados. A con-
Já as modalidades de educação especial, de jovens e quista teve forte participação dos movimentos sociais locais.
adultos, além da educação profissional, relativas às metas Entretanto, é preciso organizar ações do Distrito Federal, no
4, 8 e 11 do PNE, encontram-se todas abaixo da demanda sentido de reverter essa condição anacrônica com o presente
potencial no Distrito Federal. momento histórico, em especial, com o patamar de riqueza
No tocante à educação especial, estima-se que o Dis- do País e do Distrito Federal. De acordo com dados do censo
trito Federal possua cerca de 60 mil pessoas entre 4 e 17 demográfico do IBGE/2010, são 68.114 pessoas de 15 anos
anos com algum tipo de deficiência congênita, porém as ou mais que não sabem ler ou escrever, determinando uma
matrículas nas redes pública e privada não alcançam 25% taxa de analfabetismo no Distrito Federal de 3,5%, com maior
da demanda, já considerados os alunos especiais inclusos concentração na zona rural (8,7%).
Conforme demonstrado no quadro 9, as maiores inci-
nas escolas regulares.
dências de analfabetismo no Distrito Federal estão nos gru-
Na EJA, é preciso levar em consideração a população que pos etários de 60 anos, seguidos do grupo de 30 a 59, que
não concluiu a educação básica no Distrito Federal – cerca de representa o maior contingente da população economica­
1,79 milhão de pessoas com 15 anos ou mais de idade (40% mente ativa.
da população). Entretanto, as atuais matrículas al­cançam
apenas 4,5% desse contingente. Quadro 8: Percentual de analfabetos por faixa etária:
O Distrito Federal conta com oferta própria de educação Brasil e Distrito Federal (%):
profissional na rede pública distrital e, a partir de 2011,
conta com novos campi do Instituto Federal de Educação, Idade 2011 2012
Ciência e Tecnologia – IFB, o que contribuiu para o aumen- 15 a 17 anos 1,2 1,0
to das ma­trículas nessa modalidade. No entanto, à luz do 18 a 29 anos 2,2 2,1
contingente de jovens e adultos afastados da escola, e, Brasil
30 a 59 anos 7,9 7,9
dada a necessi­dade de constante formação para a vida e
60 anos ou mais 24,8 24,4
para o mundo do trabalho, é de se esperar maior oferta
de matrículas da rede pública do Distrito Federal, de for- 15 a 17 anos 0,8 0,8
ma integrada ao ensino médio e à educação de jovens, 18 a 29 anos 0,3 0,5
Distrito 30 a 59 anos 2,9 2,8
adultos e idosos trabalhadores, para que essa importante
Federal
área contribua com o processo de inclusão sociopolítica, 60 anos ou mais 13,5 14
com mais gestão coletiva do trabalho, emprego e renda à Fonte: PNAD/2011 e 2012-IBGE.
população, contribuindo para o aumento da qualidade de
vida no Distrito Federal. Quadro 9: População e indicadores educacionais de
regiões administrativas do Distrito Federal – ano 2013:
Quadro 5: Matrículas em modalidades de ensino no Distrito Federal:
Legislação sobre a UnDF

Quadro 6: Distribuição percentual de adolescentes e jovens de 15 a


29 anos de idade, por grupos de idade e tipo de atividade – 2012:

45
A inclusão escolar com qualidade no Distrito Federal – Sobre a qualidade física das escolas, em maio de 2011,
não apenas para quem tem entre 4 e 17 anos, mas também o Tribunal de Contas do Distrito Federal – TCDF enviou à
para os que não tiveram acesso à educação básica na idade Secretaria de Estado de Educação a Informação nº 18, de
apropriada – precisa ser feita à luz das demandas reais de 2011-AUDIP/5ª, referente à auditoria operacional do órgão
cada região administrativa, levando-se em consideração a com o objetivo de avaliar a qualidade das instalações físicas
população e a demanda potencial por cada etapa e modali- das escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal.
dade ainda não atendidas. Após consulta à comunidade escolar e inspeção in locu,
Os quadros 10 e 11 apresentam, sinteticamente, as infor- rural e urbana, o TCDF concluiu que a Secretaria prestava
mações educacionais territorializadas do perfil populacional serviços de manutenção e conservação insuficientes, com
por escolaridade e a oferta pública de educação do DF, que 87,4% das escolas com necessidade de reparos moderada ou
serviu de base para elaboração das metas do PDE-DF. grande. A análise dos resultados apresentados, juntamente
com os das auditorias anteriores, demonstrou que “a situa-
Quadro 10: Matrículas iniciais por etapa-modalidade do ensino, ção encontrada no início de 2007 permaneceu praticamente
por região administrativa (rede pública distrital) – 2013 inalterada até a avaliação do início de 2008, apresentou leve
melhora em 2009, piora no início de 2010 e piora ainda maior
no início de 2011” (Relatório TCDF, 2011, p.47).
A maioria das escolas públicas do Distrito Federal não
contava com instalações compatíveis com as atividades
exigidas pelo nível de ensino ou modalidade de educação
oferecidos, comprometendo a integridade física da comu-
nidade escolar. O TCDF determinou à Secretaria de Estado
de Educação providências, já que, durante os cinco últimos
anos (2005-2010), não foram empreendidas as medidas
necessárias para tanto, o que levou a agravar ainda mais a
situação das instalações físicas, já considerada desde 2007,
como insatisfatória.
A partir de 2011, envidaram-se esforços no sentido de ini-
ciar processo de reversão desse quadro e realizaram-se obras
de manutenção, de pequeno, médio e grande porte, além
da reconstrução total e construção de onze novas escolas.
Pode-se afirmar que faltam escolas, sobretudo de educa-
ção infantil e de ensino médio integrado à educação profis-
sional e à EJA integrada à educação profissional. As escolas
existentes ainda carecem de urgentes reformas para dispor
de melhores condições de aprendizagem aos estudantes e
de trabalho aos educadores, sobretudo na perspectiva da
expansão da escola integral e de tempo integral.
No Distrito Federal, a quantidade atual de escolas está
disposta no quadro 12 e, pelo menos 60% delas, além da
metade das que serão construídas em atendimento às metas
do PDE–DF, deverão se preparar para atender aos alunos
em tempo integral.
As informações sobre o rendimento dos estudantes
servem não apenas para avaliar o desempenho individual
discente, mas também para verificar a eficiência da rede de
ensino, que tende a manter altas taxas de distorção idade-
-série e de interrupção do percurso escolar (abandono),
quando apresenta níveis elevados de reprovação. E essa é
uma realidade bastante preocupante no Distrito Federal,
conforme se verifica nos quadros 13 e 14.

Quadro 11: Escolas públicas distritais


por modalidade de ensino – 2012:
Legislação sobre a UnDF

Fontes: Censo escolar 2013, MEC/INEP e Secretaria de Estado de Edu-


cação – Subsecretaria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação
Educacional – Coordenação de Informações Educacionais – Gerência de
Disseminação das Informações Estatísticas Educacionais.

46
Os Quadros 12 e 13 demonstram que a reprovação está
alta nas principais etapas da educação básica do Distrito
Federal, fato que tem estimulado a interrupção do percurso
escolar (evasão), especialmente entre os jovens do ensino
médio.
As condições sociais e de acesso e de permanência dos
estudantes à escola explicam o contraste nos percentuais
de distorção idade-série entre as redes pública e privada.
E essas são razões para que o PDE-DF oriente políticas de
apoio social, além de alternativas pedagógicas e de oferta
preferencial de educação integral em tempo integral, em
determinadas regiões, a fim de enfrentar a repetência, os
percursos escolares diferenciados (evasão) e as distorções
idade-série na rede pública.

Quadro 14: Taxa de distorção idade-série no


Distrito Federal, por rede de ensino:

Fontes: Sinopses educacionais, INEP/MEC e Secretaria de Estado de Edu-


cação – Subsecretaria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação
Educacional – Coordenação de Informações Educacionais – Gerência de
Disseminação das Informações Estatísticas Educacionais.

Os quadros 15 e 16 indicam com clareza as principais


Quadro 12: Rendimento escolar no ensino fundamental do incidências do fenômeno distorção idade-série no Ensino
Distrito Federal (rede pública) – 2010/2012:
Fundamental e Médio. No sexto e sétimo anos do ensino
fundamental, são detectados picos de distorção de 36,24%
e 32,89%, respectivamente, e, no ensino médio, chegou-se
a 42,14%, no 1º ano, em decorrência da retenção ocorrida
na etapa anterior.

Quadro 15: Defasagem idade-série nas séries-anos do ensino


fundamental da rede pública do Distrito Federal – 2013
(principais incidências):

Fonte: Secretaria de Estado de Educação – Subsecretaria de Planeja-


mento, Acompanhamento e Avaliação Educacional – Coordenação de
Informações Educacionais – Gerência de Disseminação das Informações
Estatísticas Educacionais.

Quadro 13: Rendimento escolar no ensino médio do DF


(rede pública) – 2010/2012:
Legislação sobre a UnDF

Fonte: Secretaria de Estado de Educação – Subsecretaria de Planeja-


mento, Acompanhamento e Avaliação Educacional – Coordenação de
Informações Educacionais – Gerência de Disseminação das Informações
Estatísticas Educacionais.

A taxa de distorção idade-série indica o percentual de


estudantes com idade superior à recomendada, em cada
nível de ensino. A defasagem de 2 anos ou mais é conside-
rada um grave problema para a rede de ensino, pois acaba
motivando a interrupção de percurso escolar (evasão). Nesse
sentido, faz-se necessário rever as políticas pedagógicas e Fonte: Secretaria de Estado de Educação – Subsecretaria de Planeja-
de abordagem do problema no Distrito Federal, rompendo mento, Acompanhamento e Avaliação Educacional – Coordenação de
Informações Educacionais – Gerência de Disseminação das Informações
a estrutura seriada de organização escolar. Estatísticas Educacionais.

47
Quadro 16: Defasagem idade-série nas séries-anos do ensino médio nacionais de educação, integrando e coordenando
da rede pública do Distrito Federal – 2013 (principais incidências): as suas ações e as dos seus Municípios.

A Lei Orgânica do Distrito Federal previa um plano qua-


drienal de educação. Após a Emenda à Lei Orgânica nº 82,
de 2014, de iniciativa da então Deputada Arlete Sampaio,
ela passou a prever o plano decenal, nos termos seguintes:

Art. 245. A lei deve estabelecer o plano de educação


do Distrito Federal, de duração decenal, na forma
do art. 214 da Constituição Federal.
§ 1º A proposta do plano de educação do Distrito Fe-
deral é elaborada pelo Poder Executivo esubmetida
à apreciação da Câmara Legislativa até 30 de abril
do último ano de sua vigência, e é devolvida para
Fonte: Secretaria de Estado de Educação – Subsecretaria de Planeja- sanção até 15 de agosto do mesmo ano.
mento, Acompanhamento e Avaliação Educacional – Coordenação de § 2º O plano de educação decenal do Distrito Fe-
Informações Educacionais – Gerência de Disseminação das Informações deral pode ser revisto para se adequar ao Plano
Estatísticas Educacionais. Nacional de Educação – PNE em até 1 ano, contado
da publicação do PNE.
PARTE II
MARCO LEGAL DO PLANO Quanto ao aspecto procedimental, o art. 8º da Lei federal
DISTRITAL DE EDUCAÇÃO – PDE nº 13.005, de 2014, estabelece prazo máximo de um ano, a
contar de sua vigência, para a aprovação dos planos das ou-
Em 20 de dezembro de 2010, o Poder Executivo Federal tras esferas administrativas. Daí a importância da antecipa­
enviou ao Congresso Nacional a proposta de PNE, que, após ção do debate no Fórum Distrital de Educação, que se fez
o debate e aprovação pelo Congresso Nacional, transformou- o mais democrático possível, a fim de legitimar a proposta
-se na Lei federal nº 13.003, de 2014. da sociedade organizada do Distrito Federal para o PDE-DF,
A previsão legal do PNE encontra-se na Constituição Fe­ em prazo quase concomitante com a Lei Nacional do PNE.
deral (art. 214), em redação dada pela Emenda Constitucio- O prazo para elaboração do Plano Distrital de Educação,
nal nº 59, de 2009, a mesma que ampliou o ensino regular
portanto, vence em 26 de junho de 2015, uma vez que a Lei
obrigatório no País e que pôs fim à incidência da Desvincu-
federal nº 13.005, de 2014, foi publicada no Diário Oficial
lação de Receitas da União –DRU na educação.
da União, de 26 de junho de 2014.
Diz o art. 214 da Constituição:
Sobre o conteúdo, conforme destacado inicialmente, e
diante do novo comando constitucional da EC nº 59, de 2009,
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de
o PDE-DF deve inserir-se em um contexto:
duração decenal, com o objetivo de articular o siste-
a) de ampliação de direitos;
ma nacional de educação em regime de colaboração
b) de visão sistêmica da educação;
e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias
de implementação para assegurar a manutenção e c) de aprofundamento da colaboração entre os entes
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, federados (Sistema Nacional de Educação);
etapas e modalidades por meio de ações integradas d) de garantia de recursos suficientes do Produto Interno
dos poderes públicos das diferentes esferas federa- Bruto – PIB para a oferta pública, universal e de qualidade
tivas que conduzam a: da educação.
I – erradicação do analfabetismo; Essas orientações, apesar de contrastarem àquelas em-
II – universalização do atendimento escolar; pregadas na Lei federal nº 10.172, de 2001 (antigo PNE),
III – melhoria da qualidade do ensino; na qual prevaleceu a fragmentação dos níveis e etapas de
IV – formação para o trabalho; ensino, ainda carecem de uma perspectiva conceitual de
V – promoção humanística, científica e tecnológica qualidade, que caberá ao novo PNE e aos planos estaduais,
do País. distrital e municipais definir em suas legislações próprias.
VI – estabelecimento de meta de aplicação de re-
cursos públicos em educação como proporção do Qualidade da educação: conceito em disputa na sociedade
produto interno bruto.
Tendo em vista que o Plano Nacional de Educação não
Legislação sobre a UnDF

Já o art. 9º da Lei Federal nº 9.394, de 1996 (Lei de Diretri- optou integralmente pelas orientações da CONAE 2010, man­
zes e Bases da Educação – LDB), aponta a competência do PNE: têm-se em disputa no País dois projetos sobre o conceito de
qualidade da educação. De um lado, a qualidade social­mente
A União incumbir-se-á de: referenciada, defendida pela CONAE, na qual a educação é
I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em co- um direito subjetivo de todos, devendo voltar-se à formação
laboração com os Estados, o Distrito Federal e os integral do cidadão e ao desenvolvimento com inclusão so-
Municípios. cial e sustentabilidade; de outro, a qualidade total, cunhada
do mundo empresarial, fundamentada na teoria do capital
O Plano Distrital de Educação – PDE-DF, por sua vez, humano e sob a perspectiva meritocrática e competitiva em
provém do preceito do art. 10, III, da LDB, expresso da se- que o objetivo central da escola limita-se a atender às exi-
guinte forma: gências do mercado.
As políticas públicas estruturantes da educação, por sua
Os Estados incumbir-se-ão de: vez, derivam do conceito de qualidade e expressam, por
III – elaborar e executar políticas e planos educa- conse­quência, os antagonismos dos dois projetos em dis-
cionais, em consonância com as diretrizes e planos puta: o social e o empresarial.

48
Na questão do currículo, percebe-se que a base nacional, essência humana (cultu­ral e filosófica), os quais con­dicionam
orientada pelo Ministério da Educação e seguida pelos sis­ os sistemas de ensino a priorizarem currículos de competên-
temas de ensino, tem pautado com maior ênfase as compe- cias, desprezando fatores da qualidade social.
tências, introduzidas no Brasil pela reforma neoliberal dos O Brasil possui a triste tradição de transformar muitas
anos 1990, na qual o conhecimento é “medido” pelas qua- de suas leis em “letra morta” e preocupa o fato de o PNE
lidades, capacidades e aptidões do sujeito, com o objetivo não ter contemplado, na Lei federal nº 13.005, de 2014, a
de realizar tarefas em um determinado contexto, ou seja, responsabilização dos gestores que deixarem de cumprir os
a visão do mercado tem prevalecido frente a um currículo preceitos legais da educação. Isso enfraquece sobremaneira
questionador, criativo e amparado na realidade do sujeito o controle social sobre as políticas educacionais, de modo
social (histórico), a exemplo do que ensinou Paulo Freire. que o Executivo Federal, a fim de suprir essa carência, enviou
Sobre o financiamento, os planos decenais de educação ao Congresso o Projeto de Lei nº 8.039, de 2010, visan­do
devem orientar as leis orçamentárias dos Poderes Executivos criar a Lei de Responsabilidade Educacional. Mas, indepen-
e não o contrário, como ocorre de praxe. Assim, para que os dentemente da tramitação da mencionada proposição no
planos alcancem suas metas, é preciso assegurar recursos Congresso, o PDE-DF deve indicar a formulação de lei própria
financeiros na medida efetivamente necessária, invertendo de Responsabilidade Educacional no Distrito Federal, a fim
a lógica atual, que condiciona o investimento na educação às de tornar nosso ente federativo o pioneiro nessa política
limitações das verbas disponíveis “no caixa” dos governos. de extrema importância para a gestão da educação pública.
Nesse sentido, a instituição do Custo Aluno-Qualidade –
Garantia do direito à educação de qualidade para todos:
CAQ, conceito previsto na Constituição Federal e na Lei de
Pressuposto central do PDE-DF
Diretrizes e Bases da Educação (LDB, art. 4º, IX) para apontar
os investimentos necessários em cada etapa e modalida­de Mesmo apresentando indicadores educacionais acima da
de ensino, torna-se primordial para orientar os orçamentos média nacional, fruto de muita luta da sociedade organiza­da,
públicos diante das metas dos planos educacionais. É essen- o Distrito Federal, ao longo de sua história, tem negligenciado
cial e factível que o CAQ/DF seja calculado e implementado, o acesso de milhares de pessoas à escola pública de qualidade
devendo sua concepção pautar-se no Parecer CNE/CEB nº 8, e, ainda hoje, detém uma das piores taxas de atendimento
de 2010, do Conselho Nacional de Educação, considerando em creche entre os entes da federação com população equi-
as especificidades do Distrito Federal. valente e, muitas vezes, com receita tributária mais modesta.
A gestão democrática é um princípio caro aos educa- A maior renda per capita do País (R$ 63.020,00 contra
dores, não devendo constar dos planos de educação como R$ 24.065,00 da média nacional,em 2013) não esconde desi­
concessão do Estado, mas, sim, como direito da sociedade gualdades socioeconômicas e educacionais cruéis e anacrô-
e das escolas. Dessa forma, será preciso que os planos de nicas entre as regiões administrativas, o que requer maior
educação façam distinção entre os conceitos de escola públi- organicidade das políticas públicas, com mais interação entre
ca, voltada para a sociedade, que a financia e deve ge­ri-la, e as áreas sociais e o Governo Federal, que dispõe de pro­
escola estatal, na qual o Poder Público detém a prerrogativa gramas de renda e de acesso e permanência às diferentes
de gestão, porém nem sempre democrática. Isso necessita etapas e modalidades da educação básica, as quais devem
ser mudado, conforme já apontou a Lei nº 4.751, de 2012. integrar cada vez mais as ações de planejamento da Secre-
Também não se faz educação de qualidade sem valori- taria de Estado de Educação, à luz do PDE-DF.
zação profissional. A Lei do Piso SalarialProfissional Nacional Por outro lado, a taxa migratória no Distrito Federal cons-
(Lei federal nº 11.738, de 2008), apesar de ter sido aprovada titui um desafio para as políticas de inclusão social, em espe­
por unanimidade no Congresso Nacional e, posteriormente, cial, na educação, uma vez que mantém ritmo de crescimen-
julgada integralmente constitucional pelo Supremo Tribunal to acima da média nacional. A atualização das projeções do
Fe­deral – STF, ainda é descumprida por muitos gestores pú- IBGE sobre o crescimento da população do Distrito Federal,
blicos, que insistem em não reconhecer seus conceitos que para a próxima década, revela que o fluxo de migração para
conjugam, indissociavelmente, o salário (na forma de venci- a Capital Federal continuará expressivo, com consequente
mento inicial de carreira), a formação (por nível de habilita- incremento na taxa vegetativa. Os dados da tabela abaixo
ção) e a jornada (com, no mínimo, 1/3 de hora-ativi­dade). No reforçam a necessidade de políticas urgentes e intensivas
Distrito Federal, a Lei do Piso é cumprida integralmente, mas por parte do GDF, a fim de garantir os preceitos legais de
persiste o desafio da valorização da carreira do magistério atendimento das atuais e futuras gerações de estudantes:
frente a outros servidores com mesmo nível de escolaridade. Quadro 17: Projeção para o crescimento
Outra dimensão da valorização profissional diz respeito à da população do Distrito Federal:
sólida formação dos profissionais da educação, a qual requer
o compromisso do Estado em ofertá-la em caráter inicial e
continuado a todos os educadores. É necessário assegurar
Legislação sobre a UnDF

à categoria amplo acesso à pós-graduação ao término da


década, sendo esse um dos referenciais para o PDE-DF, a
ser tratado também no Plano de Remuneração da Carreira
de Magistério Público e do Fórum Distrital de Formação de
Professores.
A avaliação da educação e dos planos decenais requer
conceito diverso ao posto em prática, em escala mundial,
sob a orientação anacrônica do Banco Mundial e outros or-
ganismos multilaterais, que privilegia conteúdos mínimos
vol­tados às exigências do mercado e se expressa em rankings
entre Nações ou Estados e Municípios de um mesmo País. É
preciso inovar nas concepções pedagógicas, deixando para
trás métodos cartesianos e economicistas, que insistem em Fonte: IBGE: Taxas extraídas de estimativas da população do Distrito
empregar fórmulas exatas à educação, desconsiderando sua Federal, revisões de 2008 e 2013.

49
Em 2013, o IBGE estimou a população do Distrito Federal ao art. 214 da Constituição Federal, já transcrito anterior-
em 2.789.761 pessoas, das quais, com base na distribuição mente, que vincula percentual do PIB para ser investido na
censitária de 2010, apontam as seguintes projeções por fai- educação e elenca os principais objetivos do Plano Nacional
xas etárias: de Educação, aos quais se somam as diretrizes previstas no
a) 164.537 de 0 a 3 anos; art. 2º Lei federal nº 13.005, de 2014:
b) 80.989 de 4 a 5 anos;
c) 379.794 de 6 a 14 anos; Art. 2º São diretrizes do PNE:
d) 131.602 de 15 a 17 anos. I – erradicação do analfabetismo;
Do ponto de vista legal sobre o acesso, a permanência II – universalização do atendimento escolar;
e a aprendizagem nas escolas, o Distrito Federal é a única III – superaçãoo das desigualdades educacionais, com
uni­dade da federação que acumula a prerrogativa de Estado ênfase na promoção da cidadania e na erradicação
e de Município (CF, art. 32, § 1º) e, conforme determinam de todas as formas de discriminação;
o art. 211 da Constituição Federal e os arts. 9º ao 11 da IV – melhoria da qualidade da educação;
LDB, compete ao ele ofertar educação pública da creche ao V – formação para o trabalho e para a cidadania,
ensino médio, inclusive nas modalidades da educação de com ênfase nos valores morais e éticos em que se
jovens e adultos, da educação profissional e tecnológica e funda­menta a sociedade;
da educação especial. VI – promoção do princípio da gestão democrática
Para fins de financiamento dessa demanda específica e da educação pública;
das demais políticas públicas, o Distrito Federal conta com VII – promoção humanística, científica, cultural e
a prerrogativa de instituir todas as receitas tributárias de tecnológica do País;
Estados e Municípios, sendo, também, receptor das transfe­ VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recur-
rências constitucionais oriundas da União, como o Fundo de sos públicos em educação como proporção do Pro-
Participação dos Estados – FPE e o Fundo de Participação dos duto Interno Bruto PIB, que assegure atendimento às
Municípios – FPM e o Fundo Constitucional regido pela Lei necessidades de expansão, com padrão de qualidade
federal nº 10.633, de 27 de dezembro de 2002, que destina e equidade;
parte das receitas para a educação pública. De acordo com IX – valorização dos profissionais da educação;
a Constituição Federal (art. 212, § 3º), pelo menos 25% das X – promoção dos princípios do respeito aos direi-
receitas resultantes de impostos do Distrito Federal e das tos humanos, à diversidade e à sustentabilidade
transferências que recebe da União devem ser aplicadas na socioam­biental.
manutenção e desenvolvimento do ensino.
Já as linhas mestras da legislação brasileira, que assegu- Estrutura do PNE e limitações a serem superadas pelo Plano
ram a educação pública como direito subjetivo de toda pes- Distrital de Educação
soa, estão esculpidas na Constituição Federal, especialmente
nos arts. 205, 206, 208, 211, 212 e 214, além do art. 60 do A Lei federal 13.005, de 2014, possui uma parte geral com
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. diretrizes e orientações para os planos de educação de Esta-
No contexto do acesso e da permanência dos estudantes dos, Distrito Federal e Municípios. Isso quer dizer que nenhum
na escola, merecem destaque as alterações promovidas pe- ente público pode condicionar seus esforços abaixo das metas
las Emendas Constitucionais nº 53, de 2006, e 59, de 2009, estabelecidas no PNE, as quais, em número de 20, constituem
uma vez que constituem importantes bases para a elabora- o Anexo da referida Lei e não seguem as subdivisões por níveis,
ção do PDE-DF: modalidades e etapas de ensino, como no plano anterior (Lei
federal nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001).
Art.  208. O dever do Estado com a educação será
Se, por um lado, a estrutura atual do PNE inova na con-
efetivado mediante a garantia de:
cepção sistêmica da educação; de outro, torna necessário
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos
um controle mais abrangente e minucioso sobre o atendi-
17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
mento quantitativo e qualitativo das matrículas escolares,
gratui­ta para todos os que a ela não tiveram acesso
bem como sobre os critérios de valorização dos profissionais
na idade própria;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às da educação.
crianças até 5 (cinco) anos de idade; Passemos, então, às observações sobre os pontos de-
VII – atendimento ao educando, em todas as eta- ficientes do PNE, na perspectiva de superá-los no PDE-DF:
pas da educação básica, por meio de programas
suplemen­tares de material didático-escolar, trans- 1º) Formulação de base conceitual sólida sobre as
porte, alimentação e assistência à saúde. diretrizes do Plano. O art. 2º da Lei federal nº13.005,
de 2014, lista as diretrizes do PNE, mas não as con-
Legislação sobre a UnDF

Art. 211. [...] ceitua – ao menos em sua integralidade – ao longo


§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a das metas e ações.
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 2º) Diagnóstico antecipado da educação, a fim de
definirão formas de colaboração, de modo a assegu- orientar a formulação do PDE-DF. O diagnóstico tam-
rar a universalização do ensino obrigatório. bém deve constar do corpo da lei, para facilitar o
Art. 212. [...] acompanhamento social das metas ao longo do tem-
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará po. É essen­cial que visualize as demandas potenciais
prioridade ao atendimento das necessidades do en- por escola pública em cada região administrativa.
sino obrigatório, no que se refere a universalização, 3º) Plena articulação dos princípios das Emendas
garantia de padrão de qualidade e equidade, nos Constitucionais nº 53, de 2006 (financiamento e car-
termos do plano nacional de educação. reira profissional), e nº 59, de 2009 (universalização
das matrículas de 4 a 17 anos), com os objetivos qua-
Outra alteração constitucional significativa para o proces- litativos do Plano. A oferta pública deve prevalecer
so de construção do Plano Decenal de Educação diz respeito sobre os convênios particulares, primando pela des-

50
tinação das verbas públicas para as escolas públicas. intelectual e social, complementando a ação da família e
4º) Reestruturação do currículo com ênfase na forma- da comunidade.
ção humanística, na cultura de paz e norespeito às di- É oferecida gratuitamente em creches para crianças até 3
ferenças étnicas, religiosas, sociais, sexuais e de gênero. anos de idade e em pré-escolas para crianças de 4 e 5 anos.
5º) Observação de critérios democráticos na elabo- A Constituição Federal reconheceu, pela primeira vez, as
ração do PDE-DF. O SINPRO orienta a organização creches e pré-escolas como instituições de educação, de di­
de fóruns regionais e de conferência distrital, am- reito da criança, dever do Estado e opção da família. Porém,
bos promovidos pelo GDF, para consolidar o Plano ainda que houvesse evidências de que o dever do Estado
Distrital de Educação e garantir que as deliberações deveria materializar-se na oferta de uma educação pública,
sociais prevaleçam na sua proposta final. gratuita e de qualidade para as crianças até 5 anos de idade,
6º) Perspectivas para institucionalizar o Sistema Dis- constata-se que o dispositivo constitucional não assegurou
trital de Educação, o qual deve focar a institucionali- amplamente tais direitos a todas as crianças.
zação de políticas públicas, com vistas a transformar a A LDB integrou a educação infantil aos sistemas de ensino
relação Educação-Estado-Sociedade em compromis- e conferiu-lhe a responsabilidade de primeira etapa da edu-
so público e não em forma de concessão ou tutela cação básica. A promulgação dessa Lei desencadeou outras
governamental. mais que alteraram a organização desses sistemas. A exem-
7º) Instituição do CAQ como indicador dos investi- plo disso, podemos citar duas importantes mudanças legais:
mentos orçamentários para a educação, capaz de a primeira (Lei federal nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006)
conduzir à concretização das metas do Plano. refere-se ao término da escolarização da pré-escola, que
8º) Fundamentos sólidos de gestão democrática que reduziu-se de 6 para 5 anos em decorrência da antecipação
conduzam à elevação da qualidade do ensino: da entrada das crianças de 6 anos no ensino fundamental. A
a) participação social na elaboração, implementação, segunda foi introduzida pela Lei 12.796, de 4 de abril de 2013,
acompanhamento e avaliação das políticas públicas; a qual determinou à família a obrigatoriedade de matricular
b) instituição e funcionamento regular do Fórum as crianças na educação básica a partir dos 4 anos de idade,
Distrital de Educação; o que imputa ao Estado a obrigação de ofertar educação
c) autonomia pedagógica, financeira e de gestão das infantil às crianças de 4 e 5 anos.
escolas; eleição direta para as direções escolares; Além dos direitos da criança, é preciso pensar políticas
d) fortalecimento e autonomia dos Conselhos Escolares; públicas para a autonomia e emancipação da classe trabalha­
e) garantia da presença de trabalhadores no Conse- dora, principalmente da mulher trabalhadora. É possível con-
lho de Educação. ferir a necessidade dessa garantia de direitos por meio de
9º) Estabelecimento de controle social amplo, trans- dados da Pesquisa Mensal de Emprego – PME, realizada pelo
parente e eficaz sobre as metas do Plano. Além de IBGE entre 2003 e 2011, divulgada em 8 de março de 2012:
prever a simetria com o art. 7º do PL nº 8.035, de
2010, o GDF deve instaurar sistema de acompanha- Gráfico I: Distribuição da população ocupada,
mento das metas, a ser construído em parceria com por grupos de idade, segundo o sexo
os atores educacionais da sociedade.
10º) Fortalecimento dos conselhos de acompanha-
mento das verbas públicas da educação (FUNDEB,
meren­da e outros), garantindo formação permanen-
te aos membros da sociedade.
11º) Garantia de diálogo entre governo e sociedade
acerca do processo de avaliação da educação, o qual
deve pautar-se em concepções diagnóstica e insti-
tucional, envolvendo educadores, estudantes, pais,
universi­dades e especialistas da área, a fim de con-
tribuir com a perspectiva da qualidade socialmente
referenciada da educação.
12º) Implementação de ações objetivas para erra-
dicar o analfabetismo (literal e funcional) na popu-
lação acima de 15 anos de idade, possibilitando o
acesso dos recém-alfabetizados à educação básica,
preferencial­mente, na modalidade de Educação de
Jovens e Adultos na etapa fundamental e articulada
Legislação sobre a UnDF

com a educação técnica profissional de nível médio.


13º) Estabelecimento de metas intermediárias capa-
zes de comprometer os governos que se sucederão
ao longo da década perante a Lei de Responsabili-
dade Educacional.

PARTE III
DIAGNÓSTICOS DAS METAS E
ESTRATÉGIAS PARA O PDE-DF

Diagnóstico para a Meta 1

A educação infantil tem por finalidade o desenvolvimen-


to integral da criança em seus aspectos físico, psicológico,

51
Segundo dados do IBGE-PNAD/2012, o Brasil atendeu PDE-DF. Já a estimativa para as matrículas integrais, também
23,5% de crianças da faixa etária de 0 a 3 anos na educação na rede pública, é de 80% sobre a percentagem do atendi-
infantil, enquanto o Distrito Federal apresenta 23,1%. mento geral, partindo de 8,03% da população de 0 a 3, em
2015, até 40% em 2024.
Gráfico II: Porcentagem de crianças de 0 a 3 anos na escola Ainda segundo dados do IBGE/PNAD 2012, o Brasil aten-
deu 82,2% de crianças da faixa etária de 4 e 5 anos na edu-
cação infantil, enquanto o Distrito Federal apresenta 78,7%.

Gráfico III: Porcentagem de crianças de 4 e 5 anos na escola

Em 2013, das 26.837 vagas ofertadas em creche, 70%


correspondiam a instituições privadas, 24,2% a instituições A partir dos indicadores apresentados, conclui-se que o
conveniadas e 5,8% a instituições públicas. Distrito Federal tem, por meio deste Plano Distrital de Edu-
O quadro 18 mostra as matrículas por redes de ensino, cação, o importante desafio de universalizar o atendimento
além do percentual de atendimento público em período às crianças de 4 e 5 anos e ampliar, progressivamente, o
integral. atendimento às crianças de até 3 anos de idade.
Ciente desse cenário, o GDF, por meio da Secretaria de
Quadro 18: Matrículas em creches no Distrito Federal, Estado da Educação, buscando universalizar a pré-escola e
redes pública e privada: am­pliar a oferta de creche, tornou-se signatário do Programa
de Ação Articulada – PAR, o Proinfância, para a construção
de 112 Centros de Primeira Infância – CEPIs, que têm por
objetivo o atendimento às crianças da educação infantil.
No total, serão atendidas 7.168 crianças na creche e 5.376
crianças na pré-escola, tornando-se uma estratégia para o
alcance da meta pactuada neste PDE-DF.

Diagnóstico para a Meta 2

O ensino fundamental é uma etapa da educação básica


Fonte: Censo Escolar – INEP-MEC.
de grande importância para a formação de indivíduos na
perspectiva da educação integral. É composta de duas fases:
Levando-se em consideração a estimativa do IBGE para
anos iniciais (1º ao 5º ano) e anos finais (6º ao 9º ano). Apesar
a população de 0 a 3 anos, no Distrito Federal (aproxima-
de constituírem uma etapa única, em cada fase percebem-
damente 82 mil crianças) e o quantitativo de matrículas de
-se especificidades e particularidades que exigem um olhar
2013, tem-se uma demanda potencial próxima de 55 mil
diferenciado.
crianças não atendidas. Dessas, metade deverá ser matricu-
Segundo dados da PNAD-IBGE, o Distrito Federal apre-
lada na rede pública, até o final da década (27,5 mil), sendo
sentou queda na taxa líquida de matrículas no ensino funda­
ao menos 90% em período integral.
Legislação sobre a UnDF

mental, entre 2010 e 2012, passando de 94,6% para 93,1%,


Assim, a projeção para o atendimento anual na rede
e, nos últimos dois anos (2012-2013), houve redução no
pública, considerando a média de atendimento até 2013
número absoluto de estudantes de 401.507 para 392.487,
(5,6%), é a seguinte:
o que se explica, em parte, pela queda demográfica nessa
Quadro 19: Projeção para as matrículas públicas em creches no faixa etária e pela correção de fluxo, ainda que modesta.
Distrito Federal, em relação à população de 0-3 anos de idade, Os principais objetivos da presente meta consistem em
ao longo da década: garantir o acesso universal dos estudantes de 6 a 14 anos ao
ensino fundamental, em mitigar a defasagem idade-série, em
garantir a permanência e as aprendizagens de todos na es-
cola e ampliar, consideravelmente, as matrículas em tempo
integral, dentro da concepção emancipatória de educação
integral.
As porcentagens do quadro acima incidem sobre a po- O PDE-DF, nesta meta, deve seguir a mesma orientação
pulação de 0 a 3 anos de idade, para cada no de vigência do do Plano Nacional de Educação, em relação à universali-

52
zação do acesso, decorrente da Emenda Constitucional nº anos está sendo bloqueado para uma parcela dos estudan-
59, de 2009, ampliando a meta de correção da defasagem tes que, por algum motivo, não cumprem percurso escolar,
idade-série, nessa etapa, para a totalidade dos estudantes con­tribuindo para o aumento dos índices de defasagem de
de 6 a 14 anos. idade em relação à série-ano.
De acordo com o Censo Escolar 2013, o número de ma- No que se refere à reprovação, identifica-se que o índice
trículas no 1º ano é de 26.276. Há um avanço no número de mais elevado encontra-se no 6º ano, caracterizando a tran­
matrícula nos três primeiros anos, o que não acontece com sição entre os anos iniciais e os anos finais.
o índice de defasagem idade-série. Enquanto no 1º ano o
Distrito Federal apresenta um índice de 4,20% de defasagem Quadro 22: Dados referentes ao desempenho e matrícula dos
na idade-série, no 2º ano o índice é de 5,37%, enquanto que, estudantes dos anos inicias (incluindo o Bloco Inicial de Alfabetização
– BIA) e dos anos finais do ensino fundamental no ano letivo de 2012:
no 3º ano, há o salto para 17,57%. De acordo com os dados,
percebe-se que o índice de defasagem idade-série continua
aumentando no 4º e no 5º anos.
Esses dados apontam para a necessidade do fortaleci-
mento de políticas públicas, como o ciclo para as aprendiza-
gens, que garantam a aprendizagem de todos os estudantes,
bem como sua permanência e a progressão nos estudos.

Quadro 20 – Dados de desempenho escolar dos estudantes do


1º ao 5º ano do ensino fundamental, ano letivo 2012:
Ao serem comparadas as duas fases do ensino funda-
mental, fica claro que os índices de reprovação, abandono e
ma­trícula dos anos finais, de um modo geral, requerem mais
atenção e indicam a necessidade de ações que contemplem
a transição entre as etapas e fases. No 3º ano e 6º ano, os
índices de reprovação atingem, respectivamente, 19,12% e
22,60%, o que indica um aumento nos índices de defasagem
idade-série-ano no último ano do bloco inicial de alfabetiza-
ção e no primeiro ano dos anos finais.
Diante disso, é imprescindível repensar e discutir novas
formas de organização escolar, considerando a cultura local,
regional e nacional dos estudantes, reconhecendo-os como
sujeitosmultidimensionais e multiculturais.
É necessário considerar uma reorganização escolar dos
anos finais, no sentido de reconfigurar osespaços e os tem-
pos de aprendizagens, repensar a organização do trabalho
pedagógico e ampliarsuas possibilidades, na intenção de acu­
Fonte: Censo Escolar. SEEDF/Ano letivo de 2012
mular mais subsídios para garantir a permanência, o fluxo
O quadro 21 mostra o quantitativo de matrículas do 1º e qualificar o processo de ensino, considerando todas as
ao 5º ano. Observa-se um aumento progressivo no número especificidades da fase de desenvolvimento dos estudantes,
de matrículas do 1º ao 3º ano, enquanto que, no 4º e no bem como os diversos ritmos de aprendizagens e os mais
5º ano, há uma regressão nesse quantitativo, o que pode variados espaços em que elas ocorrem.
demonstrar a retenção de diversos estudantes no fim do
Quadro 23: Dados referentes ao desempenho e matrícula dos
bloco inicial de alfabetização – BIA. estudantes dos anos finais do ensino fundamental e do ensino
A reprovação dos estudantes nos anos iniciais ainda é médio, ano letivo de 2012:
preocupante. Anualmente, são reprovados 12,08% e 7,78%
dos estudantes matriculados nos 4º e 5º anos, respectiva-
mente, resultando em 6.711 reprovações. Além disso, o
ele­vado índice de abandono no 1º ano e de reprovação no
3º ano indica a necessidade do fortalecimento das políticas
públicas que atuem desde o início do ensino fundamental.

Quadro 21: Dados do desempenho e matrícula dos estudantes


Legislação sobre a UnDF

dos anos finais do ensino fundamental no ano letivo de 2012:


Ao serem observados os índices de matrícula no ensino
fundamental, constata-se que 68,88% dos estudantes não
têm o percurso escolar interrompido, enquanto 31,12% en-
frentam algum tipo de interrupção. No ensino médio, a taxa
de reprovação sofre elevação, da mesma forma que a taxa
de abandono, dando continuidade na gradativa ele­vação dos
índices de fracasso escolar.
Fonte: Censo Escolar. SEEDF/Ano Letivo de 2012
Diagnóstico para a Meta 3
O quadro 22 permite uma análise do rendimento dos
anos finais do ensino fundamental do 6º ao 9º ano, quanto A construção da Meta foi possível, considerando a proje-
aos índices de fluxo, reprovação e abandono. ção do Distrito Federal em relação à meta nacional, às novas
Observa-se que, do 6º ao 9º ano, existe uma diminui- políticas para o ensino médio e à perspectiva de desenvolvi-
ção gradativa de matrículas, indicando que o fluxo entre os mento e implemento das estratégias descritas para a meta 3.

53
Distrito Federal: 88,6% em 2012: entre 15 e 17 anos estarem matriculados nas escolas do
Distrito Federal, segundo a PNAD-IBGE 2012, apenas 60,9%
Gráfico IV: Porcentagem de jovens de 15 e 17 anos na escola frequentam a etapa média (regular, profissional e EJA), ou
seja, dos cerca de 130 mil jovens na faixa etária do ensino
médio, aproximadamente 13 mil não frequentam a escola,
e outros 46,8 mil estão represados no ensino fundamental.
Somam-se ao presente déficit as pessoas com 18 anos ou
mais de idade, que não concluíram a educação básica, meta
dos objetivos do milênio das Nações Unidas, que no Distrito
Federal representa mais de 1/3 da população.
Conforme demonstrado no quadro abaixo, as matrículas
no ensino médio não se alteraram muito nos últimos 4 anos,
tendo declinado em 2013. E essa trajetória do último ano
vai de encontro ao objetivo de aumento das taxas bruta e
líquida de matrículas no ensino médio.

Quadro 24: População de 15 a 17 anos de idade e


matrículas no ensino médio do Distrito Federal:

O ensino médio, etapa final da educação básica, tem


duração mínima de 3 anos e 2.400 horas de efetivo trabalho
escolar (Resolução nº 1, de 2012-CEDF).

Distrito Federal: 67,2% em 2012:


Outra questão que tem impedido a evolução das ma-
trículas, com perspectiva de conclusão massiva do ensino
médio, diz respeito à defasagem idade-série, como mostra
o quadro 25: defasagem idade série no ensino médio e mé-
dio integrado à educação profissional, segundo coordenação
No Distrito Federal, os desafios da universalização do regional de ensino (Censo Escolar 2013).
ensino médio ainda são grandes. Apesar de 90,4% dos jovens

Quadro 25: Defasagem idade-série no ensino médio


do Distrito Federal (ano 2013):
Legislação sobre a UnDF

54
Em 2013, a média da defasagem idade-série no ensino dotação, matriculadas nas redes de ensino, 75,7% estão em
médio da rede pública foi de 34,80% (27.847 estudantes). classes comuns (educação inclusiva), sendo que no Distrito
Note-se que o percentual é puxado pelas matrículas do pe- Federal a mesma taxa, em 2013, ficou em 72,7%.
ríodo noturno (94,2% no 1º ano; 79,9% no 2º ano e 61,3%
no 3º ano), o que reforça a necessidade de matricular as Gráfico V: Percentual de matrículas
crianças e jovens na idade certa, a fim de que concluam a inclusivas no Brasil e no Distrito Federal:
educação básica no tempo correto.
Outro problema estrutural das matrículas nesta etapa
reside no elevado número de reprovação e abandono, espe­
cialmente na rede pública. Os dados revelam uma consis-
tência nesses fenômenos, que, em última análise, causam
o estrangulamento do sistema educacional, além de revela-
rem uma seletividade interna, quando comparados com as
escolas privadas, que tiveram percentuais de reprovação e
abandono, bem abaixo dos da Rede Pública.

Quadro 26: Taxas de aprovação, reprovação e abandono


no ensino médio (rede pública do Distrito Federal):

A reversão do atual cenário requer ações sistêmicas, que O modelo de levantamento da demanda potencial, apre-
vão desde o investimento nas escolas, preferencialmente, sentado a seguir, pode ser adotado em todas as etapas e
integrais, até a criação e ampliação da oferta de vagas nos modalidades de ensino, especialmente, para as idades que
centros de ensino médio integrados com a educação pro­ compõem o ensino obrigatório.
fissional, o que, certamente, contribuirá para a permanência
e o melhor aproveitamento dos jovens no ensino médio. Quadro 27: Matrículas na Educação Especial – EE em 2013 em
Deve ser considerada a necessidade de criação e ampliação classes comuns e especializadas e demanda potencial por RA
e por níveis e modalidades de ensino:
dos incentivos socioeconômicos que garantam o acesso e
a permanência dos jovens das classes populares na escola.
Dentre os problemas da qualidade na aprendizagem, em
todas as etapas do nível básico, inclusive na média, está a alta
relação professor-estudante, que, em muitos casos, chega
a superar a 1 por 40. E não há como o PDE-DF se furtar ao
indicar uma relação mais adequada para a relação de estu-
dantes por turma, juntamente com a adequação dos espaços
físicos das escolas, a fim de que todas atendam ao padrão de
qualidade exigível para o bom aprendizado escolar.
Neste sentido, o conjunto da meta e das estratégias para
o ensino médio no PDE-DF deve objetivar a expansão da
oferta das matrículas com qualidade, buscando, ainda, cor-
rigir as distorções idade-série, reduzir as taxas de evasão e
repetência, melhorar a infraestrutura das escolas, atualizar
e valorizar os profissionais da educação.

Diagnóstico para a Meta 4

A Lei Distrital nº 5.310, de 18 de fevereiro de 2014, ga-


rante a matrícula de estudantes com deficiência, transtornos
Legislação sobre a UnDF

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdo-


tação durante toda a vida No Distrito Federal, estima-se que
13% da população (cerca de 350 mil pessoas) possuam algum
tipo de deficiência, transtornos globais do desen­volvimento
e altas habilidades ou superdotação.
No Brasil, a taxa bruta de atendimento educacional às
pessoas com deficiência é menor que 2%, enquanto que no
Distrito Federal supera 4%, de acordo com o cruzamento de
dados do IBGE e do INEP (2012).
A rede pública do Distrito Federal, em 2013, deteve
88,8% das matrículas inclusivas e em classes especiais, con-
tra 11,2% da rede particular.
Os indicadores do Observatório do PNE apontam que,
no Brasil, do total de pessoas com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super-

55
Nesse sentido, é urgente a necessidade de ampliação
de turmas em creches, pré-escolas e anos iniciais do ensino
fundamental, na proporção necessária do atendimento da
demanda em todas as regiões administrativas.
No Distrito Federal, os três primeiros anos do ensino
fundamental compõem o primeiro bloco da organização es-
colar em ciclos – Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), tendo
como princípio a progressão continuada das aprendizagens.
O objetivo dessa organização é que os estudantes estejam
alfabetizados até o final do 3º ano, ou seja, leiam e escre-
vam proficientemente, na perspectiva do letramento, com
a possibilidade de reprovação apenas ao final do 3º ano.
A Provinha Brasil consiste em avaliação diagnóstica das
habilidades relativas à alfabetização e ao letramento inicial
dos estudantes, mais especificamente do nível de profici-
Diagnóstico para a Meta 5 ência em leitura, além das habilidades matemáticas dos
estudan­tes que cursam o 2º ano do ensino fundamental.
Um dos fatores que comprometem a permanência das
Os dados referentes à 2ª edição Provinha Brasil, do ano
crianças na escola é a repetência, que provoca elevadas taxas
de 2012, revelam que:
de distorção idade-série e culmina no abandono escolar.
a) 21,9% dos estudantes alcançaram o nível 3. Nesse
A taxa de distorção idade-série também indica, sobretu-
nível, os alunos demonstram que consolidaram a capacidade
do nos anos iniciais do ensino fundamental, a quantidade de
de ler palavras de diferentes tamanhos e padrões silábicos,
crianças que ingressaram tardiamente na escola.
conseguem ler frases com sintaxe simples (sujeito + verbo
Em 2013, estima-se que a população do Distrito Federal
era de 42 mil crianças com 6 anos de idade, das quais apenas + objeto) e utilizam algumas estratégias que permitem ler
7.823 estavam matriculadas no 1º ano do ensino fundamen- textos de curta extensão.
tal e outras 46, no 2º ano. b) 56% alcançaram o nível 4. Nesse nível, os alunos leem
A baixa matrícula escolar das crianças de 6 anos no pri- textos mais extensos, aproximadamente 8-10 linhas, na or-
meiro ano do ensino fundamental deve-se, em boa parte, à dem direta (início, meio e fim), de estrutura sintática simples
pouca oferta de educação infantil, que registrou taxas de fre- (sujeito + verbo + objeto) e de vocabulário explorado co-
quência bruta no Distrito Federal, no ano de 2013, na ordem mumente na escola. Nesses textos, são capazes de localizar
de 21,3% em creches e 75,1% na pré-escola (PNAD/2012). informação, realizar algumas inferências e compreender qual
Os dados da Pesquisa Distrital de Amostra por Domicí- é o assunto do texto).
lios – PDAD revelam percentuais consideráveis de crianças c) 17,2% alcançaram o nível 5. Nesse nível, os alunos
abai­xo de 6 anos fora da escola, as quais, certamente, terão demonstram ter alcançado o domínio do sistema de escrita
prejudicada a alfabetização na idade certa. e a compreensão do princípio alfabético, apresentando um
excelente desempenho, tendo em vista as habilidades que
Quadro 28: População e indicadores socioeducacionais em de­finem o aluno como alfabetizado e considerando as que
algumas Regiões Administrativas do Distrito Federal – ano 2013: são desejáveis para o fim do segundo ano de escolarização.
Assim, os alunos que atingiram esse nível já avançaram ex-
pressivamente no processo de alfabetização e letramento
inicial.
O nível 4, na 2ª edição da Provinha Brasil 2012, é consi-
derado como meta pelo Ministério da Educação. O Distrito
Federal também a estabeleceu como meta para essa fase
de escolarização em seu Projeto de Organização Escolar em
Ciclos – anos iniciais.
Cada nível desses apresenta habilidades diferentes e en-
globa as anteriores. Demonstram em que ponto do processo
de aprendizagem os alunos se encontram no momento de
aplicação da Provinha Brasil e devem ser usados como re-
ferência para o planejamento do ensino e da aprendizagem
(Cadernos da Provinha Brasil, 2012).
Legislação sobre a UnDF

Além disso, é importante esclarecer que as questões


da Provinha Brasil são construídas a partir de uma matriz
de referência, que é diferente de uma proposta curricular
ou programa de ensino, que são mais amplos e complexos
(Cadernos da Provinha Brasil, 2012).
Apesar de 95,6% dos estudantes do 2º ano terem al-
cançado os níveis 3, 4 e 5, na 2ª edição da Provinha Brasil
A carência de escolas em determinadas regiões adminis- 2012, o quadro abaixo mostra que o percentual de 19% de
trativas faz com que um número expressivo de estudantes reprovação no 3º ano ainda é elevado. Isso pode indicar
tenha de se deslocar para outras regiões, sendo um agravan- algumas questões referentes ao currículo, à aprendizagem
te para as crianças menores, ainda dependentes de cuida­dos e avaliação:
de pais e mães trabalhadores, que não dispõem de tempo a) as habilidades-conteúdos curriculares trabalhados em
e muitas vezes de recursos materiais para conduzi-las às sala de aula são mais amplos e complexos que aquelas con­
escolas mais distantes. templadas na Provinha Brasil;

56
b) o processo de ensino pode não estar considerando a
realidade social que permite a produção de sentido-signifi-
cado dos conteúdos curriculares pelos estudantes, prejudi-
cando dessa forma as aprendizagens;
c) a avaliação das aprendizagens realizada pelos profes-
sores pode estar a serviço da classificação e da exclusão, con­
trapondo-se ao diagnóstico e inclusão pelas aprendizagens,
ou seja, concepção equivocada sobre o que é e como avaliar.

Quadro 29: Dados de desempenho escolar dos estudantes


do 1º ao 5 º ano do ensino fundamental, ano letivo 2012:

A falta de unidades escolares no Distrito Federal faz com


que um número expressivo de estudantes tenha de se deslo­
car para outras regiões administrativas, fato que é dificultado
para as crianças menores, ainda dependentes de cuida­dos
de pais e mães trabalhadores e que não dispõem de tempo
e muitas vezes de recursos materiais para conduzirem os
filhos até as escolas mais distantes.
Neste sentido, é urgente a necessidade de ampliação
de turmas em creches, pré-escolas e anos iniciais do ensino
fundamental, na proporção necessária do atendimento da
demanda em todas as regiões administrativas.

Diagnóstico para a Meta 6

O quadro 31 mostra o quantitativo de matrículas do 1º A educação integral e de tempo integral, no Distrito Fe-
ao 5º ano. Observa-se um aumento progressivo no número deral, encontra-se em estágio incipiente, correspondendo
de matrículas do 1º ao 3º ano, enquanto que, no 4º e no 5º aos seguintes percentuais em 2013:
ano, há uma regressão nesse quantitativo, o que nos remete a) creche: 38%, porém de um total de apenas 1.563 ma-
à retenção de diversos estudantes ao final do Bloco Inicial de trículas na rede pública;
Alfabetização – BIA e, especialmente, no 4º ano. b) pré-escola: 7,4%;
A reprovação dos estudantes nos anos iniciais ainda é c) ensino fundamental: 8,4%;
preocupante, com especial atenção ao 3º, 4º e 5º anos. d) ensino médio: 0,5% (fonte: Censo Escolar 2013).
Anual­mente, são reprovados 19,12%, 12,08% e 7,78% dos Pela proposta da CONAE 2010, a escola integral, priori-
estudantes matriculados nos 3º, 4º e 5º anos, respectivamen- tária nas regiões periféricas do Distrito Federal, assim como
te, resultando em 13.807 reprovações. Além disso, o elevado para as crianças e adolescentes em custódia do Estado, deve
índice de abandono no 1º ano e de reprovação nos 3º e 4º ter no mínimo 7 horas de atividades, além de infraestru­tura
anos indica a necessidade do fortalecimento das políticas compatível com a permanência dos estudantes em dois tur-
públicas que atuem desde o início do ensino fundamental. nos diários, currículo que articule as áreas de conhe­cimento,
Um dos fatores que comprometem a permanência das
além de profissionais com sólida formação e devidamente
crianças na escola é a repetência, que provoca elevadas taxas
valorizados.
de distorção idade-série e culmina no abandono escolar.
A baixa matrícula escolar das crianças de 6 anos, no pri- O Distrito Federal possui 645 escolas, nas quais estão os
meiro ano do ensino fundamental, deve-se, em boa parte, à estudantes da educação infantil e dos ensinos fundamental
pouca oferta de educação infantil, que registrou taxas de fre- e médio. Algumas escolas atendem mais de uma etapa-mo-
quência bruta no Distrito Federal, no ano de 2013, na ordem dalidade. A proposta aqui formulada mantém o percentual
de 21,3% em creches e 75,1% na pré-escola (PNAD/2012). de oferta da educação integral em 60% das escolas, como
Os dados da PDAD revelam percentuais consideráveis de indicado no PNE, e eleva para 33% a abrangência da es­cola
Legislação sobre a UnDF

crianças abaixo de 6 anos fora da escola, as quais certamente integral e de tempo integral para os estudantes do Distrito
terão prejudicada a alfabetização na idade certa. Federal.
Neste sentido, e retirando as creches que possuem meta
Quadro 30: População e indicadores socioeducacionais em de 80% para atendimento em tempo integral, a divisão das
algumas regiões administrativas do Distrito Federal – ano 2013:
escolas por etapas, para fins de cumprimento da presente
meta, é a seguinte:
a) pré-escola: 119 escolas das atuais e mais 50%, pelo
menos, das novas que serão construídas;
b) ensino fundamental: 263 escolas e mais 50%, pelo
menos, das novas;
c) ensino médio: 43 das atuais e ao menos mais metade
das novas escolas.
A educação integral no Distrito Federal foi instituída pela
Portaria nº 01, de 27 de novembro de 2009.

57
Quadro 31: Matrículas de estudantes atendidos em jornada Entre as alternativas de avaliacão, há o IDEB, em prática
de tempo integral com educador social voluntário: desde 2005 em todas as redes de ensino do País, que, no
Distrito Federal, teve uma evolução inicial significativa, mas,
nos últimos anos, apresentou retração no ritmo de cresci-
mento do índice, estando próximo da meta em quase todas
as etapas analisadas, exceto, na do ensino médio de 2011,
Quadro 32: Quantidade de escolas com quando ficou abaixo da nota definida nacionalmente.
oferta de jornada em tempo integral:
Quadro 34: IDEB observado e metas projetadas até 2021
(redes pública e privada):

As oscilações nos quantitativos relacionam-se diretamen-


te com os aportes financeiros e suas variações entre os anos
de 2012 e 2013. Destaque-se, ainda, o papel desempenhado
pelo jovem educador voluntário. Sem a participação daquele
agente, o número de estabelecimentos reduz-se significati-
vamente: seriam atendidos no ano de 2014 somente 29.000
alunos em 241 estabelecimentos de ensino.
Segundo os dados mais recentes (Censo Escolar de 2013),
a rede de ensino abrange 651 estabelecimentos de educa­ção
básica. Nesse universo, destacam-se:
a) 306 escolas-classe – EC;
b) 164 Centros de Ensino Fundamental – CEF;
c) 44 Centros Educacionais – CEd;
d) 44 Centros de Ensino Médio.
Atualmente, a educação integral está presente em Corroboram decisivamente para a qualidade da educa-
46,54% dos estabelecimentos de ensino e está expandin- ção as políticas de melhoria das condições de infraestrutura
do suas matrículas para o ensino médio. Como se vê, parte das escolas, especialmente, no contexto da escola integral e
da meta 6 (50% dos estabelecimentos ofertando educação de tempo integral, bem como a valorização profissional dos
Inte­gral) está sendo alcançada. Todavia, faz-se necessária a educadores, questões que o PNE e o PDE-DF estão tratando
ampliação das matrículas nos limites – humanos, financeiros, de forma sistêmica.
logísticos e de natureza físico-estrutural – da Secretaria de
Estado de Educação e dos aportes financeiros federais. Diagnóstico para a Meta 8

O conceito de educação do campo surge do processo de


Diagnóstico para a Meta 7
luta pela terra empreendida pelos movimentos sociais do
campo, na luta por Reforma Agrária, como denúncia e como
Na condição de instituição promotora da cidadania e do mobilização organizada contra a situação atual do meio ru-
conhecimento para a vida e o trabalho, a escola e seus atores ral: situação de miséria crescente, de exclusão-expulsão das
devem desenvolver instrumentos que ajudem a aperfeiçoar pessoas do campo; situação de desigualdades econômicas,
as relações sociais do cotidiano e que sirvam para aumen- sociais, que também são desigualdades educacionais, esco-
tar o sentimento de pertencimento dos estudantes à escola lares. Seus sujeitos principais são as famílias e comunidades
e à sua comunidade. Sob uma perspectiva diagnóstica, até de camponeses, pequenos agricultores, sem-terra, atingidos
mesmo para orientar as políticas do sistema de ensino, as por barragens, ribeirinhos, quilombolas, pescadores e muitos
alternativas de avaliação escolar podem e devem ser orien- educadores e estudantes das escolas públicas e comunitárias
tadas no PDE-DF. do campo, articulados em torno de movimentos sociais e sin-
dicais, de universidades e de organizações não governamen-
Quadro 33: IDEB observado a partir de 2005 e tais. Todos buscam alternativas para superar essa situação
metas até 2021 – Brasil e Distrito Federal: que desumaniza os povos do campo, mas também degrada
a humanidade como um todo.
A expressão educação do campo, conceito forjado em
Legislação sobre a UnDF

1998 na I Conferência Nacional por uma Educação do Campo


– CNEC, traz importantes significados, contrapondo-se ao
termo escola rural. Em primeiro lugar, estamos tratando de
um novo espaço de vida, que não pode se resumir na dicoto-
mia urbano-rural. O campo é compreendido como “um lugar
de vida, cultura, produção, moradia, educação, lazer, cuidado
com o conjunto da natureza e novas relações so­lidárias que
respeitem a especificidade social, étnica, cultural, ambiental
dos seus sujeitos”. (II CONFERÊNCIA, 2004).
A principal luta da educação do campo tem sido no senti-
do de garantir o direito de uma educação no e do campo, isto
é, assegurar que as pessoas sejam educadas no lugar onde
vivem e sendo partícipes do processo de construção da pro-
posta educativa, que deve acontecer a partir de sua própria

58
história, cultura e necessidades. Educação do campo é mais Há de se observar a evolução do incremento populacional
do que escola, mas inclui a escola que é, ainda hoje, uma apresentado pelo IBGE em relação à ocupação do Distrito Fe-
luta prioritária, porque boa parte da população do campo deral, cujo censo de 1970 encontrou 524.315 habitantes; em
não tem garantido seu direito de acesso à educação básica. 1980, superou a casa de um milhão de habitantes: 1.164.659.
Para a educação do campo, o debate sobre a educação No Censo de 1991, a população urbana era de 1.513.470 e, em
é indissociável do debate sobre os modelos de desenvolvi­ 2.010, Brasília havia ultrapassado a casa dos 2 milhões, tendo
mento em disputa na sociedade brasileira e o papel do cam- o censo registrado 2.482.21 habitantes, distribuídos em 19
po nos diferentes modelos, ou seja, o campo precede a edu- regiões administrativas, comprovan­do o dinamismo da cidade.
cação. Portanto, a especificidade mais forte da educação do
campo, em relação a outros diálogos sobre educação, deve- Quadro 35: Evolução da população urbana e rural do Distrito Federal
-se ao fato de sua permanente associação com as questões
do desenvolvimento e do território no qual ele se enraíza.
O território do campo deve ser compreendido para muito
além de um espaço de produção agrícola.
O campo é território de produção de vida, de produção
de novas relações sociais, de novas relações entre as pessoas
e a natureza, de novas relações entre o rural e o urbano.
A educação do campo ajuda a produzir um novo olhar
para o campo. E faz isso em sintonia com uma nova dinâmica
social de valorização desse território e de busca de alternativas
para melhorar a situação de quem vive e trabalha nele. Uma
dinâmica que vem sendo construída por sujeitos que já não
aceitam mais que o campo seja lugar de atraso e de discrimi-
nação, mas lutam para fazer dele uma possibilidade de vida
e de trabalho para muitas pessoas, assim como a cidade deve
sê-lo, nem melhor nem pior, apenas diferente, uma escolha.
Nas áreas rurais do Distrito Federal, a ocupação espacial
Em 15 anos de luta, a mobilização dos movimentos so-
encontra-se relacionada ao processo histórico de implanta­
ciais em torno da educação do campo gerou importantes ção de Brasília. Com a desapropriação da área do quadri-
con­quistas, entre elas a aprovação das Diretrizes Operacio- látero para a implantação da nova Capital da República, o
nais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (Reso- gerenciamento das áreas rurais ficou a cargo da Fundação
lução nº 1, de 3 de abril de 2002 e Parecer nº 36, de 2001, Zoobotânica e da TERRACAP. O espaço rural foi ocupado
do Conselho Nacional de Educação). Outros marcos legais com núcleos rurais formados por chácaras de cinco hectares.
con­quistados na luta da educação do campo são: Essas chácaras de produção agrícola eram arrendadas pela
a) Portaria nº 86, de 1º de fevereiro de 2013, que institui Fundação Zoobotânica, visando abastecer a Capital.
o Programa Nacional de Educação do Campo – PRONACAM­ Atualmente, no território rural do Distrito Federal, com
PO, e define suas diretrizes gerais; cerca de 250.000 ha, 46% dos estabelecimentos rurais são de
b) Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, que estabelece agricultores familiares, que produzem mais de 800.000 tone-
as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação ladas de alimentos por ano, apesar de ocuparem apenas 4%
Básica, definindo a educação do campo como modalidade das terras. O espaço rural é marcado por contradições dadas
de ensino; pela presença de seus atores: os ruralistas, os lati­fundiários,
c) Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010, que os produtores familiares, os camponeses com ou sem terra.
dispõe sobre a Política de Educação do Campo e o Programa Para garantir o direto à educação das crianças, jovens e adul-
Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA; tos do campo, a rede pública de ensino conta com 75 escolas,
d) Resolução nº 2, de 28 de abril de 2008, que estabe- sendo apenas dez de ensino médio e somente uma oferecendo
lece diretrizes complementares, normas e princípios para o ensino médio noturno. A educação de jovens e adultos ainda é
de­senvolvimento de políticas públicas de atendimento da pouco abrangente, com oferta em 6 escolas do Distrito Federal,
educação básica do campo. fruto do abandono histórico de governos anteriores.
Ao Distrito Federal cabe elaborar sua política pública em
consonância com os marcos legais, considerando a constitui­ Gráfico VI: Etapas e modalidades de ensino
ção histórica da relação entre urbano e rural no Brasil e as
especificidades do território desta unidade da federação.
A construção de políticas públicas de educação do campo
gera a necessidade de compreensão da relação entre rural
Legislação sobre a UnDF

e urbano. No Distrito Federal, essa compreensão se torna


ainda maior, devido à especificidade do território dessa uni-
dade da federação. Nesse sentido, a constituição histórica da
relação entre urbano e rural no Brasil traz elementos para
refletirmos sobre a questão.
Até o final do século XIX, o Brasil era um País essen-
cialmente rural. Apenas 10% da população localizava-se em
áreas urbanas. Com o início do processo de industrialização,
no século XX, houve um incremento da população urbana.
Na década de 1960, porém, com o início da Revolução Verde,
houve um forte crescimento do êxodo rural, gerando uma
ampliação desordenada das cidades e profundos desequilí-
brios na relação campo e cidade no Brasil. O Distrito Federal Nº de escolas por etapa-modalidade de ensino na área rural do Distrito
também reproduz essa estatística. Federal, segundo censo escolar do DF 2013.

59
É a materialidade de origem da educação do campo que que vincule os conteúdos à vida do campo, currículo esse que
define seus objetivos, suas matrizes e as categorias teóricas deverá ser construído, a médio prazo, em um processo demo-
que indicam seu percurso. A especificidade da educação do crático e participativo com toda a rede.
campo é, portanto, o campo, seus sujeitos e seus proces­sos Considerando que “são as relações sociais que a escola
formadores. propõe, por meio de seu cotidiano e jeito de ser, o que condi­
A educação do campo afirma uma determinada concep- ciona o seu caráter formador, muito mais do que os conteúdos
ção de educação, não se limitando à discussão pedagógica discursivos que ela seleciona para seu tempo específico de
de uma escola para o campo, nem de aspectos didáticos e ensino” (CALDART, 2004, p.320), na perspectiva da educação
metodológicos. do campo não cabe selecionar conteúdos, privile­giar um co-
Diz respeito à construção de um novo desenho para as nhecimento em detrimento de outro. Trata-se, portanto, de
escolas do campo, que tenha as matrizes formadoras dos desenvolver as bases das ciências a partir de conexões com a
sujeitos como espinha dorsal, que esteja adequado às ne- vida, permitindo, ainda, que entrem no território do conheci-
cessidades da vida no campo e que, fundamentalmente, seja mento legítimo as experiências e saberes dos sujeitos campo-
formulado pelos sujeitos do campo, tendo o campo como neses, para que sejam reconhecidos como sujeitos coletivos
referência e como matriz. de memórias, histórias e culturas, for­talecendo as identidades
A educação do campo demarca uma concepção de edu- quilombola, indígena, negra, do campo, de gênero.
cação em uma perspectiva libertadora e emancipatória que Há de se assumir a tarefa de colocar em diálogo sujeitos até
pensa a natureza da educação vinculada ao destino do tra- então mantidos na invisibilidade pelo paradigma domi­nante,
balho: educar os sujeitos para um trabalho não alienado, compreendendo que a escola é apenas a mediação deste diá-
para intervir nas circunstâncias objetivas que produzem o logo, que sua lógica estruturante, conteúdos e métodos devem
humano. Não se trata da relação entre educação e trabalho ser tomados como meios, isto é, mediadores da relação pessoal
da visão neoliberal, que subordina a educação às exigências e social entre educandos, educadores e comunidade.
de relações de trabalho de um determinado modelo de de-
senvolvimento social, pautado pelos interesses do mercado Definições e diagnóstico para a Meta 9
capitalista, em cada momento histórico.
Para o educador brasileiro Paulo Freire, se a educação Definição: Educação de Jovens e Adultos – EJA como Edu-
tem seu papel na construção de outro mundo possível, deve cação de Jovens, Adultos e Idosos Trabalhadores – EJAIT,
assumir a função de libertar das formas de opressão. Para considerando como pressupostos:
Mészáros, a educação libertadora teria como função trans­ a) O reconhecimento dos sujeitos da EJAIT como tra-
formar o trabalhador em agente político, que pensa, age e balhadores, a partir de 18 anos, na cidade, no campo e nas
que usa a palavra como arma para transformar o mundo. pri­sões, inseridos nas contradições do mundo do trabalho,
São categorias teóricas centrais para a educação do cam- pela gestão coletiva do trabalho (economia solidária) ou pela
po as ideias de hegemonia e contra-hegemonia formuladas competição do mercado com organização sindical, cumprin-
por Gramsci, uma vez que ela se afirma como ação contra- do-se, desse modo, o Estatuto da Criança e do Adoles­cente
– ECA. A proposta de idade mínima de 18 anos para acesso-
-hegemônica à dominação capitalista, assumindo o obje­tivo
-matrícula na modalidade de educação de jovens e adultos da
de contribuir com o acúmulo de forças e com a construção
educação básica obrigatória e gratuita tem base na legislação
de uma nova cultura para a disputa da hegemonia pela classe
e resoluções no CNE/CEB, a seguir:
trabalhadora do campo. A compreensão da alienação do tra-
• Constituição Federal;
balho, dada por Marx, é trazida por Freitas (1995) para concluir
• Emenda Constitucional nº 59, de 2009 (art. 208, VII);
que é da mesma forma que, na escola capitalista, o trabalho se
• LDB (Lei federal nº 9.394, de 1996);
coloca para os alunos: externo a eles, exaustivo, involuntário, • Lei Orgânica do Distrito Federal;
mortificante, para outrem (para o professor, obtendo nota, ou • Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei federal
para atender à exigência dos pais). Partindo dessas compreen- nº 8.069 de 1990);
sões, a educação do campo objetiva construir a possibilidade • Estatuto do Idoso (Lei federal nº 10.741, de 1 de ou-
de uma educação para além do capital, como formulado por tubro de 2003);
Mészáros (1995). Da crítica à escola elitista, branca, de classe, • Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SI-
parte para a construção de uma escola dos trabalhadores e, NASE (Lei federal nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012);
portanto, pública, orientada pelas experiências empreendidas • Estatuto da Juventude (Lei federal nº 12.852, de 5 de
pelos sujeitos trabalhadores do campo que oferecem à teoria agosto de 2013);
pedagógica, como afirma Arroyo (2003), novos rumos para a • Estatuto da Igualdade Racial (Lei federal nº 12.288, de
organização do trabalho pedagógico. 20 de julho de 2010);
Ao se falar de uma escola ligada à vida, há de se notar que • Plano Nacional de Educação – PNE (Lei federal nº
a vida do campo se difere da vida da cidade e que os sujei­
Legislação sobre a UnDF

13.005, de 2014);
tos do campo têm matrizes formativas próprias. Trabalho, • Resolução nº 1, de 2000-CNE/CEB, que estabeleceu as
terra, cultura, história, vivências de opressão, conhecimento diretrizes curriculares nacionais para a educação de
popular, organização coletiva e luta social são matrizes dos jovens e adultos, com fundamento no Parecer CNE/
sujeitos do campo. CEB nº 11, de 2000;
Não é mais possível imaginar que a cidade seja o lugar do • Resolução nº 3, de 2010-CNE/CEB, que instituiu as
avanço e o campo, o lugar de atraso a ser atualizado pela cidade diretrizes operacionais para a educação de jovens e
ou pelo agronegócio. A cidade tem suas singularidades, e o cam- adultos;
po também as têm. Logo, não se trata apenas de reconhecer • Resolução nº 4, 2012-CNE/CEB, que dispõe sobre alte-
que há uma identidade para os sujeitos do campo, mas que há ração na Resolução nº 3, de 2008-CNE/ CEB, definindo
toda uma forma diferente de viver que produz relações sociais, a nova versão do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos
culturais e econômicas diferenciadas no campo. Ao elegermos a de Nível Médio;
vida enquanto princípio educativo, os processos e os conteúdos • Resolução nº 6, 2012-CNE/CEB, que define Diretrizes
educativos no campo devem condizer com esse princípio, ou Curriculares Nacionais para a Educação Profissional
seja, é preciso elaborar um currículo para as escolas do campo Técnica de Nível Médio.

60
b) O exercício do princípio formador criativo do trabalho deral é de 3,5%, o que corresponde a 68.114 pessoas, de
na diversidade de idade, de sexualidade, de religião, das 15 anos ou mais, de idade que não sabem ler e escrever.
relações étnico-raciais, do meio ambiente, do meio urba-
no, do campo, de pessoas com deficiência, de pessoas em Oferta
vulnerabilidade social e do sistema prisional.
c) Como referências fundamentais, os documentos cons- Segundo dados do Censo Escolar, realizado pelo Instituto
truídos coletivamente e aprovados nos encontros a seguir: Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP, órgão
• Encontro Nacional Preparatório da VI Conferência In- vinculado ao Ministério da Educação, a oferta da EJA no
ternacional de Educação de Adultos (CONFINTEA), em Distrito Federal vem em um caminho decrescente.
maio de 2008, Brasília-DF, reconhecido como docu-
mento oficial do Brasil para a Conferência Regional da Gráfico VII: Oferta da EJA no Distrito Federal (1999-2013)
América Latina e Caribe, México-MX e VI CONFINTEA,
1 a 4 de dezembro de 2009, Belém-PA;
• Marco de Ação de Belém, aprovado na VI CONFINTEA,
01 a 04 de dezembro de 2009, Belém-PA;
• Conferência Nacional de Educação (CONAE), em abril
de 2010, Brasília-DF;
• Conferência de Educação Básica do Distrito Federal,
em setembro de 2010;
• Balanço da EJAT no Distrito Federal, rumo ao II EREJA-
-CO de 8 a 10 de novembro de 2012, Goiânia-GO;
• Relatório-Síntese do IV Seminário Nacional sobre For-
mação de Educadores de Jovens e Adultos, de 10 a 13
dezem­bro de 2012, Brasília-DF;
• XXII Encontro de EJAT do Distrito Federal/Conferência
Livre de EJAT, preparatória da CONAE-2014, em 17 de O quadro de sua oferta na rede pública do Distrito Federal.
agosto de 2013, promovido pelo Grupo de Trabalho
Pró-Alfabetização do Distrito Federal/Fórum de Edu- Esses dados demonstram a amplitude do desafio da
cação de Jovens e Adultos do Distrito Federal (GTPA- educação de jovens e adultos no Distrito Federal. Ofere-
-FÓRUM EJA/DF); cem, também, subsídios para o planejamento com vistas
• XIII Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos à ampliação da oferta da modalidade, como compromisso
(ENEJA), de 10 a 13 de setembro de 2013, Natal-RN. do Governo com o estabelecimento de políticas públicas de
atendimento às pessoas jovens, adultas e idosas em processo
Diagnóstico da Educação de Jovens e Adultos de escolarização.
Atualmente, a Secretaria de Estado de Educação oferta
O problema da Educação de Jovens, Adultos e Idosos a educação de jovens e adultos em 114 unidades escolares
Trabalhadores – EJAIT é estrutural da sociedade capitalista, na rede pública de ensino. No 1º semestre de 2013, o núme-
com distribuição de renda altamente concentrada no Dis- ro total de matrículas foi de 50.346, assim distribuídos por
trito Federal, diferente da tendência nacional. Por isso, não segmento, segundo dados do Censo Escolar da Secretaria
se trata de educação apenas para inclusão social, mas uma
de Estado de Educação:
educação emancipadora como inclusão política, ou seja, o
acesso aos bens materiais e simbólicos é crítico-criatiavo- Tabela I: Oferta EJA 2013:
-propositivo-transformador.
Os dados do censo 2010/IBGE revelam uma população no
Distrito Federal acima dos 2.500.000 habitantes. Apesar de
uma ligeira variação, tais dados estão coerentes com aqueles
apresentados pela PDAD de 2011, realizada pela CODE­PLAN.
Observa-se que a taxa migratória do Distrito Federal man-
têm ritmo de crescimento acima da média nacional, com
significativo impacto na RIDE.

Demanda social A educação de jovens e adultos atende às pessoas que


Legislação sobre a UnDF

estão em cumprimento de medida judicial de restrição de


Segundo a mesma PDAD/2011, 844.623 habitantes do
liberdade. Atualmente, há 1.554 estudantes, matriculados
Distrito Federal, com 15 anos ou mais, não concluíram o
na modalidade em 6 unidades prisionais, sendo uma delas
en­sino fundamental.
exclusivamente feminina.
Já o índice de analfabetismo no Distrito Federal é de
2,03%, o que corresponde a 51.967 pessoas, de 15 anos ou A educação de jovens e adultos integrada à educação
mais de idade, que não sabem ler e escrever. profissional, pelo Programa Nacional de Integração da Educa­
A mesma pesquisa ainda revela que 69,34% da popu- ção Profissional com a Educação Básica na Modalidade de
lação do Distrito Federal não estuda; 29,33% têm o ensino Jovens e Adultos, na Formação Inicial e Continuada com En-
fundamental incompleto, enquanto que 9,12% têm o ensino sino Fundamental (PROEJA – FIC) atendeu 2.448 pessoas,
médio incompleto. nos 2º e 3º segmentos, segundo dados do Censo Escolar
A publicação denominada Indicadores Sociais Munici- da Secretaria de Estado de Educação, 2º semestre de 2013.
pais: uma análise dos resultados do universo do censo demo­ Destaca-se, ainda, a série histórica (2004-2013), realizada
gráfico 2010, divulgada pelo IBGE, em 16 de novembro de pelo Censo Escolar da Secretaria de Estado de Educação, 1º
2011, revela que o índice de analfabetismo no Distrito Fe- semestre de 2013.

61
Tabela II: Evolução da matrícula da educação Gráfico IX: Número de professores e etapa por
de jovens e adultos no Distrito Federal: modalidades EJA e EP, em 27 de março de 2013:

Gráfico VIII: Evolução da matrícula da educação Tabela IV: Número de professores por escolaridade
de jovens e adultos no Distrito Federal: na modalidade EJA, em 27 de março de 2013:

Gráfico X: Número de professores por escolaridade


na modalidades EJA, em 27 de março de 2013:

Esses dados, que necessitam de permanente atualização


e compatibilização das diferentes fontes-bases de dados,
expressam uma tensão que se manifesta entre a privati- Diagnóstico para a Meta 10
zação e a oferta pública em EJAIT, que se voltam, ora para
es­tratégias de aligeiramento por interesses mercadológicos, Concepções fundamentais e norteadoras da oferta de
ora para a certificação cartorial, sem garantia de formação educação nas prisões
qualificada dos jovens, adultos e idosos trabalhadores do A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece
Distrito Federal. o direito humano à educação e estabelece que o seu objeti­vo
Considerando o número de professores por modalidade seja o pleno desenvolvimento da pessoa e o fortalecimento
Legislação sobre a UnDF

na rede pública do Distrito Federal, em 2013, a EJA dispõe do respeito aos direitos humanos. Entende-se que os direi-
de 2.960 professores (11,4% do total de 26.038 professores), tos humanos são universais, interdependentes – todos os
sendo 1063 (36%) em nível de pós-graduação, enquanto a direitos humanos estão relacionados entre si, e nenhum tem
Educação Profissional dispõe de, apenas, 600 professores, mais importância que outro –, indivisíveis e exigíveis frente
como se demonstra nas tabelas e gráficos, a seguir: ao Estado em termos jurídicos e políticos. Somente partindo
Tabela III: Número de professores por escolaridade e
desse princípio, há de se considerar a educação nas prisões
etapa-modalidades EJA e EP, em 27 de março de 2013: como direito fundamental da pessoa em cumpri­mento de
medida judicial de privação de liberdade.
Ainda na contribuição das normas internacionais, o do-
cumento Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros,
aprovado pelo Conselho Econômico e Social da Organiza-
ção das Nações Unidas – ONU em 1957, prevê o acesso à
educação de pessoas encarceradas. O documento afirma
que “devem ser tomadas medidas no sentido de melhorar

62
a educação de todos os reclusos, incluindo instrução religio- No art. 3º, há a garantia de que esta oferta obedeça às
sa. A educação de analfabetos e jovens reclusos deve estar seguintes orientações:
integrada no sistema educacional do País, para que, depois I – é atribuição do órgão responsável pela educação
da sua libertação, possam continuar, sem dificuldades, a sua nos Estados e no Distrito Federal (Secretaria de Estado de
formação. Devem ser proporcionadas atividades recreati- Educa­ção ou órgão equivalente) e deverá ser realizada em
vas e culturais em todos os estabelecimentos penitenciá­rios articulação com os órgãos responsáveis pela sua Administra-
em benefício da saúde mental e física”. (1º Congresso das ção Penitenciária, exceto nas penitenciárias federais, cujos
Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento de programas educacionais estarão sob a responsabilidade do
Delinquentes, realizado em Genebra, em 1955.) Mi­nistério da Educação em articulação com o Ministério da
Seguindo esse princípio, a Declaração de Hamburgo e o Justiça, que poderá celebrar convênios com Estados, Distrito
Plano de Ação para o Futuro, aprovados na V Conferência Federal e Municípios;
Internacional de Educação de Adultos – CONFINTEA, garan- II – será financiada com as fontes de recursos públicos
tiram avanços para o direito das pessoas encarceradas em vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino,
nível internacional, afirmando-o como parte do direito à edu- entre as quais o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
cação de jovens e adultos no mundo. No item 47 do tema da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
8 do Plano de Ação de Hamburgo, é explicitada a urgência Edu­cação – FUNDEB, destinados à modalidade de educação
de jovens e adultos e, de forma complementar, com outras
de reconhecer “o direito de todas as pessoas encarceradas
fontes estaduais e federais;
à aprendizagem:
III – estará associada às ações complementares de cultu-
a) proporcionando a todos os presos informação sobre
ra, esporte, inclusão digital, educação profissional, fomento
os diferentes níveis de ensino e formação, permitindo-lhes à leitura e a programas de implantação, recuperação e ma-
acesso a todos eles; nutenção de bibliotecas destinadas ao atendimento à popu­
b) elaborando e implementando nas prisões programas lação privada de liberdade, inclusive as ações de valorização
de educação geral com a participação dos presos, a fim de dos profissionais que trabalham nesses espaços.
responder a suas necessidades e aspirações em matéria de Nesse sentido, para que a educação de jovens e adul-
aprendizagem; tos cumpra sua função, é necessário que o Poder Público
c) facilitando que organizações não governamentais, invista numa política de estado de educação específica em
professores e outros responsáveis por atividades educati- que priorize a realidade e as necessidades desses sujeitos,
vas trabalhem nas prisões, possibilitando assim o acesso das ga­rantindo às pessoas em cumprimento de medida judicial
pessoas encarceradas aos estabelecimentos docentes e fo­ de privação de liberdade a educação, já consagrado em leis
mentando iniciativas para conectar os cursos oferecidos na diversas e específicas, nacionais e internacionais, como vis-
prisão aos realizados fora dela”. to anteriormente. Nesse ponto, o proposto neste PDE-DF
A VI Conferência Internacional de Educação de Adultos, avança na garantia de discussão e construção intersetorial
que aconteceu em Belém-Pará, de 1 a 4 de dezembro de de uma política de estado para a oferta da educação no
2009, preâmbulo 15, que trata da Participação, Inclusão e sistema prisional do Distrito Federal.
Equidade, também assegura o direito à educação em cum­ O Decreto federal nº 7.626, de 24 de novembro de 2011,
primento de medida judicial de privação de liberdade: que institui o Plano Estratégico de Educação no âmbito do
A educação inclusiva é fundamental para a realização Sistema Prisional, também é claro quando se trata da oferta
do desenvolvimento humano, social e econômico. Prepa- de educação para as pessoas em cumprimento de medida ju-
rar todos os indivíduos para que desenvolvam seu potencial dicial de privação de liberdade, a exemplo destes dispositivos:
contribui significativamente para incentivá-los a conviver
em harmonia e com dignidade. Não pode haver exclusão Art. 2º O PEESP contemplará a educação básica
decorrente de idade, gênero, etnia, condição de imigrante, na modalidade de educação de jovens e adultos, a
língua, religião, deficiência, ruralidade, identidade ou orien- educação profis­sional e tecnológica, e a educação
tação sexual, pobreza, deslocamento ou encarceramento. É superior.
particularmente importante combater o efeito cumulativo Art. 3º São diretrizes do PEESP:
de carências múltiplas. Devem ser tomadas medidas para I – promoção da reintegração social da pessoa em
aumentar a motivação e o acesso de todos. Para tanto, as- privação de liberdade por meio da educação;
sumimos o compromisso de “oferecer educação de adultos II – integração dos órgãos responsáveis pelo ensino pú-
nas prisões, apropriada para todos os níveis. blico com os órgãos responsáveis pela execução penal.
A LDB regulamenta o direito previsto na Constituição Art. 4º São objetivos do PEESP:
I – executar ações conjuntas e troca de informações
Federal (art. 208, I) de que todos os cidadãos e cidadãs têm
entre órgãos federais, estaduais e do Distrito
o direito à “educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos
Federal com atribuições nas áreas de educação e de
17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
Legislação sobre a UnDF

execução penal;
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria”. II – incentivar a elaboração de planos estaduais de
A mesma LDB determina também que os sistemas de educação para o sistema prisional, abrangendo metas
ensino devem assegurar cursos e exames que proporcionem e estratégias de formação educacional da população
oportunidades educacionais apropriadas aos interesses, con- carcerária e dos profissionais envolvidos em sua im-
dições de vida e trabalho de jovens e adultos. Prevê que o plementação;
acesso e a permanência devem ser viabilizados e estimulados III – contribuir para a universalização da alfabetização
por ações integradas dos Poderes Públicos. e para a ampliação da oferta da educação no sistema
A Resolução nº 2, de 2010, da Câmara de Educação Básica prisional;
– CNE, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Oferta de IV – fortalecer a integração da educação profissional
Educação nas Prisões, em seu art. 2º, garante que a educação e tecnológica com a educação de jovens e adultos no
nas prisões deve “atender às especificidades dos diferentes sistema prisional;
níveis e modalidades de educação e ensino e são extensivas V – promover a formação e capacitação dos profis-
aos presos provisórios, condenados, egressos do sistema sionais envolvidos na implementação do ensino nos
prisional e àqueles que cumprem medidas de segurança. estabelecimen­tos penais;

63
VI – viabilizar as condições para a continuidade dos Gráfico XI: Evolução da matrícula da
estudos dos egressos do sistema prisional. Educação Profissional no Distrito Federal:
Parágrafo único. Para o alcance dos objetivos previs-
tos neste artigo, serão adotadas as providências ne-
cessárias para assegurar os espaços físicos adequados
às atividades educacionais, culturais e de formação
profissional, e sua integra­ção às demais atividades
dos estabelecimentos penais.

Portanto, a educação constituída para o Sistema Prisional


do Distrito Federal realizar-se-á na modalidade de Educa-
ção de Jovens, Adultos e Idosos – EJAIT, na forma integrada
à educação profissional e numa concepção ampliada que
compreende a educação como direito universal de aprender
ao longo da vida, integrando as políticas educacionais para
além da alfabetização e assegurando condições de ingresso,
permanência e continuação na rede pública de ensino.

Diagnóstico

Tabela V: Relação entre a demanda educacional e a oferta:

Diagnóstico para as Metas 12, 13 e 14

Nos últimos 10 anos, o Brasil mudou significativamente o


panorama da educação superior. Com o Programa de Rees­
truturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI,
o Governo Federal investiu quase R$ 10 bilhões na expansão
de vagas nas universidades federais e na criação de 14 uni-
versidades. As vagas dobraram e as matrículas atingiram 1
milhão de alunos, segundo o censo do ensino superior de
2012. Além da expansão das vagas nas universidades fede-
Obs.: o percentual informado foi calculado desconsiderando-se os va- rais, com o Programa Universidade para Todos – PROUNI,
lores do ensino superior e “não informado”. mais de 1 milhão de alunos foram beneficiados. Outros 370
Fontes: Dados sobre Demanda de educação formal foram levantadas mil estudantes se beneficiaram do Programa de Financia-
pela SESIPE/DF. Os dados sobre atendimento da educação formal foram mento Estudantil – FIES, que em 2003 tinha apenas 50 mil
apresentadas pela FUNAP/DF, referência: Julho/2012.
contratos.
A educação passou a ser vista como uma unidade inte-
Diagnóstico para a Meta 11
grada, da creche à pós-graduação, e a prioridade pode ser
medida pelo volume de recursos mobilizados pelo Ministério
A demanda de educação profissional e tecnológica públi-
da Educação, que passou de R$ 17,2 bilhões em 2002, para
ca no Distrito Federal é pequena diante das necessidades de
94,5 bilhões em 2014.
formação e atendimento ao público jovem, adulto e idoso,
No que se refere ao Governo do Distrito Federal, iniciou-
que carece de inserção no mundo do trabalho. A tabela e
-se o processo de estruturação do educação superior distrital
o gráfico abaixo explicitam a necessidade de oferta no se-
com a transformação da Escola Superior de Ciência da Saú-
tor público do Distrito Federal. Cabe, ainda, a inserção dos
de – ESCS e da sua mantenedora, a Fundação de Ensino e
referenciais para a análise da complexidade da educação
Pesquisa em Ciências da Saúde – FEPECS, em Universidade
profissional no contexto da educação básica.
Distrital, referência de formação vinculada à política social de
Tabela VI – Evolução da matrícula da Educação Profissional
saúde e comprometida com a prestação de serviço público
de qualidade e formação vinculada ao mundo do trabalho.
Legislação sobre a UnDF

no Distrito Federal:
Foi criada, também, por meio da Lei nº 5.141, de 31 de
julho de 2013, a Fundação Universidade Aberta do Distrito
Federal – FUNAB. Além disso, o GDF atuou em parceria com
a Universidade de Brasília com a consolidação do campus de
Ceilândia, cuja obra foi totalmente construída pelo Distrito
Federal e a consolidação do campus do Gama e de Planaltina.
Essa estruturação do ensino superior no Distrito Federal
vem para enfrentar o quadro adverso que a educação su-
perior pública apresenta aqui e que tem características que
destoam do restante do Brasil. O setor privado concentra
84% das matrículas contra 16% do setor público, enquanto
a média nacional é de 74% de matrículas no setor privado e
26% no setor público, conforme dados do censo da educação
superior de 2012. Por suas características geográficas, pelo

64
seu perfil de renda, equivalente a 3 vezes mais que a média Há um crescimento significativo do acesso ao ensino
nacional, e da escolaridade dos seus habitantes, o Distrito superior em todas as faixas etárias no Distrito Federal, tan-
Federal mostra vantagens do ensino superior privado no to de regiões com maior poder aquisitivo, como também
seu processo de expansão em função da baixa oferta da entre os pobres, o que foi permitido com as possibilidades
educação superior pública. Por conta dessas características, de financiamento criadas nos últimos anos como PROUNI e
o Distrito Federal já alcançou a meta estipulada no Plano Na- FIES. Dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED do
cional de Educação – PNE, prevista para ser alcançada em 10 Distrito Federa l mostram que a taxa de crescimento da es-
anos. A meta 12 indica a matrícula de 50% no ensino superior colarização dos jovens com ensino superior, residentes fora
e a taxa líquida de 33%, isto é, a escolarização apropriada, do Plano Piloto, é superior a esse. A estabilidade econômica
que é de 18 a 24 anos. A proporção de jovens matriculados e a inclusão pelo trabalho dos filhos da segunda geração de
no Distrito Federal no ensino superior é a maior do Brasil. candangos têm impactado positivamente no crescimento na
Em 2012, a taxa bruta foi de 57% e a taxa líquida de 29%. A escolarização dos jovens. Com exceção do Paranoá e Santa
mesma relação para o Brasil aponta 29% a 15%. Dessa forma, Maria, com ocupação mais recente, todas as demais regi-
o Distrito Federal tem o dobro de alunos, proporcionalmente ões têm taxas de crescimento superiores às do Plano Piloto
à sua população, matriculados no ensino superior. com relação ao acesso ao ensinosuperior. Isso ocorre pela
No que se refere aos números de matrícula, o Distrito presença de uma população jovem nas regiões fora do Plano
Federal apresentou, no ano de 2011, novamente segundo Piloto, o que fez aumentar o interesse do setor privado em
o censo do ensino superior do INEP, a seguinte composição construir unidades para o atendimento do ensino superior
em contraposição aos dados do Brasil (Quadro 36): em Taguatinga e em Ceilândia.
No que se refere à meta do ensino superior no PNE, o
Quadro 36: Matrícula Bruta, Brasil e Distrito Federal, em 2012: Distrito Federal já atende bem próximo ao projetado para
2022, conforme Gráfico VII.

Gráfico XIII: Série Histórica do ensino


superior no Brasil e no Distrito Federal:

O Distrito Federal tem a maior taxa de matrícula em ins-


tituições privadas e a menor taxa de matrícula em instituição
estadual (no caso, distrital). As instituições públicas de ensino
superior federal (UnB e IFB) estão em conformidade com a
cobertura nacional, mas a oferta distrital pública é muito
inferior à média brasileira. É o apresentado no Gráfico VI.

Gráfico XII: Comparativo % superior Brasil


e Distrito Federal por rede de ensino:
Para enfrentar a elevada concentração de vagas no setor
privado somente com a expansão de vagas no setor público, a
Universidade de Brasília – UnB já está instalada nas principais
regiões administrativas: Planaltina, Gama e Ceilândia e, com
o REUNI, aumentou o número de vagas em mais de 10 mil
alunos, embora ainda muito aquém da demanda. A partir
de 2007, também o Governo Federal passou a estruturar o
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnolo­gia – IFB, que
já conta com 17 campus e que oferece também o ensino su-
Legislação sobre a UnDF

perior, além da educação profissional de nível técnico. Dessa


forma, além da UnB e do próprio IFB, faz-se necessária a
ampliação da oferta por parte do GDF em seu sistema próprio
de ensino superior, hoje concentrado na ESCS, referência
nacional em qualidade, e da própria FUNAB, em processo de
estruturação.
Entretanto, os dados do censo da educação superior de A ESCS funciona a partir de uma organização didático-
2012 mostram que tanto o ritmo de expansão do setor pri- -pedagógica inovadora que adota a metodologia de Aprendi­
vado como do público foram a metade do observado para zagem Baseada em Projetos e Problemas – ABPP. A ABPP
o Brasil. Dessa forma, os dados parecem indicar que não há é uma metodologia de ensino que centraliza os estudos no
mais espaço para o crescimento vigoroso do ensino superior aluno e não no professor e utiliza um contexto clínico para
no Distrito Federal, como o fora em outras épocas. Não se o aprendizado, capacita o aluno a trabalhar em grupo e esti-
trata mais de cumprir a meta do PNE para o ensino superior mula o estudo individual. Essa metodologia, como o próprio
no Distrito Federal. A questão é de como vagas no ensino nome indica, trabalha com o objetivo de resolver um pro-
superior público podem ser ampliadas.

65
blema e, nesse sentido, é um processo análogo ao utilizado na sua criação foi corrigido pela Lei nº 5.141, de 2013, e pelo
na pesquisa científica. A lógica é a mesma: a partir de um Decreto n° 34.591, de 22 de agosto de 2013. Seu funciona-
proble­ma, procura-se sua compreensão, fundamentação e mento ainda não se fez perceber, mas a potencialidade de
busca de dados que são analisados e discutidos. sua existência e sua base legal permitem propor metas para
Por último, elaboram-se hipóteses para sua solução, que seu funcionamento.
devem ser postas em prática para que sejam comprovadas Para fazer frente a essa realidade, o quadro a seguir foi
e validadas. Essa metodologia tem sido a principal diferen- construído de modo a enfrentar a realidade do Distrito Fede-
ça que os alunos do Programa Ciência sem Fronteiras, do ral nos próximos anos, no que se refere ao ensino superior.
Ministério da Educação, quando do seu retorno junto às Assim, estruturou-se, a partir da população do Distrito Fede­
universidades dos países do Primeiro Mundo. ral, expectativa de crescimento para a faixa etária de 18 a
No caso da ABPP, o problema é exposto a um grupo 24 anos e a atual composição do ensino público superior do
de alunos, os quais pesquisam, discutem com o professor- Distrito Federal para os próximos anos, que são apresentados
-tutor e outros profissionais e formulam suas hipóteses de no Quadro:
diagnóstico e soluções.
Com isso, estimula-se o raciocínio, as habilidades inte- Quadro 37: Projeção para o crescimento
lectuais e a aquisição de conhecimentos. do ensino superior do Distrito Federal:
Tal abordagem faz com que o aluno seja sempre levado
a superar suas falhas-deficiências, desenvolver um método
próprio de estudo, utilizar adequadamente uma diversidade
de recursos educativos e avaliar criticamente os progres­sos
alcançados.
A ESCS vem alcançando resultados muito elevados, fican-
do, juntamente com a UFG, entre as duas únicas institui­ções
que alcançaram nota máxima, nos três exames do ENADE de
que seus estudantes participaram. Entretanto, a transforma-
ção da ESCS em Universidade Distrital está vinculada à resolu-
ção de um problema no seu financiamento: a oferta distrital
de ensino superior tem a distorção de ser integralmente
financiada com o fundo público referente à área da saúde.
Essa metodologia ativa deve ser adotada para a FUNAB,
que, ao estruturar os seus cursos, deve ter por preocupação
a formação de profissionais, inicialmente, professores, para
atuarem na educação básica, formados no serviço público de
educação. Nesse sentido, a FUNAB deverá integrar, em um
mesmo itinerário, a graduação e a pós-graduação, de modo Diagnóstico para a Meta 15
a permitir que os futuros professores possam ingressar na
carreira do magistério com possibilidade de título de mestre, Segundo dados do censo escolar, o Distrito Federal ti-
integrando a graduação e a pós-graduação em cursos que nha 28.443 professores em atividade na educação básica em
enfatizem a pesquisa aplicada. É importante res­saltar que 2013, dos quais 76,8% eram mulheres.
no País existem 39 universidades estaduais, sendo que o As funções docentes dividiam-se da seguinte forma:
Distrito Federal não possui a sua, o que justificaria a criação a) 4.501 na educação infantil;
da Universidade Distrital. b) 17.600 no ensino fundamental;
O marco legal da educação no Distrito Federal é outro. c) 5.005 no ensino médio;
Por um lado, há de se cumprir o disposto no art. 240, da Lei d) 766 na educação profissional;
Orgânica do Distrito Federal, que determina a criação do e) 1.135 na educação especial (classes especializadas);
sistema de ensino superior no Distrito Federal. Esse artigo, f) 2.519 na EJA.
combinado com o art. 222 da mesma Lei Orgânica e com o Do total dos docentes (redes pública e privada), 25.871
art. 207 da Constituição Federal, estabelece o arcabouço ins- detinham nível superior, embora 23.700 tivessem formação
titucional do sistema de ensino superior do Distrito Federal. específica para atuar no magistério (licenciaturas). Em 2013,
Não obstante, já há previsão no Plano de Saúde do Distri- também havia 2.567 professores com formação de nível mé-
to Federal, 2012-2015, da proposta de elevação do número dio e, ainda, 5, apenas, com ensino fundamental.
de matrículas e instituição da Universidade distrital. Essa é Em relação à meta proposta para o PDE-DF, o Distrito
uma resposta ainda modesta, mas que sinaliza uma inten­ Federal conta com demanda efetiva de 6.362 professores
Legislação sobre a UnDF

cionalidade de aproximar-se da meta estabelecida para o aptos para cursarem licenciaturas para as devidas áreas de
Distrito Federal no PNE. atuação. Porém, os dados do censo escolar não possibilitam
A criação da FUNAB foi prevista na Lei n° 403, de 29 iden­tificar todos os profissionais que atuam nas escolas sem
de dezembro de 1992, que autorizava o Poder Executivo a a devida habilitação, inclusive os que possuem licenciatura,
implantar a Universidade Aberta do Distrito Federal UnAB/ mas lecionam em áreas distintas da formação acadêmica e
DF, alterada pela Lei nº 2.919, de 16 de março de 2002, que precisam de formação complementar. Essa, inclusive,
que, novamente, autorizava a criação, agora, da Fundação é uma tarefa posta para o Fórum Distrital Permanente de
Universidade Aberta do Distrito Federal – FUNAB-DF – lei Apoio à Formação Docente.
oriunda de Projeto vetado pelo Governador do Distrito Fe- A meta, ainda, alerta para a formação dos servidores da
deral e mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. educação, que já contam com cursos de profissionalização de
Desde 2002, foi criada a linha orçamentária da FUNAB nível médio, mas que também precisam de planejamento da
e, nas Leis Orçamentárias Anuais do Distrito Federal, há Secretaria de Estado de Educação para atender a totalidade
a Unidade Orçamentária 18202 – Fundação Universidade da demanda por formação específica para a área de atuação
Aberta do Distrito Federal. Não obstante, o vício de origem nas escolas do Distrito Federal.

66
Diagnóstico para a Meta 16 Diagnóstico para a Meta 19

Os princípios da oferta pública e gratuita devem ser ob- Lei de Sistema Distrital de Ensino
servados para ambas as formações previstas nesta meta, É importante que seja aprovada uma lei de sistema dis-
sobre­tudo para os profissionais que atuam na rede pública trital de educação, com vistas a definir a abrangência e as
de ensino. responsabilidades das instituições e dos agentes públicos
Os compromissos do GDF devem constar, preferen- para com a consecução das metas e estratégias do Plano
cialmente, do plano de carreira da categoria, na forma de Distrital de Educação.
regula­mentação da hora-atividade e das licenças para pós- O sistema distrital deve abranger as instituições criadas,
-graduação. mantidas e administradas pelo Distrito Federal, ou seja, a
Hoje, a Lei da Carreira do Magistério Público do Distrito rede pública distrital e a rede privada; e, também, deve ar-
Federal prevê o afastamento remunerado para mestrado e ticular-se com o sistema nacional, a fim de orientar-fiscalizar
doutorado de apenas 1% do quadro efetivo do magistério, o efetivo cumprimento dos deveres do estado que se ma-
anualmente. Mas, tendo em vista o Distrito Federal possuir terializam no atendimento escolar de qualidade nos níveis
apenas 805 professores com mestrado e 76 doutores (dado básico e superior.
de 2010), de acordo com a meta do PNE, até 2024, será pre- A Secretaria de Estado de Educação, ao longo dos anos,
ciso formar, pelo menos, 9.500 novos mestres, o que requer tem editado resoluções, portarias e outros instrumentos
aumentar o percentual de licenças previsto atualmen­te no para efetivar as deliberações, pareceres e resoluções do
Plano de Carreira. Conselho de Educação do Distrito Federal – CEDF, os quais
O escalonamento das licenças-formação, por sua vez, não não têm força de lei e, portanto, não garantem a continui-
deve admitir preferências entre níveis de atuação na rede dade das ações.
pública (infantil, fundamental, médio, EJA, especial, profissio- A organização do sistema distrital deve contribuir para
nal), pautando-se, tão somente, pela habilitação perti­nente a universalização da Educação Básica, a democratização do
para cada profissional, à luz do número de vagas disponíveis en­sino superior e a efetivação de um padrão de qualidade,
nas instituições de ensino superior. apontando também para a revisão das formas de indicação,
É essencial que essa meta, tal como a anterior, seja mo- composição e funcionamento do CEDF.
nitorada pelo Fórum Distrital Permanente de Apoio à For- Enfim, a aprovação do sistema distrital de educação é
mação Docente, assegurando a articulação dessa política uma tarefa urgente e estratégica na garantia de políticas
com as Universidades, bem como a ampla participação dos edu­cacionais a médio e longo prazo, devendo, no entanto,
traba­lhadores no processo de gestão da meta. assegurar a ampla participação da sociedade civil organizada,
especialmente, das entidades que representam a comunida-
Diagnóstico para a Meta 17 de educacional, como o Fórum Distrital de Educação.
A presente meta, em âmbito do PNE, visa eliminar a di- Lei de Responsabilidade Educacional
ferença entre as remunerações do magistério e de profissio-
A ideia original dos movimentos sociais, acerca da Lei de
nais de outras áreas com nível de escolarização equivalente.
Responsabilidade Educacional – LRE, consiste em aprimorar
Propõe-se a isonomia salarial em relação à média dos ven­
o controle institucional do Estado sobre a correta aplicação
cimentos de carreira das demais categorias de servidores
dos recursos da educação, garantindo os insumos neces­
públicos do GDF, com mesmo nível de escolaridade (nível
sários para a qualidade do ensino nas escolas e universidades
superior).
públicas.
Pela formulação conceitual do Custo Aluno-Qualidade,
cerca de 80% do financiamento da educação básica destina- O caráter da responsabilidade educacional pauta-se em
-se para o pagamento de salários dos trabalhadores escolares elementos objetivos e vinculantes, ou seja, naqueles aos
(professores, especialistas e servidores administrativos). quais o Distrito Federal está sujeito, mediante comandos
da Constituição Federal, da LDB, da Lei Orgânica, do PDE-
Diagnóstico para a Meta 18 -DF, do FUNDEB, entre outras leis. Assim, a LRE tem por
objetivo garantir a eficácia das leis e normativas que regem
A rede pública do Distrito Federal mantém déficits de o sistema de ensino do Distrito Federal, devendo a qualidade
professores que, anualmente, é suprido por meio de contra­ da educação ser diagnosticada em outros expedientes, que,
tações temporárias, as quais, por sua vez, não garantem por sua vez, indicarão possíveis reformulações no arcabouço
plenos direitos aos contratados, precarizando a relação de legal da educação.
trabalho. Tampouco asseguram a qualidade da educação A LRE tem de ser uma lei que dê conta do entendimento
aos estudantes, dada a rotatividade desses trabalhadores de que não adianta ter um plano decenal, discutido e aprova­
do na Câmara Legislativa, com a concordância de todos, se
Legislação sobre a UnDF

nas escolas.
A orientação do PNE, que deve ser seguida pelo PDE-DF, não houver mecanismos de controle institucional e social,
caminha no sentido de limitar a contratação temporária a que contribuam com a gestão e, também, prevejam punições
10% do quadro de magistério e 50% do de funcionários, até para quem não cumprir seus compromissos.
o terceiro ano de vigência do Plano. Por outro lado, a Constituição Federal preconiza que a
Em outra linha de ação com vistas a melhorar a qua- gestão democrática constitui-se em princípio do ensino pú-
lidade da educação, por meio de melhores condições de blico (art. 206, VI), que é reposto no art. 3º da LDB. No caso
trabalho ao magistério, propõe-se o aumento gradativo da do Distrito Federal, a gestão democrática está assegurada
hora-atividade nas escolas públicas até o patamar de 50% na Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 222) e foi aprovada
da jor­nada dos professores. pela Lei nº 4.751, de 2012, que, inclusive, é mais avançada
No Distrito Federal, como em outras Unidades da Fe- que a proposta do Plano Nacional de Educação em sua meta
deração, o número de estudantes por sala de aula, muitas 19, a qual condiciona a gestão democrática a critérios de
vezes, supera o limite tolerável para a boa aprendizagem, mérito e desempenho.
razão pela qual é necessário estabelecer parâmetros máxi- Uma observação relacionada com a Constituição Fe-
mos para cada etapa-modalidade de ensino. deral, que não pode passar despercebida, é que, mesmo

67
com toda pressão do campo progressista ligado à educação, A receita tributária corresponde a 60,73% das receitas
não houve êxito em contemplar o preceito constitucional da correntes. A diferença é completada por transferências: R$
gestão democrática de forma universal para todos os níveis 4.177 bilhões (22,2%); receitas de contribuições, R$ 1.383
de ensino e modalidades, deixando o setor privado de fora bilhão (7,3%); demais receitas, R$ 1,8 bilhão (9,76%).
desse processo. Do total dos tributos, o Imposto sobre Circulação de Mer-
A eleição para diretores é um importante instrumento cadorias e Serviços – ICMS contribui com 52,38%: R$ 5,987
de democratização da escola, mas, por não ser o único ins­ bilhões. O Imposto sobre a Renda representa 18,92%: R$
trumento de participação da sociedade nos rumos da escola 2,165 bilhões. O Imposto sobre Serviços de Qualquer Na­
e do sistema educacional, precisa associar-se a outras po- tureza – ISS, 10,82%: R$ 1,238 bilhões.
líticas que visem eliminar práticas hierárquicas no interior Entendendo a educação como uma das principais bases
das escolas. para o desenvolvimento sustentável de uma nação, no mo­
A Lei de Gestão Democrática do Distrito Federal asse- mento em que o Brasil vive o seu período de bônus demográ-
gura princípios, como participação, pluralismo, autonomia, fico, a demanda por maior aporte de recursos e pro­gressivos
trans­parência, qualidade social e democracia; prevê meca- investimentos se faz urgente e necessária.
nismos de democratização das unidades escolares, como Porém, não basta alocar mais recursos para a educação. É
assem­bleia geral, conselho escolar, conselho de classe parti- preciso gerenciá-los e fiscalizá-los de maneira mais efi­ciente,
cipativo, grêmio estudantil, construção coletiva do regimento e o conceito de Custo Aluno Qualidade mostra-se o mais
escolar e do projeto político pedagógico; e cria espaços de eficaz, na medida em que aponta objetivamente os insumos
a serem investidos em cada etapa e modalidade da educação
debates sobre educação no próprio do sistema, como Fó­
básica pública. O crescimento de investimentos seria como
rum Distrital de Educação, Conferência Distrital de Educação,
disposto no Gráfico VIII.
Conselho de Educação do Distrito Federal, entre outros.
Gráfico XIV: Série Histórica de ampliação de gastos
Diagnóstico para a Meta 20 com educação em relação ao PIB do Distrito Federal:

Na classificação por estados, o Distrito Federal registra


o 7º maior PIB do País e o maior na comparação per capita.
Quanto às receitas anuais, além dos recursos decorrentes
da arrecadação tributária e transferências, contabilizando
valores sob a condição de Estado e de Município, o Distri-
to Federal recebe adicional significativo. Trata-se do Fun-
do Constitucional do Distrito Federal – FCDF, instituído em
2002, cujo saldo é integralizado pela União com base em sua
arrecadação tributária. Os recursos do FCDF são aplicados
predominantemente em segurança pública: investimentos,
despesas operacionais, remunerações e subsídios. Em ca-
ráter secundário, destinam-se à saúde e educação públicas.
O saldo do FCDF, em 2013, acrescentou valor equivalente a
65% das receitas correntes do Distrito Federal.
Assim, a Capital Federal é uma Unidade da Federação re-
lativamente rica. Detém, também, o maior Índice de Desen­
volvimento Humano – IDH na classificação entre os Estados
do País. Porém, o indicador de concentração de renda é um
dos piores do Brasil: enquanto o Estado de Santa Catarina Neste sentido, são referências para o PDE-DF:
alcança Índice de GINI de 0,49 (variação de 0 a 1 e, quanto 1º) A reivindicação da sociedade brasileira para desti-
mais próximo de 1, mais desigual é a distribuição de renda), a nação de 10% do PIB para a educação pública, e a previsão
marca do Distrito Federal é 0,63, igualando-se à de Roraima desse percentual no Plano Nacional de Educação.
e sendo superado apenas pelo Amazonas, 0,65. O índice 2º) Os estudos sobre o referencial de Custo Aluno Qua-
brasileiro é 0,60 (base 2010). lidade, referendados pelo Parecer nº 8, de 2010-CNE/CEB.
O PIB do Distrito Federal em 2011 foi de R$ 164,5 bilhões, 3º) O fato de o Distrito Federal ostentar o maior PIB per
capita do País.
montante equivalente a 3,97% do PIB brasileiro naquele ano.
4º) A previsão de crescimento demográfico do Distrito
Essa proporção está pouco acima da média de 3,93%, ob-
Federal acima da média nacional.
servada desde 2007.
Legislação sobre a UnDF

5º) A situação de o Distrito Federal, mesmo apresen-


Mantida a média para 2012 e 2013, o PIB na Capital Fe- tando indicadores educacionais acima da média nacional,
deral terá sido de R$ 173 bilhões e R$ 190,1 bilhões, res­ ainda deter uma das piores taxas de atendimento em creche
pectivamente. O PIB per capita, em 2011, foi de R$ 63,020,00, e elevados níveis de distorção idade-série, de reprovações
o que corresponde a 2,81 vezes o brasileiro, de R$ 22.402,00. e abandonos escolares em todas as etapas do nível básico.
Observado o período de 2007-2013. 6º) Os desafios impostos pelas metas e estratégias do
O crescimento real médio, no Brasil, foi de 3,48% e, no PDE-DF, em especial a universalização da educação básica
Distrito Federal, foi de 4,28%. para todos os jovens e adultos, com qualidade e equidade,
Em 2013, o FCDF recebeu R$ 10.694 bilhões, valor 7,29% a eliminação do analfabetismo e a justa isonomia salarial
superior ao de 2012. Desde 2002, a variação nominal foi de para os professores por meio da média dos vencimentos de
268,79%. Descontada a inflação do período, medida pela carreira das categorias de servidores públicos com mesmo
IPCA, o crescimento real acumulado foi de 97,16%. nível de escolaridade.
Já as receitas correntes do Distrito Federal, em 2013, 7º) Os referenciais de número de alunos por sala de aula,
totalizaram R$18,8 bilhões, montante superior à de 2012, com o objetivo de melhorar as condições da aprendizagem
con­siderados valores de cada data. nas escolas.

68
8º) O aumento da oferta de educação em tempo inte- demons­traram vínculo familiar, especialmente com a mãe.
gral e as adaptações e construções de novas escolas, entre Muitos, também, informaram residir com a avó. No entanto,
outras orientações destacadas ao longo das 20 metas e de esse dado aparece junto daqueles que residem com fami-
suas estratégias. liares. Surpreende o percentual que informa residir com a
Por outro lado, na proposta para o crescimento dos re- mãe, com ou sem a presença de irmãos e outros familia-
cursos do GDF aplicados em manutenção e desenvolvimento res, mas sem a figura do pai ou do padrasto: 29,9% na PSC,
do ensino público, consideram as seguintes premissas: 36,9% na LA, 54,2% na semiliberdade e 40,4% na internação.
1º) Crescimento das rubricas indicadas abaixo, na média Ressalta-se que, na Unidade de Semiliberdade do Recanto
verificada entre 2007 e 2013: das Emas, 58,3% dos adolescentes residem com a mãe, maior
a) FCDF: 3,99% ao ano; percentual dentre todos de todas as medidas e unidades.
b) receitas correntes: 6,29% ao ano; A pesquisa aponta que a reincidência é de 28,3% na PSC;
c) despesas: 8,08% ao ano; 32,9% na LA; 83,1% na medida de SL e 84,2% na Inter­nação
d) (total (FCDF + receitas correntes): 8,36% ao ano. e Internação cautelar.
2º) PIB: crescimento de 2,3% ao ano, respeitada estima- Contrariando o senso comum, os atos infracionais mais
tiva do Banco Central para 2015. cometidos são contra o patrimônio e não contra a vida: nas
3º) FCDF: destinação de 25% do saldo, a cada ano, à medidas de PSC, LA, e SL são de roubo (46,5%; 39,8%; 55,9%
educação, equivalente à média histórica. respectivamente) seguido por tráfico de drogas. O ato infra-
4º) Função educação: crescimento do montante do or- cional de homicídio é 0,7% na LA, 3,4% na semiliberdade e
çamento próprio em 10% a cada ano. de 14,7% na internação. Destaca-se dos dados a postura de
vulgarização das internações no Distrito Federal, que despon-
Diagnóstico para a Meta 21 ta como a Unidade da Federação que, pro­porcionalmente,
mais interna no Brasil.
Os dados nos falam de adolescentes que não trabalha-
A partir da pesquisa autodeclaratória da CODEPLAN
vam, quando do ato infracional, ou trabalhavam no mercado
(2014), intitulada Perfil e Percepção Socialn dos Adoles-
informal. Na internação, 56,4 dos adolescentes declaram
centes em Medida Socioeducativa no Distrito Federal, foi trabalhar no mercado informal; 24,5% não trabalhavam.
elaborado o diagnóstico para esta meta, considerando-se A vinculação a políticas públicas de profissionalização são
3 conceitos básicos: muito tímidas:
a) o perfil do adolescente que cumpre medida socioe- a) 3% dos adolescentes da PSC encontravam-se vincu-
ducativa; lados ao estágio;
b) as formas de violência às quais estão submetidos; b) 4,5% na LA (estágio e jovem aprendiz);
c) a visão desse adolescente sobre a educação que vi- c) 17% na semiliberdade (estágio e jovem aprendiz);
vencia. d) 3,3% na internação.
A área de interesse profissional destacada pelos adoles-
Perfil centes é a informática (49,5% PSC; 43,2% na LA; 45,8% na
Aproximadamente 90% dos adolescentes em cumpri- semiliberdade; 47,3% na internação).
mento de medidas socioeducativas são naturais do Distrito A maior incidência de adolescentes informa que sua ren-
Fe­deral. Os adolescentes do sexo masculino são: da familiar é de 1 a 2 salários-mínimos por mês (22,2% na
a) 100% dos socioeducandos da semiliberdade; PSC, 22,1% na LA, 27,1% na SL e 18% na internação).
b) 97,6% da internação;
c) 96% da Prestação de Serviço à Comunidade – PSC; Violência
d) 84,2% de Liberdade Assistida – LA. Os adolescentes revelam histórico de violências sofridas,
destacando-se a violência física como a mais comum. Desta­
A maioria dos adolescentes pesquisados declarou-se ca-se, ainda, a violência psicológica.
negra em todas as medidas, sobressaindo a semiliberdade, Quando questionados quanto ao espaço no qual sofre-
na qual 93,2% afirmam-se negros. Todos os adolescentes ram violências, destacou-se a escola como o terceiro lugar,
da Unidade de Semiliberdade de Taguatinga são pardos ou sendo antecedido, nos índices, pela polícia e por gangues.
pretos. Na PSC foi de 24,2%; na LA, 17,2%; na SL 11,9%.
O percentual de negros é de 78,8% na PSC. Na LA, che- No caso específico da internação, a violência sofrida na
escola aparece em quarto lugar, sendo antecedido, além dos
ga a 80,2%, destacando-se as Unidades de São Sebastião e
já citados, pela família.
Brazlândia, com 96,6% e 94,7% negros, respectivamente. Na
Quando questionados quanto ao local no qual se sentem
medida de internação, a participação dos negros é de 80%.
mais seguros, a escola não aparece para os adolescentes
Legislação sobre a UnDF

Quanto à idade, a pesquisa mostra que a maior incidência em cumprimento de medida socioeducativa de PSC, semi-
de adolescentes autores de ato infracional conta 17 anos, liberdade e internação e aparece em 6º lugar para os ado­
fim da adolescência e idade limite para o enquadramento lescentes que se encontram em cumprimento da medida
do delito como ato infracional e para a garantia de direitos socioeducativa de LA ladeado de: “na casa de amigos” e
previstos no ECA. São dessa idade 35,4% dos adolescentes “distante da polícia”.
da PSC, 22,4% da LA (medida que tem maioria com 18 anos Quanto aos planos de futuro, terminar os estudos apa-
completos), 28,8% na semiliberdade e 31,2% da interna- rece em último lugar para as medidas em meio aberto e
ção. A segunda idade com maior incidência na maior parte em segundo lugar para as medidas de meio fechado, o que
das medidas é 18 anos, o que significa que os adolescentes nos fala de uma fragilidade da intersetorialidade para os
completaram essa idade já enquanto cumpriam a medida executores das medidas em meio aberto.
ou que a determinação de cumprimento pela autoridade Na autodeclaração dos adolescentes, a família aparece
competente ocorreu após a maioridade. como um lugar acolhedor e protetivo, no qual há cuidados,
Embora sempre se questione o lugar da família para não obstante haver a informação de agressões físicas intra-
os grupos marginalizados, os adolescentes entrevistados familiares.

69
Educação Outros dados relevantes para o PDE-DF
46,5% dos adolescentes que cumprem a medida socioe-
ducativa de Prestação de Serviço à Comunidade – PSC decla­
ram não estar estudando e 9,1% declaram estar matricula-
dos, mas sem frequência à escola; 63,6% não têm instru­ção
ou têm ensino fundamental incompleto.
Dos adolescentes que se encontram em cumprimento de
medida socioeducativa de Liberdade Assistida – LA, 49,1%
não estudam, e 7,6% estão matriculados, mas não frequen-
tam a escola; 61,6 não têm instrução ou tem o estudo fun-
damental incompleto.
Quanto ao nível de instrução dos adolescentes que cum-
prem a medida de semiliberdade, 79,7% possuem ensino
fun­damental incompleto. Essa medida teve o mais baixo per-
centual de adolescentes com ensino médio completo, 1,7%.
Da maioria dos adolescentes que cumprem a medida
de internação, 90,9% declararam estar matriculados e que
fre­quentaram as aulas, sendo que 82% dos internos têm
ensino fundamental incompleto, 15,8% concluíram o ensino
fundamental e 2,2% têm o ensino médio terminado.
Os adolescentes entrevistados afirmam que “ir à escola
pode mudar minha vida” (86,9% da PSC; 92,4% da LA; 100%
da semiliberdade; 93,1% da internação); que já se envolve-
ram em conflitos na escola (71,7% de PSC; 60,7% da LA; 49,2
da semiliberdade e 34% da internação); que possuem um
bom relacionamento com os professores na escola (56,6%
de PSC; 54% da LA; 71,2% da semili­berdade e 91,2% da inter-
nação); que não gostam de estudar (42,4% de PSC; 43,6% da
LA; 18,6% da semiliberdade e 24,7% da internação).
A partir dos escores alcançados, verifica-se a predileção
dos adolescentes por atividades físicas, esportivas, artísticas
e culturais, demonstrando a necessidade de que o sistema
socioeducativo amplie a oferta de programas artísticos, cul-
turais, esportivos e de lazer aos adolescentes.

PARTE IV
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DO PDE-DF

Caberá ao Fórum Distrital de Educação:


a) Ampliar em número e representatividade a partici-
pação da sociedade civil organizada de cada região admi-
nistrativa.
b) Realizar conferências regionais e livres preparató-
rias às Conferências Distritais trianuais para avaliação e
reelabora­ção do PDE-DF.
c) Definir um sistema de avaliação e monitoramento do
PDE-DF com indicadores sociais e educacionais de abrangên­
cia intersetorial, em especial, de saúde e segurança, de modo
a acompanhar e demonstrar o impacto da mudança da quali-
dade de vida dos cidadãos do Distrito Federal pela ampliação
do investimento em educação.
d) Constituir, em colaboração com a União, um conjunto
de indicadores de avaliação institucional com base no perfil
Legislação sobre a UnDF

dos estudantes e dos profissionais da educação, nas condi-


ções de infraestrutura das escolas, nos recursos pedagógi­
cos disponíveis, nas características da gestão e em outras
dimensões relevantes, considerando as especificidades das
etapas-modalidades de ensino, com vistas a construir um
indicador próprio para a avaliação escolar no Distrito Federal.
e) Definir, no segundo ano de vigência deste PDE-DF,
indicadores de qualidade, bem como avaliálos e monitorá-
-los, para o funcionamento de instituições públicas, privadas
e conveniadas.
f) Subsidiar permanentemente o Sistema Educacional
do Distrito Federal.
g) Subsidiar planos de educação do Distrito Federal e dos
22 municípios da RIDE.

70
Entende-se que, nos formatos atuais de atendimento,
não há um sistema de educação integral implantado especifi­
camente nas escolas-parque no que se refere à temporali-
dade. Ainda, assim, a oferta educacional na escola-parque
alcança os seguintes princípios de educação integral: inte-
gralidade, intersetorialidade, transversalidade, gestão de­
mocrática, territorialidade e trabalho em rede (Currículo em
Movimento da Educação Básica: Pressupostos Teóricos, p.
28 e 29, 2014).
A partir de 2013, a oferta pública de transporte escolar
aos estudantes oriundos de localidades distantes da escola­-
-parque possibilitou um aumento significativo de escolas
classe atendidas nas escolas-parque.
Em 2014, uma ampliação ainda maior no atendimento
oportuniza o acesso regular à escola-parque, ao universo
dos estudantes matriculados nas séries iniciais do ensino
fundamental da região de ensino do Plano Piloto e Cruzeiro,
assim como a uma unidade escolar situada na regional de
ensino do Núcleo Bandeirante.
O número reduzido de escolas-parque construído, até o
presente momento, não possibilita o atendimento regular
aos estudantes em mais de um dia por semana, assim como
não oportuniza o acesso aos estudantes matriculados nas
demais coordenações regionais de ensino e regiões admi-
nistrativas.
Ações para Escola Parque e Centros Interescolares de A solicitação pelo direito à universalização do acesso
Línguas – CILs à escola-parque é apresentada pela população do Distrito
Federal em cada oportunidade de escuta e registro de suas
demandas como nas Conferências das Cidades e nas Confe-
O conceito de escola-parque nasce como a primeira ex-
rências de Cultura, entre outras.
pressão de educação integral pública no Brasil. Essa proposta
Para atender as demandas da população, é necessário
foi concebida no Plano Educacional de Brasília, criado em
retomar o Plano Educacional de Brasília e a construção de
1957, por Anísio Teixeira, com o intuito de constituir nesta
novas escolas-parque em todo o Distrito Federal, progres-
Nova Capital um sistema público de ensino com oferta de
sivamente, de forma a atender estudantes matriculados
educação integral, como referência para o sistema educa­ regular­mente em todas as regiões administrativas até o fim
cional de todo o País. da vigência deste PDE-DF.
O sistema de educação integral proposto por Anísio Como alternativa imediata, propõe-se, além das cons-
Teixeira consiste num conjunto de escolas interligadas por truções de escolas-parque em todo o Distrito Federal, a im-
um mesmo projeto pedagógico no qual os estudantes re- plementação dos espaços de vivência – escola-parque, ou
alizariam aulas regulares na escola classe e aulas práticas, seja, espaços destinados à fruição, contemplação e pesquisa
artísti­cas e esportivas na escola-parque. em arte e em educação física nas escolas classe e centros
Anísio Teixeira concebe a escola primária como uma ins- de ensino regulares. Os espaços de vivência levam à escola
tituição voltada para a educação integral, organizada em regular o modelo de ensino de artes e de educação física da
dois setores: o de instrução, que ministraria o ensino de escola-parque, com oficinas realizadas em salas-ambien­te,
leitura, escrita, aritmética, ciências físicas e sociais, deno- equipadas de acordo com as linguagens artísticas trabalha-
minada escola classe; e o de educação, que desenvolveria das, espaços e materiais específicos destinados à prática de
atividades socializantes, artísticas, físicas, trabalho manual, educação física, turmas com número reduzido de estudantes,
artes industriais, denominada escola-parque. professores especialistas e metodologia de ensino que vise
Para a região geográfica do Plano Piloto foi planejada a à vivência, à experimentação das linguagens e o trabalho
construção de 28 escolas-parque, cada uma atenderia, em como princípio formativo.
contra turno, os alunos de até quatro escolas classe tribu- O espaço de vivência – escola-parque visa propiciar
tárias circunvizinhas, por todos os dias da semana. Porém, o ambiente de integração, de socialização, de fomento à
do montante de 28 escolas-parque programadas, somente produção cultural e tecnológica em todas as etapas e mo-
Legislação sobre a UnDF

cinco foram construídas ao longo das primeiras décadas, dalidades de ensino. Destaca-se que o planejamento peda-
sendo a mais recente inaugurada em 1992. São as escolas- gógico dos espaços de vivência pode ser articulado junto à
-parque de Brasília: Escola-Parque 308 sul (1960); Esco­la- escola-parque mais próxima. Diversas linguagens podem ser
Parque 313/314 Sul (1977); Parque-303/304 Norte (1977); ofertadas para a comunidade nos espaços de vivência, de
Escola-Parque 210/211 Norte (1980); Escola-Parque 210/211 acordo com o projeto político pedagógico das unidades de
Sul (1992). ensino e com os espaços disponíveis na escola ou na cidade,
Destaca-se que o atendimento atual é constituído de considerando tanto a cultura popular como a cultura erudita,
um número variado de escolas tributárias vinculadas a cada tais como oficinas de literatura, cinema, música, artes visuais,
escola-parque, numa relação sempre maior do que 1:4. Essa artes cênicas, dança e cultura corporal, com destaque para a
proporção de escolas atendidas na escola-parque não estava abordagem interdisciplinar e o trabalho articulado entre arte
proposta no Plano Educacional de Brasília. e educação física. Contudo, as escolas-parque terão papel
Isso significa que, devido à quantidade de escolas aten- fundamental para implementação desse projeto, enquanto
didas, atualmente, cada aluno frequenta a escola-parque referência e espaço de pesquisa para o ensino de arte e de
ape­nas uma única vez por semana. educação física.

71
Os espaços de vivência – escola-parque podem ser ofer- gia apropriada, material didático específico e salas de aula
tados aos estudantes do ensino fundamental – anos iniciais equipadas com o fim de propiciar o ambiente ideal de apren­
e finais –, educação de jovens e adultos, educação do campo dizagem de línguas, tal qual acontece nos CILs.
e educação profissional. Contudo, os centros interescolares de línguas terão papel
Para o PDE-DF, elenca-se a seguinte ordem de prioridade fundamental para implementação desse projeto, enquanto
para implementação de espaços de vivência – escola-parque: referência e espaço de pesquisa para o ensino de LEM.
1º) regiões administrativas ou unidades escolares que Nesse sentido, novos centros de línguas devem ser cons-
possuem espaços físicos adequados para essa implementação; truídos nas regiões administrativas para oferta de espanhol,
2º) unidades escolares ofertantes de educação em tempo francês e inglês como cursos oficiais de LEM. Cursos de ale-
integral localizadas geograficamente em áreas de vulnera­ mão e japonês são ofertados como projetos nos CILs, em
bilidade-risco; caráter experimental, mas, pretende-se que sejam oficia-
3º) unidades escolares com oferta de turmas de correção lizados como componentes curriculares, tendo em vista a
da defasagem idade-série; demanda da comunidade.
4º) Todas as demais unidades escolares que ofertam
educação em tempo integral, que não sejam tributárias de Justificação
es­colas-parque.
Para novas construções de escola-parque é necessário A presente emenda objetiva cindir o Anexo Único em
considerar os espaços para a prática de educação física, como dois, de modo a agrupar as metas e estratégias num anexo,
quadras cobertas e piscinas, e ambientes para a expressão, denominado de Anexo I, e os diagnósticos e demais dados
produção e fruição cultural da comunidade, como auditó­ do PDE-DF em outro anexo, denominado de Anexo II.
rios, teatro ou teatro de arena, cineclubes, galerias de arte, No Anexo I, ficam as metas e estratégias, que são, em
laboratórios, etc. verdade, normas programáticas a serem cumpridas pelo
Para o PDE-DF, elenca-se a seguinte ordem de prioridade Poder Executivo e que devem ser facilmente encontradas
para construções de novas unidades de ensino escolas-par­que: no texto da Lei.
1º) áreas de vulnerabilidade-risco; No Anexo II, ficam os diagnósticos e demais dados, que
2º) demais regiões e territórios que não tenham sido não possuem força normativa. No entanto, podem servir de
contemplados com escolas-parque ou com os espaços de parâmetro para o monitoramento e avaliação do cumpri-
vivên­cia – escola-parque. mento das metas e estratégias indicadas no Anexo I. Servem
O primeiro Centro Interescolar de Línguas – CIL surgiu em também de base para interpretação das metas e estratégias
1975, como resultado de um projeto iniciado pela profes­sora no momento de sua efetivação pelo Poder Público.
Nilce Durval Galante, que, após visita às escolas públicas de Na elaboração dessa emenda, foram substituídas as refe-
línguas no EUA, teve a iniciativa de propor à então Funda- rências ao Projeto de Lei nº 8.035, de 2010, pela referência à
ção Educacional do Distrito Federal um sistema inovador Lei federal nº 13.005, de 24 de junho de 2014, oriunda dessa
para o ensino de língua estrangeira moderna. Esse sistema
proposição. É que o Plano Distrital de Educação foi elabo-
nasceu com o intuito de propiciar aos estudantes de escolas
rado enquanto tramitava, no Congresso Nacional, o Plano
públicas do Distrito Federal um processo de aprendizagem
Nacional de Educação. No entanto, esse Plano foi aprovado
efetivo de idiomas.
e sancionado pela Presidenta da República.
Para que esse sistema se tornasse realidade, seria ne-
Também foram feitas correções formais no texto apre-
cessária a redução de alunos por sala e material didático
ade­quado, visando à aprendizagem da língua estrangeira sentado pelo Governo, as quais podem ser sintetizadas como
moderna – LEM nas quatro habilidades: compreensão oral, seguem:
a produção oral, a leitura e a escrita. a) padronização dos números, deixando-os apenas em
Nessa perspectiva, o Centro Interescolar de Línguas de algarismos e sem a repetição por extenso entre parêntesis;
Brasília – CIL 01, localizado no Plano Piloto, foi inaugurado b) padronização das iniciais maiúsculas, mantendo ape-
e o êxito dessa primeira experiência inspirou a criação de nas aquelas determinadas pelo Acordo Ortográfico de 1990;
outros 7 CILs, cujos idealizadores seguiram os mesmos passos c) padronização da relação entre as siglas e a expressão
trilhados pela professora Nilce, dando início às suas ativida- que elas representam, segundo o modelo Secretaria de Es-
des como parte de modestos projetos que foram ganhando tado de Educação – SEEDF;
força e visibilidade ao longo de quase 40 anos de existência d) padronização das referências à legislação segundo o
deste modelo de ensino de LEM, tornando-se escolas de modelo: Lei nº 4.920, de 21 de agosto de 2012, na primei-
referência no ensino público de línguas no Brasil. ra referência, e Lei nº 4.920, de 2012, a partir da segunda
Atualmente, são 8 unidades de ensino CIL: CIL 1 de Brasí- referência;
lia (1975), CIL de Ceilândia (1985), CIL de Taguatinga (1986), e) substituição das barras oblíquas por hífen, segundo o
CIL do Gama (1987), CIL de Sobradinho (1987), CIL do Gua- modelo defasagem idade-série-ano no lugar de defasagem
Legislação sobre a UnDF

rá(1995), CIL 02 de Brasília (1998), CIL de Brazlândia (1998). idade/série/ano; etc.


Com um quantitativo de 35.000 estudantes da rede pú- Não foram mantidos os nomes dos que elaboraram o
blica atendidos semestralmente, os CILs projetam-se cada Plano Distrital de Educação. Embora reconheçamos a im-
vez mais como referência no ensino de língua estrangeira portância de sua contribuição para a educação do Distrito
moderna no Brasil, inspirando projetos como as salas de federal, não podemos deixar de considerar que os nomes
vivên­cia para aprendizagem de línguas, que serão iniciados das pessoas não integram o texto da Lei.
nas escolas públicas de tempo integral e, segundo perspec- Também não foram trazidos para esta Emenda as con-
tiva do MEC, atenderão aos demais Estados da Federação tribuições dos Deputados apresentadas em outras emen-
após sua implementação no Distrito Federal. das, com objetivo de corrigir alguns equívocos em metas
A proposta das salas de vivência visa atender às neces- e estratégias. Essa opção, no entanto, não impede que as
sidades de uma aprendizagem afetiva de línguas que irá emendas dos Deputados venham a ser incorporadas nessa
prepa­rar ainda mais nossos jovens para atuação acadêmica nova organização do Anexo.
e para o mundo do trabalho. Por isso, esperamos contar com a aprovação da presente
As salas de vivência consistem em turmas com número Emenda, a fim de que fiquem preservadas as competências
reduzido de estudantes nas escolas regulares, metodolo- de cada Poder.

72
UnDF

SUMÁRIO

Conhecimentos Pedagógicos
Transposição curricular: pressupostos, fundamentos e processos....................................................................................... 3

Pedagogias problematizadoras e as metodologias ativas de ensino e aprendizagem......................................................... 4

Ensino por competências (as três dimensões da competência: conhecimento, habilidades e atitudes)..........................12

Pirâmide de Miller (saber, saber como, demonstrar como, fazer)...................................................................................... 15

Taxonomia de Bloom: aprendizagens e construção de objetivos de aprendizagem.......................................................... 17

Problematização e preceptoria............................................................................................................................................ 19

Estratégias pedagógicas diversificadas, técnicas de estudo e pesquisa científica.............................................................. 19

Ser e saber docente.............................................................................................................................................................. 19

Diferenças entre educação tradicional e educação ativa................................................................................................ 9/20

Ensinar e aprender................................................................................................................................................................ 21

Progressão das aprendizagens............................................................................................................................................. 22

Coordenação pedagógica..................................................................................................................................................... 22

Tecnologias da informação: uso de recursos didáticos-tecnológicos na prática docente...................................................25

Educação emancipadora....................................................................................................................................................... 28

Aprendizagem dialógica: princípios e fundamentos............................................................................................................ 29

Aprendizagens significativas................................................................................................................................................. 30

Andragogia............................................................................................................................................................................ 31

A autonomia do estudante................................................................................................................................................... 31

Abordagens pedagógicas...................................................................................................................................................... 33

Avaliação formativa e avaliação das aprendizagens............................................................................................................ 35


Conhecimentos Pedagógicos
Tatiani Carvalho • Maurício Gusmão

TRANSPOSIÇÃO CURRICULAR A passagem do saber científico para o saber escolar

A dinamicidade é sem dúvida uma das características No processo de didática, há uma profunda relação ente os
mais marcantes do mundo atual. É “movimento” o nome elementos internos e externos que o influenciam. Apresenta-
da nova ordem. A bem da verdade, a realidade nunca foi -se subordinado a diferentes conjuntos de regras, represen-
estática, porém nunca foi tão dinâmica quanto agora. É per- tados, por exemplo, pelas forças institucionais da pesquisa;
ceptível, no cotidiano da vida, que a palavra “estática” está pela própria instituição escolar (tipo de escola, objetivos,
em desuso. Tudo muda muito, em pouco tempo. projeto pedagógico); pelas forças políticas (programas e cur-
A escola, por sua vez, tem apresentado dificuldade em rículos de secretarias de Educação); pela força do mercado
acompanhar esta dinamicidade, bem como também não vem (livros didáticos e/ou paradidáticos).
conseguido dialogar com as ciências por causa da rapidez da A distância entre o saber científico e o saber ensinado não
informação, do conhecimento, do saber. Assim, é necessário representa, neste caso, uma hierarquia de saberes, mas uma
encontrar estratégias para que a escola não fique alheia à transformação de saberes que ocorre nas diferentes práticas
realidade científica circundante. Diante de tal necessidade, sociais, em função da diversidade dos gêneros discursivos e
nasce a Transposição Didática. dos interlocutores aí envolvidos.
Esse processo de transformação do conhecimento se dá
Que é Transposição Didática? porque os funcionamentos didático e científico do conheci-
mento não são os mesmos. Eles se inter-relacionam, mas não
A Transposição Didática é um “instrumento” pelo qual se sobrepõem. Assim, para que um determinado conheci-
analisamos o movimento do saber sábio (aquele que os cien- mento seja ensinado, em situação acadêmico-científica ou
tistas descobrem) para o saber a ensinar (aquele que está escolar, necessita passar por transformação, uma vez que
não foi criado com o objetivo primeiro de ser ensinado. A
nos livros didáticos) e, por este, ao saber ensinado (aquele
cada transformação sofrida pelo conhecimento corresponde,
que realmente acontece em sala de aula).
então, o processo de Transposição Didática.
O termo foi introduzido em 1975 pelo sociólogo Michel
Essa transformação do objeto de conhecimento científico
Verret e rediscutido por Yves Chevallard em 1985 em seu livro
em objeto de conhecimento escolar – para ser ensinado pelos
La Transposition Didactique, onde mostra as transposições
professores e aprendido pelos estudantes – significa selecio-
que um saber sofre quando passa do campo científico para o
nar e inter-relacionar o conhecimento acadêmico, adequan-
campo escolar. Chevallard conceitua “Transposição Didática”
do-o às possibilidades cognitivas dos alunos e exemplifican-
como o trabalho de fabricar um objeto de ensino, ou seja,
do de acordo com a sua realidade circundante. Chevallard
fazer um objeto de saber produzido pelo “sábio” (o cientista)
parte do pressuposto de que o ensino de um determinado
ser objeto do saber escolar.
elemento do saber só será possível se esse elemento sofrer
A Transposição Didática, em um sentido restrito, pode
certas “deformações” para que esteja apto a ser ensinado.
ser entendida como a passagem do saber científico ao
As linguagens oral e escrita devem ser ajustadas às con-
saber ensinado. Tal passagem, entretanto, não deve ser dições desses aprendizes e às condições em que se ensina
compreendida como a transposição do saber no sentido e se aprende na escola – instituição que, condicionada por
restrito do termo: apenas uma mudança de lugar. Supõe-se prazos e outras restrições, assumem, em nossa sociedade,
essa passagem como um processo de transformação do a tarefa de transmitir os saberes sistematizados.
saber, que se torna outro em relação ao saber destinado Refletir sobre o processo de construção dos conteúdos
a ensinar. de ensino pela via da epistemologia a partir da tese defen-
Considera-se, assim, com base nos elementos mencio- dida por Chevallard significa interpretar a mediação didática
nados, que a transformação do conhecimento científico com como um movimento específico, cuja dinâmica precisa ser
fins de ensino e divulgação não constitui simples adaptação desvelada. Chevallard afirma que a transformação do saber
ou uma simplificação do conhecimento, podendo ser anali- acadêmico em saber escolar se faz em duas etapas: uma
sada, então, na perspectiva de compreender a produção de transposição externa, no plano do currículo formal e dos
Conhecimentos Pedagógicos

novos saberes nesses processos. livros didáticos, e outra interna, no decorrer do currículo em
Segundo Chevallard, a Transposição Didática é entendida ação, em sala de aula.
como um processo no qual um conteúdo do saber que foi Pode-se dizer que um dos maiores problemas enfrenta-
designado como saber a ensinar sofre, a partir daí, um con- dos solitariamente pelo professor é exatamente o de redi-
junto de transformações adaptativas que vão torná-lo apto mensionar o objeto de conhecimento (o objeto de estudo, o
para ocupar um lugar entre os objetos de ensino. O trabalho objeto de ensino) ao “transpô-lo” de uma prática discursiva
que transforma um objeto do saber a ensinar em um objeto para outra, ou seja, tratar o conhecimento levando em con-
de ensino é denominado Transposição Didática. sideração a mudança da situação discursiva.
O termo Transposição Didática implica a diferenciação Apesar de esse processo de redimensionamento do co-
entre saber acadêmico e saber escolar, que são de natureza nhecimento, no ambiente de sala de aula, ser da competência
e funções distintas, nem sempre evidentes nas análises sobre do professor, iniciativas de criação de cursos de formação
a dimensão cognitiva do processo de ensino e aprendiza- continuada que priorizem o processo reflexivo, pelo qual o
gem. Ao definir como Transposição Didática o processo de aluno e o professor tenham a oportunidade de confrontar
transformação de objetos de conhecimento em objetos de novos conhecimentos com aqueles subjacentes à sua prática
ensino e aprendizagem, Chevallard iniciou um movimento de pedagógica, podem lhe oferecer pistas que o auxiliem em
se repensar os mecanismos e os interesses dos participantes tão complexa tarefa. Dessa forma, a Transposição Didática,
desse processo – professor e aluno. operada por aluno e professor, se iniciaria no próprio am-

3
biente de formação, sendo concretizada, por ele, na sala de e velocidade. A escola, o professor, o conteúdo do saber
aula de ensino fundamental. escolar e o livro didático necessitam mudar, para orientar
A escola, dentre suas principais funções, tem o papel da sua função, diante das demandas do mundo Pós-Moderno
“transmissão” de conhecimentos produzidos pela humani- e da realidade social e científica dos dias atuais.
dade. Entendemos que o conhecimento se dá fundamen-
talmente no processo de interação e de comunicação. Os A Transposição Didática e o Ensino Religioso
conhecimentos científicos, à medida que são elaborados,
passam por processos de codificação, sendo que os processos A escola, dentre as suas principais funções, tem o papel
didáticos devem considerar os códigos científicos. Contudo da transmissão de conhecimentos produzidos pela humani-
tais códigos passam por uma decodificação ou transposição dade. Portanto, nestes tempos em que se discute a questão
para ser apreendidos pelos alunos. da obrigatoriedade do Ensino Religioso nas escolas, é im-
Para ocorrer a “transmissão” ou comunicação, é neces- portante meditar acerca da natureza daquilo que a escola
sário que o conhecimento seja transformado. O processo pretende transmitir como conteúdo específico da matéria
de transformação do conhecimento coloca diversas proble- propriamente dita, Ensino Religioso.
máticas, dentre elas a diferença entre os elementos do co- Em cada período da história se faz necessário que o co-
nhecimento produzido e do conhecimento a ser aprendido, nhecimento científico escolar esteja fundamentado no co-
estabelecendo uma ruptura entre o conhecimento trabalha- nhecimento produzido pelos cientistas e que, por sua vez,
do na escola e aquele produzido originalmente. este conhecimento já tenha sido aceito de forma unânime
Segundo Pinho Alves (2000), pela comunidade cientifica.
A pesquisa em religião induz a um ensino que leve o
o saber a ensinar é entendido como um novo sa- aluno a aprender naturalmente princípios de uma ou várias
ber, sua estrutura de origem está localizada fora religiões, estudando-as nos livros. Portanto esse tipo de saber
do contexto acadêmico produtor do saber sábio. é muito diferente da aprendizagem no processo de instrução,
Dessa forma, para que na integração entre objetos não podendo ser desenvolvido por meio de uma metodologia
de ensino não haja prevalência de conceitos sem ou de iguais tarefas que são recomendadas para se atingir
significado, é recomendado o uso das diferentes objetivos na esfera instrucional de ensino.
fontes de referência, que inspiram e estabelecem Considerando que a construção do saber acontece a par-
a legitimação de um saber (p. 23). tir da relação sujeito-objeto (no caso do Ensino Religioso,
o sujeito é o aluno, e, em relação ao objeto, é o fenôme-
No processo de Transposição Didática há um movimento no religioso), há que levar em conta que deve haver uma
que parte de mudanças no “saber acadêmico” e se institucio- transposição clara e segura desse tipo de saber tão vasto e
naliza em novos “textos do saber” (propostas curriculares e complexo, o Ensino Religioso.
livros didáticos), exigindo o tratamento, na sala de aula, de Portanto, essa transição didática deve se referir à forma
novos conteúdos, com a adoção de novas práticas de ensino de organizar os conteúdos e de trabalhá-los na perspectiva
(saber efetivamente ensinado). de subsidiar a construção do conhecimento. Dá-se, assim, em
nível de análise e conhecimento na pluralidade cultural da
O material didático: problema ou solução? sala de aula, levando em consideração a liberdade da expres-
são religiosa do aluno (cf. Parâmetros curriculares nacionais:
Para o professor, o livro didático ou a apostila é apenas Ensino Religioso, p. 38). Uma vez que, para a compreensão
um dos instrumentos de Transposição Didática no processo da razão de ser do Ensino Religioso, é preciso partir de uma
de ensino e aprendizagem e na formação do educando como concepção de educação que entenda como um processo
ser crítico, capaz de criar, construir, descobrir o conhecimen- global, integral, enfim, de uma visão de totalidade que re-
to, mas este instrumento não deve ser o único a ser utilizado. úne todos os níveis de conhecimento, entre os quais está o
É papel do livro didático ou da apostila propiciar um bom aspecto religioso do educando.
trabalho pedagógico quanto à linguagem científica adequa-
da à faixa etária do educando; às atividades integradas aos A EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADORA E SEU
conteúdos, para o desenvolvimento de diversas competên-
cias; à problematização de questões a estudar e pesquisar,
HORIZONTE FORMATIVO
adequadas à capacidade cognitiva dos alunos e aos conceitos
Desde“ Educação e Atualidade Brasileira” Freire (2002b)
a construir, por meio de interlocução, observação, investiga-
Conhecimentos Pedagógicos

problematiza as condições históricas de opressão e desigual-


ção, análise, síntese e avaliação. O livro didático tem papel
dade social que, fruto das relações colonialistas iniciadas
significativo na dinâmica escolar, como suporte do processo
no século XVI, caracterizam o Brasil. Um processo de opres-
de aprendizagem e referencial para as atividades extraclasse.
são que, negando a homens e mulheres as condições para
Como instrumento de reflexão, o livro didático deve incenti-
assumirem-se como sujeitos de seu próprio mundo, configura
var professores e alunos a argumentar, interagir, participar,
uma manifestação de violência. Violência dos opressores,
contribuir, respeitar e investir no desenvolvimento das pró-
que impede a humanização dos oprimidos. Porém, nessa
prias competências pessoais e profissionais, procurando se
lógica, os opressores também se desumanizam: assim como
emancipar em face da realidade estabelecida e, com isso,
aqueles, são homens e mulheres inconclusos, aviltados na
construir um senso crítico a fim de superar a fragmentação
busca pelo “ser mais”.
do conhecimento e a alienação.
A capacidade de dimensionar o tempo, recordar o passa-
Deve, também, despertar o interesse e a curiosidade, a
do, compreender o presente e planejar o futuro são atributos
necessidade e o desejo de conhecer e estudar. Pelo livro didá-
que o ser humano, inconcluso, foi desenvolvendo. O inaca-
tico as famílias podem acompanhar o trabalho desenvolvido
bamento lhe é característico, porque assim se reconhece
por seus filhos na escola. Mas as possibilidades de acesso à
através da consciência. E como o ser humano, a realidade que
informação vão além do professor e do livro didático.
o condiciona também é inacabada. Como processo histórico,
É preciso aprender a selecionar, interpretar e utilizar a
ambos se modificam dialeticamente. Em consequência, a
informação que se produz e se transmite hoje em larga escala

4
realidade muda quando o humano inconcluso a altera por vida, prática constante e construída na relação dialógica com
meio da ação, modificando a si mesmo paralelamente. E se os semelhantes, que passa a ser interiorizada. As pessoas
para escrever a história o ser humano necessita da “consci- devem envolver-se nos processos formadores da própria
ência de si”, a educação se revela fundamental. Por meio dela história, construindo-a com as próprias mãos. À educação
é possível viabilizar a superação de posturas deterministas libertadora, o autor adverte que calar diante da exploração
(mecânica) e/ou voluntaristas (idealista) diante da realidade: que desumaniza é assumir como falso tudo o que foi dito
como próprio dos seres humanos frente ao seu contexto; é
Na compreensão da história como possibilidade, o concordar com os séculos de colonialismo explícito, apoiado
amanhã é problemático. Para que ele venha é pre- na inculcação ideológica de inverdades unilaterais que aca-
ciso que o construamos mediante a transformação bam sedimentadas. E para Freire, as relações dominantes
do hoje. Há possibilidades para diferentes amanhãs. em uma sociedade de classes só podem ser de exploração,
A luta já não se reduz a retardar o que virá ou a dominação e alienação e “se há algo intrinsecamente mau,
assegurar sua chegada; é preciso reinventar o mun- que deve ser radicalmente transformado e não simplesmente
do. A educação é indispensável nessa reinvenção. reformado, é o sistema capitalista”(FREIRE, 2002a, p. 69). Por
Assumirmo-nos como sujeitos e objetos da história isso, o enfrentamento político e social buscando universalizar
nos torna seres da decisão, da ruptura. Seres éticos o vir-a-ser é o fim maior da sua Educação Problematizadora.
(FREIRE, 2000a, p. 40).
Diálogo e Conscientização, Alicerces do Sujeito
Freire acredita na capacidade que homens e mulheres Social
possuem de superar as suas situações limite, principalmente
a exploração historicamente imposta. Transformar a reali- Como processo contínuo de desenvolvimento do ser
dade libertando oprimidos e opressores é a preocupação humano, a educação é necessária em sociedade. Possibilita
responsável por engendrar a Pedagogia do Oprimido, como elaborar e modifi comportamentos, podendo ser conside-
pedagogia humanista e libertadora. Ao sistematizar toda a rada como fator de mudança. Frente a uma situação social
sua obra em prol “da luta constante contra qualquer for- como a brasileira, em que se vive à sombra de um passado
ma de discriminação”, a favor do humanismo, da ética, da autoritário, sem relações dialógicas, “embora não podendo
bondade, ele se posiciona, claramente, contra “a ordem ca- tudo”, mas “podendo alguma coisa” (FREIRE, 2002f, p.92),
pitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na a educação possui fundamental importância. É uma forma
fartura” (FREIRE, 1996, p. 115). Comprometendo-se com a de, lentamente, modificar a herança opressiva, que não só
transformação da realidade social, desenvolveu a Educação os pobres e miseráveis carregam introjetados. Diante disso,
Problematizadora como princípio formativo. a educação que, de acordo com Freire, não é “neutra”, pre-
Segundo Freire (2002b), a alienação resulta da domina- cisa posicionar-se entre dois caminhos antagônicos: “uma
ção, fazendo do oprimido um ser dual que deseja, não raro, educação para a domesticação, para a alienação, e uma
transformar-se em opressor. A alienação representa uma educação para a liberdade. Educação para o homem-objeto
característica histórica da sociedade brasileira, refletindo- ou educação para o homem-sujeito” (FREIRE, 2002c, p.44).
-se na autodiminuição face às outras pessoas, culturas ou Convicto de seu posicionamento político e social, “insatis-
sociedades. O indivíduo alienado vive como um“ser-para- feito com o mundo de injustiças que está aí” (FREIRE, 2002f,
-outro”e não como um“ser-para-si”. Geralmente, considera p. 91), o autor opta pelo homem sujeito, horizonte formativo
a cultura estrangeira melhor, também a moda, a eficiência, da educação para a liberdade. Uma educação “respeitadora
mesmo que isto ocorra somente em seu pensamento. Daí do homem como pessoa” (FREIRE, 2002c, p. 45), única op-
que o melhor seja, para os alienados, imitar os valores dos ção a ser seguida por educadores que acreditam no “futuro
opressores, assumindo-os: como possibilidade e não determinismo” (FREIRE, 2002f, p.
92). Se o amanhã fosse um porvir preconcebido, caberia tão
Quando o ser humano pretende imitar a outrem, já somente às pessoas se prepararem para a adaptação. Po-
não é ele mesmo. Assim também a imitação servil rém, historicamente, o ser humano não evoluiu ao sabor das
de outras culturas produz uma sociedade alienada circunstâncias, acomodando-se aos reveses da natureza. A
ou sociedade-objeto. Quanto mais alguém quer acomodação, passiva por sua essência, não é a característica
ser outro, tanto menos ele é ele mesmo (FREIRE, determinante, e sim o oposto, a superação. Superação que
2002d, p. 35). se manifesta através da transformação constante e contínua
que o ser humano, capaz de produzir, acumular e reproduzir
Conhecimentos Pedagógicos

Se o quadro de “alienação” constatado atrela-se a um conhecimentos impõe ao espaço.


problema eminentemente político, cabe contorná-lo pela Essa é a concepção freireana de homem/mulher sujeito,
mesma via. Portanto, política e educação se interligam para constituindo- se historicamente. Porém, como um processo
atingir um fim comum a todos, o “ser mais”. Pela intencio- dialético, também é possível perceber a sua negação como
nalidade atribuída ao processo educativo, Freire almeja uma objetos. A educação para a liberdade busca recuperar a
educação politicamente definida a favor de um ideal, de um noção de sujeito que, indo além da adaptação, se integra
projeto humano sempre em vias de, possibilista diante das ao contexto. Freire explica que a integração é resultado do
contradições sociais impostas e não deterministicamente da- ajustamento das pessoas à realidade, acrescida da capaci-
das. Analisando seus escritos e sua trajetória, percebe- se dade de transformá-la, o que a torna mais completa (e mais
um defensor ferrenho da justiça social, estimulador da mu- humana), diferente da simples acomodação/ ajustamento.
dança radical, idealista convicto e apaixonado pela liberdade. Daí que, sendo o futuro um tempo a ser construído, exista a
Entenda-se que a liberdade, para o autor, é um “processo” necessidade da educação, da formação conjunta das mãos
(FREIRE, 2002g, p. 94), destino “por que temos de brigar encarregadas de lhe dar forma:
incessantemente”.
Sobre a organização da sociedade Freire aposta na radi- Quanto mais as pessoas participarem do processo
calização da democracia, compreendida para além de uma de sua própria educação, maior será sua participa-
organização política. Para ele, democracia é um modo de ção no processo de definir que tipo de produção

5
produzir, e para que e por que, e maior será também relação aos outros, considerando todos em seu meio de vida
sua participação no seu próprio desenvolvimento. (meio geográfico). A primeira dimensão compreende o su-
Quanto mais as pessoas se tornarem elas mesmas, jeito histórico, o “eu no mundo”, capaz de trazer a realidade
melhor será a democracia. Quanto menos pergun- percebida para dentro de si e refleti-la. Por estar voltada para
tarmos às pessoas o que desejam e a respeito de si, nesta dimensão, a conscientização é autoconhecimento.
suas expectativas, menor será a democracia (HOR- Porém, ele também ocorre na esfera dos outros, do “eu em
TON; FREIRE, 2003, p. 149). relação”, entendendo-os como semelhantes em sentimentos,
necessidades, direitos e deveres na sociedade: é o reconhe-
Formar essas mãos significa possibilitar-lhes a construção cimento. Completando o ato de conhecer e reconhecer, a
das condições físicas e intelectuais para que ajam em seu conscientização encontra seu ápice na ação transformadora
próprio nome. Para um futuro definido previamente não da realidade.
haveria necessidade de educação, apenas de um processo Concordando com Marx e Engels (2005, p.66), que consi-
instrutivo semelhante ao adestramento. deram homens e circunstâncias em movimento permanente
Elemento fundamental da pedagogia freireana é o diá- e recíproco de construção, é evidenciada a base dialética do
logo, sem o qual não há comunicação. Considerando que o processo de libertação. Subjetividade e objetividade passam
diálogo deve ser desencadeado de modo a se fazer entender a ser relacionadas historicamente. Afinal, foram (e continu-
por todos os que dialogam, a comunicação se efetua toman- am sendo) os seres humanos concretos que engendraram
do como mediação os problemaslocais. Todos precisam se a forma histórica de seu próprio mundo, humanizando-o
fazer entender por seus pares, para que o coletivo funcione na expressão material e simbólica. O entendimento dessa
como sociedade. Entretanto, o diálogo somente se consti- circunstância é fator de ruptura, motivando o agir conscien-
tui quando as pessoas reconhecem o direito que os outros te, orientado para a assunção do papel de sujeito. Sujeito
possuem de expor suas ideias e expressar sua opinião. Entre que, constituído dialogicamente e em contínuo processo de
opressor e oprimido não existe diálogo, apenas aquele que conscientização, identifica-se pelo princípio invariante de que
comunica ao outro, em uma relação vertical. O processo de somos todos humanos. Sejamos nós professores, estudantes,
comunicação enraizado, estabelecido de cima para baixo, pedreiros, pintores, advogados ou desempregados.
possui existência histórica reconhecida. Portanto, instaurar O sujeito social, uma vez conceituado, poderá sintetizar
o diálogo é o ponto de partida para qualquer educação com com fi e rigor teórico a totalidade dos termos esparsos, po-
o povo. rém confl tes, identificados na obra de Freire. Compreender
É a partir da ressignificação de sentidos que a ação cons- o seu horizonte formativo é fundamental diante de uma re-
ciente ganha força – a autorreflexão sobre as contradições alidade injusta, na qual a desigualdade social se reproduz e
do contexto vivencial. Por isso, o conhecimento, em Freire, tende a se perpetuar. Permite problematizar o paradigma ci-
supera a subjetividade solipsista, já que transcende o para- dadão, majoritário no contexto educativo, ao mesmo tempo
digma da subjetividade moderna rumo aos sujeitos dialógicos que robustece a atualidade e a relevância do pensamento de
em relação ao objeto do conhecimento. Daí a crítica legítima Paulo Freire. É em busca dessa definição que o texto avança.
à prática bancária que, transferidora de saber, é incapaz de
promover a conscientização por não problematizar o mundo O Conceito de Sujeito Social em Paulo Freire
imediato.
O conhecimento não pode resultar de um ato passivo. O Ao longo das páginas anteriores, discorreu-se sobre a
ser humano busca conhecer a partir de suas inquietações, concepção pedagógica libertadora de Paulo Freire, assenta-
das dúvidas em relação aos problemas que vão surgindo em da nos pilares do diálogo e da conscientização. Ensaiou-se
seu contexto. O conhecimento é entendido pela Educação uma aproximação ao sujeito social, inerente às formulações
Problematizadora como um recriar constante, jamais está- freireanas sobre a existência humana. Agora a análise será
tico (a ideia de que ensinar é transmitir conhecimentos é aprofundada em direção ao horizonte formativo da educação
radicalmente refutada); é resultado da busca determinada, popular, estabelecendo a pertinência do referido conceito no
da aplicação da curiosidade sobre o objeto, adquirindo um e a partir do pensamento de Freire. Entende-se fundamental
valor social. Deve pertencer aos homens e às mulheres em a superação do modelo cidadão, moldado pela democracia
geral, servindo para promover o bem comum. Todo conhe- capitalista e assumido pela educação em geral, e mesmo com
cimento traz consigo uma mudança na realidade, pois “leva ressalvas, pela educação popular. É o que mostram estudos
os homens a conhecer que sabem pouco de si mesmos”, como o de Pitano (2016) amparado em análise documen-
possibilitando que “ponham a si e seus conhecimentos como tal e em clássicos sobre a cidadania como Cortina (1997) e
Conhecimentos Pedagógicos

problema” (FREIRE, 2001b, p. 95). Problematizando a si e ao Marshall (1967).


mundo é possível haver mudança. As categorias conscientização e diálogo continuarão ten-
A concepção problematizadora da educação respeita a do papel fundamental nessa reflexão, cujo intuito é demons-
natureza do ser humano, percebendo-o como o ser (uni- trar que o sujeito social corresponde ao construto-horizonte
camente) capaz de objetivar o espaço através da práxis – do pensamento de Freire, em afinidade com o projeto políti-
união entre ateoria (pensar) ea prática (agir), construindo co da educação popular. O vigor teórico e prático de ambas
sua própria compreensão da realidade. Essa compreensão no pensamento freireano e seu possível impacto na educação
em permanente processo constitui a consciência, que pode popular justifica que lhes seja dedicada especial ênfase.
ser tal como a realidade é apresentada. Diante disso, a cons- Na tentativa de caracterizar e conceituar o sujeito social
cientização representa um aprofundamento da consciência no pensamento de Freire, o ponto de partida é a sua visão de
através de um novo processo de apreensão da realidade, em mundo como processo. O nascimento representa a gênese de
sua relação com o estar sendo daquele que a observa – o uma unicidade histórica que encarna, concomitantemente,
sujeito. Isso pode permitir superar o espontaneísmo (passivo) a singularidade em formação e a socialização do indivíduo,
diante dos fatos, contando que são muitos os meios dispos- ambas relacionadas no interior do processo vivencial. Desde
tos a trazê-los para todos, através de uma ação mediadora. então, tem lugar a inserção em um complexo sistema de ob-
Como conhecimento interno, a conscientização possui jetos existentes e organizados, relações e contradições com
dois focos de ação: um em relação a si próprio e outro em as quais o indivíduo vai se familiarizando. O adentramento

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dinâmico vai construindo, através das mediações, a indivi- características do sujeito, ambos são processos, inacabados,
dualidade, que engendra, nesse movimento, concepções históricos e expostos às contingências. As contradições se
de mundo. Tais concepções sofrem influências diversas e abrigam na barreira constituída de situações limites, com-
decorrem de vários fatores. Porém, a determinação maior se postas por uma esfera concreta e outra imaginária, em per-
deve à interação entre consciência e mundo, quando subjeti- manente contato. A concreta corresponde ao fenômeno em
vidade e objetividade interagem com os elementos materiais curso, por exemplo, a fome. Trata-se de um obstáculo a ser
e simbólicos disponíveis em determinado espaço e tempo. vencido e todos são sabedores disso. Solucionar o problema
A consciência ganha espaço na análise da existência da fome parece ser uma tarefa simples em um mundo que
humana como uma atividade individual, mediada pela re- produz alimento para ser transformado em combustível.
alidade, que opera uma compreensão do que se passa ao Porém, talvez implicasse em uma ruptura profunda demais
redor. Em um primeiro momento, o “eu” pode ser apontado no sistema de produção e consumo dominante e acaba se
como centralidade diante do real objetivado, confi ando algo perpetuando.
como um “discurso interior” (BAKHTIN, 2006, p. 118). Porém, As situações limite, de acordo com Freire (1980, p. 30),
mesmo construída na interioridade individual, a consciência “implicam na existência de pessoas que são servidas direta ou
como discurso interior jamais seria viável sem condições ad- indiretamente por estas situações, e outras para as quais elas
vindas do exterior. O processo de sua formação é inerente às possuem um caráter negativo e domesticado”. No exemplo
relações entre subjetividade e objetividade. E a formação de- da fome, a parcela das pessoas domesticadas não corres-
pende das influências diretas da situação social no contexto ponde apenas às que sofrem na pele a sua crueldade, mas,
imediato à existência individual. Em um movimento comple- também, àquelas que restam chocadas com o sofrimento
xo, o indivíduo, encharcado de experiências históricas, efetua das vítimas. Como se trata de um fenômeno de grande pro-
um trabalho de apreensão do contexto. Traduz e reconstrói, porção, sua existência depende do convencimento de uma
através de sua estrutura biológica e cognitiva, os estímulos ampla parte da sociedade mundial, perfazendo a dimensão
recebidos do exterior, como um processo de construção do necessária para erguer a barreira correspondente. Portanto,
conhecimento. De fato, é possível compreender a consciência o processo de enfrentamento a ser empreendido, precisa
como um conhecimento dos fatos, das coisas, complemen- focar, além do problema concreto, a maneira como ele é
tado pela capacidade reflexiva, o reconhecimento. percebido, ou seja, a dimensão imaginária.
Reconhecer as condições da existência exige o desen- Freire entende que o mundo é uma construção histórica
volvimento de atividades analíticas e sintéticas, como uma do trabalho humano linguisticamente constituído, desde a
tradução imediata que se aprofunda. Reside no simbólico a compreensão necessária entre os interlocutores até a in-
possibilidade do sujeito, compreendendo as relações que ternalização da exterioridade em construção. Tudo isso se
o circundam, efetuar essa reconstrução compreensiva, de desdobra em novas ações externas, através da atividade
maneira mais ou menos fiel ao fenômeno analisado. Segundo constituidora de sentidos. Buscando promover uma apre-
Bakhtin (2006, p. 32), “um signo não existe apenas como ensão menos espontânea do mundo, aponta o caminho da
parte de uma realidade”, pois ele também “pode distorcer compreensão simbólica, possibilitada pelo afastamento da
essa realidade, ser-lhe fiel, ou apreendê-la de um ponto de realidade e pelo incentivo à atividade crítica da consciência
vista específi o”. A consciência somente se constitui pela as- em relação a ela:
similação e tratamento do conteúdo que lhe é apresentado
em forma de signos. É na interação social que a consciência, Sem dúvida, quando os homens percebem a rea-
impregnando-se de conteúdos simbólicos, constitui-se na lidade como densa, impenetrável e envolvente, é
interioridade do eu. indispensável proceder a esta procura por meio da
A consciência individual “não só nada pode explicar, mas, abstração. Este método não implica que se deva
do contrário, deve ela própria ser explicada a partir do meio reduzir o concreto ao abstrato (o que significaria
ideológico e social. A consciência individual é um fato socio- que o método não é do tipo dialético), mas que se
ideológico” (BAKHTIN, 2006, p. 35). A elaboração de si e do mantenham os dois elementos, como contrários,
mundo na interioridade da consciência, no discurso interior, em inter-relação dialética no ato de reflexão (FREI-
demonstra o nexo com a afirmação do eu como sujeito, in- RE, 1980, p. 30-31).
separável da afirmação em ato com o mundo. É quando tem
lugar a conscientização, exigência efetiva do movimento de Essa compreensão conduz ao processo de codificação e
libertação e de construção do sujeito social em Freire. decodificação da situação existencial enfocada como pro-
Na vida cotidiana, o poder ideológico se consolida dis- blema, situação limite cuja superação depende da práxis hu-
Conhecimentos Pedagógicos

cursivamente com facilidade, graças ao espontaneísmo com mana. Codificar uma dada situação corresponde à maneira
o qual se movem os sujeitos. Heller (2004, p. 17) salienta pela qual é possível efetuar o distanciamento crítico da vida
que “a vida cotidiana é a vida de todo homem”, todos vi- cotidiana em seu conjunto de contradições. Partindo da co-
venciam o seu dia a dia ingênuo, o seu cotidiano. Porém, dificação, o processo impulsiona o exercício da consciência
embora assimile a todos, nenhum indivíduo vive tão somente com relação à exterioridade, por meio da significação. Freire
absorto na cotidianidade. A questão basilar é que, mesmo utiliza a fotografia, o desenho e o slide como instrumentos de
não homogeneizando a inserção no cotidiano, trata-se de expressão da realidade codificada. Diante deles, os sujeitos
um fato inconteste a pertença a ele desde os primórdios admiram o próprio contexto, tornando-se, neste ato, ativos
da existência individual: “o fato de se nascer já lançado na observadores da situação em que vivem, objetivando-a. A
cotidianidade continua significando que os homens assumem meta é permitir que a realidade seja percebida como um
como dadas as funções da vida cotidiana” (HELLER, 2004, desafio a ser enfrentado e superado, e não mais uma barreira
p.17). Assim, seria possível conceber uma unidade imediata intransponível.
de pensamento e ação, negando a práxis como afastamento A decodificação busca possibilitar que uma postura crítica
crítico entre consciência e mundo. seja assumida sobre o contexto imediato. Viabilizando, por
Para Freire (1980, p. 26), a conscientização “implica que meio da relação dialética entre realidade objetiva e subje-
os homens assumam o papel de sujeitos que fazem e refa- tividade reflexiva, novas formas de ação que ponham em
zem” as condições de sua existência. Ela compartilha algumas curso o processo de libertação. Sem refletir criticamente o ser

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humano não chega a ser sujeito. Em Freire, vir a ser sujeito vencimento é a meta, e sim uma contribuição ao crescimento
é parte do processo educacional, tal como uma aprendiza- coletivo que caracteriza a essência, nunca uma estratégia de
gem permanente. A atuação em níveis mais críticos sobre a convivência. É por isso que, em meio a sociedade opressora,
realidade não provoca apenas a mudança das relações ob- o diálogo tende a ser atrofiado e até impossibilitado, pois os
jetivas, mas, também, do indivíduo atuante. A identificação princípios da igualdade e ausência de domínio que o carac-
das situações limite, por meio da decodificação, é atividade terizam em relação recíproca dos participantes inexistem.
primordial para o engajamento concreto pela transformação, Há sempre a dependência, o domínio, o jogo de interesses
pois não é possível combater o indiscernível. e necessidades que o impedem de efetivar-se.
Transformar as relações sociais opressoras é fundamento Como expressão comunicativa entre os sujeitos, o diá-
e horizonte do processo de libertação. A transformação, do logo representa a essência da interlocução entre homens e
latim transformatio-onis (CUNHA, 2007, p. 782), diferen- mulheres diferentes, respeitosa da abertura para o mundo.
temente da reforma, contempla uma mudança profunda Comprometido com a libertação, o diálogo compreende a
que envolve forma e conteúdo. Transformar é criar o novo, “crítica da negatividade material roubada” (DUSSEL, 2000,
atitude de quem nega o que está sendo e assume a utopia p. 427), almejando atingir, coletivamente, não a consciência
possível, por exemplo, um mundo sem fome. Seu enfoque é da opressão, mas a sua ilegítima razão de ser. É um encontro
a materialidade necessária, ao abordar a dureza da desigual- simétrico e intencional, não importando se entre indivíduos
dade e da opressão negadoras da vida, cuja solução revela- se iguais ou desiguais socialmente, que ensina, na prática, se-
impossível por dentro da lógica vigente. É dessa percepção rem as desigualdades inconcebíveis, em virtude da condição
que se nutre a transformação anunciadora da utopia: viver humana que nos assemelha e identifica como diferentes.
sob uma legalidade ilegítima, romper um contrato em que os Mais que emancipar, pela superação e melhora qualitati-
oprimidos ficam apartados no momento de serem compostas va de estágios cognitivos, o diálogo freireano é libertador,
as cláusulas. O legítimo é o que está por vir, promovendo a gerando uma sabedoria revolucionária capaz de fundar um
identificação com o legal (legitimidade = legalidade). novo sujeito.
Sem transformação, as estruturas continuam idênticas e Freire se refere ao espaço urbano para evidenciar o pri-
o máximo alcançado poderá ser uma inversão de papéis entre meiro nível da consciência transitiva, a transitivo-ingênua.
opressores e oprimidos. A meta é superar, completamente, a Embora mais aberta diante do mundo do que a consciência
contradição opressor-oprimido já que, ao mantê-la, existirão intransitiva, essa ainda “se caracteriza, entre outros aspectos,
emancipações localizadas, nunca a libertação, que consiste pela simplicidade na interpretação dos problemas” (FREIRE,
no surgimento do homem novo: 2002c, p. 68). O indivíduo ainda não efetua um afastamento
suficiente em relação ao contexto, para que possa refletir,
É pois essencial que os oprimidos levem a termo um criticamente, sobre os condicionantes impostos. Continua
combate que resolva a contradição em que estão dominado pela ideologia opressora e a transitividade se re-
presos, e a contradição não será resolvida senão sume a acompanhar as mudanças operadas pelo próprio
pela aparição de um“homem novo”: nem opressor, sistema político e econômico.
nem oprimido, mas um homem em fase de liberta-
Todo esse processo seria impensável sem a ação edu-
ção. Se a finalidade dos oprimidos é chegar a ser ple-
cativa, cuja tarefa é se constituir em vetor de formas mais
namente humanos, não a alcançarão contentando-
radicais de participação teórica e prática, almejando um ní-
-se em inverter os termos da contradição, mudando
vel mais profundo de percepção dos fatos. A alfabetização,
somente os polos (FREIRE, 1980, p. 59).
por exemplo, pode assumir diferentes perspectivas de ação,
dependendo da visão de mundo daqueles que a coordenam.
Nessa trajetória paralela entre mudança dos seres hu-
Na perspectiva conservadora, os analfabetos são indivídu-
manos e mudança do mundo, Freire enfatiza a existência de
níveis de consciência que podem e devem ser superados no os marginalizados e inferiores que precisam ser incluídos
curso de uma educação libertadora. no estilo de vida dominante. Os educadores são agentes de
No primeiro nível está a consciência semi-intransitiva, inclusão, imbuídos de emancipar os marginalizados de sua
caracterizada pela imersão quase total na realidade. A per- condição, excessivamente, inferior – uma espécie de salvação
cepção sobre os desafi é deturpada, completamente de- dos excluídos, para que possam participar (passivamente) da
terminada pela manipulação ideológica. A vida cotidiana dinâmica social que se moderniza a cada dia. Programas de
envolve a capacidade de compreensão dos problemas, pois alfabetização com tais características nunca almejam a liber-
não consegue transbordar os limites da própria experiência. tação, somente a emancipação, pois “nunca colocarão em
Conhecimentos Pedagógicos

Como explica Freire (1980, p. 67), os indivíduos cuja consci- questão a própria realidade” em suas contradições insolúveis
ência está situada nesse nível, “carecem do que chamamos (Freire, 1980, p. 75). A contradição opressor-oprimido não
‘percepção estrutural’, a qual se faz e se refaz a partir da pode ser superada nesse panorama, no qual os oprimidos são
realidade concreta, na apreensão da problemática”. Não con- mantidos como seres para o outro. Portanto, a forma conser-
seguem provocar mudanças significativas em sua condição vadora de alfabetizar visa incluir e emancipar (no sentido de
vivencial, em razão de não a refletirem criticamente, não a elevar de posição dentro do sistema) e o processo de alfabe-
reelaborarem. Até a problematizam, porém, limitados pela tização tende a reforçar o caráter fechado do contexto vital.
imersão em que se encontram, acabam, com frequência, atri- Já na perspectiva libertadora, em que os analfabetos são
buindo a causa das contradições a forças superiores (Deus), considerados como oprimidos pelo sistema, a educação assu-
ou mesmo a si próprios. me a tarefa de constituir sujeitos sociais. Suas características,
A ampliação da capacidade de diálogo com os outros em conexão com a visão de mundo que sustenta, assim a re-
e com o mundo, acompanhada de uma maior captação da velam. A não neutralidade de uma educação comprometida
esfera existencial, abre espaço para a transitivação da cons- com a práxis libertadora funda-se no entendimento de que
ciência. A dialogicidade é o resultado permanente do pro- não há conciliação possível entre a libertação e a lógica das
cesso de troca recíproca, intersubjetiva, em um movimento relações oriundas do sistema capitalista. É nesse sentido que
de “sair-de-si” em direção a si mesmo, ao outro e ao mundo. a libertação se consolida na obra freireana como vocação e
Não é um movimento de disputa argumentativa, cujo con- horizonte na busca pelo ser mais.

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Antagônicas aos interesses opressores, Educação Proble- Trata-se de um tema bastante promissor na gestão edu-
matizadora e educação popular se caracterizam como ques- cacional, capaz de revolucionar a relação entre alunos e
tionadoras, dialógicas, libertadoras e, consequentemente, professores, potencializando a qualidade do aprendizado.
revolucionárias. Fundamentadas no diálogo como forma de Como? Com diferentes métodos que se apoiam em um
comunicação, almejam atingir o terceiro nível da consciên- princípio: utilizar o engajamento do aluno ao seu favor, co-
cia, a transitivo-crítica ou consciência crítica. A explicação locando-o como protagonista de seu próprio ensino.
de Freire (2002c, p. 69) é contundente:
A transitividade crítica, por outro lado, a que chegaríamos O que são metodologias ativas de aprendizagem
com uma educação dialogal e ativa voltada para a respon-
sabilidade social e política, se caracteriza pela profundidade As metodologias ativas de aprendizagem são uma téc-
na interpretação dos problemas [...] pela recusa a posições nica pedagógica que se baseia em atividades instrucionais,
quietistas [...] pela prática do diálogo [...] por se inclinar sem- capazes de engajar os estudantes em, de fato, se tornarem
pre a arguições. protagonistas no processo de construção do próprio co-
Se a elevação da consciência intransitiva ao nível da tran- nhecimento. Ou seja, são metodologias menos baseadas
sitividade ingênua corresponde ao acompanhamento e à na transmissão de informações e mais no desenvolvimento
adesão às mudanças de teor econômico no contexto, o mes- de habilidades.
mo não ocorre com a sua superação pela consciência crítica. O termo foi cunhado pelos professores Charles Bonwell
Ela começa a ser alcançada apenas quando a percepção dos e James Eison em seu livro “Active Learning: Creating Exci-
fatos é aprofundada através da refl xão crítica. As relações tement in the Classroom“, lançado em 1991.
causais transcendem explicações superficiais que levam ao Com as metodologias ativas de aprendizagem, o ensino
imobilismo, por serem consideradas inerentes, naturais ou é feito por meio de práticas que trabalham com diferentes
fruto da vontade divina. Ação e reflexão se unem na práxis, conceitos de maneira repetida — de várias maneiras e com
uma vez que, em uma reflexão crítica, tende a suceder uma feedback imediato.
ação igualmente crítica, isto é, uma ação que corresponda à O intuito é que o conhecimento possa realmente se fir-
condição dos oprimidos não mais como seres para o outro, e mar nas mentes dos estudantes.
sim como seres com o outro e para si, sujeitos sociais. A “ul- Nos modelos convencionais, as aulas expositivas colocam
trapassagem do estado de objetos para o de sujeitos”, afirma o professor como o centro do ensino, passando o conteúdo
Freire (2002e, p. 127),“não pode prescindir nem da ação das enquanto os alunos absorvem tudo de maneira passiva.
massas, nem de sua reflexão”, autêntica práxis libertadora. Geralmente, essa abordagem é responsável pelo desin-
Avançar sozinho é buscar apenas a emancipação, assu- teresse e maior dificuldade de assimilação.
mindo o individualismo sistêmico. A plenitude da existência, Dessa forma, a aprendizagem ativa dá um salto na relação
embora sempre se fazendo, consiste em poder pronunciar entre professores e alunos, que, neste formato, são estimu-
o mundo, atitude do sujeito que transforma o meio em que lados a tomarem a frente, com maior interação e indepen-
dência, participando ativamente do processo.
vive. Por isso, a dimensão coletiva se revela um imperati-
O professor se torna mais um mediador, orientando e
vo, uma vez que“dizer a palavra não é privilégio de alguns
conduzindo os alunos na solução de problemas, na elabo-
homens, mas direito de todos”(FREIRE, 2002e, p. 78). É im-
ração de ideias e argumentos, no trabalho em equipe e em
possível pronunciar o mundo sozinho, da mesma forma que
outras competências muito importantes, como responsabi-
tornar-se sujeito quando apartado dos outros, pois como
lidade, independência, proatividade, ética etc.
salienta Geraldi (2006, p. 19),“a língua e os sujeitos se consti- Deste modo, é possível dizer que as metodologias ativas
tuem nos processos interativos”. O sujeito, assim, se constitui de aprendizagem, assim como a gestão educacional, prepa-
pela interação com os demais e com a sua consciência. A ram os alunos para a vida acadêmica, profissional e social,
horizontalidade do diálogo estabelece relações de confian- oferecendo todas as ferramentas para lidar com situações
ça e reconhecimento, verdadeira comunhão no processo complexas.
esperançoso de vir a ser mais. Por isso, o diálogo compõe
um dos princípios basilares do processo de constituição do
Qual a importância das metodologias ativas no
sujeito social.
A relação dialógica permite romper a tradição autoritária, processo de aprendizagem
pois problematiza razões de ser e as desvela, evidenciando
bases de sustentação em sua fragilidade diante do conheci- Proporcionar um ambiente de aprendizagem em que há
oportunidade para todos os alunos de pensar e interagir com
Conhecimentos Pedagógicos

mento crítico. Ao mostrar a legitimidade de outra maneira


o material de estudo é essencial para promover uma educa-
de se relacionar com os outros, o diálogo provoca o tensio-
ção transformadora. Essa é a importância das metodologias
namento das relações de opressão, impulsionando o sujeito
ativas de aprendizagem.
a realizar sua vocação de ser mais.
Com isso, é possível aprimorar as habilidades de pensa-
mento crítico, melhorar os índices de motivação dos alunos
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM e diminuir as taxas de reprovação.
Mas é na prática, as metodologias ativas de aprendiza-
A tecnologia da informação e a digitalização mudaram gem realmente funcionam? Saiba que sim — e há estudos
definitivamente a forma como as pessoas trabalham, estu- comprovando.
dam e se comunicam. Diante disso, o processo de ensino- Um deles é uma análise feita por um conjunto de acadê-
-aprendizagem passou a contar com novas práticas e formas micos de algumas universidades americanas, intitulado de
de abordagem. É o que observamos com as metodologias “Active learning increases student performance in science,
ativas de aprendizagem. engineering, and mathematics”.
Deixando para trás as práticas passivas e com pouca in- Ao analisar os métodos de estudos aplicados a 225 estu-
teração empregadas em sala de aula durante muito tempo, dantes de ciências, engenharia e matemática, viu-se que a
as metodologias ativas estimulam a autonomia e a indepen- aprendizagem ativa pode aumentar significativamente as no-
dência dos estudantes. tas do curso em relação aos métodos didáticos tradicionais.

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Uma curiosidade é que as metodologias ativas de apren- E antes que você pense que o design thinking tem a ver
dizagem se provaram particularmente eficazes em turmas apenas com design de produtos, saiba que não é bem assim.
pequenas, de 50 alunos ou menos. Na verdade, é uma metodologia que visa olhar para os
Na análise, calculou-se que os alunos de cursos sem problemas de novas maneiras, utilizando da lógica, imagi-
aprendizagem ativa possuíam 1,5 vezes mais chances de nação e intuição, bem como materialização da solução por
reprovação do que os alunos de cursos com aprendizagem meio da prototipagem e testagem.
ativa.
Além disso, há a relação velada entre as metodologias 3. Cultura maker
ativas e a capacidade do ensino de atingir emoções especí- Exemplo perfeito de metodologia ativa de aprendizagem,
ficas em um aluno. a cultura maker é baseada nos princípios do “do it yourself”
Afinal, a aprendizagem ativa pode positivamente im- ou “faça você mesmo“.
pactar os níveis de motivação dos alunos — um aspecto- Na prática, quando falamos da cultura maker na edu-
-chave para regular a atenção e consolidação de memória cação, falamos da apresentação de problemas e recursos
do mesmo. para resolvê-los.
Assim, de maneira intuitiva, os alunos devem criar as
Benefícios das metodologias ativas de aprendizagem soluções por si só, utilizando os conhecimentos aprendidos
em sala de aula.
Até aqui, você pôde conferir o que são as metodologias
ativas de aprendizagem. Agora, quais são as vantagens tra- 4. Aprendizado por problemas
zidas por essas novas formas de ensino? A aprendizagem baseada em problemas permite que
• Maior envolvimento e engajamento: a participação os alunos exerçam o aprendizado a partir de desafios. Ao
do corpo discente é um dos maiores fatores que con- encarar situações em determinados conceitos, é necessário
tribuem para a retenção de alunos, que se sentem trabalhar com criatividade e reflexão.
valorizados e podem trabalhar diferentes áreas do Os cenários podem sugerir problemas técnicos ou subje-
conhecimento; tivos, em que diferentes habilidades podem ser necessárias.
• Autonomia: é importante tratar os alunos como pro- Sejam técnicas ou emocionais, elas dificilmente são assimi-
tagonistas do aprendizado individual e coletivo, e au- ladas por meio de livros ou manuais.
tonomia é uma das habilidades mais valorizadas em
diversos setores da sociedade, 5. Estudo de casos
Com estudos de casos, os estudantes são expostos a pro-
• Inovação e vantagem competitiva: instituições de
blemas reais, de modo que possam analisá-los por inteiro
ensino que aplicam as metodologias ativas contam
(como uma situação real) e, entre si, discutir as possibilidades
com um diferencial no mercado, em relação aos seus
de solucioná-los.
concorrentes.
Esses casos são relatos construídos de tal modo a esti-
mular o pensamento analítico e sistêmico.
13 tipos de metodologias ativas de aprendizagem São como exercícios em uma prova, mas mais contextu-
alizados e abrangentes.
Essas abordagens, é claro, podem seguir diferentes linhas
de pensamento e de prática. Quais são, então, os tipos de 6. Aprendizado por projetos
metodologias ativas presentes nas instituições de ensino? A aprendizagem baseada em projetos trata de um meca-
Separamos alguns exemplos a seguir: nismo que propõe aos alunos identificarem uma situação que
não necessariamente é um problema, mas pode ser melho-
1. Gamificação rada, criando uma solução que segue uma linha de raciocínio
A gamificação é um dos principais métodos de aprendi- de “o quê? ”, “para quem? ”, “para quê?” E “de que forma? ”
zagem ativa utilizados hoje, tanto na educação acadêmica Complementando a aprendizagem por problemas, essa
quanto na gestão da aprendizagem corporativa. abordagem estimula o trabalho em equipe e possibilita a
Trata-se, essencialmente, de trazer elementos comuns a descoberta de aptidões que podem ser um diferencial para
videogames (como desafios, regras, narrativas e storytelling o empreendedorismo e o mercado de trabalho.
em geral) para o ensino.
Desse modo, é possível expor os alunos a problemas ba- 7. Sala de aula invertida
seados em diferentes situações, disponibilizando recursos
Conhecimentos Pedagógicos

A sala de aula invertida é uma das metodologias ativas


diferenciados para que possam resolvê-los — seja individu- de aprendizagem que contam com o auxílio da tecnologia,
almente ou em grupo. transformando qualquer ambiente em um espaço dedicado
É uma prática que estimula o ensino lúdico e o pensa- ao estudo.
mento analítico, desenvolvendo habilidades antes inéditas Seja em casa, na rua, ou nos meios de transporte, por
na sala de aula. exemplo, é possível acessar o conteúdo previamente, dispo-
nibilizado nas plataformas de ensino.
2. Design thinking Dessa forma, o tempo da aula pode ser usado para discus-
O design thinking, como o nome dá a entender, é o pen- sões e debates sobre o tema, em vez de somente a transmis-
samento voltado para o design. É muito comum em empresas são do conteúdo. O professor pode, inclusive, complementar
inovadoras e já começa a dar as caras em instituições de com vídeos, demonstrações visuais e práticas.
ensino.
O foco do design thinking são as pessoas, e o objetivo 8. Seminários e discussões
é inovar para criar uma solução criativa e eficiente para um Outro tipo de metodologia ativa de aprendizagem é a
problema. promoção de seminários e discussões entre os alunos.
Trata-se de uma metodologia ativa de aprendizagem, pois Muitas vezes, para isso, apenas deve-se mudar a disposi-
coloca os envolvidos no centro do problema — e os obriga a ção das carteiras para que todos os alunos e o professor este-
“erguer as mangas” para encontrar soluções. jam em posição de igualdade (em um círculo, por exemplo).

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Normalmente, a aplicação prática é simples, com o pro- Tipos de metodologias ativas de aprendizagem no
fessor propondo um tema para discussão geral, de modo que EAD
os alunos devem se posicionar em relação a ele.
É uma forma de, inclusive, desenvolver o potencial ar- Um dos modelos de ensino mais populares hoje em dia, o
gumentativo, expondo-os a diferentes pontos de vista e EAD vem ganhando mais adeptos a cada mês. Porém, como
colocando-os em situações fora de sua zona de conforto estimular e implementar metodologias de aprendizagem
intelectual. ativa nesse tipo de ensino?
Alguns deles já apresentamos acima, como a gamificação
9. Pesquisas de campo (se aproveitando dos recursos digitais das plataformas de
Já as pesquisas de campo são práticas excelentes para ensino), bem como com a sala de aula invertida, que torna
possibilitar que o ensino, o engajamento e a prática do pensa- o ambiente de ensino mais envolvente.
mento analítico aconteçam fora do ambiente da sala de aula. No geral, é possível criar dinâmicas de debates online,
Como o nome dá a entender, é uma pesquisa de campo: que tirem os alunos da “zona de conforto” por trás de seus
fora da sala, com pessoas diferentes do seu convívio escolar, notebooks ou computadores e os façam se envolver de ma-
sobre qualquer tipo de tema. neira direta no ensino.
Essa prática não é rara no ambiente estudantil atual, mas
pode ser potencializada e inserida de maneira mais cotidiana Exemplos de metodologias ativas na educação
para a resolução dos exercícios. infantil
Por exemplo, para que um seminário seja realmente bem
feito, o professor pode requisitar uma pesquisa de campo Já na educação infantil, as metodologias ativas de apren-
que enriqueça a discussão — trazendo opiniões de pessoas dizagem têm alto valor no desenvolvimento do cidadão.
de fora da sala. Exemplos de metodologias ativas de aprendizagem não
faltam, como as salas de aula baseadas na cultura maker,
10. Storytelling aprendizagem baseada em projetos e a sala de aula invertida.
O storytelling é muito mais um recurso do que uma me- Hoje, a gamificação também ocupa um papel essencial
todologia ativa de aprendizagem em si. na oferta de recursos inovadores para desenvolver os alunos
Trata-se da elaboração de narrativas acerca dos temas nos estágios iniciais de sua educação.
estudados em sala de aula.
Desse modo, é possível utilizar recursos tão comuns da Como aplicar as metodologias ativas de aprendi-
trajetória humana — que se desenvolveu na base das narra-
tivas, como as religiosas — para contextualizar os problemas
zagem
da sala de aula.
E, afinal, como aplicar as metodologias ativas de apren-
Na prática, o storytelling deve ser aplicado a qualquer
dizagem na sala de aula, independente do grau de ensino?
metodologia ativa, da gamificação às pesquisas de campo
Bom, temos algumas dicas que podem ajudar nesse processo,
e seminários.
veja só:
11. Aprendizagem entre pares e times
Invista na capacitação do corpo docente
Outra forma de desenvolver a aprendizagem ativa é com
trabalhos em pares ou times. As metodologias ativas de aprendizagem são, sem dúvi-
Assim, é possível trabalhar em cima de pontos essenciais, da, uma novidade no ensino. Por isso, representam novas
como liderança, delegação de tarefas, colaboração, empa- dinâmicas que devem ser dominadas pelo seu corpo docente.
tia, entre outras habilidades socioemocionais e mesmo soft Antes de qualquer coisa, faça questão de treiná-los nes-
skills — aspectos tão importantes no mercado de trabalho. sas metodologias, de modo que a aplicação seja perfeita.
12. Ensino híbrido Conte com bons recursos tecnológicos
O ensino híbrido (também chamado de blended learning)
é uma modalidade de aprendizagem que mistura o modelo Cada vez mais a tecnologia tem papel determinante para
presencial e a distância. o sucesso do ensino. No caso das metodologias ativas, a
Desse modo, é possível criar um ecossistema de apren- tecnologia é essencial para sua aplicação.
dizagem calcado na tecnologia, com participação pontual
Conhecimentos Pedagógicos

Por isso, não se oponha à inovação, abrace-a, trazendo


do professor — que muitas vezes ocupa o papel de mentor. para dentro da sala de aula.
Além de flexibilizar o ensino, utiliza de recursos online e Conte com a presença dos familiares durantes os pro-
digitais para apresentar diferentes formas de aprendizado cessos
ao aluno, engajando-o nos temas, exercícios e problemas Quando falamos em educação básica, a presença dos
apresentados. familiares durante todo processo é crucial para que enten-
dam exatamente o que está sendo feito dentro da sala de
13. Rotação por estações aula e sintam-se mais seguros dos processos (bem como
A rotação por estações é uma das práticas dentro do mais participativos).
guarda-chuva do blended learning. Crie um bom relacionamento entre professores e alunos
Nela, o professor divide a sala de aula em “estações”, Por fim, lembre-se da importância de estimular uma boa
separando os alunos por etapas relativas ao planejamento experiência dos alunos com professores. A relação é um dos
da aula. postos-chave para o sucesso das novas metodologias.
Neste caso, a primeira etapa ou estação é a mais básica,
como a leitura do tema da redação, enquanto a segunda é Utilize a tecnologia como aliada
a exibição de um vídeo-aula sobre o tema, a terceira uma
discussão em grupo sobre o tema e a quarta a produção da E, agora, por onde começar a aplicar novas metodologias
redação. ativas de aprendizagem na sua instituição de ensino? Um

11
bom ponto de partida é apostar na tecnologia, usando-a • As instituições podem oferecer aos estudantes não
como aliada nesse processo. tradicionais (como alunos adultos) a oportunidade de
Algumas das metodologias apresentadas somente fun- apender de maneira mais flexível, acessível e no seu
cionam com auxílio da tecnologia, como a gamificação. próprio ritmo.
No entanto, vamos além: a tecnologia é crucial para que • Os alunos são mais bem preparados para o mercado,
a instituição modernize a gestão educacional, de modo a uma vez que as competências aprendidas têm alta re-
integrar dados administrativos e acadêmicos, simplificando levância para os empregadores e aplicação direta no
o controle de cada setor do negócio. ambiente de trabalho.
• Os docentes se tornam aconselhadores e mentores, con-
EDUCAÇÃO BASEADA EM COMPETÊNCIAS tribuindo ativamente para a persistência dos alunos e
para demonstração bem-sucedida de sua aprendizagem.
A educação baseada em competências (EBC) é um mode-
lo de aprendizagem que dá mais importância à proficiência Como recuperar a aprendizagem perdida na pan-
que ao tempo em sala de aula. Ela avalia o progresso do aluno demia
em detrimento do tempo necessário para a aprendizagem.
A EBC vem ganhando popularidade recentemente, mas Não é necessário que a EBC substitua os modelos de
não se trata de um conceito novo. O modelo surgiu na década aprendizagem tradicionais. As instituições podem implemen-
de 60, quando colégios nos Estados Unidos começaram a tá-la da forma que considerarem mais adequada, como uma
questionar se os alunos estavam aprendendo as habilidades alternativa ou complemento ao seu modelo de ensino atual.
necessárias à vida fora do ambiente escolar. Instituições em
todo o mundo ainda buscam maneiras de medir o sucesso Veja como este novo meio de ensino proposto pela
dos alunos com mais eficiência e oferecer uma experiência BNCC vai influenciar na qualidade da aprendizagem
de aprendizagem mais econômica.
Vários modelos de aprendizagem tradicionais utilizam Fora do contexto escolar, não é raro ouvirmos falar sobre
fórmulas diferentes para medir o sucesso. O tempo gasto em as competências e habilidades que os jovens devem dominar
sala de aula é fixo (como um semestre) e o domínio de uma para conquistarem o seu lugar no mercado de trabalho. A
matéria ou habilidade por um aluno é variável (baseado em partir da implementação da Base Nacional Comum Curri-
uma avaliação final, por exemplo). cular (BNCC), esta passa a ser também uma realidade em
O modelo de ensino baseado em competências funciona sala de aula.
de forma inversa. O progresso do aluno se baseia em seu O tema, no entanto, gera muitas dúvidas entre os profes-
“domínio” das habilidades e/ou seus resultados de apren- sores. A principal questão é sobre como fazer essa adaptação
dizagem. Assim, a aprendizagem acontece em um ritmo al- que, ao mesmo tempo, garante que os conhecimentos bási-
tamente individualizado. Ela pode até mesmo ocorrer muito cos previstos na BNCC sejam passados, mas também prepara
mais rapidamente. os alunos para o futuro.
Afinal, como professores que tiveram formação anterior
Modelo de aprendizagem tradicional × baseada em à BNCC podem passar de uma abordagem conteudista, com
competências a qual estão familiarizados, para uma que evidencie as com-
petências e habilidades dos alunos?
Baseada em
Tradicional
competências 1. O que são competências e habilidades
Antes de mais nada, é preciso entender o que são com-
O tempo é fixo O tempo é variável petências e habilidades.
Uma competência, de forma bastante resumida, diz res-
peito à capacidade que temos de fazer algo. Quando temos
habilidade ou aptidão para resolver determinado assunto,
É possível dominar É necessário dominar quer dizer que somos capazes de fazê-lo. Já uma habilidade
alguns conceitos todos os conceitos se refere ao “saber fazer”, propriamente dito.
Em outras palavras, podemos dizer que a habilidade é a
aplicação prática de uma competência.
A apresentação A apresentação do
Conhecimentos Pedagógicos

Quando as competências e habilidades são trazidas para


do conteúdo/ conteúdo/material
a sala de aula, o estudante passa a ter mais consciência sobre
material tende a ser pode ser mais
as suas decisões e consegue inserir valores importantes para
generalizada personalizada
sua vida pessoal e profissional no contexto escolar. O intui-
to da BNCC é justamente o de desenvolver nos estudantes
O ritmo é fixo O ritmo é variável habilidades práticas e emocionais para que eles se tornem
indivíduos responsáveis e que contribuam positivamente
para a sociedade.
As 10 competências propostas pela BNCC que podem
Alguns alunos são Mais alunos podem ajudar a guiar o trabalho em sala de aula são:
bem-sucedidos ser bem-sucedidos • Conhecimento;
• Pensamento científico, crítico e criativo;
• Repertório cultural;
Crie mais oportunidades para os seus estudantes • Comunicação;
• Cultura digital;
A educação baseada em competências oferece inúmeras • Trabalho e projeto de vida;
vantagens, tanto para instituições como para estudantes. • Argumentação;

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• Autoconhecimento e autocuidado; instituição e para os valores que já são trabalhados em sala de
• Empatia e cooperação; aula, é fundamental conhecer de perto as diretrizes da BNCC.
• Responsabilidade e cidadania.
DIA NACIONAL DE DISCUSSÃO SOBRE A
2. Por que ensinar por competências e habilidades?
O objetivo aqui é trazer o aluno para o centro e torná-lo BNCC
protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. A
mediação dos educadores continua sendo fundamental para A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi homolo-
conduzir o processo e permitir que os alunos desenvolvam gada no dia 20 de dezembro de 2017. O documento define
ao máximo suas competências e habilidades. o que todos os alunos têm o direito de aprender e será refe-
Esse novo meio de ensino acaba tendo reflexos positivos rência para a (re)elaboração dos currículos em todas as redes
em toda a comunidade escolar. Gestores e coordenadores, e escolas do país. Para que a BNCC chegue às salas de aula,
além de adequarem as instituições às diretrizes da BNCC, será preciso muito planejamento e uma boa implementação.
também veem o desempenho dos estudantes melhorar. Os Os primeiros passos são entender o que é a BNCC, fazer uma
professores também têm a possibilidade de trabalhar com revisão do currículo da rede e dos PPPs e, sobretudo, apoiar
alunos mais engajados e dinamizar o ensino em sala, indo e envolver os professores para que participem de todo esse
além de abordagens que, muitas vezes, acabam não fun- processo.
cionando.
A proposta é que o aluno aprenda através de competên- Sugestões de Roteiro e Atividades
cias e habilidades e siga sua jornada acadêmica e profissional
com uma educação mais completa e atualizada de acordo Abertura
com o seu tempo e suas vivências. Dessa forma, ele iria além
do simples domínio de conteúdos que nem sempre são tra- Atividade 1
balhados de forma transdisciplinar. A BNCC e a nossa rede/escola
O propósito desta atividade inicial é apresentar a BNCC
3. Diferenças entre a abordagem por competências e o e suas principais implicações para a educação.
ensino por conteúdos.
Para professores acostumados a uma abordagem es- – Passo 1
sencialmente conteudista, mudar o foco para competências Fala do secretário(a), diretor(a) e/ou coordenador(a)
pode soar como um grande desafio. Uma das principais pre- pedagógico:
ocupações acaba sendo a “perda” que essa transação pode Este é o momento de destacar a relevância da BNCC,
gerar, mas na prática o resultado pode ser exatamente o fazer um resgate de seu processo de construção e de seus
oposto. objetivos e estrutura.
Como a proposta da abordagem por competências é fazer
com que o aluno “aprenda a aprender”, a sua aplicação só – Passo 2
tem a beneficiar os conteúdos que uma disciplina trabalha. Exiba o video sobre a estrutura da BNCC.
A diferença é que o foco não será apenas na transmissão do
conteúdo, mas também no desenvolvimento das habilida- Dicas:
des do aluno. Para isso, é preciso criar situações junto aos 1. Não deixe de mencionar que todos da rede/escola,
conteúdos que promovam isso.
sobretudo os professores, serão envolvidos e ouvidos no pro-
O ensino de conteúdos não deixará de existir com essa
cesso de implementação.
nova abordagem, mas se tornará mais eficaz. Quando tra-
2 Reserve um tempo para perguntas e não deixe de res-
balham competências e habilidades, os alunos aprendem a
ponder a nenhuma dúvida. Se não souber a resposta, anote
tomar melhores decisões e a estabelecer objetivos e metas
mais claros. Para quem se prepara durante todo o Ensino o nome de quem perguntou e mande a resposta depois.
Médio para o ENEM e vestibulares, ter essa consciência e
protagonismo maior no seu próprio aprendizado pode fazer Aquecimento
toda a diferença.
• Atividade 2
4. Como colocar as competências da BNCC em prática Que cidadãos queremos formar na escola?
Conhecimentos Pedagógicos

Vamos pensar na lógica de um jogo: primeiro o aluno O propósito desta atividade é sensibilizar os educadores
aprende as regras (competência) e depois as coloca em prá- para que percebam qual o papel da BNCC na construção da
tica (habilidade). É essa a ideia que precisa ser levada para sociedade do futuro.
todas as disciplinas. Peça aos educadores que pensem e comentem sobre
Como várias competências trabalham questões relacio- estes três pontos:
nadas ao conhecimento de si mesmo e dos outros, as ativi-
dades em grupo são uma excelente opção para colocar esse 1. Como gostariam que fossem as pessoas de seu mu-
novo meio de ensino da BNCC em prática. Além de estimular nicípio daqui a 20 anos?
a empatia e a cooperação, a troca com seus pares também vai Faça intervenções para que qualifiquem as respostas. Por
despertar no aluno questões ligadas à responsabilidade e ci- exemplo, se falarem em cidadãos críticos, pergunte: o que é
dadania, comunicação, argumentação e pensamento crítico. ser cidadão crítico na sociedade?
A tecnologia também deve estar presente sempre que
possível no processo de implementação dessa abordagem. Dicas de respostas prováveis
O uso de plataformas que digitalizam o ensino é um bom - Que respeitam a diversidade
caminho para isso. - Conscientes de seus direitos e deveres;
Por fim, para saber como trabalhar as habilidades e com- - Que valorizem a educação;
petências de forma que faça sentido para o contexto da sua - Éticos e honestos.

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2. O que deve ser proporcionado hoje às crianças e jo- Proponha uma discussão, em grupos, para:
vens para que cheguem a ser esses cidadãos que queremos? – Mapear como os educadores preferem receber infor-
Novamente, faça intervenções nas respostas para quali- mações (site, Facebook, email, WhatsApp);
ficá-las. Peça exemplos. – Acordar uma periodicidade de envio de informações;
– Apontar o que as escolas precisam para informar seus
Dicas de respostas prováveis professores e promover discussões sobre a BNCC. Qual apoio
- Educação de qualidade para todos; é necessário?
- Oferta de trabalho;
- Relações marcadas pela ética e respeito; Dicas:
- Parceria entre família e escola. 1 É importante disponibilizar materiais para os partici-
pantes disseminarem informações sobre a BNCC em suas
3. Como a BNCC, no contexto da escola, pode ajudar escolas. Este é o momento de dizer que isso é necessário e
na formação dos cidadãos e da sociedade que queremos? orientar sobre onde podem encontrar materiais informativos
A discussão deve caminhar para a conclusão de que a para apoiá-los nessa ação.
BNCC não resolverá todos os problemas nem a escola pode 2 Não deixe de registrar as conclusões dessas discussões,
se responsabilizar por tudo, mas é preciso problematizar: O elas podem ajudar muito na execução da comunicação e no
que cabe a nós educadores? Podemos constituir uma escola apoio às escolas.
que corresponda aos desejos de uma vida melhor?
Encerramento
Dicas de respostas prováveis
- Promover maior equidade na educação; Atividade 5
- Retomar o PPP; O que aprendemos?
- Envolver os pais no debate; O objetivo é retomar as informações compartilhadas du-
- Trazer temas interessantes para os estudantes. rante a apresentação e convidar os presentes a compartilhar
suas expectativas e opiniões sobre a BNCC .
Competências
– Passo 1
Atividade 3 Peça aos presentes que pensem ou escrevam continua-
A proposta de formação da BNCC: as 10 competências ções para as seguintes frases:
no contexto da escola Antes, eu pensava que a BNCC...
O objetivo é apresentar as competências gerais da BNCC, Agora, eu penso que a BNCC…
relacioná-las ao cidadão que queremos formar e fazer um
exercício sobre como podem ser traduzidas nas ações do Passo 2
cotidiano das escolas. Peça que compartilhem suas respostas com os demais.
Se houver tempo, abra espaço para os presentes apre-
– Passo 1
sentarem dúvidas, sugestões, críticas e pedidos.
Exiba o vídeo sobre as 10 competências gerais que todos
os alunos devem desenvolver, de acordo com a BNCC.
Atividades Extras
– Passo 2
Mostre, na apresentação, as 10 competências gerais e Estrutura do Documento
leia com o grupo cada uma delas.
Atividade A
– Passo 3 A Educação Infantil e os componentes curriculares do
Questione qual, na opinião deles, é a relação entre as Ensino Fundamental
competências da BNCC e a discussão anterior sobre o cidadão O objetivo é apresentar a estrutura da BNCC para que os
que queremos formar. educadores compreendam como as competências, as eta-
pas, áreas e componentes se relacionam e, num segundo
– Passo 4 momento, discutir cada etapa e áreas de conhecimento de
Organize os participantes em grupos. Peça que observem, acordo com vídeos correspondentes
Conhecimentos Pedagógicos

na apresentação, cenas do cotidiano escolar e reflitam: como


os alunos podem, orientados por educadores, desenvolver – Passo 1
as 10 competências gerais nesses momentos? Faça uma apresentação sobre como a BNCC está orga-
nizada, com exemplos.
Dica: Este é o momento de destacar a relevância da BNCC,
1 Se não quiser/puder usar as fotos, é possível utilizar fazer um resgate de seu processo de construção e de seus
imagens da própria escola, ou pedir para que os participantes objetivos e estrutura.
imaginem situações de seu cotidiano.
2 Não esqueça de solicitar para que os grupos registrem – Passo 2
as atividades (em papéis coloridos, post-its, sulfite ou na lou- Divida os participantes em grupo e atribua uma etapa/
sa) e sistematize os aprendizados após a dinâmica. área de conhecimento para cada grupo.
Exiba os vídeos explicativos sobre a Educação Infantil e
Comunicação as áreas de conhecimento da BNCC.

Atividade 4 Dicas:
Como compartilhar informações sobre a BNCC? 1 Se possível, exiba para os grupos cada vídeo em di-
Para que todos conheçam e entendam a BNCC, é preciso ferentes espaços, simultaneamente. O tempo de duração
fazer circular informações atualizadas e de qualidade. dessa etapa da atividade, neste caso, será reduzido. Se não

14
for possível dividir em salas, a alternativa é exibir todos os – Passo 4
vídeos na sequência. Convide os professores a compartilhar com os demais
2 Pode haver mais de um grupo responsável pela mes- suas ideias para os dois casos. Esse momento pode ser ótima
ma etapa/área de conhecimento, dependendo do número oportunidade para trocar experiências e pensar em como
de pessoas presentes. aprimorar planejamentos de forma colaborativa.

Peça que os grupos discutam as seguintes questões e Na Prática


registrem suas conclusões:
1. Quais as principais implicações da BNCC para a Educa- Atividade C
ção Infantil e/ou as áreas de conhecimento do Ensino Fun- Competências do aluno, competências do professor
damental discutidas pelo seu grupo? O objetivo dessa atividade é refletir sobre as práticas
2. Que tipo de mudança a BNCC traz para a prática do esperadas dos professores para que possam contribuir no
professor em sala de aula? desenvolvimento das competências dos alunos.
3. Como os educadores podem se organizar para auxiliar
uns aos outros nesse processo?? – Passo 1
4. Como inserir as 10 competências voltadas ao desen- Mostre que os princípios e as práticas dos professores
volvimento humano integral no dia a dia do ensino desta precisam ser coerentes com as competências a serem desen-
etapa/área de conhecimento? volvidas pelos alunos. Leia ou peça que leiam em voz alta os
exemplos de princípios e práticas expostos na apresentação.
Por fim, este é o momento em que todos os grupos, por
meio de porta-vozes, poderão compartilhar suas impressões – Passo 2
com os demais presentes. Em grupos, peça que resgatem as competências gerais
É importante deixar claro aos educadores que comentá- e discutam como os princípios e práticas apresentados se
rios e sugestões de todos são bem-vindos para enriquecer relacionam a elas. Depois, peça que cada grupo escolha uma
a discussão. ou duas competências gerais e relacionar a elas até três prin-
cípios ou práticas citadas. Ao final, peça que compartilhem
Dicas: o que foi anotado.
1 Deixe claro que cada grupo irá refletir especialmente
sobre uma etapa ou área do conhecimento.
2 Se for possível, peça que cada grupo assista a um único
FORMAS DE AVALIAÇÃO E PIRÂMIDE DE
vídeo, referente à Educação Infantil ou à área de conheci- MILLER
mento de maior interesse. Neste caso, o tempo previsto da
atividade será reduzido em aproximadamente 50 minutos. A avaliação se difere em três tipos de acordo com sua
função/intencionalidade: diagnóstica, somativa e formativa.
Sala de Aula A avaliação diagnóstica tem como propósito constatar
se os alunos possuem os conhecimentos básicos e impres-
Atividade B cindíveis às novas aprendizagens. o. Para identificar se o alu-
Planejamento à luz das competências gerais, campos no possui o domínio dos conhecimentos prévios, sugere-se
de experiências, objetivo s de aprendizagem e desenvolvi- a realização de uma avaliação diagnóstica no início de um
mento e habilidades curso, quando podem ser identificadas falhas a serem mo-
O objetivo é propor que os professores reflitam sobre nitoradas ou sanadas.
como planejar aulas considerando a intencionalidade de A avaliação formativa ou “avaliação para aprendizagem”
desenvolver, além das habilidades do componente que le- tem função diagnóstica. É aquela realizada no decorrer do
cionam, as competências gerais da BNCC. curso com o objetivo de verificar se os alunos estão domi-
nando gradativamente cada etapa proposta. Neste intuito, é
– Passo 1 importante considerar que os alunos progredirão se compre-
Leia com os presentes a situação descrita no primeiro enderem suas possibilidades e fragilidades, e se souberem
slide da apresentação. Ela traz uma habilidade de Matemá- como se relacionar com elas.
tica do 3o ano, da BNCC. O feedback, que pode ser considerado como a espinha
dorsal da avaliação formativa,assume papel central.
Conhecimentos Pedagógicos

Dica: São vários os instrumentos que podem ser utilizados na


1 Você pode substituir na atividade e na apresentação avaliação formativa:
as habilidades propostas por qualquer outra habilidade do • Prova escrita, permite verificar o domínio cognitivo
Ensino Fundamental ou objetivo de aprendizagem e desen- adquirido e pode ser desenvolvida por Avaliação da Apren-
volvimento da Educação Infantil. dizagem do Estudante meio de questões de testagens ou
dissertativas. Não há subjetividade na correção, o feedba-
– Passo 2 ck ao aluno é praticamente imediato, porém ele se limita a
Peça que os professores reflitam sobre como podem uma avaliação rápida e objetiva, que não avalia a habilidade
planejar uma atividade ou sequência de atividades para o de expressão do aluno. Existe uma modalidade conhecida
desenvolvimento da habilidade ou objetivo de aprendizagem com keyfeature, ela exige um grande esforço de construção.
e desenvolvimento destacado, de maneira articulada a pelo Nesse tipo de questão a uma descrição realística de um caso
menos uma das 10 competências gerais da BNCC. clínico sucede-se um pequeno numero de perguntas que
requerem apenas decisões essenciais e críticas. (avaliação
– Passo 3 da capacidade de resolver problemas)
Repita o exercício anterior, desta vez a partir de uma • A prova oral é usada com o objetivo de identificar a ca-
habilidade ou objetivo de aprendizagem e desenvolvimento pacidade reflexiva e crítica do estudante. Nos cursos médicos,
de outra etapa ou componente curricular. por exemplo, utiliza-se essa técnica para a discussão de casos

15
clínicos, o que permite observar no estudante sua atitude, final do curso e que consiste em identificar se o estudante
raciocínio clínico e conhecimento sobre determinado tema. adquiriu as competências necessárias para desenvolver no-
Sua característica flexível proporciona maior exploração do vas etapas do processo de aprendizagem.
conhecimento. A escolha dos métodos a serem empregados na avaliação
• O portfólio é uma técnica de avaliação que permite do estudante deve se pautar no critério do melhor ajuste à
registrar elementos significativos da progressão da apren- natureza das habilidades e competências cujo domínio se
dizagem. quer conhecer. Esta tarefa é facilitada por alguns modelos
Ainda procurando identificar as competências que o alu- conceituais, como a “Pirâmide de Miller”.
no adquire no decorrer do curso, é fundamental avaliar o A Pirâmide de Miller é composta por quatro níveis. Os
domínio psicomotor, e isso só se faz por meio da observação dois níveis da base da pirâmide envolvem conhecimento te-
da habilidade aprendida. Para isso, os cursos estão investindo órico, e os dois níveis superiores as habilidades técnicas e o
em avaliações práticas nas quais o aluno deverá demonstrar comportamento respectivamente. O estudo de Miller e os
sua habilidade por meio de simulações ou realidades que outros que se seguiram a ele demonstraram que cada nível
podem ser observadas pelo professor. da pirâmide exige uma complexidade crescente de instru-
• O Objective Structured Clinical Examination (Osce), mentos de avaliação.
bastante utilizado na área médica, avalia o desempenho do
estudante em situações delimitadas, com roteiro preestabe-
lecido (checklists), podendo haver interação com paciente
simulado ou recursos didáticos, utilizando-se estações de
avaliação em rodízio. A operacionalização é trabalhosa, e o
custo é alto. As limitações do processo se referem ao tempo
restrito em cada estação, exigindo que o aluno demonstre
habilidades isoladas de uma consulta, não considerando a
relação médicopaciente; O Osce propicia a avaliação do “sa-
ber como” da pirâmide de Miller.
• O Mini-Clinical Evaluation Exercise (Mini-Cex), consiste
numa observação estruturada de diversos itens de atitudes
e habilidades, seguida de feedback e com duração total de
20-30 minutos.
O domínio afetivo pode ser avaliado no decorrer do curso
por meio da observação do professor.A nota de conceito
que hoje é muito utilizada nos cursos médicos reflete um “Saber” (teórico de fatos e mecanismos) e “saber como”
acompanhamento do professor diante do comportamento (teórico mais do tipo aplicado) --> domínio cognitivo.
do estudante. Esta técnica de avaliação agrega a possibilidade “mostrar como faz”-->avaliação de habilidades e com-
de identificar habilidades e atitudes evidenciadas durante o petências clínicas, que deve ser feita ainda no âmbito da
formação, ou na escola.
curso. É importante que exista um formuláriopadrão para
“fazer”--> deve ser feita no próprio ambiente de trabalho,
o registro das informações, uma vez que esta avaliação é
onde a prática é exercida.
muito subjetiva.
Outra forma de avaliação é o Conceito Global, que, no
Inclui também o conjunto de métodos para a avaliação
final de um estágio, atribui ao estudante um conceito de do profissional a chamada “avaliação em 360º”, que consis-
maneira retrospectiva, utilizando categorias gerais ao invés te no cotejo da autoavaliação feita pelo próprio avaliando
de comportamentos específicos. com aquela que feita pelos seus colegas da mesma profissão
• A avaliação por pares tem sido apontada como um (“pares”), por membros da equipe de trabalho de outras
importante indicador de desempenho, sendo considerada profissões, pelos pacientes ou usuários assistidos e pelos
consistente e confiável, fornecendo informações que não supervisores.
poderiam ser identificadas por métodos tradicionais de
avaliação. Identificar a perspectiva e opinião de um colega Domínios da aprendizagem
com quem o estudante convive em diferentes situações e
durante um curso todo pode levar a mudanças positivas no Domínio cognitivo (inteligência humana)
comportamento, especialmente quando se refere à compe-
Conhecimentos Pedagógicos

tência humanística. A inteligência e a idade mental (e não a cronológica) são


• A auto-avaliação do estudante também é uma técnica domínios decisivos à aprendizagem humana. Inteligência se
de muito valor para a aprendizagem e espera-se que o aluno define pela capacidade de interagir com o meio ambiente e
a pratique em todos os momentos do curso. A consciência adaptar-se a ele; desenvolve-se através de fases, ao longo
da progressão da aprendizagem permite ao aluno identificar da vida, que se sucede em uma mesma ordem, mas devido
suas falhas e necessidades a tempo de buscar orientação. às diferenças individuais, podem ser alcançadas em idades
• A avaliação somativa, por sua vez, é informativa em sua diferentes para cada pessoa, dependendo do ritmo de de-
função, e as informações que ela fornece sobre a classificação senvolvimento.
do estudante, feita por meio de conceitos ou notas, subsi-
diam a tomada de decisão sobre a progressão do estudante, Domínio afetivo-social (emoções, sentimentos e aspec-
em termos de aprovação ou reprovação, a partir do produto tos psicossociais)
de conhecimentos, habilidades e atitudes, apresentado em
situações planejadas. Em geral a avaliação somativa envol- As pessoas são todas diferentes e únicas. As diferenças
ve testes formais (provas de múltipla escolha, dissertativas, são determinadas pelas influências genéticas, bioquímicas
orais), mas sua função informativa também pode ser obtida de seu próprio organismo e por estímulos do ambiente em
progressivamente, através de outras estratégias (trabalhos, que vivem, e pela interação de todas as experiências sociais
seminários, exercícios). É aquela realizada, por exemplo, ao que tiveram desde o nascimento.

16
A personalidade de cada indivíduo vai se formando se que precisam ser realizadas durante o processo no domínio
desenvolvendo; portanto, o aluno que chega à escola ou cognitivo.
universidade já possui sua personalidade (As características Deve-se elaborar uma tabela com a definição dos objeti-
psicológicas momentâneas, tais como o humor, as emoções vos educacionais, destacando os níveis do processo de ensino
e os sentimentos) bem definida. Da mesma forma, certo e aprendizagem que os alunos devem alcançar em cada etapa
amadurecimento social (relacionamento interpessoal e intra- e as ações necessárias para que isso ocorra.
pessoal) é elemento igualmente importante neste processo
de ensino-aprendizagem. Quais seus objetivos educacionais
Domínio psicomotor (sensações, desenvolvimento neu- A Taxonomia de Bloom propõe que os educadores devem
ropsicológico e maturação neurológica) proporcionar aos alunos três objetivos principais, classifica-
dos a partir dos domínios: cognitivo, afetivo e psicomotor.
A integração das funções neuropsicológicas é fundamen- Cada domínio requer habilidades específicas, dando a
tal à aprendizagem. Para tanto, a estimulação é comprovada- devida importância para cada um, pois juntos possibilitam a
mente importante, já que crianças que viveram seus primei- aprendizagem de modo concreto, mas é preciso considerar
ros anos de vida em ambientes pobres de estímulos sofreram a hierarquia.
danos graves de desenvolvimento, principalmente em seus O modelo educacional de Bloom permite identificar o
elementos sensoriais (audição, visão, tato, gustação, olfato), nível de desempenho de cada aluno, com base na classifi-
neurológicos (maturação neurológica), psicomotores (es- cação dos objetivos educacionais, do mais simples ao mais
quema corporal, lateralidade, equilíbrio) e linguísticos (fala). complexo. Isso ajuda o professor a planejar seu trabalho de
modo a atender as necessidades de aprendizagem de cada
TAXONOMIA DE BLOOM aluno, que devem ter assimilado de forma concreta um co-
nhecimento antes de passar para o próximo nível.
Existem diversas teorias para auxiliar as práticas pedagó- Desse modo, a aprendizagem se torna mais efetiva, pois o
gicas, cada uma com objetivos específicos para cada aspecto aluno só passa para um nível superior quando realmente assi-
relacionado ao processo de ensino e aprendizagem. Já uma milou o conhecimento, consolidando seu repertório mental.
taxonomia trata-se da teoria ou nomenclatura que descreve Essa técnica norteia o trabalho pedagógico, fornecendo um
e classifica um objeto de estudo científico, de modo a explo- roteiro estruturado para alcançar os objetivos educacionais,
rar as características de um assunto específico e utilizá-las otimizando o processo de ensino e aprendizagem.
para determinado fim. Uma das teorias de aprendizagem que
auxiliam os professores no planejamento e aprimoramento Quais são os domínios da Taxonomia de Bloom
do processo educacional é a Taxonomia de Bloom, bastante
utilizada para definir objetivos. Táxons são grupos classificatórios organizados hierarqui-
Benjamin Bloom (1913–1999) foi um psicólogo e pedago- camente e divididos em subcategorias, sendo que a soma de
go norte-americano que desenvolveu diversas pesquisas ao cada uma constitui o todo. A ideia é alcançar gradativamente
longo de sua vida profissional, abordando a educação com os níveis, do inferior ao superior.
uma perspectiva psicológica. Ele entendia que a educação
vai além do âmbito acadêmico, pois deve servir ao propósito Domínio cognitivo
de extrair todo o potencial humano, para que este alcance
seus sonhos com um olhar mais otimista para os alunos, sem O cognitivo envolve a capacidade de os alunos darem
vê-los como meros estudantes. sentido às informações que recebem durante as aulas e a
Considerando os aspectos cognitivos, emocionais e psi- maneira de utilizá-las na vida prática, de modo que o conhe-
comotores da aprendizagem, bem como sua influência sobre cimento adquirido seja produtivo.
o processo educacional e modo de auxiliar os professores na A tabela que define os objetivos educacionais no domínio
prática de ensinar, em 1956, Bloom apresentou seu modelo cognitivo consiste em seis níveis hierarquicamente defini-
dos, com ações específicas para alcançar cada um deles, da
educacional no trabalho intitulado “Taxonomia de objetivos
seguinte forma:
educacionais – Manual 1: domínio cognitivo”.
Nível 1: conhecimento
O que é a Taxonomia de Bloom Definição: habilidade de reconhecer informações e con-
Conhecimentos Pedagógicos

teúdos previamente abordados, como fatos, datas, palavras,


A Taxonomia de Bloom serve para definir os objetivos da teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios,
aprendizagem e planejar as aulas com base nessa identifi- procedimentos, entre outros.
cação, respeitando a hierarquia dos objetivos educacionais. Subcategorias: conhecimento específico, conhecimento
É uma classificação dos domínios de aprendizagem a partir de terminologia, conhecimento de tendências e sequências,
de uma listagem das habilidades e dos processos envolvidos conhecimento de formas e significados relacionados às es-
nas atividades educacionais, estabelecendo critérios avaliati- pecificidades do conteúdo, conhecimento de convenção,
vos. Tem como premissa a ideia de que após uma atividade conhecimento de tendência e sequência, conhecimento de
escolar os alunos adquiriram novos conhecimentos e novas classificação e categoria, conhecimento de critério, conhe-
habilidades, alcançando o objetivo principal do processo de cimento de metodologia, conhecimento universal e abstra-
ensino e aprendizagem. ção relacionado a um determinado campo de conhecimento,
Para identificar como alcançar a aprendizagem, Bloom conhecimento de princípios e generalizações, conhecimento
estabeleceu níveis hierárquicos que os alunos devem passar, de teorias e estruturas.
ou seja, para atingir objetivos superiores, antes precisam Ações: enumerar, definir, descrever, identificar, denomi-
compreender os inferiores. Para estabelecer o planejamento, nar, listar, nomear, combinar, realçar, apontar, relembrar, re-
é preciso considerar a área de aprendizagem, seus objeti- cordar, relacionar, reproduzir, solucionar, declarar, distinguir,
vos específicos, os instrumentos de avaliação e as atividades rotular, memorizar, ordenar e reconhecer.

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Nível 2: compreensão ensino e aprendizagem, considerando que não somos mais
Definição: habilidade de dar significado ao conteúdo, de os mesmos depois de aprendermos algo novo.
modo a realizar a interpretação do que foi compreendido e Dentro do domínio afetivo, existem cinco subáreas clas-
empregá-lo em outro contexto. sificadas hierarquicamente, que os alunos precisam alcançar,
Subcategorias: translação, interpretação e extrapolação. seguindo níveis, da seguinte forma:
Ações: alterar, construir, converter, decodificar, defender, 1. Recepção: captar e observar suas emoções e atitudes,
definir, descrever, distinguir, discriminar, estimar, explicar, bem como as das pessoas a sua volta, ou seja, tornar cons-
generalizar, dar exemplos, ilustrar, inferir, reformular, prever, cientes essas reações.
reescrever, resolver, resumir, classificar, discutir, identificar, 2. Resposta: atender a um estímulo recebido e reagir de
interpretar, reconhecer, redefinir, selecionar, situar e traduzir. acordo, participando ativamente do seu processo de apren-
dizagem.
Nível 3: aplicação 3. Avaliação: habilidade para atribuir valor ao conheci-
Definição: habilidade de usar informações, métodos e mento de forma consciente a partir de recursos internaliza-
conteúdos aprendidos em novas situações concretas, atra- dos, que fazem parte de seu repertório intelectual.
vés da aplicação de regras, métodos, modelos, conceitos, 4. Organização: agrupar as informações e acomodar em
princípios, leis e teorias. seu repertório mental, de modo a comparar, relacionar e
elaborar todo o conteúdo aprendido.
Ações: aplicar, alterar, programar, demonstrar, desen-
5. Caracterização: após a concretização dos níveis ante-
volver, descobrir, dramatizar, empregar, ilustrar, interpretar,
riores, o aluno é capaz de internalizar e assimilar o conheci-
manipular, modificar, operacionalizar, organizar, prever, pre- mento como característica pessoal.
parar, produzir, relatar, resolver, transferir, usar, construir,
esboçar, escolher, escrever, operar e praticar. Domínio psicomotor
Nível 4: análise No campo psicomotor, as habilidades físicas auxiliam na
Definição: habilidade de subdividir o conteúdo em partes aquisição de novos conhecimentos a partir dos movimentos
menores para entender a estrutura final, por meio da identifi- do corpo, da manipulação de objetos e dos sentidos corpo-
cação das partes, da relação entre elas e do reconhecimento rais. Esse domínio está dividido em cinco subáreas a serem
dos princípios organizacionais envolvidos. alcançadas hierarquicamente:
Subcategorias: análise de elementos, análise de relacio-
namentos e análise de princípios organizacionais. 1. Percepção: tornar consciente o mundo externo através
Ações: analisar, reduzir, classificar, comparar, contrastar, dos sentidos corporais – visão, tato, olfato, paladar e audição.
determinar, deduzir, diagramar, distinguir, diferenciar, identi- 2. Predisposição: preparação mental, física e emocional
ficar, ilustrar, apontar, inferir, relacionar, selecionar, separar, para realizar determinadas atividades.
subdividir, calcular, discriminar, examinar, experimentar, tes- 3. Resposta guiada: tomar atitudes orientadas pelo pro-
tar, esquematizar e questionar. fessor, de modo a se apropriarem do conhecimento e não
precisarem mais de auxílio externo.
Nível 5: síntese 4. Resposta mecânica: torna automáticas as ações dos
Definição: habilidade de combinar partes isoladas não alunos após adquirirem o hábito das ações guiadas.
integradas para formar um “todo”, estabelecendo uma re- 5. Resposta completa e clara: habilidade de realizar ações
lação entre elas. de modo eficiente e sem ajuda, tornando o aluno autônomo
Subcategorias: produção de uma comunicação original, sobre suas atitudes.
produção de um plano ou propostas de um conjunto de
operações e derivação de um conjunto de relacionamentos Como aplicar a Taxonomia de Bloom na prática
abstratos.
Ações: categorizar, combinar, compilar, compor, conce- O plano de aula e as atividades a serem propostas aos
ber, construir, criar, desenhar, elaborar, estabelecer, explicar, alunos precisam contemplar os domínios cognitivo, afetivo
formular, generalizar, inventar, modificar, organizar, originar, e psicomotor, e seus objetivos específicos devem estar de
planejar, propor, reorganizar, relacionar, revisar, reescrever, acordo com os níveis hierárquicos. Deve-se estimular as ha-
resumir, sistematizar, escrever, desenvolver, estruturar, mon- bilidades correspondentes a cada domínio, pois juntos per-
tar e projetar. mitem a efetivação da aprendizagem. Cada conteúdo novo
a ser ministrado em sala de aula tem de ser estruturado e
Conhecimentos Pedagógicos

Nível 6: avaliação transmitido aos alunos de acordo com cada ação necessária
Definição: habilidade de julgar o valor do conhecimento para concretizar a aprendizagem.
Os objetivos educacionais são definidos pelo professor
um propósito específico, baseado em critérios previamente
com base na taxonomia para melhor atender às necessidades
estabelecidos, que podem ser externos (relevância) ou in-
de seus alunos, por isso deve-se identificar de antemão em
ternos (organização).
qual nível se encontram, e para ser aplicado, deve ser estru-
Subcategorias: avaliação em termos de evidências inter- turado com base em três perguntas a serem respondidas:
nas e julgamento em termos de critérios externos. • “O quê?”: pretende trazer a dimensão conceitual das
Ações: Avaliar, averiguar, escolher, comparar, concluir, habilidades a serem trabalhadas na aula, definindo o
contrastar, criticar, decidir, defender, discriminar, explicar, que o aluno é capaz de saber para alcançar determi-
interpretar, justificar, relatar, resolver, resumir, apoiar, va- nado nível de aprendizagem.
lidar, escrever um review sobre, detectar, estimar, julgar e • “Como?”: aborda a dimensão procedimental, que se
selecionar. refere ao método que o professor irá utilizar para trans-
mitir o conhecimento.
Domínio afetivo • “Para quê?”: propõe uma finalidade àquele conheci-
mento, de modo a articulá-lo com situações cotidianas,
A afetividade refere-se às emoções, aos sentimentos e contextualizando-as com outras áreas do conhecimen-
aos comportamentos desenvolvidos a partir do processo de to ou do próprio componente curricular.

18
DIDÁTICA E A PRÁTICA HISTÓRICO-CULTU- Progressivismo: nesta corrente educacional, é compre-
RAL ender que, para construir o conhecimento, os seres humanos
necessitam interagir com o objeto. Assim, é por meio dessa
Em todas as práticas educacionais desenvolvidas em sala ação, a de desejar conhecer, que acontecem as aprendiza-
de aula, o docente tem como intuito o ensino-aprendizagem gens. As teorias psicológicas que partem desse pressuposto
do educando. Sua ação pedagógica tem como base, de forma são denominadas interacionistas, pois entendem que as
intencional ou não, a adoção de concepções de natureza aprendizagens derivam da interação entre o sujeito que
epistemológica e psicológica. Assim, entendesse que, ao aprende e o objeto do conhecimento, seja ele um livro, uma
optar por um método de ensino, o educador transmite sua pintura ou uma relação matemática. O professor age como
maneira de compreender e passar o conhecimento baseada um desafiador das aprendizagens de seus alunos, desenvol-
na perspectiva tanto da filosofia quanto da psicologia. O pro- vendo situações-problema, a fim de serem por eles solucio-
blema surge quando há diversas concepções estão presentes nada pelos discentes. As práticas educacionais estabelecidas
na prática dos professores, muitas vezes desvinculadas das através desse pressuposto são fundamentadas pelas ideias
concepções que as fundamenta, sem, inclusive, articular-se de Piaget.
com o projeto pedagógico da escola em que atua. Com isso,
há conflitos de didáticas num mesmo ambiente escolar. Sociocultural: tal como a anterior, essa corrente valo-
Compreender os referenciais teóricos tendo clareza tanto riza a ação do sujeito em sua interação com o objeto de
das concepções epistemológicas (teorias do conhecimento), aprendizagem, mas diferencia-se na medida em que admite
quanto das teorias psicológicas e as práticas pedagógicas, que as interações estabelecidas entre sujeito e objeto do
compreendendo que elas devem se harmonizar com uma de- conhecimento ocorrem em um determinado ambiente cul-
terminada concepção de ser humano, natureza e sociedade tural que acaba por determinar as formas de interação. As
e das relações que se estabelecem entre eles é fundamental, teorias psicológicas amparadas por esta visão epistemológica
visto que possibilitam revelar o que está por trás de atitudes, têm como foco estudar como se dá o processo de aprendi-
escolhas e práticas docentes. zagem, quais são os determinantes que o afetam, de que
Ademais, é necessário ter em foco que as classificações forma o meio cultural influencia as aprendizagens. Vygotsky,
estabelecidas por teóricos não podem ser percebidas como Luria, Leontiev, Wallon elaboraram teorias de aprendizagem
modelos únicos e entendidos como forma absoluta de enten- que destacam a importância do ambiente sócio cultural no
dimento. Assim, tentar classificá-las uniformemente é limitar processo de construção do conhecimento. Além disso, o
sua concepção. Há correntes educacionais que devem ser professor que tem como base essa corrente, exerce uma
compreendida. São elas: prática docente alicerçada no entendimento de que é um
mediador entre os alunos e os objetos de aprendizagem.
Romanticismo: nessa corrente, a concepção epistemo- Assim, entende que buscar compreender o meio cultural de
lógica entende que o desenvolvimento da construção do seus alunos, seus valores, suas atitudes, suas possibilidades
conhecimento do sujeito que está aprendendo é mais im- e dificuldades são fundamentais, pois é através dessas ações
portante do que as influências do meio ambiente. Além disso, que se estabelece uma relação de respeito às experiências
para a psicologia, o foco de interesse reside no conhecimento do meio em que vivem. As tendências culturais denomina-
da consciência, das emoções, dos interesses, das motivações, das progressistas: (libertadora, libertária e crítico-social dos
dos desejos, das angústias, que permeiam o inconsciente conteúdos) expressam esse pensamento. Uma questão a ser
dos seres humanos. Assim, faz-se necessário a busca pelo pensada é que pode ocorrer uma preferência em dar espaço
conhecimento do interior das pessoas, utilizando técnicas para conteúdos de aprendizagem com um novo significado
como entrevistas individuais e dinâmicas de grupo. A didá- cultural, ou de experiências dentro e fora das escolas. Essas
tica dos professores que tem como prática educacional essa ações permitem preparar os estudantes para uma atuação
concepção está centrada na valorização das características mais solidária e participativa, atuante, crítica e reflexiva. O
pessoais e interpessoais, e entendem-se como facilitadores educador Paulo Freire é um legítimo representante da cor-
do processo de aprendizagem. Logo, utilizam dinâmicas de rente, em sua tendência libertadora.
grupo, autoavaliação e avaliação inter-pares; buscando le-
var o estudante a ser reflexivo e autônomo no processo de Por vezes, quando se fala em didática/prática educacio-
construção do conhecimento. Em relação ao conteúdo, não nal, algumas dessas principais correntes educacionais pre-
o privilegiam, oferecendo liberdade aos alunos a opção de sentes no ambiente escolar aparecem de forma alternada
Conhecimentos Pedagógicos

aprenderem aquilo que lhes seja mais interessante e signifi- em nossa prática. É de suma importância o professor com-
cativo. Essa concepção educacional está presente em muitas preender cada uma delas, pois assim fará escolhas e práticas
escolas experimentais. relevantes para o aluno, de forma reflexiva e coesa.

Transmissão Cultural: conforme essa corrente educacio- A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR


nal, o meio ambiente exerce uma enorme influência no pro-
cesso de construção do conhecimento, ou seja, nada existe Quando se fala em processo didático pedagógico na for-
em nossas mentes sem que tenha passado antes pelos nossos mação do homem, nos vem diversos questionamentos, tais
sentidos. O ambiente é o protagonista no processo de desen- como: O que é Didática? De que assuntos ela trata? Qual
volvimento do conhecimento. Os professores que têm como sua contribuição para a formação do professor? Entender
base em sua prática essa corrente, privilegiam os arranjos conceitos básicos vinculados à Didática é fundamental para
ambientais: materiais instrucionais, conteúdos, objetivos e compreender que sem esse processo o ensino-aprendizagem
avaliação precisamente estabelecidos, assim como a utiliza- pode ser afetado. Assim, não tem como fazer uma educação
ção de recursos multissensoriais variados. Nesse contexto, e qualidade se não for levada em consideração a Didática
entende-se o educador como um direcionador das ativida- como processo essencial no ato educativo. Uma vez sendo
des de aprendizagem. Esse modelo oferece base para duas um suporte fundamental para a prática educativa, a Didática
tendências educacionais: tradicional e tecnicista. oferece a base para a efetivação do ensino-aprendizagem.

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Partindo desse pressuposto, segundo Libâneo (2002), os É necessário entender que o campo de estudo da Didática
profissionais da educação precisam ter um pleno domínio é responsável por produzir conhecimentos sobre modos de
das bases teóricas científicas e tecnológicas, e sua articula- transmissão de conteúdos curriculares através de métodos
ção com as exigências concretas do ensino, pois é através e conhecimentos, porém não se deve reduzir seu conceito
desse domínio que ele poderá estar revendo, analisando e somente a isso. Se caso ocorrer tal preceito, a didática se
aprimorando sua prática educativa. limitará a visão de estudo meramente tecnicista. O objetivo
é outro, uma vez que esse campo de estudo tem por objetivo
Didática: Quais são as Diferentes Concepções sobre tornar a prática docente reflexiva, para que a ação do profes-
essa Temática? sor não seja uma mera reprodução de estratégias presentes
em livros didáticos ou manuais de ensino. Assim, não basta
O termo didática é conhecido desde a Grécia Antiga e o docente reproduzir o que lhe é imposto, através de pres-
tinha como significado instruir, aprender, ensinar. Em 1633, supostos teóricos ou programas disciplinares pré-estabeleci-
Comênio, um educador tcheco, escreveu um livro chamado dos, mas deve compreender que toda informação acumulada
Dídactica Magna, no qual definia Didática como sendo a arte deve despertar a capacidade crítica capaz de proporcionar
de ensinar tudo a todos. Já no Dicionário Aurélio, o concei- questionamentos e reflexões sobre essas informações, a fim
to de didática vem conceituado como a técnica de dirigir de garantir uma transformação na prática desse discente.
e orientar a aprendizagem. Segundo Amélia Dominguez de Nesse momento, teoria e prática ficam interligadas.
Castro, a Didática passou a reunir os conhecimentos que Segundo Comenius (2001, p. 51), “os educadores são
cada época valoriza sobre o processo de ensinar. Já para os especialistas que estão mais bem dotados para exercer a
Vera Maria Ferrão Candau, educadora da PUC-RJ, a Didática tarefa educativa, dado que, por um lado, detém o conheci-
pode ser entendida como “reflexão sistemática e busca de mento e por um lado conhecem o método”. Dessa forma, se
alternativas para os problemas da prática pedagógica”. cabe ao educador à ação educativa, é de suma importância
atualização constantemente dos mesmos, visto que para en-
Didática: Reflexão sinar é necessário também aprender. Além disso, o docente,
antes mesmo de exercer sua ação educativa, deve estudar e
Diversos questionamentos permeiam essa temática. As- compreender qual tendência pedagógica que orienta a sua
sim, durante o processo de ensino-aprendizagem, revelam-se pratica de ensino, não usando uma delas de forma isolada
pontos que devem ser levantados: em toda a sua docência. Procurar refletir sobre essa temática
• como a criança e o adolescente aprendem; e analisar qual tendência convém ao seu desempenho aca-
• como é a atividade do professor em aula; dêmico, faz com que se desenvolva uma melhor qualidade
• como os alunos de uma turma se relacionam entre si de atuação, sendo sua prática eficiente e dinâmica.
e com o professor;
• como o professor ajuda seus alunos a aprender;
• qual a influência dos governos e da sociedade sobre METODOLOGIA ATIVA E TRADICIONAL
a escola;
• como desenvolver a capacitação de professores; Ao longo dos anos, a modernização do ensino vem trans-
• como motivar os alunos; formando as escolas, levando em consideração o mundo atu-
• como fazer um processo de avaliação; al e o perfil dos alunos, que também tem mudado bastante.
• qual a importância do ambiente sala de aula no pro- O objetivo dessa transformação é desenvolver, ao má-
cesso ensino-aprendizagem etc. ximo, as competências e habilidades de cada um, incluindo
desafios e constante estímulo mental, não só pela maneira
A Didática não deve ficar apenas na teoria, uma vez que tradicional, mas também utilizando as metodologias ativas.
ela deve aplicar os conhecimentos que produz para resolver No entanto, o professor deve observar qual a especi-
problemas e questões que surgem no dia a dia da escola e ficidade de cada um desses métodos. Da mesma forma, é
do espaço de aula. importante que a escola também reflita sobre as melhores
aplicações, incluindo a possibilidade de vários cenários, in-
Didática e o Processo de Ensino – Aprendizagem clusive o ensino a distância.
Neste artigo, vamos abordar cada uma dessas metodo-
Se a aprendizagem é um processo intencional, isto é, logias e mostrar qual a diferença entre metodologia ativa e
Conhecimentos Pedagógicos

orientado por objetivos a serem alcançados por seus parti- tradicional para que você possa ver como elas podem ser
cipantes, interessa a Didática estudar esse processo para que utilizadas em suas aulas.
os alunos consigam aprender bem através da organização de
condições apropriadas, por isso serve como um instrumen- O que é o método de ensino tradicional
to para os desafios dos professores. A Didática investiga os
fundamentos, condições e modos de realização da instrução Esse método de ensino surgiu na Europa, por volta do sé-
e do ensino. Logo, conforme Libâneo (1990) ressalva, “A ela culo XVIII. Ele se baseia em um tipo de ensino padrão, ou seja,
cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em que procura “uniformizar” os estudantes e o aprendizado.
objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em Dessa forma, o foco não é o estudante, pois a figura cen-
função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensi- tral é a do professor, que se encontra em uma relação vertical
no e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das de exposição de conhecimentos e cobrança de conteúdo,
capacidades mentais dos alunos”. ou seja, ele é visto como o único detentor e transmissor do
Quais são os objetos de estudo da Didática? A intencio- conhecimento.
nalidade, os procedimentos didáticos e, por fim, mas não Além das aulas expositivas, também existe a pressão da
menos importante, o critério para validar o processo de en- avaliação, que visa por resultados mensuráveis e como uma
sino. Deve se entender, primordialmente, que o ensino é o espécie de preparação para os vestibulares e o Enem, por
que articula a ação da didática. exemplo.

20
A tradição conteudista rege as aulas no método de ensino de resolução de problemas, tarefas de redação, discussão
tradicional que também apresenta um planejamento escolar em grupo, atividades de reflexão e qualquer outra ação que
centrado em rígidas regras de comportamento. promova o pensamento crítico.
O método de ensino tradicional é o mais utilizado pelas es- Assim, ela exige que os alunos deixem de ser agentes
colas do Brasil. Além disso, essa abordagem está inserida predo- passivos no processo de aprendizagem para serem mais ati-
minantemente nas instituições públicas estaduais e municipais. vos, e que desenvolvam diversas habilidades essenciais para
Entretanto, grande parte dos especialistas na área da a sua aplicação no mundo real.
educação, não valorizam esse tipo de abordagem. Isso por- Além disso, o aprendizado ativo pode assumir muitas
que as características do método de ensino tradicional vão formas e ser executado em qualquer disciplina, inclusive
contra as tendências mais atuais. Além disso, um dentre usando tecnologia e outros recursos capazes de investigar,
demais fatores que demonstra grande desvantagem ao de- refletir e criar hipóteses diante de determinado problema.
senvolvimento do aluno, é que o estudante não se torna um Desse modo, as aulas se tornam mais dinâmicas, o que
sujeito crítico, indagador e independente. aumenta o interesse dos alunos e, consequentemente, o
Embora este tipo de ensino seja praticado em todo o aprendizado.
mundo, hoje em dia ele está perdendo sua popularidade,
devido ao crescente uso das tecnologias. Qual a diferença entre metodologia ativa e tradi-
Agora vamos conhecer um pouco mais sobre a metodolo- cional
gia ativa para que, em seguida, você já tenha conhecimento
suficiente para ver qual a diferença entre metodologia ativa Como vimos, a metodologia ativa está em contraste com
e tradicional. os métodos tradicionais de ensino, principalmente pela mu-
dança de papel do aluno.
O que é a metodologia ativa Na tradicional, os alunos são agentes passivos de conhe-
cimento dos professores.
O termo “aprendizagem ativa” começou a ser utilizado Na ativa, os alunos participam da construção do conhe-
pelo professor inglês R. W. Revans (1907–2003) em 1930. Fa- cimento, com o apoio dos docentes que agem como me-
zendo um breve apanhado das definições do termo, o conceito diadores.
de aprendizagem ativa corresponde a todo tipo de atividade Embora o professor seja a figura de suporte e fonte de
que vai além do mero “escutar”, isto é, é preciso que o aluno consulta, os alunos têm a oportunidade de buscar soluções
leia, escreva, discuta e trabalhe na resolução de problemas. por si mesmos. Na verdade, eles são estimulados a resolve-
Ainda conforme Bloom (1956), a aprendizagem ativa deve rem os problemas usando a criatividade.
engajar os estudantes em atividades reflexivas de ordem Sendo assim, o processo investigativo é mais profundo na
superior, que são aquelas que exigem a elaboração do pen- metodologia ativa do que no modelo tradicional, pois, com o
samento: análise, síntese e avaliação. Ou seja, a metodolo- uso dos recursos tecnológicos, o interesse e o engajamento
gia refere-se a uma constante reflexão sobre o processo de dos estudantes tende a aumentar.
ensino-aprendizagem. Veja, a seguir, uma tabela comparativa para você analisar
Dessa forma, a abordagem ativa envolve os alunos no qual a diferença entre metodologia ativa e tradicional com
conteúdo que eles estão aprendendo por meio de atividades mais detalhes.

Metodologia Tradicional Metodologia Ativa


Possibilidade Restringe-se quase sempre ao conhecimento Estimula a construção de estratégias para atingir
de atingir a cognitivo e à demonstração de habilidades. os objetivos pretendidos, chegando à excelência.
excelência
Métodos Aulas teóricas ou atividades práticas no próprio Inúmeros métodos disponíveis, que variam em
disponíveis local de atuação do professor com a supervisão complexidade e custo. A combinação desses
deste. métodos estreita o espaço entre a sala de aula e a
verdadeira atuação profissional.
Papel Docente Ativo. Transmissor de informações, expositor de Interativo. Tem o papel de tutor, interagindo com
Conhecimentos Pedagógicos

conteúdo. os alunos quando necessário, de maneira a facilitar


o aprendizado. A atenção é redobrada para dar
conta de atender todos com qualidade. Trabalho
bem maior.
Papel do Aluno Passivo. Procura absorver o maior número possível Ativo. É o agente na construção do próprio
de informações e muitas vezes não encontra espaço conhecimento. Sob orientação correta, consegue
para críticas e discussões. exercer a atitude crítica e a tomada de decisões.
Vantagens Pouco trabalho para o docente. Envolve grandes Ao se trabalhar com pequenos grupos, a interação
grupos. Custo geralmente baixo. O objetivo é aluno-professor é favorecida. É possível reconhecer
entregar ao aluno todo o conteúdo de um tópico. as necessidades individuais de cada estudante.
Desvantagens Avaliação pouco diversificada e classificatória. Não O tempo de preparação do docente é maior, tanto
se sabe com exatidão se o aluno aprendeu com para as aulas como no processo de avaliação,
profundidade. deixando o trabalho exaustivo. Requer atuação em
pequenos grupos para atingir os objetivos. Além
de transmitir todo o conteúdo, precisa selecionar
o que será trabalhado.

21
ADMINISTRAR A PROGRESSÃO DAS APREN- Tratando-se de ensino-aprendizagem o mais importante
é fazer balanços periódicos de competências e tomar deci-
DIZAGENS sões de progressão, ou seja, tomar decisões de seleção ou
orientação em conjunto com os alunos e, se for preciso, com
A escola é inteiramente organizada para favorecer a
os pais dos alunos e outros profissionais.
progressão das aprendizagens dos alunos e não se pode Deixamos a seguinte questão no ar? É melhor manter
programar as aprendizagens humanas como a produção um aluno por mais um ano no mesmo ciclo, correndo-se o
industrial de objetos, ou seja, é preciso, às vezes, tomar de- risco de retardar seu desenvolvimento e aumentar seu atraso
cisões estratégicas. escolar, ou é melhor fazê-lo passar para o ciclo seguinte,
Existe um movimento rumo à individualização dos re- ainda que não domine todos os seus pré-requisitos e possa
cursos de formação e à pedagogia diferenciada, tendo em perder tempo e agravar as lacunas?
vista a progressão de cada aluno. Os ciclos de aprendizagens
plurianuais estão inseridos neste contexto, com o objetivo de
proporcionarem uma melhor progressão de aprendizagem. COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Existem vários tópicos a serem observados nas decisões
A coordenação pedagógica tem o desafio de contribuir
de progressão, dentre eles estão:
para a melhoria da qualidade social da educação pública. A
• conceber e administrar situações-problema ajustadas
garantia do espaço-tempo dedicados a coordenação peda-
ao nível e às possibilidades dos alunos;
gógica, reflete o compromisso do Estado com a valorização
• adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino; e a profissionalização dos profissionais da educação.
• estabelecer laços com as teorias subjacentes às ativi- Para ressaltar o caráter coletivo da coordenação peda-
dades de aprendizagem; gógica, destacamos o prefixo co da palavra coordenação sig-
• observar e avaliar os alunos em situações de aprendi- nificando estar próximo, junto com os pares; representa a
zagem, de acordo com uma abordagem formativa; possibilidade de uma co+ordenação. Para Anastasiou (2009,
• fazer balanços periódicos de competências e tomar p. 223), coordenação “[...] é o ato de conjugar, concatenar um
decisões de progressão. conjunto de elementos ou atividades, ou a gestão de deter-
minado projeto ou setor, sendo responsável pelo andamento,
Nossos educadores, e em breve nós mesmos, precisam pelo processo (setor, equipe, projeto etc.)”.
aprender a administrar situações-problema ajustadas ao ní-
vel e às possibilidades dos alunos. Estes não devem abordar
as situações com os mesmos recursos, pois não encontrarão
os mesmos obstáculos. O problema desloca-se e a mesma ta-
refa não representa igual desafio para todos. Com o objetivo
de definir melhor estas situações-problema o autor define
10 características básicas a serem observadas:
• uma situação-problema é organizada em torno de um
obstáculo previamente bem identificado;
• o estudo organiza-se em torno de uma situação de
caráter concreto;
• o problema, ainda que inicialmente proposto pelo pro-
A coordenação pedagógica é lugar de tradução das exi-
fessor, torna-se questão dos alunos;
gências institucionais como instrumento de adaptações. Essa
• os alunos não dispõem, no início, dos meios da solução.
concepção gera o trabalho individualizado que dificulta a ação
É a necessidade de resolver que leva o aluno a elabo-
dos coordenadores e ao mesmo tempo produz a não responsa-
rar ou a se apropriar coletivamente dos instrumentos bilidade dos mesmos pela ausência de organização do trabalho
necessários à construção de uma solução; pedagógico coletivo. A ação dos coordenadores é solitária.
• a situação deve oferecer resistência suficiente, levando Os espaços-tempos de coordenação pedagógica são a opor-
o aluno a nela investir seus conhecimentos anteriores; tunidade para refletir sobre a organização do trabalho pedagógi-
• a solução não deve ser percebida como fora de alcance co na escola. É um processo formativo e de auto formação, que
pelos alunos; contempla os processos de ensinar e aprender, realizar planeja-
• a antecipação dos resultados e sua expressão coletiva mentos interdisciplinares, compartilhar experiências pedagógi-
precedem a busca efetiva da solução; cas inclusivas e exitosas, trabalhar a avaliação e auto avaliação
Conhecimentos Pedagógicos

• o trabalho da situação-problema funciona dentro da e articular o coletivo em torno do PPP, portanto, viabilizar o
classe como um debate científico; espaço-tempo potencializa o PPP. O espaço-tempo contribui
• a validação da solução resulta no modo de estruturação para a superação da fragmentação do trabalho pedagógico, pois
da própria situação; recupera o sentido coletivo do trabalho docente, pois influencia
• o reexame coletivo do caminho percorrido é a ocasião as histórias de vida dos sujeitos presentes, trabalhando valores,
para um retorno reflexivo. concepções, saberes e fazeres uns dos outros.
O espaço-tempo privilegia a “escuta sensível” sobre a
Após administrar as dificuldades de uma situação proble- prática pedagógica e o cotidiano escolar, a possibilidade de
ma é preciso adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do realizar um trabalho entre os pares dando importância a
ensino. As divisões bastante difundidas entre ensino funda- fala e a escuta é um dos mecanismos que possibilita à cria-
mental e médio acentuam-se, em certos sistemas educativos tividade e a inventividade. A escuta sensível entre os pares,
e disso resulta que muitos professores têm, desde sua for- a discursão, a elaboração do PPP e a avaliação das práticas
mação inicial, uma visão limitada da totalidade da formação. institucionais, docentes e discentes, além do compartilha-
Seria melhor que todos tivessem uma visão longitudinal dos mento de experiências entre escolas, conselhos de classe e a
objetivos do ensino, principalmente para poder julgar o que coordenação em contraposição a ordenação, potencializam o
deve ser aprendido agora e o que poderia sê-lo mais tarde, trabalho dos profissionais e assume o compromisso de todos
pois o verdadeiro desafio é o domínio da totalidade dos con- os envolvidos no processo de aprendizagem, pois entende-se
teúdos das várias séries ou ciclos. que o trabalho pedagógico é de interação conjunta.

22
O Papel do Coordenador Pedagógico

A coordenação pedagógica é o espaço-tempo de constituição de um colegiado pedagógico, onde a figura do coordenador


pedagógico é de extrema importância. O coordenador pedagógico como educador-formador, deve ter em vista o trabalho
coletivo, atividade que enfrenta as dificuldades associadas a construção da autonomia pedagógica dos profissionais com os
quais desenvolve as suas funções. A principal competência do coordenador pedagógico é articular e mobilizar a equipe escolar
para elaborar, desenvolver e avaliar o PPP.
As relações de teoria-pratica são objeto constante de queixa dos professores, que diante de um cotidiano complexo do
trabalho docente leva os professores a escolha de alternativas didáticas mais praticas, porém não podemos considerar apenas
a prática, pois dessa forma não contribuiremos para formação continuada e reflexiva dos profissionais de educação.
Cabe ao coordenador pedagógico:
• Discutir o entendimento de teoria e de prática, mostrando que as referências para a construção de teorias são sempre
as práticas constituídas pela humanidade. (Muitos textos, vídeos podem auxiliar o coordenador na condução desse
debate).
• Ouvir os professores para identificar suas demandas práticas e recomendar estudos que auxiliem na reflexão sobre
o trabalho pedagógico. À medida que forem compreendendo os aspectos envolvidos em suas práticas e ampliando
seu campo de visão sobre o trabalho, os professores perceberão a necessidade das discussões e estudos teóricos na
Coordenação Pedagógica.
• Criar mecanismos que favoreçam a articulação da teoria à prática nos momentos de estudos, planejamentos, discus-
sões. Para isso, podemos recorrer à Oficina Pedagógica da Coordenação Regional de Ensino para inserir atividades nas
coordenações pedagógicas que vão ao encontro do desejo e necessidade do professor, aproveitando para promover
uma discussão teórica sobre o jogo, sobre o material didático que será confeccionado.
• Solicitar aos professores sugestões de textos, reportagens, livros que tenham lido, estudado e que recomendam ao
grupo. Os professores gostam de compartilhar suas leituras, experiências, sugestões didático-metodológicas.
• Identificar professores com práticas pedagógicas interessantes para realizarem oficinas com o grupo.

Conhecimentos Pedagógicos

Como elaborar um plano de ação para a coordenação pedagógica, na perspectiva do trabalho coletivo, com vistas ao
desenvolvimento das escolas das ações sinalizadas no PPP

Para a organização das Coordenações Pedagógicas, sugerimos algumas estratégias que contribuem para a conjugação
de práticas como coordenar, avaliar e formar nesse importante espaço-tempo.
a) Discussão sobre o papel do coordenador pedagógico da escola.

23
b) Discussão sobre o que é Coordenação Pedagógica. as Diretrizes e Orientações Pedagógicas da Rede, por meio de
c) Diagnóstico dos encontros de Coordenação Pedagó- leituras; oficinas; palestras com especialistas ou profissionais
gica, identificando os aspectos que precisam ser revistos e da própria escola; compartilhamento de experiências entre
os que devem ser potencializados. professores da escola e ou de outras escolas; elaboração dos
d) Levantamento com o grupo de profissionais de te- projetos; análise coletiva dos resultados das avaliações para
máticas e questões que desejam inserir nas Coordenações planejamento das intervenções pedagógicas para as aprendiza-
Pedagógicas. gens dos estudantes; estudo de casos; planejamentos em geral,
e) Realização de acordos de convivência e organização de entre outras estratégias pensadas pela escola.
espaço e de tempo, de relações institucionais que ajudam
na concretização de um projeto de formação continuada e A integração dos coordenadores pedagógicos da esco-
de planejamento coletivo. la com a equipe diretiva é fundamental para dinamizar o
f) Definição de instrumento para o registro das discussões espaço-tempo da Coordenação Pedagógica e, consequente-
e encaminhamentos do grupo (ata, portfólio, caderno, fichas, mente, para a qualidade do trabalho coletivo. Sugerimos aos
diário de bordo, entre outros). coordenadores pedagógicos, gestores, profissionais do SOE,
g) Leitura dos pontos discutidos e dos encaminhamentos EAA, SAA e da sala de recursos a destinação de um turno na
do encontro anterior no início de cada encontro da Coorde- semana, no mínimo, para que possam fazer o planejamento
nação Pedagógica. das ações e estudos de temáticas a serem debatidas com
h) Elaboração de cronograma de atividades a serem de- os professores. A liderança e referência pedagógica, como
senvolvidas, juntamente com os professores, nos dias de coor- atributos dos coordenadores pedagógicos, também serão
denação (coletiva e por ano/áreas), como previsto em Portaria fortalecidos na própria prática cotidiana comprometida com
específica. Entre as atividades que podem compor o Plano de o trabalho coletivo, com a auto formação e outros processos
Ação, sugerimos: estudos sobre o Currículo da Educação Básica, de formação continuada.

Podemos afirmar que organização do trabalho pedagógico escolar é dividido conforme a figura abaixo
Conhecimentos Pedagógicos

24
TECNOLOGIA EDUCACIONAL • Aumento do interesse dos alunos;
• Protagonismo dos alunos;
O futuro da tecnologia educacional foi antecipado com a • Autonomia para os professores;
pandemia, pois escolas e instituições de ensino precisaram • Potencializa o processo de aprendizagem.
transformar rapidamente os ambientes escolares para ga-
rantir que a educação continuasse mesmo com as recomen- Apesar das inúmeras vantagens, a tecnologia educacional
dações de isolamento social. A nova realidade é um grande possui desafios que podem ser vencidos pelos gestores, como
legado transformador e deve continuar nos próximos anos a necessidade de criar um planejamento estruturado para
com a popularização do ensino híbrido, lousas digitais e sala inserir soluções inovadoras no plano de aula. Já quando o
de aula digital, por exemplo. assunto é infraestrutura, é necessário preparar o ambiente
Você já pensou em proporcionar um ambiente escolar com instalação da rede elétrica e de internet para receber
mais tecnológico para estudantes e professores? A tecnologia soluções, como computadores e lousas digitais.
educacional é o termo usado para todas as soluções usadas
com o objetivo de ensinar, ou seja, para fins pedagógicos.
Entre os principais exemplos estão metodologias e ferramen- O que é ferramenta educacional e quais tecnologias
tas que podem inovar o ambiente escolar. são esperadas no ramo educacional

Tecnologia educacional: porque é fundamental nas As ferramentas educacionais são todos os recursos usa-
escolas e o que é esperado no ramo educacional dos em prol da educação, independente do fator tecnológico.
Por exemplo, livros e cadernos são considerados recursos
Ensino híbrido, sala de aula digital, computadores e ou- analógicos e lousas digitais e devices são consideradas tec-
tros devices, lousa digital e ambiente virtual de aprendizagem nologias educacionais.
são exemplos de tecnologias educacionais. E as instituições
de ensino precisam adotar esses recursos se desejam criar Quais são as ferramentas tecnológicas utilizadas
um espaço inovador, atrativo e criativo para estudantes e
professores. na educação: conheça as soluções da tecnologia
Além disso, as tecnologias educacionais contribuem para educacional
a otimização da comunicação entre educador e aluno, e entre
os próprios alunos; incentivar o protagonismo dos alunos; As ferramentas tecnológicas podem ser muito eficientes
promover autonomia de sair do tradicional aos professores; para um ambiente com tecnologia educacional. A sala de
e atrair o interesse dos estudantes. aula ou Google Classroom do Google é um recurso completo
com ferramentas como comunicação entre os alunos, fazer
Qual o papel e qual a função da tecnologia na reuniões em chamada de vídeo, espaço colaborativo e mui-
educação to mais. Computadores e devices também são recursos da
tecnologia educacional, pois permitem que o aluno tenha
Antes de abordar qual o papel e qual a função da tec- acesso à internet em tempo real.
nologia educacional, vamos conhecer como era a visão de
4 mil professores sobre o uso de ferramentas tecnológicas Aplicação na prática: como incentivar e utilizar
no primeiro semestre de 2017. O estudo ‘O que pensam os
professores brasileiros sobre a tecnologia digital em sala de soluções na tecnologia educacional
aula?’ revelou que 55% dos professores utilizam regularmen-
te tecnologia educacional no Brasil. Agora que você já sabe as vantagens e desvantagens da
Outro resultado da pesquisa é que 34% dos professores tecnologia educacional e quais são as ferramentas tecnoló-
participantes apostam que o maior impacto positivo do uso de gicas utilizadas na educação, vamos entender como utilizar
tecnologia educacional é a motivação dos alunos. O aumento soluções na tecnologia educacional. Para adotar soluções, é
do interesse dos alunos é um reflexo da proximidade das so- preciso estabelecer o diálogo com alunos e professores para
luções com os devices usados frequentemente por crianças, que todos entendam a importância de recursos que irão favo-
adolescentes e jovens, como celular, tablets e notebook. Ou recer a colaboração e otimizar o processo de aprendizagem.
seja, uma lousa digital que possui touchscreen é uma ótima
forma de aproximar os alunos com tecnologia educacional.
Conhecimentos Pedagógicos

Além disso, 17% dos professores entrevistados disseram


perceber melhora das habilidades cognitivas e da capacidade
dos estudantes procurarem informação. Essa realidade re-
almente pode influenciar nesses aspectos, porque, afinal, a
tecnologia educacional pode proporcionar mais autonomia
e protagonismo aos estudantes.
Outro ponto positivo é o acesso à internet para desper-
tar a criatividade e para aproximar culturas. Por excluir as
fronteiras físicas, abre espaço ao contato com pessoas de
diferentes culturas com outras tradições, crenças e hábitos
para ampliar a visão de mundo.

Vantagens e desvantagens da tecnologia educa-


cional
A tecnologia educacional possui diversas vantagens e des- Outro ponto que merece muito destaque é a busca por
vantagens para escolas, estudantes e professores. Confira tecnologias educacionais confiáveis, porque vai minimizar
quatro pontos positivos do uso da tecnologia educacional: casos de falha ou erro. Além disso, é necessário incluir todas

25
as ferramentas no plano pedagógico de cada etapa para ser Como Usar o Google Classroom?
usada de forma contextualizada.
E quando o assunto é “como incentivar” os professores? • Primeiramente, é necessário ter uma conta no Gmail;
Converse sobre as tecnologias educacionais, permitindo • Acesse o Google Classroom pelo seu computador ou
que eles contribuam com as suas percepções e novas ideias. baixe o aplicativo pelos celulares com sistema  An-
Além disso, incentivar a realização de cursos pode propor- droid ou IOS. Para entrar no Classroom, basta digitar
cionar mais segurança e conhecimento sobre a aplicação o seu e-mail do Google e a senha;
na prática. • Se você for professor ou diretor de uma instituição
Por exemplo, a certificação Google for Education é uma de ensino, é só clicar na opção para CRIAR a turma.
ótima opção para entender como adotar salas de aula digi-
É possível nomear a turma, escolher o assunto e até
tais. São diversas aulas sobre o uso de todas as ferramentas
determinar o número da sala.
da tecnologia educacional da plataforma, como Google Meet,
Google Forms, Google Docs, Agenda, etc. Além disso, podem
receber certificações válidas por três anos.

Tecnologia educacional: por que continuar investin-


do em tecnologias no ambiente escolar?
Mesmo após a pandemia, as escolas e instituições de
ensino devem continuar investindo em tecnologias, confira
alguns motivos:
• Aumentar a interação entre os alunos;
• Despertar o interesse dos estudantes;
• Integrar ferramentas usadas no cotidiano, como celular
e computadores;
• Aumentar as possibilidades de métodos educacionais.

Como será a tecnologia educacional na escola após


a pandemia?
A pandemia exigiu uma rápida transformação das escolas
e instituições de ensino para um ambiente com tecnologia
educacional. Foi preciso modificar o tradicional modelo para • Se você for estudante, utilize o código da turma ou
que professores e estudantes continuassem o processo de aguarde o e-mail de convite para o acesso à turma,
aprendizagem. As mudanças se tornaram um legado para que deve ser enviado por quem criar a turma. Para o
além da pandemia. professor acessar o código, basta clicar na ferramenta
Afinal, como será a tecnologia educacional na escola após de CONFIGURAÇÃO de sua turma. Para acessar a opção
a pandemia? O modelo do ensino híbrido, que é um dos de convidar por e-mail, deve clicar no item PESSOAS.
grandes protagonistas atuais, tem o intuito de unir elementos Veja o exemplo nas imagens a seguir:
do presencial e do online. Isso significa que, apesar da vi-
vência presencial, os alunos podem ir além com participação
em fóruns virtuais de discussão, assistir filmes, estudar com
apoio da internet e criar trabalhos com amigos, por exemplo.

COMO USAR O GOOGLE CLASSROOM


O Google Classroom ou a Sala de Aula do Google é uma
ferramenta on-line gratuita que auxilia professores, alunos
e escolas com um espaço para a realização de aulas virtuais.
Conhecimentos Pedagógicos

Por meio dessa plataforma, as turmas podem comunicar-se


e manter as aulas a distância mais organizadas.
A ferramenta foi lançada pelo Google em 2014, mas ga-
nhou muito destaque em 2020 em consequência da parali-
sação das atividades escolares presenciais como medida de
prevenção ao novo coronavírus, responsável pela pandemia
recente de covid-19.
Por meio do sistema, os professores podem publicar tare-
fas em uma página específica e ainda verificar quem concluiu
as atividades, além de tirar dúvidas em tempo real e dar notas
pela atividade. Os colegas de turma podem comunicar-se e
receber notificações quando novos conteúdos são inseridos
na sala de aula virtual.
Além de poder utilizar o sistema em computadores, ele
pode ser baixado em forma de aplicativo pelas plataformas • Com as turmas prontas, o estudante só precisa esco-
Android e IOS, facilitando ainda mais a utilização nos celu- lher, de acordo com seu cronograma de estudos, em
lares (smartphones). qual turma irá entrar ao acessar o Google Classroom.

26
• Dentro da aba ATIVIDADES o professor deve colocar o
conteúdo que será resolvido ou estudado pela turma.
Pode ser uma atividade, pergunta, material, tópico ou
a reutilização de alguma postagem. Também é possí-
vel definir uma data para entrega, pontuação e inserir
instruções. Veja um exemplo abaixo:

• Dentro de cada turma existe um Mural. No Mural é


possível que todos que estão na turma façam comen-
tários e interajam com o grupo, podendo esclarecer • Para criar as atividades é possível inserir links, utilizar a
informações, destacar assuntos importantes e tirar câmera do dispositivo ou imagens que já estão salvas,
dúvidas com o professor; arquivos em PDF e o Google Drive (disponível para to-
dos os cadastrados no e-mail do Google). Sempre que
as atividades estiverem publicadas, todos os alunos
designados pelo professor terão acesso, seja de forma
coletiva ou individual;
• Quem estiver no classroom pode gerenciar suas ati-
vidades nas opções do sistema, geralmente represen-
tadas por três linhas horizontais na parte superior da
tela, tanto de computadores como de celulares. Nas
opções é possível verificar as suas turmas, conferir a
agenda e as pastas com arquivos, além do acesso às
configurações da sua conta.

Conhecimentos Pedagógicos

27
GOOGLE MEET O Google Meet é um aplicativo de videoconferência ba-
seado em padrões que usa protocolos proprietários para
Google Meet  é um  serviço de comunicação  por vídeo transcodificação de vídeo, áudio e dados. O Google fez par-
desenvolvido pelo Google. ceria com a Pexip para garantir a interoperabilidade entre o
É um dos dois serviços que substituem a versão anterior protocolo do Google e os protocolos SIP / H.323 baseados
do Google Hangouts, o outro é o Google Chat. em padrões e para permitir a comunicação entre o Meet e
Depois que um aplicativo iOS foi publicado em fevereiro outros dispositivos e software de videoconferência.
de 2017 apenas por convite e em silêncio, o Google Meet
começou oficialmente em março de 2017. O serviço foi apre- EDUCAÇÃO EMANCIPADORA
sentado como um aplicativo de videoconferência para até 30
participantes, descrito como uma versão comercial do Goo- A Constituição Federal regulamenta que se deve “assegu-
gle Hangouts. No início, ele tinha um aplicativo da Web, um rar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
aplicativo Android e um aplicativo iOS. a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e
Em 29 de abril de 2020, o Google anunciou a disponibi- a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
lização gratuita do Google Meet a todos os usuários a partir pluralista e sem preconceitos.
de maio. Na versão gratuita, as videoconferências ficarão li- A escola tem o dever de formar cidadãos autônomos e
mitadas a 60 minutos a partir de setembro de 2020 - supondo críticos, mas para que isso ocorra é necessário uma educação
que a necessidade de análises de vídeos devido à pandemia voltada para a ação real dos estudantes do Ensino Médio,
de coronavírus diminua. De janeiro de 2020 a abril, houve um frente a uma formação humana integral, é necessário pen-
aumento de trinta vezes no uso diário do Meet. Em março, três sarmos na autonomia intelectual e moral do educando e
bilhões de minutos de videoconferência via Meet ocorreram para isso, devemos propiciar uma educação/formação crítica
todos os dias e três milhões de novos usuários foram adiciona- e emancipatória.
dos todos os dias. No final de abril, o número de participantes Para que isso fosse possível, em 2011 o Conselho Nacio-
diários em videoconferência excedeu a marca de 100 milhões. nal de Educação divulgou um parecer com as finalidades do
No dia 6 de Outubro de 2020, a remodelação do  G ensino médio no Brasil. Podendo-se destacar então,o eixo
Suíte (atual Google Workspace) culminou na alteração da interligador do currículo, voltado para o trabalho, ciência, tec-
logomarca do Google Meet, assim como a da maioria dos nologia e cultura, possibilitando um diálogo entre as diversas
aplicativos da Google. áreas, a escola, o estudante e a sua realidade social. Levando
em conta a questão do trabalho, dos direitos humanos, da
consciência ambiental e social.
O currículo também deve levar em consideração o co-
nhecimento local e as experiências cotidianas dos alunos,
embora esse conhecimento nunca poderá ser uma base para
o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada
para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a
base para quaisquer princípios generalizáveis. Fornecer aces-
so a tais princípios é uma das principais razões pelas quais
todos os países têm escolas (YOUNG, 2007, p. 13
Logo do Google Meet utilizada entre
março de 2017 e outubro de 2020.
Sabemos que uma prática pedagógica sem uma concep-
ção que a oriente corre sempre o risco de não alcançar os
objetivos propostos pela educação escolar de uma formação
Características incluem:
humana emancipadora e libertadora.
• Até 16 participantes por chamada com foto e até 100
O Parecer CNE/CEB 05/2011 que estabelece as DCNEM
participantes sem foto para usuários da versão gratuita,
nos coloca diante da necessidade de buscar outras formas
até 150 para usuários do Google Workspace Business
de organização do currículo, tendo em vista a ressignificação
Standart e até 250 para usuários do Google Workspa-
dos saberes e práticas escolares
ce Business Plus e Enterprise;
O eixo Integrador do currículo do Ensino Médio é forma-
• Possibilidade de participar de reuniões pela Web ou
do pelas dimensões do Trabalho, da Ciência, da Tecnologia e
por meio do aplicativo Android ou iOS; da Cultura, que se constituem como essenciais à formação
• Possibilidade de convocar reuniões usando um número humana e para a oferta de um Ensino Médio de qualida-
Conhecimentos Pedagógicos

de discagem; de social. Essas dimensões não podem ser ‘trabalhadas’ ou


• Números de discagem protegidos por senha para usu- mesmo ‘entendidas’ de forma fragmentada, mas sim inter-
ários do Google Workspace Enterprise; -relacionada.
• Integração com um clique ao Google Agenda para reu- Trabalho: o trabalho é entendido como ação humana
niões; transformadora da realidade e como “realização inerente
• Compartilhamento de tela para apresentação de do- ao ser humano e como mediação no processo de produção
cumentos, planilhas ou apresentações; de sua existência” (BRASIL, 2011, p. 19).
• Chamadas criptografadas entre todos os usuários; Ciência: a ciência pode ser entendida então, como: um
• Legendagem gerada por IA em tempo real; conjunto de conhecimentos sistematizados, produzidos so-
• Para usuários gratuitos, as sessões (após setembro de cialmente ao longo da história, na busca da compreensão e
2020) são limitadas a 60 minutos transformação da natureza e da sociedade
Tecnologia: relacionando então o trabalho à ciência, o
Todos os participantes devem ter uma conta do Google. conceito de tecnologia pode ser definido como a “transfor-
Enquanto o Google Meet introduziu os recursos acima para mação da ciência em força produtiva”.
atualizar o aplicativo Google Hangouts original, alguns recursos Cultura: buscando o conceito de cultura, temos a partir
padrão do Google Hangouts foram redesenhados, incluindo da definição do dicionário Michaelis (2014) que cultura se
a exibição de participantes e bate-papo ao mesmo tempo. constitui em um “sistema de ideias, conhecimentos, técnicas

28
e artefatos, de padrões de comportamento e atitudes que a prática e a comunicação. Na Comunidade de Aprendiza-
caracteriza uma determinada sociedade”. Ainda sobre o con- gem, essa inteligência cultural deve encontrar as condições
ceito de cultura, o Parecer nº 05/2011 CNE, complementa o e meios para se expressar em condições de igualdade. Se-
exposto acima, afirmando que a cultura deve ser entendida gundo Habermas e Chomsky, dois dos principais autores
“como articulação entre o conjunto de representações e que contribuem para a construção desse princípio, todas as
significados que correspondem a valores éticos e estéticos pessoas possuem habilidades comunicativas inatas, sendo
que orientam as normas de conduta de uma população de- capazes de produzir linguagem e gerar ações no meio em que
terminada” (BRASIL, 2011, p. 20). vivem. Vygotsky também tratou do conceito de inteligência
A Educação Ambiental não deve ser entendida como algo prática ao dizer que as crianças aprendem fazendo. Scribner,
a mais, idealmente concebida, nas sobrecarregadas rotinas seguindo o pensamento de Vygotsky, demonstrou que as
de trabalho. É necessário torná-la um componente inerente pessoas adultas realizam em suas atividades diárias opera-
ao fazer pedagógico, numa perspectiva de potencializar o ções cognitivas equivalentes às desenvolvidas pelas crianças.
movimento em busca de novas relações sociais na nature-
za. E o principal: que a perspectiva ambiental passe a fazer Transformação
parte ativa dos Projetos Político Pedagógicos, permeando a
instituição escolar em seu pulsar. A educação não deve se restringir a uma acomodação à
Através das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino realidade social de cada um. E, sim, atuar como agente trans-
Médio, é possível traçar um novo caminho para esta etapa da formador dessa realidade. Uma Comunidade de Aprendiza-
educação básica, um caminho que, ao levar a uma formação gem deve estimular interações que possibilitem mudanças
que não dissocia a cultura da ciência e do trabalho, possibi- na vida das pessoas. Quando essas interações se baseiam
litando aos estudantes compreenderem os conhecimentos em um diálogo igualitário, tornam-se ferramentas de uma
e os valores de um tempo histórico e social. grande conquista social: a superação das desigualdades.
Para Vygotsky, a chave da aprendizagem está nas interações
APRENDIZAGEM DIALÓGICA entre as pessoas e delas com o meio, e com a transforma-
ção das interações é possível melhorar a aprendizagem e
É a concepção de aprendizagem que fundamenta as Co- o desenvolvimento de todos os atores que fazem parte da
munidades de Aprendizagem e que se baseia em sete prin- comunidade educativa. Mead reforça essa ideia ao analisar
cípios corroborados por contribuições de alguns dos autores as interações interpessoais e perceber que incorporamos
mais relevantes na área da educação, como por exemplo, atitudes e condutas de outras pessoas por vários motivos:
Vygotsky, Bruner, Wells, Paulo Freire, Habermas, Chomsky, para nos sentir aceitos no grupo, responder às expectativas
Scribner e Mead. de pessoas importantes, etc.

“A Aprendizagem Dialógica acontece nos diálogos Criação de sentido


que são igualitários, em interações em que se reco-
nhece a inteligência cultural de todas as pessoas, e Um dos maiores problemas nas escolas atuais é a desmo-
está orientada para a transformação do grau inicial tivação de muitos estudantes, que não encontram sentido
de conhecimento e do contexto sociocultural, como para participar das aulas. Esse problema já foi identificado e
meio de alcançar o êxito de todos. debatido por muitos autores. Freire, por exemplo, reconhece
A Aprendizagem Dialógica acontece em interações que o ensino é distanciado das experiências que os alunos vi-
que aumentam a aprendizagem instrumental, favo- vem fora da escola; os professores criam um ambiente hostil
recendo a criação de sentido pessoal e social, e que e não se interessam pelo que meninos e meninas vivenciam.
são guiadas pelo sentimento de solidariedade, em O sentido se constrói quando as contribuições e diferenças
que a igualdade e a diferença são valores compatí- culturais são tratadas de modo igualitário e o aluno sente
veis e mutuamente enriquecedores.” que a escola valoriza sua própria identidade.
(Aubert et al., 2008:167) Significa possibilitar um tipo de aprendizagem que parte
da interação e das demandas e necessidades das próprias
Diálogo igualitário pessoas. Quando a escola respeita as individualidades de
seus alunos, garantindo o seu sucesso na aprendizagem, o
Para uma Comunidade de Aprendizagem, a força está estudante finalmente vê sentido naquilo que está aprenden-
nos argumentos mais do que na hierarquia de quem está do. Fomentar a criação de sentido melhora visivelmente a
Conhecimentos Pedagógicos

falando. Para que o diálogo seja igualitário, todos devem confiança e o empenho dos alunos na busca de suas reali-
ter a mesma oportunidade de falar e de ser escutados – não zações pessoais e coletivas.
importa a função exercida, a classe social, a idade, etc. Exis-
tem dois grandes pensadores que embasam esse conceito: Solidariedade
Freire e Habermas. Para Freire, o diálogo é condição para a
construção de conhecimento, convida a uma postura crítica Para superar o abandono escolar e a exclusão social, é
e envolve uma preocupação em conhecer o pensamento preciso contar com práticas educativas democráticas, das
de cada ator que participa da situação interativa. Em sua quais todos devem participar. E isso envolve também o en-
teoria da ação comunicativa, Habermas defende que todas torno da escola. Quando toda a comunidade está envolvida
as pessoas têm capacidade de linguagem e ação para iniciar solidariamente num mesmo projeto, fica muito mais fácil
uma relação interpessoal. transformar as dificuldades em possibilidades, melhorando
assim as condições culturais e sociais de todas as pessoas.
Inteligência cultural
Dimensão instrumental
Todas as pessoas têm capacidade de ação e reflexão e
possuem uma inteligência relacionada à cultura, associada O acesso ao conhecimento instrumental, advindo da
a seu contexto particular. Ela abrange o saber acadêmico, ciência e da escolaridade, é essencial para operar transfor-

29
mações e agir no mundo atual. Quando falamos de dimen- sofre ’deformações’ em função da própria dinâmica
são instrumental, nos referimos à aprendizagem daqueles escolar [...]
instrumentos fundamentais, como o diálogo, a reflexão e
os conteúdos e habilidades escolares que constituem a base Além disso, sendo a Educação transversal a outras ciên-
para se viver incluído na sociedade atual.Vários autores con- cias, como a Psicologia, a Filosofia e a Economia, é esperado
tribuíram para a fundamentação desse princípio. Para Freire, que nos apropriemos de certos conceitos de maneira diversa
existe um interesse universal pelo conhecimento, que ele daquela de sua concepção de origem, instituindo uma polis-
chama de curiosidade epistemológica; todas as pessoas são semia que, por vezes, não guarda relação com as proposições
capazes falar, ouvir, explicar, compreender, aprender, etc. neles contidas.
Wells fala da atitude de questionar o conhecimento através Embora essas adequações conceituais não sejam inco-
do diálogo. Vygotsky diz que todas as pessoas têm a capa- muns, em função da incidência de utilização do conceito
cidade de utilizar o contexto de forma instrumental, como aprendizagem significativa nos relatos de prática e nos dis-
uma ferramenta para transformar sua própria psicologia e cursos educacionais de maneira geral, optamos por realizar
o curso de seu desenvolvimento. uma breve discussão sobre esse conceito, na intenção de que
a apropriação permita avaliar a pertinência de sua utilização.
Igualdade de diferenças
Aprendizagem significativa – um conceito cogni-
Para além da igualdade homogeneizadora e da defesa da
tivista
diversidade que não leva em conta a equidade, a igualdade
de diferenças é a igualdade real, na qual todas as pessoas
A Teoria da Aprendizagem Significativa foi proposta por
têm o mesmo direito de ser e de viver de forma diferente,
David Ausubel (1918-2008) em 1963, na obra The Psychology
e ao mesmo tempo serem tratadas com o mesmo respeito
of Meaningful Verbal Learning.
e dignidade. Segundo Freire, não será possível conceber as
De acordo com Marco Antônio Moreira, a aprendizagem
diferenças de maneira tolerante e igualitária enquanto estas
estiverem associadas à ideia de que uma cultura é superior significativa ocorre quando ideias expressas simbolicamente
a outra. As escolas são o reflexo de uma sociedade diversa interagem de maneira substantiva e não arbitrária com aquilo
e plural. O grande desafio é entender que não basta apenas que o aprendente já sabe. O autor esclarece que substantiva
reconhecer as diferenças para ter uma educação igualitária, significa não literal e que não arbitrária indica um conheci-
mas é fundamental que todas as pessoas, independentemen- mento relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito
te de sua origem, cultura, crença, etc., estejam incluídas e que aprende, denominado por Ausubel, como subsunçor ou
que suas vozes sejam levadas em consideração. ideia-âncora.
E por que essa aprendizagem é significativa? Porque é
esse conhecimento específico, existente na estrutura de co-
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA nhecimentos do sujeito, que permite dar significado a um
novo conhecimento, seja de forma mediada, seja pela própria
O avanço na compreensão dos mecanismos envolvidos
inferência do sujeito. De acordo com Moreira:
no processo de aprendizagem e a reflexão sobre os desafios
impostos pelo mundo contemporâneo indicaram a necessi-
“É importante reiterar que a aprendizagem signi-
dade de considerar concepções mais sistêmicas e complexas,
ficativa se caracteriza pela interação entre conhe-
no que se refere à construção do conhecimento e à forma-
cimentos prévios e conhecimentos novos, e que
ção humana. Nessa direção, os currículos transcenderam à
mera seleção dos conteúdos a serem ensinados para instituir essa interação é não literal e não arbitrária. Nesse
princípios que orientassem a intencionalidade do tratamento processo, os novos conhecimentos adquirem sig-
pedagógico e promovessem a formação de um sujeito capaz nificado para o sujeito e os conhecimentos prévios
de intervir em seu meio social. adquirem novos significados ou maior estabilidade
Para tanto foi preciso, também, conceber metodologias cognitiva. ” (MOREIRA, 2010, p. 2)
coerentes com tais proposições, isto é, que superassem a
transmissão mecânica de conhecimentos e a formação tecni- Todavia, é importante ressaltar que aprendizagem signi-
cista em direção a práxis pedagógica, com vistas à formação ficativa não quer dizer aprendizagem condizente com o co-
de um sujeito ético, reflexivo e humanizado. nhecimento formal, validado. Para Ausubel, quando alguém
Essa formação não é possível sem que os estudantes pro- atribui significados a um conhecimento a partir da interação
Conhecimentos Pedagógicos

duzam sentidos e significados acerca de suas aprendizagens, com seus conhecimentos prévios, estabelece a aprendizagem
de maneira contextualizada e protagonista, levando em conta significativa, independentemente de esses significados serem
o conhecimento prévio que trazem da esfera escolar e para aceitos no contexto do sujeito.
além dela, aspectos que se observam na leitura dos relatos
de prática dos professores. [...] quando alguém atribui significados a um co-
Todavia, vale lembrar que, na transposição didática dos nhecimento a partir da interação com seus co-
conceitos, há “recontextualizações” inevitáveis, uma vez que nhecimentos prévios, estabelece a aprendizagem
a teoria sofre “deformações” em função da própria dinâmica significativa [...]
escolar, especialmente no caso das metodologias, dadas as
especificidades das áreas do conhecimento, visto que ado- Logo, o fato de o conhecimento prévio ser a variável
tam diferentes maneiras de construir e lidar com o conhe- fundamental para a aprendizagem significativa, tal qual
cimento, não só pela natureza de seus objetos específicos, concebida por Ausubel, não garante que seja uma variável
mas pela visão de sujeito de conhecimento, de verdade e de facilitadora para a aquisição do conhecimento escolar. Pelo
mundo que cada área carrega. contrário, pode até ser uma variável bloqueadora, caso os
significados dos conhecimentos prévios sejam ancorados
[...] na transposição didática dos conceitos há ‘re- em conhecimentos e concepções derivadas, por exemplo,
contextualizações’ inevitáveis, uma vez que a teoria do senso comum.

30
A partir da análise da estrutura cognitiva, Ausubel esta- • Uma abordagem lúdica, ainda que desejável, não ga-
beleceu as seguintes condições para a ocorrência da apren- rante uma aprendizagem significativa. É necessário
dizagem significativa: promover reflexão e negociação de significados.
a) o material de aprendizagem deve ser potencialmente • Embora os estudos de Ausubel sejam centrados na
significativo; dimensão cognitiva, na atualidade, as outras dimen-
b) o aprendiz deve ter predisposição para aprender. sões humanas são consideradas tão relevantes para a
aprendizagem quanto a cognitiva.
O material de aprendizagem é potencialmente significa-
tivo, pois a atribuição de significado cabe ao sujeito, logo, ANDRAGOGIA
não há aula, estratégia ou livro significativo. O material po-
tencialmente significativo é aquele capaz de dialogar, de ma- Andragogia diz respeito ao ensino de adultos. Segundo
neira apropriada e relevante, com o conhecimento prévio Knowles (1976, p. 17), andragogia é a “arte e a ciência des-
do estudante. tinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender o
Dessa maneira, o material e a mediação são fundamen- processo de aprendizagem de adultos”. A andragogia busca
tais, visto que o estudante pode não ter conhecimentos compreender o adulto considerando os aspectos psicológi-
prévios adequados para atribuir os significados aceitos no cos, biológicos e sociais.
contexto do componente. Por um lado, essa condição re- A andragogia difere da pedagogia se comparada aos mo-
força a necessidade da predisposição para aprender, que, delos pedagógicos conservadores. No entanto, alguns pres-
como esclarece Marco Antônio Moreira em sua obra, não supostos da andragogia são semelhantes aos de modelos
é uma simples questão de motivação ou identificação com pedagógicos transformadores.
o componente, mas uma predisposição para relacionar-se A educação de adultos embasada em um modelo andra-
com novos conhecimentos atribuindo significados. Por outro gógico tem como princípios:
lado, essa condição convida o docente a acolher as ideias • A necessidade dos adultos em saber a finalidade, o
prévias dos estudantes, ainda que sejam insatisfatórias, para, “porque” de certos conteúdos e aprendizagens
a partir delas, construir situações de aprendizagem capazes • A facilidade dos adultos em aprender pela experiência.
de promover a atribuição de significados aos temas tratados. • A percepção dos adultos sobre a aprendizagem como
resolução de problemas.
[...] o material e a mediação são fundamentais, visto • A motivação para aprender é maior se for interna (ne-
que o estudante pode não ter conhecimentos pré- cessidade individual), e se o conteúdo a ser aprendido
vios adequados para atribuir os significados aceitos ser de aplicação imediata.
no contexto do componente. • Os adultos trazem uma bagagem de experiências que
podem contribuir para sua própria aprendizagem.
É por essa negociação de significados que a aprendiza-
gem significativa se diferencia da aprendizagem mecânica. No modelo de educação andragógico, os alunos partici-
O conhecimento prévio interage com o novo conhecimento, pam das diversas fases do processo de ensino-aprendizagem,
modificando e enriquecendo a estrutura cognitiva prévia, tais como: Diagnóstico das necessidades educativas; elabora-
que permite a atribuição de significados ao conhecimento. ção de plano e estabelecimento de objetivos a partir do diag-
Isso não significa dizer que a aprendizagem significativa nóstico; e formas de avaliação. A metodologia é voltada para
e a aprendizagem mecânica sejam formas de aprender anta- a participação ativa dos alunos, e a organização curricular é
gônicas. Para Ausubel, elas são contínuas. Entretanto, outros flexível, visando atender as especificidades de cada adulto.
autores esclarecem que a aprendizagem significativa é mais O professor é considerado um facilitador, e como tal,
duradoura, uma vez que na memorização da aprendizagem sua relação com os alunos é horizontal, tendo como prin-
mecânica, as informações não interagem com o conheci- cipal característica o diálogo, o respeito, a colaboração e a
mento prévio e não se ancoram. O conhecimento construído confiança. O clima propício para a aprendizagem, segundo
nessa situação só é aplicável a situações conhecidas, isto é, o modelo andragógico, tem como características o conforto,
ao significado dado na transmissão do conteúdo. a informalidade e o respeito, garantindo assim, que o aluno
se sinta seguro e confiante.
Retomando e ampliando A andragogia, enquanto modelo para a educação de
• A aprendizagem significativa ocorre quando uma nova adultos, é caracterizada pela participação dos alunos, pela
Conhecimentos Pedagógicos

ideia se relaciona aos conhecimentos prévios, em uma flexibilidade e pelo foco no processo, ao invés da ênfase no
situação relevante para o estudante, proposta pelo pro- conteúdo.
fessor. Nesse processo, o estudante amplia e atualiza
a informação anterior, atribuindo novos significados a AUTONOMIA DO ESTUDANTE
seus conhecimentos.
• As condições para que ocorram a aprendizagem sig- Desenvolver a autonomia dos alunos é fundamental para
nificativa são a adoção de materiais e estratégias atender às demandas do mundo atual, que requer uma for-
potencialmente criativas, por parte do docente, e a mação integral a partir do desenvolvimento de competên-
predisposição para aprender, por parte do estudante. cias e habilidades específicas. As transformações ocorridas
• Os conhecimentos prévios e as atribuições de senti- na sociedade, decorrentes da Quarta Revolução Industrial,
do dependem das interações sociais. Nesse sentido, trouxeram a expansão da tecnologia e estabeleceu a era di-
um tema é relevante para o estudante quando sua gital, alterando a forma como as pessoas se comportam,
abordagem não é esvaziada de significado social, mas trabalham e aprendem.
suas características socioculturais reais são mantidas. Gerações mais novas, têm a tecnologia integrada às suas
A escuta e circulação da palavra, durante a aula, é fun- vidas, o que demanda que as escolas se adaptem e passem
damental para identificação dos significados acerca do a utilizá-la como ferramenta pedagógica, adotando práticas
tema presentes entre os estudantes. inovadoras que possam transformar e melhorar o ensino com

31
esses recursos. O modelo tradicional de educação, em que Com isso, os jovens constroem sua identidade, seus princí-
os alunos eram somente espectadores, tornou-se ineficaz pios e valores.
para a aprendizagem, visto que a participação dos alunos na No Ensino Fundamental, o intuito é ampliar a autonomia
construção do próprio conhecimento é essencial. intelectual, para que o aluno possa compreender normas e
As práticas educacionais inovadoras vão além dos aspec- configurar seus interesses pela vida social, seu relacionamen-
tos acadêmicos, voltados para a memorização ou o nível de to consigo e com os outros, com a natureza, com a história,
raciocínio lógico do aluno, e consideram outras inteligências com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente.
que permitem uma formação global, incluindo aspectos so- No Ensino Médio, a autonomia dos estudantes deve estar
ciais, comportamentais, esportivos, emocionais, artísticos direcionada ao desenvolvimento do projeto de vida, pois é
e tudo mais que abrange o ambiente no qual o aluno está a última fase para guiar o estudante para a vida adulta, e a
inserido, a fim de que os alunos obtenham conhecimentos escola deve introduzir uma reflexão mais profunda sobre o
de forma integrada e contextualizada, permitindo que o papel social do indivíduo.
aprendizado aconteça por meio de ações e transformando A necessidade de desenvolver a autonomia nos alunos se
o professor em uma ferramenta facilitadora do processo de baseia nas transformações ocorridas na educação, na socie-
ensino-aprendizagem. dade e no mercado de trabalho, que definem as habilidades
do profissional do futuro. Sem autonomia não é possível
Por que desenvolver a autonomia dos alunos desenvolver essas habilidades:
• Pensamento crítico e aprendizagem ativa.
A autonomia no processo de ensino e aprendizagem • Criatividade e originalidade.
refere-se à participação ativa dos alunos na construção do • Resolução de problemas complexos.
próprio conhecimento, para se tornarem protagonistas do • Flexibilidade cognitiva.
seu projeto de vida. • Inteligência emocional.
Entre as competências gerais da Educação Básica pro- • Trabalho em equipe.
postas pela BNCC, a autonomia é citada como componente • Gestão de pessoas.
na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de • Negociação.
habilidades e na formação de atitudes e valores: • Tomada de decisões.
• Orientação a serviços.
“Valorizar a diversidade de saberes e vivências
culturais e apropriar-se de conhecimentos e expe- A autonomia também promove o protagonismo dos jo-
riências que lhe possibilitem entender as relações vens em sua aprendizagem e na construção de seu projeto
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas ali- de vida, para que utilizem seus conhecimentos para agir e
nhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de participar na sociedade. O protagonismo juvenil trata do
vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica envolvimento do estudante em atividades que vão além
e responsabilidade”. dos âmbitos pessoal e familiar, é sua contribuição na vida
“Agir pessoal e coletivamente com autonomia, comunitária, gerando efeitos na sociedade.
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e deter-
minação, tomando decisões com base em princí- Os benefícios de desenvolver a autonomia e o protago-
pios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis nismos dos alunos incluem:
e solidários”. • Reforço do compromisso das escolas com a formação
integral dos estudantes.
A autonomia também é fundamental para uma formação • Promove o engajamento dos estudantes com o conte-
integral, que é outro compromisso da BNCC, pois somente o údo e a prática pedagógica.
acúmulo de informações não oferece as habilidades essen- • Desenvolve a capacidade de tomar decisões e a res-
ciais para o aluno atuar na sociedade, como: ponsabilidade dos jovens alunos.
• Reconhecer-se em seus contextos histórico e cultural. • Contribui para o desenho do Projeto de Vida e a pre-
• Comunicar-se de forma assertiva. paração do estudante para o futuro.
• Ser criativo. • Estimula a participação dos jovens nas esferas política,
• Ter um pensamento analítico e crítico. social, econômica e cultural.
• Ser participativo.
• Estar aberto ao novo.
Conhecimentos Pedagógicos

• Postura colaborativa. Como estimular a autonomia dos alunos em sala


• Resiliência. de aula
• Ser produtivo.
• Responsabilidade. Visto que o modelo tradicional de ensino não permitia
a autonomia dos alunos, nessa nova visão do processo edu-
Na Educação Infantil, os campos de experiência devem cacional o papel do professor é orientar e guiar o estudante
promover o desenvolvimento da autonomia, já que ela está ao longo de sua formação básica, como um mediador no
relacionada aos saberes e conhecimentos fundamentais a processo de ensino e aprendizagem, a fim de modificar gra-
serem propiciados às crianças. Para tanto, elas precisam de dualmente a relação de dependência entre aluno e professor
campos de experiências para aprender através do conviver, (em que apenas o professor define e orienta as ações) para
brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, uma relação colaborativa e eventualmente de autonomia
como eixos estruturantes de sua formação. do jovem estudante.
É importante fortalecer a autonomia dos adolescentes, Com isso, para estimular a autonomia dos alunos em
oferecendo condições e ferramentas para acessar e intera- sala de aula e promover uma participação ativa no processo
gir criticamente com diferentes conhecimentos e fontes de de ensino e aprendizagem, as metodologias ativas têm sido
informação, bem como maior autonomia nos movimentos e adotadas pelas escolas como um novo modelo educacional,
deslocamentos para ampliar suas interações com o mundo. tendo como base a inteligência em todos os seus aspec-

32
tos: cognitivo, social e afetivo. Trata-se de um método de PRINCIPAIS TEORIAS DA APRENDIZAGEM
ensino que propõe aos alunos uma aprendizagem a partir
da prática, pois esta possibilita uma maior assimilação dos
Comportamentalismo
conhecimentos e consolidação do aprendizado. Os métodos
ativos preparam os alunos para atuar na sociedade, pois en-
Teoria que defende que o meio ambiente, os estímu-
volvem o conhecimento teórico aliado à prática e, devido ao
seu modo dinâmico e à utilização da tecnologia, estimulam los externos são responsáveis pela aprendizagem de cada
o engajamento acadêmico e social. pessoa. Também conhecido como empirismo, ambientalis-
Dentre os vários meios para aquisição de conhecimento, mo, associacionista ou condicionamento. Determina que o
a prática apresenta os melhores resultados, de acordo com ambiente é mais importante do que a maturação biológica.
uma pesquisa realizada pelo psiquiatra americano William Assim, quanto maior for o estímulo oferecido, maior será a
Glasser, que estabelece uma pirâmide de aprendizagem. aprendizagem, que acontece de fora para dentro. O compor-
Segundo ele, a eficácia desses meios para a aprendizagem tamentalismo não se preocupa como a pessoa aprende, quais
é a seguinte: os processos pelos quais ela passa para aprender ou para
• 10% se dá através da leitura. raciocinar, mas sim com os estímulos que devem oferecidos
• 20% pela escrita. nas situações de ensino muito bem planejadas. A aprendi-
• 50% a partir da observação e da escuta. zagem é condicionada e o ambiente age sobre o indivíduo e
• 70% com uma discussão acerca do tema. suas experiências sensoriais.
• 80% ocorre na prática.
• 95% ensinando.
Behaviorismo
A tecnologia também favorece a autonomia, pois permite
maior acesso a informações e oferece recursos para que os Com suas bases fundamentadas na concepção comporta-
estudantes busquem por si próprios o conhecimento. mentalista, o behaviorismo ocupa-se com o comportamento
As práticas pedagógicas inovadoras com estratégias de expresso, com o que pode ser observável, sem levar em conta
aprendizagem voltadas à promoção da autonomia incluem: os processos internos. Um de seus principais defensores foi
B. F. Skinner (1904 – 1990) que ocupou-se em explicar os
Autonomia dos alunos: Ensino Híbrido comportamentos observáveis do indivíduo, desprezando a
É a combinação entre o ensino presencial e remoto. Per- análise de outros aspectos da conduta humana.
mite estudar presencialmente, em sala de aula com o pro- Nessa teoria, o papel do professor é imprescindível, pois
fessor e os colegas, e de forma remota e autônoma, fora do é ele quem irá organizar os estímulos para que os alunos
ambiente escolar com o uso de recursos digitais. Essa modali- possam aprender. O planejamento do professor é essencial
dade de estudo estimula o desenvolvimento do pensamento uma vez que o controle dos estímulos é que irá oportunizar
crítico, pois possibilita um acesso mais amplo ao conteúdo e
a aprendizagem, que será diretamente observada em ra-
estabelece uma conexão entre a teoria e a prática.
zão do estímulo oferecido e a resposta do aluno (estímulo
Sala de aula invertida – resposta). O behaviorismo defende os reforços positivos
A sala de aula invertida tem a proposta de substituir parte e negativos para modelar o comportamento humano. Ao
das aulas expositivas por conteúdos virtuais. O aluno tem ser recompensado ou punido por seus comportamentos, o
acesso ao material digitalmente, fora do ambiente escolar, indivíduo está sendo objeto de um condicionamento para
e discute em sala de aula com os colegas e o professor sobre que aja de acordo com o padrão/objetivo esperado.
o que aprendeu sozinho. Desse modo, ele utiliza o conhe-
cimento prévio que obteve estudando sozinho, expõe suas Inatismo
ideias em sala de aula e pode relacioná-las com as demais e
construir um aprendizado significativo. Também conhecida como apriorista ou nativista, essa
teoria defende que, ao nascer, a pessoa traz as características
Autonomia dos alunos: Cultura maker
necessárias ao seu próprio desenvolvimento e o que ocorre
A Cultura Maker refere-se ao “faça você mesmo”, per-
após o nascimento não exerce influência sobre a aprendiza-
mitindo que os alunos realizem atividades práticas para
aprender, construindo materiais, elaborando projetos e indo gem. Pode ser considerada determinista, uma vez que atribui
Conhecimentos Pedagógicos

a campo conhecer e interagir com seu objeto de estudo. sucessos e fracassos ao próprio ser, em razão de suas carac-
Além de estimular a autonomia e o protagonismo, também terísticas hereditárias e genéticas.
amplia a criatividade – habilidade essencial nos dias atuais – e Para o inatismo, o ambiente deve exercer a menor inter-
torna mais dinâmicas e interessantes as atividades escolares ferência possível no desenvolvimento da pessoa, que nasce
comuns do currículo. pronta e irá desenvolver-se espontaneamente de acordo com
sua carga genética. Assim, os fatores biológicos são determi-
Aprendizagem baseada em projetos nantes para a constituição humana. O sucesso e o fracasso
É uma técnica de aprendizagem que propõe a elaboração dependem do próprio talento, aptidão ou maturidade de
de projetos para solucionar um problema de forma prática, cada indivíduo. Todo o conhecimento está no indivíduo. O
estimulando a participação ativa dos alunos na construção sujeito exerce influência sobre o objeto.
de um plano de ação, buscando o conhecimento através de
um trabalho contínuo e bem elaborado a partir de hipóteses
e discussões com o desenvolvimento de recursos necessários Interacionismo
para atingir o objetivo. A aprendizagem baseada em projetos
une de forma eficaz a teoria e a prática, tornando mais sig- Para o interacionismo, o desenvolvimento humano e a
nificativa e interessante a atividade, ao passo que estimula aprendizagem ocorrem em razão das ações recíprocas que
as interações interpessoais. ocorrem entre o indivíduo e o ambiente em que está inserido.

33
Neste sentido, os fatores biológicos e os fatores sociais estão dor e, ao mesmo tempo, desafie os alunos em seus
associados, o que permite ao indivíduo adquirir conhecimen- processos de construção do próprio conhecimento.
tos e construir a própria aprendizagem durante toda a sua
vida. Sujeito e objeto influenciam-se mutuamente. Teoria Histórico-Cultural
Cognitivismo
Lev Vigotski (1896 – 1934) tem sua teoria pautada no
A teoria cognitivista ocupa-se de compreender como o pressuposto de que a aprendizagem e o desenvolvimento
sujeito aprende, preocupa-se em conhecer os processos de influenciam-se de maneira recíproca, através da interação
compreensão, transformação, armazenamento e utilização social e da cultura. Quanto mais aprendizado, mais desen-
das informações, enfim, como o ser humano constrói seu volvimento.
conhecimento. Tem seu surgimento a partir dos estudos de Um de seus marcos foi a Zona de Desenvolvimento Pro-
Piaget. ximal ou Iminente: parte do pressuposto de que a aprendi-
zagem consiste no fato de o aluno sair de um conhecimento
real (já construído) e atingir um conhecimento potencial (a
TEORIAS PSICOGENÉTICAS: AS CONTRIBUI- ser construído). E para que seja construído, esse conheci-
ÇÕES DE PIAGET, VIGOTSKI E WALLON mento precisa ser mediado pela linguagem. Assim, o aluno
parte de situações em que consegue realizar algo sozinho
Cognitivismo (conhecimento real) e vai em direção a uma situação em que
ele é auxiliado através da mediação para construir um novo
Seu criador foi Jean Piaget (1896 – 1980) que dedicou-se aprendizado (conhecimento potencial).
A partir dos estudos de Vigotski foi possível compreender
ao estudo da origem do conhecimento. Também conhecida
que a sala de aula é um espaço que permite que o conheci-
como construtivismo, tem suas bases no interacionismo,
mento seja socialmente compartilhado, tendo o professor
onde o sujeito constrói seu conhecimento através de sua
como facilitador dessas interações e onde o aluno é o sujeito
relação com o meio em que está inserido. Nesse caso, Piaget da própria aprendizagem, que é construída junto ao outro.
defende que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvi-
Teoria Socioafetiva
mento biológico, minimizando a interação social.
De acordo com o autor, as estruturas mentais tendem a Henry Wallon (1879 – 1962) destaca-se por evidenciar a
alcançar níveis de desenvolvimento cada vez mais elevados importância da afetividade no processo de aprendizagem do
em função da ação recíproca entre as crianças e o meio. indivíduo, descrevendo as três dimensões psíquicas (emo-
Assim, a adaptação do sujeito ao meio se dará através dos ção, movimento e cognição) como igualmente importantes
processos distintos e interrelacionados de assimilação e aco- para a aprendizagem. Seu estudo fundamentou-se em es-
modação, que deverão ocorrer simultaneamente. tudar a origem dos processos que constituem o psiquismo
Piaget definiu estágios de desenvolvimento da inteligên- humano.
cia que consistem de uma sequência universal que ocorre Wallon considera que junto aos fatores biológicos, con-
com cada indivíduo: tribuem para o desenvolvimento, tanto os fatores sociais
• Sensório-motor (0 aos 2 anos): construção de esque- (interações) mediados pelos fatores emocionais (respon-
mas de ação; inteligência prática. sáveis por fazer a ligação do indivíduo com os outros su-
• Pré-operatório (2 aos 6 anos): construção de esque- jeitos) e fatores motores (relação do indivíduo com o pró-
mas mentais; inteligência simbólica ou representativa; prio corpo, expressão corporal: tônus, postura, equilíbrio,
desenvolvimento da fala; pensamento egocêntrico. lateralidade, ritmo).
• Operatório-concreto (6 aos 11 anos): pensamento As contribuições da teoria de Wallon consistem na com-
normativo (lógico); reversível e desconcentrado; no- preensão que o papel do outro na construção do conheci-
ção de conservação (massa, líquido e quantidade). mento é indiscutível. A interação com as outras crianças tem
• Operatório-formal (11 anos em diante): inteligência um papel fundamental no desenvolvimento e aprendizagem
de cada uma delas e o professor deixa de ser o único e prin-
lógico-abstrata (não limitada às experiências concretas).
cipal responsável pela aprendizagem de seus alunos. Além
Conhecimentos Pedagógicos

disso, o desenvolvimento infantil é ocasionado pelo desen-


Outro fator preponderante da teoria de Piaget é a ques-
volvimento motor e a brincadeira torna-se essencial nesse
tão moral, que também tem suas fases, relacionadas aos processo. E a emoção é primordial no desenvolvimento do
estágios de desenvolvimento: sujeito, em especial da criança.
• Anomia: egocentrismo exacerbado, a criança é o cen-
tro de tudo e não compreende regras devido a sua Teoria das Inteligências Múltiplas
imaturidade.
• Heteronomia: há a compreensão de algumas regras Howard Gardner (1943) defende que a inteligência, mais
em virtude das consequências negativas que podem do que um potencial biológico, a inteligência está associa-
advir de não respeitá-las; o egocentrismo ainda existe, da à capacidade de resolver problemas e de desenvolver
mas diminuído. projetos que sejam socialmente relevantes. Para conceber
• Autonomia: a criança compreende e respeita as regras e realizar projetos socialmente úteis há muitas formas de
e é capaz de fazer escolhas. criação, seja através da arte, da música ou através de uma
De acordo com a teoria de Jean Piaget, é importante profissão. Em suas pesquisas, ele descobre que há, no cé-
que a escola permita à criança agir sobre os objetos rebro humano, estruturas responsáveis pelas habilidades/
de conhecimento, sendo o professor um facilita- inteligências humanas.

34
• o ritmo de desenvolvimento de cada indivíduo tende
a permanecer constante;
• é complexo e seus aspectos são inter-relacionados.

Erik Erikson estabeleceu os aspectos biopsicossociais


do desenvolvimento humano, no entanto, outros autores
trouxeram contribuições extremamente importantes para a
psicologia do desenvolvimento humano, tais como:
• Jean Piaget e a sua epistemologia genética;
• Vigotski e a teoria histórico-cultural;
• Wallon e a psicogênese da pessoa completa.

Erik Erikson centrou sua teoria no desenvolvimento da


personalidade, afirmando que o ser humano passa por crises
que marcam a passagem de uma etapa para outra. Cada
etapa está centrada em um dilema, formando os estágios psi-
cossociais, ou seja, o indivíduo desenvolve sua personalidade
de acordo com o desenvolvimento psicossocial, decorrendo
da passagem por oito estágios que constituem o ciclo da
vida. Para Erikson o processo de desenvolvimento da per-
sonalidade humana ocorre através de processos biológicos,
psíquicos e sociais, por isso, biopsicossocial.
Disponível em https://www.hipercultura.com/inteligencia-multipla-
-conheca-os-varios-tipos-de-inteligencia-e-descubra-a-sua/
AVALIAÇÃO ESCOLAR E SUAS IMPLICAÇÕES
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: AS- PEDAGÓGICAS
PECTOS HISTÓRICOS E BIOPSICOSSOCIAIS
A temática foi escolhida devido à importância no con-
A partir do século XIX, na Europa, começou-se a pensar texto escolar e como ele interfere diretamente no processo
em um método eficiente que assegurasse à psicologia uma de ensino aprendizagem. Compreender o que é avaliação,
estrutura científica, que pudesse ser pesquisada e analisada quais métodos avaliativos são utilizados e se os alunos estão
cientificamente, mesmo com todos os meandros subjetivos adquirindo qualidade no processo educativo, obtendo, des-
que a compõem. Buscava-se a organização de um estudo que se modo, resultados satisfatórios, é fundamental na prática
permitisse a compreensão da estrutura humana. No entanto, educativa.
sob a influência da biologia e da filosofia, concebia-se um Entende-se que a escola é um espaço que, além de trans-
sujeito completo, já constituído. O que, sabe-se hoje, é um mitir saberes sistematizados, é um ambiente que confere
engano. Com o advento do interacionismo, percebeu-se que, uma série de fatores para o seu pleno desenvolvimento. A
desde o nascimento, a criança passa por algumas transfor- avaliação faz parte desses fatores, uma vez que é um proces-
mações que são fundamentais para que o sujeito torne-se so que se obtêm informações acerca da aprendizagem e do
um adulto pensante e atuante na sociedade em que vive. desenvolvimento cognitivo do educando, bem como dados
Após a efervescência dos estudos interacionistas, surgiu do trabalho pedagógico realizados na sala de aula. Assim,
a necessidade de se compreender a constituição humana segundo Hoffman,
e seu desenvolvimento em todos os seus aspectos, desde
a infância até a velhice. Aspectos estes que são biológicos, a avaliação deixa de ser um momento terminal do
comportamentais, emocionais, sociais, culturais e cognitivos processo educativo para se transformar na busca
que se interconectam continua e ininterruptamente, forman- incessante de compreensão das dificuldades do
do a complexidade e individualidade humana. Desta forma, educando e na dinamização de novas oportunida-
compreender o desenvolvimento humano significa conhecer des de conhecimento (2008, p. 19).
as características comuns a cada faixa etária, permitindo-nos
compreender as individualidades. Portanto, faz-se primordial compreender que a avaliação
Conhecimentos Pedagógicos

De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), a psi- não pode ser considerada um fim, mas um meio e que tem
cologia do desenvolvimento ocupa-se de estudar o de- um importante papel no processo educativo.
senvolvimento dos indivíduos em todos os seus aspectos:
físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social, desde Conceitos sobre Avaliação
o nascimento até a fase adulta, onde tais aspectos atingem
graus elevados de maturidade, complexidade e estabilidade. Há diversos conceitos para avaliação. Devido a isso, esse
Existem fatores que influenciam o desenvolvimento hu- fenômeno é difícil de ser definido. Hoffman argumenta que:
mano. São eles: hereditariedade (carga genética); crescimen-
to orgânico (desenvolvimento físico); maturação (aspectos O fenômeno avaliativo é, hoje, um fenômeno in-
neurológicos) e o meio (influências e estímulos ambientais). definido. Professores e alunos que usam o termo
Princípios do desenvolvimento humano: atribuem-lhe diferentes significados relacionados,
• é um processo contínuo e ordenado; principalmente, aos elementos constituintes da
• segue a sequência céfalo-caudal e próximo-distral; prática tradicional: prova nota, conceito, boletim,
• progride de respostas gerias para respostas específi- recuperação, reprovação. (2008, p. 13).
cas;
• cada parte do organismo apresenta seu próprio ritmo Logo, para a autora, é necessário os docentes refletirem
de desenvolvimento; sobre suas práticas pedagógicas utilizada na sala de aula,

35
com o intuito de desenvolver melhor acerca dos resultados culo e se encontra intimamente relacionada à ges-
obtidos. tão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da
Já Luckesi compreende que “entendemos avaliação como aprendizagem, o professor não deve permitir que
um juízo de qualidade sobre dados relevantes tendo em vis- os resultados das provas periódicas, geralmente de
ta uma tomada de decisões” (2008, p. 69). Dessa forma, o caráter classificatório, sejam supervalorizados em
professor pode analisar e comparar os resultados obtidos, detrimento de suas observações diárias, de caráter
podendo, assim, atribuir uma qualidade de satisfação ou in- diagnóstico.
satisfação, conduzindo melhor sua metodologia e tomando
decisões a respeito do processo de ensino-aprendizagem. O processo educativo não deve ser somente direcionado
Outro ponto a ser entendido como avaliação está rela- a um conceito classificatório. Desse modo, entendemos que
cionado à postura de cooperação entre aluno e professor, a avaliação não se dá nem se dará num vazio conceitual,
de modo que ambos possam trabalhar juntos em um único mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo
propósito de aprendizagem. Sant’anna ressalta que: e de educação, traduzido em prática pedagógica. (LUCKESI,
1995, p. 28).
avaliação é um processo pelo qual procura identi- A avaliação do rendimento do aluno, isto é, do proces-
ficar, aferir investigar e analisar as modificações do so ensino-aprendizagem, é um tema que tem se debatido
comportamento e rendimento do aluno, do edu- com frequência, sendo motivo de preocupação para muitos
cador, do sistema, confirmando se a construção do professores atualmente, uma vez que faz parte do trabalho
conhecimento se processou, seja teórico (mental) docente verificar e julgar o rendimento dos alunos, avalian-
ou prático (199, p. 31-32) do os resultados do ensino, mas cabe também ao professor
reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos
Para a autora, o processo avaliativo deve ser pautado na alunos, para poder ajudá-los a superar suas dificuldades e
investigação das causas, analisando os resultados, mudando, avançar na aprendizagem.
se necessário, a prática pedagógica, para, assim, obter novos De acordo com Claudinho Pilleti (2006) os princípios bási-
saberes. Hoje o que se pode perceber que avaliação é vista cos que dão sustentáculo ao processo ensino-aprendizagem
como somente um apontamento de falhas, ou seja, um fim, são:
fazendo dessa prática um improviso, arbitrária (HOFFMAN, • estabelecer o que será avaliado, pois educar tem em
2008). vista vários objetivos que permitem o desenvolvimen-
Não se deve limitar sobre o conceito de avaliação comen- to do indivíduo como um todo, envolvendo aspectos
te ao preceito de testar e medir. Para a autora Haydt “avalia- de aproveitamento (domínio cognitivo, afetivo, psico-
ção consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos motor), a inteligência, o desenvolvimento socioemo-
e na interpretação desses resultados com base em critérios cional do aluno, enfim, avaliar o que os alunos sabem
previamente definidos” (1992, p. 10). Para desenvolver o e como pensam a respeito de determinado assunto; b)
cognitivo, afetivo e psicomotor do educando, é necessário co- Selecionar as técnicas adequadas para avaliar, uma vez
letar os dados e compreender todo o processo avaliativo. Há que a avaliação reflete tanto sobre o nível do trabalho
diversos erros quando se compreende o processo avaliativo, do professor quanto na aprendizagem do aluno;
pois nas escolas, por vezes, essa ação é vinculada somente a • utilizar uma variedade de técnicas faz-se necessário,
medidas e testes. Medir é determinar a quantidade ou grau pois a verificação e a quantificação dos resultados de
de alguma coisa usando o sistema de numeração, já testar aprendizagem no processo completo, visa sempre
quer dizer submeter a um teste ou experiência para verificar diagnosticar e superar dificuldades, corrigindo falhas
a atuação como, por exemplo, um material, uma máquina e estimulando os alunos aos estudos;
e outros e, por fim, avaliar é dar valor ou fazer uma análise • ver a avaliação como uma parte do processo ensino-
de alguém ou de alguma coisa tendo como base uma escala -aprendizagem, isto é, como um meio de diagnosticar
de valores. (HAYDT, 1992). Logo, na escola poderia ser me- o desempenho/a aprendizagem dos alunos.
dida a frequência dos alunos nas aulas ou medir (contar) o
número de respostas corretas em exercícios, por exemplo. De acordo com os estudos de Bloom (1993), a avaliação
E em relação aos testes, os mesmos seriam um instrumen- do processo ensino-aprendizagem, apresenta três tipos de
to de verificação sobre ação de professor e aluno dentro funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e
do processo educativo. Contudo, isso é limitado, vago, com somativa (classificatória):
notas arbitrárias e confusas, fazendo com avaliação seja sen-
Conhecimentos Pedagógicos

tenciosa e classificatória (HOFFMAN, 2008). Diagnóstica


Por fim, há um dilema em relação ao tema: mesmo tendo
tantas definições, muitas das vezes, a avaliação só definida Auxilia o professor a detectar ou fazer uma verificação
como prova e teste. De forma classificatória, limita-se ao dos conteúdos e conhecimento do aluno. E a partir dos da-
estudante só estudar para tirar boas notas e ser aprovado dos desse diagnóstico realizar o planejamento de ações que
para cursar a próxima série. Quando isso não é alcançado, o supram as necessidades e atinja os objetivos propostos. Com
estudante fica desestimulado e perde o interesse pelos estu- isso se utiliza a avaliação de aprendizagem como suporte para
dos. Logo, a avaliação acaba sendo um instrumento tortura o planejamento de ensino. Recomenda-se aplicar este tipo
e punição (HAYDT, 1992). de avaliação no início do processo de ensino-aprendizagem.

Tipos de Avaliação Como aplicar a avaliação diagnóstica:


• entrevistas com alunos, ex-professores, orientadores,
A avaliação é um dos fatores de maior importância no pais e familiares;
ambiente escolar. Segundo Perrenoud (1999), • exercícios ou simulações para identificar colegas com
quem o aluno se relaciona;
a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, • consulta ao histórico escolar/ficha de anotações da
é um processo mediador na construção do currí- vida escolar do aluno;

36
• observações dos alunos, particularmente durante os prática imprescindível para o progresso das aprendizagens
primeiros dias de aula; dos estudantes e dos demais sujeitos que compõem a escola.
• questionários, perguntas e conversa com alunos. Villas Boas (2013, p.12) confirma esse pressuposto quan-
do afirma que avaliação e aprendizagem caminham lado a
Formativa lado, pois “[...] enquanto se avalia, se aprende e enquanto se
aprende, se avalia”. Por esse motivo, a expressão avaliação
Tem como objetivo verificar se tudo aquilo que foi pro- para as aprendizagens, em lugar de avaliação das aprendi-
posto pelo professor no seu planejamento em relação aos zagens, é a que se harmoniza com a avaliação formativa. A
conteúdos estão sendo atingidos durante todo o processo avaliação deve assumir a centralidade da Organização do
de ensino aprendizagem do aluno passo a passo. Com isso Trabalho Pedagógico, comprometida com a aprendizagem
é possível aplicar a recuperação paralela, onde os alunos e o desenvolvimento de todos.
resgatam os conceitos revisando-os ao longo do caminho e A parceria entre avaliação e aprendizagem se estabelece
evoluindo cada um no seu ritmo. a partir da compreensão, por parte dos sujeitos envolvidos
Essa intervenção e postura do professor como mediador nesse processo, de que todos são capazes de aprender e
tira de cena aquela prática de classificar o aluno com uma que fazem isso de diferentes formas e em diferentes espaços
nota. Não se tem mais a visão da avaliação no resultado do de tempo. As práticas escolares que emergem dessa per-
teste e sim no potencial de desenvolvimento do aluno. O cepção se desvelam por meio de ações que constituem o
professor como mediador refletirá sobre o processo e tomar trabalho pedagógico concebido e organizado como espaço
decisões para replanejar suas ações para intervir e adequar de participação, ou seja, como processo de democratização
suas práticas em sala de aula com o objetivo do aluno apren- emancipatória que contribui decisivamente na conquista e na
der e não simplesmente melhorar sua nota. construção de novos espaços e de novas formas de cidadania
Como Aplicar a Avaliação Formativa individual e coletiva (SANTOS, 1991).
• Diariamente: ao rever os cadernos, o dever de casa, Assim sendo, importantes espaços de democratização,
fazer e receber perguntas, observar o desempenho criados pela escola para o exercício da avaliação formativa,
dos alunos, nas diversas atividades de classe. são aqueles nos quais se articulam os dados advindos dos
• Ocasionalmente: por meio de provas ou outros ins- diferentes níveis de avaliação escolar, por meio de sua aná-
trumentos, mais ou menos formais. lise crítica. Entender que os resultados da avaliação para
• Periodicamente: utilizando testes ao final de cada as aprendizagens devem ser analisados em conexão com a
sub-unidade, unidade, projeto, para aferir a apren- avaliação do trabalho da escola, realizado pelos sujeitos que
dizagem e outros desempenhos dos alunos. a constroem diariamente (famílias, estudantes, professores,
diretores, coordenadores pedagógicos, supervisores e auxi-
Somativa liares) e com os dados oriundos dos exames em larga escala
torna-se base para o diálogo emancipatório que constrói
Tem o objetivo de atribuir notas e conceitos para o aluno caminhos para que, de fato, todos aprendam.
ser promovido ou não de uma classe para outra, ou de um Deste modo, temos:
curso para outro, normalmente realizada durante o bimestre • Avaliação para as aprendizagens - visa identificar aqui-
ou semestre. lo que os(as) estudantes já aprenderam e o que ainda
não sabem de modo a intervir por meio de estratégias
Como aplicar a avaliação somativa: pedagógicas para promover avanços (VILLAS BOAS,
• uma prova ou trabalho final; 2004).
• uma avaliação baseada nos resultados cumulativos • Avaliação institucional (do trabalho pedagógico da
obtidos ao longo do ano letivo; escola) - é uma autoavaliação realizada por todos os
• uma mistura das duas formas acima. envolvidos no processo educativo, tomando como re-
ferência o Projeto Político-Pedagógico da escola.
É necessário que o professor tenha clareza destas etapas • Avaliação em larga escala - avaliação do desempenho
para que possa realizar a avaliação de forma integrada. dos estudantes por equipes externas, realizada pelo
Vincular à prática da avaliação escolar com o foco unica- próprio sistema de ensino e/ou em nível nacional,
mente classificatório, no processo de obtenção de médias como a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA),
de aprovação ou médias de reprovação é prejudicial para o Provinha Brasil e a Prova Brasil.
aluno. Hoje, o processo avaliativo e tudo que permeia essa
Conhecimentos Pedagógicos

temática é o mais importante, assim a aprendizagem do A avaliação para as aprendizagens tem sido o nível mais
educando e, consequentemente, o seu crescimento se faz conhecido e praticado nas escolas de Educação Básica. No
fundamental. Ao estabelecer essa prática avaliativa, o pro- entanto, tomá-la como única, desconsiderando os demais
fessor estará constatando as condições de aprendizagem dos níveis de avaliação, bem como a semelhança existente entre
alunos, para, a partir daí, prover meios para sua recuperação, suas lógicas e formas de manifestação acaba constituindo
não sendo uma forma de exclusão, como uma punição, mas obstáculo à superação de problemas atribuídos à avaliação
sim um processo de desenvolvimento, descobertas e avan- do desempenho dos estudantes realizada, em geral, em sala
ços, e não um fim classificatório. de aula (FREITAS et.al., 2009).
É importante, portanto, considerar a existência dos ou-
Avaliação formativa tros dois níveis (avaliação institucional e avaliação em larga
escala), uma vez que cada um cumpre propósitos diferen-
A avaliação formativa tem a função de diagnosticar os tes. Dessa forma, a avaliação institucional ou avaliação do
processos de ensino e de aprendizagem e, consequentemen- trabalho da escola possibilita a articulação entre os níveis.
te, servir de instrumento para a melhoria da qualidade do Desse modo, a avaliação institucional pode acontecer em
ensino. Nesse sentido, a avaliação deve ser ato de valorização diferentes espaços e tempos escolares, como no Conselho
e de potencialização das aprendizagens e não de classifica- de Classe, coordenação pedagógica e em outros. A avaliação
ção e exclusão. A concepção formativa aí implícita constitui institucional contribui significativamente para a análise do

37
desempenho dos estudantes e do trabalho desenvolvido, Nos momentos em que se realizam os Conselhos de Clas-
tomando como fontes de informação dados oriundos da ava- se, os professores, coordenadores, supervisores, demais pro-
liação desenvolvida pelos professores nas aulas e resultados fissionais da escola e familiares avaliam e definem ações e,
dos estudantes e da escola nos exames externos. assim, vão consolidando a perspectiva de participação, bem
Para garantir sua consolidação, é de suma importância a como de diálogo sobre as aprendizagens que ocorrem na es-
organização do trabalho escolar com base no acompanha- cola. Além de identificar os saberes ainda não conquistados,
mento pedagógico sistemático pelo professor, supervisor os Conselhos de Classe são momentos de reconhecimento
e coordenador pedagógico, como sujeitos imprescindíveis dos progressos dos estudantes, das práticas que são ou não
desse processo. Tal acompanhamento consiste em tornar adequadas para a promoção das aprendizagens.
visíveis, por meio de registros, os avanços e as necessidades Precisamos, portanto, pensar no Conselho de Classe
de cada estudante, de cada turma e da unidade escolar como como instância participativa e espaço primordial de avaliação
um todo, com o intuito de planejar ações que possibilitem e de reorganização dos espaços e tempos escolares, consi-
a resolução dos problemas de ensino e de aprendizagem derando não só os objetivos explicitados no Currículo em
evidenciados por meio do uso de procedimentos e instru- Movimento da Educação Básica da SEEDF (2014), no Projeto
mentos, tais como: observação, provas, exercícios, pesquisas, Político-Pedagógico das escolas e nas Diretrizes de Avaliação
entrevistas e outros. Educacional (SEEDF, 2014), mas também os sentidos atribuí-
Para que esse acompanhamento tenha melhor abran- dos pelos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
gência, apresentam-se a seguir quatro etapas:
• Diagnóstico: ação que será a base para o planejamento Organização Curricular: eixos integradores
do professor e subsidiará a elaboração de estratégias
OCurrículoem Movimentoda Educação Básica(SEEDF,
pedagógicas como os Reagrupamentos e o Projeto In-
2014) organiza-se em torno da constituição da educação
terventivo, bem como justificará possíveis avanços e
integral, pois objetiva a formação do ser humano com res-
outras ações didáticas cotidianas; é caracterizado pela
definição e utilização de diferentes procedimentos e peito à diversidade e a suas múltiplas dimensões, de forma
instrumentos avaliativos. emancipatória. Além disso, a prática didático-pedagógica
• Registros: etapa que dará visibilidade e materialidade sustenta-se a partir dos eixos transversais: Educação para
ao trabalho pedagógico. Consiste na descrição e or- a Diversidade, Cidadania e Educação em e para os Direitos
ganização dos dados que possibilitam tornar visíveis Humanos, Educação para a Sustentabilidade. Os eixos trans-
as necessidades de aprendizagens e orientar o plane- versais devem perpassar os conteúdos de forma articulada
jamento, a elaboração e execução das intervenções e interdisciplinar.
didático-pedagógicas necessárias ao avanço. Podem O Currículo propõe ainda eixos integradores dos anos
ser realizados de diversas formas como os portfólios, iniciais do Ensino Fundamental: Alfabetização, Letramentos
os diários de bordo, as fotos, as planilhas de acom- e Ludicidade, com o entendimento de que eixo é algo que
panhamento da turma, os gráficos de rendimento, os sustenta, apoia e integra, pois ao mesmo tempo em que
relatórios, entre outros. articula entre si, é articulador dos objetivos e conteúdos cur-
• Análise: momento ímpar de reflexão sobre os dados riculares no processo de ensino e aprendizagem, buscando a
contidos nos registros. É a etapa onde o professor e a proficiência leitora e escritora a partir da alfabetização e dos
equipe pedagógica refletem sobre o que se apresenta letramentos, sem perder de vista a ludicidade. Esses eixos nos
nos dados coletados, observando o que foi aprendido remetem à necessidade de integração e progressão curricular
pelos estudantes. Nesse momento de análise busca-se a como fundamentais à Organização do Trabalho Pedagógico
elaboração de intervenções para (re)orientar as ações de nos ciclos. É essa organização que proporá intervenções di-
ensino em função das necessidades de aprendizagem. dáticas em atendimento às necessidades de aprendizagem
• Planejamento e execução das intervenções didático- dos estudantes. A seguir, exploraremos os eixos integrados
pedagógicas: caracteriza-se pela tomada de atitudes dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
em relação às necessidades levantadas. Etapa para a
elaboração do planejamento, considerando o “para ANDRAGOGIA
quê”, “o quê” e “como fazer”, por meio das sequências
didáticas e/ou projetos de trabalho, Reagrupamentos
Andragogia diz respeito ao ensino de adultos. Segundo
e outros, fechando assim, o processo de avaliação for-
Knowles (1976, p. 17), andragogia é a “arte e a ciência des-
mativa: diagnóstico, registro, análise e intervenção.
tinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender o
Conhecimentos Pedagógicos

Esse acompanhamento pedagógico sistemático com a processo de aprendizagem de adultos”. A andragogia busca
participação efetiva de profissionais envolvidos deve ser compreender o adulto considerando os aspectos psicológi-
entendido como oportunidade de planejamento de ações cos, biológicos e sociais.
contínuas e permanentes que permearão toda a Organiza- A andragogia difere da pedagogia se comparada aos mo-
ção do Trabalho Pedagógico. Nesse contexto, o Conselho de delos pedagógicos conservadores. No entanto, alguns pres-
Classe constitui- se como importante espaço e tempo desse supostos da andragogia são semelhantes aos de modelos
acompanhamento pedagógico. pedagógicos transformadores.
O Conselho de Classe ganha destaque como órgão cole- A educação de adultos embasada em um modelo andra-
giado compreendido como espaço e tempo de avaliação do gógico tem como princípios:
desempenho do estudante, do professor e da escola. Implica • A necessidade dos adultos em saber a finalidade, o
refletir sobre a função social da escola, uma vez que tem a “porque” de certos conteúdos e aprendizagens
avaliação formativa como articuladora e as aprendizagens • A facilidade dos adultos em aprender pela experiência.
dos estudantes como finalidade. Nesse sentido, Santos (2011, • A percepção dos adultos sobre a aprendizagem como
p.22) destaca que precisamos resgatar o Conselho de Classe resolução de problemas.
da ótica apenas burocrática e classificatória a fim de “[...] • A motivação para aprender é maior se for interna (ne-
que seja visto como um momento pedagógico que propicia a cessidade individual), e se o conteúdo a ser aprendido
reflexão e a reconstrução do trabalho pedagógico da escola”. ser de aplicação imediata.

38
• Os adultos trazem uma bagagem de experiências que territorialidade e trabalho em rede. A esse respeito,
podem contribuir para sua própria aprendizagem. é correto afirmar que o princípio da transversalidade
deve ser entendido como um princípio que busca
No modelo de educação andragógico, os alunos partici- a) dar a devida atenção para todas as dimensões hu-
pam das diversas fases do processo de ensino-aprendizagem, manas, organizando o trabalho pedagógico de forma
tais como: Diagnóstico das necessidades educativas; elabora- equilibrada para o desenvolvimento dos aspectos
ção de plano e estabelecimento de objetivos a partir do diag- cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais.
nóstico; e formas de avaliação. A metodologia é voltada para b) assegurar, no âmbito do governo, a articulação entre
a participação ativa dos alunos, e a organização curricular é as diferentes políticas públicas, tais como as rela-
flexível, visando atender as especificidades de cada adulto. cionadas a projetos sociais, econômicos, culturais e
O professor é considerado um facilitador, e como tal, esportivos.
sua relação com os alunos é horizontal, tendo como prin- c) transformar a escola em um polo de trocas culturais
cipal característica o diálogo, o respeito, a colaboração e a e de afirmação de identidades sociais dos diferen-
confiança. O clima propício para a aprendizagem, segundo tes grupos presentes, com abertura para receber e
o modelo andragógico, tem como características o conforto, incorporar saberes próprios da comunidade, resga-
a informalidade e o respeito, garantindo assim, que o aluno tando tradições e culturas populares.
se sinta seguro e confiante. d) romper com os muros escolares, entendendo a ci-
A andragogia, enquanto modelo para a educação de dade como um rico laboratório de aprendizagem,
adultos, é caracterizada pela participação dos alunos, pela pois reconhece que a educação não se restringe ao
flexibilidade e pelo foco no processo, ao invés da ênfase no ambiente escolar e pode ser realizada nos mais di-
conteúdo. versos espaços sociais.
e) vincular a aprendizagem aos interesses e aos proble-
EXERCÍCIOS mas reais dos alunos e da comunidade, a partir de
uma concepção interdisciplinar do conhecimento.
1. (2014/IADES/UFBA) Para o desenvolvimento de projetos
pedagógicos nas organizações, várias estratégias podem 4. (2014/IADES/SEAP-DF) Em seus pressupostos teóricos, o
ser utilizadas, tais como painéis, aulas expositivas, si- Currículo em Movimento da Educação Básica do Distrito
mulações e dinâmicas. Tais estratégias devem ter, como Federal (DF) dispõe que, na perspectiva da pedagogia
base de aprendizagem, a ciência com foco nos adultos, histórico-crítica, o estudo dos conteúdos curriculares
conceito amplo e que se refere à educação continuada. adotará a prática social dos estudantes como elemento
Com base no exposto, assinale a alternativa que indica para a problematização diária na escola e sala de aula e
essa ciência. se sustentará na mediação necessária entre os sujeitos,
a) Sociologia. por meio da linguagem que revela os signos e sentidos
b) Filosofia. culturais. Para o Currículo em Movimento da Educação
c) Psicologia.
Básica do DF, a prática social é o conjunto de
d) Andragogia.
a) saberes científicos construídos pela humanidade e
e) Pedagogia.
que devem ser o ponto de partida para orientar o
trabalho pedagógico com os estudantes.
2. (2014/IADES/SEAP-DF) Considerando que a avaliação
realizada em sala de aula pode assumir diferentes fun- b) crenças e atitudes que compõem os processos de
ções, assinale a alternativa correta quanto à função socialização dos estudantes.
formativa da avaliação. c) determinações econômicas e culturais que mode-
a) Diferencia-se da avaliação diagnóstica por seu cará- lam a forma de viver dos membros da comunidade
ter qualitativo e por meio de um processo contínuo e escolar.
comprometido com as aprendizagens do estudante. d) saberes, experiências e percepções construídas pelo
b) Oferece informações ao professor e ao estudante, estudante em sua trajetória pessoal e acadêmica, e
que propiciam a regulação de suas ações em prol da que é transposto para o estudo dos conhecimentos
aprendizagem. científicos.
c) Não se opõe à avaliação classificatória, uma vez que, e) conhecimentos, regras e competências que o setor
Conhecimentos Pedagógicos

a partir dessa, é possível determinar exatamente o produtivo espera que a escola desenvolva, visando
que os alunos sabem e são capazes de fazer sem à formação do cidadão e à qualificação para o tra-
interferência de natureza subjetiva por parte dos balho.
avaliadores.
d) Seus objetivos são voltados ao dimensionamento 5. (2014/IADES/SEAP-DF) Diversas teorias buscam expli-
dos resultados da aprendizagem dos estudantes, car os processos de desenvolvimento e aprendizagem
obtidos após o desenvolvimento dos conteúdos humanos. Uma dessas teorias considera que a aprendi-
curriculares, de forma a retomá-los posteriormente. zagem decorre da relação estímulo-resposta e das con-
e) As informações coletadas por meio da avaliação for- sequências das ações praticadas, tendo como objetivo a
mativa têm a finalidade de sustentar a aprovação ou aquisição de novos comportamentos ou a modificação
a reprovação dos estudantes, formando um conceito dos já existentes. Os aspectos descritos estão coerentes
a respeito da aprendizagem do estudante. com as teorias
a) comportamentistas.
3. (2014/IADES/SEAP-DF) A educação integral nas esco- b) maturacionais.
las públicas do Distrito Federal está fundamentada nos c) psicanalíticas.
seguintes princípios: integralidade, intersetorialização, d) fenomenológicas.
transversalidade, diálogo entre escola e comunidade, e) interacionistas.

39
6. (2014/IADES/SEAP-DF) Em relação ao E-learning, assi- po, para além do seu tempo, perceber que o escuro não
nale a alternativa correta. se separa das luzes e, apesar dos desencantos, entender
a) Utiliza a tecnologia como meio para possibilitar a a necessidade de atuarmos sobre nós mesmos, aperfei-
formação não presencial de colaboradores da ins- çoando nossas ações e as relações que estabelecemos
tituição, significando um processo relevante para a com os outros. Tudo isso na expectativa do encontro
educação coorporativa. existencial de contemporâneos capazes de dinamizar
b) Trata-se de aspectos e meios de comunicação dos experiências, na tentativa de superar a fragmentação
indivíduos por meio de textos, cartas e bilhetes tro- reducionista que restringe o nosso viver” (LAGO, C.;
cados internamente dentro da empresa. MARIANI, I. K, 2017, s/p).
c) Realiza uma interferência pouco significativa nos Segundo o excerto acima, pode-se concluir que os pe-
resultados de uma empresa, de modo que a admi- dagogos que atuam no tempo presente
nistração científica descarta o seu uso em grandes a) precisam acompanhar a tecnologia, especialmente
organizações. a internet e as redes sociais, pois elas fazem parte
d) Trata-se de uma prática prescindível aos processos da contemporaneidade.
educacionais nas organizações, uma vez que possui b) têm um grande repertório técnico-científico e, por
eficácia discutível. isso, podem mediar melhor as relações de pessoas
e) Organizações que fazem uso dessa ferramenta afir- que pensam diferente umas das outras.
mam perceber pouca influência da metodologia no c) entendem que o mundo é repleto de diferenças que
sucesso institucional dos fazeres educativos. são acentuadas nas relações e é nelas que é preciso
incidir para trazer a tradição.
7. (2013/IADES/UFTM) No programa de treinamento e d) precisam ser capazes de se perceber no presente e
desenvolvimento das organizações, um passo impor- reconhecer o dinamismo contemporâneo e o sentido
tante do ciclo é o da avaliação. A avaliação, por sua vez, ampliado das relações.
divide-se em quatro níveis distintos, a saber: reação, e) valorizam a educação formal mais do que a educação
aprendizagem, mudança de comportamento e de re- não formal, pois essa última acontece pela via da
sultados. No último nível (resultados), é o momento de relação.
se realizar o cálculo do retorno no investimento (ROI).
Assinale a alternativa que indica os pontos medidos no 10. (2022/FAURGS/SES-RS) Segundo Jussara Hoffmann
nível quatro, que é o da avaliação de resultados. (2011), para entender de avaliação mediadora, é es-
a) Efeito sobre o treinado, mudança nas atitudes e nos sencial conceber a multidimensionalidade do termo
valores. aprender. Assinale a alternativa que está em DESACOR-
b) Quantidade (produção), qualidade e retorno econô- DO com a orientação da autora.
mico. a) A avaliação não tem por objetivo definir se os alunos
c) Aprendizagem, aplicação e multiplicação do conhe- aprendem ou não aprendem, pois a resposta está
cimento dada: todos aprendem sempre e aprendem mais
d) Conhecimento, habilidade e valores dos colabora- com melhores oportunidades para isso.
dores. b) Não há parâmetros de julgamento que deem conta
e) O quanto o colaborador gostou e aprendeu com a da diversidade do contexto educacional e do ato
ação de treinamento. criativo das aprendizagens.
c) São possíveis e desejáveis práticas avaliativas que
8. (2022/FAURGS/SES-RS) Numere a segunda coluna de transformem a aprendizagem em necessária e obri-
acordo com a primeira, associando as três dimensões da gatória, em aprender sempre para alguma coisa.
Didática Fundamental proposta por Vera Maria Candau d) A leitura sobre o aprender em avaliação mediadora
(2012) a suas características. precisa ser positiva, prospectiva e multidimensional.
(1) Dimensão técnica e) É imperativo ensinar e mediar o prazer de ler nas
(2) Dimensão humana escolas, valorizando-o e percebendo-o na dimensão
(3) Dimensão política estética do pensamento.
( ) A relação interpessoal é o centro do processo, e o
componente afetivo está presente. 11. (2022/FAURGS/SES-RS) Qual dos autores abaixo com-
( ) Refere-se ao processo de ensino-aprendizagem preende a aprendizagem como um processo de parti-
Conhecimentos Pedagógicos

como ação intencional e sistemática, que procura cipação variável dos sujeitos nas atividades sociocultu-
organizar as condições de aprendizagem e os obje- rais e considera a participação orientada/guiada como
tivos instrucionais. conceito central de sua teoria?
( ) Impregna toda a prática pedagógica e reconhece a) Henri Wallon.
que os condicionamentos sociais incidem sobre o b) Barbara Rogoff.
processo de ensino-aprendizagem. c) Jean Piaget.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, d) Hannah Arendt.
de cima para baixo, é e) Rachel de Queiroz.
a) 3 – 2 – 1.
b) 2 – 3 – 1. 12. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Avalie o que
c) 1 – 2 – 3. se afirma em relação à educação intencional com base
d) 2 – 1 – 3. na Didática proposta por Libâneo(2006).
e) 3 – 1 – 2. I – Destacada quanto à influência em que há intenções
e objetivos definidos conscientemente que é o caso da
9. (2022/FAURGS/SES-RS) “Ser pedagogo na contempora- escolar e extraescolar.
neidade requer o esforço de perceber e ser coeso com II – Confirmada como um processo somente da educa-
seu tempo. Demanda ter atitudes à altura do seu tem- ção formal, implicando ações de ensino com objetivos

40
pedagógicos explícitos, sistematização e procedimentos 15. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
didáticos. afirmativas a seguir:
III – Ressaltada na consciência do educador quanto aos I. A avaliação diagnóstica permite ao educador verificar
objetivos e tarefas que deve cumprir em suas ações em os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto
vários contextos, ou seja, sendo pai, professor ou adulto da aula, bem como identificar possíveis dificuldades de
em situação de ensino. aprendizagem.
IV – Desobrigada a usar métodos, técnicas, lugares e II. A avaliação somativa permite verificar o nível de
condições específicas criadas deliberadamente para aprendizado que o aluno alcançou, por meio da atri-
suscitar ideias, conhecimentos, valores, comportamen- buição de notas, o que favorece a comparação de re-
tos e/ou atitudes. sultados obtidos entre os alunos, permitindo fazer uma
Está correto apenas o que se afirma em classificação dos alunos por notas.
a) I e II. III. A avaliação da aprendizagem deve ser um momen-
b) II e III. to de reflexão e, por isso, não deve ser estática nem
c) III e IV. ter caráter classificatório. Ela é, fundamentalmente,
d) I e IV. o acompanhamento do desenvolvimento do aluno no
processo de construção do conhecimento e, nesse sen-
13. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Analise as tido, o professor precisa desauxiliar o educando durante
asserções sobre organização do trabalho pedagógico todo o caminho da aprendizagem.
por meio de sequências didáticas e a relação proposta Marque a alternativa CORRETA:
entre elas. a) Nenhuma afirmativa está correta.
I – Ao organizar a sequência didática, o professor poderá b) Apenas uma afirmativa está correta.
incluir atividades diversas como leitura, pesquisa indi- c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
vidual ou coletiva, aula dialogada, produções textuais d) Todas as afirmativas estão corretas.
e aulas práticas, entre outras,
POIS 16. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
II – a sequência de atividades visa trabalhar um con- afirmativas a seguir:
teúdo específico, um tema ou um gênero textual de I. A avaliação formativa pode acontecer periodicamente
exploração inicial até a formação de um conceito, uma e serve para analisar o processo de aprendizagem de
cada aluno, identificando possíveis dificuldades, e, a
ideia, uma elaboração prática e/ou uma produção es-
partir daí, orientar o aluno sobre o que ele aprendeu e
crita.
o que ainda precisa aprender sobre determinado con-
A respeito dessas asserções, é correto afirmar que
teúdo.
a) as duas são verdadeiras, e a segunda é uma justifi-
II. A avaliação faz parte do processo de ensino-apren-
cativa correta da primeira.
dizagem, mas não necessariamente deve ser realizada
b) as duas são verdadeiras, mas a segunda não é uma
somente ao final de cada unidade de ensino, senão ao
justificativa correta da primeira. longo de todo o processo, através de diferentes ativi-
c) a primeira é verdadeira, e a segunda, falsa. dades. Ela deve contemplar o aluno e o curso como um
d) a primeira é falsa, e a segunda, verdadeira. todo. Ou seja, o processo de avaliação não deve estar
concentrado apenas no aluno, mas deve se estender
14. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Informe se é ao sistema como um todo.
verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma sobre a im- III. A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar
portância da avaliação diagnóstica inicial no processo e, por isso, contribui em todo o percurso da ação planifi-
de ensino, com base em Ballester (2003). cada no ambiente escolar. Ela se faz presente apenas na
( ) Deve ser realizada por meio de atividades com o identificação da perspectiva político-social, não tendo
apoio de instrumentos que servem de registro do relação com a execução do projeto político-pedagógico
processo e geram informações do conhecimento da instituição, tendo em vista a sua construção. A ava-
consolidado. liação é, portanto, uma ferramenta da qual o ser hu-
( ) Revela o interesse pedagógico do educando numa mano não se livra, pois ela faz parte de seu modo de
estrutura de acolhida, quando se intenciona saber agir, sendo necessário que seja usada da melhor forma
os conhecimentos prévios do aluno. possível.
Conhecimentos Pedagógicos

( ) Marca o início do processo de ensino em que o Marque a alternativa CORRETA:


estudante, diante de suas habilidades adquiridas, a) Nenhuma afirmativa está correta.
comprova saberes ou não. b) Apenas uma afirmativa está correta.
( ) Promove a ação e a adequação do currículo para c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
a planificação dos professores às necessidade e às d) Todas as afirmativas estão corretas.
dificuldade dos alunos.
( ) Serve para que os educandos se conscientizem do 17. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
seu ponto de partida e organizem sua prática de afirmativas a seguir:
estudos, pois a aprendizagem envolve ação. I. De acordo com diversos autores, a maior parte dos
( ) Orienta que a estrutura de disciplinas científicas comportamentos e conhecimentos dos indivíduos é
deve ser seguida como pretendida pelo educador, aprendida ao longo do seu processo de desenvolvimen-
pois estas são construídas unicamente na escola. to. Assim, todo conhecimento produzido em qualquer
De acordo com as afirmações, a sequência correta é época, em qualquer área, traz consigo uma clara con-
a) V, F, V, V, V, F. cepção do homem.
b) F, V, V, F, F, V. II. A Psicologia transforma a aprendizagem em um
c) V, V, F, F, F, V. processo a ser investigado cientificamente e, por esse
d) F, F, F, V, V, F. motivo, é natural que existam muitas questões inefáveis

41
e irrelevantes para os teóricos da aprendizagem, tais c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
como: Qual o limite da aprendizagem? Qual a partici- d) Todas as afirmativas estão corretas.
pação do aprendiz nesse processo? Qual a natureza da
aprendizagem? Essas questões reduzem a temática do 20. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
ensino e da aprendizagem a uma simples variável do afirmativas a seguir:
desenvolvimento humano. I. Os efeitos das políticas curriculares, no contexto da
III. A aprendizagem se caracteriza pela aquisição de prática, são condicionados por questões institucionais
novos comportamentos, que são incorporados ao re- e disciplinares que, por sua vez, têm diferentes histó-
pertório individual de cada ser, que deverá apresentar rias, concepções pedagógicas e formas de organização,
capacidades e habilidades para adquirir comportamen- expressas em diferentes publicações.
tos novos, através da aprendizagem, ou modificar com- II. Na organização e na gestão do currículo, as abor-
portamentos anteriormente já adquiridos. dagens disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e
Marque a alternativa CORRETA: transdisciplinar requerem uma atenção criteriosa da
a) Nenhuma afirmativa está correta. instituição escolar, porque revelam a visão de mundo
b) Apenas uma afirmativa está correta. que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. organizam o trabalho do estudante.
d) Todas as afirmativas estão corretas. III. As políticas curriculares não se resumem apenas a
propostas e práticas enquanto documentos escritos,
18. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as mas incluem os processos de planejamento, vivencia-
afirmativas a seguir: dos e reconstruídos em múltiplos espaços e por múlti-
I. Nas Teorias do Condicionamento, verifica-se a apren- plas singularidades no corpo social da educação.
dizagem por suas consequências comportamentais. Elas Marque a alternativa CORRETA:
enfatizam as condições ambientais como força propul- a) Nenhuma afirmativa está correta.
sora da aprendizagem numa conexão entre um estímulo b) Apenas uma afirmativa está correta.
e uma resposta. c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
II. Para a Psicologia, o conceito de aprendizagem não é d) Todas as afirmativas estão corretas.
simples e há diversas possibilidades de aprendizagem,
ou seja, há diversos fatores que nos levam a apresen-
21. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
tar um comportamento que anteriormente não apre-
afirmativas a seguir:
sentávamos, como o crescimento físico, descobertas,
I. Os efeitos das políticas curriculares, no contexto da
tentativas e erros etc.
prática, são condicionados por questões institucionais
III. A aprendizagem cognitiva traz consigo formas de
e disciplinares que, por sua vez, têm diferentes histó-
aprendizagem complexas, nas quais a percepção, a com-
preensão de relações significativas e o conhecimento rias, concepções pedagógicas e formas de organização,
são críticos. expressas em diferentes publicações.
Marque a alternativa CORRETA: II. Na organização e na gestão do currículo, as abor-
a) Nenhuma afirmativa está correta dagens disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e
b) Apenas uma afirmativa está correta. transdisciplinar requerem uma atenção criteriosa da
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. instituição escolar, porque revelam a visão de mundo
d) Todas as afirmativas estão corretas. que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e
organizam o trabalho do estudante.
19. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as III. As políticas curriculares não se resumem apenas a
afirmativas a seguir: propostas e práticas enquanto documentos escritos,
I. O currículo é o conjunto de valores e práticas que mas incluem os processos de planejamento, vivencia-
proporcionam a produção e a socialização de significa- dos e reconstruídos em múltiplos espaços e por múlti-
dos no espaço social e que contribuem, intensamente, plas singularidades no corpo social da educação.
para a construção de identidades sociais e culturais dos Marque a alternativa CORRETA:
estudantes. a) Nenhuma afirmativa está correta.
II. Na Educação Básica, a organização do tempo cur- b) Apenas uma afirmativa está correta
ricular deve ser construída em função das peculiari- c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
dades de seu meio e das características próprias dos d) Todas as afirmativas estão corretas.
Conhecimentos Pedagógicos

seus estudantes, não se restringindo às aulas das


várias disciplinas. O percurso formativo deve, nesse 22. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
sentido, ser aberto e contextualizado, incluindo não afirmativas a seguir:
só os componentes curriculares centrais obrigatórios, I. Os métodos de ensino são as ações do professor por
mas, também, outros componentes flexíveis e variáveis intermédio das suas atividades com os estudantes,
que possibilitem percursos formativos que atendam aos procurando atingir os objetivos do trabalho docente,
inúmeros interesses, necessidades e características dos considerando-se um conteúdo específico.
educandos. II. A aula expositiva costuma consistir na apresentação
III. Toda política curricular é uma política cultural, pois o oral de um tema logicamente estruturado, podendo
currículo é fruto de uma seleção e produção de saberes: incluir recursos digitais, mídias e dinâmicas em sala de
campo conflituoso de produção de cultura, de embate aula, por exemplo.
entre pessoas concretas, concepções de conhecimen- III. O estudo dirigido permite fazer com que os estu-
to e aprendizagem, formas de imaginar e perceber o dantes estudem a partir de um roteiro elaborado pelo
mundo. professor, o qual estabelece a profundidade do estudo.
Marque a alternativa CORRETA: Nesse método, há leitura de textos e manipulação de
a) Nenhuma afirmativa está correta. matérias ou construção e observação de objetos, fatos
b) Apenas uma afirmativa está correta. ou fenômenos na busca de conclusões.

42
Marque a alternativa CORRETA: Marque a alternativa CORRETA:
a) Nenhuma afirmativa está correta. a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas uma afirmativa está correta. b) Apenas uma afirmativa está correta.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas.

23. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as 26. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo – PE) Analise as
afirmativas a seguir: afirmativas a seguir e marque a opção CORRETA:
I. É vedado ao coordenador pedagógico transitar nos a) As instituições de ensino são responsáveis por criar
espaços formais e informais da instituição de ensino, procedimentos para a avaliação do trabalho peda-
ainda que com o objetivo de promover a aproximação gógico e das conquistas dos educandos.
dos corpos discente e docente dos objetivos institucio- b) As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Bá-
nais. sica estimulam a negação de qualquer visão crítica
II. A coordenação pedagógica deve abster-se das ativi- sobre a questão do currículo escolar e, ao mesmo
dades de formação e evitar a realização de encontros tempo, estimulam os educadores a evitar o uso de
periódicos para refletir e debater sobre o contexto de práticas avaliativas.
cada atividade dentre do ambiente escolar. c) Durante a realização do processo avaliativo, o educa-
III. É dever do coordenador escolar promover a escola dor deve preferir o uso de um sistema classificatório
como local de convívio pacífico entre as diversas formas inflexível, baseado em testes escritos objetivos e que
de aprendizagem e, ao mesmo tempo, proibir o acesso desconsidera os objetivos do ensino.
dos cidadãos ao ambiente escolar a qualquer custo. d) Ao realizar a prática da avaliação educacional, o
Marque a alternativa CORRETA: professor deve abdicar dos princípios e dos crité-
a) Nenhuma afirmativa está correta. rios refletidos coletivamente durante o planejamen-
b) Apenas uma afirmativa está correta. to educacional, ainda que esses elementos estejam
c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
referenciados no projeto políticopedagógico ou na
d) Todas as afirmativas estão corretas.
proposta curricular.
24. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
27. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Embora o livro
afirmativas a seguir:
didático impresso continue sendo o material de uso
I. A concepção do currículo, a prática da gestão demo-
mais frequente na prática educativa em todas as eta-
crática e o estímulo à formação continuada dos edu-
pas da educação básica (BANDEIRA, 2017), os recursos
cadores são elementos relacionados com o desenvol-
audiovisuais também ocupam lugar de destaque.
vimento do projeto político-pedagógico.
Acerca da aplicabilidade do recurso audiovisual no pro-
II. A definição do currículo de uma instituição de ensino
não deve contemplar as inovações tecnológicas úteis ao cesso ensino-aprendizagem, é INCORRETO afirmar que
trabalho escolar, assim como deve distanciar ou mesmo seu uso
vetar o contato dos educandos com quaisquer tecno- a) dificulta a elaboração de estímulos, percepções e
logias úteis à sociedade. sensações ao se fazer a combinação múltipla dos
III. O currículo escolar não está ligado, ou mesmo com- recursos.
prometido, com as relações de poder no ambiente b) permite constatar a força da linguagem audiovisual
escolar. Assim, o currículo deve sempre refletir uma pelo fato de ela chegar simultaneamente por mais
absoluta imparcialidade e falta de consideração sobre caminhos.
os interesses e objetivos dos alunos. c) possibilita explorar a especificidade da linguagem
Marque a alternativa CORRETA: que se quer comunicar.
a) Nenhuma afirmativa está correta. d) admite possibilidades de combinação entre recursos
b) Apenas uma afirmativa está correta. de áudio, visuais e humanos.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas. 28. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Oliveira e
Guimarães (2013) consideram que o coordenador pe-
Conhecimentos Pedagógicos

25. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as dagógico tem uma função de destaque na escola, que
afirmativas a seguir: consiste na formação dos professores em serviço. Nesse
I. Considerar as singularidades dos diferentes objetos sentido, é correto afirmar que, para desempenhar de
de conhecimento e da intencionalidade didática é uma forma eficiente essa função, o coordenador pedagógico
prática que auxilia o professor a decidir sobre a melhor precisa
forma de organizar as atividades propostas no ambiente a) manifestar autoridade para demonstrar autonomia
escolar. na definição do conteúdo e da metodologia para
II. No campo da didática, o planejamento em sentido essas formações.
estrito pode ser pensado de acordo com as principais b) revelar o investimento na própria formação para
modalidades organizativas: sequências didáticas, pro- priorizar a formação daqueles professores que cum-
jetos, atividades permanentes e atividades indepen- prem as tarefas da coordenação.
dentes. c) priorizar a rotina de trabalho burocratizada para
III. O termo DIDÁTICA designa uma abordagem reali- manifestar sua capacidade e habilidades múltiplas,
zada sobre o ensino como atividade de mediação para como exige a educação atual.
promover o encontro formativo e educativo, entre o d) construir território próprio de atuação no ambien-
aluno e a matéria de ensino, explicitando o vínculo entre te escolar mediante trabalhos coletivos, reflexivos
teoria do ensino e teoria do conhecimento. e críticos sobre a prática educativa.

43
29. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) A prática me- 31. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) A figura 01
diadora do orientador educacional consistiu, por muitas representa um recorte no estudo de Blight (2000) sobre
vezes, em muitas escolas, na dispensa do status científi- a correlação entre metodologias de aprendizagem e
co às demandas no cotidiano do trabalho. Eram comuns frequência cardíaca.
as expressões sobre alunos: “problemas neurológicos,
déficit de atenção, hiperatividade”, bem como condutas
como a “síndrome do encaminhamento”, para dar um
jeito no aluno, e a do “chamamento” aos pais para dizer
que o filho tinha problema. (VASCONCELLOS, 2002).
Avalie as afirmações sobre o status científico a ser pres-
tado pelo orientador educacional às atuais demandas
no cotidiano do seu trabalho.
I - Assumir, na escola, a função de coordenador de dis-
ciplina para resolver os conflitos entre professores e
alunos.
II - Relatar aos profissionais da escola sobre as vantagens
de uma orientação autocentrada no desenvolvimento
do trabalho.
III - Ampliar os canais de expressão dos alunos sobre a
vida na escola, da sala de aula ao relacionamento com
a comunidade. Avalie as afirmações sobre essa correlação.
IV - Buscar a rede de relações que envolve as ocorrências I - Observa-se uma redução na frequência cardíaca dos
na escola e fazer emergir seus elementos para decisões alunos na aula, com o passar do tempo.
fundadas em um paradigma de enfrentamento. II - Nota-se o aumento na frequência cardíaca no uso
Está correto apenas o que se afirma em de métodos ativos ou interativos de aprendizagem.
a) I e II. III - Percebe-se uma redução na frequência cardíaca
b) III e IV. quando os alunos são convidados a debater e a discutir
o assunto da aula.
c) II e IV.
IV - Constata-se que, quando os alunos são convidados
d) I, III e IV. a realizar ou acompanhar a leitura de um texto durante
a aula, os batimentos cardíacos caem.
30. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Dalben (in VEI- Está correto apenas o que se afirma em
GA, 2013) reforça a necessidade da escola assumir uma a) I e II.
metodologia que ensine as pessoas a pensar, em nova b) III e IV.
relação com o conhecimento, como a da proposta di- c) I, II e IV.
dática por meio da resolução de problemas. Apresenta d) I, III e IV.
passos com orientações específicas para organizar um
processo de ensino por meio dessa proposta. Associe 32. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Trabalhar com
corretamente cada passo à respectiva orientação que crianças e jovens de modo a serem ativos em relação à
o caracteriza. própria aprendizagem, atuando no desenvolvimento da
cognição e da metacognição, demanda uma abordagem
PASSOS pedagógica que aconteça em ambiente de questiona-
1 - Problematização mento, debate e descoberta, para que lhes sejam res-
saltadas as habilidades gerais de pensamento. (VICKERY,
2 - Organização da ação
2016, p. 1).
3 - Indução pedagógica Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma
4 - Levantamento de possibilidades de respostas sobre a configuração desse ambiente pedagógico.
( ) Constituído por um ethos positivo, no qual o currí-
ORIENTAÇÕES culo seja suficientemente desafiador e flexível.
Conhecimentos Pedagógicos

( ) Construção de recortes e definição dos termos inte- ( ) Adaptado para ser um campo que prepare o estu-
ressantes para buscar informações que darão mais dante a não correr riscos ao expressar suas opiniões.
consistência ao conhecimento. ( ) Integrado por uma atitude de mente aberta, em
( ) Aprofundamento das possibilidades de conheci- relação ao pensamento e ao conhecimento.
mento mediante um campo referencial de ideias, ( ) Estruturado pelo diálogo para estimular o desen-
valores, conceitos e opiniões. volvimento das habilidades de pensamento.
( ) Composição do contexto de discussão e articulação ( ) Composto por um espaço construtivista que possi-
do trabalho: grupos, debates, objetivos, finalidades. bilite o empoderamento dos alunos, integrando as
( ) Exploração das várias possibilidades de um con- habilidades de pensamento ao ensino.
teúdo, dos seus significados, dos caminhos e das ( ) Articulado por um clima para o estudante aprender
a julgar a opinião do outro e a descaracterizar o
propostas de solução.
processo de pensamento, tanto de si próprio como
do outro.
A sequência correta dessa associação é De acordo com as afirmações, a sequência correta é
a) 3; 1; 2; 4. a) F; F; F; V; V; V.
b) 1; 2; 4; 3. b) V; V; F; F; F; V.
c) 4; 1; 3; 2. c) F; V; V; F; F; F.
d) 4; 3; 2; 1. d) V; F; V; V; V; F.

44
33. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) É fundamen- Avalie as afirmações sobre o que revelam os dados
tal que a equipe pedagógica e os professores façam o apresentados no texto acima.
reconhecimento dos diferentes níveis de abrangência I - A expressão estatística - 75% - se refere à qualidade
e de especificidades do planejamento em educação da aprendizagem individual do aluno.
(FARIAS et al, 2011; VASCONCELLOS, 2002), para que II - A avaliação do desempenho da turma de estudantes
possam analisar as suas múltiplas relações e os seus marca o início da avaliação de larga escala.
desdobramentos no campo da prática, na escola e na III - A análise da turma de estudantes está para além
sala de aula. daqueles que aprenderam individualmente.
A esse respeito, associe corretamente o nível de plane- IV - A qualidade satisfatória do desempenho dos alunos
jamento à respectiva orientação que o caracteriza. está configurada nos dados estatísticos da turma.
Está correto apenas o que se afirma em
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO a) I e II.
1 - Sistema de educação b) II e III.
2 - Escola c) II e IV
3 – Curricular d) I, III e IV.
4 - Ensino-aprendizagem
36. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
CARACTERÍSTICAS afirmativas a seguir:
( ) Abrange a dimensão pedagógica, comunitária e I. A avaliação diagnóstica permite ao educador verificar
administrativa da escola, sintetizada no Projeto os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto
Político-Pedagógico. da aula, bem como identificar possíveis dificuldades de
( ) Reflete as políticas educacionais e enfrenta os pro- aprendizagem.
blemas de atendimento à demanda, alocação e II. A avaliação somativa permite verificar o nível de
gerenciamento de recursos. aprendizado que o aluno alcançou, por meio da atri-
( ) Compreende o aspecto didático, refletindo sobre o buição de notas, o que favorece a comparação de re-
para que, o que, como ensinar e sobre os resultados sultados obtidos entre os alunos, permitindo fazer uma
das ações realizadas. classificação dos alunos por notas.
( ) Propõe as experiências de aprendizagem e tem III. A avaliação da aprendizagem deve ser um momen-
como referência os fundamentos das disciplinas, to de reflexão e, por isso, não deve ser estática nem
metodologia, conteúdos, processo de avaliação. ter caráter classificatório. Ela é, fundamentalmente,
o acompanhamento do desenvolvimento do aluno no
A sequência correta dessa associação é processo de construção do conhecimento e, nesse sen-
a) 2, 1, 4, 3. tido, o professor precisa desauxiliar o educando durante
b) 1, 2, 3, 4. todo o caminho da aprendizagem.
c) 2, 3, 4, 1. Marque a alternativa CORRETA:
d) 4, 3, 1, 2. a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas uma afirmativa está correta.
34. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Estudos rea- c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
lizados por especialistas têm comprovado que a corre- d) Todas as afirmativas estão corretas.
ção de um mesmo trabalho, por diferentes professores,
recebe diferentes valores; o mesmo acontecendo se a 37. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
correção for em dias diversos, embora feita pela mesma afirmativas a seguir:
pessoa. (SANT’ANNA, 2014, p.10). I. As atuais estruturas da sociedade exigem um padrão
Com base nos resultados desses estudos, qual o critério educacional que esteja voltado para o desenvolvimen-
correto para corrigir provas dissertativas, de um mesmo to de um conjunto de competências e de habilidades,
tema, tendo em vista avaliar os alunos de uma turma a fim de que os alunos possam fundamentalmente
de ensino médio, quanto a níveis de pensamento que desassimilar e ignorar a realidade do contexto social
envolvam processos mentais? comprometido com as constantes mudanças.
a) O tema proposto será corrigido como um recurso II. A educação destina-se a múltiplos sujeitos e tem
para orientar o aluno a se tornar um aprendiz crítico. como objetivo a troca de saberes, a socialização e o
b) A descrição aberta do tema proposto será valoriza- confronto do conhecimento, segundo diferentes abor-
Conhecimentos Pedagógicos

da, de modo livre, considerando-se como o aluno dagens, exercidas exclusivamente por profissionais ha-
sintetizou com suas próprias palavras. bilitados em cursos de licenciatura e com especialização
c) A prova dissertativa será corrigida de modo a avaliar em áreas científicas.
a aprendizagem que explicite a aplicação e a gene- III. Vygotsky afirmava que a prática educativa possibilita
ralização de conhecimentos. e permite à criança aprendiz envolver-se nas atividades
d) O fato de o aluno expressar-se de modo livre impede de forma independente apenas quando não dispunha
a objetividade na descrição do tema; portanto, o da ajuda de outros indivíduos.
critério de avaliação será conforme a evocação do Marque a alternativa CORRETA:
aluno. a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas uma afirmativa está correta.
35. (2022/FCM/Prefeitura de Timóteo - MG) Em uma turma c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
de 40 alunos, 10 deles, numa escala de qualificações d) Todas as afirmativas estão corretas.
representada por notas que variam de 0 (zero) a 10,0
(dez), obtém-se a qualificação expressa pela nota 7,0 38. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
ou mais. Com os outros 30 (75%) obtêm qualificações afirmativas a seguir:
abaixo de 7,0, chegando a 0 (zero). (Fragmento adap- I. O currículo é o conjunto de valores e práticas que
tado: LUCKESI, 2018, p. 202). proporcionam a produção e a socialização de significa-

45
dos no espaço social e que contribuem, intensamente, dos objetivos, a seleção dos conteúdos e os métodos
para a construção de identidades sociais e culturais dos do ensino.
estudantes. Marque a alternativa CORRETA:
II. Na Educação Básica, a organização do tempo cur- a) Nenhuma afirmativa está correta
ricular deve ser construída em função das peculiari- b) Apenas uma afirmativa está correta.
dades de seu meio e das características próprias dos c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
seus estudantes, não se restringindo às aulas das d) Todas as afirmativas estão corretas.
várias disciplinas. O percurso formativo deve, nesse
sentido, ser aberto e contextualizado, incluindo não 41. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
só os componentes curriculares centrais obrigatórios, afirmativas a seguir:
mas, também, outros componentes flexíveis e variáveis I. Os métodos de ensino são as ações do professor por
que possibilitem percursos formativos que atendam aos intermédio das suas atividades com os estudantes,
inúmeros interesses, necessidades e características dos procurando atingir os objetivos do trabalho docente,
educandos. considerando-se um conteúdo específico.
III. Toda política curricular é uma política cultural,pois o II. A aula expositiva costuma consistir na apresentação
currículo é fruto de uma seleção e produção de saberes: oral de um tema logicamente estruturado, podendo
campo conflituoso de produção de cultura, de embate incluir recursos digitais, mídias e dinâmicas em sala de
entre pessoas concretas, concepções de conhecimen- aula, por exemplo.
to e aprendizagem, formas de imaginar e perceber o III. O estudo dirigido permite fazer com que os estu-
mundo. dantes estudem a partir de um roteiro elaborado pelo
Marque a alternativa CORRETA: professor, o qual estabelece a profundidade do estudo.
a) Nenhuma afirmativa está correta. Nesse método, há leitura de textos e manipulação de
b) Apenas uma afirmativa está correta matérias ou construção e observação de objetos, fatos
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. ou fenômenos na busca de conclusões.
d) Todas as afirmativas estão corretas. Marque a alternativa CORRETA:
a) Nenhuma afirmativa está correta.
39. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as b) Apenas uma afirmativa está correta.
afirmativas a seguir:Analise as afirmativas a seguir: c) Apenas duas afirmativas estão corretas
I. Os efeitos das políticas curriculares, no contexto da d) Todas as afirmativas estão corretas.
prática, são condicionados por questões institucionais
e disciplinares que, por sua vez, têm diferentes histó- 42. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
rias, concepções pedagógicas e formas de organização, afirmativas a seguir:
expressas em diferentes publicações. I. A avaliação formativa pode acontecer periodicamente
II. Na organização e na gestão do currículo, as abor- e serve para analisar o processo de aprendizagem de
dagens disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e cada aluno, identificando possíveis dificuldades, e, a
transdisciplinar requerem uma atenção criteriosa da partir daí, orientar o aluno sobre o que ele aprendeu e
instituição escolar, porque revelam a visão de mundo o que ainda precisa aprender sobre determinado con-
que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e teúdo.
organizam o trabalho do estudante. II. A avaliação faz parte do processo de ensino-apren-
III. As políticas curriculares não se resumem apenas a dizagem, mas não necessariamente deve ser realizada
propostas e práticas enquanto documentos escritos, somente ao final de cada unidade de ensino, senão ao
mas incluem os processos de planejamento, vivencia- longo de todo o processo, através de diferentes ativi-
dos e reconstruídos em múltiplos espaços e por múlti- dades. Ela deve contemplar o aluno e o curso como um
plas singularidades no corpo social da educação. todo. Ou seja, o processo de avaliação não deve estar
Marque a alternativa CORRETA: concentrado apenas no aluno, mas deve se estender
a) Nenhuma afirmativa está correta. ao sistema como um todo.
b) Apenas uma afirmativa está correta. III. A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. e, por isso, contribui em todo o percurso da ação planifi-
d) Todas as afirmativas estão corretas. cada no ambiente escolar.Ela se faz presente apenas na
identificação da perspectiva político-social, não tendo
Conhecimentos Pedagógicos

40. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as relação com a execução do projeto políticopedagógi-
afirmativas a seguir: co da instituição, tendo em vista a sua construção. A
I. Os métodos de ensino são fundados na relação entre avaliação é, portanto, uma ferramenta da qual o ser
os objetivos e os conteúdos e se constituem enquanto humano não se livra, pois ela faz parte de seu modo de
sequência de operações, com vistas a um determinado agir, sendo necessário que seja usada da melhor forma
resultado. possível.
II. O método de ensino expressa uma visão global da Marque a alternativa CORRETA:
relação do processo educativo com a sociedade, aten- a) Nenhuma afirmativa está correta.
dendo aos seus desígnios sociais e pedagógicos, assim b) Apenas uma afirmativa está correta.
como as expectativas de formação dos estudantes pe- c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
rante as exigências e desafios que a realidade social d) Todas as afirmativas estão correta.
levanta.
III. O processo de ensino se caracteriza pela combinação 43. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
de atividades do professor e dos estudantes. O direcio- afirmativas a seguir:
namento a esse processo está associado com o plane- I. De acordo com diversos autores, a maior parte dos com-
jamento realizado pelo discente no desenvolvimento portamentos e conhecimentos dos indivíduos é apren-
das aulas por ele ministradas e envolvendo a definição dida ao longo do seu processo de desenvolvimento.

46
Assim, todo conhecimento produzido em qualquer épo- projeto políticopedagógico da instituição, tendo em
ca, em qualquer área, traz consigo uma clara concepção vista a sua construção. A avaliação é, portanto, uma
do homem. ferramenta da qual o ser humano não se livra, pois ela
II. A Psicologia transforma a aprendizagem em um faz parte de seu modo de agir, sendo necessário que
processo a ser investigado cientificamente e, por esse seja usada da melhor forma possível.
motivo, é natural que existam muitas questões inefáveis Marque a alternativa CORRETA:
e irrelevantes para os teóricos da aprendizagem, tais a) Nenhuma afirmativa está correta.
como: Qual o limite da aprendizagem? Qual a partici- b) Apenas uma afirmativa está correta.
pação do aprendiz nesse processo? Qual a natureza da c) Apenas duas afirmativas estão corretas
aprendizagem? Essas questões reduzem a temática do d) Todas as afirmativas estão corretas.
ensino e da aprendizagem a uma simples variável do
desenvolvimento humano. 46. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
III. A aprendizagem se caracteriza pela aquisição de afirmativas a seguir:
novos comportamentos,que são incorporados ao re- I. A avaliação diagnóstica permite ao educador verificar
pertório individual de cada ser,que deverá apresentar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto
capacidades e habilidades para adquirir comportamen- da aula, bem como identificar possíveis dificuldades de
tos novos, através da aprendizagem, ou modificar com- aprendizagem.
portamentos anteriormente já adquiridos. II. A avaliação somativa permite verificar o nível de
Marque a alternativa CORRETA: aprendizado que o aluno alcançou, por meio da atri-
a) Nenhuma afirmativa está correta. buição de notas, o que favorece a comparação de re-
b) Apenas uma afirmativa está correta. sultados obtidos entre os alunos, permitindo fazer uma
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. classificação dos alunos por notas.
d) Todas as afirmativas estão corretas. III. A avaliação da aprendizagem deve ser um momen-
to de reflexão e, por isso, não deve ser estática nem
44. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as ter caráter classificatório. Ela é, fundamentalmente,
afirmativas a seguir: o acompanhamento do desenvolvimento do aluno no
I. Nas Teorias do Condicionamento, verifica-se a apren- processo de construção do conhecimento e, nesse sen-
dizagem por suas consequências comportamentais. Elas tido, o professor precisa desauxiliar o educando durante
enfatizam as condições ambientais como força propul-
todo o caminho da aprendizagem.
sora da aprendizagem numa conexão entre um estímulo
Marque a alternativa CORRETA:
e uma resposta.
a) Nenhuma afirmativa está correta.
II. Para a Psicologia, o conceito de aprendizagem não é
b) Apenas uma afirmativa está correta.
simples e há diversas possibilidades de aprendizagem,
c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
ou seja, há diversos fatores que nos levam a apresen-
d) Todas as afirmativas estão corretas.
tar um comportamento que anteriormente não apre-
sentávamos, como o crescimento físico, descobertas,
tentativas e erros etc. 47. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
III. A aprendizagem cognitiva traz consigo formas de afirmativas a seguir:
aprendizagem complexas, nas quais a percepção, a com- I. As atuais estruturas da sociedade exigem um padrão
preensão de relações significativas e o conhecimento educacional que esteja voltado para o desenvolvimen-
são críticos. to de um conjunto de competências e de habilidades,
Marque a alternativa CORRETA: a fim de que os alunos possam fundamentalmente
a) Nenhuma afirmativa está correta desassimilar e ignorar a realidade do contexto social
b) Apenas uma afirmativa está correta. comprometido com as constantes mudanças.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. II. A educação destina-se a múltiplos sujeitos e tem
d) Todas as afirmativas estão corretas. como objetivo a troca de saberes, a socialização e o
confronto do conhecimento, segundo diferentes abor-
45. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as dagens, exercidas exclusivamente por profissionais ha-
afirmativas a seguir: bilitados em cursos de licenciatura e com especialização
I. A avaliação formativa pode acontecer periodicamente em áreas científicas.
Conhecimentos Pedagógicos

e serve para analisar o processo de aprendizagem de III. Vygotsky afirmava que a prática educativa possibilita
cada aluno, identificando possíveis dificuldades, e, a e permite à criança aprendiz envolver-se nas atividades
partir daí, orientar o aluno sobre o que ele aprendeu e de forma independente apenas quando não dispunha
o que ainda precisa aprender sobre determinado con- da ajuda de outros indivíduos.
teúdo. Marque a alternativa CORRETA:
II. A avaliação faz parte do processo de ensino-apren- a) Nenhuma afirmativa está correta.
dizagem, mas não necessariamente deve ser realizada b) Apenas uma afirmativa está correta.
somente ao final de cada unidade de ensino, senão ao c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
longo de todo o processo, através de diferentes ativi- d) Todas as afirmativas estão corretas.
dades. Ela deve contemplar o aluno e o curso como um
todo. Ou seja, o processo de avaliação não deve estar 48. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
concentrado apenas no aluno, mas deve se estender ao afirmativas a seguir:
sistema como um todo. III. A avaliação atravessa o ato I. O currículo é o conjunto de valores e práticas que
de planejar e de executar e, por isso, contribui em todo proporcionam a produção e a socialização de significa-
o percurso da ação planificada no ambiente escolar. Ela dos no espaço social e que contribuem, intensamente,
se faz presente apenas na identificação da perspectiva para a construção de identidades sociais e culturais dos
político-social, não tendo relação com a execução do estudantes.

47
II. Na Educação Básica, a organização do tempo cur- Marque a alternativa CORRETA:
ricular deve ser construída em função das peculiari- a) Nenhuma afirmativa está correta.
dades de seu meio e das características próprias dos b) Apenas uma afirmativa está correta.
seus estudantes, não se restringindo às aulas das c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
várias disciplinas. O percurso formativo deve, nesse d) Todas as afirmativas estão corretas.
sentido, ser aberto e contextualizado, incluindo não
só os componentes curriculares centrais obrigatórios, 51. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
mas, também, outros componentes flexíveis e variáveis afirmativas a seguir:
que possibilitem percursos formativos que atendam aos I. Os métodos de ensino são as ações do professor por
inúmeros interesses, necessidades e características dos intermédio das suas atividades com os estudantes,
educandos. procurando atingir os objetivos do trabalho docente,
III. Toda política curricular é uma política cultural, pois o considerando-se um conteúdo específico.
currículo é fruto de uma seleção e produção de saberes: II. A aula expositiva costuma consistir na apresentação
campo conflituoso de produção de cultura, de embate oral de um tema logicamente estruturado, podendo
entre pessoas concretas, concepções de conhecimen- incluir recursos digitais, mídias e dinâmicas em sala de
to e aprendizagem, formas de imaginar e perceber o aula, por exemplo.
mundo. III. O estudo dirigido permite fazer com que os estu-
Marque a alternativa CORRETA: dantes estudem a partir de um roteiro elaborado pelo
a) Nenhuma afirmativa está correta. professor, o qual estabelece a profundidade do estudo.
b) Apenas uma afirmativa está correta. Nesse método, há leitura de textos e manipulação de
c) Apenas duas afirmativas estão corretas matérias ou construção e observação de objetos, fatos
d) Todas as afirmativas estão corretas. ou fenômenos na busca de conclusões.
Marque a alternativa CORRETA:
49. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as a) Nenhuma afirmativa está correta.
afirmativas a seguir: b) Apenas uma afirmativa está correta.
I. Os efeitos das políticas curriculares, no contexto da c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
prática, são condicionados por questões institucionais d) Todas as afirmativas estão corretas.
e disciplinares que, por sua vez, têm diferentes histó-
rias, concepções pedagógicas e formas de organização, 52. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
expressas em diferentes publicações. afirmativas a seguir:
II. Na organização e na gestão do currículo, as abor- I. A avaliação formativa pode acontecer periodicamente
dagens disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e e serve para analisar o processo de aprendizagem de
transdisciplinar requerem uma atenção criteriosa da cada aluno, identificando possíveis dificuldades, e, a
instituição escolar, porque revelam a visão de mundo partir daí, orientar o aluno sobre o que ele aprendeu e
que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e o que ainda precisa aprender sobre determinado con-
organizam o trabalho do estudante. teúdo.
III. As políticas curriculares não se resumem apenas a II. A avaliação faz parte do processo de ensino-apren-
propostas e práticas enquanto documentos escritos, dizagem, mas não necessariamente deve ser realizada
mas incluem os processos de planejamento, vivencia- somente ao final de cada unidade de ensino, senão ao
dos e reconstruídos em múltiplos espaços e por múlti- longo de todo o processo, através de diferentes ativi-
plas singularidades no corpo social da educação. dades. Ela deve contemplar o aluno e o curso como um
Marque a alternativa CORRETA: todo. Ou seja, o processo de avaliação não deve estar
a) Nenhuma afirmativa está correta. concentrado apenas no aluno, mas deve se estender
b) Apenas uma afirmativa está correta. ao sistema como um todo.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. III. A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar
d) Todas as afirmativas estão corretas. e, por isso, contribui em todo o percurso da ação planifi-
cada no ambiente escolar. Ela se faz presente apenas na
50. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as identificação da perspectiva político-social, não tendo
afirmativas a seguir: relação com a execução do projeto político-pedagógico
Conhecimentos Pedagógicos

I. Os métodos de ensino são fundados na relação entre da instituição, tendo em vista a sua construção. A ava-
os objetivos e os conteúdos e se constituem enquanto liação é, portanto, uma ferramenta da qual o ser hu-
sequência de operações, com vistas a um determinado mano não se livra, pois ela faz parte de seu modo de
resultado. agir, sendo necessário que seja usada da melhor forma
II. O método de ensino expressa uma visão global da possível.
relação do processo educativo com a sociedade, aten- Marque a alternativa CORRETA:
dendo aos seus desígnios sociais e pedagógicos, assim a) Nenhuma afirmativa está correta
como as expectativas de formação dos estudantes pe- b) Apenas uma afirmativa está correta.
rante as exigências e desafios que a realidade social c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
levanta. d) Todas as afirmativas estão corretas.
III. O processo de ensino se caracteriza pela combinação
de atividades do professor e dos estudantes. O direcio- 53. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
namento a esse processo está associado com o plane- afirmativas a seguir:
jamento realizado pelo discente no desenvolvimento I. A avaliação diagnóstica permite ao educador verificar
das aulas por ele ministradas e envolvendo a definição os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto
dos objetivos, a seleção dos conteúdos e os métodos da aula, bem como identificar possíveis dificuldades de
do ensino. aprendizagem.

48
II. A avaliação somativa permite verificar o nível de campo conflituoso de produção de cultura, de embate
aprendizado que o aluno alcançou, por meio da atri- entre pessoas concretas, concepções de conhecimen-
buição de notas, o que favorece a comparação de re- to e aprendizagem, formas de imaginar e perceber o
sultados obtidos entre os alunos, permitindo fazer uma mundo.
classificação dos alunos por notas. Marque a alternativa CORRETA:
III. A avaliação da aprendizagem deve ser um momen- a) Nenhuma afirmativa está correta.
to de reflexão e, por isso, não deve ser estática nem b) Apenas uma afirmativa está correta.
ter caráter classificatório. Ela é, fundamentalmente, c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
o acompanhamento do desenvolvimento do aluno no d) Todas as afirmativas estão corretas.
processo de construção do conhecimento e, nesse sen-
tido, o professor precisa desauxiliar o educando durante 56. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
todo o caminho da aprendizagem. afirmativas a seguir:
Marque a alternativa CORRETA I. Os efeitos das políticas curriculares, no contexto da
a) Nenhuma afirmativa está correta. prática, são condicionados por questões institucionais
b) Apenas uma afirmativa está correta. e disciplinares que, por sua vez, têm diferentes histó-
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. rias, concepções pedagógicas e formas de organização,
d) Todas as afirmativas estão corretas. expressas em diferentes publicações.
II. Na organização e na gestão do currículo, as abor-
54. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as dagens disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e
afirmativas a seguir: transdisciplinar requerem uma atenção criteriosa da
I. De acordo com diversos autores, a maior parte dos instituição escolar, porque revelam a visão de mundo
comportamentos e conhecimentos dos indivíduos é que orienta as práticas pedagógicas dos educadores e
aprendida ao longo do seu processo de desenvolvimen- organizam o trabalho do estudante.
to. Assim, todo conhecimento produzido em qualquer III. As políticas curriculares não se resumem apenas a
época, em qualquer área, traz consigo uma clara con- propostas e práticas enquanto documentos escritos,
cepção do homem. mas incluem os processos de planejamento, vivencia-
II. A Psicologia transforma a aprendizagem em um dos e reconstruídos em múltiplos espaços e por múlti-
processo a ser investigado cientificamente e, por esse plas singularidades no corpo social da educação.
motivo, é natural que existam muitas questões inefáveis Marque a alternativa CORRETA:
e irrelevantes para os teóricos da aprendizagem, tais a) Nenhuma afirmativa está correta.
como: Qual o limite da aprendizagem? Qual a partici- b) Apenas uma afirmativa está correta.
pação do aprendiz nesse processo? Qual a natureza da c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
aprendizagem? Essas questões reduzem a temática do d) Todas as afirmativas estão corretas.
ensino e da aprendizagem a uma simples variável do
desenvolvimento humano. 57. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
III. A aprendizagem se caracteriza pela aquisição de afirmativas a seguir:
novos comportamentos, que são incorporados ao re- I. Os métodos de ensino são fundados na relação entre
pertório individual de cada ser, que deverá apresentar os objetivos e os conteúdos e se constituem enquanto
capacidades e habilidades para adquirir comportamen- sequência de operações, com vistas a um determinado
tos novos, através da aprendizagem, ou modificar com- resultado.
portamentos anteriormente já adquiridos. II. O método de ensino expressa uma visão global da
Marque a alternativa CORRETA: relação do processo educativo com a sociedade, aten-
a) Nenhuma afirmativa está correta. dendo aos seus desígnios sociais e pedagógicos, assim
b) Apenas uma afirmativa está correta. como as expectativas de formação dos estudantes pe-
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. rante as exigências e desafios que a realidade social
d) Todas as afirmativas estão corretas. levanta.
III. O processo de ensino se caracteriza pela combinação
55. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as de atividades do professor e dos estudantes. O direcio-
afirmativas a seguir: namento a esse processo está associado com o plane-
I. O currículo é o conjunto de valores e práticas que jamento realizado pelo discente no desenvolvimento
Conhecimentos Pedagógicos

proporcionam a produção e a socialização de significa- das aulas por ele ministradas e envolvendo a definição
dos no espaço social e que contribuem, intensamente, dos objetivos, a seleção dos conteúdos e os métodos
para a construção de identidades sociais e culturais dos do ensino.
estudantes. Marque a alternativa CORRETA:
II. Na Educação Básica, a organização do tempo cur- a) Nenhuma afirmativa está correta.
ricular deve ser construída em função das peculiari- b) Apenas uma afirmativa está correta.
dades de seu meio e das características próprias dos c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
seus estudantes, não se restringindo às aulas das d) Todas as afirmativas estão corretas.
várias disciplinas. O percurso formativo deve, nesse
sentido, ser aberto e contextualizado, incluindo não 58. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as
só os componentes curriculares centrais obrigatórios, afirmativas a seguir:
mas, também, outros componentes flexíveis e variáveis I. As atuais estruturas da sociedade exigem um padrão
que possibilitem percursos formativos que atendam aos educacional que esteja voltado para o desenvolvimen-
inúmeros interesses, necessidades e características dos to de um conjunto de competências e de habilidades,
educandos. a fim de que os alunos possam fundamentalmente
III. Toda política curricular é uma política cultural, pois o desassimilar e ignorar a realidade do contexto social
currículo é fruto de uma seleção e produção de saberes: comprometido com as constantes mudanças.

49
II. A educação destina-se a múltiplos sujeitos e tem a) o aluno empenhado em estudar apenas para tirar
como objetivo a troca de saberes, a socialização e o notas tem motivos suficientes para ser aprofundar
confronto do conhecimento, segundo diferentes abor- na aprendizagem, mesmo que não fique evidente.
dagens, exercidas exclusivamente por profissionais ha- b) a disposição para aprender depende somente do
bilitados em cursos de licenciatura e com especialização aluno, posto que a didática não garante condições
em áreas científicas. de que essa atitude se manifeste.
III. Vygotsky afirmava que a prática educativa possibilita c) na realização de atividades, deve-se esperar a mes-
e permite à criança aprendiz envolver-se nas atividades ma resposta de todos os alunos, o que indica uma
de forma independente apenas quando não dispunha didática bemsucedida.
da ajuda de outros indivíduos. d) aprendizagem significativa depende de que o aluno
tome para si a necessidade e a vontade de aprender.
Marque a alternativa CORRETA:
e) o professor não deve intervir para que o aluno co-
a) Nenhuma afirmativa está correta. nheça o objetivo das atividades, mas sim para que
b) Apenas uma afirmativa está correta. se afaste dos problemas que elas apresentam.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas. 62. (2022/Nosso Rumo/Prefeitura de Porto Ferreira - SP) No
que concerne à avaliação na aprendizagem, é correto
59. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as afirmar que os critérios de avaliação escolar
afirmativas a seguir: a) não devem estabelecer expectativas de aprendiza-
I. Os métodos de ensino são as ações do professor por gem dos alunos a partir do ensino.
intermédio das suas atividades com os estudantes, b) devem ser tomados pelo educador como objetivos,
procurando atingir os objetivos do trabalho docente, o que aumenta a realização de aprendizagem.
considerando-se um conteúdo específico. c) sempre expressam todos os conteúdos que foram
II. A aula expositiva costuma consistir na apresentação trabalhados no ciclo.
oral de um tema logicamente estruturado, podendo d) explicitam expectativas de aprendizagem, desconsi-
incluir recursos digitais, mídias e dinâmicas em sala de derando os objetivos de cada ciclo.
aula, por exemplo. e) apontam as experiências educativas às quais os alu-
III. O estudo dirigido permite fazer com que os estu- nos devem ter acesso.
dantes estudem a partir de um roteiro elaborado pelo
professor, o qual estabelece a profundidade do estudo. 63. (2022/Nosso Rumo/Prefeitura de Porto Ferreira - SP)
Nesse método, há leitura de textos e manipulação de Assinale a alternativa correta a respeito da teoria do
desenvolvimento segundo Henri Wallon.
matérias ou construção e observação de objetos, fatos
a) Para Wallon, a criança não é essencialmente emo-
ou fenômenos na busca de conclusões.
cional, o que a leva a se constituir rapidamente em
Marque a alternativa CORRETA: um ser sociocognitivo.
a) Nenhuma afirmativa está correta. b) A compreensão das coisas pelas crianças, em seus
b) Apenas uma afirmativa está correta. primeiros três anos de vida, não depende dos outros,
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. visto que elas se diferenciam do ambiente humano
d) Todas as afirmativas estão corretas. no qual se encontram.
c) Antes de falar, a criança se comunica pela imitação,
60. (2022/ADM&TEC/Prefeitura de Lajedo - PE) Analise as em um processo pelo qual forma sua subjetividade e
afirmativas a seguir: expressa seu desejo de participar e de se diferenciar
I. Nas Teorias do Condicionamento, verifica-se a apren- do outro como sujeito próprio.
dizagem por suas consequências comportamentais. Elas d) As crianças só se comunicam e se constituem como
enfatizam as condições ambientais como força propul- sujeitos com significado depois do surgimento da
sora da aprendizagem numa conexão entre um estímulo linguagem falada.
e uma resposta. e) Wallon defende que toda criança cresce de maneira
II. Para a Psicologia, o conceito de aprendizagem não é linear, em determinados estágios de desenvolvimen-
simples e há diversas possibilidades de aprendizagem, to, nos quais se desenvolve a partir de seus conflitos
ou seja, há diversos fatores que nos levam a apresen- internos.
Conhecimentos Pedagógicos

tar um comportamento que anteriormente não apre-


sentávamos, como o crescimento físico, descobertas, 64. (2022/CESPE / CEBRASPE/MJSP) Com o surgimento da
tentativas e erros etc. pandemia de covid-19, o isolamento social promoveu
alterações repentinas no processo de ensino e apren-
III. A aprendizagem cognitiva traz consigo formas de
dizagem nas escolas brasileiras. Tendo essa situação
aprendizagem complexas, nas quais a percepção, a com-
como referência, julgue o item a seguir.
preensão de relações significativas e o conhecimento As novas formas de ensino exigiram que os professores
são críticos. descobrissem as potencialidades e as limitações das
Marque a alternativa CORRETA: tecnologias.
a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas uma afirmativa está correta. 65. (2022/CESPE / CEBRASPE/MJSP) Com o surgimento da
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. pandemia de covid-19, o isolamento social promoveu
d) Todas as afirmativas estão corretas. alterações repentinas no processo de ensino e apren-
dizagem nas escolas brasileiras. Tendo essa situação
61. (2022/Nosso Rumo/Prefeitura de Porto Ferreira - SP) como referência, julgue o item a seguir.
A disponibilidade do aluno na aprendizagem é essen- A utilização das TIC passou a ser uma necessidade de
cial para que uma aprendizagem significativa aconteça. urgência, e isso fez que a educação básica adotasse a
Nesse contexto, é correto afirmar que educação a distância como modalidade de ensino.

50
66. (2022/CESPE / CEBRASPE/MJSP) Com o surgimento da d) Operatório formal.
pandemia de covid-19, o isolamento social promoveu e) Zona de desenvolvimento proximal
alterações repentinas no processo de ensino e apren-
dizagem nas escolas brasileiras. Tendo essa situação 70. (2022/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) O
como referência, julgue o item a seguir. pensamento de Jean Piaget (1896-1980), sua teoria
Uma vez que as novas tecnologias da informação e co- epistemológica e biológica, tem fundamentado vários
municação passaram a mediar o processo educativo, o programas de educação pré-escolar em vários países
professor deixou de controlar esse processo. e, também, no Brasil. Um dos conceitos fundamentais
que norteiam a proposta é o construtivismo segundo
67. (2022/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) O bebê Piaget, entendido como “o processo pelo qual um in-
não tem controle sobre seu corpo, logo ele faz suas ne- divíduo desenvolve sua própria inteligência adaptativa
cessidades fisiológicas a qualquer momento, portanto e o conhecimento”. O objetivo principal consiste em
os educadores devem estar constantemente atentos a propiciar o desenvolvimento infantil levando em conta a
esse fator. totalidade da personalidade da criança e dando ênfase
Com relação a isso, classifique os itens abaixo como à autonomia intelectual e moral.
Verdadeiros (V) ou Falsos (F): Com base nessas informações, classifique os itens abai-
( ) Sempre que observar a fralda suja é imprescindível xo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F):
a troca para evitar assaduras ( ) A criança deve sentir-se segura numa relação não
( ) A criança começa a apresentar sinais de desfralde coercitiva com adultos;
por volta de 2 anos ( ) A criança deve ser independente, alerta e curiosa;
( ) A escola tem que ter um local apropriado para o usar iniciativa na busca das curiosidades;
momento da troca. ( ) A criança deve ter confiança em sua habilidade e
( ) As fraldas sujas devem ser colocadas em uma lixeira esperar a aprovação do adulto para prosseguir com
preferencialmente com tampa e serem recolhidas suas descobertas.
diariamente. ( ) Em relação aos objetivos cognitivos, que surjam com
Assinale a sequência CORRETA: ideias interessantes, problemas e questões;
a) V, V, F, F ( ) A criança deve respeitar os sentimentos e direitos
b) F, V, V, V dos outros e começar a coordenar diferentes pontos
c) V, V, V, F de vista.
d) F, V, F, V Marque a sequência CORRETA:
e) V, V, V, V a) F, V, V, F, V
b) V, F, V, F, V
68. (2022/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) Quanto c) V, V, V, V, V
a introdução alimentar dos bebês é necessário termos d) V, V, F, V, V
alguns cuidados. Analise os itens: e) F, V, V, F, V.
I. Estimular a criança a deglutir, tomando o cuidado
para que ela não se engasgue. 71. (2022/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) O mé-
II. Oferecer variedade de alimentos que contenham dico e pedagogo belga Ovíde Decroly (1871-1932) ini-
nutrientes diferentes. ciou seus estudos sobre a psique infantil, partindo dos
III. Não se deve obrigar a criança a comer anormais e, posteriormente, estendeu seus métodos
Assinale a resposta CORRETA: educativos às crianças normais. Vivendo num período
a) Apenas o item I está correto marcado pela efervescência do movimento da Escola
b) Apenas o item III está correto Nova na Europa, Decroly participou desse movimento
c) Apenas os itens I e II estão corretas propondo um sistema de transição entre a escola tradi-
d) Apenas o item II está correto cional e a escola renovada. Entre as medidas propostas,
e) Todos os itens estão corretos destacam-se:
I. Prévia classificação dos escolares, para organização
69. (2022/PS Concursos/Prefeitura de Sombrio - SC) Para de classes homogêneas;
Piaget, o indivíduo tende a um equilíbrio, que está re- II. Diminuição do efetivo das classes;
lacionado a um comportamento adaptativo em relação III. Modificação do programa de maneira a ter-se em
Conhecimentos Pedagógicos

à natureza, que por sua vez sugere um sujeito de ca- conta a evolução dos interesses naturais da criança, as
racterísticas biológicas inegáveis, as quais são fonte de condições locais e a disposição da maioria dos alunos
construção da inteligência. O desenvolvimento é carac- para a adoção de um programa de ideias associadas;
terizado por um processo de sucessivas equilibrações. IV. Modificação dos processos de ensino com a aplica-
O desenvolvimento psíquico começa quando nascemos ção dos centros de interesse, no sentido de permitir
e segue até a maturidade, sendo comparável ao cresci- o desenvolvimento da individualidade pela atividade
mento orgânico: como este, orienta-se, essencialmen- interessada do educando.
te, para o equilíbrio. Esse desenvolvimento, apesar de Marque a alternativa CORRETA:
contínuo, é caracterizado por determinadas formas de a) Apenas os itens I e II estão incorretos
pensar e agir em diferentes idades, formas que o autor b) Apenas o item I está incorreto
denominou estágios e refletem os diferentes modos de c) Apenas o item III está correto
a criança pensar ao longo de sua vida. Segundo Piaget, o d) Apenas os itens III e IV estão incorretos
desenvolvimento passa por quatro diferentes estágios: e) Todos os itens estão corretos
Marque a alternativa INCORRETA:
a) Sensório-motor 72. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) Pesquisa-
b) Pré-operacional dores contemporâneos sinalizam que a definição de
c) Operatório concreto uma Pedagogia da Infância passa a sustentar-se a partir

51
da incorporação do conceito de heterogeneidade como d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
definidor na constituição dos sujeitos, e exige que a e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
ação pedagógica se oriente por olhares que contem-
plem: 77. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) Identifi-
a) A meritocracia escolar que abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas (
b) Todas as dimensões humanas. F ) tendo como referência as pesquisas que versam a
c) Uma visão cartesiana de aprendizagem. respeito da importância do desenho para o desenvol-
d) A dimensão intelectual em detrimento das demais vimento psicofísico de uma criança.
dimensões humanas. ( ) O desenho faz parte do desenvolvimento de qual-
e) Um olhar linear para o desenvolvimento humano. quer ser humano, independentemente de sua ida-
de.
73. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) Qual dos ( ) Toda criança passa por um longo processo de evolu-
autores, listados abaixo, ao tratar questões que abar- ção em todos os aspectos, mas para isso necessita
cam a formação do pensamento lógico na criança, de- passar por uma diversidade de estímulos.
fende o pressuposto de que a matemática é resultado ( ) A arte de cada cultura revela o modo de perceber,
do processo mental da criança em relação ao cotidiano, sentir e articular significado e valores que governam
arquitetado mediante atividades de se pensar o mundo os diferentes tipos de revelação entre os indivíduos
por meio da relação com objetos? na sociedade.
a) Luria ( ) A arte solicita a visão, a escuta e os demais sentidos
b) Piaget como portas de entrada para uma compreensão
c) Wallon mais significativa das questões sociais.
d) Freinet ( ) O desenho é uma forma incitadora para a cons-
e) Leontiev trução de olhares estéticos e artísticos da criança
social. Além disso, o desenho ainda permite à crian-
74. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) Para Vi- ça desenvolver o senso de observação, os mínimos
gotski, o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal detalhes, a diversidade de cores, formas, texturas, e,
é importante para que o docente, em sua atividade de também, entrar em contato com grande variedade
ensino, possa: de materiais, muitas vezes utilizados para realização
a) Homogeneizar as aprendizagens. de atividades artísticas, seja no ambiente da escola,
b) Favorecer a conformação dos corpos. ou fora dela.
c) Potencializar o conhecimento real da criança. Assinale a alternativa que indica a sequência correta,
de cima para baixo.
d) Determinar o ritmo das aprendizagens que ocorrem
a) V • V • V • V • V
de maneira linear.
b) V • V • F • V • V
e) Desenvolver a moral.
c) F • V • F • V • F
d) F • V • V • F • V
75. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) A respei-
e) F • F • V • F • V
to dos estudos que tratam dos processos de ensinar
e aprender, as contribuições de Vigostki enfatizam a 78. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) Dos autores
importância: abaixo, qual deles defende a importância da imitação e
a) Do raciocínio intuitivo. da mediação semiótica no processo de aprendizagem
b) Da meritocracia. e desenvolvimento humano?
c) Da mediação. a) Piaget
d) Da segmentação. b) Vigotski
e) Da espontaneidade. c) Paulo Freire
d) Decroly
76. (2022/FEPESE/Prefeitura de Guatambú - SC) Estudos e) Skinner
relacionados à psicomotricidade destacam que a edu-
cação psicomotora, no âmbito da Educação Infantil, 79. (2022/Avança SP/Prefeitura de Louveira - SP) Canale
abrange algumas metas. Dentre elas é possível destacar: (1984), baseado nas idéias de Dell Hymes, desenvolveu
1. A aquisição do domínio corporal, definindo a late-
Conhecimentos Pedagógicos

um modelo de competência comunicativa que envol-


ralidade, a orientação espacial, desenvolvimento da viam outras competências, são elas, exceto:
coordenação motora, equilíbrio e a flexibilidade. a) Competência gramatical.
2. Controle da inibição voluntária, melhorando o ní- b) Competência sociolinguística.
vel de abstração, concentração, reconhecimento dos c) Competência discursiva.
objetos por meio dos sentidos (auditivo, visual, etc.), d) Competência estratégica.
desenvolvimento sócioafetivo, reforçando as atitudes e) Competência interpessoal.
de lealdade, companheirismo e solidariedade.
3. Levar a criança a adquirir habilmente a coordenação 80. (2022/IBFC/MGS) Analise o trecho abaixo, conforme o
de seus gestos e movimentos, ao mesmo tempo em que disposto na citação que determina o movimento ade-
desenvolve a inteligência. quado sobre “Risco e segurança” no Manual de Orien-
4. Contribuir no processo de conformação e pacificação tação Pedagógica (BRASÍLIA, 2012).
do corpos. “Quando a criança está iniciando sua ________ na
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas creche, fica com medo de assumir riscos e, por isso, é
corretas. importante a ________ da professora para iniciar uma
a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. interação com uma brincadeira que ela já conheça ou
b) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4. com o ________ que ela usa em casa, que não cria
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. ansiedade e lhe dá segurança.

52
Assinale a alternativa que preencha correta e respecti- disciplinas, buscando envolvimento, compromisso
vamente as lacunas. e reciprocidade diante dos conhecimentos.
a) experiência / intenção / brinquedo b) A interdisciplinaridade visa a contextualização dos
b) experiência / superação / símbolo conteúdos e o resgate das memórias dos aconteci-
c) experiência / reflexão / símbolo mentos, interessando-se por suas origens, causas e
d) experiência / ação / brinquedo consequências.
c) A ação pedagógica da interdisciplinaridade permite a
81. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) A Psico- construção de uma escola participativa que é prove-
motricidade na Educação Infantil é entendida como niente da formação do sujeito social e da articulação
uma prática de caráter pedagógica e psicológica que exclusiva entre saber e conhecimento.
apresenta como epicentro a educação física como au- d) Interdisciplinaridade deve ser entendida como um
xílio do desenvolvimento global da criança através dos sistema de ensino que visa englobar as experiências
movimentos, o que auxilia na prevenção de distúrbios em busca de atingir as metas de um programa espe-
da aprendizagem, possuindo como referência a utiliza- cífico.
ção de ações psicomotoras que trabalham os aspectos
motores, cognitivos e afetivos. Diante desse contexto, 84. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) É notório
marque a alternativa incorreta: que os debates acerca do currículo vêm assumindo um
a) As atividades de Psicomotricidade dentro da Edu- protagonismo cada vez maior nas discussões que per-
cação Infantil devem apresentar características de meiam o setor educacional. Assim, ao longo da história,
cunho recreativa que visam auxiliar no desenvolvi- as pesquisam sobre essa temática enfocam nas mais
mento afetivo e psicomotor. diversas áreas, principalmente nos aspectos teórico
b) Psicomotricidade deve ser entendida como a inte- metodológicos que apontam de modo direto e indireto
ração das funções psíquicas e sensoriais, em virtude para a superação da fragmentação e a contextualização
da maturação do sistema nervoso. do conhecimento. Mediante a esse contexto, julgue as
c) A Psicomotricidade na Educação Infantil contribui di- afirmativas abaixo:
reta e indiretamente para a formação dos esquemas I – Epistemologicamente o currículo apresenta alta
corporais, pois, estimula a prática dos movimentos.
complexidade, pois, sua organização é uma conjunção
d) A Psicomotricidade Infantil está totalmente relacio-
imprescindível para prover a formação integral.
nada às ações que auxiliam a união do corpo, mente,
II – A composição hierárquica do currículo aliada a for-
espírito, natureza e sociedade, fazendo com que a
mação docente fragmentada são fatores que auxiliam
criança demonstre o que sente.
na contextualização e interdisciplinaridade no âmbito
educacional.
82. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) As difi-
culdades de aprendizagem podem ser referidas como III – O currículo deve ser compreendido como campo
problemáticas de processamento que possuem bases pedagógico, que aponta para diversas relações entre
neurológicas. Assim, esses obstáculos podem interferir sujeitos, conhecimento e realidade permitindo assim
de modo direto e indireto no aprendizado das habilida- a construção de novos saberes.
des básicas ou de nível superior. Desta forma, julgue as IV – A contextualização do currículo possui a finalidade
afirmativas abaixo: de ofertar significado ao conhecimento escolar e con-
I – O professor é o principal agente identificador das tribuir para a construção do conhecimento.
dificuldades de aprendizagem apresentada pelos estu- Marque a alternativa correta:
dantes. a) Apenas as afirmativas, II, III e IV estão corretas.
II – É dever do docente adaptar a metodologia de ensino b) Apenas as afirmativas, I, III e IV estão corretas.
visando auxiliar o estudante na superação das dificul- c) Apenas as afirmativas, I e IV estão corretas.
dades. d) Todas as afirmativas estão corretas.
III – A instituição de ensino deve atuar de maneira de-
mocrática e envolver a família no processo de ensino- 85. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) A figura do
-aprendizagem para que a mesma entenda as dificul- professor enquanto educador é essencial para auxiliar
dades apresentadas pelos estudantes. a desenvoltura integral dos estudantes e incentivá-los
IV – Os distúrbios de aprendizagem estão atrelados a na busca pelo conhecimento. Além disso, outro fator
Conhecimentos Pedagógicos

fatores ou problemas que transpõem as causas educa- imprescindível são as metodologias utilizadas pelos
tivas. docentes para difundir conhecimento o que pode in-
Marque a alternativa correta: fluenciar direta e indiretamente no que diz respeito a
a) Apenas as afirmativas, I, II e III estão corretas. recepção dos conteúdos pelos estudantes. Portanto, é
b) Apenas as afirmativas, II, III e IV estão corretas. fundamental que os educadores construam um bom
c) Apenas as afirmativas, I, III e IV estão corretas. relacionamento com os estudantes. Diante desse con-
d) Todas as afirmativas estão corretas. texto, todas alternativas estão corretas, exceto:
a) O docente pode ser referido como intermediário
83. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) A interdis- antológico por diversos ângulos educacionais.
ciplinaridade teve sua gênese no fim do século XIX e b) O docente é a figura do estabelecimento de ensino
emergiu pela necessidade de oferecer uma resposta a para o discente.
fragmentação gerada pela concepção positivista, pois, c) Torna-se necessário construir um ambiente aberto
as ciências foram fragmentadas surgindo, diversas dis- aos questionamentos, visando potencializar o apren-
ciplinas. Diante desse contexto, é correto afirmar sobre dizado.
interdisciplinaridade, que: d) O professor ensina e o estudante aprende, esse é o
a) A interdisciplinaridade visa garantir a construção de sentido unilateral das trocas de saberes dentro dos
conhecimentos que rompam as fronteiras entre as processos pedagógicos.

53
86. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) Leia as afir- Marque a alternativa correta:
mativas abaixo e marque a incorreta: a) Apenas as afirmativas, I e IV estão corretas.
a) A avaliação tem como foco fornecer informações b) Apenas as afirmativas, II, III, e IV estão corretas.
acerca das ações de aprendizagem e, portanto, não c) Apenas as afirmativas, I e III estão corretas.
pode ser realizada apenas ao final do processo, sob d) Apenas as afirmativas, II e IV estão corretas.
pena de perder seu propósito.
b) O professor, trabalhando na perspectiva da avalia- 89. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) No Brasil,
ção somativa, não está preocupado no dia-adia em a relação entre currículo e avaliação é alvo de intensa
atribuir notas aos estudantes, mas em observar e reflexão no segmento educacional, seja através de fó-
registrar seus percursos durante as aulas, a fim de runs, seminários, reuniões etc., principalmente após a
analisar as possibilidades de aprendizagem de cada solidificação das avaliações de desempenho em larga
um e do grupo como um todo. Pode, dessa forma, escala que tiveram sua gênese no início da década de
planejar e replanejar os processos de ensino, bem 1990, portanto, estudos apontam para a existência de
como pode planejar as possibilidades de intervenção um íntimo relacionamento entre currículo e avaliações.
junto às aprendizagens de seus estudantes. Diante desse cenário, marque a alternativa correta:
c) Perrenoud define a avaliação formativa como “um a) A relação entre currículo e avaliação possui a fina-
dos componentes de um dispositivo de individuali- lidade de avaliar a qualidade e inflexibilizar a ade-
zação dos percursos de formação e de diferenciação quação de programas curriculares.
das intervenções e dos enquadramentos pedagógi- b) A conexão entre currículo e avaliação possui sua
cos”. gênese quando procura-se avaliar a qualidade e
d) Quando a avaliação acontece ao longo do proces- adaptação dos programas curriculares.
so, com o objetivo de reorientá-lo, recebe o nome c) Às matrizes avaliativas exigem a adaptação dos currí-
de avaliação formativa e quando ocorre ao final do culos dentro dos sistemas de ensinos, seja através de
processo, com a finalidade de apreciar o resultado materiais estruturados ou orientações direcionadas
deste, recebe o nome de avaliação somativa. a respeito sobre o que o gestor escolar deve ensinar.
d) A relação existente entre currículo e avaliação aponta
87. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) Apesar da unicamente para a padronização do processo curri-
carência que é sentida no que diz respeito a interlocu- cular, extraindo a prerrogativa de definição sobre o
ção entre as disciplinas, a realidade do sistema educa- que devesse ensinar.
cional no Brasil, em todos os seus níveis, aponta para
a convivência cotidiana com um modelo organizacio- 90. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) As novas
nal de ensino fracionado e desencaixado, em que os tecnologias aplicadas no setor educacional necessitam
currículos são construídos em compartimentos que na de um olhar crítico e abrangente, que envolvem as mais
maioria das vezes são incomunicáveis, o que culmina diversas formas de ensinar e do aprender que condizem
numa formação humana e profissional incapaz de en- com o paradigma da sociedade do conhecimento, o qual
frentar as mais diversas práticas sociais, pois, exigem se pauta nas ideologias da diversidade, integração e da
uma formação integral de cunho crítico e competente. complexidade. Portanto, sobre as novas tecnologias no
Diante desse cenário, marque a alternativa correta: ambiente escolar, pode-se afirmar que:
a) A transdisciplinaridade emerge na busca atual de a) O docente que possui acesso as tecnologias tele-
um novo paradigma para as ciências da educação máticas torna-se um gestor da aprendizagem, pois,
bem como para outras áreas. interage de forma desproporcional a orientação in-
b) A transversalidade emerge na busca atual de um telectual e emocional.
novo paradigma para as ciências da educação bem b) O docente deve relacionar as tecnologias e meto-
como para outras áreas. dologias educacionais para trazer um mundo áudio
c) A interdisciplinaridade emerge na busca atual de um visual para escola, o que permite diversificar seu
novo paradigma para as ciências da educação bem modo de ministração das aulas, fazendo com que a
como para outras áreas. repetição e monotonia apontem para aulas criativas.
d) A multidisciplinaridade emerge na busca atual de c) As instituições de ensino devem estabelecer seu
um novo paradigma para as ciências da educação papel e identidade para evitarem a utilização das
bem como para outras áreas. tecnologias sem significados remetendo a um pla-
Conhecimentos Pedagógicos

nejamento restrito e limitado, onde sua utilização é


88. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) A trans- taxada como mera improvisação.
versalidade refere-se a probabilidade de organizar a d) O equilíbrio do planejamento da escola juntamente
prática educativa, apontando para uma analogia entre com a flexibilidade da criatividade, auxiliam na adap-
os conhecimentos teóricos e as questões que envolvem tação dos programas aos alunos, tornando a sala um
a vida real. Desta forma, julgue as afirmativas abaixo: ambiente desprovido de normas e simultaneamente
I – A transversalidade constitui um meio de abordar o investigativo e agradável.
conhecimento buscando a reintegração de procedimen-
tos acadêmicos que ficam isolados entre as disciplinas. 91. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) A temática
II – A abordagem transversal orienta-se exclusivamente avaliação da aprendizagem remete a ideologia de rea-
das vivências educacionais dos estudantes. lização de provas e inserção de notas. Contudo, esses
III – A transversalidade apresenta como epicentro edu- aspectos não são os únicos indicativos do desempenho
cativo a proposta de uma educação parcialmente com- educativo, pois, a avaliação em si, abarca todo o pro-
prometida com a cidadania. cesso de aprendizagem de modo integral. Diante desse
IV – O princípio da transversalidade vai além da concep- cenário, marque a alternativa que expressa de modo
ção das disciplinas e estabelece um eixo comunicativo correto a avaliação e sua finalidade dentro do ambiente
entre elas. educativo:

54
a) A avaliação diagnóstica permite com que o estudante 94. (2022/Avança SP/Prefeitura de Laranjal Paulista - SP)
reflita e descreva as dificuldades encontradas em Leia o trecho a seguir.
assuntos específicos. Observando a estrutura de funcionamento da meto-
b) A avaliação somativa oferece ao docente a oportu- dologia expositiva, verificamos que o grande trabalho
nidade de aperfeiçoar sua didática visando atender do professor se concentra na exposição, o mais clara e
as demandas educativas da turma. precisa possível, a respeito do objeto de estudo, onde
c) A autoavaliação permite com que os educado- procura trazer para os alunos os elementos mais impor-
res consigam detectar e verificar se os conteúdos tantes para a compreensão do mesmo, recuperando
transmitidos durante a ministração das aulas estão o conhecimento acumulado pela humanidade. Fonte:
atingindo os objetivos preestabelecidos. VASCONCELLOS, Celso. Construção do conhecimento
d) A avaliação ipsativa expõe a performance de cada em sala de aula. Libertad – Centro de Pesquisa, forma-
estudante em relação ao desempenho obtido no ção e Assessoria Pedagógica. 14ª Edição – 2002.
passado. São considerados problemas básicos da metodologia
expositiva, EXCETO:
92. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) A forma- a) Formação do homem crítico.
ção docente e o seu relacionamento direto e indireto b) Alto risco de não aprendizagem.
com o corpo discente tem sido amplamente debatida, c) Baixo nível de interação sujeito-objeto de conheci-
estudada, pesquisada e exposta à luz das mais diversas mento.
teorias educacionais. Diante desse contexto, julgue as d) Baixo grau de probabilidade de interação.
afirmativas abaixo: e) Formação do homem passivo.
I – A relação professor – aluno deve servir como ferra-
menta de descontração de forma em que todos sejam 95. (2022/Avança SP/Prefeitura de Laranjal Paulista - SP) Os
respeitados em suas diferenças e participem das ativi- currículos da educação infantil, do ensino fundamental
dades propostas. e do ensino médio devem ter base nacional comum, a
II – A relação saudável professor – aluno contribui para ser complementada, em cada sistema de ensino e em
a construção do pensamento interdependente e crítico, cada estabelecimento escolar, por uma parte diversifi-
auxiliando na construção da sociedade. cada, exigida pelas características regionais e locais da
III – O docente deve ser um aprendiz ativo e cético sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.
no âmbito da sala, convidando os estudantes a serem Nesse sentido, assinale a afirmativa CORRETA.
a) O ensino da arte, especialmente em suas expressões
curiosos, críticos e criativos.
regionais, constituirá componente curricular facul-
IV – A interação professor-aluno contribui para a criação
tativo da educação básica.
de condições que permitem aos estudantes se tornarem
b) A educação física, integrada à proposta pedagógica
pessoas que pensam bem e busquem conhecimento
da escola, é componente curricular obrigatório da
por si próprio.
educação básica, sendo sua prática facultativa ao
Marque a alternativa correta: aluno que cumpra jornada de trabalho igual ou su-
a) Apenas as afirmativas, III e IV estão corretas. perior a doze horas.
b) Apenas as afirmativas, I, II e IV estão corretas. c) O ensino da História do Brasil não levará em conta
c) Apenas as afirmativas, I, II e III estão corretas. as contribuições das diferentes culturas e etnias para
d) Todas as afirmativas estão corretas. a formação do povo brasileiro, especialmente das
matrizes indígena, africana e europeia.
93. (2022/REIS & REIS/Prefeitura de Potim - SP) Pode-se d) Conteúdos relativos aos direitos humanos e à pre-
afirmar que aprender é um processo de assimilação de venção de todas as formas de violência contra a
qualquer meio de conhecimento, desde os mais sim- criança, o adolescente e a mulher serão incluídos,
ples, onde a criança aprende a manusear os objetos, como temas transversais, nos currículos de que tra-
fazer contas, lidar com as situações do cotidiano, como ta o caput deste artigo, observadas as diretrizes da
por exemplo: nadar, andar de bicicleta etc., até os mais legislação correspondente e a produção e distribui-
enigmáticos. Diante desse cenário, é correto afirmar ção de material didático adequado a cada nível de
sobre o processo de aprendizagem, que: ensino.
a) Para que exista aprendizagem é imprescindível a e) No currículo do ensino fundamental, a partir do pri-
existência da segregação, em que a criança através meiro ano, será ofertada a língua inglesa.
Conhecimentos Pedagógicos

das orientações do docente passa a entender, com-


preender, refletir e aplicar os meios de conhecimen- 96. (2022/Avança SP/Prefeitura de Laranjal Paulista - SP)
tos obtidos. Leia o trecho a seguir.
b) Em suma a aprendizagem pode ser observada atra- Os estudos em avaliação deixam para trás o caminho
vés da colocação empírica da criança através dos co- das verdades absolutas, dos critérios objetivos, das me-
nhecimentos transmitidos especificamente durante didas padronizadas das estatísticas, para alertar sobre
a ministração de uma aula. o sentido essencial dos atos avaliativos de interpreta-
c) Para que exista aprendizagem é necessário um pro- ção de valor sobre o objeto da avaliação, de um agir
cesso de assimilação ativo-efetivo que exige a prática consciente e reflexivo frente às situações avaliadas e
de atividades nas mais diversas modalidades, nos de exercícios do diálogo entre os envolvidos. Fonte:
quais, torna-se possível constatar a consolidação e HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas
aplicação. do caminho. Porto Alegre, Mediação, 2001.
d) A relação existente entre ensino e aprendizagem Sobre a avaliação mediadora, assinale a alternativa
não é mecânica e não se limita a transmissão do CORRETA.
professor que ensina para um aluno que aprende, a) Uma avaliação em síntese que se projeta a vislum-
pois, esse procedimento deve estabelecer exigências bra o futuro, não tem por finalidade a evolução da
e expectativas. aprendizagem dos educandos.

55
b) A avaliação mediadora serve para subsidiar o profes- tes de aprendizagem e de novas dinâmicas sociais
sor e a escola no sentido da melhor compressão dos a partir do uso dessas novas ferramentas, onde o
limites e possibilidades dos alunos e de ações subse- desenvolvimento das novas tecnologias na sala de
quentes para favorecer o seu desenvolvimento. aula diminui o papel dos educadores.
c) Em uma avaliação mediadora, o confronto entre ob- c) A tecnologia é uma ferramenta pedagógica, assim
jetivos pretendidos e alcançados, interesses e valo- como o quadro-negro e o livro didático. Talvez mais
res dos alunos se destinam a explicar o seu grau de poderosa, mas ainda assim apenas uma ferramenta,
aprendizagem. que trará resultados se for usada por um professor
d) Na avaliação mediadora, o diálogo, entendido a preparado em proposta que faça sentido pedagógico.
partir dessa relação epistemológica, se processa d) As tecnologias de informação e comunicação podem
obrigatoriamente através de conversar enquanto prestar enorme contribuição para que os programas
comunicação verbal com o estudante. de educação ganhem maior eficácia e alcancem cada
e) Na avaliação mediadora, acompanhar pode ser de- vez maior número de comunidades e regiões.
finido como estar junto a e não como favorecer.
100. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) O pla-
97. (2022/Avança SP/Prefeitura de Laranjal Paulista - SP) nejamento educacional é um ato de intervenção técnica
Analise as afirmativas a seguir sobre as tecnologias da e política que se efetiva em três níveis distintos, sendo
informação e comunicação e a educação. um deles o planejamento no âmbito dos Sistemas e
I – A tecnologia é apenas um conjunto de ferramentas, Redes de Ensino tendo como princípio norteador desse
uma vez que não deve ser considerada no marco das planejamento, a:
práticas institucionais. a) Autonomia.
II – O impacto do uso da leitura e da escrita tem seu b) Legitimidade.
fundamento nas instituições que tornam necessário seu c) Reflexão.
uso e na sua extensão para o conjunto da população; d) Participação.
primeiro, com o surgimento de tecnologias como a im-
prensa e, depois, fundamentalmente, com a universa- 101. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) As teo-
lização da escola. rias curriculares nos auxiliam a compreender a realida-
III – Tanto o acesso quase ilimitado a textos por meio de curricular na medida em que analisam, interpretam
da internet quanto o uso da comunicação telemática
e criam novas acepções sobre o currículo. Relacione as
(correio eletrônico, fórum, chats ou SMS) possuem um
colunas a respeito dessas teorias:
elevado potencial para a transformação dos indivíduos
(1)Teorias curriculares tradicionais:
uma vez que promovem práticas cotidianas que me-
(2)Teorias curriculares críticas:
deiam de maneira decisiva sua socialização.
(3)Teorias curriculares pós - críticas:
IV – A tecnologia contribui para orientar o desenvolvi-
( ) Mantêm a ideia de currículo expressando uma in-
mento humano, pois opera na zona de desenvolvimento
proximal de cada indivíduo por meio da internalização tencionalidade, mas outras questões, além das eco-
das habilidades cognitivas requeridas pelo sistema de nômicas são apontadas enquanto influenciadoras
ferramentas correspondentes a cada momento histó- na seleção dos saberes, por exemplo, a cultura, a
rico. etnia, e o gênero.
Estão CORRETAS as afirmativas: ( ) Priorizam a organização/estrutura de um currículo
a) I, II, III e IV. e suas questões técnicas, a partir de uma neutrali-
b) I, II e IV. dade científica.
c) II, III e IV. ( ) Identificam que a construção curricular expressa
d) II e IV. uma intencionalidade política, social e ideológica,
e) I, II e III. com forte influência das questões econômicas ex-
pressando poder na seleção dos saberes.
98. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) Assinale alternativa que apresenta a sequência CORRE-
Complete a lacuna a seguir: O papel do educador é TA:
desenvolver uma prática pedagógica que considere o a) 2, 1, 3.
desafio para os estudantes como parte do processo de b) 3, 1, 2.
Conhecimentos Pedagógicos

__________________. c) 1, 3, 2.
a) ensino e de aprendizagem. d) 2, 3, 1.
b) conhecimento sistematizado.
c) constante desenvolvimento. 102. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) O estu-
d) desenvolvimento pessoal. do do desenvolvimento humano compreende conhecer
as características comuns nas diferentes faixas etárias
99. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) Assina- da vida humana. A compreensão destes aspectos para
le a alternativa INCORRETA a respeito da Educação e as a educação se torna importante na medida em que o
Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação. planejamento do ensino implica em conhecer quem é
a) Autonomia, criticidade e domínio das novas lingua- e como se desenvolve nosso aluno. Nesse sentido, a
gens tecnológicas são competências necessárias e Psicologia do Desenvolvimento utiliza-se de métodos
urgentes que devem ser exigidas dos educadores de observação e experimentação, dentre os quais dois
nessa árdua tarefa de aproximação e distanciamento métodos se destacam:
crítico das novas tecnologias para a utilização cons- a) os cognitivos e os comportamentais.
ciente no ensino de todos os níveis. b) longitudinal e o transversal.
b) O simples acesso à tecnologia é o aspecto mais im- c) o alfa e o beta.
portante, em relação a criação de novos ambien- d) a mantenedores e a conservadores.

56
103. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) Um ção podem definir ações voltadas ao aprimoramento da
problema relacionado a formação docente é a falta de qualidade da educação no país e a redução das desigual-
interesse do professor na sua formação, reflexo, entre dades existentes, promovendo, por exemplo, a correção
outras coisas, da vivência formativa que tiveram no pas- de distorções e debilidades identificadas e direcionando
sado, pois passaram muitos anos no campo em que se seus recursos técnicos e financeiros para áreas identi-
formaram profissionalmente. Muitas vezes o educador ficadas como prioritárias. As médias de desempenho
despreza a necessidade de formação didática, acha que nessas avaliações também subsidiam o cálculo do Índice
não precisa de formação porque já sabe o que é ser de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), ao lado
professor e reproduz o que aprendeu quando era aluno das taxas de aprovação nessas esferas. Além disso, os
é conhecido como: dados também estão disponíveis para toda a sociedade
a) Experiência Pedagógica formativa. que, a partir dos resultados, pode acompanhar as políti-
b) Ciclo de Formação perpétuo. cas implementadas pelas diferentes esferas de governo.
c) Imprinting escolar. No caso da Prova Brasil, ainda pode ser observado o
d) Educação Retroativa. desempenho específico de cada rede de ensino e do
sistema como um todo das escolas públicas urbanas e
104. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista – SP) De rurais do país. Nos anos em que a Prova Brasil é aplica-
acordo com Celso Vasconcellos existem seis exigências da, as secretarias estaduais e municipais de educação
subjetivas para o aluno aprender no processo de ensino e as escolas públicas da educação básica, que possuem
aprendizagem, destas o professor tem acesso imediato
turmas de quinto e nono ano do Ensino Fundamental,
a quatro. Com o tempo, se houver aprendizagem, as
recebem cadernos com Matrizes de Referência, Temas,
outras duas também serão influenciadas. Assinale a
Tópicos e Descritores. (fonte: http://portal.mec.gov.br/
alternativa que contém uma exigência subjetiva que o
professor prova-brasil/apresentacao), Acesso em agosto de 2021.
NÃO possui acesso direto. No total, a matriz de referência de Língua Portuguesa
a) Querer. SAEB - Prova Brasil do 5º ano é composta de cinco tó-
b) Conhecimento prévio. picos: 1. Procedimentos de Leitura; 2. Implicações do
c) Agir. Suporte, do Gênero e/ou do Enunciador na Compreen-
d) Expressar-se. são do Texto; 3. Relação entre Textos, 4. Coerência e
Coesão no Processamento do Texto; 5. Relações entre
105. (2021/OMNI/Prefeitura de Lençóis Paulista - SP) Segun- Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido.
do Martha Gabriel uma das principais mudanças de
paradigmas educacionais causadas pelas tecnologias de 107. (2021/Prefeitura de Londrina - PR/Prefeitura de Lon-
comunicação e informação é que o modelo de apren- drina - PR) O Sistema de Avaliação da Educação Básica
dizagem predominantemente focado no professor (Saeb) tem como objetivo diagnosticar a educação bá-
(one-tomany) passa a ser distribuído (many-to-many ) sica do País e contribuir para a melhoria de sua quali-
e personalizado (one-to-one). Essa transformação ala- dade, oferecendo subsídios concretos para a formula-
vanca a colaboração entre os pares, o que favorece o de- ção, a reformulação e o monitoramento das políticas
senvolvimento da criatividade, inovação e pensamento públicas voltadas para a educação básica. (Fonte: INEP,
focado na solução de problemas. Assim, as principais 2019, p. 4. Disponível em: https://download.inep.gov.
mudanças de paradigmas na educação em função das br/publicacoes/institucionais/av aliacoes_e_exames_
transformações tecnossociais das últimas décadas são da_educacao_basica/cartilha_saeb_2019.pdf. Acesso
as seguintes, EXCETO o contido em: em agosto de 2021)
a) Educação contínua: não existe mais uma idade para Sobre avaliação em larga escala, leia o texto para julgar
começar ou parar de estudar, pois o ambiente em o item.
transformação constante e acelerada requer apren- Os itens da prova são elaborados com base em uma
dizado contínuo.
matriz de referência, que reúnem os conteúdos (tópicos
b) Educação fragmentada: em função da proliferação
ou temas) e as descrições das habilidades (descritores)
de plataformas de informação e comunicação, as
a serem avaliados em cada área do conhecimento e
pessoas estão expostas constantemente a conteú-
dos provenientes de inúmeras e distintas fontes e etapa do ensino fundamental – 5º e 9º ano.
dispositivos interconectados.
Conhecimentos Pedagógicos

c) Educação personalizada: ao mesmo tempo que a co- 108. (2021/Prefeitura de Londrina - PR/Prefeitura de Lon-
nexão digital alavanca o social learning , ela também drina - PR) O Sistema de Avaliação da Educação Básica
permite o modelo de relacionamento one-to-one (Saeb) tem como objetivo diagnosticar a educação bá-
(um a um), ou seja, individualizado e personalizado. sica do País e contribuir para a melhoria de sua quali-
d) Professor interface: se no modelo educacional tra- dade, oferecendo subsídios concretos para a formula-
dicional a principal função do professor é de prove- ção, a reformulação e o monitoramento das políticas
dor de conteúdo, no cenário tecnológico atual, em públicas voltadas para a educação básica. (Fonte: INEP,
que o conteúdo e as informações são amplamente 2019, p. 4. Disponível em: https://download.inep.gov.
disponíveis a todos e não precisam mais ficar arma- br/publicacoes/institucionais/av aliacoes_e_exames_
zenados em nossos cérebros, o papel do professor da_educacao_basica/cartilha_saeb_2019.pdf. Acesso
muda drasticamente, deixa de ser importantíssimo em agosto de 2021)
e passa a ser subjetivo. Sobre avaliação em larga escala, leia o texto para julgar
o item.
106. (2021/Prefeitura de Londrina - PR/Prefeitura de Londri- A Prova Brasil é aplicada todos os anos e avalia o desem-
na - PR) Leia o texto, a seguir, para responder à questão penho dos estudantes em Língua Portuguesa, com foco
A partir das informações do SAEB e da Prova Brasil, o em leitura, e em Matemática, com ênfase na resolução
MEC e as secretarias estaduais e municipais de educa- de problemas.

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109. (2021/Prefeitura de Londrina - PR/Prefeitura de Londri- O trecho apresentado faz menção a um problema mui-
na - PR) Considere a situação hipotética, utilizando um to estudado pela teórica Maria Helena Souza Patto e
programa do pacote Microsoft Office, julgue o item: seus orientandos, o fracasso escolar e a culpabilização
A professora Maria elaborou uma apresentação uti- da família. A respeito dessas discussões, considere as
lizando o Microsoft PowerPoint para sua turma. Sua afirmativas a seguir.
apresentação contém imagens, animações e áudios. No I. As crianças oriundas das classes mais pobres da socie-
entanto a professora não pôde inserir arquivos de vídeo, dade são as que mais apresentam problemas de apren-
pois este tipo de arquivo não é suportado, mesmo que o dizagem, devido as condições culturais precárias que o
computador utilizado tenha instalado o Windows Media meio social em que estão inseridas oferecem a elas.
Player. II. Patto, em sua obra “A produção do fracasso escolar:
histórias de submissão e rebeldia”, faz uma denúncia de
110. (2021/Prefeitura de Londrina - PR/Prefeitura de Lon- como as diversas teorias, especialmente a da Privação
drina - PR) Leia o texto para julgar o item: Cultural, culpabilizam a criança pobre e sua família pelo
A pandemia provocada pelo novo coronavírus (CO- problema do não aprender.
VID-19), gerou uma crise que afetou diversos setores da III. O Fracasso Escolar é fruto dos problemas neuroló-
sociedade, entre eles o setor da Educação. Com a neces- gicos que a criança possa vir apresentar.
sidade do isolamento social provocado pela pandemia, Assinale a alternativa correta.
escolas foram fechadas, ocasionando a suspensão das a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
aulas presenciais em instituições de ensino do mundo b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
todo. Muitas instituições de ensino recorreram ao uso c) Apenas a afirmativa II está correta
das tecnologias digitais de informação e comunicação d) Apenas a afirmativa I está correta
para minimizar o impacto da suspensão das aulas pre-
senciais. Em Londrina, não foi diferente, sendo inicia- 113. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante –
do o processo de implantação e utilização do Google RN) Segundo a teoria piagetiana o desenvolvimento
Classroom ou Google Sala de Aula acompanhado de humano é fruto de múltiplos fatores que agindo em
conjunto possibilitam ao sujeito avançar em sua inteli-
outras ferramentas como Google Drive, YouTube, Goo-
gência. Um dos fatores destacados por Piaget, em seu
gle Meet, WhatsApp, entre outras tecnologias digitais.
livro “A psicologia da criança”, é a maturação, que é
Após criar uma atividade no Google Classroom, o pro-
explicado pelo autor como:
fessor pode postar a atividade imediatamente, progra-
a) o principal fator de desenvolvimento, visto que é
mar para uma data posterior ou salvar como rascunho.
preciso o amadurecimento do sistema endócrino
para que todos os outros fatores funcionem
111. (2021/Prefeitura de Londrina - PR/Prefeitura de Lon- b) condição necessária para o aparecimento de certas
drina - PR) Leia o texto para julgar o item: condutas, mas não suficiente para dar conta de toda
A pandemia provocada pelo novo coronavírus (CO- organização mental
VID-19), gerou uma crise que afetou diversos setores da c) o fator que faz com que todos os sujeitos passem
sociedade, entre eles o setor da Educação. Com a neces- pelos estágios do desenvolvimento na mesma idade
sidade do isolamento social provocado pela pandemia, d) o mecanismo interno que possibilita a equilibração
escolas foram fechadas, ocasionando a suspensão das
aulas presenciais em instituições de ensino do mundo 114. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante -
todo. Muitas instituições de ensino recorreram ao uso RN) Se a escola é o lugar da construção da autonomia e
das tecnologias digitais de informação e comunicação da cidadania, a avaliação dos processos, sejam eles das
para minimizar o impacto da suspensão das aulas pre- aprendizagens, da dinâmica escolar ou da própria ins-
senciais. Em Londrina, não foi diferente, sendo inicia- tituição, não deve ficar sob a responsabilidade apenas
do o processo de implantação e utilização do Google de um ou de outro profissional, é uma responsabilidade
Classroom ou Google Sala de Aula acompanhado de tanto da coletividade, como de cada um, em particular.
outras ferramentas como Google Drive, YouTube, Goo- Sendo assim, analise as afirmativas abaixo e assinale a
gle Meet, WhatsApp, entre outras tecnologias digitais. alternativa correta.
Após criar uma turma no Google Classroom, o professor I. O professor não deve se eximir de sua responsabi-
poderá convidar seus alunos somente por meio de e- lidade do ato de avaliar as aprendizagens de seus es-
-mail para fazer parte da turma. tudantes, assim como os demais profissionais devem
Conhecimentos Pedagógicos

também, em conjunto com os professores e os estudan-


112. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - tes, participar das avaliações a serem realizadas acerca
RN) Leia o trecho apresentado a seguir. dos demais processos no interior da escola.
“[...] professoras e diretoras tendem a atribuir o bai- II. A avaliação é algo inerente aos processos cotidianos
xo rendimento da escola à incapacidade dos alunos e e de aprendizagem, na qual todos os sujeitos desses
ao desinteresse e desorganização de suas famílias. A processos estão envolvidos, a avaliação na escola não
principal forma de relação da escola com as famílias é pode ser compreendida como algo à parte, isolado, já
a convocação dos pais — geralmente a mãe —para que que tem subjacente uma concepção de educação e uma
ouçam queixas de seus filhos ou sejam informados de estratégia pedagógica.
algum problema mental destes ‘detectado’ pelas profes- III. Há diferentes instâncias de avaliação e em cada uma
soras. Fiéis aos ensinamentos da Psicologia Educacional, deve-se envolver apenas os profissionais que terão a
as educadoras costumam encaminhar todas as crianças incumbência de produzir as informações e realizar as
que não respondem às suas exigências a serviços mé- respectivas análises.
dicos e psicológicos para diagnóstico.” (PATTO, M. H. a) Apenas a afirmativa I e II estão corretas
S. A família pobre e a escola pública: anotações sobre b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
um desencontro. Psicol. USP, São Paulo, v. 3, n. 1-2, p. c) Apenas a afirmativa II está correta
107-121, 1992). d) As afirmativas I, II e III estão corretas

58
115. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - Assinale a alternativa que preencha correta e respecti-
RN) Atualmente espera-se que este profissional tenha vamente as lacunas.
a capacidade e habilidade de coordenar todas as ações a) exposição de ideias / ações refletidas
educativas oriundas na mesma instituição de ensino. O b) interação social / pensamento generalizante
profissional coordenador pedagógico, em alguns luga- c) comunicação verbal / interatividade
res supervisor, constantemente se depara com diversos d) pensamento refletido / interação
e distintos desafios no cotidiano escolar (VASCONCE-
LOS, 2002; MELO, 2005). 118. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante -
Nesse contexto, analise as afirmativas abaixo. RN) Há alguns estágios percorridos no desenvolvimento
I. É sabido que o papel do supervisor vai além da sua infantil que antecedem o alcance da chamada auto-
função, este realiza serviços de ouvidoria dos alunos, nomia. Para Piaget, “autonomia significa ser capaz de
professores e pais, serviços administrativos e/ou exe- se situar consciente e competentemente na rede dos
cutivos. diversos pontos de vista e conflitos presentes numa
II. A relação entre o supervisor e o professor acaba sen- sociedade” (LA TAILLE, 1992, p.17).
do debilitada, fazendo com que o tempo para ambos Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo e dê valores
repensar e analisar as práticas pedagógicas acabe sendo Verdadeiro (V) ou Falso (F).
insuficiente para alcançar a qualidade de aprendizagem ( ) Há uma marcha para o equilíbrio, com bases biológi-
desejada. cas, que começa no período sensório-motor, com a
III. As limitações de aproximação entre o supervisor e construção de esquemas de ação, e chega às ações
o corpo docente são recebidas de modo tranquilo por interiorizadas, isto é, efetuadas mentalmente.
ambas as partes, sendo raras as tensões, frustrações e ( ) A peculiaridade da teoria piagetiana é pensar a inte-
desconfianças, portanto a relação não é prejudicada ração pela perspectiva da ética (igualdade, respeito
pela ausência de comunicação entre ambos. mútuo, liberdade, direitos humanos).
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas ( ) Para Piaget, ser coercitivo ou cooperativo não de-
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas pende de uma atitude moral, visto que a demo-
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas cracia não é condição para o desenvolvimento da
d) Apenas a afirmativa I está correta personalidade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
116. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - de cima para baixo.
RN) Com o decorrer do tempo, percebe-se que a fun- a) V, V, F
ção do supervisor escolar sofreu diversas mudanças b) F, F, V
significativas, passando por distintos perfis, tais como c) V, V, V
o de fiscalizador, controlador espontâneo, inspetor e d) F, V, F
atualmente, tem-se outra visão da ação do supervisor.
A esse respeito, analise as afirmativas e dê valores Ver- 119. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante -
dadeiro (V) ou Falso (F). RN) Oriundas em meio a movimentos sociais, em dife-
( ) Tem-se a visão do supervisor como parceiro e rentes contextos históricos, as tendências pedagógicas
companheiro do trabalho pedagógico, sendo uma influenciaram as práticas pedagógicas e buscaram aten-
função primordial é de orientar para a ação educa- der às expectativas da sociedade, ora das classes do-
tiva abrangente, dentro dos princípios legais e de minantes ora de trabalhadores. Luckesi (1990) comple-
formação integral. menta que as diversas teorias filosóficas pretenderam
( ) Exerce liderança de sentido democrático, sob as for- dar conta da compreensão e da orientação da prática
mas de promoção do aperfeiçoamento profissional educacional em diversos momentos e circunstâncias da
da escola e de suas atividades, buscando relações de história humana. Sobre a tendência liberal tradicional,
cooperação de seu pessoal e estimulando o desen- analise e relacione: coluna da esquerda A, B e C com
volvimento dos professores em exercício, colocando as afirmativas expostas à direita.
sempre a escola mais próxima da comunidade.
( ) Avalia os resultados dos esforços de cada professor,
em termos do desenvolvimento dos alunos, segun-
Conhecimentos Pedagógicos

do os objetivos estabelecidos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
de cima para baixo.
a) V, V, F a) A-II, B-I, C-III
b) F, F, V b) A-V, B-III, C-IV
c) V, V, V c) A-III, B-II, C-V
d) F, V, F d) A-I, B-IV, C-II

117. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante - 120. (2021/IBFC/Prefeitura de São Gonçalo do Amarante -
RN) Para Vygotsky a cultura é responsável por fornecer RN) A avaliação da aprendizagem adquire especial rele-
ao indivíduo o universo de significados (representações) vância, uma vez que não pode constituir-se unicamente
da realidade. As funções mentais superiores baseiam-se em forma de verificação do que o aluno aprendeu. Ela
na operação com sistemas simbólicos e são construídas deve servir também como parâmetro de avaliação do
de fora para dentro num processo de internalização. trabalho do próprio professor. Sendo assim, estabelecer
Quanto à linguagem é o sistema simbólico fundamental critérios mais, ou menos, rigorosos de avaliação não é
na mediação entre sujeito e objeto do conhecimento e tarefa difícil. Neste sentido, analise as afirmativas abaixo
tem duas funções básicas: _____ e _____. e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

59
( ) Difícil é saber trabalhar com os resultados obtidos, b) V – F – F – F.
de modo a construir instrumentos de análise que c) F – V – F – F.
permitam intervir no processo de ensino e aprendi- d) F – F – V – V.
zagem no momento mesmo em que ele está ocor- e) V – V – V – V.
rendo.
( ) A avaliação da aprendizagem pode ocorrer somente 123. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Sobre as
após ter-se concluído um período letivo (bimestre, teorias do desenvolvimento humano relativas aos
semestre etc.); sendo um produto comprometese, processos de construção do conhecimento, analise as
em parte, com a qualidade do ensino. assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
( ) A avaliação da aprendizagem deve constituir-se em I. Piaget (1967) e Vygotsky (1984) convergem ao en-
instrumento por meio do qual o professor possa fatizar a necessidade da ação para o desenvolvimento
ter condições de saber se houve, e em que medida intelectual, pois, para os dois autores, o desenvolvi-
houve, a apropriação do conhecimento de forma mento da inteligência abstrata está profundamente
significativa por parte do aluno. relacionado ao da inteligência prática.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta II. Vygotsky (1984) postula que o desenvolvimento não
de cima para baixo. se constitui em um processo estritamente evolutivo,
a) V, V, F mas, antes, é marcado por rupturas, saltos qualitativos
b) F, F, V e mudanças decisivas – caracterizando-se, de forma dia-
c) V, F, V lética, por períodos estáveis, mas também críticos.
d) F, V, F III. Para Piaget (1967), a natureza de todo conhecimento
consiste na interação entre sujeito e objeto.
121. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) A concepção Mais do que isso, o conhecimento repousa, necessa-
de avaliação como processo formativo está ancorada riamente, em agir sobre o real e transformá-lo, dentro
no pressuposto de que ela deve se dar de modo paula- de um sistema de mediações e interações; constrói-se,
tino e por meio do acompanhamento sistemático dos portanto, no sujeito pelo sujeito.
alunos em suas aprendizagens. Uma vez que ela não a) Todas estão incorretas.
se restringe a resultados isolados, ela exige do docente b) Todas estão corretas.
planejamento constante e comprometido com a pro- c) Apenas I está correta.
posição de formas múltiplas e diversas de expressão de d) Apenas I e III estão corretas.
saberes por parte daquele que aprende. Nessa concep- e) Apenas II e III estão corretas.
ção, defende-se a avaliação como uma prática:
a) Individual, moral e articulada às realidades de cada 124. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) A avaliação
aluno. diagnóstica é constituída por uma sondagem, projeção
b) Processual, contínua e articulada às propostas cur- e retrospecção da situação de desenvolvimento do alu-
riculares. no, dando-lhe elementos para verificar o que aprendeu
c) Individual, descontínua e apoiada em testes e exa- e como aprendeu. Com base nessa informação, analise
mes aplicáveis ao final de cada unidade de estudo. as assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F,
d) Processual, classificatória e articulada às propostas se falsas, quanto aos objetivos desta etapa do processo
curriculares. educacional.
e) Coletiva, pontual e apoiada em testes e exames apli- ( ) Classificar os alunos ao final da unidade, semestre
cáveis ao final de cada unidade de estudo. ou ano letivo, segundo níveis de aproveitamento
apresentados.
122. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) As teorias de ( ) Verificar em que medida os conhecimentos ante-
currículo indicam que ele corresponde a um conceito riores ocorreram e o que se faz necessário planejar
dinâmico. Em uma dimensão processual, trata-se de para selecionar dificuldades encontradas.
entender ele se realiza de múltiplas formas, em níveis ( ) Localizar, apontar, discriminar deficiências, insufi-
ou planos distintos – simultaneamente ou não, de ma- ciências, no desenvolvimento do ensino-aprendi-
neira coerente ou não. Em relação aos níveis ou planos zagem, para eliminá-las.
de realização do currículo no espaço escolar, analise as A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, cima para baixo, é:
Conhecimentos Pedagógicos

se falsas. a) F – V – V.
( ) Como projeto de educação, em textos oficiais de b) V – F – V.
secretarias municipais e estaduais de educação e c) F – V – F.
do Ministério da Educação, por exemplo. São os d) V – V – V.
chamados “currículos oficiais”. e) F – F – F.
( ) No currículo que se expressa nos resultados educa-
cionais comprovados e comprováveis. 125. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Fava argu-
( ) Na interpretação dos textos e documentos curricu- menta que a “jogabilidade”, o contexto dos jogos digi-
lares pelos professores, bem como no modo como tais, deveria ser referencial para os modos de aprendi-
essa tradução se efetiva diretamente no espaço zagem, a fim de despertar um interesse mais relevante
escolar, na prática pedagógica cotidiana. dos estudantes pela escola. Nesse sentido, analise as
( ) No currículo que se manifesta nos efeitos reais da assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se
educação escolar, tal como sentidos e vividos pelos falsas, quanto ao que o autor também defende que a
estudantes, em sua produção subjetiva. escola atual deve fazer.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de ( ) Mudar o foco do ensino para a aprendizagem e de-
cima para baixo, é: senvolvimento do estudante.
a) V – F – V – F. ( ) Valorizar o conhecimento aplicado.

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( ) Preparar o estudante para uma profissão. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
( ) Romper com o ensino fragmentado e compartimen- cima para baixo, é:
talizado. a) F – V – F.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de b) V – F – V.
cima para baixo, é: c) V – V – V.
a) F – V – F – V. d) F – F – F.
b) V – F – V – F. e) V – F – F.
c) V – V – F – F.
d) V – V – V – V. 129. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Para Veiga, o
e) F – F – F – V. currículo é um importante elemento constitutivo da or-
ganização escolar. Currículo implica, necessariamente,
126. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti – RS) “No princípio a interação entre sujeitos que têm um mesmo objetivo
era o caos. Um dia o professor descobriu que podia e a opção por um referencial teórico que o sustente.
mandar o aluno para fora da sala, que a instituição Com base nessa informação, analise as assertivas a se-
cuidava de ameaçá-lo com a expulsão. Mais tarde um guir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas, quanto
pouco descobriu que tinha em mãos uma arma muito a alguns pontos básicos que devemos considerar na
mais poderosa: a nota. Começou a usá-la então para organização curricular.
conseguir a ordem no caos. O caos se fez cosmos, o mal- ( ) O currículo não pode ser separado do contexto so-
dito cosmos da nota”. Vasconcellos descreve algumas cial, uma vez que ele é historicamente situado e
“lógicas” absurdas a respeito da avaliação, presentes culturalmente determinado.
no sistema escolar. Nesse sentido, analise as afirmações ( ) A escola deve buscar novas formas de organização
abaixo: curricular, em que o conhecimento escolar (conteú-
1. Montar todo um clima de tensão em torno das pro- do) estabeleça uma relação aberta e interrelacione-
vas. -se em torno de uma ideia integradora.
2. Desejar boa sorte, já que as questões são arbitrárias ( ) O currículo não é um instrumento neutro. O currí-
e irrelevantes. culo expressa uma cultura.
3. Falar que o importante é o aprendizado e não a nota, A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
cima para baixo, é:
mas ao mesmo tempo criar todo um aparato em torno
a) F – V – F.
das notas.
b) V – V – V.
4. Valorizar muito a nota.
c) V – V – F.
5. Ter receio de mudar o sistema de avaliação.
d) V – F – V.
O resultado da somatória dos números correspondentes
e) F – F – F.
às afirmações corretas é:
a) 06. 130. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) De acordo
b) 10. com Bergmann, a sala de aula invertida é a meta-es-
c) 11. tratégia que apoia todos os outros métodos de apren-
d) 13. dizagem ativa. Com base nessa informação, analise as
e) 15. assertivas abaixo:
I. A inversão intensifica a interação aluno-professor.
127. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Vasconcellos II. A inversão possibilita que os professores conheçam
apresenta um conjunto de linhas de ação, alertando melhor seus alunos.
que se deve considerar o conjunto delas, articuladas III. A inversão aumenta a interação aluno-aluno.
aos princípios gerais da concepção dialética-libertadora Quais estão corretas?
da avaliação. Nesse sentido, assinale a alternativa que a) Apenas I.
NÃO corresponde a esse conjunto de linhas de ação. b) Apenas II.
a) Alteração da Metodologia de Trabalho em Sala de c) Apenas III.
Aula. d) Apenas I e III.
b) Redimensionamento do Conteúdo da Avaliação. e) I, II e III.
c) Alteração da Postura Diante dos Resultados da Ava-
Conhecimentos Pedagógicos

liação. 131. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Para chegar


d) Aumento na Ênfase na Avaliação Classificatória. ao problema de aprendizagem, ao significado do sin-
e) Trabalho na Conscientização da Comunidade Educa- toma, o que é imprescindível?
tiva. a) Oferecer atividades semelhantes a que o aluno re-
aliza na escola.
128. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Em relação b) Recorrer à história pessoal do sujeito.
à avaliação escolar, analise as assertivas a seguir e as- c) Conhecer os colegas mais próximos.
sinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas, de acordo com d) Recorrer ao conhecimento da parentalidade.
Hoffmann. e) Estudar previamente o que o aluno está estudando
( ) Uma avaliação significativa destaca o progresso e em sala de aula.
realizações dos alunos ao invés de seus fracassos,
evidenciando mais o processo que o resultado. 132. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) O fracasso
( ) A avaliação se destina à inclusão e ao diálogo, em na aprendizagem pode ser do que aprende ou fracasso
busca de uma aprendizagem satisfatória. do que ensina. O problema de aprendizagem pode ser
( ) A avaliação não deve ser vista como um fim em si reativo e também de sintoma e inibição. Analisando
mesmo, mas um meio de diagnóstico que conduz esses fatos, as seguintes assertivas e assinale V, se ver-
à retomada das ações pedagógicas. dadeiras, ou F, se falsas.

61
( ) Para resolver planos de aprendizagem reativos, Estudos apontam que as pessoas aprendem mais
necessitamos recorrer principalmente a planos de quando estão ensinando, praticando ou discutindo os
prevenção nas escolas. O professor ensina com pra- fundamentos das chamadas metodologias ativas. Jo-
zer, para que, por isso, seu aluno possa aprender mil Costa Abreu Sales. Professor de biologia do ensino
com prazer. médio (com adaptações).
( ) Para resolver o fracasso escolar, quando provém de A partir do texto acima, julgue o item.
causas ligadas à estrutura individual e familiar da A tecnologia criou poucas possibilidades para aulas mais
criança, vai ser requerida uma intervenção psico- dinâmicas. Ensinar os estudantes a pesquisar em seus
pedagógica. celulares, a usar as ferramentas tecnológicas e a parti-
( ) Em relação ao problema de aprendizagem que cons- cipar de debates de forma digital não tem contribuído
titui um “sintoma” ou uma “inibição”, para enten- para a obtenção de uma aprendizagem significativa.
der seu significado, devemos descobrir a funcio-
nalidade do sintoma dentro da estrutura familiar 136. (2021/Quadrix/SEDF) A partir do texto acima, julgue o
e aproximar-nos da história individual do sujeito e item.
da observação de tais níveis operando. A diversificação de práticas escolares e metodologias de
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de ensino é algo que enriquece muito o ensino, aumenta
cima para baixo, é:
a aprendizagem e abre horizontes novos, tanto para
a) F – F – F.
alunos quanto para professores.
b) F – V – V.
c) V – V – V.
137. (2021/Quadrix/SEDF) A partir do texto acima, julgue o
d) V – V – F.
e) V – F – F. item.
A didática é um ramo da ciência pedagógica voltado
133. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) Na interven- para a formação do aluno, em função de finalidades
ção psicopedagógica, quando o “não sei” aparece como educativas, e que tem como objeto de estudo os pro-
principal resposta, precisamos nos perguntar o que é cessos de ensino e aprendizagem e as relações que se
que não está sendo permitido saber. Como devemos estabelecem entre o ato de ensinar (professor) e o ato
proceder em relação ao fracasso escolar ou o problema de aprender (aluno).
de aprendizagem?
a) É preciso que se faça uma proibição para que não
se use o termo “não sei”.
b) É preciso que, na intervenção psicopedagógica, não
se trabalhe o que o aluno tem dificuldade.
c) O problema de aprendizagem deve ser encarado
como um fator relevante, dentro do fracasso escolar.
d) Deve ser um estudo minucioso das principais disci-
plinas que não se consegue trabalhar.
e) Deve ser sempre um enigma a ser decifrado que não
deve ser calado, mas escutado.

134. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Ivoti - RS) De acordo Considerando a abundância de informações e conteúdos


com Janine Mery (1985), o trabalho do psicopedagogo disponibilizados em diferentes formatos, ainda precisamos
tem algumas especificidades, como, por exemplo, tratar de professores? Internet: <https://ieducacao.ceie-br.org>
o “distúrbio de aprendizagem, que é encarado como (com adaptações).
uma manifestação de uma perturbação que envolve a
totalidade da personalidade”, então, qual é o objetivo 138. (2021/Quadrix/SEDF) Com base no texto acima, julgue
do psicopedagogo? o item.
a) Levar o sujeito a reintegrar-se à vida escolar, normal, A formação continuada dos profissionais da educação
respeitando as suas possibilidades e interesses. (da escola) fica a critério somente do educador, sendo
b) Acompanhar o aluno, sem conhecer a sua família. este obrigado a apresentar à sua instituição de ensino
Conhecimentos Pedagógicos

c) Analisar o comportamento da família do aluno. documentos que comprovem seus estudos.


d) Acompanhar o aluno, somente no primeiro ano es-
colar. 139. (2021/Quadrix/SEDF) Com base no texto acima, julgue
e) Trazer à tona as incapacidades do sujeito, para que, o item.
com isso, ele reflita e melhore. Na busca de sanar as dificuldades dos estudantes, o
professor deve fazer uma avaliação padronizada para
135. (2021/Quadrix/SEDF) Metodologias ativas de ensino e eles, pois, assim, ele terá um bom parâmetro em relação
interdisciplinaridade: eficientes também em tempos de aos investimentos que deverá fazer.
aulas remotas
140. (2021/Quadrix/SEDF) Com base no texto acima, julgue
o item.
A formação do educador deve buscar formas de aplicar
a teoria adquirida na universidade na prática em sala de
aula. Para isso, o professor precisa salientar as teorias
pedagógicas necessárias e socializá-las em sala de aula,
importando-se em contextualizá-las com a realidade
dos discentes.

62
141. (2021/Quadrix/SEDF) Com base no texto acima, julgue 148. (2021/Quadrix/SEDF) No que se refere ao currículo,
o item. julgue o item.
Toda aprendizagem está impregnada de atividade, já As teorias curriculares tradicionais, também chamadas
que ocorre a partir das construções sociais, em um de teorias libertadoras, foram promovidas na primeira
processo vinculado. Pensando, especificamente, na metade do século XX, tempo em que se associava as
aprendizagem escolar, a trama que se tece entre alu- disciplinas curriculares a uma questão puramente me-
nos, professores, conteúdo escolar, livros, escrita etc. cânica.
não acontece puramente no campo cognitivo.
Pensadores da educação
142. (2021/Quadrix/SEDF) Com base no texto acima, julgue A educação envolve muito mais que a aula concedida nas
o item. escolas de todo o mundo. Sustentando todo o trabalho edu-
Uma das bases psicológicas da aprendizagem é o inte- cacional que é realizado por um professor em sala de aula,
racionismo, que está ligado à ideia de interação entre existem inúmeros pensadores que passaram anos refletindo
fatores biológicos e sociais. Dois pensadores que de- sobre a arte e o ofício de educar.
fendem essa ideia são Piaget e Vygotsky. Os pensamentos e as reflexões sobre a educação acontecem
no mundo desde a Grécia Antiga, e desde esse tempo surgi-
143. (2021/Quadrix/SEDF) Com base no texto acima, julgue
ram diversas correntes de pensamentos que influenciaram a
o item.
forma de educar. Internet:<https://cultura.culturamix.com>.
A relação do professor com seus alunos é de fundamen-
tal importância para a educação, pois, a partir da forma
de agir do mestre, o aprendiz se sentirá mais receptivo 149. (2021/Quadrix/SEDF) Acerca dos grandes pensadores
à matéria. que contribuíram para que a educação fosse, de fato,
valorizada e reconhecida na sociedade brasileira, julgue
Currículo o item.
O currículo, mais do que uma simples enumeração de conte- Vygotsky, ao contrário de Piaget, baseou-se em uma
údos e diretrizes a serem trabalhados em sala de aula pelos abordagem positivista para explicar o desenvolvimento
professores ao longo das diferentes fases da vida escolar dos infantil, mostrando que há diferença entre o pensamen-
estudantes, é uma construção histórica e também cultural to infantil e o pensamento adulto. O pensamento adul-
que sofre, ao longo do tempo, transformação em suas defi- to, segundo ele, era mais qualitativo que quantitativo.
nições. Por esse motivo, para o professor, é preciso não só
conhecer os temas concernentes ao currículo de suas áreas 150. (2021/Quadrix/SEDF) Acerca dos grandes pensadores
de atuação, como também o sentido expresso por sua orien- que contribuíram para que a educação fosse, de fato,
tação curricular. Internet:<https: educador.brasilescola.uol. valorizada e reconhecida na sociedade brasileira, julgue
com.br> . o item.
Piaget desenvolveu o método clínico de investigação das
144. (2021/Quadrix/SEDF) No que se refere ao currículo, ideias infantis e, ao invés de enumerar as deficiências
julgue o item. do raciocínio infantil em relação ao dos adultos, ele se
As teorias pós-críticas do currículo, ao longo do tem- concentrou nas características distintivas das crianças,
po, passaram a considerar a ideia de que não existe naquilo que elas têm, e não naquilo que lhes falta.
um conhecimento único e verdadeiro, sendo este uma
questão de perspectiva histórica, ou seja, que se trans- Comênio: o pai da didática
forma nos diferentes tempos e lugares. Quando se fala de uma escola em que as crianças são res-
peitadas como seres humanos dotados de inteligência, apti-
145. (2021/Quadrix/SEDF) No que se refere ao currículo,
dões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções
julgue o item.
modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de
As teorias críticas do currículo, tendência que veio logo
após as teorias tradicionais, traziam a função do cur- todas as pessoas – absolutamente todas – à educação é um
rículo. Conforme essas teorias, mais que um conjunto princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. De fato,
coordenado e ordenado de matérias, o currículo tam- essas ideias se consagraram apenas no século
bém continha uma estrutura que permitia uma pers- XX, e, assim mesmo, não em todos os lugares do mundo. Mas
pectiva libertadora e conceitualmente crítica em favor elas já eram defendidas em pleno século XVII por Comênio
Conhecimentos Pedagógicos

das massas populares. (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado como o


primeiro grande nome da moderna história da educação.
146. (2021/Quadrix/SEDF) No que se refere ao currículo, Internet:<https://novaescola.org.br> (com adaptações).
julgue o item.
A pedagogia libertária tem como objetivo preparar o ci- 151. (2021/Quadrix/SEDF) Em relação à didática na formação
dadão para fornecer uma mão de obra qualificada. Nela, do professor, julgue o item.
organiza-se um processo detalhado por especialistas, Segundo Freire, ensinar exige respeito aos saberes dos
técnicos, que controlam e administram o processo de educandos, ou seja, cabe ao professor respeitar os sabe-
ensino, ou seja, o aluno aprenderá se percorrer o passo res/conhecimentos prévios de seus estudantes, princi-
a passo desse processo. palmente se o educando for de classes populares, pois
eles carregam consigo saberes socialmente construídos
147. (2021/Quadrix/SEDF) No que se refere ao currículo, nas práticas comunitárias.
julgue o item.
No século XX, o currículo era visto como uma instrução 152. (2021/Quadrix/SEDF) Em relação à didática na formação
mecânica em que se elaborava a listagem de assuntos do professor, julgue o item.
impostos que deveriam ser ensinados pelo professor De acordo com Libâneo, a formação docente é um pro-
e memorizados (repetidos) pelos estudantes. cesso filosófico, ou seja, um processo que tem como

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objetivo a promoção da aprendizagem, que deve acon- 157. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA)
tecer de forma a levar o professor a agir de maneira No ambiente escolar, a educação continuada dos pro-
competente no processo de ensino. fessores é uma importante ferramenta para o aperfei-
çoamento do ensino, sendo, nos tempos atuais, uma
153. (2021/Quadrix/SEDF) Em relação à didática na formação grande necessidade para mais bem desenvolver o cor-
do professor, julgue o item. po docente. Ela atua como uma forma de valorizar o
A didática é uma disciplina essencial na formação pro- profissional na instituição, mostrando a importância
fissional do docente. Segundo Freire, é fundamental dele por meio de investimentos no desenvolvimento
que o professor realize uma reflexão sobre suas aulas de suas habilidades e competências docentes. Sendo
teóricas. Esse processo de reflexão acerca de suas ações assim, assinale a alternativa correta acerca da educação
traz benefícios para seu aperfeiçoamento profissional. continuada dos profissionais da escola.
a) A principal forma de continuidade da capacitação
Defasagem escolar dos profissionais da educação é o curso de idiomas,
A defasagem escolar é compreendida como a distância entre que é obrigatório para uma formação acadêmica em
o que um estudante sabe e o que ele deveria saber em seu qualquer área de ensino e para a permanência na
atual ano letivo. Entender as principais causas da defasagem instituição de ensino.
escolar é fundamental para o profissional de pedagogia, pois, b) Os cursos de extensão são importantes para a for-
sem esse conhecimento, torna-se difícil para o professor to- mação do profissional da educação, constituindo a
mar ações para prevenir e corrigir problemas de defasagem única forma de especialização dos profissionais para
em alunos. Internet:<https://pedagogiaparaconcurso.com. aperfeiçoar seu método de ensino-aprendizagem,
br>. uma vez que os outros cursos visam apenas à com-
plementação de áreas secundárias.
154. (2021/Quadrix/SEDF) A respeito da defasagem escolar c) Um dos objetivos da formação continuada é provo-
no Brasil, julgue o item. car, no docente, um desenvolvimento de habilidades
A avaliação diagnóstica dos conteúdos que são requi- para melhorar o processo de ensino-aprendizagem
sitos para o ano em que o estudante está é uma das que ocorre dentro da instituição de ensino a cada
estratégias que os docentes utilizam para verificar se dia. Com a formação continuada, o professor tem
os estudantes estão com defasagem na aprendizagem. acesso ao que há de mais novo na área de atuação
e em didática e metodologias de ensino. Assim, ele
pode relacionar o novo conhecimento adquirido
155. (2021/Quadrix/SEDF) Todo planejamento educacio-
com as bases científicas da sua graduação inicial,
nal, para qualquer sociedade, tem de responder às
agregando mais suporte e conteúdo para oferecer
marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que
a seus alunos.
pode funcionar o processo educativo, ora como força
d) A capacitação continuada dos profissionais da edu-
estabilizadora, ora como fator de mudança; às vezes,
cação visa à melhoria da instituição de ensino como
preservando determinadas formas de cultura, outras, um todo, não possuindo importância no campo da
interferindo no processo histórico instrumental. Paulo técnica de ensino do professor, visto que ele adqui-
Freire e Ira Shor. Medo e ousadia: o cotidiano do pro- riu, na sua formação de graduação, os requisitos
fessor. 5.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 23 necessários para lecionar seus conhecimentos.
(com adaptações). e) Apesar de ter grande importância no dia a dia da
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o instituição de ensino, a educação continuada dos
item com relação à reflexão acerca do planejamento e professores é dispensada em certas ocasiões, haja
da organização do trabalho pedagógico. vista que o fato de o profissional não estar se ca-
O planejamento curricular é a organização da dinâ- pacitando não gera uma comodidade em relação
mica escolar. Ele envolve a organização das ações dos ao seu desenvolvimento como profissional. Assim,
educadores durante o processo de ensino, integrando essa capacitação não está diretamente ligada à sua
professores, coordenadores e alunos na elaboração de técnica de ensino em sala de aula.
uma proposta de ensino que será projetada para o ano
letivo e constantemente avaliada. 158. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA)
A avaliação institucional tem como objetivo principal
Conhecimentos Pedagógicos

156. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) O avaliar o contexto escolar com uma visão abrangente do
professor Bruno está com dificuldades para transmitir processo educativo, o que permite a identificação das
os seus conhecimentos à sua turma e obteve alguns fragilidades e das potencialidades da unidade escolar,
resultados negativos nas avalições formativas realizadas a fim de promover uma reflexão, visando à melhoria
em sala de aula, no curso do ano letivo. A sua forma da qualidade social da educação. Considerando essa
didática é bem direta e, apesar de ter fortes vínculos informação, assinale a alternativa correta acerca dos
afetivos com seus estudantes, ele entende que não conceitos e das diretrizes necessárias para que ocorra
precisa dar muitas explicações sobre as tarefas e os uma eficiente avaliação institucional.
comandos para seus alunos. a) A avaliação institucional da escola, como o próprio
Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa nome já diz, serve para fazer um levantamento de
que apresenta o requisito em que o professor está fa- como a escola está gerindo seus recursos e seu pes-
lhando em sala de aula. soal, buscando sempre a majoração dos retornos
a) convivência financeiros e acadêmicos que cada instituição visa
b) estímulo a obter em um certo período de tempo.
c) pertencimento b) A avaliação institucional limita-se a avaliações in-
d) gestão de conflitos dividuais e concisas das pessoas que compõem o
e) diálogo sistema educacional, propiciando um melhor enten-

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dimento de como estão sendo acolhidos os projetos d) A avaliação diagnóstica visa a dar aos alunos um fe-
pedagógicos e avaliativos na comunidade escolar. edback de como foi a recepção do conteúdo minis-
c) O processo de avaliação institucional é formalizado trado em sala de aula e qual o nível de aprendizagem
pela participação direta do gestor público respon- que o aluno alcançou durante o ano letivo. Assim, o
sável pela educação naquela região, o qual está au- estudante estará ciente de sua evolução e também
torizado, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação das suas dificuldades, identificando as áreas em que
Nacional (Lei n.º 9.394/1996), a realizar esse tipo de necessitará de mais atenção.
avaliação em nome da comunidade escolar, não ten- e) A avaliação diagnóstica permite ao educador de-
do a instituição de ensino autonomia administrativa tectar as deficiências na forma de ensinar, sendo
para a execução dessa avaliação. utilizada para auxiliar a reformulação de seu trabalho
d) O processo de avaliação institucional consiste em didático na busca por um aperfeiçoamento, caso seja
elaborar críticas às ações e aos resultados obtidos necessário.
pela instituição de ensino, sendo um processo con-
tínuo, geral, específico, com o objetivo de integrar 161. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás – PA)
ações para o aperfeiçoamento da prestação do en- No processo de ensino-aprendizagem, a avaliação é
sino. um instrumento utilizado para avaliar a evolução dos
e) A avaliação institucional possui caráter informal, alunos ao longo de todo o processo de aprendizagem.
não necessitando da participação da comunidade A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.
escolar, dos professores e dos alunos para que seja a) A avaliação da aprendizagem deve ocorrer de for-
realizada, haja vista não ter influência na tomada de ma contínua e progressiva, buscando compreender
decisões da escola. as facilidades e as dificuldades de assimilação dos
conteúdos por parte dos alunos.
159. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) O b) A avaliação da aprendizagem é um procedimento de
professor Calebe, ao final do ano letivo, resolveu fazer aplicação de testes e de concessão de notas aleató-
uma avaliação de sua turma, visando a estabelecer um rias, não necessitando de um acompanhamento do
panorama geral de seus alunos e a descobrir seu real estudante no decurso do processo.
nível cognitivo. Fez, também, uma classificação quan-
c) A avaliação da aprendizagem deve ser feita para ve-
titativa dos estudantes para descobrir quais deles ab-
rificar se os alunos memorizaram os conteúdos da
sorveram o conteúdo ministrado em sala de aula.
grade escolar ensinados em sala de aula.A avaliação
Com base nessa situação hipotética, assinale a alterna-
da aprendizagem deve ser feita para verificar se os
tiva que apresenta o tipo de avaliação que o professor
alunos memorizaram os conteúdos da grade escolar
Calebe utilizou.
ensinados em sala de aula.
a) controladora
b) diagnóstica d) Na avaliação da aprendizagem, o professor deve
c) formativa priorizar e valorizar as avaliações teóricas e periódi-
d) analítica cas, em detrimento de observações diárias, visando
e) somativa à concretização da transmissão do conhecimento.
e) A avaliação da aprendizagem traz benefícios apenas
160. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) para os estudantes, podendo estes acompanhar seu
A avaliação no processo de ensino-aprendizagem tem desenvolvimento cognitivo diante dos conteúdos
como objetivo acompanhar o desenvolvimento acadê- aplicados em sala de aula.
mico do aluno e é uma forma permanente de se valorar
a qualidade da absorção do conteúdo pelo estudante, 162. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA)
além de uma importante ferramenta para que o pro- O fracasso escolar é resultado da não concretização
fessor entenda o nível da qualidade do trabalho desen- dos objetivos da aprendizagem, significando que não
volvido durante as aulas. Com base nessa informação, houve o devido desenvolvimento das habilidades e
assinale a alternativa correta quanto à avaliação diag- competências dos alunos durante seu tempo na escola,
nóstica. seja devido ao abandono escolar ou por dificuldade de
a) A avaliação diagnóstica tem como função principal aprendizagem. Com relação às causas para o fracasso
verificar se o aluno está no mesmo nível dos de- escolar nos dias atuais, assinale a alternativa correta.
Conhecimentos Pedagógicos

mais. É realizada apenas em casos específicos que a) O fracasso escolar pode ser resultado do desenvol-
demandem tal avaliação, em qualquer momento do vimento ou não de uma sociedade, haja vista a es-
ano letivo. cola ser o único meio de desenvolvimento de uma
b) A avaliação diagnóstica visa a fazer uma classificação comunidade socialmente ativa.
entre os alunos. Para tanto, busca saber quais estu- b) O nível motivacional dos alunos, a relação do aluno
dantes mais bem receberam o conteúdo ao final do com seu ambiente natural, a preparação e os mé-
ano letivo e classifica os estudantes de acordo com todos de ensino dos professores são causas para o
os níveis de aproveitamento previamente estabele- fracasso escolar.
cidos. c) O fracasso escolar acontece apenas quando ocorre
c) A avaliação diagnóstica é utilizada com o objetivo de a falha na interação professor-aluno.
pré-determinar a maneira como o educador deverá d) A estrutura física das escolas pode ser causadora
encaminhar, por meio do planejamento, a sua ação do fracasso escolar, uma vez que tem efeito direto
educativa, tendo como função estabelecer os limi- sobre a capacidade de aprendizado dos alunos.
tes para tornar o processo de aprendizagem mais e) A falta de interesse familiar em relação ao desenvol-
eficiente e eficaz. Tal didática pode ser considerada vimento escolar do estudante não causa o fracasso
como o ponto inicial para o trabalho que será de- escolar, sendo certo que a aprendizagem é obrigação
senvolvido pelo educador durante o ano letivo. apenas do aluno.

65
163. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) vimento de assimilação e acomodação, sendo carac-
A relação estabelecida entre professor e aluno cons- terizado pela descoberta de novas habilidades e de
titui o elemento fundamental do processo de ensino- novos desafios, com o objetivo de construir o saber,
-aprendizagem. A respeito dessa interação, assinale a e tendo o indivíduo um papel passivo na construção
alternativa correta. desse conhecimento.
a) A interação professor-aluno pode ser reduzida ao e) A teoria sociointeracionista entende que o conheci-
processo cognitivo de construção de conhecimento, mento não pode ser adquirido por meio da troca de
pois não necessita de envolvimento nas dimensões experiências, sendo desenvolvido durante a aborda-
afetivas e motivacionais. gem direta do educador para com o aluno em sala
b) Na relação professor-aluno, o aluno é um sujeito de aula.
somente receptor dos conhecimentos depositados
pelo professor, estabelecendo uma relação de hie- 166. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás – PA)
rarquia e autoridade entre as partes. Quanto à teoria da aprendizagem e à interação entre
c) O professor deixará de ser o “dono do saber” e pas- professor e aluno para a construção do conhecimento,
sará a ser um orientador, alguém que acompanha e assinale a alternativa correta.
participa do processo de construção e novas apren- a) As teorias da aprendizagem buscam desenvolver as
dizagens do aluno em seu processo de formação, por dinâmicas envolvidas nos atos de aprender e ensinar,
meio de um relacionamento que envolve afetivida- partindo do princípio de que a evolução cognitiva
de, atenção e uma boa comunicação. do homem é um somatório do conhecimento pré-
d) Quando os professores e os alunos mantêm um bom -existente com o conhecimento novo, adquirido, não
relacionamento afetivo em sala de aula, o aprendi- estando apenas relacionado à inteligência do aluno,
zado se torna menos eficiente, pois o aluno, ao per- mas também à interação entre as pessoas e à sua
ceber a afetividade do professor, não o consegue ver identificação pessoal.
como transmitidor do conhecimento nem absorve b) As teorias da aprendizagem têm em comum o fato
os ensinamentos por ele transmitidos. de assumirem que indivíduos são agentes passivos
e) Durante o momento da aprendizagem, nem todas na busca e na construção do conhecimento, depen-
as partes envolvidas trocam experiências, informa- dendo da efetiva transmissão do conhecimento pelo
ções e conhecimentos. Sendo assim, a dinâmica flui educador.
melhor para manter a motivação em sala de aula. c) O professor tem o papel principal para que o desen-
volvimento escolar do aluno ocorra com sucesso,
164. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) A estando sob suas atitudes e dinâmicas o real apren-
teoria da aprendizagem que considera que o compor- dizado cognitivo e restando ao aluno a absorvição do
tamento dos seres humanos não é instintivo ou natural conhecimento passado em aula e a aplicação desse
nem resultado de condicionamentos, mas, sim, cons- conhecimento em sua vida cotidiana, sem interfe-
truído em uma interação entre o meio em que se vive rências do seu ciclo comunitário.
e o indivíduo, e que sugere haver uma evolução natural d) As teorias da aprendizagem visam a compreender
cognitiva na aquisição de conhecimentos foi desenvol- as condições necessárias para o desenvolvimento do
vida por conhecimento do professor, estando relacionadas
a) Jean-Jacques Rousseau. diretamente com a evolução do profissional e da
b) Skinner. instituição de ensino e colocando como prioridade
c) Johann Pestalozzi. a participação da escola na comunidade em que está
d) Sigmund Freud. inserida.
e) Jean Piaget. e) As teorias da aprendizagem entendem o aluno como
uma caixa vazia a ser preenchida. Dessa forma, não
165. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) pode haver qualquer tipo de influência externa à
Segundo Lev Vygotsky, o método de ensino socioin- escola, uma vez que afetaria a absorção do conhe-
teracionista é uma abordagem do desenvolvimento cimento transmitido pelo professor.
humano que avalia como o ambiente influencia nos
processos de aprendizagem. Considerando essa infor- 167. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA)
mação, assinale a alternativa correta acerca da forma Visa a otimizar a aprendizagem dos alunos, fundando-
Conhecimentos Pedagógicos

como o aluno adquire o conhecimento segundo a escola -se nos objetivos estipulados no planejamento escolar,
sociointeracionista. orientando e organizando essas ideias para que o edu-
a) A escola sociointeracionista entende que o conhe- cador consiga atingir seu objetivo com a transferência
cimento é adquirido apenas por meio dos aspectos de conhecimento para seus discentes, o(a)
subjetivos que o aluno vivencia em seu cotidiano. a) BNCC.
b) A escola sociointeracionista estimula o respeito à b) sequência didática.
subjetividade dos alunos e os incentiva a contribuir c) plano de aula.
para a construção de sentido da comunidade, de for- d) plano de ensino.
ma participativa. As experiências de aprendizagem e) plano escolar.
devem estimular a colaboração e a troca, de forma
que os alunos ensinem uns aos outros. 168. (2021/Quadrix/Prefeitura de Canaã dos Carajás - PA) A
c) Na teoria sociointeracionista, o conhecimento é matéria da pedagogia que estuda os fundamentos, as
construído ao longo de toda a vida do sujeito e o condições e os modos de realização da instrução e do
desenvolvimento acontece do indivíduo para a so- ensino é conhecida como
ciedade. a) didática.
d) A teoria sociointeracionista considera que o desen- b) políticas educacionais.
volvimento cognitivo acontece por meio de um mo- c) fundamentos da educação.

66
d) organização e legislação da educação. Assim, para lidar com a dificuldade de leitura dessas
e) políticas públicas e educação. crianças, o professor deve evitar:
a) Não responsabilizar a criança por não conseguir ler,
169. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) Acerca do mas mostrar caminhos, para que se torne indepen-
Ato de Avaliar e do Projeto Educativo da Escola é IN- dente.
CORRETO afirmar que: b) Sugerir que ela leia em voz baixa, isso a ajudará a
a) Se a opção do professor for por uma educação que compreender melhor a instrução e concentrar-se (ao
possibilite aos alunos o acesso a instrumentos que sussurrar ela terá a sensação de que é uma outra voz
auxiliem na transformação da sociedade, os seus lendo para ela).
objetivos devem enunciar claramente essas propo- c) Forçar a criança a ler em voz alta, principalmente
sições. em casa, na presença da família, mesmo que crie
b) A partir dos objetivos estabelecidos no projeto da um clima de ansiedade e tensão, pois assim, será
escola, o professor orienta os objetivos particulares um desafio a ser superado.
de sua disciplina, buscando sempre o atendimento d) Motivar a participar de atividades teatrais ou que
das expectativas, interesses e necessidades dos alu- envolvam expressões orais, mesmo que tenha que
nos. usar o gravador para preparar a sua apresentação,
c) A avaliação desenvolvida durante o ensino/aprendi- mas, dona do seu próprio material ela irá adquirir
zagem deve estar vinculada a um projeto educativo mais confiança.
mais amplo que, na sua elaboração ao nível esco-
lar, deve contar com a participação dos professores, 173. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Vygotsky
alunos, demais profissionais da escola, pais ou res- discorda de que a construção do conhecimento proceda
ponsáveis e representantes da comunidade onde a do individual para o social. Em seu entender a criança
escola se localiza. já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai
d) O projeto educativo desenvolvido na escola deve formando uma visão desse mundo através da interação
conter condições gerais amplas ligadas às caracterís- com adultos ou crianças mais experientes. A construção
ticas de nacionalidade do conhecimento a ser desen- do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de
volvido, garantindo-lhe assim a unidade no contexto ser internalizada pela criança. Dessa forma:
amplo da sociedade nacional e, também, no outro a) Procede-se do individual para o social, ao longo do
extremo, não deve estar ligado aos elementos resul- desenvolvimento.
tantes das relações escolacomunidade. b) Procede-se do social para o individual, e se finaliza
antes da entrada da criança na escola.
170. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) De acordo c) Procede-se do individual para o social, e se finaliza
com Piaget, as crianças possuem um papel ativo na antes da entrada da criança na escola.
construção de seu conhecimento, de modo que o termo d) Procede-se do social para o individual, ao longo do
construtivismo ganha muito destaque em seu trabalho. desenvolvimento.
Para ele, o desenvolvimento cognitivo, que é a base da
aprendizagem, se dá por: 174. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Mais do
a) Experimentação e mediação. que dividir conhecimento, os agrupamentos produtivos
b) Assimilação e acomodação. são uma importante metodologia para estimular a par-
c) Assimilação e mediação. ticipação e engajamento dos alunos. Para eles, é mais
d) Mediação e acomodação. interessante uma troca horizontal (aluno com aluno) do
que vertical (professor com aluno). Essa metodologia é
171. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) Sua finalida- defendida por Piaget, Vygostky e Emilia Ferreiro, pois
de é avaliar durante o processo de aprendizagem se os para eles a sala de aula é composta:
conteúdos e ensinamentos transmitidos foram ou não a) Por níveis de conhecimento.
bem assimilados pelos discentes, se favorecem ou não b) De forma heterogênea.
o desenvolvimento de habilidades e competência a que c) Por níveis de aprendizagem.
se propõe. Ou seja, a essa avaliação é tratada como uma d) De forma homogênea.
ferramenta avaliativa, utilizada cotidianamente em sala
de aula e consistiria no olhar atento do corpo docente 175. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Qual o
Conhecimentos Pedagógicos

em relação aos discentes, de modo rotineiro, viabili- tipo de avaliação tem como objetivo verificar se tudo
zando uma reengenharia educativa. aquilo que foi proposto pelo professor no seu planeja-
a) Avaliação Classificatória. mento em relação aos conteúdos estão sendo atingidos
b) Avaliação Somativa. durante todo o processo de ensino aprendizagem do
c) Avaliação Diagnóstica. aluno passo a passo?
d) Avaliação Formativa. a) Somativa.
b) Formativa.
172. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) A leitura e c) Classificatória.
escrita são habilidades que exigem da criança atenção a d) Diagnóstica.
aspectos da linguagem, aos quais ela não precisava dar
importância, até o momento em que vai para a escola. 176. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Na cen-
Essa pode ser uma tarefa complexa e difícil para todas tralidade da análise do processo de ensino e apren-
as crianças, no entanto, para algumas, as barreiras são dizagem na sala de aula a avaliação da aprendizagem
maiores do que com as outras. Para os pesquisadores, ganha seu destaque, uma vez que reflete não somen-
as crianças que apresentam dificuldades específicas te o aprendizado do aluno, mas também os percursos
no início da escolarização, provavelmente, são as que metodológicos do educador. A avaliação, diante disso,
precisarão de maior atenção. em parceria com o ensino e aprendizagem, constituem

67
uma ação pedagógica, e devem ambos ser considerados d) Os dois autores são interacionistas: assumem a im-
como uma totalidade. Desse modo, a avaliação: portância da relação entre indivíduo e ambiente na
a) Envolve um conjunto de procedimentos didáticos construção dos processos psicológicos.
cuja finalidade é acompanhar o currículo no percurso
de aprendizagem, durante o qual ocorrem avanços 179. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) A avalia-
e/ou retrocessos em múltiplas dimensões. ção ______________ é herança do ensino tradicional
b) Auxilia os alunos sobre o andamento do ensino em em que a metodologia de ensino é centrada na re-
sala de aula, sendo de responsabilidade dos discen- produção de uma técnica/conteúdo e na aquisição de
tes colocarem a prática avaliativa a serviço de suas habilidades, de modo que há ênfase no ‘fazer’ ditado
próprias aprendizagens, com isso, o avaliar deve pelo professor e não no conhecimento construído pelos
proporcionar o aprender dos educandos. estudantes. Com isso, não há processo de reconstru-
c) Auxilia tanto os alunos como os professores sobre ção do saber, mas, sim, a preocupação com avançar no
o andamento do ensino em sala de aula, sendo de conteúdo previsto nas unidades do livro.
responsabilidade dos docentes colocarem a prática Assinale a alternativa que completa corretamente a
avaliativa a serviço das aprendizagens, com isso, o lacuna do excerto.
avaliar deve proporcionar o ensino desses docentes. a) formativa
d) Auxilia tanto os alunos como os professores sobre b) diagnóstica
o andamento do ensino em sala de aula, sendo de c) somativa
responsabilidade dos docentes colocarem a prática d) classificatória
avaliativa a serviço das aprendizagens, com isso, o
avaliar deve proporcionar o aprender dos educandos. 180. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) A presença
das tecnologias e das telecomunicações trouxe nova
177. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Em rela- dinâmica à maneira de se comunicar, se informar e,
ção ao papel da didática na formação docente, é COR- sobretudo, aprender. Com o conhecimento descentra-
RETO afirmar que: lizado e fluido a partir de diversas linguagens e meios
a) A prática docente pode ser aleatória, desde que de comunicação, espera-se que o papel do professor
se tenha planejamento, metas e as ações a serem seja de:
desenvolvidas, e apontar para os objetivos a serem
a) Mediador de diversas linguagens e oportunidades
alcançados. O uso da Didática é fundamental, pois
educativas.
esta guiará pelo caminho viável as melhores alter-
b) Personagem principal do processo educativo.
nativas para se chegar aos objetivos esperados.
c) Transmissor de conhecimentos.
b) O trabalho docente se faz entre o desenvolvimento
d) Autoridade central do conhecimento construído
da prática e o aprofundamento teórico, por isso, a
prática é suficiente ao bom professor. O aprofunda- historicamente pela sociedade.
mento teórico é essencial para uma ação reflexiva
de qualidade. 181. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) O processo
c) Os profissionais da educação precisam ter um pleno de ensino aprendizagem é um nome para um complexo
domínio das bases teóricas, cientificas e tecnológi- sistema de interações comportamentais entre professo-
cas, e sua articulação com as exigências concretas do res e alunos. Mais do que “ensino” e “aprendizagem”,
ensino, pois é através desse domínio que ele poderá como se fossem processos independentes da ação hu-
rever, analisar e aprimorar sua prática educativa. mana, há os processos comportamentais que recebem
d) Vale também ressaltar que temos que ter cuidado o nome de “ensinar” e de “aprender”. Com base nesse
escolhermos adequadamente os dos dois extre- fragmento, das alternativas a seguir, é correto afirmar,
mos, isto é, ou privilegiar a teoria em detrimento EXCETO:
da prática ou privilegiar a prática em detrimento ao a) O processo de aprendizagem acontece a partir da
conhecimento teórico. aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e
atitudes por meio do estudo, do ensino ou da expe-
178. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) São riência.
muitos os teóricos que discutem como a aprendizagem b) O processo de ensino e aprendizagem é definido
se desenvolve, dentre os quais, destacam-se Piaget e como um sistema de trocas de informações entre
Vygotsky. Mesmo que existam diferenças marcantes docentes e alunos, que deve ser pautado na obje-
Conhecimentos Pedagógicos

nas teorias de aprendizagem desse autores existem tividade daquilo que há necessidade que o aluno
também aspectos a respeito dos quais o pensamento aprenda, tendo como palavra chave: ensino apren-
desses dois teóricos é muito semelhante. dizagem e desenvolvimento.
Com base nessa afirmação, assinale a alternativa que c) A construção de conhecimentos em sala de aula deve
apresenta uma informação INCORRETA. se constituir de forma degradativa, não sendo neces-
a) Ambos argumentam que o surgimento da capaci- sário adequá-las aos estágios do desenvolvimento
dade de representação simbólica, evidenciado par- da criança.
ticularmente pela aquisição da linguagem, marca um d) O processo de ensino aprendizagem tem que ser
salto qualitativo no processo de desenvolvimento entendido de forma dinâmica e não estática ou como
humano. um ritual burocrático que todos devem, necessaria-
b) Em ambas as abordagens, o indivíduo é ativo em seu mente, cumprir, tendo como parâmetro um modelo
próprio desenvolvimento: não está sujeito apenas ideal.
a mecanismos de maturação, nem submetido de
forma passiva a imposições do ambiente. 182. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) A avaliação
c) Ambos os autores postulam que o comportamento processual vai além de uma série de perguntas reunidas
individual deve ser modelado por padrões de estí- em uma prova, combinando diferentes instrumentos
mulo-resposta. avaliativos para identificar de forma mais assertiva di-

68
ferentes aspectos do aprendizado. Ela pode ser usada ( ) Na modalidade da educação especial na rede pú-
também como um diagnóstico da aprendizagem, pois blica, o currículo deve ser diferente daquele na
ajuda a identificar se o aluno realmente está conseguin- modalidade de ensino regular.
do aprender a partir do processo metodológico prati- ( ) As escolas devem se adaptar aos vários estilos e rit-
cado e de base para feedbacks. Essa avaliação também mos de aprendizagem, de modo a garantir um bom
é conhecida como: nível de educação para todos, através de currículos
a) Diagnóstica. flexíveis.
b) Formativa. ( ) Cabe ao professor eliminar os conteúdos os quais
c) Classificatória. não se sente seguro para explicar.
d) Somativa. Após análise, assinale a alternativa que apresenta a se-
quência CORRETA dos itens acima, de cima para baixo:
183. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) A sequên- a) V, V, F.
cia didática é uma estratégia que valoriza os conhe- b) F, V, F.
cimentos prévios dos alunos. Tendo como base essa c) F, F, V.
abordagem, todas as assertivas abaixo são proposições d) V, F, V.
que demonstram a importância da sequência didática
enquanto importante modalidade organizativa do en- 187. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) Sobre a
chamada avaliação diagnóstica, assinale a alternativa
sino, EXCETO:
INCORRETA.
a) A sequência didática oportuniza aos professores a
a) Ela também é chamada de “avaliação comparativa”.
possibilidade de abordarem sobre um determinado b) Ela é comumente ministrada no início do ano letivo.
tema, levando em conta os conhecimentos prévios c) Via de regra, ela não vale nota.
dos alunos e o que precisam aprender. d) Ela pode ser aplicada em todas as disciplinas.
b) A sequência didática deve ser organizada de acor-
do com os objetivos que o professor quer alcançar 188. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) Entende-se
para a aprendizagem de seus alunos. Elas envolvem por avaliação formativa:
atividades de aprendizagem e de avaliação. a) O diálogo entre professor e aluno a respeito do ob-
c) A sequência didática orienta e auxilia o professor jeto do conhecimento especificamente no início do
em sala de aula no desenvolvimento de atividades processo de ensino.
envolvendo os gêneros textuais, trabalhando passo b) Aquela fundamentada pelas relações de autoritaris-
a passo, partindo de níveis de conhecimento que os mo entre professor e aluno.
alunos já dominam para chegar aos níveis que eles c) Aquela que inclui a autoavaliação dos alunos exclu-
precisam dominar. sivamente no final do processo de ensino.
d) A sequência didática é um conjunto de atividades d) O processo contínuo de acompanhamento da apren-
ligadas entre si, planejadas para ensinar um conte- dizagem como bússola diretiva que determina os
údo, etapa por etapa, estabelecendo maior conexão ajustes necessários a serem feitos no ensino.
aos diferentes processos de planejamento.
189. (2021/AMEOSC/CRESIM - SC) A visita nas instalações da
184. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) É o “[...] Unidade, de pessoas e instituições com fins filantrópi-
processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da cos, a fim de colaborar com melhorias das instalações
ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda físicas, equipamentos e materiais diversos, bem como
a vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de para reparo e manutenção dos bens móveis pode ser
planejar constitui um instrumento que orienta a ação permitida pela Coordenação, mas não é possível(a):
educativa na escola, pois a preocupação é com a pro- a) A participação de pessoas que representam pessoas
jurídicas.
posta geral das experiências de aprendizagem que a
b) O contato físico com as crianças institucionalizadas.
escola deve oferecer ao estudante [...] (VASCONCELLOS,
c) A doação de bens de qualquer natureza.
C.S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e d) A doação vinda de instituições religiosas.
projeto educativo. São Paulo: Libertat, 1995, p. 56).
O texto acima faz referência a qual modalidade de pla- 190. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) É funda-
nejamento: mental buscar caminhos para a integração entre teoria
Conhecimentos Pedagógicos

a) Planejamento curricular. e prática, tendo em vista a importância de sabermos


b) Planejamento comparativo. como articular os conhecimentos historicamente cons-
c) Planejamento estratégico. tituídos com a realidade e assim podermos exercer a
d) Planejamento sustentável. cidadania, transformando o mundo com atitudes de
reflexão crítica e de participação ativa na realidade.
185. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) De acordo Nessa perspectiva, o currículo precisa ser:
com a teoria de Vygotsky, o ser humano adquire conhe- a) Repensado como política cultural de participação
cimento por meio de um elo intermediário entre ele e coletiva e de possibilidade de transformação social,
o ambiente. Nesse sentido, estamos falando da(s): tendo a instituição escolar como espaço de diver-
a) Aprendizagem mediada. sas experiências e de construção de identidades, de
b) Fases proximais. compartilhamento de saberes, e de expressão e de
c) Fases do desenvolvimento humano. partilha da diversidade cultural.
d) Aprendizagem assistida. b) Visto como uma forma de sustentar a sociedade do-
minante de classes para que as formas econômicas
186. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Paraíso - SC) Escreva V ou sejam fortalecidas para que aqueles que tenham
F conforme seja verdadeiro ou falso, o que se afirma mão de obra seja dependentes dos que detém a
nos itens abaixo sobre o currículo escolar: maior do capital.

69
c) Compreendido como uma forma de manutenção da 194. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Relacione
política cultural de participação individual e de pos- a coluna 1 com a coluna 2:
sibilidade de garantia de divisão de classes, tendo a
instituição escolar como espaço que forme os alunos Coluna 1
para atuar no mercado de trabalho. (1)Avaliação Formativa.
d) Ser entendido como transmissão de conhecimentos, (2)Avaliação Diagnóstica.
ou seja, local onde passivamente se reproduzem e (3)Avaliação Somativa.
se repassam os significados sociais.
Coluna 2
191. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) A avalia- ( ) Corresponde as chamadas “provas”, podendo ser
ção deve promover informações que darão oportunida- bimestrais, trimestrais, semestrais ou anuais.
des de verificar, de forma continuada, se as atividades, ( ) É aplicada com o objetivo de conhecer a realidade
métodos, procedimentos, recursos e técnicas por ele do estudante e planejar ações pedagógicas. ( )Re-
adotados estão realmente possibilitando ao aluno o alizada de maneira informal durante as aulas, no
alcance dos objetivos propostos pela aprendizagem. momento em que o professor(a) propõe debates e
Assim, a avaliação somente será eficiente e eficaz se questionamentos.
ocorrer de forma interativa entre o professor e o aluno.
Atualmente a avaliação é vista como um processo pelo Após análise, assinale a alternativa que apresenta a
qual se objetiva ____________ as modificações do com- sequência CORRETA.
portamento e rendimento do aluno, do educador, do a) 2, 3, 1.
sistema confirmando se a construção do conhecimento b) 1, 2, 3.
se processou, seja este teórico (mental) ou prático. c) 3, 2, 1.
Todas as alternativas completam adequadamente a d) 1, 3, 2.
lacuna do excerto, EXCETO:
a) analisar 195. (2021/Quadrix/SEDF) As Diretrizes Curriculares Nacio-
b) classificar nais são normas obrigatórias para a educação básica
c) identificar
que orientam o planejamento curricular das escolas e
d) investigar
dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas
e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação. Mesmo
192. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Histori-
depois de o Brasil elaborar a Base Nacional Comum
camente, o processo de ensino-aprendizagem tem sido
Curricular, as Diretrizes continuam valendo, pois os
caracterizado de formas diferentes, que vão desde a
ênfase no papel do professor como transmissor de co- documentos são complementares; as Diretrizes dão
nhecimento, até as concepções atuais que concebem a estrutura, a Base, o detalhamento de conteúdos e
esse processo com um todo integrado que destaca o competências. Internet: <https://todospelaeducacao.
papel do educando. Nesse último enfoque, considera-se org.br> (com adaptações).
a integração do cognitivo e do afetivo, do instrutivo e do Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o
educativo como requisitos psicológicos e pedagógicos item quanto às Diretrizes Curriculares Nacionais para
essenciais, em que a concepção do processo ensino- o Ensino
-aprendizagem é uma integração: Fundamental de nove anos, para o Ensino Médio e
a) Dialética entre o instrutivo e o educativo que tem para a Educação de Jovens e Adultos. Ao orientar a
como propósito essencial contribuir para a formação elaboração dos currículos do ensino fundamental, a
integral da personalidade do aluno. Base Nacional Comum Curricular apresenta os obje-
b) Informal entre o instrutivo e o educativo que tem tos de conhecimento e as habilidades pretendidas em
como propósito essencial contribuir para a formação cada área e etapa, mas não especifica os formatos de
cognitiva da vida escolar do aluno. avaliação. Isso reforça o caráter norteador da Base, per-
c) Transmissora entre o instrutivo e o educativo que mitindo que as escolas e os professores organizem seus
tem como propósito essencial contribuir para a for- currículos e suas propostas pedagógicas com a devida
mação integral da personalidade do aluno. adequação aos seus contextos.
d) Unilateral entre o instrutivo e o educativo que tem
como propósito essencial contribuir para a formação 196. (2021/Quadrix/SEDF) Tendo o texto acima como refe-
Conhecimentos Pedagógicos

integral da personalidade do aluno. rência inicial, julgue o item quanto às Diretrizes Curri-
culares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove
193. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Palma Sola - SC) Julgue anos, para o Ensino Médio e para a Educação de Jovens e
as sentenças abaixo como VERDADEIRAS ou FALSAS: Adultos. Conforme a Base Nacional Comum Curricular, as
1.( ) Historicamente, o ensino-aprendizagem tem sido avaliações não devem ser vistas como uma exigência bu-
analisado das mais diferentes formas. rocrática das escolas para cumprir com as orientações das
2.( ) A eficácia do processo educativo está vinculada Diretrizes Curriculares Nacionais. Além do conhecimento
apenas a apropriação do saber pelo estudante. cognitivo construído pelo aluno, as avaliações no ensino
3.( ) Todo e qualquer processo educativo obedece a fundamental e no ensino médio também devem observar
determinados propósitos e responde a certos interesses o desenvolvimento de competências e habilidades.
sociais, econômicos e políticos.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a se- 197. (2021/IBFC/SEED - RR) A eficácia das estratégias edu-
quência CORRETA dos itens acima, de cima para baixo: cacionais, é um fator importante para a aquisição de
a) 1.V, 2.F, 3.F. conhecimento. As estratégias englobam técnicas ou mé-
b) 1.F, 2.V, 3.F. todos que os estudantes utilizam para aprender. Nesse
c) 1.V, 2.F, 3.V. sentido, Boruchovitch e Santos (2011) destacam que: ”A
d) 1.V, 2.V, 3.V. aprendizagem escolar encontra-se fortemente associa-

70
da à utilização eficiente de estratégias de aprendizagem. c) Behaviorismo / Psicanálise / Gestalt / Psicogenética /
O anseio de que elas sejam inseparáveis do processo Piaget / Wallon / Vygotsky / Rogers / Emilia Ferreiro
de ensinar e aprender exige um professor que saiba d) Piaget / Psicanálise / Behaviorismo / Psicogenética /
combinar o ensino dos conteúdos com as técnicas, os Gestalt / Rogers / Wallon / Emilia Ferreiro / Vygotsky
procedimentos e as estratégias no contexto das situ-
ações concretas que encontra (Veiga Simão, 2004b). 199. (2021/IBFC/SEED – RR) Vygotsky, um dos principais
Teóricos recomendam que o trabalho do professor não pensadores da área da Psicologia da Educação, afirma
seja destinado apenas a proporcionar conhecimentos e que a linguagem possui duas importantes funções: o
a assegurar certos produtos ou resultados da aprendi- intercâmbio social e o pensamento generalizante. Se-
zagem, mas também a fomentar os processos mediante gundo Racy (2012): “Na visão de Vygotsky, a linguagem
os quais esses produtos podem ser alcançados. (Nogue- é o sistema simbólico básico de qualquer sociedade e
rol, 1999; Pozo, 1996, 1998, 2002).” (BORUCHOVITCH; serve não só para nos comunicarmos, como também
SANTOS, 2011, p. 287) para produzirmos um pensamento generalizante, sen-
Assinale a alternativa incorreta sobre o tema discutido do essa a função que coloca a linguagem a serviço do
pelos autores, acima, citados: pensamento.” (RACY, 2012, p. 63)
a) As estratégias pressupõem uma sequência de ativi- Analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro
dades, operações ou planos que devem ser orienta- (V) ou Falso (F) a partir de Racy (2012):
dos para a consecução das metas de aprendizagem ( ) Para Vygotsky, a linguagem age na estrutura do pen-
b) As estratégias, para serem qualificadas como ade- samento e a partir dela é que ocorre a construção
quadas, necessitam que o educador saiba como, do conhecimento.
quando e por que utilizá-las. Além disso, quando ( ) Para Vygotsky, quando a criança pensa em voz alta
possível, o educador pode modificá-las em função ou fala sozinha, ela está exercitando o seu pensa-
da tarefa mento.
c) A nova cultura de aprendizagem exige dos alunos ( ) As relações sociais do indivíduo com o ambiente não
apenas uma mera aquisição de verdades absolutas são entendidas como mediadoras da aprendizagem,
d) Espera-se que o trabalho do professor não se limite de acordo com Vygotsky.
apenas à transmissão de conhecimento. Ele deve ( ) Vygotsky não considera o ambiente escolar como pro-
incentivar o aluno a utilizar estratégias de aprendi- pício para a interação entre as crianças e os adultos.
zagem Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
de cima para baixo:
198. (2021/IBFC/SEED - RR) Com relação aos mecanismos a) V - V - V - V
de aprendizagem, Piletti e Rossato (2012), discorrem b) F - V - F - F
sobre teorias e teóricos importantes nessa área. Leia c) V - V - F - F
o texto apresentado pelos autores: “[...] apresentamos d) F - V - F - V
teorias psicológicas que enfatizam os fatores externos,
as forças ambientais como o _______________ [...]. 200. (2021/IBFC/SEED - RR) No processo de aprendizagem,
Outras teorias como a _____________, atribuem mais os conhecimentos teórico-práticos devem caminhar pa-
ênfase a fatores internos: percepção, intuição, com- ralelamente. De acordo com Luckesi (2011), “tanto a
preensão. Também defensora da influência decisiva compreensão teórica como a sua prática são condições
de fatores internos, só que representados pela estru- necessárias para uma efetiva aprendizagem”. Baseado
tura da personalidade, com ênfase no inconsciente é a neste trecho do autor, analise as afirmativas abaixo e
__________________ [...]. Já a _______________ ad- dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
voga em prol do chamado interacionismo, ou seja, que ( ) O aluno se apropria do conhecimento quando o
a aprendizagem decorre de fatores internos ou inatos e compreende teoricamente, o assimila e o exercita
externos ou ambientais que interagem no processo de em sua prática.
desenvolvimento como ___________ [...]. A essas qua- ( ) Exercitar pode ser desconsiderado, uma vez que ao
tro teorias, consideradas clássicas, podemos acrescen- compreender a teoria, a prática já é aprendida.
tar outras quatro [...]: ___________ enfatiza o vínculo ( ) Para que o aluno aproprie-se do conhecimento, bas-
entre a aprendizagem escolar e a cultura constituída ta exercitar apenas uma vez. Já a teoria, é necessário
historicamente; _______ [...] para quem no processo repeti-la muitas vezes.
Conhecimentos Pedagógicos

de ensino e aprendizagem deve-se levam em conta o ( ) Sem exercitar, os conteúdos podem, no máximo,
desenvolvimento integral do indivíduo, em suas dimen- ser um conjunto de informações, mas estão longe
sões afetivas, intelectuais, motoras e sociais. ________ de ser um conhecimento.
considera que a aprendizagem só ocorrerá e será dura- Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
doura na medida em que resultar do engajamento livre de cima para baixo:
do indivíduo, trabalhando coletivamente em relações a) V - F - F - V
caracterizadas pela empatia e pelo respeito mútuo; e b) F - V - F - V
____________ que se refere a uma mudança radical na c) F - F - V - V
concepção da alfabetização, a partir da própria criança, d) F - V - V - F
que vai dirigindo o processo e construindo o próprio
conhecimento. (PILETTI; ROSSATO, 2012, p. 11) 201. (2021/IBFC/SEED - RR) Carlos Libâneo (1994), um dos
Assinale a alternativa que preencha correta e respecti- maiores teóricos da Didática, afirma em sua obra que os
vamente as lacunas: métodos de ensino a partir de uma pedagogia crítico-
a) Rogers / Psicanálise / Behaviorismo; Psicogenética / -social não partem de conhecimentos “depositados” no
Wallon / Piaget / Emilia Ferreiro / Vygotsky / Gestalt aluno de fora para dentro, mas deve considerar também
b) Behaviorismo / Gestalt / Psicanálise / Psicogenética / os saberes de dentro para fora. Com base na ideia do
Piaget / Vygotsky / Wallon / Rogers / Emilia Ferreiro autor, analise as afirmativas a seguir:

71
I. O professor deve considerar, prioritariamente, o pró- Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o
prio conhecimento a ser ensinado. item acerca de currículo e práticas pedagógicas.
II. O aluno traz conhecimentos histórico-culturais que O currículo faz parte de múltiplos tipos de práticas que
devem ser considerados na aprendizagem. não se podem reduzir unicamente à prática pedagógica
III. É importante que o professor atue com metodolo- de ensino (ações que são de ordem política, administra-
gias contextualizadas, com a finalidade de significar os tiva, de supervisão, de produção de meios, de criação
saberes. intelectual, de avaliação etc.).
IV. O professor necessita analisar os conhecimentos
técnicos a serem seguidos, para que ele consiga de- 205. (2021/Quadrix/SEDF) Tendo o texto acima como refe-
senvolver metodologias desvinculadas ao contexto rência inicial, julgue o item acerca de currículo e práticas
sociocultural de seus alunos. pedagógicas.
Estão corretas as afirmativas: A prática pedagógica que se realiza na sala de aula existe
a) I, II e III apenas de forma autônoma e independente.
b) II e III apenas
c) II, III e IV apenas 206. (2021/Quadrix/SEDF) Tendo o texto acima como refe-
d) I, II e IV apenas rência inicial, julgue o item acerca de currículo e práticas
pedagógicas.
202. (2021/IBFC/SEED - RR) O ensino-aprendizagem, por O currículo compreende o conteúdo programático de
competência, significa uma forma de configurar os con- um assunto ou de uma área de estudos específicos,
teúdos a serem ensinados e aprendidos, com base nos referindo-se ao programa total das disciplinas de uma
objetivos a serem alcançados e nas habilidades a serem escola de qualquer nível ou grau de ensino.
desenvolvidas. Assinale a alternativa que apresenta o
ensino e a aprendizagem por competências: 207. (2021/Quadrix/SEDF) Tendo o texto acima como refe-
a) Valorizar conteúdos técnicos que favoreçam o su- rência inicial, julgue o item acerca de currículo e práticas
cesso para que os alunos sejam bem sucedidos em pedagógicas.
suas escolhas profissionais O termo currículo é usado apenas para definir o traba-
b) Planejar e executar a prática, considerando o desen- lho dentro de sala de aula, com alguns sentidos, con-
volvimento de um conjunto de habilidades a serem ceitos ou definições.
adquiridas, para que alcance a competência dos
saberes necessários 208. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) Em função da
c) Organizar os conteúdos de maneira que desenvolva, recente crise de Covid-19, a conectividade nas escolas
prioritariamente, o aspecto cognitivo, pois este é que e o papel continuado da educação a distância figuram
levará ao alcance da competência desejada entre as principais preocupações dos Ministérios da
d) Apontar conteúdos atitudinais como principais ele- Educação de muitos países. Em 2020, a Organização
mentos na elaboração do planejamento, pois esses para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
conteúdos garantem atitudes e valores fundamen- (OCDE) sugeriu que o uso mais disseminado das novas
tais no desenvolvimento da competência tecnologias vai ser um dos legados da pandemia para
a educação. Caso essas previsões se confirmem, os sis-
203. (2021/Quadrix/SEDF) A respeito da metodologia de temas educativos precisarão implementar políticas e
ensino da odontologia, da organização didático-pe- programas que levem em consideração as evidências
dagógica e do ensino integrado da odontologia diante sobre o que funciona e o que não funciona quando se
das exigências metodológicas de ensino-aprendizagem, usa tecnologia no processo de ensino-aprendizagem.
julgue o item. A respeito dessas evidências, analise as afirmativas a
O método de aprendizagem PBL (Problem Based Lear- seguir.
ning) consiste em um modelo tradicional de educação, I. A distribuição de computadores ou a conectividade
centrado no professor, que vem perdendo espaço para das escolas é condição necessária e suficiente para au-
propostas pedagógicas que utilizam metodologias ati- mentar e melhorar a aprendizagem.
vas de ensino, nas quais o aluno participa ativamente II. Os docentes, em geral, consideram que a incorpora-
do processo de ensino-aprendizagem. ção de recursos tecnológicos ao ensino pode ser posi-
tiva, desde que sejam devidamente capacitados para
Conhecimentos Pedagógicos

204. (2021/Quadrix/SEDF) O papel do professor na dimensão empregá-la em suas aulas.


educacional é pautado por grandes responsabilidades III. Programas de uso guiado de tecnologia – aqueles
sociais e, para que aja de modo consciente, autônomo que têm intencionalidade pedagógica definida e contam
e crítico, ele necessita de conhecimentos. Esse processo com a supervisão dos professores – costumam ter im-
é contínuo e constituído de diferentes fases/etapas for- pactos mais positivos e significativos na aprendizagem
mativas, singulares e coletivas, formando a identidade dos alunos, do que programas relacionados à infraes-
docente. trutura ou aos insumos tecnológicos.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

209. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) A respeito da


transversalidade e da interdisciplinaridade, modos de se
trabalhar o conhecimento, assinale a afirmativa correta.

72
a) A primeira, diferentemente da segunda, busca uma b) empirista, pois privilegia a experiência como fonte
reintegração de aspectos que ficaram isolados pelo do conhecimento e explica o desenvolvimento da
tratamento disciplinar. inteligência como resposta à pressão do meio exte-
b) A segunda estabelece uma relação entre conteúdos rior.
teoricamente sistematizados e questões da vida real, c) interacionista, pois considera o indivíduo como um
privilegiando temas dos diferentes campos do co- ser ativo na construção de explicações sobre o mun-
nhecimento. do, desde a infância.
c) A primeira, assim como a segunda, assenta em pro- d) behaviorista, pois baseia-se na relação estímulo-
cedimentos didáticos que privilegiam temas e eixos -resposta, pela qual a escola tem papel importante
condutores desvinculados de qualquer matéria. ao fornecer incentivos para o desenvolvimento dos
d) A segunda questiona a fragmentação das discipli- alunos.
nas escolares, a favor do diálogo sobre determinado e) construtivista, pois pressupõe que a criança é um ser
tema ou problema entre as diversas áreas. pensante, construtora de suas próprias estruturas
e) A primeira, diferentemente da segunda, não origina cognitivas, mesmo sem ser ensinada.
uma disciplina específica, já que seus objetivos e
conteúdos estão inseridos em diferentes momentos 213. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) As expressões
de cada disciplina. formação continuada ou formação contínua são fre-
quentemente intercambiadas com o conceito de for-
210. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) A equipe gestora mação em serviço, assim como as expressões formação
de uma unidade escolar, em conjunto com seus docen- em contexto e formação centrada na escola. Em todos
tes, propõe a criação de um laboratório lúdico para a os casos, designam uma atividade realizada na escola
escola. Sobre os objetivos específicos dessa proposta, que: se ocupa dos saberes profissionais emergentes do
analise as afirmativas a seguir. contexto de ação, desafia o coletivo de professores a
I. Conhecer e manipular materiais lúdicos pedagógicos gerar sentidos e coerências para a atuação individual
que favoreçam a prática docente. e do grupo. Esse coletivo de trabalho, entendido como
II. Realizar oficinas de criação e construção de brinque- espaço de reflexão e intervenção, de socialização de ex-
dos e jogos para uso na ala de aula. periências e de (re)construção de identidades e práticas,
III. Desenvolver projetos interdisciplinares na área de pode permitir que cada professor e coordenador deem
ludicidade e educação para a formação docente. sentido à sua experiência e se reconheça produtor de
IV. Oferecer oficinas de formação para/com professores conhecimentos e saberes. CUNHA, R. B.; PRADO, G. V. T.
da Educação Básica e a comunidade. Sobre importâncias: a coordenação e a coformação na
Assinale a opção que indica os objetivos pertinentes à escola, In: PLACCO, V. M. N. S.; ALMEIDA, L. R. de (Org.).
inserção da dimensão lúdica no contexto pedagógico. O coordenador pedagógico e os desafios da educação.
a) I e IV, apenas. São Paulo: Loyola, 2008.
b) II e III, apenas. Assinale a afirmativa que descreve corretamente a con-
c) I, III e IV, apenas. cepção de formação continuada de professores.
d) I, II e III, apenas. a) É um processo em que o professor vivencia de forma
e) I, II, III e IV. deliberada e consciente a construção de sua auto-
nomia e autoria profissional em espaços e tempos
211. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) A importância do previstos na escola.
currículo é hoje indiscutível, mas sua concepção não é b) Trata-se de uma formação profissional complemen-
unívoca, assumindo diferentes sentidos que expressam tar, cuja certificação permite a promoção salarial e
o que, historicamente, entendeu-se por educação. As de carreira do docente.
definições a seguir exemplificam corretamente algumas c) É viabilizada pela frequência a cursos de curta du-
definições historicamente adotadas para indicar o cur- ração, de atualização e de aperfeiçoamento, sobre
rículo escolar, à exceção de uma. Assinale-a. temas de interesse individual dos professores.
a) Os planos pedagógicos elaborados por profissionais d) Envolve assistir, de forma pontual e eventual, a cur-
da educação. sos de reciclagem ou de pós-graduação lato sensu,
b) As experiências de aprendizagem escolares viven- sob indicação da gestão escolar.
ciadas pelos estudantes. e) Está associada à cursos de preparação de professo-
Conhecimentos Pedagógicos

c) Os objetivos a serem atingidos por meio do ensino res em instituições de ensino superior ou de ensino
e os conteúdos a serem aprendidos. médio, como o curso Normal, por exemplo.
d) A síntese das aptidões e qualificações adquiridas por
experiências de trabalho e acadêmicas. 214. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) A respeito das
e) Os processos de avaliação, que afetam a determina- contribuições dos pensadores da educação que, no sé-
ção dos conteúdos e dos procedimentos pedagógi- culo XX, propuseram teorias e experiências inovadoras,
cos. relacione os conceitos listados às suas respectivas des-
crições.
212. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) “Pau que nasce 1. Pragmatismo de John Dewey
torto, morre torto”. 2. Sócio interacionismo de Lev Vygotsky
O ditado acima expressa metaforicamente uma certa 3. Equilibração majorante de Jean Piaget
abordagem quanto aos processos de aprendizagem. ( ) O indivíduo apreende o mundo por meio da atuação
Essa abordagem é classificada como com o meio e com os outros seres. É através do
a) inatista, pois o aprendizado é fruto de uma regula- contato com a cultura pré-concebida que o pensa-
ção endógena de mecanismos considerados como mento se constitui, é estabelecida uma troca mútua
inatos, que ocorre por insight, ou seja, pela reorga- entre o sujeito e o meio e realiza-se uma experiência
nização perceptiva. pessoalmente significativa.

73
( ) As ideias são instrumentos para solucionar proble- d) Melhorar a aprendizagem de estudantes com defi-
mas da vida prática. O conhecimento, portanto, só ciências físicas, diminuindo as distâncias sociais.
é relevante se estiver conectado a um contexto so- e) Extrapolar a sala de aula e levar a aprendizagem para
cial e a dúvida e a inquirição são desenvolvidas em ambientes que maximizam a compreensão.
um contexto prática, sem isolar o conhecimento da
ação. 217. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) Sobre os pro-
( ) A busca pelo conhecimento se dá para suprir a ne- cessos de organização curricular, de acordo com as
cessidade de compreender o mundo, o que traz a diretrizes nacionais para a Educação Básica, analise as
sensação de equilíbrio e bem-estar para os sujeitos. afirmativas a seguir.
Esse processo de compreensão é feito através da I. A difusão de valores fundamentais, como respeito ao
assimilação (reconhecer o que já faz parte de um bem comum e à ordem democrática, é princípio válido
repertório familiar) e da acomodação (modificar para todos os currículos.
conhecimentos prévios para adequar os novos). II. O planejamento do currículo deve partir da realidade
Assinale a opção que apresenta a relação correta, se- concreta e estar voltado para atingir as finalidades legais
gundo a ordem apresentada. da educação, definidas no projeto coletivo da escola.
a) 1, 2 e 3. III. O currículo das escolas indígenas deve adequar me-
b) 1, 3 e 2. todologias didáticas e pedagógicas às características
c) 2, 1 e 3. próprias de transmissão do saber indígena.
d) 3, 2 e 1. Está correto o que se afirma em
e) 2, 3 e 1. a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
215. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) c) I e III, apenas.
I - O coordenador precisa assumir uma postura de arti- d) II e III, apenas.
culador e mediador, ao prestar assistência pedagógica e) I, II e III.
aos professores, e necessita estabelecer uma relação
dialógica, de respeito e escuta em relação aos docentes 218. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) Leia as afirma-
e, em sua atuação junto aos alunos, pais e comunidade, tivas a seguir.
com os quais interage diariamente na escola. FEFFER- I. Prepara para o mercado de trabalho e a continuação
MANN, E. A função do coordenador pedagógico na qua- dos estudos de modo a tornar o educando capaz de se
lificação do trabalho docente: formação continuada e adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupa-
avaliação educacional, 2016, p.34. ção.
II – O coordenador pedagógico pode auxiliar os pro- II. Aprimora o educando como pessoa humana, por
fessores a estabelecer relações entre as disciplinas do meio da formação ética, do desenvolvimento da auto-
currículo além de conhecer os alunos e a realidade so- nomia intelectual e do pensamento crítico.
cial em que a escola está circunscrita, além das relações III. Consolida e aprofunda os conhecimentos adquiridos
pedagógicas e interpessoais que se desenvolvem na sala em etapas anteriores, possibilitando o prosseguimento
de aula e na escola. PRADO, G. DA SILVA. A formação dos estudos.
continuada pela via do Coordenador Pedagógico, 2015, As afirmativas acima referem-se às finalidades do ensino
p.29. a) médio.
Para as autoras, o coordenador pedagógico: b) infantil.
a) responde pelos aspectos financeiros, legais e peda- c) superior.
gógicos da instituição de ensino, estando o funcio- d) fundamental.
namento geral da escola sob sua responsabilidade. e) de jovens e adultos.
b) faz com que as políticas públicas sejam implemen-
tadas nas escolas e informa a Secretaria das neces- 219. (2021/CETREDE/Prefeitura de Icapuí - CE) Aponte a
sidades dos gestores escolares e dos professores. abordagem que está centrada na atividade lúdica como
c) é responsável pelas ações disciplinares em relação impulsionadora dos processos de desenvolvimento e
ao corpo docente e elabora o calendário escolar em aprendizagem. Trata das aprendizagens significativas,
diálogo com a comunidade escolar. espontâneas e exploratórias da criança e de suas rela-
d) articula o projeto político-pedagógico com a direção ções interpessoais. Busca analisar e interpretar o jogo
Conhecimentos Pedagógicos

da escola e a secretária de educação, e analisa e infantil e seus significados como objetivos funcionais,
implementa mudanças curriculares. em que os mecanismos de regulação entre o sujeito e
e) é um catalizador das ações na escola, em sintonia seu meio permitem o jogo da adaptação que implica
com o projeto político-pedagógico da mesma, e um nos processos de assimilação e acomodação, em que a
mediador entre a gestão e a equipe pedagógica, os assimilação é a transformação das estruturas próprias
alunos e a comunidade. em função das variáveis do meio exterior.
a) Sistêmica.
216. (2021/FGV/Prefeitura de Paulínia - SP) As opções a se- b) Construtivista.
guir apresentam contribuições das novas tecnologias c) Crítico – superadora.
da informação para a prática pedagógica, à exceção de d) Psicomotricista.
uma. Assinale-a. e) Humanista.
a) Minimizar a interrupção educacional em momentos
de crise, conflito e desastre. 220. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP)
b) Expandir a aprendizagem formal, tornando mais As relações entre escola e família estão presentes no
eficiente o controle de tarefas. cotidiano escolar e não raramente provocam discussões
c) Criar novas comunidades de estudantes, engajando acaloradas sobre como devem ser estabelecidas e qual
pessoas com interesses vocacionais afins. o papel e responsabilidade de cada uma dessas insti-

74
tuições sociais no processo de ensino e aprendizagem. As barreiras que afetam o processo de aprendizagem
Sobre estas relações, com base na bibliografia indicada, escolar podem partir de diversas origens: cultural, so-
podemos AFIRMAR: cioeconômica, familiar, cognitiva, emocional, etc. A difi-
a) No mundo contemporâneo há um evidente desinte- culdade de aprendizagem, diferente dos distúrbios, não
resse das famílias em relação às atividades escolares, se refere a dificuldades específicas, e sim na defasagem
enfrentando os professores a ausência dos pais no genérica e abrangente referente a aquisição e /ou au-
acompanhamento das tarefas escolares e na resolu- tomatização de uma ou mais competências. É apenas
ção de problemas de aprendizagem verificados em um sintoma de que existe um déficit de aprendizagem.
sala de aula. A mudança da casa, problemas familiares, bullying e
b) As escolas apresentam especificidades conferidas outros fatores podem influenciar muito no desenvol-
pelas experiências, valores e conhecimentos dos vimento escolar do aluno e criar os mais diversos pro-
diferentes atores que as constituem, assim, ao esco- blemas de aprendizagem. Alguns problemas mais gra-
lher a escola para a criança e adolescente, as famílias ves podem surgir a partir disso, como a dificuldade de
devem adequar-se às especificidades desta organi- concentração, que pode dar origem à/ao www,telavita.
zação, não sendo possível relações individualizadas com.br
e baseadas nas necessidades familiares. a) Dislexia
c) As escolas devem ter no diálogo seu principal ins- b) Disgrafia.
trumento de atuação, buscando alcançar a melhor c) Superdotação.
comunicação possível; desta forma é fundamental d) Discalculia.
avaliar situações e contextos concretos, planejar e) Transtorno Deficit de Atenção com Hiperatividade
ações e oportunizar diferentes formas de participa- (TDAH).
ção da família na vida escolar.
d) As convocações das famílias ainda constituem as me- 223. (2021/CETREDE/Prefeitura de Icapuí - CE) A avaliação
lhores formas de resolução de conflitos e confrontos deve ser um meio para professor e aluno caminharem
nas relações estabelecidas com as escolas. Os proble- rumo à aprendizagem. Sendo assim, o processo avaliati-
mas de aprendizagem e/ou de comportamento são vo deve servir como meio para saber o que o educando
evidentemente melhor resolvidos quando a escola já aprendeu e o que lhe falta aprender. Nessa perspec-
chama a família à responsabilidade que lhe cabe. tiva, a avaliação deve ser exercida como
a) um modelo não didático estruturado por meio da
221. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP) aquisição do conhecimento por meio da repetição
Tanto o Currículo Comum para o Ensino Fundamental e memorização.
como a Proposta Pedagógica da Educação Infantil do b) a fragmentação do todo, uma prática de memoriza-
Sistema Municipal de Ensino de Bauru tratam do papel ção exaustiva, feita por meio da divisão do conheci-
das atividades coletivas nas escolas. Sobre isso, na pers- mento.
pectiva teórica adotada no município, NÃO é correto c) um modelo de ensino em que os conteúdos foram
afirmar: agrupados em unidades temáticas e blocos de co-
a) Há grande importância do papel dos professores nhecimento.
na organização de atividades coletivas a partir da d) uma prática de mediação entre professor, aluno e
compreensão do caráter coletivo da aprendizagem saber, servindo como mecanismo de reorientação do
humana. processo de ensino e de aprendizagem na direção
b) Com o avançar da idade no decorrer do processo de dos objetivos propostos.
escolarização, a motivação social advinda do pro- e) um mecanismo de divisão da escola em Escola pú-
fessor diminui, mas aumenta o papel do grupo de blica e privada.
amigos no processo de formação dos motivos.
c) Na sociedade atual é fundamental que a escola in- 224. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru -
vista no desenvolvimento de práticas que estimulem SP) Pelo Decreto nº 7.611/2011, prover condições de
a competição e o mérito individual em relação ao acesso, participação e aprendizagem no ensino regular
desempenho escolar, preparando os estudantes para e garantir serviços de apoio especializados de acordo
as exigências do trabalho. com as necessidades individuais dos estudantes, trata-
d) Na educação escolar, a atividade de estudo desen- -se de:
Conhecimentos Pedagógicos

volvida a partir da interação entre as crianças tem a) objetivo do atendimento educacional especializado.
demonstrado melhores resultados no que diz res- b) meta da política da educação especial.
peito ao processo de assimilação do conhecimento. c) estratégia do atendimento às pessoas com deficiência.
d) garantia de condições de equidade na inclusão.
222. (2021/CETREDE/Prefeitura de Icapuí - CE) A educação
especial é uma modalidade de ensino que perpassa 225. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP)
todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendi- A avaliação é uma ferramenta central que norteia a ação
mento educacional especializado, disponibiliza os ser- pedagógica docente e que serve como referência para a
viços e recursos próprios desse atendimento e orienta organização didática. Assim o processo avaliativo, pelo
os alunos e seus professores quanto a sua utilização professor, torna-se sinônimo de saberes necessários ao
nas turmas comuns do ensino regular. https://todos- ato de ensinar e do conhecimento sobre o que o aluno já
pelaeducacao.org.br/noticias se apropriou (Martins, 2013). Dessa forma, a avaliação
A educação especial surgiu com muitas lutas, organi- deverá ser repensada de acordo com as relações esta-
zações e leis favoráveis aos deficientes. A educação in- belecidas entre o professor e o aluno. Portanto, a partir
clusiva começou a ganhar força mundialmente a partir dessa compreensão, qual das alternativas abaixo indica
da Declaração de Salamanca – 1994, documento da o processo avaliativo que considera a aprendizagem do
ONU. A partir deste entendimento, responda a questão. aluno:

75
a) Aquele indicado por meio da nota, que garante que b) abertura; introdução ao tema; apresentação do pla-
os objetivos estabelecidos foram cumpridos, e atu- no da exposição; desenvolvimento e encadeamento
ará como forma de “medir” ou “classificar” o aluno. dos diferentes temas; de recapitulação e síntese; a
b) Compreendido por duas fases, ou seja, a formativa conclusão e o encerramento.
e a somativa, que mesmo ocorrendo em tempos c) abertura; introdução ao tema; apresentação do pla-
distintos, estão presentes naturalmente na escola no da exposição; desenvolvimento e o encadeamen-
e auxiliam na estigmatização da nota como o único to dos diferentes temas e de recapitulação e síntese.
indicador do saber adquirido pelo aluno. d) introdução ao tema; desenvolvimento e encadea-
c) Entende-se que a nota deva ser excluída do pro- mento dos diferentes temas; recapitulação e síntese
cesso avaliativo, pois não garante que, dentro dos e a conclusão.
objetivos estabelecidos, os critérios de pontuação
possam “medir” ou “classificar” o aluno em nenhum 228. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP)
dos momentos do processo. DOLZ; GAGNON; DECÂNDIO (2010), na obra Produção
d) A avaliação formativa em sua completude (diagnósti- Escrita e Dificuldades de Aprendizagem, problemati-
ca e somativa), pois proporciona ao professor no seu zam o ensino e a aprendizagem da produção escrita
planejamento diário a garantia de que a avaliação e discutem sobre as cinco operações mais comuns da
ocorrerá constantemente, com conceito ou nota, produção textual escrita.
como um dos indicadores que servirá como parâ- Assinale a alternativa que apresenta essas operações.
metro para o processo de Ensino e Aprendizagem, a) introdução (apresenta a ideia principal); desenvolvi-
causando o menor impacto possível, sendo algo mento (desdobra a ideia principal em secundárias);
com que os alunos se familiarizem, sem sentirem- argumentação (apresentação de argumentos para
-se pressionados ou testados, porém com caráter defender a tese apresentada), contra-argumentação
intencional. (apresentação de argumentos para refutar a ideia
apresentada) e conclusão (síntese das ideias apre-
226. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - sentadas).
SP) Ao planejar suas aulas semanais, será importante b) narração (narra fatos com uma certa tensão); descri-
ao professor organizar seu tempo didático e transmitir ção (fotografa com palavras pessoas, lugares e ob-
aos alunos a sua forma de organização, de modo que jetos); dissertação (defende um determinado ponto
estes se sintam seguros diante do processo. Eles pode-
de vista); injunção (segue determinadas instruções)
rão antever as próximas atividades, o que diminuirá a
e dialogal (estabelece um diálogo entre as persona-
ansiedade e permitirá a percepção do tempo e sua or-
gens).
ganização na escola (Santos e Tsuhako, 2016). O registro
c) contextualização: adaptar-se às situações de comu-
da rotina é um recurso imprescindível para desenvolver
nicação; elaboração e tratamento dos conteúdos te-
habilidades de aprendizagem, escolha a alternativa que
aponta habilidades desenvolvidas em função do esta- máticos; Planificação: organizar o texto em partes;
belecimento da Rotina Escolar e de Aprendizagem: Textualização: utilizar os recursos da língua; Revisão/
a) O desenvolvimento da Atenção voluntária, que tem reescrita do texto.
origem em motivos e finalidades estabelecidos cons- d) determinar o contexto de produção (definir quem
cientemente pelo indivíduo em face das exigências são os agentes interlocutores); introdução (apresen-
das atividades empreendidas. E da Memória, que ta a ideia principal); desenvolvimento (desdobra a
exige a organização intencional da atividade, de tal ideia principal em secundárias); organizar o texto
forma que o objetivo mnemônico se insira como em partes e reescrita do texto.
ação que a integra;
b) O desenvolvimento da Atenção involuntária, que 229. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP)
se estabelece no decorrer do processo de ensino Para DOLZ; GAGNON; DECÂNDIO (2010), as dimensões
e aprendizagem e da Memória que é o produto es- da escrita são: fenômeno psicológico, linguageiro e so-
pontâneo da sistematização do Currículo Escolar; cial. O psicológico inclui cognitivo, afetivo e sensório
c) A Atenção voluntária que sendo inata no indivíduo motor; o linguageiro, textual, pragmático, sintático, lexi-
apenas se firmará como procedimento de apren- cal, ortográfico e gráfico; já o social, inclui o interacional
dizagem e a Memória Operacional de uso apenas e o cultural. Assinale a alternativa que apresenta as
imediato para o processo e estabelecida em função capacidades cognitivas requeridas pela escrita e como
Conhecimentos Pedagógicos

da organização docente. elas funcionam na produção de um texto referente ao


d) A atenção e a Memória, como habilidades inatas que componente cognitivo do fenômeno psicológico.
apenas serão refinadas no decorrer do processo de a) O componente cognitivo do fenômeno psicológico
organização escolar, o professor apenas as intensifica é representado pelo pensamento, o qual envolve as
e não consegue desenvolvê-las conscientemente no representações e os conhecimentos dos conteúdos
decorrer do processo. temáticos a serem desenvolvidos, cujas capacida-
des cognitivas que a atividade de escrita exige são:
227. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru – SP) selecionar e hierarquizar as informações; indicar as
De acordo com DOLZ; SCHNEUWLY; DE PIETRO (2004), a relações estabelecidas entre elas; inferir elementos
exposição oral deve ser ordenada em partes e subpartes não explícitos.
de tal modo que se permitam distinguir as fases suces- b) O componente cognitivo do fenômeno psicológico
sivas de sua construção interna. Assinale a alternativa é caracterizado pelos mecanismos de textualização,
que apresenta, sequencialmente, essas fases. cujas operações mobilizadas são as de conexão, coe-
a) abertura; introdução ao tema; apresentação do pla- são nominal e coesão verbal, as quais implicam uma
no da exposição; desenvolvimento e encadeamento adaptação às restrições e às questões envolvidas nas
dos diferentes temas; de recapitulação e síntese e o situações de produção, no que se refere aos parâ-
encerramento. metros das situações sociais de interação.

76
c) O componente cognitivo do fenômeno psicológico c) ensinar a classificação dos gêneros textuais dentro
é representado pelas atividades linguageiras, cujas dos domínios discursivos e identificar sua tipologia,
capacidades cognitivas que mobilizam nesse com- segmentando e classificando as sequências textuais
ponente são: textual: coesão e coerência; sintático, que constituem o gênero estudado.
que se refere à construção e às relações entre os d) ensinar o conteúdo temático e a construção com-
componentes da frase; e lexical, que se refere ao posicional dos gêneros para capacitar os alunos a
vocabulário e à criação de novas palavras a partir produzirem os mais diversos gêneros textuais nas
de palavras de base. diversas situações comunicativas.
d) O componente cognitivo do fenômeno psicológico
é representado pelo plano global do texto, cujas ca- 232. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) A apren-
pacidades a serem mobilizadas são a de planificar o dizagem se dá por influência dos estímulos do meio e
texto em suas partes constitutivas e a de prever as o reforço consiste em qualquer estímulo ou evento que
várias sequências textuais que o compõem. aumenta a probabilidade de ocorrência de um compor-
tamento. Esse conceito é defendido por:
230. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP) a) Piaget.
O ensino e a aprendizagem de um gênero são realizados b) Skinner.
c) Bandura.
a partir de uma dinâmica, chamada por Schneuwly e
d) Freire.
Dolz (2004) de modelos didáticos de gêneros (MDG),
e) Wallon.
os quais são elaborados para planificar o seu ensino,
pois instrumentaliza o professor na produção de Sequ- 233. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo
ências Didáticas de atividades de linguagem. Assinale com Boynton, os alunos com _____________________
a alternativa que apresenta os três princípios em forte são dirigidos por seus impulsos e geralmente ficam frus-
interação que a elaboração desse MDG compreende, trados e rebeldes quando lhes falta tempo para termi-
seguida da caracterização de cada um deles. nar suas tarefas, além disso, esses alunos têm pouco ou
a) princípio sociológico da docência (ensinar a lingua- quase nenhum relacionamento positivo com adultos.
gem conforme seu uso social numa determinada Assinale a alternativa que preenche corretamente a
comunidade linguística); princípio solidário (aquele lacuna do trecho acima.
referente à transposição do conhecimento do pro- a) estresse pós-traumático
fessor ao aluno para capacitálo a agir comunicativa- b) demência
mente) e princípio da legalidade (atuar na docência c) transtorno desafiador de oposição
atendendo aos princípios da legislação, cumprindo d) paralisia cerebral
o compromisso da formação linguística e cidadã do e) transtorno de ansiedade
aluno).
b) princípio teórico-prático (praxeologia do saber); prin- 234. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Conforme
cípio do pertencimento à docência (o compromisso Boynton, a habilidade para lidar eficientemente com os
de ensinar conteúdos e formar cidadãos) e o princí- pais quando eles se encontram enraivecidos ou desa-
pio avaliativo (para reestruturar sua prática docente pontados com a escola é um instrumento importante
em consonância com as respostas de aprendizagens que pode prevenir o surgimento de maiores problemas
dos alunos). disciplinares. O professor deve se manter tranquilo e:
c) princípio moral e ético da profissão docente (aquele I. Iniciar a conversa com afirmações positivas a respeito
próprio da profissão de professor: ensinar o uso da do aluno.
linguagem padrão); princípio linguístico (gramatical e II. Deixar os pais desabafarem.
III. Discutir o futuro (não se prender ao passado).
discursivo) e princípio do conhecimento (do gênero
IV. Admitir erros.
a ser ensinado).
V. Terminar com conversas abusivas prontamente e de
d) princípio da legitimidade (saberes adquiridos a partir
forma leve.
da produção científica de referência); princípio da Quais estão corretas?
pertinência (saber científico adequado às capacida- a) Apenas III.
des dos alunos, aos objetivos e finalidades da escola b) Apenas II e III.
e ao processo de ensinoaprendizagem) c) Apenas IV e V.
Conhecimentos Pedagógicos

e) princípio da solidarização (coerência entre os conhe- d) Apenas I, II e V.


cimentos a serem ensinados a partir dos objetivos e) I, II, III, IV e V.
visados).
235. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acor-
231. (2021/Prefeitura de Bauru - SP/Prefeitura de Bauru - SP) do com Oliveira-Formosinho, há doze princípios para
No texto Para (re)pensar o ensino de gêneros, Machado a avaliação pedagógica holística, sobre eles, analise as
(2004) desenvolveu uma reflexão teórica sobre como seguintes assertivas e assinale C, se corretas, ou I, se
a proposta teórico-metodológica do Interacionismo incorretas.
Sociodiscursivo considera como “ensinar gêneros” nas ( ) Ser democrática e participativa.
aulas de Língua Portuguesa. Segundo a autora, o objeto ( ) Manter a criança passiva em relação à aprendiza-
real de ensino e aprendizagem é: gem.
a) tomar os gêneros como o objeto real de ensino e ( ) Ser ecológica, ou seja, deve levar em conta os con-
aprendizagem de língua portuguesa. textos, os processos e resultados.
b) ensinar as operações de linguagem necessárias para ( ) Estar centrada em quantificação de notas e ser se-
as ações de linguagem que se realizam nos quadros letiva.
da atividade social, cujo domínio constituiriam as ( ) Apoiar a jornada de aprendizagem individual de
capacidades de linguagem. cada criança e do grupo.

77
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de a) Promover uma continuidade com a cultura de en-
cima para baixo, é: sino tradicional e fragmentado, criando um laço de
a) C – C – C – C – C. interação maior entre aluno e professor.
b) C – I – C – I – C. b) Mudar o foco no ensino para o foco no aprendizado
c) I – I – I – I – I. e no desenvolvimento do estudante.
d) C – C – I – C – I. c) Desenvolver e adotar um sistema acadêmico no qual
e) I – I – I – C – C. o conhecimento aplicado é o principal foco.
d) Desenvolver o processo de ensino-aprendizagem
236. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Conforme utilizando tecnologia de informação atualizada, de
Coll, a agressividade é um dos problemas que mais afeta modo a oferecer serviços diferenciados que favo-
as crianças durante a infância e uma das questões que recerão a integralização e o desenvolvimento das
mais preocupa seus progenitores e educadores. A agres- competências projetadas.
sividade em que se causa um dano ao outro como meio e) Atuar no ensino, fomentando a qualidade e o alto
para conseguir um fim não agressivo é denominada de: desempenho do estudante.
a) Instrumental.
b) Sequencial. 241. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Segundo
c) Empática. Fava, vivemos um momento célebre em que a educação
virtual tem um peso cada vez mais significativo na edu-
d) Hostil.
cação real. Significa que, cada vez mais, a educação vai
e) Sensitiva.
se tornando mais complexa, porque o foco está migran-
do da simples transmissão de conteúdos para dimen-
237. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Conforme sões menos integradas, conspícuas, perceptíveis, como
Oliveira-Formosinho, a documentação pedagógica deve as competências e habilidades intelectuais, emocionais
ser capaz de, EXCETO: e éticas. Ruem as paredes das salas de aula, aglutinando
a) Revelar os processos de ensino e aprendizagem. novos espaços de ensino-aprendizagem presenciais e
b) Mostrar o ensino em ação. virtuais. Alteram-se as atribuições do professor com a
c) Citar problemas psicológicos individuais severos e/ incorporação de novos papéis, como os de:
ou familiares. I. Mediador.
d) Revelar o progresso na aprendizagem. II. Facilitador.
e) Gerar informação para aprender sobre a aprendiza- III. Mobilizador.
gem situada. Quais estão corretas?
a) Apenas I.
238. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo b) Apenas II.
com Candau, são considerados componentes dos pro- c) Apenas III.
cessos de aprendizagem e da construção de estratégias d) Apenas I e III.
pedagógicas: e) I, II e III.
I. A diversidade de ritmos.
II. Os modos de aprender. 242. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Segundo
III. Os traços de personalidade. Moran, por meio da aprendizagem baseada em proje-
Quais estão corretas? tos, buscam-se problemas extraídos da realidade pela
a) Apenas I. observação realizada pelos alunos dentro de uma comu-
b) Apenas II. nidade. Os alunos identificam os problemas e buscam
c) Apenas III. soluções para resolvê-los. Os projetos que se apresen-
d) Apenas I e III. tam como efetivos têm alguns atributos. Assinale a
e) I, II e III. alternativa que NÃO apresenta um desses atributos.
a) Reconhecem o impulso para aprender, intrínseco dos
239. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo alunos.
com Hoffmann, avaliar qualitativamente significa um b) Envolvem os alunos nos conceitos e princípios cen-
julgamento mais: trais de uma disciplina.
a) Parcial e leve. c) Requerem a utilização de ferramentas e habilidades
b) Objetivo e superficial. essenciais, incluindo tecnologia para aprendizagem,
Conhecimentos Pedagógicos

c) Político e idealizador. autogestão e gestão do projeto.


d) Global e intenso. d) Utilizam avaliações baseadas na classificação de
acerto dos alunos.
e) Simples e superficial.
e) Incluem múltiplos produtos que permitem feedback.
240. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Para Fava, 243. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acor-
no contexto tecnológico atual, nas circunstâncias e do com Moran, NÃO é uma das diversas estratégias
exigências do mercado, qualquer sistema acadêmico, que podem ser usadas para se conseguir ambientes de
para ser eficaz, deve ter foco no desenvolvimento de aprendizagem ativa em sala de aula:
competências e habilidades voltadas para a emprega- a) Discussão de temas e tópicos de interesse para a
bilidade em um mercado de trabalho no qual se exige formação profissional.
capacidade reflexiva sobre as próprias necessidades de b) Trabalho individualizado sem a necessidade de co-
formação continuada, iniciativa na busca de soluções laboração de outros colegas.
para questões percebidas, hierarquia horizontalizada, c) Estudo de casos relacionados com áreas de formação
flexibilidade para o trabalho em equipes multidiscipli- profissional específica.
nares. Na geração de valor que atinja a todos os inte- d) Debates sobre temas da atualidade.
ressados no sistema de ensino, a proposta estabelece, e) Geração de ideias (brainstorming) para buscar a so-
EXCETO: lução de um problema.

78
244. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acor- ( ) De acordo com Luckesi (1999), a avaliação que se
do com Moran, as metodologias precisam acompanhar pratica na escola é a avaliação da culpa. Aponta,
os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos ainda, que as notas são usadas para fundamentar
sejam proativos, precisamos adotar metodologias em necessidades de classificação de alunos, onde são
que os alunos: comparados desempenhos e não objetivos que se
I. Se envolvam em atividades cada vez mais complexas. deseja atingir.
II. Tenham que tomar decisões. Após análise, assinale a alternativa que apresenta a se-
III. Avaliem os resultados, com apoio de materiais rele- quência CORRETA dos itens acima, de cima para baixo:
vantes. a) F, V, V, F.
Quais estão corretas? b) V, V, V, V.
a) Apenas I. c) V, F, V, V.
d) F, F, V, F.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
248. (2021/AOCP/Prefeitura de Belém - PA) “Os componen-
d) Apenas I e III. tes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental se-
e) I, II e III. rão organizados em relação às áreas de conhecimento”.
Considerando o conteúdo acima, assinale a alternativa
245. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Os esta- correta.
belecimentos que utilizam progressão regular por sé- a) A área de conhecimento de Linguagens é subdividida
rie podem adotar no ensino fundamental o regime de em duas: Língua Portuguesa e Língua Espanhola.
progressão ______________, sem prejuízo da avaliação b) Arte é considerada componente curricular opcional.
do processo de ensino-aprendizagem, observadas as c) Para as populações indígenas, é ministrada a Língua
normas do respectivo sistema de ensino. Materna.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a d) Estão inseridas nas Ciências da Natureza: História e
lacuna do trecho acima. Geografia.
a) fragmentada e) Não é permitido o ensino religioso, pois o Estado é
b) parcial laico.
c) funcional
d) exponencial 249. (2021/AOCP/Prefeitura de Belém - PA) Consta na Reso-
lução nº 4, de 13 de julho de 2010, que a avaliação no
e) continuada
ambiente educacional compreende 3 (três) dimensões
básicas, sendo elas:
246. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) A educação a) Avaliação da aprendizagem; Avaliação institucional
deve abranger os processos formativos desenvolvidos, interna e externa e Avaliação de redes de Educação
EXCETO: Plena.
a) Nas organizações da sociedade jurídica. b) Avaliação da aprendizagem; Avaliação institucional
b) Na família. interna e externa e Avaliação de redes de Educação
c) Nas manifestações culturais. Básica.
d) Nas instituições de ensino e pesquisa. c) Avaliação da estrutura escolar dos municípios; Ava-
e) Na convivência humana. liação institucional interna e externa e Avaliação de
redes de Educação Plena.
247. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena - SC) Analise d) Avaliação da estrutura escolar dos municípios; Ava-
as assertivas: liação institucional nacional e internacional e Ava-
( ) Emília Ferreiro defende que a escrita pode ser liação de redes de Educação Básica.
compreendida de duas formas distintas: como uma e) Avaliação da Aprendizagem; Avaliação institucional
transcrição gráfica das unidas unidades ou como nacional e internacional e Avaliação de redes de
uma representação da linguagem. Educação Básica.
( ) Para estudar a aquisição da linguagem, torna-se
250. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena - SC) Cerca
necessária uma análise sobre o pensamento de
de 40% dos alunos foram reprovados em uma turma
Vygotsky e Piaget, uma vez que o primeiro voltou-se do 5º Ano. Buscando desenvolver o potencial de cada
mais para o estudo das funções psicológicas supe-
Conhecimentos Pedagógicos

aluno e valorizar o conhecimento de cada aluno dessa


riores, abrindo o caminho para discutirmos sobre turma, o professor regente, desde a primeira avalia-
instrumentos e signos, linguagem e pensamento, ção diagnóstica, reconheceu o conhecimento que cada
enquanto Piaget preocupou-se, principalmen- aluno da turma havia se consolidado e estava prestes
te, com o desenvolvimento cognitivo da criança, a se consolidar. Então, em conjunto com o Pedagogo
fazendo-nos mergulhar na língua, passando por da escola, decidiram implantar um projeto de Agrupa-
fases sucessivas no desenvolvimento da inteligên- mento por Dupla, onde um aluno poderia mediar novos
cia. Realizar um paralelo entre estes dois grandes conhecimentos na relação com outro.
teóricos, Vygotsky e Piaget, significa impulsionar os A partir da adoção desse projeto, pode-se afirmar que
estudos acerca da linguagem humana, que está em foi adotada uma perspectiva teórica correspondente a:
constante evolução. a) Vygotsky - nos conceitos de área de desenvolvimento
( ) No campo da educação o planejamento tem um ca- real e área de desenvolvimento proximal.
ráter condicionado a essa transformação, pois ao fi- b) Piaget - nos conceitos de equilibração, assimilação
nal da execução deste espera-se que o objetivo seja e área de desenvolvimento biológico.
alcançado e promova uma mudança de comporta- c) Emília Ferreiro - nos processos de construção da
mento do aluno frente ao conhecimento. Logo, do alfabetização e da linguagem escrita.
ponto de vista educacional, o planejamento é um d) Paulo Freire - nos conceitos do movimento chamado
ato político-pedagógico porque revela intenções. pedagogia crítica.

79
251. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena - SC) Um 254. (2021/VUNESP/Prefeitura de Várzea Paulista - SP) Em um
aluno do 4º ano, enquanto lia sobre o processo de for- curso para atualização de professores, Ivete interessou-
mação da chuva, chegou a uma conclusão sobre como -se pelo tema “Transversalidade e Interdisciplinaridade
acontecia a formação das nuvens, que modificou seus no processo ensino-aprendizagem”. Aprendeu, então,
conhecimentos prévios sobre o assunto. A teoria gené- que o processo de ensino exige que o professor conhe-
tica, baseada em Piaget, afirma que a aprendizagem é o ça formas de organizar e de apresentar os conteúdos
resultado da necessidade de um sujeito encontrar um programáticos aos alunos. Nesse contexto, o professor
equilíbrio com seu meio. Portanto, o conflito cogniti- pode adotar a disciplinaridade, a interdisciplinaridade
vo vivido pelo aluno pode modificar seu pensamento ou a transdisciplinaridade. De acordo com Garcia (s.d.),
de acordo com a construção de novos conhecimentos, “A transversalidade e a interdisciplinaridade são mo-
o que o trará de volta ao equilíbrio. De acordo com dos de se trabalhar o conhecimento que buscam uma
a teoria de Piaget, encontrar esse equilíbrio envolve reintegração de aspectos que ficaram isolados uns dos
processos de: outros pelo tratamento disciplinar”. A autora também
a) Assimilação, acomodação e adaptação. esclarece que, com a transversalidade e com a inter-
b) Exposição, acomodação e assimilação. disciplinaridade, busca-se conseguir
c) Estruturação, adaptação e realismo. a) a construção de modelos.
d) Percepção, realismo e assimilação. b) uma visão mais ampla e adequada da realidade.
c) um conhecimento mais profundo de um único tema.
d) a concentração da atenção em aspectos bem espe-
252. (2021/VUNESP/Prefeitura de Várzea Paulista - SP) Hoff-
cíficos.
mann, em “Avaliação mediadora: uma relação dialógica
e) a fragmentação da realidade para melhorar sua com-
na construção do conhecimento” (Revista Ideias, no
preensão.
22), faz uma crítica à postura comportamentalista de
alguns professores. Referindo-se a esse grupo, a au- 255. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo
tora afirma que “sem considerarem possíveis outras com Candau, o referencial psicológico, tanto das teorias
explicações para o fracasso dos estudantes que não o da aprendizagem quanto das contribuições da psicolo-
comprometimento deles (o que também é importante, gia do desenvolvimento e da personalidade, exerceu, e
mas não razão absoluta), não podem evoluir no sentido continuam exercendo, forte impacto na formação dos
de dois princípios presentes a uma avaliação enquanto educadores e educadoras. Nessa perspectiva, o termo
mediação...”. diferença está em geral referido às características:
De acordo com tal texto, esses dois princípios são o do I. Físicas.
diálogo e o II. Sensoriais.
a) da correção. III. Cognitivas.
b) do registro a ser feito. IV. Emocionais.
c) das exigências do sistema. Quais estão corretas?
d) do conteúdo a ser transmitido. a) Apenas IV.
e) do acompanhamento reflexivo. b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
253. (2021/VUNESP/Prefeitura de Várzea Paulista - SP) Ca- d) Apenas I, II e III.
rina, professora do Ensino Fundamental, participou de e) I, II, III e IV.
um curso de formação continuada sobre o documento
Ensino Fundamental de nove anos: orientações para 256. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo
a inclusão da criança de seis anos de idade (BRASIL, com Hoffmann, avaliar significa ação provocativa do
2007). O tópico que mais lhe chamou a atenção foi o do professor desafiando o educando a:
emprego de portfólios como instrumento avaliativo. O I. Refletir sobre as situações vividas.
coordenador do curso, citando o referido documento, II. Formular e reformular hipóteses.
afirmou que “a diversificação dos instrumentos ava- III. Reproduzir os conteúdos repassados pelos profes-
liativos (...) viabiliza um maior número e variedade de sores.
informações sobre o trabalho docente e sobre os per- Quais estão corretas?
a) Apenas I.
Conhecimentos Pedagógicos

cursos de aprendizagem, assim como uma possibilidade


de reflexão acerca de como os conhecimentos estão b) Apenas II.
sendo concebidos pelas crianças e adolescentes. (...) O c) Apenas III.
uso de portfólios, por exemplo, pode ser útil para que d) Apenas I e II.
os estudantes, sob orientação dos professores, possam e) I, II e III.
analisar suas próprias produções, refletindo sobre os
257. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo
conteúdos aprendidos e sobre o que falta aprender,
com Fava, no contexto tecnológico atual, nas circuns-
ou seja, possam visualizar seus próprios percursos e
tâncias e exigências do mercado, qualquer sistema
explicitar para os professores suas estratégias de apren-
acadêmico, para ser eficaz, deve ter foco no desenvol-
dizagem e vimento de competências e habilidades voltadas para a
a) suas incertezas e preocupações”. empregabilidade em um mercado de trabalho no qual
b) suas estratégias de memorização”. se exige:
c) suas concepções sobre os objetos de ensino”. I. Capacidade reflexiva sobre as próprias necessidades
d) sua prontidão para a aquisição de novos conheci- de formação continuada.
mentos”. II. Iniciativa na busca de soluções para questões perce-
e) suas possibilidades de promoção para o ano/série bidas.
seguinte”. III. Hierarquia horizontalizada.

80
IV. Flexibilidade para o trabalho em equipes multidisci- de trabalho docente e de formação continuada de
plinares. modo que a gente faça melhor aquilo que a gente
Quais estão corretas? precisa fazer.
a) Apenas II. d) A ideia de democratização da gestão, isto é, que as
b) Apenas I e III comunidades pedagógicas: pais, alunos, professo-
c) Apenas II e IV. res e funcionários, tenham presença ativa dentro
d) Apenas I, II e IV. do equipamento escolar.
e) I, II, III e IV. e) Democratização do acesso e da permanência, isto
é, aumentar cada vez mais o número de pessoas em
258. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo qualquer idade na educação básica e tudo aquilo que
com Moran, a aprendizagem ___________________ é deveria ser obrigatório, e em segundo lugar não só
uma metodologia de aprendizagem em que os alunos entrem como permaneçam dentro da escola.
se envolvem com tarefas e desafios para resolver um
problema ou desenvolver um projeto que também te- 262. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) A educação
nha ligação com sua vida fora da sala de aula. abrange os processos formativos que se desenvolvem,
Assinale a alternativa que preenche corretamente a EXCETO:
lacuna do trecho acima. a) Nos parâmetros autoadaptativos.
a) de significância metodológica b) Na vida familiar.
b) corporativa c) Na convivência humana.
c) baseada em projetos d) No trabalho.
d) de projetos singulares e) Nas instituições de ensino e pesquisa.
e) por justa posição
263. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Itapiranga - SC) Em re-
259. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria – RS) De acordo lação aos cursos de formação de docentes, a Lei de
com Moran, um dos caminhos mais interessantes de Diretrizes e Bases da educação nacional diz que:
aprendizagem ativa é pela investigação (ABIn – Apren- a) Qualquer pessoa pode ministrar, independente de
dizagem baseada na Investigação). Os estudantes, sob formação ou liberação dos órgãos competentes.
orientação dos professores, desenvolvem a habilidade b) A elaboração de seus currículos é de livre iniciativa
de levantar questões e problemas e buscam – individual das instituições que os oferecem.
e grupalmente, utilizando métodos indutivos e dedu- c) Todos devem ser ministrados no interior da institui-
tivos – interpretações coerentes e soluções possíveis. ção na qual o profissional trabalha.
d) Seus currículos devem ter como referência a Base
Isso envolve, EXCETO:
Nacional Comum Curricular.
a) Aprender pela descoberta.
b) Evitar caminhos complexos de aprendizagem.
264. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Itapiranga - SC) Os pilares
c) Avaliar situações e pontos de vista diferentes.
da educação da UNESCO foram elaborados em 1999 por
d) Assumir alguns riscos.
Jacques Delors, professor político e econômico fran-
e) Fazer escolhas. cês. Publicado no relatório: “Educação: um tesouro
a descobrir”, eles definem os aprendizados conside-
260. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) Segundo rados essenciais para que as crianças se desenvolvam
Moran, em um sentido amplo, toda a aprendizagem é cognitivamente e socialmente. Seguindo os 4 pilares,
ativa em algum grau, porque exige do aprendiz e do os alunos recebem uma formação completa. Ou seja,
docente formas diferentes de movimentação interna não somente se preparam para o mercado de trabalho,
e externa, ou seja, de: mas também para viver em sociedade e se tornarem
I. Motivação. cidadãos mais justos, empáticos e preparados para lidar
II. Seleção. com adversidades. Disponível em: https://www.erasto.
III. Interpretação. com.br/noticias/pilares-da-educacao-da-unesco (Frag-
IV. Aplicação. mento)
Quais estão corretas? Para buscar respostas plausíveis aos desafios que essa
a) Apenas II. nova educação impõe, o educador deve organizar-se e
b) Apenas I e III.
Conhecimentos Pedagógicos

delinear as quatro aprendizagens essenciais:


c) Apenas II e IV. a) Aprender a conhecer, aprender a conviver, aprender
d) Apenas I, II e IV. a fazer, aprender a ser.
e) I, II, III e IV. b) Aprender a compartilhar, aprender a criar, aprender
a questionar, aprender a avaliar.
261. (2021/FUNDATEC/Prefeitura de Vacaria - RS) De acordo c) Aprender a escrever, aprender a ler, aprender a fazer,
com Cortella, nós temos quatro desafios principais na aprender a aplicar.
educação pública brasileira, EXCETO: d) Aprender a colaborar, aprender a ser, aprender a
a) A criação de escolas especiais para alunos especiais, viver, aprender a conviver.
pois não há como educar igualmente essas crianças
com outras crianças ditas “normais”. 265. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Itapiranga - SC) A relação
b) A educação de jovens e adultos, pois é vergonhoso aluno e professor desempenha um importante papel
um país que é a sexta economia mais poderosa do na trajetória de sucesso acadêmico e desenvolvimen-
mundo tenha ainda 14 milhões de homens e mulhe- to social do estudante. Sobre esse assunto, assinale a
res com mais de 15 anos de idade que não sabem alternativa INCORRETA.
ler o lema da própria bandeira. a) Distúrbios comportamentais ou de aprendizagem
c) Uma nova qualidade de ensino em relação ao tempo podem dificultar o entendimento entre professores
que vivemos com uma modificação das condições e alunos.

81
b) A respeito dos pais com os docentes coopera para 270. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação da
a promoção de um bom relacionamento dos estu- aprendizagem ajuda professores a obter informações
dantes com os professores. úteis sobre o que, quanto e quão bem estão aprenden-
c) O desenvolvimento da inteligência emocional dos do seus alunos, bem como a repensar as estratégias
estudantes passa pelo bom relacionamento com os de ensino, orientando o próprio trabalho do docente.
professores. A respeito do processo de avaliação no contexto da
d) O influência de um professor sobre os seus alunos educação escolar brasileira, julgue o item a seguir.
termina ao final do ano letivo. O professor pode realizar avaliações comparativas, so-
licitando que os alunos respondam em uma ficha, ao
266. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Itapiranga - SC) A psi- final de cada aula, o que consideram ter aprendido e o
cologia e a sociologia entendem o relacionamento in- que não entenderam; nesse caso, as respostas são lidas,
terpessoal como sendo a relação entre duas ou mais categorizadas e retomadas pelo docente no início da
pessoas. Assim, em um ambiente de trabalho este re- aula seguinte.
lacionamento é inevitável, o que exige do profissional
o discernimento necessário para tornar amistosas e 271. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação da
produtivas suas relações. Entre os itens abaixo citamos aprendizagem ajuda professores a obter informações
algumas práticas que tornam possível o exercício de um úteis sobre o que, quanto e quão bem estão aprenden-
relacionamento interpessoal saudável, analise-os. do seus alunos, bem como a repensar as estratégias
I. Ter atitudes positivas. de ensino, orientando o próprio trabalho do docente.
II. Saber ouvir. A respeito do processo de avaliação no contexto da
III. Fazer prevalecer sua opinião. educação escolar brasileira, julgue o item a seguir.
IV. Valorizar as pessoas que estão em algum grau de su- A avaliação somativa deve servir como guia para o pro-
perioridade em relação a você, em detrimento dos que fessor e seus alunos, tornando a construção do conhe-
estão em níveis intelectuais ou profissionais inferiores. cimento um processo leve, eficaz e personalizado, ao
Está (ão) CORRETA (S) apenas: considerar e respeitar as individualidades.
a) Os itens I e IV estão corretos.
b) Os itens I e II estão corretos. 272. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação da
c) Os itens II e IV estão corretos. aprendizagem ajuda professores a obter informações
d) Os itens II e III estão corretos. úteis sobre o que, quanto e quão bem estão aprenden-
do seus alunos, bem como a repensar as estratégias
267. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Itapiranga - SC) No livro de ensino, orientando o próprio trabalho do docente.
“Ler e Escrever na Escola, o Real, o Possível e o Neces- A respeito do processo de avaliação no contexto da
sário”, Delia Lerner afirma que “considerar que o obje- educação escolar brasileira, julgue o item a seguir.
to de ensino se constrói tomando como referência as A avaliação é importante como diagnóstico e percep-
práticas de leitura e escrita supõe determinar um lugar ção de fatores que vislumbram preventivamente um
importante para o que os leitores e escritores fazem, estudante e seu processo de ensino-aprendizagem.
supõe conceber como conteúdos fundamentais do en-
sino os comportamentos do leitor, os comportamentos 273. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação é ine-
do escritor”. rente ao processo de ensino e aprendizagem em mate-
Desse modo, para que a aprendizagem seja efetiva a mática. Nesse contexto, julgue o item que se segue.
intenção do educador deve ser: A avaliação na matemática tem caráter puramente
a) A de se atentar para as situações de escrita pura- quantitativo e, portanto, não deve ser tratada como
mente escolares e remeter às regras gramaticais. uma situação de aprendizagem para o aluno.
b) A de extrapolar as situações de escrita puramente
escolares e remeter às práticas sociais. 274. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação é ine-
c) A de focar nas situações de escrita puramente esco- rente ao processo de ensino e aprendizagem em mate-
lares sem levar em consideração às práticas sociais. mática. Nesse contexto, julgue o item que se segue.
d) A de não extrapolar as situações de escrita puramen- Atividades orais, como apresentações e trabalhos em
te escolares para não remeter às práticas sociais. grupo, devem ser evitadas na matemática, em função
da subjetividade inerente a esse processo de avaliação.
268. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) Quanto à avalia-
Conhecimentos Pedagógicos

ção no componente curricular de língua inglesa, julgue 275. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação é ine-
o item que se segue. rente ao processo de ensino e aprendizagem em mate-
A leitura, em voz alta, de textos em língua inglesa é si- mática. Nesse contexto, julgue o item que se segue.
tuação oportuna para a avaliação contínua e construção Muito utilizadas na matemática, as provas tradicionais
do processo de aprendizagem. que consistem em exames escritos, realizadas indivi-
dualmente, sem consulta e executadas em tempo pré-
269. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação da -determinado e restrito são instrumentos suficientes
aprendizagem ajuda professores a obter informações para avaliação dos objetos presentes nos currículos de
úteis sobre o que, quanto e quão bem estão aprenden- matemática em todos os anos do ensino básico.
do seus alunos, bem como a repensar as estratégias
de ensino, orientando o próprio trabalho do docente. 276. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A avaliação é ine-
A respeito do processo de avaliação no contexto da rente ao processo de ensino e aprendizagem em mate-
educação escolar brasileira, julgue o item a seguir. mática. Nesse contexto, julgue o item que se segue.
O processo avaliativo inclui o momento em que o pro- Ao se tratar de situações-problema dentro da avaliação
fessor informa a cada estudante o resultado da corre- escolar, deve-se focar em aplicações simples de conhe-
ção da atividade, pois, com base nisso, ambos podem cimentos prédeterminados sem olhar outros aspectos
melhorar o processo de ensino-aprendizagem. das soluções propostas pelos alunos.

82
277. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) O desenvolvi- e o passado, ou melhor, passados, eventualmente bem
mento mental das crianças nesta era dominada pela distanciados, tanto no tempo quanto no espaço”. Este
telemática e que as obriga a uma vida crescentemente processo de reflexão sobre as diferentes temporalida-
virtual, bem como os jogos eletrônicos no seu dia a dia des sugere ao aluno “desnaturalizar o tempo, pensá-lo
e a desterritorialização representada pelo ciberespaço, como uma construção social, cultural e narrativa feita
implicaram a emergência de uma nova percepção, que pelos homens”. Portanto, é esse movimento passado/
vem determinando uma nova concepção de represen- presente que permite ao aluno “pensar historicamente”
tação gráfica, a qual não se satisfaz com a linearidade e, nesse aspecto, formular um sentido para o próprio
dos livros conforme predominou até agora. O curioso campo do conhecimento histórico. Marcelo Gomes da
é constatar que este crescimento de alguns aspectos Silva. Pra que serve o Ensino de História? Um debate a
da inteligência das novas gerações e até mesmo o sur- partir da formação de professores. Internet: <https://
gimento desse novo sensorium juvenil não os habilita rbeducacaobasica.com.br> (com adaptações).
a um melhor desempenho escolar no que diz respeito No texto anterior, o professor coloca sua experiência em
aos conteúdos do currículo tradicional. Marcos Silva. sala de aula como forma de demonstrar a importância
Ensino de História e novas tecnologias. Internet: <www. do conceito de temporalidade no ensino de história. A
educadores.diaadia.pr.gov.br>. esse respeito, julgue o item a seguir.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o As relações do homem com o tempo são objeto do ensino
próximo item, acerca das novas tecnologias da comu- da história, pois, por meio desse conceito, os estudan-
nicação e da informação no ensino de história. tes podem perceber a teia de relações sociais, políticas,
O surgimento do que o autor do texto chama de “senso- econômicas e culturais que a sociedade organiza.
rium juvenil” não habilita os estudantes para um melhor
desempenho dos conteúdos nos currículos tradicionais. 283. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) As tecnologias
digitais de informação e comunicação (TDIC) transfor-
278. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) Tendo o texto maram a relação dos alunos com o conteúdo escolar e
acima como referência inicial, julgue o próximo item, trouxeram novas possibilidades para o ensino. Acerca
acerca das novas tecnologias da comunicação e da in- desse tema, julgue o item subsequente.
formação no ensino de história. Mesmo com o avanço do uso das TDIC na escola, ainda
Como o desempenho mental das crianças vem sendo há professores sem domínio e habilidade em manusear
construído com um novo enfoque e novas relações de- as tecnologias em prol de práticas didáticas e educativas.
vido à telemática, supõe-se a necessidade de as práticas
do ensino da história serem repensadas para garantir a 284. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) As tecnologias
aprendizagem desse conteúdo. digitais de informação e comunicação (TDIC) transfor-
maram a relação dos alunos com o conteúdo escolar e
279. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) Tendo o texto trouxeram novas possibilidades para o ensino. Acerca
acima como referência inicial, julgue o próximo item, desse tema, julgue o item subsequente.
acerca das novas tecnologias da comunicação e da in- Na aula de geografia, a utilização do Google Earth dis-
formação no ensino de história. pensa a mediação do professor e permite ao aluno, por
A linearidade presente nos livros foi quebrada pela meio dos recursos visuais e interativos desse recurso,
convivência com uma nova realidade por parte dos ler e interpretar documentos cartográficos.
estudantes, em uma vida cada vez mais virtual.
285. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) As tecnologias
280. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) Tendo o texto digitais de informação e comunicação (TDIC) transfor-
acima como referência inicial, julgue o próximo item, maram a relação dos alunos com o conteúdo escolar e
acerca das novas tecnologias da comunicação e da in- trouxeram novas possibilidades para o ensino. Acerca
formação no ensino de história. desse tema, julgue o item subsequente.
Usar as tecnologias da comunicação e da informação no O uso das TDIC na escola é suficiente para alterar a
ensino da história melhora o desempenho dos alunos, dinâmica da sala de aula e favorecer mudanças peda-
visto que quebra a linearidade dos livros. gógicas com vistas à inovação.

281. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) Tendo o texto 286. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) As tecnologias


Conhecimentos Pedagógicos

acima como referência inicial, julgue o próximo item, digitais de informação e comunicação (TDIC) transfor-
acerca das novas tecnologias da comunicação e da in- maram a relação dos alunos com o conteúdo escolar e
formação no ensino de história. trouxeram novas possibilidades para o ensino. Acerca
Conforme o autor, o uso de tecnologias pelos estudan- desse tema, julgue o item subsequente.
tes favorece seu desempenho e melhora sua aprendi- O uso das TDIC no ensino de geografia pode fomentar
zagem em relação aos conteúdos tradicionais. o caráter dialógico da interação entre aluno, professor,
conteúdo e o mundo.
282. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A atuação em sala
de aula, enquanto professor de História levou ao enten- 287. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEDUC-AL) A geografia, como
dimento de que os alunos concebem de forma mais sa- disciplina escolar, tem como objetivo contribuir para a
tisfatória os debates acerca da temporalidade a partir da formação integral dos educandos. O papel dessa área
relação passado/presente. Nesse aspecto, entendemos do conhecimento é refletir, compreender, observar,
que as “experiências do tempo” contribuem para dar interpretar e saber pensar o espaço geográfico. Esse
inteligibilidade ao processo histórico. Essa relação atua espaço geográfico pode ser lido por meio do conceito
como um “regime de historicidade”, que permite ao de paisagem, território, lugar, ambiente e(ou) socieda-
historiador um questionamento sobre nossas relações de. D. M. A. Suertegaray. O que ensinar em Geografia
com o tempo, “instaurando um vaivém entre o presente (Física)? In: N. Rego, D. M. Suertegaray e A. Heidrich

83
(orgs). Geografia e Educação: geração de ambiências.
Porto Alegre: EdUFRGS, 2000 (com adaptações).
Com relação às categorias mencionadas no texto ante-
rior e ao ensino de geografia, julgue o item a seguir.
No ensino de geografia, é indispensável o estudo da
origem e do modo de funcionamento da sociedade ca-
pitalista contemporânea, pois é este o campo social em
que a geografia e o seu ensino atuam concretamente.

GABARITO
1. d 56. d 111. E 166. a 221. c 276. E
2. b 57. c 112. c 167. b 222. e 277. C
3. e 58. a 113. b 168. a 223. d 278. C
4. d 59. d 114. a 169. d 224. a 279. E
5. a 60. d 115. a 170. b 225. d 280. E
6. a 61. d 116. c 171. d 226. a 281. E
7. b 62. e 117. b 172. c 227. b 282. C
8. d 63. c 118. a 173. d 228. c 283. C
9. d 64. C 119. a 174. b 229. a 284. E
10. c 65. E 120. c 175. b 230. d 285. E
11. b 66. E 121. b 176. d 231. b 286. C
12. b 67. e 122. e 177. c 232. b 287. C
13. a 68. e 123. b 178. c 233. c
14. a 69. e 124. c 179. d 234. e
15. c 70. d 125. d 180. a 235. b
16. c 71. e 126. e 181. c 236. a
17. c 72. b 127. d 182. b 237. c
18. d 73. b 128. c 183. d 238. e
19. d 74. c 129. b 184. a 239. d
20. d 75. c 130. e 185. a 240. a
21. c 76. c 131. b 186. b 241. e
22. d 77. a 132. c 187. a 242. d
23. a 78. b 133. e 188. d 243. b
24. b 79. e 134. a 189. b 244. e
25. d 80. d 135. E 190. a 245. e
26. a 81. b 136. C 191. b 246. a
27. a 82. b 137. E 192. a 247. b
28. d 83. a 138. E 193. c 248. c
29. b 84. c 139. E 194. c 249. b
30. d 85. d 140. C 195. C 250. a
31. c 86. b 141. E 196. C 251. a
32. d 87. a 142. C 197. c 252. e
33. a 88. a 143. C 198. b 253. c
34. c 89. b 144. C 199. c 254. b
35. b 90. c 145. C 200. a 255. e
36. c 91. d 146. E 201. b 256. d
37. a 92. a 147. C 202. b 257. e
38. d 93. d 148. E 203. E 258. c
Conhecimentos Pedagógicos

39. d 94. a 149. E 204. C 259. b


40. c 95. d 150. C 205. E 260. e
41. d 96. b 151. C 206. E 261. a
42. c 97. c 152. E 207. E 262. a
43. c 98. a 153. E 208. d 263. d
44. d 99. b 154. C 209. d 264. a
45. c 100. d 155. E 210. c 265. d
46. c 101. b 156. e 211. d 266. b
47. a 102. b 157. c 212. a 267. b
48. d 103. c 158. d 213. a 268. C
49. d 104. b 159. e 214. c 269. C
50. c 105. d 160. c 215. e 270. C
51. d 106. E 161. a 216. b 271. E
52. c 107. C 162. b 217. e 272. C
53. c 108. E 163. c 218. a 273. E
54. c 109. E 164. e 219. b 274. E
55. d 110. C 165. b 220. c 275. E

84
UnDF

SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos
Ética, democracia e cidadania................................................................................................................................................ 3

Políticas públicas: educação, habitação, saneamento, saúde, transporte, segurança, defesa e questões ambientais.......5

Responsabilidade Social..................................................................................................................................................... 101

Sociodiversidade e multiculturalismo: violência, tolerância e intolerância, inclusão/exclusão, sexualidade,


relações de gênero e relações étnico-raciais..................................................................................................................... 102
Conhecimentos Específicos
Luis Guilherme • Tatiani Carvalho

ÉTICA, DEMOCRACIA E CIDADANIA deve iluminar, é  de sua natureza iluminar e ela deve agir
dessa forma.
Os preceitos éticos de uma sociedade são baseados em
Introdução seus valores, princípios, ideais e regras, os quais se consoli-
dam durante a formação do caráter do ser humano em seu
Atualmente, há um grande questionamento sobre o
convívio social. Essa formação de conceitos se baseia no sen-
que é essencial e o que é secundário para o convívio social,
so comum, qual seja, uma unanimidade no modo de pensar
levando a sociedade, por diversas vezes, a uma inversão de
da maioria das pessoas, sem base em nenhuma premissa
valores e sentimentos.
Embora esses questionamentos pareçam mais latentes filosófica. Em suma, é o pensamento “meramente comum”.
em nossa época, na verdade eles nasceram no momento em Para melhor entendimento do que é senso comum,
que o homem passou a viver em sociedade e, para tanto, tomemos o seguinte: uma criança que adoece consegue
começou a perceber a necessidade de “regras” que regula- explicar para os seus pais que está se sentindo mal, mesmo
mentassem esse convívio. que racionalmente não saiba o significado do termo “mal”.
Dentro desse mundo de normas e regras, para obter‑se Ela consegue dar a explicação porque tem a capacidade de
o bom relacionamento social, destaca‑se sobremaneira a “sentir” o que a palavra significa.
ética – objeto de nosso estudo. Quando falamos em ética como algo presente no homem,
A ética é uma ciência de estudo da filosofia e, durante não quer dizer que ele já nasce com a consciên­cia plena do
toda a história, vários pensadores ocuparam-se de enten- que é bom ou mau. Essa consciência existe, mas se desen-
dê‑la, visando à melhoria nas relações sociais. As normas éti- volve mediante o relacionamento com o meio social e com
cas revelam a melhor forma de o homem agir durante o seu o autodescobrimento.
relacionamento com a sociedade e em relação a si mesmo. Nas palavras do intelectual baiano Divaldo Franco, “a
Sócrates, considerado o pai da filosofia, relaciona o agir consciência ética é a conquista da iluminação, da lucidez
moral com a sabedoria, afirmando que só quem tem conheci- intelecto moral, do dever solidário e humano”.
mento pode ver com clareza o melhor modo de agir em cada Para uma vida plena, é necessário recorrer à ética, à co-
situação. Assim como a teoria socrática, várias outras foram ragem para decifrar‑se, à confiança na própria vida, ao amor
formuladas por meio da história, contribuindo de alguma como a maior manifestação do ser humano no grupo social,
forma para a melhoria do agir humano e, consequentemente, ao respeito por si e pelo outro e, principalmente, à verda-
para o convívio social. de, estando acima de quaisquer interpretações, ideias ou
Com o atual cenário político‑social que vivemos, perce- opiniões.
be‑se que o estudo e aplicação de normas éticas se fazem
cada vez mais frequentes e necessários ao desenvolvimento Moral
do país.
O termo moral deriva do latim – mos –, e significa “cos-
tumes”. A moral é a “ferramenta” de trabalho da ética. Sem
ÉTICA E MORAL os juízos de valor aplicados pela moral, seria impossível
determinar se a ação do homem é “boa ou má”.
Ética Moral é o conjunto de normas, livre e consciente, adota-
do, que visa organizar as relações das pessoas, tendo como
Ética é a parte da filosofia que se ocupa do estudo do base o bem e o mal, com vistas aos costumes sociais.
comportamento humano e investiga o sentido que o homem Apesar de serem semelhantes, e  por várias vezes se
confere às suas ações para ser verdadeiramente feliz e alcan- confundirem, ética e moral são termos aplicados diferen-
çar, como diriam os gregos, o “Bem viver”. temente. Enquanto o primeiro trata o comportamento hu-
A ética faz parte do nosso dia a dia. Em todas as nossas mano como objeto de estudo e normatização, pro­curando
relações e atos, em algum grau, utilizamos nossos valores torná‑lo o mais abrangente possível, o segundo se ocupa de
éticos para nos auxiliar. atribuir um valor à ação. Esse valor tem como referências as
Em um sentido mais amplo, a ética engloba um conjunto normas e conceitos do que vem a ser bem e mal baseados
de regras e preceitos de ordem valorativa, que estão ligados no senso comum.
Conhecimentos Específicos

à prática do bem e da justiça, aprovando ou desaprovando a A moral, cuja influência se estende a vários fatores,
ação dos homens de um grupo social ou de uma sociedade. altera, assim, os conceitos morais de um grupo para outro.
A palavra ética deriva do grego ethos, e significa “com- Esses fatores podem ser sociais, históricos, geográficos etc.
portamento”. Heidegger, por sua vez, confere ao termo, o Observa‑se, então, que a moral é dinâmica, ou seja, ela
significado de “morada do ser”. pode mudar seus juízos de valor de acordo com o contexto
A ética pode ser dividida em duas partes: ética normativa em que esteja inserida.
e metaética. A  primeira propõe os princípios da conduta Aristóteles, em seu livro A Política, descreve que “os
correta, enquanto a segunda investiga o uso de conceitos pais sempre parecerão antiquados para os seus filhos”. Essa
de bem e mal, certo e errado etc. afirmação demonstra que, na passagem de uma geração
O estudo da ética demonstra que a consciência moral nos familiar para outra, os valores morais mudam radicalmente.
inclina para o caminho da virtude, que seria uma qualidade Outro exemplo é o de que moradores de cidades praianas
própria da natureza humana. Logo, um homem para ser ético achem perfeitamente normal e aceitável andar pelas ruas
precisa necessariamente ser virtuoso, ou seja, praticar o bem vestidos apenas com trajes de banho, ao passo que mora-
usando a liberdade com responsabilidade constantemente. dores de cidades interioranas veem com estranheza esse
Nesse aspecto, percebe‑se que “o agir” depende do ser. comportamento. Essa mudança de comportamento e juízo
O lápis deve escrever, é de sua natureza escrever; a lâmpada de valor é provocada por um agente externo.

3
O ato moral tem em sua estrutura dois importantes ÉTICA E DEMOCRACIA
aspectos: o normativo e o factual.
O ato normativo são as normas e imperativos que enun- O Brasil ainda caminha a passos lentos, no que diz respei-
ciam o “dever ser”. Ex.: cumpra suas obrigações, não minta, to à ética, principalmente no cenário político que se revela a
não roube etc. cada dia. Vários fatores contribuíram para a formação desse
Os atos factuais são os atos humanos que se realizam quadro caótico. Entre eles, os principais são os golpes de
efetivamente, ou seja, é a aplicação da norma no dia a dia estados – Golpe de 1930 e Golpe de 1964.
no convívio social. Durante o período em que o país viveu uma ditadura mili-
O ato moral tem sua complexidade na medida em que tar e a democracia foi colocada de lado, tivemos a suspensão
afeta não somente a pessoa que age, mas aqueles que a do ensino de filosofia e, consequentemente, de ética, nas
cercam e a própria sociedade. Portanto, para que um ato seja escolas e universidades. Nesse ínterim, suspenderam-se os
considerado moral, ou seja, bom, deve ser livre, consciente, direitos políticos dos cidadãos; a liberdade de expressão foi
intencional e solidário. cassada e o medo da repressão estendeu-se.
Dessas características decorre a inserção da responsabili- Como consequência dessa série de medidas arbitrárias
dade, exigindo da pessoa que assuma as consequências por e autoritárias, nossos valores morais e sociais foram se per-
todos os seus atos, livre e conscientemente. dendo, levando a sociedade a uma “apatia” social, mantendo,
Por todos os aspectos que podem influenciar os valo- assim, os valores que o Estado queria impor ao povo.
res do que vem a ser bom ou justo e, aliado a isso, devido Atualmente, estamos presenciando uma “nova era” em
à  diversificação de informações culturais que o mundo nosso país no que tange à aplicabilidade das leis e da ética
contemporâneo globalizado nos revela em uma velocidade no poder: os crimes de corrupção e de desvio de dinheiro
espantosa, faz-se relevante a sua aplicabilidade em todas as estão sendo mais investigados e a  polícia tem trabalhado
conjunturas, sociais, econômicas, políticas, etc. com mais liberdade de atuação em prol da moralidade e do
interesse público, o que tem levado os agentes públicos a
Ética: Princípios e Valores refletir mais sobre seus atos antes de cometê‑los.
Essa nova fase se deve principalmente à democracia im-
Princípios plantada como regime político com a Constituição de 1988.
Etimologicamente, o termo democracia vem do grego
Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se origi- demokratía, em que demo significa povo e kratía, governo.
na. Também pode ser definido como conjunto de regras ou Logo, a definição de democracia é “governo do povo”.
código de (boa) conduta pelos quais alguém governa a sua A democracia confere ao povo o poder de influenciar na
vida e as suas ações. administração do Estado. Por meio do voto, o povo é que
Fazendo uma análise minuciosa desses conceitos, determina quem vai ocupar os cargos de direção do Estado.
percebe‑se que os princípios que regem a nossa conduta em Logo, insere-se nesse contexto a responsabilidade tanto do
sociedade são aqueles conceitos ou regras que aprendemos povo, que escolhe seus dirigentes, quanto dos escolhidos,
por meio do convívio, passados geração após geração. que deverão prestar contas de seus atos no poder.
Esses conhecimentos se originaram, em algum momento, A ética tem papel fundamental em todo esse processo,
no grupo social em que estão inseridos, convencionando‑se regulamentando e exigindo dos governantes o comporta-
que sua aplicação é boa, sendo aceita pelo grupo. mento adequado à função pública que lhe foi confiada por
Quando uma pessoa afirma que determinada ação fere
meio do voto, e conferindo ao povo as noções e os valores
seus princípios, ela está se referindo a um conceito, ou regra,
necessários para o exercício de seus deveres e cobrança dos
que foi originado em algum momento em sua vida ou na vida
seus direitos.
do grupo social em que está inserida.
É por meio dos valores éticos e morais – determinados
pela sociedade – que podemos perceber se os atos cometidos
Valores
pelos ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem
comum ou ao interesse público.
Nas mais diversas sociedades, independentemente do
nível cultural, econômico ou social em que estejam inseridas,
os valores são fundamentais para se determinar quais são as Exercício da Cidadania
pessoas que agem tendo por finalidade o bem.
O caráter dos seres, pelo qual são mais ou menos deseja- Todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto é,
dos ou estimados por uma pessoa ou grupo, é determinado seus direitos de cidadão; direitos esses que são garantidos
Conhecimentos Específicos

pelo valor de suas ações. Sua ação terá seu valor aumentado constitucionalmente nos princípios fundamentais.
à medida em que for desejada e copiada por mais pessoas Exercer os direitos de cidadão, implica no exercício dos
do grupo. deveres de cidadão. Por exemplo, uma pessoa que deixa de
Todos os termos que servem para qualificar uma ação votar não pode cobrar nada do governante que está no poder,
ou o caráter de uma pessoa têm um peso “bom” e um peso afinal ela se omitiu do dever de participar do processo de
“ruim”. Citam-se como exemplo os termos honesto e deso- escolha dessa pessoa, e com essa atitude abriu mão também
nesto, generoso e egoísta, verdadeiro e falso. dos seus direitos.
Os valores dão “peso” à ação ou caráter de uma pessoa Direitos e deveres coadunam-se no que tange ao exer-
ou grupo. Esse peso pode ser bom ou ruim. Kant afirmava cício da cidadania. Não se pode conceber um direito sem
que toda ação considerada moralmente boa deveria ser que antes este seja precedido de um dever a ser cumprido;
necessariamente universal, ou seja, ser boa em qualquer é uma via de mão dupla, seus direitos aumentam na mesma
lugar e em qualquer tempo. Infelizmente o ideal kantiano de proporção de seus deveres perante a sociedade.
valor e moralidade está muito longe de ser alcançado, pois as Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto indi-
diversidades culturais e sociais fazem com que o valor dado viduais quanto coletivos, sociais ou políticos, são precedidos
a determinadas ações mude de acordo com o contexto em de responsabilidades que o cidadão deve ter perante a
que está inserido. sociedade. Por exemplo, a Constituição garante o direito à

4
propriedade privada, mas exige‑se que o proprietário seja
ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO
responsável pelos tributos que o exercício desse direito gera,
como o pagamento do IPTU. • IAP dos Comerciários e a dos Bancários.
Exercer a cidadania, por consequência, é também ser 1934 • Fiscalização de produtos de origem animal
probo, agir com ética assumindo a responsabilidade que para o Ministério da Agricultura.
advém de seus deveres enquanto cidadão inserido no con- • Criação do Serviço Nacional de Febre Ama-
vívio social. rela.
1937
• Nova Constituição – reforça o centralismo e
Política de Saúde Brasileira (Resumo Cronológico) o autoritarismo presidencial (ditadura).
• Criação do Serviço de Malária do Nordeste.
1939
• Regulamenta-se a justiça do trabalho.
ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO
• Criação do Serviço de Malária da Baixada
• Cidades brasileiras à mercê de epidemias. Rio 1940
Fluminense.
de Janeiro com quadro caótico: varíola, malá-
ria, febre amarela e posteriormente a peste. • Institui a Reforma Barros Barretos – enfoque
Rodrigues Alves, presidente nomeia Oswaldo na orientação da assistência sanitária e hospi-
Cruz como diretor do Instituto Soroterápico talar; órgãos de ação direta contra endemias;
Federal que depois se tornou Departamen- fortalecimento do Instituto Oswaldo Cruz e
to Geral de Saúde Pública, com a tarefa de descentralização do mesmo em oito regiões
1900 1941
erradicar a febre amarela. sanitárias; atenção à água e esgoto; doenças
• “Guardas Sanitários” – erradicar a epidemia degenerativas e mentais; criação do Instituto
de febre amarela. Sanitarismo Campanhista, do Câncer. Ocorre a 1ª Conferência Nacional
que vai até início dos anos 1960. de Saúde em 1941, durante o governo de
• Economia Agroexportadora – monocultura de Getúlio Vargas.
café, diversas endemias rurais (chagas, esquis- • Criação do Serviço Especial de Saúde Públi-
tossomose), frente ao modelo econômico. ca (SESP) – voltado para áreas não cobertas
• Oswaldo Cruz – Sanitarismo Campanhista. 1942 pelos serviços tradicionais.
• Institui a vacinação obrigatória da varíola (Lei • Higiene e segurança do trabalho passam para
Federal nº 1.261 de 31/10/1904). Ocorre a o Ministério do Trabalho.
1904
“Revolta da Vacina”. Oswaldo Cruz cria o Ins- • Homologa-se a Consolidação das Leis Traba-
tituto Soroterápico Federal – posteriormente 1943
lhistas (CLT) – 1º/5/1943.
titulado Instituto Oswaldo Cruz.
• Constituição – assistência sanitária incorpo-
• Greve do movimento Operário (imigrantes ita- 1946
1917/19 rada na Previdência Social.
lianos trouxeram suas experiências da Itália). • Criação do Serviço de Assistência Médica Do-
• Criação do Departamento Nacional de Saúde 1949
miciliar e de Urgência (Samdu).
Pública. • Ocorre a 2ª Conferência Nacional de Saúde
• Carlos Chagas – sucessor de Oswaldo Cruz, re- 1950
em 1941.
estrutura o Departamento Nacional de Saúde
1920 • Regulamento Geral dos Institutos de Aposen-
Pública e introduz a propaganda e educação
sanitária, inovando o modelo de Oswaldo Cruz, tadorias e Pensões.
1953
que era puramente fiscal e policial. Esse Depar- • Cria-se o Ministério da Saúde no governo de
tamento era ligado ao Ministério da Justiça. Getúlio Vargas.
• Lei Eloy Chaves – Decreto Legislativo nº 4.682, • Departamento Nacional de Endemias Rurais
de 24/01/1923 – marco da Previdência Social (DNERU), com a finalidade de investigar e
1956
– implantação das Caixas de Aposentadoria e combater as principais patologias do perío-
Pensão (CAPs) – 183 caixas. Esta lei só abran- do – malária, leishmaniose, chagas etc.
1923 gia trabalhadores urbanos, pela pressão da • Lei Orgânica da Previdência Social, por meio da
oligarquia rural, o que perdura até a criação 1960 Lei nº 3.807, de 28/8/1960 – continha auxílio-
do Funrural. As CAPs são organizadas por -reclusão, auxílio-funeral, auxílio-natalidade.
empresas e não por categorias, sendo que • Estatuto do Trabalhador Rural, de 2 de março
a primeira foi a dos Ferroviários. de 1963, regulamentou os sindicatos rurais,
Conhecimentos Específicos

1929 • Queda da Bolsa – Crise do Café. instituiu a obrigatoriedade do pagamento


• Revolução de 30 – Getúlio Vargas implanta o do salário mínimo aos trabalhadores rurais
1963
“Estado Novo”. e criou o Fundo de Assistência e Previdência
• Abrangência das CAPs – 47 caixas, 142.464 do Trabalhador Rural (FAPTR), posteriormen-
segurados ativos, 8.006 aposentados e 7.013 te, em 1969, denominado (Funrural).
pensionistas. • Ocorre a 3ª Conferência Nacional de Saúde.
1930
• Fim da política Café-com-Leite. • Golpe Militar em 31/3/1964 – Centralização
• Desintegração do Departamento Nacional de 1964
das ações.
Saúde Pública (que era vinculado ao Minis-
tério da Justiça) e criação do Ministério da • Ocorre a fusão dos IAPs, originando o Insti-
Educação e Saúde Pública. 1966 tuto Nacional de Previdência Social (INPS),
Decreto nº 72, de 21/11/1966.
• Criação dos Institutos de Aposentadorias e
Pensões (IAPs), estes organizados por catego- • Incorporação ao MS da fundação SESP e Pio-
1932 rias profissionais. A primeira a ser constituída neiras Sociais.
1967
foi a dos Marítimos, posteriormente dos co- • Ocorre a 4ª Conferência Nacional de Saúde
merciários, bancários, industriais. em 1967.

5
ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO
• Cria-se a Superintendência de Campanhas da • Documento “Reorganização da Assistência
1970
Saúde Pública (Sucam). Médica no Âmbito da Previdência Social” –
• Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social 1982 recupera partes do Prev-Saúde e fala-se em
(FAZ). hierarquização, regionalização, descentraliza-
• Criação do Ministério da Previdência e Assis- ção e integralidade.
1974
tência social (MPAS). • Cria-se as Ações Integradas de Saúde (AIS) –
• Criação da Empresa de Processamento de projeto interministerial (previdência – saúde
dados da Previdência Social (Dataprev)
1982 – educação).
• Instituído o Sistema Nacional de Saúde – pro- • Criação do Conselho Nacional de Secretários
moção, proteção e recuperação da saúde. de Saúde – (Conass) 3/2/1982.
Medicina curativa como responsabilidade do
Ministério da Previdência e medicina preven- 1984 • AIS com 4% do orçamento do Inamps.
tiva para o Ministério da Saúde. 1985 • Diretas Já. Eleição de Tancredo Neves.
• Crise do modelo militar. O modelo de saúde • Ocorre a 8ª Conferência Nacional de Saúde
previdenciário mostra suas mazelas: priorizou 1986 – base da reforma sanitária.
a medicina curativa – surgem problemas de • AIS com 12% do orçamento do Inamps.
1975
saúde coletiva, como endemias, epidemias
e indicadores de saúde; aumento dos custos 1987 • Criação do SUDS.
com a medicina curativa; redução de receitas; • Promulgação da Constituição Federal.
exclusão da população marginalizada; e desvio • Criação do SUS.
de verbas e não repasse da contrapartida da 1988 • Criação do Conselho Nacional de Secretários
União, já que os repassas deveriam ser tripar- Municipais de Saúde (Conasems).
tite (empregados, empregadores e união). • Abrangência das AIS em todos os Estados.
• Ocorre a 5ª Conferência Nacional de Saúde. • Lei nº 8.080, de 19/9/1990 – define o modelo
• Com a variedade de benefícios criados na le- operacional do SUS.
gislação previdenciária, através do Decreto nº • Lei nº 8.142, de 28/12/1990 – define a par-
77.077, de 24/1/1976, cria-se a Consolidação 1990
ticipação da comunidade e as transferências
das Leis da Previdência Social (CLPS). intergovernamentais de recursos financeiros
1976
• Gastos médicos representam mais de 30%
na área da saúde.
dos gastos totais do INPS. Ministério da Saúde
sofre diminuição do orçamento, representan- NOB 91 – portarias Inampianas. Continua-se pa-
do 1% dos recursos da União. gando conforme o sistema de remuneração
• Inicia-se o Programa de Interiorização das Ações dos prestadores de serviços, não consideran-
de Saúde e Saneamento (Piass) com a expansão 1991 do o art. 35 da Lei nº 8.080, o que não leva
da cobertura da saúde coletiva, que permite em consideração os critérios de repartição
1976 dos recursos, a qualidade dos serviços e os
a entrada de técnicos do movimento sanitário
em todo o território nacional, favorecendo a resultados alcançados.
expansão da rede ambulatorial pública. 1992 • Ocorre a 9ª Conferência Nacional de Saúde.
• Homologa-se a Lei nº 6.439, de 1º/7/1977,
onde se reorganiza a gestão administrativa, • Extinção do Inamps.
1993
financeira e patrimonial através do Sistema • Impeachment de Collor.
Nacional de Previdência e Assistência Social NOB 93:
1977 (Sinpas), subordinado ao Ministério da Pre- • Cria critérios de repasses para os municípios
vidência e Assistência Social (MPAS). 1993 (incipiente, parcial e semiplena).
• Criação do Instituto Nacional de Assistência • Cria Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
Médica e Previdência Social (Inamps). e a Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
• Ocorre a 6ª Conferência Nacional de Saúde.
• Posse de Fernando Henrique Cardoso.
• Conferência de Alma-Ata – “Saúde para todos
Conhecimentos Específicos

1994 • Corte de recursos da Saúde pelo Ministério


1978 até o ano de 2000” – Organização Mundial da Previdência.
da Saúde.
• Crise de financiamento da Saúde, Ministro Adib
• Expansão do modelo de Interiorização – ex- Jatene propõe a criação da Contribuição Provi-
1979
pansão da rede ambulatorial pública. sória de Movimentação Financeira (CPMF) que
• Criação do Centro Brasileiro de Estudos em é aprovada e passa a vigorar em 1997, com a
Saúde (CEBS) e Associação Brasileira de Pós- proposta de 1 ano. Os recursos deveriam ser
1980
-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco). destinados exclusivamente para bancar a saú-
• Ocorre a 7ª Conferência Nacional de Saúde. de, porém o governo passa a deduzir o valor
• Conselho Consultivo da Administração de 1996
repassado da CPMF dos demais recursos da
Saúde Previdenciária (Conasp) ligado ao previdência. O ministro pede demissão.
Inamps – conter custos e combater fraudes • NOB 96 – consolidação da Municipalização
1981 devido à crise, reorganizando a assistência – Cria-se condições de gestão (Gestão Plena
médica e propondo critérios para alocar re- da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema
cursos. Há uma abertura para os técnicos do Municipal).
sanitarismo. • Ocorre a 10ª Conferência Nacional de Saúde.

6
Normas Operacionais Básicas (NOB) de 1991, 1993 e 1996
ANO HISTÓRICO CRONOLÓGICO
e a NOAS 2001/2002, além do Pacto da Saúde em 2006.
• FHC – estado mínimo – privatizações. Crise A legislação pertinente e as normas estabelecidas pro-
financeira do SUS com incapacidade de re- movem o desenvolvimento de organismos colegiados de
muneração dos prestadores. Cria-se plano de controle social – os conselhos de saúde – e estabelecem re-
1997 saúde, fortalece a medicina supletiva, reduz gras de atuação dos representantes governamentais e sociais
disponibilidade de leitos para o SUS. chamados a participar do processo decisório.
• Dívidas dos Hospitais Universitários – 100 A Constituição Federal apresenta na Seção II os parâme-
milhões. tros fundamentais que irão governar a política setorial nos
• Passa a vigorar a NOB 96. anos seguintes. Sob o lema “Saúde direito de todos, dever
1998
• Reeleição de FHC. do Estado”, seus princípios podem ser resumidos em alguns
1999 • CPMF passa de 0,20 para 0,38%. pontos básicos. As necessidades individuais e coletivas pas-
• Aprovação da Emenda Constitucional 29 sam a ser consideradas de interesse público; a assistência
2000 médico-sanitária integral passa a ter caráter universal, com
• Ocorre a 11ª Conferência Nacional de Saúde.
• NOAS – 2001 – Norma Operacional de Assis- acesso igualitário dos usuários aos serviços; estes serviços
2001 devem ser hierarquizados e sua gestão descentralizada. O
tência em Saúde.
sistema criado deverá ser custeado, essencialmente, por
• NOAS – 2002 – Atualização da Norma Ope-
2002 recursos governamentais transferidos pela União, Estados
racional de Assistência em Saúde.
e Municípios.
• Posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre
2003
• Ocorre a 12ª Conferência Nacional de Saúde. as condições para a promoção, proteção e recuperação da
2006 • Pacto pela Saúde – Portaria 399. saúde, a organização e o funcionamento dos serviços corres-
• Reeleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. pondentes e dá outras providências. Esta Lei busca definir
• 13ª Conferência Nacional de Saúde – com o os papéis institucionais de cada esfera governamental no
2007 tema central “Saúde e Qualidade de Vida: plano da gestão, a estrutura de financiamento e as regras
Políticas de Estado e Desenvolvimento”, ocor- de transferência de recursos entre os diferentes níveis de
rida no período de 14 a 18/11. governo, entendidos como gestores do sistema em sua esfera
de competência.
2008 Após vários vetos nessa lei, o governo foi obrigado a re-
tornar alguns desses vetos e nesse sentido foi criada a Lei nº
8.142/1990 no dia 28 de dezembro, regulamentando assim
• Posse da Presidente Dilma Rousseff. as transferências de recursos financeiros e o controle social,
• Decreto nº 7.508, de 28/6/2011 – Regula-
vetado pelo governo Fernando Collor de Melo.
mentação da Lei nº 8.080/1990.
2011 • Ocorreu a 14ª Conferência Nacional de Saúde
– 30/11 a 4/12/2011 – Tema “Todos usam o A Descentralização no Sistema de Saúde Brasileiro: Fun-
SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pú- damentos Jurídicos e Normativos
blica, Patrimônio do Povo Brasileiro”. • Constituição Federal de 1988;
• Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/1990;
Foi aprovada a Lei Complementar nº 141/2012,
• Lei Orgânica da Saúde nº 8.142/1990;
regulamentando a EC 29/2000. Também foi
2012 • Pacto pela Saúde – 2006.
aprovada a Resolução nº 453, de 10 de maio
de 2012, sobre o controle social no SUS. • Decreto nº 7.508/2011 – Regulamentação da Lei nº
8.080/1990.
O SUS completa 25 anos de existência. Também
2013 houve uma nova redação no art. 3º da Lei nº
A Constituição Federal de 1988 define o conceito de
8.080/1990, através da Lei nº 12.864/2013.
saúde, incorporando novas dimensões. Para se ter saúde, é
• É criada a Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de preciso ter acesso a um conjunto de fatores, como alimen-
2015, que em seu art. 142 alterou a Lei nº tação, moradia, emprego, lazer, educação etc.
8.080/1990, conferindo nova redação ao art. O texto constitucional demonstra claramente que a con-
23 e incluindo o art. 53-A.
cepção do SUS estava baseada na formulação de um modelo
• O Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão
2015 de saúde voltado para as necessidades da população, procu-
vinculado ao Ministério da Saúde, realizou a
rando resgatar o compromisso do Estado para com o bem-
Conhecimentos Específicos

15ª Conferência Nacional de Saúde (15ª CNS)


com o tema “Saúde pública de qualidade para -estar social, especialmente no que refere à saúde coletiva,
cuidar bem das pessoas: direito do povo bra- consolidando-o como um dos direitos da cidadania.
sileiro”, ocorrida de 1º a 4 de dezembro. Ao longo do ano de 1989, procederam-se negociações
para a promulgação da lei complementar que daria bases
ARCABOUÇO LEGAL – LEGISLAÇÃO DA operacionais à reforma e iniciaria a construção do SUS.
A partir das definições legais estabelecidas pela Consti-
SAÚDE tuição Federal de 1988 e da Lei Orgânica de Saúde, iniciou-se
o processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS)
O arcabouço jurídico-institucional do SUS encontra-se de forma pactuada entre o Ministério da Saúde, Conass e
descrito na Constituição Federal de 1988, no capítulo so- Conasems.
bre a Seguridade Social. O detalhamento é contemplado Esse processo foi orientado pelas Normas Operacionais
pela regulamentação subsequente, especialmente pelas do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais. Tais
Leis nº 8.080/1990, sobre a organização dos serviços, e nº normas definiram as competências de cada esfera de governo
8.142/1990, sobre a participação comunitária. Esta legislação e as condições necessárias para que estados e municípios
tem sido operacionalizada através de diversas Portarias do pudessem assumir as novas atribuições no processo de im-
Ministério da Saúde, especialmente as que originaram as plantação do SUS.

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SEGURIDADE SOCIAL Por fim, cabe registrar que nenhum benefício pode ser
criado, aumentado ou estendido sem que haja previsão
• Sistema da Seguridade Social: conjunto de ações inte- orçamentária.
gradas que visam a garantir os direitos a saúde, previdência
e assistência social. Dispositivos Constitucionais
Trata‑se de um conjunto integrado de ações composto
por iniciativas do Poder Público e da sociedade. CAPÍTULO II
• Objetivos da seguridade social: Da Seguridade Social
– universalidade da cobertura e do atendimento;
– uniformidade e equivalência dos benefícios e ser- Seção I
viços às populações urbanas e rurais; Disposições Gerais
– seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços; Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
– irredutibilidade no valor dos benefícios; integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
– equidade na forma de participação no custeio; sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
– diversidade da base de financiamento; saúde, à previdência e à assistência social.
– caráter democrático e descentralizado da adminis- Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
tração, mediante gestão quadripartite, com parti- da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
cipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos objetivos:
aposentados e do governo nos órgãos colegiados. I – universalidade da cobertura e do atendimento;
• Financiamento do sistema de seguridade: feito por II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
toda a sociedade, de forma direta ou indireta. às populações urbanas e rurais;
O financiamento será constituído mediante a cobrança de III  – seletividade e distributividade na prestação dos
contribuições sociais e de verbas constantes do orçamento benefícios e serviços;
de todos os entes da Federação. Cada ente da federação terá IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
um orçamento de seguridade próprio, devendo a lei definir V – eqüidade na forma de participação no custeio;
as hipóteses de transferência de recursos. VI – diversidade da base de financiamento, identificando-
• Contribuições sociais: a seguir, as contribuições defi- -se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as re-
nidas no texto constitucional. ceitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência
– O empregador, as empresas e as entidades a ele equi- e assistência social, preservado o caráter contributivo da
paradas devem recolher contribuições sobre: previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitu-
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho cional nº 103, de 2019)
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física VII – caráter democrático e descentralizado da adminis-
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; tração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
b) a receita ou o faturamento;
Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda
c) o lucro.
Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
– Os trabalhadores e segurados também contribuem.
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
Os aposentados e os pensionistas do Regime Geral de Pre-
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
vidência Social, porém, são imunes.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das se-
– A receita dos concursos de prognósticos também
guintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional
constitui base de cálculo para contribuição para custeio da
nº 20, de 1998)
seguridade social. I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equi-
– Também serão obrigados a custear o sistema da segu- parada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela
ridade social os importadores de bens e serviços e aqueles Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
equiparados por lei. a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
Outras fontes de financiamento da seguridade podem pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
ser criadas por lei complementar da União. preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído
• Anterioridade nonagesimal (ou anterioridade mitiga- pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
da): impõe que as contribuições sociais somente sejam co- b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda
Conhecimentos Específicos

bradas após noventa dias da publicação da lei que as instituir. Constitucional nº 20, de 1998)
As contribuições sociais não se sujeitam ao princípio c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
da anterioridade (diferente da anterioridade nonagesimal), de 1998)
segundo o qual o tributo não pode ser cobrado no mesmo II – do trabalhador e dos demais segurados da previdên-
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o cia social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de
instituir ou majorar. acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo
• Isenção: não recolhem contribuições sociais as enti- contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
dades beneficentes de assistência social que atendam aos Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela
requisitos estabelecidos em lei. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
• Regime diferenciado de cobrança: o produtor, III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, desde que de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Cons-
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, titucional nº 42, de 19.12.2003)
sem empregados permanentes, podem contribuir para a § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
seguridade social mediante o recolhimento de uma alíquota Municípios destinadas à seguridade social constarão dos res-
sobre o resultado da comercialização da produção. pectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

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§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será As ações de saúde serão realizadas mediante políticas
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orça- ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
mentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. A execução de serviço de assistência à saúde pode ser
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da feita diretamente pelo Poder Público ou por meio de tercei-
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá ros, inclusive por pessoa física ou jurídica de direito privado.
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios Quando, porém, tratar‑se de empresa ou capital estrangeiro,
ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória só será permitida a participação nos casos previstos em lei.
nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011) (Vide Emenda A execução dessas políticas, quando realizada, de forma
constitucional nº 106, de 2020) complementar, por instituições privadas, deve priorizar as
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos, que pode-
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, rão participar do Sistema Único de Saúde – SUS, mediante
obedecido o disposto no art. 154, I. contrato de direito público ou convênio, respeitadas as
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social diretrizes do SUS.
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspon- Em hipótese alguma poderão ser destinados auxílios ou
dente fonte de custeio total. subvenções às entidades privadas com fins lucrativos.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só • Sistema Único de Saúde (SUS): as políticas públicas na
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data área da saúde serão integradas a uma rede regionalizada e
da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, hierarquizada.
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". • Diretrizes do SUS:
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social – descentralização, com direção única em cada esfera
as entidades beneficentes de assistência social que atendam de governo;
às exigências estabelecidas em lei. – atendimento integral, com prioridade para as
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos côn- assistenciais;
juges, que exerçam suas atividades em regime de economia – participação da comunidade.
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para
a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota Um percentual mínimo do orçamento deve necessa-
sobre o resultado da comercialização da produção e farão riamente ser aplicado em ações de saúde. Esse mínimo de
jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela recursos destinado à área de saúde será calculado:
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) • em relação à União, a receita corrente líquida do res-
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput pectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão a 15% (quinze por cento);
da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de • quanto aos Estados e ao Distrito Federal, sobre o pro-
obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do duto da arrecadação do ITCD, do ICMS e do IPVA, bem
mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção como sobre as transferências obrigatórias de receita da
de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas União, excluídas as parcelas transferidas aos Municípios.
"b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda • no caso dos Municípios e do Distrito federal, sobre o
Constitucional nº 103, de 2019) produto da arrecadação do IPTU, do ITBI e do ISS, bem
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de re- como sobre as transferências obrigatórias de recursos
cursos para o sistema único de saúde e ações de assistência federais e estaduais.
social da União para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a – Agentes comunitários de saúde e de combate a ende-
respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda mias: podem ser contratados pelos gestores locais do SUS,
Constitucional nº 20, de 1998) por meio de processo seletivo público, segundo a natureza
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em e a complexidade das atribuições e requisitos específicos
prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei com- para atuação. O regime jurídico, o piso salarial, as diretrizes
plementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais para o plano de carreira e a regulamentação das atividades
de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso II do caput. desses agentes dependem de regulamentação de lei federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) A Constituição prevê também a edição de uma lei que
Conhecimentos Específicos

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para disponha sobre as condições e os requisitos que facilitam
os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; os transplantes de órgãos, tecidos e substâncias humanas,
e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) e seus derivados, prevendo que tais práticas não poderão ter
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitu- qualquer fim comercial.
cional nº 103, de 2019) São funções do SUS:
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tem- • controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
po de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social substâncias de interesse para a saúde e participar da
a competência cuja contribuição seja igual ou superior à produção de medicamentos, equipamentos, imuno-
contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, biológicos, hemoderivados e outros insumos;
assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela • executar as ações de vigilância sanitária e epidemio-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) lógica, bem como as de saúde do trabalhador;
• ordenar a formação de recursos humanos na área de
Saúde saúde;
• participar da formulação da política e da execução das
Saúde: é um direito de todos e um dever do Estado. ações de saneamento básico;

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• incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvi- Municípios, objetivando a progressiva redução das dispari-
mento científico e tecnológico e a inovação; dades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
• fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o 29, de 2000)
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
águas para consumo humano; despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital
• participar do controle e fiscalização da produção, trans- e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos de 2000)
psicoativos, tóxicos e radioativos; IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitu-
• colaborar na proteção do meio ambiente, nele com- cional nº 86, de 2015)
preendido o do trabalho. § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde po-
derão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
Dispositivos Constitucionais combate às endemias por meio de processo seletivo público,
de acordo com a natureza e complexidade de suas atribui-
Seção II ções e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela
Da Saúde Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem de Carreira e a regulamentação das atividades de agente
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
proteção e recuperação. financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no §
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros
funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou
e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
de agente de combate às endemias poderá perder o cargo
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram
em caso de descumprimento dos requisitos específicos,
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda
sistema único, organizado de acordo com as seguintes dire-
Constitucional nº 51, de 2006)
trizes: (Vide ADPF 672) § 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde
I – descentralização, com direção única em cada esfera e dos agentes de combate às endemias fica sob responsa-
de governo; bilidade da União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e
II – atendimento integral, com prioridade para as ativi- aos Municípios estabelecer, além de outros consectários e
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; vantagens, incentivos, auxílios, gratificações e indenizações,
III – participação da comunidade. a fim de valorizar o trabalho desses profissionais. (Incluído
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, § 8º Os recursos destinados ao pagamento do venci-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes
além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § de combate às endemias serão consignados no orçamento
1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) geral da União com dotação própria e exclusiva. (Incluído
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
pios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde
saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percen- e dos agentes de combate às endemias não será inferior a 2
tuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional (dois) salários mínimos, repassados pela União aos Municí-
nº 29, de 2000) pios, aos Estados e ao Distrito Federal. (Incluído pela Emenda
I – no caso da União, a receita corrente líquida do res- Constitucional nº 120, de 2022)
pectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% § 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de
(quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucio- combate às endemias terão também, em razão dos riscos ine-
nal nº 86, de 2015) rentes às funções desempenhadas, aposentadoria especial
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto e, somado aos seus vencimentos, adicional de insalubridade.
da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022)
Conhecimentos Específicos

recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, § 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos
e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para paga-
respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional mento do vencimento ou de qualquer outra vantagem dos
nº 29, de 2000) agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o pro- às endemias não serão objeto de inclusão no cálculo para
duto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e fins do limite de despesa com pessoal. (Incluído pela Emenda
dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea Constitucional nº 120, de 2022)
b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos § 1º As instituições privadas poderão participar de forma
a cada cinco anos, estabelecerá: (Incluído pela Emenda complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
Constitucional nº 29, de 2000) Regulamento deste, mediante contrato de direito público ou convênio,
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) lucrativos.
II – os critérios de rateio dos recursos da União vincu- § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para
lados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos lucrativos.

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§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empre- mente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos TÍTULO I
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento,
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano,
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de pleno exercício.
outras atribuições, nos termos da lei: § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
I  – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
substâncias de interesse para a saúde e participar da pro- visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos
dução de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, e no estabelecimento de condições que assegurem acesso
hemoderivados e outros insumos; universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua pro-
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemio- moção, proteção e recuperação.
lógica, bem como as de saúde do trabalhador;
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da fa-
III – ordenar a formação de recursos humanos na área
mília, das empresas e da sociedade.
de saúde;
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social
IV – participar da formulação da política e da execução
das ações de saneamento básico; e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvi- condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
mento científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas 12.864, de 2013)
para consumo humano; Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações
VII – participar do controle e fiscalização da produção, que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar
psicoativos, tóxicos e radioativos; físico, mental e social.
VIII  – colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho. TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

A Lei Orgânica de Saúde (LOS) é o conjunto de duas leis Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, presta-
editadas (Lei nº 8.080/1990 e Lei nº 8.142/1990) para dar dos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
cumprimento ao mandamento constitucional de disciplinar municipais, da Administração direta e indireta e das funda-
legalmente a proteção e a defesa da saúde. São leis nacionais ções mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único
que têm o caráter de norma geral, contêm diretrizes e os de Saúde (SUS).
limites que devem ser respeitados pela União, pelos Estados § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições
e pelos Municípios ao elaborarem suas próprias normas para públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualida-
garantirem – em seus respectivos territórios – o direito à de, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive
saúde para seus povos. de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
A LOS é, portanto, destinada a esclarecer o papel das es- § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
feras do governo na proteção e defesa da saúde, orientando Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
suas respectivas atuações para garantir o cuidado da saúde.
Na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990), observamos CAPÍTULO I
que a descentralização político-administrativa é enfatizada na Dos Objetivos e Atribuições
forma da municipalização dos serviços e ações de saúde, que
significa redistribuição de poder, competências e recursos
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
em direção aos municípios.
I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
Conhecimentos Específicos

e determinantes da saúde;
Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990 II – a formulação de política de saúde destinada a pro-
mover, nos campos econômico e social, a observância do
Dispõe sobre as condições para
disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
a promoção, proteção e recupe­
III – a assistência às pessoas por intermédio de ações
ração da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a re-
correspondentes e dá outras pro- alização integrada das ações assistenciais e das atividades
vidências. preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congres- Sistema Único de Saúde (SUS):
so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: I – a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjunta- cêutica;

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II – a participação na formulação da política e na execução VII – revisão periódica da listagem oficial de doenças ori-
de ações de saneamento básico; ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a
III – a ordenação da formação de recursos humanos na colaboração das entidades sindicais; e
área de saúde; VIII – a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar; querer ao órgão competente a interdição de máquina, de
V – a colaboração na proteção do meio ambiente, nele setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando
compreendido o do trabalho; houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
VI – a formulação da política de medicamentos, equipa- trabalhadores.
mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para
a saúde e a participação na sua produção; CAPÍTULO II
VII – o controle e a fiscalização de serviços, produtos e Dos Princípios e Diretrizes
substâncias de interesse para a saúde;
VIII – a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços
bebidas para consumo humano; privados contratados ou conveniados que integram o Sistema
IX – a participação no controle e na fiscalização da produ- Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com
ção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
psicoativos, tóxicos e radioativos; obedecendo ainda aos seguintes princípios:
X – o incremento, em sua área de atuação, do desenvol- I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em
vimento científico e tecnológico; todos os níveis de assistência;
XI – a formulação e execução da política de sangue e II – integralidade de assistência, entendida como conjun-
seus derivados. to articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde todos os níveis de complexidade do sistema;
e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação sua integridade física e moral;
de serviços de interesse da saúde, abrangendo: IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indire- ou privilégios de qualquer espécie;
tamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua
as etapas e processos, da produção ao consumo; e saúde;
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam
VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos
direta ou indiretamente com a saúde.
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjun-
VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento
to de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação pro-
ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinan-
gramática;
tes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a
VIII – participação da comunidade;
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos. IX – descentralização político-administrativa, com direção
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta única em cada esfera de governo:
lei, um conjunto de atividades que se destina, através das a) ênfase na descentralização dos serviços para os mu-
ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à nicípios;
promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos tra- de saúde;
balhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das X – integração em nível executivo das ações de saúde,
condições de trabalho, abrangendo: meio ambiente e saneamento básico;
I – assistência ao trabalhador vítima de acidentes de XI – conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Fede-
II – participação, no âmbito de competência do Sistema ral e dos Municípios na prestação de serviços de assistência
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e à saúde da população;
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os
no processo de trabalho; níveis de assistência;
III – participação, no âmbito de competência do Sistema XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar
Conhecimentos Específicos

Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e con- duplicidade de meios para fins idênticos;
trole das condições de produção, extração, armazenamen- XIV – organização de atendimento público específico e
to, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica
produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompa-
riscos à saúde do trabalhador; nhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em
IV – avaliação do impacto que as tecnologias provocam conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.
à saúde; (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)
V – informação ao trabalhador e à sua respectiva enti-
dade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de CAPÍTULO III
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os Da Organização, da Direção e da Gestão
resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita- Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
dos os preceitos da ética profissional; Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante
VI – participação na normatização, fiscalização e contro- participação complementar da iniciativa privada, serão or-
le dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e ganizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis
empresas públicas e privadas; de complexidade crescente.

12
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde
única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades repre-
seguintes órgãos: sentativas dos entes estaduais e municipais para tratar de
I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública
II – no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela e de relevante função social, na forma do regulamento. (In-
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e cluído pela Lei nº 12.466, de 2011)
III – no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria § 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orça-
de Saúde ou órgão equivalente. mento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde,
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, po-
desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde dendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela
que lhes correspondam. Lei nº 12.466, de 2011)
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu- § 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
nicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos (Cosems) são reconhecidos como entidades que represen-
constitutivos disporão sobre sua observância. tam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), matérias referentes à saúde, desde que vinculados institu-
poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e arti- cionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus
cular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011)
total das ações de saúde.
Art. 11. (Vetado). CAPÍTULO IV
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbi- Da Competência e das Atribuições
to nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde,
integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por Seção I
entidades representativas da sociedade civil. Das Atribuições Comuns
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a fina-
lidade de articular políticas e programas de interesse para a Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no cípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). atribuições:
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo I – definição das instâncias e mecanismos de controle,
das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as se- avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
guintes atividades: II – administração dos recursos orçamentários e finan-
I – alimentação e nutrição; ceiros destinados, em cada ano, à saúde;
II – saneamento e meio ambiente; III – acompanhamento, avaliação e divulgação do nível
III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; de saúde da população e das condições ambientais;
IV – recursos humanos; IV – organização e coordenação do sistema de informa-
V – ciência e tecnologia; e ção de saúde;
VI – saúde do trabalhador. V – elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de padrões de qualidade e parâmetros de custos que caracteri-
integração entre os serviços de saúde e as instituições de zam a assistência à saúde;
ensino profissional e superior. VI – elaboração de normas técnicas e estabelecimento
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por de padrões de qualidade para promoção da saúde do tra-
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a balhador;
formação e educação continuada dos recursos humanos do VII – participação de formulação da política e da execução
Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, das ações de saneamento básico e colaboração na proteção
assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica e recuperação do meio ambiente;
entre essas instituições. VIII – elaboração e atualização periódica do plano de
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripar- saúde;
tite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação IX – participação na formulação e na execução da política
entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema de formação e desenvolvimento de recursos humanos para
Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011) a saúde;
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores X – elaboração da proposta orçamentária do Sistema Úni-
Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº co de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
Conhecimentos Específicos

12.466, de 2011) XI – elaboração de normas para regular as atividades de


I – decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em con- pública;
formidade com a definição da política consubstanciada em XII – realização de operações externas de natureza finan-
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (In- ceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
cluído pela Lei nº 12.466, de 2011) XIII – para atendimento de necessidades coletivas, urgen-
II – definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e in- tes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente,
termunicipal, a respeito da organização das redes de ações de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a auto-
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua go- ridade competente da esfera administrativa correspondente
vernança institucional e à integração das ações e serviços poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais
dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011) como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
III – fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito XIV – implementar o Sistema Nacional de Sangue, Com-
sanitário, integração de territórios, referência e contrarrefe- ponentes e Derivados;
rência e demais aspectos vinculados à integração das ações XV – propor a celebração de convênios, acordos e proto-
e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela colos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio
Lei nº 12.466, de 2011) ambiente;

13
XVI – elaborar normas técnico-científicas de promoção, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;
proteção e recuperação da saúde; XVI – normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
XVII – promover articulação com os órgãos de fiscalização Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
do exercício profissional e outras entidades representativas XVII – acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
da sociedade civil para a definição e controle dos padrões serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais
éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde; e municipais;
XVIII – promover a articulação da política e dos planos XVIII – elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
de saúde; âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Mu-
XIX – realizar pesquisas e estudos na área de saúde; nicípios e Distrito Federal;
XX – definir as instâncias e mecanismos de controle e XIX – estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e co-
fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; ordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o
XXI – fomentar, coordenar e executar programas e pro- Território Nacional em cooperação técnica com os Estados,
jetos estratégicos e de atendimento emergencial. Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
§ 1º A União poderá executar ações de vigilância epi-
Seção II demiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como
Da Competência na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação na-
(SUS) compete: cional. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 14.141,
I – formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e de 2021)
nutrição; § 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem
II – participar na formulação e na implementação das emergência em saúde pública, poderá ser adotado procedi-
políticas: mento simplificado para a remessa de patrimônio genético
a) de controle das agressões ao meio ambiente; ao exterior, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº
b) de saneamento básico; e 14.141, de 2021)
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; § 3º Os benefícios resultantes da exploração econômi-
III – definir e coordenar os sistemas: ca de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; acesso ao patrimônio genético de que trata o § 2º deste
b) de rede de laboratórios de saúde pública; artigo serão repartidos nos termos da Lei nº 13.123, de 20
c) de vigilância epidemiológica; e de maio de 2015. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
d) vigilância sanitária; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
IV – participar da definição de normas e mecanismos de (SUS) compete:
controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambien- I – promover a descentralização para os Municípios dos
te ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde serviços e das ações de saúde;
humana; II – acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui-
V – participar da definição de normas, critérios e padrões zadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
para o controle das condições e dos ambientes de trabalho III – prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
e coordenar a política de saúde do trabalhador; executar supletivamente ações e serviços de saúde;
VI – coordenar e participar na execução das ações de IV – coordenar e, em caráter complementar, executar
vigilância epidemiológica; ações e serviços:
VII – estabelecer normas e executar a vigilância sanitária a) de vigilância epidemiológica;
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser b) de vigilância sanitária;
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; c) de alimentação e nutrição; e
VIII – estabelecer critérios, parâmetros e métodos para d) de saúde do trabalhador;
o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias V – participar, junto com os órgãos afins, do controle
e serviços de consumo e uso humano; dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na
IX – promover articulação com os órgãos educacionais saúde humana;
e de fiscalização do exercício profissional, bem como com VI – participar da formulação da política e da execução
entidades representativas de formação de recursos humanos de ações de saneamento básico;
na área de saúde; VII – participar das ações de controle e avaliação das
X – formular, avaliar, elaborar normas e participar na exe- condições e dos ambientes de trabalho;
Conhecimentos Específicos

cução da política nacional e produção de insumos e equipa- VIII – em caráter suplementar, formular, executar, acom-
mentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos panhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para
governamentais; a saúde;
XI – identificar os serviços estaduais e municipais de refe- IX – identificar estabelecimentos hospitalares de refe-
rência nacional para o estabelecimento de padrões técnicos rência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de
de assistência à saúde; referência estadual e regional;
XII – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e X – coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde
substâncias de interesse para a saúde; pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam
XIII – prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, em sua organização administrativa;
ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento XI – estabelecer normas, em caráter suplementar, para o
da sua atuação institucional; controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XIV – elaborar normas para regular as relações entre o XII – formular normas e estabelecer padrões, em caráter
Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contra- suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
tados de assistência à saúde; para produtos e substâncias de consumo humano;
XV – promover a descentralização para as Unidades Fe- XIII – colaborar com a União na execução da vigilância
deradas e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;

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XIV – o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos § 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública:
indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da uni- (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
dade federada. I – a União deverá assegurar aporte adicional de recursos
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) não previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários
compete: Especiais Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde
I – planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os ser- Indígena; (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
viços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; II – deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas
II – participar do planejamento, programação e organiza- nos planos emergenciais para atendimento dos pacientes
ção da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único graves das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, ex-
de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; plicitados os fluxos e as referências para o atendimento em
III – participar da execução, controle e avaliação das ações tempo oportuno. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consi-
IV – executar serviços: deração a realidade local e as especificidades da cultura dos
a) de vigilância epidemiológica; povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção
b) vigilância sanitária; à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem
c) de alimentação e nutrição; diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistên-
d) de saneamento básico; e cia à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio
e) de saúde do trabalhador; ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e in-
V – dar execução, no âmbito municipal, à política de in- tegração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
sumos e equipamentos para a saúde; Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
VI – colaborar na fiscalização das agressões ao meio deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e
ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais § 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá
competentes, para controlá-las; como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Inclu-
VII – formar consórcios administrativos intermunicipais; ído pela Lei nº 9.836, de 1999)
VIII – gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; § 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o
IX – colaborar com a União e os Estados na execução da registro e a notificação da declaração de raça ou cor, garan-
vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; tindo a identificação de todos os indígenas atendidos nos
X – observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
sistemas públicos de saúde. § 1º-B. A União deverá integrar
contratos e convênios com entidades prestadoras de ser-
os sistemas de informação da rede do SUS com os dados do
viços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei
execução;
nº 14.021, de 2020)
XI – controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação
privados de saúde;
da rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à
XII – normatizar complementarmente as ações e serviços
públicos de saúde no seu âmbito de atuação. Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições § 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsiste-
reservadas aos Estados e aos Municípios. ma de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer
adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões
CAPÍTULO V onde residem as populações indígenas, para propiciar essa
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena integração e o atendimento necessário em todos os níveis,
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o ao SUS, em âmbito local, regional e de centros especializa-
atendimento das populações indígenas, em todo o território dos, de acordo com suas necessidades, compreendendo a
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao dispos- atenção primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído
to nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a parti-
Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, cipar dos organismos colegiados de formulação, acompanha-
criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 mento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho
de dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de
Conhecimentos Específicos

integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios,
financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído CAPÍTULO VI
pela Lei nº 9.836, de 1999) Do Subsistema de Atendimento
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema e Internação Domiciliar
instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Po- (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
lítica Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições go- Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único
vernamentais e não-governamentais poderão atuar comple- de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar.
mentarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Lei nº 9.836, de 1999) § 1º Na modalidade de assistência de atendimento e
§ 1º A União instituirá mecanismo de financiamento es- internação domiciliares incluem-se, principalmente, os pro-
pecífico para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, cedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psi-
sempre que houver necessidade de atenção secundária e cológicos e de assistência social, entre outros necessários ao
terciária fora dos territórios indígenas. (Incluído pela Lei nº cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído
14.021, de 2020) pela Lei nº 10.424, de 2002)

15
§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos Lei nº 12.401, de 2011)
níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) ou produtos de que trata o caput deste artigo serão aque-
§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só po- les avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade
derão ser realizados por indicação médica, com expressa e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da
concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (In-
nº 10.424, de 2002) cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
CAPÍTULO VII Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz te-
Do Subsistema de Acompanhamento Durante o rapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº
Trabalho de Parto, Parto e Pós-Parto Imediato 12.401, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) I – com base nas relações de medicamentos instituídas
pelo gestor federal do SUS, observadas as competências esta-
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saú- belecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento
de – SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído
permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompa- pela Lei nº 12.401, de 2011)
nhante durante todo o período de trabalho de parto, parto II – no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de
e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) forma suplementar, com base nas relações de medicamen-
§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será tos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a respon-
indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) sabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão
§ 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
direitos de que trata este artigo constarão do regulamento III – no âmbito de cada Município, de forma suplementar,
da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Exe- com base nas relações de medicamentos instituídas pelos
cutivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo for-
§ 3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a man- necimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
ter, em local visível de suas dependências, aviso informando (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo
pela Lei nº 12.895, de 2013) SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos,
Art. 19-L. (Vetado) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico
ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da
CAPÍTULO VIII Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação
Da Assistência Terapêutica e da de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Incorporação de Tecnologia em Saúde § 1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnolo-
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) gias no SUS, cuja composição e regimento são definidos em
regulamento, contará com a participação de 1 (um) represen-
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se tante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um)
refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído representante, especialista na área, indicado pelo Conselho
pela Lei nº 12.401, de 2011) Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I – dispensação de medicamentos e produtos de interesse § 2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessaria-
as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para mente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do I – as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia,
protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; a efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão com-
II – oferta de procedimentos terapêuticos, em regime petente para o registro ou a autorização de uso; (Incluído
domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas pela Lei nº 12.401, de 2011)
elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde II – a avaliação econômica comparativa dos benefícios
– SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, in-
conveniado ou contratado. clusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, am-
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são bulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei
adotadas as seguintes definições: nº 12.401, de 2011)
Conhecimentos Específicos

I – produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
bolsas coletoras e equipamentos médicos; se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração
II – protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento de processo administrativo, a ser concluído em prazo não
que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que
do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os me- foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
dicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem.
as posologias recomendadas; os mecanismos de controle (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados § 1º O processo de que trata o caput deste artigo ob-
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (In- servará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêu- (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
ticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos ne- I – apresentação pelo interessado dos documentos e, se
cessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do cabível, das amostras de produtos, na forma do regulamento,
agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados com informações necessárias para o atendimento do dispos-
em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância to no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, II – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

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III – realização de consulta pública que inclua a divulgação técnica e de financiamento e empréstimos; (Redação dada
do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação pela Lei nº 13.097, de 2015)
de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) II – pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar
IV – realização de audiência pública, antes da tomada ou explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento. a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe-
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e
V – distribuição aleatória, respeitadas a especialização e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
a competência técnica requeridas para a análise da matéria; b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022) pela Lei nº 13.097, de 2015)
VI – publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei III – serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrati-
nº 14.312, de 2022) va, por empresas, para atendimento de seus empregados e
§ 2º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social;
Art. 19-S. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do IV – demais casos previstos em legislação específica. (In-
SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
I – o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
medicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico CAPÍTULO II
experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Na- Da Participação Complementar
cional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011) Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insufi-
II – a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o re- cientes para garantir a cobertura assistencial à população
embolso de medicamento e produto, nacional ou importado, de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS)
sem registro na Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: Parágrafo único. A participação complementar dos ser-
(Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022) viços privados será formalizada mediante contrato ou con-
I – medicamento e produto em que a indicação de uso vênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
seja distinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades fi-
que seu uso tenha sido recomendado pela Comissão Nacional lantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
(Conitec), demonstradas as evidências científicas sobre a Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão es-
padronizado em protocolo estabelecido pelo Ministério da tabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde
Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022) (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
II – medicamento e produto recomendados pela Conitec § 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste
e adquiridos por intermédio de organismos multilaterais in- e de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a di-
ternacionais, para uso em programas de saúde pública do reção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fun-
Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas, nos termos damentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro
do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços
(Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022) contratados.
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci- § 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
mento de medicamentos, produtos de interesse para a saúde técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sis-
ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada tema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico
na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº e financeiro do contrato.
12.401, de 2011) § 3º (Vetado).
§ 4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de
TÍTULO III entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).

CAPÍTULO I TÍTULO IV
Do Funcionamento DOS RECURSOS HUMANOS
Conhecimentos Específicos

Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde carac- Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde
terizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissio- será formalizada e executada, articuladamente, pelas dife-
nais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas rentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes
de direito privado na promoção, proteção e recuperação da objetivos:
saúde. I – organização de um sistema de formação de recursos
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-gra-
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência duação, além da elaboração de programas de permanente
à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas aperfeiçoamento de pessoal;
expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde II – (Vetado);
(SUS) quanto às condições para seu funcionamento. III – (Vetado);
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, IV – valorização da dedicação exclusiva aos serviços do
inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na Sistema Único de Saúde (SUS).
assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sis-
Lei nº 13.097, de 2015) tema Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para
I – doações de organismos internacionais vinculados à ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas
Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação conjuntamente com o sistema educacional.

17
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e asses- § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários
soramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só do Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos
poderão ser exercidas em regime de tempo integral. da União, além de outras fontes, serão administrados pelo
§ 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um § 2º (Vetado).
estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). § 3º (Vetado).
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
aos servidores em regime de tempo integral, com exceção seu sistema de auditoria, a conformidade à programação
dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e
assessoramento. Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não apli-
Art. 29. (Vetado). cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em as medidas previstas em lei.
serviço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição
Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, ga- da receita efetivamente arrecadada transferirão automatica-
rantida a participação das entidades profissionais corres- mente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o crité-
pondentes. rio do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros
correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da
TÍTULO V Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados
DO FINANCIAMENTO no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros
CAPÍTULO I da Seguridade Social será observada a mesma proporção da
Dos Recursos despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade
Social.
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem trans-
ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita feridos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada
estimada, os recursos necessários à realização de suas fina- a combinação dos seguintes critérios, segundo análise téc-
lidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nica de programas e projetos:
nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social I – perfil demográfico da região;
e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades II – perfil epidemiológico da população a ser coberta;
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. III – características quantitativas e qualitativas da rede
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos de saúde na área;
provenientes de: IV – desempenho técnico, econômico e financeiro no
I – (Vetado); período anterior;
II – Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da V – níveis de participação do setor saúde nos orçamentos
assistência à saúde; estaduais e municipais;
III – ajuda, contribuições, doações e donativos; VI – previsão do plano quinquenal de investimentos da
IV – alienações patrimoniais e rendimentos de capital; rede;
V – taxas, multas, emolumentos e preços públicos ar- VII – ressarcimento do atendimento a serviços prestados
recadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e para outras esferas de governo.
VI – rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. § 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Muni-
§ 1º Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade cípios será distribuída segundo o quociente de sua divisão
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada men- pelo número de habitantes, independentemente de qualquer
salmente, a qual será destinada à recuperação de viciados. procedimento prévio. (Revogado pela Lei Complementar nº
§ 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de 141, de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de 1990)
Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas espe- § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório
ciais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder processo de migração, os critérios demográficos menciona-
onde forem arrecadadas. dos nesta lei serão ponderados por outros indicadores de
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executa- crescimento populacional, em especial o número de eleitores
das supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão registrados.
financiadas por recursos tarifários específicos e outros da §§ 3º a 5º (Vetados).
União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a
do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem a
Conhecimentos Específicos

§ 4º (Vetado). aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irre-


§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento cientí- gularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos.
fico e tecnológico em saúde serão cofinanciadas pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento CAPÍTULO III
fiscal, além de recursos de instituições de fomento e finan- Do Planejamento e do Orçamento
ciamento ou de origem externa e receita própria das insti-
tuições executoras. Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
§ 6º (Vetado). Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local
até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibili-
CAPÍTULO II zando-se as necessidades da política de saúde com a dispo-
Da Gestão Financeira nibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios,
dos Estados, do Distrito Federal e da União.
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em cada programações de cada nível de direção do Sistema Único de
esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva
respectivos Conselhos de Saúde. proposta orçamentária.

18
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financia- financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites confe-
mento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto ridos pelas instituições a que estejam vinculados.
em situações emergenciais ou de calamidade pública, na § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu-
área de saúde. nicipais de previdência social deverão integrar-se à direção
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros órgãos
de saúde, em função das características epidemiológicas e serviços de saúde.
e da organização dos serviços em cada jurisdição admi- § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os
nistrativa. serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em
e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde convênio que, para esse fim, for firmado.
com finalidade lucrativa. Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá
mecanismos de incentivos à participação do setor privado no
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transfe-
rência de tecnologia das universidades e institutos de pes-
Art. 39. (Vetado). quisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e
§§ 1º a 4º (Vetados). Municípios, e às empresas nacionais.
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os
Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde
(SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional
da Seguridade Social. de informações em saúde, integrado em todo o território
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de pres-
inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos tação de serviços.
e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização Art. 48. (Vetado).
pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de Saúde Art. 49. (Vetado).
– SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscri- Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os
ção administrativa se encontrem, mediante simples termo Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas Uni-
ficados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à
de recebimento.
proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema
§ 7º (Vetado).
Único de Saúde (SUS).
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
Art. 51. (Vetado).
dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministé-
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui
rio do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado
crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas
às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros
congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas
a permitir a gerencia informatizada das contas e a dissemi- das previstas nesta lei.
nação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico- Art. 53. (Vetado).
-hospitalares. Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as
Art. 40. (Vetado). atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas desen-
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pio- volvidas pelos laboratórios de genética humana, produção
neiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervi- e fornecimento de medicamentos e produtos para saúde,
sionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica e de
(SUS), permanecerão como referencial de prestação de ser- diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou
viços, formação de recursos humanos e para transferência indireta de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído
de tecnologia. pela Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 42. (Vetado). Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro
preservada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais
as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com disposições em contrário.
as entidades privadas.
Art. 44. (Vetado). Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e 102º da República.
Conhecimentos Específicos

e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS),


mediante convênio, preservada a sua autonomia adminis- FERNANDO COLLOR
trativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e Alceni Guerra

Competências entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios (arts. 16, 17, 18 e 19)

MATÉRIA UNIÃO ESTADO MUNICÍPIO


Alimentação e Nutrição Formula, avalia e apoia polí- Coordena e, em caráter com- Executa serviços (art. 18, IV, c)
ticas (art. 16, I) plementar, executa (art. 17,
IV, c)
Avaliação técnica e financeira Coordena, com a cooperação Coopera com a União (art. Coopera com a União (art.
dos estados e município (art. 16 XIX) 16, XIX)
16, XIX)

19
MATÉRIA UNIÃO ESTADO MUNICÍPIO
Condições e ambientes de Participa na formulação e Participa das ações de con- Participa da execução, do
trabalho implementação das políticas trole e avaliação (art. 17, VII) controle e da avaliação (art.
(art. 16, II, c) 18, III)
Consórcio administrativo - - Pode formatar (art. 18, VII,
art. 10, § 1º, e art. 3º, § 3º,
da Lei nº 8.142/90)
Contratos e convênios com - Celebra, em caráter comple- Celebra, em caráter principal,
entidades privadas (partici- mentar (art. 17, III) observado o art. 26 (art. 18, X)
pação complementar)
Controle de Avaliação Acompanha, controla e ava- Estabelece normas, em cará- Controla e avalia os serviços
liam as ações, respeitadas as ter suplementar, para o con- de saúde (art. 18, I)
competências dos estados e trole e avaliação; acompanha
municípios (art. 16, XVII) controle e avalia as redes hie-
rarquizadas (art. 17, XII)
Controle de qualidade sani- Estabelece critérios, parâme- Formula normas, estabelece Controla e exerce o poder de
tária de produtos, substância tros e método para controle padrões, em caráter suple- polícia sanitária
e serviços de consumo e uso (art. 16, VIII) mentar, de procedimentos de
humano controle e exerce o poder de
policia sanitária(art 17, XII)
Descentralização dos serviços Promove a descentralização Descentraliza as ações e os Pode organizar distritos sani-
e ações de saúde de abran- para os estados e municípios, serviços de abrangência mu- tários para integrar recursos,
gência estadual e municipal conforme a abrangência (art. nicipal (art. 17, I) técnicos e práticas (art. 10, §
16, XV) 2º)
Indicadores de morbidade e Organiza o sistema nacional Articula-se com a União e os Articula-se com o estado e a
mortalidade de informações em saúde municípios, acompanha, ava- União
(art. 15, IV, e art. 47) lia e divulga em seu âmbito
administrativo
Meio ambiente: agressões e Participa na formulação e Participa, com os órgãos afins Colabora na fiscalização e
agravos que tenham reper- implementação das políticas do controle (art. 17, V) atua nos órgãos municipais,
cussão na saúde humana de controle das agressões e estaduais e federais compe-
participa da definição e me- tentes, para controlá-los (art.
canismo de controle de agra- 18, VI)
vos com os órgãos afins (art.
16, II, a, e IV)
Órgãos educacionais e de Promove a articulação em Integra a articulação Integra a articulação
fiscalização do exercício pro- âmbito nacional (art. 16, IX)
fissionais e com entidades
representativas de formação
de recursos humanos na área
da saúde
Órgãos de fiscalização do Promove a articulação em Integra a articulação (art. 15, Integra a articulação (art. 15,
exercício profissional e outras âmbito nacional (art. 15, XVII, XVII) XVII)
entidades representantes da e art. 16, IX)
sociedade civil para a defini-
ção e o controle dos padrões
éticos para pesquisa, ações e
serviço de saúde
Conhecimentos Específicos

Planejamento estratégico Elabora em cooperação com Coopera tecnicamente com a Coopera com a União (art. 17,
nacional. os estados e municípios (art. União (art. 17, XVIII) XVIII)
16, XVIII)
Procedimentos, produtos e Controla e fiscaliza: poder de Exerce, também, o poder de Exerce, também, o poder de
substâncias de interesse para polícia (art.16, XII) polícia (art. 17, XII) polícia
saúde
Produção de insumos e equi- Formula, avalia, elabora nor- Em caráter suplementar, for- Dá execução, no âmbito mu-
pamentos para saúde mas e participa na execução mula, executa, acompanha e nicipal, à política (art. 18, V)
da política nacional, em ar- avalia a política (art. 17, VIII)
ticulação com os demais ór-
gãos do governo (art. 16, X)
Relações entre o SUS e os ser- Elabora normas para regular Complementa as normas re- Na ausência de normas nacio-
viços privados contratados e as relações (art. 16, XIV) guladoras (art. 15, XI) nais e estaduais, suplementa
conveniados de assistência à para atender ao interesse lo-
saúde cal (art. 15, XI)

20
MATÉRIA UNIÃO ESTADO MUNICÍPIO
Remuneração dos serviços Estabelece os critérios e va- Complementa os critérios, Complementa os critérios, va-
privados de saúde lores para a remuneração e valores e parâmetros (art. lores e parâmetros no estrito
os parâmetros de cobertura 15, V) interesse local (art. 15, V)
assistencial (art. 26)
Saneamento Básico Participa na formulação e na Participa na formulação de Executa serviços de sanea-
implementação de políticas políticas e da execução de mento básico (art. 18, IV, d)
(art. 16, II, b) ações de saneamento básico
(art. 17, VI)
Saúde do trabalhador Coordena a política (art. 16, Coordena e, em caráter com- Executa serviços (art. 18, IV, e)
V) plementar, executa ações
(art. 17, IV, d)
Serviços estaduais e munici- Identifica e estabelece pa- Identifica e gera os serviços Gera e executa serviços (art. 16,
pais de referência nacional drões técnicos de assistência de referência estadual e re- XI)
à saúde (art. 16, XI) gional (art. 17, IX)
Serviços privados de saúde Elabora normas para regular Estabelece normas, em cará- Controla e fiscaliza os proce-
os serviços (art. 15, XI) ter suplementar, para o con- dimentos (art. 18, XI)
trole e avaliação (art. 17, XI)
Sistema Nacional de Audi- Estabelece o sistema (art. 16, - -
toria XIX)
Sistema nacional de sangue, Normaliza e coordena nacio- Coordena a rede estadual de Gera hemocentro (art. 18,
componentes e derivados nalmente (art. 16, XVI) hemocentro (art. 17, X) VIII)

Sistema de rede de assistên- Define e coordena (art. 16, Identifica estabelecimentos Executa serviços (art. 18, I)
cia de alta complexidade III, a) de referência e gera sistemas
públicos de alta complexida-
de de referência estadual e
regional (art. 17, X)
Sistema de rede de laborató- Define e coordena (art. 16, Coordena a rede estadual e Gera laboratórios (art. 18,
rios de saúde e hemocentros III, b) gera unidades que perma- VIII)
necem em sua organização
administrativa (art. 17, IX)
Sistema de vigilância epide- Define e coordena, participa Coordena e, em caráter su- Executa serviços (art. 18, IV, a)
miológica da execução em circunstância plementar, executa ações e
especial (art. 16, III, c) serviços (art. 17, IV, a)

Sistema de vigilância sani- Define e coordena e, em cir- Coordena e, em caráter su- Executa serviços (art. 18, IV, b)
tária cunstâncias especiais, execu- plementar, executa ações e
ta (art. 16, III, d) serviços (art. 17, IV, b)
* Vigilância sanitária de por- Estabelece normas e execu- Colabora com a União na Colaboração com a União e
tos, aeroportos e fronteiras tam a vigilância (art. 16, VII) execução da vigilância (art. com os estados na execução
17, XIII) de vigilância (art. 18, IX)

* Portos, aeroportos e fronteiras


O único setor em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, atua diretamente na
fiscalização em tempo integral é na área de portos, aeroportos e fronteiras do País, onde é responsável pela barreira sani-
Conhecimentos Específicos

tária que protege a população de doenças como febre amarela, cólera e dengue, dentre outras. Além disso, o setor orienta
e controla a vacinação nesses postos, emitindo o Certificado Internacional de Vacinação Antiamarílica.

Os vetos presidenciais, colocados na Lei nº 8.080/1990 acordada no Congresso Nacional, atingiram pontos fundamentais
como a instituição dos Conselhos e das Conferências de Saúde. Uma intensa reação da sociedade civil organizada levou a Lei
nº 8.142, de dezembro de 1990, que regula a participação da comunidade no SUS e doravante, a fazer parte da Lei Orgânica
da Saúde (LOS).

Os Vetos de Collor na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990)

Veto Matéria Comentário


Artigo 11 e §§ e artigo 42 Estabelece a Conferência e o Conselho de Saúde e detalha sua Recuperado na íntegra na Lei
organização nº 8.142/1990
§ 3º do artigo 26 Correção monetária no atraso da renumeração de serviços Não foi na matéria da Lei
nº 8.142/1990

21
Incisos II e III do artigo 27 Instituição de planos de cargos e salários e carreira para o pessoal
Inciso II parcialmente
do SUS, em cada esfera de governo (II) e piso nacional de salários
recuperado pela Lei nº
para cada categoria (III) 8.142/1990
Artigo 29 Escolas públicas que formam recursos humanos para a saúde Não foi na matéria da Lei
serão subordinadas ao SUS nº 8.142/1990
Inciso II e §§ 4º e 6º do ar- Fonte de recursos para o SUS Não foi na matéria da Lei
tigo 32 nº 8.142/1990
§§ 2º e 3º do artigo 33 e Repasse de recursos Recuperado parcialmente na
§§ 3º, 4º e 7º do artigo 35 Lei nº 8.142/1990 – parte foi
matéria de NOBs
§§1º a 4º e 7º do artigo 39 Estrutura do Ministério da Saúde e incorporação do Inamps e Recuperado parcialmente na
outros órgãos Lei nº 8.689 (27/7/1993) –
matéria de diplomas legais
Artigo 40 Sucam e Fundação Sesp – transição das ações para o SUS Não foi na matéria da Lei nº
8.142/1990
Artigo 44 e §§ Transferência de servidores ao SUS Recuperado parcialmente na
Lei nº 8.689 (27/7/1993)
Artigos 48 e 49 Recursos do Fundo Nacional de Saúde para os municípios Matéria posterior de porta-
rias ministeriais
Artigo 51 e §§ Não redução de recursos do SUS pela média quinquenal – recur- Não recuperado
sos para o SUS de 8% do PIB
Artigo 53 Encaminhamento ao Congresso Nacional em 6 meses: plano de Não recuperado
cargos e salários; piso salarial; salário mínimo de profissionais
e técnicos; regulamentação de pré-pagamento de serviços; e
Código Sanitário Nacional

Lei nº 8.142 de 28 de Dezembro de 1990 nidas em regimento próprio aprovados pelo respectivo
Conselho.
Dispõe sobre a participação da Art 2º Os recursos do Fundo Nacional de Saúde – FNS
comunidade na gestão do Sistema serão alocados como:
Único de Saúde – SUS e sobre as I – Despesas de custeio e de capital do Ministério da
transferências intergovernamen- Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e
tais de recursos financeiros na indireta;
área da saúde e das outras pro- II – Investimento previstos em lei orçamentária de
vidências. iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
Nacional;
Art 1º O Sistema Único de Saúde SUS de que trata a Lei nº III – Investimentos previsto no Plano Quinquenal do
Ministério da Saúde;
8.080, de 19 de setembro de 1990, contara, em cada esfera
IV – Cobertura das ações e serviços de saúde a serem
de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo,
implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
com as seguintes instâncias colegiadas: Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV des-
I – a Conferência de Saúde; e te artigo destina-se a investimentos na rede de serviços, à
II – o Conselho de Saúde. cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar às demais
§ 1º A Conferência de Saúde reunir se a cada 4 anos com ações de saúde.
a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a Art 3º Os recursos referidos no inciso IV do art. 2º desta
situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação Lei serão repassados de forma regular e automática para
da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada os Municípios, Estados e Distrito Federal de acordo com os
pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de se-
pelo Conselho de Saúde. tembro de 1990.
§ 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e
Conhecimentos Específicos

§ 1º Enquanto não for regulamentada a aplicação dos cri-


deliberativo, órgão colegiado composto por representantes térios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclu-
usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da sivamente o critério estabelecido no §1º do mesmo artigo.
execução da política de saúde na instância correspondente, § 2º Os recursos referidos neste artigo serão destinados,
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas de- pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se
cisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente o restante aos Estados.
constituído em cada esfera do governo. § 3º Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
§ 3º O Conselho Nacional de Secretários de Saúde CO- execução de ações e serviços de saúde remanejando, entre
NASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de si, parcela de recursos previstos no inciso IV do artigo 2º
Saúde CONASEMS terão representação no Conselho Nacional desta Lei.
de Saúde. Art. 4º Para receberem os recursos, de que trata o art.
§ 4º A representação dos usuários nos Conselhos de saú- 3º desta Lei, os Municípios, os Estados e o Distrito federal
de e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos deverão contar com:
demais segmentos. I – Fundo de Saúde;
§ 5º As conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde II – Conselho de saúde, com composição paritária de
terão sua organização e normas de funcionamento defi- acordo com o Decreto nº 99.438, de 7 de agosto de 1990;

22
III – Plano de Saúde; capacidade instalada existente, os investimentos e o desem-
IV – Relatórios de gestão que permitam o controle de penho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;
que trata o §4º do art. 33 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro VI – Rede de Atenção à Saúde – conjunto de ações e
de 1990; serviços de saúde articulados em níveis de complexidade
V – Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
orçamento; assistência à saúde;
VI – Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos VII – Serviços Especiais de Acesso Aberto – serviços de saú-
e Salários (PCCS), previsto o prazo de (dois) anos para sua de específicos para o atendimento da pessoa que, em razão
implantação. de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, especial; e
ou pelos estados, ou pelo Distrito Federal dos requisitos VIII – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica – documen-
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos to que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou
concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medi-
estados ou pela União. camentos e demais produtos apropriados, quando couber;
Art. 5º É o Ministério da saúde, mediante Portaria do as posologias recomendadas; os mecanismos de controle
Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições para clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados
aplicação desta Lei. terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário. CAPÍTULO II
Da Organização do Sus
Brasília, em 28 de dezembro de 1990.
Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e
Decreto nº 7.508, de 28 de Junho de 2011 serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde exe-
cutados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta,
Regulamenta a Lei nº 8.080, mediante a participação complementar da iniciativa privada,
de 19 de setembro de 1990, para sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.
dispor sobre a organização do Sis-
tema Único de Saúde – SUS, o pla- Seção I
nejamento da saúde, a assistência Das Regiões de Saúde
à saúde e a articulação interfede-
rativa, e dá outras providências. Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado,
em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite – CIT
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em a que se refere o inciso I do art. 30.
vista o disposto na Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990, § 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interesta-
Decreta: duais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto
dos respectivos Estados em articulação com os Municípios.
CAPÍTULO I § 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas
Das Disposições Preliminares de fronteira com outros países deverá respeitar as normas
que regem as relações internacionais.
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter,
de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do no mínimo, ações e serviços de:
Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a I – atenção primária;
assistência à saúde e a articulação interfederativa. II – urgência e emergência;
Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se: III – atenção psicossocial;
I – Região de Saúde – espaço geográfico contínuo cons- IV – atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimi- V – vigilância em saúde.
tado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde ob-
e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes servará cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as
o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; transferências de recursos entre os entes federativos.
Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compre-
Conhecimentos Específicos

II – Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde – acordo


de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade endidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias
de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comis-
regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabili- sões Intergestores.
dades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguin-
desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, tes elementos em relação às Regiões de Saúde:
forma de controle e fiscalização de sua execução e demais ele- I – seus limites geográficos;
mentos necessários à implementação integrada das ações e II – população usuária das ações e serviços;
serviços de saúde; III – rol de ações e serviços que serão ofertados; e
III – Portas de Entrada – serviços de atendimento inicial IV – respectivas responsabilidades, critérios de acessibi-
à saúde do usuário no SUS; lidade e escala para conformação dos serviços.
IV – Comissões Intergestores – instâncias de pactuação
consensual entre os entes federativos para definição das Seção II
regras da gestão compartilhada do SUS; Da Hierarquização
V – Mapa da Saúde – descrição geográfica da distribuição
de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofer- Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações
tados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e

23
se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo § 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as di-
com a complexidade do serviço. retrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e
saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: da organização de serviços nos entes federativos e nas Re-
I – de atenção primária; giões de Saúde.
II – de atenção de urgência e emergência; Art. 16. No planejamento devem ser considerados os
III – de atenção psicossocial; e serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma
IV – especiais de acesso aberto. complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acor- Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
do com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identifica-
federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e ção das necessidades de saúde e orientará o planejamento
serviços de saúde, considerando as características da Região integrado dos entes federativos, contribuindo para o esta-
de Saúde. belecimento de metas de saúde.
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve
especializados, entre outros de maior complexidade e densida- ser realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades
de tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de
que trata o art. 9º. saúde.
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite – CIB
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do proces-
deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco indivi- so e os prazos do planejamento municipal em consonância
dual e coletivo e no critério cronológico, observadas as es- com os planejamentos estadual e nacional.
pecificidades previstas para pessoas com proteção especial,
conforme legislação vigente. CAPÍTULO IV
Parágrafo único. A população indígena contará com re- Da Assistência à Saúde
gramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas
especificidades e com a necessidade de assistência integral Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia
à sua saúde, de acordo com disposições do Ministério da e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante refe-
Saúde. renciamento do usuário na rede regional e interestadual,
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cui- conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
dado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços,
hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção Seção I
da respectiva região. Da Relação Nacional de Ações e
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão Serviços de Saúde – RENASES
as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços
de saúde na respectiva área de atuação. Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saú-
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, de – RENASES compreende todas as ações e serviços que o
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da
caberá aos entes federativos, além de outras atribuições que assistência à saúde.
venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores: Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em
I – garantir a transparência, a integralidade e a equidade no âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
acesso às ações e aos serviços de saúde; Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
II – orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
de saúde; Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
III – monitorar o acesso às ações e aos serviços de saú- cípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as
de; e suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços
IV – ofertar regionalmente as ações e os serviços de constantes da RENASES.
saúde. Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, poderão adotar relações específicas e complementares de
diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os ações e serviços de saúde, em consonância com a RENA-
entes federativos no cumprimento das atribuições previstas SES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo seu
Conhecimentos Específicos

no art. 13. financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões


Intergestores.
CAPÍTULO III
Do Planejamento da Saúde Seção II
Da Relação Nacional de
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será as- Medicamentos Essenciais – RENAME
cendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos
os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade – RENAME compreende a seleção e a padronização de me-
de recursos financeiros. dicamentos indicados para atendimento de doenças ou de
§ 1º O planejamento da saúde é obrigatório para os entes agravos no âmbito do SUS.
públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do For-
§ 2º A compatibilização de que trata o caput será efetua- mulário Terapêutico Nacional – FTN que subsidiará a prescri-
da no âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado ção, a dispensação e o uso dos seus medicamentos.
do planejamento integrado dos entes federativos, e deverão Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para
conter metas de saúde. dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes

24
Terapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes III – diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e
pactuadas pela CIT. interestadual, a respeito da organização das redes de atenção
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional
consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do res- e à integração das ações e serviços dos entes federativos;
pectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. IV – responsabilidades dos entes federativos na Rede de
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município po- Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e
derão adotar relações específicas e complementares de seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as
medicamentos, em consonância com a RENAME, respeita- responsabilidades individuais e as solidárias; e
das as responsabilidades dos entes pelo financiamento de V – referências das regiões intraestaduais e interestaduais
medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões de atenção à saúde para o atendimento da integralidade da
Intergestores. assistência.
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência far- Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT
macêutica pressupõe, cumulativamente: a pactuação:
I – estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde I – das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
do SUS; II – dos critérios para o planejamento integrado das ações
II – ter o medicamento sido prescrito por profissional de e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do com-
saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; partilhamento da gestão; e
III – estar a prescrição em conformidade com a RENAME III – das diretrizes nacionais, do financiamento e das
e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em
relação específica complementar estadual, distrital ou mu- fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os casos,
nicipal de medicamentos; e as normas que regem as relações internacionais.
IV – ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas
pela direção do SUS. Seção II
§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do Do Contrato Organizativo
usuário à assistência farmacêutica, desde que questões de da Ação Pública da Saúde
saúde pública o justifiquem.
§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter espe- para a organização da rede interfederativa de atenção à saúde
cializado. será firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar da Saúde.
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Públi-
poderão conter produtos com registro na Agência Nacional ca da Saúde é a organização e a integração das ações e dos
de Vigilância Sanitária – ANVISA. serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federa-
tivos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir
CAPÍTULO V a integralidade da assistência aos usuários.
Da Articulação Interfederativa
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública
da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos
Seção I
entes federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como
Das Comissões Intergestores
fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saú-
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a orga-
de definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos
nização e o funcionamento das ações e serviços de saúde
integrados em redes de atenção à saúde, sendo: entes federativos com relação às ações e serviços de saúde,
I – a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; de desempenho, os recursos financeiros que serão disponi-
II – a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria bilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacio- e demais elementos necessários à implementação integrada
nais; e das ações e serviços de saúde.
III – a Comissão Intergestores Regional – CIR, no âmbi- § 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de
to regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito
efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional
diretrizes da CIB. de Saúde.
Conhecimentos Específicos

Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores pú- § 2º O desempenho aferido a partir dos indicadores na-
blicos de saúde poderão ser representados pelo Conselho cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro para
Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, pelo Conselho avaliação do desempenho da prestação das ações e dos ser-
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS viços definidos no Contrato Organizativo de Ação Pública de
e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saú- Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se as
de – COSEMS. especificidades municipais, regionais e estaduais.
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saú-
I – aspectos operacionais, financeiros e administrativos de conterá as seguintes disposições essenciais:
da gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição I – identificação das necessidades de saúde locais e re-
da política de saúde dos entes federativos, consubstancia- gionais;
da nos seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos II – oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
conselhos de saúde; promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito re-
II – diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração gional e inter-regional;
de limites geográficos, referência e contrarreferência e de- III – responsabilidades assumidas pelos entes federativos
mais aspectos vinculados à integração das ações e serviços perante a população no processo de regionalização, as quais
de saúde entre os entes federativos; serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com

25
o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações formidade com as demais formas de controle e fiscalização
e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde; previstas em Lei.
IV – indicadores e metas de saúde; Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a exe-
V – estratégias para a melhoria das ações e serviços de cução do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde,
saúde; em relação ao cumprimento das metas estabelecidas, ao
VI – critérios de avaliação dos resultados e forma de mo- seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados.
nitoramento permanente; Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o
VII – adequação das ações e dos serviços dos entes fe- Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema
derativos em relação às atualizações realizadas na RENASES; de informações em saúde organizado pelo Ministério da
VIII – investimentos na rede de serviços e as respectivas Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde
responsabilidades; e para monitoramento.
IX – recursos financeiros que serão disponibilizados por
cada um dos partícipes para sua execução. CAPÍTULO VI
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir Das Disposições Finais
formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e
à melhoria das ações e serviços de saúde. Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle interno
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins de e externo:
garantia da gestão participativa: I – o descumprimento injustificado de responsabilidades
I – Estabelecimento de estratégias que incorporem a ava- na prestação de ações e serviços de saúde e de outras obri-
liação do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta gações previstas neste Decreto;
de sua melhoria; II – a não apresentação do Relatório de Gestão a que se
II – Apuração permanente das necessidades e interesses refere o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142, de 1990;
do usuário; e III – a não aplicação, malversação ou desvio de recursos
III – Publicidade dos direitos e deveres do usuário na saú- financeiros; e
de em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas uni- IV – outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe-
dades privadas que dele participem de forma complementar. cimento.
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fa- Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
tor determinante para o estabelecimento das metas de saúde ações e serviços de saúde que na data da publicação deste
previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. Decreto são ofertados pelo SUS à população, por meio dos
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato entes federados, de forma direta ou indireta.
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua diretrizes de que trata o § 3º do art. 15 no prazo de cento e
implementação. oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e a fis- blicação.
calização do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde.
§ 1º O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da Independência e
art. 4º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá 123º da República.
seção específica relativa aos compromissos assumidos no
âmbito do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. DILMA ROUSSEFF
§ 2º O disposto neste artigo será implementado em con- Alexandre Rocha Santos Padilha

LEGISLAÇÃO BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)


Resumo – Lei nº 8.080: Definições e Competências

1988 – Constituição Federal


• Definiu a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), artigos 196 a 200.
Conhecimentos Específicos

• A Constituição da República consagra ser a Saúde direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CF, art. 196), sendo de relevância pública as ações e serviços de
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado
(CF, art. 197).
• Igualmente, em seu art. 200, a Constituição Federal afirma competir ao Sistema Único de Saúde executar as ações de
vigilância sanitária e epidemiológica.

1990 – Leis nºs 8.080, de 19/9/1990, e Lei nº 8.142, de 28/12/1990 (Lei Orgânica da Saúde – LOS)
• Lei nº 8.080/1990
Chamada de Lei Orgânica da Saúde (LOS), que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da
Saúde, regulamentando o capítulo da Saúde na Constituição. Define um processo de planejamento ascendente, resul-
tando em um plano de saúde, estabelece o fim do caráter convenial dos repasses, uma conta especial para os recursos
do SUS e critérios de repasse.

26
• Lei nº 8.142/1990
Dispõe sobre a participação da comunidade na Gestão do Sistema Único de Saúde, por meio dos Conselhos e Conferên-
cias de saúde com caráter deliberativo e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área
da saúde e dá outras providências.

1991 – NOB/91 (Norma Operacional Básica)


• Define a operacionalização do SUS enquanto a Lei nº 8.808/1990 não é regulamentada; define pagamento da UCA (Uni-
dade de Cobertura Ambulatorial) por população (repasse aos fundos) e das AIHs (Autorização de Internação Hospitalar)
diretamente aos prestadores.
• Estabeleceu custeio dos programas especiais e de alto custo.
• Apesar de possuir forte conteúdo desconcentrador para municípios, estabelece relações diretas entre o gestor federal
– Ministério da Saúde – e as secretarias municipais de saúde. As transferências eram negociadas caso a caso, de acordo
com a produção de serviços e mediante convênios para prestação de serviços. Persistiu o pagamento direto do gestor
federal a hospitais e ambulatórios privados.
• Equipara prestadores públicos e privados. (Atenção: refere-se a Prestadores).
• Gestão do SUS ainda muito centralizada no nível federal (Inamps, extinto em 1993).
• Predomínio da gestão federal.
• Municípios: essencialmente gerentes de unidades, portanto ainda prestadores.
• Estados: alguns já assumem gestão (SUDS/1987) a maioria continua como prestador.
• Aspectos do controle, acompanhamento e fiscalização da aplicação dos recursos.
• Iguala pagamento do prestador público e privado.
• Criação e ampliação de sistemas informatizados de informações centralizados.
• Repasse condicionado à produção de serviços.
• Busca de unificação do sistema.
• Inexistência do processo de negociação.

1993 – NOB/93 (Norma Operacional Básica)


• Estabelece normas e procedimentos reguladores do processo de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde.
• Disciplina fluxos e conteúdos do processo de habilitação de município e Estados às novas condições de gestão.
• Cria modalidade de gestão municipal e estadual, com requisitos, responsabilidades, e prerrogativas diferentes.
• Definiu critérios para habilitação dos municípios segundo condições de gestão (incipiente, parcial e semiplena), com
pactuação de recursos segundo critérios definidos nas comissões intergestores (CIT e CIB), e deu início às transferências
do Fundo Nacional de Saúde aos fundos municipais de saúde (repasse fundo a fundo a municípios habilitados, mas sem
romper totalmente com a lógica do pós-pagamento).
• Referencial de implementação do SUS no País.
• Extinção do Inamps.
• Sistematizou o processo de descentralização da gestão do sistema e serviços de saúde (redistribuição de poder).
• Maior autonomia ao gestor municipal.
• Ausência do papel do Estado na gestão municipal.
• Instituição das Comissões Intergestores Tripartite e Bipartite e o controle social sobre o processo.

1996 – NOB/96 (Norma Operacional Básica)


• Gestão plena, com responsabilidade pela saúde do cidadão.
• Promover e consolidar o pleno exercício do poder público municipal.
• Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada Gestor.
• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando para os municípios à atenção básica da saúde.
• Modifica as condições de Gestão do SUS para Estados e Municípios: Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do
Sistema Municipal de Saúde.
• Adoção de políticas de incentivo. Cria incentivos diversos, por programas, especialmente para o PACS e o PSF ou Projetos
Similares (pagamento de incentivos).
• Mais que a descentralização, propõe a modificação do modelo assistencial.
Conhecimentos Específicos

• Normatização da implantação do SUS quanto à assistência, à vigilância sanitária e ao controle de doenças.


• Fortalecimento do papel dos municípios no Sistema.
• Fortalecimento dos mecanismos de Apoio à Atenção Básica (PAB).
• Proposta de elaboração da Programação Pactuada e Integrada (PPI).
• Radicalização do processo de transferência fundo a fundo.
• Utilização da base per capita para o financiamento da atenção básica.
• Melhor definição do papel do Estado.
• Negociação e formulação nos fóruns do CNS e CIT.

Condições de Gestão:
• Para os municípios:
– gestão da atenção básica;
– gestão plena do sistema municipal.

• Para os Estados:
– gestão avançada do sistema estadual;
– gestão plena do sistema estadual.

27
Norma Operacional Básica de Assistência à Saúde (NOAS) – Norma editada nos anos de 2001 e 2002
NOAS – 2001 – Portaria nº 95/2001/MS
• Amplia recursos para a Atenção Básica (PAB ampliado).
• Passam a fazer parte da atenção primária: saúde da mulher, saúde da criança, saúde bucal, controle de hipertensão e
diabetes, controle da tuberculose e eliminação da hanseníase.
• Institui per capita de alocação microrregional.
• Habilitação também se dá por microrregião.
• Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização.
• Institui o Plano Diretor de Investimentos (PDI), que visa identificar prioridades e desenvolver estratégias de investimento.
• Aloca recursos para média e alta complexidade pela PPI.
• Define financiamento diferenciado para a alta complexidade recursos subdivididos em:
– recursos para Atenção Básica (PAB fixo e PAB variado);
– recursos para a vigilância epidemiológica e controle de doenças;
– recursos para a assistência de média complexidade;
– recursos para a assistência de alta complexidade.

Exigência de preenchimento do SIOPS (vide financiamento).


Os estados passam da função de meros mediadores para a de coordenadores do SUS em âmbito estadual.

NOAS – 2002 – Portaria nº 373/2002/MS


Estabelece mais detalhadamente a função da União, estados e municípios na regionalização da saúde.

NOAS-SUS 01/2002 – Portaria nº 373/2002/MS


Aperfeiçoou a NOAS-SUS 01/2001.

União Estados Municípios


• Caráter normativo. • Descentralização para os municípios dos serviços e ações • Planejar, organizar, contro-
• Controle e fiscalização. de saúde. lar e avaliar ações e serviços
• Promover a descentralização • Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios. de saúde e sua execução.
para estados e municípios • Controlar, acompanhar, avaliar e executar ações do meio • Todas as ações dos Estados
dos serviços e ações de saú- ambiente, saneamento básico, ambiente de trabalho, em âmbito municipal.
de de abrangência estadual insumos e equipamentos, laboratórios e hemocentros,
e municipal. controle de qualidade para produtos e substâncias de
consumo humano, vigilância sanitária de portos, aero-
portos e fronteiras em colaboração com a União.
• Avaliar e divulgar os indicadores de morbi-mortalidade
no âmbito estadual.

POLÍTICAS PÚBLICAS: O QUE SÃO E PARA dade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua
QUE EXISTEM execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente,
habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou
Políticas públicas são ações e programas que são desen- seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo.
volvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direi- E é a partir desse princípio que, para atingir resultados
tos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis. satisfatórios em diferentes áreas, os governos (federal, esta-
São medidas e programas criados pelos governos dedicados duais ou municipais) se utilizam das políticas públicas.
a garantir o bem estar da população.
Além desses direitos, outros que não estejam na lei po- Execução das políticas públicas
dem vir a ser garantidos através de uma política pública. Isso
pode acontecer com direitos que, com o passar do tempo, A execução das políticas públicas é tão importante para o
Conhecimentos Específicos

sejam identificados como uma necessidade da sociedade. bom funcionamento da sociedade que, desde 1989, existe a
O planejamento, a criação e a execução dessas políticas carreira de especialista em políticas públicas. De acordo com a
é feito em um trabalho em conjunto dos três Poderes que lei que criou esse cargo, o especialista em políticas públicas é o
formam o Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Poder profissional especializado na formulação, planejamento e ava-
Legislativo ou o Executivo podem propor políticas públicas. O liação de resultados de políticas públicas. As políticas públicas
Legislativo cria as leis referentes a uma determinada política existem e são executadas em todas as esferas de governo do
pública e o Executivo é o responsável pelo planejamento país, ou seja, há ações em nível federal, estadual e municipal.
de ação e pela aplicação da medida. Já o Judiciário faz o Por serem programas relacionados com direitos que são
controle da lei criada e confirma se ela é adequada para garantidos aos cidadãos as políticas públicas existem em mui-
cumprir o objetivo. tas áreas. São exemplos, educação, saúde, trabalho, lazer, as-
As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas sistência social, meio ambiente, cultura, moradia e transporte.
as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou
nível social. Com o aprofundamento e a expansão da de- Políticas Públicas e o Direito à Educação no Brasil
mocracia, as responsabilidades do representante popular
se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é As políticas públicas em Educação consistem em progra-
promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da socie- mas ou ações elaboradas em âmbito governativo que au-

28
xiliam na efetivação dos direitos previstos na Constituição A primeira constituição promulgada após o período im-
Federal; um dos seus objetivos é colocar em prática medidas perial, no ano de 1891, instituiu o regime federativo no texto
que garantam o acesso à Educação para todos os cidadãos. constitucional, e a educação passou a ser discutida como
Nelas estão contidos dispositivos que garantem a Educação projeto nacional com variações entre aspectos de centrali-
a todos, bem como a avaliação e ajuda na melhoria da qua- zação e descentralização do Estado que recaíram no âmbito
lidade do ensino no país. A partir dessa definição de políticas das políticas educacionais, reforçando disparidades já pre-
públicas educacionais, é preciso avaliar criticamente em que sentes, refletindo a falta de coesão e unidade das políticas
medida, no que se refere a direito à Educação, elas têm sido educacionais. Dentre as reformas do primeiro período repu-
concretizadas, isto é, se de fato têm sido corporificadas. blicano podemos citar, como aponta Nagle (2001), a Reforma
Em decorrência, poderíamos indagar se no Brasil se fazem Benjamin Constant (Decreto n° 981, de 1890), a Reforma
presentes políticas públicas educacionais que, em tese, confi- Epitácio Pessoa (Decreto n° 3.890, de 1901), a Lei Orgânica
ram aos seus cidadãos, especialmente em nível de Educação do Ensino Superior e Fundamental de 1911, a Reforma Ma-
Básica, a garantia do acesso à educação de qualidade. Para ximiliano (Decreto n° 11.530, de 1915) e a Reforma Rocha
tanto, propomos uma discussão percorrendo um caminho Vaz (Decreto n° 16.782, de 1925).
histórico da legislação brasileira e algumas tendências con- Em 1930, criou-se o Ministério dos Negócios da Educação
temporâneas referentes às políticas educacionais. e Saúde Pública; em 1931, a reforma Francisco Campos, orga-
Em nosso país, a desigualdade oriunda da segregação nizada pelo então ministro, dava caráter nacional à educação.
educacional ainda se faz presente, representada como uma Contudo, foi em 1932 que se deu um salto qualitativo na
mancha. No entanto, nem sempre resulta em um sentimento educação orientado por intelectuais como Anísio Teixeira e
de responsabilidade por parte dos legisladores, policy makers demais que assinaram o Manifesto dos Pioneiros da Educa-
ou responsáveis pela sua execução, isto é, os atores da es- ção Nova, uma vez que pretendiam uma nova educação que
cola, pois a culpa pelo fracasso educacional de alunos das contribuísse para a melhoria do processo de estabilização
classes menos favorecidas recai frequentemente sobre eles social. Nesse documento, seus idealizadores exigiam o direito
e suas famílias. de construção de um Sistema Nacional de Educação.
A mácula da desigualdade tem, entre outras questões, Posteriormente, na Carta Constitucional de 1934, po-
sua origem na configuração que o Estado vem tomando, no demos observar inovações em relação às constituições an-
que se refere à política educacional desde os tempos do teriores, com um capítulo inteiro dedicado à Educação. As
Império e permanece até os dias atuais, a despeito dos pro- atribuições da União são ampliadas, ficando sob sua respon-
gressos no tocante ao combate da desigualdade. sabilidade a competência da elaboração de diretrizes para
De acordo com pesquisas realizadas por Araújo (2011, p. a educação nacional, bem como a construção de um plano
280), "ainda não temos no Brasil do século XXI um sistema nacional de educação e sua execução em todo o país. Con-
de Educação que possa ser denominado nacional, dadas as forme assevera Araújo (2011), no período Vargas efetivou-se
profundas disparidades entre estados e regiões". Ainda que a edição das leis orgânicas de ensino, caracterizadas como
pesquisas apresentadas pelo Estado assegurem a universa- um paradigma intervencionista de Estado.
lização do Ensino Fundamental, a realidade mostra que os De forma explicita, podemos afirmar que a Emenda de
índices de escolaridade brasileira são baixos e de qualida- 1969 à legislação federal de 1934 reconheceu em nível cons-
de inferior, se comparados com outros países, inclusive da titucional a educação como "direito de todos e dever do
América Latina. Essa realidade contraria radicalmente o que Estado", concretizando e explicitando legalmente o direito
estabelece a legislação no que diz respeito à Educação como à educação.
direito – tema que retomaremos mais adiante. Com a crise financeira do início da década de 1930, tra-
À vista disso, com base sobretudo nas pesquisas de Araú- zendo consigo a decadência do modelo de Estado liberal no
jo (2011) e Araújo e Cassini (2017), julgamos ser pertinente Brasil, exigiu-se o acolhimento das massas trabalhadoras e
apresentar de modo sucinto como as políticas públicas foram das classes médias urbanas no sistema político, cujo objetivo
instituídas no Brasil em seu caráter tardio e incompleto e a reper- configura-se na conversão de uma economia tipicamente
cussão desse processo no que se refere ao direito à educação. agrária para uma economia industrial, trazendo grandes
Conceber a educação como dever moral de aprimora- mudanças para o cenário educacional. A partir de 1940, a
mento social requer a compreensão de educação pelo Estado preocupação com a educação passou a ocupar espaço mun-
que, assim entendida, torna-se um mecanismo de direito dial, ocasionando a chamada "revolução social", cunhada por
social que reverbera como um dos elementos da providên- Hobsbawm (apud Araújo, 2011), por meio de um expressivo
cia de igualdade social. Entretanto, somente no século XX movimento de expansão das oportunidades de escolarização
o conceito de Educação passou a ser compreendido como da população.
Conhecimentos Específicos

mecanismo de acesso à igualdade econômica e social, daí No entanto, com a rápida e selvagem ascensão do capita-
associada como veículo de acesso a bens culturais, sociais e, lismo em escala mundial, o neoliberalismo assumiu as rédeas
dependendo das contingências, econômicos. Embora o direi- da economia, reverberando um novo formato de educação
to social a ser garantido pelas políticas públicas resultantes redefinido a partir da lógica de mercado, exercendo controle
do Estado tenha seu início muito tarde – no período em que com a apresentação de metas, objetivos, produtos e resul-
o Império promulgou a Constituição Política do Império do tados, tal como aplicado na economia.
Brasil em 1834, que previa a educação pública e gratuita –, de Esse padrão de controle se expressa mediante as novas
todo modo, esse "direito" se estendia apenas para a instrução balizas regulatórias das políticas educacionais atuais, como
primária, além de limitar a afluência de todos os potenciais Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE); Índice de
estudantes, em decorrência do Ato Adicional de 1834, que Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb); Sistema de
emendou a Constituição com uma reforma de tipo adminis- Avaliação da Educação Básica (Saeb); Prova Brasil; Exame
trativa deixando a responsabilidade da instrução primária Nacional do Ensino Médio (Enem), todos testes padronizados
a cargo das províncias, que, em consequência, não trouxe em larga escala.
resultados satisfatórios sobretudo por conta das condições Porém tais sistemas de avaliação ignoram o desenvolvi-
socioeconômicas precárias de grande parte da população e mento educativo e valorizam apenas os resultados alcança-
das próprias províncias. dos, distanciando radicalmente a Educação de sua função

29
social maior. Outro ponto que convém destacar refere-se ao atuação dessa classe com vistas ao desenvolvimento econô-
fato de tais exames não se apresentarem compatíveis com o mico em expansão, tese que desde então reforça as diferen-
que de fato se ensina, o que nos remete a Luckesi (2006, p. 2): ças de classe por meio da educação. No entanto, é a partir
da instituição do Estado Social ou Estado de Bem-Estar Social
Muitas vezes, os instrumentos revelam que os (um tipo de organização política, econômica e sociocultural)
professores e professoras parecem desejar coletar que resulta na atribuição ao Estado da responsabilidade pela
dados sobre um determinado conteúdo, porém in- promoção social e organização da economia. Nessa vertente,
troduzem um fator estranho ao conteúdo de uma o Estado deve intervir na ordem econômica e social para
questão, o que dificulta a compreensão do educan- ajudar os menos favorecidos, cuja primeira preocupação é
do, conduzindo-o a uma resposta inadequada, fator deslocar-se da liberdade para a igualdade.
esse que pode se apresentar como uma linguagem Nessa perspectiva, o Estado Social assume a competên-
incompreensível para o estudante ou o uso de pa- cia de prover os serviços sociais. Araújo e Cassini (2017, p.
drões de complexidade com que foram ensinados 565) trazem à baila a transformação ocorrida no Brasil no
(ensina-se simples e solicita-se uma resposta com- período getulista, com a transformação da concepção de
plexa, por exemplo). serviço público em ordenamento jurídico, quando o "Estado
passa a assumir o processo de incorporação e controle dos
Essa postura avaliativa fere a própria Constituição, além movimentos da classe trabalhadora, bem como promover a
de contradizer a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96) estatização das próprias relações de produção capitalistas". O
no que se refere aos princípios da gestão democrática que, resultado dessa política encaminhou a "exclusão de parcela
entre outros objetivos, visa à formação de cidadãos ativos da população dos serviços públicos", traduzidos em direitos
e atuantes na sociedade por meio de uma educação trans- sociais por meio da CLT e as determinações contidas nela.
formadora e emancipadora. Isso posto, a luta pela defesa da educação pública como
À vista disso, cabe indagar como se materializam as polí- serviço prestado pelo Estado é desestimulada pela iniciativa
ticas públicas e o direito à Educação como dever do Estado? privada na Educação, em defesa da livre inciativa, situação
Araújo (2011) destaca que o direito à educação alterna que, levada adiante, desfigurou a Constituição de 1946. Aní-
entre a oportunidade de acesso e a possibilidade de perma- sio Teixeira, atuante na defesa do direito à educação como
nência na escola por meio de uma educação igualitária de bem inalienável, classificou tais medidas como descaracte-
qualidade; embora quantitativamente as escolas públicas pa- rização generalizada em torno da política educacional bra-
reçam ser suficientes, não o são do ponto de vista qualitativo. sileira. Entretanto, na LDB nº 4.024/61 fica garantida uma
Por conseguinte, é preciso aclarar sobre o direito à educação, pequena fração da concepção de educação pública como
diferenciando-o de outros direitos sociais, porquanto atre- responsabilidade do Estado, mas visando apenas a ideia de
lado à obrigatoriedade escolar, que é golpeada pelo próprio serviço e não de direito. Esse entendimento de serviço pú-
Estado, pois não viabiliza a realização da meta emancipadora blico estende-se por longos anos, acarretando a desproteção
como premissa inicial e final do direito à educação – direito completa e imediata à educação.
que também foi negligenciado no interior das escolas desde Para situar como atividade tutelada pelo Estado, fica
a década de 1970, quando da "democratização do ensino" patente que a compreensão de serviço público antecede à
e compromisso, seja pelos meios de reprovação, seja pela de direito público. Com a solidez da noção de Estado Social,
falta de recursos humanos como professores formados, ou o serviço público passa a ser visto como responsável pela
espaço físico, entre outras necessidades. garantia da educação pública. Essa nova ordenação do Es-
O contexto em que se deu o processo da educação no tado realinha e corrobora atributos de alguns direitos como
Brasil por meio do Estado traz à berlinda a discussão sobre públicos subjetivos, indicando um auspicioso avanço após
o que de fato, como direito adquirido, está previsto para a tantos retrocessos.
educação enquanto medida (lei) inegociável e irrestrita no Na Constituição de 1988, a Educação é contemplada
período de 1824 a 1988 quando da promulgação da última como direito social fundamental (Art. 6º), público e subjeti-
constituição aprovada no país. vo, sendo a educação básica considerada obrigatória; desse
Em resposta, Araújo (2011, p. 11) é contundente ao afir- modo, é expressada como direito do cidadão e dever do
mar que, "de 1824 até 1988, as inscrições do direito à edu- Estado e da família. Essa declaração percorreu longo e árduo
cação nos textos constitucionais eram assinaladas por uma caminho para ser admitida como direito social público sub-
concepção de que o mínimo era o bastante". Não estaria jetivo, cuja origem remonta à Alemanha do final do século
essa tese atrelada ao equívoco no que se refere à educação XIX. Trata-se de uma capacidade reconhecida ao indivíduo
como direito público e não como bem ou serviço público, em decorrência de sua posição especial como membro da
Conhecimentos Específicos

reduzindo o papel do Estado com relação à garantia dos di- comunidade, que se materializa no poder de colocar em mo-
reitos à educação em todos os níveis? vimento normas jurídicas no interesse individual. Em outras
Araújo e Cassini (2017) desenvolvem uma importante palavras, o direito público subjetivo confere ao indivíduo a
reflexão sobre o conceito de educação como direito público possibilidade de transformar a norma geral e abstrata contida
– portanto, diferente de bem público. No estudo das autoras, em determinado ordenamento jurídico em algo que possua
o termo serviço público é definido como diferentes procedi- como próprio. A maneira de fazê-lo é acionando as normas
mentos de prestação de serviços. jurídicas (direito objetivo) e transformando-as em seu direito
Originária do contexto do liberalismo clássico pensado (direito subjetivo) (Duarte, 2004).
por Adam Smith, a educação já era concebida como serviço Entretanto, os direitos garantidos nem sempre se ma-
público, visto que essa filosofia defendia a mínima interven- terializam em oportunidades de acesso à escola pública de
ção do Estado, ainda que fosse um processo de extrema qualidade, sobretudo quando se pertence às classes menos
importância e sem fins lucrativos. Contudo, poderia ser uma favorecidas. Interessante ressaltar o que diz Miranda (apud
ação guiada pelo Estado, mas não atendida por ele. Araújo & Cassini, 2017, p. 568):
Atrelado à concepção política do liberalismo, a Educação
parcialmente bancada pelo Estado para os menos favorecidos A educação somente pode ser direito de todos se
deveria pautar-se na aprendizagem de matérias necessárias à há escolas em número suficiente e se ninguém é

30
excluído delas; portanto, se há direito público subje- Referências
tivo à Educação, o Estado pode e tem de entregar a
prestação educacional. Fora daí, é iludir com artigos ARAUJO, G. C. de. Estado, política educacional e direito à edu-
de constituição ou de leis. Resolver o problema da cação no Brasil: "o problema maior é o de estudar". Educ. Rev.,
educação não é fazer leis, ainda que excelentes; é Curitiba, nº 39, p. 279-292, abr. 2011. Disponível em: http://
abrir escolas, tendo professores e admitindo alunos. www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
-40602011000100018&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 19
O que fica claro na fala do pesquisador é que a subje- fev. 2021.
tividade não se efetiva, pois a lei, por si, não é absoluta o
necessário para a consumação do direito, embora devesse ______; CASSINI, S. A. Contribuições para a defesa da escola
ser suficiente. Além disso, esses direitos fundamentais ficam pública como garantia do direito à educação: aportes concei-
condicionados em lei a atender sob o princípio da "reserva do tuais para a compreensão da educação como serviço, direito
possível". Em outras palavras, a materialização dos direitos e bem público. Rev. Bras. Estud. Pedagóg., Brasília, v. 98, nº
subjetivos fica dependente da disponibilidade dos recursos 250, p. 561-579, set./dez. 2017.
para seu cumprimento. Esse quadro revela o contínuo desca-
so com a educação no Brasil, o que nos leva a concordar com DUARTE, C. S. Direito público subjetivo e políticas educacio-
o pensamento da epígrafe, de que "nenhuma lei é capaz de nais. São Paulo em Perspect., São Paulo, v. 18, nº 2, p. 113-
ser corporificada se não for sinceramente criada". 118, jun. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
Avançando no tempo, lança-se a ideia de educação como php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392004000200012&ln
bem público ou serviço público, mesmo se for oferecida pela g=pt&nrm=iso. Acesso em: 19 fev. 2021.
iniciativa privada, contemplando o Ensino Superior. Porém
essa transferência de autorização do Ensino Superior para a LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem e ética. Revista
iniciativa privada preocupa, e com razão, os educadores com- ABC Educatio, São Paulo, nº 54, p. 20-21, 2005.
prometidos com a educação como bem insubstituível. Eles
alertam para os riscos que acometem a Educação à simples NAGLE, J. Educação e sociedade na Primeira República. 2ª
e, na maioria das vezes, barata mercadoria, considerando a ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
acelerada expansão do Ensino Superior e da Educação Básica
Brasil afora. De acordo com Araújo e Cassini (2017, p. 571), POLÍTICAS HABITACIONAIS NO BRASIL
Não é de maneira irrefletida que o projeto de lei de
reforma universitária (PL nº 7.200/06, apensado ao PL nº Setor avançou na democratização do acesso à habitação,
4.212/04) classifica, no Art. 3º, o Ensino Superior como "bem sofrendo retrocessos recentes, com extinção do Ministério
público" que cumpre sua função social por meio de ativida- das Cidades e menos investimento
des de ensino, pesquisa e extensão, assegurada pelo poder As políticas habitacionais no Brasil têm uma longa his-
público a sua qualidade. tória, em parte imbricada com as demais políticas urbanas.
O propósito desse PL visa defender a educação como bem Foram sempre insuficientes para fazer frente à volumosa
público de modo a não se render aos abusos do mercado, demanda e à elevada precariedade habitacional provoca-
embora, ainda assim, assistamos ao avanço desenfreado da das pela intensa migração e pobreza que caracterizaram o
educação transformada em mercadoria barata, no sentido processo de urbanização brasileiro.
de serviço de baixa qualidade com preço compatível ao pro-
duto oferecido. Essa decadência também afeta a Educação • SÉCULO 19 E INÍCIO DO 20
Básica, inclusive escolas públicas municipais sendo atraídas A precariedade habitacional era caracterizada por cor-
pelos serviços educacionais prestados pelo setor privado, tiços e favelas.
seja na aquisição de material didático, seja na capacitação
• INÍCIO DO SÉCULO 20
e orientação da política educacional, desvirtuando aspectos
Foram feitas reformas urbanas de embelezamento das
relevantes que são peculiares à educação pública.
cidades, com remoção de cortiços e favelas.
Em síntese, no que diz respeito à Educação como bem
público, fica implícito um serviço público que alcance a
• A PARTIR DE 1937
coletividade, diferente de bem comum. A educação como Foram criadas as carteiras habitacionais dos Iaps (Institu-
bem público exige custo zero para os sujeitos gozarem do tos de Aposentadorias e Pensões), primeiras estruturas admi-
benefício, que deve ser extensivo a todos que o requererem. nistrativas de política habitacional, restritas aos associados
Conhecimentos Específicos

de cada IAP, por categoria profissional do mercado formal,


Finalizaremos o texto com as palavras de Araújo e Cassini excluindo a maior parte da população (cidadania regulada).
(2017, p. 573):
• 1946
Se atentarmos para as questões que tornam contro- A FCP (Fundação da Casa Popular) foi criada, com baixís-
versa a educação concebida como serviço público simo alcance, mas com reconhecimento de direitos de todos
subjetivo e bem público, as concepções de educa- à política habitacional.
ção como bem público (que pressupõe proteção
e garantia de direitos) desconsideram o risco que • 1950 E 1960
se corre do possível (e não desejável) retrocesso Ocorreram massivas remoções de favelas nas áreas cen-
na história da luta em defesa da escola única. Por trais de várias cidades.
isso, urge a necessidade de estudos teóricos que
estabeleçam interfaces com outras áreas do conhe- • 1963
cimento, evitando a propagação de concepções que, O Seminário de Habitação e Reforma Urbana foi reali-
ao invés de fortalecerem a Educação como direito zado em Petrópolis (RJ), expressando o direito universal à
público subjetivo, podem torná-la obtusa. habitação.

31
• 1964 • 2003
O BNH (Banco Nacional da Habitação) foi fundado, como Com a criação do Ministério das Cidades, o governo fe-
uma das primeiras medidas do regime militar com o ob- deral retornou fortemente à regulação e ao financiamento
jetivo de massificar a produção habitacional. Nas décadas da produção habitacional e das políticas urbanas.
seguintes, a expansão foi baseada em um produto habita-
cional praticamente único – unidades habitacionais novas • 2005
em conjuntos de periferia para venda financiada. A época Foram criados o SNHIS (Sistema Nacional de Habitação
foi marcada pela inexistência de soluções para a população de Interesse Social), seu fundo e conselho para implemen-
de renda muito baixa, que não representava demanda para tar políticas para baixa renda, assim como para regular as
unidades novas financiadas. políticas locais.

• 1966 • 2009
Foi criado o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Ser- O PAC Urbanização (Programa de Aceleração do Cresci-
viço), que financia a maior parte da política habitacional até mento Urbanização) foi criado, massificando o investimento
hoje. federal para governos municipais realizarem urbanização de
favelas, em especial nas maiores cidades.
• 1969 Houve a criação do Minha Casa Minha Vida, massivo
Primeira urbanização de favelas no país foi registrada em programa de financiamento da produção de unidades habi-
Brás de Pina, no Rio de Janeiro. tacionais novas construídas e empreendidas por empresas
privadas, com intensos subsídios para as faixas de renda mais
• 1970 baixas.
Houve aceleração de remoções de favelas em várias ci-
dades, com resultado da repressão a mobilizações coletivas. • 2011
Foi criado o Plano Nacional de Habitação.
• 1971
O SFH (Sistema Federal de Habitação) foi criado, estabe- • 2019
lecendo um sistema baseado em equilíbrio financeiro para O Ministério das Cidades foi fechado e suas ações diluídas
financiar agências estaduais forjadas para viabilizar a pro- nas confusas estruturas do Ministério do Desenvolvimento
dução descrita acima. Regional. O Programa Minha Casa Minha Vida segue ativo,
embora com volume bastante reduzido de investimento e
• 1970 E 1980 produção, em especial para a faixa mais baixa de renda.
Houve intensa aceleração de precariedade habitacional
na rede urbana brasileira em favelas e loteamentos clan- SISTEMA NACIONAL DE HABITAÇÃO DE IN-
destinos e irregulares, como produto dos intensos fluxos
migratórios e empobrecimento dessas décadas. Apesar da
TERESSE SOCIAL
massificação das políticas do BNH, ficou clara sua incapaci-
dade de fazer frente à crescente demanda, em especial de O SNHIS
grupos de renda muito baixa.
O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social -
• 1980 SNHIS foi instituído pela Lei Federal nº 11.124 de 16 de junho
Experiências de urbanização de favelas retornaram em de 2005 e tem como objetivo principal implementar políticas
várias cidades, como Rio Janeiro, Diadema (SP), Natal e Re- e programas que promovam o acesso à moradia digna para
cife. a população de baixa renda, que compõe a quase totalidade
do déficit habitacional do País. Além disso, esse Sistema cen-
• 1986 traliza todos os programas e projetos destinados à habitação
O Banco Nacional de Habitação foi extinto, após um longo de interesse social, sendo integrado pelos seguintes órgãos
período de declínio financeiro e de proposição. e entidades: Ministério do Desenvolvimento Regional, Con-
selho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse
• SEGUNDA METADE DOS ANOS 1980 E INÍCIO DOS Social, Caixa Econômica Federal, Conselho Nacional de De-
1990 senvolvimento Regional, Conselhos, Órgãos e Instituições da
Houve intensa atividade de inovação de políticas urbanas Administração Pública direta e indireta dos Estados, Distrito
Conhecimentos Específicos

e habitacionais nos municípios, em especial em governos de Federal e Municípios, relacionados às questões urbanas e
esquerda – zoneamento social, mutirões autogeridos, urba- habitacionais, entidades privadas que desempenham ativi-
nização de favelas, regularização de loteamentos, reforma dades na área habitacional e agentes financeiros autorizados
de cortiços, locação social. pelo Conselho Monetário Nacional.

• 1990 O FNHIS
No período, as políticas federais se retraíram, exceto pela
concessão de cartas de crédito e a criação do SFI (Sistema A Lei nº 11.124 também instituiu o Fundo Nacional de
Financeiro Imobiliário) em 1996, para incentivar a produção Habitação de Interesse Social – FNHIS, que desde 2006
privada via mercado. centraliza os recursos orçamentários dos programas de Ur-
banização de Assentamentos Precários e de Habitação de
• 2001 Interesse Social, inseridos no SNHIS. O Fundo é composto
O Estatuto da Cidade foi aprovado, regulamentando o uso por recursos do Orçamento Geral da União, do Fundo de
social da propriedade delineado na Constituição de 1988 para Apoio ao Desenvolvimento Social – FAS, dotações, recursos
garantir o direito à habitação e criar condições institucionais de empréstimos externos e internos, contribuições e doações
para regular a terra. de pessoas físicas ou jurídicas, entidades e organismos de

32
cooperação nacionais ou internacionais e receitas de opera- de tratamento. Caso a prestação dos serviços de saneamento
ções realizadas com recursos do FNHIS. Esses recursos têm seja regionalizada e inviável economicamente a universali-
aplicação definida pela Lei, como, por exemplo, a aquisição, zação até a data mencionada, fica permitida a dilação do
construção, conclusão, melhoria, reforma, locação social e ar- prazo, desde que não ultrapasse 1º de janeiro de 2040 e
rendamento de unidades habitacionais, a produção de lotes haja anuência prévia da agência reguladora.
urbanizados para fins habitacionais, a regularização fundiária O novo marco regulatório também extingue os contratos
e urbanística de áreas de interesse social, ou a implanta- de programa firmados sem licitação entre os municípios e as
ção de saneamento básico, infraestrutura e equipamentos empresas estaduais de saneamento. A lei torna obrigatória a
urbanos, complementares aos programas de habitação de realização de processo licitatório, ao qual poderão concorrer
interesse social. empresas públicas e privadas.
Outra mudança prevista na lei se refere ao atendimento a
PLHIS pequenos municípios, com poucos recursos e sem cobertura
de saneamento. Pelo modelo anterior, as grandes cidades
O Plano Local de Habitação de Interesse Social - PLHIS atendidas por uma mesma empresa estatal ajudavam a finan-
constitui um conjunto articulado de diretrizes, objetivos, me- ciar a expansão do serviço às menores. A nova lei determina
tas, ações e indicadores que caracterizam os instrumentos que os estados, no intuito de atender aos pequenos municí-
de planejamento e gestão habitacionais. É a partir de sua pios, componham grupos ou blocos, que poderão contratar
elaboração que municípios e estados consolidam, em nível os serviços de forma coletiva. Municípios de um mesmo bloco
local, a Política Nacional de Habitação, de forma participativa não precisam ser vizinhos. Esses blocos deverão implemen-
e compatível com outros instrumentos de planejamento lo- tar planos municipais e regionais de saneamento básico; e
cal, como os Planos Diretores, quando existentes, e os Planos a União poderá oferecer apoio técnico e financeiro para a
Plurianuais Locais. execução dessa tarefa.
A lei que institui o SNHIS, Lei nº 11.124 de 2005, prevê, Com o novo marco legal, exercem a titularidade dos ser-
em seu art. 12, que os Estados e Municípios, ao aderirem ao viços públicos de saneamento básico:
SNHIS, se comprometem a elaborar seus respectivos PLHIS. • Os municípios, no caso dos serviços públicos de in-
A apresentação do PLHIS é condição para que os entes fe- teresse local, ou seja, quando as infraestruturas e
derados acessem recursos do Fundo Nacional de Habitação instalações operacionais dos serviços de saneamento
de Interesse Social - FNHIS. atenderem a um único município;
Municípios com população inferior à 50 mil habitantes • O estado em conjunto com os municípios, no caso
podem optar por elaborar o PLHIS em formato simplificado. dos serviços públicos de interesse comum, ou seja,
quando os serviços forem prestados em regiões me-
POLÍTICA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁ- tropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões
instituídas por lei complementar estadual em que se
SICO verifique o compartilhamento de infraestrutura e de
instalações operacionais entre dois ou mais municípios.
A Política Nacional de Saneamento, instituída pela Lei
Federal nº 11.445, de 2007, define saneamento básico como Com relação aos resíduos sólidos, a nova lei estabelece
o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abas- prazo para que a disposição final dos resíduos seja feita de
tecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana forma ambientalmente adequada, determinando o fim dos
e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais lixões no País. Para municípios que não elaboraram planos de
urbanas. resíduos sólidos, a data final é 31 de dezembro de 2020. Para
As políticas públicas de saneamento básico são essen- os municípios com planos elaborados, 2 de agosto de 2021,
ciais para a promoção da saúde e da qualidade de vida nas em caso de capitais e regiões metropolitanas; e 2 de agosto
comunidades, pois possibilitam um ambiente livre dos ve- de 2022, para municípios com mais de 100 mil habitantes. Já
tores (animais e insetos) que propagam parasitas, bactérias para aqueles com população entre 50 e 100 mil habitantes,
ou agentes patogênicos, o que contribui para a redução e a disposição adequada dos resíduos deve ser feita até 2 de
o controle de doenças, como hepatite, dengue, diarreias, agosto 2023; e em cidades com menos de 50 mil habitantes,
cólera, toxoplasmose e outras. o prazo é 2 de agosto de 2024. Nas situações em que a dispo-
Apesar dos avanços no alcance dos serviços de abaste- sição de rejeitos em aterros sanitários for economicamente
cimento de água e coleta de esgoto registrados no País nas inviável, poderão ser adotadas outras soluções, observadas
últimas décadas, principalmente em áreas urbanas, a parcela normas técnicas e operacionais para evitar danos à saúde
Conhecimentos Específicos

de esgoto que é efetivamente tratada se mostra insuficiente: pública e à segurança e minimizar os impactos ambientais.
mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a este ser- O cumprimento das metas estabelecidas no novo mar-
viço. Grande quantidade de esgotos é lançada diretamente co legal será periodicamente verificado. Conforme diretrizes
nos corpos d"água sem receber o devido tratamento, fato para a função de regulação estabelecidas na Lei nº 11.445,
que traz grandes impactos ambientais e prejuízos à saúde e de 2007, a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico
à qualidade de vida das pessoas. — ANA —, por meio de ato normativo, estabelecerá os re-
A atualização do Marco Legal do Saneamento Básico, por quisitos e procedimentos que deverão ser observados pelos
meio da Lei Federal nº 14.026, de 2020, teve como principal titulares e por suas entidades reguladoras e fiscalizadoras.
objetivo universalizar e qualificar a prestação dos serviços Quanto ao planejamento, em nível nacional, o Plano Na-
no setor. Segundo a norma, os contratos de prestação dos cional de Saneamento Básico — Plansab — foi elaborado pelo
serviços públicos de saneamento deverão definir metas de governo federal, em processo coordenado pelo Ministério
universalização que garantam o atendimento de 99% da po- das Cidades, que se iniciou em 2008 e se encerrou em 2013,
pulação com água potável e de 90% da população com coleta com a edição do Decreto Federal nº 8.141, de 2013, e da
e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033, assim Portaria Interministerial nº 571, de 2013. O plano estabe-
como metas quantitativas de não intermitência do abasteci- lece metas de curto, médio e longo prazos, com horizonte
mento, de redução de perdas e de melhoria dos processos de planejamento de 2014 a 2033, definidas em função do

33
déficit em saneamento básico, dos investimentos no setor, reforça a situação do cenário brasileiro: 57% das cidades
dos programas e ações do governo federal, de uma avaliação brasileiras, com delegações para o serviço de esgotamento
político-institucional e de cenários prospectivos. Os investi- sanitário, estão em situação irregular e um total de 1.277
mentos necessários para alcance das metas foram estimados cidades mantêm contrato para coleta de esgoto, porém não
em R$ 508,4 bilhões, distribuídos ao longo de 20 anos. A contam com o serviço.
União seria responsável por 59% dos recursos, ficando os A região Norte tem a maior parte dos contratos pro-
demais 41% a cargo dos governos estaduais e municipais, blemáticos em relação ao esgotamento sanitário: 90% dos
prestadores de serviços públicos e privados, e organismos municípios operam com irregularidades. O Nordeste vem
internacionais. logo atrás, com 80%. Regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste
O Plansab se encontra em início de implantação. Suas têm 69%, 61% e 14% de contratos irregulares, respectiva-
primeiras metas foram estipuladas para o ano de 2018, razão mente. Dessa forma, o saneamento básico continua sendo
pela qual ainda, não se pode fazer uma avaliação de seu um enorme desafio para o Brasil, onde apenas 53,2% de sua
estágio. De todo modo, já é possível afirmar que o cenário população apresentam acesso à coleta de esgoto, segundo
escolhido para balizar as metas do plano foi muito otimista. A dados de 2018.
recessão econômica em que o Brasil se encontra representa Por ser um tema absolutamente relevante, as políticas
um quadro pior que o cenário mais pessimista admitido na públicas voltadas ao saneamento estão sempre no foco de
elaboração do Plansab, o que compromete principalmente debates. Para lidar com o déficit, diversas medidas foram
a previsão de investimentos federais. adotadas ao longo dos anos. A década de 1990 foi determi-
Elemento vital para o fortalecimento da democracia, nante para os principais avanços na área.
as políticas públicas visam assegurar o cumprimento das Em 1995, foi aprovada a Lei de Concessões de Serviços
necessidades coletivas da população e dialogar com os in- Públicos (Lei 8.897), que trouxe oportunidades para os mu-
teresses da sociedade. Compreendidas como uma série de nicípios não operados por companhias estaduais para pri-
programas, ações e decisões — adotadas pelos governos vatizar ofertar de saneamento. Foi nesse período, também,
nacional, estadual e municipal com participação, direta ou que algumas empresas estaduais passaram a promover a
indireta, de entes públicos ou privados —, buscam refletir revisão de seus modelos organizacionais e abriram capitais
os direitos garantidos pela Constituição Federal, como as na Bolsa de Valores, como ocorreu com a Sabesp, em São
políticas públicas de saneamento básico. Paulo, por exemplo.
Essas políticas públicas podem ser analisadas sob duas Já nos anos 2000, foram criados o Ministério das Cida-
perspectivas diferentes: as de caráter político, que estão in- des e a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, bem
seridas em um processo de decisões governamentais, em como o início de investimentos no setor por meio do Progra-
que há, naturalmente, conflitos de interesse, uma vez que ma Saneamento para Todos. Mas foi em 2007 que um dos
depende dos governantes para decidir o que será realizado principais marcos na área aconteceu: o Congresso Nacional
ou não; e no sentido administrativo, que se refere à coorde- aprovou a Lei Nacional do Saneamento Básico (Lei 11.445),
nação dos meios disponíveis para a execução dos projetos e que dispunha sobre o planejamento, regulação, fiscalização,
programas acordados. prestação de serviços, entre outros, e previa a elaboração de
Existe, ainda, uma diferença entre política pública de um Plano Nacional de Saneamento. Em 2010 houve o lança-
Estado, que consiste no fomento dos direitos assegurados mento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e, em 2013,
pela Constituição e independe do governante, e a política após consulta pública, o Plano Nacional de Saneamento foi
pública de governo, que está associada à alternância de po- aprovado por decreto presidencial.
der e aos projetos de cada governo — considerando que
os direitos não previstos pela Carta Magna podem ser al- Políticas públicas de saneamento básico e a pan-
cançados por meio da criação de novas políticas públicas, demia
a partir do entendimento das necessidades dos cidadãos.
Do planejamento à fiscalização, as políticas públicas ficam a A pandemia do coronavírus trouxe inúmeros desafios
cargo dos Três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). às sociedades globais. No Brasil, a ausência de um plano
Considerados como direitos universais, temas como saúde, sólido de vacinação e a falta de incentivo às medidas de
educação e saneamento básico são exemplos de políticas distanciamento social agravaram o quadro de mortes no país
públicas trabalhadas pelos governos. em decorrência do vírus. No entanto, outros fatores como
a realidade do saneamento básico no Brasil evidenciaram a
A evolução do saneamento básico enquanto polí- disparidade social e os problemas na saúde pública.
Isso porque um dos principais cuidados para evitar o
Conhecimentos Específicos

tica pública contágio, além do distanciamento, é a higiene, sobretudo


das mãos com água e sabão — prática mais acessível e de
O saneamento é um conjunto de medidas que busca pre- menor custo se comparada ao uso de álcool em gel. Contu-
servar as condições do meio ambiente de modo a prevenir do, o que a pandemia desnudou foi o fato de que a água,
doenças e promover a saúde, com vistas à melhora da quali- bem universal, não está disponível para todos os cidadãos
dade de vida dos indivíduos. O tema é debatido amplamente brasileiros. Mais do que isso, a vulnerabilidade causada pela
na esfera pública em função de sua importância, já que se falta de saneamento básico, como um todo, contribuiu para
constitui como fator essencial para o desenvolvimento do que uma grande parcela da sociedade sofresse com o agra-
país, além de garantir direitos fundamentais, como o acesso à vamento da doença.
água, coleta e tratamento de esgoto, além da saúde de modo Em uma tentativa de preencher a lacuna deixada pelo
geral, fomentando o avanço social, ambiental e econômico. saneamento no avanço da pandemia, em 2020, o Congresso
Contudo, a realidade no Brasil está longe do ideal. Em aprovou a polêmica Lei 14.026, que atualiza o marco legal
2017, segundo estimativas da Organização Mundial da Saú- do saneamento básico e possibilita a abertura do setor para
de (OMS), o país ocupava a 117.ª posição no ranking de investimentos privados.
população com acesso ao saneamento básico. Uma pesqui- Diante de um cenário volátil e da presença do sanea-
sa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mento básico em debates no Poder Público, acompanhar o

34
andamento de políticas públicas voltadas à área, bem como nejamento das ações de proteção ambiental do Ibama para
questões relacionadas à regulamentação e fiscalização — o ano de 2022;
seja por entes públicos ou privados —, se faz absolutamente Considerando a necessidade de organizar as ações de
necessário para o profissional de Relações Governamentais proteção ambiental desenvolvidas pelo Ibama, para obter
e Institucionais (RIG). maior eficácia, eficiência e efetividade na missão institucio-
Isso porque a importância do saneamento básico para nal;
a população brasileira é tema recorrente no Congresso Na- Considerando o Manual: Doutrina de Inteligência Am-
cional, que pode adotar novas políticas públicas acerca da biental, aprovado pela Portaria nº 3.338, de 19 de novembro
temática, especialmente em momentos de crise. A criação de de 2018, resolve:
legislações e novos normativos por parte das agências regu-
ladoras impactam diretamente a atividade dos profissionais CAPÍTULO I
de RIG atuantes em setores ligados ao saneamento básico. Das Disposições Gerais

POLÍTICA NACIONAL DE TRANSPORTES Art. 1º Aprovar o Plano Nacional Anual de Proteção Am-
biental (PNAPA) para o ano de 2022, conforme ações esta-
A Política Nacional de Transportes – PNT é o documen- belecidas nos Anexos I, II, III, IV e V.
to de mais alto nível para o Setor de Transportes do país, Parágrafo único. As ações de fiscalização ambiental es-
onde estão estabelecidos os princípios, objetivos, diretrizes tabelecidas no Anexo I encontram-se registradas no Sistema
fundamentais e instrumentos para o planejamento e sua Integrado de Cadastro, Arrecadação e Fiscalização (SICAFI) e
implementação. identificadas pelo código correspondente.
Estabelecer uma política institucionalizada visa induzir o Art. 2º Em casos extraordinários, o PNAPA 2022 pode-
desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a rá ter ações acrescidas, redimensionadas, reprogramadas,
integração nacional e internacional a partir da oferta de infra- suspensas ou canceladas a critério da Diretoria de Proteção
estrutura e serviços de transportes, propiciando o aumento Ambiental (DIPRO).
da competitividade e a redução das desigualdades do país. § 1º A DIPRO poderá autorizar ações extraordinárias de
A formulação de novas bases para a Política Nacional de fiscalização ambiental, não previstas no PNAPA 2022, após
Transportes teve como premissa a participação dos setores cadastro no SICAFI e solicitação justificada.
governamentais e da sociedade, e buscou alcançar outras po- § 2º No mês de julho/2022, a DIPRO fará uma avaliação
líticas nacionais, nos segmentos de planejamento, desenvol- parcial do PNAPA e será analisada a pertinência de publicação
vimento social, econômico, ambiental, integração e defesa. de nova portaria.
Dentro desse contexto, a PNT está dividida em dois do-
cumentos, apresentando, em seu Livro de Estado, princípios, CAPÍTULO II
objetivos e diretrizes fundamentais orientados pela Constitui- Da Execução das Ações
ção Federal, e, no Caderno das Estratégias Governamentais,
as ações estratégicas para implementação da política em Art.  3º Para a execução do PNAPA 2022, deverão ser
consonância com as orientações governamentais e a política observadas as competências federais, bem como as diretri-
externa do país. zes, as orientações e as prioridades do governo federal em
relação às políticas públicas sobre o meio ambiente.
PLANO NACIONAL ANUAL DE PROTEÇÃO Art. 4º As diretorias, as superintendências e as respecti-
AMBIENTAL (PNAPA) vas unidades vinculadas deverão executar as ações previstas
no PNAPA 2022, empregando pessoal, informações, mate-
Portaria Normativa nº 2, de 17 de fevereiro de 2022 riais, equipamentos, veículos e demais meios necessários
à consecução dos objetivos das ações sob sua responsabi-
O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AM- lidade.
BIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (Ibama), no Art.  5º As ações de combate ao desmatamento ilegal
uso das atribuições que lhe conferem o inciso V do art. 23 na Amazônia serão prioritárias para a fiscalização ambien-
do Anexo I do Decreto nº 8.973, de 24 de janeiro de 2017, tal, inclusive nos casos em que a competência da União for
que aprovou a Estrutura Regimental do Ibama, publicado no supletiva.
Diário Oficial da União de 25 de janeiro de 2017, e o inciso Art. 6º As ações de manejo integrado do fogo (MIF) serão
VI do art. 134 do Anexo I do Regimento Interno do Ibama, prioridade do Programa de Brigadas Federais como meio de
Conhecimentos Específicos

aprovado pela Portaria nº 2.542, de 23 de outubro de 2020, prevenção aos grandes incêndios florestais.
publicada no Diário Oficial da União do dia 27 de outubro Art. 7º A DIPRO, por meio da Coordenação-Geral de Fis-
de 2020, e calização Ambiental (CGFIS), coordenará nacionalmente as
Considerando o disposto na Lei Complementar nº 140, ações de combate ao desmatamento na Amazônia Legal.
de 8 de dezembro de 2011 Parágrafo único. A DIPRO poderá implementar, através de
Considerando o disposto na Portaria nº 2.542, de 23 de instrumento próprio, salas de situação na sede e nos estados
outubro de 2020, que aprova o Regimento Interno do Ibama mais críticos, para apoio às superintendências na execução
Considerando o disposto no inciso X do art. 37 do Regu- das ações de combate ao desmatamento ilegal.
lamento Interno de Fiscalização Ambiental (RIF), aprovado Art. 8º As superintendências da Amazônia deverão coor-
pela Portaria Ibama nº 24, de 16 de agosto de 2016 denar, localmente, as ações de combate ao desmatamento
Considerando o disposto no art. 4º do Anexo Único do e gerenciar as equipes deslocadas de outras unidades, em
Regulamento Interno das Emergências Ambientais (RIEMA), consonância com as diretrizes da DIPRO e em complemento
aprovado pela Portaria Normativa Ibama nº 24, de 4 de de- às ações coordenadas pela CGFIS.
zembro de 2014 § 1º Cada superintendência e gerência executiva locali-
Considerando o disposto na Portaria nº 3.021, de 25 de zada na Amazônia Legal deverá designar um servidor como
novembro de 2021, que estabelece as diretrizes para pla- ponto focal das ações de que trata o caput.

35
§ 2º O coordenador da equipe deslocada de outra su- § 4º Caso a solicitação de recursos extraordinários seja
perintendência deverá prestar as informações necessárias aprovada pela DIPRO, a unidade responsável deverá provi-
ao ponto focal da superintendência do estado onde atuou. denciar a sua inserção no SICAFI.
Art. 9º As superintendências deverão encaminhar men- Art. 15. Para as ações que constam no Anexo III (Emer-
salmente os resultados e demais informações das ações gências Ambientais), as superintendências deverão realizar o
de fiscalização ambiental à Coordenação de Operações de pedido de descentralização de recursos à Coordenação-Geral
Fiscalização (COFIS), visando à elaboração dos relatórios de Emergências Ambientais (CGEMA) via SEI, indicando o
gerenciais do PNAPA 2022, inclusive para mensuração do código da ação prevista no PNAPA 2022.
cumprimento das metas institucionais. Parágrafo único. A CGEMA avaliará o pedido de des-
Parágrafo único. As ações do grupo de combate ao des- centralização de recursos e enviará o respectivo processo
matamento na Amazônia (GCDA) e outras ações, a critério da à DIPRO.
COFIS, terão seus resultados encaminhados semanalmente. Art. 16. Para as ações que constam no Anexo IV (Preven-
Art.  10. As superintendências deverão disponibilizar, ção e Combate aos Incêndios Florestais), as superintendên-
prioritariamente, servidores para compor as equipes de fis- cias, por meio dos núcleos do Prevfogo, deverão encami-
calização ambiental, conforme recrutamento a ser efetuado nhar, eletronicamente, ao Centro Nacional de Prevenção e
pela DIPRO. Combate aos Incêndios Florestais (PREVFOGO), a solicitação
Art. 11. As ordens de fiscalização, as ações de fiscalização de descentralização de recurso com a programação a ser
realizada, bem como com a vinculação com o PNAPA 2022
ambiental, os planos operacionais e os demais documentos
ou o descritivo e motivação, caso não conste no citado pla-
que contenham informações sensíveis serão classificados
nejamento.
com o grau de sigilo "reservado", em conformidade com a
Art. 17. Os recursos orçamentários que não forem exe-
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. cutados no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias após sua
§ 1º Outras informações do PNAPA 2022 que possam descentralização serão recolhidos, mediante solicitação da
comprometer a fiscalização ambiental, bem como as ativida- DIPRO à DIPLAN.
des de inteligência e investigação relacionadas à prevenção § 1º As superintendências deverão manter os recursos
ou à repressão de infrações, deverão ser submetidas à DI- excedentes ou não executados desempenhados para reco-
PRO para verificação da necessidade de classificação sigilosa, lhimento.
previamente, a qualquer divulgação, em consonância com a § 2º Caso os recursos orçamentários excedentes ou não
Lei nº 12.527/2011. executados tenham sido empenhados, os empenhos poderão
§ 2º O acionamento da Coordenação de Inteligência de ser anulados pela DIPLAN para cumprimento do disposto
Fiscalização (COINF) e dos Núcleos de Inteligência nos Esta- no caput.
dos visando a produção de conhecimentos de inteligência Art.  18. Os setores da DIPLAN responsáveis pela des-
para subsidiar as operações previstas no anexo desta Porta- centralização orçamentária e financeira farão o registro em
ria dar-se-á mediante Pedido de Conhecimento, conforme planilha eletrônica da nota de crédito e da nota de empenho
formulário padrão previsto no anexo da Doutrina de Inteli- para cada código de descentralização ou documento.
gência Ambiental, aprovada pela Portaria nº 3.338, de 19 de Art. 19. Em caso de contingenciamento ou necessidade
novembro de 2018. de ajuste na execução orçamentária e financeira, a DIPRO
Art. 12. As superintendências deverão encaminhar tri- poderá estabelecer critérios, dentro de cada tema, para prio-
mestralmente, via Sistema Eletrônico de Informações (SEI!), rizar as ações a serem executadas.
os resultados de execução do Pnapa - Emergências Ambien- Art. 20. O pagamento de diárias e a emissão de passagens
tais, conforme estabelecido no artigo 9º do Regulamento junto ao Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP)
Interno das Emergências Ambientais (RIEMA). poderá ser efetuado pela superintendência ou pela unidade
Art. 13. As superintendências que possuem Programa de que receber o servidor.
Brigadas Federais deverão encaminhar, mensalmente, por § 1º Fica autorizada a sede a efetuar o pagamento de
via eletrônica ao PREVFOGO, os resultados de execução do diárias e a emissão de passagens para ações de fiscalização
PNAPA - Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, bem ambiental em todo o território nacional.
como das demais ações realizadas pelas Brigadas Federais. § 2º Fica autorizada a sede a efetuar o pagamento de
diárias e a emissão de passagens para ações de emergências
CAPÍTULO III ambientais em todo o território nacional.
Da Gestão Orçamentária e Financeira § 3º Excetua-se do disposto no caput, a execução de
ações de fiscalização na Amazônia Legal com apoio de agen-
tes ambientais federais (AAFs) lotados em unidade federativa
Conhecimentos Específicos

Art. 14. A DIPRO solicitará à Diretoria de Planejamento,


diversa daquela onde ocorrerá a ação, ficando sob a respon-
Administração e Logística (DIPLAN) a descentralização dos
sabilidade da DIPRO o pagamento de diárias e a emissão das
recursos orçamentários, indicando o código da ação prevista passagens aéreas.
no PNAPA 2022 ou, na ausência do mesmo, o número do
documento que motivou a descentralização. CAPÍTULO IV
§ 1º Para a descentralização dos recursos orçamentários Das Disposições Finais
para ações de fiscalização, as superintendências deverão con-
firmar as operações de fiscalização no SICAFI até o dia 15 do Art. 21. Para avaliação de desempenho individual, de que
mês que antecede o seu início. trata a Portaria MMA nº 249, de 12 de julho de 2011, deverá
§ 2º Os recursos orçamentários deverão ser utilizados ser incluída no plano de trabalho dos servidores designados
unicamente para o propósito da ação para as quais foram para as atividades de fiscalização ambiental a seguinte meta
descentralizados. individual:
§ 3º A solicitação de recursos extraordinários para a fis- I – atuar em operações de fiscalização de campo (mínimo
calização ambiental deverá ser encaminhada devidamente de quatro operações ou trinta dias, por semestre, sendo ao
justificada e acompanhada de plano operacional para análise menos uma operação ou dez dias na região da Amazônia
prévia da CGFIS. Legal).

36
§ 1º O disposto nos inciso I não se aplica aos servidores fundamentais e instru­mentos para o planejamento e sua
titulares e substitutos dos cargos em comissão e aos servido- implementação.
res designados pela DIPRO para as atividades de inteligência. O estabelecimento de uma política institucionalizada
§ 2º Para os agentes de inteligência designados pela visa induzir o desenvolvimento socioeconô­mico susten-
DIPRO, deverá ser priorizada a produção de conhecimento tável e promover a integração nacional e internacional a
para subsidiar as ações de fiscalização planejadas no PNAPA, partir da oferta de infraestrutura e serviços de transportes,
que deverão ser incluídas no plano de trabalho individual, propiciando o aumento da competitividade e a redução das
fazendo-se referência ao código da operação aprovada no desigualdades do país.
anexo desta Portaria. A formulação de novas bases para a Política Nacional de
Art.  22. Para avaliação de desempenho individual, de Transportes teve como premissa a par­ticipação dos setores
que trata a Portaria MMA nº 249, de 12 de julho de 2011, governamentais e da sociedade, e buscou alcançar outras po-
deverão ser incluídas no plano de trabalho dos responsáveis líticas nacionais, nos segmentos de planejamento, desenvol-
pelos Núcleos de Prevenção e Atendimento a Emergências vimento social, econômico, ambiental, integração e defesa.
Ambientais (NUPAEM) as seguintes metas individuais: A Política Nacional de Transportes – PNT está dividida
I – prestar atendimento a, no mínimo, 50% das emer-
em dois documentos, apresentando, em seu Livro de Estado,
gências ambientais de competência federal, conforme art.
princípios, objetivos e diretrizes fundamentais orientados
5º do RIEMA; e
pela Constituição Federal, e, no Caderno das Estratégias Go-
II – a quantidade mínima de ações listadas no Anexo III
vernamentais, as ações estratégicas para implementação da
que deverão ser executadas.
Parágrafo único. Os responsáveis pelos NUPAENS pode- política em consonância com as orientações governamentais
rão distribuir as ações que constam no Anexo III aos agentes e a política externa do país.
de emergências ambientais e demais integrantes dos NUPA-
ENS de sua unidade, ouvido o(a) chefe da Divisão Técnico- Introdução
-Ambiental.
Art. 23. A DIPRO está autorizada a convocar os servidores A definição de qual é o modelo de sistema nacional de
das superintendências e demais unidades para as atividades logís­tica e transportes que se almeja para o país, traduzida
de fiscalização ambiental e de inteligência em todo o terri- em objetivos e diretrizes, perpassa pela necessária delimi-
tório nacional. tação de ações capazes de viabilizar os propósitos mais ge-
Art. 24. Os servidores designados para as atividades de néricos e estratégicos. Nesse con­texto, a partir da definição
fiscalização ambiental, conforme disposto na Portaria nº dos elementos políticos explicitados no Livro de Estado, o
24/2016, terão dedicação prioritária à função. presente documento indica os meios pelos quais as institui-
Art.  25. Os servidores designados para a atividade de ções do Setor de Transportes do Governo Federal devem se
inteligência, conforme disposto no Manual de Fiscalização: guiar e se pautar para a consecução dos objetivos e diretrizes
Doutrina de Inteligência Ambiental, terão dedicação integral fundamentais postos. Em outras palavras, o Caderno das
à função. Estratégias Governamentais relaciona os planos e métodos,
Art. 26. Aos agentes designados para o Grupo Especia- manobras e estrata­gemas – aqui delineados como estraté-
lizado de Fiscalização (GEF) é assegurada a disponibilidade gias governamentais (linhas de ação) – usados para alcançar
para as atividades relativas ao grupo, quando convocados os objetivos determinados.
pela COFIS. O Caderno das Estratégias Governamentais aqui posto
Art. 27. Para composição das equipes do GCDA, a DIPRO traduz os imperativos explicitados pelo Livro de Estado e
contará com servidores da sede, das superintendências e das reafirmados ins­titucionalmente por um ato legal. Em linhas
demais unidades descentralizadas.
gerais, o documento que ora se introduz possui uma natureza
Art. 28. A DIPRO fará o acompanhamento da execução
eminentemente gover­namental, contendo as estratégias e
do PNAPA 2022 e emitirá relatórios gerenciais.
ações prioritárias para o Setor de Transportes em um dado
Art. 29. As ações de atendimento às emergências am-
bientais deverão ser executadas conforme procedimentos contexto temporal, estando sujeito a revisões contextuais
estabelecidos no RIEMA, não se aplicando código PNAPA. de acordo com as vertentes ideológicas em curso.
Art. 30. As ações de atendimento ao manejo integrado do Nesse sentido, os elementos políticos relacionados no Ca-
fogo deverão ser executadas conforme procedimentos esta- derno são a base para orientar as práticas e atuações políticas
belecidos pelo PREVFOGO, não se aplicando código PNAPA. das diversas instâncias e órgãos componentes do Setor de
Conhecimentos Específicos

Art. 31. O descumprimento do disposto nesta Portaria Transportes, cada qual mantendo a sua relativa autonomia
ensejará a apuração de responsabilidade. e capacidade de planejar os seus planos e programas espe-
Art. 32. Até o mês de julho de 2022, a DIPRO deverá ins- cíficos, à luz dos fundamentos globais do setor.
tituir comitê para planejamento da reunião do PNAPA 2023 As estratégias governamentais apresentam-se como
e as reuniões deverão ocorrer até a primeira semana do mês o principal produto do presente documento, tendo sido
de dezembro de 2022. definidas a partir dos resultados das contribuições dos in-
Art. 33. Esta Portaria entra em vigor na data de publi- terlocutores e dos estados fede­rados, por um lado, e dos
cação. resultados do benchmarking de políticas, por outro. Estes
subsídios constituíram um amplo banco de dados, o qual,
EDUARDO FORTUNATO BIM analisado e categorizado, serviu como matéria-prima para a
constituição de linhas de ação preliminares, posteriormente
POLÍTICA NACIONAL DE TRANSPORTES validadas pelas áreas competentes, gerando as versões finais
das estratégias que ora serão elencadas.
A Política Nacional de Transportes – PNT é o documen- As etapas metodológicas de formulação da Política Na-
to de mais alto nível para o Setor de Transportes do país, cional de Transportes podem ser observadas no esquema
onde estão estabelecidos os princípios, objetivos, diretrizes (Figura 1) a seguir:

37
Figura 1: Procedimentos metodológicos de desenvolvimento da Política Nacional de Transportes.

Para fins mais didáticos, as estratégias governamentais foram divididas em classes conforme os modos de transporte
– rodoviário, ferroviário, aquaviário, aeroviário e setor portuário –, bem como foram elencadas subclasses para abarcar
as linhas de ação de caráter transversal, incluindo, dentre outros aspectos, temáticas que vão desde financiamento, con-
tratação e gestão até ponderações acerca dos recursos humanos, questões ambientais e de segurança viária. Tais classes
(e respectivas subclasses para as temáticas transversais) congregam o conjunto de estratégias governamentais a serem
apre­sentadas como as linhas de ação do Setor de Transportes.
Ante o exposto, indica-se que o presente Caderno das Estra­tégias Governamentais encontra-se dividido em quatro
seções: o primeiro capítulo refere-se à introdução ora apresentada. O segundo capítulo versa acerca do Setor de Trans-
portes brasileiro, ressaltando a sua importância, caracterização e principal função no âmbito da organização do Estado
Nacional. O terceiro capítulo, por sua vez, apresenta as estratégias governamentais propriamente ditas, segundo as classes
temáticas definidas, cada qual disposta em um subtópico. Por fim, o último capítulo faz referência às considerações finais
do presente documento.
Enfatiza-se que as observações mais gerais suscitadas pelos diversos atores e partes interessadas envolvidos nas etapas
de esta­belecimento do benchmarking de políticas (Etapa 1) e de consultas (Etapa 2) resultaram na determinação e exposi-
ção, em dois mo­mentos, dos desafios e percepções a serem enfrentados pelo setor: de modo mais genérico, os desafios e
percepções foram relatados em cada um dos subtópicos do terceiro capítulo, ao passo que, no Apêndice, tais percepções
e desafios foram dispostos de modo mais explícito, em consonância aos resultados advindos das contribuições das etapas
precedentes.
Assim sendo, as estratégias governamentais servem, em última instância, como meios para a resolução dos desafios e
para a obten­ção do modelo de Setor de Transportes que se almeja para o País.

O Setor de Transportes do Governo Federal


Conhecimentos Específicos

O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA), órgão da Administração Pública Federal Direta, tem como
compe­tências regimentais:
• formulação, coordenação e supervisão de políticas nacio­nais de transportes dos subsistemas ferroviário, rodoviário,
aquaviário e aeroviário;
• estabelecimento de políticas e diretrizes voltadas ao de­senvolvimento e fomento da marinha mercante e vias na­
vegáveis, do setor portuário e das instalações portuárias marítimas, fluviais e lacustres;
• participação no planejamento estratégico; e
• definição das prioridades dos programas de investimentos correlatos ao Setor de Transportes do Governo Federal.

Cabe ressaltar que o Setor de Transportes acima referenciado não engloba as ações e dinâmicas correlatas ao transporte
e trânsito em âmbito urbano, uma vez que tais escopos encontram-se ao en­cargo do Ministério das Cidades: consoante
a Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003, compete ao Ministério das Cidades o desenvolvi­mento das políticas setoriais, das
políticas de subsídio, a promoção de ações e programas, bem como o planejamento, regulação, norma­tização e gestão da
aplicação de recursos nas políticas de transporte urbano e trânsito. Portanto, o escopo de atuação do Ministério dos Trans-
portes, Portos e Aviação Civil, abrangido pelas competências regimentais citadas, relaciona-se ao transporte interestadual.
A fim de auxiliar a execução de suas competências, bem como para o estabelecimento de condições voltadas ao de-

38
senvolvimento dos programas, projetos e ações, o Ministério possui entidades vinculadas, considerando a quantidade de
atribuições e escopos aos quais deve responder. Sendo assim, a estrutura organizacional ministerial pode ser observada
na Figura 2, a seguir:

Figura 2: Estrutura básica do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

Em linhas gerais, o Setor de Transportes se configura como elemento fundamental na organização e dinâmica do Es-
tado bra­sileiro, uma vez que funciona como instância essencial para os des­locamentos das pessoas, das matérias-primas
e dos produtos finais, vinculando-se ao abastecimento interno, à segurança alimentar, ao direito de ir e vir, à provisão de
insumos para as produções agropecu­árias e industriais e aos movimentos de importação e de exportação, por exemplo.
Assim sendo, a relação dos meios de transporte com as potencialidades de desenvolvimento social e econômico do país é
estreita, de modo que a rede viária e as infraestruturas logísticas a ela associadas funcionam como meios imprescindíveis
para a vitalidade social e econômica da Nação.
Desse modo, por sua importância e relação intrínseca com as atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, a rede
de transportes federal possui uma significativa extensão de vias (Figura 3), ainda que tal extensão, em consonância com
a grande dimensão territorial brasileira, esteja aquém das necessidades instauradas pela dimensão do desenvolvimento
social e econômico esperado para o país.

Conhecimentos Específicos

Figura 3: Brasil: infraestruturas viárias disponíveis, segundo os modos de transporte.

39
Desse modo, definir um modelo de sistema viário nacio-
nal adequado significa pensar em caminhos a serem trilhados
no presente para se obter, em primeiro plano e a partir de
uma visão de futuro, o modelo almejado e, em segundo
plano, para subsidiar a edificação do Brasil que se quer, de
acordo com os objetivos fundamentais da sociedade livre,
justa e solidária, do desenvolvimento nacional e do bem-
-comum, pedras angulares sobre as quais se funda o Estado
Democrático de Direito brasileiro.
Esse raciocínio de planejamento e avaliação das políticas
públicas pressupõe corrigir os erros, as deficiências e carên-
cias se­toriais, enfrentando os desafios postos para ofertar
à sociedade a infraestrutura e os serviços mais adequados
e eficientes possíveis.
Nesse sentido, um dos elementos básicos do desequilí-
brio setorial assenta-se, no que tange ao transporte de car-
gas, sobre a preponderância do modo rodoviário em relação
aos demais modos de transporte (Figura 4).

Figura 5: Distribuição da matriz de transportes ao longo do tempo. Ela-


boração: Secretaria de Política e Integração.

Essa relação desproporcional das dinâmicas de movi-


mentação de cargas segundo os modos de transporte enseja
um panorama setorial de elevada irracionalidade e deseco-
nomia, apresentando como consequências, dentre outros
aspectos, custos logísticos e de transporte muito elevados,
baixa eficiência energética da matriz de transportes e ele-
vados custos sociais e ambientais, ligados, por exemplo, às
emissões de gases de efeito estufa e à segurança viária.
A indicação desse desequilíbrio configura-se, contudo,
como apenas um dos vários aspectos e desafios a serem
encarados por iniciativas políticas voltadas à construção do
Figura 4: Divisão da matriz de transportes brasileira (2015). modelo viário alme­jado: sob a perspectiva do transporte
de passageiros e de cargas ou à luz das especificidades de
De modo genérico, essa predominância decorreu da cada modo, surgem diversas nuances a serem apreendidas
necessi­dade cada vez maior, a partir da década de 1930, de e solucionadas pelas políticas, planos, programas e ações
atendimento do mercado interno crescente e de distribui- setoriais, sejam elas tratadas de modo autônomo pelo Setor
ção da produção, so­bretudo na Região Sudeste, seguindo a de Transportes, sejam elas motivadoras de ações e iniciati-
transição urbano-industrial experimentada pelas principais vas interse­toriais, traçadas a partir de pactos e consensos
regiões demográficas e econômicas do país. No contexto do políticos construídos.
pós-II Guerra Mundial, a partir de 1945, e, sobretudo pela Tais desafios se impõem em um contexto de demandas
expansão da indústria automobilística a partir da segunda crescen­tes por infraestruturas de transportes e serviços lo-
metade da década de 1950, o Brasil experimentou um cres- gísticos eficientes, exercendo, por sua vez, pressões maiores
cimento acentuado de sua malha rodoviária, transformada sobre as infraestruturas e serviços disponíveis no âmbito do
no principal meio de deslocamento de pessoas e de cargas, Setor de Transportes brasileiro. Ademais, a tendência aponta
ao passo que a malha ferroviária apresenta atualmente uma para demandas ainda maiores, seja em função da necessária
dimensão praticamente equivalente aos patamares do início expansão da malha viária – e seu provável corolário de in-
do século XX, quando possuía, a partir de uma forte influên- dução de maiores fluxos de pessoas e bens –, seja em razão
Conhecimentos Específicos

cia da indústria ferroviária estrangeira, o status de modo de do incremento natural esperado de crescimento econômico
transporte mais relevante. e demográfico do país.
Assim, a prevalência do modo rodoviário na matriz de Nesse contexto, tornam-se emblemáticas, por exemplo,
trans­portes advém de um longo período de consolidação as polí­ticas produtivas e as constantes quebras de recordes
de políticas públicas que reforçaram essa primazia, de tal de produtividade no setor agropecuário, ensejando con-
forma que esta predo­minância do modo rodoviário para o tinuamente o crescimento dos níveis de serviço a serem
transporte de cargas pode ser observada nos levantamentos ofertados pelas infraestruturas viárias res­ponsáveis pelo
setoriais acerca da divisão modal do Setor de Transportes, escoamento – tanto para o mercado interno, quanto para a
conforme se segue (Figura 5). Tais estudos, aqui considera- exportação – das safras.
dos pontualmente ao longo das três últimas décadas, foram Desse modo, consoante a perspectiva de aumento das
procedidos por distintas instituições: nos anos de 1993 e deman­das e sob os propósitos globais de aumento da compe-
2000, a divisão modal foi estabelecida pela Empresa Brasilei- titividade e redução das desigualdades do país, os elementos
ra de Plane­jamento de Transportes (GEIPOT), ao passo que estruturantes do Setor de Transportes (princípios, objetivos,
nos anos 2007 e 2015 foram estabelecidas, respectivamente, diretrizes fundamentais e instrumentos), dispostos no Livro
pelos estudos do Plano Nacional de Logística e Transportes de Estado, devem subsidiar as estratégias governamentais
(PNLT) e Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI). – ora apresentadas no presente Caderno das Estratégias

40
Governamentais – a serem perseguidas em prol da obtenção
do Setor de Transportes almejado.
Para cada modo de transporte, bem como para as te-
máticas transversais, serão expostas, nos capítulos seguin-
tes, percepções acerca da condição presente do Setor de
Transportes, com suas características e desafios, apoiando o
enunciado de que as comple­xidades setoriais, em suas diver-
sas facetas, ensejam uma gama ampla de questões a serem
enfrentadas por meio de iniciativas genéricas ou específicas.
Essas percepções inspiram as estratégias governamentais,
validadas pelas áreas competentes, conforme disposto na
introdução deste documento.

3. Estratégias Governamentais
Considerando, por um lado, as contribuições (sugestões
e observações) advindas da etapa de consultas (dados primá-
rios) junto às partes interessadas (stakeholders) (Figura 6),
e, por outro, o levantamento de dados secundários a partir
de considerações das competências, da organização e das
políticas dos órgãos e entidades afins ao Setor de Transpor- Figura 7: Política Nacional de Transportes – Painel de Políticas Públicas.
tes (Figura 7), tornou-se possível estabe­lecer as principais
percepções de ações necessárias para o desenvol­vimento Modo Aeroviário
setorial rumo ao modelo almejado – conforme exposto no
Apêndice do presente documento. Nesse contexto, foram De modo panorâmico, o setor da aviação civil nacional
elaboradas minutas das linhas de ação prioritárias a serem iniciou, na década de 1990, após longo período de regula-
implementadas no âmbito da Política Nacional de Transpor- ção com interven­ção direta governamental, um processo de
tes, as quais foram postas sob validação por parte das áreas desregulamentação do mercado. Tal processo se fortaleceu
técnicas e políticas competentes, originando as estratégias nos anos 2000, quando foram desenvolvidas políticas e ações
governamentais, aqui apresentadas. regulatórias voltadas ao acirramento da concorrência no se-
Desse modo, as estratégias governamentais possuem, tor, ocasionando um significativo crescimento da demanda,
em últi­ma instância, o propósito de conversão da realidade o qual não foi, contudo, acompanhado por investi­mentos
presente (status quo) no modelo almejado para o Setor de proporcionais nas adequações das capacidades instaladas
Transportes do Governo Federal, servindo como base para dos terminais aeroportuários.
lastrear as iniciativas e ações se­toriais específicas. Em outras Assim, a infraestrutura aeroportuária passou a não su-
palavras, vale destacar que as políticas públicas (em termos portar a demanda, de modo a ocasionar, consequentemente,
de planos, programas e ações), o planejamento institucional uma sensível piora, à época, na prestação dos serviços de
e organizacional (alinhado à definição das metas, va­lores e transporte aéreo e nos serviços associados, atrelados à fis-
missões dos órgãos integrantes do setor) e o planejamento calização aduaneira, migratória e fitossanitária. Essa situação
orçamentário (notadamente representado pelos Planos Plu- levou o Governo Federal a direcionar os seus esforços no es-
rianuais) devem ser concatenados e alinhados às iniciativas tabelecimento de políticas públicas voltadas à modernização
estratégicas. e aperfeiçoamento do setor de aviação civil.
Assim, serão elencadas, a seguir, as percepções e desa- A respeito da evolução da movimentação de passagei-
fios susci­tados, bem como as estratégias governamentais ros, o setor registrou, entre 2004 e 2016, um crescimento
da Política Nacional de Transportes, divididas a partir dos expressivo, indo da ordem de 75 milhões de passageiros/
modos de transporte ou em função da sua vinculação a um ano para mais de 200 milhões de passageiros/ano (Figura 8).
aspecto de caráter transversal.
Vale destacar que, a despeito das especificidades de cada
modo de transporte, há de se considerar as estratégias go-
vernamentais como um todo, moduladas a partir de suas
complementaridades, sob o propósito de ensejar uma visão
Conhecimentos Específicos

integrada do Setor de Transportes.

Figura 6: Política Nacional de Transportes – Painel de entrevistas. Figura 8: Evolução na movimentação de passageiros (2004 - 2017).

41
À luz desse cenário recente, a maioria das ações efetivadas ao longo dos últimos anos tem objetivado o aumento da
concorrência e da qualidade dos serviços ofertados, atrelado a um processo de consolidação regulatória e governamental
da aviação civil, a qual exige um olhar estratégico de longo prazo.
Em termos logísticos, o transporte aéreo caracteriza-se, sobre­tudo, por sua rapidez, segurança e confiabilidade, os quais
se con­figuram como atributos importantes para os serviços de transporte de bens; assim, se consideradas as especificida-
des de alguns tipos de cargas, como, por exemplo, cargas de alto valor agregado e produtos perecíveis, o transporte aéreo
apresenta uma vocação ímpar quando comparado aos outros modos de transporte.

Figura 9: Brasil: Transporte aéreo de cargas (2017).

Todavia, a despeito dessa vocação, a movimentação de Nesse sentido, vale ressaltar que a rede aeroportuária bra-
cargas no âmbito do transporte aéreo ainda apresenta pouca sileira apresenta um perfil econômico-financeiro desigual, na
expressividade relativa na matriz de transportes do Brasil: no medida em que grande parte das receitas advém de poucos
ano de 2016, a movi­mentação foi da ordem de 1,28 milhão aeroportos, mantendo a relevância da participação de entes
de toneladas, destacando-se, em termos de valor (em US$ públicos na gestão e exploração da infraestrutura, uma vez
FOB), o transporte de: máquinas, materiais e aparelhos elé- que é necessário garantir a universalidade do transporte aéreo.
tricos e de reprodução de som e imagem; reatores nucleares, Assim sendo, tornam-se notórias as concentrações de
caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos; pas­sageiros e cargas em alguns poucos terminais aeropor-
instrumentos e aparelhos ópticos e médico-cirúrgico; pro- tuários da malha aérea brasileira (Figura 10), bem como se
dutos farmacêuticos; produtos químicos orgânicos; e péro- apresentam nítidas as relações entre os aeroportos conce-
las, pedras preciosas ou semipreciosas e metais preciosos didos e as concentrações em termos de movimentação de
(Figura 9). passageiros (Figura 11).
No contexto de democratização do setor aéreo nacional,
os fatores de custo, tempo e conforto atuaram de modo
decisivo na escolha do modo aeroviário como meio de des-
Conhecimentos Específicos

locamento prefe­rencial da população para médias e longas


distâncias, ensejando o crescimento setorial expressivo nos
últimos anos. Contudo, a manutenção de índices de cresci-
mento sustentáveis do transporte aéreo do Brasil não deriva
apenas da capacidade das empresas em ofertar mais assen-
tos a preços cada vez menores, uma vez que tal crescimento
também depende da oferta da infraestrutura aeropor­tuária
e aeronáutica civil – um dos principais desafios para o setor.
A despeito das perspectivas otimistas postas para o setor
aéreo nacional, considerando as projeções de crescimento
e aperfeiçoamen­to operacional e de gestão – sobretudo a
partir de um crescimento da participação da iniciativa privada
–, há desafios que precisam ser identificados e enfrentados
de modo assertivo pelas políticas públicas setoriais, a fim de
que as carências atualmente observadas sejam superadas Figura 10: Ranking dos aeroportos: movimentação de cargas e passa-
em prol do cenário desejado. geiros (2017).

42
significativamente na indução do desenvolvimento das re-
giões, sobretudo nas de difícil acesso.
Do ponto de vista da excelência institucional e da eficiên-
cia logística do setor, identificou-se, ainda, a necessidade de
prezar por um modelo, sustentável e harmônico, de organi-
zação e gestão dos aeroportos, segundo o qual deve haver o
incentivo à concorrência e ao aprimoramento constante da
infraestrutura e da prestação dos serviços aeroportuários.
Para o setor, é importante debater a questão da elimi-
nação ou permanência das restrições quanto à participação
Figura 11: Aeroportos concedidos: concentração da movimentação de do capital es­trangeiro nas companhias aéreas brasileiras, de
passageiros (2017). modo a ensejar um modelo aeroviário nacional que preze
pela competitividade setorial e, por consequência, pela in-
No âmbito da navegação aérea civil, o setor demanda tensificação dos fluxos de passageiros.
ações que visem contribuir com a modernização da infraes- Por fim, salientou-se a necessidade de investimentos
trutura aero­náutica, com o aprimoramento da segurança em tecno­logias voltadas à navegação aérea (apoio tecno-
operacional e com o aumento da eficiência na prestação de lógico), constituindo-se como um importante instrumento
serviços de comunicação aeronáutica e controle de tráfego para a garantia da segurança e a ampliação da capacidade
aéreo, buscando o emprego de novas tecnologias, sustenta- de movimentação.
bilidade e melhores práticas na gestão da navegação aérea Tendo em vista o constante aprimoramento e inovação
civil. das tecnologias utilizadas, é fundamental prezar pela bus-
Ademais, foram identificadas necessidades de qualifica- ca e incentivo à capacitação de pessoal especializado para
ção de recursos humanos, por meio do incentivo à capaci- atuação na aviação civil, bem como pelo desenvolvimento
tação e à formação e pesquisa em áreas diversas do setor, técnico-científico do setor.
com o objetivo de atender a demanda de crescimento da
aviação civil e aumento da segurança e qualidade dos ser- Estratégias
viços prestados.
Ante o exposto das percepções e desafios apreendidos
Percepções e Desafios para o setor, são estratégias governamentais (linhas de
ação) para a aviação civil no âmbito da Política Nacional de
A partir das consultas e dos levantamentos de informa- Transportes:
ções – cujos resultados se encontram compilados, em sua ín-
tegra, no âmbito do Apêndice deste Caderno das Estratégias Estratégias Governamentais
Governamentais – procedidos junto a importantes atores do
setor aeroviário nacio­nal, tornou-se possível a apreensão de Modo aeroviário
desafios e percepções a serem enfrentados. 1. Fomentar o acesso ao transporte para populações da
Nesse contexto, destacam-se enquanto aspectos rele- Amazônia Legal, para regiões com potencial turístico e para
vantes para este setor: a defesa da liberdade tarifária, a ade- regiões menos desenvolvidas do País, por meio da integração
quação da regulação com base nas normas e experiências eficiente entre o transporte aéreo e os demais modos.
internacionais, o desenvol­vimento de estudos de demanda e 2. Estimular o desenvolvimento dos aeroportos regionais,
o planejamento adequado das infraestruturas e dos serviços a partir do aumento da acessibilidade e conectividade da
de aviação civil. rede de transporte aéreo e da integração nacional e regional.
Portanto, torna-se necessário o desenvolvimento de um 3. Adotar critérios para priorização de investimentos vol-
plano em nível nacional voltado à aviação civil, de forma a tados ao desenvolvimento dos aeroportos, considerando os
orientar as ações de curto, médio e longo prazos. É impor- benefí­cios gerados para a sociedade.
tante que tal plano destaque incentivos e defina meios para 4. Estimular o investimento privado na construção e
a redução dos custos a fim de estimular o desenvolvimento operação de aeroportos.
deste setor, bem como promova uma atuação integrada en- 5. Fomentar, por meio de articulação interinstitucional,
tre os agentes públicos e privados de modo que a experiência a conectividade dos aeroportos com os centros urbanos e a
de viagem dos usuários seja positiva em toda a cadeia de integração entre os modos de transporte, buscando a efici-
produção do serviço. ência nos deslocamentos interurbanos.
6. Atender a demanda de passageiros por transporte
Conhecimentos Específicos

Ressaltou-se também que a política de transportes deve


ensejar diretrizes e instrumentos para a viabilização da avia- aéreo de forma eficiente, por meio do aproveitamento e
ção regional pautando-se na livre concorrência do mercado adequações das infraestruturas aeroportuárias existentes.
e considerando, a partir da insuficiência de demanda para 7. Promover a qualidade e o serviço adequado na pres-
sustentar estas operações aéreas regionais à luz exclusiva do tação dos serviços de transporte aéreo e da infraestrutura
mercado, a elaboração de planos e programas segundo as aeroportuária.
especificidades regionais, inclusive no que tange às particula- 8. Adequar a infraestrutura aeroportuária e serviços vol-
ridades de demandas e soluções. Neste sentido, entende-se tados ao transporte de carga aérea com vistas a atender às
que diferentes regiões exigem soluções diferenciadas. soluções logísticas demandadas pelo mercado.
Alinhado a essas perspectivas, as normas deste setor 9. Fomentar a competitividade do setor de aviação civil.
devem manter-se atualizadas e adaptadas à luz das parti- 10. Ampliar o limite de participação de capital estrangei-
cularidades e pe­culiaridades do Brasil. ro, com direito a voto, em concessionárias ou autorizatárias
de serviços aéreos públicos.
O atendimento apropriado da demanda por transporte
11. Promover a articulação interinstitucional para a
aéreo deverá se dar por meio do aproveitamento e das ade-
redução da carga tributária sobre insumos essenciais ao
quações das infraestruturas aeroportuárias, na medida em
transporte aéreo de passageiros e carga, especialmente o
que estas constituem-se em instrumentos que contribuem
querosene de aviação.

43
12. Assegurar a liberdade de exploração de linhas aéreas médio e longo prazos voltadas ao alcance dos objetivos da
domésticas às empresas aéreas brasileiras. aviação civil brasileira.
13. Assegurar o regime de liberdade tarifária na presta-
ção de serviços aéreos regulares. Modo Rodoviário
14. Estimular o desenvolvimento de ligações aéreas de
baixa e média densidade de tráfego. No Brasil, o transporte rodoviário constitui-se no prin-
15. Apoiar a redução das barreiras à entrada de novas cipal modo de transporte utilizado para o deslocamento de
empresas no setor. bens e pes­soas ao longo do território nacional. Essa supre-
16. Apoiar o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência macia do “modelo rodoviarista” foi conquistada e mantida
(SBDC) no combate a infrações contra a ordem econômica desde a metade do século XX, mesmo que as condições
no âmbito do transporte aéreo. socioeconômicas e demográficas que lhe deram origem
17. Minimizar os efeitos prejudiciais da aviação civil sobre tenham se modificado desde essa época, ensejan­do uma
o meio ambiente. grande desproporcionalidade e irracionalidade na matriz na-
18. Aprimorar procedimentos de navegação aérea em cional de transportes em função dos padrões atualmente
rota e em área terminal de modo a reduzir a emissão de postos acerca das distâncias e tipologias de cargas a serem
ruídos e gases de motores de aeronaves. movimentadas.
19. Desestimular o adensamento populacional em áreas A despeito das restrições de movimentação de cargas
sujeitas a níveis significativos de emissão de ruídos e gases por conta dos limites de volume e peso dos veículos, o modo
de motores de aeronaves, em conformidade com a legislação rodoviário possui um papel fundamental no transporte de
referente às zonas de proteção de aeródromos, de ruídos, cargas por ser, em essência, o único capaz de realizar o ser-
de auxílios à navegação e à área de segurança aeroportuária. viço porta-a-porta; assim sendo, mesmo uma matriz mais ra-
20. Estimular a adoção de medidas que contribuam para cional e eficiente depende de uma participação significativa
a redução das emissões de gases de efeito estufa da aviação, desse modo de transporte, uma vez que ele possibilita uma
tais como: melhoria da gestão do tráfego aéreo, melhorias complementaridade com os demais modos, favorecendo as
operacionais, melhoria da infraestrutura aeroportuária e uso integrações das infraestruturas viárias e, por conse­quência,
de combus­tíveis sustentáveis de aviação. a intermodalidade.
21. Apoiar o desenvolvimento de combustíveis susten- Para além dos ganhos econômicos derivados dos
táveis de aviação. investimen­tos na ampliação e melhoria/adequação da in-
22. Promover ações visando à ampliação da segurança fraestrutura rodoviária, os investimentos nesse modo de
operacional e proteção contra atos de interferência ilícita. transporte também implicam em ganhos sociais e geopolí-
23. Assegurar o respeito aos direitos e obrigações dos ticos: as rodovias possuem uma maior ca­pacidade em gerar
usuários, dos prestadores de serviços aéreos, da infraestru- valorização do território e alterações nos padrões de uso e
tura aeronáutica e aeroportuária civis, de forma a prover o ocupação do solo ao longo de todo o seu trecho, quando
equilíbrio no relacionamento entre as partes. comparadas às ferrovias e hidrovias, configurando-se como
24. Apoiar e desenvolver a regulação do setor aéreo com veículos de indução (e de consolidação) do desenvolvimento
base nas normas e experiências internacionais, garantindo, socioeconômico. Ademais, por conta de sua maior capilari-
sobretudo, a liberdade tarifária e o desenvolvimento sus- dade e acessibilidade para o transporte de pessoas e bens,
tentável e eficiente da aviação civil brasileira. o modo rodoviário possui um papel ímpar na integração e
25. Considerar as particularidades regionais na proposi- coesão territorial, funcionando como vetor natural para as
ção das normas e regulamentos do setor aéreo nacional, a projeções de integração com os países vizinhos.
fim de que os custos de implantação da infraestrutura e da Dessa forma, construiu-se historicamente uma maior
operação não inviabilizem o desenvolvimento do setor e a tradi­ção na formulação e implementação de políticas públi-
continuidade da oferta de infraestrutura e serviços. cas voltadas à provisão e gestão das infraestruturas do modo
26. Aperfeiçoar o modelo de organização e gestão do rodoviário, conside­rando as características da flexibilidade,
setor aeroportuário. do acesso democrático, da interoperabilidade e do baixo
27. Estimular a redução dos custos do setor aéreo. custo relativo de implantação desse modo em relação aos
28. Fomentar investimentos em tecnologias voltadas à demais. Esse perfil mais enviesado contribuiu decisivamente
navegação aérea e a ampliação da capacidade de movimen- para a hegemonia do modo rodoviário no âmbito da matriz
tação do setor aéreo. de transportes brasileira (vide Figura 4).
29. Fomentar investimentos em tecnologias e incorpo- Considerando, portanto, o subsistema rodoviário na-
ração de procedimentos de facilitação do movimento de cional como um dos pilares essenciais para o crescimento
Conhecimentos Específicos

aeronaves civis, tripulantes, passageiros, bagagens, cargas, do país, os ser­viços logísticos e as infraestruturas ofertadas
malas postais e provisões de bordo. precisam evoluir de forma sincrônica à demanda continu-
30. Fomentar a capacitação de pessoal para a atuação amente crescente. Desse modo, a infraestrutura deve ser
no setor de aviação civil. disponibilizada em quantidade e condições adequadas para
31. Promover o desenvolvimento institucional, regulató- o padrão de desenvolvimento almejado.
rio e técnico-científico da aviação civil brasileira. A esse respeito, desde meados da década de 1990, o
32. Incentivar o intercâmbio de informações e tecnolo- Governo Federal tem realizado o Programa de Concessões
gias entre instituições nacionais e internacionais. de Rodovias Fe­derais, delegando à iniciativa privada a con-
33. Promover a eficiência das operações da aviação civil. secução de melhorias em infraestruturas rodoviárias e a
34. Acompanhar o setor de aviação civil por meio de in- prestação de serviços de transporte essenciais à sociedade
dicadores voltados ao aprimoramento dos níveis de serviço. (Figura 12).
35. Desenvolver estudos e pesquisas no âmbito da avia- No âmbito do transporte comercial de passageiros, o
ção civil, com vistas a apoiar as atividades dos diferentes modo rodoviário cumpre, para além do transporte privado,
atores do setor. uma função social imprescindível no que tange ao direito civil
36. Desenvolver e manter atualizado o planejamento de mobilidade ao longo do território, sendo responsável por
aeroviário nacional, de forma a orientar as ações de curto, grande número de movi­mentações ao longo das rodovias fe-

44
derais, consideradas as distintas tipologias de deslocamento: Ainda nesse sentido, tem-se como proposta de discus-
transporte interestadual, transporte semiurbano, transporte são a classificação das rodovias concedidas a partir do nível
internacional e fretamento (Figura 13). de serviço ofertado, de modo que o financiamento das in-
fraestruturas seja pago pelos usuários da via e os pedágios
sejam cobrados conforme a categoria das vias, e não como
o resultado de seus custos de im­plantação/manutenção.
Para o setor, é importante frisar que o modelo de con-
cessões rodoviárias deve ser periodicamente revisado e
aperfeiçoado de modo a torná-lo previsível e atrativo para
a iniciativa privada, priorizando as reais necessidades dos
usuários – inclusive à luz das projeções futuras de deman-
da – em detrimento dos detalhes operacionais. Ademais,
esse modelo também deve reduzir a devolução de tre­chos
previamente concedidos a partir da redefinição dos critérios
Figura 12: Concessões de Rodovias Federais (2016). de seleção dos trechos e rediscussão dos indicadores de in-
dexação dos pedágios.
Visando aprimorar a eficiência do gasto público, desta-
cou-se ser importante que se racionalize a aplicação dos re-
cursos públicos a partir da priorização da carteira de investi-
mentos, dando especial atenção à manutenção das rodovias
e ao desenvolvimento de cor­redores logísticos estratégicos.
As rodovias, no âmbito dos corredores logísticos, têm pa-
pel fundamental na integração da cadeia produtiva industrial
e no es­coamento da produção, o que deve ser ressaltado
Figura 13: Transporte Rodoviário de Passageiros (2016). na modelagem das concessões desses empreendimentos,
destacando-se a infraestrutura e os serviços logísticos e de
Percepções e Desafios transportes associados.
Ainda foi destacado que a melhoria na infraestrutura
A partir das consultas e dos levantamentos de informa- rodovi­ária passa também pela adequação dos grandes ei-
ções – cujos resultados se encontram compilados, em sua ín- xos logísticos do país, inclusive no que tange a ajustes na
tegra, no âmbito do Apêndice deste Caderno das Estratégias regulamentação e padrões construtivos, bem como pelo
Governamen­tais – procedidos junto a importantes atores do desenvolvimento de planejamentos integrados e progra-
setor rodoviário nacional, tornou-se possível a apreensão de mas governamentais cooperativos, considerando parcerias
desafios e percepções a serem enfrentados, uma vez que é estratégicas com outros órgãos e voltados ao planejamento
importante expandir a malha rodoviária do país, de forma a e execução conjunta de ações destinadas, entre outros as-
ampliar as possibilidades de conexões entre diferentes locali- pectos, à ampliação da segurança viária.
dades, ao tempo em que é essencial manter a infraestrutura O uso de tecnologia, não somente na implantação da
existente em boas condições para ofertar à sociedade um infraes­trutura, mas na operação, controle e fiscalização das
modo de transporte seguro, acessível e confiável. rodovias, também é inevitável para os próximos anos: um
Nesse sentido, os planos e programas governamentais de dos exemplos refere-se ao uso de tarjas eletrônicas (“tags”)
in­vestimentos em infraestrutura devem concluir empreen- para a identificação dos veículos nas cobranças de pedágio, o
dimentos já iniciados e avançar em obras entendidas como que pode levar a eliminar as praças de pedágio, que, por usa
emblemáticas, reto­mando investimentos, recuperando a vez, representam um custo elevado para as concessionárias.
Por fim, ressaltou-se que a trafegabilidade em rodovias
infraestrutura viária existente e priorizando a manutenção
federais não pavimentadas também precisa ser debatida no
e a restauração das rodovias federais.
âmbito deste setor, considerando, por exemplo, o levanta-
Para tanto, torna-se necessário garantir recursos
mento de formas de pavimentação de baixo custo, assim
orçamen­tários para o planejamento e a execução dos in-
como a provisão e manutenção de rodovias vicinais.
vestimentos, sendo tais recursos advindos do Orçamento
Geral da União – OGU ou da iniciativa privada. Nesse caso,
Estratégias
Conhecimentos Específicos

desenvolver novas metodologias de investimentos para a


manutenção de rodovias que se encontram em bom estado Desse modo, à luz das percepções e desafios suscitados
de conservação, bem como flexibilizar o modelo de con- e ex­plicitados acima, são estratégias governamentais (linhas
cessão adotado nos programas governamentais a partir da de ação) para o modo rodoviário no âmbito da Política Na-
criação de “gatilhos” de obras/intervenções em função do cional de Transportes:
volume de tráfego para reduzir o valor dos pedágios pagos
pelos usuários, podem ser alternativas – a serem debatidas – Estratégias Governamentais
que contribuam para a melhoria das condições das rodovias. Modo rodoviário
No caso de novas concessões, pode-se estudar a possibi-
lidade de implantação de subsídios cruzados no âmbito dos 1. Priorizar a manutenção, restauração, sinalização e
contratos de concessão das rodovias federais, de modo que operação das rodovias federais.
os trechos mais ren­táveis subsidiem os trechos menos ren- 2. Concluir empreendimentos iniciados e avançar em
táveis a fim de equilibrar as tarifas de pedágio cobradas dos obras emblemáticas.
usuários. Para tanto, esse mecanismo de subsídio cruzado 3. Garantir recursos orçamentários suficientes para a
pode valer-se de uma câmara de compensação, baseada em execução dos empreendimentos, desde o planejamento
uma conta ou fundo apartado do Tesouro Nacional. até a sua execução.

45
4. Instituir um programa de pavimentação de baixo custo Ademais, os atributos do transporte ferroviário, como
a fim de melhorar a trafegabilidade das rodovias não pavi- se­gurança, baixo custo e reduzida emissão de poluentes,
mentadas, bem como criar novas alternativas viárias. associados à confiabilidade e à disponibilidade do serviço
5. Atualizar normas, regulamentações e padrões cons- prestado, evidenciam o seu potencial na ampliação do vo-
trutivos das rodovias federais. lume de carga movimentado, assim como na diversificação
6. Propor um modelo adequado de gestão da manuten- dos tipos de mercadorias, inclusive daquelas com maior valor
ção rodoviária. agregado.
7. Articular com os entes federados responsáveis a pro- No Brasil, as malhas ferroviárias foram concedidas à
visão de políticas públicas voltadas à manutenção e implan- iniciativa privada na segunda metade da década de 1990,
tação de rodovias vicinais. apresentando, desde então, tendências de modernização
8. Criar um programa de apoio técnico às prefeituras setorial a partir do incremento de investimentos (Figura 14),
para a manutenção de rodovias vicinais. aumento da produção e da produtividade ferroviária, e re-
9. Articular com os órgãos competentes a geração e exe- dução dos índices de acidentes.
cução de planejamentos integrados e programas governa-
mentais voltados à garantia da segurança viária.
10. Desenvolver e manter, em articulação com órgãos
e entidades competentes, banco de dados estatístico capaz
de identificar as correlações causais entre as precarieda-
des e defeitos viários e a potencialidade de ocorrência de
acidentes.
11. Articular o planejamento de transportes junto ao
setor industrial, agrícola e agroindustrial, considerando a
oferta de uma rede viária ampliada e a inclusão de compo-
nentes tecnológicos voltados à segurança veicular e efici- Figura 14: Principais cargas transportadas pelo modo ferroviário bra-
ência energética. sileiro (2017).
12. Classificar as rodovias em categorias baseadas no
nível de serviço ofertado e na condição da malha, de modo
que essa classificação referencie a cobrança de pedágios e Nesse contexto, no âmbito do transporte ferroviário de
a priorização do planejamento de investimentos. cargas, o subsistema ferroviário nacional tem se destacado
13. Estudar a possibilidade de implantação de subsídios no transpor­te de minério de ferro e de granéis sólidos agrí-
cruzados no âmbito dos contratos de concessão das rodovias colas (Figura 15), posicionando-o como um meio privilegiado
federais. para o escoamento de produções primárias (extração mine-
14. Assegurar as obrigações e deveres impostos pela ral e produtos agropecuários), di­recionadas, sobretudo, aos
legislação pertinente à regulação do exercício da profissão terminais portuários, onde são exportadas.
de motorista de transporte de carga.
15. Aperfeiçoar continuamente o modelo de concessão
rodoviária, considerando a expectativa dos usuários e da
iniciativa privada.
16. Definir corredores logísticos estratégicos para o trans-
porte de cargas, considerando a avaliação de um modelo de
cobrança e a especialização da infraestrutura e dos serviços
logísticos associados.
17. Identificar fluxos migratórios no país visando à am-
pliação da malha viária de ligação.
18. Incentivar o uso de tecnologia voltada à identifica-
ção de veículos com vistas a subsidiar o planejamento de
transportes.
19. Promover a fiscalização eficiente dos serviços de
Figura 15: Indicadores do material rodante e investimentos no modo
transporte rodoviário regulados com vistas à geração de ferroviário brasileiro (2016).
Conhecimentos Específicos

benefícios aos usuários.


20. Considerar, nos projetos rodoviários, os impactos No âmbito do transporte de passageiros, por sua vez, o
socioeconômicos da não implantação e da não adequação modo ferroviário tem pouca expressividade e limitada abran-
da infraestrutura. gência para o deslocamento de pessoas: considerando as
21. Planejar a infraestrutura rodoviária considerando rotas regulares de trans­porte ferroviário, a escala de movi-
uma mobilidade eficiente e a minimização das interferências mentação de passageiros/ano é bem inferior àquela apre-
e impactos, atuais e futuros, no tráfego urbano. sentada pelo modo rodoviário e pelo modo aéreo (Figura 16).
A despeito dos ganhos significativos recentes para o se-
Modo Ferroviário tor, a utilização do modo ferroviário é ainda pequena frente
ao seu potencial e às suas vantagens econômicas e ambien-
Em termos típicos, o modo ferroviário configura-se como tais: isso de­corre de uma malha restrita e de obstáculos que
mais vantajoso para o transporte de cargas (produtos) de impedem o pleno desenvolvimento do setor, tanto no que se
alta tone­lagem, em especial quando é necessário percorrer refere à infraestrutura e operação dos sistemas ferroviários,
longas distâncias, tornando-o particularmente competitivo, quanto a aspectos legais e bu­rocráticos que interferem na
no caso brasileiro, para as cadeias produtivas das commodi- prestação dos serviços de transporte e nos investimentos a
ties minerais e agrícolas. serem realizados.

46
Figura 16: Movimentação de passageiros no transporte ferroviário de passageiros (2016).

Percepções e Desafios ligando desde o(s) polo(s) produtor(es) até a destinação final
– em geral, o porto de destino –, passando pelo(s) centro(s)
A partir das consultas e dos levantamentos de informa- concentrador(es) de cargas.
ções – cujos resultados se encontram compilados, em sua Dessa forma, esses modelos de exploração devem ter
íntegra, no âmbito do Apêndice deste Caderno das Estra- o debate ampliado e aprimorado, bem como as operações
tégias Governamen­tais – procedidos junto a importantes ferroviárias devem ser melhor acompanhadas, preocupando-
atores do setor ferroviário nacional, tornou-se possível a -se com o caráter monopo­lista que se tem posto para este
apreensão de desafios e percepções a serem enfrentados. modo de transporte, extremamente dispendioso para os
Na esfera deste modo de transporte, alguns dos princi- usuários, e aproveitando-se do momento de repactuação
pais aspectos a serem considerados referem-se ao debate dos contratos para estimular a concorrência e se redis­cutir
acerca dos modelos de exploração e de operação ferroviária, os investimentos.
considerando, por um lado, discussões sobre a existência ou A questão referente à prorrogação antecipada dos con-
não da figura do Operador Ferroviário Independente (OFI), tratos de concessão das operações ferroviárias merece ser
e, por outro, discussões e iniciativas atinentes à garantia do criteriosamente analisada pelo poder concedente, na medida
direito de passagem e à padronização das bitolas no setor em que tal ação pode representar o aumento dos inves-
ferroviário nacional. timentos setoriais e, consequente­mente, o tratamento de
Nesse contexto, as diretrizes políticas a serem consoli- entraves que afetam diretamente a capaci­dade dos sistemas.
dadas, dentre outras questões, devem fomentar a constitui- Por fim, acerca do transporte de passageiros, deve-se
ção de conse­lhos de administração ferroviária voltados ao ampliar o debate sobre o projeto do Trem de Alta Velocidade
planejamento, gestão e operação eficientes dos corredores (TAV), que, a despeito da necessidade de maiores estudos,
ferroviários de escoamento da produção, de modo a configu- deve ser considerado como um indutor do desenvolvimento
rarem-se enquanto instâncias garan­tidoras da participação econômico, regional e tecno­lógico; neste sentido, pode-se
ativa e efetiva dos usuários desse modo de transporte. discutir a possibilidade de concessão de tal projeto à inicia-
No âmbito das parcerias de investimentos do setor ferro- tiva privada.
viário, atores setoriais deverão analisar a concessão à inicia-
tiva privada dos projetos de infraestrutura que apresentarem Estratégias
viabilidade e atrativi­dade para o mercado e a implementação
de plataformas logísticas intermodais/multimodais envol- Ante o exposto das percepções e desafios apreendidos
vendo projetos ferroviários. para o setor, são estratégias governamentais (linhas de ação)
Também foi considerado que o governo deve atuar de para o modo ferroviário no âmbito da Política Nacional de
forma mais incisiva e direta na melhoria da segurança fer- Transportes:
roviária, sobretudo em áreas de travessia urbana, a partir,
Conhecimentos Específicos

por exemplo, de campanhas de orientação e educação da Estratégias Governamentais


população dessas áreas; ademais, também deve-se definir Modo Ferroviário
formalmente as competências e responsabilidades dos en-
tes envolvidos com as interferências urbanas nas operações 1. Instituir um comitê permanente voltado à definição
ferroviárias. dos modelos de concessão, exploração e operação ferrovi-
Tendo em vista a necessidade de se prover segurança árias de passageiros e cargas, considerando os benefícios
jurídica para garantir os investimentos, a instituição de mar- gerados junto aos usuários e as especificidades deste modo
cos regulatórios claros e perenes para o setor ferroviário de transporte.
revela-se urgente e impe­riosa, a fim de diminuir as incerte- 2. Criar fórum voltado a subsidiar o planejamento, a ges-
zas e desconfianças do mercado e da sociedade quanto aos tão e a operação do subsistema ferroviário, considerando a
modelos de concessão e regulação postos. partici­pação ativa e efetiva dos usuários.
Neste sentido, vale considerar a proposta de que as 3. Definir uma adequada distribuição de competências
concessões voltadas às operações das infraestruturas fer- visando à eficiência da gestão do subsistema ferroviário fe-
roviárias sigam modelos diferentes àqueles adotados para deral.
as concessões rodoviárias, de modo a não se restringirem 4. Propor programas para o fomento ao transporte fer-
a segmentos, mas sim se baseando em trechos completos, roviário de passageiros.

47
5. Priorizar projetos ferroviários voltados ao desenvolvi- 17. Aperfeiçoar a regulação e a fiscalização das conces-
mento logístico e à integração da rede de transportes. sões ferroviárias, considerando a geração de benefício à
6. Avaliar e planejar projetos de concessão de corredores sociedade.
logísticos multimodais integrados. 18. Avaliar a efetividade das ações regulatórias e fiscali-
7. Buscar soluções para os entraves operacionais obser- zatórias no âmbito do subsistema ferroviário nacional.
vados na rede ferroviária nacional. 19. Analisar os resultados dos indicadores de desempe-
8. Identificar, avaliar e dar uso a trechos ferroviários su- nho visando o aprimoramento da gestão e a obtenção dos
butilizados/abandonados para o transporte de passageiros resultados esperados.
e/ou cargas.
9. Definir políticas para os desinvestimentos dos trechos Modo Aquaviário
ferroviários inservíveis/ inviáveis.
10. Definir políticas para a viabilização de operações em No Brasil, o transporte hidroviário desempenha um im-
trechos não utilizados/ subutilizados pelas concessionárias portante papel no que tange à soberania e defesa nacional,
e/ou devolvidos à União. ao desenvolvimento socioeconômico e à integração nacional
11. Ampliar a malha ferroviária e promover melhorias na e regional; sobre este último aspecto, estabelece-se, por
infraestrutura existente visando maior eficiência logística. meio da navegação interior, uma forte relação de integra-
12. Garantir a segurança ferroviária, sobretudo em áreas ção com os países vizinhos a partir das regiões hidrográficas
urbanas. compartilhadas, principalmente nas bacias Amazônica, do
13. Considerar a utilização do transporte ferroviário Paraguai, do Uruguai e do Atlântico Sul.
como opção para a integração regional e o abastecimento Quanto à potencialidade, a malha hidrográfica brasilei-
interno. ra apresenta uma grande heterogeneidade nas condições
14. Avaliar a criação de um fundo ferroviário a fim de de navegabi­lidade (profundidade, largura do canal de na-
que as arrecadações sejam revertidas em investimentos no vegação, raios de curva presentes, presença de corredei-
próprio subsistema ferroviário nacional. ras, cachoeiras, barragens e eclusas, variações dos níveis
15. Instituir comitê técnico para discussão e definição d’água decorrentes dos processos hidrológicos etc.), de
da readequação de marcos regulatórios visando conferir modo que, a depender das características hídricas da via
segurança jurídica para o subsistema ferroviário nacional. e da tipologia da navegação em vias interiores (navegação
16. Avaliar a prorrogação antecipada dos contratos de de longo curso, navegação de cabotagem e navegação
concessão das operações ferroviárias, respeitando-se as interior), são requisitadas embarcações e infraestruturas
condições dos contratos vigentes. viárias diferenciadas.

Figura 17: Transporte Aquaviário de passageiros na Região Amazônica (2017).

O equilíbrio das ações regulatórias, com participação da


ini­ciativa privada, as ações governamentais diretas e a par-
ticipação de outros entes federativos na disponibilidade da
infraestrutura do transporte aquaviário para vias interiores
constituem-se em estra­tégias importantes para o desenvol-
vimento de políticas públicas voltadas à melhoria da infraes-
trutura e da manutenção das condições das vias navegáveis.
Esse desenvolvimento do modo aquaviário busca favore-
cer não somente o transporte de cargas, de demanda cres-
Conhecimentos Específicos

cente, mas também o transporte de passageiros, de caráter


fundamental, sobre­tudo na região Norte do país (Figura 17),
cumprindo com a crucial função de promover o desenvolvi-
mento socioeconômico e regional, bem como ofertar uma
adequada acessibilidade ao território.
No âmbito do transporte aquaviário de cargas, há de se Figura 18: Transporte Aquaviário por tipologia de navegação (2017).
con­siderar as tipologias de navegação a fim de evidenciar a
ordem de grandeza das cargas movimentadas (Figura 18): No que se refere aos principais grupos de mercadorias
para o transporte de longo curso (incluindo, para além da trans­portados por esse modo de transporte, tem-se, princi-
seção marítima, o transporte dessa natureza ocorrido nas palmente, o transporte de granéis sólidos (incluindo-se nesse
vias interiores), o montante transpor­tado é da ordem de grupo os produtos minerais e a produção agrícola de grãos),
750 milhões de toneladas, ao passo que, para a cabotagem sobretudo por meio do transporte de longo curso. Nesse
(também incluindo a cabotagem em vias interiores), o mon- sentido, a movimentação de cargas em contêineres também
tante é da ordem de 150 milhões de toneladas. O transporte se processa principalmente pela navegação de longo curso,
identificado como navegação interior, por sua vez, é inferior ao passo que o transporte de cabotagem se destaca para
a 50 milhões de toneladas. as cargas do tipo granel líquido e gasoso (Figuras 19 e 20).

48
Figura 19: Transporte Aquaviário por tipologia de carga (2017).

Figura 20: Principais cargas do transporte aquaviário (2017).

Cabe destacar que a pressão exercida sobre as hidrovias (vias interiores) não se restringe ao transporte de navegação
interior, uma vez que, para além desse tipo de navegação, as hidrovias também recebem cargas a partir da navegação de
longo curso e cargas da navegação por cabotagem. Desse modo, também merece destaque a dimensão e os tipos de cargas
movimentados nas vias interiores (Figura 21).
Conhecimentos Específicos

Figura 21: Transporte em Vias Interiores por tipologia de carga (2017).

49
Diante das características e dimensões de transporte fim de unificar e simplificar as exigências do­cumentais no que
apre­sentadas, tornam-se notórias as necessidades de inves- tange à cabotagem, de modo a desburocratizar e alavancar
timentos e priorização das ações dedicadas ao transporte esse tipo de transporte no âmbito interestadual.
aquaviário, de modo a alavancar esse modo a um patamar É relevante frisar a importância que foi dada às políticas
mais proeminente no que tange ao escoamento de produ- de incentivo à cabotagem com carga geral como medida de
tos por longas distâncias, a menores custos e com maior fomentar a integração e o desenvolvimento regional, so-
eficiência energética. bretudo no âmbito das regiões mais carentes e vulneráveis
socioeconomicamente. Tais políticas devem ser capazes de
Percepções e Desafios ensejar planejamentos logísticos integrados aos projetos
específicos do setor de produção e de con­sumo envolvi-
A partir das consultas e dos levantamentos de informa- dos, considerando desde a transformação dos bens (setor
ções – cujos resultados se encontram compilados, em sua industrial) até o destino final (setor portuário e/ou mercado
íntegra, no âmbito do Apêndice deste Caderno das Estra- consumidor propriamente dito).
tégias Governamen­tais – procedidos junto a importantes Ademais, também se salientou a necessidade de estímulo
atores do setor aquaviário nacional, tornou-se possível a à participação dos operadores multimodais no mercado de
apreensão de desafios e percepções a serem enfrentados. cabota­gem, sendo necessário, para tanto, avaliar a possibi-
Segundo as análises setoriais, as condições econômicas lidade de realizar articulação interinstitucional em prol da
e orça­mentárias são de fundamental importância para o de- concessão de vantagens tributárias a estes operadores.
senvolvimento efetivo das hidrovias, conforme as diretrizes Por fim, também foi suscitada a ideia de que os governos
estabelecidas pelo Plano Hidroviário Estratégico (PHE). dos países sul-americanos envidem esforços para realizar
A região amazônica, considerando seu potencial para tratativas e proceder a acordos a fim de considerar as nave-
trans­porte de cargas e passageiros, deve ser preservada por gações realizadas entre os portos da América do Sul como
meio da con­centração dos investimentos de infraestrutura navegação de cabotagem, de modo a ampliar os acordos bila-
no modo hidroviário, mais racional e sustentável à luz da terais, alavancar o desenvolvi­mento desse tipo de transporte
realidade regional; destacou-se que esta postura teria como e auferir as vantagens econômicas inerentes à cabotagem.
consequências, por exemplo, a manu­tenção da perspectiva
de crescimento produtivo e exportação de granéis sólidos Estratégias
vegetais (sobretudo soja e milho) pelo Arco Norte, a despeito
de o Brasil já ocupar a liderança mundial de produção destes Ante o exposto das percepções e desafios apreendidos
produtos agrícolas. para o setor, são estratégias governamentais (linhas de ação)
Considerando a relevância das hidrovias para o desenvol- para o modo aquaviário no âmbito da Política Nacional de
vimento socioeconômico e logístico do país, faz-se necessário Transportes:
acompanhar, no âmbito da gestão das águas, o papel da
regulação na gestão de instrumentos que garantam o uso Estratégias Governamentais
Modo aquaviário
múltiplo dos recursos hídricos. Neste contexto, foi ressaltada
a importância de se promover debates e iniciativas voltadas
1. Classificar as hidrovias segundo a definição de seus
à administração mais eficiente deste modo, sobretudo para
gabaritos.
o transporte hidroviário interior, onde se avalie a criação
2. Elaborar critérios técnicos para priorização dos em-
de um conselho gestor intersetorial que trate, entre outros
preendimentos no “Plano de Investimentos”.
assuntos, do uso múltiplo das águas.
3. Propor plano de manutenção das Instalações Por-
Assim, foi constatada a necessidade de se promover um tuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4s), considerando a
debate sobre a possibilidade de compatibilização entre a segurança dos usuários.
operação de eclusas e a geração de energia elétrica por um 4. Reavaliar o subsistema aquaviário federal a partir da
único operador, a despeito da distinção dos modelos de ne- intermodalidade como critério de priorização, considerando
gócio e operacionais envolvidos nessas atividades. os cor­redores logísticos estratégicos.
No âmbito das percepções suscitadas, destacou-se ainda 5. Promover articulações interinstitucionais visando à
a importância de se promover um debate acerca da viabili- simplificação dos procedimentos de licenciamento ambiental
dade ou não das concessões hidroviárias, buscando instituir e ma­nutenção hidroviária.
um modelo que garanta a manutenção das vias do modo 6. Garantir a representação qualificada do Ministério dos
aquaviário, seja a partir de contratações de conservação/ Transportes, Portos e Aviação Civil no Conselho Nacional de
restauração/manutenção específicas, seja por meio de con- Recursos Hídricos (CNRH) e nas suas respectivas Câmaras
Conhecimentos Específicos

cessões propriamente ditas. Técnicas.


Nesse contexto, foi ponderado que o desenvolvimento 7. Estruturar sistemas de custos médios gerenciais, trá-
de planos e programas de concessão de longo prazo dos fego e acidentes, objetivando subsidiar a avaliação de via-
serviços de dragagem e balizamento no âmbito do trans- bilidade das hidrovias.
porte hidroviário, com eventual cobrança dos custos para 8. Promover a discussão sobre um modelo de concessão
os usuários que utilizam o canal de navegação, pode repre- ou Parceria Público-Privada para manutenção de hidrovias
sentar uma alternativa para o setor caso se demonstre uma utilizadas para o transporte de cargas, considerando o con-
alternativa viável. ceito de corredores logísticos estratégicos.
Tendo em vista a necessidade de se promover a redução 9. Aperfeiçoar a gestão do transporte hidroviário interior
dos custos logísticos no Brasil, foi ainda ressaltado que as exi- por meio da implementação do Comitê Nacional de Gestão
gências legais para a cabotagem devem ser avaliadas em rela- Hi­droviária (CONAGH) e dos Grupos de Desenvolvimento
ção às exigên­cias para a navegação de longo curso – inclusive Regional Hidroviário (GDRHs).
no que tange à simplificação dos aspectos documentais e à 10. Realizar a articulação institucional com os órgãos
incidência de impostos na determinação do preço dos com- competentes para o aprimoramento dos mecanismos de
bustíveis. Neste sentido, há de se registrar a possibilidade de desenvolvimento da indústria de construção e reparação
serem realizadas tratativas junto aos estados federativos a naval brasileira.

50
11. Incentivar o desenvolvimento da frota mercante bra- ção de normativos legais voltados à ampliação da infraestru-
sileira de longo curso, de cabotagem, de navegação interior tura e à modernização da gestão, estimulando o aumento da
e de apoio portuário e marítimo, bem como a indústria naval movimentação de cargas e a redução dos custos.
nacional a partir de instrumentos de financiamento. Desse modo, a concorrência setorial foi estimulada a
12. Promover estudos técnicos e econômicos voltados ao partir da supressão das restrições aos terminais privados
fomento da marinha mercante e da indústria naval nacional. em movimentar cargas de terceiros. Ademais, também se
13. Apoiar o desenvolvimento da navegação e da indús- estimulou a valorização da qualificação da mão-de-obra por-
tria naval brasileiras considerando a priorização de afreta- tuária, estabelecendo-se com­promissos de metas de gestão
mento de embarcações de bandeira nacional. e desempenho empresarial, além de se comprometer com a
14. Planejar e aperfeiçoar a articulação institucional junto elaboração de um planejamento setorial alinhado às políticas
ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional e diretrizes de logística integrada.
de Águas (ANA) visando à consolidação do fluxo do processo O Sistema Portuário Nacional é composto por diferentes
de transposição de nível. tipo­logias de instalações portuárias (Figura 22), as quais se
15. Implementar o programa de manutenção estruturada constituem em pontos nodais fundamentais para o embar-
dos trechos hidroviário (dragagem, sinalização, balizamento que e desembarque de cargas e passageiros no âmbito do
e des­tocamento). modo aquaviário de transpor­te. Em relação aos terminais
16. Reduzir os custos operacionais do transporte por ca- fluviais, são atualmente classificados como Instalações Por-
botagem a fim de incentivar maior participação deste modo tuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4s), em operação ou
de trans­porte na movimentação de bens e insumos. planejadas, 123 terminais, os quais cumprem um papel fun-
17. Incentivar a utilização de contêineres no transporte damental para a movimentação de pessoas, sobretudo na
por cabotagem, minimizando a movimentação de contêi- Região Norte do país.
neres vazios.
18. Avaliar e implementar ações voltadas ao aumento
da participação dos operadores multimodais no mercado
de cabotagem.
19. Realizar tratativas junto aos governos dos países
sul-americanos a fim de considerar as navegações entre os
portos da América do Sul como cabotagem.
20. Fomentar o transporte de carga geral por meio da ca-
botagem, contribuindo para a integração e o desenvolvimen-
to regional, sobretudo no âmbito de regiões mais carentes.
21. Articular com os órgãos competentes a simplificação
das exigências legais para as operações de cabotagem.
22. Aperfeiçoar o monitoramento por meio da apresen-
tação estruturada de dados.
23. Articular, de modo interinstitucional, visando à segu-
rança nas hidrovias e a ampliação da capacidade.
24. Dar continuidade aos melhoramentos e eliminação Figura 22: Sistema Portuário Nacional: Distribuição das Instalações
de entraves logísticos nas hidrovias, considerando uma maior Portuárias.
eficiência no deslocamento de pessoas e bens.
25. Implantar o Programa de Rastreamento de Embar- Em termos gerais, a movimentação portuária brasileira é
cações (PRENAV). ex­pressiva, tendo superado a marca de um bilhão de tone-
26. Consolidar e revisar periodicamente o planejamento ladas/ano, de modo que as instalações portuárias privadas
hidroviário estratégico. são as responsáveis pela maior parte desta movimentação
27. Apoiar os tratados internacionais que visem o desen- (Figura 23).
volvimento do transporte hidroviário.
28. Atuar como precursor do estabelecimento de norma-
tivos sul-americanos para o transporte hidroviário.

Setor Portuário
Conhecimentos Específicos

Ao longo da história brasileira, as instalações portuárias


sempre desempenharam um papel estratégico no estabele-
cimento das rela­ções comerciais e na exploração e definição
do território brasileiro. Assim, o que se chama atualmente
de Sistema Portuário Nacional é o resultado de um longo
processo de evolução histórica, o qual forjou esse setor como
um dos mais tradicionais e importantes da economia nacio- Figura 23: Brasil: Movimentação portuária (2017).
nal, sendo responsável, atualmente, pela parcela majoritária
do comércio exterior brasileiro, tanto em termos de vo­lume Nesse contexto, a demanda historicamente crescente
movimentado (em torno de 96%, na média histórica) quanto por ser­viços portuários relaciona-se, por um lado, ao aumen-
em relação ao valor obtido (em torno de 84%, na média to das expor­tações de commodities (sobretudo granéis sóli-
histórica). dos vegetais e minério de ferro) e, por outro, à importação
Face à sua grande relevância econômica, o setor por- de granéis líquidos derivados de petróleo (combustíveis). As
tuário recebeu, nos últimos anos, grandes investimentos, dimensões dos perfis de carga e dos grupos de mercadorias
sobretudo por parte da iniciativa privada; tais investimentos movimentadas no sistema portuário nacional podem ser ob-
ensejaram uma mo­dernização portuária, refletida na institui- servadas na Figura 24, a seguir:

51
Figura 24: Movimentação portuária por perfil de carga e grupo de mercadoria (2017).

No que tange ao subsetor de navegação e marinha mer- de desafios e percepções a serem enfrentados pelo setor.
cante, foram tomadas providências, em consonância ao De modo geral, no âmbito dos investimentos setoriais, foi
fortalecimento da indústria de construção naval, visando dada ênfase na necessidade de uma aproximação e partici-
contribuir para a renovação e modernização da frota na- pação mais contundente da iniciativa privada na operação e
cional e promover o incentivo à utilização da cabotagem no execução dos servi­ços portuários: nesse sentido, o Ministério
transporte de cargas de longa distância. Essas me­didas têm dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve garantir a atra-
o objetivo de contribuir de forma efetiva para a redução dos tividade do setor portuário, a partir de programas de investi-
custos de transporte interno. mentos, à exploração e à entrada de investimentos privados,
Para além da indústria naval, a execução de investimen- sobretudo em projetos e obras relacionadas a ganhos de
tos privados no setor também se dá por meio da celebração eficiência, produtividade e modernização, consideran­do a
de novos contratos de arrendamento de áreas operacionais vocação dos portos marítimos em se estabelecerem enquan-
nos portos orga­nizados, antecedido por procedimento lici- to empreendimentos comerciais a serem regulados.
tatório e com o estabele­cimento de exigências contratuais Desse modo, preconizou-se uma necessária reestrutu-
de investimentos e produtividade. ração e reorganização do setor portuário nacional, voltada
Por outro lado, o transporte marítimo de passageiros, por ao enfrentamento das dificuldades e impedâncias a partir
meio de navios de cruzeiros, possui uma dinâmica distinta da construção de modelos de negócio mais eficientes, ense-
do transporte de cargas, sobretudo devido ao fato de exigir jando, para tanto, discussões acerca da promoção de uma
prioridade de atra­cação e procedimentos diferenciados na agenda de privatizações, inclusive de terminais hidroviários
operação portuária. Em termos agregados, o Brasil vem se de passageiros.
consolidando como um mercado importante para as em- No que tange à política setorial, estabeleceu-se uma
presas operadoras de cruzeiros marítimos, de modo que, necessi­dade de aumento da coordenação, visão sistêmica
em 2016, o número de atracações de navios de cruzeiros e sinergia entre os projetos que envolvem a integração do
Conhecimentos Específicos

foi de 673. setor portuário com as vias (hidrovias, ferrovias ou rodovias)


A despeito dos aperfeiçoamentos dos processos de que dele partem ou nele chegam. Na relação específica entre
moderni­zação, regulação e gestão dos serviços portuários, hidrovia e portos marítimos, ressaltou-se que tal coorde-
há ainda melhorias a serem procedidas no âmbito do setor nação potencializa a criação de um ambiente propí­cio ao
portuário nacional, sobretudo no que se refere à melhoria desenvolvimento do modo aquaviário, contribuindo para a
dos níveis de serviços, à adequação das capacidades para o competição sadia entre os portos.
transporte de cargas e passageiros e ao aprimo­ramento da Em nível institucional, ressaltou-se o imperativo de
governança setorial. reorde­namento institucional e funcional do setor portuá-
rio, tornando-o mais racional e eficiente; esse novo modelo
Percepções e Desafios deve buscar a redução de custos e burocracias, de modo,
inclusive, a aprimorar as condições de execução dos inves-
A partir das consultas e dos levantamentos de informa- timentos necessários e de prover infraestruturas portuárias
ções – cujos resultados se encontram compilados, em sua ín- de maiores capacidades de movimentação.
tegra, no âmbito do Apêndice deste Caderno das Estratégias Também foram pontos destacados o dever de o Mi-
Governamentais – procedidos junto a importantes atores nistério dos Transportes, Portos e Aviação Civil proteger
do setor portuário nacio­nal, tornou-se possível a apreensão e fomentar o de­senvolvimento de empresas brasileiras de

52
navegação e de rever as obrigações legais e tributárias re- 13. Garantir a segurança operacional nas instalações
lacionadas às tripulações obrigatórias das embarcações no portuárias.
âmbito do transporte marítimo. Nessa linha, conclamou-se 14. Melhorar a eficiência dos serviços anuentes.
para o aperfeiçoamento da regulação do setor por parte da 15. Adequar a operação de passageiros à necessidade
agência governamental, focalizando a regulação da navega- dos usuários.
ção de longo curso e o controle da prestação dos serviços 16. Adequar os acessos aquaviários e as instalações de
de praticagem. atracação à demanda de navios.
Ademais, também se destacaram, no âmbito da política 17. Aumentar a capacidade das instalações para atender
seto­rial, a necessidade de fomentar a capacitação e maior à demanda de carga.
especialização dos técnicos envolvidos na coordenação e 18. Aumentar o aproveitamento e modernizar as áreas
desenvolvimento das atividades setoriais, e a importância dos portos organizados em consonância com os PDZs (Planos
de se desenvolver e fomentar as Instalações Portuárias Pú- de Desenvolvimento e Zoneamento Portuário).
blicas de Pequeno Porte (IP4s) enquanto agentes indutores 19. Realizar a manutenção da infraestrutura e das ins-
do desenvolvimento regional de territórios histo­ricamente talações dos portos organizados para atender à demanda
carentes, favorecendo, de modo estratégico, a integração de carga.
e a mobilização nacional. 20. Buscar nível de serviço adequado nos acessos aos
A respeito da interface entre o setor portuário e o sis- portos.
tema viário, foi ressaltada a necessidade de aprimorar a 21. Incentivar o uso da navegação de cabotagem.
infraestrutura portuária para ofertar condições adequadas 22. Otimizar a inteligência logística na gestão de acesso
para as atividades de recepção e operação dos navios e de aos portos.
movimentação de cargas, bem como para o desenvolvimento
da cabotagem; assim, os entraves dos acessos viários terres- Aspectos Institucionais - Temas Transversais
tres devem ser reduzidos e os canais de acesso aos portos
devem ser dragados de modo adequado. Sob uma perspectiva panorâmica, a partir das estraté-
Do ponto de vista da gestão, destacou-se que o equacio­ gias governamentais postas paras os modos de transporte
namento das questões portuárias perpassa pelo controle específicos percebem-se as ações a serem tomadas pelo Se-
e gestão dos acessos aos portos e pela resolução dos con- tor de Transportes em prol da obtenção do modelo setorial
flitos porto-cidade e das limitações dos recursos humanos almejado. Todavia, as linhas de ação anteriormente deline-
e financeiros. Desse modo, a infraestrutura e operação do adas não são suficientes, por si só, para cumprirem com a
sistema portuário nacional poderão fazer frente às deman- conversão dos objetivos e diretrizes fundamentais estatais
das impostas pelo contexto macroeconômico, sobretudo em um modelo materializado na realidade nacional, uma vez
de aumento das capacidades de escoamento da produção que muitas das iniciativas não se circunscrevem a um único
agrícola crescente. modo, pois são de caráter transversal.
Por fim, as consultas e o levantamento de informações Em outras palavras, existem desafios a serem enfrenta-
enseja­ram melhorias na segurança jurídica dos investimen- dos que não dizem respeito ao modo rodoviário, ferroviário,
tos, repercutindo na obrigação de revisão das poligonais dos aquaviário, ae­roviário ou ao setor portuário: são desafios
portos, na garantia da continuidade do programa de arren- que não possuem outra natureza senão a transversalidade
damento portuário e na revisão dos modelos de contratação inerente à atuação dos órgãos públicos necessariamente se-
a fim de torná-los mais eficientes. torizados quando do tratamento das questões do território.
Assim, se o Setor de Transportes possui uma interface de
Estratégias ampla extensão com outras perspectivas territoriais, isso
se deve ao grande nível de relacionamento que as infra-
Ante o exposto das percepções e desafios apreendidos, estruturas viárias e os serviços logísticos guardam com os
são estratégias governamentais (linhas de ação) para o setor setores produtivos, com os aspectos sociais, ambientais ou
portuário no âmbito da Política Nacional de Transportes: institucionais.
Visando o desenvolvimento, consolidação e instituciona-
Estratégias Governamentais lização da Política Nacional de Transportes, a fim de levantar
Setor portuário os papéis prioritários em termos de infraestruturas e servi-
ços que o sistema viário brasileiro deve desempenhar para
1. Modernizar a gestão das administrações portuárias. o desenvolvimento socio­econômico equilibrado, melhoria
2. Buscar a autossustentabilidade financeira das admi- da eficiência logística nacional e promoção da integração e
Conhecimentos Específicos

nistrações portuárias. coesão regional, nacional e internacional, foram elencados


3. Melhorar a governança do setor. pontos relevantes a serem considerados quando da elabo-
4. Promover a sustentabilidade ambiental dos portos. ração e consolidação das políticas públicas de logística e
5. Promover o zoneamento das áreas portuárias, consi- transportes no âmbito institucional.
derando a interação das atividades com o meio ambiente. Por isso mesmo, os aspectos institucionais/temas trans-
6. Promover a estruturação/consolidação dos setores versais a serem tratados na Política Nacional de Transportes
de gestão ambiental, segurança e saúde no trabalho (SGA). dizem respeito a assuntos tão diversos, de grande amplitude,
7. Adequar os portos à legislação ambiental. indo desde aspectos de política e planejamento setorial até
8. Capacitar colaboradores dos portos em gestão am- nuances relacionadas à gestão de contratos, concessões e
biental e segurança e saúde no trabalho. financiamentos, passando por temáticas ambientais, de in-
9. Revitalizar áreas portuárias, fortalecendo a interação formação, de gestão de pessoas e de logística.
entre porto e cidade. Nesse sentido, um dos aspectos de maior relevância diz
10. Promover certificação ambiental nos portos. respei­to à execução orçamentário-financeira empreendida
11. Melhorar a produtividade do sistema portuário na no âmbito do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação
movimentação de cargas. Civil e suas entidades vinculadas (Figura 25), entendida, gros-
12. Reduzir o tempo de espera de atracação. so modo, como uma medida importante para a efetivação e

53
implementação das políticas públicas desenvolvidas nesses de câmaras téc­nicas temáticas enquanto medidas voltadas
órgãos. ao envolvimento, nas discussões setoriais, dos entes gover-
namentais interessados, uma vez que tais câmaras se con-
figuram como instrumentos de articulação e governança na
consecução dos projetos de infraestrutura.
Foi destacado que tal articulação deve promover tam-
bém o intercâmbio técnico com os estados federativos
voltado ao forneci­mento de auxílios metodológicos para o
desenvolvimento dos planos estatuais de logística de trans-
porte destes estados, o que pode ocorrer no âmbito de um
fórum de integração política.
Em nível estratégico, denotou-se a necessidade de se
conceber um planejamento setorial fundamentado em aná-
lises técnicas, sob o propósito de redução dos riscos, prazos
e custos dos empreen­dimentos, e voltado à tomada de deci-
sões políticas tecnicamente subsidiadas, qualificadas e justi-
ficadas a partir de estudos e análises adequadas, seguindo
os normativos legais e o estabelecimento de procedimentos
de avaliação do processo de planejamento. Tais questões
Figura 25: Gráfico de execução orçamentário-financeira. são fundamentais para, inclusive, direcionar a atuação dos
órgãos responsáveis pela fiscalização e controle das ações e
À luz das políticas públicas de transporte, uma das ques- execuções orçamentárias do Setor de Transportes.
tões mais sensíveis e de maior apelo público – diretamente Uma das questões mais suscitadas foi a promoção da
vinculada ao princípio soberano de respeito à vida – se re- intermo­dalidade a partir do fomento às plataformas logís-
fere ao elevado número de acidentes nas rodovias federais, ticas intermodais/ multimodais no âmbito da rede de trans-
trazendo à tona a questão da segurança viária (Figura 26) portes e de prestação dos serviços logísticos a ela associados
como um dos desafios mais urgentes a serem enfrentados por conta das suas capacidades em dinamizar e desenvolver
no âmbito das políticas públicas do Setor de Transportes. o transporte de cargas e diminuir re­lativamente as demandas
por determinadas infraestruturas a partir da melhor distri-
buição das capacidades existentes.
Aliado a essa questão, citou-se o apoio ao desenvolvi-
mento de Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs)
enquanto instala­ções, estrategicamente localizadas, de agre-
gação de valor às cadeias logísticas e ampliação da pauta
exportadora brasileira.
Dentro dessa visão, o Setor de Transportes deve fomen-
tar e garantir o desenvolvimento e o crescimento potencial
das atividades de logística e de transportes vinculadas ao
agronegócio e à indús­tria, considerando a preponderância
desses setores produtivos para o desenvolvimento econô-
mico nacional e para a manutenção de cenários econômico-
Figura 26: Número de acidentes, feridos e mortos nas rodovias federais -financeiros positivos no comércio internacional.
(2016). Dessa forma, o planejamento setorial pode se funda-
mentar a partir da concepção de corredores logísticos es-
Ante a grande quantidade de questões a serem enfren- tratégicos, ampliando, adaptando e aprimorando a gestão
tadas em termos de temas transversais, faz-se necessário da infraestrutura viária para o adequado escoamento dos
um planejamento setorial concatenado às demais políticas produtos, tanto para a exportação como para o consumo
públicas, efetivo e transpa­rente, alicerçado por objetivos, di- interno, com pavimentos reforçados e com operações roti-
retrizes fundamentais e estratégias que viabilizem o modelo neiras de manutenção viária.
setorial pactuado e almejado. Dessa forma, um planejamen- Alinhou-se ainda que, diante de uma conjuntura econô-
to que identifique a Rede Nacional de Transportes, prioritária mica desfavorável para investimentos públicos em infraes-
para investimentos, a partir de Corredores Logísticos Estra- trutura, o Gover­no deve priorizar as intervenções em obras
Conhecimentos Específicos

tégicos coaduna-se com esse pressuposto, uma vez que visa estratégicas (corredores estruturantes) por meio de um
estabelecer um conjunto de rotas de transporte, com suas pacto político, bem como a finalização das obras de maior
facilidades (serviços e instituições), nas quais convergem as relevância para o escoamento da produção.
principais movi­mentações e fluxos de pessoas e cargas em Nesse contexto, ressaltou-se que os investimentos nas
âmbito nacional. infra­estruturas viárias devem prezar pelo desenvolvimento
econômico mais equilibrado entre as regiões do país a partir
Percepções e Desafios da intensificação de políticas públicas e investimentos aten-
tos às especificidades regionais. Em função da concentração
A partir das consultas e dos levantamentos de informa- socioeconômica nas regiões costeiras, o eixo prioritário de
ções – cujos resultados se encontram compilados, em sua ín- integração sul-americana poderia se proceder também pela
tegra, no âmbito do Apêndice deste Caderno das Estratégias via marítima, e para o caso da integração terrestre (continen-
Governamentais – proce­didos junto a importantes atores, tal), em função de questões sociais e geopolíti­cas, poderiam
tornou-se possível a apreensão de desafios e percepções a ser priorizados os projetos rodoviários, uma vez que induzem
serem enfrentados pelo Setor de Transportes. o desenvolvimento ao longo do trecho.
No âmbito do planejamento de transportes, ficou evi- Em se tratando do atual arranjo do Ministério dos Trans-
denciada a importância da existência e do funcionamento portes, Portos e Aviação Civil, considerando a sua atuação

54
verdadeiramente intermodal, foi pontuado que este arranjo verno; (ii) a interação constante com o meio acadêmico e
deve ser preservado en­quanto medida de desenvolvimento a iniciativa privada para concatenação das expectativas do
e fortalecimento político e de planejamento do Setor de setor acadêmico e as visões de negócio do setor privado
Transportes. com o planejamento governamental de transportes; e (iii)
Nesse contexto, foi bastante demandada a necessidade a instituição de maior clareza nos mecanismos e modelos
de delimitação e clara definição dos papéis a serem execu- de financiamento.
tados pelo Ministério e suas entidades vinculadas, prezan- Outro importante instrumento de financiamento desta-
do por uma orga­nização institucional eficiente e efetiva no cado foi a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômi-
cumprimento de suas competências. co (CIDE), a qual poderia vincular a aplicação de seus recursos
Nas ações internas, salientou-se a importância de que em projetos e obras nos diferentes modos de transporte,
este Ministério constitua uma ferramenta de gestão orça- bem como funcionar como um fundo garantidor que pos-
mentária e financeira das ações relativas aos programas de sibilitasse o desenvolvimento de Parcerias Público-Privadas
Governo, a fim de aprimorar a gestão dos empreendimentos (PPPs) enquanto modalidades de contratação factíveis para
de infraestrutura a partir de algumas iniciativas, tais como: o efetivo desenvolvimento setorial.
(i) identificação dos entraves; (ii) tomada de ações correti- Outra possibilidade também tratada foi o fomento à ob-
vas; (iii) promoção de ações de integração modal; (iv) ins- tenção de investimentos e recursos internacionais (“títulos
titucionalização de reuniões periódicas; e (v) celeridade e verdes”) para o financiamento de projetos de infraestrutu-
tempestividade na prestação de informações. ras viárias sustentáveis, que considerassem, por exemplo,
Para tanto, o MTPA deve estabelecer um protocolo que a adaptação e a mitigação em relação à mudança do clima.
lhe garanta acesso diário e irrestrito às informações acerca Nesse sentido, destacou-se ser desejável que o Setor de
do andamento das atividades no âmbito deste órgão, bem Trans­portes adote medidas que contribuam positivamente
como publicar dados esta­tísticos e informações consolida- para as ques­tões relacionadas à mudança do clima, a exem-
das, confiáveis e periódicas acerca do Setor de Transportes, plo do fomento ao transporte por cabotagem, o qual emite
na medida do possível em plataformas digitais amplamen- menos dióxido de carbono (CO2) quando comparado a outros
te acessíveis, contribuindo para a prestação de contas dos modos, ou do estímulo à uti­lização de combustíveis menos
ativos e das ações planejadas e executadas pelo órgão e poluentes, a exemplo do etanol, enquanto alternativa im-
vinculadas junto à sociedade, ao mercado e a órgãos inte- portante para as reduções de emissões de gases de efeito
ressados do governo. estufa (GEEs).
Nessa divulgação, considera-se fundamental também Para tanto, ressaltou-se que as articulações intra e
um banco de dados preciso, integrado e eficiente quanto interminis­teriais serão necessárias, não somente para
à ocorrência de aci­dentes de trânsito, contemplando uma questões relacionadas à eficiência energética de veículos
participação ativa, efetiva e integrada das instituições do ou combustíveis alternativos, mas também no âmbito dos
Setor de Transportes e de outras insti­tuições competentes, empreendimentos de transportes como um todo, de forma a
de modo a ensejar uma melhoria da qualidade das ações e desburocratizar e tornar mais claros e racionais os processos
iniciativas de segurança viária, mesmo naquelas vias em que de licenciamento ambiental; neste contexto, deve-se rede­
a infraestrutura e a sinalização sejam consideradas adequa- finir os papéis das condicionantes ambientais exigidas, uma
das e/ou em bom estado. vez que tais condicionantes não devem ser utilizadas como
Para tanto, torna-se imprescindível um quadro técnico mecanismos de resolução de problemas sem relação direta
com o empreendimento.
de ser­vidores capacitados, com conhecimento em trans-
Foi também considerada a importância de o Governo
porte multimodal, de forma a contribuir para as melhorias
apri­morar constantemente os processos de contratação,
desejadas para o setor. Na mesma linha, afirmou-se que o
execução e entrega das obras de infraestrutura viária a par-
fomento à formação e à qualificação de profissionais para
tir da remodelação da lei de licitações e da especialização
diversas áreas (marítima, rodoviária, ferroviária, aeroviária,
das instituições envolvidas nos processos de elaboração de
portuária etc.) é sempre desejável.
projetos de engenharia, bem como do monitoramento e
Nas questões relacionadas a instrumentos de financia- fiscalização dos empreendimentos.
mento, tem-se que o Fundo da Marinha Mercante deve Assim, foi destacado que a definição de modelos de miti-
ser mantido a fim de sustentar o crescimento e o desen- gação de riscos para empreendimentos públicos ou a serem
volvimento do setor hidroviário – e mais especificamente concedidos deverá ser discutida e avaliada no âmbito do
o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de Setor de Transportes do Governo Federal.
construção e reparação naval. Por fim, todas as questões levantadas também suscita-
Além disso, foi destacado ser importante que o Ministé- ram a necessidade de aperfeiçoamento dos canais de co-
Conhecimentos Específicos

rio contribua com o estabelecimento de condições de finan- municação a fim de tornar mais participativo o processo de
ciamentos e investimentos junto aos agentes financeiros que planejamento de transportes.
garantam o fomento à construção e à modernização/ade-
quação da frota de embarcações brasileiras e, consequente- Estratégias
mente, ao desenvolvimento e aumento da competitividade
da indústria naval nacional frente ao mercado estrangeiro. Ante o exposto das percepções e desafios apreendidos,
Outro ponto de grande relevo foi o de que, a partir de são estratégias governamentais (linhas de ação) para os te-
orçamen­tos específicos e maior segurança jurídica no Setor mas transversais setoriais no âmbito da Política Nacional
de Transportes, gerar-se-á um ambiente de negócios mais de Transportes:
propício à atração da iniciativa privada no âmbito da exe-
cução de investimentos em infra­estruturas de transportes. Estratégias Governamentais
Neste contexto, a participação da iniciativa privada nas obras Aspectos institucionais - temas transversais
de infraestrutura e prestação de serviços públicos de logística
e transportes deve ser fomentada a partir de algumas ações, 1. Avaliar periodicamente as políticas públicas de trans-
como: (i) o aprimoramento da sincronia entre os órgãos de portes implementadas com vistas ao aprimoramento do
planejamento, de controle, execução e fiscalização do go- processo de planejamento do setor de transportes.

55
2. Instituir fóruns de discussão intra e intersetoriais volta- 22. Estabelecer um protocolo que garanta a este Minis-
dos à geração de maior sinergia, articulação, efetividade da tério acesso diário e irrestrito às informações acerca do an-
gestão e governança nas políticas públicas relacionadas ao damento das concessões no âmbito do Setor de Transportes.
setor de transportes, considerando também as expectativas 23. Avaliar a viabilidade de concessão intermodal em
do setor acadêmico e as visões de negócio do setor privado corredores logísticos estratégicos e atuar no aprimoramento
com o planejamento governamental de transportes. logístico nacional a partir do suporte a operações de trans-
3. Promover o intercâmbio técnico com os estados fe- porte mais racionais e eficientes com vistas à geração de
derados a partir de um fórum de integração política e es- maiores benefí­cios à sociedade.
tabelecimento de uma agenda positiva junto aos Governos 24. Contribuir para o desenvolvimento de Zonas de Pro-
Estaduais. cessamento de Exportações (ZPEs) enquanto instalações
4. Estabelecer uma agenda positiva de articulação dos estrategi­camente localizadas de agregação de valor às ca-
órgãos do setor de transportes com outros órgãos, ense- deias logísticas e ampliação da pauta exportadora brasileira.
jando uma visão sistêmica, coordenada e sinérgica entre as 25. Definir estratégias, por meio de um fórum participati-
ações públicas. vo, voltadas ao efetivo desenvolvimento da intermodalidade.
5. Definir critérios de qualificação de projetos e de prio- 26. Publicar dados estatísticos e informações consolida-
rização de investimentos, considerando a função da infra- das, confiáveis e periódicas acerca do Setor de Transportes,
estrutura na indução ou consolidação do desenvolvimento em plata­formas digitais amplamente acessíveis.
socioeconômico e regional. 27. Promover a articulação institucional visando à redu-
6. Articular com os órgãos competentes, em nível deci- ção de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs).
sório, a geração e execução de planejamentos integrados e 28. Incorporar mecanismos de redução das emissões de
programas governamentais voltados à garantia da segurança GEEs em todas as fases da concepção da infraestrutura de
viária, inclusive no que tange à fiscalização. transportes.
7. Estabelecer eixos prioritários de integração sul-ame- 29. Elaborar e manter atualizados os inventários de emis-
ricana com vistas ao desenvolvimento geopolítico e socio- sões do Setor de Transportes.
econômico. 30. Promover a adaptação da infraestrutura de trans-
8. Identificar e propor soluções aos entraves burocráticos portes às alterações climáticas.
e às ineficiências de atendimento às demandas por infraes- 31. Propor dispositivo legal que vincule diretamente a
truturas de transportes. condicionante ao impacto ambiental gerado pelo empreendi-
9. Aprimorar a gestão dos empreendimentos de infraes- mento, em consonância com as competências institucionais
trutura a partir de instâncias institucionais de avaliação do do empreendedor.
desem­penho setorial. 32. Aprimorar os processos de contratação, execução
10. Criar um ambiente positivo e desenvolver compe- e entrega das obras de infraestrutura viária por meio da
tências estratégicas valendo-se de equipes técnicas adequa- especialização das instituições envolvidas nos processos de
damente capa­citadas, estáveis e com atuação contínua no
elaboração de projetos de engenharia.
âmbito do planejamento, implementação, monitoramento
33. Avaliar os modelos de contratação de serviços e obras
e avaliação setoriais.
de infraestrutura de transportes com vistas ao seu contínuo
11. Fomentar cursos de capacitação de profissionais
aper­feiçoamento.
marítimos.
34. Avaliar os resultados das concessões das infraestrutu-
12. Garantir a manutenção contínua da infraestrutura
ras e serviços de transportes à luz dos princípios e objetivos
a partir de mecanismos voltados à provisão de recursos fi-
da Política Nacional de Transportes.
nanceiros específicos.
13. Fiscalizar e avaliar adequadamente os planos e pro- 35. Fortalecer a gestão dos processos de desapropriação,
gramas do setor de transportes com vistas ao aperfeiçoa- reassentamento e áreas com restrição de uso, de forma a dar
mento contínuo das políticas públicas. maior celeridade e segurança jurídica aos empreendimentos
14. Incorporar continuamente inovações tecnológicas de transporte.
que contribuam para a eficiência dos serviços de transporte 36. Definir modelos de mitigação de riscos nas contrata-
prestados à sociedade. ções públicas de infraestrutura de transportes.
15. Avaliar os modelos de concessão atuais para as obras 37. Fundamentar o planejamento setorial a partir de
estratégicas e estruturantes. corredores logísticos estratégicos e considerar a inserção
16. Avaliar diferentes modelos de investimentos voltados de plataformas logísticas no planejamento de transportes
à expansão, manutenção e operação da infraestrutura viária visando o desenvolvimento da intermodalidade.
consi­derando os níveis de serviço oferecidos à sociedade. 38. Avaliar mecanismos de simplificação de regras e de
Conhecimentos Específicos

17. Propor uma agenda compatível entre os órgãos de tributação para o fomento à intermodalidade/multimoda-
planejamento, de controle, de execução e de fiscalização do lidade.
governo visando à eficiência logística. 39. Fortalecer o planejamento integrado do Setor de
18. Atualizar constantemente os corredores logísticos Transportes, considerando a questão socioambiental.
estratégicos com vistas a compatibilizar a atuação do go-
verno e dos investidores privados quanto à priorização dos Considerações Finais
investimentos.
19. Aperfeiçoar os mecanismos de transparência das As estratégias governamentais suscitadas no documento
ações de transportes junto ao governo e à sociedade a fim que ora se apresenta buscam estabelecer planos voltados à
de fortalecer o planejamento participativo. coordenação das ações políticas do Governo Federal em prol
20. Aperfeiçoar as medidas institucionais, legais e regu- da obtenção do modelo setorial almejado. Se o modelo é
latórias com vistas ao aumento da participação da iniciativa dado por seus princípios – pilares de sustentação de todas as
privada nos projetos de infraestrutura. ações e práticas públicas endó­genas ou tangenciais ao Setor
21. Avaliar mecanismos visando à ampliação da concor- de Transportes – e por seus objetivos e diretrizes fundamen-
rência nos contratos públicos de provisão e operação das tais, conforme delineados na macropolítica exposta no Livro
infraestruturas. de Estado, as estratégias governamentais buscam alinhar e

56
determinar quais as ações e caminhos devem ser tomados particulares e específicas das instâncias e órgãos componen-
para que os delineamentos postos sejam materializados. tes do Setor de Trans­portes sejam lastreadas em prol de um
O projeto da Política Nacional de Transportes foi desen- modelo comum e soberano.
volvido e executado pela Secretaria de Política e Integração
do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (SPI/ Apêndice
MTPA), ensejando uma política genuinamente fundada no
seio do Estado nacional e concebida com a participação da A construção da Política Nacional de Transportes – PNT
sociedade, iniciativa privada e outras instâncias do poder teve como base os conteúdos provenientes da etapa de
público. Desse modo, a partir de dados primários (consul- consulta a órgãos públicos, à sociedade e aos Estados da
tas) e secundários (elaboração de um benchmarking político) Federação, como também foi subsidiada por material con-
buscou-se, ao longo de todo o projeto, auscultar os diversos tido em políticas públicas e afins procedentes da etapa de
anseios evocados pelas distintas esferas sociais, concate- estabelecimento do benchmarking político (levantamento
nando-os e pactuando-os em torno de um projeto comum de informações)..
e coletivo de um Setor de Transportes desejado. As consultas realizadas geraram 680 extratos, os quais
Essa legitimação da política, fundamental para a função foram categorizados e consolidados, juntamente com o
que ousa desempenhar enquanto norteadora da práxis se- material contido no Levantamento de Informações, em 262
torial, se desdo­bra nas estratégias governamentais (linhas contribuições (temas) que apresentaram maior destaque,
de ação) aqui presentes, ressaltando que as mesmas são criticidade e recorrência. Tal ca­tegorização se fez por meio
delimitadas por seu contexto tem­poral, sujeitas a revisões de 4 (quatro) áreas temáticas gerais e de 24 (vinte e quatro)
contínuas e perenes conforme se avança ao encontro do categorias específicas, as quais se justificam por serem de
modelo setorial pactuado. extensa abrangência, englobando, assim, a grande maioria
Ainda cabe ressaltar que as estratégias governamentais dos assuntos vinculados ao Setor de Transportes, conforme
aqui explicitadas servem como âncoras para que as iniciativas pode ser observado na figura a seguir:

Figura 1: Áreas temáticas e respectivas categorias de classificação das informações das consultas.

A Política Nacional de Transportes (PNT) deve ensejar diretrizes e instru-


Em um segundo momento, realizou-se a diferenciação mentos específicos para a viabilização da aviação regional, pautando-se
das contribuições em: na livre concorrência do mercado e/ou considerando, a partir da insufi-
(i) assuntos de natureza fundamental, os quais são ciência de demanda para sustentar estas operações aéreas regionais à
des­tinados a estabelecer a base política, isto é, a matéria luz exclusiva do mercado, a elaboração de planos e programas segundo
fundamental e suprema, vinculada às atividades político- as especificidades regionais, inclusive no que tange às particularidades
-administrativas inerentes ao Setor de Transportes, a serem de demandas e soluções.
abordados no Livro de Estado; e
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve elaborar um
(ii) assuntos de natureza conjuntural, destinados a es­
Conhecimentos Específicos

Plano Aeroviário Nacional, buscando orientar as ações de curto, médio e


tabelecer as atividades governamentais, as quais possuem,
longo prazos, voltadas ao alcance dos objetivos da aviação civil brasileira.
em sua essência, certa liberdade de decisão em relação ao
seu conteúdo – dentro dos limites permitidos em lei – a se- O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve estabelecer
rem abordados no Caderno das Estratégias Governamentais. prioridades de investimentos de provisão, ampliação e me­lhoramento
A seguir, encontram-se as contribuições (sugestões e dos aeroportos regionais.
observa­ções) que serviram como subsídios para a consolidação O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve buscar o ade-
das estratégias governamentais constantes neste documento: quado atendimento da demanda por transporte aéreo por meio do apro-
veitamento e adequações das infraestruturas aeroportuárias.
Tabela 1: Temas conjunturais fundamentais a serem abordados e con- O Governo deve incentivar a concorrência e buscar o melhoramento da
siderados na constituição do Caderno das Estratégias Governamentais infraestrutura aeroportuária.
– Modo Aeroviário: O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover a
A Política Nacional de Transportes (PNT) deve priorizar alguns aspectos: viabilização da aviação regional como medida de desenvol­vimento social
(i) a defesa da liberdade tarifária; (ii) a adequação da regulação do setor e econômico regional, sobretudo nas regiões de difícil acesso.
aéreo com base nas normas e experiências internacionais; e (iii) o desen- O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve prezar por um
volvimento de estudos de demanda e o planejamento adequado das infra- modelo de organização e gestão dos aeroportos sustentável e harmônico.
estruturas e dos serviços de aviação civil pelos diferentes atores do setor.
57
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve incentivar e O Governo deve investir na construção de um banco de dados esta-
buscar meios para a redução dos custos e, consequentemente, estimular tístico completo no que diz respeito às investigações das causas dos
o desenvolvimento do setor aéreo nacional. acidentes de trânsito nas rodovias federais, objetivando um detalha-
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve incentivar e mento dessas causas a fim de diminuir os riscos de novos acidentes,
buscar meios para minimizar restrições quanto à participa­ção do capital bem como verificar as correlações causais entre as precariedades de
estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras, de modo a aumentar a manutenção e sinalização de trechos específicos com a potencialidade
competitividade do setor aéreo nacional e, por consequência, melhorar de ocorrências.
os fluxos de passageiros. O crescimento do setor automotivo brasileiro deve acompanhar as ten-
As normas do setor aéreo devem manter-se atualizadas e adaptadas à dências das dimensões do mercado de automóveis dos países com níveis
luz das particularidades e peculiaridades do Brasil. de desenvolvimento similares ao Brasil, abrindo perspectivas para o cres-
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve fomentar inves- cimento da quantidade de veículos de passeio em circulação.
timentos em tecnologias voltadas à navegação aérea (apoio tecnológico) No âmbito do subsistema rodoviário, as empresas privadas devem ser
a fim de ampliar a capacidade de movimentação do setor aéreo. responsáveis pela construção, operação e manutenção das ro­dovias, uma
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve buscar e incen- vez que o setor privado possui uma maior flexibilidade e agilidade.
tivar a capacitação de pessoal especializado para atuação no setor de O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) deve
aviação civil, bem como o desenvolvimento técnico-científico do setor. racionalizar a aplicação dos recursos públicos a partir da priorização da
carteira de investimentos sob sua competência, dando especial relevo à
Tabela 2: Temas conjunturais fundamentais a serem abordados e con- manutenção de rodovias e, em seguida, ao desenvolvimento dos corre-
siderados na constituição do Caderno das Estratégias Governamentais dores logísticos.
– Modo Rodoviário:
À luz das restrições orçamentárias dadas pela atual conjuntura econômica, O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve classificar as
os planos e programas governamentais de investimentos em infraestrutura rodovias concedidas a partir do nível de serviço ofertado, de modo que
devem concluir empreendimentos já iniciados e avançar em obras entendi- o financiamento das infraestruturas deve ser pago pelos usuários da via e
das como emblemáticas. Essas ações visam a dar continuidade ao principal os pedágios devem ser cobrados conforme a categoria da via, e não como
legado do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) de retomada dos o resultado do seu custo de implantação/manutenção.
investimentos e de recuperação de grande parte da infraestrutura viária, O Governo deve desenvolver novas metodologias de investimentos para
sobretudo no que se refere à malha rodoviária federal. a manutenção de rodovias que se encontram em bom estado de con-
O Governo deve retomar o programa de concessão da malha rodoviária, servação.
priorizando a manutenção e a restauração constante das vias, bem como O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve estudar a possi-
garantindo os recursos orçamentários para o planejamento e execução bilidade de implantação de subsídios cruzados no âmbito dos contratos de
dos investimentos. concessão das rodovias federais, de modo que os trechos mais rentáveis
O Governo deve flexibilizar o modelo de concessão adotado nos programas subsidiariam os trechos menos rentáveis a fim de equilibrar as tarifas de
governamentais de investimento em rodovias a partir da criação de “ga- pedágio cobradas dos usuários. Para tanto, esse mecanismo de subsídio
tilhos” de obras/intervenções em função do volume de tráfego, gerando, cruzado deve valer-se de uma câmara de compensação, baseada em uma
consequentemente, a redução do valor dos pedágios cobrados dos usuários. conta ou fundo apartado do tesouro.
No âmbito do subsistema rodoviário federal, o Ministério dos Transportes, O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve assegurar as
Portos e Aviação Civil deve instituir um programa de pavimentação de baixo obrigações e deveres impostos pela legislação pertinente à regulação
custo a fim de melhorar a trafegabilidade das rodovias não pavimentadas. do exercício da profissão de motorista de transporte de carga (Lei n°
13.103/15) no que diz respeito ao transporte rodo­viário de cargas.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve realizar a adequação
da infraestrutura viária dos grandes eixos logísticos do país, inclusive no que O modelo de concessões rodoviárias deve ser revisado e aperfeiçoado de
tange a ajustes na regulamentação e padrões construtivos, a fim de garantir modo a torná-lo previsível e mais atrativo para a iniciativa privada, priori-
o transporte de cargas especiais, considerando, por exemplo, alturas míni- zando as reais necessidades dos usuários – inclusive à luz das projeções
mas suficientes para transpor as Obras de Arte Especiais (OAEs) e a criação futuras de demanda – em detrimento dos deta­lhes operacionais. Ademais,
de desvios para cargas com dimensões excedentes em praças de pedágio. esse modelo também deve reduzir a devolução de trechos previamente
concedidos a partir da redefinição dos critérios de seleção dos trechos e
O Governo deve definir um modelo de manutenção rodoviária baseada rediscussão dos indicadores de indexação dos pedágios.
em “gatilhos”, de modo a evitar desperdícios de recursos públicos.
No âmbito das infraestruturas rodoviárias destinadas prioritariamente
O Governo deve preocupar-se com a provisão e manutenção de rodovias ao escoamento da produção, a modelagem das concessões desses em-
vicinais, fundamentais para a pecuária nacional em função das ligações preendimentos deve ressaltar o papel dessas vias enquanto corredores
que promovem às rodovias federais, permitindo a integração da cadeia
Conhecimentos Específicos

logísticos fundamentais para o transporte de cargas, especializando a


produtiva, desde os produtores até as indústrias. infraestrutura e os serviços logísticos e de transportes associados, de modo
O planejamento do Setor de Transportes deve fomentar uma parceria que os seus investimentos – inclusive de manutenção – sejam custeados
estratégica entre o Ministério dos Transportes, Portos e Avia­ção Civil e pelos transportadores logísticos por meio da utilização de dispositivos de
a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em prol do desenvolvimento, plane- identificação de veículos.
jamentos integrados e programas governamentais cooperativos no que No âmbito do padrão tecnológico dos veículos envolvidos na dinâmica do
tange à manutenção e desenvolvimento de estatísticas relacionadas a Setor de Transportes, a transição tecnológica entre os veículos a combus-
acidentes de trânsito. tão e os veículos totalmente elétricos deve passar pelos veículos híbridos,
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve fomentar políti- sendo que tais veículos movidos a eletri­cidade reduzirão a demanda por
cas governamentais institucionalizadas e perenes voltadas à intensificação etanol pela metade.
de parcerias estratégicas – como é o caso da cooperação estabelecida O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve investir na
entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) implantação de tarjas eletrônicas (“tags”) para a identificação dos
e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) – e de envolvimento de outros órgãos veículos nas cobranças de pedágio, sob o propósito de eliminar as
pertinentes para o planejamento e execução conjunta de programas de praças de pedágio, as quais representam um custo elevado para as
governo destinados à: (i) ampliação da segurança viária; (ii) educação para concessionárias.
o trânsito e; (iii) melhoria da infraestrutura das rodovias.

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Tabela 3: Temas conjunturais fundamentais a serem abordados e con- No que tange ao fomento do setor ferroviário, o Ministério dos Transpor-
siderados na constituição do Caderno das Estratégias Governamentais tes, Portos e Aviação Civil deve realizar articulações inte­rinstitucionais a
– Modo Ferroviário: fim de que as arrecadações ferroviárias – compostas pelos montantes
A Política Nacional de Transportes (PNT) deve promover o debate acerca pagos ao Tesouro pelos arrendamentos (95%) e pelas outorgas (5%) –
dos modelos de exploração e de operação ferroviária a serem adotados no sejam revertidas em investimentos no sistema ferroviário a partir de um
Setor de Transportes bem como da garantia do direito de passagem e da fundo específico.
padronização das bitolas no subsistema ferroviário nacional. Além disso, As concessões voltadas às operações das infraestruturas ferroviárias
as diretrizes políticas a serem consolidadas devem fomentar a constitui-
devem seguir modelos diferentes àqueles adotados para as conces­sões
ção de conselhos de admi­nistração ferroviária voltados ao planejamento,
gestão e operação eficientes dos corredores ferroviários de escoamento da rodoviárias, de modo a não se restringirem a segmentos, mas sim se
produção, de modo a configurarem-se enquanto instâncias garantidoras baseando em trechos completos, ligando desde o(s) polo(s) produtor(es)
da participação ativa e efetiva dos usuários desse modo de transporte. até a destinação final – em geral, o porto de destino –, passando pelo(s)
centro(s) concentrador(es) de cargas.
No âmbito do transporte ferroviário, a Política Nacional de Transportes
deve abordar prioritariamente: (i) a questão da adequação e aperfeiço- O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve instituir normas
amento dos modelos de concessão a serem adotados; (ii) a reforma dos e políticas de operação ferroviária voltada à acessibilida­de da infraestru-
contratos de concessão antigos; (iii) o imperativo da promoção da inte- tura, podendo esta questão ser suscitada no âmbito das renegociações
gração logística e viária do subsistema ferroviário no âmbito do processo contratuais das concessionárias do transporte ferroviário.
de renegociação contratual com as concessionárias responsáveis pela A operação e o modelo de exploração nas concessões ferroviárias devem
exploração da rede ferroviária nacional e; (iv) o fomento ao transporte ser debatidos, aprimorados e melhor acompanhados pela Agência Na-
ferroviário de passageiros. cional de Transportes Terrestres (ANTT), preocupando-se com o caráter
No âmbito do setor ferroviário, o Governo deve promover a concessão à monopolista que se tem posto para este modo de transporte, extrema-
iniciativa privada de todos os projetos de infraestrutura que apresentarem mente dispendioso para os usuários, e aproveitando-se do momento de
viabilidade e atratividade para o Mercado. repactuação dos contratos para estimular a concorrência, aperfeiçoar o
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve priorizar a con- desempenho das concessionárias e se rediscutir os investimentos e a
secução de grandes projetos necessários ao desenvolvimento logístico do facilitação de acesso às operações ferroviárias.
Setor de Transportes, a saber: (i) o fomento à implementação de Centros O Governo Federal deve promover o debate acerca da prorrogação ante-
de Integração Logística (CILs); (ii) a ligação ferroviária entre o Nordeste e
cipada dos contratos de concessão das operações ferroviárias, questão
o Sudeste, voltada, sobretudo, à integração e desenvolvimento regional
importante para o aumento dos investimentos setoriais e, consequente-
e; (iii) a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), voltada à exportação.
mente, o tratamento de entraves que afetam direta­mente a capacidade
O Governo deve realizar um aporte financeiro a fim de viabilizar os in-
dos trechos.
vestimentos na malha ferroviária, inclusive no que tange à resolução dos
principais entraves observados, tais como: (i) as travessias urbanas; (ii)
as invasões de faixas de domínio (em geral, não claramente definidas), Tabela 4: Temas conjunturais fundamentais a serem abordados e con-
considerando, inclusive, as realocações e reassentamentos necessários; siderados na constituição do Caderno das Estratégias Governamentais
(iii) as regulações municipais que interferem no funcionamento da ferrovia – Modo Aquaviário:
(buzinas, horário de funcionamento etc.); (iv) as capacidades dos trechos; O transporte hidroviário deve ser capaz de, no âmbito do transporte de
(v) as passagens em nível e; (vi) os trechos subutilizados/abandonados. cargas, absorver a oferta de barcaças disponibilizadas pela iniciativa priva-
da, sobretudo no Arco Norte, e, no âmbito do transporte de passageiros,
No âmbito do subsistema ferroviário voltado ao transporte de passagei- absorver o crescimento projetado da demanda.
ros, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve retomar as
discussões referentes ao projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), consi- O Governo deve prover as condições econômicas e orçamentárias favorá-
derando, a despeito da necessidade de maiores estudos, a viabilidade da veis para o desenvolvimento efetivo das hidrovias, conforme as diretrizes
concessão à iniciativa privada, bem como o desenvolvimento econômico estabelecidas pelo Plano Hidroviário Estratégico (PHE).
e tecnológico nacional inerente a este projeto de infraestrutura. A região amazônica deve ser preservada por meio da concentração dos
O Governo deve garantir as condições logísticas do centro-norte do país investimentos de infraestruturas de transportes no modo hi­droviário,
a fim de confirmar a perspectiva de aumento da produção e do fluxo de que se mostra sustentável à luz da realidade regional, a fim de manter
commodities (sobretudo de soja e milho) para exportação oriundas do a perspectiva de crescimento produtivo e exportação de granéis sólidos
Arco Norte. vegetais (sobretudo soja e milho) pelo Arco Norte.
O Governo deve atuar de forma mais incisiva e direta na melhoria da No âmbito da gestão das águas, a Agência Nacional de Águas (ANA) deve
ter um papel de neutralidade e dispor de instrumentos que possam ga-
Conhecimentos Específicos

segurança ferroviária, sobretudo em áreas de travessia urbana, a par-


tir, por exemplo, de campanhas de orientação e educação da população rantir o uso múltiplo dos recursos hídricos.
dessas áreas. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover o
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve concluir a Fer- debate acerca da viabilidade ou não das concessões hi­droviárias, bus-
rovia Transnordestina enquanto uma das soluções para a integração dos cando instituir um modelo que garanta a manutenção das vias do modo
polos nordestinos com o Sudeste do país, bem como para a integração aquaviário, seja a partir de contratações de conservação/ restauração/
regional e abastecimento interno, fornecendo uma função diferenciada do manutenção específicas, seja por meio de concessões propriamente ditas.
empreendimento em questão em relação à função usual das infraestru- No que se refere a este último modelo, as discussões devem incluir a
turas ferroviárias, quase que ex­clusivamente direcionadas à exportação. definição do método de cobrança dos usuários pelo uso das vias, sen-
No âmbito do setor ferroviário, a Administração Pública Federal deve do uma das possibilidades a operacionalização da cobrança por meio da
definir formalmente as competências e responsabilidades dos entes en- utilização dos terminais.
volvidos com as interferências urbanas nas operações ferroviárias. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover de-
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve instituir marcos bates e iniciativas voltadas à garantia da gestão mais eficiente do modo
regulatórios claros e perenes para o setor ferroviário, a fim de diminuir hidroviário, sobretudo para o transporte hidroviário interior, criando, no
as incertezas e desconfianças do Mercado e da Sociedade quanto aos âmbito deste contexto, um conselho gestor inter­setorial capaz de lidar
modelos de concessão e regulação postos. com a questão da garantia do uso múltiplo das águas.

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O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover o As exigências legais para a cabotagem devem ser repactuadas e atenuadas
debate sobre a compatibilização entre a operação de eclusas e a geração em relação às exigências para a navegação de longo curso – inclusive
de energia elétrica por um único operador, a despeito da distinção dos no que tange à simplificação dos aspectos documentais e à incidência
modelos de negócio e operacionais envolvidos nestas atividades. Por ora, de impostos na determinação do preço dos com­bustíveis –, de modo
o mercado não tem demonstrado interesse em conjugar essas funções, a a priorizar a cabotagem no âmbito dos esforços de redução dos custos
não ser mediante terceirização dos serviços. logísticos de transporte no Brasil.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve assegurar as
obrigações e deveres impostos pela legislação pertinente à construção e Tabela 5: Temas conjunturais fundamentais a serem abordados e con-
operação de eclusas (Lei n° 13.081/15) no que diz respeito ao transporte siderados na constituição do Caderno das Estratégias Governamentais
hidroviário. – Setor Portuário:
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve fomentar planos O Governo deve aproximar-se da iniciativa privada a fim de viabilizar o
e programas de concessão de longo prazo dos serviços de dragagem e desenvolvimento do setor aquaviário brasileiro, promovendo a constru-
balizamento no âmbito do transporte hidroviário, com eventual cobrança ção conjunta de uma modelagem mais eficiente para o setor a partir de
dos custos para os usuários que utilizam o canal de navegação. uma reestruturação e reorganização estrutural vol­tada ao enfrentamento
das dificuldades e impedâncias. Essa nova modelagem pode considerar,
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve, mediante a sua inclusive, a participação da iniciativa privada na gestão dos portos admi-
política de transportes, estabelecer diretrizes de Estado e ações neces- nistrados pelas Companhias Docas.
sárias específicas para o desenvolvimento do transporte por cabotagem,
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover uma
considerando alguns aspectos prioritários: (i) fomentar a utilização de
agenda de privatização de terminais hidroviários de pas­sageiros, consi-
contêineres; (ii) fomentar políticas de segurança do transporte de cargas
derando o interesse da iniciativa privada em implantar, manter e operar
por cabotagem; (iii) estimular o desenvolvimento e os investimentos seto- estes terminais de modo similar aos negócios das tradings no âmbito do
riais a partir de incentivos e subsídios, inclusive no que tange à construção transporte hidroviário de cargas.
de embarcações no país, e; (v) promover a articulação interinstitucional
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve prezar pela atrati-
para discussões acerca das políticas de combustível e praticagem em prol
vidade do setor portuário à exploração e investimentos do setor privado a
da redução dos custos operacionais da cabotagem.
partir dos programas de investimentos, considerando a vocação dos portos
Quanto ao mercado interno, a cabotagem deve ser viabilizada e priori- em se configurarem como empreendi­mentos comerciais e de atividades
zada no atendimento e distribuição dos bens e insumos, fomen­tando o privadas e reguladas, bem como em receberem investimentos privados
desenvolvimento do setor para além do seu desenvolvimento relativo no para, sobretudo, projetos e obras relacionadas aos ganhos de eficiência,
âmbito da movimentação de petróleo e derivados (granéis líquidos). Esse produtividade e modernização da operação portuária, de modo a diminuir
crescimento da cabotagem deve ser superior ao crescimento projetado em a intervenção estatal no setor.
função do aprimoramento logístico nacional, e pode valer-se dos estudos O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve proteger e fomen-
técnicos existentes acerca desse modo de transporte. tar o desenvolvimento de empresas brasileiras de na­vegação a partir de
As políticas de transporte de carga geral por cabotagem devem ensejar políticas regulatórias e arranjos legais adequados, de modo a consolidá-la
planejamentos logísticos integrais e integrados aos projetos específicos do enquanto instância importante para a alavancagem do transporte marí-
setor de produção e de consumo envolvidos, considerando desde a trans- timo nacional.
formação dos bens (setor industrial) até o destino final (setor portuário O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve fomentar po-
e/ou mercado consumidor propriamente dito), passando por diretrizes líticas públicas específicas para o setor hidroviário a partir da unificação
correlacionadas especificamente aos transportadores. institucional e consequente aumento da coordenação, visão sistêmica e
sinergia entre os projetos que envolvam hidrovias e o setor portuário.
O Governo deve fomentar programas que incentivem o uso de contêineres
Essas políticas visam gerar um ambiente propício para o crescimento do
nas cadeias logísticas, inclusive mediante a cabotagem e para commodities modo de transporte hidroviário, contri­buindo para a competição sadia
e produtos de baixo valor agregado, suscitando a redução do frete a partir entre os portos, sob a ótica de um planejamento integrado.
da restrição ao deslocamento de con­têineres vazios.
A participação dos operadores multimodais no mercado de cabotagem O setor portuário brasileiro deve ser modernizado a fim de atender a um
deve ser estimulada, sendo necessário, para tanto, proporcionar vantagens ordenamento institucional e funcional racional. Esse orde­namento deve
tributárias a estes operadores de modo a incentivar economicamente a ser estabelecido, por um lado, no âmbito das Companhias Docas e das
integração dos modos de transporte. Autoridades Portuárias, e, por outro, a partir da criação e desenvolvimento
de fóruns técnicos e políticos interinstitucionais, a exemplo da Comissão
Os Governos dos países sul-americanos devem realizar tratativas e proce-
Nacional das Autoridades nos Portos (CONAPORTOS), enquanto catalisa-
der a acordos a fim de considerar as navegações realizadas entre os portos
dores da sinergia necessária à redução da burocracia setorial existente.
Conhecimentos Específicos

da América do Sul como navegação de cabotagem, de modo a ampliar os


acordos bilaterais, alavancar o desenvolvi­mento desse tipo de transporte A Administração Pública deve atuar para a eficiência da prestação de
e auferir as vantagens inerentes à cabotagem. serviços de praticagem enquanto serviços públicos fundamentais para o
transporte marítimo, de modo a considerá-la obrigatória e regulando-a
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve instituir políticas economicamente.
de incentivo à cabotagem com carga geral como medida de fomentar a
As Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4s) devem ser de-
integração e o desenvolvimento regional, sobretudo no âmbito das regiões
senvolvidas e fomentadas enquanto agentes indutores do desenvolvimen-
mais carentes e vulneráveis socioeconomi­camente.
to regional de territórios historicamente carentes, de modo a promover
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil poderia realizar tra- uma maior presença do Estado e a vivificação da Amazônia em prol da
tativas junto às secretarias de fazenda dos estados federa­tivos a fim de sustentação da coesão territorial e solidificação da identidade nacional.
unificar e simplificar as exigências documentais no que tange ao trans-
As capacidades da infraestrutura instalada e de execução das obras e inves-
porte de cabotagem, de modo a desburocratizar e alavancar esse tipo de timentos necessários ao setor portuário por parte da Se­cretaria de Portos
transporte no âmbito interestadual. devem ser melhoradas, a fim de diminuírem os entraves pertinentes ao
A fiscalização aduaneira para o transporte de cabotagem precisa ser simpli- setor. Estas capacidades devem se alinhar aos ganhos já instaurados no se-
ficada em relação à fiscalização operada para o transporte de longo curso, tor portuário no que se refere à solidificação das linhas de financiamento,
de modo a fomentar o transporte interportuário brasileiro. dos marcos regulatórios e da segurança jurídica transmitida ao mercado.

60
A despeito da sua atuação na execução de seu papel regulatório, a Agência No âmbito do planejamento do Setor de Transportes, o Governo deve
Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) deve aprimorar continua- recriar as câmaras técnicas temáticas enquanto medida voltada ao en-
mente sua atuação no âmbito da regulação da navegação de longo curso volvimento, nas discussões setoriais, dos entes governamentais interes-
e da previsibilidade dos custos a serem arcados pelos usuários dos portos, sados. Tais câmaras devem se configurar como instrumentos de geração
bem como no enfrentamento a desafios afetos à fiscalização. de maior sinergia, articulação e governança na consecução dos projetos
No âmbito do setor portuário, o Ministério dos Transportes, Portos e de infraestrutura.
Aviação Civil deve fomentar a capacitação e maior especiali­zação dos O Governo deve promover o intercâmbio técnico com os estados federa-
técnicos envolvidos na coordenação e desenvolvimento das atividades tivos voltado ao fornecimento de auxílios metodológicos e de desenvol-
vinculadas aos arrendamentos. vimento dos planos estatuais de logística de transporte. Este intercâmbio
A política das Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4s) na federativo pode se dar no âmbito de um fórum de integração política.
Amazônia deve ser considerada como fundamental para a Defesa Na- Um fórum interministerial deve ser inserido no âmbito da formulação
cional na medida em que favorece estrategicamente a integração e a da Política Nacional de Transportes (PNT) enquanto elo de integração
mobilização nacional. dos setores envolvidos e de articulação dos planejamentos e políticas
públicas setoriais. Tal fórum, de caráter colegiado, deve configurar-se
No âmbito do modo aquaviário de transportes, o Governo deve priorizar como instância responsável pela definição e validação das diretrizes e
alguns investimentos: (i) a infraestrutura portuária deve ser aprimorada dos parâmetros políticos setoriais.
de modo a ofertar condições adequadas para as atividades portuárias de
recepção e operação dos navios e de movimen­tação de cargas, bem como No que tange às características da matriz viária e dos veículos, a Política
para o desenvolvimento da cabotagem; (ii) os entraves de acessos viários Nacional de Transportes (PNT) deve: (i) fomentar o aumento relativo dos
(terrestres) aos portos devem ser reduzidos; (iii) os canais de acesso aos modos hidroviário e ferroviário na matriz de transportes brasileira; (ii)
portos devem ser dragados de modo adequado, bem como deve haver fomentar, de modo específico, a cabotagem e; (iii) incentivar uma políti-
uma efetiva dragagem, balizamento e sinalização das hidrovias e; (iv) as ca industrial de mudança da tecnologia dos veículos leves em favor dos
hidrovias devem ser adequadas de modo a garantirem a perenidade da automóveis com maior eficiência energética.
navegação, inclusive nos períodos de estiagem. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve se organizar
No âmbito das necessidades de infraestrutura viária para atendimento e se preparar para a retomada dos investimentos públicos em médio e
das fronteiras agrícolas, o Governo deve priorizar, de modo sequencial: longo prazos – quando há a expectativa de que tais investimentos sejam
(i) os investimentos portuários; (ii) a melhoria da oferta e qualidade das retomados – a partir da definição de prioridades e garantia de elaboração
rodovias federais; (iii) a cabotagem; e (iv) a ade­quação da gestão das e recepção de projetos e estudos adequados.
hidrovias, garantindo, por exemplo, a perenidade da navegação e a se- O Governo deve promover a intermodalidade a partir do incremento dos
gurança das fronteiras. investimentos nos modos ferroviário e hidroviário. Para­lelamente a isto,
Visando promover o aumento da eficiência e redução dos entraves logís- devem ser concebidas políticas de investimentos em caminhões de peque-
ticos identificados, o Setor de Transportes deve atuar no equacionamento no e médio porte, destinados a operações logísticas locais e regionais, de
das questões portuárias, principalmente no que se refere: (i) ao controle modo a fomentar a complementariedade exercida pelo modo rodoviário
e gestão dos acessos aos portos; (ii) aos conflitos porto-cidade e; (iii) às na matriz intermodal.
questões burocráticas e de limitações de recursos humanos e financeiros. O Governo deve estudar a criação de uma guarda fluvial ou guarda cos-
No que se refere ao transporte aquaviário, o Ministério dos Transportes, teira, em um modelo similar ao estadunidense, a fim de garantir uma
Portos e Aviação Civil deve promover mudanças nos pro­cessos de con- maior presença do Estado em prol da coibição dos assaltos e roubos as
tratação a fim de torná-los mais eficientes. embarcações ao longo dos rios.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve assegurar a conti- O Governo deve promover um desenvolvimento econômico mais equi-
nuidade do programa de arrendamento portuário por meio de leilões, pre- librado entre as regiões do país a partir da intensificação de políticas
vendo a possibilidade de renovação dos contratos de arrendamento, bem públicas e investimentos direcionados para as regiões Norte e Nordeste,
como garantindo o tempo mínimo ne­cessário, após a instalação, para que suscitando um recrudescimento do vigor econômico regional e a cristali-
os empreendimentos portuários adquiram sua maturidade operacional. zação da identidade regional.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve realizar a revisão O Setor de Transportes deve fomentar e garantir o desenvolvimento e o
das poligonais dos portos enquanto medida fundamen­tal para garantir crescimento potencial das atividades de logística e de trans­portes vincula-
uma maior segurança jurídica aos investimentos privados em novos em- das ao agronegócio, considerando a preponderância desse setor produtivo
preendimentos no setor portuário, os quais devem surgir conforme a para o desenvolvimento econômico nacional – inclusive com o emprego de
demanda do Mercado. recursos tecnológicos pioneiros e de grande vulto – e para a manutenção
de cenários econômico-financeiros positivos no comércio internacional.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve disponibilizar,
Conhecimentos Específicos

Tabela 6: Temas conjunturais fundamentais a serem abordados e con-


em quantidade e qualidade adequadas, infraestruturas viárias voltadas
siderados na constituição do Caderno das Estratégias Governamentais
ao desenvolvimento da agricultura familiar, considerando a importância
– Temas Transversais:
de tais infraestruturas para a melhoria das produtividades e para o de-
O planejamento da infraestrutura e do sistema logístico de transportes senvolvimento socioeconômico regional.
deve ser concebido sob o propósito de redução dos riscos, prazos e custos
Em função da concentração socioeconômica nas regiões costeiras, o
dos empreendimentos, de modo que as decisões de natureza estraté-
eixo prioritário de integração sul-americana deve se proceder pela via
gica sejam tomadas a partir de estudos e análises técnicas adequadas,
marítima, sendo que, para o caso da integração terrestre (continental)
seguindo os normativos legais. Além disso, tais decisões devem diminuir
em função de questões sociais e geopolíticas, devem ser priorizados os
as incertezas e as desconfianças do setor privado.
projetos rodoviários em detrimento dos ferroviários, uma vez que são
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve conceber um pla- tecnicamente mais adequados e capazes de induzir o desenvolvimento
nejamento setorial fundamentado em análises técnicas e preocupado com: ao longo do trecho.
(i) a tomada de decisões políticas tecnicamente subsidiadas, qualificadas e
O atual arranjo do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil,
justificadas e; (ii) o estabelecimento de procedimentos técnicos de avalia-
considerando a sua atuação verdadeiramente multimodal, deve ser pre-
ção do processo de planejamento. Tais questões são fundamentais para,
servado enquanto medida de desenvolvimento e fortalecimento político
inclusive, direcionar a atuação dos órgãos responsáveis pela fiscalização
e de planejamento do Setor de Transportes.
e controle das ações e execuções orçamentárias do Setor de Transportes.

61
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve reconhecer O Governo deve promover o equilíbrio entre a carga tributaria e a qua-
e mapear os entraves burocráticos e as ineficiências nos pro­cessos de lidade dos serviços prestados à sociedade brasileira a fim de melhorar o
atendimento às demandas crescentes por infraestruturas, buscando a ambiente de negócios e atrair os investidores, inclusive, no âmbito da
definição de soluções e o aprimoramento da gestão dos órgãos setoriais atuação das empresas no setor de navegação interior.
e dos programas governamentais no que tange à compatibilização dos As multas decorrentes das penalidades aplicadas pelo Departamento
cronogramas de planejamento e execução. Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) devem ser vinculadas
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve criar um fórum de ao aporte orçamentário desta autarquia, desvinculando-as do Tesouro
avaliação do desempenho setorial – a exemplo do Fórum de Desempenho, Nacional.
o qual se constitui em ferramenta de gestão orçamentária e financeira O Governo deve fomentar o desenvolvimento tecnológico e a inovação
das ações relativas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – do Setor de Transportes a partir de um fundo constituído por recursos
a fim de aprimorar a gestão dos empreendimentos de infraestrutura a provindos das tarifas de pedágio.
partir de algumas ini­ciativas, tais como: (i) identificação dos entraves;
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve buscar a obten-
(ii) tomada de ações corretivas; (iii) promoção de ações de integração
ção de investimentos e recursos internacionais (“títulos verdes”) para o
modal; (iv) institucionalização de reuniões periódicas e; (v) celeridade e
financiamento de projetos de infraestruturas viárias sustentáveis, que
tempestividade na prestação de informações.
considerem, por exemplo, a adaptação e miti­gação em relação às mu-
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve garantir uma danças climáticas.
fiscalização contínua e diuturna nas infraestruturas viárias em prol da
O Governo Federal deve provocar uma agenda positiva junto a Governos
garantia de segurança viária, mesmo naquelas em que a infraestrutura
Estaduais e a parlamentares no que tange às discussões e negociações
e a sinalização sejam consideradas adequadas e/ ou em bom estado.
referentes à redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Merca-
A legislação dos Planos Plurianuais (PPAs) deve ser alterada de modo a dorias e Serviços (ICMS), como medida para aumentar o volume de carga
abarcar apenas projetos de infraestrutura com prévia ava­liação técnica movimentada nos portos e, consequentemente, alavancar o transporte
e socioeconômica. de cargas no Brasil.
Os quadros técnicos de servidores com conhecimentos em transporte A legislação setorial também deve gerar confiabilidade nas dotações or-
multimodal devem ser incrementados, reduzindo-se as espe­cializações çamentárias a partir da criação de orçamentos específicos para os modos
em um único modo de transporte. de transporte.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve criar uma estrutura O Governo deve prezar pela realização de amplas discussões e de estudos
interna permanentemente focada no planejamento estratégico de longo de impactos anteriores à realização de alterações nos normativos legais,
prazo, valendo-se de equipes técnicas adequadamente capacitadas, estáveis considerando inclusive a previsão de tempos de transição e adaptação da
e com atuação contínua no âmbito do planejamento e planificação setoriais. iniciativa privada aos novos contextos, quando for o caso.
No âmbito do subsistema de transporte aquaviário, o Ministério dos Trans- Os programas governamentais de investimento devem abarcar obras es-
portes, Portos e Aviação Civil deve fomentar a preservação, formação e tratégicas e estruturantes, considerando o aperfeiçoamento, alteração e
qualificação de profissionais marítimos, inclusive por meio da constituição repactuação dos modelos de concessão atuais.
de cursos abertos destinados à formação de tripulantes.
O Governo deve se valer das concessões e das Parcerias Público-Privadas
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve se articular ins- (PPPs) – quando estas se fizerem factíveis, a despeito da necessidade
titucionalmente com outras instituições a fim de pactuar uma política de inerente de dependência desse modelo quanto à disponibilização de re-
desoneração dos preços dos combustíveis, tornando-os menos vulneráveis cursos por parte da União – para realizar os in­vestimentos necessários
ao câmbio e ao mercado externo, de modo a fomentar o desenvolvimento na área de infraestrutura, “contornando” a perspectiva de redução dos
do Setor de Transportes. investimentos públicos e retomando a inexorabilidade do crescimento
No que se refere ao financiamento da infraestrutura de transportes, o apesar da crise política instaurada.
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promo­ver a articu- A Política Nacional de Transportes (PNT) deve promover a eficiência no
lação para facilitação da tomada de empréstimos no exterior e/ou garantir sistema logístico do país a partir de estímulos às Parcerias Público-Privadas
subsídios, diretos ou indiretos, para a provisão das infraestruturas, a partir, (PPPs), intensificação da comunicação entre os setores público e privado,
por exemplo, da redução da taxa de juros dos empréstimos, gerando, e geração de um ambiente de negócios adequado para a atração da inicia-
assim, uma maior atratividade para o investidor privado. tiva privada no âmbito da execução de investimentos em infraestruturas
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve se articular junto de transportes.
ao Ministério da Fazenda a fim de vincular a aplicação dos recursos pro- A participação da iniciativa privada nas obras de infraestrutura e presta-
venientes da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) ção de serviços públicos de logística e transportes deve ser fomentada a
aos investimentos (projetos e obras) nos distintos modos de transporte, partir de algumas ações: (i) o aprimoramento da sincronia entre os órgãos
bem como propor a criação de um fundo garantidor com recursos da re- de planejamento, de controle, execução e fiscalização do governo; (ii) a
Conhecimentos Específicos

ferida fonte orçamentária que possibilite o desenvolvimento de Parcerias compatibilização do governo e dos investidores privados no que tange à
Público-Privadas (PPPs) enquanto modalidades de contratação factíveis priorização dos investimentos; e (iii) a instituição de maior clareza nos
para o efetivo desenvolvimento setorial. mecanismos e modelos de financiamento.
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve se articular in- O Governo deve estabelecer uma interação constante com o meio aca-
terinstitucionalmente a fim de criar um fundo financiado pelos recursos dêmico e a iniciativa privada a partir da criação de um fórum permanen-
provenientes do próprio Setor de Transportes (como, por exemplo, aqueles te de discussão, no qual sejam concatenadas as expectativas do setor
provindos das concessões e multas) para a sustentação dos programas de acadêmico e as visões de negócio do setor privado com o planejamento
investimento em infraestrutura viária. governamental de transportes. Essas interações devem estar ancoradas
O Governo deve realizar um estudo prévio para a definição e distinção na busca de sintonia entre diversos interesses envolvidos na definição das
dos investimentos a serem procedidos com recursos públicos em relação políticas e agendas de iniciativas, viabilização dos investimentos e projetos
àqueles a serem executados mediante recursos privados. e definição dos contratos e editais de contratação.
As regras e o sistema de tributação devem ser simplificados a fim de fomen- O Governo deve instaurar, no âmbito da concepção e desenvolvimento
tar a intermodalidade, ademais, a referida simplificação poderia alavancar o dos projetos de infraestrutura viária, canais de comunicação eficientes
setor industrial brasileiro a partir do aumento dos ganhos de produtividade, com a Sociedade a fim de discutir a necessidade e viabilidade dos inves-
de modo que o aumento da compe­titividade da indústria nacional teria por timentos, priorizando tanto as consultas e audiências públicas quanto o
inevitável conseqüência uma maior demanda por infraestruturas viárias. planejamento participativo de longo prazo.

62
O Governo deve tomar medidas institucionais, legais e regulatórias espe- A Política Nacional de Transportes (PNT) deve contemplar os objetivos da
cíficas que fomentem a participação da iniciativa privada nos projetos de Política de Mudança do Clima e do Controle das Emissões, abordando o
infraestrutura, diminuindo os elevados custos de capital e as restrições assunto das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) de modo incisivo
impostas pelos órgãos fiscalizadores para essa participação, melhorando quando da formulação das políti­cas públicas setoriais e do planejamento
as garantias e a rentabilidade dos investimentos com taxas internas de de novos empreendimentos em infraestruturas viárias, inclusive com a
retorno mais adequadas, bem como garantindo prazos suficientes para criação e adoção de parâmetros para o controle global das emissões, bem
que os atores privados se preparem adequadamente aos novos cenários como o estabelecimento de metas de emissão setorial à luz dos compro-
impostos pelas diretrizes políticas. missos e metas estabelecidos no âmbito dos acordos internacionais dos
A infraestrutura regional (sul-americana) deve ser integrada de modo a quais o Brasil é signatário.
transformar a Região Norte brasileira no principal pólo ex­portador de O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover as
produtos agrícolas de áreas produtoras do Brasil e de países vizinhos para adequações necessárias nos novos empreendimentos de infraestrutura
o crescente mercado asiático, sobretudo chinês.
viária do Setor de Transportes à luz das alterações dos padrões climáticos
O Governo deve promover a ampliação da concorrência dos contratos projetados, sendo que tais mudanças devem ser levadas em consideração
públicos para iniciativas de empresas pequenas e médias, uma vez que de modo abrangente: desde as fases de planejamento e projeto até as
elas foram praticamente tolhidas de participarem de grandes projetos, etapas de obras e operação das infraestruturas.
considerando, por exemplo, a redução do tamanho dos lotes.
O Setor de Transportes deve adotar medidas que contribuam positiva-
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve estabelecer mente para as questões relacionadas a mudanças climáticas, a exemplo
um protocolo que lhe garanta acesso diário e irrestrito às informações
do desenvolvimento do transporte por cabotagem, o qual emite menos
acerca do andamento das concessões no âmbito do Setor de Transportes.
dióxido de carbono (CO2) quando comparado ao modo rodoviário, ou
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve avaliar e definir do estímulo à utilização de combustíveis menos poluentes, a exemplo do
os trechos rodoviários ainda passíveis de concessão, considerando os li- etanol, enquanto alternativa importante para as reduções de emissões
mites e os esgotamentos da viabilidade e atratividade ao setor privado, de gases de efeito estufa (GEEs) de Setor de Transportes.
em contraposição aos empreendimentos portuários e aeroportuários,
ainda amplamente abertos a concessões. O Governo deve readequar a atuação do Comitê Interministerial sobre
Mudança do Clima (CIM) – criado pelo Decreto n° 6.263/2007 e com a
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve promover um
amplo estudo e investigação a fim de detectar e entender as distorções participação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil – de
dos processos que ocasionam a elevação dos custos logísticos do país, modo a torná-lo mais ativo e eficiente no que tange à defesa da sustenta-
buscando atuar de modo mais efetivo no aprimo­ramento logístico nacional bilidade no escopo das políticas públicas nacionais, inclusive as relativas
a partir do suporte a operações de transporte mais racionais e eficientes. ao Setor de Transportes.
Diante das oportunidades suscitadas pelo agronegócio, o Governo deve A Administração Pública Federal deve, no âmbito dos empreendimentos de
assegurar um ambiente de mercado propício e acessível aos diversos ato- transporte, desburocratizar e tornar mais claros e ra­cionais os processos
res e agentes econômicos, permitindo, por exemplo, a participação de co- de licenciamento ambiental, redefinindo os papeis das condicionantes
operativas de produtores nos processos logísticos das cadeias produtivas. ambientais exigidas, uma vez que tais condicionantes não devem ser utili-
O Governo deve apoiar o desenvolvimento de Zonas de Processamento zadas como mecanismos de resolução de problemas que não façam parte
de Exportações (ZPEs) enquanto instalações estrategica­mente localizadas da relação causa-efeito entre transportes e meio ambiente.
de agregação de valor às cadeias logísticas e ampliação da pauta expor- Os processos de contratação, execução e entrega das obras de infraes-
tadora brasileira. trutura viária devem ser aprimorados a partir da remodelação da lei de
A necessidade de racionalizar a matriz de transportes deve subsidiar as licitações e da especialização das instituições envolvidas nos processos
ofertas multimodais de acessos aos portos, podendo, inclusive, ensejar de elaboração de projetos de engenharia.
políticas de restrição/limitação do uso de modos de transportes específicos A modalidade de leilão deve ser aperfeiçoada no âmbito do Regime Di-
para o transporte de cargas. ferenciado de Contratações (RDC) para a contratação de serviços e obras
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve publicar dados de infraestrutura de transportes.
estatísticos e informações consolidadas, confiáveis e pe­riódicas acerca O Governo deve ensejar modificações nos modelos de contratações
do Setor de Transportes, na medida do possível em plataformas digitais públicas de infraestruturas viárias, destacando-se: (i) a simplifi­cação da
amplamente acessíveis, contribuindo para a prestação de contas dos ati- carga tributária para as empresas contratadas no âmbito das concessões
vos e das ações planejadas e executadas pelo órgão e vinculadas junto à públicas; (ii) o debate e estabelecimento do melhor modelo e critério de
Sociedade, ao Mercado e a órgãos interessados do Governo. contratação, pondo em discussão a manutenção da utilização do critério
A Política Nacional de Transportes (PNT) deve fornecer dados e informa- de menor tarifa versus o critério de técnica e preço; (iii) a discussão sobre
ções das demandas dos eixos de transporte de acesso aos portos, para o a utilização de “gatilhos” para a realização de investimentos por parte
Conhecimentos Específicos

caso do planejamento portuário, bem como informações sistemáticas e dos concessionários; (iv) o estímulo à participação de novos investidores
detalhadas das infraestruturas disponíveis e das obras de arte especiais no setor; (v) a redução dos prazos de concessão para não inviabilizar as
(OEAs), para o planejamento da Defesa, ou ainda das questões relativas atividades de planejamento do poder público; (vi) a exigência de proje-
ao trânsito e geração de tráfego nas vias em áreas urbanas, para o pla- tos adequadamente elaborados e detalhados para embasar os processos
nejamento urbano.
licitatórios; e (vii) a resolução das questões de desapropriação e de licen-
O Governo deve constituir um banco de dados preciso, integrado e efi- ciamento ambiental previamente aos processos de licitação.
ciente quanto à ocorrência de acidentes de trânsito, contem­plando uma
A contratação de obras públicas a partir do Regime Diferenciado de Con-
participação ativa, efetiva e integrada das instituições do Setor de Trans-
portes e de outras instituições competentes, ensejando uma melhoria tratações (RDC) deve ser uma prática continuada e aperfei­çoada, sobre-
da qualidade das ações e iniciativas de segurança viária, bem como da tudo na modalidade de contratação integrada, garantindo a eficiência
capacitação técnica para interpretar e correlacionar os dados estatísticos. das contratações a partir da priorização das entregas e do caráter técnico
dos produtos, em detrimento dos contratos atuais, usualmente pautados
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve disponibilizar
estritamente em critérios econômicos. Ademais, a continuidade dessa
para consultas, a partir da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), a metodologia de reajuste dos tetos tarifários, sendo que tais tetos, prática de contratação irá permitir uma avaliação honesta desse modelo,
homologados pela agência a cada quinquênio, dependem da qualidade da obtendo-se opiniões mais conclusivas acerca da sua potencialidade em
infraestrutura viária e dos tipos de produtos transportados. resolver os problemas de gestão dos contratos.

63
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve rever os modelos dos Diante de uma conjuntura econômica desfavorável para investimentos
contratos de concessão no que tange à revisão con­tratual, garantindo uma públicos em infraestrutura, o Governo deve priorizar as inter­venções
maior autonomia por parte do Estado para administrar e ajustar tais contratos. em obras estratégicas (corredores estruturantes) por meio de um pacto
Nas contratações procedidas por meio de Parcerias Público-Privadas político, bem como a finalização das obras de maior relevância para o
(PPPs), o Governo deve promover, junto à Agência Nacional de Transportes escoamento da produção.
Terrestres (ANTT), a definição de modelos de mitigação de riscos a partir O Fundo da Marinha Mercante (FMM) deve ser mantido a fim de sus-
de matrizes, identificando os casos em que o empreendedor deve realizar tentar o crescimento e desenvolvimento do setor hidroviário – e mais
a contratação de seguros sem que haja uma contraprestação indenizatória especificamente o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria
por parte do poder público na ocorrência de eventos extremos – como, de construção e reparação naval.
por exemplo, secas prolongadas. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve avaliar as fontes
No âmbito do transporte terrestre e aquaviário, o Ministério dos Trans- de financiamento do setor marítimo nacional, de modo a assegurar a
portes, Portos e Aviação Civil deve fundamentar o planejamento setorial efetividade das políticas para o setor.
a partir da concepção de corredores logísticos, fomentando e adaptando A Política Nacional de Transportes (PNT) deve estabelecer e manter con-
a infraestrutura viária para o adequado escoamento dos produtos. dições de financiamentos e investimentos junto aos agentes financeiros
As condições de escoamento pela Região Norte do Brasil devem ser me- que garantam o fomento à construção e à modernização/adequação da
lhoradas a fim de garantir uma maior eficiência logística nas exportações frota de embarcações brasileiras – e, consequen­temente, ao desenvolvi-
da produção crescente de bens agropecuários (grãos em geral, carne e mento e aumento da competitividade da indústria naval nacional frente ao
leite) do Brasil e de países vizinhos. Em um cenário de integração regional mercado estrangeiro – por meio do Fundo da Marinha Mercante (FMM).
(sul-americana), a região setentrional brasileira pode se configurar como o O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve assegurar as
principal eixo de exportação dos produtos citados para o mercado asiático. obrigações e deveres impostos pela legislação referente à ordenação do
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve aportar inves- transporte aquaviário (Lei n° 9.432/97), sobretudo no que se refere à ma-
timentos e consolidar o planejamento setorial com base em corredores nutenção da prioridade de afretamento de embarcações de bandeira brasi-
logísticos estratégicos, com ênfase nos eixos do Arco Norte e da Ferrovia leira, considerando que esta diretriz ocasionou um maior desenvolvimento
Norte-Sul (FNS). Nesse sentido, pode-se, inclusive, conceber corredores da navegação e da indústria naval brasileiras. Ademais, vale ressaltar que
específicos voltados para a exportação de produtos agrícolas, com pavi- tal legislação já se encontra consolidada no âmbito do Mercado do setor
mentos reforçados e com as operações de manutenção viária financiadas aquaviário, de modo a transmitir maior clareza às partes interessadas
pelos embarcadores de cargas. quanto às regras setoriais.
As alternativas de escoamento da produção pelo Arco Norte devem ser
priorizadas, considerando o imenso potencial de aumento da produção PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
agrícola do Centro-Oeste do país a ser exportada e a existência de “gargalos” E DEFESA SOCIAL 2021-2030
no escoamento dos produtos agrícolas direcionados aos portos da Região
Sudeste do país, sendo que estes portos do Centro-Sul devem se atrelar,
cada vez mais, ao aten­dimento das demandas industriais e de serviços. Introdução
Os Centros de Integração Logística (CILs) – e as plataformas logísticas de Deve ser claro para grande parte da população de um
modo genérico – devem ser fomentados no âmbito da rede de transpor- país que um governo deve dispor de um projeto político
tes e de prestação dos serviços logísticos a ela associados por conta das viável e de meios para sua execução, administração, além
suas capacidades em dinamizar e desenvolver o transporte de cargas,
“de capacidade técnica de planejamento, gestão e adequa-
diminuir relativamente as demandas por determinadas infraestruturas a
ção das atividades programadas para construção do projeto
partir da melhor distribuição das capacidades existentes, bem como em
almejado”. Assim, “planejamento” é palavra fundamental,
incentivar a intermodalidade a partir da constituição de sistemas e redes
porém, não mais numa lógica tecnocrata e centralizadora,
de transportes mais eficientes e efetivos.
apartada da realidade concreta. O planejamento na gestão
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve acompanhar de pública precisa, necessariamente, considerar o caráter dinâ-
modo sistemático os projetos de localização e desen­volvimento dos portos mico e complexo da realidade da sociedade e do Estado e,
secos, uma vez que este tipo de empreendimento influencia diretamente em razão disso, apresentar soluções igualmente dinâmicas
nos fluxos de transporte, além de possuírem uma forte correlação com para obter efetividade nas ações.
os Centros de Integração Logística (CILs). Este aspecto é a força motriz que justifica a revisão do
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil deve priorizar os Plano Nacional de Segurança e Defesa Social 2018-2028
investimentos de duplicação de rodovias e consolidação de corredores (PNSP). Publicado no final do último governo, o PNSP apre-
logísticos no Sudeste do país, tendo em vista que esta região configura-se sentou, à luz da Lei nº 13.675, de 11 de junho 2018, e, em
Conhecimentos Específicos

como a que possui a maior carga industrial circulante. complemento a esta, um esperado alento à população bra-
As políticas e o planejamento voltados ao setor de cargas devem estar sileira: um conjunto não exaustivo de objetivos, programas
atentos aos três principais grupos que, segundo as projeções, irão impactar e ferramentas de governança para fornecer à nação melho-
as demandas futuras do Setor de Transportes: (i) os minérios; (ii) o agrone- res condições de segurança e acesso a direitos. Entretanto,
gócio – com ênfase nas grandes fronteiras agrícolas representadas pelos conforme comentado anteriormente, a essência do bom
estados de Rondônia e Mato Grosso – e; (iii) os combustíveis. planejamento em gestão pública diz respeito à sua capaci-
A intermodalidade deve ser fomentada a partir de investimentos em pla- dade de adaptar-se ao cenário concreto que se coloca pela
taformas logísticas intermodais/multimodais e da simplifi­cação de regras realidade cotidiana.
e procedimentos nas questões tributárias. O que ora apresentamos são justamente os resultados
O Governo deve promover iniciativas junto ao setor privado voltadas ao desse esforço continuado de oferecer respostas públicas
aumento do transporte de cargas de maior valor agregado em contêineres. adequadas à população do País no campo da segurança pú-
blica e defesa social.
Os corredores logísticos – elementos centrais no âmbito da política e do Dessa forma, o presente documento se encontra organi-
planejamento do Setor de Transportes – devem ser admi­nistrados por zado em agrupamentos de ações necessárias para sua plena
gestores privados, fomentando a concorrência entre eles, a exemplo do execução. Primeiramente em dois grandes grupos (Partes I
que ocorre na Europa. e II), subdivididos em recortes mais delimitados.

64
A Parte I trata do Capítulo 1 – Plano Nacional de Seguran- • Orientar os entes federativos quanto ao diagnóstico,
ça Pública e Defesa Social 2021- 2030 em si, em seus aspectos elaboração, conteúdo e forma dos planos de segurança
mais finalísticos: seus objetivos, ciclos de implementação, pública e defesa social, visando o alinhamento com a
metas e indicadores para gestão. Na sequência, essas pro- PNSPDS e o PNSP.
postas são definidas na forma de ações estratégicas, com
suas conexões entre a Política Nacional de Segurança Pública 1.2 Ciclos de Implementação
e Defesa Social (PNSPDS), suas metas e atores envolvidos,
adequadamente evidenciadas. A Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, estabelece que o
No Capítulo 2 – Governança, monitoramento, avaliação Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social deve ter
e gerenciamento de riscos do Plano Nacional de Segurança duração de dez anos. A fim de otimizar sua aplicação, o PNSP
Pública e Defesa Social 2021-2030, apresentamos as ferra- deve ser estruturado em ciclos de implementação bienais.
mentas de gestão do PNSP, de seu acompanhamento con- A dinâmica de implementação do PNSP por meio de ciclos
tinuado para que os objetivos e as metas, apresentados no bianuais permite que o tema segurança pública possa ser
capítulo anterior, sejam alcançados com êxito. abordado de acordo com o dinamismo que lhe é peculiar. A
O Capítulo 3 – Orientações aos entes federativos expli- governança do PNSP, aliada ao processo de monitoramento,
cita uma condição essencial que permeou todo o processo acompanhamento e avaliação, permitirá os ajustes necessá-
de revisão do PNSP, que é a importância inescapável dos rios e o aperfeiçoamento dos ciclos seguintes. Vale destacar
entes federativos na sua execução a contento. Este capítulo que são previstas avaliações anuais do Plano, que devem
apresenta orientações importantes para que os Estados, o ocorrer até o dia 30 de abril do ano subsequente.
Distrito Federal e municípios tenham clareza de seu prota- Assim, considerado o horizonte do Plano, os Ciclos de
gonismo no processo de construção de uma sociedade mais Implementação são: a) Ciclo I: 2021-2022;
segura para todos. b) Ciclo II: 2023-2024; c) Ciclo III: 2025-2026;
Na sequência, o presente documento disponibiliza em d) Ciclo IV: 2027-2028; e e) Ciclo V: 2029-2030.
sua Parte II – A construção do Plano Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social 2021-2030, o estado da arte acerca 1.3 Metas de Resultado do Plano Nacional de Segurança
da segurança pública no País, além dos aspectos metodo- Pública e Defesa Social 2021-2030
lógicos que embasaram a revisão do PNSP publicado ante-
riormente. Esse material permite que cidadãos, gestores de As metas do PNSP objetivam resultados que impactam
segurança pública ou não, compreendam melhor as condi- diretamente o cotidiano das pessoas. O processo de estabe-
ções e ferramentas que orientaram o processo de constru- lecimento e construção analisou documentos referenciais e
ção do plano. Além disso, contém documentos, construtos especialmente os objetivos da Política Nacional de Seguran-
e insumos informacionais que, tendo sido citados no correr ça Pública e Defesa Social. Entre os documentos analisados
do texto, podem despertar o interesse de alguns leitores. destacam-se a Agenda 2030: ODS-Metas nacionais dos ob-
Não se trata de materiais supérfluos, pois permitem a com- jetivos de desenvolvimento sustentável do Instituto de Pes-
preensão mais pormenorizada dos processos de construção quisa Econômica Aplicada; Aviso Ministerial nº 219/2018/
da revisão e dos pressupostos de base que a orientaram. GM/CGU; os Acórdãos do Tribunal de Contas da União nº
Entretanto, a escolha por inserir estes materiais de maneira 811/2017 e nº 579/2018; o Plano Nacional de Redução de
apartada reflete a constatação de que nem todos os leitores Mortes e Lesões no Trânsito instituído pela Lei nº 13.614,
deste documento se interessarão por eles e que os demais, de 11 de janeiro de 2018; e a Lei nº 13.425, de 31 de março
se interessados, não os quererão interferindo na leitura do de 2017 (popularmente conhecida como “Lei Kiss”).
texto em si. Além dos documentos mencionados, foram utilizadas
Já no campo de Anexos, apresentamos a tabela de in- as bases de dados do Sistema Nacional de Informações de
dicadores, devidamente codificada e com as memórias de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas
cálculo explicitadas. e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas
(Sinesp); do Sistema de Informações sobre Mortalidade –
Parte I: O Plano Nacional de Segurança Pública e SIM, do Ministério da Saúde; do Sistema de Informações
Defesa Social 2021-2030 do Departamento Penitenciário Nacional – SISDEPEN; do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; do
1. OBJETIVOS, CICLOS DE IMPLEMENTAÇÃO E METAS Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e da Se-
DO PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA cretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
SOCIAL 2021-2030 Para melhor apresentação das informações, as metas
Conhecimentos Específicos

foram reunidas em grupos, de acordo com seus objetivos.


1.1 Objetivos do PNSP Assim, o Grupo 1 é destinado às metas relacionadas às víti-
mas fatais da violência. O Grupo 2 apresenta as metas que
São objetivos do Plano Nacional de Segurança Pública e visam à proteção dos Profissionais de Segurança Pública.
Defesa Social 2021-2030: O Grupo 3, por sua vez, aborda as metas de redução dos
• Determinar ciclos de implementação, monitoramento crimes contra o patrimônio relacionados a roubo e furto de
e avaliação do PNSP; veículos. O Grupo 4 trata das metas do Sistema Penitenciário.
• Apresentar ações estratégicas alinhadas aos objetivos E, por fim, o Grupo 5 aborda a atividade de prevenção aos
da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa So- danos ao patrimônio e à vida de indivíduos e comunidades.
cial;
• Definir metas estratégicas e indicadores, alinhados aos 1.3.1 Sobre a construção de metas, seleção de indica-
objetivos da Política Nacional de Segurança Pública e dores e fontes de dados
Defesa Social e às ações estratégicas apresentadas;
• Estabelecer estratégias de governança e gerenciamen- O estabelecimento das metas teve como horizonte aten-
to de riscos com vistas à plena execução, o acompa- der os objetivos da Política Nacional de Segurança Pública e
nhamento e a avaliação do PNSP; Defesa Social. Para que se possa conhecer, tão precisamente

65
quanto possível, a aproximação ou não de atingimento dos oriundas do SISDEPEN (Sistema de Informações do Depar-
objetivos, é essencial que se tenha insumos informacionais tamento Penitenciário Nacional) e do Registro Nacional de
sólidos e confiáveis, capazes de retroalimentarem o sistema. Acidentes e Estatísticas de Trânsito da Secretaria Nacional
Para tanto, a Lei nº 13.675, de 2018, estipula que o Sistema de Trânsito (Senatran).
Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, 1.3.2 Sobre a não exclusividade das metas propostas
de Digitais e de Drogas (Sinesp) seja o instrumento oficial de
integração de dados de segurança pública. Durante o processo de consulta pública ao qual a mi-
A questão da qualidade e transparência das informações nuta de revisão do PNSP foi submetida, inúmeras foram as
criminais no Brasil tem sido amplamente discutida nos úl- contribuições no sentido de apontar ausências no rol de
timos anos, e métodos têm sido propostos para que a rea- metas apresentadas. Essa situação era, não só esperada,
lidade seja abarcada de maneira confiável para subsidiar a como desejada, a fim de que o Plano pudesse ter seu alcan-
propositura de políticas e ações públicas. ce qualificadamente expandido e diversificado. Sobre isso,
Em que pese o Sinesp estar passando por processo de alguns apontamentos precisam ser feitos.
reestruturação decorrente da Lei nº 13.675, de 2018, com Em primeiro lugar, conforme discutido no tópico ante-
suas bases de dados em fase de adesão plena e consolidação, rior, a propositura de metas teve como balizador essencial a
optou-se por sua utilização, não só em decorrência do expos- existência, consistência e confiabilidade dos insumos infor-
to no art. 10, inciso VI desta Lei, mas também com o intuito macionais disponíveis sobretudo através do Sinesp. Nesse
de produzir um corpus informacional capaz de ser cotejado, aspecto, optou-se pela construção de indicadores reduzidos,
no futuro, a outras fontes de dados. Ademais, em compara- de recorte preciso, mas capazes de demonstrar impactos
ção a outras bases de dados, o Sinesp permite acesso mais reais na vida da população.
célere às informações: enquanto fontes tradicionalmente Em segundo lugar, é importante ressaltar o horizonte
utilizadas como o SIM-DATASUS são disponibilizadas com um das metas de resultado: elas representam o destino, não o
lapso que varia em torno de três anos, atualmente o Sinesp percurso. Em outras palavras, entre a publicação do PNSP
trabalha com três meses de diferença entre a coleta dos 2021-2030 e a avaliação de sua eficácia quando do final de
dados e sua publicação, já consolidados. Assim, alterações sua vigência, serão necessárias inúmeras ações, atividades
de cenário decorrentes de intervenções planejadas podem e metas transitórias, processuais, que comporão o esforço
ser aferidas em um prazo menor, capaz de permitir ajustes rumo ao alcance das metas estabelecidas no Plano.
mais eficazes. Esses esforços durante o processo são destacados no
Isso não retira do escopo do Plano a necessidade pre- art. 11 da Lei nº 13.675, de 2018, que os parametriza sob o
mente de que o Sinesp seja não só robustecido nos dados rótulo de metas de excelência:
que já coleta, mas que também tenha seu rol de insumos
ampliado e aperfeiçoado na medida da necessidade de in- O Ministério Extraordinário da Segurança Pública
formações para planejamento. Em decorrência disso, para fixará, anualmente, metas de excelência no âmbito
este Ciclo I do PNSP (2021-2022) foram escolhidas apenas das respectivas competências, visando à prevenção
as informações consolidadas o suficiente para permitirem a e à repressão das infrações penais e administrativas
análise de série histórica e projeções futuras. e à prevenção dos desastres, e utilizará indicadores
Um exemplo claro da diferença considerável entre o públicos que demonstrem de forma objetiva os re-
cenário desejável e o atualmente possível diz respeito aos sultados pretendidos.
índices de Feminicídio. Definido conceitualmente para fins
de gestão de dados e informações pela Portaria nº 229, de Na sequência, o artigo 12 apresenta os parâmetros a
10 de dezembro de 2018 do Ministério da Segurança Públi- serem observados em cada uma das instituições de segu-
ca (MSP), o Feminicídio compreende “Homicídio praticado rança pública e defesa social para o atingimento das metas
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, de excelência. Sua análise demonstra o caráter continuado
nos termos do art. 121, § 2º, VI do Código Penal”. Entretan- desses esforços, avaliados ano a ano, para o alcance de uma
to, conforme discutiremos em pormenores mais adiante, perspectiva maior. São ações operacionais, portanto, que
os dados do Sinesp são estabelecidos tendo os boletins de representam um nível de detalhamento ao qual o PNSP não
ocorrência como fonte primária da informação, a partir dos se propõe nem pode fazê-lo, sob o risco de ferir a autonomia
quais nem sempre é possível, no momento do registro, o administrativa dos entes.
conhecimento da motivação (do animus) para o homicídio. Nesse sentido, fica evidente a necessidade de que os
Sabe-se que essa motivação é condição sine qua non para atores, ao estabelecerem metas intermediárias, o façam sem
Conhecimentos Específicos

que um evento de morte violenta intencional de mulher seja perder o objetivo finalístico, presentificado nas metas de
rotulado como feminicídio. resultado que apresentamos a seguir.
Situação semelhante, mas não idêntica, se apresenta no Isto dito, apresentamos a seguir a descrição das metas
acompanhamento das atividades exclusivas dos Corpos de estabelecidas para cada um dos grupos.
Bombeiros Militares, como as ações de busca, salvamento,
fiscalização e prevenção de desastres e acidentes. Algumas 1.3.3 Grupo 1 – Mortes Violentas
dessas atividades são acompanhadas através da Pesquisa
Perfil das Instituições de Segurança Pública, cuja rotina de O grupo tem por objetivo reduzir o número de vítimasfa-
coleta, anual, não permite a gestão pari passu das ações tais da violência, inclusive as decorrentes do trânsito. Na cons-
executadas. Ao estabelecer apenas uma meta para as ati- trução destas metas foram analisados os dados de crescimen-
vidades dos Corpos de Bombeiros Militares, o que o PNSP to da população, em especial as estimativas da população e as
faz é explicitar a necessidade de aperfeiçoamento da coleta projeções da população, ambos do IBGE. Os dados permitiram
de dados sobre essas práticas para que se possa, no futuro, estimar seu crescimento para o período de vigência do PNSP
construir outros conjuntos de metas relevantes, sólidas e (2021-2030) e fazer o recorte de sexo para a Meta 4 – Mortes
realistas a estas atividades. Em termos metodológicos, as Violentas de Mulheres. Esses dados estimam que em 2030 a
mesmas condições acontecem com o uso de informações população brasileira será de 224.868.462 habitantes, sendo

66
115.139.700 mulheres (51,2%). Ou seja, um crescimento de relacionadas, em todos os lugares, inclusive com a
7,85% comparado à população no ano de 2018 (208.494.900 redução de 1/3 das taxas de feminicídio e de ho-
habitantes). A estimativa de pessoas do sexo feminino em micídios de crianças, adolescentes, jovens, negros,
2030 não apresenta grandes mudanças, mantendo-se seme- indígenas, mulheres e LGBT. (p. 414)
lhante aos números de 2018, com as mulheres representando
51,09% da população. Ao considerar a referência de redução de 1/3 da Meta
As outras fontes de dados utilizadas permitiram identifi- 16.1 dos ODS, embora com recorte a grupos específicos,
car as vítimas fatais da violência. Do Sinesp foram utilizados entendeu-se que essa mesma regra pode ser aplicada para a
os dados referentes a Homicídios, Lesão corporal seguida de população geral. Para os próximos Ciclos de Implementação
morte e Latrocínio. A classificação para fins estatísticos segue do PNSP e com o aprimoramento das bases de dados do
o disciplinado na Portaria MSP nº 229, de 10 de dezembro Sinesp, essa meta será desdobrada em grupos de acordo
de 2018, conforme mencionado. com os recortes necessários ou possíveis. A redução da Taxa
O enfrentamento ao Feminicídio é um dos objetivos da de Homicídios de 23,57/100 mil habitantes para até 16/100
PNSPDS. Os Estados têm-se empenhado no sentido de es- mil habitantes representa uma redução de 32,13% ao final
truturar bases de dados de Boletins de Ocorrências (BO), em do PNSP. Para alcançar esta redução será necessária uma
consonância com as classificações de ocorrências policiais redução média anual (2021 a 2030) de 3,21%.
implementadas junto ao Sinesp, condição necessária para a
criação de indicadores nacionais padronizados. Entretanto, Meta 2 – Lesão corporal seguida de morte: as mortes
a necessidade de análise de elementos volitivos da conduta nesse tipo de crime apresentaram um crescimento médio de
do agente e das circunstâncias do fato próprias do crime de 7,75% ao ano, sendo que em 2016 e 2017 houve aumento de
feminicídio, em muitos casos enseja a necessidade de investi- 2,66% e 27,50%, respectivamente. O ano de 2018 apresentou
gações mais aprofundadas para sua caracterização, de forma queda de -6,92%. O número de vítimas fatais em 2018 foi de
que, para este indicador, a utilização do BO como única fonte 915, o que configura uma taxa de 0,44 vítima fatal por 100 mil
de dados por vezes não retrata a realidade factual, apresen- habitantes. A redução proposta para esta meta é de 31,64%,
tando, em regra, números destoantes acerca da incidência o que implica uma taxa de até 0,30/100 mil habitantes em
delitiva contra a mulher motivada por sua condição como 2030. Adotou-se o mesmo critério empregado na Meta 1.
tal. Como dispositivo provisório, até que existam os dados
adequados, foi elaborada a Meta 4 – Mortes violentas de Meta 3 – Latrocínio: os roubos seguidos de morte no
mulheres. Essa meta precisa ser revista no próximo Ciclo de período de 2015 a 2018 apresentaram um crescimento mé-
Implementação para que seja substituída pela meta especí- dio de 1,01% ao ano, sendo que em 2016 e 2017 houve au-
fica direcionada aos casos de Feminicídio. mento de 14,94% e 7,98%, respectivamente. O ano de 2018
Situação parecida acomete as Mortes por intervenção apresentou a significativa redução de -19,90%. O número de
de agentes do Estado, que no presente momento estão vítimas fatais em 2018 foi de 2.016 casos, o que representa
computadas dentro do indicador homicídio. Esse cenário é uma taxa de 0,97 por 100 mil habitantes. A redução proposta
inadequado, dado que as mortes por intervenção de agentes para esta meta é de -27,61%, o que implica uma taxa de
do Estado representam um universo próprio, com condições até 0,70/100 mil habitantes em 2030. Adotou-se o mesmo
particulares que devem ser explicitadas. Entretanto, diferen- critério empregado na Meta 1.
te da decisão implementada na relação Mortes Violentas de
Meta 4 – Mortes violentas de mulheres: para essa meta
Mulheres/Feminicídio, não há um indicador utilizável, mes-
foi realizado um recorte de sexo entre as vítimas de Homicí-
mo que precário, para uma aproximação do entendimento
dio, Latrocínio e Lesão corporal seguida de morte. Conside-
do fenômeno num primeiro momento. Assim, é necessário
rando o exposto anteriormente, no período de 2015 a 2018, a
que no 1º Ciclo de Implementação se dê um passo prepara-
vitimização do sexo feminino apresentou crescimento médio
tório a respeito do tema, qualificando as coletas e bases de
de 4,69%, sendo que em 2016 e 2017 houve aumento de
dados sobre as ocorrências dessa natureza nos entes fede-
3,33% e 19,94%, respectivamente. O ano de 2018 apresentou
rativos. Dessa forma, no próximo ciclo de implementação do
queda de -9,19%. Sendo o número de vítimas fatais do sexo
PNSP será possível revisar a Meta 1 – Homicídios e apartar feminino igual a 4.359 casos, o que representa uma taxa de
adequadamente as informações a fim de atender ao previsto 4,09 vítimas fatais por 100 mil mulheres. A proposta para
na Portaria MSP nº 229, de 2018. essa meta prevê uma taxa de até 2,00/100 mil mulheres em
Os dados disponíveis no Sinesp permitiram a construção 2030. Essa taxa representa uma redução total de 51,12% em
Conhecimentos Específicos

da série histórica 2015-2018, referente aos crimes de Homi- relação aos valores de referência (2018).
cídio, Lesão corporal seguida de morte e Latrocínio. A des-
crição da construção de cada meta é abordada logo abaixo. Meta 5 – Mortes no trânsito: o trânsito tem causado
um número elevado de vítimas fatais: no ano de 2017, por
Meta 1 – Homicídios: durante o período analisado os exemplo, 36.430 pessoas perderam suas vidas em eventos
homicídios tiveram um crescimento médio de 0,58% ao ano, no trânsito. Dados do Sistema de Informações sobre Morta-
sendo que entre 2016 e 2017 houve aumento de 5,19% e lidade (SIM) indicam que as mortes no trânsito apresentam
9,16%, respectivamente. O ano de 2018 apresentou queda queda se comparadas a anos anteriores, mas ainda aquém do
significativa de -12,6%. O número de vítimas fatais de ho- desejável. Considerado o período de 2013 a 2017, a redução
micídio em 2018 foi de 49.151, o que representa uma taxa média anual foi de -4,2%. A taxa de mortes no trânsito em
de 23,57 vítimas fatais por 100 mil habitantes. Por sua vez, 2017 foi de 17,54 por 100 mil habitantes.
a Agenda 2030: ODS – Metas nacionais dos objetivos de O estabelecimento da Meta 5 tem como referência o
desenvolvimento sustentável estabelece: Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito.
Assim, a meta prevê que a taxa de mortes no trânsito em
Meta 16.1 (Brasil) - Reduzir significativamente todas 2030 seja de até 9 mortes por 100 mil habitantes. Essa taxa
as formas de violência e as taxas de mortalidade já representa uma redução de 48,70% em relação a 2017.

67
Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi- ca carecem de atenção particular por se configurarem uma
ca e Defesa Social relacionados às metas população restrita, abarcada pelo Susp e com características
(art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018) particulares. São estes os pressupostos básicos que permi-
tem o delineamento das Metas 6 e 7.
Meta 1: Reduzir a taxa IV – estimular e apoiar a realização de ações de
nacional de homicí- prevenção à violência e à criminalidade, com prio-
Metas 6 e 7 – Mortes de profissionais de segurança
dios para abaixo de ridade para aquelas relacionadas à letalidade da
pública: em razão da própria natureza da atividade de segu-
16 mortes por 100 mil população jovem negra, das mulheres e de outros
rança pública, o risco de morte do agente precisa ser consi-
habitantes até 2030 grupos vulneráveis;
derado como um fator de incidência particular quando em
XVII – fomentar ações permanentes para o comba-
te ao crime organizado e à corrupção; comparação com outros grupos laborais. Entretanto, apesar
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade de esse entendimento ser compartilhado amplamente pela
violenta; população, as instituições ainda carecem de dados sólidos
XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação sobre duas vertentes desse problema: de um lado a vitimi-
de crimes hediondos e de homicídios; zação dos profissionais da segurança pública e, de outro, os
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas índices de suicídio destes.
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- No que tange especificamente aos casos de suicídio, os
lência armada. dados são ainda mais frágeis. Seus problemas vão desde o
aspecto de tabu do tema, problemas de coleta e até mes-
Meta 2: Reduzir a IV – estimular e apoiar a realização de ações de mo mascaramento deliberado de dados por razões morais.
taxa nacional de le- prevenção à violência e à criminalidade, com prio- Apesar disso, ao considerar a segurança pública como um
são corporal seguida ridade para aquelas relacionadas à letalidade da sistema integrado, dedicar atenção à qualidade de vida de
de morte para abai- população jovem negra, das mulheres e de outros seus profissionais é dedicar atenção à segurança como um
xo de 0,30 morte por grupos vulneráveis;
todo, em sentido amplo.
100 mil habitantes até XVII – fomentar ações permanentes para o comba-
Atualmente não existem rotinas de coleta e análise dos
2030 te ao crime organizado e à corrupção;
números de vitimização e suicídio de profissionais da segu-
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
rança pública. Assim, optou-se por postular provisoriamente
violenta; XXIV – fortalecer os mecanismos de in-
a meta em coerência àquela proposta para a população geral,
vestigação de crimes hediondos e de homicídios;
sem excluir a necessidade de ajustes futuros motivados por
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas
novos dados.
de fogo e munições, com vistas à redução da vio-
lência armada.
Meta 3: Reduzir a taxa XVII – fomentar ações permanentes para o comba-
nacional de latrocínio te ao crime organizado e à corrupção; Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Pú-
para abaixo de 0,70 XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade blica e Defesa Social relacionados às metas
morte por 100 mil violenta; (art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018)
habitantes até 2030. XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação Meta 6: Reduzir o XXI – estimular a criação de mecanismos de prote-
de crimes hediondos e de homicídios; número absoluto de ção dos agentes públicos que compõem o sistema
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas vitimização de profis- nacional de segurança pública e de seus familiares;
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- sionais de segurança XXII – estimular e incentivar a elaboração, a exe-
lência armada. pública em 30% até cução e o monitoramento de ações nas áreas de
Meta 4: Reduzir a IV – estimular e apoiar a realização de ações de 2030 valorização profissional, de saúde, de qualidade de
taxa nacional de mor- prevenção à violência e à criminalidade, com prio- vida e de segurança dos servidores que compõem
tes violentas de mu- ridade para aquelas relacionadas à letalidade da o sistema nacional de segurança pública.
lheres para abaixo de população jovem negra, das mulheres e de outros Meta 7: Reduzir o nú- XXI – estimular a criação de mecanismos de prote-
2 mortes por 100 mil grupos vulneráveis; mero absoluto de sui- ção dos agentes públicos que compõem o sistema
mulheres até 2027 XX – estimular a concessão de medidas protetivas cídio de profissionais nacional de segurança pública e de seus familiares;
em favor de pessoas em situação de vulnerabi- de segurança pública XXII – estimular e incentivar a elaboração, a exe-
lidade; em 30% até 2030 cução e o monitoramento de ações nas áreas de
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade valorização profissional, de saúde, de qualidade de
violenta; vida e de segurança dos servidores que compõem
XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação o sistema nacional de segurança pública.
Conhecimentos Específicos

de crimes hediondos e de homicídios;


XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas 1.3.5 Grupo 3 – Roubo e Furto de Veículos
de fogo e munições, com vistas à redução da vio-
lência armada. As metas do Grupo 3 visam à redução dos crimes contra
Meta 5: Reduzir a XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade o patrimônio, restrito aos roubos e furtos de veículos. Esse
taxa nacional de mor- violenta. recorte tem duas justificativas principais: a primeira delas diz
tes no trânsito para respeito à baixa subnotificação dos delitos dessa natureza
abaixo de 9 mortes (em razão da combinação entre o alto preço do bem subtra-
por 100 mil habitan- ído, a possibilidade de ressarcimento por seguro patrimo-
tes até 2030. nial e o impacto administrativo da ausência de declaração).
Além desta, subjaz o entendimento de que os dois delitos
1.3.4 Grupo 2 – Proteção dos Profissionais de Segurança são impulsionadores para uma série de outros crimes, na
Pública medida que uma parte de atividades delitivas ocorre com
o suporte de veículos para o deslocamento dos criminosos.
Ainda que sejam efetivamente mortes violentas, aqueles Ademais, destaca-se que o roubo de veículo representa gran-
eventos cujas vítimas são profissionais da segurança públi- de potencial ofensivo e possui relação direta com crimes de

68
latrocínio. Entretanto, é importante frisar que esse recorte Tabela 2- Dados do Sistema Penitenciário Brasileiro - Fonte: SISDEPEN
não é (e nem deve ser) permanente. Outras naturezas de Dados Prisionais
crimes contra o patrimônio devem ser incluídas nos ciclos
Indicador/Ano 2016 2017 2030
de implementação do PNSP, conforme sejam amadurecidos
os dados para mapeamento e entendimento dos fenômenos População carcerária 722.120 726.354 964.613
relacionados. Assim, vislumbra-se a inserção, num futuro Vagas existentes 446.874 423.242 677.187
próximo, de metas relacionadas a incidentes como furtos Trabalho 127.643 127.514 363.414
e roubos de residências e comércios, transeuntes, cargas e Atividades educacionais 78.990 76.840 218.994
transportes coletivos, por exemplo.
Ao se combater esses dois delitos espera-se impactos na Combater a superlotação carcerária é elemento funda-
redução de mortes violentas e implemento econômico, uma mental para a adequação do cumprimento de penas pri-
vez que lesam o patrimônio dos indivíduos. Dados extraídos vativas de liberdade no País. Não bastassem seus efeitos
do Sinesp sobre o intervalo entre 2015 e 2018, apontam que nocivos por ser um mal em si mesmo, a superlotação dificulta
a tendência é de queda, conforme Tabela 1 a seguir: a gestão das unidades prisionais, o cumprimento das penas
com respeito aos direitos fundamentais dos condenados,
Tabela 1 - Ocorrências de roubo e furto de veículo (2015 a 2018) – além de fortalecer o crime organizado.
Fonte: Sinesp
Dado então, o cenário nacional é medida urgente, postu-
Delito 2015 2016 Variação 2017 Variação 2018 Variação Variação lada já pela PNSPDS, sua racionalização. Para tanto, propõe-
(2015/ (2016/2017) (2017/2018) Média -se como meta a diminuição da relação de presos por vaga
2016)
por meio da construção de novas unidades de cumprimento
Roubo 237.115 271.592 14,54% 276.389 1,77% 242.914 -12,11% 1,40% de pena. Em paralelo, atividades laborais e educacionais são
de
Veículo ferramentas importantes para ressocialização dos presos.
Furto de 268.709 278.639 3,70% 262.805 -5,68% 238.164 -9,38% -3,79%
Sendo assim, é primordial ofertar qualificação técnica que
Veículo contribua para a aprendizagem de um ofício capaz de habili-
tar profissionalmente os presos, humanizar a pena, diminuir
Em 2018, conforme dados da Secretaria Nacional de a reincidência e possibilitar a reinserção social.
Trânsito (Senatran), a frota de veículos em circulação era
de 100.746.553 (cem milhões, setecentos e quarenta e seis Meta Objetivos da Política Nacional de
mil, quinhentos e cinquenta e três veículos). Isso represen- Segurança Pública e Defesa Social
ta a taxa de 241,11 roubos e 236,40 furtos a cada 100 mil relacionados às metas
veículos. (art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de
A meta proposta para as ocorrências de furto de veículos junho de 2018)
é de até 140 ocorrências por 100 mil veículos até 2030, o Meta 10: Aumentar em 60% o quan- XV – Racionalizar e humanizar o
que gera redução de 40,78% se comparado a 2018. Para os titativo de vagas no sistema prisional,
sistema penitenciário e outros
delitos de roubo de veículo a meta é de até 150 ocorrências com o total de 677.187 vagas até 2030ambientes de encarceramento.
por 100 mil veículos, e representa uma redução de 37,79%. Meta 11: Aumentar em 185% o XV – Racionalizar e humanizar o
quantitativo de presos que exercem sistema penitenciário e outros
Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi- atividade laboral, com o total de ambientes de encarceramento.
ca e Defesa Social relacionados às metas 363.414 presos em atividades labo-
(art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018) rais até 2030
Meta 8: Reduzir a taxa II – apoiar as ações de manutenção da ordem Meta 12: Aumentar em 185% o XV – Racionalizar e humanizar o
nacional de furto de pública e da incolumidade das pessoas, do pa- quantitativo de presos que exercem sistema penitenciário e outros
veículos para abaixo trimônio, do meio ambiente e de bens e direitos; atividades educacionais, com o total ambientes de encarceramento.
de 140 ocorrências VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção, de 218.994 mil presos em atividades
por 100 mil veículos controle e fiscalização para a repressão aos crimes educacionais até 2030
até 2030. transfronteiriços.
Meta 9: Reduzir a taxa II – apoiar as ações de manutenção da ordem 1.3.7 Grupo 5 – Ações de prevenção de desastres e
nacional de roubo de pública e da incolumidade das pessoas, do pa- acidentes
veículos para abaixo trimônio, do meio ambiente e de bens e direitos;
O crescimento demográfico, sobretudo quando não pla-
Conhecimentos Específicos

de 150 ocorrências VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção,


por 100 mil veículos controle e fiscalização para a repressão aos crimes nejado, faz aumentar os riscos que envolvem incêndios e
até 2030 transfronteiriços. acidentes em geral nas edificações e, consequentemente,
danos irreversíveis ao patrimônio e à vida das pessoas. Com
1.3.6 Grupo 4 – Sistema Prisional a finalidade de reduzir estes riscos, os Corpos de Bombeiros
Militares são responsáveis pela fiscalização das edificações
O sistema prisional é uma das questões mais complexas e áreas de risco, conforme previsto na Lei nº 13.425, de 30
da realidade social brasileira, desafiador tanto para a justiça de março de 2017, denominada popularmente de “Lei Kiss”.
penal quanto para as políticas criminais, penitenciárias e Estabelecer metas e indicadores de prevenção de in-
de segurança pública. Nesse contexto, é necessário discutir cidentes, mesmo desconsiderada a precariedade geral do
sobre soluções que permitam a redução da superlotação cenário brasileiro, é de uma complexidade ainda não su-
carcerária, a melhoria das condições de cumprimento de perada. Isso se destaca ainda mais quando consideramos
pena e a redução da reincidência criminal. Desta forma, o fo- a necessidade de elaboração de indicadores de resultado e
mento à geração de vagas físicas, de trabalho e de educação não somente que se limitem a demonstrar a execução de
compõem os objetivos do Grupo 4, com vistas a enfrentar uma proposta, o esforço institucional ou sua produtividade.
Nesse sentido, há um evidente nexo de razoabilidade en-
os desafios que se observam nesse cenário.
tre o implemento de ações de fiscalização e estabelecimento

69
de protocolos de emergência tanto na redução da incidência Meta 13: Atingir o I – fomentar a integração em ações estratégicas
de sinistros, quanto da maior preservação das pessoas e dos índice de 50% das e operacionais, em atividades de inteligência de
bens em caso de seu acontecimento. Unidades Locais de- segurança pública e em gerenciamento de crises
Uma saída encontrada para o lançamento do PNSP foi vidamente certifi- e incidentes;
o foco na relação entre o quociente de áreas de risco e a cadas, por meio de II – apoiar as ações de manutenção da ordem
proporção delas certificadas, com planos de contingência alvará de licença (ou pública e da incolumidade das pessoas, do pa-
e devidamente autorizadas a funcionar. Nesse sentido, um instrumento equiva- trimônio, do meio ambiente e de bens e direitos;
desafio imediato se impõe: identificar a totalidade de edi- lente) emitidos pelos III – incentivar medidas para a modernização de
ficações e áreas de riscos que necessitam ser fiscalizadas. corpos de bombeiros equipamentos, da investigação e da perícia e para
Somente vencido esse desafio será possível estabelecer uma militares até 2030 a padronização de tecnologia dos órgãos e das
meta geral e confiável para tais atividades. instituições de segurança pública.
Entretanto, apesar da inviabilidade de mensurar todas
as edificações e áreas de riscos existentes, é possível partir Não é demais destacar que a necessidade de estrutu-
de uma métrica já existente e consolidada que possa re- ração de fontes e insumos de informação sobre prevenção
presentar, ainda que em termos amostrais, o tamanho da não perde importância com a construção de uma métrica de
demanda. Assim, tomou-se como referência a unidade esta- indicadores e uma meta. Outras possibilidades precisam e
tística utilizada pelo IBGE denominada Unidade Local (UL), já estão sendo investigadas, como o impacto das mortes em
que é assim definida: incêndios e desastres nos índices de mortes violentas, ou o
efeito de fiscalizações continuadas nos imóveis autorizados
A unidade local (UL), como unidade estatística, é a funcionar.
definida como a unidade de produção numa única
localização geográfica (endereço), onde a atividade 1.4 O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa
econômica é realizada (ou a partir de onde é con- Social 2021-2030 como instrumento para alcance dos ob-
duzida). O reconhecimento da UL como unidade jetivos da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa
estatística exige que esta tenha informações dis- Social
poníveis, no mínimo, sobre o número de pessoas
ocupadas. [...] Numa mesma unidade local, uma ou Fundamentas em modelos lógicos, foram elaboradas
mais atividades podem ser realizadas. ações estratégicas que relacionam os objetivos da PNSPDS
aos atores envolvidos, aos modelos e às metas propostas
Relacionar a quantidade de Alvarás de Licença emitidos por esta revisão do PNSP, conforme visto anteriormente.
pelos Corpos de Bombeiros (ALCB), ou documento equiva- Em um primeiro esforço, foram elaboradas 37 (trinta e
lente, com as Unidades Locais da Classificação Nacional de sete) ações estratégicas. Estas compunham o material sub-
Atividades Econômicas (CNAE) representa um recorte abar- metido à consulta interna das unidades do Ministério da
cável, restrito conceitualmente às edificações para atividade Justiça e Segurança Pública, a uma consulta pública atra-
econômica. vés da plataforma e-Democracia e à colaboração de outros
Desta forma, fez-se a análise deste índice a partir da série órgãos e entidades federais, por meio de ofícios. Ao final
histórica do período de 2014 a 2018 de alvarás de licença (ou desta etapa do processo, o rol de temas considerados es-
documentos equivalentes) emitidos pelos Corpos de Bombei- tratégicos foi ampliado consideravelmente. Essa ampliação
ros Militares e Unidades Locais cadastradas através do CNAE: ganhou forma nas 12 (doze) ações propostas a seguir, cada
uma delas com o aporte de alíneas, a fim de abranger todos
Tabela 3 - Relação entre alvarás de licença (ou equivalente) emitidos os temas detectados anteriormente, sem impedir a atuação
pelos Corpos de Bombeiros Militares (ALCBs) e a quantidade de Unida-
des Locais (ULs) no Brasil entre 2014 e 201841
em outras frentes que se venha a perceber como igualmente
estratégicas. Em paralelo, a otimização das ações estratégi-
Ano ALCBs (ou equiva- Unidades Locais Proporção ALCB/UL cas buscou proporcionar o seu devido alinhamento com o
lente) emitidos Cadastradas no orçamento, visando monitoramento, controle e avaliação
-exceto para even- CNAE dos gastos públicos no PNSP.
tos temporários O processo de reavaliação bianual das ações estratégi-
2014 527.141 2.968.019 17,8% cas objetiva tanto a sua continuidade por toda a vigência
2015 704.773 2.956.848 23,8% do Plano, quanto a adequação e inserção de novas ações
Conhecimentos Específicos

2016 712.512 2.902.038 24,6% estratégicas que se venha a perceber como necessárias.
2017 982.670 2.894.233 34,0% Cada uma das ações estratégicas prevê, além da menção
ao Ciclo de Implementação, outras características fundamen-
2018 865.668 2.870.407 30,2% tais para sua execução, como os órgãos responsáveis, as me-
tas PNSP relacionadas e os objetivos, extraídos da PNSPDS,
No período analisado, a proporção de ALCBs/UL variou cujo atendimento elas visam contemplar.
entre 34,0% (2017) e 17,8% (2014), com 26,1% em média Especificamente acerca dos órgãos responsáveis, optou-
(desvio padrão de 5,6%). Desta forma, foi estabelecido que -se por nomear somente aqueles que compõem a estrutura
elevar o índice de ALCB por UL além de 50% compõe uma do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Trata-se de
meta tanto exequível quanto com ganho de resultado im-
uma decisão gerencial diretamente relacionada à autonomia
portante, sendo necessários aumentos sistemáticos no valor
federativa dos entes: ainda que exista um certo alinhamen-
médio atual a cada ciclo de implementação.
to necessário entre determinadas ações e as instituições
estaduais, distritais ou municipais, essa conexão é de ges-
Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi- tão exclusiva do respectivo ente federativo. Sendo assim,
ca e Defesa Social relacionados às metas a atribuição de responsabilidades somente aos órgãos do
(art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018) MJSP indica aquele responsável por articular aquela ação,

70
acompanhar seu andamento, propor atividades e coletar Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
resultados junto aos entes federativo. tação
Metas relacionadas Todas
Ação Estratégica 1
Promover, viabilizar, executar e aprimorar ações de Objetivos da Política
V – promover a participação social nos conselhos
governança e gestão da segurança pública e defesa social Nacional de Seguran-
de segurança pública;
do País. ça Pública e Defesa– estabelecer mecanismos de monitoramento e
Social (art. 6º da Lei
de avaliação das ações implementadas;
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser nº 13.675, de 2018)– promover uma relação colaborativa entre os
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- órgãos de segurança pública e os integrantes do
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os sistema judiciário para a construção das estraté-
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de gias e o desenvolvimento das ações necessárias
Segurança Pública e Defesa Social: ao alcance das metas estabelecidas.
a. Implementar políticas de segurança pública, preven- Modelos lógicos de ML-1, ML-21, ML-23, ML-24, ML-25, ML-32 e
ção e enfrentamento à criminalidade, de maneira integrada referência ML-33.
com os entes federativos e na forma estabelecida no Plano
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; Ação Estratégica 2
b. Financiar a implementação de políticas e o fortaleci- Desenvolver e apoiar a implementação de programas
mento das instituições de segurança pública e defesa social e projetos que favoreçam a execução de ações preventivas
por meio de transferências de recursos federais na modali-
e repressivas articuladas com outros setores, públicos e
dade fundo a fundo;
privados, para a redução de crimes e conflitos sociais.
c. Aprimorar as rotinas de governança e gestão de pla-
nos, programas, projetos e ações de segurança pública e
defesa social; Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
d. Garantir a participação efetiva da sociedade nos Con- observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
selhos de Segurança Pública e Defesa Social; zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
e. Garantir a participação efetiva dos Conselhos de Segu- objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
rança Pública e Defesa Social nos processos de acompanha- Segurança Pública e Defesa Social:
mento da execução e da avaliação dos resultados do Plano a. Desenvolver, apoiar e implementar programas e pro-
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; jetos destinados às ações preventivas e de salvaguarda, e
f. Implementar formas de acompanhamento, com vistas conjugar esforços de setores públicos e privados, inclusive
à transparência ativa e à participação social, nos processos de polícia comunitária e de atuação municipal;
de execução e avaliação de alcance dos resultados das ações b. Aprimorar os sistemas de controle de armas de fogo,
estratégicas, das metas e dos indicadores do Plano Nacional artefatos explosivos e material controlado, bem como for-
de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; talecer o compartilhamento das informações entre as ins-
g. Apoiar, tanto financeira quanto metodologicamente, tituições envolvidas para diminuir o quantitativo de armas
a elaboração de planos estratégicos de segurança pública ilegais em circulação;
e defesa social dos entes federativos integrantes do Siste- c. Promover a atuação padronizada dos órgãos de segu-
ma Único de Segurança Pública - Susp, alinhados ao Plano rança pública e defesa social;
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; d. Aprimorar as ações de prevenção e fiscalização de
h. Integrar e promover a articulação harmônica e perma-
áreas de risco de calamidade, de incêndios, de desastres, de
nente dos integrantes do Susp por meio da implementação
acidentes, com vistas à maior preservação do patrimônio, da
da governança do Plano Nacional de Segurança Pública e
Defesa Social 2021- 2030 e dos planos de segurança pública segurança coletiva e da integridade das pessoas;
e defesa social dos entes federativos; e. Implementar e aprimorar atividades relativas à segu-
i. Racionalizar a destinação de recursos para a segurança rança ambiental, com foco na diminuição do tráfico ilegal de
pública por meio da adoção de critérios técnicos e da gestão animais e minerais, do mau uso do solo e de sua ocupação,
por resultados; dos danos à fauna, à flora e à biodiversidade, bem como a
j. Fomentar estratégias para maior eficiência no uso dos responsabilização efetiva dos agentes envolvidos;
recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e de outras f. Fomentar e atuar na redução de crimes e infrações de
fontes de financiamento, com subsídio à participação cole- trânsito, em especial por meio do emprego de tecnologia na
Conhecimentos Específicos

tiva no debate sobre a segurança pública e defesa social; e atividade de fiscalização;


k. Promover a cooperação e a articulação entre os ór- g. Intensificar as operações integradas, preventivas e
gãos federais, estaduais, distritais e municipais com vistas repressivas nas divisas dos Estados e do Distrito Federal,
ao alcance das metas estabelecidas e os objetivos da Política com foco no enfrentamento dos crimes de maior potencial
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social. ofensivo; e
h. Desenvolver e aprimorar ações relacionadas ao en-
Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional; frentamento ao terrorismo.
2. Polícia Federal;
3. Polícia Rodoviária Federal; Responsáveis 1. Polícia Federal;
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança 2. Polícia Rodoviária Federal;
Pública; 3. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e 4. Secretaria de Operações Integradas.
Gestão de Ativos; Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
6. Secretaria Nacional de Justiça; tação
7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
Secretaria de Operações Integradas. Metas relacionadas Todas

71
Objetivos da Política– fomentar a integração em ações estratégicas Modelos lógicos de ML-30, ML-37 e consulta pública.
Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de referência
ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises
Social (art. 6º da Lei
e incidentes; Ação Estratégica 4
nº 13.675, de 2018) – apoiar as ações de manutenção da ordem públi- Aperfeiçoar a gestão de ativos provenientes da atuação
ca e da incolumidade das pessoas, do patrimônio, de persecução penal em casos de prática e financiamento
do meio ambiente e de bens e direitos; de crimes, de atos de improbidade administrativa e de ilí-
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade citos apurados e promover a sua destinação.
violenta;
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
lência armada. zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
Modelo lógico de re- ML-03, ML-05 e ML-15 e consulta pública. objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
ferência Segurança Pública e Defesa Social:
a. Aperfeiçoar os mecanismos de alienação de ativos
Ação Estratégica 3 provenientes da prática e do financiamento de crimes;
Aperfeiçoar a atuação, a coordenação estratégica e a b. Aprimorar o processo de destinação de bens prove-
integração operacional dos órgãos de segurança pública e nientes da prática e do financiamento de crimes ao uso pelas
defesa social para o enfrentamento de delitos transfrontei- instituições de segurança pública;
riços e transnacionais, inclusive com a ampliação do controle c. Otimizar o processo de destinação de recursos finan-
e da fiscalização nas fronteiras, nos portos e nos aeroportos. ceiros provenientes da prática e do financiamento de crimes
ao financiamento da segurança pública, conforme legisla-
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser ção pertinente; e d. Aprimorar o conjunto de ferramentas
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- e soluções informatizadas utilizadas para a gestão de ativos.
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social: Responsáveis 1. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança
a. Estimular a cooperação internacional destinada à segu- Pública;
rança pública e reforçar a prevenção e o enfrentamento qualifi- 2. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
cado e articulado dos crimes transfronteiriços e transnacionais; Gestão de Ativos;
b. Ampliar a prevenção e a repressão aos delitos trans- 3. Secretaria Nacional de Justiça; e
fronteiriços e transnacionais, com o fortalecimento do 4. Secretaria Nacional de Segurança Pública.
controle e da fiscalização nas fronteiras, nas rodovias, nas Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
ferrovias, nos portos e nos aeroportos, de forma compar- tação
tilhada e integrada, por meio de operações de segurança Metas relacionadas 1, 2, 3, 4, 8 e 9
pública articulada com as Forças Armadas e os órgãos de
Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de
fiscalização e controle;
Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para
c. Aprimorar o controle do tráfego internacional, a emis-
ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
são de passaportes e o registro de estrangeiros; e
d. Propor e colaborar com ações para o desenvolvimento Social (art. 6º da Lei instituições de segurança pública;
das áreas mais vulneráveis das regiões de fronteira, em arti- nº 13.675, de 2018) XVII – fomentar ações permanentes para o comba-
culação com outros órgãos afins, tanto civis quanto militares. te ao crime organizado e à corrupção;
XIX – promover uma relação colaborativa entre os
órgãos de segurança pública e os integrantes do
Responsáveis 1. Polícia Federal; sistema judiciário para a construção das estraté-
2. Polícia Rodoviária Federal; gias e o desenvolvimento das ações necessárias
3. Secretaria Nacional de Justiça; ao alcance das metas estabelecidas.
4. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e Modelo lógico de re- ML-33.
5. Secretaria de Operações Integradas. ferência
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
tação Ação Estratégica 5
Conhecimentos Específicos

Metas relacionadas Todas Qualificar o combate à corrupção, à oferta de drogas


Objetivos da Política I – fomentar a integração em ações estratégicas ilícitas, ao crime organizado e à lavagem de dinheiro, com
Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de a implementação de ações de prevenção e repressão dos
ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises delitos dessas naturezas.
Social e incidentes;
(art. 6º da Lei nº VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção, Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
13.675,de 2018) controle e fiscalização para a repressão aos crimes observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
transfronteiriços; zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
IX – estimular o intercâmbio de informações de objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
inteligência de segurança pública com instituições Segurança Pública e Defesa Social:
estrangeiras congêneres; a. Incrementar as ações relativas à cooperação jurídica
XVII – fomentar ações permanentes para o com- internacional, inclusive quanto à recuperação de ativos;
bate ao crime organizado e à corrupção; b. Implementar e apoiar projetos e ações destinados à
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas redução de oferta de drogas ilícitas e fortalecer os mecanis-
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- mos de enfrentamento ao narcotráfico;
lência armada. c. Estimular o fortalecimento de unidades especializadas;

72
d. Fortalecer os mecanismos de proteção dos agentes do Ação Estratégica 6
Estado e de testemunhas como medida de enfrentamento Qualificar e fortalecer a atividade de investigação e perí-
às organizações criminosas; cia criminal, com vistas à melhoria dos índices de resolução
e. Atuar no fortalecimento das ouvidorias e corregedorias de crimes e infrações penais.
para o combate à corrupção nas instituições integrantes do
Susp; Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
f. Estimular a colaboração com o Ministério Público para observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
o exercício do controle externo da atividade policial; zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
g. Mapear, monitorar e isolar lideranças de organizações objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
criminosas em estabelecimentos prisionais de segurança má- Segurança Pública e Defesa Social:
xima, a fim de desestruturar as organizações e impossibilitar a. Qualificar o trabalho das polícias judiciárias por meio
o cometimento de crimes a partir do ambiente prisional; da otimização das atividades de coleta de provas e inves-
h. Aperfeiçoar os sistemas e os meios de denúncias para tigação;
o enfrentamento do crime organizado, da corrupção e da b. Fortalecer a comprovação da dinâmica, da autoria e
lavagem de dinheiro; da materialidade dos crimes por meio do aperfeiçoamento
i. Estabelecer parcerias, por meio da atuação estatal das atividades periciais e de polícia judiciária;
integrada, com outros atores relacionados ao combate à c. Envidar esforços para a devida coleta e armazenamen-
corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado; to dos perfis genéticos, em conformidade com a legislação
j. Disponibilizar recursos tecnológicos e acesso a dados aplicável;
com o intuito de ampliar as ferramentas de combate à cor- d. Promover ações que assegurem a integridade e a efi-
rupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado; e cácia da cadeia de custódia de vestígios; e
k. Fortalecer a execução de ações destinadas à desarti- e. Desenvolver e aperfeiçoar bancos de vestígios, de
culação financeira de organizações criminosas. dados periciais e de identificação biométrica, assim como
estruturar e fortalecer as redes integradas de atuação.
Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
2. Polícia Federal; Responsáveis 1. Polícia Federal;
3. Polícia Rodoviária Federal; 2. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública;
Pública; 3. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e 4. Secretaria de Operações Integradas.
Gestão de Ativos;
6. Secretaria Nacional de Justiça; Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; tação
8. Secretaria de Operações Integradas; Metas relacionadas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9
9. Corregedoria-Geral; e Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de
10. Ouvidoria-Geral. Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
tação Social (art. 6º da Lei instituições de segurança pública;
Metas relacionadas Todas nº 13.675, de 2018) XVII – fomentar ações permanentes para o comba-
te ao crime organizado e à corrupção;
Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para violenta;
ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação
Social (art. 6º da Lei instituições de segurança pública; de crimes hediondos e de homicídios.
nº 13.675, de 2018) – incentivar e ampliar as ações de prevenção, con-
trole e fiscalização para a repressão aos crimes Modelo lógico de re- ML-01, ML-04 e consulta pública.
transfronteiriços; ferência
– estimular o intercâmbio de informações de in-
teligência de segurança pública com instituições Ação Estratégica 7
estrangeiras congêneres; Padronizar tecnologicamente e integrar as bases de
– integrar e compartilhar as informações de segu- dados sobre segurança pública entre União, Estados, Dis-
Conhecimentos Específicos

rança pública, prisionais e sobre drogas; trito Federal e Municípios por meio da implementação do
– fomentar estudos, pesquisas e publicações sobre Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública,
a política de enfrentamento às drogas e de redu- Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
ção de danos relacionados aos seus usuários e aos Material Genético, de Digitais e de Drogas - Sinesp e do
grupos sociais com os quais convivem; Sistema de Informações do Departamento Penitenciário
– fomentar ações permanentes para o combate Nacional - Sisdepen e por meio dos dados obtidos do Sis-
ao crime organizado e à corrupção; tema Nacional de Trânsito - SNT e de outros sistemas de
XIX – promover uma relação colaborativa entre os interesse da segurança pública e defesa social, com o uso
órgãos de segurança pública e os integrantes do de ferramentas de aprendizado de máquina (machine le-
sistema judiciário para a construção das estraté- arning) para categorização e análise.
gias e o desenvolvimento das ações necessárias
ao alcance das metas estabelecidas; Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
XXVI – fortalecer as ações de prevenção e repres- observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
são aos crimes cibernéticos. zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
Modelos lógicos de ML-11, ML-12, ML-14 e ML-41. objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
referência Segurança Pública e Defesa Social:

73
a. Padronizar, integrar, coletar e consolidar dados e in- f. Estimular a articulação e a cooperação entre o sistema
formações de interesse da segurança pública e defesa social, de inteligência de segurança pública com setores de inteli-
para o tratamento, a análise e a divulgação estatística; gência da iniciativa privada, em conformidade com a legis-
b. Promover a modernização e a interoperabilidade dos lação aplicável à proteção de dados.
sistemas de interesse da segurança pública e defesa social
com vistas à integração, à gestão, à análise e ao comparti-
lhamento de dados e informações; Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
c. Integrar e aprimorar a base de dados entre os órgãos 2. Polícia Federal;
integrantes do Sistema Nacional de Trânsito - SNT e os de- 3. Polícia Rodoviária Federal;
mais órgãos de segurança Pública e defesa social; e 4. Secretaria Nacional de Justiça;
d. Ampliar os mecanismos de proteção e segurança de 5. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
dados. 6. Secretaria de Operações Integradas.
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
tação
Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
2. Polícia Federal; Metas relacionadas Todas
3. Polícia Rodoviária Federal; Objetivos da Política I – fomentar a integração em ações estratégicas
4. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de
Gestão de Ativos; ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises
5. Secretaria Nacional de Justiça; Social (art. 6º da Lei e incidentes;
6. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e nº 13.675, de 2018) – estimular o intercâmbio de informações de in-
7. Secretaria de Operações Integradas. teligência de segurança pública com instituições
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) estrangeiras congêneres;
tação – integrar e compartilhar as informações de segu-
Metas relacionadas Todas rança pública, prisionais e sobre drogas.
Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de Modelos lógicos de ML-02, ML-11, ML-12, ML-13, ML-26, ML-27, ML-
Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para referência 28, ML- 29, ML-31, ML-33, ML-34 e ML-41.
ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
Social instituições de segurança pública; Ação Estratégica 9
(art. 6º da Lei nº VII – promover a interoperabilidade dos sistemas Promover o aparelhamento e a modernização da infra-
13.675, de 2018) estrutura dos órgãos de segurança pública e defesa social.
de segurança pública;
X – integrar e compartilhar as informações de se- Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
gurança pública, prisionais e sobre drogas;
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
violenta; zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- Segurança Pública e Defesa Social:
lência armada. a. Apoiar a implementação, a estruturação e a moder-
Modelos lógicos de ML-04, ML-07, ML-09, ML-11, ML-12, ML-20, ML- nização de centros integrados de comando e controle ou
referência 22, ML-38 e ML- 39. unidades congêneres com vistas à atuação integrada nas
execução de ações de segurança pública e defesa social;
Ação Estratégica 8 b. Modernizar e equipar os órgãos de segurança públi-
Fortalecer a atividade de inteligência das instituições de ca e defesa social para o desempenho adequado de suas
segurança pública e defesa social, por meio da atuação in- atividades;
tegrada dos órgãos do Susp, com vistas ao aprimoramento c. Modernizar e equipar os órgãos de segurança pública,
das ações de produção, análise, gestão e compartilhamento em especial os de perícia oficial, para a observação adequada
de dados e informações. da cadeia de custódia de vestígios;
d. Apoiar o aparelhamento dos órgãos de segurança pú-
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
blica por meio da cooperação federativa; e
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os e. Aperfeiçoar os processos de aquisição, controle e des-
Conhecimentos Específicos

objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de fazimento de produtos e materiais de segurança pública.
Segurança Pública e Defesa Social:
a. Promover ações com o objetivo de dotar as institui- Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
ções de segurança pública com ferramentas de inteligência 2. Polícia Federal;
modernas, padronizadas e integradas para a produção de 3. Polícia Rodoviária Federal;
conhecimento, em conformidade com a legislação aplicável; 4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança
b. Atuar na estruturação e no aperfeiçoamento das ati- Pública;
vidades de inteligência penitenciária; 5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
c. Estimular a cooperação e o intercâmbio de informa- Gestão de Ativos;
ções de inteligência de segurança pública com instituições 6. Secretaria Nacional de Justiça;
estrangeiras congêneres; 7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
d. Promover a criação e a estruturação da atividade de 8. Secretaria de Operações Integradas.
inteligência de trânsito;
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
e. Integrar os sistemas e os subsistemas de inteligência
tação
de segurança pública e promover o compartilhamento de
tecnologias interagências; e Metas relacionadas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9

74
Objetivos da Política
I – fomentar a integração em ações estratégicas l. Promover a elaboração e a difusão de Procedimentos
Nacional de Seguran-
e operacionais, em atividades de inteligência de Operacionais Padrão - POP;
ça Pública e Defesasegurança pública e em gerenciamento de crises m. Realizar e fomentar pesquisas estratégicas com vistas
Social (art. 6º da Lei
e incidentes; à redução da oferta, do consumo e dos prejuízos decorrentes
nº 13.675, de 2018)III – incentivar medidas para a modernização de do uso de drogas ilícitas;
equipamentos, da investigação e da perícia e para n. Qualificar o atendimento às vítimas em situação de
a padronização de tecnologia dos órgãos e das vulnerabilidade por meio da capacitação continuada dos
instituições de segurança pública; profissionais de segurança pública;
XV – racionalizar e humanizar o sistema peniten- o. Realizar e fomentar pesquisas em inovação de produ-
ciário e outros ambientes de encarceramento. tos, equipamentos, tecnologia, métodos periciais e serviços
de segurança pública, com o objetivo de certificá-los; e
Modelos lógicos de Consulta Pública, ML-04, ML-11, ML-12, ML-35
p. Ampliar as ações de capacitação dos agentes públicos
referência e ML-39.
nos temas relacionados ao combate à corrupção, ao crime
Ação Estratégica 10 organizado e à lavagem de dinheiro.
Aperfeiçoar as atividades de segurança pública e defesa
social por meio da melhoria da capacitação e da valoriza- Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
ção dos profissionais, do ensino e da pesquisa em temas 2. Polícia Federal;
finalísticos e correlatos. 3. Polícia Rodoviária Federal;
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser Pública;
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- 5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os Gestão de Ativos;
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de 6. Secretaria Nacional de Justiça;
Segurança Pública e Defesa Social: 7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
a. Promover o ensino e a pesquisa no campo da seguran- 8. Secretaria de Operações Integradas.
ça pública, da defesa social e de temas correlatos; Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
b. Desenvolver ensino, pesquisa e outros eventos de tação
aprendizagem destinados à qualificação em governança e Metas relacionadas Todas
gestão dos órgãos de segurança pública e defesa social; Objetivos da Política VI – estimular a produção e a publicação de estu-
c. Financiar a implementação de políticas com vistas à Nacional de Seguran- dos e diagnósticos para a formulação e a avaliação
qualificação e à valorização dos profissionais de segurança ça Pública e Defesa de políticas públicas;
pública por meio da transferência de recursos federais na Social (art. 6º da Lei XI – estimular a padronização da formação, da
modalidade fundo a fundo;
nº 13.675, de 2018) capacitação e da qualificação dos profissionais de
d. Promover ações de capacitação padronizada, conti- segurança pública, respeitadas as especificidades
nuada e aperfeiçoada em segurança pública; e as diversidades regionais, em consonância com
e. Mapear a criminalidade violenta, de modo a discrimi- esta Política, nos âmbitos federal, estadual, dis-
nar as características regionais e locais, a fim de garantir a trital e municipal;
elaboração de planos de ações com estratégias de atuação XVI – fomentar estudos, pesquisas e publicações
focadas na prevenção e na resolução, baseadas em evidên- sobre a política de enfrentamento às drogas e de
cias, dos problemas locais; redução de danos relacionados aos seus usuários
f. Promover parcerias com instituições de ensino superior e aos grupos sociais com os quais convivem;
e cooperações técnicas internacionais com vistas ao aprimo- – estimular a criação de mecanismos de proteção
ramento da pesquisa, bem como ao desenvolvimento de dos agentes públicos que compõem o sistema
diagnósticos e metodologias para a construção de planos nacional de segurança pública e de seus familiares;
de segurança; – estimular e incentivar a elaboração, a execução
g. Aprimorar o processo de seleção, investigação social, e o monitoramento de ações nas áreas de valori-
formação, avaliação de estágio probatório e educação conti- zação profissional, de saúde, de qualidade de vida
nuada dos profissionais de segurança pública e defesa social; e de segurança dos servidores que compõem o
h. Promover a atualização continuada dos perfis profis- sistema nacional de segurança pública.
siográficos e das matrizes curriculares; Modelos lógicos de ML-02, ML-04, ML-08, ML-09, ML-13, ML-16, ML-
Conhecimentos Específicos

i. Elaborar diretrizes e orientações aos órgãos de se- referência 17, ML-18,


gurança pública e defesa social para garantir a progressão ML-19, ML-27, ML-29, M-33, M-34, ML-35, ML-36,
funcional de seus profissionais por meio de critérios técnicos ML-39, ML-
e objetivos; 40, ML-41 e consulta pública.
j. Fortalecer o Programa Nacional de Qualidade de Vida
dos Profissionais de Segurança Pública - Pró-vida e os demais Ação Estratégica 11
programas relacionados à valorização desses profissionais, Aperfeiçoar as condições de cumprimento de medidas
no intuito de elaborar, implementar, apoiar, monitorar e restritivas de direitos, de penas alternativas à prisão e de
avaliar projetos que contribuam com o aumento da qua- penas privativas de liberdade, com vistas à humanização
lidade de vida, saúde biopsicossocial, moradia, assistência do processo e redução dos índices gerais de reincidência.
social e proteção;
k. Fortalecer os mecanismos de proteção dos profis- Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
sionais de segurança pública e defesa social e incentivar a observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
pesquisa e a análise de indicadores de mortos e feridos em zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
decorrência do exercício da função ou do ofício, de forma a objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
delinear estratégias para diminuição desses índices; Segurança Pública e Defesa Social:

75
a. Aprimorar a gestão do sistema penitenciário por meio Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
de investimentos que permitam gerenciar de forma mais 2. Polícia Federal;
eficaz os recursos, as informações e a estrutura penitenciária; 3. Polícia Rodoviária Federal;
b. Incentivar a participação da iniciativa privada na mo- 4. Secretaria Nacional de Justiça;
dernização do sistema penitenciário, de forma a ampliar a 5. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
oferta de vagas, humanizar o cumprimento da pena e contri- 6. Secretaria de Operações Integradas.
buir para a reinserção social por meio das parcerias público-
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
-privadas, em conformidade com as políticas penitenciárias
tação
instituídas pela União;
c. Promover melhores condições para o cumprimento de Metas relacionadas Todas
penas por meio da estruturação, do uso de tecnologias, da Objetivos da Política IV – estimular e apoiar a realização de ações de
articulação interinstitucional, da manutenção de unidades Nacional de Seguran- prevenção à violência e à criminalidade, com prio-
prisionais e de projetos de ressocialização; ça Pública e Defesa ridade para aquelas relacionadas à letalidade da
d. Promover mecanismos de colaboração e integração Social (art. 6º da Lei população jovem negra, das mulheres e de outros
entre as instituições de segurança pública e defesa social nº 13.675, de 2018) grupos vulneráveis;
com o Ministério Público e o Poder Judiciário; XX – estimular a concessã de medidas protetivas
e. Fomentar programas que objetivem a reinserção do em favor de pessoas em situação de vulnerabi-
egresso prisional no mercado de trabalho, como estratégia lidade;
de ressocialização, de enfrentamento à violência, de enfra- XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
quecimento das facções criminosas e de aumento da sen- violenta;
sação de segurança da sociedade. XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação
de crimes hediondos e de homicídios.
Responsável 1. Departamento Penitenciário Nacional. Modelo lógico de re- ML-03, ML-05, ML-06, M-7, ML-09, ML-15 e con-
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) ferência sulta pública.
tação
2. GOVERNANÇA, MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E
Metas relacionadas 10, 11 e 12 GERENCIAMENTO DE RISCOS DO PLANO NACIONAL DE
Objetivos da Política– fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL 2021-2030
Nacional de Seguran- cumprimento de medidas restritivas de direito e
ça Pública e Defesa de penas alternativas à prisão; 2.1 A Governança no âmbito do MJSP
Social (art. 6º da Lei
– fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de
nº 13.675, de 2018) cumprimento de pena restritiva de liberdade em Segundo o Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017,
relação à gravidade dos crimes cometidos; Governança Pública é o “conjunto de mecanismos de lide-
XV – racionalizar e humanizar o sistema peniten- rança, estratégia e controle postos em prática para avaliar,
ciário e outros ambientes de encarceramento. direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de
Modelo lógico de re- ML-10, ML-16, ML-17, ML-18, ML-19, ML-36 e políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da
ferência consulta pública. sociedade (art. 2°, inciso I)”.
O artigo 3º do referido Decreto estabelece que são prin-
Ação Estratégica 12 cípios da Governança Pública: I – capacidade de resposta; II –
Desenvolver e apoiar ações articuladas com outros integridade; III – confiabilidade; IV – melhoria regulatória; V –
setores, públicos e privados, destinadas à prevenção e à prestação de contas e responsabilidade; e VI – transparência
repressão à violência e à criminalidade relacionadas às mu- A Lei nº 13.675, de 2018, apresenta dispositivos, refe-
lheres, aos jovens e a outros grupos vulneráveis, bem como rentes à PNSPDS, diretamente relacionados aos princípios
ao desaparecimento e ao tráfico de pessoas. da Governança Pública:

Para a sua consecução, deverão necessariamente ser Art. 4º São princípios da PNSPDS: […]
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- VII - participação e controle social;
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os XI - publicidade das informações não sigilosas; […]
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de Art. 5º São diretrizes da PNSPDS: […]
Segurança Pública e Defesa Social: - atuação integrada entre a União, os Estados, o Dis-
a. Qualificar o atendimento às mulheres, aos jovens e a trito Federal e os Municípios em ações de segurança
Conhecimentos Específicos

outros grupos vulneráveis vítimas de violência, por meio da pública e políticas transversais para a preservação
criação ou da estruturação de espaços humanizados para o da vida, do meio ambiente e da dignidade da pes-
atendimento e o encaminhamento adequado das vítimas; soa humana;
b. Fomentar e apoiar o atendimento humanizado e in- - coordenação, cooperação e colaboração dos ór-
tegral às vítimas de violência sexual; gãos e instituições de segurança pública nas fases
de planejamento, execução, monitoramento e
c. Desenvolver e ampliar os bancos de dados e os meca- avaliação das ações, respeitando-se as respectivas
nismos de acompanhamento das medidas protetivas para atribuições legais e promovendo-se a racionalização
mulheres em situação de violência, para a sua proteção in- de meios com base nas melhores práticas;
tegral e a responsabilização dos agressores; XIV - participação social nas questões de segurança
d. Promover e apoiar programas e projetos que desenvol- pública; Art. 6º São objetivos da PNSPDS: […]
vam ações preventivas com o objetivo de reduzir a prática de V - promover a participação social nos Conselhos
crimes e de violência, especialmente aqueles que envolvam de segurança pública; [...]
crianças e adolescentes; e e. Promover ações entre os entes XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e
federativos e a União para o mapeamento, a prevenção e o de avaliação das ações implementadas; XIX - promover
enfrentamento ao desaparecimento e ao tráfico de pessoas. uma relação colaborativa entre os órgãos de segurança

76
pública e os integrantes do sistema judiciário para a modo a permitir a gestão da carteira de iniciativas,
construção das estratégias e o desenvolvimento das seu monitoramento pela alta gestão, a programação
ações necessárias ao alcance das metas estabelecidas. orçamentária e a avaliação de políticas públicas.

Para que a governança do Plano Nacional de Segurança Para garantir a governança no âmbito do MJSP foi institu-
Pública e Defesa Social 2021-2030 ocorra de forma efetiva ído o Comitê de Governança Estratégica (CGE), constituindo-
é preciso que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, -se na “[...] instância máxima do SG-MJSP do Ministério para
órgão responsável pela coordenação do Susp (§ 1º do art. avaliar e aprovar as iniciativas de gestão estratégica, ges-
10 da Lei nº 13.675, de 2018), promova o envolvimento de tão de riscos e controles internos, gestão de transparência,
todos os atores integrantes do Sistema Único. gestão de integridade, gestão de políticas públicas e gestão
O Sistema de Governança do Ministério da Justiça e administrativa”.
Segurança Pública conceitua Política Pública como sendo A fim de estruturar esses processos, é necessário que
o “conjunto de programas ou ações governamentais inte- seja publicado ato do Ministro de Justiça e Segurança
grado e articulado para a provisão de bens ou serviços à Pública, que aprove e dê conhecimento dos artefatos do
sociedade, dotado de recursos orçamentários”. As políticas Planejamento Estratégico do Ministério da Justiça e Segu-
públicas, conforme o item 2.5 (Alinhamento do PNSP com o rança Pública para um recorte de tempo delimitado. Na-
Planejamento Estratégico e Orçamento do MJSP), são o elo turalmente, esse planejamento deve delinear as diretrizes
entre o PNSP, o Planejamento Estratégico e o Orçamento, estratégicas, sendo elas necessariamente consonantes aos
portanto, peças importantes para o processo de governança. objetivos da PNSPDS.
Nesse sentido também cabe destacar que a gestão de A Cadeia de Valor do MJSP apresenta os macroprocessos
políticas públicas: e processos que promovem as entregas de valor à socieda-
de e também explicita os processos de governança, gestão
[...] envolve a estruturação das políticas públicas de e suporte intraministério. Nesse sentido, cabe observar a
responsabilidade do Ministério em programas de Figura 1 a seguir.

Figura 1 - Cadeia de Valor - Ministério da Justiça e Segurança Pública (detalhe): ações para entregar Proteção e Segurança da Sociedade. Observe-se
Conhecimentos Específicos

a Coordenação da Implantação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, com a atribuição de realizar monitoramento e avaliação
da execução da PNSPDS ao Gabinete do Ministro (GM), à Secretaria Executiva (SE) e à As- sessoria Especial de Controle Interno (AECI). Imagem
extraída de www.justica.gov.br/Acesso/governanca/planejamento-estrategico/pdfs-planejamento-estrategico/diagrama-cadeia-de-valor-final-v5.
pdf. Acesso em 23 jan. 2020.

Gestão da Política Integrada de Segurança Pública é uma 2.2 Sistema Único de Segurança Pública e PNSP
das cadeias finalísticas do MJSP, que, por meio dos seus res-
pectivos processos, promove a entrega “Proteção e Seguran- Como órgão central do Susp, cabe ao Ministério da
ça da Sociedade”. O macroprocesso finalístico Coordenação Justiça e Segurança Pública sua coordenação. Os sistemas
da Implantação da Política Nacional de Segurança Pública estaduais, distrital e municipais são responsáveis pela im-
e Defesa Social visa garantir o atingimento dos objetivos da plementação dos seus respectivos programas e projetos de
PNSPDS e, em especial, a governança do PNSP por meio do segurança pública, que precisam, necessariamente, ecoar as
processo “Realizar monitoramento e avaliação da execução diretrizes do programa nacional, naturalmente com atenção
do PNSP”, sob a responsabilidade do Gabinete do Ministro, à sua própria autonomia.
da Secretaria Executiva e da Assessoria Especial de Controle É facilmente perceptível o papel fundamental dos entes
Interno. federativos para a boa execução do PNSP. A grande maioria

77
das ações de segurança pública, não apenas em nível opera- cionamento o Conselho Estadual ou Distrital de Segurança
cional, é de responsabilidade desses atores, que executarão Pública e Defesa Social.
o plano através de suas próprias ações estratégicas, dire- Ainda que, de um lado, Conselhos de Segurança Pública
tamente relacionadas às políticas públicas desenvolvidas e e Defesa Social e Conselho Gestor do Fundo Nacional de
implementadas pelo MJSP. Segurança Pública configurem entes distintos, existe entre
Em especial, destaca-se entre as ações de competência eles uma importante interseção de competências, conforme
do MJSP a de efetivar o intercâmbio de experiências téc- se vê, por exemplo, na alínea “a” do art. 7° do Decreto nº
nicas e operacionais entre os órgãos integrantes do Susp, 9.609, de 12 de dezembro de 2018:
conforme preconiza o art. 13 da Lei nº 13.675, de 2018.
Em outras palavras, respeitado o pacto federativo brasilei- aprovação da programação orçamentária e finan-
ro, suas unidades devem funcionar de maneira articulada e ceira dos recursos do FNSP, a cada exercício, obser-
coordenada – não hierarquizada. vados os objetivos, as prioridades, os critérios e as
O PNSP é, portanto, elemento-chave para o pleno funcio- metas estabelecidos no PNSP, ou na ausência do
namento do Susp. Todavia, sua implementação é complexa, PNSP, aqueles estabelecidos para o Ministério da
principalmente porque União, Estados, Distrito Federal e Justiça e Segurança Pública no Plano Plurianual e
Municípios são autônomos, conforme previsto no art. 18 na Lei Orçamentária Anual;
da Constituição Federal de 1988. Cabe ao MJSP, por meio
de um sistema de governança compartilhado entre todos os Imposição similar consta na Lei Complementar nº 79, de
integrantes do Susp, exercer a coordenação e garantir a arti- 7 de janeiro de 1994, que cria o Fundo Penitenciário Nacional
culação, a cooperação e a integração de todos os envolvidos. (FUNPEN), que também condiciona os repasses aos entes
federativos mediante “existência de conselhos estadual ou
2.2.1 O papel dos colegiados na Governança do PNSP distrital penitenciários, de segurança pública, ou congêne-
re, para apoio ao controle e à fiscalização da aplicação dos
Muito se discute a participação social mais ampla na recursos do fundo” (inciso VI do § 3°do art. 3°).
elaboração de planos e programas de ação por parte da ad- Resta claro então a estreita relação entre os conselhos de
ministração pública. No campo da segurança, essa participa- segurança pública, em sentido amplo, e as políticas públicas
ção é ainda mais desejada e se configura como uma diretriz da área. No caso do PNSP, são partícipes da sua governança,
importante de governança. Entre as atribuições do PNSP que fornecem subsídios para o processo de monitoramento
consta garantir, de forma objetiva, que as políticas públicas e avaliação. Da mesma forma, devem receber informações
de segurança sejam elaboradas, monitoradas e avaliadas e dados dos integrantes do Susp para que possam exercer
com ampla participação social. o devido controle sobre o gasto público.
Nesse contexto, o artigo 20 da Lei nº 13.675, de 2018,
estabelece que serão criados Conselhos de Segurança Pública 2.3 A Governança do PNSP
e Defesa Social no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, que o art. 21 destaca como espaços Como descrito anteriormente, a execução da governan-
de interlocução dos órgãos integrantes do Susp com a socie- ça do PNSP, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública
dade civil, representantes do Poder Judiciário, do Ministério (órgão central do Susp) se dará por meio do processo “Re-
alizar monitoramento e avaliação da execuçãodo PNSP”,
Público, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados
com responsabilidade atribuída ao Gabinete do Ministro,
do Brasil (OAB). Cabe aos conselhos o acompanhamento
Secretaria- Executiva, Assessoria Especial de Controle In-
das ações dos integrantes operacionais do Sistema, além
terno e Secretaria Nacional de Segurança Pública, que for-
de propor diretrizes para as políticas públicas de segurança
necerão o suporte ao Comitê Executivo de Governança do
e defesa social. Conforme determina a lei, a organização, o
PNSP (CEG-PNSP). Entretanto, é preciso deixar claro como
funcionamento e as demais competências dos Conselhos se
a governança será exercida de forma prática nas três ins-
dará por ato do Poder Executivo da esfera correspondente,
tâncias de execução do Plano – União, Estados, Distrito
encaminhado aos Legislativos. Federal e Municípios. Evidente, não só o PNSP em si como
Outro ponto importante com relação aos conselhos é a também seus mecanismos de governança, precisam de
previsão legal de que na sua composição estejam presen- gestão alinhada em todos os níveis.
tes “representantes da sociedade civil organizada e de re- Desse modo, no âmbito federal a governança estratégica
presentantes dos trabalhadores” (§ 7º do art. 20 da Lei nº será executada pelo Comitê Executivo de Governança do
Conhecimentos Específicos

13.675, de 2018, grifos nossos). Esse dispositivo propicia a PNSP (CEG-PNSP), responsável pelos ciclos de reuniões de
participação social e fortalece a governança, uma vez que nível 1 (N1), cuja composição é dada por ato do Ministro da
os conselhos têm “natureza de colegiado, com competên- Justiça e Segurança Pública.
cia consultiva, sugestiva e de acompanhamento social das A governança deve se replicar em ciclos de reuniões
atividades de segurança pública e defesa social”, conforme de nível 2 e 3 observado o processo de articulação das
o § 2º do art. 20 da mesma Lei. unidades subordinadas do MJSP com as instituições de
Os conselhos também exercem papel importante no segurança pública do Susp, de forma a garantir o fluxo de
que se refere ao financiamento das políticas públicas de informações necessárias ao processo de monitoramento
segurança. A Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018, e avaliação do PNSP. Assim, o N2 da gestão congrega os
que dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública conselhos atinentes à segurança pública e defesa social,
(FNSP), estabelece no § 5º do art. 4º que “caberá ao Con- possibilitando o ponto de contato e interlocução entre a
selho Gestor zelar pela aplicação dos recursos do FNSP esfera federal e a estadual/distrital. Situação diretamente
em consonância com o disposto na Política Nacional de similar se configura no N3, que se posiciona mais incisiva-
Segurança Pública e Defesa Social”. Na mesma esteira, os mente em direção à ponta, ao cenário mais operacional
estados e o Distrito Federal só poderão receber recursos das proposições. As figuras 2 e 3, a seguir, representam
do FNSP se instituírem e comprovarem estar em pleno fun- de maneira visual essa estruturação.

78
E

Figura 2 - Pirâmide de governança do PNSP com a descrição das reuniões.

A estrutura de reuniões de controle, apresentada na Figura 2, fomenta a boa tomada de decisão em todos os níveis e
facilita o caminho para o cumprimento das metas através da identificação dos desvios e proposição de ações preventivas
e corretivas.
Para que sejam produtivas e atinjam os resultados esperados, as reuniões de governança devem ser estruturadas e
apoiadas em métodos e ferramentas de gestão consolidadas. Ademais, um ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança
Pública definirá o Sistema de Governança do PNSP, constando: atores envolvidos e suas respectivas responsabilidades,
cronograma das reuniões N1 e N2, roteiros das reuniões com instruções mínimas da pauta a ser discutida em cada nível,
relatório padrão de status report para subsidiar processo de monitoramento, controle e avaliação das ações estratégicas
e metas do PNSP, entre outros itens. Para o ciclo de reuniões de nível N3, caberá a cada Estado e ao Distrito Federal usar
de sua autonomia para planejar e executar reuniões desse nível, de forma a garantir o fluxo de informações necessário.
Os Conselhos, respeitadas as competências estabelecidas em legislação específica, participarão de forma efetiva da
governança efornecerão orientações. Outros colegiados relacionados à segurança pública e defesa social também exerce-
rão papel importante no auxílio da tomada de decisão em todos os níveis. Cabe aos governos federal, estaduais, distrital
e municipais incentivar a criação e o fortalecimento de gabinetes de gestão integrada nos três níveis de governo, a fim de
promover a atuação conjunta e coordenada dos organismos de segurança pública e defesa social com entidades públicas
e privadas, respeitadas as diretrizes e as deliberações dos respectivos Conselhos.

Conhecimentos Específicos

Figura 3 - Pirâmide de governança do PNSP com a participação dos Conselhos.

2.3.1 Monitoramento e avaliação do PNSP

Essencial para o alcance dos resultados do PNSP é a sua avaliação sistemática, que possui amparo em diversos pontos
da PNSPDS. Uma de suas diretrizes estabelece:

V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e instituições de segurança pública nas fases de planejamento,
execução, monitoramento e avaliação das ações, respeitando- se as respectivas atribuições legais e promovendo-se
a racionalização de meios com base nas melhores práticas;

79
Ademais, destacam-se no referido diploma legal a rei- será monitorada pelos indicadores de acompanhamento e
teração continuada da necessidade de avaliação, entre elas resultado. A coleta destes indicadores pelo Sinesp é mensal,
o inciso XVIII do art. 6° (“estabelecer mecanismos de mo- retroativa aos últimos 90 dias.
nitoramento e de avaliação das ações implementadas”) e
a necessidade de garantias de “avaliação continuada dos
resultados” (art. 7°) no curso da implementação da política.
Mais pormenorizada, a Seção I do Capítulo V estabelece,
em seu art. 23, que a União, em articulação com os Entes
Federativos, realizará avaliações anuais sobre a implemen-
tação do PNSP. O objetivo é “verificar o cumprimento das
metas estabelecidas e elaborar recomendações aos gestores
e operadores das políticas públicas” (art. 23). Para a ela-
boração dos Planos a lei institui como uma das diretrizes
para os agentes públicos: “promover o monitoramento e a
avaliação das políticas de segurança pública e defesa social”
(inciso VIII do art. 24).
Outro ponto importante instituído pela Lei nº 13.675, de
2018, para o processo de avaliação é a criação, em seu art.
26, do Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação
das Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped).
O art. 27 da lei determina que ao final da avaliação do PNSP
seja elaborado relatório com o “histórico e a caracterização
do trabalho, as recomendações e os prazos para que elas
sejam cumpridas, além de outros elementos a serem de-
finidos em regulamento”; os resultados da avaliação serão Figura 4 - Fluxograma das relações entre as ações estratégicas, as po-
utilizados para: líticas públicas, seus impactos e envolvimento com o cumpri- mento
de metas.
I. planejar as metas e eleger as prioridades para
execução e financiamento; As avaliações anuais deverão ocorrer até o dia 30 de abril
II. reestruturar ou ampliar os programas de preven- de cada ano. Caberá ao Ministério da Justiça e da Segurança
ção e controle; Pública, em articulação com os integrantes do Susp, avaliar
III. adequar os objetivos e a natureza dos programas, a implementação do Plano, com o objetivo de verificar o
ações e projetos; cumprimento das metas estabelecidas e elaborar as reco-
IV. celebrar instrumentos de cooperação com vistas mendações aos gestores e operadores de políticas públicas
à correção de problemas constatados na avaliação; relacionadas com segurança pública e defesa social. Para
V. aumentar o financiamento para fortalecer o sis- tanto, ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança
tema de segurança pública e defesa social; Pública deverá definir o sistema de monitoramento e ava-
VI. melhorar e ampliar a capacitação dos operadores liação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa
do Susp.47 Social 2021-2030, observadas as diretrizes e as orientações
metodológicas já estabelecidas, a exemplo do manual Ava-
No Capítulo 1 discutimos que as Ações Estratégicas do liação de Políticas Públicas: Guia prático de análise ex post.
PNSP serão implementadas por meio das Políticas Públicas
do MJSP. Para monitoramento do PNSP, o uso de indicadores 2.4 Gerenciamento de Riscos do PNSP
é imprescindível. Assim, estão previstos Indicadores de Re-
sultado, relacionados diretamente ao acompanhamento das As definições de gerenciamento de riscos e controles
metas do PNSP; e Indicadores de Processo e Produto que internos no âmbito do então Ministério da Justiça foram
têm por objetivo acompanhar a implementação das Ações estabelecidas nos seguintes termos:
Estratégicas do PNSP. Os Indicadores de Processo e Produto
servirão também para acompanhar o atingimento das me- [...] o conjunto de instrumentos institucionais que,
tas de excelência fixadas anualmente pelos integrantes do
com o propósito de assegurar o alcance dos objeti-
Susp, criadas posteriormente, ao longo da implementação
Conhecimentos Específicos

vos estratégicos da organização, subsidia a tomada


das Ações Estratégicas.
de decisão, contribui para o aprimoramento dos
A avaliação dos resultados do PNSP será monitorada pe-
processos e mitiga a ocorrência de possíveis desvios
los indicadores de acompanhamento e resultado. A coleta
destes indicadores é mensal, retroativo a 90 dias por meio por meio de um gerenciamento de riscos e controles
do Sinesp. internos da gestão eficaz. (p. 17, grifos nossos)
O PNSP será implementado pelo conjunto das Ações Es-
tratégicas que se desdobram em Políticas Públicas e Projetos Por sua vez, o Manual de Gerenciamento de Riscos e
Estratégicos. Cada um destes conta com produtos específi- Controles Internos definiu o Modelo de Gerenciamento de
cos, definidos pelos entes locais, adequados à sua própria Riscos e Controles Internos da Gestão do MJ como sendo:
realidade. O conjunto destes produtos permitirá a Avaliação
de Implementação do PNSP e, por sua vez, a análise dos [...] processo de gestão de riscos é entendido como
impactos de cada Ação Estratégica nas metas relacionadas a aplicação sistemática de políticas, procedimentos
possibilitará determinar as prioridades do PNSP. e práticas de gestão para as atividades de identifi-
A Figura 4 apresenta essas inter-relações de maneira es- cação, avaliação, tratamento e monitoramento de
quemática, tanto dos processos de encadeamento como de riscos, bem como de comunicação com partes inte-
implantação e avaliação. A Avaliação dos resultados do PNSP ressadas em assuntos relacionados a risco.

80
Na sequência, estabelece os referidos instrumentos, que • Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), Lei Comple-
são: mentar nº 79, de 7 de janeiro de 1994;
• Política de Gestão, Governança, Integridade, Riscos e • Fundo Nacional Antidrogas (Funad), Lei nº 7.560, de
Controles Internos, já detalhada no item anterior deste 19 de dezembro de 1986;
PNSP; • Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), Lei nº
• Instâncias de Supervisão; 7.347, de 24 de julho de 1985.
• Metodologia de Gerenciamento de Riscos e Controles
Internos; São diversas as ações estratégicas necessárias para o
• Solução Tecnológica – Sistema de Gerenciamento de alcance dos objetivos da PNSPDS. Essas ações acontecerão
Risco (Agir), desenvolvido pela Assessoria Especial de por meio das políticas públicas e dos projetos estratégicos
Controle Interno do MJ, com apoio da Diretoria de implementadas pelo MJSP. As Políticas Públicas são o elo
Tecnologia da Informação. entre as ações do PNSP, o orçamento e o Planejamento Es-
• As Instâncias de Supervisão definidas no Manual em tratégico do MJSP. De maneira gráfi a, essas relações podem
tela são: ser sistemati adas conforme a Figura 5:
• Comitê de Governança Estratégica – CGE;
• Comitê de Gestão, Governança, Integridade, Riscos e
Controles Internos – CGGIRC;
• Unidade de Gestão, Governança, Integridade, Riscos
e Controles Internos – UGGIRC;
• Gestor de Processos.

Conforme definido pelo método, a identificação dos ris-


cos é realizada no nível dos processos de trabalho finalísti-
cos e de suporte executados pelas unidades do Ministério:
especificamente os que contribuem para a consecução dos
projetos estratégicos e das metas dos indicadores estraté-
gicos e, consequentemente, para o alcance dos objetivos
propostos na estratégia.
Considerando a participação do Comitê de Governança
Estratégica como instância última de supervisão e o méto-
do de priorização dos processos, verifica-se a integração da
gestão de riscos no âmbito do MJSP com o seu planejamento
estratégico.
Com o objetivo de adotar o Método de Gerenciamento
de Riscos e Controles Internos definida para o MJSP, a As-
sessoria Especial de Controle Interno do MJSP (AECI) pres-
tou auxílio aos trabalhos, sendo produzido conjuntamente
o Plano de Implementação de Controles, um relatório de
gerenciamento de riscos direcionado a dar garantia razoável
de cumprimento dos objetivos estabelecidos na PNSPDS.
Assim, no Plano são definidas as ações necessárias para
assegurar que as repostas aos riscos sejam executadas.
Estas implicarão na introdução de novos controles ou na
modificação dos existentes. Para tanto, foi identificado o
conjunto de atividades atribuídas ao MJSP relacionadas
Figura 5 - Sistematização gráfica das relações hierárquicas entre as ações
aos alinhamentos e aderência dos planos elaborados pelos públicas, seu planejamento (à direita) e as previsões orça- mentárias
entes federativos ao PNSP, bem como o acompanhamento (à esquerda).
de execução e avaliação da implementação dos Planos de
Segurança Pública locais. Do ponto de vista orçamentário, as políticas públicas são
acompanhadas por meio das Ações, Programas e Planos
2.5 Alinhamento do PNSP com o Planejamento Estra- Orçamentários (PO). Em 1º de agosto de 2019, foi publicada
Conhecimentos Específicos

tégico e Orçamento do MJSP a Carteira de Políticas Públicas do MJSP. Determinou-se que


as atividades finalísticas do Ministério seriam estruturadas
Para que uma política pública seja implementada e produ- em políticas públicas por lista exaustiva e serviriam de base
za os resultados esperados é necessário o aporte de recursos,
para a alocação de recursos orçamentários, de acordo com
de modo que não se pode desenhar uma política pública sem
o desempenho das políticas, que serão acompanhadas por
a análise de seu impacto orçamentário e financeiro. Essa aná-
um relatório de monitoramento.
lise consiste na verificação do cumprimento das legislações
fiscal e orçamentária, no intuito de verificar se a autorização Ao tomar por exemplo o Eixo “Enfrentamento à Crimina-
ou execução da despesa pública dispõe de recursos para seu lidade Violenta” da Política Nacional de Segurança Pública,
financiamento e se os requisitos definidos no Plano Pluria- implementada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública
nual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei (Senasp/MJSP), podemos observar na Tabela 4 as informa-
Orçamentária Anual (LOA) foram devidamente observados. ções necessárias para acompanhamento da execução de uma
Entre as fontes de financiamento da Política Nacional de política. À medida que o PNSP for implementado, por meio
Segurança Pública e Defesa Social, destacamos: de suas Ações Estratégicas, os vínculos com a Carteira de
• Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), Lei nº Políticas Públicas do MJSP serão solidificados e farão parte
13.756, de 12 de dezembro de 2018; do painel de monitoramento do PNSP.

81
Tabela 4 - Exemplo de encadeamento de uma política pública56
Unidade Nome da Projetos Estratégicos Programa Ação Orçamentária Plano
Finalística Política Vinculados à Política PPA Orçamentário (PO)
(2020-2023)
Senasp Política Programa Nacional 5016 21BQ 21BQ - 0002 -
Nacional de de Enfrentamento à Segurança (fundo) - Implementação Enfrentamento à Criminalidade
Segurança Criminalidade Violenta Pública de Políticas de Segurança Violenta
Pública e Sistema Automatizado de Pública, Prevenção, 21BQ - 0005 -
Defesa Social Identificação Biométrica e Enfrentamento à Rede Integrada de Bancos de
Eixo - (ABIS) Criminalidade Perfis Genéticos - RIBPG
Enfrentamento Fortalecimento da Rede 21BM (tesouro) - 21BM - 0002 -
à Criminalidade Integrada de Bancos de Desenvolvimento de Enfrentamento à Criminalidade
Violenta Perfis Genéticos Sistema Políticas de Segurança Violenta
Nacional de Análise Pública, prevenção 21BM - 000E -
Balística (SINAB) e enfrentamento à Rede Integrada de Bancos de
criminalidade Perfis Genéticos - RIBPG
00R2 - Fundo a Fundo - 00R2 - 0004
Aprimoramento da - Prevenção ao Delito e à
Segurança Violência
Pública Nacional 00R2 – 0007 -
Atendimento decisão do
Supremo Tribunal Federal - Ação civil
originária nº 3329 MC/DF

A Carteira de Políticas Públicas está alinhada ao Plane- 3. Alinhamento do plano de segurança pública e defesa
jamento Estratégico do MJSP, isto é, à Cadeia de Valor, ao social do ente federativo como planejamento estratégico e
Mapa Estratégico, aos indicadores e metas estratégicas do com o orçamento do ente federativo;
Ministério. E, conforme observamos na tabela anterior, cada 4. Fontes de financiamento do plano de segurança pú-
política está alinhada ao PPA. blica e defesa social;
5. Período de vigência do plano de segurança pública e
3. ORIENTAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS defesa social;
6. Ações estratégicas com o detalhamento dos respon-
Os Planos Estaduais e os Planos Municipais de Segu- sáveis, dos prazos e do alinhamento com as ações estra-
rança Pública são peças essenciais no contexto da efetiva tégicas do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa
implementação da Política Nacional de Segurança Pública e Social 2021-2030;
Defesa Social, assim como do funcionamento eficaz de todo 7. Metas e indicadores relacionados às ações estratégi-
o Sistema Único de Segurança Pública. Para isso é impor- cas do plano de segurança pública e defesa social do ente
tante que os Planos dos entes federativos estejam alinha- federativo;
dos tanto ao Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa 8. Monitoramento e avaliação do plano de segurança
Social 2021-2030 quanto aos objetivos da PNSPDS. Apenas pública e defesa social do ente federativo, com o detalha-
assim será possível a integração dos esforços da União, dos mento dos padrões de controle e dos ciclos de monitora-
estados e dos municípios no sentido de cumprir o preceito mento alinhados cronologicamente com o ciclo de monito-
constitucional quanto à competência acerca da Segurança ramento do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa
Pública no Brasil. Social 2021-2030;
Neste sentido, e considerando o papel da União na indu- 9. Estrutura de governança do plano de segurança pú-
ção, capacitação e financiamento de programas, projetos e blica e defesa social do ente federativo com:
ações de segurança pública, o Ministério da Justiça e Segu- a. Atores: indicação de gestor governamental, gestores
rança Pública é responsável por receber os planos dos entes institucionais, Conselhos, operadores, entre outros;
federativos e proceder à sua análise, norteada minimamente b. Atribuições de cada ator;
pelos objetivos da PNSPDS e pelos ditames do Plano Nacional c. Competências dos Conselhos;
de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030 de forma
Conhecimentos Específicos

d. Padrões da governança: definição de quem estabelece-


a aprovar o conteúdo e seu alinhamento ao ordenamento
rá os padrões da governança na estrutura do ente federativo;
jurídico federal. Uma vez garantido o alinhamento entre os
e. Ciclos da governança: reuniões estratégicas, táticas e
planos, a União exercerá sua competência de financiamento
operacionais alinhadas cronologicamente com a governan-
junto àqueles, o que assegurará não somente a integração
ça do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
entre os entes como também a maior eficiência e eficácia
2021-2030; e
do gasto público.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública estabelecerá f. Plano de implementação de controle de riscos do pla-
o canal para o encaminhamento dos planos de segurança no de segurança pública e defesa social do ente federativo.
pública e defesa social de cada ente federativo, assim como
formalizará o fluxo interno para a análise e a aprovação, Para tanto, o Ministério da Justiça e Segurança Pública
observados os seguintes critérios mínimos quando da apre- disponibilizará o Manual Orientativo para Elaboração de
sentação dos planos: Planos de Segurança Pública. Este documento conta com
1. Diagnóstico da segurança pública no contexto do ente importantes ferramentas práticas para o desenvolvimento,
federativo; passo a passo, dos Planos de Segurança Pública e deverá ser
2. Descrição do método utilizado para elaboração do pla- utilizado como balizador para a concepção, produção e for-
no de segurança pública e defesa social do ente federativo; malização desses Planos. Nele estão dispostas informações

82
para a construção do Diagnóstico do Problema fundamen-
tado em Evidências; para a identificação de Causas (diretas
e indiretas); para a construção de Modelo Lógico aplicado
à realidade local; para a elaboração de Indicadores respon-
sáveis pelo monitoramento e pela avaliação dos programas,
dos projetos e das ações que compõem os Planos; dentre
outros aspectos essenciais na elaboração de um Plano de
Segurança Pública efetivo.

Parte II: A Construção do Plano Nacional de Segu-


rança Pública e Defesa Social 2021-2030

a. Condições antecedentes: um breve panorama da


segurança pública no País

Recente estudo da Organização das Nações Unidas (ONU)


revelou que a América é o continente com a maior taxa de
assassinatos no mundo. O documento “O Estudo Mundial Figura 7 - Fonte: Sistema Nacional de Informações de Segurança Pú-
Sobre o Homicídio”, divulgado em julho de 2019 pelo Escri- blica, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
tório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp/Senasp/MJSP), extraídos em
colocava o Brasil como o País com a segunda maior taxa de 10 nov. 2019.
homicídios da América do Sul, com 30,5 homicídios a cada
100 mil pessoas. Cerca de 1,2 milhão de pessoas perderam As particularidades regionais demonstram a necessidade
a vida por homicídios no País entre 1991 e 2017. de elaboração de uma estratégia nacional que as considere,
inclusive na definição dos programas voltados à superação
Segundo análise a partir dos dados do Sistema de Infor-
de déficits tecnológicos, organizacionais, de instalações e
mações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/
equipamentos dos órgãos integrantes do Sistema Único de
MS), em 2017 ocorreram 65.602 homicídios no Brasil, o Segurança Pública (Susp).
que equivale a uma taxa de 31,6 mortes para cada cem mil Instituído pela Lei nº 13.675, de junho de 2018, o Susp:
habitantes, valores maiores do que os apresentados pelo
UNODC. Em contrapartida, conforme se apresenta na Figura [...] cria uma arquitetura uniforme para a segurança
6 a seguir, os dados do Sistema Nacional de Informações de pública em âmbito nacional, a partir de ações de
Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e compartilhamento de dados, operações integradas
Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Si- e colaborações nas estruturas de segurança pública
nesp) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) federal, estadual e municipal. A segurança públi-
do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam 59.735 ca continua atribuição de estados e municípios. A
mortes violentas no País em 2017, o que perfaz uma taxa de União fica responsável pela criação de diretrizes que
28,77 mortes para cada cem mil habitantes. serão compartilhadas em todo o país.
[...] O Susp tem como órgão central o Ministério
da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e é integra-
do pelas polícias Federal, Rodoviária Federal; civis,
militares, Força Nacional de Segurança Pública e cor-
pos de bombeiros militares. Além desses, também
fazem parte do Susp: agentes penitenciários, guar-
das municipais e demais integrantes estratégicos e
operacionais do segmento da segurança pública.

Sua instituição representou avanço considerável na


forma como a segurança pública é planejada e executada
no País, o que facilitou o compartilhamento mais célere de
informações, ações integradas e o combate sistematizado
Conhecimentos Específicos

das ações criminosas.


O surgimento do Susp permite um melhor enfrentamen-
to de uma importante mudança conjuntural na violência no
País: estudos têm evidenciado um processo de interiorização
da criminalidade violenta no País.
Figura 6- Fonte: Sistema Nacional de Informações de Segurança Públi- Essa interiorização é considerada uma megatendência,
ca, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material cujas possíveis causas seriam:
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp/Senasp/MJSP), extraídos em
10 nov. 2019.
[...] o crescimento econômico no interior, atraindo
a criminalidade; a melhoria da capacidade das es-
Para um melhor entendimento do cenário de mortes vio- truturas de segurança nas capitais; e uma melhor
lentas no Brasil, consideramos importante fragmentar estas cobertura dos sistemas de coleta de dados de mor-
informações em um recorte um tanto mais local. Conforme talidade no interior.
a Figura 7, o número absoluto de mortes violentas no País
tem caído, reflexo de queda – mais acentuada ou não – em Diante desse cenário, surge outra necessidade a ser con-
cada uma das regiões brasileiras, à exceção da região Norte: siderada ao longo da execução do PNSP, além dos já citados

83
programas de superação de déficits estruturais. Nesse sen- de março de 2015 tenha tipificado o crime de Feminicídio
tido, ações integradas entre as forças policiais das Unidades como qualificador do Homicídio; e que a Portaria nº 229, de
Federativas e a União tornam-se necessárias para o efetivo 10 de dezembro de 2018, do Ministério da Segurança Pública
combate à criminalidade. tenha estabelecido as definições para cada uma das ações
Parted essa interiorização é percebida como decorrente letais para fins de categorização estatística, é fundamental
da proliferação massiva de organizações criminosas, viven- reiterarmos as particularidades do feminicídio e sua diferen-
ciada sobretudo a partir dos anos 2000, atualmente com mais ciação do homicídio no qual a vítima é mulher.
de oitenta delas já conhecidas. Tais organizações alteraram A Lei nº 13.104, de março de 2015 define o feminicí-
o quadro de violência do País e ocasionaram conflitos pelo dio como “homicídio qualificado no qual a vítima, mulher,
domínio de rotas de tráfico de drogas, disputas por controle é morta em razão do sexo feminino, em contexto de vio-
dentro das penitenciárias e a prática de outros crimes cor- lência doméstica e/ou com menosprezo e discriminação à
relatos nas ruas das cidades. condição de mulher”. Explicita, assim, que o feminicídio é
Não obstante o volume de ações criminosas ocasionado um tipo específico de homicídio, e essa especificidade vem
pela dinâmica das organizações criminosas por si (o tráfico de do animus do agente. Os dados utilizados no presente plano,
mercadorias ilícitas, o roubo de cargas, o sistema de fraudes tanto como indicadores quanto para o cálculo de metas são
bancárias e a lavagem de dinheiro, entre outros), o Brasil aqueles fornecidos pelas secretarias de segurança pública
ainda enfrenta outro grave problema, não diretamente re- estaduais (ou equivalentes), tendo por fonte primária os
lacionado, mas também bastante difundido pelos municípios registros de boletins de ocorrência. Disto decorre que, no
brasileiros: a taxa de violência contra a mulher. momento presente, ainda não é possível um diagnóstico
Observadas especialmente as mortes violentas de mu- preciso dos feminicídios ocorridos no Brasil, razão pela qual
lheres, a média anual é de 7,8% do total de vítimas no Brasil metodologicamente se optou pela utilização, como descritor,
entre 2015 e 2018, conforme números absolutos apresen- dos homicídios com vítimas mulheres – informação passível
tados na Figura 8: de ser conhecida já no registro do evento, mas que é quali-
tativamente diferente de feminicídios.
Sobretudo a partir da reflexão exposta pela questão en-
torno da vitimização violenta de mulheres, é inevitável que
a segurança pública seja compreendida além de uma visão
meramente focada no crime e suas manifestações imediatas.
O plano que ora se apresenta tem essa preocupação: ele-
ger, entre suas prioridades, ações que buscam nos aspectos
sociais e culturais algumas das mais importantes fontes das
ocorrências criminais.
A situação de insegurança e de desrespeito aos direitos dos
cidadãos demanda considerações acerca das bases em que
se procurou assentar o presente plano de segurança pública.
A primeira delas diz respeito ao fato de que o combate
Figura 8 - Fonte: Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, à criminalidade não pode ser dissociado do conhecimento
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições. das organizações criminosas, da sua estrutura organizacional,
dos territórios em que se apresentam, da forma com que
Se apresentamos estes valores de mortes violentas com atuam e das fontes de financiamento de suas ações. Somente
vítimas do sexo feminino distribuídas para cada grupo de cem mediante ações integradas, sistemáticas e de inteligência é
mil mulheres, observamos um cenário de pouca variação que será possível construir um quadro em que se identifique
entre os anos de 2015 e 2018, conforme Figura 9: a forma mais eficiente de explorar as vulnerabilidades dessas
organizações e enfraquecer o seu poder de atuação.
Uma forma de promover esse enfraquecimento é por
meio do ataque às fontes de financiamento e de lavagem de
dinheiro de que dispõem as organizações criminosas. Para
tanto, exige-se a atuação integrada nas diversas esferas da
administração pública no sentido do endurecimento do com-
Conhecimentos Específicos

bate aos mecanismos de lavagem de dinheiro e da corrup-


ção. Também deverão ser atacados os crimes associados à
geração dos recursos para a sua atuação, entre os quais se
apresentam com destaque não só os roubos a instalações
bancárias e de transporte de valores, como também o con-
trabando, o descaminho, a receptação, os crimes ambientais
e a sonegação fiscal.
Em paralelo, mas com relações tangentes ao problema
Figura 9 - Fonte: Sistema Nacional de Informações de Segurança Pú- das organizações criminosas, encontra- se o processo social
blica, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp/Senasp/MJSP), extraídos em de fornecimento de recursos humanos ao crime. O quociente
10 nov. 2019. de jovens na população geral configura-se como uma variá-
vel importante no cenário geral da violência e do crime nas
Conforme se apresenta no PNSP propriamente dito, al- cidades. Dados norte-americanos apontam que jovens entre
gumas ressalvas metodológicas precisam ser feitas a fim de 18 e 24 anos de idade são responsáveis pela imensa maioria
estabelecer os alicerces para que se discuta a violência letal dos crimescontra a vidae, no cenário nacional, congregam
contra a mulher no Brasil. Ainda que a Lei nº 13.104, de 9 omaior volume de vítimas de crimes violentos. Como se infe-

84
re com facilidade, é esta a parcela da população que, dadas 2. O que é um modelo lógico?
as condições socioeconômicas de existência desfavoráveis,
serão arregimentadas pelo crime organizado, pelo tráfico O modelo lógico é um instrumento de construção de po-
de entorpecentes ou por ações criminais correlatas. Consi- líticas públicas que apresenta de forma simples e visual quais
derando que as relações entre acesso à educação e adesão são as propostas, os resultados e os impactos esperados.
ao crime por jovens também já são conhecidas, tornam evi- Via de regra, modelos lógicos podem ser utilizados como
dente como, a exemplo do que foi dito acerca da vitimização ferramentas para se proceder à avaliação ex ante de um
de mulheres, prevenir a violência e a criminalidade junto projeto; melhorar a consistência de sua formulação inicial;
à população jovem é um objetivo inescapável do presente o aperfeiçoamento das políticas públicas e o aprimoramento
plano. Ao mesmo tempo, novamente a exemplo do que se da alocação de recursos; bem como a eficiência dos gastos
públicos e efetividade na prestação de serviços à sociedade.
discutiu acerca das mortes de mulheres, esse objetivo não
Em suma, um modelo lógico é um artefato metodologica-
será atingido meramente com a ação dos vários atores do
mente estruturado, de forma a demonstrar como recursos
sistema de justiça criminal stricto sensu, mas por meio de e atividades geram produtos, resultados e seus respectivos
esforços estatais multidisciplinares e coordenados. impactos.
Por fim, neste panorama, resta uma última questão a ser Trata-se de uma ferramenta de avaliação de políticas
pontuada, que diz respeito à seara penitenciária. A Lei nº públicas que parte da identificação de macroproblemas,
13.675, de 11 de junho de 2018, inseriu de maneira efetiva para os quais são identificadas suas respectivas causas e
as instituições prisionais e seus agentes no rol da seguran- traçadas estratégias para eliminá-las, visando assim mitigar
ça pública, ausência que vinha sendo criticada por órgãos a ocorrência desse problema e gerar um impacto positivo
ligados à temática nos planos anteriores. Mais do que isso, para a sociedade. Graficamente, o ciclo de construção de
a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social um modelo lógico pode ser exposto conforme a Figura 10:
(PNSPDS) trouxe, no bojo de seus objetivos, “racionalizar e
humanizar o sistema penitenciário e outros ambientes de
encarceramento” (inciso XV do art. 6°). Segundo dados do
Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), em 2017 o
Brasil possuía 726.354 pessoas cumprindo pena de privação
de liberdade. Com base nesse número, estima-se que em
2030 a população carcerária do País poderá atingir a marca
de 964.613 indivíduos. É um número total alarmante e,ainda
que sejam propostas neste plano ações para que tal progres-
são não se dê como calculado, o poder público precisa se
preparar para tal possibilidade.
Ainda que brevemente, buscamos aqui sintetizar os dife-
rentes ângulos que norteiam o Plano Nacional de Segurança
Pública 2021-2030 com o fito apenas de antecipar partes do
todo. Alinhado aos vinte e cinco objetivos estabelecidos pela
Lei nº 13.675, de junho 2018, é de franco conhecimento a
amplitude do desafio que se coloca, ao mesmo tempo que se
sabe o quão fundamental é enfrentá- lo com conhecimento Figura 10 - Ciclo de construção de um modelo lógico.
e planejamento adequados.
3. Por que construir um modelo lógico?
b. O uso de modelos lógicos na revisão do PNSP
No processo de revisão do Plano Nacional de Segurança
Para a revisão do Plano Nacional de Segurança Pública e Pública e Defesa Social, a aplicação do modelo lógico (ML)
Defesa Social, optou-se pela abordagem criteriosa e metodo- visou facilitar o planejamento e a comunicação de suas pro-
logicamente estruturada para o enfrentamento dos diversos posições aos envolvidos.
problemas ligados à segurança pública. Para tanto, lançou-se Entretanto, para melhor compreensão do funcionamen-
mão de dois recursos complementares: de um lado a lógica to do modelo lógico é preciso partir das seguintes premissas:
da análise ex ante e por outro, mas consolidando visualmente I. Registro das mudanças: o modelo lógico pode e deve
ser revisado na medida em que o plano sofre alterações.
a primeira, a utilização de modelos lógicos de políticas.
Desta forma, diferentes versões do modelo lógico formam
Conhecimentos Específicos

um registro das mudanças ao longo do tempo;


1. Objetivos da Análise Ex Ante
II. Comunicação: o ML permite comunicar de forma vi-
sual e clara a lógica subjacente que estrutura um plano para
A análise ex ante se refere à etapa prévia de construção agentes envolvidos;
de um plano ou política. Visa à formulação do desenho des- III. Monitoramento: ao explicitar a teoria do plano e as
tas, conferindo maior racionalização no processo inicial de suposições, o ML ressalta os principais aspectos a serem
implantação e otimizando a aplicação dos recursos públicos. monitorados pela equipe de implementação;
Orienta a decisão da alta gestão para que ela se dirija às IV. Avaliação: o modelo lógico subsidia pesquisadores
alternativas mais efetivas, eficazes e eficientes. no desenho e na realização de avaliações, além de propiciar
A experiência em avaliação de políticas demonstra que aos gestores mais clareza acerca das perguntas que querem
dois dos aspectos mais difíceis são: primeiro, definir com ver respondidas.
clareza os objetivos e as metas; e segundo, detalhar o pas-
so a passo para que os objetivos sejam transformados em 4. Etapas do modelo lógico
produtos, os produtos conduzam a resultados e esses resul-
tados, a médio e longo prazo, se consolidem em impactos No contexto da avaliação ex ante a caracterização da
positivos para sociedade. política (objetivos, ações, resultados esperados e impac-

85
tos) deve ser precedida de diagnóstico dos problemas e análise das respectivas causas, bem como busca por referências
e evidências correspondentes.
Os elementos de um modelo lógico se encadeiam conforme apresenta a Figura 11 a seguir:

Figura 11 - Etapas do modelo lógico. Extraído de Casa Civil da Presidência da República; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Avaliação de
políticas públicas: guia prático de análise ex ante. Brasília: Ipea, 2018. p. 95.

Esse encadeamento precisa ser estruturado numa conexão razoável, de modo que exista uma linha de continuidade
lógica, como o nome do método indica, entre o problema que se quer atacar, os insumos a serem utilizados, as atividades
a serem executadas e os produtos elaborados, de modo a se alcançar os resultados e impactos esperados.
A seguir, a Figura 12 apresenta a tela (ou canvas) de um modelo lógico. Optamos por apresentá-la como forma, visual-
mente orientada, de expor cada um dos conceitos envolvidos em sua construção:

Figura 12 - canvas de um modelo lógico e seus conceitos.

5. Problema, causa, consequência e evidência


Conhecimentos Específicos

Na formulação da proposta, o primeiro passo é delimitar qual o problema que se busca mitigar ou resolver com a in-
tervenção da política proposta. Pode parecer óbvio, porém, é preciso afirmar a necessidade de que os problemas devem
iniciar o processo. Isto é, deve-se partir deles para a busca por soluções, e não o contrário, não se deve utilizar soluções
prontas sem a prévia identificação clara do problema a ser enfrentado como política pública.

6. Como foram identificados os problemas

A primeira etapa para a construção de modelos lógicos aplicados ao PNSP se deu com a identificação dos problemas e
suas respectivas causas, consequências e evidências relacionadas ao contexto da segurança pública no País.
Neste sentido, foi utilizado um questionário eletrônico com os dez temas associados aos objetivos expressos na Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social então vigente,
a saber: 1) Letalidade violenta; 2) Crime organizado e corrupção; 3) Direito das pessoas; 4) Ordem pública, fiscalização e
prevenção; 5) Sistema prisional; 6) Cooperação e articulação; 7) Gestão da Informação; 8) Financiamento, modernização e
inovação; 9) Monitoramento, avaliação e controles; e 10) Valorização profissional.

86
7. Consolidação das informações

Entre os dias 7 e 17 de junho de 2019, por meio de questionário eletrônico, os representantes de vários órgãos do Minis-
tério da Justiça e Segurança Pública fizeram apontamentos sobre os macroproblemas, respectivas causas e consequências
relacionadas à segurança pública. Uma vez eliminadas as duplicidades, reunidas as evidências correlatas e destacados os
problemas com potencial de serem solucionados ou mitigados, foi procedida a consolidação em lista final para a construção
da árvore de problemas.

8. Árvore de Problemas

A “árvore de problemas” é um construto visual, cujo objetivo é tornar mais inteligíveis as relações entre problemas, suas
causas e consequências. Ele compõe um “mapa mental”, um diagrama que situa, no plano central, o principal problema
identificado. Outros problemas ou causas mapeadas para este nó central se irradiam, graficamente, a partir dele, conforme
a Figura 13 a seguir ilustra.
Um diagrama de árvore de problemas pode ser construído de maneira artesanal, à mão livre, em dinâmicas grupais.
Entretanto, para este trabalho optou-se por sua construção em formato digital, por ser capaz de apresentar os resultados
numa interface gráfica dinâmica, facilitando o mapeamento de relacionamentos hierárquicos e conexões em rede a partir
dos dados coletados pelo questionário eletrônico.

Figura 13 - Árvore do Problema “Alto índice de criminalidade violenta”. Observe-se a subordinação deste problema ao objetivo “Letalidade Violenta”
e o desdobramento em veios de causas e conse- quências do problema mapeado (Diagrama elaborado através do software The Brain).

9. Oficina de modelos lógicos colaboradores dessas diversas instituições, num total de “42
representantes de todas as Unidades entrevistadas durante
A partir do trabalho conjunto realizado pela Controlado- o diagnóstico”, segundo relatório da equipe da CGU.
ria Geral da União (CGU) e o Ministério da Justiça e Segu-
rança Pública (MJSP), foram identificadas oportunidades de 9.2 Subdivisão em grupos
melhoria e aprimoramento do Plano Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social então em vigor. Para o ataque a es- Os colaboradores foram subdivididos em grupos mistos
tas oportunidades de melhoria, foi elaborada e realizada de cinco participantes em média e se distribuíram, conforme
uma Oficina de Modelos Lógicos, conduzida pela equipe de a proximidade de atuação profissional, entre cada um dos
consultoria da CGU com o auxílio da Secretaria Executiva dez temas associados aos objetivos expressos na PNSPDS e
do MJSP. no PNSP. Com este arranjo, iniciou-se o processo de análise
Entre as entregas esperadas da Oficina de Modelos dos problemas, sua avaliação e estruturação na forma de
Conhecimentos Específicos

Lógicos encontravam-se os seguintes aspectos: Relaciona- modelo lógico.


mento com os objetivos da PNSPDS e do PNSP; Destaque
de problemas com potencial de serem solucionados pelos 9.3 Validação dos Macroproblemas
objetivos da PNSPDS e PNSP; Eliminação de duplicidades
(com contagem de frequência) e aglutinação de problemas Partindo das contribuições colhidas durante o período
similares; Reescrita; Consolidação de uma lista final de pro- de consulta aos setores do MJSP, foi elaborada, além da
blemas; Consolidação dos problemas com evidências de árvore de problemas, uma “nuvem de palavras” (Figura 14).
existência documentadas. Outro recurso visual de fácil apreensão, a nuvem de palavras
Do ponto de vista do método, o desenrolar da Oficina se expõe, em relação diretamente proporcional ao tamanho e
deu da seguinte forma: posicionamento, os termos mais citados pelos participantes
e, portanto, por desdobramento, considerados mais impor-
9.1 Participantes tantes por eles, numa lógica de análise de conteúdo lexical.
Essa nuvem de palavras serviu como balizador para que os
Dadas as particularidades das diferentes frentes (e ins- participantes da Oficina hierarquizassem os problemas quan-
tituições) no campo da segurança pública e defesa social, to à sua magnitude percebida, gerando uma relação validada
participaram do processo de elaboração dos modelos lógicos de macroproblemas.

87
individual de cada um dos respectivos modelos lógicos.

9.5 Construção dos modelos lógicos propriamente ditos

Uma vez explicitados os problemas a serem atacados,


identificadas as suas causas e selecionadas aquelas conside-
radas mais críticas, é dado o momento de se organizar todas
as informações na forma de um modelo lógico, conforme
apresentado à Figura 15.
O primeiro passo para tanto é a identificação do público-
-alvo do modelo. Esses elementos juntos (Problema, Causa,
Evidências e Público-Alvo) permitiram a construção dos mo-
delos em si, que seguiu o fluxo desenhado pela Assessoria
Estratégica de Evidências do Ministério da Educação. Sendo
assim, a etapa inicial foi a definição dos Impactos esperados
Figura 14 - Nuvem de palavras de problemas de segurança pública e do programa. Impactos estão diretamente relacionados ao
defesa social no Brasil. Extraído de Controladoria-Geral da União. Rela- Problema, sendo, portanto, metas de caráter macro, inten-
tório de consultoria: Prestação de serviço de consultoria voltado para
processos de governança, gerenciamento de riscos e controles internos. cionalmente amplas (em abrangência e tempo) e com efeito
Objetos de atuação: Política Nacional de Segurança Pública e Defesa sobre a maioria da população.
Social (PNSPDS) e Plano Nacional de Se- gurança Pública e Defesa Social A seguir, foram listados os Resultados, definidos como:
(PNSP). Brasília: CGU, 2019. p. 15. Disponível em: https://auditoria.cgu. “conquistas intermediárias em relação ao impacto do pro-
gov.br/download/13440.pdf. Acesso em: 16 dez. 2019. blema, e geralmente [...] relacionados às causas implícitas.”
Os Resultados são ganhos esperados, mas de menor monta
9.4 Seleção de causas críticas para a construção dos (em termos de alcance e tempo) do que os Impactos, mas
Modelos Lógicos implicarão diretamente na obtenção destes.
Cada etapa de produção realizada nos pequenos grupos
A atividade desenvolvida a seguir pelos participantes foi a era seguida de uma etapa de validação coletiva. Essa me-
seleção das causas críticas. Diante do volume de causas apon- dida permitiu que erros de compreensão, interpretação ou
tadas na etapa de consulta, somente algumas (aquelas con- formulação fossem mitigados com facilidade.
sideradas críticas) poderiam ser enfrentadas imediatamente Estabelecidas as metas da proposta (seus Impactos e Re-
como passíveis de serem descritas em modelos lógicos. Para sultados) iniciou-se o processo de construção dos Produtos
a seleção, foram utilizados critérios como a relação real de capazes de conduzir àquelas metas. Produtos são os meios pe-
efetividade entre causa e problema; a possibilidade concreta los quais se atingirão os Resultados, portanto, cada um destes
de enfrentamento por parte dos órgãos componentes do deve decorrer de um ou mais Produtos. Após a validação desta
Susp; a identificação da causa nas evidências elencadas; a etapa, passou-se à elaboração das Atividades os processos/
possibilidade de gestão adequada por parte dos atores en- projetos que, combinando apropriadamente os recursos ade-
volvidos e a existência de projetos e programas com possibi- quados (insumos), produzem bens e serviços (Produtos) com
lidade de otimizar o combate à causa. Uma vez selecionadas os quais se procura mitigar/solucionar as Causas do Problema
pelos grupos menores, as causas críticas foram apresentadas (gerando Resultados). Uma vez definidas as Atividades, a ela-
aos demais participantes da oficina, em plenário, para que boração dos modelos lógicos foi concluída, ao menos numa
tivessem a sua pertinência confirmada ou não. Uma vez elen- primeira formatação. A Figura 15 a seguir, apresenta um dos
cadas as causas a serem atacadas, passou-se à elaboração modelos lógicos construídos nesse processo.
Conhecimentos Específicos

Figura 15 - Modelo Lógico nº 2 (Alto índice de criminalidade violenta decorrente da Falta de políticas públicas priorizado o proble- ma), elaborado
durante a oficina com pontos focais dos órgãos envolvidos na revisão do PNSP.

88
Esse método de construção do modelo lógico, aparente- prisionais; atividades de prevenção de desastres e aciden-
mente contraintuitivo por começar dos objetivos de maior tes. Para essa elaboração, observou-se a convergência ne-
expressão em direção às ações propriamente ditas, seguiu cessária de alguns elementos: a pertinência da meta quanto
a forma apresentada pelo Guia do Ministério da Educação, aos objetivos da Política; sua universalidade entre os entes
e teve por vantagem principal facilitar o processo cognitivo, federativos; confiabilidade suficiente dos dados disponíveis
uma vez que estabelece as metas em primeiro lugar, como para a elaboração de indicadores sobre os fenômenos (bai-
norteadoras, e permite então o planejamento de ações e xa subnotificação, continuidade das informações disponíveis
produtos que permitam alcançá-las. Em paralelo, o modelo e estrutura de coleta já consolidada); e sua exequibilidade
de ciclos de elaboração (produção das propostas nos grupos dentro do horizonte do plano (estimada através da análise
menores, temáticos, exposição ao grupo maior, adequação de séries históricas de registro). As metas foram submetidas
e retorno ao grupo menor), além da redução de erros, já também à validação das unidades, que possibilitou o melhor
apontada, também fez com que o processo produtivo fosse atendimento dos critérios estabelecidos.
contínuo e sistematicamente revisitado, cada vez que um Vencidas as etapas de validação sucessivas dos elemen-
novo elemento era elencado. Ao final do processo, ainda tos constituintes da minuta do Plano, teve início o processo
que houvesse pequenos ajustes a serem realizados, o volume de redação do texto em si. Simultaneamente, foram desen-
deles e a sua profundidade foi bem menor do que se obteria volvidas as estratégicas de governança e de avaliação de
em processos com menos revisões sistemáticas. riscos do PNSP 2021-2030.

9.6 Elaboração de Indicadores d. Os processos de consulta ampla da proposta

Os Indicadores são dados que possibilitam desde acom- Tendo sido elaborado todo o texto da minuta de revisão
panhar o andamento até medir o cumprimento dos objetivos do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, já
de uma política. É relevante para os indicadores a fonte dos composto de todos os seus elementos (as Metas e seus in-
dados, a periodicidade de medição, a viabilidade, os respon- dicadores, as Ações Estratégicas, o Modelo de Governança
sáveis pela coleta, pelo monitoramento, pelas análises e pela e o resultado da análise de riscos), este foi submetido a dois
interpretação dos dados. processos de consulta aberta.
Para tanto, a etapa final da Oficina de Modelos Lógicos O primeiro deles, ocorrido entre 31 de janeiro e 14 de
foi listar os indicadores possíveis e disponíveisparaosmode- fevereiro de 2020, destinou-se apenas às unidades subor-
losconstruídos bemcomo, seguindo aregrageraldotrabalho, dinadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e foi
aidentificação das evidências de sua existência e pertinência. utilizada a plataforma Sei para a sua execução.
Cumprida esta última etapa, o resultado foi a produção Recebidas as contribuições dos órgãos do Ministério,
de quarenta e um modelos lógicos, abarcando as dez áreas estas foram sistematizadas e, quando necessário, desenca-
temáticas definidas durante a fase de consulta. dearam alterações no corpo do texto por parte dos membros
do Grupo de Trabalho.
c. Dos modelos lógicos às Metas, aos Indicadores e às O processo seguinte se dirigiu à sociedade como um
Ações Estratégicas todo, uma verdadeira consulta pública sobre a proposta
de revisão do PNSP. Para sua realização, foi utilizado um
Uma vez compilados os modelos lógicos, passou-se à recurso chamado Wikilegis, da plataforma e-Democracia
estruturação formal deles de modo que suas propostas do Congresso Nacional. Esse processo se estendeu entre
pudessem compor o PNSP 2021-2030. Foi organizado pela os dias 14 de julho a 28 de agosto de 2020. Paralelamente,
Secretaria-Executiva do MJSP um grupo de trabalho multi- também foram recebidas contribuições de outros órgãos do
-institucional, que de princípio dedicou-se a conferir todos Executivo federal, como Ministérios e Secretarias, recebidas
os modelos e adequá-los conforme o planejamento de seus diretamente por ofício ou documento semelhante.
órgãos de origem. Os modelos foram fragmentados em pla- A plataforma e-Democracia permitia dois módulos de con-
nilhas inter-relacionadas, divididas por conteúdo (Atividades, tribuição: um para o público em geral e outro para as institui-
Produtos, Resultados e Impactos). Durante grande parte do ções de segurança pública dos entes federativos. Independen-
mês de outubro de 2019, esses documentos estiveram sob te de seu enquadramento, o participante da consulta poderia
o escrutínio das unidades internas ao MJSP, até serem de- fazer quatro tipos de contribuições – comentários; proposta
vidamente validados. de adição; proposta de remoção; proposta de alteração.
Com isso, pôde ser desenhado um conjunto de Ações Es- Encerrada a Consulta Pública, as contribuições foram to-
tratégicas: postulados propositivos com o intuito de nortear, das tabuladas e submetidas à análise do grupo de trabalho,
Conhecimentos Específicos

em sentido amplo, as ações dos integrantes do Susp, devida- que as classificou conforme geravam alteração no projeto.
mente alinhadas com os objetivos estabelecidos pela PNSPDS. Foram três classificações possíveis: Pertinente, que impacta-
Num primeiro momento foram produzidas trinta e quatro va diretamente no texto e gerava alterações; Não pertinente,
Ações Estratégicas, cada uma delas decorrente de um ou mais que não gerava mudança no texto. Na maioria dos casos, as
Modelos Lógicos e igualmente vinculadas, de maneira direta, contribuições assinaladas como “Não pertinente” traziam
a um ou mais objetivos da Política Nacional de Segurança Pú- comentários e manifestações de anuência com o texto pro-
blica e Defesa Social. Posteriormente, após a minuta do PNSP posto; por fim, a terceira classificação possível era como Não
ser submetida a duas etapas de consulta pública, o número pertinente, mas aproveitável na execução das políticas da
de Ações Estratégicas chegou a quarenta e cinco proposições Pasta. Nesta categoria foram inseridas as contribuições que,
que, em momento subsequente, foram aglutinadas nas atuais apesar de não provocarem alterações no texto, poderiam ser
doze ações e suas respectivas alíneas, a fim de propiciar uma utilizadas na execução das políticas do MJSP. Um exemplo
relação mais imediata com as políticas e os planos orçamen- das contribuições desse tipo foram aquelas que apresen-
tários já existentes. Em paralelo, foram construídas as metas tavam sugestões operacionais para o alcance de metas ou
do Plano em cinco grandes grupos temáticos: mortes violentas execução de Ações Estratégicas, medidas não implantáveis
(inclusas as ocorridas no trânsito); proteção dos agentes de no âmbito do PNSP, mas relacionadas à gestão da segurança
segurança pública e defesa social; crimes patrimoniais; metas pública e defesa social em sentido amplo.

89
Essa análise foi submetida à validação pela coordenação do grupo de trabalho. Desse esforço surgiram as doze Ações
Estratégicas apresentadas neste documento, contendo cada uma várias alíneas (não havendo, portanto, perda de conte-
údo), propiciando uma relação mais imediata com as políticas e os planos orçamentários já existentes. Adicionou-se ainda
um novo grupo de metas, ligadas à prevenção de perdas patrimoniais e de vidas. Também foram realizadas adequações
no modelo de Governança e atualizações de artefatos cuja redação se alterara entre o primeiro esboço da revisão e o pre-
sente. Ao final dessas validações, o texto com os ajustes foi inserido no formato para publicação, qual seja, o documento
que agora se apresenta.

ANEXO

Anexo A - Indicadores de acompanhamento do PNSP


Conhecimentos Específicos

90
Anexo B - Decreto nº 10.822, de 28 de setembro de 2021 sa social, que deverão estar alinhados com a Política Nacional
de Segurança Pública e Defesa Social e o Plano Nacional de
Decreto nº 10.822, de 28 de Setembro de 2021 Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030.

Institui o Plano Nacional de Segurança CAPÍTULO III


Pública e Defesa Social 2021-2030. Das Ações Estratégicas

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições Art. 3º As ações estratégicas são instrumentos destinados
que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, à consecução das metas do Plano Nacional de Segurança Pú-
da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 22 da blica e Defesa Social 2021-2030 e devem conter, no mínimo:
Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, I – a indicação do órgão responsável;
DECRETA: II – o prazo de implementação;
III – a relação com as metas do Plano Nacional de Segu-
CAPÍTULO I rança Pública e Defesa Social 2021-2030; e
Do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social IV – a relação com os objetivos da Política Nacional de
2021-2030 Segurança Pública e Defesa Social.
Parágrafo único. Para a elaboração das ações estratégi-
Art. 1º Fica instituído, nos termos do disposto no art. cas, devem ser observados a existência de evidências e os
22 da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018, e no art. 4º do parâmetros metodológicos reconhecidos.
Decreto nº 9.489, de 30 de agosto de 2018, o Plano Nacional
de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030, na forma CAPÍTULO IV
do Anexo. Das Metas
§ 1º O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa So-
cial 2021-2030 terá prazo de duração de dez anos, contado da Art. 4º As metas do Plano Nacional de Segurança Pública
data de publicação deste Decreto, e deverá ser estruturado e Defesa Social 2021-2030 visam à consecução dos objetivos
em ciclos de implementação de dois anos. da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e
§ 2º O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa dos resultados que impactam positivamente o cotidiano das
Social 2021-2030 é constituído de objetivos, ações estraté- pessoas e o desenvolvimento do País.
gicas, metas, sistema de governança e orientações aos entes Parágrafo único. As metas devem ser específicas, men-
federativos. suráveis, alcançáveis, relevantes e ter prazos determinados.
Conhecimentos Específicos

Art. 5º A aferição das metas do Plano Nacional de Segu-


CAPÍTULO II rança Pública e Defesa Social 2021-2030 será realizada por
Dos Objetivos meio das seguintes fontes de dados e informações:
I – Sistema Nacional de Informações de Segurança Públi-
Art.  2º São objetivos do Plano Nacional de Segurança ca, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
Pública e Defesa Social 2021-2030: Material Genético, de Digitais e de Drogas;
I – definir ações estratégicas, metas e indicadores para a II – Sistema de Informações do Departamento Peniten-
consecução dos objetivos da Política Nacional de Segurança ciário Nacional;
Pública e Defesa Social; III – Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública
II – determinar ciclos de implementação, monitoramento da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério
e avaliação; da Justiça e Segurança Pública; e
III – estabelecer estratégias de governança e de geren- IV  – Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de
ciamento de riscos que possibilitem a execução, o monito- Trânsito da Secretaria Nacional de Trânsito do Ministério da
ramento e a avaliação; e Infraestrutura.
IV – orientar os entes federativos quanto ao diagnóstico § 1º O Ministério da Justiça e Segurança Pública deverá
prévio e à elaboração dos planos de segurança pública e defe- pactuar metas com os entes federativos, de forma a observar

91
o prazo de vigência do Plano Nacional de Segurança Pública Art. 10. A fundamentação teórica e a metodologia de
e Defesa Social 2021-2030 e as características locais, como elaboração do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa
território, ambiente, população, estrutura dos órgãos de se- Social 2021-2030 constarão em documento assinado eletro-
gurança pública, índices de violência e criminalidade, fatores nicamente pelo Ministro de Estado da Justiça e Segurança
socioeconômicos, entre outros. Pública.
§ 2º As metas pactuadas com os entes federativos de- Parágrafo único. O documento de que trata o caput será
verão ser anualizadas e, quando necessário, poderão ser disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Justiça
revistas a cada ciclo de implementação. e Segurança Pública.
§ 3º Os planos de segurança pública e defesa social es- Art. 11. Fica revogado o Decreto nº 9.630, de 26 de de-
taduais, distrital e municipais poderão definir outras metas, zembro de 2018.
além daquelas definidas no Plano Nacional de Segurança Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
Pública e Defesa Social 2021-2030, de acordo com as espe- blicação.
cificidades e as características locais.
Brasília, 28 de setembro de 2021; 200º da Independência
e 133º da República.
CAPÍTULO V
Do Sistema de Governança
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Anderson Gustavo Torres
Art.  6º Compete ao Ministério da Justiça e Segurança
Pública o acompanhamento da implementação das ações ANEXO
estratégicas e o monitoramento dos indicadores e das metas PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
estabelecidas pelo Plano Nacional de Segurança Pública e E DEFESA SOCIAL 2021-2030
Defesa Social 2021-2030.
Art.  7º A participação social na governança do Plano 1. Ciclos de implementação
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030 São ciclos de implementação do Plano Nacional de Se-
ocorrerá por meio dos conselhos de segurança pública e gurança Pública e Defesa Social 2021-2030:
defesa social. a) Ciclo I: 2021-2022;
Art. 8º Ato do Ministro da Justiça e Segurança Pública b) Ciclo II: 2023-2024;
deverá instituir o sistema de governança do Plano Nacional c) Ciclo III: 2025-2026;
de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030. d) Ciclo IV: 2027-2028; e
§ 1º O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em e) Ciclo V: 2029-2030.
articulação com os entes federativos, avaliará anualmente
a implementação do Plano Nacional de Segurança Pública 2. Metas de resultado
e Defesa Social 2021-2030, com o objetivo de verificar o 2.1. Grupo 1: Mortes violentas
cumprimento das metas estabelecidas e elaborar recomen-
dações aos gestores e aos operadores das políticas públicas Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi-
de segurança pública e defesa social, nos termos do disposto ca e Defesa Social relacionados às metas
no art. 7º do Decreto nº 9.489, de 2018. (art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018)
§ 2º Após a avaliação de que trata o § 1º, será elabora- Meta 1: Reduzir a taxa IV – estimular e apoiar a realização de ações de
do relatório com o histórico circunstanciado, nos termos do nacional de homicí- prevenção à violência e à criminalidade, com prio-
disposto no art. 27 da Lei nº 13.675, de 2018. dios para abaixo de ridade para aquelas relacionadas à letalidade da
§ 3º O relatório de que trata o § 2º deverá ter ampla 16 mortes por 100 mil população jovem negra, das mulheres e de outros
divulgação e publicidade. habitantes até 2030 grupos vulneráveis;
XVII – fomentar ações permanentes para o com-
CAPÍTULO VI bate ao crime organizado e à corrupção;
Disposições Finais XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
violenta;
Art. 9º O Decreto nº 9.489, de 2018, passa a vigorar com XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação
de crimes hediondos e de homicídios;
as seguintes alterações:
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas
Conhecimentos Específicos

de fogo e munições, com vistas à redução da vio-


“Art. 5º A elaboração do Plano Nacional de Segu- lência armada.
rança Pública e Defesa Social terá fase de consulta
Meta 2: Reduzir a taxa IV – estimular e apoiar a realização de ações de
pública, efetuada por meio eletrônico, sob a coor-
nacional de lesão cor- prevenção à violência e à criminalidade, com prio-
denação do Ministério da Justiça e Segurança Pú-
poral seguida de mor- ridade para aquelas relacionadas à letalidade da
blica.” (NR) te para abaixo de 0,30 população jovem negra, das mulheres e de outros
“Art. 7º Até o dia 30 de abril de cada ano-calendá- morte por 100 mil ha- grupos vulneráveis;
rio, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em bitantes até 2030 XVII – fomentar ações permanentes para o com-
articulação com os órgãos competentes dos Esta- bate ao crime organizado e à corrupção;
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, avaliará XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
a implementação do Plano Nacional de Segurança violenta;
Pública e Defesa Social, com o objetivo de verificar XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação
o cumprimento das metas estabelecidas e elaborar de crimes hediondos e de homicídios;
recomendações aos gestores e aos operadores de XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas
políticas públicas relacionadas com segurança pú- de fogo e munições, com vistas à redução da vio-
blica e defesa social.” (NR) lência armada.

92
Meta 3: Reduzir a taxa XVII – fomentar ações permanentes para o com- Meta 9: Reduzir a taxa II  – apoiar as ações de manutenção da ordem
nacional de latrocínio bate ao crime organizado e à corrupção; nacional de roubo de pública e da incolumidade das pessoas, do patri-
para abaixo de 0,70 XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade veículos para abaixo mônio, do meio ambiente e de bens e direitos;
morte por 100 mil violenta; de 150 ocorrências VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção,
habitantes até 2030 XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação por 100 mil veículos controle e fiscalização para a repressão aos crimes
de crimes hediondos e de homicídios; até 2030 transfronteiriços.
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- 2.4. Grupo 4: Sistema prisional
lência armada. Meta Objetivos da Política Nacional de Se-
Meta 4: Reduzir a taxa IV – estimular e apoiar a realização de ações de gurança Pública e Defesa Social rela-
nacional de mortes prevenção à violência e à criminalidade, com prio- cionados às metas
violentas de mulhe- ridade para aquelas relacionadas à letalidade da (art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de ju-
res para abaixo de 2 população jovem negra, das mulheres e de outros nho de 2018)
mortes por 100 mil grupos vulneráveis; Meta 10: Aumentar em 60% o XV – racionalizar e humanizar o siste-
mulheres até 2030 XX – estimular a concessão de medidas protetivas quantitativo de vagas no siste- ma penitenciário e outros ambientes
em favor de pessoas em situação de vulnerabi- ma prisional, com o total de de encarceramento.
lidade; 677.187 vagas até 2030
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
Meta 11: Aumentar em 185% XV – racionalizar e humanizar o siste-
violenta;
o quantitativo de presos que ma penitenciário e outros ambientes
XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação
exercem atividade laboral, com de encarceramento.
de crimes hediondos e de homicídios;
o total de 363.414 presos em
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas
atividades laborais até 2030
de fogo e munições, com vistas à redução da vio-
lência armada. Meta 12: Aumentar em 185% XV – racionalizar e humanizar o siste-
o quantitativo de presos que ma penitenciário e outros ambientes
exercem atividades educacio- de encarceramento.
Meta 5: Reduzir a taxa XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
nais, com o total de 218.994
nacional de mortes violenta.
mil presos em atividades edu-
no trânsito para abai-
cacionais até 2030
xo de 9 mortes por
100 mil habitantes 2.5. Grupo 5: Ações de prevenção de desastres e aci-
até 2030 dentes
2.2. Grupo 2: Proteção dos profissionais de segurança Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi-
pública ca e Defesa Social relacionados às metas
(art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018)
Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi-
ca e Defesa Social relacionados às metas Meta 13: Atingir o I – fomentar a integração em ações estratégicas
(art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018) índice de 50% das e operacionais, em atividades de inteligência de
Unidades Locais de- segurança pública e em gerenciamento de crises
Meta 6: Reduzir o XXI  – estimular a criação de mecanismos de vidamente certifi- e incidentes;
número absoluto de proteção dos agentes públicos que compõem o cadas, por meio de II  – apoiar as ações de manutenção da ordem
vitimização de profis- sistema nacional de segurança pública e de seus alvará de licença (ou pública e da incolumidade das pessoas, do patri-
sionais de segurança familiares; instrumento equiva- mônio, do meio ambiente e de bens e direitos;
pública em 30% até XXII – estimular e incentivar a elaboração, a exe- lente) emitidos pelos III – incentivar medidas para a modernização de
2030 cução e o monitoramento de ações nas áreas de corpos de bombeiros equipamentos, da investigação e da perícia e para
valorização profissional, de saúde, de qualidade de militares até 2030 a padronização de tecnologia dos órgãos e das
vida e de segurança dos servidores que compõem instituições de segurança pública.
o sistema nacional de segurança pública.
Meta 7: Reduzir o nú- XXI – estimular a criação de mecanismos de prote- 3. Ações estratégicas
mero absoluto de sui- ção dos agentes públicos que compõem o sistema Ação estratégica 1: Promover, viabilizar, executar e apri-
cídio de profissionais nacional de segurança pública e de seus familiares; morar ações de governança e gestão da segurança pública
Conhecimentos Específicos

de segurança pública XXII – estimular e incentivar a elaboração, a exe- e defesa social do País.
em 30% até 2030 cução e o monitoramento de ações nas áreas de Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
valorização profissional, de saúde, de qualidade de observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
vida e de segurança dos servidores que compõem zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
o sistema nacional de segurança pública. objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social:
2.3. Grupo 3: Roubo e furto de veículos a) Implementar políticas de segurança pública, preven-
Meta Objetivos da Política Nacional de Segurança Públi- ção e enfrentamento à criminalidade, de maneira integrada
ca e Defesa Social relacionados às metas com os entes federativos e na forma estabelecida no Plano
(art. 6º da Lei nº 13.675, de 11 de junho de 2018) Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030;
b) Financiar a implementação de políticas e o fortaleci-
Meta 8: Reduzir a taxa II  – apoiar as ações de manutenção da ordem mento das instituições de segurança pública e defesa social
nacional de furto de pública e da incolumidade das pessoas, do patri- por meio de transferências de recursos federais na modali-
veículos para abaixo mônio, do meio ambiente e de bens e direitos; dade fundo a fundo;
de 140 ocorrências VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção, c) Aprimorar as rotinas de governança e gestão de pla-
por 100 mil veículos controle e fiscalização para a repressão aos crimes nos, programas, projetos e ações de segurança pública e
até 2030 transfronteiriços. defesa social;

93
d) Garantir a participação efetiva da sociedade nos Con- zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
selhos de Segurança Pública e Defesa Social; objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
e) Garantir a participação efetiva dos Conselhos de Segu- Segurança Pública e Defesa Social:
rança Pública e Defesa Social nos processos de acompanha- a) Desenvolver, apoiar e implementar programas e pro-
mento da execução e da avaliação dos resultados do Plano jetos destinados às ações preventivas e de salvaguarda, e
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; conjugar esforços de setores públicos e privados, inclusive
f) Implementar formas de acompanhamento, com vistas de polícia comunitária e de atuação municipal;
à transparência ativa e à participação social, nos processos b) Aprimorar os sistemas de controle de armas de fogo,
de execução e avaliação de alcance dos resultados das ações artefatos explosivos e material controlado, bem como for-
estratégicas, das metas e dos indicadores do Plano Nacional talecer o compartilhamento das informações entre as ins-
de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; tituições envolvidas para diminuir o quantitativo de armas
g) Apoiar, tanto financeira quanto metodologicamente, ilegais em circulação;
a elaboração de planos estratégicos de segurança pública c) Promover a atuação padronizada dos órgãos de segu-
e defesa social dos entes federativos integrantes do Siste- rança pública e defesa social;
ma Único de Segurança Pública - Susp, alinhados ao Plano d) Aprimorar as ações de prevenção e fiscalização de
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030; áreas de risco de calamidade, de incêndios, de desastres, de
h) Integrar e promover a articulação harmônica e perma- acidentes, com vistas à maior preservação do patrimônio, da
nente dos integrantes do Susp por meio da implementação segurança coletiva e da integridade das pessoas;
da governança do Plano Nacional de Segurança Pública e e) Implementar e aprimorar atividades relativas à segu-
Defesa Social 2021-2030 e dos planos de segurança pública rança ambiental, com foco na diminuição do tráfico ilegal de
e defesa social dos entes federativos; animais e minerais, do mau uso do solo e de sua ocupação,
i) Racionalizar a destinação de recursos para a segurança dos danos à fauna, à flora e à biodiversidade, bem como a
pública por meio da adoção de critérios técnicos e da gestão responsabilização efetiva dos agentes envolvidos;
por resultados; f) Fomentar e atuar na redução de crimes e infrações de
j) Fomentar estratégias para maior eficiência no uso dos trânsito, em especial por meio do emprego de tecnologia na
recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e de outras atividade de fiscalização;
fontes de financiamento, com subsídio à participação coletiva g) Intensificar as operações integradas, preventivas e
no debate sobre a segurança pública e defesa social; e repressivas nas divisas dos Estados e do Distrito Federal,
k) Promover a cooperação e a articulação entre os ór- com foco no enfrentamento dos crimes de maior potencial
gãos federais, estaduais, distritais e municipais com vistas ofensivo; e
ao alcance das metas estabelecidas e os objetivos da Política h) Desenvolver e aprimorar ações relacionadas ao en-
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social. frentamento ao terrorismo.

Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional; Responsáveis 1. Polícia Federal;


2. Polícia Federal; 2. Polícia Rodoviária Federal;
3. Polícia Rodoviária Federal; 3. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança 4. Secretaria de Operações Integradas.
Pública;
5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
Gestão de Ativos; tação
6. Secretaria Nacional de Justiça; Metas relacionadas Todas
7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
8. Secretaria de Operações Integradas. Objetivos da PolíticaI – fomentar a integração em ações estratégicas
Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises
tação
Social e incidentes;
Metas relacionadas Todas (art. 6º da Lei nº II  – apoiar as ações de manutenção da ordem
V – promover a participação social nos conselhos
Objetivos da Política 13.675, de 2018) pública e da incolumidade das pessoas, do patri-
de segurança pública;
Nacional de Seguran- mônio, do meio ambiente e de bens e direitos;
ça Pública e DefesaXVIII – estabelecer mecanismos de monitoramen- XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
Conhecimentos Específicos

Social to e de avaliação das ações implementadas; violenta;


(art. 6º da Lei nº XIX – promover uma relação colaborativa entre os XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas
13.675, de 2018) órgãos de segurança pública e os integrantes do de fogo e munições, com vistas à redução da vio-
sistema judiciário para a construção das estraté- lência armada.
gias e o desenvolvimento das ações necessárias Modelo lógico de re- ML-03, ML-05 e ML-15 e consulta pública.
ao alcance das metas estabelecidas. ferência
Modelos lógicos de ML-1, ML-21, ML-23, ML-24, ML-25, ML-32 e
referência ML-33. Ação estratégica 3: Aperfeiçoar a atuação, a coordena-
ção estratégica e a integração operacional dos órgãos de
Ação estratégica 2: Desenvolver e apoiar a implemen- segurança pública e defesa social para o enfrentamento de
tação de programas e projetos que favoreçam a execução delitos transfronteiriços e transnacionais, inclusive com a
de ações preventivas e repressivas articuladas com outros ampliação do controle e da fiscalização nas fronteiras, nos
setores, públicos e privados, para a redução de crimes e portos e nos aeroportos.
conflitos sociais. Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- zo de outras atividades exercidas em conformidade com os

94
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de Responsáveis 1. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança
Segurança Pública e Defesa Social: Pública;
a) Estimular a cooperação internacional destinada à se- 2. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
gurança pública e reforçar a prevenção e o enfrentamento Gestão de Ativos;
qualificado e articulado dos crimes transfronteiriços e trans- 3. Secretaria Nacional de Justiça; e
nacionais; 4. Secretaria Nacional de Segurança Pública.
b) Ampliar a prevenção e a repressão aos delitos trans- Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
fronteiriços e transnacionais, com o fortalecimento do con- tação
trole e da fiscalização nas fronteiras, nas rodovias, nas ferro-
Metas relacionadas 1, 2, 3, 4, 8 e 9
vias, nos portos e nos aeroportos, de forma compartilhada
e integrada, por meio de operações de segurança pública Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de
articulada com as Forças Armadas e os órgãos de fiscalização Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para
e controle; ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
c) Aprimorar o controle do tráfego internacional, a emis- Social instituições de segurança pública;
são de passaportes e o registro de estrangeiros; e (art. 6º da Lei nº XVII – fomentar ações permanentes para o com-
d) Propor e colaborar com ações para o desenvolvimento 13.675, de 2018) bate ao crime organizado e à corrupção;
das áreas mais vulneráveis das regiões de fronteira, em arti- XIX – promover uma relação colaborativa entre os
culação com outros órgãos afins, tanto civis quanto militares. órgãos de segurança pública e os integrantes do
sistema judiciário para a construção das estraté-
gias e o desenvolvimento das ações necessárias
Responsáveis 1. Polícia Federal; ao alcance das metas estabelecidas.
2. Polícia Rodoviária Federal; Modelo lógico de re- ML-33.
3. Secretaria Nacional de Justiça; ferência
4. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
5. Secretaria de Operações Integradas. Ação estratégica 5: Qualificar o combate à corrupção, à
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) oferta de drogas ilícitas, ao crime organizado e à lavagem
tação de dinheiro, com a implementação de ações de prevenção
Metas relacionadas Todas e repressão dos delitos dessas naturezas.
Objetivos da Política I – fomentar a integração em ações estratégicas Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
Social e incidentes; objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
(art. 6º da Lei nº VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção, Segurança Pública e Defesa Social:
13.675,de 2018) controle e fiscalização para a repressão aos crimes a) Incrementar as ações relativas à cooperação jurídica
transfronteiriços; internacional, inclusive quanto à recuperação de ativos;
IX – estimular o intercâmbio de informações de b) Implementar e apoiar projetos e ações destinados à
inteligência de segurança pública com instituições redução de oferta de drogas ilícitas e fortalecer os mecanis-
estrangeiras congêneres; mos de enfrentamento ao narcotráfico;
XVII – fomentar ações permanentes para o com- c) Estimular o fortalecimento de unidades especializadas;
bate ao crime organizado e à corrupção; d) Fortalecer os mecanismos de proteção dos agentes do
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas Estado e de testemunhas como medida de enfrentamento
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- às organizações criminosas;
lência armada. e) Atuar no fortalecimento das ouvidorias e corregedorias
Modelos lógicos de ML-30, ML-37 e consulta pública. para o combate à corrupção nas instituições integrantes do
referência Susp;
f) Estimular a colaboração com o Ministério Público para
Ação estratégica 4: Aperfeiçoar a gestão de ativos prove- o exercício do controle externo da atividade policial;
nientes da atuação de persecução penal em casos de prática g) Mapear, monitorar e isolar lideranças de organizações
e financiamento de crimes, de atos de improbidade adminis- criminosas em estabelecimentos prisionais de segurança má-
trativa e de ilícitos apurados e promover a sua destinação. xima, a fim de desestruturar as organizações e impossibilitar
o cometimento de crimes a partir do ambiente prisional;
Conhecimentos Específicos

Para a sua consecução, deverão necessariamente ser


observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- h) Aperfeiçoar os sistemas e os meios de denúncias para
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os o enfrentamento do crime organizado, da corrupção e da
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de lavagem de dinheiro;
Segurança Pública e Defesa Social: i) Estabelecer parcerias, por meio da atuação estatal
a) Aperfeiçoar os mecanismos de alienação de ativos integrada, com outros atores relacionados ao combate à
provenientes da prática e do financiamento de crimes; corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado;
b) Aprimorar o processo de destinação de bens prove- j) Disponibilizar recursos tecnológicos e acesso a dados
nientes da prática e do financiamento de crimes ao uso pelas com o intuito de ampliar as ferramentas de combate à cor-
instituições de segurança pública; rupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado; e
c) Otimizar o processo de destinação de recursos finan- k) Fortalecer a execução de ações destinadas à desarti-
ceiros provenientes da prática e do financiamento de crimes culação financeira de organizações criminosas.
ao financiamento da segurança pública, conforme legislação
pertinente; e Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
d) Aprimorar o conjunto de ferramentas e soluções in- 2. Polícia Federal;
formatizadas utilizadas para a gestão de ativos. 3. Polícia Rodoviária Federal;

95
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
Pública; tação
5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Metas relacionadas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9
Gestão de Ativos;
6. Secretaria Nacional de Justiça; Objetivos da PolíticaIII – incentivar medidas para a modernização de
7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para
8. Secretaria de Operações Integradas; ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
9. Corregedoria-Geral; e Social instituições de segurança pública;
10. Ouvidoria-Geral. (art. 6º da Lei nº XVII – fomentar ações permanentes para o com-
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) 13.675, de 2018) bate ao crime organizado e à corrupção;
tação XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
violenta;
Metas relacionadas Todas XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação
Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de de crimes hediondos e de homicídios.
Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para
Modelo lógico de re- ML-01, ML-04 e consulta pública.
ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
Social instituições de segurança pública; ferência
(art. 6º da Lei nº VIII – incentivar e ampliar as ações de prevenção,
13.675, de 2018) controle e fiscalização para a repressão aos crimes Ação estratégica 7: Padronizar tecnologicamente e integrar
transfronteiriços; as bases de dados sobre segurança pública entre União, Esta-
IX – estimular o intercâmbio de informações de dos, Distrito Federal e Municípios por meio da implementação
inteligência de segurança pública com instituições do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Pri-
estrangeiras congêneres; sionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
X – integrar e compartilhar as informações de se- Genético, de Digitais e de Drogas - Sinesp e do Sistema de In-
gurança pública, prisionais e sobre drogas; formações do Departamento Penitenciário Nacional - Sisdepen
XVI – fomentar estudos, pesquisas e publicações e por meio dos dados obtidos do Sistema Nacional de Trânsito
sobre a política de enfrentamento às drogas e de - SNT e de outros sistemas de interesse da segurança pública
redução de danos relacionados aos seus usuários e e defesa social, com o uso de ferramentas de aprendizado
aos grupos sociais com os quais convivem; de máquina (machine learning) para categorização e análise.
XVII – fomentar ações permanentes para o com- Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
bate ao crime organizado e à corrupção; observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
XIX – promover uma relação colaborativa entre os zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
órgãos de segurança pública e os integrantes do objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
sistema judiciário para a construção das estraté- Segurança Pública e Defesa Social:
gias e o desenvolvimento das ações necessárias a) Padronizar, integrar, coletar e consolidar dados e in-
ao alcance das metas estabelecidas; formações de interesse da segurança pública e defesa social,
XXVI – fortalecer as ações de prevenção e repres- para o tratamento, a análise e a divulgação estatística;
são aos crimes cibernéticos. b) Promover a modernização e a interoperabilidade dos
Modelos lógicos de ML-11, ML-12, ML-14 e ML-41. sistemas de interesse da segurança pública e defesa social
referência com vistas à integração, à gestão, à análise e ao comparti-
lhamento de dados e informações;
Ação estratégica 6: Qualificar e fortalecer a atividade de c) Integrar e aprimorar a base de dados entre os órgãos
investigação e perícia criminal, com vistas à melhoria dos integrantes do SNT e os demais órgãos de segurança Pública
índices de resolução de crimes e infrações penais. e defesa social; e
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser d) Ampliar os mecanismos de proteção e segurança de
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- dados.
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
Segurança Pública e Defesa Social: 2. Polícia Federal;
a) Qualificar o trabalho das polícias judiciárias por meio da 3. Polícia Rodoviária Federal;
otimização das atividades de coleta de provas e investigação; 4. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
b) Fortalecer a comprovação da dinâmica, da autoria e Gestão de Ativos;
Conhecimentos Específicos

da materialidade dos crimes por meio do aperfeiçoamento 5. Secretaria Nacional de Justiça;


das atividades periciais e de polícia judiciária; 6. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
c) Envidar esforços para a devida coleta e armazenamen- 7. Secretaria de Operações Integradas.
to dos perfis genéticos, em conformidade com a legislação Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
aplicável; tação
d) Promover ações que assegurem a integridade e a efi- Metas relacionadas Todas
cácia da cadeia de custódia de vestígios; e
Objetivos da Política III – incentivar medidas para a modernização de
e) Desenvolver e aperfeiçoar bancos de vestígios, de
Nacional de Seguran- equipamentos, da investigação e da perícia e para
dados periciais e de identificação biométrica, assim como
ça Pública e Defesa a padronização de tecnologia dos órgãos e das
estruturar e fortalecer as redes integradas de atuação.
Social instituições de segurança pública;
(art. 6º da Lei nº VII – promover a interoperabilidade dos sistemas
Responsáveis 1. Polícia Federal; 13.675, de 2018) de segurança pública;
2. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança X – integrar e compartilhar as informações de se-
Pública; gurança pública, prisionais e sobre drogas;
3. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade
4. Secretaria de Operações Integradas. violenta;

96
XXV – fortalecer as ações de fiscalização de armas a) Apoiar a implementação, a estruturação e a moder-
de fogo e munições, com vistas à redução da vio- nização de centros integrados de comando e controle ou
lência armada. unidades congêneres com vistas à atuação integrada nas
execução de ações de segurança pública e defesa social;
Modelos lógicos de ML-04, ML-07, ML-09, ML-11, ML-12, ML-20, ML-
b) Modernizar e equipar os órgãos de segurança públi-
referência 22, ML-38 e ML-39.
ca e defesa social para o desempenho adequado de suas
Ação estratégica 8: Fortalecer a atividade de inteligência atividades;
c) Modernizar e equipar os órgãos de segurança pública,
das instituições de segurança pública e defesa social, por
em especial os de perícia oficial, para a observação adequada
meio da atuação integrada dos órgãos do Susp, com vistas
da cadeia de custódia de vestígios;
ao aprimoramento das ações de produção, análise, gestão
d) Apoiar o aparelhamento dos órgãos de segurança pú-
e compartilhamento de dados e informações. blica por meio da cooperação federativa; e
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser e) Aperfeiçoar os processos de aquisição, controle e
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- desfazimento de produtos e materiais de segurança pública.
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social: Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional;
a) Promover ações com o objetivo de dotar as institui- 2. Polícia Federal;
3. Polícia Rodoviária Federal;
ções de segurança pública com ferramentas de inteligência
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança
modernas, padronizadas e integradas para a produção de
Pública;
conhecimento, em conformidade com a legislação aplicável; 5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
b) Atuar na estruturação e no aperfeiçoamento das ati- Gestão de Ativos;
vidades de inteligência penitenciária; 6. Secretaria Nacional de Justiça;
c) Estimular a cooperação e o intercâmbio de informa- 7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
ções de inteligência de segurança pública com instituições 8. Secretaria de Operações Integradas.
estrangeiras congêneres;
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
d) Promover a criação e a estruturação da atividade de tação
inteligência de trânsito;
e) Integrar os sistemas e os subsistemas de inteligência Metas relacionadas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 9
de segurança pública e promover o compartilhamento de Objetivos da Política I – fomentar a integração em ações estratégicas
tecnologias interagências; e Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de
f) Estimular a articulação e a cooperação entre o sistema ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises
de inteligência de segurança pública com setores de inteli- Social (art. 6º da Lei e incidentes;
gência da iniciativa privada, em conformidade com a legis- nº 13.675, de 2018) III – incentivar medidas para a modernização de
equipamentos, da investigação e da perícia e para
lação aplicável à proteção de dados.
a padronização de tecnologia dos órgãos e das
instituições de segurança pública;
Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional; XV – racionalizar e humanizar o sistema peniten-
2. Polícia Federal; ciário e outros ambientes de encarceramento.
3. Polícia Rodoviária Federal; Modelos lógicos de Consulta Pública, ML-04, ML-11, ML-12, ML-35
4. Secretaria Nacional de Justiça; referência e ML-39.
5. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e
6. Secretaria de Operações Integradas. Ação estratégica 10: Aperfeiçoar as atividades de segu-
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) rança pública e defesa social por meio da melhoria da ca-
tação pacitação e da valorização dos profissionais, do ensino e da
Metas relacionadas Todas pesquisa em temas finalísticos e correlatos.
Objetivos da Política I – fomentar a integração em ações estratégicas Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
Nacional de Seguran- e operacionais, em atividades de inteligência de observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
ça Pública e Defesa segurança pública e em gerenciamento de crises zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
Social e incidentes; objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social:
Conhecimentos Específicos

(art. 6º da Lei nº IX – estimular o intercâmbio de informações de


13.675, de 2018) inteligência de segurança pública com instituições a) Promover o ensino e a pesquisa no campo da seguran-
estrangeiras congêneres; ça pública, da defesa social e de temas correlatos;
X – integrar e compartilhar as informações de se- b) Desenvolver ensino, pesquisa e outros eventos de
gurança pública, prisionais e sobre drogas. aprendizagem destinados à qualificação em governança e
gestão dos órgãos de segurança pública e defesa social;
Modelos lógicos de ML-02, ML-11, ML-12, ML-13, ML-26, ML-27, ML- c) Financiar a implementação de políticas com vistas à
referência 28, ML- 29, ML-31, ML-33, ML-34 e ML-41. qualificação e à valorização dos profissionais de segurança
pública por meio da transferência de recursos federais na
Ação estratégica 9: Promover o aparelhamento e a mo-
modalidade fundo a fundo;
dernização da infraestrutura dos órgãos de segurança pública d) Promover ações de capacitação padronizada, continu-
e defesa social. ada e aperfeiçoada em segurança pública;
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser e) Mapear a criminalidade violenta, de modo a discrimi-
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- nar as características regionais e locais, a fim de garantir a
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os elaboração de planos de ações com estratégias de atuação
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de focadas na prevenção e na resolução, baseadas em evidên-
Segurança Pública e Defesa Social: cias, dos problemas locais;

97
f) Promover parcerias com instituições de ensino superior XXI – estimular a criação de mecanismos de prote-
e cooperações técnicas internacionais com vistas ao aprimo- ção dos agentes públicos que compõem o sistema
ramento da pesquisa, bem como ao desenvolvimento de nacional de segurança pública e de seus familiares;
diagnósticos e metodologias para a construção de planos XXII – estimular e incentivar a elaboração, a exe-
de segurança; cução e o monitoramento de ações nas áreas de
g) Aprimorar o processo de seleção, investigação social, valorização profissional, de saúde, de qualidade de
formação, avaliação de estágio probatório e educação conti- vida e de segurança dos servidores que compõem
nuada dos profissionais de segurança pública e defesa social; o sistema nacional de segurança pública.
h) Promover a atualização continuada dos perfis profis-
Modelos lógicos de ML-02, ML-04, ML-08, ML-09, ML-13, ML-16, ML-
siográficos e das matrizes curriculares;
referência 17, ML-18, ML-19, ML-27, ML-29, M-33, M-34,
i) Elaborar diretrizes e orientações aos órgãos de segu-
ML-35, ML-36, ML-39, ML-40, ML-41 e consulta
rança pública e defesa social para garantir a progressão fun-
pública.
cional de seus profissionais por meio de critérios técnicos e
objetivos; Ação estratégica 11: Aperfeiçoar as condições de cumpri-
j) Fortalecer o Programa Nacional de Qualidade de Vida mento de medidas restritivas de direitos, de penas alterna-
dos Profissionais de Segurança Pública - Pró-vida e os demais tivas à prisão e de penas privativas de liberdade, com vistas
programas relacionados à valorização desses profissionais, no
à humanização do processo e redução dos índices gerais de
intuito de elaborar, implementar, apoiar, monitorar e avaliar
reincidência.
projetos que contribuam com o aumento da qualidade de vida,
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser
saúde biopsicossocial, moradia, assistência social e proteção;
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí-
k) Fortalecer os mecanismos de proteção dos profis-
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os
sionais de segurança pública e defesa social e incentivar a
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de
pesquisa e a análise de indicadores de mortos e feridos em
Segurança Pública e Defesa Social:
decorrência do exercício da função ou do ofício, de forma a
a) Aprimorar a gestão do sistema penitenciário por meio
delinear estratégias para diminuição desses índices;
de investimentos que permitam gerenciar de forma mais
l) Promover a elaboração e a difusão de Procedimentos
eficaz os recursos, as informações e a estrutura penitenciária;
Operacionais Padrão - POP;
b) Incentivar a participação da iniciativa privada na mo-
m) Realizar e fomentar pesquisas estratégicas com vistas
à redução da oferta, do consumo e dos prejuízos decorrentes dernização do sistema penitenciário, de forma a ampliar a
do uso de drogas ilícitas; oferta de vagas, humanizar o cumprimento da pena e contri-
n) Qualificar o atendimento às vítimas em situação de buir para a reinserção social por meio das parcerias público-
vulnerabilidade por meio da capacitação continuada dos -privadas, em conformidade com as políticas penitenciárias
profissionais de segurança pública; instituídas pela União;
o) Realizar e fomentar pesquisas em inovação de produ- c) Promover melhores condições para o cumprimento de
tos, equipamentos, tecnologia, métodos periciais e serviços penas por meio da estruturação, do uso de tecnologias, da
de segurança pública, com o objetivo de certificá-los; e articulação interinstitucional, da manutenção de unidades
p) Ampliar as ações de capacitação dos agentes públicos prisionais e de projetos de ressocialização;
nos temas relacionados ao combate à corrupção, ao crime d) Promover mecanismos de colaboração e integração
organizado e à lavagem de dinheiro. entre as instituições de segurança pública e defesa social
com o Ministério Público e o Poder Judiciário;
e) Fomentar programas que objetivem a reinserção do
Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional; egresso prisional no mercado de trabalho, como estratégia de
2. Polícia Federal; ressocialização, de enfrentamento à violência, de enfraque-
3. Polícia Rodoviária Federal; cimento das facções criminosas e de aumento da sensação
4. Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança de segurança da sociedade.
Pública;
5. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e
Gestão de Ativos; Responsável 1. Departamento Penitenciário Nacional.
6. Secretaria Nacional de Justiça; Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022)
7. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e tação
8. Secretaria de Operações Integradas. Metas relacionadas 10, 11 e 12
Conhecimentos Específicos

Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) Objetivos da PolíticaXII – fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e


tação Nacional de Seguran- do cumprimento de medidas restritivas de direito
Metas relacionadas Todas ça Pública e Defesa e de penas alternativas à prisão;
Objetivos da Política VI – estimular a produção e a publicação de estu- Social (art. 6º da Lei
XIII – fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de
Nacional de Seguran- dos e diagnósticos para a formulação e a avaliação nº 13.675, de 2018) cumprimento de pena restritiva de liberdade em
ça Pública e Defesa de políticas públicas; relação à gravidade dos crimes cometidos;
Social XI – estimular a padronização da formação, da ca- XV – racionalizar e humanizar o sistema peniten-
(art. 6º da Lei nº pacitação e da qualificação dos profissionais de ciário e outros ambientes de encarceramento.
13.675, de 2018) segurança pública, respeitadas as especificidades Modelo lógico de re- ML-10, ML-16, ML-17, ML-18, ML-19, ML-36 e
e as diversidades regionais, em consonância com ferência consulta pública.
esta Política, nos âmbitos federal, estadual, dis-
trital e municipal; Ação estratégica 12: Desenvolver e apoiar ações articu-
XVI – fomentar estudos, pesquisas e publicações ladas com outros setores, públicos e privados, destinadas à
sobre a política de enfrentamento às drogas e de prevenção e à repressão à violência e à criminalidade relacio-
redução de danos relacionados aos seus usuários e nadas às mulheres, aos jovens e a outros grupos vulneráveis,
aos grupos sociais com os quais convivem; bem como ao desaparecimento e ao tráfico de pessoas.

98
Para a sua consecução, deverão necessariamente ser I – N1: Coordenada pelo Comitê-Executivo de Governança
observados, no mínimo, os seguintes quesitos, sem prejuí- do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, cuja
zo de outras atividades exercidas em conformidade com os regulamentação ocorrerá por ato do Ministro de Estado da
objetivos estabelecidos pelo art. 6º da Política Nacional de Justiça e Segurança Pública;
Segurança Pública e Defesa Social: II – N2: Coordenada pelos órgãos integrantes do Minis-
a) Qualificar o atendimento às mulheres, aos jovens e a tério da Justiça e Segurança Pública, em articulação com as
outros grupos vulneráveis vítimas de violência, por meio da suas unidades subordinadas e os entes federativos; e
criação ou da estruturação de espaços humanizados para o III – N3: Coordenada pelos entes federativos e os órgãos
atendimento e o encaminhamento adequado das vítimas; de segurança pública e defesa social subordinados e locais.
b) Fomentar e apoiar o atendimento humanizado e inte- No âmbito federal, a governança estratégica será executa-
gral às vítimas de violência sexual; da pelo Comitê-Executivo de Governança do Plano Nacional
c) Desenvolver e ampliar os bancos de dados e os me- de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030, responsável
canismos de acompanhamento das medidas protetivas para pelos ciclos de reuniões da N1, cuja composição será esta-
mulheres em situação de violência, para a sua proteção in- belecida por ato do Ministro da Justiça e Segurança Pública.
tegral e a responsabilização dos agressores; A governança deverá se replicar nos ciclos de reunião dos
d) Promover e apoiar programas e projetos que desenvol- N2 e N3, observado o processo de articulação das unidades
vam ações preventivas com o objetivo de reduzir a prática de subordinadas ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública,
crimes e de violência, especialmente aqueles que envolvam com as instituições de segurança pública integrantes do Susp,
crianças e adolescentes; e de forma a garantir o fluxo de informações necessárias ao
e) Promover ações entre os entes federativos e a União processo de monitoramento e avaliação do Plano Nacional de
para o mapeamento, a prevenção e o enfrentamento ao de- Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030. O N2 da gestão
saparecimento e ao tráfico de pessoas. congrega os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social
e possibilita o ponto de contato e interlocução entre a esfera
federal e a estadual/distrital. Situação diretamente similar se
Responsáveis 1. Departamento Penitenciário Nacional; configura no N3, que se posiciona mais incisivamente em di-
2. Polícia Federal; reção à ponta, ao cenário mais operacional das proposições.
3. Polícia Rodoviária Federal; Os Conselhos, respeitadas as competências estabeleci-
4. Secretaria Nacional de Justiça; das em legislação específica, participarão de forma efetiva
5. Secretaria Nacional de Segurança Pública; e da governança e fornecerão orientações. Outros colegiados
6. Secretaria de Operações Integradas. relacionados à segurança pública e defesa social também
Ciclo de implemen- Ciclo I (2021-2022) exercerão papel importante no auxílio da tomada de decisão
tação em todos os níveis. Cabe aos governos federal, estaduais,
Metas relacionadas Todas distrital e municipais incentivar a criação e o fortalecimento
de gabinetes de gestão integrada nos três níveis de gover-
Objetivos da Política IV – estimular e apoiar a realização de ações de no, a fim de promover a atuação conjunta e coordenada
Nacional de Seguran- prevenção à violência e à criminalidade, com prio- dos organismos de segurança pública e defesa social com
ça Pública e Defesa ridade para aquelas relacionadas à letalidade da entidades públicas e privadas, respeitadas as diretrizes e as
Social população jovem negra, das mulheres e de outros deliberações dos respectivos Conselhos.
(art. 6º da Lei nº grupos vulneráveis;
13.675, de 2018) XX – estimular a concessão de medidas protetivas 5. Monitoramento e avaliação
em favor de pessoas em situação de vulnerabi- A avaliação dos resultados do Plano Nacional de Seguran-
lidade; ça Pública e Defesa Social 2021-2030 será monitorada pelos
XXIII – priorizar políticas de redução da letalidade indicadores de acompanhamento e de resultado.
violenta; As avaliações anuais deverão ocorrer até o dia 30 de abril
XXIV – fortalecer os mecanismos de investigação de cada ano. Caberá ao Ministério da Justiça e da Segurança
de crimes hediondos e de homicídios. Pública, em articulação com os integrantes do Susp, avaliar a
Modelo lógico de re- ML-03, ML-05, ML-06, M-7, ML-09, ML-15 e con- implementação do Plano, com o objetivo de verificar o cum-
ferência sulta pública. primento das metas estabelecidas e elaborar as recomenda-
ções aos gestores e operadores de políticas públicas relacio-
4. Governança nadas com segurança pública e defesa social. Para tanto, ato
A execução da governança do Plano Nacional de Segu- do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública deverá
rança Pública e Defesa Social 2021-2030 será coordenada definir o sistema de monitoramento e avaliação do Plano
Conhecimentos Específicos

pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, órgão central Nacional de Segurança Pública e Defesa Social 2021-2030,
do Susp, e exercida de forma prática nas três instâncias de observadas as diretrizes e as orientações metodológicas já
execução do Plano - União, Estados, Distrito Federal e Mu- estabelecidas, a exemplo do manual Avaliação de Políticas
nicípios - assim estabelecidas: Públicas: Guia prático de análise ex post.

5.1. Indicadores

Código Indicador Tipo Finalidade Fórmula de cálculo Periodicidade Meta


Acompanhar o
Quantitativo comportamento dos
Número absoluto de vítimas
Indic_1 de vítimas de Acompanhamento homicídios no contexto Trimestral Meta 1
de homicídio
homicídio nacional, estadual,
distrital e municipal
Taxa de Verificar a variação da (∑ de homicídios /
Indic_2 Resultado Anual Meta 1
homicídios taxa de homicídios população) * 100 mil

99
Acompanhar o
Quantitativo de comportamento das
Número absoluto de vítimas
vítimas de lesão lesões corporais seguidas
Indic_3 Acompanhamento de lesão corporal seguida Trimestral Meta 2
corporal seguida de morte no contexto
de morte
de morte nacional, estadual,
distrital e municipal
Taxa de lesão Verificar a variação da (∑ de vítimas de lesão
Indic_4 corporal seguida Resultado taxa de lesão corporal corporal seguida de morte/ Anual Meta 2
de morte seguida de morte população) * 100 mil
Acompanhar o
comportamento das
Quantitativo
mortes por latrocínio Número absoluto de mortes
Indic_5 de vítimas de Acompanhamento Trimestral Meta 3
no contexto nacional, por latrocínio
latrocínio
estadual, distrital e
municipal
Taxa de Verificar a variação da (∑ de vítimas de latrocínio/
Indic_6 Resultado Anual Meta 3
latrocínio taxa de latrocínio população) * 100 mil
Acompanhar o
comportamento das
Quantitativo de
mortes violentas de Número absoluto de mortes
Indic_7 mortes violentas Acompanhamento Trimestral Meta 4
mulheres no contexto violentas de mulheres
de mulheres
nacional, estadual,
distrital e municipal
Taxa de mortes Verificar a variação da (∑ de mortes violentas de
Indic_8 violentas de Resultado taxa de mortes violentas mulheres/população do Anual Meta 4
mulheres de mulheres sexo feminino) * 100 mil
Verificar a variação
Taxa de mortes (∑ de mortes no trânsito/
Indic_9 Resultado da taxa de mortes no Anual Meta 5
no trânsito população) * 100 mil
trânsito
Acompanhar o
Quantitativo de
comportamento das
profissionais
mortes dos profissionais Número absoluto de
de segurança
Indic_10 Acompanhamento de segurança pública profissionais de segurança Mensal Meta 6
pública mortos
no contexto nacional, pública vitimados
em decorrência
estadual, distrital e
de sua atividade
municipal
Taxa de
Verificar a variação da (∑ de profissionais
vitimização de
taxa de vitimização de segurança pública
Indic_11 profissionais Resultado Anual Meta 6
de profissionais de vitimados/ efetivo total) *
de segurança
segurança pública 100 mil
pública
Acompanhar o
Quantitativo comportamento dos
Número absoluto de
de suicídios de suicídios dos profissionais
profissionais de segurança
Indic_12 profissionais Acompanhamento de segurança pública Mensal Meta 7
pública que cometeram
de segurança no contexto nacional,
suicídios
pública estadual, distrital e
municipal
Taxa de suicídios Verificar a variação (∑ de suicídios de
de profissionais da taxa de suicídios profissionais de segurança
Conhecimentos Específicos

Indic_13 Resultado Anual Meta 7


de segurança de profissionais de pública/ efetivo total) *
pública segurança pública 100 mil
Acompanhar o
comportamento dos
Quantitativo
furtos de veículos no Número absoluto de furtos
Indic_14 de furtos de Acompanhamento Mensal Meta 8
contexto nacional, de veículos
veículos
estadual, distrital e
municipal
Taxa de furtos de Verificar a variação da (∑ de furtos de veículos/
Indic_15 Resultado Anual Meta 8
veículos taxa de furtos de veículos frota de veículos) * 100 mil
Acompanhar o
comportamento dos
Quantitativo
roubos de veículos Número absoluto de roubos
Indic_16 de roubos de Acompanhamento Mensal Meta 9
no contexto nacional, de veículos
veículos
estadual, distrital e
municipal

100
Verificar a variação
Taxa de roubos (∑ de roubos de veículos/
Indic_17 Resultado da taxa de roubos de Anual Meta 9
de veículos frota de veículos) * 100 mil
veículos
Quantitativo Acompanhar as metas
de novas vagas de produtividade rela- Número absoluto de novas
Indic_18 construídas em Acompanhamento cionadas à criação de vagas construídas em unida- Anual Meta 10
unidades prisio- novas vagas em unidades des prisionais
nais prisionais
Quantitativo de Acompanhar as metas de Número absoluto de presos
Indic_19 presos em ativi- Acompanhamento produtividade relaciona- que exercem atividades Anual Meta 11
dades laborais das à atividade laboral laborais
Quantitativo Acompanhar as metas
Número absoluto de presos
de presos em de produtividade re-
Indic_20 Acompanhamento que exercem atividades Anual Meta 12
atividades edu- lacionadas à atividade
educacionais
cacionais educacional
Proporção de Acompanhar a situação
Unidades Locais da emissão de alvará de
certificadas por licença (ou de instrumen-
∑ de alvarás de licença
meio de alvarás to equivalente) das Uni-
Indic_21 Acompanhamento emitidos/ ∑ de Unidades Anual Meta 13
de licença emiti- dades Locais cadastradas
Locais*100%
dos pelos corpos na Classificação Nacional
de bombeiros de Atividades Econômicas
militares - CNAE.

6. Orientações aos entes federativos ça do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
O Ministério da Justiça e Segurança Pública estabelecerá 2021-2030; e
o canal para o encaminhamento dos planos de segurança 9.6. Plano de implementação de controle de riscos do
pública e defesa social de cada ente federativo, assim como plano de segurança pública e defesa social do ente federativo.
formalizará o fluxo interno para a análise e a aprovação,
observados os seguintes critérios mínimos quando da apre- RESPONSABILIDADE SOCIAL
sentação dos planos:
1. Diagnóstico da segurança pública no contexto do ente A responsabilidade social é quando empresas, de forma
federativo; voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações que
2. Descrição do método utilizado para elaboração do pla- promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo.
no de segurança pública e defesa social do ente federativo; É uma prática voluntária pois não deve ser confundida exclu-
3. Alinhamento do plano de segurança pública e defesa sivamente por ações compulsórias impostas pelo governo ou
social do ente federativo com o planejamento estratégico e por quaisquer incentivos externos (como fiscais, por exem-
com o orçamento do ente federativo; plo). O conceito, nessa visão, envolve o benefício da cole-
4. Fontes de financiamento do plano de segurança pú- tividade, seja ela relativa ao público interno (funcionários,
blica e defesa social; acionistas, etc) ou atores externos (comunidade, parceiros,
5. Período de vigência do plano de segurança pública e meio ambiente, etc.).
defesa social; Com o passar do tempo, tal concepção originou algumas
6. Ações estratégicas com o detalhamento dos respon- variantes ou nuances. Assim, conceitos novos – muitas vezes
sáveis, dos prazos e do alinhamento com as ações estratégi- complementares, distintos ou redundantes – são usados para
cas do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social definir responsabilidade social, entre eles Responsabilidade
2021-2030; Social Corporativa (RSC), Responsabilidade Social Empresarial
7. Metas e indicadores relacionados às ações estratégi- (RSE) e Responsabilidade Social Ambiental (RSA).
cas do plano de segurança pública e defesa social do ente A chamada RSC é, na maioria dos casos, conceito usa-
federativo; do na literatura especializada sobretudo para empresas,
8. Monitoramento e avaliação do plano de segurança principalmente de grande porte, com preocupações sociais
Conhecimentos Específicos

pública e defesa social do ente federativo, com o detalhamen- voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de
to dos padrões de controle e dos ciclos de monitoramento funcionários. O conceito de RSE, ainda que muitos vejam
alinhados cronologicamente com o ciclo de monitoramen- como sinônimo de RSC, tende a envolver um espectro mais
to do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social amplo de beneficiários (stakeholders), envolvendo aí a quali-
2021-2030; dade de vida e bem-estar do público interno da empresa, mas
9. Estrutura de governança do plano de segurança pública também a redução de impactos negativos de sua atividade
e defesa social do ente federativo com: na comunidade e meio ambiente. Na maioria das vezes tais
9.1. Atores: indicação de gestor governamental, gestores ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança com-
institucionais, Conselhos, operadores, entre outros; portamental e de gestão que envolve maior transparência,
9.2. Atribuições de cada ator; ética e valores na relação com seus parceiros.
9.3. Competências dos Conselhos; Por fim, o conceito de Responsabilidade Social Ambiental
9.4. Padrões da governança: definição de quem esta- (RSA), talvez mais atual e abrangente, ilustra não apenas o
belecerá os padrões da governança na estrutura do ente compromisso de empresas com pessoas e valores humanos,
federativo; mas também preocupações genuínas com o meio ambiente.
9.5. Ciclos da governança: reuniões estratégicas, táticas Independentemente de que linha ou conceituação utilizar,
e operacionais alinhadas cronologicamente com a governan- fica evidente que empresas variam bastante – o que muitas

101
vezes é natural e reflete sua vocação como negócio – na e se mesclam, mas também se rejeitam. São processos in-
prioridade a ser dada a questões socioambientais, às vezes terculturais complexos que podem levar, por exemplo, ao
focando em certos públicos em detrimento de outras ações surgimento da xenofobia e a comportamentos racistas no
sociais igualmente relevantes. povo nativo, por um lado, ou à absorção acrítica, por outro
lado, da cultura dominante de forma a anular a própria iden-
Críticas em relação ao papel das empresas na res- tidade cultural do povo imigrado.
ponsabilidade social O que pode ser uma grande oportunidade de conheci-
mento e valorização da riqueza cultural presente nos 184
É importante frisar que o conceito não deve ser confun- estados independentes do mundo, com mais de 600 gru-
dido com filantropia ou simples assistência social. Aqui, na pos de línguas vivas e 5.000 grupos étnicos (BARLETT, 2009,
lógica do “é melhor ensinar a pescar, do que dar o peixe”, p.44), pode virar um grande processo de homogeneização
entende-se responsabilidade social como um processo con- e imposição de um pensamento único pelo predomínio do
tínuo e de melhoria da empresa na sua relação com seus modelo neoliberal e sua lógica mercantilista no processo
funcionários, comunidades e parceiros. Não há viés assis- de globalização. Esta questão fica clara para Boaventura de
tencialista uma vez que há uma lógica embutida de desen- Souza Santos ao destacar a idéia de que os processos não
volvimento sustentável e crescimento responsável. A maior surgem de uma forma espontânea ou neutra, mas de uma
parte das empresas que adotam postura socialmente res- forma que tem uma origem concreta numa cultura deter-
ponsáveis auferem um crescimento mais sustentável, ganhos minada. Ele fala de globalizações (em plural) porque não se
de imagem e visibilidade e são menos propícias a litígios ou trata de um processo, mas de vários, de conjuntos de rela-
problemas judiciais. ções sociais. Assim, define a globalização como “o processo
pelo qual determinada condição ou entidade local estende
a sua influência a todo o globo e, ao fazê-lo, desenvolve a
SOCIODIVERSIDADE, MULTICULTURALIDADE capacidade de designar como local outra condição social ou
E SUSTENTABILIDADE entidade rival” (SANTOS, 2008, 348).

Globalização e multiculturalidade Multiculturalidade e sociodiversidade


A globalização é uma das características definitórias do O conceito de multiculturalidade vai unido, em antro-
começo do século XX (PERESSON, 2006). É um fenômenos pologia, ao conceito de sociodiversidade como duas caras
que nos faz sentir interligados e interdependentes graças aos da mesma moeda. A sociedade é multicultural e, por isso,
avanços nas telecomunicações: por internet conhecemos em diversa. Nela existem simultaneamente diferentes grupos
instantes o que acontece na outra parte do mundo; com os humanos com padrões próprios de organização social, com
modernos meios de transporte em poucas horas nos deslo- modelos diferentes de autoridade política, de acesso à terra,
camos entre continentes. de padrão habitacional, de hierarquias de valores ou pres-
Contudo, este processo de globalização não afeta de igual tígio, etc.
forma a todos os grupos sociais ou culturais, nem a todas as A existência de culturas e grupos humanos diversos em
pessoas. Para o teólogo norueguês Sturla Stalsett (2004), a um mundo globalizado nos leva à questão de como construir
palavra globalização surgiu para dar uma “cara” positiva e uma sociedade democrática, plural e justa ao mesmo tempo,
humanizadora às transformações que estavam surgindo de que permita conciliar o direito à diferença e o direito á igual-
maneira acelerada, mas o que se tem constatado é bem ao dade ou que, em outras palavras, possibilite a convivência
contrário. Hoje em dia globalização tanto unifica como divide dos diferentes com suas diferenças num contexto que supere
o mundo. É um processo que tem provocado desigualdades as violências, as hierarquias, os procedimentos, as inclusões
e exclusão, pobreza e aprisionamento para muitos, liberdade perversas, as subordinações, as desigualdades econômico-
e riquezas sem limites para poucos. -sociais e as exclusões culturais.
Três aspectos contextualizam a globalização, são eles: Em nome da igualdade, frequentemente, se tem elimi-
• O aspecto econômico: a globalização é o império do nado e relativizado as diferenças. Os camponeses, povos in-
neoliberalismo, onde todas as esferas humanas estão dígenas e imigrantes estrangeiros foram, de fato, os grupos
mediadas pelo mercado econômico. O resultado desta sociais mais diretamente atingidos pela homogeneização
globalização econômica não poderia ser outro do que cultural. Pelo outro lado, desde posições multiculturalistas
uma polarização social sem precedentes e um custo radicais, ao enfatizar a diferença, se tem adotado políticas
humano elevado com muitas vítimas. sociais que criam profundas desigualdades e injustiças. Tão
Conhecimentos Específicos

• O aspecto político: o enfraquecimento dos estados na- negativa resulta a padronização quanto a discriminação.
cionais ao lado da articulação e o ressurgimento dos A questão multicultural, embora presente em todos os
movimentos sociais e a organização da sociedade civil continentes, se faz especialmente significativa em Latino
a nível global. América, conforme nos indica a educadora Vera Maria Can-
• O aspecto cultural: a globalização envolve processos dau (2010), por ser uma terra onde as relações inter-étnicas
contraditórios ao tornar mais visível e presente a plu- têm sido uma constante através de toda sua história, espe-
ralidade cultural do mundo e, por outro lado, favorecer cialmente dolorosa e trágica com respeito aos indígenas e
a hegemonia de uma cultura sobre as demais. aos afro-descendentes. Em muitos casos a história foi mar-
cada pela eliminação do “outro” ou por sua escravização,
Desde esta perspectiva, o intenso, veloz e contínuo mo- que também é uma forma de negação de sua alteridade.
vimento de bens e pessoas que tem feito de Los Ángeles a Reflexo disso na atualidade são relações de poder assimé-
terceira cidade mexicana (uma quinta parte da população tricas, de subordinação e exclusão ainda muito acentuadas
mexicana se encontra nos Estados Unidos) ou de Buenos em relação a esses grupos sociais. É nesta perspectiva que
Aires a segunda cidade boliviana, não é visto apenas como a autora coloca a questão das políticas de ação afirmativas
um fato econômico ou demográfico mas como um processo (por exemplo, a questão das cotas nas universidades para
inter e multicultural onde diferentes culturas se entrelaçam afro-descendentes ou jovens provenientes das escolas pú-

102
blicas) que tanta polêmica suscitam, orientadas a favorecer aceitem e respeitem o caráter multicultural da fa-
determinados grupos que tiveram suas oportunidades de mília humana. Sem tolerância não pode haver paz
acesso a recursos e bens da sociedade historicamente nega- e sem paz não pode haver nem desenvolvimento
das ou minimizadas. De fato, não existe maior desigualdade nem democracia.
do que tratar igualmente aos desiguais. O reconhecimento
da identidade dos sujeitos historicamente marginalizados Multiculturalidade, sociodiversidade e sustenta-
deve ir acompanhado de políticas de valorização, de acesso bilidade
a oportunidades e ao poder, de processos de empodera-
mento efetivo de forma a permitir o exercício da cidadania Recriar as culturas a partir das opções citadas significa
plena. resgatar e valorizar a identidade cultural dos diferentes po-
vos, isto é, dar-lhes a possibilidade de reproduzir sua cultura
Cidadania cultural e de decidir o uso dos elementos que a compõem: recursos
materiais e tecnológicos, tipos de organização social, conhe-
A cidadania plena é exercida em democracia, que exige cimentos, símbolos, crenças e valores. Aqui incluem-se pa-
como condição necessária a “construção intercultural da drões próprios de organização social, política e econômica,
igualdade e da diferença”, em palavras de Boaventura de entre eles o acesso à terra. Diferentes modos de vida consti-
Souza Santos. Esta exigência nos leva a uma nova articulação tuídos historicamente por diferentes povos que apresentam
entre políticas de igualdade e políticas de identidade: “temos diferentes vivências da territorialidade e relações com o meio
direito a reivindicar a igualdade sempre que a diferença nos ambiente nos exigem uma reflexão conjunta sobre a questão
inferioriza e temos direito de reivindicar a diferença sempre da terra, da diversidade sociocultural e da sustentabilidade
que a igualdade nos descaracteriza” (SANTOS, 2008, p.316). ambiental. Assim, os conceitos de multiculturalidade, socio-
A igualdade se constrói no reconhecimento das diferenças e diversidade e biodiversidade são inseparáveis.
na luta contra o preconceito e a discriminação. O professor Mauro Leonel (2000), ao estudar o conceito
Neste sentido, Marilene Chauí propõe ampliar o senti- de biosociodiversidade, relaciona intimamente a conservação
do de cidadania a partir do conceito de cidadania cultural da biodiversidade com a garantia das terras e direitos das
(CHAUI, 1999) de forma a reconhecer, valorizar e manifestar populações tradicionais. A grande sociodiversidade existente
as diferentes tradições culturais presentes numa determina- no interior do Brasil (grupos indígenas, pequenos produtores
da sociedade. Assim, a cidadania cultural define o direito à rurais, assentados da reforma agrária, pequenos posseiros
cultura como: tradicionais, comunidades extrativistas, grupos de “alter-
• direito de produzir ações culturais, isto é, de criar, am- nativos” migrantes da classe média urbana em direção ao
pliar, transformar símbolos, sem reduzir-se à criação campo), representa um grande desafio. Apenas os grupos
nas belas artes; indígenas no Brasil têm mais de 500 áreas, 180 idiomas e
• direito de fruir os bens culturais, isto é, recusa da ex- organização social diferente das de ribeirinhos, quilombolas
clusão social e política; ou extrativistas.
• direito a produzir e comunicar informação e comuni- É um desafio do tamanho da Amazônia, possuidora do
cação, não só a receber e comunicar-se; 15 a 20% do número total de espécies vegetais do planeta,
• direito à diferença, isto é, a exprimir a cultura de for- 10% dos mamíferos e anfíbios e 17% das aves. Para este
mas diferenciadas e sem uma hierarquia entre essas pesquisador brasileiro, a coincidência da concentração da
formas. biodiversidade em territórios ocupados pelas populações e
culturas tradicionais, interliga o tema da preservação dos
Entendemos, com pensadores como Boaventura Santos recursos da natureza com a defesa dos direitos da diferença,
e Marilena Chauí ou educadores como Candau e Peresson, como à terra e à cultura. Historicamente essas culturas en-
que um novo mundo é possível, que sempre existe um além tenderam privilegiadamente que a biodiversidade, tomada
que nos motiva para a mudança, para o crescimento, para como o conjunto dos recursos genéticos, espécies e ecossis-
a inovação, para sair do acomodamento e da resignação. temas, viabiliza a vida humana.
Por isso acreditamos que é possível promover dignidade e a
Desde estes pressupostos, Leonel acredita que é possí-
cidadania na recriação das culturas (PERESSON, 2006, p.106)
vel unir desenvolvimento econômico e preservação da bio e
a partir das seguintes opções:
da sociodiversidade sempre que as populações tradicionais
• Pela vida: em todas suas formas e contra os projetos
sejam parceiras de projetos de conservação e qualidade de
e estruturas de morte.
vida, para presentes e futuras gerações, interligando preser-
• Pela libertação integral: sócio-econômica, cultural e
Conhecimentos Específicos

vação e direitos territoriais. A proposta passa por negociar


espiritual.
uma política comum entre os ambientalistas e a população
• Pela justiça e solidariedade: combatendo as múltiples
local sobre a base da autodeterminação, o autodesenvolvi-
formas de exclusão, segregação e alienação.
mento, os direitos sobre o território, a liberdade de expressão
• Pela integridade da criação: um novo paradigma ecoló-
cultural e o controle do manejo dos recursos, em todas as
gico, uma nova maneira de viver e coexistir no Planeta.
suas fases: produção, transformação, contatos, estratégias de
• Pelo resgate e valorização da própria identidade cultu-
ral, mas reconhecendo, desde uma atitude dialógica, mercado, tecnologia, administração, distribuição da renda,
a multiculturalidade e a interculturalidade do nosso escala e marketing. Algumas experiências locais bem suce-
mundo globalizado. didas o testemunham. Faltam políticas globais que afirmem
este caminho.
Em última instância, como afirma a Declaração de Prin-
cípios sobre a Tolerância da UNESCO (1995) no terceiro pa- VIOLÊNCIA
rágrafo do capítulo II,
Segundo a OMS, violência é o uso de força física ou
Para a harmonia internacional, torna-se essencial poder, em ameaça ou na prática, contra si próprio, outra
que os indivíduos, as comunidades e as nações pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte

103
ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, INTOLERÂNCIA
desenvolvimento prejudicado ou privação.
A violência está baseada na intenção do indivíduo que Se você abrir um dicionário e procurar o significado da
pratica (deliberadamente) o ato violento. palavra “tolerância” uma das definições que encontrará é:
A violência pode ser definida a partir de quem sofre: “boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opos-
• Interpessoal: quando uma pessoa agride outra, pode tas às suas.” A intolerância então, seria o oposto disso, isto
ser um membro da comunidade, um familiar ou par- é, quando a tolerância não acontece.
ceiro. Aceitar aquilo que não se quer, ou ouvir com paciência
• Coletiva: quando é causada a um grupo social, podendo opiniões diferentes das suas, são virtudes necessárias para
ser política, econômica ou social. a convivência em uma sociedade democrática. Porém, de
• Autodirigida: quando o ato é causado contra si próprio, tempos em tempos, vemos o enfraquecimento desses va-
a partir do auto-abuso ou comportamentos suicidas. lores, não só no Brasil, mas no mundo todo.

Também pode ser classificada a partir do tipo de vio- Intolerância: a dificuldade de conviver com as di-
lência:
• Violência física
ferenças
• Violência sexual
Conviver com as diferenças: você com certeza sabe que
• Violência psicológica
essa não é uma tarefa fácil. Somos quase 8 bilhões de indiví-
• Violência por privação ou abandono
duos com opiniões, crenças, valores e contextos diferentes.
E é com frequência que escutamos ou lemos sobre relatos
A palavra violência deriva do Latim “violentia”, que sig-
de desrespeito e intolerância em razão de opiniões políticas,
nifica “veemência, impetuosidade”. Mas na sua origem está
orientação sexual, religião, nacionalidade, raça, entre outros.
relacionada com o termo “violação” (violare).
Muitas vezes, as manifestações de intolerância resultam em
Quando se trata de direitos humanos, a violência abrange
violências. Como exemplo podemos citar uma das maiores
todos os atos de violação dos direitos: civis (liberdade, priva-
tragédias da humanidade: o Holocausto – durante o Nazismo
cidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segu-
rança, habitação); econômicos (emprego e salário); culturais na Alemanha. Naquela ocasião, cerca de 6 milhões de judeus
(manifestação da própria cultura) e políticos (participação foram mortos.
política, voto). Motivada pela prevenção de atrocidades como as que
ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, em 1948, as
Nações Unidas aprovaram a Declaração Universal dos Direito
Tipos de violência Humanos (DUDH). Esse documento define os direitos fun-
damentais dos seres humanos, sem distinção de cor, sexo,
Violência física língua, raça, opinião, nacionalidade ou classe social.
A violência física corresponde às agressões que causam
qualquer dano físico. Abrange o uso da força física, utilização A intolerância sempre existiu ou é um fenômeno
de objetos, armas de fogo, armas brancas (instrumentos de recente
corte ou perfuração como facas, punhais, canivetes, etc.) ou
produtos nocivos à saúde. A dificuldade em aceitar o diferente não é um fenôme-
no apenas da nossa época. Não precisamos ir muito longe,
Violência sexual basta lembrar que em nosso processo de “colonização” as
diferenças entre as populações que aqui viviam e os europeus
A violência sexual é compreendida como todo e qualquer foram motivos de violência e perseguições. Em seguida, a
ato de cunho sexual: violações, assédios, exposição à nudez, crença da superioridade racial dos colonizadores foi o que
etc.. Ocorre quando não há o consentimento das partes ou motivou a escravidão dos negros, que durou quase 4 séculos.
quando a vítima é incapaz de consentir ou de se opor ao Mas se formos ainda mais longe na história, encontra-
ato sexual. remos exemplos de impérios que se construíram à base de
muita violência e de extermínio de populações. Os romanos,
Violência psicológica por exemplo, impunham a sua cultura sobre outros povos
Conhecimentos Específicos

por se considerarem superiores. Na Idade Média, a Igreja


A violência ocorre quando há um abuso de poder ou uma Católica perseguiu e puniu aqueles que possuíam uma crença
agressão por palavras, gestos, ameaças, exposição, humilha- diferente da que pregava.
ção, opressão e coação, sem haver o auxílio ou a utilização
da força física. Esse tipo de violência ocorre sempre que há Intolerância e regimes autoritários
algum dano psicológico a vítima.
Podemos encontrar diversos exemplos de intolerância
Violência por privação ou abandono extrema em regimes ditatoriais, como foi o caso do Nazismo
na Alemanha, do Fascismo na Itália e do Stalinismo na União
A violência por privação ou abandono ocorre a partir da Soviética. Em todos esses casos houve restrição das liber-
negação do acesso às condições necessárias para a subsis- dades individuais e diversos tipos de violência. É bastante
tência ou para uma vida digna. evidente nesses regimes a ideia do ultranacionalismo. O ul-
Nesses casos, há uma relação de poder entre o agressor tranacionalismo é uma corrente de pensamento que valoriza
e a vítima que baseia esta violência. Ocorre por meio da au- de maneira extrema as características de uma nação. Nesses
sência de cuidado ou abandono, no caso de crianças, idosos casos, é muito comum que haja desvalorização e intolerância
e pessoas incapazes de viver de forma autônoma. ao que vem de fora.

104
Intolerância: as crises políticas e econômicas

As crises, tanto políticas quanto econômicas, costumam


fortalecer grupos políticos que defendem comportamentos
intolerantes. Isso porque, quando um país enfrenta uma cri-
se, é comum que se busquem culpados – nesses momentos,
surgem figuras políticas de posicionamento mais extremo
com propostas simples para problemas complexos.
Para ficar mais claro, vamos pegar o próprio exemplo do
Holocausto. A Alemanha enfrentava uma situação econômica
difícil desde que foi derrotada na Primeira Guerra Mundial.
A ideologia Nazista defendia que os judeus eram culpados
pela crise e, bom, o final da história você já sabe.
Outro exemplo mais recente é o surgimento de vários
partidos de extrema direita na Europa, que defendem o fe-
chamento das fronteiras para evitar a entrada de imigrantes,
Crianças em Auschwitz, campo de concentração nazista. Foto: Alexan-
der Voronzow que são entendidos como uma ameaça à seu padrão de vida,
segundo alguns grupos de pessoas. Fenômeno semelhante
ocorre nos Estados Unidos, onde se propõe construir um
Intolerância no Brasil e no Mundo muro para evitar a entrada de imigrantes.
Segundo dados do Dossiê Intolerâncias visíveis e invisíveis
Intolerância e as redes sociais
no mundo digital 44% dos casos de assassinatos de homosse-
xuais no mundo acontecem no Brasil. Os casos de xenofobia O crescimento das redes sociais nos últimos anos contri-
no país vêm crescendo nos últimos anos. De acordo com buiu para que comportamentos intolerantes se tornem mais
dados do Ministério dos Direitos Humanos a cada 15 horas evidentes. Segundo a ONG Safernet, entre 2010 e 2013, as
há uma denúncia de intolerância religiosa no Brasil. denúncias contra páginas que divulgam conteúdos racistas,
No mundo, a intolerância tem se mostrado bastante evi- xenófobos, misóginos, homofóbicos, neonazistas e de into-
dente com as complicações geradas por uma das maiores lerância religiosa, cresceram 200%.
crises migratórias de todos os tempos. Diversos imigrantes Isso se deve, em primeiro lugar, à velocidade com que
– principalmente da África e Oriente Médio – saem de seus as informações circulam na rede. Em questão de minutos,
países por motivos de guerra, instabilidade econômica e per- vídeos, textos e imagens, podem ser vistos por milhares de
seguição política. Alguns países têm adotado uma política pessoas. Além disso, a rede social permite um certo distan-
restritiva para a entrada desses imigrantes, que são enten- ciamento – o que leva a pessoa a dizer coisas que talvez se
didos como ameaças por parte da população. sentisse constrangida em falar pessoalmente.
As redes sociais também contribuem para a polarização
Quais as origens da intolerância política devido à criação de bolhas virtuais. Bolhas virtuais?
Bom, nossas redes sociais não nos mostram todo o conteú-
Mas afinal, por que a sociedade se torna intolerante? De do disponível ou publicado pelos nossos amigos, você sabia
disso? Os próprios mecanismos das redes sociais identificam
acordo com o Dossiê sobre Intolerância do Guia do Estudan-
aquilo que gostamos e evitam nos mostrar conteúdos que
te, são três as principais motivações para comportamentos
não nos interessam. Assim, acabamos nos isolando de opi-
intolerantes. Vamos entender cada um deles?
niões diferentes e fortalecendo os extremismos políticos,
que por sua vez fortalecem comportamentos intolerantes.
Intolerância: isolamento e cultura do medo

A dificuldade em aceitar diferenças faz com que se veja


A busca pela tolerância
uma ameaça naquele que não é um semelhante, o que como
Se buscamos viver em uma sociedade saudável e justa,
consequência gera um isolamento de grupos. Exemplos de é preciso tomar cuidado com comportamentos intolerantes.
situações como essa são o isolamento de minorias histori- Não se pode imaginar que todos terão as mesmas opiniões,
camente excluídas, como os negros e os índios. Atualmente, crenças, origem ou classe social, a sociedade é diversa e viver
Conhecimentos Específicos

devido à crise imigratória, também há casos de isolamento em democracia é saber respeitar o diferente, é ter empatia. A
em relação à imigrantes e refugiados, que pelo impacto que história nos mostra que os resultados de movimentos políti-
podem causar nos países que chegam, passam a ser vistos cos extremos foram prejudiciais à população. Especialmente
como inimigos. quando se trata das redes sociais, é preciso atenção. Se por
um lado, são ferramenta para nos conectar com amigos, elas
Intolerância: individualismo e imediatismo podem também fragilizar os laços de uma sociedade.

A coletividade e solidariedade dão lugar ao individua- EXCLUSÃO SOCIAL


lismo. Isso significa que o indivíduo está mais preocupado
com as satisfações pessoais do que em pensar no coletivo. O A Exclusão Social designa um processo de afastamento
imediatismo, por sua vez, retrata uma sociedade de pessoas e privação de determinados indivíduos ou de grupos sociais
que não se interessam em ouvir opiniões divergentes das em diversos âmbitos da estrutura da sociedade.
suas. Ou seja, se há uma crença definida e pouca disposição Trata-se de uma condição inerente ao capitalismo con-
para entender diferentes pontos de vista, há maiores chan- temporâneo, ou seja, esse problema social foi impulsionado
ces de que comportamentos intolerantes sejam praticados. pela estrutura desse sistema econômico e político.

105
Assim, as pessoas que possuem essa condição social Em resumo, a inclusão social é um conjunto de ações e
sofrem diversos preconceitos. Elas são marginalizadas pela medidas que priorizam a igualdade de direitos. Ela busca
sociedade e impedidas de exercer livremente seus direitos oportunidades de acesso para todos com o intuito de acabar
de cidadãos. com o problema da exclusão social.
Podemos salientar as condições financeiras, religião, cul- Projetos e Programas de inclusão de diversas instituições
tura, sexualidade, escolhas de vida, dentre outros. pelo mundo têm diminuído cada vez mais o problema da
Os excluídos sociais, geralmente são minorias étnicas, cul- exclusão.
turais e religiosas. Como exemplos, temos os negros, índios,
idosos, pobres, homossexuais, toxicodependentes, desem- Desigualdade Social e Exclusão Social
pregados, pessoas portadoras de deficiência, dentre outros.
Observe que essas pessoas ou grupos sociais sofrem A desigualdade social e econômica gerada pela misé-
muitos preconceitos. Isso afeta diretamente aspectos da ria, injustiça e exploração econômica, tem sido um grande
vida, e, em muitos casos, gera outro problema chamado de problema social enfrentado por diversos países no mundo.
“isolamento social”. Para muitos, a desigualdade social no mundo começa
com a introdução do sistema capitalista, onde há os produ-
Exclusão Social no Brasil tores e trabalhadores, ou exploradores e explorados.
Nesse sentido, o conceito de exclusão social está intima-
No Brasil, a exclusão social está longe de ser um proble- mente relacionado com o de desigualdade.
ma resolvido. Com tantas desigualdades e comportamentos Isso porque ela potencializa o processo de exclusão so-
intolerantes, nosso país tem apresentado diversos casos de cial. Gera pobreza, miséria, mortalidade, aumento do de-
exclusão. Destacam-se as escolhas relacionadas com a sexu- semprego, aumento da violência e marginalização de parte
alidade, religião e culturas. da sociedade.
Por outro lado, podemos comemorar alguns progressos Ainda que a desigualdade social no Brasil tenha diminuí-
nessa área. Como exemplos, temos o desenvolvimento de do nos últimos anos, o problema da exclusão social é notório
projetos sociais e ainda, a inclusão de disciplinas com temas em diversos locais do país.
transversais nas escolas: pluralidade cultural, orientação se-
xual e ética. Tipos de Exclusão Social
Temas como estes, estão intimamente relacionados com
a cidadania e visam uma construção social menos desigual Há diversos tipos de exclusão social, das quais se des-
e mais tolerante na nossa sociedade. tacam:
Além disso, o reconhecimento de culturas minoritárias • Exclusão Cultural e Étnica: conceito atribuído as mi-
seguem aliadas com o objetivo de criar cidadãos mais tole- norias étnicas e culturais, por exemplo, a exclusão dos
rantes e conscientes de suas ações. índios.
Nesse ínterim, diversos projetos e programas sociais sur- • Exclusão Econômica: determina a exclusão de pessoas
gem com o intuito de oferecer suporte para a visibilidade que possuam rendas inferiores, por exemplo, os po-
desses grupos minoritários. bres.
Um exemplo disso, são as cotas raciais desenvolvidas • Exclusão Etária: designa a exclusão por idades, por
pelas universidades para incluir alunos de origem negra ou exemplo, crianças e idosos.
indígena. • Exclusão Sexual: tipo de exclusão que é determinada
Com isso, essas pessoas somam suas vozes às outras, pelas diferentes preferências sexuais, por exemplo, a
tendo, portanto, a oportunidade de mostrar sua história e exclusão dos transexuais.
opiniões sobre determinados temas. • Exclusão de Gênero: relativo ao gênero masculino e
Para os toxicodependentes, podemos citar a cracolândia, feminino, por exemplo, a exclusão das mulheres.
situada no centro da cidade de São Paulo. Nesse local, di- • Exclusão Patológica: exclusão relativa às doenças, por
versos dependentes de crack andam pelas ruas em busca de exemplo, os portadores de HIV.
droga. Eles vivem em condições precárias de higiene. • Exclusão Comportamental: aborda sobre os compor-
Nesse caso, podemos citar o descaso do sistema público tamentos destrutivos, por exemplo, dos indivíduos
para lidar com essas pessoas. Assim, elas são completamente toxicodependentes.
excluídas da sociedade e tratadas de maneira hostil.
Diversas tentativas da prefeitura da cidade estão relacio- ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE
Conhecimentos Específicos

nadas com a requalificação da área. Mas, o intuito é retirar GÊNERO


aquelas pessoas dali, sem que haja projetos sociais associa-
dos com a recuperação dos toxicodependentes. Esses são dois conceitos diferentes, mas que muitas
Embora existem propostas recentes de programas sociais pessoas ainda têm dificuldade de diferenciar. Na verdade,
destinadas à esses grupos, essa triste realidade de exclusão cada um está associado à experiência, vivência, sexualidade
social na cracolândia ainda está longe de ser resolvida. e identificação dos indivíduos, porém de maneiras distintas.
Desses programas implementados pelo governo do Esta- Compreender os termos é essencial para respeitar a di-
do de São Paulo destacam-se: "Recomeço" (2013), "Braços versidade de todos os indivíduos, quebrar alguns preconcei-
Abertos" (2014-2017) e "Redenção" (2017). tos que ainda permeiam nossa sociedade e promover mais
autoconhecimento e amor próprio para aquelas pessoas que
Inclusão Social ainda estão se descobrindo.

A Inclusão Social é um conceito contrário à exclusão so- O que é a sexualidade humana?


cial. Ou seja, ele trata das diversas maneiras de incluir os
seres humanos que, por algum motivo, estão excluídos da Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexu-
sociedade. alidade é expressada na forma de sentir, nos movimentos das

106
pessoas e como estas tocam e são tocadas. Ou seja, trata-se Infância
da atração física e afetiva que sentimos por outras pessoas,
com quem temos relações sexuais. • Nascimento até doze meses
No entanto, é importante enfatizar que a orientação se- A primeira etapa, denominada como fase oral, ocorre
xual também pode ser definida no caso de pessoas que não desde o nascimento aos doze meses de vida. Neste momen-
têm relações sexuais, como as assexuadas. Outra questão to, a zona de erotização é a boca, as atividades prazerosas
importante a ser ressaltada é que a sexualidade humana não são em torno da alimentação (sucção).
é uma escolha, portanto o termo opção sexual é incorreto. Quando o bebê aprende a associar a presença da mãe à
A explicação provém do fato de que ninguém “opta” ou satisfação da pulsão da fome, a mãe vem a ser um objeto à
“escolhe”, conscientemente, por sua orientação sexual. Assim parte, ou seja, o bebê começa a diferenciar entre si próprio
como o heterossexual não escolheu essa forma de desejo, e os outros.
o homossexual, bissexual, entre outros, também não o fez.
Esta é uma parte integral da personalidade dos indivídu- • De 1 a 3 anos
os, construída ao longo de toda a vida, através das relações Neste período, ocorre a fase anal, onde o prazer está no
com o outro. Seu desenvolvimento depende de necessida- ânus. O principal foco está no controle da bexiga e evacua-
des básicas, como desejo de contato, intimidade, expressão ções. Ao desenvolver esse controle, a criança passa a ter um
emocional, prazer, carinho e amor. Saiba mais sobre todas sentimento de realização e independência.
as sexualidades: Nessa fase a criança tem que aprender a lidar com a
frustração do desejo de satisfazer as suas necessidades, de
Orientação sexual forma imediata.

Confira abaixo todos os tipos de sexualidade: • De 3 a 5 anos


• Heterossexual Na fase fálica, a libido tem foco nos órgãos genitais. Nela,
Uma pessoa heterossexual se sente atraída sexual, emo- as crianças também começam a descobrir as diferenças en-
cional ou afetivamente por pessoas do gênero oposto ao seu. tre o masculino e o feminino. O prazer e o desprazer estão
Normalmente, os indivíduos não precisam ter experiências centrados na região genital.
sexuais com pessoas do outro sexo para se identificar como tal. Durante os anos da segunda infância, quando a maior
parte dos jovens prefere passar o tempo com membros do
• Homossexual seu próprio sexo, as crianças são indiferentes ou hostis aos
Uma pessoa homossexual se sente atraída sexual, emo- membros do outro sexo.
cional ou afetivamente por pessoas do mesmo sexo (ou Mais tarde, como resultado das mudanças provocadas
gênero). O termo homossexual pode se referir a mulheres pela puberdade, os jovens passam a desenvolver a atração.
homossexuais (lésbicas) ou homens homossexuais (gays).
• De 5 anos até a puberdade
O período de relativa calma na evolução sexual é cha-
• Bissexual
mado de fase de latência. Nela, os interesses da libido são
Uma pessoa bissexual pode se sentir atraída por pes­
suprimidos.
soas de ambos os gêneros feminino e masculino de maneira
emocional, afetiva ou sexual. Diferentemente do que muitos
Adolescência
imaginam, essa atração se manifesta de formas diferentes
em cada pessoa.
Na fase genital que tem início na puberdade, o indivíduo
Enquanto para alguns indivíduos, pode haver uma prefe-
desenvolve a capacidade de obter satisfação sexual com um
rência maior por um gênero, para outros essa atração pode
parceiro.
ser equivalente ou fluida.
O marco principal da puberdade para os homens é a pri-
meira ejaculação, que ocorre em média aos 13 anos. Para as
• Assexual
mulheres, é o início da menstruação, que ocorre em média
Os assexuais são as pessoas que não sentem atração se- entre 12 e 13 anos.
xual, seja pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo — o que não
significa que não possam desenvolver sentimentos amorosos Fase adulta
e afetivos por outras pessoas.
Conhecimentos Específicos

Segundo os autores Nelson Vitiello e Isméri Conceição,


• Panssexual a fase adulta é o período do apogeu da sexualidade do indi-
É uma orientação sexual que rejeita a noção de dois gê- víduo, que já se encontra suficientemente maduro e seguro
neros, o que significa que podem desenvolver atração física, para estabelecer sólidos vínculos afetivos e usufruir de re-
amor e desejo sexual por outras pessoas independentemente lações sexuais mais prazerosas.
de sua identidade de gênero ou sexo biológico. Além disso, a maturação, que chega em diferentes épo-
cas para diferentes pessoas, é atingida mais frequentemente
Como é a sexualidade nas diversas fases da vida? durante a fase de “adulto jovem” (até os 30 anos) ou no
final dela.
As fases da sexualidade, junto ao desenvolvimento
psicossexual, é o tema abordado em “Três ensaios sobre A partir dos 60 anos
a Teoria da Sexualidade”, uma obra lançada em 1905, por
Sigmund Freud. Apesar de ser considerada um tabu, a sexualidade con-
Segundo ele, a sexualidade é uma “força motriz que im- tinua latente na terceira idade, apenas com algumas mu-
pulsiona para o desenvolvimento da perversão e da neurose”. danças. De acordo com os autores mencionados acima, os
Confira mais sobre isso: homens, por exemplo, apresentam episódios mais espaçados

107
de desejo, podendo sofrer de impotência sexual, com ere- Dentro dos transgêneros, estão inclusos os transexuais
ções mais demoradas e menos firmes. e as travestis.
As mulheres, após a menopausa, apresentam lubri-
ficação vaginal menos intensa e de mais demorado apa- • Transexual
recimento, evento que pode ser corrigido com o uso de Diz respeito ao homem ou mulher que se identifica com
lubrificantes locais. Os orgasmos, embora mais curtos, têm o gênero oposto. Para se adequarem ao gênero com o qual
a mesma intensidade daqueles experimentados pelas mu- se identificam, essas pessoas fazem tratamentos hormonais
lheres mais jovens. para alcançar a aparência desejada, modificar a voz e, com
autorização psiquiátrica, realizar a cirurgia de redesignação
O que é educação sexual? sexual e outras intervenções cirúrgicas que forem neces-
sárias.
A educação sexual é um meio de ensinar e esclarecer
questões relacionadas ao sexo, sem preconceito e tabus. • Travesti
Segundo a psicóloga Solange Secco, a importância da edu- A travesti nasce em um corpo masculino e identifica-
cação sexual consiste em preparar os adolescentes de forma -se com a figura feminina. Muitas travestis não passam por
segura. cirurgias de redesignação sexual, mas algumas optam por
“Favorece a capacidade de cuidado com o próprio cor- colocar implantes nos seios. Elas adotam o visual feminino
po, sendo uma das formas de prevenir e enfrentar abusos em seu cotidiano.
sexuais, contração de doenças sexualmente transmissíveis, Muitas pessoas confundem drag queens com travestis.
ou gravidez precoce e indesejada”, afirma. As travestis levam a identidade feminina para a vida pessoal.
“O diálogo sobre a sexualidade com crianças e adoles- Já as drag queens são personagens, uma expressão artística
centes envolve o esclarecimento sobre abusos sexuais, au- de homens que se montam (expressão usada para a trans-
tocuidado, consentimento, bem como sobre a vida sexual; o formação com vestimenta, maquiagem e acessórios) para
aparelho reprodutivo, doenças sexualmente transmissíveis, atuar, cantar ou desfilar.
métodos contraceptivos, ou seja, conteúdos que possibilite
às crianças e adolescentes compreender de forma clara seu • Outras identidades: Não-binário, Queer e Intersexual
próprio corpo e os possíveis riscos associados ao mesmo”, A pessoa não-binária não adota rótulos de gênero. Ela
explica. pode apresentar características masculinas, femininas ou as
Solange alerta que é necessário considerar as fases de de- duas, mas não se denomina “homem” ou “mulher”.
senvolvimento em que as crianças e adolescentes se encon- Já o ser humano que se identifica como queer também
tram, e qual a sua capacidade de compreensão para o tema. não se vê sendo 100% homem ou 100% mulher, mas sim
“Por exemplo, a infância é uma fase onde é importante como um terceiro gênero, fluido, com características mas-
ensinar à criança os limites que devem existir com o próprio culinas e femininas. Além disso, não vêem sua orientação
corpo e o lúdico pode ser uma eficaz ferramenta para escla- sexual definida como hetero ou homossexual.
recer essa temática. Já na adolescência, onde a sexualidade Por fim, a intersexualidade descreve as pessoas que po-
está aflorada, é importante ter um diálogo sobre a vida se- dem nascer com genitais correspondentes a um sexo, mas ter
xual, que sane todas as dúvidas que possam surgir em torno o sistema reprodutivo e os hormônios do outro. Ou podem
do tema”, disse. apresentar uma anatomia sexual que não é nem masculina
nem feminina — o que leva alguns intersexos a fazer a cirurgia
Identidade de gênero de redesignação sexual.
No passado, essas pessoas eram chamadas erronea-
A sigla LGBTQIA+ não engloba somente a orientação mente de hemafroditas, termo que não é mais socialmente
sexual, mas também a identidade de gênero das pessoas. aceito.
Trata-se do sentimento que todo ser humano tem sobre si,
sua percepção de ser homem ou mulher no mundo. É uma Disfunções sexuais: como a terapia pode ajudar
experiência interna e individual, que pode ou não corres-
ponder àquela atribuída ao seu sexo biológico. As disfunções sexuais podem surgir por fatores biológi-
A identidade de gênero pode envolver, por livre esco- cos, hormonais, sociais ou psicológicos e causam perturba-
lha, modificação da aparência ou função corporal (por meios ções na qualidade de vida sexual do indivíduo ou do casal.
Conhecimentos Específicos

médicos, cirúrgicos e outros) e outras expressões de gênero, Alguns fatores psíquicos que podem afetar a sexualidade
como a forma de se vestir. são:
• Preconceitos
• Cisgênero • Ansiedade
O termo cis é utilizado para descrever pessoas que se • Depressão
identificam, em todos os aspectos, com o gênero que lhe foi • Estresse do casal ou individual
atribuído ao nascer. Ou seja, indica o indivíduo cuja identida- • Falta de comunicação eficaz
de ou expressão está em conformidade com a categoria de • Falta de conhecimento sobre o próprio corpo
gênero que lhe foi atribuído (homem ou mulher). • Trauma de alguma relação sexual passada
• Falta de educação sexual
• Transgênero
Já o termo trans (ou transgênero) é usado para pessoas No caso dos homens, alguns problemas comuns são
cuja identidade de gênero, expressão ou comportamento ejaculação precoce e disfunção erétil. Já as mulheres
de gênero não se conformam com o que lhes foi atribuído podem desenvolver o vaginismo (dor na hora da relação
ao nascer. E isso nada tem a ver com a orientação sexual sexual) e a dispareunia (dor intensa na relação sexual,
da pessoa. logo após o ato).

108
EXERCÍCIOS As regras deontológicas tratam dos princípios do com-
portamento do servidor público. Nesse sentido, caso
1. (2021/FAUEL/Prefeitura de Rio Azul - PR) Leia com aten- o servidor público deixe de prestar algum atendimen-
ção o texto abaixo: to relacionado às responsabilidades do setor em que
“Muito importante para as organizações e seus pro- exerça suas funções, permitindo a formação de filas ou
fissionais, é o conjunto de normas que fundamenta a qualquer outro tipo de atraso no serviço prestado, além
consciência profissional de um trabalhador no exercí- de antiético, está cometendo um grave dano moral aos
cio de sua função, fornecendo imperativos de uma boa usuários dos serviços públicos.
conduta e integridade profissional”.
O texto apresentado se refere ao termo: 8. (2021/INSTITUTO AOCP/FUNPRESP-JUD) Em relação à
a) Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho ética no serviço prestado pelas organizações públicas,
b) Improbidade Administrativa julgue o seguinte item.
c) Ética Profissional O sociólogo Max Weber estabeleceu dois parâmetros
d) Comunicação Interna. éticos para orientar nossas ações ou atividades. Em
termos mais específicos, orientamos nossos compor-
2. (2021/CESPE / CEBRASPE/TJ-RJ) Assinale a opção que tamentos pela ética da responsabilidade ou pela ética
apresenta a doutrina ética segundo a qual as pessoas da convicção. No entanto esses padrões são diferentes
devem ser respeitadas pela mera condição humana, e opostos.
como um fim em si mesmas, independentemente dos
benefícios e da maximização da felicidade para a maio- 9. (2021/AOCP/Prefeitura de Belém - PA) “Ética é sem-
ria das outras pessoas. pre ética, poder-se-ia afirmar. Ser ético é obrigação de
a) utilitarismo todos. Seja no exercício de alguma atividade estatal,
b) moral do caráter seja no comportamento individual. Mas pode-se falar
c) hedonismo em ética realçada quando se atua num universo mais
amplo, de interesse de todos. Existe, pois, uma Ética
d) consequencialismo
Pública, e apura-se o seu sentido em contraposição com
e) moral baseada em imperativos categóricos
o de Ética Privada. Um nome pelo qual a Ética Pública
tem sido conhecida é o da justiça” (José Renato Nalini).
3. (2021/INSTITUTO AOCP/FUNPRESP-JUD) Em relação à
Considerando a transcrição supramencionada, assina-
ética no serviço prestado pelas organizações públicas,
le a alternativa que corresponde corretamente ao seu
julgue o seguinte item.
conteúdo.
O exercício profissional da função pública se integra nas
a) Ética Pública e Ética Privada têm o mesmo sentido.
ações e na vida particular dos servidores públicos. Em b) Ser ético somente é obrigação de quem se encontra
outras palavras, sua conduta em relação à vida privada no exercício do serviço público.
interfere no seu bom conceito da vida funcional. c) Ética no serviço público nada tem a ver com justiça.
d) Ser ético no exercício do serviço público envolve o
4. (2021/INSTITUTO AOCP/FUNPRESP-JUD) Em relação à interesse da coletividade.
ética no serviço prestado pelas organizações públicas, e) Ser ético é opção de todos..
julgue o seguinte item.
Ocultar informações pensando no benefício do usuário 10. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena - SC) A ética
faz do servidor um profissional ético em suas atividades, está associada ao estudo fundamentado dos valores
pois omitiu uma decisão que iria contra o interesse do morais que orientam o comportamento humano em
usuário. sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras,
tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
5. (2021/INSTITUTO AOCP/FUNPRESP-JUD) Em relação à Nesse sentido, que o objetivo de estudo da ÉTICA é:
ética no serviço prestado pelas organizações públicas, a) O conjunto de regras que são aplicadas ao cotidiano.
julgue o seguinte item. b) O conceito de moralidade de cada povo.
Apenas o agente público poderá provocar a atuação da c) A ação humana (voluntária e livre) que é um ato de
comissão de ética pública para a apuração de infração vontade racional imbuído de inteligência e reflexão
ética imputada a servidor público. A exceção ocorre nos prévia.
crimes de peculato, ou seja, nesse caso, qualquer cida- d) A distinção entre ser e fazer formalmente.
Conhecimentos Específicos

dão poderá provocar a atuação da comissão de ética


pública. 11. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena - SC) Con-
junto de procedimentos efetuados a partir de pressu-
6. (2021/INSTITUTO AOCP/FUNPRESP-JUD) Em relação à postos éticos, conhecimento teórico-metodológico e
ética no serviço prestado pelas organizações públicas, técnicooperativo, com a finalidade de contribuir para
julgue o seguinte item. a convivência, reconhecimento de direitos e possibi-
É vedado ao servidor público utilizar informações pri- lidades de intervenção na vida social de um conjunto
vilegiadas, obtidas no âmbito interno de seu serviço, de pessoas, unidas por laços consanguíneos, afetivos
em benefício próprio. Caso isso aconteça, a comissão e/ou solidariedade - que se constitui em um espaço
de ética do serviço público pode aplicar quatro tipos privilegiado e insubstituível de proteção e socialização
de penalidades: censura, advertência, repreensão e primárias:
suspensão. a) Trabalho Social com famílias.
b) Política Nacional de Assistência Social.
7. (2021/INSTITUTO AOCP/FUNPRESP-JUD) Em relação à c) Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família.
ética no serviço prestado pelas organizações públicas, d) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
julgue o seguinte item. Famílias e Indivíduos.

109
12. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena – SC) No 20. (2021/Quadrix/CFT) A respeito da ética e da moral na
contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes função pública e no Setor Público, julgue o item.
significados pois "define-se que a moral é a parte sub- O servidor público deve guardar sigilo sobre assuntos
jetiva da ética", ou seja: da repartição onde atua, desde que envolvam questões
I. A moral disciplina o comportamento do homem con- relativas à segurança pública e da sociedade.
sigo mesmo.
II. A moral trata dos costumes, deveres e modo de pro- 21. (2021/Quadrix/CFT) A respeito da ética e da moral na
ceder dos homens para com os outros homens. função pública e no Setor Público, julgue o item.
III. O mundo ético é o mundo dos juízos de valor. Cumprir as ordens superiores, inclusive quando ma-
IV. A moral busca a justiça e a equidade natural. nifestamente ilegais, constitui um dever do servidor
É CORRETO o que se afirma em: público.
a) I, II e IV, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II, III e IV, apenas. 22. (2021/Quadrix/CFT) Em relação à ética, julgue o item.
d) I, II, III e IV. O servidor público deve abster-se, de forma absoluta, de
exercer sua função com finalidade estranha ao interesse
13. (2021/AMEOSC/Prefeitura de Santa Helena - SC) Cada público, mesmo que observando as formalidades legais
sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos e não cometendo qualquer violação expressa à lei.
de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta 23. (2021/Quadrix/CFT) É facultado ao servidor público al-
atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabe- terar o teor de documentos que deva encaminhar para
lecidos. Aproveitando o exemplo, a ética na área de providências.
pesquisas biológicas é denominada bioética.
Assinale a alternativa que apresenta os três elementos 24. (2021/Quadrix/CFT) A publicidade de qualquer ato ad-
essenciais devem ser levados em consideração para que ministrativo constitui requisito de eficácia e moralidade,
um comportamento seja considerado ético: ensejando sua omissão comprometimento ético contra
a) Ação, coerção e circunstâncias. o bem comum, imputável a quem a negar.
b) Ação, interesse organizacional e circunstâncias.
c) Ação, intenção e circunstâncias. 25. (2021/Quadrix/CFT) A dignidade, o decoro, o zelo, a
d) Intenção, interesse pessoal e circunstâncias. eficácia e a consciência dos princípios morais são pri-
mados maiores que devem nortear o servidor público,
14. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-SE) Julgue o próximo item, seja no exercício do cargo ou da função ou fora dele,
relativos à ética no setor público. já que refletirão a vocação do próprio poder estatal.
A existência de regras constitutivas, que indicam como e
o que pode ser feito na atuação dos servidores públicos,
26. (2021/Quadrix/CRP - MG) À comissão de ética pública
não fere o princípio da legalidade, embora este tenha
uma relação mais direta com as regras imperativas, que compete
dizem o que não pode ser feito e o que deve ser feito. a) fomentar o reconhecimento da ética como instru-
mento imprescindível a uma administração pública
15. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-SE) Acerca de ética, prin- efetiva e democrática, prevenindo e educando.
cípios, valores e moral, julgue o item que se segue. b) assegurar um padrão ético para todos os servidores
Os princípios da coerência e da universalização são sufi- de todos os escalões da Administração Pública Fe-
cientes para se definir, diante de um conflito de valores, deral.
se uma conduta é eticamente aceitável. c) punir exemplarmente transgressões éticas que se
deem durante o exercício de cargo público.
16. (2021/Quadrix/CFT) A respeito da ética e da moral na d) responder a questionamentos concretos, sendo ve-
função pública e no Setor Público, julgue o item. dada a atuação consultiva em abstrato.
Os princípios morais são primados que devem nortear e) funcionar como instância máxima para assuntos éti-
o servidor público. cos envolvendo os três Poderes, em âmbito federal.

17. (2021/Quadrix/CFT) A respeito da ética e da moral na 27. (2021/Quadrix/CRP - MG) Assinale a alternativa que
função pública e no Setor Público, julgue o item. corretamente apresenta os elementos com os quais
Conhecimentos Específicos

O servidor público, na hipótese de exercício irregular de mais proximamente se relaciona o conceito ético de
suas atribuições, responderá tão-somente pelos ilícitos civilidade.
administrativos por ele praticados, tendo em vista que a) eficiência e imparcialidade
as cominações civis, penais e disciplinares não poderão b) excelência e objetividade
cumular-se.
c) cooperação e prestação de contas
d) combate à corrupção e informalidade
18. (2021/Quadrix/CFT) A respeito da ética e da moral na
função pública e no Setor Público, julgue o item. e) impessoalidade e proporcionalidade
O servidor público, tomando conhecimento da ocor-
rência de algum ilícito, não está obrigado a representar 28. (2021/Quadrix/CRP - MG) A disposição interna para um
perante a autoridade competente contra a ilegalidade agir ético e a exteriorização de uma conduta honrada
praticada. correspondem
a) à vocação.
19. (2021/Quadrix/CFT) A respeito da ética e da moral na b) à moralidade.
função pública e no Setor Público, julgue o item. c) à honra.
A assiduidade e a pontualidade no serviço constituem d) à razoabilidade.
deveres dos servidores públicos. e) ao decoro.

110
29. (2021/Quadrix/CRESS - RO) A ética é o ramo da filosofia c) A responsabilidade social é uma forma de gestão
que trata das questões sobre como devemos viver e, que se define pela relação ética e transparente da
portanto, sobre a natureza de certo e errado, bem como empresa com todos os públicos com os quais ela se
de bem e mal, dever, obrigação e outros conceitos. Mas relaciona e pelo estabelecimento de metas empre-
para que praticar a ética? Praticar a ética é o meio de se sariais que impulsionem o desenvolvimento susten-
alcançar a felicidade. Ela oferece a trilha para se obter tável da sociedade.
uma vida moralmente boa e, por meio dela, a felici- d) A responsabilidade social é a aplicação contínua de
dade. Ser feliz é o resultado do hábito de bem agir. A uma estratégia ambiental preventiva, integrada aos
ética tem a ver com caráter, com aquilo que cada um processos, produtos e serviços, para aumentar a efi-
é, com seus valores. Todos estão sujeitos aos princípios ciência global e reduzir riscos à saúde humana e ao
éticos, inclusive os agentes públicos. Agentes públicos
meio ambiente, de modo a cumprir a legislação.
são todas as pessoas físicas que, sob qualquer liame
jurídico e, algumas vezes, sem ele, prestam serviços à
Administração Pública ou realizam atividades que es- 31. (2021/Quadrix/CRESS-PB) Ética é a filosofia que fará a
tão sob sua responsabilidade. Exercem função pública eleição das melhores ações, tendo como horizonte o in-
que se caracteriza no direito ou dever de agir, atribuído teresse coletivo, universal. Guilherme de Assis Almeida
por lei a uma pessoa, ou a várias, a fim de assegurar e Martha Ochsenhofer Christmann. Ética e direito: uma
a vida da Administração ou o preenchimento de sua perspectiva integrada. 3.ª ed. São Paulo: Atlas, 2009, p.
missão, segundo os princípios instituídos pela própria 4 (com adaptações).
lei. Os padrões éticos dos agentes públicos advêm de Com relação à ética, à função pública e à ética no Setor
sua própria natureza, ou seja, do caráter público e de Público, julgue o item.
sua relação com o público. Os direitos humanos, cujo vetor consiste na dignidade
Os agentes públicos devem seguir determinados pa- da pessoa humana, e a preponderância do interesse
drões de comportamento caracterizados pela ética e privado sobre o público devem orientar o comporta-
pelas normas legais. Acerca desse assunto, assinale a mento do agente público no exercício de suas funções.
alternativa incorreta.
a) A falta de ética induz ao descumprimento das leis 32. (2021/Quadrix/CRESS-PB) Ética é a filosofia que fará a
do ordenamento jurídico. eleição das melhores ações, tendo como horizonte o in-
b) Os padrões de comportamento na Administração Pú- teresse coletivo, universal. Guilherme de Assis Almeida
blica devem ter como fundamento, exclusivamente, e Martha Ochsenhofer Christmann. Ética e direito: uma
as necessidades operacionais, exprimindo-as. perspectiva integrada. 3.ª ed. São Paulo: Atlas, 2009, p.
c) Os agentes públicos devem primar pela impessoa- 4 (com adaptações).
lidade, deixando claro que o termo é sinônimo de Com relação à ética, à função pública e à ética no Setor
igualdade.
Público, julgue o item.
d) A falta de ética na Administração Pública encontra
Ser ético não implica respeito voluntário a princípios e
terreno fértil para se reproduzir, pois o comporta-
mento de autoridades públicas está longe de se valores em prol de correição e justiça.
basear em princípios éticos, o que ocorre devido à
falta de preparo dos funcionários, por cultura equi- 33. (2021/Quadrix/CRESS-PB) Ética é a filosofia que fará a
vocada e, especialmente, por falta de mecanismos eleição das melhores ações, tendo como horizonte o in-
de controle e responsabilização adequados dos atos teresse coletivo, universal. Guilherme de Assis Almeida
antiéticos. e Martha Ochsenhofer Christmann. Ética e direito: uma
e) A consciência ética, a exemplo da educação e da perspectiva integrada. 3.ª ed. São Paulo: Atlas, 2009, p.
cultura, é apreendida pelo ser humano e, assim, 4 (com adaptações).
a ética na Administração Pública pode e deve ser Com relação à ética, à função pública e à ética no Setor
desenvolvida junto aos agentes públicos. Isso ge- Público, julgue o item.
rará uma mudança na Administração Pública que Por meio da ética, o homem é capaz de refletir sobre
deverá ser sentida pelo contribuinte que dela se comportamentos potencialmente virtuosos e compor-
utiliza diariamente, seja por meio da simplificação tamentos que estão alheios à prudência e à realização
de procedimentos (rapidez de respostas e qualidade do bem comum.
dos serviços prestados), seja pela forma de agir e
pela forma de contato entre o cidadão e os agentes
Conhecimentos Específicos

34. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) A respeito da ética,


públicos. julgue o item a seguir.
A ética pode ser entendida como uma escolha emba-
30. (2021/UFR/UFR) Em relação à Ética e Responsabilidade sada em um conjunto de valores pessoais.
Social, assinale a afirmativa correta.
a) A responsabilidade social é a prática da filantropia
35. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) A respeito da ética,
empresarial. Uma ação filantrópica é, essencialmen-
te, um ato motivado pelo amor ao próximo e remete julgue o item a seguir.
responsabilidade social na qual líderes empresariais O exercício da cidadania por meio da eleição de repre-
são grandes doadores de recursos para causas so- sentantes pelo voto é um direito, mas não um dever,
ciais. Todo empresário que pratica filantropia pro- do cidadão.
move responsabilidade social.
b) A responsabilidade social é um método técnico para 36. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) A respeito da ética,
avaliação dos aspectos ambientais e impactos po- julgue o item a seguir.
tenciais associados a um produto, compreendendo No serviço público a ética é mitigada, já que o servidor
etapas que vão desde a retirada dos recursos da deve cumprimento à lei, a qual contempla explicitamen-
natureza até a disposição final do produto. te os valores éticos relativos ao assunto de que trata.

111
37. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) A respeito da ética, vulnerabilidade das mulheres que já viviam em si-
julgue o item a seguir. tuações de violência.
A ética pode alterar as regras morais enraizadas na so- c) A implantação da notificação compulsória, ao con-
ciedade ao discutir princípios e valores morais até então trário do que se esperava, resultou no aumento da
estabelecidos. invisibilidade da violência, pois as mulheres não in-
formam que se trata de agressão para não ter que
38. (2021/CESPE / CEBRASPE/PC-AL) A respeito da ética, indicar o agressor.
julgue o item a seguir. d) Em relação aos tipos de violência mais frequente-
O objeto de estudo da ética é o comportamento moral mente notificados, verifica-se no período anterior à
dos homens em sociedade. pandemia um aumento nas lesões autoprovocadas.
e) A Ficha de Notificação de violência contra mulher
39. (2021/IDIB/Câmara de Planaltina - GO) Sobre a ética deve ser repassada imediatamente à Secretaria de
profissional, analise as afirmativas a seguir: Segurança Pública para as medidas legais contra o
I. No ambiente de trabalho, as normas éticas nascem agressor.
de forma voluntária porque são fruto da própria ética
de cada trabalhador, daí porque podem ser “boas” ou 42. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP)
“ruins”. Uma das tendências fortes para a gestão pública no
II. É possível que o trabalhador se comporte, em deter- Brasil, no lastro da Constituição Federal de 1988, é a
minada situação, de forma antiética, porém dentro da descentralização. É correto afirmar que
lei. a) o avanço na descentralização se dá a partir do for-
III. O respeito ao superior hierárquico é um exemplo de talecimento do pacto federativo e centralização do
atitude ética no ambiente de trabalho. planejamento no Ministério da Saúde.
É correto o que se afirma b) a descentralização deve estar alinhada à regionaliza-
a) apenas em I. ção, de forma que a busca de soluções sejam mais
b) apenas em I e II. efetivas no atendimento às distintas características
c) apenas em II e III. da realidade brasileira.
d) em I, II e III. c) os municípios de grande porte contribuem para a
transferência intergovernamental de recursos finan-
40. (2021/CESPE / CEBRASPE/SEFAZ-CE) No que se refere ceiros em sua região.
à ética bem como ao disposto na Lei de Acesso à Infor- d) no processo de descentralização, os Estados são res-
mação, julgue o item a seguir. ponsáveis pela organização político-administrativa e
As autoridades públicas deverão pautar-se pelos pa- os municípios pela execução das ações de saúde.
drões da ética, os quais são exigidos na relação entre e) a descentralização das ações de saúde aos municí-
suas atividades públicas e privadas. pios não inclui as ações de Vigilância em Saúde, de
competência exclusiva dos Estados.
41. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP)
43. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP)
O gráfico a seguir apresenta dados de notificação de
O Programa Previne Brasil estabeleceu um novo mode-
violência interpessoal e autoprovocada, sexo feminino,
lo de financiamento de custeio da Atenção Primária à
meses de janeiro a junho, estado de São Paulo, anos de
Saúde (APS) no âmbito do SUS. Assinale a alternativa
2019 e 2020.
correta.
a) O financiamento federal de custeio da APS é consti-
tuído por contribuições, doações, alienações patri-
moniais e rendimentos de capital.
b) O valor do incentivo financeiro do pagamento por
desempenho é transferido trimestralmente e recal-
culado a cada 5 (cinco) competências financeiras.
c) O cálculo para a definição do incentivo financeiro
da capitação ponderada considera o quantitativo de
taxas e multas arrecadadas no âmbito do SUS.
d) Para o pagamento por desempenho devem ser ob-
Conhecimentos Específicos

servados indicadores de processo e resultados in-


termediários das equipes, indicadores de resultados
em saúde e indicadores globais de APS.
(Núcleo VIVA-SES-SP- SINAN Net
e) No caso de ausência do profissional médico ou en-
Dados preliminares de 2019 e 2020 (até junho); atualizado em fermeiro na equipe por um período superior a 30
05/07/2020; último acesso em julho/2020) (trinta) dias haverá interrupção de 25% (vinte e cinco
por cento) do recurso.
Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta.
a) Houve redução drástica dos casos de violência no 44. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP)
ano de 2020, comparando com 2019, resultado das A construção do Pacto pela Saúde em 2006 foi estru-
políticas públicas implantadas pelas Secretarias de turada na definição de prioridades articuladas e inte-
Saúde, Justiça e Segurança Pública. gradas em três componentes: Pacto pela Vida, Pacto
b) A queda progressiva nas notificações de violência em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. Dentre
em tempos de pandemia não representa menor outras, são prioridades do Pacto pela Vida
ocorrência de violência, mas sim pode ser efeito a) reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal,
do isolamento social, que produziu um contexto de infantil por doença diarreica e por pneumonias e
implantar a Política Nacional da Pessoa Idosa.

112
b) qualificar a estratégia de saúde da família e imple- 48. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP)
mentar projeto permanente de mobilização social De acordo com a Lei Orgânica de Saúde, assinale a al-
em defesa do SUS. ternativa correta sobre ação pertinente ao campo de
c) garantir incremento de recursos orçamentários e atuação do SUS.
financeiros para o SUS e garantir o financiamento a) Revisão periódica, pela Vigilância Sanitária, da lista-
público tripartite. gem de doenças relacionadas ao trabalho.
d) definir a responsabilidade sanitária das instâncias b) Execução, nos diversos pontos da rede de atenção à
gestoras e implantar a Política Nacional de Promoção saúde, de ações de assistência terapêutica integral,
da Saúde.
inclusive farmacêutica.
e) fortalecer a capacidade de resposta do sistema de
c) Controle e fiscalização, pela Vigilância Epidemiológi-
saúde às doenças emergentes e endemias e elaborar
diretrizes para a gestão do SUS. ca, da prestação de serviços que se relacionam direta
ou indiretamente com a saúde.
45. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente – SP) d) Coordenação de comissões intersetoriais, pela ges-
Compete aos Conselhos de Saúde tão, nas três esferas de governo.
a) promover anualmente Conferências de Saúde mu- e) Fiscalização e inspeção, pela Vigilância Nutricional,
nicipais e estaduais. das condições dos alimentos, água e bebidas para
b) presidir as sessões públicas de pregão eletrônico, consumo humano.
visando a fiscalização das licitações para contratação
de serviços e compras executadas pela administra- 49. (2022/Ibest/Prefeitura de Alexânia - GO) É responsabi-
ção. lidade do município, e compete à Secretaria de Saúde,
c) atuar na formulação de estratégias e no controle a gestão da vigilância em saúde no âmbito municipal,
da execução da política de saúde na instância cor- compreendendo
respondente, inclusive nos aspectos econômicos e a) desenvolver estratégias visando o fortalecimento da
financeiros. participação da comunidade, dos trabalhadores e
d) elaborar e monitorar as normas de funcionamento
do controle social, incluindo a criação, o apoio e o
das unidades de saúde de sua área de abrangência.
e) em conjunto com a Ouvidoria do SUS, encaminhar fortalecimento de comissões de vigilância em saúde
as denúncias contra a administração ao Ministério nos Conselhos Municipais de Saúde.
Público Estadual. b) promover a cooperação e o intercâmbio técnico
científico com organismos governamentais e não
46. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP) governamentais, de âmbito estadual, nacional e
As ações e serviços de saúde integrados em redes de internacional.
atenção à saúde têm sua organização e funcionamen- c) conduzir a revisão periódica da Lista Nacional de No-
to pactuados nas Comissões Intergestores. É correto tificação Compulsória de doenças, agravos e eventos
afirmar que de Saúde Pública nos serviços de saúde públicos e
a) a CIT (Comissão Intergestores Tripartite), para efeitos privados em todo o território nacional.
administrativos e operacionais, está vinculada nos d) gerir os estoques nacionais de insumos estratégicos,
Estados às Secretarias Estaduais de Saúde. de interesse da vigilância em saúde.
b) as Regiões de Saúde são instituídas pelos Estados, de
acordo com as diretrizes pactuadas na CIB (Comissão 50. (2022/Ibest/Prefeitura de Alexânia - GO) A política na-
Intergestores Bipartite). cional de vigilância em saúde tem como um dos prin-
c) as regras de continuidade do acesso às ações e aos
cípios
serviços de saúde na região são pactuadas nas CIM
(Comissões Intergestores Municipais) a) atuar na gestão de risco por meio de estratégias para
d) as diretrizes para a composição da RENASES (Relação identificação, planejamento, intervenção, regulação,
Nacional de Ações e Serviços de Saúde) são de com- comunicação, monitoramento de riscos, doenças e
petência exclusiva da CIT (Comissão Intergestores agravos.
Tripartite). b) avaliar o impacto de novas tecnologias e serviços
e) é competência das CIR (Comissão Intergestores Re- relacionados à saúde de forma a prevenir riscos e
gionais) pactuar as etapas do processo e os prazos eventos adversos.
do planejamento municipal e estadual. c) um dos princípios é a descentralização político-ad-
Conhecimentos Específicos

ministrativa, com direção única em cada esfera de


47. (2022/VUNESP/Prefeitura de Presidente Prudente - SP) governo.
O fumo é importante causa de perda de saúde, estando d) promover a cooperação e o intercâmbio técnico
associado ao desenvolvimento de doenças respirató- científico no âmbito nacional e internacional.
rias, cardiovasculares e neoplasias. Um estudo entre-
vistou 1800 indivíduos, com idade entre 18 e 88 anos, 51. (2022/Ibest/Prefeitura de Alexânia - GO) Assinale a al-
dos quais 1045 eram mulheres e 846 tinham de 6 a
ternativa que apresenta um princípio do SUS.
11 anos de escolaridade. As bebidas alcoólicas eram
a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde em
consumidas por 1285 dos indivíduos e 600 referiram
consumo de tabaco. todos os níveis de assistência.
Nesse estudo, a prevalência de tabagismo é de b) Colaboração na proteção do meio ambiente, nele
a) 67,6%. compreendido o do trabalho.
b) 8,2%. c) Identificação e divulgação dos fatores condicionan-
c) 24,1%. tes e determinantes da saúde.
d) 33,3%. d) Participação na formulação da política e na execução
e) 51,9%. de ações de saneamento básico.

113
52. (2022/Ibest/Prefeitura de Alexânia - GO) De acordo com ( ) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde
a Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa terão sua organização e normas de funcionamen-
correta. to definidas em regimento próprio, aprovadas pelo
a) A assistência à saúde é exclusividade da iniciativa respectivo conselho.
privada. A sequência correta de cima para baixo é:
b) É vedada a destinação de recursos públicos para au- a) F, F, V, F, V.
xílios ou subvenções às instituições privadas com fins b) V, F, V, F, V.
lucrativos. c) V, V, V, V, F.
c) É competência exclusiva da iniciativa privada execu- d) F, V, V, F, F.
tar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
bem como as de saúde do trabalhador. 56. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) A Lei nº
d) O Sistema Único de Saúde é financiado, exclusiva- 8.080, de 19 de setembro de 1990, que regula, em
mente, com recursos do orçamento da seguridade todo o território nacional, as ações e serviços de saú-
social da União. de, executados isolada ou conjuntamente, em caráter
permanente ou eventual, por pessoas naturais ou ju-
53. (2022/Ibest/Prefeitura de Alexânia - GO) Com base na rídicas de direito público ou privado e dispõe sobre as
Lei 11.350/2006, assinale a alternativa correta com re- condições para a promoção, proteção e recuperação da
lação ao ACS. saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
a) O ACS tem como atribuição precípua o exercício de correspondentes e dá outras providências. Dentre estas
atividades de vigilância, prevenção e controle de atribuições e objetivos do capítulo 1, podemos elencar:
doenças e promoção da saúde. I. Um dos objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) é
b) É vedada a atuação do ACS fora da área geográfica a identificação e divulgação dos fatores condicionantes
da comunidade em que reside. e determinantes da saúde.
c) É função do ACS a mobilização da comunidade para II. Outro objetivo é a assistência às pessoas por inter-
desenvolver medidas simples de manejo ambiental e médio de ações de promoção, proteção e recuperação
formas de intervenção no ambiente para o controle da saúde, impedindo ações e atividades preventivas.
de vetores. III. Estão excluídas no campo de atuação do Sistema
d) A realização de ações de campo para pesquisa en-
Único de Saúde (SUS) as ações de vigilância epidemio-
tomológica, malacológica e coleta de reservatórios
lógica.
de doenças é uma atividade típica do ACS.
IV. Uma das ações que estão incluídas ainda no campo
de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), são as
54. (2022/Ibest/Prefeitura de Alexânia - GO) No modelo
execuções de ações de saúde do trabalhador.
de atenção em saúde fundamentado na assistência
V. Estão incluídas no campo de atuação do Sistema Úni-
multiprofissional em saúde da família, é considerada
atividade típica do Agente Comunitário de Saúde (ACS), co de Saúde (SUS), a assistência terapêutica integral,
em sua área geográfica de atuação, a inclusive farmacêutica.
a) identificação e o cadastramento de situações que De acordo com as assertivas acima, sobre as atribuições
interfiram no curso das doenças ou que tenham e objetivos, pode considerar corretas, as previstas nas
importância epidemiológica relacionada principal- assertivas:
mente aos fatores ambientais. a) I, II e III.
b) execução de ações de prevenção e o controle de b) II, III e IV.
doenças, com a utilização de medidas de contro- c) Apenas II, III e V são corretas.
le químico e biológico, manejo ambiental e outras d) Apenas I, IV e V são corretas.
ações de manejo integrado de vetores.
c) realização de visitas domiciliares regulares e peri- 57. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) Para pro-
ódicas para acolhimento e acompanhamento da mover, proteger e apoiar a amamentação com efici-
gestante, no prénatal, no parto e no puerpério. ência, o Agente Comunitário de Saúde, assim como
d) investigação diagnóstica laboratorial de zoonoses de todos profissionais de saúde, deve ter habilidade no
relevância para a saúde pública. processo de comunicação com a mulher (gestante ou
mãe) que recebe as informações. A Organização Mun-
55. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) Conforme dial da Saúde tem dado ênfase ao aconselhamento em
Conhecimentos Específicos

a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe amamentação, que implica em ajudar a mulher a tomar
sobre a participação da comunidade na gestão do Sis- decisões de forma empática, saber ouvir e aprender,
tema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências desenvolver confiança e dar apoio. Algumas técnicas
intergovernamentais de recursos financeiros na área e atitudes facilitam o sucesso no aconselhamento:
da saúde, assinale as alternativas abaixo com (V) ver- I. Ter empatia, ou seja, mostrar às mães que os seus
dadeiro ou (F) falso. sentimentos são compreendidos.
( ) O SUS, contará, em cada esfera de governo, com a II. Evitar palavras que soem como julgamento, como,
Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde. por exemplo, certo, errado, bem, mal, etc.
( ) A Conferência de Saúde reunir-se-á anualmente III. Aceitar os sentimentos e as opiniões das mães, sem
com a representação dos vários segmentos sociais. no entanto precisar concordar ou discordar com o que
( ) O Conselho de Saúde é um órgão colegiado com- elas pensam.
posto por representantes do governo, prestadores IV. Reconhecer e elogiar o que a mãe e o bebê estão
de serviço, profissionais de saúde e usuários. fazendo certo, o que aumenta a confiança da mãe, en-
( ) A representação dos usuários nos Conselhos de corajando-a a manter práticas saudáveis e facilitando
Saúde e nas Conferências de Saúde é majoritária que ela aceite sugestões.
em relação ao conjunto dos demais segmentos. V. Usar palavras de fácil entendimento para a mãe.

114
Estão corretas o que se apresenta em: controle de doenças, utilizando as medidas de con-
a) Apenas II, III e IV. trole adequadas, manejo ambiental e outras ações
b) Apenas I, IV e V. de manejo integrado de vetores, de acordo com
c) Apenas II, III, IV e V. decisão da gestão municipal.
d) I, II, III, IV e V. c) Realizar atividades programadas e de atenção à de-
manda espontânea.
58. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) A portaria d) Encaminhar, quando necessário, usuários a outros
Nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 aprova a Política pontos de atenção, respeitando fluxos locais, man-
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão tendo sua responsabilidade pelo acompanhamento
de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no do plano terapêutico do usuário.
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta portaria
define o número máximo de pessoas que cada Agente 62. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) A Estra-
Comunitário de Saúde pode atender em áreas de gran- tégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da
de dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade atenção básica no país, de acordo com os preceitos
social, que deve ser de: do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério
a) 800 pessoas. da Saúde e gestores estaduais e municipais como es-
b) 750 pessoas. tratégia de expansão, qualificação e consolidação da
c) 700 pessoas. atenção básica por favorecer uma reorientação do pro-
d) 350 pessoas. cesso de trabalho com maior potencial de aprofundar os
princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica,
59. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) De acordo de ampliar a resolutividade e impacto na situação de
com a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 e saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar
suas atualizações, compete às Secretarias Municipais uma importante relação custoefetividade. Diante disso,
de Saúde e ao Distrito Federal, exceto: cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável
a) Inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede por, no máximo:
de serviços como estratégia prioritária de organiza- a) 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de
ção da atenção básica. 3.000 pessoas.
b) Prestar apoio institucional às equipes e serviços no b) 6.000 pessoas, sendo a média recomendada de
processo de implantação, acompanhamento e qua- 4.000 pessoas.
lificação da Atenção Básica e de ampliação e conso- c) 8.000 pessoas, sendo a média recomendada de
lidação da estratégia Saúde da Família . 6.000 pessoas.
c) Selecionar, contratar e remunerar os profissionais d) 10.000 pessoas, sendo a média recomendada de
que compõem as equipes multiprofissionais de 8.000 pessoas.
Atenção Básica, em conformidade com a legislação
vigente. 63. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina
- PR) É CORRETO afirmar que a Portaria nº 2.436, de 21
d) Articular com o Ministério da Educação estratégias
de setembro de 2017:
de indução às mudanças curriculares nos cursos de
a) Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde
graduação e pós-graduação na área da saúde visan-
(PNPS).
do à formação de profissionais e gestores com perfil
b) Aprova e promove seminários internos no Ministério
adequado à Atenção Básica.
da Saúde destinados à divulgação da Política Nacio-
nal de Promoção da Saúde(PNPS), com adoção de
60. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) De acordo seu caráter transversal.
com a legislação vigente, a equipe multiprofissional da c) Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, esta-
Saúde da Família deve ser composta por, no mínimo, belecendo a revisão de diretrizes para a organização
o médico generalista, ou especialista em Saúde da Fa- da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de
mília, ou médico de Família e Comunidade; enfermeiro Saúde (SUS).
generalista ou especialista em Saúde da Família; auxiliar d) Promove ações relativas à alimentação saudável, vi-
ou técnico de enfermagem; e agentes comunitários de sando à promoção da saúde e à segurança alimentar
saúde. Também a legislação determina a obrigatorieda- e nutricional.
de do cumprimento de uma carga horária de trabalho e) Avalia o processo de implantação da Política Nacional
semanal por todos os profissionais da equipe de: de Atenção Básica em fóruns de composição tripartite.
Conhecimentos Específicos

a) 20 horas.
b) 30 horas. 64. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina
c) 40 horas. - PR) É prevista a implantação da Estratégia de Agentes
d) 50 horas com os plantões. Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde
como uma possibilidade para a reorganização inicial da
61. (2022/Unoesc/Prefeitura de Maravilha - SC) De acordo Atenção Básica com vistas à implantação gradual da
com a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 e Estratégiade Saúde da Família ou como uma forma de
suas atualizações, são atribuições específicas do Agente agregar os agentes comunitários a outras maneiras de
Comunitário de Saúde, exceto: organização da Atenção Básica. São itens necessários
a) Desenvolver ações que busquem a integração entre à implantação dessa estratégia, EXCETO:
a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, a) O processo de trabalho, a combinação das jornadas
considerando as características e as finalidades do de trabalho dos profissionais das equipes e os horá-
trabalho de acompanhamento de indivíduos e gru- rios e dias de funcionamento devem ser organizados
pos sociais ou coletividade. de modo que garantam amplamente acesso, o víncu-
b) Ocorrendo situação de surtos e epidemias, executar lo entre as pessoas e profissionais, a continuidade,
em conjunto com o agente de endemias ações de coordenação e longitudinalidade do cuidado.

115
b) A existência de uma Unidade Básica de Saúde, ins- 68. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina
crita no Sistema de Cadastro Nacional de Estabele- - PR) Na hipertensão arterial, qual alternativa a seguir
cimentos de Saúde vigente, que passa a ser a Uni- representa modificações de estilo de vida de fundamen-
dade Básica de Saúde de referência para a equipe tal importância no processo terapêutico e na prevenção
de agentes comunitários de saúde. da hipertensão?
c) O número de Agentes Comunitários de Saúde e a) Doença cérebro-vascular; Doença arterial corona-
Agentes Comunitários de Endemias por equipe de- riana; Insuficiência cardíaca; Doença renal crônica;
verá ser definido de acordo com base populacional Doença arterial periférica.
(critérios demográficos, epidemiológicos e socioe- b) Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga
conômicos), conforme legislação vigente. cheia, não praticou exercícios físicos há 60-90 minu-
d) O enfermeiro supervisor e os Agentes Comunitários tos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos
de Saúde devem estar cadastrados no Sistema de e não está com as pernas cruzadas.
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde c) Sexo, idade, raça e condição socioeconômica, rea-
vigente, vinculados à equipe. ções adversas aos tratamentos prévios; sintomas de
e) A atividade dosAgentes Comunitários de Saúde deve doença arterial coronária: sinais e sintomas sugesti-
se dar pela lógica do planejamento do processo de vos.
d) Alimentação adequada, sobretudo quanto ao con-
trabalho a partir das necessidades do território, com
sumo de sal, controle do peso, prática de atividade
priorização para a população com maior grau de vul-
física, tabagismo e uso excessivo de álcool.
nerabilidade e de risco epidemiológico.
e) É parte da Política Nacional de Atenção Integral à
hipertensão arterial, seus fatores de risco e suas
65. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Pla- complicações e é dirigido aos profissionais de saúde.
tina - PR) O cadastramento é colocar no papel todas as
informações sobre a comunidade e, para isso, o Agente 69. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Plati-
Comunitário de Saúde (ACS) tem fichas para preencher. na - PR) A afirmativa CORRETA quanto às vantagens da
Portanto, é CORRETO afirmar: visita domiciliar é:
a) Essas informações são barreiras impostas por um a) O profissional de saúde, a partir da avaliação das
obstáculo humano. condições do domicílio da família, da situação socio-
b) Cadastrar é característica das palavras que nos ser- econômica, cultural e de saúde, consegue elaborar
vem para expressar ideias. um plano de ação para atender de forma integral ao
c) Ingressar num ambiente em que o indivíduo pode indivíduo e sua família.
ser visto, integralmente, no seu contexto. b) Na equipe interdisciplinar, é necessário definir al-
d) Cadastrar serve para conquistar a confiança e o res- guns papéis, com a finalidade de atingir objetivos
peito das pessoas e conhecer as informações sobre propostos na assistência domiciliar.
a família. c) Reorganizar cuidados de enfermagem de maior com-
e) Essas informações são fundamentais para fazer o plexidade técnica, que exigem conhecimento ade-
diagnóstico da comunidade. quado e capacidade de tomar decisões imediatas.
d) Participar de reuniões técnicas, de discussão de caso
66. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina e elaboração de projetos terapêuticos; promovendo
- PR) O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um agente a intersetorialidade, bem como estilo e apoio psicos-
de mudanças e todas as suas ações são importantes social para paciente e família.
para qualificar o seu trabalho. Portanto, qual alternativa e) O profissional de saúde pode destacar, como difi-
corresponde ao seu trabalho e reflete a maioria de suas cultadores da assistência domiciliária, a ausência de
ações? saneamento básico, ausência de cuidador, locais de
a) Identificar; Encaminhar; Orientar e Acompanhar. difícil acesso, dificuldade estrutural e financeira e
b) Somar; Medicar; Prevenir e Reunir. diferenças culturais.
c) Priorizar; Organizar; Coordenar e Inserir.
d) Selecionar; Contratar; Garantir e Identificar. 70. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina
e) Encaminhar; Elaborar; Monitorar e Avaliar. - PR) No modelo de atenção em saúde fundamentado
na assistência multiprofissional em saúde da família, são
consideradas atividades típicas do Agente Comunitário
67. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina
Conhecimentos Específicos

de Saúde em sua área geográfica de atuação:


- PR) Uma das competências do Agente Comunitário de
a) Discutir com a equipe, de forma permanente, solu-
Saúde com relação à Hipertensão arterial é (assinale a ções, estratégias e metas para o processo de traba-
alternativa CORRETA): lho, consultas a gestante, criança, hipertensos, dia-
a) Controlar o estoque de medicamentos e solicitar béticos, idosos, controle de tuberculose, hanseníase
reposição, seguindo as orientações do enfermeiro e organizar campanha de imunização.
da unidade, no caso de impossibilidade do farma- b) Prestar atendimento integral, fazer atendimentos de
cêutico. urgências, criar vínculo com a população e abordar
b) Rastrear a hipertensão arterial em indivíduos com os aspectos preventivos das doenças.
mais de 20 anos, pelo menos uma vez ao ano, mes- c) Realizar visitas domiciliares, discussão de caso com
mo naqueles sem queixa. a equipe, administração de medicamentos,vacinas,
c) Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem inalação.
intercorrências. d) A utilização de instrumentos para diagnóstico demo-
d) Tomar a decisão terapêutica, definindo o início do gráfico e sociocultural; o detalhamento das visitas
tratamento medicamentoso. domiciliares, com coleta e registro de dados relativos
e) Encaminhar as solicitações de exames complemen- às suas atribuições, para fim exclusivo de controle e
tares para serviços de referência. planejamento das ações de saúde.

116
e) Criar vínculo com a população, prestar atendimento Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS a
médico assistencial, bem como participar do pla- execução de ações, EXCETO:
nejamento e organizar o processo de trabalho na a) De saúde do trabalhador.
Unidade Básica de Saúde (UBS). b) De vigilância sanitária.
c) De vigilância epidemiológica.
71. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Plati- d) De comércio farmacêutico.
na - PR) Marque a alternativa que melhor define “Rede
Hierarquizada”. 75. (2022/AMEOSC/Prefeitura de Guarujá do Sul - SC) Ana-
a) É um dos princípios do Sistema Único de Saúde e se lise as assertivas abaixo e depois marque a alternativa
refere ao direito de todo o cidadão de ser atendido que menciona corretamente todas que fazem parte do
por qualquer serviço de saúde, público ou privado, campo de atuação do Sistema Único de Saúde.
integrantes do Sistema Único de Saúde, sem ter que I. Formulação e execução da política de sangue e seus
pagar pelo atendimento. derivados.
b) Significa que os serviços de saúde estão organizados II. O incremento, em sua área de atuação, do desenvol-
de uma forma tal que a porta de entrada para o vimento científico e tecnológico.
atendimento deverá ser a Unidade Básica de Saúde III. A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e in-
(UBS) e que haverá, a partir dela, uma série de ser- sumos para consumo animal.
viços de complexidade cada vez maior em termos IV. A colaboração na proteção do meio ambiente, nele
de capacidade de resolução de problemas de saúde. compreendido o do trabalho.
c) Refere-se ao processo de transferência de um nível V. A ordenação da formação de recursos humanos na
de governo para outro, ou seja, do nível federal para área acadêmico-científica.
o estadual ou municipal, das responsabilidades so- É CORRETO o que afirma em:
bre determinada área de atuação e das condições a) II, III e IV.
para o cumprimento dessas responsabilidades. b) I, II, III e IV.
d) É um dos princípios do Sistema Único de Saúde e c) II, III, IV e V.
significa que todos os cidadãos brasileiros, indepen- d) I, II, IV e V.
dentemente de sexo, religião, idade ou situação de
emprego têm direito à mesma assistência à saúde. 76. (2022/AMEOSC/Prefeitura de Guarujá do Sul - SC) No
e) Refere-se genericamente ao gestor das Unidades de capítulo II da Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde
Saúde, públicas ou privadas, que prestam serviços número 8.080 há providências relacionadas aos prin-
de atenção à saúde da população. cípios e diretrizes desse sistema. Usando de seus co-
nhecimentos sobre a lei citada, indique abaixo qual dos
72. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina princípios está diretamente relacionado ao "acesso aos
- PR) De acordo com a Lei 8.142 de 28/12/1990, qual serviços de saúde".
alternativa abaixo contempla a participação da comu- a) Integralidade.
nidade no Sistema Único de Saúde, em cada esfera de b) Igualdade.
governo federal, estadual e municipal.
c) Universalidade.
a) Investimentos previstos no Plano Quinquenal do
d) Equidade.
Ministério da Saúde.
b) Fundo de Saúde e Plano de Saúde.
77. (2022/AMEOSC/Prefeitura de Guarujá do Sul – SC) Mar-
c) Relatórios de gestãoe Plano de Carreira, Cargos e
que abaixo a alternativa que menciona uma correta
Salários (PCCS).
d) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS). competência da direção NACIONAL do Sistema Único
e) Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde. de Saúde.
a) Participar das ações de controle e avaliação das con-
73. (2022/UNIOESTE/Prefeitura de Santo Antônio da Platina dições e dos ambientes de trabalho.
- PR) Selecione, entre as alternativas a seguir, aquela b) Promover a descentralização para os municípios dos
que indica objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS): serviços e das ações de saúde.
a) O controle e a fiscalização de serviços, produtos e c) Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
substâncias de interesse para a saúde. privados de saúde.
b) A vigilância nutricional e a orientação alimentar. d) Coordenar e participar na execução das ações de
c) A assistência às pessoas por intermédio de ações de vigilância epidemiológica.
Conhecimentos Específicos

promoção, proteção e recuperação da saúde, com


a realização integrada das ações assistenciais e das 78. (2022/AMEOSC/Prefeitura de Guarujá do Sul - SC) Mar-
atividades preventivas. que abaixo a única ação que não compete a direção
d) O incremento, em sua área de atuação, do desen- MUNICIPAL do Sistema Único de Saúde.
volvimento científico e tecnológico. a) Coordenar e, em caráter complementar, executar
e) A formulação da política de medicamentos, equipa- ações e serviços de vigilância sanitária.
mentos, imunobiológicos e outros insumos de inte- b) Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui-
resse para a saúde e a participação na sua produção. zadas do SUS.
c) Definir e coordenar os sistemas de rede de labora-
74. (2022/AMEOSC/Prefeitura de Guarujá do Sul - SC) A tórios de saúde pública.
lei número 8.080 de setembro de 1990 começa dizen- d) Coordenar e, em caráter complementar, executar
do que a saúde é um direito FUNDAMENTAL do ser ações e serviços de alimentação e nutrição.
humano, devendo o Estado prover as condições indis-
pensáveis para seu exercício. O sistema único de saúde 79. (2022/AMEOSC/Prefeitura de Guarujá do Sul - SC) Desde
(SUS) é o órgão pelo qual tal providência é realizada, 1988, o Brasil tem estabelecido um sistema de saúde
gratuitamente, no Brasil. dinâmico e complexo (o Sistema Único de Saúde - SUS),

117
baseado nos princípios da saúde como um direito do a) nº 11.382.
cidadão e um dever do Estado. (Paim et al., 2011) b) nº 12.466.
Com base na Lei nº 8080/90, sobre o Sistema Único de c) nº 11.287.
Saúde (SUS), é CORRETO afirmar que: d) nº 12.824.
a) Os cargos e funções de chefia, direção e assessora- e) nº 11.466.
mento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
poderão ser exercidas em regime de tempo parcial. 84. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) Qual das se-
b) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. A guintes equipes representa a estratégia prioritária de
participação suplementar dos serviços privados será atenção à saúde?
formalizada mediante lei, observadas, a respeito, as a) Equipe de Saúde Bucal.
normas de direito privado. b) Equipe de médicos generalistas.
c) O Ministério da Saúde estabelecerá as diretrizes a c) Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde.
serem observadas na elaboração dos planos de saú- d) Equipe de Saúde da Família.
de, em função das características epidemiológicas e) Equipe de Atenção Básica.
e da organização dos serviços em cada jurisdição
administrativa.
85. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) São compo-
d) Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde -
nentes das diretrizes da Atenção Básica:
SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados
a) Regionalização e Resolutividade.
a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de trabalho b) Universalidade e Integralidade.
de parto, parto e pósparto imediato. c) Universalidade e Equidade.
d) Universalidade e Regionalização.
80. (2022/FUNDATEC/Prefeitura de Esteio - RS) Analise as e) Integralidade e Participação da comunidade.
assertivas abaixo sobre os pontos de atenção à saúde
no SUS: 86. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) Qual das se-
I. Domicílios. guintes instituições é responsável pela divulgação peri-
II. Serviços de hemoterapia e hematologia. ódica dos relatórios de indicadores da Atenção Básica?
III. Residências Terapêuticas. a) Agência Brasileira de Vigilância Sanitária.
Quais estão corretas? b) Secretarias Estaduais de Saúde e Distrito Federal.
a) Apenas II. c) Secretarias Municipais de Saúde.
b) Apenas I e II. d) Ministério da Saúde.
c) Apenas I e III. e) Conselho Nacional de Saúde.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III. 87. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville – SC) Sobre a Aten-
ção Básica, assinale o item correto.
81. (2022/FUNDATEC/Prefeitura de Esteio - RS) Assinale a a) É o conjunto de ações responsáveis pelo tratamento
alternativa que contém uma rede temática de pesquisa farmacológico do paciente.
em Saúde no SUS. b) Não se encarrega de responsabilidade sanitária.
a) Cuidados à Pessoa com Deficiência. c) É ofertada gratuitamente, mas somente a brasileiros
b) Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em sem plano de saúde privado.
Saúde. d) É realizada por equipe multiprofissional.
c) Ensino para a Gestão Estratégica do Sistema Único e) Apesar de proibir exclusões sociais, ainda não conta
de Saúde. com estratégias para minimizar desigualdades.
d) Políticas Informadas por Evidências.
e) Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação 88. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) A Conferência
sobre Medicamentos. de Saúde é um espaço democrático em que são avalia-
das as situações de saúde. Com que frequência deve
82. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) De acordo com
ocorrer tal evento?
o Art. 14° da Lei nº 8.080, assinale a alternativa correta.
a) Semestralmente.
a) Tal artigo diz respeito à participação de empresas e
b) A cada cinco anos.
capital estrangeiro no SUS.
Conhecimentos Específicos

b) Os municípios podem constituir consórcios para de- c) A cada dois anos.


senvolver ações em conjunto. d) Anualmente.
c) Deverão ser criadas Comissões Permanentes de in- e) A cada quatro anos.
tegração entre os serviços de saúde e as instituições
de ensino. 89. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) No artigo 198
d) Ao Distrito Federal competem as atribuições reser- da Constituição Federal de 1988, são citadas algumas
vadas aos Estados e Municípios. diretrizes que organizam o sistema de saúde. Dentre
e) A direção do SUS é única, sendo exercida pelo Mi- tais, pode-se citar:
nistério da Saúde e pelas Secretarias de saúde. a) Atendimento integral, com prioridade para as ativi-
dades preventivas.
83. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) O Conselho b) Atendimento semi-integral, com prioridade para
Nacional de Secretários de Saúde (Conass) é uma en- atendimentos de alto risco.
tidade representativa dos entes estaduais para tratar c) Centralização, com direção única do Governo Fede-
de matérias referentes à saúde. Entretanto, ele só foi ral.
reconhecido legalmente em 2011, por meio da publi- d) Ausência de participação da comunidade.
cação da Lei: e) Descentralização, com direção pública e privada.

118
90. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) São princípios 94. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) A Política Na-
organizativos do Sistema Único de Saúde (SUS): cional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) foi
a) Regionalização, responsabilidade, comando único e instituída em 2004 e sugere atualizações metodológicas
união. e tecnológicas para o fortalecimento do Sistema único
b) Regionalização, hierarquização, descentralização, de Saúde. Pode-se afirmar que, de acordo com a Por-
comando único e participação popular. taria nº 2761/2013, um dos objetivos específicos da
c) Regionalização, hierarquização, centralização, co- PNEPS-SUS é:
mando único e participação popular. a) limitar o enfrentamento dos determinantes sociais
d) Responsabilidade, hierarquização, descentralização, de saúde aos profissionais das áreas envolvidas.
comando único e participação popular. b) promover políticas que assegurem a centralização
e) União, hierarquização, equidade, comando único e municipal das ações de saúde.
participação popular. c) gerir os sistemas de saúde.
d) coordenar redes de laboratórios.
91. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) O Método Clí- e) fortalecer a gestão participativa nos espaços do SUS.
nico Centrado na Pessoa (MCCP) representa a tentativa
do médico de entender o paciente e entender a doen- 95. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) Um Sistema
ça desse paciente. Tal método, abordado por Stewart de Informação em Saúde (SIS) pode ser definido como
(2017), é constituído por quatro componentes. Acerca um conjunto de componentes que, de forma integra-
do primeiro componente do MCCP, pode-se afirmar que da, atuam para implementar processos de decisões no
uma de suas principais contribuições é o/a: Sistema de Saúde. Assinale a alternativa correta que
a) enfoque no uso de materiais disponíveis. exemplifica um SIS e seu respectivo objeto de registro.
b) diferenciação entre doença e adoecimento. a) SIH-SUS: internações financiadas pelo SUS.
c) elaboração de um plano conjunto para o manejo dos b) SISVAN: ações previstas na Política de Alimentação
problemas. Infantil.
d) contínuo fortalecimento da relação entre a pessoa c) SI-PNI: ações do Programa de pré-natal.
e o médico. d) SAI-APAC: procedimentos da Atenção Básica.
e) tentativa de entender a integralidade do indivíduo: e) SINASC: mortalidade infantil.
família, contexto social, história de saúde, relações
interpessoais etc. 96. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) A respeito
da organização, direção e gestão do Sistema Único de
92. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) Uma adequada Saúde (SUS), assinale a alternativa correta.
relação médico-paciente é muito importante para que a) A organização em distritos é limitada ao nível esta-
a saúde do paciente seja conduzida da melhor maneira. dual.
Sobre os modelos de relação médico-paciente, assinale b) Os municípios não podem constituir consórcios para
desenvolver serviços de saúde.
o item abaixo que faz uma correta correlação.
c) Consórcios intermunicipais podem ser formados,
a) Modelo Contratualista: a autoridade do médico não
desde que não haja direção única.
é preservada, o que garante ao paciente a exclusiva
d) A direção do SUS é única e é exercida apenas pelo
tomada de decisão.
Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Muni-
b) Modelo Contratualista: como médico e paciente
cipais de Saúde (ou órgãos equivalentes).
têm participação ativa, existe uma efetiva troca de
e) Comissões intersetoriais podem articular políticas e
informações e um comprometimento de ambas as
programas, mas, somente, de atividades da vigilância
partes. sanitária.
c) Modelo Engenheiro: há uma construção gradual da
decisão. Assim, médico e paciente dialogam sobre 97. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) Quanto à parti-
suas preocupações e, juntos, tomam uma decisão. cipação da iniciativa privada no Sistema Único de Saúde
d) Modelo Colegial: o médico apenas informa o pro- (SUS), pode-se afirmar que:
cedimento e, dessa forma, a tomada de decisão é a) Não há qualquer regulamentação sobre a participa-
exclusivamente do paciente. ção dessas instituições no SUS.
e) Modelo Sacerdotal: há uma acentuada relação, de b) Instituições privadas não participam do SUS, visto
modo que a decisão seja tomada em comum acordo. que não cabe ao Estado gerenciar tais recursos.
c) Sistemas privados de saúde só participam do SUS
Conhecimentos Específicos

93. (2022/IBADE/Prefeitura de Joinville - SC) Conselho de em caráter emergencial, tal como em epidemias.
Saúde é o nome que se dá à instância do Sistema Único d) O dever do Estado exclui o das empresas.
de Saúde, cuja missão é fiscalizar, monitorar e acom- e) A participação dessas instituições no SUS pode ocor-
panhar as políticas públicas de saúde. Como se dá a rer, desde que em caráter complementar.
composição e distribuição dos integrantes do colegiado
de um Conselho de Saúde? 98. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
a) Usuários (20%), profissionais de saúde (40%), ges- ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
tores e prestadores de serviço (40%). 8.080/90.
b) Usuários (50%), profissionais de saúde (25%), ges- a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
tores e prestadores de serviço (25%). (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
c) Usuários (50%), profissionais de saúde (40%), ges- esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
tores e prestadores de serviço (10%). ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
d) Usuários (20%), profissionais de saúde (60%), ges- b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
tores e prestadores de serviço (20%). do Orçamento da Seguridade Social são administra-
e) Usuários (33,33%), profissionais de saúde (33,33%), dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
gestores e prestadores de serviço (33,33%). mento geral da União.

119
c) O processo de planejamento e orçamento do Sis- 103. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está
tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível de acordo com as disposições previstas na Lei Federal
federal até o local. nº 8.080/1990.
d) O processo de planejamento e orçamento do Sis- a) A participação complementar dos serviços privados
tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível será formalizada mediante contrato ou convênio, ob-
local até o federal. servadas, a respeito, as normas de direito privado.
e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste-
Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma
único da esfera de poder onde forem arrecadadas centralizada e hierarquizada em níveis de comple-
xidade decrescente.
99. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme previsto na Portaria c) As instituições privadas poderão participar de forma
de Consolidação nº 1 da Secretaria de Atenção Primária concorrente no sistema único de saúde.
à Saúde do Ministério da Saúde, o envio das informa- d) É possível a destinação de recursos públicos para
ções de produção da Atenção Primária à Saúde para o auxílios ou subvenções às instituições privadas com
Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica fins lucrativos.
(SISAB) deve ocorrer no mês subsequente à sua reali- e) É vedada a participação direta ou indireta de empre-
zação, até o sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde
a) quinto dia útil. no País, salvo nos casos previstos em lei.
b) décimo dia útil.
c) décimo-quinto dia útil. 104. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor-
d) penúltimo dia útil. responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento
e) último dia útil. das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único
de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº
100. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que in- 8.080/1990.
dica corretamente o órgão competente para dispor a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape-
sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais nas no nível básico de assistência.
– RENAME, conforme o disposto no Decreto Federal nº b) Integralidade de assistência no nível de baixa com-
7.508/2011. plexidade do sistema.
a) Conferência de Saúde c) Descentralização político-administrativa, com dire-
b) Conselho de Saúde ção compartilhada em cada esfera de governo.
c) Ministério da Saúde d) Participação da comunidade.
d) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CO- e) Segregação em nível executivo das ações de saúde,
NASS) meio ambiente e saneamento básico.
e) Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
105. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
101. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica- ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal 8.080/90.
Complementar nº 141, são consideradas como despe- a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
sas com ações e serviços públicos de saúde (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser- esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
vidores da saúde. ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
b) os programas de alimentação, quando executados b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
em unidades do SUS. do Orçamento da Seguridade Social são administra-
c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde. mento geral da União.
d) as ações de assistência social e saneamento básico. c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu- tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
peração da saúde que atendam, simultaneamente, federal até o local.
às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
nº 8.080. local até o federal.
Conhecimentos Específicos

e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de


102. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa
em relação às regras sobre participação da comunidade único da esfera de poder onde forem arrecadadas.
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas
na Lei Federal nº 8.142/1990. 106. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme previsto na Portaria
a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con- de Consolidação nº 1 da Secretaria de Atenção Primária
vocada pelo Poder Executivo à Saúde do Ministério da Saúde, o envio das informa-
b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con- ções de produção da Atenção Primária à Saúde para o
sultivo. Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de- (SISAB) deve ocorrer no mês subsequente à sua reali-
liberativo. zação, até o
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- a) quinto dia útil.
gias e no controle da execução da política de saúde. b) décimo dia útil.
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe c) décimo-quinto dia útil.
do poder legalmente constituído em cada esfera do d) penúltimo dia útil.
governo. e) último dia útil.

120
107. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que in- de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº
dica corretamente o órgão competente para dispor 8.080/1990.
sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape-
– RENAME, conforme o disposto no Decreto Federal nº nas no nível básico de assistência.
7.508/2011. b) Integralidade de assistência no nível de baixa com-
a) Conferência de Saúde plexidade do sistema.
b) Conselho de Saúde c) Descentralização político-administrativa, com dire-
c) Ministério da Saúde ção compartilhada em cada esfera de governo.
d) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CO- d) Participação da comunidade.
NASS) e) Segregação em nível executivo das ações de saúde,
e) Comissão Intergestores Tripartite (CIT) meio ambiente e saneamento básico.
108. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica- 112. (2022/FAURGS/SES-RS) O processo de reforma psiqui-
ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal
átrica no Brasil
Complementar nº 141, são consideradas como despe-
a) propõe o aumento gradual de leitos em hospitais psi-
sas com ações e serviços públicos de saúde
a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser- quiátricos, percebidos como insuficientes ao longo
vidores da saúde. da história da saúde mental.
b) os programas de alimentação, quando executados b) representa um processo político e social em defesa
em unidades do SUS. das instituições psiquiátricas, visando à melhoria da
c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para assistência através de investimentos e capacitações.
beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde. c) orienta a transformação gradual de leitos psiquiá-
d) as ações de assistência social e saneamento básico. tricos em moradias para os pacientes crônicos de
e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu- internações de longa permanência.
peração da saúde que atendam, simultaneamente, d) representa uma estratégia de atenção à crise, que
às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e visa ao aumento da rede de serviços de emergên-
aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal cias, ampliando o seu acesso, principalmente para
nº 8.080. pacientes usuários de álcool e outras drogas.
e) redireciona a assistência em saúde mental de um
109. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta modelo centrado na internação hospitalar para a
em relação às regras sobre participação da comunidade construção da rede de atenção, com serviços de base
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas comunitária e territorial.
na Lei Federal nº 8.142/1990.
a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con- 113. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
vocada pelo Poder Executivo.
ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con-
8.080/90.
sultivo.
a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de-
liberativo. (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
gias e no controle da execução da política de saúde. ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
do poder legalmente constituído em cada esfera do do Orçamento da Seguridade Social são administra-
governo. dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
mento geral da União.
110. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
de acordo com as disposições previstas na Lei Federal tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
nº 8.080/1990. federal até o local.
a) A participação complementar dos serviços privados d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
servadas, a respeito, as normas de direito privado. local até o federal.
Conhecimentos Específicos

b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste- e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa
centralizada e hierarquizada em níveis de comple- único da esfera de poder onde forem arrecadadas.
xidade decrescente.
c) As instituições privadas poderão participar de forma 114. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que in-
concorrente no sistema único de saúde.
dica corretamente o órgão competente para dispor
d) É possível a destinação de recursos públicos para
sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
auxílios ou subvenções às instituições privadas com
fins lucrativos. – RENAME, conforme o disposto no Decreto Federal nº
e) É vedada a participação direta ou indireta de empre- 7.508/2011.
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde a) Conferência de Saúde
no País, salvo nos casos previstos em lei. b) Conselho de Saúde
c) Ministério da Saúde
111. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor- d) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CO-
responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento NASS)
das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único e) Comissão Intergestores Tripartite (CIT)

121
115. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica- 119. (2022/FAURGS/SES-RS) Sobre a Política Nacional de
ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal Humanização (PNH) assinale a afirmação INCORRETA.
Complementar nº 141, são consideradas como despe- a) A humanização é vista não como programa, mas
sas com ações e serviços públicos de saúde como política pública que atravessa/transversaliza
a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser- as diferentes ações e instâncias gestoras do SUS.
vidores da saúde. b) Uma das orientações gerais da PNH é a valorização
b) os programas de alimentação, quando executados da ambiência, com organização de espaços de tra-
em unidades do SUS. balho saudáveis e acolhedores.
c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para c) Humanização diz respeito a uma aposta ético-esté-
beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde. tico-política.
d) as ações de assistência social e saneamento básico d) Os três princípios da PNH são: transversalidade, in-
e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu- dissociabilidade entre atenção e gestão e protagonis-
peração da saúde que atendam, simultaneamente, mo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos
às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e e dos coletivos.
aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal e) Acolhimento é uma diretriz da PNH e se caracteriza
nº 8.080. apenas por um questionário realizado por um pro-
fissional na chegada do usuário.
116. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta
em relação às regras sobre participação da comunidade 120. (2022/FAURGS/SES-RS) De acordo com a portaria nº
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas 1.823, de 23 de agosto de 2012, a estratégia de inte-
na Lei Federal nº 8.142/1990. gração da Vigilância em Saúde do Trabalhador com os
a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con- demais componentes da Vigilância em Saúde e com a
vocada pelo Poder Executivo. Atenção Primária em Saúde pressupõe investimentos
b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con- na ___________ e capacitação integradas das equipes
sultivo. dos diversos componentes da vigilância em saúde,
c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de- com incorporação de ___________, comuns e afins,
liberativo. nos ___________ e nas estratégias de educação per-
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- manente de todos os componentes da Vigilância em
Saúde.
gias e no controle da execução da política de saúde.
Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe
tivamente, as lacunas do excerto acima.
do poder legalmente constituído em cada esfera do
a) contratação – recursos financeiros – programas de
governo.
divulgação
b) economia solidária – trabalhadores – financiamentos
117. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está
c) qualificação – conteúdos específicos – processos
de acordo com as disposições previstas na Lei Federal formativos
nº 8.080/1990. d) identificação das atividades produtivas – intervenção
a) A participação complementar dos serviços privados nos processos – protocolos
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- e) promoção da saúde – parâmetros protetores da saú-
servadas, a respeito, as normas de direito privado de – sistemas de planejamento
b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste-
ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma 121. (2022/FAURGS/SES-RS) Qual princípio do Sistema Único
centralizada e hierarquizada em níveis de comple- de Saúde (SUS) tem por objetivo diminuir as desigual-
xidade decrescente. dades?
c) As instituições privadas poderão participar de forma a) Universalização.
concorrente no sistema único de saúde. b) Regionalização.
d) É possível a destinação de recursos públicos para c) Equidade.
auxílios ou subvenções às instituições privadas com d) Integralidade.
fins lucrativos. e) Justiça social.
e) É vedada a participação direta ou indireta de empre-
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde 122. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
Conhecimentos Específicos

no País, salvo nos casos previstos em lei. ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
8.080/90.
118. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor- a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
8.080/1990. b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape- do Orçamento da Seguridade Social são administra-
nas no nível básico de assistência. dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
b) Integralidade de assistência no nível de baixa com- mento geral da União.
plexidade do sistema. c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
c) Descentralização político-administrativa, com dire- tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
ção compartilhada em cada esfera de governo. federal até o local.
d) Participação da comunidade. d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
e) Segregação em nível executivo das ações de saúde, tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
meio ambiente e saneamento básico. local até o federal.

122
e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste-
Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma
único da esfera de poder onde forem arrecadadas. centralizada e hierarquizada em níveis de comple-
xidade decrescente.
123. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme previsto na Portaria c) As instituições privadas poderão participar de forma
de Consolidação nº 1 da Secretaria de Atenção Primária concorrente no sistema único de saúde.
à Saúde do Ministério da Saúde, o envio das informa- d) É possível a destinação de recursos públicos para
ções de produção da Atenção Primária à Saúde para o auxílios ou subvenções às instituições privadas com
Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica fins lucrativos.
(SISAB) deve ocorrer no mês subsequente à sua reali- e) É vedada a participação direta ou indireta de empre-
zação, até o sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde
a) quinto dia útil. no País, salvo nos casos previstos em lei.
b) décimo dia útil.
c) décimo-quinto dia útil. 128. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor-
d) penúltimo dia útil. responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento
e) último dia útil. das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único
de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº
124. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que in- 8.080/1990.
dica corretamente o órgão competente para dispor a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape-
sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais nas no nível básico de assistência.
– RENAME, conforme o disposto no Decreto Federal nº b) Integralidade de assistência no nível de baixa com-
7.508/2011. plexidade do sistema.
a) Conferência de Saúde c) Descentralização político-administrativa, com dire-
b) Conselho de Saúde ção compartilhada em cada esfera de governo.
c) Ministério da Saúde d) Participação da comunidade.
d) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CO- e) Segregação em nível executivo das ações de saúde,
NASS) meio ambiente e saneamento básico.
e) Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
129. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
125. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica- ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal 8.080/90.
Complementar nº 141, são consideradas como despe- a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
sas com ações e serviços públicos de saúde (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser-
esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
vidores da saúde.
ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
b) os programas de alimentação, quando executados
b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
em unidades do SUS.
do Orçamento da Seguridade Social são administra-
c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para
dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde.
mento geral da União.
d) as ações de assistência social e saneamento básico.
c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu-
peração da saúde que atendam, simultaneamente, tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e federal até o local.
aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
nº 8.080. tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
local até o federal.
126. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
em relação às regras sobre participação da comunidade Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas único da esfera de poder onde forem arrecadadas.
na Lei Federal nº 8.142/1990.
a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con- 130. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme previsto na Portaria
vocada pelo Poder Executivo. de Consolidação nº 1 da Secretaria de Atenção Primária
Conhecimentos Específicos

b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con- à Saúde do Ministério da Saúde, o envio das informa-
sultivo. ções de produção da Atenção Primária à Saúde para o
c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de- Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
liberativo. (SISAB) deve ocorrer no mês subsequente à sua reali-
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- zação, até o
gias e no controle da execução da política de saúde. a) quinto dia útil.
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe b) décimo dia útil.
do poder legalmente constituído em cada esfera do c) décimo-quinto dia útil.
governo. d) penúltimo dia útil.
e) último dia útil.
127. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está
de acordo com as disposições previstas na Lei Federal 131. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que in-
nº 8.080/1990. dica corretamente o órgão competente para dispor
a) A participação complementar dos serviços privados sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- – RENAME, conforme o disposto no Decreto Federal nº
servadas, a respeito, as normas de direito privado. 7.508/2011.

123
a) Conferência de Saúde c) Descentralização político-administrativa, com dire-
b) Conselho de Saúde ção compartilhada em cada esfera de governo.
c) Ministério da Saúde d) Participação da comunidade.
d) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CO- e) Segregação em nível executivo das ações de saúde,
NASS) meio ambiente e saneamento básico.
e) Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
136. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
132. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica- ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal 8.080/90.
Complementar nº 141, são consideradas como despe- a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
sas com ações e serviços públicos de saúde (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser- esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
vidores da saúde. ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
b) os programas de alimentação, quando executados b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
em unidades do SUS. do Orçamento da Seguridade Social são administra-
c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde. mento geral da União.
d) as ações de assistência social e saneamento básico. c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu- tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
peração da saúde que atendam, simultaneamente, federal até o local.
às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
nº 8.080. local até o federal.
e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
133. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa
em relação às regras sobre participação da comunidade único da esfera de poder onde forem arrecadadas.
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas
na Lei Federal nº 8.142/1990. 137. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme previsto na Portaria
a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con- de Consolidação nº 1 da Secretaria de Atenção Primária
vocada pelo Poder Executivo. à Saúde do Ministério da Saúde, o envio das informa-
b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con- ções de produção da Atenção Primária à Saúde para o
sultivo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de- (SISAB) deve ocorrer no mês subsequente à sua reali-
liberativo. zação, até o
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté-
a) quinto dia útil.
gias e no controle da execução da política de saúde.
b) décimo dia útil.
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe
c) décimo-quinto dia útil.
do poder legalmente constituído em cada esfera do
d) penúltimo dia útil.
governo.
e) último dia útil.
134. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está
138. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica-
de acordo com as disposições previstas na Lei Federal
nº 8.080/1990. ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal
a) A participação complementar dos serviços privados Complementar nº 141, são consideradas como despe-
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- sas com ações e serviços públicos de saúde
servadas, a respeito, as normas de direito privado. a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser-
b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste- vidores da saúde.
ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma b) os programas de alimentação, quando executados
centralizada e hierarquizada em níveis de comple- em unidades do SUS.
xidade decrescente. c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para
c) As instituições privadas poderão participar de forma beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde.
concorrente no sistema único de saúde. d) as ações de assistência social e saneamento básico.
Conhecimentos Específicos

d) É possível a destinação de recursos públicos para e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu-
auxílios ou subvenções às instituições privadas com peração da saúde que atendam, simultaneamente,
fins lucrativos. às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e
e) É vedada a participação direta ou indireta de empre- aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde nº 8.080.
no País, salvo nos casos previstos em lei.
139. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta
135. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor- em relação às regras sobre participação da comunidade
responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas
das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único na Lei Federal nº 8.142/1990.
de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con-
8.080/1990. vocada pelo Poder Executivo.
a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape- b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con-
nas no nível básico de assistência. sultivo.
b) Integralidade de assistência no nível de baixa com- c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de-
plexidade do sistema. liberativo.

124
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- 144. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
gias e no controle da execução da política de saúde. ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe 8.080/90.
do poder legalmente constituído em cada esfera do a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
governo. (SUS) serão depositados em conta geral, em cada
esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
140. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
de acordo com as disposições previstas na Lei Federal b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
nº 8.080/1990. do Orçamento da Seguridade Social são administra-
a) A participação complementar dos serviços privados dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- mento geral da União.
servadas, a respeito, as normas de direito privado. c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste- tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma federal até o local.
centralizada e hierarquizada em níveis de comple- d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
xidade decrescente. tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
c) As instituições privadas poderão participar de forma local até o federal.
concorrente no sistema único de saúde. e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
d) É possível a destinação de recursos públicos para Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa
auxílios ou subvenções às instituições privadas com único da esfera de poder onde forem arrecadadas.
fins lucrativos.
e) É vedada a participação direta ou indireta de empre- 145. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme previsto na Portaria
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde de Consolidação nº 1 da Secretaria de Atenção Primária
no País, salvo nos casos previstos em lei. à Saúde do Ministério da Saúde, o envio das informa-
ções de produção da Atenção Primária à Saúde para o
141. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor- Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica
responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento (SISAB) deve ocorrer no mês subsequente à sua reali-
das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único zação, até o
de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº a) quinto dia útil.
8.080/1990. b) décimo dia útil.
a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape- c) décimo-quinto dia útil.
nas no nível básico de assistência. d) penúltimo dia útil.
b) Integralidade de assistência no nível de baixa com- e) último dia útil.
plexidade do sistema.
c) Descentralização político-administrativa, com dire- 146. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que in-
ção compartilhada em cada esfera de governo.
dica corretamente o órgão competente para dispor
d) Participação da comunidade.
sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
e) Segregação em nível executivo das ações de saúde,
– RENAME, conforme o disposto no Decreto Federal nº
meio ambiente e saneamento básico.
7.508/2011.
a) Conferência de Saúde
142. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cita
b) Conselho de Saúde
direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição
da República. c) Ministério da Saúde
a) Trabalho, moradia, liberdade de expressão. d) Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CO-
b) Educação, saúde, alimentação. NASS)
c) Lazer, segurança, sufrágio universal. e) Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
d) Intimidade, alimentação, trabalho.
e) Transporte, igualdade, educação. 147. (2022/FAURGS/SES-RS) Para fins de apuração da aplica-
ção dos recursos mínimos estabelecidos na Lei Federal
143. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta Complementar nº 141, são consideradas como despe-
em relação ao disposto no artigo 5º da Constituição da sas com ações e serviços públicos de saúde
República. a) o pagamento de aposentadorias e pensões dos ser-
Conhecimentos Específicos

a) A prática do racismo constitui crime inafiançável e vidores da saúde.


imprescritível, sujeito à pena de detenção, nos ter- b) os programas de alimentação, quando executados
mos da lei. em unidades do SUS.
b) No caso de iminente perigo público, a autoridade c) as obras de infraestrutura, quando realizadas para
competente poderá usar de propriedade particular, beneficiar direta ou indiretamente a rede de saúde.
mediante prévia indenização ao proprietário. d) as ações de assistência social e saneamento básico.
c) As associações só poderão ter suas atividades com- e) aquelas voltadas para a promoção, proteção e recu-
pulsoriamente suspensas por decisão judicial tran- peração da saúde que atendam, simultaneamente,
sitada em julgado. às diretrizes do artigo 2º da Lei Complementar 141 e
d) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela aos princípios estatuídos no artigo 7º da Lei Federal
podendo penetrar sem consentimento do morador, nº 8.080.
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por deter- 148. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa correta
minação judicial. em relação às regras sobre participação da comunidade
e) É livre a manifestação do pensamento, sendo garan- na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostas
tido o anonimato. na Lei Federal nº 8.142/1990.

125
a) A Conferência de Saúde se reúne anualmente, con- 152. (2022/FAURGS/SES-RS) Na gestão de trabalho e infraes-
vocada pelo Poder Executivo. trutura da Atenção Básica, segundo a Política Nacional
b) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e con- de Atenção Básica (PNAB) de 2017, a Equipe de Saúde
sultivo. da Família (eSF) deve ter composição mínima de
c) O Conselho de Saúde tem caráter temporário e de- a) médico, preferencialmente da especialidade medi-
liberativo. cina de família e comunidade; enfermeiro, preferen-
d) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- cialmente especialista em saúde da família; auxiliar
gias e no controle da execução da política de saúde. e/ou técnico de enfermagem e Agente Comunitário
e) As decisões do Conselho de Saúde vinculam o chefe de Saúde (ACS).
do poder legalmente constituído em cada esfera do b) médico especialista em saúde da família; enfermeiro
governo. especialista em saúde da família e/ou saúde coletiva;
e Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
149. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que está c) médico, preferencialmente da especialidade medi-
de acordo com as disposições previstas na Lei Federal cina de família e comunidade; enfermeiro, preferen-
nº 8.080/1990. cialmente especialista em saúde da família; Auxiliar
a) A participação complementar dos serviços privados e/ou técnico de enfermagem.
será formalizada mediante contrato ou convênio, ob- d) enfermeiro, preferencialmente especialista em saú-
servadas, a respeito, as normas de direito privado. de da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem;
b) As ações e serviços de saúde executados pelo Siste- Agente Comunitário de Saúde (ACS); e Agente de
ma Único de Saúde (SUS) são organizados de forma Combate às Endemias (ACE).
centralizada e hierarquizada em níveis de comple- e) enfermeiro, preferencialmente especialista em saú-
xidade decrescente. de da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem;
c) As instituições privadas poderão participar de forma Agente Comunitário de Saúde (ACS).
concorrente no sistema único de saúde.
d) É possível a destinação de recursos públicos para 153. (2022/FAURGS/SES-RS) Considerando a Política Nacio-
auxílios ou subvenções às instituições privadas com nal de Atenção Básica (PNAB), aprovada pela Portaria
fins lucrativos. nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, assinale as afir-
e) É vedada a participação direta ou indireta de empre- mações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso).
sas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde ( ) Uma das fragilidades reconhecidas da PNAB é a
no País, salvo nos casos previstos em lei. desconsideração da Atenção Básica no contexto
das Redes de Atenção à Saúde (RAS), pois a RAS é
150. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que cor- um modelo de atenção proposto posteriormente à
responde a uma das diretrizes para o desenvolvimento PNAB de 2017.
das ações e dos serviços integrantes do Sistema Único ( ) A PNAB considera Atenção Básica e Atenção Primá-
de Saúde (SUS), prevista no artigo 7º da Lei Federal nº
ria à Saúde como termos equivalentes.
8.080/1990.
( ) Prevê que a Atenção Básica será a coordenadora do
a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde ape-
cuidado e ordenadora das ações e serviços dispo-
nas no nível básico de assistência.
nibilizados na rede de saúde, sendo a sua principal
b) Integralidade de assistência no nível de baixa com-
porta de entrada.
plexidade do sistema.
( ) É de responsabilidade da esfera Estadual do Gover-
c) Descentralização político-administrativa, com dire-
ção compartilhada em cada esfera de governo. no programar as ações da Atenção Básica a partir de
d) Participação da comunidade. sua base territorial, de acordo com as necessidades
e) Segregação em nível executivo das ações de saúde, de saúde identificadas em sua população, utilizando
meio ambiente e saneamento básico. instrumento de programação nacional vigente.
( ) Inserir a Estratégia de Saúde da Família na rede de
151. (2022/FAURGS/SES-RS) Conforme o Ministério da Saúde serviços como estratégia prioritária de organização
(Brasil, 2013), quando existem serviços contratualiza- da Atenção Básica é de competência das Secretarias
dos deve-se realizar o ___________ e a __________ Municipais de Saúde.
do cumprimento das metas ________, por meio de A alternativa que dispõe corretamente a ordem de pre-
visitas técnicas in loco regulares e __________analíti- enchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
cas. Estas, descritas nas portarias de contratualização, a) F – V – V – F – V.
Conhecimentos Específicos

previstas também no documento descritivo (anexo b) V – F – V – F – F.


ao contrato onde constam as metas ____________ e c) V – V – F – V – F.
____________), devem ser realizadas por técnicos da d) F – V – F – F – F.
gestão. e) F – F – V – V – V.
Assinale a alternativa que completa correta e respecti-
vamente, as lacunas do trecho acima. 154. (2022/FAURGS/SES-RS) Incorporada no Sistema Único
a) controle – auditoria – descritas – visitas – planejadas de Saúde (SUS), a ______________ permitiu que se al-
– alcançadas. terasse a gestão do setor, tornando-a mais democrática
b) monitoramento – avaliação – contratadas – audito- e ___________. É um processo dialético que envolve
rias – quantitativas – qualitativas. mudanças , estabelecendo um novo processo de articu-
c) monitoramento – avaliação – alcançadas – métricas lação entre estado e sociedade, entre o poder público
– passadas – futuras. e a ____________.
d) controle – auditoria – pactuadas – avaliações – sim- Assinale a alternativa que completa, correta e respec-
ples – complexas. tivamente, as lacunas do trecho acima.
e) planejamento – avaliação – contratadas – métricas a) regionalização – idealista – sociedade
– passadas – futuras. b) gestão colegiada – participativa – comunidade

126
c) descentralização – participativa – realidade social b) Almejar a qualidade da atenção às pessoas idosas
d) distribuição de poder – verticalizada – realidade so- por meio de ações fundamentadas no paradigma da
cial promoção da saúde.
e) solidariedade social – idealista – sociedade c) Restringir a educação permanente dos profissionais
de saúde do SUS, para maior aproveitamento de re-
155. (2022/FAURGS/SES-RS) São unidades de importância cursos com menor nível de especialização.
estratégica para a gestão do Sistema Único de Saúde d) Restringir exercícios físicos para prevenir quedas que
(SUS), ao possibilitar o diálogo entre a sociedade e as di- podem ser fatais.
ferentes instâncias de gestão. Contribuem, assim, para e) Limitar a autonomia do idoso em relação ao acesso
a participação do cidadão na avaliação e fiscalização da às vias públicas, para prevenir quedas e atropela-
qualidade dos serviços de saúde. mentos.
Assinale a alternativa cujo conceito corresponde à de-
finição acima. 158. (2022/FAURGS/SES-RS) A consolidação das normas
a) Auditorias externas sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, a
b) Auditorias internas organização e o funcionamento do Sistema Único de
c) Acreditações Saúde (SUS) sistematizam o processo de pactuação das
d) Telesaúde atribuições e responsabilidades sanitárias dos municí-
e) Ouvidorias pios, o qual ocorre em sete eixos, cada qual com seus
indicadores e metas. O gestor municipal se compromete
156. (2022/FAURGS/SES-RS) Numere a segunda coluna de com o conjunto das responsabilidades sanitárias dispos-
acordo com a primeira, relacionando conceitos de in- tas no Termo de Compromisso de Gestão Municipal,
teresse dos gestores de saúde presentes na Política Na- inclusive aquelas referidas no Artigo 4 da Lei 8.142 –
cional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) às respectivas sendo destacadas aquelas para as quais foi pactuado
definições. cronograma e as que não se aplicam à gestão do SUS
(1) Acolhimento no município. Assinale a alternativa que apresenta cor-
(2) Apoio matricial retamente todos esses eixos.
(3) Auditoria clínica a) Responsabilidades gerais da gestão do SUS; Regio-
(4) Modelo de atenção nalização; Planejamento e programação; Regulação,
(5) Redes de Atenção à Saúde controle, avaliação e auditoria; Participação social
( ) Suporte técnico especializado que é ofertado a uma e controle social; Gestão do trabalho; Educação na
equipe interdisciplinar de saúde a fim de ampliar saúde.
seu campo de atuação e qualificar suas ações, in- b) Gestão do SUS; Planejamento e controle; Auditoria
vertendo a lógica da fragmentação dos saberes. interna e externa; Certificação da qualidade; Con-
( ) Análise crítica e sistemática da qualidade de atenção trole social; Administração de recursos humanos;
à saúde prestada no hospital, incluindo-se os pro- Atenção primária à saúde.
cedimentos usados para diagnóstico e tratamento,
c) Planejamento e gestão do SUS; Controle financeiro;
uso dos recursos e resultados para os usuários. ( )
Controle social; Métricas de qualidade; Administra-
Escuta ética e adequada das necessidades de saúde
ção descentralizada; Gestão local; Gestão do traba-
do usuário no momento de procura ao serviço de
lho.
saúde e na prestação de cuidados com a finalidade
de atender à demanda com resolutividade e respon- d) Ações estratégicas; Avaliação e regulação do SUS;
sabilidade. Participação da saúde suplementar; Qualidade e
( ) Integra os diversos pontos de atenção em determi- segurança; Regionalização; Educação permanente;
nado território, organizando-os sistematicamente Controle sanitário.
para que os diferentes níveis e densidades tecno- e) Gestão dos níveis primário, secundário e terciário;
lógicas estejam articulados e adequados de forma Regulação do SUS; Descentralização; Participação so-
regulada para o atendimento ao usuário. cial; Mercantilização da saúde; Auditoria e regulação;
( ) Forma como se organiza o sistema de saúde a partir Gestão do trabalho.
da compreensão do processo de saúde e doença, do
modo como se organiza a oferta de serviços e suas 159. (2022/FAURGS/SES-RS) A Lei que concretiza a partici-
formas de intervenção por meio dos modelos de pação da comunidade na gestão do Sistema Único de
práticas profissionais e institucionais estruturadas Saúde (SUS) é
a) a Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Conhecimentos Específicos

para o atendimento de necessidades individuais e


coletivas, específicas para um determinado contex- b) a Lei 14.141, de 19 de abril de 2021.
to histórico e social. c) a Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
A sequência numérica correta de preenchimento dos d) a Lei Estadual 17.183, de 18 de outubro de 2019.
parênteses da segunda coluna, de cima para baixo, é e) a Lei 14.021, de 07 de julho de 2020.
a) 3 – 1 – 4 – 2 – 5.
b) 2 – 3 – 1 – 5 – 4. 160. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa corre-
c) 1 – 4 – 2 – 5 – 3. ta em relação às normas previstas na Lei Federal nº
d) 4 – 2 – 3 – 1 – 5. 8.080/90.
e) 5 – 3 – 1 – 4 – 2. a) Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão depositados em conta geral, em cada
157. (2022/FAURGS/SES-RS) Assinale a alternativa que apre- esfera de sua atuação, e movimentados sob delibe-
senta corretamente uma diretriz da Política Nacional da ração dos respectivos Conselhos de Saúde.
Pessoa Idosa. b) Na esfera federal, os recursos financeiros originários
a) Incentivar a atenção domiciliar e ambulatorial, e li- do Orçamento da Seguridade Social são administra-
mitar o incentivo a estudos e pesquisas na área de dos pelo Ministério da Economia, através do orça-
gerontologia. mento geral da União.

127
c) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
tema Único de Saúde (SUS) é descendente do nível
federal até o local.
d) O processo de planejamento e orçamento do Sis-
tema Único de Saúde (SUS) é ascendente, do nível
local até o federal.
e) As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS) são creditadas diretamente no caixa
único da esfera de poder onde forem arrecadadas.

GABARITO
1. c 33. C 65. e 97. e 129. d
2. e 34. E 66. a 98. d 130. b
3. C 35. E 67. b 99. b 131. c
4. E 36. E 68. d 100. c 132. e
5. E 37. C 69. a 101. e 133. d
6. E 38. C 70. d 102. d 134. e
7. C 39. c 71. d 103. e 135. d
8. C 40. C 72. e 104. d 136. d
9. d 41. b 73. c 105. d 137. b
10. c 42. b 74. d 106. b 138. e
11. a 43. d 75. d 107. c 139. d
12. d 44. a 76. c 108. e 140. e
13. c 45. c 77. d 109. d 141. d
14. C 46. d 78. c 110. e 142. c
15. E 47. d 79. d 111. d 143. d
16. C 48. b 80. e 112. e 144. d
17. E 49. a 81. d 113. d 145. b
18. E 50. c 82. c 114. c 146. c
19. C 51. a 83. b 115. e 147. e
20. C 52. b 84. d 116. d 148. d
21. E 53. b 85. a 117. e 149. e
22. C 54. c 86. b 118. d 150. d
23. E 55. b 87. d 119. e 151. b
24. E 56. d 88. e 120. c 152. a
25. C 57. d 89. a 121. c 153. a
26. a 58. b 90. b 122. d 154. c
27. c 59. d 91. b 123. b 155. e
28. e 60. c 92. b 124. c 156. b
29. b 61. d 93. b 125. e 157. b
30. c 62. a 94. e 126. d 158. a
31. E 63. c 95. a 127. e 159. c
32. E 64. a 96. d 128. d 160. d
Conhecimentos Específicos

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