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Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas


Bacharelado em Química
Química Geral I / 2012.1
Profa. Rosenira Serpa

Estrutura atômica – Parte 1: Dos gregos a Dalton

Nosso conhecimento acerca dos fenômenos químicos é baseado na teoria atômica da


matéria. Sem dúvida, esta é uma teoria notável. O estudo da teoria atômica ajuda-nos a
organizar e compreender o comportamento químico, por exemplo, a interpretação do
espectro atômico nos dá informações sobre a mobilidade dos elétrons nos átomos. Esta
informação por sua vez, ajuda-nos a entender como e por que os elétrons se unem para
formar moléculas e também explica a estrutura da tabela periódica.

Iremos examinar o desenvolvimento da teoria atômica numa sucessão histórica,


analisando os muitos experimentos que contribuíram para a fundamentação teórica dos
vários fenômenos observados e levaram à teoria atômica atual. Hoje, com o uso de
sofisticados e cada vez mais potentes microscópios eletrônicos, como o de tunelamento, nós
podemos “ver” os átomos e já sabemos com a valiosa ajuda dos físicos que existem cerca
de 200 partículas subatômicas, além dos nossos mais familiares prótons, nêutrons e
elétrons.

No século V a.C., os filósofos gregos Leucipo e Demócrito afirmaram que,


dividindo-se sucessivamente um material, chegar-se-ia, no final, a uma unidade indivisível
– o átomo. Platão (428 - 328 a.C.) e Aristóteles (384 - 271a.C.) foram contra a hipótese da
existência dos átomos, e as suas idéias prevaleceram durante séculos. Entre 1803 e 1808,
Dalton retomou a idéia da existência do átomo, sugerindo que os mesmos fossem maciços,
indivisíveis e esféricos. A partir do final do século XIX, vários cientistas realizaram
diversos experimentos demonstrando que os átomos são constituídos por partículas ainda
menores, conhecidas como partículas subatômicas: prótons, elétrons e nêutrons. Para
explicar suas teorias sobre a natureza atômica da matéria, os cientistas propuseram
modelos, que são conhecidos como modelos atômicos.

1
As origens da teoria atômica

Como uma reação à teoria de Parmenides e Zeno, os filósofos gregos Leucipo e


Demócrito, no século 5 AC, acreditavam que a matéria era composta por átomos.

1. O que significa a palavra átomo?

Estes filósofos definiam o átomo como partículas indivisíveis com diferentes


formas, tamanhos e massas, que arranjadas de diferentes maneiras constituem o universo.
Todas as transformações observadas seriam interpretadas em termos de seus movimentos,
devido ao vazio (hoje vácuo) existente entre eles. Esta teoria, porém, foi rejeitada por
Aristóteles, um dos mais influentes filósofos da época, o qual acreditava que a matéria era
contínua. O atomismo grego foi ignorado por muitos anos...

2. Pesquise algo mais sobre Aristóteles e suas idéias.

Ao redor de 1800, os trabalhos de Lavoisier 1, Gay-Lussac, Avogadro e Proust


deram o suporte empírico (Se você não conhece esta palavra, procure-a no dicionário! )
à teoria atômica de Dalton. O sucesso dos trabalhos destes cientistas foi baseado na
experiência quantitativa que estes realizaram para a verificação de suas hipóteses. A grande
contribuição desta época é o estabelecimento das bases da estequiometria.

3. Pesquise sobre os trabalhos de Lavoisier e de Avogadro.

4. Defina estequiometria.

Em 1808, Dalton publicou, em seu livro A new system of chemical philosophy , a


sua teoria atômica:

1
Os franceses o consideram o pai da química, já os ingleses atribuem a paternidade da química à
Boyle.
2
1. A matéria é constituída de minúsculas partículas indivisíveis chamadas átomos;
2. Os átomos de um dado elemento são idênticos (em massa e em outras
propriedades);
3. Uma reação química não transforma um tipo de átomo em outro; estas
simplesmente envolvem rearranjos dos átomos de um conjunto de combinações para
outro;
4. Compostos são formados quando mais de um tipo de átomo se combinam, e um
dado composto sempre tem a mesma proporção para cada tipo de átomo.

A teoria de Dalton explicava as leis ponderais da combinação químicas, já


conhecidas à época: a lei da composição constante, proposta por Proust (base do postulado
3) e a lei da conservação da massa, proposta por Lavoisier (base do postulado 4). Dalton
usou a sua teoria para propor uma nova lei, a lei das proporções múltiplas. A teoria de
Dalton permitiu um grande avanço na compreensão de fórmulas químicas e massas
atômicas.

5. Qual a diferença significativa entre o atomismo dos gregos e a teoria de Dalton?

6. Baseado no seu conhecimento trazido do ensino médio, você seria capaz de


apontar as principais falhas da teoria atômica de Dalton?

7. Sulfeto de hidrogênio é composto de dois elementos: hidrogênio e enxofre. Em


um experimento, 6,500 g de sulfeto de hidrogênio decompõem-se completamente
em seus elementos. (a) Se 0,384g de hidrogênio é obtido nesse experimento,
quantos gramas de enxofre devem ser obtidos? (b) Qual a lei fundamental que o
experimento demonstra? (c) Como essa lei é explicada pela teoria atômica de
Dalton?

8. Um químico descobre que 30,82 g de nitrogênio reagirão com 17,60g, 35,20g,


70,40g ou 88,00 g de oxigênio para formar quatro compostos diferentes. (a)
calcule a massa de oxigênio por grama de nitrogênio em cada composto. (b) como
os números do item (a) confirmam a teoria atômica de Dalton? (c) Quais são os
compostos formados?

3
9. Com base na Lei de Proust, análise e complete a tabela a seguir:

1 g de Hidrogênio + 2 g de oxigênio = 3 g de água


+ 1 g de oxigênio =
30 g de hidrogênio + =
+ = 24 g de água

10. A Lei da conservação das massas diz que “Num sistema fechado, quando duas
ou mais substancias reagem entre si, a massa total dos produtos é igual a soma
das massas das substâncias reagentes”. Quem foi o criador de tal Lei? Dê
exemplos práticos desta lei.

11. Agora para consolidar o aprendizado de hoje e ampliar seus conhecimentos


LEIA o texto Filgueira, C.A.L., 200 anos da teoria atômica de Dalton, Química
Nova na Escola, nº 20, 2004, 38 – 44 e faça um pequeno resumo. ( Acesse o artigo
pelo site http://qnesc.sbq.org.br/).

Leitura recomendada

Chassot, A., Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. 3ª ed. Ijuí:
Editora Unijuí, 2003.

Chassot, A. A ciência através dos tempos. 8ª ed. São Paulo: Editora Moderna, 1999.

Caruso, F.; Oguri, V.A. A eterna busca do indivisível: do átomo filosófico aos quarks e
léptons. Química Nova, v. 20, 333, 1997

Maar, J. H. Pequena história da química. Primeira parte: dos primórdios a Lavoisier.


Florianópolis: Papa Livros, 1999

Referências bibliográficas

1. ATKINS, P. W. (Peter William); JONES, Loretta. Príncipios de química: questionando a vida


moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

4
2. BRADY, James E.; RUSSELL, Joel W; HOLUM, John R. Química: a matéria e suas
transformações. 3. ed. Rio de Janeiro LTC, 2002-2003.

3. BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E.; Química Geral, 2ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnico e
Científicos S/A, 1986.

4. BROWN, Theodore L; LEMAY JUNIOR, Harold Eugene; BURSTEN, Bruce Edward. Química: a
ciência central. 9. ed. São Paulo Pearson Prentice Hall, 2005.

5. HEIN, M.; ARENA, S.; 9ª ed.; Fundamentos de Química Geral, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos S/A, 1980.

6. KOTZ, J. C.; TREICHEL JR., P.; Química e Reações Químicas, V-1 e 2, 3ª ed., Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1998.

7. MAHAN, B. M., MYERS, R. J.; Química um Curso Universitário, 4ª ed., São Paulo: Edgard
Blucher LTDA. 1995.

8. ROZENBERG, I. M. Química Geral, São Paulo: Edgard Blucher: Instituto Mauá de Tecnologia.
2002.

9. RUSSEL, J. B.; Química Geral, V-1 e 2, 1ª ed., São Paulo: Makron Books do Brasil. 1994.

10. Revista Química Nova na Escola, Sociedade Brasileira de Química.

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