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Instalações Elétricas Prediais

Este trabalho vem contribuir para a área de conheci- Instalações


Elétricas Prediais
mento em instalações elétricas prediais, apresentan-
do, na estrutura da obra, os passos essenciais para
o desenvolvimento de um projeto elétrico seguindo
uma sequência lógica de elaboração. A primeira
parte é voltada para o planejamento da instalação
e estudo de carga, respeitando a atividade realiza-
da na edificação e os critérios estabelecidos pela
NBR5410, NBR8995, NBR13534, e da resolução da
ANVISA RDC n°50, que em seu texto estabelece as
necessidades de instalação referentes a cada tipo
de ambiente hospitalar. A segunda parte apresenta
os esquemas fundamentais de ligação e os princi-
pais materiais utilizados nas instalações elétricas.
A terceira parte é voltada para o dimensionamento
técnico dos condutores, seleção de condutos e
proteção contra sobrecarga das linhas elétricas.
A quarta parte da obra é destinada as técnicas de Paulo Eduardo Darski Rocha
instalações elétricas e seus equipamentos.
Coautoria
Josan Luis de Araujo Behrends
Júlia Zichtl C. M. da Conceição

eduerj eduerj

DiDaTiCa__Instalações Elétricas.indd 1 21/10/2022 17:42:49


Instalações Elétricas Prediais
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Reitor
Mario Sergio Alves Carneiro

EDITORA DA UNIVERSIDADE DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Conselho Editorial

João Feres Júnior (presidente)


Henriqueta do Coutto Prado Valladares
Hilda Maria Montes Ribeiro de Souza
Italo Moriconi Junior
José Ricardo Ferreira Cunha
Katia Regina Cervantes Dias
Lucia Maria Bastos Pereira das Neves
Luciano Rodrigues Ornelas de Lima
Maria Cristina Cardoso Ribas
Tania Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira
Aníbal Francisco Alves Bragança (EdUFF)
Paulo Eduardo Darski Rocha

Instalações Elétricas Prediais

Coautores: Josan Luis de Araujo Behrends


Júlia Zichtl Campos Marcomini da Conceição

Rio de Janeiro
2022
Copyright © 2022, EdUERJ.
Todos os direitos desta edição reservados à Editora da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de parte do mesmo, em
quaisquer meios, sem autorização expressa da editora.

EdUERJ
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Editor Executivo João Feres Júnior


Coordenadora Administrativa Elisete Cantuária
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Coordenador de Produção Mauro Siqueira
Assistente Editorial Thiago Braz
Assistente de Produção João Martorelli
Supervisor de Revisão Elmar Aquino
Revisão Luna Sassara
Érika Neuschwang
Capa Mauro Siqueira e Thiago Netto
Projeto Gráfico e Diagramação Emilio Biscardi
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC
R672 Rocha, Paulo Eduardo Darski.
Instalações elétricas prediais [recurso eletrônico] / Paulo
Eduardo Darski Rocha; coautores: Josan Luis de Araujo
Behrends e Júlia Zichtl Campos Marcomini da Conceição. – Rio
de Janeiro: EdUERJ, 2022.
1 recurso online: 9.559 kb (270 p.)

ISBN 978-85-7511-543-5

1. Instalações elétricas. 2. Redes elétricas. 3. Edificações –


Manutenção e reparo. I. Behrends, Josan Luis de Araujo.
II. Conceição, Júlia Zichtl Campos Marcomini da. III. Título.

CDU 621.316.1
Bibliotecária: Thais Ferreira Vieira CRB-7/5302
“Este trabalho é dedicado aos meus alunos dos cursos de
Engenharia Elétrica, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica
e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, pelo carinho e amizade que me proporcionaram
durante todo o convívio.”
Sumário

Parte I: Concepção e planejamento de um projeto elétrico.......................................... 13


1. O projeto elétrico e as instalações elétricas...................................................................... 15
2. Levantamento de carga.............................................................................................................. 19
2.1. Carga dos sistemas de iluminação......................................................................................................... 22
2.2. Previsão de Tomadas de Uso Geral (TUG).................................................................................. 24
2.3. Previsão de Tomadas de Uso Específico (TUE)....................................................................... 29
2.4. Tomadas para instalações hospitalares.............................................................................................. 29
2.5. Quadro de Previsão de Cargas................................................................................................................. 30
3. Divisão de circuitos...................................................................................................................... 33
3.1. Circuitos terminais............................................................................................................................................ 34
3.2. Circuitos alimentadores................................................................................................................................ 36
3.3. Circuitos essenciais e não essenciais ................................................................................................... 36
3.4. Circuitos de emergência para estabelecimentos assistenciais de
saúde (EAS)........................................................................................................................................................................ 38
3.5. Esquema vertical predial............................................................................................................................... 40
3.6. Quadro de Cargas............................................................................................................................................... 41
4. Luminotécnica............................................................................................................................... 43
4.1. Conceitos básicos – grandezas fundamentais............................................................................. 44
4.2. Lâmpadas: conceitos........................................................................................................................................ 48
4.3. Luminárias................................................................................................................................................................ 52
4.4. Métodos luminotécnicos.............................................................................................................................. 54
5. Demanda da instalação elétrica............................................................................................. 67
5.1. Curva de carga, carga instalada e demanda................................................................................... 67
5.2. Fatores de projeto................................................................................................................................................ 68
5.3. Avaliação da demanda de uma instalação....................................................................................... 71
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos................. 91
6. Simbologia gráfica....................................................................................................................... 93
6.1. Quadro de distribuição.................................................................................................................................. 94
6.2. Padrão de medição de energia elétrica............................................................................................... 95
6.3. Dispositivos de proteção............................................................................................................................... 95
6.4. Pontos de luz........................................................................................................................................................... 99
6.5. Emergência e sinalização............................................................................................................................100
6.6. Ponto de comando..........................................................................................................................................101
6.7. Ponto de tomada...............................................................................................................................................102
6.8. Eletroduto...............................................................................................................................................................104
6.9. Calhas e canaletas.............................................................................................................................................105
6.10. Condutores........................................................................................................................................................106
6.11. Caixa de passagem........................................................................................................................................107
7. Fios e cabos elétricos................................................................................................................ 109
8. Condutos....................................................................................................................................... 113
8.1. Eletrodutos............................................................................................................................................................113
8.2. Bandejas, leitos, prateleiras e suportes horizontais..............................................................121
8.3. Canaletas e perfilados...................................................................................................................................123
9. Esquemas fundamentais de ligação................................................................................... 127
9.1. Acionamento de ponto de luz...............................................................................................................127
9.2. Pontos de tomada.............................................................................................................................................133
9.3. Esquemas com conduto compartilhado.......................................................................................134
9.4. Exercícios de diagramação........................................................................................................................135
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica................. 141
10. Dimensionamento dos condutores................................................................................. 143
10.1. Seção mínima dos condutores............................................................................................................144
10.2. Critério da capacidade de corrente................................................................................................148
10.3. Critério da queda de tensão..................................................................................................................173
11. Especificação da proteção contra sobrecargas ......................................................... 179
12. Dimensionamento de condutos....................................................................................... 183
12.1. Eletrodutos.........................................................................................................................................................183
12.2. Dimensionamento de eletrocalhas e perfilados...................................................................186
13. Exemplos de aplicação.......................................................................................................... 189
Parte IV: Técnica de instalações elétricas........................................................................... 205
14. Ferramentas básicas de um eletricista .......................................................................... 207
14.1. Alicates...................................................................................................................................................................207
14.2. Chaves....................................................................................................................................................................212
14.3. Ferramentas de corte..................................................................................................................................214
14.4. Fita de passagem (passa-fios)..............................................................................................................218
14.5. Fita isolante........................................................................................................................................................219
14.6. Martelos................................................................................................................................................................219
14.7. Lanterna ou farolete...................................................................................................................................220
14.8 Furadeira................................................................................................................................................................221
14.9. Morsa ou torno de bancada..................................................................................................................222
14.10. Escada..................................................................................................................................................................222
14.11. Prumo..................................................................................................................................................................223
14.12. Tarraxa................................................................................................................................................................224
14.13. Punção.................................................................................................................................................................225
14.14. Ferro de soldar..............................................................................................................................................226
14.15. Curvador de tubos....................................................................................................................................226
14.16. Cinto porta-ferramentas......................................................................................................................227
14.17. Maleta de ferramentas............................................................................................................................227
15. Instrumentos de teste e medição..................................................................................... 229
15.1. Trena........................................................................................................................................................................229
15.2. Trena a laser........................................................................................................................................................230
15.3. Paquímetro.........................................................................................................................................................230
15.4. Multímetro digital........................................................................................................................................231
15.5. Alicate amperímetro...................................................................................................................................233
15.6. Tacômetro...........................................................................................................................................................234
15.7. Luxímetro............................................................................................................................................................234
15.8. Teste de tensão.................................................................................................................................................235
15.9. Alicate Wattímetro......................................................................................................................................236
16. Emendas e derivações............................................................................................................ 237
16.1. Tipos de emenda e derivações............................................................................................................237
16.2. Terminais elétricos.......................................................................................................................................238
16.3. Conectores elétricos...................................................................................................................................240
16.4. Conector de torção......................................................................................................................................241
16.5. Conector de derivação..............................................................................................................................241
17. Equipamentos de Proteção Individual (EPI)............................................................ 243
17.1. Proteção da cabeça.......................................................................................................................................244
17.2. Proteção ocular e facial.............................................................................................................................245
17.3. Proteção auditiva...........................................................................................................................................246
17.4. Proteção do corpo........................................................................................................................................248
17.5. Proteção dos membros superiores...................................................................................................249
17.6. Proteção dos membros inferiores....................................................................................................249
17.7. Proteção contra quedas com diferença de nível..................................................................250
Apendice A - Projeto Elétrico Residencial......................................................................... 253
A.1. Quadro de Previsão de Cargas.............................................................................................................253
A.2. Quadro de Cargas..........................................................................................................................................254
A.3. Dimensionamento dos condutores.................................................................................................256
A.4. Critério da sobrecarga.................................................................................................................................257
A.5. Esquemas elétricos.........................................................................................................................................258
A.6. Planta de instalação elétrica completaFigura .........................................................................260
A.7. Planta dividida por circuitos com suas especificações.....................................................261
Referências......................................................................................................................................... 265
Sobre o autor..................................................................................................................................... 267
Coautores........................................................................................................................................... 269
Parte I:

Concepção e planejamento de um
projeto elétrico
–1–
O projeto elétrico e as
instalações elétricas

Em instalações prediais, os projetos podem ser subdivididos em diferentes


disciplinas, envolvendo profissionais com competências diversas em Engenharia.
Entre eles, podemos citar os projetos de instalação hidráulica residencial, comercial
e industrial; instalação de combate a incêndio; instalações de rede de ar compri-
mido, gás e vapor; drenagem e irrigação; instalação elétrica residencial, comercial e
industrial em baixa tensão; instalação elétrica de média tensão; geração de energia
emergencial; sistemas de produção contra descargas atmosféricas; infraestrutura de
telecomunicações (voz e dados); sistema de supervisão e controle predial; sistema
de detecção e alarme de incêndio; sistema de controle de acesso; sistema de circuito
fechado de televisão; sistema de alarme de segurança; entre outros.
Esses projetos devem complementar-se e respeitar o projeto de estruturas,
inclusive, de modo a evitar interferências que venham a gerar modificações dis-
pendiosas, aumentar o custo da execução ou mesmo inviabilizar parcialmente
o empreendimento devido a mau planejamento ou falha na integração entre os
profissionais envolvidos. Nesse contexto, a modelagem da edificação e suas insta-
lações em BIM (Building Information Modeling) apresenta inúmeras vantagens e
tornou-se uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de projetos e para a
integração entre disciplinas, devido a sua capacidade de previsão de interferências
e erros de projeto.
De uma forma geral, o projeto elétrico prevê e descreve detalhadamente a
instalação elétrica existente ou que virá a existir, representando a correta localiza-
ção dos pontos de consumo e comando, o traçado da rede de condutos com seus
respectivos diâmetros, trajeto, caixas e conexões, a representação dos condutores
16 Instalações Elétricas Prediais

em sua distribuição na instalação, além dos detalhes e esquemas necessários ao


bom entendimento, execução, expansão e manutenção. Em sua concepção, ele
depende de informações oriundas de outros projetos para que seja prevista ade-
quadamente a alimentação de pontos de utilização, tais como: bombas de recalque
e esgoto, bombas de incêndio, compressores, chillers, equipamentos de ventilação,
motores elétricos da casa de máquinas dos elevadores, alimentação de centro de
processamento de dados, entre outros, todos especificados nos demais projetos de
instalações prediais. Dessa forma, ele depende de informações de outras disciplinas
para sua correta concepção desde a previsão da carga a ser instalada.
O projeto de instalações elétricas em baixa tensão é orientado segundo as
normativas da ABNT NBR 5410: Instalações Elétricas em Baixa Tensão, baseada
na IEC 60364: Electrical Installations of Buildings, que estabelece as condições
necessárias a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento
adequado da instalação e a conservação dos bens. As normativas são aplicadas
em instalações com circuitos elétricos alimentados sob tensão nominal igual ou
inferior a 1.000V em corrente alternada, com frequências inferiores a 400 Hz, ou a
1.500 V em corrente contínua, voltadas principalmente às instalações elétricas de
edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial,
de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré-fabricadas, e em
áreas descobertas externas, instalações temporárias, novas e reformas em instalações
existentes. E seu uso não dispensa o atendimento a outras normas complementa-
res, aplicáveis a instalações e locais específicos, tais como: NBR 5418: Instalações
elétricas em atmosferas explosivas, NBR 13570: Instalações elétricas em locais
de afluência de público, NBR 13534: Instalações elétricas em estabelecimentos
assistenciais de saúde – Requisitos para segurança, entre outras.
Para facilitar a elaboração do projeto elétrico, sugerimos, neste documento
um roteiro de procedimentos a serem desenvolvidos na seguinte sequência:

1. Levantamento de carga: É o primeiro passo da concepção do projeto,


tendo como objetivo quantificar todas as cargas necessárias à atividade
realizada, obtidas com base nas exigências mínimas da NBR 5410 ou em
normas específicas, no projeto luminotécnico, no uso de equipamentos
de aquecimento de água, ar-condicionado, motores elétricos, entre
outros, além de futuros acréscimos. Essas informações são sintetizadas
no Quadro de Previsão de Cargas, que apresenta o quantitativo de
cargas por ambiente e a totalização da carga instalada prevista.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 17

2. Levantamento das características de alimentação junto a concessionária


local: Com base na carga instalada e na avaliação da demanda prevista,
determinam-se o padrão de fornecimento, a tensão de fornecimento,
a especificação dos equipamentos e materiais utilizados na montagem
e a configuração do padrão de entrada. Esse padrão é pré-definido pela
empresa de distribuição de energia elétrica local.
3. Distribuição dos pontos, divisão dos circuitos terminais e de distribuição,
e elaboração do(s) quadro(s) de cargas: É uma etapa de planejamento
e representação gráfica, onde são utilizados os símbolos previstos na
ABNT NBR 5444: Símbolos gráficos para instalação predial. O Quadro
de Cargas resume a instalação, detalhando as cargas por circuito, suas
respectivas proteções, seções transversais dos condutores, balancea-
mento de carga e demais informações pertinentes.
4. Traçado da rede de condutos: São elaboradas as rotas de condutos (ele-
trodutos, calhas e canaletas) e especificados os materiais de conexão,
ferragens, caixas e demais acessórios necessários à correta montagem da
rede. Esse traçado deve levar em conta as informações obtidas em outros
projetos, tais como: arquitetura, estruturas e os diversos projetos de
instalações, de forma a não interferir e tornar necessárias modificações
que podem onerar a execução da obra.
5. Diagramação dos condutores elétricos: A partir da divisão de circuitos e
do traçado da rede de condutos, são distribuídos, por trechos, os con-
dutores responsáveis pela ligação de cada ponto de utilização e seus
respectivos comandos, quando houver. Os condutores devem estar
identificados e representados segundo a ABNT NBR 5444: Símbolos
gráficos para instalação predial.
6. Dimensionamento de condutores elétricos: É a determinação da seção
transversal dos condutores, considerando os requisitos técnicos, térmi-
cos e de segurança. É obtida através do dimensionamento técnico que
atende simultaneamente às condições de seção mínima estabelecida
pela ABNT NBR 5410, capacidade de condução de corrente e queda
de tensão admissível.
7. Especificações das proteções contra sobrecarga e curto-circuito (disjuntores,
relés e fusíveis), proteção contra contatos indiretos e surto atmosférico:
18 Instalações Elétricas Prediais

São dimensionadas/ajustadas as proteções contra correntes anormais,


os dispositivos diferenciais residuais e de proteção de surto. Essa etapa
pode interferir na seção transversal previamente obtida, caso o condutor
e a proteção não estejam coordenados entre sí.
8. Dimensionamento da rede de condutos: A seleção de um conduto é feita
com base na taxa de ocupação dos condutores contidos em seu interior.
A rede pode ser do tipo fechada (condutos de seção circular), ou aberta
(canaletas, calhas, perfilados e leitos).
9. Elaboração de esquemas e detalhes: Elaboração de esquemas unifilares/
multifilares e vertical, além da apresentação de outros detalhes neces-
sários à execução do projeto.
10. Formatação dos documentos: elaboração do memorial descritivo, lista
de materiais, orçamentos e formatação dos blocos prancha.

A entrega do projeto fica compreendida, basicamente, em: memorial des-


critivo, conjunto de plantas, esquemas e detalhes, especificação de materiais e suas
respectivas quantidades, e orçamento.
A instalação elétrica é a integração do conjunto de materiais e equipamentos
previstos no projeto elétrico, sendo composta fisicamente por caixas de passagem
e de distribuição, painéis elétricos, sistema de aterramento, fios e cabos, disjun-
tores, pontos de luz e tomadas, dispositivos de comando, manobra e proteção,
eletrodutos, calhas, chaves de transferência, entre outros.
–2–
Levantamento de carga

No planejamento de um projeto de instalações elétricas residenciais, comer-


ciais ou industriais, devem ser computados todos os equipamentos de utilização
a serem alimentados, com suas respectivas potências nominais, bem como as pre-
visões de reserva para futuras ampliações.
A previsão das cargas e sua aplicação são quantificadas e resumidas no Qua-
dro de Previsão de Cargas. O documento contém a totalização da carga instalada
de forma sintetizada em uma planilha, onde são apresentadas, por ambiente, as
potências dos equipamentos de iluminação, tomadas, aquecimento de água, ar-
-condicionado, motores elétricos e cargas especiais. Dessa forma, a carga total
instalada pode ser representada pela equação 1:

(1)

sendo Silum. o somatório das cargas de iluminação, Stug o somatório das cargas
de tomadas de uso geral (TUG) e Stue o somatório das cargas de tomadas de uso
específico (TUE).
Essas cargas podem ser determinadas pelo próprio projetista, bem como
por informações obtidas em projetos de iluminação de interior e exterior, ar-
-condicionado, instalações hidráulicas de água fria e quente, instalações de com-
bate a incêndio, entre outros, que já especificam os equipamentos elétricos e
suas respectivas localizações, ficando a cargo do projetista atender a alimentação
desses equipamentos.
Segundo o item 4.2.1.2 da NBR 5410, a carga a ser considerada para um
equipamento de utilização é a potência nominal por ele absorvida, dada pelo
20 Instalações Elétricas Prediais

fabricante ou calculada a partir da tensão nominal, da corrente nominal e do fator


de potência. Nos casos em que o fabricante informa a potência nominal fornecida
pelo equipamento (potência de saída), e não a absorvida, devem ser considerados
o rendimento e o fator de potência. Dessa forma, a expressão geral para o cálculo
da potência de entrada é apresentada na equação 2, e a corrente nominal do equi-
pamento é dada pela equação 3.

(2)

(3)

onde é a potência de saída dada em cv, HP ou kW, V a tensão de linha (ou de
fase, quando alimentado entre fase e neutro), é o fator de potência da carga,
é o rendimento e é igual a 1 para sistemas monofásicos e para sistemas
trifásicos. Na figura 1, apresentamos essa relação para um motor de indução.

Figura 1 - Exemplo de cálculo de potência nominal de um equipamento de


utilização

Fonte: Autor.

Para a elaboração do Quadro de Previsão de Cargas, devemos separá-las


em três grupos:

• Iluminação: são quantificados todos os equipamentos de ilumina-


ção, obtidos pelo método dos requisitos mínimos da NBR 5410, pelo
método luminotécnico, que segue as determinações da NBR/ISO 8995:
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 21

Iluminação de ambientes de trabalho ou, ainda, por modelagem com-


putacional. No caso dos sistemas de iluminação de emergência, serão
adotados os critérios estabelecidos na NBR 10898. A carga de ilumi-
nação é representada pelo somatório da potência ativa dividida pelo
fator de potência dos k pontos, conforme a equação 4. Para a maioria
dos equipamentos de iluminação podemos adotar fator de potência
unitário, FPi→1,0.

(4)

• Tomadas de Uso Geral (TUG): são utilizadas na alimentação de equipa-


mentos portáteis com corrente nominal inferior a 10 A. Em sua quan-
tificação seguem as recomendações da NBR 5410, requisitos mínimos
para usos em habitação, além de critérios específicos de cada projeto,
seja no âmbito comercial ou industrial. A carga instalada referente às
TUGs é representada pelo somatório da potência ativa dividida pelo
fator de potência dos m pontos de tomada, conforme a equação 5.
Para as TUGs, podemos adotar fator de potência de 80% ou unitário,
FPi→0,8 ou 1,0.

(5)

• Tomadas de Uso Específico (TUE): são pontos de tomadas dedicados à


alimentação de equipamentos com corrente nominal maior que 10 A
e equipamentos fixos, tais como: aparelhos de aquecimento de água,
aparelhos de ar-condicionado, motores elétricos ou cargas especiais. No
grupo das cargas especiais, podemos considerar os aparelhos de raio X e
de ressonância, equipamentos eletromédicos, máquina de solda, entre
outros. A carga instalada referente às TUEs é representada pelo soma-
tório da potência ativa dividida pelo fator de potência e rendimento
dos equipamentos, conforme a equação 6.

(6)
22 Instalações Elétricas Prediais

sendo Paq(kW) a potência do n-ésimo aparelho de aquecimento de água,


Pac(kW) a potência do m-ésimo aparelho de ar-condicionado, Pme(kW) a potên-
cia do o-ésimo motor elétrico e Pesp(kW) a potência da p-ésima carga especial. Os
valores de rendimento e fatores de potência são fornecidos pelos fabricantes dos
equipamentos. Para os aparelhos de aquecimento de água, podemos adotar fator
de potência unitário, por se tratar de carga resistiva.

2.1. Carga dos sistemas de iluminação

Os principais requisitos para o cálculo da iluminação estão relacionados


com a quantidade e a qualidade da iluminação de uma determinada área, seja de
trabalho, lazer ou simples circulação.
Para o levantamento de carga de iluminação, são adotados os métodos de
cálculo apresentados na figura 2, de acordo com o tipo de atividade.

Figura 2 - Métodos para especificação de carga de iluminação

Fonte: Autor.

Para toda e qualquer instalação, seja ela residencial, comercial ou industrial,


as cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação da
NBR/ISO 8995, por projeto luminotécnico. Porém, para unidades de habita-
ção, hotéis, motéis e similares, a NBR 5410, em seu item 9.5.2.1, fixa critérios
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 23

mínimos para quantificar os pontos de iluminação, como alternativa à aplicação


da NBR/ISO 8995. Esse método baseia-se na densidade de carga VA/m² e não
leva em consideração a tecnologia da lâmpada, o tipo de iluminação, o formato
da luminária, e as refletâncias das superfícies. Dessa forma, não deve ser aplicado
em finalidades que não sejam de habitação ou similar.
Para sistemas de iluminação de emergência, aplica-se o disposto na ABNT
NBR 10898: Sistema de iluminação de emergência.

2.1.1. Método dos requisitos mínimos

Na determinação das cargas de iluminação em unidades de habitação, como


alternativa ao projeto luminotécnico, podem ser adotados os seguintes critérios:

a. Em cada cômodo ou dependência, deve ser previsto pelo menos um


ponto de luz fixo no teto, comandado por interruptor. 1
b. Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve
ser prevista uma carga mínima de 100 VA. 2
c. Em cômodos ou dependências com área superior a 6 m², deve ser pre-
vista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m² acrescida
de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros. 3

Exemplo 2.1: Para um banheiro de 6 m², determine a potência de iluminação


instalada.
Para um banheiro de 6 m², devemos prever um ponto de 100 VA (incan-
descente) ou 25 VA (LED).

1
Em acomodações como hotéis, motéis e similares, admite-se substituir o ponto de luz fixo no
teto por tomada de corrente, com potência mínima de 100 VA, comandada por interruptor
de parede; em espaços sob escadas, depósitos, despensas, lavabos e varandas, desde que de
pequenas dimensões e onde a colocação do ponto no teto seja de difícil execução ou não
conveniente, admite-se que o ponto de luz fixo no teto seja substituído por ponto na parede.
2
Os valores apurados correspondem à potência destinada à iluminação para efeito de dimen-
sionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência nominal da lâmpada.
3
É importante pontuar que a potência estimada pode ser dividida por quatro quando consi-
derados pontos equipados com as atuais lâmpadas compactas ou LED (light-emitter diode
ou diodo emissor de luz), que possuem eficiência quatro vezes maior que a das lâmpadas
incandescentes. As lâmpadas incandescentes de 60 VA e 100 VA não estão mais disponíveis
no mercado.
24 Instalações Elétricas Prediais

Exemplo 2.2: Para uma sala de 16 m², determine a potência de iluminação


instalada.

Deve ser previsto um ponto de 100 VA (incandescente) ou 25 VA (LED)


para os primeiros 6 m², e acrescidos n pontos de 60 VA, sendo n=2 pontos de
60 VA (incandescente) ou 15 VA (LED), totalizando 55 VA (LED), ou 220 VA
(incandescente) previstos para o cômodo.

2.1.2. Projeto luminotécnico

Este conteúdo será apresentado em detalhes no capítulo 4.

2.2. Previsão de Tomadas de Uso Geral (TUG)

Os pontos de tomada de uso geral são utilizados para alimentar aparelhos


ou equipamentos portáteis com corrente nominal inferior a 10 A. São de ampla
aplicação para instalações em locais de habitação, comerciais ou industriais. Aque-
les destinados a alimentar mais de um equipamento devem ser providos com a
quantidade adequada de entradas, a fim de evitar o uso de benjamim ou adapta-
dores. Assim, é aconselhável o uso de duas, três ou quatro tomadas de corrente
em um mesmo ponto de tomada, quando necessário. Na figura 3, vê-se um ponto
de tomada contendo três tomadas de corrente.

Figura 3 - Ponto de tomada contendo três tomadas de corrente

Fonte: Legrand – Catálogo Pial Plus+


Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 25

2.2.1. TUGs para locais de habitação

O número de pontos de tomadas é determinado de acordo com o local e com a


potência dos equipamentos que elas poderão vir a alimentar. Desta forma, ambientes
como banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinhas-áreas de
serviço, lavanderias e locais análogos sugerem tomadas de maior potência, a fim de
atender eletrodomésticos como máquina de lavar, geladeira, freezer, lava-louças, secador
de cabelos, ferros de passar, entre outros. Na tabela 1, podemos verificar as potências
dos equipamentos comumente utilizados em áreas sociais, íntimas e de serviço.

Tabela 1 - Potências características de aparelhos eletrodomésticos


Áreas íntimas e sociais Áreas de serviço
Aparelho Potência (W) Aparelho Potência (W)
Aparelho de som 80 Batedeira 120
Circulador de ar 90 Cafeteira elétrica 600
TV 14” 60 Ferro elétrico 1000
TV 18” 70 Espremedor de frutas 60
TV 20” 90 Micro-ondas 1200
TV 29” 110 Geladeira (uma porta) 90
Videogame 15 Geladeira (duas portas) 130
Banheiro Lavadora de roupas 500
Aparelho Potência (W) Batedeira 120
Secador de cabelo
600 Secadora de roupas 1000
pequeno
Secador de cabelo
1000 Forno elétrico pequeno 1500
grande

Para determinar o número de pontos de tomadas e suas respectivas potên-


cias, a NBR 5410 adota, para locais de habitação, os requisitos mínimos dispostos
em seu item 9.5.2.2. Os critérios adotados estão sintetizados a seguir.

a. Em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada junto


ao lavatório, respeitando uma distância mínima de 60 cm do limite do
box. A essa tomada, deve ser atribuída uma potência mínima de 600 VA.
Se o número de pontos for maior que um, deve-se atribuir uma potência
mínima de 600 VA para os três primeiros e de 100 VA para os demais.
26 Instalações Elétricas Prediais

b. Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais


análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada para cada
3,5 m de perímetro, ou fração excedente. A elas, são atribuídas potências
de, no mínimo, 600 VA por ponto até três pontos e 100 VA por ponto
para os excedentes, considerando-se cada um desses ambientes separa-
damente. Quando o total de tomadas no conjunto desses ambientes
for superior a seis, admite-se que o critério de atribuição de potências
seja de, no mínimo, 600 VA por ponto de tomada até dois pontos e 100
VA por ponto para os excedentes, sempre considerando cada ambiente
separadamente. Cabe ressaltar que acima da bancada da pia devem ser
previstas no mínimo duas tomadas de corrente no mesmo ponto, ou
em pontos distintos.
c. Em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada, de
potência mínima igual a 100 VA. Se, por razões construtivas, a varanda
não comportar o ponto de tomada, sua área for inferior a 2 m², ou
sua profundidade for inferior a 0,8 m, admite-se que o ponto não seja
instalado na própria varanda, mas próximo ao seu acesso.
d. Para ambientes como garagens, sótãos e subsolos, deve ser previsto
pelo menos um ponto de tomada, de potência mínima igual a 100 VA,
independentemente de sua área.
e. Em salas e dormitórios, devem ser previstos pelo menos um ponto de
tomada de potência mínima igual a 100 VA para cada 5 m de perí-
metro, ou fração excedente, devendo esses pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível. Particularmente no caso de salas de
estar, deve-se atentar para a possibilidade de que um ponto de tomada
venha a ser usado para alimentação de mais de um equipamento, sendo
recomendável equipá-lo, portanto, com a quantidade de tomadas de
corrente julgada adequada. É o caso do ponto de tomada com mais de
um módulo apresentado na figura 3, sendo a potência total do ponto
de no mínimo a 100 VA.
f. Em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação, deve ser
previsto pelo menos um ponto de tomada, de potência mínima igual a
100 VA:
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 27

• se a área do cômodo ou dependência for igual ou inferior a 2,25 m².


Admite-se, nesse caso, que o ponto de tomada seja posicionado exter-
namente ao cômodo ou dependência, a até no máximo 0,8 m de sua
porta de acesso;
• se a área do cômodo ou dependência for superior a 2,25 m² e igual
ou inferior a 6 m²;
• para cada 5 m de perímetro, ou fração excedente, se a área do
cômodo ou dependência for superior a 6 m², devendo esses pontos
ser espaçados tão uniformemente quanto possível.

Exemplo 2.3: Para uma sala de estar com dimensões de três metros de largura por quatro
metros de comprimento, determine o número de TUGs e suas respectivas potências.
Neste caso, deve ser previsto ser previsto um ponto de tomada com potên-
cia mínima de 100 VA para cada cinco metros de perímetro ou fração excedente.
Dessa forma, para um perímetro de 14 m, temos:

No total, deve haver três tomadas de 100 VA distribuídas o mais unifor-


memente possível.

Exemplo 2.4: Para uma cozinha e uma área de serviço com perímetros de 12 m
e 15 m, respectivamente, determine as quantidades e as potências dos pontos
de tomadas.
Para ambientes de serviço e afins, deve ser previsto um ponto de tomada a
cada 3,5 metros de perímetro, ou fração, sendo 600 VA aplicado nos três primeiros
pontos e 100 VA para os pontos excedentes. Dessa forma, temos:

Cozinha Área de serviço

Totalizando 3 tomadas de 600 VA + uma Totalizando 3 tomadas de 600 VA + duas


tomada de 100 VA. tomadas de 100 VA.
28 Instalações Elétricas Prediais

Para esses ambientes, que juntos totalizam nove tomadas, como alternativa
podemos adotar duas tomadas de 600 VA, mais tomadas de 100 VA excedentes,
para cada ambiente. A distribuição ficaria composta da seguinte forma: cozinha
(2 x 600 VA + 2 x 100 VA) e área de serviço (2 x 600 VA + 3 x 100 VA). Acima
da bancada da cozinha, deve ser instalado um ponto de tomada contendo duas
tomadas de corrente, ou dois pontos de tomada contendo uma tomada de cor-
rente cada.

2.2.2. TUGs para locais de serviço

Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como


casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais análogos, deve ser previsto
no mínimo um ponto de tomada de uso geral. Aos circuitos terminais respectivos,
deve ser atribuída uma potência de no mínimo 1.000 VA.

2.2.3. TUGs para atividades comerciais

Em ambientes como escritórios ou salas comerciais, podemos adotar os


seguintes critérios:

a. Para área inferior a 40 m², deve ser previsto um ponto de tomada


com potência mínima de 200 VA para cada 3 m de perímetro,
ou fração;
b. Para área superior a 40 m², devem ser previstos dez pontos de tomada
com potência mínima de 200 VA para os primeiros 40 m² mais um
ponto de tomada de no mínimo 200 VA para cada 10 m² ou fração de
área excedente.

Em lojas e estabelecimentos comerciais similares, deve ser previsto um


ponto de tomada com potência mínima de 200 VA para cada 30 m² ou fração de
área excedente. Devem ser previstos exclusivamente para iluminação de vitrines e
demonstração de equipamentos quantos pontos de tomadas, com potência mínima
de 200 VA, forem julgados necessários.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 29

2.2.4. TUGs para atividades industriais

Em instalações industriais, o número de pontos de tomadas e suas res-


pectivas potências mínimas devem ser previstos de acordo com a necessidade de
cada ambiente. Para a área administrativa e para escritórios, devem ser seguidas
as recomendações contidas na subseção anterior.

2.3. Previsão de Tomadas de Uso Específico (TUE)

Os pontos de tomada de uso específico são utilizados para alimentar apare-


lhos ou equipamentos fixos com corrente nominal superior a 10 A. São atribuídos
aos aparelhos de aquecimento de água por passagem ou acumulação, aos apare-
lhos individuais ou centrais de ar-condicionado, aos motores elétricos, e a cargas
especiais, tais como aparelhos de raio X, aparelhos de ressonância, máquinas de
solda, entre outros. A quantidade e a potência desses pontos são obtidas através
de dados específicos dos equipamentos a serem alimentados. As cargas das TUEs
podem ser previstas com base em informações de outros projetos de instalações.
De acordo com item 4.2.1.2.3 apresentado na NBR 5410, os pontos
de tomada de uso específico devem ser localizados, no máximo, a 1,5 m do
ponto previsto para a localização do equipamento a ser alimentado. A cada um
deles, deve ser atribuída potência igual à potência nominal do equipamento a
ser alimentado ou à soma das potências nominais dos equipamentos a serem
alimentados. 4
Quando valores precisos não forem conhecidos, a potência atribuída
ao ponto de tomada deve seguir um dos dois seguintes critérios: potência ou
soma das potências dos equipamentos mais potentes que o ponto pode vir a
alimentar; ou potência calculada com base na corrente de projeto e na tensão
do circuito respectivo.

2.4. Tomadas para instalações hospitalares

Para instalações elétricas hospitalares deve-se consultar a norma da


ABNT NBR 13534: Instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos espe-

4
A conexão do aquecedor elétrico de água ao ponto de utilização deve ser direta, sem uso de
tomada de corrente.
30 Instalações Elétricas Prediais

cíficos para instalação em estabelecimentos assistenciais de saúde. As infor-


mações nela contidas complementam o que é encontrado na NBR 5410. Ou
seja, as prescrições da NBR 5410 são válidas, porém com algumas exceções.
Deve-se ainda utilizar a resolução da ANVISA RDC nº 50 e da RDC Nº 307.
Em seu texto, ela estabelece as necessidades de instalação referentes a cada
tipo de ambiente hospitalar. No que se refere à quantificação de tomadas, a
norma diz que:

a. Para a enfermaria da unidade de internação geral e berçário de sadios,


é necessário que haja uma tomada para equipamento biomédico por
leito isolado ou a cada dois leitos adjacentes, assim como uma tomada
distante no máximo 15 m de cada leito para se necessário uso de apare-
lho transportável de raio X, podendo ela estar localizada no quarto ou
no corredor da unidade;
b. Em berçários de cuidados intermediários, é recomendada a instalação
de três tomadas para cada berço/incubadora;
c. Para quarto e área coletiva da Unidade de Internação Intensiva, são
necessárias oito tomadas para equipamento biomédico por leito, berçário
ou incubadora, levando-se em conta a existência de ambas as tensões,
127 V e 220 V. Além disso, recomenda-se a instalação de uma tomada
distante no máximo 15 m de cada leito para se necessário uso de apare-
lho transportável de raio X;
d. Sala de cirurgia e sala de parto devem ter dois conjuntos de quatro
tomadas em paredes distintas e tomadas para aparelho transportável
de raio X.

2.5. Quadro de Previsão de Cargas

O levantamento de cargas é sintetizado no Quadro de Previsão de Cargas


que contém toda a quantificação de cargas por ambiente e a totalização da carga
instalada prevista para o projeto. Na tabela 2, há um exemplo de levantamento
de carga para uma unidade residencial.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 31

Tabela 2 – Quadro de Previsão de Cargas


TUG
Iluminação (VA) TUE (VA)
Área Períme- (VA)
Cômodo Total
(m²) tro (m) Aq. Motor
15 20 25 100 600 Ar cond.
água elétrico
Quarto 1 12,0 14,0 2 1 3 1000 1355
Quarto 2 12,0 14,0 2 1 3 1000 1355
Sala 16,0 16,0 2 1 4 1520 1975
Banheiro 6,0 10,0 1 1 5500 6125
Circulação 3,0 8,0 1 1 125
Cozinha 9,0 12,0 1 1 3 1925
Área de
8,0 12,0 1 1 3 1925
serviço
Área
20,0 30,0 4 1 340 520
externa
Subtotal 6 4 7 14 7 5500 3520 340 15305
Total 90 80 175 1400 4200 5500 3520 340 15305

Podemos observar que o quadro contém todas das informações de carga


por ambiente e a totalização da carga instalada é de 15,3 kVA; as cargas de ilumi-
nação e TUGs são estimadas com base nos requisitos mínimos estabelecidos pela
NBR 5410; as potências dos pontos de iluminação foram divididas por quatro,
levando-se em consideração a utilização de lâmpadas mais eficientes; e as toma-
das de uso específico são divididas por tipo de equipamento. A partir do quadro,
podemos extrair a totalização das cargas de iluminação e TUGs, igual a 5,64
kVA, a totalização das cargas destinadas a aquecimento de água, ar-condicionado
e força motriz. Essas informações serão utilizadas na avaliação da demanda e na
definição do padrão de entrada da unidade consumidora, conforme será apresen-
tado no capítulo 5.
–3–
Divisão de circuitos

Diversos fatores devem ser levados em consideração para a divisão de uma


instalação elétrica. Entre eles, podemos considerar que o tipo de atividade, a neces-
sidade do cliente e a flexibilidade de operação e manobra proposta criam uma
gama de possibilidades na organização dos circuitos. Ainda assim, deve-se ter
como base a orientação normativa, a fim de garantir que os requisitos impostos
por ela sejam respeitados.
Segundo a NBR 5410, uma instalação deve ser dividida em tantos circuitos
quantos necessários, devendo cada circuito ser concebido de forma a poder ser sec-
cionado sem risco de realimentação inadvertida através de outro circuito. Na divisão
da instalação, devemos atender basicamente a algumas exigências, tais como:

a. Segurança - evitando que a falha em um circuito prive de alimentação


toda uma área;
b. Conservação de energia - possibilitando que cargas de iluminação e/ou
de climatização sejam acionadas na justa medida das necessidades;
c. Funcionalidade - viabilizando a criação de diferentes ambientes, como os
necessários em auditórios, salas de reuniões, espaços de demonstração,
recintos de lazer, etc.;
d. Produção - minimizando as paralisações resultantes de uma ocorrência;
e. Manutenção - possibilitando ou facilitando ações de inspeção e de reparo.

Na divisão da instalação, devemos considerar a necessidade de futuras


ampliações, reservando espaço em condutos e nos quadros de distribuição e, inclu-
sive, deixando redes de condutos e caixas vazias, prevendo cabeamento futuro. Esse
cuidado evita futuras intervenções na instalação e obras desnecessárias.
34 Instalações Elétricas Prediais

Em uma instalação predial, podemos distinguir os circuitos basicamente


em dois tipos: circuitos de distribuição (alimentadores) e circuitos terminais.
Os circuitos alimentadores alimentam os quadros de distribuição, enquanto os
circuitos terminais alimentam as cargas de iluminação, TUGs e TUEs. Na figura
4 são apresentados os circuitos alimentadores e os circuitos terminais. 5

Figura 4 - Exemplo da divisão de circuitos alimentadores e terminais

Fonte: Autor

Em instalações de alto padrão técnico, ainda pode haver a divisão entre


circuitos essenciais e não essenciais, uma vez que, em caso de interrupção no abas-
tecimento, é importante que alguns circuitos permaneçam ativos.

3.1. Circuitos terminais

Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipa-


mentos de utilização que alimentam. Dessa forma, em sua divisão, é necessário
distribuir as cargas em:

5
Isso sem considerar os circuitos de sinalização, controle e supervisão, e emergência, que re-
querem circuito distintos de forma que não sejam afetados pelas falhas de outros circuitos.
Eles podem ser considerados circuitos terminais pertencentes a quadros de distribuição ali-
mentados por circuitos alimentadores exclusivos.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 35

a. Circuitos de iluminação;
b. Circuitos de tomadas de uso geral;
c. Circuitos de aparelho de aquecimento de água, tais como chuveiros
elétricos, torneiras elétricas, boilers, etc.;
d. Circuitos de aparelhos de ar-condicionado, tais como aparelhos do tipo
split, janela, chiller ou central de ar-condicionado;
e. Circuitos de motores elétricos, tais como motores destinados ao bom-
beamento de água, elevadores e de aplicações de força motriz diversas;
f. Circuitos de cargas especiais, tais como aparelhos de raio X, aparelhos
de ressonância, máquinas de solda, etc.

As cargas enumeradas nos itens a ao f devem ser alocadas em circuitos ter-


minais distintos; não devem estar em circuito comum. Ou seja, um aparelho de
aquecimento de água não deve compartilhar um mesmo circuito com um aparelho
de ar-condicionado, ou mesmo com aparelhos destinados à iluminação, assim
como um circuito contendo tomadas de uso geral não deve ser comum com um
utilizado para motores elétricos.
Em particular, para qualquer instalação elétrica devem ser previstos circuitos
terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos de tomada de uso
geral. Porém, para locais de habitação, admite-se, como exceção à regra, que esses
pontos sejam alimentados por circuito comum, desde que as seguintes condições
sejam simultaneamente atendidas:

a. A corrente de projeto do circuito comum, que contém pontos de ilu-


minação e pontos de tomadas, não deve ser superior a 16 A;
b. Os pontos de iluminação não devem ser alimentados, em sua totalidade,
por um só circuito, caso esse circuito seja comum;
c. Os pontos de tomadas não devem ser alimentados, em sua totalidade,
por um só circuito, caso esse circuito seja comum; e
d. Os pontos de tomada não devem estar localizados em ambientes como
cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais
análogos.

Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,


lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente
36 Instalações Elétricas Prediais

destinados à alimentação de tomadas desses locais. Esses circuitos não devem ser
comuns com iluminação.
Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou
dedicado, equipamento fixo com corrente nominal superior a 10 A deve cons-
tituir um circuito independente. Esses pontos enquadram-se como tomadas de
uso específico (TUE).

3.2. Circuitos alimentadores

As cargas dos circuitos terminais devem ser distribuídas entre as fases do


alimentador, de modo a obter-se o maior equilíbrio possível, balanceando as fases
do circuito de alimentação. Quando a instalação comportar mais de uma alimen-
tação (rede pública e geração local, por exemplo), a distribuição associada especifi-
camente a cada uma delas deve ser disposta separadamente e de forma claramente
diferenciada das demais. Em particular, componentes vinculados aos circuitos de
segurança devem ser independentes física e eletricamente dos circuitos ligados à
concessionária, ou seja, não se admite que compartilhem quadros de distribuição
e linhas, incluindo as caixas dessas linhas, salvo as seguintes exceções:

a. Circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros;


b. Conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar o inter-
câmbio das fontes de alimentação (chaves de transferência manuais ou
automáticas);
c. Linhas abertas e nas quais os condutores de uma e de outra alimentação
sejam adequadamente identificados.

3.3. Circuitos essenciais e não essenciais

São ditos circuitos essenciais aqueles que não podem ficar fora de operação.
Ou seja, é necessário que estejam alimentados pela rede da concessionária, mas
que também sejam alimentados por outra fonte, podendo ela ser um banco de
baterias, geradores de emergência, sistemas de energia ininterrupta (UPS - Unin-
terruptible power supply), etc. Dentro dessa classificação, encontram-se também
os chamados circuitos de emergência, como, por exemplo, os circuitos de alarme
e de proteção contra incêndio.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 37

Por outro lado, são ditos não essenciais os circuitos alimentados somente
pela rede da concessionária, e que, em caso de qualquer falta de fornecimento, terão
seu abastecimento interrompido. A divisão entre essenciais e não essenciais é de
suma importância para o correto dimensionamento do gerador que atenderá a
edificação e depende da característica da atividade desenvolvida, seja ela industrial,
comercial, assistencial de saúde, entre outras.

Figura 5 – Exemplo de alimentação de cargas essenciais e não essenciais

Fonte: Autor

Na figura 5, apresentamos um esquema que relaciona cargas essenciais e


não essenciais com duas fontes de alimentação. A princípio, todas as cargas são
alimentadas pela rede de energia elétrica da concessionária. Na ocorrência de falha
no fornecimento ou falta de fase, a chave de transferência é acionada e seleciona o
terminal de alimentação vindo do gerador de emergência. Assim, as cargas essen-
ciais continuam sendo alimentadas através de uma fonte particular. Esse chave-
amento entre fontes pode ser feito tanto de forma manual quanto automática.
Na figura 6, apresentamos outro sistema contendo circuitos essenciais, não
essenciais e um de emergência representado pela casa de máquinas de incêndio
(CMI). Segundo o Decreto n° 897/76 do Estado do Rio de Janeiro e a Nota Téc-
nica NT2 04, as bombas de incêndio devem ser alimentadas por circuito próprio
e dedicado, derivado antes da chave geral. Deve haver dois sistemas de bombea-
mento: um motor elétrico e outro a explosão (backup), podendo este último ser
substituído por um gerador exclusivo ou não. Em uma situação de falta de energia,
38 Instalações Elétricas Prediais

o sistema é operado conforme o descrito na figura 5, mas, em caso de incêndio, a


CMI deve ser alimentada através de uma derivação feita antes da chave geral. E,
se ocorrer falta de fornecimento da rede de energia elétrica, o gerador alimenta a
bomba da CMI.

Figura 6 – Exemplo de alimentação de cargas essenciais, não essenciais e CMI

Fonte: Autor

3.4. Circuitos de emergência para estabelecimentos assistenciais de saúde


(EAS)

Em ambientes como hospitais, onde muitas vezes a manutenção da vida


dos pacientes depende de aparelhos eletroeletrônicos, a existência de um sistema
de alimentação de emergência é obrigatória para suprir cargas essenciais em casos
de interrupção do fornecimento por parte da concessionária local ou em quedas
superiores a 10% do valor nominal por um tempo superior a 3s.
As instalações de emergência são discriminadas pela NBR 13.534:95, de
acordo com o tempo para o restabelecimento da alimentação, em três classes.
São elas:

a. Classe 0.5 – Fonte capaz de restabelecer o suprimento de energia em até


0,5s e o mantém por no mínimo 1h. Utilizada para luminárias cirúrgicas.
b. Classe 15 – Fonte que tem seu acionamento automático em no máximo
15s, garantindo o suprimento por 24h. Utilizada para equipamentos
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 39

eletromédicos que são usados em procedimentos cirúrgicos, aparelhos


de sustentação de vida e aqueles integrados ao suprimento de gases.
c. Classe > 15 – Fonte que pode ter seu acionamento automático ou
manual em um período maior que 15s, garantindo o suprimento de
energia por 24h. Usada para equipamentos eletroeletrônicos que não
são ligados diretamente aos pacientes, como os equipamentos de lavan-
deria e esterilização de materiais.

Na resolução da ANVISA RDC nº 50 são relacionadas as classes de instala-


ção de emergência necessárias para cada tipo de ambiente hospitalar. Essas infor-
mações são fundamentais para a divisão da instalação em circuitos alimentadores
e terminais, e para o dimensionamento das fontes de emergência.
Na figura 7, apresentamos um esquema contendo cargas essenciais (I e II) e
não essenciais alimentadas por duas fontes mais um UPS. No exemplo em questão,
as cargas essenciais II são de classe 0.5 e alimentadas por um UPS em caso de falta
no suprimento; as cargas essenciais I serão tratadas como classe 15 e atendidas pelo
gerador em no máximo 15s; e as cargas não essenciais ficarão desligadas aguardando
o suprimento da rede de energia elétrica ser reestabelecido.

Figura 7 – Exemplo de alimentação de cargas essenciais, não essenciais em EAS

Fonte: Autor

Essa divisão da instalação permite ao projetista dimensionar o gerador de


emergência para atender as cargas essenciais I e II, e dimensionar o UPS para
atender as cargas essenciais II, podendo o projetista adotar um tempo mínimo de
autonomia entre uma e três horas.
40 Instalações Elétricas Prediais

3.5. Esquema vertical predial

O esquema vertical relaciona a hierarquia entre quadros e painéis de uma


edificação seja ela comercial, residencial, industrial ou híbrida. Ele possibilita uma
visualização geral dos circuitos alimentadores que interligam os quadros desde sua
entrada, medição e distribuição através dos pavimentos.

Figura 8 – Exemplo de um esquema vertical

Fonte: Autor

Na figura 8, apresentamos um esquema vertical onde é possível compre-


ender a estrutura dos circuitos alimentadores da edificação. O ramal de entrada
alimenta a caixa do tipo CSMD, que agrupa as funções de proteção, seccionamento
e medição totalizadora; Ela, por sua vez, alimenta a caixa do tipo PPGP, que fun-
ciona como um quadro geral de distribuição, contendo uma proteção geral e as
proteções parciais dos alimentadores dos agrupamentos (PDMD) e da unidade
de medição de serviço do condomínio (MS). Através de uma prumada vertical, os
circuitos alimentadores dos agrupamentos interligam a PPGP às PDMDs de cada
pavimento. As últimas agrupam as unidades individuais de medição. A medição
de serviço alimenta o quadro geral do condomínio, que por sua vez alimenta os
quadros parciais das áreas comuns, casa de máquinas, subsolo, etc. Esse esquema é
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 41

fundamental para uma melhor visualização na avaliação da demanda dos trechos


pelo método B, que será detalhada no capítulo 4.

3.6. Quadro de Cargas

O Quadro de Cargas é o resumo da instalação e apresenta as informações


individuais de cada circuito, contendo dados preciosos para a execução do projeto,
tais como corrente nominal, tensão, potência, distribuição de cargas entre fases,
corrente das proteções, seção nominal dos condutores, observações, entre outras.
A tabela 3 apresenta um exemplo de Quadro de Carga do Quadro Geral
(QGLF) de uma unidade residencial. O QGLF alimenta os circuitos terminais do
pavimento térreo, mais dois circuitos alimentadores de quadros parciais (QP1 e
QP2), responsáveis por abrigar os dispositivos de manobra e proteção dos circuitos
terminais dos pavimentos 1 e 2, respectivamente. As tabelas 4 e 5 representam os
quadros de cargas dos quadros QP1 e QP2.

Tabela 3 – Quadro de Cargas do Quadro Geral de distribuição


QUADRO DE CARGAS - QGLF

Iluminação (VA) TUG (VA) TUE (VA) Fase


CIRC. Aq. Ar- Motor S(VA) V I mm² Disj. (A)
15 20 25 2 X 26 70 100 600 A B C
água -cond. elétrico

1.1 0 0 0 0 0 0 0 5500 0 0 5500 220 25,00 6,0 2P - 32A 2750   2750

1.2 0 0 0 0 0 0 0 5500 0 0 5500 220 25,00 6,0 2P - 32A   2750 2750

1.3 0 0 0 0 0 0 0 0 1520 0 1520 220 6,91 2,5 2P - 10A 760   760

1.4 0 2 7 0 0 8 0 0 0 0 1015 127 7,99 1,5 1P - 10A 1015    

1.5 0 0 2 0 3 5 1 0 0 0 1360 127 10,71 2,5 1P - 13A     1360

1.6 0 4 2 0 0 3 1 0 0 0 1030 127 8,11 2,5 1P - 10A 1030    

1.7 0 0 0 0 0 2 3 0 0 0 2000 127 15,75 4,0 1P - 16A   2000  

1.8 0 0 0 0 0 1 3 0 0 0 1900 127 14,96 2,5 1P - 16A     1900

1.9 0 0 9 0 0 5 0 0 0 0 725 127 5,71 2,5 1P - 6A   725  

1.10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1520 1520 220 6,91 2,5 2P - 10A 760 760  

QP1 5 8 6 0 0 22 2 11000 3040 0 17825 220 46,78 10,0 3P - 50A 5965 5600 6260

QP2 0 0 1 12 0 8 1 5500 0 0 7549 220 34,31 6,0 2P - 40A 4174 3375 0

Total 75 280 675 624 210 5400 6600 27500 4560 1520 47444 220 124,51 35,0 100A 16454 15210 15780
42 Instalações Elétricas Prediais

O QGLF contém, além das informações dos circuitos terminais subordi-


nados, a totalização dos circuitos alimentadores extraídos dos quadros de cargas
de QP1 e QP2, sendo QP1 um circuito trifásico com neutro e QP2 um circuito
bifásico com neutro a jusante do QGLF.

Tabela 4 – Quadro de Cargas do Quadro Parcial 1


QUADRO DE CARGAS - QP1

TUG
Iluminação (VA) TUE (VA) Fase
(VA) Disj.
CIRC. S(VA) V I mm²
Aq. Ar. Motor (A)
15 20 25 2 X 26 70 100 600 A B C
Água Cond. Elétrico

2.1 0 0 0 0 0 0 0 5500 0 0 5500 220 25,00 4,0 2P -32A 2750   2750

2.2 0 0 0 0 0 0 0 0 1520 0 1520 220 6,91 2,5 1P -10A   760 760

2.3 0 0 0 0 0 0 0 5500 0 0 5500 220 25,00 6,0 2P - 32A   2750 2750

2.4 0 0 0 0 0 0 0 0 1520 0 1520 220 6,91 2,5 1P -10A 760 760  

2.5 0 4 1 0 0 6 1 0 0 0 1305 127 10,28 2,5 1P -13A 1305    

2.6 1 2 3 0 0 6 1 0 0 0 1330 127 10,47 2,5 1P - 13A   1330  

2.7 4 2 2 0 0 10 0 0 0 0 1150 127 9,06 2,5 1P - 13A 1150    

Total 75 160 150 0 0 2200 1200 11000 3040 0 17825 220 46,78 10,0 3P - 50A 5965 5600 6260

Tabela 5 – Quadro de Cargas do Quadro Parcial 2


QUADRO DE CARGAS - QP2

Iluminação (VA) TUG (VA) TUE (VA) Fase


CIRC. Aq. Ar. Motor S(VA) V I mm² Disj. (A)
15 20 25 2 X 26 70 100 600 A B C
Água Cond. Elétrico

3.1 0 0 0 0 0 0 0 5500 0 0 5500 220 25,00 4,0 2P -32A 2750 2750 0

3.2 0 0 0 12 0 8 0 0 0 0 1424 127 11,21 2,5 1P -13A 1424 0 0

3.3 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 625 127 4,92 6,0 1P - 10A   625 0

Total 0 0 25 624 0 800 600 5500 0 0 7549 220 34,31 10,0 2P - 40A 4174 3375 0
–4–
Luminotécnica

Conforme explicitado no item 2.1, os recintos (internos ou externos) devem


ser suficientemente iluminados de modo que seja possível executar neles tarefas
funcionais, sem prejuízo de segurança e bem-estar.
O conceito de Luminotécnica visa observar os seguintes pontos fundamentais:

a. Nível de iluminamento suficiente para cada atividade específica (NBR


ISO 8995:2013);
b. Distribuição espacial da luz sobre o ambiente por meio da localização
adequada dos pontos de luz;
c. Escolha da cor da luz e seu respectivo rendimento;
d. Interferência das cores das superfícies verticais e horizontais no apro-
veitamento luminoso;
e. Escolha apropriada dos aparelhos de iluminação (lâmpadas e luminá-
rias);
f. Potência dos pontos; e
g. Quantidade de pontos.

Neste capítulo, serão apresentados os conceitos básicos (grandezas funda-


mentais), os tipos de lâmpadas elétricas e luminárias e os métodos de cálculo para
a elaboração de um projeto de iluminação.
44 Instalações Elétricas Prediais

4.1. Conceitos básicos – grandezas fundamentais

4.1.1. Luz visível e Cor

A luz visível é uma onda eletromagnética capaz de produzir sensação visual


ao olho humano, cujo comprimento de onda situa-se entre as zonas de radiação
infravermelha e ultravioleta. Na figura 10, apresentamos a faixa do espectro visível.
A cor de uma superfície é Figura 9 - Cor
determinada pela frequência de onda
que ela reflete. Uma superfície verde
absorve todos os comprimentos de
onda que não correspondem ao verde.
A cor preta representa a inexistência
de cor ou a ausência de luz refletida,
enquanto uma superfície branca
reflete as sete cores do espectro visí-
vel: vermelho, laranja, amarelo, verde, Fonte: Autor
azul, anil e violeta.

Figura 10 – Faixa do espectro de frequência sensível ao olho humano

Fonte: Autor
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 45

4.1.2. Fluxo luminoso e intensidade luminosa

Figura 11 – Lúmen e candela O fluxo luminoso, representado pela letra


grega φ , é a potência de radiação emitida por
uma fonte luminosa puntiforme em todas as
direções do espaço. Sua unidade é o lúmen (lm),
representado na figura 11.
Um lúmen é definido como a quanti-
dade de luz irradiada por uma fonte de uma
candela (cd) sobre um ângulo sólido de um
esferorradiano,6 sendo um lúmen = cd.sr.

Fonte: Autor.

A candela (cd) é a unidade de intensidade luminosa do SI, dada pelo fluxo


luminoso emitido em uma direção pontual, sendo representada pela equação 7.

(7)

Em luminotécnica, esses conceitos estão diretamente relacionados a aspectos


como a potência irradiada por uma lâmpada, o modelo de lâmpada, a abertura
de facho luminoso, a distribuição luminosa, e às características construtivas das
luminárias.

4.1.3. Iluminância ou iluminamento (E)

É a razão entre o valor médio do fluxo luminoso (φ) e a área incidente (A).
Sua unidade de medida é o lux (lm/m²). Podemos dizer que 1 lux é igual a ilumi-
nância de uma superfície de 1 m² sobre a qual incide um fluxo perpendicular de
1 lúmen. Ela é dada pela equação 8.

6
O esterradiano (símbolo: sr), ou esferorradiano, é a unidade de medida padrão no Sistema
Internacional de Unidades para quantificar ângulos sólidos. Um sr equivale ao ângulo sólido
que gera uma área de 1 m² sobre a superfície de uma esfera com raio unitário.
46 Instalações Elétricas Prediais

(8)

A NBR 8995-1:2013 determina os níveis de iluminância mantida Em dos


ambientes em função das atividades neles desenvolvidas. Alguns valores são apre-
sentados na tabela 6.

Tabela 6 – Valores de Iluminância estabelecidos pela NBR 8995:2013


Atividades Em (lux)
Sala de espera 100
Circulação, escadas e corredores 150
Garagem 150
Residência (cômodos em geral) 150
Restaurantes 150
Depósitos 200
Lavanderias 200
Indústria (geral) 200
Sala de aula 300
Laboratórios 500
Sala de leitura 500
Indústria/montagem 500
Escritório 500
Sala de desenho 1000
Indústria/inspeção 1000
Editora (impressão) 1000
Indústria/soldagem 2000

4.1.4. Luminância

É uma medida da intensidade de uma luz refletida de uma superfície em


uma determinada direção. Pode ser descrita com a equação 9:
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 47

(9)

sendo I a intensidade luminosa, A área da superfície visível e θ o ângulo entre a


normal da superfície e a direção considerada.

Figura 12 – Luminância vs. iluminância

Fonte: Autor

4.1.5. Curva de distribuição luminosa

A curva fotométrica, ou curva de distribuição luminosa, é apresentada em


coordenadas polares (cd/1000 lm) para diferentes planos. É uma curva caracte-
rística de cada equipamento, fornecida pelo fabricante de lâmpadas refletoras e
luminárias, normalmente nos planos transversal, diagonal e longitudinal para
luminárias contendo lâmpadas tubulares e em um único plano para luminárias
em formato circular. Elas indicam se a lâmpada ou luminária tem uma distribui-
ção de luz direta, semidireta, geral difusa, semi-indireta ou indireta. A figura 13
apresenta um exemplo de curva de distribuição luminosa da luminária modelo
DE-504 da Intral, com características de iluminação direta nos planos transversal
e longitudinal.
48 Instalações Elétricas Prediais

Figura 13 – Curva de distribuição luminosa

Fonte: Autor

4.2. Lâmpadas: conceitos

As lâmpadas são equipamentos que convertem energia elétrica em energia


luminosa e térmica. São fontes artificiais de luz que complementam a falta de luz
natural em um determinado ambiente ou horário do dia. Podem ser agrupadas
em quatro tecnologias: lâmpadas incandescentes (efeito térmico), lâmpadas de
descargas; lâmpadas de indução e lâmpadas de estado sólido (LED). Para sele-
cionar a lâmpada ideal para um determinado ambiente, é necessário entender
alguns conceitos, além dos que já foram apresentados, que irão contribuir para
a qualidade da iluminação, são eles: eficiência luminosa, índice de reprodução
cromática, temperatura de cor e vida útil.

4.2.1. Eficiência luminosa (ou rendimento)

É a relação entre o fluxo luminoso de uma fonte luminosa e sua potência


elétrica (Pc), dada em lúmens por Watt (lm/W). Alguns fatores podem influenciar
essa eficiência, dentre eles o tipo de vidro difusor da luminária, caso ele absorva
parte da energia luminosa irradiada. A eficiência luminosa é obtida pela expressão:

(10)
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 49

Uma lâmpada incandescente de 100 W emite 1500 lml Dessa forma, sua
eficiência é de 15 lm/W. Uma lâmpada tubular LED de 20 W emite 1850 lm, e
assim, sua eficiência é de 92,5 lm/W.

4.2.2. Índice de Reprodução de Cores (IRC ou Ra)

Uma luz artificial deve permitir que o olho humano perceba as cores o
mais próximo possível da luz natural. O IRC é a comparação entre a cor real de
um objeto ou superfície e a sua aparência quando exposto a uma fonte de luz.
Quanto mais alto for o IRC de uma lâmpada, mais fiel e precisa é a apresentação
das cores. Esse índice varia em uma escala de 0 a 100, sendo um IRC de 100 aquele
que apresenta as cores reais de um objeto.

Figura 14 - Índice de reprodução cromática

Fonte: Autor.

O índice é um fator importante para seleção de um determinado tipo de


lâmpada, seja para aplicação na iluminação de vias públicas (20 < IRC < 39),
pátios industriais (40 < IRC < 59), shopping centers (IRC > 80), ginásios (70 <
IRC < 79), residências (IRC > 80) e decoração (IRC > 80), pois em determinadas
situações é necessário expor as verdadeiras cores de um objeto, em outras não.

4.2.3. Temperatura de cor (TC)

É uma classificação da sensação que a cor emitida por uma fonte luminosa
proporciona. Sua unidade é o Kelvin (K). A figura 15 representa as faixas de TC.
Conforme a TC aumenta, a luz emitida perde a coloração avermelhada e ganha
coloração branca e, posteriormente, azulada. As cores quentes relacionam-se ao
aconchego, a cor suave promove uma sensação de neutralidade e a cor fria, uma
ideia de impessoalidade, de um ambiente mais sério.
50 Instalações Elétricas Prediais

Figura 15 – Qualificação de temperatura da cor

Fonte: Autor

Dessa forma, para ambientes onde se deseja criar uma atmosfera de tranqui-
lidade e aconchego, tais como residências, hotéis e restaurantes, utilizam-se lâm-
padas de cor quente. Para ambientes onde se deseja estimular o foco no trabalho e
facilitar a execução de atividades, tais como hospitais, refeitórios, áreas industriais,
escritórios e comércio, é interessante a utilização de luz suave. Nos ambientes
hospitalares e nas empresas onde forem necessários agilidade e altíssimo nível
de foco e atenção, a luz fria contribui para um maior rendimento nas atividades.

4.2.4. Vida útil (h)

A seleção da lâmpada com base na maior vida útil pode aumentar seu custo
inicial de aquisição, mas contribui para a redução nos custos de manutenção ou
substituição. Dessa forma, a instalação inicial ou mesmo um retrofit demandam
uma análise energética, técnica e financeira.

4.2.5. Seleção de lâmpadas

Para auxiliar na seleção de lâmpadas, a tabela 7 apresenta um quadro resumo


contendo informações e aplicações de algumas tecnologias. Estas informações
auxiliam para melhor escolha de lâmpadas com base no ambiente a ser iluminado,
na atividade a ser desenvolvida, análise econômica e plano de manutenção.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 51

Tabela 7 – Comparação e aplicações das tecnologias de lâmpadas


Eficiência
Temperatura Vida
Lâmpadas luminosa IRC (%) Aplicação
de cor (K) útil (h)
(lm/W)
Incandescentes
Geral, residencial, abajures,
Bulbo claro 10-15 100 2700 800
luminárias
Faróis de carro, retroprojeto-
Bipino 10-15 1500
res, iluminação decorativa
Refletores, vitrines, ilumina-
Halógenas Palito 12-20 100 3000 1500
ção decorativa
Residencial/comercial
Dicróica 13-27 3000
decorativo
Descarga de baixa pressão
Iluminação principal comer-
cial e industrial, residências
Tubular 55-75 70-89 4000-6500 6000
(cozinha, copas e áreas de
Fluorescentes serviço), hotéis
Geral, residencial, abajures,
Compacta 60 80-89 2700-6500 6000
luminárias
Circular 70 70-79 6500 6000 Residências e condomínios
Vapor de sódio de baixa Vias de tráfego, autoestrada,
130-200 20 1600 18000
pressão estacionamento
Descarga de alta pressão
Espaços públicos ao ar livre,
estacionamentos, oficinas,
Luz mista 20-35 60 3800 13000
galpões industriais e ginásios
esportivos
Áreas esportivas, fachadas de
edifícios, monumentos, pátio
Vapor de mercúrio 35-55 40-60 4300 20000
de montagem industrial e
postos de gasolina
Iluminação de grandes áreas
como praças públicas, áreas de
comércio, vitrines, fachadas de
9000- prédios, supermercados, shop-
Multivapores metálicos 60-100 70-100 3000-5500
20000 ping centers, ginásios, quadras
poliesportivas, estádios de
futebol, aeroportos, hotéis e
indústrias
Iluminação externa, indus-
Vapor de sódio de alta
84-140 20-70 2000-3200 28000 trial, canteiros de obras e vias
pressão
de tráfego
52 Instalações Elétricas Prediais

Lâmpadas de indução
Vias públicas, rodovias, praças
de pedágio, túneis, pontes,
ciclovias, calçadas estacio-
namentos, pátios, parques,
praças, túneis, jardins, monu-
Indução 55-80 >80 2700-6500 100000 mentos, fachadas, iluminação
de destaque, shopping centers,
condomínios residenciais,
galpões industriais, ginásios de
esportes, lojas, hipermercados,
almoxarifados e depósitos
Lâmpadas de estado sólido – LED
Aplicações residencial e
comercial, iluminação em
Tubular 100-116 80-95 3000-6500 >25000 geral, aplicações de exterior
apenas em luminárias apro-
priadas
Aplicações domésticas, ilumi-
nação em geral, aplicações de
Bulbo 83-100 80-95 3000-6500 >25000
exterior apenas em luminárias
apropriadas
Existe uma imensa variedade de modelos de lâmpadas LED, além da tubular e bulbo,
podendo ser aplicadas em iluminação de fachadas, sinalização de tráfegos, iluminação
Outros modelos
geral, uso residencial, iluminação comercial, sinalização, iluminação decorativa, sancas,
refletores, escadarias, teatros, cinemas, etc.

4.3. Luminárias

As luminárias são equipamentos que propor- Figura 16 – Luminária


cionam a conexão da lâmpada com a rede elétrica
e que tem como principais funções decorar, distri-
buir/direcionar/modificar o fluxo luminoso emi-
tido pela fonte luminosa, diminuir o ofuscamento,
proteger a lâmpada contra poeira e umidade (IP) e
oferecer proteção mecânica à lâmpada ou conjunto
de lâmpadas.
Fonte: Autor.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 53

4.3.1. Classificação pela distribuição luminosa

A forma como a luminária distribui o fluxo luminoso é dada por sua curva
de distribuição luminosa, apresentada na seção 4.1.5.

Figura 17 – Formas de distribuição luminosa

Fonte: Autor.

As formas de distribuição do fluxo luminoso são representadas na figura


17 e podem ser classificadas como:

a. Direta: O fluxo luminoso é direcionado para o plano de trabalho. São lumi-


nárias indicadas para uma iluminação funcional, utilizadas em ambientes
industriais, comerciais, cozinhas, mesa de refeição, etc., onde são realizadas
tarefas diárias. Alguns exemplos são luminárias fluorescentes e spots.
b. Indireta: O fluxo é direcionado no sentido oposto ao do plano de tra-
balho. É indicada para iluminação decorativa. Sancas, por exemplo,
fornecem esse tipo de distribuição.
c. Semidireta: O fluxo luminoso é predominantemente direcionado para o
plano de trabalho de forma direta e parcialmente de forma indireta. É uma
iluminação funcional utilizada quando se deseja eliminar pontos de sombra.
d. Semi-indireta: O fluxo luminoso é predominantemente direcionado
para o plano de trabalho de forma indireta e parcialmente de forma
direta. É uma iluminação decorativa indicada para ambientes como
banheiros e sala de estar.
e. Geral-difusa: O fluxo luminoso é distribuído praticamente em todas
as direções. Utilizada em iluminação geral residencial. Luminárias com
plafonier para globo e arandelas são exemplos típicos.
54 Instalações Elétricas Prediais

4.4. Métodos luminotécnicos

No processo de quantificação de cargas para iluminação de interiores, pode-


mos adotar o método dos requisitos mínimos da NBR 5410 apenas para unidades
de habitação e afins, que tem como característica estimativa por densidade de carga.
Nos demais casos, tais como instalações hospitalares, industriais, comerciais e em
empresas, devemos aplicar as prescrições da NBR 8995, que leva em consideração
aspectos quantitativos e qualitativos da iluminação específica para determinada
atividade. Para unidades de habitação também podem ser aplicadas as prescrições
da NBR8995 e projeto luminotécnico.
Existem alguns métodos de cálculo utilizados para projetos de iluminação
de interiores. Entre eles, temos:

• Método dos lúmens, também chamado de processo simplificado ou


método do fluxo luminoso;
• Método do ponto a ponto, ou ou método das intensidades luminosas;
• Método computacional, por meio de softwares como Dialux, LumiSoft,
entre outros.

4.4.1. Método dos lúmens

É um método que pode ser aplicado para escritórios, estabelecimentos


comerciais e industriais ou mesmo residências, onde a fonte de luz não é pun-
tiforme quando comparada às dimensões do ambiente. Ele consiste na determi-
nação do fluxo luminoso (ϕL) emitido no plano das luminárias necessário para
proporcionar o nível de iluminância adequado no plano de trabalho(Ep) onde
será realizada uma determinada atividade.
O fluxo luminoso emitido no plano das luminárias é igual a soma do fluxo
luminoso emitido por todas as luminárias (φi), dado pela equação 9.

(11)
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 55

Considerando todas as luminárias iguais, o fluxo de cada luminária é


igual a φ i = n . φ l ηl , sendo n o número de lâmpadas nela contido, φ l o fluxo
luminoso emitido por cada lâmpada nela contida, e ηl o rendimento da lumi-
nária. O rendimento de luminária é um dado fornecido pelo fabricante devido
às características de absorção, reflexão e transmissão da luz, que dependem do
seu design e dos materiais com que são construídas. Dessa forma, ele relaciona
o fluxo total emitido pelas lâmpadas contidas na luminária com o fluxo total
que a luminária emite.
O fluxo luminoso entregue ao plano de trabalho (ϕ p) , ou plano de tarefa,
depende de características do local. As dimensões (altura útil, largura e compri-
mento) e as cores das superfícies interferem na diminuição do fluxo luminoso
devido ao comprimento da trajetória do feixe de luz e à absorção/reflexão nos
materiais e superfícies. As superfícies mais claras refletem mais luz e as mais
escuras absorvem mais a luz. Podemos representar essas perdas como o ren-
dimento do recinto (η r) que relaciona o fluxo luminoso entregue ao plano de
trabalho com o fluxo luminoso emitido no plano das luminárias (ϕL). A figura
18 representa essa relação.

(12)

Figura 18 – Representação do fluxo luminoso entregue ao plano de trabalho

Fonte: Autor.
56 Instalações Elétricas Prediais

Da equação 8, podemos afirmar que a iluminância mantida no plano de


trabalho deve ser igual a , sendo A igual a área do ambiente (C x L). Subs-
tituindo nas equacoes 11 e 12, e considerando a depreciação dos equipamentos
e do ambiente, temos:

(13)

sendo N o número de luminárias instaladas e d o fator de depreciação.


O fator de depreciação ou manutenção, dado na tabela 8, equivale às perdas
por redução nas refletâncias das superfícies devido ao envelhecimento dos mate-
riais, à redução gradual da intensidade da fonte de luz e às perdas devido à depo-
sição de sujeira nas superfícies das luminárias e lâmpadas. É um fator de redução
que afeta o rendimento do recinto e o rendimento da luminária, sendo obtido
através da relação entre o nível de iluminância medido no plano de trabalho no
período de manutenção com o nível de iluminância medido no plano de trabalho
no início da operação do sistema de iluminação.

Tabela 8 – Fator de depreciação em função do período de manutenção e tipo


de ambiente
Tipo de Período de manutenção (h)
ambiente
2500 5000 7500
Limpo 0,95 0,91 0,88
Normal 0,91 0,85 0,8
Sujo 0,8 0,66 0,57

A partir da equação 13, é possível obter o fluxo necessário no plano da


luminária para atender os requisitos normativos no plano de trabalho. Assim, o
fluxo luminoso (ϕL), em lúmens, é dado por:

(14)

onde ϕL = N . n . φl, μ é o fator de utilização dado por ηr . ηl , A é a área do


recinto e Ep o nível de iluminância mantida, especificado pela NBR 8995-
1:2013, conforme descrito na seção 4.1.3.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 57

O fator de utilização é um dado que pode ser calculado ou fornecido em


catálogos de fabricantes de luminárias através de tabelas similares à tabela 9, e
depende do tipo de luminária, das dimensões do local (índice do local) e da refle-
tância do teto e das paredes.
O índice de reflexão, ou refletância, é um dado relacionado às cores das
superfícies. A tabela 9 o trata de forma aproximada, ficando a cargo do projetista
selecionar o melhor enquadramento. O índice de 70% é referente à refletância
para a cor branca, o de 50% para cores claras, 30% para cores médias e 10% para
cores escuras, aproximadamente.
O índice do local (KL) relaciona as dimensões do ambiente: comprimento,
largura e altura útil (hu). É obtido a partir da equação 15 para iluminação direta
e indireta, respectivamente.

(15)

Para sistemas de iluminação direta, a altura útil é a distância entre o plano


da luminária e o plano de trabalho, representada na figura 18. Para sistemas de
iluminação indireta, a altura útil é dada pela distância entre o teto e o plano
de trabalho.

Tabela 9 – Valores do fator de utilização para luminária modelo DS-508 da Intral


Índice de reflexão das superfícies (%)
Teto 70 50 30
Parede 50 30 10 50 30 10 30 10
Piso 10 10 10
 
KL Fator de utilização (µ)
0,6 0,37 0,34 0,31 0,36 0,33 0,31 0,33 0,31
0,8 0,43 0,4 0,37 0,42 0,39 0,37 0,39 0,37
1 0,48 0,46 0,43 0,48 0,45 0,43 0,45 0,43
1,25 0,49 0,46 0,44 0,48 0,46 0,43 0,45 0,43
58 Instalações Elétricas Prediais

1,5 0,54 0,52 0,50 0,53 0,51 0,49 0,51 0,43


2 0,55 0,52 0,51 0,54 0,52 0,50 0,51 0,49
2,5 0,59 0,58 0,57 0,58 0,57 0,56 0,56 0,55
3 0,6 0,58 0,57 0,58 0,57 0,56 0,57 0,55
4 0,6 0,58 0,57 0,58 0,57 0,57 0,57 0,55
5 0,6 0,58 0,57 0,59 0,58 0,57 0,57 0,56

Com o fluxo luminoso total calculado a partir da equação 14, calcula-se


então o número de luminárias para o ambiente, dadas por:

(16)

Para que a iluminância seja uniformemente distribuída em todo plano de


trabalho, é necessário que as luminárias sejam uniformemente distribuídas no
recinto. Caso um número N-ímpar de luminárias não possibilite a uniformidade,
deve-se acrescentar mais uma luminária.

Exemplo 4.1: Para um escritório com as dimensões de 10 m de comprimento, 5


m de largura e pé direito de 3,5 m, determine a iluminação com base no método
dos lúmens. Admitamos: teto branco, paredes médias e piso de superfície escura;
as luminárias de sobrepor possuem 4 lâmpadas de descarga de 40 W, de fluxo
luminoso igual a 2.500 lúmens por lâmpada. O plano de trabalho está localizado
a 0,5 m do piso. Utilize a tabela 9 para obter o fator de utilização e a tabela 8 para
obter o fator de depreciação.

Solução: A curva de distribuição luminosa da luminária DS-508, da Intral, adotada, e


bastante similar a apresentada na figura 13, indica que ela direciona o fluxo emitido
no sentido do plano de trabalho. Trata-se, pois, de uma iluminação funcional e direta.
Para obtermos o fator de utilização dado na tabela 9 devemos encontrar o índice local e
selecionar a coluna 70-30-10 referentes às cores de teto, parede e piso, respectivamente.
O índice local, obtido pela equação 15 é:
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 59

Da tabela 9, temos:
Teto 70
Parede 50 30 10
Piso 10
KL Fator de utilização (µ)
0,6 0,37 0,34 0,31
0,8 0,43 0,4 0,37
1 0,48 0,46 0,43
1,25 0,49 0,46 0,44

Dessa forma, o fator de utilização obtido na tabela é igual a 0,46. O fator


de depreciação da tabela 8 para ambiente normal com período de manutenção
de sete mil e quinhentas horas é igual a 0,8.
Para esse tipo de atividade, a NBR 8995:2013 indica uma iluminância
mantida de 500 lux. Assim, o fluxo luminoso emitido no plano das luminárias,
obtido a partir da equação 14, para atender a iluminação específica da atividade
deve ser igual a

Da equação 16, para o fluxo luminoso necessário, utilizando luminárias


contendo quatro lâmpadas de fluxo nominal de 2500 lm, temos a seguinte quan-
tidade de luminárias:

Essa quantidade não permite uma distribuição uniforme, e por isso iremos
adotar oito luminárias distribuídas simetricamente no ambiente. A carga instalada
da iluminação para esse ambiente será de 4 x 40 x 8 = 1280 W, que deverá ser
acrescentada no Quadro de Previsão de Cargas em VA, cujo fator de potência irá
depender do conjunto de lâmpada e reator.
60 Instalações Elétricas Prediais

Figura 19 – Distribuição uniforme das luminárias no escritório

Fonte: Autor.

4.4.2. Método ponto a ponto

O método ponto a ponto, ou método das intensidades luminosas, baseia-


-se na Lei de Lambert, que define que a iluminância varia inversamente com o
quadrado da distância entre o ponto iluminado e o foco luminoso.

(17)

Para a encontrar a intensidade I, em candela, temos que conhecer os dia-


gramas fotométricos das luminárias, que são as curvas de distribuição luminosa
fornecidas em catálogos dos fabricantes.
É um método bastante trabalhoso de ser executado manualmente em
ambientes com várias luminárias, sendo utilizado quando a fonte luminosa é
pequena quando comparada com as dimensões do ambiente. Por meio dele, é
possível determinar a iluminância em qualquer ponto da superfície iluminada,
seja ela vertical ou horizontal, e considerar contribuições de mais de um modelo
de luminária. Para essas superfícies, não são consideradas as refletâncias.
Em um determinado ponto P da superfície receptora, a iluminância total é
igual à soma algébrica das contribuições dos pontos de luz existentes no ambiente.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 61

(18)

sendo Ep a iluminância total em um dado ponto P na superfície iluminada, Ei a


contribuição individual de um ponto de luz, e N o n-ésimo ponto de luz.

Figura 20 – Representação do feixe luminoso incidindo nas superfícies vertical


e horizontal

Fonte: Autor.

Conforme se observa na figura 20, a contribuição de um ponto de luz é


proporcional à intensidade luminosa da fonte na direção da superfície e ao cosseno
do ângulo de incidência que o facho faz com a normal ao plano, e inversamente
proporcional ao quadrado da distância da fonte à superfície. A iluminância indi-
vidual nos planos horizontal e vertical respectivamente é dada na equação a seguir.
62 Instalações Elétricas Prediais

(19)

De acordo com a equação 19, a iluminância total em um determinado ponto


P, localizado no plano horizontal quando estão instaladas mais de uma luminária
no ambiente é igual ao somatório das contribuições individuais:

Exemplo 4.2: Uma quadra poliesportiva com dimensões de 30 m x 17 m e pé direito


de 10 m possui luminárias igualmente espaçadas conforme leiaute apresentado na
figura 21. As luminárias estão fixadas a 6m de altura e equipadas com lâmpadas de
6500 lúmens. Determine a iluminância no ponto central da quadra e verifique se
ela atende a iluminância mantida de 300 lux indicada pela NBR 8995:2013.

Figura 21 – Arranjo das luminárias no ginásio poliesportivo

Fonte: Autor.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 63

Solução: Inicialmente, devemos verificar a distância entre todos os pontos A


ao H até o ponto P, e o ângulo de incidência do facho de cada luminária com a
normal no ponto P. Para os oito pontos de luz selecionados, temos as seguintes
distâncias D (fonte de luz – ponto P), e as intensidades do feixe extraídas da
curva de distribuição luminosa apresentados abaixo:

I(θ) Fluxo
Ponto h D(m) θ (graus) I(θ) (cd) Cos(θ) E (lux)
[cd/1000lm] Luminoso (lm)
A 6 6,00 0,00 380 6500 2470,0 1 68,61
B 6 7,37 35,50 340 6500 2210,0 0,81 49,73
C 6 10,45 54,97 140 6500 910,0 0,57 14,41
D 6 14,17 64,95 35 6500 227,5 0,42 2,65
E 6 8,25 43,33 300 6500 1950,0 0,72 39,00
F 6 9,29 49,78 150 6500 975,0 0,64 17,33
G 6 11,89 59,69 100 6500 650,0 0,5 9,03
H 6 15,26 66,85 30 6500 195,0 0,39 2,11
Total   394,08
64 Instalações Elétricas Prediais

Os valores de E(lux) foram obtidos através da equação 19. Podemos notar


que os pontos mais distantes, D e H, pouco contribuem para a iluminação no
ponto P. Tendo em vista a simetria na distribuição das luminárias, podemos con-
siderar que a iluminância total no ponto é dada pelas seguintes contribuições:

Et=Ea+2.(Eb+Ec+Ed+Ee)+4.(Ef+Eg+Eh)= 394,08 lux

Com esse resultado, vemos que o projeto atende a exigência normativa que
indica uma iluminância de 394,08 lux.
Esse método é bastante trabalhoso e demanda uma rotina de cálculo quando
existe uma grande quantidade de pontos de luz, ou quando é necessário verificar a
iluminância em diversos pontos no plano de trabalho. Para esse exercício, foi desen-
volvida uma rotina em Excel para determinar a iluminância em apenas um ponto.

4.4.3. Método computacional

Um estudo luminotécnico completo envolve fatores que não são consi-


derados nos processos analíticos e que demandam um trabalho dispendioso
no desenvolvimento de cada cenário. Integração da luz natural e da artificial,
dimerização, posição das aberturas com relação à trajetória solar, influência de
objetos, cores de superfícies e contribuição de diferentes luminárias tornam invi-
ável a solução analítica e exigem recurso computacional para o estudo lumínico.
Atualmente, existem diversos softwares voltados para o desenvolvimento
luminotécnico. Neste documento, iremos apresentar resultados obtidos com dois
programas livres. O primeiro é o softlux, utilizado em estudos iniciais ou projetos
simplificados, onde a influência da luz natural não é considerada, os ambientes não
possuem reentrancias e apenas um modelo de luminária é utilizada. O segundo é
o Dialux, onde é possível analisar o projeto em 3D, integrar a luz natural com a
artificial e verificar a contribuição de mais de um tipo de luminária no ambiente.
O programa possibilita a aplicação de diferentes cores de superfícies e possui uma
vasta biblioteca de luminárias e lâmpadas.
Na figura 22, apresentamos um estudo luminotécnico desenvolvido no
softlux para uma sala de aula com dimensões 8 m x 5 m e pé direito de 4 m, onde
é possível verificar as iluminâncias em pontos diversos e estimar o quantitativo
de aparelhos de consumo. Nele, o sistema é projetado pelo método de lúmens e
verificado com método ponto a ponto.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 65

Figura 22 – Estudo básico realizado no softlux para uma sala de aula

Fonte: Autor.

Na figura 23, apresentamos um projeto desenvolvido no Dialux em uma


residência histórica que abrigou inicialmente o curso de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É um ambiente adaptado para
sala de aula do curso de mestrado, no campus da Casa do Barão do Rio Branco,
localizado na cidade serrana de Petrópolis, Rio de Janeiro.

Figura 23 – Estudo de retrofit luminotécnico da sala de mestrado (Casa do


Barão do Rio Branco)

Fonte: Autor.
66 Instalações Elétricas Prediais

Figura 24 – Diagrama de cores falsas, Sala de exposição (Museu da Casa


do Colono)

Fonte: Autor.

Na figura 24, apresentamos um estudo luminotécnico para uma das salas de


exposição do Museu da Casa do Colono, localizado na cidade serrana de Petrópo-
lis, Rio de Janeiro. Nele, simulamos a contribuição simultânea de uma luminária
pendente e mais quatro trilhos contendo spots par20 direcionados para as peças
em exposição.
Os estudos apresentados, onde é possível prever a distribuição da iluminação
no plano de trabalho. Isto é possível apenas com uso de softwar, tornando obsoleta
a aplicacao do metodo analitico.
–5–
Demanda da instalação elétrica

5.1. Curva de carga, carga instalada e demanda

A curva de carga típica de uma instalação é a curva que apresenta o com-


portamento da demanda ao longo de um determinado período, comumente 24h.
O gráfico da figura 25 apresenta uma curva de carga de uma unidade de
consumo cujos valores de demanda média, demanda máxima e carga instalada
são apresentados. A carga instalada (30 kVA) representa o somatório das cargas
instaladas ou disponíveis na instalação, a demanda máxima é o maior valor do
uso simultâneo de cargas no referido período, que no gráfico da figura 25 ocorreu
às 20h com valor de 26 kVA, e a demanda média (8,18 kVA) é o valor médio da
demanda durante o intervalo de tempo.

Figura 25 – Curva de carga de uma Unidade de Consumo

Fonte: Autor
68 Instalações Elétricas Prediais

A avaliação da demanda de um circuito de distribuição é importante para


o refino no dimensionamento de alimentadores e dispositivos de proteção de
unidades individuais e/ou agrupamento de medidores. O circuito de distribuição
é dimensionado para a previsão de cenário mais crítico do uso simultâneo de carga
(demanda máxima), proporcionando uma economia considerável no custo da ins-
talação quando comparado a um dimensionamento que tenha como base o valor
da carga instalada. Essa economia ocorre devido à redução da corrente nominal
das proteções, da seção transversal dos condutores, do diâmetro de tubulações e
da dimensão de caixas e painéis.

5.2. Fatores de projeto

O fator de demanda é a relação entre a demanda máxima (DM) e a carga


instalada (CI).

(20)

No gráfico da figura 25, temos, por exemplo, um fator de demanda de


86,67%. Ou seja, no cenário mais crítico do uso simultâneo de carga, são utilizados
86,67% da carga instalada. A utilização desse fator para fins de dimensionamento
exige do projetista um bom conhecimento da rotina de funcionamento dos seto-
res de uma determinada instalação, pois um fator de demanda muito baixo pode
ocasionar subdimensionamento dos ramais de alimentação.
A curva de carga da figura 26 é formada pela composição do somatório das
demandas instantâneas dos equipamentos ao longo do período de 24h. Na repre-
sentação do comportamento da utilização das cargas ao longo do dia, podemos
verificar a utilização das cargas de iluminação e tomadas, aquecimento de água,
ar-condicionado e motor elétrico de forma discriminada. O momento da demanda
máxima (21h), onde ocorre o maior valor do somatório das demandas simultâ-
neas, não equivale ao momento de maior demanda de cada grupo de carga. Por
exemplo, o conjunto dos aparelhos de ar-condicionado tem sua maior demanda
no período compreendido entre 0h e 9h e a bomba centrífuga também não tem
sua utilização coincidindo com o instante da demanda máxima. Isso ocorre devido
à diversificação do comportamento no uso de carga.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 69

Figura 26 – Composição da curva de carga por diversidade

Fonte: Autor

O fator de diversidade é a razão da soma das demandas máximas dos con-


juntos de cargas diversas com relação à demanda máxima da instalação.

(21)

sendo d o fator de diversidade com valor maior que a unidade, DMi a demanda
máxima de um conjunto de carga e DM a demanda máxima da instalação.
O fator de carga de uma instalação é definido como a relação entre a
demanda média (Dm) e a demanda máxima.

(22)

O fator de carga refere-se a um valor diário, semanal, mensal ou anual que


pode ser utilizado quando for necessário estimar o consumo de energia. Quanto
maior o período analisado, menor será o valor. Em instalações industriais, é uma
ferramenta bastante utilizada em programas de conservação de energia, plane-
70 Instalações Elétricas Prediais

jamento da produção, alternância entre cargas de setores e otimização de cargas


para redução da demanda contratada.
O fator de utilização de um determinado equipamento é a razão entre a
potência máxima por ele absorvida e sua potência nominal. No caso de motores
elétricos, quando trabalham com uma carga inferior à nominal, podemos conside-
rar o fator de utilização inferior à unidade; já no caso dos sistemas de iluminação,
ar-condicionado e aparelhos de aquecimento de água, devemos adotar o valor
unitário. Esse fator pode ser utilizado no dimensionamento de ramais, desde que
o projetista tenha total conhecimento das condições de regime dos equipamentos.
Caso contrário, pode haver um subdimensionamento do circuito.

Exemplo 5.1: Para a unidade de consumo (UC) cujo comportamento da carga é


apresentado na figura 24, determine o fator de demanda, o fator de diversidade
e o fator de carga.
Solução: A UC apresenta uma carga instalada de 22 kVA. Segundo o comporta-
mento da curva de demanda, a demanda máxima é de 16 kVA e a demanda média
é igual a 5,03 kVA. Dessa forma, o fator de demanda é igual a:

A demanda máxima dos conjuntos de cargas são:


• Iluminação e tomadas: 4 kVA
• Aparelhos de aquecimento de água: 11 kVA
• Aparelhos de ar-condicionado: 2 kVA
• Motor elétrico: 1 kVA

Assim, o fator de diversidade da instalação é igual a:

Para esta unidade, o fator de carga diário é igual a:


Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 71

5.3. Avaliação da demanda de uma instalação7

Em uma unidade residencial ou não residencial, a avaliação da demanda


em alimentadores de quadros de distribuição, setores e agrupamentos de medição
pode ser obtida através da demanda por diversidade de carga. O processo exige
um amplo conhecimento das condições de regime de operação, ficando a cargo do
projetista aplicar ou não os critérios de avaliação da demanda, não o eximindo da
responsabilidade no dimensionamento de condutores e proteções. Nesta seção,
apresentamos duas metodologias: a primeira é aplicada a unidades individuais
ou agrupamentos de até três unidades consumidoras; a segunda é aplicada para
agrupamentos contendo de quatro até 300 unidades consumidoras.

Método A:

5.3.1. Este método aplica-se:

• À avaliação e dimensionamento de entrada individual, isolada, com


ramal de ligação independente;
• À avaliação e dimensionamento de agrupamento coletivo contendo
até três unidades;
• À avaliação e dimensionamento de unidade de serviço derivada de
entrada coletiva (residencial ou não residencial);
• À avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo em vilas
ou condomínios horizontais com até três unidades consumidoras;
• À avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo que pos-
suam unidades consumidoras residenciais com presença de cargas atí-
picas (motores, saunas e ar-condicionado central), como nos casos de
coberturas, independentemente do número de unidades consumidoras;
• À avaliação e dimensionamento dos circuitos de uso coletivo que pos-
suam unidades consumidoras não residenciais.

7
Esta seção adotou como base a metodologia proposta na “Regulamentação para Fornecimento
de Energia Elétrica a Consumidores em Baixa Tensão” (Recon-BT/Light, versão 2019) e na
RTD-027 do CODI.
72 Instalações Elétricas Prediais

A expressão geral para avaliação da demanda pelo método A é dada por:

(23)

sendo D1 a demanda de iluminação e tomadas de uso geral, D2 a demanda de


aparelhos para aquecimento (chuveiros, aquecedores, torneiras elétricas, etc.),
D3 a demanda de aparelhos de ar-condicionado tipo janela, splits e similares, D4 a
demanda de unidades centrais de condicionamento de ar e similares, D5 a demanda
de motores elétricos e máquinas de solda tipo motor – gerador, e D6 a demanda de
máquinas de solda a transformador e equipamentos odonto-médico-hospitalares
(aparelhos de raio X, tomógrafos, mamógrafos e outros).
A avaliação da demanda das cargas de iluminação e tomadas de uso geral
são diferenciadas com relação à atividade realizada na unidade de consumo, pois
o perfil de utilização dessas cargas difere de uma atividade para outra. 8 Na tabela
10, apresentamos os valores de densidade mínima de carga e do fator de demanda
para uso residencial e não residencial. A carga instalada (C1) a ser considerada é
a de maior valor entre a carga prevista e o produto da densidade de carga mínima
(expressos na tabela 10) pela área construída da unidade avaliada, sendo a demanda
de iluminação e tomadas (D1) igual a FD (%) x C1. Por exemplo, se C1(prevista)
for maior que (kVA/m²) x Área construída, C1 = C1(prevista), e vice-versa.

Tabela 10 – Fator de demanda e carga mínima por tipo de atividade


(Iluminação e TUG) – D1
Carga
Descrição mínima Fator de demanda (%)
(kVA/m²)
Auditórios, salões para
exposições, salas de vídeo 0,015 80
e semelhantes
Bancos, postos de serviço
0,050 80
público e semelhantes
Barbearias, salões de beleza
0,020 80
e semelhantes

8
Instalações em que, pela sua natureza, a carga seja utilizada simultaneamente, deverão ser
consideradas com fator de demanda de 100%.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 73

Clubes e semelhantes 0,020 80


80 para os primeiros 12 kVA
Escolas e semelhantes 0,030
50 para o que exceder 12 kVA
80 para os primeiros 20 kVA
Escritórios 0,050
60 para o que exceder 20 kVA
80 para os primeiros 10 kVA
Residencial
25 para o que exceder 10 kVA
Garagens, áreas de serviço 80 para os primeiros 30 kVA
0,005
e semelhantes
Não residencial 60 para o que exceder 30 até
100 kVA
40 para o que exceder 100 kVA
Hospitais, centros de 40 para os primeiros 50 kVA
0,020
saúde e semelhantes 20 para o que exceder 50 kVA
50 para os primeiros 20 kVA
Hotéis, motéis e seme-
0,020 40 para o que exceder 20 até 100 kVA
lhantes
30 para o que exceder 100 kVA
Igrejas, salões religiosos e
0,015 80
semelhantes
Lojas e semelhantes 0,020 80
0<kVA≤1 (80) 6<kVA≤7 (40)
1<kVA≤2 (75) 7<kVA≤8 (35)
Unidade consumidora 2<kVA≤3 (65) 8<kVA≤9 (30)
residencial (casas, aparta- 0,0300
mentos e semelhantes) 3<kVA≤4 (60) 9<kVA≤10 (27)
4<kVA≤5 (50)
24 para o que exceder 10 kVA
5<kVA≤6 (45)
Restaurantes, bares, lan-
0,020 80
chonetes e semelhantes

A avaliação da demanda para o grupo de equipamentos de aquecimento


de água deve ser realizada de forma separada para cada tipo de aparelho, como
chuveiro elétrico, torneira elétrica, aquecedor, entre outros. Assim,

(24)
74 Instalações Elétricas Prediais

Na tabela 11, são apresentados os valores do fator de demanda para apare-


lhos de aquecimento de água.
Os fatores de demanda aplicados para o conjunto de unidades indivi-
duais de aparelhos de ar-condicionado tipo janela, split e similares para uso
residencial e não residencial são apresentados na tabela 12. Na tabela 13, apre-
sentamos o fator de demanda para centrais de ar-condicionado, self contained
e similares.

Tabela 11 – Fator de demanda para aparelhos de aquecimento de água – D2


N° de aparelhos Fator de demanda (%) N° de aparelhos Fator de demanda (%)
1 100 14 41
2 75 15 40
3 70 16 39
4 66 17 38
5 62 18 37
6 59 19 36
7 56 20 35
8 53 21 34
9 51 22 33
10 49 23 32
11 47 24 31
12 45 25 ou mais 30
13 43  

Tabela 12 – Fator de demanda para aparelhos de ar-condicionado tipo


janela, split e similares – D3
Utilização residencial Utilização não residencial
N° de Aparelhos Fator de demanda (%) N° de Aparelhos Fator de demanda (%)
1a4 100 1 a 10 100
5 a 10 70 11 a 20 75
11 a 20 60 21 a 30 70
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 75

21 a 30 55 31 a 40 65
31 a 40 53 41 a 50 60
41 a 50 52 51 a 80 55
Acima de 50 50 Acima de 80 50

Tabela 13 – Fator de demanda para centrais de ar-condicionado, self contai-


ned e similares – D4
N° de Aparelhos Fator de demanda (%) N° de Aparelhos Fator de demanda (%)
1 a 10 100 41 a 50 60
11 a 20 75 51 a 80 55
21 a 30 70 Acima de 80 50
31 a 40 65  

Tabela 14 – Fator de demanda para motores elétricos – D5


N° total de motores 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ≥10
Fator de Demanda (%) 100,00 75,00 63,33 57,50 54,00 50,00 47,14 45,00 43,33 42,00

Tabela 15 – Tabela de conversão CV-kVA


CV kVA CV kVA CV kVA CV kVA
1/4 0,66 2 2,70 12 1/2 14,09 50 48,73
1/3 0,77 3 4,04 15 16,65 60 58,15
1/2 0,87 4 5,03 20 22,10 75 72,28
3/4 1,26 5 6,02 25 25,83 100 95,56
1 1,52 7 1/2 8,65 30 30,52 125 117,05
1 1/2 2,17 10 11,54 40 39,74 150 141,29
  200 190,18
76 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 16 – Fator de demanda para máquina de solda e equipamento


odonto-médico-hospitalar – D6
Quantidade de Fator de
Equipamento
Equipamentos Demanda (%)
1 100
2a3 70
Máquina de solda
4a7 60
mais de 7 50
1 100

Aparelho de raio X, tomógrafo, mamógrafo, resso- 2a5 60


nância magnética e semelhantes 6 a 10 50
mais de 10 40

O fator de demanda aplicado para o conjunto de motores elétricos é dado


na tabela 14. Os motores reservas não devem ser computados na composição da
carga instalada nem na demanda (D5). Nos casos em que a diferença de potência
entre motores for elevada, pode acontecer de a demanda D5 ser inferior à potência
do maior motor; nesses casos, a demanda será a potência do maior motor, ou seja,
S(kVA)maior motor = D5 .

Quando os dados de placa do motor não forem conhecidos, podemos adotar


a tabela 15 para conversão de CV para kVA. 9
Os fatores de demanda para equipamentos odonto-médico-hospitalares e
máquinas de solda10 são apresentados na tabela 16.

Exemplo 5.2: Determine a demanda de uma residência de 150 m² cuja carga ins-
talada é de 21,08 kVA, composta por:

9
Os valores em kVA foram obtidos levando em consideração um baixo rendimento de moto-
res elétricos. Tendo em vista a grande variedade de equipamentos existentes, a tabela apresen-
ta valores estimados de demanda de forma conservadora.
10
Assim como no caso dos motores elétricos, quando a demanda de um grupo de equipamen-
tos for inferior à potência individual do maior equipamento do conjunto, deve ser considera-
do o valor de potência do maior equipamento como a demanda do conjunto.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 77

• Iluminação e TUG: 5,3 kVA


• Aparelhos de aquecimento de água: dois chuveiros de 5,5 kVA e uma
torneira elétrica de 2,5 kVA.
• Aparelho de ar-condicionado: um de 9000 BTU (584 VA) e um de
12000 BTU (823 VA).
• Motor elétrico: uma bomba centrífuga de ½ CV e um motor reserva
de ½ CV, cujos dados de placa são desconhecidos.

Solução: Para o conjunto de carga de iluminação e tomadas a demanda D1 é dada


por (tabela 10):

Para o conjunto de cargas de aparelho de aquecimento de água, D2 é com-


posta pela soma das demandas do conjunto de chuveiros e do conjunto de torneiras
elétrica (equação 24).

Para o conjunto de aparelhos de ar-condicionado, até quatro unidades, a


demanda é de 100%, ou seja:

Para o conjunto de motores elétricos, o motor reserva não é levado em


consideração e, como os dados de placa não são conhecidos, iremos adotar os
valores da tabela 15.
78 Instalações Elétricas Prediais

Da equação 23, a demanda total da instalação é igual a 16,46 kVA e o fator


de demanda é igual a 78,1%.

O valor da demanda será utilizado na seleção dos equipamentos do padrão


de entrada (unidade de medição), conforme especificações da concessionária, e
no dimensionamento do alimentador do quadro geral de luz e força.

Exemplo 5.3: Determine a demanda de um conjunto de motores composto por


um motor de 100 CV, um de 3 CV e um de 5 CV.
Solução:

Como a demanda do conjunto é inferior à potência absorvida pelo maior


motor, a demanda será igual à potência do maior motor, .

Exemplo 5.4: Uma unidade não residencial (ginásio esportivo), de 3000 m² contém
a seguinte carga instalada:

Grupo de carga Quantidade kVA kVA (grupo)


Iluminação e tomadas 40,00
Aquecimento de água 16 x 5500 VA 88,00
3 x 9000 BTU 3 x 0,645 1,94
Ar-condicionado 4 x 12000 BTU 4 x 0,877 3,51
3 x 18000 BTU 3 x 1,22 3,67
Central de ar-condicionado 1 x 20,96 20,96
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 79

3 x 3 CV 3 x 4,04 16,16


Motor elétrico 2 x 5 CV 2 x 6,02 12,04
4 x 1 CV 4 x 1,52 6,08
Carga instalada (kVA) 192,36

Solução: Para o conjunto de iluminação e tomadas, a carga estimada é de 0,02 x


3000 = 60 kVA > 40 kVA. Assim, a carga instalada considerada será de 60 kVA
para avaliação da demanda do grupo.

Exemplo 5.5: Para uma entrada coletiva composta por três apartamentos com área
útil de 90 m², e condomínio com área de 200 m², determine a demanda do ramal
de entrada. A carga instalada é de:

Grupo de carga Quantidade kVA


Apartamento 13,15
Iluminação e tomadas - 3,50
Chuveiro elétrico 1x5,5 kVA 5,50
Torneira elétrica 1x2,5 kVA 2,50
Ar-condicionado 2x10000BTU 1,65
80 Instalações Elétricas Prediais

Serviço 25,68
Iluminação e tomadas - 4,00
Chuveiro elétrico 1x5,5kVA 5,50
2x2CV 4,14
Motor elétrico
2x5CV 12,04

a) Avaliação da demanda por apartamento:

b) Avaliação da demanda da unidade de serviço (condomínio):

c) Avaliação da demanda para o conjunto de três apartamentos:


Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 81

d) Demanda da proteção geral


Como o circuito de serviço de uso do condomínio é derivado antes da
proteção geral de entrada, DAG= DPG= 19,80 kVA.

e) Demanda do ramal de entrada


Essa demanda deve ser utilizada para dimensionar os condutores, materiais
e equipamentos da instalação da entrada coletiva11.

5.3.2. Método B:

Este método aplica-se:

• À avaliação da demanda e dimensionamento dos circuitos de uso cole-


tivo em entradas exclusivamente residenciais (prédios, condomínios
horizontais e vilas), compostas de 4 a 300 unidades consumidoras (casas
ou apartamentos), que utilizem ou não equipamentos para aquecimento
de água (chuveiros com potência nominal individual até 4,4 kVA);
• Para entradas coletivas mistas (residencial e não residencial), à avaliação
da demanda e dimensionamento do circuito de uso comum dedicado à
parcela da carga residencial, composta de 4 a 300 unidades consumido-
ras residenciais, que utilizem ou não equipamentos para aquecimento
de água (chuveiros com potência nominal individual de até 4,4 kVA). 12

O cálculo da demanda para um conjunto de unidades consumidoras agru-


padas que contenham chuveiro com potência nominal individual até 4,40 kVA
é realizado pela equação 25.

(25)

11
Ver seção 5.3.3.
12
Trezentas unidades em apenas uma única edificação, onde, para o caso de múltiplos edifícios,
não deverá ser considerado o somatório de todas as unidades consumidoras de todos os blo-
cos para adoção das respectivas tabelas, mas cada edificação individualmente.
82 Instalações Elétricas Prediais

onde, DAG(kVA) é a demanda do agrupamento em kVA, d é o fator de diversi-


dade em função do número de apartamentos, dado pela tabela 17, FS é o fator
de segurança para equipamentos elétricos individuais de aquecimento de água
com potência nominal superior a 4,40 kVA, dado pela tabela 18, e A a área do
apartamento, ou a média ponderada das áreas dos apartamentos quando se tratar
de agrupamento alimentando unidades consumidoras com diferentes áreas, dado
pela equação 26.

(26)

sendo n o número de apartamentos e A a área dos apartamentos.

Nos casos de utilização de aquecedores com potências diferentes em uma


mesma unidade residencial, deve ser feita uma média ponderada a fim de se definir
o valor da potência Seq para a escolha do fator de segurança dado na tabela 17, onde:

(27)

sendo qi a quantidade de aparelhos de aquecimento com potência Si.

Tabela 17 – Fator de diversidade por número de apartamentos


n D n d n d n d n d
61 41,50 121 68,59 181 78,94 241 82,54
  62 42,06 122 68,84 182 79,04 242 82,56
63 42,62 123 69,09 183 79,14 243 82,58
4 3,88 64 43,18 124 69,34 184 79,24 244 82,60
5 4,84 65 43,74 125 69,59 185 79,34 245 82,62
6 5,80 66 44,30 126 69,79 186 79,44 246 82,64
7 6,76 67 44,86 127 69,99 187 79,54 247 82,66
8 7,72 68 45,42 128 70,19 188 79,64 248 82,68
9 8,68 69 45,98 129 70,39 189 79,74 249 82,70
10 9,64 70 46,94 130 70,59 190 79,84 250 82,72
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 83

11 10,42 71 47,10 131 70,79 191 79,94 251 82,73


12 11,20 72 47,66 132 70,99 192 80,04 252 82,74
13 11,98 73 48,22 133 71,19 193 80,14 253 82,75
14 12,76 74 48,78 134 71,39 194 80,24 254 82,76
15 13,54 75 49,34 135 71,59 195 80,34 255 82,77
16 14,32 76 49,90 136 71,79 196 80,44 256 82,78
17 15,10 77 50,46 137 71,99 197 80,54 257 82,79
18 15,88 78 51,02 138 72,19 198 80,64 258 82,80
19 16,66 79 51,58 139 72,39 199 80,74 259 82,81
20 17,44 80 52,14 140 72,59 200 80,84 260 82,82
21 18,05 81 53,26 141 72,79 201 80,89 261 82,83
22 18,66 82 53,82 142 72,99 202 80,94 262 82,84
23 19,27 83 54,38 143 73,19 203 80,99 263 82,85
24 19,88 84 54,94 144 73,39 204 81,04 264 82,86
25 20,49 85 55,50 145 73,59 205 81,09 265 82,87
26 21,10 86 56,06 146 73,79 206 81,14 266 82,88
27 21,71 87 56,62 147 73,99 207 81,19 267 82,89
28 22,32 88 57,18 148 74,19 208 81,24 268 82,90
29 22,93 89 57,74 149 74,39 209 81,29 269 82,91
30 23,54 90 58,30 150 74,59 210 81,34 270 82,92
31 24,14 91 58,30 151 74,74 211 81,39 271 82,93
32 24,74 92 58,86 152 74,89 212 81,44 272 82,94
33 25,34 93 59,42 153 75,04 213 81,49 273 82,95
34 25,95 94 59,98 154 75,19 214 81,54 274 82,96
35 26,54 95 60,54 155 75,34 215 81,59 275 82,97
36 27,14 96 61,10 156 75,49 216 81,64 276 82,98
37 27,74 97 61,66 157 75,64 217 81,69 277 82,99
38 28,34 98 62,22 158 75,79 218 81,74 278 83,00
39 28,94 99 62,78 159 75,94 219 81,79 279 83,00
40 29,54 100 63,34 160 76,09 220 81,84 280 83,00
41 30,14 101 63,59 161 76,24 221 81,89 281 83,00
84 Instalações Elétricas Prediais

42 30,74 102 63,84 162 76,39 222 81,94 282 83,00


43 31,34 103 64,09 163 76,54 223 81,99 283 83,00
44 31,94 104 64,34 164 76,69 224 82,04 284 83,00
45 32,54 105 64,59 165 76,84 225 82,09 285 83,00
46 33,1 106 64,84 166 76,99 226 82,12 286 83,00
47 33,66 107 65,09 167 77,14 227 82,15 287 83,00
48 34,22 108 65,34 168 77,29 228 82,18 288 83,00
49 34,78 109 65,59 169 77,44 229 82,21 289 83,00
50 35,34 110 65,84 170 77,59 230 82,24 290 83,00
51 35,9 111 66,09 171 77,74 231 82,27 291 83,00
52 36,46 112 66,34 172 77,89 232 82,30 292 83,00
53 37,02 113 66,59 173 78,04 233 82,33 293 83,00
54 37,58 114 66,84 174 78,19 234 82,36 294 83,00
55 38,14 115 67,09 175 78,34 235 82,39 295 83,00
56 38,7 116 67,34 176 78,44 236 82,42 296 83,00
57 39,26 117 67,59 177 78,54 237 82,45 297 83,00
58 39,82 118 67,84 178 78,64 238 82,48 298 83,00
59 40,38 119 68,09 179 78,74 239 82,50 299 83,00
60 40,94 120 68,34 180 78,84 240 82,52 300 83,00

Tabela 18 – Fator de segurança para aparelhos de aquecimento com potência


superior a 4,4k VA
Potência do aparelho de aquecimento de água (kVA) Fator de segurança
4,4 < S < 6,0 1,1
6,0 < S < 10,0 1,2

Quando as unidades não possuírem aparelho de aquecimento (chuveiro),


a demanda do agrupamento será obtida pela equação 28.

(28)
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 85

5.3.3. Avaliação de demanda em entradas coletivas

Quando houver um único agrupamento de medidores, a demanda da pro-


teção geral, DPG' será igual à demanda do agrupamento, DAG , determinada pelas
equações 25 e 28, ou pelos critérios estabelecidos para o método A, quando o
agrupamento contiver até três UCs.
A demanda do ramal de entrada, DR' será 90% da soma da demanda da
proteção geral, mais a demanda da unidade de serviço do condomínio, DS.

(29)

sendo DR a demanda do ramal de ligação,13 DPG a demanda da proteção geral, DS


a demanda do circuito de serviço de uso do condomínio obtida pelo método A
da seção 5.3.1.
Quando houver mais de um agrupamento de medidores, a demanda de cada
agrupamento é utilizada no dimensionamento da proteção do circuito (prumada
ou bus-way). No caso de entrada mista, a demanda da proteção geral será dada por:

(30)

sendo DAGR a demanda do agrupamento residencial, e DAGNR a demanda do agru-


pamento não residencial. A demanda do ramal de ligação em unidades mistas é:

(31)

sendo DSR a demanda de serviço residencial e DSNR a demanda de serviço não


residencial, ambas obtidas pelo método A.

Exemplo 5.6: Uma edificação de uso coletivo residencial de oito pavimentos possui
quatro apartamentos com 80 m² por andar. Calcule as demandas dos ramais de
alimentação da figura 27. As áreas de uso comum totalizam 250 m².

13
Quando DR<DPG adota-se o valor de DPG.
86 Instalações Elétricas Prediais

Figura 27 – Esquema de alimentação do agrupamento e da medição de serviço

Fonte: Autor.

Solução: Para avaliação da demanda dos alimentadores das UCs e do alimentador


da unidade de serviço, será adotado o procedimento descrito em 5.3.1.

a) Avaliação de demanda das unidades consumidoras (DUC)

b) Avaliação de demanda da unidade de serviço (DS)

c) Avaliação de demanda do agrupamento e da proteção geral (DPG =DAG)


Por se tratar de um agrupamento único, a demanda da proteção geral é
igual à demanda do agrupamento. Para a demanda do agrupamento foi adotada
a equação 25, pois as UCs contêm aparelho de aquecimento de água.
Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 87

Foram adotados um fator de segurança de 10% para aparelhos de aqueci-


mento diferentes de 4,4 kVA e um fator de diversidade para trinta e dois aparta-
mentos igual a 24,74.

a) Avaliação de demanda do ramal de entrada (DR)

Exemplo 5.7: Calcular a demanda dos ramais de alimentação de um edifício cole-


tivo residencial que contém 30 apartamentos de 60 m², 20 apartamentos de 90 m²,
serviço com área de 400 m² e uma cobertura com cinco apartamentos de 130 m².
O esquema de distribuição está apresentado na figura 28.

Figura 28 – Esquema de alimentação do agrupamento e da medição de serviço

Fonte: Autor.
88 Instalações Elétricas Prediais

Solução: Para avaliação da demanda nas unidades consumidoras individuais e do


serviço residencial, será adotado o método A.

UC1-60 m² UC2-90 m²

UC3-130 m² - Cobertura Serviço

Para a avaliação da demanda dos agrupamentos 1 e 2, foi adotado o método


B. Para o agrupamento 3 foi adotado o método A, por se tratar de unidades com
cargas atípicas: motor e sauna.

AG1-60 m² AG2-90 m²

AG3 -130 m² - Cobertura AG1-2 - 50UC – 72 m²


Parte I: Concepção e planejamento de um projeto plétrico 89

As demandas da proteção geral e do ramal de entrada são dadas por:


Parte II:

Simbologia gráfica, materiais


utilizados e esquemas elétricos
–6–
Simbologia gráfica

O projeto de instalações elétricas é a representação gráfica e escrita dos


componentes e sua interligação na instalação, contendo todos os detalhes e esque-
mas, planta baixa, relação de materiais e memorial descritivo. A NBR 5444:89
é responsável por estabelecer os símbolos gráficos referentes aos elementos que
compõem as instalações elétricas prediais. A norma foi cancelada, sem substitui-
ção, mas ainda permanece em uso devido à simplicidade de representação. Por
não existir uma norma brasileira em vigor, a ABNT recomenda a utilização das
normas NBR IEC 60617 e NBR IEC 60417. Independentemente da orientação
normativa, todos os símbolos devem ser indicados na legenda do projeto para
melhor compreensão.
Segundo a NBR 5444:89, toda a simbologia é baseada em figuras geométri-
cas simples para facilitar uma representação adequada dos dispositivos elétricos.
Dentre as figuras geométricas simples, quatro delas servem como base para toda
a simbologia:

a. Círculo: é utilizado para representar interruptores, pontos de luz e


quaisquer elementos embutidos no teto com a sua devida indicação.
Para diferenciação, o ponto de luz deve ter um diâmetro maior em
comparação ao interruptor e deve ser sempre representado pelo círculo,
inclusive os pontos de luz localizados nas paredes, como as arandelas;
b. Traço: os eletrodutos são representados por segmentos de reta. Os
embutidos no piso são representados em linha tracejada, e os embutidos
na parede e no teto são representados em linha cheia. A representação
deve vir acompanhada da indicação do diâmetro. Já os diâmetros devem
94 Instalações Elétricas Prediais

ser normalizados segundo a NBR 5626 - Instalações prediais de água -


Procedimento e convertidos de polegadas para milímetros;
c. Quadrado: representa os conversores de energia, o motor elétrico e os
quadros de distribuição e qualquer outro tipo de elemento que esteja
localizado no piso, como as caixas de passagem, por exemplo;
d. Triângulo equilátero: essa forma geométrica é responsável por repre-
sentar qualquer tipo de tomada e seu uso é geral. As modificações e
variações são utilizadas para indicar mudança de função (tomadas de
luz e telefone) ou para localizar a instalação em relação ao seu nível
(baixa, média e alta).

6.1. Quadro de distribuição

O quadro de distribuição é um equipamento destinado a abrigar um ou


mais dispositivos de proteção e/ou manobra, a fim de distribuir a energia elétrica
aos diversos circuitos. É localizado no centro de carga da instalação e em locais
de fácil acesso. Eles são representados basicamente como quadro geral ou parcial
e podem estar aparentes ou embutidos na parede. A figura 29 a seguir apresenta
um exemplo de quadro de distribuição e a simbologia a ser utilizada para repre-
sentação de cada tipo de quadro.

Figura 29 – Exemplo de quadro de distribuição e sua representação gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo XL³ 160 e 400 (adaptado pelo autor)


Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 95

6.2. Padrão de medição de energia elétrica

Um medidor de energia elétrica é um equipamento eletromecânico ou


eletrônico capaz de registrar o consumo de energia (kWh). Localizado na caixa
de medição, geralmente na parte frontal da residência, tem seus materiais especi-
ficados pela concessionária de energia elétrica local em função da demanda. Sua
simbologia é representada na figura 30.

Figura 30 – Exemplo padrão de medição e sua representação gráfica

Fonte: Autor

6.3. Dispositivos de proteção

Em uma instalação predial, os dispositivos de proteção, normalmente abri-


gados no quadro de distribuição, são alocados em três categorias de acordo com sua
função: os dispositivos termomagnéticos (DTM) são responsáveis por proteger a
instalação contra correntes anormais de sobrecarga e curto-circuito; os dispositivos
de proteção contra surtos (DPS) têm como função proteger a rede interna contra
surtos atmosféricos; e os interruptores diferenciais residuais (IDR) são destinados
à proteção contra corrente de fuga. Suas simbologias são resumidas na tabela 19.

6.3.1. Disjuntor monopolar

São disjuntores com apenas um polo destinado à proteção de circuitos


monofásicos. Utilizado para a proteção contra curto-circuito e sobrecarga em
96 Instalações Elétricas Prediais

circuitos formados por tomadas de uso geral, iluminação, aparelhos eletrodo-


mésticos, etc.

Figura 31 – Disjuntor monopolar e simbologia gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo Proteção e Distribuição RX³ (adaptado pelo autor)

6.3.2. Disjuntor bipolar

São disjuntores com dois polos destinados à proteção contra curto-circuito


e sobrecarga em circuitos bifásicos, tais como bombas de recalque bifásicas, qua-
dros de distribuição bifásicos, chuveiros elétricos, aparelhos de ar-condicionado,
tomadas de uso geral 220 V (em sistemas 220/127 V), entre outros.

Figura 32 – Exemplo de disjuntor bipolar e simbologia gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo Proteção e Distribuição RX³ (adaptado pelo autor)


Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 97

6.3.3. Disjuntor tripolar

De forma análoga aos anteriormente citados, este dispositivo é destinado à


proteção de circuitos trifásicos, tais como quadros de distribuição, equipamentos
e motores trifásicos.

Figura 33 – Disjuntor tripolar e simbologia gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo Proteção e Distribuição RX³ (adaptado pelo autor)

6.3.4. Dispositivo de proteção contra surtos (DPS)

É um dispositivo destinado a proteger os equipamentos elétricos contra


sobretensões, geralmente ocasionadas por descargas atmosféricas na rede da con-
cessionária de energia elétrica. A figura 34 apresenta um exemplo de dispositivo
de proteção contra surtos e sua representação gráfica.

Figura 34 – Dispositivo de proteção contra surtos e simbologia gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo Proteção e Distribuição RX³ (adaptado pelo autor)


98 Instalações Elétricas Prediais

6.3.5. Interruptor diferencial residual (IDR)

É um dispositivo de seccionamento mecânico destinado a provocar abertura


do circuito quando há uma corrente de fuga à terra. É utilizado para proteção à
vida e ao patrimônio.

Figura 35 – Interruptor diferencial residual e simbologia gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo Proteção e Distribuição RX³ (adaptado pelo autor)

Tabela 19 – Simbologia para disjuntores e dispositivos de seccionamento e


proteção
Símbolo Significado

Disjuntor monopolar

Disjuntor bipolar

Disjuntor tripolar
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 99

Dispositivo de proteção contra


surtos (DPS)

Interruptor diferencial (IDR)

6.4. Pontos de luz

Um ponto de luz é um ponto de utilização destinado a converter energia


elétrica em energia luminosa. Sua representação, por norma, necessita descrever
sua potência, a qual circuito pertence e por qual ponto de comando é acionado,
como os interruptores, por exemplo. Algumas observações podem ser feitas:

1. A unidade de potência pode ser VA ou W;


2. O fator de potência pode ser considerado como aproximadamente unitário;
3. As letras de comandos devem seguir o alfabeto sem repetição;
4. Os pontos sem letra de comando são de acionamento direto pelo disjuntor;
5. As arandelas devem ter altura indicada.

Tabela 20 – Simbologia gráfica para os pontos de luz


Símbolo Significado

Ponto de luz no teto

Ponto de luz embutido


100 Instalações Elétricas Prediais

Arandela

Luminária com lâmpada tubular no teto

Luminária com lâmpada tubular na parede

Poste de jardim com duas luminárias

Refletor

6.5. Emergência e sinalização

As luzes de emergência e sinalização são pontos de consumo destinados à


orientação de trajetos, auxiliando na prevenção de acidentes e na evacuação.

Tabela 21 – Simbologia gráfica para emergência e sinalização


Símbolo Significado

Luminária de emergência fixada


no teto

Luminária de emergência fixada na


parede
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 101

Luminária de emergência para lâm-


pada tubular fixada na parede

Luminária de sinalização

Sinalização de tráfego

6.6. Ponto de comando

Um ponto de comando é um dispositivo elétrico destinado a comandar um


determinado equipamento, seja ele destinado à iluminação ou a outra finalidade.

Figura 36 – Exemplo de interruptores simples, de duas seções e três seções e


suas simbologias

Fonte: Legrand – Catálogo Pial Zeffia (adaptado pelo autor)


102 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 22 – Simbologia gráfica para interruptores


Símbolo Significado

Interruptor simples

Interruptor de duas seções

Interruptor de três seções

Interruptor three-way

Interruptor four-way

Botão de campainha

Botão de minuteria

6.7. Ponto de tomada

Um ponto de tomada é um ponto de utilização em que a conexão do equi-


pamento ou dos equipamentos a serem alimentados é feita através de tomadas
de corrente.
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 103

Figura 37 – Plugue de tomada, representação dos fios e simbologia gráfica

Fonte: Legrand – Catálogo Pial Plus+ (adaptado pelo autor)

Tabela 23 – Simbologia gráfica de pontos de tomada


Símbolo Significado Observações

Tomada baixa (300 mm)

A potência deve ser indicada


ao lado em VA caso não seja
Tomada média (1300 mm) de 100 VA, assim como o
número do circuito e a altura
caso sejam diferentes das
normalizadas.
O valor e VA ou kVA deve
Tomada alta (2000 mm) ser indicado caso a tomada
seja de força.

Tomada de piso
104 Instalações Elétricas Prediais

Figura 38 – Exemplo do posicionamento das tomadas na parede

Fonte: Autor

6.8. Eletroduto

Um eletroduto é um conduto fechado, rígido ou corrugado flexível, de seção


circular, que permite a passagem de condutores ou sua retirada.

Figura 39 – Eletroduto corrugado flexivel e eletroduto rígido

Fonte: Catálogo Tigre


Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 105

Tabela 24 – Simbologia gráfica de eletrodutos


Símbolo Significado Observações

Eletroduto embutido no teto


ou na parede (25mm)

Todas as dimensões dife-


Eletroduto embutido no piso rentes de 15mm devem ser
(25mm) indicadas.

Eletroduto embutido na
parede (opcional)

Eletroduto que sobe

Eletroduto que desce

Eletroduto que passa subindo

Eletroduto que passa des-


cendo

6.9. Calhas e canaletas

Eletrocalhas, canaletas ou perfilados são condutos abertos rígidos, lisos


ou perfurados, destinados à distribuição, geralmente horizontal, de fios e cabos.
106 Instalações Elétricas Prediais

Figura 40 – Eletrocalha lisa e perfurada

Fonte: Catálogo Elecon

Tabela 25 – Simbologia gráfica de calhas e canaletas


Símbolo Significado
Leito de cabos composto por três fases, cada
fase composta por dois cabos de 25 mm² e
um condutor de proteção, composto por
dois cabos de 10 mm².

6.10. Condutores

Um fio ou cabo é um condutor elétrico de comprimento definido, rígido


ou flexível, geralmente de cobre ou alumínio, que pode ser ou não cilíndrico,
destinado à passagem de corrente elétrica ao interligar fonte e carga.
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 107

Tabela 26 – Simbologia gráfica de condutores


Símbolo Significado Observações

Condutor fase em eletroduto

Condutor neutro em
eletroduto

Condutor retorno em
eletroduto Seção, número de condutores e
número do circuito devem ser
Condutor terra em eletroduto indicados. As seções de 1,5 mm²
não necessitam de indicação.

Condutor positivo em
eletroduto

Condutor negativo em
eletroduto

6.11. Caixa de passagem

A caixa de passagem é destinada à entrada e saída de condutores,


emendas, derivações ou término de linhas de redes de alimentação elétrica.

Figura 41 – Modelos de caixa de passagem de embutir para piso, parede e teto

Fonte: Catálogo Tigre


108 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 27 – Caixa de passagem no piso, na parede e no teto


Símbolo Significado

Caixa de passagem no piso (dimensões em mm)

Caixa de passagem na parede (dimensões em mm);


a altura deve ser indicada

Caixa de passagem no teto (dimensões em mm)


–7–
Fios e cabos elétricos

Condutores elétricos são materiais capazes de conduzir corrente elétrica.


Isso é possível graças à presença de elétrons livres em sua camada de valência.
Alguns exemplos de condutores são metais, soluções iônicas e gases ionizados.
Em instalações elétricas, os fios e cabos são responsáveis por conduzir a
corrente elétrica nos circuitos, possibilitando o uso de equipamentos.

1. Fio: É um material cilíndrico e sólido que possui apenas um fio condu-


tor, também conhecido popularmente como fio rígido. Atualmente,
é pouco utilizado em instalações residenciais, prediais ou comerciais
por ser mais difícil de se manusear na execução da instalação e pouco
resistente à dobra e a esforços repetitivos quando comparado a cabos.

Figura 42 – Fio rígido

Fonte: Autor

2. Cabo: Enquanto os fios são rígidos, os cabos possuem uma flexibilidade


que se dá pelo fato de serem compostos por vários filamentos. Essa
característica faz com que ele seja muito mais utilizado, devido a maior
facilidade de manuseio na distribuição e na realização de emendas.
Figura 43 – Cabo flexível

Fonte: Autor

Os condutores elétricos podem ser classificados de acordo com a presença


ou não de material isolante em sua composição, sendo:
a. Condutores nus: São aqueles que não possuem camada isolante, ou seja,
são compostos apenas por uma parte metálica. Suas aplicações são bem
restritas e segundo a NBR 5410, no item 6.2.3.6, os condutores de cobre
sem isolação devem atender à NBR 6524.
b. Condutores isolados: São aqueles que possuem uma camada isolante
envolvendo a camada metálica, como função de proteção básica para
contatos diretos e isolamento entre partes vivas da instalação. A escolha
do material isolante é feita de acordo com o tipo de instalação, sendo
os mais comumente empregados o PVC (cloreto de polivinila), o EPR
(etileno-propileno) e o XLPE (polietileno reticulado).

Em relação aos condutores para baixa tensão (até 1 kV), fios e cabos são
selecionados em função do seu comportamento quando submetidos à ação do
fogo, método de instalação, e quanto a ampacidade. Quanto ao comportamento
sob à ação do fogo, pode-se dizer que:
a. Etilenopropileno (EPR) e polietileno reticulado (XLPE): Esses dois materiais
são propagadores de chama, logo, entram em combustão sob a ação direta
da chama e têm capacidade de mantê-la após a chama ativadora ser retirada.
b. Cloreto de polivinila (PVC): Esse material não é propagador de chama,
então, uma vez que a chama ativadora é removida, a combustão do
material é encerrada.
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 111

Os condutores isolados com isolação de PVC devem ser não propagantes


de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.
Quanto ao tipo de metal condutor utilizado, os mais comuns em fios e
cabos são o cobre e o alumínio. Entretanto, o uso do alumínio é muito reduzido,
devendo seguir o estabelecido na NBR 5410 em seus itens 6.2.3.8.1 e 6.2.3.8.2:
a. Em caso de instalações de estabelecimentos industriais, condutores de
alumínio só podem ser utilizados caso possuam seção nominal igual
ou superior a 16 mm², a instalação seja alimentada diretamente por
subestação de transformação ou transformadores a partir de uma rede
de alta tensão ou possua fonte própria, e a instalação e a manutenção
sejam realizadas por pessoas qualificadas.
b. Em instalações de estabelecimentos comerciais, os condutores de alu-
mínio só podem ser utilizados caso sua seção nominal seja igual ou
superior a 50 mm², os locais sejam exclusivamente BD114 e a instalação
e a manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.

Quando um condutor possui, além da sua camada isolante, uma outra


camada ao redor, como uma capa, geralmente em PVC, ele passa a ser chamado
de cabo unipolar. Já os cabos multipolares são cabos constituídos de diversos
condutores isolados e com uma cobertura sobre esse conjunto, como apresentado
na figura a seguir. Ele só pode conter cabos que fazem parte de um único circuito.

Figura 44 - Cabo multipolar

Fonte: Autor

14
De acordo com a tabela 21 (Condições de fuga das pessoas em emergências) da NBR 5410:
BD1 – Classificação: normal – Baixa densidade de ocupação, percurso de fuga breve.
112 Instalações Elétricas Prediais

Para efeitos da NBR 5410, os condutores com isolação de XLPE que aten-
dam à ABNT NBR 7285, compreendendo condutores isolados e cabos multiple-
xados, são considerados cabos unipolares e cabos multipolares, respectivamente,
por possuir uma isolação espessa o suficiente para garantir resultado equivalente ao
de uma dupla camada, isolação mais cobertura. Além disso, de acordo com o item
6.2.3.2, os cabos unipolares e multipolares devem atender às seguintes normas:
• Cabos com isolação em PVC: NBR 7288.
• Cabos com isolação em EPR: NBR 7286.
• Cabos com isolação de XLPE: NBR 7287.

Segundo a NBR 5410, em seus itens 6.1.5.3.1 a 6.1.5.3.4, qualquer condutor


isolado, cabo unipolar ou veia de cabo multipolar utilizado como condutor neutro,
condutor de proteção (PE), condutor PEN ou condutor fase deve ser identificado
de acordo com a sua função. Caso a identificação seja feita por cor na isolação do
condutor, tem-se as seguintes recomendações:

a. Condutor neutro: usa-se a cor azul-claro;


b. Condutor de proteção (PE): usa-se a dupla coloração verde e amarela
ou a cor verde (exclusivas da função de proteção);
c. Condutor PEN: usa-se a cor azul-claro, com anilhas verde e amarelo
nos pontos visíveis ou acessíveis; e
d. Condutor fase: qualquer cor, desde que respeite as restrições de cores acima.

O dimensionamento desses condutores é feito a partir de características


da instalação e da carga associada a eles. Esse assunto será tratado com maiores
detalhes na Parte III deste documento.
– 8–
Condutos

Os elementos responsáveis pela passagem e proteção dos condutores


elétricos são denominados condutos. Dentro das instalações elétricas, os mais
comuns são: eletrodutos, bandejas, leitos, prateleiras, suportes horizontais,
canaletas e perfilados.
A ABNT NBR 5410 apresenta algumas regulamentações para sua instala-
ção. De maneira geral, a norma afirma que os condutos fechados podem abrigar
condutores de circuitos diferentes, desde que atendam aos seguintes critérios:
a. Tenham sua origem no mesmo dispositivo geral de manobra e proteção;
b. Os condutores de fase tenham suas seções definidas em um intervalo
de três valores normalizados consecutivos, como por exemplo, as seções
2,5, 4,0 e 6,0 mm;
c. Os condutores tenham a mesma temperatura máxima de serviço con-
tínuo e sejam isolados para a mais alta tensão nominal presente no
conduto; e
d. Caso integrem circuitos de força, comando e/ou sinalização de um
equipamento.

8.1. Eletrodutos

São tubulações em geral feitas de material metálico, como o aço e o alumínio,


ou material plástico, como PVC e polietileno, sendo a escolha do material feita a partir
da sua utilização. Os eletrodutos de PVC são amplamente encontrados embutidos em
paredes, pisos ou no teto.
A NBR 5410 explicita que os eletrodutos devem ser não propagantes de chama
e suportar quaisquer solicitações mecânicas, químicas, elétricas e térmicas a que sejam
114 Instalações Elétricas Prediais

submetidos. Além disso, só podem ser usados como eletrodutos produtos comerciali-
zados com essa denominação.
Por um tempo os eletrodutos eram caracterizados por seu diâmetro interno e
esse valor era dado em polegadas, porém, atualmente ele é caracterizado por seu diâ-
metro nominal, ou seja, pelo seu diâmetro externo em milímetros. O menor diâmetro
admitido nas instalações é de 16 mm.
Os eletrodutos podem ser diferenciados pelo material, por sua elasticidade (rígido,
flexível corrugado ou flexível plano) e pela sua resistência mecânica (leve, médio ou pesado).

8.1.1. Eletrodutos flexíveis

Os eletrodutos flexíveis possuem uma maior maleabilidade, o que faz com que
não seja necessário o uso de curvas. Podem ser feitos de PVC ou de material metálico.
De acordo com a sua resistência a esforços mecânicos, os eletrodutos de PVC são
indicados para situações distintas. De maneira geral os eletrodutos de cor laranja, tam-
bém chamados de reforçados, possuem maior resistência mecânica ao achatamento e à
variação de seção, sendo, portanto, indicados para instalações embutidas em pisos, lajes
pré-moldadas ou maciças. Já os amarelos ou leves, são mais utilizados embutidos em pare-
des de alvenaria ou drywall. Existem também os corrugados PEAD (Polietileno de alta
densidade), na cor preta, indicados para linhas enterradas e linhas aparentes sobre forro.

Figura 45 – Eletrodutos corrugados

Fonte: Autor
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 115

Os eletrodutos de metal flexíveis são produzidos em aço galvanizado e


possuem uma camada de PVC ao redor. Sua utilização é limitada a instalações
aparentes de ramais de alimentação de máquinas e motores elétricos sujeitos a
vibração. Esse tipo de eletroduto não é recomendado para instalações embutidas
em alvenaria.
A figura 46 mostra como deve ser feita a representação do esquema unifilar
de uma instalação elétrica, onde o eletroduto parte do quadro, sobe para o nível
do teto e segue para a caixa de derivação/passagem no teto. A partir dessa caixa,
os eletrodutos seguem para as caixas localizadas na parede que abrigam o ponto
de comando e tomadas.

Figura 46 – Comparação entre o esquema unifilar e a instalação em eletroduto


flexível

Fonte: Autor

8.1.2. Eletrodutos rígidos

Os eletrodutos rígidos, assim como os flexíveis, podem ser feitos em mate-


rial metálico ou PVC, porém ele não é maleável e depende muito de acessórios e
ferragens de suporte, seja para realização de fixação, pendente, curvas e emendas
a fim de aumentar o seu comprimento, uma vez que são fornecidos em tubos de
três metros. Quando produzidos em PVC, são muito aplicáveis, tanto embutidos
quanto aparentes, sendo isolantes, antichamas e possuindo boa resistência mecâ-
nica. São encontrados no mercado com três possíveis extremidades: com rosca,
sem rosca e com bolsa (soldável).
116 Instalações Elétricas Prediais

Figura 47 – Eletrodutos rígidos de PVC

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre

Os eletrodutos metálicos podem ser de aço galvanizado ou alumínio, sendo


o segundo muito utilizado em instalações aparentes devido à sua resistência à
corrosão. Necessitam de acessórios metálicos, assim como os de PVC.

8.1.3. Caixas de derivação e passagem

As caixas são acessórios muito importantes para a instalação dos eletrodutos,


pois permitem o acesso para manutenção da instalação, são base para instalação
de diversos dispositivos (como pontos de luz no teto ou na parede, interruptores
e tomadas) ou ainda para a passagem e emendas de condutores.
As caixas de embutir podem ser feitas de PVC, quando embutidas em pare-
des e teto, ou de chapa de aço. São encontradas em diversas formas e dimensões.
De maneira geral, as caixas quadradas e retangulares são usadas para fixar tomadas
e interruptores ou como caixa de passagem, as hexagonais são comumente usadas
para fixação de ponto de luz em paredes e as octogonais com fundo móvel são
usadas em lajes para ponto de luz e para derivação de eletrodutos. As dimensões
comerciais de cada uma são apresentadas na tabela 28.

Tabela 28 – Diâmetros comerciais de caixas


Tipo Dimensões (”) Dimensões (cm)
Retangular 4x2x2 10 x 5 x 5
4x4x2 10 x 10 x 5
Quadrada 4x4x4 10 x 10 x 10
6x6x4 15 x 15 x 10
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 117

4x4x2 10 x 10 x 5
Octogonal
4x4x4 10 x 10 x 10
Sextavada 3x3x2 7,5 x 7,5 x 5

Figura 48 – Caixas para instalação embutida em alvenaria

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre

Os conduletes são caixas aparentes muito encontradas em instalações deco-


rativas, e em ambientes industriais e comerciais, e podem ser de PVC ou de alu-
mínio. Os conduletes possuem modelos de cinco ou seis entradas que permitem
diferentes derivações como apresentamos na figura 49.

Figura 49 - Modelos de conduletes em PVC

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre


118 Instalações Elétricas Prediais

Tanto as caixas de embutir quanto os conduletes recebem espelhos que são


responsáveis por proteger o usuário e ainda fixar tomadas, interruptores e espelhos.
Os espelhos podem ser considerados ainda como parte da decoração. Sendo assim,
alguns fabricantes possuem diferentes linhas de espelho para cada tipo de instalação.

Figura 50 – Exemplos de modelo de espelho para conduletes PVC

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre

8.1.4. Outros acessórios para eletrodutos

Além dos espelhos e das caixas, outros acessórios são necessários para que
se faça a instalação correta dos eletrodutos. São eles: luva, curva, conector, bucha,
arruela e abraçadeira.

a. Luva: são utilizadas para realizar emendas em eletrodutos, sejam eles rígidos
ou flexíveis (de pressão). As luvas podem ser de PVC ou material metálico e,
de acordo com o conduto usado, podem ter rosca interna ou serem de pressão.

Figura 51 – Luva

Fonte: Catálogo técnico Tigre

b. Curva: as curvas têm como finalidade mudar a direção dos eletrodutos.


São encontradas em ângulos de 45°, 90°, 135° e 180°, possuindo em sua
extremidade uma rosca ou bolsa.
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 119

Figura 52 – Curva 90° e conector

Fonte: Catálogo técnico Tigre

c. Conector: conhecido também como adaptador, tem como função conec-


tar eletrodutos flexíveis ou até mesmo rígidos sem rosca a caixas de
passagem, de derivação ou a um quadro.

d. Bucha e arruela: são peças fabricadas em PVC ou metal utilizadas para


realizar acabamentos dos eletrodutos nas caixas de derivação e quadros
de distribuição. A bucha é instalada na parte interna da caixa e evita
que qualquer rebarba na extremidade do conduto danifique os fios que
passarem por ele. Já a arruela é utilizada juntamente com a bucha, porém
na parte externa da caixa garantindo a fixação do eletroduto à caixa.

Figura 53 – Bucha e arruela

Fonte: Catálogo Elecon

e. Abraçadeira: Peça usada para fixar eletrodutos em paredes e tetos ou


ainda em outras superfícies como painéis.
120 Instalações Elétricas Prediais

Figura 54 – Abraçadeira

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre

8.1.5. Determinações para a instalação de eletrodutos e caixas

A NBR 5410 explicita em seu texto alguns critérios para a instalação dos
eletrodutos. Dentre eles, temos:
a. Só podem passar pelos eletrodutos condutores isolados, cabos unipo-
lares ou multipolares;
b. A taxa de ocupação de um eletroduto com base em sua seção transversal
não deve ultrapassar:
- 53% no caso de um condutor;
- 31% no caso de dois condutores;
- 40% no caso de três ou mais condutores;
c. Não se pode ter um trecho retilíneo de tubulação sem caixa ou equi-
pamento maior do que 15 m no caso de áreas internas e 30 m em áreas
externas. Se os trechos tiverem curvas, esses valores diminuem em 3 m
a cada curva de 90°;
d. Quando realmente não for possível colocar uma caixa, o comprimento
do trecho contínuo pode ser aumentado, desde que, para cada aumento
de 6 m, ou fração, o tamanho nominal do eletroduto aumente para o
tamanho normalizado imediatamente superior;
e. Em qualquer trecho delimitado, em ambos os lados, por caixa ou extre-
midade de linha, podem ser instaladas no máximo três curvas de 90°
ou seu equivalente até 270°, porém não se pode instalar curva com
deflexão maior que 90°;
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 121

f. Quando as curvas são feitas diretamente no eletroduto, sem acessório,


não pode haver redução de suas dimensões internas;
g. O uso de caixas é necessário quando:
- Ocorrer entrada ou saída de condutores, a não ser que seja um ponto
de transição de uma linha aberta para linha de eletrodutos, onde buchas
são utilizadas;
- Houver pontos de emenda ou derivação de condutores, já que não
deve haver emenda de condutores no interior de um eletroduto;

8.2. Bandejas, leitos, prateleiras e suportes horizontais

São suportes que dão apoio à passagem dos fios e cabos elétricos. Sua seção
transversal é retangular e podem ser condutos fechados, abertos lisos ou perfurados.

8.2.1. Bandejas

Também chamadas de eletrocalhas, as bandejas são muito encontradas em


instalações industriais e comerciais, uma vez que podem apoiar vários condutores.
São fabricadas em chapas de aço e em diferentes modelos, perfuradas ou lisas,
sendo o modelo escolhido de acordo com o ambiente em que será feita a instalação.

Figura 55 – Eletrocalhas perfurada e lisa

Fonte: Catálogo Elecon

O uso de eletrocalhas é previsto principalmente na horizontal, porém podem


ser utilizadas na vertical caso sejam utilizados também tampas e travamentos.
Além das tampas, existem vários outros acessórios para instalações com
bandejas, seja para auxiliar na mudança de direção horizontalmente ou vertical-
122 Instalações Elétricas Prediais

mente, como é o caso das curvas, cotovelos, tês, junções e cruzetas, ou ainda para
a fixação das eletrocalhas, como os suportes de diferentes modelos.

Figura 56 – Acessórios para eletrocalha

Fonte: Catálogo Elecon

8.2.2. Leitos

Figura 57 – Leito para cabos

Fonte: Catálogo Elecon

Os leitos para cabo têm formato semelhante ao de uma escada e são produ-
zidos em chapa de aço. Por sua forma, permitem fácil inspeção da rede.
Os leitos, assim como as eletrocalhas, possuem acessórios para auxiliar na
mudança de direção, além de suporte e saídas para conexão com outros modelos
de condutos, como eletrodutos e perfilados, como apresentamos na figura 58.
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 123

Figura 58 – Acessórios para leitos

Fonte: Catálogo Elecon

8.2.3. Determinações para a instalação de bandejas, leitos, prateleiras e su-


portes horizontais

A NBR 5410 explicita em seu texto alguns critérios para a instalação de


bandejas, leitos, prateleiras e suportes horizontais. Dentre eles, temos:
a. Só devem ser utilizados cabos unipolares ou multipolares;
b. Ao escolher o tipo e a disposição da fixação desses condutos, deve-se
levar em conta a não danificação dos condutores que passarão por eles;
c. No caso de percursos verticais, deve ser assegurado que o esforço de tra-
ção imposto pelo peso dos cabos não resulte em ruptura ou deformação
dos condutores ou, ainda, que esse esforço não recaia sobre as conexões;
d. Os cabos devem ser dispostos, preferencialmente, em uma única
camada;
e. É possível fazer a disposição em várias camadas, desde que o volume
de material combustível representado pelos cabos (isolações, capas e
coberturas) não ultrapasse os limites de 3,5 dm³/m para cabos BF e
7 dm³/m linear para cabos de categoria AF ou AF/R, da NBR 6812,
atualmente cancelada.

8.3. Canaletas e perfilados

8.3.1. Canaletas

Também usadas para a passagem de fios, as canaletas podem ser fabricadas


em PVC quando aparentes em tetos e paredes ou, ainda, construídas em alvenaria
ou concreto quando estiverem no solo.
124 Instalações Elétricas Prediais

Figura 59 – Canaleta PVC

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre

As canaletas de PVC possuem uma série de acessórios como luvas, joelhos,


tês e ainda é possível acoplá-las a caixas específicas.

Figura 60 – Acessórios para canaletas

Fonte: Catálogo técnico de eletricidade Tigre

8.3.2. Perfilados

São perfis metálicos de seção transversal geralmente quadrada, muito encon-


trados em instalações suspensas no teto ou sob o forro. Podem ser perfurados ou não.

Figura 61 – Perfilados perfurado e liso

Fonte: Catálogo Elecon


Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 125

Os perfilados podem ter tampa e possuem acessórios para auxiliar na


mudança de direção e para suporte, como apresentamos na figura 62.

Figura 62 – Acessórios para perfilados

Fonte: Catálogo Elecon

8.3.3. Determinações para a instalação de canaletas e perfilados

A NBR 5410 explicita em seu texto alguns critérios para a instalação de


canaletas e perfilados. Dentre eles, temos:
a. Nas canaletas instaladas sobre paredes, tetos ou suspensas e nos perfila-
dos, podem ser instalados cabos unipolares, multipolares e condutores
isolados, sendo os últimos utilizados somente em canaletas ou perfilados
de paredes não perfuradas e com tampas que só possam ser removidas
com auxílio de ferramenta.
b. Os condutores isolados podem ser usados em canaletas e perfilados
sem tampa ou com tampa desmontável sem auxílio de ferramenta ou
canaletas ou perfilados com paredes perfuradas com ou sem tampa,
desde que os condutos sejam instalados em locais acessíveis a pessoas
advertidas ou qualificadas ou, ainda, que sejam instalados a uma altura
mínima de 2,50 m;
c. Em canaletas instaladas no solo, podem ser utilizados cabos unipolares
ou cabos multipolares;
d. Nas canaletas encaixadas no piso, podem ser utilizados cabos unipola-
res, multipolares e condutores isolados, desde que os últimos estejam
contidos em eletrodutos.
–9–
Esquemas fundamentais de ligação

Nesta seção, serão apresentados os esquemas fundamentais de ligação comu-


mente aplicados em instalações prediais e suas respectivas representações gráficas
com base nas simbologias determinadas pela ABNT NBR-5444/89, apresentadas
no capítulo 6.

9.1. Acionamento de ponto de luz

9.1.1. Interruptor de uma seção

É o tipo de acionamento mais simples, pois é realizado por uma chave liga-
-desliga, ou interruptor. O acionamento de um ponto de luz é representado no
esquema multifilar da figura 63, e sua conversão para linguagem unifilar, utilizada
em planta baixa, é apresentada na figura 64. Para o acionamento de dois ou mais
pontos de luz, basta inserir pontos em paralelo, conforme esquema apresentado
na figura 65, com seu equivalente unifilar na figura 66.
128 Instalações Elétricas Prediais

Figura 63 – Acionamento de um ponto de luz com interruptor simples

Fonte: Autor

Figura 64 – Acionamento de um ponto de luz com interruptor simples (unifilar


em planta baixa)

Fonte: Autor
Figura 65 – Acionamento de dois pontos de luz com interruptor simples

Fonte: Autor

Figura 66 – Acionamento de dois pontos de luz com interruptor simples (uni-


filar em planta baixa)

Fonte: Autor

9.1.2. Interruptor de duas e três seções

É utilizado quando há necessidade de acionar os pontos de luz separada-


mente através condutores de retorno individualizados para cada ponto. Para o
acionamento com interruptor de duas seções, o esquema multifilar é representado
na figura 67 e seu equivalente unifilar na figura 68. Para o acionamento com
interruptor de três seções, o esquema multifilar é representado na figura 69 e seu
equivalente unifilar na figura 70.
Figura 67 – Acionamento de dois pontos de luz com interruptor de duas seções

Fonte: Autor

Figura 68 – Acionamento de dois pontos de luz com interruptor de duas seções


(unifilar em planta baixa)

Fonte: Autor
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 131

Figura 69 – Acionamento de três pontos de luz com interruptor de três seções

Fonte: Autor

Figura 70 – Acionamento de três pontos de luz com interruptor de três seções


(unifilar em planta baixa)

Fonte: Autor

9.1.3. Interruptor three- way e four-way

É utilizado quando há necessidade de acionar pontos de luz através de dois


ou mais pontos de comando. São utilizados em circulação, escadas, cabeceiras de
cama, quartos, salas com mais de uma entrada, entre outros.
Para o sistema three-way (ou paralelo), o esquema multifilar é apresentado
na figura 71 e seu equivalente unifilar na figura 72.
Para o sistema four-way (ou intermediário) o esquema multifilar é apresen-
tado na figura 73 e seu equivalente unifilar na figura 74.
132 Instalações Elétricas Prediais

Figura 71 – Acionamento de ponto de luz com interruptor paralelo

Fonte: Autor

Figura 72 – Acionamento de ponto de luz com interruptor paralelo (unifilar


em planta baixa)

Fonte: Autor

Figura 73 – Acionamento de ponto de luz com interruptor intermediário

Fonte: Autor
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 133

Figura 74 – Acionamento de ponto de luz com interruptor intermediário (uni-


filar em planta baixa)

Fonte: Autor

9.2. Pontos de tomada

A ABNT NBR 14136:2013 fixa as dimensões de plugues e tomadas de


características nominais até 20 A/250 V em corrente alternada, para uso domés-
tico e análogo, para a ligação a sistemas de distribuição com tensões nominais
compreendidas entre 100 V e 250 V em corrente alternada. A polarização fixada
das tomadas pode ser vista nas figuras 75 e 76.

Figura 75 – Polarização de tomadas alimentadas em 127V: tensão, fase e neutro

Fonte: Autor
134 Instalações Elétricas Prediais

Figura 76 – Polarização de tomadas alimentadas em 220V: tensão, fase e fase

Fonte: Autor

A figura 77 apresenta seus equivalentes unifilares para representação em


planta baixa, instalado em eletroduto de seção circular embutido em alvenaria.
As tomadas alimentadas em 127 V recebem os condutores fase-neutro-
-proteção, enquanto as tomadas alimentadas em 220 V recebem os condutores
fase-fase-proteção.

Figura 77 – Esquemas unifilares para alimentação de tomadas em 127 e 220V

Fonte: Autor

9.3. Esquemas com conduto compartilhado

Nas seções anteriores, apresentamos os esquemas de ligação de forma iso-


lada. Nas instalações elétricas, é comum um mesmo conduto abrigar mais de um
circuito. Neles, os circuitos devem ser indicados, para evitar falhas de interpretação
do esquema elétrico.
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 135

Figura 78 – Instalação elétrica com eletroduto compartilhado

Fonte: Projeto de instalações prediais dos alunos da primeira turma de Arquitetura e Urbanismo da Uni-
versidade do Estado do Rio de Janeiro (4°período: 2018/1): Emanuela Alves, André Paiva e Ingryd Karla.

Na figura 78, vemos um sistema com eletroduto compartilhado. É interes-


sante, nos eletrodutos de seção circular, limitar o compartilhamento em até três
circuitos, a fim de evitar redução na ampacidade por agrupamento, bem como
dificultar a instalação e a manutenção da instalação.

9.4. Exercícios de diagramação

Exercício 01: Complete a representação dos pontos de utilização e comando e


realize a diagramação dos esquemas abaixo. Dado: TUG alta – 220 V.
136 Instalações Elétricas Prediais
Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 137

Exercício 02: Complete a representação dos pontos de utilização e comando e


realize a diagramação do sistema abaixo. Dado: TUG alta – 220 V.
138 Instalações Elétricas Prediais

Exercício 03: Realize a diagramação dos sistemas abaixo.


Parte II: Simbologia gráfica, materiais utilizados e esquemas elétricos 139
140 Instalações Elétricas Prediais
Parte III:

Dimensionamento dos componentes


da instalação elétrica
– 10 –
Dimensionamento dos condutores

No dimensionamento técnico de circuitos elétricos, alguns cuidados devem


ser estabelecidos de forma a atender a carga com um sinal que proporcione seu fun-
cionamento adequado e preservar a integridade do material isolante que envolve
os condutores.
O dimensionamento técnico é a aplicação das diversas prescrições da NBR
5410 relativas à escolha da seção de um condutor e do seu respectivo dispositivo
de proteção contra sobrecorrente (corrente de sobrecarga e corrente de curto-cir-
cuito). Para que se considere um circuito completo e corretamente dimensionado,
são necessários seis procedimentos de cálculo, onde, em princípio, cada um deles
pode resultar em uma seção diferente. A seção definida para o circuito é a maior
seção normalizada obtida entre os seis critérios, pois ela atende simultaneamente
a todas as condições de segurança.
Os seis critérios de dimensionamento são:
• Critério da seção mínima estabelecida pela NBR 5410;
• Critério da capacidade de condução de corrente, ou ampacidade;
• Critério da queda de tensão;
• Especificação da proteção contra sobrecargas;
• Verificação da proteção contra curtos-circuitos;
• Critério da proteção contra contatos indiretos (aplicável apenas quando
são usados dispositivos a sobrecorrente na função de seccionamento
automático).

Os três primeiros critérios são relacionados ao dimensionamento do con-


dutor, enquanto os dois critérios seguintes são relacionados à coordenação entre
condutor e proteção, de forma a proteger o sistema contra solicitações de correntes
144 Instalações Elétricas Prediais

anormais. Estes critérios podem interferir no dimensionamento quando não há


coordenação entre proteção e condutor para sobrecarga ou curto-circuito. Assim,
torna-se necessário elevar a seção do condutor de forma a garantir a coordenação.
O sexto critério é necessário para a verificação do tempo de disparo da proteção
contra correntes de fuga, e pouco influencia no dimensionamento da rede.
Para o correto dimensionamento, é necessário ter em mãos um conjunto de
informações que podem ser obtidas no arranjo do sistema, no quadro de cargas, nos
dados de placa e nas informações do fabricante do equipamento a ser alimentado.
Essas informações são apresentadas na figura 79.

Figura 79 – Fatores básicos que envolvem o dimensionamento de condutores

Fonte: Autor

10.1. Seção mínima dos condutores

No método da seção mínima, a NBR 5410 fixa uma seção de segurança de


forma a estabelecer uma seção minimamente segura para as diversas condições de
uso às quais o condutor de um determinado circuito possa vir a ser submetido ao
longo de sua vida útil.
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 145

Na tabela 29, extraída da NBR 5410, são estabelecidas as seções mínimas


dos condutores, respeitando o tipo de carga que eles alimentam e seu material
condutor (cobre e alumínio).
Para os circuitos de iluminação, é especificada a seção mínima de 1,5 mm²
para condutores de cobre isolados. Para circuitos de tomadas, a referida norma
estabelece uma seção mínima de 2,5 mm² para condutores de cobre isolados. Em
circuitos de iluminação e tomadas, previstos em algumas condições aplicáveis no
uso em habitação, a seção mínima é de 2,5 mm².
Alguns equipamentos de uso específico, voltados para aquecimento de
passagem ou ar-condicionado, apresentam em seu manual a indicação de seções
pré-fixadas pelos fabricantes. Assim, é recomendável adotar como seção mínima
aquela indicada pelo manual do fabricante do equipamento a ser alimentado,
desde que não seja inferior à estabelecida por norma.

Tabela 29 – Seção mínima dos condutores


Seção Mínima do condu-
Tipo de linha Utilização do circuito
tor mm² - material
Circuitos de iluminação 1,5 Cu - 16 Al
Condutores e cabos Circuitos de força2) 2,5 Cu - 16 Al
isolados
Instalações Circuitos de sinalização e
0,5 Cu3)
fixas em geral circuitos de controle
Circuitos de força 10 Cu - 16 Al
Condutores nus Circuitos de sinalização e
4 Cu
circuitos de controle
Para um equipamento Como especificado na
específico norma do equipamento
Para qualquer outra
0,75 Cu4)
Linhas flexíveis com cabos isolados aplicação
Circuitos a extrabaixa
tensão para aplicações 0,75 Cu
especiais
Observação: Essa tabela é referência da tabela 47 da ABNT NBR 5410:2004.
1) Seções mínimas ditadas por razões mecânicas.
2) Os circuitos de tomadas de corrente são considerados circuitos de força.
3) Em circuitos de sinalização e controle destinados a equipamentos eletrônicos, é admitida uma seção
mínima de 0,1 mm².
4) Em cabos multipolares flexíveis contendo sete ou mais veias, é admitida uma seção mínima de 0,1 mm².
146 Instalações Elétricas Prediais

10.1.1. Seção mínima do condutor neutro

A seção mínima do condutor neutro deve possuir seção igual ao(s)


condutor(es) de fase em três casos:
a. Circuitos monofásicos ou com duas fases e neutro;
b. Circuitos trifásicos para seções inferiores ou iguais a 25 mm², para cobre
ou alumínio;
c. Circuitos trifásicos na presença de harmônicos, independentemente
da seção.

Segundo a NBR 5410:2004, no caso de circuitos trifásicos com neutro em


que os condutores fase possuem seção superior a 25 mm², a seção do condutor
neutro pode ser menor, de acordo com a tabela 30, mas precisa respeitar simul-
taneamente três condições:
a. O circuito precisa ser equilibrado ou balanceado, em serviço normal;
b. A corrente das fases não deve possuir uma taxa de terceira harmônica
e múltiplos superior a 15%; e
c. O condutor neutro deve ser protegido contra sobrecorrentes.

Tabela 30 – Seção mínima do condutor neutro em relação ao condutor fase


Seção dos condutores de fase mm² Seção reduzida do condutor neutro mm²
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
Observação: Esta tabela é referência da tabela 48 da ABNT NBR 5410:2004.
Nota: Os valores da tabela 30 são aplicáveis somente se os condutores forem do mesmo metal.
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 147

Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira harmônica e


seus múltiplos for superior a 15%, a seção do condutor neutro não deve ser inferior
à dos condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores de fase se essa taxa
não for superior a 33%. Tais níveis de correntes harmônicas são encontrados,
por exemplo, em circuitos que alimentam luminárias com lâmpadas de descarga,
incluindo as fluorescentes.
Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito com duas
fases e neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 33%,
pode ser necessário um condutor neutro com seção superior à dos condutores
de fase. Tais níveis de correntes harmônicas são encontrados, por exemplo, em
circuitos que alimentam principalmente computadores ou outros equipamentos
de tecnologia de informação.

10.1.2. Seção mínima do condutor de proteção

O condutor de proteção, assim como o neutro, pode ser subdimensionado


em comparação aos condutores fase uma vez que eles não são usados de forma
integral no circuito. A ABNT NBR 5410:2004 avalia os dimensionamentos para
o condutor de proteção, como se vê na tabela 31, mas a orientação só é válida
para aqueles que forem constituídos do mesmo metal que os condutores de fase.
Quando essa condição não for respeitada, é necessário consultar a IEC 60364-5-54.

Tabela 31 – Seção mínima do condutor de proteção


Seção mínima do condutor de proteção
Seção dos condutores de fase S mm²
correspondente mm²
S ≤ 16 S
16 < S ≤ 35 16
S > 35 S/2
Observação: Esta tabela é referência da tabela 58 da ABNT NBR 5410:2004.

A seção de qualquer condutor de proteção não deve ser menor que 2,5 mm²
em cobre e 16 mm² em alumínio se existir proteção contra danos mecânicos e
4,0 mm² em cobre e 16 mm² em alumínio se não existir essa proteção. A condição
é válida somente se o condutor não fizer parte do mesmo cabo ou não estiver no
mesmo conduto fechado que os condutores de fase. O condutor de proteção pode
ser compartilhado entre diferentes circuitos, desde que esteja no mesmo conduto
148 Instalações Elétricas Prediais

dos respectivos condutores de fase, e a sua seção deve ser calculada para a situação
mais severa de falta presumida e o tempo de atuação mais longo do dispositivo de
seccionamento automático especificado para os mesmos circuitos.
Veias de cabos multipolares, armações, condutores isolados, cabos uni-
polares e eletrodutos metálicos podem ser utilizados como condutores metá-
licos. Outras condições podem ser analisadas no item 6.4.3.2 da ABNT NBR
5410:2004.

10.2. Critério da capacidade de corrente

É um critério que leva em consideração os efeitos térmicos provocados nos


condutores do circuito pela passagem da corrente elétrica em condições normais,
limitando a corrente de projeto a um valor menor que a corrente de sobrecarga
em regime contínuo, que leva o material isolante à redução de sua vida útil e à
degradação que venha a comprometer a segurança de pessoas e dos bens envolvidos.
Para realização do procedimento de dimensionamento, são necessárias as
seguintes informações sobre o circuito:
• Método de instalação dos condutores;
• Corrente máxima admissível pelos condutores;
• Temperatura ambiente;
• Condições de agrupamento com outros circuitos;
• Corrente nominal ou corrente de projeto.

10.2.1. Métodos de instalação

A capacidade de corrente, corrente máxima admissível, ou ampacidade do


circuito é influenciada pelo meio onde o condutor está instalado: é menor para
condutos fechados e maior para condutos abertos. Dessa forma, o método de
instalação interfere na condição de troca térmica do condutor com o ambiente
que envolve a linha.
Os setenta e cinco métodos de instalação previstos na NBR 5410 (tabela
32 deste documento) são agrupados em nove métodos de referência, que são rela-
cionados pelas letras A1, A2, B1, B2, C, D, E, F e G.
Os métodos de referência A1, A2, B1 e B2 estão relacionados à instala-
ção em condutos fechados, sejam eles de seção circular ou retangular, e por isso
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 149

apresentam menor capacidade de condução de corrente. O método D agrupa as


formas de instalar para linhas enterradas. O método C agrupa as formas de insta-
lar cabos unipolares e multipolares em superfície ou em alvenaria. Já os métodos
E e F agrupam as formas de instalar em bandejas ou prateleiras. Finalmente, o
método G representa o método de instalação de condutores espaçados ao ar livre
apoiado sobre isoladores.

Figura 80 – Método de referência vs. Ampacidade

Fonte: Autor

Tabela 32 – Tipos de linhas elétricas


Método de Método de
Esquema ilustrativo Descrição
instalação referência1)

Condutores isolados ou cabos unipo-


lares em eletroduto de seção circular
1 A1
embutido em parede termicamente
isolante2)

Cabo multipolar em eletroduto de


2 seção circular embutido em parede A2
termicamente isolante2)

Condutores isolados ou cabos unipo-


lares em eletroduto aparente de seção
3 circular sobre parede ou espaçado B1
dela menos de 0,3 vez o diâmetro do
eletroduto
150 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 32 – Continuação
Método de Método de
Esquema ilustrativo Descrição
instalação referência1)
Cabo multipolar em eletroduto apa-
rente de seção circular sobre parede ou
4 B2
espaçado dela de 0,3 vez o diâmetro do
eletroduto

Condutores isolados ou cabos unipo-


5 lares em eletroduto aparente de seção B1
não circular sobre parede

Cabo multipolar em eletroduto


6 aparente de seção não circular sobre B2
parede

Condutores isolados ou cabos unipo-


7 lares em eletroduto de seção circular B1
embutido em alvenaria

Cabo multipolar em eletroduto de


8 B2
seção circular embutido em alvenaria

Cabos unipolares ou cabo multipolar


11 sobre parede ou espaçado dela menos C
de 0,3 vez o diâmetro do cabo

Cabos unipolares ou cabo multipolar


11A C
fixado diretamente no teto

Cabos unipolares ou cabo multipolar


11B afastado do teto mais de 0,3 vez o diâ- C
metro do cabo
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 151

Tabela 32 – Continuação
Método de Método de
Esquema ilustrativo Descrição
instalação referência1)

Cabos unipolares ou cabo multipo-


12 lar em bandeja não perfurada, perfi- C
lado ou prateleira3)

Cabos unipolares ou cabo multipo-


E (multipolar)
13 lar em bandeja perfurada, horizontal
F (unipolares)
ou vertical4)

Cabos unipolares ou cabo multi-


E (multipolar)
14 polar sobre suportes horizontais,
F (unipolares)
eletrocalha aramada ou tela

Cabos unipolares ou cabo multipo-


E (multipolar)
15 lar afastado da parede mais de 0,3
F (unipolares
vez o diâmetro do cabo

Cabos unipolares ou cabo multipo- E (multipolar)


16
lar em leito F (unipolares

Cabos unipolares ou cabo multipo-


E (multipolar)
17 lar suspenso(s) por cabo de suporte,
F (unipolares
incorporado ou não

Condutores nus ou isolados sobre


18 G
isoladores

Cabos unipolares ou cabos multipola-


1,5De ≤ V < 5De
res em espaço de construção2), sejam eles
B2
lançados diretamente sobre a superfície
21 do espaço de construção ou instalados
em suportes ou condutos abertos (ban-
5De ≤ V < 50De
deja, prateleira, tela ou leito) dispostos
B1
no espaço de construção 5) 6)
152 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 32 – Continuação
Método de Método de
Esquema ilustrativo Descrição
instalação referência1)
1,5De ≤ V < 20De
Condutores isolados em eletro- B2
22 duto de seção circular em espaço
de construção5) 7) V ≥ 20De
B1

Cabos unipolares ou cabo multi-


23 polar em eletroduto de seção cir- B2
cular em espaço de construção5) 7)

1,5De ≤ V < 20De


Condutores isolados em eletro- B2
24 duto de seção não circular ou ele-
trocalha em espaço de construção5) V ≥ 20De
B1
Cabos unipolares ou cabo multi-
polar em eletroduto de seção não
25 B2
circular ou eletrocalha em espaço
de construção5)
1,5De ≤ V < 5De
Condutores isolados em eletro- B2
26 duto de seção não circular embu-
tido em alvenaria6) 5De ≤ V < 50De
B1
Cabos unipolares ou cabo multi-
27 polar em eletroduto de seção não B2
circular embutido em alvenaria

Condutores isolados ou cabos


31 unipolares em eletrocalha sobre
B1
32 parede em percurso horizontal ou
vertical
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 153

Tabela 32 – Continuação
Método de Método de
Esquema ilustrativo Descrição
instalação referência1)

Cabo multipolar em eletrocalha


31ª
sobre parede em percurso horizon- B2
32ª
tal ou vertical

Condutores isolados ou cabos uni-


33 polares em canaleta fechada embu- B1
tido no piso

Cabo multipolar em canaleta


34 B2
fechada embutida no piso

Condutores isolados ou cabos uni-


35 polares em eletrocalha ou perfilado B1
suspensa(o)

Cabo multipolar em eletrocalha ou


36 B2
perfilado suspensa(o)

Condutores isolados ou cabos uni- 1,5De ≤ V < 20De


polares em eletroduto de seção cir- B2
41 cular contido em canaleta fechada
com percurso horizontal ou verti- V ≥ 20De
cal7) B1

Condutores isolados em eletroduto


42 de seção circular contido em cana- B1
leta ventilada embutida no piso
154 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 32 – Continuação
Método de Método de
Esquema ilustrativo Descrição
instalação referência1)

Cabos unipolares ou cabo multipo-


43 lar em canaleta ventilada embutida B1
no piso

Cabo multipolar embutido dire-


51 tamente em parede termicamente A1
isolante

C
Cabos unipolares ou cabo multi-
polar embutido(s) diretamente em
52
alvenaria sem proteção mecânica
adicional

C
Cabos unipolares ou cabo multi-
polar embutido(s) diretamente em
53
alvenaria com proteção mecânica
adicional

D
Cabo multipolar em eletroduto (de
61 seção circular ou não) ou em cana-
leta não ventilada enterrado(a)

Cabos unipolares em eletroduto D


(de seção não circular ou não)
61A
ou em canaleta não ventilada
enterrado(a)8)

D
Cabos unipolares ou cabo multipo-
63 lar diretamente enterrado(s), com
proteção mecânica adicional9)

Condutores isolados ou cabos


71 A1
unipolares em moldura
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 155

Tabela 32 – Conclusão

72 – Condutores isolados ou cabos


unipolares em canaleta provida de
72 B1
separações sobre parede
72A B2
72A – Cabo multipolar em canaleta
provida de separações sobre parede

Condutores isolados em eletroduto,


73 cabos unipolares ou cabo multipolar A1
embutido(s) em caixilho de porta
Condutores isolados em eletroduto,
74 cabos unipolares ou cabo multipolar A1
embutido(s) em caixilho de janela

75 – Condutores isolados ou cabos


unipolares em canaleta embutida em
75 B1
parede
75A B2
75A – Cabo multipolar em canaleta
embutida em parede
75 75A
Observação: Esta tabela é referência da tabela 33 da ABNT NBR 5410:2004
1) Método de referência a ser utilizado na determinação da capacidade de condução de cor-
rente.
2) Assume-se que a face interna da parede apresenta uma condutância térmica não inferior a 10 W/m².K.
3) Admitem-se também condutores isolados em perfilado, desde que respeitem as especificações adotadas
pela ABNT NBR 5410.
4) A capacidade de condução de corrente para bandeja perfurada foi determinada considerando-se que
os furos ocupassem no mínimo 30% da área da bandeja. Se os furos ocuparem menos de 30% da área da
bandeja, ela deve ser considerada como “não perfurada”.
5) Conforme a ABNT NBR IEC 60050 (826), os poços, as galerias, os pisos técnicos, os condutos
formados por blocos alveolados, os forros falsos, os pisos elevados e os espaços internos existentes em
certos tipos de divisórias (como, por exemplo, as paredes de gesso acartonado) são considerados espaços
de construção.
6) De é o diâmetro externo do cabo, no caso de cabo multipolar. No caso de cabos unipolares ou con-
dutores isolados, distinguem-se duas situações:
- Três cabos unipolares (ou condutores isolados) dispostos em trifólio: De deve ser tomado igual a 2,2
vezes o diâmetro do cabo unipolar ou condutor isolado;
- Três cabos unipolares (ou condutores isolados) agrupados num mesmo plano: Deve ser tomado igual
a 3 vezes o diâmetro do cabo unipolar ou condutor isolado.
7) De é o diâmetro externo do eletroduto, quando de seção circular, ou altura/profundidade do eletro-
duto de seção não circular ou da eletrocalha.
156 Instalações Elétricas Prediais

8) Admite-se também o uso de condutores isolados, desde que respeitem as especificações adotadas pela
ABNT NBR 5410.
9) Admitem-se cabos diretamente enterrados sem proteção mecânica adicional, desde que sejam provi-
dos de armação definida pela ABNT NBR 5410. Para capacidade de condução de corrente para cabos
armados, consultar a ABNT NBR 11301.
NOTA: Em linhas ou trechos verticais, quando a ventilação for restrita, deve-se atentar para risco de
aumento considerável da temperatura ambiente no topo do trecho vertical.

10.2.2. Corrente máxima admissível pelos condutores

O critério de capacidade de corrente está diretamente associado à garantia


de uma vida satisfatória aos condutores e ao seu material isolante. O condutor não
pode ser submetido a altas temperaturas provocadas pela passagem da corrente
elétrica, pois o isolante e a cobertura do condutor podem sofrer danos e redução
de sua vida útil.
No caso da temperatura, a corrente transportada pelo condutor durante
um longo período de funcionamento contínuo deve ser menor do que a corrente
que leva este condutor a sua temperatura máxima. Esses valores são fornecidos
pela ABNT NBR 5410 e podem ser observados na tabela 33.

Tabela 33 – Temperaturas características dos condutores


Temperatura Temperatura Tempera-
máxima para limite de sobre- tura limite de
Tipo de isolação
serviço contínuo carga (condu- curto-circuito
(condutor) °C tor) °C (condutor) °C
Policloreto de vinila (PVC) até
70 100 160
300 mm²
Policloreto de vinila (PVC) maior
70 100 140
que 300 mm²
Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250
Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250
Observação: Esta tabela é referência da tabela 35 da ABNT NBR 5410:2004.

O valor da corrente máxima admitida por um determinado condutor, é o


valor da corrente circulante que o leva à temperatura máxima em regime contínuo
nas condições de instalação em que ele se encontra. Como podemos observar na
tabela 33, os condutores isolados em EPR ou XLPE possuem uma temperatura
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 157

máxima em regime contínuo superior à do PVC. Assim, possuem uma maior


corrente máxima admissível quando comparados ao condutor de PVC em uma
mesma condição de instalação.
A ABNT NBR 5410:2004 fornece valores para as seções transversais
normalizadas considerando que o condutor se encontra em um determinado
método de instalação, desagrupado de outros circuitos, e na temperatura de 30º C
ambiente, ou 20° C quando em rede enterrada no solo.
Nas tabelas 34 e 36, são apresentadas as correntes máximas para os condu-
tores isolados em PVC e nas tabelas 35 e 37 são apresentadas as correntes máximas
para os condutores isolados em EPR/XLPE.

Tabela 34 – Capacidade de condução de corrente, em amperes, para condu-


tores isolados em PVC
Seção nominais
Método de referência
mm²

A1 A2 B1 B2 C D
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Cobre
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12
1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
158 Instalações Elétricas Prediais

150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
400 438 390 398 355 571 510 477 425 634 557 478 394
500 502 447 456 406 656 587 545 486 729 642 540 445
630 578 514 526 467 758 678 626 559 843 743 614 506
800 669 593 609 540 881 788 723 645 978 865 700 577
1000 767 679 698 618 1012 906 827 738 1125 996 792 652
Alumínio
16 48 43 44 41 60 53 54 48 66 59 62 52
25 63 57 58 53 79 70 71 62 83 73 80 66
35 77 70 71 65 97 86 86 77 103 90 96 80
50 93 84 86 78 118 104 104 92 125 110 113 94
70 118 107 108 98 150 133 131 116 160 140 140 117
95 142 129 130 118 181 161 157 139 195 170 166 138
120 164 149 150 135 210 186 181 160 226 197 189 157
150 189 170 172 155 241 214 206 183 261 227 213 178
185 215 194 195 176 275 245 234 208 298 259 240 200
240 252 227 229 207 324 288 274 243 352 305 277 230
300 289 261 263 237 372 331 313 278 406 351 313 260
400 345 311 314 283 446 397 372 331 488 422 366 305
500 396 356 360 324 512 456 425 378 563 486 414 345
630 456 410 416 373 592 527 488 435 653 562 471 391
800 529 475 482 432 687 612 563 502 761 654 537 446
1000 607 544 552 495 790 704 643 574 878 753 607 505
Observação: Esta tabela é referência da tabela 36 da ABNT NBR 5410:2004.
Condutores de cobre e alumínio (PVC).
Temperatura no condutor: 70º C.
Temperaturas de referência do ambiente 30º C (ar), 20º C (solo).
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 159

Tabela 35 – Capacidade de condução de corrente, em amperes, para condutores


isolados em EPR/XLPE
Seção
nominais Método de referência
mm²
A1 A2 B1 B2 C D
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Cobre
0,5 10 9 10 9 12 10 11 10 12 11 14 12
0,75 12 11 12 11 15 13 15 13 16 14 18 15
1 15 13 14 13 18 16 17 15 19 17 21 17
1,5 19 17 18,5 16,5 23 20 22 19,5 24 22 26 22
2,5 26 23 25 22 31 28 30 26 33 30 34 29
4 35 31 33 30 42 37 40 35 45 40 44 37
6 45 40 42 38 54 48 51 44 58 52 56 46
10 61 54 57 51 75 66 69 60 80 71 73 61
16 81 73 76 68 100 88 91 80 107 96 95 79
25 106 95 99 89 133 117 119 105 138 119 121 101
35 131 117 121 109 164 144 146 128 171 147 146 122
50 158 141 145 130 198 175 175 154 209 179 173 144
70 200 179 183 164 253 222 221 194 269 229 213 178
95 241 216 220 197 306 269 265 233 328 278 252 211
120 278 249 253 227 354 312 305 268 382 322 287 240
150 318 285 290 259 407 358 349 307 441 371 324 271
185 362 324 329 295 464 408 395 348 506 424 363 304
240 424 380 386 346 546 481 462 407 599 500 419 351
300 486 435 442 396 628 553 529 465 693 576 474 396
400 579 519 527 472 751 661 628 552 835 692 555 464
500 664 595 604 541 864 760 718 631 966 797 627 525
630 765 685 696 623 998 879 825 725 1122 923 711 596
800 885 792 805 721 1158 1020 952 837 1311 1074 811 679
160 Instalações Elétricas Prediais

1000 1014 908 923 826 1332 1173 1088 957 1515 1237 916 767
Alumínio
16 64 58 60 55 79 71 72 64 84 76 73 61
25 84 76 78 71 105 93 94 84 101 90 93 78
35 103 94 96 87 130 116 115 103 126 112 112 94
50 125 113 115 104 157 140 138 124 154 136 132 112
70 158 142 145 131 200 179 175 156 198 174 163 138
95 191 171 175 157 242 217 210 188 241 211 193 164
120 220 197 201 180 281 251 242 216 280 245 220 186
150 253 226 230 206 323 286 277 248 324 283 249 210
185 288 256 262 233 368 330 314 281 371 323 279 236
240 338 300 307 273 433 389 368 329 439 382 322 272
300 387 344 352 313 499 447 421 377 508 440 364 308
400 387 344 352 313 499 447 421 377 508 440 364 308
500 530 468 483 426 687 617 573 513 707 610 482 408
630 611 538 556 490 794 714 658 590 821 707 547 464
800 708 622 644 566 922 830 760 682 958 824 624 529
1000 512 712 739 648 1061 955 870 780 1108 950 706 598
Observação: Esta tabela é referência da tabela 37 da ABNT NBR 5410:2004.
Condutores de cobre e alumínio (EPR ou XLPE).
Temperatura no condutor: 90º C.
Temperaturas de referência do ambiente 30º C (ar), 20º C (solo).
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 161

Tabela 36 – Capacidade de condução de corrente, em amperes, para condu-


tores isolados em PVC
Métodos de referência
Dois con- Três con- Três condutores carregados no
Dois con- Três con-
dutores dutores mesmo plano
dutores dutores
carrega- carrega-
Seções carrega- carrega- Espaçados
dos justa- dos em
nominais dos dos Justapostos
postos trifólio Horizontal Vertical
dos con-
dutores Método E Método E Método F Método F Método F Método G Método G
mm²

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)


Cobre
0,5 11 9 11 8 9 12 10
0,75 14 12 14 11 11 16 13
1 17 14 17 13 14 19 16
1,5 22 18,5 22 17 18 24 21
2,5 30 25 31 24 25 34 29
4 40 34 41 33 34 45 39
6 51 43 53 43 45 59 51
10 70 60 73 60 63 81 71
16 94 80 99 82 85 110 97
25 119 101 131 110 114 146 130
35 148 126 162 137 143 181 162
50 180 153 196 167 174 219 197
70 232 196 251 216 225 281 254
95 282 238 304 264 275 341 311
120 379 319 406 356 372 456 419
150 379 319 406 356 372 456 419
185 434 364 463 409 427 521 480
240 514 430 546 485 507 615 569
162 Instalações Elétricas Prediais

300 593 497 629 561 587 709 659


400 715 597 754 656 689 852 795
500 826 689 868 749 789 982 920
630 958 798 1005 855 905 1138 1070
800 1118 930 1169 971 1119 1325 1251
1000 1292 1073 1346 1079 1296 1528 1448

Tabela 36 – Continuação
Métodos de referência

Dois con- Três con- Três condutores carregados no


Dois con- Três con- mesmo plano
dutores dutores
dutores dutores
carrega- carrega- Espaçados
Seções carrega- carrega-
dos justa- dos em Justapos-
nominais dos dos Horizon-
postos trifólio tos Vertical
dos con- tal
dutores Método E Método E Método F Método F Método F Método G Método G
mm²

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)


Alumínio
16 73 61 73 62 65 84 73
25 89 78 98 84 87 112 99
35 111 96 122 105 109 139 124
50 135 117 149 128 133 169 152
70 173 150 192 166 173 217 196
95 210 183 235 203 212 265 241
120 244 212 273 237 247 308 282
150 282 245 316 274 287 356 327
185 322 280 363 315 330 407 376
240 380 330 430 375 392 482 447
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 163

300 439 381 497 434 455 557 519


400 528 458 600 526 552 671 629
500 608 528 694 610 640 775 730
630 705 613 808 711 640 775 730
800 822 714 944 832 875 1050 1000
1000 948 823 1092 965 1015 1213 1161
Observação: Esta tabela é referência da tabela 38 da ABNT NBR 5410:2004.
1) Ou, ainda, condutores isolados, quando o método de instalação permitir.
Condutores de cobre e alumínio (PVC).
Temperatura no condutor: 70º C.
Temperaturas de referência do ambiente 30º C (ar).

Tabela 37 – Capacidade de condução de corrente, em amperes, para condutores


isolados em EPR/XLPE
Métodos de referência

Dois con- Três con- Três condutores carregados no


Dois con- Três con- mesmo plano
dutores dutores
dutores dutores
carrega- carrega- Espaçados
carrega- carrega-
Seções dos justa- dos em Justapos-
dos dos Horizon-
nominais postos trifólio tos Vertical
tal
dos condu-
tores mm² Método E Método E Método F Método F Método F Método G Método G

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)


Cobre
0,5 13 12 13 10 10 15 12
0,75 17 15 17 13 14 19 16
1 21 18 21 16 17 23 19
1,5 26 23 27 21 22 30 25
2,5 36 32 37 29 30 41 35
4 49 42 50 40 42 56 48
6 63 54 65 53 55 73 63
164 Instalações Elétricas Prediais

10 86 75 90 74 77 101 88
16 115 100 121 101 105 137 120
25 149 127 161 135 141 182 161
35 185 158 200 169 176 226 201
50 225 192 242 207 216 275 246
70 289 246 310 268 279 353 318
95 352 298 377 328 342 430 389
120 410 346 437 383 400 500 454
150 473 399 504 444 464 577 527
185 542 456 575 510 533 661 605
240 641 538 679 607 634 781 719
300 741 621 783 703 736 902 833
400 892 745 940 823 868 1085 1008
500 1030 859 1083 946 998 1253 1169
630 1196 995 1254 1088 1151 1454 1362
800 1396 1159 1460 1252 1328 1696 1595
1000 1613 1336 1683 1420 1511 1958 1849

Tabela 37 – Continuação
Métodos de referência

Dois con- Três con- Três condutores carregados no


Dois con- Três con- mesmo plano
dutores dutores
dutores dutores
carrega- carrega- Espaçados
carrega- carrega-
dos justa- dos em Justapos-
Seções dos dos Horizon-
postos trifólio tos Vertical
nominais tal
dos condu- Método Método Método Método Método Método Método
tores mm² E E F F F G G

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)


Alumínio
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 165

16 91 77 90 76 79 103 90
25 108 97 121 103 107 138 122
35 135 120 150 129 135 172 153
50 164 146 184 159 165 210 188
70 211 187 237 206 215 271 244
95 257 227 289 253 264 332 300
120 300 263 337 296 308 387 351
150 346 304 389 343 358 448 408
185 397 347 447 395 413 515 470
240 470 409 530 471 492 611 561
300 543 471 613 547 571 708 652
400 654 566 740 663 694 856 792
500 756 652 856 770 806 991 921
630 879 755 996 899 942 1154 1077
800 1026 879 1164 1056 1106 1351 1266
1000 1186 1012 1347 1226 1285 1565 1472
Observação: Esta tabela é referência da tabela 39 da ABNT NBR 5410:2004.
1) Ou, ainda, condutores isolados, quando o método de instalação permitir.
Condutores de cobre e alumínio (EPR ou XLPE).
Temperatura no condutor: 90º C.
Temperaturas de referência do ambiente 30º C (ar).

10.2.3. Temperatura ambiente

Uma instalação elétrica, ao longo de sua vida útil, está sujeita a variações
de temperatura. Ocorre que os condutores perdem sua capacidade de corrente
e a redução está diretamente relacionada ao aumento de temperatura: quanto
maior a temperatura da região onde se encontra instalado, maiores tendem a ser
as seções transversais.
166 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 38 – Fatores de correção, k1, para temperaturas ambientes diferentes de 30º C


para linhas não subterrâneas e de 20° C (temperatura do solo) para linhas
subterrâneas
Isolação
Temperatura °C
PVC EPR ou XLPE
Ambiente
10 1,22 1,15
15 1,17 1,12
20 1,12 1,08
25 1,06 1,04
35 0,94 0,96
40 0,87 0,91
45 0,79 0,87
50 0,71 0,82
55 0,61 0,76
60 0,50 0,71
65 - 0,65
70 - 0,58
75 - 0,50
80 - 0,41
Do solo
10 1,10 1,07
15 1,05 1,04
25 0,95 0,96
30 0,89 0,93
35 0,84 0,89
40 0,77 0,85
45 0,71 0,80
50 0,63 0,76
55 0,55 0,71
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 167

60 0,45 0,65
65 - 0,60
70 - 0,53
75 - 0,46
80 - 0,38
Observação: Essa tabela é referência da tabela 40 da ABNT NBR 5410:2004.

Para valores diferentes de 30º C ambiente ou 20° C solo, são aplicados fato-
res de correção apresentados na tabela 38. O valor de temperatura a ser utilizado
é referente à temperatura máxima prevista para o meio circundante.

Figura 81 – Comparação entre cenários térmicos

Fonte: Autor

Para o cenário da figura 81, devemos encontrar uma corrente corrigida I'N
que apresente o mesmo cenário térmico a 30° C que o condutor carregado com
uma corrente circulante de 20 A apresenta a 40° C na condição real de instalação.
Assim, . Para temperaturas menores que a referência de
30° C, IN > I'N . Isso permite que utilizemos uma tabela única onde aplicamos as
correntes corrigidas I'N para dimensionar os condutores pelo critério da capacidade
de corrente. Ou seja, aplicamos I'N nas tabelas 34, 35, 36 ou 37.
168 Instalações Elétricas Prediais

Para os eletrodutos enterrados no solo, também é necessário aplicar o fator


de correção da resistividade térmica do solo. Quanto maior a resistividade térmica,
o condutor apresenta maior dificuldade de troca de temperatura com o meio
envolvente. Na tabela 39, apresentamos os fatores de correção k2, tendo como
valor de referência solos com 2,5 K.m/W.

Tabela 39 – Fatores de correção para linhas subterrâneas em solo com resisti-


vidade térmica diferente de 2,5 K.m/W
Resistividade térmica K.m/W 1 1,5 2 3
Fator de correção, k2 1,18 1,1 1,05 0,96
Observação: Esta tabela é referência da tabela 41 da ABNT NBR 5410:2004.
1) Os fatores de correção dados são valores médios com uma dispersão geralmente inferior a 5%.
2) Os fatores de correção são aplicáveis a cabos instalados em eletrodutos enterrados a uma profundidade
de até 0,8 m.
3) Os fatores de correção para cabos diretamente enterrados são mais elevados para resistividades tér-
micas inferiores a 2,5 K.m/W e podem ser calculados pelos métodos indicados na ABNT NBR 11301.

10.2.4. Agrupamento de circuitos

A contribuição térmica de outros circuitos no meio envolvente, comparti-


lhando o mesmo conduto, contribuem para a redução da capacidade de corrente
do circuito a ser dimensionado. As tabelas 34, 35, 36 e 37 consideram como refe-
rência um cenário onde o circuito é composto por dois ou três condutores carre-
gados, submetidos a uma temperatura de 30° C ambiente ou 20° C solo. Portanto,
em situações diferentes daquela expressa anteriormente, é necessário corrigir a
capacidade de corrente do circuito analisado por meio dos fatores de correção de
agrupamento, expressos nas tabelas 41, 42, 43 e 44.
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 169

Tabela 40 – Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe


(em linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados num mesmo plano,
em camada única
Forma de agru- Número de circuitos ou de cabos multipolares Métodos
Ref. pamento dos 12 a 16 a de
condutores 1 2 3 4 5 6 7 8 9 a 11 ≥ 20 referência
15 19

Em feixe: ao ar
livre ou sobre
superfície,
1 1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52 0,50 0,45 0,41 0,38 AaF
embutidos ou
em conduto
fechado
Camada única
sobre parede,
2 piso, bandeja 1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71 0,70
não perfurada C
ou prateleira
Camada única
3 0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62 0,61
no teto
Camada única
4 em bandeja 1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72 0,72
perfurada
EeF
Camada única
5 sobre leito, 1,00 0,87 0,82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,78
suporte, etc.
Observação: Esta tabela é referência da tabela 42 da ABNT NBR 5410:2004.
1) Os fatores são aplicáveis a grupos homogêneos de cabos uniformemente carregados.
2) Quando a distância horizontal entre cabos adjacentes for superior ao dobro de seu diâmetro externo,
não é necessário aplicar nenhum fator de redução.
3) O número de circuitos ou de cabos com o qual se consulta a tabela refere-se à quantidade de grupos de
dois ou três condutores isolados ou cabos unipolares, cada grupo constituindo um circuito (supondo-se
um só condutor por fase, isso é, sem condutores em paralelo), e/ou à quantidade de cabos multipolares
que compõem o agrupamento, qualquer que seja essa composição (só condutores isolados, só cabos
unipolares, só cabos multipolares ou qualquer combinação).
4) Se o agrupamento for constituído, ao mesmo tempo, de cabos bipolares e tripolares, deve-se consi-
derar o número total de cabos como sendo o número de circuitos e, de posse do fator de agrupamento
resultante, a determinação das capacidades de condução de correntes, nas tabelas referentes aos métodos
A ao F, deve ser, então, efetuada na coluna de dois condutores carregados para os cabos bipolares e na
coluna de três condutores carregados para os cabos tripolares.
5) Um agrupamento com N condutores isolados, ou N cabos unipolares, pode ser considerado composto
tanto de N/2 circuitos com dois condutores carregados quanto de N/3 circuitos com três condutores
carregados.
6) Os valores indicados são médios para a faixa usual de seções nominais, com dispersão geralmente
inferior a 5%.
170 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 41 – Fatores de correção aplicáveis a agrupamentos consistindo em


mais de uma camada de condutores (Métodos C, E e F)
Quantidade de circuitos trifásicos ou de cabos
multipolares por camada
2 3 4 ou 5 6a8 9 e mais
2 0,68 0,62 0,6 0,58 0,56
3 0,62 0,57 0,55 0,53 0,51
Quantidade
4 ou 5 0,6 0,55 0,52 0,51 0,49
de camadas
6a8 0,58 0,53 0,51 0,49 0,48
9 e mais 0,56 0,51 0,49 0,48 0,46
Observação: Esta tabela é referência da tabela 43 da ABNT NBR 5410:2004.
1) Os fatores são válidos independentemente da disposição da camada, seja horizontal ou vertical.
2) Sobre condutores agrupados em uma única camada, ver tabela 40.
3) Se forem necessários valores mais precisos, deve-se recorrer à ABNT NBR 11301.

Tabela 42 – Fatores de agrupamento para linhas em eletrodutos enterrados


(Método D)
Cabos multipolares em eletrodutos - Um cabo por eletroduto
Espaçamento entre eletrodutos (a)
Número de circuitos
Nulo 0,25 m 0,5 m 1,0 m
2 0,85 0,9 0,95 0,95
3 0,75 0,85 0,9 0,95
4 0,7 0,8 0,85 0,9
5 0,65 0,8 0,85 0,9
6 0,6 0,8 0,8 0,8
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletrodutos2) - Um condutor por eletroduto
Número de circuitos (grupo Espaçamento entre eletrodutos (a)
de dois ou três condutores) Nulo 0,25 m 0,50 m 1,0 m
2 0,8 0,9 0,9 0,95
3 0,7 0,8 0,85 0,9
4 0,65 0,75 0,8 0,9
5 0,6 0,7 0,8 0,9
6 0,6 0,7 0,8 0,9
(a) Cabos multipolares Cabos unipolares
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 171

Observação: Esta tabela é referência da tabela 45 da ABNT NBR 5410:2004.


1) Os valores indicados são aplicáveis para uma profundidade de 0,7 m e uma resistividade térmica do
solo de 2,5 K.m/W. Os valores médios arredondados podem apresentar erros de até ± 10% em certos
casos. Se forem necessários valores mais precisos, deve-se recorrer à ABNT NBR 11301.
2) Deve-se atentar para as restrições e problemas que envolvem o uso de condutores isolados ou cabos
unipolares em eletrodutos metálicos quando se tem um único condutor por eletroduto.

Tabela 43 – Fatores de correção para linhas com cabos diretamente enterrados


(Método de referência D)
Distâncias entre cabos1) (a)
Número de
circuitos Um diâmetro
Nula 0,125 m 0,25 m 0,5 m
de cabo
2 0,75 0,80 0,85 0,90 0,90
3 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85
4 0,60 0,60 0,70 0,75 0,80
5 0,55 0,55 0,65 0,70 0,80
6 0,50 0,55 0,60 0,70 0,80
Cabos multipolares Cabos unipolares
1)

Observação: Esta tabela é referência da tabela 44 da ABNT NBR 5410:2004.


NOTA: Os valores indicados são aplicáveis para uma profundidade de 0,7 m e uma resistividade térmica
do solo de 2,5 K.m/W. Os valores médios arredondados podem apresentar erros de até ± 10% em certos
casos. Se forem necessários valores mais precisos, deve-se recorrer à ABNT NBR 11301.

Os condutores com uma corrente de projeto inferior a 30% de sua capaci-


dade de condução de corrente, já determinada observando-se o fator de agrupa-
mento incorrido, podem ser desconsiderados para efeito de cálculo do fator de
correção aplicável ao restante do grupo, pois a contribuição térmica não afeta os
demais circuitos de forma considerável.
172 Instalações Elétricas Prediais

Figura 82 – Comparação entre cenários térmicos

Fonte: Autor

Para o cenário da figura 82, devemos encontrar uma corrente corrigida I'N
que apresente o mesmo cenário térmico a 30° C que o condutor carregado com
uma corrente circulante de 30 A apresenta a 35° C na condição real de instalação,
com agrupamento de circuitos. Dessa forma, das tabelas 38 e 40,
.

10.2.5. Número de condutores carregados

Nas tabelas 34, 35, 36 e 37, o número de condutores carregados depende


da característica do circuito. Em circuitos monofásicos, os condutores de fase e
neutro são considerados carregados. Nos circuitos trifásicos equilibrados, com
neutro, o condutor neutro não deve ser considerado carregado. Em circuitos trifá-
sicos desequilibrados, são considerados quatro condutores carregados, sendo três
condutores de fase e um condutor neutro. Para esse caso específico, é necessário
utilizar um fator de correção K4 = 0,86, responsável por corrigir a condição de
quatro para três condutores carregados.

Tabela 44 – Número de condutores carregados de um circuito


Número de condutores carregados a ser
Esquema de condutores vivos do circuito
adotado
Monofásico a dois condutores 2
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 173

Monofásico a três condutores 2


Bifásico sem neutro 2
Bifásico com neutro 3
Trifásico sem neutro 3
Trifásico com neutro 3 (equilibrado) ou 4 (desequilibrado)

Exemplo 10.1: Calcular a seção indicada pela ABNT NBR 5410:2004 para um
circuito bifásico com corrente nominal de 25 A que compartilha o eletroduto com
outros dois circuitos. A temperatura ambiente é de 35º C, o método de referência
é o B1 e os condutores são isolados em PVC.

Solução: Uma vez que o exercício já fornece a corrente nominal do circuito, basta
reunir os fatores de correção na situação exposta:
Fator de correção para temperatura ambiente (K1): Valor de 0,94 para 35ºC;
Fator de correção por agrupamento (K3): Valor de 0,70 para 3 circuitos no mesmo
eletroduto;
Agora, a corrente corrigida (I’) deve ser calculada da seguinte forma:

 Consultar tabela 34

Com a corrente corrigida calculada, a consulta na tabela de capacidade


de corrente deve ser feita considerando 2 condutores carregados em método de
referência B1, uma vez que o circuito possui 2 condutores de fases e 1 condutor
terra. Na tabela 34, a seção encontrada é de 6,0 mm². Esse condutor suporta uma
corrente elétrica máxima de 41 A.

10.3. Critério da queda de tensão

Segundo a ABNT NBR 5410:2004, a queda de tensão em qualquer ponto


de utilização da instalação não deve ser superior aos seguintes valores, dados em
relação ao valor da tensão nominal da instalação:
174 Instalações Elétricas Prediais

Tabela 45 – Valores percentuais para queda de tensão


Aplicações Iluminação Outros usos
A – Instalações alimentadas por um ramal de baixa tensão a
5% 5%
partir de uma distribuição de baixa tensão
B – Instalações alimentadas por transformador a partir de uma
7% 7%
instalação de alta tensão
C – Instalações que possuem gerador próprio 7% 7%
Observação: Esta tabela é referência da ABNT NBR 5410:2004
Em nenhum caso, para circuitos terminais, a queda de tensão deve ser superior a 4%.
Nos casos das instalações expostas em B e C, se as linhas principais tiverem um comprimento superior a
100 m, os limites podem ser aumentados 0,005% por metro de linha excedente aos 100 m, mas podem ser
acrescidos no máximo 5%.
Os valores expostos na tabela 45 são válidos quando a tensão nominal da instalação coincide com a tensão
nominal dos equipamentos de utilização previstos.

No cálculo da queda de tensão para instalações de baixa tensão alimentadas


por uma rede de distribuição, o valor limite de 5% é aplicado para o trecho entre o
medidor e os circuitos terminais da instalação. É comum distribuir a maior parte
do limite para o trecho entre o alimentador e o quadro geral, pois geralmente trata-
-se de um trecho longo e que comporta a demanda total; é, portanto, um trecho
mais crítico. A figura 83 representa uma forma prática para adotar os possíveis
limites de forma separada.

Figura 83 – Divisão prática da porcentagem para a queda de tensão

Fonte: Autor

As expressões utilizadas para calcular a seção transversal são derivadas das


teorias de circuitos elétricos e variam de acordo com o tipo de sistema.
Em circuitos monofásicos ou bifásicos:

(32)
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 175

Em circuitos trifásicos:

(33)

Onde:
A é a Área da seção do condutor (mm²);
L é o comprimento do condutor no trecho analisado (m);
S é a potência do circuito no trecho analisado (VA);
∆V é a queda de tensão estimada (adimensional);
ρ é a resistividade do cobre ou alumínio (ohm.mm²/m);
V é a tensão de linha para circuitos bifásicos e trifásicos e a tensão de fase para
circuitos monofásicos;
A resistividade do cobre eletrolítico é igual a ∙(mm²)/m.

Por motivos práticos, é válido estimar um valor para a queda de tensão


(∆V) nos trechos. Normalmente, adotamos um valor de 2 até 4% para os circuitos
terminais, fixando o excedente para o alimentador.
Em circuitos que alimentam pontos distribuídos, como circuitos de toma-
das de uso geral e de iluminação, que possuem muitos pontos em localizações
diferentes, devemos considerar as contribuições de carga trecho a trecho. Dessa
forma, a queda de tensão total do circuito é igual à soma das quedas de tensão
trecho a trecho e diretamente proporcional a ∑ L X S . As expressões 32 e 33 ficam,
portanto, com a seguinte forma:
Em circuitos monofásicos ou bifásicos:

(34)

Em circuitos trifásicos:

(35)
176 Instalações Elétricas Prediais

Figura 84 – Critério da queda de tensão em circuitos terminais com caga


distribuída

Fonte: Autor

No caso exposto acima, o trecho L1 é responsável por suportar toda a potên-


cia do circuito (S1 + S2 + S3). Já o segundo trecho (L2 – L1) suporta apenas parte
dessa potência (S2 + S3) visto que a potência S1 está localizada a montante. O
mesmo caso acontece com o terceiro trecho L3 – L2 , que nesse caso só suporta
a potência restante (S3).
Para os casos de derivação e caminhos diferentes, deve ser considerado
aquele que possuir o maior produto entre distância e potência (L x S), pois ele
será o mais crítico e com a menor tensão terminal.

Figura 85 – Critério da queda de tensão em circuitos terminais em derivação

Fonte: Autor
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 177

Como visto na figura 85, existem três possíveis caminhos como ponto final
(S5, S6 e S7) mas, para os cálculos, o caminho que contém a tomada S5 como
ponto final possui a maior queda de tensão em função do maior produto entre dis-
tância e potência (L x S), logo, o circuito deve ser dimensionado para esse caminho.

Exemplo 10.2: Calcular a queda de tensão para um circuito bifásico de 1520 VA


composto por apenas um ar-condicionado, cuja tensão nominal é igual a 220 V.
Considere a distância total entre o quadro geral e a TUE como 16 metros.

Solução: Como só existe um equipamento no circuito, o trecho mais crítico é


aquele responsável por atender o próprio equipamento, portanto, a potência será
1520 VA durante todo o percurso dos condutores. A queda de tensão (∆V) con-
siderada será de 2%, uma vez que trata-se de um circuito terminal e a prioridade
será fornecer uma parcela maior para o trecho do alimentador geral. Dito isso, a
área pode ser definida como:

A seção é sempre aproximada para o próximo valor normalizado superior


ao obtido e, nesse caso, o critério da queda de tensão mostra-se irrelevante, uma
vez que a seção mínima é mais do que suficiente para a ocasião.
Alguns exemplos para o critério da queda de tensão serão apresentados nos
exercícios resolvidos do capítulo 13.
– 11 –
Especificação da proteção contra
sobrecargas

A especificação do dispositivo de proteção é realizada após o dimensiona-


mento dos condutores. Esse dispositivo deve estar coordenado com o condutor
selecionado, de forma a não atuar em condições normais de funcionamento e
desabilitar o circuito em condições de solicitações anormais.
O condutor selecionado é aquele cuja seção comercial atende aos critérios de
seção mínima, capacidade de corrente e queda de tensão. De acordo com a NBR
NM 60898, os valores preferenciais para os dispositivos indicados são: 1, 2, 4, 6,
8, 10, 13, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100 e 125 A.
No critério de coordenação entre condutor e proteção contra sobrecarga, a
corrente do disjuntor deve ser maior que a corrente nominal do circuito e menor
que a corrente máxima admissível pelo condutor selecionado. Portanto, sua seleção
deve respeitar simultaneamente as seguintes condições:

(36)

A condição da alínea 2) é aplicável quando for possível assumir que a tem-


peratura limite de sobrecarga dos condutores não venha a ser mantida por um
tempo superior a 100 h durante 12 meses consecutivos, ou por 500 h ao longo
da vida útil do condutor. Quando isso não ocorrer, a condição da alínea 2) deve
ser substituída por: I2 ≤ IMÁX.
180 Instalações Elétricas Prediais

Onde:
IN é a corrente nominal (de projeto) do circuito;
IMÁX é a capacidade de condução de corrente dos condutores dimensionados nas
condições previstas para sua instalação;
IDISJ é a corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de ajuste, para
dispositivos ajustáveis);
I2 é a corrente de atuação ou sensibilização do dispositivo.
Sendo assim:

(37)

O mini disjuntor termomagnético (DTM) possui valor tabelado comercial-


mente, e não é ajustável. Se o intervalo não for possível ou se não existir nenhum
dispositivo de proteção que respeite o intervalo obtido, a seção do condutor
deve ser aumentada, com isso, a corrente máxima também é aumentada e, assim,
aumenta-se o intervalo para seleção do disjuntor, onde devemos enquadrar um
dispositivo comercial.

Exemplo 11.1: Calcular o disjuntor adequado ao condutor selecionado no exemplo


necessário para o Exemplo 10.1.

Solução: Para o exercício em questão, o circuito é bifásico e possui uma corrente


nominal de 25 A. O condutor escolhido é de 6,0 mm² e os fatores de correção de
temperatura e de agrupamento são, respectivamente, K1 = 0,94 e K3 = 0,70. Da
tabela 34, obtemos uma corrente máxima de 41 A para o condutor de 6,0 mm²
na condição de dois condutores carregados, 30° C e método de referência B1, que
corresponde ao equivalente térmico de uma instalação de eletroduto em alvenaria.
Assim, temos a seguinte questão: Se para um circuito com dois condutores
carregados a uma temperatura de 30° C, um condutor de 6,0 mm² possui uma cor-
rente máxima de 41 A, qual será sua corrente máxima a uma temperatura de 35° C
agrupado com dois circuitos?
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 181

Esta corrente máxima fica reduzida. Assim, a corrente máxima é calculada:

Uma vez que o valor da corrente nominal é de 25 A, para um melhor ajuste
o disjuntor deveria ser maior que 25 A e menor que 26,98 A. Visto que, na escala
comercial, não existem disjuntores termomagnéticos com um valor que respeite
essa faixa, torna-se necessário aumentar a corrente máxima do condutor, através do
aumento da sua seção transversal previamente dimensionada, ficando o condutor
de 10 mm² protegido por um dispositivo bipolar de 32 A.
Para a seção do condutor de 10,0 mm², a corrente máxima suportada a
30º C e eletroduto único é 57 A. A corrente máxima nas devidas condições da
instalação é calculada abaixo:

Agora, com um maior intervalo, encontramos um disjuntor de 32 A para


o circuito analisado.
– 12 –
Dimensionamento de condutos

12.1. Eletrodutos

O eletroduto deve ter tamanho suficiente para permitir que os condutores


sejam instalados ou retirados com facilidade, além de promover a segurança do
sistema. Para isso, a área máxima da região interna do eletroduto a ser utilizada
pelos condutores com isolamento deve respeitar as seguintes condições:
• 53% no caso de um condutor;
• 31% no caso de dois condutores;
• 40% no caso de três condutores.

A área interna do eletroduto é facilmente calculada da seguinte forma:

(38)

onde A é a área interna do eletroduto (mm) e Di é o diâmetro interno do eletro-


duto (mm).

Em relação aos condutores, é considerada a área externa, por conta do


material isolante que contribui para a taxa de ocupação, como área ocupante no
interior do eletroduto. Logo, o diâmetro do eletroduto pode ser determinado da
seguinte forma:
184 Instalações Elétricas Prediais

(39)

Onde:
Di é o diâmetro interno do eletroduto (mm);
∑Ac é o somatório das áreas externas de todos os condutores do eletroduto (mm²);
f é a porcentagem da área máxima interna do eletroduto que pode ser utilizada.

Tabela 46 – Dimensões dos eletrodutos e área ocupável


Eletrodutos rígidos de PVC (rosqueado) - NBR 6150
Dimensões do Eletroduto Área ocupável pelos cabos
Espessura da > 3 cabos:
Área útil 2 cabos: 31%
Diâmetro parede 40%
Tama- Rosca Externo Classe Classe Classe Classe Classe Classe Classe Classe
nho A B A B A B A B
pol mm mm Mm mm² mm² mm² mm² mm² mm²
16 1/2 21,1 ± 0,3 2,50 1,80 196 232 60 71 79 93
20 3/4 26,2 ± 0,3 2,60 2,30 336 356 104 110 135 143
25 1 33,2 ± 0,3 3,20 2,70 551 593 170 183 221 238
32 1 1/4 42,2 ± 0,3 3,60 2,90 945 1.023 282 317 378 410
40 1 1/2 47,8 ± 0,4 4,00 3,00 1.219 1.346 377 417 488 539
50 2 59,4 ± 0,4 4,60 3,10 1.947 2.189 603 678 779 876
65 2 1/2 75,1 ± 0,4 5,50 3,80 3.186 3.536 987 1.096 1.275 1.415
80 3 88,0 ± 0,4 6,20 4,00 4.441 4.976 1.396 1.542 1.777 1.990
100 4 114,3 ± 0,4 - 5,00 - 8.478 - 2.628 - 3.391
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 185

Tabela 47 – Dimensão dos condutores, cabos isolados e cabos unipolares


Condutor Cabos Isolados Cabos Unipolares
Seção
nominal Diâmetro Espessura Diâmetro Espessura Diâmetro
(mm²) N° de fios nominal de isolação externo de isolação externo
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
1,5 7 1,56 0,7 3,0 1,0 5,50
2,5 7 2,01 0,8 3,7 1,0 6,00
4,0 7 2,55 0,8 4,3 1,0 6,80
6,0 7 3,00 0,8 4,9 1,0 7,30
10,0 7 3,12 1,0 5,9 1,0 8,00
16,0 7 4,71 1,0 6,9 1,0 9,00
25,0 7 5,87 1,2 8,5 1,2 10,80
35,0 7 6,95 1,2 9,6 1,2 12,00
50,0 19 8,27 1,4 11,3 1,4 13,90
70,0 19 9,75 1,4 12,9 1,4 15,50
95,0 19 11,42 1,6 15,1 1,6 17,70
120,0 37 12,23 1,6 16,5 1,6 19,20
150,0 37 14,33 1,8 18,5 1,8 21,40
185,0 37 16,05 2,0 20,7 2,0 23,80
240,0 61 18,27 2,2 23,4 2,2 26,70
300,0 61 20,46 2,4 26,0 2,4 29,50
400,0 61 23,65 2,6 29,7 2,6 33,50
500,0 61 26,71 2,8 33,3 2,8 37,30
630,0 61 29,26 3,0 36,2 3,0 40,25

Exemplo 12.1: Determine o diâmetro do eletroduto rígido de aço-carbono capaz


de conter dois circuitos monofásicos e um circuito bifásico que pertencem a uma
instalação em comum. Todos os condutores são de PVC e as áreas são expressas
como 4,0 mm² (14,52 mm²) para os circuitos monofásicos e 6,0 mm² (18,85 mm²)
para o circuito bifásico. Observação: o condutor de proteção não é compartilhado
entre os circuitos.
186 Instalações Elétricas Prediais

Solução: Para determinar o diâmetro interno, é necessário definir o fator de uti-


lização da área interna do eletroduto e a área total dos condutores utilizando
os respectivos diâmetros externos, uma vez que o isolamento também ocupará
espaço. Nesse caso, são dois circuitos monofásicos (6 condutores de 14,52 mm²) e
um circuito bifásico (3 condutores de 18,85 mm²). São nove condutores no total,
logo, o fator de utilização da área será de 40% ou 0,40. A área dos condutores e,
posteriormente, o diâmetro interno do eletroduto são calculados a seguir:

O ideal é considerar o próximo diâmetro disponível para comercialização, ou


seja, 25 mm.

12.2. Dimensionamento de eletrocalhas e perfilados

O sistema de calhas é constituído de múltiplas peças e ferragens que podem


ser encaixadas umas às outras para que seja possível uma modulação da rede de
condutos. Para sua aplicação, devem ser seguidos os princípios abaixo:
• Cabos unipolares e multipolares podem ser instalados em qualquer
tipo de eletrocalha;
• Cabos isolados só podem ser instalados em eletrocalhas que tenham as
tampas removidas exclusivamente por auxílio de ferramentas;
• Em bandejas, leitos e prateleiras, os cabos devem ser dispostos em
camada única. A disposição de múltiplas camadas é permitida desde
que o volume de material combustível não ultrapasse os limites de
3,5 dm³/m para cabos BF e 7 dm³/m para cabos AF ou AF/R, ambos
definidos pela ABNT 6812;
• Para condutores isolados, admite-se a instalação em eletrocalhas com
paredes perfuradas e/ou tampas desmontáveis sem auxílio de ferramen-
tas. Essa prática deve ser feita em locais acessíveis somente a pessoas
qualificadas ou devidamente advertidas;
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 187

• Para o dimensionamento, somente 35% da área útil da calha deve ser


ocupada por conveniência. Os valores podem ser observados na tabela 48;
• Para aplicação de cabos na vertical, eles devem estar fixados em seu
suporte para que não haja esforço sobre o cabo devido ao seu peso.

Portanto, na tabela 48 lê-se o dimensionamento das eletrocalhas.

Tabela 48 – Dimensionamento de eletrocalhas


Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)
50 40 1000
100 40 1000
150 60 1000
150 60 2000
200 60 2000
300 75 2000
300 75 3000
400 75 3000
500 100 3000
600 100 3000

Exemplo 12.2: Dimensione uma eletrocalha de modo que atenda a disposição


de 20 cabos de 70 mm², isolação em PVC e diâmetro externo de 12,9 mm.

Solução: A área ocupada pelos cabos deve corresponder no máximo a 35% da


área total da eletrocalha, portanto, a área definida pelos cabos é calculada da
seguinte forma:
188 Instalações Elétricas Prediais

Assim, a área total ocupada por 20 cabos de 70 mm², é de 130,69 x 20 =


2613,80 mm². Essa área deve corresponder no máximo a 35% da área da eletro-
calha. Dessa forma:

De acordo com a tabela 48, a eletrocalha com as dimensões 150 x 60 mm


fornece uma área total de 9000 mm², suficiente para atender essa condição.
– 13 –
Exercícios resolvidos

Exercício resolvido 13.1

Determinar a seção dos condutores com base nos critérios de capacidade


de corrente. Considerar B1 como método de referência e uma temperatura de
40º C. O material usado é o PVC.

Figura 86 – Exercício resolvido 13.1

Fonte: Autor

O primeiro e único critério a ser analisado será o de capacidade de cor-


rente. Para isso, é necessário converter o valor nominal da corrente nas condições
apresentadas para um valor tabelado que está a 30º C considerando um eletro-
duto embutido em alvenaria. Para isso, serão utilizados coeficientes de correção
seguindo a NBR 5410. Primeiramente, a norma expressa o fator de correção de
temperatura K1 como 0,87 para os valores de 40º C, e, posteriormente, expressa o
fator de correção por agrupamento K3 como 0,80 para 2 circuitos em um mesmo
190 Instalações Elétricas Prediais

eletroduto. Para dar seguimento, a corrente corrigida deve ser calculada seguindo
a fórmula apresentada abaixo:

Como visto acima, é necessário primeiramente calcular a corrente de cada


circuito para depois obter a corrente corrigida usando os fatores de correção já
mencionados.

• Circuito 1:

• Circuito 2:

Os valores obtidos para a corrente corrigida (I’) serão usados para consultar
a tabela 34. O método para a consulta será B1 e 2 condutores carregados para
ambos os casos, uma vez que o circuito 1 possui condutores de fase e neutro e o
circuito 2 possui dois condutores de fase. O objetivo, ao consultar a tabela, é achar
uma seção com capacidade para comportar uma corrente elétrica maior que a cor-
rente corrigida (I’). Após a consulta, notamos que a seção de 0,5 mm² é suficiente
para atender o circuito 1 nos critérios de capacidade de corrente, porém, vale
ressaltar que ela não será utilizada: para circuitos que contenham tomadas, a seção
mínima a ser considerada é de 2,5 mm². Logo, é possível perceber que o critério
de capacidade de corrente costuma definir a seleção somente em circuitos com
uma corrente mais elevada, como é o caso do circuito 2, que possui uma corrente
nominal de 25 A. E, por fim, a seção indicada para o circuito 2 é de 6,0 mm². É
válido ponderar que, nesse exercício, somente o critério de capacidade de corrente
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 191

está sendo analisado. Em uma instalação elétrica, outros critérios também são
levados em conta e serão discutidos mais adiante.

Exercício resolvido 13.2

Determinar a seção dos condutores com base nos critérios de seção mínima e
capacidade corrente, além de especificar o disjuntor. Considerar B1 como método
de referência para determinação da capacidade de condução de corrente e uma
temperatura de 40º C. O material isolante do condutor é o PVC.

Figura 87 – Exercício resolvido 13.2

Fonte: Autor

O primeiro critério a ser analisado é o da seção mínima. Uma vez que todos
os circuitos possuem tomada de uso geral ou específico, a seção mínima será de
2,5 mm². Em alguns casos, a seção mínima pode ser determinada pelo fabricante,
como os chuveiros elétricos, por exemplo.
O segundo critério, na sequência do exercício, é o da capacidade de cor-
rente. Agora, é necessário corrigir o valor nominal da corrente nas condições
apresentadas para o valor tabelado nas condições de 30ºC sem agrupamento. Para
isso, serão utilizados os fatores de correção seguindo a ABNT NBR 5410:2004.
Primeiramente, a norma expressa o fator de correção de temperatura K1 como
0,87 para os valores de 40º C, e, posteriormente, expressa o fator de correção por
agrupamento K3 como 0,70 para três circuitos em um mesmo eletroduto. Para dar
seguimento, a corrente corrigida deve ser calculada seguindo a expressão abaixo:

Da mesma forma, é necessário primeiramente calcular a corrente de


cada circuito para depois calcular a corrente corrigida usando os fatores de
correção já mencionados.

• Circuito 1:

• Circuito 2:

• Circuito 3:

• Circuito 4:
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 193

Os valores obtidos para a corrente corrigida (I’) serão usados para consultar
a tabela 34. O método utilizado, como o exemplo sugere, será o B1 para todos os
casos e o número de condutores carregados varia em função do circuito. Para os
circuitos 1, 2 e 3, existem dois condutores carregados; já para o circuito 4, a con-
sulta será feita com três condutores carregados. O objetivo é encontrar uma seção
que consiga comportar uma corrente elétrica maior que a corrente corrigida (I’).
A seção escolhida será sempre a maior entre os dois critérios e será apresentada
adiante. Dessa forma, as seções obtidas para os circuitos 1, 2, 3 e 4 são respecti-
vamente de 4,0 mm², 2,5 mm², 2,5 mm² e 2,5 mm², sendo a última determinada
pelo critério da seção mínima.
Para o dimensionamento do disjuntor, é necessário garantir que a corrente
do disjuntor seja maior que a corrente nominal e menor ou, no máximo, igual à
corrente máxima do circuito. Portanto, esta relação deve ser respeitada: IN < IDISJ
≤ IMÁX. A corrente máxima é definida por meio da seguinte fórmula:

Portanto, a tabela 34 será consultada novamente, mas dessa vez para


obtenção do valor máximo da corrente que a seção escolhida suporta a 30° C
e para obtenção da corrente máxima para as condições da instalação com a
utilização dos fatores de correção. A corrente máxima é calculada abaixo:

• Circuito 1 (4,0 mm² - 32 A):

• Circuito 2 (2,5 mm² - 24 A)

• Circuito 3 (2,5 mm² - 24 A)


194 Instalações Elétricas Prediais

• Circuito 4 (2,5 mm² - 21 A)

Após realizar os cálculos, é necessário verificar se existe um dispositivo de


valor comercial que se enquadre dentro dos limites. Aqui, serão usados apenas os
disjuntores padrão DIN com os valores especificados no capítulo 11.
Não há nenhum disjuntor que consiga atender os intervalos determinados
para os circuitos 1 e 3. Como solução, a seção do condutor será aumentada com
o objetivo de conseguir um novo intervalo para a escolha do disjuntor. Com
isso, a seção do circuito 1 será alterada de 4,0 mm² para 6,0 mm² e a do circuito
3 será trocada de 2,5 mm² para 4,0 mm². Logo, é necessário calcular novamente
as correntes máximas:
Obsservação: A seção do circuito 2 pode ser aumentada para garantir uma
maior segurança escolhendo um disjuntor mais adequado.

• Circuito 1 (6,0 mm² - 41 A):

• Circuito 3 (4,0 mm² - 32 A)

Logo, com as correntes máximas calculadas, é possível escolher o disjuntor de


maneira segura. O resultado agregado do exemplo pode ser visto na tabela a seguir:

Seção
C.C. Seção esco- Disjuntor Seção final
Circuito mínima K1 K3
(mm²) lhida (mm²) (A) (mm²)
(mm²)
1 2,5 0,87 0,70 4,0 4,0 20 6,0
2 2,5 0,87 0,70 2,5 2,5 13 2,5
3 2,5 0,87 0,70 2,5 2,5 16 4,0
4 2,5 0,87 0,70 0,5 2,5 6 2,5
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 195

Exercício resolvido 13.3

Determinar a seção dos condutores somente com base no critério


de queda de tensão:

Figura 88 – Exercício resolvido 13.3

Fonte: Autor

Nesse caso, o trecho analisado é constituído de apenas um circuito, respon-


sável por alimentar o chuveiro de 5500 VA. A fórmula para circuitos monofásicos
e bifásicos será usada, uma vez que o circuito analisado é bifásico:

Para circuitos terminais, a queda de tensão (∆V) é fixada em 2%.

Assim, adotando uma queda de 2%, a área resultante foi de 4,0 mm². Para
um chuveiro elétrico, é comum o fabricante recomendar esse mesmo valor como
seção mínima. Geralmente, o chuveiro tem sua seção alterada pelo critério de
capacidade de corrente, uma vez que a corrente elétrica é bem elevada. O critério
de queda de tensão costuma ter relevância em circuitos longos e/ou com potência
muito elevada.
Supondo que a seção final dos condutores do circuito 1 seja de 4,0 mm², é
possível calcular a perda real de tensão no circuito. Para isso, basta isolar o termo
196 Instalações Elétricas Prediais

da queda de tensão (∆V) na expressão e tratá-lo como uma incógnita, uma vez
que a seção é conhecida:

Exercício resolvido 13.4

Determinar a seção dos condutores com base nos critérios da seção mínima,
capacidade de corrente e queda de tensão. Especifique o disjuntor pelo critério
da sobrecarga. Considerar B1 como método de referência para determinação da
capacidade de condução de corrente e uma temperatura de 35º C. O alimenta-
dor possui potência de 20 kVA (Demanda) com quatro condutores carregados
(K4=0,86) e o material isolante utilizado é o PVC.

Figura 89 – Exercício resolvido 13.4

Fonte: Autor

Semelhante ao exercício anterior, o primeiro critério a ser analisado será o


de seção mínima. Na figura acima, todos os circuitos possuem tomada de uso geral,
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 197

portanto, a seção mínima será adotada como 2,5 mm². No caso do alimentador, a


seção mínima será ignorada uma vez que a potência é muito elevada e certamente
não terá interferência na escolha da seção dos condutores.
O segundo critério será o da capacidade de corrente. Para as condições de
instalação, será necessário obter a corrente corrigida para utilização da tabela de
capacidade de corrente. Nesse caso, a norma expressa alguns fatores de correção.
São eles: fator de correção de temperatura (K1), fator de correção por agrupamento
(K3) e fator de correção para 4 condutores carregados (K4).
Os valores dos coeficientes serão apresentados separadamente para melhor
organização da resolução:

Circuito K1 K3 K4
1 0,94 0,7 1
2 0,94 0,7 1
3 0,94 0,7 1
ALG 0,94 1 0,86

O coeficiente K1 é referente ao fator de correção de temperatura e possui


o valor, para todos os circuitos, de 0,94 referente a uma temperatura de 35º C. O
coeficiente K4 é responsável por converter as condições de um circuito a quatro
condutores carregados para três condutores carregados, e só será usado aplicado
no caso do alimentador geral, pois é o único com essa necessidade. Em relação ao
K3, seu uso varia em função da condição de agrupamento do circuito analisado.
Uma vez definidos os coeficientes, é possível calcular a corrente corrigida e definir
a seção pelo critério de capacidade de corrente.

• Circuito 1:

• Circuito 2:
198 Instalações Elétricas Prediais

• Circuito 3:

• Alimentador geral:

Por fim, a queda de tensão será analisada como último critério para deter-
minar a seção dos condutores. Nessa parte, a expressão adotada irá depender do
tipo de sistema (monofásico ou trifásico).
Por motivos práticos, nos circuitos terminais a queda de tensão (∆V) é determi-
nada inicialmente por um valor atribuído de 2%. A queda de tensão deve ser no máximo
5%, sendo de 1% a 3% destinados para o trecho entre o medidor e o quadro geral e de
4% a 2% para circuitos terminais. A queda de tensão é diretamente proporcional ao
produto L x S, portanto, o trecho analisado deve levar em consideração o caminho mais
crítico, ou seja, com maior L x S. Dessa maneira, considerando os comprimentos dos
trechos horizontais e verticais, os circuitos são analisados da seguinte forma:

• Circuito 1:
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 199

• Circuito 2:
Nesse caso, existem dois caminhos possíveis, então é necessário calcular
todos os trechos para saber qual é o caminho mais crítico para queda de
tensão:

- Trecho A-B:
Potência de 800 VA (1 TUG 600 VA + 2 TUG 100 VA).
Comprimento de 9,5 m (1,5 m para a subida do quadro geral até o teto +
8 m do trecho A-B):

- Trecho B-C:
Potência de 200 VA (2 TUG 100 VA).
Comprimento de 6,5 m (5 m entre o ponto B e a primeira TUG + 1,5 m
para a descida do teto até a tomada média).

- Trecho B-D:
Potência de 600 VA (1 TUG 600 VA).
Comprimento de 10,5 m (9 m para o trecho B-D + 1,5 m para a descida
do teto até a tomada média).
200 Instalações Elétricas Prediais

Com isso, o caminho adotado é: (A-B) + (B-D):

• Circuito 3:

Semelhante ao circuito 1, não existe derivação. Portanto, só existe um cami-


nho possível para a queda de tensão:
Potência total de 7000 VA (TUE 7000 VA). Comprimento total de 15,5 m
(1,5 m para a subida do quadro geral até o teto + 8 m para o trecho A-B +
4 m entre o ponto B e a TUE + 1,5 m para a descida do teto até a TUE).
Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 201

Alimentador geral:
Será atribuído um valor de queda de tensão de 3%, uma vez que foi atribuído
2% para os circuitos terminais.
Potência de 20000 VA (Demanda).
Comprimento total de 13 m (1,5 m para a subida do alimentador geral do
piso até o quadro geral + 10 m para o trecho entre o medidor e o quadro
geral + 1,5 m para a descida do medidor ao piso).

Novamente, para melhor organização, os resultados para os


critérios serão apresentados por meio de uma tabela:

Seção
C.C. Queda de Seção escolhida Disjuntor Seção final
Circuito mínima
(mm²) tensão (mm²) (mm²) (A) (mm²)
(mm²)
1 2,5 1,5 2,5 2,5 - -
2 2,5 0,5 2,5 2,5 - -
3 2,5 10,0 4,0 10,0 - -
ALG - 16,0 6,0 16,0 - -

Logo, uma vez escolhida a maior seção entre os critérios analisados, é neces-
sário verificar a coordenação entre condutor e proteção para sobrecarga. Para isso,
a tabela de capacidade de corrente da ABNT NBR 5410:2004 será novamente
utilizada, mas dessa vez para obtenção do valor máximo de corrente que a seção
202 Instalações Elétricas Prediais

escolhida suporta, e para ajustá-la às condições da instalação com o uso dos fatores
de correção. Dessa forma, a corrente máxima é calculada abaixo:

• Circuito 1 (2,5 mm² - 24 A):

• Circuito 2 (2,5 mm² - 24 A):

• Circuito 3 (10,0 mm² - 57 A):

• Alimentador geral (16,0 mm² - 68 A):

Embora exista um intervalo possível expresso nos cálculos para o disjuntor,


é necessário verificar se existe, no mercado, o disjuntor que atenda as condições
exigidas. Novamente, serão usados apenas os disjuntores com as seguintes especifi-
cações em ampere: 1, 2, 4, 6, 10, 13, 20, 25, 32, 40, 50, 70 e 90. Com esses valores,
nenhum disjuntor atende as necessidades do circuito do alimentador geral. Como
solução, a seção do condutor será aumentada novamente para a escolha do disjun-
tor. Com isso, a seção do circuito do alimentador geral será trocada de 16,0 mm²
para 25,0 mm². Logo, é necessário calcular novamente as correntes máximas:

• Alimentador geral (25,0 mm² - 89 A):


Parte III: Dimensionamento dos componentes da instalação elétrica 203

Portanto, com a nova seção para o alimentador geral, é possível definir o


disjuntor de forma segura. O resultado agregado do exemplo pode ser visto por
meio da tabela a seguir:

Seção
C.C. Queda de Seção escolhida Disjuntor Seção final
Circuito mínima
(mm²) tensão (mm²) (mm²) (A) (mm²)
(mm²)

1 2,5 1,5 2,5 2,5 13 2,5

2 2,5 1,5 2,5 2,5 10 2,5

3 2,5 10,0 4,0 10,0 32 10,0

ALG - 16,0 6,0 16,0 70 25,0

Por fim, uma vez que as seções finais foram determinadas após todos os
critérios analisados, é possível verificar a queda de tensão real em cada circuito
utilizando a mesma fórmula, porém, dessa vez a seção do condutor está definida
e a porcentagem da perda de tensão é calculada da seguinte forma:

• Circuito 1:

• Circuitos 2:

• Circuito 3:
204 Instalações Elétricas Prediais

• Alimentador geral:

Como determinado anteriormente, o objetivo era obter uma queda de


tensão de no máximo 5%, sendo 1% a 3% entre o alimentador geral e o quadro
geral e 4% a 2% entre o quadro geral e os circuitos terminais. Analisando as quedas
de tensões calculadas acima, o trecho mais crítico é representado pelo circuito
1, que possui uma queda de 1,69% entre o quadro geral e o circuito terminal. O
trecho entre o medidor e o quadro geral é usado para compor a perda total em
todos os circuitos. Portanto, a queda de tensão máxima no exercício é exposta e
verificada por:
Parte IV:

Técnica de instalações elétricas


– 14 –
Ferramentas básicas de um
eletricista

Nem todas as pessoas são habilitadas para trabalhar com eletricidade: é


necessário um profissional para elaborar e executar projetos de instalações elétricas
ou para fazer manutenção em instalações e equipamentos.
Ao trabalhar com a eletricidade, é imprescindível o uso de algumas ferra-
mentas elétricas básicas para facilitar o reparo ou a implantação de uma instalação.
Essas ferramentas são equipamentos projetados para efetuar as tarefas com rapidez,
precisão e o mínimo de esforço físico possível. Cada ferramenta tem seu uso em
aplicações específicas. Apresentaremos a seguir as principais ferramentas de uso
constante do eletricista.

14.1. Alicates

O alicate é uma das ferramentas mais conhecidas no mundo. Seu uso não se
limita a uma atividade específica: ele é muito comum em diversas áreas, como na
mecânica, eletrônica, elétrica e civil. Sua função é multiplicar a força aplicada sobre
ele, passando-a para o objeto o qual está pressionando, facilitando e agilizando o
trabalho do profissional. É imprescindível que seu cabo seja isolado.
Os alicates podem ser usados para cortar, segurar, torcer, dobrar, girar e
desencapar, de acordo com seus diferentes modelos e tamanhos. Veremos, a seguir,
os mais utilizados pelo eletricista.
208 Instalações Elétricas Prediais

14.1.1. Alicate universal

O alicate universal é o modelo mais conhecido e fácil de se encontrar, e é


indispensável para qualquer caixa de ferramentas. É um alicate de uso geral para
corte, aperto ou torção de fios e arames. Através de seu bico com ranhuras, ele
agarra melhor fios e capas isolantes e possui orifícios para desencapar ou cortar
condutores. É usado, principalmente em manutenção elétrica, mas também pode
ser utilizado em outros tipos de aplicações e serviços.

Figura 90 – Alicate universal

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder


Parte IV: Técnica de instalações elétricas 209

14.1.2. Alicate de corte diagonal

O alicate de corte diagonal é utilizado em diferentes áreas, sendo específico


para corte de fios, mas podendo ser usado também para corte de arames e chapas.
Ainda que usado por eletricistas para descascar fios, não é indicado para isso, uma
vez que o risco de danificar o fio é grande. É necessário que o cabo seja isolado
para não haver choque elétrico.

Figura 91 – Alicate de corte diagonal

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.1.3. Alicate desencapador de fios

O alicate desencapador de fios é um grande facilitador na hora de executar


a instalação ou sua manutenção, sendo sua principal função a de desencapar fios
na sua ponta, sem danificá-los. Existem alicates com diferentes faixas de uso. O
alicate regulável da imagem a seguir é indicado para fios entre 0,5 e 6,0 mm².
210 Instalações Elétricas Prediais

Figura 92 – Alicate desencapador de fios (0,5-6,0 mm²)

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.1.4. Alicate prensa terminal

O alicate prensa terminal é muito utilizado nas áreas de elétrica e eletrô-


nica. Uma vez que existem diversos tipos de terminais, como: forquilha, olhal,
tubular ilhos, pino, entre outros, e como isso também existem diferentes modelos
de alicate.
Além disso, o alicate prensa terminal pode atender um intervalo de bitolas
de fio. O exemplo abaixo mostra um alicate indicado para prensar terminais não
isolados do tipo fêmea, macho, forquilha, anel e pino para fios e cabos com bitolas
de 0,5 mm² a 10 mm². Desta forma, em função dos tipos de terminais e bitolas exis-
tentes, existem uma gama de alicates prensa terminal com aplicações específicas.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 211

Figura 93 – Alicate prensa terminal

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.1.5. Alicate bico meia-cana reto

O alicate com bico meia-cana reto assemelha-se bastante ao alicate universal


quanto às aplicações, porém a maior diferença entre eles é o bico, sendo mais fino o do
alicate meia-cana. Dentre seus usos nas instalações elétricas, temos o de torcer e cortar
fios, segurar componentes eletrônicos ou, ainda, auxiliar na manutenção em locais
onde o acesso é mais complicado. Ele pode ser encontrado com ou sem aresta de corte.

Figura 94 – Alicate bico meia-cana reto

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder


212 Instalações Elétricas Prediais

14.1.6. Alicate de bico redondo

O alicate de bico redondo tem por função principal torcer fios, arames e
cabos, sendo muito utilizado nas áreas de eletrônica, elétrica, telefonia e auto-
motiva. É encontrado comercialmente com diferentes ponteiras, podendo ser de
bico curto ou alongado. Utilizado também para fzer terminações em fios rígidos.

Figura 95 – Alicate de bico redondo

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.2. Chaves

As chaves são as ferramentas mais usadas no dia a dia com função de apertar
ou afrouxar parafusos. Em geral, elas são metálicas com o cabo isolado de plástico
ou acrílico, e são encontradas com diferentes formatos de ponta, cada uma para
um tipo de parafuso. As mais comuns são a chave de fenda e a chave Philips. Essas
chaves são de extrema importância para o eletricista e não podem faltar em uma
caixa de ferramentas.

14.2.1. Chave de fenda

Ferramenta indispensável, já que a maioria dos objetos e equipamentos pos-


suem parafusos. É sempre importante, quando trabalhar com instalações elétricas,
ter um conjunto de chaves de fenda, para poder fixar desde os parafusos menores
que prendem fios em terminais de interruptores, por exemplo, até os maiores,
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 213

como os que fixam os interruptores nas caixas e tampas de quadros e painéis. Nos
dois casos de chaves de fenda, sua ponteira tem que se ajustar perfeitamente ao
parafuso para se realizar a manutenção.

Figura 96 – Chave de fenda

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.2.2. Chave Philips

Essa ferramenta possui as mesmas funções da chave de fenda. A diferença


está no formato de sua ponteira, que tem forma cruzada e mais estreita do que
a da chave de fenda. Esse tipo de chave é usado para manusear apenas parafusos
Philips, como os encontrados em disjuntores e aparelhos eletrodomésticos, sendo
assim bastante útil ao eletricista.
214 Instalações Elétricas Prediais

Figura 97 – Chave Philips

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.3. Ferramentas de corte

Por muitas vezes em nosso cotidiano, precisamos do auxílio desse tipo de


ferramenta, já que sozinhos não somos capazes de cortar materiais rígidos ou duros.
As ferramentas de corte permitem que cortemos esses tipos de materiais, metálicos
ou não metálicos, com praticidade e facilidade, e por isso são feitos com materiais
com um grau elevado de dureza. Existem vários tipos de ferramentas de corte,
cada um destinado a uma aplicação diferente. A seguir, veremos as ferramentas
de corte usadas pelo eletricista.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 215

14.3.1. Estilete / Canivete

O estilete ou canivete é muito útil pela sua versatilidade de aplicações. Esse


equipamento, na área elétrica, é utilizado para raspar pontos de conexão oxidados,
remover resíduos, cortar e descascar fios, cortar fitas, entre outras funções.

Figura 98 – Estilete e canivete

Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.3.2. Lima

Muito importante na área elétrica, essa ferramenta tem como finalidade


afiar ferramentas de corte, remover oxidação de partes de uma peça de metal e
retirar rebarbas, por exemplo. A lima pode ter diferentes tipos de rugosidade de
acordo com a aplicação e diferentes perfis para que melhor se adapte a forma que
será trabalhada.

Figura 99 – Lima

Fonte: Catálogo de ferramentas de corte Vonder


216 Instalações Elétricas Prediais

14.3.3. Serra e arco de serra ajustável

Esta ferramenta é composta por um arco metálico e uma lâmina longa des-
montável. Usada para cortes de condutos de metal, tubulações e cortes em geral,
tanto de metais como de madeira, plástico e PVC. Quanto maior for a tensão em
sua lâmina, ou seja, maior a força aplicada nela, mais breve e prático será o corte.

Figura 100 – Serra e arco de serra ajustável

Fonte: Catálogo de construção civil Vonder

14.3.4. Escareador

O escareador é uma ferramenta de aço que possui diversas navalhas em sua


extremidade de forma cônica. Sua função é basicamente remover rebarbas deixadas
após o uso da broca ao abrir um furo.
É um instrumento muito útil na área de construção civil e na realização de
instalações elétricas.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 217

Figura 101 – Escariadores

Fonte: Catálogo de ferramentas de corte Vonder

14.3.5. Serra copo

A serra copo é uma ferramenta utilizada para a criação de furos com diâme-
tros maiores, que não são possíveis com as brocas. O que difere os tipos de serra
copo é o material com que são produzidos seus dentes, e cada tipo é indicado
para cortar materiais específicos. Dentro da área de instalações elétricas, pode
ser utilizada para furar caixas de luz e de eletrodutos, forro em gesso para alguma
instalação, painéis elétricos, etc.
O uso da serra copo só é possível juntamente com alguns outros ele-
mentos: uma furadeira, um suporte para serra copo (responsável por encaixar
a serra na furadeira) e uma broca piloto (com a função de manter a direção
da serra copo).
218 Instalações Elétricas Prediais

Figura 102 – Jogo de serras copo

Fonte: Catálogo de ferramentas de corte Vonder

14.4. Fita de passagem (passa-fios)

Essa ferramenta é de extrema importância, pois facilita e agiliza o trabalho


do eletricista em uma instalação elétrica. Sua função é auxiliar na passagem do fio
pelo eletroduto ao longo da instalação. Sem ele não é possível passar os condutores
em rede de eletrodutos, especialmente em trechos mais longos e contendo curvas,
inviabilizando a execução da instalação elétrica.

Figura 103 – Fita de passagem

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder


Parte IV: Técnica de instalações elétricas 219

14.5. Fita isolante

A fita isolante é um dos utensílios mais conhecidos e utilizados em manu-


tenções elétricas. Sua função é isolar, de forma segura, condutores energizados,
fazendo com que as emendas não fiquem expostas. Podem ser fabricadas a partir
de plástico ou vinil.
Podem ser utilizadas fitas isolantes de diferentes cores, que podem ser usadas
para proporcionar um melhor acabamento.

Figura 104 – Fita isolante

Fonte: Catálogo de fitas Vonder

14.6. Martelos

Indispensável na caixa de ferramentas do eletricista, o martelo é composto


por uma cabeça de ferro e um cabo isolado pelo qual é manipulado para pregar
pregos, quebrar, esmagar, fixar ou retirar peças, aplicar rebites, entre outros. Exis-
tem em diversos formatos, tamanhos e materiais de composição. Apresentaremos
a seguir os tipos mais comuns ao eletricista.

14.6.1. Martelo tipo unha

O martelo tipo unha ou de carpinteiro é o mais conhecido e encontrado


no dia a dia. Ele possui a cabeça arredondada e uma garra em sua parte posterior
e pode ser usado para fixação ou remoção de pregos e componentes estruturais
de madeira, como na abertura de caixas.
220 Instalações Elétricas Prediais

Figura 105 – Martelo unha

Fonte: Catálogo de construção civil Vonder

14.6.2. Martelo tipo pena

Esta ferramenta é útil para fixação ou retirada de certas peças e pregos peque-
nos, principalmente em lugares muito apertados. Sua cabeça tem o formato mais
estreito por esse motivo. Sua aplicação é muito comum na indústria mecânica.

Figura 106 – Martelo tipo pena

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder

14.7. Lanterna ou farolete

A lanterna é um aparelho muito utilizado por eletricistas para trabalhos na


escassez de luz. Seu funcionamento pode ser por bateria ou pilha.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 221

Figura 107 – Lanterna para cabeça

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder

14.8. Furadeira

A furadeira é um equipamento que facilita a realização de furos em dife-


rentes tipos de materiais. Geralmente, é utilizada para fixação ou remoção de
certos materiais em paredes, tetos e equipamentos em geral. Existem vários tipos
de furadeiras, mas a mais comum e utilizada pelo eletricista é a furadeira portátil.

Figura 108 – Furadeira

Fonte: Catálogo de máquinas e equipamentos Vonder


222 Instalações Elétricas Prediais

14.9. Morsa ou torno de bancada

É uma ferramenta integrada a uma bancada que possui dois mordentes que
se deslocam um ao outro. Sua função é prensar peças para serem mais bem traba-
lhadas. Geralmente, é usada na área elétrica para fazer manutenção ou montagem
de equipamentos, como na fixação dos eletrodutos para corte e colocação da luva.

Figura 109 – Morsa de bancada

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder

14.10. Escada

A escada é uma das ferramentas mais usadas no nosso cotidiano. Ela é uti-
lizada para alcançar locais mais elevados. Tem extrema importância na instalação
de tomadas, pontos de luz, conduítes, entre outros.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 223

Figura 110 – Escada

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder

14.11. Prumo

O prumo é uma peça de metal ou plástico usada principalmente na área


de construção civil, afixada por um cadarço. Essa peça tem a função de delimitar
o ponto central de pilares, realizar encontro de eixos de locação topográfica, ou
demarcar qualquer posição de peça. Dentro das instalações elétricas, é comumente
usada para a localização dos pontos de iluminação no teto: o local é demarcado
primeiramente no chão e depois transferido ao teto com o auxílio do prumo.
224 Instalações Elétricas Prediais

Figura 111 – Prumo

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder

14.12. Tarraxa

A tarraxa é uma peça de aço empregada, na área elétrica, para realizar a aber-
tura de rosca em um eletroduto. É uma ferramenta manual: fixa-se a extremidade do
eletroduto em seu orifício, então aplica-se uma força rotacional em sua haste fazendo
com que a extremidade do eletroduto obtenha a forma semelhante ao formato
interno da rosca. É um instrumento muito comum para o trabalho de um eletricista.
Para sua utilização, é fundamental o auxílio da morsa de bancada.

Figura 112 – Tarraxa para canos de PVC

Fonte: Catálogo de ferramentas de corte Vonder


Parte IV: Técnica de instalações elétricas 225

Figura 113 – Conjunto de tarraxas para canos metálicos

Fonte: Catálogo de ferramentas de corte Vonder

14. 13 Punção

Punção é uma ferramenta metálica, que possui corpo cilíndrico e forma


cônica em sua ponta. Ela é utilizada em conjunto com o martelo para demarcar
peças antes de cortá-las ou furá-las, para fazer furos em chapas de metal, para
remover parafusos e pinos, para perfurar peças, etc.
É de grande importância na caixa de ferramentas de um eletricista, pois seu
auxílio é fundamental para instalações elétricas em geral. Além disso é bastante
utilizada na marcação da tampa do motor elétrico, antes de sua retirada, afim de
orientar, através da marcação, a sua reposição após a realização da manutenção.

Figura 114 – Punção

Fonte: Catálogo de ferramentas manuais Vonder


226 Instalações Elétricas Prediais

14.14 Ferro de soldar

Ferro de soldar é uma ferramenta elétrica que, através de uma resistência,


é capaz de transformar energia elétrica em calor que é transferido para sua ponta
de metal. Através desse calor, é feita a união de duas partes metálicas, a partir do
derretimento da solda. Um dos tipos de solda mais utilizados é o feito de estanho,
um material leve, maleável e bom condutor de eletricidade.
A soldagem é muito comum em placas de circuitos eletrônicos, fios con-
dutores, componentes elétricos e eletrônicos. Existem, no mercado atual, ferros
de soldar com vários formatos de pontas e potências diferentes, cada um para um
tipo de aplicação específica.
Para eletricistas, o ferro de soldar mais utilizado é o elétrico. Dentre suas
vantagens, estão a praticidade e o rápido alcance da temperatura de derretimento
do estanho.

Figura 115 – Ferro para solda

Fonte: Catálogo de solda Vonder

14.15. Curvador de tubos

O curvador de tubos elétricos é uma ferramenta muito útil ao eletricista. A


partir de uma força aplicada em seu braço de comando, ele permite que o eletricista
faça curvaturas de diversos ângulos e raios em tubos metálicos, sem causar nenhum
prejuízo à estrutura interna ou externa do tubo e sem utilizar calor.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 227

Figura 116 – Curvador de tubos

Fonte: Catálogo de construção civil Vonder

14.16. Cinto porta-ferramentas

O cinto porta-ferramentas é um acessório muito necessário para o trabalho


de um eletricista, pois evita que o profissional se desloque o tempo inteiro para
pegar uma ferramenta e, quando o profissional estiver trabalhando em altura,
oferece um espaço para guardar as ferramentas, evitando que elas caiam.

Figura 117 – Cinto porta-ferramentas

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder

14.17. Maleta de ferramentas

A maleta é indispensável para um bom profissional: ela armazena em um


só lugar todas as ferramentas necessárias. Existem diversos modelos e tamanhos
de maleta de acordo com a necessidade de cada um.
228 Instalações Elétricas Prediais

Figura 118 – Modelos de maleta de ferramentas

Fonte: Catálogo de ferragens Vonder


– 15 –
Instrumentos de teste e medição

15.1. Trena

A trena é uma fita retrátil produzida em metal, plástico ou fibra de vidro


para medições de distâncias. Possui escalas em milímetros, centímetros, polega-
das e pés. É geralmente usada em reformas para medir áreas extensas, paredes e
móveis. Podem ser encontradas comercialmente em diferentes tamanhos, desde
as menores, como as de 5 metros, até as maiores, de 50 metros. É indispensável
para um eletricista.

Figura 119 – Trena

Fonte: Catálogo de medição Vonder


230 Instalações Elétricas Prediais

15.2. Trena a laser

A trena a laser é um instrumento compacto e leve que permite a medição de


grandes distâncias, com muita precisão e de maneira rápida. Os modelos comer-
ciais diferem-se, por exemplo, quanto à faixa de medição e à precisão. Alguns
permitem, também, que as medições sejam feitas em unidades diferentes. Outras
modernidades que podem ser encontradas, como a função memória, que permite
o armazenamento das últimas medições realizadas, e a possibilidade de determinar
áreas, volumes, e somar e subtrair distâncias utilizando o próprio instrumento.
O modelo apresentado abaixo tem sua faixa de medição entre 0,05 m e
100 m e permite a realização de medidas em até cinco unidades diferentes, além
de diversas outras funções.

Figura 120 – Trena a laser (MDV 100)

Fonte: Catálogo de medição Vonder

15.3. Paquímetro

O paquímetro é um instrumento utilizado para medir peças e objetos com


rapidez e com uma boa precisão. Essas medidas podem ser externas, internas e de
profundidade. É possível encontrar no mercado paquímetros analógicos e digitais,
com diferentes tamanhos máximos.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 231

A grande vantagem dos paquímetros digitais é que, além de simples, evitam


erros gerados na hora de fazer a leitura no aparelho.

Figura 121 – Paquímetros digital e analógico

Fonte: Catálogo de medição Vonder

15.4. Multímetro digital

O multímetro é um aparelho de medição elétrica capaz de medir a corrente


elétrica, a tensão elétrica e a resistência elétrica. Os mais atuais, os multímetros
digitais, também medem a frequência de sinais, a capacitância, a temperatura, entre
outros parâmetros. O instrumento é utilizado para testar equipamentos elétricos
e eletrônicos, e não apenas a instalação. É recomendável que todo o profissional
da área elétrica tenha o multímetro: ele é imprescindível nessa área.
Figura 122 – Multímetro digital

Fonte: Catálogo de medição Vonder

Atualmente, existem dois tipos de multímetros. São eles:

• Multímetro analógico: O mostrador analógico funciona baseado no


Galvanômetro, a leitura ocorre por meio de força eletromagnética em
seu ponteiro. Não é um instrumento tão preciso, uma vez que a leitura
é feita por quem o está manipulando.
• Multímetro digital: O multímetro digital é mais avançado que o mul-
tímetro analógico: ele recebe o sinal analógico e o converte num sinal
digital. A leitura aparece na tela do aparelho, sem que dependa da
interpretação de quem o está utilizando. Possui, assim, alta precisão.
Dentre as vantagens do seu uso, temos também funções como a seleção
automática de escala e a capacidade de exibir três ou mais dígitos para
cada medição.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 233

15.5. Alicate amperímetro

O alicate amperímetro é um aparelho capaz de medir a corrente elétrica


que percorre um condutor através do campo magnético dessa mesma corrente,
podendo ser analógico ou digital. O mais utilizado atualmente é o digital, que
apresenta as mesmas funções de um multímetro digital, mas possui um transfor-
mador de corrente acoplado.
O uso de um alicate amperímetro é muito simples: é preciso apenas abrir as
garras ao redor do condutor de que se deseja medir a corrente e depois fechá-las. Ele
faz a medição, sem a necessidade de abrir o circuito elétrico, através de seu núcleo
magnético. Caso se queira medir a diferença de potencial, utilizam-se duas entradas
do aparelho nas quais podem ser conectados os fios. Eles entrarão em contato com o
local a ser medido. Seu uso é amplo e sua aplicação é imprescindível na área elétrica.

Figura 123 – Alicate amperímetro

Fonte: Catálogo de medição Vonder


234 Instalações Elétricas Prediais

15.6. Tacômetro

O tacômetro é um instrumento capaz de medir rotações por minuto (RPM)


de motores, máquinas e outros. Existem alguns tipos comerciais de tacômetros
compostos por mostrador e um sistema de leitura. Geralmente, encontramos
modelos por contato e modelos ópticos, como o que aparece na figura 124.

Figura 124 – Tacômetro digital a laser

Fonte: Catálogo de medição Vonder

15.7. Luxímetro

O luxímetro é uma ferramenta que realiza a medição da intensidade da


luz através de um sensor, determinando a partir dele a iluminância de determi-
nado local.
Existem luxímetros digitais, que apresentam a medição através de núme-
ros em um mostrador, e os analógicos, que os apresentam através de uma escala
graduada.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 235

Figura 125 – Luxímetro digital

Fonte: Catálogo de medição Vonder

15.8. Teste de tensão

A chave de teste de tensão é um instrumento utilizado para a verificação de


presença de tensão em um ponto de uma instalação. Isso é feito a partir de uma
lâmpada neon e duas pontas de prova.
Antigamente, antes da chegada da tecnologia na área elétrica, usava-se a
lâmpada de prova para essa função. A diferença de potencial era determinada a
partir do brilho da lâmpada, ou seja, se ele fosse reduzido, significava que a tensão
era de 127 V; se o brilho fosse nominal, a tensão era de 220 V. Para isso, a lâmpada
de prova deve ter tensão nominal igual a 220V.
Com a invenção da chave de teste de tensão, a lâmpada de prova caiu em
desuso. Atualmente, a utilização da chave de teste é imprescindível em uma ins-
talação elétrica, pois ela verifica se o circuito está ou não energizado, para que a
manutenção possa ser realizada com segurança.
236 Instalações Elétricas Prediais

Figura 126 – Chave teste de tensão digital

Fonte: Catálogo de medição Vonder

15.9. Alicate Wattímetro

O wattímetro é um equipamento que permite medir a potência elétrica


fornecida ou dissipada por um elemento. Ele coleta os valores de tensão e corrente,
e a partir deles, determina a potência.
O alicate wattímetro assemelha-se visualmente ao alicate amperímetro. O
modelo apresentado a seguir, além do que já mencionamos, é capaz de realizar
medições de fator de potência, ângulo de fase e energia ativa em kWh.

Figura 127 – Alicate wattímetro

Fonte: Manual Akrom


– 16 –
Emendas e derivações

16.1. Tipos de emenda e derivações

As emendas, derivações ou conexões elétricas são elementos imprescindíveis e


fundamentais para a boa execução de uma instalação elétrica. As emendas possuem
a função de conectar dois ou mais condutores elétricos e permitem a derivação de
um circuito em um ou mais pontos ao longo do seu trajeto na rede de condutos.
Conexões malfeitas podem ocasionar problemas como, mau contato, perda elétrica,
curto-circuito, queda de tensão elétrica, aquecimento elevado dos condutores, redu-
ção da vida útil dos condutores e possível dano aos aparelhos eletrônicos. Para que
isso não ocorra, existem técnicas corretas para realizar emendas e derivações afim
de garantir a segurança e bom funcionamento do sistema.
As técnicas variam em função do tipo de material que será usado para con-
duzir a corrente elétrica e a quantidade de fios ou cabos a serem emendados. Vale
ressaltar que a emenda é uma solução que não possui as mesmas características
mecânicas de um cabo ou fio inteiriço, mas uma boa execução pode se aproxi-
mar de maneira bem satisfatória. A fita isolante, ao final do processo, é de suma
importância para restabelecer, de forma aproximada e satisfatória, o isolamento
da instalação.
Podemos elencar as emendas e derivações em três tipos: emenda de prolon-
gamento, emenda de derivação e emenda de caixa.

16.1.1. Emendas para prolongamento

Como o próprio nome sugere, as emendas de prolongamento servem para


prolongar e dar continuidade ao condutor, e são baseadas no entrelaçamento de
238 Instalações Elétricas Prediais

dois condutores elétricos de forma linear. É bastante utilizada em caixas de pas-


sagem, e em redes aparentes, aéreas ao ar livre ou calhas, a fim de proporcionar
um prolongamento do circuito e sua continuidade. É importante que ambos os
condutores tenham a mesma seção transversal. Alicates universais são usados para
ajudar a finalizar o trabalho com um maior aperto mecanico no trançado.

16.1.2. Emendas de derivação

É bem comum a utilização de emendas de derivação no sistema. Elas têm


a função de alimentar diferentes ramais de um mesmo circuito, como uma bifur-
cação que permite a alimentação de um ponto de energia de interesse e permite
também o prolongamento desse condutor para alimentar mais pontos de energia
ao longo do circuito. Esse tipo de emenda é feito geralmente nas caixas de passa-
gem, nunca no eletroduto, pois dificulta a passagem de outros condutores, além
e poder se tornar um ponto de aquecimento e mau contato inacessível em caso
de necessidade de uma intervenção de manutenção. Podendo gerar aquecimento
demasiado, degradação do material isolante e curto circuito. São também bastante
utilizadas em redes aéreas aparentes e calhas.

16.1.3. Emendas de caixa

As emendas de caixa são amplamente utilizadas em caixas de passagem, para


derivação do circuito em uma ou mais vias. Estas emendas geram grande volume
nas caixa de passagem e com isso, competem com o volume existente dos pontos de
utilização e de outros condutores nela presentes. Como alternativa mais segura e
de garantia de melhor isolamento, além de um melhor aproveitamento interno das
caixas, vem sendo cada vez mais adotados os conectores elétricos de multiplas vias.

16.2. Terminais elétricos

Os terminais elétricos são dispositivos que possuem a função de estabelecer


conexão direta entre os condutores e dispositivos elétricos, como tomadas, quadros
de energia, dispositivos destinados a proteção e controle, entre outros. A fabricação
é feita em cobre e estanho e uma capa protetora isolada que pode ser antichama.
Os terminais garantem excelente condutibilidade e continuidade elétrica
na sua conexão. Variam em função do tipo, tamanho e dos formatos e são asso-
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 239

ciados proporcionalmente à seção do condutor que ele atenderá. As cores da capa


protetora isolada definem a seção transversal associada a cada conector. É divido
da seguinte forma:

• Cor preta: Atende cabos de até 1,5 mm² de seção


• Cor azul: Atende cabos de 2,5 mm²
• Cor cinza: Atende cabos de 4,0 mm²
• Cor amarela: Atende cabos de 6,0 mm²

A seguir, apresentamos alguns tipos de terminais:


1) Terminal forquilha
Usado em conexões em que o parafuso não pode ser retirado.
Figura 128 – Terminal forquilha

Fonte: Autor

2) Terminal Olhal
Possui um orifício para introdução de um parafuso. É fixado em barramen-
tos através do parafuso.
Figura 129 – Terminal olhal

Fonte: Autor
240 Instalações Elétricas Prediais

3) Terminal pino
Aplicado para conexão em terminais de disjuntores e em barramentos.
Figura 130 – Terminal pino

Fonte: Autor

16.3. Conectores elétricos

São dispositivos capazes de realizar uma conexão elétrica e mecânica entre


condutores, podendo ser duas ou mais vias. É o dispositivo ideal para substituir
as emendas feitas artesanalmente, garantindo agilidade de instalação, a conduti-
bilidade, segurança e o isolamento, de modo que não haja perda energética nas
conexões, reduzindo as fugas de corrente e o mau contato ocasionados por emendas
não eficientes. São fabricados em polipropileno, um material isolante antichama.
Existe também o conector múltiplo ou barra, que pode ser utilizado indi-
vidualmente ou em conjunto. O cabo é inserido em um dos lados da célula e o
aperto pode ser realizado por meio do parafuso ou pressão.

Figura 131 – Conectores múltiplos/únicos automáticos e de barras

Fonte: Autor
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 241

16.4. Conector de torção

O conector de torção possui facilidade para conexão de condutores flexíveis,


pois é possível apertá-los por uma rosca interna do dispositivo.

Figura 132 – Conector de torção

Fonte: Autor

16.5. Conector de derivação

Com a finalidade também de substituir a emenda feita à mão, o conector de


derivação pode ser utilizado em condutores rígidos ou flexíveis em que seja possível
fazer até mais de uma derivação com eficiência. A vantagem está no isolamento,
na facilidade e na conexão bem realizada entre os condutores. Esse conector pos-
sui uma lâmina metálica encontrada no centro do dispositivo e a emenda é feita
com a ajuda de um alicate universal para realizar o aperto necessário para que a
conexão ocorra.

Figura 133 – Conector de derivação

Fonte: Autor
– 17 –
Equipamentos de Proteção
Individual (EPI)

Diversos ambientes de trabalho que podem propiciar ou aumentar os riscos


à segurança e à saúde de seus trabalhadores, dentre eles a construção civil, serviços
em eletricidade, laboratórios, hospitais, entre outros. A utilização de Equipa-
mentos de Proteção Individual (EPI) é prevista com o objetivo de diminuir ou
erradicar os riscos de acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, que podem
comprometer a capacidade de trabalho e a vida dos profissionais durante e depois
da fase ativa.
Para que seja vendido ou utilizado, o equipamento de proteção, seja ele
nacional ou importado, deve ter o Certificado de Aprovação (CA) expedido pelo
órgão nacional competente no requisito segurança e saúde no trabalho, garantindo
que atenda as exigências do Ministério do Trabalho e Emprego.
A NR 06 é a norma que regulamenta o uso de Equipamentos de Proteção
Individual, e em seu item 6.3 especifica que as empresas e indústrias devem, obri-
gatoriamente, fornecer o EPI adequado, de forma gratuita e em bom estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes condições:

a. Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção


contra os riscos de acidentes no trabalho ou de doenças profissionais
e do trabalho;
b. Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implan-
tadas; e,
c. Para atender a situações de emergência.
244 Instalações Elétricas Prediais

É de responsabilidade do empregador adquirir o equipamento adequado


de acordo com o risco, cobrar o seu uso, treinar e orientar o trabalhador para que
o uso seja correto. Caso o EPI seja danificado ou extraviado, deve ser substituído
imediatamente.
O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho - SESMT, juntamente com a Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes - CIPA e contando com a participação dos trabalhadores usuários, têm
como papel indicar ao empregador qual EPI é apropriado de acordo com o risco
apresentado em determinada atividade.
Existem vários tipos de EPI, variando de acordo com a atividade que será
realizada e os riscos que ela apresenta e aqui será dada uma atenção maior aos equi-
pamentos que oferecem proteção para serviços em eletriciade. Estes, são geralmente
classificados pela zona corporal que protegem, como veremos a seguir.

17.1. Proteção da cabeça

17.1.1. Capacete

O capacete de segurança protege a região da cabeça em caso de impacto


com objetos imóveis ou em queda de níveis elevados e contra choques elétricos.
É composto, em geral, por duas partes: o casco de polietileno e uma suspensão
interna, responsável por promover a distribuição uniforme do impacto.
Podem ser classificados de acordo com a atividade a ser exercida:
a. Classe A: Capacete para uso geral, indicado para proteção contra impacto
de objetos, mas não para trabalhos com energia elétrica.

Figura 134 – Capacete classe A

Fonte: Catálogo 3M
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 245

b. Classe B: Indicado para proteção contra impacto de objetos e se aplica


a trabalhos com energia elétrica. Por isso nenhum de seus componentes pode ser
metálico e ele deve passar por testes com tensão e rigidez elétrica.

Figura 135 – Capacete classe B

Fonte: Catálogo 3M

17.2. Proteção ocular e facial

17.2.1. Óculos

Os óculos de proteção são equipamento obrigatório em diversas atividades,


principalmente na construção civil. Sua função é proteger os olhos do empregado
contra impactos de partículas e objetos. De acordo com a atividade, os óculos
terão características específicas, como proteção contra luminosidade, produtos
químicos, impactos, radiação ultravioleta e outros.
Eles podem ser confeccionados com diversos tipos de materiais e em dife-
rentes formatos.

Figura 136 – Óculos de proteção

Fonte: Catálogo 3M
246 Instalações Elétricas Prediais

17.2.2. Protetor facial

Tem por finalidade proteger face, boca e olhos do usuário contra diferentes
riscos, como produtos químicos, radiações ópticas, luminosidade intensa, impac-
tos, altas temperaturas, soldagem e eletricidade.
É composto por duas partes: uma viseira e uma carneira. A viseira é articu-
lada através da carneira, se ajustando ao usuário, e, de acordo com o ambiente em
que será utilizado, o protetor pode ser transparente, aluminizado ou produzido
em material termoplástico.
Figura 137 – Capacete com protetor facial

Fonte: Catálogo 3M

17.3. Proteção auditiva

17.3.1. Protetor auditivo

O protetor auditivo ou auricular, como o próprio nome diz, protege os


ouvidos de altos ruídos no ambiente de trabalho. Muito utilizados por trabalha-
dores que manipulam máquinas turbulentas por longos períodos.
Existem três formatos de protetores:
a. Tipo plug: Seu formato pode ser cilíndrico ou cônico, sendo fabricado em
espuma ou silicone. O protetor fixa-se por pressão no interior do ouvido e possui
um cordão interligando o par, o que impede que um dos dois se perca.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 247

Figura 138 – Protetor auditivo tipo plug

Fonte: Catálogo 3M

b. Tipo concha: Esse tipo de protetor possui duas conchas de plástico com
almofadas de espuma no interior, e são interligadas por uma haste de plástico que
fixa as conchas contra a região da orelha.
Figura 139 – Protetor auditivo tipo concha

Fonte: Catálogo 3M

c. Tipo espuma: Semelhante ao tipo plug, o protetor de espuma possui for-


mato cilíndrico ou cônico. Facilmente adaptável por ser feito de espuma, fixa-se
por pressão nos ouvidos e garante uma boa vedação. Não possui cordão.
Figura 140 – Protetor auditivo tipo espuma

Fonte: Catálogo 3M
248 Instalações Elétricas Prediais

17.4. Proteção do corpo

17.4.1. Vestimentas e calças

Vestimentas de proteção do tronco são muito importantes para emprega-


dos que atuam expostos a fatores de risco como radiação, trabalho noturno ou
manuseio de armas de fogo. Da mesma maneira, a calça é um equipamento de
proteção indispensável para a realização de algumas atividades, já que protege
os membros inferiores do trabalhador contra exposição a produtos indesejáveis,
lesões, incêndios e contra choques elétricos. É possível conectar um cinto à calça
para facilitar a organização de ferramentas ou proteger contra quedas quando o
serviço for realizado em um local com altura elevada.
A vestimenta com calça é eficiente contra agentes térmicos provenientes
de arco elétrico e fogo repentino, uma vez que possui tecido antichama. É ideal
para o serviço de um eletricista, por exemplo.

Figura 141 – Jaqueta e calça de segurança reflexiva com tecido antichama

Fonte: Autor
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 249

17.5. Proteção dos membros superiores

17.5.1. Luvas

As luvas de segurança têm por função proteger as mãos contra riscos mecâ-
nicos (cortes, arranhões etc.) e, principalmente, elétricos.
Comercialmente existem diversos tipos de luvas, que se diferenciam em
tamanho, material, tipo de punho, texturas e outros. Os materiais podem ir do
látex à fios de aço; são muitas opções de acordo com a utilização. A luva abaixo é
de borracha látex e serve para trabalhos com um risco maior, sendo eficiente até
1000 V.

Figura 142 – Luvas para isolamento elétrico

Fonte: Autor

17.6. Proteção dos membros inferiores

17.6.1. Calçado

O calçado de segurança protege os pés do empregado de riscos como torções,


escorregões, umidade e eletricidade. É muito utilizado por trabalhadores da área
civil. Comercialmente, são encontrados em diversos modelos de acordo com a
atividade realizada. Podem variar também em seu tamanho mediante à necessidade
e à comodidade. As botas podem variar nos tamanhos mediante ao conforto do
usuário, mas, para trabalhos elétricos, é importante que atendam à NR 10, não
possuindo componentes metálicos. A finalidade de isolação é de até 500 V, em
condições secas. As tensões de ensaio chegam até 14.000 V, que são usadas para
verificação de suas propriedades e para avaliação da corrente de fuga, por exemplo.
250 Instalações Elétricas Prediais

Figura 143 – Botas para proteção de energia estática

Fonte: Catálogo Marluvas

17.7. Proteção contra quedas com diferença de nível

17.7.1. Dispositivo trava-queda e talabarte

São equipamentos utilizados para garantir a segurança de trabalhadores


em alturas acima de dois metros, impedindo que eles caiam e atinjam o chão,
protegendo a vida.
O trava-queda é usado para trabalhos com deslocamento vertical, por isso
é fabricado em corda ou cabos de aço e, juntamente com uma corda ou cabo de
aço que garante a segurança do trabalhador, chamada linha de vida, garante um
travamento automático em caso de impacto e impede a queda do funcionário. O
equipamento varia em seu comprimento.
Talabarte é uma alça de segurança, que pode ser de couro, nylon ou algum
outro tecido resistente, cuja função se assemelha ao trava-queda, porém é usado
quando não há linha de vida.
O trava-queda pode ser considerado vantajoso em relação ao talabarte por
minimizar a queda livre, uma vez que a diferença de espaço entre a linha de vida
e o trabalhador é pouca e o travamento é rápido.
Os dois equipamentos são muito utilizados por funcionários de manutenção
de fachadas, que fazem serviços em andaimes, telhados, escadas e plataformas.
Parte IV: Técnica de instalações elétricas 251

17.7.2. Cinto de segurança tipo paraquedista

É um cinto abdominal que liga o trabalhador ao trava-queda e/ou talabarte e


evita a queda. Muito utilizado para atividades em altura, seja em andaimes, telhados,
escadas ou plataformas, ou ainda para atividades em profundidade, como escavação.
Sua fabricação permite a distribuição uniforme da força de sustentação e
mantém o trabalhador fixo e seguro para realizar o trabalho. É possível encontrar
cintos de diversos modelos de acordo com o uso específico.
Apêndice A

Este apêndice foi elaborado com o intuito de demonstrar a implementação


das etapas de um projeto de instalações elétricas de uma unidade residencial com
165 m² de área construída. Seu desenvolvimento será baseado no roteiro desen-
volvido ao longo deste livro e terá os seguintes componentes:

• Quadro de previsão de cargas por cômodo e por circuito;


• Diagrama unifilar e esquema vertical;
• Planta da instalação elétrica.

A.1. Quadro de Previsão de Cargas

Tabela 49 – Quadro de previsão de cargas


Quadro de previsão de cargas por cômodo
Perí- Iluminação (VA) TUG (VA) TUE (VA)
Área
Cômodo metro Aq. Ar Motor Total
(m²) 15 20 25 100 600
(m) água cond. Elétrico
Sala 26,70 21,22 4 5 1520 2120
Cozinha 10,50 13,00 2 1 3 1940
Lavabo 2,48 6,54 1 1 625
Circulação 1 5,40 9,86 1 2 225
Circula-
2,64 6,92 1 2 225
ção 2
Suíte 1 20,14 18,68 1 2 4 1000 1470
Banheiro 1 4,98 9,30 1 2 5500 6725
Suíte 2 10,50 13,00 2 3 1000 1340
Suíte 3 10,50 13,00 2 3 1000 1340
254 Instalações Elétricas Prediais

Banheiro 2 2,22 6,02 1 5500 5525


Lavabo 2 1,73 5,32 1 1 625
Área serviço 4,27 8,34 1 3 1825
Hall 1,25 4,48 1 1 125
Q. emp 5,07 9,92 1 2 225
Banh. emp 2,44 6,14 1 1 5500 6125
Lazer 9,00 18,66 1 1 1 1 740
Garagem 25,00 20,00 4 1 1 300 1100
Varanda 3,20 7,26 1 1 125
Deck 8,97 12,38 2 40
Piscina 9,00 12,00 450 450
Á. externa - - 9 180
Subtotal 1 18 22 26 13 16500 4520 750
Total 15 360 550 2600 7800 16500 4520 750 33095

A.2. Quadro de Cargas

Tabela 50 – Quadro de cargas do quadro geral


Quadro de cargas - QGLF
Iluminação TUG
TUE (VA) Fase
(VA) (VA) S Disj.
Circuito V I (A) mm²
Aq. Ar (VA) (A)
15 20 25 100 600 Motor A B C
água cond.
1.1 1520 1520 220 6,91 10 2,5 760 760

1.2 1000 1000 220 4,55 10 2,5 500 500

1.3 1000 1000 220 4,55 10 2,5 500 500

1.4 1000 1000 220 4,55 10 2,5 500 500

1.5 5500 5500 220 25,00 32 10,0 2750 2750

1.6 5500 5500 220 25,00 32 6,0 2750 2750

1.7 300 300 220 0,79 10 2,5 100 100 100

1.8 5 2 10 1150 127 9,06 10 2,5 1150

1.9 6 9 1050 127 8,27 10 2,5 1050


Apêndice 255

1.10 1 2 1225 127 9,65 10 2,5 1225

1.11 2 1 650 127 5,12 10 2,5 650

1.12 1 3 1900 127 14,96 16 4,0 1900

1.13 2 2 1 690 127 5,43 10 2,5 690

1.14 5 2 1 925 127 7,28 10 2,5 925

1.15 3 1800 127 14,17 16 4,0 1800

QP1 1 11 4 4 2 5500 450 7885 220 20,69 40 10,0 2900 2900 2085
ALG
15 360 550 2600 7800 16500 4520 750 33095 220 86,85 100 50 10990 11035 11070
(CI)
ALG
15 360 550 2600 7800 16500 4520 750 22020 220 57,79 63 25,0
(Dmáx)

Tabela 51 – Quadro de cargas do quadro parcial 1


Quadro de cargas – QP1
Iluminação
TUG (VA) TUE (VA) Fase
(VA) S Disj.
Circuito V I (A) mm²
Aq. Ar (VA) (A)
15 20 25 100 600 Motor A B C
água Cond.
2.1 3 3 1 975 127 7,68 10 2,5 975

2.2 1 1 700 127 5,51 10 2,5 700

2.3 5500 5500 220 25,00 32 10,0 2750 2750

2.4 450 450 220 1,18 10 2,5 150 150 150

2.5 1 11 1 260 127 2,05 6 1,5 260

Total 15 220 100 400 1200 5500 450 7885 220 20,69 40 10 2900 2900 2085

Os quadros de cargas são referentes ao quadro geral de luz e força e ao quadro


parcial, respectivamente. Eles contêm o detalhamento dos circuitos, com informações
necessárias à execução da instalação e dimensionamentos. São elas: o tipo de carga a ser
alimentada, a tensão, a potência, a corrente nominal do circuito, o balanceamento entre
fases, a seção transversal e o dispositivo de proteção. A seguir, são apresentadas as tabelas
referentes à especificação dos condutores e das proteções, considerando uma temperatura
máxima de 40° C. Na tabela do QGLF, podemos notar a diferença entre os elementos
dimensionados com base na Carga Instalada e com base na Demanda da instalação. Isso
demonstra a economia obtida no refino do dimensionamento com base nos valores de
demanda para fins de especificação dos materiais (condutores, disjuntores e condutos).
256 Instalações Elétricas Prediais

A.3. Dimensionamento dos condutores

Tabela 52 – Dimensionamento dos condutores


Capacidade de corrente Queda de tensão
Seção
Circuitos Σ Li.Si Área QT mm²
mínima K1 K3 K4 IN (A) IN’ (A) mm²
(VA.m) (mm²) (mm²)
1.1 2,5 0,87 0,70 - 6,91 11,34 1,5 15200 0,54 2,5 2,5

1.2 2,5 0,87 0,70 - 4,55 7,46 1,5 8000 0,29 2,5 2,5

1.3 2,5 0,87 0,70 - 4,55 7,46 1,5 11000 0,39 2,5 2,5

1.4 2,5 0,87 0,70 - 4,55 7,46 1,5 8000 0,29 2,5 2,5

1.5 4,0* 0,87 0,80 - 25,00 35,92 6,0 33000 1,18 2,5 6,0

1.6 4,0* 0,87 1,00 - 25,00 28,74 4,0 49500 1,76 2,5 4,0

1.7 2,5 0,87 0,70 - 0,79 1,29 1,5 5400 0,19 2,5 2,5

1.8 2,5 0,87 0,70 - 9,06 14,87 1,5 4330 0,46 2,5 2,5

1.9 2,5 0,87 0,70 - 8,27 13,58 1,5 5350 0,57 2,5 2,5

1.10 2,5 0,87 0,80 - 9,65 13,86 1,5 7200 0,77 2,5 2,5

1.11 2,5 0,87 0,80 - 5,12 7,35 1,5 4500 0,48 2,5 2,5

1.12 2,5 0,87 0,70 - 14,96 24,57 4,0 17010 1,82 2,5 4,0

1.13 2,5 0,87 0,70 - 5,43 8,92 1,5 2880 0,31 2,5 2,5

1.14 2,5 0,87 0,70 - 7,28 11,96 1,5 14430 1,54 2,5 2,5

1.15 2,5 0,87 0,70 - 14,17 23,27 2,5 17670 1,89 2,5 2,5

QP1 10,0 0,87 1,00 - 20,69 23,78 4,0 86735 3,57 6,0 10,0

2.1 2,5 0,87 0,80 - 7,68 11,03 1,5 5160 0,55 2,5 2,5

2.2 2,5 0,87 0,80 - 5,51 7,92 1,5 4380 0,47 2,5 2,5

2.3 4,0* 0,87 0,80 - 25,00 35,92 6,0 27500 0,98 2,5 6,0

2.4 2,5 0,87 1,00 - 1,18 1,36 1,5 3600 0,11 2,5 2,5

2.5 1,5 0,87 0,80 - 2,05 2,94 1,5 - - - 1,5


ALG
- 0,87 1,00 0,86 86,85 116,08 50,0 628805 15,27 16,0 50
(CI)
ALG
- 0,87 1,00 0,86 57,79 66,42 16,0 418380 10,16 16,0 16
(Dmáx)
*Seções definidas pelo fabricante do equipamento.
Apêndice 257

A.4. Critério da sobrecarga

Tabela 53 – Cálculo pelo critério de sobrecarga


Cir- SM CC QT Imáx Imáx Disj.
mm² K1 K3 K4 IN (A) mm² mm²
cuito (mm²) (mm²) (mm²) (A) (A) ** (A)
1.1 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 6,91 14,62 - - 10 2,5

1.2 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 4,55 14,62 - - 10 2,5

1.3 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 4,55 14,62 - - 10 2,5

1.4 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 4,55 14,62 - - 10 2,5

1.5 4,0 6,0 2,5 6,0 0,87 0,8 - 25,00 28,54 10,0 39,67 32 10,0

1.6 4,0 4,0 2,5 4,0 0,87 1,0 - 25,00 27,84 6,0 35,67 32 6,0

1.7 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 0,79 12,79 - - 10 2,5

1.8 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 9,06 14,62 - - 10 2,5

1.9 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 8,27 14,62 - - 10 2,5

1.10 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,8 - 9,65 12,18 - - 10 2,5

1.11 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,8 - 5,12 16,70 - - 10 2,5

1.12 2,5 4,0 2,5 4,0 0,87 0,7 - 14,96 19,49 - - 16 4,0

1.13 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 5,43 14,62 - - 10 2,5

1.14 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 7,28 14,62 - - 10 2,5

1.15 2,5 2,5 2,5 2,5 0,87 0,7 - 14,17 14,62 4,0 19,49 16 4,0

QP1 10 4,0 4,0 10,0 0,87 1,0 - 20,69 43,50 - - 40 10,0

2.1 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,8 - 7,68 16,70 - - 10 2,5

2.2 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 0,8 - 5,51 16,70 - - 10 2,5

2.3 4,0 6,0 2,5 6,0 0,87 0,8 - 25,00 28,54 10,0 39,67 32 10,0

2.4 2,5 1,5 2,5 2,5 0,87 1,0 - 1,18 20,88 - - 10 2,5

2.5 1,5 1,5 - 1,5 0,87 0,8 - 2,05 16,70 - - 6 1,5


ALG
- 50,0 16,0 50 0,87 1,0 0,866 86,85 100,3 - - 100 50
(CI)
ALG
- 16,0 16,0 16 0,87 1,0 0,866 57,79 50,47 25,0 67,05 63 25
(Dmáx)
*Valores em negrito e destacados indicam o valor final da seção transversal escolhida após a comparação
de todos os critérios.
** Corrente máxima após aumento da seção transversal do circuito.
258 Instalações Elétricas Prediais

A.5. Esquemas elétricos

Figura 151 – Esquema elétrico do quadro geral

Fonte: Autor
Apêndice 259

Figura 152 – Esquema elétrico do quadro parcial 1

Fonte: Autor
260 Instalações Elétricas Prediais

A.6. Planta de instalação elétrica completaFigura

153 – Planta de instalação elétrica

Fonte: Autor
Apêndice 261

A.7. Planta dividida por circuitos com suas especificações

Tabela 54 – Quadro de circuitos - Parte 1


Quadro de circuitos
Cir- Disjun- Fase
mm² Descrição
cuito tor (A) A B C
1.2 10 2,5   500 500 Ar-condicionado Suíte 1
1.3 10 2,5   500 500 Ar-condicionado Suíte 2
1.4 10 2,5   500 500 Ar-condicionado Suíte 3
1.5 10 2,5 2750 2750   Chuveiro Suíte 1
1.6 32 10,0 2750   2750 Chuveiro Suítes 2 e 3
1.8 10 2,5   1150   Iluminação e TUG Suítes
1.9 10 2,5     1050 Iluminação e TUG Sala e Circ.
1.10 10 2,5   1225   Banheiro Suíte 1
1.11 10 2,5   650   Banheiro Suítes 2 e 3
1.12 16 4,0     1900 TUG da Cozinha
1.13 10 2,5 690     Lavabo e Ilu AS e Cozinha
QP1 40 10,0 2900 2900 2085 Quadro 2
Q. Emp., Ban. Emp., Circ.
2.1 10 2,5     975
Emp.
2.2 10 2,5     700 Lazer e Deck
Chuveiro Quarto da Empre-
2.3 32 10,0 2750 2750  
gada
2.4 10 2,5 150 150 150 Motor garagem
Iluminação Deck, Lazer e Á.
2.5 6 1,5     260
externa
262 Instalações Elétricas Prediais

Figura 154 – Planta elétrica - Parte 1

Fonte: Autor

Tabela 55 – Quadro de circuitos – Parte 2


Quadro de circuitos
Cir- Disjun- Fase
mm² Descrição
cuito tor (A) A B C
1.1 10 2,5   760 760 Ar-condicionado Sala
1.7 2 2,5 100 100 100 Motor Garagem
1.9 10 2,5     1050 Iluminação + TUG Sala e Circ.
1.12 16 4,0     1900 TUG Cozinha
Apêndice 263

Lavabo e Iluminação AS e
1.13 6 2,5 690    
Cozinha
1.14 10 2,5     925 Varanda e Garagem
1.15 16 4,0 1800     TUG Área de Serviço

Figura 155 – Planta elétrica - Parte 2

Fonte: Autor
Referências

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de janeiro. 2004.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5444: Símbolos gráficos para instalações elétricas
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266 Instalações Elétricas Prediais

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default/files/arquivos/catalogo_xl3_160_400.pdf: 1 mai. 2021.
Sobre o autor

Paulo Eduardo Darski Rocha


Doutor e Mestre em Sistemas de Potência pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra
de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), Graduado em Engenharia Elétrica pelo Centro Federal
de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), Docente do
Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
– ELE/FEN/UERJ. Leciona a disciplina de instalações elétricas para as Engenharias
Elétrica, Mecânica, Civil e para o curso de Arquitetura e Urbanismo.
Telefone: 21-979649876
E-mail: paulo.rocha@eng.uerj.br
Coautores

Josan Luis de Araujo Behrends


Estudante de Engenharia Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). Atualmente, atua como bolsista na Unidade de Desenvolvimento Tec-
nológico - Labinst (Laboratório de instalações elétricas), com enfoque em desen-
volvimento de projetos elétricos em CAD e BIM, na monitoria de técnicas de
instalações elétricas e na pesquisa e desenvolvimento de materiais didáticos.
Telefone: 21-965378158
E-mail: behrends.josan@graduacao.uerj.br

Júlia Zichtl Campos Marcomini da Conceição


Estudante de Engenharia Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e Técnica em Edificações. Atualmente, atua como bolsista na Unidade
de Desenvolvimento Tecnológico - Labinst (Laboratório de instalações elétri-
cas), com enfoque em desenvolvimento de projetos elétricos em CAD e BIM, na
monitoria de técnicas de instalações elétricas e na pesquisa e desenvolvimento de
materiais didáticos.
Telefone: 21-982638396
E-mail: conceicao.julia@graduacao.uerj.br

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