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Literatura de Cordel, 1.660 Autor: Rodolfo Coelho Cavalcante Trovador Brasileiro José Alcides Pinto © Poeta que gosta da vida como a vida é la. Edicao — 1983 Diptaadcom Carscaner TROVADOR BRASILEIRO JOSé ALCIDES PINTO — O POETA QUE GOSTA DA VIDA COMO A VIDA E Todo cearense é lucido, Que nao teme labirinto, Enchente, Seca, Inflagao, Se sai em qualquer recinto, N§o reclama sofrimento, E macho a qualquer momento Assim é Alcides Pinto. De José Alcides Pinto Verso sua biografia, Escritor ficcionista Que cultiva a Poesia, Poesia realista Além disso bom contista Quando um personagem cria. Nasceu ele em Sao Francisco Do Estreito conhecido Como distrito da terra De cabra bom, resolvido, Santana do Acarat Onde 0 gosto do caju £ do boémio querido. Basta ser ele cearense Para ter sua identidade, Que sabe gostar da vida Mesmo na adversidade, Pois quem nao luta nao vence E a vida aqui sé pertence Aos que i) mentalidade. 1 José Alexandre Pinto Seu velho progenitor Que Ihe deu maior exemplo De homem trabathador, Maria do Carmo Pinto Cujo coragao distinto Era o Postal do Amor. Desse casal de bondade José Alcides nasceu, Criado na humildade Mas tinha a alma de Orfeu, Trazia em si o lirismo De cantar com brilhantismo O préprio universo seu. A data do nascimento Eu deixarei de versar Porque a idade do homem Ninguém pode calcular, E o homem um ser eterno Que ja traz o “Eu” interno De idade milenar. Cedo aventurou-se ao mundo Indo ao Rio parar, No ano Quarenta e Cinco Para poder triunfar, Numa batalha aguerrida Na argamassa da vida Péde a vida conquistar. (2) Dpto Cheyando numa terra estranha José nao se intimidou, Como Bedel de aluno Num Colégio se empregou, Foi no “PIO AMERICANO” Que logo tracgou seu plano Como bem arquitetou. Igual a um Faiscador Em busca da inteligéncia Ia guardando as pepitas Da sua conveniéncia, No Garimpo do Saber Comecou se enriquecer Na sua prépria Ciéncia. Viu José Alcides Pinto Que o homem sem cultura Nada consegue na vida Por mais que tenha postura, Vale quem sabe, portanto, Em vez de derramar pranto Sobrepujou a amargura. Além da sobrevivéncia Seu espfrito curioso Se dedicou ao estudo De um modo caprichoso, Foi quase um autodidata Onde o seu valor retrata De um cearense teimoso. (3) Dpto Diplomou-se em Jornalismo Pela Universidade De Filosofia que Antes era a Faculdade Do Brasil, tao conhecida, Era a alvorada da vida Da sua especialidade. Biblioteconomia Completou seu ideal Na grande Biblioteca Chamada Nacional, Fez especializacao Quer em Documentagao Como em Técnica, geral. Fez o seu Curso de Historia Da América, e em verdade Abracgou 9 Jornalismo Porque tinha ele vontade De expressar 0 sentimento Do seu povo em sofrimento E a vida de sua Cidade. Colaborou o Poeta Nos Suplementos mais varios Que predominasse as Letras Os assuntos literarios, O Jornalista, o Poeta, J& tinha atingido a meta Mesmo com poucos salarios. (4) Enquanto o tempo passava O seu nome ia crescendo, No “DIARIO CARIOCA” Comegou ele escrevendo, Depois foi para ‘O JORNAL” Seguindo o seu ideal Elogios recebendo. No “DIARIO DE NOTICIAS" Seu nome se edificou, No “CORREIO DA MANHA” Melhor se atualizou, Caminhando para frente Como moco inteligente Todo triunfo alcancou. Colaborou na Revista “LEITURA” com dinamismo E voltou ao seu Estado Pra viver de Jornalismo, | Na Imprensa de Fortaleza Até hoje, com certeza, Escreve com brilhantismo. Pertence 4 Associagio Brasileira de Imprensa, A conhecida A.B.I, Por. isso diz.o que pensa, Homem culto de coragem Nao falsifica a imagem Que se da em sua presenca. (5) Como Repérter é sincere E também como Cronista, Nao tem papa em sua lingua Porque o bom Jornalista Nao teme mesmo ameaca Quando escreve sobre a massa Como perfeito estilista. Faz parte do Sindicato Jornalistas Profissionais Do seu Estado porque Os direitos sao iguais, Luta o ilustre beletrista A favor do Jornalista Pelas questoes Sociais. José Alcides defende O goso da liberdade Que a imprensa brasileira Tenha a sua autoridade, De independéncia ‘repleta, Assim batalha completa * Com. sua dignidade. . Foi o Redator do MEC E_ Professor. concursado Da UFC do Ceara O seu glorioso Estado, Resolveu ‘ser’ Fazendeiro Por ser um bom brasileiro Que nfo se sente cansado. (6) No interior cearense Vive na labutagao De criacdes e de gado, E também de plantacao, E ainda a Literatura Que ainda hoje perdura Com raiz no coragéo. Romancista primoroso, Grande Critico literario, £ teatrélogo e Poeta De estilo extraordinario, Faz parte de_Antologias De Prosa e de Poesias’ Que é todo seu fadario. Recebeu José Alcides Pinto por demonstrar O seu valor literario, “PREMIO JOSE DE ALENCAR” Nos géneros Romance e Conto, Sempre tem um Livro pronto Em vésperas de publicar. No “ESPECIAL PARA CONTO” O prémio Categoria Recebeu ele em Setenta Que nfo foi por cortezia, E sim pelo seu valor - Como um eximio Escritor, Cronista do dia a dia. (7) Fez justica a Prefeitura Da Capital Fortaleza Honrando o Mustre Cronista Vendo os méritos, com lhaneza, Da sua capacidade E pela mentalidade Quie é luz bastante acesa. No ano Setenta e Dois Deu ele com sua acio Do chamado Movimento Concretista — a introducio, Que incluiu “DELTA LAROUSSE” Cujo movimento trouxe Nas Letras evolucao. A sua Literatura Se inscreve com fulgor Com muita propriedade No Fantastico e no Terror, No seu “UNIVERSO MISTICO” J& se firmou o bom critico, Brilha com todo esplendor. Quem disse foi José Lemos Monteiro muito acertado — Dono de um estilo préprio Que 6 realmente invejado, Seu género é oriundo De um ficticio mundo Por ele mesmo criado. (8) A sua. bibliografia & bastante numerosa, A “MODERNA POESIA BRASILEIRA” é valiosa Como uma Antologia Que gosou a primazia De obra substanciosa. O Prefacio desta Obra Feita por Anibal Machado Muito honra o seu autor E quem leu esta lembrado Da sublime Antologia -De Poetas, que seria Seu nome conceituado. Essa Antologia tem Real denomina¢ao Dos Poetas conhecidos Desta Nova Geracéo, Teve ele a parceria De mais dois — uma trilogia Da mais alta erudi¢ao. Raimundo Aratjo e Ciro Colares sfo0 os seus pares Formando o todo poético De Poemas salutares, Era a Escola Modernista Que o trio realista : Deixou os versos vulgares. (9) “CANTOS DE LOCIFER” juntou Seus Poemas reunidos, Isto em sessenta e seis Hoje todos conhecidos, Nao parou o vate a histéria Para escrever a meméria Dos seus dias mais vividos. Publicou “OS CATADORES DE SIRI”, em sessenta e seis, J& em segunda edigao, Creio esgotada, talvez, Das “EDICOES URUBU” Santana do Acarail Honrou seu filho outra vez. Em “ESTRUTURA VISUAL GRAFICA” se pontilhou No Concretismo que é Arte, Cuja Escola edificou A Poesia com arte Que é aceita em toda parte Quem dela se aprimorou. “AS AGUAS NOVAS” é a obra Que teve sua aceltacao Por seu regionalismo Que é a luz da erudigio, Nisto o intelectual Mostrou o estro cabal Da maior reflexfo. (10) “Q ACARAD” outra Obra Que a lucidez remove O homem da Natureza . Cujo autor mais se promove, Como not&vel estilista A obra do beletrista Saiu em Setenta e Nova. “OS AMANTES” foi aceito Por tota classe de gente Pela ficcio do génio Que se tornou um expoente, Como divino operdrio Do seu mundo literdrio £ um Escritor competente. “QRDEM E DESORDEM” também Teve grande aceitacao Como uma obra de critica Da mais alta projecao, Assim ele foi crescendo Pelas Letras merecendo Aplausos da multidao. “SONETOS DO AMOR ROMANTICO” Toda sua inspiragio De trovador se expande Aos paramos da perfeicao, E a Poesia Eterna : Que deixou de ser lucerna-” Para ter maior claraéo. = (11) Foi José Alcides Pinto No seu Livro premiado No anode Oitenta e: Bois | Pelo trabalho editado E escrito com alma pura Onde o seu estro fulgura De um Vate iluminado. Seu “RELICARIO PORNO . PROIBIDO AOS CASTOS” E o imoral na moral Seguido por outros rastos Do pudor sem hipocrisia, Sem aquela pornografia Olhada pelos nefastos. E a obra que elucida O incarnal do carnal, Sem a moral oxigida Que apregoava Pascal, E o porné traduzido No idioms polido . . Que nasceu de Portugal. © que é porné, em sintese? £ o amor. descontraido, E como o éeculo das Ninfas Para o amor proibido, Bo deleite sensual Sem. o ninho conjugal De esposa com marido. (12). Pornd 6 a nova Escola De todos os libertarlos, . - Nio se prendem aos caprichos Nos écios involuntaérios ~ £ o puro sensualismo Feito com mais erotismo Entre os aconchegos varios. “Entre 9 Sexo, 2 Loucura, E a Morte” precisa ler Quem nao aprecia Freud Sem de sexo nfo saber, Sexo é necessidade E nao imoralidade No meu modo de entender. © Escritor José Alcides Pinto sabe traduzir Através do seu estilo Porque nao sabe fingir, Quem Jeu “OS VERDES ABUTRES DA COLINA” nao sao putres Os que sabem discernir. “BIOGRAFIA DE UM.LOUCO” Outro Romance empolgado Que nao existe lacuna” Nem um espaco isolado’ Da sua conexio, & a‘bela narragio No tema biografado. © (13) O mancebo que sofreu La no'Rilo de- Janeiro Com seu amigo Raimundo Aratjo, companheiro, © Da vida 4rdua, no inicio, Nao jogou-se ao precipicio Do cruel desfiladeiro. Também com Ciro Colares Outro irmao da mesma sorte Que venceu pelo trabalho E pela luta de morte, Para chegar que hoje é, Pela coragem e a fé Que é da vida o transporte. Lembra ele o conterraneo Seu amigo Manuel Moraes E APPE — bom desenhista — O paraense capaz De nao trair um amigo, - Respeita o préprio inimigo Como uma pessoa de paz. Amigos no infortinio L& no Rio de Janeiro Lembra ele TIO EURICO Literato brasileiro Que era grande Advogado Sempre estava do seu‘lado Para servir prazenteiro. (14) Dos amigos cearenses Lembra Euzélio de Oliveira Eduardo Benevides 1. Todos gente de primeira, Também Jader de Carvalho Que conheci no orvalho De sua can derradeira. Lembra Francisco Carvalho E Pedro Henrique Lefo 2. Rogaciano Leite Filho E Caetano Aragio, 3. Anténio Giréo Barroso Cujo nome virtuoso Tem dele recordacio. Rosemberg Cariry Osvald Barroso e mais — Poetas do Ceara Que foram sempre leais, José Alcides nao esquece Todos eles permanece(em).. . Tempo que nao volta mais! Romancistas e Contistas Desfilam em sua meméria, Moreira e Eduardo Campos Que hoje estao na Historia Na terra de Alencar Pela cultura sem par Como ‘Panteon de Gléria! 1. artur Eduardo Benevides, poste. 2. Pedro Henrique Saraiva Leko, médlco e posta. 3; Caetano Ximenes ‘Aragho, médice » poem. (15) 0 Fran Martins, Cl4udio Martins, Airton Monte — o fiel No grande companheirismo Com, o Nilto Maciel, Gilmar de Carvalho era Um companheiro de vera — Diz o vate do Cordel. José Alcides nao esquece De todo 0 seu coracio Do jovem Carlos Emilio Corréa Lima — um irmio, E os Médicos de Fortaleza, Seus amigos, com ce-teza, Da velha santa uniac. Nos fala José Alcides Do Doutor Joao Barbosa, De Paula Pessoa que Era outro bom de prosa, E das ietras incomum ~ Sem esquecer de nenhum Com a alma vaidosa. Régis Jucé e Ary Ramalho, com Mota Ponte, — Fernando Pompo que eram. Agua de uma mesma fonte, E o Napoleao Novais 4. Que nem o tempo jamais Sombreia seu horizonte. (16) E o livreiro Gabriel José da.Costa que havia Langado seu livro novo Em sua prépria Livraria, Os bons tempos ja passados Hoje séio bem recordados Nessa sua Biografia. Do Rio de Janeiro guarda As suas lembrancas mil Do Escritor José Loureiro Plinio Doyle e Assis Brasil, Geraldo Mello Mourao — Portentosa erudicio De inteligéncia viril . O préprio Joaquim Inojosa Um seu velho companheiro Que langou 9 Modernismo No Nordeste brasilireo, Joao Cabral de Melo Neto O poeta mais completo No seu estilo altaneiro. Ainda José Alcides Lembra o lastro de amizade Lédo Ivo, Pedro Nava, Carlos Drummond de Andrade, Marcio Catunda, Gullar 5. Com Edigar de Alencar — O quinteto da Saudade. 4. Nepoleio Novais Neves, médico (17) De Homero Homem que era Seu companheiro de .prosa Como S&nzio de Azevedo Na vida laboriosa . . Nas Letras, no Jornalismo, Hoje tornou-se o lirismo De uma época portentosal Hoje seus irmaos queridos Fazem parte do seu ser: Geraldo Pinto da Frota Ao cumprir o seu dever Como um honrado Baneério ‘Hoje ganha o necess4rio Para na vida viver. £ do Banco do Brasil Hoje homem aposentado,. Ja o seu irm&o Francisco Que & por “CHICO” apelidado, Do dito Banco, na ativa Tem uma cadeira cativa No mesmo oficlo integrado. Mirian e Raimundinha, Socorro, (Taté), Maria, 6. Sao as queridas irmés - Todos vivem na harmonia, Uma. familia exemplar Que até pode se chamar A Familia da Alegria. 5, Ferreira Guiler, poeta (18) Paloma Barbara e Joi, Alexsandra e também Com a Jamaica Maria So os seus filhos de bem, Essa prole divinal Faz parte de um ideal Que nfo inveja a ninguém. Essa prole aqui descrita De dois lagos conjugais Sao seus rebentos queridos Por gracas celestiais, Sendo homem desquitado Tem no seu peito gravado O destino que se traz. Jé Vinicius de Moraes E Osvald de Andrade Diziam que suas musas Pela sua quantidade Em toda parte existiam, Assim nao se maldiziam Por terem sua liberdade. E José Alcides Pinto Um boémio aventureiro Dentro do melhor sentido Como era o cavalheiro O poeta inglés Byron Que nao trocava o seu dom Pelo mundo de dinheiro. 6. Profs, Marla da Concetg&o Pinto, Ne intimidade da famille: “Tats”. (19) Baudelaire o grande Autor Do livro “AS FLORES DO MAL” Fez de Paris o seu Céu, Era a mulher o seu mal... Fol tambm um aventureiro Que na vida de solteiro Era um homem jovial. Castro Alves e Camées Paladinos do Amor Tinham plena liberdade Um — o filho do Condor, O outro amava Princésas, Consulezas e Duquezas, Tinha o “vinho embriagador.” Digo que José Alcides Que nao é Pinto na acao, Se é Pinto no sobrenome € galo no esporao, Assim mando da. Bahia Um ensaio de Biografia Para o meu Poeta irmao. (20) \ On oc AOS LEITORES: “Vida e luta do Trovador RODOLFO COELHO CAVALCANTE”, escrita por Eno Teodoro Wanke. Pode ser adquirida pelo autor Rua Gal Glicério, 407 apt.° 602 — Laranjeiras 22.251 — Rio de Janeiro ou pelo biografado Cx. Postal 916 — 40.000 — Sal- vador-Bahia — ao preco de Cr$ 3.500,00, cujo paga- mento deve ser por Vale Postal. “FATOS E HISTORIAS DA LITERATURA DE CORDEL”. De Rodolfo Coelho Cavalcante, 120 pagi- nas — Reservem seus exemplares. Peca uma Colecio dos folhetos de Rodolfo Coelho Cavalcante, encadernado ou avulso, depende do inte- ressaco. Preco: Cr$ 5.000,00 — 50 exemplares: Cr$ 8.000 — 100 obras. Leiam “BRASIL POETICO” — Diretor: Rodolfo Coelho Cavalcante. Pegam propostas da “ORDEM BRASILEIRA DOS POETAS DA LITERATURA DE CORDEL” e do “CLUBE BAIANO DE TROVAS” — CBT — Duag entidades que mais trabalham pela poesia popular no Estado da Bahia e em todo ambito nacional. ANLAPAAAI WAAR TNO VV AAATV APART MPVAAABAA EDICAO = UO« LIVRARIA MACAO CARIRI GABRIEL EDITORA Rua Edgar Borges, 40 4 ) )

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