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Cadernos

hru.sileúros lD

Ns 33 Jari-Fev. Cr$ 800

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0uem Tem iiirio da Censura ? Bienal: A Arte do lastio


l'ctn )Ii:'ltol-;ki Claríual Valladarei
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Cadernos üP
brasíEeíros
Àno VIII Jan-F e\'. 1966 Ne 1

f, Diretor.- AI'RANIO
-
COUTINHO
ÍlLiitor VICENTE BARR,ET'TO
-
ECiIOTCS-ASSiSIENtCS PIIÍON, LUIZ ORLANDO CARNEIRO C CLÁRI'
-_Iqúr,rPA
VÀL VALLADARES
FublicaÇão bime'strai
Éàirót, Cadern r5 tsrasilt itos s '\.
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comp.irito e implesso p.irá'êiiã'
O §OCIÀLISMO: MITOS
E P'EALIDÀDES 5 f,-,r'ancisco Lep*rgnet"r
A UNIDÁ'DE LITERÃRT.A

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E O RIO DE JANEIRO 2lt Ait'ô.nia Ccttt,itúto
Çjii}r}{ TE"NI },tÉDo DÀ CTINSLÍRÀ ? Í. an Mi.c:h,alski

rIcçÃo I*,e:: cl,e, Almeidct


L}Ii AX{ORES E CORES Dtr] ]!ÍAR,I T 46
O ITITUÀL -L0 Myria.m Frugoso
&íirH
A ARTE DO FAS']IIO
OU CRÔNICA DÀ VIII BIE,I§ÀL 52 C lar ir ttl Y all ttd cr. r c s

M§SÃ frED&}íBJl'
CiAMII'iHOS D.4. IY{Ir§ICA RRASILEIRA ob Mazart Arauj o, Met'rlos
Nobre, Guerru Peixe, Eclino
Kriegtr. Est.er Scl-iur, Gent
M ar concl,es, M í,'rto T at- ar es
POESIA
ANTOLOGI.A 15 hÍunuel Ba,n.d'e.ira
F,UE,AIS 76 Irernatzd'o tla Roch,a Perez

TEMÃS E VARIÃÇÕES
/. CtrA !] A Á.}!ÉF"ICA LÀTSTA 78 Lrúz Orland,c {)arnezt"o
ÀNDIiÉ },IÀLRÀUX 80 frÍanàs Sperber
tlvnos
JOÀN-i\ El'[ FLOR 89 .{'iri !ilt {lrrts:;tr:rtnn
À LUT/I LITERÁRIA 94 I''rt'ituvirl:s Pll
ALBERTO SALLES s8 ,1.{l. dt'Alireit'rL l'í'itc-*
ii ÀNOS (?UE ÀBÁ,I,ARAM O BRASIL gg A-nr,.tti'y Sauxt,
. NOITtr,'CONTIiA. NOIT]I roo .losó Alride-* Pinto

í cÁorAs rNEDrrAs #ffiI*:


toz v.B.
§IMONE DE BEAUVOIR 10õ N.P.
cotÃBoBÃDOBES 108
CB aceita colaborações para exame *e api'ôveitâmento em suas páginas, náo devol-
','endo, porém, os origina-is rejeitados Os artigos publicados em CR sáo da exclusiva
responsabilidacie de seus autores.
100 Liuros

de uma sociedade de massa é nítida a tenra e, finalmente, o "24 de agôsto"'


existência de um esfôrço no sentido de Atravessa tôda a crise da renúncia e ft
posse de Jango (onde a reconstrução
análises substantivas dêsse processo,
alicerçadas num conjunto de tendências clos clebates na Câmara é simplesmente s 0
históricas. Entretanto, até agota não se
verificou a sua efetivação em uma in-
notável) e ocupa-se da exposição ctti-
dadosa dos acontecimentos do govêrno
Goulart. O parlamentarismo, o plebis-
* t
terpretação consistente e os estudos sô'
bre o movimento de abril ainda têm um cito, as greves, a SUPRA e o comício
ao íg de março surgem vivos no texto
quê de perplexidaide.
O livro de Mário Victor não é uma de Mário \rictor; daí em diante, é a su-
exceção; inclusive, êle mesmo faz a tes' blevação na Mari'nha, o levante de Mi-
salva na Introdução, declarando ter sitlo nas e â deposiçáo de Jango. A obra fi-
sua intençáo dar ao leitor "documenta- naliza com o Ato Institucional, a elei-
ção de Castelo Branco e a cassação
dos
Qáo... e narrativa imparcial" e assitn
possibilitarlhe a sua própria idéia ' ' ' ilireitos políticos de Juscelino Kubik-
Cispensando a opinião (do autor) " Den- chek;'ainda, traz anexo o texto integral
clo Ato e uma excelente lembrança
tro dessas pretensões, 5 Anos r1u'e Aba- -
r1o autor índices onomástico e analí-
loram o Br«si,t é o trabaiho rle docu- -
mentação mais rigoroso e sistemático tico, como convém a um trabalho clessa
sôbre o 1n de abril Publicado até o natureza. §'Â)
momento: escrito de maneira clara e 5 Anos qüe Abalnv'am o Brasil é livro
objetiva (exceção feita a alguns pou- de documentação, obrigatório Para
quantos queiram investigar as causas' ü{Õ
cos comentários do autor que não resis-
tiu à promessa de não-intervençáor), processos e conseqüências do lq de
transmitindo tôda a vibraçáo claquêles abril.
Amau,r11 de Sou,za
tempos, o livro não desmerece a paró-
dia da obra-prima de Reecl - respei-
tadas as dimensões e os respectivos ]\ÍÃRIO VICTOR' 5 Anos que Abalaran.t .o
Brasil (de Jô.nio Quadros ao Matechal uoÂteto
abalos. Registre-se a justa critíca - í'rãi o\*,- e"iá de janeiro, Edit-ôra civiliz'a;çá'o
que náo se aplica exclusivamente a êsse Ér**it"í:u, 1965, 631 PP', Cr$ 6'000'
autor pois constitui um vício da cultura
nacional como um todo do pedantis-
mo de citações a três
-
por quatro e bio- Noite conlra Noite
grafias ao Pé de Página de Camus'
Marx, RobesPierre e tutti qunnti' Â nôvo lomance de José Condé (me-
Mário Victor inicia suas pesquisas
nos fins clo govêrno Kubitschek, quan-
do cla Convenção da UDN que escolheu
Jânio ,como candidato às eleições de 60'
U trro, diríamos uma novela, Pois
neste gênero se enquadra melhor) é
uma novidade em sua carreira literária'
que atingiu o ponto mais alto comVento
ril
rto Amnnh,ecer enx Macambíra' O autor,
Partindo da afirmaçáo de que o movi-
mento de abril é incompreensível sem embora usando os mesmos recursos téc-
"o conhecimento rlo govêrno Jânio Qua- nieos emPregados naquele livro, não
dros", narra o episódio de sua renúncia conseguiu colocá-lo sob o prisma de ma-
quando candiclato, os famosos clecretos gia e mistério em que o outro 6 escrito'
sôbre o jôgo e as comissões de inquéri- Mas tal não imPorta muito ou P0uc0
to, a reforma cambial e a política ex- importa, válielo é que o escritor conti-
Liuros 1,01

nua vivo e atuante em cada obra. Isso Condé, desta rvez, saiu de seu mundo
mostra, realmente, â sua riqueza inte- -
o regional telúrico e misterioso de Tert'u
rior, a sua motivação cliadora. Nem de Caruaru. No romance urbano tínha-

.l todo livro pocle alcançar nível igual.


Êste Norúe comtru No'ite tem, a seu
mos a sua experiência na novela Um Ra-
lrl,o p{Lrcl Luísa mas, só âgora, com Noi,te

t favor, a vantagem cle ser uma experi-


ência nova acrescentacla à temática do
autor o romance urbano sem sair,
Contra Noihe se entregaria êle decidi-
ciamente ao tema, num enrê,do peculiar
à sua estória.
- de sua área ficcionai,
no entanto, - inicia- Mais uma vez se constata o seu pocier'
da desde Hi.stóriq, tí* C'id.ad,e Ma'rtu, rh'amático e poético. É um livro triste
(contos) n15 l/ento clo A'manltecct' em como são os demais c1êsse autor, nove-
Macambira. lista por excelência, não fôsse o seu
José Condé mostra que náo se esgo- Vento cl,o Am,anltecer erl Macambira;
tou, É o mesmo eriador c'[e tipos, tôda poderíamoS evocar as suas 'novelas, O.s
uma galeria, já bem vasta. Seus perso- Sebb Pecados Capitai,s ("4 inveja") e
na.gens se movimentam dentro de uma os Dez M'andamenúos ("Quarto Manda-
psicologia apropriada ao clima de suas mento"), de parceria com outros auto-
estórias. Situa-se êle entre o telúrico res, apontadas pela crítica como dois
e o picaresco, chegando por vêzes à di- trabalhos do mais alto nível literário.
ra mensão do absurdo, como é o caso do Além das qualidades a que nos refe-
J personagem central desta novela limos, Noitc Contra [i,oita se enquadla.
Urbano Tavares que não é apenas - até certo ponto, dentro c1a chamada li-
f, -
um egoísta, como mostra o sr. Caval-
canti Proença nâ orelha do livro, mas
teratura de participação: "Na i'ealidacle
eram todos sêres torturados, deforma-
um soiitário, um angustiado, um homem dos pela decadência de uma sociedade
perdido em si mesmo a dialogar corn burguêsa, esvaziadora do sentido da
sua própria solidão, à procura clo tem- vida, mas à qual se apegavam como o
po-tempo que êle próprio parece desco- pânico dos afogados."
nhecer. O personagem Urbano Tavares não é
Temos ponto comum com Cavalcanti trm alienado, como parece, mas um ho-
Proença quando diz que "José Condé mem carregado de solidão, amargura,
vem balizando a sua carreira de escri- vítima da própria sociedade a que per-
tor pela marca de insatisfação que o Lence e que denuncia com tanta vee-
tem obrigado a rnudanças de temas e de mência.
técnicas de composição." Certamente José Alci.d,es Pi.nto
essa lzsaúr sfação é necessária a todo
criador, pois é dessas mudnnças que o
i. autor renova sua problemática e abre JOSÉ CONDÉ. Noi,te contro "Moiúe, Rio de
Zt Janeiro, Editôra Civilizaçáo Brasileira, 1965,
perspectivas a horizontes mais amplos. 106 pp., Cr$ 1.700.

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Colcrbortrdores criedor"a,.. CÉSAR, GUERRÀ PED(E com.
- Duas
positor e pesquisador de nosso folclore.
fases distintas caracterizam a sua obra: a

INSS B. DEI ALMEIDÀ autora de teatro,


fase dodecafonista -- utilizando os'processos
seriais e a fase nacionalista, e{n que estuda
t
t
e yresquisa o folclore no Norte e Sul do paÍs"
obteve com o eonto aquÍ- publicado mençáo É professor de composiçáo dos Seminários de.
honrosa no Concurso de Contos fV Cente- Música Pró-Aúe e prodúor da Rádio MEC..
nário, instituído o ano passado por CB... FERNANDO DA It. PERES jovem poetq
.

MOZART DE AR,.A.úJO coordenador do baiano, inédito em livro...' JOSÉ- ALCIDEIS


debate sôbre música publicado - nêste número, PINTO poeta e f,iccionista, autor de O
é grande estudioso da música brasileira. Já -
Dragd,o (romance) e Editor ile Insônia (con-
[rublicou diversos trabalhos sôbre o nosso fol- tos) . . . I'ERTNI\NDO PY poet€.'e crÍtico li-
clore irrlusical. tr'oi diretor da Rádio Ministério terário carioca, colaborador- assíduo de C8...
da Educagáo, No Itamarati, onde chefia o ESTER SCLIAIi compositora e professô-
setor musical da Divisáo Culturatl, empenha-se
pela melhor dir,rrlgaçáo da música brasileira ra dos Semflnários- de Música Pró-Arte, tem
so dedicado mais ao gênero camerístico e
no exterior.. . MYRIAM I'R*A.GOSO for- comlÉe parâ pequenos conjuntos e piano. .
-
mada em jornalismo pela X''aculdade Nacional A.MAURY DE SOUZA professor de So-
.

de tr'ilosofia, publiea agora o seu conto de -


ciologia da Escola de Sociolog:iÍL e PolÍtica da
estréia... JUDITTI GROSSMÀNN roman- Universidade Católica do Rio de Janeiro. . .
clsta, professôra de Teotia e Tócnica- Literárla MANÊS SPER,BER amig:o íntimio de Àndré
da Universidade do Estado da Guanabara, Malranx, é autor da -trilogia A Barça Ard,ente,
M.A. pela Universidade de Chicago... EDI- O Abismo e ViagenL senl Fittl. É atualmente
1rIO I{RIEGER compositor, produtor de editor de uma das mais importahtes firmas
vários progtamas- musicâis na Rádio Jornai editoras francesas.. . MÁRIO T,AV.A.R,ES
do Brasil e Rádio MEC. Algumas de suas composilor e reigente, foi músico "sp.lla" da -
peçâs, coÍqo a Brasiliana (viola e orquestra
de cordas), já se incorporaram ao repertório
musical brasileiro. Varia,ções Ejlententares,
sua obra dodecafônica, fêz muito sucesso no
recerúe E'estival Internacional de MúsÍca em
Orquestra Sinfônica Brasileira durante rngitos
anos. Destacam-se de sua obra (de cunho
nacionálista) Gangu.zama (poema sinfônico)
e Pra,iana, (balé)... JOÃO CÀ]\{ILO DE OLI-
VEIRA TôRRES historiador e professor da
I
Wâshington, E[rA... F'RANCISCO LEPAR- de -Minas Gerais, 4 âutol' de
Universidade .
GNEIITR frade dorninicano, teólogo, diretor
- de Ciências Religiosas
do Instituto
obra longa e importante (A Democracia {
de São Corod.da, Teoría Geral da História, eíc.)
Paulo... GE MARCONDES com:posi-
-
tora que vem se destâcando na crítica musical,
compõe freqüentemente música para teatro e
cinema.. . YAN MICHALSKI crÍtico de A capd, dêste número é um desenho ori-
-
teatro do Jornal, do Brasil,... MARLOS NO- ginal de ANTôNIO DIAS, prêmio internacio-
BRE veio do nacionalismo musical, tornan- nal de pintura da IV Bienal dos Jovens (1965),
do-se-o maior defensor no Brasil da técnica enr Paris e um dos mais avançados da pop-
serial, Muito jovem ainda (26 ânos apenas) art. fr d.e Campina Grande, Paraíba e tem 21
já deixa transparecer, sobretudo, em obras anos. Participou da 1s Exposiçáo Coletiva da
como Akrimakrbtkrin e Diuertimento pdra Galeria Goeldi, em abril de 1964, quando era
pNono e orquestr&) grande talento e fôrça ainda pouco conhecido no Rio de Janeiro.

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Pwgae assinw .{
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Cadernos
Irra,síloíros
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'íComo colaborador freqüente, sou quase suspeito para falar


de CADERNOS BRASILEIIIOS. Isso não impede porém reconhe-
cer nela uma de nossas melhores revistas e na qual se pode co-
laborar com plena liberdade e satisfação." ADONIAS FILHO
.,+
o

"CADERNOS BRASILEIROS"? Vou recebendo, abrindo e §

lendo. Inteir.o. De uma 'tezl" GUIMARÁES ROSA

"Há revistas mortas, por muito que tratem de assuntos per-


manentes, pois os tratam a frio, com a insensibilidade dos cata-
logadores e arquivistas. CADERNOS BRASILEIROS é antes uma
revista viva, seja pela atualidade de seus temas, seja pela-ma-
neira como os apresenta e clesenvolve, seja aincla pela integra-
ção qure procura fazer clos problernas brasileiros no contexto uni-
versal." CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

"Em sua existência de 30 nírmeros, CADERNOS BRASILEI-


ROS tem exercido função relevante no esfôrço nacional pelo de-
senvolvimento que tem como ponto de apoio necessário o setor
cultural. Uma revista cle cultura clesinteressada, como CADER-
NOS BRASILEIROS, é um respiradouro indispensável à comu-
nicaÇão do pensarnento brasileiro corn o pensamento univçr-
sal.,, PEDRO DANTAS

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