Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
pmryBH$n* TüXT[JH[,
Hr§HHSü Eü eür§üm#§
ü nmmpftüuf'§ $gm
;I'"
§, nnrumrunnrs
e pÍátícd''
il*ão cspecial sobre tcrtras
pariir clo
" i"""' "1';ttil;t''ttt;n
t1á i'itái' - t'R e
ten uttrn seção
Cornestasobtas,jápoclenlosfornarur'traicleiaclaraclealgrrrnasposi-
informação e
ã"'t"'"' série de novas fontes cle leitura'
ções recentt''
1i';;-;;
fclrmação,u"n',.n,,oalternatirascletrabalho.Aolol-rgodoCurso,cler,erenos
voitarr a esses estudos e seria âconseihá\'e1 sua leitura ató para urr
aprofunci:l-r-rento rur questão, tendo erri vista que hoje o ensiuo de língua ancla
bastante centrado er-n gêneros e isso não é tão sir-nples nenr pode ser realizado
c1c rnodo ingênuo. A coletânea organizacla por NÍeurer; Bonini & N{otta-Roth
(2005) contérn nma séric de estudos cuja leituia pode clar uma ideia bem
mais clara da clii,ersiclacle clc tcorias eristentes l'roje nos diversos países. Sua
leitura será aqui aconselhada de rrodo enlãtico porque pocle conclttzir a utn
aprofundar-neirto clos ternas centrais tratados.
Hoje o cstudo dos gêneros textuais está lla nloda, Ilas enl perspectiva
cliferente da aristotéli.r. É o que Bhatia (1997) constata em sua revisão
sobre
t-naneira
o tet'na. Assitr, a erpressão "gênerrt" r'ern sendo atualrnente usad:r cle
cacla vcz ntais frequente e em nÍtmero cada vez n-iaior de áreas de inl'estiga-
(1977:629), trata-se cle "um conceito
ção. Para cancllin, citado por Bhatia
interes-
que achotL o sett tentpo". Fl n-ruitos estudiosos cle áreas diversas estão sc
sanclo cada vez mais por ele, tais como:
'lêóricos da literattrra, retóricos, sociólogos, cientistas da cognição, traclutores,
linguistas da comptttação, analistas clo discurso, especialistas no Ensirro clc Inglês
para F ins Específicos e professorcs de língua.
Isso está tornattclo o cstudo cle gêneros tertuais Llrl enrpreendimer-rto cada
\rez urais ntultidisciplinar. Assim, a anailise cle gêneros cr-rgloba urna anzilise cio
terto e do discurso e uma clescrição da língua e visão da sociedadc, e ainda
tenta responder a questões de natlrreza sociocultural no uso da lúrgua de rra-
neira geral. O trato dos gêncros cliz respeito ao trato cla língua em scll coticlia-
no nas mais divc-rsas forrnas. E se aciotarmos 11 posição cle Carolvn N{iiler
(198'+), podenros dizer que os gêneros são uma "lorma de ação social". Eles
são trnr "artefttto culttLral" importantc corno parte integrante da estrutura co-
municativa cle nossa socieclacle. Neste sentido, há rnuito a cliscutir e tentar
ciistinguir as iclei:rs cle quc gêncro é:
certa.rente, gê.ero podc ser isso tuclo ao nesnlo tcmpo, iá quc, ei,
certo scnticlo, cacla trrn desses inclicadores pocle ser tido como urn aspecto da
obsen,ação. Isso dá a noção rnais :rprorimada da cor-npleridade da cluestão e o
porquê cla ausência cle trabalhos sister-náticos qlre até recenteniente desser-r-r
conta clo probler-na na perspectiva diclática.
l. O texto crcolltra-se ern Charles Bazcrrnan (,20051. C)êneros textuaís, tipílicaçio e Lntcrttcclo
organizaqão: Ângcla I'aiva l)ionísio & Judith chambliss Hofliraqel.são paulo: Qortcz.
seLlhrncion:lrnento e a noção de fato socla/, berri como orttros conceitos básicos
para o trat:rrrento clos gêneros. Un-r fato social é acluilo ern qtle as Pessoas ;rcreditalr
e passaln 1toinar como se fosse vcrdacle, agindo cle acordo com ess:l crellça. N4uitos
fatos sociais são realid:rcles constitnídas tão somente peio discurso situado. Daí a
Por que os nrernbros cle cornuniclacles cliscursir.as específicas t1s:lrl a língua tla tll:r-
rieira cottto o lazen?
Por exempio, por que todos os que escreverl Llma monogrdfid de final de
Na resposta a est:l indagâção estão envolr,idas questões ntais clo qlle tlperas
socioculturais e cognitir,as, como obsen'a Bl-ratia lI99i-:629), pois hál'ií ações clc
ordem coilllnicati\'â conl estratégias convcncionais para atir-rgir deten'ninados
objetiyos. Por eren-iplo, Llna ,r7o7?o grafia é procluzida Para obter uma nota, umt-l
publicidade sen/e para prorrover a \rencla de ttm produto, L\r7111 receit(l culinária
orientâ na coltfccção de itntzr conida etc., pois câda gênero tertual tenl um pro-
pósito bastmnte claro clue o cleterrlina e lhc dá Llma esfera cle circulaç:lo. Aliás'
esse serií rlm âspccto b:rstante interessante, pois toclos os gêneros tênt ttttla fotultr e
prna f1nção, ben como um estilo e um conteÍtdo, rnas sLla deteÍl-nitlação se clii
basicarnente pela fur-ição e não pela fonna. L)aí falharertt os estuclos estritarnerlte
forrlais otr estruturais clo gêlero. Tbnclo isto em visttr, Biratia (1997: 629) frisa:
Esse aspecto tático d:r constrnção clo gêncro, stta interpretação e ttso é provavclrrlen-
tc 1p clos f:rtore s mais reler,ante s p:rra clar cottta dc sua popularidade atual llo cilrlrPo
E cor-1o ocorrc com toclos os conccitos ort áreas qrie setornarr popr-rla-
res, proliferzlm e \'âriant neles as teorias e as ilteipretaçõcs, o (+1e acaba se
transfornranclo nunr inconveniente para o estuclo. A i'ariação clos entendinlen-
tos eristentes é um problenai que ocorre hoje nos estuclos c1e gêneros que
recebern todo tipo de contribuição teórica.
Na realiclade, o est*do dos gêneros tertuais é hoje urra fértil área
interclisciplinar, colrl ater-rção especial pâra a lingr-ragern em funcionamcnto e
Para as atividades cuiturais e sociais. Desde que não concebantos os gêneros
como rnoclelos estanques nem cor-no estruturas rígiclas, nias con-]o formas cul-
turais e cognitivas de ação social (N4iller, 198,1) corporificadas na linguagem,
somos ler,ados â \'er os gêneros cctttto entidades dínântlcas, cujos 1ir-nites e
clenrarcação se tornârr flr-riclos.
Di:rnte desse interesse, pode-se dizer que ao tarnanho das preocupações tarn-
béir corresponde uma tau-nanha profusão de terminologias, teorias e posições a
respeito da questão. Em princípio, isso seria mrrito bont se não losse desnorteernte.
É q.,rse impossír''el hoje dominar com satisfatorieclacle a quantidacle cle sugestões
pâra o tratarnento dos gêneros textuais.
N,luitas são as perspectivas teóricas nos estuclos clos gêne ros. Podemos
aqui, brel'e mente, inclicar pelo menos algumas dessas linhas sem nos deter-
mos rnuito. Vou somerite situerr os autores e nacla mais. C) quadro a seguir dá
essa r.isão que pode ser tida con-ro rlma "tipologia de típologias"r. Dominique
N'lainguencau (2004: 107-108)iembra que há urna profusão c1e tipologias e
elas seguern en-i geral certos critérios clue c1ão uma orientação básica3. C)
problerna ó que essas tipologias não seLvem para entencler o luncionanteitto
clos gêneros e sin-i para entencler o que os autores estão fazendo perra agrupar
os gêneros. Un-r esforço qlre ne rn seilrpre clá certo. P:rra i\'{arir-rguenealt (2004:
108), o costLttne nais comurn na análisc c1o cliscurso é categorizar os gêneros
por critérios sittt:tciotrais, obse rvanclo-se os clispositivos cornunic:rtivos sócio-
-h istoricarnente clefiriidos.
2. Llssa arálise encontrâ-se em Bernard Schneuri.h (198(t't. Quelle ttpologie de textes prsLLr
l'ertseígnentent? Llne ttpcictgie de tt,pologies. 'ltxto apresentaclo ao Terceiro Colócprio Internacional cle
l)iclática do Francôs, NanLrr, Franqa.
3.Rcfiro-meaqui aotrabalhocleDominiqLrei\Iaingucneau(2t)(l'1) Retolrsurulecatógorie: le
gctrre. ln: Jean-N{ichel ,\clarn; Jean-Blaisc C}rize & Nlagid Ali Bonach;r (otgs.).Texte et discr.ttrs: ctrtégoríes
prttLr l'anah'se. Dijon: Liditions Universitaircs cle Dijon, pp. 107-t lE. O autor cita as segrrintes tipologias
desenvolviclas (p. I081:
( 1 ) Os tertos forau categorizacios conr base em critérios lirryuísticos: enunciação; distribuição
De maneira geral, o que se tem notaclo no Brasil foi uma eltorlrle prolife-
ração c1e trabalhos, inicialn'rente na linha cle Swales e clepois da Escola de
Gelebra com influências cle Bakl-rtin e hoje com a influência cle norte-ameri-
calos c cla análise cio cliscurso crítica. Corno Bakhtir-r é urn antor qlle âPenas
fornece subsíclios teóricos de ordem macroanalítica e categorias nais anplas,
pode ser assinilaclo por toclos de forrna bastante proveitoszr. Bakl'rtin represen-
ta nrna espécie de bon-senso teórico en-r relação à cor-rcepção cle linguagen'r.
Ao laclo em cltrso no Brasii, poclemos, cle um moclo
dessers perspectivas
mais arnplo, inclicar algumas perspectivas teóricas ert cllrso internacionalmente:
I"ic1ue, no entanto, claro qr-re esses enqlradrcs são prec:irios, tenclo c11
Yista o fato dc não represetttarenr de mocio cornpleto toclos as possibiliclacles
tcóricas eristentes tto uotnento. 'lirnrbérn não é nrna classific:rção rígicla, rnas
aberta e sr-rjeita a cliscttssão. I'or fim, seria interess:rnte lnzer cssa classificação
cotn base cnt critórios tnais finos c tcoricamente nrais cletalhaclos, o que aqui é
totalmente intpossír,el.
24 llo,rõo,d? gÇpero lexluol, tipo lexluul
e domínio distursivo
Urna das teses centrais a ser defenclida e adotacla aqui é a cle que é impos-
sír.el não se cor-nulticar verbah-nente por algun'r gênero, :tssin'i como é impossí
vel não se cornuriicar verbalrnente por algum texto. Isso porque tocla a rnzrnifes-
tação i.,erbal se dá sempre por nreio cle tertos realizaclos em zrlgum gêr'rero. F-,nr
outros tcrmos, a cornunicação verbal só é possír'el por algurn gênero tcrtr-ral. Daí
a cer-rtraliclade clzr noção de gênero terhLala no trertci sociointcrativo da proclução
linguística. Enr consequência, cstamos subrnctidos a ta1 r.;rrieciade de gêr'reros
tertnais, :r ponto de iclentificação parecer clifusa e aberta, sendo eles inútrne-
sr-ra
ros, tal cono lembra muito bcrn Brrkhtin t19791, mas nào infinitos.
Para deirar aiguns conceitos claros nest:r erposição, trazentos ulnrls pou-
cas definições com as quais clepois \'ânros trabalhar perra obserr.'ar a possibili-
clacle cle tracluzir isso para o ensirro. \êjamos de rrtaneira nrais sistemática
conro clevemos entencler os ternros que estamos usanclo, j:i que eles rarzrrnente
são definidos c1e modo crplícito.
a. i; :,'' ' , rclesigna una espécie de construção tcórica {em geral nrna
scquôncia subjacente aos tertos) definida pela natltreza linguística de
sr.rár corrjposição iaspectos lericais, sintiiticos, tempos verbais, relaçõcs
Para clcfencler essas posições, adrritinros, corn Bakhtin? qrle toclas :rs ativi-
clades hutnanas estãci relacionaclas âo uso da língua, qlre se efetiva atrar'és de
cttttnciados (orais e escritos) "concretos e Írnicos, (iue erranarn dos integrantes
clc ttt'na ou cle or-rtra esfera da atiriclacle hrrmana" (1979: 279). Ii com essa
posição teórica chegamos r'i r.rnião c1o gênero ao seu enr.olvirnento social. Não
se pode ttatar o gênero dc cliscrrrso inclependcnternente cle sua realid:rcic so-
cial e cle sua relação com árs atiridacles irnrnanas.
Veiamos agorâ Llnr sinrplcs erenrplo pitlâ ter cltrra a clucstão rclatii'a à
inserção clc sequôncias tipológicas (os rloclcis terttt:ris) sttbjacentcs à orgirniza-
ção ir-iterna cio gênero. Isto scn'e Paril CglllPIo\'âI que os gêneros tttio siir, sP05-
tos a tipc-rs e cltre antbos ltào fonnrlm Lrlla clicotorria e sint sãcl cornpleulent:t-
res e integraclos. Não subsistenr iscilaclos nem rrlhcios Ltlu ito outto, são formas
cortslittrlirrt. tlo lerlo .,tt [tttt.. iottattteltlo.
(lost:rria cle fiisar ulrr poLl(o m:ris csse irspecto pela sr-ra iruportârtcia: n;icr
clcvenros irnaginar que a distiirção entrc gênero e tipo tertual lc,rr-ne tttlla visãcl
clicotônrica, pois eles são clois:lspectos cor-rstitutivos c1o furcictttatrtcttto c1a lírl-
grla enr situaçõcs cornunicatir,as cla r,ida diária. Corno air-rc1a vcrernos, todir vez
qr.re clcsejarrios procluzir- algurna ação linguística enr sittração rea1, recorietllcls
a alguru gêncro tertual. Eles são parte integrante cl:r socicclade e ttão aperlas
elemcntos clllc se sobrcpõeru a ela.
Sequências j
:
Para ser mais preciso estou n0 meu quarto, escrevendo na escrivaninha, com um Micro
System ligado na minha frente (bem alto, por sinal).
Está ligado na l\rlanchete FM - ou rádio dos funks - eu adoro funk, principalmente
com passos marcados.
Expositiva
Aqui no Rio é o ritmo do momento... e você, gosta? Gosto também de house e
dance music, sou fascinado por discotecasl Sempre vou à K.l,
Narrativa ontem mesmo (sexta{eira ) eu fui e cheguei quase quatro horas da madrugada.
Demorei um tempão pra responder, espero sinceramente que você não esteja
chateada comigo. Eu me amanei de verdade em vocês aí, do Recife, principalmen
te a galera da El vocês são muito maneiros! l\,leu maior sonho é viajar ficar um
Expositiva tempo por aí, conhecer legal vocês todos, sairmos juntos... Só que não sei ao certo
se vou realmente no início de 1992. Mas pode ser que dê, quem sabel /.,,...,,...,.,/
Não sei ao certo se vou ou nã0, mas fique certa que farei de tudo para conhecer
vocês o mais rápido possível. Posso te dizer uma coisa? Adoro muito vocêsl
0 problema é que ela é muito ciumenta, principalmente porque eu já fui afim da 8,,
Argumentativa que mora aqui também. Nem posso falar com a garota que S. já fica com raiva,
-1.................t
Narrativa É acho que vou terminando
escreval
Faz um favor? Diga pra M., A. P e C. que espeÍem, não demoro a escrever
lnjuntiva Adoro vocês!
um beijãol
Do amigo
Narrativa PP
15:16h
É notár,el a l'ariedade c1e sequências tipológicas nessa carter pcssoai, crn que
preclorrinam descrições e exposicões? o qLre é n'ruito comllm pârâ o gênero. Esse
tipo de aná1ise pocie ser clesenvolr.ido com todos os gêneros e, clc rnaneira gera1,
vai-se notar que há ur-na grande heterogcneiciade tipológica nos gêneros tcxtr-rzris.
As definições acpri traziclms c1,e gêrrcro, til:o, clonínio discursiyo são muito
ruris operacionais do qr-re lormais e segLrenr de perto a posição bakhtiniar-ra.
Assirn, pârra a noção de tipo tertttal, predonrinâl a iclcntificação cle secpências
lirrgrrísticas conro norteaclora; e pâra a noção dc gênero tertual, preclominanr
os critérios cle padrõcs cornnnicativos, aqões, propósitos e inse rção socio-histórica.
No caso dos donlírtios disctLrsbos, não liclamos propriarrrente collr tertos e sirn com
formações históricas e sociais que origin:rm os cliscursos. Eles aincla n:lo sc achanr
bem definiclos e oferecerr alguma resistência, mas segurerlrente, sua clefinição cleve-
ria ser rur base de critérios etr-rográficos, antropológicos e sociológicos e históricos.
Enr trabalho sobre o domínio pedagógíco, Kazue Saito N,lontciro cle Barros
(2004)5 sugcÍe r.ários critérios para o tratamento clos domínios e conclui afirrnan-
c1o clue:
,.i  tlusüa de definiçãn do donrínio pedasógicü (nu qualquer dornínin) r.i*vc partir de
diferentes peí§pertivas de observaçã0, considerândü âspecto§ fnrmais, funcinnais e
rfintcxtos de eirculaçãu" Vistos isoladaffente, nsnhilm dns critérios parere s*r sufiei'
snte para definiçã0.
É urgente (re)pensar o eonceito de domínio ern bases rn*nüs intuit;\râs, atraves da análiss
detalhada rle gôneros que parecem enmpartilhar earacterístieas {nac sú fnrmais) {:ümuns,
'- Â análisr deve priorizar 0 p0nt0 ele vista dr:s intaractantes, ohsrrvanrio âs mâreíls quÊ
deixam no discurso"
l{a don:ínio perlagógico, 0 asfrecao formal mais nhservado em esludns anterinres igênerr:s
da aralirlade) *
a organizaçãc dos turn*s -
não e (obviamente) rlefinitivc, mas pede
a;:rcs*niar esp*eificidades.
llc dnmínir pedagógica, CIs papúis §$üiâis sãú ben: marradcs e pndem ser ev*cados em
situaç*es ele c*nflito, deixanck: marnas fr:rmais n0 t*x10.
Itl* rir:mínio ped;lgogir{r, a interação envolve regras especiais e partieulares qur cs parici-
pantes runsideram n* jLrlganrenir d0 que sãü contrihuições permitidas na etividadc.
Nr: rinrnínio pedegóg!üü, a interação ineorpora rÊgía§ "tóenira§" esp{:ríÍieâs qLle se eonereli
raír 8í11 r1lâí'ca§ f,lrlxais nos textü§, p*r exemplo, ü eíxpreg0 de termes ternicns c elcilttiiOüs.
ü interessante nãn e desrnhrir que estruturas sãfl lípiCIâs ou exclusivas dn rliscurs* peda'
gúgier, mas identifiear pürqile elas sã0 recürsnt*§.
i. Kazrre Saito \lorrteiro cle Barros i2lli)'{t. (lárieros tcrtuais do clornín.io pedttqógico: (tproiilt(.t
çc)es e clít'ergêttclas. À1>r-escrrt:rilo n:r \\ ,}ornacla Nacioral de EstLrclos l,irguísticos do GFll,\F,. ]oãcr
Pcssoa: Uuilcrsidade l,'ecleral da Paraíba. I a l0 dc sctcrnbro de 20(l-{
f á cor-r'r estas observações poder-nos notar que não é fácil deterr-ninar para
organização retórica. Segundo sugestão cle Carolr.n N{iller (1981), os gêneros são
fcrrruas r.erbzris cle ação social estabilizadas e recorrentes en-r tertos situados enr
corruniclacles de pr:iticas err donríuios clisctrrsivos especiticcls. -\ssir-n os gêneros se
tomatn propriedacles inalienár'eis dos tcrtos empír-icos e ser\iem de guia parâ os
intcrl«rctttores, clando intcligibilidade às ações retóriczrs. Resunriclarnente, poclcria
<1izer que os gêne ros são entidacles:
E
c) sociais ligadas a domínios discursivos
d) situadas recorrentes
e) comunicativas estabilizadas em formatos mais ou menos claros.
6. l)onrirtiqire \ [:rir tgtteueat t r I 999 i. .\na]r sing Sclf-Constitutirrg i)iscor-rrscs. Dlscour.-e SÍrir/le s,
rol. 1. l( 1999):1;;-l9t)
(a) Côrrcros autorais: são os tertos que rnantêm nm caráte r de autoria pelos
traços cle estilo, caráter pessoal e se situam ern especial na literatura,
j ornalismo, pol íticer, religião, filosofia etc.
(b) Cêneros rotineiros: são os colluns de nosso dia a dia, tal como aclueles
que se realizam en entrevistas radiofônicas, tclo''isil'as, fornalísticas,
corrsultas, n-iéclicas, clebates etc. Seus papéis são firaclos a priori e
não rnnclam rnuito cle situação piira situação e r-reles as marcas auto-
rais se nanifestam nlenos. Têru uma estabilidade institucional bas-
tante clefir-rida.
(c) Cêtreros torn,erscrciotzals: são os gêr-ieros de r-nenor estabilidade e serrr
un-ra organizaçãcl tcrnática prcvisír'el como as corversações. Ern serr
conjunto, são de clifícil clistinção e divisão cor-no gêneros em catego-
rias bem clefinidas.
Esta classificação foi r-r-roclificacia pelo autor, pois, segundo ele, a tripartição
ircpi postr:lacla não era pertinente (N4eringucncall,2004: 110). O próprio ter-
tno "rotineiro" não p:lrecc aclequaclo, já que daria a in-rpressão cle clue as conver-
sações não seriarn rotineiras qnzrndo cl:rs são rotinas muito con'iLrns. N.las o mais
cornplicado era distinguir cle m:rneira tão rigorosa entre os gêncros autorais e os
gêncros rothrcíros, pois uma crônica jornalística tern sern dÍrvida lrarcas lltrtc»ais
e não pocleria ser incluícla no primeiro conjunto. Assirrr, N,lainqucncau sllgere
qlre se parta p:n:t tttn "regime de genericrclaclc" enr cluas categorias e não rraris
em três. Com isso, ele dcfcncle qlle se clistinga entre:
( ct
) t tl c gô t i t, tt't } t i}' ? i t! L' i (-)i i i t
r'-:'ii in L' { :; L e
(b) rc:ínte t!c r1iti,:ros t;t;iititítk;:,t.
O segunclo grtqro contcria :rgora os gêneros lntorlis e os rotinciros. A an:ilise
clesenvolvida pelo autor é r'nimrcios:r e conrplera c apresenta una série de critérios
parat acorrodnr os gêneros nessir classificação. Não i'ros interessam os clctalhes cless:i
teoria, tn:rs interessam sinr os propósitos cla mesnrâ, ou scia, a icleia cle que é possíi'el
clistrnguir reginrcs cle proclução tcrtual no conterto c1a interdiscursir,iclaclc. F, corn
isso sabetnos cpre a escolha cle urn on outro gênero em nossa ativiclacle cliscursiver não
é ttma escolha aleatória e sir-r-r corrrnr-rclacia por intercsscs específicos.
l
f)eve aclui ficar claro, tal corno visto ncinra. que rreo lr:i irnli Cillicnri:r
eirit.i'r,:irit.'io i: ii1;,r. Trata-se dutna relação de corrplcnrcntariclacle. Arnbos ccl-
cristerri e não são dicotôrnicos. Todos os te\tos realizarn urn gênero e toclos os
gôneros realizam scqr-rênci:rs tipológicas dircrsificaclas. Por isso mesmo, os gône-
ros são em gcral tipologic;rnrcnte heterogêneos. \/ej:rrros isto nurn ererrplo:
Tome-se o câso do telefonema. Corno gê.nero textual, trata-se de um evento
falado muito claro e definido ern suas rotinas, identificável pela n-raioria dos indi-
r,íduos que vivern ern culturas em que telefonar é uma prática usual. Caracteriza-
se como Lrm diálogo mediado pelo telefone, sem a presença física dos falantes.
Contudo, clo ponto de vista de tipo tertual, um telefonema pode envolver argu-
mentações, narrativas e descrições, ou seja, ele é I'reterogêneo. Podemos, pois,
ir-rdagar se a noção de telefonen-ra é clara l-roje en'r dia. Observem-se algumas das
diversas maneiras de usar o ielefone:
repoftagent jomalístíca, r-rnta Íess de dotLtorado, clitt tttt'tit torferAncia, rttrta attlrl
expositira, realizar ;:in-t inqtLéríto ittdicicLl e tlssilll por c1i;rnte?
L)aí cprc não se poclc tcr na ativiclerde infon-n:rcional a funçãrt rn:tis irnportantc
cle-r 1íngua. E,u rne atrer,erizr a clizci que a intormação é ttttt fettômetio evetlttlal
e talr,ez r.rm sinrples efeito colater:r1 c1o funcionarncnto cla 1íngua. Tockls nós
sabcnros que a língua não é apenâs Llnr sistema c1c cottrrtnica<,io tlcm ttttt
sin-rples sistcnra sirnbó1ico para c\pressar iclci:rs. NI:rs ntuittt tttitis ttttll't lornm de
vida c vrn'a ionna de ação, cottto dizi:r o velho \\"iitgerlstein.
'làlr'ez se ja possír.el clefenclcr que boa parte cle nossils atii'iciades discursivas
ser\.cm pirr:r atir.iclades cle contr-clle social e cogniiivo. Qtranclo qllereillos cxer-
cer qualcluer tipo de poder ou c1e influência, rccorrclllos ltcl cliscurso. Nin-
guénr faia só para erercitar as próprias corclas vocais ot1 os tílttPârlos alhcios.
1l-a realiclacle, o trteio em que o ser htllllâno vive e tlo citt:r1 se acha imerso í:
muito rrtrior qrle seu anlbiente físico e contorno imedit-rto, já que está enr,'olto
tambén por sua história e pela sociedade que (o) criou e pelos seus discursos.
A vir,ência cultural hurriana está sernpre en'u'olta em linguageill, e toclos os
rlossos tertos sitnzrn-se nessas vir,ências estabilizaclas em gêneros. Nesse con-
terto, é central a icleia de que a língr-r:r é uma atit'idade sociointeratila cle
caráter cognitir,o, sistemátic:r e instauradora de orclens clir,ersas na socieclade.
O funcionarnento c1e nma língua no dia-a-clia é, mais do cpe tudo, unr proces-
so de integração social. Claro que não é :r 1íngua que cliscrimina ou que age,
rrurs nós que com ela agimos e procluzimos senticlos.
Aspecto que rnereceria aqui pelo nrcnos urr:r rrota ó a clistinção que po-
cleinos lazer entre urn evento e tim gêncro tcrtual. Sabcnros quc conscllar rrnrâl
cri:rnça chorosa é un evento orl rrmâ i-rção bastantc conrplcra e, rlesse câso,
não varr-ios recitar Llrr poema, mas clar urr conselho, cor-rtar algo alegre etc. O
gênero inr.esticlo para consolar distinguc-sc clo cvcnto, :rssirrr como unln ancli-
êrrcia no tribrrnal é urn evento e ncstc cvcnto ocorrellr aiguirs gôncros especí-
ficos. C) cvento ó nrarcirclo por r1r]r conjrrnto cle ações e o qênero e.r lqzLo
linguística pratic:rcla cono recorrelrte eni situ:rções típicas marcaclas pelo cvcn-
to. L.lm jogo c1e lutebol é rrr-n evento, irssinr conlo unr colrgrcsso :rcaciêrnico or-r
urna sessão do (longr-esso Nacioral. NIas ern cacla situação clessas teinos gêne-
ros aclcqnaclos e não acleclLraclos. Portanto, podenros distinguir com aigurn:r
clareza entre urrr crcnto c unr gênero.
2Ã Ãquestõo do inlergeneriridode:
que nomes dor ooigêneros?
Ern geral, d:rmos nornes aos gêneros nsanclo r-ul desses critérios:
1. forma estrutural (gráfico; rodapé; debate; poema) 4. meio de transmissão (telefonema; telegrama; e-mail)
2. propósito comunicativo (errata; endereÇo) 5, papéis dos interlocutores (exame oral; autorização)
3. conteúdo (nota de compra; resumo de novela) 6. contexto situaciona[ (conversação esp.; cada pessoal)
NIas r,ários clesses critérios poclem rltuâr em conjunto. Basta ver os nollles
que encontralllos para os rrais r,ariad<)s gêneros para imecliatamcnte constatirr
qlre na constituição clo nomc scmpre irtua rrais cle um critério. N,las o certo é
que cluando se telr-l algum problenra ou conflito n:r designação, ela surge em
atenção ao propósito comunicatir o ou função.
\/eja-se a cornplexiclacle cio caso dcl tcrto abairo, que aparecelr em quase
todos os periódicos serranais e jornais diários, por ocasião c1a clespeclida do
autor clo pcrsonagcnr Snoopr,.
v
detnfância. Chârlfugrowa, Saoopy, Linus,
Infellzrr*nte, uâo posso rnatrlEy"" como esquecô'Iu..,
dedicar o tempo exigido por
quadrinho's diárioc, Por isso,
an uncio minha apoaentadoria
livros
Víva saudável com os E
DxoGENEs.o §
Posotogia Ê
Propriedades 3
0 efeito se fâz notar p0ut0 tÊrnpu após iniciada a leitura e tem grande durabilidade, livros ê
üiogenes aliviarn rapidamente a dor, estimulam a circulação sanguínea e 0 estado {eral rnelhora.
É
Precauções/riscos i
im geral, 0s Livros Diogenes são bem tolerados. Para miopia, aconselham-se meios de auxílio à É
leitura. São conhecidos casos i§olados nos quais 0 uso prolongado produziu dependência. E
Dosagem
Caso não haja ouka indicaçã0, sugere-se urn livro a cada dois ou três dias, §egularidade no uso i
É o pressuposto essencial pâra a curâ. Leitura diagonai ou desistência prematura podem :
interferir noefeito, i
7. Não é o caso de discutirmos aqui, mas muitos autores tratam a quaúa capa como um gênero.
Cor-rtudo, a quarta capa é, a meu ver, muito mais um lugar (talyez até mesmo um suporte) especial para
gêneros diversos. Muitas vezes acha-se ali um excerto do texto que vem no interior do livro ou um
parágralo da apresentação feita por alguém que não o autor; mas pode âparecer a relação dos livros da
coleção da qual faz parte aquele livro. Em muitos casos, na quârta câpa, apârecem elogios de autores
conhecidos ao autor do livro. Portanto, a quarta capa é um lugar em que figuram as mais variaclas formas
textuais e os mais variados gêneros e se for tomada como gênero é difícil determinar até mesmo a função
dele, pois em cada caso isto vai variar nuito. Uma discussão mais complicada é aquela que discute se
a capa de livro é um gênero e se a capâ de revista é outro gênero. Esta questão do que é ou não um
gênero ainda não está muito esclarecida e merece mais discussões.
Composição
Papel, cola e cores na impressã0.0s livros Diogenes são ecologicamente produzidos. Neles são
usados somente papéis fabricados sem cloro e sem ácidos, o que sarante alta durabilidade.
Iambém, n0 caso de qualidade de vida, garante-se
ótima distraçã0.
LIVROS DIOGENES
Funcão do
Gênero A
-ffiil.d;;\
publicidade
Forma do
***9 formato de uma )
Forma do
Gênero A Gênero B
bula de remédio
Função do
Gênero B
Função do
Gênero B
Farte inieiai rlo Relatório de Graciliano Ramos ao governador do estado de ,&lagnas, entregue
em l0 de janeiro de 1929 (citação da abertura, pp, 3I-38 e conclusã0, pp. 45 46)
Não foram muitos, que 0s n0§s0s recursos são ex(uos. Assim minguados, enket{nto, quase
insensíveis ao ohservador afastado, que desconheÇa as condiÇões em que o Münicípio se
achava, muito me sustararn.
c0M§Ç0s
0 0 que seni demora inicial, o de que dependiam todos os outros, segundo creio, foi
Pftll'iülPÁl-,
CANCLUSAO
Prticurei sempre 0s caminhos mais curtos. Nas estradas que se abriram só há curvas onde as
retas forarn inteiramente impossíveis.
[vitei emaranhar-me em teias de aranha.
julgam
Certos indivíduos, não sei por que, imaginam que devem ser consultados; outros se
autoridade hastante para dlzer aos contribuintes que não paguem impostos.
Não me entendi corn estes.
Há quern ache tudn ruim, e ria constrangidamente, e escreva cartas anonimas, e adoeça, e se
morda por não ver a infalível maroteirazinha, a abenqoada canalhice, preciosa paía quem a
pratica, mais preciosa ainda para os que dela se servem como assunto invariável; há quem não
compreenda c0m0 um ato administrativo seja isento de iucro pessoal; há até quem pretenda
ernharaçar-me em coisa tão sinrples como manrlar quebrar as pedras dos caminhos"
Fechei os ouvidos, deixei gritarem, arrecadei 1:325$500 de multas'
Não favoreci ninguém. Devo ter cometido numero§os disparaies, Todos os meus erros, porém,
foram da inteligência, que é fraca.
Perdi vários amigos, ou indivíduss que possam ter semelhante nonne'
Não me fizeram falia.
Há descontentamento. Se a minha estada na Frefeitura por estes dois anas dependesse de um
plebiscito, talvez eu não ohtivesse dez votos,
Paz e prosperidade.
Palmeira dos ínrlios, 10 de janeiro de 1929
"$
Graciliano Ramos, §
c
I
No caso do livro didático, aqueles tertos por ele trirb:rlhados não estão ali
cle tal rnodo aglutinados a ponto de foririirem ttt-n toclo orgânico couo obser-
r.ava Bakl-rtin !9791 pâra o romdnce. Ernbora o livro didático constitua um
todo, ele é feiio r1e partes que mantêrr-I sllas características. Por eremplo: um
poema não deixa de ser poemâ só porque eltra no lil,ro cliclático. Ele ali não
passa a operar como a br-rla no caso da publiciclade citada acima. Ou seja: o
poema no livro didático nào passa a ser poen-ra didático. Contudo, ainda deve-
mos pellsar o problerna da clidatização clos gêneros.
A cscolha dc urn gôncro que pode ser trsado par:r serr,ir a uma ccrta hrnção interatir':r
enl nossa cultura pode se torn:rr inadecluacla nunra situação cultural cliferente. Llrn
sinírlogo alemão, qne trabalhava colno intérprete ern encontros cle negócios entre
conrerciantes cliineses e alerrães, me apontou a prelcrôncia dos comerciantes ale-
urães por contar piadas enr negociações come rciais. Para os cliineses, é consideraclo
inapropriaclo contar piadas durante encontros cle ncgócios, c as piaclas não são espe-
raclas ncsse contcrto.
Haveria aincla urn aspecto it-ttportantc a traltar llesse câSo, on scja. o Pro-
blema da r,ariedade cultural dentro <le nr-r-i mesillo país e como isso deveria ser
encarado peio próprio lir.ro clidático. 'lbrremos o caso do Brasil, b:rstante
heterogêr-reo culturalnrente falanclo. Scrá que a heterogcneiclaclc crrltural se
manifest:r t:rn-ibém nos gêncros e isso deveria passar p:lra o ensino fort'nah-tlen-
te? A qucstão está aberta e deve ser debaticla.
', C)s rnannais de ensino deverianr ou não ser constrttídos com especial
atenção para a cultura local e rcgional, seln clesctlidt-rr c1a grande
cultura nacional?
Qual o lugar e o papel da cultr-rra regional no ensino? I'or que elal
aparcce tão pouco? A cargo cle cluent lica esse trabalho?
Caso os aspectos regionais clel.cssem estar refleticlos 1ro LD. qruis se-
riam eles? Os cncapsulados no iéxrco? A litcratr.rra, os costtttnes, as
formas c1c cc»lportanrento típiczrsT
NIinl-ra resposta a estas questões não vai alénr de ulna decldração de prín-
cípíos. Crcio que se clcveria oferece r ur-n ensirro cultttralmertte scnsír'el, tcttclo
cru vista a pir-rraliciacle cultur-erl. Não sc deveria privrlegiar o urbat-iisino elitizaclo,
lnas fiisar a r.ariação linguístic:r, social, tcnriitica, c1e costr-lmes, ctenças, r'alo-
res etc. Os lir,ros c1ic1áticos atuais não refletcn cle mzrneira rnttito clara essrt
posição, mas já são muito nrais abertcls a essil visão e sllgerern ativiclades
crtraclasse que conclnzenr a esse caminho. Visitits a [rllsetrs, p2lrques, lábricas,
insiituições, universiciacles, feirars, r-nercados, terrtros e assitn por cliante são stt-
gestões conrLrns hoje crr dia.
Quanto a tenias, hcije. clesde a I" séric se obsen'a urn trabalho cotlt tts
doenças endêir-ricas, a ecologia, as artes p1ásticas, a rnÍtsica, o sistcmzr cle trârt-
sito, a literatura, as lendas e os r-nitos, os meios de comutric:rção cle illztssâ, a
geogrâfia, a geopolítícâ, a situaÇão cie trabalho, a fauna e a flora, as relacões
interpessoais e assir-r-r por diante. N,Ias o que terri isso a l,er coilr a lír-rgr-ra? Apa-
rentemente nada, se não considerarlos que a linguagem é uma forma de ação
e inserção social e cultural.
Corn efeito, cluarnclo rios indagamos a respeito clos lir-r-rites cla aula cle
língua, ou da inserção da auia de língu:r na vidtr diária, estamos nos indagan-
clo sobre o papel cla linguagem e cla cultura. Nessa visão, é possír,el ciizcr que
.i .i;ri,r rl. iíirlrr;r ttt.titri]:r t: tutt lilr: ,l, it,.;tr: t111. lr,tt'r:r'r'r'rii r, ,trltt'. [() 1i)(l r-
lrirrriL inii:r-rro riri sisl.L:nrii ri:r iíngi-u i: r':ii ;ticlrr ri:i liivirludc coi:.rt-urii'iir.ir':i c
iriioriitai joir;rl. C) rreio enl que o ser humano vive e ncl qual ele se acha imerso
ó nruito maior qlre selr ambiente físico e sell contorno imediato, já cpre está
enr,olto também por sua história, sua sociedade e seus cliscursos. A vir'ência
cultural hnmana est:i sernpre enr,olta erri linguagern e toclos os tertos situanr-se
nessas vir''ências estabilizacias sir-nbolical-rente. Isto é um cor-rvite claro parâ o
ensino situaclo en contextos reiris dar vida coticliana.
Sc isto estiver escrito nurr-i papel colocado sol;re a nresa da pessozl indicacla
(Parrlo), pocle ser urn bilhete; se for passado pela secretária eletrônica é ult
recado; remeticlo pelos correios rlr1r'r forrnul:ir-io próprio, pocle ser tnn telegra-
nn. O certo é que o conteírclo não nrucla, mars o gêncro é sernpre idcntificaclo
na relação conr o suporte. Portanto, há c1-re se consiclerar essc aspecto corrcl
Lrrl cilso de coernergência, jír que o gêncro ocorre (surge e se colcrctiza)
nurna relação cle fatores conbinados rio contcrtcl emergentc.
Dlrrxtç.\O t)r,r sLrpoRTE: r:ritentlcnta-e dqui c'üütu :;L!Partt clc unr ginaro urtr
lotirs /iiicc ritt','iriliitl. çis1 t- fitnntttr: c:;l:ct:t'ii.r:tt q!-ra ,{!!'\'{: d,: brttta oti dtrtbicittc {11
ií't,;i,'àr; ilrt'4ôncrr; nittteria!i.:,tdo utnro l«.r1i.,. Pode-se clizcr que suporte cle ttir
gênero é una superfície física em formato específico que suporta, fira e mos-
tra um terto. Llssa ideia comporta três aspectos:
a) slLporte é un lugar (físico cttt tirtual)
b) suporte tern fctnnato específico
c) suporte serue pdrd iirur c ntostrur o texto.
domínios discursivos
s
discuÍsos
!
+
evento
suporte discursivo
gênero
E
servrco canal instituição
c.r. (a) supõe-se que o suporte de'e ser algo real (pode ter realiclade
virtual como no caso clo suporte representaclo pela internet). Essa rrateriaiidacle
é incontornár.'el e não pode ser prescindida. Corr (b) admite-se que os sLlpor-
tes não são inforrnes nellr urnifortrtes, nlas seirrpre aparecem enr algum forma-
to específiccl, tal corrro um livro, umar rel'ista, unr jornal , r,Ln cxLtdoor e assilr
por cliantc. Aiém clisso, o fato de ser específico significa qr-re foi conrnnicatir,a-
mente produziclo para portar tertos e r-ião é urr portador er,cntual. Corn (c)
aclrnite-se que a função básica do suporte é firar o texto e assim torná-lo
acessír'el para fins comunicativos. N4as como o suporte tern urn formato es-
pecífico e é convencionalizaclo, ele pode ter contribuições ao gêncro. Con-
tuclo, isso é problenático, pois tanbém sc pode clizer que os gêneros sãcr
ecológicos, no senticlo de que clesenvolr,em r-richos ou ambientes de realiza-
ção tnais adequados, sejar para se fixarem ou circularenr. Seria interessante
zrnalisar a f-iipótese de que os gêneros têm preferências e não se n-ranifestar-n
na indiferenç:r a suportes.
É muito difícil contemplar o contínuo qlle surge na relação entre gênero,
suporte e olitros aspectos, Pois não se tlâta cle fenôrnenos cliscretos e não se
pocle dizer onde LtIn acaba e outro coueça. Torne-se o caso de uma carÍa
pessoal. Pode-se estabelecer esta cadeia:
@..P@,*€-.
§ carta pessoal (GÊNER[) + papel-carta (SUP0RI[) -+ tinta (MATIRIAL DA ESCRITA) + correios (SERVIÇ0 DE
ry::k
Não é fácil estabelecer a rnesrla cacleia para toclos os gêneros, tttas isscr
serve para pensar as uniclades corrponentes ciessa cadeia. O suporte firtlla ou
apresenta o texto pala que se tolne accssír,el cle certo r-noclo. O suporte não
der,e ser cor-rfundido com o contexto nem colrl a situitção, ltem colll o canal
em si, nerr coln a natureza clo serviço prestado. Contncio, o suporte lão cleixa
cle operar colno Lrnr tipo de contexto pelo seu papel c1e seletividacle. A rcleia
central é que o suporte r-rão é neutro e o gênero não fica indiferente a ele. NIas
ainda está por sel analisadtr a natureza e o alcarlce dessa intelferêtrcia.
|á r,irros que todos os textos se realizzrm eilr algLtm gêriero c que toclos os
gêneros cornportam Lln:l olr mais seqnências tipológicas e são proclttziclos en-t
algum domínio cliscursivo qlle, por sLrA vez, se acha clentro clc ttrna formação
cliscursir,a, sendo que os tertos sen-rpre se firanl erl algun suporte pelo qual
atingem :r sociedacle.
EIPüTTAGEM
JORzuÂtí§TCÂ
lgênerol
Há suportes que forirn elaboraclos tendo en-r vista a sua função cle porta-
renr otl fixarem tertos. São os que passo:r charnar de ruportes cor-Lyencionais.E
outros qtle oPeranl coltto suportes ocasionais ou er,entnais, qrle poderi:rm ser
charnados cle suportes incidentais, conr Lrma possibilidade ilirnitad:r cie reali-
zirções nel relacão com os tertos escritos. Ern princípicl, toda superfÍc.ie física
pocle, ent algttrna circttnstância, funcionar corto suporte. \/eiar-r-i-se os trr»tcos
de áruores em florestas corn cleclarações de amor olr poelras eilr srlas cascârs.
Pcir isso, conr'ént restringir a nocão dc suportes textuais par:r o caso clos sllpor-
tes convcncionais. Nãcl obstante isso, r'armc'rs analisarr outros suportes inciclentais,
até porque eles são frcquentes na vicla urbana.
Assittt, o corpo huu:ttro pocle servir cle suporte para tertos, nas nãcl ó nr-r-r
suporte cottvencictttal. Hoje estii se tclrnanclo cacl;i vez rnais con-irrrr tatnnr cr
corpo com urria intagernr L11tt poena ou Llrtit cicciaração cle aruor. O corpo
tarnbém pocle sert'ir pilril os alunos inscreverern (ern especial na perna clu
cora) sttas colas ptua pro\.as ou cxrilries. O rosto cle ntuitos estnclantes fnleiona
colrro sllPorte perra slogcnts de protesto políticct, conto já se rin muitas r,ezes.
Até corpos de anirnais couo cachorros e cai'alos rcceberanr inscricões de pro-
testo. Contuclo, não parece razoár'el c1ue, do ponto de vistm comunicativo, se
possa classificar o corpo hurnano c o livro na rreslra categoria c1e suporte
tertual, iá que o livro foi concebido como suportc cle tertos clesde o iriícios.
8. Agraclcc;o a Beth N{arcuschi a sugest:lo de estabelecer alqLrnra clistinqão cle rnaneir:r sistcn:itrc:r
para identificar os suportcs enr sltâs c:itegorias.
Assim, pocieruos iclentificar cluas categorias de suportes tertrrais:
de uma trraireirzl geral, pois se 1'Io cztso c1e ltu:t carta pessoal ela seria, iá nci
caso de r:nr livro a ptigina não é o suporte e sint o /llro. No livro, a página é
rrma parte do toclo. Se fôsseltos tomar o papel intpressct collro Llt-I-t suporte cle
tulâ rraneira geral, não teríamos distiirçõcs entre livros, revistas, livros ciidtiti-
cos, quaclro cle ar..isos e outros corrro sllportes distintos. Com base nesta obser-
rraÇão prelirninar, r,efamos r,'ários suportes e sL12ls características. Não se trata
cle nrna classificação neln de ttm levatttaureuto exaustivo.
(l) Livro
Segurarnente, toclos \'âIlos concordar que o livro ttão é urn gônero tex-
tuai. Seja ele clual for, descle que visto cott-to /ivro. Trata-se de uIn suporte
naleár.el, mets coln formatos definiclos pcla própria condição erl qlle se aPre-
scnta (capa, ptíginas, encaclernação etc.). O livro cort'tporta os rnais diversos
gêneros qrlc se queira. Contudo, podemos ter um livro clue âo mesrlo tempo
realiza apenas urn gênero, corno lro caso clo rontütce or: da Íesa dez doutorado.
Nesscs casos, ciistinguimos entrc os gàrcros terhLais rolriance e tese clc douto-
rado e o suporte textrral livro. 'lbmenos Llrrl livro cottt cartas pessoais de al-
guénr. Aqueias cartas j:í não são nais pessoais descle o momento etn qtre fo-
ral'r publicadas. Passarani e1 ser docunentos pírblicos e até seu sÍaÍus pode ter
rnuclado se forem cart;rs cle algurn escritor. N,llas cor-n a clir.'ulgação eu livro
passalilr a operar como uma obra literária. C) problema é que tnttdou a furtção
e a natureza daqueles textos logônero carta pessoa/. Trata-sc de ttn-i livro com
muitos exemplares clc nm gênero ou simplesruente urn gônero con'ro tal? O
livro é, neste caso, rtr-t-t suporte e o gêncro é carta pcssoal.
Em sur-na, urn livro é scrnpre unr suporte, sendo qtle enr algttrts casos
conténr um só gêncro (um livro cle poemas), eur outros casos conténl mttitos
gêneros cliversos (ur-na obra com as publicações cle utn deternrir-rado iornal) ou
então urn írnico gênero (romance). Ern todos os casos, o livro é um suporte
pârâ os gêr-reros ou gênero que con-lporta. O problerna parece ser se o livro
didático, por exemplo, "engole" ou "transrruta" os gêneros do mesmo jeito
que o ronulnce. \'ejanros o câso n'rais dc perto.
Ern primeiro lugar, é conr.eniente considerar qlre não fazer-r-ros uma dis-
tinção sisternática entre "/íyro" e "liyro didtitico", iá que se trata de fenômenos
similares. Contudo, como há eiernentos nruito específicos do livro diclático e
urna fitncionaliclacle típica, tratamos a questão em separaclo, rnas toclos são
iivros. O livro didático é nitidamer-rte um suporte tertnal, embora a opinião
não seja r-tnânime a esse respeito. Não obstante cls argur-nentos err contrário,
ainda se pode dizer quc o livro diclático (t,o), particularn-rente o r,n cle língu:r
portuguesa, ó urr suporte quc contérn uuitos gêneros, pois a incorporaçàcr
dos gêrtcros tertuais peio t-» não rnuda esses gôneros enr suas iclenticlacles,
erlbor:r the dê outra fttt'tcionaliclade, fato ao qual denorninei reversibilidade
cle ftrncão. Falo aqui em funcionalídade e não lunção para que se tenha claro
csse aspecto. Por erempio, unra carta, urr poerna, uma Lristória em quadri-
tthos, ntua receita culinária e unr conto continuam senclo isso qr-ie reprcsen-
tam originairnentc e uão nrudam pclo laio de migrarem para o interior cle urr
t,o. Não é o mesnro que se dii, por erempio, no caso de um rorrance que
incorpora cartas, poenlas e anírncios, entre outros.
A rer.ister scpranal poderia ser r.'ista no conterto do iorual diárict, miis alénl
cle conter sensir,elrncrtte menos gêneros tertuais que o iornal, tct-n tttna peculia-
riclacle 1o processo c1c tertuirlizaÇão, corno se fiisott 1'rá pottco. ]ornais cliários
c revistats clir,ergem cu alguns aspcctos. Ern primeiro lugat, mttitos gêneros são
rnais específicos cle jornais diiirios clo que revistas semauais. Der.'e-se ter en-t
rnepte qlle as revistas semanais, qninzcnais ort mensais tambénl divergem en-
tre si e os jornais são ern ger:ri cliários. Assin'r certos gêneros que circtllarlr cottl
lotícias ou fatos Lrpcnils do cher (p.et.,anútncios túnebres e classificaclos) pou-
co aparecem ern revistas. N,Ias rrpeni-ls tuna auálise cletalhada cliria se há clife-
renças específicas. O certo é que a trtulação (rranchetagenr) enr revistas c
jornais tern cliferenças not:iveis.
L6) Rádio
Não obstante ter dito no início que nào rre reportrria aos gêneros ol:ris
de napeira sistemática, lembro o ráclio como sllporte pela suil rcle\'âllcia e
por ter sido clescnhaclo para esse fim. Cor-rtudo, friso que o r:írlio é uu caso
problemático porqllc pode ser consideraclo unr sttporte uurn sentido restrito
como um lugar dc firação, rnas é tur serviço ot-t ineio quando totnaclo cotl-io
sma enrissora. O rádio porta con un-ia multiplicicl:rde de gêneros. NIas como
ele conta com a transmissão sonora sern o recllrso visual, certa[leilte terá uma
interferência dir,ersa da teler.,isão. As notícias n:r Tv, no rádio e no jornal não
tênt o meslro tipo de tratalnento ern relação ao discurso relatado ou reporta-
do. Hzi pouco discursci clireto (citações de fala) no rádio e na T\/, ao passo qlle
isso ocorre mais no jornal c na rer,'ista.
(7) Televisão
(8) Telefone
Igualntente ao câso clo rric]io, terros:rqui unr suporte p;rla gêneros oreris.
O telefone está no rncsrno plano clue os anteriores e é um suporte qu:rnclo não
@
I
Este é Llttt caso itrteressante que pode ser tido conlo i-rn-r suporte pela
quantidacle de gêncros qtrc abriga, mas l-i:í clrrcm o considerc urr gêncr<.r
tertual, o qlre parece ser equivoc:rcio. Nun quaclro cle avisos, tenros pu-
bliciclacics, avisos, pocmas, listargcns rle notas, infornrzrções c1ir,.crsas, car-
tazes cle elentos, placas. stigcstões, propostas, regirnento cle ctrrsos, re-
cortes dc ionral conr notícias, eclitoriais etc.'l'rata-se c1e nm suporte corn
características próprias quc conténr no geral tertos de curta ertensão.
N'Ias os cluaclros dc avisos hoje podenr conter ontros suportes conro os
folders e jornetis inteiros afix:rdos. Tanrbém conténr material visual conro
fotos e desenhos isolados.
(10'1 Outdoor
"suporte" r,'eio assuminclo quanto aos gêneros que alberga e quanto à ftrnção des-
ses gêneros, eu o classifico i-roje colno suporle. O outdoor teln peculiaridacles
,-ruito interessantes e nereceria urn estudo à parte. Ele veicula, como iá se ViLl,
Yez mais.
gêneros bastante especializados, mas \rem se generalizanclo cada
(ll) Encarte
clerar a bula de retnédio cotrlo Ltnl encarte por vir situada no ir-rterior de ui-t.ta
ernbalagern.
(1\ Folder
'fucio itrclica qrle o folder pocle ser ticlo corno utn sr:porte de gêr-ie ros
cliversos, embora haja quem o trate corno gênero. Adnito qse o folder é
tltr-t
por diante. Eristem folders corn mais c1e um gênero. N4as a cluestão clo folder
não é clarzr e I-rá pouco consenso sobre o caso'
(13) Lurninosos
(l'1) Faixas
(1) Embalagem
Este é un-, caso intercssante, pois, no geral, a eri'rbalagem não scria tida
coilro um suporte. Contuclo, tomamos a eilrbalagem colno um suporte na
rnedicla em que nas embalagens podem estar r,ários gêncros. Embalagens de
proclutos cornestír,eis muitas vezes trazem não só o róttLlo clo prodnto, rr:rs
F
ttma receita. C)u então, r-ro caso de remédios, pode-sc ter uma l>reve bttla de
remédio e assirrr por diante. Quanto a este Írltinro aspecto, pode-se indagar se
as indicações qr:e estão no rótulo são aigo dil'erso da buia que ven-r dentro da
caixa cle rerrédio. Se indagarn-ros de vários especialistas, elcs clirão que a bula
é cliferente claquilo qlre vem na embalagem. N,{as se obserr.armos as instruqões
qlle aparecem na embalargem, elas parecem urna bula.
(2) Para-choques e para-lamas de carninhão
(3) Roupas
Embora rnc clecida pelas roupas como suportes, não parcce muito claro
se clevenros tornálas corno tal, por erernplo, ttrna cún-tiseta. h)la parecc ser Llnl
suporte cle gêneros, iá que hoje en-r clia porta textos dos nlais variaclos gêneros,
não traz cle naneira sisteflrática
como poemas, provérbios etc. N{as a camiseta
tertos e talvez der'êssemos restringir esse aspecto'
(5) Paredes
clc casas,
Todo trpo cle parccle está aqui rncluído. Pociern ser parecles
escola etc' Esscs sllPor-
edifícios or1 lnesrlo cle interiores coillo uliversiclacles,
tes Operant mr-tit2s \,ezes elll up COntíntlo COIIIO
no C21So cle sripgrtarenl Llll'I
quaclro de avisos que é o stlporte clc gêneros'
(6) N{uros
cotlrct-tcio-
Hoje ei]] clia parece qtle os ll-ItlloS estão se tornando suportcs
nais para alguns gêneros tertuais tilis cono as Propagilnclas
políticas' Flles ser-
\,em para iÃscriçoes, propagancltrs, publiciclades e picl'rações
em gertrl. São
tertos poll.o ,l"rer,r.nhlidor, nr^ c1c grande eficácia comttnic:rtiva. N'lesmcl quc
os ilnlros seiarn us:rclos corlo suportes etn grande esca]a, eles não são
os iornais e os 1ii'ios'
conr,encioriaclos p:rra essa finaliclircle col]ro as rel'istas'
Emborirasestaçõesdernctrôsejanrclorrresmoestiloqrrcaparadade
cle gêtreros' Tem algo <le
ôrtibus,são sempre mzriores e com mais possibiliclacle
uzrs ]rá
silnilar co[r paredes e n']Ltros quanto aos gêneros qlle CoirlPortanl,
ainda quadros de avisos e cartazes ou outros suportes que estão nelas afirados,
o que lhes clá ur-n caráter diferenciaclo nerrl sempre ligado à ideia de suporte
de gêneros e sim de suporte de suportes.
(9) Calçadas
Hoie as calçadas passaram a ser locais para inscrições, tal corro se institui a
calçada da fama, em que pessoas famosas põem a ir-npressão de seus pés e a
inscrição cle seus nomes. Esse suporte em geral porta textos curtos e permanentes.
(10) Fachadas
(1) Correios
C)s correios são ir-iet-ios um snportc e mais urr meio de transporte ou url
serviço. É r-r-nrito cliferente clo caso cla revista e clo jorn:rl. Quanto a isso, seria
interessante discutir se o tclefone e os correios forman um conjnnto cle supor-
tes-rneio dir.,ersos da teievisão e do ráclio.
('1) Internet
Para alguns autorcs, a hontepage c até uesino o site são rtrn gênero, ntas
para ontros são um sr.rporte. Crcicl que, cle modo gerai, it hornepoge é unt
gênero bcnr estabeiecido, nas o slle é um suportc e não ttt-t't gêncro. A1ém
clisso, parece clirro clne .t hcnnepage institucionnl carrega ntna sórie cle gêireros.
Barsta olrscrr,ar a futnrcpage c\c quaicper rrniversiclacle pare ver a clivcrsiclacle de
coisas leitas ali dcntro. I}rtre outras coisers, esth ali a possibíliclade c1a ntattícu-
1a cle alunos on-\hrc. Se tomarnos o slÍe c1e aigum seri'idor c1a intcr-net como o
UOL, \'erlos quc sc trata de um sen,íço clr.t sttporte c1e orttros suportes, i:i que
ali cstão revistas, jorlais e livros.
Neste monrento, \,oLr rre nter acls gêneros tertu:ris falados, ttrna ritca na
qual os estr.rckrs não são abunclantes. Obserr.c-sc que o estuclo c1a classificação
tuir Antônio llllarrusthi I Produíãa lexlurl, onúlise de gêneror e *onlFrçên!õq
círculo intellecliário clue envolr,e alguns gêneros (interrnodais?) cyre são de clifícil
'ltaltzr-se clos
localização em uilla ou outra modaliclade de tn:rneira tt-ruito clara.
chainaclos gêneros mistos ou híbridos sob o ponto cle vista cla moclalidade'
N4ais c1o que em clualqucr outra época, hoie proliferau gêt-ieros novos clentro
de noyas teci-rologias, particularmente na rr. íclia e1e trônic:r (digital). Diante disso, r'a1e
inciagar-sc se a escol:r deverá :rmanliã sc ocupar cle como se produz urn e-n-Lail e otttros
gêr,"ios c1o ciiscurso do mundo virtual ou sc isso não é st-t:r atribuição. Pocle a escola
trnrrçi1an-iente cor-rtinuar ensinanclo conlo sc escre\re cartas e co[]o se prodttz t-ttt-i
clebate face a face? Será que o moclelo de interação fzrce a face proposto por Sacks,
Schegloffe Schifllin ilos :1rios 1970 1ri c1o'e scr revisto cr pontos essenciais, consiclc-
ranclo-se 11
llresenÇa nos bate-papos?
Não obstapte ess:rs poncleraçõcs, é borri tcr cttr.rtel:t cltt:utclo se rtfirtllr qtte
algo c1e nor.o cstir acontccenclo enr relação à lineuirgeu, pois faz rlluitíssimo
terrrpo qlre o ser humano fala e bastante temiro qlle escrcve. A icleia de que a
§egundo Psrte I Gêneros lexluois no ênsino de línguo
cada rova tecnologia, como lembra Davicl Cr1'stal (2001: 2), o mundo toclo
se renova por completo, é rrrna ilusão que logo desaparece. Nor.idades podem
ató acontecer, mas com o tempo percebe-se qne não era tão novo aquilo que
foi ticlo colno tarl. Ir, particulanrentc suas influências não fortrrn tão clerrasta-
doras ou tão espetaculares como se imaginai.'a. Daí a pergunta: quanto de
novo ysir? por oí coili a intenrct nos nossos r'ídcos?
)ustarnente por não encontrar grandes respostas para essa questão, Cr-r,stal
escrevelr ser.r lir.ro A línguagern e a itúernet, na tentativa de clescobrir algo
sobrc "o papel da linguagem na intemet e o efeito da internet na linguagen-i"
(2001: r'iii). Quanto a isso, para o autor, surnariamente, três aspectos poder-n
ser frisaclos:
(I ) c1o ponto cle vista da linguagem, temos uma pontuação minirn:rlista, rttna
ortografia urn t:rnto bizarua, abundâncir-r dc abrel'iahrras narcla conr.encio-
nais, estri-rturas frasais porlco ortocioras c rllu:l cscrita senialfabética;
(2) do ponto de vista da nattrreza enunciativa clessa linguager-n, integram-se
r-nais sen-rioses do que usualrnente, tenclo em vista a natuLeza clo meio;
(3) do ponto de r,ista rlos gêneros reaiizaclos, a íntentet transn'iuta cle
maneira bast;rnte iaclical gôncros eristentes e clesenvolr'e aiguns real-
nrentc 1lo\os. Contuclo, urn fato é inconteste: :r internet e todos os
gêneros a e1a ligaclos são eventos tertuais hrlclamentalnrente baserr-
clos na escrita. .r:a intcrnet a cscrita cr.,ntinr-r:r esscncial.
Trrcio rnclica, aincla segunclo Cn,stal (2001), cluc a interireÍ seja menos
nr-na rer,olnção tecnológica c1o qlle L1m:i revolução clos rnoclos sociais de interagir
linguisticamente. Pode-se clizer que o cliscurso eletrônico aincla sc ach:r cnr
cstado nrcio sclr'agcrrr c indonrado sob o pontcl cle vista linguístico c organiza-
cional. O próprro cstado dc :inonim:rto clos b:rtc-papos favolece o lirclo instin-
tivo, descle a escolha clo apeliclo até :rs clecisões linguístrcas, estrlísticas e hbe-
rairdades qualrto ao conteÍrdo. Traia-se de lura estética err busca c1e seu cânon.
sc ó quc isso :rincl:l poclc acontcccr.
I2. Note-se cllre o termo j;'Í r'errr serrclo clicir.»rarizaclo nessa forrra tanto pclo Dicionário,\ttrólío
Slcir/o X\I, conro pelo DícbntiríoLlctrütíutHouctíss dtt [,írtgrrrt Portuguesa I.(.)..\ssin, rão tr:rcluzo p:rr:r
" cctrreio elctrôrúcri' . colro scria o rtorrnal filzêlo.
13. ()s gôrcros clcnonrinaclos c/roÍs são na realidadc btttc-papos llrluals em tempo real (.ortlíne't
e lrrrxérrr cle urn prograrla ou sistcnra ch:uraclo IRC lhúenrct Relat Ohat1. Flrrstenr mritos sistcrras
clcsscs. Qtr:rnto ao ICQ il Se e ft lbu I e os lJ L/Ds (Nl::1tí ple U ser l)ontaíns ) . trata-se cle r ariações que aqui
Irão scrão clistinguidas tle maneir:r sisternittica, j:í clttc r:ri:rrrr .rl)en.r\ conl() f(,rIIl:ls opcllciort:ris tle
prograrrrâras fal:rs c cstabclccer os cont:rlos, rn:rs a proclnção tcxtltal n:1o rari:r sttbstantivamctttc, a lão
scr cprando se tratir de mostrar a natureza dos cliálogos.'Ihmbém chamo:rtencão para o tàto cle o termo
já se achar clicionarizatfu tanto no,'\rlrillo conro no Hourriss. Nestc, lcrnos, par:r o verbete chaÍ, o
segrrinte: "fônntt rlc uurtLrrticttçito ir dístâncitr, ttlilíztutdct c(»tlpLttLtd(ircs ligados à intentet, rru qttal o qtLe -*e
dígita no tcclado cle Ltnt deles (lpdrece cm tentpo real nct vídeo de todcts os ptrtícípttntes do bate-papo" .
12.ç,cblog (blogs; di:írios virtuais) são os rliários pessoais na recle; ttrna cscrita
-
altobiográfica com obsen'ações cliárias ott nãto, ageuclas, arloiaçõcs, em geral
rrlito praticaclos pelos aclolescentes na krrrna cle diários p:rrticipativos.
Entre os mais praticados estão os e4ndils, os ch(tts ern toclas :rs r-r-roclalicla-
cles, /isÍas de discussão e wehlogs (,diários1.I-loie corneçzlll a se popularizar
tambéru as attlas chat e por e-moil ro ensilo a distância. Em tocios esses gêne-
ros, rl comllnicação se clá pela linguagem escrita. Cotlo \rerelttos) essa escrita
tencle a urna cert:r informaliciacle, menor rnoiritoração e ccibratlça pela fluidez
clo rneio e peltr rapicicz c1o tempo.
"trapstrtut:-tções" c]e otttros coltlo suas conirapartes prér'ias, o citlc SllgeÍe â PCr-
gunta cle se os rieslgners de softtvr:res seguiram paclrões prceristcntes colllo base
pâra a nolclagem de seus progrârrils. Corno os novos gêneros só são possíl'eis
dentro cle cleterminados progrartas, Parece qtte il rcsPost:r devc ser sinrl+. N'Ias
não clevernos confundir um progrârna conl ttm gôuero, pois uresrno diante cla
rigídez cie um programa, r-rão hii rigicle'z nas estratégias <ie rcaiização clo gênero
coino instntrrielto dc ação social. O qr:e se deveria investigar é qual a teal novi-
{acle das práticas e não a simples estmtura interna ou a ttatttreza da lingu:-rgenl.
1,1. Flssa qucstão é clc crtrerra intportância e, coillo viuros Iras palar,ras do ettgellheirtt <le soltware,
Thopas Ericksor (2{J00), ao crplicar a construção e o fttncionarnento clo Programa BABBLFI, os
tlesigners iir.erant corno ntoclelo padrão os gêneros prér'ios qtte coupõettt:rclttele progranl:r. Assitn, trrn
c/raÍ seguiria as esiratégias cle produção dialógica dc utttn corn,ersaqão cour siitlttlação d:rs ativiclacles ali
<lesenr.olvidas. Nlais:rdiantc, nos rcportirrenlos a estc aspecto ao tratarnlos dos chats etrt:rtllbientes
abertos. Outro engcnheiro dessa linha clc trabalho ó [,r'r Pernbertort (2000), qLre e:nt()ertre as ttSÍ.rtLcture
Concept for lnteractíon l)esígn Pattem LangtLtlges, "erplora a ideia dc que gàrcro pocle scr trtna lcrrauen-
ta conceitual úttrl para cstrutr.rrar padrões interacion:ris de sublirtguagens" e cou isso mapear o território
paÍa ir constÍuÇão clc sol-ts. O autor tom:r o trabalho <le Sriales (1990) cono ponto dc parti<1a para sua
noção de gênero da "ricla real".
Por conta cle stta caractcrística formulaica, já que ern últirra análise todos os
gêneros produziclos no conterto da mídia virtuai têm urn sabor de fomtulários
mais ou rnenos discursivos e não de n-rúrltipla escolha.
Diarlte de trido isso, é possível inclagar-se cpre tipo cle prática social enrcr-
ge corr as nov2is fornras de discurso virtual pela íntenrct. Pode-se falar enr
letramento digital, corno foi inicialmente sugerido? Creio que é ceclo para
tanto. N'Ias já se poclc dizer que tcn-ios nol'as siÍuações de letranrcnto cultttral.
15. Para itrlorntaçõcs mais detalhaclas a respeito da linguagen e clos foniratos dessas ínteraçõcs
inraginárias, sugiro a leitura do cap.6 de Crvstal (2001). pp. 171-19.{.
O gráfico I mostra o contínuo entre :rlguns gêneros tradicionais na faia e es-
crita, tendo cor-no vetores os eiros cla cornunicação síncrona t)ersus cor-nuniczrção
assíncronâ, ott seia, con-tttnicacão que se dá no ternpo real (caso da conlunicação
face a face) e a con-runicação escrita (em geral defasacla no tempo). Além clisso,
ternos os outros clois vetores, a cornunicação grupal (de um para muitos, dc muitos
para um ou de n-iuitos para r-r'u-ritos) e a corriunicação bilateLal (cle um p:rr:r ttt'n).
Comunicação assíncrona
Interação Interação
em gÍupo umaum
Comunicação síncrona
I LlG Interação
bilateral
Síncronos
F0Ni[: Simeon J. YATTS (2000: 237)
O grírfico 2 traz, osrlesmos \retores acima, n-ras desta vez aplicando-os à conur-
nic:rçiio cligital. Neste caso, o qrlc se obsen'a é que os ertTdils são uma corrrunicação
dc flrto assíncrona, mas pocleli ser tanto grupais como inclividuais, tendo Llr-]ra prefe-
rência pela realização interinclividual. |á a videoconferênci:r clistinguc-se ciuanto a
isso. Por outro lado, o uso da recle (uuu,) em todas as sllas rr-ioclaliclacles e gêneros
F
abrigados, está num entrecruzamento quc pcnuite enorne variedade de realizações
eur terrnos de fomalidacle, informaliclade, relações cornunicertir,'ars e produção
síncrona olt não. N4as os bate-papos yirhLais ocrlpillrr a base que, em cedo senticlo,
corrcsponde à situação da cornnricação face a face, corn as dir.ersas possibilidades
apontadas em relação :r screr] comnnicações grup:ris or-r interindivich-rais.
A distribuição dos gêneros por esse contír-nro podcria ser feita num quaclro
nrulticlir-nensional, tomirndo os pzrrârnetros trazidos no quaclro acima e consicle-
rando os onzc gêneros tratzrdos. Vcríamos que hh unra orclcrn mnito ciara entre
eles e sr-ta clistribuição se c1á de forr-n:r não :rleatória e surr produção obeclece a
critérios bastante rigorosos. Gaston Hilgert (2000) já mostrirr,a essa qucstão conr
r-nttita precisão ao identificar "o contÍnr:o ern qlle se distribuen os gêneros cle
tertos escritos" (2000: 52) corrclacionando-os dentro clo irrnbiente digiial.
irreais
conhecidos
I
I
I
I
e-mail
bate-papos agendados listas de discussão bate-papos abertos MUDs
Neste ntornento, cleveria ser feita aqtti utlra obsenaç,1o sobre os gêneros
tertuztis virtuzris que não foranl mcnciollâclos ncsta listagenl, tais conro os blogs,
um tipo c1e cliário cletrônico, tlão raro escrito em cL:plas ou en n-ttrplos c1e
patticipantes que colaborartr para constntir um terto seIlPIe eilr e\ioluçã0.
um inclicaclor de quãcr
cle segr-rr-rda línguer/língua estrangeira. Tambérn cler,'e ser
redutora está senclo a visão dos Parâmetros CLLrrictLlares Nacionaís, lançados
pclo NIlEC para o ensirro funclamental e méclio, 11o que diz respeito à ciir,ersi-
claclc clc proclução tertuall('. Essa iedução or-r, nrais especificaniente, essa po-
breza se faziar lailentavclnente presente nos rranuais de ensino clc 1íngua
traclicionnis e tarlvez agora se tonre possír,el clar um patsso à frente.
Urra análise clos rnailrais de ensincl cle língua portuguesa rnostra cpe h;í
uner relatir.a varieclaclc cie gêneros textuais presentes nessârs obras. Coltnclo,
utna obserr.ação nrais ateirta e qualificada revelâ quc â essa varieclacle não
concsponde uma realidade analítica. Pois os gêneros que aparecem n:ls sc-
cões centrais e btisicas, :rnalisaclos de mancira aprofunciacla sào senrpie os
ilesnros. Os clemais gêneros figuram :rpeniis para "enfeite" e até para clistração
clos alunos. São potrcos os casos cle tratamento clos gêneros de rnaneira siste-
nática. Lentamente, surgem novas peÍspectil'as e novas aborclagens clue ir-rclu-
cnr :rtó lreslno aspectos da oraliclacle. N,{as os gêneros orais enr geral aincla não
são trattados de rnoclo sister-neitico. Apenas alguns, cie modo particular os mais
fornrais, são lernbrados enr snas carncterísticas básicas.
Deve ter ficado claro quc há nuito urais gêneros na cscrita clo qne na
fala, o que é cle certo moclo surpreeridentc, nas erplicár'el pela dil'crsidade cle
ações linguísticas cpc praticarnos no dia a clia na rnoclalidade escrita. As civiliza-
ções ern que a escrita tern nrr papel central nas tarefas do diar a ciia, mormente no
coinércio, iuclÍrstria e produção clo conhecimento, tenciem a diversificar c1e ira-
neira acentuada as formns textuais utilizaclas. Essa tendência torna cle algun-r
n'rodo difícil a r,'icla do cidaclão comlrm, que á não consegue clominar com facili-
f
clade essa r''erdadeira selva tertuai. Por isso é irr-rportante que nos dediquerrios a
entencler nclhor essa questão.
16. Em ntritos otltros âspectos os l)CNs são inovadores e nuito claros, nras no clue tarrge aos
gêneros, h:í uma srrqestão pouco clrra do setr tratanrcrrto, cmbor:r esteja aí pel:r 1;rinrcira \c/ LlTnil
posiqão clcterurinacla e clctcrminante 'p:rÍa esse trabalho. O qrre eu critico aqui é a lbrrla cullo iss() \ crn
rcr rrlo lrrl r;rllrutlo I ro> Pe -\:.
Ao laclo clo problerna jadiversidacle tertual, há ainda a visão hoie
comurnente aceita e tão claramente defenchcla por Bakhtin (1979) que aponta
os gêneros iextuais como esquemas de conpreensão e faciliiação da ação
comunicatir,'a interpesso:rl. Flssa estabilização c1e forrnas teriuais repercute
lão
só no processo cle compreclrsà0, lllas na própria estabilização de forrrias so-
ciais de ir-rteração e raciocítrio.
pensar no estuclo sócioàistórico cios gêneros textuais colllo tlilla das maneiras
cle entencler o próprio fttr-rcionamento social da lír-rgua' Isto nos rernete ao
nítcleo cla perspectiva teórica cios estuclos lingllísticos sobre o texto e clo terto
aqui emprecncliclos, oLl seia, a iisà0 socir,iiltctirt'iÚilist:r.
(ó)
circnlap 1a escola a respeito d:r relação entre ii rrocl:rlidade oral e a escrita
inragilar 1 escrita como lrera transposição do oral, ou tratar as cspecificicladcs de
A ênLrse clcsseprincípio geral cleve ser cada vez nt:.tis acentttacla, pois rlão l-r:i
cquír,clco tlais ilconveuiente clo que tratatr a escrita corlo rlera transposição cla
fri, 1rrru o papcl na fornra gr:ifica. A cscrita não é a representação griifica da fala.
São, no entanto, \,ilgas e imprecisas zrs obserYações cle detalhe sobre a cllla-
liclacle clms relações entre fala e escrital, pois parece que fala e escrita sc oporiarn,
"r'cruilcular", isto é,
pclo "interesse peclagógico", cotttct se ul]la (a fala) fosse o
,qr,"l, for,r-ra ,le con-runicação espontânea, face a face, coticliana e colclquial (p.
I5); e or.rtra (a escrita) a "nornál cltlta" referente à língtla-paclrão e socialnente
prestigiada. N,,las isso contrastariir con] :-l observação cle quc, precisarrente claí
decclrrem preconceitos or-r "niitos" dos quais a escoia cleveria lir''rar-se, tais coirlo:
o (preconceito) cle que eriste trma Írnica forn-ra'certa'de firiar, o de clue a fal:r'certa'
é a cle urna dcicrminada região (a carioca, por ererrplo), o de quc a fala 'certa' se
aptorirtr:r do padrão c1:i escrita, o clc clue o brasileiro fal:i rnal, o cle rlue é preciso
'consertar'a fala do aluno para er,itar que ele escrcva erraclo (p 1 5)
Aquestão não é dc correção cla fomra, m:rs de sua acleclrração r)s circur-rstâncias cle
Llso, or1 se ja, cle utilização adequacla cla lingu:rgeni (p. l6).
O que se ncita é clue h:i muito mais gêneros sugericios Para a atividaclc de
conpreensão clo que para il atividacle cle proclução. Isto reflete em parte a
siir.ração ;rtuerl ern que oS alunos escreve[l Pollco c enl Certos casos qltase
niio
cscre\rerl. Parecc quc procluzir textos é uma atividacle nirtda porrco conhecida
e ruais conhecida é a que diz respeito à compreensão. As atividades relzrtivas à
17. llefiro+e ao tr:rbalho dc \\rillianv Nlirarrcla cia Sih,a (2003). O gênero tertual no eripctÇo
dídtitico. Têse tle doutorado err litrguística, Pós-Cr:rduação e rn f,etras da L.lFPE, Recife . rrirreo (orien-
tacla por Luiz Antônio \'Íarcuschi).
gênerostertuaisàemegainstruntentosemoutrotrabali'ro'oqueéretomado
aqui, como se observa abaixo'
CornoosgênerosseacharlSenPreancoraclosenaigttnasittraçãoConcre.
plausír'el partiL c1e situações cla-
ta, particularrlelte os orais, o' at'to'es iulgam
râs pz]râ trabalhar a oraliclacle. Assim,
seucloo terto tlnl erelto sirlgular e sitttatdo
no eusitlo' é cotl'etli-
co.texto cle proclução, seia-ele orzrl oti escrito'
"rr.'rlg.r',, cle u1na situação e identificar alguma atividade a ser clesetlvolr'icla
ente partir
pârâ que se inicie .,r,-t,. .o,'-""-'icação'
Por eremplo' erplicar a migração clas aYes
cliarrtedertnaturrtra<lealunosouprocluzirumaentrer,istaradiofôrricir'
64) seguem a
Flilr sua postura tcórica central, Dolz & schneuu'lr'(1998:
posição baki-rtinian:r cie qtte :
Eerploram()sgênclosconbasenanetáforados..ínsÍrulllettÍosqtleftttr-
aprendizager-r-r)" (1998:6'1)' As-
clam a possibiliclacle cle comunicação (e cie
nte, de'e i.stru,rentalizai-se co1ll
si,,,, q.rá,,.1o alguérn te,-r cle agir discursi'anle
.rrr', .tnit.rnto cle utensíIios, por eremplo'
usando o garfo Par:l colller' o ma-
cl,raclo para Cortâr Lrma átvore otl cntão
uln gênero como "itrstrttnlcnto para
trgir cliscursivamente". Segr-rnclo os autorcs'
o gêuero
@
Modelo de trabalho em sequências didáticas de loaquím Dolz,
Michàlel'Joverraz e Bemard schneuwly para o ensino de gêneros
nds séries fundamentais
altrno urn procedirnento cle realizar todas as tarefas e etapas para a proclução
cle um gênero. Segundo os autores (2004: 98),
"a estrutlrra de base de uma
erl.I conta
sequência diclática" pocle ter esta representação esquen-iática, tendo
as atiticiaclcs â serent clcsenvolvicizts lto pÍocesso de produção:
| ./ ^r /-\ ^
|
Apresentação
-
PR0DuÇÃ0 'Módulo' 'Módulo'
l.|oorto' -.\ ll9DUÇ40
da situação llllclÂL123lNlClAt
I
L--
- _______i
Procedhnentos enyalttidos rLo nlCIdeÍo das sequôrrcias didáticas
(a) PrimeiLo vent unrrt apresentação inicial da situação e1n que é formu-
lacia a tarefa a ser clesenvolvida pelos alttt'tos. Define-se a n-rodalida-
de: se escrit:r ou se oral.
(b) A prirneir:r climensão cla proposta leva en-i conta o projeio coletivo Para
a proclução clo gênero a ser traball'rado. Aqui sc decide qual o gênero
a
forlna que terá a proclução: se ptrra ráclio, televisão, papel, iornal etc'
(200'1)'
18. Refiro-me ao terto clc Joaqrrirn Dolz; N'Íichcle Novctr:rz c Bcrtrarcl Schneuu'lv
. .r.ritn, Aprescntação dc um procedintetlio' itt: Berrt:ud Schncurvlv
Sequê.cias 4iclhticas para o or:rl
"
C)êner<tsc»-aiseescrítosnaescola.C:rmpittns: Nicrcarlodel'etras,pp 95-l2E'
"|oaq.,i,r',Dolz(2004).
§egundu Porte I Gêneros textuois no ensino de línguu
cleve ser feita err classe. Dc que :irea se trata e sobre o clue falarão on
escrcverão. É irnportante que nesta fase sejam apresentarlàs a erempla-
res clo gêriero a ser realizado. Os :rlunos poclem ler tertos c1o rlesrno
gênero ou o.vir, se for cl carso de gêneros orais. os ahuros podem clisctr-
tir sobre a questão. o prirneiro cncontro cor) o gônero pocle ter o aco.-
panhatntento do professor p21ra se discutir aspectos cle sua organizacão.
(r) Questões gramaticais: aqui podent ser trataclos, clentro clos nrcicililos,
c1e foma sistemátic:r, o problcn-r:r c1a organizaqão cla
frarse, os tcnlpos
Por trás do processo cle seleção dos gêneros, estii tocla unra teoria clos
gêneros textuais e sr-ta atenção párra coir a sociedzrcie ern que esse epsino deye
dar-se. No geral, cle cultura perra cultnra, se dão as ilresmas situações básicas
na I'icia cliárizr. Ninguén duvida qlle cn) todas as culturas as pesso:rs falanr
rnuito mais clo qlle escre\ enr e qLle qnanclo falarn clialogam, isto é, procluzenr
convcrsaçõcs e não textos rnonologados.
(2004:121)'
rorrt: Joaquim 0olz, Michêle Noverraz e Bernard Schneuwly
Segundo os âutores,
rião é possír'el
os i1g11lp3nentos, assinr clefiniclos, não são esLrnqttes ttrts ettt relação:tos ouhrls;
(p. l2 I )'
classilicar rtrn qênero cle rraneira absoluta rlurn clos agrt4rattrentos propostos
Veiamos aqui a proposta cla clistribuição dos gêneros por sér-ie, tai corno
os autores srlgererr para o cnsino c1e francês. Segurilrncrtte, clereri:r lt:rver al-
guma ttclapt:ição para o português e Para o Brasil elll gclal, nr:rs esse é ttttt
cletalhe qtte poclentos cliscutir de tllancira corlcreta a cacl:l trtotretlto clll qrle
\,âillos trabalhar os fe itôlllellos elll si tttcstltos'
sEQUÊNcIAs DIDÁTIcAs IARA ExpREssÃo oRll E ESCRTTA: DTSTRIBUIçÃo DAs 35 SEQUÊNcIAs
ctct0
AGRUPAMINTO
t-2 3" -4" 5"-6" 7"-8
I{ARRAR 1.0 livro para l. 0 conto 1. 0 conto do porquê e 1. A paródia de conto
completar maravilhoso do como
2. A narrativa de 2. A narrativa de 2. A nanativa de ficção
aventuÍa aventura científica
3. A novela fantástica
.l.0
RTI.AIAR relato de l. 0 testemunho 1. A notícia 1. A nota hiográfica
experiência vivida* de uma expe-
(Apresentação em riência vivida 2. A reportagem
áudio ) radiofônica
*
A proclução lla fase anterior é observacla e allotacla poi toclos, que ilgora
analisam e fazcm suas sugestões. Obserr,:r-se a capaciclacle de conclrtzir o tetna;
a selcção dos tópicos e da linguagem; a aclequação ao pÍrblico e a capacidadc
clc envolver os ouviutes.
=w
t
(a) GI0SSÁR0 SoBRE GÊNER0S IEXTUAIS: Dar continuidade à montagem do glossário com termos
tais como 0s que aparecem nesta unidade: